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I D A D E M É D I A<br />
hégira e hoje marca o início do<br />
calendário árabe.<br />
Maomé se tornou tão popular que<br />
em pouco tempo se tornou governador<br />
de Iatreb e em sua homenagem<br />
a cidade recebeu um novo<br />
nome: Medina, que significa<br />
“cidade do profeta”.<br />
Ele acabou se convertendo em<br />
um chefe guerreiro, e com o apoio<br />
dos comerciantes de Medina e<br />
utilizando os beduínos como<br />
combatentes, lançou a djihad<br />
contra os “infiéis”. Assim, após<br />
vários confrontos, conseguiu<br />
conquistar Meca em 630.<br />
Com a conquista de Meca, Maomé<br />
conseguiu a unificação política<br />
e religiosa da Arábia. Ele preservou<br />
a Caaba e um dos seus<br />
principais símbolos de idolatria –<br />
a pedra negra (segundo a tradição<br />
árabe, a pedra foi dada por<br />
Deus ao filho de Abraão. Ela era<br />
branca mas foi escurecida pelos<br />
pecados e beijos do milhões de<br />
peregrinos).<br />
Maomé morreu em Medina, pouco<br />
depois de conquistar Meca, no<br />
ano de 632 da Era Cristã, ou ano<br />
10 da Hégira. Seus parentes e<br />
seguidores fizeram Abu-Bekr, seu<br />
sogro, seu sucessor. Seguindo as<br />
ordens do profeta procuraram<br />
expandir o Islão, dominando<br />
algumas tribos árabes revoltadas<br />
e, em seguindo iniciando o avanço<br />
em direção à Síria e à Pérsia.<br />
Assim, o governo passou a ser<br />
exercido por chefes religiosos e<br />
políticos conhecidos como califas.<br />
Porém, a sucessão de Maomé<br />
foi um capítulo difícil para o<br />
povo árabe, pois houve muita<br />
disputa pelo poder. Até que o<br />
governador da Síria, Moaviá<br />
Omíada, tomou o poder, após a<br />
morte de Ali, marido de Fátima<br />
(filha de Maomé) que estava no<br />
poder, e inaugurou uma nova<br />
dinastia: os Omíadas, que durou<br />
de 661 a 750.<br />
Principais feitos dos Omíadas:<br />
Transferência da capital do<br />
Islão para Damasco.<br />
Instituiu o princípio hereditário<br />
do califado.<br />
Mantiveram a religião e o<br />
povo Árabe unido.<br />
Iniciou a expansão para o Ocidente.<br />
Sobre a expansão para o Ocidente,<br />
vale destacar a conquista do norte<br />
da África, onde eles se misturaram<br />
com os habitantes locais, convertidos<br />
à religião muçulmana, que<br />
passaram a ser chamados de<br />
mouros. E também, quando alcançaram<br />
o seu ápice, em 711, quando<br />
Gibral Tarik atravessou o estrei-<br />
to entre a África e a Europa (que<br />
acabou por receber seu nome:<br />
Gibraltar), penetrou na península<br />
Ibérica e derrotou os visigodos que<br />
se refugiaram nas montanhas das<br />
Astúrias (norte da Espanha) para<br />
formar pequenos reinos para combater<br />
o avanço árabe. Assim, os<br />
árabes lançaram seu exército em<br />
direção à Gália e só seriam barrados<br />
em 732 pelo franco Carlos<br />
Martel, na batalha de Poitiers, nos<br />
Pireneus. Essa batalha interrompeu<br />
o avanço muçulmano para o<br />
norte da Europa.<br />
Em 750, a Dinastia Omíada<br />
chegou ao fim. Foi derrotada por<br />
uma conspiração interna que<br />
inaugurou a Dinastia Abássida<br />
que ficou marcada pelo início da<br />
decadência do Império Islâmico<br />
com os califas abássidas no<br />
poder. Essa dinastia durou até<br />
1258, quando os mongóis conquistaram<br />
Bagdá.<br />
Principais feitos dos Abássidas:<br />
Transferência da capital de<br />
Damasco para Bagdá.<br />
Império desmembrado em três<br />
califados (Bagdá, Cairo e Córdoba).<br />
Surgimento de seitas islâmicas<br />
que causaram a perda<br />
da unidade religiosa.<br />
A transferência da capital para<br />
Bagdá provocou a primeira<br />
divisão do Islão. Abder Rhaman,<br />
pertencente à Dinastia Omíada,<br />
se refugiou na Espanha, onde<br />
fundou o Califado de Córdoba,<br />
no ano de 756. Surgiu, assim, o<br />
primeiro Estado independente<br />
dentro do Império Muçulmano,<br />
que se fez parte da Guerra de<br />
Reconquista da península Ibérica<br />
(iniciada no século VII) e das<br />
Cruzadas cristãs contra os<br />
muçulmanos (no século XI).<br />
A perda da unidade religiosa<br />
ocasionou no surgimento de<br />
duas doutrinas (ou seitas):<br />
Sunitas<br />
Partidários de um chefe de<br />
Estado eleito pelos crentes.<br />
Sustentavam que fonte de<br />
verdade para o islamismo<br />
era o livro dos ditos e atos<br />
de Momé chamado Sunna.<br />
Xiitas<br />
Defendiam que o chefe religioso<br />
e político deveria ser um descendente<br />
do Profeta, seguindo um<br />
ideal absolutista de Estado.<br />
Só admitiam uma fonte de<br />
ensinamentos: o Corão.<br />
As guerras e invasões no Oriente<br />
colaboraram para acabar com o<br />
califado de Bagdá, e consequentemente<br />
levando ao poder um<br />
sultão seldjúcida em 1057. A<br />
Dinastia Abássida terminou com<br />
a conquista de Bagdá pelos<br />
mongóis em 1258. Por fim, os<br />
turcos-otomanos, no século XV, já<br />
convertidos ao islamismo, conquistaram<br />
a parte oriental do<br />
antigo Império Muçulmano, se<br />
impondo na região.<br />
A Guerra de Reconquista iniciada<br />
pelos cristãos em 718<br />
retomou terras perdidas para<br />
os árabes e permitiu a formação<br />
de alguns reinos, como:<br />
Castela, Leão, Navarra e Aragão.<br />
Por fim, em 1492, os<br />
espanhóis conquistaram Granada,<br />
o último reduto árabe<br />
na região, expulsando definitivamente<br />
os árabes da Europa.<br />
Página 7<br />
EXPANSÃO ÁRABE