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1 Ronda Alta, Nossa Terra
O território de Ronda Alta, município situado ao norte do Rio Grande
do Sul, constituiu-se de diversas formas. Inicialmente terra de indígenas e posseiros,
posteriormente registrada ou legitimada por paulistas e uruguaios e, mais
tarde, território reconstruído após conflitos e lutas pela terra, promovidos por
colonos sem terra, expropriados da mesma pela entrada do capitalismo no campo.
Assim, o latifúndio passa a ser retalhado através da colonização pública e
privada, com a presença do Estado e com a chegada de imigrantes oriundos das
colônias velhas (Serra Gaúcha) que, forçados pelas circunstâncias (número de
filhos e pequena área para cultivo) vão empurrando a fronteira agrícola e se estabelecendo
no município. Assim também, através dos assentamentos conquistados
na luta pela terra. Terra também reservada aos indígenas, usurpada dos
mesmos por um longo período e devolvida através da conquista na legislação
brasileira, a partir da Constituição de 1988. Território este, que se reconstrói na
medida em que serviu de palco, como campo concreto de enfrentamento entre
camponeses e latifundiários; camponeses e Estado e latifundiários e Estado.
Constitui-se num símbolo representativo da luta de classes no campo. Cristaliza
importantes vitórias, entre algumas remotas, num processo de reforma agrária.
Da ronda do gado saiu o nome de nosso município, ronda de gado bovino e
gado muar, paradas para descanso e alimentação do gado e dos tropeiros. Aqui
se fazia a “ronda” do gado à noite. Inicialmente este local chamou-se Rondinha
do Campo. Em função da semelhança do nome Águas da Rondinha, uma localidade
próxima, hoje município de Rondinha, alterou-se o nome para Ronda Alta
por estar numa altitude maior.
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