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A ANABB promoveu, durante todo<br />

o mês de março, a quarta edição do<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB.<br />

Três especialistas em temas femininos<br />

– o psiquiatra Antônio Mourão, a professora<br />

e escritora Nelma Penteado e o<br />

ginecologista Malcom Montgomery –<br />

reuniram mais de duas mil funcioná-<br />

rias do Banco do Brasil em oito capitais:<br />

Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro,<br />

Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte,<br />

Salvador e Florianópolis. As palestras<br />

agregaram informação e entretenimento<br />

– um convite à reflexão sobre<br />

os papéis e as frustrações da mulher<br />

neste novo milênio.<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

1


2 Encontro<br />

Casamento é desentendimento<br />

O psiquiatra<br />

Antônio Mourão, autor<br />

do livro “Casal: como viver<br />

um bom desentendimento”,<br />

palestrou em três cidades: Salvador, Florianópolis<br />

e Porto Alegre. De forma bem-humorada,<br />

mostrou como é complicada, mas prazerosa, a vida a<br />

dois.<br />

Mourão trabalha há mais de vinte anos como<br />

terapeuta de famílias e de casais em conflito. Durante<br />

esse período, chegou às conclusões de que “casamento<br />

tem tudo para dar errado” e que o consenso é<br />

impossível em uma relação. “O diálogo não serve<br />

para chegar a um acordo e sim para que cada um<br />

respeite o ponto de vista do outro”, pontua.<br />

O terapeuta ressalta em todas as suas palestras<br />

que a rotina é o “câncer do amor”, afetando principalmente<br />

a sexualidade. “As pessoas, hoje, vivem<br />

mais do que no passado. A história do ‘até que a<br />

morte os separe’ demora bastante. Então, se elas não<br />

forem mudando, realmente fica uma coisa muito<br />

chata. Mudem, nem que seja a posição dos móveis”,<br />

aconselha.<br />

Ele argumenta que as pessoas têm o hábito de<br />

acreditar que o amor é eterno, o que não é verdade.<br />

“Para o amor sobreviver, é preciso que haja encantamento,<br />

renovação e cuidado”. Mas alerta: cuidar não<br />

significa ser mãe do marido. “Esse é um dos maiores<br />

Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

Mourão: “a rotina é o câncer do<br />

amor, afetando principalmente a<br />

sexualidade”.<br />

erros que as mulheres cometem”. Mourão adverte que<br />

o fato de tratar o cônjuge como filho é um dos<br />

principais problemas para a saúde emocional e sexual<br />

dos casais. “Alguns até se chamam de mãezinha e<br />

paizinho. Isso é terrível, porque com<br />

mãe e pai ninguém transa. Os<br />

cônjuges não podem aceitar serem<br />

chamados dessa forma. Senão, a<br />

coisa vai esfriando e ninguém<br />

percebe o porquê, pois esse<br />

comportamento ocorre inconscientemente”,<br />

afirma.<br />

Mourão também abordou a<br />

separação dos casais, classificandoa<br />

em três grupos: o primeiro, chamado<br />

de “Separação Prematura”,<br />

ocorre com até dois anos de relacionamento e está<br />

ligado à influência das famílias de origem, à adaptação<br />

do casal a um novo tipo de vida ou à descoberta<br />

de que aquela pessoa não era o que o outro<br />

imaginava.<br />

O segundo grupo, chamado pelo médico de “O<br />

Amor Acabou”, está em primeiro lugar no ranking das<br />

separações, envolvendo os casais que viveram juntos<br />

entre sete e quinze anos. Nessa situação, a falta de<br />

diálogo é um dos maiores problemas. “Não são<br />

poucas as vezes em que uma cliente chega no<br />

consultório dizendo que só sabe da vida de seu<br />

companheiro por meio de amigos. É comum ver<br />

casais que saem para jantar e ficam calados a noite<br />

inteira”, disse.<br />

Já o terceiro grupo, intitulado “Separação<br />

Tardia”, abrange os casais com mais de 20 anos de<br />

união. Geralmente, o casal tinha uma função parental<br />

(de pai e mãe) mais evidente que a conjugal. “São<br />

pais de crianças que cresceram e foram embora.<br />

Depois disso, o casal se descobre como dois estranhos<br />

vivendo na mesma casa. Como a pressão social<br />

vem se reduzindo, hoje esses casais se separam, o<br />

que não acontecia antes”, explica.


Malcolm: “a melhor característica<br />

das mulheres de hoje é<br />

a autonomia. E a pior também”.<br />

Música da melhor qualidade e cenas<br />

famosas de cinema intercaladas com assuntos de<br />

mulher é a receita de sucesso da palestra<br />

“Mulheres, suas dores e seus amores”, assinada<br />

pelo ginecologista Malcolm Montgomery e<br />

proferida nas cidades de São Paulo e Rio de<br />

Janeiro.<br />

“A melhor característica das mulheres de hoje<br />

é a autonomia. E a pior também”, avalia<br />

Montgomery. Um exemplo positivo de liberdade<br />

citado por ele é que “a mulher não precisa mais<br />

agüentar um orangotango ao lado a vida toda”.<br />

Um aspecto negativo é que a autonomia traz mais<br />

exigências à mulher, o que, segundo ele, muitas<br />

vezes leva à solidão.<br />

A palestra tratou dos principais aspectos de<br />

cada fase da vida feminina: infância, adolescência,<br />

vida adulta e velhice, abordando temas como<br />

sexualidade, namoro, casamento, maternidade,<br />

separação e menopausa. A platéia reviveu<br />

emoções que só as mulheres conhecem.<br />

Para Malcolm Montgomery, a depressão é o<br />

principal problema enfrentado pelas mulheres na<br />

atualidade. “Costumo dizer que a mulher adoece<br />

Dores e amores<br />

por alguém, com alguém ou para alguém. Em<br />

geral, até os 45 anos a mulher descobre que viveu<br />

um roteiro que não foi escrito por ela. Aí aparece<br />

a depressão, não apenas sob o sintoma da<br />

melancolia, mas de várias formas, como mania de<br />

dieta, de ginástica, de segurança”, explica.<br />

Em entrevista ao jornal Ação, no ano<br />

passado, Malcolm havia dito que a mulher vive<br />

entre cinco opressores: “o primeiro é a cultura<br />

patriarcal, que faz com que ela se inferiorize<br />

diante do homem. Ela não poupa esforços em<br />

estar linda e perfeita para um homem que está<br />

careca e barrigudo. O segundo é o poder<br />

econômico do homem, ao qual ela continua se<br />

submetendo mesmo quando trabalha e não<br />

precisa dele. O terceiro é a Igreja, que é uma<br />

indutora de culpa e está há dois mil anos<br />

satanizando a sexualidade; o quarto é a natureza,<br />

que subjuga a mulher. Por fim, os padrões de<br />

beleza e as receitas de comportamento impostos<br />

pela mídia seriam o mais recente opressor”,<br />

afirmou.<br />

Ele alerta que a chave para se chegar à<br />

velhice com saúde é deixar para trás os rancores.<br />

“Temos que varrer os cacos existenciais de nossos<br />

vasos quebrados”, disse. E lembra: “Nunca<br />

percam a adolescente dentro de vocês”.<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

3


4 Encontro<br />

Nelma: “há mulheres que optam<br />

por ser uma pedra de<br />

rua. Outras preferem ser<br />

diamante”.<br />

Mulher Diamante<br />

Nelma Penteado palestrou em três<br />

capitais: Brasília, Belo Horizonte e<br />

Fortaleza. Com o tema “Inteligência<br />

Profissional e Afetiva”, a palestrante<br />

abordou as diversas esferas da vida da mulher<br />

(afetiva, profissional, sensual, espiritual e pessoal)<br />

e enfatizou a auto-estima como a principal<br />

característica para se obter sucesso em todas<br />

elas. De acordo com a escritora, é preciso sempre<br />

afirmar que “você é mais, pode mais, merece<br />

mais” e não se pode desperdiçar a vida pensando<br />

o contrário.<br />

A afirmação de que “vida feliz é uma questão<br />

de escolha” é definida por Nelma como a chave<br />

para a condução do cotidiano. A escritora<br />

exemplificou as possibilidades de escolha das<br />

mulheres com duas comparações. A primeira é a<br />

da mulher que opta por ser uma “pedra de rua”,<br />

sem valor, descartável e que ninguém faz questão<br />

de guardar; a segunda é a mulher “diamante”,<br />

preciosa e desejada. Durante a palestra, Nelma<br />

trouxe dicas para que a mulher se comporte como<br />

um “diamante” nas diversas áreas de sua vida.<br />

Sobre os entraves vivenciados no dia-a-dia, a<br />

Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

palestrante sentencia: “a gente não tem<br />

problemas, tem desafios”. Para encará-los, Nelma<br />

é categórica ao afirmar: “chore menos e raciocine<br />

mais”. Em sua opinião, quando a mulher tem<br />

desafios, ela deve, em vez de se lamentar, buscar<br />

alternativas e oportunidades. “Eu queria que a<br />

palestra servisse para mostrar o seguinte: escolha<br />

a felicidade, cuide de seu jardim. Pare de pôr a<br />

culpa no outro porque o seu jardim não é florido.<br />

É mais fácil dizer ‘ah, é meu marido, é meu filho, é<br />

meu chefe, é minha celulite!’ É mentira. O que<br />

falta é a atitude de cuidar da vida”, resume a<br />

palestrante.<br />

Nelma também trouxe dicas de sensualidade<br />

para a mulher se sentir mais criativa e segura em<br />

seu relacionamento afetivo. “Vocês não precisam<br />

acreditar em mim. Coloquem essas dicas em<br />

prática por apenas dois dias e vejam se suas vidas<br />

não vão mudar”, garantiu.


BRASÍLIA<br />

Na capital do País, o Encontro<br />

aconteceu no Dia Internacional da Mulher, 8<br />

de março, e reuniu cerca de 450<br />

funcionárias na casa de eventos Porto<br />

Vittória. Essa foi a<br />

quarta edição do<br />

encontro de mulheres<br />

na Capital Federal e,<br />

pelo número de<br />

participantes – que aumenta<br />

a cada ano –, o<br />

sucesso do evento é<br />

inquestionável. “Dia 08<br />

de março está sempre<br />

marcado no meu<br />

calendário. Não faço<br />

nada porque sei que vai haver alguma coisa na<br />

ANABB”, afirma a funcionária da área de<br />

Tecnologia do BB Lúcia Cristina Brun. Para Lúcia, a<br />

descontração é o ponto mais importante do evento.<br />

A funcionária da área de Varejo Ieda Teresinha<br />

Amui faz coro com a colega. Em sua opinião, a iniciativa<br />

da ANABB é muito importante. “Encontramos<br />

pessoas conhecidas, que não vemos sempre”.<br />

Ieda afirma ainda que essa é uma oportunidade de<br />

reflexão.<br />

Se o mote era diversão com reflexão, a escritora<br />

Nelma Penteado deu o seu recado. Com bom humor,<br />

levantou a auto-estima das participantes. A palestra,<br />

que durou quase duas horas, rendeu aplausos empolgados<br />

das funcionárias do BB. “Foi uma iniciativa<br />

maravilhosa da ANABB. Depois de um dia estressante<br />

de trabalho, assistir a uma palestra como essa, com<br />

vida, é muito bom”, afirma a funcionária da Super<br />

Estadual Tânia Aparecida dos Santos.<br />

Na capital do País, o Encontro<br />

aconteceu no Dia Internacional da<br />

Mulher e reuniu cerca de 450<br />

funcionárias na casa de eventos<br />

Porto Vittória.<br />

SÃO PAULO<br />

Cerca de 200 funcionárias e ex-colaboradoras<br />

do Banco do Brasil riram e se emocionaram muito<br />

na noite de 9 de março, em São Paulo, com a palestra<br />

de Malcolm Montgomery.<br />

“Foi muito bom relembrar momentos e músicas<br />

marcantes da minha vida, me vi novamente criança,<br />

adolescente e mulher, com minhas alegrias e tristezas”,<br />

diz Denise Vianna, 41 anos, casada, mãe de<br />

três filhos e conselheira da ANABB. O perfil de<br />

Denise se parece com o de muitas outras presentes<br />

na palestra: o de mulheres independentes, uma característica<br />

sempre abordada na palestra do ginecologista.<br />

Para Malcolm, uma das conseqüências da autonomia<br />

é a solidão. Esse parece ser o caso de Heloisa<br />

Negreiros de Castro, 84 anos, aposentada do Banco<br />

do Brasil. Elegante e bonita, Heloisa diz que nunca<br />

se casou porque não achou a pessoa certa.<br />

“Uma vez me apaixonei por um homem desquitado,<br />

mas meus pais não permitiram o namoro.<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

5


6 Encontro<br />

Cerca de 200 funcionárias e<br />

Ainda bem, depois descobri<br />

ex-colaboradoras do Banco<br />

que ele era um mulherengo. Os<br />

do Brasil riram e se emocio-<br />

pais sempre estão certos”,<br />

naram muito com a palestra<br />

acredita. Quando começou a<br />

de Malcolm Montgomery,<br />

trabalhar, na década de 30,<br />

em São Paulo.<br />

Heloísa não saía de casa sem<br />

chapéu e luvas. De lá para cá, observou grandes<br />

mudanças no papel das mulheres na sociedade.<br />

“Antes sofríamos muita discriminação, hoje as<br />

mulheres sabem discernir melhor o seu papel de<br />

mãe, educadora e trabalhadora. O lado ruim é a<br />

liberdade excessiva, principalmente a sexual”, protesta.<br />

Economista, Heloísa diz que se realizou profissionalmente,<br />

mas não pessoalmente. Mas ela não desistiu.<br />

“Achei um amor e ainda há tempo. Para o amor<br />

nunca é tarde”, afirma. Durante a palestra, ela se<br />

emocionou ao ver cenas do filme Tomates Verdes Fritos,<br />

ao som de Todo Sentimento, de Chico Buarque.<br />

Malcolm concorda com Heloísa. Para ele, coração<br />

de mulher tem sempre 18 anos de idade. Ele parece<br />

mesmo falar a língua das mulheres. “Sua palestra<br />

nos faz pensar sobre a vida; saio daqui com a<br />

vontade de ser feliz”, diz Denise.<br />

Cleide Silva, 53 anos, aposentada do BB, parece<br />

que já encontrou a felicidade. Viúva, está noiva e<br />

radiante. “Encontrei um amor aos 50”, diz, com um<br />

sorriso nos lábios. “A vida continua, e é sempre através<br />

das mulheres”, observou o médico, ao encerrar a<br />

palestra.<br />

RIO DE JANEIRO<br />

No Rio de Janeiro, a comemoração aconteceu<br />

em 10 de março, no Salão Nobre do Hotel Glória. O<br />

tradicional hotel carioca estendeu os tapetes para<br />

receber 300 mulheres, ávidas<br />

por ouvir a palestra do<br />

Dr. Malcolm Montgomery,<br />

que, no dia anterior, havia<br />

estado em São Paulo.<br />

Mulheres de todas as<br />

idades saíam dos eleva-<br />

Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

dores de época e assumiam o clima de requinte do<br />

hotel de 1922. Todas queriam participar do encontro,<br />

rever colegas de trabalho e matar a saudade. O<br />

coquetel de abertura foi animado por música<br />

instrumental brasileira.<br />

No auditório, eram muitos os exemplos de vitoriosas<br />

que batalharam e conquistaram seu espaço.<br />

Neyde e Luciana Braga, mãe e filha, foram juntas<br />

celebrar a data. Neyde começou a trabalhar aos 14<br />

anos para ajudar a família, que morava próxima à<br />

favela do Salgueiro, no Rio. Hoje, com 62 anos, lembra,<br />

sorrindo, que a primeira televisão que tiveram<br />

era dividida com a vizinhança inteira. Por influência<br />

de colegas, fez o concurso para o BB, onde<br />

ingressou em 1969. Formou-se em Direito e decidiu<br />

que era a hora de realizar um sonho antigo: fazer<br />

teatro. Subiu ao palco pela primeira vez ao lado da<br />

filha, Luciana, de 22 anos. “Admiro muito a força da<br />

minha mãe, tento ser como ela”, afirma, com<br />

carinho, a filha. Neyde ressalta que o ser humano<br />

pode tudo, desde que queira, e destaca: “nunca<br />

desista de nada, por mais dura que seja a vida”.<br />

A aposentada Mara Souza Porto, de 52 anos,<br />

viveu algumas das experiências narradas na palestra<br />

de Malcolm. Foi criada pela mãe sergipana, no Rio<br />

de Janeiro. Na infância, teve de entender e lidar com<br />

o fato de não ter o pai. “Tudo era vivido com muita<br />

luta, muito trabalho”, comenta. Aos 22 anos,<br />

começou a fazer concursos e, algum tempo depois,<br />

No Rio de Janeiro, o<br />

encontro também foi<br />

uma ótima oportunidade<br />

de rever colegas de<br />

trabalho e matar a<br />

saudade.


Mulheres de todas<br />

as idades<br />

assumiram o clima<br />

de requinte do Hotel<br />

Glória, de 1922.<br />

ingressou no BB e fez carreira. Hoje, Mara tem um<br />

apartamento, não teve filhos e dedicou a vida ao trabalho<br />

e a cuidar da mãe. Para ela, as conquistas<br />

profissionais foram importantes: “Agradeço ao Banco<br />

do Brasil por tudo o que tenho. Se eu pudesse<br />

resumir a luta em palavras, seria como todo dia<br />

acordar e dizer: obrigada, Senhor, venci.”<br />

Diante do Dr. Malcolm, estava o laboratório de<br />

onde ele extrai o conteúdo de suas palestras. Exemplos<br />

de dignidade, de batalha, de gente que recebe<br />

menos aplausos do que merece.<br />

FORTALEZA<br />

Francisca de Moura Barros, 52 anos, chegou<br />

quieta, com olhar desconfiado. Sentou-se no<br />

primeiro lugar disponível. Outras Franciscas, Marias,<br />

Célias, Márcias foram chegando. No meio delas,<br />

Francisca de Moura, aposentada do Banco do Brasil<br />

em Fortaleza, começou a relaxar. Abriu um, dois<br />

sorrisos e logo tagarelava as peripécias e seriedades<br />

dos 25 anos como profissional do Banco. Um trocatroca<br />

de vidas parecia ter saído da palestra que<br />

ainda nem tinha começado, tamanha a descontração.<br />

Mas logo ouviu o sinal de que estava na hora<br />

de conhecer uma escritora que daria mais uma<br />

Em Fortaleza, cerca de 150 mulheres esperavam pela palestra<br />

sobre inteligência profissional e afetiva.<br />

sacudida no destino dela e daquelas mulheres.<br />

Francisca franziu a testa ao ver a escritora<br />

Nelma Penteado, vestida com um conjunto branco.<br />

De microfone na mão e cordas<br />

vocais poderosas, a especialista<br />

em auto-estima despertou a<br />

desconfiança de Francisca, que<br />

logo se dissipou.<br />

“Quero dizer que achei caminhos<br />

tão legais que, quem sabe,<br />

trarão coisas boas a vocês<br />

também”, anunciou a palestrante.<br />

Sorrisos reconfortados.<br />

Francisca já tinha revelado que<br />

encontrou um daqueles<br />

caminhos. “Como visionária, sempre me realizei e<br />

tudo que pude dar ao Banco, dei. Não me arrependi<br />

porque me ajudou em tudo, até na afetividade”. Era<br />

essa complementariedade de papéis que Nelma<br />

Penteado queria passar para aquelas mulheres: o<br />

que Francisca já tinha encontrado.<br />

“A mulher assume muitas culpas ao longo da<br />

vida. Ao chegar em casa, tem de cuidar dos filhos,<br />

fazer as tarefas domésticas. Tem de ser esposa,<br />

filha, mãe maravilhosa, sem esquecer de ser colega<br />

de trabalho”, lembrou Nelma.<br />

Situações que uma moça ainda não<br />

experimentou. Pertinho de Francisca estava a<br />

estagiária da Superintendência do Banco do Brasil<br />

Amara Lemos, de 23 anos. “O bom é que estou<br />

sendo remunerada e isso ajuda na faculdade; posso<br />

comprar mais livros e fazer um curso. Em casa,<br />

ajudo meus pais”, revelou.<br />

Francisca e Amara emocionaram-se com as palavras<br />

da escritora e abraçaram as colegas. Riram,<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

7


8<br />

Encontro<br />

se revelaram. Outras comparavam os ditos de Nelma<br />

com a realidade da profissão. “É exatamente assim.<br />

Sempre tem uma colega que leva a gente pra<br />

baixo, que nunca está satisfeita com nada”, disse<br />

Célia Guimarães, de 44 anos, há 18 no Banco do<br />

Brasil. Esse era um dos objetivos da escritora. Fazer<br />

com que os exemplos relatados por ela fossem<br />

idênticos aos vividos no ambiente de trabalho.<br />

Francisca prestou atenção e resumiu: “se<br />

tivesse de recomeçar, faria tudo igual. Fui mãe<br />

durante esses 25 anos de trabalho e nem por<br />

isso deixei de ser a profissional, a esposa, a<br />

mulher”.<br />

PORTO ALEGRE<br />

A ANABB reuniu em Porto Alegre, no dia<br />

16 de março, cerca de 230 mulheres<br />

funcionárias do Banco do Brasil. Uma delas era<br />

Maria Helena Pontim, 49 anos, que se identificou<br />

com as críticas feitas pelo Dr. Antônio Mourão. “A<br />

gente vira mãe do marido e esquece que temos o<br />

nosso lado de mulher, esposa. O que ele diz faz a<br />

gente pensar. Acho que depende da gente criar<br />

O presidente da Cooperforte, José Valdir,<br />

o presidente da ANABB, Valmir Camilo, e os diretores da<br />

ANABB Graça Machado e Emílio Ribas Rodrigues.<br />

Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

casais com outros hábitos”, afirmou.<br />

Já Alba Flávia Martins Costa, 46 anos, segue a<br />

cartilha. Ela diz que a palestra coincide muito com a<br />

sua forma de pensar e de levar a vida. A funcionária<br />

do BB conta que tem uma ótima relação afetiva,<br />

principalmente por seguir um dos conselhos do<br />

especialista: “temos de preservar a relação de<br />

marido e mulher, senão dá problema”, afirma.<br />

A ANABB<br />

reuniu em Porto<br />

Alegre cerca de<br />

230 mulheres<br />

funcionárias do<br />

Banco do Brasil.<br />

Simpático, o palestrante conseguiu conduzir o<br />

público do riso às lágrimas com as histórias que<br />

contou para ilustrar sua apresentação. E, ao <strong>final</strong>,<br />

dedicou sua palestra a uma das mulheres que o<br />

assistia: “antes de começar a falar aqui, eu conversei<br />

com uma senhora que perdeu o marido há sete me-<br />

Graça Machado, o presidente do Conselho<br />

Deliberativo da ANABB, Antonio Gonçalves, Dr. Malcolm,<br />

Valmir Camilo, o diretor estadual da ANABB/SP, Armando Santos,<br />

o diretor da ANABB Élcio Bueno e a conselheira da ANABB<br />

Tereza Cristina Godoy.


ses. Ela me disse coisas lindas sobre ele. Disse que<br />

sente uma ‘saudade suave’. Essa ‘saudade suave’ é<br />

o amor”.<br />

Maria Margarete Scherer Vaz, 49 anos, que recebeu<br />

a dedicação, emocionou-se com as palavras<br />

do médico e concordou com seus ensinamentos.<br />

“Era exatamente o que eu vivia no meu casamento.<br />

A gente era o oposto um do outro, mas acredito que<br />

eu era a metade dele e ele era a minha metade”,<br />

suspirou. Ela conta que Mourão confirmou algo que<br />

já havia constatado: “para mim, o casamento é como<br />

o vinho. Quanto mais velho, melhor. Hoje sei que<br />

vivi um grande amor”.<br />

BELO HORIZONTE<br />

Um encontro entre três ou quatro amigas é<br />

sempre marcado por confidências, muitas risadas e<br />

até mesmo por algumas<br />

lágrimas. É possível esse<br />

quadro se repetir se o<br />

número de mulheres for mais<br />

de 400? Sim. A descrição<br />

pode ser usada para retratar<br />

o Encontro do dia 17 de<br />

março, em Belo Horizonte.<br />

Diversas gerações de associadas<br />

da ANABB foram<br />

Valmir Camilo, a representante<br />

da Cooperforte Lígia Bastos, Graça Machado e o diretor<br />

estadual da ANABB/RJ, Antônio Pedroso.<br />

festejadas por sua condição feminina. O bate-papo,<br />

conduzido pela escritora Nelma Penteado, ocupou o<br />

lugar do formato tradicional de palestra e envolveu,<br />

durante duas horas, todos os presentes no auditório<br />

do Hotel Mercure.<br />

“Este é um momento de muita alegria, a gente<br />

encontra as colegas, tanto as que já se aposentaram<br />

como as da nova geração”, avalia a aposentada<br />

Neuza Ribeiro Nicoliello, que, em 1972, foi a primeira<br />

mulher a trabalhar em sua agência. Para Neuza, a<br />

participação de Nelma Penteado foi uma ótima escolha.<br />

“Ela é uma mulher com mentalidade nova, que<br />

tem uma capacidade de comunicação muito grande.<br />

É sempre importante a gente ouvir sobre como conciliar<br />

o nosso lado afetivo com o profissional”.<br />

A aposta de Najla Sandra Ribeiro Mendes<br />

Almeida, funcionária há 17 anos, é que depois do<br />

Encontro as pessoas certamente irão trabalhar com<br />

mais alegria e motivação. “A gente aprende que a<br />

mulher tem de se valorizar mais e esse aprendizado<br />

a gente leva<br />

para nossa<br />

vida em família<br />

e para o<br />

trabalho”.<br />

Para Neuza Ribeiro, Nelma Penteado<br />

é uma mulher com mentalidade nova,<br />

que tem grande capacidade de<br />

comunicação.<br />

Jussara Gordin Correa, da Cooperforte,<br />

a assessora da ANABB Ana Lúcia Landin, coordenadora do<br />

encontro em Fortaleza, o diretor estadual da ANABB/CE, Francisco<br />

Ellery, Maria José de Oliveira (Mazé) e Graça Machado.<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

9


10<br />

De acordo com Kátia Alves Guerra, o bom de<br />

ouvir palestras como a de Nelma Penteado é que<br />

“muita coisa a gente até já sabe, mas não pratica. É<br />

bom relembrar que devemos nos valorizar para estar<br />

de bem com a vida, que o afetivo influencia muito na<br />

vida profissional. Nós somos um conjunto, a gente<br />

não vive um só lado e uma coisa acaba interferindo<br />

na outra”.<br />

Já se identificando como “mulher diamante”, a<br />

funcionária Érica Foresti Pinto avalia que a mulher<br />

brasileira precisa melhorar sua auto-estima. “A gente<br />

tem uma sobrecarga muito grande. Temos de nos<br />

divertir e ficar muito orgulhosas de tudo o que<br />

fazemos. Aprendemos que não dá para ser feliz em<br />

uma parte só”, afirma. Ela acrescenta que “a<br />

palestra vai ter um resultado prático na minha vida e<br />

na de todas as mulheres que estiveram aqui”.<br />

Para a aposentada Ana Maria Paes dos Santos,<br />

a palestra foi maravilhosa. “Eu já me sentia uma<br />

O diretor da ANABB Douglas<br />

Scortegagna, o gerente da Cooperforte em Porto Alegre, Odilar<br />

Cappellari, Dr. Mourão, Emílio Ribas Rodrigues e o diretor estadual<br />

da ANABB/RS, Edmundo Brandão.<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

‘mulher diamante’, mas as convicções estavam guardadas,<br />

porque depois que você se aposenta parece<br />

que se acomoda. E tudo o que eu tinha quando estava<br />

trabalhando, guardei lá num cantinho, e hoje a<br />

Nelma fez brotar de novo. Me sinto uma mulher renovada,<br />

como se tivesse 20 anos. Mudou da água<br />

para o vinho. Esta palestra foi um presente que eu<br />

não esperava”.<br />

A palestra foi precedida de coquetel e de uma<br />

apresentação da Cia. Teatral Strato, que retratou a<br />

mulher em diversas fases da vida e situações.<br />

SALVADOR<br />

A etapa baiana teve todos os ingredientes que<br />

marcam os traços culturais de um dos mais alegres e<br />

intensos Estados nordestinos: integração, discussões<br />

calorosas, bom humor, emoção e festa. O evento<br />

aconteceu no dia 18 de março, no Bahia Othon<br />

Palace, um dos mais charmosos hotéis da orla marítima<br />

de Salvador.<br />

O encontro contou com a presença de 300<br />

Ana Lúcia Landin, o diretor<br />

regional da ANABB/MG, Francisco Silva (Xixico), Graça<br />

Machado, Élcio Bueno, a representante da Cooperforte Geliane<br />

de Souza e os conselheiros da ANABB Cecília Garcez e Éder Melo.


A etapa baiana teve<br />

todos os ingredientes<br />

que marcam o<br />

Estado: integração,<br />

discussões calorosas,<br />

bom humor,<br />

emoção e festa.<br />

mulheres funcionárias do BB de diversas agências.<br />

Gente da ativa e muitas aposentadas, de todos os<br />

pontos da Região Metropolitana de Salvador. Mulheres<br />

com diferentes idades, credos, etnias, formações<br />

e funções, mas com importantes pontos em comum<br />

– o desejo de crescer pessoal e profissionalmente, a<br />

vontade de repensar modelos de convivência e a coragem<br />

de discutir as fórmulas prontas.<br />

“Estou adorando tudo isso”, disse Inês Gomes,<br />

uma aposentada de 53 anos, que ficou sabendo do<br />

Encontro pela Internet e tratou de garantir presença.<br />

“Fiquei atraída principalmente pela palestra, cujo tema<br />

me interessa muito”, disse, referindo-se ao trabalho<br />

do psiquiatra Antônio Mourão.<br />

Arilúcia Pellegrini, 44 anos, assistente de Negócios<br />

da agência BB da Cidadela, em Salvador, era<br />

uma das mais animadas, mostrando samba no pé.<br />

A conselheira deliberativa da ANABB<br />

Mércia Nascimento Pimentel, Graça Machado e o Dr. Antônio<br />

Mourão<br />

“Iniciativas como essa já valeriam a pena só por nos<br />

tirar da rotina”, disse. “Gostei muito da forma de o<br />

professor abordar temas tão delicados sem fazer<br />

pesar, com bom humor. Enquanto a<br />

gente ria, na verdade estava<br />

avaliando coisas muito sérias”,<br />

opinou.<br />

Aos 27 anos, Ieda Novaes,<br />

caixa executiva da agência BB da<br />

Avenida Barros Reis (Salvador),<br />

contou que recebeu o convite da<br />

ANABB em casa, pelo correio. Junto<br />

com a gerente da agência, Sandra<br />

Maia, ela nutria expectativas em<br />

relação ao bate-papo com Mourão.<br />

“Espero sair daqui com a cabeça<br />

mais aberta para as relações<br />

afetivas”, declarou.<br />

“Gostei muito deste grupo, que considero ágil e<br />

interativo”, avaliou Dr. Mourão, após um debate de<br />

quase meia hora. Temas polêmicos tratados durante<br />

a palestra foram esmiuçados calorosamente pelas<br />

baianas quando o microfone foi aberto para perguntas.<br />

Machismo, traição, novos modelos familiares,<br />

mulheres com maior poder econômico que homens<br />

– nada escapou à análise afiada da platéia.<br />

“Adorei. Foi além do que eu esperava”, declarou<br />

satisfeita a aposentada Inês Gomes. Consultando<br />

anotações que fez durante a palestra, ela garantiu<br />

que a experiência vai servir para a sua vida pessoal.<br />

“Ah, pode ter certeza de que muitas dessas reflexões<br />

vão melhorar minha relação afetiva”, disse, sorrindo,<br />

ela que vive o segundo casamento há dez anos.<br />

O coquetel de abertura contou com a<br />

animação do grupo musical Jatobá.<br />

Ana Lúcia Landin, Sheila<br />

Maurer da Cooperforte, Antonia Lopes, Graça Machado, Élcio<br />

Bueno, Douglas Scortegagna, o diretor estadual da ANABB/SC,<br />

Francisco Pamplona, os conselheiros Cláudio Zucco, Ana Dantas,<br />

Inácio Mafra e a representante da Cassi Maria Helena Guerreiro<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

11


12<br />

FLORIANÓPOLIS<br />

Em Florianópolis, esta<br />

primeira edição do Encontro<br />

de Mulheres fez tanto sucesso<br />

que as participantes pediram<br />

ao Dr. Antônio<br />

Mourão que voltasse o mais<br />

breve possível. O encontro<br />

foi realizado no dia 29 de março, no auditório da<br />

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina,<br />

onde mais de 250 mulheres participaram do<br />

evento. Antes da palestra, um coquetel de confraternização<br />

reuniu um grupo animado, representado<br />

pelo sexo feminino de todas as faixas etárias.<br />

Durante mais de uma hora de explanação, o silêncio<br />

só foi quebrado quando Dr. Mourão encerrou sua<br />

apresentação.<br />

Algumas das<br />

mulheres presentes<br />

vivenciaram os problemas<br />

– mas também<br />

as soluções –<br />

de um casamento<br />

longo. Regina Cavaler,<br />

47 anos, esteve<br />

casada durante<br />

nove anos.<br />

Segundo ela, não<br />

havia companhei-<br />

Maria do Carmo: “hoje vivemos em rismo e a rotina foi<br />

lua-de-mel, estamos com viagem tomando conta do<br />

marcada para o Nordeste”, diz, dia-a-dia. “A deci-<br />

após driblar o marido.<br />

são do divórcio foi<br />

“O cooperativismo fundamenta-se na igualdade e sabe que o<br />

sistema será cada vez mais perfeito quanto maior for a<br />

participação feminina. As mulheres sempre demonstram que<br />

sua competência, dedicação e sensibilidade são fundamentais<br />

para um mundo melhor.”<br />

José Valdir Ribeiro dos Reis<br />

Presidente da Cooperforte<br />

Encontro Regional de Mulheres do BB - 2005<br />

minha, porque eu estava infeliz. Agora vou buscar<br />

minha felicidade e só quando encontrar alguém que<br />

tenha os mesmos projetos de vida que eu vou pensar<br />

em me relacionar novamente”, contou.<br />

De outro lado, Maria do Carmo Mafra, 65 anos<br />

de vida e 45 de casada, diz como driblou as dificuldades<br />

comuns de um casal. “Tivemos cinco filhos,<br />

depois cada um seguiu sua vida e meu marido só<br />

queria ficar em casa. Eu não me deixei abater, comecei<br />

a sair sozinha, passear na casa de amigos, até<br />

que ele percebeu que estava errado. Hoje vivemos<br />

em lua-de-mel, estamos com viagem marcada para<br />

o Nordeste”, comemora.<br />

“A participação no evento é muito importante porque reforça<br />

o posicionamento da empresa junto às mulheres. Este público<br />

está a cada dia com maior poder de decisão, por isso, a Icatu<br />

Hartford desenvolveu produtos exclusivos para as mulheres”.<br />

Marcos Falcão<br />

Presidente da Icatu Hartford<br />

Antes da palestra, o coquetel<br />

de confraternização<br />

reuniu um grupo animado,<br />

representado por mulheres<br />

de todas as faixas<br />

etárias.<br />

REPORTAGEM E FOTOGRAFIAS: BRASÍLIA - Ana Padilha e Clausem Bonifácio; SÃO PAULO - Denise Ramiro e Rodolfo Freitas;<br />

RIO DE JANEIRO - Elisa Campos e Américo Vermelho; FORTALEZA - Vanessa Alcântara e Eduardo Gomes; PORTO ALEGRE - Mariela<br />

Taniguchi e Jorge Sherer; BELO HORIZONTE - Raquel Novais e Fernando Machado; SALVADOR - Luiz Lasserre e Juarez Neves;<br />

FLORIANÓPOLIS - Patrícia Rodrigues e Hermes Bezerra

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