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valmir Camilo responde perguntas de associados e de ... - Anabb

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BB 200 anos<br />

Mais um fascículo<br />

para você colecionar<br />

sobre a história<br />

do Banco do Brasil<br />

TRaBaLHo<br />

Quando a <strong>de</strong>smotivação<br />

toma conta <strong>de</strong> sua<br />

vida profissional<br />

enTRevisTa<br />

<strong>valmir</strong> <strong>Camilo</strong><br />

<strong>respon<strong>de</strong></strong><br />

<strong>perguntas</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>associados</strong><br />

e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças<br />

do funcionalismo<br />

ANO XXII - N O 198 - mArçO 2008<br />

Ação Março 2008 |


CArTAS<br />

BANCárIO: PrOfISSãO?<br />

Parabenizo o diretor William Alves Bento<br />

pelo artigo publicado no jornal Ação 197<br />

<strong>de</strong> jan./fev. 2008, “Bancário: Profissão?”.<br />

Suas palavras valorizam e enaltecem os<br />

bancários. Como estou afastada do trabalho<br />

há dois anos e meio, sinto muita falta<br />

da convivência diária com os colegas e do<br />

trabalho que realizava.<br />

O artigo me acalentou e me <strong>de</strong>ixou com<br />

a sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver cumprido, pois foram<br />

vinte e oito anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação: “(... trabalhador<br />

esclarecido, <strong>de</strong> bom nível intelectual,<br />

focado, cumpridor <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>veres e competente,<br />

o chamado bom <strong>de</strong> serviço...)”.<br />

Como não me aposentei, mesmo afastada,<br />

endosso as palavras do diretor: sou bancária,<br />

com muito orgulho <strong>de</strong>sta profissão.<br />

Graciette Lamas Espósito<br />

Porto Alegre - rS<br />

BB 200 ANOS<br />

Parabéns ao Jornal Ação. A iniciativa brilhante<br />

mexeu com o meu entusiasmo. Tive<br />

a chance <strong>de</strong> trabalhar na BB quando, em<br />

homenagem aos 150 anos, foi inaugurado<br />

o prédio da Avenida Presi<strong>de</strong>nte Vargas<br />

384 que recebeu o nome <strong>de</strong> Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Itaborahy, sendo presi<strong>de</strong>nte do BB o antigo<br />

funcionário Dr. Marcos <strong>de</strong> Souza Dantas.<br />

Homenageando o evento histórico, a diretoria<br />

do BB conce<strong>de</strong>u a seus funcionários<br />

uma gratificação-extra <strong>de</strong> “meio” or<strong>de</strong>nado<br />

(proventos) - o que muito marcou em<br />

mim. O Banco do Brasil, além <strong>de</strong> uma escola,<br />

continua sendo um celeiro <strong>de</strong> valores<br />

indiscutíveis. Seus funcionários ocuparam<br />

e continuam ocupando os cargos mais importantes<br />

no Governo, nas áreas Fe<strong>de</strong>ral,<br />

Estadual e Municipal. A ANABB, brilhantemente,<br />

sabe dar continuida<strong>de</strong> a tudo isso,<br />

divulgando sempre o que <strong>de</strong> melhor existe<br />

e acontece na nossa Casa, hoje tão bem<br />

presidida por um funcionário <strong>de</strong> carreira.<br />

Parabéns.<br />

Raymundo Affonso Netto<br />

rio <strong>de</strong> Janeiro - rJ<br />

NOTA dA redAçãO<br />

I – Republicamos o resultado do gráfico<br />

da página 11 do Ação 197, pertencente<br />

a matéria “Ouvindo os funcionários <strong>de</strong><br />

agências”, para corrigir o resultado apresentado.<br />

Os entrevistados quando per-<br />

jornal<br />

guntados se o Banco do Brasil cumpre a<br />

missão <strong>de</strong> promover o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

País, afirmaram: 41,3% disseram “plenamente”;<br />

53,3% “parcialmente”; 4,7% que<br />

o BB “não cumpre essa missão”; e 0,7%<br />

não soube avaliar. A correção já foi feita no<br />

jornal Ação 197 que se encontra no site<br />

www.anabb.org.br.<br />

II – Ao contrário do que foi publicado na<br />

sessão <strong>de</strong> cartas do Ação 197, o autor<br />

da carta intitulada “Para quem não quer<br />

ser feliz” é o associado Francisco Antônio<br />

Salles <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> (MS) e não<br />

Antonio Romualdo Rosa, <strong>de</strong> Tiete (SP). Por<br />

isso, republicamos o <strong>de</strong>poimento.<br />

Li a carta do <strong>Camilo</strong> (Ação nº 196) e quero<br />

levar-lhe minha solidarieda<strong>de</strong>. Realmente,<br />

a crítica gratuita, sem fundamento nos fatos,<br />

acaba irritando, em face da flagrante injustiça.<br />

Infelizmente, temos colegas sempre<br />

insatisfeitos; vêem tudo nebuloso e tétrico.<br />

São a<strong>de</strong>ptos do “quanto pior, melhor”.<br />

A maioria, porém, dos <strong>associados</strong> têm<br />

plena consciência da importância da ANABB<br />

e do quanto a administração do <strong>Camilo</strong><br />

tem sido eficaz, para proporcinar aos<br />

<strong>associados</strong> muitos benefícios e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

seus interesses mais prementes.<br />

Lembro, como aposentado, que <strong>Camilo</strong><br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u ardorosamente a proposta <strong>de</strong><br />

reajustes para os aposentados, <strong>de</strong>svinculados<br />

dos funcionários da ativa. Ela foi<br />

bem aceita e passamos a ter os reajustes<br />

anuais e obrigatórios (em caso <strong>de</strong> “superávit”),<br />

contratualmente garantidos, o<br />

que veio em boa hora, já que tempos <strong>de</strong>pois<br />

o BB <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r, por quase<br />

6 anos, reajustes aos seus funcionários.<br />

Tivéssemos ainda atrelados aos colegas<br />

da ativa, nossos proventos estariam, hoje,<br />

totalmente <strong>de</strong>fasados.<br />

A última conquista foi o oferecimento,<br />

pela ANABB, do Plano Odontológico, gratuito.<br />

Levando-se em conta o alto custo do<br />

tratamento <strong>de</strong>ntário, é benefício consi<strong>de</strong>rável.<br />

Como <strong>Camilo</strong> disse: “fomos criados<br />

para sermos felizes”. Cabe a cada um<br />

lutar em busca da felicida<strong>de</strong> e não ficar<br />

aferrado no muro das lamentações.<br />

Francisco Antônio Salles<br />

Campo Gran<strong>de</strong> - mS<br />

Este espaço <strong>de</strong>stina-se à opinião dos leitores. Por questão <strong>de</strong> espaço e estilo, as cartas po<strong>de</strong>m ser resumidas e editadas. Serão<br />

publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras entida<strong>de</strong>s,<br />

como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações envie um<br />

e-mail para jornal@anabb.org.br ou uma carta para o en<strong>de</strong>reço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF<br />

Ação<br />

dIreTOrIA-eXeCUTIVA<br />

VALmIr CAmILO<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

WILLIAm JOSé ALVeS BeNTO<br />

Diretor Administrativo e Financeiro<br />

<strong>de</strong>NISe LOPeS VIANNA<br />

Diretora <strong>de</strong> Comunicação e Desenvolvimento<br />

GrAçA mACHAdO<br />

Diretora <strong>de</strong> Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência<br />

emÍLIO S. rIBAS rOdrIGUeS<br />

Diretor <strong>de</strong> Relações Externas e Parlamentares<br />

CONSeLHO <strong>de</strong>LIBerATIVO<br />

ANTONIO GONçALVeS (Presi<strong>de</strong>nte)<br />

Ana Lúcia Landin<br />

Antilhon Saraiva dos Santos<br />

Augusto Silveira <strong>de</strong> Carvalho<br />

Cecília Men<strong>de</strong>s Garcez Siqueira<br />

Cláudio José Zucco<br />

Douglas José Scortegagna<br />

Élcio da Motta Silveira Bueno<br />

Genildo Ferreira Reis<br />

Inácio da Silva Mafra<br />

Isa Musa <strong>de</strong> Noronha<br />

José Antônio Diniz <strong>de</strong> Oliveira<br />

José Bernardo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Neto<br />

José Branisso<br />

José Sampaio <strong>de</strong> Lacerda Júnior<br />

Luiz Antonio Careli<br />

Mércia Maria Nascimento Pimentel<br />

Nilton Brunelli <strong>de</strong> Azevedo<br />

Romildo Gouveia Pinto<br />

Tereza Cristina Godoy Moreira Santos<br />

Vitor Paulo Camargo Gonçalves<br />

CONSeLHO fISCAL<br />

HUmBerTO eU<strong>de</strong>S VIeIrA dINIZ (Presi<strong>de</strong>nte)<br />

Armando César Ferreira dos Santos<br />

Saul Mário Mattei<br />

Antônia Lopes dos Santos<br />

Dorilene Moreira da Costa<br />

Elaine Michel<br />

dIreTOreS eSTAdUAIS<br />

Paulo Crivano <strong>de</strong> Moraes (AC)<br />

Ivan Pita <strong>de</strong> Araújo (AL)<br />

Marlene Carvalho (AM)<br />

Franz Milhomem <strong>de</strong> Siqueira (AP)<br />

Olivan <strong>de</strong> Souza Faustino (BA)<br />

Francisco Henrique Ellery (CE)<br />

Elias Kury (DF)<br />

Pedro Vilaça Neto(ES)<br />

Saulo Sartre Ubaldino (GO)<br />

Solonel Drumond Júnior (MA)<br />

Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)<br />

Edson Trombine Leite (MS)<br />

José Humberto Paes Carvalho (MT)<br />

José Marcos <strong>de</strong> Lima Araújo (PA)<br />

Maria Aurinete Alves <strong>de</strong> Oliveira (PB)<br />

Carolina Maria <strong>de</strong> Godoy Matos (PE)<br />

Benedito Dias Simeão da Silva (PI)<br />

Moacir Finardi (PR)<br />

Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)<br />

Heriberto Gadê <strong>de</strong> Vasconcelos (RN)<br />

Val<strong>de</strong>nice <strong>de</strong> Souza Nunes Fernan<strong>de</strong>s (RO)<br />

Robert Dagon da Silva (RR)<br />

Edmundo Velho Brandão (RS)<br />

Carlos Francisco Pamplona (SC)<br />

Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)<br />

Walcinyr Bragatto (SP)<br />

Saulo Antônio <strong>de</strong> Matos (TO)<br />

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF<br />

Atendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600<br />

Site: www.anabb.org.br e-mail: anabb<strong>respon<strong>de</strong></strong>@anabb.org.br<br />

redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Men<strong>de</strong>s<br />

e Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro<br />

e-mail: jornal@anabb.org.br edição: Felipe Alvarez Bittencourt<br />

MTB TMTB7355JD/DF revisão: Juliana Rodrigues<br />

editoração: Raido Propaganda foto da Capa: George Gianni<br />

Periodicida<strong>de</strong>: mensal Tiragem: 157 mil<br />

Banco <strong>de</strong> Imagem: AbleStock<br />

Impressão: Gráfica Positiva fotolito: Photoimage<br />

DúviDas esclareciDas<br />

Este editorial não foi escrito, como sempre, pelo presi<strong>de</strong>nte<br />

da ANABB, Valmir <strong>Camilo</strong>. Isso porque, nesta edição, o presi<strong>de</strong>nte<br />

estava empenhado em outro trabalho: <strong>respon<strong>de</strong></strong>r <strong>perguntas</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>associados</strong> da ANABB e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />

ligadas ao funcionalismo. Ele fez questão <strong>de</strong> analisar uma a<br />

uma e, ainda, continua <strong>respon<strong>de</strong></strong>ndo <strong>perguntas</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

200 <strong>associados</strong>, que serão publicadas no site da ANABB.<br />

Sendo assim, neste jornal Ação, você vai po<strong>de</strong>r conferir<br />

a posição da ANABB diante <strong>de</strong> diferentes temas. Foram<br />

várias páginas <strong>de</strong>dicadas a isso, pois levamos em conta a<br />

importância <strong>de</strong> <strong>respon<strong>de</strong></strong>r cada questão <strong>de</strong>talhadamente,<br />

para não haver dúvidas. Você vai verificar que Valmir <strong>Camilo</strong><br />

fala sobre os assuntos pertinentes a ANABB, mas também<br />

a Cassi, Previ, entre outros. Isso porque a ANABB, por ser<br />

uma associação nacional representativa dos funcionários<br />

do Banco do Brasil, tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> estar por <strong>de</strong>ntro dos<br />

assuntos referentes a todas essas entida<strong>de</strong>s e manter o associado<br />

bem informado.<br />

As novida<strong>de</strong>s do Ação 198 não param por aí. Você po<strong>de</strong>rá<br />

conferir matéria exclusiva sobre <strong>de</strong>smotivação no trabalho.<br />

O texto apresenta <strong>de</strong>poimentos, dados e a visão do Banco<br />

do Brasil sobre o assunto. Você também po<strong>de</strong>rá fazer o teste<br />

que vai indicar como anda a sua motivação profissional.<br />

A seção Banco do Bancário continua com força total.<br />

Cada vez mais, recebemos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> funcionários,<br />

aposentados e pe<strong>de</strong>vistas interessados em contar sua relação<br />

com o Banco. Confira nesta edição duas emocionantes<br />

histórias <strong>de</strong> vida.<br />

2 | Ação Março 2008<br />

Ação Março 2008 |<br />

edITOrIAL<br />

Junto com este jornal, você recebe o segundo fascículo<br />

da série BB 200 anos. Esse é um presente que a ANABB<br />

preparou para todos os <strong>associados</strong>, que são tão importantes<br />

na história do Banco do Brasil. A capa dura para colecionar<br />

os fascículos está em fase <strong>de</strong> finalização. Já recebemos<br />

e-mails e cartas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> <strong>associados</strong> interessados em<br />

receber a capa. Em breve, todas as solicitações serão atendidas.<br />

Quem não pediu seu exemplar, ainda po<strong>de</strong> fazê-lo. A partir<br />

<strong>de</strong> agora, criamos um e-mail próprio para isso: os <strong>associados</strong><br />

interessados em receber a capa dura <strong>de</strong>vem enviar a<br />

solicitação para bb200anos@anabb.org.br. Não esqueçam<br />

<strong>de</strong> colocar nome, matrícula e en<strong>de</strong>reço.<br />

Esperamos que gostem das matérias <strong>de</strong>sta edição.<br />

Quem tiver sugestões <strong>de</strong> assuntos para os próximos jornais<br />

po<strong>de</strong> enviar e-mail para jornal@anabb.org.br.<br />

Aproveitem!<br />

diretoria da ANABB


CAPA<br />

DesMOTivaÇÃO:<br />

siNÔNiMO De PreJUÍZO<br />

a <strong>de</strong>smotivação no trabalho afeta a vida <strong>de</strong> muitas pessoas. no BB, o funcionalismo<br />

também sofre com o problema. Gestores e funcionários <strong>de</strong>vem estar atentos, pois a motivação<br />

é o combustível que faz uma empresa funcionar<br />

Joana* trabalhou durante 27 anos<br />

no Banco do Brasil, quando foi convidada<br />

a aposentar-se. Passados 32 anos<br />

<strong>de</strong> sua posse, ela guarda como lembrança<br />

do Banco uma cena <strong>de</strong> horror. “A<br />

pessoa responsável pela administração<br />

da agência gritando, sem parar, comigo<br />

e com uma colega, responsabilizandonos<br />

por todos os números negativos da<br />

agência. Ninguém nos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u”. Para<br />

a funcionária, a situação gerou diversos<br />

problemas, entre eles a <strong>de</strong>smotivação<br />

com o trabalho. “A primeira idéia foi <strong>de</strong><br />

aposentar-me, sem esperar nada, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da perda que isso geraria. Eu<br />

ia todos os dias para o Banco chorando,<br />

com dor no peito. A <strong>de</strong>smotivação era<br />

o único assunto entre os funcionários.<br />

Hoje, eu digo a todos que o BB te dá<br />

duas alegrias: uma, quando você entra<br />

e, outra, quando você sai. Sendo que,<br />

quando eu saí, a alegria que eu sentia,<br />

era maior que quando eu entrei”.<br />

O <strong>de</strong>poimento acima reflete a situação<br />

<strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> funcionários<br />

| Ação Março 2008<br />

e ex-funcionários do BB e confirma<br />

algumas fragilida<strong>de</strong>s no cotidiano<br />

do Banco i<strong>de</strong>ntificadas em pesquisa<br />

encomendada pela ANABB no ano<br />

passado. A insatisfação foi uma das<br />

questões apontadas pelo funcionalismo.<br />

Em todas as regiões, a maior parte<br />

dos funcionários já pensou em <strong>de</strong>ixar<br />

o BB para procurar novo emprego, com<br />

<strong>de</strong>staque para a região Norte - 68,5%.<br />

Na região Centro-Oeste, 66,7% dos<br />

funcionários afirmaram que o BB não<br />

é o melhor lugar para se trabalhar.<br />

A internet também é usada como<br />

instrumento para reclamações. Em<br />

uma das muitas comunida<strong>de</strong>s existentes<br />

no site <strong>de</strong> relacionamentos Orkut,<br />

que discutem o dia-a-dia do Banco, os<br />

internautas confessam não querer mais<br />

trabalhar no BB, se <strong>de</strong>cepcionaram com<br />

a função exercida e até choram quando<br />

precisam trabalhar. “Tô pensando em<br />

sair do Banco”; “minha saú<strong>de</strong> (física e<br />

emocional) se <strong>de</strong>teriorou <strong>de</strong>pois que<br />

comecei a trabalhar no BB”.<br />

A <strong>de</strong>smotivação no trabalho é fruto,<br />

em geral, <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> problemas<br />

que atinge empresas no Brasil<br />

e no mundo. Condições insatisfatórias<br />

para exercer a ativida<strong>de</strong> profissional,<br />

li<strong>de</strong>rança ina<strong>de</strong>quada, política da<br />

empresa, questões salariais, falta <strong>de</strong><br />

reconhecimento e comprometimento,<br />

além do excesso <strong>de</strong> trabalho, são as<br />

principais causas que levam os funcionários<br />

a per<strong>de</strong>rem a motivação.<br />

Para o publicitário, Isaac Martins, mestre<br />

em Comunicação pela USP, fundador<br />

do Instituto Isaac Martins e Folk Treinamentos,<br />

a <strong>de</strong>smotivação no trabalho está<br />

ligada à fatores internos e externos. “Segundo<br />

estudos, o que mais <strong>de</strong>smotiva um<br />

colaborador na organização é a falta <strong>de</strong><br />

valorização do trabalho, <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> crescimento, supervisão ina<strong>de</strong>quada e<br />

clima organizacional. Salário é importante,<br />

porém não é a razão principal”. Uma pesquisa<br />

do Instituto Gallup sobre a falta <strong>de</strong><br />

engajamento da força <strong>de</strong> trabalho, publicada<br />

no ano passado pela Revista Exame,<br />

* nome fictício<br />

mostrou que funcionários <strong>de</strong>smotivados e<br />

pouco comprometidos com a empresa em<br />

que trabalham custam ao Brasil cerca <strong>de</strong><br />

39 bilhões <strong>de</strong> dólares por ano, o equivalente<br />

a quase 4% do PIB. Em alguns países<br />

europeus, as perdas chegam a representar<br />

um percentual ainda maior da economia<br />

local, como no caso da França, com<br />

perdas que representam 5,8% da riqueza<br />

nacional. “Colaboradores <strong>de</strong>smotivados<br />

são sinônimo <strong>de</strong> prejuízo. Aumentam o<br />

número <strong>de</strong> erros, o atendimento aos clientes<br />

é ruim e o tratamento entre os colegas<br />

<strong>de</strong> trabalho sofre atrito. No ambiente bancário,<br />

um funcionário <strong>de</strong>smotivado po<strong>de</strong><br />

criar gran<strong>de</strong>s problemas para a organização”,<br />

completa Isaac.<br />

A motivação dos funcionários é o<br />

combustível que faz uma empresa funcionar.<br />

É claro, que o caminho para<br />

se alcançar 100% <strong>de</strong> satisfação entre<br />

todos os membros da empresa, como<br />

no Banco do Brasil, que possui mais <strong>de</strong><br />

85 mil funcionários, é difícil. No entanto,<br />

esse é um dos <strong>de</strong>safios dos gestores.<br />

Eles <strong>de</strong>vem conhecer a equipe e motivar<br />

as pessoas a crescerem juntas, acompanhando<br />

o avanço da instituição. “A motivação<br />

ainda é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para<br />

as empresas e <strong>de</strong>ve ser preocupação.<br />

Por meio <strong>de</strong>la, há melhoria nos processos<br />

internos, dos produtos, envolvimento<br />

e comprometimento”, avalia Maria<br />

Inês Felippe, psicóloga, especialista em<br />

Administração <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />

e autora do livro “4 C´s para Competir<br />

com Criativida<strong>de</strong> e Inovação”.<br />

mais liberda<strong>de</strong><br />

Clara* é funcionária do Banco do<br />

Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, e sente na pele o<br />

que é trabalhar <strong>de</strong>smotivada. Para<br />

ela, excesso <strong>de</strong> trabalho, falta <strong>de</strong> funcionários<br />

e <strong>de</strong> treinamentos, horários<br />

abusivos e gestão ruim são causas <strong>de</strong><br />

insatisfação no BB. “Levamos nas costas<br />

a cobrança inerente ao serviço dos<br />

clientes e dos chefes. Falta pessoal o<br />

que prejudica o rendimento do serviço<br />

e aumenta o <strong>de</strong>scontentamento dos<br />

clientes. Se você quiser pertencer a tal<br />

setor, se vira para ler e apren<strong>de</strong>r. Nada<br />

<strong>de</strong> treinamento ou curso para obter informações”,<br />

confessa. A funcionária ad-<br />

“Uma pessoa po<strong>de</strong> ganhar muito<br />

bem, porém ter dificulda<strong>de</strong>s em<br />

manter-se em um emprego se a<br />

gestão for ineficaz”<br />

mite ainda que o que mais a incomoda<br />

é a baixa rotativida<strong>de</strong>. “Existem gerentes<br />

que estão em exercício na mesma<br />

cida<strong>de</strong> e na mesma agência há mais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>z anos. Ao invés <strong>de</strong> serem transferidos<br />

para conhecerem clientes e funcionários<br />

novos, eles empobrecem a empresa<br />

com filosofias ultrapassadas”.<br />

Segundo a pesquisa publicada pela<br />

ANABB, alguns outros pontos também<br />

elevam o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>smotivação, como<br />

salários baixos, pressão por metas ina-<br />

tingíveis e irregulares, acúmulo <strong>de</strong> funções,<br />

horas extras não pagas, cobrança<br />

da chefia e estresse dos clientes.<br />

A professora da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Brasília (UnB), Ana Magnólia<br />

Men<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a reflexibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> normas e padrões nas<br />

organizações como forma <strong>de</strong><br />

melhorar o ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

Para ela, quem precisa <strong>de</strong><br />

ajuste é o trabalho e não as<br />

pessoas. Doutora em psicologia<br />

do trabalho, Ana utiliza a abordagem<br />

psicodinâmica do trabalho para explicar<br />

que a motivação está ligada a possibilida<strong>de</strong><br />

do trabalhador ser autêntico e ter<br />

espaço para negociar suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

“O trabalho é um espaço político, <strong>de</strong>ve<br />

haver negociação entre os funcionários<br />

e a empresa. Quando a empresa impõe<br />

regras inflexíveis, aparecem a <strong>de</strong>smotivação,<br />

as doenças, a falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

profissional”, afirma.<br />

Seguir esses conselhos não signifi-<br />

Ação Março 2008 |


ca dizer que o ambiente <strong>de</strong> trabalho se<br />

transformará num local <strong>de</strong> lazer, pois ele<br />

continuará regido por disciplinas. A diferença<br />

será a preservação e a garantia<br />

da liberda<strong>de</strong>. “Trabalho é lugar <strong>de</strong> executar<br />

tarefas, mas quando a estrutura é<br />

muito rígida, sem opções estratégicas,<br />

os trabalhadores passam a não se sentir<br />

bem. Funcionários não são robôs. O<br />

i<strong>de</strong>al é ajustar os espaços para que a<br />

empresa possa acolher todos os perfis.<br />

Isso incentiva a criativida<strong>de</strong>, a in<strong>de</strong>pendência<br />

e a participação”, completa Ana.<br />

A professora também critica a atual filosofia<br />

<strong>de</strong> trabalho imposta pelas empresas.<br />

Ela consi<strong>de</strong>ra a situação precária, já<br />

que a preocupação com a motivação é<br />

superficial e circunstancial. “Para as empresas,<br />

o importante é que o funcionário<br />

trabalhe, não importa a sua condição.<br />

Os funcionários, por sua vez, se submetem<br />

pois não têm para on<strong>de</strong> correr. Com<br />

isso, a empresa continua tendo lucro e<br />

para ela é isso que importa”.<br />

O caminho é a mudança do modo<br />

<strong>de</strong> gestão. “Se as empresas pensassem<br />

menos no lucro ou em lucros<br />

mais razoáveis e boa produção, elas<br />

conseguiriam atingir um nível <strong>de</strong> profissionais<br />

menos <strong>de</strong>smotivados. É preciso<br />

ficar claro para as organizações, e<br />

o Banco se encaixa nesse perfil, que a<br />

motivação caminha lado a lado com a<br />

ética e com a responsabilida<strong>de</strong> social.<br />

Só assim todos saem ganhando”.<br />

Indícios<br />

A <strong>de</strong>smotivação po<strong>de</strong> começar<br />

como um <strong>de</strong>sânimo e chegar a níveis<br />

que prejudicam o trabalho e a vida<br />

pessoal. “Ao invés <strong>de</strong> levantar e ir para<br />

o meu trabalho, eu levanto e vou carregar<br />

minha cruz. É como um remédio<br />

<strong>de</strong> péssimo gosto. A <strong>de</strong>smotivação<br />

atrapalha o aprendizado dos processos<br />

internos do Banco. Quando uma<br />

pessoa está infeliz com seu trabalho,<br />

isso acaba refletindo no tipo <strong>de</strong> atendi-<br />

“a motivação ainda é um<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para as<br />

empresas e, cada vez mais,<br />

<strong>de</strong>ve ser preocupação. por<br />

meio <strong>de</strong>la, há melhoria nos<br />

processos internos, dos<br />

produtos, envolvimento e<br />

comprometimento”<br />

- Maria Inês Felippe<br />

mento que ela presta. A <strong>de</strong>smotivação<br />

atrapalha a vida particular e profissional”,<br />

resume Clara.<br />

A Consultora Sênior do Grupo<br />

Catho DF, Rose Mary Lailla Vargas Guidi,<br />

acredita que as áreas <strong>de</strong> Recursos<br />

Humanos das empresas são fundamentais<br />

na <strong>de</strong>scoberta da <strong>de</strong>smotivação<br />

profissional. “O RH da empresa<br />

<strong>de</strong>ve ter um plano estruturado, estudar<br />

caso a caso e ver <strong>de</strong> que forma<br />

os problemas po<strong>de</strong>m ser corrigidos. A<br />

empresa <strong>de</strong>ve conhecer os funcionários,<br />

ter suas competências mapeadas<br />

e buscar on<strong>de</strong> cada um será melhor<br />

aproveitado, além <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o<br />

que ele almeja e ouvir o profissional”.<br />

Maria Inês compartilha da mesma opinião<br />

e completa: “todos os gestores<br />

<strong>de</strong> pessoas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da área<br />

em que atuem, são encarregados por<br />

interagir com os funcionários e <strong>de</strong>scobrir<br />

sobre a <strong>de</strong>smotivação. Além<br />

<strong>de</strong>les, o próprio colaborador <strong>de</strong>verá<br />

ser um gerador da auto-motivação.<br />

“Quando uma pessoa está<br />

infeliz com seu trabalho,<br />

isso acaba refletindo no<br />

tipo <strong>de</strong> atendimento que<br />

ela presta”<br />

* nome fictício<br />

A voz do banco<br />

Para a Diretora <strong>de</strong> Relações com Funcionários<br />

e Responsabilida<strong>de</strong> Sócio-Ambiental<br />

do Banco do Brasil, Izabela Campos<br />

Alcântara Lemos, a criação <strong>de</strong> uma ouvidoria<br />

interna e a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> verbas que<br />

ampliem a comunicação e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida entre os funcionários são estratégias<br />

que reforçam a atenção do Banco quanto<br />

às questões motivacionais.<br />

Segundo ela, a empresa possui cerca<br />

<strong>de</strong> cinco mil ambientes com um gestor<br />

que representa cada equipe. “A relação<br />

do gestor com a equipe <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> diálogo,<br />

respeito e empenho. Na ouvidoria,<br />

os colegas cuidam dos colegas. Houve<br />

assinale a alternativa que combina com você<br />

e cheque o resultado:<br />

1) o que mais o incomoda na vida<br />

profissional?<br />

a) carreira estagnada<br />

b) seu chefe<br />

c) ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

2) Qual sua postura durante as reuniões?<br />

a) em algumas seu <strong>de</strong>sempenho é bem<br />

melhor que em outras<br />

b) você até propõe algumas idéias, mas<br />

fica frustrado quando não são aceitas<br />

c) já não participa com o mesmo entusiasmo<br />

da época em que entrou na empresa<br />

3) Como você <strong>de</strong>finiria seu dia-a-dia<br />

no trabalho?<br />

a) momentos <strong>de</strong> realização alternados<br />

com outros <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo<br />

b) apenas obrigações<br />

c) um verda<strong>de</strong>iro martírio<br />

4) a vaga que você tanto almejava<br />

finalmente surgiu. O que você faz?<br />

a) candidata-se formalmente e mostra<br />

que a merece, apresentando projetos<br />

b) nada, apenas torce para que os<br />

superiores se lembrem <strong>de</strong> você<br />

c) já não sabe mais se quer ficar com a<br />

vaga e duvida se tem chances reais<br />

5) na hora <strong>de</strong> distribuir tarefas, seu chefe:<br />

a) pergunta se você estaria interessado<br />

em fazer parte daquele projeto novo<br />

que está em andamento<br />

b) <strong>de</strong>lega a você as mesmas responsabilida<strong>de</strong>s<br />

que tinha na época em que<br />

a implantação do ECOA – Equipes <strong>de</strong><br />

Comunicação e Auto-Desenvolvimento –<br />

formadas voluntariamente, on<strong>de</strong> os funcionários<br />

se unem para viabilizar ações,<br />

melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e apoiar<br />

a comunicação interna. Já são cerca<br />

<strong>de</strong> três mil criadas. Existem também<br />

as verbas institucionais como a Verba<br />

<strong>de</strong> Relacionamento Interno que custeia<br />

celebrações em geral, como aniversariantes<br />

do mês, Verba <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Vida, aplicada em massagens expressas,<br />

ginástica laboral e relaxamento, Verba<br />

<strong>de</strong> Aprimoramento Profissional, voltada<br />

para compra <strong>de</strong> livros, entre muitas<br />

outras”, explica.<br />

começou na empresa<br />

c) remaneja responsabilida<strong>de</strong>s suas<br />

para outros colegas, alegando que você<br />

está sobrecarregado<br />

6) sua empresa irá passar por um processo<br />

<strong>de</strong> reestruturação que implicará<br />

mudanças em seu <strong>de</strong>partamento. Como<br />

você lida com isso?<br />

a) fica animado, quem sabe agora você<br />

po<strong>de</strong>rá dar vida àquele projeto engavetado<br />

b) sente-se aliviado, não dá para ficar<br />

pior do que está<br />

c) mostra-se apreensivo, as mudanças<br />

po<strong>de</strong>m piorar ainda mais a situação<br />

7) Quando você faz uma auto-avaliação <strong>de</strong><br />

sua carreira, a que conclusões chega?<br />

a) que o gran<strong>de</strong> salto você ainda não<br />

<strong>de</strong>u<br />

b) que está passando por uma fase <strong>de</strong><br />

estagnação<br />

c) que você era mais feliz em outro emprego,<br />

mesmo ganhando menos<br />

8) Quando aquele projeto que você estava<br />

tocando fracassa, como reage?<br />

a) faz o possível para se superar no<br />

próximo<br />

b) fica indiferente, po<strong>de</strong> acontecer<br />

com qualquer um<br />

c) fica arrasado, isso está cada vez<br />

mais freqüente<br />

9) Para você, sucesso profissional é:<br />

a) <strong>de</strong>safio<br />

b) po<strong>de</strong>r<br />

c) dinheiro<br />

Em comparação a gran<strong>de</strong> parte das<br />

empresas no mercado, Izabela avalia positivamente<br />

as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ascensão<br />

profissional e valorização da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida no BB. “Existem muitos caminhos<br />

que possibilitam a participação e o envolvimento<br />

dos funcionários na empresa. Se<br />

o funcionário quiser, ele po<strong>de</strong> ficar no BB<br />

durante anos, até se aposentar. Existe um<br />

ambiente <strong>de</strong> pressão, como em qualquer<br />

outra organização. Se aquele local não é<br />

o melhor, o i<strong>de</strong>al é que se busque um ambiente<br />

mais prazeroso. Pelo histórico do<br />

Banco, acreditamos que o funcionalismo<br />

é bastante contemplado com relação aos<br />

benefícios”.<br />

10) Como você se vê profissionalmente<br />

daqui a alguns anos?<br />

a) trabalhando na mesma empresa,<br />

em cargo mais alto<br />

b) não faz planos, tudo po<strong>de</strong> acontecer<br />

c) trabalhando na mesma área, em<br />

outra empresa<br />

some:<br />

3 paRa Todas as ResposTas a.<br />

2 paRa as ResposTas B.<br />

1 paRa as ResposTas C.<br />

Resultado:<br />

<strong>de</strong> 1 a 12 pontos: A situação chegou<br />

a um ponto em que o chefe já<br />

está olhando feio para sua <strong>de</strong>smotivação<br />

e queda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Sua auto-estima está próxima da<br />

sarjeta e é preciso urgentemente<br />

reavaliar a carreira ou até mesmo<br />

procurar outro emprego.<br />

<strong>de</strong> 13 a 21 pontos: Seu estado<br />

ainda não afetou drasticamente a<br />

produtivida<strong>de</strong>, mas o grau <strong>de</strong> apatia<br />

já começa a preocupar. I<strong>de</strong>ntifique<br />

suas falhas, estabeleça metas<br />

e procure <strong>de</strong>scobrir o que <strong>de</strong>sperta<br />

seu entusiasmo para recuperar a<br />

motivação perdida.<br />

<strong>de</strong> 22 a 30 pontos: Você está motivado<br />

e sente que tem pela frente ótimas<br />

possibilida<strong>de</strong>s na empresa. Sua<br />

ambição e disposição para enfrentar<br />

novos <strong>de</strong>safios contam pontos a seu<br />

favor, mas tente não se cobrar <strong>de</strong>mais.<br />

Os altos e baixos são inevitáveis<br />

durante a carreira.<br />

Fonte: Revista Veja (edição 1662)<br />

| Ação Março 2008 Ação Março 2008 |


eNTreVISTA<br />

fotos: Pedro Matallo<br />

valMir caMilO resPONDe<br />

assOciaDOs<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> tirar dúvidas dos <strong>associados</strong> sobre diferentes temas em relação<br />

ao Banco do Brasil, o presi<strong>de</strong>nte da anaBB, <strong>valmir</strong> <strong>Camilo</strong>, lançou o projeto no site da<br />

Associação: Pergunte ao Presi<strong>de</strong>nte. Durante 24 horas, 200 <strong>associados</strong> fizeram<br />

<strong>perguntas</strong> para <strong>Camilo</strong>. Todos os questionamentos serão respondidos no site da anaBB.<br />

alguns <strong>de</strong>les foram selecionados e publicados neste jornal ação. entre os assuntos<br />

estão previ, Cassi, odontoanaBB, ações judiciais e muito mais<br />

A ANABB está negociando com o<br />

Banco a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retorno<br />

das remunerações em substituição<br />

aos cargos comissionados? e qual<br />

a posição da ANABB em relação a<br />

“lateralida<strong>de</strong>” criada pelo Banco<br />

em 2007?<br />

Dione Bezerra dos Santos –<br />

Frutal (MG)<br />

Não, Dione. A ANABB não está<br />

negociando esta questão da lateralida<strong>de</strong><br />

porque esta é uma tarefa<br />

do movimento sindical. A posição<br />

que a ANABB tem, e que já foi expressada<br />

em alguns momentos,<br />

é <strong>de</strong> ser contrária a esse tipo <strong>de</strong><br />

procedimento, pois a questão da<br />

substituição é muito mais recompensadora.<br />

Cria uma expectativa<br />

para o funcionário que, mesmo<br />

ele não sendo efetivo no cargo,<br />

tem uma perspectiva, em algum<br />

momento, <strong>de</strong> até treinar naquela<br />

função. A lateralida<strong>de</strong> inibe e prejudica<br />

até o processo <strong>de</strong> sucessão<br />

e formação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças.<br />

Nós, da Cassi do interior, contribuímos,<br />

como sempre, e os reais<br />

beneficiados são os que moram<br />

em cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s. Por quê?<br />

Com o plano OdontoANABB será<br />

diferente?<br />

Carlos Elias Pasqualotto –<br />

Erechim (RS)<br />

Carlos, as vezes as pessoas do<br />

interior têm a idéia <strong>de</strong> que, nas capitais,<br />

a Cassi não tem problema.<br />

Tem problemas também e há uma<br />

parcela do interior que não tem problema<br />

nenhum. Tem muito a ver<br />

com a questão regional. Em alguns<br />

lugares, os médicos se organizam<br />

mais e fazem um enfrentamento<br />

com os planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, criando<br />

dificulda<strong>de</strong>s para o atendimento.<br />

Essa solução virá quando a Cassi<br />

tiver um quadro próprio <strong>de</strong> médicos<br />

ou contratados, hospitais e clínicas<br />

referenciadas que receberão um<br />

pouco mais para po<strong>de</strong>r garantir a<br />

prestação <strong>de</strong> serviço correta. No<br />

caso do plano odontológico da ANA-<br />

BB, nós estamos trabalhando na direção<br />

<strong>de</strong> que esses problemas com<br />

<strong>de</strong>ntistas não venham a ocorrer. Os<br />

<strong>de</strong>ntistas vão aten<strong>de</strong>r sim. Esse é o<br />

nosso compromisso. Além disso, no<br />

caso do OdontoANABB, tem a possibilida<strong>de</strong><br />

do próprio associado no<br />

interior entrar no site da ANABB e<br />

fazer a indicação do <strong>de</strong>ntista. E nós<br />

vamos cre<strong>de</strong>nciá-lo.<br />

eu tenho um processo <strong>de</strong> fGTS<br />

planos econômicos que foi encaminhado<br />

para a ANABB no ano<br />

<strong>de</strong> 2001 (7 anos atrás). Não consigo<br />

enten<strong>de</strong>r como colegas que<br />

<strong>de</strong>ram entrada posteriormente já<br />

receberam. O mérito da questão<br />

são os honorários advocatícios?<br />

Elizabeth dos Santos Me<strong>de</strong>iros –<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)<br />

Elizabeth, você tem uma ação<br />

do plano econômico <strong>de</strong> 2001 e eu<br />

tenho <strong>de</strong> 1997. E até agora o presi<strong>de</strong>nte<br />

da ANABB ainda não recebeu.<br />

Há 20 varas da Justiça Fe<strong>de</strong>ral<br />

em Brasília e cada uma atua <strong>de</strong><br />

uma forma. Depois esses processos<br />

seguem para o tribunal e cada<br />

um recebe uma turma diferente e<br />

ganha ritmos diferentes. Todos os<br />

processos serão liquidados, a tese<br />

é vitoriosa, todos receberão. Sobre<br />

os honorários, a dificulda<strong>de</strong> tem<br />

8 | Ação Março 2008 Ação Março 2008 |


“parte do superávit existente hoje <strong>de</strong>ntro da previ se refere<br />

à parte patronal dos pe<strong>de</strong>vistas que saíram. eu acho que<br />

vamos ter que reabrir essa discussão sim.”<br />

ficado para os advogados, pois muitos<br />

juízes estão se aproveitando da medida<br />

provisória [que dispõe que neste tipo <strong>de</strong><br />

ação, o governo, mesmo saindo per<strong>de</strong>dor,<br />

não pagaria o advogado da parte ganhadora]<br />

e estão fixando honorário zero.<br />

Esse seu advogado, por exemplo, já está<br />

há 7 anos trabalhando no seu processo e<br />

corre o risco <strong>de</strong> não receber nenhum centavo<br />

pelo trabalho. Nós temos tentado<br />

ver se o associado, <strong>de</strong> alguma forma, nos<br />

ajuda a manter o ânimo <strong>de</strong>ste advogado<br />

trabalhando, garantindo o percentual<br />

pelo trabalho que ele executou.<br />

Com os superávits seguidos da Previ,<br />

não <strong>de</strong>veria ser reaberto o processo<br />

para o pagamento da parte patronal<br />

para os pe<strong>de</strong>vistas?<br />

Geraldo Antonio Bortollo – Limeira (SP)<br />

Com certeza, Geraldo. Parte do<br />

superávit existente hoje <strong>de</strong>ntro da Previ<br />

se refere à parte patronal dos pe<strong>de</strong>vistas<br />

que saíram. Eu acho que vamos<br />

ter que reabrir essa discussão sim. Até<br />

porque existem ações na justiça nesse<br />

sentido que são favoráveis ao pe<strong>de</strong>vista.<br />

E a ANABB acha que, se a partir da reforma<br />

do estatuto, quem sai do Banco leva<br />

a parte patronal, porque antes da reforma<br />

o colega não po<strong>de</strong>ria levar também?<br />

Esta discussão já está reaberta.<br />

O Plano 1 da Previ não aceita que haja<br />

ingresso <strong>de</strong> mais funcionários, tornando-se<br />

assim um plano em extinção. Ao<br />

longo dos anos haverá um <strong>de</strong>créscimo<br />

natural <strong>de</strong> participantes e um volume<br />

enorme <strong>de</strong> recursos. Qual <strong>de</strong>stino terá<br />

esse patrimônio?<br />

Alexandre Haddad– Anápolis (GO)<br />

Isso mesmo, Alexandre. Daqui pra<br />

frente nós vamos ter que nos acostumar<br />

a, todo ano, discutir superávit. Essa discussão<br />

não vai ser feita uma vez só e acabar.<br />

No primeiro momento foi redução <strong>de</strong> contribuição,<br />

no segundo momento a extinção<br />

da contribuição, num terceiro momento realinhamento<br />

do plano, e daqui pra frente<br />

esse <strong>de</strong>bate com o funcionalismo <strong>de</strong>ve<br />

continuar. E quem <strong>de</strong>ve participar <strong>de</strong>ssa<br />

discussão é verda<strong>de</strong>iramente quem está<br />

no plano <strong>de</strong> benefícios 1. O que <strong>de</strong>ve ser<br />

levado em conta é que o plano <strong>de</strong> previdência<br />

<strong>de</strong>ve ser equilibrado: não tem que<br />

ter muito superávit, nem déficit. Ao longo<br />

do tempo, nós vamos ter que estar discutindo<br />

isso para fazer com que no final<br />

essa conta feche. Quando não tiver mais<br />

aposentado para pagar, o fundo não tenha<br />

mais dinheiro. E que esses recursos sejam<br />

distribuídos enquanto existir beneficiário.<br />

Se está sobrando dinheiro na Previ,<br />

porque não se aplica o princípio da isonomia<br />

e atualiza-se a aposentadoria<br />

dos pós-97?<br />

Iraci Berviria Gomes– Concórdia (SC)<br />

Iraci, do ponto <strong>de</strong> vista do benefício,<br />

falta pouco a ser feito para resolver o<br />

problema dos pós-97. Chegamos ao cálculo<br />

<strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong> 90% e vamos<br />

a 100%. O que <strong>de</strong>sequilibra essa relação<br />

entre pré-97 e pós-97 é o salário <strong>de</strong><br />

contribuição dos funcionários da ativa.<br />

Esse período - marcado por redução<br />

salarial, falta <strong>de</strong> reajustes - ocasionou<br />

um benefício menor. Nós temos que ter<br />

inteligência para encontrar um mecanismo<br />

que possa reequilibrar essa relação,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da base <strong>de</strong> contribuição.<br />

Eu pretendo, como presi<strong>de</strong>nte<br />

da ANABB e conselheiro eleito da Previ,<br />

apresentar uma proposta inovadora. Já<br />

tenho e apresentarei essa sugestão na<br />

próxima edição do jornal Ação.<br />

Tenho dois filhos com ida<strong>de</strong> abaixo <strong>de</strong><br />

24 anos que estudam em universida<strong>de</strong>s<br />

particulares a um custo bastante<br />

alto. O que a ANABB po<strong>de</strong>ria fazer?<br />

Adoção <strong>de</strong> convênios ou até mesmo<br />

bancar um percentual da mensalida<strong>de</strong><br />

com <strong>de</strong>sconto no Ir?<br />

Jose Arnaldo dos Santos – Maceió (AL)<br />

Jose, na questão do IR, é possível,<br />

individualmente, buscar na justiça o<br />

direito <strong>de</strong> abater integralmente o valor<br />

pago para as faculda<strong>de</strong>s. Eu, particularmente,<br />

tenho uma ação vitoriosa<br />

nesse sentido. Sobre os convênios,<br />

o que o associado po<strong>de</strong> fazer é nos<br />

ajudar, indicando as faculda<strong>de</strong>s e as<br />

escolas que eles querem que a ANABB<br />

faça contato para conseguir <strong>de</strong>scontos.<br />

Para isso, basta enviar um e-mail para<br />

convenios@anabb.org.br<br />

O valor do aumento das mensalida<strong>de</strong>s<br />

da ANABB foi mais <strong>de</strong> 50%. Já pedi explicações<br />

que não me convenceram.<br />

Também solicitei informações sobre<br />

quanto ganham os dirigentes e quais<br />

os auxílios.<br />

Otto Wehr – Gramado (RS)<br />

Da mesma forma que os funcionários<br />

do Banco sofreram com ausência <strong>de</strong> reajustes,<br />

a ANABB também sofreu. Todos os<br />

custos da instituição cresceram e, como<br />

nós trabalhávamos com a perspectiva <strong>de</strong><br />

manter a mensalida<strong>de</strong> atrelada ao salário<br />

do funcionalismo, em muitos momentos<br />

<strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> dar reajustes. O que a gente<br />

fez agora foi um realinhamento. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que a mensalida<strong>de</strong> da ANABB é<br />

a mais barata <strong>de</strong> todas as entida<strong>de</strong>s e<br />

que a maioria <strong>de</strong>las quase não presta<br />

serviços para seus <strong>associados</strong>, embora<br />

tenha uma mensalida<strong>de</strong> muito maior.<br />

Nós temos otimizado esses recursos<br />

com a criação <strong>de</strong> benefícios diretos e<br />

indiretos, que po<strong>de</strong>m se transformar em<br />

benefícios. O plano odontológico é um.<br />

As contratações <strong>de</strong> seguros são outro. O<br />

que você po<strong>de</strong> ter certeza é o seguinte: o<br />

que a ANABB já distribuiu <strong>de</strong> benefícios<br />

é quase <strong>de</strong>z vezes maior do que ela já<br />

arrecadou em toda sua existência. Quanto<br />

aos salários dos dirigentes da ANABB,<br />

esses estão vinculados diretamente aos<br />

salários <strong>de</strong> carreira do BB. Ninguém ganha<br />

nada extra, não tem adicional, não<br />

tem auxílio-moradia. É como se estivesse<br />

trabalhando no Banco.<br />

Porque a entida<strong>de</strong> não propõe, em<br />

nome dos <strong>associados</strong> aposentados,<br />

ação para reaver a cesta-alimentação<br />

contra a Previ?<br />

Ruben Ferreira Carvalho –<br />

São Lourenço (MG)<br />

Ruben, além <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da ANA-<br />

BB, eu sou conselheiro <strong>de</strong>liberativo eleito<br />

pelos funcionários na Previ. Antes <strong>de</strong><br />

propor uma ação contra a Previ, eu levei<br />

este assunto para o Conselho. A Previ<br />

está analisando a perspectiva <strong>de</strong> pagar<br />

o equivalente a cesta alimentação para<br />

os aposentados. Dentro dos próximos<br />

“nós temos otimizado esses recursos<br />

com a criação <strong>de</strong> benefícios diretos e<br />

indiretos, que po<strong>de</strong>m se transformar<br />

em benefícios. o plano odontológico<br />

é um. as contratações <strong>de</strong> seguros são<br />

outro. o que você po<strong>de</strong> ter certeza é o<br />

seguinte: o que a anaBB já distribuiu<br />

<strong>de</strong> benefícios é quase <strong>de</strong>z vezes maior<br />

do que ela já arrecadou em toda sua<br />

existência.”<br />

meses, discutiremos este assunto no<br />

Conselho. Só mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotadas<br />

todas as possibilida<strong>de</strong>s pelas vias<br />

administrativas é que nós vamos pensar<br />

numa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar com<br />

uma ação judicial.<br />

Na Previ, para aqueles que se aposentam<br />

com menos <strong>de</strong> 30 anos, aplica-se a<br />

proporcionalida<strong>de</strong>, levando o benefício<br />

para a vida toda, diferente dos <strong>de</strong>mais.<br />

Não está havendo isonomia entre eles.<br />

Po<strong>de</strong>-se questionar isso judicialmente?<br />

Reinaldo Zocche– Curitiba (PR)<br />

Reinaldo, você tem toda a razão. Fundo<br />

<strong>de</strong> Pensão será sempre um fundo <strong>de</strong><br />

capitalização, seja ele <strong>de</strong> benefício <strong>de</strong>finido<br />

(BD) ou <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong>finida (CD).<br />

A regra tempo <strong>de</strong> trabalho, até mesmo na<br />

previdência oficial, já foi substituída por<br />

tempo <strong>de</strong> contribuição. Tinha todo sentido<br />

fixar o benefício dos participantes da<br />

Previ em função do tempo <strong>de</strong> trabalho,<br />

uma vez que este tempo era igual ao tempo<br />

<strong>de</strong> contribuição. Com o fim das contribuições<br />

– <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007 – nenhum<br />

funcionário, ativo ou aposentado,<br />

contribui para a Previ – restará apenas o<br />

tempo <strong>de</strong> trabalho. Não po<strong>de</strong>mos calcular<br />

benefícios apenas por tempo <strong>de</strong> tra-<br />

balho, assim esta regra <strong>de</strong>ve ser alterada.<br />

Caso contrário, vamos viver no futuro. Na<br />

Previ, a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver um aposentado<br />

com 26 anos <strong>de</strong> trabalho e 26 anos <strong>de</strong><br />

contribuição recebendo 26/30 do salário<br />

como benefício e um funcionário com 15<br />

anos <strong>de</strong> contribuição e 30 anos <strong>de</strong> trabalho<br />

recebendo 30/30 do salário como<br />

benefício. Portanto, ele contribuiu menos<br />

para a formação do bolo e receberá uma<br />

fatia maior. Não é justo.<br />

Numa empresa <strong>de</strong> tamanha dimensão,<br />

como o BB, é possível administrar cortes<br />

<strong>de</strong> benefícios e <strong>de</strong> pessoal, consi<strong>de</strong>rados<br />

pelos executivos como “indispensáveis” à<br />

perpetuida<strong>de</strong> da empresa e, ainda assim,<br />

admitir-se que os valores da responsabilida<strong>de</strong><br />

social e da sustentabilida<strong>de</strong> não<br />

foram transgredidos? <strong>de</strong> que forma?<br />

Clístenes Henrique da Silva – Paulo Afonso (BA)<br />

Clístenes, se o Banco quer ser o banco<br />

do mercado – o Bra<strong>de</strong>sco do Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral - não vai conseguir dar respostas<br />

pra essas questões que você está<br />

colocando. A atuação responsável começa<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. A sustentabilida<strong>de</strong><br />

começa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. Não dá pra<br />

você ven<strong>de</strong>r pra socieda<strong>de</strong> que você é<br />

um banco que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvi-<br />

0 | Ação Março 2008 Ação Março 2008 |


“Melhorar a base do salário, melhorar a<br />

vida <strong>de</strong> quem ganha menos é obrigação,<br />

sim, <strong>de</strong> quem luta pelo interesse <strong>de</strong> todos.<br />

Tem muita gente que recebe muito<br />

dinheiro da previ e que <strong>de</strong>ve ter seus<br />

reajustes corretos, mas primeiro nós<br />

precisamos equilibrar essa conta”<br />

mento regional sustentável se você não<br />

tem uma política <strong>de</strong> sustentação da sua<br />

própria ca<strong>de</strong>ia produtiva e <strong>de</strong> seu funcionalismo.<br />

Como é que você ven<strong>de</strong> para a<br />

opinião pública uma idéia que não está<br />

no inconsciente ou no consciente das<br />

pessoas que estão <strong>de</strong>sempenhando<br />

um papel? O Banco caiu numa armadilha,<br />

ele tem que sair <strong>de</strong>la e sair <strong>de</strong>la é<br />

abandonar o novo mercado. Dizer assim:<br />

“Olha, sou mesmo banco público,<br />

sou mesmo um banco <strong>de</strong> governo, tenho<br />

mesmo política diferente <strong>de</strong> um banco<br />

privado”. Encarar a mídia, o mercado e<br />

quem quer que seja. Ir para o enfrentamento<br />

pra construir um país melhor.<br />

A proposta da ANABB para o uso do<br />

superávit da Previ [benefício único<br />

<strong>de</strong> r$ 500,00 para todos] é completamente<br />

estapafúrdia. Verificamos<br />

então que a ANABB aprova a medida<br />

do governo que, a cada ano, achata a<br />

aposentadoria dos que ganham mais<br />

<strong>de</strong> um salário. Quem ganha mais é por<br />

seu próprio mérito e logicamente <strong>de</strong>ve<br />

ganhar mais do que o pessoal que não<br />

conseguiu progredir na carreira.<br />

Aloysio –<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ)<br />

Aloysio, não po<strong>de</strong>mos trabalhar com<br />

essa premissa <strong>de</strong> que o salário <strong>de</strong> cada<br />

aposentado é justo porque é sobre o<br />

que ele contribuiu. Isso não é verda<strong>de</strong>iro.<br />

Nós não estamos falando <strong>de</strong> um plano<br />

<strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong>finida e sim <strong>de</strong> um<br />

plano <strong>de</strong> benefício <strong>de</strong>finido. E esses benefícios<br />

foram impactados por políticas<br />

<strong>de</strong> governo que atravessaram a vida <strong>de</strong><br />

parcela do funcionalismo do Banco e<br />

provocaram o caos. Quem se aposentou<br />

antes <strong>de</strong> 97 não sofreu os impactos<br />

brutais da redução salarial que foi<br />

imposta aos funcionários da ativa pelo<br />

governo Fernando Henrique Cardoso e<br />

que continua nesse governo, embora<br />

os salários minimizados tenham sido<br />

corrigidos pelo INPC. E você dizer e<br />

aceitar a tese <strong>de</strong> que todo mundo se<br />

aposentou com um salário que merecia<br />

é injusto, é cruel, é perverso. Nós não<br />

vamos aceitar isso. Melhorar a base do<br />

salário, melhorar a vida <strong>de</strong> quem ganha<br />

menos é obrigação, sim, <strong>de</strong> quem luta<br />

pelo interesse <strong>de</strong> todos. Tem muita gente<br />

que recebe muito dinheiro da Previ<br />

e que <strong>de</strong>ve ter seus reajustes corretos,<br />

mas primeiro nós precisamos equilibrar<br />

essa conta. Tem muita gente ganhando<br />

muito menos que merecia e que ajudou<br />

com seu esforço e com seu trabalho, a<br />

construir esse Banco e a formar esse<br />

superávit. E tem direito <strong>de</strong> receber um<br />

benefício melhor. Se é com benefício<br />

único ou se é revendo todo o plano,<br />

isso nós temos que construir no <strong>de</strong>bate<br />

e não aceitar como premissa <strong>de</strong> que o<br />

que está dado, está dado.<br />

valMir caMilO<br />

resPONDe PergUNTas<br />

De liDeraNÇas DO BB<br />

o presi<strong>de</strong>nte da anaBB, <strong>valmir</strong> <strong>Camilo</strong>, também <strong>respon<strong>de</strong></strong>u questões <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças do<br />

funcionalismo do Banco do Brasil. a pedidos, as <strong>perguntas</strong> não foram editadas. por esse<br />

motivo, alguns questionamentos estão longos. <strong>de</strong>sta forma, todas as <strong>perguntas</strong> estão<br />

contextualizadas e <strong>de</strong> mais fácil entendimento<br />

Alcir A.Calliari - aposentado<br />

e ex-presi<strong>de</strong>nte do BB<br />

Alcir Calliari - Consi<strong>de</strong>rando que o crescimento<br />

da i<strong>de</strong>ologia neoliberal no Brasil:<br />

é intensamente apoiado pelos meios<br />

<strong>de</strong> comunicação e está fortemente<br />

instalado em todos os níveis do corpo<br />

permanente dos órgãos da administração<br />

direta e indireta; e que estes fatos<br />

proporcionam forte influência em toda<br />

a formulação e execução das políticas<br />

públicas, pergunto:<br />

Acredita o Sr. Presi<strong>de</strong>nte da ANABB<br />

que, apesar das <strong>de</strong>clarações dos políticos<br />

e do plebiscito ocorrido nas últimas<br />

eleições presi<strong>de</strong>nciais - quando a socieda<strong>de</strong><br />

brasileira disse um vigoroso NãO<br />

à privatização do Banco - seja possível a<br />

progressiva e imperceptível <strong>de</strong>scarac-<br />

terização do Banco do Brasil, por meio<br />

<strong>de</strong> sucessivas medidas administrativas<br />

que reduzem a importância do Banco<br />

no cenário produtivo do Brasil e enfraqueçam<br />

o espírito <strong>de</strong> corpo da empresa?<br />

Afinal, fica claro que um Banco do<br />

Brasil igual aos bancos privados do país<br />

é totalmente <strong>de</strong>snecessário.<br />

Valmir <strong>Camilo</strong>: Calliari, concordo com<br />

você. Acredito que o pior dos males é<br />

a política do atual governo para o BB.<br />

Os atuais dirigentes do nosso Banco<br />

estão convencidos que repetir o receituário<br />

dos bancos privados é garantia<br />

<strong>de</strong> sucesso. A ida do BB para o chamado<br />

“novo mercado” é uma armadilha. A<br />

obrigação <strong>de</strong> remunerar os acionistas<br />

privados, no atual formato, impõe a<br />

obrigação <strong>de</strong> gerar mais lucros, atuando<br />

exatamente como atuam os bancos<br />

privados: uma corrida louca pelo maior<br />

resultado. Eu disse maior, não melhor<br />

resultado. A imprensa, comprometida<br />

com o sistema, cobra do Banco do Brasil<br />

“a mesma eficiência” e o resultado<br />

é o que você chamou <strong>de</strong> “progressiva<br />

e imperceptível <strong>de</strong>scaracterização do<br />

Banco”. Deveríamos ter a coragem<br />

<strong>de</strong> criar um mo<strong>de</strong>lo próprio para o BB<br />

e fugir da onda equivocada do “novo<br />

mercado”. Quem sabe criar o que eu tenho<br />

chamado <strong>de</strong> “ações preferenciais<br />

especiais”, que seriam oferecidas aos<br />

acionistas privados, com garantia <strong>de</strong><br />

rentabilida<strong>de</strong> mínima, quem sabe taxa<br />

Selic – in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do lucro apurado<br />

em cada exercício. O Governo Fe<strong>de</strong>ral<br />

continuaria com as ações ordinárias e<br />

com o controle. Desta forma, o nosso<br />

BB voltaria a ser o verda<strong>de</strong>iro agente<br />

financeiro do governo, puxando para<br />

baixo as taxas <strong>de</strong> juros, alongando os<br />

prazos dos financiamentos caracterizados<br />

como investimentos, que possam<br />

gerar aumento da produção nacional<br />

e por conseqüência mais empregos.<br />

Acho que esta história vai terminar<br />

como mais um <strong>de</strong>vaneio do Valmir <strong>Camilo</strong>,<br />

pois faltará coragem para fazer diferente,<br />

num governo on<strong>de</strong> nada se cria<br />

e tudo se copia, com um novo nome e<br />

uma nova embalagem. A receita do FHC<br />

para o Banco do Brasil, no governo Lula<br />

chama-se “novo mercado”. Uma pena.<br />

2 | Ação Março 2008 Ação Março 2008 |


Sérgio faraco – São Paulo (SP) –<br />

Aposentado do BB<br />

Sérgio faraco - Por que a ANABB não<br />

respeitou o princípio da capitalização<br />

previsto para os planos <strong>de</strong> Previdência<br />

Privada e não consi<strong>de</strong>rou as contribuições<br />

vertidas por todos os participantes<br />

indistintamente ao apoiar a distribuição<br />

<strong>de</strong> superávit ocorrida em 2007 e ao propor<br />

agora um absurdo abono linear, permitindo<br />

que tenha havido a transferência<br />

<strong>de</strong> recursos da esmagadora maioria<br />

dos participantes em prol daqueles que<br />

estão no topo do Banco, da Cassi e da<br />

Previ, embora tenham contribuído em<br />

valor idêntico ao <strong>de</strong> outros que nada<br />

receberam (75% sobre os proventos<br />

gerais), nem um centavo a mais?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - Sérgio, o sistema <strong>de</strong> capitalização<br />

obrigatória dos fundos <strong>de</strong> previdência<br />

privada só começou em 1982.<br />

Nem mesmo a Previ tem todos os registros<br />

das contribuições individuais na reserva<br />

<strong>de</strong> poupança <strong>de</strong> cada associado,<br />

para o período anterior. O fundamento<br />

da sua pergunta está correto: todos contribuíram<br />

em valor idêntico. Apenas uma<br />

correção, “contribuíram com critérios <strong>de</strong><br />

contribuição idênticos”, uma vez que os<br />

valores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos salários, que são<br />

diferentes. No entanto, a maior injustiça<br />

está no fato <strong>de</strong> que a média dos benefícios<br />

recebidos por aposentados antes<br />

<strong>de</strong> 1997 é mais que o dobro da média<br />

dos aposentados <strong>de</strong> pós-97. Era preciso<br />

primeiro diminuir esta diferença, antes<br />

<strong>de</strong> começar a tratar todos igualmente,<br />

acho que não é justo tratar igualmente<br />

os <strong>de</strong>siguais. A ANABB não está propondo<br />

apenas um abono linear, está propondo<br />

um aumento <strong>de</strong> salário para todos,<br />

com piso <strong>de</strong> R$ 500,00. Um aumento<br />

<strong>de</strong> 10% para quem ganha R$ 20 mil são<br />

R$ 2 mil, mas para quem ganha R$ 1 mil<br />

são R$ 100,00. Um aumento sem piso<br />

só vai aumentar as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, com<br />

reflexos até mesmo nos benefícios dos<br />

pensionistas. Mas estamos propondo<br />

também um amplo <strong>de</strong>bate sobre o tema<br />

e acho que suas colaborações po<strong>de</strong>rão<br />

ajudar muito.<br />

davi Zaia – presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong> Bancários <strong>de</strong> São Paulo e <strong>de</strong>putado<br />

estadual (PPS/SP)<br />

davi Zaia - Temos assistido um processo<br />

extremamente forte <strong>de</strong> concentração<br />

no sistema financeiro brasileiro<br />

e internacional. No último ano, o BB,<br />

<strong>de</strong> certa forma, entrou neste processo<br />

com a absorção do BeSC. A imprensa<br />

falou em outros bancos estaduais.<br />

Como você analisa este processo,<br />

principalmente consi<strong>de</strong>rando que isto<br />

sempre diminui os empregos?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - David, a concentração<br />

do sistema financeiro brasileiro é uma<br />

viagem sem volta. O BB entrou na corrida<br />

pela compra <strong>de</strong> outros bancos muito<br />

tar<strong>de</strong>. Enquanto incorporou o BESC com<br />

ativos <strong>de</strong> perto <strong>de</strong> R$ 4 bi, o Santan<strong>de</strong>r<br />

comprou o ABN com ativos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

R$ 130 bi, uma covardia. Todos os <strong>de</strong>mais<br />

bancos estaduais disponíveis para<br />

a incorporação por parte do BB não somam<br />

R$ 10 bi. Acho que a evolução tecnológica<br />

já colocou o sistema bancário<br />

no limite das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redução<br />

do quadro <strong>de</strong> pessoal. A concentração<br />

do sistema está se consolidando entre<br />

os gran<strong>de</strong>s bancos remanescentes,<br />

restando apenas a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entrada <strong>de</strong> capital estrangeiro no setor.<br />

Assim, sou um otimista que acredita<br />

que o setor passará a fazer uma viagem<br />

<strong>de</strong> volta, pois o atendimento feito por<br />

terminais eletrônicos e internet virou<br />

comodite. Desta forma, o atendimento<br />

personalizado realizado por gerentes<br />

<strong>de</strong> contas <strong>de</strong>verá crescer, <strong>de</strong>mandando<br />

o ingresso <strong>de</strong> mais bancários. Os<br />

bancos tinham um único gran<strong>de</strong> cliente<br />

pagando taxas <strong>de</strong> juros muito altas,<br />

que era o governo. Com a queda na<br />

taxa <strong>de</strong> juros, que remuneram os títulos<br />

públicos, eles terão que buscar novos<br />

tomadores. O papel do bancário po<strong>de</strong>rá<br />

voltar a ser importante para o sistema.<br />

davi Zaia - Valmir, você tem acompanhado<br />

com muito rigor a questão dos<br />

fundos <strong>de</strong> pensão, sendo que a Previ é<br />

o maior <strong>de</strong>les. Por outro lado a expectativa<br />

<strong>de</strong> vida da população tem aumentado.<br />

Você julga que a regulamentação<br />

legal hoje existente é suficiente para<br />

dar tranqüilida<strong>de</strong> aos participantes?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - Hoje, o país já tem uma<br />

estrutura consolidada para garantir a tranqüilida<strong>de</strong><br />

dos participantes da previdência<br />

complementar fechada e aberta. O sistema<br />

<strong>de</strong> regulação e controle aten<strong>de</strong> bem o setor,<br />

mas a cultura previ<strong>de</strong>nciária ainda não<br />

foi bem entendida pela socieda<strong>de</strong>. Falta<br />

conhecimento para os magistrados que<br />

continuam <strong>de</strong>cidindo sem enten<strong>de</strong>r as regras<br />

e a imprensa pouco contribui, uma vez<br />

que poucos profissionais estão preparados<br />

para produzir material jornalístico coerente<br />

sobre o tema. Mas os problemas do passado<br />

estão superados por regras mais claras<br />

e pela entrada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s bancos e seguradoras<br />

internacionais no setor. Recentemente<br />

a SPC exigiu a mudança da tábua<br />

<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, nos cálculos atuariais dos<br />

fundos, como forma <strong>de</strong> compatibilizar os<br />

planos atuariais ao aumento da expectativa<br />

<strong>de</strong> vida dos participantes.<br />

davi Zaia - O crédito tem um papel relevante<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento do país.<br />

Sendo o BB o maior banco do país, e<br />

um banco público, você acredita que<br />

a sua política <strong>de</strong> crédito aten<strong>de</strong> as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento do país<br />

com distribuição <strong>de</strong> renda?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - O crédito no BB aten<strong>de</strong><br />

mais o interesse da empresa e menos o<br />

“o atendimento personalizado<br />

realizado por gerentes <strong>de</strong> contas<br />

<strong>de</strong>verá crescer, <strong>de</strong>mandando<br />

o ingresso <strong>de</strong> mais bancários.”<br />

interesse do país. O banco tecnológico<br />

afasta uma gran<strong>de</strong> parcela dos possíveis<br />

usuários, por absoluta incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

operar as ferramentas utilizadas pelo<br />

setor. A maior parte da oferta <strong>de</strong> crédito<br />

está sendo utilizada para o consumo,<br />

mas este mo<strong>de</strong>lo se esgota rapidamente<br />

se não houver disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito<br />

para a produção. Hoje, um cliente pessoa<br />

física entra na internet e contrata<br />

um empréstimo, sem falar com o gerente<br />

da agência bancária. Os financiamentos<br />

para custeio e investimento da produção<br />

dão mais trabalho e o sistema bancário<br />

– incluindo o Banco do Brasil – já fez a<br />

opção, que é a melhor para o Banco, mas<br />

não é a melhor para o país.<br />

Lourenço Prado - Presi<strong>de</strong>nte da<br />

CONTEC (Confe<strong>de</strong>ração Nacional dos<br />

Trabalhadores nas Empresas <strong>de</strong> Crédito)<br />

Lourenço Prado - Após esclarecimentos<br />

prestados pela Previ e algumas entida<strong>de</strong>s<br />

representativas <strong>de</strong> funcionários, as<br />

alterações no estatuto e regulamento<br />

do Plano I da Previ, que estabeleceram<br />

<strong>de</strong>stinação específica dos superávits<br />

acumulados, foram “recomendadas”<br />

e acabaram tendo aceitação dos <strong>associados</strong>,<br />

visto que o argumento principal<br />

foi o <strong>de</strong> que beneficiariam a todos.<br />

Processados os cálculos/alterações,<br />

as medidas <strong>de</strong>cepcionaram gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> <strong>associados</strong>, po<strong>de</strong>ndo-se afirmar<br />

que <strong>de</strong>terminados segmentos não<br />

terão nenhum benefício financeiro em<br />

suas aposentadorias.<br />

Pergunta-se:<br />

1) A ANABB tinha conhecimento <strong>de</strong><br />

simulações ou estudos <strong>de</strong> que o Benefício<br />

especial <strong>de</strong> remuneração aten<strong>de</strong>ria<br />

apenas cerca <strong>de</strong> 21.500 <strong>associados</strong><br />

e <strong>de</strong> que o Benefício <strong>de</strong> Proporcionalida<strong>de</strong><br />

e renda Certa também aten<strong>de</strong>ria<br />

somente o mesmo número?<br />

2) Comprovada a <strong>de</strong>cepção com os<br />

resultados da partilha do superávit da<br />

Previ, a ANABB preten<strong>de</strong> adotar medidas<br />

para minimizar o impacto do Plano?<br />

em caso positivo, quais?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - Lourenço, quando se trata<br />

<strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> informações, o<br />

Banco e suas instituições – Previ e Cassi<br />

– <strong>de</strong>ixam muito a <strong>de</strong>sejar.<br />

Boa parte do atraso na implementação<br />

das medidas aprovadas teve causa<br />

nas dificulda<strong>de</strong>s da Previ em processar<br />

as informações para avaliação, até mesmo,<br />

do custo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> cada<br />

uma das alterações. Nem mesmo os conselheiros<br />

<strong>de</strong>liberativos tiveram acesso<br />

aos números exatos dos beneficiados e<br />

aos valores previstos para cada um dos<br />

segmentos <strong>de</strong> <strong>associados</strong>. Sempre tra-<br />

“o papel do bancário po<strong>de</strong>rá<br />

voltar a ser importante para<br />

o sistema.”<br />

balhamos com valores médios, que carrega<br />

distorções grandiosas. No entanto,<br />

é importante salientar que as medidas<br />

adotadas até agora atingiram todos os<br />

participantes do Plano <strong>de</strong> Benefício 1 da<br />

Previ. A redução na contribuição e posteriormente<br />

a suspensão da cobrança<br />

significaram um aumento real no salário<br />

ou benefício <strong>de</strong> todos os participantes.<br />

Outras alterações introduzidas também<br />

eram importantes para diminuir a distância<br />

entre os aposentados <strong>de</strong> pré e pós<br />

1997. A média dos benefícios pagos aos<br />

aposentados <strong>de</strong> pré-97 é <strong>de</strong> R$ 9 mil e<br />

a média dos benefícios <strong>de</strong> pós-97 é <strong>de</strong><br />

pouco mais <strong>de</strong> R$ 4 mil. O gran<strong>de</strong> volume<br />

<strong>de</strong> superávit recomenda a manutenção,<br />

para o ano <strong>de</strong> 2008, da suspensão das<br />

contribuições como medida preliminar.<br />

A ANABB preten<strong>de</strong> patrocinar um amplo<br />

<strong>de</strong>bate com todos os segmentos organizados<br />

para <strong>de</strong>finir a forma mais justa <strong>de</strong><br />

utilização do superávit, não existe nada<br />

<strong>de</strong>finido, apenas teses.<br />

“a média dos<br />

benefícios pagos<br />

aos aposentados<br />

<strong>de</strong> pré-97 é <strong>de</strong><br />

R$ 9 mil e a média<br />

dos benefícios <strong>de</strong><br />

pós-97 é <strong>de</strong> pouco<br />

mais <strong>de</strong> R$ 4 mil”<br />

| Ação Março 2008 Ação Março 2008 |


“...a maior injustiça está no fato <strong>de</strong> que a<br />

média dos benefícios recebidos por aposentados<br />

antes <strong>de</strong> 1997 é mais que o dobro da<br />

média dos aposentados <strong>de</strong> pós-97.”<br />

Augusto Carvalho – conselheiro<br />

<strong>de</strong>liberativo da ANABB e <strong>de</strong>putado<br />

fe<strong>de</strong>ral (PPS/DF)<br />

Augusto Carvalho - Como o Banco do<br />

Brasil po<strong>de</strong> enfrentar os efeitos da crise<br />

no sistema financeiro/imobiliário<br />

dos eUA? O BB está preparado para<br />

se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r dos possíveis impactos na<br />

economia brasileira? A situação po<strong>de</strong><br />

afetar o Banco?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - Augusto, o que afeta<br />

os Estados Unidos afeta o mundo. Mas<br />

acredito que nos últimos 15 anos, portanto<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o governo Itamar, o país<br />

tem feito um esforço para criar uma<br />

blindagem que possa resistir aos reflexos<br />

das crises internacionais, tirando<br />

até mesmo proveito das dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> outros países. A valorização da nossa<br />

moeda em relação ao dólar é uma<br />

pequena prova do que eu estou dizendo.<br />

O Banco, no entanto, está na con-<br />

tramão da história, pois está per<strong>de</strong>ndo<br />

espaço no mercado interno, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

das questões internacionais. O<br />

Banco <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser o maior banco<br />

brasileiro, muito em breve, e não tem<br />

nada que possa impedir isto. Quando<br />

o Banco, por políticas <strong>de</strong> governos, <strong>de</strong>ixou<br />

<strong>de</strong> participar da concentração do<br />

sistema financeiro nacional – impedido<br />

<strong>de</strong> comprar outros bancos – praticamente<br />

<strong>de</strong>finiu seu <strong>de</strong>stino. O BB faz um<br />

esforço imenso para abrir 30 agências<br />

enquanto o Bra<strong>de</strong>sco compra 300. Não<br />

dá pra competir. A solução seria <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> ser o maior para ser o melhor. Mas<br />

po<strong>de</strong> ser que os bancos privados, que<br />

estão ganhando dinheiro como nunca,<br />

tirem o pé do acelerador do crescimento<br />

apenas para não “magoar” o governo<br />

Lula. Não <strong>de</strong>ve ser fácil passar para a<br />

história como o governo que permitiu<br />

que o BB <strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> ser o maior banco<br />

brasileiro.<br />

Zilton Ta<strong>de</strong>u figueiredo <strong>de</strong> Campos<br />

Aposentado do BB.<br />

Zilton Ta<strong>de</strong>u - A ANABB, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que foi<br />

criada, só serve aos interesses da diretoria<br />

do Banco do Brasil e dos diretores<br />

e conselheiros da entida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sprezando<br />

seus <strong>associados</strong>, que lhe dão condição<br />

<strong>de</strong> sustentação financeira e política,<br />

para que a diretoria da associação<br />

viva em situação <strong>de</strong> nababos e aumente<br />

exponencialmente seu patrimônio<br />

pessoal e os conselheiros e diretores<br />

regionais vivam em regime <strong>de</strong> privilé-<br />

gio, verda<strong>de</strong>ira situação <strong>de</strong> sinecura.<br />

escon<strong>de</strong>-se atrás do estatuto para<br />

não acionar judicialmente o Banco do<br />

Brasil, a Cassi e a Previ e cobra cargos<br />

por isso, produzindo novas sinecuras.<br />

Quando é que a diretoria e conselhos<br />

da ANABB vão modificar o estatuto no<br />

sentido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mover ações judiciais<br />

contra o Banco do Brasil, Cassi e Previ<br />

e assim passar a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, finalmente,<br />

os verda<strong>de</strong>iros gran<strong>de</strong>s interesses dos<br />

<strong>associados</strong>, que são a Cassi e a Previ?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - Zilton, alguém já disse<br />

que não existe pergunta indiscreta, o que<br />

existe são respostas indiscretas. Não existe<br />

uma única verda<strong>de</strong> nas afirmações que<br />

você faz, quando pergunta. No entanto,<br />

estamos aqui garantindo o seu direito <strong>de</strong><br />

ofen<strong>de</strong>r. Acho que você não <strong>de</strong>veria acreditar<br />

em tudo que dizem à respeito dos<br />

dirigentes da ANABB, algumas pessoas<br />

me procuraram para dizer que você é um<br />

“louco”, e eu não acreditei.<br />

Zilton Ta<strong>de</strong>u - Por que a ANABB não<br />

consulta os seus <strong>associados</strong>-contribuintes<br />

sobre a modificação do estatuto,<br />

<strong>de</strong> forma que a diretoria passe a<br />

cumprir com o seu <strong>de</strong>ver, jamais cumprido,<br />

<strong>de</strong> acionar o Banco, a Cassi e a<br />

Previ na <strong>de</strong>fesa dos seus <strong>associados</strong>?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - A ANABB foi criada em<br />

1986, durante a constituinte. A idéia dos<br />

i<strong>de</strong>alizadores, o mais ilustre é o nosso<br />

amigo <strong>Camilo</strong> Calazans, era ter uma entida<strong>de</strong><br />

que pu<strong>de</strong>sse atuar na <strong>de</strong>fesa dos<br />

funcionários do Banco e do próprio Banco,<br />

além das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>nominadas sin-<br />

“nós vamos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r esse estatuto e as condições <strong>de</strong><br />

melhorias que a Cassi sofreu com essa alteração, que<br />

foi aprovada pela maioria absoluta do funcionalismo”<br />

dicais. Mesmo assim, logo os sindicatos<br />

começaram a achar que a ANABB tinha<br />

nascido para ser “o sindicato nacional dos<br />

funcionários do Banco do Brasil”. Então,<br />

com a reforma estatutária da ANABB, em<br />

1992, os dirigentes da época <strong>de</strong>cidiram<br />

colocar um artigo que reconhece o direito<br />

e o <strong>de</strong>ver dos sindicatos <strong>de</strong> representar os<br />

trabalhadores do Banco nas questões trabalhistas.<br />

O óbvio para não <strong>de</strong>ixar dúvidas.<br />

Quando assumi a direção da ANABB, tendo<br />

vindo do movimento sindical, também<br />

fui acusado <strong>de</strong> estar na ANABB para transformá-la<br />

num sindicato. Eu criava mais<br />

polêmica quando respondia que a ANABB<br />

era uma entida<strong>de</strong> muito importante para<br />

virar sindicato. Pura provocação. O tempo<br />

se encarregou <strong>de</strong> provar que o sindicato<br />

tem o seu papel, da mesma forma que a<br />

ANABB conquistou o seu lugar e a sua importância.<br />

A ANABB já moveu ações contra<br />

o Banco, contra a Previ, contra a Cassi e<br />

contra os governos. Numa das próximas<br />

edições do nosso Jornal Ação estaremos<br />

relembrando cada uma <strong>de</strong>las.<br />

“o tempo se<br />

encarregou <strong>de</strong> provar<br />

que o sindicato tem o<br />

seu papel, da mesma<br />

forma que a anaBB<br />

conquistou o seu lugar<br />

e a sua importância.”<br />

Isa musa <strong>de</strong> Noronha é vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

da UNAMIBB e Presi<strong>de</strong>nte da FAABB-<br />

Fe<strong>de</strong>ração das Associações <strong>de</strong> Aposentados<br />

do Banco do Brasil.<br />

Isa musa - Nós nos conhecemos bem.<br />

Já estivemos do mesmo lado em eleições<br />

(Cassi 98) e em lados opostos<br />

muitas vezes. Sempre admirei a ANA-<br />

BB e <strong>de</strong>fendo sempre nossas entida<strong>de</strong>s.<br />

Acredito que são as instâncias<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos interesses <strong>de</strong> ativos e<br />

aposentados do BB. Tanto que sou filiada<br />

não só à ANABB, mas também à<br />

UNAmIBB, AAfBB, AfABH, SATéLITe,<br />

COOPerfOrTe e AABB BH. Combato,<br />

nos grupos <strong>de</strong> discussão na internet,<br />

as idéias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfiliação da ANABB que<br />

alguns <strong>de</strong>safetos tentam fazer vingar.<br />

Vejo isso como aquela história da “raposa<br />

e as uvas”: essas pessoas gostariam<br />

<strong>de</strong> dirigir a ANABB e, como não<br />

conseguem vencer as eleições para o<br />

Conselho <strong>de</strong>liberativo e mudar a ges-<br />

tão ficam atirando pedras. Claro que<br />

todos têm o direito <strong>de</strong> não concordar<br />

com <strong>de</strong>terminados atos da sua gestão<br />

e, aqueles que não concordam com<br />

quase nada <strong>de</strong>vem procurar juntar os<br />

que pensam assim e lançar candidatura<br />

e tentar vencer.<br />

é por nutrir enorme apreço pela<br />

ANABB que insisto: a ANABB tem todas<br />

as condições objetivas para ser o gran<strong>de</strong><br />

baluarte da <strong>de</strong>fesa do funcionalismo<br />

do BB. Note que os Sindicatos hoje são<br />

braços da política <strong>de</strong> governo. <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

quando não se fala, neste país, <strong>de</strong> greve<br />

<strong>de</strong> metalúrgicos, greve <strong>de</strong> petroleiros?<br />

essas eram categorias combativas.<br />

Hoje a CUT as amordaça da mesma forma<br />

como abafa toda fagulha <strong>de</strong> reação<br />

<strong>de</strong> bancários <strong>de</strong> bancos públicos. mas,<br />

o senhor e nossa ANABB ultimamente<br />

têm preferido cair nos braços do famigerado<br />

Campo majoritário e invariavelmente<br />

saem <strong>de</strong> mãos dadas nas eleições<br />

Previ. falta coragem <strong>de</strong> arriscar<br />

ou <strong>de</strong>sapego ao po<strong>de</strong>r que os cargos na<br />

Previ oferecem?<br />

estou convicta <strong>de</strong> que a ANABB venceria<br />

esse “braço amado do PT” (não<br />

é engano: é AmAdO mesmo!) se arriscasse<br />

bater chapa contra eles e, quem<br />

sabe? Talvez pu<strong>de</strong>sse buscar outras<br />

alianças: nossas oposições bancárias<br />

e algumas <strong>de</strong> nossas Associações <strong>de</strong><br />

Aposentados que historicamente questionam<br />

a gestão da Previ. A ANABB<br />

daria um salto extraordinário para conquistar<br />

aliados e <strong>associados</strong> e ganharia<br />

ainda mais respeitabilida<strong>de</strong>.<br />

| Ação Março 2008 Ação Março 2008 |


“Rendo a todos a minha homenagem e é com eles que eu quero<br />

estar. o dia que nós estivermos juntos nas idéias, nós vamos estar<br />

juntos <strong>de</strong> corpo e alma. enquanto nós estivermos divergindo<br />

nas idéias, eu não vou fazer aproximações porque sou a favor ou<br />

contra esse governo. eu vou ser sempre a favor do funcionalismo<br />

do Banco do Brasil”<br />

Veja na última revista “Carta Capital”<br />

que Sérgio rosa foi “enquadrado”<br />

pela ministra dilma nas negociações da<br />

compra da Brasil Telecom pela Oi, que<br />

resultará em uma companhia telefônica<br />

com faturamento superior a 20 bilhões<br />

<strong>de</strong> reais por ano. Pois é a ministra dilma<br />

rousseff, quem <strong>de</strong> fato manda na Previ?<br />

e o Conselho <strong>de</strong>liberativo da Previ<br />

não esperneia? Vale a pena, vale sua<br />

reputação e a da ANABB se juntar a esses<br />

que pautam os interesses da Previ<br />

segundo os interesses do Governo?<br />

Valmir <strong>Camilo</strong> - Isa, eu costumo dizer<br />

que nem todo mundo é santo que não<br />

tenha um dia <strong>de</strong> <strong>de</strong>mônio e nem tão<br />

<strong>de</strong>mônio que não tenha um dia <strong>de</strong> santo.<br />

Aprendi a ver santos e <strong>de</strong>mônios<br />

em todos os cantos. Como dirigente<br />

da ANABB, tenho que ter uma posição.<br />

Como conselheiro <strong>de</strong>liberativo da Previ,<br />

tenho que ter uma posição. Tenho procurado<br />

pautar minha vida <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

com o funcionalismo do BB<br />

em todos esses momentos. Já estive<br />

junto com você e com o campo majoritário<br />

e já estive como adversário, porque<br />

as discussões são pontuais. Elas<br />

têm a ver com o que interessa para o<br />

funcionalismo. Em <strong>de</strong>terminados momentos,<br />

tem um grupamento <strong>de</strong> pessoas<br />

que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o que interessa para<br />

o funcionalismo e nós estamos juntos.<br />

Num outro momento, o que interessa<br />

para o funcionalismo é outra coisa que<br />

tem outro grupamento <strong>de</strong> pessoas. E<br />

nós estaremos juntos. Estou convencido<br />

que estar junto e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a Cassi<br />

era <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r sua reforma estatutária.<br />

Era <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o aporte <strong>de</strong> recursos do<br />

Banco <strong>de</strong> R$ 300 milhões, era equilibrar<br />

o plano <strong>de</strong> <strong>associados</strong>, era botar<br />

no estatuto que o Banco tem responsabilida<strong>de</strong><br />

com os aposentados - porque<br />

o TCU esta querendo que os aposentados<br />

sejam retirados da Cassi. Nós vamos<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r esse estatuto e as condições<br />

<strong>de</strong> melhorias que a Cassi sofreu<br />

com essa alteração, que foi aprovada<br />

pela maioria absoluta do funcionalismo.<br />

Então, na Cassi não era possível<br />

estarmos juntos, porque você apoiou<br />

as pessoas que queriam o caos da<br />

Cassi, queriam o fim da Cassi, queriam<br />

o não pelo não. Isso não quer dizer que<br />

me senti menor, porque junto comigo<br />

tinha gente do partido A, do partido<br />

B, da corrente C, da corrente D. O que<br />

importava para mim era estar a favor<br />

da Cassi, venham <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vier, falem<br />

a língua que tiverem que falar, tenha a<br />

origem que tiver, venham do movimento<br />

ou não venham, sejam anônimos,<br />

sejam importantes, sejam ministros<br />

<strong>de</strong> estado ou seja um aposentado que<br />

saiu <strong>de</strong> porta em porta pedindo para<br />

aprovar o estatuto da Cassi. Rendo a<br />

todos a minha homenagem e é com<br />

eles que eu quero estar. O dia que nós<br />

estivermos juntos nas idéias, nós vamos<br />

estar juntos <strong>de</strong> corpo e alma. Enquanto<br />

nós estivermos divergindo nas<br />

idéias, eu não vou fazer aproximações<br />

porque sou a favor ou contra esse governo.<br />

Eu vou ser sempre a favor do<br />

funcionalismo do Banco do Brasil.<br />

“vale a pena, vale<br />

sua reputação e a da<br />

anaBB se juntar a<br />

esses que pautam os<br />

interesses da previ<br />

segundo os interesses<br />

do Governo?”<br />

Isa musa <strong>de</strong> Noronha<br />

é Vice-Presi<strong>de</strong>nte da UNAMIBB e<br />

Presi<strong>de</strong>nte da FAABB-Fe<strong>de</strong>ração das<br />

Associações <strong>de</strong> Aposentados do<br />

Banco do Brasil.<br />

meIO-AmBIeNTe<br />

O MeiO-aMBieNTe<br />

eM sUas MÃOs<br />

pequenos gestos po<strong>de</strong>m contribuir para a preservação da natureza.<br />

Você está fazendo sua parte?<br />

por Tatiane Lopes<br />

“A natureza é inexorável, e vingar-se-á<br />

completamente <strong>de</strong> uma tal violação <strong>de</strong><br />

suas leis.” Com essa afirmação, o indiano<br />

Mahatma Gandhi, no início do século<br />

20, já especulava que a humanida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>ria sofrer num futuro bem próximo<br />

caso violasse os limites impostos pelo<br />

meio-ambiente. O que se percebe é que<br />

esse limite foi ultrapassado, e muito. O<br />

mundo parece começar a acordar para<br />

este fato e a responsabilida<strong>de</strong> ambiental<br />

passou a não ficar limitada a apenas<br />

a esfera governamental e empresarial,<br />

mas também individual.<br />

O que você, no seu dia-a-dia, prejudica<br />

o meio-ambiente? O que você<br />

po<strong>de</strong> fazer para minimizar este impacto?<br />

Essas são <strong>perguntas</strong> que <strong>de</strong>vem<br />

ser feitas e, você vai perceber que<br />

pequenos gestos po<strong>de</strong>m ajudar muito<br />

a Mãe Natureza. No Brasil, temos<br />

a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água doce do<br />

mundo: quase 14% <strong>de</strong> toda a reserva<br />

do planeta. Mas tratamos muito mal<br />

uma das nossas maiores riquezas.<br />

Uma pesquisa do IBGE <strong>de</strong> 2002 revelou<br />

que 47,8% dos municípios brasileiros<br />

não coletam nem tratam o esgoto.<br />

A sujeira vai parar nos rios. Outro dado<br />

é que a <strong>de</strong>manda da humanida<strong>de</strong> é<br />

25% maior do que a oferta <strong>de</strong> recursos<br />

naturais, o que ameaça a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> regeneração do planeta.<br />

As conseqüências do nosso comportamento<br />

estão estampadas nos noticiários,<br />

como aumento recor<strong>de</strong> da temperatura,<br />

<strong>de</strong>rretimento <strong>de</strong> geleiras, elevação do<br />

nível dos oceanos ameaçando cida<strong>de</strong>s<br />

próximas ao nível do mar, <strong>de</strong>sertificação,<br />

maior número <strong>de</strong> incêndios florestais, aumento<br />

da força e da freqüência <strong>de</strong> tufões,<br />

ciclones e furacões <strong>de</strong>vido ao aquecimento<br />

das águas dos oceanos.<br />

No entanto, nem tudo está perdido.<br />

Ainda existem soluções e a primeira <strong>de</strong>las<br />

é a urgente retomada <strong>de</strong> consciência por<br />

parte <strong>de</strong> cada cidadão. Para agir <strong>de</strong> forma<br />

sustentável <strong>de</strong>vemos ter consciência<br />

<strong>de</strong> que nossas relações sociais atingem a<br />

realida<strong>de</strong> à nossa volta. Por isso, nas próximas<br />

páginas você terá dicas <strong>de</strong> como<br />

valorizar o meio-ambiente e <strong>de</strong>scobrir<br />

qual o retorno <strong>de</strong>ssas ações na melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Novas atitu<strong>de</strong>s am-<br />

8 | Ação Março 2008<br />

Ação Março 2008 |


ientalmente responsáveis e a mudança<br />

<strong>de</strong> comportamento po<strong>de</strong>m conduzir ao<br />

uso sustentável dos recursos naturais<br />

do planeta. “Evite o <strong>de</strong>sperdício, reduza<br />

o consumo, recicle sempre que possível<br />

e cui<strong>de</strong> bem do seu jardim. Ensinar isso<br />

às crianças é fundamental na construção<br />

dos hábitos das próximas gerações”,<br />

aconselha a bióloga Tatiana Brisolla.<br />

Novos Conceitos<br />

Imagine sua vida sem ar ou água.<br />

Certamente, você viveria pouco tempo.<br />

Nesse simples exemplo, dá para perceber<br />

o quanto somos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

do meio ambiente. O alerta é que cada<br />

cidadão fique atento e saiba o porquê<br />

<strong>de</strong> se preservar a natureza, evitar o<br />

<strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> água, energia, combustível,<br />

papel, alimentos e outros recursos;<br />

além <strong>de</strong> incentivar a redução do<br />

lixo, o reaproveitamento, a coleta seletiva<br />

e o consumo responsável.<br />

Reduzir, reutilizar e reciclar são<br />

palavras que representam o primeiro<br />

passo para gran<strong>de</strong>s mudanças. São<br />

pequenos gestos que começam em<br />

casa, se esten<strong>de</strong>m ao trabalho, chegam<br />

nas empresas, no governo e ganham<br />

os holofotes do mundo inteiro.<br />

» evite pegar mais saquinhos dos que<br />

os necessários no mercado; que tal<br />

a<strong>de</strong>rir à moda e levar a sua própria<br />

sacola <strong>de</strong> pano (que são até mais resistentes).<br />

» Utilize o mínimo necessário <strong>de</strong> papel.<br />

evite imprimir sem necessida<strong>de</strong>.<br />

» No trabalho utilize vi<strong>de</strong>oconferências<br />

para evitar viagens.<br />

» evite <strong>de</strong>ixar a torneira aberta ao fazer<br />

a barba, escovar os <strong>de</strong>ntes ou lavar a<br />

louça. e nem pense em usar mangueiras<br />

para lavar calçadas, quintais e carros.<br />

» Só use a máquina <strong>de</strong> lavar com a<br />

carga máxima <strong>de</strong> roupas.<br />

» Não jogue óleo <strong>de</strong> frituras ou restos<br />

<strong>de</strong> comida em pias ou na privada, pois<br />

po<strong>de</strong> causar entupimentos e dificulta<br />

o tratamento do esgoto.<br />

» Não jogue lixo nas ruas, nos lagos,<br />

córregos, rios e mar. Uma latinha jogada<br />

pela janela do carro, por exemplo,<br />

é arrastada pela chuva, entope<br />

bueiros, causa enchentes e prejudica<br />

a qualida<strong>de</strong> da água.<br />

» Novos edifícios com hidrômetros<br />

individuais por apartamento, estimulam<br />

a economia <strong>de</strong> água e a conta é<br />

mais justa pois cada família só paga<br />

o quanto consome.<br />

» Pesquise receitas <strong>de</strong> alimentos a<br />

base <strong>de</strong> cascas <strong>de</strong> frutas e talos e folhas<br />

<strong>de</strong> verduras.<br />

» Prefira veículos movidos a álcool,<br />

biodiesel ou mo<strong>de</strong>los bicombustíveis<br />

(híbridos / flex). Fique <strong>de</strong> olho<br />

na manutenção do seu veículo. Um<br />

motor mal cuidado po<strong>de</strong> consumir<br />

50% mais combustível e produzir<br />

50% mais CO2. Se você dirige 20.000<br />

km por ano, reduza sua rodagem em<br />

10%. experimente <strong>de</strong>ixar o carro em<br />

casa e tente alternativas como ir a<br />

padaria a pé. essas medidas ajudam<br />

a <strong>de</strong>spejar menos CO2 no ar.<br />

» Procure adquirir eletrodomésticos<br />

com maior eficiência energética. Na<br />

compra <strong>de</strong> eletrodomésticos, verifique<br />

se o produto tem o selo Procel<br />

(nas marcas nacionais) e energy Star<br />

(nas importadas).<br />

» <strong>de</strong>sligue luzes e equipamentos<br />

quando não estiverem sendo utilizados.<br />

evite <strong>de</strong>ixar computadores ligados<br />

24 horas por dia e configure-os<br />

para que <strong>de</strong>sliguem seus monitores<br />

quando estão em espera; quando<br />

possível troque as lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes<br />

pelas fluorescentes, elas<br />

duram até 10 vezes mais e economizam<br />

até um terço <strong>de</strong> energia.<br />

» Prefira escadas, em vez <strong>de</strong><br />

elevador.<br />

» recicle sempre. Separe o material<br />

reciclável do seu lixo:<br />

* o que po<strong>de</strong> ser reciclado: garrafa e pote<br />

<strong>de</strong> vidro, garrafa PET, sacola <strong>de</strong> plástico,<br />

filme plástico e embalagem, lata <strong>de</strong> alumínio,<br />

embalagem <strong>de</strong> marmitex, embalagem<br />

longa-vida, isopor, lâmpada incan<strong>de</strong>scente<br />

e fluorescente.<br />

*o que não po<strong>de</strong> ser reciclado: vidro<br />

refratário <strong>de</strong> panela e travessa para microondas,<br />

espelho, lenço <strong>de</strong> papel, papel<br />

higiênico, absorvente, fralda <strong>de</strong>scartável,<br />

louça, barbeador <strong>de</strong>scartável, papel-carbono,<br />

etiqueta a<strong>de</strong>siva, cabo <strong>de</strong> panela,<br />

tomada, esponja <strong>de</strong> aço.<br />

» evite produtos muito embalados.<br />

» Não queime lixo doméstico.<br />

» Plante árvores. elas são aspiradores<br />

naturais <strong>de</strong> gás carbônico. Uma<br />

árvore po<strong>de</strong> absorver até uma tonelada<br />

<strong>de</strong> CO2 durante sua vida. Além<br />

disso, elas proporcionam sombra e<br />

amenizam a temperatura <strong>de</strong>ntro das<br />

residências, o que reduz o uso <strong>de</strong> condicionadores<br />

<strong>de</strong> ar ou ventiladores.<br />

<strong>de</strong> acordo com a consultoria max<br />

Ambiental, uma pessoa que roda 20<br />

quilômetros por dia num carro 1.0<br />

movido à gasolina emite 1,87 tonelada<br />

<strong>de</strong> CO2 por ano. Para neutralizar<br />

essas emissões, precisa plantar<br />

nove árvores, a cada ano. Só uma<br />

ida e volta na ponte aérea rio-São<br />

Paulo exige o plantio <strong>de</strong> uma árvore<br />

por passageiro. Você po<strong>de</strong> calcular<br />

sua emissão anual <strong>de</strong> CO2 e a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> árvores por ano que <strong>de</strong>verá<br />

plantar a fim <strong>de</strong> neutralizar os gases<br />

<strong>de</strong> efeito estufa emitidos no site<br />

http://www.florestasdofuturo.org.br<br />

Lar ecológico<br />

Arquitetos po<strong>de</strong>m projetar construções<br />

ecológicas utilizando ma<strong>de</strong>iras<br />

<strong>de</strong> reflorestamento, energia solar,<br />

reaproveitamento da água, tecnologia<br />

para captação <strong>de</strong> chuva, camada <strong>de</strong><br />

terra com vegetação para diminuir o<br />

aquecimento interno, sensores <strong>de</strong> presença<br />

para iluminação, ampla ventilação<br />

(janelas), tijolos <strong>de</strong> vidro e telhas<br />

translúcidas para aproveitar a luz natural<br />

etc.<br />

Fontes: Planeta Sustentável e Portal Natureba<br />

em 15 minutos, 280 litros <strong>de</strong> água escorrem<br />

para o ralo. Torneira aberta sem uso é água<br />

limpa que vai para o esgoto.<br />

O CO2 é o gás que mais contribui para o aquecimento<br />

global. entre os possíveis impactos<br />

do aquecimento global no Brasil previsto por<br />

pesquisadores brasileiros do INPe (Instituto<br />

Nacional <strong>de</strong> Pesquisas espaciais) estão: nos<br />

próximos anos, as regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste vão<br />

sofrer com chuvas e inundações cada vez mais<br />

freqüentes; a floresta Amazônica po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r<br />

30% da vegetação, por causa <strong>de</strong> um aumento<br />

na temperatura que vai <strong>de</strong> 3ºC a 5,3ºC até<br />

2100; no Nor<strong>de</strong>ste, até o fim do século, a variação<br />

<strong>de</strong>ve ficar entre 2ºC e 4ºC; o nível do mar<br />

<strong>de</strong>ve subir 0,5 metro nas próximas décadas e 42<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong>m ser afetadas.<br />

Alguns estudos indicam que um litro <strong>de</strong> óleo<br />

po<strong>de</strong> contaminar até um milhão <strong>de</strong> litros <strong>de</strong><br />

água. O melhor é colocar o óleo utilizado numa<br />

garrafa <strong>de</strong> plástico, fechá-la e colocá-la para<br />

coleta seletiva. existem entida<strong>de</strong>s que até coletam<br />

o óleo para a produção <strong>de</strong> sabão, <strong>de</strong>tergente,<br />

glicerina e biodiesel.<br />

CONTrIBUIçãO PArA A NATUreZA :<br />

50 kg <strong>de</strong> papel velho =<br />

uma árvore poupada<br />

1.000 Kg <strong>de</strong> papel reciclado =<br />

20 árvores poupadas<br />

1.000 Kg <strong>de</strong> vidro reciclado =<br />

1300Kg <strong>de</strong> areia extraída poupada<br />

1.000 Kg <strong>de</strong> plástico reciclado =<br />

milhares <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> petróleo poupados<br />

1.000 Kg <strong>de</strong> alumínio reciclado =<br />

5000Kg <strong>de</strong> minérios extraídos poupados<br />

20 20 | Ação | Ação Março 2008<br />

Ação Março 2008 | 2


PArABÓLICA<br />

ZerO e <strong>de</strong>Z<br />

MíniMo foRa do ReaL<br />

O reajuste <strong>de</strong> 9,2% no salário míni-<br />

mo, que passou <strong>de</strong> R$ 380,00 para R$<br />

415,00, está acima da inflação, mas<br />

o valor do novo mínimo passa longe<br />

<strong>de</strong> ser o i<strong>de</strong>al para cobrir os custos <strong>de</strong><br />

uma família, como previsto na Consti-<br />

tuição Fe<strong>de</strong>ral, aponta pesquisa do De-<br />

partamento Intersindical <strong>de</strong> Estatística<br />

e Estudos Socioeconômicos (Dieese).<br />

Pelo estudo, o salário mínimo<br />

no início <strong>de</strong>ste ano <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong><br />

R$ 1.924,59. “Isso é uma estimativa<br />

<strong>de</strong> quanto <strong>de</strong>veria ser o salário mínimo<br />

para haver uma reposição <strong>de</strong> força <strong>de</strong><br />

trabalho digna”, afirmou José Maurício<br />

Soares, economista do Dieese.<br />

No Brasil, mais <strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong><br />

aposentados e pensionistas do INSS<br />

recebem o salário mínimo.<br />

Fonte: Agência Brasil, com adaptações<br />

invesTiMenTo eM Cidadania<br />

A Fundação Banco do Brasil está em-<br />

penhada no <strong>de</strong>senvolvimento social<br />

<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s carentes. Uma tec-<br />

nologia social, <strong>de</strong> saneamento bási-<br />

co na área rural, está modificando a<br />

vida <strong>de</strong> famílias que vivem nos mu-<br />

nicípios ocupados pela usina hidre-<br />

létrica <strong>de</strong> Corumbá IV, em Goiás. O<br />

objetivo é substituir as fossas negras<br />

das proprieda<strong>de</strong>s rurais - responsá-<br />

veis pela disseminação <strong>de</strong> inúmeras<br />

doenças, como diarréia, hepatite e<br />

cólera - por fossas sépticas biodiges-<br />

toras, que tratam o <strong>de</strong>jeto humano<br />

e produzem adubo orgânico líquido<br />

para culturas perenes.<br />

Fonte: Com informações do site Pauta Social<br />

sUpeRáviT do pLano 1<br />

é <strong>de</strong> R$ 52,9 BiLHões<br />

“No ano em que as contribuições<br />

foram suspensas e pagamos R$ 5,3<br />

bilhões em benefícios, terminar o ano<br />

com patrimônio <strong>de</strong> R$ 137,1 bilhões<br />

significa crescimento real <strong>de</strong> um plano<br />

maduro”. Assim o presi<strong>de</strong>nte da Previ,<br />

Sérgio Rosa, resumiu a evolução <strong>de</strong><br />

215,1% do Plano 1, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002. O<br />

superávit consolidado do Plano 1 totalizou<br />

R$ 52,9 bilhões. Desse total, 25%<br />

ou R$ 15,52 bilhões integram a Reserva<br />

<strong>de</strong> Contingência e o restante, R$<br />

37,41 bilhões estão alocados na Reserva<br />

para Revisão do Plano, utilizada<br />

para realizar melhorias nos benefícios.<br />

A utilização do superávit começou<br />

em 2006 com a redução da Parcela<br />

PREVI (PP) e o aumento do benefí-<br />

A Câmara dos Deputados rejeitou no<br />

dia 11 <strong>de</strong> março a emenda que acabava<br />

com a obrigatorieda<strong>de</strong> da contribuição<br />

sindical dos trabalhadores.<br />

Foram 234 votos pela obrigatorieda<strong>de</strong><br />

da contribuição e 171 contrários.<br />

Com isso, os trabalhadores continuam<br />

sendo obrigados a pagar a contribuição<br />

sindical. Durante a votação<br />

do projeto <strong>de</strong> lei que legaliza as centrais<br />

sindicais e que reconhece as<br />

organizações como entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> representação<br />

dos trabalhadores, os<br />

<strong>de</strong>putados aprovaram as emendas<br />

do Senado ao projeto. A proposta<br />

já havia sido aprovada pela Câmara<br />

em 17 <strong>de</strong> outubro do ano passado,<br />

mas foi alterada na votação dos<br />

senadores. Na primeira votação da<br />

cio mínimo, além do corte <strong>de</strong> 40%<br />

nas contribuições e da diminuição<br />

da taxa <strong>de</strong> juros para 5,75%. No ano<br />

passado, foi <strong>de</strong>finido o uso do superávit<br />

para mudar a tábua atuarial<br />

para a AT-83, suspen<strong>de</strong>r as contribuições,<br />

elevar o teto <strong>de</strong> contribuição<br />

<strong>de</strong> 75% para 90%, alterar a fórmula<br />

<strong>de</strong> cálculo do complemento Previ e<br />

pagar benefício especial para quem<br />

contribuiu por mais <strong>de</strong> 30 anos.<br />

Fonte: Previ<br />

CONGreSSO<br />

CâMaRa apRova oBRiGaToRieda<strong>de</strong> da ConTRiBUição sindiCaL<br />

Câmara, os <strong>de</strong>putados aprovaram<br />

emenda do <strong>de</strong>putado Augusto Carvalho<br />

(PPS-DF) que acabava com<br />

a obrigatorieda<strong>de</strong> da contribuição<br />

sindical dos trabalhadores. Mas na<br />

votação no Senado, a emenda foi rejeitada<br />

e na nova votação na Câmara,<br />

os <strong>de</strong>putados mantiveram o texto<br />

aprovado pelos senadores. Segundo<br />

o presi<strong>de</strong>nte da Força Sindical, <strong>de</strong>putado<br />

Paulo Pereira da Silva (PDT-<br />

SP), entre as vantagens da proposta<br />

está a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reunir todas<br />

as categorias em uma única organização.<br />

Além disso, as centrais po<strong>de</strong>rão<br />

representar os trabalhadores na<br />

justiça comum e na fe<strong>de</strong>ral, “inclusive<br />

recorrer diretamente ao Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral”.<br />

MEMÓRIA<br />

21 anos <strong>de</strong> sUCesso<br />

A maior publicação da ANABB completou<br />

seus 21 anos em março <strong>de</strong><br />

2008. O jornal da entida<strong>de</strong>, criado<br />

em março <strong>de</strong> 1987, foi batizado como<br />

Ação na sua terceira publicação, em<br />

outubro daquele ano. Des<strong>de</strong> então, o<br />

jornal passou a ser referência entre<br />

as publicações direcionadas ao funcionalismo<br />

do Banco do Brasil. Prestes<br />

a atingir a edição nº 200, o Ação<br />

é distribuído em todo o Brasil e chega<br />

a casa <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> <strong>associados</strong>. Informação<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> interesse<br />

dos bancários do BB são marcas<br />

registradas do jornal da maior Associação<br />

da América Latina.<br />

aTenção RedoBRada<br />

A Receita Fe<strong>de</strong>ral alertou que, mais<br />

uma vez, golpistas estão aproveitando o<br />

momento da entrega da <strong>de</strong>claração do<br />

Imposto <strong>de</strong> Renda (IR) para enviar mensagens<br />

falsas, com o objetivo <strong>de</strong> obter os<br />

dados bancários dos contribuintes e utilizá-los<br />

in<strong>de</strong>vidamente. O órgão reafirmou<br />

que nunca, em nenhuma hipótese, envia<br />

e-mails aos contribuintes, que <strong>de</strong>vem<br />

alertar à polícia quando receberem mensagens<br />

como estas. Caso o contribuinte<br />

tenha dúvidas, po<strong>de</strong> ligar para o Receitafone<br />

(0300-7890300), que aten<strong>de</strong> todos<br />

ao custo <strong>de</strong> ligação local. A Receita espera<br />

receber 24,5 milhões <strong>de</strong> documentos<br />

até o dia 30 <strong>de</strong> abril. Em 2007, o número<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações entregues até o prazo foi<br />

<strong>de</strong> 23,270 milhões.<br />

Fonte: O Globo<br />

<strong>de</strong>CLaRação poLêMiCa<br />

Um dia após se <strong>de</strong>clarar favorável<br />

à privatização da Infraero, o ministro<br />

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio<br />

Exterior, Miguel Jorge, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />

a privatização do Banco do Brasil<br />

e da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, além<br />

da abertura <strong>de</strong> concorrência para o<br />

setor <strong>de</strong> correios e telégrafos. Para<br />

ele, o governo <strong>de</strong>veria se <strong>de</strong>sfazer <strong>de</strong><br />

todas as empresas que não são estratégicas<br />

para a administração do país.<br />

O ministro, entretanto, fez questão <strong>de</strong><br />

salientar que se trata <strong>de</strong> sua opinião,<br />

e que irá endossar a posição do governo<br />

caso este entenda que a Infraero<br />

<strong>de</strong>ve ser uma empresa pública.<br />

Sou ministro disciplinado, completou<br />

Miguel Jorge. “Defendo a privatização<br />

não só da Infraero, mas <strong>de</strong> todas<br />

as empresas que não fazem parte do<br />

‘core business’ do governo, que é a<br />

saú<strong>de</strong>, a educação e a segurança. No<br />

meu conceito pessoal, inclui bancos.<br />

No caso dos Correios, vários países<br />

têm esse <strong>de</strong>partamento privatizado”,<br />

disse ele, com a ressalva <strong>de</strong> que se<br />

trata <strong>de</strong> uma opinião pessoal, e caso<br />

o governo <strong>de</strong>fenda publicamente o<br />

contrário, irá seguir as <strong>de</strong>cisões. Muitos<br />

questionam: será que o ministro<br />

não falou <strong>de</strong>mais?<br />

Fonte: Globo Online -<br />

com adaptações - 03/3<br />

MUdança na Lei do TRaBaLHo<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprovar períodos<br />

tão longos <strong>de</strong> experiência representa<br />

uma barreira para o mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

principalmente para os mais<br />

jovens. Mas, agora, isso po<strong>de</strong> mudar.<br />

Uma lei que começou a valer no início<br />

<strong>de</strong> março <strong>de</strong>termina que os empregadores<br />

po<strong>de</strong>m exigir, no máximo, seis<br />

meses <strong>de</strong> experiência. É uma complementação<br />

da Consolidação das Leis do<br />

Trabalho (CLT) que vale para quem tem<br />

NO CrAVO e NA ferrAdUrA<br />

SeRá que é DeSSA Vez?<br />

A taxação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fortunas<br />

volta ao <strong>de</strong>bate no Congresso na esteira<br />

da proposta <strong>de</strong> reforma tributária<br />

- ela é prevista pela Constituição<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988, mas precisa ser regulamentada<br />

para entrar em vigor. O<br />

Governo Fe<strong>de</strong>ral quer ganhar o apoio<br />

para a iniciativa, prometendo dividir<br />

a nova arrecadação com estados e<br />

municípios. Há proposta <strong>de</strong> taxação<br />

para patrimônios superiores a R$ 1<br />

milhão. O ex-secretário da Receita Fe<strong>de</strong>ral,<br />

Everardo Maciel, diz que o imposto<br />

é uma “aberração” e induziria<br />

a “<strong>de</strong>spatrimonialização” do país.<br />

Fonte: Jornal do Brasil – 03/3<br />

carteira assinada. Os concursos para<br />

cargos em regime <strong>de</strong> CLT também não<br />

po<strong>de</strong>rão exigir experiência maior do<br />

que seis meses. Para o professor <strong>de</strong><br />

Recursos Humanos da Fundação Getúlio<br />

Vargas (FGV) Sérgio Amad, as mudanças<br />

po<strong>de</strong>m atrapalhar as empresas<br />

que precisam <strong>de</strong> profissionais mais experientes,<br />

mas por outro lado, dá aos<br />

jovens mais chances <strong>de</strong> concorrer.<br />

Fonte: Jornal Nacional<br />

22 | Ação Março 2008 Ação Março 2008 | 2


BANCO dO BANCárIO<br />

BOAS reCOrdAçÕeS<br />

e mUITA HISTÓrIA<br />

PArA CONTAr<br />

Não posso afirmar que foi uma carreira brilhante, mas<br />

me proporcionou muita satisfação pessoal<br />

Lá estava eu na agência do Banco do Brasil <strong>de</strong> Andradina<br />

(SP), cida<strong>de</strong> por mim escolhida, graças ao direito concedido<br />

como primeiro colocado no concurso, para tomar posse no<br />

quadro <strong>de</strong> auxiliar <strong>de</strong> escrita, em agosto <strong>de</strong> 1962.<br />

Ao longo <strong>de</strong> minha carreira, encerrada em abril <strong>de</strong><br />

1991, passei por todos os cargos <strong>de</strong> agência. Não posso<br />

afirmar que foi uma carreira brilhante, mas tudo que vivi<br />

nessa jornada me proporcionou muita satisfação pessoal,<br />

momentos <strong>de</strong> crescimento profissional. Servi como pu<strong>de</strong>.<br />

Gostava e gosto do Banco, apesar <strong>de</strong> discordar do processo<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização pelo qual a empresa passa, gerando<br />

dificulda<strong>de</strong>s inerentes a processos <strong>de</strong> modificação.<br />

Realmente o Banco mudou, tem mudado e <strong>de</strong>verá mudar<br />

muito. No meu tempo o BB mudou. Na minha posse,<br />

a conta-corrente era lançada em fichas à mão. A gran<strong>de</strong><br />

revolução veio quando distribuíram as máquinas P600<br />

para as agências. Na seqüência vieram as “NCR”. Aquelas<br />

sim, se tornaram a gran<strong>de</strong> transformação da época.<br />

Faziam todo o serviço contábil: lançamentos, balancetes,<br />

balanços e também as diferenças do fim do dia.<br />

Incontáveis noites afora. Trabalhávamos com o lançamento<br />

do movimento do dia em uma ban<strong>de</strong>ja da máquina<br />

e na outra uma pizza, <strong>de</strong>vorada aos poucos na medida em<br />

que o serviço ia fluindo. Era nosso jantar. Minha vivência<br />

no Banco daria um livro, assim como a <strong>de</strong> vários colegas.<br />

Vou aqui citar alguns fatos curiosos que acho valer a<br />

pena. Costumava comentar o fato <strong>de</strong> o Banco do Brasil<br />

com seus 180 anos <strong>de</strong> existência não ter um símbolo e<br />

cores que o representassem. Tempos <strong>de</strong>pois após um<br />

“Gostava e gosto do Banco,<br />

apesar <strong>de</strong> discordar do processo<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização pelo qual a<br />

empresa passa, gerando<br />

dificulda<strong>de</strong>s inerentes<br />

a processos <strong>de</strong> modificação.”<br />

concurso, surgiu o símbolo que até hoje o representa com<br />

suas cores: azul e amarelo.<br />

Em outra situação, ao terminar o recebimento pela supridora,<br />

saímos com duas malas vazias e pedimos um táxi.<br />

Aguardávamos, ali na calçada, com as malas no chão. O<br />

táxi chegou, embarcamos e o motorista partiu. Perguntei<br />

ao colega: “E as malas você pegou?” Ele disse: Eu não e<br />

você ?... Fizemos o contorno, voltamos e lá estavam as<br />

duas malas, no chão, tal qual as havíamos <strong>de</strong>ixado. Outros<br />

tempos. Já nos meus 67 anos <strong>de</strong> vida, hoje aposentado,<br />

só restam boas recordações, muitas histórias e muitas...<br />

muitas sauda<strong>de</strong>s...<br />

Manoel (nome fictício)<br />

Aposentado do Banco do Brasil<br />

Ingressou em 1962 em Andradina (SP)<br />

Sem reCONHeCImeNTO<br />

faltando apenas nove meses para minha aposentadoria,<br />

tiraram o meu cargo sem nenhuma explicação<br />

Trabalhei 30 anos no BB - <strong>de</strong> 1966 a 1996. Passei por diversos<br />

cargos comissionados por 22 anos consecutivos. Fiz<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> cursos. Meu trabalho era valorizado até mesmo<br />

por gestores competentes. Aposentei-me razoavelmente<br />

bem, <strong>de</strong>vo admitir.<br />

Mas passei por alguns percalços que este canal, hoje,<br />

me possibilita relatar para sensibilizar - quem sabe? - os<br />

atuais diretores em benefício dos milhares <strong>de</strong> funcionários<br />

que, como eu, <strong>de</strong>dicam suas vidas ao BB.<br />

O trabalho no Banco no começo da minha carreira era<br />

muito valorizado pela empresa e pela socieda<strong>de</strong>. Contudo,<br />

quando chegou o neo-liberalismo, época da “caça aos<br />

marajás”, surgiram também as doenças relacionadas ao<br />

excesso <strong>de</strong> trabalho e a metas inatingíveis. Diverticulite<br />

precoce, hipertensão, diabetes, <strong>de</strong>pressão (a LER ainda não<br />

tinha aparecido). O “maior patrimônio da empresa” trabalhava<br />

sem receber e sem lazer, enfrentando adversida<strong>de</strong>s,<br />

superando <strong>de</strong>safios, sendo humilhado e <strong>de</strong>srespeitado a<br />

todo o momento. Faltando apenas nove meses para minha<br />

aposentadoria, a suprema humilhação.<br />

Como não podiam me jogar nos PDVs da vida, tiraram o<br />

meu cargo sem nenhuma razão e explicação e nomearam<br />

um caixa que tinha a tal da habilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pois o <strong>de</strong>mitiram<br />

- o colega também ficou sem o cargo e sem a habilida<strong>de</strong><br />

(seria essa a razão?). Eu me aposentei, embora fora do<br />

cargo. Quanto à situação <strong>de</strong>le, eu não sei.<br />

Hoje, luto para chegar aos 60 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> com tratamento<br />

quimioterápico, combatendo um câncer <strong>de</strong> pâncreas<br />

e duo<strong>de</strong>no. Resumo minha vida bancária com versos do<br />

poeta Mário Quintana:<br />

A rua dos cataventos<br />

Da vez primeira em que me assassinaram<br />

Perdi um jeito <strong>de</strong> sorrir que eu tinha...<br />

Depois, <strong>de</strong> cada vez que me mataram,<br />

Foram levando qualquer coisa minha...<br />

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou<br />

O mais <strong>de</strong>snudo, o que não tem mais nada...<br />

Ar<strong>de</strong> um toco <strong>de</strong> vela amarelada...<br />

Como o único bem que me ficou.<br />

Vin<strong>de</strong>, corvos, chacais, ladrões da estrada!<br />

Ah! Desta mão, avaramente adunca,<br />

Ninguém há <strong>de</strong> arrancar-me a luz sagrada.<br />

Aves da noite! Asas <strong>de</strong> horror! Voejai!<br />

Que a luz, trêmula e triste como um ai,<br />

A luz do morto não se apaga nunca.<br />

Celso peito Macedo<br />

paRTiCipe!<br />

Envie seu <strong>de</strong>poimento sobre sua relação com o BB. Envie um e-mail para<br />

jornal@anabb.org.br ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510<br />

Brasília/DF. O assunto <strong>de</strong>ve ser Banco do Bancário.<br />

Aposentado do Banco do Brasil<br />

Ingressou em 1966 em Minas Gerais<br />

2 | Ação Março 2008 Ação Março 2008 | 2


2 | Ação Março 2008 Ação Março 2008 | 2


CArTA dO dIreTOr<br />

O Superávit<br />

dA CASSi<br />

Nos últimos 10 anos, superávit é o assunto para a Previ.<br />

O funcionalismo do Banco acabou se acostumando com a<br />

história <strong>de</strong> que suas duas principais entida<strong>de</strong>s eram referenciadas<br />

como prima rica e prima pobre. A diferença <strong>de</strong><br />

tratamento dada pelo Banco entre as duas era evi<strong>de</strong>nte até<br />

mesmo na indicação <strong>de</strong> seus representantes para os quadros<br />

<strong>de</strong> direção da entida<strong>de</strong>. No período <strong>de</strong> 10 anos foram<br />

poucos os diretores Administrativo e Financeiro da Cassi,<br />

indicados pelo Banco, que suportaram mais <strong>de</strong> 1 ano no<br />

cargo, uma rotativida<strong>de</strong> que só não aconteceu no caso dos<br />

diretores eleitos. Lessivan Pacheco, por exemplo, que foi diretor<br />

da Cassi durante o período <strong>de</strong> 1998 a 2006, era diretor<br />

do Sindicato dos Bancários <strong>de</strong> Salvador (BA), cumpriu 8 anos<br />

<strong>de</strong> mandato, saiu da Cassi e do Banco do Brasil, a<strong>de</strong>rindo ao<br />

pacote <strong>de</strong> benefícios criado para os altos executivos, colocou<br />

no bolso um caminhão <strong>de</strong> dinheiro e foi criar bois no interior<br />

da Bahia. Aliás, é <strong>de</strong> lá que vem também o candidato a diretor<br />

pela Chapa 3 na Cassi, diretor do Sindicato <strong>de</strong> Salvador,<br />

liberado <strong>de</strong> suas funções pelo Banco e dono <strong>de</strong> uma Clínica<br />

<strong>de</strong> Fisioterapia e Acupuntura.<br />

Nos últimos 10 anos, a Cassi apresentou déficit no Plano<br />

<strong>de</strong> Associados, um período marcado pelo enfrentamento entre<br />

os dirigentes eleitos e indicados, on<strong>de</strong> a fragilida<strong>de</strong> dos<br />

dirigentes indicados esbarrava na incapacida<strong>de</strong> das partes<br />

em construir alternativas e o NÃO foi a tônica <strong>de</strong> uma década<br />

<strong>de</strong> gestão na Cassi. O grupo político do ex-diretor e do atual<br />

candidato a diretor pela Chapa 3, continuou dizendo NÃO<br />

para a Cassi. Quer agora, com um discurso sem fundamento<br />

técnico, continuar a política da negação, na esperança <strong>de</strong><br />

travar a gestão da Cassi pelos próximos 4 anos. A maioria absoluta<br />

dos <strong>associados</strong> da nossa Caixa <strong>de</strong> Assistência disse<br />

SIM pra Cassi. É preciso que esta mesma maioria continue<br />

dizendo SIM pra Cassi. O retrocesso po<strong>de</strong> colocar a Cassi, <strong>de</strong><br />

novo, no caminho do enfrentamento vazio e inconseqüente,<br />

com graves prejuízos para seus usuários. Enquanto o time<br />

GRAÇA MACHADO é diretora <strong>de</strong> Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência - difap@anabb.org.br<br />

28 | Ação Março 2008<br />

da negação po<strong>de</strong>rá, quem sabe, seguir a vida, fora do Banco,<br />

criando bois ou cuidando <strong>de</strong> sua clínica.<br />

A primeira gran<strong>de</strong> mudança na Cassi já foi percebida. O<br />

Plano <strong>de</strong> Associados tem SUPERÁVIT. É, o superávit é da Previ<br />

e da Cassi, também. Po<strong>de</strong>m comemorar. A turma do NÃO<br />

continua agredindo a maioria que aprovou as mudanças,<br />

dizendo que “se não foi preciso usar o aporte <strong>de</strong> R$ 300 milhões<br />

do Banco e, ainda assim, o plano registrou superávit,<br />

então não existia déficit!”. O que mostra que eles, até agora,<br />

não enten<strong>de</strong>ram as propostas <strong>de</strong> mudança. Caso não tivessem<br />

sido aprovadas, o DÉFICIT do Plano <strong>de</strong> Associados seria<br />

<strong>de</strong> R$ 57 milhões. Vamos fazer conta: R$ 64 milhões pela<br />

contribuição sobre o 13° salário (R$ 38,4 milhões do Banco<br />

e R$ 25,6 milhões do funcionalismo), R$ 18,5 milhões<br />

da parcela <strong>de</strong> 1,5% sobre os salários dos funcionários admitidos<br />

pós-98 (contribuição exclusiva do Banco) e R$ 11,5<br />

milhões pela cobertura do déficit dos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes indiretos<br />

(contribuição igualmente exclusiva do Banco). Vamos fechar<br />

as contas: total das contribuições adicionais R$ 94 milhões,<br />

menos superávit <strong>de</strong> R$ 37 milhões. Logo, sem as contribuições<br />

adicionais o déficit seria <strong>de</strong> R$ 57 milhões.<br />

Com as reservas recompostas pelos R$ 300 milhões<br />

por parte do Banco, com o Plano <strong>de</strong> Associados em equilíbrio,<br />

vai ser possível retomar os investimentos na Cassi,<br />

que foram paralisados por absoluta falta <strong>de</strong> recursos<br />

– era gastar com investimentos ou pagar as contas do<br />

custeio (médicos, hospitais, laboratórios, clínicas etc).<br />

Po<strong>de</strong>mos, por exemplo, investir numa nova Central <strong>de</strong><br />

Atendimento 0800. Ela foi dimensionada com equipamentos<br />

e pessoal para aten<strong>de</strong>r pouco mais <strong>de</strong> 100 mil<br />

ligações por mês e tem que aten<strong>de</strong>r, hoje, mais <strong>de</strong> 300<br />

mil. Parabéns aos <strong>associados</strong> da Cassi, sejam eles aposentados,<br />

pré-98 ou pós-98, que tiveram a coragem <strong>de</strong><br />

mudar a história da nossa Caixa <strong>de</strong> Assistência. Continue<br />

dizendo SIM pra CASSI.

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