Views
3 months ago

COMUNICAÇÕES 249 - SANDRA MAXIMIANO: UMA GESTORA DE EQUILÍBRIOS À FRENTE DA ANACOM

  • Text
  • Tecnologia
  • Inovacao
  • Telcos
  • Ciberseguranca
  • Artificial
  • Inteligência
  • Regulação
  • Apdc

a conversa 26 Está

a conversa 26 Está partida, sim, está desmotivada, talvez menos do que eu pensava no início. Mas encontrei muita litigância, muita desconfiança. Mais do que desmotivação, encontrei medo. É o que sinto: as pessoas têm medo. Há também um grande desagrado com o sistema de avaliação. Senti muita ansiedade, muita falta de paciência, as pessoas agem muito na defensiva, parece que estão em avaliação permanente, como se lhes estivessem a apontar o dedo. A minha postura é dizer: “Vamos falar, vamos trabalhar na solução”. E hoje em dia os desafios que têm em mãos são muito transversais. É preciso toda a motivação interna… Sim, não podemos separar o que é a tecnologia dos cabos marinhos do setor de regulação. Temos a área do digital, supervisão, regulação, inovação. O que eu gostava, mesmo falando do Conselho de Administração, é de distribuir tarefas. Funcionar por projetos. É o caso da renovação do laboratório de Barcarena, por exemplo. É um projeto que precisa de liberdade de pensamento, de criatividade, de pessoas que pensem fora da caixa. Está a organizar a casa… Com calma, sim. Tenho muita experiência em gestão e coordenação de projetos, e de fazê-lo de forma interdisciplinar. Disse recentemente que a ANACOM tem um valioso conjunto de informação, mas que comunica mal. O que está a fazer neste aspecto? Não podemos negar uma realidade: temos públicos diferentes, temos de saber como atingi-los com linguagens distintas. Temos produtos muito interessantes, Temos de estar atentos às estratégias das empresas para segurar os seus próprios clientes. É preciso encontrar o equilíbrio como é o caso dos videocasts curtos, que são muito esclarecedores. Temos de apostar na literacia digital. Quais as principais mensagens que quer deixar aos protagonistas do mercado? Vou falar para os operadores, para os consumidores, para a oferta e para a procura. Para a oferta, quero dizer-lhes que continuem a acreditar no país. Eu sei que às vezes é difícil. Acho que podemos ser um exemplo e em muitas áreas somos até pioneiros, com certas investigações e inovações tecnológicas. É preciso investir em nova tecnologia, em inovação, mas ao mesmo tempo olhar para os consumidores com o maior respeito possível. Acho que a abordagem americana fazia muita falta em Portugal: o cliente está acima de tudo, o cliente está primeiro. Vemos isso em qualquer setor. A forma como os americanos gerem uma reclamação... Nas telecomunicações seria bom pensar no cliente, não tirar vantagem da iliteracia, que ainda é muita. E que mensagem quer deixar aos consumidores? Que procurem mais informação. Tirem tempo para ler as letras pequeninas. Procurem, comparem, exijam sempre que os operadores negoceiem convosco. E reclamem, mas com substância. Só assim o regulador poderá fazer alguma coisa. As reclamações vazias não nos servem de nada. Desejo que os consumidores busquem informação, mudem, experimentem, tirem vantagem do mercado. De dois em dois anos, quando terminam as fidelizações, experimentem outras ofertas. Lutem contra a inércia.•

REVISTA COMUNICAÇÕES

UPDATE

© APDC. Todos os direitos reservados. Contactos - Tel: 213 129 670 | Email: geral@apdc.pt