Os Fundamentos Experimentais e Históricos da ... - Unicamp
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um manuscrito contendo os rascunhos <strong>da</strong> seção de eletrici<strong>da</strong>de dos Ensaios, com<br />
a letra de Fabri, no qual se afirma: 21 “Um pe<strong>da</strong>ço de lacre suspenso livremente<br />
e então friccionado se aproxima de outros corpos.” Observa-se então que estas<br />
experiências foram similares às apresenta<strong>da</strong>s na Seção 3.5. A única diferença é<br />
que em nossasexperiências utilizamos um plástico atritado, em vez de empregar<br />
um âmbar atritado ou um lacre atritado.<br />
Boyle apresentou seus resultados sobre a ação mútua entre o âmbar atritado<br />
e os outros corposem 1675. Ele pode ter aprendido sobre isto com os relatos <strong>da</strong>s<br />
experiências de Fabri, ou pode ter descoberto o fenômeno independentemente.<br />
Ele acreditava que o âmbar atritado emitiria um eflúvio material que causaria<br />
a atração dos corpos leves, talvez pelo fato deste eflúvio ser grudento e também<br />
elástico.<br />
No que diz respeito à atração exerci<strong>da</strong> pelo âmbar, disse o seguinte: 22<br />
Parece mais provável que a atração elétrica não opera por qualquer<br />
simpatia particular entre um elétrico [corpo que atrai substâncias leves<br />
aoser atritado]eum corpo, pois o âmbar, por exemplo, não atrai<br />
apenas uma determina<strong>da</strong> espécie de corpos, assim como a pedra-ímã<br />
[atrai] o ferro e aqueles corpos nos quais [o ferro] é abun<strong>da</strong>nte; mas<br />
pelo que já experimentei, [o âmbar] atrai indiferentemente todos os<br />
corpos de qualquer espécie, [desde que] sendo colocados dentro de<br />
uma distância devi<strong>da</strong> do âmbar, (como o meu pe<strong>da</strong>ço preferido de<br />
âmbar atrai não apenas areia e pós minerais, mas limalha de aço e<br />
de cobre, e o próprio ouro laminado), desde que estes corpos sejam<br />
suficientemente pequenos ou leves, exceto talvez o fogo.<br />
Em outra passagem vem o trecho crucial: 23<br />
Encontramos pela experiência que um pe<strong>da</strong>ço de âmbar vigoroso e<br />
bem excitadovai atrairnãoapenas o pó do âmbar mas tambémfragmentos<br />
pequenos de âmbar. E como em muitos casos um contrário<br />
leva a outro, assim esta experiência sugeriu outra que, no caso de ser<br />
bem sucedi<strong>da</strong>, indicaria provavelmente que na atração elétrica não<br />
apenas são emitidos eflúvios pelo corpo elétrico, mas estes eflúvios<br />
se prenderiam ao corpo a ser atraído e isto de uma maneira tal que<br />
os fios viscosos estendendo-se entre eles, que podem ser supostos<br />
como constituídos destes eflúvios aderentes, seriam, quando cessa<br />
sua agitação, contraídos ou encolhidos para dentro pelas duas extremi<strong>da</strong>des,<br />
quase <strong>da</strong> mesma forma que cor<strong>da</strong>s de alaúde fazem quando<br />
é permitido que retroce<strong>da</strong>m para dimensões menores. Mas foi muito<br />
mais fácil fazer a própria conjectura do que a experiência necessária<br />
para testá-la. Pois descobrimos que não era fácil suspender um<br />
elétrico [como o âmbar], suficientemente grande e vigoroso, de tal<br />
21 [Hei99, pág. 202].<br />
22 [Boy00, pág. 515].<br />
23 [Boy00, pág. 516].<br />
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