folheto de apresentação - Ashoka - Portugal

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4 Bart Weetjens TANZÂNIA A ameaça de morte que a presença das minas representa em África expulsou inúmeras pessoas das suas terras e comunidades. Até recentemente, as operações humanitárias responderam a este problema enviando detetores mecânicos e cães importados para remover as minas. Mas parecia que a verdadeira resolução do problema estava fora de alcance: ao mesmo tempo que a África desminava o seu território, ficava mais endividada para com os fornecedores das tecnologias ocidentais. Contudo, em 1998 o monge budista de origem belga Bart Weetjens, começou a remover as minas existentes em África utilizando um mecanismo mais pequeno e com necessidades de manutenção muito menores. Há muitos anos, Bart abandonou a escola militar devido à sua repugnância pela guerra e desistiu do seu negócio de infância de criação de hamsters, para evitar que os animais que vendia se tornassem pasto das cobras da loja de animais local. No mesmo espírito de paz e solidariedade, Bart deixou para trás a sua florescente carreira de desenvolvimento de produtos e promoveu uma solução mais sustentável para a desminagem em África: o HeroRATS. Embora menos sofisticados e afetuosos do que as máquinas ou os cães, os Ratos Gigantes da Gâmbia possuem um extraordinário sentido de olfato e descobrem e armazenam alimentos, como se fossem um modelo perfeito de um detetor de minas. Graças ao seu sentido de olfato agora também conseguem detetar minas e até mesmo a tuberculose. Com treino, Bart transformou estes ratos em heróis, heróis que estão a saltar continentes à medida que países como a Colômbia adaptam a estratégia de Bart aos seus próprios projetos de desminagem. Bart e a sua organização APOPO descobriram uma forma de manter o ciclo de regeneração em casa, a um preço mínimo, com um resultado mais rápido e mais harmonioso. Chegado a este ponto, Bart começou mesmo a derrubar o estereótipo dos ratos perniciosos e portadores de pragas da Idade Média, fazendo-os entregar cartas e assumir uma personalidade. Aqui está a prova de que Everyone a Changemaker e que cada rato pode ser um herói. Photo Credit: Sylvain Piraux
Ursula Sladek ALEMANHA Enquanto choviam resíduos radioativos de Chernobyl nos parques infantis de toda a Europa, Ursula, estava confinada à cama com uma perna partida, fisicamente incapaz de controlar os seus filhos e de mantê-los dentro de casa. E tanto ela como o resto da sua cidade passavam os dias preocupando-se com problemas tão simples como a segurança dos seus produtos alimentares enquanto aguardavam que o governo tomasse medidas. Mas ninguém veio em seu auxílio. Numa altura em que a palavra ‘verde’ ainda era uma cor e não um credo, Ursula preencheu o vazio das medidas governamentais com uma campanha chamada Parents for a Nuclear-Free Future (pais em defesa de um futuro sem energia nuclear). Essa campanha começou por combater a energia nuclear através de concursos de poupança de energia para diminuir a necessidade deste tipo de energia para a cidade. Em seguida, começou a aproximar as fontes de energia da cidade para reduzir a ineficiência energética. Ursula e a sua organização recuperaram instalações hidroelétricas em declínio e chegaram mesmo a adaptar piscinas para produzir energia térmica. Mas quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguiram convencer os monopólios dos serviços públicos a incluir incentivos ambientais nos seus contratos, Ursula tentou convencer a cidade a dispensar os serviços da empresa de abastecimento de energia elétrica. A sua organização publicou um longo estudo de 400 páginas sobre os benefícios da produção local de energia, obteve apoio pro bono de 15 das melhores empresas de publicidade do país e acabou por conseguir angariar o capital e o apoio popular necessários para comprar a rede elétrica. A empresa que fundou para produzir eletricidade localmente revolucionou o significado de propriedade pública. Agora, os cidadãos da sua cidade produzem a sua própria eletricidade em casa e vendem à rede elétrica a que conseguem poupar. Graças à curta distância entre a central elétrica e a lâmpada, esta eletricidade perde pouca potência ao passar nas linhas elétricas e é três vezes mais eficiente do que a produção centralizada. Com este modelo, 95% da energia da empresa de Ursula é renovável – e nenhuma é nuclear. À medida que mais cidades da Alemanha e do estrangeiro reproduzem o seu modelo, Ursula aproxima-se mais de um mundo em que os filhos irradiarão alegria e não contaminação nuclear. 5
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