REVISTA CONNESSIONE EDIÇÃO DE ABRIL N° 17 ANO 2022

D. IVONE LARA, A
GRANDE DAMA
DO SAMBA!
Sueli Gushi
Dia 13 de abril a grande Dama do Samba
estaria fazendo 100 anos. Ou seria 101?
Há uma certa confusão, porque algumas
fontes declaram que ela nasceu em 1921,
e outras declaram que ela nasceu em 1922.
Mas não tem problema, sempre é bom agradecer
aos céus por ter nos enviado uma luz
como essa grande compositora e que marcou
a história do samba brasileiro.
Filha de João da Silva Lara, um mecânico
de bicicletas, violonista e componente do
Bloco dos Africanos, e de D. Emerentina,
pastora do Rancho Flor do Abacate, Yvonne
Lara da Costa, a D. Ivone Lara nasceu
no dia 13 de abril ( 1921/1922), na cidade
do Rio de Janeiro.
Sua infância foi marcada pela sua herança
negra, presente na família descendente de
ex-escravos, e do famoso jongo da Serrinha.
Aos seis anos de idade já era órfã de pai e
mãe, sendo criada pelos tios, que para sua
educação, decidiram interná-la no Colégio
Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca,
Zona Norte do Rio de Janeiro, onde permaneceu
até os 17 anos.
Seus primos, Hélio e Fuleiro, futuros parceiros
de composição, lhe deram, aos 12
anos,um pássaro “Tiê-sangue”. O nome do
pássaro. acrescido da expressão “Oialá-oxa”,
herdada da avó moçambicana, foram a
inspiração para o primeiro samba composto:
“Tiê, Tiê”.
Tinha como professoras de música no colégio,
Lucília Villa-Lobos, esposa do maestro
Villa-Lobos e Zaíra Oliveira, primeira
esposa de Donga, que viram na menina
talento, e a indicaram para o Orfeão dos
Apinacás, da Rádio Tupi, cujo regente era
Heitor Villa-Lobos
Formada, foi morar na casa de seu tio Dionísio
Bento da Silva, que fazia parte de
grupo de chorões que reunia Pixinguinha
e Donga, entre outros, e que a ensinou a
tocar cavaquinho.
Com 25 anos, casou-se com Oscar Costa,
filho de Alfredo Costa, que era presidente
da Escola de Samba Prazer da Serrinha, escola
que passou a frequentar, e onde aprimorou
seus dotes de sambista, reprimidos
antes do casamento pela família, e conheceu
os amigos Aniceto, Mano Décio da
Viola e Silas de Oliveira, que mais tarde
seriam seus parceiros em algumas composições.
Fez o samba “Nasci para sofrer”, com o
qual a escola Prazer da Serrinha desfilou
em 1947.
Por problemas internos, houve um rompimento
na escola, que decretou o seu fim
e a criação da Escola de Samba Império
Serrano, que passou a frequentar ( Mestre
Fuleiro, seu primo, foi um dos fundadores,
e com quem compôs nessa época o samba
“ Não me Perguntes”).
Tornou-se enfermeira, formou-se depois
em Assistente Social, e especializou-se em
Terapia Ocupacional, trabalhando em hos-
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