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ÍNDICE | SPIS TREŚCI

04

A COMUNIDADE UCRA-

NIANA EM PORTUGAL

07

SPOŁECZNOŚĆ UKRAIŃSKA

W PORTUGALII

Anita Tenizbaieva e

Bohdan Litkovets

Anita Tenizbaieva i

Bohdan Litkovets

09

ARMÉNIOS NO BRASIL

Monika Aramyan e

Natalia Król

18

ORMIANIE W BRAZYLII

Monika Aramyan i

Natalia Król

26

UM VISLUMBRE DE UMA

EUROPA DESCONHECIDA

Olga Poliszuk e

Patrycja Wiraszka

34

ZERKNIĘCIE NA

NIEZNANĄ EUROPĘ

Olga Poliszuk i

Patrycja Wiraszka

42

51

UM ANGOLANO EM

LUBLIN

Hubert Cristóvão e

Mariia Zan

POR QUE OS

ESTRANGEIROS VÃO

PARA PORTUGAL?

Kamila Grochocka

47

55

ANGOLCZYK W LUBLINIE

Hubert Cristóvão e

Mariia Zan

DLACZEGO

OBCOKRAJOWCY PRZY-

JEŻDŻAJĄ DO PORTUGALII?

Kamila Grochocka

32

59

À CONVERSA COM

PATRICIA PINTO

Lino Matos

64

ROZMAWIAM Z

PATRICIĄ PINTO

Lino Matos

69

DULIO OMAR MORENO

Natalia Harmasz

e Natalia Miętus

73

DULIO OMAR MORENO

Natalia Harmasz

i Natalia Miętus

79

90

102

OS FAMOSOS

DESCONHECIDOS

Aleksandra Kacprzak

e Dorota Goździk

OS PORTUGUESES FALAM

APENAS PORTUGUÊS?

Alicja Janielewicz

ATIVIDADES DO

CLP/CAMÕES EM LUBLIN

Alicja Janielewicz

84

94

103

ZNANI NIEZNANI

Aleksandra Kacprzak

i Dorota Goździk

DO OUTRO LADO

DA EUROPA

Alicja Janielewicz

DZIAŁALNOŚĆ CENTRUM

JĘZYKA PORTUGALSKIEGO

/CAMÕES

Alicja Janielewicz

18


102 - Atividades do CLP/Camões

em Lublin

103 - Działalność Centrum Języka

Portugalskiego/Camões

104 - Finalistas

INTRODUÇÃO

Caros leitores

Infelizmente têm nos vossos ecrãs

mais um número da Água Vai. E

dizemos infelizmente porque

gostaríamos que tivessem nas

mãos, em papel. Por razões alheias

à redação esta será mais uma

edição digital. É um número dedicado

quase exclusivamente ao

tema da migração. Vamos conhecer

histórias de vida marcadas

pela migração, perceber os motivos

que levam a emigrar e as

formas de mitigar a inevitável

saudade.

55

O ano letivo de 2020/2021 foi

diferente. E estranho. Por causa de

uma nova realidade a que todos

nos tivemos de adaptar. A pandemia

separou fisicamente as pessoas

mas por outro lado motivou o

uso de novos recursos que permitiram

unir em tempo real pessoas

de diferentes continentes. E isto

foi visível na maioria das atividades

que organizamos no CLP/

Camões em Lublin.

Um especial agradecimento aos

colaboradores deste número, os

finalistas de licenciatura e mestrado

em Linguística Aplicada (Inglês-

Português) e a doutoranda da UW,

Alicja Jancelewicz.

61

A redação


Anita Tenizbaieva e Bohdan Litkovets

Nos últimos 20 anos, a comunidade ucraniana em

Portugal tem vindo a crescer.

Neste momento, a mesma consiste em pelo

menos três dezenas de milhares de pessoas e é a terceira

maior comunidade imigrante no país, depois da diáspora

brasileira e cabo-verdiana.

Esta onda migratória teve o seu

início nos anos noventa do

século passado, com a dissolução

da União Soviética e a consequente

abertura das fronteiras

nacionais ucranianas. O colapso

da URSS foi muito doloroso para

os seus países-membros que

resultou numa onda de imigração

para a Europa. Este processo

Daria Volkova, Unsplash

teve o seu pico nos anos 2000

quando Portugal se tornou o anfitrião do campeonato da Europa de

futebol de 2004 e convidava mão-de-obra estrangeira para trabalhar.

Em 2011, em Portugal residiam cerca de 34.000 ucranianos, de acordo

com o último Censos Nacional disponível. Os distritos mais populares

são: Lisboa, Porto, Aveiro, Leiria, Santarém, Setúbal, Braga, Coimbra e

Faro.

Embora o fluxo migratório fosse predominantemente masculino, a

componente feminina tem vindo a aumentar de modo a equilibrar a

proporção de género, na maior parte das vezes por motivos de

reunificação familiar. De acordo com o mesmo Censos de 2011 as

mulheres constituíam 49.2% da população ucraniana residente em

Portugal, quando em 2001 a percentagem era apenas de 18.6%.

Os ucranianos, em média, são mais jovens do que os próprios portugueses.

A idade média dos

ucranianos em Portugal é de 34

anos, já a portuguesa é de 42.1

anos. O mesmo se aplica ao

nível educacional da faixa etária

entre 15 a 64 anos onde os

ucranianos também prevalecem.

A maioria dos ucranianos em

Portugal desempenham a

função de mão-de-obra barata

trabalhando nas áreas de

limpeza, construção, manufatura,

transportes, hotelaria e

serviços, especialmente a

geração adulta. No entanto, a

população mais jovem que veio

cedo para Portugal está a

conseguir encontrar trabalho

mais bem pago, mais de acordo

com as suas habilitações profissionais

e académicas.

Nestes 20 anos, os ucranianos

tiveram tempo não só de se

adaptarem aos costumes locais,

4


Anita Tenizbaieva e Bohdan Litkovets

mas também de criarem as suas próprias organizações culturais. Por

exemplo, a Associação dos Ucranianos em Portugal que organiza e

promove eventos relacionados com a preservação da identidade étnica

e cultura ucraniana.

Outro tipo de organismo que os ucranianos criaram em Portugal são

as chamadas escolas ucranianas. Estas consistem num método alternativo

para os ucranianos obterem a educação escolar além da escola

portuguesa. Na grande maioria das vezes, as crianças ucranianas

frequentam ambas as escolas, ou seja, de segunda a sexta frequentam a

escola portuguesa, já aos sábados, as mesmas escolas arrendam o seu

estabelecimento para os ucranianos, onde estes têm as suas aulas. A

educação lá é feita exclusivamente em ucraniano e onde se ensina com

as mesmas normas como no seu país natal. Estas escolas ajudam muito

as crianças ucranianas nos seus

estudos em Portugal e permitem

a preservação da identidade e

cultura ucraniana. As escolas

ucranianas também têm exames

nacionais e são consideradas

como uma extensão do sistema

educacional ucraniano, ou seja,

ao terminar este estabelecimento,

receber-se-á um diploma como

se tivesse terminado uma escola

na Ucrânia. Este diploma pode

ser utilizado para entrar num

estabelecimento de ensino

superior português após a sua

tradução.

Além disso, os ucranianos

conseguiram instalar vários

monumentos relacionados com a

história do seu país, tais como

placas em memória das vítimas

do Holodomor, da Centena

Celestial ou mesmo uma escultura

do escritor ucraniano Taras

Shevchenko em Lisboa.

Em 2008 foi também inaugurada

a Avenida da Ucrânia na cidade

de Lisboa. Este acontecimento

teve lugar durante a visita do

então presidente da Ucrânia

Viktor Yushchenko a Portugal,

como foi explicado, pela gratidão

do povo português à contribuição

dos ucranianos na construção

e desenvolvimento da cidade

e do país. Viktor Yushchenko

também mostrou o seu agradecimento

a Portugal por ser um dos

primeiros países a reconhecer o

Holodomor 1932-1933 como um

ato de genocídio do povo

ucraniano. Além disso, o presidente

propôs também em breve

fundar uma Associação

Sociocultural Ucraniana. Mais

tarde, em Lisboa, foi criada a

instituição "Lado a Lado". Neste

momento, em Portugal existem

5


revista água vai

PORTUGAL É VISTO

ENTRE OS UCRANIA-

NOS COMO UM PAÍS

AMIGÁVEL E TOLERAN-

TE, COMPROVANDO

ASSIM O SEU ESTATU-

TO DE SER UM DOS

PAÍSES MAIS PACÍFI-

COS DA EUROPA.

Anita Tenizbaieva e Bohdan Litkovets

14 associações da comunidade

ucraniana em diversas

cidades como Lisboa, Porto,

Braga e Faro.

Portugal é visto entre os

ucranianos como um país

amigável e tolerante, comprovando

assim o seu estatuto de

ser um dos países mais

pacíficos da Europa. Portugal,

e em particular Lisboa, estão a

tornar-se lugares multiculturais

e multinacionais onde

convivem em paz múltiplas

nacionalidades, cada uma

com os seus costumes e algo

para oferecer a Portugal.

ANITA TENIZBAIEVA

Foi um prazer fazer este trabalho.

Nascida no Cazaquistão, compreendo

o quão é difícil deixar uma marca

cultural noutro país. Adoro viajar e

conhecer novas pessoas.

BOHDAN LITKOVETS

Tive a oportunidade de viver em quatro

países e conhecer uma grande diversidade

de hábitos e costumes. Conhecedor

de várias línguas, o âmago da minha

paixão é a língua portuguesa.

6


revista água vai

Anita Tenizbaieva i Bohdan Litkovets

W ciągu ostatnich 20 lat społeczność ukraińska w Portugalii

rozrastała się. Obecnie liczy ona co najmniej trzydzieści tysięcy

osób i jest trzecią co do wielkości wspólnotą imigrantów w kraju,

po diasporze brazylijskiej i Zielnego Przylądku.

Ta fala migracyjna rozpoczęła się w latach 90. wraz z rozpadem

Związku Radzieckiego i związanym z tym otwarciem ukraińskich

granic państwowych. Upadek ZSRR był bardzo bolesny dla krajów

wchodzących w jego skład, co spowodowało falę imigracji do Europy.

Proces ten osiągnął szczyt na początku XXI wieku, kiedy Portugalia

stała się gospodarzem Mistrzostw Europy w piłce nożnej w 2004 r. i

zaprosiła do pracy zagranicznych pracowników. W 2011 roku, około

34 000 Ukraińców mieszkało w Portugalii, według ostatniego dostępnego

Narodowego Spisu Powszechnego. Do najpopularniejszych

dzielnic należą: Lizbona, Porto, Aveiro, Leiria, Santarém, Setúbal,

Braga, Coimbra i Faro.

Chociaż przepływ migracyjny był w przeważającej mierze męski,

komponent żeński wzrastał w celu zrównoważenia proporcji płci,

głównie z powodu łączenia rodzin. Według tego samego spisu z 2011

r. kobiety stanowiły 49,2% ludności ukraińskiej mieszkającej w

Portugalii, podczas gdy w 2001 r. odsetek ten wynosił zaledwie 18,6%.

Ukraińcy są przeciętnie młodsi od samych Portugalczyków. Średnia

wieku Ukraińców w Portugalii wynosi 34 lata, podczas gdy

Portugalczyków - 42,1 lat. Podobnie jest z poziomem wykształcenia w

grupie wiekowej 15-64 lata, gdzie również przeważają Ukraińcy.

Większość Ukraińców w Portugalii pełni funkcję taniej siły roboczej,

pracując przy sprzątaniu, budownictwie, produkcji, transporcie,

hotelarstwie i usługach, zwłaszcza dorosłe pokolenie. Jednakże

młodszej populacji, która wcześnie przybyła do Portugalii, udaje się

znaleźć lepiej płatną pracę, bardziej odpowiadającą ich kwalifikacjom

zawodowym i akademickim.

W ciągu tych 20 lat Ukraińcy mieli

czas nie tylko na dostosowanie się

do lokalnych zwyczajów, ale

także na stworzenie własnych

organizacji kulturalnych. Na

przykład, Związek Ukraińców w

Portugalii, który organizuje i

promuje wydarzenia związane z

zachowaniem ukraińskiej

tożsamości etnicznej i kultury.

Innym rodzajem organizacji, które

Ukraińcy stworzyli w Portugalii,

są w. szkoły ukraińskie.

Stanowią one dla Ukraińców

alternatywną metodę zdobywania

wykształcenia szkolnego poza

szkołą portugalską. W większości

przypadków dzieci ukraińskie

uczęszczają do obu szkół, n. od

poniedziałku do piątku

uczęszczają do szkoły portugalskiej,

w soboty te same szkoły

wynajmują Ukraińcom swoje

pomieszczenia, gdzie mają zajęcia.

Edukacja odbywa się tam

wyłącznie w języku ukraińskim,

gdzie uczą się według tych

samych standardów, co w ich

ojczystym kraju. Szkoły te bardzo

pomagają ukraińskim dzieciom w

nauce w Portugalii i pozwalają na

zachowanie ukraińskiej

tożsamości i kultury. Szkoły

ukraińskie przeprowadzają

również egzaminy państwowe i

są uważane za przedłużenie

ukraińskiego systemu

edukacyjnego, n. po ukończeniu

tej placówki otrzymuje się

dyplom, tak jakby się ukończyło

szkołę na Ukrainie. Po

przetłumaczeniu tego dyplomu

można go użyć, aby dostać się do

portugalskiej szkoły wyższej.

Ponadto, Ukraińcom udało się

umieścić kilka pomników

7


zaproponował, aby wkrótce

założyć Ukraińskie

Stowarzyszenie Społeczno-

Kulturalne. Później, w

Lizbonie, powstała instytucja

"Lado a Lado". Obecnie w

Portugalii istnieje 14

stowarzyszeń społeczności

ukraińskiej w kilku miastach,

takich jak Lizbona, Porto,

Braga i Faro.

Portugalia jest postrzegana

przez Ukraińców jako kraj

przyjazny i tolerancyjny, co

potwierdza jej status jednego

z najbardziej pokojowych

państw w Europie.

Portugalia, a w szczególności

Lizbona, stają się miejscami

wielokulturowymi i

wielonarodowościowymi,

gdzie wiele narodowości żyje

razem w pokoju, a każda z

nich ma swoje własne

zwyczaje i coś do

zaoferowania Portugalii.

Anita Tenizbaieva i Bohdan Litkovets

związanych z historią ich kraju, takich jak tablice

upamiętniające ofiary Hołodomoru, Niebiańskiej Setki czy

nawet rzeźbę ukraińskiego pisarza Tarasa Szewczenki w

Lizbonie.

W 2008 roku zainaugurowano również Aleję Ukraińską w

Lizbonie. Wydarzenie to miało miejsce podczas wizyty

ówczesnego prezydenta Ukrainy Wiktora Juszczenki w

Portugalii, jak wyjaśniono, przez wdzięczność Portugalczyków

do wkładu Ukraińców w budowę i rozwój miasta i kraju.

Wiktor Juszczenko podziękował również Portugalii za to, że

jako jedno z pierwszych państw uznała Hołodomor 1932-1933

za akt ludobójstwa narodu ukraińskiego. Ponadto prezydent

Anita Tenizbaieva

To była przyjemność

wykonywać tę pracę.

Urodzona w Kazachstanie,

rozumiem jak trudno jest

pozostawić po sobie ślad

kulturowy w innym kraju.

Uwielbiam podróżować i

poznawać nowych ludzi.

Bohdan Litkovets

Miałam okazję mieszkać w 4

krajach i poznać ogromną

różnorodność zwyczajów i

obyczajów. Znam kilka

języków, ale moją pasją jest

język portugalski.

8


Catherine Kachvartanian

Arménios no Brasil

Monika Aramyan e Natalia Król

9


revista água vai

A

população de origem arménia é um grupo bastante

importante de imigrantes no Brasil. Há cerca de

cem mil. Um grande grupo vive em São Paulo onde

existem escolas especiais, escritórios, igrejas e lojas para esta

população. Há até mesmo uma estação de metro chamada

Armênia. Outro lugar com uma grande comunidade arménia é

o Rio de Janeiro e Uberaba.

Alguns brasileiros, de ascendência arménia, tornaram-se famosos nas

artes, na política, e nos desportos tais como: o senador Pedro Pedrossian,

a atriz Aracy Balabanian, o ator e político Stepan Nercessian, o cantor

Fiuk (Filipe Kartalian), o jogador de futebol Marcelo Djian, o preparador

físico Fábio Mahseredjian, o lutador de MMA Daniel Sarafian e o cantor

lírico Jorge Durian.

Como não é difícil encontrar representantes deste grupo, decidimos

entrevistar algumas pessoas para conhecer exatamente a sua história, o

que as trouxe ao Brasil ou se sentem falta da Arménia. Devido ao facto de

que o progresso tecnológico é muito avançado, estabelecemos contactos

no Facebook num um grupo especial para arménios. Os voluntários

mostraram-se tão gentis que ficaram felizes em responder a perguntas e

anexar fotos, que temos o prazer de compartilhar com vocês.

Na entrevista participaram as pessoas de idades e origens diferentes:

è Denise Kherlakian Zadikian (55) - casada com um arménio do

Brasil e tem quatro filhos. Três filhos moram em Erevan.

è Anush Barseghyan (meia-idade) - Estilista. Tem o seu atelier. É

casada com um brasileiro e tem duas filhas.

è Catherine Kachvartanian (26) - formada em Administração, trabalha

como Brazil Country Coordinator no Picsart, em Erevan - Arménia

há 2 anos.

è Daniel Deranian Kraszny (24) - advogado e mora em São Paulo.

è Sueli Salibian (71) - Nasceu no Rio de Janeiro, mora em Roma, é

viúva há 6 anos. É aposentada. Formou-se em Mediação Inter-cultural

em Roma. Não tem filhos.

è Vartine Bohjalian Kalaydijian (meia-idade) – Ela é de São Paulo.

Representa Hamazkayin, Hay Tad, o programa arménio na televisão

brasileira.

è Aní Christina Ajabahian (meia-idade) - Descendente de arménios.

É psicóloga e professora infantil, diretora no Clube Arménio e no

Hamazkayin.

è Regina Kurdoglian Jones (meia-idade) - Nasceu e morou no Brasil

até se casar com um americano. Emigrou para os Estados Unidos.

Tenda estudado línguas no Brasil, passou a lecionar Inglês para estrangeiros

numa escola pública.

Durante treze anos, ajudou

alunos de outras nacionalidades

a começarem as suas vidas aqui

nos Estados Unidos. Com o

advento da pandemia e a volta às

aulas presenciais, passou a

lecionar Inglês como Segunda

Língua para brasileiros (online).

Escolhemos as respostas mais

interessantes para cada pergunta.

Vamos começar aqui.

1. Por que mora no Brasil? Conte

a sua história, a história da sua

família.

Denise Kherlakian Zadikian:

Moro no Brasil porque sou

descendente da diáspora. Meus

avós vieram refugiados do

genocídio de 1915. Meus avós

vieram de navio, como muitos

armênios. Eram de Marash. (hoje

Turquia) Meu bisavô, em Marash

era politico, e em 1915 em Marash

foi degolado e sua cabeça exibida

em praça pública, pelos turcos.

Anush Barseghyan: Eu sou da

Armênia, de Erevan. Com a

minha família nos mudamos

para Argentina, Buenos Aires no

ano 2001. Então conheci um

brasileiro há 9 anos me casei e

mudei para o Brasil. Minha

família continua morando em

Buenos Aires.

Daniel Deranian Kraszny: Eu

moro no Brasil pois meus tataravós

maternos vieram da Armênia,

fugindo do genocídio e meus avós

paternos fugiram da Alemanha,

durante a segunda guerra mundial.

Ou seja, sou metade armênio e

metade alemão.

10


revista água vai

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Não tive opção. Nasci aqui. Meu avô

por parte de pai nasceu na Cesareia e ficou órfão aos 5 anos, foi levado

para o Egito. A mãe do meu pai era filha do prefeito de Kharpert.

Quando souberam que os turcos estavam chegando, meu bisavô

matriculou ela no colégio alemão que depois virou o orfanato do Near

East Relief. A mãe dela ficou viúva, e um turco queria “casar” com ela.

Ela tomou veneno, disse que ia ver os filhos mais uma vez, e foi até a

escola. As freiras deixaram ela em uma sala abraçada com os filhos até

morrer. Minha avó também foi parar no Egito e conheceu meu avô.

Por parte de mãe, meu bisavô era de Adana e minha bisavó era de

Hadjin. Eles se conheceram na Grécia. Moravam em um pequeno

vilarejo na ilha de Evia e minha avó não vendo futuro para os filhos lá,

uma vez que a balsa ia apenas uma vez por semana, veio para o Brasil.

Aqui meus pais se conheceram e eu nasci. Temos planos, eu, meu

marido e meus filhos de nos mudarmos para a Armênia, mas daqui a

alguns anos.

Aní Christina Ajabahian: Nasci no Brasil, meus avós maternos vieram

da Armênia, quando ainda eram crianças fugidos do genocídio, minha

bisavó contava muitas histórias, inclusive que as mulheres ficavam

chamando os maridos e quando fugiam traziam a chave de casa junto.

É uma história muito triste, mas os turcos não conseguiram acabar com

os armênios, estamos vivos para provar isso e continuamos ensinando

as tradições para as crianças porque assim continuamos a nossa

história. Meus avós paternos vieram do Líbano, moraram lá até a

adolescência do meu pai e do meu tio.

Regina Kurdoglian Jones: Eu não moro no Brasil. Moro nos Estados

Unidos. Nasci no Brasil e morei por 38 anos em São Paulo. Embora eu

tenha nascido no Brasil, descendo de famílias armênias de ambos os

lados, e ao longo da minha vida, ouvi de meus avós que eles foram

expulsos de sua terra natal quando eram crianças, que viram seus pais

morrerem pelas mãos dos turcos. Relatavam o ódio que os turcos

tinham contra os armênios, contra o cristianismo. Fui criada vendo

meu avô chorar todas as noites contando-nos suas passagens de

infância, quando aos sete anos ele e sua irmã de cinco tiveram que

deixar a mãe morta na neve e fugir da morte sob as ameaças turcas

logo após a perda do pai. A minha avó paterna contava que teve que

esconder o filho (meu pai) em um navio para não tê-lo jogado no oceano.

A minha avó materna contava que, enquanto mantinham seu pai

escondido no sótão da casa, ela, sua irmã e sua mãe diziam que ele havia

saído para lutar na guerra. Infelizmente ele morreu no sótão e elas

tiveram que fugir. Enterraram suas joias no quintal (ele era joalheiro) e

fugiram para a Grécia e depois para o Brasil. Quando adolescente, eu e

minha irmã íamos todo dia 24 de abril até uma embaixada turca com um

grupo de adolescentes armênios para manifestar meu descontentamento

pelo não reconhecimento do genocídio de 1915.

Sueli Salibian: Meu pai chegou

no Brasil depois do genocídio.

Meu pai, Garabet Salibian, nasceu

em Marash no ano de 1902.

Depois do genocídio foi para o

Brasil, antes passando pela Síria.

No Brasil começou sua vida no

Paraná para depois ir para o Rio

de Janeiro onde morou até 1985,

ano de sua morte.

Catherine Kachvartanian: Meus

bisavós foram parar no Brasil

fugindo do Genocídio Armênio.

Um dos meus avôs, por parte de

pai, nasceu na Síria, depois foi

com a família para Paris e só

depois foram para o Brasil.

2. Fala arménio?

Catherine Kachvartanian: Estou

aprendendo agora, aqui na

Armênia.

Anush Barseghyan: Eu falo

armênio sim.

Vartine Bohjalian Kalaydijian:

Falo fluentemente o armênio

ocidental e oriental, leio e

escrevo, meu marido também e

meus filhos também.

Regina Kurdoglian Jones: Falo

armênio básico. Estudei até a

terceira série no Externato José

Bonifácio (escola armênia em São

Paulo). Meus avós que falavam

armênio connosco faleceram

quando éramos adolescentes.

Os outros falam e entendem

somente poucas palavras.

11


Vartine Bohjalian Kalaydijian

3. Preocupa-se com as tradições na sua família?

Aní Christina Ajabahian: Sim, gosto muito de seguir as tradições e de

estar envolvida com a armenidade, sou diretora do Clube Armênio e

do Hamazkayn Brasil (que é 1 entidade cultural).

Regina Kurdoglian Jones: Sim. Meus sobrinhos estudaram armênio,

frequentam o Clube Armênio e conhecem a Armênia.

Catherine Kachvartanian: Sim, por isso estou tentando aprender a

língua para poder passar para meus filhos, além de outras tradições.

Daniel Deranian Kraszny: Na minha família, infelizmente,

preservamos pouquíssimas tradições. Mas ainda frequento o clube

armênio, consumo comida armênia e ouço músicas armênias com

frequência.

Sueli Salibian: As tradições armênias são um tesouro para preservar.

Os outros disseram que tentam manter as tradições e preocupam-se

com isso.

4. Quer que seus filhos se lembrem das suas raízes?

Denise Kherlakian Zadikian: Sim, eu quero que meus filhos

reconheçam e nunca se esqueçam de suas raízes.

EU LEVO A CULTURA

ARMÊNIA PARA TODOS

AO MEU REDOR,

INCLUSIVE AMIGOS,

QUE PASSARAM A SER

FÃS DA ARMÊNIA.

Anush Barseghyan: Sim. claro.

Eu tento ensinar minhas filhas a

falar armênio. Coloco música

armênia. Ensino a dançar.

Daniel Deranian Kraszny: Eu

levo a cultura Armênia para

todos ao meu redor, inclusive

amigos, que passaram a ser fãs

da Armênia.

Sueli Salibian: Não tive filhos

mas acabo de escrever um livro

auto-biográfico para que meus

sobrinhos e outros descendentes

12


revista água vai

conheçam um pouco da história de meu pai.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: É dever e obrigação deles!

Os outros responderam que obviamente querem ensinar os seus

filhos sobre raízes armênias.

5. O que sente falta no Brasil?

Vartine Bohjalian Kalaydijian: De relações mais estreitas com a

pátria e de um meio ambiente mais propício para a educação dos

meus filhos. Estamos muito longe fisicamente o que influencia nas

pessoas de forma negativa.

Aní Christina Ajabahian: Do reconhecimento do genocídio.

Regina Kurdoglian Jones: Falta de uma vida mais familiar armênia.

Denise Kherlakian Zadikian: Sinto falta de programas culturais da

Armênia aqui no BRASIL.

Anush Barseghyan: De uma comunidade armênia. Eu moro no Rio

de Janeiro. Então aqui não tem quase nada de armênios. Tem só

alguns descendentes, que não têm contato uns com outros.

Catherine Kachvartanian: Sinto falta de que ensinem mais sobra a

Armênia nas escolas, falem mais sobre a Armênia em geral, a cultura...

pois muita gente no Brasil acha que armênios e turcos são a

mesma coisa, por exemplo...

Daniel Deranian Kraszny: Como moro em São Paulo, creio que

consigo suprir a falta que sinto de outros lugares, pela vasta variedade

cultural.

Sueli Salibian: Hoje vivo na Itália porque fui casada com um italiano.

Do Brasil sinto falta dos amigos, a maioria descendentes de armênios.

6. O que há de melhor no Brasil e o que há de melhor na Arménia?

Denise Kherlakian Zadikian: Brasil a liberdade de expressão e

respeito entre os povos de diferentes etnias. Armênia o melhor é a

segurança, vida de custo baixo, e a cultura viva em cada esquina.

Anush Barseghyan: Cada país tem seus lados bons e ruins. Aqui eu

gosto muito da natureza. As praias. As pessoas são bem alegres. Aqui

é mais fácil de ter trabalho. Uma das coisas pela qual um armênio

deixa a Armênia é por falta de trabalho. E por causa da guerra. Para

seu filho não ser morto na fronteira. Eu adoro a Armênia. Tenho

“ NO BRASIL O

MELHOR É A PAZ,

AS PESSOAS DOR-

MEM E SABEM

COMO VÃO ACOR-

DAR NO DIA

SEGUINTE. NUNCA

EXISTE O MEDO

DA GUERRA, APE-

NAS INCERTEZAS

ECONÓMICAS,

MAS EXISTEM

OPORTUNIDADES

PARA TODOS.

NA ARMÊNIA...

EXISTE A NOSSA

ESSÊNCIA, O

CALOR DO POVO,

A SENSAÇÃO DE

PERTENCIMENTO ”

13


revista água vai

NÃO NASCI NA

ARMÊNIA MAS FOI

A ARMÊNIA QUE

NASCEU EM MIM.

Vartine Bohjalian Kalaydijian:

No Brasil o melhor é a paz, as

pessoas dormem e sabem como

vão acordar no dia seguinte.

Nunca existe o medo da guerra,

apenas incertezas económicas,

mas existem oportunidades para

todos. Na Armênia... existe a

nossa essência, o calor do povo,

a sensação de pertencimento, a

segurança nas ruas.

Aní Christina Ajabahian: No

Brasil a tradição e a cultura

armênia passadas de geração

para geração. Na Armênia o

povo acolhedor.

Vartine Bohjalian Kalaydijian

muito boas lembranças. Sinto falta da nossa comida. Das nossas frutas

frescas. Que pegávamos das árvores e comíamos.

Catherine Kachvartanian: No Brasil o que há de melhor é a diversidade,

a mistura de povo, as diferentes culturas, tradições, além das praias

e das comidas. Na Armênia o que há de melhor é a segurança e o

sentimento de morar em uma grande cidade onde todos são família,

mesmo em Erevan.

Daniel Deranian Kraszny: O Brasil é um país em que se pode encontrar

tudo e não há conflitos internacionais, então temos paz aqui. A

Armênia possui uma cultura extremamente forte e um nacionalismo

apaixonante.

Sueli Salibian: No Brasil o espírito de acolhimento. Ainda não tive o

privilégio de conhecer a amada Armênia.

Regina Kurdoglian Jones: No

Brasil, a paz entre os povos

vizinhos; na Armênia, tirando os

conflitos com os países vizinhos,

tudo é maravilhoso!

7. Tem alguma foto em vestido

tradicional ou durante celebrações

do tipo arménio?

(Ver fotos do artigo)

8. O que significa a identidade

arménia para si?

Denise Kherlakian Zadikian: A

identidade armênia é tudo o que

eu sou, e tudo que vivo em

casa… nas músicas, na dança, na

cultura, nas comidas e na

religiosidade.

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revista água vai

Anush Barseghyan: Eu tenho orgulho de ser armênia. Não importa onde eu morar. Sempre vou ser armênia.

Catherine Kachvartanian: Significa ser descendente de guerreiros, de um povo muito forte e muito

injustiçado, porém feliz.

Daniel Deranian Kraszny: Significa resistência de um povo perseguido até os dias atuais.

Sueli Salibian: Não nasci na Armênia mas foi a Armênia que nasceu em mim.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Para mim significa a pessoa SENTIR-se armênia. Quando alguém perguntar

na rua: O que você é?? Ela responda: SOU ARMÊNIA!!! Morro quando escuto alguém dizer: SOU NETO DE

ARMÊNIOS, então… você já não é mais???

Aní Christina Ajabahian: A prova que os turcos falharam.

Regina Kurdoglian Jones: Significa raiz profunda, muita cultura, amor pelo Monte Ararat e por toda a

região e muita alegria!

9. Na sua opinião, quais são as semelhanças e as diferenças entre os arménios e os brasileiros?

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Praticamente nenhuma. “Ler u Tsor” como diz a expressão armênia (Montanhas

e Vales), ou seja, grandes contrastes. Os armênios possuem valores, se te dão a palavra, eles vão

cumprir. Um brasileiro fala pra você: “Venho amanhã.” (Ele não apenas não vem, mas esquece de te avisar

que não virá). Podemos dizer apenas que os dois povos gostam de viver a vida, fazer churrascos, e dançarem,

cada um no seu próprio estilo.

Aní Christina Ajabahian: Semelhança a garra do povo e diferença é que os armênios são mais acolhedores

e respeitadores.

Regina Kurdoglian Jones: Muito pouca semelhança. Acho que mais se assemelham pela cultura da limpeza.

Ambos os países têm essa cultura.

Anush Barseghyan: Na minha opinião é o respeito à família. Os

brasileiros gostam de se casar e formar família. Igual que os armênios.

E são muito religiosos. Brasileiro é mais liberal. Armênia é mais

fechada.

Catherine Kachvartanian: A semelhança é a hospitalidade e o "jeitinho

brasileiro" que também se aplica ao "jeitinho armênio". Diferenças são

muitas, os brasileiros são mais mente aberta, mais festeiros, muito

menos conservadores.

Daniel Deranian Kraszny: Os armênios são felizes e solidários, como

os brasileiros. Contudo, acho que os brasileiros levam as coisas com

mais leveza e os armênios possuem mais orgulho do país. Os brasileiros

reclamam demais do Brasil, mas o país é incrível, em todos os

sentidos.

Withsonya, Pexels

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revista água vai

Tatev, Arménia

Norayr Grigoryan, Unsplash

10. Na cultura arménia, algumas pessoas pensam que o arménio só se

devia casar com outro arménio para preservar a nossa identidade. O

que acha disso?

Denise Kherlakian Zadikian: Sim, eu acho que os jovens devem se casar

entre si. Só assim, existirá preservação da nossa cultura e nossas tradições.

Anush Barseghyan: Bom, eu me casei com brasileiro. Então eu acho

que as pessoas devem se casar com a pessoa que amam de verdade

sem importar a nacionalidade. As mulheres muitas vezes preferem se

casar com homens de outras nacionalidades porque os armênios da

Armênia têm mente muito fechada. São machistas.

Catherine Kachvartanian: Acho que é uma besteira. Sou casada com

um brasileiro que veio morar comigo na Armênia e tenho certeza que

em nossa casa a cultura e identidade armênia será sempre lembrada,

porém é importante saber que não existe APENAS a cultura armênia

no mundo e que todas as culturas e tradições devem ser igualmente

respeitadas.

Daniel Deranian Kraszny: Creio que isso ficou para trás, até porque

hoje em dia, vivendo em outro país sem ser a Armênia, acaba se

tornando difícil de encontrar o amor da sua vida da mesma etnia.

Sueli Salibian: As pessoas se casam por amor, independente da

origem. Conheço pessoas não armênias que se casaram com armênios

e que são mais armênias que os próprios armênios.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Veja, eu concordo, tanto é que assim o

fiz. Mas também conheço amigos armênios que casaram com brasileiras

e as esposas são mais armênias do que eles. Talvez devêssemos agir

como os Judeus, transformando os “odars” em nossa própria gente.

Mas deveríamos estar preparados para isso e com um propósito, senão

fica bem fácil se diluir, principalmente em um país como o Brasil, onde

não existem diferenças religiosas

marcantes como no oriente

médio. Minha mãe sempre me

explicava: “Filha, você não é

obrigada a casar com armênio,

mas você precisa entender que já

existem tantos motivos para um

casal discordar, imagine você

dividindo uma vida com uma

pessoa que não valoriza as

mesmas datas que você, que não

quer frequentar a mesma igreja,

que não gosta das mesmas

comidas e não entende a língua

que seus pais falam. Você acha

justo todo mundo na sua casa

mudar a forma de ser por causa

de uma escolha que você faz??”

Minha mãe estava certa, por que

eu JAMAIS poderia ter a família

que eu criei pra mim hoje se meu

esposo não pensasse como eu.

Aní Christina Ajabahian: Eu

acho que para preservar a nossa

cultura e identidade isso é

importante, mas também acho

que se casar com alguém que

não seja armênio, mas que vai

respeitar e preservar a cultura e a

identidade tudo bem.

Regina Kurdoglian Jones: Acho

que com a diáspora, fica muito

complicado seguir essa norma.

11. Do que gosta ou não gosta

na cultura arménia?

Vartine Bohjalian Kalaydijian:

Tudo! Somos bravos, valentes,

temos história, orgulho, trabalhadores,

em todos os países que

fomos sempre nos viram como

construtores. Somos bons

anfitriões, inteligentes, inovadores,

não tem o que não gostar.

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revista água vai

Bem na verdade, uma coisa... a falta de trabalho de equipa.. Já notou

que na Arménia os únicos desportos de sucesso são individuais??

Nossa realidade de hoje mostra que temos dificuldade em nos reunirmos

e trabalharmos de forma coesa e como grupo. A Armênia é um país que

forma líderes apenas, mas o líder precisa ter seguidores.

Aní Christina Ajabahian: Gosto de tudo: danças, comidas típicas,

comemorações, etc… Não gosto de rememorar o genocídio porque é

muito triste.

Denise Kherlakian Zadikian: Eu adoro as danças, a culinária, e as

músicas. O que me deixa triste não tem nada haver com a cultura, é a

guerra, as injustiças políticas de lá e conflitos com países vizinhos.

Anush Barseghyan: Adoro a nossa música, nossa comida, a nossa

história. Bom, eu saí da Armênia já faz muito tempo então eu acho que

alguns tradições estão mudando. Alguns hábitos machistas. Por

exemplo que a mulher tem que se casar virgem e depois mostram o

lençol para os parentes para confirmar a virgindade da mulher.

Catherine Kachvartanian: Gosto desse sentimento de família, de um

ajudar o outro, de sempre que se encontram em qualquer lugar no

mundo vira uma família! O que não gosto é dessa mentalidade

retrógrada e conservadora que ainda existe e muito aqui e em todas as

comunidades armênias no mundo!

Monika Aramyan: Olá! Sou a

Monika e moro na Polónia, mas a

minha etnia é arménia. Adoro a

cultura e história da Arménia. Eu

estudo Linguística Aplicada (inglês

e português). Adoro aprender

línguas. Também aprendo espanhol

e sei um pouco de russo. Os meus

outros interesses são cozinhar ou

conhecer outras culturas. Trabalho

como professora de inglês e ensino

crianças. No futuro adoraria visitar

Portugal e o Brasil.

Daniel Deranian Kraszny: As músicas armênias, que se assemelham

com as músicas árabes mas possuem alguns tons diferentes.

Sueli Salibian: Procuro ver sempre o lado positivo da cultura armênia.

Que é muito mais importante que qualquer eventual defeito.

Regina Kurdoglian Jones: Acho que tudo que vem da cultura armênia

me encanta muito. Não lembro de nada que me desagrade.

Como vocês podem ver, apesar do facto de muitos deles nem sequer terem

nascido na Arménia, eles tentam preservar as tradições. Apesar de terem

nascido e vivido num país tão distante de sua pátria, o Brasil, eles sentem-se

arménios e a sua identidade nacional é muito importante para eles. Cada

história das famílias dos nossos protagonistas é única e bela, mas elas são

marcadas pela tragédia do genocídio, exceto por uma pessoa cuja família

emigrou por razões económicas. Podemos ver neles a força e a determinação

dos seus ancestrais que conseguiram encontrar asilo tão longe quanto o Brasil.

Estas histórias são tão interessantes que poderiam ser a inspiração para um

livro. Somos muito gratos a todos os que nos ajudaram com este projeto e

esperamos que através dele muitas pessoas aprendam sobre a história dos

arménios. Assim como eles cuidam da memória dessas histórias no Brasil, nós

também queremos comemorá-las na Polónia.

Natalia Król: Olá, o meu nome é

Natalia e tenho 24 anos. Eu moro

em Lublin, Polónia. Adoro

aprender línguas estrangeiras, e o

português é uma das minhas

favoritas! Eu também falo inglês e

espanhol. No meu tempo livre,

gosto de ler poemas, viajar e

cozinhar. Atualmente estou

ensinando inglês a crianças. Que

tempo maravilhoso passo com os

pequenos! Eu gosto de escrever e

entrevistar pessoas, mas no futuro,

gostaria de me tornar uma tradutora

profissional e viver em algum

país caloroso e amigável :)

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Ormianie

w Brazylii

Monika Aramyan i Natalia Król

Ludność pochodzenia ormiańskiego

jest bardzo silną

grupą imigrantów w Brazylii.

Jest ich około stu tysięcy. Wielu

z nich mieszka w São Paulo,

gdzie istnieją specjalne szkoły,

urzędy, kościoły i sklepy dla

Ormian. Jest tam nawet stacja

metra o nazwie Armenia. Innym

miejscem z dużą społecznością

ormiańską jest Rio de Janeiro i

Uberaba.

Niektórzy Brazylijczycy pochodzenia

ormiańskiego stali się znani

w takich dziedzinach jak: sztuka,

polityka i sport, oto niektórzy z

nich: senator Pedro Pedrossian,

aktorka Aracy Balabanian, aktor i

polityk Stepan Nercessian,

piosenkarz Fiuk (Filipe

Kartalian), piłkarz Marcelo Djian,

Catherine Kachvartanian

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revista água vai

trener sportowy Fábio Mahseredjian, zawodnik

MMA Daniel Sarafian i śpiewak operowy Jorge

Durian.

Z racji tego, że nie jest trudno znaleźć

przedstawicieli tej grupy, postanowiliśmy

przeprowadzić wywiady z kilkoma osobami, aby

poznać dokładnie ich historię, dowiedzieć się, co

sprowadziło ich do Brazylii i czy tęsknią za

Armenią. W związku z tym, że postęp

technologiczny jest bardzo zaawansowany,

nawiązaliśmy kontakt z nimi na Facebooku na

specjalnej grupie dla Ormian. Wolontariusze byli

tak mili, że chętnie odpowiadali na pytania i

załączali zdjęcia, którymi mamy przyjemność się

z Państwem podzielić.

W wywiadzie uczestniczyły osoby w różnym

wieku i o różnych doświadczeniach życiowych:

è Denise Kherlakian Zadikian (55) - zamężna z

Ormianinem z Brazylii, ma 4 dzieci. Trójka dzieci

mieszka w Erywaniu.

è Anush Barseghyan (w średnim wieku) -

projektantka mody. Posiada własne atelier. Jest

żoną Brazylijczyka i ma 2 córki.

è Catherine Kachvartanian (26) - absolwentka

Business Administration, od 2 lat pracuje jako

Brazil Country Coordinator w Picsart, w

Erywaniu - Armenia.

è Daniel Deranian Kraszny (24) - prawnik,

mieszka w São Paulo.

è Sueli Salibian (71)-urodzona w Rio de Janeiro,

mieszka w Rzymie, od 6 lat jest wdową. Jest na

emeryturze. Ukończyła studia jako mediator

międzykulturowy w Rzymie. Nie ma dzieci.

è Vartine Bohjalian Kalaydijian (w średnim

wieku) - Pochodzi z São Paulo. Reprezentuje

Hamazkayin, Hay Tad, brazylijski program

ormiański w telewizji.

è Aní Christina Ajabahian (w średnim wieku) -

Jest z pochodzenia Ormianką. Jest psychologiem i

pedagogiem dziecięcym, dyrektorem Klubu

Ormiańskiego i Hamazkayin.

è Regina Kurdoglian Jones (w średnim wieku) -

Urodziła się w Brazylii i mieszkała tam do czasu

ślubu z Amerykaninem, następnie wyemigrowała

do Stanów Zjednoczonych. Po studiach

językowych w Brazylii, zaczęła uczyć angielskiego

obcokrajowców w szkole publicznej. Przez

trzynaście lat pomagała studentom innych

narodowości rozpocząć życie w Stanach

Zjednoczonych. Wraz z nadejściem pandemii,

zaczęła uczyć Brazylijczyków angielskiego jako

drugiego języka (online).

Do każdego pytania wybraliśmy najciekawsze

odpowiedzi. Zaczynajmy!

1. Dlaczego mieszka Pani/ Pan w Brazylii?

Proszę opowiedzieć nam swoją historię, historię

swojej rodziny.

Denise Kherlakian Zadikian: Mieszkam w

Brazylii, ponieważ jestem częścią diaspory. Moi

dziadkowie przybyli tu jako uchodźcy z

ludobójstwa w 1915 roku. Moi dziadkowie

przypłynęli statkiem, jak wielu Ormian. Byli to

ludzie z Marasz. Mój pradziadek był tam

politykiem i w 1915 roku ścięto mu głowę, która

została wystawiona przez Turków na placu

publicznym w Marasz.

Anush Barseghyan: Jestem z Armenii, z Erywania.

Wraz z rodziną przeprowadziliśmy się do Buenos

Aires, w Argentynie w 2001 roku. Dziewięć lat

temu poznałam Brazylijczyka, wyszłam za mąż i

przeprowadziłam się do Brazylii. Moja rodzina

nadal mieszka w Buenos Aires.

Daniel Deranian Kraszny: Mieszkam w Brazylii,

ponieważ moi pradziadkowie ze strony matki

przybyli z Armenii, uciekając przed

ludobójstwem, a dziadkowie ze strony ojca uciekli

z Niemiec w czasie II wojny światowej. Jestem

więc w połowie Ormianinem, a w połowie

Niemcem.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Nie miałam

wyboru. Urodziłam się tutaj. Mój dziadek ze

strony ojca urodził się w Cezarei. Został

osierocony w wieku pięciu lat i zabrano go do

Egiptu. Matka mojego ojca była córką burmistrza

miasta Kharpert. Kiedy dowiedzieli się, że

nadchodzą Turcy, mój pradziadek zapisał ją do

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niemieckiej szkoły, która później stała się

sierocińcem Near East Relief. Jej matka owdowiała,

a pewien Turek chciał się z nią "ożenić". Wypiła

truciznę, powiedziała, że idzie jeszcze raz

zobaczyć się z dziećmi i poszła do szkoły.

Zakonnice zostawiły ją w pokoju, niedługo potem

umarła, trzymając w objęciach swoje dzieci. Moja

babcia również trafiła do Egiptu i poznała mojego

dziadka. Mój pradziadek ze strony matki

pochodził z Adany, a prababka z Hadjin. Poznali

się w Grecji. Mieszkali w małej wiosce na wyspie

Evia i moja babcia, nie widząc tam przyszłości dla

swoich dzieci, przypłynęła do Brazylii promem,

który kursował tylko raz w tygodniu. Tu spotkali

się moi rodzice i tu przyszłam na świat. Mamy

plany, ja, mój mąż i moje dzieci, aby przenieść się

do Armenii, ale za kilka lat.

Aní Christina Ajabahian: Urodziłam się w

Brazylii, moi dziadkowie ze strony matki

pochodzą z Armenii. Kiedy byli dziećmi, uciekali

przed ludobójstwem. Moja prababcia opowiadała

wiele historii, między innymi o tym, że kobiety

zawiadamiały swoich mężów, a kiedy uciekały,

zabierały ze sobą klucze do domu. Jest to bardzo

smutna historia, ale Turkom nie udało się skończyć

z Ormianami, żyjemy, aby to udowodnić i nadal

uczymy swoich dzieci tradycji, ponieważ w ten

sposób kontynuujemy naszą historię. Moi

dziadkowie ze strony ojca pochodzili z Libanu,

mój ojciec i wujek mieszkali tam aż do wieku

nastoletniego.

Regina Kurdoglian Jones: Nie mieszkam w

Brazylii. Mieszkam w Stanach Zjednoczonych.

Urodziłam się w Brazylii i przez 38 lat mieszkałam

w São Paulo. Chociaż urodziłam się w Brazylii,

mam korzenie ormiańskie po obu stronach rodziny

i przez całe życie słyszałam od moich dziadków, że

zostali wypędzeni ze swojej ojczyzny kiedy byli

dziećmi, że widzieli, jak ich rodzice ginęli z rąk

Turków. Te historie były o nienawiści, jaką Turcy

żywili wobec Ormian, wobec chrześcijaństwa.

Dorastałam, patrząc jak mój dziadek płacze każdej

nocy, opowiadając nam o swoich przejściach z

dzieciństwa, kiedy to w wieku siedmiu lat on i jego

pięcioletnia siostra musieli zostawić swoją martwą

matkę na śniegu, zaraz po stracie ojca, i uciekać

przed śmiercią, przed groźbami Turków. Moja

babcia opowiadała, że musiała ukryć swojego

syna (mojego ojca) na statku, żeby nie wrzucono

go do oceanu. Moja babcia ze strony matki

wspominała, że kiedy ukrywali jej ojca na strychu

domu, ona, jej siostra i jej matka mówiły, że

wyjechał walczyć na wojnę. Niestety zginął na

strychu i musieli uciekać. Zakopali jego biżuterię

na podwórku (był jubilerem) i uciekli do Grecji, a

potem do Brazylii. Jako nastolatka, moja siostra i ja

udawałyśmy się każdego 24 kwietnia do tureckiej

ambasady z grupą ormiańskich nastolatków, aby

wyrazić swoje niezadowolenie z powodu

nieuznania ludobójstwa z 1915 roku.

Sueli Salibian: Mój ojciec przybył do Brazylii po

ludobójstwie. Mój ojciec, Garabet Salibian, urodził

się w Maraszu w 1902 roku. Po ludobójstwie udał

się do Brazylii, wcześniej zamieszkując Syrię. W

Brazylii rozpoczął życie w stanie Parana, a

następnie przeprowadził się do Rio de Janeiro,

gdzie mieszkał do 1985 r., kiedy to zmarł.

Catherine Kachvartanian: Moi pradziadkowie

dotarli do Brazylii, uciekając przed ludobójstwem

Ormian. Jeden z moich dziadków, ze strony ojca,

urodził się w Syrii, potem wyjechał z rodziną do

Paryża, a dopiero potem do Brazylii.

2. Czy mówi Pan/Pani po ormiańsku?

Catherine Kachvartanian: Uczę się teraz, tutaj w

Armenii.

Anush Barseghyan: Mówię po ormiańsku.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Mówię płynnie w

zachodnioormiańskim, jak i wschodnioormiańskim,

czytam i piszę, mój mąż również i moje dzieci także.

Regina Kurdoglian Jones: Mój ormiański jest na

poziomie podstawowym. Do trzeciej klasy uczyłam

się w Externato José Bonifácio (szkoła ormiańska w

São Paulo). Moi dziadkowie, którzy mówili z nami

po ormiańsku, odeszli, gdy byliśmy nastolatkami.

Pozostali mówią i rozumieją tylko kilka słów.

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revista água vai

“ PRZYBLIŻAM KULTURĘ

ORMIAŃSKĄ WSZYSTKIM

DOOKOŁA, TAKŻE

PRZYJACIOŁOM, KTÓRZY

STALI SIĘ FANAMI ARMENII. ”

3. Czy dba Pan/Pani o tradycje w swojej rodzinie?

Aní Christina Ajabahian: Tak, bardzo lubię

podążać za tradycjami i angażować się w życie

społeczności ormiańskiej, jestem dyrektorem

Klubu Ormiańskiego i Hamazkayn Brasil (który

jest jednostką kulturalną).

Regina Kurdoglian Jones: Tak, moi siostrzeńcy

uczyli się ormiańskiego, chodzą do Klubu

Ormiańskiego i znają Armenię.

Catherine Kachvartanian: Tak, dlatego uczę się

języka, aby móc przekazać go moim dzieciom, jak

również inne tradycje.

Daniel Deranian Kraszny: W mojej rodzinie,

niestety, zachowujemy bardzo mało tradycji. Ale

nadal chodzę do klubu ormiańskiego, jem

ormiańskie jedzenie i często słucham ormiańskiej

muzyki.

Sueli Salibian: Tradycje ormiańskie są skarbem,

który należy zachować.

Inni mówili, że starają się podtrzymywać tradycje

i zależy im na tym.

4. Czy chce Pan/ Pani, aby pańskie dzieci

pamiętały o swoich korzeniach?

Denise Kherlakian Zadikian: Tak, chcę, żeby moje

dzieci znały swoje korzenie i nigdy o nich nie

zapominały.

Anush Barseghyan: Tak, oczywiście. Staram się

uczyć moje córki mówić po ormiańsku. Puszczam

im ormiańską muzykę. Uczę tańca.

Daniel Deranian Kraszny: Przybliżam kulturę

ormiańską wszystkim dookoła, także przyjaciołom,

którzy stali się fanami Armenii.

Sueli Salibian: Nie mam dzieci, ale właśnie

napisałam książkę autobiograficzną, aby moi

siostrzeńcy i inni potomkowie mogli poznać

historię mojego ojca.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: To jest ich

obowiązek i powinność!

Inni odpowiadali, że oczywiście chcą uczyć swoje

dzieci o ormiańskich korzeniach.

5. Czego Panu/Pani brakuje w Brazylii?

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Bliższe stosunki z

ojczyzną i bardziej sprzyjające środowisko dla

edukacji moich dzieci. Fizycznie jesteśmy bardzo

daleko, co wpływa na ludzi w negatywny sposób.

Aní Christina Ajabahian: Uznania ludobójstwa.

Regina Kurdoglian Jones: Brak bardziej

ormiańskiego życia rodzinnego.

Denise Kherlakian Zadikian: Brakuje mi

ormiańskich programów kulturalnych tutaj w

Brazylii.

Anush Barseghyan: Ormiańskiej społeczności.

Mieszkam w Rio de Janeiro. Nie ma tu więc prawie

żadnych Ormian. Pozostało tylko kilku potomków,

którzy nie utrzymują ze sobą kontaktów.

Catherine Kachvartanian: Brakuje mi, żeby w

szkołach więcej uczono o Armenii, więcej mówiono

o Armenii ogólnie, o kulturze... ponieważ wielu

ludzi w Brazylii myśli, że Ormianie i Turcy to

jedno i to samo, na przykład…

Daniel Deranian Kraszny: Ponieważ mieszkam w

São Paulo, wierzę, że mogę nadrobić braki, które

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revista água vai

pracę. Jeden z powodów, dla których Ormianie

opuszczają Armenię, jest brak pracy. I z powodu

wojny, aby syn nie został zabity na froncie.

Kocham Armenię. Mam bardzo dobre

wspomnienia. Brakuje mi naszego jedzenia,

naszych świeżych owoców, które zrywaliśmy z

drzew i jedliśmy.

Catherine Kachvartanian: W Brazylii najlepszą

rzeczą, oprócz plaż i jedzenia, jest różnorodność,

mieszanka ludzi, różne kultury, tradycje. W

Armenii najlepsze jest bezpieczeństwo i poczucie

życia w dużej wiosce, gdzie wszyscy są rodziną,

nawet w Erywaniu.

Daniel Deranian Kraszny: Brazylia to kraj, w

którym można znaleźć wszystko i nie ma

konfliktów międzynarodowych, więc mamy tu

pokój. Armenia ma niezwykle bogatą kulturę i

silny nacjonalizm.

Sueli Salibian: W Brazylii panuje atmosfera

gościnności. Niestety nie miałam zaszczytu

poznać ukochanej Armenii.

Vartine Bohjalian Kalaydijian

odczuwam w innych miejscach, ze względu na

ogromną różnorodność kulturową.

Sueli Salibian: Obecnie mieszkam we Włoszech,

ponieważ wyszłam za mąż za Włocha. Brakuje mi

moich przyjaciół w Brazylii, z których większość

to potomkowie Ormian.

6. Co jest lepsze w Brazylii, a co w Armenii?

Denise Kherlakian Zadikian: Brazylia to wolność

słowa i szacunek między ludźmi różnych

narodowości. Armenia to bezpieczeństwo, tani

koszt życia i bogata kultura widoczna na każdym

rogu.

Anush Barseghyan: Każdy kraj ma swoje dobre i

złe strony. Tutaj bardzo podoba mi się przyroda.

Plaże. Ludzie są bardzo weseli. Tutaj łatwiej jest o

Vartine Bohjalian Kalaydijian: W Brazylii

najlepszą rzeczą jest pokój. Nigdy nie ma strachu

przed wojną, tylko niepewność ekonomiczna, ale

są możliwości dla wszystkich. W Armenii... jest

nasza esencja, ciepło ludzi, poczucie

przynależności, bezpieczeństwo na ulicach.

Aní Christina Ajabahian: W Brazylii tradycja i

kultura ormiańska przechodząca z pokolenia na

pokolenie. W Armenii są bardzo gościnni ludzie.

Regina Kurdoglian Jones: W Brazylii pokój

między sąsiednimi narodami; w Armenii, poza

konfliktami z sąsiednimi krajami, wszystko jest

wspaniałe!

7. Czy masz jakieś zdjęcia w tradycyjnych

strojach lub podczas uroczystości typu

ormiańskiego? (Zobacz zdjęcia artykułu)

8. Co oznacza dla Ciebie tożsamość ormiańska?

Denise Kherlakian Zadikian: Tożsamość

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revista água vai

ormiańska jest wszystkim, czym jestem i tym jak ją

celebruję w domu… za pomocą muzyki, tańca,

kultury, jedzenia i religijności.

Anush Barseghyan: Jestem dumna, że jestem

Ormianką. Nie ma znaczenia, gdzie mieszkam.

Zawsze będę Ormianką.

Catherine Kachvartanian: To oznacza wywodzić

się od wojowników, od ludzi bardzo silnych i

bardzo skrzywdzonych, ale pomimo to

szczęśliwych.

Daniel Deranian Kraszny: Oznacza siłę narodu

prześladowanego, który przetrwał do dziś.

Sueli Salibian: Nie urodziłam się w Armenii, ale

to Armenia narodziła się we mnie.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Dla mnie oznacza

to, że ktoś CZUJE SIĘ Ormianinem. Gdy ktoś pyta

na ulicy: Kim jesteś?? On odpowiada: JESTEM

ORMIANINEM!!! Nie znoszę, gdy słyszę, jak ktoś

mówi: JESTEM WNUKIEM ORMIAN, a więc… ty

już nim nie jesteś???

Aní Christina Ajabahian: Dowód na to, że plan

Turków się nie powiódł.

Regina Kurdoglian Jones: To oznacza głębokie

korzenie, dużo kultury, miłość do góry Ararat i

całego regionu oraz dużo radości!

9. Jakie są Pana/Pani zdaniem podobieństwa i

różnice pomiędzy Ormianami a Brazylijczykami?

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Praktycznie żadne.

„Ler u Tsor” jak mówi ormiańskie wyrażenie

(Góry i Doliny), czyli wielkie kontrasty. Ormianie

mają wartości, jeśli dadzą ci słowo, dotrzymają go.

Brazylijczyk mówi do ciebie: „Przyjdę jutro”. (On

nie tylko nie przychodzi, ale zapomina dać ci znać,

że nie przyjdzie). Możemy tylko powiedzieć, że te

dwa narody lubią cieszyć się życiem, grillować i

tańczyć, każdy w swoim własnym stylu.

Aní Christina Ajabahian: Podobieństwo jest takie,

że oba narody są solidarne, a różnica polega na

tym, że Ormianie są bardziej gościnni i pełni

szacunku.

Regina Kurdoglian Jones: Bardzo małe

podobieństwo. Myślę, że są bardziej do siebie

podobne ze względu na kulturę czystości. Oba

kraje mają tę kulturę.

Anush Barseghyan: Moim zdaniem to szacunek

dla rodziny. Brazylijczycy lubią się pobierać i

zakładać rodzinę. Tak jak Ormianie. I są bardzo

religijni. Brazylia jest bardziej liberalna. Armenia

jest bardziej kosnerwatywna.

Catherine Kachvartanian: Podobieństwo to

gościnność i „jeitinho brasileiro”¹, możemy więc

również przyznać, że istnieje „jeitinho armênio”.

Różnic jest wiele, Brazylijczycy są bardziej otwarci,

więcej imprezują, są znacznie mniej

konserwatywni.

Daniel Deranian Kraszny: Ormianie są szczęśliwi

i solidarni, jak Brazylijczycy. Myślę jednak, że

Brazylijczycy traktują sprawy lżej, a Ormianie są

bardziej dumni z swojego kraju. Brazylijczycy

dużo narzekają na Brazylię, ale ten kraj jest

niesamowity pod każdym względem.

10. W kulturze ormiańskiej jest takie przekonanie,

że Ormianie nie powinni poślubiać osób innego

pochodzenia po to, aby zachować swoją tożsamość

narodową. Co Pan/Pani myśli na ten temat?

Denise Kherlakian Zadikian: Tak, myślę, że

młodzi ludzie powinni brać ślub pomiędzy sobą.

To jedyny sposób na zachowanie naszej kultury i

tradycji.

Anush Barseghyan: Cóż, poślubiłam Brazylijczyka.

Myślę więc, że ludzie powinni poślubić osobę,

którą naprawdę kochają, niezależnie od

narodowości. Kobiety często wolą poślubić

1

Wyrażenie to jest często używane przez Brazylijczyków do

opisania sposobu, w jaki rozwiązują problemy. Często wiąże

się ze znalezieniem rozwiązania, choć coś jest zabronione,

uważane za niemożliwe lub drogie.

23


revista água vai

mężczyzn innej narodowości, ponieważ Ormianie

z Armenii są bardzo ograniczeni. Są seksistami.

Catherine Kachvartanian: Myślę, że to bzdura.

Jestem żoną Brazylijczyka, który zamieszkał ze

mną w Armenii i jestem pewna, że w naszym

domu kultura i tożsamość ormiańska zawsze

będzie pamiętana, ale ważne jest, aby wiedzieć,

że na świecie nie istnieje jest TYLKO kultura

ormiańska i że wszystkie kultury i tradycje

muszą być w równym stopniu szanowane.

Daniel Deranian Kraszny: Myślę, że to już za

nami, bo w dzisiejszych czasach, mieszkając w

innym kraju niż Armenia, trudno znaleźć miłość

swojego życia z tej samej grupy etnicznej.

Sueli Salibian: Ludzie pobierają się z miłości, bez

względu na pochodzenie. Znam nie-Ormianów,

którzy poślubili Ormian i którzy są bardziej

Ormianami niż sami Ormianie.

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Zgadzam się i to

bardzo, sama tak zrobiłam, ale też znam Ormian,

którzy poślubili Brazylijki i ich żony, są bardziej

Ormiankami niż oni sami. Może powinniśmy

zachowywać się jak Żydzi, zamieniając „odars”²

w nasz własny naród. Ale powinniśmy być na to

przygotowani i robić konsekwentnie, w

przeciwnym razie bardzo łatwo jest się pogubić,

zwłaszcza w kraju takim jak Brazylia, gdzie nie

ma wyraźnych różnic religijnych, jak na Bliskim

Wschodzie. Moja mama zawsze mi tłumaczyła:

„Córko, nie musisz poślubić Ormianina, ale

musisz zrozumieć, że jest już tak wiele powodów

do niezgody pomiędzy małżonkami. Wyobraź

sobie, że dzielisz życie z osobą, która nie świętuje

tych samych dat co ty, który nie chce chodzić do

tego samego kościoła, nie lubi tych samych

potraw i nie rozumie języka, którym mówią twoi

rodzice. Czy uważasz, że to sprawiedliwe, aby

wszyscy w twoim domu zmienili swój sposób

bycia z powodu wyboru, którego dokonujesz?”

Moja mama miała rację, bo NIGDY nie

Catherine Kachvartanian

mogłabym mieć rodziny, którą sobie dzisiaj

stworzyłam, gdyby mój mąż nie myślał tak jak ja.

Aní Christina Ajabahian: Myślę, że dla zachowania

naszej kultury i tożsamości jest to ważne, ale

uważam również, że małżeństwo z kimś, kto nie

jest Ormianinem, ale który będzie szanował i

zachował kulturę i tożsamość, jest w porządku.

Regina Kurdoglian Jones: Myślę, że w diasporze

bardzo trudno jest przestrzegać tej normy.

11. Co Pan/ Pani lubi w kulturze ormiańskiej?

Czego Pan/Pani nie lubi w kulturze ormiańskiej?

2

Odar – po ormiańsku „օտար”, dosłownie: inny, nieznajomy. Wyrażenie często używane przez Ormian, oznacza

obcokrajowca lub nieznajomego, czyli nie-Ormianina.

24


revista água vai

Vartine Bohjalian Kalaydijian: Wszystko!

Jesteśmy odważni, waleczni, mamy historię, dumę,

jesteśmy pracowici. We wszystkich krajach, do

których wyemigrowaliśmy, zawsze postrzegali nas

jako osoby przedsiębiorcze. Jesteśmy dobrymi

gospodarzami, inteligentni, innowacyjmi, nie ma

czego nie lubić. Właściwie, jedna rzecz... brak

pracy zespołowej. Czy zauważyłaś, że w Armenii

jedynymi sportami odnoszącymi sukcesy są sporty

indywidualne? Nasza dzisiejsza rzeczywistość

pokazuje, że trudno nam się spotkać i solidarnie

pracować jako grupa. Armenia to kraj, który tylko

szkoli liderów, ale lider musi mieć zwolenników.

Aní Christina Ajabahian: Lubię wszystko: taniec,

typowe jedzenie, uroczystości itp. Nie lubię

rozpamiętywania ludobójstwa, ponieważ jest to

bardzo smutne.

Denise Kherlakian Zadikian: Kocham taniec,

gotowanie i muzykę. To, co mnie smuci, nie ma nic

wspólnego z kulturą, to wojna, niesprawiedliwość

polityczna i konflikty z sąsiednimi krajami.

Anush Barseghyan: Kocham naszą muzykę, nasze

jedzenie, naszą historię. Cóż, opuściłam Armenię

dawno temu, więc myślę, że niektóre tradycje się

zmieniają, niektóre tradycje seksistowskie. Na

przykład panna młoda musi być dziewicą do

ślubu, a następnie pokazuje się jej rodzinie

kawałek prześcieradła, aby potwierdzić jej

dziewictwo.³

Catherine Kachvartanian: Podoba mi się poczucie

bliskości rodziny, pomagania sobie nawzajem, to,

że gdy spotykamy się w dowolnym miejscu na

świecie natychmiast stajemy się rodziną! To, co mi

się nie podoba, to ta staroświecka i konserwatywna

mentalność, która wciąż istnieje tutaj i we

wszystkich społecznościach ormiańskich na

całym świecie!

Daniel Deranian Kraszny: Piosenki ormiańskie,

które są podobne do piosenek arabskich, ale mają

różne tony.

Sueli Salibian: Zawsze staram się dostrzec

pozytywną stronę kultury ormiańskiej, co jest o

wiele ważniejsze niż ewentualna wada.

Regina Kurdoglian Jones: Myślę, że wszystko, co

pochodzi z kultury ormiańskiej, bardzo mnie

urzeka. Nie przypominam sobie niczego, czego

nie lubię.

Jak widać, mimo że większość z nich nawet nie

urodziło się w Armenii, stara się zachować

tradycje ormiańskie. Nawet jeśli urodzili się i

mieszkają w kraju tak odległym od ich ojczyzny,

Brazylii, czują się Ormianami, a ich tożsamość

narodowa jest dla nich bardzo ważna. Każda

historia rodzin naszych bohaterów jest wyjątkowa

i piękna, ale jest naznaczona tragedią

ludobójstwa, z wyjątkiem jednej osoby, której

rodzina wyemigrowała z powodów

ekonomicznych. Widzimy w nich siłę i

determinację ich przodków, którym udało się

znaleźć azyl tak daleko jak w Brazylii. Te historie

są na tyle ciekawe, że mogłyby być inspiracją do

napisania książki. Jesteśmy bardzo wdzięczni

wszystkim, którzy pomogli nam przy tym

projekcie i mamy nadzieję, że dzięki niemu wiele

osób pozna historię Ormian. Tak jak dbają o

pamięć tych historii w Brazylii, tak my chcemy je

upamiętnić także w Polsce.

Monika Aramyan i Natalia Król

3

Karmir khndzor (Կարմիր խնձոր) - praktyka w Armenii polegająca na weryfikacji dziewictwa panny młodej w noc

poślubną i nagrodzeniu jej rodziców prezentem. Polega na sprawdzaniu prześcieradeł przez rodziców panny

młodej lub pana młodego i szukania na nich śladów krwi. Badania terenowe przeprowadzone w połowie 2000

roku ujawniły, że karmir khndzor był wykonywany najbardziej rygorystycznie i sumiennie na obszarach wiejskich,

gdzie normy płciowe były bardziej tradycyjne i hierarchiczne. W miastach praktyka ta przybierała bardziej

umiarkowaną formę - rytuał był odprawiany, ale test dziewictwa był łagodniejszy (Temkina 2008, 2010). Od 2000

roku zaszło kilka zmian, które pomogły na nowo zdefiniować tę praktykę (Temkina 2008, 2010, Pogosyan 2011).

25


Olga Poliszuk e Patrycja Wiraszka

Os residentes de outros continentes, por várias razões, muitas

vezes facilitam a vida a si próprios e descrevem-nos a todos como

"europeus" sem pensar muito. No entanto, os próprios europeus

estão conscientes da diversidade cultural e étnica desta região do

mundo, só que nem sempre pensam nela ou a conhecem por

experiência própria. O objetivo deste texto é proporcionar uma

oportunidade de pensar numa Europa que o preguiçoso médio não

conhece muito bem e de nos introduzir nessa perspetiva. Ambas

estávamos curiosas para ver que tipo de Europa os representantes

das realidades lusófonas nos mostrariam. Por conseguinte,

fizemos algumas perguntas aos nossos amigos.

R: Eu sou o Ricardo, sou do

Porto. Estou a morar em Lisboa

e sem ser em Portugal, já morei

em Malta.

Que países da Europa Central

e do Leste conheces?

que o mais a Leste que eu fui

foi à Alemanha.

Tens algumas associações com

países da Europa Central e de

Leste? (lugares, pessoas,

acontecimentos, coisas)

RICARDO

R: Conheço ou visitei?

Conhecer, conheço a Europa,

mas visitar – o mais central que

visitei foi Alemanha, depois do

Leste – Polónia, Roménia,

Ucrânia – nunca visitei. Acho

R: Não tenho nenhum contacto,

nem estou ligado a nada

diretamente com esses países.

Ora bem, tenho amigos meus

da Polónia, da Roménia, da

Lituânia e acho que é isso. Não

26


Tima Miroshnichenko, Pexels

posso dizer que eu conheço

assim muito em particular a

cultura desses países. Já ouvi

falar dos sítios, algumas

comidas, mas nada que nunca

tivesse visto em primeira mão.

A única coisa que provei foi

pierogi da Polónia e gostei.

Conheces alguns estereótipos

sobre as pessoas destas

regiões?

Anthony Beck, Pexels

R: Vodka. Bebem muito. É o

único que eu conheço.

27


revista água vai

Há alguns estereótipos que se

tornaram válidos depois de

conheceres pessoas destes

países?

R: Humm, por acaso não.

Quais podem ser as

semelhanças e diferenças entre

o teu país e os países destas

regiões?

R: Se calhar…Boa pergunta. A

nível cultural acho que são

países muito diferentes,

principalmente por causa do

tempo. O tempo sendo mais

frio obriga uma convivência

diferente. Mas, pelo menos com

a experiência das pessoas que

eu conheci, a nível cultural é,

por acaso, bastante semelhante.

Mas não conheci tanta gente,

portanto não sei até que ponto é

ou não.

Qual é a tua opinião sobre os

imigrantes destas regiões que

moram no teu país?

O: Que motivos podem ter?

R: Os motivos… suponho que

seja o motivo pelo qual

qualquer pessoa emigra: para

procurar melhores condições,

melhor vida. Pronto, acho que

têm de fazer o que têm de

fazer, não é? Portanto não

tenho opinião negativa. Cada

um tem de fazer a vida.

O: Que países têm mais

imigrantes aqui em Portugal?

R: Aqui em Lisboa não sei, não

conheço muito, mas pelo

menos no Porto o que se vê

muito são Ucranianos e

Romenos.

Polónia por tua culpa [Olga], Alemanha, Áustria. Agora não sei, não

me lembro muito.

Tens algumas associações com países da Europa Central e do

Leste? (lugares, pessoas, acontecimentos, coisas)

MJ: Não. Bem, recentemente fiz aqueles testes genéticos e a minha

família tem alguma origem da Europa do Leste. Talvez deveria

conhecer melhor, de propósito. Mas conheço algumas pessoas, tu,

uma miúda da Rússia, tenho alguns amigos alemães, mas ligações

de família ou assim de género não. Mas conheço algumas pessoas.

MARIA JOÃO

MJ: Olá. Meu nome é Maria

João, tenho 25 anos e sou

portuguesa dos Açores. Já

morei em Malta e Inglaterra e

de momento estou em Lisboa.

Que países da Europa Central

e do Leste Europeu conheces?

MJ: Nunca visitei nenhum

desses países. Conheço a

O: E algumas pessoas famosas?

MJ: Se conheço alguma pessoa famosa? Angela Merkel.

O: E das outras coisas? Comida?

MJ: Pierogi. Eu sei que pessoal come couves com borrego e coisas do

género. Ao menos já vi, não sei se é boato ou não. Vodka. E

chocolate, os doces são muito bons.

Conheces alguns estereótipos sobre as pessoas destas regiões?

MJ: Estereótipos, sim. Normalmente dizem que as pessoas são muito

28


revista água vai

MJ: Algumas sim. A nível de

comida, o pessoal gosta da

salsicha e chouriço e nós também

gostamos. Não bebemos tanto,

gostamos das bebidas mais leves.

Mas acho que todas as pessoas

têm coisas em comum, independentemente

do país. Mas as

tradições são sempre… Algumas

são muito únicas, outras são

vastas. Mas a Páscoa ao pequenoalmoço

é maldição por mim.

Qual é a tua opinião sobre os

imigrantes destas regiões que

moram no teu país?

Jason Toevs, Pexels

frias, mas tu és absolutamente doce e querida, Olga. Mas sim, dizem

que são as pessoas frias, por vezes são mais fechadas. O que acho que

possa ter alguma verdade, tendo em conta que a parte desses países

tem alguma grande concentração de pessoas que apelam a extremadireita

a nível político e por isso é capaz serem mais nacionalistas,

tradicionalistas.

Há alguns estereótipos que se tornaram válidos depois de conheceres

pessoas destes países?

MJ: Não. Das poucas pessoas que conheci de países do Leste e da

Europa Central não. Talvez também por causa das condições em que

nós conhecemos. Foram pessoas de Erasmus, mais abertas. Têm

sempre o sentido de aventura, de não julgar o desconhecido e da

procura de desconhecido.

Quais podem ser as semelhanças e diferenças entre o teu país e os

países destas regiões?

MJ: Por azar, acho que essa

questão de que para emigrar tens

que ter papéis é um pouco

ridícula. Porque o mundo é de

todos, na verdade. Acho normal,

as pessoas vão à procura de

novas oportunidades, novas

aventuras. Eu também gostaria

de viver noutro país se tivesse

essa possibilidade. Quem sabe,

um dia vou a um país do Leste.

Acho que é um caminho que

deve ir nas duas vias. Nós tantos

para lá e eles tantos para cá.

‘‘ o mundo é de todos.

as pessoas vão à

procura de novas

oportunidades, novas

aventuras. Eu também

gostaria de viver

noutro país se tivesse

essa possibilidade.

‘‘

29


revista água vai

P: Onde começa o leste da Europa e onde acaba?

D: Então eu penso que na Lituânia é onde o leste da Europa começa

e Turquia e Chipre é onde isto acaba.

Tens algumas associações com países da Europa Central e do

Leste? (lugares, pessoas, acontecimentos, coisas)

DIOGO

D: Então, sou de Portugal, mais

concretamente do norte de país

(de Braga) e não, nunca vivi no

outro país qualquer. Sempre

vivi cá em Portugal.

Que países da Europa Central

e do Leste conheces?

D: Quando falo sobre o centro

[da Europa] eu penso sobre,

quase sempre, penso em França

e Alemanha na minha cabeça

porque geografia não é o meu

forte, mas por acaso não sei.

Eu sinto que não conheço com

quem tive mais contacto, mas

diga que não sei pessoalmente.

Mas há anos havia muitos

imigrantes, principalmente

ucranianos. Portanto tinha

ligado contacto com pessoas de

aí. Sei que também ouvi de

algumas pessoas que vêm para

cá. Sei que é um país de Europa

de leste, agora não estou a

lembrar, mas vêm para trabalhar

para institutos da nanotecnologia

com bolsas científicas.

Mas na verdade não conheço

mais sobre isso, não me lembro.

D: As pessoas de Leste com quem tive contacto, tinham facilidade

em aprender português, todas tinham o português bastante correto e

até bastante boa pronúncia. Tenho impressões, quando penso em

estes países acho que são sempre países mais frio do que o nosso.

Isto é mesmo da Europa Central. Se calhar mais frio é o Leste mas

[Europa] central, acho que tem temperatura mais baixas do que a

nossa. E em relação à Europa de Leste, não sei se é verdade ou não,

mas que o custo da vida lá é que é mais baixo do que cá. Se calhar o

que podem comprar não é maior, mas que o custo da vida é que é

mais baixo. Que mais... A minha observação é que muitas das

línguas quase se misturam, para mim, acabam por soar bastante

parecidas.

P: E algumas pessoas famosas, pratos ...

D: Pensando na Sérvia (acho que é sérvio) penso em Ðoković. E não

conheço muitos pratos destas cozinhas, mas lembro-me de barszcz.

Conheces alguns estereótipos sobre as pessoas destas regiões?

D: Na verdade não conheço muitos estereótipos mas estes que ouvi

falar eram negativos.

Principalmente, quando era adolescente, em que se viam bastantes

imigrantes da Ucrânia, o estereótipo eram bastante negativo. Do

género, que andavam sempre a tramar alguma e que se falava que é

um dos países mais pobres e que viviam com mais insegurança do que

em Portugal. Acho que as pessoas discriminam as pessoas dessa região.

Há alguns estereótipos que se tornaram válidos depois de conheceres

pessoas destes países?

D: Não, na verdade nenhum. Não falei assim tanto com ninguém ao

ponto de confirmar tudo ou desmentir tudo. Posso dizer é que

pessoas com que falei foram bastante simpáticos comigo, nunca

negativos. Falo daquelas que conheci mais aqui e já há bastante

30


tempo que não falo com ninguém

dessa região que viva em

Portugal. São pessoas engenhosas,

não sei se em geral conseguiram

desenrascar-se ou não mas,

com a língua, até se davam bem.

Quais podem ser as semelhanças

e diferenças entre o teu país

e os países destas regiões?

D: Semelhanças..., quando penso

em semelhanças, o que me vem

à cabeça é Portugal como um

país que não é tão rico, o que é

visível no salário mínimo e essas

coisas que estão na parte mais

Pixabay

baixa de Europa, é a perceção

que eu tenho. Ouvi dizer que

algumas pessoas disseram ou

comentarem que a língua

portuguesa e a língua russa são

muito parecidas. Se calhar

também não conheço bem essa

língua para fazer a comparação,

mas da minha perspetiva não

acho que sejam tão semelhantes

quanto isso. Mas acho que é o

que muitos acham. Talvez seja

imaginação minha, porque

apesar não conhecer muita gente

dessa região, a ideia que tenho,

não sei se pelos próprios países

serem frios, ou pelo menos, eu

achar que sejam frios, mas a

ideia que eu tenho é que muita

gente dessa região não é tão

entusiástica como por exemplo

nos países latinos.

Diferenças, eu acho que a

comida é bastante diferente.

Imagino que a nossa comida

mediterrânea é bastante diferente

da comida do Leste ou Europa

Central. Também penso na ética de trabalho, mas o que há aí é

bastante semelhante. A experiência que tenho com pessoas de Leste

é que são... na realidade são realistas ou um pouco pessimistas com

algumas pessoas positivas, mas, no geral, acho que são pessoas

fechadas. Mas, no geral, acho que há cá muita gente que gosta muito

de se queixar. Quanto às pessoas com quem me lembro de ter falado,

não posso dizer que se queixassem nem nada que se parecesse, as

que viviam cá. Portanto, por aí, talvez poderá ser uma diferença,

mas... A ideia que eu tenho de pessoas de Leste ou do Centro da

Europa, é que se calhar até também gostam de se queixar, por isso

não sei se será muito diferente nesse aspeto.

Qual é a tua opinião sobre os imigrantes destas regiões que moram

no teu país?

D: Eu acho que são bem-vindos. É como digo, as pessoas que

conheci pareciam-me trabalhadoras, e não tinham problemas

nenhuns em trabalhar fosse no que fosse. Acho, no entanto, que de

momento está difícil, em termos de virem para cá, por causa das

rendas e coisas afins, mas isso tem mais a ver com a facilidade deles

virem, não tanto com a minha opinião sobre eles virem ou não.

Porque, em relação a eles virem, eu acho que são perfeitamente bemvindos,

apesar de achar que, de certa forma, ainda existem aqueles

estereótipos negativos em relação a pessoas daí, o que se calhar não

será a coisa mais agradável para eles. Infelizmente há esse aspeto

negativo, de levarem com isso quando vierem para cá.

31


Marek Piwnicki, Pexels (Szrenica, Polónia)

geográficas, sendo eles: Portugal, Alemanha (central), Polónia

(Leste), Hungria, República Checa, Irlanda, Escócia, Inglaterra, Itália,

Espanha (central) e França (central).

Tens algumas associações com países da Europa Central e do

Leste? (lugares, pessoas, acontecimentos, coisas)

NAIARA

N: Sou de Santa Bárbara do Sul

(Rio Grande do Sul) de Brasil.

Morei na Polónia.

N: As associações que faço ultimamente é pensar nas pessoas que

conheci, se falam de algum país e eu conheço alguém de lá vou

pensar no que esse fulano deve estar fazendo ou se sabe do que a

notícia está divulgando. Bem como quando vejo filmes ou qualquer

mídia que traga fragmentos de lugares que eu conheci me perco nas

minhas memórias.

Conheces alguns estereótipos sobre as pessoas destas regiões?

Que países da Europa Central

e do Leste conheces?

N: Durante meu intercâmbio

acabei conhecendo alguns

países da Europa, não sei ao

certo quais são os que ficam no

centro ou em outras direções

N: Sim. Fui alertada antes de ir para a Europa sobre a austeridade

das pessoas, do distanciamento pessoal e para que tomasse cuidado

para não invadir o espaço dos outros com abraços ou até mesmo com

perguntas intrusivas. Europeus são mais frios no convívio foi o que

me disseram.

Há alguns estereótipos que se tornaram válidos depois de conheceres

pessoas destes países?

32


revista água vai

‘‘ Meu país sempre

foi e sempre será

muito aberto a

todos os tipos de

novas experiencias,

somos um povo que

ama conhecer novas

culturas

‘‘

N: Sim. O distanciamento no

convívio é puramente prático e

profissional, eles não enrolam

para falar e parecem não entender

a necessidade de “conversa

fiada”. As conversas sempre

eram muito direto ao ponto.

N: Meu país sempre foi e sempre será muito aberto a todos os tipos de

novas experiencias, somos um povo que ama conhecer novas culturas e

temos uma tendência a achar que tudo que é da Europa é melhor, não

que isso seja verdade, mas tantos anos de colonização deixam suas

marcas, porém minha cultura seria diferente se não fosse assim, o povo

brasileiro aprendeu a ser hospitaleiro e somos felizes por isso.

Algumas das respostas surpreenderam-nos mas as outras foram mais

previsíveis. Como podemos ver, as pessoas que vêm dos países lusófonos têm

algum conhecimento dos países do Leste e do Centro da Europa que obtiveram

pelo contacto com as pessoas destas regiões. É natural então que as

pessoas sem associações ou relações com os países desconhecidos não têm

informação suficiente para criar opiniões imparciais. E isso é relacionado

com a falta de entendimento que leva à imagem negativa e estereótipos.

Mas conhecemos uma receita perfeita: mente aberta. Os lusófonos que já

tiveram a oportunidade de conhecer culturas diferentes têm uma atitude

amigável e acolhedora enquanto receberem as pessoas estrangeiras nos seus

países respetivos. Os estudantes de línguas estrangeiras assumem um papel

de mediador cultural. Nós como entusiastas de várias línguas esperamos

que ainda mais pessoas conheçam outras culturas para nós pudermos sentirnos

bem-vindas assim como nós estamos prontas a receber bem os outros.

Quais podem ser as semelhanças

e diferenças entre o teu país

e os países destas regiões?

N: Como o Brasil e especialmente

a minha região foi colonizada

largamente por países europeus,

há muito da cultura misturada

com a nossa, a cultura Alemã

e Italiana são extremamente

forte e cultivadas, tendo pessoas

que falam dialetos dessas

línguas até hoje, a arquitetura e

culinária tem diversas influências,

me diverti muito comparando

os tipos de tradições com

alguns amigos.

Qual é a tua opinião sobre os

imigrantes destas regiões que

moram ou quererão morar no

teu país?

Olga Poliszuk

Sou a Olga, tenho 27 anos e estou a

terminar o mestrado de linguística

aplicada.

Depois do meu semestre de Erasmus

decidi prolongar a minha

estadia em Lisboa e depois de um

ano e meio ainda estou cá, a viver

com dois portugueses muito

simpáticos: a Maria João e o

Ricardo.

Patrycja Wiraszka

Sou a Patrycja e tenho 24 anos.

Agora estou a terminar o mestrado

de linguística aplicada em Lublin.

Graças à minha afeição por línguas

estrangeiras eu estou a estudar

inglês, português, italiano e

espanhol. Graças a isso também

conheci muitas pessoas interessantes,

duas das quais concordaram em

participar na entrevista.

33


ZERKNIĘCIE

NA NIEZNANĄ

EUROPĘ

Dominika Roseclay, Pexels

34


Olga Poliszuk i Patrycja Wiraszka

Mieszkańcy innych kontynentów z różnych

powodów często ułatwiają sobie życie i

opisują nas wszystkich mianem „europejczyków”

bez większego zastanowienia.

Jednak sami Europejczycy są świadomi

różnorodności kulturowej i etnicznej tego

regionu świata, tylko nie zawsze o tym

myślą lub nie znają ich z osobistego

doświadczenia. Celem niniejszego tekstu

jest stworzenie okazji do zastanowienia

się nad Europą, której przeciętny luzofon

nie zna zbyt dobrze i zapoznania nas z tą

perspektywą. Obie byłyśmy ciekawe tego,

jaką Europę pokażą nam reprezentanci

portugalskojęzycznych realiów. W związku

z tym zadałyśmy kilka pytań naszym

znajomym.

35


RICARDO

R: Jestem Ricardo, jestem z Porto. Mieszkam w

Lizbonie i poza Portugalią mieszkałem już na Malcie.

Jakie znasz kraje Europy Centralnej i Europy

Wschodniej?

R: Znam lub odwiedziłem? Znam Europę, ale aby

odwiedzić... Najbardziej centralnym krajem, jaki

odwiedziłem, były Niemcy, za to na wschodzie

nigdy nie byłem – w Polsce, Rumunii czy na

Ukrainie. Wydaje mi się, że najdalej na wschód

pojechałem do Niemiec.

Czy masz powiązania lub skojarzenia z krajami

Centralnej Europy i Europy Wschodniej?

(miejsca, osoby, wydarzenia, przedmioty)

R: Nie mam żadnego kontaktu, ani nie mam

bezpośrednich powiązań z tymi krajami. Cóż,

mam przyjaciół z Polski, Rumunii, Litwy i myślę,

że to wszystko. Nie mogę powiedzieć, że szczególnie

dobrze znam kulturę tych krajów.

Słyszałem o miejscach, jedzeniu, ale to nic z tego,

czego nigdy wcześniej nie widziałem na własne

oczy. Próbowałem jedynie pierogów z Polski i mi

posmakowały.

Znasz jakieś stereotypy o osobach z tamtych

regionów?

R: Wódka. Dużo piją. To jedyny, jaki znam.

Czy istnieją stereotypy, które po poznaniu osób z

tamtych krajów, okazały się prawdziwe?

R: Hmm, właściwie to nie.

Jakie mogą być podobieństwa i różnice między

twoim krajem a krajami z tamtych regionów?

Anastasiya Vragova, Pexels

R: Może… Dobre pytanie. Myślę, że na poziomie

kulturowym są to bardzo różne kraje, głównie ze

36


względu na pogodę. Zimniejsza pogoda wymaga

innych sposobów wspólnego spędzania czasu.

Przynajmniej jeśli chodzi o moje doświadczenie z

ludźmi, których spotkałem, na poziomie kulturowym

jest całkiem podobnie. Jednak nie spotkałem

wielu osób, więc nie wiem, ile jest w tym prawdy.

Jakie jest twoje zdanie na temat imigrantów

z

tamtych regionów mieszkających w twoim kraju?

moja rodzina ma częściowo wschodnioeuropejskie

pochodzenie. Może z tego powodu powinnam

więcej wiedzieć na ten temat. Znam parę osób,

ciebie, dziewczynę z Rosji, mam kilku znajomych z

Niemiec, ale nie mam żadnych rodzinnych czy

innych tego typu powiązań. Jednak znam parę

osób.

O: A jacyś sławni ludzie?

O: Jakie mogą mieć powody?

R: Powody… Przypuszczam, że to te same

powody, jak u każdego człowieka, który emigruje:

aby znaleźć lepsze warunki, lepsze życie. Cóż, mus

to mus, prawda? Więc nie mam negatywnej opinii.

Każdy musi zarabiać na życie.

O: Z których regionów jest najwięcej imigrantów tu

w Portugalii?

MJ: Czy znam jakichś sławnych ludzi? Angela

Merkel.

O: A inne rzeczy? Jedzenie?

MJ: Pierogi. Wiem, że ludzie jedzą kapustę z

jagnięciną i inne tego typu dania. Przynajmniej

takie kojarzę, nie wiem, czy to prawda, czy nie.

Wódka. I czekolada, słodycze [stamtąd] są bardzo

dobre.

R: Tu w Lizbonie nie wiem, niezbyt dobrze ją

jeszcze znam, ale przynajmniej w Porto często

widuje się osoby z Ukrainy i Rumunii.

MARIA JOÃO

MJ: Cześć, nazywam się Maria João, mam 25 lat i

jestem Portugalką z Azorów. Mieszkałam na

Malcie i w Anglii, a obecnie jestem w Lizbonie.

Jakie znasz kraje Europy Centralnej i Europy

Wschodniej?

Znasz jakieś stereotypy o osobach z tamtych

regionów?

MJ: A, stereotypy, tak. Na przykład mówi się, że

ludzie są bardzo oziębli, ale ty jesteś absolutnie

przekochana, Olga. Ale tak, mówią, że ludzie mają

chłodne podejście, czasami są bardziej zamknięci.

Myślę, że może być w tym trochę prawdy, biorąc

pod uwagę, że kraje te skupiają wielu ludzi, którzy

w kwestiach politycznych skłaniają się ku skrajnej

prawicy, a więc mogą być bardziej nacjonalistyczni,

tradycjonalistyczni.

MJ: Nigdy nie odwiedziłam żadnego z tych

krajów. Znam Polskę przez ciebie [Olga], Niemcy,

Austrię. Nie wiem, nie przypominam sobie w tej

chwili.

Czy masz powiązania lub skojarzenia z krajami

Centralnej Europy i Europy Wschodniej?

(miejsca, osoby, wydarzenia, przedmioty)

MJ: Nie. No cóż, ostatnio zrobiłam test genetyczny i

Czy istnieją stereotypy, które po poznaniu osób z

tamtych krajów, okazały się prawdziwe?

MJ: Nie. Z nielicznych osób, które spotkałam z

krajów Europy Wschodniej i Środkowej nikt. Być

może także ze względu na warunki, w których ich

poznałam. To byli ludzie z Erasmusa, którzy są

bardziej otwarci. Zawsze mają w sobie ducha

przygody, nie oceniają nieznanego, a wręcz go

poszukują.

37


Jakie mogą być podobieństwa i różnice między twoim krajem a krajami z tamtych regionów?

MJ: Jest ich parę. Jeśli chodzi o jedzenie, ludzie lubią kiełbasę i chorizo, my też je lubimy. Nie pijemy za dużo,

lubimy lżejsze napoje. Ale myślę, że wszyscy mamy coś wspólnego, niezależnie od kraju. Jednak tradycje są

zawsze… Niektóre są bardzo wyjątkowe, inne są bardziej powszechne. Ale świętowanie Wielkanocy w

porze śniadaniowej to dla mnie istny koszmar.

Jakie jest twoje zdanie na temat imigrantów z tamtych regionów mieszkających w twoim kraju?

MJ: Niestety, myślę, że wymóg posiadania całej tej papierologii przy emigracji jest trochę śmieszny. Bo tak

naprawdę świat należy do wszystkich. Myślę, że to normalne, że ludzie szukają nowych możliwości,

nowych przygód. Chciałabym też zamieszkać w innym kraju, jak tylko będę miała taką możliwość. Kto wie,

może pewnego dnia pojadę do wschodniego kraju. Myślę, że to droga, która powinna być dwukierunkowa.

Żeby nas było tak wielu tam, jak ich tutaj.

DIOGO

D: A więc pochodzę z Portugalii, konkretniej z

północnej części kraju (z Bragi) i nie, nigdy nie

mieszkałem w żadnym innym kraju. Zawsze

mieszkałem tutaj w Portugalii.

1. Jakie znasz kraje Europy Centralnej i Europy

Wschodniej?

D: Kiedy mówię o centrum [Europy] myślę o,

prawie zawsze myślę o Francji i Niemczech,

ponieważ geografia nie jest moją mocną stroną i

tak się składa, że nie wiem.

Sam już nie wiem, z kim miałem więcej kontaktu i

powiedźmy, że nie był on bezpośredni. Od wielu

lat jest tu sporo imigrantów, zwłaszcza z Ukrainy.

Przez to nawiązałem kontakt z osobami stamtąd.

Wiem, że... widziałem również parę osób, które

tam pojechały. Wiem, że [Ukraina] jest jednym z

krajów Europy Wschodniej i teraz nie pamiętam,

ale pojechali pracować w instytutach nanotechnologicznych

na stypendiach naukowych.

38


‘‘ naprawdę świat należy do

wszystkich. Myślę, że to normalne,

że ludzie szukają

nowych możliwości, nowych

przygód.

Chciałabym też zamieszkać w

innym kraju, jak tylko będę

miała taką możliwość. Kto wie,

może pewnego dnia pojadę do

wschodniego kraju.

Ale w rzeczywistości nie wiem o tym nic więcej,

nie pamiętam.

P: Gdzie się zaczyna, a gdzie kończy Wschodnia

Europa?

D: Myślę, że Litwa jest punktem, w którym

zaczyna się Wschodnia Europa a Turcja i Cypr

tymi, w których się kończy.

Czy masz powiązania lub skojarzenia z krajami

Centralnej Europy i Europy Wschodniej?

(miejsca, osoby, wydarzenia, przedmioty)

D: Osoby ze wschodu, z którymi miałem kontakt z

łatwością uczyły się portugalskiego, wszystkie

miały dość dobry portugalski z całkiem niezłą

wymową. Kiedy myślę o tych krajach, odnoszę

wrażenie, że zawsze są zimniejsze od mojego. To

tyczy się też Europy Centralnej. Być może Europa

Wschodnia jest zimniejsza, ale uważam, że

Środkowa ma niższe temperatury od naszych.

Jeśli chodzi o Europę Wschodnią, nie wiem, czy to

prawda, czy nie, ale tamtejszy koszt życia jest

mniejszy niż tutejszy. Być może nie kupi się tam

więcej, ale koszt życia zdaje się być tam niższy. Co

więcej… Zauważyłem, że wiele języków prawie

‘‘

się wymieszało i dla mnie w ostatecznym

rozrachunku brzmią dosyć podobnie.

P: A słynne osoby, dania …?

D: Myśląc o Serbii (zdaje mi się, że jest serbem)

myślę o Ðokoviću. Nie znam wielu dań tamtejszych

kuchni, jednak pamiętam barszcz.

Znasz jakieś stereotypy o osobach z tamtych

regionów?

D: Szczerze mówiąc, nie znam wielu stereotypów

te, które były często powtarzane miały negatywny

wydźwięk. Głównie, kiedy byłem nastolatkiem,

kiedy przyjeżdżało sporo imigrantów z Ukrainy,

stereotypy były dość negatywne. Typu, że zawsze

kombinowali i z tego, co można było usłyszeć,

ludzie mówili, że ten kraj kojarzy im się jako jeden z

biedniejszych i że żyje się w nim mniej stabilnie niż

w Portugalii. Myślę, że ludzie dyskryminują osoby

z tego regionu.

Czy istnieją stereotypy, które po poznaniu osób z

tamtych krajów, okazały się prawdziwe?

D: Nie, w rzeczywistości nic się nie sprawdziło. Nie

rozmawiałem z nikim na tyle, aby to potwierdzić

czy temu zaprzeczyć. Mogę powiedzieć, że osoby z

którymi rozmawiałem były bardzo sympatyczne,

nigdy negatywne. Mówię o tych, których znałem i

już minęło sporo czasu, odkąd rozmawiałem z kimś

z tego regionu mieszkającym w Portugalii. Okazało

się, że to ludzie dość zaradni, nie wiem, czy ogólnie

sobie dobrze radzili, czy nie, jednak z językiem

radzili sobie nieźle.

Jakie mogą być podobieństwa i różnice między

twoim krajem a krajami z tamtych regionów?

D: Podobieństwa..., kiedy myślę o podobieństwach,

to co przychodzi mi na myśl to Portugalia jako kraj,

który nie jest tak bogaty, że odzwierciedla

wysokość płacy minimalnej i tym rzeczom, które są

w dolnej części Europy, perspektywie, które mam.

Słyszałem, jak ludzie mówili lub komentowali, że

39


język portugalski i język rosyjski są bardzo podobne. Może nie jestem zbytnio zaznajomiony z tymi

językami, żeby je porównywać, ale z mojej perspektywy nie wydaje mi się, żeby były one aż tak podobne.

Ale myślę, że to myśl towarzysząca wielu. Może mamy jakieś wyobrażenie, bo choć nie znam wielu ludzi z

tego regionu, to jednak myśl, która mi się nasuwa, nie wiem, czy dlatego, że same kraje są zimne, a

przynajmniej tak mi się wydaje, ale myśl, którą mam, jest taka, że wielu ludzi z tego regionu nie jest

entuzjastycznych tak jak na przykład [ludzie] w krajach latynoskich.

Różnice, wydaje mi się, że jedzenie jest zupełnie inne. Wyobrażam sobie, że nasze śródziemnomorskie

jedzenie jest zupełnie inne niż wschodnio- czy środkowoeuropejskie. Myślę też o etyce pracy, ale to, co tam

jest, jest dość podobne. Z doświadczenia z tymi ludźmi wynika, że są... w rzeczywistości są realistyczne lub

ździebko pesymistyczne usposobieni z niektórych pozytywnie nastawionymi osobami, ale ogólnie myślę,

że to zamknięci ludzie. Ale ogólnie rzecz biorąc, myślę, że jest tam wielu ludzi, którzy lubią dużo narzekać.

Jeśli chodzi o ludzi, z którymi pamiętam, że rozmawiałem, nie mogę powiedzieć, że narzekali czy coś w

tym stylu, mowa o tych, którzy tu mieszkali. Więc tam, może to może być różnica, ale.... Wyobrażenie, jakie

mam o ludziach z Europy Wschodniej czy Środkowej, jest takie, że być może oni też lubią narzekać, więc nie

wiem, czy pod tym względem bardzo się różnią.

6. Jakie jest twoje zdanie na temat imigrantów z tamtych regionów mieszkających w twoim kraju?

D: Więc myślę, że są mile widziani. Tak jak mówiłem, ludzie, których spotkałem, wydawali się pracowici i

nie mieli żadnych problemów z pracą. Myślę jednak, że obecnie trudno jest tu przyjechać ze względu na

czynsz i tym podobne rzeczy, ale to ma więcej wspólnego z tym, jak łatwo jest im przyjechać, a nie z moją

opinią na temat tego, czy przyjeżdżają, czy nie. Ponieważ, jeśli chodzi o ich przyjazd tutaj, myślę, że są oni

zdecydowanie mile widziani, chociaż myślę, że pod pewnymi względami nadal istnieją te negatywne

stereotypy w odniesieniu do ludzi stamtąd, co prawdopodobnie nie jest dla nich najprzyjemniejszą rzeczą.

Niestety ten negatywny aspekt muszą znieść, kiedy tu przyjeżdżają.

NAIARA

N: Jestem z Santa Bárbara do Sul (Rio Grande do

Sul) z Brazylii. Mieszkałam w Polsce.

Jakie znasz kraje Europy Centralnej i Europy

Wschodniej?

Anthony Beck, Pexels

N: Podczas mojej wymiany studenckiej poznałam

kilka krajów w Europie, nie jestem pewna, które z

nich są w centrum lub w innych kierunkach

geograficznych. Były to: Portugalia, Niemcy

(Europa Centralna), Polska (Wschodnia), Węgry,

Czechy, Irlandia, Szkocja, Anglia, Włochy,

Hiszpania (Europa Centralna) i Francja (Europa

Centralna)

40


Czy masz powiązania lub skojarzenia z krajami

Centralnej Europy i Europy Wschodniej?

(miejsca, osoby, wydarzenia, przedmioty)

N: Skojarzenia, które mam ostatnio, to myśli o

ludziach, których spotkałam. Gdy mówi się o

jakimś kraju, a ja kogoś stamtąd znam, to pomyślę,

co ten ktoś musi robić albo czy wie, o czym się u nas

mówi. Tak samo, gdy oglądam filmy lub przeglądam

jakiekolwiek media, które przywołują

fragmenty miejsc, które znałam, zatracam się we

wspomnieniach.

Znasz jakieś stereotypy o osobach z tamtych

regionów?

N: Tak, przed wyjazdem do Europy ostrzegano

mnie przed powściągliwością ludzi, dystansem

osobistym i tym, by uważać, by nie wkraczać w

przestrzeń innych osób z uściskami czy nawet

natrętnymi pytaniami. Europejczycy są bardziej

oziębli w kontaktach towarzyskich, tak mi

powiedziano.

Czy istnieją stereotypy, które po poznaniu osób z

tamtych krajów, okazały się prawdziwe?

N: Tak. Dystans w relacjach międzyludzkich jest

czysto praktyczny i zawodowy, oni niechętnie

angażują się w pogaduszki i zdają się nie rozumieć

potrzeby prowadzenia rozmowy „o niczym”.

Rozmowy były zawsze bardzo na temat.

Jakie mogą być podobieństwa i różnice między

twoim krajem a krajami z tamtych regionów?

N: Ponieważ Brazylia, a zwłaszcza mój region,

została w dużej mierze skolonizowana przez kraje

europejskie, wiele z ich kultury miesza się z naszą,

kultura niemiecka i włoska są niezwykle silne i

kultywowane, a ludzie mówią dialektami tych

języków do dziś, różne wpływy są widoczne w

architekturze i kuchni, miałam sporo frajdy

porównując różne tradycje z kilkoma przyjaciółmi.

6. Jakie jest twoje zdanie na temat imigrantów

z

tamtych regionów mieszkających w twoim kraju?

N: Mój kraj zawsze był i będzie bardzo otwarty na

wszelkiego rodzaju nowe doświadczenia, jesteśmy

narodem, który uwielbia poznawać nowe kultury i

mamy tendencję do myślenia, że wszystko, co

europejskie jest lepsze. Nie, żeby to była prawda,

ale tak wiele lat kolonizacji pozostawiło swoje

ślady. Moja kultura byłaby inna, gdyby tak nie było,

Brazylijczycy nauczyli się być gościnni i jesteśmy z

tego powodu szczęśliwi.

Niektóre odpowiedzi nas zaskoczyły, podczas gdy inne

były nieco łatwiejsze do przewidzenia. Jak można

zauważyć, osoby z krajów portugalskojęzycznych mają

niewielką znajomość krajów Wschodniej i Środkowej

Europy, którą nabywają przez obcowanie z osobami z

tych regionów. Naturalnie, osoby bez powiązań czy

relacji z nieznanymi krajami nie posiadają wystarczających

informacji by wyrobić sobie obiektywną opinię.

Wiąże się to z brakiem zrozumienia prowadzącym do

powstania negatywnych wyobrażeń i stereotypów.

Jednakże znamy doskonałe rozwiązanie: otwartą głowę.

Luzofoni, którzy już mieli okazję poznać obce kultury

mają przyjazne i gościnne nastawienie przy przyjmowaniu

w swojej ojczyźnie obcokrajowców. Osoby uczące

się języków obcych pełnią rolę mediatorów kultury. Jako

entuzjastki różnych języków liczymy, że coraz więcej

osób pozna inne kultury, tak abyśmy mogły być równie

miło przyjęte, jak same jesteśmy gotowe przyjąć innych.

Olga Poliszuk: Jestem Olga, mam 27 lat i właśnie

kończę studia magisterskie na lingwistyce stosowanej.

Po semestrze spędzonym na wymianie Erazmus

zdecydowałam się przedłużyć mój pobyt w Lizbonie i po

półtorej roku nadal tu jestem mieszkając z dwójką bardzo

sympatycznych portugalczyków: Marią João i Ricardem.

Patrycja Wiraszka: Jestem Patrycja i mam 24 lata.

Obecnie kończę studia magisterskie na lingwistyce

stosowanej w Lublinie. Dzięki mojemu zamiłowaniu do

języków obcych uczę się angielskiego, portugalskiego,

włoskiego i hiszpańskiego. Dzięki temu poznałam

również wielu ciekawych ludzi, z których dwoje zgodziło

się wziąć udział w wywiadzie.

41


Um angolano

em Lublin

42


United Nations Photo, Flickr (Luanda, Angola)

Hubert Cristóvão

e Mariia Zan

Um exemplo de país onde se fala português é Angola,

que não viveu muito tempo uma vida independente de

Portugal. É um país africano com uma cultura única,

localizado a milhares de quilómetros da Polónia.

Portugal deixou

a sua marca em

muitos países,

tanto a nível

cultural como

linguístico.

Sou filho de um imigrante angolano que se mudou para

a Polónia há cerca de 30 anos. Por isso, eu e a minha

colega de turma Mariia decidimos fazer-lhe uma entrevista

para a Água Vai.

Mario Cristovão contou-nos sobre as dificuldades

relacionadas com a emigração para a Polónia, as suas

impressões desde a sua chegada a este país, a vida

atual na Polónia e como ela difere da vida em Angola.

43


revista água vai

Mario: A história da minha mudança para a Polónia começa da seguinte

forma ... Após terminar o ensino secundário, candidatei-me a uma bolsa

de estudos. Como parte da bolsa, tive a possibilidade de escolher o país

onde poderia estudar como Brasil, Portugal, Cuba, União Soviética e

Polónia. Pelo fato de querer estudar mineração, escolhi a Polónia, pois

só neste país existia essa faculdade.

Hubert: Quando te mudaste para a Polónia?

Mario: Em 1987. No primeiro ano, só frequentei o curso de língua polaca

em Łódź. Depois, tive férias de integração em Rzeszów e só mais tarde

fui aceite para os estudos na Universidade.

Mariia: Quais foram as maiores dificuldades que sentiu com a

mudança para a Polónia?

Hubert: Como imaginavas a

Polónia antes de partires e o que

sabias sobre este país?

Mario: A primeira foi a questão da comunicação porque eu não sabia

falar polaco. Naquela época, quase ninguém sabia inglês, muito menos

português. A segunda dificuldade foi acostumar-me ao clima local.

Estava habituado a viver em climas quentes e, como sabemos, o tempo

na Polónia é muito instável, por isso foi muito difícil para mim, adaptarme

e funcionar num país assim. A terceira questão foi a comida porque

adoro a comida e a bebida que há em Angola. Tive de mudar a minha

alimentação, porque na Polónia não havia produtos para preparar

pratos angolanos. Como a minha mulher brinca - felizmente.

Mario: Infelizmente, mesmo

tendo escolhido a Polónia como

país onde queria estudar, não

conhecia a sua história. Eu e os

meus amigos só conhecíamos

jogadores da seleção nacional

como Boniek, Smolarczyk, e

outros. Antes de partir, após ter

sido selecionado, a Embaixada da

Polónia organizou vários encontros

com os futuros bolseiros,

intitulados "Conheça a Polónia".

Nessas reuniões, recebi informações

básicas sobre o país: onde

fica, qual é seu tamanho, quais

são os seus costumes, clima, etc.

Mariia: Tenho uma pergunta

especial, uma vez que gosto

muito de música, que gostaria de

lhe fazer: o que pode dizer sobre

a música em Angola?

Mario Cristóvão

Mario: Acertou porque adoro

música. Tanto que no colégio eu

estava num grupo de alunos que

organizava concertos e encontros

com músicos. A música angolana

44


revista água vai

está enraizada nas experiências dos nossos antepassados. Através da

dança e da música, as pessoas podem voltar ao passado. O género

musical mais conhecido em Angola é o semba nativo. Semba, não

samba. Já o samba brasileiro tem as suas raízes no semba. A música

desempenha um papel importante no meu país. Foi especialmente

importante durante a luta de libertação nacional porque, como sabem,

Angola foi uma colónia portuguesa durante cerca de quinhentos anos.

Quando os primeiros movimentos de guerrilha começaram a surgir,

uma forma de dar força e encorajamento era através da música. Um dos

músicos que influenciaram as pessoas dessa forma foi o Bonga. Ele

ainda é um músico ativo e já esteve várias vezes na Polónia. A música -

é tão importante para os angolanos que acompanha as pessoas em todos

os encontros. Raramente é possível encontrar uma pessoa para quem a

música não seja importante. E agora uma curiosidade, instrumentos

nacionais únicos, como a marimba ou o ndungu, foram criados em

Angola.

Hubert: O que te falta vivendo no estrangeiro?

Mario: Tenho mais saudades da minha família, dos meus amigos e dos

angolanos em geral. Tenho saudades de todos eles. Como disse anteriormente,

também sinto falta da cozinha angolana. Tenho saudades da

música angolana porque ela é o meu passatempo. É verdade, posso

ouvir canções online, mas sinto falta da presença de músicos angolanos.

Felizmente, durante os meus estudos, os meus amigos do dormitório

contagiaram-me com o seu amor pela música polaca. Tocavam frequentemente

diferentes instrumentos e cantavam canções polacas. Eu era

muito ambicioso e queria aprender tanto a tocar guitarra como a língua

polaca, por isso tocava frequentemente música com eles. O meu companheiro

de quarto era um grande fã da banda Dżem, ele tinha todos os

seus discos e revistas. Ele amava-os tanto que convenceu-me a juntarme

a eles, para tal levou-me a um concerto deles. Foi o meu primeiro

concerto na Polónia. Também conheci outras bandas polacas como Papa

Dance ou Republika. É claro que também tive contacto com a música

disco polo. Com um amigo, renovámos uma discoteca em Łęczna e o

dono pediu-me para ser DJ. No início toquei mais funk e música rock,

mas os frequentadores regulares desta discoteca exigiam mais disco

polo. Foi por isso que comecei a colecionar discos de disco polo para os

tocar nesta discoteca e dessa forma conheci melhor este género. Penso

que a música polaca evoluiu muito porque todas as pessoas faziam

música por diversão e para ganhar algum dinheiro, não havia este show

business como agora. Lembro-me também de uma história sobre como

comecei a comer comida polaca. No início não comia nenhum prato

típico polaco, como pepinos em conserva ou bigos. Mas com o tempo

‘‘ Estou na Polónia

desde 1987 e vejo

o quanto mudou.

Vejo o progresso

económico. Penso

que a Polónia é o

país que se desenvolveu

mais rapidamente

em comparação

com outros

países europeus

cuja situação económica

também era

má nos anos 80.

‘‘

comecei a gostar da cozinha

polaca, porque na cantina onde

comíamos durante a semana só

havia comida assim. No entanto,

durante os meus primeiros anos

na universidade, eu e os meus

amigos comíamos em restaurantes

aos fins-de-semana porque a

cantina estava fechada a partir de

sexta-feira. Sempre pedimos

aquilo a que estávamos habituados,

que era frango, batatas fritas

e cerveja. Uma das nossas descobertas

foram os mercados onde

45


revista água vai

podíamos comprar produtos e por isso podíamos tentar cozinhar

pratos semelhantes aos de Angola. Ainda julgo que os nossos pratos

eram realmente saborosos! Finalmente, eu diria que em Angola eu tinha

a praia e o oceano, mas aqui sinto um pouco a falta dessa atmosfera

oceânica.

interessante e atrai a atenção do

ouvinte, principalmente do aluno

que aprende a língua.

Hubert: O que pensas da Polónia passados estes anos?

Mario: Estou na Polónia desde 1987 e vejo o quanto mudou. Vejo o

progresso económico. Penso que a Polónia é o país que se desenvolveu

mais rapidamente em comparação com outros países europeus cuja

situação económica também era má nos anos 80. Em retrospetiva,

também tenho de admitir que a infraestrutura melhorou muito. Para

onde quer que olhe, há novos arranha-céus e autoestradas. Graças a

isto, os transportes urbanos e nacionais desenvolveram-se. Agora viajar

pela Polónia é um prazer. Isto também contribuiu para a melhoria dos

serviços, sendo muito bem prestados. A última coisa a mencionar é o

nível de ensino. As universidades polacas estão entre as melhores da

Europa. Graças a um bom ensino, os polacos podem facilmente encontrar

um emprego no estrangeiro e estão abertos ao mundo.

Hubert Cristóvão:

22 anos, natural de Lublin. Adoro

dançar, viajar e conhecer novas

pessoas.

Mariia: És feliz na Polónia?

Mario: Eu seria um hipócrita se dissesse que não sou feliz aqui. Estou

feliz porque vivo a vida que escolhi. Ninguém me obrigou a fazê-lo. A

decisão foi minha. Não tenho remorsos porque tenho o apoio dos meus

pais. Sempre me disseram que se deve terminar o que se começa e que é

importante para mim ser feliz. Não importa o que aconteça, seremos

sempre uma família. Para ser honesto, não tenho razões para estar

insatisfeito por viver na Polónia. Como angolano, africano que, como

outros dos meus compatriotas, tinha poucas perspetivas para o futuro,

não tenho o direito de queixar-me. Olhando para o que passei e o

quanto consegui alcançar, sou uma pessoa realmente feliz. Quando

penso em outros emigrantes que procuram o seu lugar no mundo,

desejo-lhes sorte e espero que um dia sejam tão felizes como eu.

Em conclusão, podemos dizer com toda a certeza que entrevistar o

Mário foi uma experiência fascinante. Ficamos a conhecer melhor a

cultura angolana. O elemento mais interessante dessa entrevista, no

entanto, foi conhecer a história pessoal da emigração do Mário. É uma

história de adaptação a um lugar completamente diferente, sem

família, sem amigos, num ambiente absolutamente diferente, sem

música e comida angolana, a que o contador de histórias está habituado.

Além disso, a versão angolana da língua portuguesa é extremamente

Mariia Zan:

Sou de Odessa, da costa do mar

Negro da Ucrânia. Emigrei da

Ucrânia para a Polónia quatro

anos atrás, em 2017. Desde então,

estudei linguística aplicada e

trabalhei em diversos lugares.

A minha paixão é a música, por

isso apaixonei-me pela língua

portuguesa por causa dos

artistas do Brasil e de Portugal.

Agora trabalho como tradutora.

46


Angolczyk

w Lublinie

Jak wiadomo, Portugalia zostawiła swój ślad w

wielu krajach, zarówno w aspekcie kulturowym,

jak i językowym. Przykładem kraju, w którym

nadal mówi się po portugalsku, jest Angola,

która nie od tak dawna żyje swoim, niezależnym

od Portugalii, życiem. To państwo afrykańskie, o

wyjątkowej kulturze, znajdujące się tysiące

kilometrów od Polski.

Artem Beliaikin, Pexels

Jestem synem imigranta z Angoli. Z tego powodu, ja

i moja koleżanka mieliśmy okazję przeprowadzić

wywiad z Mariem, który przeprowadził się do

Polski około 30 lat temu.

Pixabay

Mario Cristóvão opowiedział nam o trudnościach

związanych z emigracją do Polski, swoich wrażeniach

z pobytu w tym kraju, obecnym życiu w Polsce

i o tym, czym różni się ono od tego w Angoli.

Mario: Historia mojego wyjazdu do Polski rozpoczyna

się następująco… Po ukończeniu szkoły

średniej złożyłem podanie o stypendium naukowe,

które udało mi się uzyskać. W ramach stypendium

mogłem wyjechać do takich krajów jak Brazylia,

Portugalia, Kuba, Związek Radziecki, czy Polska. Z

racji tego, że chciałem studiować górnictwo, wybrałem

Polskę, gdyż tylko w tym kraju był ten kierunek

studiów.

Hubert: Kiedy przeprowadziłeś się do Polski?

47


revista água vai

‘‘ JESTEM W POLSCE OD

1987 ROKU I WIDZĘ JAK

BARDZO SIĘ ZMIENIŁA.

WIDZĘ POSTĘP EKONO-

MICZNY.

‘‘

Przed wyjazdem, po tym jak zostałem wybrany do

uzyskania stypendium, Ambasada Polski

zorganizowała kilka spotkań ze stypendystami,

zatytułowanych „Poznaj Polskę”. Podczas tych

spotkań dowiedziałem się podstawowych

informacji o Polsce: gdzie się znajduje, jakiej jest

wielkości, jakie są tam zwyczaje itp.

Maria: Mam szczególne pytanie od siebie, z racji

tego, że bardzo lubię muzykę, to chciałabym

zapytać, co możesz powiedzieć o muzyce w

Angoli?

Mario: W 1987 roku wyjechałem do Polski. Przez

pierwszy rok uczęszczałem tylko na kursy języka

polskiego, które odbywały się w Łodzi. Następnie

miałem wakacje integracyjne w Rzeszowie i

dopiero później zostałem przyjęty na studia.

Maria: Jakie były największe trudności związane

z przeprowadzką do Polski?

Mario: Pierwszą z nich była kwestia komunikacji,

ponieważ nie znałem polskiego. W tamtych czasach

mało kto znał język angielski, a co dopiero

portugalski. Drugą trudnością była kwestia

przyzwyczajenia się do tutejszego klimatu. Byłem

przyzwyczajony do życia w gorącym klimacie, a jak

wiemy, w Polsce pogoda jest zmienna, więc bardzo

trudno było mi się przystosować i funkcjonować w

takim kraju. Trzecią kwestią było jedzenie,

ponieważ uwielbiam potrawy i napoje, które są w

Angoli. Musiałem zmienić dietę, bo w Polsce nie

można kupić produktów do przygotowania

angolskich potraw. Jak żartuje moja żona - na

szczęście.

Hubert: Jak wyobrażałeś sobie Polskę przed

wyjazdem i co o niej wiedziałeś?

Mario: Niestety, ale ja i moi przyjaciele znaliśmy

jedynie polskich piłkarzy. Planując przeprowadzkę

do obcego kraju, nawet nie znałem jego historii.

Mario: Dobrze trafiłaś, bo uwielbiam muzykę. Do

tego stopnia, że w liceum byłem w grupie uczniów,

która organizowała koncerty lub spotkania z

muzykami. Muzyka pochodząca z Angoli

zakorzeniona jest w doświadczeniach naszych

przodków. Poprzez taniec i muzykę ludzie mogą

wrócić do przeszłości. Najbardziej znanym

gatunkiem muzycznym w Angoli jest rodzima

semba. Semba nie samba. Jeśli chodzi o sambę

brazylijską, to ma ona swoje korzenie w sembie.

Muzyka odgrywa istotną rolę w mojej ojczyźnie.

Była szczególnie ważna w czasie walki

narodowowyzwoleńczej, bo jak wiadomo, Angola

była kolonią portugalską przez około pięćset lat.

Kiedy zaczęły pojawiać się pierwsze ruchy

partyzanckie, jednym ze sposobów na dodawanie

siły i otuchy, była muzyka. Jednym z muzyków,

który wpływał w ten sposób na ludzi, był Bonga.

Jest on nadal aktywnym muzykiem i kilkakrotnie

był w Polsce. Dla Angolczyków muzyka jest tak

ważna, że towarzyszy ona ludziom podczas

każdego spotkania. Rzadko kiedy można znaleźć

osobę, dla której muzyka nie jest ważna. A teraz

ciekawostka, w Angoli powstały unikalne

instrumenty narodowe, takie jak marimba czy

ndungu.

Hubert: Czego Ci brakuje na obczyźnie?

Mario: Najbardziej brakuje mi mojej rodziny,

przyjaciół i ogółem Angolczyków. Tęsknię za nimi

48


David Stanley, Wikipedia (Luanda)

wszystkimi. Tak jak wcześniej mówiłem, brakuje

mi także angolskiej kuchni. Brakuje mi angolskiej

muzyki, tak jak wspominałem, muzyka to moje

hobby. Co prawda mogę posłuchać piosenek w

Internecie, ale brakuje mi obecności angolskich

muzyków. Na szczęście podczas studiów moi

koledzy z akademika zarazili mnie miłością do

polskiej muzyki. Często grali na różnych

instrumentach i śpiewali polskie piosenki. Byłem

bardzo ambitny, chciałem nauczyć się zarówno

grać na gitarze jak i języka polskiego, dlatego

często z nimi muzykowałem. Mój współlokator

był dużym fanem zespołu Dżem, miał ich

wszystkie płyty i gazety. Uwielbiał ich do tego

stopnia, że postawił sobie za obowiązek

przekonanie mnie do nich, więc zabrał mnie na

ich koncert. To był mój pierwszy koncert w

Polsce. Poznałem także inne polskie zespoły takie

jak Papa Dance czy Republika. Oczywiście

miałem też styczność z disco polo. Razem z

koleżanką odnowiliśmy dyskotekę w Łęcznej. Jej

właściciel poprosił mnie o to, żebym był tam Djem.

Na początku puszczałem bardziej muzykę

funkową i rockową, ale stali bywalcy tej dyskoteki

domagali się więcej disco polo. Z tego powodu

zacząłem kolekcjonować płyty disco polo, żeby

puszczać je w tej dyskotece i przy okazji lepiej

poznałem ten gatunek. Uważam, że polska muzyka

bardzo ewoluowała, bo wszyscy robili muzykę dla

zabawy i żeby trochę dorobić, nie było tego całego

show-biznesu. Przypomniała mi się jeszcze historia

związana z tym, jak zaczynałem jeść polskie

jedzenie. Tak jak mówiłem, niestety nie mogłem

jeść angolskich potraw. Na początku nie jadłem

żadnych typowych polskich rzeczy takich jak

ogórki konserwowe czy kiszona kapusta. Z czasem

jednak polubiłem polską kuchnię, bo na stołówce

było tylko takie jedzenie.

Mimo wszystko, przez pierwsze lata studiów,

razem z kolegami w weekendy jedliśmy w

restauracjach, bo od piątku do niedzieli stołówka

była zamknięta. Zawsze zamawialiśmy to, do

czego byliśmy przyzwyczajeni, czyli kurczaka,

frytki i piwo. Jednym z naszych odkryć były bazary

na których mogliśmy kupować produkty i

mogliśmy próbować gotować potrawy podobne do

tych w Angoli. Ja i tak uważam, że nasze potrawy

49


revista água vai

były naprawdę smaczne! Na koniec powiem, że w Angoli miałem plażę i ocean, a tutaj brakuje mi trochę

tego oceanicznego klimatu.

Hubert: Co sądzisz o Polsce z perspektywy czasu?

Mario: Jestem w Polsce od 1987 roku i widzę jak bardzo się zmieniła. Widzę postęp ekonomiczny.

Uważam, że Polska jest krajem, który najszybciej się rozwinął w porównaniu do innych europejskich

państw, których sytuacja ekonomiczna także była zła w latach 80. Patrząc z perspektywy czasu, muszę też

przyznać, że bardzo poprawiła się infrastruktura. Gdzie nie popatrzeć, tam stoją nowe wieżowce czy są

autostrady. Dzięki temu rozwinęła się komunikacja miejska i krajowa. Teraz podróżowanie po Polsce to

czysta przyjemność. To przyczyniło się także do polepszenia się sektora usług, które są bardzo dobrze

świadczone. Ostatnią rzeczą, o której należy wspomnieć, jest poziom edukacji. Polskie uczelnie są jednymi

z najlepszych w Europie. Dzięki dobremu wykształceniu Polacy mogą bez problemu znaleźć pracę za

granicą i są otwarci na świat.

życia w Polsce. Jako Angolczyk, Afrykańczyk,

który tak jak inni moi rodacy, miałem mało perspektyw

na przyszłość, nie mam prawa narzekać.

Patrząc na to, ile przeszedłem i ile udało mi się

osiągnąć, jestem naprawdę szczęśliwą osobą.

Kiedy myślę o innych emigrantach, którzy szukają

swojego miejsca na świecie, życzę im powodzenia i

mam nadzieję, że kiedyś będą tak samo szczęśliwi

jak ja.

Pixabay (Serra da Leba, Angola)

Maria: Czy jesteś szczęśliwy w Polsce?

Mario: Byłbym hipokrytą, gdybym powiedział, że

nie jestem tutaj szczęśliwy. Jestem szczęśliwy, bo

żyję życiem, które wybrałem. Nikt mnie do tego nie

zmuszał. Taką podjąłem decyzję. Nie mam wyrzutów

sumienia, bo mam wsparcie moich rodziców.

Zawsze mi mówili, że należy kończyć to, co się

zaczęło i ważne jest to, abym był szczęśliwy. Bez

względu na to co by się stało, zawsze będziemy

rodziną. Szczerze powiedziawszy, to nie mam

powodów do bycia niezadowolonym z powodu

Z całą pewnością możemy powiedzieć, że wywiad

z Mariem był fascynującym doświadczeniem.

Dowiedzieliśmy się wielu ciekawych rzeczy

dotyczących Angoli, a także perspektyw.

Najciekawszym elementem tego wywiadu było

jednak poznanie osobistej historii emigracji Mario.

To opowieść o adaptacji w zupełnie innym miejscu,

bez rodziny, bez przyjaciół, w zupełnie innym

środowisku, bez muzyki i jedzenia z Angoli, do

których opowiadający był przyzwyczajony. Co

więcej, wersja języka portugalskiego z Angoli jest

niezwykle ciekawa i przyciąga uwagę słuchacza,

zwłaszcza studenta uczącego się tego języka.

Hubert Cristóvão e Mariia Zan

50


revista água vai

Portugal atrai estrangeiros

não só pelo seu clima

quente, vistas maravilhosas,

comida deliciosa e gente

incrivelmente amigável, mas

também com muitos programas

que apoiam imigrantes.

Desde 1 de janeiro

de 1986, quando Portugal

se tornou membro da União

Europeia, começaram a

chegar cidadãos de vários

países como o Reino Unido,

Itália, França e Espanha,

mas também de ex-colónias

portuguesas e de países de

língua portuguesa como

Brasil, Angola, Moçambique,

Cabo Verde e Guiné-Bissau.

Segundo as estatísticas do

Serviço de Estrangeiros e

Fronteiras de 2019, Portugal

tem 590 348 imigrantes, na

sua maioria brasileiros

(151.304), cabo-verdianos

(37.436), ingleses (34.358)

e romenos (31.065).

Relativamente ao ano

anterior, houve um aumento

do número de imigrantes em

22,9%. A maioria dos

estrangeiros vem para os

arredores de Lisboa, Faro,

Setúbal e Porto.

Ginger Berry, Pexels

Por que os

estrangeiros

vão para

Portugal?

Kamila Grochocka

51


revista água vai

‘‘ o governo português

criou programas

de incentivos

aos imigrantes

para os encorajar

a viver e trabalhar

no país.

Esses programas

incluem Vistos

Dourados e benefícios

fiscais para

Residentes-Não-

Habituais em

Portugal (RNH).

‘‘

Contudo, há razões para tanto interesse por Portugal. De acordo com

a Migrant Integration Policy Index (MIPEX), a classificação das

políticas de integração mais amigáveis, Portugal ocupa o terceiro

lugar (logo depois da Suécia e Finlândia). Essa organização tem uma

opinião muito positiva sobre a política de imigração de Portugal em

termos de:

• Mobilidade no mercado de trabalho: Portugal oferece igualdade de

tratamento e apoio tanto aos cidadãos como aos imigrantes,

ajudando-os a conseguir um bom emprego, a melhorar as suas

qualificações profissionais e a aumentar a aceitação social dos

imigrantes.

• Reagrupamento familiar: Graças à política de Portugal, muitas

famílias, mesmo fora da União Europeia, podem reunir-se e ser

tratadas igualmente com as famílias portuguesas.

• Educação: Desde 2016, Portugal tem dado maior atenção à

diversidade cultural nas escolas. O governo dá ênfase ao nível de

educação, diferenciação no ensino superior, qualificação dos

professores e um currículo adequado.

• Cuidados de saúde: O nível de cuidados de saúde em Portugal está

a melhorar gradualmente, especialmente com a introdução das

práticas mais recentes do COVID-19.

• Política: Portugal promove a participação dos imigrantes na

política, mas o direito de voto ainda está limitado.

• Residência Permanente: Embora Portugal facilite aos imigrantes

tornarem-se residentes permanentes a maioria prefere tornar-se

cidadãos portugueses legítimos. Os imigrantes que vivem no país há

5 anos, bem como as crianças nascidas em Portugal podem requerer a

nacionalidade portuguesa.

• Anti-discriminação: A legislação anti-discriminação portuguesa,

bem como os mecanismos de aplicação da lei, estão a aumentar

gradualmente a consciência pública e a encorajar a denúncia de

discriminação.

Além disso, o governo português criou programas de incentivos aos

imigrantes para os encorajar a viver e trabalhar no país. Esses programas

incluem Vistos Dourados e

benefícios fiscais para Residentes-Não-Habituais

em Portugal

(RNH). O Visto Dourado é para

os cidadãos fora da União Europeia

que realizaram investimentos

significativos em Portugal,

como a compra de uma propriedade,

a realização de um investimento

de capital ou a criação de

oportunidades de emprego. Ele

dá o direito de permanecer em

Portugal, bem como a viagem

52


revista água vai

livre sem visto entre os países do espaço Schengen até 90 dias. Além disso, não é necessário

permanecer em Portugal durante toda a duração do visto para renová-lo. Basta estar neste

país 7 dias por ano. Também é possível estender este visto a membros de família para poderem

viver juntos em Portugal e tenham acesso a cuidados de saúde e educação. Após 5 anos, o

imigrante pode requerer a nacionalidade e um passaporte português. Portugal é membro da

União Europeia, por isso o passaporte dá acesso ao mercado europeu e a liberdade de viajar

para mais de 100 países em todo o mundo. Para requerer o visto dourado, é necessário fazer

um investimento como, por exemplo:

• Comprar uma propriedade com valor de pelo menos 500.000 € (numa área de baixa densidade

populacional é 400.000 €),

Serzh Prost, Pexels

53


revista água vai

• Fazer uma transferência de capital de pelo menos 1.000.000 € para

uma conta bancária portuguesa,

• Comprar ações da empresa com um valor de pelo menos 1.000.000 €,

• Investir pelo menos 1.000.000 € na empresa,

• Criar pelo menos 10 empregos para portugueses,

• Fazer uma transferência de capital de pelo menos 350.000 € para

atividades de investigação na área da ciência ou tecnologia através de

instituições de investigação públicas ou privadas,

• Fazer uma transferência de capital de pelo menos 250.000 € para

apoiar a arte ou restaurar o património nacional,

• Investir pelo menos 350.000 € para criar uma sociedade comercial ou

para financiar o capital social de uma sociedade comercial, criando

pelo menos 5 empregos a tempo inteiro.

Este sistema dos benefícios pode

ser usado por pessoas singulares,

estrangeiros ou portugueses que

não tenham residência fiscal em

Portugal nos últimos 5 anos.

Também podem participar as

pessoas consideradas residentes

fiscais em Portugal no ano em que

pretendam requerer o estatuto de

Residente-Não-Habitual (RNH).

Esse residente é considerado uma

pessoa que residiu em Portugal

por mais de 183 dias ou menos,

mas que a 31 de dezembro deste

ano tem uma residência permanente

em Portugal em condições

que sugerem a sua manutenção

como residência permanente.

Além dos Vistos Dourados, existem também benefícios fiscais para

Residentes-Não-Habituais em Portugal (RNH). Estes benefícios para

os estrangeiros são, por exemplo:

• Uma taxa fixa de 20% do imposto sobre o rendimento do trabalho

dependente e do independente obtido em Portugal,

• Uma falta do imposto sobre o rendimento do trabalho fora de

Portugal se for tributado no país de origem,

• Uma taxa fixa de 10% do imposto sobre pensões estrangeiras

• Uma falta do imposto de selo sobre a venda de produtos estrangeiras,

• Uma isenção de imposto sobre o rendimento ou os lucros de criptomoedas,

• Uma isenção de imposto sobre os lucros de venda de bens valiosos -

obras de arte, automóveis e objetos de coleção,

• Uma isenção de imposto sobre os lucros de venda de residência

permanente própria, desde que os rendimentos sejam reinvestidos

noutra residência permanente em Portugal, na União Europeia ou no

Espaço Económico Europeu,

Kamila Grochocka

Eu sou estudante de linguística

aplicada (perfil – inglês e português)

na Universidade Maria Curie-

Skłodowska em Lublin. Línguas

estrangeiras são a minha paixão.

Gosto de fazer todo o tipo de tradução,

principalmente audiovisual.

Além disso, interesso-me por música

e adoro ler livros.

54


Paulo Victor, Unsplash

Dlaczego obcokrajowcy

przyjeżdżają do Portugalii?

Portugalia przyciąga obcokrajowców nie tylko ciepłym klimatem, wspaniałymi

widokami, przepysznym jedzeniem i niesamowicie życzliwymi ludźmi, ale także

wieloma programami wspierającymi imigrantów.

Odkąd od 1 stycznia 1986 r. Portugalia stała się członkiem Unii Europejskie, do

kraju zaczęli napływać obywatele wielu państw jak Wielka Brytania, Włochy, Francja czy

Hiszpania, ale także z byłych portugalskich kolonii i państw portugalskojęzycznych takich jak

Brazylia, Angola, Mozambik, Republika Zielonego Przylądka i Gwinea-Bissau.

Według danych statystycznych Urzędu do spraw

Cudzoziemców i Granic (SEF - Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras) z 2019 roku w Portugalii

mieszka 590 348 imigrantów, wśród których

dominują Brazylijczycy (151.304), obywatele

Republiki Zielonego Przylądka (37.436),

Brytyjczycy (34.358) i Rumuni (31.065). W

porównaniu do roku poprzedniego był to wzrost

liczby imigrantów o 22,9%. Najwięcej

obcokrajowców przyjeżdża w okolice Lizbony,

Faro, Setúbalu i Porto.

Tak duże zainteresowanie Portugalią ma jednak

swoje przyczyny. Według Migrant Integration

Policy Index (MIPEX), rankingu najbardziej

przyjaznych cudzoziemcom polityk

integracyjnych imigrantów, Portugalia znajduje

się na trzecim miejscu (zaraz po Szwecji i

55


revista água vai

Finlandii). Organizacja ta bardzo pozytywnie

ocenia portugalską politykę imigracyjną między

innymi w zakresie:

• Mobilność na rynku pracy: Portugalia oferuje

równe traktowanie i wsparcie zarówno swoim

obywatelom, jak i imigrantom poprzez pomoc w

zdobyciu dobrej pracy, podniesieniu kwalifikacji

zawodowych, a także zwiększeniu akceptacji

społecznej imigrantów.

• Reunifikacja rodzin: Dzięki polityce Portugalii

wiele rodzin nawet spoza Unii Europejskiej jest w

stanie się ponownie połączyć i być traktowane na

równi z rodzinami portugalskimi.

• Edukacja: Od 2016 r. Portugalia zwraca większą

uwagę na różnorodność kulturową w szkołach.

Państwo kładzie nacisk na poziom nauczania,

zróżnicowanie w szkolnictwie wyższym,

kwalifikacje nauczycieli i odpowiedni program

nauczania.

• Opieka zdrowotna: Poziom opieki zdrowotnej w

Portugalii stopniowo się poprawia szczególnie po

wprowadzeniu najnowszych praktyk związanych

z pandemią COVID-19.

• Polityka: Portugalia promuje udział imigrantów

w polityce, jednakże prawa do głosowania

pozostają ograniczone.

• Stały pobyt: Mimo że Portugalia ułatwia

imigrantom uzyskanie statusu stałego rezydenta,

większość z nich woli zostać pełnoprawnymi

obywatelami Portugalii. O obywatelstwo

Portugalskie mogą ubiegać się imigranci

mieszkający 5 lat w kraju, a także dzieci urodzone

w Portugalii.

• Antydyskryminacja: Przepisy

antydyskryminacyjne w Portugalii, jak również

mechanizmy egzekwowania prawa stopniowo

Rodrigo Pederzini, Pexels

zwiększają świadomość społeczną i zachęcają do

zgłaszania przypadków dyskryminacji.

Poza tym rząd Portugalii opracował programy

motywacyjne dla imigrantów zachęcające do

zamieszkania i pracy w tym kraju. Do programów

tych należą w. Złote Wizy i system podatkowy

dla tymczasowych rezydentów w Portugalii

(Residente-Não-Habitual).

Złota Wiza przeznaczona jest dla obywateli spoza

Unii Europejskiej, którzy dokonali znacznych

inwestycji w Portugalii, takich jak zakup

nieruchomości, dokonanie inwestycji kapitałowej

lub stworzenie możliwości zatrudnienia. Daje ona

prawo do pobytu w Portugalii, a także do

swobodnego bezwizowego przemieszczania się

pomiędzy państwami strefy Schengen aż do 90

dni. Co więcej, aby odnowić wizę, nie ma

konieczności przebywania w Portugalii przez cały

okres jej trwania. Wystarczy być na terenie tego

kraju przez 7 dni w roku. Istnieje także możliwość

objęcia tą wizą członków rodziny, dzięki czemu

56


revista água vai

razem można mieszkać w Portugalii i mieć dostęp

zarówno do opieki zdrowotnej, jak i edukacji. Po

5 latach można ubiegać się o obywatelstwo i

przyznanie portugalskiego paszportu. Portugalia

jest członkiem Unii Europejskiej, w związku z

czym paszport zapewnia dostęp do europejskiego

rynku i swobodę podróżowania do ponad 100

krajów na całym świecie.

Oprócz Złotych Wiz jest także system podatkowy

dla tymczasowych rezydentów w Portugalii

(Residente-Não-Habitual). Niesie on ze sobą wiele

korzyści podatkowych dla imigrantów takich jak:

• Stała stawka 20% podatku od dochodu z

zatrudnienia i samozatrudnienia uzyskiwanego w

Portugalii,

Aby ubiegać się o Złotą Wizę, należy dokonać

inwestycji takiej jak na przykład:

• Kupno nieruchomości wartej co najmniej

500.000 € (na obszarze o niskiej gęstości

zaludnienia 400.000 €)

• Brak opodatkowania dochodów z pracy poza

Portugalią, jeśli jest opodatkowany w kraju

pochodzenia,

• Stała stawka 10% podatku od emerytur

zagranicznych,

• Dokonanie przelewu kapitału w wysokości co

najmniej 1.000.000 € na portugalskie konto

bankowe,

• Zakup akcji spółki o wartości co najmniej

1.000.000 €,

• Zainwestowanie co najmniej 1.000.000 € w firmę,

• Utworzenie co najmniej 10 miejsc pracy dla

obywateli Portugalii,

• Dokonanie transferu kapitału w wysokości co

najmniej 350.000 € na działalność badawczą w

dziedzinie nauki lub technologii poprzez

publiczne lub prywatne instytucje naukowobadawcze,

• Dokonanie transferu kapitału w wysokości co

najmniej 250.000 € na wsparcie sztuki lub

odbudowę dziedzictwa narodowego,

• Zainwestowanie co najmniej 350.000 € na

utworzenie spółki handlowej lub na zasilenie

kapitału zakładowego spółki handlowej, dzięki

czemu zostanie utworzone co najmniej 5

pełnoetatowych miejsc pracy.

Magda Ehlers, Pexels

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revista água vai

• Brak opłaty skarbowej za sprzedaż towarów

zagranicznych,

• Zwolnienie z podatku od dochodów lub zysków

pochodzących z kryptowalut,

• Zwolnienie z opodatkowania zysków ze

sprzedaży cennych towarów - dzieł sztuki,

samochodów i towarów kolekcjonerskich,

• Zwolnienie z opodatkowania zysków ze

sprzedaży własnego stałego miejsca zamieszkania,

pod warunkiem, że dochód jest reinwestowany w

inne stałe miejsce zamieszkania w Portugalii, Unii

Europejskiej lub Europejskim Obszarze Gospodarczym.

Tatiana, Pexels (Porto, Portugalia)

Z tego systemu mogą korzystać osoby fizyczne, obcokrajowcy

lub Portugalczycy, którzy nie byli rezydentami podatkowymi

w Portugalii w ciągu ostatnich 5 lat. Zgłaszać mogą się także

osoby, które są uważane za rezydentów podatkowych w

Portugalii w roku, w którym chcą ubiegać się o status

tymczasowego rezydenta. Za takiego rezydenta uważa się

osobę, która przebywała na terytorium Portugalii dłużej niż

183 dni lub przebywała krócej, ale w dniu 31 grudnia tego

roku ma miejsce zamieszkania na terenie Portugalii w

warunkach sugerujących utrzymanie go i zachowanie jako

zwykłego pobytu.

Kamila Grochocka

Jestem studentką lingwistyki

stosowanej (profil - angielski z

portugalskim) na Uniwersytecie

Marii Curie-Skłodowskiej w

Lublinie. Moją pasją są języki

obce. Lubię wykonywać wszelkiego

rodzaju tłumaczenia a w

szczególności audiowizualne.

Ponadto interesuję się muzyką i

uwielbiam czytać książki.

Bibliografia:

h ps://sefstat.sef.pt/forms/distritos.aspx

h ps://www.mipex.eu/

h ps://www.schengenvisainfo.com/eu-golden-visas/portugal-golden-visa/

h ps://www.jll.com.br/pt/tendencias-insights/investidor/portugal-oferecebeneficios-ve-crescer-numero-brasileiros-residentes-pais

h ps://www.valadascoriel.com/beneficios-fiscais-para-residentes-naohabituais-em-portugal/

h p://cudzoziemiec.eu/?q=cudzoziemcy-Portugalia

58


revista água vai

À conversa com…

PATRICIA

PINTO

Artista, escritora, psicóloga,

professora, funcionária judicial.

Uma mulher multifacetada.

A forma como conheci Patricia Pinto é a prova de que as

atividades que organizamos dão frutos. Quando tive a

ideia de organizar um concurso literário em 2014 estava

longe de imaginar que sete anos mais tarde estaria a

entrevistar uma argentina lusodescendente e que a cidade

patagónica de Comodoro

Rivadavia e alguns membros

da sua comunidade

portuguesa entrariam no

meu coração.

Depois de cinco edições

do concurso literário achei

que poderia fazer uma

coletânea com alguns dos

contos. Entre os participantes

estava um “jovem”

argentino de 80 anos que,

pela sua dedicação e

amor à língua e cultura

portuguesa mereceu

especial destaque no

livro. No dia do lançamento

virtual do livro numa

videoconferência, lá

estava o “jovem” Raúl

Martin e a sua claque, a

“Torcida Patagónica”, que

não eram mais do que

alguns bons amigos dele

mas todos portugueses

ou de origem portuguesa.

Entre eles estava Patricia

Pinto. A partir dai temos

colaborado mutuamente

em diferentes atividades

nomeadamente o projeto

epistolar “Cartas na rota

de Magalhães”.

Lino Matos

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revista água vai

Patrícia, és artista. Quando começou a paixão pela arte?

Começou muito cedo. Uma vizinha dos meus pais era uma artista muito

reconhecida aqui, Marina Freile de Frank Langer. Ela era de Buenos

Aires mas morava em Comodoro Rivadavia e eu era amiga da sua filha.

E gostava muito de sentir aquele cheiro dos óleos, das tintas e de tudo o

que ela usava nos seus quadros e desenhos. Acho que foi naquela casa

que pela primeira vez senti o desejo de também pintar.

Eras uma criança ainda, então. E desde criança que estás ligada à arte?

Ou seja, estudaste belas artes ou és uma autodidata?

Quando comecei a escola secundária queria ir para a escola de arte mas

os meus pais não aprovaram. Eram mais pragmáticos. Achavam que

não poderia ganhar a vida com a arte. Mas no segundo ano ia de manhã

ao liceu e de tarde à escola de arte sem dizer nada em casa. Dava uma

desculpa qualquer, dizia que tinha de fazer um trabalho na biblioteca

ou trabalho prático com outras moças. Passados dois meses a minha

mãe perguntou porque tinha tantos trabalhos da parte da tarde e tanta

coisa relacionada com arte. E desta forma descobriram a minha mentira

piedosa. Mas continuei a frequentar as duas escolas. Até ao quinto ano

quando a minha mãe disse que já era demasiado. E não terminei o curso

mas toda a vida frequentei cursos e agora com a tecnologia tive aulas de

arte contemporânea em diversas universidades com professores de

Espanha e México. Por isso posso dizer que também sou autodidata.

E neste momento a tua vida profissional é só a arte ou tens outra

atividade?

Neste momento só me dedico à arte mas até 2020 trabalhei no sistema

judiciário. Durante 20 anos dei também aulas na universidade aqui em

Comodoro Rivadavia e na cidade de Caleta Olivia a 60 quilómetros daqui.

E agora, crias arte, escreves e ainda estás ligada ao Museu do Imigrante

Português? Como é que uma funcionária judicial muda para um mundo

tão diferente como é o das artes?

O trabalho no judiciário é por um lado muito estressante, especialmente

na função que eu tinha, porque eu trabalhava na defensoria pública. Os

problemas que eram ali tratados eram todos muito ruins, problemas

socias, falta de direitos e violência doméstica. E eu fui canalizando esses

problemas para o meu mundo da arte. E o trabalho no sistema judiciário

gerou-me muitas perguntas vinculadas a contradições, pessoas,

estigmas sociais. Perguntas sobre qual é a verdade durante um julgamento

ou um expediente judicial. Qual é a verdade? Quem tem a

verdade? É muito complexo e levei essas dúvidas para a arte. Era um

trabalho profundamente pessoal e clinico porque pude estabelecer essa

relação entre o trabalho e a arte. Mas não só com o trabalho. Há uma

coleção completa de obras que se

chama “Lições de psicanálise”

porque também sou psicóloga.

Tenho um interesse particular em

aprofundar no mundo da arte

aquilo que tem a ver com o

trabalho profissional e com o

trabalho doméstico.

A arte é então uma forma de

passar uma mensagem social.

Mas também de mostrares as

tua origens. Fala-me das tuas

raízes e como as mostras nas

tuas criações.

A ideia é interpelar o público em

relação a questões sociais em

todas as minhas obras. Quanto às

minhas origens, o primeiro

projeto que realizei ligado

diretamente a isso é o Museu do

Imigrante Português em 2018 na

Associação Portuguesa de

Comodoro Rivadavia (APCR). É

um marco na minha responsabilidade

social como artista. E é uma

homenagem à minha família. Por

outro lado no meu livro “Patricia

60


revista água vai

Patricia Pinto

Pinto, Artista”, especialmente no livro 3 (NR: o livro é composto de três

livros: livro 1, livro 2 e livro 3), desenvolvo narrativamente experiências

e como foi ser criada numa família portuguesa aqui na Patagónia. E por

último, na obra que realizei em 2021 “Meu irmão, Óscar” faço uma

homenagem ao meu irmão e todos os capítulos são um percurso pela

nossa relação de irmão desde a infância até à despedida já que o meu

irmão morreu no ano passado.

É uma bela homenagem ao teu irmão, sem dúvida. E os teus pais? Já aqui

falaste deles, mas gostava de saber quem eram, de onde eram.

O meu pai nasceu em Estoi, perto de Faro, em Portugal e veio para a

Argentina em 1948. Dedicou-se toda a vida à construção civil. A história

do meu pai é muito interessante porque saiu de casa com 16 anos e foi

enquanto trabalhava no porto de Lisboa que terminou a escola primária.

Não terminou antes porque nasceu com lábio leporino. Depois estudou

para ter o ofício de pedreiro e também de enxertador de árvores.

A minha mãe nasceu numa pequena aldeia perto da Guarda que se

chama Pega. Veio para aqui chamada por familiares que tinham emigrado

algum tempo antes dela.

Enviaram-lhe uma carta de

chamada e ela veio por apenas

por três meses para visitar os

familiares, que eram da mesma

aldeia, e já não regressou a

Portugal. A minha mãe chegou

aqui no ano 1955 em plena

revolução. Ambos estiveram, em

épocas distintas, no Hotel do

Imigrante em Buenos Aires e

depois chegaram aqui por mar ao

porto de Comodoro Rivadavia. A

minha mãe era lavadeira e o meu

pai levava a roupa para lavar na

casa da família da minha mãe. E

foi assim que se conheceram e se

casaram. Depois nasceu o meu

61


revista água vai

Patricia Pinto

irmão e muito depois eu. A minha mãe não tinha uma profissão, toda a

vida fez costura e todo o trabalho da casa.

Não voltaram a ver os seus pais e só em 1983, por assuntos sucessórios,

viajaram para Portugal de avião e não voltaram lá mais. Nessa oportunidade

reviram os irmãos tanto do lado do meu pai como da minha mãe. Em

1990, eu que tinha uma grande necessidade de conhecer a família fui pela

primeira vez a França e a Portugal para conhecer todos os meus tios e primos.

Uma história bonita mas triste pela separação de tantos anos. A vida de

emigrante é dura. Mas naquele tempo era pior. As distâncias eram

maiores. E o que sentiste quando estiveste em Portugal?

Aquele dia marcou um antes e um depois na minha vida. Porque foi

encontrar-me com palavras abstratas até esse momento. A palavra tio, a

palavra primo eram abstratas na minha vida. E muitas coisas mais. O

meu pai falava-me numa nora, eu não conhecia aquele artefacto, nunca

tinha visto uma. Falava na cisterna onde se juntava água da chuva. Falava

do cheiro das flores das laranjeiras. E eram tudo termos e sensações que

para mim eram abstratas. E aos 30 anos, aquelas coisas com as quais eu

me criei ganharam corpo, cheiro, sabor.

E quando pensas voltar a Portugal?

Assim que a pandemia o permita. Aqui no hemisfério sul estamos na

terceira onda ou talvez a entrar na quarta e na Europa já vai na sexta onda.

Eu já tenho a terceira dose da vacina e gostava de ir em maio do próximo

ano mas tudo dependerá da situação sanitária.

Espero que consigas e que este maldito bicho nos deixe viver em paz. Mas

enquanto não podes ir a Portugal vais mantendo bem viva a chama de

Portugal com a tua arte e com o

Museu. Fala-me um pouco desse

museu.

Como já disse, o museu é uma

homenagem a todos os imigrantes

portugueses que se estabeleceram

aqui na Patagónia, na cidade de

Comodoro Rivadavia. Tem um

guião fixo que é modificado em

cada abertura com diferentes

temas, é modificado de modo

temático. E então pedimos aos

lusodescendentes objetos que

pertenceram às suas famílias e que

estejam ligados com a temática da

exposição. Esses objetos ficam por

um tempo e são devolvidos assim

que o desejarem. Desta forma

todos podem homenagear os seus

familiares. Nós compreendemos

que há momentos na vida e

pessoas, principalmente de idade,

a quem custa muita desprenderem-se

daqueles objetos que

representam o afeto. A exposição

fixa começa com a primeira

presença de portugueses na

Patagónia, ou seja Fernão de

62


revista água vai

Magalhães, e no ano passado celebramos 500 anos da sua passagem por

Puerto de San Julian, a poucos quilómetros de Comodoro Rivadavia (N.R

428 quilómetros J). Mostramos também os costumes que os imigrantes

traziam com eles na bagagem, como socializavam, como comunicavam

com Portugal. O nosso museu é interativo e itinerante. Porque apresentamos

partes do museu noutras comunidades ou em eventos onde somos

convidados. Também tem um microcinema onde, em dias festivos ou em

tertúlias, passamos filmes, em geral de jovens cineastas portugueses

atuais e documentários. E também uma sala de exposições onde organizamos

diferentes eventos. Eu já fui curadora de exposições de arte e

fotografia. Neste momento estamos a preparar uma homenagem, que é

surpresa, a uma imigrante portuguesa que celebra 100 anos no dia 15 de

dezembro. E no dia 17 vamos inaugurar um roteiro interpretativo histórico.

Fixamos 10 azulejos com informação em código QR em dez lugares

onde moraram imigrantes portugueses da onda migratória mais importante

e que durou entre 1940 e 1960. Depois já não houve mais. Nesses azulejos

inspirados nos azulejos portugueses temos informações sobre quem viveu

ou trabalhou ali, o nome da família ou que estabelecimento comercial havia

ali. São dez pontos na principal rua de Comodoro Rivadavia.

Vocês fazem um trabalho de grande valor e que deve e merece ser apoiado

e divulgado. Têm algum apoio do governo português?

Não, não recebemos apoio de entidade nenhuma. Só temos o apoio da

Associação Portuguesa de Comodoro Rivadavia (APCR) e da boa

vontade dos sócios. Fazemos tudo com recursos próprios e com a contribuição

e trabalho especialmente do Daniel Amado, com quem desenvolvemos

este projeto. Ambos somos colaboradores. Não há neste museu

cargos nem organização administrativa. Nós colaboramos com a APCR e

apenas isso, colaboramos com o nosso trabalho.

O nosso objetivo é juntar mais pessoas, especialmente jovens pois já

temos aqui a terceira e quarta geração de portugueses. No próximo ano

planeamos constituir um clube de amigos do museu e assim somar

esforços. Se quiserem conhecer o nosso trabalho no museu podem

seguir-nos no Facebook e no Instagram:

www.facebook.com/museoinmigranteportuguesCR

www.instagram.com/patriciapinto.studio

Da minha parte vou divulgar o vosso trabalho valoroso e voluntarioso.

Talvez alguém em Portugal vos apoie. Uma última pergunta, porque aqui

em Lublin já é tarde. A comunidade portuguesa e lusodescendente em

Comodoro Rivadavia é grande? As novas gerações têm orgulho nas suas

raízes e querem continuar o vosso trabalho, do Museu e da Associação?

A comunidade luso-descendente é grande. É a terceira maior da

Argentina depois das comunidades da Província de Buenos Aires. É

curioso que temos tido visitas no museu de pessoas que souberam da sua

existência porque o taxista que apanharam no aeroporto ou o rececionista

‘‘

O MEU PAI FALAVA-ME

(...) FALAVA DO CHEIRO

DAS FLORES DAS LARAN-

JEIRAS. E ERAM TUDO

TERMOS E SENSAÇÕES

QUE PARA MIM ERAM

ABSTRATAS. E AOS 30

ANOS, AQUELAS COISAS

COM AS QUAIS EU ME

CRIEI GANHARAM CORPO,

CHEIRO, SABOR.

‘‘

do hotel eram filhos ou netos de

portugueses. Há um grupo de

dança de jovens que com o tempo

foram perdendo o interesse mas

estamos a trabalhar com muita

força para que isso não aconteça e

para atrair os jovens para o nosso

museu.

Portugal está na moda a nível

mundial e as novas tecnologias

juntam e aproximam as pessoas.

Os jovens, sendo netos ou filhos

de portugueses têm agora a possibilidade

de viajar para Portugal e

adquirir a cidadania portuguesa.

Aqui em Comodoro Rivadavia

temos um cônsul honorário e

podem fazer desde aqui todos os

trâmites através da embaixada de

Portugal em Buenos Aires. É mais

um motivo para os jovens agora

mostrarem mais interesse em

participar.

Lino Matos

63


Rozmawiam z

PATRICIĄ

PINTO

artystką, pisarką,

psychologiem,

wykładowcą,

urzędniczką sądową,

kobietą bardzo

wszechstronną.

Lino Matos • Tłumaczenie: Beata Bronecka,

Dominik Gakan, Edyta Oluf, Izabela Jagitka,

Michał Stefaniuk, Yuliia Sokoliuk

S

posób w jaki poznałem Patrycję Pinto

jest dowodem na to, że wydarzenia

jakie organizujemy w Centrum

Języka Portugalskiego Camões w

Lublinie przynoszą owoce. Kiedy w 2014 roku

wpadłem na pomysł zorganizowania konkursu

literackiego, nie spodziewałem się, że siedem

lat później przeprowadzę wywiad z Argentynką

portugalskiego pochodzenia i że miasto

Comodoro Rivadavia w Patagonii oraz pewni

członkowie tamtejszej społeczności

portugalskiej staną się bliscy mojemu sercu.

Po pięciu edycjach konkursu literackiego

pomyślałem, że uda mi się stworzyć zbiór

opowiadań. Wśród uczestników znalazł się 80-

letni „młody” Argentyńczyk, który ze względu

na swoje oddanie i miłość do języka i kultury

portugalskiej zasłużył w książce na szczególną

uwagę. W dniu wirtualnej premiery książki

podczas wideokonferencji pojawił się „młody”

Raúl Martin i jego fanklub, „Torcida

Patagónica”, który stanowiło tylko kilku jego

dobrych przyjaciół, ale wszyscy byli

Portugalczykami lub mieli portugalskie

korzenie. Wśród nich była Patricia Pinto. Od

tego czasu współpracowaliśmy ze sobą w

różnych działaniach, między innymi w projekcie

epistolarnym „Listy ze szlaku Magellana”.

64


revista água vai

Patrycjo, jesteś artystką. Kiedy zaczęła się twoja

pasja do sztuki?

Zaczęła się bardzo wcześnie. Sąsiadka moich

rodziców, Marina Freile de Frank Langer, była tu

bardzo znaną artystką. Pochodziła z Buenos Aires,

ale mieszkała w Comodoro Rivadavia i jej córka

była moją koleżanką. Bardzo lubiłam zapach farb i

wszystkiego, czego używała do tworzenia swoich

obrazów i rysunków. Myślę, że to w jej domu po

raz pierwszy poczułam chęć malowania.

Byłaś jeszcze dzieckiem. A więc od dziecka jesteś

związana ze sztuką? Studiowałaś sztukę czy

może jesteś samoukiem?

Pobierałam lekcje malarstwa, ale kiedy zaczęłam

szkołę średnią, chciałam studiować sztukę. Moi

rodzice jednak się nie zgodzili. Byli bardzo

pragmatyczni. Uważali, że sztuka nie zapewni mi

godnego życia. Dlatego rano chodziłam do

liceum, a po południu do szkoły artystycznej, bez

wiedzy rodziców. Wymyślałam wymówki,

mówiłam, że chodzę do biblioteki, żeby odrobić

pracę domową razem z innymi dziewczynami. Po

dwóch miesiącach moja mama zapytała mnie,

dlaczego mam aż tyle zadań związanych ze

sztuką. To właśnie wtedy rodzice odkryli moje

drobne oszustwo. Uczyłam się dalej w dwóch

szkołach aż do piątego roku, kiedy moja mama

powiedziała dość. Nie skończyłam więc tej

szkoły, ale przez całe życie uczestniczyłam w

różnych kursach, a teraz, dzięki technologii, biorę

udział w wielu kursach sztuki nowoczesnej

organizowanych przez uniwersytety i

prowadzonych przez wykładowców z takich

krajów jak Hiszpania czy Meksyk. Oprócz tego

jestem też samoukiem.

Obecnie twoje życie zawodowe skupia się na

sztuce czy robisz coś innego?

Teraz zajmuję się sztuką, ale do 2020 roku

pracowałam w sądownictwie. Przez 20 lat

wykładałam na uniwersytecie w Comodoro

Rivadavia i w Caleta Olivia, 60 kilometrów stąd.

W tej chwili tworzysz sztukę, piszesz i jesteś

związana z Muzeum Portugalskich Imigrantów.

Jak to się stało, że pracowniczka systemu

sądownictwa związała się ze sztuką?

Praca w sądownictwie była bardzo stresująca,

szczególnie na moim stanowisku. Pracowałam w

prokuraturze i wszystkie sprawy były bardzo

ciężkie, dotyczyły problemów społecznych, braku

sprawiedliwości, a także przypadków przemocy

domowej. Przelałam to na moją sztukę. Ta praca

wzbudziła we mnie wiele pytań związanych ze

sprzecznościami, problemami osobistymi,

stygmatyzacją społeczną. Zaczęłam się

zastanawiać, gdzie leży prawda i kto ją zna. To

bardzo skomplikowane. Chciałam odpowiedzieć

na te pytania poprzez sztukę. Była to praca bardzo

osobista i wymagająca. Moja sztuka związana jest

nie tylko z sądownictwem, ale też z psychologią.

Mam na przykład kolekcję dzieł pod tytułem

„Lekcje Psychoanalizy”. Chciałam zagłębić się w

świat sztuki i połączyć ze sobą obowiązki domowe

oraz pracę zawodową.

Sztuka jest sposobem przekazywania tematów

społecznych, ale też swojego pochodzenia.

Opowiedz mi o swoich korzeniach i o tym, jak

pokazujesz je w swojej sztuce.

Celem wszystkich moich dzieł jest sprowokowanie

publiczności do zwrócenia uwagi na kwestie

społeczne. Mój pierwszy artystyczny projekt

związany z moim pochodzeniem to otwarcie

Muzeum Portugalskich Imigrantów w 2018 roku

dla Portugalskiego Stowarzyszenia w Comodoro

Rivadavia. To ważna część mojej

odpowiedzialności społecznej jako artystki. Jest to

też hołd złożony mojej rodzinie, a oprócz tego w

trzecim rozdziale mojej książki „Patrícia Pinto,

Artystka”, opowiadam o swoich doświadczeniach i

sposobie w jaki byłam wychowana w portugalskiej

rodzinie tutaj w Patagonii. Moje ostatnie dzieło,

„Mój brat, Oskar” z 2021 roku jest hołdem dla

mojego brata i zbiorem naszych doświadczeń jako

rodzeństwa, od naszego dzieciństwa aż po ostatnie

pożegnanie, gdyż mój brat zmarł w zeszłym roku.

65


revista água vai

To bez wątpienia wspaniały hołd dla twojego

brata. A co z twoimi rodzicami? Już o nich

wspomniałaś, ale chciałbym dowiedzieć się, kim

byli i skąd pochodzili.

Mój tata urodził się w Estoi, niedaleko Faro w

Portugalii. Przyjechał do Argentyny w 1948 roku.

Całe życie pracował przy budowie domów.

Historia mojego taty jest bardzo ciekawa. Opuścił

rodzinny dom w wieku 16 lat. Ukończył szkołę

podstawową dopiero kiedy pracował w porcie w

Lizbonie, ponieważ urodził się z zajęczą wargą.

Po szkole został murarzem, a także nauczył się

szczepić drzewa. Moja mama urodziła się w małej

wiosce o nazwie Pega, w pobliżu Guarda. Do

Argentyny przybyła na zaproszenie krewnych,

którzy już wcześniej tu wyemigrowali. Wysłali jej

zaproszenie i pojechała na trzy miesiące, by

odwiedzić krewnych, którzy pochodzili z tej

samej wioski, jednak nie wróciła do Portugalii.

Mama przyjechała tutaj w 1955 roku w trakcie

rewolucji, i podobnie jak tata, musiała spędzić

pewien czas w hotelu dla imigrantów w Buenos

Aires, po czym przybyła tutaj do portowego

miasta Comodoro Rivadavia. Mama była praczką,

a tata przywoził swoje ubrania do domu rodziny,

u której mieszkała. Tak właśnie się poznali.

Pobrali się, potem urodził się mój brat, a dużo

później ja. Mama nie miała żadnego zawodu,

zajmowała się krawiectwem i domem. Nie

widzieli się z rodzicami i nie wrócili do Portugali

aż do roku 1983, kiedy po raz pierwszy polecieli

tam samolotem, żeby zająć się sprawą spadku.

Była to jedyna okazja do ponownego spotkania z

rodzeństwem zarówno ze strony mojego taty, jak

i mamy. Później nie wrócili do Portugali już

nigdy. W 1990 roku, czując wielką potrzebę

poznania mojej rodziny, pierwszy raz poleciałam

do Francji i do Portugalii, aby spotkać się ze

wszystkimi wujkami i kuzynami.

Piękna historia, ale również smutna z powodu

separacji na tak wiele lat. Życie emigranta jest

trudne, a w tamtych czasach było jeszcze cięższe.

Odległości były większe. Co czułaś, gdy byłaś w

Portugalii?

To był punkt zwrotny w moim życiu. Do tego

czasu moje życie pełne było abstrakcyjnych słów,

takich jak wujek, kuzyn i wiele innych. Tata

opowiadał mi o noriach; wcześniej nie znałam

tego urządzenia, nigdy go nie widziałam. Mówił

o zbiornikach na deszczówkę. Opowiadał o

zapachu kwiatów pomarańczy. Wszystkie te

określenia i odczucia były dla mnie abstrakcyjne.

A w wieku 30 lat wreszcie nabrały kształtu,

zapachu i smaku.

A kiedy planujesz wrócić do Portugalii?

Jak tylko pandemia na to pozwoli. Tu na

południu jesteśmy w trakcie trzeciej fali, a może

wchodzimy w czwartą, natomiast w Europie jest

już szósta. Przyjęłam już trzecią dawkę

szczepionki i chciałabym wrócić do Portugalii w

maju przyszłego roku, ale wszystko będzie

zależało od sytuacji epidemicznej.

Mam nadzieję, że ci się uda i że ten cholerny

wirus zostawi nas w spokoju. Dopóki nie możesz

polecieć do Portugalii, promujesz ten kraj

poprzez swoją sztukę i muzeum. Opowiedz mi o

nim więcej.

Jak już wspomniałam, to muzeum jest hołdem

dla wszystkich portugalskich imigrantów, którzy

osiedlili się w Patagonii w mieście Comodoro

Rivadavia. Stały program muzeum jest lekko

modyfikowany w zależności od tematu wystawy.

Poprosiliśmy potomków Portugalczyków o

przedmioty, które należą do ich rodzin i są

związane z tematyką wystawy. Przedmioty te

służą jako eksponaty w muzeum i są zwracane

rodzinom, kiedy tylko o to poproszą. W ten

sposób każdy może upamiętnić swoich

przodków. To zrozumiałe, że dla wielu osób,

zwłaszcza starszych, pozbycie się przedmiotów,

do których są przywiązani, byłoby ciężkim

przeżyciem. Stała wystawa zaczyna się od

pierwszej obecności Portugalczyków w Patagonii,

66


revista água vai

Patricia Pinto

kiedy przybył tu Ferdynand Magellan. W

zeszłym roku świętowaliśmy 500-lecie jego

wizyty w Puerto de San Julian niedaleko od

Comodoro Rivadavia (a tak naprawdę 428 km).

Pokazujemy również zwyczaje, które imigranci

przywieźli ze sobą, to jak się socjalizowali i jak

komunikowali się z rodzinami w Portugalii.

Nasze muzeum jest interaktywne i mobilne.

Wystawiamy fragmenty ekspozycji muzealnej w

innych miejscach lub na wydarzeniach, na które

jesteśmy zapraszani. Posiadamy również

mikrokino, w którym podczas świąt lub spotkań

pokazujemy głównie produkcje młodych

portugalskich reżyserów oraz filmy

dokumentalne. Mamy także salę wystawową, w

której organizujemy różne imprezy. Byłam już

kuratorką wystaw sztuki i fotografii. Obecnie

przygotowujemy jubileuszowe przyjęcieniespodziankę

dla portugalskiej imigrantki, która

15 grudnia będzie obchodzić swoje setne urodziny.

A 17 grudnia zainaugurujemy historyczny szlak

interpretacyjny. Umieściliśmy dziesięć kafelków z

kodami QR w miejscach, w których mieszkali

portugalscy imigranci z najważniejszej fali

migracyjnej, która trwała od 1940 do 1960 roku.

Więcej fal już nie było. Na tych kafelkach,

inspirowanych portugalskimi azulejos, znajdują się

nazwiska, informacje o tym, kto w danym miejscu

mieszkał lub pracował lub jaki zakład handlowy tam

był. Na głównej ulicy Comodoro Rivadavia znajduje

się dziesięć takich przystanków.

Wykonujesz pracę o wielkiej wartości, która

zasługuje na wsparcie i nagłośnienie. Czy macie

jakieś wsparcie ze strony rządu portugalskiego?

Nie mamy wsparcia ze strony żadnej instytucji.

Wspierają nas tylko Stowarzyszenie Portugalskie

Comodoro Rivadavia (APCR – Associação

67


revista água vai

Portuguesa de Comodoro Rivadavia) i dobra wola

naszych działaczy. Robimy wszystko z własnych

środków oraz przy udziale i pracy Daniela

Amado, z którym realizujemy wspomniany

wcześniej projekt. W tym muzeum nie ma etatów

ani administracji. Działamy dzięki współpracy

naszej i z APCR.

Nasz cel to zaangażowanie jak największej liczby

osób, zwłaszcza młodych, ponieważ mamy tu już

trzecie i czwarte pokolenie Portugalczyków. W

przyszłym roku planujemy założyć klub

przyjaciół muzeum i tym samym połączyć siły.

Żeby dowiedzieć się więcej na temat naszej pracy

w muzeum, można śledzić nas na Facebooku i

Instagramie:

www.facebook.com/museoinmigranteportuguesCR

www.instagram.com/patriciapinto.studio/

Ja ze swojej strony będę promować waszą cenną i,

przecież, dobrowolną pracę. Może ktoś w

Portugalii was wesprze. Ostatnie pytanie, bo tu w

Lublinie robi się już późno. Czy społeczność

pochodzenia portugalskiego w Comodoro

Rivadavia jest duża? Czy nowe pokolenia są

dumne ze swoich korzeni i chcą kontynuować

pracę w muzeum i stowarzyszeniu?

Społeczność portugalska jest duża. Jest trzecia co

do wielkości w Argentynie po społecznościach

prowincji Buenos Aires. Ciekawie się składa, że

wiele osób odwiedza muzeum po tym, jak

dowiedzieli się o naszym istnieniu po rozmowie z

przypadkowym taksówkarzem czy recepcjonistą,

którzy mieli rodziców lub dziadków

Portugalczyków. Jest też grupa taneczna, którą

młodzi ludzie zaczęli tracić zainteresowanie, ale

ciężko pracujemy, aby temu zapobiec i

przyciągnąć młodzież do naszego muzeum.

Portugalia jest w modzie na całym świecie, a nowe

technologie zbliżają ludzi. Młodzi, będąc

wnukami czy dziećmi Portugalczyków, mają teraz

możliwość korzystania z wyjazdów do Portugalii i

‘‘ TATA (...) MÓWIŁ O

ZBIORNIKACH NA DESZ-

CZÓWKĘ. OPOWIADAŁ

O ZAPACHU KWIATÓW

POMARAŃCZY.

WSZYSTKIE TE OKREŚ-

LENIA I ODCZUCIA

BYŁY DLA MNIE

ABSTRAKCYJNE. A W

WIEKU 30 LAT WRESZ-

CIE NABRAŁY KSZTAŁTU,

ZAPACHU I SMAKU.

‘‘

uzyskania portugalskiego obywatelstwa. W

Comodoro Rivadavia mamy konsula honorowego,

więc można stąd załatwić wszelkie formalności

przez Ambasadę Portugalii w Buenos Aires. Jest to

kolejny powód, dla którego młodzi wykazują

coraz większe zainteresowanie.

Lino Matos

Tłumaczenie: Beata Bronecka, Dominik Gakan, Edyta

Oluf, Izabela Jagitka, Michał Stefaniuk, Yuliia Sokoliuk.

68


Formação actual (2019 - )

Dulio Moreno (voz)

Ignacio Long (contrabaixo)

Luis Cativa Tolosa (guitarra clássica)

Juan Pablo Isaia (guitarra portuguesa)

Maria Laura Rojas (voz)

Natalia Harmasz

i Natalia Miętus

Dulio Omar

Moreno sobre

as suas raízes

e o seu amor

pelo fado.

“Se cantas para eles,

também cantas para nós.”

Portugal para alguns é apenas um ponto no

mapa, para outros é a sua casa, e o nosso

convidado considera-o o seu lugar feliz na

terra. Ele está ligado a Portugal não só

pela sua família ou memórias de numerosas viagens,

mas sobretudo pelo fado, que tem um lugar especial no

seu coração.

Dulio Omar Moreno vem da Argentina e é vocalista da

banda "Almalusa". Nesta entrevista ele conta a história

de como a sua família se mudou de Portugal para a

Argentina e como o fado se tornou uma parte integrante

da sua vida.

69


revista água vai

no país. Eles faziam redes aqui e já

conseguiam possibilidades

laborais para os familiares e

amigos em Portugal e assim

poder lograr a “carta de chamada”,

um tipo de justificação que o

migrante tinha ao entrar ao país

para comprovar que ele era

requerido por algum familiar ou

empregador. Sim, claro, neste

momento tenho alguns familiares

e amigos em Portugal.

Formação actual

Como já sabe, a entrevista será, entre outras coisas, relacionada com o

tema da emigração, passando assim à primeira questão: qual é exatamente

a sua relação com Portugal, tem raízes portuguesas ou nasceu lá

mas decidiu partir?

Eu sou bisneto de portugueses…Os meus bisavós, pais da minha avó

materna eram portugueses. A minha avó foi a primeira filha deles a

nascer na Argentina.

E sabe porque é que os seus bisavós decidiram deixar Portugal?

Pois, como muitas e muitos portugueses, tentar conseguir uma melhor

qualidade de vida. As coisas em Portugal estavam difíceis nesses

tempos, anos 30.

Porquê a Argentina? Pensa que escolheram este país por causa do

nível de vida ou talvez tivessem algum sentimento em relação a ele?

Muitas vezes, acho que no caso deles, todas as pessoas duma mesma

localidade saiam e iam morar juntas para uma mesma localidade daqui.

Às vezes eles tinham vizinhos ou até familiares. Eles aqui findaram

numa cidade que fica a uns 600 km de Buenos Aires. Na qual todos os

portugueses eram da mesma freguesia portuguesa. Todos eles escolhiam

a Argentina porque nesse momento, o país oferecia boas e interessantes

condições para ter uma vida com melhores comodidades.

Ah, claro que o facto de terem alguns amigos na Argentina lhes deu

coragem e facilitou a mudança! Por falar em parentes, tem alguma

família ou amigos em Portugal neste momento?

Além da coragem, também lhes facilitava a possibilidade de entrarem

Este foi, sem dúvida, o ponto

mais importante. Então, também

tenho de perguntar se já os

visitou em Portugal?

Visitei sim! Três vezes. Em 2003,

2013 e 2015.

E gostou de Portugal? Quais são

as suas memórias destas viagens?

O que o surpreendeu?

Pois, de mais, muito! Todas as

viagens tiveram coisas especiais.

Em 2003 por ser a primeira vez

que eu saí de Argentina sozinho e

para participar num encontro

mundial de jovens lusodescendentes,

com rapazes e raparigas

do mundo inteiro todos a falar em

português foi único. Em 2013

porque conheci mais lugares e

tive experiências inesquecíveis

com a música portuguesa…E não

viajei só, fui com minha namorada

que também é lusodescendente…Em

2015 voltei novamente

para um evento da comunidade

portuguesa… mas a minha

namorada já era minha esposa e

também já tínhamos um filho! O

que me surpreendeu? Diferentes

aspetos…

70


revista água vai

‘‘ O QUE ME SURPREENDEU?

DIFERENTES ASPETOS…

A RIQUEZA CULTURAL DO PAÍS.

A FORTALEZA DO ESPÍRITO DOS

PORTUGUESES…

‘‘

A riqueza cultural do país. A fortaleza do espírito dos portugueses… eu

tive a oportunidade em 2013 de estar na aldeia e na casa onde nasceu a

minha bisavó e pensar o que isso seria nos anos 30 e o que terá sido a

aventura da viagem que eles decidiram começar para ter uma vida

melhor fez-me considerar o que foi essa força de vontade única.

Esses devem ter sido tempos fantásticos! Então, poderia dizer que

Portugal é o seu lugar feliz ao qual sempre gostará de regressar? E

gostaria de trazer algo típico de Portugal para a Argentina? Talvez

comida, algum aspeto cultural, o clima?

Com certeza total que eu digo que Portugal é o meu lugar feliz ao qual

sempre gostaria de regressar…. E até viver? Pois… se calhar até viver!

Claro que o facto de emigrar é difícil e complexo. Mas, sem dúvidas, em

Portugal o processo seria mais simples e fácil para mim. Claro que

gostaria de trazer coisas típicas de Portugal para aqui: comida, vinhos,

livros, material musical.

Comidas por exemplo…pastéis de nata?

(risos) Temos aqui uma loja de pastéis de nata. São bons mas… Há

imensa quantidade de produtos portugueses que adoro!

Muitos dos nossos amigos dizem que os pastéis de nata portugueses

têm um gosto irresistível e que é difícil encontrar algo semelhante

fora de Portugal. Quando se fala de música portuguesa, vem-me à

cabeça outra questão. Sabemos que se canta numa banda e cria música

que, embora venha de Portugal, toca o coração dos argentinos. Isto

também é em parte devido a si! Foi durante estas viagens a Portugal

que nasceu a ideia de criar uma banda para tocar música portuguesa

na Argentina?

Totalmente! Adesão total a essas palavras. Pode ser mas… O que

aconteceu em Portugal foi uma coisa superior que além de tudo tem

relação com uma questão de

atitude pessoal por cima duma

questão cultural. No ano 2003, em

Lisboa, eu cantei pela primeira

vez perante um público desconhecido.

Claro que eu já tinha

escutado música portuguesa e já

gostava e adorava. Mas até então

só cantava em âmbitos familiares.

Nessa vez, em Lisboa, eu cantei

dois tangos… nunca vou esquecer

essas noites…

Aqui em Buenos Aires tomaram

conhecimento disso e disseram-

-me “se cantas para eles, também

cantas para nós”… apresentaram-

-me um músico e foi assim que

comecei o meu percurso musical.

Desse encontro então surgiu o

meu primeiro projeto musical e eu

comecei a dizer para mim mesmo,

“pois sim, eu canto”.

Essa história parece inacreditável!

Penso que muitos artistas

sonham com um início de carreira

assim. E como é que acabou na

banda em que está agora?

Aquele projeto musical era de

música folclórica portuguesa, um

estilo mais popular. Tocávamos

nas festas da comunidade portuguesa.

Fazíamos dançar as

pessoas. Mas além disso eu

gostava mais de outra coisa que

até esse momento nem era possível

nem eu achava que estava

preparado.

Por causa dessa viagem do ano

2 0 0 3 e u conheço Manuela

Cavaco, fadista, que no ano 2004

consegue vir cantar à Argentina.

Quando a Manuela esteve, um

conhecido organizou um encon-

71


revista água vai

tro aqui, em Buenos Aires, um jantar, e esse conhecido apresentou-me a

sua sobrinha, que eu escutei nesse jantar pela primeira vez. Era atriz e

tinha uma voz daquelas. Ficamos em contacto, falávamos às vezes e

sempre sabíamos da nossa paixão pelo fado. Por volta do ano 2010

começamos a dizer “Temos que fazer alguma coisa em relação à nossa

paixão”. E sei lá, em 2011 decidimos dar o pontapé inicial. A rapariga

que eu conheci nesse jantar é Maria Laura Rojas, minha actual colega.

Uma pequena mulher com uma grande voz. Claro que todos sabemos

que por detrás de cada banda existe uma história que, de alguma

forma, diz respeito a cada um dos membros. Qual é a história de

"Almalusa"?

Acho que a história de Almalusa é sem dúvida uma história de encontros.

Já passaram quase dez anos e quando eu conheci a Maria Laura em

2004 nem imaginava que íamos findar compartilhando um projeto

artístico. Quando ela me propõe fazer isto, ela já tinha na cabeça um

músico para poder fazer alguma coisa juntos. E esse rapaz ia trazer mais

um. Argentinos, mas interessados no projeto. O Juan Pablo é músico

profissional. Estudou numa importante escola de música daqui. E ele

trouxe o Luis Cativa Tolosa que nalgum momento foi seu aluno. Não

era músico profissional porque tinha outra profissão mas gostamos

imensamente dele e ele também ficou interessado no projeto. Com o

correr dos anos, o Juan Pablo e a Maria Laura também começaram a

namorar e agora estão casados e têm uma filha.

E quem inventou o nome da banda e o que é que isso significa?

Foi em conjunto com a Maria Laura. Vem de Alma Lusa, alma lusitana.

Lusitano/a é um adjetivo. Quer dizer “relativo a Portugal”.

NATALIA HARMASZ

Chamo-me Natalia Harmasz,

licenciei-me em linguística

aplicada e turismo histórico.

Agora sou estudante de uma

escola de música onde canto jazz

e aprendo teoria e história da

música clássica e jazz. Gostaria

também de cantar canções em

português e espero que um dia

isso seja possível.

NATALIA MIĘTUS

Olá! O meu nome é Natalia e sou

estudante de Linguística

Aplicada. Estudo português há

três anos e estou muito contente

por poderem ler o artigo que

escrevi juntamente com a minha

amiga. Adoro ler livros porque me

permitem ver o mundo a partir de

uma perspetiva diferente e

descobrir histórias de pessoas de

lugares distantes. Espero que a

Natalia e eu despertemos a vossa

curiosidade sobre o mundo através

da história que descrevemos!

Quando perguntamos aos jovens sobre a música e o que ela traz às suas

vidas, respondem que se identificam com o seu conteúdo, que a música

diz verdades, traz-lhes paz e sossego, traz memórias e um sentimento de

nostalgia. E para si? O que revive em si quando ouve música?

Vou demorar a responder agora mas é questão de que tenham alguma

paciência. Pois…. para mim revive a vida, com certeza. Mas além disso,

eu acho que esse sentimento vai mutando com os anos. Vocês sabem

que Portugal tem uma coisa muito identificadora e própria que se

chama saudade. E com o passar dos anos é incrível ver como essa

saudade se materializa. Se bem que o projeto Almalusa nasceu em 2012,

eu conheci a Maria Laura Rojas por causa da minha viagem em 2003. É

impossível não separar uma coisa de outra. Quando ouço música revive

em mim a minha vida, as minhas lembranças e também as minhas

esperanças. As esperanças num projeto comum. Se calhar é um bocado

do que vocês disseram mas aqui o interessante é que a música portuguesa

tem nessa nostalgia e

nesse jeito do “destino” um

rasgo de identificação. Coisa

que nem sempre sucede com

outras músicas.

Natalia Harmasz i Natalia

Miętus

72


DRUGA FORMACJA (2015 - 2019)

Dulio Moreno (wokal), Maria Laura Rojas (wokal), Martin Pantuso (kontrabas),

Juan Pablo Isaia (gitara portugalska), Luis Cativa Tolosa (gitara klasyczna)

“JEŚLI ŚPIEWASZ DLA NICH,

MOŻESZ RÓWNIEŻ ŚPIEWAĆ DLA NAS.”

“Dulio Omar Moreno o swoich

korzeniach i miłości do fado.”

Portugalia dla niektórych jest po prostu punktem na mapie, dla innych domem, a

nasz gość uważa ją za swoje szczęśliwe miejsce na ziemi. Wiążą go z nią nie

tylko korzenie czy wspomnienia z licznych podróży, ale przede wszystkim fado,

które skradło jego serce.

Dulio Omar Moreno pochodzi z Argentyny i jest wokalistą zespołu „Almalusa”. W wywiadzie

opowiada historię jak jego rodzina trafiła z Portugalii do Argentyny i tego, jak fado stało się

nieodłączną częścią jego życia.

73


revista água vai

‘‘ Z CAŁKOWITĄ PEW-

NOŚCIĄ STWIERDZAM,

ŻE PORTUGALIA JEST

MOIM SZCZĘŚLIWYM

MIEJSCEM, DO KTÓRE-

GO ZAWSZE BĘDĘ

CHCIAŁ WRACAĆ...

‘‘

Jak już wiesz, wywiad ma być między innymi

związany z tematem emigracji, a więc

przechodząc do pierwszego pytania: jaki

konkretnie jest twój związek z Portugalią, czy

masz może portugalskie korzenie lub tam się

urodziłeś, ale zdecydowałeś się wyjechać?

Jestem prawnukiem Portugalczyków! Portugalia

to ojczyzna rodziców mojej babci, a ona sama była

ich pierwszą córką, która urodziła się w

Argentynie.

Wiesz może dlaczego twoi pradziadkowie

zdecydowali się przeprowadzić do Argentyny?

Ponieważ, jak wielu Portugalczyków, szukali

lepszego życia. W tamtych czasach, w latach 30

ubiegłego wieku, sytuacja w Portugalii była

trudna.

I dlaczego akurat Argentyna? Myślisz, że

wybrali ten kraj ze względu na poziom życia,

czy może mieli do niego jakiś sentyment?

Niejednokrotnie, myślę, że to był przypadek.

Wszyscy ludzie z tej samej wsi wyjeżdżali i

osiedlali się tutaj, razem, w jednej miejscowości.

Czasami mieli już na miejscu sąsiadów, a nawet

krewnych. Trafili do miasta położonego około

600 km od Buenos Aires, w którym wszyscy

Portugalczycy pochodzili z tego samego

portugalskiego dystryktu. Wybrali Argentynę,

ponieważ w tamtym czasie kraj ten oferował

dobre warunki do prowadzenia wygodniejszego

życia.

Oczywiście fakt, że mieli już jakichś przyjaciół

w Argentynie dodał im odwagi i ułatwił

przeprowadzkę! A jeśli mówimy już o bliskich,

czy masz na ten moment rodzinę albo przyjaciół

w Portugalii?

Oprócz odwagi, ułatwiło im to również

przedostanie się do kraju. Nawiązali tutaj

kontakty i byli w stanie znaleźć pracę dla swoich

krewnych i przyjaciół z Portugalii, a tym samym

uzyskać "carta de chamada", czyli rodzaj

usprawiedliwienia, które osoba migrująca miała

przy wjeździe do kraju, aby udowodnić, że jest

potrzebna członkowi rodziny lub pracodawcy.

A odpowiadając na pytanie, tak, oczywiście, w tej

chwili mam kilku członków rodziny i przyjaciół

w Portugalii.

To było bez wątpienia najważniejsze dla twoich

pradziadków. A więc, muszę również zapytać

czy odwiedziłeś już swoją rodzinę i przyjaciół

w Portugalii?

Ależ oczywiście! Trzy razy! W 2003, 2013 i 2015

roku.

Podobało ci się? Jakie masz wspomnienia z tych

podróży? Co cię najbardziej zaskoczyło?

Bardzo, a nawet bardziej niż bardzo! Każda

podróż miała w sobie coś wyjątkowego:

Podróż w 2003 była tą pierwszą. Wtedy po raz

pierwszy wyjechałem z Argentyny, na dodatek

sam. Uczestniczyłem w światowym spotkaniu

tak zwanych 'lusodescendants', czyli ludzi z

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revista água vai

FORMACJA POCZĄTKOWA (2011 - 2015)

Juan Pablo Isaia (gitara klasyczna), Maria Laura Rojas (wokal), Dulio Moreno (wokal), Luis Cativa Tolosa (gitara klasyczna)

portugalskimi korzeniami. Byli tam chłopcy i

dziewczęta z całego świata, wszyscy mówiący po

portugalsku... to było doświadczenie jedyne w

swoim rodzaju.

Z kolei wyprawa w 2013 była wyjątkowa,

ponieważ poznałem więcej miejsc i przeżyłem

niezapomniane chwile z portugalską muzyką... I

wtedy nie podróżowałem sam, tylko z moją

dziewczyną, która również ma portugalskie

korzenie…

W 2015 roku wróciłem na spotkanie

lusodescendants... ale moja dziewczyna była już

moją żoną i mieliśmy syna! Co mnie zaskoczyło?

Różne aspekty...Bogactwo kulturowe kraj.. Siła

ducha Portugalczyków... Miałem okazję w 2013

roku być w wiosce i domu, w którym urodziła się

moja prababcia. Rozmyślałem wtedy, co to było w

latach 30-tych i jaka musiała być ta przygoda z

podróżą, którą moi pradziadkowie postanowili

rozpocząć, w poszukiwaniu lepszego życia.

Wszystko to skłoniło mnie do zastanowienia się

nad tym, co to była za wyjątkowa siła woli…

To musiały być wspaniałe chwile! A więc można

powiedzieć, że Portugalia jest twoim

szczęśliwym miejscem na ziemi, do którego

chcesz wracać. Czy jest coś, co najchętniej

zabrałbyś ze sobą z Portugalii i przeniósł do

Argentyny? Może jedzenie, jakiś zwyczaj,

pogodę?

Z całkowitą pewnością stwierdzam, że Portugalia

jest moim szczęśliwym miejscem, do którego

zawsze będę chciał wracać.... a nawet może tam

żyć! Oczywiście, emigracja jest trudna i

skomplikowana. Ale bez wątpienia w Portugalii

proces ten byłby dla mnie łatwiejszy.

Oczywiście chciałbym przywieźć tutaj do siebie

charakterystyczne rzeczy dla Portugalii:

JEDZENIE, WINO, KSIĄŻKI, MATERIAŁY

MUZYCZNE.

Jedzenie na przykład pasteis de nata?

Mamy tutaj sklep, w którym są sprzedawane. Są

dobre, jednak istnieje ogromna ilość portugalskich

produktów, które uwielbiam!

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revista água vai

Wielu naszych znajomych twierdzi, że te

portugalskie pasteis de nata mają niepodrabialny

smak i że trudno znaleźć coś podobnego poza

Portugalią.

ZDECYDOWANIE! CAŁKOWICIE ZGADZAM

SIĘ Z TYMI SŁOWAMI!

Kiedy mówimy o muzyce portugalskiej nasuwa

nam się jeszcze jedno pytanie. Wiemy, że

śpiewasz w zespole i tworzysz muzykę, która

pomimo tego, że pochodzi z Portugalii, porusza

serca Argentyńczyków. To też po części dzięki

Tobie! Czy to właśnie podczas podróży do

Portugalii pojawił się pomysł stworzenia

zespołu, który grałby muzykę portugalską w

Argentynie?

Być może, ale… To co wydarzyło się w Portugalii

było rzeczą nadrzędną, która przede wszystkim

ma związek z kwestią osobistego nastawienia

bardziej niż z kwestią kulturową.

W 2003 roku w Lizbonie po raz pierwszy

śpiewałem dla publiczności mi nieznanej.

Oczywiście muzyki portugalskiej słuchałem już

wcześniej i lubiłem ją, a nawet kochałem. Jednak

do tego czasu śpiewałem w środowisku mi

znanym. Wtedy w Lizbonie zaśpiewałem dwa

tanga. Nigdy nie zapomnę tamtych nocy…

Usłyszeli o tym tutaj, w Buenos Aires i powiedzieli

mi “jeśli śpiewasz dla nich, możesz również

śpiewać dla nas”. Przedstawili mnie pewnemu

muzykowi i to wtedy zaczęła się moja muzyczna

podróż. Z tego spotkania zrodził się mój pierwszy

muzyczny projekt i zacząłem mówić sobie: “tak,

śpiewam”.

Ta historia brzmi nieprawdopodobnie! Myślę, że

wielu artystów marzy o takim rozpoczęciu

kariery. A jak to się stało, że znalazłeś się w

zespole, w którym grasz teraz?

Ten projekt muzyczny dotyczył portugalskiej

muzyki ludowej, która jest bardziej popularna.

Uczestniczyliśmy w spotkaniach portugalskiej

społeczności. Sprawiliśmy, że ludzie zaczęli

tańczyć. Ale poza tym spodobała mi się jeszcze

jedna rzecz, o której myślałem, że jest niemożliwa

i na którą nie byłem przygotowany...

Dzięki mojej podróży w 2003 roku udało mi się

poznać Manuelę Cavaco, wokalistkę fado, której

w 2004 roku udało się przyjechać by zaśpiewać w

Argentynie…

Kiedy Manuela tam była, mój znajomy

organizował spotkanie, a konkretnie kolację tutaj,

w Buenos Aires. Na tym spotkaniu przedstawił

mnie jej siostrzenicy, którą usłyszałem wtedy po

raz pierwszy. Była aktorką i miała taki głos… W

2004 roku nawiązaliśmy kontakt. Czasem

rozmawialiśmy i zawsze zdawaliśmy sobie

sprawę z naszej pasji do fado. Około 2010 roku

zaczęliśmy mówić “Musimy coś zrobić z naszą

pasją”. I mniej więcej około 2011 roku

postanowiliśmy zacząć działać.

Ta dziewczyna, którą poznałem na kolacji to

Maria Laura Rojas, obecnie moja koleżanka.

Drobna kobieta o wielkim głosie. Oczywiście

wszyscy wiemy, że za każdą nazwą zespołu

kryje się historia, która w jakiś sposób dotyczy

każdego z jego członków. Zatem jaka jest

historia “Almalusa”?

Zacznę od tego, że historia zespołu Almalusa jest

bez wątpienia historią spotkań. Mija już dziesięć

lat i kiedy poznawałem w 2004 roku Marię Laurę

nie wiedziałem, że będziemy mieć kiedyś własny

projekt artystyczny. Kiedy wtedy zaproponowała

byśmy to zrobili miała w głowie jeszcze jednego

muzyka, z którym moglibyśmy współpracować.

A ten chłopak myślał o jeszcze jednym.

Byli to Argentyńczycy - zainteresowani tym

projektem. Juan Pablo jest profesjonalnym

muzykiem. Uczył się w bardzo ważnej tutaj

szkole muzycznej. On przyprowadził Luisa

Cativa Tolosa, który przez pewien czas był jego

uczniem. Nie był on profesjonalistą, w takim

sensie, że wówczas wykonywał inny zawód, ale

bardzo go polubiliśmy i on również zainteresował

się projektem. Z biegiem lat ten Juan Pablo i Maria

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revista água vai

DRUGA FORMACJA (2015 - 2019)

Dulio Moreno (wokal), Maria Laura Rojas (wokal), Martin Pantuso (kontrabas), Juan Pablo Isaia (gitara portugalska), Luis Cativa Tolosa (gitara klasyczna)

Laura zaczęli się spotykać, a teraz są małżeństwem i

mają córkę.

A kto wymyślił nazwę zespołu i co ona oznacza?

Ja we współpracy z Marią Laurą. Pochodzi od

“Alma Lusa” - duszy luzytańskiej. Luzytańska to

przymiotnik oznaczający “związany z Portugalią”.

Pytając młodych ludzi o muzykę i to co wnosi ona

do ich życia usłyszymy, o prawdzie, z którą się

utożsamiają, o spokoju czasem też o

wspomnieniach, które dzięki niej odżywają i

pejzażach, które ponownie malują się w ich pamięci.

A dla Ciebie? Co odżywa w Tobie przy muzyce?

Chociaż projekt Almalusa narodził w 2012 roku,

Marię Laurę poznałem w 2003 roku dzięki mojej

podróży. Nie da się oddzielić jednej rzeczy od

drugiej. Kiedy słucham muzyki odżywają we mnie

moje życie, moje wspomnienia, ale także moje

nadzieje. Nadzieje na wspólny projekt. Może jest to

trochę podobne do tego co powiedziałyście, jednak

tutaj ciekawą rzeczą jest to, że muzyka portugalska

ma w sobie nostalgię i w tym “przeznaczeniu” ślad

identyfikacji. Coś co nie zawsze zdarza się w

przypadku innej muzyki.

Poświęcę teraz trochę czasu na odpowiedź, ale to

zależy od tego czy będziecie miały do mnie trochę

cierpliwości. Dla mnie.. na pewno odżywa życie.

Ale poza tym myślę, że ten sentyment zmienia się

na przestrzeni lat. Na pewno wiecie, że Portugalia

ma pewną rzecz, która ją identyfikuje i jest dla niej

charakterystyczna, która nazywa się SAUDADE

(tęsknota). Z biegiem lat to niesamowite móc

zobaczyć jak ta tęsknota staje się rzeczywistością.

Natalia Harmasz

Natalia Miętus

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Fotos: Wikipedia

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Hollywood, onde teve uma carreira espantosa e

pavimentou o caminho para outras estrelas europeias

na “fábrica dos sonhos”. Apareceu em filmes

como The Spanish Dancer (1923), Forbidden Paradise

(1924), Hotel Imperial (1927) e Loves of an Actress

(1928).

2 - TAMARA ŁEMPICKA

As pinturas desta personagem estão nas coleções

privadas de Jack Nicholson, Madonna e Barbara

Streisand. De quem estamos a falar? Tamara Łemrevista

água vai

OS FAMOSOS DESCONHECIDOS,

ou aqueles que deixaram a sua marca na

história mundial, mas nem todos sabem

que eram polacos

Q

uem não gosta de se gabar dos seus sucessos ou das façanhas dos

compatriotas? Tais situações são sempre felizes e fazem crescer o nosso

orgulho nacional. Se perguntar aos transeuntes numa cidade estrangeira, ou

mesmo, numa cidade polaca, quem consideram ser uma figura polaca

famosa, eles respondem sem hesitação: João Paulo II, Lech Wałęsa, Maria

Skłodowska-Curie, Wisława Szymborska, e recentemente Olga Tokarczuk. E claro, Robert

Lewandowski. Este é um grupo importante que tem ajudado a popularizar a Polónia e a cultura

polaca, a ciência, a arte, a política e o desporto. No entanto, nas páginas da rica história do

nosso país há muitos outros eminentes, mas por várias razões, os compatriotas esquecidos.

Foram forçados a viver e trabalhar em países distantes e estrangeiros, na maioria das vezes

devido à emigração pós-revolta ou pós-guerra. Alguns deles, apesar das façanhas

significativas na cena internacional, continuam a ser conhecidos apenas por alguns leitores

curiosos. Entre estas figuras encontrarão grandes cientistas, criadores de impérios

cosméticos, fundadores de estúdios cinematográficos, artistas... Acreditem, ficarão

surpreendidos ao saber que alguns dos nomes que verão na nossa lista de celebridades

mundiais vêm da Polónia ou têm raízes polacas. Então, vamos começar?

1 - POLA NEGRI

Pola Negri, ou seja, Apolonia Chałupiec, é representante

da indústria cinematográfica na nossa

lista. Ela é considerada a maior estrela de origem

polaca que conquistou Hollywood. Foi uma grande

artista do cinema mudo. Nasceu em 1897 em Lipno

e faleceu aos 90 anos de idade em San Antonio,

Texas. Começou a sua carreira de atriz no palco dos

teatros de Varsóvia. Em 1917 mudou-se para

Berlim, onde prosseguiu com sucesso a sua carreira.

Alguns anos mais tarde, em 1923, foi para

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revista água vai

picka, a rainha do estilo art déco, é uma das pintoras

polacas mais reconhecidas em todo o mundo.

Nasceu em 16 de maio de 1898 em Varsóvia. No

entanto, é provável que tenha nascido dois anos

antes, em Moscovo, numa influente família judia.

Entrou para a história como uma artista carismática.

Onde quer que ela aparecesse, o seu temperamento

e a sua língua afiada eram sempre evidentes.

Era conhecida pelo abuso da cocaína e pelas sessões

de pintura com modelos nuas, com as quais tinha

frequentemente um caso. Nos leilões, as suas obras

características atingem preços gigantescos. Isto

pode ser provado pelo quadro Portrait de Marjorie

Ferry, que, atenção, foi vendido por 16,28 milhões

de libras (cerca de 82 milhões de zlotys)! O retrato

tornou-se assim a obra de arte mais cara de um

artista polaco leiloada no estrangeiro.

3 - JOSEPH CONRAD

Os amantes da literatura irão certamente reconhecer

esta figura (ou pelo menos aqueles que amam

obras inglesas). Joseph Conrad, ou seja, Józef

Korzeniowski, nasceu em 1857 em Berdyczów

(atualmente Ucrânia) filho de Apollon Korzeniowski.

Em 1874, Joseph foi para França, sem

sequer terminar o liceu, e alistou-se num navio

como um simples marinheiro. Nos 19 anos seguintes,

até janeiro de 1894, trabalhou de facto em

navios – primeiro franceses e depois britânicos.

Enquanto estava a bordo de navios britânicos,

subiu também mais postos, até ao de capitão. A

propósito, ele visitou quase todo o mundo. Não

esqueceu até ao fim da sua vida o que experimentou

nestas viagens. Isto reflete-se na sua prosa,

especialmente no romance O Coração das Trevas,

que se refere às experiências do escritor durante a

expedição para o Estado Livre do Congo. Em 1894

estabeleceu-se em Inglaterra, onde dedicou o

resto da sua vida à escrita.

4 - LUDWIK ZAMENHOF

Inglês, espanhol, chinês ou árabe. Estas são as

línguas mais faladas no mundo. Mas será que

alguém conhece o esperanto, a língua internacional

que foi criada para facilitar a comunicação entre

pessoas de diferentes nacionalidades? Ludwik

Zamenhof é o criador desta língua única. Nasceu

numa família judia em 1857 em Białystok. Também

passou lá a sua infância. Nessa altura, era uma

cidade multinacional e culturalmente diversificada.

Quando ele tinha 10 anos, escreveu um drama

em que partilhou as suas ideias sobre as causas dos

mal-entendidos e disputas entre os habitantes de

Białystok. Na sua opinião, o maior obstáculo era a

barreira linguística. Consequentemente, decidiu

criar a base para uma língua internacional. Após a

graduação, foi publicado o seu livro com as noções

básicas do Esperanto. O projeto de Zamenhof

começou a ganhar popularidade devido à sua

simplicidade e utilidade. Hoje em dia, não se sabe

exatamente quantos esperantistas existem. Estimase

que várias centenas de milhares de pessoas falam

a língua. É falado nos cantos mais remotos do

mundo, por exemplo, no Japão.

5 - KAZIMIERZ FUNK

Vitaminas, vitaminas, para rapazes e raparigas –

estas são as palavras de uma popular canção

infantil polaca sobre vitaminas. E sabem quem

criou a ciência das vitaminas? Ninguém menos que

Kazimierz Funk, um bioquímico polaco que

introduziu este conceito na cena internacional.

Nasceu em 1884 em Varsóvia, numa família de

médicos. Ele apresentou o termo “vitamina” ao

mundo em 1912. O nome foi oficialmente adotado

em 1920. Realizou muitos estudos sobre o uso de

vitaminas e os efeitos da sua falta. Foi nomeado

quatro vezes para o Prémio Nobel, mas nunca o

recebeu.

Após o início da Segunda Guerra Mundial emigrou

para os Estados Unidos, onde permaneceu até ao

fim da sua vida. Também esteve envolvido na

investigação sobre as causas do cancro. Ele foi um

precursor da ciência da nutrição e popularizou um

estilo de vida saudável. Mesmo antes de se tornar

moda.

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revista água vai

6 - MARIA GOEPPERT-MAYER

A física polaca é rica em mulheres! Quase ninguém

sabe que para além de Maria Skłodowska-Curie, a

segunda mulher homenageada com o Prémio Nobel

da Física também veio da Polónia. O seu nome era

Maria Goeppert-Mayer. Ela nasceu em 1906 em

Katowice, numa família de cientistas. Em 1909,

deixou a Silésia quando o seu pai começou a trabalhar

na Universidade de Gö ingen. Nesta cidade,

Maria cresceu e mais tarde estudou matemática e

física. Em 1930, mudou-se para os Estados Unidos.

Ali tornou-se professora nas universidades de

Chicago e Berkeley. Ela também participou no

Projeto Manha an. Depois de 1945, trabalhou na

teoria da estrutura da camada do núcleo atómico. A

sua descoberta da estrutura da camada do núcleo

atómico contribuiu para que ela recebesse o Prémio

Nobel da Física em 1963.

7 - ANTONI PATEK

Hoje em dia, a maioria de nós não consegue imaginar

uma roupa sem este acessório no pulso. Graças a

ele podemos ver as horas, bem como parecer

estilosos. Apresentamos-lhe um homem que

adorava relógios. Antoni Patek nasceu em 1812 na

aldeia de Piaski Szlacheckie, na região de Lublin.

Quando o Levante de Novembro, em que participou,

desabou, mudou-se para Inglaterra e depois

para a Suíça, onde se interessou pela relojoaria.

Trabalhando com um francês, Andrea Philippe,

criou a empresa Patek Philippe. Eles produziram

alguns dos primeiros relógios de pulso. Conquistaram

os corações de figuras como a Rainha Vitória

e Walt Disney com as suas obras-primas de bolso.

Após pouco tempo, esta empresa tornou-se a

melhor e mais cara marca de relógios do mundo.

Fez o luxo de ser medido em segundos.

8 - ANTONI CIERPLIKOWSKI

Qual de vocês teve a ideia de cortar o cabelo de

forma curta? A próxima pessoa na nossa lista entrou

para a história como o criador deste corte de cabelo,

chamado de bob ou chanel. Estamos a falar de

Antoni Cierplikowski, que muitos consideram ser o

“Rei dos Cabeleireiros”. Nasceu em 24 de dezembro

de 1884 em Sieradz, numa família pobre. O seu pai

era sapateiro e a sua mãe era costureira. Antoni

descobriu a profissão de cabeleireiro quando tinha

11 anos. Aprendeu o ofício pela primeira vez em

Łódź, sob a tutela do seu tio, Paweł Lewandowski.

Depois, em 1901, foi para Paris. Foi aí que a sua

carreira ganhou força.

Em pouco tempo, tornou-se o preferido das atrizes e

artistas famosas. Os seus penteados adornavam as

cabeças das mulheres mais conhecidas do mundo

da época: Sarah Bernhardt, Josephine Baker, Édith

Piaf, e Brigi e Bardot. Era amigo de grandes nomes

como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Jean Cocteau ou

Xawery Dunikowski. Também concebeu penteados

para o estúdio de cinema Metro-Goldwyn-

Mayer, trabalhando com estrelas como Greta

Garbo, Pola Negri e Marlene Dietrich. Antoni,

conhecido por um grande público como Antoine,

apesar dos seus numerosos compromissos, visitou

a Polónia regularmente. No final da sua vida,

voltou à sua cidade natal, Sieradz. Ele é chamado o

pai da arte moderna de profissão de cabeleireiro.

Durante a coroação do Rei Jorge VI do Reino

Unido, supervisionou o trabalho dos cabeleireiros,

que pentearam 400 mulheres ao mesmo

tempo. Um génio, não é?

9 - HELENA RUBINSTEIN

Qual de vocês, queridas senhoras, usa rímel todos

os dias? O pincel que se utiliza para aplicá-lo é o

trabalho de Helena Rubinstein. Foi chamada a

“Imperatriz da Beleza”. Esta mulher excecional é a

fundadora de uma das mais famosas marcas de

cosméticos. Foi dona de uma enorme fortuna.

Nasceu em 1872 no seio de uma família judia pobre

em Cracóvia. Quando era jovem, emigrou para a

Austrália, onde a sua família vivia. A razão desta

emigração foi a fuga de um casamento arranjado. Aí

ela rapidamente iniciou o seu próprio negócio.

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revista água vai

Começou com um creme que a sua mãe lhe deu.

Recomendou-o a mulheres australianas que invejavam

a sua tez. O seu creme “Valaze” conquistou

rapidamente os mercados estrangeiros e tornou-se o

primeiro passo na construção de um império

cosmético. Ela costumava dizer que não há mulheres

feias, apenas preguiçosas. Helena também criou

o primeiro protetor solar. Ela é considerada como

uma das mulheres mais ricas do mundo. Os produtos

da marca Helena Rubinstein atingem preços

altos.

10 - OSKAR TROPLOWITZ

Não cremos que haja aqui alguém que não esteja

familiarizado com uma marca como a Nivea.

Cremes, géis, loções – uma grande variedade de

produtos para o cuidado do corpo. Então, quem está

por detrás do fenómeno deste gigante cosmético?

Oskar Troplowi é o co-criador do creme “Nivea” – o

mais famoso do mundo.

Ele nasceu em Gliwice, numa rica família judia em

1863. Apesar do seu gosto pela história da arte, ele

decidiu unir a sua vida à farmácia. Para além do

creme, inventou o emplastro adesivo e a pasta dos

dentes. O primeiro batom também saiu das mãos de

Troplowi . O farmacêutico era conhecido pelos

seus cuidados excecionais com as condições sociais

dos seus empregados.

11- MAX FACTOR

Encontrarão esta marca em todo o lado – em lojas de

produtos de beleza, em anúncios e online. Max

Factor, parece-lhe familiar? O fundador desta marca

é Maksymilian Faktor (aka Faktorowicz), que

nasceu em 1872 em Zduńska Wola.

No início do século XX, emigrou para os Estados

Unidos. Em 1907 abriu uma modesta drogaria em

Los Angeles, e depois tornou-se maquilhador de

estrelas do cinema mudo de Hollywood. Criou

maquilhagem para pessoas como Mary Pickford,

Pola Negri, Gloria Swanson, Jean Harlow, Judy

Garland, Rita Hayworth, Ginger Rogers, Marlena

Dietrich, John Wayne, Charlie Chaplin, Frank

Sinatra e Rudolf Valentino. Foi este polaco que

pintou de ruivo o cabelo de Rita Hayworth, que se

tornou a sua marca registada. Max Factor foi o

primeiro a usar a palavra “maquilhagem”. Graças a

ele os batons começaram a ser produzidos em stick.

A sua marca é agora reconhecida em todo o mundo.

12 - BILLY WILDER

Quem não conhece um clássico do cinema como

Quanto mais Quente melhor (1959)? Provavelmente

poucas pessoas sabem que o autor deste campeão

de bilheteira é um dos mais famosos realizadores

americanos cujas raízes atingem Sucha Beskidzka.

Não é outro senão Billy Wilder, ou seja, Samuel

Wilder.

Nasceu em junho de 1906 em Sucha Beskidzka, na

área da anexação austríaca (a Polónia de hoje). Os

seus pais tinham uma pastelaria muito próspera e

estavam convencidos de que o seu filho iria assumir

o negócio. O Samuel decidiu, no entanto, ir a Viena,

e de lá mudou-se para Berlim. Começou a escrever

guiões para muitos filmes alemães que assinava

como Billy Wilder. Quando Hitler chegou ao poder,

Wilder emigrou para os Estados Unidos. Aí recebeu

a cidadania e começou a usar oficialmente o nome

Billy. A partir desse momento, tornou-se uma

figura permanente na indústria cinematográfica

americana. É o autor de filmes como Pagos a Dobrar

(1944), O Crepúsculo dos Deuses (1950) ou O

Apartamento (1960). Vencedor dos seis Óscares.

13, 14, 15, 16 - WARNER BROTHERS:

Albert (foto 13), Sam (foto 14), Harry (foto 15) e

Jack (foto 16)

Todos os cinéfilos conhecem este nome! É Warner

Brothers. No entanto, nem todos sabem que por

detrás do nome de um dos mais famosos produtores

de filmes estão Albert, Sam, Harry e Jack que

82


revista água vai

vieram da Polónia. Eram imigrantes judeus

nascidos em Krasnosielc, na região de Mazóvia,

como: Aaron, Szmul e Hirsz Wonsal. Jacek nasceu

no Canadá como I hak Wonsal. Hipotecando a

propriedade da família: um cavalo chamado Bob e

vendendo o relógio do seu pai, os irmãos ganharam

capital, que usaram para comprar um projetor.

Vinte anos mais tarde, a 4 de Abril de 1923, fundaram

um estúdio cinematográfico, que é hoje um

dos maiores do mundo.

17 - SAMUEL GOLDWYN

O logótipo com um leão a rugir é uma visão comum

que precede alguns filmes. Já sabem de quem

vamos falar agora? Sobre Szmul Gelbfisz, conhecido

como Samuel Goldwyn, o fundador do Metro-

Goldwyn-Mayer, o estúdio cinematográfico MGM.

Nasceu em Varsóvia. Era o filho mais velho do casal

judeu Abraham e Hanna Gelbfisz. Deixou a

Polónia quando tinha 16 anos. Em 1924, nos EUA,

fundou a companhia Metro-Goldwyn-Mayer, que

no seu melhor momento produzia 40 filmes por

ano. A MGM empregou as maiores estrelas como

Greta Garbo, Elvis Presley e mesmo Laurel and

Hardy, ou seja, Bucha e Estica. Até ao fim dos seus

dias, Szmul não aprendeu a falar bem inglês e as

suas palavras eram deturpadas.

ALEKSANDRA KACPRZAK

O meu nome é Ola. Tenho 24 anos. Estou atualmente

no meu 5º ano de linguística aplicada (inglês/português).

Eu adoro desporto, música e

animais. Espero que no futuro possa combinar todas

as minhas paixões e ter o emprego dos meus sonhos.

Os seus famosos ditos: “Um contrato oral não vale

o papel em que está escrito”, “As mulheres irão ao

cinema para, em primeiro lugar, ver o filme e as

estrelas, e, em segundo lugar, para ver a última

moda” são a prova de que ele era um homem com

sentido de humor. Samuel Goldwyn era um

personagem colorido que também podia ser

malicioso. Apesar da sua vasta riqueza, era poupado.

Adorava fazer longas caminhadas juntamente

com a limusina que o seguia J

Aleksandra Kacprzak e Dorota Goździk

DOROTA GOŹDZIK

Sou a Dorota. É o meu último ano na linguística

aplicada na UMCS. Sou uma grande fã de voleibol e

das viagens pequenas e grandes. Quando vejo

alpacas, o meu coração alegra-se. Um dia, terei um

rebanho inteiro delas. Por último, odeio pizza com

ananás. Nojo!

83


ZNANI NIEZNANI

czyli ci, którzy zasłużyli się w historii świata,

ale nie każdy wie, że byli Polakami

Kto z nas nie lubi chwalić się swoimi osiągnięciami lub dokonaniami rodaków? Takie

sytuacje zawsze cieszą i sprawiają, że nasza duma narodowa nieustannie rośnie.

Gdyby zapytać przechodniów w zagranicznym mieście, czy nawet w polskim, kto

według nich jest słynną polską postacią, bez wahania odpowiedzieliby, że Jan Paweł

II, Lech Wałęsa, Maria Skłodowska-Curie, Wisława Szymborska, a ostatnio Olga Tokarczuk, no i

oczywiście Robert Lewandowski. Jest to ważne grono, które przysłużyło się popularyzacji Polski i

polskiej kultury, nauki, sztuki, polityki oraz sportu. Niemniej jednak, na kartach bogatej historii

naszego kraju zapisało się złotymi zgłoskami wielu innych wybitnych, choć z różnych powodów

zapomnianych w ojczyźnie rodaków. Zmuszeni byli żyć i pracować w dalekich, obcych krajach,

najczęściej z powodu popowstaniowych lub powojennych emigracji. Część z nich, mimo znaczących

dokonań na arenie międzynarodowej, dalej pozostaje znana tylko nielicznym, zaciekawionym

czytelnikom. Wśród tych postaci znajdziemy wybitnych naukowców, twórców kosmetycznych

imperiów, założycieli wytwórni filmowej, artystów… Uwierzcie nam, będziecie zaskoczeni, że niektóre

nazwiska, które ujrzycie na naszej liście światowych sław, pochodzą właśnie z Polski lub mają polskie

korzenie. No to co, zaczynamy?

revista água vai

1 - POLA NEGRI

Pola Negri, a właściwie Apolonia Chałupiec, to

przedstawicielka branży filmowej na naszej

liście. Jest uznawana za największą gwiazdę

polskiego pochodzenia, która podbiła

Hollywood. Była wielką artystką kina niemego.

Urodziła się w 1897 r. w Lipnie, zmarła w wieku

90 lat w San Antonio w Teksasie. Karierę

aktorską rozpoczęła na deskach warszawskich

teatrów. W 1917 roku wyjechała do Berlina,

gdzie z sukcesem kontynuowała swoją karierę.

Kilka lat później, w 1923 roku, przyjechała do

Hollywood, w którym zrobiła oszałamiającą

karierę i utorowała drogę innym gwiazdom

europejskim w „Fabryce Snów". Wystąpiła w

takich filmach jak „Hiszpańska tancerka",

„Zakazany raj", „Hotel Imperial", czy „Miłość

aktorki".

2 - TAMARA ŁEMPICKA

Obrazy tej postaci są w posiadaniu prywatnych

kolekcji m.in. Jacka Nicholsona, Madonny oraz

Barbary Streisand. O kim mowa? Tamara

Łempicka, królowa art deco, jest jedną z

najbardziej rozpoznawalnych polskich malarek

na świecie. Na świat przyszła 16 maja 1898 roku

84


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w Warszawie (tak twierdziła sama malarka).

Jednak prawdopodobnie urodziła się dwa lata

wcześniej w Moskwie, we wpływowej

żydowskiej rodzinie. Na kartach historii zapisała

się jako charyzmatyczna artystka. Gdziekolwiek

by się nie pojawiła, jej temperament oraz

niewyparzony język zawsze dawały o sobie

znać. Znana była z nadużywania kokainy oraz

sesji malarskich z nagimi modelkami, z którymi

często wchodziła w romans. Jej

charakterystyczne prace osiągają na aukcjach

kosmiczne ceny. Świadczyć o tym może obraz

„Portrait de Marjorie Ferry", który, uwaga, został

sprzedany za 16,28 mln funtów (ok. 82 mln zł).

Portret stał się tym samym najdroższym dziełem

sztuki polskiego artysty wylicytowanym za

granicą.

twórczość angielską). Joseph Conrad, a właściwie

Józef Korzeniowski, urodził się w 1857 roku w

Berdyczowie (obecnie Ukraina). Jego ojcem był

Apollon Korzeniowski. W 1874 r. wyjechał do

Francji, nie kończąc nawet gimnazjum i zaciągnął

się na statek jako prosty marynarz. Kolejne 19 lat,

do stycznia 1894 roku, faktycznie pracował na

statkach – najpierw francuskich, a następnie

brytyjskich. Będąc na pokładzie brytyjskich

statków zdobywał też kolejne stopnie, do

kapitańskiego włącznie. Przy okazji zwiedził

prawie cały świat. To, co przeżył w tych

podróżach nie zapomniał do końca życia.

Uwydatnia się to w jego prozie, zwłaszcza w

„Jądrze ciemności", nawiązującym do

doświadczeń pisarza z wyprawy w głąb

Wolnego Państwa Konga. W roku 1894 osiadł w

Anglii, gdzie resztę życia poświęcił pisaniu.

Wikipedia

3 - JOSEPH CONRAD

Miłośnicy literatury na pewno rozpoznają tę

postać (a przynajmniej ci, którzy uwielbiają

4 - LUDWIK ZAMENHOF

Angielski, hiszpański, chiński czy arabski. To są

najczęściej używane języki świata. Ale czy ktoś z

was zna język esperanto – międzynarodowy

język, który został stworzony do ułatwienia

komunikacji między osobami różnych

narodowości? Otóż twórcą tego wyjątkowego

języka jest Ludwik Zamenhof. Urodził się w

rodzinie żydowskiej w 1857 roku w Białymstoku.

Tam spędził też swoje dzieciństwo. Na tamten

czas było to wielonarodowe i zróżnicowane

kulturowo miasto. Gdy miał 10 lat, napisał

dramat, w którym podzielił się swoimi

przemyśleniami na temat przyczyn

nieporozumień i sporów między mieszkańcami

Białegostoku. Według niego największą

przeszkodą była bariera językowa. W związku z

tym postanowił stworzyć podstawy języka

międzynarodowego. Po ukończeniu studiów

ukazała się jego książka z podstawami esperanto.

Projekt Zamenhofa zaczął zyskiwać na

popularności ze względu na swoją prostotę i

użyteczność. Obecnie dokładnie nie wiadomo ilu

85


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jest esperantystów. Szacuje się, że kilkaset

tysięcy osób zna ten język. Mówi się nim w

najdalszych zakątkach świata, np. w Japonii.

5 - KAZIMIERZ FUNK

Witaminki, witaminki, dla chłopczyka i

dziewczynki – tak brzmią słowa popularnej

polskiej piosenki dla dzieci o witaminach. A

wiecie kto jest twórcą nauki o witaminach? Nie

kto inny jak Kazimierz Funk – polski biochemik,

który wprowadził to pojęcie na arenę

międzynarodową. Urodził się w 1884 roku w

Warszawie w lekarskiej rodzinie. Termin

„witamina" przedstawił światu w 1912 roku.

Nazwę oficjalnie przyjęto w 1920 roku.

Prowadził wiele badań nad wykorzystaniem

witamin oraz skutkami ich niedoboru.

Był czterokrotnie nominowany do Nagrody

Nobla, lecz nigdy nie dostąpił zaszczytu jej

odebrania. Po wybuchu II wojny światowej

wyemigrował do Stanów Zjednoczonych, gdzie

pozostał do końca życia. Zajmował się również

badaniem przyczyn raka. Był prekursorem

nauki o żywieniu oraz popularyzatorem

zdrowego stylu życia. Jeszcze zanim stało się to

modne.

6 - MARIA GOEPPERT-MAYER

Polska fizyka kobietą stoi! Mało kto wie, że

oprócz Marii Skłodowskiej-Curie, druga kobieta

uhonorowana Nagrodą Nobla z fizyki również

pochodziła z Polski. Nazywała się Maria

Goeppert-Mayer. Urodziła się w 1906 roku w

Katowicach w rodzinie naukowców. W 1909 r.

opuściła Śląsk, gdy jej ojciec zaczął pracować na

uniwersytecie w Getyndze. W tym mieście Maria

dorastała, a następnie studiowała matematykę i

fizykę. W 1930 roku przeprowadziła się do

Stanów Zjednoczonych. Została tam profesorem

na uniwersytetach w Chicago i Berkeley. Brała

również udział w projekcie Manha an.

Po 1945 r. pracowała nad teorią powłokowej

struktury jądra atomowego. Odkrycie dotyczące

Wikipedia

struktury powłokowej jądra atomowego

przyczyniło się do otrzymania przez nią

Nagrody Nobla z fizyki w 1963 r.

7 - ANTONI PATEK

Dziś, większość z nas nie może sobie wyobrazić

stroju bez tego gadżetu na ręce. Dzięki niemu

sprawdzimy czas, jak również będziemy

wyglądać stylowo. Przedstawiamy wam

człowieka, który kochał zegarki. Antoni Patek

przyszedł na świat w 1812 roku we wsi Piaski

Szlacheckie na Lubelszczyźnie. Gdy upadło

powstanie listopadowe, w którym uczestniczył,

ruszył do Anglii, a potem do Szwajcarii, gdzie

zainteresował się zegarmistrzostwem. Działając z

Francuzem Andreą Philippe, założył firmę Patek

Philippe. Produkowali oni jedne z pierwszych

zegarków na rękę. Swoimi kieszonkowymi

arcydziełami podbili serca takich postaci jak

królowa Wiktoria oraz Walt Disney. Po krótkim

czasie owa firma stała się najlepszą i najdroższą

marką zegarków na świecie. Sprawiła, że luksus

zaczęto mierzyć w sekundach.

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8 - ANTONI CIERPLIKOWSKI

Która z was, drogie panie, nie wpadła kiedyś na

pomysł, żeby ściąć włosy na krótko? Kolejna

postać na naszej liście zapisała się kartach historii

jako autor fryzury „na chłopczycę". Mowa o

Antonim Cierplikowskim, który wśród wielu ludzi

uznawany jest za „króla fryzjerów". Urodził się 24

grudnia 1884 roku w Sieradzu, w niezamożnej

rodzinie. Jego ojciec był szewcem, a matka

krawcową. Po raz pierwszy zetknął się z

fryzjerstwem gdy miał 11 lat. Najpierw uczył się

rzemiosła w Łodzi, pod okiem swojego wuja Pawła

Lewandowskiego. Następnie, w 1901 roku,

wyjechał do Paryża. To tam jego kariera nabrała

rozpędu. W błyskawicznym tempie stał się

ulubieńcem znanych aktorek i artystek. Jego

fryzury zdobiły głowy najsłynniejszych wówczas

kobiet na świecie: Sary Bernhardt, Josephine Baker,

Édith Piaf czy Brigi e Bardot. Przyjaźnił się z

takimi tuzami jak Pablo Picasso, Salvador Dalí,

Jean Cocteau czy Xawery Dunikowski. Projektował

również fryzury dla wytwórni filmowej Metro-

Goldwyn-Mayer, współpracując z takimi

gwiazdami jak Greta Garbo, Pola Negri czy

Marlene Dietrich. Antoni, znany szerszej

publiczności jako Antoine, mimo licznych

zobowiązań, regularnie odwiedzał Polskę. Pod

koniec życia powrócił do rodzinnego Sieradza.

Nazywany jest ojcem nowoczesnej sztuki

fryzjerskiej. W czasie koronacji króla Anglii Jerzego

VI, nadzorował pracę fryzjerów, którzy zajmowali

się czesaniem naraz 400 kobiet. Prawda, że

geniusz?

9 - HELENA RUBINSTEIN

Która z was, drogie panie, codziennie używa tuszu

do rzęs? Szczoteczka, której używacie do jego

nakładania, jest dziełem Heleny Rubinstein. Była

nazywana „cesarzową piękna". Ta wybitna kobieta

to założycielka jednej z najsłynniejszych marek

kosmetycznych, właścicielka ogromnej fortuny.

Urodziła się w biednej żydowskiej rodzinie w

Krakowie w 1872 r. Za młodu wyemigrowała do

Australii, gdzie mieszkała jej rodzina. Powodem tej

emigracji była ucieczka przed zaaranżowanym

Wikipedia

małżeństwem. Tam szybko ruszyła z własnym

biznesem. Zaczęło się od kremu, który dostała od

matki. Polecała go Australijkom, które zazdrościły

jej cery. Jej krem „Valaze" w niedługim czasie

podbił zagraniczne rynki i stał się pierwszym

krokiem do budowy kosmetycznego imperium.

Mawiała, że nie ma kobiet brzydkich, są tylko

leniwe. Stworzyła pierwszy krem

przeciwsłoneczny na świecie. Jest uznawana za

jedną z najbogatszych kobiet na świecie. Produkty

marki Helena Rubinstein osiągają zawrotne ceny.

10 - OSKAR TROPLOWITZ

Chyba nie ma tutaj nikogo kto nie znałby takiej

marki jak Nivea. Kremy, żele, balsamy – ogrom

kosmetyków do pielęgnacji ciała. Kto więc stoi za

fenomenem tego kosmetycznego giganta? Oskar

Troplowi to współtwórca najsłynniejszego kremu

na świecie „Nivea". Urodził się w Gliwicach, w

bogatej żydowskiej rodzinie w 1863 roku. Mimo

upodobań do historii sztuki, postanowił związać

swoje życie z farmacją. Oprócz kremu, na swoim

koncie ma takie wynalazki jak plaster

samoprzylepny oraz pasta do zębów. Pierwsza

87


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pomadka do ust również wyszła z rąk Troplowi a.

Farmaceuta znany był z wyjątkowej dbałości o

warunki socjalne swoich pracowników.

11 - MAX FACTOR

Tę markę zobaczycie wszędzie – w drogeriach,

reklamach czy Internecie. Max Factor, brzmi

znajomo? Założycielem tej marki jest Maksymilian

Faktor (vel Faktorowicz), który urodził się w 1872 r.

w Zduńskiej Woli.

Z początkiem XX wieku wyemigrował do Stanów

Zjednoczonych. W 1907 roku otworzył w Los

Angeles skromny sklep drogeryjno-perukarski, a

następnie został charakteryzatorem hollywoodzkich

gwiazd kina niemego. Tworzył

makijaże/charakteryzacje takich osobistości jak Mary

Pickford, Pola Negri, Gloria Swanson, Jean Harlow,

Judy Garland, Rita Hayworth, Ginger Rogers,

Marlena Dietrich, John Wayne, Charlie Chaplin,

Frank Sinatra i Rudolf Valentino. To właśnie ten

Polak ufarbował na rudo włosy Rity Hayworth,

które stały się jej znakiem rozpoznawczym. Max

Factor jako pierwszy zaczął używać słowa „make

up". Dzięki niemu szminki do ust zaczęto

produkować w sztyfcie. Jego marka jest obecnie

rozpoznawana na całym świecie.

do przeniósł się do Berlina. Zaczął tworzyć

scenariusze do wielu niemieckich filmów, pod

którymi podpisywał się Billy Wilder. Po dojściu do

władzy przez Hitlera, wyemigrował do Stanów

Zjednoczonych. Otrzymał tam obywatelstwo i

zaczął oficjalnie używać imienia Billy. Od tego

momentu na stałe zagościł w amerykańskim

przemyśle filmowym. Jest twórcą takich filmów jak

„Podwójne ubezpieczenie" (1944), „Bulwar

Zachodzącego Słońca" (1950) czy „Garsoniera"

(1960). Sześciokrotny laureat Oscara.

13, 14, 15, 16 - WARNER BROTHERS:

Albert (fot. 13), Sam (fot. 14), Harry (fot. 15) i Jack

(fot. 16)

Każdy kinomaniak zna tę nazwę! To Warner

Brothers. Jednak nie każdy wie, że za nazwą

jednego z najsłynniejszych producentów

filmowych kryją się pochodzący z Polski Albert

(fot. 13), Sam (fot. 14), Harry (fot. 15) i Jack (fot. 16).

Byli żydowskimi imigrantami urodzonymi w

Krasnosielcu na Mazowszu jako: Aaron, Szmul i

Hirsz Wonsal. Jacek urodził się już w Kanadzie

jako I hak Wonsal. Bracia zastawiając rodzinny

majątek: konia o imieniu Bob oraz sprzedając

12 - BILLY WILDER

Któż z nas nie zna takiego kinowego klasyku jakim

jest „Pół żartem, pół serio" z 1959 roku? Pewnie

mało która osoba wie, że twórcą tego hitu jest jeden

z najsłynniejszych amerykańskich reżyserów,

którego korzenie sięgają Suchej Beskidzkiej. To nikt

inny jak Billy Wilder, a właściwie Samuel Wilder.

Urodził się czerwca 1906 r. w Suchej Beskidzkiej, na

terenie ówczesnego zaboru austriackiego (tereny

dzisiejszej Polski).

13 14

Jego rodzice prowadzili bardzo dobrze prosperującą

cukiernię i byli przeświadczeni o tym, że ich syn

chętnie przejmie rodzinny biznes. Samuel

postanowił jednak wyjechać do Wiednia, a stamtąd

15 16

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zegarek ojca, zyskali kapitał, który przeznaczyli na

zakup projektora. Dwadzieścia lat później, 4

kwietnia 1923 r., założyli wytwórnię filmową,

która obecnie jest jedną z największych na świecie.

17 - SAMUEL GOLDWYN

Logotyp z ryczącym lwem to częsty widok

poprzedzający niektóre filmy. Wiecie o kim teraz

będziemy mówić? O Szmulu Gelbfiszu, znanym

jako Samuel Goldwyn, założycielu wytwórni

filmowej Metro-Goldwyn-Mayer, czyli MGM.

Urodził się w Warszawie i był najstarszym

dzieckiem żydowskiego małżeństwa Abrahama i

Hanny Gelbfisz. Kiedy miał 16 lat wyjechał z

Polski. W 1924 r. w USA założył wytwórnię

MGM, która w najlepszym momencie

produkowała 40 filmów rocznie. To tu były

zatrudniane największe gwiazdy, takie jak Greta

Garbo, Elvis Presley czy nawet Laurel i Hardy,

czyli Flip i Flap. Do końca swoich dni Szmul nie

nauczył się dobrze mówić po angielsku i

przeinaczał słowa. Jego słynne powiedzenia:

„Umowa ustna nie jest warta papieru, na którym

została spisana", „Kobiety będą chodzić do kina,

by, po pierwsze, zobaczyć film i gwiazdy, a po

drugie, by zobaczyć najnowszą modę" są

dowodem na to, że był człowiekiem z poczuciem

humoru. Samuel Goldwyn to barwna postać,

bywał też złośliwy. Pomimo ogromnego majątku

był oszczędny. Uwielbiał chodzić na długie

spacery wraz z limuzyną, która jechała za ni.

Aleksandra Kacprzak i Dorota Goździk

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revista água vai

OS PORTUGUESES FALAM

APENAS PORTUGUÊS?

Não necessariamente.

Alicja Janielewicz

Neste artigo tentamos descrever como os fenómenos

do bilinguismo e do multilinguismo no âmbito

da União Europeia aplicam-se para Portugal,

tanto como damos conta de alguns factos sócio históricos

sobre o bilinguismo e o multilinguismo em Portugal.

A União Europeia fala 24 línguas. Ou pelo menos as instituições da

união europeia falam 24 línguas. Português é uma destas línguas

desde 1986 quando Portugal entrou na comunidade europeia junto

com a Espanha (STAS).

Bilinguismo é virtualmente isso,

o conhecimento de duas línguas

distintas e a possibilidade de

comunicar-se em ambas as

línguas no nível bastante parecido.

E como podemos ver na

definição seguinte do multilinguismo:

1. coexistência de sistemas

linguísticos diferentes (língua,

dialeto, etc.) numa comunidade

Embora, como já mencionei as instituições falam todas as 24 línguas

graças aos tradutores e intérpretes. O cidadão europeu médio não fala

tantas línguas e sinceramente duvido que exista uma pessoa que

falasse tantas. No entanto, segundo os dados de 2016 trabalhados pelo

Eurostat 64,6% dos europeus falam pelo menos uma língua estrangeira

("Foreign Language Skills Statistics”). Isso parece bastante impressionante

e ao que parece podemos dizer que na Europa, vivemos numa

sociedade que fala várias línguas, e é até bilingue ou multilíngue.

Antes de mais nada vale a pena explicar, portanto, os termos em

questão, i.e. o bilinguismo e o multilinguismo. Segundo o dicionário

online Infopedia, o bilinguismo é:

1. coexistência de dois sistemas linguísticos (língua, dialeto, etc.)

numa comunidade;

3. utilização simultânea de várias

línguas por uma pessoa ou por

um grupo, com idêntica fluência

ou com proeminência de uma

delas (Infopédia, “Multilinguismo

| Definição Ou Significado

de Multilinguismo No

Dicionário Infopédia Da Língua

Portuguesa”)

No caso do multilinguismo a

definição é quase a mesma, só

que em vez de duas línguas

faladas e usadas por uma pessoa

temos mais.

2. utilização simultânea de duas línguas por uma pessoa ou por um

grupo, com idêntica fluência ou com proeminência de uma delas.

(Infopédia, “Bilinguismo | Definição Ou Significado de Bilinguismo

No Dicionário Infopédia Da Língua Portuguesa”)

Entretanto, estas definições não

são as definições completas de

bilinguismo e de multilinguismo.

Isto é porque existem vários

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revista água vai

tipos de bilinguismo e de multilinguismos. Uma investigadora do

bilinguismo, Cristina Flores, da Universidade de Minho, numa entrevista

para a Revista Linguíʃtica destaca alguns tipos de bilinguismo:

O mais comum é ter como critério a idade de aquisição, considerando falante

bilingue aquele que teve contacto regular e naturalístico com pelo menos

duas línguas desde a infância. Como há perfis linguísticos muito diversificados,

existem, no entanto, vários sub-conceitos que dão conta dessa variedade.

Se o falante teve contacto com as duas línguas até aos três anos de idade, é

considerado um bilingue simultâneo. Se o contacto com a segunda língua se

deu ainda na infância, mas depois dessa idade, é designado de falantes

bilingue sucessivo ou consecutivo (seguindo, por exemplo, a definição de

Meisel, 2004). (Meisel apud. De Oliveira 2018: 12)

Como podemos ver aqui, temos dois tipos de bilinguismo que

surgem na infância do falante bilingue. Mas não podemos esquecernos

das pessoas que lograram a habilidade de ser bilingue ou até

multilíngue na sua vida adulta, ou seja devemos lembrar-nos que

estas não são as pessoas sobre quais fala o Eurostat. Isto é porque na

pesquisa do Eurostat são incluídas tanto as pessoas bilingues, como

as pessoas que têm conhecimento de línguas estrangeiras.

Voltando para as estatísticas do Eurostat, vejamos o caso particular de

Portugal onde 69% dos portugueses falam pelo menos uma língua

estrangeira, semelhante à Polónia com 67% e Grécia 66,5%. Os líderes

do bilinguismo na Europa são os escandinavos. A saber 92,1% dos

noruegueses falam pelo menos uma língua estrangeira, 95,7% dos

dinamarqueses e ganham os suecos com 96,6% de pessoas que falam

pelo menos uma língua estrangeira! O grande perdedor? Inglaterra

com 34,6% das pessoas que falam pelo menos uma língua estrangeira¹

(“Foreign Language Skills Statistics”).

Note-se que no caso português destes 69% de portugueses falam pelo

menos uma língua estrangeira, quase metade fala duas ou mais

línguas estrangeiras e um quarto fala três línguas ou mais! (“Foreign

Language Skills Statistics”).

Então que línguas estrangeiras falam os portugueses? Entre as mais

populares estão, e segundo os dados do Instituto Nacional de

Estatística (INE): inglês, francês e espanhol (“Portugueses Falam

Cada Vez Mais (E Melhor) Línguas Estrangeiras”).

1

Relembramos que na altura a Inglaterra era parte da UE, ademais na investigação participaram

também os países fora da comunidade como Suíça ou Albânia.

A popularidade de inglês, a

língua franca global, não nos

surpreende. Além disso, em

Portugal o nível de conhecimento

de inglês não para de crescer

(“Portugal, El País Donde Más

Aumenta El Nivel de Inglés”).

Por outro lado a popularidade

do francês, cujo conhecimento é

bastante extenso nas gerações

mais velhas devido a facto de

que esta língua estava presente

no passado nos currículos

escolares antes do inglês tornarse

tão extensivamente usado.

No que toca ao espanhol esta

língua está na moda em toda a

Europa. Daí pode afirmar-se que

Portugal segue esta voga. Por

outro lado, a aprendizagem e o

conhecimento desta língua pode

parecer natural porque a

Espanha é o único vizinho de

Portugal. Acresce que na realidade

o bilinguismo espanholportuguês

não é novo na península

ibérica. Ana Isabel Buescu

escreve sobre isso no seu artigo

“Aspectos do bilinguismo

Português-Castelhano na época

moderna”. Segundo a autora a

presença da língua castelhana na

corte portuguesa já no século XV

nos tempos da dinastia Avis

(Buescu 2004:14). Buescu também

destaca, que devido às

relações matrimoniais entre as

famílias reais portuguesas e

espanholas, no século XVI a

corte em Lisboa foi realmente

bilingue, podia ouvir-se tanto

português como espanhol

91


revista água vai

(Buescu 2004:15). Vale a pena

notar também que no século XVIII

começa a parar a grande popularidade

do espanhol e do latim em

Portugal a favor da língua

portuguesa, que neste século

começou a normalizar-se graças

ao trabalho de Luís António

Verney (Gonçalves 2010:95).

Nos tempos presentes, não

podemos esquecer, que o português

não é a única língua oficial

de Portugal. Também existe a

língua mirandesa, falada na vale

de Douro perto da fronteira com

a Espanha em Miranda do Douro

e os seus arredores. Está língua

foi oficialmente reconhecida no

dia 29 de junho de 2009 como

língua oficial minoritária

(Czopek 2008:19). O mirandês é a

única língua minoritária original

no território português (Nunes

Martins 2016: 41). Então a

comunidade de Miranda de

Douro junto com os seus falantes

de mirandês acrescenta ainda

uma dose das pessoas que falam

mais do que uma língua ou até

das pessoas bilingues e/ou

multilingues em Portugal.

Também não podemos esquecer

um outro grupo de portugueses

bilingues ou multilingues. Falo

aqui dos descendentes dos vários

imigrantes que vieram para

Portugal. Neste grupo podemos

encontrar as pessoas que falam,

entre outras ucraniano, crioulo,

chinês, urdo, russo, romeno ou

moldavo e muitas outras línguas.

(Martins et al. 2019:489).

Wikipedia - Placa de identificação de arruamento, em Genísio (freguesia do município de Miranda

do Douro), com o nome da rua em mirandês e em português.

Resumindo, embora Portugal não se situe no top dos países com o

maior conhecimento de línguas estrangeiras, nas investigações do

Eurostat, podemos afirmar que com sua história e a sua grande

diversidade cultural Portugal facilmente forma um mosaico de

diferentes línguas e culturas que entrelaçam-se entre si. Encontramos

neste país pessoas de várias etnias que falam várias línguas, mas

também os portugueses falam mais que o português e as línguas

minoritárias graças ao sistema de educação que oferece possibilidades

de aprender, entre outras, inglês como língua estrangeira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Na Época Moderna.” Hispania, vol. 64, no. 216, 30 Apr. 2004, pp. 13–38,

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Linguí tica, vol. 14, no. 2, 15 Sept. 2018, pp. 10–17,

10.31513/linguistica.2018.v14n2a17914. Accessed 19 Apr. 2021.

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Portugal.” Romanica Cracoviensia, vol. 8, no. 1, 2008, pp. 11–20,

www.ejournals.eu/Romanica-Cracoviensia/2008/Numer-1/art/2748/.

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Accessed 31 May 2021.

Alicja Janielewicz

93


revista água vai

DO OUTRO LADO DA EUROPA

o Levante de Janeiro na imprensa portuguesa

KA Polónia e Portugal são dois países que à primeira vista podem parecer muito

distintos. A Polónia fica no leste e Portugal no oeste da Europa. As culturas,

literaturas, comidas etc. são muito diferentes. No entanto, nesta comunicação

gostava de apresentar que ambos estes países, não são tão distintos como

podem parecer. Para mostrar estes paralelismos e o interesse dos portugueses pela Polónia e

pelos polacos, vai servir-me a cobertura mediática da dita «questão polaca» na imprensa

portuguesa do século XIX, nomeadamente o assunto do Levante de Janeiro ou, noutras

palavras, a revolta de janeiro que teve lugar nas terras polacas entre 1863 e 1864.

O ESTADO DAS PESQUISAS

A bibliografia sobre este assunto é bastante

modesta. Do lado polaco podemos encontrar

algumas publicações que relatam e comentam este

fenómeno, como por exemplo a reportagem de

Franciszek Ziejka Moja Portugalia, o artigo de Lidia

Romaniszyn-Ziomek «Studenci z Coimbry i echa

Powstania styczniowego» e a monografia de

Elżbieta Milewska Związki kulturalne i literackie

polsko-portugalskie w XVI-XIX wieku¹. Entretanto,

estas publicações parecem focar-se mais nos

assuntos literários e culturais entre estes dois

países do que históricos. Além disso, os autores

destes textos focam-se nos relatos da imprensa

lisboeta ou portuense. A meu ver vale a pena

também verificar e comentar como este assunto foi

apresentado noutras cidades em Portugal, fora

dos grandes centros urbanos. Por isso nesta

comunicação apresentarei também os títulos mais

provinciais.

O LEVANTE DE JANEIRO - PANO DE FUNDO

Na sequência das três chamadas “Partições da

Polónia” ocorridas respetivamente nos anos 1772,

1793 e 1795 pelos impérios da Rússia, Prússia e

Áustria², A República das Duas Nações³ literalmente

foi riscada dos mapas. Por isso, o século

seguinte, quer dizer o século XIX tornou-se o

século da luta continua pela independência e o

século dos levantamentos que sucessivamente

1

Existe também uma dissertação de licenciatura «O Levante de Novembro (1830-1831) e a Revolta de Janeiro (1863-1864) na imprensa portuguesa

do século XIX: a Gazeta de Lisboa e o Jornal do Comércio» de Dorota Sadowska, orientada pela Profa. Doutora Anna Rzepka, defendida na

Universidade Jaguelónica em 2015. Além disso, existem ensaios sobre Portugal que incluem as informações sobre este assunto por Renata

Gorczyńska intitulado Szkice portugalskie. Infelizmente a dissertação não é disponível on-line e, no que toca aos ensaios, não pude aceder à

coletânea devido à pandemia da COVID-19.

2

Na partilha de 1793 a Áustria não participou porque na altura estava preocupada com a guerra contra a França.

3

A República das Duas Nações país europeu que surgiu em 1569 pela União de Lublin, que uniu o Reino da Polónia e o Grão-Ducado da Lituânia. A

República das Duas Nações deixou de existir em 1795 após a terceira partilha. Para simplificar, neste artigo vou usar o termo Polónia.

94


revista água vai

Noël Le Mire, Primeira Partição da Polónia (Wikipedia)

surgiam nos territórios partilhados. Os dois

levantamentos mais notáveis foram o Levante de

Novembro dos anos 1830-1831, que segundo

Elżbieta Milewska não foi tão bem notado em

Portugal devido à Guerra dos Dois Irmãos dos anos

1832-1834 (1991:43) e o Levante na Bélgica nos anos

1830-1831.

OS INTELECTUAIS PORTUGUESES E A

QUESTÃO POLACA

A situação do povo polaco foi bastante bem reconhecida

e obteve cobertura na imprensa europeia

nomeadamente, especialmente nos jornais e

revistas franceses e ingleses (Romaniszyn-Ziomek

2016:77). Provavelmente devido ao facto de que

esses países receberam o maior fluxo dos migrantes

polacos.

No entanto, os intelectuais portugueses, também

tinham consciência da partilha da antiga República

das Duas Nações. No decorrer do século XIX

houve vários comentários no âmbito político e

literário – vejamos dois deles.

Um dos comentadores foi o grande escritor do

período romântico português Almeida Garre , na

obra dele Portugal na balança da Europa fala sobre a

Polónia assim:

…a Polonia sacrificada â ambição do usurpado

(…) a Polónia, a infeliz e heróica Polónia, retalhada,

como havia sido, entre os tres grandes déspotas

do Norte, e dotado seu maior quinhão com falsa

independência e fingida liberdade, necessários

instrumentos do despotismo e seguridade do

invasor principal…(Garre 1830: 36,41)

De maneira similar fala sobre a situação polaca D.

Gastão Coutinho o conde da Taipa no parlamento

português na Câmara dos Dignos Pares na sessão e

30 de março de 1864:

95


revista água vai

Vejam o que succedeu na Polónia, na infeliz

Polónia, que hoje está pugnando pela sua liberdade.

Em 1830 fez esse paiz um esforço, e combateu o

dominio do czar; o exercito russo estava então

intacto, estava em toda a sua força, não tinha tido

Sebastopol, nem todas essas insurreições que têem

tido que combater; os polacos lutaram com exito, e

por muitas vezes combateram as numerosas legiões

do autocrata; clubs porém trabalhavam, e assim que

deitaram a mão ao poder, em quinze dias os russos

estavam era Varsóvia, degolavam os polacos ou os

agrilhoavam e os mandavam para o fundo da

Sibéria. Estes é que são os factos. (‘Pagina 1147’)

Então como podemos ver, em Portugal os intelectuais

não somente tinham conhecimento sobre a

história recente polaca mas também tinham uma

opinião sobe o que tinha acontecido e aplicaram

este conhecimento comparando a situação do povo

polaco com a do povo português, usando-a para

prevenir os conterrâneos.

Além disso, como podemos ler nas publicações

polacas sobre o interesse português pela questão

polaca no século XIX, os estudantes da

Universidade de Coimbra estavam muito preocupados

com a questão polaca, especialmente no

contexto do Levante de Janeiro. Segundo Ziejka:

Głównymi orędownikami „sprawy polskiej” w

Portugalii w 1863 r. stali się studenci Uniwersytetu

w Coimbrze. Nie była to sprawa przypadku. W

latach sześćdziesiątych studia w Coimbrze podjęła

sławna w dziejach kultury portugalskiej geração de

Coimbra: grono ludzi, którzy dokonali w kulturze

portugalskiej prawdziwego przełomu. Wystarczy

przypomnieć nazwiska choćby kilku twórców:

Antero de Quental, Eça de Queiroz, Castelo

Branco, João de Deus, Teofilo Braga czy Guerra

Junqueiro, by zdać sobie sprawę z niezwykłej

prężności sŕodowiska akademickiego w Coimbrze

de 60, a geração de Coimbra – famosa na história

da cultura portuguesa, começa a estudar em

Coimbra. Foi um grupo de pessoas que deu um

verdadeiro salto à cultura portuguesa. Basta

recordar os nomes de pelo menos alguns artistas:

Antero de Quental, Eça de Queiroz, Castelo

Branco, João de Deus, Teófilo Braga e Guerra

Junqueiro, para perceber a extraordinária

resiliência da comunidade académica de Coimbra

naqueles tempos.⁴ (Ziejka 2008:371)

Por esta mesma razão os ditos estudantes, que se

preocupavam tanto pela Polónia e apoiavam as

tentativas independentistas dos polacos são

conhecidos na Polónia como os estudantes de

Coimbra. De facto nem tanto se tratou dos estudantes

cujos maiores representantes intelectuais da

literatura portuguesa do século XIX (Ziejka

2008:372).

Acresce que todos estes estudantes pertenciam à

«Sociedade do Raio», uma organização estudantil

secreta da Universidade de Coimbra que podemos

tratar como uma organização paralela aos

Philomatas e Philaretas da Universidade de Vilnius

(Romaniszyn-Ziomek 2016:80; Danielewicz-

Zielińska: 98), à qual pertenciam os grandes

intelectuais polacos, entre outros o famoso bardo

polaco, Adam Mickiewicz.

Os mesmos estudantes da «Sociedade do Raio»

foram autores de vários textos sobre a Polónia ou

inspirados na questão polaca, também as tentativas

das traduções das obras literárias polacas para a

língua portuguesa, publicados nos efeméricos como

Estreia Literária, Literatura Ilustrada, O Académico,

Tira’Teimas, A Atila ou O Phosporo (Ziejka

2008:374). Sobre os estudantes de Coimbra na

questão polaca, a produção e as campinas deles

informaram os jornais O Progressista, A Liberdade,

Diário Mercantil (Ziejka 2008:376), O Nacional (Ziejka

2008:378), O Braz Tisana (Ziejka 2008:379).

96


revista água vai

O LEVANTE DE JANEIRO NA IMPRENSA

PORTUGUESA

Como já mencionei, devido à elevada migração

polaca causada pelas partilhas da Comunidade

Polaco-Lituana, a questão polaca foi bem

reconhecida internacionalmente na Europa. Ziejka

destaca que:

Na wieść o wybuchu walk powstańczych w Polsce

w całej Europie powstały komitety obywatelskie,

których zadaniem miało być niesienie pomocy

rodzinom polskich żołnierzy. Pod koniec marca

1863 roku komitet taki powstał także w Lizbonie.

Jego to staraniem w dniu 6 kwietnia został

zorganizowany w królewskim teatrze S. Carlos

benefis na rzecz rodzin polskich powstańców.

Com a notícia da eclosão do levante na Polónia,

foram estabelecidos em toda a Europa «comités

cívicos», cuja tarefa era ajudar as famílias dos

revolucionários polacos. No final de março de

1863, um comité assim foi estabelecido em Lisboa.

Graças aos seus esforços, no dia 6 de abril, foi

organizado um espetáculo para recolher os recursos

financeiros para as famílias dos insurgentes

polacos no teatro real de S. Carlos. (Ziejka

2008:369)

Ziejka logo explica que este evento foi comentado

em vários jornais portugueses. Os jornais que

Ziejka cita ou destaca são: Gazeta de Portugal (Ziejka

2008: 369), A Liberdade (Ziejka 2008: 370), Gazeta de

Lisboa (Ziejka 2008: 370) e O Fornal de Porto (Ziejka

2008: 371).

Segundo Elżbieta Milewska, nas mesmas revistas

sobre as quais escreve Ziejka, isto é, A Liberdade, O

Jornal do Porto e O Progressista há relatos sobre a

revolta de janeiro de 1863 (1991:58-60).

Nomeadamente, O Progressista até tenta comparar

o líder da revolta de janeiro, Marian Langiewicz,

com Tadeusz Kosciusko, o herói nacional polaco e

o líder da primeira revolta contra o Império Russo

em 1794.

As comparações deste tipo podem levar a uma

pressuposição que os redatores portugueses

tinham um vasto conhecimento da situação nas

terras polacas, e da história do povo polaco.

Entretanto, como podemos ler nas páginas

anteriores do texto de Milewska:

W czasie powstania [styczniowego] Portugalia nie

miała w Polsce własnego korespondenta jak

A n g l i a c z y F r a n c j a , t o t e ż w i a d o m o ś c i

publikowane w tamtejszych gazetach opierały

się na depeszach agencji telegraficznych,

doniesieniach portugalskich korespondentów z

innych krajów, lub też były przedrukowywane,

głównie z prasy francuskiej. Bardzo często jako

źródło informacji występuje krakowski „Czas”, co

w pierwszej chwili zaskakuje, ale staje się

zrozumiałe gdy uświadomimy sobie, że

wiadomości z Polski trafiały do Portugalii głównie

przez Francję, a „Czas” współpracował z Hotelem

Lambert pełniącym w czasie powstania rolę

agencji dyplomatycznej i propagandowej Rządy

Narodowego i bardzo aktywnie wpływającym na

prasę francuską przez organizowanie spotkań z

dziennikarzami dostarczanie im wiadomości a

nawet gotowych artykułów. (Czartoryski1860-

1864:178) Mogły więc gazety portugalskie

powoływać sie na „Czas” za prasą francuską, bądź

za agencją telegraficzną „Havas”, z którą Polacy w

Paryżu również współpracowali.

Durante a Revolta [de Janeiro], Portugal não tinha

correspondente na Polónia, como a Inglaterra ou a

França. Por este motivo as notícias publicadas nos

97


revista água vai

Polonia - Rok 1863, Jan Matejko (Wikipedia)

jornais locais baseavam-se em cabos de agências

telegráficas, reportagens de correspondentes

portugueses de outros países, ou eram reimpressas,

principalmente na imprensa francesa. O

"Czas" de Cracóvia surge muitas vezes como uma

fonte de informação, o que é surpreendente à

primeira vista, mas torna-se compreensível

quando percebemos que as notícias da Polónia

eram enviadas para Portugal principalmente

através de França. O "Czas" colaborava com o

Hotel Lambert, que era uma agência diplomática e

de propaganda do Governo Nacional [Polaco]

muito ativa com influência na imprensa francesa,

organizando encontros com jornalistas, fornecendo-lhes

notícias e até artigos prontos. (Czartoryski1860-1864:

178) Assim, os jornais portugueses

podiam citar "Czas" na imprensa francesa, ou na

agência telegráfica "Havas", com a qual também

colaboraram polacos em Paris.(Milewska 1991:58)

Então, como se constata com base no estudo de

Milewska, as informações sobre o Levante de

Janeiro nas terras polacas em Portugal, não foram

as notícias em «primeira mão». Pese a este facto,

foram baseadas nas fontes extremamente fidedignas

como Czas, um dos principais jornais políticoinformativos

publicado em Vilnius nesta altura.

Estes jornais portugueses que acabei de apresentar

são os jornais das cidades grandes, isto é de Lisboa

e do Porto. O aparecimento das notícias sobre a

revolta de janeiro aparece também nas revistas

provinciais.

O século XIX é o século da imprensa. Além dos

grandes jornais estabelecidos nos grandes centros

urbanos, surgem nesta altura os empreendimentos

mais modestos. Cite-se a este respeito José

Tengarrinha: «Um dos fenómenos mais significativos

resultantes do estabelecimento da Renegação

98


revista água vai

foi a grande expansão da imprensa da província.»

(Tengarrinha 2013:791). Isto é surgem jornais

locais e estes jornais várias vezes têm uma coluna

com as notícias estrangeiras. É, por exemplo, o

caso das revistas O Algarviense, O Reino do Algarve

de Faro ou O Figueirense da Figueira da Foz.

No entanto Tengarrinha sublinha que:

informações da toda a Europa e não só. Em todos

estes números que permaneceram até hoje, podemos

ler pelo menos um boletim sobre a situação da

revolta de janeiro nas terras polacas. Para mim,

porém, os mais interessantes parecem ser estes

trechos onde podemos ler toda a descrição das

notícias como, por exemplo, neste excerto do 5º

número de O Algarviense de 3 de maio de 1863:

… o surto da imprensa nas províncias encontrou

fortes limitações, nomeadamente quanto ao muito

elevado grau de analfabetismo e aos meios técnicos

de que podia dispor, embora neste período se

tivesse assistido um incremento notável da industria

tipográfica, mas que se fez sentir, sobretudo,

nos maiores centros. Por isso alguns jornais eram

redigidos no local e impressos fora, como aconteceu,

por exemplo com O Algarviense (Faro, onde

foi redigido em 1863, mis impresso em

Lisboa)…(Tengarrinha 2013:792)

Isto significa, que embora os jornais provinciais

fossem escritos na província, e tentassem emancipar-se

dos grandes centros de informação, nem

sempre o conseguiam com no caso do O Algarviense.

Mas é importante reconhecer que embora O

Algarviense fosse impresso em Lisboa, era uma

revista para as pessoas de Faro. Por outro lado, vale

a pena, também notar que outro jornal provinciano

– o Figueirense era um semanário redigido e impresso

na Figueira da Foz o que mostra que alguns dos

jornais conseguiram emancipar-se do centro

informativo Lisboa-Porto.

Vejamos agora o caso do Algarviense que foi um

semanário impresso entre 5 de abril de 1863 e 18 de

dezembro de 1864 para o público de Faro. De todos

os 126 números impressos, salvaram-se até aos

nossos tempos nas digitalizações da Biblioteca

Nacional de Portugal 97 números (faltam os

números 98-125). Entre outras colunas, o semanário

tem uma coluna «Noticias estrangeiras» na qual

podemos ler o ponto de situação atual no estrangeiro

e o conjunto dos boletins telegráficos com

(«Noticias Estrangeiras» 3)

Como podemos ver neste trecho, o leitor depara

com uma descrição detalhada dos acontecimentos

nas terras polacas. Temos as informações tanto de

Varsóvia como de Cracóvia. Relembremos que a

Polónia foi partilhada a finais do século XVIII por

três países: Rússia, Prússia e Áustria. Portanto neste

trecho temos as informações dos dois países:

Cracóvia — Império Austríaco e Varsóvia —

Império Russo.

Semelhante como a revista O Reino do Algarve, da

qual temos 14 números lançados entre 10 de julho

99


revista água vai

1864 e 26 de agosto de 1864. Nos 5 de 14 números do

repositório digital da Biblioteca Nacional aparecem

informações sobre a Polónia e o Levanto de Janeiro,

por exemplo no trecho seguinte do 2º número de O

Reino do Algarve de 14 de julho de 1864:

onde foram retiradas as informações. A saber, falase

sobre A Abelha do Norte (Северная пчела), um

jornal do São Petersburgo e O Ojczyzna, uma revista

de Vilnius impressa na língua polaca. Então,

embora a notícia não seja em primeira mão, provém

das fontes fidedignas.

As notícias sobre o levantamento chegam, também

para outros títulos da imprensa periférica. Por

exemplo para o 12º número de O Figueirense de 1 de

novembro de 1863, no qual descreve emocionalmente

as circunstancias nas quais o povo polaco se

encontra naquela altura («Exterior» 3).

CONCLUSÕES

Como mostrei nesta comunicação, a Polónia e

Portugal podem parecer muito distintos e distantes,

especialmente da perspetiva do século XIX.

Entretanto parece haver um interesse aprofundado

pela questão polaca em Portugal. Podemos notar

isso nas notícias sobre o Levante de Janeiro na

imprensa publicada e lida tanto em Lisboa e no

Porto, como na imprensa periférica. Além disso a

causa polaca estava presente no parlamento português

e na vida sociocultural portuguesa. Isto mostra

que os contactos entre os polacos e os portugueses

neste século eram maiores do que se pode esperar.

Vale a pena também dar uma olhada na imprensa

portuguesa procurando a questão polaca já após o

Levante de Janeiro especialmente a imprensa mais

recente durante a Grande Guerra.

(«Revista Estrangeira» 2)

Outra vez temos informações das diferentes partes

das terras polacas espalhadas pelos três impérios,

como no O Algarviense, mas neste caso temos a

informação sobre a germanização dos polacos na

Prússia e sobre as operações insurretas em Varsóvia

e em Vilnius (as terras sob o domínio russo).

Acresce que neste semanário temos informações de

ALICJA JANCELEWICZ

Alicja Jancelewicz é estudante de mestrado na

filologia ibérica, especialidade português europeu

na Universidade de Varsóvia. Estuda também

interpretação de conferências no Instituto de

Linguística Aplicada da Universidade de Varsóvia.

Fala três línguas estrangeiras: português, espanhol

e inglês. É cotradutora da banda desenhada

"Kassumai" do português para o polaco.

100


revista água vai

FONTES BIBLIOGRÁFCIAS:

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online: [acesso 02.01.2021] h ps://purl.pt/3.

• Danielewicz-Zielińska, Maria. Polonica Portugalskie. Varsóvia, Towarzystwo ‘Więź’, 2005.

• «Exterior». O Figueirense [Figueria de Foz], 1 de novembro 1863, p. 3. Texto disponível online: [acesso

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Portugalskie w XVI-XIX Wieku, Warszawa, Dział dokumentacji i Informacji CESLA, 1991, pp. 42–81.

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succedeu%2Bna%2BPol%25C3%25B3nia%252C%2Bna%2Binfeliz%2BPol%25C3%25B3nia%252C%2Bque%2Bho

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• «Revista Estrangeira». O Reino Do Algarve [Lisboa], 14 de julho 1864, p. 2. Texto disponível online: [acesso

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• Romaniszyn-Ziomek, Lidia. «Studenci z Coimbry i Echa Powstania Styczniowego». "Gdzie Ziemia Się

Kończy, a Może Zaczyna” Szkice Polsko – Portugalskie, edited by Magdalena Bąk and Lidia Romaniszyn-

Ziomek, Katowice, Wydawnictwo Uniwersytetu Śląskiego, 2016, pp. 77–97.

• Tengarrinha, José. Nova História Da Imprensa Portuguesa Das Origens a 1865. Lisboa, Círculo de Leitores,

2013.

• Ziejka, Franciszek. Moja Portugalia. Kraków, Wydawnictwo prac naukowych UNIVERSITAS, 2008.

101


Atividades do CLP/Camões

em Lublin - 2020/2021

10/11/2020

e 17/11/2020

A Dr. Jaqueline Russczyk, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Canoas (Brasil) colaborou com o Ciclo

de Palestras “Brasilidades” proferindo duas palestras com o título geral “A CONTRIBUIÇÃO DO NEGRO NA CULTURA

BRASILEIRA”.

23/11/2020

Oficina online sobre a Língua Mirandesa, com a participação de Alcides Meirinho e Alfredo Cameirão, da Associaçon

de la Lhéngua i Cultura Mirandesa e de Michał Belina, estudante de doutoramento, que se dedica ao estudo da língua

mirandesa.

1/12/2020

Ciclo de Palestras “Brasilidades”: palestra do professor de Literatura Brasileira Contemporânea de Santa Maria de

Jetibá (Brasil) António da Silva Pereira Neto intitulada “ESPÍRITO SANTO: MÚLTIPLAS IDENTIDADES, UM SÓ

ESTADO”.

11ª edição do Concurso Nacional de Apresentações Multimédia, tema: Fado – ontem e hoje.

1º lugar: Lena Badylak, EB nº 150 Walery Wróblewski , Varsóvia.

2º lugar: Amelia Gałaj, EB nº 352 Jerzy Hubert Wagner, Varsóvia

3º lugar: Natalia Gregorczyk, EB nº 112 Przymierza Rodzin im. Jana Pawła II, Varsóvia

30/12/2020

Publicação da Revista Água Vai nº 10

26/1/2021

Ciclo de Palestras “Brasilidades”: Dr Francisco Alves Gomes, Universidade Federal de Roraima (Brasil), “REGIÃO

NORTE: TRAMAS E CARTOGRAFIAS EM INTENSA EBULIÇÃO”.

29/1/2021

Ciclo de Palestras “Brasilidades”: Daiana dal Ros de Ijuí/RS (Brasil), “Cultura Gaúcha: um legado que perpassa

gerações”.

8/3/2021

Palestra do Professor Doutor Paulo Osório, Universidade da Beira Interior (Covilhã, Portugal): “O português como

Língua Pluricêntrica: norma e variação”.

17/4/2021

Apresentação do livro “Contos e outras histórias”. Esta coletânea reúne 25 contos que participaram nos concursos

literários organizados pelo CLP/Camões em Lublin de concorrentes da Argentina, Uruguai, México, Cuba, China,

Índia, Espanha, Itália, Roménia e Polónia.

5/5/2021

No âmbito das celebrações do centenário do nascimento de Amália Rodrigues e da do Dia Mundial da Língua

Portuguesa, teve lugar um encontro com o diretor de programação da Rádio Amália, José Madaleno.

6/5/2021

Ainda no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, teve lugar a palestra da Professora Doutora

Vesela Chergova, da Universidade de Sófia (Bulgária), intitulada “ Temas de prosódia portuguesa: o acento”.

15/6/2021

Palestra da escritora brasileira Clarissa Macedo, “O conto na literatura portuguesa e Miguel Torga: uma introdução”.

21/6/2021

Palestra do ciclo “Viagens na minha terra”, com a artista argentina Patricia Pinto: “O livro como destino, na vida e

na arte”.

30/6/2021

Palestra do ciclo “Viagens na minha terra”, com o fadista argentino Dulio Moreno, “ Breve história dum fado”.


Działalność Centrum Języka

Portugalskiego/Camões - 20/21

10/11/2020

17/11/2020

Dr Jaqueline Russczyk, wykładowczyni i badaczka w IFRS (Brazylia) wzięła udział w cyklu wykładów „Brasilidades” i

wygłosiła dwa wykłady pt.: „Wkład ludności pochodzenia afrykańskiego w kulturę brazylijską”

23/11/2020

Warsztaty online na temat języka mirandyjskiego, w którym udział wzięli Alcides Meirinho i Alfredo Cameirão z

Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa oraz doktorant i badacz języka mirandyjskiego Michał Belina.

1/12/2020

António da Silva Pereira Neto, brazylijski profesor z Santa Maria de Jetibá (Brazylia) wygłosił online wykład pt.:

„Espíritu Santo: wiele tożsamości, jeden tylko stan”. Po wykładzie miała miejsce dyskusja ze studentami.

XI edycja konkursu na najciekawszą prezentację multimedialną ogłoszona została pod hasłem: Fado – wczoraj i dziś

I miejsce: Lena Badylak, Szkoła Podstawowa nr 150 , im. Walerego Wróblewskiego w Warszawie.

II miejsce, Amelia Gałaj, Szkoła Podstawowa nr 352, im. Jerzego Huberta Wagnera w Warszawie

III miejsce, Natalia Gregorczyk, Szkoła Podstawowa nr 112 Przymierza Rodzin im. Jana Pawła II w Warszawie

30/12/2020

Revista Água Vai nr. 10

26/1/2021

Dr. Francisco Alves Gomes z Centrum Komunikacji Społecznej, Literatury i Sztuk Wizualnych Uniwersytetu Federalnego

Roraima (UFRR/Brazylia), wygłosił w ramach cyklu „Brasilidades” wykład nt. Regionu Północnego Brazylli.

29/1/2021

odbyło się spotkanie „Brasilidades”. Gościem spotkania była Daiana dal Ros i zaprezentowała temat: Kultura

gaucho: dziedzictwo, które łączy pokolenia.

8/3/2021

odbył się wykład profesora Paulo Osório pt.: „Portugalski jako język pluricentryczny: norma i odmiany”. Paulo Osório

jest profesorem na Wydziale Sztuki i Nauk Humanistycznych Uniwersytetu Beira Interior (Covilhã, Portugalia).

17/4/2021

Prezentacja książki „Opowiadania i inne historie”.

Książka jest zbiorem 25 opowiadań nadesłanych na Międzynarodowy Konkurs Literacki organizowany przez

CJP/Camões w Lublinie. Łącznie odbyło się pięć edycji konkursu na który zgłoszono prace z następujących krajów:

Argentyny, Urugwaju, Meksyku, Kuby, Chin, Indii, Hiszpanii, Włoch, Rumunii i Polski.

5/5/2021

Światowy Dzień Języka Portugalskiego: Amália i fado - spotkanie z José Madaleno, dyrektorem programowym Rádio

Amália.

6/5/2021

Światowy Dzień Języka Portugalskiego: Wykład prof. Veseli Chergovej z Uniwersytetu Sofijskiego.

15/6/2021

Spotkanie z pisarką brazylijską Clarissą Macedo.

21/6/2021

Patricia Pinto - wykład z cyklu "Podróże po moim kraju". Patricia Pinto urodziła się w Comodoro Rivadavia w Argentynie,

w rodzinie imigrantów portugalskich. Jest artystką plastykiem. Jej prace przezentowane były w Stanach

Zjednoczonych, Austrii, Kolumbii, Chile, Słowenii i Portugalii. Z jej inicjatywy powstało jedyne w Argentynie Muzeum

Imigrantów Portugalskich. W 2020 r. ukazała się książka jej autorstwa pt.: Patricia Pinto - artista.

30/6/2021

Odbyło się kolejne spotkanie online z cyklu „Podróże po moim kraju”, którego gościem był argentyński pieśniarz

fado Dúlio Moreno.


Anita Tenizbaieva Bohdan Litkovets Hubert Cristovão Kamila Grochocka

Mariia Zan Natalia Harmasz Natalia Miętus Viktoriia Luchyn

INGLÊS-PORTUGUÊS 2018-2021

Agata Lupa Aleksandra Kacprzak Dorota Goździk Iga Wieczorek

Monika Aramyan

Natalia Król

Olga Poliszuk

Patrycja Wiraszka

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INGLÊS-PORTUGUÊS 2019-2021 (MESTRADO)


Agata Sędzielewska Alicja Chołyst Elina Toyos Emilia Dudek

Ewelina Budzyńska Magdalena Płaneta Patrycja Winiarska Roksana Lipowska

Yana Stsiapura Agnieszka Bernaś Jagoda Zollner Jędrzej Lipnicki

PORTUGUÊS 2019-2021 (MESTRADO)

EDITADO PELO:

Centro de Língua Portuguesa/Camões

em Lublin

WYDANE PRZEZ:

Centrum Języka Portugalskiego/

Camões w Lublinie

DIRETORA DO CENTRO:

Professora Doutora Barbara

Hlibowicka-Węglarz

DYREKTOR CENTRUM:

Prof. Dr. Hab. Barbara

Hlibowicka-Węglarz

REDAÇÃO/REDAKCJA:

Aleksandra Kacprzak

Alicja Jancelewicz

Anita Tenizbaieva

Bohdan Litkovets

Dorota Goździk

Hubert Cristóvão

Kamila Grochocka

Lino Matos

Mariia Zan

Monika Aramyan

Natalia Harmasz

Natalia Król

Natalia Miętus

Olga Poliszuk

Patrycja Wiraszka

ZDJĘCIE NA OKŁADCE: Ben Neale, Unsplash

FOTOGRAFIA DA CAPA: Ben Neale, Unsplash

GRAFIKA / GRAFISMO: Alexandre Cardoso

Nº11 • Ano letivo 2021 / 2022

FICHA TÉCNICA

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