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Webinar COVID-19 I e-book
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Webinar COVID-19 I e-book
Índice
Introdução 3
Perguntas respondidas 4
Virologia (Professor Doutor José Miguel Pereira): 4
• Qual é a sua opinião relativamente aos casos de "reativação" da doença? 4
• É possível identificar a sequência do genoma viral? Qual é o nível de perigosidade da
replicação do genoma do SARS-CoV-2 no organismo humano? É possível tratar os
pacientes por terapia génica? 4
• Existe alguma informação relativa ao tropismo viral para as ACE renais? 4
• Existem riscos associados a vacinas baseadas no mRNA? Quais são os potenciais riscos
associados a introduzir mRNA da proteína spike do SARS-CoV-2 no organismo humano? 5
• Porque é necessário realizar o teste de contraprova? 5
• Que dados existem sobre as possíveis mazelas a nível pulmonar após a recuperação do
vírus? 5
• O que se espera que aconteça para chegarmos à fase de recuperação? O que fará com
que as pessoas consigam voltar às suas vidas normais sem risco (não igual ao atual) de
ficar infetado por este vírus? 5
• A dificuldade de manipulação deste vírus em laboratório deve-se à sua instabilidade do
genoma ou apenas ao seu desconhecimento enquanto um grupo de vírus causadores
de uma infeção respiratória? 6
• Há possibilidade dos animais de estimação contraírem o vírus SARS-CoV-2? 6
• O professor afirmou que o vírus não é transmissível pela roupa nem pelos sapatos, no
entanto algumas fontes contrariam esta informação. Poderia esclarecer este equívoco? 6
Setor farmacêutico (Dr.ª Ema Paulino): 7
• As mutações já descobertas para o SARS-CoV-2 implicam que sejam pesquisados
fármacos específicos para cada estirpe? 7
• Existe algum tipo de terapêutica que reduza a exposição e contágio? 7
Outros links importantes 9
Sobre a LisbonPH 11
Quem somos? 11
Visão 11
Missão LisbonPH 11
Áreas de Atuação 12
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Webinar COVID-19 I e-book
Introdução
A COVID-19 é uma doença altamente infeciosa causada por um novo coronavírus, o
SARS-CoV-2, que provoca infeções respiratórias graves no ser humano e que, em
dezembro de 2019, desconhecido até então, despoletou um surto a partir de uma cidade
chinesa, Wuhan.
Já considerada uma pandemia mundial, a COVID-19 constitui a principal e mais
urgente preocupação da população mundial, atualmente. Portugal encontra-se em
Estado de Emergência desde dia 22 de março.
Para abordar a vertente científica e clínica do SARS-CoV-2, explorar o impacto que a
pandemia pode ter na sociedade portuguesa e discutir as melhores práticas para
atendimento e aconselhamento ao doente, a LisbonPH realizou, no passado dia 17 de
março, um webinar com este tema e que contou com a presença do Prof. Doutor José
Miguel Pereira, Coordenador das Unidades Curriculares de Virologia e Virologia Clínica
no Departamento de Microbiologia e Imunologia da FFUL, da Prof. Doutora Filipa Duarte-
Ramos, responsável pela Unidade Curricular de Saúde Pública na FFUL, e da Dra. Ema
Paulino, membro da Direção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos (OF) e da Direção da
Federação Internacional Farmacêutica (FIP).
No final do webinar, a LisbonPH percebeu que um elevado número de perguntas
que o público submetera não puderam ser respondidas, pelo que se comprometeu a
esclarecê-las posteriormente. Ao navegar por este e-book, poderá encontrar a resposta a
essas perguntas.
O Webinar COVID-19 pode ser revisto a qualquer momento. Para isso, basta aceder
https://www.youtube.com/webinarCOVID-19/LisbonPH. Mantenha-se informado!
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Webinar COVID-19 I e-book
Perguntas respondidas
Virologia (Professor Doutor José Miguel Pereira):
1. Qual é a sua opinião relativamente aos casos de "reativação" da doença?
Ainda não se sabe se este vírus é capaz de provocar uma infeção persistente com
eventuais reativações. Em princípio, tendo por base o que é observado com outros
coronavírus, a infeção será do tipo “aguda”: incubação-sintomatologia-convalescençacura.
2. É possível identificar a sequência do genoma viral? Qual é o nível de
perigosidade da replicação do genoma do SARS-CoV-2 no organismo humano? É
possível tratar os pacientes por terapia génica?
A sequência já é conhecida e é com base nesse conhecimento que os testes de
rastreio baseados em RT-PCR se fundamentam. Ele é patogénico e com um grau de
virulência alto, em particular em doentes mais idosos e/ou com patologias/morbilidades
(cardiovasculares, diabetes, cancro, patologias respiratórias, etc.). A terapia génica, neste
caso e neste momento, está demasiado longe para ser uma alternativa. A principal razão
deve-se a:
(i) o vírus fazer uma infeção de rápida evolução (não é como o HIV que está
anos/décadas a infetar o indivíduo antes de lhe provocar a morte);
(ii) a alternativa seria mudar a ligação do vírus ao receptor celular (ACE-2), no
entanto este recetor desempenha papéis fundamentais na regulação do sistema da
angiotensina, pelo que interferir a este nível iria causar toxicidades graves.
3. Existe alguma informação relativa ao tropismo viral para as ACE renais?
Como em qualquer caso, a expressão do recetor viral numa célula torna-a
suscetível à infeção por esse vírus.
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Webinar COVID-19 I e-book
4. Existem riscos associados a vacinas baseadas no mRNA? Quais são os
potenciais riscos associados a introduzir mRNA da proteína spike do SARS-CoV-2 no
organismo humano?
As vacinas usando mRNA da proteína que se pretende expressar, e para ela serem
criados anticorpos, é usada de uma forma experimental. Este vírus/vacina poderá ser
uma dessa experiências. De qualquer forma, o alvo dos anticorpos neutralizantes
induzidos pela vacina deverão ser específicos da proteína S, pois é esta que interage com
o recetor celular.
5. Porque é necessário realizar o teste de contraprova?
O teste é realizado porque o teste inicial não foi conclusivo por alguma razão. Este
teste só é realizado nesta situação.
6. Que dados existem sobre as possíveis mazelas a nível pulmonar após a
recuperação do vírus?
É demasiado cedo para se conseguir ter dados seguros sobre sequelas respiratórias
(ou outras) em consequência desta infeção. Com o aumento do número de casos de
infetados e posteriormente curados iremos perceber isso.
7. O que se espera que aconteça para chegarmos à fase de recuperação? O que
fará com que as pessoas consigam voltar às suas vidas normais sem risco (não
igual ao atual) de ficar infetado por este vírus?
É uma pergunta com uma resposta muito pouco clara. O que tem de acontecer para
se controlar uma pandemia como esta, passa por diminuir o R0 (mede a taxa de
transmissão) que, no presente, se situa a 2,6 e terá que passar para <1. Isto significa que
atualmente 1 indivíduo infetado transmite a infeção a 2,6 pessoas e terá que passar para
uma situação em que 1 infetado transmita a menos de 1. Isto consegue-se, a curto prazo,
com o isolamento e medidas que evitem o contágio e, a médio-longo prazo, com a
imunização massiva da população, em que uma percentagem >60% da mesma tenha
imunidade e, como tal, não seja infetável. Esta imunidade é difícil de ser atingida sem
uma vacina. Não creio que, tal como aconteceu com o SARS de 2003, este vírus
desapareça de circulação. É uma incógnita como evoluirá.
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Webinar COVID-19 I e-book
8. A dificuldade de manipulação deste vírus em laboratório deve-se à sua
instabilidade do genoma ou apenas ao seu desconhecimento enquanto um grupo
de vírus causadores de uma infeção respiratória?
Não percebo bem o que se pretende perguntar. A manipulação do vírus é feita e ele
é propagado em células de laboratório. Por outro lado o seu genoma é estável, embora,
como o de todos os vírus com genoma RNA, esteja sujeito a acumular mutações.
9. Há possibilidade dos animais de estimação contraírem o vírus SARS-CoV-2?
Até ao momento só tenho conhecimento de um cão que tinha nas suas secreções
RNA do SARS-CoV-2. Creio que era assintomático.
10. O professor afirmou que o vírus não é transmissível pela roupa nem pelos
sapatos, no entanto algumas fontes[https://tvi24.iol.pt/videos/sociedade/covid-19]
contrariam esta informação. Poderia esclarecer este equívoco?
É fundamental perceber o seguinte:
1- O vírus transmite-se por inalação de partículas virais presentes em aerossóis, criados
quando uma pessoa infetada tosse ou espirra, ou a partir de mãos e objetos
contaminados que são levados à boca-nariz-olhos;
2- O vírus é inativado por detergentes;
3- Os profissionais de saúde que lidam com doentes devem usar bata e vestuário de
proteção e esse equipamento não deve sair do local onde é usado (ou seja a bata não
serve para identificar o profissional de saúde, mas para proteger a roupa que traz por
baixo dessa bata);
4- Ao caminhar na rua, jardim, escadas, etc. a probabilidade de se “pisar” uma secreção
respiratória contendo vírus é imensamente baixa. Mas, mesmo que tal possa por ventura
acontecer, a infeciosidade do vírus é quase nula, pois ele está dependente de inúmeros
fatores que o inativam.
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Webinar COVID-19 I e-book
Dito isto:
‣ A probabilidade de as nossas roupas virem contaminadas ao chegar a casa é
praticamente nula a não ser que sejamos profissionais de saúde e tenhamos estado
expostos a pessoas infetadas que tossiram ou espirraram para cima de nós e em que a
bata não tenha sido suficiente para conter as secreções expelidas. Acho conveniente
neste contexto (e só neste) que haja uma roupa que só seja usada no local de trabalho
e que deva ser transportada para casa, para ser lavada, dentro de um saco de plástico;
‣ Da mesma forma que quando lavamos as mãos não o fazemos com água a 60ºC, a
temperatura da água de lavagem da roupa não necessita de estar a 60ºC, desde que
nessa água exista detergente. É este o agente que vai inativar o vírus;
‣ Mesmo assumindo que os sapatos vêm contaminados, qual a probabilidade de, a
partir deles, haver transmissão? Existe aerossol a partir das solas? Vamos tocar com os
sapatos na nossa boca-nariz-olhos? Se a resposta é “não” para ambos os casos, como
será possível haver contágio?
Setor farmacêutico (Dr.ª Ema Paulino):
1. As mutações já descobertas para o SARS-CoV-2 implicam que sejam
pesquisados fármacos específicos para cada estirpe?
No que concerne às vacinas, sim, estas terão de ter em conta as mutações. Tal como
na gripe, em que temos de nos vacinar todos os anos de acordo com os tipos de vírus
que estarão em circulação, também neste caso poderá haver esta necessidade. Quanto à
terapêutica/fármacos específicos, as mutações, em princípio, não terão influência.
2. Existe algum tipo de terapêutica que reduza a exposição e contágio?
Neste momento não existem terapêuticas aprovadas, mas existem várias em fase
de análise. Aqui estão as informações mais recentes sobre as terapêuticas que se
encontram em avaliação pela OMS:https://www.sciencemag.org/news/2020/03/wholaunches-global-megatrial-four-most-promising-coronavirus-treatments.Também
aqui se
encontra informação:https://www.aemps.gob.es/la-aemps/ultima-informacion-de-laaemps-acerca-del-covid.
Contudo, é muito importante referir que há desenvolvimentos
diários sobre as alternativas terapêuticas. Os seguintes jornais conferem acesso aos
artigos de forma livre, todos os dias:
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Webinar COVID-19 I e-book
NEJM: https://www.nejm.org/coronavirus
BMJ:bmj.com/coronavirus
Lancet: https://www.thelancet.com/coronavirus
JAMA: https://jamanetwork.com/journals/jama/pages/coronavirus-alert
UpToDate: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19
Ebsco (incluindo o DynaMed): https://covid-19.ebscomedical.com
Cochrane:https://www.cochrane.org/special-collection-coronavirus-covid-19-evidencerelevant-critical-care
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Webinar COVID-19 I e-book
Outros links importantes
Deixamos-lhe uma série de ligações com informação e atualizações diárias
importantes, onde pode saber mais sobre o COVID-19 e manter-se a par de tudo o que
acontece e é decidido.
1. Website do Ministério da Saúde: https://covid19.min-saude.pt/
2. Separador do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24):
https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/covid-19/#sec-0
3. Mapa Epidemiológico de Portugal, atualizado pela Associação Nacional dos
Médicos de Saúde Pública (ANMSP):
https://www.anmsp.pt/covid19?fbclid=IwAR0v56hAG3uaTKZSgV-
A3p1YXWZVAgUnaBqMFa8hfX0ECyFpKo8yWASS280
4. Website criado pela VOST Portugal - Associação de Voluntários Digitais em
Situações de Emergência, que informa sobre as medidas adotadas e aprovadas pelo
governo, legislações e que contém uma lista de contactos importantes de diversos
serviços: https://covid19estamoson.gov.pt/
5. Toda a informação sobre o COVID-19, pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
6. Relatórios da situação, pela OMS:
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/situation-reports
7. Um mapa da OMS em constante atualização, com dados epidemiológicos a nível
mundial:
https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd
8. Separador com acesso a Q&A, webinars e infográficos, do Centro Europeu para a
Prevenção e Controlo da Doença (ECDC): https://www.ecdc.europa.eu/en/novelcoronavirus/facts
9. Separador sobre mitos e equívocos sobre o COVID-19:
https://informationisbeautiful.net/visualizations/coronavirus-myths-mythconceptions/
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Webinar COVID-19 I e-book
10. Um guia de autocuidados e bem-estar para os profissionais de saúde,
da Direção-Geral de Saúde (DGS): https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/guiade-autocuidado-e-bem-estar-dos-profissionais-de-saude-durante-a-pandemia-pdf.aspx
11. A Strategic Intelligence é uma plataforma criada pelo Economic World Forum e
desenvolveu um programa que mostra os últimos artigos, vídeos e publicações sobre o
efeito do COVID-19 nos vários setores:
https://intelligence.weforum.org/topics/a1G0X000006O6EHUA0?tab=publications
(Nota: é necessário criar uma conta - gratuita).
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Sobre a LisbonPH
Quem somos?
A LisbonPH, Júnior Empresa da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, é
uma associação sem fins lucrativos, fundada por um grupo de estudantes
empreendedores, dinâmicos e com vontade de acrescentar valor à sua formação,
organizando eventos e formações para profissionais de Saúde.
Visão
A LisbonPH atua no setor da Saúde tendo como principal visão o
“desenvolvimento do Profissional de Saúde do futuro, empreendedor, criativo e
multidisciplinar”, realizando para tal eventos chave e atuais nas temáticas da Saúde e
empreendedorismo, quer presenciais, quer online.
Missão LisbonPH
• Promoção e apoio ao empreendedorismo na área da Saúde e em toda a comunidade
da FFUL;
• Promoção da FFUL:
o Promoção e apoio à investigação científica;
o Aproximação da comunidade estudantil ao tecido empresarial.
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Áreas de Atuação
LisbonPH Events: Comprometemo-nos a organizar, gerir e promover
eventos de cariz científico direcionados a profissionais de Saúde,
dispondo de todos os recursos necessários para uma execução de
excelência do serviço prestado;
LisbonPH e-Learning: Disponibilizamos formações interativas online
especializadas para profissionais de Saúde e creditadas pela Ordem dos
Farmacêuticos acessíveis a todos os interessados, estabelecendo-monos
como uma alternativa de qualidade e low-cost comparativamente
com as formações existentes no mercado;
LisbonPH Consulting & Logistics: Fornecemos consultoria na área da
Saúde através de um acompanhamento personalizado ao cliente,
direcionado para necessidades logísticas, formativas, de design e
marketing para Farmácias.
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