Exorcismos

82 PAPI JUNIOR
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nas suas travessias, pressurosas, em todos os recantos da
cidade, quando o vinham procurar para levar o Santo Viá­
tico a um moribundo, ou para ouvir a confissão a um en­
fêrmo . E dai, com o olhar enrusgado e taciturno, monolo­
gou de braço erguido, em azedumes confluentes:
Arrelias do demônio! . .. E benzeu-se com devo·
ção como para arredar de si as tentações malignas, que o
cercassem, porventura.
Dêste jeito pôs-se novamente de caminho, voltando a
pensar n.Q Manuel da Felismina, agora, porém, já sob um
aspecto diverso, a tirar corolários do seu escorrêgo aciden.-.
tal pa.ra justapor ao caso do mestre sapateiro: Mas . . as
tentações do diabo quem não as encontrava por aí, a cada
passo? . . . Ali estava o caso claro, certo, iniludível. O sa-
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pateiro fôra à igreja fazer as suas promessas sinceríssi-
mas, e a malignidade diabólica quisera frustrar as suas
intenções tão piedosas. Era isso e nada mais! Satanaz ten­
tara Cristo nas suas horas santas de recolhimento e ora­
ções, estava isso limpamente escrito nas luminosas pá­
ginas da Bíblia; s.anto Antônio passara a vida inteira ata­
llazado pielas diabruras do maldito; Santo fulano e Santo
beltrano sentiram a influência destas tentações tão come­
,..,.:nhas 1 ' • • • •
Nada! O Manuel tinl1a razão; era preciso tirar-lhe as
sugestividades do espírito mau que andava certamente
a perseguí -lo .
-E, dêste modo, o espírito descia-lhe de tropel as es­
cadarias do faustoso palácio do inverossímil, mas desta
vez deveras intrujado; e, numa convicção agora inabalá­
vel, o padre José Matias dava pancadas àsperas com a
ponta da sua ca11ela de veado no solo desigual das ruas
apagadas .
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