a conversa 16 “Sempre me dediquei a projetos que me apaixonam, de diferentes áreas de intervenção pública” , afirma Sandra Maximiano, fotografada no Aquário Vasco da Gama, um dos locais de Lisboa onde se sente em casa
Sandra Maximiniano, a nova presidente da ANACOM, fala com o sangue e pensa com o coração. Cada frase é uma flecha capaz de acertar no seu ponto-alvo. Não se intimida com as novas responsabilidades, nem tão pouco com a complexidade dos compromissos e das relações humanas. Quase seguiu Belas Artes, mas trocou a vocação pela Economia. Trabalhou nos EUA com estrelas mundiais, enquanto fazia ultramaratonas, triatlo e trapézio voador. Agora que assumiu o cargo de reguladora do complexo setor das comunicações em Portugal, mostra toda o seu entusiasmo, a sua vontade de fazer a diferença. Sandra Maximiano pertence àquele grupo de mentes privilegiadas que parecem ter sempre energia para buscar mais e melhor. Tem uma vida sôfrega de ebulição. Parar não é o seu verbo. Toda a vida fugiu a galope do convencional, da rotina demolidora, e buscou sempre o sentido humano da existência. É doutorada em Economia pela Universidade de Amesterdão, professora associada de Economia no ISEG, onde é co-coordenadora do mestrado de Economia e do xLab – Behavioural Research Lab. Antes de colaborar com o ISEG, foi professora na Faculdade de Purdue e investigadora na Universidade de Chicago. Tem feito investigação em economia experimental e comportamental, economia organizacional e do trabalho, políticas públicas e gestão da informação. Explora questões relacionadas com preferências sociais e morais, diferenças de género em decisões económicas e a dinâmica da informação em ambientes competitivos e cooperativos. Usa principalmente o laboratório e experiências de campo para estudar o comportamento económico humano. Conseguirá deixar uma marca positiva à frente da ANACOM, após tantos anos de litigância? É bem provável. Quando se olha para a sua vida, é fácil dizer que o futuro sempre lhe aconteceu. É extremamente perseverante e dedicada. A sua vaidade é – sempre foi – estar viva. E fê-lo desde sempre, mostrando toda a sua irreverência. Com 18 anos, com energia invencível, começou a viajar e nunca mais parou. Sempre quis conhecer o mundo, sair do seu quintal. Os anos mais solares da sua vida viveu-os fora de Portugal, construindo a certeza de que lidar com outras culturas é uma experiência que aproxima os povos, que constrói empatia, um dos valores da sua vida. Para onde quer que ela parta, vai sempre com a alegria de menina em busca de aventuras. Para ela o trabalho é uma causa nobre. Não é um suicídio absurdo nem uma maneira de passar o tempo. Em suma, a grande obra da existência, para Sandra Maximiano, é viver intensamente. 17
