21.12.2023 Views

TIC02

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2023<br />

IT LEADERS<br />

YEARBOOK


E | D | I | T | O | R | I | A | L<br />

A Inteligência Artificial Generativa<br />

não é uma moda<br />

A segunda edição do Anuário de Tecnologia, distribuído com a revista Executive Digest, é dedicada a uma<br />

verdadeira revolução tecnológica que está a moldar o nosso futuro. Vivemos numa era em que a Inteligência<br />

Artificial (IA) se destaca como uma força transformadora em diversos sectores, e a Inteligência Artificial<br />

Generativa (IAG) emerge como protagonista nesse cenário. O fenómeno ChatGPT oferece-nos o primeiro<br />

ponto de viragem real na adopção pública da IA, mostrando ao mundo o potencial transformador da generative<br />

AI.<br />

Enquanto os modelos anteriores eram restritos a tarefas específicas, a IAG é versátil, capaz de criar em domínios<br />

diversos, desde a geração de texto até a produção visual. Essa amplitude de aplicação torna-a uma ferramenta<br />

valiosa em diversas áreas, da arte à medicina, impulsionando a inovação e a critividade de maneiras<br />

inimagináveis. No entanto, não podemos ignorar os desafios éticos que a IAG apresenta. O uso responsável<br />

e transparente dessas tecnologias é imperativo e exige uma regulamentação cuidadosa e uma reflexão ética<br />

constante para garantir um impacto positivo na sociedade. Assim, ao longo das próximas páginas poderá ler<br />

conteúdos exclusivos, extensos e aprofundados, tais como análises, reportagens e entrevistas sobre este tema,<br />

mas também Cibersegurança, atração e retenção nas tecnológicas e Sustentabilidade.<br />

Esta publicação é dirigida aos profissionais das Tecnologias da Informação, nomeadamente CIO e CTO, que<br />

pretendem criar valor nas suas organizações através da aposta nas novas tecnologias e plataformas digitais.<br />

Para que uma empresa se mantenha relevante no mercado, é fundamental uma abordagem holística, que por<br />

vezes assenta não só numa tecnologia, mas numa combinação de várias, permitindo ultrapassar as limitações<br />

naturais próprias de cada uma.<br />

Este Anuário é composto por duas partes: na primeira fazemos uma análise sobre os grandes temas e temos<br />

um Fórum com a opinião de alguns dos principais líderes do sector. Na segunda parte apresentamos um<br />

directório das instituições que operam em Portugal, com fichas individuais e uma listagem geral, de maneira<br />

que os nossos leitores fiquem a conhecer as principais instituições e respectivos responsáveis das Tecnologias<br />

de Informação em Portugal.<br />

António Sarmento,<br />

jornalista<br />

// FICHA TÉCNICA<br />

DIRECTOR Ricardo Florêncio (ricardo.florencio@executivedigest.pt) • REDAÇÃO António Sarmento (antonio.sarmento@multipublicacoes.pt)<br />

• ARTE Sofia Marques • IMAGENS Getty Image • COMERCIAL E PUBLICIDADE (publicidade@multipublicacoes.pt) • MARKETING E COMUNICAÇÃO<br />

(marketing@multipublicacoes.pt) • PERIODICIDADE Anual • TIRAGEM MÉDIA 17.000 exemplares • PROPRIEDADE | SEDE | EDITOR Multipublicações,<br />

LDA, Rua Cidade de Rabat, nº 41B, 1500-159 Lisboa, NIPC: 506 012 905, CRCL: 11061 • IMPRESSÃO E ACABAMENTO Lidergraf - Sustainable Printing,<br />

Rua do Galhano, nº 15, 4480-089 Vila do Conde<br />

Anuário distribuido gratuitamente com a Executive Digest Dezembro 2023


Í | N | D | I | C | E<br />

// 06 ANÁLISE<br />

Os desafios e as oportunidades<br />

da IA generativa<br />

Em 2024, o cenário tecnológico promete<br />

ser empolgante, com uma série de<br />

desafios e oportunidades no campo de<br />

dados e IA generativa.<br />

// 10 ENTREVISTA<br />

«IA e Chat GPT impulsionam<br />

a inovação empresarial»<br />

As empresas estão a reconhecer o seu<br />

potencial para melhorar a eficiência,<br />

reduzir custos e criar experiências mais<br />

personalizadas para os clientes<br />

// 14 ENTREVISTA<br />

«A inovação é um pilar central<br />

da competitividade das<br />

empresas»<br />

Os últimos anos têm sido marcados por<br />

uma conjuntura adversa, onde se criou<br />

uma tempestade perfeita que se arrastou<br />

desde a pandemia de Covid-19 até ao actual<br />

contexto geopolítico adverso e à crise<br />

inflacionária e económica<br />

// 18 SUSTENTABILIDADE<br />

Como a tecnologia pode moldar<br />

um futuro mais verde<br />

A tecnologia tem-se assumido como<br />

um agente primordial no âmbito da<br />

sustentabilidade, tornando-se uma aliada<br />

fundamental para as organizações que<br />

procuram cumprir com as metas ambientais.<br />

4 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


Í | N | D | I | C | E<br />

// 24 ENTREVISTA<br />

«Gestão de risco<br />

tecnológico é componente<br />

crítico para garantir a<br />

segurança dos negócios»<br />

Nesta entrevista à Executive<br />

Digest, Eduardo Cruz, docente do<br />

ISEC Lisboa (Instituto Superior de<br />

Educação e Ciências de Lisboa),<br />

e coordenador do núcleo de<br />

apoio à informática, sublinha a<br />

importância de uma estratégica de<br />

cibersegurança.<br />

// 28 FORMAÇÃO<br />

Talento: o verdadeiro<br />

desafio<br />

do sector tecnológico<br />

Num mundo cada vez mais<br />

impulsionado pela inovação e<br />

tecnologia, a procura por talentos<br />

no sector tecnológico tornou-se<br />

não apenas uma necessidade,<br />

mas uma verdadeira corrida<br />

para encontrar o melhor talento<br />

e fazer crescer as organizações.<br />

.<br />

53<br />

DIRETÓRIO<br />

Portugal na linha da frente da transição<br />

tecnológica<br />

Vivemos num mercado global, com consumidores que exigem<br />

1<br />

2<br />

33<br />

uma resposta única, direcionada e imediata.<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

Quais os principais desafios<br />

e oportunidades que espera<br />

encontrar no seu setor<br />

em 2024?<br />

Na sua opinião, quais as<br />

principais tendências<br />

tecnológicas para o<br />

próximo ano?<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

5


A | N | Á | L | I | S | E<br />

OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DA<br />

IA GENERATIVA<br />

Em 2024, o cenário tecnológico<br />

promete ser empolgante,<br />

com uma série de desafios e<br />

oportunidades no campo de<br />

dados e IA generativa.<br />

por António Sarmento


A | N | Á | L | I | S | E<br />

IA generativa permite às empresas, e de forma automática, a criação<br />

de vários conteúdos, quer sejam áudio, vídeo, texto ou imagem, e<br />

A<br />

com isso decerto muito do trabalho poderá ser executado pelas máquinas.<br />

Automatizar processos com ganhos de eficiência é algo que é potenciado<br />

por esta tecnologia. «No entanto, a grande oportunidade para<br />

as empresas e para os governos está no “aumentar” das capacidades da criatividade<br />

humana. A tecnologia irá permitir ao homem gerar e identificar ideias inovadoras.<br />

A grande oportunidade será assim ao nível da inovação potenciada por esta tecnologia,<br />

que irá permitir às organizações tornarem-se mais competitivas, promovendo<br />

o “divergent thinking”, ultrapassando os enviesamentos dos “especialistas” (algo que<br />

ocorre com frequência nos processos de inovação), apoiando na identificação e avaliação<br />

de ideias inovadoras, suportando o refinar da ideia, e permitir a colaboração e<br />

a participação de todos os colaboradores, utilizadores, clientes, especialistas, em geral<br />

stakeholders no processo criativo. Além do ChatGPT, recomendamos a utilização<br />

de plataformas como a Midjourney e a Stable Diffusion, , a fim de entender melhor<br />

o “mundo” que está a emergir», explica Marco Vidal, partner da Nimble à Executive<br />

Digest.<br />

A grande oportunidade para as empresas e para os governos está nos processos criativos<br />

e de inovação. A tecnologia de IA, conjuntamente com o homem, vai permitir às<br />

empresas gerar mais produtos e serviços verdadeiramente inovadores, com a participação<br />

de todos os stakeholders. «Podemos concluir que a criatividade humana não<br />

tem limites. No entanto, a capacidade de exprimir ideias de forma escrita ou visual<br />

restringe um vasto número de humanos de participar nos processos criativos/inovação.<br />

A tecnologia de IA generativa irá remover esta barreira para os humanos com<br />

dificuldade em exprimir as suas ideias. Eric von Hippel do MIT “lançou” o conceito<br />

“democratização da inovação” entre 1970 e 1980, e acreditamos que estamos perante<br />

uma tecnologia que em parte permite executar esta visão. Desta forma, é necessário<br />

promover e criar as condições para a utilização desta tecnologia e ao fazê-lo, ter em<br />

conta todos os stakeholders (envolver, por exemplo, os clientes nos processos de criação/inovação).<br />

Na Nimble estamos a colaborar com várias organizações ao nível da<br />

automatização de processos utilizando tecnologia de IA. Realçamos, no entanto, um<br />

projeto no qual estamos a participar, para uma empresas do fundo de VC Berkeley<br />

Skydeck, um dos maiores fundos de venture capital Pre Seed/Seed. O nosso objetivo<br />

é gerar, com base nesta tecnologia, a prescrição médica mais adequada ao utente,<br />

considerando o seu caso específico e caraterísticas (ADN, entre outras)», acrescenta<br />

o responsável.<br />

A qualificação é claramente o desafio porque o potencial desta tecnologia ainda<br />

é difícil de entender. Qualificar, experimentar, aprender, errar, voltar a experimentar,<br />

começar a utilizar, é crítico. Existem desafios mais técnicos, por exemplo à volta<br />

do tratamento, qualidade e segurança dos dados, e existem também outros relacionados<br />

com a ética e uma utilização responsável deste tipo de tecnologias. Sobre os<br />

principais perigos que a IA pode representar,<br />

Marco Vidal sublinha: «A utilização<br />

com impactos negativos ao nível<br />

social e económico, é necessário educar<br />

para uma utilização responsável e ética.<br />

O crescimento da IA Generativa de<br />

tal forma exponencial que seja incontrolável<br />

– tentar apostar na regulação.<br />

O funcionamento da sociedade demasiado<br />

dependente de IA, que apesar da<br />

criatividade humana não ter limites,<br />

não sabemos bem os impactos que<br />

tudo isto terá a partir do momento em<br />

que criatividade será Humano + máquina.<br />

E também, os fortes impactos<br />

sociais devido a redução drástica do<br />

emprego».<br />

Eficiência e Recursos<br />

Angelo Tonin, Country Manager da<br />

FCamara Europe, diz que é importante<br />

referir que inteligência artificial<br />

e ChatGPT são coisas diferentes: «O<br />

ChatGPT é uma ferramenta baseada<br />

em inteligência artificial generativa, ou<br />

seja, que é capaz de elaborar respostas<br />

a partir de perguntas colocadas pelo<br />

utilizador. O Copilot da Microsoft, por<br />

exemplo, é baseado no motor do ChatGPT<br />

e ajuda, no Word, a criar documentos<br />

automaticamente em linguagem<br />

natural. Na FCamara já fizemos,<br />

centenas de projetos para atendimento<br />

ao cliente com recurso ao ChatGPT<br />

– e é uma ferramenta poderosa para,<br />

por exemplo num contexto de ecommerce,<br />

ajudar o cliente a comprar,<br />

evitando que este abandone o cesto de<br />

compras».<br />

Mas existem uma série outras<br />

aplicações para a inteligência artificial.<br />

Seja na área da infraestrutura de<br />

tecnologia, para monitorizações de<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 7


A | N | Á | L | I | S | E<br />

segurança em larga escala, seja<br />

em matéria de visualização de<br />

dados, em que a IA ajuda a dar insights/potenciais<br />

interpretações aos dados<br />

apresentados, ou mesmo para a tomada<br />

de decisões a partir da recolha de<br />

dados em sensores num contexto de<br />

Indústria 4.0. Segundo este especialista,<br />

a grande mais-valia da IA como<br />

um todo é ajudar as organizações a<br />

executar os seus processos repetitivos<br />

com menos intervenção humana, habilitá-las<br />

a analisar e responder mais<br />

rápido às mudanças internas e externas<br />

às organizações e, em última análise,<br />

despoletar novas oportunidades de<br />

resultados por meio de novas receitas<br />

(novos produtos e ofertas) ou menos<br />

gastos operacionais.<br />

Entre as grandes oportunidades<br />

para as empresas, Angelo Tonin divide<br />

em três grandes pilares: maior eficiência,<br />

melhoria na tomada de decisão,<br />

criação de novos produtos e serviços.<br />

Ao mesmo tempo que é importante<br />

perceber que há um conjunto alargado<br />

de possibilidades e oportunidades<br />

que se podem abrir com o uso da IA,<br />

ao mesmo tempo pouco disso será funcional<br />

se a empresa não tiver massas de<br />

dados que possam ser utilizados.<br />

«Costuma se dizer que os dados<br />

são o novo petróleo. E a analogia é<br />

oportuna: os dados são mesmo riqueza<br />

em potencial. Mas se eles estiverem<br />

só armazenados num banco de dados,<br />

não valem de nada. O desafio é colocar<br />

estes dados para fora do ambiente<br />

tecnológico e transformá-los em<br />

conhecimento. É a ação das pessoas,<br />

através da implementação de projetos,<br />

que torna as empresas mais competitivas.<br />

Neste contexto, há um TPC aqui:<br />

é preciso assegurar que os dados estão<br />

disponíveis para colocar as diferentes<br />

ferramentas de IA para utilizá-los e, aí<br />

sim, gerar real valor para os clientes, os<br />

colaboradores, os acionistas, a sociedade<br />

e, por consequência, para a própria<br />

empresa», afirma.<br />

A qualificação dos trabalhadores é<br />

um dos principais desafios. Seja numa<br />

dimensão de aculturamento tecnológico,<br />

seja numa dimensão de “mindset” –<br />

é preciso “abrir a cabeça” para explorar<br />

as possibilidades sabendo que algumas<br />

iniciativas vão resultar e outras não.<br />

«É preciso acabar com a cultura<br />

de temer o erro. Quando parte de um<br />

processo de inovação e desde que dele<br />

se extraiam lições e aprendizados, o<br />

erro não só é bem-vindo como deve ser<br />

apreciado, não condenado. Se alguma<br />

coisa é nova, é porque ninguém ainda<br />

a tentou fazer.<br />

Desta forma, é fundamental que<br />

as empresas consigam garantir que<br />

os seus funcionários tenham as competências<br />

necessárias para pensar a<br />

adoção destas tecnologias de forma<br />

eficaz. E que os gestores, desde alta administração<br />

até a gerência de linha direta,<br />

também apoiem e suportem suas<br />

equipas na experimentação da adoção<br />

A GRANDE<br />

OPORTUNIDADE<br />

SERÁ ASSIM AO<br />

NÍVEL DA INOVAÇÃO<br />

POTENCIADA POR<br />

ESTA TECNOLOGIA,<br />

QUE IRÁ PERMITIR<br />

ÀS ORGANIZAÇÕES<br />

TORNAREM-SE MAIS<br />

COMPETITIVAS,<br />

EXPLICA MARCO<br />

VIDAL, PARTNER DA<br />

NIMBLE<br />

8 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


A | N | Á | L | I | S | E<br />

destas tecnologias».<br />

Sobre os riscos e perigos, o responsável<br />

considera que questões como a<br />

ética e privacidade, são provavelmente<br />

as maiores zonas de perigo na adoção<br />

da IA. «Empresas muito relevantes<br />

cessaram, por ora, o uso desta ferramenta,<br />

até que possam refletir e ajustar<br />

suas políticas de privacidade e de<br />

dados a fim de evitar vazamentos não<br />

intencionais de dados e propriedade<br />

intelectual. Também há uma questão<br />

de responsabilidade social. Há aqui<br />

que se observar a adoção da inteligência<br />

artificial não apenas numa lógica<br />

extrativista – de redução de custos e<br />

postos de trabalho. É expectável que<br />

algumas posições que existam hoje sejam<br />

substituídas por gémeos digitais<br />

– veja, por exemplo, o caso dos metros<br />

autónomos em Seul e São Paulo, ou a<br />

pesquisa intensiva em viaturas driverless.<br />

Sendo assim, é recomendável que<br />

os empreendedores e executivos vejam<br />

na adoção da IA uma forma de abrir<br />

novas avenidas de crescimento e expansão<br />

dos seus negócios – potenciar o<br />

crescimento ao invés de apenas pensar<br />

em reduzir custos».<br />

O que temos visto no mercado é<br />

que as empresas que tem retirado potencial<br />

do ChatGPT têm utilizado a inteligência<br />

artificial (IA) generativa em<br />

processos de negócio de relacionamento<br />

com o cliente. Por exemplo, o Chat<br />

Boot Helena, o primeiro chat boot<br />

transacional que foi desenvolvido para<br />

os CTT e criado pela Singularity. «Com<br />

base na nossa visão acreditamos que ao<br />

incorporar a IA de maneira estratégica<br />

e ética, as empresas podem otimizar<br />

operações, melhorar a experiência do<br />

cliente e tomar decisões mais informadas,<br />

tornando-se mais competitivas no<br />

mercado em constante evolução», diz<br />

Pedro Martins, CEO Singularity part<br />

of Devoteam.<br />

Em 2024, o cenário tecnológico<br />

promete ser empolgante, com uma<br />

série de desafios e oportunidades no<br />

campo de dados e IA generativa. «Enquanto<br />

2023 serviu como um ano de<br />

teste para a tecnologia IA Generativa,<br />

2024 vai marcar o início da sua implementação<br />

em processos de negócios setoriais,<br />

com uma taxa de crescimento<br />

anual expectável de cerca de 30%. A<br />

crescente relevância do IA Generativa<br />

é inegável, uma vez que estes modelos<br />

têm a capacidade de atuar sobre a informação<br />

que as empresas produzem.<br />

Isto coloca um destaque ainda maior<br />

na qualidade dos dados, e os investimentos<br />

dos clientes serão direcionados<br />

para garantir a excelência nessa área.<br />

Assim, de acordo com a nossa visão:<br />

oportunidade de continuar e reforçar o<br />

investimento de clientes na qualidade<br />

da informação\dados, na era de IA Generativa.<br />

Os dados têm mais importância,<br />

uma vez que estes modelos atuam<br />

sobre a informação que as empresas<br />

produzem».<br />

É essencial aumentar a qualificação<br />

dos trabalhadores, considera Pedro<br />

Martins. «Acreditamos que, primeiramente,<br />

todos os colaboradores das empresas,<br />

não somente a direção de sistemas<br />

de informação, falem todos esta<br />

nova linguagem. É uma tecnologia que<br />

é direcionada para o negócio, e o negócio<br />

beneficia com a inserção da IA Generativa<br />

nos processos. A mudança de<br />

“mindset” é imperativa para que os benefícios<br />

sejam entregues de forma mais<br />

efetiva. Dizendo isto, existem novas<br />

profissões que aparecem nomeadamente,<br />

Engenharia de “prompt”. Encontrar<br />

recursos disponíveis no mercado<br />

para trabalhar em IA Generativa e<br />

em Engenharia de “Prompt” é provavelmente<br />

um dos maiores desafios. A<br />

necessidade de especialistas nesta área<br />

está a crescer exponencialmente, tornando<br />

a aquisição de talentos uma tarefa<br />

desafiadora. O nosso Centro de<br />

Competências em OpenAI, lançado em<br />

fevereiro de 2023, tem também o objetivo<br />

de formar engenheiros de<br />

prompt», destaca.<br />

PERIGOS<br />

A IA tem o potencial de trazer benefícios<br />

significativos para a sociedade, mas<br />

também apresenta desafios e preocupações.<br />

Na opinião de Pedro Martins, CEO<br />

Singularity part of Devoteam , os maiores<br />

perigos que a IA pode representar são:<br />

Falta de ética na utilização dos sistemas<br />

de IA, que pode criar vulnerabilidades<br />

para pessoas e bens. Uma das<br />

maiores preocupações são as fake news<br />

e fake pictures, que vão estar muito<br />

mais sofisticados, por exemplo, uma das<br />

maiores preocupações é a utilização de<br />

IA generativa na criação de fake videos<br />

para as eleições norte-americanas do<br />

próximo ano.<br />

Privacidade: A recolha massiva de dados<br />

necessária para treinar modelos de<br />

IA quando não anonimizados podem ter<br />

implicações naquilo que é a nossa informação<br />

confidencial e privada. No mercado<br />

empresarial já existem soluções que<br />

garantem esta confidencialidade e não<br />

utilização da informação para treino dos<br />

modelos.<br />

Viés dos dados utlizados: a representatividade<br />

de dados na IA requer esforços<br />

conscientes para mitigar vieses adotando<br />

regulamentações éticas, diminuindo<br />

resultados enviesados ou, mesmo, manipulados.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

9


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

«IA E CHAT GPT IMPULSIONAM<br />

A INOVAÇÃO EMPRESARIAL»<br />

As empresas estão a reconhecer o seu<br />

potencial para melhorar a eficiência,<br />

reduzir custos e criar experiências mais<br />

personalizadas para os clientes<br />

por António Sarmento<br />

E<br />

ste fenómeno de democratização destas ferramentas,<br />

associado à crescente competição e à<br />

necessidade de inovação estão a impulsionar a<br />

adoção generalizada da IA. Em entrevista à Executive<br />

Digest, Rogério Canhoto, Coordenador da Pós-<br />

-graduação de Marketing Digital do Iscte Executive Education,<br />

explica os principais desafios e oportunidades das empresas para<br />

o futuro.<br />

Como devem as empresas utilizar a inteligência artificial e o<br />

Chat GPT para serem mais competitivas no mercado?<br />

As empresas podem utilizar a inteligência artificial (IA) e, em especial,<br />

a IA Generativa como o Chat GPT, de várias formas para<br />

ganharem vantagem competitiva. Em primeiro lugar, a IA pode<br />

ser usada para automatizar tarefas repetitivas, permitindo que os<br />

colaboradores se concentrem em tarefas de maior valor. Por outro<br />

lado, o Chat GPT pode melhorar a interação com os clientes,<br />

fornecendo respostas rápidas e personalizadas, o que aumenta a<br />

satisfação do cliente. Também é possível usar a IA para análise de<br />

dados avançada, permitindo uma tomada de decisão mais informada<br />

e estratégica. Em resumo, a IA e o Chat GPT são ferramentas<br />

valiosas para otimizar processos, melhorar o atendimento ao<br />

cliente e impulsionar a inovação empresarial.<br />

Apesar de estar a ganhar relevância, nada disto é novo. Então<br />

porque é que agora é tão relevante?<br />

Embora a IA não seja uma tecnologia nova, a sua relevância atual<br />

deve-se à convergência de vários fatores.<br />

A disponibilidade de grandes<br />

volumes de dados, o aumento da<br />

capacidade computacional e o desenvolvimento<br />

de algoritmos mais<br />

avançados tornaram a IA muito mais<br />

poderosa. Em paralelo, as empresas<br />

estão a reconhecer o seu potencial<br />

para melhorar a eficiência, reduzir<br />

custos e criar experiências mais personalizadas<br />

para os clientes. Este<br />

fenómeno de democratização destas<br />

ferramentas, associado à crescente<br />

competição e à necessidade de inovação<br />

estão a impulsionar a adoção<br />

generalizada da IA.<br />

No futuro, qual o impacto da IA no<br />

nosso dia-a-dia, nos empregos...?<br />

A IA terá um impacto significativo<br />

no nosso dia-a-dia e no mercado de<br />

trabalho, em duas vertentes, produtividade<br />

e inteligência. Veremos uma<br />

automação crescente de tarefas rotineiras,<br />

o que libertará as pessoas para<br />

trabalhos mais criativos e estratégicos.<br />

A IA irá também transformar setores<br />

inteiros, como o sector da saúde,<br />

dos serviços e da educação. No entanto,<br />

é importante destacar que a colaboração<br />

entre humanos e máquinas<br />

será fundamental. Os empregos vão<br />

evoluir à medida que as pessoas trabalhem<br />

lado a lado com a IA, aproveitando<br />

a sua capacidade de análise de<br />

dados e aprendizagem. Sou defensor<br />

da utilização da IA para amplificar a<br />

capacidade produtiva dos colaboradores,<br />

e não para os substituir.<br />

10 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

Quais as principais oportunidades<br />

para as empresas?<br />

As principais oportunidades para as<br />

empresas na era da IA incluem a melhoria<br />

da eficiência operacional, o aumento<br />

da personalização dos produtos<br />

e serviços para os clientes, a criação de<br />

novos modelos de negócios e a capacidade<br />

de tomar decisões mais informadas<br />

e estratégicas com base em análises<br />

avançadas de dados, que as próprias<br />

empresas já detêm. Assistimos agora<br />

ao surgimento de uma nova geração de<br />

software de gestão para empresas com<br />

integração de Inteligência Artificial<br />

Generativa. Imaginem uma assistente<br />

que vos sistematiza a informação mais<br />

relevante, que vos alerta para situações<br />

que necessitam de actuação da vossa<br />

parte, que vos liberta de tarefas repetitivas<br />

e aborrecidas. Estamos ainda nos<br />

primórdios desta disrupção tecnológica,<br />

pelo que existe muito potencial por<br />

explorar.<br />

A qualificação dos trabalhadores é o<br />

principal desafio?<br />

Sim, a qualificação dos trabalhadores<br />

é um dos principais desafios associados<br />

à IA. À medida que a automação<br />

avança, será crucial que os trabalhadores<br />

adquiram competências relevantes<br />

em áreas tão simples como a famosa<br />

“prompt engineering” que irá permitir<br />

extrair o máximo potencial das ferramentas<br />

de IA generativa, mas também<br />

de componentes mais estruturais como<br />

a ciência de dados, programação e gestão<br />

de projetos de IA. As empresas vão<br />

ASSISTIMOS AGORA AO<br />

SURGIMENTO DE UMA<br />

NOVA GERAÇÃO DE<br />

SOFTWARE DE GESTÃO<br />

PARA EMPRESAS<br />

COM INTEGRAÇÃO<br />

DE INTELIGÊNCIA<br />

ARTIFICIAL GENERATIVA<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

11


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

desempenhar um papel importante<br />

ao investir na formação<br />

e desenvolvimento dos seus colaboradores<br />

actuais para se adaptarem<br />

às mudanças provocadas pela IA.<br />

Na sua opinião, quais os maiores<br />

perigos que a IA pode representar?<br />

Os maiores perigos de utilizçaão de<br />

IA no nosso dia-a-dia empresarial,<br />

incluem questões de privacidade de<br />

dados, discriminação algorítmica<br />

(bias), dependência excessiva de máquinas<br />

e algoritmos e a possibilidade<br />

de desigualdades crescentes, se não<br />

forem implementadas de forma justa,<br />

equitativa e regulada, um tema<br />

tão na ordem do dia. Também existe<br />

a preocupação de que a IA possa<br />

ser mal utilizada para fins nefastos,<br />

como a disseminação de desinformação<br />

ou ciberataques. Portanto, é<br />

fundamental uma regulamentação<br />

adequada e uma supervisão ética.<br />

Na sua opinião e atendendo às<br />

questões relacionadas com o mundo<br />

digital considera que a privacidade<br />

será um bem escasso?<br />

A privacidade é uma preocupação<br />

legítima no mundo digital, especialmente<br />

à medida que a IA e a recolha<br />

de dados se tornam mais difundidas.<br />

No entanto, a privacidade não precisa<br />

ser um bem escasso. É possível<br />

equilibrar a utilização da IA com a<br />

proteção da privacidade através de<br />

regulamentações adequadas, tecnologias<br />

de anonimização de dados e<br />

práticas transparentes de gestão de<br />

dados. A proteção da privacidade<br />

deve ser uma prioridade tanto para<br />

as empresas como para os governos<br />

e reguladores.<br />

O que é a inteligência artificial e<br />

qual é a sua relação com a inteligência<br />

humana?<br />

A inteligência artificial é um campo<br />

da ciência da computação que se<br />

concentra em criar sistemas e máquinas<br />

capazes de realizar tarefas que<br />

normalmente exigiriam inteligência<br />

humana, como aprendizagem, raciocínio<br />

e resolução de problemas. A<br />

relação com a inteligência humana é<br />

que a IA procura replicar alguns aspetos<br />

do pensamento humano, mas<br />

não é uma substituição completa.<br />

A IA é complementar à inteligência<br />

humana, fornecendo capacidades de<br />

análise de dados e automação, mas<br />

não possui compreensão, emoções<br />

ou intuição como os seres humanos.<br />

Podemos olhar para a tecnologia<br />

como a solução para um futuro<br />

mais sustentável?<br />

A tecnologia, incluindo a IA, pode<br />

desempenhar um papel importante<br />

na busca de um futuro mais sustentável.<br />

Ela pode ser aplicada para<br />

12 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

A TECNOLOGIA,<br />

INCLUINDO<br />

A IA, PODE<br />

DESEMPENHAR UM<br />

PAPEL IMPORTANTE<br />

NA BUSCA DE UM<br />

FUTURO MAIS<br />

SUSTENTÁVEL. ELA<br />

PODE SER APLICADA<br />

PARA OTIMIZAR O<br />

USO DE RECURSOS,<br />

MELHORAR<br />

A EFICIÊNCIA<br />

ENERGÉTICA,<br />

PREVER E MITIGAR<br />

IMPACTOS<br />

AMBIENTAIS<br />

E PROMOVER<br />

PRÁTICAS<br />

SUSTENTÁVEIS EM<br />

VÁRIOS SETORES<br />

otimizar o uso de recursos, melhorar<br />

a eficiência energética, prever e mitigar<br />

impactos ambientais e promover<br />

práticas sustentáveis em vários<br />

setores. No entanto, é importante<br />

lembrar que a tecnologia, por si só,<br />

não é a solução completa. É necessário<br />

um compromisso global e esforços<br />

coordenados para abordar os<br />

desafios ambientais que se colocam<br />

actualmente.<br />

Concorda com quem diz que nunca<br />

estivemos tão ligados, mas ao mesmo<br />

tempo tão sozinhos?<br />

A afirmação reflete uma realidade<br />

contemporânea interessante. A tecnologia,<br />

incluindo as redes sociais e<br />

a comunicação digital, conectou as<br />

pessoas de forma nunca dantes vista,<br />

permitindo-nos estar em contacto<br />

constante uns com os outros. No<br />

entanto, essa hiperconexão muitas<br />

vezes ocorre à custa de interações<br />

pessoais relevantes.<br />

Logo, é importante encontrar<br />

um equilíbrio saudável entre a conectividade<br />

digital e a interação humana<br />

face a face, para evitar a solidão<br />

e manter relacionamentos<br />

significativos. nhamos os efeitos da<br />

covid muito presentes e teríamos<br />

que transformar completamente a<br />

nossa forma de funcionar. Isso levou-nos<br />

a transformar o nosso congresso<br />

num programa de televisão,<br />

por exemplo, o que fez com que assistissem<br />

cerca de sete mil pessoas<br />

em simultâneo em quase todos as<br />

sessões. Houve ainda que alterar a<br />

Associação completamente e atraír<br />

pessoas com perfis diferentes. Neste<br />

mandato procuramos reforçar ainda<br />

mais esta última transformação que<br />

fizemos.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

13


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

«A INOVAÇÃO É UM<br />

PILAR CENTRAL DA<br />

COMPETITIVIDADE<br />

DAS EMPRESAS»<br />

Os últimos anos têm sido<br />

marcados por uma conjuntura<br />

adversa, onde se criou uma<br />

tempestade perfeita que se<br />

arrastou desde a pandemia de<br />

Covid-19 até ao actual contexto<br />

geopolítico adverso e à crise<br />

inflacionária e económica<br />

por António Sarmento<br />

inovação tornou-se a força impulsionadora<br />

por trás do avanço<br />

A<br />

exponencial no sector tecnológico.<br />

A capacidade de inovar surge<br />

assim como um elemento crucial<br />

para impulsionar o progresso e moldar o futuro,<br />

permitindo que as empresas se destaquem num<br />

ambiente altamente dinâmico. Em entrevista,<br />

Sílvia Garcia, Administradora Agência Nacional<br />

de Inovação (ANI), explica o ponto de situação<br />

do sector tecnológico em Portugal no que respeita<br />

à inovação, quais são os principais desafios e<br />

oportunidades para as empresas, e de que forma<br />

se vislumbra o futuro.<br />

14 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

Como analisa o cenário atual de<br />

inovação no sector tecnológico em<br />

Portugal?<br />

Um artigo recente no jornal Público<br />

dava conta de que, passada a crise da<br />

Troika, a despesa de Portugal em Investigação<br />

& Desenvolvimento (I&D)<br />

nunca mais deixou de crescer, ao<br />

contrário do que sucedeu nos países<br />

do euro e da União Europeia (UE).<br />

Esse mesmo artigo referia que, entre<br />

2009 e 2015, o investimento em euros<br />

por habitante caiu todos os anos,<br />

levando este indicador dos 262 euros<br />

para os 212 euros. Em 2022 registou<br />

uma subida, quer no investimento<br />

em euros por habitante (que chega<br />

aos 399 euros), quer na intensidade<br />

de I&D (em percentagem do Produto<br />

Interno Bruto, PIB): de 1,68% passou<br />

para 1,73%. O Governo executa<br />

hoje menos dinheiro directamente,<br />

mas dá mais apoios aos outros sectores<br />

que fazem I&D.<br />

Nos próximos tempos, só com<br />

o Plano de Recuperação e Resiliência<br />

(PRR), que dura até 2026, espera-se<br />

uma subida significativa do<br />

financiamento público. Só os subsídios<br />

às agendas mobilizadoras equivalem<br />

a 1,1% do PIB de 2022.<br />

Posto isto, penso que a inovação<br />

no sector tecnológico em Portugal<br />

tem evoluído no sentido de deixar de<br />

ser um arrojo, para passar a ser um<br />

‘must’ ou ‘should have’ que, no tecido<br />

empresarial, começa pelo papel<br />

essencial do conhecimento, da investigação<br />

técnica e científica. Rapidamente<br />

se tem percebido que é algo<br />

imprescindível para a entidade continuar<br />

a ser competitiva no mercado.<br />

A inovação é um pilar central da<br />

competitividade da economia nacional<br />

e das empresas, quer através dos<br />

factores de contexto – talento, infraestruturas,<br />

sistemas de incentivos<br />

– quer das competências e processos<br />

internos de gestão, maturidade<br />

tecnológica, relações com o sistema<br />

científico.<br />

Exemplos:<br />

• Por exemplo, Portugal tem hoje<br />

31 centros de tecnologia e inovação<br />

de norte a sul do país. Os centros<br />

de tecnologia e inovação são<br />

os sucessores dos centros tecnológicos<br />

e dos centros de interface,<br />

e dedicam-se à produção, difusão<br />

e transmissão de conhecimento,<br />

orientado para as empresas e para<br />

a criação de valor económico, contribuindo<br />

para a prossecução de<br />

objectivos de política pública;<br />

• Outro projecto interessante<br />

são as Zonas Livres Tecnológicas,<br />

aprovadas recentemente por<br />

Decreto-Lei, com intuito de regular<br />

a promoção da inovação<br />

de base tecnológica. De acordo<br />

com Governo, constitui um passo<br />

decisivo para potenciar a inovação<br />

e convergir para o objectivo<br />

de criação de valor acrescentado<br />

para sociedade , permitindo acelerar<br />

os processos de investigação,<br />

demonstração e testes no país e,<br />

consequentemente, a sua competitividade<br />

e atractividade para projectos<br />

de investigação e inovação.<br />

Quais são os principais desafios<br />

e oportunidades para empresas<br />

inovadoras no país no sector da<br />

tecnologia?<br />

É muito importante que a inovação<br />

seja cada vez mais entendida como<br />

um investimento. Para tal, é importante<br />

incentivar novas competências<br />

científicas e a aceitação de novas tecnologias,<br />

algo que requer o compromisso<br />

de todos: governo, indústrias,<br />

empresas, escolas e universidades.<br />

Apesar da nossa estrutura industrial<br />

ser constituída por um conjunto<br />

de sectores ditos “tradicionais”, estes<br />

apresentam níveis de inovação muito<br />

elevados: indústrias do calçado, dos<br />

têxteis, dos moldes. No fundo, podemos<br />

dizer que estes sectores são<br />

agentes de inovação e de promoção<br />

da inovação. O sistema científico e<br />

as empresas têm de estabelecer relações<br />

mais estruturais, sistémicas e<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

15


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

sistemáticas e é aqui que a ANI tem<br />

concentrado os seus esforços.<br />

A tecnologia e a inovação garantem<br />

novas possibilidades e perspectivas<br />

às empresas, permitindo-lhes<br />

agir num mercado cada vez mais global.<br />

A tecnologia traz novas possibilidades<br />

e perspectivas, possibilita-nos<br />

sair de um mercado mais reduzido<br />

para uma realidade internacional<br />

e procurar novas soluções para os<br />

desafios.<br />

A transformação das empresas<br />

deve passar pela criação de novos<br />

produtos e serviços, garantindo um<br />

acompanhamento das inovações tecnológicas<br />

e novas necessidades do<br />

mercado.<br />

Dou o exemplo de algumas oportunidades<br />

via ANI:<br />

• O BfK Awards é uma distinção<br />

que se associa a outros parceiros,<br />

onde distinguimos start-ups ‘nascidas<br />

do conhecimento’ científico<br />

e/ou tecnológico num estado mais<br />

avançado. Para além do BfK –<br />

Born from Knowledge, a ANI e a<br />

Portugal Ventures têm a Call IN-<br />

NOV-ID, para financiar start-ups<br />

tecnológicas em fases de pre seed,<br />

seed ou early stage. Finalmente,<br />

ao nível do Horizonte Europa, a<br />

ANI promove o Pilar 3 dedicado<br />

às empresas e ao empreendedorismo,<br />

com programas como o EIC<br />

Accelerator, EIC Pathfinder e EIC<br />

Transitions, bem como o EIT –<br />

European Institute of Technology;<br />

• Através do SIFIDE - Sistema de<br />

Incentivos Fiscais à Investigação e<br />

ao Desenvolvimento Empresarial<br />

e do reconhecimento de idoneidade,<br />

a ANI possibilita que fundos<br />

de investimento elegíveis possam<br />

investir em empresas e start-ups<br />

que façam I&DT. Actualmente,<br />

estes fundos já angariaram 1,6<br />

A INOVAÇÃO<br />

NO SECTOR<br />

TECNOLÓGICO<br />

EM PORTUGAL<br />

TEM EVOLUÍDO<br />

NO SENTIDO DE<br />

DEIXAR DE SER<br />

UM ARROJO, PARA<br />

PASSAR A SER UM<br />

‘MUST’ OU ‘SHOULD<br />

HAVE’<br />

mil milhões de euros, sendo que<br />

1,3 mil milhões ainda estão disponíveis<br />

para serem investidos em<br />

empresas com atividade em Investigação<br />

& Desenvolvimento Tecnológico<br />

reconhecida pela ANI.<br />

É missão da ANI continuar a<br />

apostar em iniciativas e instrumentos<br />

que apoiem a transferência de<br />

conhecimento e inovação de base<br />

científica e tecnológica de excelência,<br />

através de parcerias colaborativas de<br />

sucesso, que acelerem e disseminem<br />

a inovação em Portugal.<br />

Qual a sua opinião sobre o cenário<br />

geral da adoção de tecnologias<br />

inovadoras como IA, 5G, blockchain,<br />

por parte das empresas<br />

portuguesas?<br />

As empresas denominadas Deep<br />

Tech, cujos negócios são baseados<br />

em Investigação & Desenvolvimento<br />

e na aplicação de tecnologias avançadas<br />

e inovadoras são uma oportunidade<br />

de excelência para gerar inovação<br />

disruptiva e reter e atrair talento.<br />

Estes tipos de empresas têm-se<br />

tornado bastante evidentes ao público<br />

nos últimos tempos. Seja na<br />

contribuição direta no combate à<br />

pandemia, ou de forma indireta possibilitando<br />

a transformação digital<br />

de inúmeros negócios e segmentos.<br />

16 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

De destacar, por exemplo, a capacidade<br />

que as entidades de I&D em<br />

Portugal e as empresas vêm demonstrando<br />

de participar e até coordenar<br />

projetos de inovação verdadeiramente<br />

Deep tech à escala mundial.<br />

Contudo as start-ups Deep tech<br />

muitas vezes debatem-se com problemas<br />

de captação de financiamento,<br />

principalmente na fase de<br />

pree-seed (numa fase de maturidade<br />

tecnológica ainda relativamente<br />

baixa, por exemplo em prova de conceito<br />

ou protótipo), uma vez que os<br />

seus projectos podem exigir investimentos<br />

significativos com resultados<br />

incertos. No entanto, quando bem-<br />

-sucedidas, estas inovações podem<br />

ter um impacto profundo e duradouro<br />

em vários aspectos das nossas vidas<br />

e da economia global.<br />

Esta oportunidade foi reconhecida<br />

a nível europeu com a criação<br />

do programa EIC Accelerator, com<br />

um orçamento de 10 mil milhões de<br />

euros, exclusivamente dedicado a<br />

apoiar projectos disruptivos de Deep<br />

Tech.<br />

As empresas nacionais com tecnologias<br />

disruptivas já conseguiram<br />

captar 76,6 milhões de euros para<br />

empresas no EIC (European Innovation<br />

Council). Este é o instrumento<br />

lançado em 2021 para apoiar as<br />

mais revolucionárias tecnologias no<br />

âmbito do programa de investigação<br />

e inovação Horizonte Europa.<br />

Como vê o futuro da inovação no<br />

sector de tecnologia em Portugal<br />

nos próximos anos?<br />

É fundamental que a ciência, a tecnologia<br />

e a inovação estejam presentes<br />

nas escolas e no espaço público.<br />

Conectar a investigação aplicada<br />

e o desenvolvimento tecnológico<br />

com o tecido empresarial é fundamental<br />

não só para promover a<br />

transferência de tecnologia e a inovação,<br />

mas também para fomentar<br />

a qualificação da oferta empresarial<br />

também ao nível de recursos humanos,<br />

expansão para novos mercados,<br />

potenciando a internacionalização<br />

da economia nacional e a sua<br />

competitividade.<br />

Portugal tem em frente inúmeros<br />

desafios, não só do ponto de vista<br />

económico, como do ponto de vista<br />

social e demográfico, no sentido de<br />

relançar a economia.<br />

A inovação pode ser a chave para<br />

promover estas alterações, retendo<br />

talento e permitindo o aumento da<br />

competitividade das empresas, nomeadamente<br />

ao nível do desenvolvimento<br />

de produtos e serviços diferenciados<br />

de alto valor acrescentado,<br />

mas também de captação e retenção<br />

de talento..<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

17


S | U | S | T | E | N | T | A | B | I | L | I | D | A | D | E<br />

COMO A TECNOLOGIA<br />

PODE MOLDAR UM<br />

FUTURO MAIS VERDE<br />

Num cenário onde a evolução tecnológica é a norma, a necessidade de<br />

equacionar o progresso com práticas ambientalmente responsáveis<br />

torna-se imprescindível. A tecnologia tem-se assumido como um<br />

agente primordial no âmbito da sustentabilidade, tornando-se uma<br />

aliada fundamental para as organizações que procuram cumprir com<br />

as metas ambientais.<br />

POR ANDRÉ MANUEL MENDES<br />

"<br />

Um futuro sustentável exige acções coletivas, uma liderança<br />

mais ousada e tecnologias mais inteligentes.<br />

É necessário que as empresas se adaptem a esta realidade,<br />

em constante mutação, e iniciem mudanças audazes,<br />

de forma a desempenharem um papel nesta construção»,<br />

considera Cristina Castanheira Rodrigues, Administradora-Delegada da<br />

Capgemini Portugal.<br />

A executiva acredita que isto pode ser alcançável mudando as mentalidades,<br />

adoptando novos modelos de negócio e novas formas de trabalhar,<br />

reduzindo ao máximo o seu impacto ambiental. Ao fazerem-no, desenvolvem<br />

também novas vantagens competitivas e fortalecem a sua resiliência<br />

organizacional.<br />

Aqui, a tecnologia desempenha um papel crucial na promoção de práticas<br />

mais sustentáveis nas organizações, e deixa alguns exemplos em diferentes<br />

áreas e sectores de atividade.<br />

• Monitorização e gestão de recursos: Ao recorrerem a sistemas de<br />

monitorização e a sensores inteligentes, as empresas podem acompanhar<br />

e ajustar a utilização que fazem dos recursos, nomeadamente da<br />

energia, da água e das matérias-primas; identificar e prevenir eventuais<br />

desperdícios; e optimizar os seus consumos;<br />

• Energias renováveis e armazenamento: Por exemplo, a tecnologia<br />

está a ser utilizada para capturar, armazenar<br />

e distribuir energia renovável proveniente<br />

de painéis solares e de turbinas eólicas;<br />

• Gestão da cadeia de abastecimento: A<br />

tecnologia é utilizada para rastrear produtos<br />

e fornecimentos ao longo de toda a cadeia<br />

de abastecimento, desde a produção<br />

até à entrega. Desta forma, as empresas podem<br />

reduzir os desperdícios, optimizar as<br />

rotas de transporte e aumentar os níveis de<br />

transparência das práticas sustentáveis nas<br />

áreas de produção e de logística dos seus<br />

fornecedores;<br />

• Eficiência energética: A Internet das<br />

Coisas (IoT) é utilizada para criar edifícios<br />

e fábricas energeticamente mais eficientes.<br />

Sensores e sistemas de automação ajustam<br />

o consumo de energia em tempo real com<br />

base nos dados, garantindo um consumo<br />

mais eficaz;<br />

18 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


S | U | S | T | E | N | T | A | B | I | L | I | D | A | D | E<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

19


S | U | S | T | E | N | T | A | B | I | L | I | D | A | D | E<br />

• Mobilidade sustentável: A<br />

tecnologia desempenha um papel<br />

fundamental na promoção da<br />

mobilidade sustentável, nomeadamente<br />

através da criação de aplicações<br />

de partilha de automóveis, de<br />

sistemas de partilha de bicicletas,<br />

de veículos elétricos e, até mesmo,<br />

com o desenvolvimento de carros<br />

autónomos, que podem ser mais<br />

eficientes tanto a nível de consumo<br />

de combustível, como de redução<br />

do tráfego;<br />

• Gestão de resíduos: Sistemas<br />

de informação e rastreamento são<br />

utilizados para gerir os resíduos<br />

de forma mais eficaz, incluindo os<br />

processos de reciclagem e de recolha<br />

selectiva;<br />

• Data Analytics e IA: A análise de<br />

dados e a inteligência artificial são<br />

utilizadas para identificar recursos<br />

e oportunidades na economia circular,<br />

prever a procura e otimizar<br />

processos, contribuindo assim para<br />

a adoção e implementação de práticas<br />

mais sustentáveis;<br />

• Blockchain: A tecnologia de<br />

blockchain é utilizada para criar<br />

sistemas de rastreabilidade e certificação<br />

de produtos. Práticas fundamentais<br />

para a transparência<br />

nas cadeias de abastecimento, especialmente<br />

no que diz respeito aos<br />

produtos orgânicos e ao comércio<br />

justo;<br />

• Comunicação e consciencialização:<br />

As redes sociais e as plataformas<br />

online são utilizadas para<br />

consciencializar colaboradores,<br />

parceiros de negócio, clientes e<br />

consumidores, sobre as questões da<br />

sustentabilidade e sobre práticas de<br />

negócio mais responsáveis.<br />

Por sua vez, João Caldas, Head of<br />

OutSystems Global Partnership da<br />

Devoteam, considera que «as possíveis<br />

aplicações de tecnologia são vastíssimas,<br />

pelo que podemos falar de<br />

tecnologia que afeta directamente as<br />

«UM FUTURO<br />

SUSTENTÁVEL EXIGE<br />

ACÇÕES COLETIVAS,<br />

UMA LIDERANÇA MAIS<br />

OUSADA E TECNOLOGIAS<br />

MAIS INTELIGENTES.<br />

É NECESSÁRIO QUE AS<br />

EMPRESAS SE ADAPTEM<br />

A ESTA REALIDADE»<br />

CRISTINA CASTANHEIRA RODRIGUES,<br />

ADMINISTRADORA-DELEGADA DA CAPGEMINI<br />

PORTUGAL.<br />

dinâmicas de operação (transportes,<br />

recursos, cultura) ou tecnologia de<br />

gestão de iniciativas e práticas de sustentabilidade<br />

(soluções de software,<br />

analítica de dados, etc).»<br />

O responsável destaca que temos<br />

exemplos concretos de soluções<br />

adotadas em grande escala, como os<br />

sistemas de automação e medidores<br />

inteligentes, que permitem que as empresas<br />

ajustem os seus processos para<br />

se tornarem mais eficientes em termos<br />

energéticos e de utilização de recursos,<br />

ou a análise de dados na identificação<br />

de áreas de melhoria e rastreamento<br />

do progresso em direCção às metas de<br />

sustentabilidade estabelecidas, permitem-nos<br />

chegar a uma tomada de<br />

decisões mais informada e sustentada<br />

em dados concretos.<br />

Rui Duro, Country Manager da<br />

Check Point Software Technologies<br />

em Portugal, destaca os resultados do<br />

relatório ‘Environmental, Social and<br />

Governance (ESG)’, relativo a 2022,<br />

que destaca o esforço da empresa para<br />

salvaguardar o mundo digital e físico<br />

através de um cálculo e gestão precisos<br />

das emissões de carbono em todas as<br />

funções de escritório, ciclos de vida dos<br />

produtos e cadeia de abastecimento.<br />

«Estamos conscientes de que os<br />

nossos produtos de hardware, serviços<br />

relacionados e instalações têm<br />

impacto no ambiente. Neste contexto,<br />

concentramo-nos e esforçamo-nos<br />

continuamente na investigação e no<br />

desenvolvimento de soluções ecológicas<br />

que privilegiem a elevada qualidade,<br />

o desempenho de topo e a eficácia<br />

20 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


S | U | S | T | E | N | T | A | B | I | L | I | D | A | D | E<br />

???<br />

L????<br />

em termos de custos», explica.<br />

Já Leyre Merino, Communication<br />

& PR Leader Iberia Global Marketing<br />

da Schneider Electric, destaca alguns<br />

exemplos de como a tecnologia está ao<br />

serviço da sustentabilidade.<br />

Entre eles está a monitorização<br />

e gestão de energia, em tempo real,<br />

que permitem às organizações recolher<br />

dados sobre o consumo de energia<br />

e optimizar a sua utilização; a automatização<br />

e controlo inteligente,<br />

que permitem uma gestão eficiente<br />

dos recursos energéticos e melhoram<br />

a eficiência operacional; a capacidade<br />

da tecnologia facilitar a adoção de<br />

fontes de energia renovável; a análise<br />

e otimização de dados que permitem<br />

identificar padrões de consumo,<br />

prever tendências e tomar decisões<br />

mais informadas; e ainda o facto de<br />

a tecnologia ter permitido o desenvolvimento<br />

de soluções de mobilidade<br />

sustentável, como os veículos<br />

eléctricos e os sistemas de transporte<br />

partilhado.<br />

Economia mais verde e circular<br />

Leyre Merino continua a sublinhar que<br />

«a tecnologia pode facilitar a transição<br />

para uma economia mais verde e circular»,<br />

dando exemplos como a utilização<br />

de plataformas digitais, a análise avançada,<br />

a realidade virtual aumentada, os<br />

sistemas de Gestão de energia ou a inovação<br />

aplicada a produtos e soluções.<br />

Já Cristina Castanheira Rodrigues,<br />

explica que a «tecnologia desempenha<br />

um papel crucial na transição para uma<br />

economia mais verde e circular e já<br />

existem muitas áreas onde são visíveis<br />

os seus resultados. Seja através do rastreamento<br />

de produtos - identificando<br />

toda a cadeia de abastecimento desde<br />

a origem ao consumo, seja através da<br />

utilização de sensores para otimizar recursos,<br />

ou ainda através da inteligência<br />

artificial e respetiva análise de dados -<br />

otimizando processos de produção, de<br />

logística e de distribuição».<br />

Para além disso, a economia de<br />

partilha e as plataformas de comércio<br />

eletrónico que promovem a compra de<br />

produtos usados ou que contribuem<br />

para prolongar a vida útil dos produtos,<br />

reduzindo assim o seu desperdício, podem<br />

ser outras formas de impulsionar<br />

a economia circular e estimular a sustentabilidade.<br />

Neste âmbito, têm ainda um papel<br />

fundamental a impressão 3D, a reciclagem<br />

avançada, a energia renovável<br />

e o seu respetivo armazenamento, o<br />

desenvolvimento de baterias eficientes,<br />

as plataformas de troca de resíduos, a<br />

educação online e a modelagem computacional.<br />

João Caldas alerta, por sua vez que a<br />

natureza da tecnologia não deverá contribuir<br />

negativamente para o contexto e<br />

objectivos a atingir, caso contrário poderemos<br />

estar a gerar uma falsa sensação<br />

de realização, quando na realidade<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

21


S | U | S | T | E | N | T | A | B | I | L | I | D | A | D | E<br />

estamos a piorar a situação na balança<br />

de sustentabilidade.<br />

«Tendo isto em consideração, podemos<br />

então aplicar vários tipos de<br />

tecnologia e inovação tecnológica com<br />

vista a tornar a economia mais verde e<br />

circular. Um bom exemplo disso é a reciclagem<br />

de muitos tipos de material. O<br />

processo de reciclagem poderá envolver<br />

múltiplas tecnologias combinadas, desde<br />

industriais a software», explica.<br />

«A educação e a consciencialização<br />

também são muito importantes»,<br />

explica Rui Duro, sublinhando que na<br />

Check Point usam a tecnologia para<br />

ensinar os funcionários, consumidores<br />

e fornecedores a importância do tema<br />

e da utilização de práticas sustentáveis.<br />

IA e IoT ao serviço<br />

A integração de tecnologias como a Internet<br />

das Coisas (IoT) e a Inteligência<br />

Artificial (IA) tem um impacto significativo<br />

na promoção de práticas sustentáveis<br />

nas empresas.<br />

A Administradora-Delegada da Capgemini<br />

Portugal explica que a IoT permite<br />

a recolha de dados em tempo real a partir<br />

de várias fontes, tais como sensores<br />

em máquinas e edifícios, enquanto a IA<br />

pode analisar esses mesmos dados de<br />

forma eficiente.<br />

«Estas tecnologias em conjunto,<br />

desempenham um papel fundamental<br />

na otimização da utilização dos recursos<br />

(energia, água e outros materiais),<br />

possibilitando a redução do desperdício<br />

e dos custos operacionais», sublinha,<br />

acrescentando que estas tecnologias<br />

podem ter outras aplicações<br />

como a gestão inteligente de resíduos;<br />

o transporte sustentável através da<br />

monitorização das frotas e do planeamento<br />

de rotas mais eficientes; a<br />

agricultura de precisão que optimiza a<br />

utilização dos recursos; e a gestão da<br />

cadeia de abastecimento sustentável,<br />

com o rastreamento em tempo real e a<br />

identificação de oportunidades de redução<br />

dos resíduos.<br />

O Country Manager da Check Point<br />

Software Na Check Point acrescenta<br />

ainda que a integração destas também<br />

tem um enorme potencial para contribuir<br />

positivamente no âmbito da sustentabilidade<br />

e impacto ambiental.<br />

«A integração da IoT e da IA permite<br />

reunir dados sem precedentes sobre o<br />

ambiente e o comportamento humano.<br />

Quando processados e analisados por<br />

algoritmos de IA, esses dados podem ser<br />

usados para otimizar sistemas, economizar<br />

recursos e proteger o meio ambiente<br />

de maneiras que eram impossíveis anteriormente.<br />

Contudo, é crucial usar essas<br />

tecnologias de forma responsável, garantindo<br />

privacidade, segurança e considerando<br />

sempre o impacto ambiental<br />

da própria tecnologia», explica.<br />

«A INTEGRAÇÃO DA<br />

IOT E DA IA PERMITE<br />

REUNIR DADOS<br />

SEM PRECEDENTES<br />

SOBRE O<br />

AMBIENTE E O<br />

COMPORTAMENTO<br />

HUMANO»<br />

RUI DURO, COUNTRY MANAGER<br />

DA CHECK POINT SOFTWARE<br />

TECHNOLOGIES EM PORTUGAL<br />

22 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


S | U | S | T | E | N | T | A | B | I | L | I | D | A | D | E<br />

Na Schneider Electric, acreditam<br />

que a integração da IoT e da IA pode<br />

ajudar a impulsionar a sustentabilidade,<br />

melhorando a eficiência energética, a<br />

gestão de recursos, a manutenção preditiva<br />

e a otimização da cadeia de abastecimento,<br />

permitindo a optimização da<br />

eficiência energética, a gestão inteligente<br />

dos recursos, a utilização de manutenção<br />

preditiva e a otimização da cadeia de<br />

fornecimento.<br />

Por sua vez, João Caldas, da Devoteam,<br />

sublinha ainda que «o objetivo<br />

das organizações é criar oportunidades<br />

e soluções para um contexto sustentável,<br />

e para isso poderão utilizar esta informação<br />

para a tomada de decisões e o<br />

suporte a estratégias, de forma a atingir<br />

os objetivos pretendidos».<br />

Líderes “verdes”<br />

E qual o papel das lideranças? “As lideranças<br />

desempenham um papel crucial<br />

na promoção da sustentabilidade nas organizações.<br />

São elas que têm a capacidade<br />

de influenciar a cultura corporativa, de<br />

estabelecer metas e direcionar os esforços<br />

de toda a empresa em direção a práticas,<br />

processos e resultados mais sustentáveis”,<br />

considera Cristina Castanheira Rodrigues.<br />

A Administradora-Delegada da Capgemini<br />

Portugal, explica que tudo começa<br />

com a definição de uma visão clara<br />

sobre a sustentabilidade e o desenvolvimento<br />

de uma estratégia para a alcançar,<br />

passando pelo estabelecimento de metas<br />

específicas e mensuráveis relacionadas<br />

com a sustentabilidade a criação indicadores<br />

de desempenho para acompanhar<br />

o seu progresso. Os líderes devem promover<br />

a consciencialização sobre questões<br />

relacionadas com a sustentabilidade<br />

e a integração da sustentabilidade na cultura<br />

corporativa.<br />

João Caldas reafirma estas ideias e<br />

sublinha que os líderes se devem «envolver<br />

emocionalmente com as ambições e<br />

as necessidades, ao invés de se relacionarem<br />

com o tema de forma puramente<br />

quantitativa, ou seja, como se fosse apenas<br />

mais um KPI a cumprir».<br />

Para tal, destaca a importância de<br />

definir uma visão sustentável, integrar a<br />

sustentabilidade na estratégia das organizações,<br />

incentivar a inovação sustentável,<br />

comunicar e envolver e monitorizar<br />

o cumprimento de metas.<br />

Já Rui Duro termina a afirmar que<br />

«as lideranças desempenham um papel<br />

essencial na promoção da sustentabilidade<br />

nas organizações, moldando a<br />

cultura, definindo metas e estratégias,<br />

tomando decisões alinhadas com a sustentabilidade<br />

e servindo como modelos<br />

para os outros. Se os líderes demonstrarem<br />

um forte compromisso com a sustentabilidade,<br />

isso geralmente influenciará<br />

positivamente o compromisso de<br />

toda a organização com práticas mais<br />

sustentáveis».<br />

Neste cenário, a tecnologia e a sustentabilidade<br />

formam uma aliança crucial<br />

para moldar um futuro mais equilibrado<br />

e resiliente. À medida que avançamos em<br />

direção a uma era cada vez mais digital, é<br />

imperativo que aproveitemos o poder da<br />

inovação tecnológica para impulsionar<br />

práticas sustentáveis.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

23


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

«GESTÃO DE RISCO<br />

TECNOLÓGICO É COMPONENTE<br />

CRÍTICO PARA GARANTIR A<br />

SEGURANÇA DOS NEGÓCIOS»<br />

por António Sarmento<br />

s organizações podem desenvolver uma abordagem abrangente<br />

para a gestão de risco tecnológico, fortalecendo a segurança<br />

A<br />

e a resiliência num ambiente digital cada vez mais dinâmico. Nesta<br />

entrevista à Executive Digest, Eduardo Cruz, docente do ISEC Lisboa<br />

(Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa), e coordenador<br />

do núcleo de apoio à informática, sublinha a importância de uma estratégica<br />

de cibersegurança.<br />

Atendendo ao actual contexto político e económico em que vivemos, qual a<br />

importância da Cibersegurança para as diversas instituições?<br />

No atual contexto político e económico, a cibersegurança deve ser uma preocupação<br />

crucial. As instituições, sejam elas governamentais, empresariais ou outras,<br />

dependem cada vez mais da tecnologia da informação para conduzir operações,<br />

armazenar dados sensíveis e facilitar a comunicação. Nesse cenário, a sua importância<br />

é significativa e abrange áreas diversas, que se estendem da proteção<br />

de dados sensíveis e da privacidade, à resiliência e garantia da continuidade das<br />

operações, pela adoção de práticas de cibersegurança proativas para proteção de<br />

ativos e infraestruturas críticas e manutenção da confiança do público.<br />

Quais os principais problemas das organizações na adopção de soluções de<br />

segurança?<br />

A implementação eficaz de soluções de segurança pode ser desafiadora para as<br />

organizações que enfrentam um conjunto de fatores na adoção de soluções de<br />

segurança.<br />

Desde logo, um custo financeiro<br />

elevado. Muitas soluções de segurança<br />

eficazes podem ser caras, incluindo<br />

a aquisição de software e hardware<br />

especializados, treino de pessoal<br />

e manutenção contínua. O custo<br />

associado à implementação e manutenção<br />

dessas soluções pode ser um<br />

impedimento para as empresas, especialmente<br />

as de menor dimensão.<br />

Também a complexidade tecnológica,<br />

pois, à medida que as soluções<br />

de segurança evoluem para enfrentar<br />

ameaças cada vez mais sofisticadas,<br />

a complexidade tecnológica também<br />

aumenta. Integrar e gerir diferentes<br />

ferramentas de segurança pode ser<br />

desafiador, especialmente para organizações<br />

com recursos limitados em<br />

termos de pessoal de TI qualificado.<br />

Outra questão é a falta de pessoal<br />

qualificado. A procura por profissionais<br />

de segurança qualificados supera<br />

largamente a oferta, o que torna<br />

difícil para as organizações encontrar<br />

e reter especialistas em segurança<br />

cibernética.<br />

A falta de consciencialização e<br />

formação é outro aspeto a considerar,<br />

pois a segurança cibernética<br />

exige uma mudança cultural e uma<br />

compreensão profunda das práticas<br />

de segurança por parte de todos os<br />

24 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

funcionários. Bem como a menor<br />

atenção em relação às ameaças cibernéticas<br />

e a ausência de formação<br />

adequada, que resulta em comportamentos<br />

de risco e torna as organizações<br />

mais vulneráveis.<br />

Atenção, também, aos desafios de<br />

conformidade. Isto, pois em vários<br />

setores as organizações enfrentam<br />

regulamentações rigorosas relacionadas<br />

com a segurança cibernética.<br />

E garantir a conformidade com essas<br />

normas pode ser uma tarefa complexa<br />

e onerosa.<br />

Outros aspetos que é fundamental<br />

considerar prendem-se com falhas<br />

na comunicação interna, pois<br />

uma comunicação eficaz sobre questões<br />

de segurança é fundamental. A<br />

sua inexistência pode resultar em<br />

atrasos na resposta a incidentes e<br />

na mitigação de ameaças. Tal como<br />

a inexistência de uma estratégia de<br />

segurança integrada. Verifica-se que<br />

muitas organizações adotam soluções<br />

de segurança de forma fragmentada,<br />

sem uma estratégia integrada,<br />

propiciadora de lacunas de<br />

segurança, já que as diferentes ferramentas<br />

podem não estar alinhadas e<br />

coordenadas para fornecer uma defesa<br />

abrangente.<br />

Por fim, levantam-se desafios na<br />

implementação de políticas de segurança.<br />

A criação de políticas de segurança<br />

eficazes e a implementação<br />

adequada são aspetos críticos. No<br />

entanto, muitas organizações enfrentam<br />

dificuldades nesses processos.<br />

Para superar todos os desafios que<br />

elenquei, as organizações devem<br />

adotar uma abordagem abrangente,<br />

que envolva investimento em tecnologia,<br />

formação dos colaboradores,<br />

criação de políticas eficazes e adoção<br />

de uma cultura organizacional que<br />

valorize a segurança cibernética.<br />

Como podemos lidar e potenciar a<br />

Proteção de Dados Pessoais, face<br />

a um mundo cibernético onde os<br />

nossos dados podem estar à disposição<br />

de qualquer pessoa?<br />

A proteção de dados pessoais é, e<br />

deve continuar a ser, uma preocupação<br />

fundamental num mundo cada<br />

vez mais cibernético.<br />

Um ponto fundamental consiste<br />

na educação. Educar sobre a importância<br />

da proteção de dados pessoais<br />

e alertar as pessoas sobre as ameaças<br />

cibernéticas, práticas seguras e a valorização<br />

da privacidade, é essencial<br />

para o desenvolvimento de estratégias<br />

pessoais de defesa eficazes.<br />

As pessoas deverão estar conscientes<br />

para a recolha de dados pessoais,<br />

fornecendo apenas a informação<br />

estritamente necessária para o<br />

propósito pretendido, e assim reduzir<br />

o risco em caso de violação.<br />

Do lado das organizações, estas<br />

devem desenvolver políticas de privacidade<br />

claras e transparentes, informando<br />

os utilizadores sobre como<br />

os seus dados serão recolhidos, usados<br />

e armazenados, para assim adotar<br />

a abordagem de "privacidade por<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

25


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

design", ao integrar considerações de<br />

privacidade desde o início do desenvolvimento<br />

de sistemas e serviços.<br />

Mas, também, pela implementação<br />

de medidas de segurança robustas<br />

(com foco na gestão de acessos, criptografia,<br />

firewalls e sistemas de deteção<br />

de intrusos), para proteger os<br />

dados pessoais contra acessos não<br />

autorizados, e monitorização ativa,<br />

para identificar comportamentos<br />

suspeitos e responder rapidamente a<br />

possíveis violações de dados.<br />

De que forma deve ser implementada<br />

e desenvolvida a Gestão de<br />

Risco Tecnológico?<br />

A gestão de risco tecnológico é um<br />

componente crítico para garantir a<br />

segurança e a continuidade dos negócios<br />

em ambiente digital, e a sua<br />

implementação deve seguir um ciclo<br />

que contempla sete etapas:<br />

A identificação e classificação de<br />

todos os ativos tecnológicos e avaliação<br />

de riscos, para reconhecer ameaças<br />

potenciais, vulnerabilidades e<br />

o impacto de possíveis incidentes.<br />

Análise de riscos, para compreender<br />

a probabilidade e impacto de cada<br />

risco, e priorização, com base na sua<br />

capacidade crítica e na probabilidade<br />

de ocorrência. Desenvolvimento<br />

de estratégias de mitigação para os<br />

riscos identificados, pela definição<br />

de políticas, procedimentos e tecnologias<br />

específicas. Implementação de<br />

controles e medidas de segurança, a<br />

nível tecnológico e de procedimentos<br />

e processos. Monitorização contínua,<br />

para identificar e responder rapidamente<br />

a atividades suspeitas, e realização<br />

de avaliações regulares da postura<br />

de segurança, com um ajuste das<br />

estratégias de mitigação conforme<br />

necessário. Elaboração de planos de<br />

resposta a incidentes e treino, para<br />

garantir que a equipa está preparada<br />

para lidar com possíveis eventos de<br />

segurança. A revisão regular do ciclo<br />

de gestão do risco, de forma a garantir<br />

que permaneça alinhado com as<br />

mudanças na tecnologia e nas ameaças,<br />

e identificação de oportunidades<br />

de melhoria contínua, com base nas<br />

lições aprendidas em incidentes de<br />

segurança e em avaliações de risco.<br />

Ao seguir estas etapas, as organizações<br />

podem desenvolver uma abordagem<br />

abrangente para a gestão de<br />

risco tecnológico, fortalecendo a segurança<br />

e a resiliência num ambiente<br />

digital cada vez mais dinâmico.<br />

Qual o papel da Cibersegurança<br />

para a Segurança Nacional?<br />

Quais os pontos fortes e principais<br />

desafios?<br />

A cibersegurança desempenha um<br />

papel crítico na garantia da segurança<br />

nacional, sendo essencial para<br />

proteger as infraestruturas críticas<br />

de um país, como energia, transporte,<br />

saúde e serviços financeiros.<br />

Mas também em resposta a ataques<br />

cibernéticos que podem ter impactos<br />

devastadores na segurança e na<br />

economia. Ataques que podem ser<br />

provenientes de atores estatais e<br />

não estatais, incluindo espionagem<br />

cibernética, ataques de negação de<br />

serviço, sabotagem e outros tipos de<br />

atividades maliciosas.<br />

A segurança nacional depende<br />

da integridade das comunicações e<br />

dos dados. A cibersegurança ajuda a<br />

garantir que as informações críticas<br />

não são comprometidas ou manipuladas<br />

por adversários. Desempenha<br />

um papel fundamental na promoção<br />

da cooperação internacional<br />

para combater ameaças cibernéticas<br />

transnacionais, enquanto promove a<br />

inovação.<br />

Os principais desafios que enfrenta<br />

prendem-se com a constante<br />

evolução das ameaças cibernéticas, o<br />

que torna desafiador antecipar e proteger<br />

contra-ataques cada vez mais<br />

sofisticados, por vezes, patrocinados<br />

por Estados, que representam uma<br />

ameaça significativa. A convergência<br />

de ameaças cibernéticas, físicas<br />

e informacionais, complica<br />

a defesa, o que exige abordagens<br />

multidimensionais.<br />

As infraestruturas críticas, muitas<br />

projetadas antes da ameaça cibernética<br />

ser tão proeminente, são<br />

alvos atrativos para adversários cibernéticos.<br />

Garantir a resiliência e<br />

a continuidade das operações diante<br />

de ataques cibernéticos é um desafio,<br />

especialmente, quando os sistemas<br />

26 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


E | N | T | R | E | V | I | S | T | A<br />

A IMPLEMENTAÇÃO<br />

EFICAZ DE<br />

SOLUÇÕES DE<br />

SEGURANÇA PODE<br />

SER DESAFIADORA<br />

PARA AS<br />

ORGANIZAÇÕES<br />

QUE ENFRENTAM<br />

UM CONJUNTO<br />

DE FATORES<br />

NA ADOÇÃO DE<br />

SOLUÇÕES DE<br />

SEGURANÇA.<br />

essenciais podem ser interconectados<br />

e interdependentes.<br />

Por outro lado, encontrar um equilíbrio<br />

entre a necessidade de segurança<br />

nacional e a preservação da privacidade<br />

individual é um desafio contínuo,<br />

mais relevante, num ambiente onde a<br />

recolha de dados é ubíqua.<br />

A abordagem eficaz da cibersegurança<br />

na segurança nacional requer<br />

uma combinação de tecnologia avançada,<br />

políticas robustas, cooperação<br />

internacional e investimentos contínuos<br />

em pesquisa e desenvolvimento.<br />

Além disso, a colaboração entre os<br />

setores público e privado é essencial<br />

para enfrentar os desafios crescentes<br />

no cenário cibernético.<br />

Que balanço é possível fazer da Estratégia<br />

Nacional de Ciberdefesa,<br />

aprovada há cerca de 1 ano?<br />

Uma estratégia de cibersegurança<br />

pode levar tempo para se materializar,<br />

e os resultados podem variar, dependendo<br />

da complexidade das<br />

ameaças e das medidas implementadas.<br />

Até ao momento, não existindo<br />

relatórios especializados que analisem<br />

a implementação e os resultados<br />

da estratégia em questão, não é possível<br />

efetuar uma análise, pois seria<br />

necessário avaliar como as metas e<br />

objetivos delineados na estratégia foram<br />

implementados e executados ao<br />

longo deste período, a capacidade de<br />

resposta a incidentes, de que forma a<br />

estratégia incentivou a inovação em<br />

cibersegurança, e se houve investimentos<br />

significativos em pesquisa e<br />

desenvolvimento, bem como o reforço<br />

da cooperação internacional.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

27


F | O | R | M | A | Ç | Ã | O<br />

TALENTO<br />

O VERDADEIRO DESAFIO<br />

DO SECTOR TECNOLÓGICO<br />

Num mundo cada vez mais impulsionado pela<br />

inovação e tecnologia, a procura por talentos no<br />

sector tecnológico tornou-se não apenas uma<br />

necessidade, mas uma verdadeira corrida para<br />

encontrar o melhor talento e fazer crescer as<br />

organizações.<br />

POR ANDRÉ MANUEL MENDES<br />

medida que as empresas procuram não apenas atrair, mas<br />

À<br />

também reter os melhores profissionais, surge um cenário desafiador<br />

e empolgante. Mariana Delgado, Manager de Information<br />

Technology da Randstad Portugal considera que o cenário<br />

macroeconómico parece ainda não transmitir às organizações a<br />

confiança para planear o crescimento a médio/longo prazo.<br />

«No contexto do recrutamento, denota-se alguma incerteza no avanço dos<br />

planos de investimento, que incluem uma análise mais criteriosa e mais ponderada<br />

sobre a contratação de novos colaboradores. Do lado dos candidatos,<br />

há uma maior atenção à avaliação do risco no processo de mudança profissional,<br />

relacionado com os níveis de confiança no mercado», explica.<br />

No entanto, afirma, o mercado IT continua a ser altamente competitivo,<br />

dado que a escassez de talento e a disputa pelo mesmo continua a ser um tema<br />

premente. «Por isso mesmo, trabalhar as políticas de atracção e retenção de<br />

colaboradores no sector tecnológico, e não só, constitui uma das maiores preocupações<br />

e prioridades na agenda dos líderes das organizações».<br />

A especialista refere ainda que reter bons talentos é indispensável para<br />

uma estratégia de crescimento estruturada e contínua. Para tal, não basta<br />

apresentar melhores salários e benefícios, mas sim, considerarem-se outros<br />

aspectos como a importância da reputação da marca, o employer brand e o<br />

employee experience, a cultura organizacional e uma liderança capaz de criar<br />

um sentimento de pertença aliado a<br />

um projecto com propósito; não podendo<br />

esquecer o papel da empresa<br />

ao nível da responsabilidade social<br />

corporativa.<br />

Na Siemens Portugal, Pedro<br />

Henriques, Director de People and<br />

Organization, acerva que é inegável<br />

que existe uma forte concorrência<br />

por perfis especializados, particularmente<br />

no sector tecnológico.<br />

«Os talentos escasseiam, a competição<br />

para os atrair é feroz e criar<br />

o ambiente e as condições necessárias<br />

para os manter está no topo da<br />

lista de prioridades de qualquer empresa»,<br />

sublinha.<br />

«A cultura organizacional contribui<br />

fortemente para a atracção e<br />

retenção de talentos, daí a prioridade<br />

dada ao employer branding, e<br />

28 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | O | R | M | A | Ç | Ã | O<br />

OS TALENTOS<br />

ESCASSEIAM, A<br />

COMPETIÇÃO PARA<br />

OS ATRAIR É FEROZ<br />

E CRIAR O AMBIENTE<br />

E AS CONDIÇÕES<br />

NECESSÁRIAS PARA<br />

OS MANTER ESTÁ<br />

NO TOPO DA LISTA<br />

DE PRIORIDADES<br />

DE QUALQUER<br />

EMPRESA<br />

PEDRO HENRIQUES, DIRECTOR DE<br />

PEOPLE AND ORGANIZATION DA<br />

SIEMENS PORTUGAL<br />

ao desenvolvimento de diversas iniciativas<br />

neste âmbito, que incluem<br />

campanhas, roadshows pelas universidades,<br />

dias abertos na Siemens,<br />

diversos programas de estágios, bolsas<br />

para estudantes, competições<br />

universitárias, entre outras”, acrescenta<br />

Pedro Henriques.<br />

Teresa Lopes Gândara, Human<br />

Capital Senior Director na Noesis<br />

explica que a rápida evolução do<br />

mercado das TI, que integra uma<br />

grande diversidade de tecnologias<br />

que surgem todos os dias, obriga as<br />

organizações a contar com talentos<br />

qualificados e especializados que<br />

dominem estes ecossistemas, cada<br />

vez mais complexos.<br />

“O número de talentos com o<br />

grau de especialização e qualificação<br />

necessário, em especial em<br />

tecnologias específicas, é escasso<br />

face ao surgimento contínuo de novos<br />

projectos tecnológicos. Este é o<br />

maior desafio das empresas em todo<br />

o mundo, dificultando a aceleração<br />

para a transformação digital”, destaca.<br />

A responsável acrescenta ainda<br />

que a competitividade pelos melhores<br />

talentos tem aumentado neste<br />

sector, nomeadamente devido aos<br />

‘nómadas digitais’ que são contratados<br />

por organizações internacionais<br />

sem necessidade de recorrerem à<br />

emigração. «As barreiras que existiam<br />

para mudar de emprego estão<br />

a ser derrubadas. Hoje é possível<br />

mudar de empresa sem sair do seu<br />

home office! Estamos perante um<br />

mercado muito competitivo».<br />

Outros desafios das tecnológicas<br />

passam por manter o engagement<br />

entre talentos e empresa, evitando<br />

fenómenos como a Great Resignation<br />

e o Quiet Quitting; gerir<br />

pessoas em ambiente remoto; acomodar<br />

diferentes perfis (juniores<br />

e seniores) com funções distintas;<br />

assegurar a integração de novos talentos<br />

e fomentar a cultura organizacional,<br />

assegura.<br />

Já Maurício Marques, Diretor<br />

de Recursos Humanos da Natixis<br />

em Portugal, diz que a empresa está<br />

ciente deste cenário e do papel que<br />

devem assumir enquanto empresa<br />

em crescimento. Assim, no último<br />

ano, juntamente com as equipas,<br />

definiram e implementaram diversas<br />

medidas no sentido de reforçar o<br />

nosso posicionamento como empregador<br />

de excelência.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

29


F | O | R | M | A | Ç | Ã | O<br />

Entre elas está a capacidade de<br />

assegurar que os profissionais são<br />

integrados num ambiente de inovação<br />

e aprendizagem, proporcionar<br />

formação contínua e ferramentas<br />

adequadas às suas funções e evolução,<br />

um plano de progressão de carreira,<br />

bem como um pacote de benefícios<br />

atractivo e que vise todas as<br />

fases de vida do colaborador.<br />

Margarida Calado, Head of People<br />

na NTT Data Portugal considera<br />

que «as organizações terão de manter<br />

um foco muito grande na retenção de<br />

talento até porque está intimamente<br />

relacionada com a gestão de conhecimento».<br />

No sector tecnológico, acredita<br />

que é fundamental ter equipas altamente<br />

especializadas na proposta<br />

de valor para os clientes e que asseguram<br />

transmissão de conhecimento<br />

e, com isso, crescimento dos elementos<br />

mais juniores.<br />

A importância da cultura<br />

A cultura organizacional diferencia<br />

as organizações e serve de instrumento<br />

de captação e atracção de talentos.<br />

Mariana Delgado explica que<br />

existem vários factores que contribuem<br />

para a cultura organizacional,<br />

porém, existem aqueles que têm vindo<br />

a ser apontados como os mais importantes<br />

e que possuem um maior<br />

peso em momentos de mudança ou<br />

permanência profissional.<br />

«Hoje em dia, as pessoas valorizam<br />

muito o work life balance e consideram<br />

um factor chave para o seu<br />

bom desempenho pessoal e profissional,<br />

neste sentido, empresas que<br />

promovem uma cultura de flexibilidade<br />

(horários flexíveis e modelos<br />

de trabalho híbridos), indiretamente<br />

contribuem para a felicidade e satisfação<br />

no trabalho, que por sua vez<br />

leva os colaboradores a permanecerem<br />

mais tempo nas organizações.<br />

Outro factor que tem vindo a ser<br />

apontado como um dos mais importantes,<br />

são os momentos de reconhecimento<br />

e feedback contínuo (que<br />

resultam numa maior probabilidade<br />

de revisões salariais e progressão de<br />

carreira)», explica a responsável da<br />

Randstad.<br />

No entanto, o investimento em<br />

programas de formação personalizados<br />

e ajustados às necessidades<br />

individuais de cada colaborador, a<br />

criação de eventos corporativos que<br />

permitam criar relações mais sólidas<br />

e que promovam o sentimento<br />

de pertença, bem como a atribuição<br />

de projectos desafiantes e que sejam<br />

ajustados com as áreas de interesse,<br />

e o papel do líder, têm também um<br />

papel fundamental.<br />

Da Noesis, Teresa Lopes Gândara<br />

partilha da mesma opinião, que<br />

os talentos na área da tecnologia<br />

tendem a valorizar, cada vez mais,<br />

aspectos como a cultura organizacional<br />

da empresa, e considera que<br />

é fundamental que as organizações<br />

definam e implementem uma estratégia<br />

de Employer Branding, que<br />

reflita a cultura da empresa, a visão<br />

da liderança e dos seus colaboradores,<br />

mas que corresponda também às<br />

expectativas dos candidatos e ao que<br />

valorizam, estando visível no Employer<br />

Value Proposition.<br />

Margarida Calado considera que<br />

«aquilo que faz um colaborador optar<br />

por uma determinada organização<br />

em detrimento de outra, ou optar<br />

por sair ou ficar em determinada organização<br />

é um cocktail de variáveis<br />

muito pessoais e dinâmicas».<br />

A especialista da NTT Data aponta,<br />

por exemplo, que uma cultura de<br />

«espaço seguro» onde somos respeitados<br />

e podemos ser nós próprios e<br />

uma cultura exigente e dinâmica que<br />

nos faça crescer, pode sobrepor-se a<br />

outras variáveis no momento de decisão.<br />

HOJE EM DIA,<br />

AS PESSOAS<br />

VALORIZAM MUITO O<br />

WORK LIFE BALANCE<br />

E CONSIDERAM UM<br />

FACTOR CHAVE<br />

PARA O SEU BOM<br />

DESEMPENHO<br />

PESSOAL E<br />

PROFISSIONAL<br />

MARIANA DELGADO, MANAGER DE<br />

INFORMATION TECHNOLOGY DA<br />

RANDSTAD PORTUGAL<br />

Para além disso, e mais especificamente<br />

no sector tecnológico, acrescenta<br />

uma cultura de inovação, de<br />

experimentação, de abertura ao novo,<br />

torna-se primordial para vingar neste<br />

negócio, mas também para atrair e reter<br />

o talento.<br />

Maurício Marques, da Natixis,<br />

reafirma que a cultura organizacional<br />

assume um papel ainda mais fulcral<br />

para a retenção de talento, sendo<br />

necessário que os colaboradores utilizem<br />

o tempo que passam no escritório<br />

para reforçar a sua ligação com<br />

as equipas e a organização.<br />

«Apostar numa cultura organizacional<br />

que estimule a inovação e<br />

contribua para que os colaboradores<br />

se sintam envolvidos e valorizados<br />

revela-se essencial para que estes<br />

desenvolvam um verdadeiro sentimento<br />

de pertença e queiram ficar»,<br />

sublinha.<br />

Atração e retenção<br />

São inúmeras as estratégias que po-<br />

30 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | O | R | M | A | Ç | Ã | O<br />

dem ser utilizadas pelas empresas<br />

para atrair e reter talento, como algumas<br />

que foram mencionadas pelos<br />

gestores das empresas acima. Mas<br />

são muitas as que se podem escrever,<br />

e ainda mais as que não cabem no<br />

papel.<br />

«Os factores mais importantes<br />

para a retenção dependem de cada<br />

profissional e das suas circunstâncias.<br />

O plano de pensões ou a possibilidade<br />

de comprar ações, por<br />

exemplo, podem interessar a um colaborador<br />

com alguns anos de casa,<br />

mas não serem ainda prioritários<br />

para um jovem recém-licenciado na<br />

sua primeira experiência profissional,<br />

que, se calhar, valoriza mais o<br />

ginásio, o regime de trabalho híbrido<br />

ou o autocarro gratuito com paragens<br />

no centro de Lisboa”, explica<br />

Pedro Henriques.<br />

O responsável da Siemens sublinha<br />

alguns dos benefícios que a<br />

empresa atribui aos seus colaboradores,<br />

entre eles um plano de pensões,<br />

ações, apoio à parentalidade, modelo<br />

de trabalho híbrido, voluntariado,<br />

ginásio, espaços de diversões, proximidade<br />

com a administração da<br />

empresa, medidas estas que são avaliadas<br />

com regularidade garantindo<br />

a sua contribuição para o bem-estar<br />

social, físico, mental e financeiro dos<br />

colaboradores.<br />

«Com estas iniciativas pretendemos<br />

ajudar as nossas pessoas a<br />

encontrar a motivação, o equilíbrio<br />

entre a vida pessoal e profissional,<br />

a flexibilidade e a autonomia que<br />

precisam para dar o melhor de si»,<br />

acrescenta.<br />

A Human Capital Senior Director<br />

da Noesis sublinha igualmente que<br />

as prioridades mudaram e o salário<br />

não é o único fator valorizado, pelo<br />

que, na empresa, apostam na formação<br />

contínua dos colaboradores; na<br />

flexibilidade laboral; na recompensa<br />

e reconhecimento com prémios de<br />

desempenho, revisões salariais e promoções;<br />

nas questões de diversidade<br />

e inclusão; e também na tecnologia<br />

que permitem aos colaboradores estar<br />

no centro da inovação tecnológica.<br />

«Reter o talento exige lideranças<br />

preparadas para enfrentar desafios e,<br />

por parte da organização, a capacidade<br />

de proporcionar um ambiente<br />

que fomente a criatividade, a inovação<br />

e a evolução pessoal e profissional<br />

dos colaboradores. No fundo,<br />

que seja um lugar que os faça querer<br />

ficar», destaca o Diretor de Recursos<br />

Humanos da Natixis em Portugal.<br />

Maurício Marques explica que no<br />

último ano, a empresa tem desenvolvido<br />

diversas ferramentas, como são<br />

exemplo os Tech Dojos, os programas<br />

internos de requalificação ou os programas<br />

avançados, em conjunto com<br />

Universidades, que têm contribuído<br />

para acelerar o desenvolvimento das<br />

equipas e aumentar a competência<br />

dentro da organização.<br />

O responsável acrescenta ainda<br />

que trabalham os benefícios, no sentido<br />

de os personalizar e alinhar com<br />

as necessidades individuais e diferentes<br />

fases de vida do colaborador.<br />

«Perguntamos às equipas que benefícios<br />

privilegiariam e procurámos<br />

integrá-los no nosso pacote de condições,<br />

maximizando o impacto do<br />

nosso investimento», destaca.<br />

O papel dos líderes<br />

As lideranças podem ditar o fator de<br />

diferenciação na questão da atração e<br />

retenção de talento, desde o primeiro<br />

momento de atração do candidato<br />

até à sua contratação/integração.<br />

Mariana Delgado, da Randstad,<br />

explica que na perspetiva de captação<br />

de talento, têm vindo a verificar<br />

uma tendência em que a liderança<br />

atua na qualidade de agente activo<br />

e estratégico, no que diz respeito à<br />

identificação de talento. Já na perspetiva<br />

da retenção de talento, diz que<br />

é necessário desenvolver e formar as<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

31


F | O | R | M | A | Ç | Ã | O<br />

pessoas, para que seja possível construir<br />

equipas de alta performance.<br />

“A liderança empática tem também<br />

um papel fundamental neste<br />

processo de construir uma cultura<br />

organizacional que sustente o sentimento<br />

de pertença, criando condições<br />

para que os objetivos individuais<br />

dos colaboradores estejam alinhados<br />

e potenciem os objetivos estratégicos<br />

da organização, através de ambientes<br />

de trabalho que fomentem a inovação<br />

e o desenvolvimento”, sublinha.<br />

Margarida Calado, da NTT Data<br />

Portugal, sublinha que é importante<br />

que os líderes sejam capazes de dar<br />

autonomia, desafios e oportunidades<br />

de desenvolvimento, mas não só…<br />

Têm de assegurar que a comunicação<br />

flui e que gerem bem as expectativas<br />

sobre qualquer tema, em particular<br />

aqueles que dizem respeito ao desenvolvimento<br />

das suas equipas.<br />

Também na captação de talento,<br />

as lideranças podem desempenhar<br />

um papel importante, nomeadamente,<br />

conhecendo o mercado, sendo<br />

reconhecidos no mesmo, assim<br />

como tendo um papel ativo na representação<br />

da companhia, da sua<br />

cultura e valores.<br />

«Para terminar, gostaria de<br />

acrescentar um episódio pessoal:<br />

uma vez, um candidato disse-me ‘eu<br />

só respondo a mensagens de LinkedIn<br />

de líderes na minha área’ ou<br />

seja, com a massificação de contactos<br />

e oportunidades, o talento torna-se<br />

mais selectivo relativamente<br />

aos contatos que recebe, privilegiando<br />

abordagens diferenciadoras, de<br />

pares reconhecidos, o que só por si<br />

funciona como uma forma de valorização<br />

e de atração».<br />

Já Maurício Marques acredita<br />

que um líder capaz de dar autonomia,<br />

orientar e motivar as suas equipas<br />

será fundamental para a atração<br />

e retenção de talento e, para tal, dá<br />

como exemplo os programas de lide-<br />

O NÚMERO DE<br />

TALENTOS COM<br />

O GRAU DE<br />

ESPECIALIZAÇÃO<br />

E QUALIFICAÇÃO<br />

NECESSÁRIO,<br />

EM ESPECIAL EM<br />

TECNOLOGIAS<br />

ESPECÍFICAS, É<br />

ESCASSO FACE<br />

AO SURGIMENTO<br />

CONTÍNUO DE<br />

NOVOS PROJECTOS<br />

TECNOLÓGICOS<br />

TERESA LOPES GÂNDARA, HUMAN<br />

CAPITAL SENIOR DIRECTOR NA<br />

NOESIS<br />

rança que desenvolvem em parceria<br />

com a Porto Business School, no sentido<br />

de apoiar o desenvolvimento de<br />

competências associadas às suas funções<br />

e a pensar nos futuros líderes da<br />

organização.<br />

«As lideranças podem ter um papel<br />

crucial na retenção dos talentos<br />

na medida em que contribuem para<br />

que exista um espírito de equipa<br />

saudável e para que o ambiente de<br />

trabalho seja energético e motivador.<br />

Têm também uma proximidade<br />

maior com os diversos elementos de<br />

cada equipa, e uma maior facilidade<br />

em identificar necessidades específicas<br />

ou situações que necessitem<br />

de atenção», sintetiza o Director de<br />

People and Organization da Siemens<br />

Portugal.<br />

À medida que as organizações investem<br />

num ambiente de trabalho<br />

que nutre a criatividade, promove o<br />

desenvolvimento profissional e valoriza<br />

a diversidade, torna-se possível a<br />

construção não apenas de equipas,<br />

mas de comunidades de inovadores.<br />

A atração e retenção de talentos torna-se,<br />

assim, não apenas uma estratégia,<br />

mas uma filosofia que impulsiona<br />

o progresso contínuo.<br />

32 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

1<br />

Quais os principais desafios<br />

e oportunidades que espera<br />

encontrar no seu setor em 2024?<br />

2<br />

Na sua opinião, quais as principais<br />

tendências tecnológicas para o<br />

próximo ano?<br />

A consultora IDC estima que, em 2024, as empresas que se vão destacar<br />

são aquelas que demonstraram capacidade em inovar por meio da tecnologia<br />

para superar as mais diversas crises, conforme aponta o estudo<br />

“IDC FutureScape: Worldwide Future of Digital Innovation 2023 Top<br />

10 Predictions”. A consultora sublinha que as crises globais, incluindo a<br />

inflação, a ameaça de recessão, os constrangimentos da cadeia de abastecimento,<br />

o aumento dos custos dos combustíveis e a guerra estão a preocupar<br />

os executivos. Para muitos, a reacção é jogar pelo seguro: cortar,<br />

reduzir os custos tanto quanto possível e investir apenas em empresas<br />

ou negócios com baixo risco. No entanto, dependendo do sector e da<br />

crise que afecta, jogar pelo seguro pode ser mais arriscado do que investir<br />

em algo novo. A IDC defende que as empresas estão a passar de uma<br />

estratégia de investimento em tecnologia centrada na transformação digital<br />

para uma estratégia focada na gestão do negócio digital. Logo, um<br />

fator importante do negócio digital será a capacidade de inovar através<br />

do desenvolvimento de tecnologia diferenciadora e disruptiva. As organizações<br />

de TI estão mais pressionadas do que nunca para aumentar a<br />

eficiência, a fim de dedicar o máximo de tempo e recursos à inovação.<br />

As previsões apontam que as empresas que forneçam inovação digital<br />

serão as primeiras a emergir como líderes nos seus sectores de mercado.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 33


F | Ó | R | U | M<br />

RUI LOPES<br />

CEO AgentifAi<br />

RUI CALMÃO<br />

Executive Director Axians Portugal<br />

1 Há uma tendência generalizada das empresas seguirem as ondas<br />

tecnológicas. No caso do Serviço ao Cliente, primeiro foram os IVRs,<br />

depois os chatbots e agora a Generative AI. No entanto, o impacto<br />

real dessas tecnologias e a forma como afetam a experiência do cliente<br />

são aspetos cruciais que tendem a ser subavaliados. O desafio não<br />

é adotar a última “onda” tecnológica, mas entender como a tecnologia<br />

pode ser utilizada para atender às necessidades específicas de<br />

cada cliente e proporcionar uma experiência que seja diferenciadora<br />

e transformadora. Não basta seguir as tendências, temos de saber<br />

como integrar as capacidades da IA de uma forma que sirva verdadeiramente<br />

o cliente. Por exemplo, antecipando as necessidades dos<br />

clientes, servindo-os no local e horário da sua conveniência e proporcionando<br />

uma experiência única que responda efetivamente às suas<br />

necessidades. No caso da IA, 2024 poderá ser marcado pela alavancagem<br />

das soluções de Gen AI orientadas ao serviço ao cliente, ultrapassando<br />

os desafios da privacidade de dados, exatidão, segurança,<br />

éticos, de forma a possa ser efetivamente, um passo transformador<br />

no serviço ao cliente.<br />

2 Estamos perante uma mudança de paradigma no serviço ao<br />

cliente, que, embora se torne mais à distância, simultaneamente torna-se<br />

mais personalizada. E a motivação da inovação tecnológica nas<br />

empresas deve ser focada nesta personalização. O tema da IA (e da<br />

Gen AI em particular) estará na agenda de todas as empresas e poderá<br />

ser o início da passagem da “promessa” ao início do “impacto<br />

real” na vida das empresas e dos seus clientes. Para o fazer, há ainda<br />

desafios a serem superados de forma a que a Generative AI passe<br />

da fase do “novo objeto brilhante” para a ferramenta efetivamente<br />

transformadora, fazendo jus à promessa de valor da IA. A seu tempo<br />

veremos qual a real capacidade de entrega desta nova ferramenta<br />

de inteligência artificial mas a minha expectativa é que os principais<br />

avanços sejam na automação de processos internos, e com uma capacidade<br />

de exposição externa que ainda carece de supervisão humana<br />

de forma a assegurar todas as exigências de conformidade, privacidade<br />

e segurança. As empresas precisam de olhar para estas inovações<br />

tecnológicas de um prisma holístico, integrado na base da visão da<br />

empresa e focado na experiência do cliente.<br />

1 Os negócios vão se tornar cada vez mais digitais. Essa trajetória<br />

vai permitir melhorar os processos internos das empresas,<br />

aumentar a produtividade dos colaboradores e tornar ainda mais<br />

próximo e personalizado o contacto com o cliente. Apesar de se<br />

perspetivar um abrandamento dos investimentos, devido à incerteza<br />

económica, o setor tecnológico, que é um recurso essencial<br />

para as empresas, que competem à escala global e local, vai continuar<br />

a ser estratégico e, por isso, prioritário. Fazendo face a este<br />

abrandamento, espera-se que haja um reforçar do investimento<br />

através dos fundos estruturais europeus, para transformar a cadeia<br />

produtiva dos governos e das empresas. No entanto é, precisamente,<br />

no acesso aos fundos estruturais que reside o fator da<br />

imprevisibilidade, bem como, no impacto que o recurso a estes<br />

fundos pode provocar em países com economias frágeis. Ceder<br />

à tentação de aliviar o custo de produção com este investimento,<br />

ou, por outro lado, o facto destes programas assistencialistas,<br />

que têm vindo a ser implementados no âmbito das consecutivas<br />

crises (haverá sempre outra crise), poderem estar a provocar uma<br />

habituação e dependência na gestão das empresas. Um dia em<br />

que termine este boom de apoios, organizações que têm as suas<br />

principais fontes de investimento alicerçadas neste tipo de fundos<br />

certamente irão sofrer danos irreparáveis.<br />

2 Com a entrada na era da Gestão do Digital, as plataformas<br />

estão implementadas e o seu desempenho passa a ter um papel<br />

determinante no funcionamento e resultado dos negócios. A manutenção<br />

dos sistemas, a evolução incremental e a segurança serão<br />

serviços imprescindíveis. Reforçar a proteção, diminuir o risco<br />

de falha humana e a transferência de tarefas não críticas para<br />

máquinas possibilitará um aumento da confiança nestes serviços.<br />

É, por isso, espectável que a cybersegurança e a inteligência artificial<br />

generativa continuem a ser tendências crescentes em 2024<br />

e sejam as áreas de maior foco para o desenvolvimento no campo<br />

da inovação. O Cloud-first consolidar-se-á como o modelo de<br />

gestão de tecnologia mais eficaz e o 5G será, cada vez mais, uma<br />

parte integrante da infraestrutura em setores como a indústria,<br />

logística e saúde.<br />

34 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

BRUNO RIBEIRO<br />

CEO da BOOST IT<br />

FERNANDO MATOS<br />

Partner e Co-fundador da Closer Consulting<br />

1 Em 2024 acreditamos que será um ano de<br />

consolidação do mercado tecnológico, na medida<br />

em que desde a guerra na Ucrânia, com as subidas<br />

generalizadas na Europa das taxas de inflação, que<br />

se sente um abrandamento dos grandes investimentos<br />

tecnológicos. Continuam a existir grandes<br />

grupos tecnológicos a investir em Portugal, mas de<br />

uma forma mais cautelosa e nem sempre à procura<br />

de qualidade, mas sim de ser “cost-effective`” comparado<br />

com outras geografias.<br />

Por outro lado, sentimos que existe uma grande<br />

procura por Portugal como destino principal na<br />

Europa para criar centros de excelência tecnológica,<br />

o que será uma possibilidade de crescimento<br />

para empresas altamente especializadas como a<br />

Boost It. Acreditamos que em 2024, e fruto da nossa<br />

experiência internacional com clientes de renome<br />

global, poderemos ser uma empresa de referência<br />

na captação desses investimentos em Centros<br />

de Nearshore em Portugal, acima de tudo ligados a<br />

processos Globais de Transformação Digital.<br />

2Claramente tudo o que está ligado a Transformação<br />

Digital e Dados, na medida em que os grandes<br />

projetos de transformação digital acontecem<br />

sempre ligados a dados e analytics, que permitam<br />

conhecer o negócio com informação objetiva e fidedigna.<br />

Por outro lado, projetos relacionados com<br />

Generative AI, que basicamente mudam o paradigma<br />

de como entendemos os negócios atuais, mas<br />

acima de tudo a forma como devemos e podemos<br />

encarar os negócios futuros, e como a tecnologia<br />

terá um papel ainda mais fundamental nesse campo.<br />

Acredito que as empresas, seja qual for o sector,<br />

terão de se adaptar e usar as potencialidades desta<br />

nova tecnologia em prol do seu negócio, ganhando<br />

assim vantagem em relação à sua concorrência.<br />

1 É impossível não destacar a GenAI como a grande<br />

revolução digital que irá trazer muitas oportunidades e,<br />

em paralelo, desafios no setor da consultoria em tecnologia.<br />

As empresas estão a começar a explorar a aplicabilidade<br />

da IA nos seus negócios e a perceber que faz<br />

sentido considerá-la nos seus planos, o que permite que<br />

os projetos desenvolvidos possam ser cada vez mais ambiciosos.<br />

Porém, não há dúvidas de que adversidades<br />

como a escassez de talento técnico e a dificuldade em reter<br />

talento, num mercado tão competitivo, vai continuar<br />

a ser um dos grande desafios do nosso ecossistema. O<br />

possível ceticismo que alguns gestores ainda têm sobre<br />

o tema, aliado à instabilidade económica que estamos a<br />

viver também será um entrave à inovação e à evolução<br />

de algumas empresas. As empresas que perceberem o<br />

potencial da GenAI vão destacar-se e o setor tecnológico<br />

vai, sem dúvida, beneficiar dessa aposta.<br />

2 Refiro, uma vez mais, a Generative AI como a grande<br />

tendência. Está a existir, de facto, um enorme hype<br />

em relação a esta tecnologia, que está sem dúvida a marcar<br />

uma nova era no setor, e posso afirmar que esta tendência<br />

não irá esbater. Vai continuar a evoluir e a abrir<br />

caminho para o desenvolvimento de projetos muito inovadores,<br />

que até há pouco tempo atrás seriam inimagináveis,<br />

ou levariam uma quantidade de tempo colossal<br />

a terminar. As empresas, e os gestores, estão curiosos<br />

em relação a esta tecnologia, querem saber mais, querem<br />

perceber como a aplicar internamente, porque percebem<br />

o seu potencial. Além disso, a GenAI integrará<br />

várias áreas empresariais, de forma transversal, quer<br />

seja para a criação de conteúdos texto, imagens, vídeo,<br />

música, seja em áreas mais técnicas para geração de código<br />

e documentação, mas sobretudo para a criação de<br />

interfaces como os sistemas já existentes. O potencial é<br />

infindável.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

35


F | Ó | R | U | M<br />

PAULO MOTA<br />

Cofundador da Coreflux<br />

IVO BERNARDO<br />

Partner e Data Scientist da DareData Engineering<br />

1 O futuro da IIoT e da Indústria 4.0 é promissor e indissociável<br />

dos benefícios trazidos pela IA. Assiste-se a uma aceleração<br />

tecnológica, que alterou a velocidade a que as indústrias precisam<br />

de evoluir para assegurar escalabilidade e competitividade.<br />

Assim, o desafio é capacitar as diferentes indústrias com canais<br />

de recolha e tratamento de dados específicos ao seu negócio. A<br />

partir destes, desenvolver e implementar soluções orquestradas<br />

e em escala. Paralelamente, assegurar segurança e privacidade<br />

desses dados à luz da evolução de instrumentos regulatórios<br />

como o European Digital Act.<br />

Os case studies demonstram que as vantagens do sucesso deste<br />

setor são vastas, como a eficiência operacional melhorada; a capacidade<br />

de prever problemas operacionais ou de manutenção,<br />

permitindo poupanças consideráveis; a inovação em produtos e<br />

serviços, através da análise de dados, orientada para uma compreensão<br />

mais precisa das necessidades dos clientes e consequentemente<br />

para uma maior personalização.<br />

2 O futuro prevê-se muito tecnológico e a inovação continua<br />

a ser a força motriz para o crescimento e evolução social. O desenvolvimento<br />

de competências digitais, e um entendimento de<br />

como podem ser aplicadas, será essencial para indivíduos e organizações<br />

que desejem prosperar na próxima era digital.<br />

À medida que avançamos para um futuro mais digitalizado, as<br />

tendências tecnológicas emergem, prometendo remodelar as<br />

interações, processos e sociedade como um todo. As tecnologias<br />

de IA e ML vão continuar a evoluir de forma iterativa e a ser<br />

miniaturizadas para nos acompanhar de forma mais próxima.<br />

Produtos e serviços serão, por isso, mais personalizados, potenciando<br />

o desempenho individual. Isto acarreta riscos, sendo o<br />

maior o crescente fosso social derivado das desigualdades de<br />

acesso.<br />

Tecnologias associadas, como a cibersegurança, vãodominar<br />

parte do panorama, dado o volume de dados personalizados que<br />

daqui vão surgir. Volume que será suportado por conectividade<br />

avançada (5G e além), capacitando a computação em edge, descentralizada<br />

e distribuída por dispositivos.<br />

1 Os avanços na Inteligência Artificial Generativa<br />

e em modelos estilo ChatGPT prometem proporcionar<br />

níveis de produtividade inéditos. A correta<br />

implementação destes modelos avançados de Inteligência<br />

Artificial na rotina diária da sociedade poderá<br />

conduzir a progressos significativos na produtividade<br />

e capacidade humana, e as oportunidades nesta<br />

dimensão são claras. Porém, enfrentamos um conjunto<br />

de desafios e riscos. A privacidade dos dados<br />

e a ética na utilização destes modelos de Inteligência<br />

Artificial tornaram-se preocupações centrais. Surge<br />

um potencial conflito entre os direitos e interesses<br />

de milhões de pessoas e a exploração abusiva destes<br />

modelos. Conseguimos perceber, pela atual greve<br />

dos argumentistas de Hollywood, que a utilização<br />

destes sistemas pode causar disrupção em diversas<br />

profissões, ao capitalizar sobre propriedade intelectual<br />

alheia, um cenário que levanta questões éticas,<br />

filosóficas e morais profundas. A deliberação sobre<br />

estas questões não é apenas fundamental - é, sim,<br />

incontornável.<br />

2 A integração de chatbots em quase todas as aplicações<br />

que necessitam de aceder a conhecimento<br />

(como manuais de instruções, FAQs ou outros documentos)<br />

é uma tendência que se materializa através<br />

dos modelos de Inteligência Artificial Generativa, e<br />

que vai continuar a ser óbvia. Do lado das organizações,<br />

é crucial uma maior atenção na integração<br />

dos seus dados, bem como na criação de um ecossistema<br />

interno robusto de dados. Este deverá ser<br />

estruturado para maximizar o potencial dos modelos<br />

de machine learning e Inteligência Artificial. Esta<br />

tendência ganha ainda mais destaque à medida que<br />

uma parte significativa do core business das empresas<br />

passa a depender da utilização e interação com<br />

modelos de IA.<br />

36 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

BRUNO TAVARES<br />

Chief Technology Officer, Devoteam Portugal<br />

GIL SOUSA<br />

Cofundador da ESI<br />

1 Um dos principais desafios, que não é novo, é a<br />

escassez de talento qualificado. Num mercado cada<br />

vez mais competitivo, acompanhado por uma rápida<br />

evolução da inovação tecnológica, há uma necessidade<br />

crescente de encontrar profissionais com as competências<br />

certas para atingir bons resultados. Existe também<br />

o desafio de capacitar as empresas para se defenderem<br />

das sucessivas, e cada vez mais intensas, ameaças digitais,<br />

especialmente aquelas que centram o seu negócio<br />

na esfera digital. As oportunidades no setor são entusiasmantes,<br />

porque estamos num ciclo ativo de aceleração<br />

digital, e existe um foco estratégico claro na transformação<br />

digital para criar eficiência nas operações<br />

e principalmente como veículo de criação de valor e<br />

diferenciação dos negócios. As tecnologias emergentes<br />

estão a abrir espaço a um cenário interessante e que até<br />

se estão a cruzar com outras áreas, como a sustentabilidade,<br />

o que está a levar a uma procura por tecnologias<br />

eco-friendly e práticas de produção responsáveis.<br />

2 A Inteligência Artificial, e a sua evolução, vai continuar<br />

a surpreender e a destacar-se como um motor<br />

central para a diferenciação de negócios. Neste campo,<br />

destaco a IA Generativa, que desempenhará um papel<br />

significativo na produtividade das empresas, permitindo<br />

atingir resultados muito positivos, e de forma<br />

rápida. Os dados continuarão a ser um ativo crucial<br />

nas organizações, tornando-se cada vez mais centrais<br />

para aplicações e modelos de IA. As empresas terão<br />

de estar prontas para se tornarem data-centric, ágeis<br />

e eficientes, considerando a importância da mitigação<br />

de dados para a cloud, sempre de forma segura. A cibersegurança<br />

nunca perderá a sua relevância. Por fim,<br />

prevejo que as empresas estarão cada vez mais prontas<br />

para integrarem uma sociedade ética, responsável<br />

e socialmente consciente, olhando para a agenda ESG<br />

como prioridade.<br />

1 Olhando para o futuro da automação industrial e da robótica,<br />

antecipamos alguns desafios e oportunidades. A falta de mão de<br />

obra qualificada é um desafio muito significativo, que exige habilidades<br />

muito específicas e técnicas. Além disso, a rápida evolução<br />

da tecnologia obriga à atualização constante dos trabalhadores<br />

para acompanhar as mudanças.<br />

No que diz respeito às oportunidades, o futuro mostra-se promissor<br />

para o setor. A adoção da Indústria 4.0 é obrigatória para a<br />

evolução das empresas. Proporciona um aumento de eficiência<br />

operacional extremamente significativo, com a aplicação da robótica<br />

e da automação industrial, assim como a implementação de<br />

sistemas de IIoT, que permitem a recolha de dados em tempo real,<br />

manutenção preditiva e otimização da gestão industrial.<br />

As preocupações ambientais são comuns a todos os setores industriais.<br />

A automação pode e deve ser usada para tornar as operações<br />

industriais mais sustentáveis, otimizando o uso de recursos e<br />

reduzindo o desperdício.<br />

2 Numa era cada vez mais digital, as fábricas inteligentes são<br />

a grande tendência no setor industrial. E estas fábricas abordam<br />

também diversas tecnologias, como inteligência artificial, IIot<br />

(Industrial Internt of Things), machine learning, cuja importância<br />

é inegável.<br />

A conectividade e comunicação entre todos os equipamentos e<br />

máquinas em chão de fábrica permitem uma gestão inteligente e<br />

otimizada da produção. As fábricas inteligentes fornecem dados<br />

de produção em tempo real, permitindo que os gestores tomem<br />

decisões maisfundamentadas. Além disso, a análise de dados permite<br />

a manutenção preditiva, isto é, a possibilidade de agir antes<br />

do aparecimento de anomalias. Só assim é possível evitar paragens<br />

não programadas e aumentar o tempo de vidas dos equipamentos.<br />

A produção inteligente impulsiona ainda a sustentabilidade das<br />

indústrias. Através da avaliação e gestão integrada de toda a cadeia<br />

produtiva é possível gerir o transporte, o armazenamento e<br />

o desperdício mais eficientemente, possibilitando a redução do<br />

impacto ambiental em todas as etapas da produção.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

37


F | Ó | R | U | M<br />

PEDRO MORÃO<br />

CEO, Warpcom<br />

ANGELO TONIN<br />

General Manager - FCamara Europe<br />

1 O ano 2024 será desafiante a vários níveis. Por um lado, a impactar<br />

negativamente o crescimento económico, temos a situação<br />

geopolítica, com impacto no preço de matérias-primas, subida da<br />

inflação e consequente incremento do custo de dinheiro para famílias<br />

e empresas. Por outro, e numa ótica positiva, temos os fundos<br />

disponibilizados pelo PRR, recentemente reprogramados em alta,<br />

cuja aplicação terá de acelerar em 2024 para não comprometer as<br />

metas impostas pela União Europeia. Os organismos públicos estão<br />

muito pressionados para executar o programa de investimentos, de<br />

modo a melhorar a produtividade através da simplificação de processos<br />

e novas ferramentas tecnológicas. As organizações continuarão<br />

o seu processo de transformação digital através de novas soluções<br />

e serviços de TI, de modo a reduzir custos e diferenciarem-se<br />

da concorrência. Poderemos afirmar que haverá um maior escrutínio<br />

e ponderação nas decisões de investimento, podendo atrasar os<br />

ciclos de tomada de decisão, mas os projetos de investimento bem<br />

sustentados terão necessariamente de avançar de modo a melhorar<br />

os níveis de competitividade e qualidade do serviço entregue.<br />

2 O tema da inteligência artificial generativa está claramente na<br />

ordem do dia, com um potencial enorme na simplificação de tarefas<br />

e melhoria nos serviços prestados aos clientes, contando com fortes<br />

investimentos por parte da maioria das empresas tecnológicas.<br />

O metaverso, incluindo a realidade aumentada, realidade virtual e<br />

realidade mista, será outra das grandes tendências, com potencial<br />

aplicabilidade nas áreas da formação, colaboração (salas de reuniões<br />

e espaços de trabalho virtuais), e centros de manutenção assistida.<br />

Outra das grandes tendências está relacionada com o advento da<br />

computação quântica, mais precisamente na proteção das infraestruturas<br />

de rede e comunicações contra ataques cibernéticos que<br />

irão tirar partido da enorme capacidade de processamento para<br />

quebrar as chaves de encriptação assimétrica utilizadas actualmente.<br />

Isto torna obrigatória a implementação/ reformulação de arquiteturas<br />

que implementem chaves de encriptação Quantum Safe, tirando<br />

partido de tecnologias de QKD (Quantum Key Distribution)<br />

e PQC (Post Quantum Criptography).<br />

1 Inflação, juros altos, incerteza política e económica, são<br />

questões que preocupam os executivos e a comunidade empresarial.<br />

A contratação e retenção de talento também são desafios<br />

notórios em Portugal e na Europa. No entanto, estes desafios<br />

também representam oportunidades, e é importante que as empresas<br />

disponham de equipas e parceiros capazes de pensar e<br />

executar a “duas velocidades”. Para momentos de crescimento,<br />

existem soluções disponíveis para ajudar as empresas a impulsionar<br />

e acelerar o seu desenvolvimento sustentável. Mesmo em<br />

cenários desafiadores, muitas empresas enfrentam a necessidade<br />

de se instrumentalizar, por exemplo, na área de e-commerce.<br />

Em períodos de contenção de despesas ou incerteza económica,<br />

as empresas devem auxiliar os seus clientes a aumentar a eficiência<br />

e procurar uma maior produtividade, visando manter e,<br />

sempre que possível, reduzir gastos operacionais. Já no campo<br />

do desenvolvimento de talentos, as empresas têm uma função<br />

muito importante e devem ter o know-how em termos de<br />

reskilling e upskiling de profissionais, incluindo para profissionais<br />

mais experientes.<br />

2 Obviamente que tecnologias como a Inteligência Artificial<br />

(IA) são uma realidade, logo faz sentido adotá-las na medida<br />

em que estejam conectadas à agenda do negócio. Hoje em dia, é<br />

fácil para qualquer empresa, independentemente do tamanho,<br />

adotar soluções tecnológicas, embora existam desafios de integração<br />

de dados, o que dificulta a visão completa do negócio e<br />

a compreensão real da experiência do cliente. Em essência, são<br />

desafios de integração. Acredito na importância de explorar e<br />

adotar ferramentas cutting-edge, muitas das quais baseadas em<br />

IA, mas também reconheço a necessidade de voltar ao básico e<br />

compreender a empresa, os seus colaboradores e processos de<br />

forma mais integrada. Nesse contexto, pode ser oportuno para<br />

as empresas revisitarem a sua arquitetura para garantir que os<br />

recursos existentes e os novos projetos estejam verdadeiramente<br />

alinhados com o negócio, gerem valor acrescido e se traduzam<br />

numa maior competitividade e um serviço ao cliente aprimorado.<br />

38 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

MARCELO CARVALHEIRA<br />

Country Manager da Fortinet Portugal<br />

JOSÉ CORREIA<br />

Diretor-geral da HP<br />

1 Acredito que o mercado vai continuar quente em matéria de cibersegurança,<br />

na medida em que não existe uma bala de prata que<br />

resolva os problemas da segurança. Paralelamente com o previsível<br />

aumento do cibercrime, acredito que a escassez de profissionais<br />

com competências em cibersegurança, essenciais para proteger<br />

as organizações contra este aumento das violações de segurança,<br />

também continuará a ser um desafio em 2024 – 68% dos líderes<br />

afirmam que a escassez de competências em cibersegurança cria<br />

ciber riscos adicionais para a sua organização, de acordo com o relatório<br />

Cybersecurity Skills Gap2023 da Fortinet.<br />

No entanto, o que refiro como um desafio, encaro, também, como<br />

uma oportunidade: será fundamental investir em formações, que<br />

têm como objetivo dotar as pessoas com as competências necessárias<br />

para identificar e prevenir ameaças e ataques. Por fim, referir<br />

também a sustentabilidade. A incorporação da ESG nos negócios e<br />

a abordagem da cibersegurança como uma questão de sustentabilidade<br />

será também uma oportunidade de negócio a ter em conta<br />

no próximo ano.<br />

2 Os últimos anos foram marcados por avanços significativos no<br />

setor de TIC, com a rápida adoção de tecnologias e o surgimento<br />

de novos chatbots impulsionados por Inteligência Artificial (IA)<br />

generativa, como Bing, Bard e Chat GPT. Em 2024, a IA generativa<br />

continuará a ser uma prioridade para as organizações, especialmente<br />

no setor de cibersegurança, onde pode ajudar na deteção<br />

automática de ciberameaças, produzir alertas, identificar novas<br />

vertentes de malware e proteger os dados sensíveis das empresas.<br />

Também a tecnologia OT e os serviços SASE serão cada vez mais<br />

procurados, assim como o reforço da segurança em ambientes<br />

Cloud.<br />

Adicionalmente, temos assistido, nos últimos anos (e uma tendência<br />

que irá marcar o próximo ano), a uma maior procura dos clientes<br />

por uma única solução que permita reduzir a complexidade das<br />

suas infraestruturas. Esta deve ter a capacidade de gerir e supervisionar<br />

do ponto de vista da segurança uma infraestrutura crítica e<br />

otimizar as operações, mantendo a gestão centralizada e integrada<br />

das operações de rede e segurança.<br />

1 O setor das Tecnologias é um dos pilares do bem<br />

estar das famílias e do crescimento económico das<br />

empresas, melhorando a produtividade e dando resposta<br />

a inúmeras necessidades do dia a dia, numa sociedade<br />

cada vez mais ligada e digital.<br />

Durante o período de pandemia, assistimos ao disparar<br />

da procura de soluções tecnológicas para suportar<br />

o trabalho remoto, pelo que em 2023 assistimos a alguma<br />

correcção do mercado. As previsões para 2024<br />

indicam que o setor irá recuperar progressivamente,<br />

aproximando-se e, em alguns casos, ultrapassando, os<br />

números pré-pandemia. Se este é o panorama geral,<br />

existem ainda assim várias áreas de crescimento, sobretudo<br />

ao nível do setor privado e dos organismos<br />

públicos, resultantes dos investimentos do PRR.<br />

Será por isso previsível uma recuperação mais rápida<br />

do lado das empresas, sendo que o consumo das<br />

famílias estará sempre condicionado pelo evoluir dos<br />

factores económicos directamente relacionados com<br />

o seu rendimento disponível.<br />

2 A principal tendência que está neste momento a<br />

moldar o setor da tecnologia é sem sombra de dúvida,<br />

a Inteligência Artificial (AI), que saiu dos laboratórios<br />

de investigação para as empresas e os dispositivos<br />

pessoais dos consumidores. Depois da tendência<br />

do trabalho hibrido, que alterou práticas de trabalho<br />

e de vivência das pessoas, o AI trará uma nova vaga<br />

de inovação que já está a chegar à vida das pessoas e<br />

das empresas. Ainda assim, continuarão a marcar a<br />

agenda do setor outras tendências tecnológicas, como<br />

a cibersegurança, o trabalho híbrido ou a transformação<br />

digital. Numa fase de menor impacto estão tecnologias<br />

como as criptomoedas e o blockchain. É esta a<br />

grande força do setor, a capacidade de gerar inovação<br />

e criar tendências tecnológicas que mudam a vida das<br />

pessoas, as empresas e a sociedade.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

39


F | Ó | R | U | M<br />

ABEL COSTA<br />

General Manager, Inetum<br />

TIAGO GONÇALVES<br />

CEO da InnoWave<br />

1 Em 2024, com um maior nível de maturidade tecnológica, empresas<br />

e governos procurarão investir em projetos mais inovadores, com<br />

objetivos de ROI a médio ou longo prazo, mas de maior impacto para os<br />

seus modelos de negócio.<br />

Ao longo deste ano, observámos um abrandamento do investimento no<br />

mercado de Tecnologias de Informação e acredito que esta tendência irá<br />

marcar também o ano de 2024, impulsionado por um contexto económico<br />

instável, com elevada inflação, e um panorama empresarial denso,<br />

complexo e dominado por elevados investimentos internacionais.<br />

Em Portugal, os maiores investimentos centrar-se-ão em tecnologias<br />

de última geração que lhes permitam garantir a máxima segurança das<br />

suas operações (Cibersegurança), a resiliência das suas infraestruturas<br />

(Cloud), a maior inteligência dos seus negócios (Gen AI e Analytics) e a<br />

automação da sua atividade.<br />

Neste sentido, acredito que as empresas tecnológicas que se conseguirem<br />

posicionar como parceiros estratégicos nestas áreas terão a oportunidade<br />

de impulsionar o seu negócio.<br />

2 2024 será um ano extremamente desafiante para o setor das Tecnologias<br />

de Informação.<br />

Relembremos que a primeira onda de transformação digital, acelerada<br />

pela crise pandémica, potenciou um maior investimento de empresas<br />

e governos na sua digitalização. Nesta fase, os objetivos estratégicos<br />

centravam-se na desmaterialização e simplificação de processos,<br />

na otimização operacional, numa gestão mais eficiente dos custos e na<br />

oferta de uma experiência omnicanal.<br />

Portugal, em particular o setor público, teve de acelerar este processo<br />

de transformação e garantir estar digitalmente alinhado com a nova<br />

realidade, atendendo às necessidades dos cidadãos, clientes, fornecedores<br />

ou parceiros.<br />

Hoje, entramos numa nova fase de transformação, onde as prioridades<br />

de investimento ajustam-se. Com níveis de maturidade digital<br />

mais elevados, as empresas e governos focar-se-ão na segurança e privacidade<br />

da sua informação (Cibersegurança), na automatização dos<br />

seus processos (Automação), na inteligência da sua operação (GenAI,<br />

Analytics e Observabilidade) e na resiliência das suas infraestruturas<br />

(Cloud).<br />

1 Em 2024 o maior desafio que vemos continua a ser a<br />

atração e retenção de talento. Como empresa tecnológica<br />

centrada nas pessoas o talento é o nosso ativo fundamental.<br />

Para continuar a melhorar este aspeto é fundamental<br />

ter uma cultura sã, baseada em princípios, apostando<br />

sempre na flexibilidade e na responsabilidade, e investindo<br />

continuamente no desenvolvimento de carreira dos colaboradores.<br />

Acreditamos também que é muito importante<br />

apostar em tecnologias avançadas como potenciadores<br />

de inovação e estar sempre à frente da adoção tecnológica,<br />

a velocidade é fundamental.<br />

Em termos de oportunidades vemos o uso da inteligência<br />

artificial generativa como fator chave de aumento de produtividade<br />

e criatividade do ser humano. Vemos também<br />

uma grande oportunidade em ajudar as empresas a acelerar<br />

a transição digital, sempre com a sustentabilidade<br />

em mente.<br />

2 Em termos da maior disrupção sem dúvida a inteligência<br />

artificial generativa, terá um impacto transversal<br />

que vai desde as áreas de marketing e vendas, desenvolvimento<br />

de produto, gestão de serviço e operação, engenharia<br />

de SW, gestão de risco, até à área financeira e de<br />

RHs. Pela primeira vez temos um avanço tecnológico que<br />

coloca em causa as áreas de maior valor acrescentado, os<br />

chamados empregos de “colarinho branco”. Como pessoas<br />

otimistas e positivas acreditamos que esta revolução vai<br />

aumentar significativamente as capacidades humanas, e<br />

não as substituir.<br />

Temos também uma série de outras tecnologias que estão<br />

numa fase madura e em adoção plena, como por exemplo<br />

a cloud e edge computing, o low-code, a cyber security,<br />

a inteligência artificial aplicada, o IoT e a conectividade<br />

avançada (5G, IoT/LPWAN, Satélites). Em termos de tecnologias<br />

que são promessa ou já na fase de entrada na maturidade,<br />

mas que ainda têm alguns desafios para resolver,<br />

vemos as realidades imersivas (AR/VR) e a Web 3.0.<br />

40 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

ALEXANDRE FERNANDES<br />

Country Manager Klarna Portugal<br />

FERNANDO GOMES<br />

Chief Technology Officer, Eurotux<br />

1 Em 2024, o sector financeiro vai tanto encontrar desafios como oportunidades, que<br />

virão por uma multiplicidade de fatores. Um dos principais desafios será o de navegar num<br />

cenário de regulação em evolução, à medida que os governos e os organismos internacionais<br />

continuam a introduzir novos regulamentos para garantir a proteção do consumidor e<br />

manter a estabilidade financeira. Adaptar-se a estas mudanças regulamentares e, ao mesmo<br />

tempo, fornecer serviços inovadores e convenientes, será um desafio de base para o sector.<br />

Por outro lado, também é possível ver grandes oportunidades. Começando pela crescente<br />

adoção de pagamentos digitais e do e-commerce, mudança muito acelerada pela pandemia,<br />

que aumentou as transações online, algo que é expectável que continue em 2024. Os operadores<br />

de retalho que possam fornecer soluções de pagamento digital seguras e contínuas,<br />

como as da Klarna, estarão bem posicionados para o crescimento.<br />

Além disso, a sustentabilidade e o investimento ético estão a ganhar impulso, e as instituições<br />

financeiras que dão prioridade a fatores ambientais, sociais e de governance (ESG) vão<br />

destacar-se. O setor tem a oportunidade de contribuir para uma economia mais sustentável<br />

e inclusiva, criando produtos financeiros alinhados com estes valores.<br />

2 O setor da banca tem vindo a perder a visão focada naquilo que é melhor para o consumidor,<br />

razão pela qual acreditamos que a Klarna tem maior valor acrescentado e é uma<br />

melhor alternativa. A IA vai finalmente voltar a colocar o consumidor no centro do foco das<br />

empresas do setor financeiro.<br />

Imaginemos um mundo onde o melhor consultor financeiro, assim como o de maior confiança,<br />

é um telefone. Numa manhã, diz-nos que esteve a analisar o nosso crédito habitação<br />

durante a noite, assim como os nossos padrões de despesas e previsões das taxas de juro.<br />

Sugere-nos, em seguida, que ficaríamos melhor servidos ao mudarmos de fornecedor, e que<br />

o poderá fazer por nós. Para poupar 10€ por mês, só precisamos de clicar em ‘Sim’, e tudo<br />

será feito de forma automática daí em diante. Tão simples quanto isto. As ferramentas com<br />

IA poderão trazer esta imagem futurista à realidade diária, nos próximos anos.<br />

As implicações deste cenários para a banca tradicional podem ser profundas. Os bancos<br />

lucram muito com o spread das taxas de juro, muitas vezes possível pois o consumidor<br />

médio não tem tempo ou conhecimento para procurar opções melhores. A IA pode ocupar<br />

um espaço relevante e de valor, ao fornecer opções onde apenas precisamos de clicar num<br />

‘Sim’, forçando os bancos a competirem por melhores produtos, ao invés de bloquearem os<br />

clientes no seu universo.<br />

É por isso que, na Klarna, estamos a apostar muito em IA. Queremos ser um assistente<br />

financeiro digital que proteja o consumidor, ao ajudá-lo a poupar tempo e dinheiro, com<br />

menos preocupações. Há doze meses, esta era uma visão de longo prazo, mas a IA tornou-a<br />

genuinamente possível num futuro bem mais próximo.<br />

1 Com a chegada da inteligência artificial,<br />

preveem-se grandes mudanças<br />

sendo que na área de informática<br />

já se está a assistir a uma profunda<br />

transformação. Acredito que ainda<br />

muito mais vai acontecer, e que tudo<br />

isto é apenas o início.<br />

Adicionalmente, temos o grande desafio<br />

da cibersegurança, pois a ameaça<br />

de ataques irá continuar a crescer.<br />

Vai ser necessário aumentar o investimento<br />

em tecnologias e expertise<br />

em segurança para proteger os nossos<br />

clientes contra ameaças cada vez mais<br />

sofisticadas.<br />

Por fim, acredito que a regulamentação<br />

imposta pela Europa, de modo a<br />

tentar proteger leis de privacidade e a<br />

segurança dos dados, também deverá<br />

ser cada vez maior e mais apertada.<br />

2 Mais uma vez o “machine learning”,<br />

e a inteligência artificial, vão<br />

estar em grande plano no próximo<br />

ano. Penso que também deverá existir<br />

um aumento de procura - e evolução -<br />

na área de automação e robótica, sempre<br />

com a cibersegurança no topo das<br />

preocupações.<br />

Por fim, acredito que o IoT irá ganhar<br />

cada vez mais destaque, até pela tendência<br />

que a empresas estão a seguir<br />

de se tornarem cada mais sustentáveis.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

41


F | Ó | R | U | M<br />

SÍLVIA BECHMANN<br />

CEO Mercedes-Benz.io<br />

FELIPPE SIQUEIRA<br />

CEO e Co-Founder da WEDOIT<br />

1 Em 2024, a indústria tech terá um ano transformador, repleto de desafios que são,<br />

de facto, oportunidades. Um dos principais desafios é a necessidade de abordar a ética<br />

da IA. À medida que a inteligência artificial se torna parte integrante das nossas vidas,<br />

a garantia de equidade, transparência e integridade ética nos algoritmos de IA é crucial.<br />

No entanto, este desafio representa uma excelente oportunidade para os inovadores tecnológicos<br />

liderarem o desenvolvimento de sistemas de IA que dão prioridade ativa aos<br />

princípios éticos, estabelecendo novos padrões para uma IA responsável. Simultaneamente,<br />

a gestão de talentos no sector da tecnologia pode parecer um desafio, mas é também<br />

uma oportunidade. A competição por profissionais qualificados leva as empresas a<br />

criar ambientes de trabalho mais atrativos, promovendo a inovação e a excelência. Leva<br />

ao investimento no desenvolvimento de talentos e na diversidade, contribuindo para<br />

um ecossistema tecnológico mais forte e dinâmico. Além disso, a tendência crescente<br />

de soluções tecnológicas ecológicas é um sinal positivo no sector. A tecnologia sustentável<br />

não só aborda questões ambientais, como também se alinha com os valores éticos.<br />

À medida que a sustentabilidade ganha ímpeto entre as empresas e os consumidores,<br />

as empresas tech têm uma oportunidade única de liderar o caminho no fornecimento<br />

de soluções ecológicas, tendo um impacto positivo tanto nos seus resultados como no<br />

planeta.<br />

2 Em 2024, vamos assistir a uma transformação fascinante na indústria tecnológica,<br />

com um forte enfoque na inovação responsável e orientada para objetivos. Três tendências<br />

de destaque estão a moldar o cenário, e estão intimamente interligadas entre si:<br />

IA ética e tecnologia responsável: Uma das tendências mais significativas é o compromisso<br />

inabalável da indústria com a IA ética e a tecnologia responsável. À medida que<br />

a IA se torna cada vez mais integrada nas nossas vidas diárias, há um esforço coletivo<br />

para garantir que funciona com transparência, justiça e responsabilidade. Gestão de<br />

talentos e diversidade: Outra tendência importante é a forma como a indústria tech<br />

gere os seus talentos. Em vez de a encarar apenas como um desafio, as empresas estão<br />

a abraçá-la como uma oportunidade, reconhecendo que equipas diversificadas são um<br />

catalisador para a inovação, trazendo novas perspetivas e criatividade para a mesa. Isto<br />

é algo que temos vindo a promover e a investir fortemente na Mercedes-Benz.io. E, finalmente,<br />

a tecnologia verde (Green IT) e a sustentabilidade: As soluções tecnológicas<br />

centradas na sustentabilidade estão a ganhar um impulso substancial. Esta tendência<br />

vai para além da consciência ambiental; é uma dedicação aos valores éticos. As empresas<br />

de tecnologia estão a defender ativamente a causa de um planeta mais verde, desenvolvendo<br />

produtos amigos do ambiente e explorando tecnologias de energia renovável,<br />

tudo isto enquanto minimizam a sua pegada de carbono.-<br />

1 O principal desafio que a empresa<br />

enfrenta, em 2024, é a aquisição de<br />

clientes com o objetivo de garantir<br />

um crescimento sustentável e a longo<br />

prazo em Portugal. Este desafio é<br />

de grande magnitude, pois ambicionamos<br />

atrair clientes finais de diversos<br />

setores, como Educação, Retalho,<br />

Banca, Indústrias, entre outros,<br />

e fornecer apoio na implementação<br />

dos seus projetos de modernização<br />

e substituição de infraestruturas de<br />

TI. A principal oportunidade reside<br />

no facto dos potenciais clientes reconhecerem<br />

o nosso expertise técnico e<br />

a qualidade na entrega dos projetos.<br />

Caso esta oportunidade se concretize,<br />

os clientes ficarão satisfeitos por encontrar<br />

um parceiro de negócios confiável<br />

e flexível no setor de serviços de<br />

Infraestrutura de TI, o que fortalecerá<br />

ainda mais a posição da empresa no<br />

mercado português.<br />

2As principais tendências irão continuar<br />

a ser uma maior adoção de Inteligência<br />

Artificial (IA), Segurança, Sustentabilidade<br />

das operações à luz dos<br />

desafios ambientais e sociais, a conectividade<br />

e a procura por serviços personalizados<br />

e on demand. No entanto,<br />

é importante refletir que todas estas<br />

tendências não serão materializadas se<br />

as infraestruturas de TI não estiverem<br />

atualizadas e preparadas para uma<br />

maior capacidade de processamento e<br />

armazenamento de dados.<br />

42 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

MANUEL DIAS<br />

Diretor Nacional de Tecnologia, Microsoft<br />

MARCO VIDAL<br />

Founder & Partner da Nimble<br />

1 É incontornável o impacto que tendências<br />

tecnológicas como a Inteligência<br />

Artificial Generativa terão nas diferentes<br />

indústrias, mercados e em organizações<br />

de todas as dimensões. Depois de vários<br />

anos marcados pelo início das jornadas<br />

de Transformação Digital e a necessidade<br />

de mover workloads para a Cloud com o<br />

propósito de trazer agilidade, escalabilidade<br />

e segurança para as empresas, assistimos<br />

agora a um salto quântico no que<br />

diz respeito à inovação tendo como base<br />

grandes modelos de linguagem e IA generativa.<br />

Esta tecnologia entusiasma muito<br />

o C Level nas organizações, mas interesse<br />

e adoção fazem-se em tempos distintos.<br />

Os custos, a aversão ao risco, receios com<br />

segurança e regulação têm sido apontados<br />

como os entraves à implementação,<br />

mas a realidade é que existem muitos casos<br />

de uso de sucesso com potencial para<br />

endereçar alguns dos maiores desafios do<br />

nosso tempo. A abordagem responsável e<br />

holística a esta tecnologia é essencial para<br />

garantir que tiramos o melhor partido<br />

possível desta nova vaga de inovação.<br />

Se a adopção tecnológica tem este potencial<br />

positivo, enquanto catalizador de<br />

inovação, importa não esquecer o reverso<br />

da medalha, pelo que acredito que o tema<br />

da cibersegurança marcará também certamente<br />

o próximo ano. Dados do Microsoft<br />

Digital Defense Report, que analisou<br />

as tendências de segurança entre 2022 e<br />

2023, apontam para um aumento das atividades<br />

de espionagem a nível mundial,<br />

com os ciberataques a atingir 120 países.<br />

Importa destacar que quase metade destes<br />

ataques visaram Estados membros da<br />

NATO e mais de 40% foram dirigidos a<br />

organizações governamentais ou do sector<br />

privado envolvidas na construção e<br />

manutenção de infraestruturas críticas.<br />

O tema da regulação da tecnologia e da<br />

soberania de Dados marcarão também,<br />

por certo, o setor da Tecnologia em 2024.<br />

2 Estamos hoje perante um momento<br />

de mudança de paradigma, com o despontar<br />

de uma nova era de computação<br />

e daquilo que a tecnologia pode fazer por<br />

nós e, sem dúvida que, 2024 ficará certamente<br />

marcado como o ano no qual a IA<br />

assumiu o seu papel de multiplicador de<br />

competências.<br />

Não sendo uma tecnologia nova, a realidade<br />

é que 2024 ditará uma transformação<br />

no uso da IA de um regime de autopiloto,<br />

para copiloto – uma ferramenta indelével,<br />

aplicada a todas as funções dentro das organizações,<br />

um assistente digital capaz de<br />

nos libertar das tarefas repetitivas e sem<br />

valor acrescentado. Assistiremos sem dúvida,<br />

no próximo ano, ao desenvolvimento<br />

exponencial de produtos e soluções<br />

assentes em IA com a Microsoft na linha<br />

da frente no desenvolvimento de uma IA<br />

guiada por uma framework ética, que respeita<br />

seis princípios fundamentais, justiça,<br />

confiança e segurança, privacidade,<br />

inclusão, transparência e accountability,<br />

e com um propósito maior: o de resolver<br />

alguns dos desafios mais prementes que<br />

assolam a Humanidade.<br />

1 O contexto económico, em particular as<br />

taxas de juro, dá-nos alguns sinais de constrangimento<br />

no acesso ao financiamento, a que<br />

soma uma maior dificuldade no justificar de<br />

projetos de investimento considerando o custo<br />

de capital. Por um lado, e pela negativa, decerto<br />

iremos ver muitos projetos a serem adiados<br />

devido ao supracitado. Por outro, pela positiva,<br />

estamos certos de que os projetos que forem<br />

em diante serão de elevado valor. O maior<br />

desafio que teremos será o do recrutamento<br />

de Pessoas qualificadas na área de IA, desafio<br />

ainda maior quando o justificar do valor dos<br />

projetos que devem arrancar (ou não), no contexto<br />

económico referido, depende muito de tal<br />

qualificação. O que vemos como oportunidade<br />

considerando a nossa área de atuação, é que<br />

irá existir um forte investimento pela parte das<br />

organizações em inteligência artificial, quer<br />

a respeito do desenvolvimento de produtos e<br />

serviços inovadores, quer na racionalização de<br />

custos.<br />

2Acreditamos que em 2024 muitas das organizações<br />

irão investir em tecnologias de inteligência<br />

artificial, em particular Generative AI.<br />

O desafio é mais organizacional que tecnológico<br />

quando falamos desta tecnologia, e acreditamos<br />

que 2024 será o ano para experimentar<br />

e aprender. Sectorialmente, e considerando a<br />

nossa presença nos Estados Unidos enquanto<br />

empresa certificada e qualificada para prestar<br />

serviços a um dos maiores fundos de investimento<br />

tecnológico de Silicon Vallley liderado<br />

pela Universidade de Berkeley, veremos investimentos<br />

noutras tecnologias, como por exemplo<br />

Quantum AI na área da saúde/biotech.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

43


F | Ó | R | U | M<br />

RICARDO LEBRE<br />

Partner & Head of Technology da NTT DATA Portugal<br />

PEDRO MARTINS<br />

CEO and Founder at Singularity Digital<br />

Enterprise<br />

1 O setor das tecnologias de informação continua muito dinâmico, pelo que a perspetiva<br />

que temos é a de que vai continuar a crescer e a aportar valor acrescentado à economia<br />

portuguesa, tanto pela alavancagem provocada pela inovação e efeitos de produtividade,<br />

como também pela exportação de serviços. Assim, identificamos como oportunidades:<br />

• a aposta em novos modelos de colaboração com os clientes, para se acelerar a inovação<br />

e o desenvolvimento;<br />

• a exploração das tecnologias emergentes para modernizar e acelerar o crescimento dos<br />

negócios;<br />

• o investimento em novos processos e tecnologias para alavancar a produtividade das<br />

organizações;<br />

• o foco em soluções que garantam a sustentabilidade dos negócios e do planeta;<br />

• o aproveitamento da capacidade instalada para aumentar a exportação de serviços de<br />

valor acrescentado.<br />

Já os desafios, residem em:<br />

• escassez de talento, já conhecida na área das TI;<br />

• a concorrência internacional por esse mesmo talento;<br />

• desafios que podem ser compensados pela aposta na retenção e desenvolvimento de<br />

talento, mas também em iniciativas de reskilling e upskilling, que são em si mesmo grandes<br />

desafios;<br />

• Inflação, elevadas taxas de juro e dificuldades na cadeia de abastecimento, que podem<br />

reduzir a capacidade das organizações para investir em I&D e em soluções de modernização<br />

e transformação dos negócios.<br />

2 Do nosso ponto de vista, as grandes tendências tecnológicas do próximo ano vão<br />

passar por:<br />

• Investimento em novos modelos de colaboração para acelerar a inovação e o desenvolvimento<br />

das organizações;<br />

• Aposta em soluções de sustentabilidade, nomeadamente, de base tecnológica, para<br />

melhorar a análise, monitorização, report e ação climática;<br />

• Aceleração da transição e aproveitamento das tecnologias cloud;<br />

• Foco em soluções de automação para aumentar produtividade (hyperautomation);<br />

• Análises e testes de adoção de inteligência artificial;<br />

• Implementação de digital twins para exploração de dados e análises avançadas;<br />

• Aprofundamento das práticas de data & analytics;<br />

• Exploração de soluções de realidade aumentada e virtual;<br />

• Reforço do investimento em cibersegurança.<br />

1 Em 2024, o cenário tecnológico promete ser<br />

empolgante, com uma série de desafios e oportunidades<br />

no campo de dados e inteligência artificial<br />

generativa. Enquanto 2023 serviu como<br />

um ano de teste para esta tecnologia, 2024 vai<br />

marcar o início da sua implementação em processos<br />

de negócios setoriais, com uma taxa de<br />

crescimento anual expectável de cerca de 30%. A<br />

crescente relevância do Generative AI é inegável,<br />

uma vez que estes modelos têm a capacidade de<br />

atuar sobre a informação que as empresas produzem.<br />

Isto coloca um destaque ainda maior na<br />

qualidade dos dados, como tal, os investimentos<br />

dos clientes serão direcionados para garantir a<br />

excelência nessa área. Entretanto, também existem<br />

alguns desafios que vamos ter de responder.<br />

Como exemplo, um desses desafios passa por<br />

encontrar recursos qualificados no mercado que<br />

possam trabalhar com eficiência em inteligência<br />

artificial generativa e engenharia de “Prompt”.<br />

A necessidade de especialistas nesta área está a<br />

crescer exponencialmente, tornando a aquisição<br />

de talentos uma tarefa desafiadora.<br />

2 O sector de Dados e Inteligência Artificial vai<br />

continuar a ser o epicentro das transformações digital.<br />

De acordo com o relatório da Gartner, a inteligência<br />

artificial generativa deverá crescer substancialmente<br />

nos próximos anos, atingindo um<br />

valor de mercado estimado em 12,7 mil milhões de<br />

dólares, até 2024. Assim, empresas e profissionais<br />

que investirem em aprimorar as suas capacidades<br />

de análise de dados e compreensão da IA generativa<br />

estarão bem posicionadas para aproveitar as<br />

oportunidades e enfrentar os desafios. A colaboração<br />

e inovação constantes serão cruciais para o<br />

sucesso neste ambiente em constante evolução.<br />

44 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

VICENTE HUERTAS<br />

Country Manager da Minsait,<br />

Indra, em Portugal<br />

LUÍS PIRES<br />

Country manager da TD SYNNEX Portugal<br />

1Depois de um ano marcado pela implementação de<br />

ferramentas de análise de dados ou a migração de infraestruturas<br />

para a cloud, em 2024 alguns dos principais<br />

desafios do sector tecnológico serão a passagem da<br />

primeira onda de digitalização para a segunda, caracterizada<br />

pela ascensão de novas tecnologias e novos paradigmas<br />

que terão um impacto ainda mais significativo<br />

nos modelos de negócio e nas relações entre as empresas<br />

e os clientes. Estes desafios representam, na mesma<br />

medida, oportunidades, sobretudo para as empresas<br />

que estão conscientes dos benefícios da tecnologia e assumem<br />

a área de TI como core business na evolução e<br />

desenvolvimento dos seus negócios, bem como a oportunidade<br />

de consolidação das competências digitais na<br />

educação e do Estado. Um desafio renovado é o da captação<br />

e retenção de talentos para o sector.<br />

2Para 2024, mas também para os próximos anos,<br />

identifico cinco tendências tecnológicas no âmbito<br />

dum processo continuo global da transformação digital:<br />

• Exploração das potencialidades da Inteligência Artificial<br />

Generativa nas empresas e cada vez mais veremos<br />

como os negócios vão estar a aumentar o sue nível de<br />

desempenho com a ajuda desta tecnologia;<br />

• A realidade aumentada, virtual e mista, assim como<br />

o metaverso continuarão a ser alvo de um forte investimento<br />

no desenvolvimento de novos canais, com forte<br />

impacto na interação entre utilizadores e empresas e na<br />

informação digital;<br />

• O phygital, ou seja a integração de canais físicos e digitais<br />

através de sistemas tecnológicos avançados, com<br />

grande impacto na gestão das operações industriais;<br />

A ciberesegurança, preocupação que está a todos os níveis<br />

começando pela gestão de topo<br />

• A modernização e migração dos sistemas herdados<br />

das empresas para a cloud.<br />

1 A rápida evolução da tecnologia exige que estejamos atentos às últimas<br />

inovações de forma a responder à procura dos clientes. Na TD SYNNEX fazemos<br />

por anteceder essas necessidades e por isso contamos com os nossos<br />

parceiros fabricantes para oferecer as melhores soluções. A transformação<br />

digital das entidades vai se manter, este é um processo que teve o seu boom<br />

com a pandemia e que naturalmente irá evoluir para uma maior digitalização<br />

dos processos promovendo uma relação cada vez mais próxima com a<br />

tecnologia. Assistimos a uma desmaterialização das infraestruturas empresariais,<br />

o digital tomou conta do nosso dia-a-dia e palavras como Cloud, IoT,<br />

Data Analisys, XaaS, IA fazem parte do quotidiano.<br />

No cenário delicado em que nos encontramos, onde a sociedade enfrenta<br />

novas guerras e alterações nas relações de poder entre países, que trazem<br />

maior instabilidade geopolítica e, juntamente com as questões climáticas,<br />

impactam nas cadeias de fornecimento globais. As evoluções tecnológicas<br />

continuam a aproximar cada vez mais a inteligência artificial do nosso quotidiano.<br />

Os próximos anos deixarão mais evidente a necessidade de pensar o mundo<br />

em rede, na procura de soluções aos desafios que o planeta está a enfrentar.<br />

Será́ necessário desenvolver novas formas de produção, consumo, mobilidade,<br />

trabalho e relações sociais. Tudo isso centrado no bem-estar coletivo.<br />

2 Considerando os desafios que temos a tecnologia é sem dúvida uma das<br />

ferramentas para melhor os ultrapassar e por isso destaco a continuação da<br />

evolução da inteligência artificial integrando-se nas várias indústrias, como<br />

são exemplo, a saúde, finanças, transporte e fabrico. Espera-se que esta seja<br />

aplicada para automação, análise de dados avançada e tomada de decisões.<br />

A implantação do 5G deve acelerar em todo o mundo, proporcionando uma<br />

conectividade mais rápida e confiável. Isso permitirá a expansão da Internet<br />

das Coisas (IoT), realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR),<br />

bem como melhorias na telemedicina e na indústria 4.0. A Realidade Aumentada<br />

(AR) e Realidade Virtual (VR) serão tecnologias que continuarão<br />

a expandir-se em setores como jogos, educação, formação e experiências<br />

imersivas, como passeios virtuais. Com o aumento das ameaças cibernéticas,<br />

espera-se que as soluções de cibersegurança evoluam para proteger<br />

dados e infraestruturas críticas. E por fim destaco ainda a inovação em tecnologias<br />

sustentáveis, que respondam ao desafio de reduzir a nossa pegada<br />

ecológica no mundo.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

45


F | Ó | R | U | M<br />

JOSÉ SACADURA<br />

General Manager, Powerdot<br />

LUISA RIBEIRO LOPES<br />

Presidente do .PT<br />

1 O setor da mobilidade elétrica em Portugal está preparado para<br />

um crescimento significativo em 2024, mas há ainda um conjunto<br />

de desafios a enfrentar no próximo ano, tais como o crescimento da<br />

infraestrutura de pontos de carregamento, que terá de acelerar para<br />

colmatar o aumento de procura que está atualmente a ocorrer. Trata-<br />

-se de um desafio bastante relevante se queremos que a utilização de<br />

veículos elétricos (VEs) se torne uma possibilidade para todos.<br />

No entanto, a verdade é que existe um conjunto de oportunidades no<br />

setor da mobilidade elétrica, tais como o lançamento de novos modelos<br />

de veículos elétricos mais acessíveis e económicos, a expansão<br />

e desburocratização da instalação de pontos de carregamento e a melhoria<br />

da experiência do utilizador através do AutoCharge.<br />

Com estas medidas, acredito que estaremos não só tornar o país líder<br />

na inovação na mobilidade elétrica, a criar postos de trabalho, a impulsionar<br />

a economia e, sobretudo, a criar um futuro mais sustentável<br />

para Portugal.<br />

2Na mobilidade elétrica, a automação de processos será a principal<br />

tendência do próximo ano. Este avanço tecnológico visa proporcionar<br />

uma experiência mais conveniente e segura aos utilizadores de VEs,<br />

sendo um dos maiores exemplos o AutoCharge, que desenvolvemos<br />

em parceria com a Miio, e que já é possível utilizar nos nossos pontos<br />

de carregamento em França e Espanha.<br />

A automação de processos no carregamento de VEs é uma vantagem<br />

crucial na forma como concebemos a mobilidade elétrica. Com esta<br />

inovação, o processo de carregamento torna-se mais eficiente e descomplicado.<br />

Os utilizadores podem simplesmente estacionar o seu<br />

veículo, e o AutoCharge permite: identificação do veículo, início automático<br />

do carregamento e autenticação segura do utilizador.<br />

Esta tendência também visa melhorar a comodidade dos utilizadores,<br />

permitindo-lhes focar-se em outras atividades enquanto os seus<br />

VEs são carregados de forma autónoma. É um passo para tornar a<br />

mobilidade elétrica mais atrativa, sustentável e conveniente, desmistificando<br />

preocupações comuns, como a autonomia limitada e a dificuldade<br />

em encontrar postos de carregamento disponíveis. Acredito<br />

que a automação será a tendência tecnológica mais significativa na<br />

mobilidade elétrica em 2024.<br />

1 Na tecnologia, desafios e oportunidades são duas faces<br />

da mesma moeda. Como evitar o aumento de desigualdades,<br />

como utilizar a tecnologia para aprofundar a democracia,<br />

a igualdade e a inclusão social. Diria que o principal<br />

desafio, em todos os grandes tópicos do futuro ligados<br />

à tecnologia, é a preparação: a capacitação das pessoas, a<br />

começar na escola, passando pelo mercado de trabalho, na<br />

qualificação avançada, na requalificação, na capacitação de<br />

quem é mais vulnerável por razões sociais, geográficas, de<br />

idade ou de género; a modernização das empresas, sinónimo<br />

de maior competitividade; a conectividade generalizada<br />

e a digitalização de serviços do Estado, sinónimo de<br />

coesão. Preparando todas e todos para o futuro, temos um<br />

mundo de oportunidades para aproveitar. Para mudar para<br />

melhor os nossos empregos, os salários ou a articulação entre<br />

vida profissional e familiar, para simplificar e facilitar o<br />

nosso dia-a-dia, para atingirmos um mundo mais sustentável<br />

nas suas várias dimensões.<br />

2 Perspetivo que a inteligência artificial, a cibersegurança,<br />

os dados, a cloud, computação avançada ou a web 3.0<br />

continuarão a ser temas fortes, de grande investimento e<br />

transformadores da sociedade e da economia. Mas prevejo,<br />

e quero também, que a discussão passe a estar, cada vez<br />

mais, no lado humano e ético destas inovações e tendências.<br />

Que se reflita no que está – e no que devia estar – por<br />

detrás dos algoritmos, nas preocupações que os responsáveis<br />

pelas novas ferramentas e plataformas têm de ter, nos<br />

cuidados que não podemos descurar com a informação<br />

que consumimos e partilhamos. Em 2024 gostaria de ver<br />

um avanço mais efetivo na igualdade de género no digital.<br />

Não obstante, acima da média europeia, apenas 21,4<br />

% dos profissionais TIC em Portugal são mulheres. O digital<br />

tem de ajudar a mitigar desigualdades, encurtar distâncias,<br />

promover o acesso à informação e ao exercício da<br />

cidadania e contribuir para uma sociedade inclusiva e livre<br />

de estereótipos.<br />

46 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

RICARDO PARREIRA<br />

CEO da PHC Software<br />

ÁLVARO DEXEUS<br />

Head of Southern Europe, Pleo<br />

1 Há uma oportunidade muito clara, que é, também, um<br />

desafio: o potencial da Inteligência Artificial Generativa no<br />

mundo da gestão e na produtividade das equipas. Por um<br />

lado, as empresas devem conseguir perceber como aproveitar<br />

esta nova tecnologia para ter resultados impactantes<br />

no seu negócio. Por outro, estamos a entrar numa era entusiasmante<br />

relativa à forma como atingem resultados surpreendentes.<br />

Outro desafio, que tem vindo a ser contínuo,<br />

está relacionado com a forma como as empresas gerem e<br />

armazenam os seus dados. Levanta-se a questão “Cloud:<br />

sim ou não?”, e as empresas terão de conseguir perceber<br />

qual o caminho mais estratégico a adotar. Por fim, aponto<br />

o terceiro desafio: a segurança dos sistemas tecnológicos<br />

empresariais. As organizações terão de estar prontas para<br />

se protegerem e formarem as suas equipas neste sentido, especialmente<br />

numa altura em que o trabalho híbrido permite<br />

que se acedam a sistemas internos (e confidenciais) a partir<br />

de qualquer parte do mundo.<br />

2 A IA Generativa continuará a evoluir e a ter um impacto<br />

claro nos negócios e na forma como os gestores tomam decisões,<br />

que serão cada vez mais informadas e baseadas em<br />

dados. Um dos objetivos principais de qualquer empresa é<br />

garantir que as pessoas executam bem, que dão resposta aos<br />

desafios, que são produtivas e que se sentem bem no trabalho.<br />

A IA Generativa, quando bem implementada, é a alavanca<br />

necessária para que se atinja esta ambição e para que<br />

se trabalhe melhor e mais rápido. Importa que as empresas<br />

apostem na sua transição digital de forma 360. Assim, ligada<br />

à tendência clara da utilização de IA Generativa, acredito<br />

que vamos começar a ver os gestores a apostarem na atual<br />

revolução tecnológica e a perceberem, de forma gradual,<br />

que, para conseguirem que os seus negócios sejam altamente<br />

produtivos, terão de investir em ferramentas inovadoras e<br />

colocar a tecnologia no centro das decisões. Estamos a viver<br />

um momento fantástico, no setor tecnológico, que se estende<br />

a todos os outros setores.<br />

1 Os desafios serão muito semelhantes em todos os setores. As<br />

empresas vão continuar a estar sob pressão para apresentarem<br />

lucros e para serem economicamente eficientes, com os salários<br />

a subirem para compensar as taxas de inflação na europa. No geral,<br />

as empresas estão a gastar mais onde há um retorno e valor<br />

acrescentando garantido e a longo prazo, como o investimento<br />

em softwares para redução de trabalho manual, libertando as<br />

equipas para terem mais tempo para formação e upskilling.<br />

Por outro lado, a crise energética ainda está longe do fim, e é<br />

expectável que os custos da energia continuem altos em 2024,<br />

mesmo com apoios governamentais.<br />

Olhamos ainda para os desafios e oportunidades que podem ser<br />

trazidas pela IA Generativa. O desafio aqui está relacionado com<br />

o facto das empresas terem de perceber como podem testar e utilizar<br />

a tecnologia com segurança, regulando o uso no seu negócio.<br />

A confiança será fundamental em 2024, à medida que as populações<br />

se vão sentindo financeiramente mais expostas e vulneráveis.<br />

Confiança e segurança vão ser a base dos novos produtos<br />

financeiros.<br />

2 Vamos assistir a um movimento em direção a experiências<br />

do cliente mais profundas, removendo a complexidade através de<br />

infraestruturas bancárias e de pagamentos, desenvolvidas para<br />

transferências/pagamentos mais rápidos e seguros.<br />

Também aqui a IA Generativa será uma tendência chave, especialmente<br />

quando usada de forma ética e sem preconceitos. A<br />

transformação digital e a automação vão continuar, assim como<br />

a legislação e regulação de novas tecnologias.<br />

A consolidação de softwares e construção de ferramentas serão<br />

prioridades para as empresas, que procuram soluções all-in-one,<br />

que possam substituir múltiplas ferramentas ou plataformas, e<br />

que possam responder a múltiplos desafios e questões. As parcerias<br />

entre fintechs e soluções não-fintech vão aumentar, e as empresas<br />

vão procurar consolidar as ferramentas que têm, devido<br />

à falta de capacidade de investimento, o que tornará ainda mais<br />

vital que encontrem os parceiros certos com solidez financeira e<br />

com a segurança de instituições sólidas por detrás.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

47


F | Ó | R | U | M<br />

PAULO ALMEIDA<br />

Head of Innovation & Transformation na Neotalent<br />

DANIELA SIMÕES<br />

CEO da miio<br />

1 Apesar do atual contexto económico, a escassez e o desajuste das competências disponíveis<br />

vão continuar a ser dos principais desafios no setor das TI, principalmente em<br />

tecnologias emergentes e com elevada procura, como a inteligência artificial, a cibersegurança<br />

ou a data science. Adicionalmente, a rápida evolução tecnológica exige um<br />

ciclo constante de upskilling e reskilling, um desafio tanto para os profissionais, como<br />

para as organizações. Investir no desenvolvimento contínuo dos profissionais não só<br />

permite combater esta realidade, como também fomenta a lealdade e a motivação.<br />

Embora não seja novidade, manter a relevância e a atratividade, enquanto empregador,<br />

continuará a ser um desafio. Tal irá forçar as empresas a dar genuína atenção e<br />

a intervir em áreas prioritárias, como a ambiental, a social e a de governance (ESG),<br />

temas que tocam nas pessoas e que moldam a sociedade. As empresas que abraçam a<br />

sustentabilidade e a responsabilidade social, não só atendem às expectativas crescentes<br />

do talento, como também fortalecem a sua atratividade no mercado.<br />

O desafio da diversidade e da inclusão nas TI, setor no qual o género feminino está<br />

sub-representado, obriga as empresas a adotarem uma postura mais ativa e educativa<br />

no combate aos estereótipos deste setor. Criar uma cultura diversa, promotora da criatividade<br />

e da inovação, torna-se uma vantagem competitiva e aumenta a atratividade.<br />

2 Acredito que 2024 ficará marcado pela convergência entre diferentes tendências<br />

tecnológicas, como a Inteligência Artificial Generativa, a Automação, a Cibersegurança<br />

e Resiliência, e a Tecnologia Sustentável. Na verdade, esta é uma tendência que irá<br />

marcar o progresso tecnológico nos próximos anos.<br />

Nenhum setor deverá escapar ao impacto da IA Generativa e da Automação e às suas<br />

capacidades de transformarem a forma como as empresas operam, permitindo que<br />

as pessoas se concentrem em tarefas mais complexas e valiosas. As organizações que<br />

conseguirem dominar estas tecnologias, vão conseguir superar os seus próprios limites,<br />

impulsionar as suas capacidades de inovação e, certamente, obter resultados mais<br />

personalizados e criativos.<br />

Por outro lado, num contexto em que pessoas e as organizações são cada vez mais dependentes<br />

de tecnologias digitais, aumenta o número e o impacto das ameaças. Assim,<br />

é crucial assegurar a resiliência das infraestruturas digitais, através de medidas robustas,<br />

deteção proativa de ameaças e resposta eficiente a incidentes.<br />

O uso e a dependência de toda esta tecnologia não podem passar ao lado das preocupações<br />

ambientais. O princípio da sustentabilidade torna-se parte estrutural das empresas,<br />

não apenas pelas considerações éticas, mas também em resposta à procura dos<br />

consumidores e às pressões regulatórias. A Tecnologia Sustentável está, assim, a surgir<br />

como um impulsionador fundamental de mudança.<br />

1 Em 2024, prevemos vários desafios no setor da mobilidade<br />

elétrica, decorrentes da possível redução de<br />

incentivos governamentais para aquisição de veículos<br />

novos que, pode ser mitigado pelo aumento de veículos<br />

usados a preços mais baixos, continuando a dar oportunidade<br />

à população para fazer esta transição para uma<br />

mobilidade mais sustentável e amiga do ambiente.<br />

2 Existem várias tendências, entre as quais destacamos:<br />

· Condução Autónoma e ADAS: O avanço na indústria<br />

automóvel tem permitido a melhoria de sistemas de assistência<br />

ao condutor, aumentando a segurança e conveniência<br />

na condução.<br />

· Baterias de Estado Sólido: O contínuo desenvolvimento<br />

de baterias de estado sólido mais eficientes e seguras,<br />

com potencial para ampliar a autonomia dos veículos<br />

elétricos e reduzir os tempos de carregamento.<br />

· Carregamento Ultra-Rápido: A evolução da tecnologia<br />

de carregamento, possibilitando tempos de carregamento<br />

significativamente mais curtos e ainda mais comodidade<br />

para os utilizadores de carros elétricos.<br />

· Veículos Conectados: A integração de tecnologia de conectividade<br />

nos veículos, permitindo monitorização em<br />

tempo real e serviços personalizados para os condutores.<br />

· Energias Renováveis e Armazenamento: A crescente<br />

adoção de fontes de energia renovável e soluções de<br />

armazenamento de energia, tornando a mobilidade elétrica<br />

mais sustentável e independente da rede elétrica<br />

convencional.<br />

· Veículos Urbanos Leves: O aumento da popularidade<br />

de veículos elétricos de micromobilidade, como scooters<br />

e bicicletas elétricas, como alternativas eficazes para deslocações<br />

urbanas.<br />

·Inteligência Artificial (IA): A utilização da IA para otimizar<br />

a gestão de frotas, melhorar a segurança rodoviária<br />

e proporcionar uma experiência de condução mais personalizada<br />

e eficiente.<br />

48 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

FERNANDO BRAZ<br />

Country Leader da Salesforce<br />

GUILHERME DIAS<br />

Sales Director do SAS Portugal<br />

1 Penso que tudo se coloca em torno da IA Generativa, da<br />

forma como as empresas a vão adotar e como as entidades públicas<br />

vão forçar a sua regulação e segurança. Este tema é simultaneamente<br />

um desafio e uma oportunidade, porque todo<br />

o potencial desta tecnologia só poderá ser aproveitado positivamente,<br />

se as questões da segurança, confiança e regulação<br />

forem bem endereçadas.<br />

O caminho está a ser feito e, na Salesforce, olhamos para este<br />

tema com enorme dedicação. É fundamental que haja uma<br />

arquitetura de IA segura, para que as equipas possam beneficiar<br />

da IA ​generativa sem comprometerem a sua segurança,<br />

assim como a segurança dos dados que operam e, ao mesmo<br />

tempo, permitir que as empresas usem os seus próprios dados,<br />

de confiança, ​para melhorarem a capacidade de resposta da<br />

IA ​generativa. Trabalhar a segurança e a confiança, pelas vias,<br />

legal, prática e de uso, serão o maior desafio para 2024 e para<br />

os anos que se seguem.<br />

2Mais uma vez, a IA Generativa, é a tecnologia que tem o<br />

potencial de mudar radicalmente a forma como as empresas<br />

operam. Não digo que a mudança radical seja feita já em<br />

2024, mas será um ano importante para o desenvolvimento<br />

da aplicação da IA Generativa.<br />

Todas as empresas vão passar por uma transformação de IA,<br />

para aumentar a produtividade e impulsionar a eficiência. À<br />

medida que a tecnologia continua a avançar, torna-se mais<br />

fácil do que nunca aplicar os seus conhecimentos e conteúdos<br />

personalizados às decisões empresariais diárias. Ao<br />

infundir IA confiável em todos os empregos, negócios e setores,<br />

juntos podemos desbloquear uma economia empresarial<br />

mais produtiva e inovadora.<br />

A era da IA ​generativa está apenas a começar, mas todo o potencial<br />

dos benefícios desta tecnologia ainda não foi concretizado.<br />

Há muitas promessas e oportunidades para as empresas<br />

obterem valor e crescimento reais, proporcionando<br />

melhores experiências. Os primeiros passos estão a ser dados<br />

e 2024 será um ano com desenvolvimentos importantes.<br />

1 Está provado que o mercado das TIC é um mercado que continua<br />

a fomentar investimento, sendo que a IDC antecipou mesmo<br />

que entre 2022 e 2025, os investimentos diretos em transformação<br />

digital vão registar um crescimento anual médio de 14,5%.<br />

Ora, penso que é nisto que nos devemos centrar e no facto dos<br />

modelos de negócio terem de passar obrigatoriamente pelo digital.<br />

Os maiores desafios penso que estarão, por um lado, ligados ao<br />

mindset dos decisores que tem de continuar a evoluir no sentido<br />

de encarar as TI como parte integrante do negócio e potenciadora<br />

de crescimento, e por outro lado à retenção de talentos. As oportunidades<br />

disponíveis neste mercado de trabalho são muitas, no<br />

entanto a escassez de competências/habilitações específicas é um<br />

problema real. Espero que em 2024 o mercado continue a crescer,<br />

as organizações estejam mais resilientes do que nunca e que a<br />

Analítica Avançada continue a ser encarada como uma utilidade<br />

estratégica para a gestão dos negócios.<br />

2O progresso, inovação e evolução tecnológica não param e ainda<br />

bem, pois só assim conseguimos ter uma sociedade cada vez<br />

mais resiliente e organizações e colaboradores cada vez mais competitivos<br />

e preparados para enfrentar os desafios diários que vão<br />

surgindo no mercado. Olhando para 2024 penso que o foco vai<br />

continuar a estar não só na IA, com o seu carácter revolucionário,<br />

mas também na IA Generativa; na Analítica Avançada e na sua capacidade<br />

de facilitação de processos de tomada decisão; no Cloud<br />

Computing que atrai cada vez mais investimento; na Cibersegurança<br />

que deve continuar a ser prioridade crítica para qualquer negócio,<br />

devendo ser aliás considerada premissa base tendo em conta<br />

o impacto e prejuízos vários que da sua ausência podem advir. Ao<br />

longo deste ano falámos muito em Resiliência Cibernética e acredito<br />

que vamos continuar a ouvir falar, uma vez que em tempos<br />

incertos como estes que vivemos torna-se imprescindível impulsionar<br />

a união e colaboração de todos, de forma a fazer frente a<br />

eventuais ameaças. Penso que cada uma destas tendências trará<br />

um enorme diferencial competitivo, assim como inúmeras oportunidades<br />

para as organizações, o desafio está é em saber aplicá-las<br />

bem internamente.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

49


F | Ó | R | U | M<br />

BRUNO CASTRO<br />

Fundador & CEO, VisionWare<br />

NUNO ARCHER<br />

CEO, Winsig<br />

1 Acredito que continuaremos a assistir a uma crescente tendência<br />

no aumento do número de ataques cibernéticos cada vez mais disruptivos<br />

e de sucesso, sem diferenciação entre setor público ou privado, concebidos<br />

para criar caos a vários níveis - social, financeiro, educacional e<br />

até político. À medida que a tecnologia avança, o mesmo acontece com<br />

a sofisticação dos atores cibernéticos maliciosos. Será crucial investir<br />

na implementação de um modelo de segurança que seja evolutivo, dinâmico<br />

e contínuo, abordando todos os setores da segurança, nomeadamente,<br />

tecnologia, procedimentos e pessoas. Cabe-nos a todos - cidadãos,<br />

empresas, organizações, Estado - prepararmo-nos para aumentar<br />

o nosso grau de maturidade digital, tendo sempre como perspetiva o<br />

também incremento da nossa capacidade de resiliência para 2024.<br />

O que vamos começar assistir nas empresas, e em especial na área da<br />

cibersegurança, será a fulcral importância do papel dos CISO’s na organização<br />

e na implementação dos modelos de cibersegurança das próprias<br />

empresas, com foco na prevenção; a utilização do RGPD como<br />

fator de vantagem nas empresas; a evolução das mentalidades em modelos<br />

de trabalho de “Zero Trust” para atingirem maturidade digital<br />

em cibersegurança; a aposta constante na formação das pessoas, já que<br />

o fator humano continua a ser um dos grandes responsáveis pela consumação<br />

das ameaças, e por fim, uma maior aposta em recursos de<br />

deteção, investigação e resposta a ameaças. Não importa apenas saber<br />

reagir, mas sim antes, saber como prevenir um ataque.<br />

2Na minha visão e perspetiva de tendências para 2024, acredito<br />

que iremos assistir a um paradigma cada vez mais complexo no que<br />

toca aos ciberataques, apoiados, por exemplo, pela inteligência artificial<br />

com manipulação de voz e imagem, que é neste momento, um<br />

dos campos de desenvolvimento tecnológico em maior crescimento,<br />

facto que, no entanto, levantará sérios dilemas, éticos, morais e, também,<br />

securitários. Serão levantadas, ainda, mais questões como: que<br />

problemas poderemos encontrar que ameaçam a segurança das nossas<br />

comunidades, à medida que desenvolvemos a IA para o benefício da<br />

sociedade? Outra complexidade serão as redes de telecomunicações de<br />

quinta geração (5G), a criptografia quântica e a IA, as quais se forem<br />

parar “às mãos erradas”, podem dificultar bastante o trabalho de investigação<br />

dos agentes das forças de segurança.<br />

1 Os desafios para 2024 estão relacionados com um<br />

previsível abrandamento económico face ao crescimento<br />

registado em 2023 e que trará um desafio acrescido<br />

na captação de novos clientes. Fazer bons investimentos<br />

em marketing, nomeadamente no marketing digital<br />

será um fator diferenciador para permitir alcançar novos<br />

clientes e novos mercados. O facto de haver eleições<br />

a 10 de março de 2024 poderá impactar negativamente<br />

a tomada de decisão de algumas empresas, sobretudo<br />

em projetos de maior envergadura. Será fundamental<br />

ter uma estratégia para manter os clientes fidelizados.<br />

O desafio da contratação de recursos qualificados irá<br />

continuar e as empresas terão de continuar a desenvolver<br />

competências para a atração e para o desenvolvimento<br />

do seu talento, conseguindo dessa forma crescer<br />

sustentadamente e reduzindo a rotação de quadros.<br />

As oportunidades estão relacionadas com necessidade<br />

imperiosa de melhorar drasticamente a produtividade<br />

das nossas empresas, sobretudo das PMEs. Só através<br />

dessa melhoria é que será possível pagar melhores salários,<br />

de forma sustentada e desta forma permitir que<br />

jovens quadros qualificados desenvolvam as suas carreiras<br />

profissionais em Portugal em vez de optarem por<br />

fazê-los no estrangeiro. Segundo o Eurostat (Dados de<br />

2022) somos o 5.º pior país da União Europeia no indicador<br />

do PIB per capita, que melhor reflete a produtividade<br />

da nossa economia, estando a 77% da média<br />

europeia. Nesta altura estamos ao nível da Hungria e<br />

da Roménia, que tendo partido de uma posição muito<br />

inferior à nossa, estão a caminho de nos ultrapassar. É<br />

absolutamente necessário haver um maior investimento<br />

dos nossos empresários na melhoria dos seus processos<br />

de negócio com o apoio fundamental de um bom<br />

software de gestão que permita o acesso a informação<br />

fiável e de forma atempada. Este desafio continuará válido<br />

em 2024 e é fundamental que o consigamos vencer.<br />

50 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


F | Ó | R | U | M<br />

PAOLO FAVARO<br />

Administrador Executivo, Vantage Towers Portugal<br />

2O grande elemento disruptivo de 2024,<br />

será a utilização da Inteligência Artificial<br />

(IA) nos processos de negócio das empresas.<br />

Já existem vários estudos demonstrando<br />

a melhoria de produtividade atingida<br />

por quem utiliza IA vs. quem não utiliza. A<br />

frequência com que utilizaremos IA irá aumentar<br />

e a abrangência da sua utilização<br />

nas empresas é enorme. Ainda estamos<br />

a dar os primeiros passos e a aprender à<br />

medida que vamos experimentando a sua<br />

utilização, mas é inegável que com o lançamento<br />

do ChatGPT e modelos similares,<br />

abriu-se um admirável mundo novo.<br />

As áreas onde a IA irá impactar são imensas,<br />

beneficiando muito o desempenho de<br />

tarefas complexas onde até agora os sistemas<br />

existentes tinham dificuldade em<br />

ajudar o nosso trabalho e em melhorar o<br />

nosso desempenho.<br />

A minha visão é que a IA, não irá substituir<br />

os humanos, mas vai ajudar imenso<br />

no seu aumento de produtividade e que as<br />

empresas que não utilizarem IA serão ultrapassadas<br />

por outras que estão a utilizar<br />

IA de forma eficaz nos seus processos de<br />

negócio. Esse é que é o grande desafio –<br />

aprender a utilizar esta nova ferramenta,<br />

tal como já aconteceu no passado quando<br />

apareceu o PC, o e-mail, os telemóveis ou<br />

a internet. É uma enorme oportunidade<br />

que não pode ser ignorada por nenhuma<br />

empresa e que sendo bem aplicada trará<br />

enormes vantagens para quem o fizer.<br />

1 2024 será um ano muito movimentado do ponto de vista das infraestruturas<br />

de telecomunicações no setor das TowerCos, embora seja esperada uma<br />

mudança de foco. Após anos marcados por uma grande expansão do portfólio<br />

através das aquisições de ativos e de programas para a construção de novas<br />

infraestruturas, as principais prioridades passarão a ser a consolidação, a otimização<br />

e a racionalização operacional.<br />

Em última análise, esta alteração de paradigma reflete algumas tendências<br />

que têm estado simultaneamente em jogo de há algum tempo a esta parte e<br />

que têm que ver com externalidades macroeconómicas e evolução tecnológica.<br />

Relativamente à primeira, o custo mais elevado do capital em todo o mundo<br />

está a “forçar” os fornecedores de infraestruturas a apostar na sustentabilidade<br />

das suas operações de uma forma mais objetiva, priorizando as oportunidades<br />

de crescimento orgânico. No que diz respeito à tecnologia, a digitalização e a<br />

disponibilidade mais generalizada de tecnologias como a Realidade Aumentada<br />

e a Inteligência Artificial estão a encorajar as TowerCos a repensar a sua<br />

abordagem às operações, com o objetivo de torná-las mais eficientes, proporcionando<br />

assim um melhor serviço ao cliente.<br />

Teremos de nos preparar para ver a smart technology abranger cada vez mais<br />

todos os aspetos das operações – da manutenção à engenharia –, o que ajudará<br />

os fornecedores de infraestrutura a otimizar consideravelmente a implantação<br />

de recursos no terreno e a reduzir os prazos de entrega.<br />

2 No próximo ano, especialmente em Portugal, chegará ao fim a fase inicial<br />

da implementação em massa da tecnologia 5G e vai assistir-se a uma aceleração<br />

progressiva da adoção da tecnologia. À medida que surgirem novos casos<br />

de utilização em diversas áreas, desde a agricultura até à saúde pública,<br />

a necessidade de densificação da rede impulsionará a procura por uma extensa<br />

cobertura, oferecendo assim às TowerCos uma boa oportunidade para<br />

integrarem no seu portfólio um valioso conjunto de instalações de cobertura<br />

dedicadas.<br />

Com base nisso, tanto as operadoras de redes móveis como os demais operadores<br />

poderão potenciar e melhorar a experiência digital dos seus clientes<br />

finais. Em última análise, parte do ruído que, nos últimos anos, envolveu a instalação<br />

do 5G vai finalmente dar lugar a algumas aplicações concretas, o que<br />

são ótimas notícias. O nosso objetivo é permitir a todos os players do mercado<br />

as condições ideais para poderem desenvolver todo o seu potencial e oferecerem<br />

a melhor experiência de infraestrutura digital do mercado!<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023<br />

51


F | Ó | R | U | M<br />

RUI SHANTILAL<br />

Managing Partner, Devoteam Cyber Trust<br />

1 Em 2024, o setor de cibersegurança enfrentará desafios significativos, mas também apresentará<br />

oportunidades consideráveis. A antecipação e a gestão das ameaças cibernéticas sofisticadas será um<br />

desafio constante, assim como a educação de utilizadores sobre práticas seguras.<br />

A segurança de dispositivos IoT e a integração eficaz da Inteligência Artificial na segurança cibernética<br />

são outras áreas desafiantes. Por outro lado, a crescente procura por soluções robustas de cibersegurança<br />

abre portas para inovações, como frameworks integrados que simplificam a gestão da segurança<br />

cibernética com integração e participação de todos os intervenientes - caso da Alert Readiness Framework<br />

recentemente lançada pela Devoteam.<br />

A colaboração entre diferentes setores e a partilha de conhecimento sobre ameaças emergentes também<br />

representam oportunidades. Além disso, o desenvolvimento de soluções inteligentes baseadas em IA<br />

para automação de segurança, detecção, bloqueio e resposta de ameaças e análise de vulnerabilidades<br />

é uma tendência crescente.<br />

O mercado de cibersegurança está projetado para crescer significativamente, refletindo uma maior<br />

consciencialização sobre a importância da segurança digital. Adaptarmo-nos rapidamente às mudanças,<br />

investir em tecnologias emergentes e fomentar uma cultura de segurança são chaves para o sucesso<br />

neste setor.<br />

2 Para o próximo ano, as principais tendências tecnológicas em cibersegurança refletem uma mistura<br />

de inovação contínua e resposta a desafios persistentes. Primeiramente, a segurança de terceiros ganha<br />

destaque, pois as cadeias de fornecimento e os ecossistemas de negócios estão cada vez mais interconectados.<br />

A avaliação e gestão rigorosa dos riscos associados a fornecedores e parceiros tornam-se<br />

essenciais.<br />

Além disso, a conformidade regulatória, especialmente em relação à NIS2 e DORA na União Europeia,<br />

será uma prioridade. As organizações precisarão alinhar as suas práticas de segurança com esses novos<br />

requisitos para evitar penalidades e garantir a proteção eficaz dos dados.<br />

Outra área em foco será a resiliência cibernética. Diante de ataques cada vez mais sofisticados, as empresas<br />

irão procurar estratégias robustas para recuperarem rapidamente de incidentes e manter a<br />

continuidade dos negócios.<br />

Quanto à Inteligência Artificial e machine learning em pentesting, embora haja um potencial significativo<br />

para futuras inovações, esta área ainda está a desenvolver-se. Portanto, é mais uma direção provável<br />

do que uma tendência estabelecida.<br />

Por último, a crescente necessidade de talentos especializados em cibersegurança continua a ser um<br />

desafio. As organizações investirão mais em formação e desenvolvimento de competências internas,<br />

além de recorrerem a serviços geridos especializados para enfrentar a complexidade da cibersegurança.<br />

Estas tendências refletem um setor em constante evolução, onde a adaptação e a inovação contínuas são<br />

cruciais para enfrentar os desafios de um ambiente digital cada vez mais complexo.<br />

52 EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

DIRETÓRIO<br />

Portugal na linha da frente<br />

da transição tecnológica<br />

Vivemos num mercado global, com consumidores que<br />

exigem uma resposta única, direcionada e imediata. As<br />

soluções tecnológicas inovadoras permitem um conhecimento<br />

profundo das tendências e necessidades dos clientes,<br />

de forma a criar estratégias assertivas e alinhadas com<br />

o mercado. A Inovação não se baseia apenas no desenvolvimento<br />

de novos produtos, também ajuda a promover<br />

novos modelos de negócios, oferece novos serviços e melhora<br />

os processos para tornar mais fácil a vida das pessoas.<br />

Para que isso aconteça, é importante que a inovação<br />

seja valorizada e devidamente reconhecida e, em vez de<br />

ser vista como um gasto, seja entendida como um investimento.<br />

Se antes da pandemia a tecnologia e a digitalização<br />

já eram consideradas um factor crítico de sucesso em<br />

determinados sectores, agora a realidade é transversal a<br />

toda a sociedade. O paradigma da digitalização das empresas<br />

pode mudar os sistemas de produção e de fabrico,<br />

tornar as empresas mais ágeis e alinhadas. E Portugal<br />

reúne as características de uma digital nation e que o tornam<br />

num País tão apelativo para a criação de hubs tecnológicos<br />

por parte de empresas estrangeiras. O talento<br />

tecnológico é necessário para que as empresas continuem<br />

a evoluir e o País se mantenha na dianteira da tecnologia,<br />

podendo criar um novo paradigma para o futuro.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 53


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

SOLUÇÕES INOVADORAS<br />

Qual o principal objectivo e missão da<br />

Crossjoin Solutions?<br />

A Crossjoin é uma consultora tecnológica<br />

de referência internacional focada na<br />

otimização de sistemas de informação.<br />

Como tal, a nossa missão é melhorar o dia<br />

a dia dos nossos clientes e das pessoas em<br />

geral através da tecnologia. Procuramos<br />

proporcionar a todas as organizações e<br />

empresas a garantia de que os seus sistemas<br />

estão a trabalhar dentro das capacidades<br />

para os quais foram desenhados e<br />

com a garantia que todo o seu envolvente,<br />

seja ele pessoas, processos ou tecnologia<br />

estão otimizados para garantir uma entrega<br />

de aplicações dentro dos padrões de<br />

qualidade mais elevados da indústria.<br />

Quais as principais áreas de actuação<br />

da vossa empresa?<br />

Este foco traduz-se numa oferta de serviços<br />

que incidem principalmente nas seguintes<br />

áreas:<br />

• Performance: alavancarmos a otimização<br />

dos processos de negócio dos<br />

nossos clientes, em cenários de firefight,<br />

certificação antes de produção, ou<br />

suporte aplicacional especializado, de<br />

forma transversal à tecnologia e infraestrutura.<br />

• Infra-estrutura: por forma a garantir<br />

o enfoque na correta manutenção e<br />

eficiente operação da infraestrutura de<br />

bases de dados e sistemas dos nossos<br />

clientes, encontramos aqui os serviços<br />

de administração de bases de dados,<br />

cloud e aplicações com a característica<br />

de garantir que a performance é endereçada<br />

de raíz.<br />

• Desenvolvimento: focado em otimizar<br />

todo o ciclo de vida de entrega de<br />

software, fornecemos serviços de arquitetura,<br />

aconselhamento e desenvolvimento<br />

especializado que habilitam as<br />

equipas dos nossos clientes a entregar<br />

mais rápido garantindo as melhores<br />

práticas de performance da indústria.<br />

Atendendo ao vosso sucesso no mercado<br />

nacional e internacional, como<br />

podemos definir a vossa metodologia/<br />

estratégia?<br />

O sucesso da Crossjoin é o resultado da<br />

qualidade da sua entrega, refletida nas<br />

sucessivas conquistas que se traduzem na<br />

adição de valor ao negócio dos seus clientes.<br />

Como parte da estratégia de sucesso<br />

construída ao longo dos anos, o Competence<br />

Center tem sido a chave do sucesso<br />

para a entrega de serviços que envolvem<br />

desafios em multi-tecnologia. O modelo e<br />

metodologia de entrega em nearshore ou<br />

on-premise, permite à Crossjoin oferecer<br />

de forma competitiva o “right sizing”, “right<br />

people” para os desafios sem comprometer<br />

o compromisso e a qualidade.<br />

O nosso sucesso, no fim, está dependente<br />

do sucesso dos nossos clientes e<br />

até hoje não desapontámos. Estamos empenhados<br />

em trabalhar para melhorar e<br />

crescer de um modo sustentável.<br />

E, sendo assim, quais as principais<br />

vantagens para os clientes em adoptarem<br />

os serviços da vossa empresa?<br />

A principal vantagem é a garantia de qualidade<br />

e excelência. Ouvimos muitas vezes<br />

dos nossos clientes que dormem melhor<br />

à noite sabendo que nos têm como<br />

responsáveis pelo funcionamento dos<br />

seus sistemas. Com a evolução do serviço<br />

da Crossjoin, não só garantimos o funcionamento<br />

dos sistemas de TI em modo<br />

produtivo, como também todo o processo<br />

e equipas que fazem parte deste ciclo<br />

de vida. Não é o nosso objetivo substituir<br />

nenhum destes elementos do ciclo de<br />

vida, mas sim garantir que todos os eles<br />

trabalham em harmonia, com as metodologias<br />

corretas, com as melhores práticas<br />

de mercado e que entregam rápido e com<br />

qualidade.<br />

Outra das vantagens que acaba de estar<br />

relacionada com a de cima, é a expertise e<br />

valências transversais das nossas equipas<br />

do Competence Center. Com o nosso serviço<br />

os nossos clientes têm sempre acesso<br />

aos melhores profissionais e experts nas<br />

áreas que necessitam de otimização e<br />

melhoria com a capacidade de atuar em<br />

qualquer sistema, tecnologia ou setor de<br />

atividade.<br />

Como se diferenciam da concorrência?<br />

O foco desde 2009 no nicho de mercado<br />

da performance, é de logo um fator de diferenciação,<br />

pois não é fácil identificar<br />

empresas que se dediquem apenas a serviços<br />

de performance transversal à tecnologia<br />

e ao negócio dos nossos clientes.<br />

O Centro de Competências que reúne<br />

as competências necessárias para responder<br />

aos desafios que enfrentamos em<br />

mais de 30 clientes, dispersos geograficamente<br />

no mundo, em diversos sectores,<br />

com sistemas ditos de grande porte<br />

54<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

O SUCESSO DA<br />

CROSSJOIN É O<br />

RESULTADO DA<br />

QUALIDADE DA SUA<br />

ENTREGA, REFLETIDA<br />

NAS SUCESSIVAS<br />

CONQUISTAS QUE SE<br />

TRADUZEM NA ADIÇÃO<br />

DE VALOR AO NEGÓCIO<br />

DOS SEUS CLIENTES<br />

e complexidade envolvendo as mais recentes<br />

tendências tecnológicas, permite-nos assegurar<br />

uma resposta em tempo útil com qualidade<br />

e a um preço competitivo, já que esta pool<br />

de peritos profissionais é partilhada pelos<br />

diversos projetos. O modelo de governança<br />

desta pool, constituído por camadas de analista,<br />

especialistas e arquitetos, permite criar<br />

sinergias entre os vários projetos geridos por<br />

delivery managers e technical service managers<br />

100% focados nos problemas sentidos<br />

pelos clientes.<br />

A acrescentar ao exposto acima, a Crossjoin<br />

investe ainda consideravelmente na sua academia,<br />

onde existe uma forte aposta na capacitação,<br />

formação e certificação e reciclagem<br />

de talentos ou bem recentemente adquiridos,<br />

ou bem na atualização das competências dosnossos<br />

profissionais.<br />

A Crossjoin Solutions coloca a observalidade<br />

no centro dos seus serviços. Em que<br />

consiste esta solução?<br />

Na realidade, o que atualmente é conhecido<br />

como observabilidade, faz parte do core da<br />

Crossjoin desde a sua fundação.<br />

A observabilidade sempre foi essencial para<br />

a Crossjoin, e desde 2009 é realizada com as<br />

ferramentas e técnicas de recolha e visualização<br />

de dados utilizados na indústria e adequados<br />

ao ciclo de vida do software dos seus<br />

clientes.<br />

O que tem mudado ao longo do tempo é que<br />

as ferramentas que permitem fazer a captura<br />

da performance dos sistemas são cada vez<br />

mais completas e fáceis de utilizar para se obter<br />

toda a monitorização necessária. A adoção<br />

destas por parte dos nossos clientes também<br />

tem aumentado substancialmente ao longo<br />

do tempo, em grande parte devido à adoção<br />

cada vez maior de produtos SaaS e na migração<br />

para cloud. Para nós a solução de observabilidade<br />

passa por ajudar os nossos clientes<br />

a tirar o máximo partido destas soluções<br />

porque embora estas soluções out-of-the-box<br />

sejam uma ajuda preciosa na análise dos sistemas<br />

de TI, na maior parte dos casos expõem<br />

demasiada informação que nem sempre é útil<br />

ao utilizador final ou existem alguns desafios<br />

de instrumentação de sistemas, ou de processos<br />

de negócio que nem sempre são simples<br />

de resolver. Hoje temos parcerias estabelecidas<br />

com alguns fornecedores estratégicos que<br />

nos posicionam como sendo o melhor parceiro<br />

tecnológico e integrador para soluções de<br />

observabilidade.<br />

Que vantagens traz para as empresas?<br />

A solução de observabilidade da Crossjoin tem<br />

a grande vantagem de trazer todo um know-<br />

-how de análise de performance de sistemas<br />

que faz parte do DNA da Crossjoin e com isso<br />

os nossos clientes conseguem rapidamente ter<br />

melhor visibilidade e controlo dos seus sistemas<br />

de TI. Num mundo onde vemos cada vez<br />

mais a adoção de produtos SaaS ou cloud é<br />

cada vez mais importante os nossos clientes<br />

monitorizarem os SLAs e tempos de resposta<br />

destas aplicações que estão muitas vezes<br />

apenas parcialmente contratualizados com<br />

alguns fornecedores é que trazem à mesa uma<br />

maior capacidade de negociação e de análise<br />

dos problemas de negócio. Com a Crossjoin<br />

têm a garantia que isso acontece da maneira<br />

mais eficiente tanto em custo como no tempo.<br />

João Modesto<br />

CEO<br />

Rodrigo Garcia<br />

Associate Partner<br />

Mauro Farracha<br />

Associate Partner<br />

André Simões<br />

Project Line Manager<br />

CONTACTOS<br />

Rua Abel Salazar nº 7F,<br />

2805-290 Pragal<br />

Edifício Colombo 1<br />

3810-106 Aveiro<br />

+351 217 992 120<br />

info@cross-join.com<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Serviços TI<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 55


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

Impulsionar a tecnologia<br />

com foco no planeta<br />

A<br />

Capgemini é líder mundial no desenvolvimento<br />

de parcerias com<br />

empresas para transformar e possibilitar<br />

a gestão dos seus negócios aproveitando<br />

o poder da tecnologia.<br />

A atuação do Grupo norteia-se diariamente<br />

pelo seu principal objetivo: potenciar a<br />

energia humana através da utilização da<br />

tecnologia rumo a um futuro mais inclusivo<br />

e sustentável. O Grupo é uma organização<br />

responsável e multicultural, com uma<br />

equipa que reúne 350 mil colaboradores<br />

em mais de 50 países. Com um valioso património<br />

de mais de 55 anos de existência<br />

e uma vasta experiência nos mais variados<br />

setores de atividade.<br />

A empresa é reconhecida pelos seus clientes<br />

por responder às suas necessidades,<br />

desde a estratégia e design até à gestão das<br />

operações, tirando partido das inovações<br />

em áreas em constante evolução como a<br />

cloud, os dados, a inteligência artificial, a<br />

conectividade, o software, a engenharia digital<br />

e as plataformas.<br />

Em 2022, o Grupo reportou receitas no valor<br />

de 22 mil milhões de euros.<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

O ESG está incorporado na estratégia corporativa<br />

da Capgemini com foco em oito<br />

prioridades.<br />

• Ambiente - Prioridade A: Agir contra as<br />

alterações climáticas sendo neutro em carbono<br />

até 2025 e tornando-se um negócio<br />

net zero.<br />

• Prioridade B: Implementar a uma transição<br />

económica de baixo carbono, ajudando<br />

os clientes a cumprir os seus compromissos<br />

ambientais.<br />

• Social - Prioridade C: Investir incessantemente<br />

no talento interno através de uma<br />

experiência única desenvolvendo as habilidades<br />

futuras.<br />

• Prioridade D: Implementar um ambiente<br />

de trabalho diversificado, inclusivo e híbrido.<br />

• Prioridade E: Apoiar a inclusão digital<br />

nas comunidades onde opera<br />

• Governança - Prioridade F: Promover<br />

uma governança diversificada e responsável.<br />

• Prioridade G: Manter elevados padrões<br />

éticos em todos os momentos para o crescimento<br />

mútuo.<br />

• Prioridade H: Proteger dados, infraestrutura<br />

e identidade .<br />

O objetivo da companhia é ser a pedra angular<br />

do ecossistema tecnológico com impactos<br />

ESG positivos e duradouros. Aproveitando<br />

o espírito e a energia das equipas<br />

Capgemini, e utilizando a sua excelência<br />

operacional, ativos inovadores e parcerias<br />

de valor acrescentado, a empresa aumenta<br />

continuamente o desempenho ESG, desenvolvendo<br />

soluções e serviços para melhorar<br />

o desempenho ambiental dos seus clientes<br />

e stakeholders.<br />

PORTUGAL<br />

A Capgemini, em Portugal há mais de 25<br />

anos, reúne uma equipa com mais de 3700<br />

especialistas, de 49 nacionalidades, nas áreas<br />

de consultoria estratégica, tecnológica e<br />

de engenharia, e uma vasta experiência nos<br />

mais variados setores de atividade. Possui<br />

6 escritórios (Porto, Fundão, Lisboa e Évora),<br />

4 Laboratórios (Media, 5G, Mobilidade<br />

e Quantum) e 2 Hubs (CRM e Low-Code).<br />

Cristina Rodrigues<br />

Administradora-Delegada e<br />

membro do Conselho de<br />

Administração da Capgemini Portugal<br />

SOLUÇÕES<br />

ADM Next, Customer Experience (CX),<br />

Data & AI, Digital Core (com SAP S/4HA-<br />

NA), Inventive IT, Cloud & Cibersecurity,<br />

Sustainability, Product & Systems Engineering,<br />

Software Product Engineering<br />

(SPE), Electronics & Semiconductors,<br />

Connectivity & Network Engineering,<br />

Data Science, Analytics & AI, Manufacturing<br />

& Process Engineering, Product<br />

Support & Services, Sustainable Engineering<br />

g.<br />

CONTACTOS<br />

Av. Colégio Militar nº 37F,<br />

Torre Colombo Oriente, 10º<br />

1500-180 Lisboa<br />

+351 214 122 200<br />

www.capgemini.com/pt-en<br />

geral.pt@capgemini.com<br />

56<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

LISTA DE EMPRESAS<br />

Especialistas em Gestão, Operação,<br />

Segurança e Automação de Serviço IT<br />

Presente no mercado desde 1995, a principal atividade é a<br />

Prestação de Serviços na área de Sistemas e Infraestruturas<br />

IT, promovendo também o desenvolvimento, representação<br />

e suporte de produtos e soluções.<br />

O lema We Care IT transmite o compromisso em proporcionar<br />

um serviço IT de excelência, através de soluções de qualidade,<br />

práticas, eficazes, fáceis de implementar e manter.<br />

O Centro de Suporte FACTIS, é o Departamento de Informática<br />

das PME com diferentes perfis profissionais e ferramentas de<br />

gestão e automação de referência. Proporciona serviços integrados<br />

e geridos para PME, dotando-as de valências comparáveis<br />

às das grandes empresas e instituições, assegurando que a Infraestrutura<br />

IT e Sistemas são mantidos por especialistas experientes,<br />

em conformidade com as melhores práticas de mercado<br />

e capazes de se adaptarem à realidade do seu negócio.<br />

João Fonte<br />

Sócio & CEO<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

IT and Enterprise Service Management, Remote Monitoring and<br />

Management, Automation of Endpoint Management, Risk Based<br />

Patch Management, Cybersecurity Assessment and Consulting,<br />

Cybersecurity Training, Backup and Archiving of E-mail, Systems<br />

Backup, Replication and Recovery, Firewalls and Networking, Microsoft<br />

365 e Azure<br />

CONTACTOS<br />

José Antunes<br />

Sócio & CFO<br />

Lisboa Praça Nuno Rodrigues dos<br />

Santos nº 2 - E e F<br />

1600-171 Lisboa<br />

Santarém Centro Inovação Empresarial,<br />

Largo do Infante Santo,<br />

2005-246 Santarém<br />

+351 213 553 620<br />

www.factis.com<br />

geral@factis.com<br />

Júlio Sabino<br />

Diretor Serviços &<br />

Qualidade<br />

Certified Partners<br />

.PT<br />

Rua Eça de Queiroz, 29,<br />

1050-095 Lisboa<br />

t. 800 910 039<br />

e. rp@pt.pt<br />

w. www.pt.pt<br />

Accenture, consultores de Gestão<br />

Amoreiras - Torre 1 - 16º andar<br />

1070-101 Lisboa<br />

t. 213 803 500<br />

e. accenture.portugal@accenture.com<br />

w. www.accenture.pt<br />

Affinity<br />

Av. 5 de Outubro, 125, 1.º<br />

1050-052 Lisboa<br />

t. 213 160 443<br />

e. info@affinity.pt<br />

w. www.affinity.pt<br />

Agorasys<br />

Rua Cova da Moura, 2, 3.º esq.<br />

1350-117 Lisboa<br />

t. 213 162 144<br />

e. agora@agorasystems.com<br />

info@agorasystems.com<br />

w. www.agorasystems.com<br />

Aka People<br />

Rua Engenheiro Ferreira Dias,<br />

924, E38<br />

4100-246 Porto<br />

t. 223 190 645<br />

e. info@akapeople.pt<br />

w. www.akapeople.pt<br />

Aktm<br />

Av. Marquês de Tomar, 35, 7.º<br />

1050-153 Lisboa<br />

t. 210 126 677<br />

Aliança Portuguesa de Blockchain<br />

Avenida Luís Bivar, 73, 5.º dto.<br />

1050-142 Lisboa<br />

t. 215 953 093<br />

e. info@all2bc.com<br />

w. www.all2bc.com<br />

Alidata<br />

Zona Ind. da Sertã, Edifício SerQ,<br />

Sala Nuno Álvares Pereira, lote 3<br />

6100-711 Sertã<br />

t. 244 850 030<br />

e. geral@alidata.pt<br />

w. www.alidata.pt<br />

All@Work<br />

Av. da República, 339<br />

4450-242 Matosinhos<br />

t. 220 023 350<br />

e. info@grupoatwork.com<br />

w. www.grupoatwork.com<br />

Alter Solutions<br />

Av. da República, 18, 14.º<br />

1050-191 Lisboa<br />

t. 217 961 025<br />

e. hello.lisbon@alter-solutions.com<br />

w. alter-solutions.com<br />

Altice Portugal<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 40<br />

1069-300 Lisboa<br />

t. 215 002 000<br />

e. dci@telecom.pt<br />

w. www.altice.pt<br />

Altice Labs<br />

Rua Eng. José Ferreira Pinto<br />

Bastos, s/n<br />

3810-106 Aveiro<br />

t. 234 403 200<br />

e. contact@alticelabs.com<br />

w. www.alticelabs.com<br />

AMD<br />

Zona Ind. Casal dos Frades, lote 8<br />

2435-661 Seiça<br />

t. 249 544 153<br />

e. amdempresa@gmail.com<br />

w. www.amdlda.pt<br />

amen.pt<br />

Av. Duque de Ávila, 185, 4.º, fracção<br />

A e B<br />

1050-082 Lisboa<br />

t. 707 455 155<br />

e. contact@amen.pt<br />

w. www.amen.pt<br />

Anturio Corporation<br />

Av. Cor. Eduardo Galhardo, 3<br />

1170-105 Lisboa<br />

t. 211 454 004<br />

e. info@anturio.com<br />

w. anturio.com<br />

AppGeneration<br />

Av. da Boavista, 848<br />

4100-112 Porto<br />

t. 220 160 933<br />

e. info@appgeneration.com<br />

w. www.appgeneration.com<br />

Aptoide<br />

Rua Fernanda Seno, 6<br />

7005-485 Évora<br />

t. 217 960 320<br />

e. support@aptoide.com<br />

w. www.aptoide.com<br />

Ar Telecom<br />

Doca de Alcântara Norte, Edif.<br />

Diogo Cão, 1350-352 Lisboa<br />

t. 210 301 030<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 57


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

Streamroad<br />

Os marketeers das TI<br />

P<br />

resente no mercado desde<br />

2009, a StreamRoad Marketing<br />

& Comunicação tem como<br />

objetivo assegurar as melhores estratégias<br />

para que os seus Clientes<br />

vençam num mercado em constante<br />

mutação e cada vez mais competitivo<br />

– o mercado das Tecnologias de Informação<br />

(TI).<br />

Compilámos um vasto leque de serviços<br />

e soluções em outsourcing para<br />

que as empresas do sector obtenham,<br />

numa só agência, uma elevada satisfação<br />

num raio de serviços flexíveis e<br />

eficientes a 360°.<br />

Nesse sentido, disponibilizamos uma<br />

ampla gama de soluções de Marketing<br />

Sergio Azevedo<br />

Managing Partner<br />

Management<br />

Ana Serrano<br />

Ana Margarida Paula<br />

Raquel Dias<br />

Elisabete Neves<br />

e Consultoria de Mercado aos nossos<br />

Clientes (B2B e B2C), entre as quais se destacam: programas de<br />

Marketing e de desenvolvimento de canal, soluções de marketing<br />

digital, outsourcing de plataformas de negócio, ações de demand<br />

generation, organização de eventos, comunicação, entre outras.<br />

A nossa equipa é composta por Profissionais com um know-how<br />

profundo e uma vasta experiência no setor das TI, que acompanham<br />

os nossos Clientes para que estes respondam de forma eficaz<br />

aos atuais desafios do mercado, estimulando assim o seu negócio e<br />

a sua notoriedade.ilhões de euros.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Consultoria estratégica<br />

• Marketing & Comunicação<br />

• Serviços comerciais<br />

• Recrutamento & Formação<br />

CONTACTOS<br />

Rua 9 de Abril, 300/300A<br />

2765-542 São Pedro do Estoril<br />

+351 214 686 170<br />

geral@streamroad.pt<br />

https://streamroad.pt/<br />

e. artelecom@artelecom.pt<br />

w. www.artelecom.pt<br />

askblue<br />

Av. da Igreja, 42, 4.º dto.<br />

1700-239 Lisboa<br />

t. 211 939 865<br />

e. info@askblue.pt<br />

w. askblue.pt<br />

Aspire Technology<br />

Taguspark – Parque de Ciência e<br />

Tecnologia, Núcleo Central, sala 203<br />

2740-122 Oeiras<br />

t. 211 954 765<br />

e. info@aspiretechnology.com<br />

w. www.aspiretechnology.com<br />

A.T. Kearney<br />

Edifício Heron Castilho, Rua<br />

Braamcamp, 40, 10.º<br />

1250-050 Lisboa<br />

t. 218 987 100<br />

e. dataprivacy@kearney.com<br />

w. www.pt.kearney.com<br />

Axians<br />

Edif. Atlantis, Av. Dom João II,<br />

44 C, piso 5<br />

1990-095 Lisboa<br />

t. 214 258 000<br />

e. portugal.info@axians.com<br />

w. www.axians.pt<br />

AWS<br />

Av. Dom João II, Edif. Mar Vermelho,<br />

50, 4.º Parque das Nações<br />

1990-095 Lisboa<br />

t. 965 257 036<br />

e. espinhal@amazon.com<br />

w. aws.amazon.com/pt<br />

B - Simple<br />

Av. Fernão de Magalhães, 1054<br />

4350-155 Porto<br />

t. 225 189 144<br />

e. geral@b-simple.pt<br />

w. www.b-simple.pt<br />

B 2 F<br />

Rua D. Afonso Henriques, 1736<br />

4435-003 Rio Tinto<br />

t. 229 773 460<br />

e. b2f@b2f.pt<br />

w. www.b2f.pt<br />

B2Cloud<br />

R. de Correlo 4, 14<br />

4585-384 Gandra<br />

t. 221 450 212<br />

e. info@b2cloudev.com<br />

w. www.b2cloudev.com<br />

Babel<br />

Rua Julieta Ferrão, 10, 7.º<br />

1600-131 Lisboa<br />

t. 217 615 810<br />

e. info@babelgrupo.pt<br />

w. www.babel.es/pt<br />

Baldock Services<br />

Rua Alferes Veiga Pestana, 1 L,<br />

escritório 39<br />

9050-079 Funchal<br />

t. 291 793 283<br />

e. info@baldockservices.eu<br />

w. www.baldockservices.eu<br />

BCoTech<br />

Rua José Augusto Silva Sousa<br />

Maia, 26<br />

4470-482 Maia<br />

t. 229 954 332<br />

e. geral@bcotech.com<br />

w. www.bcotech.pt<br />

BearingPoint<br />

Edif. Taurus, Campo Pequeno, 48,<br />

piso 5<br />

1000-081 Lisboa<br />

t. 215 839 800<br />

e. portugal@bearingpoint.com<br />

w. www.bearingpoint.com<br />

Biq Consultores<br />

R. Mário Castelhano, 42-E, 3/2/1<br />

Queluz de Baixo<br />

2730-120 Barcarena<br />

t. 214 342 600<br />

e. biq.geral@biqconsultores.com<br />

w. www.biqconsultores.com<br />

Bizdirect<br />

Rua Viriato, 13, 2.º esq.<br />

1050-233 Lisboa<br />

t. 210 100 524<br />

e. contact@bizdirect.pt<br />

w. www.bizdirect.pt<br />

Blessed Tech<br />

Rua Santa Marta, 43 EF, 3.º D<br />

1150-293 Lisboa<br />

e. info@blessedtech.net<br />

w. blessedtech.net<br />

Blip<br />

Av. Camilo, 72<br />

4300-095 Porto<br />

t. 222 083 224<br />

e. contact@blip.pt<br />

w. www.blip.pt<br />

Blue Screen - It Solutions<br />

Rua Virgílio Correia, 26-C<br />

1600-223 Lisboa<br />

t. 217 223 822<br />

e. info@bluescreen.pt<br />

w. www.bluescreen.pt<br />

BluePanda<br />

Rua Carlos Aleluia, Edif. Aveiro<br />

Centrum, 4, Loja 3<br />

3810-077 Aveiro<br />

t. 965 527 232<br />

e. info@bluepanda.pt<br />

w. bluepanda.pt<br />

Bouygues Group<br />

R. Dr. Eduardo Santos Silva, 261<br />

58<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

We have a talent for that<br />

ANeotalent é uma das maiores<br />

especialistas ibéricas na prestação<br />

de serviços na área de<br />

Tecnologia de Informação e Engenharia.<br />

Focada no aumento da capacidade<br />

tecnológica das organizações e na transformação<br />

digital dos seus ecossistemas<br />

aplicacionais, a Neotalent assegura o<br />

best fit entre talento especializado e os<br />

projetos mais ambiciosos.<br />

Com mais de 25 anos de experiência,<br />

a Neotalent estabeleceu a sua presença<br />

em localizações-chave, incluindo<br />

Lisboa, Porto e Madrid. Atualmente, a<br />

empresa conta com mais de 950 profissionais<br />

nas diversas áreas em que atua.<br />

com talento especializado nas diversas<br />

tecnologias.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Managed Services<br />

• Nearshore Services<br />

• Specialized Teams<br />

• Engineering Staffing<br />

• IT Staffing<br />

CONTACTOS<br />

Célia Vieira<br />

CEO<br />

Edite Paulo<br />

Head of IT Staffing<br />

Paulo Almeida<br />

Head of Innovation<br />

& Transformation<br />

Bruno Ferrão<br />

Head of Services<br />

& Nearshore<br />

Av. D. João II, n.º 34 , Parque das Nações - 1998-031 Lisboa<br />

+351 213 836 300<br />

www.neotalent.pt • info@neotalent.pt<br />

4200-283 Porto<br />

t. 213 514 050<br />

e. presse@bouygues.com<br />

w. www.bouygues.com<br />

Bring Data Solutions<br />

Edif. Adamastor, Avenida Dom<br />

João II, 9i, 11.º<br />

1990-077 Lisboa<br />

t. 218 983 083<br />

e. info@bringglobal.com<br />

w. www.bringglobal.com<br />

Bsolus<br />

Rua Dr. Carlos Magalhães, 4 4700-<br />

001 Braga<br />

t. 253 602 100<br />

e. geral@bsolus.pt<br />

w. www.bsolus.pt<br />

C2B<br />

Parque de Ciência e Tecnologia<br />

da Maia, R. Eng. Frederico Ulrich,<br />

2650<br />

4470-605 Maia<br />

t. 229 480 948<br />

e. c2b@c2b.pt<br />

w. www.c2b.pt<br />

CBE<br />

Rua dos Caniços, 27 e 29<br />

Lomba de Cima<br />

2625-253 Vialonga<br />

219 925 400<br />

t. cbe@cbe.pt<br />

e. www.cbe.pt<br />

w. Data Center, Mobile & Telecom<br />

CADFLOW<br />

Estr. Leiria, Edif. Vangest, 210<br />

2430-527 Marinha Grande<br />

t. 244 550 110<br />

e. info@cadflow.pt<br />

w. www.cadflow.pt<br />

CadSolid<br />

Estr. Estação, 115 Leiria Gare<br />

2415-409 Leiria<br />

t. 244 880 200<br />

e. info@cadsolid.pt<br />

w. www.cadsolid.pt<br />

Cadtech<br />

R. Fundões, 151, Mód. 2.1 A. 2.3<br />

3700-121 São João da Madeira<br />

t. 256 379 840<br />

e. info@cadtech.pt<br />

w. www.cadtech.pt<br />

CDI Portugal<br />

Rua Andrade Corvo, 4, 6.º<br />

1050-009 Lisboa<br />

t. 963 459 395<br />

e. joao.baracho@cdi.org.pt<br />

w.www.cdi.org.pt<br />

CEDIS<br />

R Rosa do Ulmeiro, 20,<br />

Parque Industrial de Amés,<br />

Armazém P<br />

2715-771 Terrugem<br />

t. 219 676 620<br />

e. info@cedis.pt<br />

w. www.cedis.pt<br />

CEiiA<br />

Av. Afonso Henriques, 1825<br />

4450-017 Matosinhos<br />

t. 220 164 800<br />

e. ceiia@ceiia.com<br />

w. www.ceiia.com<br />

Celfinet<br />

Rua João Chagas, 53, 2.º esq.<br />

1495-072 Algés<br />

t 214 152 330<br />

e. geral@celfinet.com<br />

w. www.celfinet.com<br />

CentralGest<br />

Av. Cidade de Coimbra, 92/94<br />

3050-374 Mealhada<br />

t. 231 209 530<br />

e. comercial@centralgest.com<br />

w. www.centralgest.com<br />

CIBEN<br />

Rua António Gonçalo Sousa<br />

Dias, 3-A<br />

2130-214 Benavente<br />

t. 263 518 180<br />

e. geral@ciben.pt<br />

w. www.ciben.pt<br />

Claranet<br />

Av. D. João II, 1.07 - 2.1, 4.º<br />

1998-014 Lisboa<br />

t. 707 50 51 52<br />

e. info@claranet.pt<br />

w. www.claranet.pt<br />

CodeOne<br />

Rua Guilherme Braga, 101<br />

4150-390 Porto<br />

t. 229 352 378<br />

e. info@codeone.pt<br />

w. www.codeone.pt<br />

Cognizant Technology<br />

Solutions<br />

Lg. de São Carlos, 3<br />

1200-410 Lisboa<br />

e. inquiry@cognizant.com<br />

w. www.cognizant.com/en-pt<br />

Collab<br />

Av. Dom João II, 43, 4.º<br />

Parque das Nações<br />

1990-084 Lisboa<br />

t. 210 927 840<br />

e.info@collab.com<br />

w. www.collab.com<br />

Critical Software<br />

Pq. Ind. de Taveiro, lote 48<br />

3045-504 Taveiro<br />

t. 239 989 100<br />

e. info@criticalsoftware.com<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 59


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

Vantage Towers<br />

AVantage Towers é uma das empresas líderes do mercado<br />

de torres de telecomunicações na Europa, com mais de<br />

82 mil sites em dez países, conectando pessoas, empresas<br />

e dispositivos em ambientes urbanos e rurais. Foi fundada<br />

em 2020 e a sua sede está localizada na cidade alemã de Dusseldorf.<br />

Em Portugal, a Vantage Towers conta com mais de 3500 sites no<br />

continente e nas ilhas. O seu portfólio inclui torres no solo (GBT<br />

- Ground-based towers), torres e mastros em edifícios (RTT -<br />

Rooftop towers), sistemas DAS (Distributed Antenna System)<br />

e Small cells.<br />

Através de uma equipa altamente especializada, altos padrões<br />

de qualidade, eficiência e inovação, e políticas rigorosas de ESG,<br />

nomeadamente ao nível da sustentabilidade das operações e da<br />

saúde e segurança dos seus colaboradores, a Vantage Towers<br />

implanta, opera e gere infraestruturas para todos os operadores<br />

de redes móveis, apoiando as necessidades do segmento residencial,<br />

empresarial e de entidades públicas.<br />

A Vantage Towers tem como compromisso contribuir significativamente<br />

para impulsionar uma melhor conectividade e a digitalização<br />

sustentável de Portugal e da Europa.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Mobile & Telecom<br />

CONTACTOS<br />

Paolo Favaro<br />

Administrador<br />

Executivo da<br />

Vantage Towers<br />

Portugal<br />

Vantage Towers, S.A.<br />

Edifício Arquiparque VII, Rua Dr. António Loureiro Borges, 7,<br />

Piso 3, 1495-131 Algés<br />

+351 210 914 750<br />

www.vantagetowers.com/en/our-european-markets/portugal<br />

info.pt@vantagetowers.com<br />

w. www.criticalsoftware.com<br />

Critical Techworks<br />

R.Dr. António Luís Gomes, 10<br />

4000-091 Porto<br />

t. 707 913 710<br />

e. hello@criticaltechworks.com<br />

w. www.criticaltechworks.com<br />

CYCLOID<br />

Av. Conde Valbom, 30, 4.º<br />

1050-068 Lisboa<br />

t. 215 878 590<br />

e. info@cycloid.pt<br />

w. www.cycloid.pt<br />

Damia Portugal<br />

Av. Almirante Reis, 54, 6.º dto.<br />

1150-019 Lisboa<br />

t. 211 601 380<br />

e. hello@damiagroup.pt<br />

w. www.damiagroup.pt<br />

Dashlane<br />

Rua Garrett, 12, 2.º dto.<br />

1200-203 Lisboa<br />

e. lisbon.accounting@dashlane.com<br />

w. www.dashlane.com<br />

DataFrame<br />

Rua da Cotovia, 15, CCI, 1482 Moita<br />

2860-120 Alhos Vedros<br />

t. 215 887 330<br />

e. geral@dataframe.pt<br />

w. www.dataframe.pt<br />

DataLab<br />

Av. Reinaldo dos Santos, 13,<br />

Loja esq.<br />

2675-673 Odivelas<br />

t. 211 571 495<br />

e. datalab@datalab.pt<br />

w. www.datalab.pt<br />

DataSmart<br />

R. Julieta Ferrão, 12, 2.º piso, 202<br />

1600-131 Lisboa<br />

t. 214 171 161<br />

e. geral@datasmart.pt<br />

w. www.datasmart.pt<br />

Decskill<br />

Rua Castilho, 44, 9.º<br />

1250-071 Lisboa<br />

t. 215 922 408<br />

e. suporte@decskill.pt<br />

w. www.decskill.pt<br />

DefinedCrowd<br />

DR. Major Neutel de Abreu, 22B, 1.º<br />

1500-411 Lisboa<br />

e. mail@definedcrowd.com<br />

w. www.definedcrowd.com<br />

Deloitte<br />

Av. Eng. Duarte Pacheco, 7<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. 210 422 500<br />

e. ptcorporatemarketing@ deloitte.pt<br />

w. www.deloitte.com/ptArtificial<br />

Dense Air<br />

Edifício Atrium Saldanha,<br />

Pç. Duque de Saldanha, 1, 11D<br />

1050-094 Lisboa<br />

t. 213 520 951<br />

e. tboyle@denseair.net<br />

w. www.denseair.net<br />

Devexperts Portugal<br />

Pç. do Bom Sucesso,<br />

Edifício Península, 127-131<br />

7.º, sala 701<br />

4150-146 Porto<br />

e. 221 206 330<br />

w. www.devexperts.com<br />

DevScope’s<br />

Rua Passos Manuel, 223, 4.º<br />

4000-385 Porto<br />

t. 223 751 350<br />

e. info@devscope.net<br />

w. www.devscope.net<br />

Dixtior<br />

Av. Infante D. Henrique, 332, 2.º esq.<br />

1800-224 Lisboa<br />

t. 211 942 418<br />

e. info@dixtior.com<br />

w. www.dixtior.com<br />

Do It On<br />

R. Cristóvão Colombo, 10, 7.º esq.<br />

2675-587 Odivelas<br />

t. 211 929 739<br />

e. do@doiton.agency<br />

w. www.doiton.agency<br />

Dognaedis<br />

Rua Pedro Nunes, Edifício<br />

Incubadora do Instituto Pedro<br />

Nunes, S/N<br />

3030-199 Coimbra<br />

t. 239 047 756<br />

e. info@dognaedis.com<br />

w. www.dognaedis.com<br />

DXC Technology<br />

Edif. D. Sancho I,<br />

Quinta da Fonte, Rua dos<br />

Malhões, 4<br />

2770-071 Paço de Arcos<br />

t. 210 606 816<br />

e. informacaogeral@dxc.com<br />

w. www.dxc.technology/pt<br />

Easy Connect<br />

Av. da República, 67<br />

4890-220 Celorico de Basto<br />

t. 255 323 085<br />

e. info@easyconnect.pt<br />

w. easyconnect.pt<br />

ebankIT<br />

Av. Sidónio Pais, 153, torre A, 3.º<br />

4100-465 Porto<br />

t. 222 032 010<br />

e. info@ebantik.com<br />

60<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

A BI4ALL é uma empresa de referência em<br />

serviços de consultoria com competências de<br />

excelência em Transformação Digital e Data<br />

Strategy, com foco em Data Analytics e Inteligência<br />

Artificial. Através dos nossos Centros<br />

de Excelência, habilitamos as empresas com<br />

as melhores práticas, ferramentas, formação<br />

e aconselhamento mais adequados, estabelecendo<br />

o alinhamento estratégico nestas<br />

áreas com o apoio de equipas especializadas,<br />

certificadas e dedicadas.<br />

CONTACTOS<br />

Lisboa: Avenida Marechal Gomes da<br />

Costa 27 A/B Armazém 1,<br />

1800-255 Lisboa<br />

t. +351 217 266 165<br />

Porto: TECMAIA – Rua Engenheiro<br />

Frederico Ulrich 2650 - Edifício Genesis<br />

Piso 0 - Fração A019 - 4470-605 Maia<br />

e. hello@bi4all.pt • w. www.bi4all.pt/<br />

BOARD<br />

José Oliveira - CEO<br />

Andro Moreira - Partner<br />

Hugo Pinto - Partner<br />

Carla Fonseca<br />

Chief Marketing Officer<br />

Inês Xavier<br />

Chief Finance Officer<br />

Luís Laginha<br />

Chief Growth Officer<br />

Pedro Cascais<br />

Chief Commercial Officer<br />

Rui Afeiteira<br />

Chief Information Officer<br />

Rui Alves<br />

Chief People Officer<br />

Rui Gorgueira<br />

Chief Operations Officer<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Modern BI & Big Data<br />

• IA & Data Science<br />

• Data Visualization<br />

• Project Management Office<br />

• Business Analysis<br />

• User Experience & User Interface<br />

• Data Strategy & Data Governane<br />

• Low Code & Automation<br />

• Research Development Software Engineering<br />

Desde 2009, anteriormente com a denominação<br />

INTEGRITY, a nossa equipa é especializada<br />

em fornecer Serviços Geridos<br />

de Segurança de ponta, que combina a<br />

sua expertise e tecnologia proprietária<br />

para reduzir deforma consistente e eficaz<br />

o risco cibernético dos nossos clientes. A<br />

ampla gama de serviços abrange Testes<br />

Persistentes de Intrusão, ISO 27001,<br />

PCI-DSS, Consultoria eSoluções de GRC<br />

e Gestão de Riscos de Terceiras Partes.<br />

Certificados em ISO 27001 (Segurança da<br />

Informação) e ISO 9001 (Qualidade), PCI-<br />

-QSA e membros da CREST e CIS - Centro<br />

de Segurança na Internet, prestamos<br />

serviços a um número considerável de<br />

clientes, operando em mais de 20 países.<br />

CONTACTOS<br />

BOARD - CO-FOUNDERS<br />

Rui Shantilal<br />

Managing Partner<br />

Bruno Morisson<br />

Director Offensive Security<br />

Services, Partner<br />

Marco Vaz<br />

Director Offensive<br />

Security Services, Partner<br />

Nuno Oliveira<br />

Director Cybersecurity<br />

Engineering Services, Partner<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Offensive Security<br />

• Consulting<br />

• Cybersecurity Engineering<br />

• Training & Awareness<br />

Edifício Atrium Saldanha, Praça Duque de Saldanha, nº 1, 2º andar<br />

1050-094, Lisboa, Portugal<br />

t. +351 213 303 740<br />

w. www.integrity.pt<br />

w. www.ebantik.com<br />

ECT Telecoms<br />

Rua Nery Delgado, 8, r/c dto.<br />

2775-253 Parede<br />

t. 965 865 952<br />

e. david.lopes@ect-telecoms.com<br />

w. www.ect-telecoms.com<br />

EDGEOUT<br />

Rua do Instituto Virgílio<br />

Machado, 14<br />

1100-284 Lisboa<br />

t. 218 007 773<br />

e. info@edge.pt<br />

w. www.edge.pt<br />

E-goi<br />

Av. Menéres, 834<br />

4450-190 Matosinhos<br />

t. 300 404 336<br />

e. info@e-goi.com<br />

w. www.e-goi.com<br />

EngMindera<br />

Rua Gonçalo Cristovão,<br />

347, 4.º, sala 404<br />

4000-270 Porto<br />

t. 937 826 634<br />

e. finance.pt@mindera.pt<br />

w. www.mindera.pt<br />

Enigma Virtual<br />

Cais das Pedras, 8, 2.º<br />

esq. frente<br />

4050-465 Porto<br />

t. 917 569 870<br />

w. tax@bbs.pt<br />

Epictetus<br />

Avenida Eng. Duarte Pacheco,<br />

7, piso -1<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. 217 814 800<br />

eProseed<br />

Rotunda Eng. Edgar Cardoso, Tower<br />

Plaza, 23, 5.º C<br />

4400-676 Vila Nova de Gaia<br />

t. 308 807 363<br />

e. info@eproseed.com<br />

w. www.eproseed.com<br />

Ernst & Young<br />

Av. da República, 90, 3.º<br />

1649-024 Lisboa<br />

t. 217 912 000<br />

e. ernst.young@pt.ey.com<br />

w. www.ey.com<br />

Esri<br />

Rua das Vigias, 2, 1.º 1990-506 Lisboa<br />

t. 217 816 640<br />

e. info@esri-portugal.pt<br />

w. www.esriportugal.pt<br />

Eurotux<br />

Travessa Manuel da Silva Gomes, nº 17<br />

4705-294 Braga, Portugal<br />

t.253 680 300<br />

e.info@eurotux.com<br />

w.https://eurotux.com/<br />

FACTIS<br />

Pç. Nuno Rodrigues dos Santos, 2 E/F<br />

1600-171 Lisboa<br />

t. 213 553 620<br />

e. geral@factis.com<br />

w. www.factis.com<br />

Fedrax<br />

Rua Encosta dos Piornais, Edif. Quinta<br />

dos Piornais, 4 S. Martinho, 9000-683<br />

Funchal<br />

t. 291 633 756<br />

e. fedrax@gmail.com<br />

w. www.fedrax.com<br />

Fibroglobal<br />

Av. João Crisóstomo, 38 C, 1.º, escritório<br />

2<br />

1050-127 Lisboa<br />

t. 210 437 770<br />

e. geral@fibroglobal.com<br />

w. www.fibroglobal.com<br />

Ficosa Internacional<br />

Rua Cavaco, 115<br />

4470-263 Maia<br />

t. 229 432 900<br />

w. www.ficosa.com<br />

Finantech<br />

Morada: Av. Fernão de Magalhães,<br />

1862, 15.º, sala 1503<br />

4350-170 Porto<br />

t. 225 072 030<br />

e. business@finantech.pt<br />

w. www.finantech.pt<br />

Findmore Consulting<br />

Av. Dom João II, lote 42, esc. 602 1990-<br />

095 Lisboa<br />

t. 218 208 394<br />

e. careers@findmore.eu<br />

w. www.findmore.pt<br />

First Solutions<br />

Rua Cons. Costa Braga, 502 F<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 61


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

BOARD<br />

Creative tech for Better Change<br />

A Devoteam é uma consultora líder<br />

focada em estratégia digital, plataformas<br />

tecnológicas e cibersegurança.<br />

Combinando criatividade, tecnologia<br />

e data insights, a Devoteam<br />

ajuda os seus clientes a transformar<br />

os seus negócios e a desbloquear o<br />

futuro. Com 25 anos de experiência<br />

e 10.000 colaboradores em toda a<br />

Europa e Médio Oriente, promove o<br />

desenvolvimento de tecnologia para<br />

as pessoas de uma forma responsável,<br />

contribuindo para uma mudança<br />

melhor.<br />

Bruno Mota<br />

Managing Partner<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Distributed Cloud<br />

• Data-Driven Intelligence<br />

• Digital Business & Products<br />

• Business Automation<br />

• Trust & Cybersecurity<br />

• Sustainability enabled by<br />

Digital<br />

A Neurónio Criativo iniciou a sua atividade em<br />

2018, prestando serviços de consultoria informática,<br />

desenvolvimento de websites, lojas online<br />

e comunicação de marcas e produtos.<br />

Nestes anos de atividade a empresa adquiriu<br />

competências nas mais diversas áreas, com<br />

uma equipa multifacetada que desenvolve soluções<br />

digitais completas aos seus clientes, o que<br />

se traduz num valor acrescentado mensurável.<br />

Com foco na qualidade e satisfação, a Neurónio<br />

Criativo proporciona aos clientes a criação de<br />

um posicionamento digital, acrescentando valor<br />

e gerando resultados rápidos. A empresa conta<br />

com mais de duas centenas de websites e soluções<br />

digitais desenvolvidos, nos mais variados<br />

setores de atividade nacionais e internacionais.<br />

BOARD<br />

Rogério Junior<br />

CEO<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Desenvolvimento web<br />

• E-Commerce<br />

• Marketing Digital<br />

• Design gráfico<br />

• Gestão de redes sociais<br />

• Criação de Conteúdos<br />

• Consultoria<br />

CONTACTOS<br />

Avenida D. João II,43,9°, Torre Fernão de Magalhães | 1990-084 Lisboa<br />

t. +351 217 959 541<br />

e. pt.info@devoteam.com<br />

w. https://pt.devoteam.com/pt-pt/<br />

CONTACTOS<br />

Rua Cidade de Rabat, 41B / 1500-159 Lisboa<br />

t. +351 916 175 906<br />

e. geral@neuroniocriativo.pt / w. www.neuroniocriativo.pt<br />

4450-102 Matosinhos<br />

t. 226 057 310<br />

e. geral@first.pt<br />

w. www.first.pt<br />

Foz2Mg<br />

Av. Marechal Gomes da Costa,<br />

1177, 2.º<br />

4150-360 Porto<br />

t. 220 129 502<br />

Futurcabo<br />

Rua do Proletariado, 2<br />

2794-063 Carnaxide<br />

t. 214 222 573<br />

e. geral@futurcabo.pt<br />

w. www.futurcabo.pt<br />

Gartner Portugal<br />

Rua dos Malhões, Qtª da Fonte,<br />

Edifício D. Pedro<br />

2770-071 Paço De Arcos<br />

t. 210 001 653<br />

e. paola.farina@gartner.com<br />

w. www.gartner.com<br />

GHH<br />

Av. da Liberdade, 110, 3.º esq.<br />

1269-046 Lisboa<br />

t. 212 466 746<br />

e. geralghh@grouphh.com<br />

w. www.grouphh.com<br />

GfK Portugal<br />

Rua Carlos Testa, 1, 1.º B<br />

1050-046 Lisboa<br />

t. 210 000 200<br />

e. gfk.portugal@gfk.com<br />

w. www.gfk.com/pt<br />

70-Glintt<br />

Beloura Office Park, Ed 10,<br />

Qta. da Beloura - Beloura<br />

2710-693 Sintra<br />

t. 219 100 200<br />

e. geral@glintt.com<br />

w. www.glintt.com<br />

GLOONE<br />

Pct. D. Nuno Álvares Pereira, 20<br />

4450-218 Matosinhos<br />

t. 229 388 198<br />

e. geral@gloone.com<br />

w. www.gloone.com<br />

Google<br />

Av. da Liberdade, 110, 1.º<br />

1269-046 Lisboa<br />

t. 211 221 803<br />

w. www.google.pt<br />

Gott<br />

R. Dom Pedro V, 410, subloja 2<br />

4150-601 Porto<br />

t. 220 967 024<br />

e. info@gottsolutions.net<br />

w. gottsolutions.net/<br />

GStep<br />

Alam. Fernão Lopes, 16A, piso 9<br />

1495-190 Algés<br />

t. 218 077 880<br />

e. geral@gstep.pt<br />

w. www.gstep.pt<br />

Habber Tec Portugal<br />

Av. Miguel Bombarda, 36, 2.º, 208-D<br />

1050-165 Lisboa<br />

t. 210 108 800<br />

e. info.es@habber.com<br />

w. habber.com/pt<br />

HCCM Consulting<br />

Av. Duque de Ávila, 185, 3D<br />

1050-082 Lisboa<br />

t. 210 183 088<br />

e. info@hccm.pt<br />

w. www.hccm.pt<br />

HIQ Consulting<br />

Rua Viriato, Edif. Picoas Plaza, 13E,<br />

núcleo 6, 3.º dto.<br />

1050-233 Lisboa<br />

t. 213 137 680<br />

e. lisboa@agap2.com<br />

w. www.agap2-it.pt<br />

HP Portugal<br />

Quinta da Fonte, Edifício D. Sancho,<br />

R. Malhões 4, , 2774-528 Paço de Arcos<br />

w. www.hp.pt<br />

Huawei<br />

Edifício Art’s Business Centre,<br />

Av. D. João II, 51B, 10.º A<br />

1990-085 Lisboa<br />

t. 217 828 400<br />

e. portugal@huawei.com<br />

w. www.huawei.com<br />

IBM<br />

Rua Mar da China, 3 Parque das Nações,<br />

1990-138 Lisboa<br />

t. 218 927 000<br />

e. ibm_directo@pt.ibm.com<br />

w. www.ibm.com/pt<br />

Icon Holdings<br />

Av. da República, 50, 10.º<br />

1069-211 Lisboa<br />

t. 217 990 420<br />

w. dnb.com/business-directory<br />

IDC Portugal<br />

62<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

A agência de comunicação das TIC<br />

• 30 anos de experiência em assessoria de<br />

imprensa, comunicação e eventos no setor<br />

das TIC<br />

• Criação de estratégias de comunicação e<br />

imprensa na internacionalização das empresas<br />

e negócios das TIC<br />

• Rede internacional de consultores especializados<br />

na implementação local de estratégias<br />

de comunicação & relações-públicas<br />

Falamos? secretariado@valkirias.pt<br />

BOARD<br />

Ana Velez<br />

CEO & Founding Partner<br />

ana.velez@valkirias.pt<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Relações Públicas<br />

• Assessoria de Imprensa<br />

• Apoio à Internacionalização<br />

• Eventos & Produções<br />

A Winsig tem uma equipa com mais de<br />

100 consultores certificados, uma carteira<br />

de cerca de 900 clientes e é o maior<br />

parceiro da PHC desde 2010. As competências<br />

de implementação do ERP PHC e<br />

de desenvolvimento de add-ons estão<br />

especialmente centradas nos setores da<br />

construção, comércio por grosso, indústria,<br />

retalho e serviços. Presentes em vários<br />

pontos do continente e ilhas, prima<br />

por estar perto dos seus clientes e por<br />

um acompanhamento de proximidade.<br />

BOARD<br />

Nuno Archer<br />

CEO & Founder<br />

CONTACTOS<br />

Rua da Madalena, nº 80, 3º, 1100- 322 Lisboa<br />

t. +351 217 931 885 m. +351 915 991 450<br />

w. www.valkirias.pt<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

• Construção<br />

• Comércio por Grosso<br />

• Indústria<br />

• Retalho<br />

• Serviços<br />

CONTACTOS<br />

Porto, Viseu , Aveiro, Leiria, Lisboa, Funchal<br />

e Ponta Delgada<br />

t. +351 218 299 150<br />

w. www.winsig.pt<br />

R. Tomás da Fonseca, torre G, 1.º<br />

1600-209 São Domingos de Benfica<br />

t. 217 230 675<br />

w. idcportugal.com<br />

Ideias Dinâmicas<br />

Rua Álvaro Castelões, 821, 2.º, sala 2.5<br />

4450-043 Matosinhos<br />

t. 229 398 320<br />

e. geral@ideiasdinamicas.com<br />

IDW<br />

Rua Dr. António Loureiro Borges,<br />

Arquiparque Miraflores, Edif. 5, 0AA<br />

1495-131 Algés<br />

t. 210 945 200<br />

e. info@idw.pt<br />

w. www.idw.pt<br />

IG&H Platform Services<br />

Edif. Meridiano, Av. D. João II, 30, 1.º<br />

1990-092 Lisboa<br />

t. 215 896 560<br />

e. info-portugal@igh.com<br />

w. www.igh.com<br />

Imagina Soft<br />

Rua de Santa Bárbara, 45<br />

4400-289 Vila Nova de Gaia<br />

t. 220 308 800<br />

e. admin@imaginasoft.pt<br />

w. imaginasoft.pt<br />

Impactzero<br />

R. Gonçalo Cristovão, 347, sala 410-412<br />

4000-270 Porto<br />

t. 223 243 591<br />

e. geral@impactzero.pt<br />

w. www.impactzero.pt<br />

Impossible Labs<br />

Rua Garrett, 74, 2.º dto.<br />

1200-204 Lisboa<br />

t. 218 008 661<br />

e. petra@impossible.com<br />

w. www.impossible.com<br />

INESC<br />

Rua Alves Redol, 9 , 1000-029 Lisboa<br />

t. 213 100 300<br />

e. info@inesc.pt<br />

w. www.inesc.pt<br />

Informantem<br />

Av. José Francisco Guerreiro, Paiã Park,<br />

Edif. A2 1675-076 Pontinha<br />

t. 210 127 000<br />

w. www.informantem.pt<br />

InnoWave<br />

Av. José Malhoa,<br />

1070-159 Lisboa<br />

t. 21 122 2254<br />

e. info@innowave.tech<br />

w. www.innowave.tech<br />

Inovflow<br />

Est. da Portela, 5, piso 3,<br />

esc. 7<br />

2790-124 Carnaxide<br />

t. 218 071 245<br />

e. comercial@inovflow.pt<br />

w. www.inovflow.pt<br />

Inovretail<br />

R. Júlio de Matos, 828/882,<br />

gab. 7<br />

4200-355 Porto<br />

t. 220 301 559<br />

e. info@inovretail.com<br />

w. www.inovretail.com<br />

Janela Digital<br />

Parque Tecnológico de Óbidos,<br />

Rua da Criatividade, lote 6<br />

2510-216 Óbidos<br />

t. 262 840 460<br />

e. comercial@janeladigital.com<br />

w. www.janeladigital.com<br />

Jimpisoft<br />

Rua Trindade Coelho, 25<br />

2780-374 Oeiras<br />

t. 214 542 050<br />

e. info@jimpisoft.com<br />

w. www.jimpisoft.pt<br />

JSC<br />

Lugar Ervideiros, 16,<br />

Zona Industrial da Taboeira<br />

Esgueira<br />

3800-302 Aveiro<br />

t. 234 300 030<br />

e. geral@jsc.pt<br />

w. www.jsc.pt<br />

Jscrambler<br />

Rua Alfredo Allen, 455<br />

4200-135 Porto<br />

t. 227 663 702<br />

e. support@jscrambler.com<br />

w. jscrambler.com<br />

KCapital<br />

Av. da República,<br />

43, 1.º esq.<br />

1050-187 Lisboa<br />

t. 217 908 200<br />

e. apoio@kcapital.pt<br />

w. www.kcapital.pt<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 63


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

Konectanet Portugal<br />

Av. José Malhoa, lote 21<br />

1070-157 Lisboa<br />

t. 213 002 069<br />

e. infopt@grupokonecta.com<br />

w. www.grupokonecta.com<br />

Konk Consulting<br />

Rua do Cais Pedras, 8, 1.º esq.<br />

4050-465 Porto<br />

t. 226 154 975<br />

e. contact@konkconsulting.com<br />

w. www.konkconsulting.com/PT<br />

Koolsite<br />

Beloura Office Park, Est. de Albarraque,<br />

R. do Centro Empresarial, Edif. 6, loja<br />

0.6, piso 0<br />

2710-444 Sintra<br />

t. 214 812 460/9<br />

e. koolsite@koolsite.pt<br />

w. www.koolsite.pt<br />

KPMG<br />

Edifício FPM41,<br />

Av. Fontes Pereira de<br />

Melo 41 15º,<br />

1069-006 Lisboa<br />

t. 210 110 000<br />

e. ptkpmg@kpmg.com<br />

w. www.kpmg.pt<br />

Kwan<br />

Av. Duque de Ávila, 46, 3A<br />

1050-083 Lisboa<br />

t. 930 556 316<br />

e. hello@kwan.pt<br />

w. www.kwan.pt<br />

Link Consulting<br />

Av. Duque de Ávila, 23<br />

1000-138 Lisboa<br />

t. 213 100 031<br />

e. info@linkconsulting.com<br />

w. www.linkconsulting.com<br />

Listopsis<br />

R. Prof. Santos Lucas, lote 29<br />

1500-511 Lisboa<br />

t. 217 100 600<br />

e. marketing@listopsis.pt<br />

w. www.listopsis.pt<br />

Lusomatrix<br />

Av. Coronel Eduardo Galhardo, 7, -1C<br />

1170-105 Lisboa<br />

t. 218 162 625<br />

e. geral@lusomatrix.pt<br />

w. www.lusomatrix.pt<br />

Management Solutions<br />

Av. Liberdade, 245, 8.º E<br />

1250-143 Lisboa<br />

t. 213 304 911<br />

e. info@managementsolutions.com<br />

w. www.managementsolutions.com<br />

MANTA Software<br />

Av. Almirante Gago Coutinho, Nº96<br />

1700-031 Lisboa<br />

e. operations-pt@getmanta.com<br />

w. www.getmanta.com<br />

Mediapro Portugal<br />

Trav. da Fonte de Cima, 2<br />

Asseiceira Grande<br />

2665-618 Venda do Pinheiro<br />

t. 218 310 680<br />

w. www.mediapro.tv<br />

Mercedes-Benz.io<br />

Av. Dom João II 41,<br />

1990-084 Lisboa<br />

e. info@mercedes-benz.io<br />

w. https://www.mercedes-benz.io/<br />

Metacase<br />

Beloura Office Park, Edif. 6,<br />

escritório 8, piso 2<br />

Quinta da Beloura<br />

2710-444 Sintra<br />

t. 210 443 350<br />

e. marketing@metacase.eu<br />

w. www.metacase.pt<br />

Microsoft<br />

Rua do Fogo de Santelmo, lote 2.07.02,<br />

Parque das Nações<br />

1990-110 Lisboa<br />

t. 210 491 000<br />

e. emportugal@microsoft.com<br />

w. www.microsoft.com/pt-pt<br />

Miio<br />

PCI Creative Science Park, Via<br />

do Conhecimento, Ed. Central s/n,<br />

3839-352 Ílhavo<br />

e. geral@muvext.com<br />

w. https://www.miio.pt/<br />

Multivision<br />

Rua Soeiro Pereira Gomes,<br />

Lote 1, 3C,<br />

1600-198, Lisboa<br />

t. 211 55 20 53<br />

e. geral@multivision.pt<br />

communications@multivision.pt<br />

w. https://www.multivision.pt/<br />

myPartner<br />

Trav. Helena Vieira da Silva, 259, 1.6.<br />

Leça da Palmeira<br />

4450-573 Matosinhos<br />

t. 229 982 310<br />

e. geral@mypartner.pt<br />

w. www.mypartner.pt<br />

Mzu Portugal<br />

Av. Dom João II, Edif. Mitus, 4.º piso,<br />

sala 402<br />

1990-095 Lisboa<br />

t. 217 990 420<br />

NBCC Consulting<br />

R. Tierno Galvan, Amoreiras,<br />

torre 3, 10.º piso<br />

1070-274 Lisboa<br />

t. 212 698 440<br />

e. geral@nbcc-consulting.com<br />

w. www.nbcc-consulting.com<br />

Newnote Solutions<br />

Rua Projetada à Rua 3,<br />

Zona Industrial da Matinha, lote C,<br />

armazém K<br />

1950-327 Lisboa<br />

t. 210 401 500<br />

e. info@newnote.pt<br />

w. www.newnote.pt<br />

Nextreality<br />

PARKURBIS,<br />

Pq. de Ciência e Tecnologia<br />

da Covilhã, s/n<br />

6200-865 Covilhã<br />

t. 275 957 000<br />

e. marketing@itpeople.pt<br />

w. www.nextreality.com<br />

Nimble Portal<br />

Av. António Serpa, 36, 8.º<br />

1050-027 Lisboa<br />

t. 217 973 762<br />

e. nimble@nimble.pt<br />

w. www.nimble.pt<br />

NOS, Comunicações SA<br />

Rua Actor António Silva, nº9<br />

1600-404 Lisboa<br />

t.: 217824700<br />

e. comunicacao.corporativa@nos.pt<br />

w. www.nos.pt<br />

NTT Data<br />

Atrium Saldanha,<br />

Praça Duque de Saldanha 1 10º,<br />

1050-094 Lisboa<br />

t. 213301020<br />

e. portugal.geral@nttdata.com<br />

w. pt.nttdata.com/<br />

Novabase<br />

Av. Dom João II, nº 34,<br />

Parque das Nações<br />

1998-031 Lisboa<br />

t. 213 836 300<br />

e. info@novabase.pt<br />

w. www.novabase.com<br />

Officelan<br />

Zona Industrial III, lote 13<br />

3525-040 Canas de Senhorim<br />

t. 232 186 575<br />

e.geral@officelan.pt<br />

w. shop.officelan.pt<br />

Olisipo<br />

Av. Infante D. Henrique,<br />

Edif. Lisboa Oriente, 333H,<br />

escritório 17<br />

1800-282 Lisboa<br />

t. 217 983 100<br />

e. earning@olisipo.pt<br />

w. www.olisipo.pt<br />

OutSystems<br />

R. Central Park 2 2°A,<br />

2795-242 Linda-a-Velha<br />

t. 214 153 730<br />

e. innovation@outsystems.com<br />

w. https://www.outsystems.com/<br />

Overwan<br />

Estr. da Serra,<br />

135 2125-145 Marinhais<br />

t. 304 500 373<br />

e. suporte@olisipo.pt<br />

w. www.overwan.com<br />

Passio Consulting<br />

Av. 5 de Outubro, 72, 5.º B<br />

1050-059 Lisboa<br />

t. 217 582 079<br />

e. geral@passio-consulting.com<br />

w. www.passio-consulting.com<br />

Penguin Formula<br />

Av. da Liberdade, 230, 1.º<br />

1250-148 Lisboa<br />

t. 213 471 301<br />

e. info@penguinformula.com<br />

w. www.penguinformula.com<br />

Pipedrive Portugal<br />

Praça Duque de Saldanha, 1,<br />

piso 4.º<br />

1050-094 Lisboa<br />

t. 925 554 045<br />

e. debora.mateus@pipedrive.com<br />

w. www.pipedrive.com<br />

Premium Minds<br />

Av. 5 de Outubro, 125 A/B/C<br />

1069-044 Lisboa<br />

t. 217 817 555<br />

e. geral@premium-minds.com<br />

w. www.premium-minds.com<br />

PwC<br />

Palácio Sottomayor Avenida Fontes<br />

Pereira de Melo, nº16<br />

1050-121 Lisboa<br />

t. 213 599 000<br />

e. marketing.pwc@pt.pwc.com<br />

w. www.pwc.pt<br />

Quidgest<br />

Rua Viriato, 7, 4.º<br />

1050-233 Lisboa<br />

t. 213 870 563<br />

e. quidgest@quidgest.pt<br />

w. www.quidgest.pt<br />

64<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023


D | I | R | E | T | Ó | R | I | O<br />

Reditus Gestão<br />

Estr. do Seminário, Edif. Réditus, 2<br />

Alfragide<br />

2614-522 Amadora<br />

t. 214 124 100<br />

e. marketing@reditus.pt<br />

w. www.reditus.pt<br />

ROOX<br />

Av. Eng, Duarte Pacheco, 19, 3.º dto.<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. 217 800 567<br />

e. comercial@roox.pt<br />

w. www.roox.pt<br />

SAGE Portugal<br />

Edifício Olympus II, Av. D. Afonso Henriques,<br />

1462, 2.º<br />

4450-013 Matosinhos<br />

t. 221 202 400<br />

e. sara.louro@sage.com<br />

w. www.sage.com/pt-pt<br />

Salesforce<br />

R. Tomás da Fonseca, Torre G,<br />

piso 2, espaço Regus<br />

w. www.salesforce.com<br />

Sampling Line Lda<br />

Av. Amália Rodrigues, Nº 6D<br />

2675-432 Odivelas<br />

t. 214 099 802<br />

e. suporte@ptservidor.pt<br />

w. www.ptservidor.pt<br />

SAP<br />

Lagoas Park, Edif. 14, piso 0,<br />

2740-262 Porto Salvo<br />

t. 214 465 500<br />

e. info.portugal@sap.com<br />

w. www.sap.com/portugal/<br />

SAS Portugal<br />

Edifício Amoreiras Square<br />

Rua Carlos Alberto da Mota Pinto,<br />

Nº 17 – 7º A<br />

1070-313 Lisboa.<br />

t. 210 316 000<br />

e. marketing@por.sas.com<br />

w. www.sas.com/portugal<br />

Sophos<br />

Sophos Iberia SRL Edificio Masters I<br />

Calle General Perón, 38 - 8a,<br />

28020 Madrid, Spain<br />

t.+34 913 756 756<br />

e. comercialES@sophos.com<br />

w. https://www.sophos.com/en-us<br />

Take The Wind<br />

Edif. Take The Wind, Quinta da Portela,<br />

lote V 2.2.<br />

3030-481 Coimbra<br />

t. 239 246 186<br />

e. info@takethewind.com<br />

w. www.takethewind.com<br />

Talkdesk<br />

Rua Pedro Nunes, Edif. Ipn D, 1.º,<br />

módulo 1.12<br />

3030-199 Coimbra<br />

t. 308 806 998<br />

e. support@talkdesk.com<br />

w. www.talkdesk.com<br />

TD SYNNEX<br />

Av. D. João II Lote 1.07.2.1, Piso 1 Ala A<br />

1998-014 Lisboa<br />

t. 214 727 850<br />

e. sales@techdata.pt<br />

w. www: pt.techdata.com<br />

Tekever<br />

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara<br />

Norte<br />

1350-352 Lisboa<br />

t. 213 304 300<br />

e. info@tekever.com<br />

w. www.tekever.com<br />

Teldat Portugal<br />

Rua Poeta Bocage, 2, piso 1<br />

escritório E<br />

1600-233 Lisboa<br />

t. 211 393 807<br />

e. tp.geral@teldat.com<br />

w. www.teldat.com<br />

The Loop Co.<br />

Praça do Comércio 50,<br />

3000-116 Coimbra<br />

t. 239 151 964<br />

w. theloop.pt<br />

Trigénius<br />

Av. Beato Nuno, 340<br />

2495-401 Fátima<br />

t. 249 530 800<br />

e. geral@trigenius.pt<br />

w. www.trigenius.pt<br />

TRUSTEnergy<br />

Quinta da Fonte, Edif. D. Maria I,<br />

piso 1, ala A1<br />

2770-229 Paço de Arcos<br />

t. 213 430 114<br />

e. geral@trustenergy.pt<br />

w. www.trustenergy.pt<br />

Unbabel<br />

Rua Castilho, 52,<br />

1269-177 Lisboa, Portugal<br />

w. unbabel.com<br />

Unipartner<br />

Lagoas Park, Rua das Lagoas<br />

Pequenas, Edif. 5B, 5.º<br />

2740-245 Porto Salvo<br />

t. 210 171 610<br />

e. contact@unipartner.com<br />

w. www.unipartner.com<br />

Veniam<br />

Rua Augusto Rosa, 79, sala 16<br />

4000-098 Porto<br />

t. 220 731 344<br />

e. info@veniam.com<br />

w. www.veniam.com<br />

VILT Portugal<br />

Rua Ivone Silva, 6, 7.º esq.<br />

1050-124 Lisboa<br />

t. 210 343 300<br />

e. info@vilt-group.com<br />

w. www.vilt.com.pt<br />

Vodafone Portugal<br />

Av. Dom João II,<br />

Parque das Nações, 36, 8.º<br />

1998-017 Lisboa<br />

t. 210 915 000<br />

e. apoiocliente@vodafone.com<br />

w. www.vodafone.pt<br />

Vortal<br />

Rua Alfredo Allen, 455/461<br />

4200-135 Porto<br />

t. 210 325 000<br />

e. info@vortal.biz<br />

w. vortal.biz<br />

WeAreIn<br />

Rua António Gilberto de<br />

Andrade, 4 A, loja C<br />

2750-841 Cascais<br />

t. 210 107 476<br />

e. info@wearein.org<br />

w. wearein.org<br />

WebSP, Lda<br />

Rua Augusto Costa, Nº5-A<br />

1500-064 Lisboa<br />

t. 707 10 20 54<br />

e. comercial@webhs.pt<br />

w. www.webhs.pta<br />

Webtuga<br />

Rua João Paulo II, nº 165<br />

Loja AC<br />

4750-177 Arcozelo, Barcelos<br />

t. 253 094 857<br />

e. comercial@webtuga.pt<br />

w. www.webtuga.pt<br />

Wintouch<br />

Rua Dom João II, 404, 2.º,<br />

sala 27<br />

4715-275 Braga<br />

t. 253 240 555<br />

e. wintouch@wintouch.pt<br />

w. www.wintouch.pt<br />

XEROX Portugal<br />

Av. Infante D. Henrique, Edif. Xerox<br />

1801-001 Lisboa<br />

t. 210 400 400<br />

e. xeroxportugal@xerox.com<br />

w. www.xerox.com<br />

xseed<br />

Alameda António Sérgio, 7, 1.º A<br />

2795-023 Linda-a-Velha<br />

t. 213 714 675<br />

e. info@xseed.pt<br />

w. www.xseed.pt<br />

YData - Unipessoal, Lda<br />

PCI - Creative Science Park Aveiro<br />

Region, Via do Conhecimento,<br />

Edifício Central<br />

3830-352 Ílhavo, Portugal<br />

e. sales@ydata.ai<br />

w. www.ydata.ai<br />

Yunit<br />

Av. da Igreja, nº 42, 1º Esq,<br />

1700-239 Lisboa;<br />

Av. da França, Edifício Capitólio,<br />

nº 256, 4º, Sala 4.3,<br />

4050-276 Porto<br />

t. 21 330 72 02; 22 320 54 41<br />

e. contacto@yunit.pt<br />

w. www.yunitconsulting.pt<br />

Zühlke Engineering, Unipessoal Lda<br />

Rua de José Falcão 199,<br />

4050-215 Porto<br />

t. 913 146 151<br />

e. porto@zuehlke.com<br />

w. www.zuehlke.com/en/locations/<br />

portugal<br />

Gostava de ver a sua<br />

empresa aqui listada?<br />

Envie-nos as suas<br />

informações para<br />

geral@multipublicacoes.pt<br />

NOTA: A listagem de empresas e organizações disponibilizadas neste guia é baseada nos dados do Directório Global das TIC pela APDC/IDC. Esta lista é meramente indicativa e uma amostra do universo existente<br />

EXECUTIVE DIGEST \ IT LEADERS YEARBOOK \ 2023 65


IT LEADERS<br />

YEARBOOK<br />

Atualize os seus dados<br />

para a próxima edição<br />

Envie os seus dados para:<br />

m. geral@multipublicacoes.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!