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morfologia flexional e movimento do verbo em português - GELNE

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Revista <strong>do</strong> Gelne, Piauí, v.11, n.2, 2009<br />

Inglês:<br />

b. There arrived a man/*the man/*every man.<br />

“Chegou um hom<strong>em</strong>/*o hom<strong>em</strong>/*to<strong>do</strong> hom<strong>em</strong>.”<br />

(PRATAS, 2004, p. 5)<br />

Francês:<br />

c. *Il est arrivé un homme/ *l‟homme.<br />

“Chegou um hom<strong>em</strong>/*o hom<strong>em</strong>.”<br />

(ALEXIADOU; ANAGNOSTOPOULOU, 1998. p. 512)<br />

(13)a. Nesse jantar apareceram to<strong>do</strong>s os meus amigos.<br />

b. Chegou o João/ um garoto.<br />

(AMBAR, 1992, p. 127)<br />

Face ao enfraquecimento de AGR no PB (4 distinções), ao contrário <strong>do</strong> PE (5<br />

distinções) (cf. paradigmas <strong>em</strong> (1)), ficou evidencia<strong>do</strong> que a natureza de AGR <strong>em</strong> ambas as<br />

línguas t<strong>em</strong> implicações para o licenciamento e identificação de sujeitos nulos, b<strong>em</strong> como para a<br />

posição <strong>do</strong>s sujeitos: no PE, por ex<strong>em</strong>plo, a posição Spec, VP é uma posição legítima para<br />

hospedar argumentos externos de <strong>verbo</strong>s transitivos e inergativos, uma opção não prevista na<br />

gramática <strong>do</strong> PB, o que implica no forte aumento de sujeitos referenciais realiza<strong>do</strong>s<br />

foneticamente ocupan<strong>do</strong> a posição pré-verbal. No PE, ao contrário, sen<strong>do</strong> AGR ainda rico,<br />

sujeitos nulos referenciais são ainda bastante produtivos <strong>em</strong> satisfação ao Princípio Evite<br />

Pronome 5 .<br />

Em suma, a partir das evidências <strong>em</strong>píricas apresentadas nesta seção, é plausível<br />

verificarmos que a hipótese da binaridade <strong>do</strong> parâmetro <strong>do</strong> sujeito nulo pode ser refutada, ten<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> vista o caráter s<strong>em</strong>i-pro-drop <strong>do</strong> PB que se aproxima <strong>do</strong> PE, uma língua de sujeito nulo<br />

prototípica, ao mesmo t<strong>em</strong>po que se distancia desta por compartilhar algumas propriedades com<br />

línguas não-pro-drop, como o inglês, o francês e o caboverdiano.<br />

Morfologia Flexional e Movimento <strong>do</strong> Verbo no Português Brasileiro e no Português<br />

Europeu: Por uma Análise Unificada a partir da Proposta de Vikner (1997)<br />

Pollock (1989), ao observar o comportamento assimétrico entre o inglês e o francês no<br />

que se refere à posição de advérbios de VP como “freqüent<strong>em</strong>ente” ((souvent (francês), often<br />

(inglês)) e de quantifica<strong>do</strong>res flutuantes como “to<strong>do</strong>s” ((tous (francês), all (inglês)), chega a<br />

concluir que a primeira língua não possui <strong>movimento</strong> de Vº-para-Iº na sintaxe, ao contrário da<br />

segunda. Uma das evidências encontradas pelo autor é que, nas sentenças declarativas <strong>do</strong> inglês,<br />

5 A associação entre <strong>morfologia</strong> <strong>flexional</strong> rica e licenciamento e identificação <strong>do</strong> pronome referencial pode ser<br />

encontrada <strong>em</strong> alguns dialetos <strong>do</strong> <strong>português</strong> <strong>em</strong> que é possível o gerúndio ser flexiona<strong>do</strong>, o que corrobora, mais<br />

uma vez, a presença <strong>do</strong> Princípio Evite Pronome. Vejam-se as seguintes frases extraídas de Lobo (2004) com o<br />

sujeito nulo relativo à segunda pessoa <strong>do</strong> singular especificada gramaticalmente pelo morf<strong>em</strong>a -s (grifo nosso):<br />

(i)a. Em comen<strong>do</strong>s a sopa, <strong>do</strong>u-te o bolo. (MATIAS, 1974)<br />

b. Deixa que o teu pai logo te diz! Molhandes aí a cabeça toda, moço dum raio! (GUERREIRO, 1968)<br />

c. Em queren<strong>do</strong>s ir, vamos. (VILHENA, 1965)<br />

d. Cantas a música estenden<strong>do</strong>s o chapéu (RIBEIRO, 2002)<br />

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