12.04.2013 Views

Escala visual analógica, testes cutâneos ou imunoglobulinas ...

Escala visual analógica, testes cutâneos ou imunoglobulinas ...

Escala visual analógica, testes cutâneos ou imunoglobulinas ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ARTIGO ORIGINAL<br />

<strong>visual</strong> <strong>analógica</strong>, <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> <strong>ou</strong> <strong>imunoglobulinas</strong><br />

<strong>Escala</strong><br />

séricas: avaliação comparativa na imunoterapia<br />

específicas<br />

específica com ácaros do pó doméstico<br />

analog scale, skin tests or serum specific immunoglobulins in the<br />

Visual<br />

evaluation of specific immunotherapy’s efficacy<br />

comparative<br />

Branco Ferreira M 1 MC Pereira Santos , 2 ML Palma Carlos , 3 ,<br />

Pereira Barbosa MA 4 AG Palma Carlos , 5<br />

Resumo<br />

A eficácia imunológica da imunoterapia espe-<br />

Introdução:<br />

(ITE) é freqüentemente avaliada pela evolução de <strong>testes</strong><br />

cífica<br />

<strong>imunoglobulinas</strong> específicas <strong>ou</strong> por escalas visuais<br />

<strong>cutâneos</strong>,<br />

(VAS). Contudo, p<strong>ou</strong>cos trabalhos comparam dire-<br />

<strong>analógica</strong>s<br />

a evolução destes parâmetros nos mesmos doentes.<br />

tamente<br />

Comparar a evolução destes parâmetros, após<br />

Objectivo:<br />

ano de ITE e sua correlação com o limiar de positividade<br />

um<br />

na provocação nasal.<br />

alergênica<br />

e Métodos: 75 pacientes com rinite alérgica, dos<br />

Material<br />

50 efetuaram ITE com extrato de D. pteronyssinus. Es-<br />

quais<br />

50 doentes foram adicionalmente divididos em dois grupos:<br />

tes<br />

que recebeu doses mais baixas do extrato alergênico<br />

um<br />

1) e <strong>ou</strong>tro que recebeu doses elevadas (grupo 2). To-<br />

(grupo<br />

os doentes efetuaram provocação nasal especifica, auto-<br />

dos<br />

sintomática em VAS, <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> de puntura e<br />

-avaliação<br />

de IgE e IgG específicas séricas para D. ptero-<br />

doseamentos<br />

antes do início da ITE e após um ano.<br />

nyssinus<br />

No grupo controle não h<strong>ou</strong>ve variações signi-<br />

Resultados:<br />

em qualquer parâmetro. Nos doentes sob ITE obserficativas<br />

reduções das pápulas cutâneas e IgE específicas, e<br />

varam-se<br />

de IgG específica, dos valores médios da VAS e dos<br />

aumento<br />

de provocação alergênica (p


<strong>Escala</strong> <strong>visual</strong> <strong>analógica</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 28, Nº 4, 2005 203<br />

Professor Auxiliar da F.M.L. Assistente Hospitalar de Imuno-a-<br />

1.<br />

do H.S.M.<br />

lergologia<br />

Professora Auxiliar da FML. Investigadora Principal de Ciências<br />

2.<br />

da Universidade de Lisboa - PT<br />

Médicas<br />

Investigadora-Coordenadora de Ciências Médicas da Universi-<br />

3.<br />

de Lisboa - PT<br />

dade<br />

Professor Agregado da FML. Chefe de Serviço e Diretor da Uni-<br />

4.<br />

de Imuno-alergologia do HSM<br />

dade<br />

Professor Catedrático de Medicina, Imunologia e Imuno-aler-<br />

5.<br />

da F.M.L.(aposentado); Ex-Diretor de Serviço de<br />

gologia<br />

Medicina do HSM.<br />

de Imunoalergologia - Hospital de Santa Maria<br />

Unidade<br />

de Medicina – Universidade de Lisboa - PT<br />

Faculdade<br />

Artigo submetido em 18.10.2005, aceito em 21.11.2005.<br />

Introdução<br />

doenças alérgicas são processos inflamatórios com-<br />

As<br />

que envolvem a participação de múltiplas populaplexos<br />

celulares, nomeadamente, linfócitos, mastócitos, bações<br />

e eosinófilos sófilos 1 Em virtude deste múltiplo envolvi-<br />

.<br />

as estratégias terapêuticas mais eficazes são as<br />

mento,<br />

possuem amplo espectro de ações antiinflamatórias,<br />

que<br />

os corticosteróides e a imunoterapia específica (ITE).<br />

como<br />

ITE modula a resposta linfocitária T, reduzindo por um<br />

A<br />

a produção de citocinas de tipo Th2 envolvidas na sín-<br />

lado<br />

de IgE e na ativação / sobrevida de eosinófilos e, por<br />

tese<br />

lado, aumentando a produção de citocinas de tipo<br />

<strong>ou</strong>tro<br />

Th1 2 reguladoras <strong>ou</strong> 3 que contrabalançam a inflamação<br />

,<br />

induzindo melhoria clínica a longo prazo, a qual<br />

alérgica,<br />

vezes dura vários anos após terminar a ITE muitas 4 .<br />

do seu mecanismo de ação, o obje-<br />

Independentemente<br />

da ITE com alérgenos no tratamento da doença alérgitivo<br />

é a redução da intensidade da resposta alérgica desenca<br />

por esses mesmos alérgenos. Essa redução pode<br />

cadeada<br />

a sua tradução imunológica na diminuição das<br />

encontrar<br />

da reação cutânea observada nos <strong>testes</strong> de<br />

dimensões<br />

<strong>ou</strong> pela diminuição dos níveis de IgE específicas<br />

puntura<br />

De fato, em doentes alérgicos aos ácaros submeti-<br />

séricas.<br />

à ITE existe ampla demonstração da eficácia da ITE na<br />

dos<br />

da reatividade cutânea <strong>ou</strong> dos valores séricos da<br />

redução<br />

específica para os respectivos alérgenos IgE 5-7 .<br />

entanto, nenhum destes dois métodos reflete obriga-<br />

No<br />

o que se passa no órgão-alvo, nem a dosagem<br />

toriamente<br />

IgE específica para um dado alérgeno reflete exaustiva-<br />

de<br />

a complexidade das respostas celulares mediadas<br />

mente<br />

IgE. Por exemplo, uma estimulação da produção poli-<br />

pela<br />

de IgE pode, sem reduzir os níveis de IgE específicas<br />

clonal<br />

um dado alérgeno, contribuir para diminuir a densi-<br />

para<br />

dessas IgE específicas à superfície das células mediadade<br />

e, por conseqüência, a probabilidade <strong>ou</strong> intensidade<br />

doras<br />

ativação celular após contato com o alérgeno.<br />

da<br />

o aumento das IgG específicas para um dado<br />

Também<br />

pode interferir no processo alérgico pela formação<br />

alérgeno<br />

complexos imunes IgG-alérgeno que impedem este últi-<br />

de<br />

para se ligar às IgE fixadas à superfície de células memo<br />

e, conseqüentemente, o tornam incapaz de indudiadoras<br />

a ativação celular e causar o aparecimento de sintozirmas<br />

8,9 Em alguns estudos verific<strong>ou</strong>-se maior correlação<br />

.<br />

a melhoria clínica e o aumento dos valores de IgG<br />

entre<br />

do que com a redução dos valores de IgE espe-<br />

específica<br />

cífica 10 Mas mesmo o aumento de IgG específica não é,<br />

.<br />

si só, capaz de prever boa evolução clínica dos doen-<br />

por<br />

havendo habitualmente grande disparidade de valores<br />

tes,<br />

individuais.<br />

um ponto de vista clínico-imunológico, o objetivo da<br />

De<br />

do doente alérgico, e em especial o objetivo da<br />

terapêutica<br />

com ITE, é a diminuição da reatividade alergê-<br />

terapêutica<br />

<strong>ou</strong> seja, o aumento das doses <strong>ou</strong> concentrações alernica,<br />

que são toleradas sem induzirem qualquer sintogênicas<br />

relevante, sendo esperado que este aumento da tolema<br />

se traduza em menor consumo de fármacos e menor<br />

rância<br />

dos sintomas intensidade 11 Este último aspecto pode ser<br />

.<br />

globalmente pela aplicação de escalas visuais ana-<br />

avaliado<br />

(VAS), que embora subjetivas são geralmente conlógicas<br />

fiáveis sideradas 9,12 com boa correlação não só com a<br />

e<br />

clínica real melhoria 10 mas também com <strong>ou</strong>tros parâme-<br />

,<br />

de avaliação de eficácia da ITE tros 8 .<br />

com este estudo verificar qual o parâme-<br />

Pretendeu-se<br />

que apresentava maior discriminação entre a evolução<br />

tro<br />

doentes do grupo controle e dos grupos submetidos a<br />

dos<br />

bem como se algum desses parâmetros se correlacio-<br />

ITE,<br />

com a evolução de um marcador objetivo da tolerânnaria<br />

alergênica, como é o caso dos limiares alergênicos de<br />

cia<br />

nasal. Pretendeu-se ainda analisar o impacto<br />

provocação<br />

duas dosagens alergênicas efetuadas em cada um dos<br />

das<br />

tratados com ITE, verificando se haveria evoluções<br />

grupos<br />

diferentes de qualquer um dos parâme-<br />

significativamente<br />

ao fim de um ano de ITE.<br />

tros,<br />

Material e métodos<br />

População<br />

75 pacientes com rinite alérgica persis-<br />

Selecionaram-se<br />

moderada a grave, com evidência de sensibilização a<br />

tente<br />

do gênero Dermatophagoides, confirmada pela<br />

ácaros<br />

<strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> de puntura e dosagem de IgE<br />

anamnese,<br />

com indicação para efetuarem ITE. Estes doen-<br />

específica,<br />

de ambos os sexos e com idades compreendidas entre<br />

tes,<br />

e 55 anos (média 23,6 ± 8,14 anos), seguidos no Am-<br />

15<br />

de Imunoalergologia da Unidade de Imunoalergobulatório<br />

do Hospital de Santa Maria, foram distribuídos alealogia<br />

por três grupos de 25 doentes cada:<br />

toriamente<br />

0 (G0) – grupo controle, sem ITE.<br />

Grupo<br />

1 (G1) – grupo de ITE com extrato estandardiza-<br />

Grupo<br />

modificado de Dermatophagoides pteronyssinus, com<br />

do<br />

mensais de 5,5 μg (total anual: 62,5 μg).<br />

doses<br />

2 (G2) – um grupo de ITE com o mesmo extrato<br />

Grupo<br />

referido mas com doses mensais de 55 μg (total<br />

acima<br />

625 μg).<br />

anual:<br />

os doentes podiam efetuar terapêutica com anti-<br />

Todos<br />

orais e/<strong>ou</strong> corticosteróides tópicos nasais em<br />

histamínicos<br />

de agravamento.<br />

períodos<br />

estudo foi aprovado pela Comissão de Ética e os do-<br />

O<br />

que participaram no estudo assinaram um consentientes<br />

informado.<br />

mento<br />

específica<br />

Imunoterapia<br />

efetuada com extrato de Dermatophagoides ptero-<br />

Foi<br />

despigmentado, polimerizado com gluteraldeído<br />

nyssinus,<br />

(DEPIGOID ® Laboratórios LETI, Espanha).<br />

,<br />

doente dos grupos 1 e 2 foi submetido a uma fase<br />

Cada<br />

indução de vacina, com administração de cinco doses<br />

de<br />

semanais e depois a uma fase de manutenção<br />

crescentes<br />

o resto do período do estudo, com a administração<br />

durante<br />

onze doses mensais de concentração constante. A dose<br />

de<br />

administrada em cada injeção, nos doentes do<br />

máxima<br />

1 foi de 5,5 μg do extrato modificado de Dermato-<br />

grupo<br />

pteronyssinus, enquanto que nos doentes do<br />

phagoides<br />

2 a dose foi de 55 μg. A administração dos extratos<br />

grupo<br />

foi efetuada sempre no Ambulatório de Imuno-<br />

alergênicos<br />

de acordo com as normas preconizadas pela<br />

alergologia,<br />

Européia de Alergologia e Imunologia Clínica Academia 13 .<br />

Testes <strong>cutâneos</strong> e dosagens séricas de imunoglo-<br />

específicas<br />

bulinas<br />

efetuados <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> de puntura na face an-<br />

Foram<br />

de ambos os antebraços, de acordo com as normas<br />

terior<br />

Academia Européia de Alergologia e Imunologia Clíni-<br />

da<br />

ca 14 tendo-se registrado o diâmetro médio da pápula ori-<br />

,<br />

pela solução de Dermatophagoides pteronyssinus<br />

ginada<br />

(100 HEP/ml) (CBF LETI, Espanha).


204 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 28, Nº 4, 2005 <strong>Escala</strong> <strong>visual</strong> <strong>analógica</strong><br />

dosagens séricas de IgE e IgG específicas para Der-<br />

As<br />

pteronyssinus foram efetuados por método<br />

matophagoides<br />

UniCAP-FEIA (Pharmacia Diagnostics),<br />

imunoenzimático<br />

os resultados da IgE específica expressos em kU/L e<br />

sendo<br />

da IgG em mg/L.<br />

os<br />

três grupos, os <strong>testes</strong> e as dosagens séricas foram<br />

Nos<br />

no início do estudo (T0), tendo sido repetidos<br />

efetuados<br />

um ano (T1).<br />

após<br />

<strong>visual</strong> <strong>analógica</strong><br />

<strong>Escala</strong><br />

os doentes preenchiam, antes da provocação,<br />

Todos<br />

escala <strong>visual</strong> onde lhes era solicitado que, numa linha<br />

uma<br />

com 10 cm de comprimento em que o extremo<br />

horizontal<br />

corresponde a “o pior possível” e o extremo direi-<br />

esquerdo<br />

a “o melhor possível”, assinalassem o ponto que lhes<br />

to<br />

mais correspondente ao estado da sua rinite<br />

parecesse<br />

no mês corrente. A distância em milímetros até<br />

alérgica,<br />

ao extremo esquerdo da linha era medida e registradla.<br />

nasal específica<br />

Provocação<br />

efetuada com solução alergênica de Dermatophagoi-<br />

Foi<br />

pteronyssinus (Laboratório CBF LETI, Espanha). Esta<br />

des<br />

alergênica apresenta-se liofilizada, a fim de manter<br />

solução<br />

sua integral potência, sendo reconstituída com 1 ml de<br />

a<br />

diluente adequada, cerca de 30 minutos antes da<br />

solução<br />

Com esta reconstituição obtém-se uma solu-<br />

provocação.<br />

alergênica com potência de 100 Unidades HEP (Histação<br />

Equivalent Potency), a qual é sucessivamente diluída<br />

mine<br />

1:10, a fim de se obterem soluções com as concentra-<br />

a<br />

de 10 HEP, 1 HEP, 0,1 HEP e 0,01 HEP. Não se utilições<br />

quaisquer fármacos com atividade vasoconstritora<br />

zaram<br />

da provocação nasal.<br />

antes<br />

duas semanas anteriores à provocação os doentes<br />

Nas<br />

efetuariam qualquer corticoterapia tópica e suspende-<br />

não<br />

antihistamínicos nas 48 horas precedentes.<br />

riam<br />

provocação foi sempre efetuada pelo mesmo médico e<br />

A<br />

mesma sala, iniciando-se com a nebulização de 0,05<br />

numa<br />

da solução diluente como controle negativo, seguindo-<br />

ml<br />

a intervalos de 15 minutos, as nebulizações das solu-<br />

-se,<br />

alergênicas (0,05 ml/nebulização) com concentrações<br />

ções<br />

A provocação era interrompida quando o esco-<br />

crescentes.<br />

clínico pós-provocação, composto pela avaliação de quare<br />

sintomas, valorizados numa escala de 0 a 3, fosse sutro<br />

<strong>ou</strong> igual a seis (num máximo de doze). A última doperior<br />

alergênica administrada correspondia ao limiar de posise <br />

tividade.<br />

estatística<br />

Análise<br />

aos níveis de <strong>imunoglobulinas</strong>, diâmetros<br />

Relativamente<br />

pápulas dos <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> e escores da VAS, a com-<br />

das<br />

entre os três grupos foi efetuada por análise de<br />

paração<br />

(ANOVA) e quando esta avaliação revel<strong>ou</strong> dife-<br />

variância<br />

estatisticamente significativas efetu<strong>ou</strong>-se uma anárenças<br />

subseqüente, comparando dois a dois os grupos conlise<br />

grupo 1 e grupo 2, pelo procedimento de comparatrole,<br />

múltipla – teste de Bonferroni (post-hoc Bonferroni).<br />

ção<br />

significativo um valor de p


<strong>Escala</strong> <strong>visual</strong> <strong>analógica</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 28, Nº 4, 2005 205<br />

Figura 2 – Evolução dos valores de IgE sérica específica<br />

120<br />

)<br />

L 100<br />

U<br />

/<br />

(<br />

k<br />

a<br />

r<br />

i<br />

c<br />

s<br />

é<br />

c<br />

a<br />

i<br />

c<br />

í<br />

f<br />

p<br />

e<br />

e<br />

s<br />

E<br />

I<br />

g<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

T0 T1 T0 T1 T0 T1<br />

0 6<br />

Grupo 0 Grupo 1 Grupo 2<br />

12<br />

- valor da média<br />

Legenda:<br />

- início do estudo T1 – doze meses após<br />

T0<br />

relação à IgG específica para Dermatophagoides<br />

Em<br />

(figura 3) verificaram-se aumentos médios<br />

pteronyssinus<br />

47% e de 54% nos grupos 1 e 2, respectivamente, en-<br />

de<br />

o grupo controle apresent<strong>ou</strong> diminuição média de<br />

quanto<br />

Nesta avaliação, registram-se diferenças estatisti-<br />

13%.<br />

significativas apenas no grupo 2, quando se comcamente<br />

T0 e T1 (p=0,007). Comparando os diferentes grupos<br />

para<br />

T1, só se registram diferenças na comparação entre<br />

em<br />

0 e grupo 2 (p=0,006), não se registrando diferen-<br />

grupo<br />

com significado estatístico entre os grupos 0 e 1 <strong>ou</strong><br />

ças<br />

entre os grupos 1 e 2.<br />

Figura 3 – Evolução dos valores de IgG sérica específica<br />

)<br />

g<br />

/<br />

L<br />

a<br />

(<br />

m<br />

ic<br />

s<br />

é<br />

r<br />

ífic<br />

a<br />

c<br />

e<br />

e<br />

s<br />

p<br />

I<br />

g<br />

G<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

T0 T1 T0 T1 T0 T1<br />

0 6 12<br />

Grupo 0 Grupo 1 Grupo 2<br />

- valor da média<br />

Legenda:<br />

- início do estudo T1 – doze meses após<br />

T0<br />

à evolução das pontuações obtidas na<br />

Relativamente<br />

<strong>visual</strong> <strong>analógica</strong> (figura 4), verifica-se que no grupo<br />

escala<br />

existem pequenas variações, mas sem qualquer<br />

controle<br />

estatístico, enquanto no grupo 1 e grupo 2 há<br />

significado<br />

melhoria desta pontuação de 18% e de 25%, respec-<br />

uma<br />

o que corresponde a diferenças estatisticativamente,<br />

significativas em ambos os grupos submetidos a<br />

mente<br />

comparando T0 e T1 (p=0,006 no grupo 1 e p


206 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 28, Nº 4, 2005 <strong>Escala</strong> <strong>visual</strong> <strong>analógica</strong><br />

dos diâmetros das pápulas, quando se comparam<br />

médios<br />

doentes do grupo controle com os dois grupos subme-<br />

os<br />

à ITE. Ainda que se tenha verificado no grupo contidos<br />

discreto aumento (cerca de 10%) dos valores médios<br />

trole<br />

IgE específica para Dermatophagoides pteronyssinus,<br />

de<br />

existem nas IgEs específicas diferenças significativas<br />

não<br />

se efetua a comparação entre os grupos ativos e o<br />

quando<br />

controle. Esta maior sensibilidade dos <strong>testes</strong> cutâ-<br />

grupo<br />

relativamente à IgE específica (cuja comparação inneos,<br />

não revel<strong>ou</strong> diferenças significativas), na avaliatergrupos<br />

de doentes alérgicos e da sua evolução sob ITE, tem<br />

ção<br />

advogada por vários <strong>ou</strong>tros autores sido 15-18 aliás, alguns<br />

,<br />

recentes com ITE de curta duração com polens estudos 19 ,<br />

fungos 20 ácaros <strong>ou</strong> 6 também significativa<br />

demonstraram<br />

da sensibilidade alergênica avaliada por <strong>testes</strong><br />

redução<br />

sem qualquer redução significativa dos níveis de<br />

<strong>cutâneos</strong>,<br />

sérica específica.<br />

IgE<br />

diferente intensidade da ação imunológica da ITE so-<br />

A<br />

os <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> e sobre a IgE específica que enconbre<br />

no nosso estudo pode traduzir uma interferência<br />

tramos<br />

precoce com mecanismos que contribuam para a es-<br />

mais<br />

da membrana dos mastócitos do que a interfetabilização<br />

com linfócitos T no sentido de diminuir a síntese de<br />

rência<br />

<strong>ou</strong> IL-13 e assim diminuir a síntese de IgE específica.<br />

IL-4<br />

este respeito são extremamente interessantes alguns<br />

A<br />

que mostram a possibilidade da ITE interferir<br />

trabalhos<br />

vários aspectos da doença alérgica, não diretamente<br />

com<br />

com a IgE <strong>ou</strong> sua síntese, como a apoptose<br />

relacionados<br />

de linfócitos Th2 no contacto com o alérgeno in vi-<br />

celular<br />

tro 21 trabalhos em que as melhorias clínicas induzidas<br />

<strong>ou</strong><br />

ITE se correlacionaram com a diminuição dos níveis de<br />

pela<br />

e não com a diminuição dos níveis de IL-4 IL-5 22 .<br />

às IgGs específicas verificaram-se dife-<br />

Relativamente<br />

significativas entre o início e o fim do estudo em<br />

renças<br />

os grupos sob ITE e adicionalmente foi possível en-<br />

ambos<br />

aos doze meses, diferenças significativas entre<br />

contrar,<br />

controle e grupo 2 (p=0,006). Em vários estudos an-<br />

grupo<br />

também são referidas variações significativas da<br />

teriores<br />

<strong>ou</strong> IgG4 específicas após períodos curtos de ITE, sendo<br />

IgG<br />

IgG4, para alguns autores, o parâmetro mais válido para<br />

a<br />

monitoramento in vitro da eficácia deste tipo de trata-<br />

a<br />

mento 19 .<br />

às escalas visuais <strong>analógica</strong>s, e apesar de<br />

Relativamente<br />

vezes se considerar que a modulação imunológica,<br />

muitas<br />

pela ITE, só se traduz em melhoria clínica sig-<br />

conseguida<br />

após um período de tempo mais <strong>ou</strong> menos pronificativa<br />

o nosso trabalho demonstra cabalmente a exislongado,<br />

de melhorias estatisticamente significativas após<br />

tência<br />

meses de ITE, sendo de referir que melhorias tão pre-<br />

doze<br />

também já têm sido encontradas em <strong>ou</strong>tros estudos<br />

coces<br />

ITE para alérgenos de polens, ácaros <strong>ou</strong> epitélios com 23 A .<br />

com que se podem obter resultados clínicos positi-<br />

rapidez<br />

evidentes é um aspecto que ressalta claramente do<br />

vos<br />

trabalho e deve ser tido em conta na decisão mé-<br />

presente<br />

do tratamento da rinite alérgica, nomeadamente no<br />

dica<br />

diz respeito à instituição precoce de protocolos de ITE.<br />

que<br />

aos limiares alergênicos de positividade<br />

Relativamente<br />

provocação nasal e à correlação destes valores com os<br />

na<br />

<strong>ou</strong>tras variáveis em análise, neste nosso trabalho foi<br />

das<br />

nos <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong> e na VAS que se encontr<strong>ou</strong><br />

apenas<br />

significativa com os limiares de provocação aler-<br />

correlação<br />

nasal, muito embora essa correlação não seja muito<br />

gênica<br />

(rho = -0,369 nos <strong>testes</strong> <strong>cutâneos</strong>; rho = 0,432 na<br />

forte<br />

ambos com p


<strong>Escala</strong> <strong>visual</strong> <strong>analógica</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 28, Nº 4, 2005 207<br />

Basomba A, Tabar AI, de Rojas DH, Garcia BE, Alamar R, Ola-<br />

6.<br />

JM, et al. Allergen vaccination with a liposome-encapguibel<br />

extract of Dermatophagoides pteronyssinus: a randosulated<br />

d<strong>ou</strong>ble-blind, placebo-controlled trial in asthmatic patimized,<br />

J Allergy Clin Immunol 2002;109: 943-8<br />

ents.<br />

Wuthrich B, Gumowski PL, Fah J, Hurlimann A, Deluze C, An-<br />

7.<br />

C, et al. Safety and efficacy od specific immunotherapy<br />

dre<br />

standardized allergenic extracts adsorbed on aluminium<br />

with<br />

J Investig Allergol Clin Immunol 2001; 11:149-56<br />

hydroxide.<br />

McHugh SM, Ewan PW. A clinical index: a new method to as-<br />

8.<br />

efficacy of allergen immunotherapy. Allergy 1992;47:115-<br />

sess<br />

20<br />

Hallen H, Djupesland P, Kramer J, Toll K, Graf P. Evaluation of<br />

9.<br />

new method for assessing symptoms. ORL J Otorhinolaryngol<br />

a<br />

Spec 2001;63:92-5<br />

Relat<br />

D’S<strong>ou</strong>za MF, Emanuel MB, Gregg J, Charlton J, Goldschmidt J.<br />

10.<br />

method for evaluating therapy for hay fever. A comparison<br />

A<br />

f<strong>ou</strong>r treatments. Clin Allergy 1983;13:329-35<br />

of<br />

Olsen OT, Larsen KR, Jacobsan L, Svendsen UG. A 1-year, pla-<br />

11.<br />

d<strong>ou</strong>ble-blind h<strong>ou</strong>se-dust-mite immunotherapy<br />

cebo-controlled,<br />

in asthmatic adults. Allergy 1997;52:853-9.<br />

study<br />

Fernandez-Tavora L, Rico P, Martin S. Clinical experience with<br />

12.<br />

immunotherapy to horse dander. J Investig Allergol<br />

specific<br />

Immunol 2002;12:29-33<br />

Clin<br />

Malling HJ, Weeke B. EAACI Position paper: immunotherapy.<br />

13.<br />

1993;48(suppl 14): 7-35<br />

Allergy<br />

Dreborg S, Frew AJ. EAACI Position Paper: Allergen standardi-<br />

14.<br />

and skin tests. Allergy 1993;48(suppl. 14):48-82<br />

zation<br />

Bahceciler NN, Isik U, Barlan IB, Basaran MM. Efficacy of sub-<br />

15.<br />

immunbotherapy in children with asthma and rhinitis: a<br />

lingual<br />

placebo-controlled study. Pediatr Pulmonol 2001;<br />

d<strong>ou</strong>ble-blind,<br />

32:49-55<br />

Baldacci S, Omenaas E, Oryszxzyn MP. Allergy markers in res-<br />

16.<br />

epidemiology. Eur Respir J 2001 ;17 :773-90<br />

piratory<br />

Drachenberg KJ, Wheeler AW, Stuebner P, Horak F. A well to-<br />

17.<br />

grass pollen specific allergy vaccine containing a novel<br />

lerated<br />

monophosphoryl lipid A, reduces allergic symptoms<br />

adjuvant,<br />

only f<strong>ou</strong>r preseasonal injections. Allergy 2001;56:498-<br />

after<br />

505<br />

Niederberger V, Stubner P, Spitzauer S, Kraft D, Valenta R,<br />

18.<br />

K, et al. Skin test results but not serology reflect<br />

Ehrenberger<br />

type respiratory sensitivity: a study performed with<br />

immediate<br />

allergen molecules. J Invest Dermatol 2001;117:<br />

recombinant<br />

848-51<br />

Drachenberg KJ, Heinzkill M, Urban E, Woroniecki SR. Efficacy<br />

19.<br />

tolerability of short-term specific immunotherapy with<br />

and<br />

allergoids adjuvanted by monophosphoryl lipid A (MPL)<br />

pollen<br />

children and adolescents. Allergol Immunopathol (Madrid)<br />

for<br />

2003;31:270-7<br />

Criado Molina A, Guerra Pasadas F, Daza Munoz JC.<br />

20.<br />

with an oral Alternaria extract in childhood<br />

Immunotherapy<br />

Clinical safety and efficacy and effects on in vivo and<br />

asthma.<br />

vitro parameters. Allergol Immunopathol (Madrid) 2002;<br />

in<br />

30:319-30<br />

Guerra F, Carracedo J, Solana-Lara R, Sanchez-Guijo P, Rami-<br />

21.<br />

R. Th2 lymphocytes from atopic patients treated with imrez<br />

undergo rapid apoptosis after culture with spemunotherapy<br />

allergens. J Allergy Clin Immunol 2001;107:647-53<br />

cific<br />

Kakinoki Y, Ohashi Y, Nakai Y, Washio Y, Nasako Y, Tanaka A,<br />

22.<br />

al. Allergen induced mRNA expression of interleukin-5, but<br />

et<br />

of interleukin 4 and interferon gama, in peripheral blood<br />

not<br />

cells obtained before the pollen season predicts<br />

mononuclear<br />

clinical efficacy of immunotherapy for seasonal allergic<br />

the<br />

Scand J Immunol 2000;51:202-8<br />

rhinitis.<br />

Ariano R, Kroon AM, Augeri G, Canonica GW, Passalcqua G.<br />

23.<br />

treatment with allergoid immunotherapy with Pa-<br />

Long-term<br />

Clinical and immunologic effects in a randomised,<br />

rietaria.<br />

trial. Allergy 1999;54:313-9<br />

controlled<br />

Saraclar Y, Sekerel BE, Kalayci O, Adalioglu G, Tucer A. The<br />

24.<br />

of h<strong>ou</strong>se dust mite specific immunotherapy on cisteinyl<br />

effect<br />

production by blood leukocytes in subjects with<br />

leukotriene<br />

allergic rhinitis and asthma. J Investig Allergol Clin<br />

perennial<br />

Immunol 1998;8:98-104<br />

Correspondência:<br />

Manuel Branco Ferreira<br />

Prof.<br />

5 de Outubro, 12 - 2º Esq<br />

Av.<br />

- Lisboa - Portugal<br />

1050-056<br />

E-mail: manefer-510@clix.pt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!