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I D A D E M É D I A<br />
F E U D A L I S M O<br />
Com a queda de Roma e o fim do<br />
escravismo, a população deixou<br />
as cidades, buscando a sobrevivência<br />
no campo. Assim, a agricultura<br />
marcou as relações entre<br />
os senhores feudais e os servos,<br />
além de definir a estrutura econômica,<br />
social, política e cultural<br />
que marcou a imagem do mundo<br />
medieval na Europa.<br />
A propriedade era divida em:<br />
Manso senhorial (ou domínio):<br />
propriedade privada do<br />
senhor. Caracterizada por<br />
possuir um castelo fortificado<br />
no seu interior.<br />
Manso servil: terras arrendadas<br />
aos camponeses. Dividido<br />
em lotes chamados tenências.<br />
Manso comunal: terras coletivas<br />
(pastos e bosques) usados<br />
pelo senhor e pelos servos.<br />
ECONOMIA<br />
O feudo era a principal unidade<br />
econômica de produção marcada<br />
pelas seguintes características:<br />
Agrária/rural<br />
Policultura (técnica de plantio dos<br />
“três campos”, que evitava o<br />
esgotamento do solo, mantendo<br />
a fertilidade da terra)<br />
Amonetária (uso restrito da moeda)<br />
Autossuficiente (não comercial)<br />
Pagamentos de tributos<br />
SOCIEDADE<br />
A sociedade feudal era composta<br />
por dois grupos sociais<br />
(estamentos) com status fixo e<br />
era chamada de Estamental por<br />
não haver mobilidade social<br />
estratificada entre as classes<br />
(os servos não ascendiam socialmente).<br />
Possuir terra era a<br />
diferença entre os dois grupos.<br />
Os servos eram obrigados a<br />
prestar serviços ao senhor e a<br />
pagar-lhe diversos tributos em<br />
troca de permissão de uso da<br />
terra e de proteção militar.<br />
Na sociedade feudal, além dos<br />
servos que eram responsáveis<br />
pela produção de alimentos,<br />
também tínhamos o clero, responsável<br />
por orar e proteger a<br />
alma e os nobres, responsáveis<br />
pela segurança e guerras.<br />
Glossário<br />
Além da nobreza e dos servos,<br />
ainda tínhamos os chamados<br />
vilões – antigos proprietários<br />
livres, embora permanecessem<br />
ligados a um senhor. Eram<br />
servos com menos deveres e<br />
mais liberdades. Suas obrigações<br />
eram quase sempre bem definidas<br />
e não podiam ser aumentadas<br />
conforme a vontade do senhor.<br />
POLÍTICA<br />
Senhor feudal – proprietário das terras rurais. Eram privi-<br />
legiados como: dignitários da igreja (clero) e descendentes<br />
dos antigos chefes tribais germânicos (nobreza).<br />
Servos (ou camponeses) – prestavam serviços para o<br />
senhor, além de pagar tributos. Em troca recebiam per-<br />
O poder era descentralizado e o<br />
rei não exercia seu poder soberano.<br />
Embora a figura do rei<br />
existisse, ele não tinha poder<br />
efetivo sobre todo o reino. A<br />
política era dividida entre os<br />
senhores feudais que exerciam<br />
autoridade absoluta de administrador,<br />
juiz e chefe militar (que<br />
deixou de existir como força<br />
nacional para se transformar<br />
em pequenos exércitos que<br />
serviam aos senhores feudais).<br />
A descentralização política<br />
gerou a descentralização monetária,<br />
ou seja, não havia mais<br />
apenas uma moeda para todo o<br />
reino. Assim a terra tinha uma<br />
grande importância e era utilizada<br />
como “moeda de troca”. Era<br />
comum a concessão de terras<br />
para compensar serviços prestados.<br />
Assim surgiram os chamados<br />
suseranos (nobres que<br />
cediam as terras) e os vassalos<br />
(aqueles que as recebiam).<br />
Nessa relação havia uma cerimônia<br />
(homenagem) de concessão<br />
do feudo chamado Beneficium,<br />
onde o vassalo jurava ser<br />
fiel ao suserano (prestando<br />
serviço militar) e em contrapartida<br />
o suserano jurava proteção<br />
(de forma militar e jurídica) ao<br />
vassalo. Essa relação tinha uma<br />
forte inspiração em instituições<br />
romanas e germânicas conforme<br />
a tabela abaixo:<br />
A relação de obrigações mútuas<br />
transformou a dependência na<br />
principal característica das relações<br />
sociais feudais, pois além<br />
das obrigações militaras, existiam<br />
outros deveres como: o pagamento<br />
de resgate caso o suserano<br />
fosse feito prisioneiro, assim como<br />
a ajuda nas despesas das festividades<br />
para a sagração do filho do<br />
suserano como cavaleiro.<br />
EDUCAÇÃO, ARTE E CULTURA<br />
Na Idade Média a educação era<br />
para poucos. Apenas filhos de<br />
nobres estudavam, e por influência<br />
da Igreja, ensinava-se o<br />
latim, doutrinas religiosas e<br />
táticas de guerra. Grande parte<br />
da população medieval era<br />
analfabeta não tinha acesso.<br />
A arte na Idade Média foi fortemente<br />
marcada pela religiosidade<br />
da época. As pinturas e os<br />
vitrais das igrejas retratavam<br />
passagens bíblicas e ensinamentos<br />
religiosos com a intenção<br />
de ensinar à população um<br />
pouco mais sobre a religião.<br />
Na arquitetura destacou-se a<br />
construção de castelos, igrejas<br />
e catedrais no estilo gótico e<br />
românico.<br />
Na filosofia se destacaram São<br />
Agostinho com a linha de pensa-<br />
mento patrística e São Tomás de<br />
Aquino com a escolástica, que<br />
defendiam idéias como predesti-<br />
nação e livre arbítrio respectiva-<br />
mente. O primeiro baseado em<br />
Platão (século V d.C.). O segundo<br />
em Aristóteles (século XII d.C.).<br />
missão para usar a terra e proteção militar. Eram<br />
diferentes dos escravos por estarem ligados a terra<br />
e por não poderem ser vendidos.<br />
Patrística – filosofia cristã dos sete primeiros sécu-<br />
los. Consiste na elaboração doutrinal das verdades<br />
sobre a fé do cristianismo e na sua defesa contra<br />
aos ataques dos pagãos e contra as heresias.<br />
Página 2<br />
OBRIGAÇÕES SERVIS<br />
Albergagem: obrigação de alojamento<br />
e fornecimento de produtos<br />
ao senhor e sua comitiva<br />
quando viajavam.<br />
Banalidade: tributo cobrado pelo<br />
uso de instrumentos ou bens do<br />
senhor.<br />
Capitação: imposto pago por cada<br />
membro da família servil.<br />
Corvéia: trabalho gratuito<br />
(obrigatório) nas terras do senhor em<br />
alguns dias da semana.<br />
Formariage: taxa cobrada quando o<br />
camponês se casava.<br />
Mão-morta: tributo cobrado na<br />
transferência do lote de um servo<br />
falecido a seus herdeiros.<br />
Talha: doação de uma parte da<br />
produção das tenências ao senhor.<br />
Tostão de Pedro: imposto pago<br />
com produto ou trabalho à Igreja.<br />
Utis Prima Noctis: senhor feudal<br />
tinha a primeira noite com a<br />
noiva do servo.<br />
Escolástica – filosofia medieval cristã surgida da<br />
necessidade de responder às exigências da fé, ensi-<br />
nada pela igreja, considerada guardiã dos valores<br />
espirituais e morais de toda a cristandade<br />
Politeísmo – tipos de religiões que acreditavam e/<br />
ou cultuavam vários deuses. Diferente do cristia-<br />
nismo que é monoteísta.