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Escala visual analógica, testes cutâneos ou imunoglobulinas ...

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<strong>Escala</strong> <strong>visual</strong> <strong>analógica</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 28, Nº 4, 2005 203<br />

Professor Auxiliar da F.M.L. Assistente Hospitalar de Imuno-a-<br />

1.<br />

do H.S.M.<br />

lergologia<br />

Professora Auxiliar da FML. Investigadora Principal de Ciências<br />

2.<br />

da Universidade de Lisboa - PT<br />

Médicas<br />

Investigadora-Coordenadora de Ciências Médicas da Universi-<br />

3.<br />

de Lisboa - PT<br />

dade<br />

Professor Agregado da FML. Chefe de Serviço e Diretor da Uni-<br />

4.<br />

de Imuno-alergologia do HSM<br />

dade<br />

Professor Catedrático de Medicina, Imunologia e Imuno-aler-<br />

5.<br />

da F.M.L.(aposentado); Ex-Diretor de Serviço de<br />

gologia<br />

Medicina do HSM.<br />

de Imunoalergologia - Hospital de Santa Maria<br />

Unidade<br />

de Medicina – Universidade de Lisboa - PT<br />

Faculdade<br />

Artigo submetido em 18.10.2005, aceito em 21.11.2005.<br />

Introdução<br />

doenças alérgicas são processos inflamatórios com-<br />

As<br />

que envolvem a participação de múltiplas populaplexos<br />

celulares, nomeadamente, linfócitos, mastócitos, bações<br />

e eosinófilos sófilos 1 Em virtude deste múltiplo envolvi-<br />

.<br />

as estratégias terapêuticas mais eficazes são as<br />

mento,<br />

possuem amplo espectro de ações antiinflamatórias,<br />

que<br />

os corticosteróides e a imunoterapia específica (ITE).<br />

como<br />

ITE modula a resposta linfocitária T, reduzindo por um<br />

A<br />

a produção de citocinas de tipo Th2 envolvidas na sín-<br />

lado<br />

de IgE e na ativação / sobrevida de eosinófilos e, por<br />

tese<br />

lado, aumentando a produção de citocinas de tipo<br />

<strong>ou</strong>tro<br />

Th1 2 reguladoras <strong>ou</strong> 3 que contrabalançam a inflamação<br />

,<br />

induzindo melhoria clínica a longo prazo, a qual<br />

alérgica,<br />

vezes dura vários anos após terminar a ITE muitas 4 .<br />

do seu mecanismo de ação, o obje-<br />

Independentemente<br />

da ITE com alérgenos no tratamento da doença alérgitivo<br />

é a redução da intensidade da resposta alérgica desenca<br />

por esses mesmos alérgenos. Essa redução pode<br />

cadeada<br />

a sua tradução imunológica na diminuição das<br />

encontrar<br />

da reação cutânea observada nos <strong>testes</strong> de<br />

dimensões<br />

<strong>ou</strong> pela diminuição dos níveis de IgE específicas<br />

puntura<br />

De fato, em doentes alérgicos aos ácaros submeti-<br />

séricas.<br />

à ITE existe ampla demonstração da eficácia da ITE na<br />

dos<br />

da reatividade cutânea <strong>ou</strong> dos valores séricos da<br />

redução<br />

específica para os respectivos alérgenos IgE 5-7 .<br />

entanto, nenhum destes dois métodos reflete obriga-<br />

No<br />

o que se passa no órgão-alvo, nem a dosagem<br />

toriamente<br />

IgE específica para um dado alérgeno reflete exaustiva-<br />

de<br />

a complexidade das respostas celulares mediadas<br />

mente<br />

IgE. Por exemplo, uma estimulação da produção poli-<br />

pela<br />

de IgE pode, sem reduzir os níveis de IgE específicas<br />

clonal<br />

um dado alérgeno, contribuir para diminuir a densi-<br />

para<br />

dessas IgE específicas à superfície das células mediadade<br />

e, por conseqüência, a probabilidade <strong>ou</strong> intensidade<br />

doras<br />

ativação celular após contato com o alérgeno.<br />

da<br />

o aumento das IgG específicas para um dado<br />

Também<br />

pode interferir no processo alérgico pela formação<br />

alérgeno<br />

complexos imunes IgG-alérgeno que impedem este últi-<br />

de<br />

para se ligar às IgE fixadas à superfície de células memo<br />

e, conseqüentemente, o tornam incapaz de indudiadoras<br />

a ativação celular e causar o aparecimento de sintozirmas<br />

8,9 Em alguns estudos verific<strong>ou</strong>-se maior correlação<br />

.<br />

a melhoria clínica e o aumento dos valores de IgG<br />

entre<br />

do que com a redução dos valores de IgE espe-<br />

específica<br />

cífica 10 Mas mesmo o aumento de IgG específica não é,<br />

.<br />

si só, capaz de prever boa evolução clínica dos doen-<br />

por<br />

havendo habitualmente grande disparidade de valores<br />

tes,<br />

individuais.<br />

um ponto de vista clínico-imunológico, o objetivo da<br />

De<br />

do doente alérgico, e em especial o objetivo da<br />

terapêutica<br />

com ITE, é a diminuição da reatividade alergê-<br />

terapêutica<br />

<strong>ou</strong> seja, o aumento das doses <strong>ou</strong> concentrações alernica,<br />

que são toleradas sem induzirem qualquer sintogênicas<br />

relevante, sendo esperado que este aumento da tolema<br />

se traduza em menor consumo de fármacos e menor<br />

rância<br />

dos sintomas intensidade 11 Este último aspecto pode ser<br />

.<br />

globalmente pela aplicação de escalas visuais ana-<br />

avaliado<br />

(VAS), que embora subjetivas são geralmente conlógicas<br />

fiáveis sideradas 9,12 com boa correlação não só com a<br />

e<br />

clínica real melhoria 10 mas também com <strong>ou</strong>tros parâme-<br />

,<br />

de avaliação de eficácia da ITE tros 8 .<br />

com este estudo verificar qual o parâme-<br />

Pretendeu-se<br />

que apresentava maior discriminação entre a evolução<br />

tro<br />

doentes do grupo controle e dos grupos submetidos a<br />

dos<br />

bem como se algum desses parâmetros se correlacio-<br />

ITE,<br />

com a evolução de um marcador objetivo da tolerânnaria<br />

alergênica, como é o caso dos limiares alergênicos de<br />

cia<br />

nasal. Pretendeu-se ainda analisar o impacto<br />

provocação<br />

duas dosagens alergênicas efetuadas em cada um dos<br />

das<br />

tratados com ITE, verificando se haveria evoluções<br />

grupos<br />

diferentes de qualquer um dos parâme-<br />

significativamente<br />

ao fim de um ano de ITE.<br />

tros,<br />

Material e métodos<br />

População<br />

75 pacientes com rinite alérgica persis-<br />

Selecionaram-se<br />

moderada a grave, com evidência de sensibilização a<br />

tente<br />

do gênero Dermatophagoides, confirmada pela<br />

ácaros<br />

<strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> de puntura e dosagem de IgE<br />

anamnese,<br />

com indicação para efetuarem ITE. Estes doen-<br />

específica,<br />

de ambos os sexos e com idades compreendidas entre<br />

tes,<br />

e 55 anos (média 23,6 ± 8,14 anos), seguidos no Am-<br />

15<br />

de Imunoalergologia da Unidade de Imunoalergobulatório<br />

do Hospital de Santa Maria, foram distribuídos alealogia<br />

por três grupos de 25 doentes cada:<br />

toriamente<br />

0 (G0) – grupo controle, sem ITE.<br />

Grupo<br />

1 (G1) – grupo de ITE com extrato estandardiza-<br />

Grupo<br />

modificado de Dermatophagoides pteronyssinus, com<br />

do<br />

mensais de 5,5 μg (total anual: 62,5 μg).<br />

doses<br />

2 (G2) – um grupo de ITE com o mesmo extrato<br />

Grupo<br />

referido mas com doses mensais de 55 μg (total<br />

acima<br />

625 μg).<br />

anual:<br />

os doentes podiam efetuar terapêutica com anti-<br />

Todos<br />

orais e/<strong>ou</strong> corticosteróides tópicos nasais em<br />

histamínicos<br />

de agravamento.<br />

períodos<br />

estudo foi aprovado pela Comissão de Ética e os do-<br />

O<br />

que participaram no estudo assinaram um consentientes<br />

informado.<br />

mento<br />

específica<br />

Imunoterapia<br />

efetuada com extrato de Dermatophagoides ptero-<br />

Foi<br />

despigmentado, polimerizado com gluteraldeído<br />

nyssinus,<br />

(DEPIGOID ® Laboratórios LETI, Espanha).<br />

,<br />

doente dos grupos 1 e 2 foi submetido a uma fase<br />

Cada<br />

indução de vacina, com administração de cinco doses<br />

de<br />

semanais e depois a uma fase de manutenção<br />

crescentes<br />

o resto do período do estudo, com a administração<br />

durante<br />

onze doses mensais de concentração constante. A dose<br />

de<br />

administrada em cada injeção, nos doentes do<br />

máxima<br />

1 foi de 5,5 μg do extrato modificado de Dermato-<br />

grupo<br />

pteronyssinus, enquanto que nos doentes do<br />

phagoides<br />

2 a dose foi de 55 μg. A administração dos extratos<br />

grupo<br />

foi efetuada sempre no Ambulatório de Imuno-<br />

alergênicos<br />

de acordo com as normas preconizadas pela<br />

alergologia,<br />

Européia de Alergologia e Imunologia Clínica Academia 13 .<br />

Testes <strong>cutâneos</strong> e dosagens séricas de imunoglo-<br />

específicas<br />

bulinas<br />

efetuados <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> de puntura na face an-<br />

Foram<br />

de ambos os antebraços, de acordo com as normas<br />

terior<br />

Academia Européia de Alergologia e Imunologia Clíni-<br />

da<br />

ca 14 tendo-se registrado o diâmetro médio da pápula ori-<br />

,<br />

pela solução de Dermatophagoides pteronyssinus<br />

ginada<br />

(100 HEP/ml) (CBF LETI, Espanha).

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