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Doença do refluxo gastroesofágico e sua relação com a asma

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14 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 1, 2007 RGE e <strong>asma</strong><br />

clearance esofágico é influencia<strong>do</strong> por três fatores:<br />

O<br />

peristálticas esofágicas, gravidade e saliva. O retar-<br />

ondas<br />

ou clareamento in<strong>com</strong>pleto <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> <strong>do</strong> esôfago é um<br />

<strong>do</strong><br />

principais fatores envolvi<strong>do</strong>s na gênese da esofagite <strong>do</strong>s 9 .<br />

referência às características distintas <strong>do</strong> RGE da<br />

Com<br />

em <strong>com</strong>paração ao adulto encontram-se: 1) Volu-<br />

criança<br />

alimentar e esvaziamento gástrico. O volume alime<br />

difere entre crianças e adultos devi<strong>do</strong> às diferenças<br />

mentar<br />

necessidades energéticas de acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> a faixa etária.<br />

nas<br />

criança, o volume gástrico é maior <strong>do</strong> que no adulto,<br />

Na<br />

também o volume esofágico. Desse mo<strong>do</strong>, a re-<br />

exceden<strong>do</strong><br />

ocorre <strong>com</strong> maior freqüência quan<strong>do</strong> se excede<br />

gurgitação<br />

capacidade esofágica a 1 .<br />

criança, o volume alimentar maior ou o aumento da<br />

Na<br />

retardam o esvaziamento gástrico, estimu-<br />

osmolaridade<br />

mecanorreceptores no fun<strong>do</strong> gástrico que aumentam a<br />

lam<br />

intra-gástrica e induzem a maior número de episó-<br />

pressão<br />

de relaxamento transitório <strong>do</strong> esfíncter esofágico infedios <br />

rior 9 2) Complacência gástrica. No recém-nasci<strong>do</strong> ob-<br />

.<br />

menor <strong>com</strong>placência gástrica quan<strong>do</strong> <strong>com</strong>para<strong>do</strong><br />

serva-se<br />

adulto. A <strong>com</strong>placência diminuída pode promover o rela-<br />

ao<br />

<strong>do</strong> esfíncter esofágico inferior assim, um pequeno<br />

xamento<br />

gástrico alimentar pode provocar o relaxamento <strong>do</strong><br />

volume<br />

levan<strong>do</strong> à regurgitação esfíncter 1 .<br />

<strong>do</strong> pH intraesofágico<br />

Monitorização<br />

monitorização <strong>do</strong> pH intra-esofágico prolonga<strong>do</strong> <strong>com</strong><br />

A<br />

ou mais canais tem si<strong>do</strong> utilizada <strong>com</strong>o um <strong>do</strong>s princi-<br />

um<br />

instrumentos para diagnóstico da DRGE pais 19-25 .<br />

monitorização <strong>do</strong> pH intra-esofágico é indicada pa-<br />

A<br />

ra 7,24,25 a) avaliação de pacientes <strong>com</strong> manifestações atí-<br />

:<br />

extra-esofágicas: irritabilidade ou recusa alimentar<br />

picas<br />

lactentes em 26,27 <strong>do</strong>r torácica não-cardíaca , 28 apnéia , 4 sin- ,<br />

pulmonares tomas 10,12,13 sintomas otorrinolaringológi-<br />

,<br />

cos 10,16-18,25,29 b) avaliação <strong>do</strong> tratamento da DRGE ; 30 c) ;<br />

de cirurgia anti-<strong>refluxo</strong> pré-operatório 31,32 .<br />

este méto<strong>do</strong> podemos avaliar diretamente a<br />

Utilizan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> RGE, estabelecer a presença <strong>do</strong> <strong>refluxo</strong> áci<strong>do</strong><br />

presença<br />

determinar se há <strong>relação</strong> temporal entre o <strong>refluxo</strong><br />

anormal,<br />

e a ocorrência de sintomas, e avaliar a adequação da<br />

áci<strong>do</strong><br />

em pacientes que não respondem ao tratamen-<br />

terapêutica<br />

<strong>com</strong> supressores áci<strong>do</strong>s to 7 além disso, podemos avaliar o<br />

,<br />

<strong>do</strong> <strong>refluxo</strong>: <strong>refluxo</strong> ortostático, supino ou <strong>com</strong>bina-<br />

padrão<br />

<strong>do</strong> 32 .<br />

monitorização <strong>do</strong> pH intra-esofágico na área pediátrica<br />

A<br />

seguin<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> preconiza<strong>do</strong> pela Sociedade Euro-<br />

vem<br />

Pediátrica de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutripéia<br />

– ESPGHAN ção 34 Estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s <strong>com</strong> o emprego da<br />

.<br />

esofágica <strong>com</strong> <strong>do</strong>is ou mais canais ou eletro<strong>do</strong>s,<br />

pHmetria<br />

ao longo <strong>do</strong> esôfago constataram a presença<br />

distribuí<strong>do</strong>s<br />

<strong>refluxo</strong> áci<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os níveis, mas <strong>com</strong> padrão hete-<br />

<strong>do</strong><br />

rogêneo 3,35-38 Desse mo<strong>do</strong>, constatou-se a importância da<br />

.<br />

da localização <strong>do</strong> eletro<strong>do</strong> distal para o diag-<br />

padronização<br />

de RGE patológico.<br />

nóstico<br />

um estu<strong>do</strong> <strong>com</strong> 124 pacientes pediátricos, obten<strong>do</strong><br />

Em<br />

<strong>do</strong> <strong>com</strong>primento <strong>do</strong> esôfago pela manometria,<br />

medidas<br />

et al Strobel 39 uma equação que possibilita<br />

estabeleceram<br />

o valor aproxima<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>com</strong>primento entre a narina e o<br />

ter<br />

esofágico inferior: Fórmula de Strobel =<br />

esfíncter<br />

x altura cm) + 5. A partir <strong>do</strong> valor encontra<strong>do</strong>,<br />

(0,252<br />

87% e obtém--se a localização onde o eletro<strong>do</strong><br />

calcula-se<br />

pH deve ser posiciona<strong>do</strong> de 39 porém de acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> a re-<br />

,<br />

da ESPGHAN, o eletro<strong>do</strong> deve ter a <strong>sua</strong> locali<strong>com</strong>endação<br />

confirmada pela fluoroscopia, ou seja, a ponta <strong>do</strong><br />

zação<br />

distal deverá estar posicionada na parte superior<br />

eletro<strong>do</strong><br />

terceira vértebra acima <strong>do</strong> diafragma da 32 .<br />

<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> para posicionamento <strong>do</strong> eletro<strong>do</strong>, outra<br />

Além<br />

encontrada na padronização da pHmetria intra-<br />

dificuldade<br />

é o estabelecimento de um critério de normali-<br />

-esofágica<br />

Muitos autores, em busca de um valor para a normadade.<br />

realizaram estu<strong>do</strong>s <strong>com</strong> indivíduos “saudáveis”, eslidade,<br />

um ponto de corte para o índice de <strong>refluxo</strong><br />

tabelecen<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> tempo total <strong>do</strong> exame que o pH perma-<br />

(porcentagem<br />

abaixo de 4) ou um escore (uso <strong>do</strong>s outros parâmeneceu<br />

da pHmetria) para caracterizar a DRGE tros 6,19,36,40 .<br />

critério mais utiliza<strong>do</strong> em estu<strong>do</strong>s <strong>com</strong> adultos é o<br />

O<br />

de <strong>refluxo</strong>, ou seja, a porcentagem <strong>do</strong> tempo total<br />

índice<br />

exame durante o qual o pH permaneceu abaixo de 4,0.<br />

<strong>do</strong><br />

base na avaliação de 15 indivíduos saudáveis, John-<br />

Com<br />

& DeMeester son 19 o valor máximo de 4,2%,<br />

propuseram<br />

à média acrescida de <strong>do</strong>is desvios padrão.<br />

correspondente<br />

mesmo valor foi encontra<strong>do</strong> por Dobhan, Castell O 36 que<br />

26 adultos em condições semelhantes.<br />

estudaram<br />

critério também utiliza<strong>do</strong> é o escore de DeMeester<br />

Outro<br />

de normalidade < 14,72). Este é um sistema de<br />

(valor<br />

que utiliza seis parâmetros medi<strong>do</strong>s pela pHme-<br />

pontuação<br />

em 24 horas de exame. Neste escore são utiliza<strong>do</strong>s vatria<br />

de média e desvio-padrão, obti<strong>do</strong>s em exames realilores<br />

em 50 adultos saudáveis, <strong>com</strong>o descrito abaixo za<strong>do</strong>s 5 1) :<br />

de tempo total em que o pH permaneceu<br />

percentagem<br />

de 4 (índice de <strong>refluxo</strong>) (1,51 ± 1,36); 2) percenta-<br />

abaixo<br />

de tempo em posição ortostática em que o pH permagem<br />

abaixo de 4 (2,34 ± 2,34); 3) percentagem de temneceu<br />

em posição supina em que o pH permaneceu abaixo de<br />

po<br />

(0,63 ± 1,00); 4) número de episódios de <strong>refluxo</strong> (19,00<br />

4<br />

12,76); 5) número de episódios de <strong>refluxo</strong> <strong>com</strong> duração<br />

±<br />

a cinco minutos (0,84 ± 1,18); 6) episódio de re-<br />

superior<br />

mais longo (minutos) (6,74 ± 7,85).<br />

fluxo<br />

cada um destes parâmetros, o valor observa<strong>do</strong> no<br />

Para<br />

é coloca<strong>do</strong> na fórmula abaixo e a soma <strong>do</strong>s valo-<br />

paciente<br />

corresponde ao escore de DeMeester: Valor <strong>do</strong> pacires<br />

– Média*/ Desvio-Padrão* +1 (*média e o desente<br />

de cada um <strong>do</strong>s parâmetros foram obti<strong>do</strong>s no<br />

vio-padrão<br />

de Jamieson et al estu<strong>do</strong> 5 .<br />

área pediátrica sabe-se que o RGE ocorre em lacten-<br />

Na<br />

e crianças saudáveis tes 2-4 Desse mo<strong>do</strong>, alguns autores<br />

.<br />

estabelecer critérios de normalidade ou escore de<br />

tentaram<br />

para lactentes e crianças. Vandenplas et al normalidade 2<br />

285 lactentes assintomáticos, <strong>com</strong> idade entre<br />

estudaram<br />

– 15 meses, em investigação de risco para síndrome da<br />

0<br />

súbita e consideran<strong>do</strong> que o RGE pode ser uma pos-<br />

morte<br />

causa. Os lactentes foram dividi<strong>do</strong>s em sete grupos<br />

sível<br />

a idade. Entre os grupos estuda<strong>do</strong>s, encontraram<br />

segun<strong>do</strong><br />

valor de 11,0% <strong>com</strong>o o maior índice de <strong>refluxo</strong> (corres-<br />

o<br />

à média acrescida de <strong>do</strong>is desvios padrão). Aspondente<br />

para lactentes até um ano de idade, considera-se norsim,<br />

índice de <strong>refluxo</strong> menor que 11,0%.<br />

mal<br />

et al Boix-Ochoa 22 pHmetria intra-esofágica<br />

realizaram<br />

20 crianças saudáveis, <strong>com</strong> idade entre <strong>do</strong>is meses e<br />

em<br />

anos e determinaram o escore de <strong>refluxo</strong> utilizan<strong>do</strong> os<br />

três<br />

da pHmetria intra-esofágica já defini<strong>do</strong>s por<br />

parâmetros<br />

DeMeester 33 Acrescentaram ainda, um 7º parâmetro, a<br />

.<br />

de tempo em que o pH permaneceu abaixo<br />

porcentagem<br />

4 na posição prona. O diferencial deste escore que ob-<br />

de<br />

o paciente em duas posições de decúbito, prona e<br />

serva<br />

Foi estabeleci<strong>do</strong> <strong>com</strong>o indicativo de RGE patológico<br />

supina.<br />

valor de escore acima de 11,99 (correspondente a média<br />

o<br />

um desvio-padrão).<br />

mais<br />

& Byrne Euler 41 22 crianças assintomáticas e<br />

avaliaram<br />

crianças sintomáticas, ou seja, sintomas <strong>com</strong>patíveis<br />

27<br />

a DRGE, utilizan<strong>do</strong> a pHmetria intra-esofágica. A idade<br />

<strong>com</strong><br />

<strong>do</strong>s grupos foi de 14,6 meses e 17,8 meses, respec-<br />

média<br />

Diagnosticaram o RGE patológico nos pacientes<br />

tivamente.<br />

apresentavam escore acima de 50, utilizan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is pa-<br />

que<br />

da pHmetria intra-esofágica, o número de reflurâmetros<br />

em 24 horas e o número de <strong>refluxo</strong>s <strong>com</strong> duração suxos<br />

a 5 minutos em 24 horas. Para o cálculo <strong>do</strong> escore<br />

perior<br />

a fórmula: Escore de Euler: nº de <strong>refluxo</strong>s<br />

utilizaram<br />

24 horas + 4 (nº de <strong>refluxo</strong>s > 5 minutos em 24<br />

em<br />

horas).<br />

a Sociedade Norte Americana de Gastroentero-<br />

Segun<strong>do</strong><br />

logia Pediátrica e Nutrição – NASPGN 7 é re<strong>com</strong>enda<strong>do</strong> co-

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