Educação Ambiental: seu significado e sua prática - NIMA - PUC-Rio
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Decididamente, a complexidade do processo educacional, não nos admite incluí-lo dentre os casos<br />
restritos em que a ordem e a estabilidade permitem estabelecer a previsibilidade dos fatos. O<br />
conceito de educação com que trabalhamos não permite senão que consideremos que a educação<br />
como promotora de uma vida humana de qualidade é possível.<br />
Nessa VIDA de qualidade há uma alternância de equilíbrio/ não-equilíbrio físico, mental e social.<br />
Mais ainda, não há determinismo, o que, segundo Popper é o obstáculo mais sólido e mais sério<br />
no caminho de uma explicação e de uma apologia da liberdade, da criatividade e da<br />
responsabilidade humanas (1982, apud Prigogine, 1996, p.21).<br />
A <strong>prática</strong> da <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> entre nós<br />
As políticas de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> no Brasil e no Estado do <strong>Rio</strong> de Janeiro já estão definidas<br />
pelas leis, ambas de 1999, respectivamente de número 9.795, que Dispõe sobre a educação<br />
ambiental, institui a Política Nacional de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> e dá outras providências, e a de<br />
número 3.325 que Dispõe sobre a Política Estadual de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong>, cria o Programa<br />
Estadual de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> e complementa a Lei Federal No. 9.795/99 no âmbito do Estado<br />
do <strong>Rio</strong> de Janeiro. Mas como encontramos a <strong>sua</strong> aplicação?<br />
A Secretaria Municipal de <strong>Educação</strong> do <strong>Rio</strong> de Janeiro - SME/RJ se propõe, em parceria com<br />
outras Secretarias, Empresas e Organizações Não Governamentais - ONGs, a fomentar e apoiar<br />
<strong>prática</strong>s de <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> e Saúde nas escolas da rede (...) visando a contribuir para<br />
reflexão acerca de uma cidadania crítica e participante (SME/RJ, 1996) (1). Essas ações,<br />
realizadas sob a forma de Projetos, estão previstas no âmbito da extensão da ação educativa<br />
(cursos, encontros, oficinas e seminários (SMERJ, 1996) (2). Não é, desse modo, exatamente uma<br />
inovação no campo dos fins da educação, o que é proposto pelo sistema como <strong>Educação</strong><br />
<strong>Ambiental</strong>, mas algo mais a ser acrescentado às <strong>prática</strong>s escolares. Mas como as escolas a<br />
interpretam?<br />
Através de pesquisa apoiada pelo CNPq, procuramos saber, no final dos anos 90, estudando o<br />
cotidiano (André, 1995) de duas escolas municipais consideradas de boa qualidade, como o <strong>seu</strong><br />
currículo, enquanto vivência de educação e saúde por professores e alunos, se vem relacionando<br />
com o espaço natural e social em que eles se encontram (Vasconcellos, 1999). Como conseguiram<br />
tornar a escola um espaço interessante e atraente (Mendonça & Barros, 1997) que mantém o<br />
aluno, estimulando o <strong>seu</strong> desenvolvimento e ultrapassando as barreiras da evasão e da repetência,<br />
tão resistentes entre nós.<br />
A investigação das questões econômicas e políticas é indispensável e estas têm sido bastante<br />
estudadas (embora pouco resolvidas), inclusive, no caso do nordeste brasileiro, pelos autores<br />
acima citados, mas... Há algo mais além das questões econômicas e políticas no ambiente escolar,<br />
só estudá-las não é o suficiente, é preciso ver como é possível mudá-las. Afinal, as escolas que<br />
escolhemos não tinham nenhum privilégio econômico ou político, simplesmente faziam - e fazem<br />
- parte do sistema público do ensino fundamental carioca.<br />
Por que foram melhores? O que havia de singular no <strong>seu</strong> ambiente? Buscamos saber se havia<br />
nelas indivíduos cujas ações indicavam, na época, que as pessoas envolvidas se põem (punham)<br />
de acordo para coordenar <strong>seu</strong>s planos de ação de modo a desenvolver nas crianças uma<br />
consciência moral através de uma interação, no cotidiano escolar, como a denominada por<br />
Habermas de agir comunicativo em que há pretensões de verdade, pretensões de correção e<br />
pretensões de sinceridade (...) pela consistência do <strong>seu</strong> comportamento (Habermas, 1989, p.79).<br />
Começamos com algumas questões: