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As piscadelas de Deus são pessoais - Viverpontocom

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C a p í t u l o 1<br />

<strong>As</strong> <strong>pisca<strong>de</strong>las</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

<strong>são</strong> <strong>pessoais</strong><br />

Você teve outros daqueles dias. Tudo parece duvidoso. Então<br />

pensa: “Não seria ótimo acordar um dia e ter certeza <strong>de</strong><br />

tudo? Certeza no amor? Certeza sobre o trabalho? Sobre o<br />

futuro?”<br />

Com quem você po<strong>de</strong>ria falar sobre isso? Melhor ainda,<br />

quem ouviria?<br />

Seus olhos, meio hesitantes, rolam para o céu. “Olá? Você<br />

está aí, <strong>Deus</strong>?”<br />

Então a sua mente, num jato, avalia a imensidão do pedido.<br />

Você quer que <strong>Deus</strong> o ouça, e agora. Que ridículo. Existem mais<br />

<strong>de</strong> seis bilhões <strong>de</strong> pessoas neste planeta. E se todas o chamarem<br />

ao mesmo tempo?<br />

Você cai em si. Vai ao fundo do poço. E aí algo acontece.<br />

Uma coisa aparentemente bobinha. Alguém em quem você acabou<br />

<strong>de</strong> pensar, pela primeira vez <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> anos, telefona <strong>de</strong> repente<br />

— uma coincidência boba, tão banal que você <strong>de</strong>ixa para<br />

lá. Ou uma oração a qual você nem esperava que fosse respondida<br />

— é! Imediatamente o lado esquerdo do seu cérebro repete<br />

< 9 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

algo que você ouviu certa vez: “Existe uma explicação científica<br />

para tudo”.<br />

“Mas...” você pensa, “hum, quem sabe não seja só coincidência<br />

ou acaso! Talvez <strong>Deus</strong> esteja se comunicando comigo. Sim,<br />

diretamente comigo!” Você balança a cabeça. “Ah!, não po<strong>de</strong> ser”.<br />

Mas... e se <strong>Deus</strong> estiver, <strong>de</strong>ssa forma, fazendo um contato<br />

com você — <strong>de</strong> uma maneira não verbal — realizando um pequeno<br />

milagre bem na sua frente? Afinal, ele não fala com voz<br />

humana. Ele é <strong>Deus</strong>... e acaba <strong>de</strong> fazer algo que ninguém mais<br />

po<strong>de</strong>ria, apenas para mostrar que é ele!<br />

Então, isso significaria que ele está ouvindo! Correto? Sim,<br />

ele ouviu sua prece.<br />

E se essa estranha coincidência, ou oração respondida, foi a<br />

maneira <strong>de</strong>le enviar a você... entre os bilhões <strong>de</strong> pessoas — uma<br />

mensagem direta e pessoal <strong>de</strong> tranquilida<strong>de</strong>? Quem sabe ele não<br />

esteja tentando dizer para você parar <strong>de</strong> se preocupar, manter a<br />

fé e que tudo ficará bem?<br />

Isto, caro leitor, é a essência <strong>de</strong>ste livro.<br />

este livro é sobre você<br />

Toda vez que você recebe o que alguns chamam <strong>de</strong> coincidência<br />

ou oração respondida, está, na verda<strong>de</strong>, recebendo uma<br />

mensagem direta e pessoal <strong>de</strong> tranquilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para consigo<br />

— aquilo que eu chamo <strong>de</strong> pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

É parecido com quando você era uma criança sentada na<br />

mesa <strong>de</strong> jantar. Você olhava para cima e via alguém que amava<br />

olhando <strong>de</strong> volta, mãe, pai ou avô, que retribuía seu olhar dando<br />

uma piscadinha. E você se sentia bem com essa pequena comunicação<br />

silenciosa.<br />

< 10 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

O que eles estavam querendo dizer com isso? Provavelmente,<br />

“Ei, pequeno, estou pensando em você neste momento, eu me<br />

orgulho <strong>de</strong> você. Tudo vai dar certo”.<br />

E é justamente isso a pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

Tudo que é chamado <strong>de</strong> coincidência ou resposta <strong>de</strong> oração é<br />

uma pequena e silenciosa comunicação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> para com você.<br />

Uma pisca<strong>de</strong>la quer dizer “Ei, criança, estou pensando em você...<br />

neste exato momento!”<br />

É uma mensagem clara <strong>de</strong> conforto — <strong>de</strong> que, não importa<br />

quão duvidosa a sua vida pareça no<br />

momento, ele vai lhe ajudar a cami- O Senhor, o seu <strong>Deus</strong>, os<br />

nhar na direção certa. É também um escolheu <strong>de</strong>ntre todos os<br />

sinal <strong>de</strong> que você nunca está sozinho. povos da face da terra<br />

Na verda<strong>de</strong>, você está sempre no GPS para ser o seu povo,<br />

<strong>de</strong>le — um sistema <strong>de</strong> localização que o seu tesouro pessoal.<br />

eu gosto <strong>de</strong> chamar <strong>de</strong> Global Posi- — Deuteronômio 7.6 - NVI<br />

cionamento do Senhor.<br />

Neste livro, tento mostrar que toda pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é uma<br />

experiência muito pessoal. Recolhi uma série <strong>de</strong> casos atraentes<br />

para convencê-lo <strong>de</strong> que nunca mais <strong>de</strong>verá se perguntar que<br />

posição ocupa entre os outros seis bilhões <strong>de</strong> indivíduos na terra.<br />

Como as pessoas das histórias que se seguem, no momento em<br />

que recebe uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, você sabe: está no topo.<br />

Quando é claro feito água<br />

Em Anaheim, Califórnia, Mavis Jackson passava dirigindo<br />

pela Catedral <strong>de</strong> Cristal. Por vinte anos, ela dizia sempre a mesma<br />

coisa: “Um dia, eu vou lá”. Até que numa manhã <strong>de</strong> domingo,<br />

< 11 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

ela foi. Usando a melhor roupa que tinha, simplesmente <strong>de</strong>cidiu:<br />

“Hoje é o dia”.<br />

Mavis chegou cedo, escolheu um assento bem no meio e viu<br />

a imensa igreja <strong>de</strong> três mil lugares se encher <strong>de</strong> gente. Ficou<br />

admirada quando as majestosas vozes do coral pareciam cercá-la.<br />

E maravilhou-se quando um pedaço do teto, feito <strong>de</strong> vidro, se<br />

abriu logo no começo do culto, como que convidando até os<br />

pássaros para a cerimônia.<br />

No final do serviço, Mavis se levantou e esperou que o corredor<br />

ficasse livre. Tentando disfarçar a animação, ela disse para<br />

a jovem ao lado:<br />

— Estou tão feliz por ter vindo aqui hoje. Não é maravilhoso?<br />

A jovem acenou com a cabeça, concordando.<br />

— Você é daqui? —Mavis perguntou.<br />

— Não, eu sou do meio-oeste. Na verda<strong>de</strong>, vim com uma<br />

mis<strong>são</strong>: tentar achar a minha mãe biológica — disse a moça.<br />

Seguiu-se uma pausa.<br />

— Sei como você <strong>de</strong>ve estar se sentindo — disse Mavis. —<br />

Muito tempo atrás, tive que dar minha menininha para adoção.<br />

Eu não queria... mas...<br />

Outra pausa.<br />

A jovem olhou bem fundo nos olhos <strong>de</strong> Mavis e perguntou:<br />

—Você... lembra o aniversário <strong>de</strong>la?<br />

— Sim — respon<strong>de</strong>u cautelosamente Mavis. — 30 <strong>de</strong> outubro.<br />

— Esse é justo o meu dia — gaguejou a jovem.<br />

É isso mesmo! Uma coincidência memorável — uma pisca<strong>de</strong>la<br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> — reuniu mãe e filha separadas havia muito tempo.<br />

Quais as probabilida<strong>de</strong>s disso acontecer?<br />

< 12 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

Elas se sentaram. A jovem se apresentou como Cheryl<br />

Wallace, e explicou que sempre vivera atormentada com a dúvida<br />

<strong>de</strong> não saber quem era a sua mãe biológica. E mais importante,<br />

precisava compreen<strong>de</strong>r por que tinha sido dada para<br />

adoção.<br />

Na pequena cida<strong>de</strong> em que vivia, todos a <strong>de</strong>sencorajavam.<br />

“Você está procurando uma agulha num palheiro” — aconselhava<br />

o escrivão da cida<strong>de</strong>.<br />

“Não há sinal <strong>de</strong>la” — diziam outros. Até que alguém contou-lhe<br />

ter ouvido que a sua mãe verda<strong>de</strong>ira teria se mudado<br />

para o Orange County, na Califórnia.<br />

Foi essa informação que a levou até Em seu coração o homem<br />

aquele lugar, naquele momento.<br />

planeja seu caminho, mas<br />

Mesmo nos dias mais otimistas, o Senhor <strong>de</strong>termina os<br />

Cheryl jamais teria previsto um resul- seus passos.<br />

tado tão notável — que suas dúvidas — Provérbios 16.9 - NVI<br />

fossem terminar com tamanha certeza<br />

e <strong>de</strong> uma maneira que somente <strong>Deus</strong> po<strong>de</strong>ria orquestrar. E então,<br />

quando o incrível milagre <strong>de</strong>sse encontro se <strong>de</strong>u, elas tiveram<br />

a certeza que o Dia das Mães nunca mais seria o mesmo.<br />

O que você apren<strong>de</strong>u com a história <strong>de</strong> Mavis e Cheryl? Que<br />

uma força soberana está aí, maior do que todos nós, vigiando,<br />

dirigindo nossas vidas. E quando damos um passo <strong>de</strong> fé, como<br />

fez Cheryl ao procurar pela mãe, nós po<strong>de</strong>mos receber, concretizados,<br />

os <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> nossos corações. Po<strong>de</strong>mos transformar dúvidas<br />

em certezas.<br />

< 13 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

Eu me pergunto se, no seu passado, você já foi <strong>de</strong>safiado a<br />

dar um passo <strong>de</strong> fé... talvez quando era mais jovem. E, como<br />

resultado, você recebeu uma afirmação <strong>de</strong> que a sua fé seria<br />

recompensada. Se isso aconteceu, quem sabe a sua experiência<br />

seja parecida com uma das que se seguem.<br />

< 14 ><br />

A maravilhosa história <strong>de</strong> Tim<br />

“Crescer num lugar como Chagrin Falls, no Estado americano<br />

<strong>de</strong> Ohio” — conta o famoso comediante Tim Conway — “é<br />

uma experiência religiosa por si só. Todo mundo na cida<strong>de</strong> toma<br />

conta, cuida <strong>de</strong> você”.<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tim personificava a “normalida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>scrita pelo<br />

artista plástico e ilustrador Norman Rockwell (1894-1978).<br />

Entre os cultos <strong>de</strong> domingo nas duas igrejas, seus moradores,<br />

como uma gran<strong>de</strong> família, se envolviam na vida uns dos outros.<br />

A cada manhã, os médicos saíam <strong>de</strong> suas casas para aten<strong>de</strong>r os<br />

doentes, os mecânicos para consertar os carros e os professores<br />

para educar as crianças, enquanto as meninas pulavam amarelinha<br />

riscadas <strong>de</strong> giz nas calçadas, e os garotos caminhavam em direção<br />

ao rio com suas varas <strong>de</strong> pescar feitas <strong>de</strong> bambu.<br />

Aos 12 anos, Tim tinha uma rotina absolutamente comum,<br />

mascando chicletes que escondia <strong>de</strong>baixo da carteira da escola,<br />

enquanto sonhava em ter um revólver vermelho <strong>de</strong> brinquedo.<br />

<strong>Deus</strong> era uma gran<strong>de</strong> e misteriosa presença na vida daquele pequeno.<br />

Mesmo não tendo nenhuma prova disso, todo mundo dizia<br />

que ele existia, então, ele não tinha razão alguma para duvidar.<br />

Mas naquela época, a mente <strong>de</strong>sse menino <strong>de</strong> Chagrin<br />

Falls estava mais envolvida com a festa da primavera, quando


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

se realizava o maior <strong>de</strong>sfile do ano, e que marcava também a<br />

chegada do Carnaval.<br />

Perto do rio, o mágico parque <strong>de</strong> diversões funcionava varando<br />

a noite. A imensa roda-gigante, mais alta do que a torre da<br />

igreja, a música repetitiva <strong>de</strong> Natal preenchendo a atmosfera, e<br />

o cheiro <strong>de</strong> pipoca misturado ao cheiro <strong>de</strong> graxa <strong>de</strong> eixo chegava<br />

às narinas.<br />

Cinquenta centavos chocalhavam no bolso <strong>de</strong> Tim enquanto<br />

ele caminhava <strong>de</strong>pois das tarefas <strong>de</strong> sábado. Ele gostava <strong>de</strong><br />

sentir as moedas balançando. Depois <strong>de</strong> beber um refrigerante e<br />

comprar uma entrada para a roda-gigante, ele passeou pelas barracas<br />

dos jogos, analisando em qual <strong>de</strong>las se arriscaria a ganhar<br />

o melhor prêmio.<br />

Então ele viu algo que lhe chamou a atenção: uma cruz <strong>de</strong><br />

plástico fosforescente, pendurada em uma fita ver<strong>de</strong>. Por alguma<br />

razão <strong>de</strong>sconhecida, aquilo o atraiu <strong>de</strong> uma forma po<strong>de</strong>rosa.<br />

O homem com cabelos longos e unhas sujas anunciou que,<br />

por meros <strong>de</strong>z centavos, Tim com certeza ganharia um prêmio<br />

legal... talvez até aquele que ele estava <strong>de</strong> olho. Segurando confiantemente<br />

a vara <strong>de</strong> pescar, Tim jogou a linha e o anzol sobre a<br />

pequena piscina on<strong>de</strong> 60 patinhos <strong>de</strong> plástico flutuavam, alguns<br />

<strong>de</strong>les com prêmios, mas apenas um daria ao pescador o crucifixo<br />

que brilhava no escuro.<br />

Primeira moeda, primeira tentativa. E nada. Segunda moeda,<br />

segunda tentativa.... ele conseguiu fisgar um pato <strong>de</strong> plástico.<br />

Mas ele ganhou como prêmio apenas uma correntinha barata.<br />

Terceira moeda, última tentativa. Outro brin<strong>de</strong> sem valor.<br />

A cada fracasso, a dificulda<strong>de</strong> aumentava e o crucifixo ficava<br />

mais <strong>de</strong>sejável. Mas ele não tinha mais dinheiro.<br />

< 15 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

Tim começou a andar <strong>de</strong> volta para casa, pensando em como<br />

ficaria legal no seu quarto aquela cruz, brilhando à noite, no escuro.<br />

Cabisbaixo, ele seguia lamentando a perda. Caramba, ele<br />

queria tanto aquele crucifixo. Droga.<br />

E, então, bem naquele momento ele flagrou um tesouro...<br />

uma brilhante moeda <strong>de</strong> <strong>de</strong>z centavos jogada na calçada. Abaixando-se<br />

quase que em câmara lenta, Tim pegou a moeda e correu<br />

<strong>de</strong> volta para o centro.<br />

Novamente ele analisou a situação. Uma chance em 60 para<br />

conseguir resgatar o crucifixo que brilhava no fundo daquelas<br />

sombrias águas. Com a mão no bolso, ele apalpou a moeda apenas<br />

para ter certeza que ela ainda estava ali. Mas aquele era um momento<br />

muito especial. E requeria toda a sua atenção.<br />

Então Tim saiu do meio do caminho, foi até o tronco <strong>de</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> árvore, enfiou a cabeça nos braços e <strong>de</strong>cidiu testar o<br />

misterioso po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. “Senhor” — ele hesitou, sem saber as<br />

palavras corretas para falar com o Todo-Po<strong>de</strong>roso — “Eu queria,<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, o crucifixo branco. Aquele amarrado com a fita ver<strong>de</strong><br />

e que brilha no escuro.”<br />

Feito o pedido, Tim <strong>de</strong>sencostou da árvore e andou confiante<br />

até a barraca. Familiarizado com ele,<br />

Deleite-se no Senhor, o homem <strong>de</strong> cabelos longos e unhas<br />

e ele aten<strong>de</strong>rá aos <strong>de</strong>sejos sujas olhou para o garoto, levantou<br />

do seu coração.<br />

uma das sobrancelhas e esticou as pal-<br />

— Salmo 37.4 - NVI<br />

mas encardidas. A moeda mal saiu do<br />

bolso <strong>de</strong>le e rapidamente estava com o<br />

homem que lhe entregou a vara <strong>de</strong> pescar.<br />

Tim enrugou a testa, contraiu os lábios apenas o suficiente<br />

para que a língua saísse da boca, estabilizou a vara sobre a água<br />

< 16 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

e, com a concentração <strong>de</strong> um importante jogador profissional <strong>de</strong><br />

beisebol, mergulhou o anzol... e arrebatou o pato número um,<br />

aquele que parecia impossível, e ganhou enfim o crucifixo branco<br />

que brilha no escuro amarrado em uma fita ver<strong>de</strong>! “Guar<strong>de</strong>i<br />

aquela cruz <strong>de</strong>baixo do meu travesseiro até ir para a faculda<strong>de</strong>”,<br />

conta Tim. “E eu ainda a tenho.”<br />

Por muitos anos, em cada ocasião <strong>de</strong> incerteza — das provas<br />

na faculda<strong>de</strong> aos testes <strong>de</strong> elenco — Tim Conway sempre se<br />

reforçou na confiança que ganhou aquele dia, perto da árvore<br />

no Carnaval <strong>de</strong> Chagrin Falls. Uma pequena bijuteria foi uma<br />

confirmação <strong>de</strong> que a oração tinha sido respondida, e valeu para<br />

toda a vida. Uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> que ele nunca esquecerá.<br />

TesTe<br />

E você, o que pensa? Sente, tal como parecia para Tim, que<br />

<strong>Deus</strong> tem uma individualida<strong>de</strong> misteriosa e inatingível? <strong>As</strong> pessoas<br />

dizem que ele existe, mas você não tem tanta certeza? Por<br />

que você não o testa?<br />

Tente colocar sua total confiança na existência <strong>de</strong>le, como<br />

Tim fez, e apenas observe se você também receberá uma comunicação<br />

direta e pessoal por meio <strong>de</strong> uma pisca<strong>de</strong>la.<br />

Quando <strong>Deus</strong> sorri<br />

Danielle amava aquelas ilustrações <strong>de</strong> carinhas sorri<strong>de</strong>ntes.<br />

Ela as colava por todo o quarto, enviava como cartões, <strong>de</strong>senhava<br />

na correspondência — um rosto redondo com dois olhos e<br />

< 17 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

um sorriso. “Combinam com a personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la”, dizia o pai,<br />

Daniel Heard.<br />

Com quase <strong>de</strong>zenove anos e gran<strong>de</strong> talento musical, ela se<br />

preparava para ir da sua casa, em Michigan, até Los Angeles a<br />

fim <strong>de</strong> se encontrar com produtores que achavam suas composições<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> apelo comercial — ela já tinha composto mais <strong>de</strong><br />

vinte. Então, a tragédia aconteceu. Um carro per<strong>de</strong>u o controle.<br />

Uma coli<strong>são</strong> <strong>de</strong> frente. Ela morreu.<br />

É impossível imaginar a dor suportada pelos pais e pelas suas<br />

duas irmãs mais velhas em luto. A vida não nos prepara para esse<br />

tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto.<br />

Nove meses <strong>de</strong>pois, aquele pai ainda sentia a agonia da perda.<br />

Em pé, sozinho na varanda inacabada da casa <strong>de</strong>les, Daniel<br />

olhava para a floresta ao longe. Era uma noite escura. Nuvens<br />

pretas preenchiam o céu. E então, do fundo do seu ser ele lamentou:<br />

“Oh, <strong>Deus</strong>... ainda dói tanto. Por favor, me dê um sinal<br />

<strong>de</strong> que Danielle está bem. De que ela está com você”. Então,<br />

baixando a cabeça e com a voz impregnada <strong>de</strong> amargura, disse:<br />

“Acho que não sou merecedor”.<br />

Nesse exato momento, um lampejo <strong>de</strong> luz refletiu na varanda.<br />

Ele olhou para cima e viu um estrondoso sinal — um buraco formado<br />

na escuridão do firmamento, gran<strong>de</strong> o suficiente para caber<br />

perfeitamente uma lua cheia. Fixando melhor o olhar, o homem<br />

reconheceu as crateras na parte superior, como fizeram os homens<br />

que pisaram na lua. Então, em câmara lenta, na parte mais<br />

baixa da lua, uma nuvem escura e estreita flutuou, <strong>de</strong>u uma parada,<br />

e <strong>de</strong>pois esticou-se para as laterais, como que formando um sorriso.<br />

Por uns quinze ou vinte segundos, a lua cheia era perfeitamente<br />

uma carinha feliz, como aquelas que Danielle sempre colecionou.<br />

< 18 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

Em uma comunicação direta e pessoal, aquele pai saudoso acabara<br />

<strong>de</strong> receber uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

“Eu agora aconselho outros pais que estão lidando com a perda”<br />

— conta Daniel. “Digo a eles que a dor, raiva e tristeza <strong>são</strong><br />

como ondas que vêm e se vão. Alguns dias eles estarão bem.<br />

Outros, irão cair em pranto, mesmo que meses <strong>de</strong>pois. E, ocasionalmente,<br />

eles receberão um sinal — uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

— para alegrar seus espíritos.”<br />

Três meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter testemunhado a carinha feliz no céu,<br />

Daniel e a esposa Paula se mudaram para uma casa nova, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> obras no terreno <strong>de</strong> duzentos metros quadrados<br />

sugerido por Danielle antes do aci<strong>de</strong>nte.<br />

Era uma tar<strong>de</strong> fria <strong>de</strong> domingo. Daniel sabia que, antes<br />

que caísse a primeira neve, ele precisava pegar todo o entulho<br />

<strong>de</strong>ixado pelos eletricistas e empreiteiros. Trabalhou duro por<br />

três horas, empurrando um pesado carrinho <strong>de</strong> mão cheio <strong>de</strong><br />

restos <strong>de</strong> obra pelo terreno lamacento. Durante esse tempo todo,<br />

Danielle esteve em seus pensamentos. Várias vezes ele pensou na<br />

carinha feliz na lua, e sentia-se feliz por <strong>Deus</strong> ter falado consigo.<br />

Agora ele sabia que a filha estava bem,<br />

mas ainda queria saber se ao lado do O choro po<strong>de</strong> durar uma<br />

Senhor. Nesse momento, os olhos noite, mas a alegria<br />

daquele pai encheram-se <strong>de</strong> lágrimas. vem pela manhã.<br />

Um bolo cresceu na garganta. E então, — Salmo 30.5<br />

sozinho, ele chorou alto.<br />

Por mais alguns minutos, Daniel trabalhou, satisfeito com as<br />

tarefas que finalizava. Antes <strong>de</strong> dar por encerrado o serviço, ele<br />

se levantou, olhou ao redor para ver se havia mais algum resto<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. E lá adiante havia um último. Ele foi até lá e se<br />

< 19 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

ocupou em tirar o pedaço <strong>de</strong> tábua, <strong>de</strong> uns 25 centímetros. Ele<br />

a levantou e virou-a. E então seus olhos marejaram. Esculpido<br />

na ma<strong>de</strong>ira, provavelmente com a unha, estavam escritas as palavras:<br />

“Oi, pai”. Depois <strong>de</strong> um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrença e espanto,<br />

ele olhou fixamente para a pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> que segurava nas<br />

mãos!<br />

Ele não podia esperar mais para dividir a história com a esposa<br />

Paula. Eles conversaram sobre o significado da carinha feliz<br />

na lua e da tábua arranhada, ambos vindos em momentos <strong>de</strong><br />

apelo por uma confirmação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> que a filha <strong>de</strong>les estava<br />

no céu.<br />

Nesse momento, Paula lembrou que o operário do tapume<br />

vinha sempre trabalhar acompanhado do filho. A inscrição “Oi,<br />

pai” provavelmente vinha disso. Então, eles olharam um para o<br />

outro e simultaneamente encolheram os ombros, pensando: “E<br />

daí?” Não importa quem tenha riscado aquele recado na ma<strong>de</strong>ira.<br />

O importante é que ele serviu <strong>de</strong> elo para uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong>.<br />

elos para as <strong>pisca<strong>de</strong>las</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

<strong>Deus</strong> usa outras pessoas como mensageiras involuntárias para<br />

enviar as suas <strong>pisca<strong>de</strong>las</strong> para cada um <strong>de</strong> nós. Na verda<strong>de</strong>, todos<br />

nós nos tornamos entregadores da bonda<strong>de</strong> a outros, muitas<br />

vezes sem termos a mínima i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que ele está nos usando<br />

<strong>de</strong>ssa maneira.<br />

Quando estamos pensando em alguém, e essa pessoa nos telefona,<br />

assim do nada, quase nunca paramos para perguntar o<br />

que fez que ela ligasse naquele exato instante. Ou quando alguém<br />

que você encontra casualmente muda todo o rumo da sua<br />

< 20 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

vida — você geralmente não se questiona o motivo <strong>de</strong> estar naquele<br />

lugar, naquele momento. Essas pessoas foram usadas como<br />

elos para as <strong>pisca<strong>de</strong>las</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

No caso que acabo <strong>de</strong> narrar, o mais importante não era tentar<br />

<strong>de</strong>scobrir quem era o mensageiro, mas sim que aquele pequeno<br />

recado na ma<strong>de</strong>ira — a última que Daniel pegou — portava uma<br />

mensagem pessoal, orquestrada por <strong>Deus</strong>, para que ele a recebesse.<br />

Pense nas vezes que você foi esse elo — a pessoa que ligou<br />

do nada para outro justamente quando ele pensava em você. Ou<br />

quando você simplesmente, do nada, encontrou-se com alguém,<br />

e esse encontro acabou mudando a vida <strong>de</strong>le. Você foi o elo para a<br />

pisca<strong>de</strong>la divina... o mensageiro involuntário da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

Agora que você já sabe disso, confesse, isso não faz você se sentir<br />

feliz?<br />

A foto<br />

“Eu não sabia que você era da realeza”, brincou a amiga <strong>de</strong><br />

Janet na carta que lhe enviou com uma foto do New York Daily<br />

Mirror, toda rabiscada em volta para chamar sua atenção. “Ela é<br />

a sua cara.” Ao ler aquilo, Janet sorriu.<br />

E era verda<strong>de</strong>. A mulher do retrato, que tinha acabado <strong>de</strong><br />

obter o divórcio <strong>de</strong> um marquês britânico, <strong>de</strong> fato se parecia com<br />

ela, até nos cabelos escuros, na altura dos ombros. Janet achou a<br />

comparação divertida e guardou o recorte do jornal, datado <strong>de</strong><br />

21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1954, com algumas recordações.<br />

< 21 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

Cinquenta anos se passaram.<br />

Aos 38 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, David Gutterman tinha concluído<br />

que, se a mulher certa não aparecesse, ele continuaria solteiro.<br />

Mas quando Romaine Orthwein, uma fotógrafa <strong>de</strong> arte, <strong>de</strong> 39<br />

anos, apareceu, ele sabia que sua vida mudaria. E ela sentia da<br />

mesma maneira. Eles se conheceram em um encontro arranjado<br />

e a atração foi instantânea. O namoro progrediu rapidamente, e<br />

logo David e Romaine foram visitar os pais <strong>de</strong>le, em Westchester<br />

Country, Nova York.<br />

Ao olhar a coleção <strong>de</strong> porta-retratos com as fotografias da<br />

família, Romaine ficou abismada.<br />

— A sua mãe se parece muito com a minha — disse, pensativa,<br />

lembrando da imagem que guardava na escrivaninha. A mãe<br />

<strong>de</strong> Romaine tinha morrido quando ela estava com apenas 9 anos.<br />

— Essa é a foto do noivado da minha mãe — observou David<br />

enquanto caminhavam pela casa.<br />

Nos meses seguintes, a química entre David e Romaine<br />

continuou forte e logo eles estavam conversando sobre casamento.<br />

David começou a pensar em como po<strong>de</strong>ria fazer o<br />

pedido especial. Então, ele teve um estalo. Em diversas ocasiões,<br />

Romaine tinha sugerido que eles saíssem do Brooklyn, on<strong>de</strong><br />

viviam, e fossem até a ilha <strong>de</strong> Manhattan para visitar algumas<br />

galerias <strong>de</strong> arte no bairro do SoHo. Sinceramente, ele não se<br />

entusiasmava muito com a i<strong>de</strong>ia, mas agora talvez fosse a<br />

oportunida<strong>de</strong> perfeita para estar sozinho com a namorada em<br />

um local que ela nunca esqueceria.<br />

— Está um dia muito bonito. Por que não atravessamos a pé<br />

a ponte do Brooklyn, e <strong>de</strong>pois pegamos um táxi até o outro lado<br />

do SoHo? — sugeriu ele, <strong>de</strong>spretensiosamente.<br />

< 22 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

Romaine adorou a i<strong>de</strong>ia. Na meta<strong>de</strong> da ponte, David propôs<br />

que parassem e se sentassem num banco. Era o momento que<br />

ele tinha planejado.<br />

— Eu tenho um presente para você — disse, tirando do bolso<br />

um embrulho do tamanho <strong>de</strong> um livro.<br />

— Oba, eu adoro presentes! — exclamou Romaine, pensando<br />

que fosse um livro <strong>de</strong> poemas. Dentro do embrulho havia<br />

um porta-retrato prateado com uma foto dos dois que ela nunca<br />

tinha visto. Eles estavam dançando, David cochichava algo no<br />

ouvido <strong>de</strong> Romaine e ela estava rindo.<br />

— Muito obrigada. Eu amei! — disse Romaine.<br />

— Você gostou da moldura? — perguntou David.<br />

Ela balançou a cabeça, concordando.<br />

— É prata — ele alertou. — Combina com a caixa.<br />

— Que caixa? — quis saber ela.<br />

Do outro bolso, ele tirou uma caixa <strong>de</strong> prata <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>.<br />

Nela estava gravado o nome <strong>de</strong> Romaine. E <strong>de</strong>ntro estava o<br />

anel.<br />

— Você quer se casar comigo? — perguntou, enquanto ela<br />

abria a caixa.<br />

Os olhos da moça brilharam, ela sorriu, e abraçou-o dizendo:<br />

— Sim! Sim!<br />

Eles correram <strong>de</strong> volta até o Brooklyn para telefonar aos amigos<br />

e contar a novida<strong>de</strong>.<br />

— Eu sabia que ele, no fundo, não queria visitar as galerias <strong>de</strong><br />

arte — brincava Romaine.<br />

Depois, em um momento <strong>de</strong> silêncio, segurando a antiguida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> prata, ela <strong>de</strong>sejou po<strong>de</strong>r dividir aquela alegria com a<br />

mãe.<br />

< 23 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

Os preparativos para o casamento começaram imediatamente.<br />

Romaine marcou duas festas <strong>de</strong> noivado. Uma em St. Louis,<br />

on<strong>de</strong> o pai vivia e on<strong>de</strong> ela havia crescido, e outra, em Nova York,<br />

on<strong>de</strong> David tinha sido criado.<br />

Um pouco antes da primeira festa em St. Louis, Janet<br />

Gutterman, a mãe <strong>de</strong> David, ligou para se <strong>de</strong>sculpar por não<br />

po<strong>de</strong>r comparecer. Ela estava doente.<br />

— Eu realmente queria que a família Romaine conhecesse —<br />

disse David, com um pouco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapontamento.<br />

— Bem, por que você não tira uma foto minha? — ela respon<strong>de</strong>u<br />

com a melhor das intenções, tentando fazer o melhor<br />

possível para contornar aquela situação <strong>de</strong>sagradável.<br />

— Isso seria uma boa i<strong>de</strong>ia? — brincou David. — Quero<br />

dizer, se você se parece tanto com a mãe da Romaine, isso não<br />

assustaria o pai <strong>de</strong>la?<br />

— Fale mais sobre a mãe <strong>de</strong>la — pediu Janet interessadamente,<br />

lembrando-se que David já havia comentado sobre a semelhança<br />

entre ambas.<br />

— Bem, seu primeiro marido foi o marquês <strong>de</strong> Milford-<br />

Haven, David Mountbatten. Depois ela se casou com o pai<br />

da Romaine, uns <strong>de</strong>z anos antes <strong>de</strong> morrer, — contou o filho,<br />

tentando se lembrar dos <strong>de</strong>talhes.<br />

Isso <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou a memória <strong>de</strong> Janet. “Por que isso me soa<br />

familiar?” , ela se perguntou. Talvez alguma coisa <strong>de</strong> muito tempo<br />

atrás.<br />

Depois, importunada pela curiosida<strong>de</strong>, a idosa senhora foi<br />

até um pequeno baú que ficava no sótão, on<strong>de</strong> guardava algumas<br />

lembranças. Vasculhando os souvernirs do passado, encontrou<br />

um velho recorte <strong>de</strong> jornal, que por alguma razão tinha mantido<br />

< 24 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

ali, e nele havia a foto <strong>de</strong> uma mulher, em 1954, no New York<br />

Daily News, que uma amiga tinha lhe enviado com um recado:<br />

“Ela é a sua cara”.<br />

Ao ler a legenda, Janet ficou pasma, e imediatamente ligou<br />

para o filho.<br />

— David, eu tenho nas mãos uma velha foto <strong>de</strong> jornal... eu<br />

não acredito — ela disse, sem ar. — Estou com calafrios! A mulher<br />

que se parece comigo no jornal... é a mãe da Romaine!<br />

Janet releu a legenda para ter certeza <strong>de</strong> que era verda<strong>de</strong>. Tinha<br />

que ser. Romaine tinha dito que ela e a mãe tinham o mesmo<br />

nome. A legenda do velho jornal dizia que Romaine Pierce<br />

Simpson estava se divorciando do Marquês <strong>de</strong> Milford-Haven.<br />

— Estou sem palavras — respon<strong>de</strong>u David. — Uma foto<br />

publicada num jornal muito antes <strong>de</strong> Romaine ou eu nascermos,<br />

ressurge exatamente 50 anos<br />

<strong>de</strong>pois, em maio <strong>de</strong> 2004, justamente Para a fé verda<strong>de</strong>ira,<br />

enquanto estamos planejando nossa nenhum milagre é<br />

festa <strong>de</strong> noivado. Que coincidência! necessário. Mas para<br />

E nossas mães <strong>são</strong> exatamente iguais, aqueles que duvidam,<br />

com as mesmas feições, o mesmo ca- nenhum milagre é<br />

belo? Então, pense nisso — ele conti- suficiente.<br />

nuou. — Minha mulher e a mãe <strong>de</strong>la, Nancy Gibbs.<br />

ambas com exatamente o mesmo<br />

nome, Romaine... e as duas casaram com um homem chamado<br />

David. Duas Romaines e dois Davids.<br />

Ao saber <strong>de</strong> tudo aquilo, Romaine ficou muito impressionada.<br />

Para ela, coincidências sempre acontecem por alguma razão.<br />

1<br />

1 Gibbs, NaNcy. Jornalista norte-americana e colunista da revista Time.<br />

< 25 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

E concluiu que esta foi a forma da sua mãe comunicar a sua<br />

aprovação sobre David.<br />

Hoje, o retrato da mãe <strong>de</strong> Romaine está na estante, com o <strong>de</strong><br />

David e a esposa sorrindo e dançando — ao lado da caixinha <strong>de</strong><br />

prata. E no álbum <strong>de</strong> Janet Guttermann, estão afixadas as fotos<br />

daquelas duas outras mães, quase idênticas.<br />

< 26 ><br />

<strong>Deus</strong> é<br />

Em um inglês ruim, com sotaque e hesitante, o homem idoso<br />

falava do púlpito, com receio que a audiência não compreen<strong>de</strong>sse<br />

o sermão que pregava. Seu filho, Arthur Caliandro, sorria<br />

radiante entre a congregação <strong>de</strong> amigos no prestigiado Union<br />

Theological Seminary, <strong>de</strong> Nova York.<br />

Uma das mais honrosas alegrias <strong>de</strong> um formando ali era ter<br />

um pai pastor e vê-lo convidado para falar na cerimônia. Arthur<br />

sabia que o pai esperara ansiosamente aquele dia. Natural da<br />

Itália, ele tinha imigrado para Portland, no Estado <strong>de</strong> Maine,<br />

on<strong>de</strong> se tornou um respeitado pastor numa pequena igreja <strong>de</strong><br />

ítalo-americanos. Mas agora, pregando no baluarte da educação<br />

teológica, apenas esperava que, apesar do sotaque italiano, ele<br />

pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>ixar o filho orgulhoso.<br />

O pai <strong>de</strong> Arthur tinha <strong>de</strong>senvolvido o hábito <strong>de</strong> usar ilustrações<br />

para enfatizar a mensagem. Naquela manhã, ele contou<br />

um caso que exemplificava como <strong>Deus</strong>, às vezes, usa maneiras<br />

misteriosas para se comunicar pessoalmente e <strong>de</strong> forma direta<br />

conosco. Era a história <strong>de</strong> um homem do meio-oeste que ficou<br />

assustado quando uma rajada <strong>de</strong> vento, vinda <strong>de</strong> uma janela<br />

aberta, <strong>de</strong>rrubou um porta-retrato da estante do quarto. Era a


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

foto do seu pai. Só <strong>de</strong>pois ele <strong>de</strong>scobriu que, naquele exato momento,<br />

o pai <strong>de</strong>le tinha morrido.<br />

Arthur estava constrangido. Com aquela arrogância própria<br />

dos jovens, ele se preocupou com o que os colegas <strong>de</strong> classe<br />

pensariam <strong>de</strong> uma história tão pouco sofisticada. “Papai, por que<br />

você usou aquela história?” — perguntou ele <strong>de</strong>pois.<br />

Logo ele percebeu que aquelas palavras feriram os sentimentos,<br />

cortaram o coração do seu velho. Por muitos anos, Arthur<br />

<strong>de</strong>sejou po<strong>de</strong>r voltar atrás no comentário infeliz, na esperança<br />

que o seu pai soubesse que, verda<strong>de</strong>iramente, ele tinha se sentido<br />

orgulhoso <strong>de</strong>le naquele dia na cerimônia.<br />

Os anos se passaram. Arthur Caliandro <strong>de</strong>senvolveu uma<br />

carreira impressionante no ministério, e por mais <strong>de</strong> duas décadas,<br />

foi um po<strong>de</strong>roso comunicador na tribuna <strong>de</strong> uma famosa<br />

igreja chamada Marble Collegiate Church, em Nova York, como<br />

o sucessor do dr. Norman Vincent Peale.<br />

Em certo verão, Arthur e a família estavam <strong>de</strong> férias em<br />

uma pequena ilha na costa <strong>de</strong> Maine. Seu irmão mais novo veio<br />

com a esposa e os filhos, assim como também vieram a esposa<br />

e os filhos <strong>de</strong> Bruno, o irmão <strong>de</strong>les que precisou permanecer<br />

em Nova York. Os dias eram cheios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s — os adultos<br />

tagarelando e as crianças correndo.<br />

No final <strong>de</strong> uma manhã, a brisa praiana disparou o alarme<br />

dos bombeiros. A esposa <strong>de</strong> Bruno, Carol, em um gesto não<br />

convencional, colocou todas as crianças e adultos em sua perua e<br />

saiu para que pu<strong>de</strong>ssem ver o incêndio. Mas quando eles chegaram<br />

a um calmo campo do outro lado da ilha, não havia evidência<br />

<strong>de</strong> fogo. Olhando o caminhão dos bombeiros indo embora,<br />

aliviados, os membros da família até brincaram sobre o motivo<br />

< 27 >


QuAnDo <strong>Deus</strong> piscA pArA você<br />

<strong>de</strong> eles terem sido levados para um local tão pastoril e, rindo com<br />

o alarme falso, voltaram para casa.<br />

<strong>As</strong>sim que chegaram, o telefone tocou. Era Bruno. “Papai<br />

acabou <strong>de</strong> morrer” — ele contou triste. “Ataque do coração.” A<br />

família ficou <strong>de</strong>vastada.<br />

Não muito <strong>de</strong>pois, Arthur e os irmãos <strong>de</strong>scobriram que, no<br />

momento exato da morte do pai, a família foi convocada pelo<br />

falso alarme para ir a um lugar tranquilo. Foi como se <strong>Deus</strong> tivesse<br />

orquestrado aquilo.<br />

Mas <strong>de</strong>morou anos até que Arthur relacionasse os dois eventos<br />

— quando ele magoou o pai no dia da sua formatura, e os<br />

acontecimentos daquela manhã na ilha. Só quando ele se lembrou<br />

do ponto ilustrado pela história do pai é que ele conseguiu<br />

então se dar conta: foi uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> que convocou sua<br />

família para um lugar calmo e tranquilo no exato momento em<br />

que o pai <strong>de</strong>les morria.<br />

“É preciso prestar atenção para esses elos espirituais em<br />

nossa vida”, adverte Arthur. “Eles <strong>de</strong>screvem a existência <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong>, reafirmam sua existência e o quanto é maravilhoso o seu<br />

mistério”.<br />

A maneira pessoal <strong>de</strong>le<br />

Mavis, Tim, Daniel, Romaine e Arthur receberam uma<br />

comunicação tranquilizadora e muito pessoal dos céus. Mavis<br />

não esperava uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, mas por intermédio <strong>de</strong>la<br />

reencontrou-se com a filha perdida havia muito tempo, e isso<br />

mudou sua vida. Tim Conway, ao testar a existência <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

< 28 >


<strong>As</strong> piscADel<strong>As</strong> De <strong>Deus</strong> <strong>são</strong> pessoAis<br />

na infância, recebeu a resposta em forma <strong>de</strong> um crucifixo preso<br />

a uma fita ver<strong>de</strong> que brilhava no escuro, que ele carrega consigo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. Daniel, ao buscar <strong>de</strong>sesperadamente confirmações<br />

<strong>de</strong> que a filha estava no céu, recebeu <strong>pisca<strong>de</strong>las</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> como<br />

uma resposta pessoal. Romaine secretamente <strong>de</strong>sejava que a mãe<br />

morta pu<strong>de</strong>sse dividir com ela a alegria <strong>de</strong> um casamento, e recebeu<br />

uma po<strong>de</strong>rosa pisca<strong>de</strong>la, ao <strong>de</strong>scobrir uma semelhança entre<br />

a própria mãe e a <strong>de</strong> David. E para Arthur, <strong>de</strong>morou muitos<br />

anos até que ele pu<strong>de</strong>sse ligar duas po<strong>de</strong>rosas experiências que<br />

o ajudaram a formar uma perspectiva<br />

mais ampla e uma melhor apreciação Reconhece-o em todos<br />

dos maravilhosos caminhos <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. os teus caminhos, e ele<br />

Talvez você possa i<strong>de</strong>ntificar por endireitará as tuas<br />

meio <strong>de</strong> alguma <strong>de</strong>ssas histórias um veredas.<br />

paralelo com experiências que você — Provérbios 3.6<br />

po<strong>de</strong> ter <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado ou esquecido.<br />

Busque na memória. Comece com aquilo que eu chamo <strong>de</strong><br />

uma expedição arqueológica ao seu passado. Veja se por acaso,<br />

também, recebeu uma pisca<strong>de</strong>la <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, apresentada a você no<br />

momento correto para lhe afirmar que não estava sozinho —<br />

que alguém estava cuidando <strong>de</strong> você, e <strong>de</strong> uma maneira muito<br />

característica.<br />

< 29 >

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