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morfologia flexional e movimento do verbo em português - GELNE

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Revista <strong>do</strong> Gelne, Piauí, v.11, n.2, 2009<br />

(4) CP<br />

Die Kinderj C‟<br />

C IP<br />

saheni Spec I‟<br />

tj<br />

VP I<br />

den Film V<br />

Com base na pesquisa de Holmberg (1986) e de Schwartz e Vikner (1996), Fiéis (2003)<br />

observa que o <strong>verbo</strong> no al<strong>em</strong>ão não se move para Cº nas orações subordinadas quan<strong>do</strong> o núcleo<br />

C está lexicaliza<strong>do</strong> pelo compl<strong>em</strong>enta<strong>do</strong>r (cf. (5a)). Contu<strong>do</strong>, não sen<strong>do</strong> esse núcleo lexicaliza<strong>do</strong>,<br />

o <strong>verbo</strong> aparece <strong>em</strong> segunda posição, o que implica dizer que ele se move até o núcleo funcional<br />

C (cf. (5b)) 6 :<br />

(5)a. Er sagt, daβ die Kinder diesen Film gesehen haben.<br />

Ele diz que as crianças este filme visto têm<br />

“Ele diz que as crianças viram o filme.”<br />

(HOLMBERG, 1986, p. 43 apud FIÉIS, 2003, p. 74)<br />

b. Sie glaubte Ø dieses Brot hatte das Kind gegessen.<br />

Ele julgava Ø este pão tinha a criança comi<strong>do</strong><br />

“Ele julgava que a criança tinha comi<strong>do</strong> o pão.”<br />

(SCHWARTZ; VIKNER, 1996, p. 22 apud FIÉIS, op.cit., p. 75)<br />

Outra evidência para o <strong>movimento</strong> <strong>do</strong> <strong>verbo</strong> é encontrada <strong>em</strong> línguas como o inglês e o<br />

PE, consideradas V2 residuais pelo fato de nas interrogativas o <strong>verbo</strong> permanecer <strong>em</strong> segunda<br />

posição. Na primeira língua, <strong>verbo</strong>s auxiliares pod<strong>em</strong> mover-se para Iº, como é o caso <strong>do</strong> <strong>verbo</strong><br />

to be (“ser, estar”) (cf. (6a)), ou para Cº, quan<strong>do</strong> há extração de um el<strong>em</strong>ento WH-. Nesse último<br />

caso, há <strong>movimento</strong> <strong>do</strong> auxiliar <strong>do</strong> (cf. (6b)). Vejam-se, também, as frases <strong>em</strong> (7a) e (7b) <strong>do</strong> PE 7 :<br />

(6)a. Are you affraid?<br />

“Você está com me<strong>do</strong>?”<br />

b. Who did you see?<br />

“Qu<strong>em</strong> você viu?”<br />

(7)a. Qu<strong>em</strong> encontrou o João no cin<strong>em</strong>a?<br />

b. A qu<strong>em</strong> escreveu o Pedro?<br />

ti<br />

(FIÉIS, 2003, p. 75)<br />

(AMBAR, 1992, p. 58)<br />

Face às evidências acima apresentadas sobre a existência de <strong>movimento</strong> <strong>do</strong> <strong>verbo</strong> na<br />

sintaxe, ergue-se a questão: o que motiva, portanto, esse <strong>movimento</strong> <strong>em</strong> algumas línguas e não<br />

6 Os grifos são da autora da citação.<br />

7 Para uma descrição pormenorizada <strong>do</strong>s contextos de inversão sujeito-<strong>verbo</strong> no PE <strong>em</strong> que há <strong>movimento</strong><br />

obrigatório de Vº-para-Cº nas interrogativas, confira Ambar (1992).<br />

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