“Quem não aprende com os erros do passado, está condenado a repeti-los”
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Presidente<br />
«Tem<strong>os</strong> de n<strong>os</strong> preparar para o momento<br />
em que voltarem<strong>os</strong> a caminhar <strong>com</strong> <strong>os</strong><br />
n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> próprio pés»<br />
Chegam<strong>os</strong> portanto à questão decisiva. Como país,<br />
<strong>com</strong>o <strong>com</strong>unidade, tem<strong>os</strong> de n<strong>os</strong> preparar para o momento<br />
em que voltarem<strong>os</strong> a caminhar pelo n<strong>os</strong>so próprio<br />
pé, em que felizmente serem<strong>os</strong> capazes de aban<strong>do</strong>nar<br />
o programa de assistência internacional a que fom<strong>os</strong><br />
obrigad<strong>os</strong> a recorrer. Esse será o momento em que voltarem<strong>os</strong><br />
a depender apenas de nós própri<strong>os</strong>. Que irresponsabilidade<br />
seria <strong>não</strong> preparar adequadamente esse<br />
momento. Um momento de emancipação, mas também<br />
um momento em que tu<strong>do</strong> voltará a depender de nós,<br />
em que as n<strong>os</strong>sas fragilidades estarão exp<strong>os</strong>tas, se <strong>não</strong> as<br />
souberm<strong>os</strong> <strong>com</strong>bater a tempo. Com a reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
já <strong>não</strong> se trata de cumprir um programa a que tivem<strong>os</strong> de<br />
recorrer. Do que se trata é de n<strong>os</strong> tornarm<strong>os</strong> mais fortes<br />
para <strong>não</strong> voltar a passar pelas mesmas dificuldades.<br />
É imp<strong>os</strong>sível negar que muit<strong>os</strong> d<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> problemas<br />
resultam diretamente <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>com</strong>o até agora<br />
definim<strong>os</strong> as estruturas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Por um la<strong>do</strong>, tem<strong>os</strong><br />
um Esta<strong>do</strong> que permanece mais ou men<strong>os</strong> indiferente<br />
à necessidade económica de criar riqueza. É um Esta<strong>do</strong><br />
que pesa demasia<strong>do</strong> sobre a atividade económica, ao<br />
mesmo tempo que exige cada vez mais recurs<strong>os</strong> para<br />
satisfazer as suas necessidades. Há aqui uma enorme<br />
contradição. Ao mesmo tempo que ia exigin<strong>do</strong> cada<br />
vez mais recurs<strong>os</strong> da economia, o n<strong>os</strong>so Esta<strong>do</strong> foi ao<br />
longo da última década o primeiro obstáculo à criação<br />
de riqueza. Não podem<strong>os</strong> <strong>com</strong>bater o desemprego sem<br />
criar as condições adequadas à criação de riqueza, entre<br />
as quais <strong>está</strong> antes de mais a adequação das estruturas<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> a este grande objetivo.<br />
Houve muita gente que insistiu nesta contradição,<br />
que a levou ao limite <strong>do</strong> sustentável e <strong>do</strong> colapso financeiro.<br />
São as mesmas pessoas que agora n<strong>os</strong> pedem que<br />
continuem<strong>os</strong> a viver no limite desse colapso e que, para<br />
tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> efeit<strong>os</strong>, tornem<strong>os</strong> o esta<strong>do</strong> de emergência que<br />
vivem<strong>os</strong> num esta<strong>do</strong> permanente.<br />
Nós <strong>não</strong> partilham<strong>os</strong> desta cega a<strong>do</strong>ração <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Não acham<strong>os</strong> que tu<strong>do</strong> pode mudar men<strong>os</strong> as estruturas<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, mesmo quan<strong>do</strong> visivelmente funcionam mal.<br />
G<strong>os</strong>tava que refletissem sobre um da<strong>do</strong> particular:<br />
a taxa de pobreza. A taxa de pobreza que resulta <strong>do</strong><br />
funcionamento da economia, a taxa de pobreza antes<br />
de transferências sociais, é na realidade inferior à média<br />
europeia. Mas vejam<strong>os</strong> o que sucede depois das transferências<br />
sociais. A taxa de pobreza cai, evidentemente,<br />
mas cai men<strong>os</strong> <strong>do</strong> que n<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> países, de tal mo<strong>do</strong><br />
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que - contabilizadas as transferências - se torna agora<br />
superior à média europeia. O que devem<strong>os</strong> concluir?<br />
Minhas Senhoras e Meus Senhores, o exercício tem<br />
uma conclusão simples. O n<strong>os</strong>so Esta<strong>do</strong> Social <strong>não</strong> é<br />
suficientemente eficaz. Não faz aquilo que deve fazer<br />
tão bem <strong>com</strong>o deveria. É men<strong>os</strong> eficaz <strong>do</strong> que o Esta<strong>do</strong><br />
Social n<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> parceir<strong>os</strong> europeus, onde reformas<br />
importantes nas duas últimas décadas tiveram resultad<strong>os</strong><br />
nalguns cas<strong>os</strong> notáveis. É um facto bastante trágico que<br />
assim seja quan<strong>do</strong> estam<strong>os</strong> a falar no <strong>com</strong>bate à pobreza<br />
e à exclusão social. Também neste ponto a reforma <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> é uma exigência de coesão social.<br />
Desejo a tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> participantes um dia de debate<br />
muito produtivo. A coesão social é o grande desafio<br />
das n<strong>os</strong>sas democracias, um desafio a que tem<strong>os</strong> de<br />
responder em múltiplas dimensões e <strong>com</strong> uma abordagem<br />
integrada.<br />
Espero que as minhas reflexões de abertura p<strong>os</strong>sam<br />
ser úteis ao debate que se seguirá.<br />
Muito obriga<strong>do</strong> a tod<strong>os</strong>» - Fonte: Gab.PM<br />
A suspensão d<strong>os</strong> subsídi<strong>os</strong><br />
e <strong>os</strong> cortes salariais<br />
são transitóri<strong>os</strong> e <strong>os</strong> cortes actuais <strong>não</strong> serão permanentes<br />
O Primeiro-Ministro disse no dia 18 falan<strong>do</strong> a<strong>os</strong> jornalistas<br />
à entrada para a conferência sobre a Responsabilidade<br />
Social na Europa, que as medidas para baixar a<br />
despesa de forma permanente estão a ser discutidas no<br />
seio <strong>do</strong> Governo e, a seu tempo, serão apresentadas a<strong>os</strong><br />
parceir<strong>os</strong> sociais e a<strong>os</strong> partid<strong>os</strong> da op<strong>os</strong>ição, mas <strong>não</strong> <strong>está</strong><br />
a ser pensa<strong>do</strong> transformar em permanentes <strong>os</strong> cortes<br />
que agora foram criad<strong>os</strong> <strong>com</strong>o transitóri<strong>os</strong>.<br />
“A ideia de que a suspensão d<strong>os</strong> subsídi<strong>os</strong> ou o corte<br />
salarial da função pública, decidi<strong>do</strong> pelo anterior governo,<br />
se transforme em permanente, em vez de o <strong>repeti</strong>r<br />
em cada Orçamento de Esta<strong>do</strong>, <strong>não</strong> é uma direcção que<br />
estejam<strong>os</strong> a estudar”, afirmou.<br />
“Precisam<strong>os</strong> de medidas que tragam a p<strong>os</strong>sibilidade<br />
de um dia poder desonerar <strong>os</strong> portugueses através d<strong>os</strong><br />
imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>, reduzir o peso da dívida externa, o que só é<br />
p<strong>os</strong>sível reduzin<strong>do</strong> a despesa e aumentan<strong>do</strong> excedentes<br />
orçamentais a que <strong>não</strong> estam<strong>os</strong> habituad<strong>os</strong>, ou seja, term<strong>os</strong><br />
um país que <strong>não</strong> n<strong>os</strong> dê défice tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> an<strong>os</strong>, para<br />
haver investimento público de qualidade”, defendeu.<br />
Pass<strong>os</strong> Coelho disse também que as avaliações políticas<br />
<strong>do</strong> memoran<strong>do</strong> da ‘troika’ já são feitas e periodicamente<br />
- pelo Governo ao mais alto nível, nomeadamente<br />
nas reuniões d<strong>os</strong> ministr<strong>os</strong> das finanças europeias, e<br />
<strong>não</strong> nas revisões trimestrais d<strong>os</strong> técnic<strong>os</strong> da troika, que<br />
se realizam em Portugal, na Irlanda e na Grécia. Pass<strong>os</strong><br />
Coelho dava assim resp<strong>os</strong>ta à carta de António<br />
“Mas” – disse – “Isso <strong>não</strong> n<strong>os</strong> impede de ter avaliações<br />
políticas mas relevantes que são as que têm<br />
lugar, em regra, no conselho de ministr<strong>os</strong> das Finanças<br />
em Bruxelas, bem <strong>com</strong>o no Conselho Europeu e nas<br />
oportunidades que são procuradas <strong>com</strong> frequência pelo<br />
Governo português, nomeadamente por mim próprio,<br />
<strong>com</strong> o presidente <strong>do</strong> Banco Central Europeu, <strong>com</strong> o<br />
presidente da Comissão e algumas vezes <strong>com</strong> Christine<br />
Lagarde. Esses contact<strong>os</strong> polític<strong>os</strong> existem e essa avaliação<br />
política também se faz, ainda que <strong>não</strong> a cada três<br />
meses”, respondeu.<br />
No sába<strong>do</strong>, em Braga, o secretário-geral <strong>do</strong> PS havia<br />
já defendi<strong>do</strong> que na próxima avaliação <strong>do</strong> programa de<br />
assistência financeira português a ‘troika’ se devia fazer<br />
representar por “responsáveis polític<strong>os</strong>” e <strong>não</strong> “técnic<strong>os</strong>”.<br />
Pass<strong>os</strong> Coelho, na segunda-feira, garantiu que “no<br />
entanto, as boas ideias são sempre bem-vindas” e confirmou<br />
<strong>não</strong> ter “qualquer preconceito ideológico, muito<br />
men<strong>os</strong> em relação ao principal parti<strong>do</strong> da op<strong>os</strong>ição”.<br />
O PS, disse, “tem especiais responsabilidades na<br />
situação que o País <strong>está</strong> a viver e também na op<strong>os</strong>ição<br />
ao governo, na medida em que chefiará uma alternativa<br />
de governo, <strong>do</strong> ponto de vista eleitoral, pelo que “cabe<br />
a<strong>os</strong> que se apresentam <strong>com</strong>o alternativa” apresentarem<br />
as suas ideias.<br />
“Espero que o PS, <strong>com</strong>o primeiro parti<strong>do</strong> da op<strong>os</strong>ição,<br />
tenha uma intervenção que seja construtiva,<br />
relativamente ao trabalho que estam<strong>os</strong> a realizar de<br />
recuperação da normalidade no país e de ultrapassar a<br />
fase de emergência que tem<strong>os</strong> vivi<strong>do</strong>, desde que o anterior<br />
primeiro-ministro pediu ajuda externa, negociou e<br />
acor<strong>do</strong>u <strong>os</strong> term<strong>os</strong> <strong>do</strong> memoran<strong>do</strong> em vigor e assinou-o,<br />
<strong>com</strong>prometen<strong>do</strong> assim a palavra e o nome <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />
Português”, <strong>com</strong>entou.<br />
Pass<strong>os</strong> Coelho nega que marginalize o PS e diz<br />
mesmo que tem procura<strong>do</strong> que traga as suas ideias e<br />
prop<strong>os</strong>tas para esse debate.<br />
“Ainda na semana passada, no Parlamento, convidei<br />
o PS a dizer o que entende concretamente por novo processo<br />
de consolidação orçamental, materialmente e <strong>não</strong><br />
através de ‘slogans’, <strong>com</strong> prop<strong>os</strong>tas práticas para realizar<br />
uma trajectória diferente para a consolidação das contas<br />
públicas. Até hoje isso ainda <strong>não</strong> aconteceu e aguardam<strong>os</strong><br />
que o PS p<strong>os</strong>sa apresentar as suas prop<strong>os</strong>tas, facto<br />
que, realmente, lamento”, afirmou. lamentou.<br />
O chefe <strong>do</strong> Governo afirmou-se empenha<strong>do</strong> na reforma<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e decidi<strong>do</strong> a encontrar “uma plataforma<br />
de medidas para discutir <strong>com</strong> <strong>os</strong> parceir<strong>os</strong> sociais e <strong>os</strong><br />
partid<strong>os</strong> da op<strong>os</strong>ição”, que permita ter “um Esta<strong>do</strong> mais<br />
justo e também poupanças permanentes para futuro”.<br />
– Fonte: Lusa