Importância no estudo de sistemas petrolíferos
Fácies sedimentares.pdf - geomuseu
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Claudia Paiva Silva<br />
Partex Oil&Gas Portugal – IST Nov. 2010<br />
<strong>Importância</strong> <strong>no</strong> <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>sistemas</strong><br />
<strong>petrolíferos</strong>
Ciclo Litológico<br />
•Meteorização (alteração)<br />
•Erosão (transporte<br />
sedimentos)<br />
•Deposição<br />
•Diagénese (soterramento,<br />
compactação)
• Rochas natureza química<br />
• Rochas natureza orgânica<br />
• Rochas natureza terrígena (clásticas)<br />
75% da superfície terrestre está coberta por rochas sedimentares.
• Geradas por precipitação química ou por concentração (através <strong>de</strong> evaporação), <strong>de</strong><br />
material em solução na água marinha ou lagunar em regime <strong>de</strong> saturação.<br />
• Exemplos: carbonatos e dolomites (40% dos reservatórios), chertes, gesso, anidrite,<br />
halite, cloreto <strong>de</strong> sódio (sal “<strong>no</strong>rmal”).<br />
Classificação: elaborada 2º estrutura interna e<br />
textura das rochas (Dunham) e EFC (Elementos Figurados<br />
Carbonatados) (Folk).<br />
+ rochas carbonatadas cristalinas: não se i<strong>de</strong>ntifica textura original<br />
sendo fortemente mineralizada
Mudstone: rocha suportada pela matriz com poucos grãos presentes<br />
Wackestone: rocha suportada pela matriz com >10% grãos<br />
Packstone: rocha suportada pelos grãos, matriz preenche espaço nãoporoso<br />
Grainstone: rocha completamente suportada pela matriz com pouca ou<br />
nenhuma % matriz<br />
Boundstone: (ver Rochas Orgânicas)<br />
Ambientes Baixa Energia: Mudstone e wackestone<br />
Ambientes Energia média: Packstone e grainstone<br />
Matriz: material que agrega os grãos constituintes da rocha,<br />
provenientes <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong>tríticos <strong>de</strong> reduzida dimensão.<br />
Cimento (Fase ligação): material cristali<strong>no</strong> que se forma <strong>no</strong><br />
espaço entre os grãos e a matriz, ou somente entre grãos, por<br />
precipitação química provocando redução da porosida<strong>de</strong> e<br />
permeabilida<strong>de</strong> da rocha (micrite, sparite/calcite, microsparite).<br />
Oopelsparite packstone
• Resultam da acumulação <strong>de</strong> conchas e esqueletos, ou da precipitação química <strong>de</strong> CaCO 3<br />
por activida<strong>de</strong><br />
orgânica; acumulação <strong>de</strong> compostos orgânicos vegetais.<br />
• Exemplos: calcários recifais (tipo Boundstone material <strong>de</strong> origem forneceu o seu suporte durante a<br />
<strong>de</strong>posição);<br />
Também se incluem neste grupo os carvões, uma vez que sendo provenientes <strong>de</strong> acumulação orgânica, toda<br />
a matéria constituinte incarbonizada perfaz a totalida<strong>de</strong> da rocha.<br />
Calcário recifal<br />
Grau <strong>de</strong> incarbonização: Reflecte o estado da transformação das substâncias vegetais em carvão<br />
<strong>no</strong> <strong>de</strong>curso do processo natural <strong>de</strong> compactação. Baseia‐se em teores <strong>de</strong> humida<strong>de</strong>,<br />
componentes voláteis e químicos (C, O, H, N), <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r calorífico, entre outros.
• Formadas por clastos, ou fragmentos <strong>de</strong> grãos,<br />
provenientes <strong>de</strong> rochas pré‐existentes, originadas<br />
por processos erosivos mecânicos ou químicos.<br />
• Após transporte (rios, vento) estes peque<strong>no</strong>s<br />
fragmentos são <strong>de</strong>positados e sujeitos a processos<br />
<strong>de</strong> litificação (sedimentogénese), que levam à<br />
formação <strong>de</strong> um agregado sólido, rochoso a<br />
rocha.
• A classificação <strong>de</strong> rochas clásticas po<strong>de</strong> ser feita<br />
com base <strong>no</strong> tamanho dos grãos ou dos fragmentos<br />
que as constituem:<br />
Conglomerados: unidos por 1 matriz <strong>de</strong> areia ou<br />
argila; po<strong>de</strong>m ser bons reservatórios <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matriz e forma dos grãos (angulosos,<br />
na maioria dos casos);<br />
Arenitos: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tamanho dos grãos e<br />
composição química, variam a sua granularida<strong>de</strong> e<br />
mineralogia; são os reservatórios mais frequentes,<br />
embora as suas permeabilida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da presença ou ausência <strong>de</strong> argilas, bem<br />
como do grau <strong>de</strong> cimentação e calibragem;<br />
Siltes e argilas: rochas com grãos <strong>de</strong> dimensão muito<br />
reduzida, com permeabilida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong><br />
reduzidas <strong>de</strong>vido àfrequente presença <strong>de</strong> argilas.
• Maturida<strong>de</strong> mineralógica e proveniência dos constituintes terríge<strong>no</strong>s:<br />
Aplicação da razão Qz/Flds aos grãos sedimentares.<br />
Uma vez que ao longo do transporte os fragmentos rochosos vão sendo <strong>de</strong>sgastados<br />
(e respectivos minerais constituintes), existe <strong>de</strong> forma natural um<br />
enriquecimento relativo dos minerais consi<strong>de</strong>rados mais estáveis, e <strong>de</strong>signamos<br />
por maturação rochosa o aumento <strong>de</strong> teor em SiO 2<br />
(% em Quartzo) presente<br />
<strong>no</strong>s grãos.<br />
Imaturas – leques aluviais, leitos <strong>de</strong> inundação fluviais e turbiditos<br />
Submaturas ‐ areias fluviais pouco evoluídas<br />
Maturas –areias fluviais muito evoluídas com transporte superior a várias centenas<br />
<strong>de</strong> km’s.<br />
Folk (1951) também caracterizou os conceitos <strong>de</strong> calibração das areias e<br />
arredondamento dos grãos para a sua classificação, ambas igualmente utilizadas<br />
e aplicadas <strong>no</strong> <strong>estudo</strong> sedimentológico das rochas sedimentares.
• De uma forma paralela as areias também po<strong>de</strong>m ser diferenciadas <strong>de</strong><br />
acordo com a DIMENSÃO DOS GRÃOS:<br />
Muito grosseiras (2 –1 mm)<br />
Grosseiras (1 –0.5 mm)<br />
Médias (0.5 –0.25 mm)<br />
Finas (0.25 –0.125 mm)<br />
Muito finas (0.125 – 0.063 mm)<br />
Geralmente a porosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas areias é elevada o que permite a<br />
percolação <strong>de</strong> fluidos.
• Arranjo espacial micro, macro e megascópico da texturas do material sedimentar e que se<br />
vai <strong>de</strong>positando, induzido pelos diferentes e vários ambientes sedimentares. Geralmente<br />
<strong>de</strong>signa‐se por tipos <strong>de</strong> estratificação (conjunto <strong>de</strong> leitos ou lâminas <strong>de</strong> sedimento<br />
<strong>de</strong>positados paralelamente ou inclinados em relação ao pla<strong>no</strong> geral <strong>de</strong> sedimentação);<br />
‐ Laminar (pla<strong>no</strong>‐paralela)<br />
‐ Entrecruzada ou cruzada (marcas <strong>de</strong> ondulação resultantes do movimento <strong>de</strong> partículas)<br />
‐ Rippled<br />
‐ Convoluta (resulta do enrolamento <strong>de</strong> sedimentos terríge<strong>no</strong>s impregnados na água,<br />
plásticos ou fluidizados, numa fase <strong>de</strong> pós‐ <strong>de</strong>posição)
• Geradas por sobreposição <strong>de</strong> uma camada are<strong>no</strong>sa<br />
a uma argilosa, <strong>de</strong>senvolvendo bolsadas irregulares<br />
<strong>de</strong> areias <strong>no</strong>s corpos sedimentares;<br />
‐ flute casts<br />
‐ prod casts<br />
‐ groove casts<br />
‐ drag marks<br />
Groove cast<br />
A – Flute casts<br />
B – Groove casts (estrias <strong>de</strong> arraste)<br />
C – Prod casts (saltação)<br />
A<br />
C<br />
B
• Deformações produzidas por organismos instalados <strong>no</strong><br />
sedimentos geralmente originando perfurações que ten<strong>de</strong>m<br />
a <strong>de</strong>struir a estrutura <strong>de</strong>posicional original, auxiliando<br />
contudo <strong>no</strong> <strong>estudo</strong> paleoecológico do ambiente sedimentar.
• Correspon<strong>de</strong> a 1 área (2 dimensões) on<strong>de</strong> teve lugar o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> materiais<br />
num tempo cro<strong>no</strong>lógico passados aplicável ao tempo cro<strong>no</strong>lógico actual;<br />
• A sua dimensão horizontal émuito variável po<strong>de</strong>ndo ir <strong>de</strong> metros a centenas <strong>de</strong><br />
km;
• Correspon<strong>de</strong> ao volume (3 dimensões) que ocupa<br />
todo o material com igual litologia, conteúdo<br />
fossilífero ou ida<strong>de</strong>. Este volume é também muito<br />
variável mas, <strong>no</strong>rmalmente, ultrapassa em<br />
espessura uma escala dm e, em área, uma escala<br />
km.
• Designa‐se pelo somatório <strong>de</strong> todos os aspectos litológicos<br />
(composição, textura, estruturas sedimentares e cor),<br />
paleontológicos (conteúdo e registo fossilífero),<br />
geométricos e paleocorrentes, que integram uma unida<strong>de</strong><br />
estratigráfica, tornando‐a única e i<strong>de</strong>ntificável entre aquelas<br />
se lhe sobrepõem como as que a proce<strong>de</strong>m.<br />
‐ Litofácies: abrange somente os aspectos litológicos <strong>de</strong> um<br />
conjunto <strong>de</strong> estratos, correlacionando as condições físicoquímicas<br />
que se <strong>de</strong>ram durante a <strong>de</strong>posição e que geram<br />
uma estruturação interna mais ou me<strong>no</strong>s <strong>de</strong>senvolvida.
• É geralmente realizada com base nas suas diferentes características que<br />
levam a um significado genético distinto;<br />
• Não éuma classificação <strong>de</strong> rochas, uma vez que <strong>de</strong>vem ter em conta as<br />
características que <strong>de</strong>finem Fácies Sedimentar;<br />
• Nas classificações é geralmente usado um símbolo ou uma letra, sendo<br />
que várias propostas <strong>de</strong> classificação foram elaboradas e são<br />
usualmente aplicadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes padrões, tornando‐se uma<br />
ferramenta <strong>de</strong> trabalho muito específica e útil;<br />
• As mais utilizadas são as classificações <strong>de</strong> Fácies Detríticas (clásticas),<br />
tanto em materiais fluviais como em turbidíticos e, as Fácies<br />
Carbonatadas.
• Para o <strong>estudo</strong> das fácies <strong>de</strong>tríticas, Miall (1978) propôs uma<br />
classificação baseada <strong>no</strong> tamanho dos grãos, cuja 1ª letra correspon<strong>de</strong> à<br />
granulometria dos mesmos e a 2ª, àsua estrutura, com significado<br />
genético:<br />
Gravel massive<br />
Sand planar<br />
Fine ripples
• De acordo com as litofácies <strong>de</strong>finidas previamente, o geólogo consegue<br />
<strong>de</strong>terminar qual o grau energético associado a cada uma, o que se<br />
traduz pela seguinte classificação:<br />
Fácies <strong>de</strong> alta a média energia<br />
• Litofácies grosseiros (Gt, Sp, Sh)<br />
Fácies <strong>de</strong> baixa energia<br />
• Litofácies finas (Sr, Fl, Fm)<br />
• Por outro lado, as litofácies também po<strong>de</strong>m caracterizar corpos<br />
sedimentares típicos, que se <strong>de</strong>signam por Elementos Arquitecturais do<br />
<strong>de</strong>pósito fluvial (Miall, 1985):<br />
‐ Associados ao preenchimentos <strong>de</strong> canais por barras are<strong>no</strong>sas<br />
‐ Associados ao transbordo localizado ou generalizado.
• O mesmo autor consi<strong>de</strong>rou e distinguiu ainda uma tipologia<br />
<strong>de</strong> 12 <strong>sistemas</strong> fluviais (muito importantes <strong>no</strong> <strong>estudo</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>sistemas</strong> <strong>de</strong>posicionais para a pesquisa <strong>de</strong> hidrocarbonetos),<br />
perante a organização das litofácies e dos seus EA.
Po<strong>de</strong>‐se assim afirmar que a caracterização <strong>de</strong> fácies ajuda na reconstituição do<br />
ambiente geológico (profundida<strong>de</strong> da água, energia do ambiente <strong>de</strong> sedimentação,<br />
temperaturas, etc.) em que os materiais foram <strong>de</strong>positados, po<strong>de</strong>ndo‐se elaborar<br />
posteriormente mapas <strong>de</strong> fácies extremamente úteis para a caracterização <strong>de</strong> um<br />
sistema petrolífero.<br />
• Reservatórios Clásticos:<br />
Sequências <strong>de</strong> argilas e arenitos (Sh, Sm, Sl, Fm, Fl);<br />
A presença <strong>de</strong> argilas afecta drasticamente a qualida<strong>de</strong> do reservatório;<br />
Quanto mais fi<strong>no</strong> for o grão dos arenitos (areias finas) maior a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ocorrerem argilas;<br />
Quanto maior a % <strong>de</strong> argilas, me<strong>no</strong>r terá sido a energia <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição sedimentar<br />
<strong>Importância</strong> da cor:<br />
Estabelece a relação entre o meio ambiente <strong>de</strong>posicional e as condições <strong>de</strong><br />
sedimentogénese, através da preservação <strong>de</strong> matéria orgânica ou sua lixiviação (areia<br />
laranja: ambiente oxidante, sem preservação; areia cinzenta ou negra: ambiente<br />
redutor com preservação <strong>de</strong> MO).
Imagem cedida por Partex Oil&Gas Services
Influência da porosida<strong>de</strong> e permeabilida<strong>de</strong> (Efeito da diagénese)<br />
A diagénese altera a estrutura<br />
inicial da rocha através <strong>de</strong><br />
processos físico‐químicos.<br />
Estas transformações levam<br />
<strong>no</strong>rmalmente à evolução das<br />
características da rocha <strong>de</strong> forma<br />
positiva ou negativa.<br />
Reservatório – Porosida<strong>de</strong> e permeabilida<strong>de</strong> médias a elevadas (20 a 25% <strong>de</strong><br />
porosida<strong>de</strong>, 600 mD)<br />
Selante (rocha <strong>de</strong> cobertura) – Porosida<strong>de</strong> e permeabilida<strong>de</strong> inexistentes
• As melhores rochas <strong>de</strong> cobertura são formadas por material sedimentar dúctil<br />
(Fm, Fl)<br />
• As argilas são os selos mais comuns na maior parte dos reservatórios clásticos,<br />
formados ao longo <strong>de</strong> ciclos transgressivos (= com subida do nível médio das<br />
águas), uma vez que correspon<strong>de</strong>m a uma estruturação on<strong>de</strong> na base se<br />
encontrem <strong>de</strong>positados sedimentos mais grosseiros, tipicamente areníticos e,<br />
<strong>no</strong> topo, sejam <strong>de</strong>positados sedimentos fi<strong>no</strong>s. À medida que a zona sedimentar<br />
vai sendo coberta pela coluna <strong>de</strong> água, a energia vai diminuindo e a <strong>de</strong>posição<br />
<strong>de</strong> grosseiros <strong>de</strong>cai.<br />
Imagem cedida por Partex Oil&Gas Services
• Geralmente o <strong>estudo</strong> sedimentológico éfeito com base amostral, em<br />
laboratório e <strong>no</strong> campo, através do <strong>estudo</strong> directo e visual dos<br />
afloramentos;<br />
• Para um <strong>estudo</strong> <strong>de</strong>talhado das características petrofísicas (porosida<strong>de</strong> e<br />
permeabilida<strong>de</strong>) éretirado da amostra um peque<strong>no</strong> cilindro (plug);<br />
• Juntamente a este trabalho costumam‐se utilizar diagrafias com dados<br />
recolhidos directamente dos poços perfurados, <strong>de</strong> forma a ser possível<br />
corroborar todos os resultados obtidos.
• O Petróleo ocorre <strong>no</strong>rmalmente associado às rochas sedimentares,<br />
contudo, para a sua acumulação são necessários 5 factores<br />
fundamentais:<br />
• ‐ Rocha mãe – xisto argiloso, ou argila, com presença <strong>de</strong> matéria<br />
orgânica<br />
• ‐ Rocha reservatório –porosa e permeável (arenitos ou carbonatos)<br />
• ‐ Rocha <strong>de</strong> cobertura (selante) – argila ou evaporitos, impermeável<br />
• ‐ Armadilha –formada estrutural ou estratigraficamente impedindo que<br />
o petróleo se mova, facilitando a sua acumulação.<br />
• ‐ Calor – o gradiente geotérmico terrestre actua sobre os sedimentos à<br />
medida que estes vão sendo soterrados em profundida<strong>de</strong>s<br />
consi<strong>de</strong>ráveis.
Argila<br />
Arenitos
• O petróleo é formado a partir da matéria sedimentar<br />
orgânica <strong>de</strong>positada em condições muito específicas, sendo<br />
sujeita igualmente a factores muito especiais. Geralmente a<br />
<strong>de</strong>posição ocorre em meio aquático, com altas taxas <strong>de</strong><br />
sedimentação <strong>de</strong> forma a prevenir a oxidação e <strong>de</strong>gradação<br />
da MO.<br />
• A transformação da MO em petróleo abrange três etapas<br />
distintas:<br />
<br />
<br />
<br />
Diagénese<br />
Catagénese<br />
Metagénese
• Diagénese: fase <strong>de</strong>senvolvida a baixas temperaturas e pressões, on<strong>de</strong><br />
ocorrem as primeiras transformações físico‐químicas que dão origem ao<br />
composto <strong>de</strong><strong>no</strong>minado “kerogénio”. Basicamente, durante esta etapa,<br />
gera‐se gás meta<strong>no</strong> por activida<strong>de</strong> bacteriológica, sendo o constituinte<br />
principal das acumulações (reservoirs) <strong>de</strong> gás mundiais;<br />
• Catagénese: fase durante a qual a maioria do kerogénio é transformada<br />
em óleo, contudo é importante que o grau calorífico se mantenha<br />
constante <strong>de</strong> forma a não transformar o estado líquido do óleo em,<br />
<strong>no</strong>vamente, estado gasoso, bem como a não alterar as condições da<br />
rocha‐mãe;<br />
• Metagénese: <strong>de</strong>signa geralmente a zona do “gás seco”, on<strong>de</strong> égerado o<br />
último volume <strong>de</strong> gás meta<strong>no</strong> a partir do kerogénio; ocorre em<br />
ambiente <strong>de</strong> temperaturas e pressões muito elevados.
• Todo o processo <strong>de</strong> formação do petróleo não éum acontecimento rápido.<br />
Sabemos que são necessários milhões <strong>de</strong> a<strong>no</strong>s para que se formem <strong>no</strong>vas<br />
acumulações <strong>de</strong> hidrocarbonetos à subsuperfície terrestre, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da sua profundida<strong>de</strong>.<br />
• Para além disso, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação das gotas <strong>de</strong> óleo é feito<br />
morosamente, gota a gota, poro a poro, àmedida que a água existente vai<br />
sendo substituída.<br />
• As condições das rochas reservatório são, como já foi visto, extremamente<br />
importantes para as acumulações e, quanto melhor se conhecerem as suas<br />
características, maiores as probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se encontrarem hidrocarbonetos.
• A pesquisa <strong>de</strong> hidrocarbonetos é feita essencialmente com<br />
base na Geologia Sedimentar;<br />
• A <strong>de</strong>scrição dos corpos sedimentares e o <strong>estudo</strong> do<br />
ambiente <strong>de</strong>posicional com base <strong>no</strong>s grãos <strong>de</strong>tríticos é<br />
fundamental à reconstituição dos paleoambientes<br />
geradores <strong>de</strong> hidrocarbonetos;<br />
• Os conjuntos <strong>de</strong> fácies sedimentares éo suporte para um<br />
mapeamento lito‐estratigráfico correlacionável entre poços;<br />
• O resultado final será sempre a interpretação <strong>de</strong> vastas<br />
áreas on<strong>de</strong> é possível se <strong>de</strong>finir um ou mais <strong>sistemas</strong><br />
<strong>petrolíferos</strong>.
Arenitos<br />
Oil<br />
Areia<br />
Bolas argilosas<br />
Oil<br />
Argila<br />
Imagens cedidas por Partex Oil&Gas Services
Areias<br />
Arenito fi<strong>no</strong><br />
Areias<br />
Arenito grosseiro (com seixos)<br />
Conglo.<br />
Conglo.<br />
Argilas<br />
• Classificação Miall básica e <strong>de</strong>scrição das estruturas<br />
sedimentares observáveis.<br />
Imagens cedidas por Partex Oil&Gas Services
• Costa Silva, A., J.‐ Petróleo e Gás (apontamentos para as aulas),<br />
Edição Secção Folhas do IST, Lisboa, 2004<br />
• Barata Alves, F.; Salgado Gomes, J. –O Universo da Indústria<br />
Petrolífera (Da pesquisa à refinação), Fundação Calouste<br />
Gulbenkian, Lisboa, 2007<br />
• Galopim Carvalho, A., M. –Geologia Sedimentar Volume II –<br />
Sedimentologia, Âncora Editora, Lisboa 2005<br />
• Galopim Carvalho, A., M. –Geologia Sedimentar Volume III –<br />
Rochas sedimentares, Âncora Editora, Lisboa, 2006<br />
• Potter, PetitJohn –Atlas and glossary of primary sedimentary<br />
structures, Springer‐Verlag, Berlim, 1964