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PESQUISA INTERDISCIPLINARIDADE I

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AS CIÊNCIAS SOCIAIS, A FORMAÇÃODO HOMEM INTEGRAL E SUASINFLUÊNCIAS NO MUNDO DOTRABALHO<strong>PESQUISA</strong> E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NOSÉCULO XXINa Virada do MilênioNo encerramento deste século XX há uma difusa sensação de urgência tangível em muitos níveis,como se realmente se aproximasse o fim de mais um éon (etimologicamente uma idade, uma vida ou umperíodo de tempo). É um momento de intensa expectativa, de luta, de esperanças e incertezas. Muitostêm a impressão de que a grande força que determina a nossa realidade é o misterioso processo dialéticode construção da história, que neste século pareceu arremessar-se para uma grande desintegração detodas as estruturas e fundamentações, como um triunfo do fluxo heracliteano (Heráclito de Éfeso acreditavano contínuo devir). Perto do final de sua vida, Toynbee escreveu:O Homem do presente há pouco tempo tornou-se consciente de que a História está se acelerando– e a um ritmo veloz. A geração atual tem consciência desse aumento da aceleração no período de suaprópria vida; o avanço do conhecimento que o Homem tem de seu passado revelou, retrospectivamente,que a aceleração começou a cerca de 30.000 anos...e que deu “grandes saltos” sucessivos com a invençãoda agricultura, com a aurora da civilização e com o progressivo domínio — especialmente nos últimosdois séculos – das forças titânicas da Natureza. A aproximação do climax intuitivamente previsto pelosprofetas está sendo sentida, e temida, como um evento futuro. Hoje sua iminência não é um artigo de fé:é um dado da observação e da experiência.O que fizemos quando soltamos esta Terra de seu Sol? Para onde vai ela agora? Para onde estamosindo? Para longe de todos os sóis? Não estamos permanentemente mergulhando? Para trás, para os lados,para a frente, em todas as direções? Existirá ainda um em cima ou um embaixo? Não estaremos nosdesgarrando como se num infinito vazio? Não sentimos o hálito do espaço vazio? Ele não se tornou maisfrio? Não está a noite se fechando sobre nós?Da mesma forma, o grande sociólogo Max Weber, que viu as inevitáveis conseqüências do desencantamentodo mundo do espírito moderno, viu também o escancarado vazio do relativismo deixado com adissolução da modernidade das visões de mundo tradicionais e percebeu que a Razão moderna, em que oIluminismo colocara todas as suas esperanças de liberdade e progresso humano, ainda que não pudesse emseus próprios termos justificar valores universais para orientar a vida humana, de fato criara uma gaiola deferro de racionalidade burocrática que permeava todos os aspectos da existência moderna:Ninguém sabe quem viverá nesta gaiola no futuro, ou se ao final desse extraordinário progressosurgirão profetas inteiramente novos, se haverá um grande renascimento das velhas idéias e dos velhosideais, ou nada disso, talvez a petrificação mecanizada, enfeitada com uma espécie de empáfia desordenada.Poder-se-ia muito bem dizer do último estágio desse progresso cultural: “Especialistas sem espírito,sensualistas sem coração; esta nulidade imagina ter atingido um grau de civilização jamais obtido.”“Somente um deus pode nos salvar’, disse Heidegger no final de sua vida. Jung, no fim da sua, aocomparar nossa era ao início da Era Cristã há dois milênios, escreveu:Um clima de destruição e renovação universal colocou sua marca em nossa era. Este clima se fazsentir por toda parte, política, social e filosoficamente. Vivemos no que os gregos chamavam de kairos- o momento certo - para uma “metamorfose dos deuses”, dos princípios e símbolo fundamentais. EssaPesquisa e Interdisciplinaridade I 23

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