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Educação Ambiental: seu significado e sua prática - NIMA - PUC-Rio

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que esse é um pensamento coerente com o da equivalência entre passado e futuro, aceita pela<br />

Física newtoniana, Mas, não é essa a discussão posta na Física atual.<br />

Prigogine, ao discutir a irreversibilidade do tempo, presente desde processos simples como a<br />

difusão, o atrito e a viscosidade, até a formação dos turbilhões e das oscilações químicas ou da<br />

radiação laser, aponta para o surgimento da Física do não-equilíbrio, como uma nova ciência. Essa<br />

ciência, diz ele: levou a conceitos novos, como a auto-organização e as estruturas dissipativas,<br />

que são hoje amplamente utilizados em áreas que vão da cosmologia até à ecologia e às ciências<br />

sociais, passando pela química e a biologia (Prigogine, 1996, p. 11).<br />

Noções como a de caos tornaram-se populares. O muito pequeno (submicroscópico) e o muito<br />

grande (que originou a cosmologia) puderam ser estudados pela Física nas últimas décadas e<br />

trouxeram o fim das certezas preditivas. Isso ocorreu através do avanço do próprio campo<br />

científico-tecnológico.<br />

É ainda Prigogine quem afirma que sem a coerência dos processos irreversíveis de nãoequilíbrio,<br />

o aparecimento da vida na Terra seria inconcebível (Ibidem, p.12). Estamos tratando, então, com<br />

algo (a vida) formado de maneira não previsível e irreversível no tempo.<br />

Até aqui, concluímos que as citadas novas proposições restringem a possibilidade da previsão,<br />

para o ser humano, dos efeitos desse incessante "aperfeiçoamento" das descobertas científicas.<br />

Sendo assim, a especificidade do planeta Terra, no cosmos,<br />

alerta para o acerto da "nova aliança" de que nos fala Prigogine e Stengers (1991).<br />

Como conseqüência, consideramos que a importância das limitações humanas para<br />

a manipulação do espaço físico traz para a Filosofia e, em conseqüência, para a <strong>Educação</strong> que nela<br />

se apóia na busca da clareza dos <strong>seu</strong>s fins, novas indagações.<br />

Sintetizando essas inquietudes, diz Morin (1979): Como explicar o ser humano que vive na<br />

cultura, tendo em si a natureza, com base numa teoria histórico/social que só se refere a <strong>seu</strong><br />

aspecto antinatural? Morin mesmo responde: Rompendo-se as barreiras entre o físico-químico, a<br />

vida-natureza e o homem-cultura (p.22).<br />

Mais adiante, em <strong>sua</strong>s reflexões, ele identifica o surgimento do ser humano sapiens, não na<br />

sociedade, nem na técnica, na lógica ou na cultura, já alcançados pelos <strong>seu</strong>s antecessores socius,<br />

faber e loquens, mas o homo sapiens, como último representante dos hominídeos, se identifica<br />

pela sepultura de <strong>seu</strong>s mortos e pela pintura com que representa o <strong>seu</strong> pensamento. A sepultura, tal<br />

como é feita, o corpo em posição fetal como a espera de um novo nascimento, sugere a<br />

sobrevivência do morto (...) a morte é concebida como transformação de um estado a outro<br />

estado (Ibiden, p. 102). As <strong>sua</strong>s pinturas contêm uma potencialidade estética e parecem<br />

estar ligadas a crenças mitológicas e a operações rituais.<br />

Como será possível educar o novo ser sem propiciar o desenvolvimento da espiritualidade e da<br />

apreciação estética? O caminho para a evolução da consciência moral entre os jovens não passará<br />

pela revalorização, no processo educativo, dessas experiências (espiritual e estética) desde o<br />

campo pessoal ao social, nos educandos? O intelectual e o moral poderão seguir evoluções<br />

paralelas em elipses ascensionais, a partir de acordos entre o bem e o belo que inclua toda a Terra?<br />

No campo da evolução da consciência intelectual, é importante começar observando a natureza<br />

que existe em nós pela energia, pelas partículas subatômicas, pelo átomo e pelas moléculas. A<br />

arrogância do humanismo é derrubada pela universalidade da substância genética e dos<br />

mecanismos da formação e manutenção de nosso organismo.

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