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RONDA ALTA, TERRA DAS ÁGUAS
3 Ronda Alta E Suas Águas
O terreno/relevo da região em que está Ronda Alta é de planalto da
Bacia do Paraná, apresentando superfície irregular e com altitudes superiores a
300 metros. Abrange metade da Região Sul do Brasil, estendendo-se do Rio
Grande do Sul até o Paraná. O terreno é de formação basáltica e fendas denominadas
de falhamentos que se esparrama, como lençóis, evidenciando-se como
derrame e dando origem a um solo de coloração vermelha. As transformações
recentes no território de Ronda Alta referem-se à construção da usina do rio
Passo Fundo no início de seu funcionamento, entre a segunda metade da década
de 1950 até 1973, às últimas seções de colonização estadual e aos assentamentos
de reforma agrária, promovidos pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, a
partir dos anos 60 até os últimos assentamentos promovidos pelo governo federal,
no final da década de 1980. As questões referentes ao assentamento de agricultores
no Toldo da Serrinha e a sua retomada pelos indígenas são tratadas como
questões atuais (Rückert, p. 33). A malha hidrográfica é composta pela Bacia
do rio Uruguai, com destaque para os rios da Várzea e Passo Fundo. Sua grande
vazão é usada para geração de energia, pois seus rios correndo para o norte,
atingindo o rio Uruguai em seu curso superior, caracteriza-se por vales profundos
e dissecação do relevo. São rios são regidos por condições de chuvas mensais
equilibradas, que regulam o seu curso. Em 1950, a Companhia Estadual de
Energia Elétrica (CEEE) realizou estudos para o aproveitamento das águas do
rio Passo Fundo, para a construção de uma barragem a fim de fornecer energia
elétrica para os estados do sul do Brasil. O local escolhido foi Vila Alegre, hoje
município de Entre Rios do Sul, com recursos do governo federal e estadual,
através da Empresa Eletrosul. A Usina Hidrelétrica de Passo Fundo entrou em
funcionamento em 1973, com duas unidades geradoras, de 110.000 KW cada
uma. A bacia hidrográfica do reservatório compreende 2.300 quilômetros quadrados
localizados nos municípios de Três Palmeiras, Ronda Alta, Campinas do
Sul, Jacutinga e Entre Rios do Sul. As águas represadas atingiram 404 propriedades
rurais forçando centenas de famílias a retirarem-se e a serem assentadas
em outras regiões como Mato Grosso do Sul ou receberem indenização direta da
terra agrícola.
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