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D - SUTIL, MARCELO SALDANHA.pdf - Universidade Federal do ...

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Mas como narrar a transformação que o ecletismo causou na paisagem de<br />

uma pacata e minúscula cidade situada no Sul <strong>do</strong> Brasil? De que maneira a<br />

provinciana Curitiba de mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> oitocento passou a seguir a mesma tendência<br />

da arquitetura européia, que quase meio século depois ainda encantava Euclides<br />

Bandeira?<br />

Direcionada, inicialmente, apenas para os caminhos que permitiriam<br />

compreender e analisar os detalhes arquitetônicos de um determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da<br />

história da cidade, a pesquisa acabou enveredan<strong>do</strong> por outras trilhas. Desvios<br />

que, no entanto, fizeram-se necessários: sen<strong>do</strong> um diálogo entre o previsível e o<br />

inespera<strong>do</strong>, o protegi<strong>do</strong> e o exposto, o público e o priva<strong>do</strong>, a linguagem da<br />

arquitetura é o espaço onde os opostos se complementam, influenciam a vida<br />

cotidiana da cidade e carregam de símbolos o imaginário da popular.<br />

A arquitetura distingue-se de qualquer instrumento real de atividade<br />

humana pelo simples fato de não fazer parte de uma determinada atividade, e sim<br />

por garantir, enquanto espaço ambiental, to<strong>do</strong> um conjunto de processos vitais.<br />

Seu objeto é o espaço, e ao organizá-lo ela o faz em relação ao homem com a sua<br />

totalidade, com to<strong>do</strong>s os comportamentos físicos ou psíquicos de que o indivíduo<br />

é capaz e de que o edifício pode vir a ser cenário (MUKAROVSKY, 1981:155).<br />

Compreender a arquitetura enquanto produção de espaços requer estudar o<br />

público e o priva<strong>do</strong>.<br />

Dessa forma, o construtor, o mora<strong>do</strong>r e o meio em que o imóvel se insere<br />

estão relaciona<strong>do</strong>s -o construtor enquanto porta<strong>do</strong>r de uma ideologia e de uma<br />

formação progressista; o mora<strong>do</strong>r como um cliente que pode vir a interferir na<br />

obra e que ao mesmo tempo espera por uma nova proposta dentro de outra mais<br />

ampla, o espaço urbano.<br />

Coube, então, à pesquisa, percorrer, não apenas um sem-número de<br />

fachadas e exemplos que caracterizassem o estilo, mas investigar os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s<br />

que essas mesmas paredes separavam. Mais <strong>do</strong> que ordena<strong>do</strong>ras de uma<br />

paisagem urbana, as fachadas também protegem o espaço interior.<br />

Duas problemáticas, além <strong>do</strong> próprio ecletismo, se apresentaram: a<br />

primeira foi o crescimento de uma cidade que dava os primeiros passos em

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