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A FLORA NO CONCELHO DE MIRANDELA A flora - Câmara ...

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A <strong>FLORA</strong> <strong>NO</strong> <strong>CONCELHO</strong> <strong>DE</strong> MIRAN<strong>DE</strong>LA<br />

A <strong>flora</strong> do concelho de Mirandela é muito variada e rica e partilha de algumas espécies do<br />

nordeste transmontano, de Trás-os-Montes e até de Portugal. Este trabalho só foi possível<br />

devido à consulta de variados sites e também ao livro Guia Mirandela, do Dr. Roger Lopes,<br />

edição da Câmara Municipal de Mirandela. Não é um trabalho exaustivo e com um rigor<br />

científico absoluto mas apenas um contributo e uma aproximação ao tema, o qual pode ser<br />

melhorado com o contributo de todos e com uma pesquisa mais exaustiva.<br />

AMIEIRO - Alnus glutinosa Gaertn<br />

O amieiro é uma árvore que atinge uma altura máxima de 35 m e raramente ultrapassa os 120<br />

anos de idade. As suas folhas são redondas/ovadas, com 4 a 10 cm de comprimento e 5 a 8<br />

pares de nervuras laterais. Os seus frutos são uma espécie de pinha, com 1 a 2 cm de<br />

comprimento. Os amieiros formam simbioses com os actinomicetos, que podem captar o azoto<br />

do ar. O lugar em que se produzem mais simbioses são as excrescências bolbosas das raízes,<br />

que podem alcançar o tamanho de um punho. Daí que o solo situado sob os amieiros seja rico<br />

em azoto. Em Trás-os-Montes são muito comuns na margem dos rios.<br />

CHOUPO<br />

O choupo ou álamo (género Populus) é uma árvore da família Salicaceae (à qual também<br />

pertence o salgueiro), característica das florestas boreais, mas que se encontra em regiões<br />

mais temperadas, muitas vezes ao longo de rios ou em zonas pantanosas. As folhas são<br />

alternas e caducas e, nalgumas espécies tornam-se amarelas antes de caírem. O choupo é<br />

monóico: as flores masculinas e femininas nascem em amentilhos separados.<br />

Estas árvores têm um sistema radicular invasivo e, por isso, não devem ser plantadas perto de<br />

casas ou canalizações, uma vez que podem causar fracturas, na sua busca de água. Estas<br />

raízes muitas vezes dão origem a novas árvores e, por essa razão, os choupos podem<br />

sobreviver a fogos intensos.


Uma das suas variedades (Populus trichocarpa) foi a primeira árvore cujo genoma foi<br />

completamente sequenciado. 93 dos 45.500 genes identificados foram associados pelos<br />

cientistas à produção de celulose e à lenhina.<br />

Principais espécies e sua distribuição<br />

• Populus secção Populus – Circumpolar, subárctico a temperado frio e nas montanhas a<br />

sul:<br />

o Populus tremula – Europa e norte da Ásia.<br />

o Populus tremuloides – América do Norte.<br />

o Populus grandidentata – Leste da América do Norte.<br />

o Populus adenopoda (Choupo chinês) – Leste da Ásia.<br />

o Populus sieboldii - (Choupo japonês) - Leste da Ásia.<br />

o Populus alba (Choupo branco) - Sul da Europa até à Ásia central.<br />

� Populus x canescens (híbrido de P. alba x P. tremula)<br />

• Populus secção Aegiros - América do Norte, Europa, oeste da Ásia; climas temperados:<br />

o Populus nigra (Choupo negro) - Europa.<br />

� Populus x canadensis (híbrido de P. nigra x P. deltoides)<br />

o Populus deltoides - Leste da América do Norte.<br />

o Populus angustifolia - Centro da América do Norte.<br />

o Populus fremontii - Oeste da América do Norte.<br />

• Populus secção Tacamahaca - América do Norte, Ásia; clima temperado frio:<br />

o Populus balsamifera (Choupo do Ontário) - Norte da América do Norte.<br />

o Populus trichocarpa – Oeste da América do Norte.<br />

o Populus laurifolia - Ásia central.<br />

o Populus simonii – Nordeste da Ásia.<br />

o Populus maximowiczii - Nordeste da Ásia.<br />

• Populus secção Leucoides - Leste da América do Norte, leste da Ásia; clima temperado<br />

quente:<br />

o Populus heterophylla (Choupo dos pântanos) – Sueste da América do Norte.<br />

o Populus lasiocarpa – Leste da Ásia.<br />

o Populus wilsonii - Leste da Ásia.<br />

• Populus secção Turanga (choupos subtropicais) - Sueste da Ásia, África oriental; clima<br />

subtropical a tropical<br />

o Populus euphratica (Choupo do Eufrates) – Sudoeste da Ásia.<br />

o Populus ilicifolia – (Choupo do rio Tana) - África oriental.<br />

CARVALHO<br />

Carvalho é a designação comum de várias centenas de espécies de árvores do género<br />

Quercus da família Fagaceae, e outros géneros relacionados, nomeadamente Lithocarpus. O<br />

género é nativo do hemisfério norte e inclui tanto espécies caducas como perenes, que se<br />

estendem desde latitudes altas até à Ásia tropical e América. Os frutos do carvalho chamam-se<br />

bolotas.<br />

Alguns tipos de carvalho mais comuns :


• Carvalho-português ou lusitano (Quercus faginea)<br />

• Sobreiro (Quercus suber)<br />

• Azinheira (Quercus ilex rotundifolia)<br />

• Carvalho-vermelho (Quercus robur)<br />

• Carvalho-vermelho-americano (diversas espécies)<br />

• Carvalho-das-canárias (Quercus canariensis)<br />

• Carvalho-negral (Quercus pirenaica)<br />

CASTANHEIRO - Castanea sativa<br />

Castanheiro, castanheira, castanheiro-bravo, castanheira portuguesa(no Brasil), castinheiro ou<br />

castiro (na Galiza) (Castanea sativa Mill.; Fagaceae): É uma árvore de grande porte, muito<br />

abundante no interior Norte e Centro de Portugal, cujo fruto, a castanha, formou juntamente<br />

com o trigo, cevada e centeio a base da alimentação em Portugal até ao século XVII. No Sul é<br />

extremamente rara, apenas aparecendo em áreas muito elevadas como as Serras de S.<br />

Mamede - Marvão. O castanheiro produz também madeira de excelente qualidade, o castanho.<br />

Desde tempos remotos que é conhecida na Península Ibérica. Alberto Sampaio, referindo-se à<br />

alimentação do camponês nortenho na Idade Média, diz: «Os frutos, sobretudo as castanha,<br />

encontravam-se num dia ou noutro na mesa do lavrador». As castanhas menores e tocadas<br />

pelos bichos serviam de ração para porcos. A partir da Idade Média, a introdução do pinheiro<br />

bravo (Pinus pinaster) foi um dos grandes responsáveis pelo recuo desta espécie, bem como<br />

do carvalho. Mais tarde, a introdução do milho e da batata fizeram a castanha perder a<br />

importância que tinha na alimentação da população.<br />

Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao magusto,<br />

sendo consumida durante o Outono, normalmente assada ou cozida. Apesar da a planta se<br />

encontrar em declínio, devido à concorrência de outras espécies florestais, à doença da tinta e<br />

ao abandono dos campos, o seu fruto ainda é uma exportação agrícola portuguesa importante.<br />

CEREJEIRA<br />

Cerejeira é o nome dado a várias espécies de árvores, algumas frutíferas, outras produtoras de<br />

madeira nobre. Estas árvores classificam-se no sub-género Cerasus incluído no género Prunus<br />

(Rosaceae). Os frutos da cerejeira são conhecidos como cerejas, algumas delas comestíveis. A<br />

cerejeira foi introduzida na Europa, sendo que é uma planta originária da Ásia.


As cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo o<br />

vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis. A cereja-doce, de polpa macia e<br />

suculenta, é servida ao natural, como sobremesa. A cereja-ácida, de polpa bem mais firme, é<br />

usada na fabricação de conservas, compotas e bebidas licorosas, como o Kirsch, o Cherry e o<br />

Marasquino. As cerejas contém proteínas, cálcio, ferro e vitaminas A, B, e C. Quando<br />

consumida ao natural, tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é<br />

muito rica em tanino, consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo<br />

aconselhável consumir mais de 200 ou 300 gramas da fruta por dia.<br />

O cultivo da cerejeira é realizado em regiões frias. Necessitam de 800 a 1000 horas de frio para<br />

que possam produzir satisfatoriamente em áreas com Invernos e chuvas.<br />

Entre as espécies deste gênero estão:<br />

• Prunus apetala<br />

• Prunus avium - cereja-doce<br />

• Prunus campanulata<br />

• Prunus canescens<br />

• Prunus cerasus - cereja-ácida<br />

• Prunus concinna<br />

• Prunus conradinae<br />

• Prunus dielsiana<br />

• Prunus emarginata<br />

• Prunus fruticosa<br />

• Prunus incisa<br />

• Prunus litigiosa<br />

• Prunus mahaleb<br />

• Prunus maximowiczii<br />

• Prunus nipponica<br />

• Prunus pensylvanica<br />

• Prunus pilosiuscula<br />

• Prunus rufa<br />

• Prunus sargentii<br />

• Prunus serrula<br />

• Prunus serrulata - (cerejeira-do-Japão)<br />

• Prunus speciosa<br />

• Prunus subhirtella<br />

• Prunus tomentosa<br />

Originária da Ásia, na cultura japonesa (chamada de Sakura) a cerejeira era associada ao<br />

samurai cuja vida era tão efémera quanto a da flor da cerejeira que se desprendia da árvore.<br />

EUCALIPTO


Eucalipto (do grego, eu + καλύπτω = "verdadeira cobertura") é a designação vulgar das várias<br />

espécies vegetais do género Eucalyptus, ainda que o nome se aplique ainda a outros géneros<br />

de mirtáceas, nomeadamente dos géneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais,<br />

árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceânia, onde constituem, de longe o<br />

género dominante da <strong>flora</strong>. O género inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da<br />

Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da<br />

Nova Guiné e Indonésia, mais uma espécie no norte das Filipinas. Adaptados a praticamente a<br />

todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da Oceânia de uma<br />

forma que não é comparável a qualquer outra espécie, noutro continente.<br />

FREIXO<br />

O freixo (Fraxinus excelsior) é uma árvore da família das Oleáceas, a mesma família a que<br />

pertence a oliveira. É uma árvore de solos frescos e profundos, de porte médio, que pode<br />

atingir cerca de 25 metros de altura. A casca tem sulcos profundos, verticais e é castanha<br />

escura acinzentada. As folhas são verdes. As flores, que não têm cálice nem corola, são em<br />

cachos, pendentes, e surgem antes do aparecimento das folhas.<br />

Uso medicinal: As folhas podem ser utilizadas em forma de chá, com muito bom gosto ao<br />

paladar e que é muito diurético, cura a gota e o reumatismo, combate a obstipação e o<br />

colesterol. A casca combate a febre e auxilia a cicatrização de feridas.<br />

PEREIRA<br />

A pêra é o fruto comestível da pereira, uma árvore do gênero Pyrus, e uma das mais<br />

importantes frutas de regiões temperadas.


Conteúdo vitamínico<br />

• Possui quantidades razoáveis de vitaminas B1, B2 e Niacina ou B12, todas do<br />

Complexo B, que regulam o sistema nervoso e o aparelho digestivo que fortifica o<br />

músculo cardíaco essenciais ao crescimento, evitam a queda dos cabelos e sanam<br />

alguns problemas de pele.<br />

• Ainda contem vitaminas A e C e sais minerais incluindo o Sódio, Potássio, Cálcio,<br />

Fósforo, Enxofre, Magnésio, Silício e Ferro<br />

• É muito apreciada por suas propriedades nutritivas e pelo delicado sabor. Ideal para<br />

regimes, devido ao seu baixo valor calórico cerca de 53 calorias por cada cem gramas<br />

de fruto, Usada em regimes alimentares, devido a sua leveza e textura e de fácil<br />

absorção pelo organismo e tratamentos cardíacos, é um bom complemento alimentício,<br />

tanto na formação dos ossos, dentes e sangue como mantêm o equilíbrio interno e o<br />

vigor do sistema nervoso.<br />

• Tem muitas fibras, por isso é boa também contra a prisão de ventre, inflamação do<br />

intestino e bexiga.<br />

PESSEGUEIRO<br />

O pessegueiro é uma pequena árvore (Prunus persica; Rosaceae), nativa da China, de folhas<br />

alternas e serreadas, flores roxas e drupas pubescentes, comestíveis e com propriedades<br />

aperitivas e digestivas. Com inúmeras variedades hortícolas; a infusão das folhas e sementes é<br />

calmante e as flores são usualmente utilizadas como laxante suave.<br />

MACIEIRA<br />

A maçã é uma das frutas mais cultivadas do mundo. A maioria das maçãs produzidas são<br />

frutos das macieiras, árvores da família Rosaceae, pertencentes ao género Malus. As<br />

variedades mais comuns são M. domestica e M. sieversii e respectivos híbridos.


A maçã foi uma importante fonte alimentícia em todos os climas frios e, provavelmente, a<br />

macieira é a árvore cultivada há mais tempo. São a espécie de fruta, à excreção dos cítricos,<br />

que pode ser conservada durante mais tempo, conservando boa parte de seu valor nutritivo. As<br />

maçãs de Inverno, colhidas no final do outono e guardadas em câmaras ou armazéns acima do<br />

ponto de congelamento, têm sido um alimento destacado durante milénios na Ásia, Europa e<br />

nos Estados Unidos (desde 1800). A Maçã cientificamente falando não é realmente um fruto, e<br />

sim um Pseudo fruto (falso fruto). A maçã é excelente para prevenir e manter a taxa de<br />

colesterol em níveis aceitáveis, através da ingestão de uma maçã por dia. Esse efeito é devido<br />

ao alto teor de pectina, encontrada na casca. Também tem um efeito acentuado para<br />

emagrecimento, pois a pectina dificulta a absorção das gorduras, da glicose e elimina o<br />

colesterol. O alto teor de potássio contido na polpa da maçã faz eliminar o sódio excedente,<br />

eliminando o excesso de água retida no corpo.<br />

A Maçã produz uma acção benéfica sobre o coração actuando de duas formas: pelo elevado<br />

teor de potássio e pela presença de pectina, que evita a deposição de gorduras na parede<br />

arterial, evitando a arteriosclerose. Por tudo isto, melhora a circulação sanguínea, reduzindo o<br />

trabalho cardíaco, prolongando a vida útil do coração. Também tem propriedades medicinais,<br />

ao ser suavemente usada como uma espécie de laxante, pois ajuda na eliminação das fezes.<br />

Ela actua da seguinte maneira: Durante a digestão ela absorve a água e durante a eliminação<br />

ela libera esta água que ficou armazenada, assim, não deixando que as fezes sequem,<br />

causando problemas posteriores como a prisão de ventre.<br />

A maça possui as seguintes vitaminas: B1,B2 e Niacina, e também contém sais minerais como<br />

Fósforo e Ferro. A maçã fermentada é utilizada para elaborar bebidas alcoólicas como a sidra<br />

asturiana, o Calvados francês e a sagardua basca. Há mais de 7.500 espécies e variedades de<br />

maçãs. As diferentes espécies encontram-se em climas temperados e subtropicais, já que<br />

macieiras não florescem em áreas tropicais, pois necessitam de um número importante de<br />

horas de frio, que é variável em função da variedade cultivada. As variedades da família da<br />

Gala, por exemplo, necessitam de um Inverno com cerca de 700 horas de frio (temperatura<br />

abaixo de 7,2oC) para terem o rendimento ideal na colheita.<br />

MARMELEIRO<br />

O Marmeleiro (Cydonia oblonga) é uma pequena árvore de até 5 metros da família das<br />

rosáceas. Nativo da Ásia e muito cultivado desde a Antiguidade, é uma árvore melífera, de<br />

folhas oblongas, flores alvas ou róseas, frutos amarelos, utilizados no preparo de doces e<br />

compotas, e sementes utilizadas como antidiarreico. Também é conhecido pelos nomes de<br />

marmeleiro-da-europa, marmelo e pereira-do-japão. Do marmeleiro também se extrai a vara de<br />

marmelo, instrumento de punição bastante usado no passado, mas actualmente em desuso.<br />

OLIVEIRA


A oliveira é conhecida cientificamente como Olea europaea L., família Oleaceae. São árvores<br />

baixas de tronco retorcido nativas da parte oriental do Mar Mediterrâneo. De seus frutos, as<br />

azeitonas, os homens no final do período neolítico aprenderam a extrair o azeite. Este óleo era<br />

empregado como unguento, combustível ou na alimentação, e por todas estas utilidades,<br />

tornou-se uma árvore venerada por diversos povos.<br />

A civilização minoana, que floresceu na Ilha de Creta até 1500 a.C., prosperou com o comércio<br />

do azeite de oliva, que eles primeiro aprenderam a cultivar. Já os gregos, que possivelmente<br />

herdaram as técnicas de cultivo da oliveira dos Minóicos, associavam a árvore à força e à vida.<br />

A oliveira é também citada na Bíblia em vários passagens, tanto a árvore como seus produtos.<br />

Há de se fazer nota ainda sobre a longevidade das oliveiras. Estima-se que algumas das<br />

oliveiras presentes em Israel nos dias actuais devam ter mais de 2500 anos de idade, e<br />

possivelmente presenciaram a passagem de Jesus Cristo por aquelas terras.<br />

PINHEIROS - Pinus pinea<br />

Os Pinheiros são árvores pertencentes à divisão Pinophyta, tradicionalmente incluída no grupo<br />

das gimnospérmicas. Este artigo refere-se apenas às plantas do género Pinus, da família<br />

Pinaceae.<br />

São nativos a maioria do Hemisfério Norte. Na América do Norte, variam do Árctico sul à<br />

Nicarágua e Hispaniola, com diversidade mais alta no México e na Califórnia. Na Eurásia, eles<br />

ocorrem desde Portugal e leste da Escócia até o extremo oriental da Extremo Oriental da<br />

Rússia, Japão, e as Filipinas, e norte da África, o Himalaias e o Sudeste da Ásia, com uma<br />

espécie formando a floresta de coníferas tropical e subtropical, o (Pinheiro de Sumatra) que já<br />

cruzou o Equador em Sumatra. Os pinheiros são também plantados extensivamente em muitas<br />

partes do Hemisfério Sul.<br />

No Brasil também são chamados pinheiros espécies que na verdade não fazem parte da família<br />

Pinaceae, como a Araucária (Araucária angustifolia), mais conhecida como pinheiro brasileiro.<br />

Este pertence a família Araucariaceae, que é pequena e nativa apenas do hemisfério sul.<br />

Abrange dois gêneros somente: o Agathis, (natural da Austrália) e o Araucaria (que aparece no<br />

Chile, Argentina e sul-sudeste do Brasil, em regiões de altitude elevada, ou seja, acima de 500<br />

m.<br />

Os pinheiros são plantas perenes e também produzem resinosos. A casca da maioria dos<br />

pinheiros é grossa e escamosa, mas em algumas espécies é escamosa. Os brotos são<br />

produzidos em inflorescências regulares, que de fato são uma espiral muito apertada<br />

aparentando um anel de brotos que surgem do mesmo ponto. Muitos pinheiros são uninodal,<br />

produzindo apenas um verticilo de brotos por ano, (de rebentos no início da época de <strong>flora</strong>ção),<br />

mas outros são multinodal, produzindo dois ou mais verticilos de ramos por ano. Na primavera<br />

os brotos são denominados "velas" porque de cor mais clara, apontam para cima e depois


escurecem e arrepiam. Estas "velas" servem para o ( foresters ) avaliar a fertilidade do solo<br />

e/ou o vigor das árvores.<br />

Os pinheiros têm quatro tipos de folhas. As mudanças começam com (1) um verticilo de 4-20<br />

folhas de sementes (cotiledôneas), seguida imediatamente de (2) folhas juvenis em plantas<br />

jovens, com 2-6 cm de comprimento, simples, verdes ou verdes azuladas, arranjadas em<br />

espiral no broto. Estes são substituídos depois de seis meses a cinco anos por (3) folhas<br />

protectoras, similares a balanças, pequenas, pardas e não-fotosintéticas, arranjadas como as<br />

folhas juvenis; e (4) as folhas adultas ou agulhas, verdes, (fotossintéticas), enfeixadas em<br />

grupos (fascículos) de (1-) 2-5 (-6) agulhas, cada fascículo é produzido a partir de um pequeno<br />

rebento de um ramo lateral no eixo de uma folha protectora. Estes rebentos protectores<br />

permanecem muitas vezes nos fascículos como protecção básica. As agulhas persistem<br />

durante 1.5-40 anos, dependendo das espécies. Se um broto ficar danificado (comido por um<br />

animal, p.ex.), os fascículos de agulhas imediatamente abaixo do danificado irão gerar um<br />

rebento que poderá então substituir o anterior.<br />

Os pinheiros são monóicos, ocorrendo cones masculinos e femininos na mesma árvore. Os<br />

cones machos são pequenos, com 1 a 5 cm de cumprimento, e apenas presentes num curto<br />

período (usualmente na primavera ou no outono para outros poucos pinheiros), caindo assim<br />

que seu pólen se disperse. Os cones femininos levam de 1,5 a 3 anos (dependendo da<br />

espécie) para amadurecer e, depois da polinização, a fertilização pode demorar mais um ano.<br />

Na sua maturidade os cones femininos têm de 3 a 60 cm de cumprimento. Cada cone tem<br />

numerosas folhas protectoras arranjadas em espiral, contendo cada uma duas sementes<br />

férteis. As folhas protectoras mais próximas à base do cone são pequenas e estéreis, sem<br />

sementes. A maioria das sementes é pequena e alada para serem dispersadas pelo vento<br />

(anemophilous), mas algumas são maiores e possuem apenas uma asa vestigial sendo então<br />

dispersadas pelos pássaros (ver abaixo). A maturidade do cone é usualmente alcançada<br />

quando ele se abre liberando as sementes, mas nas espécies semeadas por pássaros (e.g.<br />

Whitebark Pine ou Scrub Pine Pinus albicaulis), será necessário que o pássaro quebre o<br />

receptáculo do cone para abri-lo. Em outras, que dependem de incêndios florestais, uma<br />

grande quantidade de cones depositada ao longo dos anos é aberta pelo fogo no mesmo<br />

incêndio que destrói a árvore-mãe, e assim repovoa a floresta.<br />

Os pinheiros se desenvolvem bem em solo ácido e alguns também em solo calcáreo; a grande<br />

maioria requer um solo bem drenado ou seja prefere solos mais arenosos, mas uns poucos,<br />

como por exemplo o Lodgepole Pine (Pinus contorta) são tolerantes à reduzida drenagem e a<br />

encharcamento do solo. Alguns poucos estão aptos a re-brotarem após incêndios florestais,<br />

como por exemplo o Canary Island Pine (Pinus canariensis), e outros, como por exemplo<br />

Bishop Pine (Pinus muricata), necessitam do fogo para regenerar e suas populações, que<br />

declinam vagarosamente em regime de supressão de incêndios. Várias espécies estão<br />

adaptadas às condições climáticas extremas impostas pelas elevadas latitudes, por exemplo:<br />

Siberian Dwarf Pine, Mountain Pine, Whitebark Pine e o bristlecone pines.<br />

As sementes são comummente espalhadas por pássaros e esquilos. Alguns pássaros,<br />

notadamente Spotted Nutcracker (Nucifraga caryocatactes), Clark's Nutcracker (Nucifraga<br />

columbiana) e Pinyon Jay (Gymnorhinus cyanocephalus), são importantes na distribuição de<br />

sementes de pinheiro em novas áreas onde eles possam crescer.<br />

O pinheiro é a espécie comercialmente mais importante para a produção de madeira nas<br />

regiões temperadas e tropicais do planeta. Muitos deles são utilizados como matéria-prima para<br />

a produção da celulose, que é empregada na produção de papel. Isso porque o pinheiro é uma<br />

madeira leve, que possui um rápido crescimento. Além disso ele também pode é plantado com<br />

uma grande densidade populacional e a queda de suas folhas (acículas) produz um efeito<br />

alelópatico em plantas de outras espécies ou seja as folhas inibem o crescimento de outras<br />

plantas (denominadas de plantas daninhas nas florestas plantadas), o que provoca uma<br />

redução na competição por água, luz e nutrientes nas florestas de pinheiros. Um exemplo típico<br />

é o da Pinheiro radiata (Pinus radiata D. Don).<br />

A resina de algumas espécies é importante fonte de breu do qual se extrai terebintina e outros<br />

óleos essenciais. Algumas espécies têm sementes comestíveis que se podem cozinhar ou<br />

assar. Algumas espécies são usadas como árvores de natal e suas pinhas e ramos são


largamente usados em decorações natalícias. Muitos pinheiros são também usados como<br />

plantas ornamentais em parques e jardins. Uma grande quantidade de espécies anãs é<br />

cultivada para plantio em jardins residenciais.<br />

Os pinhais plantados sempre sofrem acentuado risco de incêndio por causa da camada de<br />

acículas secas que se acumulam no solo e porque a árvore possui grande quantidade de resina<br />

a ponto de seu material ser explosivo em determinadas condições.<br />

SALGUEIRO<br />

Salgueiro é o nome comum das plantas do Género Salix, Família Salicaceae. O nome de Salix<br />

parece proceder do celta e quereria dizer: próximo da água. É um género com centenas de<br />

espécies distribuídas em climas temperados e frios. Terão aparecido apenas na Era terciária.<br />

Inclui plantas de porte muito diverso desde arbustos e pequenas plantas rastejantes, até<br />

árvores de porte considerável. Nos parques e jardins é muito comum o salgueiro chorão (Salix x<br />

chrysocoma, Dode), árvore de ramos longos e pendentes que é um híbrido do salgueiro branco<br />

(Salix alba, L.), muito comum na Europa, com uma espécie oriental (Salix babylonica, L.). Em<br />

Portugal, além do salgueiro-branco, existem outras espécies de salgueiro nativas como o<br />

salgueiro negro (Salix atrocinerea, Brot.). Os salgueiros são das árvores mais características da<br />

beira dos rios e dos seus ramos preparam-se os vimes que tanta importância tiveram<br />

tradicionalmente na cestaria e na produção de mobiliário artesanal. Já na Bíblia mencionada<br />

como uma árvore de beira-rios ( Salmos 137) o salgueiro sempre teve um impacto nas culturas<br />

que cresceram em zonas com mata ripícola.<br />

A casca do tronco pode ser usada para produção de aspirina; é aliás do nome latino do<br />

salgueiro, Salix, que deriva o nome do ácido acetilsalicílico.<br />

Desde sempre que o seu potencial ornamental tem sido valorizado pelo ser humano. Na China,<br />

tem, também, sido cultivado com finalidade de proteger áreas agrícolas, como no deserto do<br />

Gobi, onde serve de barreira aos ventos do deserto.<br />

Na China era símbolo da imortalidade porque cresce ainda que seja plantada ao contrário.<br />

Ainda hoje, na China, decoram-se as portas das casas com folhas de salgueiro, durante o<br />

solstício de verão. Para alcançar a imortalidade os ataúdes cobriam-se de folhas de salgueiro.<br />

Ainda hoje, nas cerimónias fúnebres, o ataúde vai acompanhado de um ramo de salgueiro com<br />

bandeirinhas penduradas. Chama-se Lieu-tsing, ou bandeira de salgueiro. Os imperadores<br />

ofereciam aos seus cortesãos, durante o dia de Changki, ramas de salgueiro e diziam estas<br />

palavras: "Levai-as para evitar as miasmas envenenadas ou as pestilências". Atribuíam-lhe,<br />

entre outras faculdades, a de curar as chagas (fervendo as folhas na água).<br />

ULMEIRO


Os ulmeiros são árvores de várias espécies do gênero Ulmus, família Ulmaceae. São grandes<br />

árvores nativas na Europa (sobretudo Ulmus minor, nativo da Península Ibérica), alcançando os<br />

30 metros de altura. Possuem folhas alternas, denteadas, plissadas, com a base inequilátera.<br />

As flores são diminutas, arranjadas em glomérulos axiais, que dão origem a frutos secos e<br />

alados. Sua madeira é empregada para vários fins, principalmente para a fabricação de móveis,<br />

pequenas obras de marcenaria e pela indústria naval.<br />

MEDRONHEIRO<br />

O Medronheiro (Arbutus unedo L.; Ericaceae) é uma árvore frutífera e ornamental portuguesa<br />

que também é conhecida pelos nomes de Érvodo, Ervedeiro, Ervado, Ervedo ou Êrvedo. Ela<br />

tem normalmente um crescimento do tipo arbustivo até uma altura de aproximadamente 5<br />

metros com ramos erectos, que brotam do tronco a partir de 0,50 metros do solo e são também<br />

bastante espaçados entre si.<br />

A copa do medronheiro é arrendondada com folhas persistentes de formato elíptico que<br />

assumem uma coloração verde-escura semelhante à do Sobreiro, e também possuem um<br />

brilho ceroso na face superior.<br />

As flores desta árvore da cor branca ou levemente rosadas são muito decorativas. Logo, ela é<br />

considerada uma planta ornamental. Além disso, o medronheiro produz frutos comestíveis,<br />

bastante apreciados sobretudo no Sul de Portugal, onde são usados na produção de licores e<br />

aguardentes destiladas do tipo licor de medronho.<br />

AMENDOEIRA


A amendoeira (Amygdalus communis L.) é cultivada desde a Antiguidade na Ásia e foi<br />

introduzida na Europa pelos Gregos nos séculos V e VI a. C.<br />

Adapta-se a quase todos os tipos de solos, mas apresenta um maior desenvolvimento<br />

vegetativo nos de textura franca ou ligeiramente arenosos com cálcio e profundos. Vegeta em<br />

terrenos pedregosos, onde as camadas de pedra alternem com camadas de terra para que as<br />

raízes possam penetrar, o que favorece a resistência à secura.<br />

Relativamente ao clima, esta espécie resiste às fortes geadas de Inverno, às altas<br />

temperaturas de Verão e às secas prolongadas.<br />

Prefere os locais arejados, não devendo ser plantada em vales, mas em encostas abrigadas<br />

dos ventos frios.<br />

É sensível às geadas tardias da Primavera.<br />

CARRASCO<br />

Taxonomia<br />

O Carrasco (Quercus coccifera) pertence à ordem Fagales e família Fagacea, sendo uma<br />

folhosa, ou seja uma angiospérmica dicotiledónea.<br />

Características morfológicas<br />

Geralmente apresenta-se na forma arbustiva, com uma altura de cerca de 2 m, mas atinge<br />

excepcionalmente o porte arbóreo, existindo exemplares com 8 e 12 m de altura. As folhas<br />

persistentes, sempre verdes (verde intenso e brilhante), são geralmente rígidas, de forma<br />

ovada a lanceolada, com a margem serrada a dentada e espinhosa. A glande (bolota) tem um<br />

pedúnculo curto e uma cúpula com escamas salientes, ou mesmo espinhosas, e é a bolota


mais globosa relativamente a bolotas de outras quercíneas. Floresce entre Abril e Maio e<br />

frutifica em Agosto do ano seguinte.<br />

Ocorrência<br />

É uma espécie comum a toda a região mediterrânica, sendo apontada como uma espécie típica<br />

da região. Em Portugal tem ocorrência espontânea no Centro e Sul.<br />

Preferências ambientais<br />

O Carrasco prefere os climas quentes e secos, característicos da região mediterrânica, e<br />

adapta-se bem a solos pobres e secos, especialmente no caso dos solos calcários. É uma<br />

espécie de luz, intolerante ao ensombramento, pelo que aparece nas zonas ensolaradas e<br />

secas, sendo uma espécie muito xerófila. Embora se adapte a precipitações que variam entre<br />

os 200 e 1 500 mm, é mais frequente nas regiões com precipitação entre os 400 e os 800 mm.<br />

Nos ambientes mesomediterrânicos, com substrato calcário, aparecem geralmente exemplares<br />

com porte arbóreo, como é o caso da Serra da Arrábida.<br />

O carrasco no ecossistema<br />

A importância do Carrasco no ecossistema varia bastante, podendo ser a espécie climácica nos<br />

típicos matorrais mediterrânicos, ou apenas a representante de uma série de sucessão<br />

ecológica. De uma maneira geral, nos ecossistemas que domina com a forma arbustiva, cobre<br />

cerca de 75% da área e impede o desenvolvimento de substratos herbáceos bem constituídos.<br />

Com porte arbóreo, aparece muitas vezes associado com outras árvores, destacando-se a<br />

Azinheira, com a qual hibrida regularmente.<br />

Para além de se adaptar bem a regiões pobres, secas e pedregosas, a sua grande vantagem<br />

competitiva deve-se à facilidade e rapidez com que utiliza a reprodução vegetativa após um<br />

fogo ou ataques de herbívoros.<br />

O carrasco e o fogo<br />

As espécies de quercíneas arbustivas, como o Carrasco, estão melhor adaptadas à ocorrência<br />

de fogos intensos e frequentes do que as espécies arbóreas, produzindo bolotas em ramos<br />

com apenas 3 anos e vegetando com mais vigor sob a grande insolação que surge após a<br />

abertura do coberto pelo fogo. O Carrasco rebenta vigorosamente, especialmente das raízes,<br />

ao longo da sua vida, e mesmo após repetidos fogos continua a fazê-lo, a não ser nos casos<br />

em que o empobrecimento do solo seja excessivo, onde as populações de menor qualidade<br />

começam a degenerar. Nos primeiros anos após um fogo, o Carrasco é a espécie arbustiva<br />

dominante nas regiões onde ocorre espontaneamente.<br />

Utilidades<br />

O Carrasco é tipicamente utilizado para separar terrenos agrícolas, formando densas sebes.<br />

O carrascal tem grande importância ao nível da cinegética, proporcionando bons refúgios para<br />

as perdizes, coelhos, lebres, entre outras espécies, e importância para a conservação da<br />

biodiversidade. Nos terrenos empobrecidos, pode ser essencial para a protecção dos solos,<br />

especialmente nas zonas sujeitas a repetidos fogos ou intenso pastoreio, onde tem grande<br />

capacidade de resistir, relativamente a outras espécies. Devido às suas folhas espinhosas e<br />

recortadas e à facilidade em rebentar nova e continuamente, resiste bem à herbivoria.<br />

A madeira do Carrasco é semelhante à da Azinheira, de boa qualidade, muito sólida, dura e<br />

pesada, mas devido à dimensão reduzida não tem praticamente nenhum aproveitamento.<br />

Contudo, as raízes mais grossas são muitas vezes utilizadas para a produção de carvão e,<br />

eventualmente, para lenha.<br />

Relativamente à bolota, ela pode ter algum valor para o pastoreio, especialmente para as<br />

cabras e para os animais silvestres, particularmente no caso dos cervídeos, mas não tem a<br />

qualidade das bolotas de outras quercíneas, pois são muito amargas.


Estas bolotas tostadas chegaram a ser utilizadas para falsificar o café, e picadas para mascarar<br />

vinhos adulterados.<br />

LÓDÃO<br />

Árvore caducifólia, robusta de porte mediano que pode atingir 30 m de altura. Copa<br />

arredondada, ampla e muito ramosa, com ramos erectos e raminhos pubescentes, delgados e<br />

um pouco pendentes. O fuste é grosso, direito, com casca lisa e cinzenta.<br />

FOLHAS:<br />

Simples, alternas, caducas, limbo lanceolado, peninérveo, com três nervuras basilares,<br />

assimétricas na base e ápice longamente acuminado curvado e afilado; têm a margem<br />

finamente serrada quase desde a base; com um comprimento de 7 a 15 cm e 5 cm de largo;<br />

são verde-escuras e ásperas na página superior, verde-acinzentado e pubescentes na inferior.<br />

FLORES:<br />

Floração entre Abril e Maio. As flores amarelas esverdeadas e sem pétulas, hermafroditas ou<br />

masculinas, pequenas, solitárias sobre longos pedúnculos, nascem da axila das folhas ao<br />

mesmo tempo que estas sobre os novos ramos, têm um cálice com 4-5 sépalas que envolvem<br />

cada uma, um estame de antera amarelada; as sépalas são alongadas e livres; as<br />

hermafroditas suportam no centro um pistilo ovado que termina em dois estigmas divergentes.<br />

FRUTOS:<br />

O fruto que é uma drupa esférica, liso e glabro, mas rodeada de pêlos na base, tem um longo<br />

pedúnculo que parte do interior do pecíolo da folha, primeiro verde, depois amarelado ou<br />

avermelhado e finalmente roxo negro na maturação entre Setembro e Outubro; permanece<br />

seguidamente na árvore até ao Inverno e cuja polpa é comestível. A drupa contém uma<br />

só semente de 6-8 mm de diâmetro, subglobosa e acastanhada.<br />

CASCA:<br />

Quase lisa, com pequenas saliências nos exemplares mais velhos e de cor cinzenta-clara ou<br />

esbranquiçada, muito característica.<br />

ECOLOGIA:<br />

Espécie meridional de plena luz que aprecia o calor, suporta climas com períodos estivais<br />

secos, pluviosidade baixa e possui boa resistência ao vento. Pouco exigente quanto ao solo,<br />

aceita-os pobres em húmus, de húmido a seco e pH ácido ou neutro, mas suporta bem os<br />

calcários. Cresce até 1200 m de altitude.


No entanto, o lódão-bastardo ou agreira, encontra condições óptimas sobre solos ricos e<br />

húmidos, como as margens dos rios e os prados húmidos.<br />

Propaga-se por semente, (necessita certas condições para germinar), por estacas e rebenta<br />

bem de raíz e de touça.<br />

Crescimento lento; vive em média 200 anos podendo chegar aos 600 anos.<br />

Frutifica a partir dos....<br />

DISTRIBUIÇÃO:<br />

Originária do Sul da Europa, Norte de África e Sudoeste da Ásia. Frequente no Sul da<br />

Península Ibérica, é espontânea no centro e sul de Portugal.<br />

UTILIZAÇÃO:<br />

Hoje é essencialmente uma árvore ornamental de grande beleza, cultivada um pouco por<br />

todo o lado como árvore de arruamento, praças e jardins, fim para o qual tem boas<br />

características, embora de crescimento lento.<br />

A sua madeira é muito elástica de grão fino, flexível, compacta, resistente, pesada, clara<br />

branco-amarelada e acinzentada no centro, boa para para marcenaria e para tornear. No<br />

passado serviu no fabrico de peças relacionadas com a agricultura: aros destinados às cubas,<br />

peças de carretaria..., e no fabrico de carvão. As suas folhas e rebentos podem servir de<br />

forragem durante o Inverno.<br />

Oferece uma excelente protecção dos solos, nomeadamente aqueles com fortes declives<br />

devido ao seu denso sistema de raízes.<br />

A casca da agreira produz uma substância que se usa como corante amarelo na<br />

indústria têxtil.<br />

A Agreira é também chamada ginginha-de-rei, pois os seus frutos são pequenas bagas<br />

comestíveis, embora com pouca polpa, do tamanho de uma ervilha, que quando maduras são<br />

roxo negro, o que as torna semelhantes à ginja, daí o nome de ginginha-de-rei.<br />

Resistente à poluição urbana<br />

CORNALHEIRA (Terebinto)<br />

Divisão - Spermatophyta<br />

Subdivisão - Magnoliophytina (Angiospermae)<br />

Classe - Magnoliatae (Dicotyledoneae)<br />

Subclasse - Rosidae<br />

Ordem - Rutales<br />

Família - Anacardiaceae<br />

Espécie Pistacia terebinthus Descritor L.<br />

Distribuição Geral - Região mediterrânica, N África e SW Ásia<br />

Habitat - Matagais<br />

Época de Floração - Abril – Maio<br />

É um arbusto típico da orla mediterrânea. Geralmente não supera os 5 metros de altura. Possui<br />

um intenso odor de resina. Vegeta facilmente num terreno árido e calcário.


SOBREIRO<br />

O sobreiro (Quercus suber L.; Fagaceae) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul<br />

da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça.<br />

É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extracção da<br />

cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir nova<br />

camada de "casca" (súber) com idêntica espessura a cada 9 - 10 anos, período após o qual é<br />

submetida a novo descortiçamento. O sobreiro também fazia parte da vegetação natural da<br />

Península Ibérica, sendo espontâneo em muitos locais de Portugal e Espanha, onde constituía<br />

antes da acção do Homem frondosas florestas em associação com outras espécies,<br />

nomeadamente do género Quercus.<br />

A finalidade dessa cortiça é o fabrico de isolantes térmicos e sonoros de aplicação variada, mas<br />

especialmente na produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos.<br />

Portugal é o maior produtor mundial de cortiça.<br />

As folhas do sobreiro medem 2,5 a 10 cm por 1,2 a 6,5 cm, e são de cor verde escura e sem<br />

pelos. Têm forma denticular, uma nervura principal algo sinuosa e 5 a 8 pares de nervuras<br />

secundárias.<br />

O fruto, como em outros carvalhos (Quercus spp.) é a bolota, também conhecida por lande ou<br />

ainda (mais correctamente) glande.<br />

Distribui-se essencialmente pela Península Ibérica e por alguns locais mais húmidos do Norte<br />

de África. Em Portugal predomina a Sul do rio Tejo, surgindo naturalmente associado: ao<br />

Pinheiro-Bravo nos terrenos arenosos da Península de Setúbal, Vale do Sado e litoral<br />

sotavento algarvio; à azinheira (Quercus ilex) nalgumas regiões do interior alentejano, zona<br />

nascente da serra algarvia, Tejo Internacional e Douro Internacional; ao carvalho-cerquinho<br />

(Quercus faginea) na Estremadura, Alentejo Litoral e Monchique; ao carvalho-das-canárias<br />

(Quercus canariensis) na região de Odemira-Monchique; ao carvalho-negral (Quercus<br />

pirenaica) em alguns pontos da Beira Interior e Alto Alentejo, como as Serras da Malcata, São<br />

Mamede e Ossa. Surge ainda em alguns pontos de clima atlântico com pluviosoidades<br />

extremamente elevadas, como na Serra do Gerês, onde predomina nas encostas mais<br />

soalheiras.<br />

O sobreiro é uma espécie que requer humidade e solos relativamente profundos e férteis,<br />

embora também tolere temperaturas altas e períodos secos de três a quatro meses típicos do<br />

clima do Sul de Portugal. Nas regiões a sul do Tejo o sobreiro comporta-se como uma espécie<br />

de folhagem persistente e possui folhas mais pequenas, rijas e escuras; quando surge nas<br />

regiões do Norte do país, onde é menos frequente, tem um comportamento ligeiramente<br />

marcescente, e folhas maiores, mais finas e claras.<br />

De uma forma geral, em Portugal o sobreiro predomina no Alentejo Litoral, Península de<br />

Setúbal, Baixa Estremadura, serras algarvias (com excepção das regiões próximas do<br />

Guadiana) e parte do Ribatejo, tendo núcleos dispersos no resto do país.<br />

AMOREIRA


A amoreira (Morus sp.; Moraceae) é uma árvore natural da China que dá o fruto conhecido por<br />

amora.<br />

É uma árvore de porte médio que pode atingir cerca de 4 a 5 metros de altura, possui casca<br />

ligeiramente rugosa, escura e copa grande. As folhas têm coloração mais ou menos verde, com<br />

uma leve pilosidade que as torna ásperas. As flores são de tamanho reduzido e cor brancoamarelada.<br />

As amoreiras crescem bem em todo o Brasil e apresentam crescimento rápido,<br />

adaptando-se a qualquer tipo de solo, preferindo os túmidos e profundos. Frutifica de Setembro<br />

a Novembro.<br />

As amoras são frutos pendentes, de coloração vermelho-escura, quase preta, quando maduros,<br />

com polpa vermelho-escura comestível. A coloração de seus frutos varia de acordo com a<br />

espécie à qual pertencem e conforme o seu grau de maturação.<br />

As espécies de amoreira mais cultivadas são<br />

• Morus rubra, que produz a amora-vermelha<br />

• Morus alba, amora-branca e<br />

• Morus nigra, amora-preta<br />

Originárias da Ásia, as amoreiras foram, provavelmente, introduzidas na Europa por volta do<br />

século XVII. No Brasil, a amoreira - em especial a negra - cresce bem em toda parte, podendo<br />

ser encontrada de forma subespontânea em praticamente todas as regiões do país.<br />

Se a amoreira-branca é a preferida na criação do bicho-da-seda, que se alimenta de suas<br />

folhas, a amoreira-negra costuma ser a preferida para o consumo alimentar humano, pelo sabor<br />

mais pronunciado de seus frutos que são, também, mais volumosos. Além disso, a amoreiranegra<br />

é árvore de características ornamentais pois, apesar de não alcançar muita altura, sua<br />

copa, de folhas abundantes, proporciona boa sombra.<br />

Todas as amoras são ricas em vitamina C e caracterizam-se por sua forma típica, gerada a<br />

partir do agrupamento de vários e minúsculos frutos que se unem formando uma polpa rica em<br />

água e açúcar. As amoras são geralmente consumidas ao natural e podem ser servidas<br />

também com creme de chantilly; são igualmente deliciosas quando utilizadas no preparo de<br />

tortas, sorvetes, compotas, geleias, doces cristalizados ou em massa, ou transformadas em<br />

vinhos, licores e xaropes.<br />

FIGUEIRA


As figueiras são normalmente árvores, embora algumas espécies não cresçam muito e<br />

permaneçam como arbustos, outros tenham hábito trepador, e haja até espécies rasteiras. Em<br />

todos os casos são plantas lenhosas, muitas com caule de forma irregular, ou escultural, com<br />

raízes adventícias e superficiais. As folhas são alternas, usualmente providas de látex. As flores<br />

são diminutas, unissexuais, reunidas em inflorescências especiais denominadas sincônio, que<br />

consiste em um receptáculo fechado, com as flores inseridas no lado de dentro, e um orifício de<br />

saída no ápice, ou ostíolo. Os frutos são aquênios que amadurecem dentro do próprio sincônio -<br />

quando este pode então ser chamado de figo.<br />

As principais diferenças entre as espécies se dão pelo porte, forma do caule, forma, textura e<br />

consistência das folhas, cor, textura e forma dos sincônios. Há 4 subgêneros de Ficus<br />

separados entre si por características microscópicas em suas pequenas flores, e pela<br />

ocorrência de plantas unissexuais ou hermafroditas.<br />

As figueiras possuem um dos sistemas de reprodução mais curiosos da natureza. Suas flores,<br />

encerradas nos sincônios, não têm contacto directo com o ambiente externo, de forma que o<br />

pólen não pode ser transferido de uma planta a outra espontaneamente.<br />

Há uma série de espécies de vespas minúsculas que se aproveitam da protecção do sincônio<br />

para depositar seus ovos. Elas procuram sincônios cujas flores femininas estejam maduras, e<br />

depositam seus ovos em seus ovários, de modo que as larvas, ao eclodir, se alimentarão das<br />

sementes. Quando atingem a fase adulta, os machos rapidamente fecundam as fêmeas e<br />

morrem (sem jamais terem saído dos figos). As fêmeas então procuram sair pelo ostíolo,<br />

escalando as paredes internas do sincônio. É neste momento que as flores masculinas estão<br />

maduras, de modo que depositam seu pólen sobre as fêmeas antes destas ganharem a<br />

liberdade. As fêmeas então repetirão seu ciclo, buscando um sincônio com flores femininas<br />

para depositar seus ovos, e ao mesmo tempo fertilizar as flores que não serão inoculadas.<br />

Algumas espécies de figueiras só produzem figos com flores masculinas ou femininas. Neste<br />

caso, é comum os sincônios "masculinos" apresentarem flores femininas estéreis, incapazes de<br />

produzir sementes, mas que ainda assim servirão de alimento às larvas das vespas,<br />

assegurando que o processo acima descrito ocorra.<br />

MELISSA<br />

AROMÁTICAS E MEDICINAIS


A Melissas é uma planta herbácea vivaz, com aspecto agradável, cujo porte e as folhas<br />

lembram um pouco a Urtiga Europeia.<br />

A parte mais representativa desta planta encontra-se no sistema de folhas.<br />

Esta planta tem preferência pelo calor moderado, por uma humidade branda, crescendo em<br />

locais onde existe um pouco de sombra, principalmente no Oriente ou em sua parte<br />

mediterrânea.<br />

Aquecedora, refrescante, mas sobretudo vivificante, a melissa age menos no metabolismo do<br />

que nos processos rítmicos, pois sua natureza é tipicamente foliar.<br />

Favorece as regras, a concepção, acalma as excitações sexuais. Possui também um efeito<br />

meio tónico, meio lenitivo, anti-espasmódico e combate as fermentações no tracto digestivo:<br />

age contra as náuseas e o desejo de vomitar. Além disso, ela estende a sua acção mais a<br />

fundo no sistema rítmico: actua nas palpitações do coração, neuroses cardíacas e na angina de<br />

peito.<br />

MACELA/CAMOMILA<br />

Alfazema ou Lavanda<br />

Nome científico: Matricaria chamomilla<br />

Sinónimos botânicos: Chamomilla vulgaris Gray, Chrysanthemum chamomilla (L.) Bernh.,<br />

Matricaria kochiana Sch. Bip., Matricaria recutita var. kochiana (Sch. Bip.) Greuter<br />

Nome comum: Camomila<br />

Nomes populares: Camomila-comum, Macela-nobre,Camomila-vulgar,Camomila-da-alemanha.<br />

Família: Asteraceae.<br />

Origem: Europa<br />

Habitat: Prados e bermas de caminhas, regiões calcárias da Europa. Também nas zonas<br />

temperadas da Ásia ocidental, norte de África, América e Austrália.<br />

História: A camomila é uma planta utilizada á muitos séculos. A sua importância era tanta que<br />

os homens sábios do Egipto antigo, entenderam que devia ser consagrada ao sol. Além dos<br />

egípcios, também os gregos e os romanos utilizavam esta planta como remédio para baixar a<br />

febre, tratar doenças hepáticas e combater as dores intestinais.<br />

Descrição: planta anual, com caule erecto, muito ramificado e pode alcançar os 70 cm de<br />

altura. A Camomila possui folhas delgadas e bem recortadas, de cor verde intenso, os folíolos<br />

são pequenos e têm forma linear. As numerosas ramas secundárias terminam num botão <strong>flora</strong>l


edondo. Dentro do disco <strong>flora</strong>l estão numerosas flores amarelas tubulares e pequenas. O<br />

receptáculo é oco e cónico. O fruto da Macela é um aquénio arredondado.<br />

As partes mais usadas desta planta são as flores e as folhas.<br />

Surpreende pela sua utilidade, além de ornamental, a Camomila produz um chá calmante e<br />

digestivo, suaviza a pele e embeleza os cabelos. Trata-se de uma das ervas mais antigas que a<br />

humanidade já utilizou. O intenso aroma despertou o interesse pela planta e antigos<br />

pesquisadores, atraídos pelo doce perfume, acabaram por descobrir várias das propriedades<br />

que tornaram a camomila tão famosa.<br />

Cultiva-se em pleno sol, solos bem drenados, argilo-arenosos e férteis; assegura a saúde das<br />

plantas ao redor, convive bem com as couves, cebolas, mentas e repolho.<br />

Sementeira: Primavera<br />

Luz: sol, meia-sombra<br />

Solos: A Camomila prefere solos calcários e permeáveis mas também cresce bem em qualquer<br />

ouro tipo de terra de jardim.<br />

Temperatura: Planta de clima temperado.<br />

Rega: regular<br />

Adubação: adubar um pouco na altura da <strong>flora</strong>ção.<br />

Floração: de Maio a Setembro<br />

Multiplicação: Semente<br />

Colheita: Os seus botões <strong>flora</strong>is podem-se colher durante todo o período de <strong>flora</strong>ção.<br />

Conservação: secar as flores de Camomila ou Macela dentro de um armário escuro ou no forno<br />

e guardá-las em recipientes herméticos e em local escuro.<br />

Partes utilizadas: capítulos secos.<br />

Propriedades: adstringente, antialérgica, calmante da pele, clareador de cabelo, digestivo,<br />

fortificante, laxante, sedativa, sudorífico. Antiinfiamatório e espasmolítico no muco gástrico e<br />

duodenal, cicatrizante, imunoestimulante, antibactérico (uso tópico). Depresor das funções<br />

musculares. Interfere na absorção do ferro e outros minerais. Componentes: alcool<br />

sesquiterpênico, alfabisabolo, azuleno, furfurale, parafina, sesquiterpeno, tanino.<br />

Indicações: acidez do estômago, aliviar dor de ouvido, catarros, cefaléias, cólica das crianças,<br />

cólica do estomago, dor, enxaqueca, espasmo, estimular a menstruação, evitar assadura,<br />

gases, gripe, inflamação (matriz da uretra, bexiga), intestino, lavagem vaginal, menstruação<br />

difícil e dolorosa, nevralgias, queimadura do sol, remover crosta na cabeça dos recémnascidos,<br />

resfriado, reumatismo, tensão pré-menstrual, úlcera, útero.<br />

Utilização Aplicações medicinais: A camomila destaca-se como uma planta de uso medicinal<br />

cujas propriedades farmacológicas assentam na ação anti-inflamatória e adstringente. Possui<br />

amplo uso na indústria de medicamentos, cosméticos e alimentos. De acordo com sua<br />

composição e atividade farmacológica a mesma pode ser utilizada na forma de infusão (chá), e<br />

quando feita a extracção do seu óleo essencial este pode ser incorporado em cremes,<br />

“champôs” e loções. Outro uso bastante frequente na tecnologia farmacêutica é a extracção<br />

alcoólica (tintura) que pode compor inúmeras fórmulas farmacêuticas. Indicada para má<br />

digestão, cólica uterina, sedativa (infusão flores ou chá da flor de camomila), para queimaduras


de sol (ajuda a refrescar a pele e evita o vermelhidão da pele), conjuntivite e olhos cansados<br />

(compressas com infusão do preparado das flores).<br />

Como chá usado diariamente diminui as dores musculares, tensão menstrual, stress e insónia,<br />

diarreia, inflamações das vias urinárias, misturado ao chá de hortelã com mel combate gripes e<br />

resfriados. Na forma de infusão é útil para o fígado, anti alérgico, para as dores reumáticas,<br />

nevralgias. Ajuda a purificar o organismo e aliviar a irritação causada pela poluição. Age como<br />

sudorífico.<br />

A parte comercializada e de maior valor para os produtores e para a indústria são os capítulos<br />

<strong>flora</strong>is secos.<br />

Cosmética: A camomila é vulgarmente utilizada para aclarar o cabelo. A planta actua<br />

progressivamente nos pigmentos capilares de forma a atribuir ao cabelo um tom mais claro,<br />

chegando mesmo ao louro natural. Existem disponíveis no mercado dezenas de champôs de<br />

camomila e ainda outras loções aclaradoras que também recorrem a este processo natural.<br />

A camomila é, igualmente, muito utilizada em cremes, devido à acção suavizadora da pele. Em<br />

determinados casos, a camomila actua na pele atribuindo-lhe luminosidade e retirando o ar<br />

seco e envelhecido.<br />

Aromaterapia: o seu óleo essencial é sedativo e anti-fúngico.<br />

Efeitos colaterais: não usar na gravidez e se tiver algum problema crónico gastrointestinal, tais<br />

como úlcera duodenal ou gástrica, refluxo do esófago, colite ulcerosa, colite espasmódica,<br />

diverticulite, diverticolose.<br />

In http://www.loja.jardicentro.pt/product_info.php?products_id=174<br />

ROSMANINHO<br />

Quem percorrer os descampados ibéricos meridionais, a sul do Minho e da "Espanha verde"<br />

(nome dado às regiões setentrionais da Galiza, Astúrias, Cantábria, País Basco... onde o clima<br />

não é mediterrânico), durante os meses de Primavera e Verão, ficará com certeza encantado<br />

com os perfumes que lhes enriquecem os ares. E para chamar-lhes "perfumes" é dispensável<br />

ter um nariz muito apurado ou um sentido poético das coisas, pois os odores que as ervas e os<br />

arbustos que aí encontramos são de facto tão intensos, tão ricos e tão unanimemente<br />

apreciados que podemos, com objectividade, dar-lhes esse nome. É difícil percorrer as serras<br />

calcárias do Oeste estremenho português sem se cheirar o tomilho ou o alecrim; difícil passar<br />

um regato sem detectar o odor da hortelã ou do poejo; impossível correr o sul do Alentejo sem<br />

que os vapores da esteva nos acalmem; e muito improvável que nas caminhadas não topemos,<br />

mais cedo ou mais tarde, com alguma espécie de rosmaninho. Dizemos "alguma espécie"<br />

porque na verdade é possível encontrar cinco espécies de rosmaninho em Portugal, embora o<br />

vernáculo as reúna sob um único nome vulgar.<br />

Segundo a nomenclatura empregue pela taxonomia botânica, todos os rosmaninhos pertencem<br />

ao género Lavandula L.. (Curiosamente, apesar de a nomenclatura botânica ser redigida em<br />

latim, e de o português ser uma língua neolatina, podemos verificar que o género Rosmarinus<br />

L., tão abundante em Portugal na espécie Rosmarinus officinalis L., recebeu o nome vernáculo<br />

de... alecrim, em lugar de rosmaninho!).


Os rosmaninhos portugueses são todos eles pequenos arbustos lenhosos, facilmente<br />

identificáveis pelo aroma (parecido, mas não muito, ao da alfazema da perfumaria) e pelas<br />

espigas violetas que coroam a pequena copa. Estas espigas, geralmente pequenas (2 a 8 cm),<br />

são compostas por pequenas flores tubulares e labiadas, aninhadas entre brácteas quase da<br />

mesma cor, estando o conjunto (no caso das espécies L. pedunculata (Miller) Cav., L. luisieri<br />

(Rozeira) Rivas-Martínez e L. viridisér.) completado por três longas brácteas petalóides violetas,<br />

lilazes ou brancas que enfeitam o topo da espiga em jeito de penacho (ver fotografia). Achamse<br />

por quase todas as regiões do país, formando os matorrais que primeiro colonizam os<br />

terrenos privados de coberto arbóreo ou arbustivo alto; na Primavera chegam a tingir de violeta<br />

enormes extensões de incultos por todo o sul, interior e oeste portugueses. Em Trás-os-<br />

Montes, na Terra Quente, crescem acompanhados pela giesta-branca (Cytisus multiflorus<br />

(L'Hér.) Sweet) nos terrenos desnudados por incêndio ou intervenção humana, onde outrora<br />

cresceriam associações de sobreiros; na Beira interior acompanhados por tojo-gadanho<br />

(Genista falcata Brot.), nos antigos terrenos de carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.); no<br />

Oeste estremenho acompanhadas pelo tojo-durázio (Ulex jussiaei Webb) nos solos donde foi<br />

eliminado o carvalho-cerquinho (Quercus faginea Lam. ssp. broteroii (Coutinho) A. Camus); e<br />

em vários terrenos muito esqueléticos do interior de norte a sul, acompanhado pela roselhamaior<br />

(Cistus albidus L.) ou pela cebola-albarrã (Urginea maritima (L.) Baker), frequentemente<br />

nos antigos domínios da azinheira (Quercus rotundifolia Lam.).<br />

Dentro da secção Stoechas (que se distingue, para o observador casual, pelas três longas<br />

brácteas violetas ou brancas no topo da espiga), L. pedunculata separa-se de L. luisieri pelo<br />

longo pedúnculo da inflorescência, e L. viridis distingue-se pela tonalidade verde-amarelado ou<br />

branco da espiga e pela intensa concentração de pêlos glândulares. L. pedunculata e L. luisieri<br />

abundam no Nordeste, Centro e Sul; L. viridis, bastante menos fácil de encontrar, ocorre<br />

apenas e esporadicamente no Sudoeste e Sudeste alentejanos e no Barlavento algarvio.<br />

A espécie L. latifolia cresce apenas nos maciços calcários da Estremadura e beira litoral; L.<br />

multifida, sendo altamente termófila (isto é, atreita a microclimas mais quentes), e tendo decerto<br />

herdado a sua actual distribuição geográfica em função das condições climáticas de passadas<br />

épocas glaciares, encontra-se refugiada em pequenas comunidades nas vertentes expostas a<br />

sul da Serra da Arrábida e do vale do Guadiana.<br />

O conhecimento científico dos rosmaninhos portugueses tem uma história própria. As espécies<br />

portuguesas de Lavandula foram sendo descobertas e destrinçadas ao longo de vários séculos.<br />

Brotero, na sua Flora Lusitanica (1804), assinalava apenas L. spica L. (a alfazema cultivada,<br />

não espontânea), L. stoechas L. e L. multifida L.. Mais de um século depois, estando o país<br />

melhor investigado por botânicos nacionais e estrangeiros, já Pereira Coutinho descrevia na<br />

Flora de Portugal (2ª edição, 1943) cinco espécies: três idênticas às descritas por Brotero<br />

(fazendo notar que a L. stoechas L. portuguesa pertencia à variedade pedunculata Cav. dessa<br />

mesma espécie) , e ainda L. latifolia Villars e L. viridis Ait. A Nova Flora de Portugal de Amaral<br />

Franco (1984), obra actualmente tida como a referência mais correcta para este género do<br />

nosso país, refere cinco espécies: constata que afinal a L. stoechas que se supunha existir aqui<br />

é um par de espécies distintas: L. pedunculata e L. luisieri (reconhecendo portanto que a<br />

verdadeira L. stoechas, comum em França, não ocorre por cá); L. viridis; L. latifolia e L.<br />

multifida; alude ainda ao cultivo da alfazema (nome atribuído a várias espécies: L. dentata L., L.<br />

spica L., L. angustifolia L. e, por vezes, às já referidas espontâneas L. latifolia e L. multifida).<br />

O género Lavandula, por seu turno, pertence à família das Lamiáceas ou, como é melhor<br />

conhecida, Labiadas. Recebem este nome porque todas possuem flores tubulares cuja "boca"<br />

termina em dois lábios (superior e inferior) ou, mais raramente, num só. Muitas são as espécies<br />

de labiadas a que o Homem dá aplicação: o poejo (Mentha pulegium L.), o patchouli<br />

(Pogostemon cablin (Blanco) Benth.), o basílico (Ocimum basilicum L.), o manjerico (Ocimum<br />

minimum L.), a segurelha (Satureja hortensis L.), o alecrim (Rosmarinus officinalis L.), a salva<br />

(Salvia spp.). São características de climas mediterrânicos e sub-tropicais, embora algumas<br />

suportem bem climas mais frios.<br />

Apesar de tão abundantes no nosso país, os rosmaninhos parecem estar a desaparecer<br />

velozmente das tradições portuguesas, particularmente no que respeita à culinária rústica e à<br />

aplicação paisagista. Em qualquer hipermercado é possível comprar pouquinhos ramos de<br />

rosmaninho (geralmente L. pedunculata ou L. luisieri) por duas ou três centenas de escudos,<br />

mesmo quando o exterior do próprio estabelecimento está rodeado de matos dessa espécie! E


o mesmo se repete para o poejo, o alecrim, a hortelã, o tomilho... abundantes por tantas<br />

ribeiras. Será que as novas gerações de cozinheiros já não conseguem identificar no campo os<br />

ingredientes habituais da cozinha vernácula de outrora? E outro tanto sucede nos jardins que a<br />

cada passo plantamos... onde se instalam quase sempre espécies exóticas de Lavandula,<br />

enquanto noutros países se aprecia bastante ajardinar com as portuguesíssimas Lavandula<br />

pedunculata, L. luisieri, e mesmo o rosmaninho-verde (L. viridis), que é praticamente ignorado<br />

aquém-fronteiras. Leiam-se, por exemplo, algumas publicações da Royal Horticultural Society<br />

para constatar como no mundo do paisagismo anglo-saxónico estas espécies são estimadas.<br />

Como a publicação deste artigo decorre já em pleno Verão, o leitor encontrará pelos campos o<br />

já tão gabado odor do rosmaninho, mas infelizmente encontrará as suas belas espigas floríferas<br />

já secas. Tem boa compensação, porém: compre o mais apreciado produto desta planta: o mel.<br />

Várias regiões do país são especialistas na produção de mel de rosmaninho, espécie<br />

excepcionalmente melífera. Acorra, por exemplo, a Mértola; e veja os campos, e cheire o mel, e<br />

prove-o. E diga de sua justiça.<br />

HIPERICÃO<br />

Habitat: Planta distribuída por todo o mundo. Comum na Europa e na América. Cria-se nos<br />

bosques, terrenos incultos e beiras dos caminhos.<br />

Partes utilizadas: Folhas e flores e o seu óleo. O Hipericão é uma das plantas medicinais que<br />

gozavam de maior reputação na antiguidade clássica, reputação essa que se tem mantido com<br />

o passar dos séculos. Dioscórides (séc I d.C.) já falava do Hipericão de um modo muito<br />

elogioso. Diz-se que o nome da planta deriva do Grego hyper (sobre) e einkon (imagem) ,<br />

porque ela está acima de tudo que se possa imaginar.<br />

As folhas do hipericão acham-se repletas de umas pequenas bolsas secretoras, visíveis a<br />

contraluz, que parecem pequenos orificíos. Daí o nome perfuratum.<br />

Indicações: As flores e folhas do Hipericão contém um óleo essencial, taninos, flavonóides e<br />

hipericina. O Hipericão apresenta as seguintes indicações:<br />

Vulnerário (que sara as feridas e contusões), devido ao seu conteudo em taninos e à sua<br />

essência.<br />

Balsâmico e anti-espasmódico: Indicado nos casos de asma, catarros brônquicos e bronquites.<br />

Digestivo, colagogo e colérico: Ajuda a fazer a digestão, diminui a acidez no estômago e facilita<br />

o funcionamento da vesícula biliar.<br />

Tonificante e equilibrador do sistema nervoso: A hipericina tem um efeito equilibrador do<br />

sistema nervoso e foi provado que pode ajudar os que sofrem de depressão ou neurose.<br />

É utilizado em crianças que sofrem de enurese infantil (crianças que molham a cama).<br />

As flores frescas são usadas para fazer um óleo emulsionado, inestimável para o tratamento de<br />

queimaduras e inflamações e as folhas para fazer um chá relaxante. Deve-se colher no pino do<br />

Verão.


ALECRIM<br />

Descrição<br />

Arbusto muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas,<br />

opostas, lanceoladas. A parte inferior das folhas é de cor verde-acinzentada, enquanto a<br />

superior é quase prateada. As flores reúnem-se em espiguilhas terminais e são de cor azul ou<br />

esbranquiçada. O fruto é um aquênio. Floresce quase todo o ano e não necessita de cuidados<br />

especiais nos jardins.<br />

Toda a planta exala um aroma forte e agradável. Utilizada com fins culinários, medicinais,<br />

religiosos, a sua essência também é utilizada em perfumaria, como por exemplo, na produção<br />

da água-de-colônia, pois contém tanino, óleo essencial, pinere, cânfora e outros princípios<br />

ativos que lhe conferem propriedades excitantes, tônicas e estimulantes.<br />

A sua flor é muita apreciada pelas abelhas produzindo assim um mel de extrema qualidade. Há<br />

quem plante alecrim perto de apiários, para influenciar o sabor do mel.<br />

Sinonímia botânica: Rosmarinus latifolius Mill.<br />

Utilização culinária<br />

Fresco (preferencialmente) ou seco, é apreciado na preparação de aves, caça, carne de porco,<br />

salsichas, lingüiças e batatas assadas. Na Itália é utilizado em assados de carneiro, cabrito e<br />

vitela. Em churrascos, recomenda-se espalhar um bom punhado sobre as brasas do carvão<br />

aceso, perfumando a carne e difundindo um agradável odor no ambiente. Pode ser utilizado<br />

ainda em sopas e molhos.<br />

Aplicações medicinais<br />

A medicina popular recomenda o alecrim como um estimulante para todas as pessoas atacadas<br />

de debilidade extrema, sendo empregado também para combater as febres intermitentes e a<br />

febre tifóide.<br />

Uma tosse pertinaz desaparecerá com infusões de alecrim, que também se recomendam a<br />

todas as pessoas cujo estômago seja preguiçoso para digerir.<br />

Também apresenta propriedades carminativas, emenagogas, desinfectantes e aromáticas.<br />

Uma Infusão de alecrim faz-se com 4 gramas de folhas por uma chávena de água a ferver.<br />

Tome-se depois das refeições.<br />

Utilização religiosa


Em templos e igrejas, o alecrim é queimado como incenso desde a antigüidade. Na Igreja<br />

Ortodoxa grega, o seu óleo é utilizado até aos nossos dias, para unção. Nos cultos de religiões<br />

afro, como umbanda e candomblé, é utilizado em banhos e como incenso.<br />

FUNCHO<br />

O funcho, também conhecido por erva-doce, anis-doce, maratro ou finóquio, ou fiuncho é o<br />

nome vernáculo dado à espécie herbácea Foeniculum vulgare Mill. (sinónimo taxonómico de<br />

Anethum foeniculum L. e de Foeniculum officinale L.) uma umbelífera fortemente aromática<br />

comestível utilizada em culinária, em perfumaria e como aromatizante no fabrico de bebidas<br />

espirituosas e planta medicinal. O funcho é nativo da bacia do Mediterrâneo, com variedades<br />

na Macaronésia e no Médio Oriente, onde ocorre no estado silvestre, mas é hoje cultivado, sob<br />

diversas formas varietais, em todas as regiões temperadas e subtropicais.<br />

O funcho é uma planta herbácea perene, de caules erectos múltiplos, com até dois metros de<br />

altura (mas em geral com menos de 80 centímetros), de cor verde intenso, por vezes glauco,<br />

tornando-se azulada quando em locais expostos à secura e a intensa radiação solar.<br />

As folhas são longas (até 40 cm) e delgadas, finamente dissecadas, terminando em segmentos<br />

filiformes a aciculares (com cerca de 0,5 mm de diâmetro), muito flexíveis, mas que, quando<br />

expostos à secura, endurecem exteriormente para evitar a perda de água.<br />

Produz inflorescências terminais compostas, umbeliformes, com 5 a 15 cm de diâmetro,<br />

contendo 20 a 50 flores pediceladas inseridas num único ponto do ápice da inflorescência,<br />

sobre pedúnculos curtos. As flores são minúsculas têm de 2 a 5 mm de diâmetro, amarelo a<br />

amarelo-esverdeadas.<br />

O fruto é uma semente seca, fortemente aromática, ovóide, de 4 a 9 mm de comprimento e 2 a<br />

4 mm de largura, achatada e com entalhes longitudinais simétricos em ambos os lados.<br />

A raiz é rizomatosa, esbranquiçada e muito suculenta, armazenado grande quantidade de<br />

água.<br />

O cheiro e sabor característicos (em geral designados por "anis" ou "erva-doce") resultam da<br />

presença de anetol, um composto fortemente aromatizante.<br />

ERVA-CIDREIRA


Erva-cidreira (Melissa officinalis), é uma planta perene herbácea da família da menta e da<br />

hortelã (Lamiaceae), nativa da Europa meridional. O seu sabor e aroma característicos, frutado,<br />

de limão, principalmente nas folhas, deriva do seu óleo essencial do grupo dos terpenos<br />

(principalmente monoterpenos: carvacrol, p-cimeno, citral - geraniol e nerol - cânfora, etc). É<br />

também designada de citronela e melissa.<br />

As folhas são maiores e mais claras que as da hortelã, ovadas a romboidais ou oblongas e com<br />

a margem crenada.<br />

Floresce no final do Verão. As flores são de pequenas dimensões, de cor esbranquiçada ou<br />

róseas e atraem especialmente as abelhas, como se indica já no nome do seu género botânico<br />

(Melissa provém do grego e significa "abelha"). Nas regiões temperadas, os caules secam<br />

durante o Inverno, voltando a reverdecer na primavera. Os frutos são aquénios oblongos, de<br />

cor parda e lisos.<br />

É uma planta muito utilizada na medicina tradicional, como erva aromática e em aromaterapia.<br />

É utilizada como antiespasmódica, antinevrálgica e como calmante. Acredita-se que ajude a<br />

conciliar o sono.<br />

TANCHAGEM<br />

A tanchagem (Plantago ssp, Plantago major), também conhecida como transagem, é uma<br />

planta vivaz, com um tufo de folhas grandes, longipecioladas, inteiras ou de bordos levemente<br />

ondulados, ovaladas, percorridas com nervuras curvilíneas. As suas flores são pequenas,<br />

branco-amareladas, agrupam-se em espigas de até 40 cm de comprimento.<br />

A medicina popular indica as suas folhas para os casos de ardor do estômago, afecções das<br />

vias respiratórias, diarréia, disenteria. Adicionalmente tem efeito depurativo do sangue.<br />

Sob a forma de gargarejos, combate as inflamações da boca e da garganta, os sangramentos<br />

das gengivas, as anginas e as parotidites. O gargarejo habitual com o seu chá faz desaparecer<br />

a inchação das amígdalas, podendo evitar a sua remoção cirúrgica.<br />

As folhas frescas, maceradas na forma de emplastro, curam úlceras na pele.<br />

AMORA SILVESTRE


A amora silvestre é quase um símbolo de Verão, mas existem, espalhadas pelo mundo,<br />

algumas plantações de amoras "não silvestres".<br />

É depurativa, contem potássio, fósforo e cálcio. Extremamente rica em vitaminas A, B e C, a<br />

amora contém, também, uma boa percentagem de taninos sendo, por isso, ligeiramente<br />

adstringente. Os frutos frescos e crus, agem contra anemia, falta de apetite e úlceras no<br />

estômago.<br />

SABUGUEIRO<br />

Sabugueiro ou sabugueirinho ( Sambucus nigra L., Sambucus ebulus L, Sambucus australis<br />

Cham e Schlt ) do gênero sambucus, família Adoxaceae ( Caprifoliaceae na classificação<br />

anterior ).<br />

O descobrimento por parte do ser humano data da Antiguidade, com diversos usos. É nativa da<br />

Europa e do norte da África e disseminou-se facilmente pelo mundo todo, sendo inclusive<br />

objeto de muitas lenda, folclore e superstição. Dizia a lenda que, de sua madeira foi feita a Cruz<br />

onde Cristo morreu. Isso porque ao espremer o fruto do Sabugueiro escorre um suco de cor<br />

vermelho-sangue. Dizia-se dar azar cortar um sabugueiro.<br />

Planta arbustiva, de 2 a 4 metros. Flores pequenas, muito brancas. Exalam perfume agradável.<br />

O Sabugueiro é uma árvore espontânea que os agricultores plantam para fazer sebes e à volta<br />

das vinhas, mas cujas bagas depois de apanhadas e secas, são exportadas para Alemanha,<br />

Japão, Holanda, etc, a fim de serem transformadas e servirem de corantes para as pastelarias,<br />

bem como para produtos farmacêuticos.<br />

O fruto também se utiliza na região como aditivo ao vinho, para lhe dar sabor e cor.<br />

A baga do Sabugueiro é uma das fontes de riqueza dos nossos agricultores.<br />

Crenças<br />

Não vai longe o tempo em que eram colocadas nas portas e janelas das casas para impedir a<br />

entrada de males dentro da própria habitação ou ainda nas tumbas para proteger os defuntos<br />

das bruxas e espíritos maléficos.


Dizia-se que de sua madeira foi feita a Cruz do Calvário, e por esse motivo, acreditava-se que<br />

dava azar cortar um tronco de Sabugueiro.<br />

Uso Energético<br />

Não existe nada mais maravilhoso que um banho de imersão com flores de Sabugueiro.<br />

O Sabugueiro é indicado para pessoas que estão sempre temendo perder o controle das<br />

situações. Para quem tem movimentos involuntários de origem nervosa.<br />

Diz-se que limpa a aura e prepara para coisas novas e criativas.<br />

<strong>FLORA</strong> DOS BALDIOS<br />

Urze Carqueja<br />

Giesta Tojo<br />

Flor de Esteva


FIÔLHOS<br />

XINCHAIS<br />

MALVA<br />

PULITÁRIA<br />

Bermas dos caminhos:<br />

Paredes velhas:<br />

Família - Urticaceae<br />

Espécie - Parietaria judaica<br />

Sinonímias - Parietaria diffusa Mert et W. D. J. Koch Parietaria punctata Willd. Parietaria<br />

rami<strong>flora</strong> Moench<br />

Nomes comuns - Alfavaca; Alfavaca-da-cobra; Alfavaca-de-cova; Amarras; Cobrinha;<br />

Columbrina; Erva-das-muralhas; Erva-das-paredes; Erva-de-Nossa-Senhora; Erva-de-Santa-<br />

Ana; Erva-de-Santana; Erva-do-amorra; Erva-dos-muros; Erva-fura-paredes; Fava-da-cova;<br />

Helxina; Parietária; Pulitaina; Pulitária; Urtiga-mansa<br />

Distribuição Geral - S e W Europa, Região Mediterrânica e SW Ásia; introduzido América N<br />

Habitat - Matos e ruderal<br />

Época de Floração - Março - Setembro<br />

TOMILHO<br />

Morros incultos:


O tomilho (Thymus vulgaris), família Lamiaceae, é um subarbusto aromático da família das<br />

labiadas. Tal subarbusto possui folhas pequenas, lineares ou lanceoladas, e flores róseas ou<br />

esbranquiçadas. Ocorre do Oeste da Europa ao Sudeste da Itália e é especialmente cultivado<br />

como condimento e pelo óleo essencial, rico em timol, com apreciável poder antisséptico, muito<br />

utilizado contra as afecções pulmonares e como estimulante digestivo. Também é conhecido<br />

pelo nome de timo.<br />

Em Fitoterapia, são utilizadas as partes aéreas. Tem propriedades anti-sépticas, tónicas,<br />

antiespasmódicas, expectorantes e vermífugas. Em infusão, é usado no combate a infecções<br />

de garganta e pulmonares, na asma e febre dos fenos e na eliminação de parasitas.<br />

Externamente, alivia picadas, dores reumáticas e infecções fúngicas. Revigorante e tónico, é<br />

essencialmente usado como remédio respiratório.<br />

HORTELÃ<br />

Orlas ribeirinhas:<br />

Hortelã é a designação comum a diversas plantas do gênero Mentha, da família das labiadas,<br />

mas também são chamadas por vezes de menta.<br />

Erva aromática igualmente reconhecida pelo seu perfume refrescante é utilizada nas mais<br />

diversas preparações. Os ingleses não a dispensam no mint sauce, os libaneses exigem-na no<br />

taboulé, os marroquinos no chá, os beirões nos maranhos, etc.<br />

Belíssima para aromatizar saladas, sejam de legumes, frutas ou mistas, sopas, ervilhas, um<br />

chá gelado, um sorvete de limão... a hortelã é ainda excelente para dar um toque especial à<br />

mayonnaise ou molho de iogurte.<br />

Com reputação de refrescar o hálito e facilitar a digestão, a hortelã pode considerar-se uma<br />

excelente companhia de Verão.<br />

POEJO


O poejo (Mentha pulegium) é uma das espécies mais conhecidas do género Mentha. Da família<br />

das Lamiaceae (labiadas), é uma perene cespitosa de raízes rizomatosas que cresce bem em<br />

sítios húmidos ou junto de cursos fluviais, onde pode ser encontrada selvagem entre gramíneas<br />

e outras plantas.<br />

Os seus erectos talos quadrangulares, muito ramificados, podem chegar a medir entre 30 a 40<br />

cm. As folhas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, de cor entre os verdes médio e escuro.<br />

Dispõem-se opostamente ao longo dos talos. As diminutas flores rosadas nascem agrupadas<br />

em densas inflorescências globosas.<br />

Esta planta aromática, de crescimento espontâneo, é conhecida há séculos em todo o<br />

Mediterrâneo e Ásia ocidental pelas suas propriedades carminativas, relaxantes e até como<br />

emenagoga quando tomada em infusão. Por extracção de um óleo essencial, também pode ser<br />

usada em aromaterapia.<br />

O termo pulegium, que deriva da palavra latina pulex (pulga), deve-se ao antigo costume de<br />

queimar poejo nas casas para repelir estes insectos.<br />

PERIQUEIRO - Pyrus cordata<br />

PILRITEIRO –licores e compotas<br />

A distribuição do pilriteiro dá-se ao nível de todo o país, sendo comum encontrá-lo junto de<br />

matagais, sebes, bosques e solos calcários. É um arbusto ou pequena árvore que pode<br />

alcançar os 10 m de altura. Tem um tronco simples ou muito ramificado desde a base,<br />

formando uma copa muito variável, As folhas são compridas obovadas, com 3 a 7 lobos,<br />

apresentando uma tonalidade verde-escura brilhante na página superior, sendo claras e baças<br />

na página inferior. As flores são brancas róseas reunidas em corimbos e os frutos são globosos<br />

ou ovóides de cor vermelha, brilhantes ou de cor castanho avermelhados. Floração de Abril a<br />

Maio.<br />

ESPARGO-BRAVO – troncos das oliveiras e bosques soalheiros


Planta apreciada em diversos pratos, devido à sua semelhança com o órgão sexual masculino<br />

pode despertar certos instintos.<br />

- Óptima fonte de ácido fólico.<br />

- Boa fonte de betacaroteno, vitamina C e E.<br />

- É um diurético e moderadamente laxativo.<br />

- Utilizado como tónico, sedativo, no tratamento das nervites, reumatismo, má visão e dores de<br />

dentes.<br />

- Dá um cheiro peculiar à urina.<br />

- Os indivíduos com gota devem ter um especial cuidado, pois os espargos são ricos em<br />

purinas.<br />

SARDOAL<br />

Os bosques de azinheira Quercus rotundifolia, regionalmente conhecidos por sardoais ou<br />

carrascais, ocorrem nas áreas menos elevadas do Parque Natural de Montesinho, ao longo de<br />

encostas declivosas e soalheiras. Com o aumento da altitude, os sardoais refugiam-se em<br />

esporões rochosos cedendo, progressivamente, as encostas mais ricas em solo aos bosques<br />

de carvalho-negral. Ao longo de grande parte dos vales encaixados dos rios e ribeiras que<br />

percorrem o Parque, encontram-se interessantes exemplos deste tipo de bosque autóctone, em<br />

grandes manchas contínuas ou de forma mais fragmentada inseridos numa matriz de<br />

medronhal, giestal ou esteval.<br />

Associados aos sardoais, surgem diversas plantas e macrofungos adaptados às condições de<br />

secura próprias destes locais, alguns com enorme relevância em termos de conservação da<br />

Natureza. A gilbardeira Ruscus aculeatus, o jasmim-dos-montes Jasminum fruticans, a cássiabranca<br />

Osyris alba, a rosa-de-lobo Paeonia broteri e o cadorno Phillyrea angustifolia são<br />

exemplos de plantas raras ou pouco comuns que ocorrem nestes bosques. Entre os<br />

macrofungos é possível encontrar espécies como o fungo-de-sapo Lycoperdon perlatum, a<br />

estrela-de-terra-higrométrica Astraeus hygrometricus, o cortinário-verde Cortinarius ionochlorus<br />

e a torrendia-elicada Torrendia pulchella, algumas consideradas das mais ameaçadas da<br />

Europa.<br />

Os sardoais, tal como outros bosques climácicos que ocorrem no Parque, são ecossistemas<br />

habitualmente pouco perturbados pelo Homem proporcionando no seu interior refúgio para<br />

inúmeras espécies animais, em particular as mais sensíveis à actividade humana. O açor<br />

Accipiter gentilis, o gavião Accipiter nisus, o gato-bravo Felis silvestris, a marta Martes martes,<br />

o esquilo Sciurus vulgaris, o texugo Meles meles e o corço Capreolus capreolus, são alguns<br />

dos animais que elegem estes bosques como importantes locais de abrigo, reprodução ou<br />

alimentação.


URZE<br />

Urze é o nome comum de diversas plantas da família Ericaceae, espontâneas em terrenos<br />

pobres em cal e com flores de cores diversas.<br />

A Urze ou Queiró é um arbusto rasteiro, lenhoso, podendo atingir 1m de altura e o seu porte é<br />

arbustivo. A Urze distingue-se das outras espécies similares pelo facto de as pétalas não se<br />

unirem. O caule é lenhoso e sinuoso. As folhas persistentes são aciculares, opostas,<br />

encostadas ao caule, justapondo-se aos rebentos laterais que são curtos. As flores, com uma<br />

tonalidade arroxeada, apresentam-se em cachos sensivelmente unilaterais, campanulada,<br />

compostas por quatro pétalas envolvidas em quatro sépalas verdes. Os frutos são cápsulas<br />

esféricas.<br />

Floresce de Julho a Outubro. Aparece um pouco por toda a Europa, em charnecas, bosques<br />

não muito densos. Prefere terras áridas e incultas com pouco calcário. A Urze serve de repasto<br />

às abelhas de onde extraem um delicioso mel e, das suas raízes, fabricam-se belos cachimbos.<br />

Como planta medicinal, são utilizadas as folhas em infusão no tratamento de cálculos renais,<br />

no combate às insónias e no alívio do reumatismo e da artrite.<br />

Os urzais, estevais e giestais, vulgarmente apelidados de matos, ocupam amplos territórios do<br />

Parque Natural de Montesinho colonizando solos abandonados pela agricultura, orlas de<br />

bosques ou terrenos outrora ocupados por um bosque autóctone.<br />

Nas cotas mais elevadas, os solos degradados são dominados pela urze-vermelha Erica<br />

australis ssp. aragonensis cuja <strong>flora</strong>ção, por volta do mês de Abril, imprime à paisagem um<br />

colorido característico. Nas cotas mais baixas estes urzais são substituídos por estevais onde,<br />

para além da esteva Cistus ladanifer, surge também a arçã Lavandula stoechas ssp.<br />

sampaiana e a bela-luz Thymus mastichina ssp. mastichina. Nos solos menos erodidos e mais<br />

profundos imperam giestas de flor amarela - Cytisus scoparius e C. striatus – ou a giesta-de-florbranca<br />

C. multiflorus.<br />

Os urzais higrófilos dominados pela margariça Erica tetralix e Genista anglica, e as<br />

comunidades de caldoneira Echinospartum ibericum, destacam-se pela sua importância em<br />

termos de conservação. Enquanto os primeiros ocorrem sobre solos encharcados, as<br />

comunidades de caldoneira são próprias de locais ventosos e com solos esqueléticos. Ambos<br />

os tipos são raros na região e somente podem ser encontrados nas áreas mais elevadas do<br />

Parque, dispostos em mosaico com outras formações vegetais.<br />

GILBAR<strong>DE</strong>IRA - Ruscus aculeatus


Planta dióica cujos frutos são bagas vermelho vivo surgindo na mesma altura que as do<br />

azevinho. Ostenta umas características "falsas folhas", designadas por cladódios - talos<br />

foliáceos achatados com a forma de folhas. Pode ser classificada tanto na família das<br />

Aspargacea como das Ruscacea<br />

VIOLETA-<strong>DE</strong>-PASTOR<br />

Época de <strong>flora</strong>ção : Março, Abril, Maio, Junho, Julho. Agosto, Setembro e Outubro.<br />

Características : Erva perene e estolonífera de cepa muito lenhosa. As flores são solitárias e<br />

estão situadas no ápice de largos pedúnculos axilares. As sépalas são agudas e as pétalas são<br />

de um violeta intenso com uma mácula central amarela.<br />

VIOLETA-HIRTA<br />

AZEVINHO


O azevinho (Ilex aquifolium) é um arbusto de folha persistente da família das Aquifoliaceae,<br />

cultivado normalmente para efeitos ornamentais devido aos seus frutos vermelhos.<br />

É uma das numerosas espécies do género Ilex, e a única que nasce espontaneamente na<br />

Europa, sendo bastante comum até aos 1500 m de altitude. Os ramos cobertos de drupas que<br />

persistem durante todo o Inverno, contrastando com a folhagem persistente de cor verde<br />

escura, tornam a planta muito procurada por ocasião das festas do natal.<br />

Descrição<br />

O azevinho comum é um arbusto de crescimento muito lento, atingindo em adulto de quatro a<br />

seis metros de altura. Alguns pés chegam a formar autênticas árvores. Pode viver 100 anos ou<br />

mais.<br />

As folhas alternas, inteiras, possuem um pecíolo curto e um limbo de 5 a 7 cm de comprimento,<br />

coriáceo, de forma geral ovalada e bordo ondulado e espinhoso, por vezes liso em indivíduos<br />

idosos. De um verde brilhante escuro na face superior, mais claras na face inferior, possuem<br />

espinhos afiados. As folhas persistem em geral três anos. A casca do tronco é cinzenta clara e<br />

lisa.<br />

É uma espécie dióica (indivíduos masculinos e femininos distintos). Tem flores brancas, de<br />

pequena dimensão (cerca de 6 mm de diâmetro).<br />

Os frutos, que aparecem apenas nas plantas femininas, são pequenas drupas esféricas de 7 a<br />

10 mm de diâmetro, de um vermelho brilhante, por vezes amarelas, quando maduras, contendo<br />

quatro grainhas lenhosas. Amadurecem no fim do verão, persistindo durante todo o Inverno.<br />

Não são comestíveis, são mesmo tóxicos.<br />

A madeira é dura e homogénea, bastante pesada (densidade : 0,95), de cor branca<br />

acinzentada.<br />

Distribuição<br />

Espécie nativa das regiões temperadas :<br />

• Norte de África, desde a Tunísia a Marrocos,<br />

• Europa ocidental e meridional, desde o Reino Unido e de Portugal até à Albânia e à<br />

Roménia,<br />

• Ásia ocidental, desde a Turquia ao Irão.<br />

Foi introduzida noutros continentes : América do Norte, Austrália, onde é por vezes considerada<br />

como uma planta invasiva.<br />

GERÂNIO-SANGUÍNEO


<strong>DE</strong>NTE-<strong>DE</strong>-LEÃO<br />

Dente-de-leão é o nome vulgar de várias espécies pertencentes ao género botânico<br />

Taraxacum, das quais a mais disseminada é a Taraxacum officinale. É uma planta medicinal<br />

herbácea conhecida no Brasil também pelos nomes populares: taraxaco, amor-de-homem,<br />

amargosa, alface-de-cão ou salada-de-toupeira. No Nordeste é conhecida por esperança: abre<br />

as janelas e deixa a "esperança" entrar na tua casa trazida pelo vento da tarde.<br />

Em Portugal também é conhecido por quartilho, taráxaco ou amor-dos-homens - as crianças<br />

conhecem a planta pela designação o-teu-pai-é-careca?, em resultado de um jogo infantil que<br />

supostamente mostraria se o pai de outra criança, a quem se faz a pergunta, seria careca ou<br />

não, depois de soprar os frutos desta planta que, ao serem levados pelo vento, deixam uma<br />

base semelhante a uma cabeça careca.<br />

Consta (vide Robert Heinlein) que nos Estados Unidos colhiam-se as flores que infestavam o<br />

campo para a elaboração do licor de dente-de-leão. Os indígenas deste país chamavam-no de<br />

"pegadas-de-homem-branco", pois, onde chegava o homem branco, chegava o "dandelion",<br />

como é chamado em inglês.<br />

Planta da família das compostas (como a serralha e muitas outras), tem inflorescências<br />

amarelo-brilhantes ou mesmo brancas. Tem um alto potencial biótico devido à facilidade com<br />

que suas sementes se disseminam: com a forma de pequenos pára-quedas, são facilmente<br />

levadas pelo vento (vide imagens).<br />

Tem várias propriedades medicinais: a raiz é usada como tónico, purificador e indicado para<br />

reumatismos, como diurético, laxativo e para facilitar a digestão e estimular o apetite; pode<br />

também ser utilizado em casos de obstipação. Além disso, contribui para aumentar a produção<br />

de bílis e como tal é adequado para os problemas de fígado e vesícula.<br />

O chá das folhas ou das raízes é indicado à hipertensão e deficiência cardíaca.<br />

TREVO-BRANCO


Essa leguminosa ganhou esse nome porque suas folhas são manchadas de branco. É uma<br />

vegetação rasteira e produz flores brancas. Não suporta temperaturas altas, mas se adapta<br />

bem a vários tipos de solos.<br />

OS COGUMELOS<br />

Os cogumelos, tal como as trufas, são fungos. As trufas desenvolvem-se debaixo do solo e os<br />

cogumelos crescem à superfície.<br />

Apresentados sob várias formas: enlatados, secos, congelados ou frescos, já começam a<br />

aparecer outras espécies para além dos triviais cogumelos de Paris, como pleurotos,<br />

chanterelles, boletos ou porcini.<br />

As variedades secas de cogumelos têm um sabor mais intenso e forte do que as outras e têm<br />

de ser hidratadas antes de serem confeccionadas. Encontram-se com facilidade nas lojas que<br />

comercializam produtos orientais.<br />

Os cogumelos contêm um elevado teor de água, podem mesmo atingir, nalgumas variedades,<br />

os 90%. Contrariamente aos outros vegetais, os cogumelos são bons fornecedores de<br />

proteínas. Por exemplo, 100g de cogumelos frescos da espécie Lepiota procera correspondem<br />

a 5,2g de proteínas, a 3,7g se estiverem enlatados.<br />

Ao escolhermos os cogumelos que vamos adquirir devemos ter sempre em atenção o tipo de<br />

prato que queremos cozinhar. Experimenta variedades diferentes daquelas que habitualmente<br />

costumas consumir e surpreende-te agradavelmente com novos sabores e texturas que as<br />

diferentes espécies te podem oferecer.<br />

O Outono é a época dos cogumelos. Nas regiões do interior, chegou a altura de ir para o monte<br />

à procura dos fungos que fazem as delícias dos amantes da boa gastronomia.<br />

Espécies comestíveis mais comuns em Portugal:<br />

Lactarius deliciosus - Encontram-se em pinhais e é uma das espécies comestíveis mais<br />

apreciadas. São bons fritos ou guisados. Aparecem no Outono.<br />

Morchella esculenta - Surge entre Março e Abril, em solos húmidos e ricos em húmus. É<br />

apreciada com ovos mexidos.


Buletus edulis - Espécie de Outono que surge em bosques e pinhais. Salteados em azeite e<br />

alho são uma especialidade.<br />

Cantharellus cibarius - Comuns em bosques de coníferas, são bons de várias formas e há até<br />

quem os aprecie como sobremesa. Em algumas regiões são conhecidos por "rapazinhos".<br />

Macrolepiota procera - Conhecidos vulgarmente por "frades" ou "roques", surgem nos lugares<br />

mais diversos. Assados só com sal, são deliciosos.<br />

Tricholoma equestre - Há quem lhe chama "amarelas" (a sua cor natural) ou cogumelo-doscavaleiros.<br />

São bons guisados


.<br />

Em Trás-os-Montes os macrofungos (cogumelos) sempre fizerem parte da alimentação, sendo<br />

considerados em tempos idos a comida dos pobres. Nasciam espontaneamente pelos campos,<br />

eram abundantes e variados, saborosos, alimentícios, e por fim eram propriedade de todos. As<br />

famílias foram passando de geração em geração o conhecimento empírico acerca deste<br />

alimento de valor inestimável, mas que exige que se conheça, com toda a certeza e mais<br />

alguma, aqueles em que se mexe e mais ainda aqueles que se colhem e depois se servem à<br />

mesa.<br />

Algumas das espécies de cogumelos comestíveis, que poderá encontrar na região do Nordeste<br />

Transmontano são: cogumelo-das-burras, cogumelo-dos-castanheiros, sanchas, pé-azul,<br />

roclos, roda-de-bruxas, repolga, rapazinhos, trompeta-dos-mortos, míscaros, míscaro-dasestevas,<br />

fígado-de-vaca, língua-de-ovelha, couve-flor-do-monte, etc.<br />

Os cogumelos frescos são da Primavera e do Outono, alturas em que melhor se apresentam no<br />

mercado (por serem os períodos de colheita). Em Portugal, a maioria dos melhores cogumelos<br />

era, até há bem pouco tempo, livre e artesanalmente colhida no estado selvagem e,<br />

predominantemente, em Trás-os-Montes, onde se destacam as zonas de Mogadouro e<br />

Miranda. A oferta de muito dinheiro pelos cogumelos (principalmente pelos boletos), feita por<br />

intermediários espanhóis e franceses que chegavam às aldeias transmontanas no final da<br />

década de 90, alterou o cariz tradicional da recolha feita nas florestas. Acontece que há<br />

cogumelos comestíveis por todo o território português e acontece, também, que o cogumelo<br />

virou negócio e é, actualmente, um sector com grande potencial. Fora das culturas e ao<br />

contrário dos países mais desenvolvidos onde há, durante cada semana, dias proibidos para a<br />

apanha, a sua recolha em Portugal é perfeitamente selvagem e sem regulamentação.<br />

A "Pantorra", com sede em Mogadouro, é uma Associação micológica (ao que sei, uma das<br />

duas únicas em Portugal - a outra é a "Marifusa", de Miranda do Douro) que se dedica ao<br />

estudo e divulgação dos cogumelos e que foi buscar o seu nome à designação comum do<br />

morchella esculenta usada nas terras do planalto mirandês. Está na origem dos Congressos<br />

Micológicos Transmontanos - espaços de discussão e de divulgação da gastronomia utilizadora<br />

destes fungos. Compram-se excelentes cogumelos nos melhores supermercados, mas não é<br />

fácil encontrá-los com qualidade e variedade. Chegam também ao mercado ofertas de<br />

cogumelos secos de qualidade de um produtor de Vila Flor (sanchas e trombetas negras),<br />

fáceis de preparar e que substituem muito bem a carne ou o peixe numa refeição.


Os Cogumelos foram objecto da seguinte Tese de Doutoramento:<br />

Cogumelos Silvestres Comestíveis de Trás-os-Montes: Compostos Fenólicos, Ácidos<br />

Orgânicos, Alcalóides e Actividade Antioxidante<br />

Aluno: Bárbara Andreia Pinto Barbosa de Bessa Ribeiro<br />

Nº de Aluno: 040606012<br />

Orientador: Paula Cristina Branquinho de Andrade<br />

Co-Orientador: Patrícia Carla Ribeiro Valentão<br />

Rosa Maria Moreira Seabra Pinto<br />

Estado: Inscrição Definitiva<br />

Desde: 03-JUN-2006<br />

Até: 03-JUN-2009<br />

Início: 03-JUN-2005<br />

Inscrição Definitiva: 08-MAI-2006<br />

Tema Definitivo: Cogumelos Silvestres Comestíveis de Trás-os-Montes: Compostos<br />

Fenólicos, Ácidos Orgânicos, Alcalóides e Actividade Antioxidante<br />

Tema Provisório: Cogumelos Silvestres Comestíveis de Trás-os-Montes: Compostos<br />

Fenólicos, Ácidos Orgânicos, Alcalóides e Actividade Antioxidante<br />

Fontes:<br />

• Wikipédia<br />

• www.bragancanet.pt<br />

• www.naturlik.pt<br />

• arvoresdeportugal.free.fr<br />

• sigarra.up.pt/ffup/teses_posgrad.tese?P

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