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BOLETIM FURB V1E1

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P Á G I N A 2<br />

V O L U M E 1 , E D I Ç Ã O 1<br />

O cenário econômico do<br />

Brasil tem sido objeto de várias<br />

projeções tanto de instituições<br />

nacionais (relatório Focus do<br />

Banco Central do Brasil), como<br />

de organismos internacionais<br />

(FMI e agências de classificação<br />

de risco). A preocupação com a<br />

economia brasileira se<br />

justifica por vários motivos.<br />

Primeiro, embora<br />

o Brasil seja ainda considerado<br />

como uma<br />

economia pequena, e<br />

com baixa influência na<br />

trajetória de cresci-<br />

“Para chamar a atenção do leitor, insira uma<br />

citação ou frase interessante do texto aqui.”<br />

mento mundial, o país<br />

constitui uma força<br />

econômica regional<br />

(América do Sul) com<br />

capacidade significativa<br />

para configurar os rumos<br />

do crescimento econômico<br />

da região. Segundo, o Brasil é<br />

um membro dos BRICS e das<br />

economias emergentes que cuja<br />

trajetória pode redirecionar<br />

os rumos das mudanças no âmbito<br />

dos países emergentes e<br />

em desenvolvimento, de modo<br />

geral. A vulnerabilidade externa<br />

da economia brasileira se<br />

manifesta a diferentes níveis.<br />

Primeiro, no nível externo, a<br />

balança de transações correntes<br />

do balanço de pagamentos<br />

Tal situação abre a perspectiva de<br />

uma pressão dupla sobre a<br />

economia brasileira: sobre a taxa de<br />

câmbio e a trajetória dos juros<br />

futuros. Ambos devem seguir<br />

registrando tendência de aumento<br />

de longo prazo.<br />

atingiu patamares bastante elevados,<br />

se aproximando de um<br />

déficit de mais de 4% com relação<br />

ao PIB. Tal nível do déficit é<br />

preocupante por, primeiro,<br />

aproximar-se dos níveis históricos<br />

quando o Brasil era considerado<br />

uma economia com elevado<br />

risco e classificado pelas<br />

agências internacionais como<br />

grau de especulação. Segundo,<br />

nos últimos anos, de acordo<br />

com as contas externas do país,<br />

os fluxos de Investimento Direto<br />

Externo se mostraram inferiores<br />

ao déficit nominal das<br />

transações correntes. Tal situação<br />

abre a perspectiva de uma<br />

pressão dupla sobre a economia<br />

brasileira: sobre a taxa de<br />

câmbio e a trajetória dos juros<br />

futuros. Ambos devem seguir<br />

registrando tendência de aumento<br />

de longo prazo. Isso, por<br />

sua vez, considerando o déficit<br />

crescente das contas fiscais,<br />

abre um espiral de aumento da<br />

dívida externa do país e trava<br />

as condições internas de crescimento<br />

econômico pelo viés do<br />

investimento da despesa<br />

agregada. Finalmente, a<br />

vulnerabilidade externa<br />

do Brasil deve se manifestar<br />

através de suas<br />

repercussões sobre as<br />

economias do Mercosul<br />

e da América do Sul, de<br />

modo geral. Brasil é um<br />

dos principais países de<br />

destino das exportações<br />

da Argentina, Uruguai e<br />

várias outras economias<br />

da região. A tendência<br />

crescente do déficit das contas<br />

externas abre uma perspectiva<br />

de desajustes cambiais, não alinhados<br />

com a trajetória de nossos<br />

parceiros regionais, o que<br />

poderá elevar a distorções do<br />

comércio regional e recuos<br />

substanciais na interação das<br />

economias da região. A vulnerabilidade<br />

poderá deixar de representar<br />

apenas a dimensão<br />

nacional, para se transformar<br />

num verdadeiro risco sistêmico<br />

regional.<br />

0,5%<br />

é o quanto crescerá a<br />

América Latina e o<br />

Caribe em 2015.<br />

22<br />

é o número de vezes que se multiplicou o<br />

número de comércio de mercadorias<br />

entre a China e a América Latina e Caribe<br />

no período 2000-2013<br />

16%<br />

decresceu o investimento direto<br />

externo para a América Latina e<br />

o Caribe em 2014.<br />

B O L E T I M I N F O R M A T I V O D E E C O N O M I A

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