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N E S T E C A P Í T U L O<br />
D E F I N I Ç Ã O 1<br />
C R I S E D O<br />
I M P É R I O<br />
R O M A N O<br />
H I S T Ó R I A<br />
1<br />
F E U D A L I S M O 2<br />
T E O C E N T R I S M O<br />
C R I S T Ã O<br />
I N V A S Õ E S<br />
B Á R B A R A S<br />
3<br />
3<br />
R E I N O F R A N C O 4<br />
I M P É R I O<br />
B I Z A N T I N O<br />
E X P A N S Ã O<br />
Á R A B E<br />
5<br />
6<br />
I G R E J A C R I S T Ã 9<br />
E X E R C Í C I O S 10<br />
F I L M O G R A F I A<br />
Quo Vadis – Clássico<br />
do cinema e da literatura,<br />
retratando a Roma<br />
Imperial no tempo<br />
de Nero, e do crescimento<br />
do Cristianismo.<br />
El Cid – A história do<br />
mítico Rodrigo Diaz de<br />
Vivar, na luta pela<br />
reconquista ibérica aos<br />
muçulmanos.<br />
I D A D E M É D I A<br />
A L T A I D A D E M É D I A<br />
D E F I N I Ç Ã O<br />
O período chamado Idade Média<br />
durou do século V ao XV. Iniciou<br />
com a queda do Império Romano<br />
do Ocidente (476) e terminou com<br />
a Tomada de Constantinopla<br />
(1453).<br />
Podemos dividir a Idade Média em<br />
dois períodos: Alta e Baixa Idade<br />
Média.<br />
A Alta Idade Média é o período compreendido<br />
entre os séculos V e X e<br />
historicamente foi marcado pelos<br />
seguintes fatos:<br />
Formação do mundo feudal<br />
(agrário).<br />
Formação dos reinos bárbaros.<br />
Fortalecimento do poder da<br />
igreja cristã.<br />
Já a Baixa Idade Média (que estudaremos<br />
mais a frente) se estendeu<br />
do século X ao XV e foi marcado<br />
por profundas transformações<br />
na sociedade, as quais conduziram<br />
ao fim das estruturas feudais<br />
e à progressiva estruturação do<br />
futuro modo de produção capitalista.<br />
Para um melhor entendimento do<br />
início da Idade Média devemos<br />
voltar os olhos para os fatos que<br />
definiram o fim da Antiguidade<br />
Clássica (com a queda de Roma).<br />
C R I S E D O I M P É R I O R O M A N O<br />
Foi a partir do século III, que Império<br />
Romano começou a declinar de<br />
modo acentuado. Entre inúmeras<br />
razões podemos citar:<br />
Extensão territorial – A enorme<br />
extensão do Império dificultava<br />
a administração, a<br />
defesa e o controle militar.<br />
Fim das expansões - As guerras<br />
de conquistas praticamente<br />
cessaram a partir do final<br />
do século II.<br />
Crise do escravismo – Com o<br />
fim das guerras de conquistas<br />
também diminuíram a entrada<br />
C A P Í T U L O 1<br />
de escravos. A diminuição da<br />
mão-de-obra se transformou<br />
em uma forte crise na produção<br />
de alimentos.<br />
Crescimento do cristianismo –<br />
a religião que era largamente<br />
perseguida no Império Romano<br />
conquistou espaço com a sua<br />
legalização no ano 313 no reina-<br />
do de Constantino e com sua<br />
oficialização como religião do<br />
Império por Teodósio, em 391.
I D A D E M É D I A<br />
F E U D A L I S M O<br />
Com a queda de Roma e o fim do<br />
escravismo, a população deixou<br />
as cidades, buscando a sobrevivência<br />
no campo. Assim, a agricultura<br />
marcou as relações entre<br />
os senhores feudais e os servos,<br />
além de definir a estrutura econômica,<br />
social, política e cultural<br />
que marcou a imagem do mundo<br />
medieval na Europa.<br />
A propriedade era divida em:<br />
Manso senhorial (ou domínio):<br />
propriedade privada do<br />
senhor. Caracterizada por<br />
possuir um castelo fortificado<br />
no seu interior.<br />
Manso servil: terras arrendadas<br />
aos camponeses. Dividido<br />
em lotes chamados tenências.<br />
Manso comunal: terras coletivas<br />
(pastos e bosques) usados<br />
pelo senhor e pelos servos.<br />
ECONOMIA<br />
O feudo era a principal unidade<br />
econômica de produção marcada<br />
pelas seguintes características:<br />
Agrária/rural<br />
Policultura (técnica de plantio dos<br />
“três campos”, que evitava o<br />
esgotamento do solo, mantendo<br />
a fertilidade da terra)<br />
Amonetária (uso restrito da moeda)<br />
Autossuficiente (não comercial)<br />
Pagamentos de tributos<br />
SOCIEDADE<br />
A sociedade feudal era composta<br />
por dois grupos sociais<br />
(estamentos) com status fixo e<br />
era chamada de Estamental por<br />
não haver mobilidade social<br />
estratificada entre as classes<br />
(os servos não ascendiam socialmente).<br />
Possuir terra era a<br />
diferença entre os dois grupos.<br />
Os servos eram obrigados a<br />
prestar serviços ao senhor e a<br />
pagar-lhe diversos tributos em<br />
troca de permissão de uso da<br />
terra e de proteção militar.<br />
Na sociedade feudal, além dos<br />
servos que eram responsáveis<br />
pela produção de alimentos,<br />
também tínhamos o clero, responsável<br />
por orar e proteger a<br />
alma e os nobres, responsáveis<br />
pela segurança e guerras.<br />
Glossário<br />
Além da nobreza e dos servos,<br />
ainda tínhamos os chamados<br />
vilões – antigos proprietários<br />
livres, embora permanecessem<br />
ligados a um senhor. Eram<br />
servos com menos deveres e<br />
mais liberdades. Suas obrigações<br />
eram quase sempre bem definidas<br />
e não podiam ser aumentadas<br />
conforme a vontade do senhor.<br />
POLÍTICA<br />
Senhor feudal – proprietário das terras rurais. Eram privi-<br />
legiados como: dignitários da igreja (clero) e descendentes<br />
dos antigos chefes tribais germânicos (nobreza).<br />
Servos (ou camponeses) – prestavam serviços para o<br />
senhor, além de pagar tributos. Em troca recebiam per-<br />
O poder era descentralizado e o<br />
rei não exercia seu poder soberano.<br />
Embora a figura do rei<br />
existisse, ele não tinha poder<br />
efetivo sobre todo o reino. A<br />
política era dividida entre os<br />
senhores feudais que exerciam<br />
autoridade absoluta de administrador,<br />
juiz e chefe militar (que<br />
deixou de existir como força<br />
nacional para se transformar<br />
em pequenos exércitos que<br />
serviam aos senhores feudais).<br />
A descentralização política<br />
gerou a descentralização monetária,<br />
ou seja, não havia mais<br />
apenas uma moeda para todo o<br />
reino. Assim a terra tinha uma<br />
grande importância e era utilizada<br />
como “moeda de troca”. Era<br />
comum a concessão de terras<br />
para compensar serviços prestados.<br />
Assim surgiram os chamados<br />
suseranos (nobres que<br />
cediam as terras) e os vassalos<br />
(aqueles que as recebiam).<br />
Nessa relação havia uma cerimônia<br />
(homenagem) de concessão<br />
do feudo chamado Beneficium,<br />
onde o vassalo jurava ser<br />
fiel ao suserano (prestando<br />
serviço militar) e em contrapartida<br />
o suserano jurava proteção<br />
(de forma militar e jurídica) ao<br />
vassalo. Essa relação tinha uma<br />
forte inspiração em instituições<br />
romanas e germânicas conforme<br />
a tabela abaixo:<br />
A relação de obrigações mútuas<br />
transformou a dependência na<br />
principal característica das relações<br />
sociais feudais, pois além<br />
das obrigações militaras, existiam<br />
outros deveres como: o pagamento<br />
de resgate caso o suserano<br />
fosse feito prisioneiro, assim como<br />
a ajuda nas despesas das festividades<br />
para a sagração do filho do<br />
suserano como cavaleiro.<br />
EDUCAÇÃO, ARTE E CULTURA<br />
Na Idade Média a educação era<br />
para poucos. Apenas filhos de<br />
nobres estudavam, e por influência<br />
da Igreja, ensinava-se o<br />
latim, doutrinas religiosas e<br />
táticas de guerra. Grande parte<br />
da população medieval era<br />
analfabeta não tinha acesso.<br />
A arte na Idade Média foi fortemente<br />
marcada pela religiosidade<br />
da época. As pinturas e os<br />
vitrais das igrejas retratavam<br />
passagens bíblicas e ensinamentos<br />
religiosos com a intenção<br />
de ensinar à população um<br />
pouco mais sobre a religião.<br />
Na arquitetura destacou-se a<br />
construção de castelos, igrejas<br />
e catedrais no estilo gótico e<br />
românico.<br />
Na filosofia se destacaram São<br />
Agostinho com a linha de pensa-<br />
mento patrística e São Tomás de<br />
Aquino com a escolástica, que<br />
defendiam idéias como predesti-<br />
nação e livre arbítrio respectiva-<br />
mente. O primeiro baseado em<br />
Platão (século V d.C.). O segundo<br />
em Aristóteles (século XII d.C.).<br />
missão para usar a terra e proteção militar. Eram<br />
diferentes dos escravos por estarem ligados a terra<br />
e por não poderem ser vendidos.<br />
Patrística – filosofia cristã dos sete primeiros sécu-<br />
los. Consiste na elaboração doutrinal das verdades<br />
sobre a fé do cristianismo e na sua defesa contra<br />
aos ataques dos pagãos e contra as heresias.<br />
Página 2<br />
OBRIGAÇÕES SERVIS<br />
Albergagem: obrigação de alojamento<br />
e fornecimento de produtos<br />
ao senhor e sua comitiva<br />
quando viajavam.<br />
Banalidade: tributo cobrado pelo<br />
uso de instrumentos ou bens do<br />
senhor.<br />
Capitação: imposto pago por cada<br />
membro da família servil.<br />
Corvéia: trabalho gratuito<br />
(obrigatório) nas terras do senhor em<br />
alguns dias da semana.<br />
Formariage: taxa cobrada quando o<br />
camponês se casava.<br />
Mão-morta: tributo cobrado na<br />
transferência do lote de um servo<br />
falecido a seus herdeiros.<br />
Talha: doação de uma parte da<br />
produção das tenências ao senhor.<br />
Tostão de Pedro: imposto pago<br />
com produto ou trabalho à Igreja.<br />
Utis Prima Noctis: senhor feudal<br />
tinha a primeira noite com a<br />
noiva do servo.<br />
Escolástica – filosofia medieval cristã surgida da<br />
necessidade de responder às exigências da fé, ensi-<br />
nada pela igreja, considerada guardiã dos valores<br />
espirituais e morais de toda a cristandade<br />
Politeísmo – tipos de religiões que acreditavam e/<br />
ou cultuavam vários deuses. Diferente do cristia-<br />
nismo que é monoteísta.
C A P Í T U L O 1<br />
O T E O C E N T R I S M O C R I S T Ã O<br />
A igreja cristã tornou-se a maior<br />
instituição do período feudal da<br />
Europa Ocidental. Ela ditava as<br />
regras, mandava e desmandava.<br />
Sua fortuna, a posse de terras, uma<br />
sólida organização hierárquica,<br />
além da herança cultural grecoromana,<br />
permitiu exercer o domínio<br />
ideológico e cultural da época,<br />
caracterizada pelo Teocentrismo.<br />
Inicialmente a nova religião era<br />
reprimida porque contestava as<br />
bases políticas do Império: guerra,<br />
escravidão, domínio sobre os<br />
povos conquistados e as bases<br />
religiosas: politeísmo e culto<br />
divino do imperador. Seu conteúdo<br />
universal ameaçava o caráter<br />
militar e imperialista de Roma.<br />
Apesar da repressão, a religião se<br />
fortaleceu a partir do ano 313<br />
quando o Imperador Constantino<br />
concedeu, por meio do Edito de<br />
Milão, liberdade de culto aos<br />
cristãos e o fim às grandes perseguições<br />
promovidas pelo Império,<br />
e posteriormente com sua oficialização<br />
por meio do Edito de Tas-<br />
I N V A S Õ E S B Á R B A R A S<br />
Bárbaros eram os povos não<br />
romanos. Caracterizavam-se por:<br />
Não ser subordinados ao Império<br />
Amonetários e sobreviviam da caça<br />
Eram divididos em tribos.<br />
Politeístas e cultuavam seus<br />
ancestrais.<br />
Tinham sua leis baseadas nos<br />
costumes (Consuetudinárias e<br />
transmitidas oralmente).<br />
Não falavam latim.<br />
O constante contato com os<br />
romanos fez com que ocorressem<br />
transformações na sociedade<br />
bárbara: a terra tornou-se<br />
privada e assim se iniciou uma<br />
desigualdade social com a<br />
formação de dois grupos: camponeses<br />
e guerreiros.<br />
A crise geral que se abatia sobre<br />
a parte ocidental do Império<br />
Romano, agravada pelas constantes<br />
ameaças de invasões<br />
bárbaras, determinou que, em<br />
395, o Imperador Teodósio<br />
dividisse o Império em dois:<br />
Império Romano do Oriente<br />
(Império Bizantino) – Em Bizâncio,<br />
hoje Istambul - Turquia.<br />
Império Romano do Ocidente -<br />
Que sucumbiu em 476 sendo<br />
dividido em diversos reinos.<br />
A fixação dos bárbaros, a des-<br />
centralização política, a forma-<br />
salônica em 391, pelo Imperador<br />
Teodósio, se tornando a religião<br />
oficial do Império Romano.<br />
A Igreja atuava em todos os níveis da vida<br />
social estabelecendo normas, orientação<br />
de comportamento e até a cultura religio-<br />
sa, conforme sua conveniência, ao ho-<br />
mem medieval, para forjar a mentalidade<br />
do predomínio do clero e da nobreza (os<br />
senhores feudais), a fim de justificar o<br />
mundo dividido e desigual, e oferecendo<br />
ao povo a promessa do reino dos céus –<br />
o paraíso celestial. Podemos comprovar<br />
nas palavras de um religioso medieval:<br />
“Deus quis que, entre os homens, uns<br />
fossem senhores e outros servos, de tal<br />
maneira que os senhores estejam obriga-<br />
dos a venerar e amar a Deus, e que os<br />
servos estejam obrigados a amar e<br />
venerar o seu senhor...” (Angers, St. Laud de.<br />
In: Freitas, Gustavo de. 900 textos e documentos<br />
de história. Lisboa, Plátano, 1975).<br />
ção de diversos reinos, além do<br />
forte declínio do comércio impos-<br />
to pelos árabes que obstruíram o<br />
mar Mediterrâneo, intensifica-<br />
ram o processo de ruralização –<br />
o sistema feudal.<br />
PRINCIPAIS POVOS BÁRBAROS<br />
Tártaro-mongóis - Origem<br />
asiática. Compreendiam tribos,<br />
como: hunos, turcos, búlgaros,<br />
húngaros entre outros.<br />
Eslavos- Origem da Europa<br />
oriental e da Ásia. Compreendiam<br />
tribos, como: russos,<br />
tchecos, sérvios, poloneses<br />
entre outros.<br />
Germanos - Origem indoeuropéia.<br />
Compreendiam varias<br />
nações, como os visigodos,<br />
ostrogodos, hérulos, anglos,<br />
saxões, francos entre outros.<br />
DESTINO DE ALGUNS POVOS<br />
BÁRBAROS<br />
Página 3<br />
Invasões bárbaras do Império Romano.
I D A D E M É D I A<br />
R E I N O F R A N C O<br />
Foi o mais importante dos reinos<br />
bárbaros, e teve sua duração<br />
dividida em dinastias.<br />
1ª DINASTIA: MEROVÍNGIA<br />
Deve seu nome a Meroveu, herói<br />
franco na batalha do Campos<br />
Catalúnicos contra os hunos de<br />
Átila. Durante a dinastia merovíngia,<br />
consolidou-se o processo de<br />
feudalização da Europa Ocidental,<br />
intensificando-se a ruralização<br />
da economia e fortalecendose<br />
os poderes dos grandes proprietários<br />
de terra<br />
Clóvis, neto de Meroveu, foi o<br />
primeiro grande rei franco. Foi o<br />
responsável pela unificação dos<br />
francos com o fortalecimento da<br />
identidade do seu povo. Por meio<br />
de campanhas militares vitoriosas,<br />
conquistou na Gália, regiões<br />
ocupadas por outros povos bárbaros,<br />
anexando-os ao seu território.<br />
Em 496, Clóvis converteu-se<br />
ao cristianismo, ganhando assim,<br />
o apoio do clero e da maior parte<br />
da população da Gália, constituída<br />
por cristãos.<br />
Os reis seguintes da dinastia<br />
merovíngia, a partir de meados<br />
do século VII, foram perdendo<br />
autoridade, ficando sujeitos aos<br />
senhores feudais (que ganharam<br />
poder pelas terras que recebiam<br />
por serviços prestados). Esses<br />
reis ficaram conhecidos como<br />
Reis Indolentes, devido à incompetência<br />
com que governavam,<br />
pelo tempo que passavam na<br />
ociosidade e dedicando-se aos<br />
prazeres. Por conta disso o poder<br />
foi sendo transferido para os<br />
prefeitos (também conhecidos<br />
como mordomos ou majordomus)<br />
dos palácios, verdadeiros Primeiros-Ministros<br />
encarregados da<br />
administração real.<br />
Entre os majordomus destacouse<br />
Carlos Martel que, em 732,<br />
barrou a expansão árabe na<br />
Europa na batalha de Poitiers.<br />
Em 751, seu filho Pepino, o<br />
Breve, também majordomus,<br />
obteve o apoio papal, derrubou<br />
o último rei merovíngio e deu<br />
inicio a uma nova dinastia.<br />
2ª DINASTIA: CAROLÍNGIA<br />
Pepino, o Breve reforçou os<br />
laços com a igreja católica.<br />
Lutou contra os lombardos em<br />
apoio ao papa e doou Ravena à<br />
igreja. As terras da Igreja eram<br />
chamadas de Patrimônio de<br />
São Pedro e deram origem aos<br />
Estados Pontifícios.<br />
Seu filho, Carlos Magno assumiu<br />
o trono em 768 e reinou no<br />
apogeu do reino franco até 814.<br />
A expansão territorial<br />
fortaleceu os laços de<br />
suserania e vassalagem.<br />
Carlos Magno se aproximou<br />
da nobreza distribuindo<br />
diversos condados,<br />
marcas e ducados. Tinha<br />
uma relação estreita com<br />
a igreja e foi nomeado<br />
Imperador do Novo Império<br />
Romano do Ocidente<br />
pelo papa Leão III.<br />
O Império era organizado<br />
em unidades políticoadminstrativas:<br />
Condados – administrados<br />
pelos Condes<br />
que eram diretamente<br />
nomeados pelo imperador<br />
e a ele ligados<br />
pelo juramento de<br />
fidelidade.<br />
Marcas – governadas pelos<br />
Marqueses eram unidades<br />
de fronteira encarregadas da<br />
defesa do Império, e detinham<br />
grande poder militar.<br />
Também haviam os Barões,<br />
que, ficavam localizados em<br />
pontos estratégicos, para partir<br />
de seus fortes quando fosse<br />
necessário auxiliar na defesa<br />
das fronteiras.<br />
Todos estavam sujeitos à fiscalização<br />
dos “emissários do senhor”<br />
(missi dominici) – funcionários<br />
do Império encarregados de<br />
fiscalizar e conter possíveis abusos<br />
de poder por parte dos condes<br />
ou dos marqueses, e fazer valer a<br />
aplicação das leis imperiais.<br />
Buscando uniformizar a administração<br />
de seu Império, Carlos<br />
Magno publicou diversos decretos,<br />
considerados as primeiras<br />
leis escritas da Idade Média<br />
Ocidental. Os decretos eram<br />
divididos em capítulos e por isso<br />
eram chamados de Capitulares.<br />
Carlos Magno foi o responsável,<br />
com a colaboração da Igreja,<br />
pelo chamado Renascimento<br />
Carolíngio com a formação de<br />
escolas, como a Escola Palatina,<br />
situada em seu próprio<br />
palácio e dirigida pelo teólogo e<br />
pedagogo inglês Alcuíno (735-<br />
804). Nas escolas ensinava-se<br />
gramática, retórica, dialética,<br />
aritmética, geometria e música.<br />
Após a morte de Carlos Magno,<br />
em 814, o governo passou a ser<br />
exercido por seu único herdeiro,<br />
Luís, o Piedoso. Sagrado imperador<br />
em Reims. Luís governou<br />
de 814 a 840, mantendo a<br />
unidade do Império. Luís tinha<br />
três filhos, e na hora da sucessão<br />
as coisas se complicaram,<br />
pois como se tratava de um<br />
Império, não podia haver divisão.<br />
Por isso, a herança cabia<br />
ao filho mais velho, Lotário. Mas<br />
um costume germânico, sobre o<br />
qual se apoiavam os filhos mais<br />
novos, determinava que o reino<br />
fosse dividido. Essa disputa<br />
entre os herdeiros terminou em<br />
luta armada. Carlos, o Calvo e<br />
Luís, o Germânico, uniram-se<br />
contra Lotário, pelo Juramento<br />
de Strasburgo, em 842.<br />
No ano seguinte, em Verdun,<br />
assinaram o Tratado de Verdun<br />
(843), onde Lotário aceitava a<br />
divisão do Império em três reinos:<br />
França ocidental, pertencente a<br />
Carlos; França oriental, a Luís e<br />
França central, a Lotário, que<br />
conservava o título de imperador.<br />
Após a fragmentação do Império<br />
Carolíngio resultou na formação<br />
de diversos reinos. Em 936, já<br />
extinta a dinastia Carolíngia, o<br />
trono da Germânia foi ocupado<br />
por Oto I (ou Otão). Oto I buscou a<br />
política de centralização do poder<br />
aliando-se à Igreja. Expandiu para<br />
leste as fronteiras de seu reino e<br />
anexou a Lotaríngia à Germânia.<br />
Foi coroado, em 962, Imperador<br />
do Ocidente pelo<br />
papa João XII. Assim surgiu<br />
o Sacro Império Romano-<br />
Germânico. Após sua morte,<br />
em 973, o Império submeteu-se<br />
completamente<br />
ao feudalismo.<br />
Na França ocidental, os carolíngios<br />
enfraqueceram profundamente<br />
após o Tratado de<br />
Verdun que, em 987, Hugo<br />
Capeto, conde de Paris, encerrava<br />
a dinastia carolíngia,<br />
iniciando uma nova fase da<br />
política na França, típica da<br />
Baixa Idade Média e que<br />
veremos em outro capítulo.<br />
Página 4
I D A D E M É D I A<br />
I M P É R I O B I Z A N T I N O<br />
No lugar onde existiu a antiga<br />
colônia grega de Bizâncio, Constantino<br />
fundou no ano de 330 a<br />
cidade de Constantinopla (hoje<br />
Istambul) dividindo o Império<br />
Romano em dois – o do Ocidente<br />
e o do Oriente (Império Bizantino).<br />
Seu primeiro nome foi Nova<br />
Roma. Sua localização entre a<br />
Europa e a Ásia era privilegiada e<br />
estratégica. A cidade foi palco de<br />
muitas convulsões militares e<br />
resistiu até 1453 quando suas<br />
grossas muralhas foram destruídas<br />
pelos poderosos canhões<br />
dos turcos.<br />
Durante o governo do Imperador<br />
Justiniano (527-565), o mais<br />
célebre de seus governantes, o<br />
Império Bizantino atingiu o seu<br />
máximo esplendor. Justiniano<br />
procurou reconstruir o Império<br />
Romano na sua totalidade. Em<br />
primeiro lugar, estabeleceu uma<br />
“paz perpétua” com seus inimigos<br />
mais próximos,os persas, e<br />
conteve o avanço dos búlgaros<br />
nos Bálcãs. Em seguida, iniciou<br />
as guerras de reconquista dos<br />
territórios dos bárbaros no Ocidente.<br />
Justiniano construiu fortalezas<br />
e castelãs para firmar as<br />
fronteiras e também obras monumentais,<br />
como a Catedral de<br />
Santa Sofia. Iniciou a reconquista<br />
do norte da África em 533, derrotou<br />
os vândalos e tomou posse<br />
da Itália. No sul da Espanha<br />
submeteu os lombardos e os<br />
visigodos. Estimulou a arte bizantina<br />
na produção de mosaicos e o<br />
desenvolvimento da arquitetura<br />
de igrejas, que combinava elementos<br />
orientais e romanos.<br />
Ravena, no norte da Itália, tornouse<br />
a segunda sede do Império e<br />
um núcleo artístico de prestígio.<br />
Porém, a única conquista considerável<br />
foi a da península Itálica,<br />
pois não resistiu ao avanço dos<br />
árabes no norte da África e na<br />
península Ibérica.<br />
Embora fosse um conquistador,<br />
Justiniano se destacou mais no<br />
plano interno do que no externo,<br />
como legislador. ao elaborar<br />
o Código de Justiniano (entre<br />
533 e 565)que revisava e atualizava<br />
o Direito Romano para<br />
fortalecer juridicamente as<br />
bases do poder imperial. Justiniano<br />
encarregou uma comissão<br />
de fazer a compilação do Direito<br />
Romano, organizado em partes.<br />
Código – conjunto de leis<br />
romanas desde o século II.<br />
Digesto - coletânea de leis de<br />
autoria de grandes juristas sobre<br />
as leis estudadas do Código.<br />
Institutas - princípios fundamentais<br />
do Direito Romano.<br />
Novelas – novas leis do período<br />
de Justiniano.<br />
O trabalho resultou na obra<br />
chamada Corpo do Direito Civil<br />
(Corpus Juris Civilis), que serviu<br />
de base na elaboração de códigos<br />
civis de diversas nações nos<br />
séculos seguintes. Essas leis<br />
definiam os poderes quase ilimitados<br />
do imperador e protegiam<br />
os privilégios da Igreja e da nobreza,<br />
marginalizando a grande<br />
massa de colonos e escravos.<br />
Justiniano instaurou uma Monarquia<br />
despótica e teocrática.<br />
Nessa época, em virtude da<br />
elevação dos impostos, explode<br />
a revolta popular chamada<br />
“Sedição de Nike”. Os populares<br />
incendiaram e saquearam a<br />
cidade aos gritos de Nike<br />
(vitória). A revolta foi abafada<br />
com violência. Mas o Império<br />
começa a decair com o final de<br />
seu governo.<br />
A mistura do cristianismo com a<br />
cultura local, predominantemente<br />
gregos e asiáticos, transformou a<br />
religião cristã bizantina e criou<br />
correntes doutrinárias dentro da<br />
própria Igreja, essas práticas<br />
religiosas eram chamadas de<br />
heresias e questionavam os<br />
dogmas da doutrina cristã pregada<br />
pelo papa de Roma. A principais<br />
heresias foram:<br />
Monofisistas – Negavam a<br />
Santíssima Trindade (Pai,<br />
Filho e Espírito Santo).<br />
Iconoclastas – Não cultuavam<br />
imagens.<br />
Justiniano queria uma Igreja unificada<br />
para poder usá-la como<br />
apoio para seu governo. A boa<br />
estrutura administrativa da Igreja<br />
podia contribuir muito nesse<br />
sentido. A busca pela supremacia<br />
do Imperador sobre a igreja e a as<br />
constantes intervenções nos<br />
assuntos eclesiásticos ficou caracterizado<br />
como cesaropapismo.<br />
Após a morte de Justiniano, o<br />
Império começou a decair e Constantinopla<br />
se tornou alvo de conquistas.<br />
Em 1054 ocorreu o Cisma<br />
do Oriente quando o patriarca<br />
de Constantinopla, Miguel Cerulário,<br />
anunciou a autonomia total<br />
da Igreja oriental alegando que o<br />
papado se distanciou das pregações<br />
originais de Cristo. Assim<br />
surgiram duas igrejas:<br />
Igreja Ortodoxa – Subordinada ao<br />
Patriarcado de Constantinopla.<br />
Igreja Católica Apostólica<br />
Romana – Dirigida pelo Papa.<br />
Nos séculos VII e VIII o Império<br />
Bizantino perdeu territórios para<br />
bárbaros e árabes, até que no<br />
século XII, o Império já não era<br />
forte e rico para enfrentar os<br />
ataques estrangeiros. Sua localização<br />
estratégica despertava o<br />
desejo de tomada de outros<br />
povos, até que em 1453 os turcos-otomanos<br />
derrubaram as<br />
muralhas e conquistaram Bizâncio,<br />
colocando um ponto final do<br />
Império Romano do Oriente. A<br />
queda de Constantinopla foi<br />
considerada o fim da Idade Média<br />
e o início da Idade Moderna.<br />
Página 5<br />
Cidade de Constantinopla, hoje Istambul<br />
Glossário<br />
Heresias – Praticas religiosas<br />
consideradas ofensivas à verdadeira<br />
religião.
I D A D E M É D I A<br />
E X P A N S Ã O Á R A B E<br />
A Arábia é uma península árida<br />
localizada no Oriente Médio. Banhada<br />
ao sul pelo Oceano Índico, a oeste<br />
pelo Mar Vermelho, leste pelas<br />
águas do Golfo Pérsico e ao norte a<br />
Arábia Pré-islâmica limitava-se com a<br />
Palestina. Seu território é formado<br />
por desertos pedregosos, dunas,<br />
vales de rios secos e, pelos oásis que<br />
tornavam possível a vida no deserto.<br />
A busca pelos oásis para sobrevivência<br />
levava as tribos a viver em<br />
guerras constantes no deserto.<br />
Esses povos do deserto eram<br />
chamados de beduínos, nômades<br />
em busca de um oásis para alimentar<br />
seus rebanhos (ovelhas,<br />
cabras e camelos) e transformando<br />
o saque em sua principal fonte<br />
de recursos para a sua sobrevivência,<br />
tendo em vista que a produção<br />
de alimentos (tâmaras e trigo) em<br />
um oásis não era o suficiente<br />
para toda a tribo.<br />
Isso explica a fome contínua<br />
das populações do<br />
deserto e o motivo que<br />
elas eram obrigadas a<br />
jejuar no período de maior<br />
escassez de alimentos,<br />
geralmente no mês de<br />
ramadã.<br />
Os beduínos eram politeístas,<br />
idólatras<br />
(adoravam ídolos que<br />
representavam deuses),<br />
animistas (adoravam as<br />
forças da natureza) e<br />
fetichistas (acreditavam<br />
em talismãs e amuletos).<br />
Acreditavam que a<br />
natureza estava povoada<br />
de espíritos maus<br />
(os djinns) que preparavam<br />
armadilhas para os<br />
homens e para se livrar<br />
desse mal todos os<br />
anos faziam uma peregrinação<br />
à cidade de<br />
Meca, no litoral. Na<br />
Caaba, santuário desta cidade,<br />
eram depositadas imagens de<br />
seus deuses e pediam proteção.<br />
Essas peregrinações aumentavam<br />
no período entre<br />
setembro e dezembro. A Caaba,<br />
assim como a cidade de Meca,<br />
era administrada pelos chamados<br />
coraixitas – tribo de aristocratas<br />
que tinham poder e prestígio<br />
pelo controle das peregrinações<br />
à Caaba e o controle do<br />
comércio das caravanas.<br />
Cidades do litoral como Iatreb<br />
(posteriormente batizada como<br />
Medina) e Meca, se tornaram<br />
grandes centros comerciais.<br />
Meca, além de se tornar ponto<br />
de encontro dos comércios de<br />
caravana, que chegavam e<br />
saiam com seus produtos pelo<br />
litoral do Mar Vermelho, até os<br />
grandes portos do Mediterrâneo<br />
Oriental, tais como: Alexandria,<br />
Acre, Antioquia e Constantinopla,<br />
também era o principal<br />
centro religioso da Arábia.<br />
Nessas cidades do litoral viviam<br />
as tribos urbanas, povos não<br />
nômades que tinham melhores<br />
condições de vida, pois as condições<br />
climáticas e fertilidade do solo<br />
permitiam a prática da agricultura.<br />
A Arábia não era um Estado organizado<br />
até o século VII. Tanto as<br />
tribos de beduínos como as tribos<br />
urbanas eram chefiadas pelos<br />
xeques (sheiks). Apesar de unidos<br />
pela tradição da Caaba, a língua<br />
e a cultura, as tribos viviam em<br />
constantes guerras que prejudicavam<br />
a unificação necessária a<br />
Arábia.<br />
Maomé<br />
Maomé nasceu em 570 na cidade<br />
de Meca e pertencia a uma<br />
família pobre, os hashemita (ou<br />
axemitas), da tribo coraixita.<br />
Perdeu o pai ainda menino e<br />
ficou aos cuidados do avô, que o<br />
levou para viver no meio de uma<br />
tribo no deserto. Lá, Maomé<br />
assimilou as necessidades materiais<br />
e espirituais da população<br />
do deserto. Aos 15 anos de idade,<br />
de volta a Meca, entrou para<br />
o comércio de caravanas, orientado<br />
pelo tio Abu Taleb. As expedições<br />
com caravanas eram muita<br />
perigosas, pois podiam ser atacadas<br />
a qualquer momento. Por<br />
isso, exigiam de seus condutores<br />
habilidade militar. Maomé distinguiu-se<br />
como grande caravaneiro.<br />
Em suas viagens, Maomé entrou<br />
em contato com povos e religiões<br />
diferentes. Conheceu principalmente<br />
o cristianismo e o judaísmo<br />
e ficou muito influenciado pelo<br />
seu caráter monoteísta. Resolveu<br />
se dedicar à organização de seu<br />
sistema religioso após casar e<br />
obter estabilidade material. Esse<br />
sistema era um verdadeiro sincretismo<br />
pela fusão de elementos de<br />
religiões diferentes como dogmas<br />
do judaísmo e do cristianismo,<br />
além do paganismo árabe a fim de<br />
criar uma nova religião com características<br />
próprias.<br />
Aos 40 anos de idade, em 610,<br />
revelou ter a primeira visão do<br />
anjo Gabriel que revelou que<br />
“havia um só deus, Alá, e um só<br />
profeta, Maomé”. Ele teve outras<br />
aparições do anjo e contou essas<br />
coisas aos seus parentes que<br />
acreditaram e converteram-se na<br />
nova religião, o islamismo,<br />
que condenava o politeísmo.<br />
Sentindo-se confiantes<br />
ele procurou os coraixitas.<br />
No início, todos ficaram<br />
estupefatos com a<br />
pregação, mas depois<br />
passaram a desprezar e,<br />
finalmente, a perseguir<br />
Maomé e seus seguidores.<br />
Ao pregar a crença em<br />
um só deus, Maomé<br />
colocava por terra a<br />
atração que Meca exercia<br />
sobre os árabes. Com<br />
isso, prejudicava os<br />
interesses econômicos<br />
dos coraixitas. Maomé<br />
esperou a chegada dos<br />
beduínos, que não tinham<br />
riqueza a defender<br />
e começou a pregar<br />
sobre o paraíso, lugar<br />
para onde iriam depois<br />
da morte os que seguissem<br />
o islamismo. Ele<br />
descrevia um paraíso<br />
onde não faltavam alimentos<br />
saborosos, água gelada,<br />
confortáveis divãs, belas<br />
mulheres e principalmente, a<br />
visão de Deus, que provocaria<br />
um êxtase sensual. Dessa forma,<br />
os beduínos não demoraram<br />
em seguir Maomé, o que<br />
provocou irritação nos coraixitas<br />
que o proibiram-no de pregar<br />
aos beduínos.<br />
Passado alguns anos, em 622,<br />
Maomé pregando e tentando<br />
provar ser o verdadeiro profeta<br />
de Alá, despertou o sentimento<br />
de que o mesmo representava<br />
um grande perigo para os coraixitas<br />
que resolveram eliminá-lo.<br />
Mandaram homens para matá-lo<br />
em as casa, mas ele foi avisado<br />
a tempo e conseguiu fugir para<br />
Iatreb. Essa fuga foi chamada de<br />
Página 6<br />
Glossário<br />
I S L A M I S M O<br />
O islamismo, ou Islão (que<br />
significa “submissão a<br />
Alá”), tem por base o Corão,<br />
ou Alcorão, livro sagrado<br />
dos muçulmanos, ou maometanos.<br />
O corão constitui<br />
uma espécie de código de<br />
moral e justiça, definindo<br />
também normas de comportamento<br />
social. Entre as<br />
determinações está o Hajj,<br />
ou peregrinação à Caaba<br />
pelo menos uma vez na<br />
vida, desde que a saúde e<br />
os meios permitam, orar<br />
cinco vezes ao dia voltado<br />
para Meca, jejuar no mês de<br />
Ramadã (mês da hégira),<br />
dar esmolas e guardar as<br />
sextas-feiras. Vale observar<br />
que as palavras “árabe” e<br />
“muçulmano” não são sinônimas.<br />
Os árabes são um<br />
povo semita que ocupa,<br />
principalmente, a península<br />
Arábica, e a palavra muçulmano<br />
designa aqueles que<br />
seguem a religião muçulmana<br />
ou islâmica, sejam eles<br />
árabes ou não. (História<br />
Geral. Cláudio Vicentino. Ed<br />
Scipione.)<br />
Oásis –Pequenos pedaços de terra<br />
no meio de deserto que pela umidade<br />
do subsolo provocava o surgimento<br />
de poços de água na superfície.<br />
Quando á água aprecia nascia<br />
uma vegetação exuberante.<br />
Porém, os poços eram temporários<br />
e desapareciam após um tempo<br />
para nascer em outro lugar.<br />
Djihad – Guerra Santa ou<br />
―empenho à causa islâmica‖), que<br />
se tratava da conversão dos<br />
―infiéis‖ (não-islâmicos) mesmo<br />
que pela luta e pela força. Foi com<br />
esse princípio que, nas décadas<br />
seguintes, se baseou a expansão<br />
islâmica.
I D A D E M É D I A<br />
hégira e hoje marca o início do<br />
calendário árabe.<br />
Maomé se tornou tão popular que<br />
em pouco tempo se tornou governador<br />
de Iatreb e em sua homenagem<br />
a cidade recebeu um novo<br />
nome: Medina, que significa<br />
“cidade do profeta”.<br />
Ele acabou se convertendo em<br />
um chefe guerreiro, e com o apoio<br />
dos comerciantes de Medina e<br />
utilizando os beduínos como<br />
combatentes, lançou a djihad<br />
contra os “infiéis”. Assim, após<br />
vários confrontos, conseguiu<br />
conquistar Meca em 630.<br />
Com a conquista de Meca, Maomé<br />
conseguiu a unificação política<br />
e religiosa da Arábia. Ele preservou<br />
a Caaba e um dos seus<br />
principais símbolos de idolatria –<br />
a pedra negra (segundo a tradição<br />
árabe, a pedra foi dada por<br />
Deus ao filho de Abraão. Ela era<br />
branca mas foi escurecida pelos<br />
pecados e beijos do milhões de<br />
peregrinos).<br />
Maomé morreu em Medina, pouco<br />
depois de conquistar Meca, no<br />
ano de 632 da Era Cristã, ou ano<br />
10 da Hégira. Seus parentes e<br />
seguidores fizeram Abu-Bekr, seu<br />
sogro, seu sucessor. Seguindo as<br />
ordens do profeta procuraram<br />
expandir o Islão, dominando<br />
algumas tribos árabes revoltadas<br />
e, em seguindo iniciando o avanço<br />
em direção à Síria e à Pérsia.<br />
Assim, o governo passou a ser<br />
exercido por chefes religiosos e<br />
políticos conhecidos como califas.<br />
Porém, a sucessão de Maomé<br />
foi um capítulo difícil para o<br />
povo árabe, pois houve muita<br />
disputa pelo poder. Até que o<br />
governador da Síria, Moaviá<br />
Omíada, tomou o poder, após a<br />
morte de Ali, marido de Fátima<br />
(filha de Maomé) que estava no<br />
poder, e inaugurou uma nova<br />
dinastia: os Omíadas, que durou<br />
de 661 a 750.<br />
Principais feitos dos Omíadas:<br />
Transferência da capital do<br />
Islão para Damasco.<br />
Instituiu o princípio hereditário<br />
do califado.<br />
Mantiveram a religião e o<br />
povo Árabe unido.<br />
Iniciou a expansão para o Ocidente.<br />
Sobre a expansão para o Ocidente,<br />
vale destacar a conquista do norte<br />
da África, onde eles se misturaram<br />
com os habitantes locais, convertidos<br />
à religião muçulmana, que<br />
passaram a ser chamados de<br />
mouros. E também, quando alcançaram<br />
o seu ápice, em 711, quando<br />
Gibral Tarik atravessou o estrei-<br />
to entre a África e a Europa (que<br />
acabou por receber seu nome:<br />
Gibraltar), penetrou na península<br />
Ibérica e derrotou os visigodos que<br />
se refugiaram nas montanhas das<br />
Astúrias (norte da Espanha) para<br />
formar pequenos reinos para combater<br />
o avanço árabe. Assim, os<br />
árabes lançaram seu exército em<br />
direção à Gália e só seriam barrados<br />
em 732 pelo franco Carlos<br />
Martel, na batalha de Poitiers, nos<br />
Pireneus. Essa batalha interrompeu<br />
o avanço muçulmano para o<br />
norte da Europa.<br />
Em 750, a Dinastia Omíada<br />
chegou ao fim. Foi derrotada por<br />
uma conspiração interna que<br />
inaugurou a Dinastia Abássida<br />
que ficou marcada pelo início da<br />
decadência do Império Islâmico<br />
com os califas abássidas no<br />
poder. Essa dinastia durou até<br />
1258, quando os mongóis conquistaram<br />
Bagdá.<br />
Principais feitos dos Abássidas:<br />
Transferência da capital de<br />
Damasco para Bagdá.<br />
Império desmembrado em três<br />
califados (Bagdá, Cairo e Córdoba).<br />
Surgimento de seitas islâmicas<br />
que causaram a perda<br />
da unidade religiosa.<br />
A transferência da capital para<br />
Bagdá provocou a primeira<br />
divisão do Islão. Abder Rhaman,<br />
pertencente à Dinastia Omíada,<br />
se refugiou na Espanha, onde<br />
fundou o Califado de Córdoba,<br />
no ano de 756. Surgiu, assim, o<br />
primeiro Estado independente<br />
dentro do Império Muçulmano,<br />
que se fez parte da Guerra de<br />
Reconquista da península Ibérica<br />
(iniciada no século VII) e das<br />
Cruzadas cristãs contra os<br />
muçulmanos (no século XI).<br />
A perda da unidade religiosa<br />
ocasionou no surgimento de<br />
duas doutrinas (ou seitas):<br />
Sunitas<br />
Partidários de um chefe de<br />
Estado eleito pelos crentes.<br />
Sustentavam que fonte de<br />
verdade para o islamismo<br />
era o livro dos ditos e atos<br />
de Momé chamado Sunna.<br />
Xiitas<br />
Defendiam que o chefe religioso<br />
e político deveria ser um descendente<br />
do Profeta, seguindo um<br />
ideal absolutista de Estado.<br />
Só admitiam uma fonte de<br />
ensinamentos: o Corão.<br />
As guerras e invasões no Oriente<br />
colaboraram para acabar com o<br />
califado de Bagdá, e consequentemente<br />
levando ao poder um<br />
sultão seldjúcida em 1057. A<br />
Dinastia Abássida terminou com<br />
a conquista de Bagdá pelos<br />
mongóis em 1258. Por fim, os<br />
turcos-otomanos, no século XV, já<br />
convertidos ao islamismo, conquistaram<br />
a parte oriental do<br />
antigo Império Muçulmano, se<br />
impondo na região.<br />
A Guerra de Reconquista iniciada<br />
pelos cristãos em 718<br />
retomou terras perdidas para<br />
os árabes e permitiu a formação<br />
de alguns reinos, como:<br />
Castela, Leão, Navarra e Aragão.<br />
Por fim, em 1492, os<br />
espanhóis conquistaram Granada,<br />
o último reduto árabe<br />
na região, expulsando definitivamente<br />
os árabes da Europa.<br />
Página 7<br />
EXPANSÃO ÁRABE
I D A D E M É D I A<br />
A CULTURA MUÇULMANA<br />
A cultura muçulmana trouxe<br />
influências para o Mundo Ocidental<br />
com o desenvolvimento<br />
da Matemática, da Astronomia,<br />
das técnicas de construção, da<br />
metalurgia, da Filosofia etc.,<br />
sendo, ao longo da Idade Média,<br />
o único contraponto dentro da<br />
Europa para o Teocentrismo<br />
imposto pela Igreja Católica.<br />
O contato com as mais diversas<br />
civilizações da época, como a<br />
bizantina, a persa, a indiana e a<br />
chinesa, permitiu aos árabes<br />
conquistas intelectuais. Diferentemente<br />
de outros impérios<br />
invasores, os árabes, também<br />
chamados de sarracenos, respeitavam<br />
os costumes e crenças<br />
dos povos conquistados.<br />
Entre o legado deixado pelos<br />
árabes podemos destacar:<br />
Arquitetura – considerada a<br />
mais importante das artes<br />
sarracenas. Destaque para a<br />
construção de palácios, mesquitas<br />
e escolas.<br />
Literatura – recebeu grande<br />
contribuição dos persas.<br />
Destaque para a obra “As mil<br />
e uma noites” coletânea de<br />
contos eróticos, fábulas e<br />
aventuras de literatura de<br />
diversos povos orientais, e o<br />
Livro dos Reis do poeta Al-<br />
Firdausi, e Rubayyat, de Omar<br />
Khayyam.<br />
Alquimia – buscavam descobrir<br />
a “pedra filosofal” (a substância<br />
que transformaria metais em<br />
outro) e elixir da longa vida.<br />
Medicina – descoberta da natureza<br />
contagiosa da tuberculose e<br />
o diagnóstico de doenças como o<br />
sarampo. Destaque para o médico<br />
Avicena (980-1037) que foi o<br />
mais famoso da época medieval.<br />
Foi o autor do Canon, obra de<br />
ampla circulação na Europa até o<br />
século XVII.<br />
História – no final da dinastia<br />
abássida havia mais de seiscentos<br />
historiadores árabes,<br />
com destaque para Ibn-<br />
Kaldum, o primeiro a enfatizar<br />
a importância dos fatores<br />
materiais na explicação do<br />
suceder histórico.<br />
Filosofia – preservaram os conhecimentos<br />
de Aristóteles e de<br />
Platão, os quais serviram de<br />
base para as realizações de<br />
Avicena e de Averróis (1126-<br />
1198), médico e filósofo de<br />
Córdoba que traduziu as obras<br />
de Aristóteles para a língua árabe<br />
e introduziu-as no Ocidente.<br />
Economia – ofereceu suporte às<br />
transações comerciais, regulamentando<br />
as cartas de crédito, as<br />
companhias de ações etc.<br />
Principais centros manufatureiros:<br />
Mossul – fabricava tecidos de<br />
algodão.<br />
Bagdá – produzia artefatos de<br />
vidro, jóias, cerâmicas e sedas.<br />
Damasco – produção de aço.<br />
Marrocos – manufaturava couro<br />
Toledo – confecção de espadas.<br />
Tanto a civilização islâmica,<br />
como a bizantina, deixou um<br />
profundo legado no pensamento<br />
e na vida do Ocidente europeu.<br />
Seu conhecimento econômico<br />
estimulou o comércio e influenciou<br />
diretamente o mundo feudal<br />
no final da Idade Média. Os<br />
árabes contribuíram não só com<br />
mercadorias, mas com o resgate<br />
do pensamento filosófico<br />
grego, de técnicas de agricultura<br />
(cana-de-açúcar, laranjeiras,<br />
limoeiro, arroz etc.), de invenções<br />
chinesas como a bússola,<br />
o papel e a pólvora, técnicas de<br />
produção de mosaico, cerâmica,<br />
vidros etc., além de inúmeras<br />
outras contribuições.<br />
Página 8<br />
Alhambra (Granada—Espanha)
I D A D E M É D I A<br />
A I G R E J A C R I S T Ã<br />
A ruralização da economia da<br />
Idade Média obrigou a Igreja a<br />
se voltar para o campo. Abadias<br />
e bispados se integraram na<br />
estrutura rural da sociedade e<br />
bispos e outros membros da<br />
igreja se transformaram em<br />
verdadeiros senhores feudais.<br />
A Igreja, além da situação econômica<br />
privilegiada também<br />
tinha o monopólio da cultura.<br />
Saber ler e escrever, na Idade<br />
Média, era privilégio de bispos,<br />
padres, abades, monges. Dessa<br />
forma, os membros do clero<br />
começaram a participar da<br />
administração pública, exercendo<br />
as funções de notários,<br />
secretários, chanceleres.<br />
Porém, inicialmente o cristianismo<br />
era reprimido, pelos Imperadores<br />
Romanos (que queriam<br />
ser cultuados). Apesar disso, a<br />
religião cresceu até que o imperador<br />
Constantino concedeu<br />
liberdade de culto aos cristãos<br />
em 313 com o Edito de Milão.<br />
Anos depois, em 325, presidiu o<br />
Concílio de Nicéia, que tinha por<br />
finalidade proteger a unidade<br />
da Igreja, ameaçada pelo arianismo.<br />
Os bispos apoiados pela<br />
autoridade do Estado, criaram a<br />
doutrina oficial da Igreja, iniciando<br />
o combate a concepções<br />
consideradas heréticas e às<br />
antigas religiões pagãs. Só em<br />
391, com o Edito de Tessalônica,<br />
o imperador Teodósio declarou<br />
o cristianismo como religião<br />
oficial do Império Romano.<br />
Em 455, apoiado pelo imperador<br />
Valentiniano, o bispo de<br />
Roma assumiu a chefia de toda<br />
a Igreja, tornando-se o primeiro<br />
papa da cristandade e adotando<br />
o nome de Leão I.<br />
A organização dos domínios da<br />
Igreja atingiu um grau bastante<br />
aperfeiçoado. Era um modelo que<br />
os membros da nobreza leiga não<br />
conseguiam imitar. Além da autoridade<br />
moral, a Igreja começava a<br />
exercer influência na administração<br />
financeira dos principados<br />
medievais. Assim, o clero, que a<br />
princípio se dedicava a função<br />
principal de conversão dos bárbaros<br />
e a sua integração com os<br />
romanos, passou a se envolver em<br />
questões seculares.<br />
Com o clero secular em contato<br />
com a vida terrena, também<br />
chamada de profana, e ligados<br />
à materialidade, distanciando<br />
da pregação e nos costumes da<br />
doutrina original, surgiu uma<br />
reação a essa tendência. Assim,<br />
baseado no forte espiritualismo<br />
da época, nasceu o clero regular<br />
(do latim regula = regras).<br />
O clero regular era formado por<br />
todos aqueles que viviam de<br />
acordo com a regra religiosa<br />
determinada. Os primeiros<br />
elementos do clero regular<br />
eram os monges que viviam<br />
isolados em mosteiros ou conventos.<br />
Os monges que seguiam<br />
uma mesma regra formavam<br />
uma ordem religiosa.<br />
Foi São Pacômio, do Egito (292-<br />
346) que fundou o primeiro<br />
mosteiro no século IV. Porém,<br />
foi São Bento (480-547) que<br />
em 529, fundou um mosteiro<br />
no Monte Cassino na Itália, e<br />
que ali organizou sua ordem, a<br />
dos Beneditinos, que acabou<br />
como responsável pela consolidação<br />
da estrutura monástica<br />
que criava regras e pregava que<br />
o abade passava a exercer<br />
comando absoluto sobre seus<br />
Concílio de Nicéia<br />
monges. O sistema idealizado<br />
por São Bento e exposto na sua<br />
Regra, publicada em 534, determinava<br />
que os monges deviam<br />
levar uma vida em comum,<br />
num mosteiro. Prescrevia ainda<br />
os votos de pobreza, castidade<br />
e obediência e trabalho, evitando<br />
com isso um ascetismo<br />
exagerado. Tinham também a<br />
obrigação de hospedar peregrinos<br />
e viajantes nos mosteiros.<br />
Ocupavam-se com os pobres e<br />
com o ensino. Ao lado de cada<br />
mosteiro, existia sempre uma<br />
escola. Assim, devido a essas<br />
funções, os mosteiros transformaram-se<br />
nos centro cultural e<br />
econômico da Idade Média.<br />
Gregório I, o Magno, papa entre<br />
590 e 604 foi a figura mais importante<br />
do papado no início da Idade<br />
Média. Primeiro papa monge, intitulava-se<br />
“Servidor dos Servidores de<br />
Deus”. Aproveitou-se da falência do<br />
poder imperial na Itália, onde não<br />
havia mais governante, para assumir<br />
o poder temporal por meio de<br />
ações como a defesa da Itália<br />
contra os lombardos ou a conversão<br />
de extensas regiões bárbaras.<br />
Unificou os bens pertencentes à<br />
Igreja, tornando-se pouco a pouco o<br />
soberano da antiga Roma. Desligou<br />
-se da influência do Império Bizantino,<br />
cada vez mais orientalizado, e<br />
aproximou-se dos povos germânicos<br />
da Europa Ocidental, que procurou<br />
atrair para o catolicismo.<br />
Com a crise do Império Romano e<br />
a formação dos reinos bárbaros,<br />
a Igreja ficara sem a proteção de<br />
que gozava com os imperadores<br />
romanos. Procurou, então, um<br />
outro reino forte e capaz de protegê-la.<br />
Isso explicou sua aliança<br />
com o Reino Franco. Os reis<br />
Clóvis e Pepino, o Breve, e o<br />
Imperador Carlos Magno, soberanos<br />
desse reino, mantiveram um<br />
estreito relacionamento com a<br />
Igreja. E sob o pretexto de protegê-la,<br />
eles conseguiam benefícios<br />
para si mesmo.<br />
Assim finalizamos o estudo da<br />
Alta Idade Média, que consolidou<br />
o feudalismo e o poder dos<br />
senhores feudais em plena<br />
sintonia com fortalecimento do<br />
cristianismo como religião poderosa<br />
e universal.<br />
Página 9<br />
Glossário<br />
Papa Leão I<br />
Arianismo – A heresia de origem<br />
oriental criada pelo bispo Ário, da<br />
Alexandria, Egito. Ário pregava que<br />
Cristo não era Deus, mas seu filho,<br />
e não era provido da mesma substância<br />
e eternidade do pai.<br />
Secular – Adjetivo derivado do<br />
substantino latino saeculum, que<br />
significa mundo. Atividade secular<br />
significava atividades ligadas às<br />
coisas terrenas.
I D A D E M É D I A<br />
E X E R C Í C I O S<br />
1. (FGV) "O sacerdote, tendo-se<br />
posto em contato com Clóvis,<br />
levou-o pouco a pouco e secretamente<br />
a acreditar no verdadeiro<br />
Deus, criador do Céu e da<br />
Terra, e a renunciar aos ídolos,<br />
que não lhe podiam ser de<br />
qualquer ajuda, nem a ele nem<br />
a ninguém (...) O rei, rendo pois<br />
confessado um Deus todo<br />
poderoso na Trindade, foi batizado<br />
em nome do Pai, do Filho<br />
e do Espírito Santo e ungido do<br />
santo Crisma com o sinal-dacruz.<br />
Mais de três mil homens<br />
do seu exército foram igualmente<br />
batizados (...]." (São Gregório<br />
de Tours. A conversão de Clóvis.<br />
Historiae Eclesiasticae Francorum.<br />
Apud Pedrero-Sánches, M.G., História<br />
da Idade Média. Textos e testemunhas.<br />
SP: Ed. Unesp, 20OO).<br />
A respeito dos episódios descritos<br />
no texto, é correto afirmar:<br />
a) A conversão de Clóvis ao<br />
arianismo permitiu aos francos<br />
uma aproximação com<br />
os lombardos e a expansão<br />
do seu reino em direção ao<br />
Norte da Itália.<br />
b) A conversão de Clóvis, segundo<br />
o rito da Igreja Ortodoxa<br />
de Constantinopla,<br />
significou um reforço político<br />
-militar para o Império Romano<br />
do Oriente.<br />
c) Com a conversão de Clóvis,<br />
de acordo com a orientação<br />
da Igreja de Roma, o reino<br />
franco tomou-se o primeiro<br />
Estado germânico sob influência<br />
papal.<br />
d) A conversão de Clóvis ao cristianismo<br />
levou o reino franco a um prolongado<br />
conflito religioso, uma vez que<br />
a maioria dos seus integrantes<br />
manteve-se fiel ao paganismo.<br />
e) A conversão de Clóvis ao<br />
cristianismo permitiu à dinastia<br />
franca merovíngia a anexação<br />
da Itália a seus domínios<br />
e a submissão do poder pontifício<br />
à autoridade monárquica.<br />
2. No ano de 786, Carlos Magno<br />
afirmou: “A nossa função é, segundo<br />
o auxílio da divina piedade, (...)<br />
defender com as armas e em<br />
todas as partes a Santa Igreja de<br />
Cristo dos ataques dos pagãos e<br />
da devastação' dos infiéis”. (Pinsky,<br />
Jaime (Org.). "O modo de produção<br />
feudal". 2. ed. SP: Global, 1982..<br />
O fragmento acima expressa a<br />
orientação política do Império Carolíngio<br />
no governo de Carlos Magno.<br />
O objetivo dessa política pode<br />
ser definido como um(a):<br />
a) esforço para estabelecer uma<br />
aliança entre os carolíngios e a<br />
Igreja Bizantina para fazer frente<br />
ao crescente poderio papal.<br />
b) intenção de anexar a península<br />
Ibérica aos domínios do papado,<br />
com a finalidade de impedir o<br />
avanço árabe.<br />
c) desejo de subordinar os<br />
domínios bizantinos à dinastia<br />
carolíngia, no intuito de<br />
implantar uma teocracia<br />
centralizada no Imperador.<br />
d) tentativa de restaurar o Império Romano,<br />
com vistas a promover a união da<br />
cristandade da Europa Ocidental.<br />
3. (UECE) Analise as frases<br />
abaixo, a respeito da sociedade<br />
e da Cultura Medievais:<br />
I. A reação aos dogmas da Igreja<br />
Católica se manifestou através<br />
do surgimento das heresias.<br />
II. A existência de relações<br />
servis restringia-se às pequenas<br />
propriedades.<br />
III. Os direitos feudais, defendidos<br />
pela cavalaria, garantiam<br />
a conservação da ordem onde<br />
uns “rezam, outros combatem<br />
e outros trabalham”.<br />
De acordo com as frases apresentadas,<br />
é correto afirmar:<br />
a) as frases I e II estão corretas;<br />
b) as frases I e III estão corretas;<br />
c) as frases II e III estão corretas;<br />
d) apenas a frase II está correta.<br />
4. (Uniderp-MS) “O enfraquecimento<br />
gradual do poder central<br />
(...) leva insensivelmente, e sem<br />
que se dê por isso, ao deslocamento<br />
dos diretos do Estado. Os<br />
Condes, Duques etc. alcançam<br />
tão grande poderio, no decorrer<br />
do século X, que as suas funções<br />
se tornam, de fato, hereditárias<br />
(...). Nesta altura, reduzido<br />
o soberano à simples função<br />
de senhor feudal, como suserano<br />
dos suseranos, a organização<br />
dos feudos transforma-se<br />
em regime político e aparece<br />
verdadeiramente constituído o<br />
Feudalismo.” (Mattoso. In: Aquino).<br />
O texto aborda um dos principais<br />
elementos constitutivos do sistema<br />
feudal vigente, nas sociedades<br />
da Europa ocidental, durante<br />
a Idade Média, ou seja,<br />
a) a descentralização política<br />
e administrativa.<br />
b) o absolutismo monárquico dos<br />
soberanos franceses e ingleses.<br />
c) a pequena interferência da<br />
Igreja Católica nos assuntos<br />
de natureza política.<br />
d) o crescente predomínio do<br />
Império Romano sobre os<br />
poderes locais.<br />
e) a estrutura política radicalmente<br />
democrática predominante<br />
nos feudos.<br />
5. (Mackenzie-SP) “O cavaleiro<br />
se situava no centro de vários<br />
círculos concêntricos, cuja coesão<br />
se devia à lealdade dele.<br />
Devia ser leal aos componentes<br />
de todos esses círculos. Porém,<br />
havendo exigências contraditórias,<br />
devia prevalecer a fidelidade<br />
aos mais próximos.” (DUBY<br />
Georges. Guilherme, o marechal).<br />
Assinale a alternativa que apresenta<br />
alguns deveres e valores que<br />
faziam parte da ética de um cavaleiro<br />
medieval.<br />
a) Ser leal a todos os componentes<br />
de seu exército; agir<br />
com valor e coragem, combatendo<br />
com o objetivo de vencer<br />
e obedecendo a determinadas<br />
leis, como a de enfrentar<br />
o inimigo à vista dele e<br />
em campo aberto.<br />
b) Em troca de proteção, os cavaleiros<br />
deviam aos senhores<br />
feudais algumas obrigações e<br />
taxas. Obrigações, como o<br />
juramento de fidelidade que os<br />
obrigava a combater os inimigos<br />
dos vassalos e taxas, como<br />
a talha e a corvéia.<br />
c) Os ideais de honra eram baseados<br />
em um rígido sistema de<br />
castas, e as normas de fidelidade<br />
e conduta dos cavaleiros<br />
baseavam-se em relações<br />
dinâmicas de produção que<br />
determinavam a posição econômica<br />
dos suseranos e dos<br />
senhores feudais.<br />
d) Seus deveres compunham-se de<br />
compromissos de reciprocidade<br />
vertical entre senhores e cavaleiros.<br />
Os seus valores definiam a<br />
sua condição de submissão e a<br />
sua exploração pelos membros da<br />
nobreza e do clero.<br />
e) Através da cerimônia da homenagem,<br />
era oficializada uma<br />
relação de dependência recíproca<br />
entre os cavaleiros que<br />
passavam a obedecer a seus<br />
suseranos. Essa cerimônia era<br />
o alicerce da relação entre os<br />
servos e os senhores feudais.<br />
6. (UFPE) Sobre o sistema feudal<br />
europeu, é incorreto afirmar que:<br />
a) o feudo constituía sua unidade<br />
básica de produção.<br />
b) a economia era baseada no<br />
comércio, devido à alta produção<br />
de excedentes agrícolas.<br />
c) neste regime, os servos eram<br />
obrigados a prestar serviços<br />
gratuitos e ceder a maior parte<br />
da produção ao senhor feudal<br />
e, em troca, recebiam do senhor<br />
feudal proteção militar.<br />
d) as duas principais camadas<br />
sociais eram a dos senhores<br />
feudais e a dos servos da gleba.<br />
e) cada feudo representava uma<br />
unidade politicamente autônoma.<br />
7. (Unioeste-PR) “Das duras<br />
condições em que viviam, os<br />
vilões na Idade Média<br />
Página 10<br />
Eu me queixo, pois, a São Miguel,<br />
que é o mensageiro do senhor do<br />
céu, de todos os vilões de Verson...<br />
Os vilões devem carregar pedras<br />
todos os dias que for necessário...<br />
Eles devem serviço todos os dias que<br />
se fizer construção no forno e no<br />
moinho; devem servir de pedreiro,<br />
quer para trabalhar a pedra quer<br />
para fazer a argamassa. Tudo isto os<br />
vilões fazem com freqüência. O primeiro<br />
dia de serviço do ano eles<br />
devem no dia de São João: eles devem<br />
ceifar o campo, depoisajuntar,<br />
emparelhar e empilhar o feno.”<br />
(ARRUDA. 1986, p. 368).<br />
Disto podemos concluir que:<br />
01. o texto trata das punições aplicadas<br />
a pessoas malvadas durante<br />
a Idade Média;<br />
02. se trata de uma prece dirigida a São<br />
João, protetor dos vilões;<br />
04. é um texto que se refere ao trabalho<br />
dos moradores das vilas na<br />
Idade Média;<br />
08. é uma queixa sobre as condições<br />
de vida dos vilões;<br />
16. o texto pode servir para a escrita<br />
da história do trabalho no período<br />
da Idade Média;<br />
32. conforme o texto, São Miguel é o<br />
mensageiro dos vilões;<br />
64. o texto se refere a um período e a<br />
um lugar nos quais o forno, o moinho<br />
e a alimentação do gado não<br />
tem papel de destaque.<br />
Dê, como resposta, a soma das alternativas<br />
corretas.<br />
8. (UFMT) A Europa ocidental, entre os<br />
séculos V e XV, estava organizada sob<br />
a estrutura denominada, por estudiosos,<br />
modo de produção feudal. São<br />
características desse momento:<br />
( ) Os camponeses possuíam pequenas<br />
propriedades onde eram produzidos<br />
os gêneros com os quais pagavam<br />
os impostos devidos ao Estado.<br />
( ) A produção acontecia basicamente<br />
nos feudos que eram de propriedade<br />
da nobreza e do alto clero e a mão-deobra<br />
era servil.<br />
( ) Ideologicamente, a exploração dos<br />
camponeses era garantida pela Igreja<br />
por meio da divulgação de um conjunto<br />
de valores que justificava tal situação.<br />
( ) A produção era basicamente agrícola<br />
mas a atividade comercial não foi<br />
totalmente interrompida, ocorrendo a<br />
comercialização de matérias primas,<br />
de produtos artesanais e também de<br />
produtos do oriente.<br />
9. (UnB-DF) “Para os homens da Idade<br />
Média, com efeito, as realidades econômicas<br />
assumem um aspecto secundário.<br />
São epifenômenos. As verdadeiras estruturas<br />
são de caráter espiritual e pertencem<br />
à ordem da sobrenatureza.” (DUBY,<br />
George. Economia rural e vida no campo no<br />
ocidente medieval. Lisboa. Edições 70,<br />
volume II, p. 147 (com adaptações)).
I D A D E M É D I A<br />
A partir do fragmento acima,<br />
julgue os seguintes itens, referentes<br />
às relações entre a vida<br />
material e espiritual no período<br />
medieval europeu.<br />
( ) Os impostos, segundo a observância<br />
dos preceitos religiosos<br />
católicos, eram considerados<br />
dádivas divinas que, oferecidas<br />
ao soberano, traziam a prosperidade<br />
coletiva.<br />
( ) Os testamentos tornam-se<br />
instrumentos de transferência<br />
de fortunas, uma fez que<br />
os senhores feudais, para<br />
redimirem-se dos pecados e<br />
obterem a passagem para o<br />
céu, doavam parte considerável<br />
de suas riquezas.<br />
( ) As festas não eram ignoradas<br />
pelos mais humildes, pois,<br />
por meio delas, sublinhavam<br />
a fraternidade e buscavam a<br />
benevolência das forças<br />
sobrenaturais.<br />
( ) As fortunas, obtidas por<br />
meio das armas ou exploração<br />
do trabalho, não se<br />
apresentavam como instrumentos<br />
de acumulação de<br />
riqueza, porquanto o ideal<br />
de salvação espiritual sobrepunha-se<br />
às demais<br />
aspirações humanas.<br />
10.(FATEC-SP) Com relação às<br />
atividades econômicas características<br />
do período medieval, é correto<br />
afirmar que:<br />
a) o feudo, apesar de ser uma<br />
unidade de produção autosuficiente,<br />
nunca deixou de<br />
comercializar seus excedentes<br />
nos grandes centros<br />
urbanos medievais.<br />
b) durante todo o período medieval<br />
o poder político esteve<br />
nas mãos da camada<br />
aristocrática, e o poder econômico<br />
ficou restrito à camada<br />
burguesa, que vivia do<br />
comércio, e às corporações<br />
de ofício, que baseavam sua<br />
produção nas exportações<br />
para a Ásia.<br />
c) na economia feudal, apesar<br />
de baseada na troca de<br />
produtos, registrou-se um<br />
aumento da circulação de<br />
moeda devido ao empenho<br />
dos senhores feudais em<br />
dinamizar o setor financeiro<br />
de seus domínios.<br />
d) o senhorio (ou domínio) era o<br />
tipo predominante de organização<br />
econômica durante a Idade<br />
Média. Dividia-se em três partes:<br />
a reserva senhorial, o manso<br />
servil e as terras comunais.<br />
e) o senhorio (ou domínio) era o<br />
tipo predominante de organização<br />
econômica durante a<br />
Idade Média. Dividia-se em<br />
três partes: a reserva senhori-<br />
al, as terras públicas particulares<br />
(nas quais trabalhavam os<br />
servos e os escravos) e o<br />
manso episcopal.<br />
11. Segundo a crença dos cristãos<br />
de Bizâncio, os ícones<br />
(imagens pintadas ou esculpidas<br />
de Cristo, da Virgem e dos<br />
Santos) constituíam a<br />
“revelação da eternidade no<br />
tempo, a comprovação da própria<br />
encarnação, a lembrança<br />
de que Deus tinha se revelado<br />
ao homem e por isso era possível<br />
”. (Franco Jr., Hilário e Andrade<br />
Filho, Ruy de O. O Império Bizantino.<br />
São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 27).<br />
Apesar da extrema difusão da<br />
adoração dos ícones no Império<br />
Bizantino, o imperador Leão III, em<br />
726, condenou tal prática por<br />
idolatria, desencadeando assim a<br />
chamada “crise iconoclasta”.<br />
Dentre os fatores que motivaram<br />
a ação de Leão III, podemos<br />
citar o (a):<br />
a) intolerância da corte imperial<br />
para com os habitantes da Ásia<br />
Menor, região onde o culto aos<br />
ícones servia de pretexto para a<br />
aglutinação de povos que<br />
pretendiam se emancipar.<br />
b) necessidade de conter a<br />
proliferação de culto às<br />
imagens, num contexto de<br />
reaproximação da Sé de<br />
Roma com o imperador<br />
bizantino, uma vez que o<br />
papado se posicionava contra<br />
a instituição dos ícones e<br />
exigia a sua erradicação.<br />
c) tentativa de mirar as bases<br />
políticas de apoio à sua<br />
irmã, Teodora, a qual, valendo-se<br />
do prestígio de que<br />
gozava junto aos altos dignitários<br />
da Igreja Bizantina,<br />
aspirava secretamente a<br />
sagrar-se imperatriz.<br />
d) aproximação do imperador,<br />
por meio do califado de Damasco,<br />
com o credo islâmico<br />
que, recuperando os princípios<br />
originais do monoteísmo<br />
judaico cristão, condenava a<br />
materialização da essência<br />
sagrada da divindade em<br />
pedaços de pano ou madeira.<br />
e) descontentamento imperial<br />
com o crescente prestígio e<br />
riqueza dos mosteiros<br />
(principais possuidores e<br />
fabricantes de ícones), que<br />
atraíam para o serviço monástico<br />
numerosos jovens,<br />
impedindo-os, com isso, de<br />
contribuírem para o Estado<br />
na qualidade de soldados,<br />
marinheiros e camponeses.<br />
12. (PUC-05) A História do Império<br />
Bizantino abrangeu um período<br />
equivalente ao da Idade Média,<br />
apesar da instabilidade social,<br />
decorrente, entre outros fatores,<br />
a) Dos frequentes conflitos internos<br />
originados por controvérsias<br />
políticas e religiosas.<br />
b) Da excessiva descentralização política<br />
que enfraquecia os imperadores.<br />
c) Da posição geográfica de sua<br />
capital, Constantinopla, vulnerável<br />
aos bárbaros que, com facilidade,<br />
a invadiam frequentemente.<br />
d) Da constante intromissão dos imperadores<br />
de Roma em sua política.<br />
e) Da falta de um ordenamento<br />
jurídico para controle da vida social.<br />
13. (UFRN) A expansão do Império<br />
Muçulmano, durante a época<br />
medieval, está ligada ao crescimento<br />
do Islamismo.<br />
Pode-se afirmar, também, que a<br />
expansão muçulmana:<br />
a) criou um intercâmbio comercial<br />
entre Oriente e Ocidente,<br />
o qual estimulou o aumento<br />
da produção, a difusão de<br />
técnicas e a propagação de<br />
mercadorias<br />
b) exerceu uma grande influência<br />
sobre as crenças do Oriente,<br />
sendo a principal fonte de<br />
desenvolvimento do monoteísmo<br />
no Império Bizantino<br />
c) decorreu da crescente necessidade<br />
de mercados fornecedores<br />
de escravos para a<br />
produção de seda, comercializada<br />
pelas tribos da Península<br />
Arábica<br />
d) resultou de um processo de<br />
unificação político-administrativa<br />
das diversas tribos arábicas que<br />
lutavam contra a dominação da<br />
Igreja Católica.<br />
14. Justiniano, célebre imperador<br />
bizantino, ordenou que uma comissão<br />
de juristas fizesse uma revisão<br />
e uma codificação do Direito. Assim,<br />
no século VI, surgiu o Corpus no<br />
qual podemos destacar:<br />
I. As Institutas, que constituíam<br />
um compêndio dos princípios<br />
legais para ser utilizado pelos<br />
estudiosos de Direito.<br />
II. As Capitulares, que reuniam<br />
obras de antigos jurisconsultos<br />
romanos.<br />
III. A Lei Frumentária, que organizava<br />
a exploração agrícola.<br />
IV. O Digesto ou Pandectas –<br />
um sumário de escritos de<br />
grandes juristas.<br />
IV. As Novelas, que reuniam as<br />
leis de Justiniano.<br />
V. O Código, com a legislação romana<br />
desde o imperador Adriano<br />
até a época de Justiniano.<br />
São afirmações corretas, relativas<br />
ao Corpus<br />
a) I, II, III, V e VI.<br />
Página 11<br />
b) II, III, IV; V e VI.<br />
c) I, IV; V e VI.<br />
d) apenas I, II e V.<br />
e) apenas II, V e VI.<br />
15. A(s) questão(ões) seguinte(s) é<br />
(são) composta(s) por três preposições<br />
I, II e III, que podem ser falsas<br />
ou verdadeiras. Examine-as identificando<br />
as verdadeiras e as falsas e,<br />
em seguida, marque a alternativa<br />
correta dentre as que se seguem:<br />
I. A partir do século VII, os povos muçulmanos<br />
conquistaram quase toda<br />
a região do Mediterrâneo, ameaçando<br />
com seus ataques a Europa cristã<br />
durante cerca de mil anos.<br />
II. Situadas no cruzamento de rotas<br />
de trânsito, as feiras medievais se<br />
internacionalizaram a partir do<br />
século XI, facilitando as trocas<br />
comerciais e monetárias.<br />
III. A centralização monárquica - com<br />
a criação do exército real, da<br />
justiça real e da moeda real - foi o<br />
principal fator de estruturação da<br />
sociedade na Alta Idade Média.<br />
a) Se todas as proposições forem<br />
verdadeiras.<br />
b) Se apenas forem verdadeiras as<br />
proposições I e II.<br />
c) Se apenas forem verdadeiras as<br />
proposições I e III.<br />
d) Se apenas forem verdadeiras as<br />
proposições II e III.<br />
e) Se todas as proposições forem<br />
falsas.<br />
16. (UFRN) A expansão do Império<br />
Muçulmano, durante a época medieval,<br />
está ligada ao crescimento do<br />
Islamismo.<br />
Pode-se afirmar, também, que a<br />
expansão muçulmana:<br />
a) criou um intercâmbio comercial<br />
entre Oriente e Ocidente, o qual<br />
estimulou o aumento da produção,<br />
a difusão de técnicas e a propagação<br />
de mercadorias;<br />
b) exerceu uma grande influência<br />
sobre as crenças do Oriente, sendo<br />
a principal fonte de desenvolvimento<br />
do monoteísmo no Império<br />
Bizantino;<br />
c) decorreu da crescente necessidade<br />
de mercados fornecedores de<br />
escravos para a produção de seda,<br />
comercializada pelas tribos da<br />
Península Arábica;<br />
d) resultou de um processo de unificação<br />
político-administrativa das diversas<br />
tribos arábicas que lutavam contra a<br />
dominação da Igreja Católica.<br />
17. (UEM-PR) “Justiniano queria uma<br />
Igreja unificada, para poder usá-la<br />
como apoio para seu governo. A boa<br />
estrutura administrativa da Igreja podia<br />
contribuir muito neste sentido. Isto<br />
explica o seu cesaropapismo, isto é, a<br />
constante intervenção no domínio da<br />
Igreja. Para não desagradar ao papa,<br />
procurou conciliar a heresia do monofisismo<br />
com a ortodoxia defendida pela
I D A D E M É D I A<br />
Igreja. Mas acabou colocando sob<br />
sua influência o próprio papa e,<br />
conseqüentemente, a Igreja do<br />
ocidente, que passou a assumir<br />
traços característicos da Igreja do<br />
oriente.” (ARRUDA. 1986, p. 297).<br />
Conforme o texto, pode-se dizer que:<br />
01. o imperador Justiniano buscava<br />
apoio na Igreja para governar;<br />
02. as igrejas do império bizantino<br />
possuíam boas estruturas arquitetônicas<br />
e administrativas;<br />
04. o cesaropapismo significa<br />
que as terras pertencentes<br />
à Igreja eram cobiçadas e<br />
invadidas pelo imperador;<br />
08. a intervenção do imperador<br />
nos assuntos da Igreja denomina-se<br />
cesaropapismo;<br />
16. os monofisistas eram ortodoxos;<br />
32. os ortodoxos eram considerados<br />
hereges pela Igreja;<br />
64. a igreja defendia os monofisistas.<br />
Dê, como resposta, a soma das<br />
alternativas corretas.<br />
18. (MACKENZIE-04) As<br />
denominações Sunitas e Xiitas<br />
relacionam-se com:<br />
a) a ruína do império<br />
muçulmano, motivada pela<br />
perda da unidade religiosa,<br />
quando ganharam força<br />
algumas seitas islâmicas<br />
divergentes.<br />
b) a Guerra de Reconquista na<br />
Península Ibérica e a forte<br />
resistência dos árabes aos<br />
ataques dos cruzados.<br />
c) as sucessivas ondas de<br />
invasões européias, que<br />
contribuíram para tornar a<br />
região do oriente médio um<br />
dos lugares mais instáveis do<br />
globo terrestre.<br />
d) os conflitos étnicos e religiosos<br />
que ocorreram, no Líbano, nas<br />
décadas de 70 e 80.<br />
e) as diversas seitas islâmicas,<br />
originárias do Império Babilônico<br />
na antigüidade oriental.<br />
19. (FGV-03) "O sacerdote,<br />
tendo-se posto em contato com<br />
Clóvis, levou-o pouco a pouco e<br />
secretamente a acreditar no<br />
verdadeiro Deus, criador do Céu<br />
e da Terra, e a renunciar aos<br />
ídolos, que não lhe podiam ser<br />
de qualquer ajuda, nem a ele<br />
nem a ninguém (...) O rei, rendo<br />
pois confessado um Deus todo<br />
poderoso na Trindade, foi batizado<br />
em nome do Pai, do Filho<br />
e do Espírito Santo e ungido do<br />
santo Crisma com o sinal-dacruz.<br />
Mais de três mil homens<br />
do seu exército foram igualmente<br />
batizados (...]." (São Gregório<br />
de Tours. A conversão de Clóvis.<br />
Historiae Eclesiasticae Francorum.<br />
Apud Pedrero-Sánches,<br />
M.G., História da Idade Média.<br />
Textos e testemunhas. São Paulo:<br />
Ed. Unesp, 20QO, pp. 44-45).<br />
A respeito dos episódios descritos<br />
no texto, é correto afirmar:<br />
a) A conversão de Clóvis ao<br />
arianismo permitiu aos francos<br />
uma aproximação com<br />
os lombardos e a expansão<br />
do seu reino em direção ao<br />
Norte da Itália.<br />
b) A conversão de Clóvis, segundo<br />
o rito da Igreja Ortodoxa<br />
de Constantinopla,<br />
significou um reforço político<br />
-militar para o Império Romano<br />
do Oriente.<br />
c) Com a conversão de Clóvis,<br />
de acordo com a orientação<br />
da Igreja de Roma, o reino<br />
franco tomou-se o primeiro<br />
Estado germânico sob influência<br />
papal.<br />
d) A conversão de Clóvis ao<br />
cristianismo levou o reino<br />
franco a um prolongado<br />
conflito religioso, uma vez<br />
que a maioria dos seus<br />
integrantes manteve-se fiel<br />
ao paganismo.<br />
e) A conversão de Clóvis ao<br />
cristianismo permitiu à dinastia<br />
franca merovíngia a<br />
anexação da Itália a seus<br />
domínios e a submissão do<br />
poder pontifício à autoridade<br />
monárquica.<br />
20. No ano de 786, Carlos<br />
Magno afirmou: “A nossa função<br />
é, segundo o auxílio da<br />
divina piedade, (...) defender<br />
com as armas e em todas as<br />
partes a Santa Igreja de Cristo<br />
dos ataques dos pagãos e da<br />
devastação' dos infiéis”. (Pinsky,<br />
Jaime (Org.). "O modo de produção<br />
feudal". 2ed. São Paulo: Global, 1982.<br />
p. 101).<br />
O fragmento acima expressa a<br />
orientação política do Império<br />
Carolíngio no governo de Carlos<br />
Magno.<br />
O objetivo dessa política pode<br />
ser definido como um(a):<br />
a) esforço para estabelecer uma<br />
aliança entre os carolíngios e a<br />
Igreja Bizantina para fazer frente<br />
ao crescente poderio papal.<br />
b) intenção de anexar a península<br />
Ibérica aos domínios do<br />
papado, com a finalidade de<br />
impedir o avanço árabe.<br />
c) desejo de subordinar os domínios<br />
bizantinos à dinastia carolíngia, no<br />
intuito de implantar uma teocracia<br />
centralizada no Imperador.<br />
d) tentativa de restaurar o Império<br />
Romano, com vistas a<br />
promover a união da cristandade<br />
da Europa Ocidental.<br />
Página 12<br />
GABARITO<br />
1C 2D 3B 4A 5A 6B 7.28 8ECCC 9CCCC 10D 11E 12A 13A 14C 15A<br />
16A 17.09 18A 19C 20D