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Avaliação na Prática Pedagógica - Unama

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ISABELLE CAVALCANTE MUNIZ<br />

ROBERTA PONTES DE LIMA<br />

A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA:<br />

Um repensar de sua aplicabilidade<br />

BELÉM – PA<br />

2002


ISABELLE CAVALCANTE MUNIZ<br />

ROBERTA PONTES DE LIMA<br />

A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA:<br />

Um repensar de sua aplicabilidade<br />

BELÉM – PA<br />

2002<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

apresentado ao Curso de<br />

Pedagogia do Centro de Ciências<br />

Huma<strong>na</strong>s e Educação da<br />

Universidade da Amazônia, com<br />

requisito para obtenção do grau de<br />

Pedagogo, orientado pelo professor<br />

MS. Hélcio de Castro Monteiro.


UNIVERSIDADE DA AMAZÕNIA - UNAMA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO<br />

CURSO DE PEDAGOGIA<br />

Alu<strong>na</strong>s:<br />

ISABELLE CAVALCANTE MUNIZ<br />

ROBERTA PONTES DE LIMA<br />

A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA:<br />

Um repensar de sua aplicabilidade<br />

Avaliado por:<br />

....................................................................<br />

BELÉM – PA<br />

2002<br />

em .............../.............../..............


EPÍGRAFE<br />

Quero uma flor não uma árvore,<br />

Quero palavras não conversas,<br />

Quero uma pessoa não multidões,<br />

Quero música não som,<br />

Quero uma gota não o oceano,<br />

Quero um instante não a eternidade,<br />

Quero ser não existir.<br />

Palavra Viva<br />

(Sistema Positivo de Ensino)


DEDICATÓRIA<br />

À Deus, por nos dá saúde e força.<br />

Aos nossos pais, pela ajuda e<br />

paciência que tiveram conosco.<br />

Aos nossos amigos, que torceram<br />

por nós.


AGRADECIMENTOS<br />

• A Deus, por ter me dado esse<br />

oportunidade para a construção de<br />

uma vida cada vez melhor.<br />

• Aos meus pais, pois apesar de tudo,<br />

conseguiram fi<strong>na</strong>nciar uma<br />

Universidade particular para a<br />

realização de mais uma fase da minha<br />

vida e aprendizagem.<br />

• As minhas amigas de curso, Daniela<br />

Oliveira, Dirlene Reis, Lucinelma<br />

Marques, Re<strong>na</strong>ta Alencar e Valeria<br />

Paz por terem me ajudado em todos<br />

os momentos da nossa trajetória<br />

durante esses 4 anos.<br />

• A minha amiga e companheira desse<br />

estudo, Roberta Lima, pelos<br />

momentos difíceis que passamos<br />

antes e durante a construção do nosso<br />

estudo.<br />

• Ao meu orientador Hélcio Monteiro,<br />

por ter compreendido e ter me ajudado<br />

<strong>na</strong> construção desse estudo.<br />

Isabelle


AGRADECIMENTOS<br />

• Faço a meu primeiro agradecimento à<br />

Deus, pelo privilégio de poder<br />

desenvolver o potencial educacio<strong>na</strong>l.<br />

• À minha família, em especial, aos<br />

meus pais João e Elizabete Lima, que<br />

sempre acreditaram no meu sucesso,<br />

me apoiando e motivando para que<br />

hoje eu concretize mais uma fase da<br />

minha vida.<br />

• Aos meus irmãos Paulo Rogério e<br />

João Rodrigo, que me apoiaram esses<br />

quatro anos, e agüentaram o meu<br />

stress.<br />

• À minha prima Suellen Pontes, que<br />

ficou em meu Curso Pré- Vestibular,<br />

sempre que precisei me ausentar.<br />

• À algumas amigas da escola onde<br />

trabalho, que são como uma mãe para<br />

mim. São elas: Briseida Suzuki,<br />

Suza<strong>na</strong> Holanda e Lucilene Moura.<br />

• Aos meus amigos do curso, em<br />

especial, as grandes amigas que fiz <strong>na</strong><br />

Universidade: Daniella Oliveira, Dirlene<br />

Reis, Lucinelma Marques, Re<strong>na</strong>ta<br />

Alencar, Valéria Paz e a parceira do<br />

Trabalho Isabelle Muniz.<br />

• Acabo meus agradecimentos, fazendo<br />

um muito especial, ao meu orientador<br />

Hélcio Monteiro, por tudo que<br />

representou e representa. Pois não foi<br />

só um orientador mais um grande<br />

amigo.<br />

Roberta


RESUMO<br />

Esta pesquisa tem como objetivo principal abordar o tema de forma<br />

histórica e crítica a problemática da avaliação, avaliando a <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong> em<br />

sua aplicabilidade no contexto da organização e <strong>na</strong> estrutura do sistema.<br />

O trabalho traça de forma linear sobre alguns aspectos relevantes, tais<br />

como: a evolução da educação até o tempo de hoje, começando no período<br />

colonial, sendo mostrado no 1º capítulo; depois irá avaliar a avaliação sobre o<br />

olhar de alguns teóricos, no 2º capitulo; e fi<strong>na</strong>lizará fazendo a avaliação <strong>na</strong> Pratica<br />

<strong>Pedagógica</strong>, no 3º capítulo, oportunizando a abertura das considerações fi<strong>na</strong>is.<br />

Desta forma, através da verificação de procedimentos e concepções de<br />

formas avaliativas contraditórias, devemos ter em mente, o redirecio<strong>na</strong>mento do<br />

processo de avaliação, onde o professor planeje, organize conteúdos e<br />

estratégias a partir de uma concepção cognitivista e metodológico de busca de<br />

soluções e acertos. Para que a avaliação não seja um fim, mais um meio, pois é<br />

um processo contínuo, não algo que termine em um determi<strong>na</strong>do momento.


SUMÁRIO<br />

CONSIDERAÇÕES INICIAIS.....................................................................10<br />

CAPÍTULO I<br />

A EDUCAÇÃO NO BRASIL: LIMITES E AVANÇOS..................................20<br />

CAPÍTULO II<br />

AVALIANDO A AVALIAÇÃO: UM PENSAR A PARTIR DE TEORICOS....35<br />

CAPÍTULO III<br />

A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGOGICA: UM REPENSAR DE<br />

SUA APLICABILIDADE...............................................................................44<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................55<br />

ANEXOS<br />

BIBILIOGRAFIA<br />

pg


CONSIDERAÇÕES INICIAIS<br />

Pensando <strong>na</strong> aproximação dos leitores com os autores, percebe-se a<br />

necessidade de um histórico pertinente à vida destes pesquisadores. Busca-se<br />

com isso, facilitar o entendimento, os princípios, traços marcantes de cada um por<br />

parte dos leitores, assim, personifica-se o perfil dos mesmos, utilizando-se a<br />

nomenclatura pesquisadora I, sendo Isabelle Cavalcante Muniz e Pesquisadora II,<br />

sendo Roberta Pontes de Lima.<br />

PESQUISADORA I<br />

Eu, Isabelle Cavalcante Muniz, faço parte de uma família com cinco<br />

componentes: Isalu, Isabelle e Isale<strong>na</strong> minhas irmãs e meus pais Isaias e Maria<br />

Lúcia.<br />

Sou a filha do meio e a mais maluquinha, não aceito muito o padrão de<br />

educação que meus pais quiseram me dar, pois ainda são tradicio<strong>na</strong>listas. No<br />

início da minha adolescência, tivemos muitos conflitos, porque não entendiam o<br />

que eu queria e nem eu o que eles pensavam.<br />

Desta forma, quando queria fazer algo, eu fazia porque achava que era<br />

certo, mesmo que eles não concordassem, às vezes eu errava e em outras vezes<br />

eu acertava. Hoje em dia, já nos entendemos melhor, os conflitos diminuíram, não<br />

acabaram, pois ainda temos opiniões diferentes sobre determi<strong>na</strong>dos assuntos.<br />

Estou mais amadurecida, depois da viagem de minha irmã mais nova para<br />

Brasília, porque era ela quem me aconselhava nos momentos mais difíceis, e sem<br />

ela, tive que aprender a controlar-me e medir melhor as minhas atitudes. Com<br />

isso, pude perceber que devemos respeitar a opinião de todos e não questionálas<br />

como fazemos <strong>na</strong> maioria das vezes, pensando que estamos certos. Já que<br />

essa atitude protetora ou autoritária, impede que as pessoas cresçam e até<br />

mesmo explorem suas idéias.<br />

Iniciei o meu 1º Grau em uma escola particular e religiosa Instituto Dom<br />

Bosco. Por ter reprovado a 5ª série, preferi trocar de escola e fui para o Santa<br />

Rosa, onde estudei ape<strong>na</strong>s dois anos, por motivos fi<strong>na</strong>nceiros, não pude<br />

continuar e fui para Cooperativa do Banco do Brasil, onde cursei a 7ª série, e não


conseguindo passar novamente e para não ficar mais atrasada, fiz um supletivo<br />

de 7ª e 8ª série. Para o meu agrado, voltei no 1º ano para o Santa Rosa, onde fiz<br />

muitas amizades que são conservadas até hoje, e foi onde conclui o meu 2º Grau.<br />

Quando estava fazendo cursinho pré-vestibular, uma grande dúvida surgiu,<br />

qual o curso que iria escolher? Administração ou Pedagogia? Observei o trabalho<br />

de uma pedagoga e resolvi fazer esta escolha.<br />

Após ingressar <strong>na</strong> Universidade, em 1999, no curso de Pedagogia –<br />

Ciência da Educação, percebi que tinha errado a escolha do curso, porque<br />

achava que não tinha habilidade para ser professora, isso causou um grande<br />

conflito em minha vida acadêmica, pensei em desistir e prestar vestibular<br />

novamente.<br />

Com o passar do curso, já fazendo o 2º ano, fui amadurecendo como<br />

pessoa e profissio<strong>na</strong>l, pois tive uma oportunidade como estagiária de sala de aula<br />

e pude perceber que não é um bicho de sete cabeças, que no meu ponto de<br />

visto seria, mas notei que existiria uma complexidade <strong>na</strong> Arte de Educar.<br />

No meu 3.º ano, vivenciei uma contradição em meu Curso de Pedagogia,<br />

em que a teoria pregada por alguns professores não eram utilizadas pelos<br />

mesmos em sala de aula.<br />

A professora da discipli<strong>na</strong> CMTP, Simone Monteiro, desde o começo do<br />

semestre, observava o meu grupo de estudo de maneira diferente dos outros, e<br />

mediante a isso, realizamos uma avaliação de sua discipli<strong>na</strong>. A digníssima<br />

professora mandou a turma se arrumar em fileiras, com um espaço bem<br />

significativo uns dos outros, para que, <strong>na</strong> cabeça dela, não houvesse a cola.<br />

Após termos perdido um bom tempo nos arrumando, a professora ainda<br />

não satisfeita, resolveu mudar as pessoas de lugares, ou melhor, ela só mudou<br />

eu. Não sei o que passava <strong>na</strong> cabeça da professora, pois eu ainda não estava<br />

fazendo a sua prova e ela já havia me avaliado. Perante isso, escolhi este tema<br />

para o devido estudo, visto que é muito fácil para professores serem juízes<br />

mandando e desmandando, julgando certo ou errado e alunos dizerem amém<br />

para o julgamento da sua aprendizagem.<br />

No 2.º ano tivemos várias oportunidades de nos conhecermos melhor,<br />

fomos para festas, fizemos vários trabalhos em dupla e passamos por alguns


momentos em que uma precisou da outra, e assim começamos a concretizar a<br />

nossa amizade.<br />

Após escolhermos o mesmo assunto do nosso projeto <strong>na</strong> discipli<strong>na</strong><br />

Metodologia da professora Elizabete Teixeira sobre avaliação, resolvemos fazer o<br />

nosso TCC juntas, pois a amizade e companheirismo é fundamental para a<br />

realização de qualquer trabalho.<br />

PESQUISADORA II<br />

Eu, Roberta Pontes de Lima, filha de João de Jesus Silva de Lima e<br />

Elizabete Pontes de Lima e irmã caçula de Paulo Rogério Pontes de Lima e João<br />

Rodrigo Pontes de Lima.<br />

A posição de ser caçula e filha única, me favoreceu devido ser orientada e<br />

protegida muito mais pelos meus pais e um pouco também pelos meus irmãos.<br />

Tenho uma estrutura familiar sólida, e uma comunicação muito democrática<br />

existente em nosso âmbito familiar.<br />

Moramos em Belém já há 11 anos, pois antes morávamos em Porto<br />

Trombetas, onde <strong>na</strong>sci <strong>na</strong> década de 80, exatamente, 20 de Março de 1981.<br />

Porto Trombetas é um projeto da Vale do Rio Doce que nos forneceu uma<br />

estrutura fi<strong>na</strong>nceira e pessoal significativa. Comecei os meus estudos <strong>na</strong> escola<br />

da minha mãe, que era a única escola de Educação Infantil do projeto, quando<br />

passei para a 1ª série fui para a escola da empresa, que <strong>na</strong> época era o Colégio<br />

Pitágoras, onde fiquei até o início da 4ª série, quando vim embora para Belém<br />

conclui o Ensino Fundamental no Colégio Christus e o Ensino Médio fiz no<br />

Colégio Ideal.<br />

Desse tempo, tenho várias lembranças de alguns professores eficientes,<br />

pois desenvolveram a prática pedagógica de forma eficiente, deixando-a alegre e<br />

prazerosa, divergindo-se de outros que deixaram a desejar.<br />

Iniciei o curso de Pedagogia no ano de 1999, optei por esse curso por<br />

influência da minha mãe, pois nunca pensei em fazer pedagogia, sempre estudei<br />

para fazer Medici<strong>na</strong>, mas <strong>na</strong> reta fi<strong>na</strong>l do convênio, percebi que não era isso que<br />

queria e como a minha mãe tem uma escola, resolvi arriscar no curso, sem saber<br />

muito bem o que ele poderia me proporcio<strong>na</strong>r.


Para a minha surpresa, passei, e no mês de Fevereiro não lembrando o dia<br />

exato, as aulas <strong>na</strong> Universidade começaram. No começo me empolguei pelo<br />

mundo novo que estava vivendo, minha turma possuía muita variação de idade<br />

mas logo me identifiquei com algumas pessoas e formamos um grupo.<br />

Onde um estava os outros iam atrás, até participar da sema<strong>na</strong> de calouros<br />

participamos, mas como o mundo não é perfeito e todos os juízes de futebol são<br />

ladrões, conseguimos só o terceiro lugar no futebol de salão.<br />

Comecei a me decepcio<strong>na</strong>r, não com o curso, e sim com o egoísmo e a<br />

falta de companheirismo que começou em toda a sala de aula, no começo não<br />

admitia isso, mas com um tempo percebi que nem todo mundo tem a mesma<br />

formação. Isso ocorreu por dois motivos, o 1º foi devido ter ingressado <strong>na</strong><br />

universidade muito nova, tendo ape<strong>na</strong>s 17 anos, sendo mais uma vez <strong>na</strong> vida a<br />

caçula.<br />

Isso até me gerou problemas com uma professora que disse <strong>na</strong> minha cara<br />

que eu não tinha maturidade para entender a matéria dela, Sociologia, até que a<br />

matéria não é chata, mas da professora não posso falar o mesmo. E o 2º foi<br />

devido não ter sido criada em um meio de competitividade e egoísmo. Mas<br />

Graças a Deus, com o tempo tudo mudou e a turma passou a respeitar um a<br />

individualidade do outro.<br />

Neste espaço, pude ampliar meus conhecimentos <strong>na</strong> área educativa,<br />

conhecendo um pouco de sua complexidade. Dentro da Universidade, comecei a<br />

amadurecer como pessoa, ser integrante, reflexiva e crítica da realidade. E foi<br />

onde iniciou-se a minha experiência profissio<strong>na</strong>l, pois já fazia presente o desejo<br />

pela descoberta, pela ajuda ao próximo e a aprendizagem de forma interativa, <strong>na</strong><br />

qual vem compreender o curso de Pedagogia.<br />

No decorre desses 3 anos, fizemos vários trabalhos juntas, e um desses foi<br />

um Pré-projeto que tivemos que montar, em dupla, no nosso 2º ano, <strong>na</strong> discipli<strong>na</strong><br />

metodologia da professora Elizabete Teixeira, e que escolhemos como tema a<br />

<strong>Avaliação</strong>, mediante a isso, começamos a pensar em fazer a nosso Trabalho de<br />

Conclusão de Curso juntas.<br />

O ano terminou e no ano seguinte continuamos a fazer nossos trabalhos,<br />

tivemos alguma brigas como todas as amigas têm, temos pensamentos um pouco<br />

diferentes, isso é mais que normal. Mas observando toda a nossa sala a nossa


química de amizade é excelente, visto que uma respeita o espaço da outra e o<br />

mais importante acontece sem problema e rancores que é o diálogo.<br />

Mediante ao Projeto, percebemos que a <strong>Prática</strong> da <strong>Avaliação</strong>, está sendo<br />

alvo de profundos debates para se alcançar o aspecto qualitativo no ensino,<br />

devido ser um assunto polêmico no campo educacio<strong>na</strong>l e discutido pelos diversos<br />

autores pela amplitude e complexidade, etc... fez com que sentíssemos a<br />

necessidade de nos aprofundar acerca da avaliação da aprendizagem através de<br />

pesquisa bibliográfica, para que a partir deste conhecimento, pudéssemos<br />

repensar a avaliação <strong>na</strong> prática pedagógica que exerceremos futuramente.<br />

Já que é muito comum vermos uma pessoa fazendo um balanço dos seus<br />

atos até ali realizado, seja ao longo de sua vida ou durante aquele dia, com a<br />

fi<strong>na</strong>lidade de reparar erros e/ou acertos <strong>na</strong> busca incessante da perfeição ainda<br />

que seja impossível.<br />

<strong>Avaliação</strong> é uma tarefa bastante difícil pela sua complexidade nos seus<br />

diversos aspectos, de modo que, necessitamos conhecê-la com mais pertinência<br />

para que tenhamos em mente uma conceituação ou definição mais completa da<br />

mesma, a partir da idéia de alguns autores, para, posteriormente, darmos<br />

continuidade ao nosso estudo. LIBÂNEO (1992 :195) afirma que: “A avaliação é<br />

uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho tanto do professor como do<br />

aluno."<br />

Pela citação anterior, percebemos a importância do ato de avaliar, por<br />

proporcio<strong>na</strong>r a reflexão sobre o desempenho do aluno em termos qualitativos e do<br />

trabalho do professor, abrangendo o foco mais polêmico da avaliação, que é o<br />

aspecto quantitativo, bastante discutido atualmente por diversos autores e<br />

educadores de um modo geral.<br />

A grande controvérsia sobre o termo avaliar entre os educadores, pais,<br />

alunos e o sistema escolar etc., é a falta de conhecimento do termo em seu<br />

conceito amplo. Assim sendo, esta falta de clareza faz com que limitemos a<br />

avaliação à realização de testes, provas, ou seja, aos aspectos mensurável e<br />

classificatório; valendo ressaltar que a avaliação educacio<strong>na</strong>l em geral e a<br />

avaliação da aprendizagem em particular, são meios e não fins em si mesmas;<br />

desenvolvendo-se no decorrer do processo ensino-aprendizagem, devendo ainda


ser crítica, dinâmica etc., abrangendo tanto os aspectos qualitativos quantos os<br />

quantitativos.<br />

Segundo LUCKESI, 1995:<br />

“O termo avaliar tem sua origem no latim, provindo da<br />

composição a-valere, que quer dizer dar valor a .. (...). Porém<br />

o conceito de avaliação é formulado a partir das<br />

determi<strong>na</strong>ções de condutas de atribuir um valor ou qualidade<br />

a alguma coisa ato ou curso de ação; que por si, implica em<br />

um posicio<strong>na</strong>mento positivo ou negativo em relação ao objeto,<br />

ato ou curso de ação avaliativa" (LUCKESI, 1995 :28).<br />

O ato de avaliar vai muito mais além do que a simples classificação do<br />

educando, pois leva em consideração não somente a quantidade do desempenho<br />

em aprendizagem, mas sim a qualidade deste desempenho, que fornecerão<br />

dados necessários para que, a partir deste, possamos tomar uma decisão que<br />

venha contribuir para o crescimento qualitativo do mesmo e do processo ensinoaprendizagem.<br />

A avaliação permitirá que tomemos consciência sobre o significado da ação<br />

e aos poucos assume o papel de auxiliar o crescimento do educando. Está<br />

estritamente relacio<strong>na</strong>da à qualidade de aprendizagem e do desenvolvimento do<br />

mesmo, não limitando-se à medida e sim em avaliar, diagnosticando os pontos<br />

positivos e negativos do desempenho do educando, a fim de que ele compreenda<br />

em que estágio se encontra. "A avaliação é um ato de investigar a qualidade dos<br />

resultados intermediários ou fi<strong>na</strong>is de uma ação, subsidiando sempre sua<br />

melhoria" (LUCKESI, 1995 :1 65).<br />

Percebemos pelo estudo realizado, que a avaliação, muitas vezes, é<br />

confundida com medida, que ape<strong>na</strong>s considera os aspectos qualitativos, porém,<br />

avaliar é bem mais amplo e complexo, pois envolve também os aspectos<br />

quantitativos; no entanto, <strong>na</strong> prática pedagógica, muitos educadores limitam-se<br />

em ape<strong>na</strong>s medir a aprendizagem do educando, fazendo com que a avaliação se<br />

processe de forma esfacelada, já que a medida representa ape<strong>na</strong>s um momento<br />

da avaliação<br />

Portanto, o ato de avaliar não se processa isoladamente, <strong>na</strong> medida que<br />

depende de uma série de fatores como: um projeto pedagógico, um avaliador, um<br />

objeto etc.; devendo ainda estar interrelacio<strong>na</strong>do aos objetivos-conteúdos-


métodos a serem atingidos e para sabermos como desenvolvê-la de forma<br />

significativa, devemos conhecê-la em toda a sua complexidade, ou seja, o seu<br />

conceito, definição, função, tipos e técnicas e instrumentos de avaliação.<br />

No processo de avaliação ensino-aprendizagem, é importante alcançar a<br />

relação entre os resultados obtidos e os objetivos desejados <strong>na</strong> aprendizagem e<br />

formação do profissio<strong>na</strong>l, em que esta relação, troca de idéias e resultados; são<br />

expressas em formas de notas numéricas interpretando, assim, os resultados<br />

desejados. Como exemplo, citamos o exame de vestibular, onde as provas,<br />

várias matérias e a nota obtida nesta avaliação é o grau de aprendizagem do<br />

aluno.<br />

A avaliação é objeto de três funções principais: diagnóstica, formativa e<br />

somática.<br />

A avaliação diagnóstica é a análise inicial do fato que se pretende avaliar,<br />

validade do currículo, as condições materiais para a realização de uma atividade,<br />

aprendizagem, comportamento, competência e habilidade do aluno. Para então<br />

dar início às atividades e ao processo de ensino-aprendizagem de identificar as<br />

principais dificuldades <strong>na</strong> aquisição do conhecimento, busca orientar a<br />

organização de ensino, verifica e acompanha o alcance dos objetivos, as<br />

dificuldades alter<strong>na</strong>tivas encontradas e onde todo este processo tor<strong>na</strong> viável a<br />

reestruturação, mesmo que influa e atenda às necessidades individuais ou do<br />

grupo, tendo assim, conseqüências negativas, como: evasão, desperdício de<br />

recursos humanos e materiais e reprovação.<br />

A avaliação formativa possibilita a atualização das informações, reforçando<br />

acertos e corrigindo ou acumulando erros e, a realização de objetivos<br />

determi<strong>na</strong>dos, informando alunos e professores sobre o rendimento da<br />

aprendizagem no fi<strong>na</strong>l do método. Na avaliação somática o aluno é avaliado<br />

através de testes, dissertações, provas, etc... classificando-os através de notas ou<br />

conceitos no fi<strong>na</strong>l da atividade proposta e estes resultados são repassados aos<br />

administradores., pais, alunos e professores, os quais fazem parte da técnica.<br />

Fi<strong>na</strong>lizando, <strong>na</strong>s várias etapas do processo de ensino-aprendizagem, as<br />

três modalidades de avaliação devem ser desenvolvidas antes, durante e depois<br />

das atividades de ensino.


É a avaliação dos objetos ao qual se propõe o método de ensinoaprendizagem,<br />

conjunto de metas e capacidades a serem atingidas através de<br />

programas, aulas, discipli<strong>na</strong>s e currículos. Ao que se fi<strong>na</strong>liza nos resultados<br />

obtidos <strong>na</strong> evolução avaliativa educacio<strong>na</strong>l. Estes resultados são de um grau de<br />

importância no plano de ensino, nos métodos de ensino, nos alunos, <strong>na</strong> avaliação<br />

qualitativa dos objetivos a serem atingidos para a eficácia da organização do<br />

processo ensino-aprendizagem.<br />

Estes resultados se apresentam em forma de três domínios da atividade:<br />

a) O domínio cognitivo : são as informações e habilidades intelectuais que<br />

possibilitam integrá-las, objetivá-las e organizá-las;<br />

b) O domínio afetivo: abrange atitudes, valores, sentimentos, crenças; e<br />

emoções, tão importante <strong>na</strong> formação dos alunos o que nos dias atuais se<br />

denominou de currículo oculto;<br />

c) O domínio psicomotor: é referido às habilidades de desenvolver<br />

seqüências de movimentos costumeiros.<br />

A forma de como avaliar é de grande importância no planejamento<br />

curricular e melhora do ensino-aprendizagem educacio<strong>na</strong>l.<br />

Na realização da avaliação, existem duas alter<strong>na</strong>tivas: as técnicas e os<br />

instrumentos de avaliação. E três formas básicas de se avaliar:<br />

a) A técnica de observação: é a observação do dado: classificação,<br />

descrição, orde<strong>na</strong>ção e características e de posse destes dados, o professor<br />

avalia o interesse e desempenho do aluno em classe.<br />

b) Técnicas de entrevistas e questionários: são de grande importância em<br />

avaliação de objetivos, pois fornecem informações sobre as necessidades,<br />

atitudes, sentimentos dos integrantes do processo ensino-aprendizagem.<br />

c) As provas: são as formas de avaliação mais utilizadas e conhecidas e<br />

podem ser orais ou práticas. Na prática, o aluno desenvolve em laboratório e<br />

escrita o seu conhecimento. Há a dissertação, os testes com questões objetivas<br />

com respostas tipo falso/verdadeiro, lacu<strong>na</strong>, associação e respostas de múltipla<br />

escolha-interpretação, alter<strong>na</strong>tivas combi<strong>na</strong>das.<br />

Considerando os vários e diferentes instrumentos de avaliação do processo<br />

de ensino-aprendizagem que tem como meta observar se os objetos<br />

determi<strong>na</strong>dos alcançaram a sua fi<strong>na</strong>lidade.


Para tanto, o problema gerador deste estudo aponta: Como ocorre o<br />

processo da avaliação <strong>na</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong>, sobre o viés de um repensar<br />

de sua aplicabilidade dentro das unidades escolares?<br />

Como questão norteadora da referida pesquisa, aponta-se para algumas<br />

questões, tais como:<br />

- Como ocorre a Educação, quando concluímos seus limites e avanços?<br />

- Como é vista a avaliação tendo como foco os autores que escrevem<br />

sobre o tema?<br />

- Como acontece a avaliação <strong>na</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong> diante da<br />

aplicabilidade?<br />

Quando objetiva-se aspectos gerais e específicos para este estudo, como<br />

objetivo geral, proporcio<strong>na</strong>r uma reflexão sobre a valorização da avaliação <strong>na</strong><br />

<strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong>, que deverá ter um repensar <strong>na</strong> sua aplicabilidade dentro das<br />

unidades escolares.<br />

Deve-se, portanto, compreender e expor a avaliação da aprendizagem<br />

como um recurso pedagógico, útil e necessário, quando usado adequadamente,<br />

para auxiliar cada educador e cada educando <strong>na</strong> busca e <strong>na</strong> construção de seus<br />

conhecimentos dentro ou fora da escola, pois o indivíduo é um só. Sendo dentro<br />

ou fora da escola, a sua aprendizagem acontecerá em qualquer lugar.<br />

A <strong>Avaliação</strong> da Aprendizagem não é e nem pode continuar sendo a tira<strong>na</strong><br />

da prática educativa, que ameaça e submete a todos. Chega de confundir a<br />

avaliação da aprendizagem com exames, pois por ser uma avaliação, deveria ser<br />

amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva, diversa dos exames tradicio<strong>na</strong>is, que<br />

não são nem um pouco amorosos, mas sim, excludentes e também não são<br />

construtivos, e acabam sendo somente classificatórios.<br />

Desta maneira, tor<strong>na</strong>-se uma arma de punição, já que o erro é detectado<br />

não para ser tratado, mas para ser punido. E desta forma, os alunos acabam<br />

sendo só avaliados e selecio<strong>na</strong>dos como aptos ou i<strong>na</strong>ptos e conseqüentemente,<br />

essa avaliação deixa de ser um instrumento regulador dos processos de ensino e<br />

aprendizagem.<br />

Para se processar a avaliação da aquisição do conhecimento, o educador<br />

necessita dispor-se a acolher tudo o que acontece dentro de sua sala de aula, e


só assim poderá criar alguma expectativa em relação a possíveis resultados<br />

favoráveis a sua atividade.<br />

Entretanto, no caso da aprendizagem do educador, importa acolhê-lo como<br />

ser humano, <strong>na</strong> sua totalidade e não só <strong>na</strong> aprendizagem específica. Pois acolher<br />

o educando é o ponto básico para proceder tais atividades de avaliação, assim<br />

como para proceder toda e qualquer prática educativa. E sem esse acolhimento,<br />

tente os educandos a recusarem e, desta forma, a recusa significa a<br />

impossibilidade de estabelecer um vínculo de trabalho e até mesmo afetivo com<br />

esses alunos.<br />

Por este motivo, ocorrerá a repetência e conseqüentemente a evasão<br />

escolar,que os mesmos sofrem por falta de estímulos dos próprios professores;<br />

assim, tende-se a identificar se a avaliação em sala de aula, está levando em<br />

consideração a aprendizagem de mundo dos alunos; e com base a compreensão<br />

dos pressupostos teóricos que fundamentam a avaliação da aprendizagem.<br />

Posteriormente, nos redimensio<strong>na</strong>mos à uma abordagem sobre avaliação<br />

da aprendizagem, abrangendo aspectos qualitativos, críticos e inovadores, a partir<br />

de novas propostas de avaliação da aprendizagem segundo autores, como<br />

PILETTI, Claudino e PILETTI, Nelson, fornecendo-nos subsídios teóricos sobre<br />

essa abordagem. E após este estudo bibliográfico, tem-se o conhecimento para<br />

desenvolver habilidades necessárias para promover uma avaliação mais coerente<br />

e significativa.<br />

Sendo que a proposta principal deste trabalho está voltada para o tema “A<br />

<strong>Avaliação</strong> <strong>na</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong>: Um repensar de sua aplicabilidade”. Para se<br />

desenvolver o assunto, partiu-se primeiramente para a elaboração do Primeiro<br />

Capítulo, do qual consta “A Educação no Brasil: limites e avanços”, fazendo uma<br />

bela trajetória pela a História da Educação, em seguida, com o intuito de<br />

“Avaliando a avaliação: um pensar a partir de Teóricos”, traçou-se o Segundo<br />

Capítulo, vindo mostrar o que pensavam sobre a <strong>Avaliação</strong>.<br />

O Terceiro Capítulo, irá chegar no ponto principal de nosso trabalho vindo<br />

falar da “ <strong>Avaliação</strong> <strong>na</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong>: Um repensar de sua aplicabilidade”.<br />

Pois terá o objetivo de fazer a reflexão a valorização da avaliação <strong>na</strong> <strong>Prática</strong><br />

<strong>Pedagógica</strong>.


CAPÍTULO I<br />

A EDUCAÇÃO NO BRASIL: LIMITES E AVANÇOS<br />

A temática ora em questão, tem como objetivo mostrar a Educação no<br />

Brasil, voltada para a sua História desde seus limites até os seus avanços.<br />

Desta forma tal estudo visa fazer a trajetória da História da Educação,<br />

desde o período Colonial que se iniciou em 1549, fazendo o seu trajeto até o<br />

tempo de hoje num estudo diacrônico.<br />

O estudo tor<strong>na</strong>-se importante à todas as pessoas em questão, visando<br />

mostrar a evolução que ocorreu <strong>na</strong> Educação do país, os seus desafios sofridos<br />

durante toda sua trajetória e a educação apresentada hoje <strong>na</strong>s escolas.<br />

Em casa, <strong>na</strong> rua, <strong>na</strong> igreja ou <strong>na</strong> escola, de um modo ou de muitos, todos<br />

nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensi<strong>na</strong>r, para<br />

aprender e ensi<strong>na</strong>r. Desta forma, ninguém escapa da Educação.<br />

No período Colonial, a História da Educação iniciou-se com a vinda de<br />

padres jesuítas, em 1549, para o Brasil. Tendo por missão a propagação da fé, foi<br />

construído um vasto sistema educacio<strong>na</strong>l que se desenvolveu progressivamente<br />

com a expansão territorial da colônia. Por dois séculos foram os principais<br />

educadores do Brasil, ao lado de outras ordens religiosas que também fundaram<br />

e mantiveram escolas. Com os Jesuítas, humanistas por excelência, a ênfase<br />

educacio<strong>na</strong>l recaía sobre as atividades literárias e acadêmicas, de acordo com a<br />

concepção de homem culto corrente em Portugal.<br />

Desde que os Jesuítas foram expulsos, em 1759, até que a corte<br />

portuguesa se transferisse para o Brasil, a educação da colônia passou por um<br />

período de estag<strong>na</strong>ção e certa decadência. No entanto, a política educacio<strong>na</strong>l que<br />

o governo luso adotava no Brasil começou a ser alterada após a chegada do<br />

príncipe regente, D. João, com a fundação de novas instituições culturais,<br />

destacando-se entre elas: a Imprensa Régia, a Escola Naval e a Escola Militar.<br />

No Rio de Janeiro e <strong>na</strong> Bahia foram criados cursos de medici<strong>na</strong>, agricultura e<br />

desenho técnico.<br />

Essas escolas partiam de concepções que se distanciavam muito do<br />

ensino excessivamente literário que se impunha <strong>na</strong> colônia e abria as portas para<br />

um tipo de educação especializada, por assim dizer. Este foi, em síntese, um dos


períodos mais importantes <strong>na</strong> evolução cultural no Brasil, servindo de suporte ao<br />

lançamento das instituições educacio<strong>na</strong>is que seriam fundadas no período do<br />

Império.<br />

Em 1822, com a independência do Brasil e a fundação do Império, novos<br />

ideais educacio<strong>na</strong>is e idéias pedagógicas começaram a surgir, dentre eles a<br />

criação de um sistema educacio<strong>na</strong>l popular gratuito. Uma das leis de 1827<br />

estabelecia a criação de escolas primárias em todas as cidades, vilas e povoados<br />

e escolas secundárias <strong>na</strong>s cidades e vilas mais populosas.<br />

No entanto, por falta de especialistas habilitados e em número suficiente<br />

para atender a efetiva demanda, a lei não foi muito eficiente <strong>na</strong> prática. Com a<br />

descentralização do ensino básico, ato adicio<strong>na</strong>l de 1834, as escolas secundárias<br />

particulares passaram a experimentar um notável desenvolvimento, sobre tudo<br />

<strong>na</strong>s capitais e províncias.<br />

Com a Proclamação da República, em 1889, a política educacio<strong>na</strong>l não se<br />

modificou substancialmente até 1914, por ocasião do início da Primeira Guerra<br />

Mundial, em linha geral, o mesmo tipo de valorização de cultura formada no<br />

período colonial e imperial persistiu, enfatizando um ensino formal com ênfase <strong>na</strong><br />

literatura e <strong>na</strong> retórica.<br />

Em 1891, após a promulgação da Constituição Brasileira, Bejamin<br />

Constant, influenciado pelas idéias positivistas de Augusto Comte, organizou uma<br />

reforma educacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> qual passava a vigor uma primazia dos estudos das<br />

ciências <strong>na</strong>turais, sobre os de letras, com sua introdução já a partir das classes<br />

elementares.<br />

Após a primeira guerra mundial alguns intelectuais brasileiros, em parte<br />

influenciados por intelectuais estrangeiros, viriam criar novos referenciais para a<br />

Educação, <strong>na</strong>quilo que se convencionou chamar de Escola Nova. Dentre eles se<br />

destacaram: em São Paulo, Antônio Sampaio Dória; <strong>na</strong> Bahia, Anísio Teixeira;<br />

Francisco Campos em Mi<strong>na</strong>s Gerais; Lourenço Filho, no Ceará; Fer<strong>na</strong>ndo de<br />

Azevedo no Distrito Federal e, em Per<strong>na</strong>mbuco, Carneiro Leão.<br />

As soluções educacio<strong>na</strong>is mais difundidas por esta época, com<br />

exceção <strong>na</strong>s escolas superiores e cursos técnicos, continuavam, no entanto<br />

centradas no modelo de comunicação oral.


Entre 1924 e 1930 o país viveu um processo revolucionário que<br />

culminou com a chegada de Getúlio Vargas ao poder.O Ministério da Educação e<br />

Saúde – foi criado tendo como uma das prioridades a reforma da educação<br />

superior, com a elaboração de um novo estatuto para as universidades.<br />

O caráter gratuito e obrigatório do ensino primário incorporava-se à<br />

carta constitucio<strong>na</strong>l de 1937, mas somente em 1948 –portanto após a saída de<br />

Vargas do poder – seria apresentado à Câmara de Deputados o projeto de<br />

Diretrizes e Bases para Educação Nacio<strong>na</strong>l. Dentre premissas, previa a<br />

concessão de maior autonomia aos estados <strong>na</strong> organização de seus sistemas de<br />

ensino, dando maior flexibilidade aos programas.<br />

Relativamente ao longo período que vai de 64 a 85, apesar da edição<br />

da lei 5.692 de Diretrizes e Bases que fundia o primário ao antigo ginásio<br />

passando a construir o primeiro grau, bem como instituía Diretrizes e Bases que<br />

fundia o primário ao antigo ginásio passando a constituir o primeiro grau, bem<br />

como instituía o ensino de segundo grau profissio<strong>na</strong>lizante, o Brasil não avançou<br />

significativamente em seu modelo educacio<strong>na</strong>l, exceto no que se refere aos<br />

sistemas apostilados freqüentemente adotados pelos cursinhos e posteriormente<br />

re-editados <strong>na</strong> forma de livros didáticos, publicados por editoras brasileiras.<br />

A grande depressão econômica que se espalhou pelo mundo <strong>na</strong> década de<br />

1930, pode ser considerada mais uma crise cíclica do capitalismo.<br />

Os sistemas capitalistas apresentaram, periodicamente, fortes crises<br />

estruturais, gerados no próprio centro propulsor do sistema, isto é, a busca de<br />

lucro. A acumulação de capital e o seu posterior investimento acontecem sem<br />

uma redistribuição de renda que assegurem aos consumidores condições de<br />

aumentarem seu poder de consumo. Disto decorre um nível de produção maior<br />

que o crescimento do poder aquisitivo.<br />

Cria-se então um paradoxo: os consumidores querem e necessitam<br />

comprar, mas não possuem condições fi<strong>na</strong>nceiras para isso; os empresários por<br />

sua vez, querem vender mas não encontram quem compre. A esta situação<br />

costuma-se denomi<strong>na</strong>r crise de superprodução, que não deve ser confundida com<br />

produção além do necessário para o consumo.<br />

Na realidade a produção foi maior, porém a população não foi dotada de<br />

condições necessárias para adquirir, ou seja, trata-se de superprodução quando


comparada ao baixo poder de consumo dos assalariados Isso explica porque em<br />

época de crise coexistem a abundante quantidade de produtos estocados e a<br />

necessidade desses bens.<br />

Esta crise atingiu o mundo de forma tão violenta que provocou, um<br />

desacerto geral do sistema econômico capitalista: Incorporou ao contingente de<br />

desempregados mais de 40 milhões de pessoas, levando ao caos a economia de<br />

deze<strong>na</strong>s de países.<br />

Nos anos 30, proprietários de terras de todos os cantos do país se<br />

arrui<strong>na</strong>ram e a oligarquia cafeeira sofreria um grande enfraquecimento político. A<br />

crise do café, aliada à nova crise inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do capitalismo afetou duramente a<br />

economia brasileira.<br />

As empresas estrangeiras passaram a recolher seus investimentos no<br />

exterior, reduzindo as já precárias reservas monetárias dos países dependentes.<br />

A Política de Valorização do Café, que se baseavam em empréstimos<br />

subsidiados no exterior ficou comprometido. Paralelamente caiam os preços dos<br />

produtos no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, prejudicando não só os cafeicultores, mas<br />

também os produtores de outros produtos agrícolas de exportação, como o<br />

açúcar, a borracha e o algodão.<br />

Na revolução de 1930, a burguesia cafeeira paulista perdera o poder<br />

político, mas ainda era economicamente forte. São Paulo permanecia como maior<br />

exportador de café que ainda era o principal produto de exportação do Brasil. Em<br />

1931, devido aos efeitos da crise de 1929, o preço do café caíra a um quarto do<br />

valor de 1930, ocasio<strong>na</strong>ndo a falência de muitos fazendeiros, comerciantes e<br />

fi<strong>na</strong>ncistas ligados ao setor cafeeiro.<br />

Diante desta situação, Vargas retomou a política de valorização do café,<br />

que agora ficaria por conta do governo Federal e seria mais rígida do que as<br />

políticas da República velha. Ao proteger a cafeicultura Vargas procurou garantir<br />

o apoio dos fazendeiros paulistas ao seu governo ao mesmo tempo em que<br />

estimulava o processo de industrialização.<br />

Em 1932, São Paulo rompeu com Vargas no qual deu-se o caráter de<br />

movimento revolucionário que se tratou de um movimento reacionário uma vez<br />

que as forças que o lideram (oligarquia cafeeira) pretendiam retomar o poder.


A repressão de Vargas aos líderes paulistas, fundando o movimento de<br />

1932, surpreendeu por sua bandeira, limitando-se algumas prisões deportações e<br />

cassação de mandatos. Na verdade Vargas buscara uma composição com os<br />

paulistas derrotados; Vargas decidiu acelerar o processo de redemocratização<br />

instituindo em 1933, um código eleitoral que introduzia o voto secreto, o voto<br />

feminino.<br />

Em 1934 a 1937 – deu-se o governo constitucio<strong>na</strong>l no qual Vargas<br />

demonstrava a intenção de fazer o país voltar a normalidade com a entrada em<br />

vigor da constituição e uma clara definição dos limites do poder executivo.<br />

Em 1937 a 1945 – iniciou-se o Estado Novo com censura, prisões, torturas<br />

e o terror policial, tinha como objetivo criar um Estado autoritário e estável; acabar<br />

com a autonomia política dos estados, e submeter as oligarquias regio<strong>na</strong>is ao<br />

poder do Estado – criando a estabilidade política necessária à ple<strong>na</strong><br />

implementação da modernização conservadora.<br />

Em 1945 a 1946 – ocorreu à instalação do novo regime: o regime Liberal<br />

Populista; Em 1946 a 1951 – o governo Dutra – a sua política econômica foi<br />

marcada por estrito liberalismo; Em 1951 a 1954 – o segundo governo de Getúlio<br />

Vargas; Em 1954 a 1955 – o governo do Café Filho foi um governo marcado por<br />

uma retomada dos princípios econômicos que haviam sido parcialmente<br />

abando<strong>na</strong>dos por Vargas; Em 1956 a 1961 – o desenvolvimentismo de Juscelino<br />

Kubitschek, foi um período que aliou tranqüilidade política e prosperidade<br />

econômica; Em 1961- o governo de Jânio Quadros; Em 1961 a 1964 – o governo<br />

de João Goulart.<br />

Podemos dizer que o Estado Novo preocupou-se com a educação,<br />

considerando que procurou tor<strong>na</strong>r obrigatório e gratuito o ensino fundamental e<br />

profissio<strong>na</strong>lizante. As escolas primárias, médias e as do ensino profissio<strong>na</strong>lizantes<br />

multiplicaram-se e a qualidade do ensino melhorou. Também as universidades<br />

públicas cresceram em qualidade, embora a quantidade fosse ínfima.<br />

A industrialização crescente queria trabalhadores qualificados. O<br />

desenvolvimento e as novas funções do Estado exigiam uma grande burocracia<br />

especializada, qualificada e competente. Daí a necessidade de um melhor<br />

preparo educacio<strong>na</strong>l.


No fi<strong>na</strong>l da 1ª república em matéria educacio<strong>na</strong>l, pouco ou <strong>na</strong>da haviam<br />

avançado em relação ao fi<strong>na</strong>l do império. Continuávamos sem um sistema<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de educação. O Governo Federal <strong>na</strong>da dizia e <strong>na</strong>da fazia em termos de<br />

ensino primário, que ficava ao encargo dos reduzidos recursos dos Estados, o<br />

ensino secundário continuava mi<strong>na</strong>do pelo ensino irregular, não seriado, tendo<br />

como principal objetivo preparar para o ensino superior, quanto a este, ainda não<br />

tínhamos uma universidade funcio<strong>na</strong>ndo.<br />

Com a revolução de 1930, alguns dos reformadores educacio<strong>na</strong>is da<br />

década anterior, passaram a ocupar cargos importantes <strong>na</strong> administração do<br />

ensino. Procuraram, então, colocar em prática as idéias que defendiam. Como<br />

resultado, a educação brasileira sofreu importantes transformações, que<br />

começaram a dar-lhe a feição de um sistema articulado, segundo normas do<br />

Governo Federal. Em 1930, o ministério de Educação e Saúde foi fundado no<br />

Brasil, para o ministro da Educação foi escolhido Francisco Campos, que <strong>na</strong><br />

década anterior havia reformado a educação de Mi<strong>na</strong>s Gerais.<br />

A constituição de 1934 foi a primeira a incluir um capítulo sobre a<br />

educação, que estabelecia pontos importantes como: a educação como direito de<br />

todos, a obrigatoriedade da escola primária; a assistência aos estudantes<br />

necessitados. Tais atribuições constituíram o início da construção de um sistema<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de educação, por outro lado assi<strong>na</strong>laram uma profunda centralização<br />

das competências.<br />

As autonomias dos estados nos diversos sistemas educacio<strong>na</strong>is foram<br />

limitadas, tudo passou a depender da autoridade superior, multiplicaram-se os<br />

órgãos, as leis, os regulamentos, as portarias, a limitar a ação de escolas e<br />

educadores. As funções de controle, supervisão e fiscalização tor<strong>na</strong>ram-se<br />

burocráticas e rígidas, assumindo muitas vezes um caráter policialesco.<br />

Tais regras levaram a esquecer ou religar um plano secundário que<br />

objetivava fundamentar a educação, que é o de criar condições para a formação<br />

de pessoas huma<strong>na</strong>s.<br />

A Revolução de 30 foi o desfecho <strong>na</strong>tural das crises políticas e<br />

econômicas que agitaram com intensidade crescente a década de 20. Compô-se,<br />

então, o quadro histórico propício à transformação da educação no Brasil em um<br />

efetivo problema <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Além da profunda crise inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que afetara


também o Brasil, a urbanização crescente foi um elemento decisivo para a<br />

percepção coletiva da educação como meio importante para uma ascensão social<br />

cada vez mais difícil.<br />

Em 1932, um grupo de educadores e homens de cultura conseguiu captar<br />

<strong>na</strong> sua inteireza esse anseio coletivo e lançou um manifesto ao povo e ao<br />

governo que ficou conhecido como Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova<br />

, com redação de Fer<strong>na</strong>ndo Azevedo e a assi<strong>na</strong>tura de 25 homens e mulheres da<br />

elite intelectual brasileira. Trata-se de um documento que extravasa o<br />

entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico que J. Nagle detectara<br />

<strong>na</strong> década de 20.<br />

A importância do Manifesto tem sido, algumas vezes, minimizada pela<br />

arrogância dos patrulheiros ideológicos, mas é fora de dúvida que se trata de um<br />

documento que constitui marco histórico <strong>na</strong> educação brasileira, por várias<br />

razões. Dentre elas, sobreleva o fato de que se trata da mais nítida e expressiva<br />

tor<strong>na</strong>da de consciência da educação como um problema <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Além disso, o Manifesto continha um diagnóstico e era um indicador de<br />

rumos. É claro que, pelos seus próprios propósitos o diagnóstico e o traçado de<br />

rumos foram expressos em uma linguagem genérica.<br />

Em todo período da primeira república ocorreu no Brasil uma dualidade de<br />

sistemas e de competências em matéria educacio<strong>na</strong>l: De um lado, o sistema<br />

Federal, a sua principal preocupação era a formação das elites, do outro, os<br />

sistemas estaduais.Essa dualidade resultou <strong>na</strong> consagração pela constituição de<br />

1891 do preceito que fora estabelecido pelo ato adicio<strong>na</strong>l de 1934.<br />

Após a disputa entre os sistemas, o Estado renovou-se e tornou-se mais<br />

eficiente, entre as reformas realizadas nessa década as que mereceram mais<br />

destaque foram a de Sampaio Dório, em São Paulo (1920), a de Lourenço Filho,<br />

no Ceará (1923), e a de Anísio Teixeira, <strong>na</strong> Bahia (1925), a de Francisco Campos<br />

e Mário Casasanta em Mi<strong>na</strong>s Gerais (1927) e a de Fer<strong>na</strong>ndo de Azevedo, no<br />

Distrito Federal (1928).<br />

Como no período de 1930, o governo não elaborou um documento único<br />

que se discipli<strong>na</strong> a educação em seu conjunto. Esta lei só foi promulgada para 2<br />

de Janeiro de 1946(decreto-lei nº 8529) que foi constituída a primeira<br />

regulamentação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do ensino primário. Está lei tinha como objetivo


desenvolver a perso<strong>na</strong>lidade preparar a vida cultural e familiar, e a defesa da<br />

saúde e a iniciação ao trabalho.<br />

Como também, as necessidades de adequação do currículo às<br />

características do meio social, aos tratamentos das matérias escolares como<br />

instrumentos de ação e não como fins em si mesmo. Tais idéias trouxeram<br />

modificações nos programas escolares e <strong>na</strong> metodologia do ensino, passando-se<br />

a enfatizar os processos intuitivos, a observação direta, a atividade do aluno.<br />

Com a disputa entre os sistemas, foi adiada através de leis do legislativo<br />

onde essas atendiam à interesses particulares, que pretendiam facilitar o acesso<br />

aos cursos superiores.<br />

Essa legislação, entretanto, atingia também os estabelecimentos mantidos<br />

pelo Estado e pela iniciativa particular, por razões:<br />

Era o governo Federal que controlava e regulamentava os cursos<br />

superiores e com isso adequavam seus cursos a tais exigências.<br />

Esses estabelecimentos que seguissem as normas federais seriam<br />

equiparados ao colégio de Pedro II, isso quer dizer que quem concursasse, em<br />

outros colégios teriam o mesmo direito se fossem formados pelo colégio Pedro II.<br />

O objetivo do curso secundário existia em função do curso superior, pois<br />

servia como preparatório.<br />

Embora o artigo 129 da Constituição de 1937 tivesse desti<strong>na</strong>do o ensino<br />

Técnico-comercial as classes menos favorecidas, a partir de 1942 esse ramo de<br />

ensino iniciou a contar com uma legislação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Assim sendo, em 1942 foi<br />

regulamentado o ensino industrial (decreto-lei nº4073, de 31 de Janeiro), e em<br />

1943, o ensino Comercial (Decreto-lei nº6141, de 28 de Dezembro); e em 1946, o<br />

ensino Normal (Decreto-lei nº8530, de 2 de Janeiro) e o ensino Agrícola (Decretolei<br />

nº9613, de 28 de Agosto). Sendo igual ao secundário, esses quatro ramos do<br />

ensino.<br />

Criaram também <strong>na</strong> mesma época, o Serviço Nacio<strong>na</strong>l de Aprendizagem<br />

Industrial (Se<strong>na</strong>i), através do Decreto-lei nº4048, de 22 de Janeiro de 1942, e o<br />

Serviço Nacio<strong>na</strong>l de Aprendizagem Comercial (Se<strong>na</strong>c), por meio do Decreto-lei nº<br />

8621, de 10 de Janeiro de 1946.<br />

O ensino Superior, a partir de 1930, passou por importantes modificações.<br />

Com a formação das primeiras universidades, superou-se a fase das escolas


superiores isoladas, de caráter profissio<strong>na</strong>l. Em 1934, ocorreu a criação da<br />

Universidade de São Paulo, graças aos Estatutos das Universidades Brasileiras<br />

(Decreto-lei nº 19851, de 14 de Abril de 1931). Atendiam-se, assim, os pedidos<br />

dos educadores que desde da década anterior, vinham mostrando a necessidade<br />

de se implantar o ensino universitário.<br />

Segundo Helácio C. G. Antunha a fundação das universidades brasileiras<br />

significou a introdução no sistema de ensino superior:<br />

a) O estudo de caráter desinteressado, ocorrendo a formação de uma escola<br />

central e integradora desti<strong>na</strong>da a uma universidade do conhecimento.<br />

b) Da pesquisa e dos altos estudos, tanto sendo de caráter desinteressado<br />

como de sentido utilitário.<br />

c) Da unificação e da integração das diversas escolas sob a égide da<br />

universidade.<br />

d) Da autonomia universitária, que implanta os seus próprios regulamentos,<br />

dentro das normas gerais estabelecidas pela administração pública.”<br />

Os Estatutos das Universidades Brasileiras, estabelecidos em 1931;<br />

vigoraram com poucas modificações, até 1968, quando procedeu-se a<br />

reforma universitária.<br />

A verdadeira equivalência só aconteceria em 1961, com a Lei nº4024, de 20<br />

de Dezembro. A partir daí, o ensino médio passou a incluir o secundário, os três<br />

ramos do ensino Técnico-Industrial, Comercial e Agrícola – e o curso Normal.<br />

Qualquer ramo do 1º ciclo que fosse concluído dava direita a matrícula em<br />

qualquer modalidade do 2º ciclo; e qualquer que fosse o 2º ciclo concluído –<br />

secundário, técnico ou normal – permitia o ingresso no ensino superior.<br />

Entende-se, portanto, que a educação foi muito valorizada no período<br />

Brasil-República, onde o governo mostrou-se interessado em relação a melhoria<br />

do ensino. Porém, a educação hoje, deveria estar voltada para a formação e a<br />

valorização do ensino, em que todo o cidadão pudesse compartilhar da mesma.<br />

Despertando a sua consciência para práticas, idéias de vida e valores sociais,<br />

onde ele mesmo será o principal protagonista de seu papel <strong>na</strong> sua história.<br />

Por mais de trinta anos, até meados da década de 80, pouco havia<br />

evoluído metodologicamente no modelo educacio<strong>na</strong>l: o velho quadro-negro, as


apostilas ou livros didáticos, as salas de aula e a forma essencialmente discursiva<br />

de ensi<strong>na</strong>r, ainda faziam parte do ideário e da práxis educacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

No entanto a partir da década de 90, inicialmente de modo discreto e hoje<br />

de forma cada vez mais freqüente, a educação vem ocupando atenção da<br />

sociedade em praticamente todas as suas esferas de existência. Com franco<br />

processo de globalização em andamento, fruto do neoliberalismo, é contando com<br />

uma revolução sem precedentes <strong>na</strong>s telecomunicações, a chegada da informática<br />

e com ela internet, o país experimenta um contexto novo, com problemas e<br />

desafios que exigirão novas respostas contando com soluções mais adequadas e<br />

urgentes.<br />

A educação não pode mais ser valorizada ape<strong>na</strong>s como um referencial de<br />

cultura, numa sociedade polarizada – entre domi<strong>na</strong>ntes e domi<strong>na</strong>dos – a<br />

sociedade dos homens cultos, excluídos. Educação passa a ser a questão central<br />

da cidadania, local e remota, cidadania que diz respeito ao sujeito social que<br />

experimenta necessidades fundamentais, apresenta anseios e pode, com relativa<br />

liberdade, planejar o próprio futuro.<br />

Diz respeito também a uma inserção do indivíduo numa megacomplexa<br />

sociedade planetária, cada vez mais sofisticada e exigente, consumidora, apesar<br />

de toda miséria, exclusão absoluta experimentada diariamente por milhões e<br />

milhões de seres humanos, extremos políticos desse modelo social quaseplanetário.<br />

Neste contexto, a escola não consegue mais ser inserir como absoluta,<br />

enquanto instituição que oferece educação ao cidadão, um mundo que a<br />

relativista muito rapidamente. Hoje não só a escola mais o mundo está <strong>na</strong> escola,<br />

modificando-a a cada instante, colocando-a em crise, fazendo-a repensar até<br />

mesmo até mesmo suas razões e condições fundamentais, de existência.<br />

Segundo NIDELCOFF (1978).<br />

“A escola vai tratar a todos por igual. Entretanto, eles<br />

não são iguais. Em função disso, para uns tanto será<br />

suficiente aquilo que a escola lhes dá; para outros não. Uns<br />

triunfarão, outro irão fracassar.”( NIDELCOFF,1978:10)<br />

Essa unificação da sociedade feita pela escola, não é boa, pois o prestígio<br />

quem possui é o grupo domi<strong>na</strong>nte. Com isso, acontece como diz a citação:”Uns<br />

triunfarão, outros irão fracassar”, ou seja, uma classe que sabe pensar, será a


que controla as decisões e mandam e, a outra, que não sabe pensar, só executa<br />

e obedece.<br />

Entende-se então que, a escola não poderá ser mais uma só transmissora<br />

do conhecimento acumulado, e sim, deve preparar todas as pessoas sem<br />

discrimi<strong>na</strong>ção de classe, para uma sociedade ativa, em constantes<br />

transformações. Permitindo que todos tenham acesso ao saber, promovendo<br />

assim a mais ampla democratização. Segundo NIDELCOFF, (1978).<br />

“O professor se responsabiliza pela aprendizagem de<br />

todas as crianças.Não ensi<strong>na</strong> à classe em massa: aquele que<br />

aprende, aprende; aquele que não aprende, chama-se os pais<br />

para avisar-lhes do problema.” ( NIDELCOFF, 1978 : 74)<br />

Essa responsabilidade que o professor passa para alguns pais de seus<br />

alunos, avisando-lhes de que seus filhos não aprenderam o conteúdo, é errado.<br />

Pois muitas vezes, esses pais talvez não tenham nem termi<strong>na</strong>do o primário. Será<br />

que eles poderão ajudá-lo?Não seria ao contrário que se deveria fazer as coisas?<br />

Sim, ao contrário que se deveria ser feito, ou seja, o certo seria que os pais<br />

avisassem aos professores que seus filhos estão com dificuldade de<br />

aprender.Pois esses pais, mandam seus filhos é para que nós o ensinemos.<br />

Verifica-se, portanto, que nosso dever não é explicar as coisas <strong>na</strong> frente da<br />

classe, mas fazer com que as crianças verdadeiramente aprendam; e deveríamos<br />

sentir-mos responsáveis por cada uma delas como se fossem nossos próprios<br />

filhos.Segundo PILETTI (1990): ”O professor, em sua atividade docente, poderá<br />

estar trabalhando para mudar a sociedade ou para conservá-la <strong>na</strong> forma em que<br />

ela se encontra.” (PILETTI, 1990:20)<br />

O professor não acredita que sua tarefa seja divulgar entre o povo, os<br />

valores do opressor.Mas sim, acredita que o sentido de seu trabalho é ajudar o<br />

povo a se descobrir, a se expressar e a ter sua liberdade.<br />

É importante que o professor que vai atuar, tenha uma visão geral sobre<br />

varias temáticas, aprofundando seus conhecimentos sobre as especificidades da<br />

faixa etária com a qual vai trabalhar.<br />

Os conhecimentos essenciais para que o professor possa criar as<br />

condições e mediações para que os alunos se apropriem deles, são os


conteúdos das áreas que compõem nos currículos da educação, numa<br />

perspectiva discipli<strong>na</strong>r e interdiscipli<strong>na</strong>r e tem como suas fontes principais as<br />

ciências huma<strong>na</strong>s e <strong>na</strong>turais, a cultura e as artes, os conhecimentos substantivos<br />

sobre os diversos aspectos da realidade e das questões sociais postas para<br />

trabalhar seus alunos.<br />

“A competência profissio<strong>na</strong>l do professor é,<br />

justamente, sua capacidade de criar soluções apropriadas a<br />

cada uma das diferentes situações complexas e singulares<br />

que enfrenta.” (PIMGNTEI , 1999:58)<br />

O conhecimento experimental está relacio<strong>na</strong>do às práticas próprias da<br />

atividade do professor e as múltiplas competências que as compõem . Entretanto,<br />

é necessário saber que o conhecimento experimental se desenvolve articulando a<br />

uma reflexão sistemática.<br />

Com isso, os professores, em formação, precisam conhecer os conteúdos<br />

definidos nos currículos e as didáticas que permitirão um ensino eficaz para<br />

sustentar a médio e longo prazo, a reforma da educação, e garantindo assim<br />

novas gerações.<br />

A escola como espaço sócio- cultural, é entendida, como espaço social<br />

próprio orde<strong>na</strong>do em dupla dimensão por um conjunto de normas e regras, que<br />

buscam unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos. Cotidia<strong>na</strong>mente, por uma<br />

complexa trama de relações sociais entre os sujeitos envolvidas, que incluem<br />

alianças e conflitos, imposições de normas e estratégias individuais, ou coletivas,<br />

de transgressões e de acordo.<br />

Isso significa compreendê-la <strong>na</strong> ótica da cultura, sob um olhar mais denso,<br />

que leva em conta a dimensão do di<strong>na</strong>mismo do fazer-se cotidiano, levado a<br />

efeito por homens e mulheres: trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos,<br />

adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, sares humanos concretos,<br />

sujeitos sociais e históricos.<br />

As escolas, como um sistema social, são compostas de um certo número<br />

de instituições em completo isolamento uma das outras, embora seja verdade que<br />

algumas tendem a ser mais isoladas do que outras. Do mesmo modo, a escola<br />

não deve ser vista isolada do resto da sociedade, embora algumas escolas e<br />

estejam mais envolvidas do que outras <strong>na</strong> comunidade total.


À medida que a escola, em nossa sociedade, é uma instituição artificial<br />

estabelecida para fins de socialização e transmissão de cultura, deve ter relações<br />

com as organizações políticas.<br />

Segundo FREITAG (1990) diz que:<br />

“A escola é vista como uma instituição única, com os<br />

mesmos sentidos e objetivos, tendo como função garantir a<br />

todos o acesso ao conjunto de conhecimentos, porém, são<br />

reduzidos a produtos, resultados e conclusões, sem se levar<br />

em conta o valor determi<strong>na</strong>nte dos<br />

processos.“(FREITAG,1990:139)<br />

Dessa forma, o processo de ensino aprendizagem ocorre em ritmos,<br />

estratégias e propostas educativas para todos , independentes da origem social<br />

em uma dada cultura, conhecimentos coexistem com saberes, que apresentam<br />

níveis variados de elaboração, provenientes da mídia,<br />

Entende-se então, que o professor quer construir a escola do povo, a partir<br />

dele. Querendo contribuir através do seu trabalho para a criação de homens<br />

novos e para a edificação de uma sociedade nova também.Onde se dê prioridade<br />

aos domi<strong>na</strong>dos e onde o povo se torne protagonista.Sendo assim,esse professor<br />

é para modificar, e não conservar.<br />

Segundo FREITAG,1990.<br />

“Os livros condicio<strong>na</strong>dos segundo reforços e erros em<br />

verdade nunca aprenderam a “ler”, nem a compreender o<br />

texto, dele derivando significados e interpretações próprias.”<br />

(FREITAG,1990 :129)<br />

Mediante ao entendimento acima, o livro didático usado pelo aluno, pode<br />

se tor<strong>na</strong>r um empecilho, ou seja, podem não lhes trazer um contexto que mostre<br />

sua realidade. Havendo um choque do aluno em relação ao livro que, não<br />

apresenta sua realidade, podendo chegar a um desinteresse pelos estudos.<br />

Sendo assim, é necessário que o professor e o aluno trabalhem em<br />

conjunto, para que ocorra a contribuição do aluno interessado. Pensa-se, então,<br />

que os livros são de suma importância, quando se sabe usar sem cometer graves<br />

distorções diante da realidade.


Entende – se, portanto, que a escola não deve unificar sua sociedade para<br />

fazer seu trabalho. Pois, cada caso tem que ser a<strong>na</strong>lisado e trabalho conforme o<br />

seu problema. E que essa escola seja um local de fácil acesso para todos que<br />

nela deseja chegar, para que nessa triunfem.<br />

Em relação do professor e do livro didático, percebe – se que o livro tem<br />

que ser de bom entendimento para o aluno, não lhe omitindo ou distorcendo os<br />

problemas e as contradições sociais em que certas classes sociais se encontram.<br />

E o professor não pode mais só explicar em sua classe, mas mostrar aos seus<br />

alunos a realidade que no livro didático se esconde e fazer com que essas<br />

crianças verdadeiramente aprendam.<br />

Não há uma única, nem um único modelo de educação, a escola não é o<br />

único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor, pois o ensino escolar<br />

não é a sua única prática e o professor profissio<strong>na</strong>l não é o seu único praticante.<br />

Percebe-se, então, que a educação existe onde não há a escola e que por<br />

toda parte podem haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de<br />

uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada a sombra de algum<br />

modelo de ensino formal e centralizado.<br />

A educação do homem existe por toda parte e, muito mais do que a escola,<br />

é o resultado da ação de todo o meio cultural sobre os seus participantes. Sendo<br />

o que educa, é o exercício do viver e conviver; e a escola de qualquer tipo que for<br />

é ape<strong>na</strong>s um lugar e um momento provisório onde isto pode acontecer.<br />

Entende-se, que é a comunidade quem responde pelo trabalho de fazer<br />

com que tudo o que pode ser vivido e aprendido da cultura, seja ensi<strong>na</strong>do com a<br />

vida e também com a aula ao educando.<br />

No entanto, é um processo vital, para o qual concorrem forças <strong>na</strong>turais e<br />

espirituais, conjugadas pela ação consciente do educador e pela vontade livre do<br />

educando. Não pode ser confundida com o simples desenvolvimento ou<br />

crescimento dos seres, nem com a mera adaptação do indivíduo ao meio. É a<br />

atividade criadora, que visa a levar o ser humano a realizar as suas<br />

potencialidades físicas, morais, espirituais e intelectuais.<br />

Não se reduz á preparação para fins exclusivamente utilitários, como uma<br />

profissão, nem para desenvolvimento de características parciais da<br />

perso<strong>na</strong>lidade, como um dom artístico, mas abrange o homem integral, em todos


os aspectos de seu corpo e de sua alma, ou seja em toda a extensão de sua vida<br />

sensível, espiritual, intelectual, moral, individual, doméstica e social, para elevá-la,<br />

regulá-la e aperfeiçoá-la. Sendo um processo contínuo, que começa <strong>na</strong>s origens<br />

do ser humano e se entende até a sua morte.<br />

Esta é a esperança que se pode ter <strong>na</strong> educação. Desesperar da ilusão de<br />

que todos os seus avanços e melhoras dependem ape<strong>na</strong>s de seu<br />

desenvolvimento tecnológico. Acreditar que o ato humano de educar existe tanto<br />

no trabalho pedagógico que ensi<strong>na</strong> <strong>na</strong> escola quanto no ato político que luta <strong>na</strong><br />

rua por outro tipo de escola, para um outro tipo de escola, para um outro tipo de<br />

mundo.<br />

E é bem possível que até mesmo neste outro mundo, um reino de<br />

liberdade e igualdade buscada pelo educador, a educação continue sendo<br />

movimento, sistema e contestação. O saber que existe solto e a tentativa escolar<br />

de prendê-lo num tempo e num lugar. A necessidade de preservar <strong>na</strong> consciência<br />

dos imaturos o que os mais velhos consagraram e, ao mesmo tempo, o direito<br />

de sacudir e questio<strong>na</strong>r tudo o que está consagrado, em nome do que vem pelo<br />

caminho.<br />

Portanto, a educação se dá por toda parte , e a escola tem que valorizar<br />

todo o conhecimento de mundo que o aluno trás para dentro da sala de aula.<br />

Desta maneira, o professor deixa de ser um mero transmissor de conhecimento e<br />

faz com que haja troca de conhecimento entre ele e seus alunos. Desta maneira o<br />

aprendizado ocorre em toda parte e através da cultura de cada um.<br />

Considera-se então desde as reflexões fi<strong>na</strong>is, que o processo avaliativo no<br />

mínimo é seletivo, mas, o que mais nos intrigam é que no repensar a Educação<br />

Brasileira, encontramos mais limites do que avanços e, atribuímos um dos mais<br />

fortes motivos a avaliação. Para tanto sentimos a necessidade de abrir um<br />

segundo capitulo que viesse a discutir a avaliação a partir do entendimento de<br />

teóricos.


CAPITULO II<br />

AVALIANDO A AVALIAÇÃO: UM PENSAR A PARTIR DE TEORICOS.<br />

O objetivo deste capítulo é levar ao leitor um estudo sobre a avaliação a<br />

partir de seu processo, desenvolvido por teóricos da área aqui previamente<br />

selecio<strong>na</strong>dos pelo campo de interesse e conhecimento ofertado pelos<br />

pesquisadores.<br />

O enfoque aqui em registro visa fazer a trajetória da avaliação a partir de<br />

alguns teóricos, para mostrar que ela é uma tarefa complexa que não se resume<br />

à realização de provas e atribuições de notas, mas sim, proporcio<strong>na</strong>r dados que<br />

devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa.<br />

O estudo tor<strong>na</strong>-se importante a todas as pessoas interessadas no assunto,<br />

visando mostrar que a avaliação deve considerar o educando como pessoa, suas<br />

atitudes, seu interesse, sua responsabilidade. Para isso, a avaliação não pode<br />

resumir-se ape<strong>na</strong>s em uma prova, mas há diversos instrumentos bem adequados.<br />

Desta forma, a avaliação deve ainda, propiciar ao educando desenvolvimento da<br />

autocrítica e da auto- avaliação e, fundamentalmente, considerar os fatores<br />

sociais que interferem no rendimento escolar.<br />

A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho<br />

docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e<br />

aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do<br />

trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos<br />

propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades e reorientar o trabalho para<br />

as correções necessárias.<br />

É preciso, admitir que a educação está relacio<strong>na</strong>da às dimensões<br />

biológicas, psicológicas, sociais, e que estas não coabitam isoladamente, e sim<br />

de forma integrada, além de se manifestarem num fluxo global, somático.<br />

Queremos, com isso, dizer que a aprendizagem se processa por uma interação<br />

do indivíduo que aprende com o objeto a ser conhecido, o que ocorre pela ação<br />

do sujeito frente ao objeto.<br />

O professor deverá organizar as situações de aprendizagem,<br />

oportunizando contato do aluno com o ambiente, de forma real, significativa. Isso<br />

significa que, é preciso conhecer a clientela para utilizar técnicas de acordo com a


ealidade inter<strong>na</strong> e exter<strong>na</strong> do sujeito. Segundo PIAGET,1989 :45 : “não há<br />

operação sem cooperação”, o que indica a importância da participação dos<br />

colegas e do professor como problematizador. Assim a avaliação consistirá em<br />

estabelecer uma comparação do que foi alcançado com o que se pretende atingir.<br />

Portanto, a avaliação será eficiente e eficaz se ocorrer de forma interativa<br />

entre professor e alunos, pois ambos caminharam <strong>na</strong> mesma direção, em busca<br />

dos mesmos objetivos, ou seja, o aluno não será um indivíduo passivo; e o<br />

professor, a autoridade que decide o que o aluno precisa e deve saber. O<br />

professor não irá investigar, problematizar, já que, juntos avaliarão o sucesso das<br />

novas descobertas e, pelos erros, as melhores alter<strong>na</strong>tivas para superá-los.<br />

A avaliação é um processo pelo qual se procura aferir, identificar, a<strong>na</strong>lisar e<br />

investigar as modificações do comportamento e rendimento do aluno, do<br />

educador, do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se<br />

processou. Dessa forma, a avaliação é conscientização da ação educativa, visto<br />

que é através da mesma que o professor e a escola verificarão se os objetivos do<br />

ensino e do sistema foram alcançados.<br />

Entende-se, então, que a avaliação é um processo contínuo de pesquisas<br />

que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo<br />

em vista mudanças esperadas no comportamento, propostos nos objetivos, a fim<br />

de que haja condições de decidir sobre alter<strong>na</strong>tivas do planejamento do trabalho<br />

do professor e da escola como um todo. Ou seja, a avaliação não é um fim, mas<br />

um meio, pois é um processo contínuo, não é algo que termine em um<br />

determi<strong>na</strong>do momento, embora possa se estabelecer um tempo para se realizar.<br />

A avaliação se fundamenta em pressupostos como o de ser dinâmica,<br />

explora a criatividade dos alunos, e não se estática sem expressar idéias. Ser<br />

contínua e integrada, já que deve haver troca de informações e esta sempre se<br />

atualizando, e não ser algo termi<strong>na</strong>l e isolado do ensino.<br />

Ela deve também ser progressiva, abrangente, cooperativa, versátil e<br />

principalmente voltada para os alunos; e não ter o papel de uma avaliação<br />

estancada, restrita a alguns aspectos da perso<strong>na</strong>lidade do aluno, nem ser<br />

realizada somente pelos professores e nem só está voltada para os conteúdos.<br />

Por esta razão, tiramos conclusões sobre as características da avaliação.<br />

Como de ser um processo contínuo e sistemático, devido ela não poder ser


esporádica nem improvisada, mas ao contrário, deve ser constante e planejada,<br />

visto que, faz parte de um amplo sistema que é o processo ensino- aprendizagem<br />

e planejada para ocorrer normalmente ao longo de todo esse processo.<br />

A avaliação é funcio<strong>na</strong>l, porque se faz em função dos objetivos, devido<br />

consistir em verificar em que medida os alunos estão alcançando os objetivos<br />

previstos. É orientadora, porque não tem o objetivo de elimi<strong>na</strong>r os alunos, mas<br />

orientar seu processo de aprendizagem para que possam atingir os objetivos<br />

previstos. E deve ser também integral, devido a<strong>na</strong>lisar e julgar todas as<br />

dimensões do comportamento, para incidir não ape<strong>na</strong>s sobre o aspecto afetivo e<br />

o domínio psicomotor.<br />

A avaliação renovada não mudou ape<strong>na</strong>s os métodos de ensino que se<br />

tor<strong>na</strong>ram ativos, mas influiu, sobre a concepção de avaliação. Antes, ela tinha um<br />

caráter seletivo, uma vez que era vista ape<strong>na</strong>s como uma forma de classificar e<br />

promover o aluno de uma série para o outra ou de um grau para o outro.<br />

Atualmente, a avaliação assume novas funções, pois é um meio de<br />

diagnosticar e de verificar em que medida os objetivos propostos para o processo<br />

ensino- aprendizagem estão sendo atingidos. Sendo assim, a avaliação assume<br />

um dimensão orientadora.<br />

Ao se falar da avaliação da aprendizagem, estamos referindo-nos à<br />

verificação do grau de aprendizagem dos alunos, ou seja, o que os alunos<br />

aprenderam. Basicamente, essa avaliação se dá através de funções que é a de<br />

diagnosticar, controlar e classificar, e relacio<strong>na</strong>das a elas, existem três<br />

modalidades de avaliação.<br />

• A primeira é a avaliação diagnóstica, que acontece no inicio do ano, com a<br />

intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio do mínimo<br />

assunto necessário, ou seja, se possuem conhecimentos e habilidades<br />

necessárias para as novas aprendizagens.<br />

• A avaliação formativa, é a segunda, tendo como função de controle, sendo<br />

realizada no decorrer do ano letivo, com a fi<strong>na</strong>lidade de verificar se os<br />

alunos estão atingindo os objetivos propostos, ou seja, quais os resultados<br />

alcançados durante o desenvolvimento de cada atividade.<br />

• E a terceira é a somativa, tem a função classificatória, pois realiza-se no<br />

término do ano letivo, e tem a fi<strong>na</strong>lidade de classificar os alunos de acordo


com níveis de aproveitamento previamente estabelecidos, tendo em vista a<br />

aprovação de uma série para outra.<br />

Então, avaliar é comprovar se os resultados desejados foram alcançados,<br />

ou melhor, verificar se até que ponto as metas previstas foram atingidas. Há<br />

portanto, uma relação íntima entre a avaliação e a fixação de objetivos. É a partir<br />

da elaboração do plano de ensino, com a definição dos objetivos que norteiam o<br />

processo ensino- aprendizagem, que se estabelece o que e como julgar os<br />

resultados da aprendizagem dos alunos.<br />

Por isso, os objetivos devem ser formulados claramente e de forma<br />

operacio<strong>na</strong>l, para que sejam um guia seguro <strong>na</strong> definição do que avaliar e <strong>na</strong><br />

escolha e elaboração dos instrumentos mais adequados de avaliação.<br />

Os conceitos de testar, medir e avaliar muitas vezes são utilizados como<br />

sinônimos. Embora intimamente relacio<strong>na</strong>dos, eles não são sinônimos. Tanto os<br />

testes como as noções de medidas e de avaliação referem-se à verificação do<br />

rendimento escolar, porém com uma amplitude de significados deferentes.<br />

Já que testar, é verificar algo através de situações previamente arranjadas;<br />

medir é determi<strong>na</strong>r a extensão, as dimensões, a quantidade e o grau ou a<br />

capacidade de algo e avaliar vem verificar as mudanças qualitativas do<br />

comportamento dos alunos.<br />

A avaliação da aprendizagem é a parte do processo de ensino iniciado com<br />

o planejamento de curso. Deve merecer, por parte do professor, toda atenção<br />

possível; é através dela que se chega à entender e decidir sobre a utilização ou<br />

não dos esforços despendidos, pelo professor e pelo aluno, nos trabalhos<br />

escolares e se fica sabendo se a escola está ou não cumprindo a missão e,<br />

principalmente, se está enriquecendo a vida do educando.<br />

Outro aspecto importante da avaliação da aprendizagem é a possibilidade<br />

objetiva que esta oferece de reorientação e recuperação dos alunos que se foram<br />

atrasando nos estudos, claro que este processo pode se dá de forma positiva<br />

e/ou não, depende do foco.<br />

A avaliação da aprendizagem é realizada, em algumas escolas, de maneira<br />

precária, fornecendo poucas e superficiais amostras do que o aluno realmente<br />

aprendeu, isto é, do rendimento escolar. Diz muito bem Onofre de Arruda<br />

Penteado Jr. 1976 : 45 : “O que importa, portanto,não é a maior capacidade de


ecitar de memória o conteúdo das matérias. O que importa é adquirir capacidade<br />

de reflexão, de observação, de análise; adquirir espírito crítico e ser capaz de<br />

resolver por si a dificuldade que se lhe apresenta, seja qual for.”<br />

Deveria fazer-se a avaliação comparando o comportamento total do aluno<br />

nos primeiros dias de aula com o apresentado no fim do ano letivo. Comparação<br />

não só de informes ou de conhecimentos, mas, principalmente, de atitudes,<br />

ideais, hábitos, possibilidades de ação ajustada ao meio, de funcio<strong>na</strong>lidade dos<br />

informes.<br />

Não há dúvida de que às notas obtidas, através de provas de avaliação da<br />

aprendizagem, sempre precárias, deveria ser acrescida mais uma nota, a dos<br />

professores, resultante da apreciação do comportamento do aluno durante todo o<br />

ano letivo, visto que o processo de avaliação deve ser constante e simultâneo ao<br />

ensino.<br />

Em verdade, a avaliação da aprendizagem deve ser preocupação<br />

constante do professor, durante o transcurso de todas as atividades, porque é<br />

através dela que poderá inteirar-se da marcha positiva ou negativa de seus<br />

trabalhos docentes, a fim de poder tomar providências corretivas, quando fosse o<br />

caso, antes de levar seus alunos ao fracasso.<br />

Em outras palavras, avaliar a aprendizagem consiste em ajuizar que o<br />

aluno aprendeu após uma fase de ensino. Pois a avaliação da aprendizagem é o<br />

processo de atribuir valores ou notas aos resultados obtidos <strong>na</strong> verificação da<br />

aprendizagem. A avaliação pode processar-se de maneira absoluta ou de<br />

maneira relativa.<br />

A avaliação de maneira absoluta ocorre quando, de antemão, às questões<br />

de verificação já são atribuídos valores. E a avaliação de maneira relativa<br />

acontece quando as questões de verificação vão ser valorizadas em função do<br />

grupo. As notas surgirão após um tratamento estatístico dos resultados obtidos<br />

pela classe. Assim, a valorização de uma prova vai depender do que o aluno<br />

produziu, comparado com o desempenho da classe.<br />

Um processo de avaliação pode levar a emitir notas e conceitos,<br />

dependendo do critério adotado pela escola. Saliente-se que um conceito pode<br />

ser omitido com base em avaliação e em apreciação de outros aspectos do<br />

comportamento do aluno. Conceito a respeito de uma discipli<strong>na</strong> pode ser emitido


pelo professor da mesma, e a respeito de promoção, por um conselho de classe,<br />

formado por todos os professores que atuam junto ao aluno, com apreciação de<br />

uma série de aspectos do seu comportamento, juntamente com o rendimento em<br />

todas as discipli<strong>na</strong>s, durante um período ou ano letivo.<br />

A avaliação da aprendizagem refere-se à apreciação qualitativa dos dados<br />

recolhidos pela verificação. Essa apreciação, no entanto, deveria estar vinculado<br />

a três pontos importantes: primeiras possibilidades reais do educando; segundo,<br />

reais condições de vida; e terceiro, sua efetiva escolaridade. Assim, deveriam ser<br />

levadas em consideração as aptidões, as condições de vida familiar e social e o<br />

que efetivamente tenha sido incorporado pelo processo da aprendizagem.<br />

A avaliação aprecia as amostras do comportamento do educando, que<br />

deveria ter sofrido modificações durante determi<strong>na</strong>do período de escolaridade,<br />

sempre em função de objetivos que a escola ou a educação deseja alcançar,<br />

podendo, no entanto, a avaliação ser vista como processo e produto.<br />

Como processo, a avaliação tem fi<strong>na</strong>lidade diagnosticadora, visando a um<br />

controle do processo educativo, a fim de encaminhá-lo de maneira mais<br />

adequada e eficiente em função da realidade de uma classe ou de cada<br />

educando. E pode também ser considerada como produto, quando os dados<br />

recolhidos vão servir para serem efetivadas promoções ou conferidas habilitações<br />

de caráter cultural ou profissio<strong>na</strong>l.<br />

Conforme MARQUES (apud SANT´ANNA, 1995), pensa que:<br />

“É um processo contínuo, sistemático, compreensivo<br />

comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite<br />

avaliar o conhecimento do aluno.” (MARQUES, 1976:29)<br />

A avaliação da aprendizagem é parte integrante do processo de<br />

ensino e aprendizagem, e não uma etapa isolada. Há uma exigência de que<br />

esteja concate<strong>na</strong>da com os objetos- conteúdos- métodos expressos no plano de<br />

ensino e desenvolvimento das aulas.<br />

Os objetivos explicitam conhecimentos, habilidades e atitudes, cuja<br />

compreensão, assimilação e aplicação, por meio de métodos adequados, devem<br />

manifestar-se em resultados obtidos nos exercícios, provas, convenção didática,<br />

trabalho independente. Um aspecto particularmente relevante é a clareza dos


objetivos, pois os alunos precisam saber para que estão trabalhando e no que<br />

estão sendo avaliado.<br />

Desta forma, a avaliação deve ter caráter objetivo, capaz de comprovar os<br />

conhecimentos realmente assimilados pelos alunos, de acordo com os objetivos e<br />

os conteúdos trabalhados. Isso não significa excluir a subjetividade do professor e<br />

dos alunos, que está sempre presente <strong>na</strong> relação pedagógica; mas a<br />

subjetividade não pode comprometer as exigências objetivas, sociais e didáticas,<br />

inerentes ao processo de ensino. Para garantir a exigência de objetividade,<br />

aplicam-se instrumentos e técnicas diversificadas de avaliação.<br />

Conforme afirma GOLDBERG (apud SANT´ANNA, 1995):“ A avaliação da<br />

aprendizagem é o processo de coletar, a<strong>na</strong>lisar e interpretar evidências relativas à<br />

eficiência de programas educacio<strong>na</strong>is.” (GOLDBERG, 1979:51)<br />

A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações<br />

sobre como está se realizando o processo ensino- aprendizagem como um todo,<br />

tanto para o professor como para a equipe escolar conhecerem e a<strong>na</strong>lisarem os<br />

resultados de seu trabalho como para o aluno verificar seu desempenho. E não<br />

simplesmente focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acúmulo de<br />

conteúdos, para classificá-lo em aprovado ou reprovado.<br />

Ela deve ser essencialmente formativa, <strong>na</strong> medida em que cabe á<br />

avaliação subsidiar o trabalho pedagógico, redirecio<strong>na</strong>ndo o processo ensinoaprendizagem<br />

para sa<strong>na</strong>r dificuldades, aperfeiçoando-o constantemente. A<br />

avaliação é vista como um diagnóstico contínuo e dinâmico, desta maneira,<br />

tor<strong>na</strong>ndo-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos,<br />

os procedimentos e as estratégias de ensino, para que realmente o aluno<br />

aprenda.<br />

Nessa perspectiva, ela deixa de ter o caráter classificatório de<br />

simplesmente aferir acúmulo de conhecimento para promover ou reter o aluno. E<br />

deve ser entendido pelo professor como o processo de acompanhamento e<br />

compreensão dos avanços, dos limites e das dificuldades dos alunos para<br />

atingirem os objetivos da atividade de que participam.<br />

Desta forma, POPHAM (apud, SANT´ANNA 1995), diz que:


“A avaliação educacio<strong>na</strong>l consiste em apreciações de<br />

méritos concernentes ao fenômeno educacio<strong>na</strong>l. Com<br />

apreciação de mérito nós queremos significar a determi<strong>na</strong>ção<br />

de valor ou dizer o quanto é bom aquilo que estamos<br />

avaliando.” (POPHAM, 1976:10)<br />

A avaliação tem como objetivo, diagnosticar como está se dando o<br />

processo ensino- aprendizagem e coletar informações para corrigir possíveis<br />

distorções observadas nele. Desta maneira, se os resultados da avaliação não<br />

foram satisfatórios, é preciso buscar as causas.<br />

A ação avaliativa deve ser contínua e não circunstancial, reveladora de<br />

todo o processo e não ape<strong>na</strong>s do seu produto. E esse processo contínuo serve<br />

para constatar o que está sendo construído e assimilado pelo aluno e o que está<br />

em via de construção.<br />

Portanto, a avaliação cumpre o papel de identificar dificuldades para que<br />

sejam programadas atividades diversificadas de recuperação ao longo do ano<br />

letivo, de modo que não se acumulem e se solidifiquem.<br />

Assim NERICI (apud SANT´ANNA, 1995), diz:<br />

“A avaliação é o processo de ajuizamento, apreciação,<br />

julgamento ou valorização do que o educando revelou ter<br />

aprendido durante um período de estudo ou de<br />

desenvolvimento do processo ensino- aprendizagem. Pode-se<br />

dizer, então, que não pode haver avaliação, sem que antes<br />

tenha havido verificação. Verifica-se antes de avaliar. Uma<br />

prova, seja de que modalidade for, tem por objetivo fornecer<br />

dados sobre os quais se possa emitir um juízo avaliando.”<br />

(NERICI, 1983:311)<br />

A avaliação tem por meio estabelecer princípios básicos como, o de<br />

selecio<strong>na</strong>r técnicas adequadas, estabelecer com clareza o que vai ser avaliado,<br />

ter consciência das possibilidades e limitações das técnicas de avaliação,utilizar<br />

uma variedade de técnicas e saber que a avaliação é um meio e não um fim.<br />

No entanto, a avaliação deve ser entendida como um conjunto de ações<br />

que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de aprendizagem<br />

oferecidas, readequados e ajustando sua prática às necessidades dos alunos,<br />

pois tem o caráter de acompanhar as conquistas e dificuldades do mesmo ao<br />

longo do processo de aprendizagem. Desta forma, o professor deve compartilhar


com as crianças as suas observações, si<strong>na</strong>lizando seus avanços e possibilidades<br />

de superação das dificuldades.<br />

A avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da<br />

qualidade do objetivo avaliado, fator que implica uma tomada de posição a<br />

respeito do mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo. A definição mais comum<br />

adequada, encontrada nos manuais, diz que a: “ avaliação é um julgamento de<br />

valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada<br />

de decisão.” ( LUCKESI, 1999).<br />

Portanto, a avaliação no seio da sua atividade de aprendizagem é uma<br />

necessidade, tanto para o professor como para o aluno. Visto que a avaliação<br />

permite ao professor adquirir os elementos de conhecimentos que o tornem capaz<br />

de situar, do modo mais correto e eficaz possível, a ação de estímulo, então,<br />

permite verificar em que aspectos ele deve melhorar durante seu processo de<br />

aprendizagem.<br />

Entende-se, então, que a avaliação, em síntese, serve de informação para<br />

a melhoria não só do produto fi<strong>na</strong>l, mas do processo de sua formação. Se a<br />

avaliação falhar, não será possível dispor de orientação sobre a relação entre o<br />

plano e os resultados obtidos. Daí resultam a frustração, a sensação de<br />

insegurança, a falta de direção precisa.<br />

Após dialogarmos com os pensadores aqui em registro, sentimos<br />

necessidade de discutirmos a avaliação diante da prática pedagógica a partir de<br />

sua aplicabilidade. Para tanto, optamos então, em constituir um terceiro capitulo<br />

que viesse à dar conta dessa temática.


CAPÍTULO III<br />

A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGOGICA: UM REPENSAR DE SUA<br />

APLICABILIDADE<br />

O presente capítulo vem a estimular o leitor a entender a avaliação diante<br />

da prática pedagógica a partir de sua aplicação.<br />

Costuma-se pensar que a avaliação é um dos caminhos que concorra<br />

para o fracasso escolar, elevando o índice de repetência e evasão escolar.<br />

O estudo se tor<strong>na</strong> importante, porque a avaliação é vista ape<strong>na</strong>s como um<br />

processo punitivo, onde há erros e acertos, conceituando e medindo o<br />

conhecimento, mas a avaliação vai mais além disso: é uma reflexão e análise<br />

crítica sobre o trabalho e o resultado do aluno e do professor.<br />

Pensa-se que a perspectiva temática abre uma gama de possibilidades de<br />

conhecimentos, pois, para o aluno, mais importante do que domi<strong>na</strong>r este ou<br />

aquele aspecto, é identificar a diversidade de abordagens possibilitadas pelo<br />

conhecimento, aprendendo a lidar com essa diversidade e com a articulação entre<br />

os mais cariados aspectos.<br />

Afi<strong>na</strong>l, em ple<strong>na</strong> era da informática, não mais se justifica o acúmulo de<br />

informações, mas deve-se investir <strong>na</strong> capacidade de raciocínio, de discernimento,<br />

de espírito crítico e questio<strong>na</strong>dor, no potencial criativo do ser humano, este sim,<br />

insubstituível por qualquer máqui<strong>na</strong>.<br />

Não se trata de desprezar os conteúdos, mas de compreender que eles,<br />

muitas vezes, não têm um fim em si mesmo e não devem se prestar, portanto, a<br />

constituição de um Armaze<strong>na</strong>mento de informações pelo aluno.<br />

Segundo SANT’ ANNA,1995:<br />

“O educador será um agente produtivo e renovador se<br />

trabalhar como aluno, de forma a desenvolver integralmente<br />

suas capacidades, acreditando <strong>na</strong> existência de uma<br />

vitalidade interior que se direcio<strong>na</strong> para a criatividade.”<br />

(SANT’ ANNA, 1995 :92)<br />

O educador deve, portanto, estar a serviço do desenvolvimento dessas<br />

capacidades de reflexão de articulação das informações pesquisadas com as


situações vivenciadas, abrindo perspectivas <strong>na</strong> busca de soluções criativas para a<br />

vida em sociedade.<br />

A discussão sobre o caráter processual da avaliação, tem se prolongado.<br />

Mas o que significa isso? Significa avaliar o processo, tanto do aluno quanto do<br />

grupo, visto que o processo de avaliação deve ser acompanhado pelo professor,<br />

o caminho que o aluno está trilhando para apropriar-se, efetivamente, das<br />

atividades e auto-análise do docente em sua ação pedagógica, para verificar se<br />

está atendendo às necessidades dos alunos. E ainda avaliar o processo, como<br />

parte integrante do ensino aprendizagem, preocupando-se como e o quanto um<br />

aluno é competente em relação aos objetivos selecio<strong>na</strong>dos como significativos.<br />

Segundo, SANT’ ANNA, 1995:<br />

“A avaliação <strong>na</strong> perspectiva libertadora, é uma prática<br />

coletiva que exige a consciência crítica e responsável de<br />

todos <strong>na</strong> problematização de situações.” (SANT’ ANNA, 1995<br />

:24)<br />

Para isso, a avaliação deve ser:<br />

Contínua, sendo um instrumento de acompanhamento do processo de<br />

aprendizagem dos alunos, de forma a se perceber suas conquistas, dificuldades e<br />

possibilidades;<br />

Dinâmica, utilizando diferentes instrumentos, como a observação e as<br />

várias possibilidades de registro, tanto do docente como dos discentes;<br />

Investigativa, visando levantar dados que sirvam de subsídios para o<br />

professor <strong>na</strong> reflexão sobre o processo de desenvolvimento dos alunos e sua<br />

própria prática pedagógica.<br />

Essas dimensões de avaliação (como avaliar, o que avaliar , para que<br />

avaliar) deverão estar presentes em todo o processo ensino-aprendizagem,<br />

constituindo referência tanto para o educador quanto para os próprios educandos,<br />

que devem ser sujeitos ativos de seu processo de avaliação, pois ao esclarecelhes<br />

darão mais importância para essa prática, feita em sala de aula, não para<br />

punir seus erros, mas para diagnosticar o processo de seu desenvolvimento.<br />

Assim, é importante que o professor observe e registre, dia-a-dia, os<br />

processos vivenciados pelos seus alunos, mas é fundamental que em alguns


momentos, ele se debruce sobre esses registros, para a<strong>na</strong>lisá-los em conjunto,<br />

tentando captar os avanços, as dificuldades surgidas e mesmo algum possível<br />

retrocesso. Com esses procedimentos a avaliação não poderá ser circunstancial<br />

relevando ape<strong>na</strong>s o produto, uma nota, uma definição de aprovação ou<br />

reprovação.<br />

A avaliação como processo metodológico, <strong>na</strong> prática pedagógica do<br />

professor, deve incidir justamente sobre a aprendizagem que o aluno desenvolve<br />

sobre suas atitudes, já que, aqui a avaliação é uma análise do progresso que<br />

cada aluno desenvolve, pois tudo que o aluno faz, serve para o professor avaliar,<br />

adaptar seu ensino à situação real de sala de aula, estas atitudes deverão estar<br />

presentes em todas as aulas de todas as séries em uma unidade escolar.<br />

A avaliação significa, também, respeita a singularidade de cada aluno, o<br />

ritmo de desenvolvimento físico e intelectual da aprendizagem e, principalmente,<br />

levar em consideração não ape<strong>na</strong>s o que está sendo aprendido em sala de aula,<br />

mas tudo aquilo que está sendo construído pelos alunos em outras instâncias,<br />

sua experiência de vida, sua trajetória pessoal e familiar.<br />

Assim, a avaliação deixa de ser um registro petrificado do saber ou não<br />

saber, e coloca-se a serviço do desenvolvimento do aluno, ou seja, do cidadão e<br />

assim promovendo o seu desenvolvimento rumo para autonomia,<br />

instrumentalizando-o para construção do próprio futuro e, não preparando-o para<br />

o futuro que definimos agora.<br />

Dentro dessa perspectiva, o professor deveria procurar uma possibilidade<br />

de mudanças em lugar de ape<strong>na</strong>s provas. Ele deverá desenvolver outras<br />

atividades, promovendo trabalho de pesquisas, com a produção de relatórios,<br />

desenvolvidos individualmente ou em grupos, verificando em qual nossos alunos<br />

desenvolvam mais suas capacidades.<br />

Essas ações são orientadas pelo professor e a avaliação ocorre todos os<br />

dias e não acontece em ocasiões especiais, como dias de batalha, fiscalização,<br />

proibições, segregações (separa os alunos em fila e turmas especiais,com provas<br />

diferenciadas para evitar a cola), e muito nervosismo, mexendo com todo o seu<br />

sistema nervoso para vencer o terrível inimigo chamado nota. Ao fi<strong>na</strong>l do ano<br />

este resultado estará ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s mãos do professor .<br />

Segundo PARO,1998:


“A avaliação tradicio<strong>na</strong>l baseada em exames e provas,<br />

exteriores ao processo de ensino, <strong>na</strong> qual se insere a prática<br />

das reprovações anuais, está articulada com o próprio método<br />

de ensino antieducativo de nossas escolas.” ( PARO, 1998:<br />

47)<br />

A repetência é baseada em uma série de premissas erradas: que o<br />

estudante não aprendeu, ou não aprendeu o suficiente e aprenderá se tomar<br />

exatamente o mesmo caminho pela segunda vez, o caminho que o fez fracassar a<br />

primeira vez (que <strong>na</strong>da foi aprendido ao longo do processo) e que, portanto, é<br />

necessário começar tudo de novo desde o início e que o conhecimento e a<br />

aprendizagem operam em uma dimensão linear, seguindo rotas fixas e são<br />

resultados do exercício repetitivo.<br />

O sistema escolar criou e instaurou a repetência para lidar com os<br />

complexos fatores extra e intra-escolar que inibem os ensinos aprendizagem<br />

eficazes no meio escolares. Particularmente, os agentes escolares tendem a ser a<br />

repetência como um problema externo à escola gerado <strong>na</strong> família e alimentado<br />

pelo próprio estudante e como tal, carente de soluções exter<strong>na</strong>s.<br />

Por outro lado, os pais tendem a inter<strong>na</strong>lizar o ponto de vista escolar e<br />

aceitar os diagnósticos e as predições dos professores a respeito da capacidade<br />

de aprendizagem de seu filho, como incapazes e assim decididamente, a<br />

repetência só atrai mais repetência.<br />

Posteriormente, a repetência é associada à baixa qualidade educacio<strong>na</strong>l,<br />

onde é freqüente os pais (inclusive de diversas camadas sociais) e muitas<br />

autoridades escolares associarem-<strong>na</strong> à alta qualidade e superioridade<br />

educacio<strong>na</strong>l: Um reflexo de seriedade, de discipli<strong>na</strong> e de altos padrões por parte<br />

dos diretores e docentes da escola.<br />

Segundo PARO, 1998:<br />

“As reprovações, assim, servem ao duplo propósito de<br />

isentar a escola por sua incompetência em ensi<strong>na</strong>r, e de<br />

produzir pseudocidadãos inculpados pela usurpação de seu<br />

acesso ao saber, de que em verdade são vítimas.” (PARO,<br />

1998 :47).


A reprovação é um esquema que impede o uso da avaliação dentro de<br />

uma perspectiva para a mudança . A reprovação não é a declaração explícita do<br />

fracasso do aluno, mas sim, do fracasso escolar.<br />

A temática, ora em questão, tem como objetivo mostrar que a avaliação é<br />

uma atividade necessária e permanente do trabalho docente que deve<br />

acompanhar o processo de ensino-aprendizagem. Através dela, os resultados que<br />

são obtidos no decorrer do trabalho conjunto professor-aluno, são comparados<br />

com os objetivos e metas propostas, a fim de constatar as apropriações, as<br />

dificuldades, e reorientar o trabalho pedagógico para as correções necessárias.<br />

Ao a<strong>na</strong>lisar a perspectiva da avaliação enquanto uma ação mediadora,<br />

necessário que se repense a postura do professor diante do processo avaliativo,<br />

pois é preciso reconhecer as relações concretas entre a ação educativa e a<br />

avaliação, e buscar uma consciência coletiva do significado desse processo.<br />

Segundo LIBÂNIO, 1994:<br />

“A avaliação deve ter caráter objetivo, capaz de<br />

comprovar os conhecimentos realmente assimilados pelos<br />

alunos, de acordo com os objetivos e os conteúdos<br />

trabalhados.” (LIBANIO, 1994 :202)<br />

Partindo do fazer dos alunos, podemos ajudá-los a compreender os<br />

fenômenos que nos cercam. É importante que o professor provoque, estimule<br />

esse processo de compreensão, facilitando a relação sujeito/objeto.<br />

Uma ação avaliativa que considere a mediação envolve um complexo de<br />

processos educativos a serem desenvolvidos a partir da análise de hipóteses<br />

formadas pelo aluno, para que suas ações e manifestações visem essencialmente<br />

o entendimento. Esses processos mediadores objetivam, encorajam e orientam<br />

os alunos, si<strong>na</strong>lizando para um saber qualitativamente superior, através do<br />

aprofundamento, da oportunidade de novas experiências propostas pelo<br />

professor.<br />

A função da avaliação, portanto, é mais do que constatar o que o aluno já<br />

domi<strong>na</strong>. Ela deve nortear a ação, ou seja, deve fornecer subsídios para a<br />

intervenção do professor no processo ensino-aprendizagem para que o aluno<br />

supere o nível de conhecimento que detém. Isso tudo quer dizer que a avaliação


deve fornecer indicativos para a ação do aluno e também para a ação do<br />

professor.<br />

Ela não pode ser vista como ação punitiva, destrutiva, nem como simples<br />

instrumento promocio<strong>na</strong>l, mas como ação para ajudar o aluno no seu processo de<br />

construção do conhecimento. Ela é, então, norteadora da ação pedagógica, pois a<br />

consciência de seu nível de conhecimento será um indicador ao aluno para a<br />

aquisição de novos conhecimentos.<br />

Assim, o resultado da avaliação se constitui em dados não só dos avanços<br />

obtidos pelos alunos, de suas dificuldades e possibilidades de novas<br />

aprendizagens, mas também do acompanhamento do professor durante o<br />

processo de ensino. A análise da <strong>na</strong>tureza dos fracassos permite compreender<br />

tanto os erros quanto os acertos.<br />

Nessa perspectiva, o erro cometido pelo aluno não deve ser entendido<br />

como incapacidade de aprender. Ao contrário, o erro deve ser compreendido<br />

como um indicador para o professor de que, se faz necessária, a utilização de<br />

novas estratégias para intervir pedagogicamente e, para o aluno, de que novos<br />

caminhos poderão ser percorridos para o alcance de sua aprendizagem.<br />

Mas nem todos os professores recebem recursos para esse processo de<br />

avaliação, onde há uma dicotomia <strong>na</strong> prática pedagógica, porque a teoria é<br />

passada e não praticada por vários motivos: salário baixo, falta de recursos em<br />

sala de aula, falta de aperfeiçoamento.<br />

Segundo PARO, 1998:<br />

“A simples observação do modo como se encontra<br />

perdido o professor, quer por seu precário domínio do ofício,<br />

quer por sua falta de condições mínimas de trabalho, sem<br />

lograr, em sala de aula, desenvolver algo que se possa<br />

chamar de relação ensino-aprendizagem, dispensa a busca<br />

de outras razões para o baixo rendimento escolar.” (PARO,<br />

1998 :147)<br />

A própria forma de análise de reprovação escolar tem sido um reflexo da<br />

formação precária do professor, pouco reflexiva, que determi<strong>na</strong> uma<br />

compreensão parcial deste fenômeno. Tal forma de compreensão, em geral<br />

individualista e parcial, mostra-nos que o cotidiano de trabalho do professor


acabava transformando-o também em um excluído do processo de construção<br />

dos saberes.<br />

A busca de uma formação reflexiva, menos racio<strong>na</strong>l, mais voltada para a<br />

análise e a possível superação do problema e, assim, transformando seus alunos<br />

para mais um candidato à repetência que posteriormente poderá causar a evasão<br />

escolar ao sentirem-se incapazes de progredir nos estudos e sendo vistos pelos<br />

colegas como vadios e repetentes, por não se encaixarem no sistema escolar.<br />

A evasão escolar é provocada por vários fatores psicológicos que influência<br />

<strong>na</strong> conduta dos alunos como:<br />

• O desajustamento familiar – este aluno que vive num ambiente familiar<br />

desajustado tem muitas dificuldades para progredir nos seus estudos, pois<br />

deixa de freqüentar regularmente as aulas, não cumpre os seus deveres<br />

escolares.<br />

• O ajustamento escolar – os motivos do não ajustamento escolar dos alunos<br />

estão centrados <strong>na</strong> timidez e <strong>na</strong> diferença de idade.<br />

A timidez é prejudicial visto que prejudica o relacio<strong>na</strong>mento do aluno com<br />

os colegas e com o próprio professor, e, traz como conseqüência o<br />

isolamento do aluno. A diferença de idade acaba por isolar os alunos,<br />

tor<strong>na</strong>ndo-os dispersivos e faz com que percam o interesse pelos estudos.<br />

• Frustração escolar – ao ingressar <strong>na</strong> escola o aluno espera encontrar as<br />

condições adequadas para desenvolver suas potencialidades e obter<br />

progresso no seu aprendizado; não encontrando o que esperava e não<br />

obtendo o progresso desejado, abando<strong>na</strong> a escola.<br />

• A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações<br />

sobre como está se realizando o processo ensino-aprendizagem como um<br />

todo. E não ape<strong>na</strong>s para focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o<br />

acúmulo de conteúdos, para classificá-lo em aprovado ou reprovado.<br />

A evasão e a reprovação provocada pela avaliação que mais nos interessa<br />

neste estudo, é um dos fatores predomi<strong>na</strong>ntes <strong>na</strong>s escolas, já que o<br />

professor ao julgar o que seus alunos sabem e o que não sabem, estipula<br />

nota para o seu conhecimento de determi<strong>na</strong>da matéria ou assunto, e assim<br />

esquecem da realidade de seus alunos, cuja maioria precisa trabalhar e<br />

ajudar ou até mesmo sustentar sua família.


A escola é feita para aqueles que não precisam trabalhar, por isso os<br />

resultados escolares dos alunos que têm que combi<strong>na</strong>r estudos com<br />

trabalho vão piorando cada vez mais; as reprovações e repetência vão se<br />

acumulando e com isso havendo uma desistência tanto dos pais e alunos,<br />

assim contribuindo, assim, para o fracasso escolar.<br />

• O aluno – queixas são feitas pelas escolas e focaliza o aluno como<br />

principal motivo desses fracassos escolares (reprovação e evasão), pois é<br />

incapaz de aprender. Assim, a escola aparece como vítima e<br />

descentralizando a sua responsabilidade e o fracasso do aluno, passa a<br />

ser explicado sob denomi<strong>na</strong>ções causais, variadas, tais como: distúrbios,<br />

disfunções, problemas, dificuldades entre outros, que se situam num<br />

âmbito bem mais próximo da doença e direções sociais, do que situações<br />

escolares reais, como por exemplo a avaliação que é essencial à educação<br />

e acaba sendo vista como uma a sentença para o aluno que lhe ajudará<br />

ou atrapalhará <strong>na</strong> continuidade de seus estudos. Ou seja, a avaliação está<br />

sendo vista como um fim e não como um meio para transformar as ações e<br />

assim impulsio<strong>na</strong>ndo à novas reflexões.<br />

Segundo HOFFMAN, 2000:<br />

“Os educadores aceitam e reforçam o velho e abusivo<br />

uso de notas, sem percebê-lo como um mecanismo<br />

privilegiado de competição e seleção <strong>na</strong>s escolas.<br />

Ingenuamente ou arbitrariamente, obstaculizam o projeto de<br />

vida de crianças e adolescentes com base em décimos e<br />

centésimos.” (HOFFMANN, 2000 :50)<br />

Com um olhar somativo, a avaliação está perdendo a sua fi<strong>na</strong>lidade de<br />

prática pedagógica construtiva e afetiva e passando a ser julgadora para a<br />

permanência ou a desistência de alunos que conseguiram desempenhar seus<br />

conhecimentos em um determi<strong>na</strong>do período letivo, ou seja, esta prática ,constituise<br />

em um fim, com caráter promocio<strong>na</strong>l, e o professor acaba por não perceber<br />

que a avaliação deveria acompanhar o processo de construção do conhecimento.<br />

Ele, ao dar a matéria, ao aplicar uma prova, obtém um resultado, uma nota.<br />

Logo, não há contribuição para a criação de algo novo de forma responsável e


coletiva, permitindo que o professor conheça os resultados de sua ação e ao<br />

aluno identifique o seu desempenho.<br />

Se pretendemos construir sujeitos autônomos, é preciso que o aluno exercite<br />

a reflexão sobre seu próprio processo de aprendizagem e socialização. A<br />

avaliação feita pelo próprio aluno, se bem orientada, é muito construtiva no<br />

sentido de favorecer uma análise crítica do próprio desempenho. Ele pode<br />

expressar -se por escrito ou oralmente, sobre, por exemplo, do que mais ou<br />

menos gostou e por que, o quanto acha que aprendeu, em que teve mais<br />

dificuldade ou facilidade, o que, <strong>na</strong> sua opinião, deveria ser feito para melhorar<br />

seu desempenho.<br />

Segundo SANT’ ANNA, 1995:<br />

“ A auto- avaliação e meio altamente educativo, capaz<br />

de levar o educando a refletir sobre si mesmo e tomar<br />

consciência da sua realidade como estudante.’’ (SANT’<br />

ANNA, 1995 : 94)<br />

É imprescindível manter um diálogo franco, no qual a não assimilação de<br />

determi<strong>na</strong>do conteúdo, por um ou mais alunos, seja vista pela classe como uma<br />

busca de soluções em conjunto, pois a avaliação é um processo contínuo no<br />

primeiro dia de aula e se mantém presente em todas as atividades, dentro e fora<br />

da classe, ou seja, a auto-avaliação é a valorização das suas ações e serve para<br />

avaliar o seu desempenho, com a orientação do professor.<br />

A auto-avaliação pode ser efetuada depois das atividades ou no fi<strong>na</strong>l de<br />

cada aula, mas terá amplas ambições educativas, levando o educando a:<br />

Tomar consciência de um conjunto de valores que poderá traduzir-se<br />

em normas de comportamento;<br />

tomar consciência de sua realidade<br />

huma<strong>na</strong> quanto às aptidões possibilidades e aspirações ;<br />

atenuar o conflito entre professoraluno,<br />

evitando assim, que este último se julgue injustiçado;<br />

motivar-se para engajar-se em um<br />

processo de contínuo auto-desenvolvimento.


Esse processo será muito importante para o desenvolvimento crítico dos<br />

alunos, por isso, deverá ser realizado e orientado desde cedo. Na primeira série<br />

da escola primária ou fundamental, e por meio desta auto- avaliação, professores<br />

devem estabelecer diálogos para que haja uma superação de deficiências, de<br />

relação, de aptidões, de crescimento social, intelectual, religioso, enfim, de ple<strong>na</strong><br />

realização da sua perso<strong>na</strong>lidade.<br />

Através da auto- avaliação o educando pode e deve assumir atitudes de<br />

procurar seus professores, quando tomar consciência de alguma deficiência sua,<br />

a fim de ser orientada e superada, a auto- avaliação deve levar o educando,<br />

também, a encontrar pontos fortes em sua vida que, com a cooperação de seus<br />

professores, devem ser adequadamente desenvolvidos.<br />

Com isso, a auto-avaliação é uma ação democrática feita em sala de aula,<br />

pois através dela irá subsidiar uma análise do desenvolvimento da aprendizagem<br />

do aluno partindo dele próprio.<br />

Segundo SANT’ ANNA, 1995:<br />

“A auto-avaliação consiste em levar o educando a<br />

realiza apreciação dos resultados alcançados por ele no<br />

processo da sua aprendizagem, constata dos pelas diversas<br />

formas de verificação e pela sua própria auto- observação.”<br />

(SANT’ ANNA, 1995 :95)<br />

Assim, devem ser elaboradas fichas que procurem os educandos a uma<br />

auto – avaliação e professores a uma avaliação mais ampla do que aquela<br />

possibilitada pelas provas de verificação da aprendizagem.<br />

Percebe-se, então, que mudar é preciso, mas é fundamental que se<br />

perceba o alcance da mudança, ou mesmo se o que realmente se efetiva é uma<br />

renovação pura e simples de uma prática que nos parece arcaica.<br />

Há de se considerar, ainda, que a teorização crítica da avaliação não pode<br />

ser feita livre de seus componentes sócio-culturais nem de preocupações práticas<br />

e normativas que apontem para intervenções <strong>na</strong> realidade.<br />

Entretanto, qualquer mudança <strong>na</strong> avaliação deve ser necessariamente<br />

acompanhada por mudanças no ensino e <strong>na</strong> própria escola. Isso implica,<br />

certamente tornou claro em função de uma teoria de ensino/aprendizagem, à<br />

mudança que se move <strong>na</strong> escola.


Pois somente a adoção consciente e competente de um referencial teórico<br />

comum, pode dar organicidade e coerência a qualquer movimento de mudança <strong>na</strong><br />

avaliação escolar e, conseqüentemente, <strong>na</strong> escola como um todo.<br />

Esclarecer que a necessidade do ato da avaliação não é agressiva nem<br />

ameaçadora para os alunos é muito importante, pois estes devem realmente<br />

revelar suas dúvidas e fraquezas. Pois, <strong>na</strong> avaliação, cometer enganos serve<br />

para demonstrar os caminhos, e resolver os problemas que se colocam <strong>na</strong><br />

construção do conhecimento.<br />

Por isso, a avaliação, que se coloca como um mecanismo de premiação<br />

com base nos métodos e esforços pessoais, <strong>na</strong>da mais é que um mecanismo de<br />

exclusão. Pois, <strong>na</strong> contradição da avaliação reside a bipolaridade manutenção x<br />

elimi<strong>na</strong>ção. Assim, podemos perceber que renovações pouco adiantam num<br />

universo de desconcertante apatia e mesmo incompetência que se abate sobre a<br />

escola.<br />

Entretanto, é preciso que fiquemos abertos para qualquer possibilidade ou<br />

abertura a mudanças, e, assim, comecemos a fazer movimentos que possam<br />

provocar algum tipo de ruptura. A renovação de aspectos da avaliação pode ser<br />

um bom começo. Com isso, as tarefas que sofrerem uma renovação possam<br />

funcio<strong>na</strong>r como um efeito dominó, promovendo movimentação em toda a prática<br />

pedagógica.


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Este trabalho é fruto de nosso estudo bibliográfico a partir da constatação<br />

da necessidade das transformações dos paradigmas educacio<strong>na</strong>is. Nos<br />

propusemos a alcançar neste trabalho algo que pudéssemos somar ao processo<br />

de busca da qualidade da educação. Sua concretização nos remete a uma<br />

satisfação enquanto educadoras e pessoas propostas a contribuir com a<br />

educação brasileira.<br />

O tema estudado, <strong>Avaliação</strong>, move-se e insere-se <strong>na</strong> perspectiva da<br />

construção do saber, da possibilidade de aprender e da indicação de caminhos<br />

tanto para a ação docente quanto para a ação discente. Esta percepção nos<br />

mostrou uma dinâmica no processo educacio<strong>na</strong>l e <strong>na</strong> aquisição do conhecimento.<br />

A avaliação deixa de ser o registro petrificado do saber / não saber para colocarse<br />

a serviço do desenvolvimento do aluno, ou seja, do cidadão.<br />

Uma prática avaliativa baseada no sistema de méritos individuais,<br />

classificação e competitividade reforça e legitima a verticalidade e desigualdade<br />

das relações sociais, atuando <strong>na</strong> contramão da democratização da sociedade.<br />

A mudança que se faz urgente, nesse contexto, situa-se mais no terreno<br />

ético do que técnico, no sentido de investir-se <strong>na</strong> exploração do potencial de<br />

promoção da consciência crítica, contidas numa prática avaliativa processual e<br />

participativa.<br />

Promover o homem, passa pela ampliação de sua oportunidades de<br />

crescimento e sucesso e não, pela introdução de mecanismos seletivos e<br />

classificatórios no decorrer de seu processo evolutivo. Tal afirmativa recai <strong>na</strong><br />

certeza de que as oportunidades darão ao homem a garantia da sua ocupação no<br />

meio social de forma consciente.<br />

Assim, compreender a importância da avaliação da aprendizagem no<br />

âmbito educacio<strong>na</strong>l, significa buscar no passado uma compreensão para as<br />

perspectivas futuras, que sugerem a reflexão explicativa de avaliação em termos<br />

de desempenho relevantes, por uma educação diferente.<br />

Pois a avaliação é um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir<br />

sobre as condições da aprendizagem oferecidas, readeqüando e ajustando sua<br />

prática às necessidade dos alunos e não como medição dos conteúdos


programáticos, à cobrança de pontuação do aluno à escola, a execução de<br />

tarefas para serem feitas em sala de aula ou em casa e o desempenho <strong>na</strong>s<br />

provas e testes, que priorizam a memorização e o conhecimento, sem considerar<br />

a construção do conhecimento.<br />

Entender a avaliação como uma sustentação do processo de ensinoaprendizagem<br />

é, portanto, compreendê-la como uma forma que avalia não só os<br />

alunos, mas todo o processo de ensino como: os professores, mediadores do<br />

conhecimento, responsáveis pela avaliação, os diretores e supervisores que<br />

freqüentemente dificultam as mudanças da prática, o sistema de ensino, que<br />

dificulta a transformação de uma escola.<br />

Há necessidade de democratização das ações avaliativas <strong>na</strong> escola,<br />

porque para ampliar a concepção do que avaliar, é preciso repensar a nossa<br />

concepção de conhecimento e sociedade e do papel do processo de<br />

escolarização <strong>na</strong> formação de crianças, adultos e adolescentes, reconstruindo o<br />

seu significado.<br />

E isso precisa ser realizado coletivamente, se temos como intenção, uma<br />

construção cultural que pressupõe uma desconstrução anterior, como a punição,<br />

as notas, a classificação onde, através dessa concepção, o nível de reprovação e<br />

evasão escolar aumenta. É preciso mudar a função da avaliação, pois precisamos<br />

transformar o discurso avaliativo numa mensagem que faça sentido, tanto para<br />

quem a emite, quanto para aquele que a recebe.<br />

O maior interesse de um processo de avaliação deveria recair no fato de<br />

se tor<strong>na</strong>r verdadeiramente informador. A avaliação deve tor<strong>na</strong>r-se o momento e o<br />

meio de uma comunicação social clara e efetiva. Assim sendo, a ação avaliativa<br />

precisa ser tematizada numa perspectiva ética, em que se enfoque: o papel da<br />

avaliação, a função social da escola e o direito à educação.<br />

Mas não se restringe à escola o significado seletivo que a avaliação tomou,<br />

invertendo seu sentido de ferramenta para acompanhamento da qualificação. A<br />

situação se assemelha a uma teia, presas <strong>na</strong>s malhas da rede onde encontra-se<br />

outras situações sociais que envolvem avaliadores e avaliados, onde a<br />

arbitrariedade é a principal diretriz.<br />

Assim, é preciso avaliar para ir além do que já fazemos. Conhecer,<br />

constatar o processo e superar os erros. Construir uma escola que tenha <strong>na</strong> ética


sua diretriz, onde a educação e as pessoas sejam consideradas em seus direitos<br />

e diferenças e onde o profissio<strong>na</strong>l da educação, nesse movimento de construção,<br />

seja também valorizado e respeitado.<br />

Portanto, tivemos a oportunidade de observar <strong>na</strong> educação do Brasil, que a<br />

mesma aponta muito mais para limites que para avanços desde seus primórdios,<br />

no período colonial.<br />

Os desafios sofridos durante a trajetória da educação brasileira, deram<br />

pouco, ou quase <strong>na</strong>da de oportunidade à sociedade de tor<strong>na</strong>r os homens dignos<br />

cidadãos. Pois, quando não garante a igualdade de oportunizar, tor<strong>na</strong>-se elitista,<br />

logo classificatório.<br />

Nesse tempo, mais uma vez, encontramos o papel da avaliação, como<br />

mera reprodutora de valores sempre oportunizada pelas classes detectoras do<br />

poder que passa a confirmar os anseios do outro.<br />

Verifica-se também que a avaliação ainda é assegurada a partir de<br />

confecções de provas e atribuições de notas, negando assim, a apreciação<br />

valorativa, logo qualitativa.<br />

A avaliação deveria ser entendida passo a passo <strong>na</strong> construção do<br />

processo, tor<strong>na</strong>ndo-a familiar à todos e uma ferramenta necessária para a<br />

superação das barreiras encontradas.<br />

Se tivéssemos oportunidade de avaliar a avaliação, comungaríamos com<br />

os teóricos arrolados <strong>na</strong> confecção do 2º capitulo, onde afirmamos que devíamos<br />

mudar o principio, a filosofia, a forma de encarar a avaliação dando-a o sentido<br />

valorativo e não classificatório.<br />

Por fim, enquanto a avaliação for entendida como o simplismo do paradoxo<br />

erro e acerto, não poderemos entendê-la como satisfatória.


ANEXOS


A- FICHA DE COMPORTAMENTO PESSOAL E SOCIAL<br />

Desti<strong>na</strong>-se a levar o educando a apreciar o seu comportamento com<br />

relação a si mesmo, às pessoas e coisas do seu convívio.<br />

Este tipo de ficha pode ser preenchido diária, sema<strong>na</strong>l, quinze<strong>na</strong>l ou<br />

mensalmente.<br />

Quanto mais imaturo o educando, mais curtos devem ser os intervalos de<br />

preenchimento de uma ficha a outra ou de uma anotação a outra <strong>na</strong> mesma<br />

ficha, conforme o tipo de ficha utilizado.<br />

1. Sou pontual ?<br />

FICHA DE COMPORTAMANTO PESSOAL E SOCIAL.<br />

Nome: .....................................................<br />

Curso: ............................................Série ..........Turma .........<br />

Mês .............<br />

Idade ............ Ano letivo ................<br />

ITENS 1ª QUINZENA 2ª QUINZENA<br />

2. Cuido do meu material escolar ?<br />

3. Atendo as ordens do professor ?<br />

4. Sei falar ?<br />

5. Sei ouvir ?<br />

6. Faço minhas tarefas ?<br />

7. Respeito meus colegas ?


B - FICHA DE DISCIPLINA OU AREA DE ESTUDO<br />

Desti<strong>na</strong>-se a levar o educando a apreciar seu trabalho em uma discipli<strong>na</strong> ou<br />

área de estudo, a fim de procurar soluções para possíveis dificuldades que venha<br />

a encontrar <strong>na</strong> mesma.<br />

FICHA DE DISCIPLINA OU AREA DE ESTUDO.<br />

Nome: .............................................................<br />

Curso :...................... Série ................ Turma ..............<br />

Discipli<strong>na</strong> ......................................<br />

Mês ................... Ano letivo ...........................<br />

ITENS ANOTACOES<br />

1. Como vou indo nesta discipli<strong>na</strong> ?<br />

2. Compreendo satisfatoriamente ?<br />

3.Tenho-me dedicado<br />

convenientemente ao seu estudo?<br />

4. Tenho boas relações com o<br />

professor ?<br />

5. Compreendo suas aulas ?<br />

6. O professor orienta<br />

satisfatoriamente os estudos ?<br />

7. Quais as dificuldades que encontro<br />

nesta discipli<strong>na</strong> ?


C - FICHA DE DISCIPLINA APOS UMA PROVA<br />

Desti<strong>na</strong>-se a uma auto- avaliação, após uma prova, em determi<strong>na</strong>da<br />

discipli<strong>na</strong>, quando conhecido o resultado obtido <strong>na</strong> mesma.<br />

FICHA DE DISCIPLINA APÓS UMA PROVA<br />

Nome ......................................................................<br />

Curso ..................... Serie .............Turma .........<br />

Discipli<strong>na</strong> ......................................<br />

Prova de ......................................... Ano letivo ..................<br />

ITENS ANOTAÇÕES<br />

1. Estou satisfeito com o resultado da prova ?<br />

2. O resultado foi acima ou abaixo do que<br />

esperava?<br />

3. Poderia ter saído melhor ?<br />

4. Dei a devida atenção ao preparar-me para a<br />

mesma ?<br />

5.as questões estavam bem preparadas ?<br />

6. Compreendi bem os apontamentos ?<br />

7. Que deveria fazer para melhorar meu<br />

desempenho nesta discipli<strong>na</strong>?


BIBLIOGRAFIA<br />

ABRAMOWICZ, Mere . Avaliando a <strong>Avaliação</strong> da aprendizagem: um novo<br />

olhar – 1º ed., São Paulo: Lúmen, 1996.<br />

DINIZ, Terezinha. Sistema de <strong>Avaliação</strong> e Aprendizagem – 1ª ed., Rio de<br />

Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1982.<br />

FARO, Vítor Henrique. Reprovação Escolar: Renúncia à Educação -1ª ed., São<br />

Paulo: Cortez, 1995.<br />

FREITAG, Bárbara. O Livro Didática em Questão – 2ª ed., São Paulo: Cortez,<br />

1989.<br />

HOFFMANN, Jussara. Pontos e Contrapontos do pensar ao agir em avaliação<br />

– 4ª ed., Porto Alegre: Mediação, 2000<br />

LIBÂNEO, José Carlos. Didática Geral – 19ª ed., São Paulo: Cortez, 1994<br />

LUCKESI, Cipriano Carlos. <strong>Avaliação</strong> da Aprendizagem escolar: estudos e<br />

proposições – 9ª ed., São Paulo: Cortez, 1999.<br />

NERICI, Inúcleo Giusepe. Introdução à Didática Geral - 15ª ed., São Paulo:<br />

Atlas, 1985.<br />

NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma Escola para o Povo. – 19ª ed., São Paulo:<br />

Brasiliense, 1978<br />

PILETTI, Claudino. Didática Geral. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1990<br />

SACRISTAN, J. Gimeno. Compreender e Transformar o ensino – 4ª ed., Art<br />

Med, 1998<br />

SANT´ANNA, Ilza Martins. Por que Avaliar? Como Avaliar?: Critérios e<br />

Instrumentos – Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.<br />

SANTOS, Izequias Estevam dos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Científica –<br />

3º ed., Rio de Janeiro: Impetus, 2001

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