revista_aguavai_4_5_2022
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
revista água vai
A
população de origem arménia é um grupo bastante
importante de imigrantes no Brasil. Há cerca de
cem mil. Um grande grupo vive em São Paulo onde
existem escolas especiais, escritórios, igrejas e lojas para esta
população. Há até mesmo uma estação de metro chamada
Armênia. Outro lugar com uma grande comunidade arménia é
o Rio de Janeiro e Uberaba.
Alguns brasileiros, de ascendência arménia, tornaram-se famosos nas
artes, na política, e nos desportos tais como: o senador Pedro Pedrossian,
a atriz Aracy Balabanian, o ator e político Stepan Nercessian, o cantor
Fiuk (Filipe Kartalian), o jogador de futebol Marcelo Djian, o preparador
físico Fábio Mahseredjian, o lutador de MMA Daniel Sarafian e o cantor
lírico Jorge Durian.
Como não é difícil encontrar representantes deste grupo, decidimos
entrevistar algumas pessoas para conhecer exatamente a sua história, o
que as trouxe ao Brasil ou se sentem falta da Arménia. Devido ao facto de
que o progresso tecnológico é muito avançado, estabelecemos contactos
no Facebook num um grupo especial para arménios. Os voluntários
mostraram-se tão gentis que ficaram felizes em responder a perguntas e
anexar fotos, que temos o prazer de compartilhar com vocês.
Na entrevista participaram as pessoas de idades e origens diferentes:
è Denise Kherlakian Zadikian (55) - casada com um arménio do
Brasil e tem quatro filhos. Três filhos moram em Erevan.
è Anush Barseghyan (meia-idade) - Estilista. Tem o seu atelier. É
casada com um brasileiro e tem duas filhas.
è Catherine Kachvartanian (26) - formada em Administração, trabalha
como Brazil Country Coordinator no Picsart, em Erevan - Arménia
há 2 anos.
è Daniel Deranian Kraszny (24) - advogado e mora em São Paulo.
è Sueli Salibian (71) - Nasceu no Rio de Janeiro, mora em Roma, é
viúva há 6 anos. É aposentada. Formou-se em Mediação Inter-cultural
em Roma. Não tem filhos.
è Vartine Bohjalian Kalaydijian (meia-idade) – Ela é de São Paulo.
Representa Hamazkayin, Hay Tad, o programa arménio na televisão
brasileira.
è Aní Christina Ajabahian (meia-idade) - Descendente de arménios.
É psicóloga e professora infantil, diretora no Clube Arménio e no
Hamazkayin.
è Regina Kurdoglian Jones (meia-idade) - Nasceu e morou no Brasil
até se casar com um americano. Emigrou para os Estados Unidos.
Tenda estudado línguas no Brasil, passou a lecionar Inglês para estrangeiros
numa escola pública.
Durante treze anos, ajudou
alunos de outras nacionalidades
a começarem as suas vidas aqui
nos Estados Unidos. Com o
advento da pandemia e a volta às
aulas presenciais, passou a
lecionar Inglês como Segunda
Língua para brasileiros (online).
Escolhemos as respostas mais
interessantes para cada pergunta.
Vamos começar aqui.
1. Por que mora no Brasil? Conte
a sua história, a história da sua
família.
Denise Kherlakian Zadikian:
Moro no Brasil porque sou
descendente da diáspora. Meus
avós vieram refugiados do
genocídio de 1915. Meus avós
vieram de navio, como muitos
armênios. Eram de Marash. (hoje
Turquia) Meu bisavô, em Marash
era politico, e em 1915 em Marash
foi degolado e sua cabeça exibida
em praça pública, pelos turcos.
Anush Barseghyan: Eu sou da
Armênia, de Erevan. Com a
minha família nos mudamos
para Argentina, Buenos Aires no
ano 2001. Então conheci um
brasileiro há 9 anos me casei e
mudei para o Brasil. Minha
família continua morando em
Buenos Aires.
Daniel Deranian Kraszny: Eu
moro no Brasil pois meus tataravós
maternos vieram da Armênia,
fugindo do genocídio e meus avós
paternos fugiram da Alemanha,
durante a segunda guerra mundial.
Ou seja, sou metade armênio e
metade alemão.
10