Doença do refluxo gastroesofágico e sua relação com a asma
Doença do refluxo gastroesofágico e sua relação com a asma
Doença do refluxo gastroesofágico e sua relação com a asma
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ARTIGO DE REVISÃO<br />
<strong>Doença</strong> <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> e <strong>sua</strong> <strong>relação</strong> <strong>com</strong> a <strong>asma</strong><br />
Gastroesophageal reflux disease and its relationship with asthma<br />
Mailin S. Kuwakino 1 , Vera L Sdepanian 1 , Márcia C Malozzi 2 , Dirceu Solé 2 , Mauro B Morais 1<br />
Resumo<br />
O <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> tem si<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> à<br />
Objetivos:<br />
persistente sobretu<strong>do</strong> a de maior gravidade, mas de mo-<br />
<strong>asma</strong><br />
não unânime. Neste estu<strong>do</strong> avaliou-se a possível <strong>relação</strong><br />
<strong>do</strong><br />
ambos.<br />
entre<br />
Revisão de da<strong>do</strong>s publica<strong>do</strong>s a partir de 1949 em<br />
Méto<strong>do</strong>:<br />
de da<strong>do</strong>s eletrônicos PubMed, Embase, Scielo e Google,<br />
base<br />
<strong>com</strong>o palavras de busca: <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong>, as-<br />
usan<strong>do</strong><br />
pHmetria, e esfíncter esofágico inferior, de forma isolada<br />
ma,<br />
associa<strong>do</strong>s.<br />
ou<br />
Esta revisão ressalta a necessidade de estu<strong>do</strong>s<br />
Resulta<strong>do</strong>:<br />
detalha<strong>do</strong>s sobre a interação entre <strong>do</strong>ença de <strong>refluxo</strong><br />
mais<br />
e a <strong>asma</strong> persistente, sobretu<strong>do</strong> nas de inten-<br />
<strong>gastroesofágico</strong><br />
moderada a grave.<br />
sidade<br />
O melhor conhecimento <strong>do</strong>s fatores envolvi<strong>do</strong>s<br />
Conclusão:<br />
<strong>relação</strong> permitirá melhor abordagem terapêutica e con-<br />
nesta<br />
qualidade de vida a esses pacientes<br />
seqüente<br />
bras. alerg. imunopatol. 2007; 30(1):13-20 <strong>asma</strong>, cri-<br />
Rev.<br />
anças, <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong>, pHmetria.<br />
Disciplina de Gastroenterolgia Pediátrica<br />
1.<br />
Disciplina de Alergia, Imunologia Clínica e Reumatologia<br />
2.<br />
de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo-<br />
Departamento<br />
Paulista de Medicina<br />
Escola<br />
Artigo submeti<strong>do</strong> em 16.12.2006, aceito em 14.01.2007.<br />
Introdução<br />
07/30-01/13<br />
bras. alerg. imunopatol.<br />
Rev.<br />
Copyright © 2007 by ASBAI<br />
<strong>do</strong>ença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> gastresofágico (DRGE) é um distúr-<br />
A<br />
freqüente da motilidade digestiva e constitui uma conbio<br />
encaminhada freqüentemente para os gastroenterodição<br />
pediátricos logistas 1 O <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> (RGE) é um<br />
.<br />
fisiológico que ocorre em lactentes, crianças e<br />
processo<br />
saudáveis adultos 2-6 É defini<strong>do</strong> <strong>com</strong>o a passagem <strong>do</strong> con-<br />
.<br />
gástrico para o esôfago. Suas manifestações clínicas<br />
teú<strong>do</strong><br />
freqüentes em lactentes são vômitos e regurgitações<br />
mais<br />
está presente em 50,0% <strong>do</strong>s lactentes no primeiro tri-<br />
e<br />
de vida e em 5,0% <strong>do</strong>s lactentes no final <strong>do</strong> primeimestre<br />
ano de vida ro 7 .<br />
RGE pode ser classifica<strong>do</strong> em primário e secundário. O<br />
O<br />
primário ou fisiológico é idade-dependente e auto-li-<br />
RGE<br />
Na criança, a barreira anti-<strong>refluxo</strong> é deficitária e<br />
mita<strong>do</strong>.<br />
a <strong>sua</strong> função <strong>com</strong> a idade. Tanto a extensão <strong>do</strong><br />
melhora<br />
esofágico inferior <strong>com</strong>o a <strong>sua</strong> pressão aumentam<br />
esfíncter<br />
chegan<strong>do</strong> ao padrão de adulto, aproxima-<br />
gradativamente,<br />
aos <strong>do</strong>is anos de idade damente 8 Sen<strong>do</strong> assim, observa-se<br />
.<br />
freqüência, o início da regurgitação ou vômito entre<br />
<strong>com</strong><br />
e quatro meses de idade, melhoran<strong>do</strong> no segun<strong>do</strong> se-<br />
um<br />
de vida e desaparecen<strong>do</strong> no segun<strong>do</strong> ano mestre 7,8 O re- .<br />
secundário resulta da dismotilidade devi<strong>do</strong> a distúrfluxo<br />
sistêmicos (por exemplo: lesão neurológica), fatores<br />
bios<br />
infecções sistêmicas ou locais, alergias alimen-<br />
mecânicos,<br />
13<br />
Abstract<br />
Gastroesophageal reflux has been related to<br />
Objetives:<br />
asthma meanwhile the severe ones, but not unani-<br />
persistent<br />
The aim of this review was to evaluate the possible<br />
mously.<br />
between asthma and gastroesophageal reflux.<br />
relationship<br />
Review of published data in PubMed, Embase,<br />
Methods:<br />
and Google data base since 1949 having as key words:<br />
Scielo,<br />
reflux, asthma, pHmetry and lower esopha-<br />
gastroesophageal<br />
sphincter, isolated or associated.<br />
geal<br />
This extensive literature review shows that more<br />
Results:<br />
studies about the gastroesophageal and persistent<br />
detailed<br />
asthma interactions are necessary.<br />
moderate/severe<br />
Better knowledge about factors involved with<br />
Conclusion:<br />
relationship will allow to these patients better therapeutic<br />
this<br />
approach and consequently improved quality of life.<br />
bras. alerg. imunopatol. 2007; 30(1):13-20 asthma,<br />
Rev.<br />
gastroesophageal reflux, pHmetry<br />
children,<br />
distúrbios metabólicos, hipertensão intracraniana e<br />
tares,<br />
medicações 9 .<br />
<strong>do</strong>ença pulmonar, o RGE pode ser o agente causal<br />
Na<br />
exacerba<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s sintomas, porém <strong>do</strong>enças respirató-<br />
ou<br />
<strong>com</strong>o a <strong>asma</strong>, podem causar RGE pelo aumento <strong>do</strong><br />
rias,<br />
respiratório e redução da pressão intra-torácica esforço 9 .<br />
DRGE ocorre quan<strong>do</strong> há o retorno <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> gástrico<br />
A<br />
dentro <strong>do</strong> esôfago ou orofaringe e produção de sinais<br />
para<br />
sintomas e/ou 7 Então, além <strong>do</strong> vômito e da regurgitação<br />
.<br />
ocorrer outras manifestações <strong>com</strong>o baixo ganho<br />
podem<br />
ou perda de peso, irritabilidade em lactentes, dis-<br />
ponderal<br />
ou recusa alimentar em lactentes, <strong>do</strong>r ab<strong>do</strong>minal ou<br />
fagia<br />
(em queimação), sintomas otorrinolaringoló-<br />
retroesternal<br />
e respiratórios.<br />
gicos<br />
sintomas respiratórios associa<strong>do</strong>s ao RGE incluem<br />
Os<br />
sibilância, tosse crônica, pneumonia recorrente,<br />
apnéia,<br />
aspirativa e <strong>asma</strong> pneumonia 10-13 Os otorrinolaringologis-<br />
.<br />
acreditam que o RGE pode ser um fator contribuinte na<br />
tas<br />
<strong>do</strong> estri<strong>do</strong>r laríngeo, da estenose laríngea, da<br />
patogênese<br />
crônica e da otite média de repetição sinusite 10,14-17 No en- .<br />
em estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em nossa instituição, encontanto,<br />
apenas um caso de <strong>refluxo</strong> em dez pacientes <strong>com</strong><br />
trou-se<br />
crônica sinusopatia 18 .<br />
patogênese da DRGE é multifatorial e <strong>com</strong>plexa, ob-<br />
A<br />
algumas similaridades e distinções entre adulservan<strong>do</strong>-se<br />
e crianças tos 1,9 As principais similaridades são: 1) Relaxa-<br />
.<br />
transitório <strong>do</strong> esfíncter esofágico inferior (principal<br />
mento<br />
para os eventos de <strong>refluxo</strong>); 2) Hipotonia <strong>do</strong><br />
mecanismo<br />
esofágico inferior; 3) Componentes <strong>do</strong> material<br />
esfíncter<br />
(áci<strong>do</strong>s, pepsina, sais biliares e tripsina). Alguns<br />
refluí<strong>do</strong><br />
observaram que o áci<strong>do</strong> <strong>com</strong>bina<strong>do</strong> <strong>com</strong> a pepsi-<br />
estu<strong>do</strong>s<br />
sais biliares e tripsina, pode provocar um dano maior<br />
na,<br />
mucosa esofágica na 1,9 4) Clearance esofágico e proteção<br />
.<br />
mucosa.<br />
da
14 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 RGE e <strong>asma</strong><br />
clearance esofágico é influencia<strong>do</strong> por três fatores:<br />
O<br />
peristálticas esofágicas, gravidade e saliva. O retar-<br />
ondas<br />
ou clareamento in<strong>com</strong>pleto <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> <strong>do</strong> esôfago é um<br />
<strong>do</strong><br />
principais fatores envolvi<strong>do</strong>s na gênese da esofagite <strong>do</strong>s 9 .<br />
referência às características distintas <strong>do</strong> RGE da<br />
Com<br />
em <strong>com</strong>paração ao adulto encontram-se: 1) Volu-<br />
criança<br />
alimentar e esvaziamento gástrico. O volume alime<br />
difere entre crianças e adultos devi<strong>do</strong> às diferenças<br />
mentar<br />
necessidades energéticas de acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> a faixa etária.<br />
nas<br />
criança, o volume gástrico é maior <strong>do</strong> que no adulto,<br />
Na<br />
também o volume esofágico. Desse mo<strong>do</strong>, a re-<br />
exceden<strong>do</strong><br />
ocorre <strong>com</strong> maior freqüência quan<strong>do</strong> se excede<br />
gurgitação<br />
capacidade esofágica a 1 .<br />
criança, o volume alimentar maior ou o aumento da<br />
Na<br />
retardam o esvaziamento gástrico, estimu-<br />
osmolaridade<br />
mecanorreceptores no fun<strong>do</strong> gástrico que aumentam a<br />
lam<br />
intra-gástrica e induzem a maior número de episó-<br />
pressão<br />
de relaxamento transitório <strong>do</strong> esfíncter esofágico infedios <br />
rior 9 2) Complacência gástrica. No recém-nasci<strong>do</strong> ob-<br />
.<br />
menor <strong>com</strong>placência gástrica quan<strong>do</strong> <strong>com</strong>para<strong>do</strong><br />
serva-se<br />
adulto. A <strong>com</strong>placência diminuída pode promover o rela-<br />
ao<br />
<strong>do</strong> esfíncter esofágico inferior assim, um pequeno<br />
xamento<br />
gástrico alimentar pode provocar o relaxamento <strong>do</strong><br />
volume<br />
levan<strong>do</strong> à regurgitação esfíncter 1 .<br />
<strong>do</strong> pH intraesofágico<br />
Monitorização<br />
monitorização <strong>do</strong> pH intra-esofágico prolonga<strong>do</strong> <strong>com</strong><br />
A<br />
ou mais canais tem si<strong>do</strong> utilizada <strong>com</strong>o um <strong>do</strong>s princi-<br />
um<br />
instrumentos para diagnóstico da DRGE pais 19-25 .<br />
monitorização <strong>do</strong> pH intra-esofágico é indicada pa-<br />
A<br />
ra 7,24,25 a) avaliação de pacientes <strong>com</strong> manifestações atí-<br />
:<br />
extra-esofágicas: irritabilidade ou recusa alimentar<br />
picas<br />
lactentes em 26,27 <strong>do</strong>r torácica não-cardíaca , 28 apnéia , 4 sin- ,<br />
pulmonares tomas 10,12,13 sintomas otorrinolaringológi-<br />
,<br />
cos 10,16-18,25,29 b) avaliação <strong>do</strong> tratamento da DRGE ; 30 c) ;<br />
de cirurgia anti-<strong>refluxo</strong> pré-operatório 31,32 .<br />
este méto<strong>do</strong> podemos avaliar diretamente a<br />
Utilizan<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> RGE, estabelecer a presença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> áci<strong>do</strong><br />
presença<br />
determinar se há <strong>relação</strong> temporal entre o <strong>refluxo</strong><br />
anormal,<br />
e a ocorrência de sintomas, e avaliar a adequação da<br />
áci<strong>do</strong><br />
em pacientes que não respondem ao tratamen-<br />
terapêutica<br />
<strong>com</strong> supressores áci<strong>do</strong>s to 7 além disso, podemos avaliar o<br />
,<br />
<strong>do</strong> <strong>refluxo</strong>: <strong>refluxo</strong> ortostático, supino ou <strong>com</strong>bina-<br />
padrão<br />
<strong>do</strong> 32 .<br />
monitorização <strong>do</strong> pH intra-esofágico na área pediátrica<br />
A<br />
seguin<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> preconiza<strong>do</strong> pela Sociedade Euro-<br />
vem<br />
Pediátrica de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutripéia<br />
– ESPGHAN ção 34 Estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s <strong>com</strong> o emprego da<br />
.<br />
esofágica <strong>com</strong> <strong>do</strong>is ou mais canais ou eletro<strong>do</strong>s,<br />
pHmetria<br />
ao longo <strong>do</strong> esôfago constataram a presença<br />
distribuí<strong>do</strong>s<br />
<strong>refluxo</strong> áci<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os níveis, mas <strong>com</strong> padrão hete-<br />
<strong>do</strong><br />
rogêneo 3,35-38 Desse mo<strong>do</strong>, constatou-se a importância da<br />
.<br />
da localização <strong>do</strong> eletro<strong>do</strong> distal para o diag-<br />
padronização<br />
de RGE patológico.<br />
nóstico<br />
um estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> 124 pacientes pediátricos, obten<strong>do</strong><br />
Em<br />
<strong>do</strong> <strong>com</strong>primento <strong>do</strong> esôfago pela manometria,<br />
medidas<br />
et al Strobel 39 uma equação que possibilita<br />
estabeleceram<br />
o valor aproxima<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>com</strong>primento entre a narina e o<br />
ter<br />
esofágico inferior: Fórmula de Strobel =<br />
esfíncter<br />
x altura cm) + 5. A partir <strong>do</strong> valor encontra<strong>do</strong>,<br />
(0,252<br />
87% e obtém--se a localização onde o eletro<strong>do</strong><br />
calcula-se<br />
pH deve ser posiciona<strong>do</strong> de 39 porém de acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> a re-<br />
,<br />
da ESPGHAN, o eletro<strong>do</strong> deve ter a <strong>sua</strong> locali<strong>com</strong>endação<br />
confirmada pela fluoroscopia, ou seja, a ponta <strong>do</strong><br />
zação<br />
distal deverá estar posicionada na parte superior<br />
eletro<strong>do</strong><br />
terceira vértebra acima <strong>do</strong> diafragma da 32 .<br />
<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> para posicionamento <strong>do</strong> eletro<strong>do</strong>, outra<br />
Além<br />
encontrada na padronização da pHmetria intra-<br />
dificuldade<br />
é o estabelecimento de um critério de normali-<br />
-esofágica<br />
Muitos autores, em busca de um valor para a normadade.<br />
realizaram estu<strong>do</strong>s <strong>com</strong> indivíduos “saudáveis”, eslidade,<br />
um ponto de corte para o índice de <strong>refluxo</strong><br />
tabelecen<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> tempo total <strong>do</strong> exame que o pH perma-<br />
(porcentagem<br />
abaixo de 4) ou um escore (uso <strong>do</strong>s outros parâmeneceu<br />
da pHmetria) para caracterizar a DRGE tros 6,19,36,40 .<br />
critério mais utiliza<strong>do</strong> em estu<strong>do</strong>s <strong>com</strong> adultos é o<br />
O<br />
de <strong>refluxo</strong>, ou seja, a porcentagem <strong>do</strong> tempo total<br />
índice<br />
exame durante o qual o pH permaneceu abaixo de 4,0.<br />
<strong>do</strong><br />
base na avaliação de 15 indivíduos saudáveis, John-<br />
Com<br />
& DeMeester son 19 o valor máximo de 4,2%,<br />
propuseram<br />
à média acrescida de <strong>do</strong>is desvios padrão.<br />
correspondente<br />
mesmo valor foi encontra<strong>do</strong> por Dobhan, Castell O 36 que<br />
26 adultos em condições semelhantes.<br />
estudaram<br />
critério também utiliza<strong>do</strong> é o escore de DeMeester<br />
Outro<br />
de normalidade < 14,72). Este é um sistema de<br />
(valor<br />
que utiliza seis parâmetros medi<strong>do</strong>s pela pHme-<br />
pontuação<br />
em 24 horas de exame. Neste escore são utiliza<strong>do</strong>s vatria<br />
de média e desvio-padrão, obti<strong>do</strong>s em exames realilores<br />
em 50 adultos saudáveis, <strong>com</strong>o descrito abaixo za<strong>do</strong>s 5 1) :<br />
de tempo total em que o pH permaneceu<br />
percentagem<br />
de 4 (índice de <strong>refluxo</strong>) (1,51 ± 1,36); 2) percenta-<br />
abaixo<br />
de tempo em posição ortostática em que o pH permagem<br />
abaixo de 4 (2,34 ± 2,34); 3) percentagem de temneceu<br />
em posição supina em que o pH permaneceu abaixo de<br />
po<br />
(0,63 ± 1,00); 4) número de episódios de <strong>refluxo</strong> (19,00<br />
4<br />
12,76); 5) número de episódios de <strong>refluxo</strong> <strong>com</strong> duração<br />
±<br />
a cinco minutos (0,84 ± 1,18); 6) episódio de re-<br />
superior<br />
mais longo (minutos) (6,74 ± 7,85).<br />
fluxo<br />
cada um destes parâmetros, o valor observa<strong>do</strong> no<br />
Para<br />
é coloca<strong>do</strong> na fórmula abaixo e a soma <strong>do</strong>s valo-<br />
paciente<br />
corresponde ao escore de DeMeester: Valor <strong>do</strong> pacires<br />
– Média*/ Desvio-Padrão* +1 (*média e o desente<br />
de cada um <strong>do</strong>s parâmetros foram obti<strong>do</strong>s no<br />
vio-padrão<br />
de Jamieson et al estu<strong>do</strong> 5 .<br />
área pediátrica sabe-se que o RGE ocorre em lacten-<br />
Na<br />
e crianças saudáveis tes 2-4 Desse mo<strong>do</strong>, alguns autores<br />
.<br />
estabelecer critérios de normalidade ou escore de<br />
tentaram<br />
para lactentes e crianças. Vandenplas et al normalidade 2<br />
285 lactentes assintomáticos, <strong>com</strong> idade entre<br />
estudaram<br />
– 15 meses, em investigação de risco para síndrome da<br />
0<br />
súbita e consideran<strong>do</strong> que o RGE pode ser uma pos-<br />
morte<br />
causa. Os lactentes foram dividi<strong>do</strong>s em sete grupos<br />
sível<br />
a idade. Entre os grupos estuda<strong>do</strong>s, encontraram<br />
segun<strong>do</strong><br />
valor de 11,0% <strong>com</strong>o o maior índice de <strong>refluxo</strong> (corres-<br />
o<br />
à média acrescida de <strong>do</strong>is desvios padrão). Aspondente<br />
para lactentes até um ano de idade, considera-se norsim,<br />
índice de <strong>refluxo</strong> menor que 11,0%.<br />
mal<br />
et al Boix-Ochoa 22 pHmetria intra-esofágica<br />
realizaram<br />
20 crianças saudáveis, <strong>com</strong> idade entre <strong>do</strong>is meses e<br />
em<br />
anos e determinaram o escore de <strong>refluxo</strong> utilizan<strong>do</strong> os<br />
três<br />
da pHmetria intra-esofágica já defini<strong>do</strong>s por<br />
parâmetros<br />
DeMeester 33 Acrescentaram ainda, um 7º parâmetro, a<br />
.<br />
de tempo em que o pH permaneceu abaixo<br />
porcentagem<br />
4 na posição prona. O diferencial deste escore que ob-<br />
de<br />
o paciente em duas posições de decúbito, prona e<br />
serva<br />
Foi estabeleci<strong>do</strong> <strong>com</strong>o indicativo de RGE patológico<br />
supina.<br />
valor de escore acima de 11,99 (correspondente a média<br />
o<br />
um desvio-padrão).<br />
mais<br />
& Byrne Euler 41 22 crianças assintomáticas e<br />
avaliaram<br />
crianças sintomáticas, ou seja, sintomas <strong>com</strong>patíveis<br />
27<br />
a DRGE, utilizan<strong>do</strong> a pHmetria intra-esofágica. A idade<br />
<strong>com</strong><br />
<strong>do</strong>s grupos foi de 14,6 meses e 17,8 meses, respec-<br />
média<br />
Diagnosticaram o RGE patológico nos pacientes<br />
tivamente.<br />
apresentavam escore acima de 50, utilizan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is pa-<br />
que<br />
da pHmetria intra-esofágica, o número de reflurâmetros<br />
em 24 horas e o número de <strong>refluxo</strong>s <strong>com</strong> duração suxos<br />
a 5 minutos em 24 horas. Para o cálculo <strong>do</strong> escore<br />
perior<br />
a fórmula: Escore de Euler: nº de <strong>refluxo</strong>s<br />
utilizaram<br />
24 horas + 4 (nº de <strong>refluxo</strong>s > 5 minutos em 24<br />
em<br />
horas).<br />
a Sociedade Norte Americana de Gastroentero-<br />
Segun<strong>do</strong><br />
logia Pediátrica e Nutrição – NASPGN 7 é re<strong>com</strong>enda<strong>do</strong> co-
RGE e <strong>asma</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 15<br />
limite superior da normalidade o índice de <strong>refluxo</strong> de<br />
mo<br />
no primeiro ano de vida 12,0% 4 de até 6,0% para crian-<br />
e<br />
ças acima desta idade 22,23,41,42 .<br />
<strong>do</strong> pH intra-esofágico <strong>com</strong> múltiplos<br />
Monitorização<br />
canais<br />
a utilização da pHmetria intra-esofágica <strong>com</strong> um<br />
Após<br />
para diagnóstico da DRGE, alguns estu<strong>do</strong>s foram rea-<br />
canal<br />
<strong>com</strong> <strong>do</strong>is ou mais canais e demonstraram a presenliza<strong>do</strong>s<br />
de <strong>refluxo</strong> áci<strong>do</strong> em vários níveis <strong>do</strong> esôfago ça 3,34-37 Estu- .<br />
em adultos, crianças e a<strong>do</strong>lescentes saudáveis foram<br />
<strong>do</strong>s<br />
e detectaram a presença de RGE proximal. Des-<br />
realiza<strong>do</strong>s<br />
mo<strong>do</strong>, criou-se necessidade de estabelecer um critério<br />
se<br />
normalidade para a pHmetria intra-esofágica <strong>com</strong> ele-<br />
de<br />
aloca<strong>do</strong> no esôfago proximal tro<strong>do</strong> 3,36-38 .<br />
estu<strong>do</strong>s em pacientes <strong>com</strong> sintomas otorrinola-<br />
Alguns<br />
ou manifestações pulmonares, utilizaram a<br />
ringológicos<br />
<strong>com</strong> <strong>do</strong>is canais, alocan<strong>do</strong> o canal proximal na<br />
pHmetria<br />
da hipofaringe, aproximadamente 2 cm acima <strong>do</strong><br />
região<br />
esofágico superior, e utilizaram <strong>com</strong>o critério de<br />
esfíncter<br />
a ausência de RGE nesta região normalidade 10,14 .<br />
& Castell Dobhan 36 a pHmetria intra-esofági-<br />
realizaram<br />
<strong>com</strong> <strong>do</strong>is canais em 26 adultos saudáveis. Definiram paca<br />
o eletro<strong>do</strong> proximal a porcentagem de tempo total que o<br />
ra<br />
permaneceu abaixo de 4 menor que 0,9% (percentil<br />
pH<br />
Neste estu<strong>do</strong> o eletro<strong>do</strong> proximal foi aloca<strong>do</strong> 20 cm<br />
95).<br />
<strong>do</strong> esfíncter esofágico inferior. Recentemente, Mal-<br />
acima<br />
et al <strong>do</strong>na<strong>do</strong> 38 o pH intra-esofágico de 20<br />
monitorizaram<br />
saudáveis, alocan<strong>do</strong> os eletro<strong>do</strong>s em três posições<br />
adultos<br />
2 cm acima <strong>do</strong> esfíncter esofágico superior,<br />
diferentes:<br />
5 cm abaixo <strong>do</strong> esfíncter esofágico supe-<br />
aproximadamente<br />
e o último, 5 cm acima <strong>do</strong> esfíncter esofágico inferior.<br />
rior<br />
eletro<strong>do</strong> posiciona<strong>do</strong> na hipofaringe foi constatada a<br />
No<br />
de RGE em 10,0% <strong>do</strong>s adultos saudáveis. Cada<br />
presença<br />
deles apresentou apenas um episódio de RGE neste lo-<br />
um<br />
A porcentagem <strong>do</strong> tempo total que o pH permaneceu<br />
cal.<br />
de 4 encontra<strong>do</strong> foi de 0,1%. Para o eletro<strong>do</strong> esofá-<br />
abaixo<br />
proximal, o valor médio <strong>do</strong> tempo total foi de 0,4%<br />
gico<br />
entre 0% a 5,4%). E no eletro<strong>do</strong> distal, o valor<br />
(varian<strong>do</strong><br />
não foi descrito.<br />
obti<strong>do</strong><br />
área pediátrica, Gustafsson & Tibbling Na 3 a<br />
realizaram<br />
intra-esofágica <strong>com</strong> <strong>do</strong>is canais em 28 crianças e<br />
pHmetria<br />
saudáveis, <strong>com</strong> idade varian<strong>do</strong> de 9 a 17<br />
a<strong>do</strong>lescentes<br />
Os eletro<strong>do</strong>s foram posiciona<strong>do</strong>s a 5 e 15 cm acima<br />
anos.<br />
esfíncter esofágico inferior. Como limite superior da<br />
<strong>do</strong><br />
foi escolhi<strong>do</strong> o percentil 95, sen<strong>do</strong> este de<br />
normalidade<br />
para o eletro<strong>do</strong> proximal. O limite de normalidade<br />
0,6%<br />
o eletro<strong>do</strong> distal (percentil 95) foi de 1,0%. Bagucka<br />
para<br />
al et 36 um grupo de 120 crianças saudáveis,<br />
examinaram<br />
média de idade 4,4 meses. Alocaram através da<br />
<strong>com</strong><br />
o eletro<strong>do</strong> distal na terceira vértebra acima <strong>do</strong><br />
fluoroscopia<br />
e o eletro<strong>do</strong> proximal 5 cm acima deste. A medi-<br />
diafragma<br />
<strong>do</strong> índice de RGE proximal para este grupo foi de 0,5%<br />
ana<br />
± 0,09). E para o eletro<strong>do</strong> distal foi estabeleci<strong>do</strong> co-<br />
(EPM<br />
índice de <strong>refluxo</strong> normal abaixo de 5,0%.<br />
mo<br />
partir da presença <strong>do</strong> RGE proximal em vários níveis<br />
A<br />
esôfago, alguns autores vêm realizan<strong>do</strong> a monitorização<br />
<strong>do</strong><br />
pH intra-esofágico <strong>com</strong> <strong>do</strong>is ou mais canais na tentativa<br />
<strong>do</strong><br />
estabelecer uma <strong>relação</strong> entre <strong>asma</strong> e RGE de 28,43-45 Gastal .<br />
al et 28 Harding et al e 44 estu<strong>do</strong>s <strong>com</strong> adultos asmáticos,<br />
em<br />
respectivamente, 24,0% e 37,0% desses pa-<br />
encontraram<br />
<strong>com</strong> RGE proximal.<br />
cientes<br />
et al Gastal 28 a presença de RGE proximal<br />
observaram<br />
24,0% <strong>do</strong>s pacientes asmáticos (n=25) e RGE distal<br />
em<br />
44,0%. Neste estu<strong>do</strong>, os critérios de normalidade para<br />
em<br />
distal e proximal foram obti<strong>do</strong>s a partir de um ou-<br />
eletro<strong>do</strong><br />
estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> 27 voluntários assintomáticos. Estabelecetro<br />
<strong>com</strong>o valores normais àqueles abaixo <strong>do</strong> percentil 95.<br />
ram<br />
o eletro<strong>do</strong> distal foi considera<strong>do</strong> normal o índice de<br />
Para<br />
de 5,3% e para o eletro<strong>do</strong> proximal, a porcentagem<br />
<strong>refluxo</strong><br />
que o pH permaneceu menor que 4 de 1,5%. O mesmo es-<br />
foi realiza<strong>do</strong> em pacientes <strong>com</strong> tosse crônica e <strong>do</strong>r<br />
tu<strong>do</strong><br />
e constataram que o RGE proximal era mais fre-<br />
torácica<br />
nos pacientes <strong>com</strong> <strong>do</strong>r torácica (44,1%). Desse<br />
qüente<br />
sugeriram que o mecanismo mais <strong>com</strong>um envolvi<strong>do</strong><br />
mo<strong>do</strong>,<br />
<strong>asma</strong> é o reflexo, ou seja, a acidez em esôfago distal<br />
na<br />
o reflexo esôfago-brônquico e conseqüente-<br />
desencadeia<br />
a broncoconstrição.<br />
mente,<br />
et al Harding 44 em um ensaio clínico tratan<strong>do</strong> 30 adul-<br />
,<br />
asmáticos <strong>com</strong> DRGE, observaram que a boa resposta<br />
tos<br />
(redução <strong>do</strong>s sintomas da <strong>asma</strong> e em menor<br />
terapêutica<br />
a melhora da função pulmonar), ocorreu nos<br />
proporção<br />
que apresentavam alto índice de <strong>refluxo</strong> proxi-<br />
indivíduos<br />
corresponden<strong>do</strong> a 37,0% desses pacientes, sen<strong>do</strong> esmal,<br />
parâmetro considera<strong>do</strong> <strong>com</strong>o valor positivo para sucesso<br />
te<br />
tratamento. Neste estu<strong>do</strong>, Harding et al <strong>do</strong> 44 estabelece-<br />
<strong>com</strong>o padrão de normalidade para o eletro<strong>do</strong> distal, os<br />
ram<br />
obti<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> 110 voluntários saudáveis.<br />
valores<br />
<strong>com</strong>o limite o percentil 95, e assim consideraram<br />
Definiram<br />
o índice de <strong>refluxo</strong> menor que 5,45%, ou porcenta-<br />
normal<br />
de tempo que o pH permaneceu abaixo de 4 em posigem<br />
ortostática menor que 8,05% ou porcentagem de temção<br />
que o pH permaneceu abaixo de 4 em posição de decúpo<br />
menor que 2,98% bito 6 Para o eletro<strong>do</strong> proximal, o critério<br />
.<br />
foi a porcentagem <strong>do</strong> tempo total que o pH per-<br />
a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />
abaixo de 4 menor que 1,1%, ou para posição ormaneceu<br />
menor que 1,7% ou para posição de decúbito metostática<br />
que 0,6%.<br />
nor<br />
pacientes pediátricos asmáticos, a presença <strong>do</strong> RGE<br />
Em<br />
varia de 16,0% a 64,5% proximal 46,47 Gustafsson et al . 46<br />
crianças e a<strong>do</strong>lescentes de nove a vinte anos,<br />
observaram<br />
diagnóstico prévio de <strong>asma</strong> grave ou moderada e<br />
<strong>com</strong><br />
a presença de RGE proximal em 16,0% <strong>do</strong>s<br />
constataram<br />
Utilizaram <strong>com</strong>o critério para a normalidade, a<br />
pacientes.<br />
<strong>do</strong> tempo total que o pH permaneceu abaixo<br />
porcentagem<br />
4 menor que 0,6%, correspondente ao percentil 95 de 3 .<br />
grupo, o RGE patológico distal foi constata<strong>do</strong> em<br />
Neste<br />
<strong>do</strong>s pacientes, sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> <strong>com</strong>o padrão de nor-<br />
50,0%<br />
índice de <strong>refluxo</strong> menor que 1% (percentil 95).<br />
malidade<br />
et al Balson 47 a pHmetria intra-esofágica <strong>com</strong><br />
realizaram<br />
canais em pacientes <strong>com</strong> o mesmo diagnóstico, porém<br />
<strong>do</strong>is<br />
uma faixa etária menor, ou seja, de 2 a 17 anos e a<br />
em<br />
de tempo que o pH permaneceu abaixo de 4<br />
porcentagem<br />
o eletro<strong>do</strong> proximal foi de 0,9% (percentil 95). Assim,<br />
para<br />
grupo constataram a presença de RGE proximal<br />
neste<br />
em 64,5% das crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>com</strong> <strong>asma</strong>.<br />
anormal<br />
o eletro<strong>do</strong> distal, diagnosticaram RGE patológico<br />
Utilizan<strong>do</strong><br />
73,4% <strong>do</strong>s pacientes, ten<strong>do</strong> <strong>com</strong>o padrão de normali-<br />
em<br />
valores semelhantes ao estu<strong>do</strong> de Johnson, DeMeesdade <br />
ter 19 .<br />
intraluminal esofágica e impe-<br />
Impedanciometria<br />
esofágica<br />
dâncio-pHmetria<br />
impedanciometria intraluminal esofágica é uma técni-<br />
A<br />
nova baseada no registro das alterações da impedância<br />
ca<br />
na luz <strong>do</strong> trato gastrintestinal pela passagem <strong>do</strong><br />
elétrica<br />
alimentar, seja ele líqui<strong>do</strong> e/ou gasoso. Este registro é<br />
bolo<br />
através de um segmento de medida, isto é, entre<br />
realiza<strong>do</strong><br />
eletro<strong>do</strong>s adjacentes <strong>do</strong>is 48,49 A impedância elétrica é defi-<br />
.<br />
<strong>com</strong>o o quociente entre a voltagem e a corrente. É<br />
nida<br />
em ohms, similar à resistência e inversamente pro-<br />
medida<br />
à condutividade elétrica.<br />
porcional<br />
impedanciometria intraluminal associada à pHmetria<br />
A<br />
pode identificar to<strong>do</strong>s os episódios de reflu-<br />
intra-esofágica<br />
sejam áci<strong>do</strong>s ou não-áci<strong>do</strong>s, além de estudar o movixo,<br />
<strong>do</strong> bolo alimentar durante a deglutição ou no reflumentoxo<br />
47 Sifrim et al . 50 28 adultos saudáveis e 30<br />
estudaram<br />
<strong>com</strong> DRGE, utilizan<strong>do</strong> a impedâncio-pHmetria<br />
pacientes<br />
Observaram que os pacientes <strong>com</strong> RGE patológi-<br />
esofágica.<br />
apresentavam episódios de <strong>refluxo</strong> semelhante aos<br />
co<br />
saudáveis, mas um número significante maior de<br />
adultos
16 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 RGE e <strong>asma</strong><br />
áci<strong>do</strong>s. O RGE não-áci<strong>do</strong> estava presente em um<br />
<strong>refluxo</strong>s<br />
<strong>do</strong>s <strong>refluxo</strong>s registra<strong>do</strong>s.<br />
terço<br />
área pediátrica, alguns estu<strong>do</strong>s foram realiza<strong>do</strong>s na<br />
Na<br />
de estabelecer uma <strong>relação</strong> entre RGE e sintomas<br />
tentativa<br />
respiratórios 51,52 Em um estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> 22 pacientes pediátri-<br />
.<br />
<strong>com</strong> história de apnéia e queda da saturação, utilizancos<br />
a impedâncio-pHmetria e a polissonografia observou-se<br />
<strong>do</strong><br />
86,0% <strong>do</strong>s episódios de RGE estavam associa<strong>do</strong>s <strong>com</strong><br />
que<br />
respiratórias. Somente 12,0% <strong>do</strong>s RGE<br />
anormalidades<br />
pH menor que 4. Assim, concluíram que os<br />
apresentavam<br />
respiratórios poderiam estar relaciona<strong>do</strong>s <strong>com</strong> o<br />
sintomas<br />
<strong>com</strong> pH maior que 4 e que o mesmo não seria detec-<br />
RGE<br />
pela pHmetria intra-esofágica ta<strong>do</strong> 51 .<br />
& Nurko Rosen 52 28 crianças e a<strong>do</strong>lescentes,<br />
avaliaram<br />
idade varian<strong>do</strong> entre 3 meses e 18 anos, todas <strong>com</strong><br />
<strong>com</strong><br />
respiratórios e sen<strong>do</strong> tratadas <strong>com</strong> medicações<br />
sintomas<br />
<strong>gastroesofágico</strong> (bloquea<strong>do</strong>r H2 e inibi<strong>do</strong>r da<br />
anti-<strong>refluxo</strong><br />
de próton). Do total <strong>do</strong>s 1822 episódios de <strong>refluxo</strong>s<br />
bomba<br />
o sensor da impedanciometria detectou 45,0%<br />
registra<strong>do</strong>s,<br />
<strong>refluxo</strong>s não-áci<strong>do</strong>s, os <strong>do</strong>is sensores da impedâncio-<br />
de<br />
31,0% de <strong>refluxo</strong>s áci<strong>do</strong>s e o sensor da pHme-<br />
-pHmetria<br />
23,0% de <strong>refluxo</strong>s áci<strong>do</strong>s. Além <strong>do</strong> tipo de <strong>refluxo</strong> foi<br />
tria<br />
a extensão <strong>do</strong> material refluí<strong>do</strong>. Constataram que<br />
avaliada<br />
<strong>do</strong>s <strong>refluxo</strong>s preenchiam toda coluna esofágica e<br />
40,0%<br />
13,0% destes estavam associa<strong>do</strong>s a sintomas,<br />
somente<br />
a maioria <strong>refluxo</strong>s <strong>com</strong> pH maior que 4. Assim, ob-<br />
sen<strong>do</strong><br />
que poderiam existir <strong>do</strong>is subtipos de <strong>do</strong>ença<br />
servaram<br />
uma associada ao RGE distal (acidez em esô-<br />
respiratória,<br />
distal) e aquela associada ao RGE presente em toda<br />
fago<br />
esofágica.<br />
coluna<br />
impedâncio-pHmetria <strong>com</strong>o méto<strong>do</strong> diagnóstico para<br />
A<br />
necessita ter defini<strong>do</strong>s os valores de normalidade<br />
DRGE<br />
os vários grupos etários pediátricos, pois os estu<strong>do</strong>s<br />
para<br />
estudaram somente pacientes pediátricos<br />
apresenta<strong>do</strong>s<br />
sintomas respiratórios, sem estu<strong>do</strong> con<strong>com</strong>itante ou<br />
<strong>com</strong><br />
de crianças e a<strong>do</strong>lescentes saudáveis prévio 51,52 Para adul-<br />
.<br />
o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Sifrim et al tos, 50 mostrou tan-<br />
não<br />
vantagens da impedâncio-pHmetria quan<strong>do</strong> <strong>com</strong>para<strong>do</strong><br />
tas<br />
<strong>com</strong> a pHmetria.<br />
somente<br />
impedâncio-pHmetria, talvez seja futuramente, um<br />
A<br />
instrumento diagnóstico para os casos de pacien-<br />
possível<br />
<strong>com</strong> DRGE e <strong>do</strong>ença respiratória ainda sintomáticos,<br />
tes<br />
aqueles em tratamento <strong>com</strong> supressão ácida<br />
especialmente<br />
efetiva 53 .<br />
dificuldade a ser superada é o desenvolvimento<br />
Outra<br />
um software capaz de detectar padrões característicos e<br />
de<br />
artefatos eliminar 49 além da definição de valores de refe-<br />
,<br />
rência.<br />
<strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> e <strong>asma</strong><br />
<strong>Doença</strong><br />
<strong>relação</strong> entre <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> e as-<br />
A<br />
tem si<strong>do</strong> relatada <strong>com</strong> freqüência em grande número<br />
ma<br />
artigos nestes últimos 30 anos. As razões desta forte<br />
de<br />
ainda não são plenamente conhecidas associação 54 .<br />
estu<strong>do</strong>s têm mostra<strong>do</strong> a presença da DRGE em<br />
Vários<br />
asmáticos, no entanto, ainda não se sabe qual o<br />
pacientes<br />
verdadeiro papel na patogênese da <strong>asma</strong> ou na exa-<br />
seu<br />
de seus sintomas cerbação 32,46,47,55-58 .<br />
mecanismos propostos para explicar esta <strong>relação</strong><br />
Os<br />
são:<br />
Teoria <strong>do</strong> reflexo<br />
1-<br />
Stein Mansfield, 59 15 pacientes asmáticos,<br />
estudaram<br />
primeiramente solução salina no esôfago e rea-<br />
instilan<strong>do</strong><br />
a prova de função pulmonar. Utilizan<strong>do</strong> a mesma<br />
lizan<strong>do</strong><br />
de acesso, instilaram solução de áci<strong>do</strong> clorídrico (0,1 N)<br />
via<br />
mesmo tempo padroniza<strong>do</strong>. Os pacientes foram orien-<br />
pelo<br />
para que relatassem qualquer sensação referente à<br />
ta<strong>do</strong>s<br />
durante o procedimento. Observaram que em<br />
esofagite<br />
menor, em <strong>relação</strong> ao tempo padrão <strong>com</strong> a solução<br />
tempo<br />
to<strong>do</strong>s os pacientes queixavam de sintomas de eso-<br />
salina,<br />
e apresentavam ao mesmo tempo alteração na profagite<br />
de função pulmonar (aumento da resistência respiratóva<br />
total). Essa demonstração de constrição de vias aéreas<br />
ria<br />
revertida <strong>com</strong> uso de antiáci<strong>do</strong>. Desse mo<strong>do</strong>, os auto-<br />
era<br />
sugeriram a presença de um mecanismo reflexo esôfares<br />
desencadea<strong>do</strong> pela acidez, <strong>com</strong>o uma possígo-brônquico<br />
associação entre <strong>asma</strong> e RGE.<br />
vel<br />
et al Gastal 28 um estu<strong>do</strong> monitorizan<strong>do</strong> o pH intra-<br />
em<br />
<strong>com</strong> <strong>do</strong>is canais em pacientes <strong>com</strong> sintomas pulesofágico<br />
tais <strong>com</strong>o <strong>asma</strong>, tosse crônica e <strong>do</strong>r torácica, obmonares,<br />
que a presença <strong>do</strong> RGE distal em pacientes asservaram<br />
era maior <strong>do</strong> que nos outros pacientes e o RGE<br />
máticos<br />
encontrava-se mais nos pacientes <strong>com</strong> <strong>do</strong>r torá-<br />
proximal<br />
sem outros sintomas pulmonares, então, sugeriram<br />
cica<br />
a presença de áci<strong>do</strong> na porção distal <strong>do</strong> esôfago de-<br />
que<br />
o reflexo esôfago-brônquico, levan<strong>do</strong> consesencadeia<br />
à broncoconstrição.<br />
qüentemente<br />
1995, em um estu<strong>do</strong> semelhante, Cucchiara et al Em 43<br />
também a pHmetria <strong>com</strong> <strong>do</strong>is canais, examina-<br />
utilizan<strong>do</strong><br />
40 pacientes <strong>com</strong> DRGE e sintomas respiratórios e 20<br />
ram<br />
somente <strong>com</strong> DRGE. Observaram que os pacien-<br />
pacientes<br />
<strong>com</strong> sintomas respiratórios apresentavam índice de sintes<br />
respiratórios maior quan<strong>do</strong> o RGE estava presente<br />
tomas<br />
no esôfago distal, o mesmo não ocorreu<br />
isoladamente<br />
foi detecta<strong>do</strong> também em esôfago proximal. Assim<br />
quan<strong>do</strong><br />
autores confirmaram a hipótese da sensibilização <strong>do</strong><br />
os<br />
distal pelo áci<strong>do</strong>, desencadean<strong>do</strong> o mecanismo re-<br />
esôfago<br />
observa<strong>do</strong> por Gastal et al flexo 28 .<br />
– Teoria da microaspiração <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> gástrico<br />
2<br />
áci<strong>do</strong><br />
1946, Mendelson observan<strong>do</strong> pacientes submetidas<br />
Em<br />
anestesia obstétrica constatou <strong>com</strong>o uma das <strong>com</strong>plica-<br />
à<br />
a aspiração de conteú<strong>do</strong> gástrico ções 60 Entre os tipos de<br />
.<br />
aspira<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>, observou que a aspiração pul-<br />
material<br />
de conteú<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> gástrico desencadeava uma sínmonar<br />
semelhante à crise de <strong>asma</strong>.<br />
drome<br />
este acontecimento em animais de experi-<br />
Reproduzin<strong>do</strong><br />
relatou que após a exposição <strong>do</strong> pulmão ao conmentação,<br />
líqui<strong>do</strong> áci<strong>do</strong>, observava-se espasmo brônquico, conteú<strong>do</strong><br />
peribronquiolar e reação exsudativa pulmonar, segestão<br />
à observada em humanos em crise aguda de asmelhante<br />
Em um estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> pacientes apresentan<strong>do</strong> sintomas<br />
ma.<br />
secundários à DRGE, observou-se que os pa-<br />
respiratórios<br />
que apresentavam cintilografia alterada mostravam<br />
cientes<br />
episódios prolonga<strong>do</strong>s de RGE, registra<strong>do</strong>s na pH-<br />
também<br />
intraesofágica. Desse mo<strong>do</strong>, Chernow et al metria 61 sugeri-<br />
a possibilidade de aspiração pulmonar <strong>com</strong>o causa de<br />
ram<br />
respiratórios. Jack et al sintomas 62 a monitoriza-<br />
utilizan<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> pH <strong>com</strong> <strong>do</strong>is canais, sen<strong>do</strong> um canal esofágico e oução<br />
traqueal, além de medidas de fluxo expiratório durante<br />
tro<br />
o exame, constataram que os pacientes asmáticos<br />
to<strong>do</strong><br />
simultaneamente quedas de pH na traquéia<br />
apresentavam<br />
alteração <strong>do</strong> pico de fluxo expiratório. Assim concluíram<br />
e<br />
a aspiração pulmonar de conteú<strong>do</strong> áci<strong>do</strong> poderia indu-<br />
que<br />
a broncoconstrição.<br />
zir<br />
DRGE ocorre em 32,0% a 80,0% <strong>do</strong>s pacientes adul-<br />
A<br />
asmáticos avalia<strong>do</strong>s <strong>com</strong> o emprego da pHmetria intratos <br />
esofágica 39,45 Estu<strong>do</strong>s semelhantes na área pediátrica<br />
.<br />
a presença da DRGE em 19,1% a 75,5% das cri-<br />
mostram<br />
asmáticas ou <strong>com</strong> <strong>do</strong>ença respiratória anças 46,50,55-57,63,64 .<br />
estu<strong>do</strong>s são mostra<strong>do</strong>s na tabela 1.<br />
Estes<br />
acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> a tabela 1, observa-se ser a prevalência<br />
De<br />
DRGE muito variável. É provável que esta variabilidade<br />
da<br />
relacione <strong>com</strong> as diferenças nos índices de <strong>refluxo</strong> (por-<br />
se<br />
de tempo total que o pH permaneceu abaixo de<br />
centagem<br />
a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para caracterizar a DRGE.<br />
4)<br />
dificuldade em definir a real prevalência da DRGE em<br />
A<br />
pediátricos asmáticos, se deve ao fato de não<br />
pacientes<br />
um critério único para definir RGE patológico. Muitos<br />
existir<br />
realizam seus próprios controles e os estabelecem<br />
autores<br />
padrão <strong>com</strong>o 32,46,47 utilizam critérios já existentes, <strong>com</strong>o<br />
ou<br />
o escore de Euler 40 ou índice de DeMeester 33 .
RGE e <strong>asma</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 17<br />
1 - Estu<strong>do</strong>s sobre <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> em crianças e a<strong>do</strong>lescentes asmáticos <strong>com</strong> emprego da monitorização <strong>do</strong> pH intra-<br />
Tabela<br />
distal<br />
esofágico<br />
Autores<br />
publicação)<br />
(ano<br />
et al Buts<br />
(1986)<br />
et al<br />
Gustafsson<br />
(1990)<br />
et al Andze<br />
(1991)<br />
et al<br />
Gustafsson<br />
(1992)<br />
et al Tucci<br />
(1993)<br />
et al<br />
Balson<br />
(1998)<br />
Tebet<br />
(2000)<br />
et al<br />
Khoshoo<br />
(2003)<br />
Gravidade<br />
<strong>asma</strong> da<br />
---- ‡<br />
ou<br />
Moderada<br />
grave<br />
ou<br />
Moderada<br />
grave<br />
---- ‡<br />
Difícil controle<br />
Difícil controle<br />
moderada<br />
Leve,<br />
grave e<br />
Persistente<br />
moderada<br />
etária<br />
Faixa<br />
(anos)<br />
4 a 13<br />
9 a 20<br />
1 a 17<br />
9 a 20<br />
1 a 14<br />
2 a 17<br />
5 a 15<br />
5 a 10<br />
de Nº<br />
pacientes<br />
6<br />
42<br />
139<br />
37<br />
36<br />
79<br />
47<br />
46<br />
<strong>do</strong> IR*<br />
Valor<br />
DRGE para †<br />
de Escore<br />
Euler §<br />
> 1%<br />
de Escore<br />
Euler §<br />
> 1%<br />
> 4,2%<br />
não<br />
Critério<br />
estabeleci<strong>do</strong><br />
> 4,2%<br />
> 5,0%<br />
de<br />
Prevalência<br />
DRGE †<br />
IR – índice de <strong>refluxo</strong>; † DRGE – <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> – eletro<strong>do</strong> distal; ‡ <strong>asma</strong> não classificada; § Escore de Euler (Euler,<br />
*<br />
1981): Fórmula: número de <strong>refluxo</strong>s/24 horas x 4 (número de <strong>refluxo</strong> <strong>com</strong> duração superior a 5 minutos/24 horas) DRGE >50<br />
Byrne,<br />
dificuldade encontrada é a classificação da gravi-<br />
Outra<br />
da <strong>asma</strong>, pois alguns estu<strong>do</strong>s não classificam o pacidade <br />
ente 47,55,57,63 estudam somente os pacientes de maior<br />
ou<br />
ou seja, pacientes <strong>com</strong> <strong>asma</strong> grave e modera-<br />
gravidade,<br />
mas mesmo <strong>com</strong> essas dificuldades, observamos que<br />
da,<br />
estu<strong>do</strong>s <strong>com</strong> pacientes “graves” apresentam prevalência<br />
os<br />
Andze et al maior. 56 139 pacientes pediátricos<br />
avaliaram<br />
<strong>asma</strong> moderada e grave e a DRGE estava presente<br />
<strong>com</strong><br />
75,5% deles. Neste estu<strong>do</strong> foi utiliza<strong>do</strong> <strong>com</strong>o padrão<br />
em<br />
RGE o escore de Euler para 41 .<br />
<strong>com</strong>o pacientes asmáticos de difícil contro-<br />
Classifica<strong>do</strong>s<br />
Tucci et al le, 57 <strong>com</strong> a pHmetria intra-esofá-<br />
monitorizaram<br />
36 crianças e a<strong>do</strong>lescentes, <strong>com</strong> mediana de idade de<br />
gica,<br />
meses (varian<strong>do</strong> de 18 a 178 meses). Observaram a<br />
75,5<br />
em 75,0%. O critério a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para RGE patológico<br />
DRGE<br />
o índice de <strong>refluxo</strong>, ou seja, a porcentagem de tempo<br />
foi<br />
de exposição ácida maior que 4,2% (média +2 des-<br />
total<br />
padrão) vios 32 Seguin<strong>do</strong> esta mesma classificação de gra-<br />
.<br />
Balson et al vidade, 47 79 pacientes, utilizan<strong>do</strong><br />
avaliaram<br />
critério previamente estabeleci<strong>do</strong> e diagnosticaram a<br />
um<br />
em 73,4% das crianças e a<strong>do</strong>lescentes.<br />
DRGE<br />
observarmos os estu<strong>do</strong>s que não classificam os paci-<br />
Ao<br />
conforme a gravidade da <strong>asma</strong>, constatamos prevaentes<br />
menor de DRGE lência 32,55,63,64 Em um estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> 36 paci-<br />
.<br />
asmáticos não classifica<strong>do</strong>s, Buts et al entes 54 observaram<br />
61,0% das crianças e a<strong>do</strong>lescentes apresentavam RGE<br />
que<br />
e o critério estabeleci<strong>do</strong> foi o escore de Euler patológico 41 .<br />
et al Gustafsson 63 a presença da DRGE em<br />
observaram<br />
67,0%<br />
50,0%<br />
75,5%<br />
49,0%<br />
75,0%<br />
73,4%<br />
19,1%<br />
59,0%<br />
das crianças e a<strong>do</strong>lescentes asmáticas, de um total<br />
49,0%<br />
37 pacientes. O índice de <strong>refluxo</strong> usa<strong>do</strong> <strong>com</strong>o ponto de<br />
de<br />
para RGE patológico foi estabeleci<strong>do</strong> pelos autores<br />
corte<br />
um estu<strong>do</strong> prévio <strong>com</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes saudá-<br />
em<br />
sen<strong>do</strong> este a porcentagem de tempo total que o pH<br />
veis,<br />
menor que 4 de 1% (percentil 95) permaneceu 3 .<br />
Brasil, Tebet No 64 47 pacientes <strong>com</strong> <strong>asma</strong> leve,<br />
avaliou<br />
e grave e constatou a presença da DRGE em<br />
moderada<br />
deles, sen<strong>do</strong> que os pacientes que apresentavam<br />
19,1%<br />
patológico estavam classifica<strong>do</strong>s <strong>com</strong>o asmáticos gra-<br />
RGE<br />
e modera<strong>do</strong>s. O índice de <strong>refluxo</strong> maior que 4,2% foi<br />
ves<br />
<strong>com</strong>o padrão para diagnóstico neste estu<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> 32 .<br />
somente os pacientes <strong>com</strong> <strong>asma</strong> persistente mo-<br />
Avalian<strong>do</strong><br />
Khoshoo et al derada, 32 <strong>com</strong>o critério para a nor-<br />
a<strong>do</strong>taram<br />
o índice de <strong>refluxo</strong> menor que 5,0% e observamalidade,<br />
o RGE patológico em 59,0% deles, ou seja, em 27 <strong>do</strong>s<br />
ram<br />
pacientes submeti<strong>do</strong>s ao exame de pHmetria intra-eso-<br />
46<br />
fágica.<br />
hipótese de que o RGE possa desencadear ou exacer-<br />
A<br />
os sintomas da <strong>asma</strong> é confirmada por ensaios clínicos<br />
bar<br />
mostram a melhora <strong>do</strong>s sintomas durante ou após te-<br />
que<br />
anti-<strong>refluxo</strong> rapia 44,65-67 .<br />
ensaios clínicos descritos na tabela 2 mostram que o<br />
Os<br />
<strong>do</strong> RGE patológico, principalmente <strong>com</strong> o uso<br />
tratamento<br />
inibi<strong>do</strong>r da bomba de próton (omeprazol), melhora os<br />
<strong>do</strong><br />
da <strong>asma</strong> e da DRGE, porém nem sempre ocorre o<br />
sintomas<br />
quan<strong>do</strong> utilizamos <strong>com</strong>o parâmetro a prova de fun-<br />
mesmo<br />
pulmonar ção 65-67 .<br />
Tabela 2 - Ensaios clínicos de terapia anti-<strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> e resposta terapêutica em pacientes adultos asmáticos<br />
Autores<br />
de publicação)<br />
(ano<br />
et al Meier<br />
(1994)<br />
et al<br />
Harding<br />
(1996)<br />
Sutherland Field, †<br />
(1998)<br />
Kiljander et al (1999)<br />
Tratamento<br />
proposto<br />
Omeprazol<br />
20mg-2x/d<br />
Omeprazol<br />
40-60mg/d<br />
de Tempo<br />
tratamento<br />
6 semanas<br />
de Nº<br />
pacientes<br />
30<br />
Prevalência<br />
DRGE* de<br />
%<br />
50<br />
Resposta<br />
terapêutica<br />
melhora da prova de<br />
27%<br />
pulmonar<br />
função<br />
meses 30 97 73% melhora <strong>do</strong>s<br />
3<br />
sintomas<br />
---‡ 326 ---‡ Melhora <strong>do</strong>s sintomas e<br />
---‡<br />
<strong>do</strong> uso de<br />
redução<br />
Omeprazol<br />
40mg/d<br />
medicação<br />
semanas 107 53 Melhora <strong>do</strong>s<br />
8<br />
de sintomas da<br />
escores<br />
e da DRGE*<br />
<strong>asma</strong><br />
DRGE – <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong>; † Revisão de literatura: 12 estu<strong>do</strong>s; ‡ Tratamento: conserva<strong>do</strong>r, cimetidina, ranitidina, cisaprida,<br />
*<br />
omeprazol – tempo (7dias -6 meses), não cita<strong>do</strong> em alguns <strong>do</strong>s artigos consulta<strong>do</strong>s
18 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 RGE e <strong>asma</strong><br />
na área pediátrica têm mostra<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s se-<br />
Estu<strong>do</strong>s<br />
(tabela 3). Após o tratamento de crianças e<br />
melhantes<br />
asmáticos <strong>com</strong> DRGE, utilizan<strong>do</strong> tratamento<br />
a<strong>do</strong>lescentes<br />
(bloquea<strong>do</strong>r H2, agente procinético, mudança <strong>do</strong><br />
clínico<br />
hábito de vida ou uma associação de medicações) ou trata-<br />
cirúrgico, esses pacientes apresentaram redução <strong>do</strong><br />
mento<br />
de sintomas noturnos escore 63 sintomas pulmona-<br />
,<br />
res 32,56,57,63 menor necessidade de medicação para as-<br />
,<br />
ma 32,56,57 melhora <strong>do</strong>s índices da pHmetria intra-esofági-<br />
e<br />
Tabela 3 - Ensaios clínicos de terapia anti-<strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> e resposta terapêutica em pacientes pediátricos asmáticos<br />
Autores<br />
(ano)<br />
et al Andze<br />
(1991)<br />
et al<br />
Gustafsson<br />
(1992)<br />
et al Tucci<br />
(1993)<br />
et al<br />
Khoshoo<br />
(2003)<br />
Tratamento<br />
(duração)<br />
proposto<br />
clínico* ou cirúrgico<br />
Ranitidina<br />
semanas)<br />
(4<br />
Cisaprida<br />
meses) (3<br />
(Cisaprida ou<br />
clínico<br />
/<br />
Metoclopramida)<br />
cirúrgico<br />
ca 47 .<br />
de Número<br />
pacientes<br />
105<br />
Resposta terapêutica<br />
tratamento clínico<br />
69%<br />
tratamento cirúrgico<br />
27%<br />
melhora <strong>do</strong>s sintomas e redução de<br />
-<br />
medicações<br />
37 30% redução <strong>do</strong>s sintomas noturnos<br />
11<br />
(clínico)<br />
18<br />
(cirúrgico)<br />
9<br />
redução <strong>do</strong>s sintomas e de uso de<br />
81,8%<br />
medicações<br />
50% redução <strong>do</strong> uso de medicações<br />
* tratamento clínico: medidas posturais, dieta, medicamentoso (metoclopramida, cisaprida, <strong>do</strong>mperi<strong>do</strong>na e /ou antiáci<strong>do</strong>s).<br />
<strong>relação</strong> entre <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> e as-<br />
A<br />
ainda não está plenamente conhecida. Os estu<strong>do</strong>s reama<br />
mostram alta prevalência de RGE liza<strong>do</strong>s 47,56,57 pacien-<br />
em<br />
<strong>com</strong> <strong>asma</strong> grave ou moderada, ou ainda naqueles clastes<br />
<strong>com</strong>o porta<strong>do</strong>res de <strong>asma</strong> de difícil controle. Estes<br />
sifica<strong>do</strong>s<br />
sugerem uma possível contribuição <strong>do</strong> RGE no de-<br />
estu<strong>do</strong>s<br />
ou na exacerbação <strong>do</strong>s sintomas da <strong>asma</strong>,<br />
sencadeamento<br />
alguns ensaios clínicos mostram a melhora <strong>do</strong>s sinto-<br />
pois<br />
da <strong>asma</strong> ou redução <strong>do</strong> uso de medicação durante e<br />
mas<br />
o tratamento da DRGE após 57,65 .<br />
disso, alguns estu<strong>do</strong>s tentam estabelecer os meca-<br />
Além<br />
que levam a broncoconstrição, pela sensibilização<br />
nismos<br />
ao áci<strong>do</strong> em esôfago distal esofágica 28,43,59 aspiração <strong>do</strong><br />
ou<br />
gástrico conteú<strong>do</strong> 60-62 .<br />
conclusão, nesta revisão foram aborda<strong>do</strong>s os princi-<br />
Em<br />
mecanismos patofisiológicos que decorrem da presenpais<br />
da DRGE, os méto<strong>do</strong>s laboratoriais disponíveis para a<br />
ça<br />
investigação, bem <strong>com</strong>o os questionamentos sobre os<br />
<strong>sua</strong><br />
mesmos.<br />
Referências<br />
Orenstein SR, Izadnia F, Khan S. Gastroesophageal reflux di-<br />
1.<br />
in children. Gastroenterol Clin North Am 1999; 28:947-<br />
sease<br />
69.<br />
Vandenplas Y, Sacré-Smitis L. Continuos 24-hour esophageal<br />
2.<br />
monitoring in 285 asymptomatic infants 0-15 months old. J<br />
pH<br />
Gastroenterol Nutr 1987;6: 220-4.<br />
Pediatr<br />
Gustafsson PM, Tibbling L. 24-hour oesophageal two-level pH<br />
3.<br />
in healthy children and a<strong>do</strong>lescents. Scand J Gas-<br />
monitoring<br />
1988; 23:91-4.<br />
troenterol<br />
Vandenplas Y, Goyvaerts H, Helven R, Sacre L. Gastroesopha-<br />
4.<br />
reflux, as measured by 24-hour pH monitoring, in 509<br />
geal<br />
infants screened for risk of sudden infant death syn-<br />
healthy<br />
Pediatrics 1991; 88:834-40.<br />
drome.<br />
Jamieson JR, Stein HJ, DeMeester TR, Bonavina L, Schwizer W,<br />
5.<br />
RA et al. Ambulatory 24-h esophageal pH monitoring:<br />
Hinder<br />
values, optimal thresholds, specificity, sensitivity and<br />
normal<br />
reproducibility. Am J Gastroenterol 1992; 87:1102-11.<br />
Richter JE, Laurence AB, DeMeester TR, Wu WC. Normal 24-hr<br />
6.<br />
esophageal pH values. Influence of study center,<br />
ambulatory<br />
electrode, age and gender. Dig Dis Sci 1992; 37:849-56.<br />
pH<br />
Ru<strong>do</strong>lph CD, Mazur LJ, Liptak GS, Baker RD. Guidelines for<br />
7.<br />
and treatment of gastroesophageal reflux in infants<br />
evaluation<br />
children. Re<strong>com</strong>mendations of the North American Society<br />
and<br />
Pediatric Gastroenterology and Nutrition. J Pediatric Gastro-<br />
for<br />
Nutr 2001; 32:S1-S32.<br />
enterol<br />
Ferreira CT, Carvalho E. Refluxo <strong>gastroesofágico</strong>. In: Ferreira<br />
8.<br />
Carvalho E, Silva LR. Gastroenterologia e hepatologia em<br />
CT,<br />
Diagnóstico e tratamento. 1 ed., São Paulo: Medsi,<br />
pediatria.<br />
2003:3-29.<br />
Vandenplas Y, Hassall E. Mechanisms of gastroesophageal re-<br />
9.<br />
and gastroesophageal reflux disease. J Pediatr Gastroenteflux<br />
Nutr 2002; 35:119-36.<br />
rol<br />
Little JP, Matthews BL, Glock MS, Koufman JA, Reboussin DM,<br />
10.<br />
CJ et al. Extraesophageal pediatric reflux: 24-hour<br />
Loughlin<br />
pH monitoring in 222 children. Ann Otol Rhinol<br />
<strong>do</strong>uble-probe<br />
1997; 106:S1-S15.<br />
Laryngol<br />
Vijayaratnam V, Lin CH, Simpson P, Tolia V. Lack of significant<br />
11.<br />
e esophageal acid reflux in infants presenting with<br />
proximal<br />
symptoms. Pediatr Pulmonol 1999;27:231-5.<br />
respiratory<br />
Sheikh S, Goldsmith LJ, Howell L, Hamlyn J, Eid N. Lung func-<br />
12.<br />
in infants with wheezing and gastroesophageal reflux. Petion<br />
Pulmonol 1999; 27:236-41.<br />
diatr<br />
Zielinska I, Czerwionka-Szaflarska M. Assessment of value of<br />
13.<br />
results in diagnostics of gastroesophageal reflux as a<br />
pHmetry<br />
of obstructive bronchitis in children. Med Sci Monit<br />
cause<br />
8:169-74.<br />
2002;<br />
Katz PO. Ambulatory esophageal and hypopharyngeal pH mo-<br />
14.<br />
in patients with hoarseness. Am J Gastroenterol 1990;<br />
nitoring<br />
85:38-40.<br />
Jacob P, Kahrilas PJ, Herzon G. Proximal esophageal pH-metry<br />
15.<br />
patients with reflux laryngitis’. Gastroenterology 1991; 100:<br />
in<br />
305-10.<br />
Matthews BL, Little JP, McGuirt Jr WF, Koufman JA. Reflux in<br />
16.<br />
with laryngomalacia: results of 24-hour <strong>do</strong>uble-probe<br />
infants<br />
monitoring. Arch Otolaringol Head Neck Surg 1999; 120:<br />
pH<br />
860-4.<br />
Rozmanic V, Velepic M, Ahel V, Bonifacic D, Velepic M. Prolon-<br />
17.<br />
esophageal pH monitoring in the evaluation of gastroesoged<br />
reflux in children with chronic tubotympanal disorders.<br />
phageal<br />
Pediatr Gastroenterol Nutr 2002; 34:278-80.<br />
J<br />
Monteiro VRSG, Sdepanian VL, Wecky L, Fagundes-Neto, U,<br />
18.<br />
Morais MB. Twenty-four hour esophageal pH monitoring in
RGE e <strong>asma</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 19<br />
and a<strong>do</strong>lescents with chronic and/or recurrent rhino-<br />
children<br />
Braz J Med Biol Res 2005; 38:215-20.<br />
sinusitis.<br />
Johnson LF, DeMeester TR. Twenty-four-hour pH monitoring of<br />
19.<br />
distal esophagus. Am J Gastroenterol 1974; 62:325-32.<br />
the<br />
Euler AR, Ament ME. Detection of gastroesophageal reflux in<br />
20.<br />
pediatric-age patient by esophageal intraluminal pH probe<br />
the<br />
(Tuttle test). Pediatrics 1977; 60:65-8.<br />
measurement<br />
Jolley SG, Johnson DG, Herbst JJ, Pena A, Garnier R. An asses-<br />
21.<br />
of gastroesophageal reflux in children by extend pH mosment<br />
of the distal esophagus. Surgery 1978; 84:16-22.<br />
nitoring<br />
Boix-Ochoa J, Lafuente JM, Gil-Vernet M. Twenty-four hour<br />
22.<br />
pH monitoring in gastroesophageal reflux. J Pediatr<br />
esophageal<br />
1980; 15:74-8.<br />
Surg<br />
Sondheimer JM. Continuous monitoring of distal esophageal<br />
23.<br />
a diagnostic test for gastroesophageal reflux in infants. J<br />
pH:<br />
1980; 96:804-7.<br />
Pediatr<br />
Colletti RB, Christie DL, Orenstein SR. Indications for pediatric<br />
24.<br />
pH monitoring. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1995;<br />
esophageal<br />
21:253-62.<br />
Moraes-Filho JPP, Eisig JN, Hashimoto C, Camacho-Lobato L,<br />
25.<br />
I, André SB. I Consenso Brasileiro da <strong>Doença</strong> <strong>do</strong><br />
Cecconello<br />
Gastroesofágico, 2000.<br />
Refluxo<br />
Henry MACA, Paulino AC, Macha<strong>do</strong> JLM, Moreira FL, Miranda<br />
26.<br />
Maffei HVL et al. Avaliação <strong>do</strong> pH esofágico durante 24 ho-<br />
AF,<br />
e seu emprego no diagnóstico <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> gastro-esofágico<br />
ras<br />
crianças. J Pediatr (Rio J) 1990; 66:166-70.<br />
em<br />
Arana A, Bagucka B, Hauser B, Hegar B, Urbain D, Kaufman L<br />
27.<br />
al. pH monitoring in the distal and proximal esophagus in<br />
et<br />
infants. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2001; 32:<br />
symptomatic<br />
259-64.<br />
Gastal OL, Castell JA, Castell DO. Frequency and site of gastro-<br />
28.<br />
reflux in patients with chest symptoms studies<br />
esophageal<br />
proximal and distal pH monitoring. Chest 1994; 106:<br />
using<br />
1793-6.<br />
Wiener, GJ, Koufman JA, Wu WC, Cooper JB, Ritcher JE, Cas-<br />
29.<br />
DO. Chronic hoarseness secondary to reflux disease: <strong>do</strong>tell<br />
with 24-h ambulatory pH monitoring. Am J Gascumentation<br />
1989; 84:1503-8.<br />
troenterol<br />
Kato S, Ebina K, Fujii K, Chiba H, Nakagawa H. Effect of<br />
30.<br />
in the treatment of refractory acid-related diseases<br />
omeprazole<br />
childhood: en<strong>do</strong>scoppic healing and twenty-four-hour<br />
in<br />
acidity. J Pediatr 1996; 128:415-21.<br />
intragastric<br />
Evans DF, Haynes J, Jones JA, Stower MJ, Kapila L. Ambu-<br />
31.<br />
esophageal pH monitoring in children as an indicator for<br />
latory<br />
J Pediatr Surg 1986; 21:221-3.<br />
surgery.<br />
Khoshoo V, Le T, Haydel RM, Landry L, Nelson C. Role of<br />
32.<br />
reflux in older children with persistent asth-<br />
gastroesophageal<br />
Chest 2003; 123:1008-13.<br />
ma.<br />
DeMeester TR, Johnson LF, Joseph GJ, Toscano MS, Hall AW,<br />
33.<br />
DB. Patterns of gastroesophageal reflux in health and<br />
Skinner<br />
Ann Surg 1976; 184:459-69.<br />
disease.<br />
Vandenplas Y, Belli D, Boige N, Bouquet J, Cadranel S, Cezard<br />
34.<br />
et al. A standardized protocol for metho<strong>do</strong>logy of esopha-<br />
JP<br />
pH monitoring and interpretation of data for diagnosis of<br />
geal<br />
reflux.(ESPGHAN- society statement). J Pe-<br />
gastroesophageal<br />
Gastroenterol Nutr 1992; 14:467-71.<br />
diatr<br />
Sondheimer JM, Haase GM. Simultaneous pH recordings from<br />
35.<br />
esophageal sites in children with and without distal<br />
multiple<br />
reflux. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1988;<br />
gastroesophageal<br />
7:46-51.<br />
Dobhan R, Castell DO. Normal and abnormal proximal<br />
36.<br />
acid exposure: results of ambulatory dual-probe<br />
esophageal<br />
monitoring. Am J Gastroenterol 1993; 88:25-9.<br />
pH<br />
Bagucka B, Badriul H, Vandemaele K, Troch E, Vandenplas Y.<br />
37.<br />
ranges of continuous pH monitoring in the proximal<br />
Normal<br />
J Pediatr Gastroenterol Nutr 2000; 31:244-7.<br />
esophagus.<br />
Mal<strong>do</strong>na<strong>do</strong> A, Diederich L, Castell DO, Gideon RM, Katz PO.<br />
38.<br />
reflux identified using a new catheter<br />
Laryngopharyngeal<br />
defining normal values and excluding artifacts.<br />
design:<br />
2003; 113:349-55.<br />
Laryngoscope<br />
Strobel CT, Byrne WJ, Ament ME, Euler AR. Correlation of<br />
39.<br />
lengths in children with height: application to the<br />
esophageal<br />
test without prior esophageal manometry. J Pediatr<br />
Tuttle<br />
94:81-6.<br />
1979;<br />
Sontag SJ, O’Connel S, Khandelwal S, Miller T, Nemchausky B,<br />
40.<br />
TG et al. Most asthmatics have gastroesophageal reflux<br />
Schnell<br />
or without bronchodilator therapy. Gastroenterology<br />
with<br />
99:613-20.<br />
1990;<br />
Euler AR, Byrne WJ. Twenty-four-hour esophageal intraluminal<br />
41.<br />
probe testing: a <strong>com</strong>parative analysis. Gastroenterology<br />
pH<br />
1981; 80:957-61.<br />
Quigley EM. 24-h pH monitoring for gastroesophageal reflux<br />
42.<br />
already standard but not yet gold? [editorial]. Am J<br />
disease:<br />
1992; 87:1071-5.<br />
Gastroenterol<br />
Cucchiara S, Santamaria F, Minella R, Alfieri E, Scoppa A,<br />
43.<br />
F. Simultaneous prolonged recordings of proximal<br />
Calabrese<br />
distal intraesophageal pH in children with gastroesopha-<br />
and<br />
reflux disease and respiratory symptoms. Am J Gastroengeal<br />
1995; 90:1791-6.<br />
terol<br />
Harding SM, Richter JE, Guzzo MR, Schan CA, Alexander RW,<br />
44.<br />
LA. Asthma and gastroesophageal reflux: acid<br />
Bradley<br />
therapy improves asthma out<strong>com</strong>e. Am J Med<br />
suppressive<br />
100:395-405.<br />
1996;<br />
Vincent D, Cohen-Jonathan AM, Leport J, Merrouche M, Gero-<br />
45.<br />
A. Pradalier A et al. Gastro-oesophageal reflux prevalence<br />
nimi<br />
relationship with bronchial reactivity in asthma. Eur Respir<br />
and<br />
1997; 10:2255-9.<br />
J<br />
Gustafsson PM, Kjellman N-I M, Tibbling L. Bronchial asthma<br />
46.<br />
acid reflux into the distal and proximal oesophagus. Arch<br />
and<br />
Child 1990; 65:1255-8.<br />
Dis<br />
Balson BM, Kravitz EKS, McGeady SJ. Diagnosis and treatment<br />
47.<br />
gastroesophageal reflux in children and a<strong>do</strong>lescents with se-<br />
of<br />
asthma. Ann Allergy Asthma Immunol 1998; 81:159-64.<br />
vere<br />
Wenzl TG. Investigating esophageal reflux with the intralumi-<br />
48.<br />
impedance technique. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2002;<br />
nal<br />
261-8.<br />
34:<br />
Sifrim D, Castell D, Dent J, Kahrilas PJ. Gastro-oesophageal re-<br />
49.<br />
monitoring: review and consensus report on detection and<br />
flux<br />
of acid, non-acid, and gas reflux. Gut 2004; 53:<br />
definitions<br />
1024-31.<br />
Sifrim D, Holloway R, Silny J, Xin Z, Tack J, Lerut A et al. Acid,<br />
50.<br />
and gas reflux in patients with gastroesophageal re-<br />
nonacid,<br />
disease during ambulatory 24-hour pHimpedance recorflux<br />
Gastroenterology 2001; 120:1588-98.<br />
dings.<br />
Wenzl TG. Evaluation of gastroesophageal reflux events in chil-<br />
51.<br />
using multichannel intraluminal electrical impedance. Am<br />
dren<br />
Med 2003; 115:161S-165S.<br />
J<br />
Rosen R, Nurko S. The importance of multichannel intraluminal<br />
52.<br />
in the evaluation of children with persistent respira-<br />
impedance<br />
symptoms. Am J Gastroenterol 2004; 99:2452-8.<br />
tory<br />
Vela MF, Camacho-Lobato L, Srinivasan R, Tutuian R, Katz PO,<br />
53.<br />
DO. Simultaneous intraesophageal impedance and pH<br />
Castell<br />
of acid and nonacid gastroesophageal reflux: ef-<br />
measurement<br />
of omeprazole. Gastroenterology 2001; 120:1599-606.<br />
fect<br />
III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma – Sociedade Brasi-<br />
54.<br />
de Alergia, Imunopatologia, Sociedade Brasileira de Peleira<br />
e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J<br />
diatria<br />
2002; 28:1S-28S.<br />
Pneumol<br />
Buts JP, Barudi C, Moulin D, Claus D, Cornu G, Otte JB. Preva-<br />
55.<br />
and treatment of silent gastro-esophageal reflux in chillence<br />
with recurrent respiratory disorders. Eur J Pediatr 1986;<br />
dren<br />
145:396-400.<br />
Andze GO, Brandt ML, Vil DS, Bensoussan AL, Blanchard H.<br />
56.<br />
and treatment of gastroesophageal reflux in 500<br />
Diagnosis<br />
with respiratory symptoms: the value of pH monito-<br />
children<br />
J Pediatr Surg 1991; 26:295-300.<br />
ring.<br />
Tucci F, Resti M, Fontana R, Novembre E, Lami CA, Vierucci A.<br />
57.<br />
reflux and bronchial asthma: prevalence and<br />
Gastroesophageal<br />
of cisapride therapy. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1993;<br />
effect<br />
17:265-70.<br />
Kiljander TO, Laitinen. The prevalence of gastroesophageal<br />
58.<br />
disease in adults asthmatics. Chest 2004;126:1490-4.<br />
reflux<br />
Mansfield LE, Stein MR. Gastroesophageal reflux and asthma:<br />
59.<br />
possible reflex mechanism. Ann Allergy 1978; 41:224-6.<br />
a<br />
Mendelson CL. The aspiration of stomach contents into the<br />
60.<br />
during obstetric anesthesia. Am J Obstet Gynecol 1946;<br />
lungs<br />
52:191-205.<br />
Chernow B, Johnson LF, Janowitz WR, Castell DO. Pulmonary<br />
61.<br />
as a consequence of gastroesophageal reflux. Dig<br />
aspiration<br />
Sci 1979; 24:839-44.<br />
Dis<br />
Jack CIA, Calverley PMA, Donnelly RJ, Tran J, Russel G, Hind<br />
62.<br />
Evans CC. Simultaneous tracheal and oesophageal pH<br />
CRK,<br />
in asthmatic patients with gastroesophageal<br />
measurements<br />
Thorax 1995; 50: 201-4.<br />
reflux.<br />
Gustafsson PM, Kjellman N-I M, Tibbling L. A trial of ranitidine<br />
63.<br />
asthmatic children and a<strong>do</strong>lescents with or without patholo-<br />
in<br />
gastro-oesophageal reflux. Eur Respir J 1992; 5:201-6.<br />
gical<br />
Tebet, EN. Pesquisa de <strong>refluxo</strong> <strong>gastroesofágico</strong> através da pH-<br />
64.<br />
intra-esofágica de 24 horas em crianças asmáticas [temetria<br />
de mestra<strong>do</strong>]. Ribeirão Preto:Universidade de São Paulo;<br />
se<br />
2000.
20 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 RGE e <strong>asma</strong><br />
Meier JH, McNally PR, Punja M, Freeman SR, Sudduth RH, Sto-<br />
65.<br />
N et al. Does omeprazole (prilosec) improve respiratory<br />
cker<br />
in asthmatics with gastroesophageal reflux? Dig Dis<br />
function<br />
1994; 39:2127-33.<br />
Sci<br />
Field SK, Sutherland LR. Does medical antireflux therapy im-<br />
66.<br />
asthma in asthmatics with gastroesophageal reflux?<br />
prove<br />
Chest 1998; 114:275-83.<br />
Kiljander TO, Salomaa EM, Hietanen EK, Terho EO. Gastroeso-<br />
67.<br />
reflux in asthmatics. Chest 1999; 116:1257-64.<br />
phageal<br />
Correspondência:<br />
Batista de Morais<br />
Mauro<br />
Pedro de Tole<strong>do</strong>, 441<br />
Rua<br />
0XX-11-5579.5834 / 5579.4351<br />
Fone:<br />
e-mail: mbmorais@osite.<strong>com</strong>.br