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Literatura Brasileira

era nacional - ftc ead

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) O realismo fantástico, prosa intimista e prosa urbanaA partir de situações irreais, absurdas, insólitas, alguns escritores também analisame denunciam a situação do país e do homem de sua época. A obra desses escritores traçaum mapa metafórico da nossa realidade daquele momento e, por isso, é chamado deRealismo Fantástico. O antecessor e pioneiro dessa tendência foi o contista Murilo Rubião(o ex-mágico, o pirotécnico Zacarias), que estreara no final da década de 40, mas que sóteve a sua obra devidamente reconhecida quase 30 anos depois. Na época de sua estréia,era uma voz isolada, perdida no meio de uma produção de caráter nitidamente realista.Essa linha vai ser retomada na década de 60 por José J. Veiga (Sombras de reisbarbudos, A hora dos ruminantes). Destacam-se ainda: Moacir Scliar (A balada do FalsoMessias, Carnaval dos animais) e Campos de Carvalho (A chuva imóvel, A vaca do narizsutil, O púcaro búlgaro), cuja obra ainda não obteve da crítica a atenção que merece. Alémdesses, o veterano Érico Veríssimo surpreendeu, em 1971, com a fábula política Incidenteem Antares, cuja segunda fase se estrutura com base numa situação fantástica.Na mesma linha de sondagem psicológica inaugurada na segunda fase modernistae consolidada pela obra de Clarice Lispector, a prosa intimista é um tipo de narrativa queapresenta personagens mergulhadas em seu mundo interior. Destacam-se Osman Lins(Nove, novena; Avalovara), Autran Dourado (Ópera dos mortos), Lygia Fagundes Telles (emparte de sua obra), Lya Luft, Nélida Piñon (Tebas do meu coração), Hilda Hilst (Qadós).Já a prosa urbana mistura ao intimismo o cenário das metrópoles, mostra a relaçãodo homem com um espaço resultante da urbanização acelerada e desumana. Miséria social,marginalização, angústia, solidão e violência são os ingredientes que se entrelaçam nesseespaço e que servem de ponto de partida para autores como Luís Vilela, Ivan Ângelo, ZulmiraRibeiro Tavares, Ricardo Ramos, mas principalmente Dalton Trevisan (que estreara nadécada de 50 e acrescenta o humor e a síntese como ingredientes fundamentais de suaprosa) e Rubem Fonseca – que explora radicalmente a violência generalizada na sociedade,não sendo em momento nenhum intimista.c) A prosa híbridaMistura a urbanidade com a memória ou autobiografia, esse último um gênero atéentão raro em nossa literatura (Graciliano Ramos, com Memórias do cárcere, é o melhorexemplo), mas que emergiu com força na década de 70. Destacam-se Pedro Nava (Baú deOssos) e Érico Veríssimo (Solo de clarineta I e II). Quanto aos gêneros em que seconcretizaram essas tendências, merece destaque o fato de o conto e a crônica terempredominado sobre o romance.A crítica considera que a melhor ficção brasileira da atualidade está representadapelo conto. E esse vem num híbrido entre intimista e urbano, autobiográfico e jornalístico,como um liquidificador.Além de escritores já consagrados pelo público e pela crítica, mencionados acima,surgiram outros, de técnica e temática revolucionárias, como João Antônio, Caio FernandoAbreu, Domingos Pelegrini Jr., Samuel Rawett e muitos outros.Como é praticamente impossível dar conta de toda a literatura brasileira que éproduzida a partir de 1960 até hoje, costumamos chamá-la apenas de literaturacontemporânea.A maioria dos autores está viva ou morreu há pouquíssimo tempo. Um exemplosignificativo dessa produção é a ficção do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu que trazem sua escrita todas as angústias e alegrias do homem pós-moderno e as experiências dacontracultura (revolução cultural que ocorreu em 1960, no mundo; e, em 70, no Brasil, contraos modos de vida burgueses e os padrões de comportamento e de arte estabelecidos).45

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