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N.° 195<br />
A RUÍNA<br />
Os dois mais calamitósos obstáculos<br />
que se têem opposto ao nosso<br />
aperfeiçoamento social e desinvolvimento<br />
económico têem sido innegavelmente—a<br />
falta de instrucçâo<br />
no trabalho e a de capitaes e portanto,<br />
de" iniciativa, para ? empresas<br />
industriaes e de commércio.<br />
Durante longos annos os nossos<br />
compatriótas do Brasil com o producto<br />
da sua tenacidade suppriram<br />
todas as penúrias e prepararam essa<br />
prosperidade fictícia que, sob o fal<br />
so brilho de riquêza, nos fez impre<br />
videntes, nos desmoralizou e en<br />
fraqueceu.<br />
E o governo caído nas mãos de<br />
exploradores ambiciósos, dando largas<br />
á demência da voracidade, foi<br />
absorvendo em títulos de dívida pública<br />
insolúvel todos os cabedaes<br />
do país com a promessa de lucros<br />
garantidos.<br />
sos recrudesceram em cada dia mais<br />
audaciósos em delapidações e ilegalidades.<br />
direitos da nação, conquistados e<br />
inauferíveis, e na corruptela ultrajante<br />
de maiores torpêzas pretende<br />
nada menos que implantar os velhos<br />
e ignóbeis privilégios detheocracias<br />
condemnadas sobre os escombros<br />
da miséria pública!<br />
COIMBRA—Domingo,
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
A aberto do -Solar-<br />
Doação de uma illia<br />
rei o não chamasse, e metleu-se em região, fazem sorrir toda a gente,<br />
casa á espera que um acontecimento não só em Berlim e em Paris,<br />
mas também em Pretória e em<br />
imprevisto, dificuldades d'ordem<br />
Bloemfontein. Todavia, o ponto<br />
interna ou externa que esmaguem fraco do Sul africano é Lourenço<br />
o governo, obriguem o rei a escre- Marques. Os transvaalinos estam<br />
ver uma carta ao seu honrado chefe absolutamente satisfeitos por vê-<br />
pedindo a sua comparência. Pratica rem alli fluctuar a bandeira por-<br />
o governo as maiores prepotências; tuguêsa, mas no dia em que as<br />
grandes potências declararem que<br />
calca impudentemente as Íeis, com-<br />
tomam a bahia de Lourenço Marmette<br />
as mais revoltantes immoraques sob a sua protecção e que<br />
lidades, exgota em favor dos seus, não permiltirám que qualquer<br />
afilhados os últimos recursos do d'ellas se apodere d'essa bahia,<br />
thesouro, faz ao país soffrer as desapparecerá uma origem cons-<br />
maiores hupiilhações perante o estante<br />
de inquietações e de intrigas.»trangeiro<br />
e o partido progressista,<br />
sempre em casa, limita-se a dizer Sabe-se quam cubiçada é a bahia<br />
que está á espera de ser chamado de Lourenço Marques e também se<br />
para salvar o país e desilludir o rei. conhece a tino o patriotismo do<br />
Nesta singular situação se mantém,<br />
nosso governo. O que nos valerá<br />
será não chegarem as grandes po-<br />
ha longos mêses já, um partido<br />
tências a accôrdo amigavel sobre o<br />
onde ha homens de incontestável modo porque ha de fazer-se a par-<br />
valor 1 Cortou as relações officiaes tilha dos territórios que ambiciónam.<br />
com o chefe do Estado, mas declara<br />
que está disposto a reatá-las logo<br />
que este se resolva a confiar-lhe o O sr. D. Luiz da Camara Leme<br />
poder I<br />
vae publicar um folheto intitulado<br />
— Lourenço Marques. Memória syn-<br />
Indubitavelmente o rei ha de thética sob o aspecto histórico, político<br />
chamar ao paço os progressistas; é e moral.<br />
questãode mais ou de menos tempo. E' mais um depoimento sobre o<br />
As dificuldades por tal forma se estado miserável a que a política<br />
vam amontoando, condensam-se monárchica arrastou o país.<br />
nuvens tam negras nos horisontes.<br />
da monarchia que o rei, para se<br />
Falleceu na sua residência de S.<br />
salvar a si e ao princípio que re-<br />
Pedro de Maximinos, o rev.<br />
presenta, vêr-se-ha forçado a confiar<br />
o poder a um partido que odeia<br />
mas que representa ainda um poderôso<br />
elemento de força, de que<br />
pôde soccõrrer-se em casos extremos.<br />
Das conveniências da monarchia<br />
está pois exclusivamente dependente<br />
a ida dos progressistas ao<br />
paço.<br />
Para nós seria esse facto completamente<br />
indifferente, se d'elle<br />
não podesse derivar o adiamento<br />
d'uma solução, que se impõe como<br />
o único meio de levantar o país do<br />
immundo tremedal em que a monarchia<br />
o precipitou: a substituição<br />
do actual regimen político.<br />
Pondo-se o partido progressista<br />
ás ordens da monarchia para acceitar<br />
o poder quando a esta aprouver<br />
confiar-lh'o, o rei sabê-lo-ha<br />
aproveitar para combater os inimigos<br />
das instituições em momento<br />
opportuno. Ê essa a única funcção<br />
que o partido progressista terá a<br />
desempenhar: salvar a corôa d'um<br />
perigo imminente.<br />
Na gestão dos negócios públicos<br />
a sua influência será quasi nulla.<br />
Passado o momento do perigo, o<br />
rei obrigará os progressistas a sair<br />
do paço e fará entrar nelle os regeneradores.<br />
A este partido pertencem<br />
os amigos predilectos, os seus favoritos.<br />
Para elles o poder, quando<br />
nada haja a recear.<br />
Os progressistas servirám para<br />
os grandes apuros.<br />
O Valkestun, orgão do partido<br />
nacional transvalino, diz ácêrca da<br />
situação política d'aquella republica<br />
determinada pelo porto de Lourenço<br />
Marques:<br />
«A África do Sul saiu já da<br />
sua infância, e as pretensões da<br />
Inglaterra á suzerania, á qualidade<br />
de poder predominante nesta<br />
d0 mário das peças que devem ser<br />
representadas no Solar dos Barrigas:<br />
O senador do reino da Itália<br />
«A mais das providências que na marquês de Gratina, doou á Uni-<br />
Deu-se o primeiro especláculo anterior sessão legislativas Gearam penversidade de Catánea a ilha de Cy-<br />
no Solar dos Barrigas sendo, como dentes do vosso exame, outras conta clopes.<br />
laviamos previsto, insignificante a o meu governo apresentar-vos, a que<br />
confio prestareis cuidadósa attenção. Esta ilha, situada na costa da<br />
concorrência. Embora revista gran-<br />
Taes sam, designadamente, as que se Sicilia, nas cercanias de Acicestello,<br />
de apparatoa peça num enfadonho referem; a preceitos complementares não méde mais de um kilometro de<br />
monólogo, não offerece novidade da reforma da instrucçâo secundária e circumferéncia. A sua conformação,<br />
alguma e para que se visse que não do serviço de repressão da emigração<br />
porém, é singular, pois que no seu<br />
tinha merecimento algum bastava clandestina; à organização da magistratura<br />
judiciária e ao processo das fal- ponto mais elevado attinge cêrca de<br />
saber que o auctor d'ella era o sr. lências; ao serviço das forças do exér- 100 melros acima do nivel do mar.<br />
Hinlze Ribeiro.<br />
cito no ultramar, bem como aos de Além d'isso, sob o ponto de vista<br />
Duas palavras sobre êsse monó- saúde; á classificação das praças de scienlífico, apresenta considerável<br />
logo, em que o ridículo corre pare- guerra, deixando de ser assim consideradas<br />
de desnecessárias para a de- interesse, por estar recoberta de<br />
lhas com a desfaçatez na mentira.<br />
fêsa do pais; á fixação das regras de uma camada de calcáreo assombro-<br />
Diz-se nelle que o rei de Itália admissão e permanência dos officiaes samente rica de fósseis.<br />
convidára o sr. D. Carlos e sua das diversas armas no serviço do A Universidade de Catanea ha<br />
família para assistirem ao casamento estado maior; ao regimen bancario<br />
muito que a cobiçava. Agora ten-<br />
de seu filho e qualifica-se êsse nas nossas colónias; ao dos privilégios<br />
e exclusivos que a ellas tenham appliciona construir alli laboratórios e<br />
convite de penhorante. Ora convém cação, e ao das concessões que para estabelecer uma estação de pisci-<br />
recordar que estavam entám inter- a sua exploração e desinvolvimeuto cultura.rompidas<br />
as relações entre Portugal se haja'de fazer; ao estabelecimento<br />
ea Itália, que só se reataram depois de mercados nacionaes ultramarinos;<br />
que a mãe do sr. D. Carlos entrou á navegação para as nossas possessões;<br />
á construcção do caminho de ferro do Vieram passar as férias do Natal<br />
no território italiano e a pedido *uo, de Benguella, e na ilha de S. em companhia de seus extremósos<br />
d'ella. Pelo que se vê, a família Thomê, e ao prolongamento da linha paes, o sr. dr. Abilio Aranha Fur-<br />
real preza muito a dignidade do de Loanda a Ambaca até Malange; á<br />
país.<br />
revisão das pautas de Angola, de modo tado e sua ex*.<br />
a, sem prejuízo da protecção realmente<br />
Sobre o incidente da Allemanha<br />
necessária ás indústrias, se alcançar a<br />
diz-se que «terminou por fórma a melhoria das receitas d'aquella colónia;<br />
satisfazer os melindres d'aquella á declaração commercial que se acha<br />
nação, sem offensa do nosso próprio assignada entre o meu governo e o da<br />
decôro». Ha poucos dias publicou )inamarca; á cultura de vastos tractos<br />
de terreno que no país se acham<br />
a Gazeta da Allemanha do Norte o<br />
improductivos e que muito importa<br />
texto officiôso da nota do governo valorizar; ao melhoramento das condi-<br />
allemão em que se reconhece que ções de exportação dos nossos vinhos<br />
os factos das aucloridades portu- communs; ao regimen de constituição<br />
guêsas são da exclusiva responsa- e funccionamento das sociedades commerciaes,<br />
especialmente das socieda-<br />
dr. bilidade dos funccionários locaes de des anónymas».<br />
Manuel José d'01iveira Guimarães, Lourenço Marques, e, segundo os<br />
abbade d'aquella freguezia e depu- princípios de direito internacional, a<br />
tado.<br />
humilhante saudação ás bandeiras<br />
Tal é o programma dos espectáculos<br />
que o Solar dos Barrigas re-<br />
O finado, que pertencêra ao par- só se dá nos conflitos internaciotido<br />
constituinte, filiára-se no parnaes de governo para governo.<br />
presentará, se fôr ajudado pela Divina<br />
Providência, como no monólotido<br />
regenerador quando o sr. Dias Mas ha mais: Nessa mesma nota go<br />
Ferreira saiu do poder.<br />
O honlem recitado se disse.<br />
declara-se que o negócio se arranjou<br />
sem demora nem dificuldades<br />
«porque o governo portupês se mos-<br />
Crime de traição trou immedial ímente prompto a dar as Diz o Popular que el-rei inter-<br />
mais completas satisfações.»<br />
rogara o sr. João Franco por causa<br />
Realizou-se em Moçambique o<br />
das accusações feitas ao ministro<br />
E accrescenta:<br />
julgamento dos indivíduos que fo-<br />
das públicas,, que elle lhe disse que<br />
ram accusados de cumplicidade na «Logo que os incidentes de 8 os crimes praticados pelo sr. Cam-<br />
revolta dos namarraes, sendo absol- de dezembro fôram conhecidos, OS pos Henriques fôram necessários<br />
vido Costa Soares e condemnados a jornaes mais considerados de Lisboa para tapar rombos feitos pelo Carlos<br />
degredo para Timor, Costa Dias e declararam que Portugal devia", por Valbom, que era o amigo predilecto<br />
os outros réus. Communicam alguns interesse da sua própria honra e da do mesmo sr. João Franco.<br />
telegrammas que se receberam em sua própria dignidade, dâr uma satis-<br />
Lisboa que o julgamento foi tumulfação á Allemanha, ainda que esta po-<br />
No dia do Anno Bom tomaram posse<br />
tuário e irregular.<br />
tência a não pedisse».<br />
ns novos corpos gerentes do Monte-Pio<br />
O Jornal do Commércio publica o<br />
Conimbricense Martins de Carvalho e<br />
seguinte:<br />
Todavia o rei declára que o con-<br />
Associação dos Artistas; e hontpm peílicto<br />
coíh a Allemanha terminou las 6 horas da tarde, foi também dada<br />
«Moçambique, 31 á 1 e 30 t.— sein offensa do nósso próprio decôro. a posse aos da Associação para o sexo<br />
Jornal do Comercio—Lisboa:<br />
Está bem.<br />
feminino Olympio Nicolau Ruy Fernan-<br />
O conselho de guerra, reunido Como de costume declára-se no des.<br />
em Mossuril, na madrugada de 29 tal monólogo que a melhoria na si-<br />
de dezembro, condemnou a degredo, tuação económica e financeira se O poder temporal<br />
por intriga política, o advogado Sou- accenluou e até se dá como prova<br />
sa Paixão Dias e outros, negando o d'isso a aclual situação cambial. O discurso que o Papa pronun-<br />
presidente o direito de recurso, de- Sam escusados commentários. Saciou ao receber os antigos officiaes<br />
clarando submetter o processo ao be-se em que condições se fez o em- do exército pontifical, causou gran-<br />
commissário régio, os requerimenpréstimo dos 3:000 contos e as de sensação na Itália.<br />
toa de excepções da defêsa não fô- peripécias que entám se déram; Fallando da situação do papado,<br />
ram admittidos, nem transcriptos sabe-se que a dívida fluctuante aug-<br />
disse Leão XIII que não compre-<br />
na acta; muitas nullidades; testemumentou extraordináriamente; que a<br />
hendia como o governo italiano ponhas<br />
essenciaes da defêsa não inti- circulação financeira attingiu uma<br />
dia acreditar na manutenção de semadas,<br />
foram ameaçadas sob cus- cifra enorme, que se estám calomelhante<br />
estado de coisas, que contódia<br />
até ao julgamento.<br />
teando os fornecedôres e empreistitue<br />
uma verdadeira perseguição<br />
feita á Egreja e accrescentou que<br />
Uma testemunha de accusação teiros d'obras públicas, que a de-<br />
muito se felicitava em receber do<br />
declarou ao tribunal ter sido obripressão dos câmbios chegou a causar<br />
antigo corpo de zuavos pontificios<br />
gada, por pancadas, a depôr falso verdadeiro pânico. Mas o rei declára<br />
a deliberação de que estava prom-<br />
no corpo de delicto.<br />
que a situação económica e finanpto<br />
a correr de novo em sua de-<br />
Os condemnados foram mettidos ceira melhorou. Deve ser assim.<br />
fesa.<br />
numa énxovia immunda. O praso Para que citar mais mentiras?<br />
do recurso acaba hoje. Pedimos a Para que dizer que se dá como<br />
sua protecção. Telegraphámos hon- restabelecida a ordem e assegutem<br />
ao ministro.»<br />
rada a administração em Moçambi- O grande escriptor russo Conde<br />
que, quando asaldêas estám sendo de Tolstoí, muito conhecido entre<br />
saqueadas por numerósos bandos nós, vae ser excommungado sole-<br />
Foi de 1:495 o Dtimero de passapor- de rebeldes? E' suficiente o que mnemente pelo santo synodo ortes<br />
concedidos no anno de 1896 nes- ahi fica para que se julgue da sin- Ihodoxo russo, por haver escriplo<br />
te districto, o que accuga um decrésceridade com que o governo, pela artigos contrários á religião d'aquelcimo<br />
na emigração, pois que no aono bocca do rei, falia ao país.<br />
le país.<br />
de 1895 foi de 2:293.<br />
Ahi vae, como remate, o sum- Ha muito idióta neste mundo.<br />
ma esposa a sr. a D. Ludovina<br />
de Meirelles.<br />
E' positivo que o sr. Mariano de<br />
Carvalho não tomará parte no espectáculo<br />
que vae dar o Solar dos<br />
Barrigas e parece que o sr. João<br />
Arroyo também não cumprirá a<br />
escriptura que assignou ao acceitar<br />
a nomeação de deputado. O procedimento<br />
dos srs. Mariano e Arroyo<br />
explica-se. A companhia é tam<br />
ordinária e a emprêsa acha-se já<br />
tam compromeltida, que não deve<br />
lardar muito que lhe seja aberta a<br />
faliéneia.<br />
No Rio de Janeiro celebrou-se<br />
um comício para reconhecer a belligeráncia<br />
dos cubanos, fallando<br />
nelle José do Patrocínio, Medeiros<br />
Albuquerque e Arthur Azevedo. O<br />
comício enviou uma moção ao governo<br />
para que reconheça o direito<br />
de belligeráncia aos cubanos, sendo<br />
essa moção assignada por alguns<br />
deputados e senadores.<br />
O vice-presidente recebeu uma<br />
commissão de cubanos a quem declarou<br />
que tomaria em consideração<br />
a manifestação popular e que, como<br />
americano e presidente de um povo<br />
livre, aspirava á liberdade das nações<br />
americanas! Sobre este assumpto<br />
leve o ministro de Hespanha<br />
no Brasil uma conferência com o<br />
ministro das relações externas.<br />
Falleceu uma filhinha do sr. dr.<br />
Alberto Leite Ribeiro e neta do sr.<br />
dr. Arthur Manso Preto, a quem<br />
apresentamos as nossas condolências.<br />
Em Madrid foram apprehendidos<br />
alguns jornaes em consequência de<br />
revelações sobce immoraíidades praticadas<br />
pela administração de Cuba.<br />
A's 3 horas da madrugadà do dia 1<br />
foram presos pelo julgado militar<br />
Reparaz, auctor do artigo publicado<br />
no Heraldo e Gasset, do Imparcial.<br />
O Exercito Hespanhol, o Commodore,<br />
o Século Futuro e o Correio Hespanhol<br />
foram denunciádòs.<br />
Estas medidas de força do governo<br />
bem claramente patentêam a<br />
falia de força da monarchia.<br />
Eslá perigósamente doente em<br />
Lisboa o sr. Fernando Palha.
Chjíba,<br />
A imprensa de Madrid declara<br />
que está quasi exgolado o emprés-<br />
1 mo interno e que os soldados,<br />
j pesar do Estado satisfazer todas<br />
«is despêsas da guerra, carecem de<br />
j cursos para as mais inadiaveis<br />
) ecessidades, por causa das immojalidades<br />
que se lêin dado na administração<br />
de Cuba.<br />
A falta de recursos está preoccupando<br />
sériamenle o governo, que-<br />
}>cnsa num accordo com os Estados<br />
l)nidos. Difficil lhe será porém<br />
conseguí-lo, attento o estado da opinião<br />
pública neste país. A commisf-ão<br />
senatorial da grande republica<br />
ínrie-americana só será obrigada a<br />
guardar silêncio até ao dia 5 d'este<br />
D ês. Veremos o que ella diz e como<br />
procede Cleveland.<br />
Quanto a Weyler já sabemos o<br />
(;ne fará. Em Pinar dei Rio, onda<br />
l a actualmente 40:000 soldados<br />
lespanhoes, não tem sido possível<br />
descobrir insurrectos, que talvez<br />
íigam as instrucções de Máximo<br />
Comez, recusando-se a entrar em<br />
combate. O que parece certo é que<br />
c!les não se submetterám.<br />
As esperanças que se fundavam<br />
ria morte de Antonio Macéo, que<br />
parece haver sido víctima d'uma<br />
cobarde e miseraval cilada, desvanccêram-se<br />
completamente. Parece<br />
alé que êsse facto contribuiu poder<br />
sãmente para tornar mais sólida<br />
íi unidade moral entre os que tam<br />
)s roicamente estám pugnando pela<br />
1. herdade de Cuba.<br />
O próprio Sagasta, chefe do par-<br />
1 Mo liberal, mostra-se pessimista<br />
fobre os resultados da guerra de<br />
Cuba. Relativamente a Pinar dei<br />
J'
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos capítulos^<br />
A minha entrada — A vida na cadeia —História do limoeiro—O<br />
Limoeiro Iioje—O regulamento - - Os prélios—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fngas célebres<br />
— Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—Bio<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minha<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERJtEIRA BORGES —130<br />
2 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
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,, J L ' dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
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ElfiCtriflidadft P ÁntÍM A S éncia da c * 3a Ramos & Silva de<br />
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^uiu yimuiuo. vernizes, e muitas outras tintas e<br />
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zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
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. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
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B<br />
Louças inglêsas, de ferro: f smaltada e . estanhada, ferro<br />
7 . • 1Vilw * Agate, serviço completo para<br />
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RESISTENCIA—Domingo 3 de janeiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
•ft^M 3 6 5 para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e GES phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
- varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
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Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
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Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />
L). Augusto.<br />
Augusto Martins-Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges<br />
Franoisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha<br />
José Maria de Figueiredo-Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />
José Mesquita-Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
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a JOSÉ 1ÂRQDES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
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Universidade.<br />
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competência: Lentes da Universidade, Academia Polytéchnica<br />
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de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />
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trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />
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Na Casa Havaneza se diz.<br />
"RESISTENCIA,,<br />
PCBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
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Redacção e Administração<br />
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Tjp. F. Fruta Anad*—CQIXBR4
Uma prova de loucura<br />
reflectiu em mènor cobrança de re- Subsídio aos barrigas<br />
ceitas aduaneiras.»<br />
B a g r a t e l l a s lemnes, espicha a convexidade do<br />
Informam alguns jornaes que<br />
ventre e só se vê a si mesmo l...<br />
Temos, pois, facilitadas as nego- vae ser votado pelo Solar um pro-<br />
E, depois d'uma transcripção des-<br />
Está sendo duramente criticado ciações e aggravados os encargos jecto em que se restabelece o sub- Visto qup tenho de encher dois<br />
cabida, attribue-me resajvos des-<br />
pela imprensa o monólogo escripto da praça; desin.volvidas as indussídio aos deputados, que foi sup- quartos de papel, vamos lá com es-<br />
pelo sr. Hintze Ribeiro e recitado<br />
primido no consulado do sr. Dias<br />
prezíveis de—vaidade irritada, que<br />
trias e o commércio e retraindo o<br />
ta bugiganga a contas.<br />
Ferreira.<br />
para elle nem chega a ser irritante!<br />
no Solar dos Barrigas pelo rei. Tan-<br />
Exposição dos factos:<br />
commércio de importação; melho- Em princípio applaudimos essa<br />
to as folhas democráticas como as<br />
A Commissão dos monumentos<br />
Um gongorismo chilro de semradas<br />
as condições económicas, di- medida, porque todas as funcções<br />
saboria!<br />
conservadôras põem em relevo as minuída a exportação do ouro e en- públicas devem ser retribuídas. As-<br />
nacionaes encarregou os srs. J. de<br />
falsidades, mentiras e disparates<br />
sim o exigem as modernas tendên- Vasconcellos e Ramalho Ortigão de<br />
Vaidade irritada!... Para que<br />
carecido o prémio do ouro; o thecias<br />
democráticas. No caso sujeito, estudarem in loco, e consagrarem a<br />
diabo me serviriam as opiniões e con-<br />
em que aqaella peça abunda, chesouro satisfazendo os seus compro- porém, o restabelecimento do sub- attenção de peritos ao exame d'um<br />
cordâncias do Tribuno Popular?!...<br />
gando algumas a affirmar que ella missos pelos recursos próprios, a sídio aos deputados não tem expli- problema grave, que as successivas<br />
O que me aborrece e revolta é<br />
attesta tal idiotismo ou loucura, que diminuição nas receitas aduaneiras cação possivel; chega a ser um ver-<br />
reformas na Sé Velha, sob uma ap-<br />
vêr as fraldiquices dos alcaiótes,<br />
o seu auctor já deveria ter dado en- e o augmento da dívida fluctuante<br />
dadeiro escândalo.<br />
paréncia comesinha, tornavam inac-<br />
estimulados por birras pessoaes,<br />
trada em Rilhafolles ou no hospital<br />
Os indivíduos que se reúnem na<br />
no extrangeiro.<br />
sala da bibliothéca da Academia cessivel ao entendimento superficial<br />
perturbárem o andamento de ques-<br />
do Conde de Ferreira. Também as-<br />
Que também isto se affirma no Real das Sciéncias não sam repre- de curiosos, pascóvios e ousados.<br />
tões melindrosas, — que só pódem<br />
sim pensamos.<br />
discurso da corôa. «É d'isto (a tal sentantes do povo ; a nação nunca Um dos projectos apresentados<br />
ser resolvidas pelo mais reflectido<br />
Dissémosjá que escusado era cri-<br />
os considerou nem considera como<br />
melhoria alcançada no regimen eco-<br />
era effectivamente d'um tal sr. A.;<br />
e delicado descernimento, fortale-<br />
seus delegados. O sr. João Franco<br />
ticar os trechos do discurso da conómico e financeiro) prova incon-<br />
o outro figurava sob o nome do sr.<br />
cido de aptidões e faculdades de<br />
é que os nomeou d'entre as forças<br />
rôa respeitantes ás condições econótestável o facto de ter o thesouro, vivas do país, no dizer da imprensa<br />
director da repartição das obras pú-<br />
intelligéncia e educação especial de<br />
micas e financeiras do país, tam nestes últimos annos, podido obtem-<br />
governamental, e elles nada mais blicas.<br />
arte,—atropelando a bôa fé e malsinando<br />
os desinterésses da dedi-<br />
têem feito do que acatar servil mente Os delegados da Commissão dos<br />
evidentes sam as falsidades e menperar a todos os seus compromissos as ordens que recebem do governo.<br />
cação!!...<br />
monumentos não deram em sententiras<br />
que nelles se contêem. Como com os próprios recursos da nação, O país não espera d'elles serviço ça a resolução definitiva e última;<br />
Patifes!..,<br />
revelação do estado mental do go- sem empréstimos externos, sem aug- algum, que não seja o de desacre- nem o podiam fazer, porque eram<br />
verno sam elles, porém, de tal vamento avultado da dívida fluctuante ditárem mais, se tanto é possivel,<br />
«Os trabalhos não estam<br />
apenas cornmissionados oficialmenlor,<br />
que não podemos furtar-nos á<br />
as actuaes instituições.<br />
suspensos, nem ha motivo<br />
no extrangeiro.» Do augmento da<br />
Com que direito vam elles porte,<br />
para, em vista das complexas<br />
para o serem, porque pódem<br />
sua analyse.<br />
dívida fluctuante interna, dos calotanto votar-se um subsidio, que tem condições históricas e esthéticas da<br />
continuar nos pontos em que<br />
Note-se que é o ministro da fa tes pregados aos fornecedores e de ser pago pelo Estado? O país questão, emittirem e justificarem o<br />
zenda quem tem a palavra e sobre empreiteiros, dos milhares de con- não está em Condições de pagar<br />
se não levantáram dúvidas. E<br />
seu voto.<br />
uma questão que, no seu dizer, «é<br />
espectáculos como os que se repre-<br />
é isto o que é razoavel».<br />
tos que se devem ás câmaras mu<br />
Mas durante uma sessão, de duas<br />
sentam no Solar do» Barrigas. Se<br />
hoje como sempre vital no país», nicipaes, d'isso não falia o discurso os representantes das forças vivas horas e meia, em exuberantes pon- Sim! os trabalhos continuam!<br />
sobrelevando a todas as outras. da corôa para provar que o Estado da nação não pódem sustentar-se derações, raciocínios e deduções, de Com um pedaço de exemção digna<br />
Sobre ella deveria, pois, fazer, tem satisfeito honradamente os seus em Lisboa á sua custa, vam para crítica lúcida e proficiente, não per- e honesta; com um pouco de brio<br />
quem estivesse no plene goso das<br />
suas casas, d'onde nunca deviam<br />
compromissos com os recursos prócebe<br />
o cabeçudo Tribuno Popular altivo e de pundonor vibratil, depois<br />
ter saído.<br />
suas faculdades, um estudo sério,<br />
como elles podessem manifestar a<br />
prios. Não falia, nem isso era pre-<br />
dos episódios conhecidos e desco-<br />
expondo com precisão e^clarêza a si-<br />
sua adhesão a unidos planos?!<br />
ciso. Subentende-se. Sobre o que<br />
nhecidos, a obra talvez não conti-<br />
Pois foi isso!.. .<br />
tuação em que se encontra o país e podia haver dúvidas era quanto ao Em Benavente tem havido granuasse<br />
!.. .<br />
indicando as propostas ou projectos augmento da dívida fluctuante no ves tumultos, concentrando-se alli<br />
Houve tempo pora tudo. E para Assim continúa, porque ha ho-<br />
tendentes a melhorá-la.<br />
uma importante força armada. o sr. engenheiro Frazão evidénciar mens, que sob o aspecto emoliente<br />
extrangeiro, attento o crédito de.que<br />
Diz-se que esses tumultos foram mais uma vez os fulgurantes recur- da alimentação de linhaça, parécem<br />
Sobre esta parte, porém, nada se gosa o governo. Mas este não teve motivados pela suspensão d'um adsos do seu engenho, a dialéctica in- feitos de cauthchout.<br />
diz; quanto á primeira, só dislates. dúvida em affirmar que houvera ministrador que era muito estimado quebrantável dos seus argumentos<br />
Um breve exame.<br />
augmento dessa dívida, no mesmo naquelle concelho. Outros attri-<br />
Digo-lh'o eu!<br />
e os estudos profundos de erudição<br />
Diz-se, por um lado, no tal disbuem-noá<br />
guerra de extermínio que<br />
Mas o Tribuno acha bem!...<br />
jeríodo em que affirma que o the<br />
e de sciéncia, a cuja luz se fortificou<br />
se declarou aos cães,<br />
Elle não conhece os factos; não<br />
curso da corôa:— «o thesouro tem souro satisfez todos os seus com- Parece-nos pouco, para tanta bal-<br />
o seu espírito, para a concepção da tem imparcialidade, nem compe-<br />
podido obtemperar a todos os seus >romissos com os recursos próprios. búrdia.<br />
sua proposta!<br />
tência, nem escrúpulo, nem desejo<br />
compromissos com os próprios re- Ora pois.<br />
Alguns jornaes noticiáram a pre- de acertar; não tem alma, nem calor,<br />
cursos da nação»; «mantem-se a me- Haverá quem possa duvidar, peferência.<br />
O mesmo Tribuno espa- nem convicção; mas entrou e metlhoria<br />
alcançada nas condições do<br />
Não se reuniu no dia 4 o Solar<br />
rante taes dislates, tam extraordilhou-a<br />
á publicidade; e vae agora, teu-se a taralhão, pelo simples mo-<br />
do Barrigas e, para que a junta<br />
nosso regimen económico e finannárias contradicções, que o gover-<br />
por um méro impulso de bajulação,<br />
preparatória começasse a funccionar<br />
tivo de que encontrou a porta<br />
ceiro»; «têem-sedesinvolvidoas inno está doido varrido? Deverám at- no dia 5, foi necessário que a<br />
dá-lhe na tinêta para contradizer a aberta!<br />
dústrias e as transacções do commértribuir-se a outra causa, que não emprêsa escrevesse cartas, dirigisse notícia, ampliando-a de informações E honrôso e grato ao Tribuno<br />
ameaças e fizesse promessas aos e applausos de sua recreação.<br />
cio»; «sam mais fáceis as liquida- seja uma completa inconsciência,<br />
constitui r-se acolyto do Instituto;<br />
actores. Estes sabem a figura que E atrevidamente:<br />
ções»; «a taxa geral do desconto<br />
distribuindo sorrisos e graças de<br />
taes disparates?<br />
vam fazer e por isso se retrahem — " E isto o que é razoavell consolação!...<br />
tem baixado»; «é considerável a di- Quem em tal obra quiser vêr ou- tanto.<br />
Ora as sympathias do Tribuno<br />
minuição na exportação do ouro.» tra coisa, deverá entám, não cha-<br />
No dia 5, em que entraram no<br />
Effectivamente a massa éa mesma.<br />
não me despertam inveja.<br />
espectáculo só 54 figuras contando<br />
Óptima para matar carochas!!<br />
Por outro lado lê-se: «não tem mar ao governo mentirôso, fraudu- o sr. conselheiro Dias Ferreira, foi Vi na rectificação uma vindicta Pêlo fim:<br />
sido avultado o augmento da dívida lento, que é pouco, mas incitar o eleita a mêsa que ficou assim com- saloia; reles na essência e nos in- Decláro que não apeteço as pre-<br />
fluctuante no extrangeiro»; «a bai- país a que se revolte e dê cabo de posta: dr. Costa Santos, presidente, tuitos; extemporânea e ruim pela dilecções d'este raio de Tribuno.<br />
xa da cotação no câmbio do Brasil, a<br />
Armando da Motta Veiga e Espirito<br />
quem o está disfructando por tal<br />
inopportunidade.<br />
Santo Lima, secretários.<br />
Conheço-lhe bem a vida desven-<br />
alta de desconto em Londres e Ber- fórma.<br />
Objectei. E o Tribuno desdenhôso<br />
Os barrigas que devem figurar<br />
turada! Tem passado por muitas<br />
lim, a escassez das colheitas, a ca- Que isto é de mais.<br />
toma vulto; cerra os olhos de myo-<br />
como opposição do governo já rece-<br />
mãos de lettrados e subalternos:<br />
restia dos trigos nos mercados da<br />
beram os papeis.<br />
pia pedante e apenas lobriga a dis- nunca valeu mais do que isto!<br />
tância: um sr. A, que surgiu da Re-<br />
América, a restricção no valor dos Consta que o sr. D. Affonso vae Segundo nos informam, o ensaia-<br />
Agora saiba-se que este mise-<br />
productos exportados de Angola, desposar a duquêza de Richelieu, dor d'estes é o sr. Fratel. sistência, o qual A lhe affirmam ser rando, quando em outros tempos<br />
o auctor d'um dos projectos í...<br />
encarecendo o prémio do ouro, ag- filha da princêza de Mónaco.<br />
vivia da sôpa económica da benefigravaram<br />
os encargos da praça e Não bastavam as viajatas reaes;<br />
Realmente eu sou um A, como cénciajdeveujfavoresdesagradecidos<br />
temos agora o casamento do irmão Reune-se hoje em Montemór-o- elle pode ser um b!...<br />
produziram um relrahimento no<br />
de collaboração á minha caridade!<br />
do sr. D. Carlos, que também ha de Velho a assemblêa geral do syndi- O collosso de Rhodes, majestá- Não admira por isso que o reles,<br />
commércio de importação, que se ficar por bom dinheiro ao país, cato agrícola d'aquelle concelho, tico e pejado de importâncias so- para captar benevolénciaa dos ami-
galhótes da última hora, me vire o<br />
dente!<br />
O cão!...<br />
A.<br />
Falleceu em Lisboa este distinclo<br />
titular, que occupara um logar<br />
proeminente na nossa advocacia e<br />
nà republica das lettras.<br />
Como advogado, o visconde de<br />
Ouguella luctou sempre com a maior<br />
tenacidade contra a pena da morte,<br />
lornando-se notável o discurso que<br />
pronunciou em defêsa de Addré<br />
Turnes.<br />
Como litterato o visconde de<br />
Ouguella distinguiu-se especialmen-<br />
te péla Lucta social, publicada ha<br />
poucos annos. E uma bella obra de<br />
propaganda em favor da democracia<br />
e do socialismo, em que elle revela<br />
largos conhecimentos sobre a questão<br />
social.<br />
Na mesma ordem de idêas publicou<br />
O proletariado europeu e es<br />
tava concluindo um livro intitulado<br />
O último cartucho, a propósito do<br />
congresso de Londres.<br />
O Visconde de Ouguella foi de<br />
putado por Sintra em 1859, tornando-se<br />
notável pelos seus discursos.<br />
Abandonou, porém, a breve<br />
trecho a carreira política.<br />
Exerceu até ha pouco tempo o<br />
posto de grão-mestre da maçonaria<br />
portuguesa, em que foi substituído<br />
pelo sr. conselheiro Bernardino Machado.<br />
O Visconde de Ouguella tinha<br />
uma grande fortuna, que deixou a<br />
sua espôsa.<br />
Passam incommodados de saúde,<br />
OjSr. José Pinto de Mattos, industrial<br />
muito considerado, e o sr. Joaquim<br />
Gomes da Fonseca, hábil typographo<br />
da Imprensa da Universidade<br />
e digno presidente da direcção<br />
da Associação de Soccorros Mútuos<br />
da mesma imprensa.<br />
O nevoeiro em Londres<br />
0 tradicionel nevoeiro de Londres<br />
foi, sábbado último, de ta<br />
densidade que se tornou necessário<br />
accender durante o dia os candiei<br />
ros da illuminação publica, sem que<br />
is4o evitasse grande numero de accidentes.<br />
Alguns comboyos tiveram atrasos<br />
consideráveis; na estação de Wandaworth<br />
houve um choqne entre<br />
dous comboyos de passageiros, apesar<br />
de serem precedidos por locomotivas-pilotos.<br />
Houve bastantes<br />
ferimentos, mas não de muita gra<br />
vidade.<br />
Nas ruas de Londres occorreram<br />
numerosos choques de vehículos,<br />
tornando-se quasi impossível a cir<br />
culação. O movimento commercial<br />
teve de ser interrompido durante<br />
todo o dia, pois a illuminação não<br />
era suficiente para dissipar as trévas<br />
produzidas pelo denso nevoeiro.<br />
Falleceu em Madrid o antigo ministro<br />
Venâncio Gonzales.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
Dm círculo vicioso<br />
O correspondente político do nosso<br />
collega O Commércio do Porto,<br />
A situação cambial aggravou-se depois de se haver occupado na sua<br />
nos últimos dias. Effeitos do discurso<br />
da corôa, que deu a situação última Revista do inacreditável es-<br />
económica e financeira em accenjectáculo da abertura solemned'um<br />
tuada melhoria.<br />
)arlamento que caiu no mais com-<br />
)lelo ridículo, diz sobre as respon-<br />
"Visconde de Ouguella sabilidades da irrisória situação em<br />
que se encontra a nossa política:<br />
«E, francamente, não nos indigna<br />
muito o governo, que a isto nos tem<br />
conduzido!<br />
Já o outro dia lhe retiravamos, em<br />
matéria da mais grave importância,<br />
uma parte capital da sua responsabilidade.<br />
É que esta pertence, cada vez mais,<br />
â nação, cada vez mais a todos nós.<br />
Em vez de sermos, como nos cumpria<br />
ser, os actores cheios de interésse<br />
do nosso theatro político, somos<br />
apenas os espectadores desinteressados<br />
do mystério, que diante de nós,<br />
uma fracção pequeníssima do pôvo vae<br />
demoradamente representando.<br />
Agora, governa-nos este governo;<br />
ámanhã ha de governar-nos aqueloutro,<br />
oue já d'alli se apresenta asso<br />
mando. Depois, ha de voltar a gover<br />
nar-nos este; até que seja tempo de<br />
passar a governar-nos o outro, e assim<br />
snccessivamente.<br />
Mas esses homens sam sempre os<br />
mesmos, usando sempre os mesmos<br />
processos, commettendo sempre os<br />
mesmos érros, fazendo sempre resvalar<br />
o país aos mesmos precipícios e<br />
atirando sempre com elle aos mesmos<br />
atoleiros 1<br />
Porque não procura o país, em si<br />
mesmo, outros homens inspirados nóu<br />
tras ideias, possuidores de outros meios,<br />
capazes de o erguerem ás alturas a<br />
que aspira, e de o estabelecerem no<br />
alto nivel que deseja?<br />
Não pôde ser; o país, como deve saber<br />
quem taes perguntas nos faz, é<br />
constituído por governados; aqueiles é<br />
que sam os governantes. Não sam nossos;<br />
nós é que somos d'elles. E não<br />
pôde haver confusão possivel entre o<br />
governado e o que governa.<br />
A mentalidade nacional está neste<br />
período de depressão irremovível. Com<br />
gente d'esta, com cabeças assim constituídas,<br />
e que assim raciocinam, o<br />
que se ha de fazer?<br />
Todos os dias, os homens que de<br />
mais perto roçam pelas coisas publicas,<br />
os que conversam nos círculos,<br />
os que escrevem nas redacções, affir<br />
mam princípios empíricos, da mais<br />
incrível superficialidade' Ê assim. As<br />
coisas sam de tal modo, porque o sam.<br />
Razões, que nunca o foram, occupam<br />
o logar da razão.<br />
Acceita-se, de ânimo leve, tudo quan<br />
to lisonjeia a preguiça inteilectual. Para<br />
a maior parte da gente não ha esforço<br />
mais violento, nem mais fatigante, que<br />
o esforço de pensar.<br />
A nação descança, ha mais de trin<br />
ta annos, nesta cómmoda noção ern<br />
pírica, enquanto a ideaes políticos, e<br />
a ideias de governo: Quem tem direito<br />
a governá-la sam, alternativamente, os<br />
grupos politicantes, que se distinguem<br />
pro fórma, pelos nomes de progres<br />
slstas e de regeneradores.<br />
Sabe outra coisa ainda que lhe met<br />
teram na cab ça, e que lhe substitue<br />
ás mil maravilhas, a canceira de mui<br />
tas reflexões: sabe que as situações se<br />
gastam passado algum tempo, e que<br />
devem ser substituídas.<br />
E não precisa de mais nada, para<br />
saber tudo quanto lhe pôde interessar<br />
em politica, e para ter a explicação de<br />
todas as coisas.<br />
Em um governo começando a encher<br />
a medida dos seus desacertos, aggravando<br />
cora elles o estado do pais e irri<br />
tando a opinião, êsse governo principia<br />
a estar gasto. E' um euphemismo<br />
bonito e cómmodo, que dispensa outra<br />
ordem de critica e de considerações.<br />
Assim o governo actual, o que está<br />
é gasto pelo tempo; dura ha muito. Tudo<br />
quanto excede dois annos é ja favor.<br />
Para que é preciso estar agora a<br />
indagar e a recordar como tem vivido<br />
e o que tem feito ? Gastou-se, coitado.<br />
E' a ordem natural das coisas.<br />
0 outro, governo progressista, que<br />
também ha seis aunos acabâra por se<br />
apresentar gasto de todo, agora já está<br />
reconstituído, já parece novo.<br />
Venha elle, e vá êste para casa, rejuvenescer,<br />
restaurar-se. E d'aqui a<br />
dois annos, o mais tardar, pôde começar<br />
a apparecer, pois entam ha de ter<br />
já, de certo, quem o relembre com saudade.<br />
Os regeneradores, no entender do<br />
mesmo empirismo público, estam governando<br />
vae para quatro annos, pois<br />
para esse empirismo, isto sam os regeneradores.<br />
E' tempo agora, diz, de<br />
virem os progressistas, que já não go-<br />
vernam ha muito. Agora é a vez d'eles.<br />
Pois quem havia de ser?<br />
E vamos a vêr o que elles fazem,<br />
vamos a vêr se isto se endireita, se<br />
toma caminho!<br />
Pronunciadas taes sentenças, recaído<br />
em tal conformidade, o país fica satisfeito<br />
consigo mesmo, á espera dos<br />
acontecimentos, á espera do que os<br />
governantes farám d'elle, e trata de<br />
pensar noutra coisa.<br />
O futuro está assegurado. Qnando a<br />
situação progressista estiver gasta, tam-<br />
pem, Deus, que vela sobre nós, favorecer-nos-ha<br />
com uma situação regeneradora.<br />
Porque o pais está convencido que<br />
isto foi assim desde o principio do<br />
mando, e que assim ha de ser sempre»<br />
Não pôde contestar-se a verdade<br />
d'estas afirmações, que traduzem<br />
rigorosamente o estado em que se<br />
encontra a política monárchica no<br />
nosso país.<br />
O auctor da Revista não se limita<br />
porém ao papel de crítico.<br />
De ha muito vem elle apostolando<br />
a formação d'um partido nacional,<br />
para evitar assim a rotação do<br />
poder entre os dois partidos que<br />
estám completamente gastos e desacreditados.<br />
Ainda quando fosse possivel a<br />
organização d'esse partido, o que<br />
não cremos, nenhum benefício derivaria<br />
d'elle para o país dentro, das<br />
actuaes instituições. Não sam os<br />
partidos, é a monarchia que está<br />
completamente gasta e desacreditada.<br />
E a suppressão d'esta que se<br />
torna absolutamente indispensável<br />
para a regeneração do país.<br />
Os governos nephelibatas, dos<br />
taes grupos extra-parlidários, dos<br />
taes homens de valor, deixáram de<br />
si recordações que não mais esquecerám.<br />
O Movimento Catolico de Madric<br />
noticia que se prepara uma concor<br />
data entre Portugal e a Santa Sé<br />
ácèrca da organização da bierarchia<br />
ecclesiastica nas províncias de Angóla<br />
e Moçambique, sendo os encarregados<br />
d'essas negociações e núncio,<br />
monsenhor Ajuti, e os srs<br />
Soveral e Sousa Monteiro.<br />
A caixa filial do Banco de Portugal<br />
nesta cidade obteve lucros na<br />
importância de 25 contos approximadamente.<br />
O senado francês<br />
Ê conhecido já o resultado das<br />
eleições que se realizaram em Fran<br />
ça no último sábbado para a esco<br />
lha de 97 senadores em trinta departamentos.<br />
A derrota dos monárchicos foi<br />
monumental, perdendo nada menos<br />
de oito logares. Os radicaes e socialistas<br />
ganharam nove, derrotando<br />
Constares, o enérgico ministro<br />
do interior que feriu mortalmente o<br />
Boulangismo e que tam antipálhiéo<br />
se tornou pela sua demasiada severidade,<br />
e Hebrard, director do<br />
Morreu na ilha de Mau o sr. JosêMylchreest,<br />
que descobrira e explorára<br />
grande nUmero de minas de diamantes<br />
na Austrália, na América e em África,<br />
tendo estas últimas sido vendidas ao<br />
syndicato formado pelo sr. Cecil Rhodes.<br />
Conhecido pelo nome suggestivo<br />
de Rei dos diamantes, era o maior proprietário<br />
individual de minas de diamantes<br />
que tem existido, e as duas<br />
jóias que têem o seu nome passam por<br />
ser das mais bellas do mundo. Estavam<br />
ainda em seu poder no momento em<br />
que morreu o Rei dos diamantes.<br />
O sr. Mylchreest fôra o modelo do<br />
heroe do livro do seu amigo Hall Caine,<br />
intitulado The Manseman.<br />
Gelebrou-se hoje o casamento do<br />
illustre africanista sr. Victor Cordon,<br />
com a sr. a D. Maria Elmira<br />
Correia d'Almeida, filha do sr. José<br />
Correia d'Almeida, d'esta cidade.<br />
A Áfriea do Sul<br />
O célebre Cecil Rhodes, que pla-<br />
Temps. A derrota d'estes dois canneou<br />
e dirigiu a cobárde incursão<br />
didatos tem sido objecto de vivos<br />
commentários. *<br />
do dr. Jamson no Transwaal com<br />
Dos senadores eleitos 64 sam forças da South África, soffrendo<br />
governamentaes, 16 radicaes, 12 uma derrota vergonhosíssima, não<br />
monárchicos, e 5 socialistas. se considéra perdido para a reali-<br />
Este resultado é a condemnação zação do sonho dourado da Ingla-<br />
do imposto sobre o rendimento e<br />
terra: a unificação da África do<br />
da revisão constitucional, que não<br />
)oderám implantar-se em França<br />
Sul. Ha pouco, respondendo a uma<br />
sem um conílicto gravíssimo com o manifestação que lhe foi feita em<br />
senado.<br />
Rondebusch, afirmou de novo o<br />
O socialismo, porém, não aban- propósito de executar êsse plano,<br />
donará o campo da lucta e a vi- dizendo que não considéra perdida a<br />
clória sem dúvida lhe pertencerá sua carreira, sendo agóra que ella<br />
num futuro mais ou menos próxi-<br />
verdadeiramente começa.<br />
mo.<br />
Este discurso causou impressão<br />
vivíssima no Transwaal, onde rea-<br />
0 arrendamento das linhas férreas<br />
brasileiras<br />
lizando-se uma contra-manifestação<br />
em Pretória, fazendo o juiz Jorrissem,<br />
Ao que parece e pelo que diz<br />
que ía á frente d'ella, um discurso<br />
uma folha estrangeira, são quatro na presença do presidente Kruger<br />
os syndicatos que se propõem ar- em que, referindo-se á glorificação<br />
rendar as linhas férreas do Estado que se estava fazendo a Cecil Rho-<br />
brasileiro, que téem uma extensão des na colónia do Cabo, quando<br />
de 2:950 kilómetros, e que costa-<br />
elle está em vésperas de ser julgado<br />
ram ao Brasil 288:118 contos,<br />
moeda brasileira.<br />
pela justiça dos seus compatriotas,<br />
Os quatro syndicatos sam: um disse que era muito de temer que<br />
allemão, do qual faz parte Krupp, grandes máles resultassem d'esta<br />
outro inglês, outro belga e outro situação.<br />
franco-brasileiro, tendo á sua frente O presidente Kruger não respon-<br />
o conde de Fi gueiredo, fundador<br />
do Banco Nacional Brazileiro, do<br />
deu, mas sem dúvida concordou e<br />
Rio.<br />
prepára-se para a lucta.<br />
Certo é que os effeitos desta se<br />
ham de sentir nas nossas possessões<br />
Dizem alguns jornaes governa- africanas, sendo nós víctimas tammentaes<br />
que o partido progressista, bém da cobiça da Inglaterra. Mas<br />
havendo cortado as relações offi o governo de sua majestade não<br />
ciaes com o rei, devia conquistar o<br />
pensa nisso, não adopta providên-<br />
poder por meio d'uma revolução.<br />
cias algumas, o que seria perigôso<br />
Estamos d'accôrdo. E ainda é<br />
tempo de os progressistas pensarem<br />
porque poderia melindrar a nossa<br />
nisso.<br />
fiel alliada.<br />
As nossas colónias são objecto<br />
de tam diligente sollicitude porparte<br />
Vae reger a cadeira de práctica do governo, tem elle pensádo tam<br />
do processo no 5.° anno jurídico o sériamente, já não dizemos em<br />
sr. dr. Avelino Callisto, no impedi-<br />
promover o seu melhoramento mas<br />
mento do cathedrálico sr. dr. Manuel<br />
Dias da Silva, que, segundo<br />
em garantir a sua manutenção, que,<br />
nos consta, só no próximo mês de como nota O Commércio do Porto:<br />
fevereiro reassumirá o exercício das<br />
suas funcções.<br />
«Tudo quanto o governo<br />
pensa sobre administração e<br />
política colonial está bem claramente<br />
exprésso no discurso<br />
da corôa. Não se diz ali uma<br />
palavra a<br />
peito !...»<br />
semelhante res-<br />
Durante o anno de 1896 houve<br />
nesta cidade o seguinte consumo<br />
de carnes verdes: — Bois abatidos,<br />
1:562, com 302:463 kilg.; vaccas,<br />
2, kilg. 394; vitellas 396, kilg.<br />
17:716,5; carneiros 27:994, kilg.<br />
174:544; cabras 1:206, kilg. 1:206,<br />
kilg. 11:335; porcos 1933, kilg.<br />
155:796,5,<br />
E o que havia de dizer o governo,<br />
se nada sabe, nem tem tempo<br />
para estudar, nem capacidade para<br />
aprender!<br />
Communicam-nos que é desesperádo<br />
o estado do sr. dr. Francisco<br />
Antonio Rodrigues d'Azevedo, lente<br />
de prima jubilado da faculdade de<br />
theologia e presidente do cabido<br />
da Sé de Coimbra.<br />
O illustre enfermo conta 86 annos<br />
d'edade.<br />
Tem passado muito incommodada<br />
de saúde a bondósa espôsa do<br />
sr. dr. Lopes Praça, sábio cathedratico<br />
da faculdade de Direito.<br />
Desejamos ardentemente as me-<br />
Ihóras de s. ex.\<br />
Deixou de funccionar em 31 do<br />
mês findo o Club Conimbricense, o<br />
mais antigo que havia em Coimbra,<br />
Ghamavam-lhe o club dos lentes,
O u C b a<br />
Notícias recebidas em Madrid<br />
dizem que o generalíssimo Máximo<br />
Gomez, passára a trocha de Jucaro<br />
cm direcção a Las Yillas, á frente<br />
d'um numerôso exército. Estas notícias<br />
causáram a mais viva inquietação,<br />
sendo convocada immediátamente<br />
uma conferência entre o general<br />
Azcárraga, ministro da guerra,<br />
Gánovas dei Castilho, presidente<br />
do conselho e Primo de Rivéra,<br />
capitão general de Madrid, a que se<br />
liga grande importancia, havendo<br />
quem affirme que se resolvera exonerar<br />
o general Weyler, que seria<br />
chamado a Madrid, indo substituí-lo<br />
Azcárraga, cuja popularidade tem<br />
augmentado muito.<br />
O general Weyler continua todavia<br />
a affirmar que já está pacificada<br />
a província de Pinar dei Rio e que<br />
dentro de vinte dias pacificará completamente<br />
as províncias de Matanzas<br />
e Navarra.<br />
Sabe-se já que crédito deve ligar-se<br />
a estes telegrammas.<br />
*<br />
A situação económica de Cuba<br />
encontra-se num estado verdadeira<br />
mente deplorável. O correspondente<br />
do jornal inglês The Times diz que<br />
a próxima colheita do assucar não<br />
será superior a 150:000 toneladas,<br />
tendo havido 1.100:000 em 1895<br />
e que a colheita do tabaco ficará<br />
reduzida & pouca mais de 15 por<br />
100 da obtida no anno anterior.<br />
0 dr. Baccelli, um amador dedicado<br />
tia archeologia romana, que foi dire-<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
ctor do ministério de instrucçâo e bellas-artes,<br />
occupou-se em tempo do projecto<br />
de retirar do fundo do lago Némi,<br />
perto de Roma, os navios romanos, que<br />
ahi foram descobertos ha cêrca de um<br />
anno. O engenheiro naval Malfatti foi<br />
encarregado de estudar o processo de<br />
salvar os navios, que estavam enterrados<br />
no lôdo, e no relatório apresentado'<br />
diz que o meio mais práctico a<br />
adoptar não seria, como se peDsou a<br />
principio, pôr a nado com o auxilio<br />
de poderósos apparelhos os dois navios,<br />
mas sim deixá-los em sêeco, baixando<br />
o nivel do lago cêrca de 22 ou<br />
23 metros. Biisando 13 metros já ficaria<br />
a descoberto um dos navios, mas<br />
Quando, pois, se verifiquem as<br />
previsões de Weyler, no que não<br />
acreditamos, a Hespanha terá de<br />
suspender sommas enormes para a<br />
restauração económica de Cuba, o<br />
que virá aggravar mais a sua precária<br />
situação financeira. As consequências<br />
que d'aqui deriváram sam Falleceu hontem, na edade de<br />
fáceis de prever.<br />
78 annos, o sr. dr. Agostinho Thomaz<br />
dos Santos Viegas, de Ceia,<br />
sôgro do abastado capitalista d'esta<br />
Navios romanos cidade sr. Francisco Rodrigues da<br />
Cunha Lucas, a quem damos sentidos<br />
pesames. -<br />
Remissões<br />
No districto de recrutamento e<br />
reserva de Penafiel dizem que renderam<br />
as remissões durante o mês<br />
de dezembro cêrca de 30 contos<br />
de réis.<br />
mente occorrido, foi encarregada a<br />
presidência de fazer as necessárias<br />
averiguações.<br />
Auctorizou trabalhos de canalização<br />
de aguas em vista de pedidos feitfls<br />
por via de requerimento.<br />
Mandou registrar a nota das canalizações<br />
d'agua executadas desde o dia<br />
10.<br />
Enviou á repartição competente para<br />
informar, diversos requerimentos, pedindo<br />
canalizações d'agua.<br />
Miranda.<br />
KALENDARI0 DE JANEIRO,
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia —História do limoeiro—O<br />
Limoeiro hoje—O regulamento — Os presos—Cm<br />
canicida—Condemnado ámórte-Fugas célebres—acenas<br />
de sangue - As pri*ões e o absolutismo—<br />
Hío tempo dos Cabraes—Q trabalho—A minha<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres, por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
I)epósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />
2 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
3 â rmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
4 lllrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leilão;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão ;<br />
De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />
Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />
económicas . 20000<br />
Agência era quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês 10000<br />
Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />
feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
e o constituinte tem sómente a pagar a agência.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />
e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte 10000<br />
Todos os serviços sam feitos com promptidão e quasi de<br />
graça.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
Previlegiado em Portugal pelo atoa 1:127<br />
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Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2)51700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anuo 2^400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
ANNUNCTOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti'<br />
pões, 20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />
desconto de 50 p. c.
N.° 107 COIMBRA-Domingo, 10 de janeiro de 1897 2.° ANNO<br />
AOS INDIFFERENTES<br />
De todos esses discursos da corôa,<br />
nenhum outro existe como o<br />
último que acaba de ser lido, mais<br />
cheio de cynismo, mais crivado de<br />
mentiras repugnantíssimas! E claro<br />
que apenas me refiro á questão<br />
económica e financeira, tratada naquelle<br />
documento, com uma tal incúria<br />
ou inépcia, com uma tal desvergonha<br />
ou ausência de senso-commum,<br />
e até de respeito para o chefe,<br />
do Estado, irresponsável segundo<br />
a constituição do reino, que ou<br />
os ministros da corôa estám positivamente<br />
doidos, ou sam consciéntemente<br />
uns traidôres á pátria I<br />
Alguns períodos do relatório do<br />
actual ministro da fazenda, apresentado<br />
a 6 de março de 1896, e<br />
que já analysei, demonstrando que<br />
estavam em diametral opposição<br />
com a núa e crúa verdade dos factos,<br />
foram agora transportados para<br />
o discurso da corôa, e no dia 1 de<br />
janeiro de 1897 ainda se atreve o<br />
mesmo ministro, e por duas vezes,<br />
a dizer pela bécca do-eliefe-do Estado<br />
: que o país continua melhorou<br />
do económica e financeiramente!<br />
O que vexa, o que contrista, i<br />
levar-se o chefe do Estado a proferir<br />
tam monstruosa calúmnia, os<br />
navios de guerra a embandeirarem<br />
cm arco, a i. a progressivo descenso dos câmbios, dições económicas do pais > -— tal foi<br />
alimentando-se menos, ou peor, ou o cumprimento de bôas-féstas, di-<br />
IE3©a, joloTra,! CRISE CAMBIAL<br />
mais caro?<br />
rigido cá para fóra, no discurso da<br />
Parece ser caso deliberado que<br />
O próprio ministro da fazenda corôa, á desditosa nação portu-<br />
as obras do paço episcopal vam ser N'O Commércio do Porto vem<br />
não luctou para satisfazer os enguesa. subordinadas á direcção d'um ar- publicada, em artigo de fundo, uma<br />
cargos da dívida externa, as factu- Foi insultár o país; foi ridiculachiteclo, cuja competência e talen- interview entre o correspondente de<br />
ras dos seus fornecimentos, os sarizá-lo na sua miséria e nobres astos sirvam de sólida garantia ás Lisboa d'aquella folha, sr. Rangel<br />
ques sobre saques dos commissápirações por melhores dias. enormes responsabilidades d'essa de Lima, "e o sr. Conselheiro Julio<br />
rios régios, os ordenados dos diplo- Bruck escreveu que os indivíduos grave emprêsa e de reparação ar- de Vilhena sobre a crise cambial e<br />
mátas e d'essa multidão de officiaes pódem esquecer ou perdoar algutística aos êrros commettidos. a questão económica.<br />
de marinha, que, a peso d'ouro, anmas vezes um insulto e alé mesmo A necessidade urgentíssima de As declarações do sr. Julio de<br />
dam pelo extrangeiro, uns a fisca- um dito, uma palavra que os ridi- uma tal solução era reconhecida Vilhena sobre a nossa situação ecoizar,<br />
outros a fingir que fiscalizam, cularize; mas que as nações, quando<br />
3or Ioda a gente, como a única a nómica estám em perfeita contra-<br />
oppôr á insânia que se apossou dos dicção com os piramidaes dispará-<br />
e ainda outros a passear as fiscali- insultadas ou expostas ao ridículo,<br />
mestres improvisados, ferozes e ás tes do governo no discurso da cozações<br />
?<br />
nunca esquecem e nunca perdôam.<br />
soltas!<br />
rôa, o que não obstará a que o sr.<br />
Pois a commandita de bacharéis Já que chegámos ao pensamento<br />
Urge que a intervenção d'um ar- Julio de Vilhena dê todo o apoio ao<br />
vedantes guindados a secretários d'um philósopho moderno, termitista<br />
subjugue a ineptidão e ponha governo na câmara dos pares e a<br />
d'Estado, e o mais graduado de tonámos serenamente citando também côbro ás arremettidas deploráveis que vote á resposta ao tal discurso.<br />
dos elles a ministro da fazenda, um philósopho antigo.<br />
dos archilectos por geração espontâ- Mas prosigamos.<br />
mandam dizer pelo reinante, que Escreveu Plutarco que os habinea, impávidos e incorrigíveis, ape- Segundo o sr. Julio de Vilhe-<br />
aliás não tem culpa d'isso, porque tantes da Ásia Menor, depois de sar dos clamôres e do protesto gena, as principaes causas da de-<br />
é irresponsável segundo a lei, que explorados pelos governantes, fôram ral! '<br />
pressão cambial sam o desequi-<br />
durante o anno de 1896 imanteve reduzidos á escravidão extrangeira, E, como consequência, a Sé Velíbrio da nossa balança commercial,<br />
se, sem dúvida, a melhoria alcança por nunca lerem lido a coragem de lha está naturalmente exigindo que o quasi exgotamento do nosso stock<br />
da nas coudições do nosso regimen se unirem e levantarem como um sobre ella se exerça a mesma su- metállico e a offerta insignificante<br />
económico e financeiro.»<br />
só homem, dizendo — Basta. perintendência e auctoridade. do papel cambial, em consequência<br />
Sem dúvida t Para admirar é que Lisbôa, 7 de janeiro de 1897.<br />
Os disparates grosseiros alli pra-<br />
da situação do Brasil. Para o goticados<br />
pela filáucia indomável do<br />
vernador do Banco de Portugal tudò<br />
não tivesse escripto— em regra, já<br />
Eduardo Abreu.<br />
sr. Frazão, ou da sua gente, é pre-<br />
o mais sam coisas secundárias, sem<br />
que da outra vez passou incólume,<br />
ciso que sejam corrigidos quanto<br />
grande influência sobre o assumpto.<br />
tam incólume que não ha memória,<br />
Em voz alta no' Solar, fallando antes e assegurada a discrição e o<br />
Assim deve portanto considerar-se<br />
mesmo no áureo período das cha- mais para as galerias do que para acêrto no proseguimento das obras.<br />
o desequilíbrio financeiro.<br />
madas— vaccas gordas—, de an- os barrigas, disse o sr. João Franco<br />
Porquê?<br />
A heterogeneidade inconciliável<br />
darem pelo extrangeiro tantas e que já estava ha quatro annos no<br />
da commissão de restauração da Sé Dí-lo o sr. Julio de Vilhena ao<br />
tam numerósás missões e commis-<br />
poder e que ainda se conservaria lá<br />
outros quatro.<br />
Velha está mais que provada: por- analysar os meios por que pôde<br />
sões de officiaes de marinha, com E não nos parece muito para leque o sr. Frazão é... phenome- obter-se a nossa restaúração econó-<br />
um excesso de abono, absolutamenvar a cabo o seu grandiôso projecto nal!mica.<br />
Para isso, declarou élle, ha<br />
divisão militar a for te illegal e até ultrajante em face de engrandecimento do poder real Toda a tentativa de concordân- dois procéssos: o financeiro e o<br />
mar em parada I<br />
.da pobreza do país, das misérrimas<br />
cia é e será impossível, com um tal económico.<br />
Trôea artilheria, sôem os clarins, condições do thesouro e da lei, que<br />
homem, — que não vê, não sabe, O primeiro consistiria na èxtmc-<br />
0 dinheiro dos contribuintes<br />
rufem os tambores, toquem as mú córta 30 °/o nos juros da dívida pú-<br />
não quer!. ..<br />
ção do deficit orçamental. Mas esse<br />
sicas, e... apresentar armas — blica.<br />
Do nosso prezado collega O Paiz: Ora a continuação d'êste estado processo é inefficaz, porque todos<br />
de coisas seria um vexame e uma os meios experimentaes de fazer<br />
que o pais continua melhorando finan- «, Continuam melhorando as condi- «O sr. Cypriano Jardim, goceira<br />
e economicamente.<br />
ções económicas do país»—ateima o vernador da província de S. Tho- defraudação para o país. Um vexa- subir as receitas do Estado, como o<br />
mé, encommendou para Lisboa me, porque representaria aos olhos augmento de impóstos, a reducção<br />
A 31 de dezembro de 1895, o relator do discurso da corôa.<br />
250 toneladas de rails especiaes, do visitante extrangeiro um atrazo nos preços da dívida pública, a dimi-<br />
cambio sobre Londres estava a 49 Ao começar o anno em que tal para assentar numa estrada. e uma inferioridade na educação nuição no rendimento dos funcio-<br />
3/4. Foi baixando lenta, irregular heresia foi proferida, continuava em A encommenda foi satisfeita, geral; uma defraudação, porque não nários, quando a economia do país<br />
mas progressivamente, fechando em larga escala pelas grandes artérias custando 28 contos de réis, quan-<br />
se tolera, que á custa dos dinhei- está affectada de uma doença orgâdo<br />
devia custar 12 ou 14, sem<br />
31 de dezembro de 1896 a 38 V». fluviaes, Tejo e Douro, a importação<br />
auctorização superior, e o transros<br />
públicos se estejam commettennica, sam inteiramente contraprodu-<br />
O que significa isto para o mais de cereaes absolutamente necessáporte importou em 2:400$000 do disparates, por cálculo, por malcentes: apresentar4e-hia um orça-<br />
obscuro cobrador d'um banco ou rios para a alimentação quotidiana réis.<br />
dade, ou por perrice, no meio da mento sem deficit, enfraquecendo-se<br />
d'um banqueiro, senão que duran das duas grandes capitaes, e por Chegaram os rails a S. Thomé, reprovação e dos protestos unâni- as fôrças productivas, aggravando-<br />
mas o sr. Jardim recusou-os.<br />
te o último anno foi successivamen- toda a fronteira terréstre eram<br />
mes 1...<br />
se o mál estár individual e aug-<br />
Encontram-se por isso os rails<br />
mentando portanto os deficits indite<br />
augmentarfdo o prémio do ouro poucos todos os meios de conduc- na praia, destinados a não serviduaes.<br />
e, portanto, encarecendo todos os ção para o transporte de pão hesvir, ao completo abandono, mas Partido republicano<br />
generos, todos os artigos de companhól. E, todavia, tal é a penúria os 28:000|000, segundo parece,<br />
O sr. Julio de Vilhenaesqueceumércio—e,<br />
portanto, também difi- geral, que nem os cereaes e fari-<br />
já estão pagos.<br />
Em Sever do Vouga está-se orse, vá lá este termo que talvez péque<br />
E' assim que se gasta o diganisando<br />
a commissão municipal por demasiádo brando, de que o<br />
cultando os pagamentos externos nhas que entram constantemente nheiro dos contribuintes—esse<br />
republicana.<br />
desequilíbrio financeiro tem sido<br />
incluindo os do próprio Estado? pela fronteira marítima, nem o pão dinheiro tam avaramente arran<br />
originado em escandalosos favori-<br />
Pois não é evidente que o com- já fabricado, que é diariamente in- cado pelo fisco a todos os que Sagasta declarou que era muito tismos, inqualificáveis esbanjamenmércio<br />
e a indústria teriam juntado troduzido pela fronteira terréstre,<br />
trabalhamos 1<br />
grave a situação política 'de Hespatos,<br />
torpes negociatas, syndicatos<br />
E' d'esta fórma que os minisnha e que se tornava necessário fir-<br />
immensamente durante o anno que podéram ainda chegar ao centro do<br />
tros do rei administram as arruimar a paz com Cuba, custasse o<br />
em que setêem adquirido enórmes<br />
findou para poderem satisfazer in país, para ahi egualmente abastenadas finanças do thesouro, quan- que custasse, contanto que se man- fortunas á custa do Estado e não na<br />
tegralmente os seus compromissos cerem as populações ruraes. 0 que do a legião dos esfomeados cresce tenha a integridade do reino e o retribuição aos funccionários públi-<br />
no extrangeiro ?<br />
ha no Alemtejo, em muitas regiões espantosamente!»<br />
decôro da nação.<br />
cos que sempre tem sido mesquinha,<br />
Se o governo hespanhol pensar<br />
E não foi sobre o consumidor, a da Extremadura e Beira Baixa —<br />
nem por falta de pagamento de im-<br />
como o português ácêrca da dignipóstos, excessivamente pesados, que<br />
que aliás também pertencem todos é fóme, a verdadeira fóme, negra e D'esta vez parece que sempre sáe dade nacional, não é por êste lado<br />
o país tem satisfeito |com paciên-<br />
os commerciantes e industriaes, que crueh<br />
a fornada dos pares, que será de que deixará de fazer-se a paz com<br />
cia mais que evangélica.<br />
pesaram todas as consequências do Apesar d'isto, melhàram as con- 14 segundo a última versão. Cuba.
Esqueceu tudo isso e que fôram<br />
esses esbanjamentos, favoritismos,<br />
syndicátos e negociatas que leváram<br />
o país á bancarrôta, sendo reduzi<br />
dos os juros das inscripções e cer<br />
ceádos os vencimentos dos funccio<br />
nários públicos e*que a sua conti<br />
nuação, nò meio da geral indiffe<br />
rença do país, nos arrastará fatal<br />
mente e em curto práso a uma ca<br />
tástrophe ainda mais tremenda, e<br />
por isso declára que o equilíbrio<br />
financeiro não attenuará a crise<br />
económica.<br />
Como se as fôrças productivas do<br />
país não soffressem com os despe<br />
dícios criminosos dos governos, que<br />
dam aos seus afilhados > com que<br />
construírem ricos chalets, plantarem<br />
riquíssimas vinhas, montarem earruágens,<br />
fazerem viajátas pelo extrangeiro<br />
e vivêrem num luxo asiático.<br />
Como se não tivessem de ser<br />
pagos no extrangeiro, em bom oiro<br />
os juros d'uma fabulosa dívida que<br />
em grande parte é devida a esses<br />
esbanjamentos!<br />
D'isto se esqueceu o sr. Julio de<br />
Vilhena e portanto de dizer que era<br />
possível realizar grandes economias<br />
nas despêsas do Estado, melhorando<br />
até os serviços públicos e animando<br />
as fôrças productivas, e que d'essas<br />
economias derivaria para a nossa<br />
situação económica uma importante<br />
melhoria.<br />
Onde está, para o sr. Julio de<br />
Vilhena, o meio de obter a nossa<br />
restauração económica? Ouçam, que<br />
o caso é sério.<br />
Adquira o governo por contractos<br />
livres ou por expropriação os<br />
terrenos necessários e faça-se cultivador,<br />
lavrador. O Banco de Portu<br />
gal adiantar-lhe-ha no praso de cinco<br />
annos, em séries annuaes de<br />
2:000 contos, a quantia de 10:000<br />
contos destinados á cultura de ce<br />
reaes nos terrenos escolhidos, mediante<br />
o juro de 2 p. c., que será<br />
pago pelo rendimento dos mesmos<br />
terrenos. Como garantia para o banco,<br />
esses mesmos terrenos.<br />
Para o sr. Julio de Vilhena será<br />
êsse o começo da nossa restauração<br />
económica.<br />
Vamos pensar sobre o caso que,<br />
repetimos, é sério.<br />
O afan da perseguição á imprensa<br />
alástra-se pela província,<br />
assoprado pela fúria impotente<br />
d'um ministro rancorôso.<br />
Acábam de ser querellados cinco<br />
números do Benaveíense.<br />
Que susto I<br />
Só porque o nosso prestante correligionário<br />
dr. Eduardo d'Abreu<br />
publicou um manifesto e Salmeron<br />
fez num comício referências amaveis<br />
a Portugal, uma folha do governo,<br />
escusado é dizer qual, aconselha<br />
o governo a que tome medidas<br />
preventivas.<br />
Não passaria isto d'um caso ridículo,<br />
a juntar aos que todos os<br />
dias se estám dando na política monárchica,<br />
em que unicamente se de-<br />
via vêr uma inexprimível manifesta<br />
ção do mêdo de que se acham pos<br />
suidos os políticos que têm trafica<br />
do com o dinheiro e a honra do<br />
país, se êsse jornal não fallasse na<br />
possibilidade d'uma pavorosa. As<br />
sim e sabendo-se que o governo de<br />
seja a todo o custo, seja porque<br />
meios fôr, prestar mais um serviço<br />
á monarchia consolidando-se no po<br />
der, bom será que os nossos corre<br />
ligionários adoptem também provi<br />
déncias.<br />
Que este governo é capaz de<br />
tudo.<br />
Foi aberto, segundo affirma um<br />
jornal de Lisboa, mais um crédito<br />
especial de 75:000^000 réis para<br />
pagamento de excéssos á companhia<br />
das aguas. Como commentário ao<br />
discurso da corôa. é de primeira<br />
ordem.<br />
Diz-se que o governo, para obter<br />
a cotação das obrigações dos Caminhos<br />
de ferro de norte e leste<br />
concedêra á companhia a proragação,<br />
por i2 annos, do praso para<br />
a remissão das linhas e o direito de<br />
opção sobre a venda, arrendamento<br />
ou exploração das linhas férreas do<br />
Minho e Douro e sul e sueste.<br />
Não duvidámos de que assim<br />
seja, estamos atédispóstos a crê-lo;<br />
mas como não tardará muito que<br />
tudo isso se saiba positivamente<br />
abster-nos-hemos por'ora de qualquer<br />
crítica.<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
Aos indifferentes<br />
Ao mesmo tempo que as gazelas<br />
fazem reportagem sobre a ostentação<br />
com que a sr. a D. MariaPiaoccupao<br />
primeiro andar do mais faustoso<br />
hotel de Paris, uma folha de Villa<br />
Beal descreve com as mais sombrias<br />
côres a fome e a miséria que invade<br />
as populações de Traz-os-Montes<br />
E notícias de Campo Maior registam<br />
a continuação dos assaltos<br />
bolota, pelos esfaimados, que<br />
resistem aos guardas das herdades,<br />
e fazem necessária a intervenção das<br />
praças da guarda fiscal.<br />
Toda a imprensa republicana<br />
frisa o desprendimento e o luxo com<br />
que á família real apraz escarnecer<br />
dos infortúnios do povo.<br />
O inventor da dynamite<br />
Nos dois últimos mêses em que, por<br />
instrucções do governo, foi convenientemente<br />
estabelecido o serviço de extermínio<br />
de cães, foram mortoí nos<br />
quinze concelhos d'este districto, i;700<br />
d'esses animaes,<br />
0 diabo feito ermitão<br />
publicano poderia ser querellado —<br />
Publicámos uma parte do mani-<br />
No regimen do impudôr—, o sr.<br />
fésto que o nosso prezado amigo e<br />
Dias Ferreira caracterisa, a certa<br />
dedicado correligionáriodr. Eduardo<br />
Com ares de patriota enfurecido altura, tudo isto numa conceiluósa<br />
d'Abreu acaba de distribuir pro surge-nos alli do lado o patrióta exclamação:<br />
fusamente pelo país e em que cri- Dias Ferreira, que todos nós conhetica<br />
com mão de mestre e verdades cemos pelo que é, e, muilo melhor,<br />
irrecusáveis as aífirmações do dis<br />
«Que grande farçada!»<br />
pelas manhas politicas que tem. Da<br />
curso da corôa relativas á nossa<br />
sua janella abaixo—o Tempo—de<br />
situação económica e financeira.<br />
Que grande farçada tudo isto é!<br />
Sentimos não podêr publicá-lo<br />
sata o patriota a proclamar ás tur<br />
estâmos nós fártos de repelir.<br />
na íntegra.<br />
bas o que as multidões estám fartas<br />
Que grande farçante nos saiu o<br />
de saber, como estám fartas de sa-<br />
sr. Dias Ferreira, não nos cançarê-<br />
E' esperado em Coimbra o sr,<br />
ber quaes os marmanjões políticos<br />
mos de proclamar!<br />
Vianna Terra, architécto erudito que levaram o país á situação a que<br />
cujo talento e reputação lhe dam chegou.<br />
um dos mais distinctos logares E o Tempo, empunhando o azor- Ficaram na quinta feira approvadOs<br />
entre os artistas portugúêses. rague das indignações do seu pa- na prova oral da parte geral dos concursos<br />
para o magistério secundário os<br />
triotismo, chicoteia d'este modo, e srs. Alberto Vidal e Antonio Maria do<br />
com justiça, a cohorte que pr'ahi Soveral; na sexta feira os srs. Carlos<br />
de Mesquita e Rduardo Silva; e hon-<br />
governa:<br />
tem os srs. Moura Tavares e Rodriguez<br />
Davim.<br />
«Raro é o dia em que não<br />
tenhamos que registar alguma<br />
torpeza ou ultrage, lançado sobre<br />
o país por este bando de incon-<br />
scientes que, para desgraça da<br />
nação, persiste á frente dos negócios<br />
públicos. E, a despeito da<br />
indignação geral, continuará esta<br />
odienta praga de vampiros na<br />
sua infrene devastação, perfilhando<br />
por coheréncia os ignominiósos<br />
processos de corrupção e<br />
desalmada padrinhagem, de que<br />
sempre usaram, zombando descaradamente<br />
dos justos clamôres<br />
ejprotestos que de toda a parte se<br />
levantam contra tam perniciosa<br />
gerência. As baixezas e vexames<br />
com que este governo não cessa<br />
de aviltar a nação, as burlas e<br />
mentirolas com que pretende<br />
mascarar os seus abusos, os oppróbrios<br />
que nos acarreta o impudôr<br />
dos seus actos,' a desfaçatez<br />
com que occulta a verdade da<br />
situação do país, são provas irre<br />
futaveis da ausência do brio e da<br />
falta de dignidade que presidem<br />
a todos os actos da gerência<br />
d'este bando de abutres, que tam<br />
escandalosamente assaltáram as<br />
Recrutamento<br />
Em circular urgente ás 4 divisões<br />
militares do continente e aos commandos<br />
militares dos Açores e Madeira foi<br />
communicado que só devem ser levantados<br />
autos de corpo de delicto como<br />
desertores, a que se refere o artigo<br />
107.° do regulamento do recrutamento<br />
de 6 de acosto do anno findo, aos<br />
recrutas destinados ao activo do exercito<br />
ou armada nos termos do artigo<br />
23.° da carta de lei de 13 de maio último.<br />
Egualmente todos os recrutas dos<br />
contingentes anteriores a 1896, quer<br />
sejam destinados ao activo quer à 2. 1<br />
reserva, que não se apresentem findo<br />
o praso da instrucçâo a que se refere<br />
o artigo 3.° do decreto de 15 de outubro<br />
último, não seram autuados como<br />
desertores, mas sim como refractários<br />
no termos do artigo 4.° do mesmo<br />
decreto.<br />
A doença do papa<br />
Não é exacta a notícia dada por<br />
alguns jornaes extrangeiros e transmiltida<br />
pelas agências de informação<br />
de que Alfredo Nobel, o inventor<br />
da dynamite, tenha legado cin-<br />
Estam alarmando, o mundo cacoenla<br />
milhões de francos á univertholico<br />
as notícias que circulam<br />
ácerca da saúde do papa. No Vasidade<br />
de Stockbolmo ou a qualquer<br />
ticano dizem que a indisposição de outra instituição scientifica d'aquel-<br />
Leal XIII não passa d'um ataque capital.<br />
ligeiro de influenza. Contudo, O célebre engenheiro deixou, ef-<br />
impressão geral é que a vida de ectivamente, um legado d'essa im-<br />
Leão XIII é uma luz prestes a apagar-se.<br />
)ortáncia, mas tem um destino mais<br />
útil e mais pratico. O legado de Alredo<br />
Nobel é destinado á fundação<br />
Aos nossos estimáveis collegas de uma caixa para auxiliar e ani-<br />
Gazeta da Figueira, Commércio de maras experiências scienlíficas.<br />
Coimbra e Correspondência de Coim- O sr. Nobel foi o primeiro probra<br />
damos as nossas sincéras feliector da expedição polar do sr. Ancitações<br />
pelo seu novo anniversário.<br />
drée em 1896, e é principalmente<br />
á sua generosidade que se deverá a<br />
Uma morte pela electricidade expedição que se prepara no presene<br />
anno.<br />
Dizem de Braga, que na quarta<br />
eira última pelas 6 horas da manhã, Vem a prepósito dizer que o sr.<br />
quando o cantoneiro municipal Ma- Andrée foi ha dias proposto pelo sr.<br />
nuel Maria vinha para esta cidade, Jergenelo, presidente da commissão<br />
acompanhado de algumas mulheres, scientifica internacional de aerosta-<br />
enredaram-se estas no fio de ferro ção, .para representar a Suécia nes-<br />
com espinhos, que a sociedade de<br />
sa organização permanente creada<br />
electricidade tem resguardando os<br />
cabos conductores, a fim de evitar jela conferência meteorológica em<br />
as descargas eléctricas. O cantonei- setembro último, na sua reunião de<br />
ro, querendo prestar auxilio ás po- arís.<br />
)res mulheres, foi tentar desenredaas,<br />
mas, puxando pelo arame, que<br />
foi tocar os cabos de alta tensão, Continuam a baixar os câmbios<br />
morreu instantaneamente.<br />
ífeitos ainda do discurso da co-<br />
Quando o encarregado de rondar rôa. Sobre Londres está a 37<br />
as linhas acudiu, passado já algum<br />
tempo, ainda o fio despedia chispas.<br />
As mulheres fugiram espavoridas<br />
e aterradas, deixando parte das sáias<br />
presas aos espinhos do fio.<br />
Sam esperados por estes dias em<br />
Lisboa quasi todos os bispos do<br />
continente do reino. Que não se esqueçam<br />
d'ir á câmara dos pares dar<br />
o seu apoio ao governo.<br />
7 Falleceu em Leça de Palmeira,<br />
em edade muito avançada, o estremecido<br />
pae do talentôso professor<br />
da faculdade de Theologià sr. dr.<br />
Alves da Hora, a quem damos os<br />
mais sentidos pêsames.<br />
Foi preso pela policia de repressão<br />
da emigração clandestina, o<br />
cadeiras do poder».<br />
caixeiro Antonio Lopes, cúmplice<br />
de tentativa de saída por Vigo d'um<br />
mancebo preso na linha do Minho<br />
Etc., etc., por ahi adeante, caindo e Douro. Foi remeltido para o<br />
d'este módo a fundo sobre a malta Porto.<br />
governamental, atirando-lhes á cára Já alli se acha o emigrante jun-<br />
com verdades como punhos, dizentamente com um oleiro d'esta cidado-lhas<br />
certas e justas, como se no de, Fortunato Santos. Os engajado-<br />
undo da sua alma de português res receberam 90$000 réis.<br />
velho o velho José Dias Ferreira<br />
sentisse, a estuar, a mais nóbre<br />
indignação patriótica.<br />
'Deixou de reunir-se outra vez na<br />
Mas nós todos, que o conhece- sexta feira, por falta de número, o<br />
mos, não podemos vêr nas suas Solar dos Barrigas.<br />
palavras a uncção de sinceridade<br />
O sr. João Franco, segundo consta,<br />
vae recorrer a medidas violen-<br />
de que elle pretendeu revesti-las; tas para os obrigar a cornparecer.<br />
vemos nellas sómente o trovão de<br />
lala com que elle, o matreiro, pretende<br />
fazer de papão.<br />
Associação Monte-Pio Conimbricense<br />
Se fôsse verdadeira e sincéra a<br />
D'esla Associação de soccorros<br />
indignação apparentada pelo sr. mútuos recebemos um exemplar<br />
/s; Dias Ferreira, como se poderia ex- dos seus estatutos, approvados em<br />
sobre Paris a 753 e sobre Hamburplicar a collaboração que este ava- 19 de novembro passado.<br />
go a 310,5.<br />
riado estadista está prestando á Agradecêmos o exemplar rece-<br />
A melhoria na nossa situação<br />
económica continúa assim a accen- farçada parlamentar? Como é que bido.tuar-se.<br />
o sr. Dias Ferreira se presta ao<br />
papel ingrato e deprimente a que<br />
Os distribuidores do correio di-<br />
nem o Mariano se presta, talvez rigiram uma representação ao go-<br />
por ter vergonha?<br />
verno pedindo augmento de orde-<br />
No célebre artigo do Tempo a nados.<br />
que nos estâmos referindo, e que Que sejam felizes na sua justa<br />
tem um título porque um jornal re- pretensão,
C-cCba,<br />
Eis algumas notícias que os jornaes<br />
extrangeiros chegados ultima<br />
mente nos dam ácerca das maniíes<br />
tações de sympathia feitas a Cuba:<br />
Quesada, o secretário da junta revo<br />
lucionária cubana em New-York, insiste<br />
em que os seus patrícios pedem<br />
a independência e não desejam que se<br />
lhes conceda a autonomia. Isso mesmo<br />
exprimiu elle segunda feira numa as<br />
sembléa convocada para affirmar as<br />
sympathias da concorrência á causa<br />
cubana. Quesada combateu a intenção<br />
de contrair qualquer compromisso com<br />
o governo hespanhol.<br />
X<br />
O senador sr. Hale conferenciou na<br />
terça feira com o secretário de estado<br />
sr. Olney a fim de obter dados em<br />
apoio do discurso que proferiu para<br />
combater a proposta do sr. Cameron.<br />
O senado recomeçou naquelle dia as<br />
suas sessões sem incidente. Apesar de<br />
se julgar que se trataria da questão<br />
de Cuba, foi diminuta a concorrência<br />
nas tribunas. O sr. Hale apresentou a<br />
nota preparada no ministério dos extrangeiros,<br />
que tende a demonstrar<br />
_o fundamento das affirmações do sr.<br />
Olney sustentando que o direito de reconhecer<br />
a independência de qualquer<br />
governo é uma funcção exclusiva do<br />
poder executivo. A nota cita muitos<br />
precedentes.<br />
O senador da Flórida sr. Cali apre<br />
sentou duas propostas: uma couvidando<br />
o presidente da Republica a enviar<br />
á assembléa a correspondência e as<br />
informações do cônsul geral da Habana,<br />
sr. Lee, relativas ao caso do co-<br />
nhecido agitador Julio Sanguily; outra<br />
pedindo que o gabinete de Washington<br />
reclame a liberdade immediata do flibusteiro.<br />
X<br />
Por proposta do deputado Saguiera<br />
câmara de La Plata votou uma moção<br />
de pêsar pela morte de Antonio Maceo,<br />
levantando-se todos os deputados presentes,<br />
em homenagem ao revolucionário<br />
cubano.<br />
El Diário, periodico argentino que<br />
se publica na capital, encetou uma<br />
campanha em favor da liberdade de<br />
Cuba.<br />
Este movimento encontrou écbo em<br />
Buenos-Ayres, onde o sr. dr. Julio Roca<br />
presidiu a uma grande reunião em<br />
que ficou resolvido dirigir-se um telegramma<br />
ao presidente do comité cubano<br />
em New-York manifestando a<br />
adhesão do povo argentino á causa da<br />
liberdade de Cuba e dando pesames<br />
pela morte do chefe Antonio Maceo.<br />
Foi também approvado um manifésto<br />
ii Folhetim da RESISTEKCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
O casamento d'um forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
Um pôr de sol<br />
— És um anjo!, exclamou Eugène,<br />
e os seus grossos lábios estallaram um<br />
beijo sonóro nas faces pâllidas de Petite.<br />
A êsse tempo já a canôa em que ia<br />
o barão abordára a Asnières; saltando<br />
PÓ caes do Caminho de ferro, o barão<br />
deu dois luizes aos seus homens e disse-lhes:<br />
— Eu parto immediatamente para<br />
Paris, ahi estam ésses vinte francos,<br />
jantae e esta noite encontrar-nos-hemos<br />
ainda, onde sabeis.<br />
Os homens fizeram as suas despedidas,<br />
e o barão apressou o passo para<br />
chegar a tempo ao primeiro combnyo;<br />
vendo as horas no relogio da estação,<br />
disse:<br />
— Dez horas I Talvez ainda possa<br />
Vê la esta noite.<br />
Subiu para o comboyo.<br />
dirigido aos argentinos pedindo o seu<br />
apoio moral e material em favor dos<br />
revolucionários.<br />
Também em Montevideu se accentúa<br />
o movimeuto cubano. Á data das últimas<br />
notícias, 17 de dezembro, prepa<br />
raram ali os estudantes um grande<br />
meeting a favor da independência de<br />
Cuba, sendo aberta uma subscripção<br />
para soccorrer os insurrectos feridos<br />
X<br />
No theatro das Variedades do Rio de<br />
Janeiro reuniram os estudantes das<br />
escholas que, resolveram o seguinte:<br />
1.° « Adherir incondicionalmente ao<br />
comité cubano Ultimamente organizado<br />
na nossa capital;<br />
2.° Solicitar dos seus collegas brasileiros<br />
e sul-americanos a formação de<br />
comités que trabalhem activamente<br />
junto ao governo pela sua intervenção<br />
immediata em prol dos cubanos;<br />
3.° Interceder junto ás suas famílias<br />
pelas decisões tomadas pelo comité<br />
central e que com estas tenham relação;<br />
4.° Organizar e promover, por todos<br />
os meios ao seu alcance, festivaes que<br />
dêem em resultado lucros pecuniários<br />
que se enviáram aos gloriósos americanos;<br />
5.° Finalmente, manifestar seus sentimentos<br />
de indignação pelo covarde e<br />
barbaro assassinato do glorioso general<br />
Antonio Maceo.»<br />
X<br />
No Rio de Janeiro o comité Pro-Cuba<br />
foi levar ao sr. vice-presidente da<br />
Republica a moção pedindo o reconhecimento<br />
da belligerancía. A este proposito<br />
fez-se uma ruidósa manifestação<br />
a favor da independência da grande<br />
Antilha. O sr. dr. Manuel Victorino respondeu<br />
o seguinte:<br />
« Informado pela imprensa da capital,<br />
soube da moção que o vosso Comité<br />
devia trazer-me em face do direito<br />
garantido pela Constituição, neste<br />
país novo, livre, independente e de<br />
idéas modernas.<br />
Recebo, pois, esta moção, em favor<br />
de Cuba, que acabaes de entregar-me .»<br />
«Melindres internacionaes, estudos<br />
de direito obrigaram a demora da resposta,<br />
pela serenidade de uma deliberação<br />
que deve ser ponderada».<br />
« Como americano, desejo a liberdade<br />
e a independência de todas as nacionalidades<br />
americanas».<br />
O povo acolheu com enthusiasmo estas<br />
últimas declarações.<br />
Um periódico fluminense diz a propósito<br />
o seguinte:<br />
«Consta, e damos a notícia com a<br />
maior reserva, que o sr. vice-presiden-<br />
te da Republica communicou em tempo<br />
an sr. Thompsou que o Brazil acompanharia<br />
immediatamente os Estados-<br />
Unidos da America do Norte no reconhecimento<br />
da belligérancia de Cuba.<br />
RESISTÊNCIA —Domino^, 10 de janeiro de 1897<br />
_ Parece também que egual declaração<br />
foi feita, em outra epocha, pelo exministro<br />
do exterior sr. dr. Carlos de<br />
Carvalho.<br />
E' tambfim sabido que com essas<br />
idéas concorda o actual ministro do<br />
exterior, sr. general Dionysio Cerque<br />
ra ».<br />
Dizem de Nova Goa que embarcou<br />
com destino ao reino o sr. tenente-coronel<br />
Francisco Martins de Carvalho,<br />
filho do sr. Joaquim Martins de Carvalho,<br />
illustre decano dos jornalistas portnguêses,<br />
e proprietário e redactor do<br />
nosso prezado collega O Conimbri<br />
cense.<br />
Desejamos-lhe uma feliz viagem<br />
Foram já assignados os decretos<br />
promovendo a lente de prima da<br />
Faculdade de Medicina o sr. Saccadura<br />
Botte e a lente calhedrático<br />
o sr. dr. Francisco José da Silva<br />
Basto.<br />
O nosso collega d 'O Defensor do Po<br />
vo, ptíblicou na quinta feira, na primeira<br />
pagina, o retrato do sr. dr. Manuel<br />
Emygdio Garcia, acompanhado de al<br />
guns artigos consagrativos, commemorando<br />
assim o 59 ° anniversário<br />
d'esse illustre cathedratico de Direito.<br />
O Correio da Noite diz que Mousinho<br />
trata assim os ministros:<br />
«Sirva V. Ex. a de nomear fulano<br />
para tal cargo». Achamos bem. Para<br />
o que o governo merece ainda é<br />
pouco.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomddas na<br />
sessão ordindi ia de 24 de dezembro<br />
de 1896.<br />
Presidência do presidente da Câmara<br />
dr. Ltyz Pereira da Costa.<br />
Vereadôres presentes:—efíeclivos:<br />
bacharél José Augusto Gaspar de Mattos,<br />
Jnsê Antonio Lucas, José Antonio<br />
dos Santos, Antonio José de Moura<br />
Jaslos, José Marques Pinto e Albano<br />
Gomes Paes.<br />
Presente também o administrador do<br />
concelho, bacharél José Miranda.<br />
Approvou a acta da sessão anterior,<br />
arrematando em praça para o futuro<br />
anno differentes lojas do mercado.<br />
Não havendo licitantes para a arre-<br />
matação de géneros para o Asyio de<br />
cégos em Cellas, resolveu annunciar<br />
nóva praça.<br />
Adjudicou ao proprietário da Im-<br />
prensa Académica, o fornecimento de<br />
impressos para os serviços das repar<br />
tições municipaes, em vista de propósta<br />
apresentada, (única), nas condi<br />
ções do contracto para o corrente<br />
anno.<br />
Enviou ao vereador Lucas, para informar,<br />
duas propóstas para o forne<br />
cimento de differentes artigos para a<br />
abegoaría municipal e para a casa das<br />
máchinas das aguas.<br />
Tomou conhecimento da resolução<br />
do Governo àcêrca da fixação do número<br />
de guardas campéstres para este<br />
concelho e com relação dos quadros<br />
dos demáis empregados.<br />
Enviou á repartição d'obras, para<br />
informár, uma queixa ácêrca da ruína<br />
que está ameaçando uma cása, situada<br />
no logar do Casál da Mizarella.<br />
Resolveu pedir auctorizaçâo superior<br />
para provêr quatro logáres vágos de<br />
vigias dos impóstos.<br />
Auctorizou o fornecimento de diffe<br />
rentes péças de roupa para os asyládos<br />
do Asylo de cégos; e a compra de<br />
mátto para os serviços de limpeza do<br />
mesmo asylo.<br />
Auctorizou a execução de trabalhos<br />
de canalização d'aguas para differentes<br />
prédios, em vista de pedidos de proprietários<br />
feitos por via de requerimentos.<br />
Resolveu pedir approvação superior<br />
do orçamento e planta para a canalização<br />
de aguas para o novo edificio do<br />
matadouro.<br />
Auctorizou ^ presidência a pedir<br />
perante a 2. a circumscripção hydráulica<br />
a cedência de algumas árvores para<br />
plantar em difFerentes pontos da cidade.<br />
Auctorizou o fornecimento de divér-<br />
sos artigos para a secretaria.<br />
Altestou ácêrca de duas petições<br />
para subsídios de lactação a menores<br />
Auctorizou divérsos pagamentos de<br />
serviços de limpeza em differentes re<br />
partições do município; e da renda da<br />
cása de habitação do porteiro do cemitério.<br />
Mandou annunciar que vam começar<br />
a fazer-se enterramentos de adultos no<br />
leirão n.° 1 do cemitério da Conchada<br />
Foi apresentado e ficou sôbre a mêsa<br />
para ser examinádo um plano de melhoramentos<br />
da cidade, comprehendendo<br />
a construcçào de um nôvo<br />
mercádo nos lárgos da Sótta e Romal.<br />
Despachou requerimentos, auctorizando<br />
o levantamento de um depósito<br />
de garantia a uma obra em S. João do<br />
Campo, que o proprietário resolveu não<br />
levár a effeito; canalizações de exgôto<br />
d'aguas de differentes prédios; a aber-<br />
túra de uma serventia para uma propriedáde<br />
no logar das Céstas; e a<br />
prorogação do prazo concedido para a<br />
abertúra de uma serventia provisória<br />
no muro de um quintal na rua da<br />
Magdaléna, para conducção de materiaes<br />
de obras.<br />
Auctorizou por último divérsas avenças<br />
para o consumo d'agua.<br />
Associação de Classe dos Officiaes<br />
de Alfaiate de Coimbra<br />
AVISO<br />
Sam convidados todos os sócios de<br />
esta associação a reunir em assembléa<br />
geral para eleições dos córpos gerentes<br />
no anno económico de 1897, pelas<br />
3 hóras da tarde, na séde dos Manipuladores<br />
de Calçado.<br />
O secretário,<br />
Antonio de Oliveira.<br />
Encommendas postaes<br />
para a Africa Occidental<br />
Pelos paquetes portuguêses que partem<br />
de Lisboa para a África Occidental,<br />
nos dias 6 e 23 de cada mês, pódem<br />
expedir-se encommendas postaes para<br />
S. Vicente e S. Tbiago de Cabo Verde,<br />
Bolama, S. Thomé, Cabinda, Ambriz,<br />
Loanda, Benguella, e Mossamedes.<br />
Cada volume de encommendas não<br />
pôde exceder o peso de 5 kilogrammas,<br />
a capacidade de 20 decimetros cúbicos<br />
e a dímensam de 60 centímetros em<br />
qualquer das suas faces, salvo quando<br />
a encommenda se apresente em fórma<br />
de rolo e seja de fácil accommodação.<br />
Os portes em sellos, a que as referidas<br />
encommendas estam sujeitas,<br />
sam de 500 réis por cada encommenda<br />
destinada a Cabo Verde, e Guiné, e<br />
de 700 réis por cada encommenda destinada<br />
a S. Thomé e Angola.<br />
Todas as estações postaes e telegrapho-postaes<br />
que permutam encommendas<br />
com o interior do pais estam auctorizadas<br />
a receber encommendas para<br />
a África Occidental.<br />
Direcção dos serviços telegraphopostaes,<br />
24 de dezembro de 1896.<br />
PEDRO FERNANDES TÍIOMAZ<br />
Sanções populares daBeira<br />
Acompanhadas de 52 melodias,<br />
recolhidas directamente da tradição oral,<br />
e arranjadas para piano<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO<br />
POR<br />
J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />
volume de 263 p 800 réis<br />
Pelo correio 850 »<br />
Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />
Augusto Veiga<br />
DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />
minha administração<br />
dos Hospitaes da Universidada<br />
1 volume—Preço 1&000 réis<br />
Chegado a Paris, entrou numa car- vestido finíssimo salpicado de pequelia habita aqui, muito desejava vê-la, po... mas ella fez como as outras<br />
ruagem e disse ao cocheiro:<br />
nas flores... As mãos finas e muito e espero que terá a bondade de me pintou-os de louro... E muito elegan-<br />
— Ru a dos Martyres, 54.<br />
pequenas calçavam luvas de camurça, dizer se estou ou não enganado. te como disse já, mas a mão e o pé<br />
o pé, bem arqueado, era ekantadorj<br />
II<br />
-Senhor, disse requebrando-se toda sam grosseiros.<br />
dentro dos seus escarpins, cujos ata- a que fôra a bella Ida, conheço que é<br />
Dois velhos amigos cadores se perdiam, cruzando-se sobre<br />
— Os olhos sám negros?<br />
um cavalheiro e por isso devo respon-<br />
as meias de sêda côr da carne.<br />
— Sim, muito negros.<br />
der-lhe francamente; ha uma certa so-<br />
A casa da rua dos Martyres em que Feliz, emballada por este sonho,<br />
— E tem um signal no rosto ?<br />
ciedade em que todos nos comprehen-<br />
o barão entrou, afóra as lojas e o pri- murmurava:<br />
— Um signal? espere um pouco...<br />
demos.<br />
— Um signal do lado esquerdo?<br />
meiro andar, todo o resto era dividido — Era assim a bella Ida.<br />
Era uma fórma de dizer de Belida, — Sim, tem razão... chama-lhe até<br />
em quartos que se alugavam mobilados. Quando o barão bateu á porta foi que se julgava sempre da mesma es- uma bellêza.<br />
A sobre-lqja — havitava-a a porteira abrir e perguntou lhe:<br />
tirpe das pessoas com quem convivia. — E ella... E que vida é a sua?<br />
que era também dona do prédio: Cha- — Que deseja ?<br />
0 barão não fizera o menor movimen- — Senhor!, disse Bellida com um ar<br />
mavam-lhe a Belida, corrupção de bel- — Senhora, rogo lhe o favor de me to... Não se incommodou com as pre- agastado, as minhas iRformações não<br />
la Ida. Quem a visse difficilmente ex- attender por alguns minutos.<br />
tenções da velha.<br />
vam alé á indiscripção. Eu alugo, ella<br />
plicava ou antes não atinava com a Depois d'uma minuciósa inspecção, -Madame de Sillac, proseguiu, ha- paga-me, não vou perguntar-lhe se está<br />
razão do adjectivo que precedia o seu durante a qual os olhos de Belida perbita ha pouco tempo nesta casa. En- ou não inscripta no Grande Livro.<br />
nome.<br />
correram o barão de alto a baixo por tretanto ireis conhecê-la já bem. — Queira perdoar-me... mas se,<br />
A pelle semelhava casca de carva- duas vezes, disse-lhe affectando o mais — Oh! perdão, eu desejava apenas assim como creio agora, essa senhora<br />
ho, os olhos cavados, os lábios sêc- gracioso sorriso:<br />
que me pintasse o seu pbysico. é a pessoa que eu procuro, tinha todo<br />
cos, a cabeça coberta de cabellos gri- — Fdça o favor de entrar.<br />
— Perfeitamente. Ê uma mulher de o interesse em saber a sua verdadeira<br />
salhos, o pescoço magro, parecia ter Offerecendo-lhe uma cadeira, sen- vinte oito a trinta annos... para os situação.<br />
sessenta annos. Os dentes brancos,— tou-se noutra em frente d'elle, levan- rapazes... Para mim está nos trinta — Isso já é differente... Se o se-<br />
ainda os tinha todos — e o brilho dos tou o abat-jour do candieiro de ma- e cinco ou trinta e seis... Ella diz nhor é da família... nada devo oc-<br />
seus olhos negros era a Única coisa neira que a luz fosse bater èm cheio que tem apenas vinte e cinco! Está cultar-lhe. Creio... ou antes tenho a<br />
que protestava contra essa idade. no rosto do barão, ficando o seu na bem parecida... mesmo muito bem certeza, de que vive na maior miséria.<br />
Bella Ida: representava o passado. sombra.<br />
conservada... E'graciósa, amavel... Ainda não me pagou a primeira quin-<br />
Quando á noite aninháda no seu fau- Esta manobra provocou um sorriso Ah ! quanto a maneiras dístinctas, sazena... a segunda já vae correndo. É<br />
teuil, os olhos semi-cerrados por cau- da parte do barão, que, fazendo-se beis também como eu, que isso não é a um cavalheiro que faço esta confissa<br />
das nuvens de fumo que-saiam do desentendido, se sentou dando come- necessário a uma mulher para subir... são: ha dois dias ameacei-a de a pôr<br />
fogareiro.... Julgava-se sentada na ço ao seu interrogatório:<br />
muito ao contrário... de distincção na rua.<br />
carruagem que a conduzira outr'ora ao — É aqui, senhora, que mora ma- nada... mas é ainda uma formósa<br />
0 barão sabia tudo o que desejava:<br />
Tivoli de estio ou a casa de M. Mudame Sillac ?<br />
mulher; e até me admira que ella es<br />
não conhecendo se a pessoa com quem<br />
sard.... A sêda das mangas do seu — Sim, senhor,... uma encantado- teja na precária situação em que se<br />
faliava era simples porteira ou a locatá-<br />
vestido, em gommos, o lenço que lhe ra mulher.<br />
encontra... Tem olhos vivos, dentes<br />
ria, calculando porém pelo aspecto do<br />
cingia o pescoço faziam sobresair o — Bom Deus, eu conheci, ba quin- brancos e cabellos abundantes...<br />
que a cercava, tirou do bolso dez frau»<br />
seu rosto formoso... O talhe esbelto ze annos, uma família com ésse nome; — Escuros,?, perguntou o barão. cos e collocou-os a um canto da mesa.<br />
do seu corpo desenhava-se atravéz do sabendo que uma pessoa d'essa famí- — Escuros, foram-no em outro tera-<br />
(Contínua.)
TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cndeia —História do limoeiro—O<br />
Iiimoe ro Hoje—O regulamento — O» presos—Cm<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />
-r Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—<br />
No tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camata.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
** venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOiO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 Irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
Ok junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
ESCRIPTORIO — Rua da Sopbia, n.° 54, 2.°<br />
COIMBRA<br />
3 Htrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão;<br />
De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />
Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Tabella dos preços dos principaes serviços<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sara sempre<br />
económicas 20000<br />
Agência era quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês. 10000<br />
Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />
feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
e o constituinte tem sómente a pagar a agência.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />
e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte.<br />
10000<br />
Todos os serviços sam feitos com promptidlo e quasi de<br />
grafiá.<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— várias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, f^O réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Gasa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
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de escúlas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />
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trata de medicina práctica, economia "doméstica, educação, industrias<br />
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Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
"ÉDITOS DE 30 DIAS<br />
(l. a publicação)<br />
8 Delo juizo de Direito de<br />
í Coimbra e cartório a<br />
cárgo do escrivão do 5.° offleio;<br />
córrem éditos de 30 dias, a<br />
contar da segunda e Ultima<br />
ptíblicação d'este annúncio, citando<br />
Manuel Joaquim, solteiro,<br />
ausente em parte incérta, para,<br />
na qualidade de herdeiro, assistir<br />
aos termos do inventário de<br />
menóres a que váe proceder-se<br />
por óbito de seu pae Manuel<br />
dos Santos Martinho, morador<br />
que foi no Outeiro, freguezia do<br />
Botão d'esta comarca.<br />
Verifiquei.<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
9 Apportuiiamente se<br />
V marcará dia e hora da<br />
praça na própria casa, rua do<br />
Corpo de Deus n. 0! 92-94-96.<br />
lOWende-se a casa n.® 5,<br />
* na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
mínimo de 4000000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
Empregado<br />
11 Admitte-se um com prábL<br />
ctica de papelaria e tabácos.<br />
Coimlira-Rua de Ferreira Borges,<br />
207 a 211.<br />
12 TTeudein-se 27 pinheiros<br />
I mansos, um cedro e muitos<br />
pinheiros bravos, na Quinta<br />
do Cedro, no Tovira. Recebemse<br />
propostas na Quinta dos Plalanos,<br />
à Bemcanta.<br />
"RESISTENCIA,,<br />
P0BLICA-SE AOS DOMINGO»<br />
B QUINTA8-FEIRA8<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2(?700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre ... .. 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 204 00<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
LIVROS<br />
Annunciam-se gratuitainent 6<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
ANNTJISrCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Typ. F. fnm Aa*d«—GQUIgiU
N.° 198<br />
0 ESTADO LAVRADOR<br />
COIMBRA—Quinta feira, 14 de janeiro de 1897 2.° ANNO<br />
sadissimo encargo para o país, um O «Solar dos Barrigas» prepararam a prisão do régulo, co-<br />
I B a g r a t e l l a s<br />
passo mais na sua ruína financeira<br />
lhendo apenas Mousinho os resul-<br />
Excede os limites do ridículo o<br />
e portanto um aggravamento da sua<br />
tados da façanha.<br />
Pensando sobre o plano de res-<br />
que se está passando no Solar dos E provável que este assumpto Por qualquer lado que se encare<br />
precária situação económica. Barrigas; é verdadeiramente indetauração<br />
económica delineado pelo<br />
motive uma discussão, que alimen- a actividade espiritual da sociedade<br />
Os governos tratariam immediacente. Às sessões são abertas sem te a> curiosidade indígena durante<br />
sr. conselheiro Julio de Vilhena, re-<br />
portuguesa, nota-se sempre a detamente<br />
de nomear para a dire- estar presente número legal de de- alguns dias.<br />
pressão inilludivel d'um pôvo traíconhecemos<br />
que elle não deve discção<br />
d'esses serviços os seus amiputados e as eleições das commisdo<br />
e esgotado pela astúcia e pela<br />
cutir-se em face de princípios ecogos<br />
e afilhados, não tendo em consões têem sido uma perfeita burla.<br />
incapacidade dos dirigentes!...<br />
nómicos ou políticos mas no campo<br />
Reservas<br />
sideração alguma a sua competên- A este respeito informa o Jornal<br />
Neste momento cáe-me debaixo<br />
restricto da possibilidade e efficácia<br />
cia e honestidade nem as exigên- do Commércio:<br />
Foi ha dias expedida ordem ás quatro<br />
divisões territoriaes, aos comman- dos olhos a resenha dos trabalhos<br />
da sua applicação, mediante uma<br />
cias do serviço, mas tam somente<br />
dos militares das ilhas adjacentes, aos<br />
«Convém que o leitor não<br />
e das descobertas d'uma associação,<br />
paciente e rigorosa analyse do meio<br />
commandos geraes de eugenheria, ar-<br />
as conveniências pessbaes ou polí- ignore que todas estas commis-<br />
de pura iniciativa particular, fundatilheria,<br />
cavallaria e infanteria e á di-<br />
para que se propõe. Ora se, theoticas.<br />
Antes d'isso, na adquisição sões sam eleitas de chapa, isto é, recção da administração militar manda em Inglaterra no século passado,<br />
ricamenle considerado, o plano apre-<br />
que é o governo que arranja as dando passar â primeira reserva, no<br />
dos terrenos, desinvolver-se-hiam<br />
mas que revive em 1863, com o<br />
sentado pelo sr. Julio de Vilhena é<br />
listas, que as manda imprimir ou dia 1 de fevereiro próximo futuro, to-<br />
as tradicionaes manobras para o<br />
das as praças do exercito que, tendo fim de animar os estudos e investi-<br />
lithographar, e vam em pacotes<br />
susceptível de vigorosa impugnação,<br />
cumprido o tempo legal de serviço, gações sobre a arte grega.<br />
Estado obter por cem o que a um para a mêsa da presidência, e ainda estám no effectivo dos corpos<br />
não tem defesa possivel a sua ap-<br />
particular ficaria por dez. O resul- que estes illustres deputados de- por effeito do decreto de 14 de novem- Esta sociedade pela energia da<br />
plicação entre nós no momento<br />
sempenham nestas eleições o bro de 1896, devendo êste licencea- sua acção obteve recursos abundantado<br />
fatal seria que a exploração<br />
actual.<br />
mesmo papel do ignorante eleitor mento fazer-se conforme o determinates. E com o apoio internacional<br />
agrícola realizada pelo Estado dado<br />
no regulamento de recrutamento<br />
das aldêas, que vae á egreja<br />
Do aproveitamento dos terrenos<br />
de 6 de agosto do mesmo anno. do governo, procedeu a excavações,<br />
ria um deficit enorme, que as forças deitar na urna a lista que lhe<br />
longas, pacientes e dispendiosas, e<br />
incultos e da introducção de melho-<br />
productivas do país teriam de sup- metteram na mão, sem elle saber<br />
ramentos progressivos na indústria<br />
que nomes lá se acham inscri-<br />
conseguiu pôr a descobérto as ruíportar.<br />
agrária resultariam para o país inptos.<br />
Corre que vam ser alargados os nas d'alguns dos mais afamados mo-<br />
Não pôde, pois, pensar-se em Quanto a número légal para<br />
quadros da armada. Ê d'isso realnumentos da Asia Menor: de Baccontestáveis<br />
vantagens, um augmen-<br />
obter a restauração económica do proceder a taes eleições não hamente<br />
que o país necessita. cho em Theos; de Apollo em Troato<br />
de riqueza que poderia ser o fe-<br />
país pglo meio proposto pelo sr. Juvia. Ás 4 horas e um quarto<br />
da; de Minerva em Priene, etc.<br />
cundo início da sua restauração eco-<br />
démo-nos ao trabalho de contar<br />
lio de Vilhena, porque, se o agri-<br />
E não é só na Asia que numerónómica,<br />
quando se désse um des-<br />
o número de Barrigas que se A VENDA DE LOURENÇO MARQUES<br />
cultor português é máu, rotineiro, achavam na sala. Estavam apesas<br />
corporações sábias da Graninvolvimento<br />
paralello nas outras<br />
o Estado é ainda muito peior do nas 21. E as eleições de com-<br />
Por denúncia d'um jornal mo- Bretanha se dedicam a exhumar a<br />
indústrias, e na administração pú-<br />
que elle.<br />
missões estavam em meio. nárchico transpirou para o público arte histórica d'entre os escombros<br />
blica se implantasse um regimen de<br />
Na constituição de syndicatos que<br />
21 deputadosl E era com tal a notícia alarmante, se bem que de de vastos cemitérios; nem sam stíjr<br />
moralidade que, em vez de influir<br />
número que se procedia á eleição ha muito esperada, de se andar tra- mente os archeólogos ingleses que<br />
tivessem por fim o aproveitamento<br />
deleteriamente sobre a economia na-<br />
de commissões parlamentares. mando na sombra a venda de Lou- arrancam ao seio da terra as relí-<br />
dos terrenos incultos ou de pode- Decedidamente isto já não é corenço Márquez. Conta o referido<br />
cional, secundasse a iniciativa e desquias<br />
e os testemunhos da intellirósas<br />
emprêsas agrícolas para exmédia,— isto é farça! Qualquer jornal que um tal senhor Ochs,<br />
dobramento das suas forças produ-<br />
votação num club recreativo de<br />
géncia e do génio das gerações ha<br />
plorar terrenos cultivados já mas<br />
ctivas. Como aproveitar porém os<br />
Xabregas ou Alcantara tem mais<br />
muito proximamente aparentadocom muito extinctas.<br />
numa extensão tal que permittisse solemnidade e sobretudo mais os bandoleiros da South Africa, está Na actualidade os estudos das<br />
terrenos incultos e inaugurar uma<br />
a applicação de novos e custósos sinceridadei.<br />
em Lisboa celebrando repetidas e civilizações passadas, sobre os docu-<br />
épocha de aperfeiçoamento nos pro-<br />
instrumentos e processos que não<br />
prolongadas conferências como amicessos<br />
agrícolas pela introducção de<br />
Todos os outros jornaes indepenmentos<br />
materiaes da arte,-rr costu-<br />
pôde dar-se no systema de propriego<br />
Soveral,— amigo d'elle, do prín-<br />
novos inventos?<br />
dentes de Lisboa nos dam idênticas<br />
mes, castas, religiões, etc., está sencipe<br />
de Galles e da South Africa—,<br />
dade subsistente entre nós, verifi-<br />
Descrê-se, para isso, da iniciati-<br />
informações.<br />
do objecto d'um culto que, receiam<br />
e com os administradores da Comcar-se-hiam<br />
em parte os mesmos<br />
os prudentes, degenére em mania.<br />
E ainda não se levantou um prova<br />
individual. É conhecido o espí-<br />
^knhia de Moçambique e presiden-<br />
inconvenientes, mas parecia-nos em testo enérgico contra a farça ignó-<br />
A generalização d'estes estudos<br />
rito de rotina do nosso lavrador.<br />
te do conselho, lord Hintze, e mi-<br />
todo o caso preferível este meio ao bil que está dando no pseudo-par-<br />
derrama-se numa propaganda bi-<br />
Mas será o Estado competente para,<br />
nistro da marinha.<br />
da exploração directa pelo Estado. lamento 1 O país ainda não se conbliográphica<br />
persistente e multifór-<br />
substituindo-se ao agricultor, reali-<br />
Segundo o mesmo jornal monár-<br />
O que, porém, se torna inadiavenceu de que aquillo não é só um<br />
me, para todas as classes illustrazar<br />
tam salutar emprehendimento?<br />
chico trata-se simplesmente do sedas<br />
e accessivel á massa geral das<br />
vel é, por um lado, desinvolver a golpe mortal no regimen parla-<br />
Que provas tem elle dado da sua<br />
guinte:— de aproveitar a situação populações. Pelo livro, pelo fascí-<br />
instrucção porque com ella virá a mentar, que é a deshonra, o oppró-<br />
do thesouro por occasião da sentença<br />
capacidade ?<br />
culo, pela gravura, em todos èsses<br />
iniciativa individual e, por outro,<br />
brio d'uma nação!<br />
do tribunal arbitral de Berne, para, innumeraveis processos de repro-<br />
Percorra-se uma a uma as indús-<br />
Que não é só o Solar dos Barri-<br />
promover uma radical transforma-<br />
em troca da Companhia se responsaducção, pelo natural e impressivo<br />
trias que o Estado português tem<br />
gas que está dando um espectáculo<br />
ção nas nossas instituições políticas<br />
bilizar pelo pagamento da indemni- incitamento das collecções e dos<br />
explorado, estude-se consciénciósa-<br />
ignóbil.<br />
que assegure, na coordenação dos<br />
zação devida, adquirir não sò o ca- museus públicos, etc., à arte adquimente<br />
a organização e funcciona-<br />
diversos elementos nacionaes, a orminho<br />
de fêrro, mas também a exriu no sentimento público, mediamento<br />
dos serviços a seu cargo, e<br />
tensão de todos os privilégios e direidem<br />
e moralidade necessárias para Está na ordem do dia o escannamente<br />
educado, uma sympalhia e<br />
chegar-se-ha a esta inilludivel con-<br />
que estes se desinvolvam devidadalo do monopólio do álcool em tos sobre os seus territórios, á zona um interésse, que positivamente declusão:<br />
o Estado tem sempre patenmente.<br />
Eis as reformas que se im-<br />
Loanda, dizendo-se que alguns mi- do districto de Lourenço Márquez. termina uma das feições mais noteado,<br />
como industrial e como adnistros<br />
ha interessados no assumpõem<br />
como o início d'uma restau-<br />
Só isto t Já se esperava e ha de bres e salientes da civilização moministrador,<br />
a mais absoluta incapto.<br />
ir por diante!<br />
derna. 0{ . : ;! ;/<br />
ração da economia nacional.<br />
Graves dificuldades surgem, que<br />
pacidade. Uma industria explorada<br />
Sem isso nada se conseguirá. talvez obriguem o governo a engulir<br />
Assim o quer a Inglaterra e o<br />
pelo Estado é sempre ruinósa para<br />
o tal monopólio.<br />
príncipe de Galles 1...<br />
-A *<br />
o país; em qualquer serviço a car-<br />
Entretanto, nesta Falperra, congo<br />
aspirações superiores da alma moderna.<br />
Os desmandos e as deméncias do<br />
poder, exercido por capacidades<br />
subalternas e desnorteadas, conseguiram<br />
entibiar todas as energias. E<br />
a iniciativa particular, despertando<br />
de longe em longe: em Guimarães,<br />
em Santarém, em Évora, Faro, Beja,<br />
Figueira, etc., fraco apoio encontrarám<br />
na política do Estado. Se lhe<br />
não erguer entraves a inutilizarlhes<br />
os movimentos!<br />
Isto não é mordacidade gratuita.<br />
Comprova-se com factos, desde a<br />
inutilização dos serviços de Fradesso<br />
da Silveira até á destruição do<br />
museu de antiguidades do Algarve<br />
1... E d'ahi por diante.<br />
É dogma constitmcional, nunca<br />
bafejar a corrente das aspirações<br />
benéficas para o crédito, a instrucçâo<br />
e a prosperidade nacional. Pelo<br />
contrário, torcê-las e reduzi-las!.<br />
E assim, que a dois passos de<br />
Coimbra, jazem as ruínas do castro<br />
romano de Condeixa-a-Velha,<br />
jazigo precioso de antiqualhas, a<br />
avaliar pela abundância de curiosidades<br />
e fragmentos que por acaso a<br />
enchada ou o arado do lavrador en<br />
contra e levanta.<br />
Os homens do dinheiro não têem<br />
a generosidade exercitada, pelo<br />
exemplo e pela prática, ao serviço<br />
dos superiores intuitos da arte e<br />
da sciéncia!...<br />
Portanto os projectos reiterados<br />
de exploração systemática e sen<br />
sata em Condeixa não admira que<br />
abortem, sem o apoio dos governos,<br />
que não têem para êste caso uma<br />
única lei escripta!!...<br />
Estes estadistas, que nos últimos<br />
annos têem fabricado milhares de<br />
decretos, portarias e interpretações<br />
cerebrinas, com a arrogancia gróssa<br />
e farfante de dictadores e de tyrannos!.,.<br />
Ou seja com a sancção parlamentar<br />
da troupe dos Barrigasl.. .<br />
A.<br />
fcol)I> ! - ( r í ')!'». : . /<br />
Luctuósa<br />
Está de luto,pelo fallecimento de<br />
sua irmã, a sr. a D. Adelaide Martins<br />
Ribeiro, o nosso dedicado amigo e<br />
valiôso correligionário sr. Cassiano<br />
Augusto Martins Ribeiro.<br />
No dolorôso transe por que o<br />
nosso amigo acaba de passar, acompanbâmo-lo<br />
com o nosso pesar mais<br />
sincéro e mais sentido. Abraçâmo-lo<br />
pois, na sua dôr, e a sua ex. ma família<br />
enviamos o nosso pêsame.<br />
O Popular affirma que o rei sente<br />
o mais vehemente desejo de se<br />
desfazer do actual gabinete e que<br />
não se poupa em lh'o manifestar,<br />
ora sustentando Mousinho de Albuquerque<br />
contra vontade dos ministros,<br />
oranegando-lhes certos actos do<br />
poder moderador, ora hesitando<br />
em concedê-los.<br />
E accrescenta o orgão do sr.<br />
Márianno de Carvalho:<br />
iD'estas manifestações fingem<br />
os conselheiros da corôa não entender<br />
nada, e por outro lado<br />
el-jrei não se decide a dar-lhes<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
A situação económica do país<br />
mais frizantes demonstrações da<br />
sua vontade. Porque procede s.<br />
m. assim? Houve quem se lembrasse<br />
de suppôr que seria por<br />
mêdo do sr. ministro do reino,<br />
que tem na mão a polícia e a<br />
guarda municipal. Mas essa hypothese<br />
é falsa, por quanto o sr.<br />
D. Carlos não ignora que, despedido<br />
hoje o sr. João Franco,<br />
não haveria ámanhã polícia que<br />
lhe obedecesse, ou que o commandante<br />
geral das guardas municipaes<br />
é dos mais fieis e dedicados<br />
amigos d'el-rei. Além d'isso<br />
poderá o sr. D. Carlos ter defeitos,<br />
mas pusilânime não é.<br />
Entám como se explica a indecisão<br />
de s. m.? A nosso vêr é<br />
por um certo desprendimento dos<br />
negócios públicos, que melhor<br />
fóra não existir, ou por nímia<br />
cortezia que o impede de praticar<br />
actos desagradaveis á qualquer<br />
pessoa.»<br />
A tal cortezia é uma variante do<br />
molte — O rei está illudido, que já<br />
estava muito estafado.<br />
Diz-se que vae ser nomeado director<br />
geral da instrucçâo pública o<br />
sr. dr. Correia Barata, lente de Philosophia;<br />
sendo dada outra commis<br />
são de serviço ao sr. José d'Azevedo<br />
Castello Branco.<br />
Foi dada ordem para marcharem no<br />
dia 1 de fevereiro para a Figueira da<br />
Foz duas baterias do regimento de artilheria<br />
3 Levam os artigos de mobília<br />
e utensílios de que carecem e o re<br />
gimento lhe poder fornecer, tendo <<br />
commando geral de engenheria recebido<br />
ordem para satisfazer as requisições<br />
de artigos que, porventura, o regimento<br />
não possa dar.<br />
Para êste dia preparam-se grandes<br />
festejos.<br />
Dr. Rodrigues d'Azevedo<br />
Falleceu ante-hontem, na avançada<br />
edade de 86 annos, o sr. conselheiro<br />
Francisco Antonio Rodrigues<br />
d'Azevedo, lente de prima<br />
jubilado da faculdade de Theologia,<br />
cónego capitular e presidente do<br />
cabido da Sé Cathedral de Coimbra.<br />
Foi, no seu tempo, considerada<br />
como um dos professores mais talentosos<br />
da Faculdade de que foi<br />
distincto ornamento, tornando-se<br />
sobretudo notável na presidência<br />
dos actos grandes em que sempre<br />
revelou, a par de vastíssima erudição,<br />
penetração não vulgar e uma<br />
dicção fácil e correcta.<br />
Como orador sagrado foi também<br />
muito considerado, correndo impressos<br />
alguns dos seus sermões.<br />
Em política militou sempre no<br />
partido miguelista, havendo sido<br />
eleito deputado em algumas legislaturas<br />
e, ha ainda poucos annos,<br />
par do reino pelo collégio scientifico.<br />
Nas luctas que houve entre o sr.<br />
Bispo Conde e a faculdade de Theologia,<br />
collocou-se ao lado d'esta<br />
mantendo-se numa posição sempre<br />
digna e muito para admirar em<br />
tam avançada edade.<br />
Os funeraes realizaram-se hontem,<br />
sendo muito concoridos.<br />
A sua ex. ma Como commentário ainda ao discurso<br />
da corôa na parte em que se<br />
refere ás condições económicas e financeiras<br />
do país, vamos transcrever<br />
o que se lê na «Revista financeira<br />
e commercial» do nosso prezado<br />
collega O Commércio do Porto.<br />
Eis o quadro, na verdade muito<br />
animador, que ahi se apresenta:<br />
A liquidação do anno de 1896<br />
não deixou ao commércio, nem á<br />
indústria, nem á agricultura, elementos<br />
de prosperidade, por onde<br />
se podésse affirmar que tivessem<br />
melhorado as condições económicas<br />
do país. No commércio, as falléncias,<br />
as concordatas e as moratórias designaram<br />
o estado precário dos ne<br />
gocios; nas indústrias, a accumulação<br />
de fazendas manufacturadas<br />
está frisantemente indicando a gravidade<br />
da crise, pelo excesso de<br />
producção; na agricultura, as es<br />
cassas colheitas de cereaes, com a<br />
difficuldade na venda do vinho, aggravam<br />
a vida do lavrador. Quando<br />
estes factos se verificam, sem contestação<br />
possível, parece incrivel<br />
que haja quem affirme que a situação<br />
geral do país melhorou, neste<br />
anno.<br />
Quando, após cinco annos de<br />
lucta, o país resignadamente soffre a<br />
reducção de 30 p. c. nos juros dos<br />
fundos do Estado, os crédores externos<br />
vêem a sua renda cerceada<br />
em 66<br />
Familia os nossos<br />
sentidos pêsames.<br />
Estiveram em Coimbra, de visita<br />
á agencia do Banco de Portugal, os<br />
srs. conselheiro Matheus dos santos,<br />
Gomes Netto, Gomes Ferreira e A,<br />
Pequito,<br />
2 te, que em 30 de junho de 1893 vre especial de vulgarização desti-<br />
era de 18:944 contos. Em março nado ao pôvo.<br />
do anno passado, essa dívida as-<br />
Esta propósta foi acolhida com<br />
muita desconfiança pelas folhas concendia<br />
a 29:418 contos; o augmento<br />
servadôras, que vêem nella um pre-<br />
da conta corrente no Banco de Portexto para alguns professores fazetugal<br />
em 9 mêses, foi de 2:300 rem propaganda das idêas socialis-<br />
contos de réis, o que prefaz a quantas e crê-se que não será approvatia<br />
de 31:718 contos. Accrescenda pelo corpo docente.<br />
tando a esta quantia o valor das<br />
letras do thesouro sobre a Agencia<br />
Realizam-se no dia 1 de feverei-<br />
Financial em Londres, e que não<br />
ro as provas práticas para os con-<br />
consta da nota da divida fluctuante<br />
cursos de escrivães de fazenda.<br />
senão numa pequena parte, aquella<br />
divida ascenderá a 38:000 contos<br />
de réis.<br />
«Diffamação»<br />
A dívida fluctuante attinge esta<br />
Sob este titulo acaba de ser pu-<br />
somma, depois de se haver effectuablicada<br />
a minuta de aggravo que se<br />
do a venda de todos os títulos em<br />
interpôs para a Relação do Porto<br />
posse da fazenda, e de se haver<br />
no processo que foi instaurado con-<br />
exhaurido o país com os mais antra<br />
o director d 'A Folha, de Viseu,<br />
niquilladôres impostos.<br />
sr. Cesar Augusto d'Almeida, por<br />
Em egual épocha do anno pas-<br />
pretendidas offensas ao governador<br />
sado, o ágio do ouro era de 28 p.<br />
civil d'aquelle districto.<br />
c., e presentemente já excede 41<br />
Essa minuta, de que é auctor o<br />
p. c.!<br />
nosso amigo e distincto professor<br />
O aggravamento dos câmbios é<br />
da faculdade de Direito, sr. dr.<br />
constante, porque a situação finan-<br />
Teixeira d'Abreu, é um trabalho de<br />
ceira annulla todos os elementos da<br />
merecimento em que amplamente<br />
balança commercial. Quando tats<br />
se demonstra a arbitrariedade de<br />
phenómenos se apresentam, impõe-<br />
que tem sido víctima o sr. Cesar<br />
se como necessidade impreterível<br />
Augusto ,i d<br />
azer o balanço de administração<br />
do país, para se saber qual é o débito<br />
do thesouro, não só por dívida<br />
fluctuante, como por operações de<br />
thesouraria, exercícios findos, contas<br />
correntes aqui e nos Bancos extrangeiros.<br />
Não sabemos para que<br />
tantas reservas.»<br />
/3 p. c., o imposto do ren-<br />
Ora ahi está como se tem accen<br />
dimento com pesadas taxas sobre<br />
tuado a melhoria nas nossas condi-<br />
todos os valores, a contribuição industrial<br />
exaggerada a ponto de an<br />
ções económicas e financeiras. A<br />
niquillar a matéria collectavel, os restauração das finanças, a cargo<br />
empregados públicos sacrificados do sr. Hintze Ribeiro, corre pare-<br />
com pesadissimas reducções — é lhas com o engrandecimento do po-<br />
triste observar que todas estas reder real, promovido pelo sr. João<br />
ducções e augmentos de impostos Franco.<br />
não serviram para coisa, alguma, Vae tudo ao fundo.<br />
porque as despêsas públicas já excedem<br />
em muito as que se liquidaram<br />
nos annos anteriores á crise.<br />
O deficit da gerencia do último<br />
anno económico excede a 5:000<br />
contos, unicamente na parte escripturada<br />
definitivamente, porque, se<br />
fôsse feita a liquidação, como se<br />
pratica numa casa commercial, attingiria<br />
a uma somma bem maior.<br />
A despêsa para este exercício foi<br />
orçada em 49:375 contos de réis,<br />
e no relatorio de fazenda, apresentado<br />
na sessão de 16 de março do<br />
anno passado, affirma-se que as<br />
contas fecharam com um saldo positivo<br />
de 324 contos. Em vez de<br />
excedente, ha um deficit, porque as<br />
despêsas subiram a 55:387 contos<br />
de réis; perante esta desoladora situação,<br />
ainda não se vacilla em assegurar<br />
que a situação financeira<br />
da administração pública tem melhorado<br />
!<br />
A contra-prova do crescimento<br />
do deficit vae encontrar-se no augmento<br />
da divida fluctuante; é por<br />
isso que ha todo o cuidado em não<br />
publicar a respectiva nota, e de só<br />
ahi incluir as operações definitivas.<br />
Á falta dos respectivos dados, pro*<br />
cederemos por tentativas, para achar<br />
approximadamente a dívida fluctuan-<br />
5 Almeida. Juntamente<br />
com a minuta, fôram publicados diversos<br />
documentos que a acompanhavam,<br />
attestados de governadores<br />
civis e do juizes que exerceram as<br />
suas funcções em Viseu e tiveram<br />
como empregado o sr. Cesar d'Almeida<br />
e que tecem os mais rasgados<br />
elogios á sua intelligéncia, honestidade,<br />
assiduidade e zêlo no exercício<br />
das suas funcções.<br />
O actual governador civil, o vingativo<br />
perseguidor do sr. Cesar<br />
d'Almeida, fica numa situação lastimosa.<br />
Agradecemos o exemplar da minuta<br />
que nos foi offerecido.<br />
O correspondente d 'O Commércio<br />
do Porto diz que se pensa em<br />
José Caldas<br />
fundar nesta cidade um centro político<br />
que terá como presidente ho-<br />
Este eminente jornalista vae colnorário<br />
o sr. João Franco.<br />
laborar no nosso prezado collega O O patrôno é bom.<br />
Paiz.<br />
Vinhos portuguêses no Brasil<br />
O sr. Bispo-Conde acaba de pu-<br />
Segundo participação d'uma: imporblicar<br />
sob o titulo — Execução das tante casa commercial do Rio de Ja-<br />
leis de fazenda. Extincção dos Conneiro, regulavam os nossos vinhos em<br />
ventos. Queixa a sua majestade do 21 de dezembro último pelos seguin-<br />
que se fez na extincção do de Lunda, tes preços:<br />
um livro em que deelara os esforços Moscatel, caixa, 20 a 400000 ; Madeira^<br />
18 a 250000; Porto, 12 a 400;<br />
que empregou para salvar da rapi- Collares, 14 a 200000; Velhos do Pornagem<br />
e da deterioração as alfaias to, em barris, 500 a 8000000; Virgens<br />
e objectos d'arte dos conventos do Douro, 350 a 4000000; tintos da<br />
supprimidos na sua deocese, que Figueira, 360 a 4000000; brancos da<br />
comprova com valiosos documentos. Figueira, 360 a 4200000; tintos de Lisboa,<br />
350 a 4000000 ; brancos de Lis-<br />
Agradecemos o exemplar que se boa, 360 a 4000000; Collares, nomi-<br />
dignou offerecer-nos.<br />
nal; verdes, 370 a 4000000 réis.<br />
Foram mandadas executar umas re- A receita municipal proveniente<br />
parações urgentes no quartel de infan-<br />
de impostos indirectos foi durante<br />
teria 23, na importância de 2700000<br />
réis.<br />
o anno de 1896 de 30:790$292<br />
réis.<br />
Um grupo de professores da Universidade<br />
de Berlim, entre os quaes A peste na índia<br />
se destaca o célebre Adolpho Vaquer,<br />
chefe dos socialistas cathe- Communicam de Bombaim ao<br />
dráticos e o notável historiador Times que a população d'aquella<br />
Hans Delbriich, propôs ao conselho cidade está reduzida a metade e<br />
docente d'aquelle estabelecimento que a mortalidade agora é de 20<br />
soientifico a abertura d'um curso li- por cento dos achacados,
Novo empréstimo hespanhol rei não concederá a dissolução nem<br />
o adiamento, caso o governo o peça.<br />
Diz a Correspondência de Espana<br />
que lhe consta que, em resultado Somos doutro parecer.<br />
de uma conferência do sr. Canovas No regimen parlamentar, que já<br />
dei Castillo com o ministro da fa- estava tam desacreditado, vibrou o<br />
zenda, ha idèa de se contrair um<br />
empréstimo externo; e accrescenta<br />
Solar dos Barrigas o golpe de mi-<br />
que o ministro da fazenda vae essericórdia. O que é portanto provátudar<br />
quanto antes as bases d'esta vel é que o absolutismo se desmas-<br />
operação.<br />
care, prescindindo o rei de fórmuas<br />
que mais exauctoram as insti-<br />
Acha-se em estado desesperado<br />
tuições que elle representa.<br />
a mulher do pintor que lugiu com Dentro da monarchia ninguém<br />
a filha de D. Carlos de Bourbon. tomará mais a sério o systema representativo.<br />
Com pouca sorte a opposição no<br />
Solar dos Barrigas.<br />
Tendo o biólogo Fratel, seu prestigiôso<br />
director, annunciado uma<br />
interpellação ao ministro da marinha<br />
e declarando-se este habilitado<br />
para responder na sessão immediata,<br />
o feroz Barriga, depois de<br />
buscar e rebuscar num bolso um<br />
papel durante 5 minutos, resolveu<br />
não fallar.<br />
Assim conta o cómico caso o<br />
Primeiro de Janeiro:<br />
«O sr. ministro da marinha<br />
declarou-se hoje na câmara dos<br />
deputados habilitado a responder<br />
á interpelação do sr. Fratel. Este<br />
ouviu a declaração e calou-se. A<br />
câmara esperou que elle fallasse,<br />
e, decorrendo alguns minutos, o<br />
presidente passou á ordem do<br />
dia».<br />
Dizem outros jornaes que esta<br />
interessante scena provocára no<br />
Solar uma estridente gargalhada.<br />
Não admira. Sam de tal ordem<br />
os Barrigas que se riem uns dos<br />
outros, julgando cada um d'elles<br />
que está fazendo uma bella figura.<br />
Foi transferido para infanteria<br />
23 o i.° sargento do regimento de<br />
infanteria 5 Manuel de Oliveira.<br />
Diz-se que é impossível a permanência<br />
do governo no poder com<br />
o Solar dos Barrigas aberto e que o<br />
Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento (Tiim forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
II<br />
Dois velhos amigos<br />
A velha que lhe seguia os movimentos,<br />
observou-lhe sorridente:<br />
— Peço perdão, mas a quinzena é de<br />
vinte francos.<br />
O barão ficou por momentos perplexo,<br />
mas tirando outra nota do deftfrancos<br />
entregou-lh'a.<br />
— Quer ter a bondade de me acompanhar<br />
aos aposentos d'ella ?<br />
— Oh ! senhor, immediatamente.<br />
E pegando no candieiro, a velha<br />
acompanhou o barão ao quarto andar,<br />
onde bateu a uma porta annunciando:<br />
— Jeanne, está aqui um cavalheiro<br />
que a procura.<br />
A porta abríu-se.<br />
• —Madame de Sillac?, perguntou o<br />
barão.<br />
— Sou eu, disse a pessoa que veiu<br />
«brir.<br />
g concentrou todo o seu olhar a fim<br />
RESISTÊNCIA —Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
Inspira sérios cuidados a sua extremósa<br />
familia, o estado grave do sr.<br />
Antonio de Paula e Silva, proprietário<br />
da Agência de negócios universitários.<br />
de reconhecer aquelle que a procurava<br />
e lhe sabia o nome.<br />
— Venho pedir-lhe o favor de me<br />
escutar por alguns minutos. Quer darme<br />
essa honra ?<br />
— Entre, cavalheiro.<br />
A rapariga precedéra o visitante e,<br />
offerecendo-lhe uma cadeira, sentárase<br />
noutra em frente d'elle.<br />
Jeanne de Sillac, estava, sem dúvida,<br />
preparada para sair, assim o indicava<br />
a sua toilette, um vestido de sêda que<br />
muito bem ajustava ao seu corpo esbelto,<br />
e na cabeça um gracioso chapéu<br />
alto d'onde pendia um véu preto<br />
que ella levantára para escutar o barão.<br />
Este fitou-a por alguns instantes,<br />
cheio de espanto, sem poder reconstituir,<br />
em face do que via, a história de<br />
um passado não muito longínquo; na<br />
verdade Bellida fôra muito amavel para<br />
a locatária... que confiando pouco nos<br />
encantos da sua formosura, se pintava.<br />
O rosto d'um branco mate muitopronunciado,<br />
mais fazia sobresaír a pintura<br />
rosada das faces, os lábios d'um<br />
vermelho vivo eram gróssos, sem vigôr<br />
e enrugados aos cantos; t)s olhos<br />
muito negros, moviam-se dentro das<br />
órbitas, sem brilho; as palpebras pe-<br />
sadas, tinham os bordos negros como<br />
as cartas de enterro, as sobrancelhas<br />
e pestanas pintadas a crayon, os cabellos<br />
que Bellida tanto gabára, pare»<br />
ciam postiços.<br />
Os dedos alvos, Compridos, estavam<br />
queimados pelo tabaco.<br />
daciósos, como vae vêr-se, assaltaramlhe<br />
a casa, prepararam e comeram um<br />
opíparo jantar, não se contentando com<br />
a comida que encontraram prompta,<br />
mas fazendo tudo de fresco, acuradamente.<br />
Mataram gallinhas, assaram carne,<br />
etc., e, para completarem o festim,<br />
como gente que se préza, também prepararam<br />
café. Finda a refeição, quando<br />
só faltava aquelle excitante precioso,<br />
ao temperarem o saborôso líquido,<br />
encontraram no iundo do assucareíro<br />
60 dollars que Freitas alli depositára<br />
por causa dos ladrões.<br />
Foi o que se chama cair a sôpa no<br />
mel I O resto adivinha-se.<br />
Quando Freitas regressou com a família<br />
encontrou a casa, especialmente<br />
a cosinha, em desarranjo, e a um canto<br />
da mésa onde os dois haviam feito<br />
o repasto achou um bilhete contendo<br />
o seguinte:<br />
«Thanks for the dinner and the sixty»<br />
— cuja traducção é:<br />
Agradecimentos pelo jantar e pelos<br />
sessenta.<br />
Debaixo d'esta impostura de alvaiade<br />
e crayon, o barão procurava a mulher<br />
que conhecêra outr'ora.<br />
Embaraçada com este exame e silêncio<br />
tam prolongado, Jeanne disse:<br />
— Aguardo saber o fim da sua visita,<br />
senhor.<br />
Entám o barão, lançando um olhar<br />
em torno do aposento, vendo que estava<br />
só com a sua antiga amiga, pegou<br />
no candieiro de sobre , a mesa e<br />
collocando-o à altura do rosto disse<br />
para a rapariga, espantada de tam singulares<br />
maneiras:<br />
— Reconheces-me, Linotte?<br />
Ella fitando o seu olhar naquelle que<br />
lhe fallava, ficou silénciósa por alguns<br />
segundos, depois batendo as palmas<br />
exclamou:<br />
— O Inglês!<br />
— Sim, sou o Inglês.<br />
— Quer dizer, o Inglês de Paris...<br />
0 meu processo revelou me quem tu<br />
eras.<br />
— Bem sei... Revelou-te que eu a<br />
principio fui um perverso... Vejo que<br />
me conheces, mas eu também te conheço<br />
e melhor do que os que te julgaram<br />
e condemnáram... Por isso podemos<br />
fallar francamente.<br />
— Francamente, sim, mas baixo,<br />
porque as paredes sam pouco espes-<br />
1 sas e pôde ouvir-se nos outros com-<br />
partimentos.<br />
— Sabes, não te acho differença...<br />
és sempre formósa.<br />
«-Oh! não faliemos nisso.. • nâo<br />
desejo ouvir mentiras, Os dezeseis<br />
da direcção; nomear commissão<br />
para exame de contas e proceder-se<br />
á eleição dos seus corpos gerentes.<br />
Coimbra, 10 de janeiro de 1897.<br />
• O secretário,<br />
Cassiano Augusto Martins Ribeiro.<br />
KALENDARI0 DE JANEIRO,1897<br />
3 10 17 24<br />
Segunda feira .... 4 11 18 25<br />
5 12 19 26<br />
*6 13 20 27<br />
7 14 21 28<br />
8 15 22 29<br />
2 9 16 23 30<br />
Lua nova em 3, às 5,27 m. da m.<br />
Quarto crescente em 10, às 9.9 m.<br />
da m.<br />
Lua cheia em 18, ás 7,40 m. da t.<br />
Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />
m. da t.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
annos decorridos até hoje, deixou-Os a<br />
miséria bem gravados no meu rosto.<br />
Supponho, no entretanto, que não foi<br />
para me dizeres amabilidades que vieste<br />
procurar-me?<br />
— Não, mas antes de fallar em negócios<br />
queria recordar-te o passado.<br />
— Bagatellas! não fallêmos mais<br />
d'elle, disse Linotte empallidecendo...<br />
É ainda mais horrível o presente.<br />
— Tens soffrido muito?<br />
— Oh ! sim, muito !<br />
— E a causa ?<br />
Com uma voz que tocava o coração,<br />
a desgraçada respondeu:<br />
— A miséria, a fome, o frio, os máus<br />
tratos ! desprêzo... remorsos... tudo<br />
emBm...<br />
— Pobre rapariga I nunca pensaste<br />
em vingar-te ?<br />
— Vingar-me de quem? de quê?<br />
Podem porventura vingar-se ás mulheres<br />
que chegaram aonde eu cheguei ?<br />
Quando apenas procuram defender-se,<br />
nuaca têem razão... Sam sempre condemnadas.<br />
— Eu não quero fallar da vingança<br />
brutal que faz pôr em movimento a<br />
policia sempre indiscreta; fallo-te da<br />
vingança hábil, mysteriôsa I<br />
— Como soubeste a minha morada?<br />
— Ouvi pronunciar o teu nome ha<br />
quinze dias, numa casa de modas, a<br />
Chaineau.<br />
^-Chaineau, uma refinadíssima ladra...<br />
que tanto mal me tem feito!<br />
—-Descança que ella não te inquietará<br />
mais se nos entendermos,...<br />
PEDRO FERNANDES TH0MAZ<br />
Canções populares da Beira<br />
Acompanhadas de 52 melodias,<br />
recolhidas directamente da tradição oral,<br />
e arranjadas para piano<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO<br />
POR<br />
J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />
1 volume de 263 p 800 réis<br />
Pelo correio 850 »<br />
Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />
Augusto Veiga<br />
FIGUEIRA<br />
Formulário do registo predial<br />
Foi approvado o auto de recepção<br />
definitiva do fornecimento e assentamento<br />
de três vigas de ferro e mais<br />
peças necessárias para a ponte sobre<br />
Collecção de fórmulas dos diversos<br />
actos dè registo predial, averbamentos,<br />
cancellamentos, certificados e notas de<br />
registos, de petições para a feitura desses<br />
actos, e de modelos para os termos<br />
de abertura e encerramento nos<br />
diversos livros das conservatórias, seguida<br />
de vários apontamentos úteis,<br />
por Henrique Garcia Pereira Martins,<br />
ajudante do conservador privativo da<br />
o rio Foja, na estrada real n.° 49, dis- Foi demittido de distribuidor supratricto<br />
de Coimbra, adjudicado á Emnumerário do correio d'esta cidade Anprêsa<br />
Industrial Portuguêsa.<br />
tonio Conceição Barros.<br />
Encommendas postaes<br />
para a Africa Occidental<br />
Pelos paquetes portuguêses que par-<br />
comarca de Villa Nova de Famalicão,<br />
com uma carta-prefacio do dr. Eduardo<br />
José da Silva Carvalho, juiz de Direito<br />
de l.<br />
tem de Lisboa para a África Occidental,<br />
nos dias 6 e 23 de cada mês, pódem<br />
Nos mêses de novembro e dezem-<br />
Para o regimento de infanteria 2<br />
expedir-se encommendas postaes para<br />
bro foram mortos neste concelho 1:700 S. Vicente e S. Tbiago de Cabo Verde,<br />
foram mandadas transferir imme- cães vadios.<br />
Bolama, S. Thomé, Cabinda, Ambriz,<br />
diatamente, e por conveniência de Discrirninam-se assim: Arganil, no Loanda, Benguella, e Mossamedes.<br />
vembro, 61; dezembro, 41; ao todo Cada volume de encommendas não<br />
serviço, 42 praças d'infanteria 9 e 102.<br />
pôde exceder o peso de 5 kilogrammas,<br />
67 d'infanteria 17, e para infante- Cantanhede, respectivamente: 51, a capacidade de 20 decimetros cúbicos<br />
34, 85. Coimbra, 177, 186, 363. Con- e a dimensam de 60 centímetros em<br />
ria 5, analogamente, 18 praças de deixa, 57, 101, 158. Figueira da Foz, qualquer das suas faces, salvo quando<br />
cada um dos regimentos d'infanle- 120, 71, 191. Goes, 22, 22, 44. Lou- a encommenda se apresente em fórma<br />
zã, 21, 71, 92. Miranda do Corvo, 43, de rolo e seja de fácil accommodação,<br />
ria 12, 14 e 23, e 52 de caçado- 41. 84. Montemór-o-Velho, 26, 37,63. Os portes em sellos, a que as reres<br />
3. Sam, .pois, 215 praças que Oliveira do Hospital, 42, 18, 60. Pamferidas encommendas estam sujeitas,<br />
pilhósa da Serra, 13, 15, 28. Penaco- sam de 500 réis por cada encommen<br />
vam engrossar a guarnição de Lisva, 36, 39, 75. Penella, 39, 19, 58, da destinada a Cabo Verde, e Guiné, e<br />
boa.<br />
Soure, 153, 69, 222. Taboa, 55, 20. de 700 réis por cada encommenda des-<br />
75.<br />
tinada a S. Thomé e Angola.<br />
Todas as estações postaes e telegrapho-postaes<br />
que permutam encommen-<br />
Falleceu nesta cidade o sr. Manue<br />
das com o interior do país estam au-<br />
Illydio dos Santos, antigo typographo ASSOCIAÇÃO COMMERCIAL DE COIMBRA ctorizadas a receber encommendas pa-<br />
e que ha annos se dedicava ao comra<br />
a África Occidental.<br />
Por ordem do sr. presidente é<br />
mércio de cereaes.<br />
Direcção dos serviços telegrapho-<br />
convocada a Assemblêa Geral da postaes, 24 de dezembro de 1896.<br />
Associação Commercial de Coimbra,<br />
conforme determina o artigo<br />
Roubo audacioso e engraçado 19, | 1.° dos seus estatutos, para F. Fernandes Costa<br />
Dizem de S. Francisco da Califórnia 15 do corrente, pelas 7 e meia ho-<br />
que, emquanto Antonio Freitas, porturas da noite.<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
guês, residente entre Decoto e Niles.<br />
assistia á missa com sua familia, no<br />
dia 20 de dezembro, dois gatunos au-<br />
Ordem dos trabalhos<br />
Apresentar o relatório e contas<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
a instância.<br />
Livro útil aos conservadores ajudantes<br />
e amanuenses de conservatória, aos<br />
candidatos aos logares de conservadores<br />
e aos advogados, escrivães e procuradores.<br />
Todos os pedidos devem ser feitos<br />
ao depósito geral, livraria Lello & Irmão,<br />
antiga casa Chardron, calçada dos<br />
Clérigos—Porto, ou ao auctor, em Villa<br />
Nova de Famalicão.<br />
CODIGO ADMINISTRATIVO<br />
Approvado por carta de lei de 4 de<br />
maio de 1896 (actualmente em vigor)<br />
seguido de «Repertorio alphabetico e<br />
da Tabella de emolumentos dos secretarias<br />
das corporações, auctoridade e<br />
tribunaes administrativos.»—Preço 240<br />
réis.<br />
E' a última publicação da «Bibliotheca<br />
Popular de Legislação», com séde<br />
em Lisboa, rua da Atalaya. 183 1.°,<br />
para onde devem ser dirigidos os pedidos,<br />
acompanhados da respectiva importância.<br />
Esta edição é conforme com a ofEcial<br />
e a única que tem Repertorio, importante<br />
auxiliar para a fácil consulta<br />
da obra, assim como também é a única<br />
acompanhada da tabella dos emolumentos<br />
administrativos, o que sobremaneira<br />
a torna recommendavel.<br />
Desejo, por isso, que antes de mais<br />
uada, Linotte, respondas ás perguntas<br />
que vou fazer te.<br />
— Conforme ellas fôrem...<br />
— Sara para teu interésse...<br />
— Entám pódes fallar.<br />
— Estás pobre?<br />
— Oh sim !, e Linotte abanava a cabeça<br />
conQrmando: muito pobre... pobríssima.<br />
— A verdade, e que eu ha pouco não<br />
queria revelar-te, é que tu estás effectivamente<br />
muito mudada...<br />
— Que dizias tu se me ouvisses tossir<br />
de manhã ?<br />
— Vivendo como vives não pódes<br />
durar muito tempo...<br />
— Isso é verdade I, disse com ar<br />
cynico a rapariga, ha mistéres que se<br />
vâm tornando cada vez mais lucrativos.<br />
.. o nosso é ao contrário...<br />
— Por êsse motivo é que eu venho<br />
propôr-le um negócio.<br />
— Se involve o risco de ir parar<br />
com os óssos á cadeia... nada feito I<br />
— Não I... é um negócio que tu só<br />
pódes resolver.<br />
— Honesto ?<br />
— Honesto, é conforme.<br />
— Porventura ha duas honestidades?<br />
— Sim, ha! a que consistir em nâo<br />
ultrapassar os limites do código, e a<br />
bem mais restricta que é limitada pela<br />
consciência.<br />
— Não é d'esta última que queres<br />
fallar-me?<br />
(Continua.)
TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia — História do limoeiro—O<br />
Limoeiro hoje—O regulamento — Os presos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />
— «cenas de sangue — Am prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 M r ESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÀO RODRIGUES 6RÀ6À<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
*» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de corôas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
ESCRIPTORIO — Rua da Sopliia, n.° 54, 2.°<br />
C O I M B R A<br />
3 lllrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão;<br />
De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />
Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Tabella dos preços dos principaes serviços<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />
económicas . . . . . . . . . . . 20000<br />
Agência èm quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês 1(5000<br />
Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />
feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
e o constituinte tem sómente a pagar a agência.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para emprès-<br />
... timos e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte. 10000<br />
Todos os serviços sam feitos com promptidão e quasi de<br />
graçá.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
-notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; — e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ISO réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
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Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />
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Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
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I Ã M A DAS ALDEIAS ~<br />
Semanario illustrado de propaganda agrícola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis<br />
Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />
competência: Lentes da Universidade, Academia Polytéchnica<br />
do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa-, directores e professores<br />
de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados„ chimicos,<br />
engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />
viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />
^ S S I G H V ^ T T J I i A P A R A 1 8 9 7<br />
Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />
a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />
portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />
Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />
variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou lj?000<br />
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A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />
maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />
na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />
trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />
diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />
em folhetim um bom romance.<br />
0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />
morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />
Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />
Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />
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AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />
Rua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />
ÉDITOS DE 30 DIAS<br />
(2. a publicação)<br />
8 pelo juízo de Direito de<br />
I Coimbra e cartório a<br />
cargo do escrivão do 5.° cilicio,<br />
córrem éditos de 30 dias, a<br />
contar da segunda e última<br />
públicação d'este annúncio, citando<br />
Manuel Joaquim, solteiro,<br />
ausente em parte incérta, para,<br />
na qualidade de herdeiro, assistir<br />
aos termos do inventário de<br />
menóres a que vàe proceder-se<br />
por óbito de seu pae Manuel<br />
dos Santos Martinho, morador<br />
que foi no Outeiro, freguezia do<br />
Botão d'esla comárca.<br />
Verifiquei.<br />
O juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
•<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
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PUBLICA-SE AOS DOMINGO»<br />
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Redacção e Administração<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
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todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
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Cada linha, 30 réis—Repeti"<br />
ções, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Typ. F. França Amad»—COIMBRA
I<br />
N.° 199 COIMBRA—Domingo, 17 de janeiro de 1897 2." ANNO<br />
Dr. José Falcão<br />
Vam decorridos quatro annos so<br />
bre a morte,do nosso estremecido<br />
amigo e inolvidável chefe do partido<br />
republicano dr. José Falcão, e<br />
á medida que essa triste data se<br />
vae distanciando, cada vez mais<br />
sentimos a falta d'êsse vulto glorio<br />
so, cuja acção na política portuguêsa<br />
tam eminente foi.<br />
Ao commemorar essa data, dizíamos<br />
nós ha um anno:<br />
«Vam passados três annos... E<br />
o destino é o mesmo, a despeito<br />
dos clarões d"esperança que os heroismos<br />
do nosso exército fazem<br />
despontar ao longe, e que podem<br />
tornar-se mais brilhantes se elle<br />
comprehender os rigorosos deveres<br />
que a situação do país lhe impõe.<br />
Vam agora passados quatro an<br />
nos... E o destino é o mesmo,<br />
achando-se já em grande parte extinetos<br />
os clarões d!esperança que<br />
o nosso exército fez despontar ao<br />
longe. Não conseguiram êsses clarões<br />
desfazer as nuvens carregadas<br />
de tristíssimos vaticínios que se encastellam<br />
nos horisontes da pátria.<br />
As próprias colónias, onde êsses<br />
clarões irradiaram, submergiram-se<br />
de novo em densas trévas.<br />
Ficamos só sabendo que o nosso<br />
exército e a nossa armada sam ca-<br />
pazes de verdadeiros actos de heroísmo<br />
e que nada resiste á influên-<br />
cia deletéria, corrosiva, do regimen<br />
que nos domina. Nem as glórias do<br />
nosso exército ficaram incólumes;<br />
foram salpicadas de lama.<br />
Chegámos a um momento em que<br />
hão se assiste só á agonia extrema<br />
das instituições em imrnundo tremedal<br />
; vê-se de dia para dia declinar<br />
uma nacionalidade gloriosa,<br />
prevê-se a sua morte.<br />
Previa-a já o dr. José Falcão e<br />
era a idêa fixa de salvar a sua querida<br />
pátria que lhe dava alentos<br />
para a lacta pertinaz, heróica, contra<br />
a monarchia, quando a doença<br />
havia minado já profundamente o<br />
seu corpo.<br />
«Os annos apodreceram-me o<br />
corpo; a minha alma está, porém,<br />
cada vez mais pura e a minha fé<br />
mais viva.»<br />
«Tenho aqui uma terrível dictadura<br />
moral, que não sollicitei, que<br />
nie esmaga, e não posso sacudir de<br />
j;ima dos meus fracos hombros,sem<br />
faltar ao que devo á minha Pátria,<br />
Digo isto, porque não encontro nin- na sua inquebrantável crença; pormasse um rei português,fôssemsobre<br />
guém que queira, substituir-me. que a memória de José Falcão ha a sua sepultura bradar-lhe bem alto Morreu! Um túmulo abriu-se.<br />
«Quando podér passar a outras de representar sempre para os re- esta notícia, para que os seus ossos Mas êste túmulo, abrindo-se, fez o<br />
mãos êste pesado cálix, creia que publicanos portuguêses o typo idea- podéssem estremecer de júbilo. E mesmo vácuo que faria uma grana-<br />
não hesito um momento; mas, polisado pela nossa imaginação. em 1640, sua mulher, D. Joanda, em estilhaços, cortando as fileibre<br />
de mim, não sei se os meus Do triumpho do forte sobre o na de Mello, cumpriu a promesras d'um exército.<br />
olhos chegaram a vêr essa hora J» fraco, do império da vontade sobre sa, na piedosa fidelidade do ju- Ha homens, assim, para cuja per-<br />
Não chegaram. O dr. José Falcão a lei, do domínio das oligarchias ramento prestado.<br />
da não ha lágrimas que cheguem,<br />
não foi substituído durante os pou<br />
sobre o pôvo, da subordinação do Para as cinzas do dr. Falcão, um nem desolações que bastem,—me-<br />
direito ao capricho e da justiça ao<br />
cos mêses de vida que leve depois<br />
dia virá também, quando raiar a auteoros que se afundam no mar do<br />
favor, nasceu no espírito dos póvos rora luminosa d'um nôvo futuro, em<br />
que escreveu aquellas tristes phra<br />
nosso chôro, na mágua dos nossos<br />
uma aspiração redemptora — a re- que ao túmulo abençoado doesse<br />
ses em cartas ao sr. Fuschini, e o<br />
corações.<br />
publicana. Encarnou em José Fal- grande patriota sejam levados na<br />
seulogar ainda não foi preenchido.<br />
Uma calamidade, uma fome, pocão<br />
esse ideal—verbum caro factum onda estrondosa do enthusiásmo dem arroxear a alma d'um pôvo.<br />
Talvez que, se a morte o não ar- est. .. mas não morreu com elle a público as hossanas do reconheci- Um homem, porém, da estatura<br />
rebatára iim cêdo, os seus sacrifí- nossa respiração—vive lá, na vida mento nacional e a consagração so- moral de José Falcão desapparecencios<br />
tivessem conquistado pará eterna da sua memória, a encher lémne dos seus serviços!<br />
do nas arestas d'uma sepultura, no<br />
pátria que tanto amou o início de da mesma luz as nossas almas, a E o seu busto insinuante e altivo momento em que todos anceiam por<br />
uma phase redemptora e que não vivificar do mesmo alento as nossas terá um logar distincto na galeria elle, faz mais do que isso, desnor-<br />
veriamos mais sacrificadas que no crenças, a robustecer da mesma dos beneméritos da pátria 1 teia todas as esperanças, confunde<br />
seu tempo as liberdades públicas, energia a nossa fé...<br />
A. todas as aspirações.<br />
mais arrastada pela lama a digni- Que o nome grandiôso de José<br />
E assim foi. O trabalho do grandade<br />
nacional e em perigo immi Falcão não representa hoje só uma<br />
- ^ t é l á , - . . de propagandista, a organização<br />
nente a nossa independência. Tal- individualidade, por incommemo-<br />
audaciosa mas segura com que elle<br />
vez.ravel<br />
que ella seja: — José Falcão Foi ha quatro annos e, não obs- cercava a monarchia, rompeu-se,<br />
é um lêmma — é a generalização<br />
A recordação do seu nome,<br />
tante, parece estarmos ainda na desabou.<br />
suprema das aspirações d'um pôvo<br />
lembrança dos seus sacrifícios ainda<br />
presença d'aquella dolorosa romaria É que a labarêda quente do seu<br />
inteiro.<br />
inspiram tantos alentos no meio<br />
fúnebre que, a acompanhar o seu cérebro de patrióta e de revoltado,<br />
Fernão Silvestre.<br />
da desorganização e da fraquêza<br />
cadáver, nos levou a Santo Antonio já não aquecia as fileiras dos cora-<br />
dos Olivaes.<br />
ções unidos em linha de batalha.<br />
em que se debatem os elementos do<br />
depauperado organismo nacional! ANNIVERSÁR10<br />
Do vácuo immenso que a sua E que um grito tinha voado e<br />
estatura moral deixou no espírito paralysado tudo, com a trágico elo-<br />
<strong>Completa</strong>ram-se ante-hontem d'uma pátria abatida pelos baldões quência d'uma perda irreparavel:<br />
quatro annos. E no cemitério de da vilania, uma única esperança nos<br />
Tzlstla, Trerba Santo Antonio dos Olivaes já ficou restou como último reducto na lucta<br />
— José Falcão é morto!<br />
encerrádo o cadáver do dr. José a que a fatalidade nos roubava a<br />
Passaram quatro annos—qua Falcão, acompanhado pela tristêza força enórme do seu prestígio.<br />
Iro immensidades de luclo na a|ma de todos os espíritos que ainda ali- Era que, á beira da sua sepul-<br />
Grande Alma! Grande Cidadão!<br />
republicana — desde a catástrophe mentam a fé no triumpho da Justura, todos os que o tinham tido<br />
Que a tua memória seja para nós<br />
pavorosa da morte de José Falcão, tiça e na rehabilitação da nacionali- por mestre e por chefe e por guia<br />
um EvangelhOj e a tua vida de<br />
o prestigioso, o immaculado... dade portuguêsa!<br />
mostraram comprehender que, se-<br />
crente, de sincéro e audaz, um<br />
Agora, que os annos volveram A mórte surprehendeu-o antes guir no caminho que José Falcão<br />
grande Exemplo para seguirmos.<br />
rápidos sobre a anniquillação d'a que visse realizada a obra prodi- lhes deixava traçado, era a única<br />
quelle superior espírito, daquella giosa, que encetou com a crença in- consagração devida.<br />
Evaristo de Carvalho.<br />
grande alma, seria já occasião de quebrantável d'um apóstolo e com Essa consagração havemos tam-<br />
se verificar o vácuo enorme que no a corágem tenaz e inflexivel da fibém nós de prestar-lh'a quando ali,<br />
)artido republicano deixou o nosso gura lendaria doSpadius, de Flau- na rua, soar o grito nervôso da re-<br />
chefe insubstituido; mas, neste mobert. E o mesmo gólpe que lhe corvolta.mento de concentração dolorosa so tou a vida afrouxou o ardôr das Será ámanhã?... depois?...<br />
Diz-se que o governo vae definir<br />
)re aquelle vulto gigantêsco que hastes democráticas, cujo movimen-<br />
as altribuições dos commissários<br />
d'aqui a dias. .. mêses?<br />
régios em Moçambique. Ha quem<br />
uma tristíssima saudade involve, o to a sua intelligéncia impulsionava Seja quando fôr.<br />
pense que o melhor seria acabar<br />
nosso espírito não quer perder-se selo nórte do país.<br />
Até lá honrêmos as suas extraor- com tal raça, que só serve para o<br />
nem nessa investigação amarga. E afrouxou, porque elle era o dinárias virtudes e guardêmos bem thesouro público dispender mais<br />
E fazêmo-lo reviver, o Morto que- íomem excepcional, destinado pela no peito a sagrada memória do seu alguns contos de réis.<br />
rido, o Mestre amado 1... E vé- randêza da sua abnegação, pela nome.<br />
Em quanto não havia a possibimo-lo,<br />
triste e austéro, sevéro e bom,<br />
lidade de communicações rápidas<br />
superioridade genial das suas fa-<br />
Ricardo Gomes.<br />
com as províncias ultramarinas, tí-<br />
de côrpo frágil e cérebro poderôso, culdades e pela confiança que insnhamos<br />
só governadores. Agora ba<br />
illuminando com o irradiar deslumpirava a rectidão da sua probidade<br />
commissários régios e não sabemos<br />
jrante do seu espírito feito de luz a<br />
José Falcão<br />
immaculada, a lançar o pregão da<br />
se, ao definir as suas attribuições,<br />
alma de nós todos. , . E evocámos guerra santa e a erguer o ânimo'<br />
o governo pensará em crear outra<br />
Um nome que pesa na História,<br />
a sua estatura grandiosa, a austéra abatido dos tíbios e dos descrentes.<br />
entidade, para os casos graves,<br />
e um homem que pesa num sepul- com ordenado maior do que os<br />
rigidêz do seu caracter, a immacu- Á sua voz agrupávam-se todos chro.<br />
commissários régios têem actuallada<br />
brancura da sua alma, para os honéstos; e a sua palavra a um Deixou, porém, isto que poucos mente.<br />
banharmos de luz puríssima a nos- tempo ardente e serena, nítida e deixam: adoração, respeito, amôr; Que já não é pequeno. Mas as<br />
sa fé... Que elle é ainda hoje o irme, toda de pensamentos largos, uma nacionalidade inteira coberta<br />
liquidações são sempre um negócio<br />
padrão immarcessivel da nossa cren- inflammava os desalentados, de con-<br />
enfadonho. E' conveniente que isto<br />
de crepes, e todo um partido choça,<br />
a synthese luminósa do nosso vicção e de valor.<br />
vá depressa.<br />
rando de magua.<br />
ideal 1<br />
Conla-se que o jurisconsulto do E que dir-se-hia a voz d'um gran-<br />
Evocar a memória de José Fal- Porto dr. Ignacio Ferreira, fallecido de Pôvo a voz da sua falia, e o co- Associação de classe dos alfaiates<br />
cão é retemperar a nossa alma na em 1623, recommendou na hora ração d'uma grande Pátria o seu<br />
sua Alma, a nossa energia naquella extrema, que, quando a nação sa-<br />
Devem realizar-se hoje as eleições<br />
grande coração.<br />
energia indomável, a nossa crença<br />
dos corpos gerentes da Associação<br />
cudisse o jugo de Castella e accla-<br />
de classe dos alfaiates,
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
Z B a g r a t e l l s u s cham-nas nas sargêlas e nas mon- O monopólio do álcool<br />
tureiras da politiquice!<br />
O governo resolveu suspender o<br />
Podia citar exemplos no género, decreto do commissário régio em<br />
Agora mesmo ouvi em particu- de que me occupo, por onde se vê Loanda por que se estabelecia o<br />
lar palestra um estimado amigo, na França como o governo apro- monopólio do álcool, pretendendo<br />
todo ordem e liberal constituição, que veita os estímulos das corporações assim mostrar que era desconhe-<br />
me favoreceu com a leitura da mi- locaes, para a instrucção do trabacida<br />
d'elle essa negociata e que só<br />
d'ella tivera notícia pelos artigos<br />
nha algaravia anterior.<br />
lho, por exemplo, na creação de es-<br />
publicarados nos jornaes da opposi-<br />
Não pode comprehender como os cholas, e na instituição de museus ção.<br />
governos sejam responsáveis pelo para a illustração do gosto público. Ora sabe-se que, segundo affir-<br />
entorpecimento da iniciativa parti- Aqui os governos ou pela acção, mam jornaes bem informados de<br />
cular. E deplóra o extranho facto ou pela indiíferença, sam os inimi- Lisboa, o projecto do tal decreto<br />
de neste país todos esperarem tudo gos natos de qualquer esforço de<br />
foi elaborado na deliciosa matta do<br />
3ussaco, que foi levado para Loanda<br />
da tutella providéncial dos gover- utilidade pública, que não seja obra pelo commissário sr. Gomes Coelho<br />
nos, desde a reforma do campaná- do seu arbítrio.<br />
que é a firma Bensaude, Lima<br />
rio da egreja, até ás excavações para O município de outros tempos, Mayer & C.<br />
descobertas archeológicas em Con- )em como a parochia estám redudeixa.zidos<br />
a grupos de manequins illa-<br />
Nota com espanto que sejam os queados pelo poder, adstrictos ao<br />
próprios republicanos a exigir éssa )apel de méros serviçaes gratuitos!...<br />
tutella. E d'ahi por diante, cada Que admira, pois, que seja o go-<br />
Vez mais ordem e carta, conclue que verno, tam ávido de auctoridade e<br />
os elementos da política avançada sôfrego de mando, que devesse for-<br />
estam sendo um estorvo, pelo abunecer os meios pecuniários para exso<br />
declamatório de reclamações plorações archeológicas em Condei-<br />
absurdas, promovendo o descontenxa-a-Velha 1<br />
tamento do pôvo e o desprestígio Não sáem dos cofres públicos<br />
pessoal dos governos.<br />
sommas enormes a pretexto de es-<br />
E assim, dois caminhos únicos tudos de varia naturêza, para in-<br />
descobre para o exercício dos ho strucção e recreio de trunfos pro-<br />
mens do poder: ou sujeitarem-se tegidos, propensos ao regabofe de<br />
ás consequências fataes da desmo- viagens á custa alheia?...<br />
ralização, contemporisando com as Não dispende o thesouro som-<br />
ignomínias de todas as traficáncias, mas avultadas em reformar edifí-<br />
ou afastarem e reprimirem com mão cios para delegações e recolhimen-<br />
enérgica esta conspiração perma tos jesuíticos com o ignóbil desplan<br />
nente, que explora a ignorância do te e escarneo da opinião e das<br />
pôvo, espalha o descontentamento leis?...<br />
e desacata a auctoridade constituída. A miséria é geral, mas o thesou-<br />
Etc., etc.<br />
ro é de todas as explorações.<br />
Esta contestação, que está no menos as archeológicas, exactamen-<br />
ânimo de tantos pacatos, presta-se te porque éssas sempre dariam al-<br />
a commentários fáceis. Aqui a réguma honra e proveito ao p&ís.<br />
plica será curta: não ha tempo, nem<br />
A.<br />
papel para mais extensa disputa.<br />
• Attenda o contradictor:<br />
Sempre se realizou a interpella-<br />
A ignorância popular tem sido o ção do sr. Fratel ao ministro da ma<br />
preceito fundamental do regimen, rinha. O illustre barriga encheu-se<br />
em que vivemos.<br />
de coragem, e, zás, caiu em cima da<br />
E, admillindo momentaneamente Companhia de Moçambique com tal<br />
a hypothese d'essa ignorância ser<br />
violência que quasi a ía matando.<br />
A avaliar pelo que dizem os jor-<br />
explorada pelos republicanos connaes,<br />
o ministro da marinha contra<br />
os interésses dos que cuidadocordou com as observações do<br />
samente a têem fomentado, isso só lustre interpellante. A companhia<br />
serviria a demonstrar, que o anal- não morreu ainda mas pouca vida<br />
phabetisnro das massas tem dois lhe resta.<br />
gumes e é duplamente perigôso O que ha de ella fazer contra<br />
tam poderosos inimigos ?<br />
contra aquelles que julgam que as,<br />
populações incultas mais facilmente<br />
submettem á virga férrea do despo- A mãe de Adelino Veiga<br />
tismo.<br />
Enterrou-se hontem uma vélhi-<br />
È certo que a iniciativa portunha, Maria das Dôres Veiga, que<br />
guêsa em todos os factos da vida deu vida a um bello espírito, per-<br />
social, é uma coisa extincta; ruas<br />
dido na miséria intellectual dos artistas<br />
de Coimbra — Adelino Vei-<br />
justamente, porque os governos têem ga, o amigo generôso e bom de to-<br />
violentamente imposto a sua ingedos os operários da sua terra.<br />
rência além de todos os limites. Pois morreu na miséria a pobre<br />
Haja vista a recente legislação velhinha—a mãe de Adelino Veiga<br />
sobre associações, um dos mais que tem no cemitério um monumen-<br />
odiosos escândalos dos abusos do<br />
to e que morreu, como a mãe, quasi<br />
á fome!<br />
poder, nos últimos tempos 1,..<br />
Em compensação, o seu enterro<br />
Elles consideram o país em me- foi luzido. Sam assim as multidões...<br />
noridade, ou como uma vasta tribu<br />
de mentecáptos e pretendem conduzí-lo<br />
aos empurrões com as ba- O marquês de Cabrinana, que<br />
sofiantes ameáças da força armada levantou uma campanha de mora-<br />
E, longe de regular sensatamente a lidade contra o ayuntamento de<br />
descentralização, reservando-se as<br />
Madrid, foi condemnado a dois<br />
mêses de prisão. Esta sentença<br />
mais altas questões da civilização e<br />
causou viva impressão em Madrid,<br />
da prosperidade nacional, infiltram- e ha a idêa de se fazer uma grande<br />
se nos detalhes locaes e inutilizam manifestação, fechando os estabe-<br />
todas as vontades úteis, ou debolecimentos. a Se tal se deu, hemos de concor-<br />
G u D o a.<br />
dar que os srs. camaristas, ao tornarem<br />
público o seu projecto, com- Como estava annunciado mr.<br />
prehenderam bem o meio.<br />
Mills fallou segunda feira no senado<br />
Podiam, porém, reservar essa Norte-Americano, defendendo a pro-<br />
jartida para o entrudo. Entam é posta que anteriormente apresentára<br />
que ella tinha verdadeira graça. a favôr do reconhecimento da independência<br />
de Cuba e a approvação<br />
de um crédito de 10:000 pêsos<br />
Uma Campanha para honorários do futúro ministro<br />
em Cuba. Na câmara havia pequena<br />
O nosso prezado collega A Mar- concorrência, tanto de senadôres<br />
selheza promette revelações esma- como de curiosos. O orador combagadoras<br />
para o regimen que tam teu violentamente a altitude de mr.<br />
vilmente tem explorado o país sobre Cleveland na mensagem presiden-<br />
a venda de empregos públicos, nos cial ultimamente enviada ao Con-<br />
seguintes termos:<br />
gresso, declarando que a faculdade<br />
, que mantém as mais «Propômo-nos demonstrar que<br />
de reconhecer um nôvo Estado é<br />
íntimas relações com o presidente em Portugal se vendem empregos<br />
própria ao Congresso e não do pre-<br />
do conselho de ministros, quem públicos, não a trôco de influênsidente<br />
da Republica. Mr. Mills remais<br />
interésse tinha na questão cia, não a trôco de suborno, mas<br />
)elliu horrorisado e indignado a de-<br />
Vias o governo finge que tudo igno- a trôco de dinheiro, como num<br />
claração de mr. Cleveland annunrava.<br />
Depois que reconheceu a im- mercádo se vende peixe ou fruciando<br />
que os Estados-Unidos conpossibilidade<br />
de realizar o seu te cta; que ha quem publicamente<br />
templam com admiração os esforços<br />
nebrôso plano, adoptou a solução os offereça, que ha quem os po-<br />
que faz a Hespanha para reprimir<br />
que mais lhe convinha para se nha á venda, e que ha quem os<br />
a resurreição separatista de Cuba.<br />
manter no poder.<br />
compre».<br />
«Se estivesse na minha mão,—proseguiu<br />
elle furiôso — prestaria as<br />
É esta a única idêa que o do- Que em Portugal se vendem em- esquadras e os exércitos norte-amemina.<br />
Tudo subordina a ella. pregos públicos de ha muito se ricanos aos insurréctos para impe-<br />
O que fará, porém, o commissá- sabe. Prestará todavia um ralevandir a carnificina e as devastações<br />
rio régio em Loanda ? Acceitará tadissimo serviço ao país quem o de que faliam os correspondentes e<br />
responsabilidade exclusiva do de- provar por documentos ou teste- os cidadãos norle-americanos que<br />
creto do monopólio que o governo munhos inilludiveis.<br />
estiveram ultimamente na ilha.»<br />
pretende lançar sôbre elle, ou pedirá Estamos convictos de que A<br />
sua demissão?<br />
x<br />
Marselheza, ao fazer tam grave affir<br />
É esta a única solução que elle mação, os tem, e não duvidámos Em Buenos Ayres tem havido des-<br />
dignamente pôde adoptar, mas não por um momento sequér de que não ordens mais ou menos gráves por<br />
nos admiraremos de que continue lhe falta energia para dizer tudo o causa dos acontecimentos de Cuba.<br />
no seu logar. O exercício dos cargos que sabo.<br />
O correio recebido hontem traz-nos<br />
públicos parece que oblitera com-<br />
a notícia de que no dia 23 de depletamente<br />
o senso moral. Alguns<br />
zembro fôram distribuídos larga-<br />
casos conhecemos nós que, por<br />
muito habituados que estejamos ás<br />
Dizem de Santo Thyrso, que no<br />
mente na cidade, incluindo nos<br />
trislres scenas de degradação mora"<br />
logar de Palmeira um rapaz foi<br />
quartéis, uns manifestos contra a<br />
em que este regimen se afunda, nos<br />
mordido num dedo da mão esquer-<br />
Hespanha e a favôr de Cuba. O go-<br />
causam sempre pasmo ao pensar<br />
da por um cão hydróphobo. O ra<br />
verno mandou rasgar quantos exem-<br />
nellas.<br />
paz segurou-o valentemente, en<br />
plares apparecêram. Pelas ruas tem<br />
quanto um seu irmão esmigalhava<br />
apparecido differentes grupos mani-<br />
O sr. Brito Capello, permane ás pancadas a cabeça do animal,<br />
festando-se ruidósamente contra a<br />
cendo no seu logar depois da exau- que já tinha mordido três crianças<br />
Hespanha, e d'aqui tem nascido<br />
ctoração do governo por um acto noutras freguezias.<br />
desordens com os hespanhoes. Pre-<br />
em que a este pertence maior res<br />
para va-se uma grande manifestação<br />
ponsabilidade, não se enodoará tanto Também em Vianna do Castello em homenágem á memória de An-<br />
como outros funccionários públicos um gato hydróphobo mordeu uma tonio Maceo, mas foi prohibida pelo<br />
que teimam em persistir no seu criança de anno e meio.<br />
governo, que deu ordem de prisão<br />
logar, até depois do governo não<br />
para toda a pessôa que gritar a<br />
fazer caso algum dos pedidos ou<br />
favôr de Cuba livre. A imprensa<br />
representações que fazem, nem se- Paula e Silva<br />
pedia serenidade e prudência, mas<br />
quér para dizer um simples — não<br />
os ânimos estavam excitadíssimos<br />
pôde ser.<br />
Succumbiu á violência de uma á data das últimas notícias, 25 de<br />
doença que brutalmente o victímou,<br />
dezembro.<br />
roubando-o ao carinho dos seus e ao<br />
convívio dos amigos, o sr. Antonio de<br />
x<br />
Morreu o rei do Congo D. Alvaro Paula e Silva, que em tempo exerceu Dizem de Montevideu que o pre-<br />
a arte typográphica, succedendo a seu<br />
da Agua Rosada, que ha dois annos honrado pae na direcção da antiga sidente do Club Rivera propôs que<br />
esteve em Lisboa para tratar da Impreusa Lilteraria, cargo que desem- se reunissem todos os delegados<br />
sua saúde.<br />
penhou com muito critério e superior dos comités cubanos na América<br />
intelligéncia.<br />
Deixou como successor uma<br />
Hespanhola e telegraphassem ao sr.<br />
Ha annos estabeleceu a Agencia<br />
creança de 8 annos, sendo eleito<br />
Canovas dei Castillo, presidente do<br />
de Negócios Universitários, e a honra<br />
pelo povo para exercer as funcções<br />
gabinete hespanhól pedindo-lhe que<br />
dez e seriedade com que se desempe<br />
de régulo, emquanto o successor de nhava dos serviços que lhe incumbiam, conceda a independência de Cuba.<br />
D. Alvaro Rosada não pôde exercê fez-lhe conquistar a sympathia e con-<br />
x<br />
las, um respeitabilíssimo indígena sideração da academia.<br />
Ao seu funeral, que se realizou hon<br />
que exercia o mister de carregador<br />
No dia 27 chegou a Lima o sr.<br />
tem, concorreram muitos estudantes<br />
Aguero, delegado do comité cubano<br />
que deposeram sôbre o feretro uma<br />
linda corôa de lyrios roxos, chagas de New-York, tendo enthusiástica<br />
Foi nomeado deão da Sé de malvas, levando em duas largas fltas recepção, em que tomáram parte<br />
a dedicatória—A A. de Paula e Silva, quatro mil pessoas.<br />
Coimbra o sr. cónego José Ferreira — os estudantes seus amigos. Muitas Pronunciaram-se enthusiásticos<br />
Fresco.<br />
outras coroas e bouquets da familia<br />
amigos fôram também depóstas sôbre discursos e déram-se muitos vivas<br />
o feretro.<br />
a Cuba livre.<br />
O cadáver foi conduzido no esquife<br />
X<br />
Diz-se que a câmara municipa pela irmandade da Misericórdia de<br />
não insiste na realização do proje<br />
Um telegramma de La Plata em<br />
que o finado era mesàrio, e no. sai<br />
cto do mercado e levantamento da mento fúnebre encorporáram-se muitos data de 24 annunciava para breve<br />
negociantes, industriaes, Associaçâodos<br />
parte baixa da cidade, em virtude<br />
grandes manifestações públicas em<br />
Artistas, Bombeiros Voluntários e Ceu<br />
da opposição que se levantou con<br />
honra de Antonio Maceo e como<br />
tro Recreativo Conimbricense.<br />
tra elle.<br />
prova de sympathia a revolução<br />
Á familia dorida os nossos sentidos<br />
Realmente crêmos que houve<br />
cubana.<br />
pêsamos.<br />
quem tomasse o tal projecto a sé<br />
Eram innumeras as adhesões que<br />
encontrou a idêa de taes manifes-<br />
rio, quem visse ameaçados os edi<br />
tações. ij<br />
fícios da baixa, quem sonhasse com Diz-se que o sr. Bispo-Conde vae<br />
x<br />
a immediata construcção do merca<br />
reclamar no parlamento contra as<br />
do e tivesse o pesadêllo do augmen<br />
0 senado americano está discu<br />
to d'esses tantos por cento nas con disposições da lei do sêllo referen- tindo a moção do sr. Mills iendentt<br />
tribuições para fazer face a tudo tes a registos parochiaes e em di- a reconhecer a independência de"<br />
isso.<br />
plomas ecclesiásticos.<br />
Cuba,
x<br />
Segundo affirma um telegramma<br />
de Washington para o «World»,<br />
o accôrdo actualmente celebrado<br />
entre os Estados-Unidos e a Hespanha<br />
relativamente ás condições<br />
que se tem de conceder aos cubanos<br />
será apresentado ao congresso<br />
dentro do praso de 10 dias.<br />
O sr. Francisco Ferreira Gomes, que<br />
ainda ha pouco soffreu o doloròso<br />
gólpe da perda de uma sympáthica filhinha,<br />
acaba de passar por um nôvo<br />
desgôsto, sofrendo a perda de outra<br />
filha que apenas cantava 6 mêses.<br />
Comprehendendo a dôr que alllige<br />
tam desolado pae acompanhâmo-lo no<br />
seu pesar.<br />
Exportação de vinhos<br />
No mês de dezembro findo fôram<br />
exportados pela barra do Porto<br />
3.946:311 litros de vinho, no valor<br />
de 634:4661000 réis, importando<br />
os direitos em 12:333^419 réis.<br />
Os países para onde foi a maior<br />
exportação fôram:Brasil, 1.756:231<br />
litros;Inglaterra,1.694:923;Suecia-<br />
Noruega, 151:674; Dinamarca,<br />
86:915; Allemanha, 78:845, etc.<br />
Em dezembro de 1895 exportámos:<br />
3.568:929 litros, no valor de<br />
666:228^000 réis, importando os<br />
direitos em 10:310$662 réis. Differenças:<br />
para mais, em dezembro<br />
último, 377:382 litros; para menos,<br />
31:762^000 réis no valor; para<br />
mais, 2:922$757 réis dos direitos<br />
As differenças principaes déramse<br />
para estes países: Brasil, em<br />
1895, exportados 1.984:374 litros;<br />
differença para menos em dezembro<br />
último, 228:143 litros; Inglaterra,<br />
idem, 1.290:072; differença para<br />
mais em dezembro último, 404:850<br />
litros.<br />
Na estação dos caminhos de fer<br />
ro da Pampilhosa furtaram a um<br />
passageiro que seguia na quinta<br />
feira para Lisboa, na intenção de<br />
embarcar para o Brasil uma carteira<br />
contendo cento e tantos mil réis,<br />
umas lettras de câmbio, um passa<br />
pórte e outros papeis importantes<br />
As auctoridades tomaram conta<br />
do caso, mas não apanharam o larapio.<br />
13 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento (Tiim forçado<br />
PR1MEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
II<br />
Dois velhos amigos<br />
— Certamente que não, é da primeira,<br />
e creio bem que te não chegaram<br />
á última hora os escrúpulos.<br />
— Eu tenho o maior respeito pela<br />
lei... Vejamos entretanto do que se<br />
trata.<br />
— Como estás impaciente?<br />
— Sim! tenho fome... admiras-le...<br />
sim, fome... não comi nem hontem<br />
nem hoje, por não ter dinheiro... nâo<br />
devo occultar-te nada vejo-me na<br />
necessidade de percorrer os cafés e<br />
restaurantes a vêr se encontro quem<br />
me offereça de comer...<br />
— Fazes-me calafrios.<br />
— Já assim conheci outra...<br />
— Eu tenho commigo algum dinhei<br />
ro, se acceitas ?...<br />
— Se acceito !... dá-me vinte fran-<br />
cos e deraora-te o tempo que quizeres,<br />
não sairei esta noite.<br />
que já<br />
Correspondências<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 24 de janeiro de 1897<br />
um paraiso ideal de venturas e felicidades,<br />
enquanto viveu o seu adorado<br />
esposo, cuja perda pranteou sempre<br />
com alanciada saudade; modêlo como<br />
mãe, ministrando com rara intélligéncia<br />
uma educação salutar e austéra<br />
a seus estremecidos filbos; muito esmolér<br />
e caritativa; de conselho são e<br />
justo para quem d'elle carecia, indi<br />
cando sempre o áspero caminho do<br />
dever, da honra e da virtude; espar<br />
gindo palavras de conforto e alento<br />
aos que succumbiam aos revézes no<br />
rude labor da vida; exemplo commovente<br />
de resignação, contendo as tor<br />
turas do seu doloroso soffrimento sem<br />
soltar um gemido, um ai, um queixume<br />
para não amargurar a existência dos<br />
seus dilectos filhos, esta senhora com<br />
estas qualidades e dótes d'espirito<br />
impunha-se á nóssa estima, á nossa<br />
veneração e ao nósso respeito. Morreu<br />
com uma coragem e serenidade d'uma<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Poiares, 5 de janeiro de 1897.<br />
Víctima d'uma lesão cardíaca e após<br />
longos soffrimentos, supportados com<br />
uma coragem estóica falleceu no dia 3<br />
do corrente pelas 7 de madrugada a<br />
ex. ma sr. a sancta, que entrevê na vida d'além<br />
tumulo a recompensa de tanto soffrer<br />
e de tantas virtudes. Na sua face<br />
cadavérica, sem uma ruga de dôr,<br />
sem uma contorsão, havia o que fosse<br />
de celestial de divino que encantava<br />
e que prendia.<br />
Assim morrem os justos cuja consciência<br />
sempre límpida como o crystal, dr. Luiz Pereira da Costa,<br />
branca como o arminho, nunca sentiu Vereadôres presentes:—effectivos:<br />
D. Comba Amália Corrêa da o aguilhoar do remorso, nem o remor- arcediago José Simões Dias, bacharél<br />
Costa. A morte sem respeitar exaltadas dimento d'uma falta. José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />
virtudes e méritos inexcediveis na sua Deixou da sua vida um rasto lumi- Antonio Lucas, José Antonio dos Santos,<br />
infatigavel sêde de destruição e na sua nôso, que nunca se apagará da nossa Antonio José de Moura Bastos, José<br />
ferocíssima indifferença pela dôr alheia retina, e que nunca deixaremos de marques Pinto e Albano Gomes Paes.<br />
roubou-nos para sempre aquella pre- fitar para sermos fórtes justos e bons^ Approvada a ácta da sessão anterior,<br />
ciósa existência, deixando-rfos a im- Sirva ao menos de con orto e «Jivio J JJ Qa adraioistra:<br />
pressão amaríssima d'uma infinda sau- seus queridos filhos alanceados por<br />
dade e d'um gélido desconforto. tam terrível golpe a conv.cçao de que anno ' ^ no J<br />
Todos os que a conheciam prantea- ha muita gente que partilha da sua d d DPrtPnrente ao mnnicioio<br />
ram a sua mórte; porque no inventário riAi. a , rri/Sri* Ho torom nnconidn uma<br />
da sua vida inteira só existia a virtude,<br />
abnegação e práctica do bem e a<br />
resignação evangélica pósta a próva<br />
por àeres revezes e por contínuos<br />
soffrimentos.<br />
Todos sentiram a sua mórte e prestaram<br />
o tributo sincéro e espontâneo<br />
de carinhósa veneração e de fundo<br />
pesar que se rende sempre a quem<br />
soube deixar de rir um nome immaculado<br />
e uma reputação sem mancha<br />
iste preito que todos renderam ao<br />
invólucro material d'esta illustre senhora,<br />
fazendo brotar de todos os peitos<br />
sincera dôr e acrisolada saiilade,<br />
veio pôr em fóco a sua personalidade,<br />
realçando os primores do seu espírito<br />
recto e do seu coração bem formado,<br />
como senhora, como esposa e como<br />
mãe. E' que só depois da sua mórte<br />
se avalia nas suas justas proporções<br />
e envergadura moral pela falta sensível<br />
que ella produziu no nósso convívio,<br />
assim como se avaliam as dimensões<br />
d'uma ave quando câe ao sólo ferida<br />
depois de ter vagueado pelo espaço.<br />
D'uma educação esmeradíssima e primorósa,<br />
d'um tracto lhano, amavel e<br />
captivante, inspirando immediata sympathia<br />
e profundo espirito; modelo<br />
como esposa, fazendo do lar conjugal<br />
a a Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinária de 31 de dezembro<br />
de 1896.<br />
Presidência do presidente da Câmara<br />
dôr, e a glória de terem possuido uma fauaaae, pertencente ao município.<br />
Mandou reparàr em vista de com-<br />
mãe, que deixou de si uma memória<br />
municação do delegádo do procurador<br />
tam immaculada e tam pura.<br />
Ouem<br />
n<br />
escreve<br />
„ 1<br />
estas linhas,<br />
i;' h„„<br />
venéra<br />
régio, um cano de exgôtos na rua de<br />
e ' . ,.„<br />
a vossa mãe e era a ella oue se diri- MoDt a vossa mae e eia a ena que se um Arroyo, radpia que rlp Santa passa junto r w do edifi-<br />
gia, quando precisava d'uma esperança C1 ° da cadeia de baBla Uuz -<br />
ou d'um conforto, e sempre partia do Mandou intimár um proprietário para<br />
seu lado com um conselho justo e são I reparar uma cása em ruina no Casál<br />
e avigorado para a lucta contra as da Mizarella.<br />
agruras e desenganos da vida com as Mandou registrár uma nóta das ca<br />
suas palavras de alento e de coragem, nalizações d'âgua executádas desde o<br />
Quando gosava da sua convivência Mia 24 de dezembro.<br />
recordava-me sempre da minha mãe. Resolveu fazer annunciar o arrendaque<br />
também era assim: muito bondósa mento em praça, pelo anno de 1897,<br />
e uma santa! que falta me fez.! LÁ de um lóte^de terreno para cultivo na<br />
está no mesmo recinto, onde jaz um quinta de Santa Cruz.<br />
grande pedaço da minha alma com Auctorizou trabálhos de canalizações<br />
uma parte da minha antiga alegria e de a ? uas requeridas por alguns prodo<br />
meu rir. Lá a encontraram hontem, prietarios.<br />
e elle que está agora debaixo da sua Auctorizou o pagamento de vencicarinhósa<br />
vigilância e dos seus dis- mentos de um fallecido cantoneiro, em<br />
vellos paga-lhe com carícias d'anjo os vista de requerimento da viuva,<br />
beijos que ella a santa lhe dá! Com- Mandou annunciar de nôvo que se<br />
prehende-me? Paz a tua alma, santa arremata em práça o fornecimento de<br />
petróleo, azeite e álcool para os serviços<br />
da abegoaría e cása das máchinas<br />
das águas.<br />
Resolveu auctorizar a remossão da<br />
canalização d'águas para uma cása da<br />
foram pedidas informações pela di-| Ladeira do Seminário,<br />
recção de instrucçâo pública, ao sr. Attestou acêrcade três petições para<br />
reitor da Universidade ácêrca do esta- subsídios de lactaçao<br />
do em que se encontra o archivo "d'es- Resolveu requerer em JUÍZO a acçao<br />
te estabelecimento, com o intuito de competente para o pagamento de uma<br />
se tomarem as providências necessá- dlvlda da de um<br />
proveniente<br />
rias para a boa conservação dos do- k asal CDed ° da S ' D ° anD0<br />
cumentos existentes. de 18J6.<br />
Mandou annunciar o arrendamento<br />
das barrácas de n. 08 zando: canalizações d'águas de exgôto<br />
em prédios particuláres; levantamento<br />
de depósitos de garantia a óbras concluídas<br />
; o alinhamento para a construcção<br />
de uma cása na freguezía de<br />
Sernáche, sem occupação de terreno<br />
público; a reconstrucção de outras<br />
cásas em Almelaguez e Taveiro, ambas<br />
pelos alicérces primitivos, e a renovação<br />
de covátos no cemitério da Concháda<br />
em conformidáde com o regulamento<br />
respectivo.<br />
Em Ovar foi ha dias ferido com dois<br />
tiros de espingarda o padre José Maria<br />
da Maia Rezende.<br />
Uma das balas acertou-lhe no braço<br />
esquerdo e outra nas costas, fracturando-lhe<br />
duas costellas. 0 seu estado<br />
é gravíssimo.<br />
Igoóra-se quem seja' o auctor do attentado,<br />
mas desconfia-se que fosse<br />
um seu irmão por ter desapparecido.<br />
O padre era alli muito estimado e diz<br />
que perdoa ao auctor ou auctores do<br />
crime.<br />
KALENDARIO DE JANEIRO, 1897<br />
Domingo....<br />
24 31<br />
Segunda feira<br />
25<br />
Terça<br />
26<br />
Quarta<br />
27<br />
Quinta<br />
28<br />
Sexta<br />
29<br />
Sàbbado<br />
30<br />
Lua nova em 3, às 5,27 m. da m.<br />
Quarto crescente em 10, às 9,9 m.<br />
da m.<br />
e illustre senhora.<br />
Lua cheia em 18, ás 7,40 m. da t.<br />
S.<br />
Quarto minguante era 25, ás 7,32<br />
m. da t.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
2 5 a 31, no<br />
mercádo de D. Pedro V.<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Agradecemos o exemplar do Annua-1 Auctorizou pagamentos divérsos:<br />
rio da Universidade que nos foi oífe-1 ordenados d'empregádos; salários de<br />
recido.<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
0 barão deu-lhe dez francos apenas:<br />
immediatamente, Linotte, levantou-se<br />
e chamou Bellida, a quem encarregou<br />
do jantar. Tornando a tomar o seu logar<br />
diante do barão, tirou o chapéu e<br />
disse-lhe:<br />
— Agora estou as tuas ordens<br />
tenho o coração mais alliviado, pela<br />
certéza de jantar esta noite.<br />
— Em duas palavras vou expôr4e o<br />
negócio: nós ambos sabemos um segredo<br />
terrível.<br />
— Eu?<br />
— Sim! d'este segredo depende o<br />
presente, o futuro, a familia, a fortuna<br />
d'um homem... Esse homem é rico,<br />
muito rico.... Ora nós podemos andando<br />
com firmêza, e conseguir, pelo<br />
menoS, metade da sua fortuna.<br />
— De que maneira ?<br />
— Queres partilhá-la commigo, Linotte?...<br />
eu dirigirei o negócio.<br />
— Não ha motivo para cadeia?<br />
— Eu tenho tanto ou mais interésse<br />
de que lá não vás parar... é um ne<br />
gócio honesto.<br />
— Honesto á face do código.<br />
— Sim, tens esciúpulos?<br />
— Não acceito.<br />
— Ainda bem, ora repara.<br />
E o barão tirando da sua carteira o<br />
retrato que tinha roubado no chalet da<br />
ilha da Grand Jatte apresentou-o a Li<br />
notte.<br />
— Oh I, disse ella ao vêr o retrato.<br />
— Não estou enganado, nâo é assim..<br />
. é elle!<br />
— É elle... vive.<br />
operários, etc<br />
Enviou á repartição competente, para<br />
informár, três requerimentos pedindo<br />
n - , , II | canalizações d'água para prédios par-<br />
Foi apresentado ao conselho su- tj C U| a r e s ><br />
perior de instrucçâo pública um re- Enviou para o mesmo fim, á repar<br />
querimento documentado, em que «Pão téchnica três outros requerimen-<br />
^ n • j tos ace rca d óbras particulares<br />
o sr. Manuel Augusto branjo pede Enviou ao vereador competente dois<br />
auctorização para estabelecer nesta requerimentos ácêrca da occupação e<br />
• j , .. i j arrendamento de uma barràca do mer<br />
cidade um curso particular das lin- càdo<br />
goas português e allemã. | Despachou requerimentos auctori-<br />
— Vive, rico e respeitado : possue<br />
uma casa de campo... nunca mais se<br />
lembra de ti... e tu sabes todo o seu<br />
passado.<br />
— E que tem isso ?, perguntou Linotte.<br />
— Que tem ! se quizer gozar o que<br />
possue é necessário que pague o nosso<br />
silêncio. Comprehendes ?<br />
A desgraçada meditou alguns segundos<br />
e depois como que manifestando<br />
um grande pezar, disse em voz baixa:<br />
— Não! não! contra elle nunca.<br />
— Não, repetiu o barão, Qtando-a<br />
E Ievantando-se deu uma volta em<br />
torno da mêsa e velu apoiar-se nas<br />
costas do seu fauteuil, e com o mesmo<br />
tom de voz em que ella lhe tinha<br />
respondido:<br />
— Linotte... perdeste por acaso o<br />
juizon.. Para que sam esses escrúpulos<br />
tolos... elle se precisasse de ti<br />
para levar a cabo qualquer acto criminoso<br />
não tinhas esses escrúpulos comtigo...<br />
Não foi elle o causador da miséria<br />
em que hoje te encontras ?...<br />
quando se.rehabilitou Iembrou-se porventura<br />
de ti?.... Tu rebentas com<br />
fome... elle é feliz... Pôde esmagarte<br />
o desprêzo que elle sobre ti acarretou<br />
! elle, o verdadeiro culpado, é<br />
feliz, respeitado... E tu que tudo lhe<br />
sacrificaste ainda o amas...<br />
— Oh! sim! amo, repetiu Linolte<br />
mais por vaidade do que para avivar<br />
a recordação do que linha sido...<br />
— Emquanto que para elle a felici-<br />
dade se conta pelos dias de vida, tu,<br />
apesar de teres sido absolvida, estás<br />
condemnada a uma prisão mais terrí<br />
vel do que foi a sua, precizas, para<br />
viver, entregares-te ao primeiro que<br />
appareça.... Foi elle que te perdeu<br />
foi elle o condemnado, que te condemnou.<br />
Caíste por sua causa, não pódes<br />
mais rehabilitar-te.<br />
— É verdade!, disse ella, fazendo<br />
um esforço para acreditar aquillo que<br />
ella sabia serem só mentiras.<br />
— Se quizeres, ámanhã pôdes ser<br />
rica: pódes abandonar essa vida de<br />
vergonhas... teres todas as noites um<br />
leito em que durmas... e isso custar<br />
lhe-ha, a elle apenas um aposento de<br />
menos para receber um amigo na sua<br />
casa de campo... Deixarás de passar<br />
as noites nos cafés, esperando, com o<br />
estômago vasío, a hora em que a au<br />
rora rompa, e se abram as portas,<br />
fim de entrares em casa sem desper<br />
tares a porteira, por causa de quem<br />
não dorme ha quinze dias.<br />
— Mas que dirá elle, ao tornar<br />
vêr-me ?<br />
— Terá mêdo! Pois ha ainda outro<br />
segredo no modo rápido como elle ar<br />
ranjou fortuna, e êsse hei de sabê-lo<br />
ámanhã... Ficamos entendidos, Linotte?<br />
A rapariga não respondeu ; agachada<br />
no seu fauteuil, com os cotovellos<br />
pousados sobre os joelhos, a face encostada<br />
ás mãos, e o olhar fixo, pensava.<br />
0 barão filou-a por alguns momentos,<br />
depois, sorrindo-se, pegou no<br />
chapéu e disse-lhe:<br />
Lições de hygiene publica<br />
PELO<br />
DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />
PREÇO, Í0OOO RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universidade.<br />
— Linotte, tens esta noite e o dia<br />
de ámanhã para te decidires. Ámanhã<br />
á noite virei buscar-te e jantaremos<br />
juntos; até ámanhã.<br />
Jeanne ouviu, mas não respondeu.<br />
O barão retirou-se; ao descer a escada<br />
encontrou Bellida que levava o jantar<br />
da sua locatária.<br />
— Senhora, a quantia que lhe dei<br />
ha pouco não foi para pagara quinzena<br />
de Jeanne, pôde pedir-lh'a... seria<br />
bom pedir-lh'a já hoje para que a<br />
pagasse o mais tardar até ámanhã.<br />
— Ah! volta ámanhã, disse a velha,<br />
com um ar malicioso, fique descançado,<br />
vou já ameaçá la de a pôr na rua<br />
se me não pagar até ámanhã á noite...<br />
o mais tardar.<br />
— Ê isso mesmo o que queria pedir-lhe.<br />
— Quando se viveu como eu numa<br />
certa sociedade, meia palavra basta<br />
para nos comprehendermos.<br />
Apenas chegou à rua, o barão teve<br />
êste pensamento:<br />
— Que dirá ella a tudo isto? tem<br />
escrúpulos... Preciso agora indagar<br />
d'onde lhe veio tàm grande fortuna.<br />
Posso sabê-lo talvez por intermédio de<br />
Lanout, logo que conclua o negócio de<br />
Asnières.<br />
Chamando um carro mandou rodar<br />
para Montparnasse.<br />
— Está bem, assentiu Lalou
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encon|ra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos :<br />
X minha entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
Limoeiro lioje—O regulamento -- Os prêsos—Um<br />
canicida—Condèmnado sí morte -Fugas célebres—<br />
Scenact de sangue — As prisões e o absolutismo—Itfo<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segre<br />
dos, casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Olhelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, proGs<br />
soes, crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />
1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
ESCRIPTORIO — Rua da Sopliia, n.° 54, 2.°<br />
COIMBRA<br />
3 ITIrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
• De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão;<br />
De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />
Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Tabella dos preços dos principaes serviços<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />
económicas 2$000<br />
Agéneia em quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês 10000<br />
Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />
feitos eai audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
e o constituinte tem somente a pagar a agéneia.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />
e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte 1)51000<br />
Todos QS serviços sam feitos com. promptidão e quasi de<br />
graça i. I<br />
1<br />
RESISTENCIA-Domingo, 17 de janeiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendsrio, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e urna rapida<br />
Noticia de Coimbra iliustrada com desenhes de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, § 3 0 réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Hívaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja daChina, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante. Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MÂBQUES LADEIEA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A.' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELP0RT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />
COIMBRA<br />
3 flASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />
v f Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17-ADRO DE OIMA—âO<br />
Coimbra<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana d'amiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra-r-Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />
GAZETADAS ALDEIAS<br />
Semanario illustrado de propaganda agricola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis<br />
Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />
competência: Lentes da Universidade, Academia Polytéchnica<br />
do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa-, directores e professores<br />
de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />
engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />
viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />
ASSIGNATURA PARA 1897<br />
Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />
a Gazela das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />
portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />
Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />
variada leitura, e custa apenas 2$000 réis por anno ou 1)51000<br />
réis por semestre.<br />
A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />
maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />
na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />
trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />
diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente.<br />
em folhetim um bom romance.<br />
0 meio mais simples de,fazer a assignatura é mandar o nome,<br />
morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />
Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />
Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />
E NA<br />
AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />
Rua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />
CÂVALL0S<br />
8 uares, etc.; esquinéneias,<br />
sobrecannas, ovas, separavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc., curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em lodos os casos,<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depósitos<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Dro<br />
garia Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Depósito ge'<br />
ral: Pharmacia Costa — So<br />
bral de Mont'Agraço.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Heroulano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA.<br />
9 flonsu&tas todos os dias<br />
V das nove da manhã às<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao público em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
regulamento.<br />
Também installa e concerta<br />
telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
afiançados.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
Empregado<br />
11 âdinitte-$e um com práctica<br />
de papelaria e tabâcos.<br />
Coimbra-Rua de Ferreira Borges,<br />
207 a 211.<br />
12 Wende-se a casa n.° 5,<br />
w na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
AGUIA COURO<br />
FRANCISCO P. MARQUES<br />
l3noupas completas para ho-<br />
M mem, de 5$000 réis<br />
para cima!<br />
Alta novidade I<br />
COIMBRA<br />
"BESISTEHCIA„<br />
PEfBI.ICA.-SE AOS DOMINGOS<br />
B QUINTA3-FEIRA8<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2)51700<br />
Semestre I(j350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno<br />
Semestre<br />
rimestre<br />
2,51400<br />
10200<br />
600<br />
LIVROS<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
ANNUNCIOS .<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti'<br />
pões, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Tjp. r. França &«ada — C0IMP4
IMPUDOR<br />
Troçando sempre<br />
tos pelos escaninhos da administração<br />
do Estado,—e já agora um outro<br />
surge, mais deprimente, mais<br />
vergonhoso e mais symptomático—<br />
A vida política da sociedade por- se é possivel —do que todos os outuguêsa,<br />
neste degradante regimen tros pelo que revela de fundamen-<br />
monárchico que nos arruinou e talmen,t.e_ç.orrupto. na nossa socie-<br />
avilta, é uma permanente continuadade inteira —o da venda dos emção<br />
de escândalos, porque neste pregos do Estado, de ha muito co-<br />
país só de escândalos se vive. nhecido d'alguns e suspeitado da<br />
Desde as tripotages inconcebíveis maior parle, mas que agora pôs a<br />
de bandidos sem fé nem lei, que toda a luz o jornal republicano—A<br />
puseram a saque a economia e a fa- Marselheza.<br />
zenda nacional, até aos syndicatos As revelações pasmósas que o<br />
gananciosos da judiaria endinhei- honesto jornal de João Chagas vem<br />
rada que fez de Portugal um feudo; fazendo ha dias, assombram pelo<br />
desde as investidas imperlérritas dos que ha de enormemente audacioso<br />
grands-bonnets da nossa política mie<br />
cynico e impudente e miserável<br />
serável ao thesouro público, e, o nesse tráfico vil e indecorôso dos<br />
que é mais, á consciência cívica do cargos da nação. Montam-se agên-<br />
nosso pôvo, até ás cotteries depracias de venda de empregos públivadas<br />
que levaram de assalto as recos e annuncia-se a offerta e a progiões<br />
do mando, onde impéram imcura, com o mesmo desassombro<br />
pudentes e descaradas; desde a tur- com que se anuuncia a offerta e a<br />
ba-mulla crapulosa e imbecil dos procura de creadas de servir e a<br />
serventuários da realêza até aos úl- venda de animaes.<br />
timos beleguins do fisco descarado Que ha muito se vendiam os car-<br />
e dócil, que arranca ao miserável o gos públicos, que a negociata não<br />
catre em que dormia e deixa ao é de agora mas de ha muitos annos,<br />
opulento o luxo em que retouça; em todos o sabiam já; mas que estava<br />
toda a complicada engrenagem que assim montada a tabolagem, com<br />
dá movimento a essa máchina de testas de ferro e procuradores, com<br />
prevaricações e depredações assom- seguranças e garantias, sabiam-no<br />
brosas, de subornos e mercancias poucos. Denunciou-o a Marselheza;<br />
hediondas, que se chama a admi- e se o país não lhe devesse já tannistração<br />
pública em Portugal, se tos serviços relevantes pela obra po-<br />
aninha a cada canto um escândalo derosa de demolição que êste jornal<br />
desconhecido, prestes a cada mo- está fazendo, bastaria êste para lhe<br />
mento a ser publicado, em conti- dar direito á consagração e respeito<br />
nuação da série incommensuravel de todos. Porque denunciar o crime<br />
dos escândalos políticos portuguê- é indicar o criminôso. E neste caso,<br />
ses.<br />
que tanto excita a opinião e a indi-<br />
Ainda hontem,—-ha tam pouco gnação pública, o criminôso está<br />
tempo foi ainda... —foi violenta- averiguado qual é; apontá-lo é marmente<br />
sacudida a opinião pública car a ferro as instituições venaes<br />
com o escândalo d'aquella célebre dentro das quaes vive o ignominiô-<br />
tneíade do Mariano; com o das obras so tráfico. Não temos que nos im-<br />
do porto de Lisboa, em que vimos o portar se o traficante é o ministro<br />
Navarro enlodaçar-se nas lamas do A. se o conselheiro B.; o traficante<br />
Tejo; o do pagamento dos títulos de é êste regimen de impudôr, venali-<br />
D. Miguel, êsse pagamento famigedade e corrupção que nos degrada.<br />
rado com que se foram abotoando<br />
os encarregados de o fazer, e que<br />
Folhas monárchicas noticiam as es-<br />
agora é novamente reclamado; o do molas que a sr.<br />
prédio que o governo comprou para<br />
servir amigos, sabendo que sobre<br />
elle pesava e pesa o ónus dotal; o<br />
dos pagamentos illegaes feitos por<br />
um ministro de estado, publicamente<br />
accusado de ladrão e de falsário,<br />
sem chamar aos tribunaes o calumniador,<br />
se o foi,— nem se defender<br />
da accusação tremenda, como o<br />
faria qualquer homem de mediano<br />
estímulo de brio e d'honra. «viestes<br />
os que ultimamente vieram á<br />
superfície, porque innúmeros sam<br />
ps que vam vivendo subtis e quie-<br />
a de, o sr. Antonio da Costa Cabral,<br />
vae ser agora nomeado 2.° secretá-<br />
E a g r a t e l l a s<br />
rio da nossa legação em Paris.<br />
Em resposta a um discurso que Informa um jornal que ha con- O escândalo alarmante do dia é<br />
o illustre barriga sr. conselheiro<br />
correntes que tiveram classificação a venda de empregos públicos, rea-<br />
superior e ficam preteridos nos seus<br />
Dias Ferreira fez no Solar, espraiou<br />
lizada em Lisboa por intermédio de<br />
direitos pelo filho daquelle titular. uma agência com tabolêla nos jor-<br />
se o sr. Hintze Ribeiro em longas Mas esses concorrentes não tinham<br />
naes.<br />
considerações ácêrca da nossa si parentes que fossem prestar ao go-<br />
tuação económica e financeira, fal<br />
verno o relevante serviço de lhe fa- A Marselheza descobriu pormezerem<br />
opposição no parlamento. nores; a polícia judiciária finge-se<br />
tando ainda mais descaradamente Justo é portanto que o filho do surprehendida e pressurósa; e os<br />
á verdade do que ao elaborar o sr. conde de Thomar seja preferido. jornaes reclamam a instauração de<br />
discurso da corôa. Para esse fúne- Para isso nem preciso era que processos criminaes!.. .<br />
bre estadista, entrou o nosso país<br />
elle offerecesse um jantar ao sir Soveral.<br />
Sim, o facto é dos mais vis, e,<br />
numa accentuada phase de restaura-<br />
como symptoma de degradação, dos<br />
ção económica e financeira.<br />
mais expressivos.<br />
Para corroborar as suas affirma- Affirmam alguns jornaes de Lis- O espírito público ouve sem esboa<br />
que em outubro já na capital<br />
ções apresentou elle a seguinte nota<br />
panto a revelação d'ésta e d'outras<br />
estavam contratados dois emprega-<br />
da dívida fluctuante que acaba de<br />
infâmias semelhantes, como quem<br />
dos para servirem na companhia<br />
ser publicada no Diário do Go- do álcool de Angola. Mas o governo desde muito prevê a existência das<br />
verno :<br />
insiste na mentira de que desco- burlas mais phantásticas na escala<br />
nhecia completamente o decreto que da abjecção. A insensibilidade, não<br />
Em 31 dejulho de 1896.. 29:617 contos creou esse monopólio.<br />
indifferença, da opinião será a mes-<br />
Em 31 de agosto 30:955 » Se elle não tem vergonha nema se lhe dissérem que o territó-<br />
Em 30 de setembro 31:521 » nhuma !<br />
rio, a honra e a independência da<br />
Em 31 de outubro 32:213 »<br />
Em 30 de novembro... 32:659 »<br />
nação, tudo se acha hypothecado ou<br />
Missões cathólicas vendido a bem de qualquer quadri-<br />
Desde 31 de julho até 30 de<br />
O commissàrio régio em Moçamlha dominante!<br />
novembro, isto é, no decurso de<br />
bique advoga, no officio que acom Mas... sejâmos lógicos, e me-<br />
quatro mêses, augmentou a dívida panha a sua proposta de orçamenditêmos. fluctuante 3:042 contos de réis e to para aquella província, o desin-<br />
Eu não acho differença entre a<br />
desde 3i do dezembro
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
Litteratura e Arte<br />
Partido republieano<br />
olhos, a incompetência, a mediocri- Cadeiras de desenho<br />
dade no desempenho de cargos im- Pelo conselho superior de instruportantes,<br />
a tufar e a medrar, de cção pública foi determinado que<br />
nariz postiço, mystificando o país e sejam as seguintes as provas dos<br />
abusando da tolerancia e da con- candidatos as cadeiras de desenho,<br />
venção que os considera?<br />
vagas nos differentes lyceos:<br />
Provas práticas — Execução de<br />
Não vimos nós tantos nullos fu-<br />
um traçado de geometria tirado á<br />
ra-vidas, untando-se com óleo, não sorte de entre os pontos destin&dos<br />
como os antigos romanos, para a pelo respectivo jury do concurso,<br />
lucta; mas para mais facilmente, nos lermos do artigo 22.° do regu-<br />
subreptícios e manhosos, escorrelamento; desenho d'uma figura do<br />
garem alé ás prebendas mais ren- reino animal ou vegetal; desenho á<br />
dosas?<br />
simples visla de um modelo de ornamentação<br />
em'gêsso no eslylo que<br />
Onde se encontra exemplo mais fôr indicado pelo jury.<br />
tôrpe, lição mais demoralizadôra, Provas oraes — Explanação, du-<br />
do que no espectáculo da incomperante uma hora, d'um ponto de geo<br />
tência guindada, a ignorância pre- metria, comprehendido no program<br />
miada, a falsificação consagrada pe- ma da 2.<br />
las recompensas dos cofres públicos?<br />
Apontam-se a dedo, ahi, enfileirados<br />
!...<br />
Isto não é caso de polícias: mas<br />
de chuva de enxôfre!...<br />
Não é a acção penal sobre um ou<br />
outro incidente isolado que pôde<br />
attenuar sequér a intensidade d'es_<br />
te apodrecimento moral, em que a<br />
nacionalidade se desfaz, a cair aos<br />
pedaços 1...<br />
Todavia a polícia atarefada, que<br />
siga 1<br />
Quando mais não seja, como um<br />
simulacro de satisfação á consciência<br />
dos honestos 1...<br />
A.<br />
Tem experimentado algumas melhoras<br />
o sr. Delphim Gomes, correspondente<br />
do Primeiro de Janeiro<br />
e do Século, que foi accom-<br />
A commissão permanente das<br />
pautas ultramarinas examinou já o<br />
decreto que creava e monopólio do<br />
álcool em Angola, manifestando-se<br />
contrária a elle e declarando que<br />
não linha competência para estudar<br />
qualquer remodelação financeira.<br />
O ministro da marinha havia declarado<br />
préviamente que não appro<br />
vava o decreto do monopólio do álcool<br />
e que, ainda quando a commissão<br />
e a junta consultiva lhe fossem<br />
favoraveis, elle não levaria o<br />
assumpto á approvação do parlamento.<br />
Mas para que se resolveu enlam<br />
em conselho de ministros que a<br />
commissão das pautas e a junta<br />
consultiva fossem ouvidas sobre o<br />
decreto, se o ministro da marinha<br />
tam tenazmente se oppõe a que seja<br />
approvado,não apresentando sequér<br />
a proposta no parlamento ?<br />
• O beatífico ministro da marinha<br />
está fazendo uma figura interessantíssima.<br />
Em energia e coheréncia só<br />
é excedido pelo sr. João Franco,<br />
O marquês de Saljsbury declarou na<br />
câmara dos lords que dos docurentos<br />
diplomáticos sobre o accôrdo das po<br />
téncias resultava a possibilidade de se<br />
recorrer a meios coercivos como umestio<br />
para salvar a Turquia.<br />
a e 3. a classes do curso de<br />
desenho; interrogatório pelo jury,<br />
durante uma hora, em continuação<br />
de cada uma das provas práticas;<br />
interrogatório pelo jury, durante<br />
meia hora. sobre méthodo do ensino<br />
das diversas especies de desenho<br />
nos lyceos.<br />
A receita bruta das linhas férreas<br />
da Companhia Real Portuguê<br />
sa, na primeira semana do corren<br />
te anno, isto é, desde 1 até 7, foi<br />
de 57:7121000 réis.<br />
A Companhia real dos caminhos<br />
de ferro portugueses vae construir<br />
uma estação de 2. a CANÇÕES POPULARES DA BEIRA<br />
(Livro de Pedro Fernandes Thomaz)<br />
classe na Pam<br />
pilhosa.'<br />
O nosso collega O Tribuno Popular<br />
diz que foi instaurado um<br />
procésso disciplinar académico contra<br />
o director do dispensatório pharmaceutico<br />
em virtude de desacatos<br />
feitos, e palavras inconvenientes e<br />
desabridas que dirigiu, a um pro-<br />
—
Incêndio<br />
Na terça feira pelas 12 horas e 3 A.<br />
manifestou-se iucéndio na fuligem de<br />
uma chaminé na quinta de Santa Cruz.<br />
Compareceu todo o material de incêndios,<br />
chegando em primeiro logar<br />
os bombeiros voluntários.<br />
Diz-se que vae ser promovido a<br />
lente cathedrático da Faculdade de<br />
Philosophia o lente substituto sr.<br />
dr. Bernardo Ayres.<br />
Recebemos e agradecemos um<br />
exemplar do discurso que o sr.<br />
Bispo-Conde proferiu na câmara<br />
dos pares, commemorando o fallecimento<br />
do sr. conde de Casal Ribeiro.<br />
Banditismo em Cuba<br />
Diz um telegramma de thvana que<br />
um comboio que, partira na segunda<br />
feira, de Regia para Guanabacoa foi<br />
atacado perto da capital por um magote<br />
de bandidos, que roubaram todos<br />
os viajantes e levaram consigo 10 officiaes<br />
militares que voltavam d'um passeio.<br />
Estes foram mais tarde postos em<br />
liberdade, excepto um que os bandidos<br />
mataram. A guarda civil vae em<br />
perseguição da quadrilha.<br />
Diz-se que vae ser declarado em<br />
ordem do exército que os sargentos<br />
transferidos dos dilferentes corpos,<br />
por effeito de troca, não devem ser<br />
considerados supranumerários, passando<br />
desde logo a occupar vacaturas<br />
occorridas em consequência<br />
da mesma troca, ainda quando no<br />
corpo haja supranumerários.<br />
A José da Costa, .3.° distribuidor do<br />
concelho de Coimbra, foi concedida licença<br />
illimitada, devendo, quando se<br />
apresentar, esperar pela vacatura.<br />
A Gazeta de Madrid, folha official,<br />
publicou uma ordem régia mandando<br />
adoptar em Hespanha medidas idênticas<br />
ás de Portugal para se evitar que<br />
os mancebos sujeitos ao serviço mili<br />
tar se subtraiam a presta lo; não se<br />
concederá, pois, licença para embarque<br />
a ninguém sem um certificado de<br />
qualquer agente consular declarando<br />
que essa pessoa não tem impedimento<br />
para sair do reino; as auctoridades<br />
governativas deterám e entregaràm<br />
na fronteira os prófugos de amb >s os<br />
paises.<br />
14 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento chim forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Seua<br />
111<br />
Um retrato e um quadro<br />
de género<br />
Emquanto o barão se dirige a Mont<br />
parnasse em direcção ao restaurante<br />
Pean de Lapin, vamos nós apresentá-lo<br />
a traços rápidos aos nossos leitores.<br />
O barão Larmond com quem já tra<br />
vamos conhecimento no prólogo d'este<br />
livro, continuava vivendo á somb r a do<br />
s«u nome. De Lorémont fizera Lord Eymond,<br />
mais tarde, posto á frente d'uma<br />
sociedade financeira, obteve o título de<br />
birão; os seus antigos amigos, porém,<br />
continuaram a chamar-lhe Lord Eymond,<br />
Òs novos pelo titulo... e á força de<br />
lh'o chamarem ficou sendo: barão de<br />
Lormond...<br />
Os que o conheciam de velha data<br />
Dão lhe estendiam a mão e, admirados<br />
de o verem sair sempre bem de<br />
negócios escuros em que os seus cúm<br />
plices iam todos parar á cadeia, accresceotaram<br />
ao seu nome um novo<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
Cuba e Filippinas<br />
Diz um telegramma de New-York.<br />
publicado pelo New-York Herald<br />
que o cabecilha cubano Máximo<br />
Gomez decidiu luctara lodo o transe,<br />
não acceitando nenhuma concessão<br />
da Hespanha.<br />
x<br />
O sr. Spencer apresentou á câmara<br />
dos representantes um projecto<br />
de lei pedindo um crédito de<br />
200 milhões de dollars para a compra<br />
da ilha de Cuba pelos Eslados-<br />
Unidos.<br />
x<br />
O jornal Dispatch publica uma<br />
conversação do sr. Sherman, na<br />
qual este parece ter exprimido a<br />
opinião de que os Eslados-Unidos<br />
não deviam intromelter-se na guerra<br />
de Cuba, porque as reformas do<br />
sr. Canovas dam aos cubanos a autonomia<br />
práctica, e isto, espera o sr.<br />
Sherman, deve compôr a questão<br />
de Cuba.<br />
x<br />
Diz um despacho official de Cuba<br />
que os insurrectos foram repellidos<br />
da villa de Mala, mas um official<br />
dos voluntários e 5 soldados<br />
que estavam encarregados de defender<br />
o fortim entregaram-se ao inimigo;<br />
na província de Villas houve<br />
uiu recontro em que os rebeldes<br />
deixaram 6 mortos e 1 ferido, na<br />
de Matanzas 33 mortos e 1 prisioneiro,<br />
na da Havana 10 mortos e<br />
na de Pinar dei Rio 5 mortos; as<br />
perdas dos hespanhóes têem sido<br />
insignificantes.<br />
X<br />
Foi novamente prêso em New-<br />
York o agitador cubano Rolof, porque<br />
andava preparando uma expedição<br />
de flibusteiros.<br />
Os insurrectos de Cayo Hueso<br />
affirmam que Rios de Rivera atacou<br />
por Arlenisa a trocha de Mariel,<br />
matando 300 soldados hespanhóes e<br />
ferindo muitos. Por fim retiraram<br />
diante dos reforços das tropas. Suppõe-se<br />
também que Calixto Garcia<br />
derrotou perto de Manzanillo, na<br />
terça-feira última, a columna de Se-<br />
titulo: o bufo. Mas só lhe chamavam<br />
assim não estando elle presente, porque<br />
tinha fama de máu. A sua força e<br />
destreza impunha-se á consideração de<br />
quem tivesse de fallar d'elle em voz<br />
alta.<br />
Andava sempre vestido, senão com<br />
elegancia, pelo menos com um certo<br />
cuidado; era de baixa estatura, não<br />
tinha ar marcial mas um olhar insolente;<br />
na sua testa curta via-se uma enorme<br />
cicatriz. Endireitava-se o mais que podia<br />
para parecer alto. A sua boutonière<br />
era marcada por uma roseta vermelha.<br />
Os seus antigos amigos contavam assim<br />
a maneira como elle tinha obtido<br />
essa distineção.<br />
No dia 3 de novembro de 1851, á<br />
noite, Lormont dirigiu-se á Prefeitura<br />
da Policia.<br />
— Senhor, disse elle dirigindo-se ao<br />
sub-secretário, chamo-me Lorémont...<br />
tenho um longo cadastro de crimes<br />
coroo a policia sabe. .. dizem-me, po<br />
rém, que servindo-a alliviaria a minha<br />
situação. Venho, por isso, declarar que<br />
o commandante da barricada da rua<br />
Aumaire, um Vermelho, um socialista,<br />
está escondido em minha casa; chama-se<br />
Brucker, e fez parte da socie<br />
dade secreta : Os Soldados do Desespero.<br />
Ê o primeiro que venho entregar,<br />
se me protegerem entregarei os<br />
outros.<br />
0 secretário soltou um grito de chacal,<br />
e disse cheio de alegria:<br />
— Bom, bom, pódes contar com a<br />
nossa protecção.<br />
gura, matando-lhe 300 homens, 20 nêses para transporte de munições<br />
officiaes e ferindo 400 soldados. e viveres. Os barcos de guerra tomaram<br />
parte no ataque impedindo<br />
X<br />
a fuga dos rebeldes. O marquês de<br />
Diz um telegramma da Havana<br />
olmillas oífereceu ao capitão gene-<br />
que os insurrectos fizeram ir pelos<br />
ral dois rebocadores, que, armados<br />
ares a canhoneira hespanhóla Re-<br />
em guerra, podem vigiar as costas<br />
lâmpago por meio d'um torpêdo no<br />
de Cavite e Bulacan, e várias bar-<br />
rio Cauto, e das duas margens discaças<br />
blindadas, que viram a ser<br />
pararam tiros de fusilaria contra os<br />
como fortalêzas flucluantes e que se<br />
sobreviventes que fugiam a nado,<br />
collocaram nas rias de Bulacan e<br />
os quaes foram salvos por uma lan-<br />
ampanga. O marquês está promcha<br />
da canhoneira Centinela; moreto<br />
a facilitar mais barcaças e oureram<br />
6 hespanhóes e ficou ferida<br />
ros elementos semelhantes. O ge-<br />
quasi toda a gente de bordo, incluneral<br />
Polavieja acceitou o offerecisos<br />
os dois commandanles das camento.nhoneiras,<br />
srs. Martinez e Puerta.<br />
x<br />
x<br />
Mais informações sobre o caso<br />
de canhoneira Relampago.<br />
No dia 16 sairam de Manzanillo<br />
pelo rio Canto, levando provisões<br />
para o forte Guamo, as canhoneiras<br />
Centinela e Relampago, ambas<br />
de 22 toneladas e com 16 tripulantes<br />
cada uma.<br />
Ao chegarem no dia immediato,<br />
17, ao sítio chamado Mango, reben-<br />
tou um torpêdo debaixo da Relampago.<br />
O barco metteu immediatamente<br />
tam grande quantidade de<br />
agua, que foi ao fundo em pouco<br />
tempo. Morreram seis dos tripulantes,<br />
incluindo o official que commandava<br />
a canhoneira.<br />
x<br />
Dizem que o ministro do reino<br />
pedio hontem em conselho de ministros<br />
a demissão do general Weyler,<br />
por isso que o considera um<br />
obstáculo ás negociações diplomáticas<br />
para a pacificação de Cuba.<br />
Um telegramma de Manila com<br />
a data de 13 do corrente annuncia<br />
que o general Polavieja trabalha<br />
com grande actividade na prepara-<br />
ção do alaque a Cavite e Noveletá.<br />
Para que não aconteça o mesmo<br />
que quando o general Blanco ten<br />
tou o ataque, reúne em logares convenientes<br />
os meios de aprovisiona<br />
mento. Em Calamba foram construi<br />
dos fornos para 10:000 rações dia<br />
ias. Foram contratados 1:090 chi-<br />
Desde que começou a insurreição<br />
os hespanhóes lêem tido 180 mortos<br />
e 450 feridos. Os rebeldes tiveram<br />
7:100 mortos, 170:400 deportados<br />
e 2:000 prêsos.<br />
x<br />
O bando do general Polavieja<br />
concedendo indulto aos rebeldes<br />
ue se apresentem produziu o effeique<br />
se esperava. Entre as pro-<br />
víncias de Bulacan e Manila apre-<br />
sentaram-se ao .indulto 2:000 resides.<br />
Chegaram no domingo a esta cidade,<br />
vindos do Porlo, Alquerubim,<br />
Albergaria e Estarreja, os srs. Bar-<br />
O commandante da Centinela esros Lima, inspector da polícia de<br />
ta também gravemente ferido, assim emigração, e Vieira Ramos, ama<br />
como os tripulantes.<br />
nuense.<br />
Previsão do tempo<br />
No último boletim meteorológico diz<br />
Noberlesoom não haver a esperada mehoría<br />
duradoura do tempo na segunda<br />
quinzena d'este mês, antes será<br />
)orrascoso em gera), com novos e fortes<br />
temporaes nos mares.<br />
Dividem-se em três períodos a quinzena:<br />
um, de 16 a 26, que constituirá<br />
um persistente temporal, corn chuvas,<br />
neves e for te vento do sueste e noroes<br />
te; outro de 27 a 28, que serám os<br />
dias mais tranquillos da península; outro<br />
de 29 a 30, em que voltará a re<br />
produzisse o regimen chuvoso das<br />
nossas regiões.<br />
Em 17 haverá grande temporal no<br />
mar, com vento sudoeste e norcste,<br />
amainando um pouco para se dirigir<br />
ao archipelago ioglês; em 19 retrocederá<br />
para os Açores e para o continente,<br />
recrudescendo o máu tempo<br />
na peninsula, havendo nesse mesmo<br />
dia intensas chuvas geraes, temporal<br />
nos mares e áspero vento, entre sudoeste<br />
e noroeste; o dia 20 será menos<br />
chuvoso, mas nos dias 21 e 22 o<br />
temporal readquirirá maior energia,<br />
sendo bastante geraes e intensas as<br />
chuvas com vento impetuoso; em 23<br />
partirá da Terra Nova uma importante<br />
borrasca na direcção do noroeste<br />
dos Açores, d'onde seguirá para o nordeste<br />
e oeste da Europa, occasionando<br />
na peninsula, especialmente ao noroeste<br />
e ao sul, chuva e neve, fazendo<br />
baixar consideravelmente a temperatura.<br />
Este tempo prolonhar-se-ha até 26,<br />
com pequenas modificações; em 27 o<br />
temporal afastar-se-ha para as ilhas<br />
britannicas, mas voltará à peninsula<br />
em 29, fazendo-se sentir também na<br />
Madeira. No dia 30 as chuvas seram<br />
bastantes geraes na peninsula.<br />
KALENOARIO DE JINE1R0,1897<br />
3 10 17 24 31<br />
Segunda feira .... 4 11 18 25 —<br />
5 12 19 26 —<br />
*6 Í3 20 27 —<br />
7 14 21 28 —<br />
*1 8 15 22 29 —<br />
2 9 16 23 30 —<br />
Lua nova em 3, às 5,27 m. da ra.<br />
Quarto crescente em 10, às 9,9 m.<br />
da m.<br />
Lua cheia em 18, às 7,40 m. da t.<br />
Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />
m. da t.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
Typógrapho<br />
Na typographia do jornal A Montanha,<br />
que abre ao público no próximo<br />
mês de fevereiro, precisa-se d'um typógrapho<br />
competentemente habilitado.<br />
Quem estiver nestas condições dirijase<br />
ao director do jornal Faria Bravo—<br />
Trancôso.<br />
Piano<br />
Vende-se um quasi novo e de bom<br />
auctor. Nesta redacção se diz.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
No dia seguinte às duas horas da mos crimes... Porque occupava este ao ponto de entrar na taberna, a es-<br />
manhã, Bucker era preso. Á noite fu homem um logar na policia do impétancia de madeira onde se escondiam<br />
zilaram-no...<br />
rio? É o que nos revelará o drama que as pessoas timidas e quem essas visi-<br />
Dois dias depois, a mulher de Bu encetamos. O esboço do seu retrato é tas incommodavam. Outra vantagem<br />
cker vivia em companhia de Lorémont simples, deixamos ao nosso persona- era, depois de concluído com felicida-<br />
e era ella quem lhe fornecia os elemen gem o cuidado de lhe carregar mais de um negócio, e quando as libações<br />
tos necessários para se realizar a ca vigorósamente as tintas.<br />
faziam tombar para debaixo da mêsa<br />
ptura dos amigos de seu marido! Davam onze horas quando o barão os imprudentes que se nâo acautela-<br />
Alguns dias mais tarde, uma mulher entrou na taberna de Peau de Lepin vam com a aguardente de três seis,<br />
que passava próximo do mercado de Era uma casa solitária, situada no ex- desembaraçava-se d'elles facilmente o<br />
Saint-Martin, às dez horas da noite, por tremo de Montparnasse, onde começam dono do estabelecimento, deitando-os,<br />
um nevoeiro intenso, gritou :<br />
os campos.<br />
no verão sobre o tapête odorífero das<br />
— Soccorro!<br />
Esboçado o retrato vamos debuxar rimas de estrume, no inverno e nos<br />
Tinha tropeçado e caído sobre um o quadro.<br />
dias de chuva, na cavallariça sobre a<br />
corpo humano prostrado na rua; os ha Chamamos lhe taberna porque não palha quente. Que bellos sonhos tinham<br />
bitantes do quarteirão levantaram ousamos dizer o seu verdadeiro nome, alli os patifes, deliciados com o cheiro<br />
corpo d'um individuo que sem dúvida tal é o seu aspecto immundo. Numa agradavel da palha fresca; chegavam<br />
haviam querido assassinar. Depois de rua traçada atravez dos campos e na até a julgarem-se honestos I<br />
limparem o sangue que lhe sala d'uma imaginação dos edis da communa. ... O telheiro... a taberna era con-<br />
grande ferida da testa, approximaram rua lamacenta e porca, abria se a por struída com os restos das casas expro-<br />
a luz do rosto a fim de reconhecerem ta enorme d'um páteo sem ladrilho; o priadas; a frente tinha o aspecto do<br />
vlctima. Alguns dos salvadoras afasta lado direito era occupado por cavalla- panno que se vestem os arlequins,.ha-<br />
ram-se apenas o viram, dizendo: riças que tinham por tapete estrume; viam substituído por papeis de varia-<br />
— Bem feito ! ê Lorémont, o deuun e o fundo por uma estancia de madei das côres os vidros partidos com os<br />
ciante.<br />
ras. Á esquerda via-se um telheiro en- bordos dos frequentadores assíduos.<br />
Outros mais compassivos, vendo que vidraçado, desalinhado, mal construido Madeira e vidros dizia uma coisa com<br />
o desgraçado ainda respirava, trans- sem simplices, sem soalho, parecendo a outra; as portas, janellas e vidraças<br />
portaram no a casa. Os cuidados da de dia uma fábrica pobre e tendo à confundiam-se; as aranhas e bichos de<br />
mulher de Bucker salvaram o miserá- porta o aspecto d'um enorme lampeão... conta, juntamente com o pó e humivel.<br />
Este telheiro era a taberna do Peau de dade, tapavam as frestas das taboas<br />
Quinze dias depois de curado, pedia Lepin...<br />
mal juntas. As vidraças não tinham<br />
a commenda, que hoje ostenta, e que Os frequentadores do Peau de Lepin cortinas, no entanto não deixavam pas-<br />
the foi concedida acompanhada d'esta gostavam d'elle por a sua situação em sar de dia os raios do sol, e, de noite,<br />
menção:<br />
primeiro logar, e depois pelos petiscos preservavam as casas dos olhares in-<br />
«Ferimento recebido combatendo que lá se faziam.<br />
discretos de fóra, tal era a camada de<br />
pela causa da ordem »<br />
A primeiía vantagem, a da sua si- fumo depositada nellas, que parecia te-<br />
Loiémont, ladrão, escroc, era o detuação, resultava de terem, quando a rem sido atacadas por algum acido.<br />
nunciante dos que viviam d'estes mes- policia levava a sua indiscripção até<br />
[Continúa.)
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
Iiimoe ro Iioje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte —Fugas célebres—<br />
Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsns, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 — RUA FERREIRA EORGES — 130<br />
1 M ESTE depósito, regularmente montado, se acham, á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
11, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
ESCRIPTORIO — Rua da Sophia, n.° 54, 2.°<br />
C O I M B R A<br />
3 fflrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
1 De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão ;<br />
De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />
Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Tabella dos preços dos principaes serviços<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />
económicas 2$000<br />
Agéneia em quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês. 10000<br />
Nestes processos nâo se leva coisa alguma dos requerimentos<br />
feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
e o constituinte tem sómente a pagar a agéneia.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />
e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte<br />
Todos os serviços sam feitos com promptidlo e quasi de<br />
gfapâ.<br />
RESISTENCIA — Qiunta feira 21 de janeiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 410 paginas. Preço, ISO réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO ALIER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A/ venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
241, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />
COIMBRA<br />
*flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE CIMA—20<br />
Coimbra<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana d'amiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito ím Coimbra—D rogaria Rodrigues da Silva & C.<br />
(<br />
xÀZETÀ I) •AS ALDEIAS<br />
Semanario illustrado de propaganda agrícola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis<br />
Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />
competência: Lentes da Universidade, Academia Polytêchnim<br />
do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa; directores e professores<br />
de escólas agrícolas do país; médicos, advogados, chimicos,<br />
engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />
viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />
ASSIGNATURA PARA 1897<br />
Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />
a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />
portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />
Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />
variada leitura, e custa apenas 2$000 réis por anno ou 1$000<br />
réis por semestre.<br />
A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />
maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />
na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />
trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />
diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />
em folhetim um bom romance.<br />
0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />
morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />
Director da Gazeta das Aldeias—Poito. Masassigna-se também naa<br />
Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />
E NA<br />
AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />
Rua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />
CAVALLOS<br />
uares, etc.; esquiriéneias,<br />
sobrecannas, ovas, separavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc , curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fògo e<br />
untura forte em todos os casos,<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depósitos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira á Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Depósito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA.<br />
9 flon&llltas todos os dias<br />
w das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao pdblico em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
regulamento.<br />
Também installa e concerta<br />
telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
aliançados.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
Empregado<br />
li Adinitte-se um com práctica<br />
de papelaria e tabacos.<br />
Coimhra-Rua de Ferreira Borges,<br />
207 a 211.<br />
TTeude-se a casa n.° 5,<br />
* na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minímo de 400)51000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Farigas, n.° 76.<br />
AGUIA 00UR0<br />
FRANCISCO P. MARQUES<br />
43Donpas completas para ho-<br />
« mem, de 5$000 réis<br />
para cima!<br />
Alta novidade!<br />
COIMBRA<br />
" RESISTENCIA „<br />
PUBL1CA-8E AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2$7P0<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 20400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
LITROS<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
AISHIVXJIVCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assignmtes,<br />
desconto de 50 p. c,<br />
Tjp. F. Friaça 4ffl»4» — COIMBRA
No regimen da mentira<br />
A tal grau chegou o estado de<br />
descrença pública nas promessas e<br />
previsões dos governos, que já o<br />
não commove nem de leve affecla<br />
a publicação dos documentos por<br />
que em épochas ainda não remotas<br />
se julgava do estado da fazenda pública<br />
e da economia do país. Dis-<br />
cursos da corôa, relatórios dà fazenda,<br />
orçamentos, as próprias contas<br />
db Estado, a tudo isso se mostra<br />
indifferente o país, como que involto<br />
numa espessa camada de gêlo<br />
que as alegrias officiaes não derretem<br />
nem os phantasiósos cálculos<br />
rompem.<br />
Tantas vezes foi jilludida a opinião<br />
pública, é tam longa a série<br />
de decepções que tem soffrido nas<br />
suas expectativas, que não é possível<br />
já a qualquer governo fazer-se<br />
acreditar. Tempo houve em que á<br />
publíéação do orçamento ou de um<br />
relatório de fazenda correspondia<br />
um angmento na colação das inscripções,<br />
mais firmêza no seu crédito.<br />
Hoje publicam-se relatórios em que<br />
se apresenta a fazenda pública como<br />
numa phase de accentuada prosperidade,<br />
organizam-se orçamentos<br />
geraes do Estado em que se dá a<br />
receita como superior á despêsa, e<br />
as cotações dos fundos públicos<br />
mostram-se insensíveis, o crédito<br />
do Estado não soffre o mais ligeiro<br />
abalo.<br />
Ninguém acredita nas affirmações<br />
officiaes, que os fàclos des<br />
menlirám a breve trecho. E muitas<br />
vezes succede que nem o desmentido<br />
d'estes é necessário aguardar ;<br />
nos próprios documentos em que se<br />
fazem os mais seduclores cálculos,<br />
as toais risonhas promessas, não raro<br />
ha confissões que évidencêam a sua<br />
falsidade.<br />
O actual ministro da fazenda<br />
neste ponto inexcedivel. O discurso<br />
da corôa, por elle redigido, contém,<br />
no que respeita á situação da fa-<br />
zenda pública e da economia nacional,<br />
taes contradicções, qUe só<br />
pela inconsciência do auctor pódem<br />
explicar-se. No orçamento geral do<br />
Estado, que ha pouco apresentou<br />
no Solar dos Barrigas, repetem-se<br />
essas contradicções.<br />
Segundo êsse orçamento, no próximo<br />
anno económico haverá um<br />
excesso da receita sobre a despêsa<br />
de 110:876^535, que não é devido<br />
a reducções na despêsa, em que se<br />
dá até um augmento relativamente<br />
importante, mas a augmento da receita<br />
em impósloa ou rendimentos<br />
já subsistentes. A fazenda apresentasse<br />
portanto numa situação desafogada.<br />
Ha recursos para pagar<br />
todas asdespêsas, fazer face a todos<br />
os serviços, e ainda deve ficar saldo.<br />
Pois bem. O próprio governo que<br />
apresentou aquelle orçamento'declara<br />
na proposta de lei que o precede<br />
que «dirá ern outro documento o<br />
que pensa sôbre a situação financeira<br />
do país e quaes as providências<br />
com que julga fazei; face a<br />
todos os encargos».<br />
Criticando esta parte da proposta<br />
de lei, diz o nosso prezado collega<br />
O Qommercio do Porto:<br />
«Promette, pois, o governo<br />
dÍ2rer duas coisas:<br />
1. a , o que pensa das finanças.<br />
Deve pensar bem; que mais quér?<br />
. Sobeja receita.<br />
2. a didas tendentes a fazer face a encargos<br />
para que existe receita de<br />
Z B a , g r a , t e l l a , s Este facto é positivamente au<br />
thentico 1!<br />
sóbra1<br />
E diz-se que é a imprensa republicana<br />
que desacredita o país!<br />
Provas á vista!...<br />
Eu sei quanto deve ser fastidiosa<br />
e soporífera ao leitor esta secção<br />
E, como êste* tafltdS e tantos ou-<br />
descosida, na qual tanjo sem gosto tros!<br />
o mesmo estribilho, em empuchões A invasão francêsa e a fugida de<br />
de linguagem, semelhante a um ve- D. João VI; — a segunda descober-<br />
"Nõtieíam alguns jornaes que os<br />
elementos permanentes do governo<br />
lho realejo, de cujo cylindro caíram ta do Brasil, còmo agora lhe cha-<br />
querem forçar o sr. Jacintho Can- as pinnulas, e apenas dá farrapos mam os graciósos!<br />
dido a sair.<br />
desafinados de peças incomprehen-<br />
Não acreditámos. E difficil ensiveis.contrar quem o substitúa, com van- Será irritante pela obstinação;<br />
tagem para o governo e para os<br />
mas, como o título prevalece, elle<br />
commissários régios.<br />
servirá de prevenção ao desdem<br />
justiceiro dos cautos 1<br />
No jornal inglês Harper s Magazine<br />
foi publicado um artigo, que o Fr. Luiz de Sousa relata, que na<br />
Public Opinion reproduziu, em que confraria dos Reis Magos, erecta no<br />
se fazem as mais extraordinárias convento de S. Domingos, de Lis-<br />
accusações á administração portuboa, existia um quadro do século<br />
guêsa na África do Sul e designa-<br />
XIV, representando a Epiphania, e<br />
damente em Lourenço Marques.<br />
Diz-se nesse artigo que, para<br />
no qual a Virgem retratava a Rai-<br />
, Como se propõe a fazer<br />
obter dos nossos funccionários que nha Santa Isabel e o menino, o en-<br />
administram o caminho de ferro de tám infante D. Alfonso IV.<br />
face aos encargos. Neste ponto Lourenço Marques certas concessões Pela inducção prudente de con-<br />
é que estamos completamente ás é necessário gcalificá-los com presiderações várias, pareceria pouco<br />
escuras. Se o orçamento tem sentes, que elles se mostram sem-<br />
crivei uma tal affirmação, se Inno-<br />
meios para pagar tudo, e deixa<br />
pre desejosos de receber; que as<br />
mercadorais estacionam nas ruas céncio da Silva não corroborasse<br />
ainda uma margem de 110 con- das cidades durante seis mêses e peremptoriamente, — que êsse quatos<br />
para o que dér e vier, que mais e que a grande deficiência de dro ainda em 1846 se achava na<br />
propostas ha a^ fazer, a fim de material circulante na linha férrea galeria dos Marquêses de Borba.<br />
determina um longo estacionamento<br />
conseguir o que o orçamento<br />
E o impetuôso investigador es-<br />
das mercadorias para que se pede<br />
consegue? Só se fôrem no sendespacho<br />
de expedição.<br />
tygmatisa a cumplicidade da admitido<br />
de alliviar o imposto de rennistração<br />
pública que consentiu que<br />
Termina esse artigo por pedir ao<br />
dimento, que foi votado como sr. D. Carlos que se informe com uma tal preciosidade fosse roubada<br />
medida transitória, que deixaria meia dúzia de considerados com- ao país.<br />
merciantes de Lourenço Marques e Não lhe falta razão 1<br />
de ser adoptada logo que as cir-<br />
de Jobannesburg e que obterá pro- Sómente é de saber que a rapacunstâncias<br />
a dispensassem. Às vas sufficientes para mandar metter cidade official de tal fórma se acha<br />
circunstâncias parece que a dis- na cadeia pelo menos 75 p. c. dos<br />
inveterada na depravação portuguêpensam,<br />
visto haver saldo; logo, actuaes funccionários públicos de<br />
Moçambique.<br />
sa, que nos últimos sessenta annos<br />
o governo vae de certo honrar a<br />
Custa-nos vêr assim arrastado<br />
tem sido pelo roubo, ou pela frau-<br />
promessa de quem a fez.<br />
pela lama o crédito dos nossos funcde, que a nação tem sido despoja-<br />
Mas a isso, que é a realização cionários públicos. Mas o que se ha da dos apreciaveis restos da heran-<br />
de uma promessa solemne, não de pensar dos delegados do nosso ça prodigiosa das riquezas da índia<br />
se pôde chamar meio de «fazer governo,se ha até ministros que sam e das minas do Brasil.<br />
accusados públicamente, em repe-<br />
face aos encargos». Fazer face<br />
Porque é certo que proporcionaltidos<br />
artigos, de falsários e de la-<br />
aos encargos é crear ou desendrões, e não se instaura processo<br />
mente mais, do que as vicissitudes<br />
volver a receita; e reduzir um algum contra o accusador, nem se de tresentos annos, de absorpção<br />
impôsto, da natureza d'este, é defende o accusado, nem se sequér hespanhola, de guerras de liberta-<br />
se recorre a outros meios por que<br />
diminuí-la. Não se comprehende,<br />
ção, de cataclysmos naturaes, foi<br />
se liquidam também questões de neste século que se exerceu mais dis-<br />
e comtudo, talvez seja bem fácil honra I<br />
sipadôra destruição, acobertada pe-<br />
de comprehender. Quando vier O que se ha de pensar?... las luctas civis, pela falléncia das<br />
esse documento, ficaremos sa-<br />
antigas familias heraldicas e ainda<br />
bendo tudo».<br />
pelas delapidações da infidelidade<br />
No orçamento geral do Estado<br />
Não se nós afigura o assumpto<br />
de funccionários, sob todos os as-<br />
para 1897-1898 applíca-se em ver-<br />
de difficil comprehensão.<br />
pectos e disfarces.<br />
ba de 732 contos para a instrucçâo,<br />
O governo, ao elaborar a pro-<br />
Ninguém ignora que ainda ulti-<br />
assim divididos:<br />
posta de lei, esqueceu-se completamamente<br />
a exposição d'arte orna<br />
mente dos cálculos que o sr. Carri- Io8trucça.o primária .. 218:9710777 mental, em 1882, foi fértil em epi-<br />
» secundária. 186:7550255 sódios escandalósos!...<br />
lho havia feito e que davam um<br />
» superior... 326:7360510 Um marquês illustre, director da<br />
saldo positivo.<br />
academia de bellas-artes, ornamen-<br />
D ahi a promessa de providên- Emquanto se dispende esta somto<br />
consagrado de todas as commiscias<br />
para fazer face aos encargos do ma com a instrucçâo, para defêsa da sões, o Messias official da arte em<br />
país e de dizer o que pensa sobre a monarchia só com a guarda muni- Portugal, em 1885, abusando das<br />
sua situação financeira, em que recipal ê a polícia gastam-se 860 suas relações pessoaes e illudindo<br />
vela do modo mais inilludivel a con- contos.<br />
a boa fé do cabido da Sé de Coimfiança<br />
que esses cálculos lhe mere- E ainda ha quem confie na posbra, com 30 libras na mão levantou<br />
cem. E tanta, que até se compromette<br />
a tomar a iniciativa de mesibilidade<br />
de se regenerar o país raridades, que valiam 30 contos de<br />
com as actuaes instituições! réis i<br />
: —foi uma catástrophe<br />
medonha.<br />
A rapacidade da côrle fòi tal como<br />
a descreve Oliveira Martins!<br />
Para pagamento da contribuição<br />
de 18 mil contos, que Napoleão<br />
lançou sobre Portugal, o imbecil e<br />
odioso Junot, á falta de numerário,<br />
ordenou que fosse paga, com preciosidades<br />
artísticas de ouro tí prata,<br />
a pêso!<br />
Pela convenção de Cintra, celebrada<br />
entre Júnot e Os generáês inglêses,<br />
foi concedida ao exército<br />
francês a livre saída das riquêzas<br />
incalculáveis, que' essas hordas desmoralizadas<br />
tinham roubado em<br />
Portugal!<br />
A infâmia británnica assim sellava<br />
a negrenta vilania com que nos<br />
tratou durante essa desastrada campanha<br />
!<br />
O pôvo abysmado, hostilisado pelos<br />
próprios alliados, via d'um ládo<br />
o adiposo poltrão D. João VI, a recommendar-lhe<br />
prudência; e do outro<br />
os bispos, hypnotisando-o com<br />
pastoraes d'um servilismo ignóbil,<br />
a rastejarem perante o iòvasôP.<br />
O bispo do Porto exhortava as<br />
suas ovelhas com esta degradante<br />
linguagem:<br />
«Estas trópas, (os francêses!)<br />
— que aqui vêdes entrar, sam<br />
nossas alliadas e pacíficas, e<br />
quem as manda entrar tem sido<br />
prevenido e armado por Deus de<br />
poder e sabedoria pára as fazer<br />
entrar, e para as saber dirigití a<br />
fim da nossa felicidade, e devemos<br />
seguramente confiar nb mesmo<br />
Senhor que não seja outro<br />
o seu destino.»<br />
E por êste theor, em reles português<br />
de cuspinheira, o covarde<br />
abjecto dava os parabéns á nação,<br />
porque se devia julgar honrada com<br />
tam gloriósos hóspedes!!.<br />
Tudo roubou, qual mais podia:<br />
o rei, a nobrêza, os inglêses, os<br />
francêses... Foi um saque de bárbaros.<br />
A fóra a infinidade de coisas destruídas<br />
!<br />
Tal era a opulência do país, que<br />
tem sido precisa toda essa série<br />
interminável de desastres e latrocínios<br />
para se encontrar finalmente<br />
esvasiado!<br />
E, ainda assim, um pouco menos<br />
do que parece!<br />
IH I -<br />
À.
"A Marselheza"<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
Extraordinário<br />
Sob este titulo informa o nosso<br />
prezado collega O Paiz:<br />
Este nosso collega publicou no<br />
«Tem-se fallado ultimamente dia 22 um supplemento em que<br />
num caso que noticiámos com declara que, tendo-se despedido o<br />
toda a reserva, tàm extraordiná- seu editor, suspendia a sua publirio<br />
elle é. Conta-se que um incação até nova habilitação. O edidivíduo,<br />
que pretendia ser protor despediu-se depois d'uma conmovido<br />
a um posto immediato, ferência com o corregedor, que du-<br />
procurou outro que poderia darrou três horas, sendo êste facto objelhe<br />
a vaga e fez-lhe a seguinte cto de vivos commentários em Lis-<br />
proposta: Arranjava-se vaga para boa.<br />
esse individue. Mal fôsse pro- No número chegado hoje A Marmovido,<br />
reformava-se e, assim, telheza, habilitada já com outro edi-<br />
aquelle que desejava a promoção sor, trata desinvolvidamente do inau-<br />
occuparia o seu logar!<br />
dito facto praticado pelo seu ex-edi-<br />
Esta proposta escandalosa foi tor, terminando assim o artigo sobre<br />
feita com o mais completo des- esse assumpto:<br />
plante, chegando o escândalo oa<br />
«Entre tanto o nosso dever é as-<br />
ponto de o individuo que a fazia,<br />
signalai sem demora queaconnivén-<br />
levar já comsigo o requerimento<br />
cia dos poderes públicos no caso es-<br />
em que o outro pediria a recandaloso<br />
de corrupção de que nos<br />
forma, tendo este requerimento,<br />
vimos occupando, é mais do que pa-<br />
está claro, a data em branco.<br />
tente— é impudica.<br />
Assignado elle, accrescentava o<br />
proponente, podia garantir-lhe<br />
O editor Gaspar já nos tinha com-<br />
que se daria o que propunha,<br />
municado que o juiz d'instrucção<br />
porquanto podia garaníí-ío com<br />
lhe dera alguns conselhos, isto é, nós<br />
a palavra do ministro.<br />
já sabíamos que o juiz de instrucção,<br />
agente do poder, premeditava qual-<br />
Nós não commentamos. Simquer<br />
coisa contra nós. O que não<br />
plesmente perguntamos o que<br />
suppusemos é que elle fosse tam de-<br />
dizer e fazer quando a falta de<br />
sastrado que o levasse a cabo num<br />
vergonha vae até este ponto».<br />
momento d'estes.<br />
—Tivemos a ingenuidade de<br />
Delphim Gomes imaginar que o governo nos pouparia,<br />
pelo menos agora em seu pró-<br />
Víctima d'uma pneumonia dupla prio interésse. Vêmos que não é as-<br />
falleceu na quinta feira última o sr. sim, isto é, vêmos que a cumplici-<br />
Delphim Gomes, lypógrapho do quadade official toma um caracter offidro<br />
na Imprensa da Universidade. cial.<br />
O finado havia-se dedicado a es- Posta a questão nestes termos,<br />
tudos litterários, havendo publicado creia, porém, o governo, que nos<br />
alguns trabalhos que bem revelam a encontramos muito mais á vontade.<br />
sua intelligéncia. O que porém o A situação define-se:<br />
tornou mais conhecido foram as suas Quem está no banco dos réus<br />
correspondências para os jornaes O não é a sr.<br />
Primeiro de Janeiro e Século, em<br />
que se affirmou çomo um repórter<br />
intelligente e infatigavel, deixando<br />
vago um logar que difficil será<br />
prèencher. )••••••'<br />
:0 enterro do desventurado artista<br />
foi muito concorrido, sendo o<br />
cadáver conduzido á mão para o cemitério,<br />
onde lhe disséram o último<br />
adeus o sr: Vilella Passos, alumno<br />
da Universidade, e o sr. Larcher,<br />
typógrapho da Imprensa da Universidade.<br />
O finado deixa viuva e dois filhos<br />
menores, nas mais precárias condições.<br />
,<br />
Na congregação da Faculdade<br />
de Direito realizada hontem foi<br />
apresentado o requerimento em que<br />
o sr. Abel d'Andrade pede para ser<br />
admittido ao exame de licenciatura.<br />
No concurso litteráriô aberto pela<br />
émprêsa do Diário de Notícias para<br />
commemorar o centenário da índia,<br />
que Deus haja, foi adjudicado o 1.°<br />
prémio ao sr. Candido de Figueiredo<br />
e o 2.° prémio (egualdade de<br />
mérito) aos srs. Arthur Lobato de<br />
Avila e Lourenço Caiola.<br />
Este trabalho constituirá o brindê<br />
do Diário de Noticias. O do sr.<br />
Candido de Figueiredo será publicado<br />
em 1898.<br />
a Os namarraes Litteratura e Árte gura», o que é perfeitamente verdade.<br />
O posto fortificado de Natuli, o<br />
Fiquei pasmado, tinha-me habi-<br />
mais avançado contra os namarraes, A IMMAC ULAVEL<br />
tuado já áquelle triumpho^rto Prin-<br />
de que é commandante o tenente<br />
sr. D. Miguel de Alarcão, foi, pela<br />
Meu caro Marcellino de Mesquita<br />
cipe-Real.<br />
1 hora da noite do dia 13 de de- Vê lá se me pódes explicar esta<br />
zembro findo', assaltado pelo gen-<br />
Leio agora as Novidades e vejo<br />
embrulhada 1<br />
tio, durando o tiroteio alé ás 4 ho-<br />
com espanto:<br />
Recebi hoje de Lisboa uma caria<br />
ras da madrugada.<br />
«A peça não deixou bõas impres-<br />
com esta nova estranha.<br />
sões. D'um trecho, publicado hoje<br />
O sr. D. Miguel de Alarcão acor-<br />
no Correio da Manhã, destacamos<br />
dou com o alarma, levantou-se im- «Um grande triúmpho para o este fragmento de dialogo:<br />
mediatamente e com os seus 70 sol- Príncipe Real o drama de Abel<br />
:<br />
dados respondeu aos assaltantes, Rotelho. Foi noite de festa.<br />
8| . . , ,,ERNESTO fj,.} £ .<br />
que de rastos pretendiam entrar no Abel Botelho fez para aquella «Tomara eul... A excepção é<br />
forte.<br />
platéa popular um drama modérno, a gloria! Christo, Dante, Pasteur)<br />
Trabalhou a metralhadôra de 8 recheado de ditos d'espirito muito Napoleão, Mousinho, sam excep-<br />
centímetros.<br />
graciosos, servindo-se de moldes ções ...»<br />
Os nossos soldados portaram-se empregados actualmente.<br />
Destes, só Mousinho é vivo; mas<br />
com valentia, sangue-frio e firmê- A acção theatral é muito definida cremos...»<br />
za. O tiroteio foi muito renhido. O e por isso tem pouca importancia.<br />
, l •>! H ; tii !:iiíi.-i ys \ Bàiid<br />
estampido ouviu-se a distância de O conde de Pedralva (Mesquita),<br />
Isto revoltou-me. As Novidades<br />
12 kilómetros. Nos nossos, nenhu- homem rico e pervertido',vê Suzanna<br />
fingem ignorar que se trata de<br />
mas baixas. O inimigo, cujo núme- (Adelina Ruas) no atelier de Mau-<br />
Mousinho da Silveira que morreu<br />
ro não se pôde avaliar, devia ter ricio (Pato Moniz), um pintor de<br />
ás mãos dos inglêses. Habitps. de<br />
lido muitos mortos e feridos, pois mérito. Abel Rotelho copiou evi-<br />
diplomata.<br />
foram encontradas muitas poças de dentemente a figura sympáthica é<br />
Modos d'ev'itar complicações com<br />
sangue.<br />
amoravel do pintor Antonio Rama-<br />
a Inglaterra.. .<br />
No dia 7 do mesmo mês, na ida lho, que agora anda ao sol em Algés<br />
do sr. major Mousinho de Albuquer- e... á cerveja no Jansen.<br />
! Escreve-me e vê se me explicas<br />
que á Lungo Moraves, atacaram a Suzana (Adelina Ruas) apesar<br />
o caso.<br />
força que protegia o embarque para de ostentar a sua nudez no mister<br />
Ha tanta falta d'assumptõ na<br />
a canhoneira Liberal, tendo os nos- de modêlo, tam difficil quando se<br />
província...<br />
sos soldados três feridos.<br />
não é da municipal, seja actriz em<br />
j-i^vp oíwi í»up ^vit. -^&fco*<br />
theátros particulares, empregada<br />
nos armazéns Grandella, e venda —í ^ 1<br />
O rendimento total do Caminho de bouquets, pelas ruãs, cosa também<br />
Ferro de Guimarães no exercício findo<br />
Partido republicano<br />
de 1896 foi de 75:09550037 réis, ou em casa d'uma modista, trabalhe<br />
mais 5:5370998 do que no anno ante- para uma sapataria, resiste á irmã<br />
rior, produzindo uma média annual<br />
Monumento aos revoltosos de Janeiro.<br />
que quer empurra-la para a devas-<br />
kilométrica de 2:2330971 réis, ou um<br />
Cercmrínia da inauguração<br />
augmento de 1620882 réis por kilósidão e trabalha para sustentar o<br />
CONVITE<br />
metro.<br />
pae paralytico e sete (7!!...) ir- T •' > • ' • •<br />
O número de passageiros foi de mãos tuberculosos.<br />
200:782, ou mais 1 1:338. e o seu<br />
pjoducto de 44:1000050 réis, ou Mesquita convida as duas irmãs,<br />
mais 3:2240515 réis do que anno an- com um falso pretexto, para sua casa<br />
terior. Em mercadorias de grande e<br />
pequena velocidade a tonelagem foi e enquanto manda Esther (Elisa<br />
de 33:823, mostrando o augmento em Aragonez) comprar cigarros tenta<br />
Maria Amélia Martins pêso de 4:135 toneladas e no seu<br />
— é o governo. Quem vendia em- producto total de 31:8540987 réis o<br />
roubar a Suzana toda a sua fortuna<br />
accréscimo de 2:3130483 réis. — a sua honra.<br />
pregos não era ella — era elle».<br />
As despêsas geraes da exploração Aqui é que eu queria que tu<br />
durante o mesmo anno sommam réis<br />
Pelo que se vê o governo nada<br />
visses o Pato Moniz entrando pela<br />
24:2750086, ou menos 6040029 réis<br />
lucrou com a esperteza do correge- que as do anno anterior.<br />
janella num pulo de chacal, como a<br />
dor. Esse procedimento é até con-<br />
Weber na Jacobittes, e em accentos<br />
traproducente, dando margem a<br />
da cólera mais louvável esprobar o<br />
que no público se avolumem as<br />
Vae uma grande celeuma nos procedimento do Mesquita;(conde<br />
círculos e circos governamentaes<br />
suspeitas ácêrca das responsabili-<br />
de Pedralva).<br />
por causa dos commissários régios.<br />
dades de altas personagens e qufm Alguns barrigas temem até que elles Não conseguindo d'esta vez o<br />
sabe até se do governo na meada deitem a terra o governo, se este seu intento, o conde, auxiliado por<br />
da escândalos que vae desfiando A não se dér pressa em extinguir tal Procopio(Mello), attrahe Suzana a<br />
Marselheza. ,<br />
raça.<br />
um casarão dependente d'um con-<br />
Alguns jornaes monárchicos já Tal receio não tem, porém, o vento abandonado que o governo<br />
notaram, entre outros O Popular e<br />
mínimo fundamento, pela razão havia cedido para depósito de sce-<br />
simplicíssima de que só com um<br />
O Correio da Noite que o acto<br />
nário á emprêsa do D. Amélia.<br />
governo como o actual sam possí-<br />
praticado pelo editor da Marselheza veis taes commissários. Nunca elles Mas Ernesto (Pato Moniz) precede<br />
compromette mais o governo. procurarám portantocrear embara- o conde (Mesquita) e encôntraiido<br />
O Popular, referindo-se á camços ao governo, defendê-lo-ham até, Sdsana (Adelina Ruas) confèssapanha<br />
d 'A Marselheza, diz: porque assim o pede a inexorável lhe o seu amôr, que é partilhado<br />
lei da lucta pela existência.<br />
pela joven actriz. O conde vê-se<br />
«Pelasinformações a que pro- E, afinal, entre commissários ré- burlado nas suas pretensões.<br />
cedemos podemos também dizer gios e ministros não ha conflictos<br />
que neste caso figura uma se- possíveis.<br />
Além d'estes personagens ha,<br />
nhora que tem intimas ligações Chegam sempre a accôrdo, até<br />
outros episódicos, como as levianas e<br />
com um cavalheiro, que occupa<br />
quando este seja verdadeiramente fáceis mundanas Julieta (Maria das<br />
vexatório para qualquer das partes. Dôres) e Emilia (Antónia de Sousa),<br />
uma posição official importante e<br />
Haja vista o procedimento do que sam bem postas em scena.»<br />
que esta senhora era, segundo<br />
commissário régio de Loanda, que<br />
parece, quem dirigia o trabalho enguliu com a maior facilidade o<br />
dos intermediários e agentes».<br />
Até aqui a carta. O Século che-<br />
decréto que havia sido mandado<br />
de Lisboa para elle publicar.<br />
gado hoje affirma que o drama se<br />
Não obstante ésta gravíssima af-<br />
O governo quer-se manter; os<br />
levou em D. Maria e que a BrésMind<br />
firmação, feita ha três dias, o editor<br />
commissários régios têem amôr aos «denotou habilidade em representar<br />
do Popular ainda não foi chamado logares; o país vae supportando e deve ser mais aproveitada em<br />
a depôr.<br />
tudo.<br />
coquettes de comédia, para o que<br />
Sam escusados os commentários, 0 resto sam bagatellas, tem vivacidade, gentileza e bôa fi-<br />
1 ^^tjTTÍK * li {i. > Í ' ',í*í 1 n.í<br />
Tendo de inaugurar-se no próximo<br />
dia 31 de janeiro o monumento levantado<br />
no Prado de Repouso do Porto aos<br />
martyres da primeira revólta republicana,<br />
e desejando as commissões encarregadas<br />
dos trabalhos que tal ceremonia<br />
tenha a importância digna de<br />
quem se bateu em jornada tam gloriósa,<br />
tem a honra de convidar respeitósarnente,<br />
e por este único meio, o Directório<br />
do Partido Republicano, Grupo<br />
de Estudos Sociaes, câmaras municipaes<br />
ou minorias republicanas, commissões<br />
municipaes e parochiaes, imprensa,<br />
aggremiações de csractér democrático<br />
e todos os cidadãos republicanos<br />
a comparecer ou fazer representar-se<br />
em tam solémne manifestação,<br />
como testemunho de solidariedade republicana.<br />
Comò, por determinação da auctori<br />
dade, não haja discursos, as commissões<br />
rogam ás entidades que se representem,<br />
a fineza de depôrerti flôres,<br />
em tôrno do monumento, no acto da<br />
inauguração e benção, que terá logar<br />
apoz a missa que, ás 10 horas da manhã,<br />
precisas, será rezada na capella<br />
do mesmo cemitério.<br />
As commissões rogam a toda a imprensa<br />
a fineza de transcrever êste<br />
convite até ao próximo dia 31, e ás<br />
entidades que desejem representár-se<br />
o obsequio de o participar á redacção<br />
da Vos Publica ou ao secretário. F.<br />
Gouveia da Silva, rua do Lindb Valle,<br />
15.3—Porto.<br />
Quando, ha dias, saia do portq de<br />
Acapulco, Perú, o vapôr francês «Magdeleine»<br />
arvorou signal pedindo soceorrò.<br />
A bôrdo passava-se isto:<br />
Houve uma discussão vivíssima entre<br />
o immediato de bôrdo e o machifiistachefe<br />
e os dois resolveram bater-se<br />
immediatamentente em duéllo. Cada<br />
um dos adversários armou-se d'uma<br />
pistóla, e colloçou-se um em frente do<br />
outro, no tombadilho, desfechando ao<br />
mesmo tempo. O immediato ficou logo<br />
morlQt|(i1n • '•! v>nb9T •<br />
Esta viágem do «Magdeleine» fôra<br />
desastrada: alguns dias antes do drama<br />
que referimos, havia occorrido a bôrdo<br />
uma explosão da caldeira, morrendo<br />
sete homens da tripulação,
A mãe de Carnot<br />
Os jornaes francêses noticiam a<br />
morte de M. me Hippolyte Carnot,<br />
mãe do finado presidente da republica<br />
francêsa, Carnot,. em consequência<br />
de uma queda que deu no<br />
dia de Anno Novo.<br />
A finada senhora nascêra em<br />
1816 e era filha do general Dupont,<br />
que fôra ajudante de campo<br />
do célebre Lazaro Carnot, quando<br />
êste era ministro da guerra em<br />
1800. Em 1836 casou com o filho<br />
de Lazaro Carnot, de quem teve<br />
dois filhos, Sadi, que foi presidertte<br />
da republica, e Adolpho, que é<br />
actualmente inspector geral das minas<br />
e membro da Academia das<br />
Sciéncias.<br />
Pelo conselho superior de instrucçâo<br />
pública foi distribuido o parecer sfibre<br />
o requerimento do sr. Manuel Augusto<br />
Granjo, em que ao supplicante basta a<br />
auctorização legal exigida pelo artico<br />
148.° do regulamento de ensino primário.<br />
Feira dos 23<br />
Realisou-se hontem esta importante<br />
feira mensal, sendo muito<br />
concorrida, effectuáram-se muitas<br />
transacções.<br />
Gymnásio de Coimbra<br />
Foram eleitos para os corpos gerentes<br />
d'esta sympálhica instituição<br />
os seguintes cavalheiros:<br />
ASSEMBLEIA GERAL<br />
Presidente, Victor José de Deus.<br />
1secretário, Manuel Emygdio Furtado<br />
Garcia.<br />
' 2.° secretário, Manuel Telles Feio.<br />
DIRECÇÃO<br />
Presidente, Arthur Caldeira Scevola<br />
Secretários, Francisco da Fonseca, e<br />
Joaquim Monteiro de Carvalho.<br />
Thesoureiro, Annibal d'Abreu Pinto.<br />
Yogaes, Joaquim Jysé d'Abíeu, Francisco<br />
de Carvalho, Antonio Alexandre<br />
de Mattos, e Jacintho Manuel d'Olivei-<br />
Ca.<br />
Substitutos, Antonio Telles Mendes<br />
de Abreu, João d'Azevedo, Emygdio<br />
Navarro, e Antonio Lueas Fazenda Viegas.<br />
CONSELHO FISCAL<br />
Effectivos, Carlos Clemente Pinto,<br />
15 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS B0DV1ER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
III<br />
TJm retrato e um quadro<br />
de género<br />
É ás onze horas da noite, que nós<br />
vamos lá conduzir o leitor... A porta<br />
abrindo-se deixava projectar os raios<br />
luminósos e o cheiro nauseabundo sobre<br />
o atoleiro a que os frequentadores<br />
assíduos chamavam o jardim. 0 balcão<br />
ficava á direita e disposto de maneira<br />
que para lá se chegar era preciso saltar<br />
o buraco negro por onde se descia<br />
para a frasçueira. Á noite um alçapão<br />
fechava êsse antro, que de dia ficava<br />
escancarado, protegendo d'esse modo,<br />
a locandeira, das caricias dos taes senhores,<br />
e o balcão, dos curiósos que<br />
quizessem metter as mãos na gavêta.<br />
Em frente do mostrador, isto é, entrando<br />
á esquerda, havia seis mêsas, três<br />
encostadas ao tabique e as outras á<br />
parede; eram d'uma simplicidade primitiva,<br />
servia de supporte um toro de<br />
jpdeira enterrado no chio; em volta<br />
Virgilio Marão Pessoa, e Antonio Lopes<br />
de Moraes.<br />
Substitutos, Abel Thomaz d'01iveira<br />
e Sousa, Victor da Costa Condeixa, e<br />
Jacintho Manuel de Oiiveira.<br />
Na estação do caminho de ferro<br />
de Pedrouços um wagon de manobras<br />
esmagou o trabalhador Eugénio<br />
da Rocha, que morreu instantaneamente.<br />
Um furacão. — Grandes prejuízos<br />
Dizem-nos de Proença-a-Nova, com<br />
data de 16, o seguinte:<br />
Na villa de Sobreira Formosa, distante<br />
9 kilómetros de Proença-a-Nova,<br />
um grande' furacão assolou algumas<br />
das melhores propriedades do sitio,<br />
arrancando oliveiras, sobreiros,: e azinheiras,<br />
causando dó a todos vêr os<br />
grandes e avultados prejuízos que resultaram<br />
do furioso vendaval, que não<br />
poupou sequer as árvores de maior tamanho<br />
e grossura.<br />
As árvores foram arrastadas para<br />
grande distância dos sitios onde se<br />
achavam e de algumas não se sabe<br />
onde foram parar.<br />
O furacão foi tam violento que chegou<br />
a arrancar pedras e telhados. Tudo<br />
era arrastado na sua frente com diabólico<br />
furor.<br />
Não causou, felizmente, desastres<br />
pessoaes, devido talvez à villa estar<br />
bastante distante do sitio onde a fúria<br />
do vento mais se fez sentir.<br />
Um pobre homem do logar do Espinho<br />
é que flcou muito contundido e<br />
molestado, por ter sido levantado ao<br />
ar por três vezes e arremessado violentamente<br />
ao sólo. O pobre homem<br />
não sabia dizer como e a que distância<br />
foi arremessado.<br />
Entre os proprietários que maior e<br />
mais prejuizo soffreram com êste furacão<br />
coutam-se os srs. P. Luiz dos Conqueiros,<br />
Bernardino Laia e Manuel Ribeiro<br />
da Cruz, sendo todos os prejuízos<br />
calculados em alguns contos de rs.<br />
Não ha memória de tantos prejuízos<br />
causados alli pelo vento, pois que só<br />
á vista se poderia conhecer os destróços<br />
e o tamanho do arvoredo arrancado,<br />
e qual a distância a que foi parar.<br />
Outro homem, mais afortunado do<br />
que aquelle a que acima referimos,<br />
teve a feliz lembrança de se apear de<br />
uma azinheira, onde estava derramando<br />
frança para dar a., comer ao gado<br />
que guardava. Poude assim a tempo<br />
evitar a morte, deitando-se no chão e<br />
procurando agarrar-se com força.<br />
Ainda assim rebolou, sendo arrastado<br />
a alguns metros. Passados momentos,<br />
olhando para o sitio onde estava<br />
a árvore não viu já o menor vestígio<br />
d'ella.<br />
Mais cinco homens que estavam den-<br />
havia bancos. Os freguezes para se<br />
distrahirem haviam desenhado nas paredes<br />
húmidas mil obscenidades.<br />
As garrafas dos licôres — licôres infernaes<br />
!—e ás dos vinhos generósos,<br />
estavam collocadas por traz do balcão<br />
em fórma de pyramide.... e nem uma<br />
só ao alcance das mãos dos honestos<br />
freguèzes do Pean de Lapin.<br />
O creado era um typo suigeneris:<br />
devia ter trinta annos; sem ser obeso,<br />
era todavia bastante cheio de carnes e<br />
usava barba rapada como os^padres;<br />
vistido çom as côres dá Caía, isto é,<br />
de porcaria sobre um fundo de andrajos;<br />
a sua cabeça destacava-se, luzidia,<br />
por effeito das pomadas, da; sua camisa<br />
côr duvidósa, como se fosse de cêra.<br />
Era d'e)le que um espirituoso do<br />
Lapin dizia:<br />
— «Usa a camisa suja só para ter o<br />
prazer de a mudar todos os dias.»<br />
O seu rosto redondo tinha um certo<br />
ar de candura; as maçãs côr de rosa<br />
do seu rosto sobresafam sobre as faces<br />
brancas; as pestanas e sobrancelhas<br />
muito carregadas tornavam-lhe os olhos<br />
mais vivos, mas as palpebras cerran*<br />
do-se muitas vezes velavam-lhe discre-<br />
tamente o fogo do seu olharmos lábios<br />
pareciam inchados por effeito da pomada<br />
carminada que os cobria; as orelhas<br />
não escaparam á porcaria, nem á<br />
pintura; era ascoroso; cobria-lhe a ca*<br />
beça uma cabelleira d'um loiro avermelhado,<br />
cujas mechas engorduradas<br />
vinham termiuar em bandós nas faces.<br />
A voz era dôce, o andar tímido, as<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 24 de janeiro de 1897<br />
tro de um lagar, ouvindo grande vento<br />
e transformar-se de súbito o dia em<br />
noite, fugiram espavoridos. Nada soffreram.<br />
porém, por estarem a distância<br />
do local onde o furação actuou com<br />
mais violência.<br />
Antes de começar o furacão houve<br />
um grande remoinho. Foram levantadas<br />
ao ar pedras, árvores e colmeias,<br />
seguindo tudo por um vallado abaixo<br />
e indo parar a grande distância. N<<br />
C3mpo ficou aberta uma estrada da<br />
largura de 50 metros. O furação levou<br />
tarnbem muros e rochedos, Gnalmente<br />
tudo quanto encontrou na sua marcha.<br />
Em Buda Pesth, os operários mineiros<br />
do caminho de ferro do Estado,<br />
que se tinham declarado em grève,<br />
cercaram na quinta feira a direcção,<br />
destruindo o escriptório. Acudiu a gendarmeria,<br />
que effectuou algumas prisões,<br />
mas no conflicto flcou ferido o<br />
tenente de gendarmeria, e foram mortos<br />
oito mineiros.<br />
Herança de um mendigo<br />
Falleceu na quarta-feira no hospital<br />
de Cintra Francisco Marcellino, mendigo<br />
alli muito conhecido pela alcunha<br />
de Peitos abértos.<br />
Era solteiro, natural da freguezia<br />
de Alcabideche, concelho de Cascaes,<br />
filho de Marcellino de Jesus e de Julia<br />
Rosa, e contava 76 annos de edade.<br />
Na casa onde residia este falso<br />
mendigo foi encontrada pela auctoridade<br />
grande quantidade de dinheiro, na<br />
importância approximada de 700$000<br />
réis, sendo 235)5170 réis em moeda<br />
de cobre corrente; 66 kilos em moeda<br />
de cobre antiga; 275^000 réis era<br />
moeda de prata corrente; 12$000 réis<br />
em moeda de prata antiga; 12 moedas<br />
de ouro, libras e meias libras, e<br />
muitos outros objectos, como louça,<br />
mantas, cobertores, etc., etc.<br />
0 Peitos abértos tinha sido roubado<br />
por varias vezes, e ainda ha bem<br />
pouco tempo se queixou de lhe terem<br />
tirado 350(5000 réis.<br />
Se não fossem os successivos roubos<br />
que tem soffrido, este homem, que<br />
durante muitos annos conseguiu illudir<br />
bastante gente, que lhe dava esmóla<br />
pelo estado miserável em que o viam,<br />
deixaria um razoável pecúlio.<br />
Segundo se diz, o fallecido deixa um<br />
irmão como único herdeiro.<br />
Dizem do Brasil que as melhoras do<br />
sr. dr. Prudente de Moraes, illustre<br />
presidente da Republica B asileira, continuavam<br />
a accentuar-se.<br />
No dia de Anno Bom foram-Ihe dirigidas<br />
muitas felicitações pelas suas melhoras<br />
e votos de prosperidades e completo<br />
restabelecimento.<br />
Uma commissão japonésa<br />
No intuito de se eximirem a entregar<br />
o seu dinheiro aos países europeus<br />
que lhes construem os seus navios de<br />
guerra e lhes fornecem o armamento,<br />
os japoneses proseguem com enthusiástico<br />
ardor no propósito de desinvolverem<br />
a sua própria actividade.<br />
Em obediência a essa idóa, enviaram<br />
á Europa uma commissão official que<br />
tem por fim visitar e estudar os arsenaes,<br />
fundições e fábricas de material<br />
de guerra. Essa commissão já terminou<br />
a sua tarefa na Inglaterra e agora<br />
dispõe-se a cóntinuá-ia na França,<br />
Bélgica e Allemanha.<br />
Logo que termine os seus estudos,<br />
dirigir-se-ha a Simonosaki para alli<br />
implantar os processos europeus no<br />
grande estabelecimento metallurgico<br />
pertencente ao Estado.<br />
Câmara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomádas na<br />
*<br />
sessão ordinária de 7 de janeiro<br />
de 1897.<br />
Presidência do vereador mais velho,<br />
arcediago José Simões Dias.<br />
Vereadores presentes:—effectivos:<br />
bacharel José Augusto Gaspar de Mattos,<br />
José Antonio Lucas, Antonio José<br />
de Moura Bastos, José Marques Pinto<br />
e Albano Gomes Paes.<br />
Dando-se cumprimento ás disposições<br />
do art.° 45 do cod. adm., procedeu á<br />
nomeação de presidente e vice-presidente,<br />
sendo depois do escrutínio,<br />
proclamado presidente o dr. Luiz Pereira<br />
da Costa e vice-presidente o ar<br />
cediago José Simões Dias.<br />
Arrematou em praça pelo corrente<br />
anno os impóstos indirectos das freguezias<br />
de Botão, S. Martinho do Bispo<br />
e Castello Viegas, sobre vinho, vinagre,<br />
etc.; e sobre carnes, da freguezia<br />
de S. João do Campo.<br />
Mandou annunciar nóva praça para<br />
os impóstos d'outras freguezias e para<br />
o arrendamento de bárcas de passágem,<br />
que não tivéram lanço favoravel.<br />
Enviou ao vereador competente para<br />
informár, uma propósta, única, apresentada<br />
para o fornecimento de géneros<br />
para o Asylo de cégos.<br />
Tomou conhecimento de um oflicio<br />
do Ministério do Reino ácêrca da venda<br />
de terrenos da quinta de Santa Cruz,<br />
e de outro da Commissão Districtal,<br />
approvando pagamentos feitos ás amas<br />
dos expóstos e. mães subsidiadas.<br />
Attestou ácêrca de uma petição para<br />
subsídio de lactação.<br />
Mandou registrar uma nóta de canalizações<br />
d'agua executadas desde 3 i<br />
de dezembro.<br />
Auctorizou trabalhos de canalização<br />
de aguas, limpeza e decóte d'árvores;<br />
e o pagamento de despezas com a<br />
limpeza e conservação do edifício do<br />
Governo Civil.<br />
Auctorizou o vereador competente a<br />
mandar proceder a uma verificação rigorósa<br />
nos contadores destinados a<br />
marcar o consumo particular d'agua,<br />
e a fazer interromper o curso d'ella a<br />
lodos os consumidores que se encontrem<br />
comprehendidos na disposição do<br />
art.° 14 do Regulamento respectivo.<br />
Despachou requerimentos, auctorizando<br />
a construcção de um muro de<br />
vedação a um prédio no sítio das<br />
Vendas da Pouzada; a abertura de<br />
uma porta em um muro aa rua da<br />
Ilha; a reconstrtfcção de uma cása «m<br />
Santa Clara, tudo sob condições da repartição<br />
têchnica; a occupação de uma<br />
barraca do mercádo até o último de<br />
fevereiro, segundo o preço da renda<br />
do anno findo; o arredamento MB<br />
praça de duas outras barracas do<br />
mercádo, e cedendo licença, sem v$ncimento,<br />
por três mêses a um bombeiro<br />
municipal.<br />
KALENDARI0 DE JANEIRO, 4897<br />
3 10 17 24 31<br />
Segunda feira .... 4 11 18 25 —<br />
5 12 19 26 —<br />
*6 13 20 27 —<br />
T 14 21 28 —<br />
*t 8 15 22 29 —<br />
2 9 16 23 30 —<br />
Lua nova em 3, ás 5,27 m. da ra.<br />
Quarto crescente em 10, ás 9,9 m.<br />
da m.<br />
Lua cheia em 18, às 7,40 m. da t.<br />
Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />
m. da t.<br />
Os dias augmentam durante o més<br />
uma hora approximadamente.<br />
Con^rite<br />
A associação de classe dos fabricantes<br />
de calçado convida todos os<br />
operários sapateiros a assistirem á<br />
l. a sessão de propaganda contra a<br />
introducção do fabrico mechánico<br />
de calçado, no nosso país, que deve<br />
ter logar hoje pelas 3 V» horas da<br />
tarde, na séde das associações de<br />
classe, no edifício do Carmo.<br />
Coimbra, 22 de janeiro de 1897.<br />
Piano<br />
A Direcção.<br />
Vende-se um quasi novo e de bom<br />
auctor. Nesta redacção se diz.<br />
suas mãos- gordas estavam inchadas dos o comprimentaram, mas nenhum Enchendo os copos dos companhei-<br />
das frieiras. Charaava-se Gustavo. ousou ir sentar-se ao seu lado, tal era ros fez-lhes uma saúde, e bebeu.<br />
Quando alguém lh'as pedia, dava in- o respeito que lhe votavam.<br />
formações sobre as prisões de Poisys, O barão estava cercado por sete fre-<br />
IV<br />
onde estivera cinco annos... ignorava-se,<br />
porém, a causa; desejava pasguèzes<br />
que bebiam de pé.<br />
Na taberna havia um barulho de en- A. taberna do «Pean de Lapin»<br />
sar por honesto; a proprietária do surdecer.<br />
Pean de Lapin, para a qual elle nunca O barão apenas entrou foi immedia- 0 barão sentado deante do velho<br />
levantava os olhos, depositava nelle a tamente sentar-se deante do velho so- consumidor dizia-lhe:<br />
maior confiança,<br />
litário, que lhe estendeu a mão dizen- — Tio Lanout, tenho hoje nujitás<br />
A que tinha a seu cargo o estabeledo: coisas; mercadorias ricas, tapeçarias,<br />
cimento, nada apresentava de notável. — Bons dias!... Que ha de novo ? bronzes; necessito, porém, fazê-las<br />
Sentada, os freguezes já avinhados to- — Boas noites! Tenho um bom ne- transportar antes de amanhecer.<br />
mavam-na por um homem : só por o gócio a propôr-vos.<br />
— Estám longe?<br />
fato se reconhecia o seu sexo.<br />
— Um negócio...<br />
— Em Asnières, no sitio que sabeis.<br />
De resto, para se distinguir qualquer E elevando a voz de maneira a ser — Sim, é longe.<br />
coisa dentro da bodèga, era preciso ouvido, accrescentou: Fallêmos entam —E outra porção está em Sures-<br />
ter o habito de ahi passar a maior par- sobre elle.<br />
nes. iiíi 'í!í'í;0j"f1 ''if1(>t 92<br />
te do tempo, tam densa era a atmos- Ao ouvir-se esta palavra, estabelepbera,<br />
que lá se respirava, por causa ceu-se immediatamente o silêncio na<br />
do fumo dos candieiros e dos cachim- bodéga, silêncio relativo, queremos dibos;<br />
parecia uma nuvem...<br />
zer, porque continuaram a fallar em<br />
Foi só ás onze horas da noile, dis- voz mais baixa.<br />
sémos já, que o barão entrou a porta Lalougueur inclinando se disse ao<br />
do Pean de Lapin.<br />
ouvido de Petite:<br />
Áqueila hora as seis mêsas estavam — E o uosso negócio?<br />
occupadas, uma, a do fundo, por Gros- Esta voltando-se por sua vez para<br />
bouleau, Petite, Lalougueur, Nitard e Grosbouleau e repetiu em voz baixa:<br />
Lichet.<br />
— E o nosso negócio?<br />
Lichet e Grosbouleau jogavam as — Depois, depois.»., respondeu elle<br />
•cartas; Petite, amorósaraente reclinada no mesmo tom... deixámos o barão<br />
sobre êste, observava o seu jogo; Ni- tratar com o velho.<br />
tard e Lalougueur faziam de mirones. Petite inclinando-se disse ao ouvido<br />
Outra mêsa, a primeira dn lado da de Lalougueur:<br />
parêde estava occupada por um velho — Eugène, diz que depois... é ne-<br />
que fumava, com os cotovellos encos cessário deixar o barão concluir o con-<br />
tâdos sobre ella. tendo diante de si um trato.<br />
copo de vinho. Quaodo elle entrou, to — Está bem, assentiu Lalougueur.<br />
A íjSi!jiá<br />
— Sam dois negócios, entám?<br />
— Não é, que não pôde ser transportado<br />
tudo para o mesmo sitio...<br />
— Está bem, vae-se lá.<br />
0 homemsinho disse estas palavras<br />
com o mesmo sentido com que dizia :<br />
Essa outra porção é a minha commissão.<br />
0 tio Lanout era um receptador, más<br />
conservava para com os seus clientes<br />
os vocábulos usados nas relações óommerciaes<br />
ordinárias. Fingia ignorar a<br />
origem dos objectos que comprava.<br />
Tratava com o barão como se éste tivesse<br />
comprado fóra da cidade as mercadorias<br />
que lhe vendia. Os dois conheciam-se<br />
a fundo e sabiam, por isso,<br />
que nem um nem outro se deixariam<br />
comer por tolos, 1<br />
(Continua.)
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Eucontra-se na redacção àa^Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos c«\pí|ulos:<br />
A minba entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
Limoe ro lioje—O regulamento - - Os presos—Um<br />
canicidu—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />
— Scenas de Sjangu,e — As prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater doâ ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte,. carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplicios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etp,, etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
11, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Compieto sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
ESCRIPTORIO — Rua da Sopliia, n.° 54, 2.°<br />
C O I M B R A<br />
3 lllrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
1 De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leilão;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão ;<br />
De liquidações ,dé heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />
Pela soa longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Tabella dos preços dos principaes serviços<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />
económicas 20000<br />
Agência em quaesquer processps judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês 10000<br />
Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />
feitos e.D audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
e o constituinte tem sómente a pagar a agéneia.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />
e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte 10000<br />
Todos os serviços sam feitos com promptidlo e quasi de<br />
graça.<br />
RESISTENCIA-Domingo, 24 de janeiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
.365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; — e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ISO réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Yianna—OfDciaa de Encadernarão, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de íferreira<br />
Borges.<br />
BICO ALIER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °(0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ IÂHQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO ~<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A.' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELP0BT<br />
241, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />
COIMBRA<br />
spASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v ^Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17-ADRO DE CIMA—80<br />
Coimbra<br />
Filtro-Mallié<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues ida Silva & C.a<br />
GAZETA DAS ALDEIAS<br />
Semanario illustrado de propaganda agricola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis<br />
Collaborado por grande número de escriptores cie reconhecida<br />
competência: Lentes da Universidade, Academia PolytêchniCa<br />
do Porto; Instituto de Agronomia de Lisboa; directores e professores<br />
de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />
engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />
viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />
A S S I G N A T U R A P A R A 1 8 9 7<br />
Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />
a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />
portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />
Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />
variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou 1)51000<br />
réis por semestre.<br />
A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa-periódica os<br />
maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />
na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />
trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />
diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />
em folhetim um bonji romance.<br />
0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />
morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />
Director da Gazeta das Aldeias—Poito. Masassigna-se também naa<br />
Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />
E NA<br />
AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />
Bua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />
CAVALLOS<br />
8 Muares, etc.; esquinéneias,<br />
A» sobrécannas, ovas, separavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc., curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos,<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depósitos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Depósito geral:<br />
Pharmacia Costa —Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
C O I M B R A<br />
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v das nove da manhã às<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
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Faz saber ao público em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salta e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
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telephónes e campainhas eléctricas.<br />
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207 a 211.<br />
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d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 4000000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
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FRANCISCO P, MARQUES<br />
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II mem, de 50000 réis<br />
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PCBLICÀ-SE AOS DOMINGOS<br />
S Q0INTAS-FEIRA8<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA);<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2&700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 20400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
LIVROS<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
ste jornal fâr honrado.<br />
ANNUNCIO»<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti*<br />
pões, 20 réis.—Para OS srs. dssignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Tyf. F. Frasca An»d«—CQMp|
N.° 202 COIMBRA—Quinta feira, 28 de janeiro de 1897 2.° ANNO<br />
AO EXÉRCITO<br />
Vós jurastes, srs. militares, manter<br />
a ordem e tendes deixado lavrar<br />
tam fundo a desordem, que toda a<br />
Perante os factos que dia a dia administração pública é um bahos,<br />
estám afundando num mar de lama todos os poderes se exercem na<br />
esta pobre nação portuguesa, eu maior confusão e âté em completa<br />
pergunto ao exército que figura elle inversão das suas correspondentes<br />
suppõe fazer, neste vergonhosíssimo attribuições.<br />
desmoronamento? Sim: eu pergunto Jurastes manter a lei fundamen-<br />
aos srs. generaes, aos srs. coronéis, tal do Estado, e tendes não só con-<br />
aos srs. subalternos, a lodo o homem sentido, como sido cúmplices de<br />
que tem á cinta uma espada e até uma constante dictadura, que é a<br />
aos que lêem ao hombro uma es- negação de toda a lei estabelecida,<br />
pingarda, qiiè figura elles crêem que é um atropello, só em casos<br />
estar fazendo perante a nação e pe- raríssimos permittido, da própria<br />
rante o mundo ?<br />
constituição orgânica da monarchia.<br />
Nós, os paisanos, lemos gasto Mais ainda, srs. militares: quan-<br />
todos os meios de lucta, tèmo-nos to mais cynicos, mais devassos,<br />
sacrificado, têmo-nos comprometti- mais despóticos, o que tanto vale<br />
do, têmos prejudicado as nossas fa- como dizer anárchicos, têem sido<br />
mílias, têmos cortado relações pesi os governos d'este país, tanto maior<br />
soaes, têmos sido alvo de calúmnias, tem sido o número das promoções,<br />
de perseguições, de verdadeiras ex- das commissões largamente gratifitorsões,<br />
que já a muitos lêem indicadas, tanto maior tem sido o augvidado<br />
e até reduzido á miséria. mento do vossos soldos e mais ri-<br />
Luctamos na imprensa, luctamos gorósas as disposições dos vossos<br />
nas associações, luctamos nos co- regulamentos disciplinares.<br />
mícios e junto da Orna. Sempre que O que quer isto dizer?<br />
o nosso patriotismo, a nossa dedi- Não vos incito á revolta, srs.<br />
cação, o nosso desinteressé têem mantenedores'da or'dem. Façó-vos<br />
sido postos á prova, nós têmos man- simplesmente estas perguntas, no<br />
tido o nosso posto, não têmos re- pleno uso do meu direito de cidacuado<br />
nem um passo, e ainda hoje, dão de um país que tem uma con-<br />
neste momento, milhares e milhastituição monárchico- representatires<br />
dos nossos estám promptospara va.<br />
lodos os sacrifícios, sem exigir ga- Digo-vos mais: Se não fôsseis<br />
rantias, sem cuidarmos do nosso vós, nós já de ha muito teriamos<br />
futuro nem do futuro dos que nos feito justiça inteira e posto tudo no<br />
sam mais caros.<br />
são. Ha nesta Lisboa muitos mi-<br />
Mas vós, srs. militares do exércilhares de homens que pensam como<br />
to è da armada, o que tendes feito nós. Ha aqui seis mil eleitores,.que<br />
contra esta destruição persistente, desde annos vêem protestando pú-<br />
systemática, sempre crescente, de blicamente contra ésta immunda<br />
todos os recursos da pátria, de to- orgia, de que vós sois o mais forte<br />
dos os elementos da vida e do fu- sustentáculo. Esses seis mil homens<br />
turo da nação?<br />
lêem resistido a todas as tentativas<br />
O que tendes feito para nos aju- de corrupção, a todas as pressões,<br />
dar, srs. militares?<br />
a todas as violências e até a todas<br />
Jurastes defender o rei e tendes as artimanhas e fraudes dos gover-<br />
desde longos annos, consentido que nos e dos seus misérrimos agentes.<br />
elle seja o joguête das mais vis pai- Atraz d<br />
xões, o instrumento dos mais réles<br />
especuladores, o alvo das mais sangrentas<br />
injúrias.<br />
Jurastes defender a integridade<br />
do território nacional, e tendes, de<br />
braços cruzados, consentido que elle<br />
seja repartido por quantos ambiciósos<br />
o têem cubiçado.<br />
Jurastes defender o brio e a honra<br />
da nação, mas, longe de cumprir<br />
êsse dever, sobre todos sagrado,.vós<br />
tendes deixado insultar, infamar<br />
e arrastar pela lama êsse brio<br />
e essa honra, que deviam estar personificados<br />
no Estado e nos homens<br />
que o representam.<br />
J grande vergonha nacional, que perante<br />
o mundo nos degrada até á<br />
condição de míseros selvagens e<br />
torna plausível a expropriação d'este<br />
pôvo — por utilidade pública.<br />
Sois vós sobretudo, srs. militares,<br />
os culpados dê todas as nossas<br />
desgraças, de todas as nossas vergonhas,<br />
da negação do nosso direito<br />
a vivermos livres e independentes.<br />
Não sabeis manter os governos<br />
na ordem não podeis sustentar a integridade<br />
do nosso território, não<br />
tendes força para fazer cumprir a<br />
constituição fundamental do Estado,<br />
não nos poupaes á vergonhas<br />
nem a insultos do extrangeiro; deixaes-nos<br />
roubar, espoliar, reduzir á<br />
extrema miséria... Para que servis<br />
entám ?<br />
Tendes patriotismo, tendes valor,<br />
tendes abnegação, porque sois<br />
portuguêses, e bem o provastes, não<br />
ha muito ainda, em África.<br />
Tendes amor á liberdade, porque<br />
sois illustrados e sois descendentes<br />
de duas gerações que pela<br />
liberdade soffreram os últimos horrores<br />
e muitas vezes arriscaram é<br />
até perderam a vida. Entám como<br />
se harmonizam êsses sentimentos<br />
heroicos com a cumplicidade de<br />
tám aviltantes baixêzas?!<br />
Não vos incito á revolta, meus<br />
antigos camaradas! Chamo-vos, não<br />
em nome da minha pessoal auctoridade,<br />
que é nulla, mas em nome<br />
dos mais caros interésses da nossa<br />
pátria, ao cumprimento dos vossos<br />
deveres, do vosso solemne juramento.<br />
Sêde monárchicos, embora, mas<br />
ponde de uma vez ponto nesta série<br />
de escândalos, que nos deshonram<br />
aos olhos do mundo e que fazem<br />
de nós o mais desprezível pôvo<br />
da Europa 1 Não vos indico o processo;<br />
não tenho competência para<br />
isso. Appéllo para vós, porque sois<br />
força pública, isto é, a nação em<br />
esses seis mil votantes, ha armas, que ella sustenta para a de-<br />
muitos milhares de cidadãos que fender de todos —absolutamente<br />
pensam como elles e que, se se não de lodos — os seus inimigos, inter-<br />
manifestam, é porque têem razões nos e externos.<br />
superiores ás suas forças para o Nós, os paisanos, não podemos<br />
não fazerem.<br />
fazer mais. Chegámos aonde podía-<br />
Fóra de Lisboa, em todas;as cimos e, se tivessemos armas, faríadades,'<br />
em todas as villas, em todas mos o resto. Não podemos, nem já<br />
as aldeias aonde chega um jornal é êsse o nosso dever. De tudo o que<br />
republicano, ha também milhares a nação está sofrendo, não sômos<br />
de cidadãos que estám comnosco e nós já os responsáveis: sois vós,<br />
que abençoariam a hora em que a<br />
HORÁCIO FERRARI.<br />
nação recuperasse o exercício da Sua<br />
soberania.<br />
Partiu para a Covilhã com sua<br />
ex.<br />
Vós principalmente, Srs. militares,<br />
sois a muralha da China, sois<br />
o barranco enórme que mantêm essa<br />
to4 Ao exército<br />
• 9<br />
Transcrevemos do nosso prezado<br />
collega O Paiz o nosso artigo edictorial,<br />
devido á penna eloquente<br />
do nosso eminente correligionário<br />
sr. Horácio Ferrari.<br />
Já poi vezes nos temos referido<br />
Espôsa, de visita a uma sua<br />
filha que está grávemente doente, o<br />
sr. dr. Nunes Giraldes, decano da<br />
'faculdade de Direito.<br />
1<br />
cias. E estas ham de vir, máís cèdò<br />
do que muitos imaginam.<br />
Rodrigo da Fonseca Magalhães e<br />
Fontes Pereira de Mello estabeleceram<br />
na política porluguêsa o systema<br />
da corrupção. O sr. João Franco<br />
vae mais longe: allía com êsse o<br />
das perseguições, e, nesta parle,<br />
á attitude do nosso exército em face<br />
desceu até onde ainda não cos-<br />
dos factos praticados pelos poderes<br />
tumavam ir ministros portuguê-<br />
constituídos.<br />
ses nos últimos tempos; abusa do<br />
Agora limitar-nos-hemos a dizer<br />
seu poder como ministro para exer-<br />
que concordámos plenamente com<br />
cer mesquinhas vinganças pessoaes.<br />
as considerações feitas pelo sr. Ho-<br />
O systema inaugurado pelo burlesrácio<br />
Ferrari e as reputamos tam<br />
co dictador já tem imitadores.<br />
importantes que entendêmos ser um<br />
Haja vista o que agora fez o sr.<br />
dever da imprensa republicana dar-<br />
juiz Veiga com o redactor d'O Polhes<br />
publicidade. É necessário dizerpular.<br />
Está no caminho do seu pase<br />
toda a verdade ao país, dóa a<br />
trão e é capaz de se tornar tam exí-<br />
quem doer, custe a quem custar.<br />
mio na arte como elle.<br />
O sr. João Franco declarou na Aiili uo, 4>b OÍJI,í>
0 nosso crédito no extrangeiro<br />
Os jornaes têem-se referido a um<br />
facto que, a ter-se dado, é um verdadeiro<br />
desastre para o nosso crédito<br />
e mostra que isto está próximo<br />
do fim: o haver suspendido um<br />
banco inglês o crédito que nelle<br />
tinha o Banco de Portugal.<br />
Um jornal governamental, alludindo<br />
a êste facto, não o nega, limitando<br />
se a dizer que não sabe<br />
como o deixaram transpirar para o<br />
público.<br />
O partido progressista de Braga,<br />
estrebuchando por chegar ao fim da<br />
longa abstinência do poder, reunido<br />
em assembleia geral, estende os braços<br />
do alto do Bom Jesus ao sr<br />
Joçé Luciano, pedindo-lhe que os<br />
não deixe definhar de debilidade<br />
amor pátrio!<br />
A parte principal da moção<br />
concebida neste grosso farelório<br />
grammatical:<br />
... . reconhecendo que os grandes<br />
males que affligem a nação<br />
impõem a todos os cidadãos força<br />
e vontade para a salvar, o<br />
partido progressista de Braga<br />
invoca o civismo comprovado, a<br />
dedicação partidária e nunca desmentida,<br />
o patriotismo acrisola<br />
do e incontestado do seu illustra<br />
do e digno chefe, para, se lhe<br />
fór dada opportunidade de acceitar<br />
a alta missão que lhe está reservada<br />
como chefe do governo,<br />
na manutenção da lei, da ordem,<br />
do crédito e do futuro da nação.<br />
O bem da pátria assim o está reclamando<br />
e assim o exige.»<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
tante do governo francês reclamou.<br />
Mas de nada isso serviu porque intendente<br />
Veiga e juizes, sem quererem<br />
saber da defesa do réu, que<br />
negava a pés juntos, queriam, fôsse<br />
como fôsse, vingar o altar e o<br />
thrôno ultrajado.<br />
E assim foi, — com açoutes e<br />
degredo.<br />
O resultado foi o almirante Roussin<br />
forçar a entrada do Tejo, aprehender<br />
as nossas embarcações, exigir<br />
a annullação da sentença, a demissão<br />
do feroz Veiga e de todos os<br />
juizes que assignáram a sentença,<br />
pesada indemnização pecuniária<br />
a vergonhosa publicação de tudo<br />
isto na fôlha official 1<br />
Taes sam os Veigas!<br />
A Faculdade de Theologia incumbiu<br />
na última congregação o sr.<br />
dr. Luiz Maria da Silva Ramos de<br />
escrever o elogio histórico do conselheiro<br />
Francisco Antonio Rodri<br />
gues d'Azevedo, ultimamente fallecido.<br />
Têm causado sensação uns arti<br />
gos publicados ri O Popular sob i<br />
título A El-Rei, em que aquelle<br />
jornal declara que abandonará a<br />
monarchia, se o rei não tomar as<br />
providências necessárias para que<br />
sejam respeitadas as garantias indivíduaes.<br />
O artigo d'hontem termina assim<br />
:<br />
tes, bibliographia, cancioneiros nacionaes,<br />
cidades e villas do reino,<br />
commércio e economia nacional,<br />
costumes e tradições, indústrias,<br />
lendas nacionaes, superstições, numismática.<br />
epigraphia, história da<br />
língua, história política, legislação,<br />
navegações portuguêsas, sciéncias,<br />
etc.<br />
Publicar-se-ha quinzenalmente<br />
em fascículos de 32 paginas, fólio<br />
grande. Cada fascículo custará 100<br />
réis, afóra o sello quando seja expedido<br />
pelo correio. A quem pagar<br />
adiantadamente séries c|e 10 a 20<br />
fascículos far-se-ha abatimento.<br />
Toda a correspondência deve ser<br />
dirigida ao Diccionario critico da<br />
Consta-nos que o sr. dr. Vicente<br />
Rocha, que ha quatro annos foi demittido<br />
do logar de médico da Misericórdia<br />
por gravíssimos factos<br />
que commelteu no exercício das<br />
suas funcções, requereu agora o<br />
andamento do processo que pro-<br />
moveu contra a deliberação da Mêsa<br />
e que ba perto de quatro annos estava<br />
parado por falta de intervenção<br />
do interessado.<br />
Não sabemos a que attribuirêste<br />
facto, parecendo-nos todavia que<br />
elle se vae filiar nos trabalhos de<br />
reorganização partidária em que<br />
andam empenhados os regeneradores<br />
d'esta cidade.<br />
E por hoje nada mais.<br />
Ao sr. commandante do batalhão<br />
n.° 2 da guarda íiscal<br />
Dizem-nos da Figueira da Foz<br />
que no dia 30 de dezembro próximo<br />
findo fóra insultado, por palavras<br />
pelo escrivão de fazenda d'aquelle<br />
concelho, dentro da própria repartição<br />
e na presença de várias pes<br />
sôas que alli estavam, o 2.° sar-<br />
gento da guarda fiscal — Bernardo<br />
Martins Ferreira, encarregado da<br />
fiscalização do real d'agua.<br />
Dizem-nos também que êste empregado<br />
tem procedido no desempenho<br />
do seu serviço sem favori-<br />
história de Portugal, rua dos Caltismos nem vinganças, o que parece»<br />
deireiros, 43. — Porto.<br />
ter dado motivo ao conílicto a que<br />
nos referimos, e que consta não ser<br />
o primeiro.<br />
Crêmos que o digno commandante<br />
do batalhão n.° 2 da guarda<br />
fiscal não deixará de averiguar<br />
causa d'este escândalo.<br />
Mariano, piscando o olho, todo<br />
inflammado em justiça e no santo<br />
zêlo pelas liberdades públicas, declara<br />
em epistola ao rei, por inter-<br />
médio do Popular, que, em vista de<br />
tantas prepotências, elle Mariano<br />
passa o pé ao throno e real familia<br />
e se esgueira para a Republica.<br />
Mal no partido republicano se<br />
ouviu a laracha do gajo, largou tu<br />
do em busca de vassouras e mar<br />
Partido republieano<br />
monumento aos revoltosos de Janeiro.<br />
Ceremdnia da inauguração<br />
CONVITE<br />
Tendo de inaugurar-se no próximo<br />
diá 31 de janeiro o monumento levantado<br />
no Prado de Repouso do Porto aos<br />
marlyres da primeira revólta republicana,<br />
e desejando as commissões encarregadas<br />
dos trabalhos que tal cerernonia<br />
tenha a importância digna de<br />
quem se bateu era jornada tam gloriósa,<br />
tem a honra de convidar respeitosamente,<br />
e por este único meio, o Directório<br />
do Partido Republicano, Grupo<br />
de Estudos Sociaes, câmaras municipaes<br />
ou minorias republicanas, commissões<br />
municipses e parochiaes, imprensa,<br />
aggrerai.ções de caracter democrático<br />
e todos os cidadãos republicanos<br />
a comparecer ou fazer representasse<br />
era tam solémnç manifestação,<br />
como testemunho de solidariedade republicana.<br />
Como, por determinação da auctori<br />
dade, não haja discursos, as commissões<br />
rogara ás entidades que se representem,<br />
a fineza de deporem flores,<br />
em torno do monumento, no acto da<br />
inauguração e benção, que terá logar<br />
apoz a missa que, ás 10 horas da manhã,<br />
precisas, será rezada na capella<br />
do mesmo cemitério.<br />
As commissões rogam a toda a imprensa<br />
a fineza de transcrever êste<br />
convite até ao próximo dia 3t, e ás<br />
entidades que desejem representar-se<br />
o obsequio de o participar à redacção<br />
da Voz Publica ou ao spcretàrio. F.<br />
Gouveia da Silva, rua do Lindo Valle,<br />
153—Porto.<br />
Figueira da Fóz<br />
Preparam-se grandes festejos na<br />
melleiros ferrados!<br />
Figueira da Fóz para receber no<br />
«El-rei parte para o Alemte- O sr. Luiz Antunes Barreira abriu<br />
E agora que venha!...<br />
dia 1 de fevereiro o grupo de bajo,<br />
isolando-se das influências dois talhos no mercado de D. Pe Está tudo a postos e um candieiterias do regimento de artilheria<br />
Está averiguado que os progres- perniciosas de Lisboa, e estamos dío V e que está vendendo a carne ro ás ordens!<br />
n.° 3, que, sob o cominando do sr.<br />
sistas do norte, bem como os do certos de que principalmente o de vacca a 200 e 220 réis.<br />
major José Maria da Silva Basto,<br />
sul, se não conseguem acevadeira fez para mais tranquillo dispór<br />
váè constituir a guarnição militar<br />
do mando, rebentam de mágua e de tempo e pensar na grave Em nome do princípio da auctoridade Theatro Príncipe Real<br />
com o bem da pátria atravessado questão pendente, que não é de<br />
d'aquella cidade.<br />
nas guellas 1<br />
um homem, mas de princípios. Querem saber, por que o sr. juiz<br />
Os espectáculos da companhia A câmara municipal, a associa-<br />
de Lucinda Simões, que estavam<br />
Queremos acreditar, em que Veiga fica no seu logar apesar das<br />
ção commercial e outras associa-<br />
annunciados para os dias 30 e 31<br />
não tardará de manifestar-se a<br />
Regressou a esta cidade o aba-<br />
prepotências que, arrastado pelo d'este mês e 1 de fevereiro, foram ções vam esperar as baterias á es-<br />
sua resolução definitiva.»<br />
lizado professor da faculdade de<br />
desejo de mesquinhas vinganças transferidos para os dias 13, 14 e tação do caminho de ferro.<br />
Theologia sr. dr. Alves da Hora. Hêmos de concordar em que êste exerceu contra o sr. Cesar d'Almeida, 15 de fevereiro.<br />
Haverá récitas de gala no thea-<br />
Popular é impagavel. Na ironia é redactor d 'O Popular? Ahi vae, em No próximo sabbado realiza-se tro-circo e no Gymnásio-Club Fi-<br />
difficil egualá-lo; impossível exce-<br />
A direcção geral de instrucção<br />
resumo, o que a êste respeito diz neste theatro um espectáculo variagueirense, illuminações e outras<br />
dê-lo.<br />
pública officiou ante-hontem á dire-<br />
um jornal do governo em artigo de díssimo, em que toma parte Cyni- manifestações de regosijo público.<br />
cção geral dos Próprios Nacionaes,<br />
fundo:<br />
ra Polónio, e será exhibido o Animatógrapho,<br />
que em Lisboa produ-<br />
Pediu a demissão de commissá-<br />
a fim de ser annullada a importânrio<br />
régio em Loanda o sr. Guilherme<br />
«O sr. Veiga commelteu uma ziu tam grande sensação.<br />
Âs partidas de camboyos da Companhia Real<br />
cia de 346$290 réis, com que foi<br />
gravíssima falta, um inqualificá<br />
Capello, ficando a desempenhar in-<br />
onerado o legado de vinte obriga-<br />
vel altentado, abusando das suas<br />
Desde 1 de fevereiro próximo em<br />
terinamente as funcções do seu<br />
ções da Junta de Crédito Público<br />
funcções para exercer uma vin- Está vaga nesta diocese a egre diante, nas estações de passagem<br />
cargo o secretário geral.<br />
de "$0$000 réis cada uma, que o<br />
gança pessoal. Nisto concordou o ja de S. Pedro de Rego da Murta, de toda a rede da Companhia Real<br />
fallecido médico Alvarenga testou<br />
0 sr. Capello vae ser fartamente próprio governo.<br />
que tem 339 fogos e 1:320 almas. dos Caminhos de Ferro Porluguêses,<br />
á Universidade de Coimbra, para<br />
compensado da perda do seu logar Mas houve um jornaTque teve<br />
serám supprimidos o primeiro e o<br />
constituir com os seus juros um pré-<br />
por haver publicado um decreto que<br />
o arrojo de querer melter o rei,<br />
segundo signal de prevenção, antes<br />
que é irresponsável, no assumpto,<br />
mio a um estudante distincto.<br />
foi elaborado em Lisboa, na rua dos<br />
Assuada a um bispo da partida dos comboyos, conti-<br />
e outros atacaram o sr. Veiga<br />
nuando a ser feito o signal de par-<br />
Capellistas, segundo declarou o sr. com inaudita violência.<br />
O bispo de Porto Alegre, D. Cláutida, por meio de 3 toques de<br />
Luciano Monteiro no Solar dos Bar- O dever do governo, que acha dio, que anda em viagem pastoral, campainha seguidos, na conformi-<br />
Toda a vez que em Lisboa ha<br />
rigas. A demora que houve no pe- censurável o procedimento do fazendo prédicas na egreja de Sandade do respectivo regulamento.<br />
escândalo de maior, fica o symbólico<br />
dido da demissão foi sem dúvida corregedor, é, desde que se apta Maria, daquella cidade,proferiu Sam exceptuadas desta disposi-<br />
juiz Veiga em discussão 1<br />
motivada pelas explicações que se pe|la para o rei e se ataca por palavras que não agradaram á poção as estações, em que ha bufete,<br />
Agora até as Novidades lhe ati-<br />
tal fórma o sr. Veiga, mantê-lo pulação. Condemnou em absoluto as da fronteira e as de bifurcação<br />
trocáram a esse respeito.<br />
ra 1<br />
no seu logar, não lhe acceitando o casamento civil e disse que quem [menos as de bifurcação das linhas<br />
Havendo chegado a accôrdo, o até a demissão, no caso que elle não receber o casamento de Egreja suburbanas de Lisboa), a saber:<br />
O zêlo excessivo d'este servidor,<br />
sr. ministro da marinha fica no seu a pedisse. Assim é necessário, não está casado, e que deviam ser inhas de Leste e Norte: Santarém<br />
para bem merecer dos patrões a<br />
logar.<br />
para salvar o princípio da aucto- enforcados os paes e maridos que Entroncamento, Abrantes, T. das<br />
grossa fatia que desfructa, traz á<br />
Esperemos agora pelas contas, ridade, manter intacto o prestígio não deixam suas filhas e espôsasir Vargens, Elvas, Marvão, Alfarellos,<br />
lembrança aquelle outro Veiga in-<br />
do magistrado».<br />
ao confessionário. O pôvo formou ~oimbra (B)e Pampilhósa;—Linha<br />
que o país ha de pagar.<br />
alas á porta da egreja, levando o<br />
tendente geral da polícia, que tam<br />
de Oeste: Cacem, Torres Vedras,<br />
Ficámos entendidos. A conser- bispo, debaixo de estrepitosa assua-<br />
desastrado serviço prestou ao go-<br />
aldas, Leiria, e Amieira;—Beira<br />
verno de D. Miguel, no caso Bo- Diccionario crítico da história vação do sr. Veiga no logar de da, até á casa onde hospedara. 3aixa: Castello Branco e Covilhã,<br />
de Portugal<br />
nhome.<br />
corregedor, de que devia ser de-<br />
nas quaes continuam a ser dados o<br />
0 francês Bonhome, estudante de Com êste título vae ser publicamittido,<br />
é o meio de punir os jor-<br />
)rimeiro e segundo signal de pre-<br />
Direito, foi accusado de juntamente da uma obra importantíssima, que, naes que tam justamente o atacaram.<br />
Na última assignatura recebeu venção respectivamente por meio de<br />
com outros ter praticado desacatos<br />
a julgar pelo prospecto que têmos Muito bem.<br />
carta régia de apresentação em um e dois toques de campainha.<br />
presente, nos fornecerá os mais va-<br />
benefício ecclesiástico o presbytero<br />
Egualmente continuam a ser da-<br />
numa das capellas da Sé Nova de<br />
dos os três signaes nas estações exliósos<br />
elementos para o estudo das<br />
Diogo Pereira Baeta de Vascontremas:<br />
Lisboa, Santa Apolónia e<br />
Coimbra.<br />
instituições sociaes do nosso país, Está a concurso a egreja de S, cellos para a egreja de Figueiró Rocio, Coimbra e Porto; Cintra,<br />
Levado para Lisboa, o represen- 0 Diccionario critico tratará das ar- Miguel de Travassô, d'esla diocese» dos Vinhos, d'esta diocese. Gaes do Sodré e Cascaes,
Cuba e Filippinas<br />
A brigada de Tovar, repellindo<br />
os inimigos na margem esquerda<br />
do rio Canto, chegou até Guamo<br />
Na povoação estava destruído o<br />
forte, sitiado desde o dia 6 por<br />
Rabi e Callixlo Garcia, estando al i<br />
12 enfermos e 8 feridos, além de<br />
3 mortos. Salvou-o a resistencia do<br />
tenente Rico.<br />
A brigada 'de Molina atacou em<br />
Zarabando, Matanzas, varias partidas,<br />
pondo-as em fuga e causando<br />
lhes numerosas baixas. 15 rebeldes<br />
fôram arrastados pelo rio Hanabana,<br />
ficando 24 sepultados no lôdo.<br />
Os soldados tiveram 2 mortos e 7<br />
feridos.<br />
x<br />
Dizem de Palma ao New-York<br />
Herald que o chefe da Junta cubana<br />
declara que o cabecilha Gomez não<br />
acceitará nenhum compromisso, pois<br />
que não quer senão a independência<br />
de Cuba.<br />
x<br />
Diz um telegramma de Manila Sam concorrentes á egreja de S.<br />
que as tropas hespanholas bateram Silvestre, d'esta diocese: José Mar-<br />
nas florestas da província de Matins Duarte Júnior, Manuel dos Sannila<br />
os insurretos, malando-lhes tos Torquato e Morpes da Costa<br />
36 homens, ferindo muitos outros Silva Nora.<br />
e fazendo grande número de prisioneiros.<br />
Dos hespanhóes ficáram<br />
feridos 4.<br />
Mercado do Brasil<br />
x<br />
O general Weyler, com 14 ba-<br />
talhões e 2 regimentos de artilheria<br />
e cavallaria, seguiu para a província<br />
de Viltas, onde agora estám<br />
concentradas as principaes fôrças<br />
da insurreição, e parece que, para<br />
se perseguir as partidas rebeldes e<br />
extinguir a revolta, será nomeado<br />
Marin, governador geral, ficando<br />
aquella tarefa a cargo de Weyler,<br />
como commandante em chefe do<br />
exército das operações.<br />
O ministro americano Taylor,<br />
num almoço com Casteliar, disselhe<br />
que Cleveland deseja terminar<br />
a questão de Cuba antes de abandonar<br />
o podêr.<br />
x<br />
Um despacho official da Havana<br />
considera pacificadas províncias da<br />
Havana, de Matanzas e de Pinar<br />
dei Rio, onde restam apenas pequenas<br />
guerrilhas desorganizadas<br />
13 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
IV<br />
A taberna do «Pean de Lapin»<br />
Tinham, porém, a delicadèsa de se<br />
deixarem enganar um pelo outro para<br />
assim evitarem questões irritantes.<br />
Fez-se um curto silêncio durante o<br />
qual o barão puxou por um charuto<br />
accendendo-o e depois encostando o<br />
cotovello á inêsa, perguntou:<br />
— Tio Lanout quer tomar alguma<br />
coisa commigo ?<br />
— Oh ! nâo, é já tarde, vou partir.<br />
— É cedo, tenho que lhe dizer ainda...<br />
Gustavo!<br />
0 criado veio logo, requebrando o<br />
rorpo e bamboleando a cabeça, perguntar<br />
o que desejavam.<br />
— 0 sr. barão chamou í<br />
— Chamei... Traze uma bordelera<br />
— Bem, bem, eu sei, do mesmo.<br />
Gustavo foi fallar á patron. Esta des-<br />
ôppareceu por momentos, tornando a<br />
apparecer uma garrafa coberta de pó<br />
tjue lhe entregou.<br />
RESISTÊNCIA —Quinta feira, 28 de janeiro de 1897<br />
e que é fácil dispresar; o general<br />
Weyler dirige-se para a província<br />
de Santa Clara.<br />
Em Potrero Volcan, a três léguas<br />
da Havana, uma columna de 300<br />
homens e uma guerrilha repelliram<br />
na sexta-feira uma partida que<br />
tentara surprehendê-los. Os rebeldes<br />
deixáram 32 mortos, tendo a<br />
columna 1 soldado morto, feridos 1<br />
capitão, 2 tenentes e 6 soldados e<br />
contuso um tenente-coronel.<br />
Tem sido muito commcntado este<br />
encontro, por ter o general Weyler<br />
declarado que a província da Ha-<br />
vana estava quasi pacificada.<br />
Continuam os recontros em Pinar<br />
dei Rio.<br />
x<br />
Diz um despacho official da Ha-<br />
vana que em vários recontros os<br />
rebeldes tiveram mais 32 mortos e<br />
numerosos feridos, e as tropas 4<br />
mórtos e 34 feridos.<br />
E Lalongueur voltou se para Petite:<br />
— E a nós que nos comam os lo<br />
bos! repara velhos de Bordeaux. Quem<br />
paga tudo aquillo somos nós! é o nosso<br />
rico dinhelriuho a girar.<br />
Petite repetiu no mesmo metal de<br />
voz a Grosbouleau as palavras do seu<br />
companheiro:<br />
— Chut! é do seu a contar d'esta<br />
noite.<br />
Petite voltando-se para Lalongueur:<br />
— Eugène diz que é do d'elle, a<br />
contar d'esta noite, que gasta.<br />
Lalongueur rangeu os dentes e ca<br />
lou-se.<br />
Gustnvo depois de abrir a garrafa e<br />
receber a importância retirou-se na altura<br />
em que o barão enchendo os co-<br />
pos dizia para Lanout:<br />
— Tio Lanout, conheces os estabelecimentos<br />
de Paris?<br />
— Por Deus!.. .• sam tantos... Mas<br />
dizendo-me o artigo.<br />
— Diabo 1 isso é que eu nâo sei...<br />
— Bom, vamos la a saber, o que é<br />
que desejas ?<br />
-Oh ! um simples esclarecimento...<br />
a respeito d'tima casa com que quero<br />
entrar em transacções... Desejava saber<br />
se dispõe de capitaes bastantes.<br />
— Essa casa é?<br />
— A casa Bêrard á C*.<br />
— Na rua d'Enghiu 1<br />
— Rua d'Enghieu... ê essa mesma!<br />
0 tio Lanout fitando o barão, disselhe<br />
com o espanto d'um homem que<br />
via fazer-se luz numa noite escura!<br />
Aveiro, 40 litros, 10900 a 20000; sál<br />
de Lisboa, 10800 a 10900; Cabo Verde,<br />
1#700 a 10800; aguardente moscatel,<br />
40 a 450000; cognac moscatel,<br />
40 a 450000.<br />
Especialmente sôbre vinhos, as co-<br />
tações fôram as seguintes:<br />
Moscatel, caixa, 20 a 400000; Madeira,<br />
caixa, 18 a 250000; Porto, caixa,<br />
13 a 400000; Collares. ciixa, 14 a<br />
200000; Velhos do Porto, barris,<br />
500 a 8000000; Virgem do Douro, 350<br />
a 3900000; tintos da Figueira. 360<br />
a 3900000; brancos, idem, 360 a<br />
4200000 ; tintos de Lisboa, 350 a<br />
3800000; brancos, idem, 3 60 a<br />
4000000; verdes, 330 a 4000000 réis.<br />
Os vinhos hespanhóes, tintos, cotaram-se<br />
de 340 a 3600000 os brancos,<br />
de 360 a 4000000; os italianos, por<br />
caixa, de 30 a 310OOO.<br />
Communicam-nos que em breve<br />
será eleita a commissão municipal<br />
republicana em Lamego.<br />
Pela direcção da 2. a circumscripção<br />
hydraulica requereram os srs. Dias<br />
Pereira, Marques Pinto e & C a , com<br />
fábrica de massas, para captarem agua<br />
na margem do Mondego, no sítio denominado<br />
Porto dos Bentos.<br />
Câmara Municipal de Coimbra<br />
— Queres entrar em negócios com a<br />
casa Bêrard... tu ?<br />
— Sim, disse com firmêza o barão,<br />
como desafiando quem quer que posesse<br />
isso em duvida.<br />
— E qual o genero de transacções...<br />
é a casa de maior crédito pela sua<br />
honradez, disse o velho receptador.<br />
— E d'ahi?, interrogou insolentemente<br />
o barão:<br />
Oh! eu não digo isto com a intenção.<br />
É o que corre.<br />
O barão enchendo novamente o copo,<br />
bebeu e continuou:<br />
— De «erto ?, tio Lanout... é justa<br />
mente o facto que apontaes que me<br />
causa o maior espanto.<br />
— Como assim í<br />
— Não comprehendo a facilidade<br />
com que se confere um diploma de<br />
honestidade a uma casa du fuudação<br />
tam recente.<br />
— Como de fundação recente, exclamou<br />
o velho, a casa Nither & C. a<br />
tem mais de trinta annos de existência;<br />
Nither retirou se ha quatro annos<br />
passando o estabelecimento ao seu<br />
primeiro empregado Bérard... Bérard<br />
saldou contas em três annos e hoje é<br />
o Único proprietário da primeira casa<br />
de Paris, porque a Companhia é representada<br />
pela esposa.<br />
— Mas quaes os meios porque Bêrard<br />
chegou a essas alturas ?<br />
— Com o seu trabalho, respondeu<br />
seccamente o velho.<br />
0 tio Lanout era um grande patife,<br />
mas repugnava-lhe vèr Lorémont<br />
lisações d'agua executadas desde o dia<br />
7.<br />
Auctorizou trabalhos de camlização<br />
das aguas, a pedido d'algun-! consumidores.<br />
Mandou concertar a bomba n.° 3 do<br />
serviço dos incêndios.<br />
Mandou reparar as grádes de férro<br />
da rua do Cego, damnificadas, ha<br />
pouco, por um carro de bois, tendo-se<br />
averiguado não ter havido culpabilidade<br />
da parte do carreiro.<br />
Attestou ácêrca de uma petição para<br />
um subsidio de lactação a menór<br />
Resolveu pedir para'ser inspeccio<br />
nada a cása indicada para a eschóla<br />
da freguezia de Trouxemil.<br />
Mandou reparár um banco do cáes<br />
da cidade, partido por um carreiro,<br />
que depositou a importância dos prejuízos.<br />
Mandou fazer a baliságem necessária<br />
para a canalização das aguas para<br />
o nôvo matadouro.<br />
Auctorizou a compra de bonéts para<br />
distinctivo dos empregâdos da repartição<br />
das aguas.<br />
Approvou as condições para a arrematação<br />
de duas taréfas de reparação<br />
do pavimento da estrada municipal de<br />
Coimbra a Montemór-o-Velho. entre a<br />
serventia do Almegue e o logar da<br />
Bemcanta.<br />
Mandou enviar á approvação superior<br />
o projecto e orçamento para a reparação<br />
da estrada municipal de Coimbra<br />
ao Pizão, na parte comprehendida<br />
entre a serventia para a Pedrulha e o<br />
caminho para a ponte dos Asnos.<br />
KALENDARIO DG JANEIRO, 1897<br />
3 10 17 24<br />
Segunda feira 4 11 18 25<br />
5 12 19 26<br />
*6 13 20 27<br />
7 14 21 28<br />
*1 8 15 22 2!»<br />
2 9 16 23 30<br />
Lua nova em 3, ás 5,27 m. da ia.<br />
Quarto crescente em 10, ás 9,9 n.<br />
da m.<br />
Lua cheia em 18, ás 7,40 in. da t.<br />
Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />
m. da t.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
Piano<br />
Vende-se um quasi novo e de bom<br />
auctor. Nesta redacção se diz.<br />
PEDRO FERNANDES TH0MAZ<br />
Canções populares da Beira<br />
Acompanhadas de 52 melodias,<br />
recolhidas directamente da tradição oral,<br />
e arranjadas para piano<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO<br />
| Resumo das deliberações tomadas na<br />
Mandou passar licenças para apas-<br />
sessão ordinária de 14 de janeiro<br />
centamerito de cabras na conformidade J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />
As notas do movimento e. situação de 1897.<br />
da postura respectiva.<br />
1 volume de 263 p 800 réis<br />
da praça do Rio de Janeiro, recebidas<br />
Auctorizou diversos fornecimentos: Pelo correio 850 »<br />
ha dias pelo vapôr Brésil, indicam a Presidência do dr. Luiz Pereira da» impréssos, papel, tinta, etc. para di-<br />
seguinte cotacão para os géneros que Costa.<br />
vérsas repartições a cárgo do muniçi- Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />
de Portugal mais se expórtam para Vereadores presentes:—effectivos:<br />
pio.<br />
Augusto Veiga<br />
alli:<br />
arcediago José Simões Dias, bacharel Auctorizou cento e quatro avenças<br />
FIGUEIRA<br />
José Augusto Gaspar de Mattos, José para o pagamento de impóstos indiré<br />
Azeite, latas de 16 litros, 22 a Antonio dos Santos, José Antonio Lucas, ctos pelos géneros a consumir em di<br />
260500; azeite, de 1 a 2 litros, 10700 Antonio José de Moura Bastos, José vérsos estabelecimentos durante o pri-<br />
a 20000; alhos, 25 a 280000; arroz Marques Pinto e Albano Gomes Paes. meiro triméslre d'este anno.<br />
da índia, 200500 a 220000; azeitonas,<br />
F. Fernandes Costa<br />
Fôram enviadas ao vereador do pe- Despachou requerimentos auclori-<br />
latas de 5 kilogrammas, 20600 a louro respectivo três propóstas para o zando: sob condições, a abertiira da<br />
E<br />
30000; azeitonas, latas de 1 kilog., fornecimento de géneros para o asylo agua para um estabelecimento particu-<br />
600 a 640 ; batatas de Lisboa, faltam de Ce^os, para informar o que se lhe lar, ha pouco, cortàda por se verificar ANTONIO THOMÉ<br />
no mercádo; as batatas francêsas, pa- offerece.<br />
ter havido fráude para uso d'ella e<br />
gam-se de 11 a 120500; banha, kilog., Tomou conhecimento da auctorização impondo a multa respectiva na confor ADVOGADOS<br />
10000 a 10100; banha americana, dada pelo governo para se proceder midade do regulamento; o arrenda<br />
cilog , 600 a 640; linguiça gróssa, nos termos legaes ao provimento de mento dos impóstos indiréctos da fre-<br />
libra, 10850 a 10950; linguiça fina, quatro logares de vigias municipaes. guezia da Ribeira de Frades; a substi<br />
tilog., 10800 a 10900; salpicões, Tomou egual conhecimento da ap- tuição de duas pórlas por duas janel- Rua do Visconde da Luz, SO<br />
30900 a 40100; lombo de porco por provação dàda superiormente ao prolas em uma cása no bairro de Fóra de<br />
ata; sem cotação; fructas em conserva, jectu e orçamento da canalização de Pórtas; a reconstrucção de uma cása<br />
0100 a 10200; marmelada 10000 a exgôtos da nôvo matadouro.<br />
em Taveiro pelos alicérces primitivos;<br />
0100 réis; cebolas de Lisboa, sem Mandou cencertar a pórta da barraca e o depósito de aterros em um deter<br />
cotação; figos em latas, caixa, 17 a<br />
Typógrapho<br />
do vigia á ponte de Santa Clara. minado ponto da quinta de Santa<br />
80000; feijão branco, 62 kilog., 24<br />
Acceitou uma proposta da empreza Cruz.<br />
Na lypographia do jornal A Monta-<br />
a 280000; feijão de côr, 62 kilog., 20<br />
exploradôra das minas do Cabo do<br />
a 280000; feijão frade, 62 kilog., 30<br />
Deixou sôbre a mêsa para o estudo nha, que abre ao público no próximo<br />
Mondego para o fornecimento de car-<br />
a 320000; passas, 1 kilog., 14 a<br />
necessário uma proposta apresentada<br />
mês de fevereiro, precisa-se d'um tyvão<br />
para as máchinas das aguas.<br />
150000; sardinhas, 280 a 320; sál de<br />
para o estabelecimento em Coimbra de<br />
pógrapho competentemente habilitado.<br />
Mandou registar uma nóta das cana- um systema de saneamento da cidade<br />
Quem estiver nestas condições dirijase<br />
ao director do jornal Faria Bravo—<br />
Trancôso.<br />
— mais patife do que elle —menos<br />
saber uma reputação adquirida por o<br />
único meio que elle até hoje não tinha<br />
tido a coragem de pôr em prática...<br />
o trabalho,<br />
0 silêncio que se fez por alguns minutos<br />
foi interrompido pelo barão que<br />
perguntou ?<br />
— E é muito rico?<br />
— Sim, riquíssimo<br />
— Ah!, disse Lorémont.<br />
Bem contra sua vontade, os lábios<br />
tremeram-lhe e os olhos flammeiaramlhe...<br />
— O que eu nâo posso explicar, é<br />
a rapidez com que foi feita essa fortuna.<br />
Quem era ha dez annos ainda êste<br />
Berard? Ninguém.<br />
— Era um rapaz de província; che<br />
gou a Paris ha apenas sete annos, para<br />
onde veio rrcommendado a um pintor<br />
que o apresentou em casa de Nither...<br />
Vinha de...<br />
— Eu sei de parle, disse o barão<br />
por entre dentes.<br />
— Não o sei eu... A sua assiduidade<br />
ao trabalho, o seu ar grave na<br />
presença de toda a gente, a aversão<br />
que votava a toda a especie de distracções,<br />
que não fosse trabalhar grangeavam-lhe<br />
a amizade de Nither, um<br />
velho original... a que em 49 se chamaria<br />
uto communista,.. que lhe tres-<br />
passou a sua casa, ha, creio eu, quatro<br />
annos e meio.<br />
— Fez algum casamento vantajoso?<br />
— Nada... pelo contrário... desposou,<br />
haverá seis annos, a filha da<br />
POR<br />
dois pobres diabos, fabricantes de caixas<br />
de papelão, que moravam na mesma<br />
casa, na rua da Acácia, em Montmarte...<br />
casou por paixão.<br />
— E os paes da mulher eram pobres<br />
?, perguntou o barão estupefacto.<br />
— Como a miséria... mas agora<br />
vivem bem, creio que elle lhes dá<br />
uma pensão... mas não os visita.. .<br />
em tempos trouxera para sua casa um<br />
cunhado, mas viu-se obrigado ao fim<br />
de dois mêses de o pôr na rua... é o<br />
pequeno Mousson... que vera aqui algumas<br />
vezes.<br />
— O pequeno Mousson, o carroceiro?<br />
— Sim... ê seu cunhado... roubou-o<br />
cento e dezenove vezes.<br />
- E agora de todos . esses desfalques,<br />
fez fortuna em tam pouco tempo!<br />
— Eu ainda não disse que elle linha<br />
fortuna, está em vias de a arranjar;<br />
pagou todos os capitaes que lhe emprestaram...<br />
é portanto d'elle agora<br />
a casa.<br />
-Mas em quatro annos é impossível<br />
ganhar-se tanto.<br />
— Perdão, elle fez duas operações<br />
de Bolsa em 1866 durante a guerra,<br />
que o collocaram em boa posição d'um<br />
dia para o outro.<br />
-Tudo tem explicação... o facto<br />
ê que está rico !<br />
Fez-se novamente silêncio, ao fim<br />
do qual Lanont ouvindo as onze horas<br />
se levantou.<br />
(ContinúaJ<br />
_<br />
.<br />
_
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Yictória.<br />
Eis os títulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia —História do Limoeiro—O<br />
Limoeiro Hoje—9 regulamento — O» pregou—Cm<br />
canicida—Condemnado á mórtc -Fugas célebres<br />
— «cenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatística<br />
PREÇO, 5 0 0 R É I S<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, iodos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÀO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20— (Detrai de S. Bartholomeu)<br />
2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
A junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos é crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeráes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />
ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />
ESCRIPTORIO — Rua da Sophia, n.° 54, 2.°<br />
C O I M B R A<br />
3 Ifh-ata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />
I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />
orphanológicos e administrativos;<br />
De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />
deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leilão;<br />
De administrações, liquidações e arrematações;<br />
ffggDe recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />
sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />
constituintes ou mediante commissão;<br />
De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />
respeito aos tribunaeè e repartições públicas.<br />
Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />
se torna recommendavel.<br />
Tabella dos preços dos principaes serviços<br />
Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />
por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />
económicas 20000<br />
Agéocia em quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />
retribuição, por mês. . 10000<br />
Nestes processos não se leva coisa alguma dos requeri"<br />
mentos feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />
os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />
é o constituinte tem sómente a pagar a agéneia.<br />
Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />
fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />
e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />
de transporte. 10000<br />
Todos os serviços sam feitos com promptidâo e quasi de<br />
graça,<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabeliãs e indicações úteis; — e uma rapida<br />
1 Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gopçalves.<br />
1 Um Volume brochado, com 416 paginas. Preço, loSO réis<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços, Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, coziohas, salas, segre- Alberto Yianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
dos, casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o Velha.<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, al-<br />
Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Gamara. <br />
co da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado —Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.'<br />
BICO AUEK<br />
Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />
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Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.a<br />
GAZETA DAS ALDEIAS<br />
Semanario illustrado de propaganda agricola e vulgarização<br />
de conhecimentos úteis<br />
Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />
competência: Lentes da Universidade, Academia Polytèchnica<br />
do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa-, directores e piofessores<br />
de escólas agrícolas do país; médicos, advogados, chimicos,<br />
engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />
viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />
ASSIGNATURA PARA 1897<br />
Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />
a Gazela das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />
portugueses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />
Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />
variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou 10000<br />
réis por semestre.<br />
A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />
maiores louvores e é considerada como Um guia indispensável<br />
na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />
trata de medicina prácíica, economia doméstica, educação, industrias<br />
diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />
em folhetim um bom romance.<br />
0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />
morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />
Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />
Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />
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Rua dos Clerigóíi, 8 c 10—Porto<br />
CAVALL0S<br />
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Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
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da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Depósito geral<br />
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N.° 2 0 3 COIMBRA—Domingo, 31 de janeiro de 1897 2.° A N N O<br />
11 DE JANEIRO<br />
Morreram bem...<br />
Elles iam a gritar em pleno<br />
triumpho numa manhã de sol muito<br />
alegre.<br />
Aquellas lindas mulheres que ha<br />
no Porto sorriam mais uma vez a<br />
um triumpho novo; das janellas<br />
caíam as flôres e os sorrisos, e alvejavam<br />
os lenços nas mãos brancas<br />
d'aquellas lindas mulheres que ha<br />
no Porto.<br />
Iam muito alegres, a gritar, em<br />
pleno triumpho, por uma manhã<br />
de sol...<br />
D'um muro cinzento de granito<br />
choveram as balas, e elles caíram,<br />
como se lhe faltasse alguma coisa...<br />
O que, não o souberam.<br />
Faltara-lhe a força, como se lhe<br />
fora a voz, cançados de gritar...<br />
E caíram no chão, muito alegres,<br />
a bocca aberta num último grito<br />
do ti iulljpliu, uo Jcuico «<br />
rir...<br />
Alguém, que ainda ouviu as descargas<br />
julgou que passavam irmãos<br />
d'armas, quiz-se levantar para gritar,<br />
e caiu alegre, sonhando um<br />
triumpho novo.<br />
Morreram contentes, sem saber<br />
que morriam, os queridos mortos...<br />
Eram muito novos, e as mães,<br />
quando os souberam mortos, vieram<br />
a dar-lhes sepultura.<br />
E ao ellas passarem, todos se<br />
descobriram, e os proprios inimigos<br />
baixaram os olhos pr'as não ver...<br />
E deixáram-nos enterrar!.. .<br />
Eu queria que os seus corpos ficassem<br />
insepultos, como os dos<br />
m^jtyres, enlre«os gritos e as execrações<br />
dos inimigos. ..<br />
' Eu queria vê-los crucificados em<br />
loureiros.<br />
Do alto desceriam as aguias a<br />
despedaçar os seus corpos ainda<br />
quentes, sumir-se-íam com elles<br />
no ceu azul, e a gente pensaria<br />
nelles, quando visse, lá em cima,<br />
pairar socegadamente suas irmãs as<br />
aguias...<br />
Para que sepultar os seus corpos<br />
na terra.<br />
Julgaes que d'elles vam nascer<br />
flôres, esperaes ver romper os cravos?.<br />
..<br />
Julgaes que sôbre a terra árida<br />
0 31 DE IANEIB0<br />
vae nascer a ceára, e que, mais rosos das mulheres, foi enxuto pelos<br />
piedade, da clemência ou da prote-<br />
tarde, haveis de ver voar sôbre a cabellos de sêda das judias, ungido<br />
cção dos outros. Que vivesse só por<br />
ceára madura numa papoula ver- dos perfumes mais raros, envolto<br />
si, e, se não podesse, que seccasse.<br />
melha alguma gôtta do sangue que em linhos novos, corados do sol, Formamos, em Coimbra, um gru- Deixá-lo. Feita pó, ainda voaria peio<br />
nos roubáram ?...<br />
po revolucionário, autónomo e de ar, — última aza de sonho, viagem<br />
brancos, como a neve mais pura<br />
vida bastante isolada, no meio do de átomos, restos últimos da gran-<br />
das serras altas por onde nunca partido mas não constituímos, prode chiméra..,<br />
A terra não quer os corpos dos andaram homens...<br />
priamente, uma eschola política. Ti-<br />
heroes.<br />
Sua mãe deitou-o no sepulchro vemos característicos os processos<br />
de organização e de propaganda, Queríamos a republica simples,<br />
Pois não sabeis que ainda hoje devagarinho, como cuidado com que<br />
foi bem nosso o cunho de discipli- mas pura; singela, mas nobre. O<br />
na Grécia, a terra dos antigos he- as mães deitam no berço os filhos... na bárbara que mantivemos, mas mais, tudo era secundário. Eschoroes,<br />
ao revolver a terra, se encon- Ao sellarem sobre a campa a pouco mais. Não defendemos idéas las, systemas políticos, nuances gotram<br />
os guerreiros, como se fôssem pedra, a mãe, olhando ainda, disse<br />
novas, ou titubiantes ainda. Pro vernativas— coisas boas para se<br />
clamamos a velha idéa bem dese- discutirem depois.<br />
sepultados d'hontem, muito hirtos que voltaria a vê-lo...<br />
nhada e definida, que se chama Re- Naquelle primeiro ímpeto, que<br />
nas suas armaduras, a mão na espublica.<br />
nos trouxe para a rua, por occasião<br />
pada, o braço descançando sôbre o E não o encontrou quando vol- A pequena hoste; que o desalen- do ultimalum, não havia reflexão<br />
to jámais fundiu, parecia uma has- para meditar critérios muito pro-<br />
escudo d'oiro fino em que um artou...te cortada da Távola-Redonda e fundos.tista<br />
escreveu a história das suas<br />
plantada no terreno árido d'um sé- Mais tarde, quando veiu uma<br />
guerras, o nome das batalhas que Não podia ficar o Christo na culo egoista. Haste um pouco mir- curta hora de calma, o espírito de<br />
ganharam?...<br />
rada, porque o solo era bárbaro, muitos de nós vagueou pela aspi-<br />
terra em que apodrecem os la-<br />
mas desabrochada candidamente ração revolucionária, buscando o<br />
drões !...<br />
num lyrio rubro.<br />
brilho de mais estrellas e profun-<br />
Em sitios em que se não encon-<br />
T. C. Românticos e mysticos, parecia dando a dúvida d'outros problemas.<br />
tra nem signal das grandes cida-<br />
que vinham d'uma noite de pesa- Nem só a Republica, figura astral,<br />
dello, á procura d'um céu risonho brilhante, mas incompleta. Uns fides<br />
que lá houve...<br />
COMMEMORAÇÃO MORTUÁRIA de chimera. Dir-se-ía que éramos zeram-se socialistas, outros busca-<br />
fieis do templo de Galaaz, perdidos ram a luz sonhada na chiméra do<br />
Á terral...<br />
no meio da astúcia d'um século in- anarchismo.<br />
Eis o progr&mma da imponente certo,— sem a longa espada bru- Mas isso era o vôo individual,<br />
Pois não vos ensináram vóssas<br />
manifestação que hoje se faz no nida, sem a armadura reluzente, por um céu particularista. Unidos,<br />
mães que a terra poupa os santos; Porto ás heróicas vítimas de 31 de mas no cérebro o mesmo retalho de todos comprehenderam sempre que<br />
flllfi snh a ena. oonnlt'*— ~ — -<br />
q jít• «..ta - do<br />
As li) horas da nyanhã começa-<br />
—<br />
cem os lyrios e as rosas?.. .<br />
rá o acto de ináuguração, sendo ce- Sim! êsse mesmo fogo que tem throno; e, no campo da rovolta po-<br />
Quando morre um santo, a terra lebrada na capella do cemitério uma alastrado na História, ás vezes dessitiva e de facto, todos os pulsos se<br />
envolve-o todo, afasta para longe as missa, a que assistirám representannorteado pelo vento, a que o desti- juntavam para incendiar com o mes-<br />
flôres e pucha sôbre a sua sepultes das commissões parochiáes e no das coisas tem ás vezes mudado mo facho.<br />
tura o manto azul do ceu.<br />
municipaes, Associação de Benefi- a côr, como se fosse uma pyroté- Essa Távola-Redonda, sem rei<br />
cência 31 de Janeiro, commissão chnía de mágica num arraial trági- Arthur, tinha tantos sonhos como<br />
E aquella terra em que se não da subscripção, soldados, sargentos, co,— mas sempre a mesma cham- os cérebros; mas a alma era só uma<br />
criam flôres, cheira como um can- officiaes revoltósos, e demais corpoma divina que deu alma ás velhas — a alma errante da revolta nateiro<br />
em plena primavéra, quando o raçõesqueadheriram. Seguidamente trovas, que deu fé, em Aljubarrota, cional.<br />
X<br />
será feita uma distribuição de dona- á bandeira dos namorados, que pôs<br />
sol vae alto!<br />
tivos, do cófre da Associação de Be- as estrophes d'um canto novo nos O constitucionalismo caduco<br />
Se se abre a terra, os santos lá neficência, aos mutilados, viuvas e lábios generosos dos visionários de agarra-se á terra por uma raiz mir-<br />
estám inteiros, muito pállidos, pos- orphãos de revoltósos necessitados. 20, que teve um lampejo, — lamrada, mas que o tempo petrificou.<br />
tas em oração as mãos, brancas de<br />
Finda que seja a distribuição, diripêjo derradeiro? — na espada do Esperar que ella se desfaça pela<br />
gir-se-hám todos os presentes, bem alferes Malheiro.<br />
acção do tempo é ingénuo e moro-<br />
jasmins, como quando foram enter- como os ecclesiásticos que devem Idealistas, com aspirações de also. A necessidade de a cortar a marados,<br />
só mais velhinhos... proceder á benção do monumento, mas communs, unidos na mesma chado é inevitável.<br />
para o depósito, onde se conservam espira nevrótica de sonho fugidio e É bem triste empoçar sangue hu-<br />
as urnas com as ossadas, sendo en- lucilante, pôde dizer-se que a vida mano nas valiêtas das ruas; mas é<br />
A terra guardou sempre, sem lhes tám estas collocadas na carreta, de revolta vívida na promiscuidade do destino inexorável que cada edi-<br />
tocar, os corpos dos que no mundo ornamentada a panno negro e ouro, dos mesmos ímpetos decidiu em fício que a humanidade constróe<br />
morreram por uma ideia santa ... em que, acto contínuo, serám con- nós muito temperamento titubiante para se acoitar tenha os alicerces<br />
duzidas ao monumento. Chegando e formou muito caracter em todas regados a sangue e as paredes bor-<br />
ahi, dar-se-ha principio á ceremó- as suas peças.<br />
rifadas a lágrimas.<br />
Para que,marcar a sepultura?... nia da benção, sendo, após o lança- D'ahi veiu a tenacidade de reso- Soffre-se mnito pelo mundo; vae<br />
Para que ensinar-lhes, a elles,<br />
mento d'esta, encerradas ás ossadas lução que, em todos os actos da vida, uma agonia estranha pela terra; e,<br />
na câmara interior, para esse fim muitos ficáram manifestando, quer<br />
aos outros, o sitio em que estám os<br />
na amplidão chimérica do sonho<br />
construída. Concluída a ceremónia, pela indisciplina bárbara, quer pela revolucionário, ha traços de sangue<br />
mortos queridos ?...<br />
será entám rasgado o panno que lealdade romântica de cavalleiros ingénuo que fazem calafrios e bor-<br />
cobre o grupo esculptórico, collo- altivos...<br />
botões de lágrimas piedósas que en-<br />
Pois não sabeis que nunca rescando-se também as corôas, bouquets Nunca o braço se erguia para dar regelam o coração.<br />
e flôres, conduzidas por os cidadãos<br />
peitaram a sepultura dos Heróes as<br />
um golpe, sem a outra mão des- Ê verdade, é.<br />
presentes e commissões representaabotoar a camisa, desnudando o<br />
hyenas e os cães ?...<br />
Mas, se é preciso ir buscar êsse<br />
das.<br />
peito ao ferro do inimigo (1). E a sangue, ainda que tenha de se ar-<br />
O acto fechará com a leitura da independência de caracter foi semrancar ás lançadas de peitos famin-<br />
Á terra...<br />
acta da inauguração, que será feita pre tam grande que nalguns paretos, e essas lágrimas, ainda que te-<br />
Pois não sabeis que o Christo?... na sacristia da capella, sendo uma cia a rubrica mórbida de organisnham se esmagar olhos macerados<br />
cópia do mesmo documento encermos degenerados. A bella flôr ideal, e soffredores, que não trepide a<br />
Quando o Cbristo morreu, abrirada em caixão de zinco, conjuncta- que dentro de nós medrava, que- mão revolucionária, porque ella,<br />
mente com as urnas das ossadas, ria-se autónoma, sem o orvalho da parecendo bárbara, é humana.<br />
ram-lhe a sepultura numa rocha.<br />
sendo entám collocada definitiva-<br />
Se é doloroso abrir a ferro uma<br />
Por alli nunca passára senão agua mente a placa de mármore que fe-<br />
veia, é consolador saber-se que o<br />
crystallina, que deixára nos muscha o monumento.<br />
(1) Cbegavamos a proclamar princí- sangue que vae cair animará muito<br />
pios de lealdade mórbida e doentia.<br />
gos verdes que a cobriam as impu-<br />
coração exânime. E, se treme de<br />
Barbosa d'Aodrade, que é um rapaz horror a mão que vae flagellar uma<br />
rezas da terra...<br />
de espirito, disse um dia: Nós ainda<br />
Está doente o sr. Manuel Teixeira passamos â história com este título ho- alma para arrancar uma lágrima,<br />
O seu corpo foi lavado em lágri- de Carvalho, professor do lyceo d'esnorífico : tripulantes do brigue LEAL- tranquilliza-se o cérebro ao saber<br />
mas que choravam os olhos amota cidade.<br />
DADE.<br />
que essa lágrima vae dar a Tida a,
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
muito peito queimado pela sêde que é provido na vaga que lhe dei- I B a ^ s i t e l l a s a prégar de cima da tipóia de praça Concursos nos Lyceos<br />
amarga de justiça.<br />
xou o sr. dr. Corrêa Barata, ulti-<br />
o elixir do arroteamento do Alem-<br />
O Diário do Governo publicou<br />
E triste, é.<br />
mamente aposentado.<br />
Na câmara alta um digno par do tejo á custa, dos cófres públicos!!<br />
Mas a vida é isto: uma fornalha Segundo consta, o sr. dr. Cor-<br />
hontemoavisodesignando, conforme<br />
doida, em que as grandes labarerêa Barata vae ser nomeado para o<br />
reino acaba de apresentar um pro- Sam eslólidamenle incorrigíveis dissemos, o modo como devem presdas<br />
históricas só se produzem á logar de director da secretaria da jecto de lei, para que sejam collo- os trapaceiros!...<br />
tar as suas provas práticas e oraes<br />
custa da nossa carne e dos nossos câmara dos pares.<br />
cados sob a vigilância e protecção A proposta pois do digno par os concorrentes aos logares de pro-<br />
óssos. Apagá-la seria destruir o Se se cumprisse a lei, o sr. dr. do Estado os monumentos que per- ácêrca dos monumentos, é um brado<br />
fessores de desenho nos lyceos.<br />
mundo, e dar-lhe outra lenha, fazer Corrêa Barata já ha bastantes annos tençam á história ou á arte nacio- impotente e illusório.<br />
O jury, em cada circumscripção,<br />
cinzas sem braza.<br />
deveria ter saído do quadro dos<br />
l.<br />
nal.<br />
Fraccionar em parcellas um con-<br />
Entám, já que as revoluções sam professores da Faculdade 3e Philo-<br />
falaes, que se façam, apesar de sesophia, visto'que estava desempe- Desconheço os termos do projejuncto extenso de serviços naturalrem<br />
ferozes. Sómente áquelles que nhando no Tribunal de Contas uma cto; mas, a avaliar pela notícia das mente concatenados e dependentes<br />
ateiam o incêndio cumpre regular a commissão incompatível com o exer- gazetas, temos um nôvo episódio da entre si, é fazer obra inglória e<br />
chamma, não vá ella carbonizar de cício do magistério. Mas a lei em eterna comédia, para recreio e edi- frágil, que nem ao seu próprio<br />
mais, — o que seria impiedade. Portugal é matéria d'adorno, nada ficação das almas crédulas. pêso resistirá.<br />
mais.<br />
ANTONIO JOSÉ D'ALMEIDA<br />
Que se entende por protecção aos Na mesma ramificação da gerên-<br />
monumentos ?...<br />
cia pública sam correlacionáveis<br />
Passa incommodado de saúde o<br />
É pôr-lbe a etiqueta, para que pela mesma orientação em todos os<br />
Yictimas do 31 de janeiro sr. cónego Ferreira Fresco, gover- sómente ao Estado cáiba o privilé- países: as escholas superiores da<br />
A commissão municipal republinador do bispado e deão da Sé. gio de os estragar (Alcobaça, Bata- arte; o ensino de desenho e do tracana<br />
d'esta cidade resolveu fazer-se<br />
lha, Coimbra, etc.)?<br />
balho; o inventário das riquezas<br />
representar na commemoração que<br />
Como se comprehende num país, artísticas; dos monumentos histó-<br />
no Porto se presta hoje ás víctimas O nosso prezado collega A Marse- onde a educação artística é deploraricos, segundo a sua índole ; thea-<br />
do 31 de Janeiro, 'pelo nosso pre lheza publicou no número de sexta<br />
zadissimo amigo, dr. José Nunes da féira última um violento artigo contra velmente descurada; onde a organitros; edifícios públicos e particula-<br />
Ponte, presidente da commissão o grande corregedor de Lisboa, conzação dos serviços d'arte é errónea res; museus, exposições, propagan-<br />
executiva do partido republicano do tra quem formula gravíssimas accusa- ou nulla onde se acha tudo por da; estímulos, incitamentos aos proções<br />
depois de o haver mandado sen-<br />
Porto.<br />
fazer, ou o pouco que existe pre- gréssos da arte e da indústria! Etc.<br />
tar no banco dos réus. Temos motivos<br />
para suppôr que o sr. juiz Veiga cisa de ser reformado, d'alto a bai- etc. etc.<br />
está numa situação verdadeiramente xo; como se comprehende que se Em toda uma extensíssima es-<br />
Por notícias recebidas de Moçam- insustentável, tendo de abandonar um peça por si só, desacompanhada de cala de serviços nacionaes, deparbique<br />
sábe-se que o major Mousi- logar a que tam aferrado está por<br />
outras providências uma lei de protamentaes e locaes; em secções, dinbo<br />
de Albuquerque pediu a de causa dos emolumentos.<br />
missão do cargo que exerce, logo<br />
tecção aos monumentos?!<br />
vididas e subdivididas, numa orga-<br />
que lhe foram communicadas as sa-<br />
Em toda a parte os serviços dos nização admiravel de esfôrço e de<br />
tisfações que deviam ser prestadas Gymnásio Martins monumentos é um capítulo d'uma acção !<br />
á Allemanha em Lourenço Marques<br />
vasta organização de educação pú-<br />
dizendo-se que fôra o próprio rei Acha-se já trabalhando regular-<br />
Entám nós não estamos fartos de<br />
que lhe pedira para que cumprisse mente este gymnásio collocado sob<br />
blica e do ensino da arte.<br />
saber o que é e o que vale a pro-<br />
as ordens do governo e se manti a inspecção médica do dr. Freitas Assim uma tal lei avulsarr.ente, tecção do Estado; e o que é e o que<br />
v.esse no seu logar. Em algumas Costa. Neste instituto para a edu- no estado actual das coisas, não vale o- préstimo real das commis-<br />
cartas diz-se que o major Mousinho cação physica das creanças, corri- tem nem pôde ter garantias de exesões, que o próprio EvStado nomeia<br />
e outro funccionários superiores<br />
gem-se também pela gymnástica as cução, com auctoridade e proficiên-<br />
choraram quando se viram força-<br />
conformações mais viciosas,e fazem-<br />
para sôbre ellas delegar attribuicia.<br />
Quem ha de impô-la; quem ha<br />
se todas as mais ap_pjjcações da„gyções,<br />
que nenhuma efficácia têem?<br />
. «... — :—. - —. • a - - ' M qUICC<br />
dia em que foi saudada pela nossa ças.<br />
U por esle prurido oe legislar ás<br />
artilheria a bandeira allemã.<br />
Para as creanças do sexo mas-<br />
infinita complexidade de hypóthe-<br />
gôttas e a retalho, que nos últimos<br />
Passou-se isto em Lourenço Marculino os cursos abrem todas as<br />
ses?<br />
quatro annos têem sido promulga<br />
ques. Em Lisboa o governo mostra- segundas, quartas e sabbados; para Provavelmente os administrado-<br />
das centenas de leis, urgentemente<br />
va-se repleto de júbilo por ter con- as do sexo feminino abrem ás terças res do concelho e os directores das<br />
reclamadas e indispensáveis, que se<br />
seguido chegar com a Allemanha a quintas e domingos.<br />
obras públicas, por intermédio dos<br />
um accôrdo que, embora fosse hu- Os preços do gymnásio sam de<br />
acham caducadas e irritas, por in<br />
seus capatazes e subalternos de<br />
milhante para o país, lhe permittia 1:500 réis por mês ou 12 licções,<br />
teiramente inexequíveis na prática<br />
toda a casta!<br />
manter-se no poder.<br />
fazendo-se abatimento, quando hou- Burlêsca irrisão ?...<br />
Acabêmos com êste somnambu<br />
Que podridão!<br />
ver matriculados dois ou mais ir-<br />
O argumento que impõe a um lismo e gisem-se, se ainda é tempo<br />
mãos. E um preço módico, altendendo<br />
aos cuidados e vigilância que pôvo o respeito e a conservação d planos, de salvação, sensátos e lar<br />
requer o ensino da gymnástica para todos os documentos da sua arte gos! Ou entam resignêmo-nose, de<br />
Fornada<br />
se não converter de uma coisa útil não é só um simples desvanecimento mãos na cabeça, deixêmo-nos ir ao<br />
A Commissão dos Monumentos num perigo para a saúde das crean- sentimental de patriotismo, mais ou fundo na corrente veloz desta cata-<br />
Nacionaes foi reforçada com um poças. menos árido<br />
dupa de leviandades e asneiras!<br />
deroso contingente de prestantes O sr. Martins, querendo pôr o<br />
membros.<br />
Não. É em nome da fecundação<br />
seu estabelecimento ao dispôr de<br />
Alguns de acertada escôlha, co- todos os collégios, fez para elles<br />
productiva e"da educação do traba<br />
nhecidos pelos seus trabalhos e pe- contractos especiaes, bem como lho nos móldes das suas tradições<br />
los seus serviços. Outros simples )ara os doentes que queiram tra- esthéticas; em nome dos interesses<br />
adventícios e assignalados desconhear-se pela gymnástica.<br />
materiaes do commércio e da eco<br />
cidos, néophitos esperançósos que O Gymnásio Martins é uma ins nomia nacional.<br />
pela primeira vez vam ser iniciados ituição útil e reúne todas as con<br />
nos tenebrósos mystérios da archeo-<br />
Porque a indústria fabril e artís-<br />
dições para merecer o favor e <<br />
logia augusta e artes correlativas! confiança do público. Tem os appatica<br />
é o perenne e mais cupiôso ma-<br />
Aquella Commissão, por este relhos necessários, é dirigido pelo nancial da riqueza dos póvos labo-<br />
andar, estará dentro em pouco tem- sr. Augusto Martins que é um proriosos da Europa.<br />
po, como o Instituto de Coimbra, fissional no ensino de gymnástica e Porque os governos em Portugal,<br />
convertida em hospício humanitário está sob a inspecção d'um médico. não obstante possuidor de colónias<br />
de toda a gente!<br />
das vastas relações commerciaes<br />
do Brasil, nunca souberam organi-<br />
Tem estado nesta cidade o sr.<br />
O sr. dr. Teixeira de Carvalho dr. Francisco Fernandes, licenciado<br />
zar as condições do aperfeiçoamento<br />
depositou no, museu do Instituto na faculdade de Direito e que se eda expansão do trabalho, é que o<br />
alguns exemplares muito curiósos anda preparando para o seu acto de país se encontra desmoralizado, des-<br />
de pregaria antiga de bronze, pu- conclusões mágnas.<br />
mantelado e miserável. Sem recurxadôres<br />
de férro batido e um fersos,<br />
sem remédio e sem esperanrôlbo<br />
de pórta (século XVII).<br />
ças!<br />
Para a collecção de cerâmica man- Em Goes, celebrou-se ha dias o badou<br />
alguns exemplares de faiança de ptismo de uma interessante filhinha do Enlevados na cantata do que isto<br />
nosso prezado amigo sr. dr. Antonio<br />
Coimbra (Briôso, século XVIII).<br />
devia ser, por favor da providência,<br />
de Sousa Saraiva, illustre e estimado<br />
clínico naquella villa.<br />
um país essencialmente agrícola, dé-<br />
A êste acto assistiu também o sr. ram com a caranguejola em pan-<br />
Vae ser promovido a lente ca- dr. Jeronymo Silva, amigo dedicado e tâna.<br />
antigo condiscípulo do sr. dr. Saraiva.<br />
thedrático da Faculdade de Philo- A neóphita recebeu o nome de Zul- E ainda agora lá está o sr. Julio<br />
sophia o sr, dr, Bernardo Ayres, mira,<br />
a e 2. a , reunirá no dia 8 de fevereiro<br />
próximo, designando os dias<br />
em que devem realizar-se as provas.<br />
O jury é assim constituido: i. a<br />
circumscripção, Alfredo Augusto<br />
Schiappa Monteiro de Carvalho,<br />
lente da Eschola Polytéchnica, presidente;<br />
Carlos Adolpho Marques<br />
Leitão, professor do Real Collégio<br />
Militar; Porphyrio Henriques da<br />
Fonseca, professor do lyceo de Lisboa.<br />
2. a dr. Julio Augusto Henriques,<br />
lente da Universidade, presidente;<br />
Antonio José Lourinho, professor<br />
do lyceo de Portalegre; Angelo<br />
Coelho de Magalhães Vidal,<br />
professor do lyceo do Porto.<br />
Afim de poderem ser examinadas<br />
pelas interessadas, têem estado patentes<br />
as contas e parecer do conselho<br />
fiscal da Associação para o<br />
sexo feminino, referentes ao 2.° seméstre<br />
do anno findo.<br />
Vae proceder-se aos reparos no telhado<br />
da egreja de Santa Clara de<br />
Coimbra, que ficou damnificado pelo<br />
temporal de 17 de dezembro último.<br />
«O Eclético»<br />
Acabamos de receber o 1número<br />
d'este semanário que se publica em<br />
Amarante e de que é director o sr. J,<br />
Não obstante o título, o novo jornal<br />
apresenta-se como um denodado<br />
combatente nas phalanges liberaes.<br />
Longa vida.<br />
A associação de classe dos manipuladores<br />
de calçado realiza na terça feira<br />
uma conferência, ás 3 horas da tarde;<br />
e á noite, sessão solemne e sarau<br />
musical, solemnizando d'este modo o<br />
1.° anniversário da fundação da mesma<br />
associação.<br />
Contribuições<br />
Pelas informações que acabam<br />
de nos ser communicadas está<br />
A. muito atrazado o pagamento das<br />
contribuições geraes do Estado, que<br />
devia effeituar-se no mês que hoje<br />
O Diário do Governo publicou expira. Só nestes últimos três dias<br />
uma portaria louvando o sr. dr. que houve grande concorrên-<br />
Bernardo de Madureira, lente da cia de contribuintes, sendo im-<br />
Faculdade de Theologia, pela pupossível aos empregados da receblicação<br />
do seu livro lnstitutiones iedoria attendê-los a todos.<br />
Theologia? dogmatico-polemicce, que<br />
A necessidade de prorogar o<br />
foi adoptado como compêndio na<br />
práso, prorogação que tem sido<br />
mesma Faculdade.<br />
concedida nestes últimos annos,<br />
mais se faz sentir agóra, em que a<br />
maior parte dos contribuintes não<br />
Curiosa estatistica têem entrado com as respectivas<br />
quotas tributárias no cófre ha mais<br />
Uma folha estrangeira publica limpo, por não terem a possibili-<br />
uma especie de recenseamento de dade de o fazerem.<br />
macróbios existentes em diversas A não prorogação do praso re-<br />
nações. Segundo este recenseamenpresentará para estes contribuintes<br />
o, a Allemanha só conta 78 habi- um nôvo ónus, quando elles já supantes<br />
com mais de 100 annos; a<br />
portam com grave sacrifício, sujeilando-se<br />
a privações, os que sôbre<br />
França tem 213 e a Hespanha, ape-<br />
elles pésam.<br />
sar de ter uma população de 18<br />
milhões de habitantes, metade da<br />
de França, conta 401 centenários. Na sua casa de Poiares tem estado<br />
Quanto a outros países, a Ingla- incommodada de saúde a ex.<br />
de Vilhena, impenitente e rotineiro IBélgica, 6; a Suécia, e Noruega, 41.<br />
ma sr. a D.<br />
, T , , „irt Belmira e Silva, esposa do nosso preerra,<br />
tem 14b; a Irlanda, 578; jzado amigo e prestante correligionário<br />
Escóssia, 46; a Dinamárca, 2; a<br />
'sr. dr. Jeronymo Silva.<br />
Desejamos as melhoras da bondós*<br />
senhora.
Associação Commercial<br />
Reune-se hoje a assembléa geral<br />
d'esta sympáthica Associação para<br />
eleger o presidente da Direcção que<br />
ha de funccionar no corrente anno,<br />
por haver declinado êsse cargo o<br />
nosso prezado amigo e honrado negociante<br />
d'està praça sr. Antonio<br />
Francisco do Valle, cujo estado de<br />
saúde lhe não permitle augmentar<br />
agora a já longa lista de serviços<br />
que a Associação Commercial lhe<br />
deve.<br />
Para o substituir é indigitado o<br />
nosso amigo "Sr. Francisco Vieira de<br />
Carvalho, cujo nome é bem recebido<br />
por todo o commércio d'esta<br />
cidade e de quem muito ha a esperar<br />
no exercício d'aquelle cargo.<br />
A direcção da Sociedade Philantrôpico-académica<br />
lançou na acta d'uma<br />
sessão um voto de sentimento pelo<br />
fallecimento do infeliz Antonio de Paula<br />
e Silva, que havia prestado relevantes<br />
serviços áquella benemérita instituição.<br />
No Supremo Tribunal administrativo<br />
acaba de ser concedido provimento<br />
a um recurso que o nosso amigo<br />
sr. José Monteiro Júnior, digno vicepresidente<br />
da Câmara municipal de<br />
Penacova interpôs contra o administrador<br />
d'aquelle concelho.<br />
(OICIRSO<br />
Por espaço de 30 dias está aberto<br />
concurso para o provimento de<br />
quatro vagas no corpo de vigias municipaes.<br />
Os indivíduos que desejem con<br />
correr, devem entregar na secretaria<br />
da Câmara até ao dia 25 de fevereiro<br />
próximo os seguintes documentos<br />
:<br />
Requerimento escripto e assignado<br />
pelo próprio requerente;<br />
Certidão do registro criminal;<br />
Attestado de médico, provando<br />
que não padece moléstia contagiosa<br />
ou defeito que o inhabilite para o<br />
serviço a que se destina;<br />
Certidão de edade que prove não<br />
ter mais de 40 annos, nem menos<br />
de 21.<br />
No dia que a Câmara designar<br />
deverám os requerentes satisfazer a<br />
uma próva prática que versará so-<br />
16 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
IV<br />
A taberna do «Pean de Lapin»<br />
— Até ámanhã... até á volta. Noémie<br />
deve estar inquieta... Pódes ir<br />
ás nove horas a minha casa que tudo<br />
estará prompto.<br />
— Dá-me no entanto alguns luizes<br />
por conta esta noite.<br />
— Aqui tens, disse o tio Lanout passando-lhe<br />
para a mão dez luizes... Até<br />
à vista.<br />
— Até ámanhã.<br />
Apenas o tio Lanout saiu, o birão<br />
dirigiu-se á mêsa dos seus associados<br />
e debruçando-se sobre ella, disse:<br />
— Estám aqui vinte francos para<br />
cada um; ámanhã á mesma hora d'hoje<br />
apresentar-lhes-hei as contas... Só<br />
se liquidam ámanhã... Em que sitio<br />
ficaram os autros objectos em Suresnes<br />
? Grosbouleau respondeu :<br />
— Nós os transportarêmos esta noite<br />
para os armaiens de Asnières,<br />
bre o serviço de impostos indirectos<br />
municípaes, escripta, leitura e as<br />
quatro operações aritliméticas.<br />
Serám preferidos os concorrentes<br />
que lenham servido na guarda fiscal<br />
ou no exército, que provem ter<br />
bom serviço e ter tido bom comportamento<br />
naquellas corporações.<br />
As remissões dos mancebos sujeitos<br />
ao serviço militar, pertencentes ao<br />
districto de reserva n.° 14, com séde<br />
na Figueira da Fóz, renderam a importante<br />
somma de 46:0500000 réis.<br />
Audiências geraes<br />
Neste primeiro triméstre ha.apenas<br />
uma, no dia 3 de fevereiro, para<br />
julgamento d'um fraticida. E' seu de-<br />
fensor o illustre causidico sr. dr. Callisto.<br />
O sr. Ferreira d'Almeida foi para<br />
o Solar dos Barrigas esperando que<br />
lá apparecesse o beato ministro da<br />
marinha, a quem prometteu uma<br />
sóva monumental por causa do decreto<br />
do álcool. O ministro, porém,<br />
para se esquivar a ella, deixou-se<br />
ficar em casa, dando, como pretexto<br />
tabez, o achar-se doente.<br />
Este expediente pôde dar ao governo<br />
mais algum tempo de vida.<br />
Que elle já não sabe por onde se<br />
ha de agarrar ás cadeiras do poder.<br />
O correspondente telegráphico de<br />
Lisboa para o Primeiro de Janeiro,<br />
diz que foi despachada na alfandega<br />
uma bycicleta para a sr. a D. Maria<br />
Pia, no valor declarado de réis<br />
350$000.<br />
Cautella com os trambolhões, que<br />
na sua edade sam muito perigosos<br />
Explosão d'uma locomotiva<br />
Notícias cbegádas hontem do Rio de<br />
Janeiro dam conta de uma terrível explosão<br />
da locnmotiva que tirava um<br />
comboyo da linha férrea central, ao<br />
entrar nas agulhas da estação de Ypiranga.<br />
O lamentavel facto occorreu ás 11<br />
horas e 40 minutos da manhã, hora a<br />
que se ouviu enorme estampido, que<br />
apavorou toda a gente, estremecendo<br />
os arredóres da estação. Immediatamente<br />
o pessoal da linha teve a impressão<br />
do desástre enorme, e houve<br />
— Muito bem... Até á vista, até<br />
ámanhã á noite.<br />
0 barão saiu.<br />
Lalongueur tocou com o seu pé no<br />
de Petitte que por seu turno bateu no<br />
de Eugène e repetiu-lhe o que o outro<br />
lhe tinha dito:<br />
— Que prazer de o vêr pelas costas!<br />
— Meus amigos, disse Grosbouleau,<br />
aqui tem cada um os seus vinte francos...,<br />
eu, e mais Lalongueur e Petite<br />
vamo-nos por que têmos esta noite<br />
de assistir a uma festa de familia...<br />
Esperam-nos... visto que ganhei paga<br />
tu as despêzas. Até outra vez!<br />
Apertaram-se as mãos. Os três inseparáveis<br />
saíram.<br />
Apenas chegaram fóra, Lalongueur<br />
disse :<br />
— É preciso fallarmos a êsse velho<br />
malandro do Lanout.<br />
— Cortando nós aqui pelos terrenos<br />
incultos Irérnos com certêza apanhá-lo<br />
a entrar em casa, disse Grosbouleau.<br />
— Entám a caminho e depressa.<br />
Petite e os dois homens deixaram a<br />
estrada e começaram a correr por entre<br />
as estâncias de madeira. Quando<br />
desembocavam no fim da rua das Damas,<br />
o tio Lanout parou.<br />
Vendo três vultos correrem em direcção<br />
a êlle deu um salto para traz e<br />
meti,eu a mão ao bolso, sentiu se o<br />
estalido d'uma arma quando se aperra.<br />
Lalongueur tinha bom ouvido; dete-<br />
ve os seus companheiros e gritou logo:<br />
— É gente de paz, tio Lanout, nada<br />
de brincadeiras... É Lalongueur e<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
quem, olhando para o comboyo que<br />
se approximava, visse que inotímeros<br />
córpos eram atirados pelo ar: córpos<br />
humanos e peças metállicas. A máchina<br />
fizera-se em estilhaços, o machinísta<br />
Francisco Gama, o fogueiro<br />
Lucjo Aarão e o guarda-freio Alexandre<br />
Olympio fôram víctimas' do horroroso<br />
desástre. Gaina e Olympio, atirados<br />
violen lamente contra a cêrca de aramed'ahi<br />
recochetáram Indo parar, seminus,<br />
debaixo dos carros do próprio comboyo.<br />
O fogueiro Lucio foi arremessado<br />
a grande altura, descrevendo uma<br />
trajectória por cima da casa do nego<br />
ciante Reis, que tem 17 metros de<br />
altura, indo cair a uma distância de<br />
100 metros!<br />
Duas casas próximas á estação fôram<br />
subitamente prêsas das chammas e,<br />
quando já não se sabia a que pontos<br />
acudir, ainda fôram encontradas por<br />
terra, aos gritos, duas crianças que<br />
passavam á beira da estrada no mo-<br />
mento do sinistro terrível.<br />
Por toda a parte se encontravam<br />
fragmentos da máchina. Os poucos<br />
passageiros que o comboyo levava<br />
soffreram apenas um grande choque e<br />
um tremendo susto. Os passageiros do<br />
comboyo que cruzou com aquelle escapáram<br />
milagrósamente.<br />
As causas da explosão fôram a excessiva<br />
pressão das caldeiras e a falta<br />
de agua, o que ficou provado pela incandescência<br />
dos fragmentos da máchina,<br />
encontrados.<br />
A máchina separou-se do tender e<br />
dos carros violentamente, indo explodir<br />
em cima da gdre da estação, a 50<br />
metros de distância do comboyo.<br />
IFálorica Confiança<br />
Qs srs. Antonio Duarte Areosa e<br />
João Gomes d'Oliveira Mendonça Cortez,<br />
por escriptura pública lavrada em 24<br />
do corrente, dissolveram a sociedade<br />
que tinham com o sr. José Maria Coudel<br />
comprando todo o activo que êste<br />
nella tinha, incluindo a terça parte do<br />
edifício e machinismos da mesma fábrica<br />
de moágem e massas.<br />
Ficam fazendo parte da sociedade<br />
os srs. Areosa e Cortez girando a firma<br />
sob o nome Areosa & C. a .<br />
O sr. José dos Santos Lameiras, distribuidor<br />
rural do concelho de Coimbra,<br />
foi provido no logar de 3.° distribuidor<br />
do mesmo concelho, vago pela licença<br />
illimitada concedida ao empregado d'es<br />
ta categória sr. José da Costa.<br />
Na revista americana Scientific<br />
American analysa-se a vida de um<br />
homem de 50 annos e dessa anályse<br />
chega-se ao resultado seguin<br />
te : 6:500 dias de trabalho, 6:000<br />
Grosbouleau que deseja*m fallar-lhe so<br />
bre um negócio.<br />
— Fallae d'ahi, entám, ou ide ámanhã<br />
a minha casa, de dia.<br />
— Mas, senhor Lanout, disse Gros<br />
bouleau adiantando a cabeça sem mefcher<br />
a sua gorda pessoa; é isso justa-<br />
mente o que queríamos: Nós trabalhamos<br />
agora por nossa conta.<br />
— Casa Grosbouleau, Lalongueur á<br />
C. a , disse soltando uma gargalhada o<br />
velho Lanout, ao recordar-se da sua<br />
conversa com o barão.<br />
— Justamente... témos um saldo<br />
de fazendas de primeira ordem, bronzes<br />
e tpcidos, para vender.<br />
— Está bem. Entám até ámanhã.<br />
—Antes de partir desejava poder<br />
dizer-lhe uma palavra, insistiu Grosjouleau.<br />
— Entám anda depressa, mas vem<br />
tu só.<br />
Pronunciando estas palavras, o veho<br />
receptador tirára a mão do bolso,<br />
onde tinha o rewolver. Esta confiança<br />
imitada não intimidou Grosbouleau,<br />
que, se approximou dizendo-lhe a meia<br />
voz:<br />
— DeiXae a porta do pateo aberta<br />
esta noite, pira lá mettermos as fazendas<br />
quando chegarmos de madrugada.<br />
— Bom, fico inteirado.<br />
— Boas noites, senhor Lanout.<br />
— Boas noites, senhor Lanout, repe-<br />
tiram Lalongueur e Petite.<br />
— Boas noites, meus filhos, respon-<br />
deu o velho tio Lanout, que nâo perdera<br />
o tempo com a demora.<br />
de somno ou descanço, 4:000 de<br />
distracções, 500 de doença, além<br />
de 2:000 kilómetros de caminho<br />
andado.<br />
Mais ainda: 36:000 refeições,<br />
durante as quaes consumiu 6:000<br />
kilogrammas de carne e 4:000 de<br />
peixe, ovos e legumes, e bebeu<br />
32:000 litros de vários líquidos.<br />
Republica francesa<br />
Passou hontem o anniversário da<br />
florescente Republica Francesa.<br />
Foi concedida licença régia para re<br />
ceber ordens sacras ao ordinando Antonio<br />
Simões Carvalheira, da diocesse<br />
de Coimbra.<br />
Centro Recreativo Conimbricense<br />
Passa ámanhã o primeiro anniversário<br />
d'esta sociedade recreativa.<br />
Para commemorar esta data, haverá<br />
por iniciativa do sócio fundador sr.<br />
José Coimbra, um banquete às 6 horas<br />
da tarde que será servido na séde da<br />
sociedade.<br />
Em circular ás 4 divisões territoriaes<br />
e aos commandos militares das ilhas<br />
adja centes foi determinado que de futuro<br />
às praças a quem não possa descontar-se<br />
a importância necessária para<br />
completara terça parte do vencimento,<br />
nos termos do artigo 48.° e seus §§<br />
do regulamento disciplinar, se abone<br />
unicamente 10 réis diários, como se<br />
determina no artigo 347.° do regulalamento<br />
da fazenda militar, constituindo<br />
o résto do prét líquido o des-<br />
conto relativo â detenção.<br />
Esquadra italiana<br />
O governo italiano tem presentemente<br />
em construcção os seguintes<br />
navios de guerra:<br />
No arsenal de Venêsa, o couraçado<br />
Ammiraglio di Saint-Bon, de<br />
105 metros de comprimento, máchina<br />
de 13:000 cavallos e artilhe<br />
ria de grande calibre.<br />
Nos estaleiros de Castellamare o<br />
couraçado Emanuele-Filiberto, aná-<br />
logo ao precedente.<br />
Nos estaleiros de Sestri Possenti,<br />
o Giuseppe Garibaldi, navio de com<br />
bale de segunda classe.<br />
Na casa Orlando, de Liverpool,<br />
o Varese, também navio de combate<br />
de segunda classe.<br />
Noutros estaleiros, os navios Victor<br />
Pisani, Agordat e Coati e vários<br />
torpedeiros.<br />
Custam êstes navios á Itália a<br />
somma de 14:400 contos de réis<br />
em ouro.<br />
KALENDARI0 DE JANEIRO,
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e era todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos capítulos:<br />
A mi •• li a entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
lrfmoe'ro lioje—O regulamento - - ©» presos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte —Fugas célebres<br />
— Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalho—A minba<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Aodeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsns, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Gamara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 — RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES 6RÂGÀ<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
» DK<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
SO, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco (TAImedina)<br />
COIMBRA<br />
ffll Hvdraillira' Grande depósito da Companhia Cabo Mon<br />
uai fljUiauiRia. ^ego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
fllPPtriíMdíirip o ôntica Agência da casa Ramos & Silva de<br />
ulCUIMUdUc e upuid Lisboa) constructores de pára-raio»,<br />
campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintíie nara ninfnrae • Alvaiades, óleos, agua-raz,crés,gesso<br />
lilliaa paia ^miutaa. vernizes, e muitas outras tintas e<br />
artigos para pintores. •<br />
PilTlPlltflQ' to^ 3 e Cabo Mondego, as melhores qualidades<br />
vUuwUlUb.» que 8e empregam em construcçôes hydraulicas.<br />
DiVPriíW Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moii/iiCI<br />
oUoi nii0S e torradores para café, máchinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades. ,<br />
Ferragens para construcçôes: p a J ^ ? t r . r t<br />
Lisboa e Porto.<br />
De ferro e arame primeira qualidade com grandes<br />
descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />
obras.<br />
Ciitilaria:<br />
Cutilaria nacional e extrangeira dos melhores audores.<br />
Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
FamiPllW Crystofle, metal branco, cabo d'ébano e marfim,<br />
1 a^uciiuo • completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
Louças Uglêsas, de ferro:<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
jUffldG de fntfA. Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, remiuao<br />
uo wgu, yolvers, espingardas para caça, os melhores<br />
systemas.<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabeliãs e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO ALIER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °|o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
L U Z A L V Í S S I M A<br />
Encommendas:<br />
a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A/ venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
~A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />
COIMBRA<br />
8 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
U Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE CIMA—80<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
f<br />
C O I M B R A<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Fiítrolalé<br />
de porcellana d'amianthô<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. 1<br />
CÂVALLOS<br />
8 Muares, etc.; esquinéneias,<br />
«1 sobrecannas, ovas, separavões,<br />
manqueiras, fraquezas<br />
de pernas, etc.. curam-se<br />
com o LINIMENTO VISICANTE<br />
COSTA, e preferível ao fogo e<br />
untura forte em todos os casos,<br />
Frasco 900 réis. Á venda nas<br />
principaes terras.— Depósitos:<br />
Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />
194; Ferreira & Ferreira, rua<br />
da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />
Moura, largo de S. Domingos,<br />
99.—Coimbra: Rodrigues<br />
da Silva, rua Ferreira<br />
Borges, 128.—Depósito geral:<br />
Pharmacia Costa — Sobral<br />
de Mont'Agraço.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
9 flonsliltas todos os dias<br />
v das nove da manhã às<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro exlràngeiro<br />
ROA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao público em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
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Também installa e concerta<br />
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afiançados.<br />
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11 Adinitte-se um com práctica<br />
de papelaria e tabácos.<br />
Coimhra-Rua de Ferreira Borges,<br />
207 a 211.<br />
12 Weude-se a casa n.° 12,<br />
» na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 4000000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedrancha<br />
l3MUdou-se para a rua do<br />
1" Loureiro.<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart.—360.<br />
14* Ma rua da Mathematica n.°<br />
il 6, vendem-se todos os<br />
dias de manhã ou á noite dois<br />
a três litros de leite de vacca<br />
de superior qualidade, a preço<br />
de 100 réis cada litro.<br />
"RESISTENCIA,,<br />
PtJBLICA-SB AOS DOMINGOS<br />
K QUINTÁS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 20400<br />
Semestre... 1020o<br />
Trimestre 60o<br />
ANNUN CIO S<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assignamtes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Tjp. F. Frangi Anad*—COIMBRA
Grupo Republicano<br />
de Estudos Sociaes<br />
SESSÃO PLEMÃRIA<br />
Resoluções importantes<br />
Reuniu no domingo último, em Lisboa,<br />
o Grupo Republicano de Estudos<br />
Sociaes. Como da primeira vez, compareceram<br />
membros de diversos pontos<br />
do país, justificando a sua falta os<br />
que não poderam comparecer. Alguns<br />
mandaram adhesão incondicional ás<br />
deliberações que fôssem tomadas. Em<br />
harmonia com o disposto na lei orgânica<br />
do Grupo, occupou a presidência<br />
o sr. dr. Ramiro Guedes, médico em<br />
Abrantes.<br />
A revolução de 31 de Janeiro<br />
Como se désse a coincidência de<br />
reunir o Grupo no dia 31 de janeiro,<br />
s. ex. a historiou a largos traços aquella<br />
mallograda revolução, frizaudo que<br />
ella foi o primeiro protesto que a consciência<br />
republicana fez ouvir nas ruas.<br />
por entre tiros, contra as instituições<br />
que nos arruinam e nos vexam.<br />
Sente-se solidário com os homens<br />
que na madrugada célebre d'aquelle<br />
dia fizeram ás suas idéas o sacrifício<br />
das suas vidas, sem cálculos de egoísmo<br />
e sem hesitações de mêdo.<br />
O sr. dr. Duarte Leite, lente da Academia<br />
Polytéchnica do Porto, discorrendo<br />
sobre o mesmo assumpto, disse<br />
que o 31 de Janeiro é, sem dúvida,<br />
uma data que convém não esquecer,<br />
mas é, principalmente, um exemplo<br />
que é indispensável seguir. As causas<br />
que determinaram aquelle movimento<br />
subsistem ainda, aggravadas com mais<br />
seis largos annos de crimes e de inépcia<br />
dirigente. Quer isto dizer que os<br />
1<br />
republicanos d'hoje não pódem decli<br />
nar o imperioso dever de, na primeira<br />
opportunidade, sem precipitações,<br />
mas também sem desânimos, renovar<br />
aquella generósa tentativa. Mandou depois<br />
para a mêsa a seguinte moção:<br />
«0 Grupo Republicano de Estudos<br />
Sociaes saúda a memória das victimas<br />
e os sobreviventes do mallogrado movimento<br />
de 31 de Janeiro e faz votos<br />
para que a revolução, cada vez mais<br />
opportuna, se renove com mais vigor<br />
e melhor êxito.»<br />
Foi approvada por acclamação.<br />
O sr dr. Alfonso de Lemos, associando-se<br />
ás palavras do sr. dr. Duarte<br />
Leite, disse que a commemoração<br />
de 31 de Janeiro precisa ser feita nas<br />
ruas e não em assemblêas políticas ou<br />
sciéntificas, discutindo leis ou votando<br />
moções.<br />
O sr. Basilio Telles, um dos homens<br />
do 31 de Janeiro, agradeceu as manifestações<br />
da assembleia e accrescentou<br />
que aquelia data não deve ficar só nos<br />
cérebros como uma recordação piedósa;<br />
deve estar gravada nos corações<br />
como um incitamento á lucta.<br />
Tenente Coelho<br />
Sob proposta do sr. dr. Duarte Leitdo, é mesmo tempo.<br />
Entrando-se na ordem do dia, o sr.<br />
a consagração, aliás desnecessária, da Simplesmente o sr. Salmeron, chefe Bazilio Telles apresentou, para ser dis-<br />
integridade do seu carácter e firmêza do partido republicano centralista, tem cutido, um projecto de lei eleitoral.<br />
das suas convicções republicanas.» um ideal supremo — a reconstituição Usaram largamente da palavra, so-<br />
Foi approvado por acclamação. da velha Hespanha pela reintegração bre este assumpto, os srs. drs. Guilher-<br />
0 sr. dr Guilherme Moreira agrade- de todas as províncias, sem exclusão me Moreira e Alfonso e Costa, lentes<br />
ceu a manifestação da assembléa, af- da província portuguêsa Esta aspira- da Universidade; Os srs. drs. José Befirmando<br />
parecer lhe que a perseguição de Salmeron implica, um errV) hisnevides, Brito Camacho, José Tavares,<br />
ção que lhe faz o ministro do reino é tórico—o de considerar Portugal como Duarte Leite e Celestino d'Almeida.<br />
mais pessoal do que politica. Tem so- província hespanhola, quando é certo<br />
bejos motivos para assiin o affirmar, que nós nos constituímos em corpo de<br />
Crédito Predial<br />
mas êsses motivos não os pôde refe- nação quando ainda a Hespanha era<br />
rir, por agora.<br />
um cahos, mantendo heroicamente a CKsr. dr. Duarte Leite, que se havia<br />
nossa independência numa lucta de inscripto na secção de refórmas eco-<br />
Portugal e Hespanha<br />
toda a hora até ao momento em que nómicas e financeiras, disse ter prom<br />
um conflicto de interessses dynásticos ptos trabalhos sobre refórmas de cré-<br />
0 sr. dr. João de Menezes mandou nos sujeitou a Castella.<br />
dito predial e remodelação das instituições<br />
respectivas. Na impossibilidade<br />
para a mêsa a seguinte moção, que 0 território da Península é bastante<br />
de discutir, sem a devida preparação,<br />
sustentou:<br />
largo para que nelle caibam á vontade,<br />
assumptos de tamanha complexidade,<br />
«0 Grupo Republicano de Estudos sem se hostilizarem e sem se cons-<br />
foi resolvido que todos os projectos<br />
Sociaes: considerando que cão podem trangerem, as republicas hespanhôla e<br />
apresentados sejam impressos e dis-<br />
subsistir antigas dissenções que, em portuguêsa.<br />
tribuídos pelos membros do Grupo,<br />
determinadas circunstancias, a monar- Somos os maiores amigos da Hes para serem discutidos na próxima reu<br />
chia fomentou entre Portugal e Hespa- panha, e somos bastante intelligentes nião.<br />
nha; mas considerando também que e sincéros para não querermos ser os<br />
sam de lodo o ponto anti-patrióticas seus tutores e suficientemente altivos Projectos diversos<br />
as tentativas ibéricas, egualmente em para não sermos os seus pupillos. Nem<br />
certas circunstancias premeditadas pela protegidos da Inglaterra nem cauda<br />
Foram ainda apresentados trabalhos<br />
monarchia, affirma que não pôde ac-<br />
sobre tratados de commércio pelo sr.<br />
tarios da Hespanha.<br />
ceitar qualquer pacto onde não este-<br />
dr. Celestino d'Almeida, e sobre ins-<br />
E pois que se trata da Hespanha,<br />
jam claramente consignadas a absolutrucção<br />
primária e defêsa nacional pe-<br />
dirá uma vez mais que a Republica<br />
ta integridade e independência da fulo<br />
sr. dr. Brito Camacho.<br />
Portuguêsa pôde e deve fazer-se sem<br />
tura Republica Portuguêsa.»<br />
Vam também a imprimir os traba-<br />
dependência dos políticos da nação vi-<br />
Sustentando esta moção, o sr. dr.<br />
lhos do sr.'dr. José Benevides, sobre<br />
sinha.<br />
Menezes disse que ella lhe fôra sugge-<br />
direito privado social, e as refórmas<br />
No Partido Republicano ha quem<br />
rida por umas palavras de Salmeron<br />
a applicar sob o ponto de vista moral<br />
entenda que a Republica Portuguêsa<br />
em um comício d'Alicante. Tem o maior<br />
e económico.<br />
só é viável quando já a Hespanha fôr<br />
respeito e a mais subida consideração<br />
Encerrou-se a sessão ás 5 horas da<br />
republicana. Isto é um erro e um erro<br />
pelo eminente vulto do partido repu-<br />
tarde.<br />
oue convém repudiar com energia.<br />
blicano hespanhol, uma das mais altas A revolução em Portugal deve fa-<br />
capacidades philósophicas e políticas<br />
REUNIÃO DA NOITE<br />
zer-se... quando poder fazer-se. A<br />
da Península; mas esse respeito e es- necessidade da Republica è de todos Reuniram novamente, pelas 8 horas<br />
sa consideração não o ínhibem de pro- os instantes; a opportunidade de a da noite os sócios do Grupo de Reputestar,<br />
como republicano e como patrio- proclamar é a primeira occasião que blicanos dos Estudos sociaes. Tomou-se<br />
ta, contra a affirmação de iberismo á democracia portuguêsa se ofereça. conhecimento da demissão do sr. Tei-<br />
contida nas suas palavras. 0 federalis- 0 sr. Brito Camacho frisou umas paxeira Bastos, redactor do Século.<br />
mo é, sem dúvida, uma doutrina scienlavras do discurso do sr. Salmeron,<br />
tifica; mas a Ibéria do sr. Salmeron chamando para ellas a atlenção do<br />
Novos sócios<br />
não é bem a federação dos estados li- Grupo. 0 austero republicano hespanhol<br />
vrei- da Península: antes significa a<br />
Em harmonia com as disposições do<br />
dissera que iriam republicanos portu-<br />
integração da nacionalidade portuguêsa<br />
artigo 3.° das bases da constituição,<br />
guêses a Madrid, tomar parte nas fes-<br />
na Republica Hespanhola, unilária e<br />
foram votados diversos sócios.<br />
tas de 11 de fevereiro. Quem fizera essa<br />
centralista.<br />
Sam elles os sr. dr. José Jacintho<br />
promessa ? Convinha averiguar este<br />
Ê pela Hespanha contra a Inglaterra,<br />
Nunes, advogado em Grandola; dr.<br />
ponto, para justa liquidação de res-<br />
a nossa pérfida alliada de ha tresentos<br />
Antonio Vieira, médico em Louzã; dr.<br />
ponsabilidades.<br />
annos; mas é contra a Hespanha e<br />
Guilherme Godinho, médico em Almei-<br />
0 partido republicano não tem, no<br />
contra a Inglaterra quando se trata da<br />
rim ; dr. Moraes Sarmento, médico em<br />
momento actual, uma direcção superior,<br />
autonomia da patria portuguêsa. A<br />
Benavente; dr. Cupertino Ribeiro, mé-<br />
oficialmente reconhecida e por isso<br />
fronteira luso-hespanhola não é, nem<br />
dico em Lisboa; dr. João Chaves, mé-<br />
mesmo auctorizada; d'aqui, a neces-<br />
pôde ser, para nós, republicanos pordico<br />
em Lisboa; dr. Damião Antonio<br />
sidade que tem o Grupo de protestar<br />
tuguéses, um muro d'ódios e vingan-<br />
Felix, médico em Arrayollos ; dr. Al-<br />
contra as palvras do sr. Salmeron, no<br />
ças; mas subsiste ainda, e ha de subfredo<br />
Trony, advogodo em Loanda.<br />
que ellas encerram deoffensivo para a<br />
sistir sempre, como uma afirmação de<br />
Ficaram pendentes várias outras<br />
nossa altivez de palriótas. Não ba dú-<br />
independência, de vida livre.<br />
propostas relativas à admissão de nóvidas<br />
que o sr. Salmeron, um politico<br />
Nada de illusões. A Republica Porvos<br />
sócios.<br />
philósopho, tem sempre acalentado o<br />
tuguêsa será a mais sincera alliada da<br />
Passando a disculir-se outros assum-<br />
sonho d'uma Ibé> ia banhada ao sul pe-<br />
Republica Hespanhola, mas simplesptos,<br />
sobre os quaes se resolveu manlo<br />
Mediterrâneo e abrigada ao norte<br />
mente a sua alliada. Unicamente isso.<br />
ter completa reserva, foi votada por<br />
pelos Pyrineus. Se haexaggêro nas pre-<br />
Usaram da palavra, sobre a moção<br />
unanimidade a seguinte<br />
tensões do sr. Pi y Margall, querendo<br />
do sr. dr. Menezes, os srs. drs. José<br />
reconstituir todas, absolutamente todas<br />
Benevides, Bazilio Telles e Brito Ca-<br />
Declaração<br />
as províncias hespanholas da edademacho.média,<br />
não é menor o exaggêro de Sal- 0 Grupo Republicano de Estudos So-<br />
0 sr. dr. Benevides approvou a momeron<br />
afirmando que as velhas prociffes, agradecendo as moções que a<br />
ção apresentada pelo sr. dr. Menezes<br />
víncias da Hespanha perderam de ha seu respeito foram votadas, em as-<br />
e assignada também pelos srs. Brito<br />
muito as características—raça, leis, resembléa geral do Partido Republicano<br />
Camacho e Joaquim Madureira. Teve<br />
ligião e costumes— eram mais accen- de Lisboa, assim como por várias com-<br />
occasião de conhecer perfeitamente o<br />
tuadas.Oque se pôde chamar exaggêmissõps municlpaes das províncias, e<br />
sr. Salmeron, quando foi da sua última<br />
ro, considerando só a Hespanha, tem as referências a elle feitas egualmente<br />
visita a Portugal, ha dois annos Nunca<br />
de se chamar um crime desde que pela imprensa democrática, e registan-<br />
lhe ouviu uma palavra que denunciasse<br />
da con-<br />
comprehenda Portugal.<br />
do o applauso por estas entidades con-<br />
o propósito de confundir a Republica<br />
stituição do Grupo, para ser eleito, por<br />
Portuguêsa ou Republica Hespanhola, Acha, pois, opportuna a moção qua ferido às suas resoluções, declara que<br />
acclamação, o tenente Coelho.<br />
formando um todo homogéneo. 0 sr. se está discutindo e espera que ella procurará corresponder aos incitamen-<br />
Voto de sentimento<br />
Salmeron é um grande amigo de Por- seja approvada por todos, apesar do tos que entám e depois lhe têem sido<br />
tugal, muito intelligente para não com- muito respeito que a todos merecem dirigidos, cumprindo desinteressada-<br />
0 sr. Brito Camacho propôs um voto prehender o absurdo d'uma absorpção os talentos do sr. Salmeron e da muimente o dever imposto no actual mo-<br />
dê sentimento pela morte do sr. José da Republica Portuguêsa pela Reputa estima que professam todos pela namento a todos os republicanos portu-<br />
Maria Marreiros, presidente da comblica Hespanhôla, e ao mesmo tempo ção hespanhola.<br />
guêses.missão<br />
republicana de Castro Verde. muito altruísta para querer o sacrificio Sobre o mesmo assumpto, fallou A seesao encorrou se às 12 horas<br />
Foi approvado por acclamação. d'uma nacionalidade com todos os ele- ainda o sr. dr. Estevam de Vasconcel- da noite, ficando dependente da im*<br />
mentos de vida própria.<br />
los, pronunciando-se pela necessidade pressão de vários trabalhos, salvo cir-<br />
A perseguição ao sr. dr. Guilherme 0 sr. Bazilio Telles fez o elogio de de votar a moção apresentada, tanto cunstancias urgentes, a convocação<br />
Alves Moreira<br />
Salmeron, que teve occasião de conhe- mais que elle, orador, em conversas da terceira reunião plenária.<br />
cer pessoalmente em Madrid, dnrante repetidas com o sr. Salmeron, por oc-<br />
Seguidamente, o sr. dr. Brito Cama- o seu exílio. Considera-o a maior cacasião da centenário Colombino, lhe<br />
cho mandou para a mêsa o seguinte pacidade politica da Hespanha actual. ouvira muitas vezes claras afirmações Entrou no 42.° anno da sua pu-<br />
protesto:<br />
Ê um espirito philosóphico, na mais de iberismo.<br />
blicação o nosso prezado collega O<br />
«0 Grupo Republicano de Estudos larga acepção da palavra, e sobre a A moção do sr. dr. Menezes foi ap- Tribuno Popular,<br />
§wiaçs protesta contra a perseguição austeridade do seu caracter nâo ha provada por acclamação,<br />
Sinceramente o felicitámos.<br />
B a g r a t e l l a s<br />
Mais duas palavras a propósito<br />
do projecto de lei em favor dos monumentos<br />
nacionaes, apresentado na<br />
câmara dos pares pelo sr. Fernando<br />
Larcher.<br />
Portugal, isto não é novidade, é<br />
talvez a única nação do mundo civilizado,<br />
onde não existem serviços<br />
organizados de museus públicos,<br />
dotação para acquisições d'arte e<br />
leis protectoras dos monumentos,<br />
etc.<br />
Em qualquer publicação da especialidade<br />
se pode vêr como as<br />
iniciativas officiaes nos outros países<br />
se agitam num esforço constante, e<br />
como as energias locaes, estimuladas<br />
pelo incitamento e pelo auxílio<br />
superior, coopéram para o derramamento<br />
progressivo d'esses centros<br />
de educação.<br />
Porque é nos museus públicos,<br />
nos monumentos, em lodos os documentos<br />
da actividade e do génio<br />
artístico, da alma do passado, que<br />
a illustração do trabalho encontrará<br />
os germens da renovação esthética<br />
que se prepara. E sam as nações<br />
mais poderosas e preponderantes<br />
pela sua actividade artística e industrial,<br />
que mais avultadas verbas<br />
inscrevem nos seus orçamentos para<br />
a ampliação illimitada do ensino artístico<br />
e das grandes collecções públicas.<br />
Aqui nem mesmo é possivel es-<br />
tabelecer um parallelo.<br />
0 museu nacional de Lisboa, o<br />
primeiro e o único, de programma<br />
um pouco confuso, é sob todos os<br />
pontos de vista uma instituição modestíssima,<br />
se se pretende a comparação<br />
com qualquer dos que enriquecem<br />
as grandes capitaes.<br />
As modernas tendências da arte,<br />
exhaurida toda a substância de vitalidade<br />
que continham as fórmulas<br />
resuscitadas da architectura grecoromana,<br />
depois de gastas em ten-<br />
tativas creadoras todas as energias<br />
de quatro séculos de talento e de<br />
actividade prodigiosa, buscam novos<br />
rumos na herança do passado, na<br />
índole e nas puras tradições do<br />
génio nacional.<br />
Só em Portugal, onde a educação<br />
dos artistas não encontra temperatura<br />
adequada á expansão da<br />
sua liberdade e á florescência do<br />
seu engenho, é possivel que occorram<br />
anedoctas como esta. No Grémio<br />
Artístico propôs-se ha annos em<br />
assembléa geral, que alii de sucia,<br />
entre joviaes amigos, se lançassem<br />
as báses a um novo estylo português<br />
II...<br />
E atrozmente significativo e pavorôso!<br />
Mas legitima consequência<br />
da fatalidade das condições!...<br />
Basta dizer: em Portugal, onle<br />
abundam relíquias da antiga gran-<br />
deza, não ha uma publicação permanente<br />
de arte, subsidiada pelo<br />
Estado; não tem havido de facto<br />
uma commissão de vigilância com<br />
auctoridade e competência efficaz,<br />
para obstar aos desvarios praticados<br />
nos monumentos á custa do thesouro<br />
público. Não se adquire no<br />
ensino superior, nem no secandáriQ,<br />
uma noção de arte,
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 4 de fevereiro de 1897<br />
Sarau do Instituto<br />
Á escacêz das dotações até<br />
agora votadas para os monumentos,<br />
que o Estado tem protegido, se deve<br />
a felicidade relativa de alguma coisa Cheias de luz as salas muito<br />
ainda restar, porque está provado brancas, em que riam apenas so-<br />
que, com meios abundantes, os bre as portas e janellas sêdas ver-<br />
desastres seriam ainda maiores, sob melhas artisticamente collocadas.<br />
a inspiração dos funccionários da<br />
obra pública, engenheiros, con- O programma breve: apenas dois<br />
ductores e capatazes. A junta con- discursos dos srs. drs. Bernardino<br />
sultiva tudo approva, por incapa- Machado e Lopes Vieira, e alguns<br />
cidade, por favor e por capricho! números de música da J^na Aca-<br />
E nesta pesada athmosphera, de démica, d'uma execução muito cor-<br />
longe a longe, uma ou outra interrecta e que affirma mais uma vez<br />
pellação, um ou outro projecto de o saber e actividade de Simões Bar-<br />
lei se destaca inutilmente na mebas.lanchólica rotação dos episódios O sr. dr. Lopes Vieira discursou<br />
parlamentares! I<br />
sobre A glorificação do trabalho pela<br />
Isto não obstante as invectivas, hygiene.<br />
os movimentos da opinião, os es- Foi um sermãosinho, a que nem<br />
forços reiterados e corajósos, pela o latim faltou, tentando justificar<br />
penna, pela palavra e pela acção, Nosso Senhor de ter imposto ao ho-<br />
de indivíduos de reputação e aumem o trabalho como castigo. ..<br />
ctoridade, desde longos annos em- Citações eruditas, e Deus por<br />
penhados na reconstituição artís- aqui, e Deus por alli, e sempre Deus<br />
tica da vida nacional.<br />
em todos os períodos desde o pri-<br />
Hoje estes assumptos já se não meiro até ao último.<br />
discutem, impõem-se!<br />
Foi uma ladainha galante que<br />
E quando os povos pela inércia, deve ter agradado immenso ás Se-<br />
pela ignorância, ou pelo espirito de nhoras.<br />
reacção dos seus governantes não<br />
sabem acompanhar a marcha triumphal<br />
da civilização, esses povos fi- Eu bem sei que não!<br />
cam expostos ás contingências pe- Desculpem vv. ex.<br />
rigósas e ás ameaças demolidôras<br />
d'um futuro desconhecido 1<br />
Esta sentença é um logar commum<br />
e parece extraída d'um discurso<br />
do Conselheiro Accacio; mas<br />
é profundamente sensata e rigorosamente<br />
verdadeira 1<br />
A.<br />
Estudantes republicanos<br />
de Lisboa<br />
Accentua-se o movimento. Em<br />
Lisboa, na redacção do Paiz, reuniram-se,<br />
ante-hontem, os estudantes<br />
republicanos de Lisboa para<br />
tratarem da fundação d'um grémio<br />
académico democrático. O antigo<br />
Grémio Académico de Estudos Sociaes<br />
foi dissolvido, e, em vez d'elle,<br />
vae formar-se na capital uma larga<br />
e enthusiástica aggremiação de estudantes<br />
republicanos, disposta á<br />
contribuir, quanto em suas forças<br />
caiba, para a próxima proclamação<br />
da Republica.<br />
E, pítra que se veja como a acção<br />
do Grupo Republicano de Estudos Sociaes<br />
encontrou echo no coração d'aquella<br />
sympáthica mocidade, transcrevemos<br />
em seguida a moção que,<br />
no meio de palmas e vivas, os estudantes<br />
votaram antes de haverem<br />
iniciado quaesquer outros trabalhos<br />
:<br />
«Os estudantes republicanos de Lisboa,<br />
convencidos de que a propaganda<br />
republicana se deve alliar a mais<br />
escrupulósa moralidade e. que a implantação<br />
da Republica se torna cada<br />
vez mais urgente, applaudem entusiasticamente<br />
a conducta do Grupo Republicano<br />
de Estudos Sociaes, e fazem<br />
votos para que continue no caminho<br />
que traçou.»<br />
Muito bem. Que a mocidade proceda<br />
assim, em Lisboa como aqui,<br />
aqui como no Porto ou nos outros<br />
centros do país, e a Republica será<br />
um facto e uma redempção dentro<br />
de pouco tempo.<br />
Os corações juvenis sabem dar<br />
effectividade ás mais transcendentes<br />
doutrinas scientíficas.<br />
Contribuições<br />
Fòi prorogado até ao dia 28 do<br />
corrente mês o praso para o pagamento<br />
voluntário dás contribuições<br />
geraes do Estado.<br />
a Talhando-se um papel de reformador,<br />
o sr. dr. Bernardino Macha-:<br />
do córta por tudo e deixa-se só, sem '<br />
mais ninguém:<br />
«Na selva escura das disciplinas escholares,<br />
o espirito do educando extravia-se<br />
e perde se.<br />
Sam tudo abstracções, que elle ignora<br />
d'onde vêem, e ao que Vêm; é<br />
tudo para elle, émflm, uma especie de<br />
jogo de azar mental Nada o firma na<br />
vida! Ás sciencias, artes e industria<br />
que aprende, falta o amoràvel vinculo,<br />
que lli'as deveria atar ao coração. Estuda-se<br />
entre nós, como se para nós<br />
não houvesse uma pátria, como se cada<br />
objecto do nosso estudo não fôsse<br />
um elemento integrante d'essa pátria;<br />
quando nada da nossa terra nos devia<br />
ser indifferente, quando nem uma pedra<br />
d'ella é uma pedra qualquer, mas<br />
tem um cunho nacional, local, familiar,<br />
è a pedra doméstica do nosso lar, é a<br />
pedra do baptistério, do moinho e da<br />
fonte da nossa povoação natal, e é a<br />
pedra lascada que recórda as nossas<br />
orígeBS ou a pedra dos monumentos,<br />
emblema da nossa glória, que celébra<br />
os feitos dos nossos antepassados. Cada<br />
objecto tem umi história, que o<br />
educando precisa de conhecer e de<br />
amar; uma história e um destino! »<br />
Para o sr. dr. Bernardino Machado<br />
nada existe. Os trabalhos modernos,<br />
tentando ligar o artista ao<br />
solo português, inspirando-lhe o<br />
'; mas é para amor da sua terra e o culto da sua<br />
o não desgostar de todo.. . arte, finge ignorá-los s. ex.<br />
Terminou em Verso solto :<br />
o trabalho<br />
é a vida<br />
é a saúde<br />
é a abundância<br />
é a condição da humanidade<br />
é a distracção do espírito<br />
é allívio pura os pesares<br />
é esteio para a moralidade<br />
é garantia da sociedade<br />
é alavanca do progresso<br />
é o immortaiisador do homem<br />
é a alegria da familia<br />
é o recurso de todo o desgraçado<br />
é ai que mal sôa<br />
sorriso que desfallece.<br />
Ah! Perdão 1 Isto é d'outro fado!...<br />
O discurso do sr. dr. Bernardino<br />
Machado é mais grave.<br />
Para acudir ao operariado o sr.<br />
dr. B. Machado formúla esta theoría:<br />
«Não me lífriito a formular o problema,<br />
aventarei também a sua solução.<br />
E' que a ninguém seja lícito seguir<br />
um curso de instrucçâo secundária,<br />
sem que esteja ao mesmo tempo fazendo<br />
o seu tirocínio offlcinal, nem se permitia<br />
o accesso a uma faculdade ou<br />
eschóla superior a quem não seja ainda<br />
mestre em alguma profissão; e, reciprocamente,<br />
que a todo aprendiz que<br />
se prepara para operário, se franqueie<br />
o ensino médio burguês como a todo<br />
operário que se prepára para mestre,<br />
se abram as últimas portas dos<br />
lyceos, de tal modo que, depois de<br />
haver passado de operário a me^Jre,<br />
o mesmo individuo vingue ainda hábil<br />
itar-se a assumir um dos primeiros<br />
cargos sociaes».<br />
VV. ex." comprehenderam? Sabem<br />
a única justificação d'esles períodos<br />
cheios de coisas irrealizáveis?<br />
A justificação é o período que<br />
se lhes segue:<br />
«Numa palavra, que todos os soldados<br />
possam aspirar ao generalato, e<br />
não haja offlcial superior que não tenha<br />
passado pelas fileiras!».<br />
Fez a theoria para collocar uma<br />
figura de rhelórica.<br />
Uma theoria nova para justificação<br />
d'uma figura velhal...<br />
O general, os soldados, as fileiras...<br />
uma figura do primeiro império<br />
!...<br />
0 sr. dr. Bernardino Machado<br />
anda com o figurino 1...<br />
a Jardim Botânico possue da nossa<br />
| flora, creando sociedades para es-<br />
. tímulo dos estudos de botânica na-<br />
Icional e promovendo, sem incitamento<br />
e sem glorificação, sem música<br />
e sem rhelórica, a cultura de<br />
plantas que poderám ser uma fonte<br />
de riquêza nacional ?. ..<br />
Não se procura crear o amor ao<br />
solo, á arte portuguêsal...<br />
Entám o sr. dr. Bernardino Machado<br />
que sabe lêr, e que diz que<br />
lê, não conhece as luctas que se tem<br />
travado aqui, em Coimbra, para<br />
livrar essas queridas pedras porluguêsas<br />
da destruição com que as<br />
ameaçava gente de-fóra?<br />
Pois não sabe o sr. dr. Bernardino<br />
Machado que os artistas de<br />
Coimbra têm, ha muito tempo, quem<br />
lhes ensine o amôr do seu país e os<br />
ajude a estudar e a respeitar o trabalho<br />
nacional nas grandes obras<br />
darte, como nos pequenos objectos<br />
da indústria nacional?<br />
Pois não sabe o sr. presidente do<br />
Instituto, que discursa no andar<br />
nobre, o trabalho dos sem-fortuna<br />
que no Museu vam modestamente,<br />
no rez do chão, accumulando collecções<br />
d'arte nacional, e andam<br />
correndo officinas, chamando os ar-<br />
.. . tistas ao culto do passado, e guian-<br />
A educação do operário é o curdo-os, quando elles vêm, cheios de<br />
so do Instituto, o educador é Elle!... inlerésse e de vontade de saber, vi-<br />
Todo o trabalho de Olympio Nisitar aquelles objectos colleccionaculau<br />
Ruy Fernandes (um nome que dos tam devagar, á custa de tanto<br />
devia lembrar-lhel), todos os esfor- sacrifício, e abandonados tam franços<br />
de Antonio Augusto Gonçalves, camente e com tanta alegria ao es-<br />
tudo, tudo isso nada vale.<br />
tudo de todos?...<br />
Se o sr. dr. Bernardino parece Não sabe ?...<br />
ignorar alé o movimenlo da sua Faculdade<br />
!...<br />
Não sabe o sr. Bernardino Ma- Que oS. •. A. • . doU. •. o ilchado<br />
que, ha muito, o ensino lumine!...<br />
da Physica deixou de ser em Coim-<br />
T. C.<br />
bra uma abstracção com a regência<br />
e orientação do sr. dr. Santos Viegas<br />
um sábio, a trabalhar modestamen- No centro regenerador franquiste<br />
sem pensar se a sua fama iria, ta que acaba de organizar-se ha<br />
ou não, longe da terra em que ensi- nada menos nada mais, segundo<br />
nava ?!. . .<br />
informa o Tribuno Popular,(te uma<br />
Ignora o sr. dr. Bernardino Ma- commissão directora, outra central,<br />
chado a orientação dada ao estudo uma l.<br />
da Chimica pelo seu collega dr.<br />
Corrêa Barata é a fórma como elle<br />
hoje é dirigido ?. ..<br />
Ninguém procura prender o alumno<br />
ao seu país ?!.. .<br />
Entám o sr. dr. B. Machado nunca<br />
entrou no gabinete de geologia e<br />
mineralogia; nunca viu o cuidado<br />
que merece ao sr. dr. Guimarães o<br />
estudo da nossa terra, o amor com<br />
que as collecções nacionaes sam estudadas,<br />
e como se procura o seu<br />
augmento, dirigindo excursões pelo<br />
país e incitando os alumnos ao estudo<br />
do solo nacional?. ..<br />
Entám o sr. dr. Bernardino Machado<br />
ignora o trabalho tam antigo<br />
do sr. dr. Paulino d'01iveira, publicando<br />
instrucções práticas que<br />
permitiam a todos os portuguêses<br />
collaborar no augmento das collecções<br />
do museu?. ..<br />
Pois não ha no museu de Zoologia<br />
um grande salão, o melhor salão,<br />
todo destinado á nossa fauna;<br />
não se procura, ha tanto tempo, dotar<br />
o ensino com uma collecção<br />
completa dos animaes que habitam<br />
o solo português ?...<br />
Entám o sr. dr. Bernardino Machado,<br />
d'ha muito habituado a fazer<br />
justiça, finge ignorar o trabalho persistente<br />
do sr. dr. Julio Henriques,<br />
promovendo excursões pelo país,<br />
publicando jornaes de botânica em<br />
que sam tratados os assumptos nacionaes,<br />
augmentando e organizando<br />
as riquíssimas collecções que o<br />
A secção de assembleia geral,<br />
uma 2. a eleitoral, uma 3. a de propaganda,<br />
uma 4. a Grupo franquista<br />
No dia 31 de janeiro reuniramse<br />
nas tristes salas do atiligo Club<br />
Conimbricense os actuaes representantes<br />
do antigo partido dos jaquetas,<br />
que hoje, mercê de três lentes<br />
da Universidade nelle filiados e<br />
mais do sr. Ayres de Campos, se<br />
poderá chamar de meia borla, a fim<br />
de se constituírem em centro franquista.<br />
Não houve discussão, os papeis<br />
tinham sido distribuídos e estavam<br />
devidamente ensaiados.<br />
O sr. Visconde do Banho, contraregra,<br />
conseguiu que não se repercutissem<br />
no pálco as luctas que<br />
houve nos bastidores. A apolheóse<br />
do seu parente sr. João Franco foi<br />
fèita pelo sr. Ayres de Campos com<br />
arrebatadora eloquência. Causou<br />
extraordinária impressão. Os outros<br />
oradores seguiram na mesma ordem<br />
d'idêas, e com não menor brilhantismo;<br />
sustentando que «o sr. João<br />
Franco é o único político consumado,<br />
o único caracter immaculado que ha<br />
no partido regenerador». (Appoiados).<br />
Era da peça. O sr. Visconde do<br />
Banho só queria elogios para o seu<br />
parente.<br />
E certo é que a obra ficou perfeita<br />
e produziu resultados immediatos.<br />
Ein virtude da manifestação<br />
que acaba de receber, o sr. João<br />
Franco subiu uns poucos de pontos<br />
na sua cotação política. A crise em<br />
que se estava debatendo o governo,<br />
foi immediatamente debellada. O<br />
câmbio subiu. Os fundos, idem. A<br />
situação económica e financeira entrou<br />
nujn accentuado período de<br />
rejuvenes&imento. As instituições<br />
vigoriza m-se.<br />
Já ha muitos annos que não se<br />
havia realizado um acto político de<br />
tam assombrósos resultados. Nós,<br />
que bem rudemente os sentimos,<br />
sincéramente o declaramos.<br />
Com o sr. João Franco a dirigir<br />
um partido político em Coimbra<br />
morte macaca espera a outros partidos.<br />
E o célebre diclador do Alcaide<br />
é o presidente do nôvo centro<br />
que se formou!<br />
Lá partiu para Lisboa uma com-<br />
consultiva.<br />
missão a entregar-llie o respectivo<br />
Não sabemos como distribuirám diploma. Um dos membros d'ella,<br />
entre si as altas funcções que têem a professor da Universidade, pedirá<br />
desempenhar a commissão directora ao sr. João Franco, como especial<br />
e a commissão central. Que também obséquio, que continue a guardar<br />
não sabemos como possa haver uma silêncio sobre as successivas repre-<br />
commissão central que não seja disentações que a Universidade tem<br />
rectora e uma directora que não seja feito ácêrca de momentosos e ina-<br />
central, a não ser que a direcção diáveis assumptos relativos ao en-<br />
ande fóra do centro.<br />
sino.<br />
A influência do sr. João Franco Espera-se que será altendido.<br />
já se faz sentir. Ou entám a do sr.<br />
visconde do Banho, que é a mesma<br />
coisa.<br />
31 de Janeiro<br />
E a propósito:<br />
Foi muito importante, como con-<br />
Porque não publicará a Corresfessam<br />
todos os jornaes conservadopondência<br />
de Coimbra, orgão do nores<br />
do Porto, a manifestação celebravo<br />
centro, os nomes dos presidentes<br />
e více-presidentes de todas essas<br />
da pelo partido republicano em ho-<br />
commissões e secções?<br />
menagem ás víctimas da revolução<br />
de 31 de janeiro de 1891.<br />
De todo o país nos chegam notícias<br />
sobre a salutar impressão cau-<br />
Grupo Republicano de Estudos Sociaes sada por essa commemoração pie-<br />
Damos o logar d'honra á nota dosa, em que a saudade pelos ven-<br />
official das deliberações d'este Grucidos se alliou ao profundo ódio pepo,<br />
communicada a toda a imprensa los vencedores.<br />
republicana.<br />
Mais uma vez, o Porto, para hon-<br />
Não nos é possível hoje, por ra nossa, revelou os seus sentimen-<br />
absoluta falta de espaço, fazermos tos ; e quem sabe vêr os factos so-<br />
sobre o assumpto as considerações ciaes sem pessimismos mas também<br />
que merece. Cumpriremos esse grato sem deslumbramentos, deve ter<br />
dever no próximo número.<br />
comprehendido, á vista de tantas<br />
Em todo o caso declaramos já manifestações de força do partido,<br />
que applaudimos incondicional- republicano que a agonia do regimente<br />
todas as deliberações tomamen se approxima, e que é tempo<br />
das pelo Grupo Republicano de Es- de liquidar as suas tremendas restudos<br />
Sociaes.<br />
ponsabilidades.
Por iniciativa do sr. dr. Bernardino<br />
Machado foram creados no Instituto<br />
cursos nocturnos para operários.<br />
As matérias cursadas sam a arithmética,<br />
história, geographia, português<br />
e francês.<br />
A idêa é sympathica e revelia um<br />
intento, generôso. Não nos parece,<br />
porém, que no espírito e lettra dos<br />
estatutos se encontre artigo que tal<br />
permitta.<br />
Muito outro é o fim do Instituto,<br />
e bem mais difficil de conseguir.<br />
Em Coimbra ha uma eschóla industrial,<br />
superiormente dirigida,<br />
com um material, em parte deficiente<br />
ainda, apesar das despêzas feitas,<br />
e o sr. dr. Bernardino Machado<br />
teve melhor occasião de beneficiar<br />
as classes operárias, promovendo<br />
o augmento da Eschola Industrial<br />
Brotero, sempre tam concorrida<br />
dos operários de Coimbra.<br />
Teve essa occasião quando foi<br />
ministro.<br />
Teve-a e perdeu-a 1...<br />
Agora, parece-me que o Instituto<br />
17 . Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento (Tiim forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
V<br />
Em casa d'uma mundana<br />
em 1869<br />
E o punho do barão exprimiu o meio<br />
extremo que empregaria para obrigar<br />
a sua cúmplice a obedecer-lhe.<br />
— Linotte é ainda formosa... tendo-a<br />
na minha companhia, seguro está<br />
o homem, ella é a prova viva do seu<br />
passado 1 Ah ! e está agora na edade<br />
em que os olhos se enganam... oafastamento,<br />
a província, a fortuna!... que<br />
espero vêr sobre o passado 1... com<br />
ella tè-lo-hei sempre seguro, toda a<br />
sua vida.<br />
' O barão calou se, mas o seu pensamento<br />
continuou :<br />
— No dia em que ella fôr demais,<br />
ceifarei de todo êsse passado, as pessoas<br />
e as coisas. Eu devia ter ido mais<br />
cêdo a casa de Esquermoise, já tinha<br />
fallado com o Petite-Mousson; quero<br />
que me diga quanto vale a fortuna de<br />
RESISTÊNCIA— Quinta feira, 4 de fevereiro de 1897<br />
Barrigadas<br />
se melteu em emprêsa difficil e que<br />
não pôde deixar de ter um desfecho<br />
Um barriga, deputado por êste<br />
para lastimar.<br />
districto, eslá mui descontente com<br />
Bem dizia o sr. dr. Manuel Gayo:<br />
o sr. João Franco, que já lhe pare-<br />
— O MVNDO BIBE D'ILLVce<br />
estúpido, e com o governo, que<br />
SÃO! ..<br />
vê em vésperas de trambulhão<br />
monumental.<br />
Realmente, a situação d'um bar- Dr. Lucio Roclia<br />
riga é, hoje, miserável. Nos progres-<br />
Alguns jornaes de Coimbra mensistas<br />
só pôde encontrar chufas; e,<br />
cionam, entre os dirigentes do novo<br />
nos republicanos, ponta-pés. grupo regenérador d'esta cidade, o<br />
Em si mesmo, sobretudo agora, illustre professor de Medicina, sr.<br />
com a quéda do governo, só pôde dr. Lucio Martins da Rocha.<br />
vêr um... baixo-ventre.<br />
Não podemos suppôr verdadeira<br />
a informação. Ou os nossos collegas<br />
Dr. Dias da Silva não reproduzem fielmente o que se<br />
passou no velho casaram da rua dos<br />
Este nosso prezado amigo e dis-<br />
Coutinhos, ou os cavalheiros alli<br />
tincto professor da Faculdade de<br />
reunidos se illudiram relativamente<br />
Direito já regressou a esta cidade.<br />
ás convicções do sr. dr. Lucio Rocha,<br />
que está ausente d'esta cidade.<br />
S. ex. a nando Martins de Carvalho e Sousa tin teve alli um pequeno recontro,<br />
Fernandes.<br />
nas cercanias de Remates.<br />
O Globo filiar-se-h& no partido<br />
republicano, sendo um jornal mais<br />
A columna dispersou os rebeldes,<br />
doutrinário que de combáte. que na fuga abandonáram 8 cadaveres.<br />
A força leal teve 3 mortos e 8<br />
Associaçãs de Classe dos Fabricantes feridos.<br />
de Calçado<br />
—Na cidade de Matanzas en-<br />
Realizou-se na terça feira, pelas<br />
KALENDARIO DE FEVEREIRO, 1897<br />
tregáram-se 16 rebeldes armados,<br />
4 horas da tarde, na sala da Asso-<br />
x<br />
ciação de Classe dos Fabricantes de<br />
Calçado, uma conferência, feita pelo A Correspondência publica uma<br />
*2 9 16 23<br />
3<br />
sr. Vilella Passos, quartanista de carta de Cuba, attribuida a um alto<br />
10 17 24<br />
4 11 18 25<br />
Direito. Tratou o assumpto sobre funccionário politico, e na qual se<br />
5 12 19 26<br />
que fallou com proficiência, sendo encontra o seguinte periodo :<br />
6 13 20 27 —<br />
muito applaudido.<br />
«Não é possivel negar que toda<br />
Á noite, para commemorar o 1.° a gente está hoje esperançada num<br />
annjversário da mesma associação, êxito e numa solução trazida pelas<br />
houve um saráu iitterário-musical- annunciadas reformas politicas».<br />
dramático, que correu muito ani- Toda a questão cubana se limita<br />
mado e deixou os assistentes muito<br />
agora ao interesse que disperta a<br />
bem impressionados.<br />
applicação das reformas.<br />
Diversos sócios pronunciaram dis-<br />
não é um político combacursos e poesias allusivas ao acto,<br />
x<br />
tente; as suas idéias sam única e sendo calorosamente applaudidos. Um telegramma particular de Key F. Fernandes Costa<br />
simplesmente republicanas. E tê- A sala achava-se bellamente ador- West faz suppôr que continuam as<br />
E<br />
mo-lo por homem de caracter.<br />
Associação Commercial<br />
Os nóvos corpos gerentes da Associação<br />
Commercial tomaram pósse<br />
no dia 2 d'este mês.<br />
nada de verdura e flôres e nas pa- negociações entre o governador geredes<br />
viam-se as ferramentas dos ral de Cuba e o governo rebelde<br />
diversos officios dispostas com mui- para se chegar á pacificação da ilha.<br />
to gosto. Foi uma festa muito sym- O telegramma accrescenta que perto<br />
páthica.<br />
deGuanabacoa foi arremessado para<br />
A concorrência foi numerósa, fóra dos carris um comboyo por<br />
tanto de sócios como das suas fa-<br />
meio de dynamite, ficando mortos<br />
mílias.<br />
0 machinista e o fogueiro, e feridos<br />
1 cirurgião e 15 soldados; nos úl-<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
PEDRO FERNANDES THOMAZ<br />
Catálogo<br />
timos combates travados na pro-<br />
A Associação central promotôra<br />
víncia da Havana tomáram<br />
do commércio de vinhos e azeites 1:500 rebeldes.<br />
parte<br />
O jury que tem a examinar os<br />
concorrentes á cadeira de desenho<br />
na 2. a circumscripção é composto<br />
dos srs. drs. Julio Henriques, lente<br />
de philosophia, Antonio José Lourinho,<br />
professor do lyceo de Portalegre<br />
e Angelo Coelho de Magalhães<br />
Vidal, professor do lyceo central do<br />
Porto.<br />
• O Globo»<br />
Deve apparecer no próximo mês<br />
de março um jornal assim intitulado<br />
de que será redactor principal o sr.<br />
dr. Magalhães Lima, entrando na<br />
redacção elfectiva os srs. Gomes da<br />
Silva, Teixeira de Queiroz, Fer-<br />
seu cunhado... Alli está a fortuna;<br />
saccar um quantia! bello negócio! Preciso<br />
associar-me â casa... É uma mina.<br />
0 barão, sorrindo-se, disse a meia<br />
voz:<br />
— A consideração... a entrada na<br />
sociedade... tornar-me-hei um homem<br />
sério, sim ! um bom burguês... Também<br />
é esta a primeira vez que aquella<br />
gente tem alguém intelligente na<br />
quadrilha... Se me sair bem, denuncio<br />
á polícia todos os que conheço. É<br />
um meio facíl de me livrar de ineómmodos<br />
futuros!... Ella tem obrigação<br />
de proteger me por isso que a sirvo<br />
deligenteménte contando lhe o que dizem<br />
as pessoas que-andam mettidas<br />
na política, que se reúnem em sociedades<br />
secretas, e que occultam no forro<br />
dos chapéus a sua divisa — Ordem<br />
pública — ou cantam a Parisienne de<br />
Casimir Delavigne.<br />
Apenas a carruagem parou o cocheiro<br />
veiu abrir a portinhola dizendo:<br />
— Chegamos, bom burguês.<br />
0 barão fltou-o com um olhar feroz;<br />
julgando por momentos que o cocheiro<br />
tinha ouvido os seus pensamentos.<br />
Desfeita, porém, logo esta dúvida, pagou<br />
o preço do carro e subiu os dois<br />
lanços da escada que levavam aos apo-<br />
sentos de Lilia de Esquermoise. Bateu.<br />
Veiu abrir-lhe a porta uma mulher que<br />
teria os seus quarenta annos.<br />
— Ah !, disse ella com a familiaridade<br />
das pessoas habituadas a servir<br />
certa sociedade, fez bem era vir, ha<br />
acába de publicar o Catálogo dos<br />
vinhos enviados á exposição móvel na<br />
Africa do Sul.<br />
Agradecemos o exemplar que<br />
nos foi remettido.<br />
Cuba e Filippinas<br />
As últimas notícias recebidas de<br />
Cuba dizem que continuam os recontros<br />
na província de Pinar dei<br />
Rio.<br />
A columna do coronel San Mar-<br />
duas horas que não fazem outra coisa<br />
senão perguntar por si... a ceia está<br />
no fim.<br />
— Houve ceia esta noite ?, perguntou<br />
o barão, entregando o seu chapéu<br />
e pardessus.<br />
— Sim, têmos novos...<br />
— Novos ?<br />
— Oh 1 sim... vae vê-los... estám<br />
num estado...<br />
— Já?<br />
— Verá, cheios como ôdres.<br />
— Quem está ahi, Baptistine?, ex<br />
clamou uma voz avinhada.<br />
— M. de Lormond, respondeu ésta.<br />
— É o barão!<br />
E immediatamente se organizou um<br />
côro infernal em sua honra.<br />
Este seguiu atraz de Baptistine. Depois<br />
de atravessar a ante-cámara e o<br />
fumoir entrou na sala de jantar uma<br />
sala de jantar á parisiense, isto é,<br />
baixa, pórtas e janéllas estreitas, não<br />
comportando mais de cinco pessôas.<br />
Quando o barão transpôs a pórta,<br />
doze indivíduos, de-ambos os sexos,<br />
cercavam a mêsa, e dos quaes, dez,<br />
mal se podiam já sustentar em pé.<br />
Lélia d^Esquermoire que se acháva<br />
pérto da pórta, cumprimentou o barão<br />
e disse-lhe a meia voz:<br />
— Desesperava já de te vêr, temos<br />
hoje cá muita gente... Vou apresentarte...<br />
Silêncio, tagarellas! Meus senhores<br />
apresento-lhes...<br />
Ouviu-se entám uma gritaria infernal.<br />
Previsão do tempo<br />
Diz Noherlesoom que a primeira<br />
quinzena de fevereiro será rasoavel—<br />
metade boa metade má.<br />
Os dias 9, 13 e 14 seram os peores.<br />
A 9, chegará a depressão do golpho<br />
de Casconha, produzindo chuvas nas<br />
regiões septentrionaes.<br />
A 13 e 14, a chuva, a néve e o<br />
vento produzir-se-ham nas mesmas regiões,<br />
com abaixamento de temperatura.<br />
Em 2, haverá começo de chuvas e<br />
venlo norte, que augmentará até ao<br />
dia 4. Depois manter se-ha regular o<br />
tempo até 9, que é quando se sentirá<br />
—Basta! basta! já o conhecemos!<br />
-—Eu vi-o na exposição...<br />
—Já foi deputado...<br />
— O seu retrato está em Fontainebleau...<br />
segunda série...<br />
— Senhores péço silêncio...<br />
— Como queres que te attendam, se<br />
não ha vinho!...<br />
— Baptistine, champagne...<br />
—Muito champagne! um punch...<br />
— Senhores... eu...<br />
— Não te zangues Lélia, é a alegria,<br />
é preciso desculpa la, exclamou um<br />
peralvilho de dezenóve annos a quem<br />
chamavam o Pequeno Visconde, queres<br />
apresentar-nos Lormond... pódes fazê-lo<br />
e se isso te dá gôsto apresentanos<br />
até a guarnição de Paris...<br />
, —Não é por vossa causa, mas o<br />
conde...<br />
— Este, disse o visconde, designando<br />
um côrpo inérte, deitado, meio corpo<br />
no sofá e meio no chão, e a cabeça<br />
ornada com uma casca de lagosta!. ..<br />
Pertence-me, é um objecto meu, «prohibo<br />
que lhe mexam e que o apresentem<br />
sem minha auctorizaçãos, veio<br />
na minha companhia; ninguém tem o<br />
direito de dispor dos amigos dos outros.<br />
.. E este é meu amigo !...<br />
Pódes agora fazer a apresentação<br />
vá, eu represento-o.<br />
Lêlia obedecendo, adiantou-se conduzindo<br />
o barão pela mão.<br />
— Senhor conde, permitta que lhe<br />
apresente o barão Lormond, um dos<br />
meus melhores amigos.<br />
— Caro barão, como elle está mais<br />
o resultado da depressão formada ao<br />
oorte dos Açores.<br />
No dia 13, estará o centro da borrasca<br />
situado perto dos Alpes, estendendo<br />
a sua acção ao mediterrâneo e<br />
a península ibérica—o que occasionarâ<br />
chuvas, néves e temporal.<br />
Em 14 do corrente ainda durará o<br />
mau tempo.<br />
7 14 21 28<br />
1 8 15 22<br />
Lua nova em 1, às 7,37 m. da m.<br />
Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />
da m. ^<br />
Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n.<br />
Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />
da n.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
Canções populares da Beira<br />
Acompanhadas de 52 melodias,<br />
recolhidas directamente da tradição oral,<br />
e arranjadas para piano<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO<br />
POR<br />
J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />
1 volume de 263 p 800 réis<br />
Pelo correio 850 »<br />
Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />
Augusto Veiga<br />
FIGUEIRA<br />
Piano<br />
Vende-se um quasi novo e de bom<br />
auctor. Nesta redacção se diz.<br />
•<br />
babado do que eu,—abarrotado de vinho,<br />
como tam eloquentemente diz<br />
Baptistine,—dispenso-me de o acordar.<br />
Aqui tem o meu nóbre amigo esta coisa<br />
ébria, rôsto descórado, fáces caídas,<br />
fronte enverdeada, olhos circulados de<br />
negro, cujas pálpebras escondem neste<br />
momento o seu olhar termo, lábios a<br />
babarem-se, bigode ruivo que parece<br />
escuro por estár molhado... Esta coisa<br />
é meu amigo... descendente dos senhores<br />
de Chalus, de Verlaine; um seu<br />
ante-passado esteve ao lado de Philippe<br />
VI na batalha de Cassei, oude recebeu<br />
uma espadeirada na testa, que ía dirigida<br />
ao rei... uma testa dúra era<br />
que a espado flammejante se quebrou;<br />
foi depois d'este successo que Philippe,<br />
como recordação d'este dia, lbe ordenou<br />
que usàsse a divisa seguinte:<br />
«Coração termo, corpo dúro...» Os<br />
seus ante-passados usavam no elmo<br />
uma christa de gallo; os reis chamávam-lhes<br />
grandes senhores... Barão o<br />
homem de pequena estalúra que te<br />
apresento é o último e único rebente<br />
que résta d'esta familia de gigantes;<br />
seu pae não feito senador por ter casádo<br />
com a governanta, de cujo enlace<br />
é fructo o meu amigo conde de Mont-<br />
Perret... Está feita a apresentação...<br />
Tenho sêde... não ha necessidade de<br />
te pôres<br />
bebamos.<br />
naquelle estado, senta-te e<br />
— O punch, gritou um dos convivas.<br />
(Continm.)<br />
.
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encoiitra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as li<br />
vrarias. O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
Limoc ro hoje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte — Fugas célebres—<br />
«cenas de sangue — As prixões e o absolutismo—Mo<br />
tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica. «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />
1 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOiO RODRIGUES BRÂ6À<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 I rmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
** junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
BE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
30, Bua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco (TAImedina)<br />
COIMBRA<br />
Cal Hidráulica 1 ® rande depósito da Companhia Cabo Mon<br />
' dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
Electricidade e óptica S f c — S ^ í<br />
campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintas para pinturas: ^ Í S K T S K f e<br />
artigos para pintores.<br />
AjmonfQQ* Inglês e Cabo Mondego, as melhores qualidades<br />
- que se empregam em construcçôes hydraulicas.<br />
Diversos • ^ ande j a!S > Oleados, papel para forrar casas, moinhos<br />
e torradores para café, máchiaas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas.— Redes de arame,<br />
zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
Ferragens para construcçôes:<br />
Grande sortido que vende<br />
O r vvuunuvywvo. preços eguaes aos de<br />
Lisboa e Porto.<br />
De ferro e arame primeira qualidade com grandes<br />
obras.<br />
Cutilaria:<br />
descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />
Cutilaria nacional e extrangeira dos melhores auctores.<br />
Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
FaflnftirOV Cr y 8tofle > raetal tranco, cabo d'ébano e marQm,<br />
H ' completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
Louças inglêsas, de ferro:<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, revolvers,<br />
espingardas para caça, os melhores<br />
sistemas.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 4 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—OfEcina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO AUER<br />
PreYilegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
L U Z A L V Í S S I M A<br />
Encommendas:<br />
ã JOSÉ MARQUES LÂDEIBÂ<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Ifeito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Gorôas e Flôres<br />
F. DELP0RT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />
COIMBRA<br />
8 MSA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
w Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE 0IMA-80<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Só Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mesa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Filtro-Mal<br />
de porcellana damiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />
ÉDITOS DE 30 DIAS<br />
(l. a publicação)<br />
8 H « Juizo de Direito da coll<br />
marca de Coimbra e cartório<br />
do escrivão do 4.° offleio<br />
José Lourenço da Costa, corre<br />
seus termos um inventário orphanológico<br />
por fallecimento de<br />
Joaquim d'01iveira Cabaça, morador<br />
que foi no logar do Loureiro,<br />
freguezia de Sernarhe dos<br />
Alhos, em que é inventariante<br />
Rosa Maria, viuva do fallecido,<br />
e pelo mesmo inventário correm<br />
éditos de trinta dias a contar<br />
da segunda piíblicação d'este<br />
annúncio no Diário do Governo,<br />
citando a interessada Maria da<br />
Conceição, solteira, de 27 annos,<br />
filha do fallecido, e ausente em<br />
parte incerta, para assistir,<br />
querendo, a todos os termos do<br />
mesmo inventário até final.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
LEITE ~<br />
NaruadaMathemática<br />
n.° 6, vendem-se<br />
todos os dias de manhã<br />
ou á noite dois a<br />
três litros de leite de<br />
vaccadesuperiorqualidade,<br />
a preço de ÍOO<br />
réis cada litro.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao publico em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
regulamento.<br />
Também installa e concerta<br />
telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
afiançados.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinísmo.<br />
Sobreiros<br />
U fTesídem-se uma porção,<br />
» de bons paus de sobreiro,<br />
que estám na quinta das Barreiras<br />
do Tovim, e a tractar<br />
com Joaquim Augusto Preces ,<br />
Dinis, na rua do Visconde da<br />
Luz, n.° 72.<br />
Sfende-se a casa n.° 12,<br />
* na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
VENDA DE CASA<br />
praça pelas 11 horas da<br />
* manhã, dia 16 de fevereiro,<br />
rua Corpo de Deus, n. 08<br />
92. 94, 96.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedranoha<br />
ftffudou-se para a rua do<br />
Loureiro.<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart.—360.<br />
" BESISTEROA „<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGO»<br />
E QUINTAS-FEIRA8<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno..... 2(5700<br />
Semestre 141350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha'.<br />
Anno 2#40q<br />
Semestre l#20o<br />
Trimestre 60o<br />
AisrNtnvcios<br />
Cada linha, 30 réis—-Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Typ. f. Fria?» àHí
jífll NGIA<br />
N.° 205 COIMBRA—Domingo,. 7 de fevereiro de 1897 2.° ANNO<br />
Grupo Republicano<br />
de Estudos Sociaes<br />
missões e até do directório do par- o meio mais efficaz para dar cohe- Hespanha, rendendo culto aos mor-<br />
Z B a ^ s i t e l l a s<br />
tido. Recrutados em lodos os pontos são ao partido republicano. tos illustres, fortifica o Portugal<br />
do país, superiores por isso mesmo As saudações que a imprensa<br />
republicano a sua fé na democracia,<br />
depura de impurezas a realidade e Haverá seis mêses, uma habitação<br />
ás questões que se agitem num de- democrática, sem descrepancia al- dispõe-se a reivindicar a immarces- das mais apreciaveis pela inteirêza<br />
terminado centro, conhecedores das guma, lhe dirige, claramente o pasivel gloria do povo de Vasco da do eslylo e pelo caracter pittoresco<br />
Sam unanimes os applausos da aspirações do partido, os sócios do tentéam; os nomes que no Grupo Gama e do cantor dos Lusíadas*. do conjuncto, caindo na pósse de<br />
imprensa republicana a êste Grupo Grupo pódem e devem unificar a figuram dam-nos as mais fundadas As boas e generosas palavras de quem não podia estimar-lhe a im-<br />
pela grandiosa obra que eneetou e acção dos poderosíssimos elementos esperanças de que a sua benéfica La Justicia mostram como a fraterportância e a raridade, era pelo<br />
os incitamentos para que prosiga de que o partido republicano dis- influência na organização do partido nidade republicana, inspirada no proprietário entregue ás rçãos de<br />
desassombradamente na sua reali-<br />
mesmo ideal de jusliça se une e se<br />
põe, desfazendo atlrictos que sur- se fará cada vez sentir com mais<br />
pedreiros inconscientes, para ser<br />
zação, o que evidencia a grande<br />
estima atravez das fronteiras, na<br />
jam num ou noutro ponto e traçan- força.<br />
modernizada de ridículas barragens<br />
superior orientação dos sentimentos<br />
auctoridade moral d'essa agremiado d'um modo geral o caminho a<br />
mais nobres.<br />
de cal com pretensões a effeitos de<br />
m<br />
ção no partido republicano, que<br />
scenário.<br />
seguir.<br />
nella deposita hoje as suas melho-<br />
Dr. Cerqueira Coimbra<br />
O facto levantou celeuma em im-<br />
Ainda nesta parte pôde o Grupo<br />
O nôvo governo<br />
res esperanças. Alguns orgãos da<br />
precações de protesto. Mas a conhe-<br />
prestar relevantíssimos serviços ao Não esquecemos.<br />
própria imprensa monárchica, que<br />
Foi chamado ao paço no sábbado cida vivenda do licenciado João Vaz,<br />
partido, desde que saiba inspirar-se Foi por decreto de 7 de feverei- o sr. José Luciano de Castro e in-<br />
ha mêses pretendiam ridicularizá-lo,<br />
ro de 1895 que o sr. João Franco<br />
o Paço da rua de Sub-Ripas, (por-<br />
nos verdadeiros interésses do país,<br />
cumbido de organizar gabinete, que<br />
já apontam o Grupo Republicano de<br />
praticou a infâmia de demittir de<br />
que durante muito tempo vogou a<br />
desprendendo-se completamente de<br />
se julga será assim constituido:<br />
secretário da Universidade êste nos-<br />
tradicção de ter alli occorrido a tra-<br />
Estudos Sociaes Como um inimigo<br />
questões irritantes, a que deve mosso querido amigo, por haver tido a Presidência e reino — José Lugédia de Maria Telles) lá ficou cons-<br />
contra o qual é necessário assestar<br />
trar-se sempre superior.<br />
hombridade de affirmar publicamenciano.purcado de vil reboco, a attestar a<br />
as baterias monárchicas. Vae adquite<br />
as suas convicções republicanas. Justiça—Francisco Beirão.<br />
O partido republicano deve com-<br />
inépcia vandálica, toda ancha na<br />
rindo força, vota moções políticas,<br />
Este facto, sendo a mais subida Fazenda—Pereira de Miranda.<br />
pletar o trabalho de organização consagração do caracter immacula-<br />
ignorância do attentado que prati-<br />
Guerra — Francisco Maria da<br />
dizem, como para provar a neces-<br />
partidaria, com tanto êxito iniciado, do do dr. Cerqueira Coimbra, é sufi- Cunha.<br />
cára.sidade<br />
de medidas violentas por<br />
ciente de per si para revelar a mes-<br />
pela eleição da commissão munici-<br />
Extrangeiros—Barros Gomes. A condemnação do malefício fpi<br />
parte do governo que ponham terquinhez<br />
d'espírito do seu auctor. Marinha—Ressano Garcia. acremente glosada em todos os tons;<br />
pal republicana de Lisboa e d'um<br />
mo á sua acção.<br />
<strong>Obra</strong>s Públicas — Augusto José e nem uma única opinião discrepou<br />
directório. Realizadas essas eleições,<br />
da Cunha.<br />
Bem sabem elles que não é des-<br />
no alarme da reprovação. Os fleu-<br />
terá o partido republicano obtido a La Justicia, um dos jornaes mais A entrada do sr. Pereira de Misas<br />
moções que deriva o prestígio<br />
cohesão que tam necessária se torna importantes e dignos da vizinha randa é duvidosa ainda, o que pôde<br />
gmalicos chacoteavam da sandice;<br />
do Grupo, que êste não se propõe<br />
Hespanha, no seu número de quarta molivar alteração na distribuição os nervosos iravam-se!<br />
para que se realizem com êxito as<br />
entrar na política activa como em<br />
feira dirige aos republicanos porlu- das outras pástas.<br />
Todavia o facto era consumado.<br />
suas aspirações de arrancar o país guêses phrases de caloroso applauso<br />
esphéra d'acção própria, mas con-<br />
x<br />
E a asnidade tinha adquirido fóros<br />
do precipício em que a monarchia e generosa apreciação.<br />
vcm-lhes apresentá-lo como o cen-<br />
Não é necessário definir a nossa de lídima, para ser annexada á sé-<br />
o lançou.<br />
Referindo-se ao modo como os attitude em face do actual governo. rie dos despautérios anedócticos e<br />
tro d'acção das forças revolucioná-<br />
republicanos em Portugal celebram<br />
rias para justificar qualquer prepo-<br />
As instituições est,ám-se desfa-<br />
Basta o elle ser monárchico, para clássicos, que nos últimos tempos<br />
a memória dos seus mortos illustres, que lhe declaremos guerra sem<br />
tência exercida contra elle. É como<br />
zendo aos pedaços, havendo per- este nosso collega de Madrid diz o<br />
vem enxovalhando os créditos da<br />
transigências.<br />
que uma elucidação de futuros acondido<br />
completamente a confiança do seguinte:<br />
Não condemnaremos, porém, sys-<br />
educação portuguêsa aos olhos dos<br />
tecimentos. Esperêmos por elles.<br />
país, que aguarda anciôso a sua<br />
temálicamente todos os seus actos; extranhos.<br />
«O quarto anniversário da e, se reconhecemos que lhe é im- Mormente em Coimbra, terra das<br />
No entretanto prosiga o Grupo<br />
substituição. Para»' que ésta se dê, morte do inolvidável José Falcão possível, no meio em que tem de lettras e onde seria de presumir<br />
não é necessário grande esforço. Não deu logar a um formoso número<br />
Republicano de Estudos Sociaes no<br />
desinvolver a sua acção, libertar o<br />
caminho encetado, dedicando-se ao<br />
ha bayonetas que sejam capazes de<br />
que um querido collega de Coim-<br />
maior somma de illustração e de<br />
país do immundo tremedal em que<br />
bra, Resistencia, consagra á me-<br />
gosto 1...<br />
estudo das reformas que a sciência<br />
sustentar a monarchia.<br />
a monarchia, que elle vae servir, o<br />
mória daquella grande alma, ci- precipitou, se temos alé a convicção Em summa, as censuras dirigi-<br />
indique e as condições do país exi- Mas a missão que o partido redadão esclarecido, cuja memória de que durante a sua gerência, que das contra a restauração do palacio<br />
jam, de fórma a elaborar um verdapublicano tem a cumprir não é só a de é, para os republicanos portu- prevemos de curta duração, a si- manoelino de Sub-Ripas tam alto<br />
gueses, um evangelho, e cuja<br />
deiro programma de reorganização substituir a fórma de governo; deve<br />
tuação económica e financeira se<br />
vida de crente sincero e audaz<br />
e abertamente tinham soado, que<br />
nacional que caracteres austeros, organizar-se de modo a offerecer as<br />
ha de aggravar, aguardamos toda-<br />
lhes offerece um grande exemplo<br />
era de crêr servissem de barbilho a<br />
via os seus actos para os criticarmos.<br />
elevados ao poder após uma revo- mais sérias garantias de que, após a imitar.<br />
arremettidas futuras de temeridades<br />
E a propósito delles, invocarelução<br />
purificadora, saibam cumprir a queda da monarchia, o país en- «Gloria ao nome immorlal do<br />
néscias 1<br />
mos as afirmações que na opposi-<br />
sem transigências nem hesitações. trará numa phase de verdadeira re- auctor de — A Cartilha do Povo<br />
ção fez o partido a que o actual Porém,—quanto sam falliveis as<br />
—que tivemos a honra de publi-<br />
Foi essa a idêa que presidiu á sua generação.<br />
governo perlence.<br />
presumpções humanas 1 — precisacar<br />
nas nossas columnas! Esse<br />
Temos muito que recordar!<br />
instituição, e, do modo por que a Para isso de pouco tempo se ne- nome é um lêma, é a generalizamente<br />
no momento em que estas<br />
realizar, depende a sua força. cessita. Com os elementos de que<br />
ção suprema das aspirações re-<br />
mal alinhavadas regras estam sendo<br />
demptoras d'um povo inteiro».<br />
A que já tem, filía-se por um lado o partido republicano dispõe e des-<br />
Forçôso é que confessêmos o<br />
garatujadas, um outro proprietário<br />
nosso erro. O centro franquista não não menos feliz que o primeiro, nem<br />
nessa idêa e, por outro, na convide que todos se compenetrem da Depois de assim ler celebrado,<br />
deu vida ao governo; parece até menos desalumiado e audaz, lá anda<br />
cção que anima o partido republi- necessidade de só attenderem aos nestas phrases nobilíssimas e sin-<br />
que concorreu para a sua morte.<br />
ceras, o vulto immorredouro e gran-<br />
a rebocar no mesmo estylo e com<br />
cano de que o Grupo ha de cumprir interésses superiores do partido,<br />
Pelo menos deu-se a coincidêndioso<br />
do dr. José Falcão, associan-<br />
a mesmíssima cal a casa contigua,<br />
honradamente a sua promessa. E pôde completar-se dentro de curtos<br />
cia d'esla se verificar no mesmo<br />
do-se deste modo ao côro unisono<br />
— um outro typo de construcção<br />
conveniente que não haja equívo- dias a sua organização, de fórma a<br />
dia.<br />
da homenagem saudosa dos repu-<br />
E agora lá está o seu presidente,<br />
•de épocha um pouco posterior, mas<br />
cos.<br />
assegurar a unidade da sua acção blicanos portuguêses ao seu Mestre<br />
o odiado dictador do Alcaide, o in- egualmente valioso e impressivo.<br />
Sendo, porém, essa a missão que pela mais rigorosa disciplina. Ani-<br />
amado, La Justicia lembra a comtriguista<br />
eminente com larga biogra- A norma, a que obedece esta<br />
memoração de João de Deus,—«o<br />
o Grupo tem a desempenhar, não ma-nos esta convicção e a de que<br />
phia nas Liquidações Politicas, na<br />
poeta da liberdade e da Republica,<br />
linda abervação do senso commum<br />
pôde elle mostrar-se indifferente, não tem ainda tido plena realização<br />
opposição, que para elle ha de ser<br />
notável pedagogo e inimitável can-<br />
é exactamente a mesma : o direito<br />
tanto mais cruel quanto ê certo que<br />
completamente alheio, ás questões êsse desideratum por não haver no tor do amor»,, e relata a «festa<br />
de propriedade armado de camar-<br />
até entre os próprios correligionários<br />
d'organização partidária e até á partido um centro que ápproxi-<br />
cívica commemorativa d^aquelles he-<br />
tem numerósos inimigos. Que o<br />
tello, ás soltas e sem polícia I<br />
roes innominados que em Janeiro<br />
orientação que esta deva seguir. masse os seus mais distinctos e va-<br />
centro de Coimbra lhe valha 1 Os senhores donos dos supracita-<br />
de 91 souberam, no Porto, dar a<br />
dos prédios, como lhe chamava o ou-<br />
Do Grupo fazem parte membros de liosos representantes.<br />
sua vida pela Republica, e offerecer<br />
muitas commissões republicanas; Essa falta preencheu-se pela con-<br />
o seu sangue de mártyres em holo- Diz-se que o governo vae fazer<br />
tro, entendem usar d'um direito bescausto<br />
e como propaganda das suas eleições geraes de deputados em untando as paredes de cal, de pi-<br />
não tardará muito que para elles stituição do Grupo Republicano dè idêas».<br />
abril, pondo para êsse effeito em che, ou de qualquer outra coisa 1<br />
entram outros membros d'essas com- Estudos Sociaes, que representa hoje «Assim, diz o nosso amigo de vigor a lei eleitoral de 1884.<br />
Neste país, onde um homem nlo
pôde meller a mão no bolso, sem o<br />
perigo de incorrer na alçada de<br />
qualquer dos dez milhões de artigos<br />
de leis penaes, com que se acha<br />
ao presente chanateada a sociedade<br />
portuguêsa, um delicto d'estes, que<br />
constitue uma offensa ao gosto público,<br />
é tolerado e protegido pelos<br />
poderes do estado 1...<br />
As cantarias roçadas pela carie,<br />
e as paredes manchadas pela patina<br />
dos séculos despertam na abastan-<br />
ça abrasileirada de ss. ex. as a '.Ilu-<br />
são melanchólica do desconforto, e<br />
vestem-lhes camisas de cal riscada<br />
em esquadria, a fingir a rica pedra!<br />
Um ovo por um real!<br />
Quanto pode a dissolução do<br />
gosto e a opulência saloia do pechisbeque!<br />
E como a materialidade do mundo,<br />
com todas as suas impurêzas,<br />
deve ser pavorosa de sensaboria,<br />
para as naturezas refractárias ás<br />
delicadas emoções da arte!...<br />
Mas emfim, se estám no seu direito,<br />
só nos resta dar graças ao<br />
Altíssimo! E fazer vótos por que<br />
uma mais circunspecta meditação<br />
inspire aos dois proprietários dos<br />
sobredictos prédios, já agora irmanados<br />
para a glória das restaurações,<br />
em vez da escaióla com tiras<br />
horisontaes e a prumo, se deliberem<br />
a forrar as frontarias a papel de<br />
côres vivas, com passarinhos e ramagens<br />
!!...<br />
O sr. João Franco havia demittido,<br />
sem explicação alguma, abruptamente,<br />
o sr. Sebastião de Moraes<br />
de administrador do concelho de<br />
Gouvêa. O mesmo sr. João Franco<br />
nomêa-o agora nó testamento secretário<br />
geral do governo civil de<br />
Bragança. E ha quem chame áquelle<br />
doido um estadista de força!<br />
0 ENTERRO DO GOVERNO<br />
Ênterrou-se na sexta feira á noite<br />
o gabinete Hintze Ribeiro que, segundo<br />
dizem políticos bem imformados,<br />
havia morrido no domingo<br />
anterior em virtude de o sr. Conde<br />
de Burnay lhe ter recusado desapiedadamente<br />
um balão d'oxgénio<br />
que lhe permitlisse prolongar a<br />
existência por meio d'uma respiração<br />
artificial. Entre a morte e o enterro<br />
houve, pois, um largo lapso<br />
de tempo em que se déram as scenas<br />
mais ridículas que em casos<br />
taes regista a história parlamentar.<br />
Já depois de morto, o governo fez<br />
um extraordinário testamento, em<br />
que contemplou um grande número<br />
de amigos e afilhados, chegando a<br />
crear alguns logares para os que<br />
não cabiam nas vagas existentes. Já<br />
depois de morto, sabendo-se que<br />
era chamado hontem ao paço o sr.<br />
José Luciano, o governo resolveu<br />
pedir ao rei uma fornada de pares,<br />
e, não obstante essa resolução ser<br />
publicada n'0 Século, não teve pejo<br />
algum em a levar á prática, sendo<br />
esse o motivo que ostensivamente<br />
dá da sua mórte, quando toda a<br />
gente sabe que elle já tinha morrido<br />
quanda o sr. D. Carlos lhe recusou<br />
a fornada. Nunca se viu tanta inépcia<br />
alliada a tanto descaramento.<br />
.Morreu como viveu. Redículo em<br />
tudo.<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 7 de fevereiro de 1897<br />
O rei capitulou!<br />
Um- jornal que esteve sempre ao lado<br />
do sr. João Franco no seu projecto<br />
de engrandecimento do poder real,<br />
zangado pelo rei haver chamado os<br />
progressistas ao poder, escreve em<br />
artigo edictorial.<br />
«Defendemos com calor a supremacia<br />
das prerogativas régias, que<br />
do seu alvedrio agora se abateram;<br />
defendemos a efficacia de princípios<br />
e de doutrinas, que foram sacrificados<br />
aos pés dos seus impugnadores,<br />
vencidos! O desengano é<br />
cruel, e a lição não pôde ser mais<br />
dissolvente. Quem ha de amanhã<br />
devotar-se de novo e arriscar-se a<br />
essa defesa? O poder real, abandonando-se<br />
a si próprio, abandonou,<br />
abateu e desprestigiou os que o defenderam<br />
e apoiaram. A decepção<br />
de agora é aviso para o futuro. EU<br />
rei fará bem em velar para que não<br />
entre no exército o germen de todas<br />
as dissoluções, que o futuro<br />
ministério leva comsigo; porque,<br />
na falta de servidores enthusiastas,<br />
que ficam arrefecidos porque foram<br />
renegados, é de boa prudência firmar<br />
apoio na disciplina das espadas»<br />
.<br />
E ainda mais:<br />
«Todos esses homens, todos esses<br />
elementos, todas essas forças vam<br />
ser sacrificadas, não numa simples<br />
alternativa de rotação de poder, que<br />
é da essencia do regimen e por<br />
isso a ninguém offende; mas nos<br />
princípios, para cuja defesa as reuniram<br />
; nas convicções que affir-<br />
maram, nos pactos de solidariedade<br />
que com ellas estabeleceram.<br />
Quem é que ámanhã se ha de levantar<br />
a um novo appêllo de defesa,<br />
se defesa fôr precisa ?!<br />
Vam ser sacrificados pelo livre<br />
alvedrio d'aquelle por quem se sacrificaram<br />
!»<br />
Quasi que estivemos para lamentar<br />
o sr. João Franco, victíma do livre<br />
alvedrio do sr. D. Carlos, que tam<br />
cruélmente acaba de destruir o grandioso<br />
edifício por elle construído á<br />
custa de tantos sacrifícios, de tam pertinaz<br />
dedicação. Mas ainda é cedo.<br />
Esperemos mais alguns dias. O sr.<br />
João Franco tem muito que expiar.<br />
Começa já a apresentar-se como<br />
víctima do poder real!<br />
Centro progressista<br />
No dia 4 reuniu êste Centro, convocado<br />
pelo sr. dr. Pedro Monteiro<br />
Castello Branco, honrado e venerando<br />
chefe do partido progressista<br />
nesta cidade.<br />
Accorreram á convocação os mais<br />
grados d'este partido em Coimbra,<br />
que se entretiveram fazendo rhetórica<br />
para passar o tempo, dando-se<br />
o caso algo gracioso de fallarem<br />
sele lentes da Universidade sobre<br />
um assumpto desde logo reconhecido<br />
por lodos como inopporluno.<br />
Convocado o Centro com o intuito<br />
grave e solemne de se chamar<br />
a sua atlenção, acurada e conspícua,<br />
para as « angustiosas circunstâncias<br />
políticas, económicas e financeiras<br />
do país, e para se tomarem<br />
as deliberações que a êste centro<br />
parecessem adequadas a tal conjunctnra»;—pois<br />
é bein de vêr que<br />
as resoluções do Centro neste sentido<br />
haviam de exercer uma influência<br />
radicalmente salutar nessas angustiosas<br />
circunstâncias,— pareceu<br />
aô illustre presidente do Centro não<br />
serem já opportunas as judiciosas<br />
resoluções que haviam de resultar<br />
da grave ponderação de tam momentosos<br />
assumptos, nem a transmissão<br />
de taes deliberações ao chefe<br />
supremo do partido, «em virtude<br />
das últimas notícias e recentes acontecimentos<br />
políticos, hoje de todos<br />
conhecidos.»<br />
Isto é, como o sr. Luciano de<br />
Castro ía ser chamado pelo rei a<br />
formar gabinete, como se estava em<br />
vésperas de subir ao poder o partido<br />
progressista, entenderam os illustres<br />
próceres progressistas de Coimbra,<br />
que era agora dispensável fazer ao<br />
— chefe supremo —salutares recommendações.<br />
A lodos parecerá<br />
que seria esta a melhor occasião<br />
para o Centro progressista de Coimbra—<br />
«entristecido e apavorado,<br />
como todos os bons portugueses,<br />
perante tam doloroso abatimento da<br />
pálria e tam profundo escalabro da<br />
nossa nacionalidade», —dirigir ao<br />
chefe supremo do seu partido instantes<br />
recommendações de bem<br />
— Vae subir ao poder o sr. José<br />
Luciano. Não lhe digamos nada. O<br />
Centro de Coimbra não tem deliberações<br />
a lomar sobre angusliósas<br />
circunstâncias do país!<br />
«E assim terminou esta sessão<br />
memorável, que affirmon de um<br />
modo bem solemne a independência<br />
e a intemerata lealdade do Centro<br />
Progressista de Coimbra.<br />
Viva o Partido Progressista!»<br />
Ora... boas noites, meus senhores<br />
!<br />
Para o engrandecimento do poder real<br />
Os orgãos do sr. João Franco<br />
começam já a atacar o rei por que<br />
elle não soube piezar a sua dignidade,<br />
manter o seu prestígio, chamando<br />
os progressistas ao poder.<br />
Se estes até não fôram á estação do<br />
caminho de férro cumprimentar a<br />
sr. a D. Amélia no seu regresso de<br />
Sevilha!<br />
Vae ser decretado em dictadura<br />
um novo código administrativo, que<br />
nos dizem ter sido elaborado pelo<br />
sr. dr. Bernardo d'Albuqucrque.<br />
cuja competência sobre o assumplo<br />
ninguém pôde contestar.<br />
Atheneu Commercial<br />
Esta sympática associação, que<br />
alguns rapazes , do commércio, dignos<br />
do maior elogio, fundaram ha<br />
pouco tempo impulsionados por um<br />
bello movimento de dedicação e<br />
interesse pela cullura inlellectual<br />
do commércio de Coimbra, está-se<br />
tornando crédora, pelos exforços<br />
que naquelle sentido vae empregando,<br />
da maior consideração e<br />
auxílio.<br />
Fundado o Atheneu com o fim<br />
principal de promover a instrucção<br />
commercial, não perderam os seus<br />
directores a idêa da sua fundação,<br />
e já abriram dois cursos de incontestável<br />
utilidade para o ensino das<br />
Notícias diversas<br />
Como dissémos em o último número,<br />
foi prorogado até ao fim de<br />
este mês o praso para o pagamento<br />
das contribuições do Estado. Egual<br />
dilação foi concedida aos seguintes<br />
concelhos d'este districto: Arganil,<br />
Figueira, Condeixa, Goes, Penella,<br />
Louzã e Soure.<br />
As lampreias estám-se vendendo<br />
em Valença a 1$200 e l$500 réis.<br />
O movimento da população nas<br />
quatro freguezias da cidade durante<br />
o anno de 1896, foi:<br />
Sé Nova — Nascimentos, 54 do<br />
sexo masculino; e do feminino, 46.<br />
Óbitos: 55 do masc. e do fem. 46.<br />
Casamentos: 23.<br />
S. Chrislovão—Nascimentos, 25<br />
do masc. e 21 do fem. Óbitos: 17<br />
do masc. e 23 do fem. Casamentos:<br />
19.<br />
S. Bartholomeu — Nascimentos:<br />
51 do masc. e 36 do fem. Óbitos:<br />
do masc. 31 e do fem. 36. Casamentos,<br />
24.<br />
Santa Cruz — Nascimentos: 58<br />
do masc. e 74 do fem. Óbitos : do<br />
masc. 63 e do fem, 46. Casamentos,<br />
32.<br />
A totalidade dos nascimentos foi<br />
de 365 e a dos obitos 317, o que<br />
representa um augmento de população<br />
de 48 indivíduos.<br />
Falleceu no Porto o sr. José Maria<br />
de Lima Nunes, irmão do -sr.<br />
Joaquim Maria Nunes, antigo mestre<br />
d'obras da Universidade e do<br />
médico da Figueira da Foz o sr. dr.<br />
Francisco Maria de Lima Nunes.<br />
«Na Garupa»<br />
Com este título vae publicar-se<br />
em Condeixa um folheio de crítica<br />
semanal.<br />
E' seu relaclor o sr. José Rrandão.<br />
O movimento de doentes nos hospitaes<br />
da Universidade, no mês de<br />
linguas francêsa e inglêsa, as lín- janeiro findo, foi o seguinte :<br />
guas commerciaes de todo o mundo. Existiam 317<br />
O governo não se apresenta no<br />
As aulas destes cursos realizam- Entraram 156<br />
Solar dos Barrigas. O dilemma prose<br />
alternadamente das 9 ás 10 ho-<br />
Total... 473<br />
pôsto por um jornal do governo que<br />
ras da noite, e para a sua frequên-<br />
o diabo haja, foi assim resolvido, e servir a pátria vilipendiada e aba-<br />
Sahiram 133<br />
cia está aberta a matrícula, gratuita<br />
não podemos deixar de confessar<br />
Falleceram 11<br />
tida, visto que seria no poder e para os sócios e pela diminuta quan-<br />
que não o podia ser d'oulro modo. não fóra d'el!e que o partido protia de 800 réis mensaes para os<br />
Total.. 144<br />
Veremos agora se o governo, gressista melhor poderia servir o extranhos á associação.<br />
que se recusou a reconhecer o Solar<br />
Ficaram existindo.... 329<br />
país.<br />
dos Barrigas, acceita o que elle fez.<br />
Como se vê, a seriedade de<br />
Veremos também o que dizem os Deu-lhes, porém, rebate a con- intuitos do Atheneu é manifesta e<br />
Diz-se que será nomeado gover-<br />
jornaes regeneradores do rei, que sciência; lá lhes pareceu que uma evidente a boa vontade e zelo da nador civil de Coimbra o sr. dr.<br />
assim deixa desacatar a obra do tal mensagem só deveria servir para sua direcção; por isso lodo o auxílio João d'Alarcão, ajudante do procu-<br />
ministro que mais trabalhou para o effeito rhetórico de opposição, e que o commércio de Coimbra lhe rador geral da corôa e fazenda.<br />
seu engrandecimento.<br />
que no governo não é das taes cir- dispensar só pôde reverter em uti- O indigitado tem muitos amigos<br />
Isto promette.<br />
cunstâncias angustiosas que os prolidade dos seus próprios interesses, nesta cidade.<br />
gressistas lêem a tratar.<br />
Pela nossa parte não regateamos<br />
Sobre a inopportunidade da pa-<br />
Três vezes arribado<br />
louvores e incitamentos á benemé-<br />
Diz-se que o magnífico palacio<br />
triótica mensagem fallaram todos<br />
de San Télmo, em Sevilha, onde<br />
rita instituição que, enquanto con-<br />
Pela terceira vez arribou na<br />
acaba de fallecer a duqueza de Mont-<br />
na mesma ordem de idêas, seis lentinuar orientada pelo mesmo crité-<br />
quarta feira a Vigo o hiate portupensier,<br />
será comvertido em um<br />
tes além do Presidente do Centro, rio, nos poderá contar sempre a seu seminário.<br />
guês Joven Maria, que se dirigia<br />
e a assembléa, depois de assim so-<br />
para Huelva com carregamento de<br />
lado.<br />
travessas de pinho. O temporal lebejamente<br />
elucidada, votou no sen-<br />
Na Figueira da Foz tem-se dado<br />
vou-lhe todo^o velame, bem como o tido indicado.<br />
constantes casos de diphteria, sen-<br />
gurupés. O mestre do hiate, ferido Como se vê, é d'este modo que Está encarregado de pintar o sedo alguns falaes.<br />
num braço, e receando maiores pe- os progressistas de Coimbra entennário para a récita do 5.° anno jurigos<br />
durante tão horrível noite, dem dever encarar «as angustiósas<br />
rídico, o nosso amigo A. Gonçalves.<br />
mandou abrir as escotilhas e alijar<br />
Os pannos a pintar representa- Diz um jornal da capital que qi^em<br />
circunstâncias políticas, económicas<br />
parte da carga.<br />
rám: a paisagem do Penedo da Sau- j succederá no Grão Mestrado da Maço-<br />
e financeiras do país», é certo o cuinaria,<br />
ao sr. dr. Bernardino Machado,<br />
Nas duas arribadas anteriores, o<br />
dade, em noiledeLuar; O Inferno; será o sr. Augusto Fuscbini, e que<br />
dado que lhes merecem os estudos<br />
hiate também soffreu grandes ava-<br />
A Feira dos Estudantes, A Pórta nesse sentido ba já alguns trabalhos<br />
rias.<br />
da reorganização nacional.<br />
Férrea, etc. V<br />
feitos.
Falleceu em Timor o bispo de<br />
Macau, D. Antonio Joaquim de Me-<br />
deiros. Para o substituir já foi nomeado<br />
o sr. José Manuel de Carvalho,<br />
professor do seminário e do lyceo<br />
de Vizeu, e irmão do sr. dr. Maximino<br />
de Mattos Carvalho, da (honraria.<br />
Já está publicado o regulamento e<br />
programma da exposição de crisanthemos,<br />
que se ha de realizar no Porto<br />
em uovembro d'este anno.<br />
A professora d'instrucção primária<br />
da freguezia de Santa Cruz, a<br />
sr. a D. Maria Libania dos Santos<br />
Pessoa foi transferida para Cintra.<br />
Foram apresentados : Tito Cardoso<br />
da Silva, na egreja de Monte Real; José<br />
Pedro de Mello Coutinho, na egreja de<br />
Cadima, ambas d'esta diocese de Coimbra.<br />
Foi transferido Pompeu Faria de Castro,<br />
professor em Corticeiro de Cima,<br />
para a da Lamarosa, d'este concelho.<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 7 de fevereiro de 1897<br />
Ahi eslá um caso divertido que<br />
pôde dar assumpto para cavaco<br />
algo<br />
dias.<br />
escandalôso durante alguns<br />
Na casa de pasto de Manuel<br />
Jorge, ás Ameias, o Rabo de Porco, O câmbio sobre Paris já está a<br />
cocheiro, e um tal Eugénio, de Co- 774,<br />
selhas, carreiro, desavieram-se no Onde irá parâr?<br />
jogo do chinquilho, o que deu em<br />
resultado o atirar o Rabo de Porco<br />
com a malha á cabeça do Eugénio, Bibliographia<br />
que ficou em mau estado.<br />
Consequências:—cadeia com o<br />
Rabo de Porco e hospital com o<br />
Eugénio.<br />
Foi promovido a 2.° official da<br />
tliesouraria do ministério da fazenda,<br />
o nosso patrício sr. João de Sousa<br />
Araujo.<br />
Foi aberto o testamento da duqueza<br />
de Montpensier: declara seus uníversaes<br />
herdeiros a condessa de Paris e<br />
o infante D. Antonio, e deixa importantes<br />
legados aos seus servidores, a<br />
estabelecimentos de beneficência e a<br />
communidades religiósas.<br />
E' de 40:000 contos a sua fortuna.<br />
Diz-se que alguns indivíduos que<br />
o grupo franquista considerou como<br />
adherentes, protestaram contra tal<br />
facto, affirmando ler escripto cartas<br />
em que affirmavam o propósito de<br />
não entrar para elle.<br />
18 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento (Tom forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
Em casa d'uma mundana<br />
em 1869<br />
— Apaguem as luzes, disse o peque-<br />
BO viscoude, agarrando na colher para<br />
mexer o puncb que duas criadas acabavam<br />
de collocar sobre a mêsa.<br />
As mulheres apagaram as luzes, e a<br />
sala ficou apenas illuminada pelos clarões<br />
verdes do álcool em chamma.<br />
Rompeu novamente o côro.<br />
0 barão dirigindo-se a Lelia, perguntou-lhe<br />
em voz baixa :<br />
— Que gente è esta ?<br />
— Não os conheces ?<br />
— Conheço apenas três... e as mulheres<br />
?<br />
— Eu vou apresentar-te.... no entanto<br />
vae pensando nn meio de tirares<br />
partido d'elles esta noite...<br />
— Sou todo olvidos.<br />
Lelia principiou:<br />
pr-Q imbecil que v$s alli, o conde<br />
Dizem de Molêdo que a Companhia<br />
dos Vinhos do Alto Douro fixou os preços<br />
dos vinhos em 31, 28 e 25$000<br />
réis a pipa. Os lavradores estám descontentes<br />
por serem diminuídos ésses<br />
preços, attendendo á boa qualidade da<br />
última colheita.<br />
O nosso collega O Tribuno Popular<br />
censura a concessão di; aposentadoria<br />
no edifício da Universidade<br />
ao secretário sr. José Joaquim<br />
da Resurreição. Considerámos de<br />
todo o ponto justas as considerações,<br />
que faz a êsse respeito.<br />
Falla-se com insistência na demissão<br />
dosr. reitor da Universidade.<br />
'Foi transferido o juiz de direito de<br />
S. Thiago de Cacem, o sr. dr, Antonio<br />
d'Oliveira Guimarães, para a comarca<br />
de Penella.<br />
Jornal fie Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — Recebemos o n.° 44 d 'este interessante<br />
jornal que se publica no Porto, sob<br />
a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
O número que acabamos de receber contém<br />
os seguintes arligos:<br />
Texto—N ) Tonkin.— Atravez da Syria :<br />
Uma cidade do desérto.^A guerra da Abyssinia<br />
: A generosidade de Menelik. — Os bohémios<br />
do már: Os Biadjaeks.—Caçadas ao leão.<br />
— Phenóinenos antropológicos : Dois anões<br />
hirroans.—As grafides aventuras: Sem-Cinco-<br />
Réis —A britannização da África: A Chartered<br />
Cóiiipany.—As grandes descobertas: O descobrimento<br />
e occupação do Rio da Praia.— No<br />
coração da África : No país aos elephantes.<br />
Gravuras—Bandos de aldeões, trazendo os<br />
seus géneros ao mercádo. — Mas venha para<br />
minha cása, senhor csvalleiro.—Não témem ir<br />
d'encontro aos recifes de corál...—Dois anões<br />
birmans.—Caiu de joelhos... e, bruscamente,<br />
rompeu em soluços aíllictivos.<br />
Preço da assignatura : trimestre, 780 réis<br />
províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />
Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />
Deolindo de Castro, rua da Fabrica n.° 80,<br />
ou á lypographia Occidental, Porto.<br />
A Crítica—Revista Th entrai, Bibliographica,<br />
Artística e Lilteraria. Acabamos de receber<br />
o n.° 10 da 2." série d'estabem redigida<br />
revista que se publica em Lisboa.<br />
de Mont-Perret, foi o pequeno d'Aumard<br />
que o convidou a vir aqui esta<br />
noite. É uma mina; acaba de emancipar-se<br />
recebendo uma grande herança.<br />
É dominado por Adéle Gallois; o<br />
outro é um Corso chamado Biscaro, filho<br />
d'um homem muito rico que é qualquer<br />
coisa nas Tulherias; é tam bruto<br />
como os seus pés, durante mais d'uma<br />
hora não fez outra coisa senão dar-nos<br />
a cheirar um lenço da imperatriz que<br />
achou sobre um fauteuil, em Saint<br />
Cloud...<br />
— É lá que elle aprende a servir-se<br />
d'elle !...<br />
— Os outros^conheces-los tu... Não<br />
sei a que alturas estamos do mês, mas<br />
toda éssa gente é endinheirada... Se<br />
quizeres dá te a êsse trabalho, pódes<br />
arranjar gróssa maquia esta noite.<br />
— Ao Currier de Lyon ?...<br />
— Sim... esta noite apenas viram<br />
mais três ou quatro pessoas: as do<br />
costume...<br />
— 0 Petit Mousson virá?<br />
— Anna não falta e sabes perfeitamente<br />
que eila não vem sem o seu<br />
Adolpho, o jornalista.<br />
— Mais alto! rnais altoí, gritou o<br />
visconde d'Aumard, não se ouve uma<br />
palavra do que vocês dizem.<br />
— Ê isso mesmo o que nós queremos.<br />
— Mas não pôde ser... as conversas<br />
particulares estám prohibidas....<br />
Se não sam capazes de dizer duas palavras<br />
em termos, calem-se e escuteml<br />
Calendário para 18»» —Brinde<br />
da Revista Jurídica.<br />
Agradecemos o exemplar que teve a amabilidade<br />
de nos offerecer.<br />
Educação Nacional—Hebdomadario<br />
de instrucçâo primária e secundária que se<br />
publíea no Porto e de que é director o sr. Antonio<br />
Figueirinhas.<br />
0 n.° 18 que temos presente trata dos assumptos<br />
seguintes:<br />
Associações escolares, Arthur de Seabra.—<br />
Estatistica das eschólas, J. Simões Dias.—Pedagógica,<br />
Leonardo.—A refórrna de instrucçâo<br />
primaria.—A refórma d'instrucção, J. F. Novaes.—Indifferença,<br />
Isac.—Associação do professorado<br />
primário official, J. F. Notas.—A escbóla,<br />
A. J. da Silva júnior.—Pensamentos e<br />
maximas.— Vulgarisação scientifica, Carvalho<br />
Saa\edra.—Exereicios de analyse, A. Gomes<br />
da Siva.— Consultas.— Expediente.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomddas na<br />
*<br />
sessão ordinária de 21 de janeiro<br />
àe 1897.<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Vereadores presentes:—effectivos:<br />
arcediago José Simões Dias. bacharel<br />
José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />
Antonio dos Santos, José Antonio Lucas,<br />
Antonio José de Moura Bastos, José<br />
Marques Pinto e Albano Gomes Paes.<br />
se têm espirito fallem alto, de maneira<br />
que todos oiçam.<br />
—"Sira, que a tua conversa é muito<br />
divertida!, disse Lêlia.<br />
— Tenho os meus dias felizes...<br />
— Entám escreve-nos a avisar de<br />
quando chega algum d'elles.<br />
— No principio da noite bebeu-se<br />
muito o meu amigo Mont-Perret é<br />
a prova d'isso. . . Peço ar; os perfumes<br />
das damas fazem-ine dores de cabeça...<br />
Quero tomar uma mistura de<br />
oxygenio e azote sem perfumes!....<br />
Tenho a bôcca muito dôce do punch...<br />
peço licença para pétuner!.... Ficaes<br />
de bico aberto como as Carpas, porque<br />
ignoraes a significação da palavra<br />
pétuner. Oh! gentís-homens, meus ir-<br />
mãos, se habitaes lá dentro dos deuses<br />
deveis saber que o grande Cardeal<br />
receando que os marinheiros abusando<br />
do pètun — em latim petunum, em<br />
francês, tabac — publicou um édito, ha<br />
mais de dois séculos, que rezava assim<br />
: «Ninguém poderá fumar depois<br />
do sol posto, sob pena de ser mettido<br />
no porão e levar varadas de toda a<br />
equipagem.» Uf! Como (a dizendo, peço<br />
licença para pétuner; sinto crispações<br />
nos dedos, tenho necessidade de<br />
os mergulhar em ouro, de jogar as<br />
cartas... um lansquenet, meus senhores.<br />
— Oh! já!..., disse Adéle Gallois,<br />
aborrece-te a nossa companhia?<br />
"«"Aborrecer... nãoí... mas, com<br />
franquêza, também não nos faz rebentar<br />
de alegria!<br />
tura do Diário do Governo e contribuição<br />
predial.<br />
Nomeou o vogal effectivo para a<br />
Commissão do recrutamento eleitoral e<br />
respectivo substituto.<br />
Auctorizou diversos fornecimentos<br />
para as repartições da limpeza, dos<br />
incêndios e do cemitério.<br />
Auctorizou avenças para o pagamento<br />
de impóstos indirectos de janeiro<br />
a março do corrente anno.<br />
Approvou o orçamento apresentado<br />
para a reparação do caminho de Ceira<br />
aos Anagueis, entre o porto das Vendas<br />
e o logar do Sobral.<br />
Approvou uma planta para a ronstrucçào<br />
de um pequeno jardim nos<br />
terrenos da quinta de Santa Cruz, entre<br />
a rua Garrett e o escadório que leva<br />
á fonte da Sereia, auctorizando os trabalhos<br />
pela dotação consignada no orçamento<br />
ordinário do município.<br />
Resolveu pedir auctorização superior<br />
para o provimento, p0r meio de con-<br />
curso, de dois togares vagos de cantoneiros<br />
das estradas municipaes, com<br />
o vencimento de 180 réis diários.<br />
Resolveu abrir concurso para o provimento<br />
de quatro logáres de vigias<br />
dos impóstos.<br />
Resolveu pedir auctorização superior<br />
para a creação de um logar de ajudante<br />
do fiscal do mercado de D.<br />
Pedro V, justificando-se esta medida<br />
pelo desinvolvimento dos serviços do<br />
mercado.<br />
Resolveu tambpm pedir superiormente<br />
a prorogação do prazo para o<br />
pagamento voluntário das contribuições<br />
do Estado.<br />
Acceitou uma proposta para o for-<br />
Enviou á repartição competente, para<br />
necimento de carnes de vacca e de car-<br />
informar, três requerimentos, pedindo<br />
neiro para o Asylo de Cellas.<br />
canalizações d'agua para diversos pré-<br />
Mandou annunciar nóva praça, por dios.<br />
meio de licitação verbal, para o forne-<br />
Despachou requerimentos, auctoricimento<br />
de outros géneros para o<br />
zando a collocsção de tabolelas em<br />
mesmo Asylo.<br />
estabelecimentos particulares; a veda-<br />
Acceitou uma propósta para o forção de urh prédio no sitio do Gorgonecimento<br />
de azeite e petróleo para a lão; a canalização d'aguas da cosinha<br />
cása das mácliinas das aguas, abegoa de uma casa na rua de Quebra-Costas,<br />
ria e illuminação do logar de Santo e de outra no largo de S. João; a aber-<br />
Anlonio dos Olivaes, bem como outra tura de um portal em uma casa no lo-<br />
para o fornecimento de álcool para a gar das Parreiras de Monte-São; a col-<br />
repartição das aguas.<br />
locação do tubo de um fogão em uma<br />
Tomou conhecimento da approvação, casa em Mont'Arroio e a modificação<br />
com modificações, do orçamento ordi- da fachada de uma casa no bêcco de<br />
nário do município para o corrente Mont'Arroio, ficando os proprietários<br />
anno, e do orçamento e planta para a sujeitos a observar condições impostas<br />
canalização de aguas para o nôvo ma- e indicações da repartição téchnica.<br />
tadouro.<br />
Tomou conhecimento de duas participações<br />
de incêndios.<br />
KALENDARI» DE FEVEREIRO, 1897<br />
Attestou ácêrca de algumas petições<br />
para subsídio de lactação a menores. Domingo<br />
Auctorizou trabalhos de canalização Segunda feira<br />
de aguas.<br />
Terça<br />
Quarta<br />
Mandou passar licenças para apas-<br />
Quinta<br />
centamento de cabras.<br />
Sexta<br />
Mandou registrar a nóta das canali-<br />
Sábbado<br />
zações de aguas executadas desde o<br />
28<br />
dia 15.<br />
Auctorizou pagamentos diversos com Lua nova em 1, às 7,37 m. da m.<br />
referência á primeira quinzena de ja- Quarto crescente em 9, ás 6,49 m<br />
neiro: salários a operários, assigna- da m.<br />
— És pouco delicado... estám aqui<br />
senhoras.<br />
— Senhoras... não as vejo!<br />
— Dizes só inconveniências... para<br />
fazer espirito.<br />
— Espírito... conhece-se aqui isso!...<br />
Quem o vende? Eu pago-o por<br />
bom preço.<br />
— Será também a primeira vez que<br />
pagues alguma coisa.<br />
— Conde de Mont-Perret, disse o<br />
visconde, não vês como ella nos trata.<br />
0 bêbado não respoudeu; o visconde<br />
bateu-lhe com os dedos no rosto.<br />
— Dar-se-ha caso que alli não esteja<br />
ninguém ? Já saíram todos; vamos,<br />
meu velho, queres amoníaco? Vam jo-<br />
gar. .. jogar!<br />
Ao som d'esta palavra mágica que<br />
lhe gritaram aos ouvidos, a sua cara<br />
lívida deu signaes de vida; os olhos<br />
brilnaram-lhe por segundos, depois<br />
balbuciou:<br />
— Jogo vinte e cinco luizes...<br />
— Elie quer jogar! Baptistine, chá<br />
para sua alteza: «Traz o frasco do licor<br />
mágico.»<br />
Baptistine trouxe um copo de agua<br />
em que lançara algumas gôttas de<br />
amoníaco.<br />
Enquanto faziam ingerir esta beberagem<br />
ao Ultimo descendente dos bailios<br />
de espada do conde Varlaine, organizára-se<br />
de novo um côro infernal,<br />
em que entravam vozes de todos os<br />
allimaes da criação.<br />
— Basta! basta!, bradava Lélia...<br />
escutem.<br />
Á ÚLTIMA HOBA<br />
O ministério ficou assim constituído<br />
:<br />
Presidência e reino—José<br />
Luciano.<br />
Justiça— Francisco Beirão.<br />
Fazenda—Ressano Garcia.<br />
<strong>Obra</strong>s públicas—Augusto<br />
José da Cunha.<br />
Guerra — Francisco Ma-<br />
ria da Cunha.<br />
Marinha — Barros Gomes.<br />
Extrangeiros — Mathias<br />
de Carvalho; ficando também,<br />
interinamente, com<br />
esta pasta, o sr. Barros<br />
Gomes.<br />
Bevue des lournauz<br />
et des Livres<br />
12.° anno<br />
Becommendando aos nossos leitores esta<br />
excellente revista hebdomadaria, prestamos-<br />
Ihe com certeza uma indicação importantíssima,<br />
porque esta publicação é a mais curiosa e<br />
amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />
em cada domingo o que de mais notável aparece<br />
duarnte a semana em jornaes e livros:—<br />
Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />
Actualidades, Curiosidades scientificas, Conhecimentos<br />
úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />
numerosas gravuras da actualidade: retratos,<br />
acontecimentos do dia etc.<br />
.Ern folhetos publica a Revista dois romances<br />
de um alto interesse emocionante,<br />
como todos os que tem publicado a Revista<br />
e que têm sido acolhidos pato publico com o<br />
maior favor.<br />
A collecção dos 10 primeiros annos da<br />
Revue de» Jonrnax contém mais de<br />
4:000 novellas litterarias e contos diversos,<br />
assignados pelos mais illustres e escriptores,<br />
romances completos de Alphonse Daudet, Henri<br />
Rochefort, Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />
Hector Mallot, Guy de Maupasant, Paul Bourget<br />
Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />
de 10 magníficos volumes de 825 pag., contendo<br />
matéria de mais de 100 volumes, solidamente<br />
encadernados, vende-se a 14 francos<br />
o volume.<br />
Assignatura t — Seis mezes, 8 fr., um<br />
anno, 14 fr. Assigna-se:— 1.° em todas as estações<br />
de correio das colonias francezas, da<br />
Bélgica, Dinamarea, Italia, Suissa, Paizes Baixos,<br />
Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />
que têm correspondente em Paris; 3.° por<br />
meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />
Brindes : — Um retrato a oleo do assignante,<br />
e um outro em carta-album. Um livro<br />
de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />
de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 8 mezes<br />
e 3 mezes respectivamente.<br />
Os de» primeiros annOs custam<br />
1OO fr., accrescendo O porte.<br />
Dirigir cartas e ordens a M. G. Nobelt,<br />
administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />
Todos se callaram.<br />
— Meus senhores e minhas senhoras,<br />
esperam-nos na sala.<br />
Mulheres e homens dirigiram-se em<br />
tropél para lá. 0 pequeno d'Aumand<br />
quiz arrastar o seu amigo. Baptistine,<br />
porém, disse-lhe que o deixasse na sua<br />
companhia, que, antes de minutos, sa<br />
eompromettia a pô-lo de pé, elle consentiu,<br />
indo juntar-se aos seus amigos.<br />
VI<br />
O jogo<br />
Curiósa sala.<br />
As paredes estavam forradas por um<br />
velho papel verde avelludado, cheio<br />
de manchas da humidade e descollado<br />
em partes; as baguettes todas lascadas<br />
deixavam vêr a droga vermelha que<br />
precedeu a douradura; os cortinados<br />
das janellas tinham a côr amarellada<br />
que lhe dá o tempo; os resposteiros<br />
de repes verde, coçados, descozidos,<br />
cheios de nódoas, serviam para limpar<br />
o pó e a humidade dos alizares<br />
das portas; o tapete já ninguém podia<br />
saber a sua côr primitiva, tal era a<br />
camada de nódoas que o cobria; os<br />
moveis desconjunctados, velhos, coçados<br />
pelo uso, eram dignos de tal sala...<br />
No meio d'ella, porém, via-se ura movei<br />
novo; uma mêsa de nogueira coberta<br />
com ura panno verde.<br />
(Continúa,)
TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minlia entrada — A vida na cndeia — História do Limoeiro—O<br />
Limoeiro lioje—O regulamento - - O» prêsos—Um<br />
canicida— Condemnado á mórte —Fugas célebres—<br />
Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—<br />
No tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Parisl<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa ê artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128— RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÀO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
11, Adro de Cima, 20— (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Epas douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
COFRES A PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
—João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de madeira: Be Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
Aramoc 71n^ádno' ^ ara ram ádas e enxertias e dito de espi-<br />
AldUltJb LllMUUb . nhos para vedações.<br />
Motol hfQnPA • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
llHJldl UldllbU . fo]ha de flandres.<br />
.ferro: E a C° de todas as qualidades, carvão de fórja.<br />
1UIÁ7 nnra foiuwrn' Malhos, tornos, máchinas de furar, folies,<br />
JIlUí jJala ICliCilV. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />
para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira & Simões<br />
Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />
C O I M B R A<br />
MICHELET<br />
0 Padre, a Mulher e a Familia<br />
UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />
4 0 0 R É I S<br />
A' venda em todas as livrarias,<br />
e na Typographia<br />
Progresso, Elvas.<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases ccnceituosas de auctores célevarias<br />
tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
"Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 415 paginas. Preço, réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja daChina, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado-r-Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °[o Í)E ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a I0SÉ MARQUES LADEIBÂ<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELPOST<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 261-<br />
COIMBRA<br />
-Porto<br />
6 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17-ADRO DE OIMA-20<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
C O I M B R A<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricada com<br />
puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mesa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Filtrolalé §g;<br />
de porcellana d'amiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. 1<br />
ÉDITOS DE 60 DIAS<br />
(1 . a publicação)<br />
00pelo JUÍZO de Direito da<br />
I comarca de Coimbra, e<br />
cartório do escrivão do 4 ° ofllcio,<br />
José Lourenço da Costa,<br />
correm éditos, citando Maria<br />
Adelaide, residente no Brasil,<br />
mas em parte incerta, para na<br />
2. a audiência do mesmo Juízo,<br />
a contar passados 60 dias depois<br />
da 2. a Sobreiros<br />
12 endem-se uma porção,<br />
V de bons paus de sobreiro,<br />
que estám na quinta das Barreiras<br />
do Tovim, e a tractar<br />
com Joaquim Augusto Preces<br />
Dinis, na rua do Visconde da<br />
Luz, n.° 72.<br />
13 Wende-se a casa n.° 12,<br />
w na rua de Joaquim An-<br />
publicação, do restonio d'Aguiar, composta de lopectivo<br />
anndnciò no Diário do ja e três andares, pelo preço<br />
Governo, vir vér accusar a ci- mínimo de 400)51000 réis.<br />
tação e alli ser-lhe assiguado o Quem pretender falle na rua<br />
práso de 3 audiências, para das Fangas, n.° 76.<br />
contestar, querendo, a acção de<br />
separação de pessoa e bens, VENDA DE CASA<br />
que contra ella propôs, seu<br />
marido Manuel Francisco, tra-<br />
Draça pelas 1 i horas da<br />
balhador, residente em Coim-<br />
í manhã, dia 16 de fevebra,<br />
sob pena de revelia.<br />
reiro, rua Corpo de Deus, n.<br />
As audiências, no Juizo de Direito<br />
da comarca de Coimbra,<br />
fazem-se todas as segundas e<br />
quintas feiras de rada semana,<br />
não sendo dias feriados on sanctificados,<br />
porque sendo-o se<br />
fazem nos dias, immediatos, se<br />
o não fôssem também e sempre<br />
pelas 10 horas da manhã, no<br />
Tribunal de Justiça, sito na<br />
Praça 8 de Maio.<br />
03<br />
92. 94, 96.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedrancha<br />
15 M m l o u - s e para a rua do<br />
Loureiro.<br />
Vinho tinto — litro 80 réis.<br />
Aguardente—i9°Cart.—360.<br />
"RESISTENCIA,,<br />
VeriGquei a exactidão.<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
LEITE<br />
Narua da Mathemática<br />
n.° 6, vendem-se<br />
todos os dias de manhã<br />
ou á noite dois a<br />
três litros de leite de<br />
vacca de superior qualidade,<br />
a preço de ÍOO<br />
réis cada litro.<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Heroulano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
0 flonstlltas todos os dias<br />
v das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QtJINTAS-tEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
N.° 206 COIMBRA—Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897 2.° ANNO<br />
0 programma do governo<br />
de 1885, entrando assim no regimen<br />
da legalidade. Fazendo isso,<br />
não proponha modificação alguma<br />
na constituição. Que o direito á re-<br />
A AMNISTIA-<br />
E os progressistas sam d'estes...<br />
Por isso havemos de guerrear<br />
ninguém o poderia accusar de usurvolta contra os poderes constituídos<br />
sempre os progressistas.<br />
No relatório que precede o de-<br />
A propósito d'este acto do actual<br />
par funcções pertencentes ao poder ninguém o pôde contestar; é escu-<br />
E o governo, se quiser, que ras-<br />
governo, a que não podia fugir pelas<br />
creto de dissolução do Solar dos<br />
gue o ctecreto da amnistia e metta<br />
legislativo, porque nadá mais fazia sado consigná-lo na lei fundamen- promessas solemnes feilas quando na cadeia os jornalistas republica-<br />
Barrigas, traçou o presidente do do que restabelecer o império da tal.<br />
opposição, pretendem os jornaes nos...<br />
conselho de ministros o programma lei, que tam desacatado foi pelo go-<br />
governamenlaes fazer ver aos ingé-<br />
Mas certo é que o governo nada<br />
Á vontade I<br />
do actual governo. Sabe-se, pelas<br />
nuos que a providência dos proverno<br />
que o precedeu. Não quiz,<br />
d'isso fará, porque elle defende a gressistas é um acto de extrema<br />
tradições do regimen monárcliico, porém, ou não poude fazê-lo, e o<br />
monarchia e esta só se apoia nas tolerância e generosidade, que de-<br />
o que valem as promessas consi- resultado será que o novo parla-<br />
bayonelas. Ora enquanto as bayoveria<br />
obrigar á gratidão e ao maior Em que ficámos?<br />
gnadas nesse documento. Não se mento ha de cair no mesmo ridículo<br />
respeilo os jornalistas republicanos. Diz A Provinda:<br />
netas estiverem ao lado do rei con-<br />
lhes liga importância alguma, por- que caiu o pseudo-parlamento que<br />
E porque esles continuam, no<br />
tra o povo, enquanto este, num cumprimento do seu dever patriótico, «Vae acabar o regabófe dos comque<br />
ninguém confia nellas. Sobre o agora foi dissolvido. Aos futuros demissários<br />
régios. O único que será<br />
movimento heróico, não passar por a sua campanha con Ira as insti-<br />
conservado é o valente major Mou-<br />
assumpto não ha, entre os que desputados já se dá a alcunha dè bar-<br />
cima d'ellas para affirmar a sua tuições sem respeitarem o consusinho d'Albuquerque, que Acará nesta<br />
apaixonadamente dedicam alguma riguínhas. E característica e ha de<br />
lado progressista em princípio, vá situação por causa da guerra contra<br />
vontade, a monarchia ha de fazer o<br />
altenção á política, a mínima diver- fica r.<br />
de insinuar que no espírito da im- os namarraes. Os outros, que, como<br />
que lhe aprouver, calcando direitos prensa republicana não ha senti- o da índia, se arrogavam poderes<br />
gência, e nós abster-nos-hiamos até<br />
discricionários, talhando para si gros-<br />
Ao futuro parlamento proporá o e supprimindo liberdades. A constimentos nobres, e que nella viceja a<br />
sa fatia, serám exonerados e man-<br />
de criticar o programma do actual governo immediatamenle a revoga tuição continuará a ser letra morta negra ingratidão!. . .<br />
dados recolher ao reino.<br />
governo, se não houvesse nelle al ção dos diplomas actualmente em e a promessa do actual governo<br />
Na campanha republicana está Era tempo de acabar com esses<br />
gumas affirmações que merecem es-<br />
occupando um logar que deslaca, potentados».<br />
vigor que prejudicaram a inviolabi- uma banalidade, como também o pela violência do ataque e sinceripecial<br />
registro.<br />
lidade dos direitos civis e políticos sam as que faz ácêrca da reorganidade das apreciações, João Chagas,<br />
Dizem os telegrammas do Pri-<br />
Principia o governo por declarar<br />
meiro de Janeiro:<br />
dos cidadãos e, designadamente, os zação económica e financeira. que pelo último decreto de amnis-<br />
que não quer fazer dictadura. Não<br />
tia saiu ante-hontem do Limoeiro. «O sr. Neves Ferreira pediu hoje<br />
que restringiram a segurança indi- A parte tio programma respei-<br />
tratarêmos de averiguar se deveria<br />
Claro é que João Chagas, aprovei- a sua exoneração de commissàrio<br />
vidual, a liberdade de imprensa ea tante a este assumpto não contém tando o beneficio da amnistia, que régio da índia.<br />
em vez do não quer dizer que não de reunião. Não antecipémos críti- uma única afirmação que revele os não pediu nem podia recusar, en- Ámanhã ha conselho de ministros<br />
em casa do sr. José Luciano, que<br />
pôde, suppondo, como é provável, cas a estas fórmulas vagas e indetende<br />
e muilo bem, e com elle os<br />
inluilos-do governo sobre os meios<br />
resolverá quem deve ser nomeado<br />
que no assumpto houvesse a inter-<br />
republicanos lodos, que de modo para o cargo. Provavelmente será<br />
terminadas, repelidas por todos os de melhorar a quasi desesperada nenhum pôde significar tal facto a o sr. Augusto de Castilho».<br />
venção do rei. Também não discre- governos que se têem succedido no situação em que o país se encontra. sombra d'uma transigência.<br />
tearemos sobre a possibilidade do poder, e que se vam sempre con-<br />
Então continúa o regabófe, ou<br />
Diz-se que se apresentarám pro- E dahi o continuar a campanha<br />
governo cumprir a sua promessa,<br />
não?<br />
cretizando em medidas ultra despópostas destinadas a restabelecer<br />
em toda a imprensa republicana,<br />
no meio dos gravíssimos embaraços ticas. Terêtnos muito tempo para<br />
com a mesma violência, o mesmo<br />
quanto possível o equilíbrio orna-<br />
que á sua acção ham de oppôr as<br />
denodo, a mesma coragem.. .<br />
fallar, sem que nos possam accusar mental e a desafogar a situação fi- Mas o Tribuno Popular, a des- O sr. ministro das obras públi-<br />
engrenagens da administração e as de apaixonados.<br />
nanceira, que se farám na despêsa propósito da amnistia, e da allitule cas ordenou que não se désse pos-<br />
tristíssimas condições económicas<br />
Ao futuro parlamento lambem o<br />
de João Chagas, escreve:<br />
so a quaesquer empregados que ti-<br />
as economias compatíveis com os<br />
vessem sido nomeados além do qua-<br />
e financeiras em que o país se en-<br />
governo proporá que se reconheça serviços públicos indispensáveis, «É claro que o jornal do sr. Chadro. A medida é boa, merecendo os<br />
contra, até ao dia 10 do próximo<br />
gas, A Marselheza, é um dos que<br />
a necessidade das reformas da con- que se tornará effecliva e sob se-<br />
nossos applausos. O que resta sa-<br />
mês de junho em que o parlamento<br />
mais atacam o ministério que assuber, é se o ministro terá a força<br />
stituição, «com o principal intuito vera responsabilidade a fiscalização miu a responsabilidade da amnistia.<br />
começará a funccionar. O certo é<br />
Era de esperar».<br />
sufficiente para a fazer cumprir.<br />
de evitar que o poder executivo a do emprego dos dinheiros públicos,<br />
que o governo promette não fazer<br />
possa suspender, investindo para que se fomentará o desinvolvimento Pois o que esperavam? Que os<br />
dictadura, deixando de pé, para ser<br />
isso as côrtes, o poder judicial e os da producção nacional.<br />
jornalistas republicanos quebrassem Mais fuzilamentos<br />
modificada em côrtes constituintes<br />
as suas pennas ou as convertessem<br />
próprios cidadãos com meios ade- Como?<br />
eleitas segundo os trâmites legaes,<br />
em thuiíbulos dos progressistas? Noticia o Século:<br />
quados a poderem inutilizar de fu-<br />
a obra anárchica do governo que o<br />
A êste respeito guarda o governo Foi, porventura, no interesse ex-<br />
«i última hora.—Foram fuzilados<br />
precedeu.<br />
turo qualquer tentativa nesse sen- a mais prudente reserva. Faz proclusivo da imprensa republicana em Pondá, pelo administrador d'a-<br />
que tal decreto se publicou? Não, quelle concelho, mais três ranes.<br />
tido, cuja repetição tem sido uma<br />
Da declaração feita pelo governo<br />
messas, mas não se quer compro- porque do beneficio da amnistia Um d'elles converteu-se ao catholi-<br />
a primeira illação a tirar é que elle<br />
das causas do abatimento do poder melter, mostrando que pouco ou aproveitaram jornaes progressistas, cismo â hora da morte. Ministrou-lhe<br />
reconhece, contra as mais categó-<br />
egislalivo e da depressão do sysle- nada sabe<br />
e enlre elles o do sr. José Luciano, o sacramento de baptismo o prior<br />
o Correio da Noite. Houve, portanto,<br />
da freguezia».<br />
ricas affirmações que fez na oppoma<br />
representativo.»<br />
Vae estudar, até que se abra o muito de egoismo, senão exclusiva- Continúa, pois, a inaudita brusição,<br />
a dictadura anti-constitucio- Seacreditassemos na sinceridade parlamento.<br />
mente de egoismo, na publicação talidade dos fuzilamentos na índia,<br />
nal do gabinete presidido pelo sr. do governo, veríamos neste período No entretanto o câmbio continua- do decrelo da amnislia.<br />
commellidos summariamente no re-<br />
Hintze Ribeiro, acatando a própria a promessa de que o governo ía prorá a descer.<br />
Mas que não fôsse assim. . . gimen oppressor e odiôso d'um<br />
Quem lhes pediu o favor, se commissàrio régio feroz 1<br />
lei eleitoral votada pelo Solar dos por ao parlamento a suppressão da<br />
d'este modo o consideram?<br />
Parece que Pondá está sob o<br />
Barrigas, que não quiz reconhecer monarchia, único meio por que en-<br />
Tinham em vista congraçar em domínio d'um povo bárbaro e cruel,<br />
Partido republicano<br />
e ao qual até se recusou a fazer as tre nós se poderá conseguir o res-<br />
auxílio da política' progressista a que é uma dependência de cáfres e<br />
suas apresentações. Esta incoherénpeito pela lei fundamental do país. O directório do partido republi-<br />
independência e altivez da opinião não região da índia Portuguêsa,<br />
cia sem dúvida alguma enfraquece Enquanto subsistir a actual fórma cano, reunido sob a presidência do<br />
republicana? Se assim foi, bem sob o domínio d'um país onde a<br />
sr. Gomes da Silva no dia 8 do cor-<br />
vêem que fôram illudidos na sua abolição da pena de morte é um<br />
o governo, que assim afasia do cam- de governo, enquanto o sr. D. Carrente,<br />
dirigiu a seguinte communi-<br />
expeclactiva ingénua.<br />
facto.<br />
po da lucta eleitoral todos os libelos exercer as funcções de poder cação á imprensa republicana:<br />
Dos republicanos não podem os E ninguém toma contas ao san-<br />
progressistas esperar, nem elles nem<br />
raes que se compromelteram a não moderador, a constituição ha de<br />
guinário Neves Ferreira dos assas-<br />
«O directório do partido repu- nenhum outro partido ou còterie sinatos da índia...<br />
reconhecer, com o partido progres- ser calcada aos pés como o tem sido blicano resolveu aconselhar a con- monárchica, outra coisa que não<br />
sista, as reformas de carácter con- até agora. Nem as côrtes, nem o tinuação da abstenção eleitoral até seja a guerra mais intransigente e<br />
stitucional do actual governo. O di- poder judicial, nem os cidadãos o que uma lei, regularmente votada mais aberta.<br />
Os regeneradores andam por ahi<br />
em côrtes, dê, pelo menos, as garectório<br />
do nosso partido já tomou poderám evitar. Não dizemos bem.<br />
Combatemos as instituições mo- a apregoar que os progressistas pourantias<br />
já conquistadas na lei de nárchicas, que nos degradam e nos cos mêses estarám no poder e que<br />
essa resolução, que merece o nosso Ainda ha um meio.<br />
1884.<br />
arrastaram á ínfima miséria em que o sr. João Franco será o futuro pre-<br />
incondicional applauso.<br />
Dissolva o governo as guardas Esta resolução justifica-a a cohe- nos debatemos. De envolta com as sidente do conselho de ministros.<br />
O sr. José Luciano, para ser co- muninipaes, dê uma nova organiréncia<br />
do partido republicano, que instituições guerrearemos com todas Vejam se querem para isso o nos-<br />
sempre julgou itlegaesas resoluções<br />
herente, deveria pôr em vigor a lei<br />
as nossas forças os homens que as<br />
zação ao exército seguindo como<br />
so auxílio, que da melhor vontade<br />
voladas pela câmara agora dissol- servem, que as adulam e ludibriam lh'o dispensaremos. O sr. João Fran-<br />
1884 e a reforma constitucional modelo a da Suissa. Faça isso, e vida.»<br />
o país,<br />
co é o homem que nos convém,
0 anniv ersário da proclamação<br />
da Republica em Hespanha<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
0 sr. Bispo-Conde e a reacção<br />
Cursos populares no Instituto<br />
gumas reuniões quando, se tratava<br />
da eleição camarária. Agora sabese<br />
qual o motivo por que elle fez<br />
tam triste figura atacando os republicanos<br />
e os progressistas: o ho-<br />
Devem ser imponentes as manimem<br />
queria arranjar-se.<br />
festações que o partido republicano<br />
E ahi está como um telegramma<br />
faz hoje em Hespanha, commemo-<br />
define um homem e um homem um<br />
rando a proclamação da Republica,<br />
regimen.<br />
que foi tam vilmente trahida pela<br />
restauração.<br />
A Junta Central da União Repu-<br />
«Mala da Europa»<br />
blicana dirigiu o seguinte manifesto<br />
aos republicanos hespanhoes: O último número d'este jornal ofe-<br />
«Reuní-vos no dia 11 de feverece uma folha em honra do carnaval<br />
reiro nas capitaes como nas aldêas, no Brasil, com allusões a factos e<br />
indivíduos, que decerto alli encontrará<br />
todos juntos, sem distincção de cô-<br />
um acolhimento jovial.<br />
res, em um só acto, para demon- Uma engraçada composição polycrostrar<br />
a communidade de espírito mica, devida ao lápis de Raphael<br />
que nos anima e a communidade Jordallo Pinheiro, occupa as duas pá-<br />
que existe entre as nossas instituiginas internas.<br />
ções e a regeneração de Hespanha D'uma garrafa de Champagne, que<br />
estoura, saltam allegorias, episodios,<br />
A commemoração d'aquella data costumes e caricaturas de escriptores<br />
deve ler hoje excepcional importân- e jornalistas dos dois países. E' uma<br />
cia. Não é só a recordação da pro- visão de alegria, um pele-mêle fantásclamação<br />
da Republica hespanhola tico, uma folia satanica!<br />
por uma Assembléa Nacional < O desenho é de bello effeito, muito<br />
vivo e muito fresco, de grande exhube-<br />
tributo de honra e gratidão devidos ráncia de imaginação e de graça<br />
aos insignes cidadãos que prepará- como tantas outras invenções da veia<br />
ram aquelle acto; offerece além inextinguível do poderoso caricaturista<br />
d'isso ensejo para pôr em relêvo<br />
extraordinária força moral que anima<br />
a perseverança com que por Na reunião da maioria (I) rege<br />
espaço de vinte e quatro annos têem neradora, em que appareceu tam<br />
mantido os ideaes democráticos em bem a minoria (!) cujos membros<br />
toda a sua pureza os republicanos teceram os mais rasgados elogios<br />
hespanhoes, pródigos em sacrifícios, ao governo do sr. Hintze, notou-se<br />
até no inapreciável da vida, despre- a ausência dos srs. Serpa, Julio de<br />
zando as apostasías e os pactos ver Vilhena, Moraes Carvalho, Pedro<br />
gonhósos e mantendo-se superiores Victor, Francisco Costa, Luiz Bi-<br />
á desconsoladora indifferença que var, Cau da Costa, e outros rege<br />
nas veias do país têem infiltrado neradores dos mais graduados do<br />
corrupção systemática, as indizíveis partido.<br />
torpêzas e os evidentes fracassos<br />
dos partidos monárchicos, que agora<br />
mesmo, depois de haverem ensanguentado<br />
e arruinado a pátria<br />
F O G U E T E S<br />
põem um pleito a honra da nação Sobemos que um professor illus-<br />
hespanhola.<br />
tre da Uni versidade,—propagandis-<br />
Importa sobretudo aproveitar êste ta acérrimo d'um centro que, em<br />
anniversário para que os correligio- vez de unir e solidificar o governo,<br />
nários inspirem direcção á União só serviu para o arremessar ao lôdo,<br />
Republicana. Tem esta bases polí- — se esquentou doidamente com os<br />
ticas que julgámos insubstituíveis fogueies que, á porta d'um chefe<br />
para que garantam o estabelecimen- progressista seu vizinho, arremesto<br />
e consolidação da Republica. Para saram aos ares, com vozearia e pal-<br />
implantá-la empregarêmos todos os mas, certos correligionários aqueci-<br />
meiosqueascircunstânciase o nosdos com a subida do novo governo<br />
so próprio esforço nos deparem, com Queixa-se s. ex.<br />
a única condição de que sejam opportunos<br />
e honrados.<br />
Mas é necessário que digaes se<br />
êsse movimento de opinião que se<br />
nota nas hostes republicanas, favoravel<br />
á maior unidade na organiza<br />
ção e direcção de todas as forças republicanas,<br />
corresponde a universaes<br />
e bem sentidas aspirações.<br />
A Junta quer conhecer o espírito<br />
dos republicanos e consulta-os, não<br />
para provocar votações que sam im<br />
possíveis nas grandes assemblêas<br />
como estas para que os convidámos<br />
mas para colher as impressões do<br />
minantes e inspirar-se nellas.<br />
Apressae-vos, pois, correligionários,<br />
a cumprir estes deveres.<br />
Depois cumprirá os seus a Junta<br />
Central de União Republicana.<br />
O nosso prezado collega A Marselhêza<br />
publica o seguinte despacho<br />
telegráphico:<br />
«Conselheiro Neves Carneiro<br />
— Supremo Tribunal de Justi<br />
ça. — Consta vagar logar delega<br />
do Porto. Poderá arranjar-se? No<br />
testamento nada poderei obter?—<br />
Albertino.»<br />
Este Albertino é o sr. Albertino<br />
Preto Pacheco, membro da maioria<br />
regeneradora da Câmara Municipal<br />
do Porto, que se tornou notável pelos<br />
disparates cjue alli disse em al-<br />
a de que o país<br />
está pobre, muito pobre, e diz que<br />
causa dôr vêr alegrias o dispêndios<br />
em momento de tanta tristêza.<br />
Achamos bem. Simplesmente<br />
d'essa fórma, o maguado professorpropagandista<br />
desmente as affirma<br />
ções do seu presidente João Franco,<br />
que deixou o thesouro abonado<br />
as finanças melhoradas, a riquêza pu<br />
blica em progresso.<br />
Por causa d'uns tristes foguetes<br />
de nove respostas, parece-nos con<br />
demnavèl tam prematura dissidén<br />
cia.<br />
De resto, quem diz a s. ex. a que<br />
os foguetes não fossem deixados<br />
pelo João Franco aos progressistas<br />
no celebérrimo testamento de 475<br />
comedorias, de que s. cx. a Decididamente, o sr. Bispo de<br />
Coimbra está sendo o centro commum<br />
de toda a reacção neste país.<br />
Não ha muito tempo, a sr.<br />
, apesar<br />
da miséria pública, não se queixa<br />
nem quer queixar?<br />
O Século está outra vez republi<br />
cano e o público bem conhece os<br />
motivos que o leváram a afastar-se<br />
da monarchia: quer continuar a ser<br />
o jornal de maior circulação no país<br />
Foram nomeados substitutos do<br />
juiz de Direito neste concelho os<br />
srs Francisco Eduardo de Almeida<br />
Leitão e Cunha, Accacio Hypólito<br />
Gomes da Fonseca, Danton de Carvalho<br />
e Joaquim Maria Ferreira.<br />
a D.<br />
Amélia d'Orleans escreveu-lhe uma<br />
encyclica convidando-o a assumir<br />
êsse cargo eminente, mas perigoso<br />
para a nação e. .. para s. ex.\<br />
Agora os velhos moços cathólicos<br />
de Lisboa, que dam pelos nomes<br />
de Lindoso, Saldanha & C. a ,<br />
)edem-lhe providências para o facto<br />
de se estarem alistando na maçonaria<br />
portuguêsa muitos estudantes<br />
da Universidade.<br />
Coincide esta denúncia ridícula,<br />
mas symptomática, com a publicação<br />
d'um livro do sr. Bispo sobre a<br />
extincção do convento de Semide,<br />
livro em que o alto prelado se colloca,<br />
abertamente, ao lado do restabelecimento<br />
dos frades, e se mostra<br />
incendido em sacro amôr pelo<br />
fóco reaccionário de Santa Therêsa,<br />
em que ha beatério e padres associados<br />
para diversos fins, e pelas<br />
freirinhas de Santa Clara, em que<br />
ha 150 pequenitas recebendo os<br />
primeiros princípios d'uma educação<br />
perigosa para o lar familiar e para<br />
a elevação e cultura das camadas<br />
populares. ,<br />
É tempo de lembrar ao sr. Bispo<br />
Conde que a propagação d'estas<br />
doutrinas pôde causar-lhe alguns<br />
desgostos, e que nós, pelo menos,<br />
não eslâmos dispostos a sanccionar,<br />
com o nosso silêncio, os manejos<br />
de que s. ex. a Casa da Misericórdia, e o Asylo<br />
dlnfáncia Desvalida, mas é certo<br />
que estes estabelecimentos de caridade<br />
que tam bons serviços pres- Como estava annunciado, abriram<br />
tam, não satisfazem pela sua índole na segunda feira última os cursos<br />
e organização ao fim dos Albergues jopulares que o Instituto organizou<br />
das crianças abandonadas. Estes )ara a população operária de Coimbra.<br />
sam principalmente destinados para<br />
A affluéncia de alúmnos é extraor-<br />
dar um asylo immediato, prompto,<br />
dinária, e veiu provar que a iniciativa<br />
sem processos prévios, nem empe-<br />
da direcção do Instituto, sempre opnhos,<br />
ás crianças que se encontram<br />
ao desamparo e para as quaes não<br />
ortuna, o era agora mais que nunca.<br />
ha actualmente outro recurso senão Assim, nas aulas de Leitura e escri-<br />
os calabouços das esquadras da popta e Instrucção primária, que só<br />
lícia. Recolhê-las, limpá-las, saciar- abrem na semana próxima, estám já<br />
lhes a fóme, investigar as causas matriculados, respectivamente, 50 e<br />
do seu abandono, procurando en- 160 alumnos. Em Geographia e histotregá-las<br />
a quem tenha obrigação ria, regida pelo sr. dr. Bernardino<br />
de olhar por ellas, e, na sua falta, Machado, estiveram na lição d'aber-<br />
promovendo o internato nos asylos, tura, mais de 50 alumnos. Em Edu-<br />
taes sam os fins de tam humanitácacão cívica, regida pelos srs. drs.<br />
rias instituições.<br />
Frederico Laranjo e Alfonso Costa,<br />
Que Coimbra não fique na re- acham-se inscriptos 60 alumnos. Em<br />
claguarda de tam generosa inicia- Porlugtiês, regido pelo sr. dr. Silva<br />
tiva é o que muito desejamos. Gayo, estám matriculados approximadamente<br />
80 alumnos. Em Francês,<br />
regido pelo sr. Eugénio de Castro,<br />
Vae para Londres o sr. Luiz So- encontram-se 114 alúmnos. A sala<br />
veral como ministro plenipotenciá- grande do Instituto estava hontem<br />
rio. O sr. corregedor Veiga conti- litteralmente cheia com este curso<br />
núa no seu logar em Lisboa. enorme. E ainda, depois da aula, as<br />
O Correio da Noite nada tem dilo, matrículas continuaram, alargando-se<br />
mas não tardará muito que faça os os números indicados, que provavel-<br />
mais rasgados elogios a esses funcmente augmentarám bastante até docionários.flfc<br />
mingo, dia em que todas as matrículas<br />
se encerram.<br />
Partiu para Lisboa, onde se de-<br />
Além das aulas a que nos temos<br />
morará alguns dias, o sr. dr. Ber- referido, abriu já também a de Callinardo<br />
d'Albuquerque.<br />
grapliia, dirigida pelo sr. Olympio<br />
Lopes da Cruz, que talvez se veja<br />
obrigado a dividir o curso, pois que<br />
IPinto Saraiva<br />
já conta mais de 160 alumnos.<br />
Este nosso distincto collega do Abriram ainda esta semana as aulas<br />
Expresso, orgão dos empregados de Hygiene das profissões, Mechanica e<br />
nos Caminhos de ferro portuguêses, physica experimental, e Geometria indus-<br />
se faz ardente pro-<br />
onde tem sustentado, com a mais trial, respectivamente dirigidas pelos<br />
motor.<br />
levantada dedicação pelos interes- srs. drs. Lopes Vieira, Teixeira Bastos<br />
ses dos operários e pela propaganda e Augusto Barbosa; e não abriu hon-<br />
republicana, uma situação violenta<br />
tem, como estava, annunciado, a de<br />
Desastre na Grvtiné de opposição e de crítica aos actos<br />
Geometria intuitiva, por estar doente<br />
immoraes e nefastos da adminis-<br />
Da Guiné foi expedido para Listração<br />
da Companhia Real dos o seu professor, sr. dr. Bernardo Ayres.<br />
boa o seguinte telegramma:<br />
Caminhos de Ferro, acaba de ser Nestes diversos cursos acham-se<br />
— «Desastre rio Mansoa; tenente demittido do logar que nesta Com- matriculados muitos indivíduos, de<br />
Falcão, balantas.»<br />
panhia desempenhava.<br />
todas as profissões e mistéres, desde<br />
O sr. ministro da marinha tele- E foi-o unicamente por ousar o empregado público até ao commergraphou<br />
immediatamente para censurar o procedimento d'um franciante, desde o marceneiro até ao<br />
Guiné pedindo esclarecimentos, recês, um sr. Boyer, um dos directo- simples aprendiz de caiador. Na quasi<br />
cebendo hontem o seguinte teleres da Companhia, que no fim do totalidade, os alumnos sam adultos ou<br />
gramma do governador:<br />
último anno talhou para si, dos rapazes de 15, 18 e 20 annos. Apenas<br />
rendimentos da Companhia, uma nas aulas de Leitura e escripta e Ins-<br />
«Notícias vagas, vindas por Man- gratificação de 2:000$000 réis, para trucção primária ha muitas creanças.<br />
sôa, referem que Falcão soífreu accumular ao seu farto ordenado Tendo assistido ás 5 aulas que se<br />
revés, parece que em Maros. Hontem de 6 contos!<br />
inauguraram até hontem devemos di-<br />
constou estarem Beribau para obter O procedimento honesto do nosso zer que nos surprehendeu o enthu-<br />
reforços. Na conhoneira Flecha s& collega sr. Pinto Saraiva, que se<br />
siasmo, a sollicitude e a attenção com<br />
guiu para Farin o commandante insurgiu contra o abuso daquellas<br />
que professores e alumnos collaboram<br />
Cunha.<br />
largas gratificações enquanto o pes-<br />
Ha adhesões de auxiliares imporsoal operário e inferior da Compa- nesta obra meritória. Pelos seus inícios<br />
tantes de confiança.<br />
nhia continúa na mesma pobre ella promette ser profícua; e do cora-<br />
Caso o boato seja verdadeiro, situação em que se encontra, proção desejamos que o nosso pessimismo<br />
sigo a castigar os mangasas piratas vocou do tal Boyer, que blasona ácêrca de emprehendimentos d'esta<br />
de democrata e socialista, a baixa natureza, sempre tam louváveis e<br />
e mesquinha vingança da demissão grandiosos, possa, d'este modo, ser<br />
Albergue das creanças abandonadas Este facto, em si vil e miserável corrigido pelos factos. Muitos profes-<br />
torna-se ainda mais digno de reparo sores da nossa Universidade e diver-<br />
Com êste título acaba de se con e condemnação como symptoma: sos sócios do Instituto têm assistido e<br />
stiluir em Lisboa uma associação de mostra a acção directa que nas honrado, com a sua presença, estes<br />
caridade, destinada a dar guarida coisas portuguesas está exercendo<br />
cursos; e até ante-hontem um inglês<br />
ás crianças que, por circunstâncias o extrangeiro. Com uma sobranceira<br />
esteve presente a uma das sessões»<br />
eventuaes, se encontram ao desam- e desprêzo humilhantes, vam os<br />
paro.<br />
extrangeiros impondo em Portuga fazendo merecidos cumprimentos ao<br />
Em Coimbra sente-se bem a falta o seu querêr, até para satisfação sr. dr. Bernardino Machado e aos<br />
d'uma instituição d'esta natureza. das suas vaidades oífendidas e dos seus cooperadores pela iniciativa que<br />
Todas as noites se encontram es- seus ódios pessoaes...<br />
tomaram.<br />
molando pelas ruas da baixa crian- E d'isto uma prova a perseças<br />
que a miséria atira para a vaguição movida por um extrangeiro<br />
diagem da via pública e que ali vêm contra o nosso amigo sr. Pinto Na Rússia publicou-se uma lei<br />
fazer o seu tirocínio para a prosti- Saraiva, perseguição que encontrou pela qual todo o soldado que tertuição<br />
e para o crime.<br />
apoio nos membros portuguêses da minar o tempo de serviço sem uma<br />
Temos já, é verdade, duas casas Direcção da Companhia Real. nota recebe como recompensa uma<br />
destinadas á protecção das crianças; Deplorável symptoma êste da porção de terreno cultivável, que<br />
o Collegio dos Orphãos da Santa decadência a que nós chegámosl lhe fica pertencendo,
Notícias diversas<br />
Diz-se que será nomeado gover-<br />
nador civil de Portalegre o sr. dr.<br />
Frederico Laranjo, talentôso professor<br />
da Faculdade de Direito. Não<br />
querendo de modo algum pôr em<br />
Enterrou-se no dia 9 o cadavér de<br />
João Dias Anastacio, estudante de pre<br />
paratórios no Lyceo de Coimbra.<br />
Era um rapaz muito novo, cheio<br />
de intelligéncia, e que tinha as sympathias<br />
de todos os que o conheciam.<br />
Morreu em convalescença da influenza<br />
com uma congestão pulmonar<br />
fulminante.<br />
Longe da família elle teve a rara<br />
felicidade de ser tratado com os cuidados<br />
que só as mães sabem ter pela<br />
ex."" 1 sr. a D. Maria Emilia Vahia<br />
Neves e pela dedicação da ex. ma sr<br />
D. Ludovina Neves, que o estimava<br />
como se fora filho.<br />
Foi muito concorrido o saimento<br />
da casa para a egreja onde foi veládo<br />
pela familia e da egreja para o cemi-<br />
tério.<br />
No Lycéo houve feriádo por motivo<br />
da mórte do estimado mancebo.<br />
Receba s. ex. ma família os nossos<br />
pêsames.<br />
José dos Santos Lameira foi exonerado,<br />
como requereu, do logar de<br />
3.° distribuidor supranumerário do<br />
correio d esta cidade.<br />
Esteve de passagem em Coimbra<br />
o sr. Augusto Fuschini.<br />
Foi publicada uma portaria pelo<br />
ministério das obras públicas em que<br />
se determina que se acabe com a prática<br />
de se abonarem fundos, destinados<br />
ás despêsas das escholas indus<br />
triaes, aos inspectores das mesmas,<br />
devendo de futuro as requisições ser<br />
feitas pelos respectivos directores e<br />
directamente enviadas á repartição<br />
de indústria. A mesma portaria ordena<br />
também: l.°que a repartição<br />
da indústria organize desde já a<br />
distribuição, dentro da vérba orça-<br />
19 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'nm forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Nena<br />
VI<br />
O jogo<br />
Sobre ella entre dois candelabros de<br />
zinco dourado, via-se um masso de baralhos<br />
de cartas, das verdadeiras, em<br />
que se pôde ler conOança, pois tinham<br />
coitado o sello da régie.<br />
Ao lado dos espelhos havia serpentinas<br />
de chumbo cheias de pontos brancos<br />
causados pela humidade-<br />
Entrando na sala — sóosbebedos—<br />
é que nâo tremiam de frio.<br />
Apenas os convidados cercaram a<br />
mesa, o pequeno visconde, baralhou as<br />
cartas, e principiou o Lansquenet.<br />
— Não jogas ?, perguntou Lélia em<br />
voz baixa ao barão.<br />
— Quando o outro se levantou, respondeu<br />
elle no mesmo metal de voz,<br />
trocas os baralhos que estám na mêsa<br />
pelos outros... os do masso que ha<br />
pouco entreguei a Baptistine.<br />
F- Está bera, vou preveni-la.<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
mental, da importância a abonar a<br />
cada eschola; 2." que os inspectores<br />
fiscalizem a devida applicação dos<br />
fundos destinados ás escholas da<br />
respectiva circunscripção.<br />
Foi convidado para governador<br />
civil de Coimbra o sr. dr. Pereira<br />
dúvida os bons serviços que no Dias. Diz-se, porém, que não accei-<br />
exercício desse cargo poderá prestou, e que será nomeado o sr. dr.<br />
tar, afigura-se-nos que seria mais Amaral, advogado no Funchal.<br />
útil ao país a sua continuação na<br />
regência da cadeira de Direito Pú<br />
blico, que tam distincta tem sido. Foi concedida a amnistia a todos<br />
os delidos de liberdade de imprensa,<br />
cumprindo assim o governo uma<br />
das suas promessas. A amnistia reveste<br />
sempre as apparéncias d'um<br />
favor, não sendo assim reparação<br />
condigna para as víctirnas das prepotências<br />
exercidas em nome d'uma<br />
lei verdadeiramente iníqua, cujas<br />
disposições liberticidas é necessário<br />
supprimir.<br />
O governo não deve, pois, limilar-se<br />
á amnistia; deve propôr, logo<br />
que se reúna o parlamento, uma<br />
reforma profunda na lei da imprensa.<br />
Parece-nos, porém, que não terêmos<br />
de o applaudir por êsse acto.<br />
Em Chaves um cão damnado mordeu<br />
quatro mulheres e dois homens,<br />
e apesar de perseguido não consta que<br />
fosse morto.<br />
E os sentimentalistas a gritarem contra<br />
a San llarthelemy dos cães I<br />
. A situação cambial melhorou um<br />
pouco. As libras baixaram para 1)5960.<br />
Diz-se que o governo vap tomar algumas<br />
providências para reprimir a es<br />
peculação com o ouro.<br />
No domingo passado foi a inaugura<br />
ção sulemne dos trabalhos do Asylo de<br />
Infancia, que por subscripção pública<br />
se vae construir na Figueira da Fóz,<br />
commemorando a ida das baterias de<br />
artilheria para aquella cidade.<br />
Os 500 empregados da casa Grandella,<br />
tencionam fazer uma excursão<br />
a Coimbra e ao Bussaco, no próximo<br />
mês d'abril. A inauguração d'estas excursões<br />
teve logar o anno passado com<br />
uma visita ao magestôso templo da<br />
Batalha.<br />
\ /<br />
As três récitas annunciadas da companhia<br />
Lucinda Simões terám logar<br />
nos dias 6, 7 e 8 de março.<br />
As peças que vam á scena sam:<br />
— Logo que Petit Mousson chegue<br />
quero fallar-lhe... Só jogo depois d'isso...<br />
— Bem...<br />
Lélia foi prevenir Baptistine que naquelle<br />
momento acompanhava o conde<br />
Áont-Perral á sala.. .<br />
Anna d'Avennes e seu cavalleiro, o<br />
joven Adolphe Fontaine, mais conhecido<br />
pelo Petit Mousson, entraram quasi<br />
logo.<br />
Anna d'Avennes dizia-se viuva d'um<br />
official belga, era loura, bôcca muito<br />
pequena, os lábios gróssos cobrindo<br />
uns dentes amarellos e grandes; o nariz<br />
fino com as narinas muito dilatadas,<br />
as sobrancelhas e pestanas muito<br />
carregadas e espessas; a pelle d'um<br />
jranco mate oxigenado e sem transparência...<br />
Os olhos formosíssimos, de<br />
um azul muito vivo, muito ardente, tinham<br />
lampejos de histérica.<br />
De estatura mediana, muito franzina<br />
e elegante... vestia admiravelmente;<br />
ninguém que a visse a dez passos de<br />
distância lhe dava mais de vinte annos...<br />
perto, porém, representava<br />
)em os seus trinta e oito a quarenta<br />
annos... Adorava o seu Adolphe; êste<br />
não tinha ainda completado os dezenove;<br />
pequeno, magro, vestia como um<br />
figurino. O nariz era fino e comprido,<br />
a bôcca grande, e onde se via já a<br />
falta de dentes, o lábio superior cojria-o<br />
um bigode, visível só por meio<br />
d'uma lente, e que os seus dedos fingiam<br />
torcer. 0 olho negro, o olhar vivo<br />
e indolente — faltava-lhe o do lado<br />
Francillon, Mancha que limpa, e Frei<br />
Luiz de Sousa.<br />
O theatro está sendo illuminado a<br />
Bico Auer.<br />
Está em Coimbra, o nosso amigo sr.<br />
Luiz de Brito e Sousa, muito estimado<br />
pharmaceutico em Avô.<br />
Sepultou-se hoje uma interessante<br />
criança, filha do vereador municipal,<br />
sr, Moura Bastos. Os nossos sentimentos.<br />
Sam boje assignados os decretos<br />
nomeando o.sr. D. João d'Alarcão, governador<br />
civil de Lisboa, e do Porto o<br />
sr. dr. Oliveira Monteiro. Para Coimbra<br />
ainda nada ha resolvido.<br />
Está vaga a egreja de S. Sebastião<br />
de Means, nesta diocese.<br />
Falleceu a sr a D. Maria da Luz Sobral,<br />
mãe do contador da Imprensa da<br />
Universidade, a quem damnos os nossos<br />
pêsames.<br />
Vam ser substituídas as cédulas de<br />
100 réis, por outras de novo desenho.<br />
Bem preciso é, que as que por ahi andam<br />
mettem nôjo!<br />
O POLO NORTE<br />
O distincto engenheiro suéco Andrée<br />
está organizando uma nova expedição<br />
ao polo norte, que será feita em balão.<br />
Um jornal suéco annuncia que o rei<br />
da Suécia acolheu favoravelmente o<br />
pedido que o expedicionário lhe fez<br />
para pôr á sua disposição uma canhoneira,<br />
que transportará a expedição<br />
até Spitzberg.<br />
Câmara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomddas na<br />
sessão ordinária de 28 de janeiro<br />
de 1897.<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Vereadores presentes: —effectivos<br />
arcediago José Simões Dias. bacharel<br />
José Augusto Gaspar de Mal los. José<br />
Antonio dos Santos, José Antonio Lucas,<br />
Antonio José de Moura Bastos, José<br />
Marques Pinto e Albano Gomes Paes.<br />
Presente o administrador do concelho.<br />
Mandou retirar da praça, aberta em<br />
acto de vereação, as barracas n. 01 19<br />
e 21 do mercado por não convirem os<br />
lanços offerecidos.<br />
direito... e o outro tinha uma névoa<br />
que elle dissimulava trazendo constantemente<br />
um monóculo... com que até<br />
dormia.<br />
Depois de ter experimentado todos<br />
os modos de vida sem assentar em al-<br />
gum... entrára para casa de seu cunhado.<br />
Este viu-se obrigado a pô lo<br />
fóra ao Dm de dois mêses, por motivos<br />
que elle nunca foi capaz de dizer.<br />
E quando lhe perguntavam de que vivia,<br />
respondia invariavelmente :<br />
— Sou jornalista nâo assigno os<br />
meus artigos por causa da familia...<br />
sou repórter...<br />
Adolpho apenas entrou acompanhou<br />
Anna â mêsa de jogo, e trocando com<br />
ella um olhar significativo... dirigiuse<br />
para junto do barão que lhe disse:<br />
— Fontaine, pódes dispensar-me dois<br />
minutos de atlenção?<br />
— Ora éssa, meu caro! vinte se assim<br />
o desejares... Estou ás tuas ordens.<br />
.. dá-me apenas licença de apertar<br />
as mãos aos amigos.<br />
Era esta uma das manias de Adolphe,<br />
tratar a todos por tu e apertar a<br />
mão a toda a gente... o que, valha a<br />
verdade, não era muito honroso para<br />
a maior parte.<br />
— Agora sou todo teu, disse elle ao<br />
fim de alguns minutos.<br />
0 barão levou-o para o fundo da<br />
sala, sentando-se ambos num canapé.<br />
— Meu caro adolphe, uma casa muito<br />
importante da Hollanda, com a qual<br />
tenho relações commerciaes e de amizade,<br />
deseja realizar ura negócio im-<br />
Arrematov em praça, de arrendamento<br />
até ao fim do corrente anno, ns<br />
impóstos municipaes indiréclos sobre<br />
o vinho, vinagre licôres, etc , a consumir<br />
na freguezia d« Lamarósa, e as<br />
barcas de passagem dos portos de<br />
Monte-São, Pé de Cão, Casaes e Ribeira,<br />
no rio Mondego, bem como a do<br />
rio Eça, em Ceira.<br />
Tomou conhecimento da approvação<br />
superior do orçamento para a reparação<br />
de parle da estrada municipal de<br />
Coimbra ao Pisão.<br />
Tomou conhecimento de se acharem<br />
depositadas no cofre do município duas<br />
ações da Companhia geral de agricultura<br />
das vinhas do Alto Douro, que o<br />
cidadão José Maria Rosa, de Cellas,<br />
deixou em testamento ao Asylo de cê<br />
gos e que foram enviadas pelo testa<br />
menteiro, ficando a presidência auctorizada<br />
a providenciar para o devido<br />
averbamento.<br />
Mandou passar licenças para apas<br />
centamento de cabras.<br />
Attestou ácêrca de diversas pelições<br />
para subsídios de lactação a menores.<br />
Resolveu pedir approvaçãe superior<br />
ao orçamento e projecto apresentado<br />
para ia reparação de parle da estrada<br />
municipal de Sernache á Cegonheira.<br />
Mandou registrar uma nota das canalizações<br />
de agua executadas desde<br />
o dia 21.<br />
Auctorizou trabalhos de canalizações<br />
de aguas em vista de requerimentos<br />
de proprietários.<br />
Auctorizou o.pagamento de impôs<br />
tos indirectos por meio de avenças,<br />
requeridas por alguns commerciantes,<br />
até o fim do próximo mês de março.<br />
Mandou enviar vários requerimentos<br />
â repartição d'obras, para informar<br />
Auctorizou o pagamento dos vencimentos<br />
de janeiro aos empregados da<br />
secretaria e demais repartições da sua<br />
dependência.<br />
Mandou effectuar diversos pagamen<br />
tos competentemente auctorizados.<br />
Auctorizou o fornecimento de diversos<br />
artigos para a secretaria e para a<br />
repartição dos impóstos.<br />
Resolveu solicitar do commissàrio<br />
de polícia a execução da postura relativa<br />
á limpeza e lavagem de trens nas<br />
ruas da cidade.<br />
Resolveu pedir perante as estações<br />
competentes que se auctorize na con<br />
strucção do cano geral de esgôtos, por<br />
conta do Estado, na rua de Ferreira<br />
Borges, a ligação das aguas de exgôto<br />
da parte alta da cidade.<br />
Resolveu substituir algumas árvore<br />
da Praça do Commércio.<br />
Despachou requermentos, auctorizando<br />
a cedência de 16, m 70 de terreno<br />
inculto no logar de S. Martinho do<br />
Bispo, para o alinhamento de uma casa<br />
a reconstruir no sitio das Alminhas; a<br />
collocação de alguns dizeres na parede<br />
d'um estabelecimento commercial na<br />
Praça 8 de Maio; a collocação de grades<br />
ao vão de duas janellas rasgadas<br />
de uma casa na Sophia; a extracção<br />
portante com uma casa de Paris que<br />
tu conheces muito bem... preciso de<br />
informações... mas informações sérias,<br />
e é o que desejo pedir-te fiado<br />
na tua ami...<br />
— Oh! sabes quanto sou teu ami<br />
go!... e apertando a mão do barão,<br />
pódes contar commigo.<br />
— Fallo da casa Bérard & C.\<br />
—É meu cunhado!, exclamou o dandy.<br />
— Bem sei.<br />
— Oh ! Fallêmos em outra coisa...<br />
um miserável, um selvagem.... um<br />
parvenu<br />
— Sei tudo isso, não te peço que<br />
m'o apresentes... apenas quero que<br />
me informes sobre o seu estado.<br />
—Ê verdade... Queres que te diga<br />
se è bem, se tem dinheiro?...<br />
Sim, é excellente..., paga tudo o<br />
que está escripto, assignado... por<br />
generosidade, nem cinco réis: é incapaz<br />
de me emprestar cinco francos.<br />
— Isso revela intelligéncia, diz o<br />
barão, pensativo.<br />
— Ê perverso o que tu dizes.<br />
— Diz-me com que capital se pôde<br />
pôr a descoberto essa casa ?<br />
— Um capital formidável.<br />
— Qual, approximadamente?<br />
— A casa tem em gyro mais de dois<br />
milhões...<br />
— Dois milhões! Dois milhões! exclamou<br />
o barão, cujo olhar flammejou.<br />
— Elle tem um commanditario; mas<br />
pertence-lhe quasi todo o capital.<br />
— Mas ha apenas cinco annos que<br />
elle se estabeleceu.<br />
de cópia de uma pequena parte da<br />
planta da cidade, a requerimento de<br />
um proprietário.<br />
Indeferiu dois requerimentos de proprietários,<br />
um para a construcção de<br />
degráus em uma casa em Taveiro, outro<br />
para a construcção de um muro<br />
de vedação na freguezia de Vil de<br />
Mattos.<br />
KALENDARH) DE FEVEREIRO, 1897<br />
Domingo ....<br />
Segunda feira<br />
Terça.<br />
Quarta<br />
Quinta<br />
Sexta<br />
Sábbado<br />
7 14 21<br />
1 8 15 22<br />
*2 9 16 23<br />
3 10 17 24<br />
4 11 18 25<br />
5 12 19 26<br />
6 13 20 27<br />
28<br />
Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />
Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />
da m.<br />
Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n.<br />
Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />
da n.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
Banco Commercial de Coimbra<br />
Sociedade anonyma<br />
de responsabilidade limitada<br />
Convido os srs. accionistas que fazem<br />
parte da assembléa geral do<br />
Banco Commercial de Coimbra, a reúnirem-se<br />
nesta cidade na rua do Visconde<br />
da Luz, n.° 15, 1.° andar, no<br />
dia 22 do corrente pelas 7 horas da<br />
noite afim de dar cumprimento ao disposto<br />
no artigo 14.° dos estatutos.<br />
Coimbra, 4 de fevereiro de 1897.<br />
O Presidente da assembléa geral,<br />
Antonio Rodrigues Pinto.<br />
C o s i n l ^ e i r a .<br />
Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />
: allar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />
Agradecimento<br />
Maria Augusta da Conceição Dias<br />
Anastácio, Manuel Dias Anastácio (ausentes),<br />
Adelaide Augusta Dias, Guilhemina<br />
Augusta Dias, Deolinda Augusta<br />
)ias e Ludovina do Carmo Pereira<br />
Neves, na impossibilidade de agradecerem<br />
individualmente a todos os distinctos<br />
académicos que se dignáram<br />
tomar parle no funeral de João Dias<br />
Anastacio, seu saudoso filho, irmão e<br />
protegido, o fazem por êste meio,<br />
protestando a todos a sua mais proúnda<br />
gratidão.<br />
— Sim! num caso! sim... apenas<br />
como eu: queres saber por que meios<br />
obteve essa fortuna ? ha cinco annos<br />
nâo tinha elle um real... Não é a<br />
pessoas como nós que se faz crer na<br />
possibilidade de se conquistar tal situação<br />
em tam pouco tempo por meios<br />
regulares...<br />
— E com encargos..., accrescentou<br />
o barão, fallando comsigo mesmo.<br />
—Encargos! ah! sim! encargos!...<br />
elle confessa-o por toda a parte...<br />
por algumas dividas pagas..., despêsas<br />
de sustento para mim... bello<br />
negócio...<br />
-Era por ventura forçado a isso?...<br />
Se o fez, foi porque quiz.<br />
— Evidentemente!<br />
— E estás tu certo do capital?<br />
—Se estou! assisti ao inventário.<br />
— É um cálculo feito por ti, dos<br />
seus bens, das suas mercadorias...<br />
—Não, caro amigo. Tudo existe em<br />
dinheiro e em valores... e sempre<br />
em valores ao portador.<br />
—É necessário que o veja... A que<br />
hora está em casa ?<br />
— Queres vê-lo? Nâo troques com<br />
elle nem uma só palavra a meu respeito...<br />
tu não me conheces.<br />
—Está dicto.<br />
— Elle está em casa todas as manhãs—<br />
de tarde só de dois ern dois<br />
dias, nos dias em que minha irmã vae<br />
a casa do pae.<br />
— Nesses dias está só?<br />
{Continúa),
TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encootra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos capítulos:<br />
A minlia entrada — A vicia na cadeia—História do Iiimoeiro—O<br />
Limo«'ro lioje—O regulamento - - Os prêsos—Cm<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fugas célefores—Scenas<br />
de sangue — As priooes e o absolutismo—<br />
No tempo dos Caftraes—O trabalho—A minha<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satdnaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteíios, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 — RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
1 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
^ venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
*» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos', armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
COFRES A PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
—João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
Aramo® 71nnádno • Para ra mádas e enxertias e dito de espi-<br />
Aldllltib ZilIMUUb. nhos para vedações.<br />
Matai híianím • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
ICldl UldlM . f0jha de flandres.<br />
Ferro*. E " a C° de todas-as qualidades, carvão de fórja.<br />
( \n nora forrolrn • Malhos > tornos, máchinas de furar, folies,<br />
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para ferreiros, serralheiros e laloeiros.<br />
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Rua de Ferreira Borges, n. 08 171 a 173.<br />
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AOO R É I S<br />
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Progresso, Elvas.<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores céle-<br />
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Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Yianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins —Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Franoisoo Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
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Coimbra<br />
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Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flores<br />
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v Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17-ADRO DE OIMA— fcO<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mesa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Filtro-Ma!<br />
de porcellana d'amianttio<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />
ÉDITOS DE 60 DIAS<br />
(2. a publicação)<br />
00 pelo Juízo de Direito da<br />
• comarca de Coimbra, e<br />
cartório do escrivão do 4 ° oíB<br />
cio, José Lourenço da Costa,<br />
correm éditos, citando Maria<br />
Adelaide, residente no Brasil,<br />
mas em parte incerta, para na<br />
2. a audiência do mesmo Juizo,<br />
a contar passados 60 dias depois<br />
da 2. a publicação, do respectivo<br />
anniincio no Diário do<br />
Governo, vir vêr accu^ar a citação<br />
e alli ser-lhe assignado o<br />
práso de 3 audiências, para<br />
contestar, querendo, a acção de<br />
separação de pessoa e bens,<br />
que contra ella propôs, seu<br />
marido Manuel Francisco, trabalhador,<br />
residente em Coimbra,<br />
sob pena de revelia.<br />
As audiências no Juizo de Direito<br />
da comarca de Coimbra,<br />
fazem-se todas as segundas e<br />
quintas feiras de rada semana,<br />
não sendo dias feriados on sanctificados,<br />
porque sendo-o se<br />
fazem nos dias, immediatos, se<br />
o não fossem também e sempre<br />
pelas 10 horas da manhã, no<br />
Tribunal de Justiça, sito na<br />
Praça 8 de Maio.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Gymnásio Martins<br />
OOVustituto para educação<br />
I physica de creanças sob<br />
a inspecção médica do dr.<br />
Freitas Costa.<br />
Horário<br />
Das 6 âs 9 da noite.<br />
Creanças do sexo masculino<br />
—segundas, quartasesabbados.<br />
Creanças do sexo feminino—<br />
terças, sextas e domingos.<br />
Sobreiros<br />
13 Y7endPem-se uma porção,<br />
w de bons páus de sobreiro,<br />
que estám na quinta das Barreiras<br />
do Tovim, e a tractar<br />
com Joaquim Augusto Preces<br />
Dinis, na rua do Visconde da<br />
Luz, n.° 72.<br />
13 TTende-se a casa n.° 12,<br />
f na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
rniriimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
VENDA DE CASÀ<br />
14 praça pelas 11 horas da<br />
• manhã, dia 16 de fevereiro,<br />
rua Corpo de Deus, n. os<br />
92. 94, 96.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedranoha<br />
j||iidou-se para a rua do<br />
«» Loureiro.<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart.—360.<br />
" EESISTEKOIA „<br />
POBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno.. 2)51700<br />
Semesj,re 1#350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 2)^400<br />
Semestre 10200<br />
Preços —Por mês ou 12 Trimestre 600<br />
licções, cada alumno 1$500 réis<br />
(para irmão tem abatimento).<br />
Collegios ou para tratamento<br />
por meio de gymnástica, contracto<br />
especial.<br />
0 director,<br />
ANNUNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições<br />
20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Augusto Martins, Typ. F. França Amada — CQMBR4
N.° 207 COIMBRA Domingo, 14 de fevereiro de 189' J<br />
Massacre de christãos<br />
Os acontecimentos pavorosos que<br />
ultimamente têem tido por thealro<br />
a formosa ilha de Greta, estám im-<br />
pressionando dolorosamente o espirito<br />
de todos os povos.<br />
Ódios seculares de raça e de religião,<br />
fermentando na alma fanática<br />
d'um povo semi-bárbaro e cruel,<br />
incendiaram a lucta de horrores<br />
travada na Turquia entre mahometanos<br />
e christãos. Não vam decoíridos<br />
muitos mêses desde que a Europa,<br />
borrorisada, assistiu á barbarie<br />
dos morticínios da América, sem<br />
que as potências europêas, encerradas<br />
na couraça egoista dos seus<br />
interesses políticos, se concertassem<br />
para dar ao Turco feroz o castigo<br />
urgente.<br />
Clamava a opinião, que não tinha<br />
assistido nunca a espectáculo<br />
assim tam formidavelmente bárbaro,<br />
que era indispensável comprimir,<br />
inutilizar, a ferocidade turca. E,<br />
no entanto, as potências, eriçadas<br />
de canhões, coalhadas de bayonetas,<br />
promptas a lançar-se umas sobre<br />
as outras ao primeiro signal, limitaram-se<br />
a advertências banaes, a diligências<br />
improfícuas junto da Porta.<br />
Não tardaram os resultados da<br />
complacência odiosa. Aos morticínios<br />
da América, ás luctas sanguinolentas<br />
travadas corpo a corpo nas<br />
ruas de Constantinopla, onde correu,<br />
a jorros, o sangue christão,<br />
sem que as auctoridades turcas, o<br />
governo, o Sultão, a Turquia in-<br />
teira, soffressem uma lição cruel,<br />
justa, severa, de terem fomentado<br />
e favorecido taes hôrrôres,— seguiram-se,<br />
bem pouco tempo depois,<br />
os massacres horrorosos de Creta.<br />
As primeiras notícias que chegaram<br />
dos acontecimentos de Creta<br />
apavoraram o mundo civilizado.<br />
A população christã da ilha foi<br />
assaltada de repente pela populaça<br />
turca, armada, que trucidou os christãos<br />
ás centenas. A fôrça pública,<br />
invocada, fez causa commum com<br />
a multidão assassina, e fôram longos<br />
dias de hôrrôres aquelles dias de<br />
massacre, sem haver auctoridade<br />
nessa força militar que se opposesse<br />
á ferocidade dos assassinos...<br />
O êxodo foi enorme; saíram mui'<br />
tos milhares de christãos a buscar<br />
refúgio nas costas gregas. Entretanto,<br />
continuava em toda a ilha o<br />
pavoroso espectáculo: — os chris<br />
tãos eram assassinados em cada<br />
canto e as suas casas incendiadas;<br />
na cidade, em pouco tempo, havia<br />
pm eoorme e extenso montão de<br />
QUE VALENTES!<br />
2." ANNO<br />
Dr. Guilherme Moreira<br />
ruínas fumegantes—era o bairro<br />
mesmo estylo com que tam violen-<br />
christão!<br />
tamente aggredia o feroz e vingativo<br />
corregedor.<br />
Sabido em Constantinopla o que<br />
O Correio da Noite diz que o go- E ainda pretende o Correio da<br />
em Creta se passava, aprestou-se verno não tem mêdo nenhum dos Noite que a imprensa republicana Acaba de ser promovido a ca-<br />
immediatamente uma leva de sol- republicanos, «sendo-lhe absoluta- não hostilise o governo, como se thedrático êste nosso collega e prodados<br />
para o restabelecimento da<br />
mente indilferentes os seus ataques, taes incoheréncias, tam flagrantes fessor da Faculdade de Direito. Ha<br />
de qualquer ordem que elles sejam: contradicções, podessem passar im-<br />
ordem na Ilha... Para restabele-<br />
dezenove mêses approximadamente<br />
— na imprensa, na tribuna, na punes.cerem<br />
a ordem os"soldados turcos,<br />
que a promoção se devia ter rea-<br />
rua ou nos conciliábulos secrétos,<br />
que egualavarií a populaça na fero- sócinhos ou com os regeneradores,<br />
lisádo', recusando-se pertinazmente<br />
cidade do massacrei<br />
no jogo d'esles ou fóra d'elles». Rectificando mente o sr. João Franco a praticar<br />
Um jornal que defendeu com o<br />
êsse acto de justiça.<br />
E a Europa na expectativa.<br />
Referindo-se ao caso da promo-<br />
maior enthusiasmo o governo tran-<br />
Juntaram-se os christãos para a<br />
ção a cathedrático do nosso collega Durante todo êsse tempo mantesacto<br />
e que agora já vae apoiando<br />
dr, Guilherme Moreira, diz A Marve-se em silêncio o nosso collega,<br />
defêsa, na proporção, quando muito, os actos do actual, nota que os proselheza<br />
:<br />
conslando-nos que o quebrará ago-<br />
de dez contra cem; e enquanto a<br />
gressistas ainda ha poucos dias<br />
caíam de lazeira, que os republi- «O facto é este: Na Faculdade de ra. Este propósito havia elle forma-<br />
Europa combina, consulta, faz cálcanos fizeram d'elles gato sapato na Direito ha uma vaga de lente cathedo de ha muito.<br />
culos, èlles lá que se defendam e<br />
drático que pertence ao lente sub-<br />
bambochata da colligação, sujei-<br />
Em 10 de janeiro passado, ainstituto<br />
mais antigo, que é o nosso<br />
morram de balas ou de fome. .. tando-os ás mais affrontosas humi- confrade Alves Moreira, mas no mida o governo do sr. Hintze promet-<br />
Mas antecipa-se a Grécia na<br />
lhações, e vendo-se elles, progresnistério do reino já está ha muito o tia alguns mêses de vida, escrevia<br />
sistas, obrigados a confessar que o requerimento para a jubilação do dr.<br />
protecção aos abandonados de Cre- espírito republicano dominava em Chaves e Chaves e Castro, redactor elle a seguinte carta ao sr. conde<br />
da Revista de Legislação e de Jurista.<br />
Perante a passividade criminosa todo o país e ameaçava explodir<br />
de Lagoaça:<br />
prudência e trunfo progressista —<br />
das potências, resolveu-se um pe- sobvertendo as instituiçõss. Agora, que abrirá u i a nóva vaga que, por<br />
Meu caro Lagoaça:<br />
que estám no poder, enchem-se de seu turno, pertencerá ao dr. Monqueno<br />
povo a màndar para as águas<br />
farronca e desafiam o partido reputenegro, deputado progressista... Li nos jornaes d'hontem que te re-<br />
de Creta os seus navios, dispostos blicano a que venha para a rua só, Sem a promoção do dr. Alves Moferiste de novo á questão da minha<br />
a não consentir no desembarque de ou com os regeneradores.<br />
reira não poderia gosar o ripanço não promoção a cathedrático na câma-<br />
da jubilação o dr. Chaves e Castro, ra dos dignos pares do reino, de que<br />
mais carrascos turcos. E fôram.. . O que motivou tam extraordiná- nem enfeitar-se com as honras e és membro distincto.<br />
Eis logo perturbada a tranquilria<br />
mudança?<br />
proventos de lente cathedrático o dr. Quero vêr na tua insistência mais<br />
Di-lo ainda esse jornal. O go- Montenegro».<br />
uma recordação amiga dos tempos acalidade<br />
das potências. Desconfiadas verno tem o corregedor Veiga na<br />
démicos do que o desejo de pugnar<br />
Em homenagem á verdade, que pela execução das leis defendendo os<br />
umas das outras, sem um sentimen- barriga, aquelle mesmo corregedor prezámos acima de tudo, não po- direitos d'um professor, tanto mais que,<br />
to commum de generosidade a coor- de quem o Correio da Noite dizia, demos deixar de declarar que sam havendo no parlamento alguns memdenar<br />
a sua acção, ei-las de olho<br />
ha ainda poucos dias:<br />
completamente infundadas estas bros do professorado e até do corpo<br />
universitário, nenhum d'elles ligou a<br />
álerta, não vá a cubiçada herança «Muitas vezes aqui castigámos,<br />
affirmações.<br />
mluima importância a tal assumpto. Só<br />
do império musulmano cair inteira com toda a energia da nossa penna, Em virtude do pedido feito pelo neste presupposto, vendo nas tuas pa-<br />
o grotesco, corregedor que dá pelo actual curso do 4.° anno jurídico, lavras ácêrca da minha não promoção<br />
nas mãos de qualquer d'ellas, não<br />
nome de juiz Veiga, ora açoutan- a que já em tempo nos referimos, uma obrigante prova de amizade, te<br />
agradeço, porque nunca acceitei de<br />
vá na partilha anciada accender-se do-o no pelourinho da praça públi- o sr. dr. Chaves e Castro resolvou<br />
bom grado testemunhos de reconheci-<br />
o facho da guerra. . . E começa a ca, ora fazendo-o passear pelas ruas, não promover o andamento do seu mento por haver cumprido um dever.<br />
defêsa egoista dos interesses parti- na ridícula farrapagem com que se processo de aposentação para acom- A um professor que tratasse do as-<br />
mascara de justiceiro um magistrapanhar esse curso até o fim do corsumpto, a um digno par ou deputado<br />
culares a debater-se em notas dido<br />
com a alma suja das rameiras rente anno lectivo.<br />
que no simples exercício da sua funcplomáticas.<br />
que por vezes trata nas suas inves- A vaga para a promoção a cação de superintendência nos actos do<br />
poder executivo interrogasse o gover-<br />
Eis a situação. No fim do século tigações policiaes, e com os baixos thedrático do distincto professor da no a êsse respeito, não manifestaria a<br />
dezanove consente-se que nas águas<br />
espíritos de um histrião assoldada- Faculdade de Direito e nosso pre- minha gratidão. Faço-o a um antigo<br />
do. Hoje, mais uma vez, topámo-lo zado amigo sr. dr. Montenegro só condiscípulo, a quem dei e de quem<br />
do Mediterrâneo, debaixo dos olhos de frente, no caminho da loucura e poderádar-se, quando motivada pela recebi sempre provas de sympathia e<br />
e da acção da Europa inteira, civi- da prepotencia, hoje temos novas aposentação do sr. dr. Chaves, no amizade.<br />
lizada como nunca o esteve, se ceve proezas suas: cravaremos no lombo mês de agosto ou de setembro, não E já agora que tive de referir-me a<br />
um assumpto ácêrca do qual, não ob-<br />
o fanatismo cruel dos mussulmanos<br />
d'este cêrdo da Parreirinha os bicos se tornando por isso urgente a prostante a vivíssima impressão que me<br />
da nossa penna, afim de o castigar moção do nosso collega dr. Alves tem causado, tenho systemàticamente<br />
no sangue de milhares de chris- mos e vermos grunhir nas dôres Moreira para ser promovido a ca- guardado o mais absoluto silêncio,<br />
tãos!<br />
da punição.. .<br />
thedrático o sr. dr. Montenegro. dir-te hei o que penso.<br />
Estes sam os factos.<br />
Trata-se evidentemente d'uma ques-<br />
O governo é o patrão do magistão<br />
pessoa! entre mim e o ministro do<br />
trado, que enrodilha a sua toga á<br />
reino, que não conheço pessoalmente,<br />
Pediu a sua exoneração de mi- moda de esfregão com que lustra as<br />
como a nenhum dos actuaes ministros<br />
A questão de Creta da corôa.<br />
nistro português no Rio de Janeiro botas do amo que lhe paga. Tal<br />
Admitte-se que o governo, em de-<br />
o sr. Antonio Ennes. Sam desco- patrão, tal lacaio! As más entra- Sobre este gravíssimo assumpto,<br />
fêsa das instituições e orientado por<br />
nhecidos ainda os motivos por que nhas que fermentam no peito do de que tratámos em artigo edito- u.m critério que me abstenho de cri-<br />
pediu a demissão e insistiu nella, governo sam a mesma apostema de rial, foi expedido um telegramma ticar aqui porque não interéssa ao<br />
apesar do governo lhe significar o odios que apodrecem a dentro do de Paris, com data de hontem, em caso em questão, demittisse todos os<br />
seu desejo de que continuasse no seu delegado. Que resta, pois, se a que se diz que a França propôs ao empregados públicos cujas idêas sam<br />
contrárias ao actual regimen politico,<br />
logar.<br />
corôa não nos ouve e o governo é concerto das potencias uma reso- embora no exercício das suas funcções<br />
O boato que correu de que o sr. cúmplice? Sarjar-lhe, ao quadrilução collectiva, para impedir o o soubessem respeitar, sem que se<br />
dr. Assis Brasil telegraphára ao seu lheiro, nos jornaes, as empolas da desembarque das tropas turcas em visse nessa medida uma vingança pesgoverno<br />
pedindo que o mudasse de vaidade, applicar ventosas ao coiro Creta e lambem a acção militar da<br />
embaixada, parece que não tem do malsim... e esperar um dial esquadra grega.-Esta proposla tem<br />
fundamento.<br />
Nesse dia, entam, os jornalistas que a adhesão da Inglaterra e parece<br />
hajam sido aggravados e a quem a que da Rússia. Conta-se como se-<br />
policia, pela força, não tenha deigura a adhesão da Allemanha, da<br />
xado cuspir um escarro no rosto do Áustria e da Italia.<br />
Partido republicano prepotente juiz, têem o dever de Vê-se por esse telegramma que,<br />
lhe rasgar ás vergastadas a face embora um pouco tardiamente, as<br />
Reúnem na próxima quarta feira onde hoje não pôde alcançar a pita potencias europêas se resolvem a<br />
as commissões parocbiaes de Lisboa do chicote!»<br />
proteger a causa dos insurgentes<br />
para a eleição da commissão muni-<br />
de Creta e a união hellenica. Impe-<br />
Dizia isto o Correio da Noite em didos os turcos de enviar tropas,<br />
cipal. Realizada essa eleição, será<br />
25 do mês passado. Agora, fórte tendo os insurrectos toda a liber-<br />
convocado um congresso para a com o juiz Veiga, ameaça os repudade de receber reforços, estes sem<br />
eleição do directório,<br />
blicanos com a mesma penna e no duvida venceram.<br />
Tambem poderia dar-se na demissão<br />
d'um só, com processo ou setti elle,<br />
uma prepotência em que não entrassem<br />
como causa determinante considerações<br />
de carácter pessoal. Como<br />
processo de intimidação, como meio de<br />
enfraquecer o prestígio politico d'um<br />
indivíduo ou por outras razões análogas<br />
era possível, sem o justificar, explicar-se<br />
êsse acto.<br />
0 que, porém, não sé pôde admittjr,<br />
sem que nisso se veja uma vingança pessoal,<br />
é deixar-se um empregado público<br />
no exercício das suas funcções, no goso<br />
de todos os seus direitos, recusandolhe<br />
só o da promoção, a Qm de lhe<br />
tirar todos os mêses 250000 réis.
É muito mesquinho tal acto para reverter<br />
em benefício das instituições ou<br />
fazer acreditar como homem de força<br />
o ministro que o pratica. Para êste patentear<br />
o seu desejo de vingança e provocar<br />
o da desaffronta, é sufflciente.<br />
E nestes termos está posta, para mim,<br />
a questão. Não érazoavel dar armas ao<br />
ministro para ir mais longe, e por isso,<br />
mantendo-me sempre no logar em que<br />
me encontrava ao tempo em que elle<br />
manifestou a vontade de me aggredir,<br />
não irei agora ao seu encontro. Venha<br />
elle, que me encontrará firme no meu<br />
posto. Eu procurâ-lo-hei mais tarde.<br />
Com a demora nada se perde.<br />
De parte a questão pessoal, que só<br />
a mim cumpre liquidar, ha um precedente<br />
que interéssa ao professorado e<br />
contra o qual eu, como particularmente<br />
interessado no assumpto, não posso<br />
protestar. Passou em julgado, sem a<br />
menor reacção, a estranha doutrina de<br />
que não ha lei que obrigue o ministro<br />
a fazer as promoções no professorado<br />
dentro d'um certo praso, ficando isso<br />
completamente dependente do seu arbítrio.<br />
Não pretendo refutar aqui essa peregrina<br />
opinião que põe a organização<br />
do serviço público relativo ao ensino<br />
à mercê d'um ministro, mas não posso<br />
deixar de notar que os professores<br />
devem d'ora ávante considerar como<br />
um favor, um obsequio, a sua promoção,<br />
mettendo empenhos ao ministro<br />
para que não use do seu direito de os<br />
deixar perpétuamente na classe de substitutos.<br />
Ora eu nunca pedi coisa alguma,<br />
como favor, em qualquer repartição<br />
pública, nem tenciono pedir.<br />
Serei lente da Universidade enquanto<br />
possa exercer êsse logar dignamente,<br />
não vendo nelle uma graça mas<br />
um direito adquirido pelo roeu trabalho<br />
e garantido, na épocha em que se<br />
realizou o concurso, pelas leis.<br />
Hoje, que não ha para os funccionários<br />
civis o direito de recurso contra<br />
os actos de qualquer ministro para o<br />
tribunal, essas garantias desappareceram,<br />
mas eu contimio a considerar o<br />
logar que estou exercendo como legitimamente<br />
adquirido, sem que deva<br />
favor algum ao jury que me approvou<br />
e ao ministro que referendou o decreto<br />
da nomeação. Tirem-m'o embora.<br />
As minhas convicções hei de manifestá-las<br />
sempre com desassombro,<br />
sem me curvar perante imposições.<br />
0 professor deve ensinar pela palavra<br />
e pelo exemplo.<br />
Abrapa-te o<br />
Teu muito dedicado,<br />
Coimbra, 10 de janeiro de 1897.<br />
Guilherme Moreira.<br />
Posta a questão no campo pessoal,<br />
não nos involverêmos nella.<br />
Em todo o caso cumpre-nos affirmar<br />
que o dr. Guilherme Moreira,<br />
convicto de que a promoção representava<br />
para o governo um dever e<br />
para elle um direito, nem directa<br />
nem indirectamente pediu ao sr. João<br />
Franco que o promovesse, mantendo-se<br />
sempre inquebrantável no propósito<br />
de não praticar nem auctorizar<br />
qualquer acto que podésse considerar-se<br />
tendente a demover o rancoroso<br />
ministro do reino da vingança<br />
que estava exercendo contra elle.<br />
Para com o sr. conselheiro José<br />
Luciano, actual ministro do reino,<br />
seguiu exactamente a mesma linha<br />
de conducta.<br />
Nem directa nem indirectamente<br />
lhe pediu que o promovesse,<br />
sendo todavia certo que ninguém<br />
suppunha o sr. José Luciano capaz<br />
de exercer tam mesquinha prepotência<br />
contra qualquer professor.<br />
O sr. José Luciano, porém, praticando<br />
um acto de justiça na promoção<br />
do nosso collega, quis imprimir-lhe<br />
o carácter d'uma reparação<br />
pela rapidez com que mandou<br />
lavrar o despacho.<br />
Ê um dever da nossa parte recor<br />
Jlbecê-k<br />
RESISTÊNCIA— [Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
Ignóbil<br />
Noticia a Defeza, de Pombal:<br />
«O nosso saudoso e infeliz<br />
amigo dr. Alexandrino Fragôso,<br />
juiz d'Ancião, falleceu no<br />
dia 5, ás 11 horas e 1 quarto<br />
da manhã; pois no Diário do<br />
Governo, do dia 6 vem, c o m<br />
data do dia 4, o despacho<br />
que transfere para aquella comarca<br />
o sr. dr. Francisco Zuzarte<br />
Gil!<br />
Fez-se o despacho em 4 contando<br />
com a morte já certa do<br />
pobre dr. Alexandrino! I<br />
Fez-se politica com a morte<br />
d'um homem, quando esse homem<br />
ainda estava vivo!!»<br />
Isto é simplesmente infame!!<br />
Affirmam alguns jornaes que no<br />
caso interveiu o sr. conego Silva,<br />
yice-reitor do Seminário de Coim-<br />
bra e o poder occulto do centro<br />
franquista da rua dos Coutinhos.<br />
Que bellos sentimentos revela<br />
aquelle exemplar sacerdote!<br />
líTa, r e d a c ç a o<br />
— Entám hoje, artigo?<br />
— E quasi feito...<br />
— Bravo e expositores... Pó-<br />
de-se vêr?<br />
— Veja.<br />
— índice alphabetico dos estudan-<br />
tes da Universidade. ..<br />
— Tal qual! Uma estatística indicando<br />
quantos Abeis, Abilios,<br />
Manueis... andam matriculados.<br />
— Tem graça! Vontade de perder<br />
tempo!...<br />
— Perder tempo! Você anda<br />
longe das preoccupações mòdernas,<br />
ignora como se faz a história com<br />
os annúncios do Diário de Noticias,<br />
muito mais interessantes e verda-<br />
Governo.<br />
Esla lista simples d'alumnos é o<br />
nosso viver, a riossa arte, a nossa<br />
religião. ..<br />
— Endoideceu!...<br />
— Endoideci?! Veja! Ha 146<br />
—Pois eram! Quero dizer: meu<br />
avô também fez no quintal uns<br />
jardins suspensos de conchas e<br />
cortiça. Tinha muita habilidade.<br />
Foi lá toda a gente vêr. ..<br />
A lista prova que o povo não<br />
pensa no dominio extrangeiro...<br />
—Como?...<br />
— Não ha Viriato nenhum!. ...<br />
—Ah!<br />
—Vou conferir. Trabalha!<br />
—Em que?<br />
—Lê!<br />
—O quê?<br />
Informa um telegramma de Pretória<br />
que o presidente Kruger, numa<br />
—A Resistencia! O que havia de interview ácêrca do discurso do sr.<br />
ser nesla redacção?!...<br />
Chamberlain, protestou energica-<br />
— «Cursos populares no Institumente contra o facto d'esle haver<br />
approximado a questão da incursão<br />
to»... E' leu?<br />
da Chartered, que nenhuma causa<br />
—Deixa-me! 2, 3. ..<br />
local justifica e que não tem des-<br />
— Não é! Toma lá!... que a<br />
deiros que os artigos do Diário do<br />
iniciativa da direcção do Instituto,<br />
sempre opportuna, o era agora mais<br />
que nunca.<br />
—Accacio...<br />
—O'quê?...<br />
— Accacios 4... Larga-me ! Já<br />
agradar. Ouves? Finges que não<br />
ouves. Pois ahi vae: Pelos seus inícios<br />
ella prometle ser profícua; e do<br />
coração desejámos que o nosso pessi-<br />
mismo. . .<br />
—Gregórios 2...<br />
—Ahn?...<br />
—Dois Gregorios matriculados...<br />
T. C.<br />
0 Transwaal e a Inglaterra<br />
culpa, com as pretendidas razões<br />
de queixa dos witlanders.<br />
— Empenhei sempre toda a minha<br />
influência, disse o sr. Kruger,<br />
para diminuir os odios de raças<br />
sul-africanas; mas a linguagem do<br />
sr. Chamberlain parece de molde<br />
para lhes ateiar a chamma.<br />
li isso ha muito.<br />
Foram approvados os estatutos Antonios matriculados. Nenhum ou- —E' que é verdade! Geographia<br />
das Associações Commercial, Industro nome subiu tam alto. Ora é San- e história regida pelo sr. dr. Bertrial<br />
e dos Logistas de Lisboa, que to Antonio o santo mais popular nardino Machado. .. Ahn?!...,<br />
ha três annos haviam sido dissol- em Portugal...<br />
— Depois de peccarem muito,<br />
vidas e cujos novos estatutos o go- — ES. Francisco?<br />
mettiam-se as peccadoras num converno<br />
transacto, com uma teimosia — Esse parece ser de pouca devento. Era de santas o viver, e mui-<br />
imbecil, se recusou a approvar. voção. Apenas 54.<br />
tas vezes depois da expiação, saíam<br />
Por êsse motivo houve hontem Isto indica...<br />
cobertas de flores de larangeira pr<br />
e ante-hontem manifestações festi- — Que os nossos costumes...<br />
vas em Lisboa.<br />
— Máo! Cá está outro, logo<br />
abaixo de Antonio. José 137.<br />
—Por isso bem avisados andaram<br />
Crise operária<br />
os poderes públicos quando man-<br />
Augmenta em Lisboa a legião dos daram que se guardasse dia.. .<br />
sem trabalho, e o governo vendo-se —Tal qual! Você não é tam bur-<br />
embaraçado para os collocar, resolro<br />
como parece, vae entrando nesveu<br />
fazer conduzir para as terras<br />
da sua naturalidade todos os que tes processos subtis d'investiga-<br />
não tivessem pelo menos 6 mêses ção...<br />
de residencia na capital.<br />
—Acha-me entám moderno?!...<br />
Esta resolução ha de aggravar — Não, mas vae a caminho! Se<br />
ainda mais a situação do operariado o fosse, teria logo visto o outro<br />
conimbricense,., que ha uns poucos<br />
lado da questão que lhe enunciei.<br />
de mêses vêm atravessando uma<br />
crise difficil pela falta ie trabalho, Esta lista indica o nosso viver, as<br />
quer público quer particular. As preoccupações da sociedade portu-<br />
classes em que principalmente se gueza, aquilata... Veja! Aquilata,<br />
faz sentir este mal estar sam as de um verbo que nem parece meu....<br />
carpinteiro e pedreiro.<br />
tam rico e tam clássico... aquilata<br />
A Câmara Municipal que de vez o valor da nossa litteratura. Sabe?<br />
em quando nos diverte com girándolas<br />
de 200 contos para mercados — Não! Diga lá .. .<br />
e avenidas, não tem tempo para — O' espirito transviado, ó cé-<br />
prestar attenção a assumpto de tam rebro deformado por uma educação<br />
comesinha importância.<br />
viciosa, não vês que ninguém se<br />
Se tivesse, muito poderia fazer, furta á influencia suggestiva da obra<br />
até sem comprometter os seus darte, do romance da occasião.<br />
rendimentos tam cuidadosamente<br />
guardados para os nichos políticos.<br />
No anno em que se publicou o<br />
Está ali ao meio do Caes um Eurico baptisaram-se na minha ter-<br />
pardieiro a desabar que faria verra 5 creanças que tiveram este nogonha<br />
á mais humilde aldeia; na me, e houve para mais de 7 Hermen-<br />
rua Fernandes Thomaz ha uma ou gardas. ..<br />
duas moradas de casas já condem-<br />
— Mas, espera! Isso não é tam<br />
nadas por ameaçarem a segurança<br />
pública; acolá, ao pé do Theatro falso como você julga...<br />
Circo, está uma casa escorada ha — Como eu julgo? Pois minha<br />
perlo de dois annos; mais adiante, tia Semiramis...<br />
muitos terrenos vendidos pela Câ- — O' filho da Babylonia!...<br />
mara com a condição expressa de<br />
— Não! Meu avô foi a Lisboa<br />
de se utilizarem para construcções<br />
de prédios mas nos quaes só se cul-<br />
quando se levou a primeira vez a<br />
tivam balatas; por toda a parte casas ópera Semiramis. Voltou a Lamego;<br />
e muros que não fôram caiados ha trouxe a opera. Minha avó tocava<br />
muitos annos; emfim muitas coisas cravo, meu avô cantava. Assim se<br />
em que se podiam empregar dezenas passou o inverno e a primavera:<br />
de operários, se a Câmara quizesse<br />
assim nasceu minha tia Semira-<br />
fazer cumprir as suas posturas e os<br />
seus contractos.<br />
mis...<br />
Mas não quer... e depois as Qual Babylonia!<br />
eleições estám á porta e é preciso —-Eu julguei que seriam em La-<br />
não desgostar os amigos! mego os jardins suspensos.<br />
J Gymnásio de Coimbra<br />
Esla florescente associação reorganiza<br />
em breve as suas classes<br />
elementares de gymnástica para<br />
creanças, debaixo d'uma vigilância<br />
médica escrupulosa, e sob a direcção<br />
do prestantissimo sócio o tenente<br />
a<br />
José Augusto Ferreira Lopes.<br />
casar...<br />
A mesma associação pôde obter<br />
— Queres tu dizer?...<br />
os meios necessários para adquirir<br />
—Esse já lá não volta!. .. quarenta espingardas e armamento<br />
— Educação 'civica regida pelos correspondente, e espera em curto<br />
srs. drs. Frederico Laranjo e Affonso<br />
espaço de tempo organizar um batalhão<br />
infantil.<br />
Costa. ..<br />
É para louvar o zêlo e dedicação<br />
—Era o ídolo de ouro, mas tinha com que aquella prestante sociedade<br />
os pés de barro, e rolou sobre o procura completar a educação das<br />
chão. ..<br />
creanças, fornecendo-lhes elementos<br />
—Tu hoje estás...<br />
até ha pouco tempo desconhecidos<br />
em Coimbra, e luctando d'um modo<br />
—Apocalyptico. ..<br />
enérgico e perseverante contra a má<br />
—... Hygiene, ouves? Bygiene vontade constante que a população<br />
das profissões pelo dr. Lopes Vieid'esta<br />
cidade parece nulrir por insra...tituições<br />
d'esta ordem.<br />
•— Callixto 1...<br />
A educação physica, quando proficientemente<br />
dirigida, deve fazer „<br />
—O quê?...<br />
parte integrante d'um completa edu-<br />
— Ha só um Callixlo matricucação<br />
geral, e torna-se tam indislado.<br />
O romantismo foi-se. Ouve! pensável como qualquer hábito es-<br />
Eurico, 1, Fausto, 3. ..<br />
sencial para a vida.<br />
—Pobre Herculano. Adeus Gou- Infelizmente no nosso país ainda<br />
nod!<br />
se não comprehendeu isto, e a gy-<br />
— Não te rias da voz da histómnástica continua a ser o eterno<br />
ria!...<br />
accessório do clown e do artista; de<br />
feira, sem que a maior parte dos<br />
—Ouve o final do artigo, «e alé paes de familia se convençam que<br />
ante-hontem um inglês esteve pre- quasi praticam um crime, procusente<br />
a uma das sessões, fazendo rando desenvolver simplesmente o<br />
merecidos cumprimentos ao sr. dr. intelleclo dos seus pequenos filhos,<br />
Bernardino Machado e»... sem proporcionalmente lhes desenvolverem<br />
o seu organismo débil, e<br />
—Torna a ler.<br />
em pleno período de crescimento e<br />
— «E até ante-hontem um inglês vigor.<br />
esteve^presente a uma das sessões,<br />
Continue, porém, o gymnásio<br />
fazendo merecidos cumprimentos nessa verdadeira cruzada, porque<br />
ao sr. dr. Bernardino Machado não terá de que se arrepender, e<br />
e»...<br />
alguém de bom senso a applau-<br />
—Torna a lêr...<br />
dirá.<br />
—Ora...<br />
—Lê, eu não entendo...<br />
Vaeá próxima assignatura um de-<br />
— «E até ante-honlem um inglês<br />
creto fixando o prazo dentro do qual<br />
esteve presente a uma das sessões, os concelhos supprimidos que dese-<br />
fazendo merecidos cumprimentos jem readquirir a sua autonomia de-<br />
ao sr. dr. Bernardino Machado vem representar nesse sentido, e no-<br />
e»...<br />
meando uma commissão para tratar<br />
—Que dizes?...<br />
do assumpto.<br />
— Se contam com a Inglaterra,<br />
está tudo salvo!...<br />
O centro franquista trabalha já<br />
Deixa-me trabalhar!<br />
activamente para a futura eleição<br />
•«-Oral Este bocadinho deve-te de deputados. Hade »er felis,
Notícias diversas<br />
A câmara municipal, em sessão<br />
de quinta feira passada, resolveu<br />
mandar tapar a azinhaga que communica<br />
o Adro de Santa Justa com<br />
a Conchada, a pretexto de por ali<br />
se faz contrabando (!), mas, ao que<br />
se diz, unicamente para beneficiar<br />
um trunfo político,—que assim consegue<br />
ligar duas propriedades. Esta<br />
illegal resolução foi logo posta em<br />
prática na sexta feira, mas sam taes<br />
os protestos que se levantam, que<br />
estamos certos a camara se verá<br />
obrigada a reabrir ao público a antiga<br />
serventia.<br />
Está gravemente doente a sr. a<br />
D. Maria de Jesus Gosta e Almeida,<br />
irmã do sr. dr. Luiz da Costa e<br />
Almeida.<br />
Fazemos votos pelas melhoras<br />
da virtuosa senhora.<br />
Fez hontem acto de licenciatura na<br />
Faculdade de Medicina o sr. João Serras<br />
e Silva, ficando plenamente approvado.<br />
Os pontos que teve de defender foram:<br />
Dissertação—«0 alcoolismo, suas<br />
manifestações diversas e seu grau de<br />
influência sobre a responsabilidade moral<br />
dos alcoolicos delinquentes.»<br />
Arguente, dr. Lopes Vieira.<br />
1 . a lição. — Ponto : «Morphologia da<br />
céllula nervósa.»<br />
Arguente, dr. Philomeno Cabral.<br />
Ponto: «Pneumonia lobar e lobular».<br />
Arguente, dr. Raymundo da Motta.<br />
2. a lição — Ponto: «Antisepsia pulmonar.»<br />
Arguente, dr. Silva Corrêa.<br />
Ponto: «Septicémia puerperal.»<br />
Arguente, dr. Daniel de Mattos.<br />
Ponto: «Deveres do médico-perito.»<br />
Arguente, dr. Augusto Rocha.<br />
Communicam-nos que não é exacta<br />
a informação dada por alguns<br />
jornaes de que o sr. dr. Frederico<br />
Laranjo vae como governador civil<br />
para Portalegre.<br />
O sr. Joaquim Domingos Ferreira<br />
Cardoso requereu licença para estabelecer<br />
na margem esquerda do Mondego<br />
uma offlcina para lavagem de minério<br />
extraído da mina de Barbade-<br />
Ihos, freguezia de Santo Antonio dos<br />
Olivaes.<br />
Será bom que as auctoridades com-<br />
20 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
O casamento d'um forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do ieoa<br />
VI<br />
O jogo<br />
—Sim, ás terças, quintas e sàbba<br />
dos.<br />
— Num d'esses dias passarei por<br />
lá... não ha motivo para persas, o<br />
que desejo é um bom resultado.<br />
— Sobretudo, nem uma só palavra<br />
a meu respeito.<br />
— Pódes ter a certeza d'isso, disse<br />
0 Barão acceudendo um cigarro.<br />
—Diz-me: quem é essa gente? Fazem<br />
esta noite um jogo infernal.<br />
—-É boa gente, que o joven d'Aumare<br />
apresentou.<br />
—Neste momento exclamava o Visconde<br />
que tinha a mão: quinhentos e<br />
doze luizes.<br />
—Topo! respondeu o conde de Mont-<br />
Perret, que do seu estado anterior<br />
apenas conservava um vago estonteainento<br />
e uma terrível dôr de cabeça,<br />
r» Quinhentos I com es domoniosl<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
;petentes tenham em vista o não ser casião em que o roubado se acha- 1.° A's vendedeiras de leite que<br />
prejudicada a captação da agua para va no Porto em casa de pessoa de é prohibido servir.leite para beber<br />
consumo da cidade, pela inquinação<br />
que as aguas possam receber com os família, introduziu-se alli arrom- pelas medidas por que elle é vendi-<br />
1<br />
produetos d'aquellas lavagens. bando a porta do 1.° andar, e em do, e sob pena de procedimento.<br />
seguida a gaveta d'uma cómmoda, 2.° Aos donos dos talhos que<br />
e de dentro d'uma pequena caixa está dada ordem á polícia para obri-<br />
Ainda não foi nomeado governa- tirou os seguintes objectos: 14 moegar ao repêzo no caso de reclamador<br />
civil para Coimbra, nem se das de 5$000 réis em ouro, 1 de ção immediata ao faclo da compra.<br />
sabe quem virá exercer esse cargo. 8|000, 1 de 2^000, 1$000 em A reclamação deve ser feita nas<br />
Para Leiria será nomeado o sr. ba- prata, 14 francos, 1 nota de 10$000 duas esquadras de polícia, ou ao<br />
rão do Salgueiro.<br />
réis e uma cadeia d ouro ás esca- pessoal presente.<br />
mas, do valor de 13$500 réis.<br />
A polícia procede a averiguações.<br />
Pedro Ferrão,<br />
0 commissàrio de polícia queixou-se<br />
ao commandante militar, por alguns<br />
soldados transgredirem as posturas<br />
municipaes e ainda por cima responderem<br />
menos convenientemente aos<br />
polícias que os advertem.<br />
Tudo indisciplinado!<br />
Por proposta do sr. Ramalho Orti-<br />
gão foi nomeado vogal correspondente<br />
da commissão dos monumentos nacionaes,<br />
o sr. Teixeira Fafe, illustrado<br />
conego da Sé de Lamego.<br />
Tem estado doente o sr. dr. Accacio<br />
Hypólito da Fonseca, digno<br />
lhesoureiro da Santa Casa da Misericórdia.<br />
Desejamos o seu prompto restabelecimento.<br />
0 vapor Portugal, da Empresa<br />
Nacional de Navegação, que tinha<br />
saído em 4 do corrente de S. Thiago<br />
de Gabo Verde para S. Vicente<br />
naufragou na ilha do Sal, ficando<br />
encalhado e perdendo-se uma parte<br />
do carregamento. Os passageiros<br />
e a tripulação conseguiram . salvar-se.<br />
Um tal Manuel do Muro, do logar do<br />
Sobral, espancou uma sua vizinha a<br />
sr. a Lniza de Jesus, fazendo-Ihe várias<br />
contusões. Foi autoado e remettido<br />
para juizo.<br />
Durante o mês de janeiro findo<br />
foram mortos no districto de Coimbra<br />
657 cães vadios. A êsse número<br />
pertencem 3 hydrophobos, e<br />
9 suspeitos.<br />
Foi assaltada a casa de habitação<br />
do sr. José d'Almeida Pinto, em<br />
Cellas e perpetrado um roubo importante.<br />
0 gatuno aproveilando-se da oc-<br />
Joga-se a valer esta noite, disse o<br />
joven Mousson.<br />
— Sim, vou vêr.<br />
— Olha meu velho, empresta-mecinco<br />
luises até ámanhã. Dei o qne tinha á<br />
Anna... e quero jogar.<br />
0 barão, fazendo uma careta, deu<br />
os cinco luises.<br />
— Depois, erguendo-se, dirigiu-se<br />
para a mêsa do jogo. O visconde tinha<br />
ganho e gritava alegremente: Basta,<br />
por esta noite. Cedo a banca.<br />
0 conde de Mont-Perret nâo pestanejava;<br />
sereno, luctando com o somno<br />
e a enxaqueca, remexia na carteira...<br />
Os olhos das mulheres flammejaram,<br />
vendo um masso de nótas do qual tirou<br />
uma de dois mil francos.<br />
Lélia olhou para o barão, e indicou-lhe<br />
o conde.<br />
— Estas cartas estám horrivelmente<br />
sujas... Dá um jogo de baralhos<br />
Baptistine, gritou o barão.<br />
— Baptistine trouxe o jogo de baralhos,<br />
pegou nos dois debaixo, bara-<br />
Ihou-os e deu-os a Lélia para partir.<br />
—-Jogo cinco luises, diz elle, partindo.<br />
0 conde de Mont-Perret atirou um<br />
masso de nótas sobre a mêsa... 0<br />
barão passou sete vezes.<br />
Foi o joven Adolpho que retomou a<br />
mão, exclamando:<br />
—Jogo cem soldos.<br />
A parada causou frieza.<br />
Neste comênos o barão saia, entre-<br />
gando a Lélia dois mil e oito centos<br />
francos.<br />
Em Inglaterra a Câmara dos<br />
Gommuns approvou em segunda<br />
leitura, na sessão de 3 de fevereiro,<br />
por 228 votos contra 157, um bill,<br />
que concede ás mulheres o direito<br />
de voto nas eleições legislativas.<br />
Bibliographia<br />
Perfis Contcmporane«N — Acaba<br />
de puhlicar-se o n.° 28 d'esta curiosa revista<br />
quinzenal, de Lisboa.<br />
Traz o retrato de D. Claudia Campos, acompanhado<br />
d'um artigo crítico do sr. Candido de<br />
Figueiredo.<br />
*<br />
AIIIIIIII de Contemporâneos il-<br />
Instres— O último fascículo d'esta publicação<br />
é dedicado ao nosso palricio o sr. tenen-<br />
te-coronel Francisco Augusto Martins de Car-<br />
valho.<br />
É uma resumida monographia onde se apontam<br />
os muitos serviços que êste brioso militar<br />
tem prestado á pátria, concorrendo principalmente<br />
para a instrucçâo do exército com a<br />
publicação de diversos trabalhos sobre a arte<br />
da guerra.<br />
Também põe em evidência os importantes<br />
serviços prestados em Moçambique e principalmente<br />
na índia pelo Jsr. Martins de Carvalho,<br />
no desempenho das diffíceis commissões<br />
que ultimamente teve de desempenhar naquellas<br />
nossas possessões.<br />
A emprêsa do Álbum de Contemporâneos il-<br />
Ivstres honrou a sua já numerósa collecção,<br />
inserindo a biographia de tam modesto como<br />
ilistineto militar.<br />
*<br />
Gazeta das Aldêas — Recebemos o<br />
n.° 58 d'este importante semanário de propaganda<br />
agrícola e vulgarização de conliecímentos.úteis<br />
que se publica no Porto.<br />
É sen redactor principal o sr. dr. Antonio<br />
de Magalhães, distincto chimico analvsta do<br />
Laboratório Chimico-Agrícola do Porfo.<br />
*<br />
Bducação Nacional—Saiu o n.° 19<br />
d'este hebdomadario de instrurção primária e<br />
secundária que se publica no Porto e de que<br />
é director o sr. Antonio Figueirinhas.<br />
AVISO<br />
Ordeno aos chefes de esquadra<br />
que façam saber:<br />
— Bello negócio esta tarde, diz ella.<br />
— Para o fim os bons!<br />
— Que queres tu dizer ?<br />
— Nada!<br />
D?escendo a escada, dizia elle:<br />
— Acabei o meu dia, já posso dor<br />
mir... é de bom agouro o ter ganho!<br />
Amanha-•. um milhão! ámanhã, se<br />
fosse a fortuna!<br />
Vil<br />
A. oasa Grosbouleau, Lalongueur<br />
& C. a<br />
No dia seguinte, ás nove da manhã,<br />
Grosbouleau e Lalongueur chegavam<br />
a Montparnasse, a casa do pae Lanout.<br />
Esperava-os êste num pequeno escriptório,<br />
que ficava pelo lado de traz do<br />
estabelecimento—uma loja de negociante<br />
de bric-à brac impossível de inventariar,<br />
tal era a confusão de objectos,<br />
os mais disparatados.<br />
Em presença do pae Lanout os dois<br />
gatunos descobriram-se, de pé, os barrêtes<br />
na mão, mostravam se timidos,<br />
embaraçados 0 velho encobridor disse-lhes<br />
— Estava á vossa espera ; recebi a<br />
communicação do vosso negócio. Que<br />
quereis fazer com isso?<br />
— Como, o que nôs querêmos...,<br />
disse Grosbouleau que olhou para o velho<br />
e depois para Lalongueur. O que<br />
nós querêmos ? Vós bem o sabeis, nós<br />
querêmos vendê-lo.<br />
Commissàrio de polícia civil.<br />
KALENDARI0 UE FEVEREIRO, 1897<br />
7 14 21 28<br />
1 8 15 22 —<br />
*2 9 16 23 —<br />
3 10 17 24 —<br />
4 11 18 25 —<br />
Sexta 5 12 19 26<br />
— -<br />
6 13 20 27 — -<br />
Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />
Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />
da m.<br />
Lua cheia em 17, às 9,34 m. da n.<br />
Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />
da n.<br />
Os dias augmentam durante o mês 1 volume de 263 p 800 réis<br />
uma hora approximadamente.<br />
Pelo correio 850 »<br />
Assoeiaeões<br />
Associação Conimbricense de Soccorros<br />
Mutnos para o Sexo Feminino<br />
—Olympio Nicolau Huy Fernandes<br />
AVISO<br />
Por ordem da ex. raa presidente, sam<br />
avisadas as senhoras associadas a reunir<br />
em sessão de assembléa geral na<br />
sala da Associação dos Artistas, no próximo<br />
dia 21 do corrente, pelas 3 ho-<br />
ras da tarde.<br />
Ordem do dia—Apresentação do relatório<br />
e contas da gerência finda e<br />
respectivos pareceres do conselho fiscal,<br />
e uma proposta da direcção para<br />
a reforma.dos estatutos.<br />
Coimbra, 13 de fevereiro de 1897.<br />
A secretária,<br />
Maria da Conceição Teixeira.<br />
Associação de classe dos Fabricantes<br />
de calçado<br />
Para conhecimento dos interessados<br />
se declara que as contas de receita e<br />
despêsa d'esta associação, relativas ao<br />
anno de 1896, e respectivos documentos<br />
estam patentes na sala das<br />
— Querêmos vendé-lo, secundou Lalongueur.<br />
— Quereis vender-me, mas porven-<br />
tura vos pertence elle ? como o adquiristes?<br />
— Hein!<br />
Os dois gatunos entreolharam-se,<br />
parecendo interrogar-se sobre se estava<br />
em seu juizo o homem que lhes<br />
fallou.. . Grosbouleau respondeu :<br />
— Sim, senhor, é nosso, não é do<br />
barão, elle tem a sua parte Comprar-lhe-heis<br />
a sua, nós vendêmos a<br />
nossa.<br />
— Eu compro ao barão, porque o<br />
conheço. Vende-me as mercadorias que<br />
compra ou troca na província, como<br />
consta dos meus livros.<br />
D'esta vez ainda Grosbouleau olhou<br />
para Lalongueur e Lalongueur para<br />
Grosbouleau. Os seus olhos pareciam<br />
dizer:<br />
— Ê um louco! ou entám está mofando<br />
de nós Elle bem sabe que o barão<br />
era o chefe da nossa quadrilha...,<br />
ou entám o outro zombou d'elle.<br />
Grosbouleau teve primeiro um momento<br />
de surprêsa, depois de inquietação<br />
e, por último, vontade de rir...<br />
e riu ... Lalongueur, que seguia<br />
todas as alterações da sua physionomta<br />
e que as reflectia sobre a sua, começou<br />
a rir ao mesmo tempo que elle,<br />
e, perante o pacato Lanout, os dois<br />
gatunos fartaram-se de rir.<br />
—Ah! ah! ah! esta é bôa, ah! ah!<br />
—Em duas palavras, diz o pae<br />
Lanout quando elles socegarara,<br />
sessões das associações de classe, no<br />
edifício do Carmo, durante o prazo de<br />
8 dias a contar de 9 do mês corrente,<br />
das 8 ás 10 horas da noite.<br />
Coimbra, 8 de fevereiro de 1897.<br />
O vice-presidente,<br />
Luiz Baptista Duarte.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Visconde da Luz, 50<br />
PEDRO FERNANDES TH0MAZ<br />
Canções populares da Beira<br />
Acompanhadas de 52 melodias,<br />
recolhidas directamente da tradição oral,<br />
* 7<br />
e arranjadas para piano<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO<br />
POR<br />
J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />
Pedidos â IMPRENSA LUSITANA de<br />
Augusto Veiga<br />
FIGUEIRA<br />
Piano<br />
Vende-se um quasi novo e de bom<br />
auctor. Nesta redacção se diz.<br />
C o s i r ^ - l x e l r a ,<br />
OfFerece-se uma habilitadíssima. Para<br />
fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />
Regulamento Geral da Admístração<br />
da Fazenda Publica<br />
A Bibliotheca Popular de Legislação,<br />
com séde na rua da Atalaya, 183,' 1.®<br />
—Lisboa, acaba de editar este regulamento,<br />
approvado por decreto de 4<br />
de janeiro de 1870, cuja edição estava<br />
ha annos exgotada. O conhecimento das<br />
suas disposições interessa aos escrivães<br />
de fazpnda, recebedores de concelho<br />
e seus propostos, thesoureiros<br />
pagadores dos districtos, thesoureiros<br />
das alfandegas, administradores de<br />
concelho, agentes do ministério público,<br />
etc.— Preço 300 réis, franco de pórte.<br />
a questão: Eu não posso comprar senão<br />
a uma casa regular, tendo uma firma<br />
social, uma morada fixa... Compre-<br />
hendeis-me?<br />
Grosbouleau pensou durante alguns<br />
segundos; Lalongueur esfregava a testa,<br />
como se quisesse assim dar salda á<br />
idêa que procurava.<br />
Grosbouleau, batendo na testa de<br />
repente, exclamou do mesmo modo que<br />
Archimedes: Eureka!<br />
—Comprehendi! Ah! Vós sois um<br />
maligno, vós... A policia pôde vir<br />
aqui... babau! não encontra nada...<br />
Tenho o meu livro... Comprehendo!<br />
O pae Lanout não respondeu; não<br />
disse que sim, nem que não.<br />
Grosbouleau approximou duas cadeiras,<br />
fez signai a Lalongueur para se<br />
sentar e sentou-se elle também; engrossando<br />
entám a sua voz, diz:<br />
—Sr. Lanout, eu e o meu sócio, representantes<br />
os dois da casa Grosbouleau,<br />
Lalongueur á C. a , residentes na<br />
rua Pellet, em Paris, offerecem-vos<br />
mercadorias, adquiridas na excursão<br />
que fazem todas as semanas em volta<br />
de Paris...<br />
Lalongueur estava mudo de espanto<br />
e admiração, de bôcca aberta, o seu<br />
olhar fixava-se ora em Lanout ora no<br />
seu sócio, procurando comprehender<br />
o que aquillo significava.<br />
(Continúa),
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca.<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Viòtória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia — História do liimoeiro—O<br />
Iiimoefro lioje—O regulamento -Os presos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />
— Scçnas de sangue — As prisões e o absolutismo—IKo<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatística<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
** venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOIO RODRIGUES BRAGA<br />
S U C C E S S O R<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
5(h Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
COIMBRA<br />
ft9l thrdrínilifa' Grande Odl njuiauiiui,<br />
depósito da Companhia Cabo Mon<br />
dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
Agéncia da casa Ramos á Silvade<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segre- Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
dos, casa fórte, carrascos, juizes, escivães, moxingueiros, o Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Latgo da Sé<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Bar- Velha.<br />
bas, o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui- Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marcídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alco da Feira.<br />
çadas, forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris, íorges.<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profis- Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
sões, crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
A capa ê artisticamente desenhada a côres por Leal da Ca- ). Augusto.<br />
mara.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
PREÇO, 5QQ R É I S<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante I) Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Jorges.<br />
Flpptririrtarip P nntira<br />
CilOWlIWUaue C UptlUl ygboa, constructores de para-raios»<br />
campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhós concernentes.<br />
TintflC nflTfl nintnrae• Alvaiades, óleos,agua-raz,crés,gesso<br />
Illiltta paid illUlUIdb. vernizes, e muitas outras tintas<br />
artigos para pintores.<br />
PimontnQ 1 In S lês e Cabo Monde g°' as melhores qualidades<br />
uiuieuwa. que se empregam em construcções hydraulicas<br />
nitforeno' Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
UncibUD. nbos e torradores para café, máchinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame<br />
zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
Ferragens para construcções:<br />
Lisboa e Porto.<br />
Grande sortido que vende<br />
por preços eguaes aos de<br />
PregâgenS' De ferr0 6 arame P rlmeira q ualidade com grandes<br />
descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />
obras.<br />
Pntilarifl • Atilaria na cional e extrangeira dos melhores au<br />
v/ulllttlidi dores. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
FflmiPÍTnr Cr y stofle > metal branco, cabo d'ébano e marfim<br />
fa^UCllub. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
Louças inglêsas, de ferro: 5S<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
iTfflSÇ dp ínUA' Garabinas de repetição de 12 e 15 tiros, re-<br />
Aliliaa UB íugu. voivers, espingardas para caça,os melhores<br />
systemaã.<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrasés concéituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma lapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 415 paginas. Preço, i«$0 réis<br />
BICO Ali ER<br />
Previlegiado em Portugal pelo aliará 1:127<br />
50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVISSTMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />
F. DGLPOBT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />
COIMBRA<br />
4 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA-SO<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
C O I M B R A<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschóla Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mesa das proce-<br />
dências seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Gymnásio Martins<br />
6 Tustituto para educação<br />
I physica de creanças sob<br />
10 praça pelas 11 horas da<br />
I manha, dia 16 de fevereiro,<br />
rua Corpo de Deus, n. OÍ<br />
92, 94, 96.<br />
Arrematação<br />
(1 . a publicação)<br />
a inspecção médica do dr. H Kfo dia 7 do próximo mês<br />
Freitas Costa.<br />
Horário<br />
de março, por 11 horas<br />
da manhã, á porta do tribunal<br />
judicial, sito na Praça 8 de Maio,<br />
Das 6 ás 9 da noite.<br />
pelo inventário de menores, a<br />
Creanças do sexo masculino<br />
que se procede por obito de<br />
—segundas, quartas esabbados.<br />
José Domingos Patrício, morador<br />
que foi no logar de Valle<br />
Creança-s do sexo feminino—<br />
de Cabras, freguezia de Aima-<br />
terças, sextas e domingos.<br />
laguez, e que corre seus ter-<br />
Preços — Por mês ou 12<br />
mos pelo cartório do 4.° oíll-<br />
licções, cada alumno 1(51500 réis<br />
cio, se ha de proceder á venda<br />
(para irmão tem abatimento).<br />
e arrematação em hasta públi-<br />
Collegios ou para tratamento<br />
ca dos prédios abaixo descri-<br />
por meio de gymnástica, conptos<br />
pertencentes ao mesmo<br />
tracto especial.<br />
casal inventariado, os quaes se-<br />
0 director, rám entregues a quem maior<br />
Augusto Martins. lanço offerecer sobre a sua avaliação,<br />
com a condição de que<br />
será paga pelos arrematantes<br />
Tratamento de moléstias da toda a contribuição de registo,<br />
bocca e operações de cujos prédios sam os seguintes<br />
:<br />
cirurgia dentária<br />
1.° Uma terra de semeadura<br />
com árvores de fructo, testada<br />
Caldeira da Silva<br />
de matto e pinheiros no sitio<br />
Cirurgião dentista do Valle da Lapa, freguezia de<br />
Almalaguez, que se acha ava-<br />
Herculano Carvalho<br />
liada na quantia de cento e oi-<br />
Medico tenta mil réis.<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
2.° Uma terra de semeadura<br />
no sitio da Mal Lavada, dita<br />
COIMBRA.<br />
freguezia, avaliada na quantia<br />
de vinte mil réis.<br />
7 flonsultas todos os dias<br />
3." Uma terra de semeadu-<br />
w das nove da manhã ás ra, com árvores de fructo e tes-<br />
3 horas da tarde.<br />
tada de pinhal no sitio do Jar-<br />
Manoel Sanehez<br />
dim, freguezia de Castello Viegas,<br />
que se acha avaliada na<br />
quantia de quarenta mil réis.<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
4.° Uma terra com larangeiras<br />
e testada de pinhal no sitio<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
do Jardim, dita freguezia, avaliada<br />
na quantia de trinta mil<br />
réis.<br />
Faz saber ao público em ge- 5.° Uma terra e vinha no siral<br />
que concerta toda a qualitio<br />
do Carapito, dita freguezia,<br />
dade de relógios de algibeira,<br />
avaliada na quantia de quaren-<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
ta e cinco mil réis.<br />
modernos, garantindo o bom<br />
6.° Uma terra de semeadura<br />
regulamento.<br />
no sitio do Carvalhal, dita fre-<br />
Também installa e concerta<br />
guezia, avaliada na quantia de<br />
telephónes e campainhas elé-<br />
quarenta e cinco mil réis.<br />
ctricas.<br />
7.° Um bocado de terra no<br />
Preços convidativos. Concer-<br />
logar de Valle de Cabras, íreguezia<br />
de Almalaguez, avaliado<br />
tos afiançados.<br />
na quantia de quatorzemil réis.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
E sam citados quaesquer credores<br />
incertos.<br />
9 17ende-se a casa n.® 12,<br />
f na rua de Joaquim An-<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
0 juiz de Direito,<br />
tonio d'Aguiar, composta de lo- Neves e Castro.<br />
ja e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falie na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
VENDA DÊ~CÃSÀ<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedranoha<br />
1-Mudou-se para a rua do<br />
«I Loureiro.<br />
Vinbo tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart.—360.<br />
fyp. F. Fr*nç« COIMRA
N.° 2 0 8 COIMBRA—Quinta feira, 18 de fevereiro de 1897 2.° A N N O<br />
Palavras de guerra<br />
Outra vez provado á evidência,<br />
e, já agora, sem a admissão plausí-<br />
vel d'uma réplica, o que sam<br />
os homens da monarchia — lacaios<br />
do paço e vendilhões da Pátria —<br />
frizada, cada vez mais, fica a linha<br />
do nosso procedimento.<br />
Desejavam, sem dúvida, palavras<br />
leves e expectativas benévolas, êsses<br />
senhores que vêm d'uma gritaria<br />
incoherente e d'uma posição<br />
falsíssima para as responsabilidades<br />
tremendas que se agitam em<br />
volta d'um regimen em falso e de<br />
uma instituição toda ella ineoherén<br />
cia. Desejavam-no, é certo. Dizem<br />
no a censura encapotada dos seus<br />
jornaes, e a palavra meliflua dos<br />
seus estadistas.<br />
Acima, porém, de jornaes e es<br />
tadistas — uns que vêm sempre<br />
mentindo, e outros, ha muito, fallidos<br />
— uma grande Visão nos toma,<br />
e uma grande Crença nos guia. Disse-o,<br />
bem energicamente, ha seis<br />
annos, o Porto, quando, da bôcca<br />
das espingardas saiu um ancioso<br />
grito de guerra, abrindo a única série<br />
de protestos que patriotas po<br />
derám subscrever.<br />
dos para nos apparecerem, intervindo<br />
nella, apenas, os dois repre<br />
senlanles de interésses antagónicos<br />
— o rei e o pôvo.<br />
Palavras de guerra serám, pois,<br />
as nossas para todas as soluções in<br />
termediárias e com palliativos. A<br />
questão debate-se, apenas, entre o<br />
paço e a praça pública.<br />
E assim, nós que somos pelo Direito<br />
e pela Razão contra o preconceito<br />
e o despotismo, quasi não distinguimos<br />
entre Hintze Ribeiro ou J.<br />
Luciano, emquanto êstes senhores<br />
se pretendem differenciar como pontos<br />
concêntricos de medidas governativas<br />
divergentes.<br />
Enquanto se confundem, porém,<br />
no mesmo epítheto — monárchicos<br />
— sempre nos encontrarám na brecha.<br />
DR. GUILHERME MOREIRA<br />
Vem no Diário do Governo d'hontem<br />
o despacho que promove a<br />
lente cathedrático da Faculdade de<br />
Direito este nosso amigo e collega.<br />
As nossas cordeaes felicitações por,<br />
embora tardiamente, se lhe ter feito<br />
justiça.<br />
x<br />
Agradecimento<br />
obras públicas em 31 de dezembro<br />
se verificou existirem 1:053 contos<br />
de calotes a empreiteiros e fornecedores,<br />
o que incontestavelmente<br />
representa despêsas feitas, embora<br />
não estejam pagas. Têmos, pois, já<br />
O sr. ministro da mariniia ordenou<br />
que-regressassem ao reino os<br />
officiaes que estám no estrangeiro<br />
desempenhando commissões que o<br />
conselho do almirantado entender<br />
que não eram necessários.<br />
Divisão administrativa e judicial<br />
Foi publicado no Diário do Go-<br />
verno de 15 do corrente o decreto,<br />
a que já alludimos no último nú-.<br />
e, até, de bem entendida prudência.<br />
Certo é que ellas se repetirám<br />
agora e, se não prevêmos que o governo<br />
tenha a recear graves confli-<br />
ctos em que se affirmem energias<br />
5:896 contos de deficit apurado em mero, por que se permilte ás câma- locaes, que factos passados bem re-<br />
relação ao anno civil de 1896, afora<br />
a que vier a descobrir-se. E nem<br />
ras municipaes e juntas de paróvelam que não existem, têmos a<br />
pode apresentar-se a desculpa coschia, ou, colleclivamente, aos cida- convicção de que as conveniências<br />
tumada de mêses de boas e mêses dãos recenseados para os cargos partidárias ham de obstar a que o<br />
de más receitas, porque o período administrativos nas circunscripções governo e o parlamento façam uma<br />
considerado comprehende um anno administrativas e judiciaes que fo remodelação na nossa divisão admi-<br />
inteiro e, portanto, os mêses de vac-<br />
ram altpradas pela lei de 21 de nistrativa e financeira em que só<br />
cas gordas e os mêses de vaccas<br />
magras.<br />
maio de 1896 e decreto de 26 de attendam aos legítimos interésses<br />
«Se a estes tristes resultados jun-<br />
junho do mesmo anno, reclamar das localidades devidamente comtarmos<br />
o que ainda houver de des- contra a divisão administrativa e jubinados com as exigências da utilicobrir-se<br />
nos diversos ministérios, dicial estabelecida por estes diplo dade pública.<br />
poderá calcular-se a immensa pro- mas. As reclamações devem ser res- O futuro o dirá.<br />
fundidade da voragem que a situatrictas ás circunscripções dos corção<br />
Hintze-Franco escancarou pepos<br />
administrativos reclamantes ou<br />
rante o país, tendo ainda o desplante<br />
na última e única reunião das<br />
em que mostrarem achar-se recen Dr. Affonso Costa<br />
suas maiorias, de proclamar os mi- seados os cidadãos, e deverám ser Deste nosso prezado amigo e<br />
raculosos resultados, que alcançara entregues nos respectivos governos<br />
collega acabamos de receber a se-<br />
na administração financeira. Além civis que as enviarám sem demora,<br />
de tudo mais, além da enorme queguinte<br />
carta:<br />
com informação motivada, á secreda<br />
dos câmbios, é a dívida fluctuantaria<br />
de estado dos negócios do rei «... Director da Resistencia. — Peço<br />
te elevada ao limite superior nunca<br />
visto de 34:261 contos de réis!» no. Por esta secretaria serám essas a v. o favor de mandar declarar no<br />
próximo núm°ro da Resistencia que<br />
reclamações enviadas a uma com- desde agora deixo de ser redactor ou<br />
Tudo denuncia que isto está no<br />
missão nomeada pelo governo para<br />
fim. A derrocada promette ser me-<br />
as examinar, apreciar e emittir so<br />
donha.<br />
bre ellas o seu parecer, indicando<br />
ao governo as bases de quaesquer<br />
providências que, em seu entender,<br />
devam ser propostas ao poder legislativo.<br />
collaborador do referido jornal.<br />
Como v. sabe, esta resolução não é<br />
determinada por motivos de ordem<br />
politica; e porisso me apraz affirmar a<br />
v. e a todos os nossos correligionários<br />
que continuarei, como republicano, no<br />
logar em que sempre tenho estado.<br />
Aproveito a opportunidade para testemunhar<br />
a v. os protestos da minha<br />
elevada consideração.<br />
Disse-o, ha seis annos, o Porto;<br />
e, hoje, em todos os peitos republicanos,<br />
vive ainda o fogo d'essa voz,<br />
e a energia suprema d J Guilherme Alves Moreira agra-<br />
Nos considerandos que precedem<br />
De v., etc.,<br />
dece por êste meio, profundamente<br />
o decreto encarece-se a boa divisão Coimbra, 15 de fevereiro de 1897.<br />
reconhecido, a lodos os seus colle-<br />
do território como elemento de im-<br />
Affnnso Costa.<br />
gas da imprensa que ultimamente o A questão de Creta portância capital para regular a ef<br />
essa hora... felicitaram pela sua promoção a ca-<br />
ficaz execução dos serviços adminis-<br />
Sentindo que o sr. dr. Affonso<br />
thedrático e aos que tam energica- Temos a guerra, não sendo posmente<br />
protestaram contra a persesível prever com segurança as contrativos e judiciaes; jeclara-se que Costa não continue a collaborar na<br />
X<br />
guição que lhe moveu o sr. consesequências que delia derivaram. as reclamações dos póvos sobre es- Resistencia, registamos a declaração<br />
Palavras de guerra dissémo-las, lheiro João Franco, ex-ministro do As potências decidiram occupar tes assumptos sam attendiveis desr de que não nos recusa a sua coope-<br />
reino.<br />
as cidades de Canéa, Candia, e de que as condições topográphicas, ração por motivos d'ordem política e<br />
hontem, e dizêmo-las, hoje, porque,<br />
Coimbra, 18de fevereiro de 1897. Rethyno, na ilha deGreta, tendo-se de população, de recursos, as affi accentuarêmos que a direcção poli-<br />
hoje, como hontem, sentimos bem<br />
effeituado já a occupação d'eslas<br />
nidades das povoações e a utilida<br />
viva, bem intensa a ancia d;uma<br />
três cidades por destacamentos comtica<br />
d'este jornal nunca se oppôs a<br />
Faz parte da redacção do nosso<br />
nova phase histórica.<br />
postos de russos, francêses, ingleses,<br />
de pública se não opponham a el- que os seus redactores ou collabo-<br />
:>rezado collega A Voz Publica, italianos e austríacos.<br />
las, e que as providências sobre radores effectivos, em artigos de<br />
Sob os nossos olhos passam desde o dia 15 do corrente, o nosso Apesar d'esta manifestação das êsse assumpto devem ser precedi-<br />
portanto, quasi desapercebidos os 3rezado amigo e collega dr. João de<br />
que assumissem a responsabilidade<br />
potências europêas o jornal official das de reflectido exame e imparcial<br />
partidos, as coíeries, os ministérios.<br />
Menezes, cujos merecimentos como<br />
pela indicação do seu auctor, tratas-<br />
da Grécia publicou no dia 16 uma apreciação.<br />
ornalista sam bem conhecidos dos<br />
Hintze Ribeiro ou José Luciano atra-<br />
ordem do coronel Smoienitz, misem<br />
livremente de quaesquer assumnossos<br />
assignantes.<br />
nistro da guerra, mandando o coro- Merece os nossos applausos esta )tos, em que ella entendia que não<br />
vessam o mesmo prisma, e convernel<br />
Vassos occupar Creta em nome doutrina e, portanto, as disposições<br />
devia involver a sua responsabiligem<br />
no mesmo ponto, differença A situação financeira do rei Jorge e, sob a responsabili- do decreto. E necessário, porém,<br />
apenas de libré: mais comprida<br />
dade do governo hellénico, expulsar<br />
dade nem a da Resistencia.<br />
aue o governo se apresente com<br />
uma, menos comprida outra, uma<br />
Acaba de ser publicada no Diá- os turcos das fortalêzas da ilha e muita energia na sua execução, mos-<br />
A lodos se reconheceu êsse di-<br />
mais desbotada, a outra, com o azul<br />
rio do Governo a nota da dívida fluproclamar<br />
a occupação. Esta ordem<br />
trando-se sempre superior ás rivareito.<br />
era precedida de uma declaração<br />
e o branco mais intensos...<br />
ctuante em 31 de dezembro findo,<br />
do governo, dizendo qua é impossílidades locaes e aos interésses par-<br />
em que atlingiu a enorme somma<br />
Em separado e patrimonial entre<br />
vel aos gregos permanecerem indiftidários, para que derive algum pro-<br />
No museu de antiguidades do In-<br />
de 34.261:471^060 réis, a mais farentes deante das atrocidades comveito para o país da providência que<br />
os partidos monárchicos, apenas isstituto<br />
vae em breve inaugurar-se a<br />
elevada que tem havido em Portumettidos contra os seus irmãos de acaba de adoptar.<br />
sua secção de pre-história, reuninto:<br />
a libré dos chefes; em com-<br />
Creta.<br />
gal. Nesta desafogada situação nos<br />
E os precedentes tornam-nos pesdo-se para isso vários objectos á<br />
mum, partilham, porém, todas as<br />
A Grécia eccupou Creta, exce-<br />
deixou o governo Hintze Ribeiro.<br />
simistas a êste respeito. Ainda por magnífica collecção offerecida ao In-<br />
mentiras constitucionaes, e todas as<br />
ptuando as cidades, que estám oc-<br />
Em 31 de dezembro de 1895 a<br />
Iraficáncias políticas; amordaçam a<br />
cupadas pelas grandes potências.<br />
occasião das últimas alterações instituto<br />
pelo sr. Santos Rocha o infatigável<br />
e intelligente collecciona-<br />
dívida fluctuante era da quantia de Justifica-se a occupação.<br />
troduzidas na divisão administratidor da Figueira.<br />
liberdade e esvasiam os cofres pú-<br />
29.418:314^813 réis, augmentan- O que é difficil é justificar a va e judicial assistimos a scenas as Para tal fim foi construída uma<br />
blicos ...<br />
grande demora que houve na in- mais deploráveis, em que o egoismo<br />
do assim, só num anno, 4:843 con-<br />
vitrine de um desenho original e de<br />
tervenção. Por causa das grandes se ostentou em gritos de alegria ou<br />
X<br />
uma ornamentação inspirada nas<br />
tos de réis.<br />
potências europêas nos annos de em queixumes conforme eram favo- obras darte pre-históricas.<br />
Palavras de guerra, pois, e só E diz o Popular:<br />
1894-1896 houve em Creta o morrecidos<br />
ou lesados os interesses d es- Annuncia-se lambem para breve<br />
de guerra, serám as nossas. A questicínio<br />
de 300:000 christãos.<br />
«Mas infelizmente nem foi só ista<br />
ou daquella localidade, não ha- a acquisição de esculpturas dos sé-<br />
E tem se consentido tam intão<br />
é uma e única, postas de parte so. Além do que ainda falta desco- crível barbaridade, para vergonha vendo nessas manifestações a míniculos<br />
xiv e xvi exemplares i<br />
importantes para o estudo d?<br />
as hostilidades políticas dos parti- )rirnos diversos ministérios, no das d'este fim de século 1<br />
ma revelação d'uma idêa superior<br />
em Portugal, . ^
Associação Commercial<br />
A digna direcção da Associação<br />
Commercial d'esta cidade acaba de<br />
dirigir o seguinte offício ao presidente<br />
da commissão installadora da<br />
Associação Commercial de Lisboa:<br />
I]l. mo e Ex. m0 Sr.<br />
Quando era momento crítico, com a<br />
promulgação de novas medidas tributarias,<br />
se procurou aggravar, por parte<br />
dos poderes públicos, as condições<br />
economicas das classes commercial e<br />
industrial do país, indubitavelmente<br />
as que mais pagam e trabalham, cum<br />
priu esta Associação Commercial o seu<br />
dever na lucta em que porGadamente<br />
se empenharam as beneméritas Associações<br />
Commercial, Industrial e dos<br />
Logistas de Lisboa, pela attitude prudente,<br />
mas energica que nessa occasião<br />
ella soube tomar, como solidária,<br />
accedendo promptamente ao appello<br />
que entám vinha de lhe ser feito por<br />
essa illustre Associação Commercial.<br />
Ao seu lado, como ao das Associações<br />
colligadas, se collocou e matfteve esta<br />
aggremiação, assegurando-lhes o seu<br />
incondicional apoio e affirmando a sua<br />
inteira adhesão a todos os seus actos<br />
de reclamação e protesto contra a<br />
execução de uma lei excessivamente<br />
gravosa para as classes laboriosas,<br />
representadas por tara prestimosas<br />
Associações.<br />
A condemnavel dissolução d'essas<br />
respeitáveis Associações foi um acto<br />
de violência, que veiu ferir fundamente<br />
todas as aggremiações congéneres do<br />
país: tam duro golpe, cruelmente<br />
vibrado, para nenhuma outra seria<br />
mais doloroso do que o foi para a<br />
Associação Commercial de Coimbra.<br />
Hoje, porérâ que esta collectividade,<br />
rememorando êsses factos, tem a satis<br />
fação de vêr coroados de bom êxito<br />
os louváveis esforços, sáhiamente empregados<br />
pelas dignas commissões installadoras<br />
das três Associações dissol<br />
vidas, e que revelam, a par de grande<br />
altivèz, muita tenacidade e rara energia,<br />
vem ella jubílósamente, e por um<br />
dever de confraternidade, significar ás<br />
beneméritas Associações Commercial,<br />
Industrial Portuguêsa e dos Logistas<br />
de Lisboa os seus vivos sentimentos<br />
de congratulação pelo desaggravo feito<br />
e triurapbo obtido com a reivindicação<br />
dos seus legítimos direitos, agora affirmados<br />
pela sua reconstituição official.<br />
Deus Guarde a v. ex. a . Coimbra, e<br />
sala das sessões da direcção da Associação<br />
Commercial, em 15 de fevereiro<br />
de 1897.<br />
Íll. m0 e ex. m0 sr. D. A. J. Simões<br />
d'Almeida, dig. m ° presidente da Commissão<br />
Installadora da Associação Commercial<br />
de Lisboa.<br />
O Presidente,<br />
(a). Francisco Vieira de Carvalho.<br />
Foi nomeado governador civil<br />
d'este districto o sr. dr. Pereira<br />
Dias, que acaba de prestar juramento<br />
em Lisboa. Crêmos que tomará<br />
posse ámanhã.<br />
J Á ?<br />
O nosso prezado e valente collega<br />
A Vanguarda afíirmou que o sr.<br />
João Franco, por intermédio d'um<br />
barriga muito grande e d'um conde<br />
por demais conhecido, proposera<br />
um accordo eleitoral aos republicais<br />
de Lisboa para a próxima eleição<br />
k» deputados. Essa notícia causou<br />
grame sensação em Lisboa. 0<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
sr. João Franco ainda ha dois dias<br />
saiu do poder e sam conhecidas as<br />
prepotências d'esse dictador contra<br />
os republicanos.<br />
D'ahi o chamarem alguns jornaes<br />
monárchicos a attenção para ella e<br />
o seguinte desmentido da Tarde:<br />
«Aproveitaremos, porém, a occasião<br />
para declarar que o partido<br />
regenerador e o sr. João<br />
Franco não propõe, nem proporá,<br />
não acceita, nem acceitará qualquer<br />
accôrdo, ligação, alliança ou<br />
intelligéncia com o partido republicano,<br />
nem sobre matéria eleitoral,<br />
nem sobre nenhum assumpto<br />
politico».<br />
Ao que retorquiu a Vanguarda:<br />
«Como é costume, para confirmar<br />
o que dissemos, veiu a<br />
Tarde desmentir a notícia de que<br />
os regeneradores mandaram propôr<br />
aos republicanos um accôrdo<br />
eleitoral, por dois dos seus mais<br />
emeritos galopins.<br />
Ora a verdade é que o accôrdo<br />
foi proposto.<br />
Insistimos neste ponto, que é<br />
verdadeiro.<br />
Promptificavam-se os amigos<br />
do ex-governo a fazer com que<br />
saíssem eleitos 4 ou 5 deputados<br />
republicanos por Lisboa, para<br />
pôr em cheque os progressistas<br />
perante o paço.<br />
Mas como nós não serviteios<br />
para ser atirados á cara de ninguém,<br />
o directorio do nosso partido<br />
resolveu, e muito bem, a<br />
abstenção, pondo ponto por uma<br />
vez a todas e quesquer combinações<br />
».<br />
Sempre entendemos que o sr<br />
João Franco, logo que saiu do po<br />
der, viria propôr accôrdoseleitoraes<br />
e coisas talvez ainda mais graves ao<br />
partido republicano. Era necessário<br />
não conhecer os processos de go<br />
verno e d'opposição d'esse dictador<br />
que o sr. Augusto Fuschini pôs<br />
tanto em evidência, para ter qualquer<br />
dúvida a esse respeito.<br />
Cremos, porém, que o sr. João<br />
Franco jámais conseguiráobterqualquer<br />
accôrdo com o partido republicano,<br />
e, se o conseguisse com<br />
alguns elementos do nosso partido<br />
seria tal a opposição que contra elles<br />
se levantaria que necessariamente<br />
ficariam esmagados. E ficamo-nos<br />
por aqui.<br />
Foi exonerado do logar de commissário<br />
régio da índia o sr. Brissac<br />
das Neves Ferreira, que tám ferozmente<br />
revelou os seus instinctos<br />
sanguinários no governo d'aquella<br />
possessão.<br />
Diz-se que o governo vae con<br />
trair um emprestimo de seis mi<br />
contos, havendo já encetado para<br />
isso negociações com o sr. conde<br />
de Burnay.<br />
E' assim que se revela a melhoria<br />
da nossa situação financeira,<br />
que tam preconizada foi pelo governo<br />
do sr. Hintze Ribeiro.<br />
Yam-se creando novos encargos<br />
para o país, e, peior do que isso,<br />
exgolando os seus últimos recursos.<br />
Agora é o resto das obrigações dos<br />
tabacos que vae ser alienado.<br />
E' muito risonho o futuro que<br />
nos aguarda!<br />
Cuba Cursos operários no Instituto<br />
O Herald informa que o novo<br />
presidente da republica norte ame-<br />
Na Praça Velha arrancaram as<br />
árvores grandes que lá havia e andaram<br />
plantando umas outras pequeninas,<br />
que é de esperar venham<br />
a crescer.<br />
É um plano de aformoseamento<br />
de câmara, que parece não ter em<br />
que gastar dinheiro<br />
E' mais um desperdício. Infor<br />
Continuam confirmando-se as<br />
Notícias diversas<br />
ricana, Mac-Kinley está resolvido,^ O sr. commissário de policie<br />
affi ões sobre os cursos<br />
a reconhecer a independencia de<br />
prohibiu a venda de bombas e fógos<br />
Cuba se ao findar o inverno não se populares do Instituto,<br />
d'artificio que é uso queimarem-se<br />
achar pacificada aquella ilha. Organ.zado um grandioso pro- em Coimbra pelo Carnaval, e que<br />
Esta notícia causou um grande gramma de extensão educativa, ve-<br />
por mais d'uma vez tem dado orialarma<br />
em Hespanha.<br />
rificou-se que é necessário começar<br />
gem a desastres pessoaes. E medida<br />
para louvar.<br />
de mais perto, e que em Portugal a<br />
primeira necessidade no ensino é<br />
ensinar a lêr.<br />
Diz-se que o centro franquista<br />
propõe deputado por este circulo<br />
o sr. João Maria Corrêa Ayres de<br />
Julgavamos que toda a gente o Campos. Ainda não se sabe quem<br />
sabia!. ..<br />
será o candidato do governo.<br />
mam-nos que ha intenção de construir<br />
um coreto para onde pos»a ir ^ ^ _ „<br />
tocar a música. Em toda a parte as muil0 p0uca qUe p0SSa ensinar! ..<br />
músicas tocam nos jardins públicos 1<br />
O sr. dr. Bernardino Machado,<br />
emendando a mão, esforça-se por<br />
organizar cursos de instrucção primária,<br />
e verifica que, se ha muita<br />
gente que não sabe lêr, ha também<br />
Outra difficuldade que s. ex. a Continuam com grande actividade<br />
os ensaios da récita do quinto<br />
anno jurídico. Simões Barbas vae<br />
ensaiando com a paciência costumada<br />
as vozes que êste anno (como<br />
lodos os annos!) sam melhores que<br />
as do costume. Antonio Augusto<br />
jonçalves faz o panorama de Coimonde<br />
se pôde andar e respirar á<br />
vontade. ,<br />
de-<br />
O coreto na Praça Velha é de|via ter previsto!...<br />
mais, as árvores fazem falta.<br />
)ra: a Feira, o Penedo da Saudade,<br />
e... o Inferno.<br />
A récita deve dar-se ainda antes<br />
de férias da Paschoa.<br />
Melhorar a Praça Velha seria Longe de seguir as indicações<br />
attender á irregularidade dos edi- Lue jhe devja ter dado o conheci-<br />
Icios, remover a egreja de S. Bar- mento do estado da educação naholomeu,<br />
reparar a de Santhiago. c",onal e o das exigências locaes, o<br />
Forçar Coimbra a ir ouvir músi- sr (jr> Bernardino Machado, que foi<br />
ca á Praça Velha, irregular, feia, ministro da Instrucção, talha um<br />
acanhada, só pode ser agradavelaos L r 0 g r a m m a majs largo e trata de<br />
habitantes da praça, que poderám organizar, dizem-nos, um orpheon<br />
de suas casas, commodamente, ^rL a r a 0 que convidou o sr. Macedo Ainda não se sabe quem será<br />
nomeado administrador do concelho<br />
quem passa. cujas aptidões musicaes sam bem<br />
de Coimbra.<br />
As multidões devem-se chamar conhecida»,<br />
jara o sol, para a luz, para o ar, com 0 augmento das cadeiras,<br />
devem-se attraír aos passeios e não k a fo vjr necessariamente a dimi O sr. visconde de Taveiro vae<br />
faltam passeios em Coimbra. nuição dos dias d'aula em cada uma. publicar, reunidos num volume, os<br />
Um coreto na praça do Commer- L assjm acontecerá que d'aqui a 10 sermões do fallecido conselheiro<br />
cio virá pejar a praça, torná-la ain-|annos devem os operários começar<br />
Rodrigues d'Azevedo e os artigos<br />
commemorativos do seu fallecida<br />
mais acanhada do que é. a traduzir regularmente o francês mento. Essa publicação será prece-<br />
Fazer da praça do Commércio um<br />
dida da biographia d'esse emérito<br />
passeio, um jardim (?) concorrido,<br />
A nós o que nos pésa é não vi<br />
professor da Faculdade de Theo-<br />
é um erro reprovado pela hygiene.<br />
logia.<br />
vermos quando em Coimbra se tocar<br />
o fado por música, lá para o<br />
anno de 1930<br />
Diz-se que a inspecção do sello é<br />
reduzida de repartição a secção,<br />
Içando apenas o pessoal indispensável<br />
e, quanto possivel, escolhido<br />
entre os addidos.<br />
Viajante excentrica<br />
Morreu recentemente em Anamo<br />
sa (Yowa), uma senhora americana, Assim ha de continuar o sr. con-<br />
chamada Elijah Carson, que foi sem selheiro Bernardino Machado, transdúvida<br />
a viajante que mais vezes formando a educação do operário<br />
atravessou o Atlântico. lam difficil e que tanta dedicação<br />
Desde 1864 até á sua-morte, ^ exj Ruma ^ de<br />
fez ne e nada menos de 250 traves-<br />
6<br />
sias. Casada com um habitante dè gde espectáculo com mus.ca e<br />
Belforte, herdou por morte do esposo córos<br />
uma filha e quinhentos contos de O sr. conselheiro Bernardino Maréis<br />
que lhe permittiram satisfazer chado não fará nada util, conseguia<br />
sua paixão pelas viagens, especial- Lá apenas 0 deslumbramento do<br />
mente desde 1861, anno em que L0menlo, a apotheóse de mágica.<br />
fi ha casou, ficando ella a viver ' K a .<br />
só O sol que s. ex. a ve a girar<br />
Chegou a ser uma figura familiar sol que o illumina, é de fogo d'artipara<br />
os officiaes dos portos nos dois fício, a luz que o deslumbra é de<br />
continentes e para as tri pulações dos magnésio.<br />
vapores da Companhia Cunard, que | A ap0theóse é falsa, é apotheóse<br />
de mágica.<br />
Ha de vê-lo s. ex. 4 Estám sendo muito procurados<br />
ós pratos da fábrica que Antonio A.<br />
Gonçalves teve no local onde se eslabelecêra<br />
a de Vandelli. E' curioso<br />
verificar que o emprehendimento,<br />
que importou ao sr. Gonçalves uma<br />
perda considerável, começa agora a<br />
ter a consagração dos colleceiònadores.<br />
*' < X<br />
Os estudantes da academia polytéchnica<br />
e escóla medica do Porto vam<br />
reunir, afim de pedirem ao governo o<br />
uso obrigatorio da capa e batina.<br />
Falleceu um interessante filhinho<br />
do sr. dr. Alfredo Vaz e neto do sr.<br />
Joaquim Augusto dos Santos Carvalho,<br />
digno director da Agencia<br />
escolhia sempre para as suas via<br />
do Banco de Portugal nesta cidade,<br />
gens.<br />
a quem apresentamos as nossas<br />
no final da<br />
Diz-se que deixou no seu testa-,<br />
sinceras condolências.<br />
mento 50:0001000 ao capitão Ma- peça, quando se apagar o ultimo<br />
ckay, do paquete Lucania vapor em fogo de Bengala...<br />
que ella não perdeu uma única via-<br />
T. C. Esteve em Coimbra o sr. dr. Augusto<br />
gem, e outras quantias não menos<br />
importantes aos demais officiaes de<br />
Fernandes Corrêa, advogadoem Gouvêa.<br />
bordo, como prova do apreço que a<br />
todos dispensava.<br />
Diz-se que o governo vae revêr<br />
o testamento do seu antecessor para Entrou em convalescença o douto<br />
professor da faculdade de theologia o<br />
annullar todas as nomeações feitas sr dr. bernardo Augusto Madureira.<br />
No Instituto fundou-se uma aula I illegalmente. Se o fizesse, cumpride<br />
leitura pelo méthodo de João de ria o seu dever.<br />
Deus, vindo para esse effeito de Mas a solidariedade que pren Deu entrada no ministério dos negócios<br />
extrangeiros a sentença arbitral<br />
Ljâboa o sr. Trigueiros de Sampaio, de entre si os governos da monar sobre a delimitação de Manica, pro-<br />
das Escholas Móveis, N | chia ha de obstar a isso.<br />
nunciada pelo senador italiano Yigliani,
O governo auctorizou por uma Nesta carta geographica, de um<br />
portaria a fundação no Porto d'uma genero excepcional, vê-se uma enor-<br />
succursaldoCréditfranco-portugais, me cidade de Jerusalem, com as<br />
o que o governo transado, contra a ruas bem marcadas, um mar Morlo<br />
lei, nunca concedeu.<br />
abundante de paixes alguns táin<br />
grandes que excedem em largura o<br />
Jordão, etc. O Hebron não figura<br />
no mosaico.<br />
Consorciáram-se hontem, na egreja<br />
de Santa Cruz, o sr. Patrício Xavier<br />
d'Almeida Brito, 1 0 tenente de artilheria<br />
2, com a sr. a D. Maria da Piedade<br />
Soares Cortez Cabral.<br />
Foram padrinhos da noiva a sr. a D.<br />
Marianna Xavier Cerveira Cabral das<br />
Neves e o sr. dr. José Xavier Cerveira<br />
e Sousa; e do noivo os paes da noiva,<br />
a sr. a D. Carlota dos Prazeres Soares<br />
Costa Cabral e o sr. Emygdio Augusto<br />
Costa Cabral, coronel de infanteria 14.<br />
Um telepramma do Cabo communíca<br />
que o célebre dr. Kock descobriu a<br />
vacciaa contra a febre bovina.<br />
Falleceu em Limego o dr. Miguel<br />
Moreira da Fonseca, chefe do partido<br />
regenerador naquella cidade.<br />
Ó g<br />
Os estudantes do lycéo vam repre*<br />
sentar ao governo pedindo para serem<br />
restabelecidos os exames em outubro.<br />
Para que o seu pedido tenha maior<br />
força andam promovendo a adhesão<br />
dos estudantes dos outros iycéos do<br />
país.<br />
«O G-aiato»<br />
Recebemos o primeiro número<br />
d'este jornal que se publica nesta<br />
cidade tres vezes por mês.<br />
A sua redacção é composta de<br />
estudantes que, pel'O Gaiato, se<br />
querem instruir e desinvolver.<br />
Estimarêmos que o consigam e<br />
que o novo collega tenha longa vida.<br />
Mosaico curioso<br />
Escrevem da Syria ao Daily Graphic,<br />
dizendo que se descobriu numa<br />
aldeia situada na margem direita do<br />
rio Jordão, entre Said e Kerak, um<br />
pavimento de mosaico, medindo 10<br />
metros de comprido por 5 de largo,<br />
e que fez provavelmente parte de<br />
uma capella do século V.<br />
O desenho formado pelo mosaico<br />
é uma representação da Palestina<br />
e em geral de todo o país entre o<br />
Egypto e o Libano.<br />
21 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
Os cânticos do Sena<br />
VII<br />
A casa Grosbouleau, Lalongueur<br />
& C. a<br />
Muito bem, diz Lanout, abrindo o<br />
seu livro — no qual estavam já escripturadas<br />
as rrier-adorias recebidas durante<br />
a noite, succedeis a Lormond...<br />
—Isso não...<br />
—Nunca! diz Lalongueur.<br />
—Nós fundamos uma casa, somos<br />
os antigos empregados da casa Lormond.<br />
..<br />
—E roubais-lhe a clientella, diz,<br />
sorrindo, o velho encubridor.<br />
—A sua clientella, é Isso é!... ahi<br />
ahi e Grosbouleau riu.<br />
Lalongueur imita-o, provocando-lhe<br />
0 riso taes movimentos que despeda<br />
çoil a cadeira em que estava sentado.<br />
A um signal do seu associado calou-se.<br />
— Sr. Lanout, diz entám Grosbouleau,<br />
trate-nos bem e nós farêmos<br />
comsigo muitos negócios e bons...<br />
Nós somos três associados.<br />
—Três! AhI sim... Companhia.<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 18 de fevereiro de 1897<br />
casa de Bérard, rua de Enghiep?<br />
—Hein! Exclamaram ao mesmo tempo<br />
os dois gatunos.<br />
— Elle vae a casa de Bérard? perguntou<br />
Grosbouleau inquieto.<br />
—Hoje, creio eu,<br />
Câmara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomádas na<br />
sessão ordinária de 4 de fevereiro<br />
de 1897.<br />
pesames a SS. MM. pelo fallecimeoto<br />
da Duqueza de Montpensier.<br />
Resolveu annunciar a empreitada da<br />
reparação do pavimento de parte da<br />
estrada municipal de Coimbra ao Pisão<br />
entre as serventias para a Pedrulha e<br />
Ponte dos Asnos, dividida em duas tarefas,<br />
na extensão de 825, m 0 cada<br />
uma.<br />
Auctorizou diversos pagamentos:—<br />
material para o serviço dos incêndios,<br />
carvão para as machinas das aguas,<br />
serviços de limpêsa, conservação d'arvores,<br />
reparação de calçadas, reparação<br />
da fonte da Palheira, canalizações<br />
No dia 21 avançará para o 0. e NE.<br />
da Europa outra depressão, cujos effeitos<br />
se farám sentir no dia seguinte<br />
na nossa península, produzindo ventos<br />
d'entre SO. e NO. e alguma chuva,<br />
fraca, em Portugal e Galliza.<br />
Uma nova depressão apparecerá no<br />
dia 23, entre as paragens dos Açores<br />
e Ilha da Madeira, achando-se no dia<br />
seguinte o centro das baixas pressões<br />
ao SO. da nossa península, reinando<br />
ventos d'entre SO. e NO. com algumas<br />
chuvas que se propagarám desde Portugal<br />
ate ao centro da Hespanha.<br />
d'agua, asylo de cegos, fonte de S. No dia 25 encontrar-se-ha o centro<br />
João do Campo, cobrança do rendimen- da depressão do dia anterior ao NO.<br />
to das aguas, illuminação de Santo An- de Hespanha, formando-se ao mesmo<br />
tonio dos Olivaes, canalização d'agua tempo um núcleo de baixas pressões<br />
para o novo matadouro, limpêsa e con- no Mediterrâneo superior. 0 tempo conservação<br />
do edifício do governo civil. tinuará ventoso d'entre 0. a N., na<br />
Despachou requerimentos: — aucto-<br />
nossa península, com alguns aguaceirizando<br />
exhumaçoes d'ossadas no ceros<br />
nas regiões septentrionaes, pyremiterio<br />
da Conchada e trasladações<br />
naica e na Catalunha.<br />
para jazigos particulares; o pagamen 0 mês findará como começou: áspe-<br />
to de impostos por avença, com abaro, ventoso e chuvoso. Será no dia 28<br />
timento, por se ter fechado o estabele- que uma depressão, vinda do Atlânticimento<br />
avençado; a reparação da laco, estará mais perto da Europa, aldeira<br />
do Ingote, com o auxilio offerecançando a nossa península, onde procido<br />
por um proprieiario; collocação duzirá ventos d'entre SO. e NO. com<br />
de signàes funerários no cemiterio; algumas chuvas, especialmente nas re-<br />
substituição de cantarias arruinadas de giões NO. e septentrional.<br />
prédios particulares; a construcção de<br />
dois prédios no logar d'Andorinha, a<br />
confinar com a rua publica, determinando<br />
o alinhamento, sem occupação KALENDARIO DE FEVEREIRO, 1897<br />
de terreno do concelho.<br />
Indeferiu, em vista d'informações<br />
7. 14 21 28<br />
havidas, um requerimento d'um pro-<br />
1 8 15 22<br />
prietário de Brasfemes, para a compra<br />
d'uma porção de terreno publico no<br />
mesmo logar.<br />
Previsão do tempo<br />
Segundo o boletim metereologico de<br />
Noherlesoom, a segunda quinzena do<br />
mês corrente deve rivalizar na nossa<br />
península com a primeira, porquanto<br />
os elementos perturbadores da atmosphera<br />
serám pouco insistentes e duradouros,<br />
perdendo alguns a sua força<br />
devido á sua excessiva extensão. Da<br />
tendência geral para o bom tempo serám,<br />
porém, excepção os dias 16, 18<br />
e 21.<br />
Na uossa peninsula adquirirá uma<br />
fórma irregular, occupando a região<br />
septentrional e as regiões do Douro e<br />
do Ebro, produzindo tempo ventoso<br />
d'entre 0. e N , acompanhado de algu<br />
mas chuvas.<br />
A 17 a mesma depressão estenderse-ha<br />
pelo centro e N. da Europa,<br />
actuando fracamente na uossa península.<br />
No dia 18 é que se deve receiar<br />
que o mau tempo, originado pelas cor<br />
rentes aéreas procedentes do Mediterrâneo,<br />
se estenda ao centro da Hespanha,<br />
produzindo ventos d'entre NE. e<br />
SE., que farám baixar a temperatura<br />
com algumas chuvas.<br />
—<br />
*2 9 16 23 —<br />
3 10 17 24 — .<br />
4 11 18 25 —<br />
5 12 19 26 —<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Vereadores presentes:—effectivos:<br />
arcediago José Simões Dias, bacharel<br />
Desordem, lacadas c prisão José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />
Antonio Lucas, Antonio José de Moura<br />
Na noite de 14 para 15 do corrente Bastos, José Marques Pinto e Albano<br />
foram gravemente feridos com facadas, Gomes Paes.<br />
em S. Fructuoso, Francisco José, casado Presente o administrador do conce-<br />
e José Maria Carvalheiro, solteiro, do lho.<br />
mesmo logar, por Abel Simões Miza-<br />
Abertas duas propostas para a emrella<br />
e irmão Alexandre Simões Mizapreitada<br />
de duas tarefas de reparação<br />
rella, do logar das Torres.<br />
do pavimento de parte da estrada mu-<br />
Os aggressores entraram no referido nicipal de Coimbra a Montemór-o-Velho,<br />
logar de S. Fructuoso, no dia 14, entre o Almegue e a Bemcanta, na ex-<br />
armados de espingardas, as quaes tensão, cada uma de 150,<br />
guardaram em casa de Manoel Vieira,<br />
indo em seguida com alguns rapazes<br />
parauma casa divertir-se, aonde appareceu<br />
Francisco José, em quem deu<br />
um pontapé, mas que o Francisco José<br />
desculpou, lomando-o como brincadeira<br />
Mais tarde saíram todos da casa, de<br />
brincadeira, apparecendo alli José Maria<br />
Carvalheiro, que offereceu a sua<br />
casa e cama aos dois Mizarellas e Abel<br />
acceitou, e quando acabava d'entrar<br />
em casa do Carvalheiro, ouviu o irmão<br />
Alexandre chamá-lo, e vindo a sair,<br />
entrava Francisco José, com o qual<br />
principiaram altercando e a quem se<br />
agarrou o Abel, luctando e caindo<br />
ambos, ficando o Francisco José do<br />
lado superior, e foi entám que o Alexandre<br />
lhe deu uma facada nos rins,<br />
deixando-o prostrado. Nesta occasião<br />
6 13 20 27 —<br />
o dono'da casa José Maria Carvalheiro<br />
deu voz de preso ao Alexandre, agarrando-o,<br />
entám Abel deu uma facada<br />
Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />
no captor de Alexandre, o qual vendo-se<br />
Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />
ferido, teve que o largar, sendo os 2<br />
da m.<br />
aggressores auxiliados na fuga por<br />
alguns rapazes amigos, que alli se<br />
Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n-<br />
achavam, fugindo para as Torres, e<br />
Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />
na fuga caíram por uma rebanceira,<br />
da n.<br />
aonde deixaram cair o chapéu da<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
cabeça, sendo seguidos, e em acto<br />
uma hora approximadamente.<br />
contínuo foi dado conhecimento ao sr.<br />
commissàrio de policia, que immediatamente<br />
fez seguir para as Torres um<br />
cabo e quatro guardas, os quaes recapturaram<br />
os dois criminosos, e foram<br />
F. Fernandes Costa<br />
enviados para juizo, juntamente com o<br />
E<br />
chapéu e as 2 armas carregadas pertencentes<br />
aos presos e que foram<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
apprehendidas pela policia.<br />
ADVOGADOS<br />
Consta-nos que um dos feridos está<br />
em perigo de vida.<br />
Rua do Yisconde da Luz, 80<br />
O sr. Gaivão, chefe da polícia<br />
repressiva da emigração, que se encontrava<br />
em Viseu, passou para<br />
CosinihLelra<br />
esta cidade.<br />
m 0, foi acceite<br />
a de preço mais favoravel — réis<br />
1270500—l. a tarefa, 630500; 2. a tarefa,<br />
64^000 réis.<br />
Mandou annunciar nova praça para<br />
o arrendamento do terreno ao porto<br />
dos Lazaros, pertencente ao município.<br />
Mandou expedir avisos para o pagamento<br />
dos vencimentos das amas dos<br />
expostos e das mães, subsidiadas, relativo<br />
ao trimestre de outubro a dezembro<br />
de 1896.<br />
Tomou conhecimento da approvação<br />
dada superiormente á deliberação tomala<br />
para o provimento, por meio de<br />
concurso, de dois logares vagos de<br />
< ontoneiros das estradas municipaes.<br />
Concordou com um plano de melhoramentos<br />
a fazer no Paço das eschólas<br />
da Universidade, sobre que foi ouvida<br />
pelo reitor da mesma Universidade.<br />
Enviou ao yereador competente, para<br />
informar, um officio do provedor da<br />
Misericórdia ácêrca do fornecimento<br />
d'agua, por avença, para o collégio dos<br />
orphãos.<br />
Attestpu ácêrca d'algumas petições<br />
para subsídios de lactação a menores.<br />
Mandou passar duas licenças para<br />
apascentamento de cabras, segundo a<br />
postura respectiva.<br />
Auctorisou a compra de papel para<br />
o livro do recenseamento militar do<br />
corrente anno.<br />
Mandou registrar uma nota das canalizações<br />
d'agua, executada desde o<br />
dia 29 de janeiro.<br />
Enviou á repartição competente quatro<br />
requerimentos, pediodo canalizações<br />
d'agua para prédios particulares.<br />
Auctorizou a reparação do caminho<br />
entre a estrada real do Porto, aos Fornos,<br />
e o logar de Villela, approvado o<br />
orçamento respectivo, na somma de<br />
310000 réis.<br />
Auctorizou o concerto de cadeiras<br />
dos Paços municipaes.<br />
Mandou annunciar nova praça paia<br />
o arrendamento de duas barracas do<br />
mercado.<br />
Resolveu dirigir um telegramma de<br />
o sabeis, e nâo duvidais de que, sabendo<br />
o que hoje fizemos, elle se<br />
queira vingar. Os passeios que deu<br />
ante hontem asseguram»me de que elle<br />
pretende comprometter-nos.<br />
Tenho e6sa desconfiança, Se não é<br />
Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />
fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />
—É Petite, um anjo de que só vos — Ah! Os dois rapazes entre-olha-<br />
direi que, quando escolhe alguma ram-se... O sr. Lanout não fatiará<br />
coisa, é porque é boa. Lalongueur era dos negócios que fizermos ao barão.<br />
ebanista; conhece os moveis de fan- —O meu negócio nada tem com<br />
caria e os de encommenda, nós não elle... uma vez fóra de minha casa.<br />
escolhemos senão... quero dizer, nós não vos conheço.<br />
não compramos senão estes últimos... E pagou.<br />
Eu fui cinzelador de bronze; não ha —Até á vista, sr. Lanout, disse a<br />
a possibilidade de enganarem sobre o casa Lalongueur á C.<br />
verdadeiro bronze ou o camalote...<br />
— Vós podeis effectivamente fazer<br />
muito bom negócio... assim. Apresentar-vos-hei<br />
agora a minha proposta<br />
ácêrca d'este...<br />
—Vejamos!<br />
Os dois gatunos approXimaram-se.<br />
— Quinhentos francos...<br />
—Quinhentos!! exclamaram ao mes<br />
mojtempo Grosbouleau e Lalongueur.<br />
—Não vos convém?...<br />
—Convém! Convém!<br />
Emquanto Lanout escrevia, dizia<br />
Grosbouleau em segredo a Lalongueur.<br />
— Vês, se nós tivessemos ficado com<br />
aquelle ladrão do barão, ter-nos-hia<br />
dado a cada um quarenta francos...<br />
—Ê um ladrão... Aquella gente<br />
devia ser punida. Eis um caso em que<br />
a policia devia cumprir o seu dever,<br />
respondeu Lalongueur.<br />
— 0 pae Lanout contou o dinheiro<br />
e disse:<br />
— Sabeis o que o barão vae fazer a<br />
a para se vingar de nós, é seguramente — Oh ! agora comprehendi!<br />
para fazer coisas que nos interessam, — Que homem!, exclamou Lalon-<br />
pois que vae a casa de Bérard, em que gueur, é um génio!<br />
nós hontem trabalhamos... Sabeis que — Quando devo ir?, disse Petite.<br />
elle não é muito cathólico, o barão. — Já, em seguida ao almoço. Quan-<br />
— Sei, afllrmou Lalongueur.<br />
to mais depressa melhor... Esta tarde<br />
— Diz-se que elle foi espião... Ces- encontrar-nos-hemos na barreira de<br />
teiro que faz um cesto, faz um cento. Clichez... Vamos passar o dia com<br />
, retirando-se. Eu receio alguma coisa. Em todo oca- Lalongueur a procurar um aposento em<br />
Logo que chegáram à rua, os dois so é preciso que nós saibamos o que Paris, ao acaso.<br />
homens olharam de novo um para o elle vae fazer a casa de Bérard.<br />
— Isso, é uma boa idêa.<br />
outro; Grosbouleau disse:<br />
—Tens razão.<br />
O almoço continuou; logo que aca-<br />
— Positivamente, o barão é um ca- — Que é preciso fazer para isso ?, bou, a casa Grosbouleau, Lalongueur<br />
nalha.<br />
perguntou Petite.<br />
& C.<br />
—Oh! sim, um canalha! Quer tra- — É preciso que lu trabalhes.<br />
hir-nos, mas não lhe daremos tempo — Como?<br />
para isso.<br />
Lalongueur estendeu o pescoço para<br />
—Vamos almoçar, diz Lalongueur, melhor ouvir o que havia decidido o<br />
Petite espera nos na Courbevoie. seu associado.<br />
—Pobre anjo! sim, vamos para — Pegas na tua caderneta de crea-<br />
junto d'ella depressa; ella é de bom da, vaes percorrer as lojas de fructa<br />
conselho...<br />
da rua Eughien, entrarás em casa de<br />
E os dois associados entraram no Bérard, onde é preciso que tu sejas<br />
caminho de ferro da circumvallação. creada de quarto, de cozinha ou aju-<br />
Uma hora depois estavam em Courdante de cozinha durante alguns dias.<br />
bevoie. |<br />
— Comprehendeste ?<br />
Petite esperava os seus dois associa- — Nem por isso.<br />
dos; fôram almoçar numa taberna que — E tu ?, perguntou Lalongueur.<br />
ficava á margem do rio. Depois de — Eu! comprehendí e não compre-<br />
engulir os primeiros bocados, diz Groshendi... comprehendo o que tu dizes,<br />
bouleau :<br />
mas não sei o porquê.<br />
Meus filhos, escutai-me:<br />
— E todavia é simples. È necessá-<br />
0 barão nâo é um imbecil, vós bem rio que Petite nos diga o que o barão<br />
vae fazer a essa casa. Se se tratar de<br />
uma vingança, retiramo-nos por dois<br />
ou três mêses para a província. Se é<br />
uma pequena emprèsa, que uão conhecemos,<br />
apressar-nos-hemos em tomar<br />
parte nos benefícios, comprehendeste ?<br />
a pôs em execução o seu plano.<br />
No dia seguinte de manhã Petite entrava<br />
como creada em casa de Bérard.<br />
Na tarde d'esse dia, o barão estava<br />
junto d'uma mêsa em presença de Linotte<br />
num gabinete de Brêbank, davalhe<br />
uma nota de quinhentos francos e<br />
dizia:<br />
— Ahi tens para comprar as coisas<br />
mais necessárias, está prompta dentro<br />
de dois dias e immediatamente começarêmos.<br />
Antes d'um mês, Linotte, serêmos<br />
millionários.<br />
— É isso o que me parece difficil!...<br />
— Esta tarde, Linotte, que está bom<br />
tempo, tomarêmos uma carruagem depois<br />
de jantar e irêmos dar um passeio.<br />
— Para onde?<br />
— Para a ponte da Estacada.<br />
— Porque, disse Linotte tornando-se<br />
pállida, me queres levar para ahi?<br />
— Para te dar coragem !<br />
FIM DA 1.* PARTI;
TRÊS MESES SO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na cadeia —História do Iiimoeiro—O<br />
Limoe ro Iioje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />
— Scenas de sangue - As pri-ões e o absolutismo—<br />
No tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
p risão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Aodeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteíios, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de. prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Gamara.<br />
PREÇO, 5QQ RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 — RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
1 M ESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
" venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
H junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
CÔFRES A PROYA DE FÕGÕ<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
—João Thoinaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
AramPd 7inrádnQ' Para ramàdas e enxertias e dit0 de es P'"<br />
HldlllOb ZilutauUb. nhos para vedações.<br />
Mo+qI huan • E amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
illCldl UlcUllU > f0jha de flandres.<br />
Ferro! E a C° de todas as qualidades, carvão de fórja.<br />
Unn nana fowoirn 1 Malhos, tornos, máchinas de furar, folies,<br />
JIluZ pclld. ltillCIiU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />
para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: Para construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira & Simões<br />
Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />
. COIMBRA<br />
MICHELET<br />
0 Padre, a Mulher e a Familia<br />
UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />
400 RÉIS<br />
A' venda em todas as li<br />
ararias, e na Typographia<br />
Progresso, Elvas.<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sê<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins —Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Iufante D Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO AUER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:12?<br />
50 °[0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito polo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
~A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELP0RT<br />
247, Bua de Sá da Bandeira,$61—Porto<br />
COIMBRA<br />
6/tASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />
v ^Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
1?—ADRO DE OIMA—20<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Só Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglesas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mesa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Ama<br />
rante e branco da Bairrada.<br />
Gynmásio Martins<br />
8 VusíStuto para educação<br />
I physica de creanças sob<br />
11 yende-se a casa n.° 12,<br />
* na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 céis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
VENDA DE CASA<br />
Qraça pelas 11 horas da<br />
I manhã, dia 16 de fevereiro,<br />
rua Corpo de Deus, n. os<br />
92, 94, 96.<br />
Arrematação<br />
(2. a publicação)<br />
a inspecção médica do dr. 13 i|« dia 7 do próximo mês<br />
Freitas Costa.<br />
li de março, por 11 horas<br />
da manhã, á porta do tribunal<br />
Horário<br />
judicial, sito na Praça 8 de Maio,<br />
pelo inventário de menores, a<br />
Das 6 ás 9 da noite.<br />
que se procede por obito de<br />
Creanças do sexo masculino<br />
José Demingos Patrício, mora-<br />
—segundas, quartasesabbados.<br />
dor que foi no logar de Valle<br />
Creanças do sexo feminino—<br />
de Cabras, freguezia de Alma-<br />
terças, sextas e domingos.<br />
laguez. e que corre seus ter-<br />
Preços —Por mês ou 12<br />
mos pelo cartório do 4.° offi-<br />
licções, cada alumno 1)51500 réis<br />
cio, se ha de proceder à venda<br />
(para irmão tem abatimento).<br />
e arrematação em ha
Dr. Guilherme Moreira<br />
O NOSSO 3.° ANNO<br />
EM DESFORÇO<br />
Moreira, ao dr. Cerqueira Coimbra.<br />
..<br />
Uma como que corrente mysteriosa<br />
communicava entre si todos<br />
Escrevemos dominados ainda pela<br />
os espíritos, fazia pulsar unísonos<br />
Dmmoção vivíssima, que produziu<br />
todos os corações. . .<br />
11 nós a grandiosa e vibrante ma-<br />
Em seguida o? académicos, ^em<br />
ifestação de sexta feira em lonra<br />
massa compacta, dirigiram-se a<br />
o dr. Guilherme Moreira.<br />
casa do nosso valioso correligioná-<br />
Na occasião em que o nosé ilrio,<br />
e debaixo das suas janellas fiustre<br />
collega ía tomar posse delenzeram-lhe<br />
novamente uma ovação<br />
e calhedrático, logar conquislalo á<br />
delirante, que durou muito tempo,<br />
iusla do seu exforçoe valor fitel-<br />
ouvindo-se claros, sonoros, vibraníectual,<br />
de que linha sido vilnentes,<br />
vivas repetidos ao Dr. Guilherme<br />
,e esbulhado durante perto dedois<br />
Moreira, á Liberdade da Cálhedra,<br />
innos, na sala dos Gapêllos ròeri-<br />
aos lentes democratas, ao Dr. Aftou<br />
unisona, vibrante, enthusasta<br />
fonso Costa, aoDr. Cerqueira Coim-<br />
uma grande salva de palmas, que<br />
bra e ao ideal do novo cathedrà-<br />
ao nosso respeitável correligioiárfo<br />
tico<br />
dirigia a Academia inteira, apnha-<br />
Nesta occasião a Commissão muda<br />
na vasta sala, a regorgiUr. A<br />
nicipal republicana, representada<br />
essa seguiu-se outra, e outra É con-<br />
por alguns dos seus membros,<br />
stantemente, soltando-se de
de certo prazo, tornando assim dependente<br />
do arbítrio do poder executivo,<br />
em última anályse, a organização do<br />
serviço público relativo ao ensino.<br />
Seria obrigado a fazer de v. ex. a<br />
ainda mais triste juizo do que fórrno<br />
se o supposesse convicto d'essas ídéas<br />
que os dignos pares tiveram a extraordinária<br />
e característica complacência<br />
de ouvir sem,um protesto. Foi um expediente,<br />
aliás pouco híbil, que ado<br />
ptou, para não dizer cruamente que<br />
não dava explicações. É nao as deu<br />
porque não podia revelar o motivo que<br />
o levava a não me promoVer.<br />
Vou eu revelá-lo.<br />
Teve v. ex. a um dia a ridícula idêa<br />
de advertir os professores de ensino<br />
superior de que lhes não era lícito manifestarem-se<br />
contra as instituições vigentes.<br />
fim officio, e como lembrança,<br />
me foi feita essa advertência. Na primeira<br />
congregação da Faculdade, pre<br />
ÍBagratelleLS<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
sidida pelo sr. reitor, que se realizou<br />
depois de me haver sido entregue o<br />
officio, li-o, declarando que «só lhe ligava<br />
a consideração de o ler naquelle<br />
logar, por se me afigurar que o assumpto<br />
interessava a todos os professores,<br />
e que continuaria a proceder como até<br />
alli havia procedido, exercendo livremente<br />
os meus direitos de cidadão».<br />
Sabe v, ex. a perfeitamente que cum<br />
pri a minha declaração, continuando a<br />
manifestar publicamente as minhas<br />
idéas políticas e aguardando serenamente<br />
o momento em que v. ex. a , num<br />
arrebatamento de fúria nevrálgica, me<br />
suspendesse ou demittjsse. Não teve a<br />
energia sufficiente para isso, mas, vin<br />
gativo como é, formou o propósito de<br />
me ferir, não como republicano, mas<br />
como um insubmisso que não acatava<br />
illegaes advertências d'um dictador<br />
feroz.<br />
A vaga de cathedrático, em que eu<br />
devia ser provido, deu ensejo a que v.<br />
ex. a o manifestasse, armando-me uma<br />
cilada. Depôs a sua farda de ministro,<br />
jogou-me cobardemente uma pedrada,<br />
e, tornando a envergar a .farda, aguardava<br />
o momento eta que procurasse desaffrontar-me<br />
para despedir contra mirn<br />
o golpe mortal. Illudiu-se, porque,<br />
percebendo o jogo, não lhe fiz a vontade.<br />
Continuei no meu caminho, não<br />
fazendo caso da garotice.<br />
k bre v64r£che, o conselho da Faculdade<br />
de Direito protesta contra a minha<br />
não promoção; um lente aposentado,<br />
respeitável pelo caracter e pelo saber,<br />
accusa-o de denegação de justiça; a<br />
imprensa independente começa a es<br />
picaçá-lo, considerando refinada canalhice,<br />
uma audaciósa torpêza, o procedimento<br />
de v. ex. a para consigo.<br />
O ataque é rude, v. ex. a vê-se„ só,<br />
ninguém o defende; mas não se move,<br />
mostra-se insensível a tudo.<br />
Obceca-o a idêa de se mostrar estadista<br />
de força, e, fazendo consistir<br />
esta na teimosia, vae mais longe que<br />
os modèlos no género. Já nos seus<br />
tempos de académico estróina e bu-<br />
Ihento assim era. Recordar-lhe-hei o<br />
facto, succedido em Santo Antonio dos<br />
Olivaes, de metter a cabeça debaixo<br />
d'uma móca, só porque queria atravessar<br />
um caminho. Partiram-lh'a, mas v.<br />
ex. a drómina a mover-se lentamente; e<br />
a seiva do país e todos os bens á<br />
penhora entrarem pelas fauces do<br />
PeJo que se vê, o governo pro- thesouro e derramarem-se em ca<br />
E' assombrosa a profundêza do<br />
gressista àchou luminosa a idéa<br />
abysmo a que nos arrastou a mo-<br />
nalizações para as algibeiras dos<br />
obsoleta, preconisada pelo sr. Julio<br />
narchia!<br />
quadrilheiros, com vinte empregos Vejam:<br />
Vilhena, que se propõe redimir a de prebenda, afora os benesses de A dívida pública portuguêsa já<br />
penúria do país pelo amanho das gorgêta!<br />
attinge a somma enorme de<br />
charnecas do Alemtejo á custa do<br />
E nestes abalos de próximo des<br />
thesouro público!<br />
660.750:000^000 réis!<br />
abamento ha ainda quem pretenda<br />
Leio numa folha que foram cha- fazer fortuna pelos velhos processos Revela-o ao mundo, que nos<br />
mados a capítulo vários agronomos. e aggravar com ficções o desnor<br />
despreza, nos avilta e nos humilha,<br />
O fallecido José Julio Rodrigues<br />
um importante jornal inglês, o Fi-<br />
teamento social, embasbacando as nancial News.<br />
tomou a peilo acabar com a lenda turbas com elixires e pantomimas<br />
dó país agricôla; mas de longe a de charlatães!<br />
Seiscentos e sessenta mil<br />
longe revive o embuste, que tem<br />
Toda a sociedade portuguêsa se setecentos e cincoenta con-<br />
reputação feita entre os ingénuos e<br />
tos de reis — é a somma pavo-<br />
desfructa mutuamente na conyenção<br />
calla fundo no animo dos sebastfa<br />
rosa da nossa dívida, para a qual,<br />
fallaz de que isto é uma crise ephé havemos de pagar, só de juros<br />
nistas.<br />
mera; e os imprudentes pretendem e amortisação, no anno econó-<br />
Agora com a bancarrota á porta aparar raios com um guarda-chuva mico de 97-98,<br />
vae o estado a metter-se a agricul- aberto!<br />
tor, arrebanhando colonos, com al<br />
dezasete mil seiscentos e<br />
O momento é sério de mais para oitenta e nove contos e<br />
guns mil contos de emprestimo e<br />
simulácros e patranhas! E ninguém quinhentos mil réis, ou seja<br />
um exército de empregados públi-<br />
de boa fé ignora, que o esmagador<br />
cos, a fiscalizar e a dirigir a em-<br />
a terça parte das receitas pú-<br />
problema da educacão operária só<br />
presaiblicas<br />
!...<br />
pÓde ser resolvido pela elevação da<br />
Agora, que todos os recursos<br />
sua capacidade téchnica e valori- Para amortisação d'aquella enor-<br />
estám exgotados, é que se lembram<br />
zação mercantil.<br />
míssima quantia — destinam-se —<br />
de imprevisões, á última hora,<br />
3.150:0001000 réis; o que mostra<br />
O resto sam lérias!. ..<br />
fingir que inventam novos elemen-<br />
que só OS juros montam a<br />
Nunca, como hoje, foi tam urtos<br />
de producção e de trabalho!<br />
gente acudir á situação ruinosa do 13.338:000#000 réis!<br />
Durante dezenas de annos, o<br />
operariado.<br />
estado, o grande vampiro, absorveu<br />
Foi para chegar a este resultado,<br />
Mas de certo, que não é com que apavora quem pensa e se inte-<br />
todos os capitaes portuguêses, a 6<br />
foguetes, que pôde ser restabeleressa pelo seu país, que temos<br />
por cento; e d'esta forma, oppoz-se<br />
cida a iniciativa da officina, o mé- sustentado a orgia fabulosa de ses-<br />
a todos os emprehendimentos, sufsenta<br />
e tantos annos de monarchia<br />
rito das profissões, o prestígio, a<br />
focou todas as iniciativas indus-<br />
constitucional, que tem vivido sem-<br />
honra e a remuneração do trabalho<br />
triaes, que não podiam manter-se<br />
pre na mais tranquilla paz.<br />
manual!...<br />
com encargos por tal preço.<br />
Não ha, pois, a explicar a medo-<br />
A. nha situação da nossa dívida ne-<br />
Esta é a origem funesta do estionhum<br />
d'esses acontecimentos que<br />
lamento e da desgraça pública,<br />
enluctam um povo* e o obrigam aos<br />
numa sociedade de exploradores e Congrat-ULlação maiores sacrifícios, nem essas som-j<br />
de ociosos!<br />
Em conselho da Faculdade de<br />
Têem deixado correr o trabalho Direito propôs o sr. dr. Guimarães<br />
revelia. Todos os institutos de Pedrosa, que na acta se consignas-<br />
educação operária convertidos em<br />
se: — que aquella Faculdade viu<br />
com satisfação o reconhecimento dos<br />
albergues burocráticos sem estimulo<br />
direitos do professorado na prom-<br />
para os funccionários zelosos, com plidão com que o actual ministro<br />
o exemplo desmoralizador dos in- do Reino reparou a injustiça feita<br />
úteis a medrarem, e a protecção do ao sr. dr. Guilherme Moreira, e que<br />
alto a guindar os nullos e os sevan- com este se congratulasse o condijas.selho.<br />
As escholas de ensino industrial<br />
Apraz-nos esta resolução da Faculdade<br />
de Direito, que a enno-<br />
e agrícola acham-se organizadas brece pela justiça que faz ao nosso<br />
sem tino e sem a comprehensão da amigo sr. dr. Guilherme Alves Mo-<br />
sua immediata fecundidade prátireira.ca, funccionando authomáticamente,<br />
levou por diante o seu propósito com registos falsos e trucs illusorios.<br />
Portou-se até como um valente, recebendo<br />
a mocada sem offerecer resis- Hoje, que a sciéncia centuplica a fiOYERNADOR CIVIL DG FARO<br />
tência alguma.<br />
producção do solo, as operações Foi nomeado governador civil de<br />
Mercê de contingências sociaes, que agrícolas do nosso camponês sam Faro o sr. José Vaz de Seabra Lacerda.<br />
em phrase vulgar se chamam acasos,<br />
Ha dias as Novidades fallavam no<br />
o académico turbulento apparece mais primitivas: a charrúa é tal como a<br />
sr. João José da Silva, desembargador<br />
tarde na câmara dos deputados partin- descreve Virgilio!<br />
da Relação de Lisboa, para governador<br />
do carteiras, em nome da liberdade, e<br />
As pequenas indústrias popula- civil d'aquelle districto.<br />
surge-nos, ha poucos annos, nos con-<br />
Houve effectivamente quem se lemselhos<br />
da corôa, calcando aos pés a res, batidas pelo fabrico em grande brasse d'aquelle illustre magistrado<br />
constituição, exercendo as mais ignó- escala, foram aniquiladas e extinctas, para exercer êsse cargo. Porém uma<br />
beis propoténcia? e tecendo as mais<br />
tal ideia foi logo por elle repellida. É<br />
vis intrigas, em nome da ordem. Sem- sem encontrarem compensação e<br />
que o sr. João José da Silva, cuja inpre<br />
o mesmo.<br />
correctivo a esse desfalque econótegridade de caracter é assás conheci-<br />
Foi este homem qne, para saciar as mico.da,<br />
não quer ligar o seu nome tam<br />
-suas tendências de irreprimível vingança,<br />
me quis perseguir, abusando para Todos os recursos da indústria respeitado na magistratura portuguêsa<br />
a um partido que tem como defenso-<br />
Isso de seu logar de ministro. do povo em poucos annos se fôram res o Silva Graça, o Mariano, o Navar-<br />
Um miserável !<br />
desfazendo debaixo dos olhos dos ro e o Burnay. È que o sr. João José da<br />
Coimbra. 16 de fevereiro de .1987.<br />
Silva foi sempre um verdadeiro demo-<br />
governantes, que exultavam com a<br />
Guilherme Alves Moreira.<br />
crata, um intransigente com tudo que<br />
riqueza fictícia do país feita com as não seja honesto, digno e justo. É que,<br />
etras de câmbio do Brasil, á custa emfim, o sr. João José da Silva não<br />
podia, sem quebra da sua dignidade,<br />
Ácêrca da Resistencia dá o nosso do trabalho e dos sacrifícios dos ir, por nomeação régia e como delega-<br />
collega — Tribuno Popular — algumilhares<br />
de conterrâneos moirejando do sr. José Luciano, governar um<br />
districto onde ha poucos annos foi<br />
mas informações. Estám certas. do por essas paragens.<br />
apresentada com seu assentimento a<br />
Uma rectificação somente:<br />
Todo o mechanismo montado a sua candidatura a deputado republi-<br />
—0 sr. dr. José Tavares, do 5.°<br />
cano.<br />
preceito!<br />
anno de Direito, que, aliás, muito<br />
prezamos, nunca foi redactor da E com a simples manivella, to-<br />
Resistencia. Com pesar nosso, concada pelos embusteiros de todos os<br />
fessámo-lo.<br />
partidos reaes, tem-se visto a en-<br />
mos Nova, jardim da Manga, jardim Botânico,<br />
Largo da Feira, Sé Velha, S. Bartholomeu<br />
—, a analyse das aguas da<br />
Fonte dos Amores, do Castanheiro,<br />
Cheira ou Calhabé, Cidral, e a dos póços<br />
— Nazareth; rua Direita, rua do Carmo<br />
e Largo das Ameias.<br />
O relatório abrange apenas a anályse<br />
chímica, reservando-se os seus auctores<br />
para tratarem em outro trabalho<br />
da anályse bactereológica.<br />
Da anályse conclue-se que devem<br />
ser condemnadas todas as fontes públicas<br />
de Coimbra, que de todas as<br />
águas observadas a melhor é a da canalização,<br />
seguindo-se-lhe depois a captada<br />
directamente do rio e a da Fonte<br />
dos Amores.<br />
A água da Fonte do Castanheiro, que<br />
de tanta fama gosa em Coimbra, é das<br />
peiores para a saúde, é carregada de<br />
nitratos.<br />
A água da Fonte Nova e a do Jardim<br />
da Manga sam na cidade as peiores,<br />
devendo todavia ser condemnadas<br />
todas as fontes.<br />
A anályse bactereológica impõe também<br />
a condemnação de algumas fontes<br />
(Feira, Sé Velha, S. Bartholomeu)<br />
por se encontrar nellas o B. Coli.<br />
Sam estas as conclusões do importante<br />
relatório que muito honra os srs.<br />
Charles Lepierre e Vicente Seiça pelo<br />
sabêr e consciência com que está elaborado,<br />
e pelo civismo que revela<br />
nos illustres analystas que prestaram<br />
á cidade um serviço necessário e tanto<br />
para louvar pela iniciativa e pelo desinteresse.'<br />
A commissão dos monumentos<br />
nacionaes, em sessão de 19, continou<br />
em cavacos muito interessantes<br />
e curiosos.<br />
Para evitar a destruição dos monumentos<br />
nacionaes resolveu—que<br />
fosse collocada uma placa recommendahdo-os<br />
aos respeitosos cuidados do<br />
público como padrões gloriosos da Patria.<br />
Gomo se vê, é simples e fácil.<br />
E a etiqueta que nós annunciá-<br />
' .<br />
mas quantiosas, que o regimen de Resolveu mais communicar leal e<br />
bambochata tem absorvido, concor- cortesmente á Companhia do gaz<br />
reram em nada para o desenvolvi- que ia pedir a remoção do gazómento<br />
da riquêza pública<br />
metro para longe da Torre de Belem.<br />
Sob este ponto de vista, chegá- A Companhia deve ficar commovimos<br />
á maior miséria.<br />
dissima!<br />
Qual tem sido, pois, o caminho O êxito é certo!<br />
que tem levado a somma esmaga- E resolveu mais uma vez que<br />
dôra que synthetisa a nossa ruína? viesse o sr. Ventura Terra estudar<br />
Diga-o a monarchia. ..<br />
o projecto da restauração do Paço<br />
Pergunte-lh'o o país, ámanhã, episcopal.<br />
um dia, na primeira occasião, por<br />
que a somma formidável dos seis- O sr. Franco Frazão deve ficar<br />
centos e sessenta mil sete- commovidíssimo!...<br />
centos e cincoenta contos Como a Companhia do Gaz...<br />
de réis, não representa sómente<br />
algumas dezenas de kilos doiro;<br />
representa muitíssimo mais: — a Commemoração<br />
vitalidade, a energia, o trabalho<br />
d'um povo inteiro consumido du-<br />
Em honra do vulto grandioso da<br />
Revolução de 1820, Manuel Fernandes<br />
rante annos tenazmente, persisten- Thomaz, foi hontem collocada uma látemente,<br />
por um regimen intolepido de mármore branco de Itália em<br />
rável, que nos tem absorvido o um ângulo da rua Fernandes Thomáz,<br />
exforço do nosso trabalho e arras- na Figueira.<br />
tado pela lama o nosso nome. Na lápide abre-se, sobre uma almofada,<br />
um livro, em que se lê — numa<br />
página—Rua de Manuel Fernandes Thomaz—t<br />
na outra—Patriarcha da Revolução<br />
de 1820.<br />
As águas potáveis de Coimbra Esta homenagem prestada agora à<br />
memória do honrado e venerando no-<br />
Os srs. Charles Lepierre, professor<br />
me d'uma das figuras mais aureoladas<br />
da Eschola Brotero, e Vicente Seiça, da Revolução de 1820, tem o grande<br />
director do Dispensatório pharmaceuti- valor de continuar a alimentar na conco<br />
da Universidade, entregaram á câsciêncii pública a veneração e o resmara<br />
municipal na sua sessão de quinpeito pelos grandes caracteres de 1820,<br />
ta feira passada o relatório das anály- essas nobres figuras venerandas que<br />
ses das águas potáveis de Coimbra e sam o contraste dos tempo d'hoje.<br />
seus arredores, trabalho muito importante<br />
e de primeiro interesse para a<br />
saúde pública, feito espontânea e desinteressadamente<br />
pelos dois distioctos O sr. dr. José Mourão, novo ad-<br />
chímicos.<br />
ministrador de Villa Real, mandou<br />
A câmara municipal deliberou mandar<br />
imprimir o relatório e lançar na<br />
entregar ao sr* dr. Azevedo Antas,<br />
acta um voto de agradecimento aos il- presidente da commissão municipal<br />
ustres analystas, voto a que do cora- republicana, os exemplares da Carrão<br />
nos associámos.<br />
tilha dó Povo, edição da academia<br />
O trabalho é longo; porque abrange republicana de Coimbra, que fôra<br />
a anályse da agua do rio (em épochas<br />
aprehendida em tempo do sr. João<br />
de cheia, e noutras de corrente normal),<br />
a da agua da canalização, a das Franco e se achava depositada no<br />
ontes da cidade: Sereia ~~deia, Fonte commissariado daquella villa,<br />
Reorganizou*se em Lisboa o Centro<br />
republicano denominado Centro Fraternidade<br />
republiçana(
Notícias diversas<br />
A iniciativa da secção de Archeologia<br />
do Instituto, augmentando e desinvolvendo<br />
o museu d'antiguidades, tem<br />
sido comprehendida e ajudada por os<br />
habitantes, principalmente os operários<br />
que têm depositado alguns objectos<br />
d'arte industrial muito curiósos.<br />
Entre elles um castiçal de cobre prateado<br />
(estylo Luiz XVI), e dois espelhos<br />
de fechadura, interessante obra<br />
em ferro batido.<br />
O sr. dr. Teixeira de Carvalho depositou<br />
um prato de olaria popular,<br />
faiança patriótica feita em Coimbra durante<br />
as luctas liberaes.<br />
O motivo da decoração central é um<br />
altar em que se acha a inscripção —<br />
Lysia e a liberdade a dextra unirão.<br />
Sobre o altar um génio encostado ás<br />
a mas portuguêsas estende a mão a<br />
outro què tem ligada aos pés quebradas<br />
as cadeias da escravidão. Ao lado da<br />
última figura um dragão verde de cuja<br />
bôcca sáe uma faixa amarella com a<br />
inscripção—Duro freio pord em toda<br />
a terra quem cuidar de mover-lhe injusta<br />
guerra.<br />
Na margem do prato corre uma cercadura<br />
de folhas e flôres, decoração<br />
vulgar em obras d'esta épocha.<br />
É uma obra curiosa e rara feita pelos<br />
successores da fábrica Vandelli. Do<br />
mesmo período ba na collecção do sr.<br />
dr. Teixeira de Carvalho um prato cuja<br />
decoração representa um miliciano, e<br />
na do sr. Antonio Augusto Gonçalves<br />
uma jarra com um hymno patriotico.<br />
Sam os únicos exemplares que conhecemos<br />
de louça patriótica d'esta épocha<br />
agitada. .<br />
•<br />
Os povos dos extinctos conselhos<br />
de Mira e Poiares vam representar<br />
ao governo, pedindo o restabelecimento<br />
dos mencionados conselhos.<br />
•<br />
Ficou transferido o espectáculo<br />
que devia realizar-se hontem no<br />
Theatro Circo e que era promovido<br />
pela Tuna Académica.<br />
•<br />
0 illustre auditor administrativo<br />
d'este districto, o sr. dr. Pereira Machado,<br />
deu hontem a sua sentença no<br />
processo de reclamação peudente da<br />
auditoria, em que era reclamante o<br />
sr. dr. Maximino de Mattos Carvalho,<br />
da Conraria, e reclamada a Câmara<br />
Municipal de Coimbra, por causa do<br />
provimento no partido médico de Assafnrge,<br />
a que este distincto clinico tinha<br />
direito.<br />
A sentença do integérrimo magistrada<br />
foi a favor do nosso amigo o sr.<br />
dr. Maximino, como era de inteira<br />
justiça.<br />
Felicitâmo-lo por ter tido pendente<br />
22 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento (Tam forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «& C. a<br />
I<br />
Devemos principiar a nossa história<br />
pela apresentação d'um mundo singular;<br />
os nossos leitores poderiam julgar<br />
que iamos conduzi-los pelos antros da<br />
miséria, pelos ergástulos, até chegarmos<br />
ao tribunal...<br />
Nada! Esta narração é a história<br />
verdadeira d'um homem; é a reivindicação<br />
d'um direito social que em<br />
breve surgirá. Se, de propósito, temos,<br />
em phrase rude, que expôr verdades<br />
cruéis, é que não conhecemos outro<br />
meio de punir o mal se não o de patentear<br />
a sua hediondez; e, também<br />
porque pensamos com A. Barbieri<br />
Mais rude e grosseiro verso é no<br />
fundo um homem honesto.<br />
Dito isto, para prevenir aquelles que<br />
tis notas mais accentuadas podessem<br />
ferir, continuamos.<br />
Cioco ou seis dias depois dos acoo*<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
aquella questão das mãos d'um magistrado<br />
honesto e illustrado, que não<br />
consentiu que se mantivesse a postergação<br />
de direitos de que o sr. dr.<br />
Maximino foi víctima.<br />
Nos termos da lei, porque da douta<br />
sentença do illustre magislrado não<br />
ha recurso com effeito suspensivo, o<br />
sr. dr. Maximino deve ser immediatamente<br />
collocado no partido médico, de<br />
que nunca deveria ter sido esbulhado.<br />
• X<br />
Hontem appareceú nas ruas de<br />
Coimbra a primeira carruagem aulomovel,<br />
despertmdo muito interesse<br />
entre a polulação que correu a ver<br />
a novidade.<br />
•<br />
Propõem-se a candidatos governamentaes:<br />
pelo circulo de Anganil o sr.<br />
Oliveira Mattos; Penacova, o sr. Lima<br />
Duque; Coimbra, o sr. Castro Mattoso.<br />
•<br />
Esteve hontem em Coimbra, retirando<br />
no mesmo dia para a Figueira,<br />
o nosso amigo e presado correligionário<br />
sr. Manuel Gaspar de Lemos, importante<br />
e honesto commerciante naquella<br />
cidade.<br />
Celebrou-se hontem na Sé Cathedral<br />
um Te-Deum para commomerar a elevação<br />
de Leão XIII ao sólio pontifício.<br />
Notou-se a ausência do elemento official,<br />
que nosinnos anteriores concorria<br />
a este acto.<br />
O sr. Bispo Conde este anno não offereceu<br />
o jantar episcopal, que neste<br />
dia costumava a offerecer.<br />
Para a esclóla de instrucção primária<br />
da fregueila de Santa Cruz foi transferida,<br />
da de Tondella, a sr. a D. Ge-<br />
noveva Oiivia da Piedade Alves Fontes.<br />
0 sr. dr. Alves Mendes, tam notável<br />
como orador sagrado, incumblu-se de<br />
prégar na egreja da Graça, no dia da<br />
procissão dos Passos.<br />
•<br />
Diz-se que vae ser elevado a 3.®<br />
classe o concelho de Nellas.<br />
Tomou ante-hontem posse do logar<br />
de governador civil do districto o sr.<br />
dr. Pereira Dias. Para substituto fallase<br />
no sr. dr. Costa Lobo, que já anteriormente<br />
exerceu este cargo.<br />
•<br />
Nos dias 28 e 30 haverá bailes de<br />
mascaras, no Gymnásio e no Centro<br />
commércio e indústria.<br />
Consta-nes que vae grande enthu-<br />
tecimentos que decorreram, dois homens<br />
estavam sentados numa das<br />
margens da ilha da Grande-Jatte, exactamente<br />
no mesmo logar em que<br />
acostou o barco do barão, na tarde do<br />
negócio de Asnières, um apparentava<br />
sessenta annos; o outro teria quarenta.<br />
— EmGrn, diz o mais velho, fui<br />
completamente roubado por minha<br />
culpa.<br />
— Por tua culpa?<br />
—Sim, fui eu que quasi te obriguei<br />
a comprar esta casa na ilha.<br />
—Felizmente, tudo isso é de pouca<br />
importância.<br />
— Falias a teu bel prazer, Bérard.<br />
—Só tenho um pesar, o de minha<br />
mulher não querer habitar aqui; já<br />
seus paes a atormentavam por esse<br />
motivo. Ê o que me levava a não voltar<br />
e, todavia, era o único logar onde<br />
vivia cora prazer.<br />
— Com prazerl<br />
— Emfim, chegaste ao ponto! Eu<br />
nunca expliquei esta oppressão...<br />
—E, todavia, é bem simples. Estes<br />
logares tomam-me mais novo trinta<br />
annos.<br />
-Sério...<br />
— Não fui sempre, como hoje, o<br />
negociante severo, tempo houve em<br />
que fui estróina, como tu costumas<br />
dizer.,.., antes de ser negociante<br />
era artista e, sobretudo, remador.<br />
—Ahi está uma coisa que me custa<br />
a comprehender.<br />
siasmo entre os associados para dar a<br />
estas festas todo o brilhantismo, e que<br />
já se preparam costumes que serám<br />
perfeitas surprêsas.<br />
Lembram-se de Zertucha, o médico<br />
que Maceo recolheu como amigo e que<br />
o atraiçoou entregando-o ao inimigo, os<br />
os hespanhoes?<br />
Pois dizem os jornaes extrangeiros<br />
que o Judas de Maceo foi assassinado<br />
agora.<br />
Foi a Lisboa uma commissão -"de^estudantes<br />
do Porto e de Coimbra para<br />
pedirem ao ministro do Reino dispensa<br />
do exame de allemão para o curso de<br />
medicina.<br />
As cotações do «Grédit Franco- Portugais»<br />
foram: Londres. 36 13/16 e<br />
36 7/8; Paris, 776 e 773; Allemanha,<br />
319 e 318.<br />
As libras ficaram a 6$5000 e 6#470<br />
reis, e as notas do banco de Ingleterra<br />
a 6$515 e 60505 réis.<br />
Publicámos hoje um communicado<br />
em que vem incertas duas cartas<br />
ao sr. Amorim de Carvalho,<br />
sobre um preparado d'este distincto<br />
pharmaceutico — Tópico contra a<br />
coqueluche—, que dizem ser excellente<br />
parao tratamento d'esta doença.<br />
«A Gargalhada»<br />
Annuncia-se para breve o apparecimento<br />
d'um semanário humorístico<br />
assim intitulado.<br />
Vem a propósito. ..<br />
Que a política portuguêsa só a<br />
rir pôde ser levada. E nestes tempos<br />
de tragédia sombria, não irám<br />
mal os esgares da força.<br />
Revistas e jornaes<br />
Educação Nacional—Saiu o n.° 20,<br />
d'este hebdomadario de instrucção primária e<br />
secundária que se publica no Porto e de que<br />
é directôr o sr. António Figueirinhas, cujo<br />
summário é o seguinle:<br />
Simões Dias (retrato e perfil biográphico),<br />
António Figueirinhas.—Vida Nova—A fundação<br />
da escóla, J. Simões Dias.—A nossa<br />
esperança, A. Figueirinhas.—Escólas do Porto.<br />
—Notas.—Relação dos problemas apresentados<br />
no n.° 19.—Consultas.—Secção official:<br />
nomeações, exonerações, provimentos, licenças<br />
e transferências.—Bibliographia.—Expediente<br />
•<br />
A Ciletoa—Recebemos o 1." número d'este<br />
jornal de Celorico da Beira.<br />
Damos-lhe as boas vindas.<br />
—Sim! disse o velho com um sorriso<br />
irónico. Vós, os jovens, vendo<br />
uma face macillenta, não quereis acreditar<br />
que tempo houve em que foi<br />
como a vossa.<br />
Ohl protestou Bérard.<br />
—Estamos bem aqui. Obrigados a<br />
esperar o barco que nos ba de condu-<br />
zir a Asnières onde jantaremos e encontraremos<br />
a tua familia—pois que<br />
o roubo commettido na casa nos obriga<br />
a jantar na estalagem —, emquanto<br />
esperamos e no logar onde o facto se<br />
deu, vou contar-vos esta história:<br />
—Sou todo ouvidos.<br />
0 velho começou:<br />
—Eu dava um passeio fluvial quasi<br />
todas as tardes.. .* D'Asnières dirigiame<br />
num pequeno barco até Nenily,<br />
seguindo por este lago e ao longo<br />
d'esta ilha que entám se chamava a<br />
ilha do Rei. Tinha abandonado Paris<br />
em seguida a uma aventura amorosa<br />
que teve infeliz desenlace, e havia<br />
pouco tempo que tinha voltado para<br />
iá. Descia para regressar a Asnières,<br />
erm nove horas da tarde e não havia<br />
luar, quando da ilha me chamaram.<br />
Fui vér; um homem e uma mulher,<br />
joven ainda, pediram-me que os transportasse<br />
para a outra margem...<br />
Disse-lhes que os deixaria em Asnières,<br />
se quizessemj acceitaram. Reconheci<br />
o homem, que tinha visto no bairro<br />
Latino. Mostrou-se admirado de me<br />
encontrar ali e perguntou os motivos<br />
por que havia desapparecido,<br />
•<br />
O Povo de Guimarães—Reapparece<br />
no dia 28 do corrente este nosso collega,<br />
que por motivos de força maior havia suspendido<br />
a sua publicação. Conta com a collaboração<br />
de muitos republicanos, já bem conhecidos<br />
nas lides jornalísticas.<br />
A Critica—Revista Theatral, Bibliográphica,<br />
Artística e Lideraria. Acabámos de receber<br />
o n.° 11 da 2. a série d'estabem redigida<br />
revista que se publica em Lisboa.<br />
Insere este número uma interessante chrónica<br />
theatral de Paris, e continua publicando<br />
a obra prima de Garrett—o Frei Luiz de Sousa.<br />
•<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — Recebemos o n.° 46 d'este interessante<br />
jornal que se publica no Porto, sob<br />
a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
O número que acabámos de receber contém<br />
o seguinte summario:<br />
Texto—Crenças e superstições: As serpentes<br />
no Paraguay.—Infanticídio... por tradição.—<br />
No coração da Africa: No país dos elephantes.<br />
—Ainda o conflicto de Lourenço Marques.—<br />
Pela Terra Santa: A aldêa de Brummana.—Os<br />
exércitos europeus.—Assumptos brazileiros:<br />
Convénio dos Estados-Unidos com o Brazil.—<br />
As grandes calamidades: A peste bubónica.—<br />
Pelos mares longiquos: A ilha de Robison<br />
Crusoè'. —Dramas do mar: O navio mysterioso.<br />
—Curiosidades históricas: O throno de D. João<br />
III, da Bússia.—Caçadas ao leão.—Assumptos<br />
lusó brazileiros: Livros portuguêses e brazileiros.—Misérias<br />
sociaes: Recursos de infelizes.<br />
—As grandes descobertas: O descobrimento e<br />
occupação do Rio da Prata.—O futuro da<br />
nossa África: Missões cathólicas ria província<br />
de Angóla.<br />
Gravuras—O poletiqueiro chega a fazer-se<br />
obedecêr pelas suas eseravas dóceis.—O cro-<br />
codilo estrebuchou...—A aldeia de Brummana,—Era<br />
d'es te ponto elevado que Selkirk<br />
observava o alto mar.<br />
•<br />
Revista republicana—Dentro em<br />
pouco tempo deverá começar a sua publicação<br />
esta revista quinzenal no género de outra A<br />
galeria republicana, que ha annos alcançou um<br />
verdadeiro successo entre nós.<br />
A revista republicana, publicará retràtôs em<br />
photogravura dos principaes homens da democracia<br />
de Portugal e do extrangeiro e será col-<br />
laborado por escriptores e jornalistas que ha<br />
largos annos defendem a causa da Republica.<br />
O primeiro número será illustrado com o<br />
retrato do eminente e honrado chefe republicano,<br />
sr. dr. Manuel dArriaga, acompanhado<br />
de um cuidado estudo biográphico,<br />
Seguidamente serám publicados retratos de<br />
Thióphilo Braga, Basílio Telles, Brito Camacho,<br />
João de Menezes, Duarte Leite, José Caldas,<br />
Alves Corrêa, Azevedo e Silva, José Sampaio<br />
(Bruno), tenente Coelho, João Chagas,<br />
Salmeron, Py y Margall, Prudente de Moraes,<br />
Manuel Victorino Pereira, Bochefort, Felix<br />
Faure, etc., etc.<br />
A revista republicana acompanhará em uma<br />
secção cuidadosamente tratada, o movimento<br />
republicano em Portugal e no extrangeiro e<br />
consequentemente dará notícia de lodos os registos<br />
civis e trabalhos de propaganda que se<br />
fizerem no país em favor da lei do registo civil.<br />
A Revista terá 8 páginas de composição em<br />
corpo 8, edição esmerada em bon: papel, muito<br />
nitida e será publicada nos dias 1 eló de cada<br />
mês.<br />
O preço em Lisboa será de 20 réis, pagos<br />
no acto da entrega.<br />
Nas províncias, cada série de 10 números,<br />
250 réis, pagos adeantadamente.<br />
A correspondência e pedidos de assignaturas<br />
devem ser dirigidos provisoriamente ao gerente<br />
Augusto Rato, Terras do Monte. V. F. R.<br />
2.°, Lisboa.<br />
«—Eu vos conto... Terei ensejo<br />
para dizer mal das mulheres... Mas,<br />
antes d'iss'o, mettam-se no barco.<br />
«0 homem convidou a sua companheira<br />
a entrar no barco; a joven approximou-se<br />
e o seu andar demorado<br />
e gracioso feriu-me o coração. Como<br />
uma vaga recordação, passou deante<br />
de mim e foi sentar-se. Não podia vér<br />
o seu rosto, coberto por um véu de<br />
Chantilly.<br />
«Notava, surprehendido, queos seus<br />
olhos não me abandonavam.<br />
Havia dez mêses que tinha regressado<br />
a Paris, que três annos antes havia<br />
abandonado. Tinha partido com<br />
Communicados<br />
Lisboa, 22—6—96.<br />
Sr. Amorim de Carvalho:<br />
0 seu Topico contra a coqueluche<br />
é de excellente resultado e fácil<br />
applicação, òspecialmente em creanças<br />
de tenra edade, as quaes se recusam<br />
a tomar qualquer medicamento<br />
interno, sendo pois na sua applicação<br />
externa, que está a grande vantagem<br />
d'este preparado médico sobre qualquer<br />
outro.<br />
De v.<br />
Augusto Corrêa de Mello.<br />
Janellos Verdes, 5<br />
Porto, 1 de Maio de 1893.<br />
Sr.<br />
Apraz-me communicar a v. o resultado<br />
por mim colhido do uso que fiz do<br />
seu Topico, applicado á tosse cooueluche<br />
Quando ultimamente meus queridos<br />
filhinhos soffreram os horrores d'esta<br />
enfermidade, fallecendo-me uma menina<br />
de oito mêses, ignorava eu a existência<br />
de tal preparado, tendo d'elie só<br />
conhecimento quando, ao cabo de sete<br />
mezes, a tosse se achava no periodo<br />
de declinação. Ainda assim experimentei<br />
e não foram necessráios mais de<br />
oito dias para que a enfermidade desapparecesse<br />
completamente!<br />
Não attribui positivamente ao Topico<br />
o desapparecimento da tosse;<br />
todavia não deixei de o considerar um<br />
grande auxiliar e logo me lembrei de fazer<br />
a seguinte experiencia:<br />
Offereci a uma pobre mulher minha<br />
vizinha, mãe de duas creanças, quesoffriam<br />
horrorosamente de tal doença, o<br />
restante do medicamento que possuia e,<br />
ensinando-lhe como fazer uso d'elle,<br />
esperei o resultado. Fazem hoje precisamente<br />
21 dias que isto se passou, e<br />
pela mãe das referidas creanças acabo<br />
de saber que estas se acham completamente<br />
curadas, começando a sentir<br />
sensíveis melhoras passados os primeiros<br />
oito dias. Soffreram apenas mês e<br />
meio, sendo certo que meus filhos e<br />
outras creanças atacadas da terrível<br />
enfermidade soffreram seis e oito mêses.<br />
Apraz-me, repito, enviar a V. esta<br />
mal alinhavada carta e aproveito a occasião<br />
para me subscrever.<br />
De v.<br />
Frederico Bramáo.<br />
C o s i a n J h L e i r a<br />
Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />
fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />
Ella não me via: a imaginação rapidamente<br />
fez prodígios. Sonhei um<br />
mundo novo com ella e, pouco depois,<br />
promette fazer do sonho uma realidade.<br />
Omitto pormenores. Era ainda menor,<br />
não podia casar; mas essa dificuldade<br />
foi superada pela resolução inabalavel<br />
que tomamos de nos unirmos. Ella não<br />
podia ser minha esposa: foi minha<br />
amante... Passou-seassim um anno...<br />
e que feliz anno!, no decurso do qual<br />
ella teve um filho; mas Deus não quiz<br />
conservar na terra o fructo d'um amôr<br />
não sanctificado... morreu!...<br />
«Suspendia a minha narração depois<br />
de avivar esta triste recordação, e<br />
uma cara imberbe e voltava com uma notei que a joven chorava. 0 meu<br />
barba anacreontica, que tornava im amôr próprio de narrador ficou satis-<br />
possivel reconhecerem-me.<br />
feito com este enternecimento.<br />
Sacudi os nossos parteiros, e come- Como desciamos o Sena, levantei<br />
cei entám: ,<br />
os remos e continuei:<br />
t—Perguntais o motivo do meu «A morte do nosso filho foi o início<br />
desapparecimento? Eis aqui a história: da nosoa desgraça. Não tinha trabalho<br />
Ha quatro annos frequentava a aula e, desde que conhecia aquella mulher,<br />
d'um professor de desenho, que adqui- minha familia desprezava-me. Sem reriu<br />
um nome invejado na arte. Um dia cursos, veio logo a miséria visitar-me<br />
que, pouco disposto para o trabalho, com o seu triste cortejo de soffrimentos.<br />
me tinha encostado sobre um sophá Minha única consolação era o amôr<br />
para fumar, depois de haver, com o d'aquella que, sem o saber, tâm infe-<br />
tabaco sempre accèso, lido duas ou liz me tornava. Uma tarde, até elle<br />
três vezes o Petit Journal reclinava me faltou.<br />
preguiçosamente a cabeça quando vi,<br />
numa janella vizinha, a loura cabeça<br />
d'uma menina, colo d'alabastro, lábios<br />
[Continua)*<br />
de... não, nâo eram de murango; o<br />
typo realista de Eva combinado com o<br />
idealista de Vénus,
TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A -vida na cadeia — História do Iãmoeiro—O<br />
Limoe : ro Hoje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte —Fugas célebres—<br />
Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minha<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 — RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 ITESTfi depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os produçtos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGÀ<br />
SUCCESSOR<br />
11, Adro de Cima, 20— (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 jlrmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
•» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de corôas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
COFRES A PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
—João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de Mdeirâ! De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
e dit0 de espi "<br />
Arames Zincádos: n Pa h r 0 a s<br />
Matai hronfln • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
fllCldi WIMIU . foiha de flandreS.<br />
F e r i o E a P° de toclas as qualidades, carvão de fórja.<br />
MA7 nniin forroirn • Malhos, tornos, mácbinas de furar, folies,<br />
1UUÍ paia iCUCiiU, picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />
para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: P ara construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira & Simões<br />
Rua de Ferreira Borges, n. 08 171 a 173.<br />
COIMBRA<br />
MICHELET<br />
0 Padre5 a Mulher e a Familia<br />
UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />
4 0 0 R É I S<br />
A' venda em todas as livrarias,<br />
e na Typographia<br />
Progresso, Elvas.<br />
RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
385 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rápida<br />
Noticia de Coimbra illusírada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um voltime brochado, com 416 paginas. Preço,<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Yianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos 1 — Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
n H c o m r<br />
PreYilegiado em Portugal pelo aliará 1:127<br />
50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
241, Rua de Sá da Bandeira, 251- -Porto<br />
COIMBRA<br />
5 ri ASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
^ Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA—20<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
Di<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referida<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Gpnásio Martins<br />
8 lustituto para educação<br />
I pkysica de creanças sob<br />
a inspecção médica do dr.<br />
Freitas Costa.<br />
Horário<br />
D.|s 6 às 9 da noite.<br />
Creanças do sexo masculino<br />
—segundas, quartas esabbados.<br />
Creanças do sexo feminino—<br />
terças, sextas e domingos.<br />
Pncos— Por mês ou 12<br />
licções, rada alumno 1 «9500 réis<br />
(para irmão tem abatimento).<br />
Collegios ou para tratalmento<br />
por meie de gymnástica, contracto<br />
especial.<br />
O director,<br />
Augusto Martins.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocci e operações de<br />
ciruigia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA.<br />
9 ponsiiltas todos os dias<br />
v das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanchez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao público em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
regulamento.<br />
Também installa e concerta<br />
telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
afiançados.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
Ifénde-sc a casa n.° 12,<br />
w na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400^000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedrancha<br />
12 Mtidou-se para a rua do<br />
«1 Loureiro.<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart,—360.<br />
Topico contra a coqueluche<br />
Medicamento eflicaz<br />
Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
Á venda«as principaes pharmacias.<br />
Depósito em Coimbra: M.<br />
Nazareth 6c Irmão. — Rua de<br />
Ferreira Borges.<br />
Depósito geral: Rua do Bom-<br />
jardim, 438 —Porto.<br />
Preço do frasco, 400 réis.—<br />
Pelo correio, 500 réis.<br />
Nogueira, Cedro e<br />
Lamigueiro<br />
14 I|a uma porção de pranchas<br />
n d'estas madeiras, cortadas<br />
ha mais de 15 annos, que<br />
se vendem por preços commodos.<br />
Para tratar, com Antonio<br />
Pedro, rua Sá da Bandeira.<br />
Venda de propriedades<br />
TTendem-se três moradas<br />
» de casas terreiras, com<br />
seus logradouros, no sitio da<br />
Guarda Inglêsa, á borda da estrada<br />
que vae para a Eschóla<br />
Central.<br />
Trata-se com seu dono, Fortunato<br />
Secco, morador no mesmo<br />
sitio.<br />
AGUIA COURO<br />
FRANCISCO P. MARQUES<br />
lõDoiipas completas para ho-<br />
« mem, de 50000 réis<br />
para cima!<br />
Alta novidade I<br />
" RESISTENCIA^<br />
PUBLICA-8E AOS DOMINGOS<br />
S QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
EDITOR = Joaquim Teixeira de Sá<br />
3=3<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha;<br />
Anno 2^700<br />
Semestre 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 20400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
ANNTJ1VCIOS<br />
Cada linha, 30 réisções,<br />
"20 réis.—Para os trs. assignantes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Tjp. I. Franja Aa»d»-COIMBRA
•i<br />
OFUTURO PARLAMENTO<br />
Explicações calnmniosas<br />
uma nova companhia d'»pera-có- scisões dentro de cada um. Quando As economias do governo<br />
|<br />
mica. O empresário actual é o sr. se trata de questões de interesse<br />
O Correio da Noite, o Popular e o<br />
José Luciano. Apparecerán no pal- público, quando se praticam ou Primeiro de Janeiro vêm dizendo,<br />
Começaram já as manobras eleico novos actores, mas nãc haverá a discutem actos que despertam a que o governo prepara para breve<br />
toraes; lá para o dia dois de maio mínima alteração nas comédias. Se- attenção do país, unçm-se. largas medidas de economia e mo-<br />
dar-se-ha a batalha; no dia 10 de<br />
ralidade.rá<br />
um novo Solar dos Barrigas. E' o instincto da própria conser-<br />
junho reunir-se-ha o parlamento.<br />
Annuncíam-se reducções nas des-<br />
No pseudo-parlamento que vae vação que os impelle a pôr de lado pezas públicas, annulação de no-<br />
Neste haverá pares e depulados eleger-se não haverá um represen- divergências pessoaes ou d'interesmeações illegaes.. . e outras pro-<br />
progressistas, regeneradores e constante sequér do partido republicases para se apresentarem unidos vidências que elles calam.<br />
tituintes— todos elles pertencentes<br />
Veremos onde chega este governo<br />
no que hoje synthetiza as aspira- perante o país quando é dos inte-<br />
de moralidade...<br />
á familia monárchica, todos repreções do país, sendo o único partiresses d'este que se trata.<br />
sentantes das classes conservadoras, do em que elle deposita confiança, Já não presentem só, vêem na<br />
do elemento burguês.<br />
o único que, pela sua imprensa, in- nação um inimigo, que aguarda o Anda o Tribuno Popular em maré<br />
O partido republicano e o sociaforma a opinião pública; não have- momento opportuno de os suppri-<br />
de rectificações. Ahi vae uma das<br />
lista abslêem-se de entrar na lucta,<br />
minhas. ..<br />
rá também representante algum do mir com a monarchia a quem ser-<br />
offerecida em condições que excluem partido socialista que já conta tam vem. A divisão seria a morte, a<br />
Amigo e collega.<br />
absolutamente para qualquer d'el- numerosos sequazes nos principaes revelação dos escandalos que dia a O sr. dr. Affonso Costa não saiu<br />
les a possibilidade da victória. A centros de população e com tanta dia se dam nas espheras da gover- da redacção da Resistencia por causa<br />
organização do eleitorado, o sys- energia está pugnando por uma pronação pública, acceleraria a quéda dos artigos sobre o Instituto.<br />
tema de suffiágio, a fixação dos cír-<br />
O sr. dr. Affonso Costa saiu por<br />
funda transformação nas instituições inevitável das instituições.<br />
causa do meu artigo—Na redacção.<br />
culos eleitoraes, tudo isso se dispôs económicas. Nem republicanos nem E a presença de depulados repu- O plural é de mais.<br />
de fórma que a funcção legislativa socialistas no futuro parlamento, o blicanos e socialistas no parlamento Os artigos anteriores sobre os<br />
e de superintendência nos actos do que equivale a dizer que o país não viria destruir o accordo entre os cursos populares, o artigo sobre o<br />
poder executivo pertencesse exclu-<br />
sarau e os discursos dos srs. con-<br />
terá por elle a mínima considera- monárchicos; haveria quem podesse<br />
sivamente aos partidos manárchicos.<br />
selheiros Lopes & Bernardino foram<br />
ção, não lhe ligará importância al- penetrar nas secretarias de Estado por mim lidos a s. ex.<br />
A monarchia entendeu que, como guma.<br />
e dizer ao país toda a verdade.<br />
meio de defêsa e para viver com- Um parlamento vale pelas aspi- Pensou a monarchia que isso não<br />
modamente, devia evitar que esses rações que representa, pelas cor- lhe convinha promulgou-se uma lei<br />
partidos se fizessem ouvir no..parlarentes de opinião pública que tra- que torna completamente impossímento,<br />
traduzindo as suas aspiraduz. Ora o futuro parlamento não vel a esses partidos a lucta perante<br />
ções em projectos de refórmas, cri representa nenhuma aspiração na- a urna, para só haver no parla-<br />
ticando com desassombro os crimes cional, nem é o resultado de qualmento representantes dos partidos<br />
e desvarios dos governos, e, para quer manifestação da opinião pú- monárchicos.<br />
isso, não teve pejo de rasgar a consblica. Plano errado. Num parlamento<br />
tituição, transformando radicalmente Alguns deputados do partido re- é assim que as instituições mais se<br />
e em dictadura a organização do popublicano e socialista insuflar-lhe- oxidam.<br />
der legislativo.<br />
hiam alguma vida, imprimir-lhe-<br />
Houve um partido monárchicoque hiam uma certa nota de seriedade.<br />
protestou contra essa dictadura e Sem elles toda a gente sabe o que A divida pública<br />
solejmnemente affirmou que nunca a no futuro parlamento se vae passar. Dizem jornaes monárchicos que<br />
acataria. Foi o partido progressista. Nos bastidores ensaiar-se-liam as a dívida pública, durante a gerência<br />
Para este partido, o parlamento peças que ham de ser representadas do governo Hinlze-Franco augmen-<br />
que se constituiu em virtude da perante o público.<br />
tou<br />
anárchica transformação que se Maiorias e minorias, mediante 26.204:500^000 réis<br />
havia operado no poder legislativo, prévio accordo, fingirám batalhas<br />
nunca foi uma instituição que re- para illudir incautos.<br />
estando hoje, com este augmento,<br />
presentasse o país, nnnca viu nelle Trabalho baldado. O país conhe-<br />
em<br />
um corpo legislativo, usando a sua<br />
753.661:600^000 réis!<br />
ce-os.<br />
imprensa, sempre que a elle tinha Poderá haver entre os membros Depois da notícia que ultima-<br />
de referir-se, da burlêsca designa- do futuro parlamento inimizades mente dêmos sobre este assumpto<br />
ção do Solar dos Barrigas.» pessoaes, divirgéneias d'inleresses appareceu mais a quantia que acima<br />
Chamado ao poder por exclusivo e aggravos a liquidar. E' provável referimos a augmentar, como se vê,<br />
alvedrio da corôa, o partido pro- até que assim succeda. Por esses<br />
a somma verdadeiramente monsgressista<br />
renega immediatamente as<br />
truosa da dívida pública portu-<br />
motivos já ahi apparecem regenera-<br />
solemnes affirmações que na oppoguêsa.<br />
. .<br />
dores contra regeneradores ao lado<br />
sição havia feito, déteVminando, no<br />
E o que vae apparecendo...<br />
dos progressistas, progressistas con-<br />
Mas ha de ser pavoroso o que o<br />
mesmo decreto em que dissolve a tra progressistas ao lado dos rege-<br />
tempo revelará.<br />
câmara dos pseudo-deputados que neradores, allianças hybridas que Entretanto o governo tem pre-<br />
nunca havia reconhecido e á qual bem evidenciam que entre os dois parado um novo empréstimo.<br />
o, próprio gabinete que o represen- partidos monárchicos não ha,* emj Já partiu para Paris o conde de<br />
tava no poder recusára apresentar- matérias d'interesse público, pontos Burnay...<br />
se, fazer as eleições pela lei votada de vista diversos que mantenham Quando será o dia, tam próximo<br />
por ella. E ahi vam os progressistas cada um d'elles no seu respectivo já, da debâcle tremenda 1<br />
lançar o seu voto na mesma urna campo d'acçâo,<br />
d'onde rião podiam de modo algum, E' o interesse particular que os<br />
AfB,rma-se com insistência que o sr.<br />
no dizer d'elles, sair os legítimos domina, só elle determina a persis- dr. Costa Simões deixará o logar de<br />
representantes do país.<br />
tência dos dois partidos monárchi- Reitor da Universidade, sendo nomeado<br />
para o substituir o sr. dr. Fernan-<br />
Jnicía-se assim a organização de cos, as hostilidades entre elles e as des Vaz.<br />
a , e s. ex. a<br />
até riu...<br />
Saiu por causa do último artigo,<br />
e saiu bem. Eu teria feito o mesmo.<br />
No artigo —Na redacção eu quiz<br />
belliscar o sr. dr. Affonso Costa.<br />
S. ex. a doeu-se e saiu.<br />
Isto envaidece-me...<br />
Com a saida do sr. Affonso Costa,<br />
o Tribuno que linha applaudido o<br />
artigo do sr. Affonso Costa de que<br />
eu me ri, começou a gritar que eu<br />
poséra fóra o sr. Affonso Costa. ..<br />
E eu envaidecido...<br />
E que o sabia, dizia, e que o tinha<br />
ouvido á servente d'um lente, e que<br />
corria na praça que o sr. dr. Affonso<br />
Costa. .. Emfim processos de politico<br />
d'aldeia em confraria sertaneja,<br />
mexericos de creada de servir...<br />
Mas por aqui me fico, não vá<br />
perder eu a amizade e os reclamos<br />
do Tribuno que tanto me envaidecem<br />
...<br />
T. C.<br />
- — y<br />
Perfil republicano<br />
O Tribuno Popular tomou os republicanos<br />
á sua conta.<br />
Agora transcreveu uma léria que<br />
um jornal monárchico fez com pretensões<br />
a perfil do nosso illustre e<br />
honrado correligionário dr. Eduardo<br />
d'Abreu, que vale muito mais do<br />
que elles todos.<br />
Em talento e em caracter.<br />
O Iribuno achou o perfil exacllssimo!<br />
Ainda aqui havemos de publicar<br />
um outro, que o sr. dr. Eduardo<br />
d'Abreu fez, nos seus tempos de<br />
luctas académicas, com menos palavras<br />
e muito mais exacto.<br />
E' só querer.<br />
A Associação Commercial de Coimbra<br />
recebeu da de Lisboa um lisongeiro<br />
oSlcio de agradecimento pelas felicitações<br />
que o Commércio de Coimbra lhe<br />
dirigiu a propósito do restabelecimento<br />
d^quella 1 Subordinadas a esta epígraphé,<br />
incorrectíssima e imprópria, vém o<br />
Tribuno Popular fazer umas afirmações<br />
menos verdadeiras sobrè<br />
factos que dizem respeito á vida íntima<br />
da Resistencia, e que chegàratn<br />
ao seu conhecimento deturpados por<br />
quem o informou, que não queremos<br />
saber quem fôsse.<br />
Não contesta o Tribuno a rectificação<br />
que lhe fizémos, de não ter<br />
sido nunca redactor do nosso jorr<br />
nal o sr. dr. Joaquim Tavares; mas<br />
permitte-se affirmar, agora sem nenhuma<br />
reserva, que o sr. dr. Tavares<br />
devia entrar no quadro dos redactores<br />
da Resistencia desde o dia<br />
21.<br />
Falhou mais uma vez a sua informação,<br />
que prima por descortês<br />
e falsa. — O cavalheiro a quem O<br />
Tribuno se refere, e que prezámos,<br />
repetimo-lo, pelo seu caracter, que<br />
nos merece toda a consideração,<br />
quando foi convidado para redactor<br />
do nosso jornal escusou-se allegartdo<br />
os seus trabalhos académicos,<br />
que não lhe permittiam afastar-se<br />
das suas locubrações de estudante<br />
premiado.<br />
Não foi, pois, por motivos particulares,<br />
ralacionados com os que<br />
determinaram a saída do sr. dr. Affonso<br />
Costa, que o sr. dr. Tavares<br />
resolveu acompanhar êste nosso correligionário<br />
na deliberação que tomou.<br />
Pela simples razão de que não<br />
podia sair d'um jornal onde nunca<br />
tinha entrado.<br />
Á affirmação do Tribuno conlrapômos<br />
estas nossas. Podêmos garantir-lh'as<br />
bem melhor do qu,e o<br />
Tribuno pôde garantir as suas, porque<br />
sam factos passados comnosco,<br />
e què se relacionam com ostros que<br />
não esquecerêmos. Ficam de reserva<br />
para outra occasião, se porventura<br />
fôr necessário trazê-los a público.<br />
Ficámos esperando.<br />
Noutro ponto das mesmas explicações<br />
calumniosas, a propósito da<br />
calumnia ignóbil levantada por um<br />
jornal chanteur contra o nosso prèsado<br />
amigo e collega dr. Guilherme<br />
Moreira, diz o Tribuno, referindo-se<br />
ao sr. dr. Affonso Costa, visado<br />
também por aquelle jornal nas suas<br />
insidiosas informações, o seguinte:<br />
— «Dirêmos unicamente no interesse<br />
da verdade:—«2.°... quê ninguém<br />
ignora em Coimbra que a saída do sr.<br />
dr. Affonso Costa da Resistencia foi<br />
unicamente determinada pelos af~<br />
tigos que no mesmo jornal se escreveram<br />
ácêrca do Instituto, a cuja<br />
direcção pertence como secretário o<br />
mesmo illustre professor; e por mero<br />
acaso podemos até ihformar—que<br />
a incompatibilidade do sr. dí.<br />
Affonso Costa com a Resistencia é<br />
tam accenluada, que o illustre professor<br />
não só abandonou a redacção,<br />
mas alé prohibiu que o jornal entrasse<br />
em sua casa sob qualquer<br />
pretexto.»—Em seguida a estas af-<br />
? associações violentamente firmações, indignas d'um collega de<br />
dissolvidas pelo ministério João Fran- ligeiros sentimentos de lealdade e<br />
co.<br />
cortesia, accrescenta, Tartufo emé«
ilo, a tôrpe explicação que para<br />
vergonha sua reproduzimos:<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
Dr. Guilherme Moreira<br />
No Oriente<br />
proclanam bem alto que — se a Europa<br />
les quizer vedar a passagem<br />
para ireta, abri-la-ham pela força,<br />
ou caíám luctando como outrora.<br />
PONTOS NOS II<br />
—«Indicámos esta última circun- A calúmnia propalada por um<br />
stância para mostrar bem quanto é jornal de chantage de Lisboa cont<br />
calumniosa a informação em que se o nosso collega nesta redacção dr<br />
baseia a notícia das Novidades/»<br />
Guilherme Moreira, tem soffrido<br />
Como se vê neste final a insídia condemnação formal de toda a im<br />
reles e vil! E o dêdo a mostrar o prensa republicana e parte da im<br />
gigante... Como se houvesse al- prensa monárçhica, a que repugna<br />
guma relação entre uma coi^a e ou- a cavilosa insídia.<br />
tra. . . .<br />
O nome e o caracter do nosso<br />
Ora, não podêmos acreditar que<br />
amigo e illustre professor estám<br />
o Tribuno avente de ânimo leve taes<br />
acima das investidas de qualquer<br />
denúncias ao público.<br />
fundibulário da monarchia.<br />
O dr. Guilherme Moreira conti<br />
Não podêmos affirmar que sejam<br />
núa, como no nosso último número<br />
falsas as informações que dá ácêrca<br />
dissémos, a fazer parte effectiva da<br />
da attitude que diz ter tomado pe<br />
redacção do nosso jornal.<br />
rante a Resistencia o sr. dr. Affonso<br />
A propósito d'esta. infâmia d'a-<br />
Costa.<br />
quelle jornal, o sr. dr. Bernardo de<br />
Será verdadeira? Não o sabe- Albuquerque, cujo caracter se não<br />
mos nem o acreditámos.<br />
prestaria nunca a um acto menos<br />
Mas, no que não ha dúvida ne- correcto, publicou no jornal caiu<br />
nhuma é em que o Tribuno, promo- mniador a carta que em seguida<br />
vendo uma intriga reles, não poupa transcrevemos:<br />
caracteres que nós considerámos<br />
acima de toda a suspeita.<br />
Sr. Redactor: — Em o número 3954<br />
das Novidades lê-se o seguinte:<br />
Calumnía. Bem fez em dar ás<br />
«Os srs. drs. Guilherme Moreira<br />
suas palavras o título de— expli- Affonso Costa, lentes de direito—o pricações<br />
calumniosas.<br />
meiro, que o sr. João Franco não quiz<br />
promover a cathedrático, e o segundo<br />
oue elle nomeou para substituto—despediram-se<br />
da redacção da Resistencia,<br />
O sr. Bisno-Conde entregou na periódico de Coimbra.<br />
Bibliothéca da Universidade a re- Diz-se que esta despedida entrou corno<br />
base de accordo para a promoção<br />
producção em fac-similed'um códice do sr. dr. Guilherme Moreira, tendo si-<br />
peruano anterior á épocha da corir do negociador um progressista da ve<br />
quista hespanhola e conservado lha guarda, respeitável lente jubilado<br />
desde o século X,YI na Bibliothéca da faculdade de direito.<br />
do Vaticano.<br />
«Se realmente o sr. ministro do reino<br />
alcançou aquella despedida, como<br />
Sam raríssimos os códices perua- condição imposta ou mesmo como connos<br />
anteriores á conquista; porque cessão gratuita, fez um bom serviço,<br />
os missionários, no seu ardor de que não pedernos deixar de registar».<br />
destruir ídolos e de implantar o Apesar de não merecer a qualifica<br />
ção de lente respeitável, creio ser eu<br />
christianismo, queimaram quantas intermediário a quem v. se refere,<br />
poderam ter ás mãos, innutilizando attento o interesse que publicamente<br />
assim materiaes preciosos para a demonstrei pela promoção do sr. dr.<br />
história da religião e costumes dos Guilherme Alves Moreira.<br />
americanos.<br />
Cabe-me por isso a obrigação de declarár:<br />
A edição feita com todo o cuidado, 1.° que não fui intermediário de ne-<br />
emmendou os erros de outra mannhum accordo entre o sr. ministro do<br />
dada fazer por Kings-boroug. reino e o sr. dr. Moreira;<br />
2.° que, pelo conhecimento que te-<br />
Vem acompanhada d'uma memónho dus factos que se passaram, o sr.<br />
ria de F. dei Caso y Troncoso sobre ministro do reino promoveu a lente<br />
a maneira de lêr os manuscriptos cathedrático o sr. dr. Moreira, unica-<br />
peruanos e em particular este códice mente por obediência á lei e satisfação<br />
da justiça;<br />
ritual, e d'um prefácio que trata da<br />
3<br />
história do manuscripto e da épocha<br />
provável da sua entrada para as<br />
collecções do Vaticano.<br />
Os três volumes vêem encerrados<br />
num estojo de madeira em fórma de<br />
livro com a lombada de carneira,<br />
tendo no verso da tampa a didicatória—Hommage<br />
du Duc de Loubat.<br />
Reproduzimos o final do Prefazione<br />
que indica o auctor generôso<br />
da reproducção tám necessaria para<br />
os que estudam a história do México,<br />
cujos códices se acham espalhados<br />
por bibliolhécas muito distantes.<br />
«E perció una nuova prova dell'illuminato<br />
a more di Sua Santità<br />
papa Leone XIII verso ogni ramo<br />
di scienza ed ogni progresso inlellectuale<br />
il falto, che appesse venne<br />
informato dei desiderio di Sua Eccelenza<br />
il duca di Loubat, generoso<br />
mecenate degli studi sulle antichità<br />
delia sua patria, di far riprodurre<br />
il códice Messicano Vaticano<br />
3773, si dignó non solament di accordare<br />
1'implorato permesso, ma<br />
diè ordine che il lavoro venisse in<br />
ogni modo facilitalo ed eseguito a<br />
cura degli amministratori delia sua<br />
biblioteca.»<br />
Foi concedido feriado geral na sexta<br />
feira e sábbado pn&imo na Universidade<br />
e no lyceo.<br />
0 sr. governador civil pediu aos lentes<br />
de sciénciaa naturaes para não<br />
chamarem boje.<br />
0 A QUESTÃO DE CRETA<br />
t propósito da nomeação do sr.<br />
x<br />
dr. Gaspar de Mattos para admi-<br />
Continúa trazendo aos espíritos<br />
nistador do concelho de Coimbra,<br />
A dplomacia lá vae na sua ta-<br />
gravíssimas apprehensões essa lu<br />
noueação que tem merecido a exrefa,<br />
a> mesmo tempo que as po-<br />
cta que uma carnificina selvagem<br />
tralieza geral e os reparos de toda<br />
tências vam acompanhando a sua<br />
inspirada por um fanatismo intole<br />
a grite pela situação ridícula em<br />
acção, mviando pira Creta podero-<br />
rante e intolerável, vem ateando<br />
que fica a facção progressista de<br />
sas forçis, sem que, por enquanto,<br />
entre turcos e cretenses, ou melhor<br />
Coinbra, vem o Tribuno bordando<br />
se poss. indicar esta ou aquella so-<br />
entre musulmanos e chrislãos.<br />
ums lamúrias para dourar a pílula<br />
lução d çonflicto.<br />
queobrigaram a engulir ao sr. dr.<br />
Para Creta se volvem aclualmen<br />
E asím continuará Creta sob o Leito e Cunha, que agora foi bru-<br />
te todas as attenções.<br />
domínioda Turquia?<br />
lalrrente posto de lado.<br />
De Creta parece partirem já den-<br />
Será econhecidt a sua annexação<br />
sas nuvens de fumo, laivadas de<br />
Foconbece-se a competência do<br />
á Grécia<br />
sangue, a empanarem o horisoníe<br />
norreado, e nós do mesmo modo.<br />
apparentemenle tranquillo, da paz<br />
Ficará aquella ilha sob a acção Masa verdade é que o sr. dr. Gas-<br />
europêa<br />
immediak das grandes potências, par de Mattos tem sido sempre<br />
mantende estas alli forças que ga-<br />
Eis a razão suprema invocada<br />
regenerador, do grupo do sr. dr.<br />
rantam o; christãos contra as hosti-<br />
pelas potências para enviarem ago-<br />
Soulo Bodrigues, e nem agora, ao<br />
lidades dts musnlmanos?<br />
ra os seus canhões a abafar no pei-<br />
que dizem influentes d'este grupo,<br />
Será dida a autonomia a Creta<br />
to d'um pôvo pequeno, mas gran-<br />
s. ei.<br />
demente nobre, o mais generôso<br />
sob a suerama ia Turquia ou<br />
sentimento d'humanidade, o mais<br />
da Grécia'<br />
elevado de lodos os protestos.<br />
Não se sabe.<br />
Todas ejlas soluções se lêem apre<br />
Perante a Turquia que, numa<br />
sentado, noas de nenhuma se pôde<br />
inacção condemnavel, ou numa cumplicidade<br />
criminosa, vinha dando ao<br />
affirmar qne seja a leguida.<br />
mundo, á civilização, o mais degra-<br />
Contudo os cretmses lá vam já<br />
dante espectáculo de consentir, por-<br />
sendo bombardeada pelos navios<br />
ventura incitar, o massacre bárba-<br />
extrangeiros pelo fa.to — quiçá de<br />
ro, por estúpido, de christãos, a Eu-<br />
legítimo desforço—de estarem liropa<br />
limilou-se á simples acção de roteando os turcos ms seus entrin-<br />
uma diplomacia sórna que ao su cheiramentos, quanro é certo que<br />
tão não foi difficil illudir, deixando a estes, de 1894 a 1896, nada os<br />
que súbditos selvagens continuas- impediu de massacrarem 300:000<br />
sem satisfazendo instinctos ferozes chrislãos, o que pance vir dar al-<br />
e sanguinários, pela simples razão guns fundamentos á rersão que ul-<br />
de que as suas víctimas não tinham timamente mais tem iorrido na im-<br />
nem queriam ler as suas crenças. prensa europêa. de jue a Grécia<br />
E agora que a Grécia, levada por<br />
será. obrigada a maniar retirar de<br />
alfini Jades de raça e de religião, Ireta as suas tropas,continuando,<br />
mpulsionada por um sentimento de )ortanto, o mesma-estido de coisas,<br />
x<br />
lumanidade e convencida da inutiidade<br />
da acção das potências pari Isso que ahi deixânos contrasta,<br />
3Ôr côbro a um tal estado de coi- )orém, bastante com ÍS manifestasas,<br />
pretende chamar a si, para os ções da opinião, que, p5de dizer-se,<br />
iroleger, para os libertar, aquelles é de evidente sympatliii pela Grécia.<br />
que a Europa nãl quis, não soube Na Inglaterra, na França, na<br />
ou não ponde defender, essa mes- talia, etc. tem-se feito nanifestações<br />
ma Europa ousa fazer ameaças ropulares em favor tbs gregos, e<br />
gravíssimas aos gregos, porque ês- eslâmos cerlos d que f
Graves acontecimentos no Porto<br />
Sam d'uma gravidade excepcional<br />
os factos que no Porto se deram<br />
hontem entre a academia e a policia<br />
A falta de espaço e o adeaulado<br />
da hora, não nos permittednrá narração<br />
dos acontecimentos todo o<br />
desenvolvimento que ella merece.<br />
Basta registrar sómente:—que<br />
Vae installar-se em Lisboa o<br />
Centro republicano occidental.<br />
Na reunião de republicanos que<br />
ha dias se realizou por convites particulares<br />
foi eleita a commissão directôra,<br />
que se compõe dos cidadãos:<br />
dr. Theophilo Braga, presidente;<br />
José Maria de Sousa, vicepresidente;<br />
A. Rocha, secretário;<br />
Alves Borba, thesoureiro; Evaristo<br />
Madeira, Francisco Neves, Carlos<br />
Cruz e J. Santos e Ajuda, vogaes.<br />
Foram approvados para sócios<br />
honorários do centro os srs. dr. Manuel<br />
d'Arriaga, dr. Eduardo de<br />
Abreu, dr. Theophilo Braga, Brito<br />
23 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS B0DV1ER<br />
0 casamento d'om forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard *fc C. a<br />
RESISTÊNCIA —Quinta feira, 25 de fevereiro de 1897<br />
stallados em Lisboa mais os seguintes<br />
:—Centro Republicano Occidental,<br />
Club Vieira da Silva, Centro<br />
Republicano Federal, e Club Razão<br />
e Justiça.<br />
No Porto vae installar-se o —<br />
Centro Republicano Bazilio Telles.<br />
Neves Ferreira<br />
te. . .<br />
E ahi está explicada a razão por<br />
que os progressistas mandaram para<br />
Londres o galantuomo.. . que vende<br />
aos ingleses os direitos de Portugal<br />
na África.<br />
Os maiores impérios... •<br />
Figueiredo.<br />
Vam no Centro monárchico-académico<br />
da rua do Norte sérias apprehensões.<br />
Parece que vae liquidar<br />
em breve, e liquidaria já, se<br />
um grupo não tivesse o capricho de<br />
pagar até ao fim do anno.<br />
Além d'este centro vam ser in- Se não apparecem salvadores,<br />
I<br />
«Entrei em casa e encootreia-a vazia;<br />
não me alarmei por isso, esperei; passou-se<br />
uma hora... e ninguém apparecia...<br />
meia noite, ninguém! Adormeci<br />
e, quauiio accordei, de manhã,<br />
ninguém ainda.<br />
«Saí entám, percorri tudo, e não<br />
obtive noticias algumas. Allucinado, en-<br />
trei em casa e vi uma carta que não<br />
havia encontrado na véspera. Abri-a e<br />
li:<br />
«Joaquim, desde que estamos juntos,<br />
soffres muito; por minha causa<br />
perdeste o teu bem estar; por minha<br />
Causa pesa sobre ti a maldição de lua<br />
familia; sam muito grandes êsses sacrifícios<br />
para que eu os acceite por<br />
mais tempo.<br />
Afasto-n e de ti para sempre. Longe<br />
de mim, serás feliz, longe de ti<br />
o mundo não me perseguirá. Não me<br />
accuses, nem duvides do meu amor,<br />
porque a maior prova (Taraor que vos<br />
tenho dado é o acto que hoje pratico.<br />
Adeus!»<br />
«Quando acabei de lêr a caria, estava<br />
anniqpilado. Por aquella mulher<br />
tudo havia sacrificado. O seu reconhecimento<br />
patenteou-m'o,... casando seis<br />
mêses depois.<br />
«Neste ponto da minha narração pareceu-me<br />
que a joven se afogava em<br />
soluços.<br />
«Continuei a narração, com um prazer<br />
de que não sabia o motivo.<br />
«Sim, a ingrata, a maldita, a quem<br />
ludo havia dado, por quem havia sacrificado<br />
tudo, casava se... Acabava<br />
assim de rasgar o coração que havia<br />
martyrizado... Dizem me que esqueça<br />
Nunca! o esquecimento é o perdão e<br />
eu nunca perdoarei.<br />
«Era uma noite como esta, o mes<br />
mo socego...<br />
De repente o b^rco Oscillou; uma<br />
voz exclama:<br />
«—Meu Deus! Perdoa-lhe!<br />
«E nós ouvimos a queda d^m cor<br />
po na água. Levantei a cabi«ça, a joven<br />
havia desapparecido!<br />
Despl-me, mergulhei três veies, e<br />
três vezes reappareci só .. Emfim, um<br />
último esforço me fez reconduzir a<br />
desgraçada á praia.<br />
«0 mancebo procurava em balde<br />
reanimá la. %<br />
«Veiu o luar allumiar o tristè qua-<br />
dro; os meus olhos fixaram-se na joven.<br />
«—Adêle, exclamei eu, mas é ella,<br />
senhor, é ella.<br />
«Quiz apertá-la em meus braços.<br />
vae-se de vez o capricho monárchico<br />
da Academia.<br />
Bem dizem os Logares Selectos:<br />
« Os maiorés impérios no auge da<br />
opulência cáem d'um para outro momento.<br />
..<br />
Mousinho d'Albuquerque<br />
Tendo feito entrega do governo<br />
Na próxima segunda feira parte da provincia ao secretário geral sr.<br />
a policia accommetleu, com uma o carrasco da índia de Nova-Gôa Balthazar Cabral, parliu Mousinho<br />
brutalidade e selvageria, de que só para Bombaim, d'onde seguirá para d'Albuquerque para a fronteira, onde<br />
é capaz a policia estúpida e selva- Lisboa.<br />
vae assumir o commando das forças<br />
gem de Portugal, — os estudantes<br />
do Porto dentro do próprio edifício<br />
E caso para felicitar os povos da que organizou contra os namarraes.<br />
da Academia, mercê da imbecilidade<br />
índia e para perguntar ao governo Que da expedição de Mousinho<br />
e covardia criminosas do director,<br />
se o não espera cá um conselho de resulte mais uma victória, para<br />
dr. Gomes Teixeira. Disparou a po-<br />
guerra a sério onde o sanguinário e honra sua e glória das armas porlicia<br />
tiros de rewolver, despediu<br />
brutal NevesFerreira responda pelas luguêsas.<br />
cutiladas ás centenas, num furor<br />
selvagerías que mandou praticar na<br />
sanguinário inconcebível em casos<br />
índia.<br />
Ao Asylo de Mendicidade offereceram<br />
d'estes.<br />
Ficámos á espera. ..<br />
alguns bemfeitores generósos diversos<br />
donativos, durante o anno de 1896,<br />
Para se avaliar da violência da<br />
que abaixo indi âmos:<br />
arremettida, nole-se que ha bengalas<br />
com dez e doze golpes, um es- Partiu de Lisboa precipitadamen- Donativos em roupas, comestíveis, dinheiro<br />
e outros objectos, feilos ao Asylo de Mendicitudante<br />
com vinte e quatro cutilate para Londres, por causa da quesdade por alguns beneméritos bemfeitores, para<br />
das por lodo o corpo, cabeças partão do Oriente, o nosso ministro em snlemnizar alguns dias do anno, desde dezembro<br />
de 1895 a dezembro de 1896.<br />
tidas a gólpes de sabre, pulsos ras- Inglaterra, sr. Luis Soveral.<br />
No dia 12 de dezembro de 1895, por um<br />
gados, e todo o cortejo de conse- Assim o communica um jornal anónymo, 60 pares de ineias de lã, no valor<br />
de 9^900 réis.<br />
quências da ferocidade policial de- progressista do Porto, em corres- No dia 31, oulro anónymo, 15 dúzias de<br />
senfreada.pondência<br />
de Lisboa.<br />
differentes peças de louças branca para uso, no<br />
valor de l£800 réis.<br />
Os estudantes resolveram poruna- E estamos nós d'aqui a vêr aquel- No dia 1.° de janeiro de 1896, oulro anónimidade<br />
exauctorar o Director da la poderosa cabeça do Soveral, a nymo, 17 kilos de vacca e 5 de macarrão, no<br />
valor de 5J5360 réis.<br />
Academia, dr. Gomes Teixeira, e abarrotar de idêas, agitando proje- No mesmo dia, o sr. José Pinto Angelo, 8<br />
abandonar as aulas enquanto não ctos monumenlaes a propósito da kilos de arrufadas, no valor de 15440 reis.<br />
ND dia 16 de fevereiro, um anónymo, 18<br />
lhes fôr dada uma reparação á al- questão do Oriente, Que tremam as kilos de vacca, 5 de macarrão, uma ceira de<br />
tura da selvageria de que fôram vi- chancellarias da Europa, e a Gré- figos, 2 kilos de bolacha, meio kilo de café, 2<br />
de assucar. no valor de 7$540 réis.<br />
ctimas.cia<br />
que mande offerecer ao Metter- No dia 18, outro anónymo, 7 kilos de vacca,<br />
nich português umas mãos-cheias 1 de vitella, 11 de lombo de porco, 5 de macarrão,<br />
meio kilo de cevadinba. 2 de bolacha,<br />
de libras... se quizer que para ella 2 de assucar, meio kilo de café, no valor de<br />
se volte o favor das potências. 7$ 150 réis.<br />
Partido republicano<br />
No dia 10 de maio, outro anónymo, 8 kilos<br />
E assim que faz a South-Africa de carneiro e 7 de arrufadas, no valor de<br />
nas questões com Portugal.<br />
2$380 réis.<br />
No mesmo dia, o sr. Joaquim Pinto, 800<br />
Segundo disse o Correio da Noi-<br />
réis.<br />
No dia 14, o sr. Manuel Augusto Rodrigues<br />
da Silva, uma funda de que necessitava um<br />
asylado.<br />
No dia 6 de setembro, em anónymo. 20 kilos<br />
de vacca, 2 de toucinho, 7 de macarrão, 19 de<br />
uvas, 25 litros de vinho, no valor de 9$480<br />
réis.<br />
No dia 21 de novembro, outro anónymo, 9<br />
kilos de vacca, 10 de carneiro, 6 de macarrão,<br />
meio kilo de toucinho, 17 litros de vinho, e<br />
cento e meio de maçãs, no valor de 51870<br />
réis.<br />
No dia 25 de dezembro, oulro anónymo, 10<br />
kilos de vacca e cento e meio de maçãs, no<br />
valor de 2|400 réis.<br />
No dia 31, outro anónymo, 7 dúzias de<br />
peças de louça branca para uso.<br />
0 nosso prezado amigo sr. dr. Arthur<br />
Lekão esteve honlem nesta cidade, donde<br />
retirou hoje para a sua casa de Valle<br />
de Remigio, Mortágua.<br />
«—Senhor, disse severamente o<br />
mancebo repellindo-me, é minha mulher.<br />
«—É é a mãe de meu filho.<br />
«0 esforço era demasiado, cai desmaiado...<br />
«Quando voltei a mim, estava alli,<br />
aquelle logar em que estavamos... Eslava<br />
só...»<br />
0 velho calou-se.<br />
— Que singular história me contas,<br />
perguntou o que elle havia chamado<br />
Bérard.<br />
0 velho tomou nas d'elle as mãos do<br />
joven e disse-lhe:<br />
— Eu acabo, Jacques, de te contar<br />
a morte de tua mãe.<br />
— Que me dizes ?<br />
—A verdade.<br />
Neste momento um barco chegou<br />
junto dos dois homens, e o marinheiro<br />
disse:<br />
— Senhores, estâmos â vossa es<br />
pera.<br />
— Vamos, meu amigo, disse o velho.<br />
E levou para o barco o mancebo,<br />
aturdido com o que acabava de ouvir.<br />
II<br />
TJm ralo<br />
Houve silêncio durante alguns minutos;<br />
o barqueiro remava lentamente;<br />
Bérard e seu velho companheiro esta<br />
vam sentados á ré.<br />
Notícias diversas<br />
Tomou hontem posse do logar de<br />
administrador do concelho de Coimbra,<br />
o sr. dr. Joaquim Gaspar de Mattos.<br />
Assistiram á posse os srs. drs. Souto<br />
Rodrigues Refoios o sr. Adelino Pereira<br />
de Carvalho, e outros corypheus<br />
regeneradores.<br />
Este facto é considerado como uma<br />
alliança muito intima entre o grupo<br />
dos regeneradores da velha guarda e<br />
a facção progresista de Coimbra ..<br />
que precisa, se quer vencer as eleições,<br />
de se alliár com este grupo.<br />
E ha muito quem prognostique, que<br />
nem assim o conseguirá.<br />
Um rapazote que se apresentava<br />
gastando diuheho a larga, em passeatas<br />
de carro e franquêzas a conhecidos<br />
e desconhecidos, tornou-se suspeito da<br />
polícia, que o prendeu no dia 13 no<br />
Theatro Circo.<br />
Averiguado o caso, soub-se ser do<br />
concelho d'Arganil, e ler roubado 15<br />
libras a um lio.<br />
Foi requisitado pela auctojidade administrativa<br />
d'Arganil, e para ali foi<br />
remettido.<br />
Em Vizeu, no tecto d'um convento<br />
d'aquella cidade, na parte que se anda<br />
a demolir, foi encontrado um bahú de<br />
couro com 2:000 peças d'ouro do tempo<br />
de D. Sebastião.<br />
Em magna reunião dos progre c sislas<br />
da Guarda foi acclamada a direcção<br />
do Centro, que flcou assim composta :<br />
Dr. Francisco dos Prazeres, presidente;<br />
Manuel d'Almeida Carvalho, vice-presidente;<br />
Antonio Pires Patrício,<br />
1 0 secretário; Casimiro Dias d'Almeida,<br />
2." dito; João Antonio do Paraíso,<br />
Alexandre d'Andrade Pissarra Sénior e<br />
padre Joaquim Antonio de Pina, vogaes.<br />
liem diz lá o sr. Alpoim—nunca se<br />
viram tantos progressistas!<br />
0 sr. conselheiro José d'Azevedo<br />
Castello Branco, director geral d'lnstrucção<br />
pública, esteve em Coimbra<br />
hontem e hoje, em visila ao lyceo d'esta<br />
cidade, partindo d'aqui para o Porto em<br />
serviço da mesma natureza.<br />
O sr. José d'Azevedo assistiu aos<br />
trabalhos das classes, com o interes<br />
se qne lhe estám merecendo as queslões<br />
momentosas da instrucçâo secundária,<br />
e consla-nos que da bôa ordem<br />
e organização dos serviços no lyceo de<br />
Coimbra leva as melhores impressões.<br />
Tem estado em Coimbra, donde retira<br />
para Penella no sàbbado próximo,<br />
— Mas porque só hoje me conta esta<br />
história, sr. Nither?<br />
— Vim a Courbevoie para este fim,<br />
Neste mês ficarás tinico proprietário<br />
da casa Bérard & C. a , e era necessá-<br />
rio que soubesse o molivo porque<br />
tam ficilmente e tam rapidamente adquirias<br />
semelhante situação.<br />
— Os motivos, attribuia-os com justo<br />
motivo â vossa bondade.<br />
— Ouve-me, meu caro Bérard. Vou<br />
deixar Paris, e quero, devo dizer-te<br />
tudo... A morte de Adêle teve para ti<br />
terríveis consequências, de que só<br />
mais tarde tive conhecimento. Tinhas<br />
apenas dois annos. A revelação que<br />
resultou do meu indigno procedimento<br />
fez com que teu pae duvidasse da<br />
sua paternidade e te abandonasse. Desapparpeeu,<br />
sem que se tornasse a saber<br />
o que era feito d'elle. Como os fi<br />
lhos dos proletários, aos dez annos<br />
abandonavas a eschola para entrares<br />
na offleina, entregue a li mesmo, vivendo,<br />
não com os bons rapazes da<br />
offleina que têem família e amigos mas<br />
com os vadios, mantendo as mais des<br />
graçadas relações. A vossa existência<br />
foi infeliz por causa d'esla desgraça.<br />
Bérard, sombrio, occullou a cabeça<br />
entre as mãos.<br />
— Um dia, não sei quando, soube<br />
que Adéle tinha deixado um filho, e que<br />
êste se portava mal... 0 que entám se<br />
passou em mim, não sei exprimi-lo...<br />
Atlribui a mim tudo o que se havia<br />
dado... Era eu que tinha feito d'Adéle<br />
o que ella tinba sido... Era eu que ti-<br />
o sr. dr. Antonio d'01iveira Guimarães,<br />
illustre juiz de direito naquella comarca<br />
e um dos nome? mais considerados da<br />
magistratura portuguêsa.<br />
Terminam no sábbado próximo as<br />
próvas de concurso do 1.® grupo (português<br />
e latim) que se estám realizando<br />
no lyceo d'esta cidade. Com a<br />
próva que se realizará neste dia conclue<br />
o serviço dos concursos ao magistério<br />
secundário nesta circunscripção.<br />
Partiu para Viseu a passar as<br />
férias do Entrudo o nosso amigo Ricardo<br />
Gomes Paes.<br />
Boa viagem e um Entrudo alegre!...<br />
•<br />
No dia 21 á noite dois operários,<br />
encontrando perto do Arnado uma<br />
rapariga de 15 annos acompanhada<br />
por um rapaz que ella namorava,<br />
acommetteram êste, maltratando-o,<br />
e levaram a rapariga para uma casa,<br />
com o pretexto de a pôrem sob a<br />
guarda da irmã d'um d'elles, ameaçando-a<br />
de a entregarem á polícia,<br />
se ella lhes não obedecesse.<br />
Depois de abusarem infamemente<br />
delia, deixaram-a fechada, dizendolheque,se<br />
saísse, a polícia a prenderia<br />
e a levaria ao Governo Civil;<br />
ella, porém, apenas os viu longe<br />
gritou pela vizinhança que lhe accudisse,<br />
saindo por uma janellacom<br />
o auxílio d'uma escada que um vir<br />
zinho foi buscar, entregando-se á<br />
polícia que tomou conhecimento do<br />
acto.<br />
O sr. commissàrio enviou a parle<br />
para juizo, lendo já sido feito o respectivo<br />
exame médico-legal.<br />
Revistas e jornaes<br />
Casr.eta «las Aldéa* — Recebemos o<br />
n.° 60 d'este importante semanário de propaganda<br />
agrícola e vulgarização de conhecimentos<br />
úteis '[ue se publica no Porto.<br />
Este número traz o seguinte summário:<br />
O novo congresso, Antonio M. Borges de<br />
Araujo.—Viticultura: Da enxertia em videiras<br />
americanas e de algumas condições da enxertia<br />
em geral (com gravuras, M. Rodrigues d '<br />
Moraes.—Medicina pratica: O frio e as hemorrhagias<br />
cerebraes (com gravura) Dr. Magalhães<br />
Lemos.—Conselhos de veterinária, Osvaldo<br />
Eletti.—Folhetim: A Reparação. Carlos Deslys,<br />
traducção de Adolpho Portella.—Secções<br />
e artigos diverssos:—A vida agrícola. Sociedades<br />
de soccorros mutuos contra a mortalidade<br />
do gado (III), Zootechnia. Revista Universal.<br />
Animaes úteis. O lár domestico. Chronica<br />
dos acontecimentos.<br />
nha revelado ao marido o passado<br />
d'ella... Tinha sido eu a causa da sua<br />
morte... Fôra eu emfim que privàra o<br />
filho do pae e da mãe... Era eu, pois,<br />
quem impellia a desgraçada creança<br />
para a senda do vicio... Era eu que o<br />
havia perdido... Esta idêa atormentava-me<br />
continuadamente, minha casa<br />
augmentava de dia para dia, todos tinham<br />
inveja de mim, parecia o mais<br />
feliz dos homens... e todavia era constantemente<br />
torturado por esta lembrança<br />
.. por êste remorso...<br />
— Pobre Nither!<br />
— Não tens que lastimar-me... pelo<br />
contrário... prestes a relirar-me completamente<br />
do negócio, quero, depois<br />
de haver dito tudo, pedir-te perdão.<br />
— Perdão I<br />
Nither continuou:<br />
— Desde êste dia procurava seu descaoço<br />
obtê lo, e a tua conducta facilitou<br />
o meu empenho...<br />
Entam, não querendo dizer-te ainda<br />
coisa alguma, fiz com que um amigo<br />
te apresentasse... Sabes o resto.<br />
— Sois tam bondoso, Nither, disse<br />
Bérard cheio de reconhecimento; que<br />
homem haveria resgatado assim uma<br />
falta imaginária? Fostes vós que fizestes<br />
de mim um cidadão... Salvastes-me<br />
do precipício em que me havia lançado..<br />
— Fui eu que te perdi!<br />
— Ainda uma vez, obrigado!<br />
(Continua),
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A iiii 11 lia entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
Limoeiro hoje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fagas célebres<br />
— Scenas tle sangue — Ás pri' ões e o absolutismo—Mo<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro celiular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DG<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
1 ATESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
SO, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'AImedina)<br />
COIMBRA<br />
f íll Hvdranlira • ® rande depósito da Companhia Cabo Monvai<br />
fljuiauilia. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
Jflpptriwdfldo o ftntina Agência da casa Ramos & Silva de<br />
QltyilllUUdUG B upuw Lisboa; constructores de pára-raioà,<br />
campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
TintflQ narn nintnrflO 1 Alvaiades, óleos,agua-raz,crés,gesso<br />
limas para pinturas, vernizes, e muitas outras tintas e<br />
artigos para pintores.<br />
riltlPTltOS 1 Inglês e Gabo Mondego? as melhores qualidades<br />
V1WG1HVD. que 8e empregam em construcçôes hydraulicas.<br />
nj v f i T W Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
1/11131 aua. njjos e torradores para café, máchinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
Ferragens para construcçôes:<br />
Lisboa e Porto.<br />
Grande sortido vende<br />
RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Yianna—Offleina de Encadernação, Largo da Sé<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Bar- Velha.<br />
bas, o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui- Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marcídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alco da Feira.<br />
çadas, forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris, Borges.<br />
de Madrid, de Turim, dé Gand, etc., número de prêsns, profis- Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
sões, crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Ca- D. Augusto.<br />
mara.<br />
Augusto Martins-Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante 0 Augusto.<br />
José Mesquita-Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
por preços eguaes aos de<br />
PTftÍRáenS" De ferr0 e arame primeira qualidade com grandes<br />
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obras.<br />
filltílaria • Gutilaria nacional e extrangeira dos melhores auvuuiuuu.<br />
ctores. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
Fanipiror Cr y 9tofle ' raetal branco, cabo d'ébano e marfim,<br />
ÍU^UUUV^. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
Lonças inglêsas, de ferro: Ç 3m , altada e . sonhada, ferro<br />
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Esterilização absoluta da agua.<br />
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Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />
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Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
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Encommendas:<br />
a JOSÉ MASQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
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D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A.' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />
COIMBRA<br />
6 pASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
V Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA—20<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das prqcedéneias<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Éditos de 30 dias<br />
8<br />
(l. a publicação)<br />
O Juizo de Direito de Coim-<br />
N bra e cartório do escrivão<br />
Verifiquei.<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
K. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
9 fio n sul (as todos os dias<br />
V das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro exlrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao pilbliqo em geral<br />
que coucerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos,'garantindo o bom<br />
regulamento.<br />
Também installa e concerta<br />
telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
afiançados,<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
Topico contra a coqueluche<br />
Medicamento cllicaz<br />
Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
do 5.° officio, correm éditos de<br />
30 dias, a contar da segunda e Á venda nas principaes phar-<br />
última publicação do annúacio, macias.<br />
citando Francisco Martbo e mu- Depósito em Coimbra: M,<br />
lher, cujo nome se ignora e José Nazareth á Irmão. — Rua de<br />
Martbo, solteiro, ausentes em Ferreira Borges.<br />
parte incerta, para na qualidade Depósito geral: Rua do Bom-<br />
de herdeiros de seu fallecidq jardim, 438 — Porto.<br />
pae Antonio Simões Grácio, mo- Preço do frasco, 400 réis.—<br />
rador que foi no logar e fre- Pelo correio, 500 réis.<br />
guezia do Ameal, assistirem a<br />
todos os termos do iuventário<br />
de meuóres a que neste Juizo Nogueira, Cedro e<br />
se procede por obito d'eilè".<br />
11 Wende-se a casa n.° 12,<br />
* na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedranoha<br />
12 Miidoti-se P arí > a rua do<br />
«• Loureiro.<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—i 9 o Cart,—360.<br />
14 Da uma porção de pranchas<br />
d'estas madeiras, cortadas<br />
ha mais de 15 annos, que<br />
se vendem por preços commodos.<br />
Para tratar, com Antonio<br />
Pedro, rua Sà da Bandeira.<br />
Yenda de propriedades<br />
15 JJendem-se três moradas<br />
" de casas terreiras, com<br />
seus logradouros, no sitio da<br />
Guarda Inglêsa, á borda da estrada<br />
que vae para a Eschóla<br />
Central.<br />
Trata-se com seu dono, Fortunato<br />
Secco, morador no mesmo<br />
sitio.<br />
AGUIA COURO<br />
FRANCISCO P. MARQUES<br />
aoupas completas para homem.<br />
mem, de 5
m<br />
N.° 211 COIMBRA—Domingo, 28 de fevereiro de 1897 3.° ANNO<br />
ETERNA MASCARADA<br />
Partido republicano<br />
>or aviltante e cómico; reapparece- Economias<br />
ram os reis refilões e picadores, á Para a semana próxima saírám Para eleger a commissão municipal<br />
Alfonso VI eá D. Miguel; a pena de publicados no Diário do Governo republicana, reuniram na quinta feira<br />
morte nos códigos das leis, a tor- uns decretos de salvação, dando lassada as commissões parochiaes das<br />
— O que é o Entrudo?<br />
ura, o sequestro dos indivíduos<br />
córte profundo nas despêsas públi- reguezias de Lisboa. Presidiu o sr. dr.<br />
duardo Abreu, secretariádos pelos<br />
— O Entrudo, em these, vem a<br />
cas.<br />
summariamente,-sem fórma de pro-<br />
srs. José Mário Aires- Torgo e Antonio<br />
ser a sustentação d'um paradoxo na<br />
Dizem os jornaes do governo. Maria Pinheiro. Na urna entraram 108<br />
cesso, os corregedores, os alguazís, Aviso aos funccionários de dez<br />
dialéctica da vida.<br />
istas, sendo eleitos! por grande maio-<br />
os dictadores e as perseguições po- tostões para baixo. .. que os goria, os seguintes cavalheiros:<br />
Ora o paradoxo é a gymnástica íticasL ..<br />
vernadores da índia, Moçambique Effectivos:—Alfredo Mella, pbarma-<br />
necessária ao espírito, como a cor-<br />
Nesta hypocrisía de respeitos mú- e Angola ficarám ganhando nove ceutico; Antonio Carlos Teixeira de<br />
rida aos pulmões, para arejar os<br />
uos, de convenção e pura comédia,<br />
contos por anno.<br />
Magalhães, funccionário municipal;<br />
brónchios numa elasticidade sadia 1<br />
25f>000 réis por dia, ó fa- Antonio Máximo Verol Júnior, com-<br />
cada cidadão traz na algibeira a rô-<br />
Pois bem, sendo assim, acha-se<br />
mintos do país inteiro.<br />
merciante; Augusto Ribeiro dos Sanha,<br />
o alvaiade, o vermelhão, o chi-<br />
que êsse Entrudo que por ahi es-<br />
Mas haja esperança, que o gotos Viegas, proprietário; Domingos<br />
no e crepe para a conveniente ca-<br />
juiz Coelho da Silva, negociante; João<br />
verno está fazendo economias.<br />
couceia e se espoja, não tem razão<br />
Chagas, jornalista; João Rodrigues dos<br />
racterização do seu papel,<br />
de existência, devendo ser suppri-<br />
Santos, médico; João Viegas Paula No-<br />
x<br />
gueira, lente; Joaquim Ignacio Ribeiro,<br />
mido, por desmoralizador e falsá-<br />
Na representação social o traje, Vae ser reformada a fiscalização ente; Joaquim Theophilo Braga, lente;<br />
rio.<br />
do sello, extincta a inspecção e reor- osé Maria Pereira, proprietário; José<br />
as maneiras, as opiniões, a verbo-<br />
Com effeito, nestes tempos de<br />
ganizado este serviço com uma im- \omão de Mattos, negociante; José<br />
sidade e os gestos, tudo é compos-<br />
demolição irreverente, em que as<br />
)ortante economia.<br />
Victorino d'Andrade Neves, conductor<br />
to e graduado segundo a norma da Mas o innúmero e odioso pes de minas; Pedro Antonio Bettencourt<br />
affirmações da razão e as aspira<br />
abella na cathegoria a que cada soai d'essa odiosar[fiscalização do \apozo, lente.<br />
ções de nivelamento social dominam<br />
um simula pertencer.<br />
sello, ficará todo. E o que se diz e Supplenles:— Agostinho Manuel de<br />
lodos os espíritos; em que os ho-<br />
A espontaneidade pessoal, a fir-<br />
o que se prevê.<br />
Sousa, commerciante; Antonio Cardozo<br />
d'01iveira, commerciante. Antonio<br />
mens predestinados eas instituições<br />
Economias. .. poeira...<br />
meza de caracter, essa grande vir-<br />
Maria de Brito, industrial; Antonio da<br />
oppressoras deixaram de ter o culude<br />
dos tempos menos civilizados,<br />
Silva, proprietário; Carlos-Costa, into<br />
fetichista de outrora, quando<br />
dustrial; Elyseu Pompeu Matheus, coml-<br />
desappareceram por completo.<br />
SÉ YELHA<br />
mercrante;.EIysio Augusto dos Santos,<br />
fundados no abuso da força, nas<br />
O modo de vêr, segundo o tem-<br />
tradições dos tempos, na mystifi-<br />
O nosso amigo Antonio Gonçal- commerciante; Francisco Bernardo Pinperamento<br />
e a naturêza dos factos,<br />
to Saraiva, proprietário; Heliodoro<br />
çação da ignorância e na superstives<br />
expôs ao sr. Bispo-Conde as<br />
Salgado, jornalista; Jacintho Nunes<br />
na digna e chã sinceridade de crí- razões pelas quáes considera inútil<br />
ção das massas; — os indivíduos só<br />
Soares, typógrapho; João Gonçalves<br />
tica e de franquêza, é considerada sua permanência na commissão commerciante: Joaquim Ferreira Pa-<br />
podem valer pelo saber e pela vir-<br />
pela gente grada, como incorrecções das obras de restauração da Sé Ve checo, industrial; Joaquim . Sabino<br />
tude; as instituições sópodem mán-<br />
ha, ficando por isso a sua saída<br />
de cortesia e delidos graves da ci<br />
d'01iveira, proprietário; Jorge Reis<br />
ter-se pelo respeito e pela adhesão<br />
dependente de immediata opportu Boaventura, relojoeiro; José Maria<br />
vilidade e do tom 1<br />
que inspiram ao assentimento ge-<br />
nidade.<br />
Sousa, industrial.<br />
Assim, se a hypocrisia, a menti-<br />
Antes da sessão, o presidente declaral.ra,<br />
a ficção, a troça e a pulha avasrou<br />
que o directorio se abstinha de<br />
As castas, porém, não acabaram<br />
sallam os costumes e as crenças— ^Ãu r e c e b e i o r d e n s apresentar lista, pedindo aos membros<br />
com a proclamação dos direitos do<br />
das commissões parochiaes que esco-<br />
na política, na religião, na instruc-<br />
homem; somente as arislocraci<br />
Já regressaram de Lisboa os srs lhessem para a commissão municipal<br />
ção, na arte, na actividade e nos dr. Luís Pereira da Costa, Ayres quem julgasse mais conveniente, com<br />
do nascimento foram substituídas<br />
préstimos de todos e de cada um de Campos, José Miranda e José exclusão dos actuaes membros dos cor-<br />
pela aristocracia mais odiosa dos<br />
de nós, d'allo a baixo, na vida par- Gaspar de Mattos, que tinham parpos dirigentes eleitos pelo último con-<br />
plebeus fura-vidas, que começaram<br />
ticular e pública, em todos os dias,<br />
tido d'aqui a-receber ordens do sr. gresso.<br />
de trepar ao mastro da Cocanha e<br />
João Franco, o sacerdos magnus da<br />
a todas as horas, segue-se que em<br />
de empolgar os cargos mais eleva-<br />
sua igrejinha.<br />
pleno e permanente carnaval vive- Dizem' os bem informados, que<br />
dos.mos<br />
nós!<br />
esta illustre commissão do Centro<br />
No momento em que viram os Nesta incongruente comédia hu- regenerador da rua dos Coutinhos<br />
poleiros do Estado a abarrotar mana a mascarada existe endémica alarmada com o receio de o sr. João<br />
de gallináceos sôstras, oriundos das<br />
Franco, por ser amigo pessoal do<br />
e permanente na sociedade e na fa<br />
capoeiras do quarto estado, foram<br />
sr. Castro Mattoso, não lhes per-<br />
mília e, por consequência, em nós mittir que combatessem a candida<br />
elles mesmos que, vexados de si pró mesmos, no fôro íntimo de nós mes tura por Coimbra do famoso progres-<br />
prios, julgaram preciso realçar-se mos!<br />
sista furta-côres, incendida como<br />
introduzindo uma pragmática de Pois, se o carnaval é a antíthese anda em árduo furôr béllico contra<br />
convenção, para que os parvenus em<br />
os progressistas da terra e os rege<br />
da normalidade, relativamente<br />
posição eminente se destacassem<br />
neradores dissidentes da grey fran-<br />
verdadeiro carnaval seria um pequista, foram propositadamente pe-<br />
do vulgo 1<br />
ríodo destinado ao recto e leal exer dir instrucções e auctorização para<br />
E foi assim, por exemplo, que cicio da honestidade e do dever, á a estúrdia eleitoral.<br />
conselheiro da corôa, o par do rei abdicação dos títulos ardilosamente E vieram satisfeitos, ao que pa<br />
no, o deputado, o general, o minis adquiridos, das prosápias arroga rece. Carta branca, e salta a com<br />
tro e o secretário de estado, o vis das com altestados falsos, a gan<br />
prar votos. Os galopins fervilham, e<br />
o sr. Ayres de Campos diz-se que<br />
conde, o barão, o commendador de cho, com gazúas e manhas illícitas já tem, dispostos para o sacrifício<br />
sèccos e molhados, sentiram neces Não seriam dias de prazer, mas cinco contos de réis da farta burra<br />
sidade de espichar o ventre, com vexame ao amor próprio dos me Mas para que sacrifício estarám<br />
chumaços de estôpa, para arredon díocres e dos salafrários, dos safar elles dispostos?...<br />
dar o espheroide das philaucias. danas astuciosos e venaes de todas<br />
No regimen particular dos in- as classes; uma espécie de quares<br />
divíduos, como no culto público dos ma penitencial I<br />
5:000 CONTOS<br />
altos poderes. Readoptaram-sè fór- Como as coisas estám, o Entru Só para créditos extraordinários,<br />
mulas archaicas e desprezadas, tam do é mais que um pleonasmo: ê um destinados, dizem elles, a pagar<br />
ceram ao Correio da Noite.<br />
ridículas perante o gosto, como ab- contrasenso,— uma paródia de en despêsas já feitas, dívidas liquidadas<br />
e occorrer ás despêsas do Essurdas<br />
perante a razão e a dignida? trudol<br />
tado alé ao fim do actual anno eco- Os jornaes francèses jà elogiara o go<br />
de.<br />
E uma dupla mentira, asquero<br />
verno.<br />
nómico, pediu o governo 5:000<br />
Ê verdade que também elogiavam<br />
Resuscitaram os bispos e o bea- sa, reincidente e vil, como uma cer contos!<br />
do sr. João Franco...<br />
terio na côrte; o beija-mão banido tidão falsa de bons costumes! Tremei, ó povos..,<br />
A quanto a linha?<br />
Dm jornal extrangeiro aventou a<br />
denúncia de que o governo português<br />
tem entaboladas negociações<br />
com a Gran-Bretanha para a venda<br />
da ilha da Madeira.<br />
Estes boatos de alienação territorial<br />
apparecem com frequência nos<br />
últimos tempos, e devem sobresaltar<br />
o espírito da nação, porque os<br />
governos monárchicos, exgotados todos<br />
os recursos, ham de forçosamente<br />
lançar mão de todas as ca<br />
balas.<br />
Ha muita gente apprehensiva sobre<br />
a fórma como os governantes<br />
encaram as difficuldades do thesouro.<br />
Assim o governo agora tem arranjado<br />
os recursos dos encargos<br />
no extrangeiro até outubro. Algumas<br />
folhas pedem que seja esclarecido<br />
o país, que quer saber por que<br />
cabalísticas fórmulas e em que mysteriosas<br />
retortas se fabrica êsse<br />
ouro.<br />
Resta vêr se os progressislas se<br />
remettem ao silêncio com que se<br />
acobertavam os seus antecessores e<br />
que tam violentas apóstrophes mere<br />
Liberdade d'imprensa<br />
Querem os oficiosos defensores<br />
do governo vêr uma excepcional<br />
importância no offício do sr. Beirão,<br />
ministro da Justiça do Procurador<br />
Geral da Corôa, a respeito dos<br />
chamados crimes de liberdade d'imprensa.<br />
O sr. ministro, fazendo considerações<br />
vagas e abstractas sobre a<br />
lei de liberdade da imprensa, diri-<br />
ge-se aos delegados do Procurador<br />
régio, por intermédio do Procurador<br />
"eral da Corôa, nos seguintes lermos:<br />
«E como a actual legislação<br />
reguladora da imprensa, além de<br />
menos consentânea com o espírito<br />
liberal que a deve inspirar,<br />
se acha redigida, sobretudo;no<br />
tocante á incriminação, por fórma<br />
tam vaga que não é fácil precisar<br />
onde acaba a crítica e começa a<br />
offensa, deverá v. ex. a dar Instrucções<br />
aos seus subordinados<br />
para que, quando lhes pareça<br />
não haver em quaesquer apreciações,<br />
embora apaixonadas, intuito<br />
criminoso, possam dirigir<br />
oficiosamente um aviso prévio,<br />
aos que assim procederem, isto<br />
sem prejuízo da competente acção<br />
criminal quando a persistência<br />
no desregramento demonstre a<br />
vontade de commetter um acto<br />
declarado punível pela lei».<br />
E sobre liberdade de imprensa,<br />
eis tudo o que o governo liberal e<br />
de moralidade austera, como costumava<br />
dizer o Popular, teve para<br />
providenciar.<br />
Aos agentes do Ministério Público<br />
incumbe avisar os jornalistas!<br />
Mas quem é que acceita taes avisos?...<br />
Esperam os ingénuos que em<br />
côrtes, porque não fazem dictadura,<br />
nem mesmo moralisadôra, os governantes<br />
liberalões, se formule uma<br />
lei amplamente liberal e respeitadora<br />
da liberdade de pensamento e<br />
do direito de crítica que pertence a<br />
todos.<br />
Vê-la-bemos, a tal lei. Entretanto,<br />
o sr. ministro vae recommendando<br />
no mesmo documento:<br />
«Sirva-se, pois, v. ex. a , sr.<br />
procurador geral da corôa e fazenda,<br />
dar as suas instrucções<br />
para que, nos termos do meu<br />
precedente offício, que por este<br />
confirmo mais uma vez, os representantes<br />
do ministério público,<br />
ao passo que promovam a<br />
applicação da última amnistia<br />
para os passados crimes de abuso<br />
da liberdade de imprensa,<br />
promovam com a devida cautella<br />
e prudência, que a repressão siga<br />
immediatamente qualquer d'esses<br />
delidos que venha a perpetrar-se.»<br />
O itálico è nosso.<br />
Para accentuar idêas e registrar<br />
o aviso.<br />
Podemos estar prevenidos. Que<br />
em matéria de liberdade de imprensa,<br />
o regimen ha de sersem<br />
pre pelo padrão do Lopo Vaz.<br />
E não n
— Companheiros e amigos, a cidade<br />
elegeu-nos para grandes commettimentos.<br />
Façâmos, pois, um<br />
commettimento grande!.. .<br />
Os vereadores entreolharam-se;<br />
o sr. Santos sorriu malicioso.<br />
— Attentêmos no Caes. Ahi es<br />
cutarêmos as vozes interiores que<br />
impelliram Joanna d'Arc!. ..<br />
Por alli começarêmos o padrão<br />
da nossa gloria!<br />
— Sim, sim!, gritaram todos.<br />
Vamos ao Caes!<br />
E foram! Traçaram duas faixas<br />
no terreno. Não faixas infantis, mas<br />
grandes.<br />
E agora o verás 1.,.<br />
Vende-se terreno ao metro e á<br />
peça, como o panno crú por atacado<br />
e a retalho.<br />
Sómente, como nos cartazes: a<br />
praça será opportunamente annunciada<br />
i<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 28 de fevereiro de 1897<br />
CONFLICTO ACADÉMICO<br />
de, dizem as gazelas, actividade de<br />
nomear membros correspondentes<br />
nas províncias.<br />
A lista dos monumentos nacionaes<br />
elaborada por esta commissão<br />
é coisa que levou tempo e faz rir<br />
como partida d'entrudo. Em Coimbra<br />
três (!!...) monumentos nacionaes.<br />
SS. ex. as sabem pouco,<br />
ao que se vê.<br />
A lista, tam curiosa (dizem ss.<br />
ex. as ) dos monumentos nacionaes<br />
agora publicada explica o motivo<br />
por que até agora elles têem sido deturpados<br />
e destruídos sem protesto.<br />
A commissão dos monumentos nacionaes<br />
não conhecia os monumentos<br />
nacionaes.<br />
Agora é que se viu! SS. ex."<br />
não eram descuidados, ss. ex. a ' não<br />
sabiam.<br />
Na lista de membros corresponden-<br />
são de todos os republicanos hespanhóes<br />
em um só partido, e pediu-se a<br />
reunião immediata de uma assembléa<br />
nacional, que dê fórma a esla aspiração<br />
e resolva o programma do governo<br />
provisório, assim como a escôlha<br />
dos meios conducentes á implantação<br />
do regimen republicano.<br />
Que haja um só partido republicano<br />
em Hespanha foi o que se resolveu<br />
nessa magna assembléa.<br />
É esta a aspiração de todos os republicanos<br />
hespanhóes.<br />
Brevemente vae ser convocada a assembléa<br />
nacional, onde se farám representar<br />
todos os agrupamentos republicanos,<br />
a íim de ser declarada a fusão<br />
de todos os partidos republicanos<br />
hespanhóes.<br />
0 conde de Burnay, que tinha ido<br />
para o extrangeiro por causa do em-<br />
préstimo do governo d'um milhão de<br />
libras (não esqueçâmos...) adoeceu<br />
gravemente em Bruxellas.<br />
Já para lá partiram algumas pessoas<br />
de sua familia.<br />
der do novo presidente Mac-Kinley.<br />
Até lá, o mesmo ram-ram, a successão<br />
de victórias e derrotas, em<br />
pequenas escaramuças, ora de cubanos<br />
ora de hespanhóes, sem resultado<br />
seguro, sem uma próxima<br />
decisão, de fácil presumpção.<br />
No Congresso americano dos Estados-Unidos,<br />
debate-se de novo a<br />
questão da independência de Cuba,<br />
C I ^ E T A<br />
tando como o Alpoim do Janeiro,<br />
aconselha o governo; — «inflexível<br />
dureza na repressão, quando fôr preciso<br />
usar d'ella.»<br />
Os liberalões de pacotilha!...<br />
Commissão republicana<br />
Vae ser eleita em Ermezinde<br />
mais uma commissão municipal republicana.<br />
Organizêmos as nossas forças,<br />
unámo-las, que a victória será nossa.<br />
O Jornal suggeriu a idéa de honrar<br />
o sábio publicista Theophilo<br />
Braga com uma consagração semelhante<br />
áquella que foi prestada a<br />
João de Deus.<br />
A Marselheza, commentóndo o<br />
alvitre discorre sensatamente por<br />
esta fórma:<br />
«A idéa é intelligente, mas<br />
não será posta em práctica. E o<br />
motivo é simples: João de Deus<br />
foi um poeta lyrico, com simples<br />
idéas d'arte, enquanto que Theo<br />
philo Braga é um prosador militante<br />
com ideaes políticos; e os<br />
jubileus portuguêses da actualidade<br />
não sanccionam, por via de<br />
regra, senão os mortos, que já<br />
não fazem mal, ou os vivos inofensivos.<br />
»<br />
Cada vez mais se accentuam os<br />
boatos de scisão no partido regenerador,<br />
que vê os seus mais convictos<br />
sustentáculos e exploradores a<br />
debandarem para o filão progres<br />
sista.<br />
Segundo a mania ultimamente<br />
manifestada, de carimbar todos os<br />
episódios políticos com um alcunha<br />
burlêsca, os espirituosos já começam<br />
a marcar esta aventura, que<br />
vae ter logar na quaresma, com a<br />
laracha de—pacto do bacalhau!<br />
A insânia da troça a achincalhar<br />
os acontecimentos, que a covardia<br />
não sabe cohibir!<br />
Melhoramentos locaes<br />
Durante o carnaval vam proseguir<br />
no seio da vereação municipal,<br />
com uma actividade de melter mêdo,<br />
os projectos de transformação da<br />
cidade.<br />
Aquella emprêsa de aformosea<br />
mento do Gaes agora vae!<br />
Mas é no CaeS, onde cáem as<br />
preferências da vereação.<br />
Gomo brotou esta tinêta no cérebro<br />
de ss. ex. as tes, além de pouca gente conhecida<br />
pelo seu amor á arte nacional, outras<br />
pessoas de veleidadeà artísticas,<br />
A turbulência carnavalesca dos sem competência reconhecida.<br />
alumnos da "Eschola Polyléchnica e A exceptuar, a altitude do sr<br />
do lyceo do Porto deu logar, como Leite de Vasconcellos, chamando a<br />
já dissémos, ás brutalidades e sel- attenção de assembléa para o esta<br />
vagerias da polícia, que acutilou e belecimento de leis sobre a proprie<br />
feriu rapazes inérmes, chegando a dade dos objectos d'arte, único mo<br />
disparar tiros de rewolver!<br />
do de garantir o nosso pequeno pa<br />
Em que mãos está a auctoridade trimónio.<br />
policial, que deixa chegar a taes E<br />
excessos pequenas rapaziadas, com<br />
tanta facilidade evitáveis!<br />
Os estudantes vendo-se perse<br />
guidos pela invasão da polícia em<br />
fúria no próprio edifício, entrincheiraram-se;<br />
e das janellas arremessaram<br />
sobre os sitiantes tudo o que<br />
encontraram, que pudesse servir de<br />
projecteis: cadeiras, mobília, livros,<br />
etc.<br />
Foi um desespero de defêsa heróica<br />
contra o furôr canibalêsco dos<br />
assaltantes, que cobre de ridículo<br />
e animadversão asauctoridades que<br />
se expõem e provocam estes espectáculos<br />
vergonhosos.<br />
Sam os exemplos de cirna!<br />
Nesta sociedade de poltrões to<br />
dos aquelles, em cujas mãos o aca<br />
so depõe dez réis de auctoridade,<br />
sentem-se com força e bravura para<br />
prepotências de toda a ordem<br />
alardes de fanfarronada!<br />
Os imbecis da polícia, êsses em<br />
toda a parte parecem convencidos<br />
de que sobre a sua tropa e o seu<br />
bengalão se firmam os destinos da<br />
sociedade e o equilíbrio da Europa!<br />
Os estudantes, tam violenta como<br />
selvaticamente aífrontados, persis<br />
tem na resolução tomada de manter<br />
uma grève geral enquanto não fôr<br />
demittido o Director inepto que não<br />
soube evitar um tal conflicto e um<br />
tam grande aggravo. Por seu lado o<br />
governador civil mandou proceder<br />
a inquérito sobre as responsabilidades<br />
da polícia.<br />
Um inquérito!<br />
Todos nós sabêmos o que vale<br />
em Portugal um inquérito. . .<br />
Ficará a polícia brutal immaculada<br />
como um arminho, e a Academia<br />
do Porto pintada como uma<br />
quadrilha de salteadores e faccinoras.<br />
Em liquidação<br />
Foi resolvido na última assembléa<br />
geral do Banco Commercial de Coimbra,<br />
que se procedesse á liquidação d'esta<br />
sociedade. A commissão encarregada<br />
d'este serviço foi a Direcção, e diz-se<br />
?<br />
que o motivo d'esta deliberação foi um<br />
Conta-se assim o estranho caso protesto apresentado naquella Assem-<br />
Chamada a corporação a capitulo bléa geral pelo sr. Miguel Braga.<br />
e tendo ss. ex." occupado os respectivos<br />
escabellos, começou d'esta<br />
arte a presidência:<br />
A commissão dos monumentos nacionaes<br />
continua em plena activida-<br />
J E fiquemos nisto<br />
Em poucas' palavras, que a in-<br />
Duvidosas ainda as negociações<br />
entre as potências ácêrca da questenção<br />
do Tribuno Popular é evidente;—quer<br />
inlrigar. Continúa<br />
tão que se debate no Oriente, e que<br />
dentro dos seus processos.. .<br />
de ha tempos vem assumindo um<br />
Por hoje basta só que lhe aífir-<br />
Caracter de extrema gravidade. •<br />
mêmos o seguinte:<br />
Nos gabinetes diplomáticos tra-<br />
A sua informação não é verdabalha-se<br />
agora activamente na se-<br />
de suppôr que a sua voz, co<br />
deira. Quando o sr. dr. Affonso<br />
paração de Creta do domínio da<br />
mo a nossa, se perca no meio do<br />
Costa convidou o sr. dr. Tavares<br />
Turquia, concedendo-lhe completa<br />
côro ou dos applausos ás árias de<br />
para redactor da Resistencia, este<br />
autonomia. Os cretenses, porém, ar-<br />
Luciano Cordeiro e mais cantores e<br />
não acceitou o encargo. Foi o pró<br />
rastados pelas sympathias que o<br />
archeólogos de fama na península<br />
prio sr. dr. Affonso Costa quem as<br />
procedimento altivo da Grécia lhes<br />
sim o communicou. E, depois d'isto<br />
despertou, preferem a annexação ao<br />
nenhuma outra pessoa se dirigiu ao<br />
reino hellénico.<br />
sr. dr. Tavares para tal fim.<br />
É neste pé que se encontra a<br />
As reconstrucções dos Jcronymos E fique-se nesta o Iribuno, que<br />
questão.<br />
O Jornal do Commércio protesta a verdade não é outra.<br />
Quaes os resultados?<br />
conlra os manejos que intensamen As nossas affirmações sam tam<br />
Impossível prevêrem-se.<br />
te revivem para a adjudicação das dogmáticas como as do Tribuno;<br />
E tal o estado de tranquillidade<br />
obras dos Jeronymos a um grupo com a differença de serem verda<br />
da Europa quê de tudo, embora o<br />
de gananciosos fura-vidas, que pre deiras e as do Tribuno não.<br />
caso mais insignificante, nascem receios<br />
de perturbação, mãe de todas<br />
tende governar-se pela intriga<br />
pela padrinhagem.<br />
X<br />
as conflagração possíveis.<br />
E' por isso que, em toda a parte<br />
Sabe-se o que foi êsse indecoro-<br />
Quanto á attitude do sr. dr. Af- onde procuram sentar-se os chefes<br />
so escândalo do último concurso, em<br />
fonso Costa relativamente ao nosso dos gabinetes europeus, encontram<br />
que alguns aguerridos generaes e<br />
jornal, continuamos a não acreditar sempre brazas incandescentes a<br />
engenheiros, arvorados em peritos<br />
que seja verdadeira.<br />
atear incêndios.<br />
de archeologia e archilectura, des-<br />
O Tribuno está calumniando o As últimas notícias dam a Búsempenharam<br />
um papel deprimente<br />
caracter do nosso illustre correli sia como disposta a proceder com a<br />
pela incompetência e parcialidade<br />
gionário, cuja correcção não querê- maior energia contra a Grécia, che-<br />
Agora parece que se agitam inmos pôr em dúvida.<br />
gando a ser de parecer que se lhe<br />
fluências em favor de dois preten-<br />
O sr. dr. Affonso Costa era in imponha ò ultimatum de três dias<br />
dentes felizes, ficando um com o<br />
capaz de fazer taes declarações; e para tomar uma decisão, sob pena<br />
edifício annexo e o outro com a<br />
se as fizesse era desconhecer que a de um bloqueio pelas esquadras das<br />
igreja I<br />
Resistencia não se melte á cara de potências.<br />
Tantas sam as vergonhosas pe ninguém. As qualidades d'um jorna Como receberá êsse ultimatum a<br />
ripécias de fraudes, de roubos e as- sam as dos seus redactores; e os da altivês da pequena mas atrevida naneiras,<br />
que alli se acham incrusta Resistencia, sabe-o bem o sr. dr. ção ?<br />
das, que o monumento dos Jerony Affonso Costa, a ninguém se sub- Diz-se que o rei da Grécia de-<br />
mos, no futuro, ha de representar meltem.clarou<br />
preferir abdicar a receber<br />
duas épochas notáveis na vida da<br />
Por isso, o illustre professor e imposições humilhantes. E que,<br />
sociedade portuguesa: o esplendôr<br />
talentoso republicano não podia di- por isso, as potências recuarão.<br />
do seu engrandecimento no século<br />
zer tal coisa.<br />
Será verdade que a Inglaterra, a<br />
XVI, e o aviltamento da sua deca<br />
Foi invenção do Tribuno. Rússia, a A+tanantia; a França,<br />
déncia nos tempos que vamos atra<br />
recuem perante a resolução do rei<br />
vessando.<br />
x<br />
Jorge ?<br />
Aquelle sorvedoiro de centenares<br />
de contos de réis synthetiza a ín- E ponto final. Conhecêmos bem<br />
Vê-lo-hêmos; oxalá, porém, que<br />
dole da administração pública e a o jôgo do Tribuno Popular. Não lh'o<br />
não tenha de sacrificar-se a integri-<br />
devassidão mora] dos ambiciosos farêmos.<br />
dade de um país generôso e forte<br />
aos interesses das potências euro-<br />
que nada respeitam!<br />
pêas.<br />
E tudo assim! E em toda a parte<br />
Divergem ainda sobre tal e tam<br />
A obstinação renitente das res- O venerando jornalista conimbri- momentoso assumpto as opiniões<br />
taurações em monumentos de Coimcense sr. Martins de Carvalho, a dos differentes gabinetes.<br />
bra, que parecia inexplicável, vae quem as idêas liberaes devem uma A Inglaterra pede a autonomia<br />
se descobrindo pouco a pouco que defêsa tenaz durante toda a sua para Creta, sob a simples protecção<br />
abrigava cálculos e esperanças de vida pública, foi nomeado sócio ho- da Sublime Porta. A Áustria, a Al-<br />
conveniências futuras!<br />
norário e de mérito do Grémio Delemanha, e porventura a França e<br />
Ora ahi está como tudo camimocrático Occidental, associação re- a Bússia, pedem um simples simunha!.<br />
..<br />
publicana de Lisboa.<br />
lacro d'essa autonomia, por isso que<br />
não querem lesar a integridade da<br />
suzerania turca, sobre Creta.<br />
0 partido republicano hcspanhol<br />
Cuba<br />
E' possivel, porém, que venham<br />
a harmonizar-se essas divergências<br />
Em Rens celebrou-se no dia 20 do Para que se dê mudança sensí-<br />
corrente uma importante reunião dos<br />
e que breve seja proposta uma acção<br />
vel no estado da guerra debatida<br />
representantes de quasi todos os repu<br />
decisiva commum.<br />
nos plainos da Grande Antilha, crê<br />
blicanos da Catalunha.<br />
Ahi fui declarada a urgência da fu- mos ser sufficiente a subida ao po- Esperêmos e veremos depois o<br />
que sáe de tam ingente montanha.<br />
. 0 .<br />
EM HESPANHA<br />
A nova attitude tomada pelos<br />
republicanos hespanhóes, e a que<br />
em outro logar nos referimos, está<br />
produzindo na familia republicana<br />
íespanhola um vivo enthusiasmo.<br />
recomeçando as ameaças á integri- A' iniciativa tomada pela Catadade<br />
da soberania da Hespanha unha, a região das grandes dedi-<br />
naquella ilha, chegando a apresencações patrióticas, onde tem florestar-se<br />
uma proposta de declaração cido sempre o mais ele\ado civismo,<br />
de guerra á nação vizinha e ás suas seguiu-se em toda a Hespanha um<br />
colónias.<br />
intenso movimento de sympathia<br />
Os resultados, porém, de todas iela união de todos os grupos re-<br />
estas danças e contradanças na comblicanos num grande partido naumna<br />
lhermométrica das paixões, cional, que leve o país, pela integra-<br />
tia muito que estám previstos. rão das orientações parciaes numa<br />
Comprehende-se muito bem que fórmula única do critério republi-<br />
os póvos opprimidos attinjam a cano, á realização das suas aspira-<br />
edade da sua emancipação. Cuba é ções generosas.<br />
um d'elles.<br />
Como que uma vida nova anima
e impulsiona os republicanos da<br />
Hespanha Ioda, e senle-se a palpi-<br />
tar, através das notícias que nos<br />
dam os jornaes hespanhoes, a esperança<br />
a reviver e a radicar-se a<br />
confiança numa victória próxima.<br />
La Justicia synthetiza o estado<br />
actual do republicanismo em Hespanha,<br />
do seguinte modo:<br />
«A hoste republicana tem-se<br />
mostrado mais fórte, mais vigorosa,<br />
do que nunca. D'antes adorava-se<br />
a Republica nos altares<br />
de cada igreja, e officiava de<br />
pontífice máximo um homem illustre<br />
em cada parochia. Hoje,<br />
tudo está mudado. As nossas<br />
personalidades mais distinctas<br />
acudiram á praça pública, todas<br />
reunidas, confessando nobre e<br />
valorosamente as suas divergências,<br />
mas obrigando-se todos a<br />
acatar a decisiva deliberação do<br />
pôvo soberano.»<br />
Porque é ao pôvo, á opinião pública<br />
unânime, que se deve a integração<br />
das diversas facções republicanas<br />
de Hespanha num partido<br />
único.<br />
E conclue o mesmo orgão republicano<br />
:<br />
«Não durmâmos; trabalhemos<br />
incessantemente com ordem e discrição.<br />
A victória será nossa, decisiva,<br />
e não tardará muito a alcançar-se.»<br />
Republicanos portuguêses:—Não<br />
durmâmos; trabalhemos, que a victória<br />
será nossa.. .<br />
E, como lá, não tardará muito a<br />
alcançar-se.<br />
. 0 .<br />
Notícias diversas<br />
As obras da restauração no claustro<br />
da Sé Velha puseram a descoberto um<br />
edículo fechado d'alvenaria e encimando<br />
provavelmente uma sepultura, e um<br />
pequeno nicho de lavor românico com<br />
dintel cuja decoração se encontra bastante<br />
deteriorada. Encontraram-se além<br />
d'isso enbebidas na parede inscripções<br />
tumulares dos séculos XIII e XIV, exemplares<br />
curiosos de epigraphia nacional.<br />
Uma das inscripções acha-se já mutilada.<br />
O nosso collega A Voz de Chaves interrompeu<br />
desde o dia 7 a sua publi-<br />
24 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'am forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos capítulos:<br />
A miIIlia entrada — A vida na cadeia — História do limoeiro—©<br />
timoe ro lioje—O regulamento - - O» presos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />
— «cenas de sangue — As prisões e o absolutismo—Mo<br />
tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />
prisão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5 0 0 RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RDA FERREIRA BORGES —130<br />
1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
1 50, Rua Ferreira Borges, S2 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
C O I M B R A<br />
fal HvifaflnllM • 6rande depósito da Companhia Cabo Monlidl<br />
njfuIaUlitd.<br />
d'obras.<br />
dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
Silva de<br />
Flprtririrtarip p Ántira Agéncia da casa Ram f á .<br />
uluulllulUaUu C upuua Lisboa, constructores de para-raio&,<br />
campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
Tintac nnra nintnrflc Alvaiades, óleos, agua-raz,crés, gesso<br />
lluiaa pttia pilliuiao. vernizes, e muitas outras tintas e<br />
artigos para pintores.<br />
fimontne' In S lês e Gabo Mondego, as melhores qualidades<br />
vllllCIllUS. qU0 se empregam èm construcçôes hydraulicas.<br />
nivorcnc Bande J as ) oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
UIíOlSUS. nhos e torradores para café, máchinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame<br />
zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />
as qualidades.<br />
Ferragens para construcçôes:<br />
Lisboa e Porto.<br />
De ferro e arame primeira qualidade com grandes<br />
descontos.—-Aviso aos proprietários e mestres de<br />
obras.<br />
Cutilaria:<br />
Faqueiros:<br />
Cutilaria nacional e extraageira dos melhores au<br />
ctores. Especialidade em cutilaria Rodgers<br />
Crystofle, metal branco, cabo d'ébano e marfim<br />
completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães.<br />
Louças inglêsas, de ferro: X<br />
mesa, lavatorio e cozinha.<br />
Armas de fogo* Caral;)inas de re P ets P a ° de 12 e 15 tir ° s » re<br />
volvers, espingardas para caça,os melhores<br />
systemas<br />
Filtro-Mallié *<br />
de porcellana taiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & G. 1<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
f/01 indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ® 0 réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Jorges.<br />
Antonio da Cruz Machado —Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
). Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja daChina, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />
José Mesquita —Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira,<br />
Jorges.<br />
BICO AIER<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
50 °lo DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
L U Z A L V I S S I M A<br />
Encommendas:<br />
a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />
COIMBRA<br />
6 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v ^Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA—80<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéncia da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
Éditos de 30 dias<br />
(2. a publicação)<br />
8 Mo Juizo de Direito de Coimil<br />
hrae cartório do escrivão<br />
do 5.° officio, correm éditos de<br />
30 dias, a contar da segunda e<br />
última publicação do annúncio,<br />
citando Fraucisco Martbo e mulher,<br />
cujo nome se ignora e José<br />
Martho, solteiro, ausentes em<br />
parte incerta, para na qualidade<br />
de herdeiros de seu fallecido<br />
pae Antonio Simões Grácio, morador<br />
que foi no logar e freguezia<br />
do Ameal, assistirem a<br />
todos os termos do inventário<br />
de menóres a que neste Juizo<br />
se procede por obito d'elle.<br />
Verifiquei.<br />
0 juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
COIMBRA<br />
9 ffonsiiltas todos os dias<br />
V das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanchez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz sabei- ao ptlblico em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
regulamento. '<br />
Também installa e concerta<br />
telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
aliançados.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
11 VTende-se a casa n.° 12,<br />
w na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedrancha<br />
12 Mtidoti-se para a rua do<br />
«1 Loureiro.<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart.—3QQ.<br />
Topico contra a coqueluche<br />
Medicamento efficaz<br />
Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
Á venda nas principaes pharmacias.<br />
Depósito em Coimbra: M.<br />
Nazareth
N." 212 COIMBRA—Quinta feira, 4 de março de 1897 3.° ANNO<br />
Os embustes da situação<br />
Sam horas<br />
YERDÃDES<br />
narchia tenha servidôres dedicados,<br />
que falia, atirando, em cada rythmo,<br />
se supprimirem os altos preços por<br />
um grito de ódio, e, desenrolando,<br />
que lhes é paga, á custa do país, a Regimen de escravos. O cacête em cada aspiração, um sonho ar-<br />
especulação das opiniões!. .. miguelista fundiu-se no sabre da dente de Justiça.<br />
A Província, jornal governamen-<br />
A todos se afigura distinctamente j<br />
Dois princípios únicos pódem<br />
polícia. A carta constitucional nem — Sam horas, sam horas! tal, aprecia, em carta de Lisboa, os<br />
a approximação lúgubre do derra-!<br />
mesmo chega a ser uma carta d'al- Todos o sentem, todos o dizem... últimos decretos dos ministros do<br />
levar á defesa pertinaz d'uma causa:<br />
deiro termo da tragicomédia consforiía!<br />
Que todos o cumpram: sam horas! reino e obras públicas, e do revolu-<br />
a convicção, para os puros; e o intitucional.<br />
Regimen de escravos. Desfazemcionário<br />
d'ha dois annos, hoje miteresse,<br />
para os venaes!<br />
se, nesta atmosphera azul que a<br />
nistro da justiça.<br />
Condemnada a uma irremediável<br />
Quem é que hoje neste país, de- Liberdade chegou a atravessar numa O estado da política em Coim- Sabe-sejá o que sam êsses dois<br />
ruína, a insensibilidade da nação,<br />
pois de tam dilatada experiência auréola gritante de triumpho, os bra lembra o fervet opus de Virgilio. decretos. IJm, diz respeito á ques-<br />
desalentada e supersticiosa, vê des-<br />
sonhos de 20, as chimeras doura- Franquistas d'um lado e governo tam operária; outro, aos abusos de<br />
monárchico-conslilucinal; de tantos<br />
lisar os acontecimentos, sem querer<br />
das dos revolucionários.<br />
do outro, não perdem um minuto liberdade d'imprensa.<br />
annos dedesmoralização, de traições,<br />
pensar no dia de ámanliã.<br />
É que, imbecis e maus, esses que no desenvolvimento da mais exlra- Pois, a respeito d'aquelle, no seu<br />
de perjúrios, de humilhações, de nos apontam ao peito as armas da nha actividade.. . que bom seria se exórdio preliminar, diz o nosso<br />
Parece que todas as energias se<br />
sacrifícios e de ruína, crê piamente municipal, e nos vibram á cabeça a fôsse aproveitável em coisa de valor. collega:<br />
embotaram na alma da nação; e<br />
que este regimen possa dar outros cutilada traiçoeira dos sabres, não Mas, afinal, tudo isto para quê?<br />
que confiadamente espera que por<br />
fructos, que não sejam estes? vêem que acordam em todos os co- Para ser eleito o sr. Maltoso Côrte «Sabe toda a gente que o governo<br />
regenerador, pela sua incúria e pelo<br />
uma encarnação sobrenatural, o lenrações<br />
as energias de Sparlaco, e Real ou o sr. Ayres de Campos, ou seu desleixo, deixara agglomerar na<br />
Quem acredita que os acontecidário<br />
D. Sebastião, o mystico En-<br />
fundem o nosso sangue em labare- qualquer outro, que tanto vale... . capital mais de 6:000 homens, a<br />
mentos possam mudar de rumo, sob<br />
coberto, seja o salvador da pátria<br />
das quentes de Revolta.. .<br />
Um tanto desalentados uns, cheios pretexto de procura de trabalho.»<br />
este regimen de podridão, que cor-<br />
arruinada e o restaurador das li-<br />
Maus, sem dúvida; mas imbecis, de enthusiasmo outros, mas anima-<br />
f<br />
rompeu e falsificou os caracteres, também... dos da melhor boa vontade todos, E verdade que se sabe tudo isso.<br />
#<br />
berdades affrontadas!<br />
ei-los por ahi em correrias desen- Mas também não é menos verdade<br />
para poder dominar ás cegas, na<br />
Nem o povo, nem o exército,<br />
freadas de galopinagem eleitoral, os que toda a gente sabe que o minis-<br />
criminosa imprevidência do futuro?<br />
x<br />
nem a armada!...<br />
franquistas contra os regeneradores tério progressista, ao subir ao podêr,<br />
Depois de todas as mentiras,<br />
Que vam publicar o balanço<br />
da velha guarda de braço dado com longe de estudar convenientemente<br />
De braços cruzados, offegantes e<br />
vêm todas as violências. Após a<br />
exacto do país!. .. Impostôres!<br />
os progressistas.<br />
essa questão, foi differindo para oc-<br />
lastimosos, todos temem o último<br />
nomeação de pmbaixador em Lon-<br />
Veremos se nesse relatório vêm<br />
baque d'esta náu desarvorada nos<br />
dres do Soveral que os progressis-<br />
E é de vêr uns e outros, em que casião opportuna a solução d'um<br />
mencionados os milhares de contos tas alcunharam de traidor e vendi-<br />
se irmanam os chefes com os galo- problema em que se debatem êsses<br />
cachopos que a cércam; e nesse<br />
das viajatas régias; dos presentes do, vem a pranchada dos janízaros<br />
pins que para mais nada servem. desgraçados, sem pão para comer e<br />
baque o casco aberto e desconjun-<br />
nupciaes e do luxo oriental, que<br />
depois d'essa torrente caudalosa de O sr. dr. Luís Pereira da Costa sem energia para se impôr.<br />
clado lançará na miséria irremediá-<br />
figuras de rhetórica, onde sobre- por um lado, o sr. dr. Pereira Dias Obrigou-o a danças e contra-<br />
deslumbrou as côrtes extrangeivel<br />
e na voragem de perigos desnadava<br />
um grilo mentido e atrai- — (o próprio sr. dr. Pereira Dias, danças de Heródes para Pilatos, de<br />
ras !!. . .<br />
conhecidos a nação, que não soube<br />
çoado— Liberdade — e, onde to- que já foi visto a galopinar!) pelo José Luciano para o governo civil,<br />
protestar, nem resistir!<br />
E em summa, qualquer que seja das as aspirações, parecendo unir- outro, e com estes todos os corypheus d'este para áquelle, durante dias<br />
a ostentação das refórmas de morase numa bailada guerreira pela Pá- de cada grupo, não perdem um mo- consecutivos, alé que, cançados de<br />
Após as violências burlescas e as<br />
lidade e economia, com que se pretria,<br />
iam apenas convergir neste mento.<br />
soffrer tantos vexames, os pobres<br />
fúrias imbecis e lôrpes d'uns dicta-<br />
único ponto escuro — a infâmia do Bem hajam. Que no meio d'esla<br />
operários se viram na dura necestenda<br />
illudir a opinião, tudo isso<br />
dores ridículos, entram em scena os<br />
poder, com a quebra de todos os lucta, só tem a lucrar a cidade de<br />
sidade de reclamar, em bando, a<br />
será fantasmagoria pura e inútil.<br />
progressistas, burlões de sempre,<br />
compromissos.<br />
Coimbra. . .<br />
protecção moral de todo o público<br />
Escusa de se cançar a deslealdade<br />
Dizem elles. O que não dizem<br />
honesto.<br />
sem plano e sem princípios, ambi-<br />
E como isto não é um facto iso-<br />
progressista!<br />
é onde está o lucro.<br />
E entam, vendo-se denunciado, o<br />
lado, porque é de todos os goverciosos<br />
desprestigiados, sem cohe-<br />
governo mandou acutilar as víctimas<br />
Nenhum partido monárchico, nem nos durante o período, já longo,<br />
da sua imaginação galhofeira.<br />
réncia e sem escrupúlos.<br />
os hermapliroditas exlraparlidários, do constitucionalismo português, Vam tirando carta de seguro os E ha quem diga que êsse encon-<br />
Fóra do poder, tam illógicos e<br />
têem auctoridade moral, nem força<br />
esla a razão por que, vendo os ho- progressistas. A derrota, vêem-na tro de famintos e assalariados não<br />
grosseiros no desacato ao thrôno,<br />
mens da monarchia através o pris-<br />
para conter dignamente e a sério a<br />
imminente.<br />
teve importância!...<br />
como subservientes e ascosos, com<br />
ma infamante das suas villanías, a A culpa — os recenseamentos. Se a brutalidade dos janízaros<br />
voracidade dos ambiciosos, dos eter- nossa alma arrefece, enjoada, an-<br />
as pastas sobraçadas, na baixeza<br />
O Tribuno Popular prometle a da polícia a não allestasse, affirmanos<br />
exploradores, parasitas insagustiada. perante o rei.<br />
êste respeito — amplo desenvolvila-hiam bem alio as razões porque<br />
ciáveis do thesouro público!<br />
Por isso, antes mesmo de uma mento.<br />
tal conflicto rebentou.<br />
As fardas ministeriaes parecem<br />
E por essa razão que a sua pró- questão de princípios, apparece- E' pena que elle não possa oc- Viu-se mais uma vez á evidência<br />
fardas de lacaios!...<br />
pria obra os ha de fatalmente annos,<br />
no reverso, a necessidade da cupar-se desde já d'êste assumpto que a Fome, quando escarnecida,<br />
O partido progressista, ao as-<br />
proclamação da República, como<br />
niquillar. Como a túnica de NessoL.<br />
com a larguêza que elle pede.... não treme ante os revólveres da<br />
sumir o mando, começou por capi-<br />
uma questão de moralidade. ao Tribuno. Ficámos esperando. polícia e os gumes das espadas.<br />
Vam cair os pequenos e despro- Convençâmo-nos d'isto, e de que<br />
tular perante o poder pessoal. tegidos debaixo do culéllo das eco- a urgência é imperiosa...<br />
A adversidade não os corrigiu e nomias! Os grandes que mais ab- Talvez seja até de momento... Bem o suppunhamos nós ao es- A propósito do outro, do decreto<br />
recomeçáram já os processos de sorvem, esses ficarám indemnes! De momento, sim, porque, hoje, crever hontem o nosso artigo prin- do sr. Beirão, afina o seu realejo o<br />
trapaça!<br />
E isto que prevêmos e que re-<br />
que todas as esperanças nos lacaios cipal; razão tivemos em mostrar a mesmo correspondente, pela se-<br />
Os altivos de hontem recebem<br />
do rei, fugiram, já, em debandada, nossa desconfiança sobre o alcance<br />
pugna !<br />
guinte forma:<br />
todos os olhares angustiosos que do apregoado decreto de reorgani-<br />
hoje de joelhos as ordens do rei, E isto que revolta!<br />
se atirem ao futuro serám um sazação financeira do país. Esperavam «O illustre ministro acabou assim<br />
que tantas vezes têem aggredido<br />
crilégio, quando os braços se não os ingénuos da política revelações com a censura prévia e d'óra avante<br />
terá o jornalista, em vez de per-<br />
com motejos e ameaças!...<br />
preparem, e os corações se não in- terminantes, com que o apregoado seguição accintosa, quando, em ar-<br />
Aos nossos collegas cendeiem.<br />
relatório elucidasse tantos pontos tigo apaixonado, excede os limites<br />
Pela gentilêza que tiveram de<br />
Não sam já, apenas, os princí- escuros da tenebrosa situação finan- reguladores da lei da liberdade de<br />
Dizem que vam salvar as finan- cumprimentar o nosso jornal pelo<br />
pios a impulsionarem-nos, sam os ceira do país; esperava-se que elle imprensa, um aviso do representanças<br />
e depurar os orçamentos! E<br />
seu 3." anniversário, os nossos agra-<br />
factos que, na brutalidade da sua viesse desvendar escândalos que se te do ministério público. E' inútil<br />
encarecer a alta significação do pedecimentos<br />
a todos os collegas da<br />
evidência, reclamam todos os nos- aninham nos esconços da adminisríodo que deixámos transcripto».<br />
com a mesma faca que d'uma vez imprensa.<br />
sos esforços, chamam toda a nossa tração pública.<br />
serviu á salvação pública para re-<br />
energia.<br />
Nada d'islo succedeu. Affirma-se E ambigua esta apreciação.<br />
Aos que tiveram para com a Repugnantes<br />
e gratuitas iniquidades, sistencia palavras de affeclo o nos-<br />
Ao facto, pois. Á realidade com o que de ha muito todos sabem já, Quer-nos parecer que o auctor<br />
irám ser agóra condemnados á miso reconhecimento mais sincero.<br />
todos os seus perigos, mas com uma e de mais para desgraça nossa. Que não a faz a sério, e esmaga o tal<br />
grande glória, também—a salva- a situação financeira e económica do decreto com o puncção d'uma ironia<br />
séria os pequenos empregados de<br />
ção da Pátria.<br />
país é tenebrosamente angustiosa. verdadeiramente cruel.<br />
dezoito vinténs diários, denegados Corre á última hora que o sr. Sam horas: mostrou-o o Hintze Sobre providências economicas, Ou entam, quem escreveu aquel-<br />
os seus serviços e direitos, para os João Franco se propõe candidato Ribeiro.<br />
disposições destinadas, como as prelas linhas não é um jornalista e<br />
grandes comedôres, — salva a mas- pelo círculo de Coimbra.<br />
Sam horas: mostra-o, ainda, José cedentes, a terem vida no papel só- não pôde comprehender a offensa<br />
carada do momento, — continuarem<br />
E porquê?<br />
Luciano.<br />
mente.<br />
que taes disposições envolvem á<br />
Indignação da maior parte... Sam horas, sam horas!<br />
Esta a impressão d'uma leitura rá- dignidade profissional.<br />
na lauta orgia dos dinheiros pú-<br />
Que menos vale êste do que os Não é um sonho que nos toma, pida. Veremos, contudo, mais deti- Esta é que é a verdade.<br />
blicos.<br />
outros ? E que menos valem os ou- nem uma alvorada que nos cega. E damente, o que de tam famigeradas Taes coisas nunca se dizem a<br />
Quem é que hoje crê que a motros do que êste?<br />
o grande coração da nossa Pátria providências temos a esperar. sério e muito menos se escrevem; por
isso, o sr. Beirão foi simplesmente<br />
ingénuo.<br />
Imagine-se um jornalista avisado<br />
por um funccionário público, da seguinte<br />
fórma: «Se tornar a fazer<br />
outra, metto-o na cadêa». Como<br />
qualquer papá: «Se tornar a dizer<br />
isso, leva com a palmatória»; e o<br />
menino, com muito mêdo: «Perdoerme<br />
por esta vez...».<br />
E vergonhosamente ridículo o<br />
decreto que tal estabelece.<br />
Bem nos queria parecer que alguma<br />
coisa de genial e de inspirado<br />
havia de sair do bestunto d'um bacharel,<br />
que tem dois pontos de con<br />
tacto com o corregedor: o Francisco<br />
e o Veiga.<br />
Falta-lhes só o Maria e o Beirão<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
0 centro franquista<br />
' Noticiámos no último número a<br />
ida a Lisboa d'uma commissão de<br />
legada do centro franquista; lêmos<br />
agora no orgão d'esse centro<br />
mensagem que a commissão entregou<br />
ao sr. João Franco.<br />
Transcrevemos alguns períodos:<br />
«Já v. ex. a saberá que um grupo<br />
importante e numerosíssimo de partidários<br />
da política regeneradora,<br />
no concelho de Coimbra, resolveu<br />
dar unidade e cohesão aos seus esforços,<br />
preparar a realisação das<br />
suas legítimas aspirações, cooperar<br />
numa palavra para a manutenção<br />
da preponderância do seu partido;<br />
e para este fim se constituiu em aggremiação<br />
pública e solidáriamente<br />
organizada, escolhendo como centro<br />
natural do seu grémio, como força<br />
inspiradora das suas deliberações<br />
Mas não é só o sr. Ayres de<br />
Campos, entre os signatários da<br />
mensagem, que tem dado eloquentes<br />
provas da coheréncia e lealdade<br />
partidária! E' bem conhecida a história<br />
política d'outro que andou a<br />
flanar pela esquerda dynástica e<br />
passou para o sr. João Franco,<br />
quando elle estava no poder, cedendo<br />
também ao impulso exclusivo de adorar<br />
o sol que nasce.<br />
Estes factos põem em evidência<br />
a importância, a alta significação<br />
do acto que acabam de praticar<br />
alguns regeneradores, indo entregar<br />
ao sr. João Franco uma mensagem,<br />
quando elle está na opposição, mas<br />
em que se lhe communica a sua<br />
escolha para presidente d'um centro<br />
que se constituiu quando olle estava<br />
no poder.<br />
Deixêmos decorrer mais alguns<br />
mêses, e veremos o culto que prestaram<br />
ao sr. João Franco os que hoje<br />
CIESIEIT-^<br />
Caminha, emfim, para uma so<br />
lução, a questão do Oriente.<br />
Essa solução, porém, está muito<br />
longe do que poderia prevêr-se no<br />
comêço da pendência, e mais longe<br />
ainda do que deveria esperar-se da<br />
intervenção das potências europêas<br />
que blasonam de civilizadas, quan-<br />
do os seus actos estám fóra da órbita<br />
de tam decantada civilização.<br />
A consummar-se a brutalidade<br />
É possivel, porém, que nenhum<br />
d'estes pedidos seja escutado, e que<br />
os canhões das esquadras alliadas<br />
sejam a única resposta ás indignações<br />
d'um povo tam pequeno quam<br />
enérgico e destemido.<br />
x<br />
Eis o que nos dizem os últimos<br />
telegrammas:<br />
AíSieasas, 2, t. — Segundo noti-<br />
cias officiaes, Candano caiu hoje nas<br />
mãos dos christãos. Em Ganêa a tomada<br />
de Candano sobreexcitou os musulmanos,<br />
os quaes, apesar da opposição do<br />
kaid, pediram ao vice-consul da Grécia<br />
para intervir a favor dos sitiados de<br />
Candano. O vice-consul acceitou sob a<br />
condição de que os almirantes lhe<br />
forneçam os meios de ir a Sulino. No<br />
fim da reunião dos cônsules o viceconsul<br />
grego foi auctorizado a partir<br />
pura Candano a bordo d'um navio de<br />
guerra extrangeiro.<br />
Camara dos deputados. — O sr. Deiyaimis,<br />
presidente do conselho, condemnou<br />
severamente o cariliouêo de<br />
domingo passado, sendo muito applaudido<br />
por toda a câmara; accrescentou<br />
que protestara logo junto das potências<br />
contra êsse facto; censurou o bloquêo<br />
de Ciéta, e pôz a questão de confiança,<br />
moção que foi approvada por 125<br />
votos contra 24. Abstiveram-se de<br />
votar 2 membros da maioria.<br />
Cauê», 8, u. —Os almirantes<br />
decidiram collocar Selino e Candano<br />
sob a protecção das potências.<br />
_ Os gendarmes turcos, a quem não<br />
fô"a pago o pret, revoltaram-se contra<br />
os seus officiaes que tinham recebido<br />
os soldos, e mataram o coronel. Acudiram<br />
os destacamentos italiano e<br />
allemão, que fizeram fogo, até que os<br />
gendarmes capitularam.<br />
Londres, m. — 0 márquez de<br />
Salisbury disse na sessão da câmara<br />
dos lords que a política geral relativamente<br />
à questão de Creta é conforme<br />
aos intuitos das potências, salvo o que<br />
respeita á retirada das tropas gregas<br />
d'aquella ilha; o dever das potências<br />
é manterem o estado de coisas actual<br />
em Creta alé que se ache uma solução<br />
pacifica; e accrescentou que a autonomia<br />
de Creta é coisa decidida.<br />
O sr. Curzou fez na câmara dos communs<br />
declaração idêntica.<br />
Casica, 2, t. — Os cônsules, os<br />
almirantes, o governador e vários beys<br />
pstam em conferência a bordo do<br />
Stromboli, sôbre a sorte da guarnição<br />
de Candano.<br />
Paris, 8, M. —Diz uma nôta da<br />
Agência Havas que as duas nótas colectivas<br />
dos embaixadores, relativas ao<br />
novo regimen de Creta e â retirada<br />
das tropas gregas, notas cujo texto ó<br />
idêntico, fôram já entregues em Constantinopla<br />
e Athenas.<br />
CECÍLIO DE SOUSA<br />
— uma gloriosa personificação do<br />
Surprehendeu-nos dolorosamente partido regenerador, um nome res-<br />
a notícia da morte do enérgico e peitado e sem mácula, como é hoje<br />
consciencioso jornalista Cecílio de e ha de ser sempre o do ex.<br />
Sousa, director político do nosso<br />
collega Folha do Povo, de Lisboa.<br />
Desde muito novo que militava<br />
entre as fdeiras do partido republicano,<br />
de que elle era um dos elementos<br />
mais sinceros e dedicados,<br />
tendo sabido manter-se, sempre,<br />
inalteravelmente, numa linha de<br />
conducta verdadeiramente intransigente.<br />
Declarado francamente republicano<br />
numa épocha em que êsse<br />
facto equivalia a um repto lançado<br />
ás faces d'uma sociedade em via<br />
de dissolução, viu-se salteado por<br />
todos os revezes da sorte; dedicouse<br />
então á arte typográphica, para<br />
delia auferir os proventos indispensáveis<br />
a uma existencia de<br />
lucta e dissabores.<br />
Foi entam que fundou o seu<br />
primeiro jornal o Trinta Diabos, de<br />
parceria com outros seus companheiros<br />
de trabalho, incitados á<br />
lucta pelo exemplo de tenacidade e<br />
perseverança de Cecílio de Sousa.<br />
Desde essa épocha, começou trabalhando<br />
sem descanço, fazendo da<br />
sua penna um azorrague cortante<br />
que ia ferir bem fundo as carnes<br />
putrefactas dos fustigados.<br />
Fraco e doente, jámais a sua<br />
energia se abateu ante a imminéncia<br />
do perigo que a Morte já de ha<br />
muito lhe vinha annunciando.<br />
Por tudo isto, a sua morte torna-se<br />
deveras sentida para todos<br />
nós que julgávamos poder contar<br />
com os seus mais dedicados esforços<br />
para o bom êxito da causa que<br />
defendemos.<br />
E é por tudo isto que nós vimos<br />
depôr sobre a campa do illustre<br />
extinclo, as nossas mais sinceras<br />
homenagens, lamentando, do fundo<br />
d'alma, a pêrda de mais este companheiro<br />
de lucta.<br />
Noherlesoom diz no seu último boletim<br />
metereologico que nos primeiros<br />
dias d'êste mês a depressão no<br />
golpho da Gasconha produzirá chuvas<br />
nas regiões de NO. e N.<br />
No dia 2 haverá mais chuvas, chegando<br />
até ao centro de Hespanha, com<br />
vento SO. e NO.<br />
No dia 3 a tempestade passará do<br />
golpho da Gasconha ao Mediterrâneo,<br />
e no dia 7 haverá vento e chuva desde<br />
Portugal ao centro da Hespanha.<br />
No dia 8, depressão ao norte de<br />
Portugal para o golpho de Gasconha,<br />
e nos dias 9 e 10, tempestade no Mediterrâneo.<br />
O período mais importante para a<br />
nossa península será de 11 a 15, com<br />
temporaes do sul e norte; frio, vento<br />
e chuva,<br />
mo conselheiro<br />
João Franco.<br />
A importância, a alta significação<br />
d'este facto não passará desapercebida<br />
no nosso pequeno meio social<br />
. e decadente, em que tantos interesses<br />
feridos, tantas ambições illegítimas,<br />
convergem hoje no empenho<br />
exclusivo de adorar o sol que nasce,<br />
reservando a aggressão cobarde para<br />
ferir os que deixaram as cadeiras<br />
do poder.<br />
E' na presente situação politica,<br />
num período de aberta e leal opposição,<br />
que os regeneradores de<br />
Coimbra nos enviam perante v. ex. a<br />
do ultimatum á única nação que,<br />
por fraca e impotente, melhor soube<br />
comprehender a verdadeira delicadêsa<br />
dos sentimentos d'um pôvo<br />
opprimido, não faltarám motivos<br />
para invectivar os gabinetes das<br />
nações do velho mundo, que-tam<br />
covardemente se precipitaram no<br />
campo da violência, sem atlenderem<br />
ao verdadeiro papel, que de-<br />
vêem nelle uma gloriosa personificaveriam<br />
desempenhar, intervindo nos<br />
ção do partido regenerador, um nome destinos d'uma nação bárbara e fa-<br />
respeitado e sem mácula, se, como zendo-a recuar os seus limites para<br />
tudo leva a crer, elle deixar de ter além das fronteiras da Europa.<br />
no partido a injustificável importân- Verdadeiramente ridículas as precia<br />
que lhe foi dada emquanto tensões das cinco grandes polén<br />
esteve no poder.<br />
cias medianeiras, e profundamente<br />
Voltar-lhe-ham immediatamente lamentaveis as resoluções diplomá<br />
as costas, para adorarem o sol que liças, que vieram encher de assom-<br />
nasce.<br />
bro todos OÃ que esperavam algu<br />
Sam assim os servos da monar- ma coisa de sympáthico e nobre de<br />
chia.<br />
toda essa contradança de esquadras<br />
e soldados!<br />
Mais uma vez surgiu, como terrífico<br />
espectro, o espantalho do<br />
O célebre Cecil Rhodes, que está mêdo.<br />
sendo julgado por uma commissão E é tal a confiança que se per-<br />
da câmara dos communs, deu a enmutam as nações europêas, que<br />
para lhe assegurar a sua inquebrantender aos seus amigos e defensotável<br />
fé, a sua incondicional adhe-<br />
qualquer inoffensiva bichinha de<br />
res que havia uma tríplice alliança<br />
são a tudo quanto se tentou fazer<br />
rabiar vae pôr em sobresalto os<br />
concluída entre a Allemanha, Por-<br />
em beneficio real do país».<br />
grandes estadistas, e relembrar hytugal<br />
e o Transwaal ácêrca da Afripótheses fatídicas que Deus permit-<br />
Estava o sr. João Franco no poder ca austral.<br />
ta se não realizem.<br />
quando se organizou o centro fran- Duvidamos de que assim succe- D'ahi, o simulacro de concórdia<br />
quista, sendo para muitos que o da. A Inglaterra não levaria isso a de que o exemplo dagora é panno<br />
escolheram como centro natural do bem e ninguém desconhece as ín- d'amostra.<br />
seu grémio, como força inspiradora timas relações que ha entre o sr.<br />
das suas deliberações, uma verdadeira D. Carlos e a rainha de Inglaterra.<br />
x<br />
surprêsa a queda do ministério em Junte-se ainda, se preciso fôr, que A opinião pública, em Paris, rnos-<br />
que o sr. João Franco deu as mais o ministro de Portugal em Londres tra-se preoccupãda com o coriflicto<br />
evidentes provasd'uma imbecilidade é o sr. Soveral, que, segundo as de- suscitado entre a Grécia e a Tur-<br />
extraordinária ao serviço d'uma amclarações feitas em tempo pela imquia por causa de Creta.<br />
bição desmedida e sem os mínimos prensa republicana e progressista, Beceia-se que surjam graves in-<br />
vislumbres de puJôr político. Uma está implicado nos negócios da South cidentes na fronteira turco-grêga, e<br />
verdadeira surprêsa, que abalou a Africa.<br />
que, nesse caso, seja impossível á<br />
sua fé inquebrantável, a sua incon-<br />
Europa pôr-se de accôrdo ácêrca<br />
dicional adhesão, a ponto de alguns<br />
dos meios para sanar um conflicto<br />
não occullarem a mágua profunda Os estudantes da Academia Polyié- que poderia extender-se a lodos os<br />
chnica do Porto, como se sabe, em vir-<br />
que lhes ia na alma por se haverem<br />
tude dos lamentáveis conflitos suscita- países gregos submeltidosáTurquia.<br />
fdiado no centro franquista. E se dos entre elles a policia ás ordens do No caso de impossibilidade de<br />
a commissão que foi a Lisboa en-<br />
O Carnaval passou insipidíssimo<br />
director, haviam resolvido não voltar tal accôrdo, a guerra europêa paretregar<br />
ao sr. João Franco o diploma<br />
e muilo semsaborão.<br />
às aulas emquanto não lhes fossem dace inevitável.<br />
de sócio honorário quizesse dizer das as devidas satisfações; acabam ago<br />
Como a prosa do Tribuno Popu-<br />
toda a verdade, communicar-lhe hia ra de concordar na terminação da pa-<br />
X<br />
lar, que assim o disse e não menrede,<br />
visto terem sido attendidas as<br />
que no curto período de opposição<br />
iu. .. d'esta vez.<br />
suas justas reclamações.<br />
Parece que o accôrdo das potên-<br />
decorrido já alguns regeneradores<br />
cias, na actual conjunctura, assen-<br />
que haviam adherido ao grupo teta<br />
nas seguintes bases: — 1.° mariam<br />
cedido ao empenho exclusivo de<br />
C U B A<br />
Continúa o nosso vigoroso collega nutenção da integridade do império<br />
adorar o sol que nasce, imitando as- de Lisboa A Marselheza, desvendan- otlomano, ficando, portanto, a ilha Parece que começa emfim a assim<br />
o honróso procedimento do prido<br />
os mystérios da escandalosa de Creta, fazendo parle d'esse imsumir uma certa importância a lumeiro<br />
signatário da mensagem, o<br />
venda de empregos públicos, e fapério j^—2.° autonomia de Creta, cta em que ha alguns annos se<br />
sr. João Maria Corrêa Ayres de<br />
zendo, a tal respeito, revelações sob o governo de uma auctoridade vêem debatendo, em Cuba, os inte-<br />
Campos, que tam dedicado se mos-<br />
esmagadoras.<br />
nomeada pelo sultão, de accôrdo resses d'uma dynastía e as aspiratrou<br />
ao sr. conselheiro Dias Fer-<br />
Apezar de a justiça de bastidores com as cinco grandes potências; ções de liberdade d'um pôvo opprieira,<br />
que o havia feito eleger de-<br />
ter affirmado que os indigitados — 3.° retirada das forças grêgas mido.putado<br />
e presidente da câmara municipal,<br />
pondo-se ao serviço de quem<br />
cúmplices do Estado em taes es- que estám na ilha.<br />
E êsle novo interesse que começa<br />
por vis intrigas o expulsou do poder.<br />
cândalos nada tinham com elle, as Como se vê, um estendal de mi- a despertar nos círculos diplomáti-<br />
provas que começam de ser bem sérias.cos<br />
é consequência fatal da proxi-<br />
E é o sr. Ayres de Campos que claramente adduzidas provam examidade<br />
da ascensão de Mac-Kinley<br />
X<br />
no nosso pequeno meio social e decactamente o contrário aos mais es-<br />
á presidência da Bepública nortedente<br />
pretende dar uma prova de crupulosos.<br />
Segundo notícias de Paris, a americana.<br />
lealdade partidária, elle a quem Posta betr. em relêvo a persona- Grécia, comprehendendo a necessi- Becomeça o ruído dos debates<br />
uma fortuna herdada garantiu a lidade da principal cúmplice do dade de submissão deante da fôrça parlamentares, embora êsse pro-<br />
mais inquebrantável independência Estado, Maria Sande, nenhuma dú- brutal da França, Inglaterra, Allecesso de ataque seja considerado<br />
e que uma vaidade ridícula tem torvida pode restar no espirito dos manha, Áustria, e Bússia, pede que, pelo sr. Olney e seus amigos como<br />
nado um catavento! E o sr. Ayres mais incrédulos sobre a infâmia em ao menos, lhe seja assegurada a prejudicial á causa da insurreição<br />
de Campos que nos vpm dizer que que uma e outra se tornaram soli- posse futura da ilha, e lhe seja per- que a todo o transe querem defen-<br />
ha quem reserve a aggressão cobarde dários.mitlida<br />
a intervenção no estabelecider, com justíssimas razões.<br />
para ferir os que deixáram as ca- E, d'hoje em diante, avisa o mento do novo regimen em Creta, Segundo Olney, sam, por certo,<br />
deiras do poder, elle que tam co- nosso presado collega que as scenas e bem assim na resolução das ques- mais viáveis as negociações diplobardemente<br />
abandonou quem o ha- passam a desenrolar-se a dentro tões que de futuro possam sobremáticas, menos tumultuosas e de<br />
via elevado 1<br />
dos ministérios.<br />
vir.<br />
mais seguros resultados,
Haja visla o indulto de Sanguilly<br />
e a próxima restituição á liberdade<br />
dos cidadãos norte-americanos que<br />
se encontram prêsos, factos êstes<br />
que têm causado o mais vivo regosijo<br />
entre os membros da junta<br />
insurgente.<br />
Apezar, porém, dos conselhos<br />
de Olney, continuam no senado<br />
os debates sobre os assumptos de<br />
Cuba, proseguindo Cali e Morgan<br />
nas suas costumadas invectivas,<br />
accusando de vendidos os que recommendam<br />
prudência.<br />
Este último, num dos seus mais<br />
violentos discursos das últimas sessões,<br />
reclamou a liberdade de Aguirres,^<br />
a indemnisação pelos damnos<br />
e perdas que lhe foram causados<br />
pela sua prisão.<br />
E' possível que todas estas discussões<br />
venham a influir no ânimo<br />
de Sherman, o indigitado ministro<br />
dos negócios extrangeiros, na futura<br />
situação, collocando-o em franca<br />
hostilidade contra as pretensões da<br />
Hespanha.<br />
x<br />
As notícias que lêem chegado do<br />
theatro da guerra carecem de importância.<br />
Apezar de insignificantes,<br />
continuam provando bem á evidência<br />
quam fictícias eram as affirmalivas<br />
de Weyler ácêrca da pacificação<br />
da Grande Antilha.<br />
Deprehende-se mui facilmente<br />
d'essas notícias o facto de os insurrectos<br />
se conservarem na espectativa<br />
das providências que venha a<br />
adoptar o futuro presidente,<br />
x<br />
Com o fim de difficultar a emissão<br />
do novo empréstimo hespanhol, tem<br />
chegado a insinuar-se ao banco de<br />
Paris a conveniência das relações<br />
com o governo da nação visinha.<br />
Tem, mesmo, baixado sensivelmente,<br />
na bolsa d'aquella cidade,<br />
os fundos hespanhóes.<br />
Veremos, talvez bem breve, o<br />
resultado de todas estas complicações,<br />
e o êxito, feliz ou infeliz, dos<br />
esforços sobrehumanos, feitos pela<br />
Hespanha durante a guerra, esforços<br />
que attingem as proporções do sacrifício.<br />
«Districto da Guarda»<br />
Entrou no 21.° anno da sua publicação<br />
êste nosso prezado collega<br />
dn Guarda.<br />
As nossas felicitações.<br />
23 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «& C.<br />
II<br />
Um raio<br />
Não poderei dormir de noite, os pesadellos<br />
perseguir-me-ham e receio<br />
que meus lábios fallem... Oh! os desgraçados!<br />
se elles sabiam... minha<br />
mulher! meus filhos! Oh! suicidar<br />
me-hia!<br />
E Bérard dava grandes passos, olfegante,<br />
sacudindo a cabeça, como se<br />
quisesse expulsar do seu cérebro aquel<br />
la idêa tenaz.<br />
Afigurou-se-lhe de repente que ouvia<br />
passos, calou-se e escutou:<br />
— Que é isto ?, disse elle.<br />
E pegando na luz dirigiu se para<br />
uma pequena escada que ligava os ar<br />
mazens ao seu escriptório particular.<br />
Abre vivamente a porta e vê uma mulher<br />
meio vestida.<br />
—-Que fazes ahi?, perguntou.<br />
w-Senhor, disse Petite,—pois era ella<br />
Os manejos ingleses<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 4 de março de 1897<br />
O Temps acaba de fazer, em carta<br />
de Londres, curiosíssimas revelações<br />
ácêrca dos manejos da companhia<br />
South-Africa por occasião da campanha<br />
contra o famigerado régulo<br />
Gungunhana.<br />
Para não tirarmos, a essa revelação,<br />
o sabôr da originalidade, transcrevemos,<br />
na integra, os trechos<br />
illucidativos da carta inserta no<br />
lemps de 24 do findo mês de fevereiro:<br />
«Principiou hoje a julgar-se<br />
um curioso processo perante o<br />
juiz Cave, e em jury especial, no<br />
tribunal do Banco da Rainha.<br />
Trata-se de uma acção por perdas<br />
e damnos, intentada, por<br />
quebra de contracto, pelo capitão<br />
George Albert Chaddock contra<br />
a Companhia inglêsa da Africa<br />
do Sul. Esta acção offerece um<br />
interesse político considerável,<br />
porque levanta a questão das intrigas<br />
tramadas pela Companhia<br />
inglêsa contra a Africa portuguêsa.<br />
Quando o chefe cafre Gungunhana<br />
foi capturado pelos portuguêses,<br />
os jornaes de Lisboa<br />
noticiaram que na posse d'aquelle<br />
régulo tinham sido encontradas<br />
armas e munições provenientes<br />
da Companhia inglêsa. Este facto<br />
é absolutamente confirmado pelo<br />
capitão Chaddock, pois affirma<br />
que a Companhia o encarregara<br />
Neste comênos, a Companhia<br />
inglêsa enviava uma embarcação<br />
carregada de armas e munições,<br />
bem como 1:000 libras sterlinas,<br />
ao Gungunhana. As auctoridades<br />
portuguesas apprehenderam a<br />
embarcação na volta. Resultou,<br />
pois, que Chaddock não poude<br />
tirar lucros das suas explorações<br />
anteriores.<br />
Agora, Chaddock demanda a<br />
South-Africa por perdas e damnos,<br />
porque a expedição flibusteira<br />
da Companhia o collocou<br />
na impossibilidade de ajustar<br />
contas com ella a respeito de<br />
outras expedições lealmente commerciaes.<br />
Nas audiências, Chaddock tenciona<br />
estabelecer que a Companhia<br />
lhe promettêra certas explorações<br />
pelo fornecimento de ar-<br />
Era d'esta fórma que os interesses<br />
portuguêses estavam salvaguardados<br />
em Africa pelas armas dos<br />
nossos mais fieis alliados.<br />
Era assim que lord Soveral se<br />
desempenhava, em Londres, da sua<br />
missão diplomática, arrastando a<br />
dignidade do seu país pelos tapêtes<br />
dos gabinetes da poderosa companhia<br />
sul-africana.<br />
E ahi está o que nós devemos e<br />
continuarêmos devendo á monarchia,<br />
alliada com a Inglaterra, e com<br />
de transportar cartuchos e es- ella responsável por todas estas<br />
pingardas para o Gungunhana, "nfámias.<br />
de modo que o governo português Sim, porque tudo isto se sabia<br />
nada soubesse.<br />
nas altas regiões do poder; porque<br />
O capitão Chaddock, que fóra tudo isto era feito de commum<br />
anteriormente bem acolhido pelas accôrdo entre a pirataria inglêsa e<br />
auctoridades portuguesas, des- o nosso ministro em Londres.<br />
cobrira uma via fluvial que ia<br />
ter ao território do Gungunhana,<br />
e observou ao representante da Centro Commércio e Industria<br />
Companhia inglêsa que seria melhor<br />
transportar as armas e as<br />
munições de modo que o governo<br />
português não podesse fazer objecções,<br />
ou entám obter o consentimento<br />
do governo inglês.<br />
O dr. Harris, agente de Cecil<br />
Rhodes, que lhe apresentára<br />
Chaddock, não accedeu áquellas<br />
condições, e, de commum accôrdo,<br />
resolveu-se obter da Inglaterra a<br />
sua não intervenção.<br />
sem se desconcertar, ouvi passos no<br />
armazém e vim vêr o que era... Se<br />
o senhor ainda não tivesse vindo, grilaria<br />
por soccorro.<br />
Bérard, olhando-a fixamente, perguntou<br />
:<br />
— Ha quanto tempo estás ahi?<br />
— Desci neste momento.<br />
— Mas eu não te conheço... És<br />
porventura alguma creada nova ?<br />
— Sim, senhor, e tenho de deitar<br />
as creanças á noite... Não estando<br />
ainda habituada, não sabendo que o<br />
senhor trabalha de noite... desci.<br />
— Fizeste bem... Sóbe...<br />
Petite obedeceu. Quando subia, pen<br />
sava ella:<br />
— Foi máu que elle me presentis<br />
se... Afinal não pude ouvir nada, mas<br />
é exquisito que um hometn se levante<br />
de noite para fallar só. ..<br />
Bérard dizia:<br />
— A creada não me ouviu !... Vou<br />
para o meu escriptório algum tempo<br />
e a luz vista de fóra fará snppór que<br />
trabalho.<br />
— Collocava o candieiro sobre a escrevaninha<br />
quando viu um cartão sobre<br />
ella; pegou nelle e leu:<br />
«Jeanne de Sillac.»<br />
— Que è isto?, disse elle.<br />
E revolvia-o nos dedos, quando viu<br />
uma linha escripta a lápis.<br />
Approximou-se da luz e leu, tornando-se<br />
pâllido. O cartão càe-lhe dos dedos<br />
trémulos e elle, anniquilado, caiu<br />
na cadeira.<br />
Correram com extraordinária animação<br />
os bailes dados por esta sociedade<br />
no domingo e terça feira de Entrudo.<br />
O salão decorado coin muito gôsto<br />
sob a direcção do sr. Gaiozo, era d'um<br />
aspecto encantador.<br />
As senhoras, cuja bellêza realçava<br />
ainda mais com a variedade e côres<br />
scintillantes dos costumes, sustentaram<br />
um tiroteio de papellinbos e pós dou-<br />
rados que até fez render o sr. Pedro<br />
Ferrão.<br />
Em ambas as noites dançou-se sem<br />
interrupção até á madrugada, com uma<br />
alegria e contentamento familiar que<br />
sam a nota mais altraliente das festas<br />
d'esta sociedade.<br />
•••<br />
Notícias diversas<br />
O erudito archeólogo Leite de<br />
Vasconcellos tem estado nesta cidade<br />
em excursão scientifica.<br />
S. ex. a visitou os museus d'antiguidades<br />
do Instituto e fez uma exploração<br />
em Condeixa d'onde trouxe<br />
uma collecção curiosa de pesos<br />
romanos, alguns marcados e raros,<br />
uma espora de ferro e fragmentos<br />
deescalpturas e inscripções, e moedas<br />
romanas.<br />
mas e munições aos inimigos de Consta que o sr. governador civil<br />
Portugal. Parece que a South-representou<br />
ao governo no sentido de<br />
Africa dava a este contrabando elevar a cem o número de guardas po-<br />
de guerra o nome de expedições liciaes pretextando a insufficiéncia dos<br />
de vinhos dôces<br />
que se acham actualmente fazendo serviço,<br />
e cujo número não é superior a<br />
oitenta.<br />
Ill<br />
Terror e esperança<br />
As palavras terríveis que Bérard havia<br />
lido eram estas :<br />
«/I Linotte vird dmanhã, ás duas<br />
horas. ..»<br />
Era verdade d'esta vez, o passado<br />
erguia-se deante d'elle, a sociedade ia<br />
pedir-lhe contas da sua felicidade. Elie,<br />
o condemnado, o réprobo, havia<br />
conquistado uma posição à custa de<br />
trabalho!... Com que direito?<br />
Durante alguns minutos Bérard con-<br />
servou a cabeça entre as mãos, o seu<br />
cérebro ardia, parecia que o cràneo<br />
iá despedaçar-se. A Linotte vivia<br />
e havia-o descoberto. Nunca mais havia<br />
pensado nella.<br />
Pegou outra vez no cartão e perguntou<br />
o aue significava este nome<br />
impresso: Jeanne de Sillac.<br />
A Linotte teria obtido uma posição<br />
feliz! Se assim era, nada tinha que te<br />
mer. Pelo contrário, seria ella que viria<br />
pedir-lhe discrição.<br />
Teve entám um instante de socego.<br />
Debruçando-se sobre â secretária, o<br />
pensamento levou-o ao ponto mais<br />
afastado da sua vida, à hora terrível!<br />
Teve um arrepio, como se sentisse a<br />
mão que se lhe collocou sobre os hombros,<br />
no Dm da ponte da Estacada...<br />
havia já dezeseis annos!<br />
Tornou a vêr o grande comparti<br />
mento do depósito da Prefeitura, o interrogatório,<br />
a obstinação com que se<br />
Realizou-se, no último sabbado, na<br />
egreja de Santa Cruz, d'esta cidade,<br />
o consórcio do sr. dr. Manuel Ferreira<br />
da Costa Amador Valente com a ex. ma<br />
sr. a D. Idalina Tavares Seabra, filha<br />
do capitalista d'esta cidade sr. José<br />
Tavares da Costa.<br />
Aos sympáthicos nubentes desejamos<br />
uma perpétua lua de mel.<br />
A commissão fomentadora da exportação<br />
de vinhos tem recebHo notícias<br />
do Rio de Janeiro em que se lhe communica<br />
que os nossos vinhos melhoram<br />
de acceitação e de preço no Brasil.<br />
Esteve em Coimbra, com sua esposa,<br />
o nosso amigo e correligionário<br />
sr. Joaquim Antunes d'01iveira Coimbra,<br />
de Grada.<br />
Com demora de poucos dias, tem<br />
estado nesta cidade o sr. dr. Augusto<br />
d'01iveira Coimbra, intelligente e digníssimo<br />
advogado em Arganil, para<br />
onde ámanhã retira.<br />
pretendia vêr no crime um móvel diverso<br />
do que elle revelava. Recusavase<br />
admittir que semelhante crime tivesse<br />
como causa determinante aquella<br />
mulher—Linotte.<br />
O seu pensamento voltou ao mesmo<br />
ponto.<br />
Estava de novo junto do cadaverj<br />
perante o juiz de instrucçâo mostrava<br />
Nos três dias de carnaval houve no<br />
Gymnásio bailes organizados por ura<br />
grupo de creanças e que foram d'uma<br />
animação sempre crescente.<br />
O grande salão do baile, alegre, de<br />
uma decoração de carnaval feita de<br />
sedas cláras e flôres, encheu-se de<br />
senhoras de toilettes elegantes e de<br />
creanças em travestis de entrudo de<br />
muito gôsto e muita riquêza.<br />
As creanças virara e dançaram com<br />
a alegria que só ellas têem, e os<br />
grandes acompanharam as creanças<br />
em danças e em brinquédos de carnaval,<br />
e conseguiu rir ainda uma vez<br />
como as creanças.<br />
A Direcção do Gymnásio esmerou-se,<br />
como de costume, em attenções e gentilêzas<br />
com os seus convidados, alcançando<br />
assim o successo sempre<br />
crescente dos seus bailes.<br />
Revistas e jornaes<br />
Educação Nacional—Saiu o n.° 22<br />
cfeste hebdomadário de instrucçâo primária e<br />
secundária que se publiea no Porto e de que<br />
directôr o sr. António Figueirinhas, cujo<br />
summário é o seguinte:<br />
A funcção da eschóla, J. Simões Dias.—QUPStam<br />
suprema, Hildebrando.—A educai;So physica,<br />
Arthur de Seabra.—Notícias scientíficas.<br />
Pelo extrangeiro.—Sol-posto, Carlos de Lemos.—Notas.—Ministério<br />
de instrucçâo pública.—Exercícios<br />
de anályse.—Consultas.—Secção<br />
official: Provimentos, licençase transferências.—Pequena<br />
correspondência.— Bibliographía.—Expediente.<br />
Como se vê, de muita utilidade.<br />
Recebemos o n.° 5 da Gôndola, revista litlerária<br />
que se publica nesta cidade.<br />
Acaba de vêr a luz da publicidade o Boletim<br />
do Syndicalo agrícola de Montemór-o- Velho, que<br />
diz respeito ao próximo passado mês de fevereiro.<br />
Agradecemos.<br />
KALENIURIO DE MARCO, 1897<br />
7 14 21 28<br />
1 8 15 22 29<br />
2 9 16 23 30<br />
3 10 17 24 31<br />
4 11 18 25 —<br />
5 12 19 26 —<br />
6 13 20 27 —<br />
Lua nova em 3, às 11,20 m. da m.<br />
Quarto crescente em li, às 2,52 ra.<br />
da t.<br />
Lua cheia em 18, às 8,51 m. da<br />
Quarto minguante em 25, às 11,23<br />
De passagem, acha-se em Coimbra o m. da m.<br />
sr. Manuel Gaspar de Lemos com s. Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
o seu arrependimento, supplicava que<br />
he perdoassem.<br />
Tornava a vêr o quarto estreito e<br />
sombrio onde o conduziram para o in-<br />
terrogar, as suas declarações, o seu<br />
Elle próprio, neste momento, não o remorso, o espanto dos magistrados ao<br />
jodia ci êr; Linotte era agora para elle verem que elle se apresentava cheio<br />
uma mulher que o amava e que elle de vergonha, de remorsos, de arre-<br />
nunca amou.<br />
pendimento: a sy rpathia do advogado<br />
Naquella noite não estava ébrio... que officiosamente se offereceu para o<br />
estava louco.<br />
defender.<br />
Recordava-se da estreita cella de Recordava-se das noites em que, al-<br />
Mazas, da vigilância incessante que lucinado, via a sua victima agarrà-lo<br />
havia sobre elle... lembrava-se da para o conduzir ao cadafalso, do temor<br />
manhã lúgubre em que o haviam obri- d'uma mórte infamante, das idêas de<br />
gado a entrar numa carruagem de que suicídio antes do julgamento, das es-<br />
saiu deante da Morgue...<br />
peranças que tinha sempre que fallava<br />
Pensando nisso, o suór inundava-lhe com o advogado.<br />
o rosto; via numa peça húmida, es Emflm tornava a vêr a grande sala<br />
tendido sobre uma mêsa de mármore, do tribunal, os juizes de togas encar-<br />
horrivel, desfigurado, o cadáver da sua nadas, os gendarmes, o público que<br />
victima.<br />
olhava para elle, e o rubôr que lhe<br />
Querendo repellir este pensamento, subia ás faces. Lembrava-se do aspecto<br />
afastar para longe este quadro que o da sala, mal allumiada, via-se de pé,<br />
atormentava, levantou-se, passeou du anciôso.<br />
rante alguns minutos e foi beber um Abria-se o código,... lia-se e elle<br />
copo d'agua; depois, mais tranquillo, ouvia:<br />
tornou a assentar-se.<br />
— Dez annos de trabalhos forçados!<br />
Tornando a vêr sobre a secretária o 0 seu advogado vinha apertar lhe a<br />
cartão:<br />
mão, dizendo:<br />
— Estás salvo!<br />
Jeanne de Sillac<br />
E elle nada respondia; a sua alma di-<br />
A Linotte virá amanhã ás duas horas zia:<br />
— Estás perdido!<br />
(Continua).
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A ininlia entrada — A vida na CRdeia — História do Limoeiro—O<br />
Limoeiro lioje—O regulamento - - OH prêsos—Um<br />
canicida—Condemnado á mórte -Fogasi célebres<br />
— ScenaM de sangue — As pri ões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalho—A minlia<br />
li risão—Estatistica<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 WESTE depósito, regularmente montado, se achara á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
COFRES Â PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
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Arames Zincados: n Pa h r 0 a sdaye n s x . erlias e d U ° d e espi ~<br />
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llltJtdl UlalILU . fo)ha de flandres.<br />
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Neste acreditado estabelecimento, encontra*<br />
se á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéncia da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mesa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
COLLÉGIO ACADÉMICO<br />
MÉTII0D0 DE JOÃO DR DEUS<br />
sr. José Trigueiros Sampaio,<br />
um dos mais devotados<br />
apóstolos da Cartilha<br />
Maternal, achando-se em Coimbra<br />
a reger os cursos nocturnos<br />
de leitura no Instituto, vae também<br />
ensinar pelo méthodo de<br />
•foão de Deus a l. a classe<br />
de ensino primário do Collégio<br />
Académico.<br />
Está aberta a mntricula e o<br />
novo «urso abre no dia 8 de<br />
março.<br />
Rua dos Coutinhos, 27<br />
Coina 5n*a<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
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Herculano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
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9 fSoasHlías todos os dias<br />
V das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
Manoel Sanehez<br />
Relojoeiro extrangeiro<br />
RDA DO CORPO DE DEUS, 140<br />
COIMBRA<br />
Faz saber ao piihlico em geral<br />
que concerta toda a qualidade<br />
de relógios de algibeira,<br />
salla e torre, tanto antigos como<br />
modernos, garantindo o bom<br />
regulamento.<br />
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telephónes e campainhas eléctricas.<br />
Preços convidativos. Concertos<br />
afiançados.<br />
Especialidade em concertos<br />
de pequeno machinismo.<br />
11 IJfeude-se a casa n.° 12,<br />
• na rua de Joaquim Antonio<br />
d'Aguiar, composta de loja<br />
e três andares, pelo preço<br />
minimo de 400$000 réis.<br />
Quem pretender falle na rua<br />
das Fangas, n.° 76.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedrancha<br />
12 Hndoíi-se para a rua do<br />
«4 Loureiro.<br />
Vinho tinto —litro 80 réis.<br />
Aguardente—19° Cart.—360.<br />
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Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
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Nazareth & Irmão. — Rua de<br />
Ferreira Borges.<br />
Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />
438 — Porto.<br />
Preço do frasco, 400 réis.—<br />
Pelo correio, 500 réis.<br />
MEIO CAIXEIRO<br />
14 Afferece-se um com basv<br />
tante prática de mercearia.<br />
Começou a ganhar este<br />
anno, e por isso não exige<br />
grande ordenado.<br />
Ainda está empregado, e dá<br />
boas informações do patrão onde<br />
está.<br />
Nesta redacção se diz.<br />
Yenda de propriedades<br />
i5yendem-se três moradas<br />
w de casas terceiras, com<br />
seus logradouros, no sitio da<br />
Guarda Inglêsa, á borda da estrada<br />
que vae para a Eschóla<br />
Central.<br />
Trata-se com seu dono, Fortunato<br />
Secco, morador no mesmo<br />
sitio.<br />
AGUIA 0'QUB<br />
FRANCISCO P. MARQUES<br />
i6|)oiipas com P letas P^ra ho-<br />
M mem, de 5)51000 réis<br />
para cimal<br />
Alta novidade I<br />
"BESISTENCIA<br />
PCBI.ICA-SK AOS DOMINGOS<br />
E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
II<br />
EDITOR = Joaquim Teixeira de Sá<br />
=<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 2)5(700<br />
Semestre 1)5350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha:<br />
Anno 2f5í4úO<br />
Semestre 1)51200<br />
Trimestre 600<br />
A N N U N C I O S<br />
Cada linha, 30 réis—Repeti'<br />
pões, 20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
Tjp. h França Am*
N.° 213 COIMBRA—Domingo, 7 de março de 1897<br />
O GOVERNO E O PAÍS<br />
de boa fé, ter um vislumbre de esperança<br />
na moralidade dos governos<br />
da monarchia?<br />
E se alguém houve dotado de<br />
tam grande ingenuidade, que visse<br />
nas palavras dos jornaes ofíiciosos<br />
do governo, na solemnidade das<br />
suas promessas, a garantia de que<br />
luz seria feita sobre o cahos assom<br />
broso da administração das receitas<br />
públicas, por bem cruelmente des<br />
illudido se deve dar a esta hora.<br />
O tal relatório nada disse que se<br />
não soubesse já. Sobre o verdadei<br />
ro estado das finanças nacionaes<br />
nada continua a conhecer-se depo<br />
sitivo. É calamitoso; é o que se sa<br />
bia já. — Que o governo Hintze<br />
Franco gastou quatro annos a completar<br />
a ruína da nossa administra-<br />
fazer á nação um relatório minucioso<br />
do seu estado?<br />
Basta que nos lembrêmos de que<br />
êsse ministério, que agora continúa,<br />
para desgraça nossa, á frente do<br />
país, foi o mesmo que de 86 a 90<br />
augmentou em 11:132 contos<br />
de réis as despêsas públicas, e<br />
que deu ao rei D. Luís 2:000 contos,<br />
para as festas do casamento de D.<br />
Carlos.<br />
Pelos precedentes, o governo progressista<br />
começou logo por ser um<br />
governo completamente despresli-<br />
Pelo relalório que apresentou, e<br />
um governo fementido.<br />
Que havia a esperar dos homens<br />
que estám no poder?<br />
O boato de que o sr. Ayres de<br />
Campos desistiu de apresentar pelo<br />
círculo de Coimbra a sua candidatura<br />
e de que esta será substituída<br />
pelas do sr. João Franco ou Visconde<br />
d'Alverca, continúa a correr.<br />
E é discutido o facto, e commentado,<br />
pelos alviçareiros da política<br />
que dam uma importância desmedida<br />
a eslas minúsculas coisas.<br />
Mas que importância terá isto, já<br />
não diremos para os interesses ge<br />
raes mas, ao menos, para os de<br />
Coimbra?<br />
Que vale a candidatura d'êsses<br />
ou outros, regeneradores ou progres<br />
sistas? Que tem Coimbra a lucrar<br />
com o candidato regenerador, seja<br />
elle quem fôr, ou com o candidato<br />
progressista?<br />
E' como andarem por ahi a apregoar<br />
os agentes do sr. Mattoso Côrte-<br />
Beal, que Coimbra em peso deve<br />
votar neste político duvidoso e avariado,<br />
por que elle tem feito a Coimbra<br />
grandes serviços...<br />
Quaes? têmos-lhes nós perguntado.—Ainda<br />
não obtivemos resposta.<br />
Quaes? — conlinuarêmos a perguntar-lhes.<br />
— Não responderám,<br />
porque serviços não se inventam.<br />
Tomar a sério êsses parvenus?<br />
Para quê?...<br />
O Iribuno com os engulhos litterários<br />
que o acomeltem, como orgão<br />
da situação, escurripichou do bestunlo-—<br />
que o entrudo este anno<br />
corrêra insipidíssimo e muito semsaborão!<br />
Nós de cá celebrámos-lhe a piada.<br />
E vai o maráu agora, finge-se<br />
pascóvio e bola laracha, attribuindo<br />
a pouchade á nossa lavra.<br />
Não, varão ousado, a expressão<br />
é sua e muito sua! Até pelo cheiro<br />
3.° ANNO<br />
CEETA<br />
ção, em que os progressistas ante- E depois das incoheréncias e de-<br />
É troça ?<br />
riormente já tanto tinham cavado, bilidades que tem mostrado já o mi-<br />
No dizer da Correspondência de<br />
— toda a gente o sabia; que êsse nistério do sr. Luciano de Castro, Coimbra, tem ido um movimento de É verdadeiramente extraordinário<br />
bando de aventureiros, qualificado que se pôde esperar ainda?<br />
Depois de tam apregoados recla-<br />
inscripções no centro regenerador da o exemplo que a Grécia está dando<br />
justissimamente de governo de ban- Absolutamente nada.<br />
rua dos Coutinhos, que é de pasmar. a todas as nações, pela bôcca dos<br />
mos, que lograram excitar a já emdidos,<br />
tripudiou incessantemente Traz comsigo o vício d'origem. E baslou, para isto, que o sr. João seus valentes e destemidos defenbotada<br />
opinião, tam affecta a espe-<br />
sobre o que ainda haveria de res- um governo monárchico.<br />
franco acceitasse a presidência sores.ctaculosas<br />
afirmações e programpeitável<br />
e de digno no nosso país,<br />
lonorária d'aquella côterie franquis- Ameaçada a sua integridade pelas<br />
mas pomposos, appareceu finalmenta!<br />
chancellarias das grandes potências,<br />
extorquindo receitas ao contribuinte<br />
o esperado relatório sobre a si-<br />
Para não tirar á ingénua atoarda posta a sua autonomia em perigo<br />
te exhausto e dando-lhes applicatuação<br />
financeira do país.<br />
Um diplomata á altura o seu pittorêsco sabôr, transcrevê- imminente pelos canhões das esções<br />
illegaes e abusivas para fins<br />
mos as próprias palavras do nosso quadras alliadas, a pequena nação<br />
Esperava-se ingenuamente que<br />
nconfessaveis, — não é mystério A Gazeta de Noticias, do Brasil, collega venerando... pela edade. do Oriente, embalada nos braços de<br />
da crapulosa administração do go-<br />
)ara ninguém; que êsse período ne- publica um desenvolvido artigo, em Transcrevêmos-lhe as palavras e Leónidas, Themístocles, Aristides e<br />
verno transacto e das causas que<br />
ãsto foi uma larga épocha de es- que se expõem os motivos da insis- respeitamos-lhe a grammática: outros tantos heroes de antiguidade,<br />
levaram o país á mísera e lúgubre<br />
tência do sr. António Ennes no seu<br />
responde ao perigo com a serenidade<br />
janjamentos e alropêllos da lei na<br />
derrocada em que vae precipitado,<br />
pedido de demissão de ministro ple- « Quando constou, pela commissão dos justos e recebe a ameaça com<br />
administração dos rédditos públicos,<br />
o governo agora faria um público<br />
nipoténciário naquella Bepública. que foi a Lisboa, que o sr. conse- a impassibilidade dos valentes.<br />
lheiro João Franco acceitara a pre-<br />
conhecem-no todos; que se dispen- Por elle se deprehende que taes<br />
E o grande povo oriental, cônscio<br />
estendal para edificação e illustrasidência<br />
honorária do centro regenederam<br />
milhares de contos sem au- motivos sam simplesmente de cararador d'esta cidade, alguns cavalhei- dos seus direitoà, offerece-se nobreçào<br />
de todos, o que serviria para<br />
ctorização, pelas portas falsas dos cter pessoal, e não implicam de ros por sympathia âquelle notável mente em holocausto a uma causa<br />
demarcar um ponto definido de no-<br />
ministérios, fóra das verbas orça- fórma alguma o resenlimento d'a- estadista tem-se inscripto no referi- santa, preferindo a morte a uma<br />
do centro, e esperam-se mais adheva<br />
orientação administrativa e ao<br />
quelle diplomáta contra qualquer<br />
vida inglória.<br />
mentaes, é um facto conhecido; que<br />
sões».<br />
mesmo tempo de delimitação de<br />
acto do governo brasileiro ou da<br />
Que grande exemplo em tam pe-<br />
essa administração regeneradora foi<br />
responsabilidades. Suppunha-se que<br />
colónia portuguêsa alli.<br />
queno côrpo! Que grande nação em<br />
Sympathia pelo notável estadista<br />
uma éra de crápula e de veniagas,<br />
o governo progressista, pelas suas<br />
O articulista da Gazeta friza bem<br />
tam exíguo território! Que grande<br />
João Franco! Ha cavalheiros que<br />
é a verdade reconhecida.<br />
a existência de antagonismos insu-<br />
alma em tam reduzido arcaboiço!<br />
aífirmações da opposição, altisonan-<br />
por este facto lêem ido inscrevêr-se<br />
tes e desusadas, pela guerra con- E que mais adiantou o relatório? peráveis entre o sr. Antonio Ennes no centro da rua dos Coutinhos!...<br />
Para quem acompanhou, desde<br />
e o partido progressista, causados<br />
o começo d'esta última phase, a<br />
stante que não deixou de fazer á Absolutamente nada.<br />
A Correspondência está positiva-<br />
pela guerra intransigente que lhe<br />
questão que ora se debate em Creta,<br />
ominosa gerência do governo que o Trouxe a público, porventura, os<br />
mente a mangar...<br />
foi movida pelos jornaes d'êsse par-<br />
não reslam, não pódem restar dú-<br />
precedeu, agora viria, como lhe im- resultados da syndicáncia minucio-<br />
Pois ha alguém que tome a sério<br />
tido, quer como ministro da corôa<br />
vidas sobre a alta significação do pa-<br />
o sr. João Franco ou qualquer cenpunha<br />
a situação que se creou. ex sa, a que, disseram elles, manda- quando convidado pelos regenerapel<br />
que nella tem desempenhado<br />
tro franquista?<br />
pôr desassombradamente ao país ram proceder por cada ministério? dores, quer como commissário ré<br />
a Grécia, o mais digno, o mais<br />
Não nos faça rir.<br />
inteiro qual a verdade do problema Nem uma palavra a tal respeito. gio em Moçambique, com o orde-<br />
altivo em tam malfadadas complinado<br />
de 50$000 réis diários.<br />
cações.<br />
tremendo da economia portuguêsa D'onde saíram as centenas de<br />
Tenha ou não tenha razões con-<br />
E em frente do egoismo atroz<br />
— êsse problema assustador da nos- contos que haviam de custar as viatra os progressistas, que com isso<br />
tam infamemente posto em prática<br />
sa miséria, da nossa ruína, e, porgens régias, as festas do paço, os nada têmos, nem querêmos ler, re-<br />
O Correio da Noite, orgão oficiopor<br />
cinco grandes potências, ligaventura,<br />
da nossa vida como nacio- presentes régios, as faustosas resigistamos simplesmente o facto de<br />
so do governo, declara que na fis das entre si por um concubinato esnalidade<br />
autónoma, que todos susdências em Paris, as viagens de re- um ministro português levantar na<br />
calização do sêllo havia empregacandaloso, resalta em magesloso repeitamos<br />
pela cruel realidade dos creio de embaixadores fictícios, os imprensa exlrangeira uma questão<br />
dos superiores tam aclivos e tam lêvo a figura varonil da Grécia in-<br />
factos, mas que o país ainda não ordenados fabulosos dos commissá-<br />
doesta ordem.<br />
diligentes que faziam serões todas tercedendo em favor dos mártyres<br />
as noites, não guardando sequér os<br />
É, pelo menos, significativo da<br />
da selvageria turca.<br />
conhece bem.<br />
rios régios, as gratificações enormes<br />
dias santificados. E' assim que num<br />
lealdade do sr. António Ennes.<br />
extraordinárias a propósito de<br />
mês de 30 dias foi apresentada uma<br />
• x<br />
Foi esta a promessa do governo,<br />
Essa tam conhecida lealdade.<br />
tudo dadas... não o ficámos sa<br />
conta de 30 serões para o paga-<br />
Os almirantes dos navios que<br />
que elle próprio, passados poucos<br />
mento da respectiva gratificação.<br />
bendo, embora o supponhâmos to-<br />
bloqueiam Creta enviaram uma in-<br />
dias, se encarregou de plenamente<br />
Se em todas as repartições do<br />
dos.timação<br />
ao almirante grêgo Beineck,<br />
desmentir.<br />
Eleições<br />
Estado se trabalhasse tanto, o país<br />
que se encontra a bordo do Hydra,<br />
Ficámos, em resumo, sobre a<br />
estava salvo dentro de pouco tem-<br />
Sob o ponto de vista dos escla-<br />
para que no praso de 48 horas a<br />
verdadeira situação do país no mespo.<br />
E ninguém poderá com razão<br />
esquadra grêga abandone as aguas<br />
recimentos que ao público tem obri<br />
dizer que as gratificações fossem<br />
mo conhecimento; sem saber qual<br />
cretenses. O almirante respondeu<br />
gação de dar, faltou o governo por<br />
exaggeradas, porque a verdade é<br />
o verdadeiro estado do seu desequi-<br />
que só obedeceria ás ordens do seu<br />
completo ás imposições do seu de-<br />
que ellas mal correspondiam ás enerlíbrio<br />
financeiro.<br />
governo, e que, se êste não acceder<br />
gias dispendidas por funccionários<br />
ver. Mas, afinal, não era de espe-<br />
E podia êsse governo, acorrenta-<br />
tam dedicados.<br />
aos desejos dos almirantes, elle, alrar<br />
outra coisa.<br />
mirante, saudará as esquadras, atado<br />
como está ás desgraças do país,<br />
Por êsses 30 serões pagou o Es-<br />
Pois quem pôde ainda hoje concando-as.<br />
prêso pelas mesmas responsabilitado<br />
a bagatella de 200$000 réis.<br />
É verdadeiramente assombrosa<br />
fiar na sinceridade de intuitos d'um<br />
Ora ficar um indivíduo durante 30<br />
dades a todos os que com elle nos<br />
esta simples resposta! Simples mas<br />
governo monárchico? Quem pôde<br />
dias consecutivos sem um momento<br />
têem precipitado nesta miséria, vir<br />
eloquente.<br />
de descanço, trabalhar ininterrompidamente,não<br />
só de dia mas até de<br />
noite, para receber no fim do mês Beuniram-se, em Athenas, os re-<br />
pelo serviço nocturno só essa quanpresentantes das grandes potências,<br />
tia, não vale a pena, chega a ser afim de entregarem ao ministro dos<br />
uma miséria.<br />
negócios extrangeiros a nota collectiva<br />
na qual se pede a retirada das<br />
tropas grêgas da ilha de Creta.<br />
Essa nota collectiva fixa á Grécia<br />
o praso de seis dias para o cumprimento<br />
d'este pedido.<br />
A annunciada nota collectiva foi<br />
entregue no dia 2 do corrente pelos<br />
embaixadores das potências ao ministro<br />
dos negócios extrangeiros da<br />
Turquia. Nessa nota faz-se constar<br />
que as potências accordaram em<br />
conceder a Creta a autonomia administrativa,<br />
ficando, corntudo, a<br />
se conhece, como se diz no Aniceto ilha sujeita á soberania do Sultão.<br />
Furão!<br />
Nesse mesmo documento notificou-
se lambem que as mesmas potências<br />
signatárias pediram ao governo da<br />
Grécia que, no praso de seis dias,<br />
as trópas hellénicas evacuem o território<br />
de Creta, sendo conjunctamente<br />
mandados retirar os navios<br />
de guerra grêgos que se encontrem<br />
nas águas da ilha.<br />
x<br />
Se o governo da Grécia se negar<br />
a acceder ao pedido das cinco grandes<br />
nações, será entám entregue<br />
uma outra nota, concebida em termos<br />
enérgicos, ameaçando com a<br />
immediata adopção de medidas coercitivas,<br />
tendentes ao exacto cumprimento<br />
do que foi resolvido pelos<br />
gabinetes alliados.<br />
x<br />
Os jornaes athenienses sam unânimes<br />
em aconselhar a resistência.<br />
De todos os recantos da Grécia<br />
surgem brados de revolta contra<br />
tamanhas prepotências.<br />
Um pôvo inteiro, digno das suas<br />
gloriosas tradições, que se ergue<br />
err. ímpetos de rebellião contra a<br />
força bruta dos países que a si próprios<br />
tam pomposamente se cognominam<br />
de civilizados.<br />
x<br />
Seguem os últimos telegrammas:<br />
Londres, 5, n. — Câmara dos<br />
communs:—O sr. Balfour, secretário<br />
do thesouro, participa que foi hontem<br />
entregue ao sultão em Constantinopla<br />
uma nota collectiva das potências, supplementar,<br />
referente á retirada das<br />
trópas turcas da ilha de Creta, cuja<br />
autonomia está resolvida.<br />
Aihenas, 5. — Os cônsules da<br />
Áustria, Rússia e Servia, reunidos em<br />
Uskub telegrapharam aos embaixadores<br />
em Constantinopla que é necessário<br />
tomar providências para manter a segurança<br />
pública, visto as trópas turcas<br />
irem-se tonaando ameaçadoras.<br />
Reina actividade febril em toda a<br />
Grécia. Sam incessantes as remessas de<br />
material de guerra para a Thessalia.<br />
As trópas sam concentradas na fronteira<br />
a toda a pressa. O sentimento<br />
público está sobre,excitado. No caso de<br />
medidas çoercivas tomadas pelas potências<br />
esperam-se acontecimentos<br />
mais graves na fronteira. A armada<br />
hellenica foi dividas em 4 esquadras.<br />
ADELINO VEIGA<br />
Passa ámanhã o anniversário do<br />
fallecimento de Adelino Veiga, um<br />
rapaz cheio d'aptidões e d'intelligéneia,<br />
cultivando a arte dramática<br />
e a poesia nas horas vagas do<br />
offício, espirito d'eleição compassivo<br />
com as desgraças dos outros que<br />
lhe não deixavam ver a tristeza da<br />
sua negra vida.<br />
Em todos os benefícios de caridade<br />
a favor d'um desgraçado apparecia<br />
Adelino Veiga, fazendo rir<br />
com uma cançoneta, ou apavorando<br />
com uma creação trágica.<br />
Lembra-nos vê-lo num papel de<br />
louco, a carne magra e pallida<br />
coberta de farrapos, a bocca triste<br />
a uivar de dôr, o corpo a tremer.<br />
Dahi a instantes, num intervallo,<br />
vinha gracejar em verso para fazer<br />
rir o publico.<br />
As suas poesias, o poema de<br />
sua vida, sam repassadas de tristeza,<br />
e todavia eram bem alegres os<br />
versos que elle fazia para serem<br />
acariciados pelos lábios alegres das<br />
tricanas nos cantares do S. João.<br />
Á coca dos despeitados<br />
No Primeiro de Janeiro de hontem<br />
appareceu uma correspondência particular<br />
de Coimbra, que tem produzido<br />
uma desopilante impressão.<br />
Nada menos do que os progressistas<br />
da terra a chamar com caridosas<br />
blandícias, a que não faltam<br />
ameaças á mistura, o sr. Manuel Miranda<br />
a votar com elles nas próximas<br />
eleições.<br />
Porque a verdade é esta; a victória<br />
eleitoral dos progressistas depende,<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
Campanha contra os namarraes<br />
Foram ante-hontem recebidas,<br />
em Lisboa, circunstanciadas notícias<br />
da campanha que em Africa<br />
vimos de ha muito sustentando, em<br />
peleja legitima pela integridade da<br />
nossa soberania naquelle continente.<br />
O ministro da marinha recebeu<br />
ante-hontem o seguinte telegramma:<br />
«Moçambique, 4. — Ministro da<br />
marinha—Lisboa — Bi vaque Naguema,<br />
3 de março, ás 4 m. — No<br />
dia 26 saiu de Natule a columna do<br />
meu commando, composta de 145<br />
marinheiros, 61 artilheiros, 66 cavalleiros,<br />
182 infantes, 423 euro-<br />
peus, 156 indígenas, 113 indígenas<br />
da l. a companhia da guarnição,<br />
488 cypaes e auxiliares.<br />
Nos dias 27 e 28 estivemos demorados<br />
em Mancaza, por dificuldades<br />
da estrada, que é preciso<br />
abrir pelo matto cerradissimo. O<br />
nimigo fez vários tiros isolados, fe-<br />
rindo dois auxiliares. No dia 1 foi<br />
occupado Naguema, sem resistencia.<br />
Hontem reuniu-se-nos o comboyo<br />
que ficara em Mancaza por<br />
dificuldades de caminho. Durante<br />
a noite e dias 1 e 2 houve tiros iso-<br />
lados.<br />
Hoje, ás 10 horas da manhã, o<br />
inimigo atacou os postos avançados.<br />
Mandei sair um pelotão de marinha<br />
e um pelotão de infanteria 4, sob o<br />
commando do capitão Passos, que<br />
repelliu o ataque depois de 90 minutos<br />
de fogo. Ás 2 horas e meia as<br />
vedetas noticiaram a presença do<br />
inimigo, que foi repellido pelo 5.°<br />
pelotão de marinha, 2.° pelotão<br />
de infanteria 4, sob o commando<br />
João Franco por Coimbra. Porque,<br />
affirmámos e affirmarêmos sempre,<br />
—dos candidatos por Coimbra tanto<br />
vale o sr. João Franco como qualquer<br />
outro.<br />
Da comparação com os regene-<br />
radores não se imporia o Tribuno,<br />
sabêmo-lo; maguou-o o suppôrmos<br />
egual ao illustre candidato progressista<br />
o doido mau do Alcaide, que<br />
tem a alma formada de tanlas<br />
abjecções.<br />
Pois, embora lhe pese, julgámolos<br />
perfeitamente eguaes. Tanto vale<br />
um como o outro — em processos<br />
políticos e em lealdade partidária.<br />
Os dois irmãos siameses. ..<br />
E é que não ha duas opiniões<br />
diversas a êste respeito. Bem sabe<br />
o nosso collega do Tribuno que<br />
neste mesmo conceito é tido o seu<br />
candidato pelos seus próprios correligionários.<br />
Quanto a ser de suppôr que nós,<br />
os republicanos de Coimbra, coad-<br />
juvámos a candidatura João Franco,<br />
é isso uma das maliciosas invenções<br />
do Tribuno, tam ardiloso é aquelle<br />
espírito que Deus lhe deu...<br />
Agradecimento<br />
Operada da laparotomia no hospital<br />
de Coimbra pelo illustre professor da<br />
faculdade de Medicina, o ex. m0 sr. dr.<br />
Sousa Refoios, que mais uma vez<br />
mostrou quanto é merecida e justa a<br />
reputação que anda por toda a parte<br />
do seu grande talento e rara habilidade<br />
operatória, faltaria a um dever de<br />
gratidão se, publicamente, não agradecesse<br />
tantas finezas e cuidados que<br />
s. ex. a me dispensou antes e depois<br />
de operada. Muito e muito obrigada;<br />
sempre muito e muito reconhecida.<br />
Obrigada ainda a êsses bellos rapazes<br />
alumnos do 5.° anno de Medicina,<br />
que tanto se empenharam no feliz<br />
successo da minha operação, tratandome<br />
com a maior deferência e consideração.<br />
A todos, muito obrigada.<br />
Coimbra, 5 de março de 1897.<br />
de Coutinho, com uma hora de fogo.<br />
ao que se diz, da resolução do sr. Todos os officiaes e praças presta-<br />
Miranda, que tem estado, impenetráram muito bom serviço. Houve um<br />
vel, a vêr para onde ha de inclinar morto, o 150 da 2.<br />
o pêso da balança.<br />
Na duvidosa anciedade com que<br />
lhe prescrutam as intenções salvadôras,<br />
resolveram, pelo que se vê,<br />
dirigir-lhe epístola amorosa a aconselhar-lhe<br />
o ânimo hesitante.<br />
E ahi têmos nós o sr. Miranda,<br />
ainda o outro dia atacado cruelmente<br />
pelos que agora o acariciam, solici-<br />
X<br />
tado pelas gentilêsas compromettedoras<br />
dos enamorados dos seus vo-<br />
Eis, resumidamente, o texto da los.<br />
nota collectiva a que acima nos re- Como se ha de sorrir, lá por denferimos,<br />
entregue pelos representro^ sr. Miranda, a comprenhendêtantes<br />
das potências ao governo los e a disfructá-los...<br />
d'Athenas:<br />
Que elle, está bem de vêr, seguin-<br />
«Considerando que a situação actual do a sua conhecida e velha orienta-<br />
do Oriente não pôde prolongar-se, por ção, ha de resolver-se por onde lhe<br />
que está ameaçada a paz da Europa; convier mais.<br />
cbegàram as potências a' accordo sobre Animem-no, com tempo e pro-<br />
os seguintes pontos:<br />
messas e têem homem. ..<br />
1.°—Creta, na actual conjunctura,<br />
em caso nenhum poderá ser annexada Como elles todos sam ridículos...<br />
à Grécia 2."—Como a Turquia não -<br />
—<br />
tenha até agora tomado a iniciativa de<br />
entregar a Creta as necessárias reformas,<br />
resolvem as potências, sem pre- Os pontos, semanário illustrado<br />
judicar a integridade do império otto- que se publica no Porto, trazem<br />
mono, dotar aquella ilha d'um regimen hoje na sua primeira página um<br />
autónomo, sob a soberania do sultão. retrato do nosso amigo e collega<br />
Para realizar este accordo, esperam<br />
dr. Guilherme Alves Moreira.<br />
as potências que a Grécia nâo se recusará<br />
a mandar sair de Creta as suas<br />
tropas e navios, ficando o governo<br />
atheniense prevenido de que, recusan- «.A. IFraça Fiá/blica»<br />
do-se o governo de Athenas a annuir<br />
a este convite dentro do praso de seis Deverá sair brevemente á luz da<br />
dias, as potências não recuarão perante<br />
nenhum meio de fazer cumpri-lo». publicidade o 1.° número d'um pamphleto<br />
revolucionário, redigido pelo<br />
.#1<br />
distincto estudante de medicina o<br />
nosso valente correligionário sr.<br />
Foi hontem entregue ao sr. Abel Arthur Leitão, e collaborado por<br />
d'Andrade o seguinte ponto para a , alguns dos mais distinctos escri-<br />
dissertação do acto de licenciatura plores do nosso partido.<br />
— Da negligência punível; Synthese Será denominado A Praça Pú-<br />
crítica do código penal português. Ar- i blica e occupará mais um logar nas<br />
gumenlará na dissertação o talen- I fdeiras dos intransigentes.<br />
toso professor da Faculdade de Di- Boas vindas e um manancial de<br />
reito sr, dr, Henriques da Silva, I felicidades.<br />
a da marinha,<br />
um ferido levemente e um contuso.<br />
O estado sanitário é bom e o estado<br />
moral das trópas é magnifico.<br />
Ámanhã continúo avançando. Por<br />
causa do matto ser muito cerrado, Pelo último relatório da fazenda<br />
é impossível calcular as perdas do vê-se que desde o 1.° de julho do<br />
inimigo».<br />
corrente anno económico até ao 1.°<br />
de fevereiro findo foram abertos<br />
0 1.° tenente Azevedo Coutinho, créditos especiaes, para despêsas<br />
mandou também o seguinte tele- que não podiam ser satisfeitas pegramma<br />
ao conselho do almiranlas auctorizações orçamentaes, na<br />
tado:<br />
importância de 2:294 contos, sendo,<br />
logo no primeiro mês do anno<br />
«Moçambique, 4, ás 9, m. — Na- económico decretados alguns desguema,<br />
3. — Hoje, acção contra os ses créditos a favor dos ministérios<br />
namarraes. Morto grumete Vicente do reino, da fazenda, da justiça e<br />
Godinho. Ferido Alberto Luiz. Força das obras públicas.<br />
marinha louvada por ordem de Mou- A êsses 2;294 contos accrescem<br />
sinho. Officiaes e praças portaram- agora 4:420 contos que foram tamse<br />
valentemente.— Coutinho.* bém decretados extra-orçamentalmente<br />
para supprir as deficiências<br />
Comquanto incompletas ainda, as das verbas votadas pelo parlamen-<br />
noticias que acabámos de receber to. Ás verbas de despêsa previstas<br />
enchem-nos o peito do mais intenso no orçamento têmos pois que addic-<br />
júbilo e infiltram em nossa alma cionar já no corrente anno econó-<br />
um fúlgido raio da mais immorremico nada menos de 6:714 contos.<br />
doira gratidão para com esses valentes<br />
que nos sertões africanos se<br />
No anno findo os créditos espe-<br />
arremessam impávidos ás balas iniciaes<br />
importaram em 3:721 contos,<br />
migas, em defeza encarniçada da<br />
havendo portanto quasi que a du-<br />
integridade da nossa soberania.<br />
plicação d'elles no corrente anno.<br />
Como se vê, a situação financeira<br />
vae melhorando.<br />
Assim o disse o sr. D. Carlos no<br />
Ao olho de lynce que no Tribuno discurso que recitou perante o So-<br />
Popular está álerta sobre os mais lar dos Barrigas; assim o affirmou o<br />
insignificantes pontos da política Br. João Franco quando deixou o<br />
portuguêsa, custou a perceber o poder; assim o repetirám ámanhã os<br />
sentido d'um suelto nosso, por cau- progressistas, quando tenham de<br />
sa da simples deslocação d'uma referir-se á sua administração.<br />
pergunta.<br />
Mas, afinal, parece que percebeu...<br />
O correspondente do nosso colle-<br />
Em todo o caso, expliquêmosga o Commércio do Porto dá como<br />
lhe:<br />
certa a nomeação para pares do rei-<br />
O que nós perguntávamos era no do sr. conselheiro Pedro Mon-<br />
— qual a razão de se indignar a teiro Castello Branco e do sr. dr.<br />
maior parte pela candidadura do sr, Bernardo d'Albuquerque e Amaral,<br />
Arte da eseripta<br />
Delicidamente oífertada pela ex. ma<br />
viuva e filhos do immortal poeta e<br />
nosso pranteado Mestre João de Deus,<br />
acabamos de receber a collecção da<br />
Arte da eseripta, até hoje inédita pelos<br />
motivos expendidos no prólogo que<br />
passamos a transcrever:<br />
«Todos quantos conhecem o mêthodo<br />
de João de Deus sabem que<br />
se compõe da Arte da leitura (Cartilha<br />
Maternal) e Arte da eseripta. Vae<br />
para vinte annos, e em consecutivas<br />
edições, que a Cartilha Maternal tem<br />
levado a luz aos mais rudes cérebros.<br />
Porque demorou o immortal poeta a<br />
publicação da Arte da eseripta?<br />
É fácil a explicação: instado por<br />
mais de dez annos pelo thesoureiro<br />
das Escholas Moveis para que com-<br />
pletasse a sua incomparável obra<br />
pedagógica, confessou-lhe um dia,<br />
com simplicidade: «que as maiores<br />
injúrias que em sua vida recebêra,<br />
por parte do professorado official, fôram<br />
motivadas pela Cartilha Maternal;<br />
se publicasse a Arte da eseripta, envolvia-seem<br />
nova lucta com os calllgra-<br />
phos, achando-se cada vez com menos<br />
forças».<br />
Tanto das últimas poesias de João<br />
de Deus, como das suas conversações<br />
últimas, deprehende-se que presentia<br />
que a vida lhe fugiria breve; e neste<br />
convencimento, apezar dos estragos da<br />
doença, entregava se a fatigantes trabalhos<br />
até ao penúltimo dia em que<br />
falleceu. Na última quinzena de 1895,<br />
poucas semanas antes do seu fallecimento,<br />
completou o grande educador<br />
nacional a Arte da eseripta, que durante<br />
tantos annos explicàra nos seus<br />
cursos conjunctamente com a Arte da<br />
leitura Já estava em negociação com<br />
ura livreiro editor para a puMicação<br />
do seu manuscripto, quando o surprehendeu<br />
a morte. Ficára completo o<br />
seu trabalho; porém, nas explicações<br />
precisas (não concluídas) não chegou<br />
a consignar os motivos que o levaram<br />
a afastar-se dos processos seguidos nas<br />
outras artes calligráphicas nacionaes<br />
e extrangeiras.<br />
Não é isto embaraço para que a<br />
obra se apresente â publicidáde; é da<br />
Maria Lucinda da Fonseca Magalhães. primeira intuição que a eseripta dos<br />
algarismos, de applicação prática immediata<br />
e independente, deve preceder<br />
a eseripta das lettras. Se os aggravos<br />
de João de Deus pelos diífamadores<br />
da sua obra de educação foram<br />
a causa de não estar publicada a Arte<br />
da eseripta, o seu méthodo grâphico<br />
existe haquatorze annos adoptado pela<br />
Associação das eschólas moveis pelo méthodo<br />
de João de Deus. Quem quizer<br />
examinar qual é a sua efficácia no ensino<br />
elementar, pôde verificá-lo nas<br />
escriptas de 68 missões realizadas por<br />
aquella associação com séde no largo<br />
do Terreiro do Trigo n.° 20, l.° Ha<br />
ainda numerosos professores da capital<br />
e fóra de Lisboa, que, conjunctamente<br />
com a Cartilha Maternal, adoptam o<br />
méthodo de eseripta de João de Deus.<br />
Em Lisboa, álém de outros estabelecimentos<br />
dê ensino, a direcção da<br />
Eschola académica poderá testemunhar<br />
quaes os brilhantes resultados que obtém<br />
na adopção do systema de leitura<br />
e de Eseripta pelo méthodo de João de<br />
Deus. Estas provas práticas sam o argumento<br />
decisivo a quaesquer capciosos<br />
reparos.<br />
Com a Cartilha Maternal e a Arte<br />
da Eseripta, fica completo o systema<br />
de ensino primário creado por João de<br />
Deus para a infância e para o pôvo.<br />
Entregar ao público esta parte inédita<br />
é a maior homenagem prestada ao<br />
morto querido, porque êste raio de luz<br />
do seu espirito irá influir vantajosamente<br />
nas escholas primárias de Por-<br />
tugal e Brasil.»<br />
Agradecemos penhoradissimos a extrema<br />
delicadeza da offerta, e curvamonos<br />
reverentes ante o complemento da<br />
obra magistral do insigne pedagogo<br />
que a M,orte tam cêdo nos roubou.<br />
0 Diário de Noticias, no seu número<br />
de 4 de março, publicou 847 annúncios,<br />
sendo metade de pedidos e offerecimentos<br />
de serviçaes, o que denota<br />
que os divertimentos carnavalêscos esfriam<br />
consideravelmente as relações<br />
entre amos e creados.
Leopoldo Baptistini<br />
0 professor da escola Brotero,<br />
o sr. Leopoldo Baptistini, já expediu<br />
com destino á exposição internacional<br />
de Veneza o seu último quadro,<br />
que intitula—Sagramor.<br />
E uma tela bem reflectida e pensada,<br />
na qual este artista de novo<br />
põe em evidência o poder dos seus<br />
vastos recursos e a personalidade<br />
do seu talento.<br />
E, além de todos os seus méritos<br />
vale ainda pelo caracter e pela in<br />
novação do seu estylo; porque o sr<br />
Baptistini propoz-se congraçar numa<br />
obra de conciliação, aliás difficil, o<br />
princípio de rebellião e emancipa<br />
ção da arte moderna com a these<br />
nostálgica e triste que busca na<br />
alma do passado a luz supplementar<br />
que lhe mostre o novo rumo<br />
do seu destino, e a que, não sabe<br />
mos porque motivo, deram o nome<br />
de preraphaelismo.<br />
Nesta agitação de theorias, de<br />
predilecções e de alarmes todas as<br />
affirmações sam permittidas, se as<br />
fortalece e bafeja a centelha do<br />
génio.<br />
O quadro do sr. Baptistini é uma<br />
bella obra, exhuberanle e solemne,<br />
doce e ineffavel como um idíllyo<br />
numa atmosphera calma e serena<br />
de poesia mysteriosa, profundamente<br />
sentida.<br />
Pela concepção, por todas as poderosas<br />
qualidades do desenho, côr<br />
factura sólida e leve, e acima de<br />
tudo pela intensidade da intelligéu<br />
cia e sentimento que irradia d'essa<br />
26 Folhetim da RESISTENCIA<br />
o seu artigo edictorial pelas seguintes<br />
palavras :<br />
«Temos a consciência de haver<br />
cumprido o nosso dever, diligen-<br />
ciando satisfazer ao fim para que a<br />
Commissão municipal republicana<br />
creou êste jornal, e assim continuarêmos<br />
nesta lucta de todos os dias,<br />
em que andamos empenhados, para<br />
propaganda das ideias democráticas<br />
e proclamação da República».<br />
Daqui enviamos ao nosso dedicado<br />
companheiro a expressão sincera<br />
das nossas mais etfusivas saudações.<br />
A peste bovina, que continúa fazendo<br />
grandes estragos na África<br />
do Sul, tende a alastrar-se agora<br />
para o norte, achando-se ameaçado<br />
o districto de Mossámedes cuja principal<br />
riquêsa é em gado.<br />
Os proprietários pensaram em<br />
estabelecer um cordão sanitário, o<br />
que é impossível pela grande extensão<br />
do território e falta de soldados.<br />
C-cLloa,<br />
A investidura de Mac-Kinley nos<br />
supremos poderes da República<br />
norte-americana veio dar alguns<br />
dias de tréguas á história da insurreição<br />
cubana.<br />
Todos os espíritos se voltam para<br />
o sol que acaba de nascer, e a su-<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 14 de março de 1897<br />
das que derivariam da suspensão<br />
dos trabalhos da indústria, do commércio<br />
e da agricultura e os subsí-<br />
dios que deveriam ser pagos aos<br />
feridos e ás famílias dos militares<br />
Notícias diversas<br />
O sr. António Arroyo, inspector das<br />
escholas industriaes do norte, fez no<br />
Instituto portuense de estudos e conferências<br />
uma larga conferência sobre a<br />
mQsica em Portugal.<br />
O illustre conferente precedeu o seu<br />
estudo de palavras sobre a história geral<br />
da arte em Portugal, accentuando<br />
que nas artes decorativas se encontram<br />
sempre as influências flamenga, hespanhola<br />
e principalmente a oriental.<br />
Na arcbitectura notou a influência<br />
francêsa no nosso românico (Sé-Velha),<br />
a francêsa e a inglêsa no gothico<br />
(Batalha); da arte hespanhola (mudejar,<br />
plateresco). oriental e decoração vegetal<br />
no estylo manoelino que traduz<br />
quasi sempre o conflicto entre a es-<br />
truc.tura e a decoração.<br />
No rococó assignalou a influência<br />
italiana; e finalmente a francêsa no<br />
reinado de D. Maria l. a<br />
Na pintura, filiou os quadros Portuguêses<br />
do século XVI na influência<br />
flamenga.<br />
Na esculptura citou Barbosa Machado.<br />
Na música finalmente reconheceu<br />
lambem a influência de arte extrangeira;<br />
mas concluiu pela possibilidade de<br />
uma música nacional inspirada na lyrica<br />
e no cancioneiro popular.<br />
sentando o norte de Portugal, alguns<br />
pittorêscos arredores do Porto,<br />
e as margens do Douro.<br />
Os assumptos sam : a vindima; a<br />
pesca da sardinha; um grupo de<br />
raparigas tirando o peixe da rêde;<br />
um retrato: «Uma mulher do Porto»;<br />
paisagens, marinhas, etc.<br />
Os quadros têm sido muito admirados<br />
por innúmeros visitantes, e<br />
muito elogiados, juntamente com a<br />
sua auctora, pela imprensa londrina.<br />
Partiu para Villa Real o sr. Domingos<br />
de Freitas a occupar o seu pôsto<br />
de capitão no regimento onde foi collocado.<br />
O sr. Wenceslau Martins de Carvalho<br />
ofTereceu ao museu d'antiguidades do<br />
Instituto o pé d'uma estátua romana,<br />
achado em Condeixa-a-Velha.<br />
Na Suissa acaba de ser rejeitado pelo<br />
referendum um projecto de lei que estabelecia<br />
um banco de Estado. Foi de<br />
440:834 o número dos votantes, sendo<br />
248:194 contra o projecto e 192:640 a<br />
favor.<br />
Partiu para Lisboa, depois d'uma segunda<br />
exploração em Condeixa-a-Velha,<br />
o illustre archeologo sr. Leite de Vasconcellos.<br />
.<br />
A récita de despedida do quinto anno<br />
jurídico re3lizar-se-ha na ultima semana<br />
antes das férias da Páschoa.<br />
prema inquietação reflecle-se em todos<br />
os rostos.<br />
O Banco de Portugal tinha em<br />
caixa na semana finda a quantia de<br />
Em Hespanha, principalmente, é 13.337:145^571 réis em metálli-<br />
pintura, folgarêmos que ao sr enorme a anciedade, aguardando-se co,e em circulação57.7l4:252$250<br />
Baptistini esteja reservado o aco-<br />
Chamámos a attenção dos nossos<br />
cada momento alguma coisa de réis em notas.<br />
lhimento honroso, a que tem incon-<br />
leitores para o annúncio Tópico con-<br />
fatal ao domínio hespanhol no mar<br />
testável direito.<br />
tra a Coqueluche, cujo effeito bené-<br />
das Antilhas.<br />
fico tem sido confirmado por espe-<br />
O caminho, porém, está traçado O candidato progressista pelo circucialidades médicas o innúmeras pes-<br />
de ha muito. E não ha sacrifícios lo de Cantanhede, sr. dr. Horácio Poiasoas. 'O Povo da Figueira» que possam voltar a face do Desres, teve de retirar á última hora a sua<br />
candidatura, não se sabendo ainda qual Segundo opiniões auctorizadas,<br />
tino, por mais extraordinários que o candidato governamental por este não existe melhor preservativo con-<br />
Encetou o 3.° anno da sua pu elles sejam.<br />
circulo.<br />
tra o terrível mal de que as crean-<br />
blicação o nosso prezadíssimo col^ E quando obstinadamente postos<br />
ças tanto enfermam.<br />
lega O Povo da Figueira.<br />
em prática, o único resultado que<br />
Militando, como nós, nas hostes<br />
surgem é o exgotamento da vitali- Está a concurso a egreja de S. Se-<br />
dos revoltados contra os desmandos<br />
dade d'um povo, e nunca o seu bastião de Means, da diocese de Coim-<br />
do poder, é-nos immensamente gra-<br />
triumpho.<br />
bra.<br />
Revistas e jornaes<br />
to registar estas datas que marcam<br />
o começo de mais um anno de lu- Por um cálculo ultimamente aprecta<br />
em pról do ideal por que nos sentado, uma guerra europêa cus-<br />
encontramos cada vez mais dispostava a cada uma das grandes potén<br />
tos a todos os sacrifícios.<br />
cias quarenta e seis milhões de fran-<br />
O nosso presado collega termina cos por dia. Isto sem contar as per-<br />
Uma distincta pintora aguarelista<br />
inglêsa, lady Roop Dockery, expõe<br />
na galeria Rembrandt, de Londres,<br />
uma série de quadros — cincoenta<br />
e tantos números — repre-<br />
Gazeta «las Aldêas — Recebemos o<br />
n.° 61 d'este importante semanário de propaganda<br />
agrícola e vulgarização de conhecimentos.úteis<br />
que se publica no Porto.<br />
E seu redactor principal o sr. dr. António<br />
de Magalhães, distincto chimico analvsta do<br />
Laboratório Chímico-Agrícola do Porto.<br />
Este número traz o seguinte summário:<br />
3 'O Margarodes, Conde de Samodáes.—Diminuição<br />
da producção vitícola em Itália, Duarte<br />
d'OIiveira.—A piscicultura em Portugal,Rocha<br />
Peixoto.—Economia doméstica, Marietta.—<br />
Folhetim: A reparação, Carlos Deslys, traducção<br />
de Adolpho Portella.—Secções e artigos<br />
diversos:—A vida agrícola.—Máehinas agrícolas<br />
(com gravura).—Máehinas enxertadeiras,<br />
(com gravura).—Zootechnia: Governo e cuidado<br />
dos animaes de trabalho, Avicultura: Creação<br />
de gallinhas.—Variedades. A mascara. O<br />
carnaval de outr'ora. O cortejo do «boi gordo».<br />
A festa da agricultura na China. Uma mascarada<br />
célebre no Porto.—Resposta a consultas.<br />
—Chrónica dos acontecimentos.<br />
C. Silva. — Lourenco Marques.—<br />
Escandalos da Administração municipal.—Recebêmos<br />
um folheto assim intitulado, que agradecemos.<br />
Vamos lêr.<br />
Missa ao Senhor Jesus na egreja<br />
de S. Pedro<br />
Devido aos esforços e devoção do digno<br />
sachristão d'esta egreja o sr. Manuel,<br />
realizar-se-ham em todos os domingos<br />
de quaresma, pelas 5 '/s horas<br />
da manhã, missas ao Senhor Jesus.<br />
Para abrilhantar êstes actos religio-<br />
sos cantar-se-ha o primoroso Miserere<br />
de José Mauricio.<br />
A egreja de S. Pedro acha-se tratada<br />
com muita decência e aceio, no que<br />
muito é para louvar aquelle cavalheiro.<br />
E' de esperar grande concorrência<br />
de fieis.<br />
# *<br />
Communicados<br />
Sr. António Amorim de Carvalho:<br />
Não posso deixar de lhe manifestar<br />
o meu eterno reconhecimento, pelos<br />
resultados benéficos que meus queri-<br />
dos Glhinhos obtiveram com o uso do<br />
Tópico contra a coqueluche,<br />
de seu invento, que eu considero um<br />
remédio iriiagroso e efficaz na cura de<br />
tam terrível doença. Depois de muitos<br />
tratamentos, a tosse só cedeu ao seu<br />
Tópico, que eu recommendo aos<br />
paes extremosos.<br />
Lamego, 14 — 6.° — 95.<br />
De v., etc.,<br />
José dos Santos Leitão Júnior.<br />
Declaro que empregando o Topico<br />
contra a coqueluche, preparado<br />
pelo pharmacéutico Amorim de<br />
Carvalho, em meus dois filhinhos, que<br />
estavam bastante atacados da coqueluche,<br />
em oito dias ficaram êstes completamente<br />
restabelecidos.<br />
Porto e rua da Boa-Vista, 148 — 29<br />
de outubro de 1896.<br />
Joaquim Ramalho Ferreira.<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «& C. a<br />
Ao cabo de alguns minutos, levanágua enche-lhe o cérebro com o odôr — É-me impossível recebê-la; tenho<br />
tou-se, compretiendendo que era ata- acre dos limos.<br />
—Estou a cair com somno... Bôa<br />
onde estar a essa hora.<br />
cado, que devia arrostar com o peri-<br />
noite... '<br />
As árvores sacodem-se, pouco a pou- — Que deverei dizer-lhe?<br />
go, mas respirava mal em sua própria<br />
— Bom dia! Disse a mulher, a rir-se.<br />
co, da neblina, esboçando as silhouet- — Dirás... dirás que me escreva.<br />
casa. Saiu e caminhou durante uma tes esguias no pardo e no auróreal. A<br />
Bérard foi para o seu quarto, mono-<br />
— Bem, senhor.<br />
hora. Breve se encontrou nas margens<br />
logando :<br />
planlck, ,apparece lentamente com a Bérard percorreu os armazéns, viu<br />
dó Sena, em S. Diniz..., alli, ao ar sua floresta de espigas e o seu mundo<br />
—Oh! Não, é impossível! Ella não<br />
que tudo estava nos seus Iogares, e<br />
ivre, respirou mais à vontade. d'insectos... Céu, terra, árvores, e<br />
pôde ter sonhado a verdade.<br />
subiu para casa... passou pelo quar-<br />
Torneando a aldêa, passa através rio se desenrolam ternos e brumosos... to de sua mulher. Junto do leito esta-<br />
dos campos, seguindo os atalhos que fendendo o horisonte, espelhando-se va um berço em que dormiam dois fi-<br />
IV<br />
cortam o prado.<br />
na limpidês das águas, scintillando lhinhos; â morna claridade da lampa-<br />
Fatigado por esta longa caminhada, através das folhas, abrazando a planírina, elle poude contemplar o grupo<br />
Os empregados da casa Bérard<br />
as pernas lassas mas o cérebro mais cie, surge finalmente o dial... encantador de todos o que amava.<br />
calmo desde que pôs pé na ilha, de-<br />
Pelas duas horas da tarde, parava<br />
Bérard levantou-se mais tranquillo; Duas lágrimas lhe deslizaram pelas<br />
III<br />
bruçou-se na relva, e apoiado nos co-<br />
um elegante coupé deante da porta da<br />
a madrugada expuisára as idêas som- faces...<br />
tovêllos, queixo entre as mãos, procu-<br />
casa Bérard. na rua d'Enghien.<br />
brias da noite. Lembrou-se da visita — Pobres almas, pensou elle, se<br />
Terror é esperança rou recordar-se.<br />
Uma mulher, jóven ainda, arreba-<br />
annunciada para êsse dia, e decidiu-se soubessem. Oh! Nunca! nunca!<br />
Foi debalde; surprehendido por um<br />
tadôra sob o véu que lhe encobria o<br />
a oppôr momentáneamente ao ataque, Enxugou as pálpebras, abraçou os<br />
Tomava a vérobaque, os seus com- panorama que se desenrolava ante a<br />
rôsto, vestida no rigor da moda, des-<br />
a força inêrte.<br />
filhos, debruçou-se sobre a mulher; ia<br />
panheiros, a rudeza com que era a sua vista, elle esquecia.<br />
ceu.<br />
princípio tratado; depois tudo mudava Forçoso é dizer-se que era um lindo Entrou em casa, e foi para o seu<br />
abraçá-la, ella abriu os olhos.<br />
Entrou no armazém, e perguntou:<br />
em volta d'elle, era empregado nas quadro éste despontar do dia: gabinete: quando chegaram os rapa- — Sóbes agora ?<br />
— 0 sr. Bérard?<br />
officinas.... Vê que desde aquelle dia A neblina embaciando tudo!... Cada<br />
zes do armazém, julgaram que o pa- — Sim!<br />
—Nâo está, minha senhora, respon-<br />
a protecção discreta de Nither havia vez mais vento a rumorejar por entre<br />
trão tivesse passado a noite trabalhan- — Trabalhaste durante toda a noite? deu um caixeiro que se inclinou gen-<br />
ido em seu auxílio. Lembra-se do dia os choupos invisiveis; a terra a merdo.<br />
Não lhes causou admiração o facto. — Não, adormeci...<br />
tilmente deante da jóvem. Se v. ex.*<br />
feliz em que foi chamado pelo director gulhar na limpidês das águas os seus<br />
No momento de abandonar o gabinete — Oh! Tu mentes... Jacques, nâo quer ter a bondade de entrar no ga-<br />
e em que êste lhe disse:<br />
para ir repousar, chamou um d'elles, quero que te mates assim... Se cat-<br />
cabellos verdes, sem a sulcar; tudo<br />
binete, eu vou mandar perguntar se o<br />
— Fôste indultado; ámanhã serás<br />
e perguntou-lhe d'um modo indiferes doente...<br />
immerso em profundo silêncio, apenas<br />
senhor está em caía...<br />
livre. Mostra-te digno da graça que<br />
rente :<br />
— Ês louca... Dorme... Já me<br />
jerturbado pelo repouso longlquo das<br />
A dama seguiu o caixeiro, e penetrou<br />
arrependi de te ter acordado.<br />
acabas de receber.<br />
águas do canal... Os campos dormem. — Que quer dizer esta carta?<br />
no gabinete.<br />
—Não, fizeste bem. Estava sonhando<br />
Lembra-se da sua partida, d'um des- Já uma faxa d'azul illumina o hori- — Fui eu que a recebi hontem.<br />
—Quer ter o incómmodo de dizer-<br />
coisas horríveis!...<br />
conhecido que o conduz a algumas sonte!<br />
— Quem t'a entregou ?<br />
me o seu nome, minha senhora?<br />
—Coisas horríveis!<br />
léguas de Paris, que o põe ao facto de A vida regressa, despertam as aves, — Uma senhora, patrão.<br />
— A dama que aqui veio hontem...<br />
— Sim, a teu respeito.<br />
tudo, que o leva um dia para a mesma os gallos cantam, chiam os carros pe- — Ah ! Que me queria ?<br />
e que elle espera.<br />
—A meu respeito?... disseJacques,<br />
casa onde agora está.<br />
las estradas, o silvar da locomotiva —Disse que era um negócio particu-<br />
— Eu volto já, disse o caixeiro sur-<br />
Opprimido, fatigado pela longa via- estridula ares em fóra, guizalham as lar.<br />
empallidecendo.<br />
prehendido, com um sorriso singular.<br />
Não ousou perguntar a sua mulher<br />
gem que o seu pensamento havia feito, campainhas ao peito dos cavallos, es- — Essa senhora Ocou de voltar hoje? o que tinha sonhado; abrapou-a e dis-<br />
fíórard caiu desfallecido sobre o sophá, talam os chicotes dos carreteiros, e a — Sim, senhor, pela uma hora. se-lhe i<br />
(iContinua,) Serafim Ant
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A min lia entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />
Iiimoeiro lioje—O regulamento — Os presos—Dm<br />
canicida—Condemnado ámorte— Fugas célebres—<br />
Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—TVo<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, esdivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa ê artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128—RUA FERREIRA BORGES —130<br />
1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
" venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
COFRES Á PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
Aramoc 7inppdno • ^ >ara ram ádas e enxertias e dito de espi-<br />
AldlIltJb ZiilMUUb. nhos para vedações.<br />
Mofai hí>anr>n • E amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
iniciai UlallbU . folha de flandres.<br />
FeriO: E a C° de todas as qualidades, carvão de fórja.<br />
narn fprrpirn • Malhos ' t0rQ0S > máchinas de furar, folies,<br />
pdld lClIclIU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />
para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira
O GOVERNO EM TALAS<br />
Comprometleu-se o governo a<br />
annullar uns 400 despachos íIlegal<br />
mente feitos pelo governo transacto,<br />
demittindo os empregados públicos<br />
que por elles tomaram assento<br />
á mêsa do orçamento. Conhecida<br />
a declaração do governo, logo a imprensa<br />
lança mão do assumpto, á que<br />
liga a maior importância. Pede-se<br />
d'iim lado o rigorôso cumprimento<br />
da lei sem contemplações d'ordem<br />
alguma e, portanto, a annullação dos<br />
despachos illegaes; pondera-se doutro<br />
que tal medida deixará sem pão<br />
dezenas de famílias e irá motivar<br />
sérios embaraços, introduzir grave<br />
desordem nos serviços da pública<br />
administração. Reflectindo nas considerações<br />
expostas por um e oulro<br />
lado, sentenceiam alguns conselheiros<br />
que todos têem razão e que<br />
o governo não se esquivará a duras<br />
críticas seja qual fôr a solução que<br />
adopte. Ao mesmo tempo que assim<br />
é discutido na imprensa o assumpto,<br />
fervilham os empenhos para<br />
que a supposta intransigência do<br />
governo não vá ferir êste ou aquelle<br />
empregado. Tudo isto vae levando<br />
a indecisão ao ânimo dos<br />
ministros que as últimas notícias<br />
nos apresentam já hesitantes, não<br />
sendo possivel prevêr se satisfará, e<br />
como o compromisso que tomou.<br />
E todavia é certo que não pode haver<br />
no caso sujeito duas opiniões.<br />
Reconhecido que houve nomeações<br />
de empregados públicos illegalmenle<br />
feitas e que estám portanto<br />
saindo dos cofres do Estado, illegalmente<br />
também, importantes<br />
sommas, impende sobre o governo<br />
o indeclinável dever de restabelecer<br />
immediatamente o império da lei e<br />
de fazer cair toda a responsabilidade<br />
legal sobre quem criminosamente<br />
a desacatou. Provável é que esta<br />
medida vá lançar na miséria algumas<br />
famílias, mas, se tal perspectiva<br />
nos contrista, nunca considerações<br />
d'esta ordem nos entibiarám<br />
no cumprimento do dever. Não é o<br />
Estado albergue de inválidos, não<br />
podem nem devem os ministros sustentar<br />
á custa dos cofres públicos<br />
os seus amigos e afilhados, nunca<br />
a caridade pública se deve exercer<br />
nomeando funccionários. Nos<br />
serviços do Estado devem ser pro<br />
vidos aquelles indivíduos que tenham<br />
as melhores, habilitações para os<br />
exercer. É esta a única doutrina<br />
admissível, o único systema defen<br />
sável.<br />
Mas não pôde a monarchia applicá-lo.<br />
Enquanto ella subsistir, os<br />
serviços do Estado serám exclusivo<br />
apanágio dos amigos e afilhados dos<br />
governos que se succedam no po<br />
der, representando, não partidos disciplinados<br />
e orientados por princípios<br />
d'interesse público, mas grupos<br />
de pedintes e de ambiciosos movidos<br />
só»,pelo interesse ou pela vaidade.<br />
Os empregos públicos não<br />
raro se criam só para anichar um<br />
determinado influente, collocar um<br />
certo apaniguado; os ordenados e as<br />
gratificações arbitram-se, medem-se<br />
attendendo ao funccionário e não ao<br />
serviço que presta. Dam-se escandalosas<br />
e illegaes accumulações. Ha,<br />
citando um exemplo, professores da<br />
Universidade que vencem o seu ordenado<br />
de categoria e estam exercendo<br />
outros empregos em Lisboa<br />
por que recebem ordenados ainda<br />
mais elevados. Haja vista o que se<br />
está dando com o sr. dr. João Arroyo<br />
que recebe do Estado 800$000<br />
réis como cathedrático da Faculdade<br />
de Direito e 2:400$000 réis como<br />
administrador da Companhia real<br />
dos Caminhos de Ferro. Outro caso<br />
deante de nós, referido por um<br />
jornal insuspeito onde se lê que um<br />
empregado da extincta repartição<br />
do sêllo recebeu de julho de 1895<br />
a julho de 1896:<br />
governos e os ministros da corôa<br />
se mantêem. Não conseguiria o governo<br />
Hintze Ribeiro conservar-se<br />
tanto tempo no poder se não soubesse<br />
vencerosattrictosqueo poder<br />
judicial, cuja independência constitue<br />
o único palládio das garantias<br />
individuaes, lhe levantaria creando<br />
emolumentos que augmenlaram<br />
os vencimentos de alguns magistrados<br />
em quantia superiora 400$000<br />
réis. Manteve-se por esses processos<br />
o governo Hintze Ribeiro e o<br />
actual cairá logo que pretenda afastar-se<br />
d'elles, não compromettendo<br />
só a sua existência mas a da monarchia<br />
a quem serve.<br />
Em tal regimen, a notícia de que<br />
vam ser demiltidos 400 empregados<br />
nomeados illegalmente provoca<br />
os mais oppostos commentários e,<br />
seja qual fôr a solução que o gover-<br />
As conveniências da Câmara<br />
Temos ouvido constantemente dizer<br />
que a Câmara municipal de Coimbra<br />
não tem dinheiro, quando se pergunta<br />
pelos serviços que devia fazer ao município<br />
e que não tem feito.<br />
E' o supremo e irrespondivel argumenta<br />
com que os zelosos administradores<br />
da fazenda municipal respondem<br />
ás censuras justíssimas que lhes fazem.<br />
O 3 V L d d r I o<br />
Já aqui registrámos, para lição<br />
de todos nós, qual a somma espantosa<br />
da nossa dívida pública —<br />
mais de 700:000:000|000 ;réis. pela<br />
qual pagamos annualmenté, só<br />
Mas ss. ex.<br />
no adopte, ficará sempre em má situação.<br />
Concordamos com os conselheiros<br />
que assim opinam, e por<br />
esla simples razão: a demissão dos<br />
400 empregados tornar-se-ha injustificável<br />
se o governo não f(5r<br />
muito mais longe, e para isso falta-lhe<br />
força; a conservação d'esses<br />
Categoria 800$000 empregados torná-lo-ha conivente<br />
Compensação 100$000 na illegalidade que o governo trans-<br />
Gratificação 300$000<br />
acto commelleu, e que elle veiu de-<br />
Ajudas de custo 537$000<br />
Serões 409$956 nunciar.<br />
Transportes 802,5500 O governo está, pois, como em<br />
Subsídios 33$705<br />
phrase vulgar se diz, mettido numa<br />
Diversos abonos . .. 142$700<br />
camisa de onze varas; vê-se séria-<br />
Ao todo 3:125$861 réis, mais<br />
mente entalado.<br />
que o ordenado fixado na lei para<br />
um ministro de Estado!<br />
Tem um regimen político em que O recenseamento<br />
taes abusos se repetem dia a dia, A respeito do recenseamento elei-<br />
em que não ha só illegalidades mas toral o Tribuno Popular não adian-<br />
verdadeiras immoralidades, os mais ta nada, depois de ter ameaçado a<br />
revoltantes escândalos, auctoridade Terra, o Céo, o Mar e o Mundo.<br />
para demittir 400 empregados, que Annunciou as suas iras no dia 3<br />
percebem na sua grande maioria<br />
de março; publicou uma relação de<br />
doze nomes excluídos do recensea-<br />
insignificantes ordenados? Pôde um mento, no dia 6, declarando não lhe<br />
governo monárchico exercer rigorosa ter sido possivel fazer um exame<br />
economia na administração pública, minucioso do recenseamento eleito-<br />
pondo termo ás sinecuras que nella ral; no dia 10 vem dizer ainda que<br />
existem e remodelando os serviços não pôde tratar do assumpto com o<br />
do Estado em harmonia com as<br />
desenvol vimento'que o caso pede...<br />
e mais nada.<br />
suas necessidades?<br />
E vem dizer que nós não dissé-<br />
Não tem o regimen político, que mos nada no nosso número último.<br />
nos está aviltando depois de nos Mas que querêmos nós ter com o<br />
haver empobrecido, nem prestígio recenseamento eleitoral?<br />
nem força para assim proceder. Arranje-se o Tribuno mais a Correspondência<br />
. ..<br />
Qualquer governo que pretendesse<br />
E ficaremos assistindo ao com-<br />
encetar êsse caminho devia começar bate dos luctadores.<br />
por cima, cortar sério pelos abusos Mas, onde é que Júpiter arreca-<br />
que se estám dando com os altos daria os raios?...<br />
funccionários do Estado, oppôr-se<br />
pertinazmente a viajatas e diversões<br />
O sr. Manuel Miranda filiou-se<br />
régias que tam caras ficam ao the-<br />
no partido progressista—diz a Corsouro.<br />
Bastaria, porém, que um mirespondência de Coimbra.<br />
nistro da corôa manifestasse tal E' falso—diz o Tribuno Popular.<br />
propósito, para que se visse imme- Donde se vê que o sr. Miranda,<br />
diatamente obrigado a abandonar o se não é de Pilatos também não é<br />
seu logar; as influências palacianas de Herodes.<br />
E ambos o querem.<br />
e partidárias conjugar-se-hiam im-<br />
E' como o morcêgo da fábula —<br />
mediatamente todas contra elle. ave e mamífero. Conforme lhe con-<br />
É por meio da corrupção que os vém.<br />
as têem fallado sem razão.<br />
A Câmara tem muito dinheiro; as<br />
finanças municipaes nadam em maré<br />
de rosas.<br />
Pois se não fôra assim explicava-se<br />
a nomeação que a Câmara acaba de<br />
fazer de mais um dispensabilissimo<br />
empregado?<br />
Pois a Câmara nomeou-o.<br />
Para quê? Que outro nicho foi<br />
creado? E para quem?. ..<br />
—Ajudante do fiscal do mercado!<br />
—Para um parente d'um vereador!<br />
Como se o movimento do mercado<br />
se tivesse desenvolvido de modo que<br />
explique um empregado a mais.. .<br />
O movimento não é maior do que<br />
era; a necessidade do empregado, não<br />
é nenhuma; mas a necessidade de<br />
fazer o favor, á custa dos munícipes,<br />
é que era grande.<br />
E ahi temos nós mais um fiscal no<br />
mercado. .. para que se não venda o<br />
peixe avariado nem as batatas greladas.<br />
Entretanto, as ruas da cidade estám<br />
uma vergonha; quando chove, em volta<br />
da cidade ha lamaçaes sómente.<br />
Emfim, tudo isto é pregar no deserto<br />
; mas vamos sempre fallando.<br />
A ver se elles têem pudor...<br />
Assis Brasil<br />
Esteve de passagem em Coimbra,<br />
hontem, vindo do Bussaco, para<br />
onde tinha partido de Lisboa, de<br />
velocípede, em companhia de vários<br />
amigos, o illustre representante<br />
do Brasil em Portugal.<br />
S. ex. a andou visitando os principaes<br />
estabelecimentos da cidade.<br />
Disseram ao sr. governador civil<br />
que o sr. Ayres de Campos ía abrir<br />
a burra e espalhar oiro ás mãos<br />
cheias nas próximas eleições.<br />
Reposta de s. ex. a de juros e amortização, um terço<br />
das receitas públicas — mais de<br />
17.000:000^000 réis.<br />
Já o dissemos, mas é bom repeti-lo;<br />
e tanlas vezes, que no cérebro<br />
do povo inteiro se imprimam, bem<br />
fundo, estes algarismos, que a memória<br />
do país tenha sempre bem<br />
presente esta luminosa synthese da<br />
nossa ruína.<br />
E vejamos agora, restringindo<br />
mais, examinando uma minúcia do<br />
quadro vastíssimo que representa o<br />
o nosso descalabro económico e financeiro,<br />
um trecho da administração<br />
portuguêsa dos últimos annos.<br />
Em 92, quando o país, num arranco<br />
de anciedade de salvação, levou<br />
ao governo, como um messias,<br />
o sr. Dias Ferreira, o ministro da<br />
fazenda de entám leu no parlamento<br />
um relatório que dava conhecimento<br />
official á nação das ruinosas circunstâncias<br />
da fazenda pública. Mostrou<br />
o quadro sombrio da nossa situação<br />
financeira, mostrou o depauperamento<br />
das nossas forças económicas,<br />
pintou fielmente os horrores<br />
da situação, mostrou com clareza<br />
a suspeitada ruína.<br />
Revelou-se a verdade que se escondia<br />
nos myslérios dos orçamentos<br />
; — bancarota aberta.<br />
E entám o sr. Dias Ferreira chamou<br />
o país ao sacrifício salvador;<br />
e o povo sem um murmúrio, sem<br />
um pretexto, offereceu-se, cheio de<br />
esperança, ao sacrifício... Impenderam<br />
entám, sobre todos, as leis<br />
de salvação. As despêzas públicas<br />
soffreram um côrte fundo, bem ou<br />
mal orientado, com bom ou mau<br />
critério, mas para a crise que nos<br />
afogava o remédio não era outro.<br />
Por muito amargo, por muito<br />
cruel, tomou-se. E, mercê do golpe<br />
vibrado contra os juristas da dívida<br />
portuguêsa e contra os funccioná-<br />
: —Elle joga<br />
rios do Estado, as despêsas ficaram<br />
oiros; e eu de cá jogo-lhe paus e<br />
diminuídas d'uns poucos de milha-<br />
espadas... E hei de ganhar!<br />
res de contos.<br />
É o que se diz, e pôde muito bem<br />
ter sido verdade.<br />
E o povo, que eslava pobre, fi-<br />
Pois elles sam capazes de tudo...<br />
cou exhausto. Era já desesperadora<br />
a situação.<br />
Sóbe o ministério João Franco<br />
& Hintze, — as despêsas subiram<br />
Mais um<br />
mais de 9:000 contos; as receitas<br />
O infante D. Affonso, que só se foram elevadas a mais 10:000 con-<br />
tem notabilizado pelas doidas cortos.rerias em que anda quasi sempre Mais dez mil contos de réis extor-<br />
pelas ruas de Lisboa, a estafar caguidos, roubados á miséria do país;<br />
vallos e a alropellar os transeuntes, foi Portugal posto violentamente a<br />
ainda na segunda feira alropellou saque; e organizou-se entám a qua-<br />
um velho de 85 annos.<br />
drilha da fiscalização do sello—<br />
O caso não é ainda tam censu- lesses salteadores.<br />
rável como é repellente o seu pos- E como este, outros meios e<br />
terior procedimento. O sr. D. Af- outros, cada quaes mais vexatórios<br />
fonso continuou seguindo no seu e mais oppressivos...<br />
trem, sem para nada se importar E o país conseguiu ainda distil-<br />
com o pobre velho, que a sua estúlar do séu sangue dez mil contos<br />
pida incúria e criminosa negligên- de réis por anno. E a voragem do<br />
cia prostrou no meio da rua. thesouro sempre de fauces hiantes,<br />
O velhinho foi levado em mau insaciaveis. .<br />
estado para o hospital, e o sr. D. Apesar de tudo isto, porém, esse<br />
Affonso não foi preso.<br />
calamitoso ministério de bandidos
contraiu, em quatro annos, 26:500<br />
contos de dívidas.<br />
Um assombro I<br />
Além d'isto, absorveu até fevereiro<br />
as dotações dos serviços públicos<br />
destinadas ás despêsas correntes<br />
até findar o actual anno económico—<br />
o que levou o governo<br />
actual, para occorrer a esses encargos<br />
indispensáveis para a vida<br />
do Estado—a pedir um crédito extraordinário<br />
de $:500 contos, o que<br />
revela que os criminosos esbanjamentos<br />
d'esse ministério se elevaram<br />
a 30:000 contos.<br />
E eis-nos agora muito peior do<br />
que, d'antes...<br />
E d'este modo immoral e criminoso<br />
que se está realizando a liquidação<br />
da monarchia em Portugal.<br />
Ha centenas d'annos nesta exploração<br />
constante das energias do<br />
país inteiro, baurindo-lhe a vitalidade,<br />
sugando-lhe a seiva— parasita<br />
insanciavel de ventre monstruoso,—tem<br />
ella vindo através do<br />
tempo alienando-nos o património<br />
e corrompendo-nos o caracter, até<br />
nos reduzir,—povo de párias, povo<br />
de miseráveis,—a esta inacção vergonhosa,<br />
a esla passividade absurda.<br />
E lemos assistido, impassíveis,<br />
petrificados, sem um impulso de<br />
indignação fremente, sem um movimento<br />
de cólera indómita e justiceira,<br />
ao cruel desenrolar d'uma<br />
enorme cadêa de torpêzas.<br />
E ha séculos que a monarchia<br />
nos vem preparando o dia d'hoje...<br />
E nem agora enfeixamos num<br />
azorrague vingador as nossas dôres,<br />
as nossas misérias, a nossa<br />
cólera...<br />
Authentico.<br />
Conta o Jornal do Commércio que<br />
na segunda feira, pelas 1 i '/a horas<br />
da manhã, se deu no edifício da<br />
caixa geral dos Depósitos uma<br />
scena curiosa.<br />
O sr. ministro da fazenda, dirigindo-seaoprimeirocontinuoqueencontra,<br />
pergunta-lhe simplesmente:<br />
— Quem está por cá?<br />
O contínuo, que não reconheceu<br />
o sr. conselheiro Ressano Garcia,<br />
responde-lhe com um significativo<br />
sorriso de malícia:<br />
— A esta hora, senhor ?! Para<br />
mais tarde, lá para a i.<br />
Entám não está ninguém?—tornou<br />
o sr. ministro da fazenda num<br />
tom de visivel surpreza, por muito<br />
que prevenido estivesse da. .. demora<br />
de nossos funccionários em<br />
entrar na repartição.<br />
—Ah! está o sr. Berquó.<br />
—Faz-me favor, chama-me então<br />
o sr. Berquó ?!<br />
Mas, mal o sr. conselheiro Ressano<br />
Garcia tinha pronunciado este<br />
nome, abria-se uma porta e apparecia<br />
o seu portador: o sr. Berquó.<br />
Este, algo estupefacto, vae de encontro<br />
ao visitante e inclina-se respeitoso<br />
:<br />
— Oh! sr. conselheiro...<br />
O continuo, percebendo que tinha<br />
deante de si o sr. ministro da<br />
fazenda, apruma-se muito confuso<br />
e atrapalhado.<br />
E, acompanhado pelo sr. Berquó,<br />
percorreu o sr. conselheiro Ressano<br />
Garcia todas as dependências do<br />
edifício, saindo sem ter tido o prazer<br />
de ver mais nenhum outro empregado.<br />
Tirem todos a moralidade do facto.<br />
Que já é bem conhecido para<br />
que servem os milhares de empregados<br />
que sugam o país pelas repartições<br />
do Estado...<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
CEETA<br />
de taes successos não pode caber<br />
senão ás potências.<br />
souraria, respondendo a sir Williem<br />
Vernon Harcourt, deputado liberal, dis-<br />
se que a Constituição impede-o de to-<br />
a campanha em um só combate.—<br />
Mousinho».<br />
Ellas, invocando a razão da paz |<br />
Continúa preoccupando por com- geral ameaçada, apenas queriam<br />
pleto os espíritos a situação no<br />
Orienttf.<br />
A Grécia, intimada pelas seis grandes<br />
potências europêas, para no prazo<br />
de seis dias, fazer retirar de Creta<br />
a sua esquadra e as suas tropas,<br />
respondeu altivamente recusando,<br />
pela razão de que o facto dessa retirada<br />
acarretaria novos morticínios,<br />
incêndios e saques, talvez uma lucta<br />
tanto mais d'extermínio entre<br />
musulmanos e christãos, quanto os<br />
ódios agora mais devem estar aggravados.<br />
Esta resposta é ao mesmo tempo<br />
acompanhada d'extraordinários preparativos<br />
para a guerra. Na fronteira<br />
grega está já concentrado o<br />
grosso do exército hellénico, e as<br />
forças que sob o commando do coronel<br />
Vassos occupam Creta sam<br />
constantemente engrossadas por numerosos<br />
bandos de cretenses.<br />
Cruzam-se em todas as direcções<br />
vastas munições de guerra e accorrem<br />
á Grécia de todas as nações da<br />
Europa verdadeiras legiões de voluntários<br />
a tomar um logar nas fileiras<br />
do exército grego. Os estudantes<br />
francêses e dinamarquêses foram<br />
os primeiros a dar o seu contingente.<br />
Na Grécia a opinião está<br />
exaltadíssima. Os governantes declaram-se<br />
perfeitamente identificados<br />
com a opinião nacional e esta<br />
manifesta-se bem claramente, gritando<br />
por toda a parte, nos comícios,<br />
nas reuniões, na rua —viva a<br />
guerra!<br />
A esta hora as potências concertam-se,<br />
decerto, se êsse concerto<br />
não estava d'antemão feito, ácêrca<br />
da sua maneira de proceder, perante<br />
a épica altivêz dos gregos.<br />
O bloqueio das costas gregas pelos<br />
extrangeiros em virtude da altitude<br />
da Grécia, será o signal dado<br />
para que esta rompa, na fronteira,<br />
as hostilidades contra a Turquia.<br />
Estes os factos, consumados uns,<br />
imminentes outros.<br />
D'isto tudo uma única consequência<br />
a que não será possivel fugir já<br />
— a guerra.<br />
Eis ao que uma diplomacia hypócrita,<br />
por egoista, arrastou duas<br />
nações, porventura a Europa inteira.<br />
x<br />
E bem sombrio, portanto, o horisonle<br />
que, á nossa vista, se nos<br />
alarga.<br />
E assim, no estado de tensão a<br />
que esla queslão chegou, uma de<br />
duas: — ou a Europa se impõe á<br />
Grécia e esta só cede depois de esmagada,<br />
embora tenha de desapparecer<br />
como nação, como ha dias declarou<br />
o chefe do gabinete d'Athenas;<br />
ou a Europa, reconhecendo a<br />
injustiça do seu proceder, recúa e<br />
sancciona a annexação de Creta á<br />
Grécia e, neste caso, completa o immenso<br />
fiasco que tem vindo dando.<br />
Mas a aggravar ainda esta situação<br />
ha de vir, com cerlêza, como<br />
poderoso elemento perturbador, a<br />
intriga internacional pelo conflicto<br />
de interesses que nunca poderam<br />
accordar-se e que, por isso mesmo,<br />
tem dado ao mundo e á civilização<br />
o triste exemplo de tolerar essa selvageria<br />
turca a saciar-se no sangue<br />
que torpemente tem feito derramar.<br />
Não será, pois, arriscado affirmar<br />
que uma conflagração europêa,<br />
tam temida e tam invocada pela Europa<br />
para justificar o seu procedimento<br />
perante a Grécia, está agora<br />
mais imminente e mais ameaçadôra<br />
que nunca.<br />
E a responsabilidade tremenda<br />
! i mar o compromisso de que as tropas Assegura-se qae as povoação con-<br />
inglêsas não serám empregadas contra quistadas representam já vantagens<br />
cobrir os seus interesses na Tur- a Grécia sem o assentimento do parla- enormes para o resultado da expediquia,<br />
e esperando que a Grécia se mento; crê porém que não será necesção.<br />
intimidasse pela força, não se imsário recorrer á força.<br />
Oxalá que entre as difficuldades<br />
Athenas, 9, a.—Os jornaes<br />
portavam com o que a humanidade alhenienses approvam a resposta da<br />
pavorosas em que se debate o nosso<br />
lhes impunha.<br />
Grécia á nota collectiva das potências país sejam consoladoras as notícias<br />
Enganaram-se, felizmente.<br />
A esquadra bellénica bloqueia vários das nossas empresas militares em<br />
A Grécia responde-lhes nobre- navios turcos no golfo de Arta. África. Que esses dedicados e nobres<br />
mente embora isso seja para si uma Canea, IO.—Os musulmanos que peoneiros da nossa honra, que por lá<br />
estavam bloqueados em Candéa che- arrastam a morte esquecidos das tra-<br />
questão de morte, produzindo a sua garam hoje a esta enseada a bordo de ficáncias da metrópole, cubram de<br />
attitude frémitos d'enlhusiasmo em um navio de guerra italiano. Os trans- glória o seu nome e o nome de Por-<br />
toda a parte.<br />
portes de guerra italianos e inglêses<br />
tugal.<br />
Os póvos enviaram-lhe já men- estám desde hontem na enseada carregados<br />
de tropas.<br />
sagens; os parlamentos começam de<br />
saudá-la e a opinião pública é-lhe<br />
Pavoroso<br />
em toda a parte favoravel, a ponto<br />
de os governos que lhe tem sido<br />
O Tribuno Popular notou no ren-<br />
Fernando Palha<br />
hostis estarem ameaçados de cair<br />
dimento dos impostos indirectos da<br />
como succede com o ministério fran- Morreu hontem em Lisboa o sr. Câmara Municipal de Coimbra, ducês.<br />
Fernando Palha, que se tornou disrante o mês de fevereiro último,<br />
tincto mais como homem de socie- comparado com o mês de fevereiro<br />
x<br />
dade, illustrado e intelligente, do do anno passado, um decrescimen-<br />
Tínhamos escripto isso que ahi que como homeir. público, mas que to de 1$976 réis.<br />
deixámos pelas impressões recebi- tem a honrar o seu nome um traço Para onde irám, neste decrescendas<br />
na leitura dos últimos telegram- característico da elevação dos seus do assustador, as finanças da Câmas<br />
que ainda só davam como sentimentos patrioticos. Assignalou mara . . .<br />
certo a recusa da Grécia, sem com- a sua rápida passagem pela vida Aqui está o Tribuno a fazer uma<br />
tudo ser conhecida officialmenle a pública fazendo votar pela Câmara guerra formidável á actual adminis-<br />
sua resposta á nota das potências. municipal de Lisboa, sendo seu pretração municipal.<br />
Essa resposta é, porém, já cosidente, a quantia de 100:000^000 Lá se avenham com elle.<br />
nhecida e, comquanto ella seja um réis para a Subscripção Nacional.<br />
pouco differente na fórma d'aquillo O sr. Fernando Palha foi notado<br />
que os primeiros telegrammas affir- sempre, na sua vida particular, pela<br />
C-CLtoa,<br />
mavam, não o é contudo na essên- nobrêza do seu caracter e primôr<br />
cia, subsistindo portanto tudo o que de educação.<br />
deixámos affirmado.<br />
Arredada um pouco das attenções<br />
Os dois telegrammas que seguem<br />
essa lucta que d<br />
dam-nos a sumula d'essa resposta: Está confirmada oficialmente a<br />
candidatura por Coimbra do sr. Ay-<br />
Aíhcnas, 8. — Coníirma-se que a<br />
resposta da Grécia á nota collectiva das res de Campos pela opposição,<br />
potências, recusa o assentimento ás como já o estava a do sr. Mattoso<br />
propostas d'estas; diz que a autonomia pelo governo.<br />
de Creta não constitue uma solução, Ou o contrário... não sabêmos<br />
pois que os cretenses a repellem.<br />
bem.<br />
A Grécia acceita sómente a vontade<br />
dos cretenses.<br />
Se elles sam todos a mesma coi-<br />
Atlienas, 8, a.—Eis em resusa...mo o texto official da nota grega:<br />
A Grécia na sua resposta às potências<br />
pede que lhe seja annexada a ilha Contra os namarraes<br />
de Creta em nome dos direitos histó<br />
ricos e em nome da communidade de Parece que vae progredindo com<br />
religião e de raça; declara-se todavia felicidade a campanha emprehendida<br />
disposta a retirar das aguas de Creta<br />
por Mousinho d'Albuquerque para su-<br />
a sua esquadra, caso as potências enjeitar<br />
os namarraes.<br />
treguem ao exército grego a obra da<br />
pacificação, depois de cujo cumprimen- Assim o dam a entender os últimos<br />
to os cretenses exprimiriam livremente telegrammas:<br />
a sua opinião.<br />
«MOÇAMBIQUE, 8.—Bivaque em<br />
Vê-se, pois, qne a Grécia não ac- Ibrahimo 7 março. Foi hontem occuceita<br />
a solução dada á questão pepada â viva força a povoação de Ibrahimo,<br />
principiando o fogo ás 9 horas<br />
las potências e propõe outra que é<br />
do manhã e continuando com inter-<br />
mais digna e mais justa, que esmitténcias até ás 5 horas da tarde.<br />
tas não deveriam hesitar em accei- Três soldados de infanteria e um<br />
tar immediatamente o que aliás não soldado indígena ficaram feridos. Um<br />
farám porque isso as feriria no seu marinheiro ficou contuso.<br />
egoismo e na sua ambição.<br />
Extraviado o segundo sargento da<br />
Se o fizessem lucraria a humani- armado Thimotheo Silva, que suppodade<br />
e a civilização e acabariam asnho morto.<br />
sim dessidéncias que tam graves ap- Hoje vam para Natule os feridos e<br />
prehensões produziram.<br />
apenas 3 doentes, o que prova o ex-<br />
Eis os últimos telegrammas: cellente estado sanitario.<br />
Espero o regresso do comboyo para<br />
Berlim, O.—-Os governos da Áus- proseguir a marcha.—(a) Mousinho».<br />
tria, Allemanha e Rússia, estám perfei- «MOÇAMBIQUE—Abrahimo, 8.—<br />
tamente dispostos a adoptar contra a<br />
Hontem Mucutu-muuu, principal po-<br />
Giécia, quaesquer medidas repressivas,<br />
voação dos namarraes, foi tomada á<br />
por mais enérgicas, que estas sejam.<br />
Diz-se mesmo que está resolvido pelos<br />
viva força e incediada pelo segundo<br />
almirantes d'essas três potências, blo- pelotão de marinheiros e auxiliares,<br />
quear e Pireu o rodear Greta em toda sob o commando de Azevedo Couti-<br />
a extensão das suas costas pelas esnho. Depois houve alli novo combate<br />
quadras colligadas.<br />
com o segundo pelotão de infanteria<br />
Alguns officiaes extrangeiros offere- 4 e secção de montanha, sob o comceram-se<br />
ao governo hellénico para famando do capitão Guimarães, sendo o<br />
zerem serviço no exército grego Foi- inimigo repellido e fugindo para o<br />
lhes porém, respondido que êsses ser- matto cerrado. Feridos, sem gravidade,<br />
viços não podiam ser acceitos em con-<br />
alferes Costa e Silva, sargento de masequência<br />
de as leis do pais não o perrinha<br />
Bodrigues, 5 marinheiros, 2<br />
mittirem.<br />
Canea, O, n.—Os cretenses foram<br />
soldados de infanteria, 1 artilheiro e<br />
repellidos de Hierapetra, mas occupa- 4 auxiliares. Continúa abertura da esram<br />
pontos estratégicos. No combate trada para avançar até Pão. Estado<br />
de hontem em Herakleion ficaram mor- sanitario muito bom.— (a) Mousinho».<br />
tos 5 musulmanos e feridos 25. Não se «MOÇAMBIQUE, 10.—Agradeço o<br />
sabe quaes as perdas dos christãos. A telegramma de v. ex.\ O matto cer-<br />
esquadrilha grega dos torpedeiros vae<br />
rado não permitte movimentos rápi-<br />
reunir-se á respectiva esquadra a leste.<br />
Londres O,n.--Câmara dos comdos.<br />
O inimigo, não empenhando todas<br />
muns.—0 sr. Balfour, 1.° lord da the- as suas forças, não proporciona seguir<br />
J ha muito se vem<br />
travando na Grande Antilha, ella<br />
volta de novo a impôr-se-lhes.<br />
Por um lado um certo retrahimenlo<br />
dos insurrectos em se envolverem<br />
em ataques em épocha que<br />
lhe não seja favoravel — e a que<br />
lh'o é mais é a das chuvas, que já<br />
se approxima—, por outro, a falta<br />
de pormenores devida á censura telegráphica<br />
rigorosamente exercida<br />
pelas auctoridades hespanholas em<br />
Cuba, bem como a adulteração dos<br />
factos cuja notícia dimana das regiões<br />
officiaes; lendas que se têem<br />
inventado ácêrca da attitude dos<br />
chefes insurrectos, etc., tudo isso<br />
tem concorrido para que tenha decrescido<br />
o interesse que a guerra<br />
de Cuba vinha despertando.<br />
A cabala da pacificação das províncias<br />
onde a insurreição dominava<br />
vae, porém, caindo por terra, e<br />
aquelle interesse, por algum tempo<br />
amortecido, revive de novo, ao sôpro<br />
de notícias que vem confirmar novos<br />
desastres soffridos pelos nossos<br />
visinhos hespanhoes e que haviam<br />
sido communicados pouco antes<br />
como novas e completas derrotas<br />
inflingidas nas hostes, já desmanteladas,<br />
dos insurrectos cubanos.<br />
E o caso que ha dias a imprensa<br />
hespanhola, sem o permenorisar nos<br />
detalhes indispensáveis, affirmava<br />
que, no combate travado no dia 28<br />
de fevereiro, em Manzanillo, província<br />
de Santiago de Cuba, entre<br />
forças do general hespanhol Vara<br />
dei Rey e guerrilhas commandadas<br />
por Callisto Garcia, estas, apesar<br />
de bem inlrincheiralas, haviam soffrido<br />
uma completa derrota quando<br />
pretenderam oppôr-se á marcha<br />
d'um comboyo para Bayamo.<br />
A destruir porém, esta affirmação,<br />
o correspondente do Imparcial de<br />
Madrid em New-York communica-<br />
Ihe que:<br />
«0 correspondente em Manzanillo<br />
do jornal norte-americano The Sun<br />
diz que no dia 28 de fevereiro os<br />
insurrectos sob o commando de Callisto<br />
Garcia bateram as trópas hespanholas<br />
que sob as ordens do general<br />
Vara dei Rey conduziam um<br />
comboyo para Bayamo.<br />
Os insurgentes apoder&ram-se doa
viveres, de 800 fusis Mauser e de<br />
500:000 cartuchos.<br />
A lucta foi tremenda e os hespanhóes<br />
ficaram completamente derrotados,<br />
deixando no campo de batalha<br />
mais de 1:000 mortos».<br />
Isto, porém, não é ainda tudo.<br />
Jornaes de Madrid publicam também<br />
o seguinte telegramma do Cayo-<br />
Hueso que envolve bastante gravidade,<br />
porque mostra que os insurrectos<br />
se vam aproximando com<br />
grande vantagem, da capital de<br />
Cuba.<br />
Eis êsse telegramma:<br />
«Causaram extraordinária impressão<br />
em Havana as primeiras noticias<br />
alli recebidas do ataque e entrada<br />
dos insurrectos na povoação<br />
de Giunes.<br />
Trata-se d'uma das povoações que<br />
mais fácil communicação têem com o<br />
capital — Havana — e que desde a<br />
princípio da insurreição está bem<br />
fortificada e guarnecida. Isto torna<br />
mais inexplicável o caso.<br />
Os rebeldes ficaram senhores da<br />
povoação. Saquearam várias tendas,<br />
queimaram algumas casas e mataram<br />
dois pacíficos »<br />
Também no combate travado nas<br />
lomas de Rubi, em Pinar dei Rio,<br />
província que os hespanhóes davam<br />
como pacificada, estes tiveram 20<br />
mortos e perto de 80 feridos.<br />
E' pois gravíssima ainda a situação<br />
da nossa vizinha Hespanha naquella<br />
sua colónia, não obstante as<br />
reformas ha pouco publicadas e que<br />
apenas serviram para mostrar-lhe<br />
que os seus dirigentes sam os únicos<br />
responsáveis pelas consequências<br />
da guerra que, ã custa de tantos<br />
sacrifícios, estam sustentando<br />
tam heroicamente.<br />
— •©•<br />
Affirma o Tribuno Popular que o<br />
sr. João Franco não foi egual para<br />
todos os republicanos.<br />
E diz a verdade. Não os victimou<br />
a todos.<br />
Mas não foi por o Tribuno lhe não<br />
procurar os meios. Foi vingativo,—<br />
o que é odioso; foi denunciante,—<br />
o que é reles.<br />
«Voz do Porvir»<br />
Começou a publicar-se em Coimbra<br />
um novo hebdomadario — Voz do Porvir,<br />
que se apresenta franca e abertamente<br />
republicano.<br />
27 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'nm forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «& C. a<br />
IV<br />
Os empregados da casa Bérard<br />
Saiu do gabinete; ia a subir ao primeiro<br />
andar, quando o rapaz do armazém<br />
a quem Bérard tinha fallado de<br />
manhã, o deteve e lhe disse:<br />
— Esqueci-me de lhe dizer que o sr.<br />
Bérard não estará hoje em casa.<br />
— Está alli uma senhora a quem,<br />
segundo parece, elle concedeu audiência.<br />
— Ah! A dama que veiu hontem !<br />
— Siml<br />
— Elle disse-me que, se ella voltasse,<br />
se lhe dissesse que, na impossibilidade<br />
de se encontrar hoje em casa,<br />
lhe rogava a exposição, por escripto,<br />
do motivo da sua visita.<br />
— Muito bem I<br />
0 caixeiro voltou logo para junto da<br />
Visitante.<br />
Agradecemos as palavras de tanta<br />
justiça que dirige ao nosso amigo e<br />
collega dr. Alves Moreira.<br />
E consolador vêr apparecer sempre<br />
combatentes novos cheios da força e<br />
do enthusiasmo da mocidade, a gritarem<br />
o seu desprêzo por um regimen<br />
que se esphacella, a sua crença num<br />
futuro de redempção e honestidade.<br />
Longa vida !<br />
. « o<br />
THEATR0-CIRC0<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
Com boas casas e muita animação<br />
correram os três espectáculos<br />
que a companhia Lucinda Simões<br />
deu nesta cidade nos dias de sábbado,<br />
domingo e segunda feira, com<br />
a Francillon, Mancha que limpa e<br />
Senhor Director.<br />
Na apreciação de conjuncto que<br />
sobre a representação d'estas peças<br />
nos cumpre fazer, devemos notar<br />
pela harmonia da interpretação o<br />
Senhor Director, e no drama Mancha<br />
que limpa a soberba creação de<br />
Lucinda Simões, que imprime ao<br />
difficil papel de Malhilde um relevo<br />
superior, com uma grande intensidade<br />
dramática no 3.° e 4.°<br />
actos, em que vôa pela tragédia.<br />
Na Francillon o papel principal<br />
pertence á sr. a Lucília Simões, que<br />
o desempenhou com notável correcção,<br />
em que se revela o esmero<br />
com que é orientada a sua educação<br />
artística.<br />
Já nos não deixou a mesma impressão<br />
na Henriqueta do drama<br />
Mancha que limpa, em que não conseguiu<br />
traduzir o caracter antipáthico<br />
da sobrinha da D. Conceição.<br />
Mas no Senhor Director, como já<br />
dissémos, foi onde a interpretação<br />
se notou como mais egual e homogenea.<br />
Foi também a peça que, em<br />
geral, mais agradou.<br />
Hontem repetiu-se o drama Mancha<br />
que limpa, sendo a sr. a Lucinda<br />
Simões victoriada justamente pelo<br />
seu verdadeiro triumpho.<br />
•<br />
No próximo sabbado terêmos<br />
a estreia da afamada companhia<br />
equestre, acrobática e cómica de<br />
D. Henrique Diaz.<br />
Os prospectos agora destribuidos<br />
promeltem grandes novidades.<br />
Esta interrogou-o anciosa; a voz tremeu-lhe<br />
ao dizer:<br />
— Entám, senhor?!<br />
— Não está em casa, minha senhora.<br />
Joanna de Sillac soltou um profundo<br />
suspiro de satisfação; o caixeiro continuou<br />
:<br />
—O sr. Bérard tinha tomado um<br />
compromisso, antes de receber a carta<br />
de v. ex. a , e pede, por isso a fineza<br />
de desculpá-lo...<br />
—Quando poderei fallar-lhe?<br />
—Elle pede a v. ex. a para lhe participar,<br />
por escripto, o motivo da sua<br />
visita.<br />
— O motivo da minha visitai<br />
— Sim, minha senhora.<br />
—Mas entám extraviou-se a minha<br />
carta; disseram-lhe sómente que tinha<br />
aqui vindo uma mulher.<br />
—Não minha senhora, pelo menos,<br />
não me parece que isso succedesse...<br />
—E impossível.<br />
—Como não fui eu que tive a honra<br />
de receber hontem a visita de v.<br />
ex. a , permitta-me que interrogue, na<br />
sua presença, a pessoa que entregou<br />
a sua carta ao sr. Bérard.<br />
—Pois sim, disse Joanna de Sillac,<br />
levantando-se.<br />
0 caixeiro mandou chamar o rap^z<br />
do armazém, e perguntou lhe:<br />
—Entregaste a carta d'esta senhora<br />
ao sr. Bérard?<br />
—Não, senhor.<br />
—Não?<br />
—Não; o senhor tinha ido hontem<br />
a Neuilly; como costumo fazer habi-<br />
Notícias diversas<br />
O sr. Antonio Augusto Gonçálves depositou<br />
no museu do instituto duas misulas<br />
de pedra das que se encontram<br />
nas fachadas das construcçôes antigas<br />
para collocar os vasos com flôres.<br />
Os dois exemplares d'estylo renascença,<br />
bem cortados, e bem modelados,<br />
d'uma linha muito graciosa, sam os primeiros<br />
objectos d'esta espécie que entram<br />
no museu d'antiguidades, apesar<br />
de serem vulgares ainda em Coimbra,<br />
e de se inutilizarem frequentemente em<br />
demolições.<br />
X*<br />
O sr. Servola Maria Brandão offereceu<br />
ao mesmo museu um pequeno candelabro<br />
de cobre prateado (estylo Luiz<br />
XVI), e o sr. Antonio de Carvalho Gouvêa,<br />
além de dois espelhos de fechadura<br />
de ferro batido, cujo offerecimeoto<br />
já noticiamos, enviou mais duas grandes<br />
argolas pertencentes ao mesmo arcaz<br />
de que eram os espelhos.<br />
*<br />
O sr. dr. Joaquim Méndes dos Remédios<br />
offereceu dois machados de pedra<br />
recolhidos em Niza.<br />
A Companhia do gaz d'esta cidade já<br />
mandou vir d'Inglaterra uns curiosos<br />
aparelhos para a distribuição automática<br />
do gaz.<br />
Adapta-se êste apparelho á canaliza-<br />
ção e mediante uma moeda de 20 réis<br />
que nelle se introduz obtem-se gaz<br />
durante um certo número de horas.<br />
Em Inglaterra este systema de distribuição<br />
do gaz tem tido um successo<br />
enorme.<br />
•<br />
O sr. dr. Pedro Monteiro Castello<br />
Branco, respeitável chefe do partido<br />
progressista de Coimbra, tem passado<br />
de cama os Últimos dias.<br />
Dizem os seus amigos que não inspira<br />
cuidados.<br />
Desejamos o restabelecimento de s.<br />
ex. a<br />
Está officialmente declarada em estado<br />
de quebra a Companhia dos Caminhos<br />
de ferro do Mondego, constructora<br />
do caminho de ferro de Coimbra a Arganil.<br />
A sentença declaratória da quebra<br />
foi já publicada no Diário do Governo.<br />
Pôde ser que agora nova empresa<br />
se constitua ou que a Companhia Beal,<br />
a quem a projectada linha convém,<br />
adquira os trabalhos feitos e a conclua.<br />
Com o que só teria a lucrar.<br />
•<br />
O sr. Vicente José d'01iveira, que ha<br />
annos exercia o cargo de chefe da Estação<br />
A d'esta cidade, foi promovido a<br />
tualmente, puz a carta sobre a sua<br />
pasta. Como o patrão trabalhou toda a<br />
noite, esta manhã ao chegar, encontrei-o<br />
no escriptório; perguntou-me<br />
quem tinha trazido esta carta.<br />
— E?...<br />
— Eu disse-lhe.<br />
— Entám?...<br />
— Disse que não sabia o que isto<br />
queria dizer.<br />
— Não sabia o que esta carta que-<br />
ria dizer? , perguntou vivamente<br />
Linotte.<br />
—Não, senhora.<br />
—Elle não conhecia êste nome?<br />
—Não, minha senhora.<br />
A Linotte Geou alterada.<br />
Tê-la-hia Lorémont envolvido numa<br />
loucura? Enganado pela similhança dos<br />
nomes, por uma coincidência singular,<br />
tê la-hia enviado a casa d'um simples<br />
burguês? Linotte teve mêdo. Entretanto<br />
quis inteirar-se de tudo<br />
— Leu a minha carta, a linha escripta<br />
por baixo do meu nome?<br />
— Eu ignoro se v. ex. a tinha escripto<br />
sobre a carta.... entreguei a ao<br />
patrão conforme ella me foi entregue.<br />
Linotte comprehendeu que acabava<br />
de dizer uma tolice.<br />
—Não se lembrou do meu nome 1<br />
—Não sei, minha senhora.<br />
—EmGm, que lhe disse elle?...<br />
—Dize a essa senhora o que disse<br />
o sr. Bérard, insistiu o caixeiro.<br />
(iContinua).<br />
chefe de l. a classe e transferido para<br />
a estação do Entroncamento.<br />
O sr. Oliveira, enquanto exerceu<br />
nesta cidade aquelle cargo, adquiriu,<br />
pela sua affabilidade e delicadêza muitas<br />
sympathias. pelo que é sentida a<br />
sua reti-ada da estação de Coimbra A.<br />
Estám já affixadas nas portas das<br />
igrejas parochiaes as listas dos mancebos<br />
recenseados no corrente anno<br />
para o serviço militar.<br />
Aviso aos interessados.<br />
O sr. Antonio dos Santos Lucas, distincto<br />
official de engenheria, tomará o<br />
grau de doutor em Mathemática no<br />
próximo dia 28, sendo padrinho o sr.<br />
coronel Camillo Augusto Rebocho, commandante<br />
d'infanteria 23.<br />
A Tuna Académica de Coimbra prepara<br />
uma excursão a Vigo nas próximas<br />
férias de Paschoa.<br />
Actualmente na Penitenciária de Lisboa<br />
não ha cellas disponíveis. Por êste<br />
motivo foram 12 réus cumprir em<br />
África a pena que, em alternativa, lhes<br />
tinha sido imposta.<br />
Está doente o nosso prezado collega<br />
Lindorphe Ferreira de Macedo Pinto.<br />
Desejamos-lhe um prompto restabelecimento.<br />
Commissão districtal de Coimbra<br />
Acta da sessão de 25 de fevereiro<br />
de 1897<br />
concelho de Coimbra, a fim de receber<br />
o subsídio de lactação que lhe fora<br />
concedido por despacho de 5 de junho<br />
de 1896.<br />
Julgou as contas da Confraria do<br />
Santíssimo Sacramento da freguezia e<br />
concelho da Louzã, dos annos de 1893<br />
a 1894 e 1894 a 1895; Junta de paróchia<br />
de Condeixa-a-Nova, do anno<br />
de 1894; Junta de paróchia de Buar-<br />
cos, concelho de Figueira da Fóz, do<br />
anno de 1892; Junta de paróchia da<br />
freguezia de Liceia, concelho de Montemór-o-Velho<br />
do anno de 1891 ; Junta<br />
de paróchia da freguezia de Botão,<br />
concelho de Coimbra do anno de 1894;<br />
Confraria do Santíssimo Sacramento da<br />
freguezia do Bolho, concelho de Cantanhede,<br />
dos annos de 1894 a 1895 e<br />
1895 a 1896, não votando nestas últimas<br />
de 1895 a 1896 o vogal d'esta Commissão<br />
Antonio José da Silva Poiares.<br />
Communicados<br />
Ás consciências justas e honestas<br />
O meu inquebrantável silêncio de<br />
ha 4 annos, pôde ter dado azo, creio<br />
que o tem dado, a falsas e injustas intrepretações<br />
ácêrca da minha triste situação,<br />
e da nórma do meu proceder<br />
em face d'ella. Estava, porém, convencido<br />
que me não incorria o dever de<br />
dar satisfações a quem quer que fôsse<br />
pelas minhas resoluções no tocante á<br />
vida intima, reconheço, porém, o contrário<br />
vendo-me coagido a quebrar o<br />
meu silêncio.<br />
Resumidamente explico:<br />
Petição de José Alves Miranda:<br />
«Attesto que o supplicante é um inválido<br />
e como tal, incapaz de procurar<br />
pelo trabalho meios de subsistência.<br />
Coimbra, 16-10-96.—Sousa Refoios».<br />
Presentes o ex. mo governador civil,<br />
dr. Manuel Pereira Dias, presidente, e<br />
vogaes, auditor administrativo bacharel<br />
Manuel Pereira Machado, bacharel<br />
Hermano José Ferreira de Carvalho,<br />
Antonio José da Silva Poiares, o substituto<br />
Joaquim Gualberto Soares, e o<br />
agente do Ministério Publico, bacharel<br />
Manuel Joaquim Massa, secretário geral<br />
do Governo Civil e sendo 1 hora da<br />
tarde o ex. mo «Attesto ser verdade o allegado pelo<br />
supplicante que impossibilitado de trabalhar<br />
vive nas mais penósas e precárias<br />
circunstâncias.<br />
Coimbra, 16 d'outubro de 1896.—<br />
O reitor da Sé Cathedral. —- Francisco<br />
Rodrigues de Santos Nazareth.»<br />
Estam competentemente reconhecidos<br />
pelo tabellião Joaquim Alves de<br />
Faria.<br />
Vamos ao último caso que me de-<br />
Presidente declarou aberta termina a romper o silêncio:<br />
a sessão.<br />
A menina de 5 annos incompletos,<br />
Foi lida e approvada a acta da ses- filha de Virgínia da Conceição Menezes,<br />
são anterior.<br />
deixada para ahi ao abandôno, foi-me<br />
Concedeu subsídios de lactação por apresentada em minha casa por uma<br />
«loze mêses a Clemência da Conceição, rapariga qualquer que nâo conheço, no<br />
solteira, residente no logar de Fundo dia 20 do próximo passado mês, para<br />
de Villa, freguezia e concelho de Táboa; eu tomar conta d'ella ou dar quaesquer<br />
por seis mêses a Maria Emilia, sol- providências.<br />
teira, residente na rua de Joaquim An- Não tinha dúvida, não hesitaria um<br />
tonio d'Aguiar, freguezia de S. Chris- momento em tomar tal encargo, satistovão,<br />
d'esta cidade, e a Virgínia da fazendo assim os meus bons desejos,<br />
Conceição, solteira, residente no logar mas encontrando-me já sobrecarregado<br />
do Loreto, freguezia d'Eiras, do con- com outro irmão da infeliz, que não pocelho<br />
de Coimbra.<br />
derei manter por muito tempo por falta<br />
Com relação aos requerimentos de<br />
absoluta de todos os recursos; apre-<br />
Maria Bartholomeu, casada, Emilia Pesentei-me<br />
no commissariado da policia<br />
reira, viuva, ambas da freguezia de S.<br />
com a desventurada innocente, ea mu-<br />
Bartholomeu, Isabel Jorge da Silva,<br />
lher que a acompanhava. Ouvida esta,<br />
Adelaide Marques, ambas da Figueira<br />
o sr. commissàrio, ordenou que se<br />
da Fóz e Maria Rosa da Conceição, da<br />
procurasse a mãe, e conhecida a sua<br />
rua da Louça, freguezia de Santa Cruz<br />
morada em Lisboa, para onde se dizia<br />
d'esta cidade e Iria Marques, solteira,<br />
linha ido, lhe fosse immediatamente<br />
da freguezia da Gesteira, concelho de<br />
entregue a filha. Em o dia 24 em te-<br />
Soure, a que faltavam alguns docutegramma<br />
da policia de Lisboa foi dementos,<br />
foi resolvido que juntos estes<br />
nunciada a morada, e a menina se-<br />
pelas interessadas fossem novamente<br />
guiu para alli em o dia seguinte<br />
apresentados em sessão.<br />
acompanhada pelo sr. chefe da i.<br />
Mandou a informar ao Director do<br />
Hospício os requerimentos a pedir subsídios<br />
de Leopoldina da Conceição Pocinha,<br />
Emilia de Jesus e Maria da Conceição<br />
Quaresma, solteiras, todas da<br />
freguezia e concelho de Condeixa-a-<br />
Nova.<br />
Resolveu que se officiasse á Câmara<br />
Municipal de Cantanhede, para que<br />
désse cumprimento às disposições do<br />
art.° 49 e §§ e art.° 56 e § 1.° do último<br />
Código Administrativo enviando a<br />
esta Commissão as cópias das actas<br />
desde 11 de julho de 1896.<br />
Resolveu também mandar admittir<br />
definitivamente no Hospício, em virtude<br />
do respectivo processo administrativo<br />
os desválidos Adelino, nascido<br />
em 17 de maio de 1893 e Jesovina<br />
nascida em 3 de junho de 1895, filhos<br />
naturaes de Maria José, solteira, fallecida<br />
em 25 de janeiro último.<br />
Resolveu ainda mandar incluir novamente<br />
em folha, attendendo a informação<br />
do sr. Director do Hospício, a<br />
Josepha da Piedade, solteira, da Cruz<br />
dos Morouços, freguezia de Santa Clara,<br />
a esquadra<br />
e por elle lhe foi entregue em<br />
Lisboa.<br />
Não auero nem devo aqui apreciar a<br />
resolução do ex. mo dr. commissàrio. O<br />
que deixo exposto é o que se passou<br />
com inteira verdade.<br />
Agora, aquellas almas... beneméritas...<br />
generósas à custa da bolsa<br />
alheia, que me ferram os seus dentinhos<br />
damnados, se quizerem outras explicações<br />
mais circunstanciadas, dignemse<br />
apparecer de cara descoberta, serão<br />
satisfeitos plenamente, largamente. Até<br />
lá, a lua está lá muito alta, pódem<br />
continuar a ladrar-lhe.<br />
José Alves Miranda.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do Visconde da Luz3 50
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e era todas as livrarias.<br />
0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os titulos dos capítulos:<br />
A mintaa entrada — A -vida na cadeia — História do Iiimoeiro—O<br />
Limoe ro Iioje—O regulamento - - Os presos—Cm<br />
canicida— Condemnado si mórte —Fugas célebres—<br />
«cenas de sangue — As pri ões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O tr&balbo—A minlia<br />
prisão—Estatística<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />
casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />
o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui<br />
cidios, Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />
forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris(<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />
crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />
PREÇO, 5QO RÉIS<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FEANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />
1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
COFRES Á PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de Mdeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
Arames Zincados: n Pa h r 0 a s%tdaX erlias e dit0 de espi "<br />
Mnfnl hranpft • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
lUCldl UlalltU . folha de flandres.<br />
FerrO: E a C° de locias as qualidades, carvão de fórja.<br />
MÁ7 nnríl ffWPirvr Malhos, tornos, máchinas de furar, folies,<br />
1I1M pata iCIIOlIU, picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />
para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira & Simões<br />
Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />
COIMBRA<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
2 ármazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
® junto e a retalho, Grande depósito de pannos crils.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
MICHELET "<br />
0 Padre5 a Mulher e a Familia<br />
UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />
4 0 0 R É I S<br />
A' venda em todas as livrarias,<br />
e na Typographia<br />
Progresso, Elvas.<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabelIas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço,<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Laigo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do lufante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borg-es— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />
José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ láBQUES LADEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />
F. DELPOBT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />
COIMBRA<br />
3 /IASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />
^, Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE OIMA—20<br />
Coimbra<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Só Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglêsas da Eschóla Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
COLLÉGIO ACADÉMICO<br />
MÉTHODO DE JOÃO DG DEUS<br />
sr. José Trigueiros Sampaio,<br />
um dos mais devotados<br />
apóstolos da Cartilha<br />
Maternal, achando-se em Coimbra<br />
a reger os cursos nocturnos<br />
de leitura no Instituto, vae também<br />
ensinar pelo méthodo de<br />
João
N.° 215 COIMBRA—Domingo, 14 de março de 1897 3.° ANNO<br />
Carta de Lisboa<br />
Malversação<br />
sabe-se já que não o serám nunca cipe Real glorificára o famoso he-<br />
Namarraes<br />
muilos d'elles e que vam ser abertos roe de Cuba.<br />
E o seguinte o último telegram-<br />
créditos extraordinários para o Es- Foram os progressistas que bioma de Mousinho:<br />
Noticiam as gazêtas que a sanha<br />
13 de fevereiro<br />
tado lhes pagar o que não lhes deve. grapharam Soveral como digno da<br />
das economias progressistas ía<br />
Sei bem quanto sam detestáveis Bramou o Correio da Noite que Penitenciária e de mais alguma coi- Moçambique, 12, ás 11 horas e 5 actuar sobre as escholas industriaes,<br />
para quem lê as symphoniás d'aber- era uma pouca vergonha sem nosa. Foi o aclual inspirador d'elles,<br />
m. da m.— Estabelecido posto for- expulsando grande número de protificado<br />
em Ibrahimo, no centro dos fessores auxiliares, que a padrinhatura<br />
jornalísticas, que nas mais das me gastarem-se por mês., contos o sr. Marianno de Carvalho, que namarraes. Hontem, foi alli içada a gem regeneradora tinha asylado nes-<br />
vezes não passam de expressões dê de réis com officiaes "de marinha contou o célebre caso do cheque. bandeira nacional, e saudada com tes pios albergues.<br />
pedantismo disfarçado.<br />
que eslavam a gosar no extrangei- Pois a um jantar dado em honra 21 tiros de artilheria.<br />
Diz-se até que principiavam pe-<br />
Ao iniciar-me na honra de collaro, a título de vêr navios.<br />
d'êsse Soveral assistiram dois dos Mudo a base de operações para las escholas de Faro e Ponta Delborar<br />
na Resistencia, eu não posso Subiram os progressistas ao po- acluaes ministros e o seu honrado Matibane, para seguir á Mesa, subada. todavia deixar de affirmar que o der e fazem isto : — Chamam dois inspirador.<br />
metter Alua e namarraes de Mati- Claro que ninguém acredita na<br />
bane.<br />
sinceridade, nem na coragem d'es-<br />
faço em circunstâncias que me em- dos mesmos officiaes, ect^omisan-<br />
x<br />
Feridos vam melhorando.—Mousa hecatombe.<br />
baraçam.do<br />
408$000 réis, e deixam ficar os Nenhuma anormalidade, annunsinho. Mas o que êstes propósitos mais<br />
Foi êste posto occupado por um restantes que fazem uma despêsa ciei.<br />
uma vez evidenciam é a absoluta<br />
Africanistas conhecedores da to-<br />
dos mais brilhantes jornalistas re- mensal de.. . 9:214$800 réis.<br />
incomprehensão do papel dominan-<br />
Nenhuma anormalidade, realpographia daquella região dizem que<br />
publicanos— o dr. João de Mene- Concessões em Africa.. . —que<br />
te do ensino industrial e téchnico,<br />
mente.<br />
o objectivo tomado por Mousinho é ue nas circunstâncias de depaupezes,<br />
cujo talento, tam notavelmente era espantôso o que os regenerado- Os factos que ficam registrados o mais proprio para o bom êxito da ração do país seria o mais podero-<br />
affirmado ainda na sua vida de esres faziam no assumpto.<br />
sam de dias, mas sam velhos pela campanha emprehendida.<br />
so e fecundante exforço para o seu<br />
tudante, posteriormente se tem re- E era.<br />
significação.<br />
ortalecimento económico.<br />
velado com tanta robustêz e origi- Mas eis os progressistas no po- Traduzem apenas o que têem tra-<br />
Crearam as escholas. Bem ou<br />
nalidade.<br />
A gente do Nyassa acaba de comder<br />
e logo consummam uma nego-<br />
mal a semente foi lançada á terra e<br />
duzido todos os factos que desde municar ao governo que se congra-<br />
A substituição devia parecer uma<br />
os resultados deveriam apparecer a<br />
ciata com a Companhia dos cami- annos se lêem dado no nosso meio çou, cessando as divergências que seu tempo.<br />
pretensão, se eu não declarasse que nhos de ferro atravez d'Africa, fa- político: — a incommensuravel po- havia entre os dois grupos, e pede- Mas, para resultados compensa-<br />
só posso pensar em egualá-lo em zendo-lhe, sem concurso, concesdridão da monarchia portuguêsa e Ihe que nomeie um commissàrio rédores dos sacrifícios do thesouro,<br />
sinceridade e que, para desempesões que só o parlamento podia fa- dos seus partidos.<br />
gio e três vogaes do conselho de era preciso que uma profunda sennhar<br />
o papel honrosíssimo que me zer.<br />
F. B.<br />
administração nos termos da lei orsatêz práctica presidisse á organi-<br />
confiam, lenho que abstrair da cirgânica<br />
d'essa companhia. Diz-se zação do ensino, cercando-o de ga-<br />
Mostrando a preoccupação de ser<br />
que tal accôrdo fôra feilo sob prescunstância<br />
de elle ter sido desemrantias<br />
subsidiárias, e animando,<br />
útil e allruisla, publicou o governo<br />
são do governo para que, regulari- com legislação previdente, ao mespenhado<br />
tam superiormente. um decreto mandando fazer obras Os carlistas em Hespanha zando-se a situação da companhia, mo tempo a cultura do trabalho e<br />
Cabia-me, pois, fazer essa decla- de absoluta necessidade para dar Segundo os últimos telegrammas, entrasse numa phase normal a acção o seu desenvolvimento mercantil.<br />
ração e ahi a deixo, sem mais pa que fazer aos sem trabalho. tem augmenlado a agitação dos car- do EsTado na importantíssima re- Nada d'isso se fez. Tudo isso<br />
lavras.<br />
Começou a cumprir-se o decrelislas em várias regiões da Hespagião da província de Moçambique )ara ahi germinou á lei da nature-<br />
X<br />
to, ordenando-se obras nos seguinnha<br />
onde dominam. A declaração, cedido á companhia.<br />
za, em experiências infelizes, refor-<br />
que alguns chefes lêem feito ao go- Ora não seria mais correcto, lemas precipitadas e extravagâncias<br />
Nenhuma anormalidade. Apenas tes edifícios: palacio da Pena, em<br />
verno, de que lhes não cabe respongal e digno o procedimento do go- de exploração.<br />
em cada dia que passa se descobre Cintra, mosteiro de Santos-o-Novo, sabilidade alguma nesse facto, pavesno promovendo perante os tri- Assim corrêram.<br />
a verdade que de annos se vem os- palacio de Belem, mosteiro da En rece mais ler em visla evitar qualbunaes competentes o apuramento Depois a política, que tudo intentando<br />
Iam eloquentemente:—que carnação, Hospício do clero, igreja quer procedimento do governo con- das gravíssimas irregularidades que vade, assaltou, tumultuariamente, as<br />
progressistas sam o mesmo que re- de S. Vicente, palacio de Queluz, tra elles do que condemnar d'um se têem dado na administração da escholas, minou-as e aluiu-as.<br />
generadores, que sam os mesmos os igreja da Pena, convento das Fran-<br />
modo formal e categórico a attitude Companhia do Nyassa e que as di- Foi o maior desastre que podia<br />
dos seus correligionários. Dizem elvergências entre os dois grupos vie- cair sobre essas instituições!...<br />
seus processos, que eguaes sam os cezinhas.les<br />
que têem pedido, aconselhado ram patentear? Estará o governo Convertidas em creches burocrá-<br />
(ffeitos da sua administração. Eslá-se vendo a necessidade - que se não faça a revolução enquan- resolvido, agora que conseguiu har ticas, movendo-se aulhomaticamen-<br />
Ambos se dizem inspirados por da gente das Necessidades e da de to a Hespanha não suffocar a insur- monizar êsses dois grupos, a dei' te, sem rumo, sem energia e sem<br />
grandes princípios de moralidade. S. Vicente.<br />
reição em Cuba e nas Filippinas, xar em socego, completamente im- dedicação, ahi estám por êsse país<br />
Ambos a prostituem em infamíssi- Que os regeneradores faziam in-<br />
mas não declaram sc já deram alpunes. os auclores d'essas irregula- adiante offerecendo a demonstração<br />
guma ordem nesse sentido. Ora saridades, que lanlo prejudicáram o deplorável de que num tal meio e<br />
mas orgias.<br />
famíssimas perseguições.<br />
be-se que é da organização militar nosso crédito perante o exlrangei com um tal systema de vida tudo<br />
Ambos promettem grandes eco- Faziam, sem dúvida.<br />
do partido carlista, da forle disci- ro?<br />
está irremediavelmente eivado e<br />
nomias. Ambos faltam impudica- Mas, no poder os progressistas plina que nelle existe, que derivam Talvez. A justiça em Portugal não )erdido. Nem a honra se salva, como<br />
mente ás suas promessas.<br />
apparece deMirandella um escrivão os mais sérios receios de que possa existe para os grandes criminosos. em Pavia 1<br />
provocar uma grave alteração da<br />
Ambos affirmam querer servir o da administração a dizer que o novo<br />
Só faltava, para exuberância de<br />
ordem pública em Hespanha, sus-<br />
pôvo. Ambos mostram uma exclu- administrador, dois dias depois de<br />
jrova, que a demência governativa<br />
tentar até durante algum tempo a O Tribuno Popular diz que o go- se lembrasse d'essa basofiante exsiva<br />
preoccupação:— bajular o rei. lomar posse, pôs na rua todos os guerra civil, e num partido assim<br />
verno ordenou uma convocação de )ulsão em massa, sem escolha, sem<br />
Assim o demonstraram eloquen empregados sem mais formas de constituído a voz imperativa dos<br />
lemente regeneradores.<br />
processo, como cães. E o sr. José chefes necessáriamenle seria aca- câmaras legalmente eleitas, embora<br />
critério e sem escrúpulo, ás cegas,<br />
a título de economia, a pretexto de<br />
Assim o eslám affirmando com Luciano, por meio do Correio da tada.<br />
com uma base inteiramente VI-<br />
egalidadel<br />
evidência progressistas.<br />
Noite, diz que foi verdade — mas Motivos ha, pois, para duvidar<br />
ciada.<br />
A genuína, a legítima economia<br />
Vejâmos.<br />
que os regeneradores fizeram o mes- de que os chefes do parlido carlis- Já se sabia, mas folgámos muito do ensino industrial seria descrimita<br />
desapprovem o movimento ini- com a confissão do nosso collega nar a inaptidão e a incapacidade,<br />
x<br />
mo aos empregados progressistas.<br />
ciado pelos seus correligionários e progressista, que se deixou descair onde ella existisse; incitar os ele-<br />
Uma das grandes bombas d'effei- Que o João Franco tinha por que esiá causando as mais graves para o lado da sinceridade.<br />
mentos úteis; remodelar, melhorar,<br />
to que o governo aclual atirou ao agente de confiança um quadrilheiro apprehensões, fallando-se até em<br />
refundir em bases efficazes e segu-<br />
Mas não é o caso de se dizer<br />
ar, quando iniciou a sua vida, foi o<br />
reles, digno de receber escarros na crise ministerial, que possivel é se<br />
ras a educação téchnica, profissional<br />
decreto acabando com todas as des-<br />
cara.<br />
resolva no próximo conselho de mi que muito pôde a força do habito. e moral das officinas com a sollici-<br />
nislros.<br />
tude e perseverança que se agitam<br />
pêsas illegaes e expulsando impli D'accôrdo.<br />
por toda a parte.<br />
citamenle da chamada mêsa do or- Mas o sr. José Luciano, uma vez<br />
í^ilippinas<br />
Foi licenciado o administrador do Está tudo por fazer 1 E assim fiçamento<br />
aquelles que estavam a co- no poder, manlem êsse quadrilhei<br />
concelho de Miranda do Corvo, e cará 1<br />
mer d'ella, sem que lá tivessem de- ro e, se não o arvorou ainda em O general Polavieja, que a Hes- para o logar d'elle foi nomeado, em Estes primeiros ímpetos da adsignado<br />
lugar.<br />
censor de jornaes republicanos, panha mandou para as Filippinas commissão, o administrador do con ministração progressista fazem lem-<br />
Eslám passados quinze dias so- mandou já todavia exercer censura<br />
para suffocar a revolta, pediu agora celho da Louzã, sr. dr. José Liber brar os planos económicos do Bispo<br />
a demissão, por o governo se recu- tador Ferraz d'Azevedo.<br />
de Viseu, que não hesitou em febre<br />
a publicação do decreto e não prévia no thealro, a propósito d'uma<br />
sar a enviar-Ilie mais uma expedi- Paraadminislradordo daLouzã foi char o Conservalorio de música,<br />
saiu ainda da tal mêsa nenhum dos peça que se occupava de Macéo, ção de 25:000 homens.<br />
nomeado interinamente o sr. dr para não ler de auctorizar a com-<br />
que nella não têem logar. Ainda não não viesse a Hespanha impôr um E os hespanhóes a dizerem que Arthur Ubaldo Corrêa Leilão. pra d'um piano!...<br />
ge sabe quando o serám alguns, mas ultimatum porque a plalêa do Prín- a revolução estava suffocada, •, Manobras politicas.<br />
i Sam d'este estôfo j
Dr. Nunes da Ponte<br />
A Mêsa da Santa Gasa da Misericórdia<br />
do Porto acaba de dar a<br />
êste nosso eminente correligionário<br />
e presadíssimo amigo uma eloquente<br />
prova de consideração e alto<br />
apreço em que tem os serviços relevantíssimos<br />
por elle prestados á<br />
benemérita instituição que administra,<br />
durante o tempo em que foi mesário.<br />
E com o maior prazer que transcrevêmos<br />
o que a êste respeito diz<br />
o nosso prezado collega A Voz Publica:<br />
pedestal simples cortado á frente<br />
por um ramo de louro, dividindo a<br />
inseripção Ao doutor Senna os seus<br />
amigos e admiradores; sobre o pedestal<br />
o busto do illustre professor,<br />
revestido*das insígnias doutoraes.<br />
O monumento foi delineado e<br />
executado por Thomaz Costa.<br />
A subscripção promovida em Lisboa<br />
por Sousa Martins, em Coim-<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
Litteratura e Arte<br />
EM LAMEGO<br />
—Vamos ver?...<br />
— E se ralham?. . .<br />
— Está lá o Xico 1<br />
— Entám vamos. . .<br />
Eu entrei lambem.<br />
Iam vestir o Senhor dos Passos.<br />
Na egreja, escura de metter medo,<br />
—Tal e qual! Ora conte lá pelos<br />
dedos. Dois...<br />
— Como lodos!.. .<br />
— E você a dar-lhe! E um mais,<br />
para quando vae a pintar o que se<br />
beija habitualmente, três...<br />
— É boa, Irês, e o outro?...<br />
Carta cie Lisboa<br />
Um dos escriptores mais brilhantes<br />
do jornalismo republicano, o sr.<br />
França Borges, começa hoje a honrar-nos<br />
com a sua collaboração na<br />
Resistencia. Em cartas de Lisboa<br />
bra por Daniel de Mattos e no<br />
Porto por José Augusto de Lemos sentia-se o perfume das flores, forte,<br />
Peixoto foi além do custo do mo- como uma essência d'alcova.<br />
numento, creando-se com as sobras<br />
da subscripção um prémio denomi-<br />
Deviam ser acácias a desfazer-se<br />
nado — do dr. Senna, destinado a<br />
em pó dourado, como as asas das<br />
um dos empregados menores do<br />
borboletas que começavam a andar<br />
«Este nosso respeitável amigo e cor-<br />
serviço clínico que mais se distinga<br />
nos campos, e jacintos também...<br />
religionário acaba de receber uma al- em cada anno por actos de valor e<br />
Já havia tantos. . .<br />
ta e significativa demonstração de de- humanidade em benefício dos doen- O Visconde saltou do andôr, e, á<br />
ferência e sympathia da parte da Mêsa tes recolhidos no hospital do Conde chamma da vela a oscilar, pareceu-<br />
da Misericórdia d'esta cidade, defe- de Ferreira.<br />
nos vêr uma apparição branca que<br />
rência que traduz um pleníssimo acto<br />
correu para a parede e se sumiu na<br />
de justiça.<br />
abóbada com o echo dos passos<br />
Sabe-se a parte importante que<br />
d'elle. secco como um gemido.<br />
aquelle nosso respeitável e considera-<br />
C u b a<br />
íamos a fugir todos, quando o<br />
dissimo amigo teve no accôrdo reali-<br />
Xico deu comnosco, olhou para o<br />
zado entre a Escola Mèdico-Cirúrgica<br />
Visconde que ia para a sacristia,<br />
e a Santa Casa, pondo em execução Permanece a mesma, á data das deixou cair muito depressa os alfi-<br />
um novo regulamento de serviços té- últimas notícias, a situação em netes no chão, pegou nos braços do<br />
chnicos, em que se attendem e satis- Cuba. — Depois dos recentes de- Senhor dos Passos e pôs-lhe as<br />
fazem importantes necessidades do sastres soffridos pelos hespanhes, e<br />
ensino médico da Eschola, com recí-<br />
mãos abertas adeante do narís.<br />
pela approximação da estação das<br />
proca vantagem para os dois estabe-<br />
Fugiu-nos o medo e ficámos a<br />
chuvas, prevêem-se para a Hespalecimentos.<br />
rir baixinho; não nos fôssem sen-<br />
Esses serviços, de primeira ordem, nha as consequências mais pessitir. ..<br />
foram louvados em portaria do minismistas. O Senhor dos Passos eslava em<br />
tério do reino, de 5 de fevereiro últi- Cuba, que á nação vizinha tem camisa, uma camisa muito branca,<br />
mo; mas o respectivo ministro, num custado já tantas milhares de vida comprida como as das mulheres, os<br />
ódio de mesquinha vingança política, e caudaes de dinheiro, parece que cabellos em anneis longos e perfu-<br />
eliminou, propositalmente, o nome do será, se a situação se não definir mados, as mãos no gesto gaiato, os<br />
sr. dr. Nunes da Ponte.<br />
em breve, a causa da completa ruína<br />
O provedor da Misericórdia, sr. dr.<br />
olhos húmidos a chorar, a face cheia<br />
do povo hespanhol. Bastará que a<br />
Paulo Marcellino Dias de Freitas,<br />
de sangue, a bôcca descida damar-<br />
guerra se polongue por outro tanto<br />
numa das últimas sessões da Mesa a<br />
gura...<br />
tempo, para a Hespanha não poder<br />
que preside, levantou nobremente o<br />
resistir ás perdas collossaes que tem Ouvia-se, rindo, uma voz alegre<br />
injusto silêncio a que fóra officialmente<br />
votado o nome do nosso illus- soffrido e soffrerá em homens e di- a dizer polidamente:<br />
tre correligionário, enaltecendo-lhe a nheiro.<br />
— Quando fôr do agrado de vv.<br />
ex.<br />
iniciativa, o trabalho e as qualidades Mas, afinal, se o heroico exforço<br />
que o exornam.<br />
hespanhol é digno das sympathias<br />
A Mesa applaudiu as palavras do de todos, pela energia e dedicação<br />
digno provedor e noutra sessão o patriótica de que tem dado um tam<br />
nosso amigo e correligionário sr. dr levantado exemplo, os applausos e<br />
Maximiano de Lemos, depois de pa- os incitamentos sam dirigidos por<br />
lavras de verdadeira justiça em honra<br />
todos os homens de coração aos<br />
do sr. dr. Nunes da Ponte, propôs<br />
defensores da independência de<br />
que se désse conhecimento a este<br />
cavalheiro de quanto disséra e resol Cuba, os guerrilheiros heroicos que<br />
vera em Mesa.<br />
pelas quebradas das serras da grande<br />
Em resposta ao officio que lhe foi Antilha vam cimentando com o pró-<br />
endereçado, acompanhando os extra prio sangue a liberdade da sua<br />
ctos das sessões, o sr. dr. Nunes da pátria.<br />
Ponte agradeceu, em termos penhorantes,<br />
com os protestos da sua sym-<br />
•O*<br />
pathia e reconhecimento perduráveis.<br />
Os extractos das actas eram escri- lima decepção de Rubinstein<br />
ptos em pergaminho, em caracteres<br />
de phantasia.<br />
Numa revista allemã vêm pu-<br />
Congratulamo-nos vivamente com a blicadas umas memórias ou recor-<br />
expontanea homenagem prestada ao dações pósthumas de Rubinstein,<br />
caracter e bons serviços do nosso em que se relatam algumas dece-<br />
respeitável amigo e correligionário sr. pções que o insigne pianista soffreu<br />
dr. Nunes da Ponte».<br />
durante a sua triumphante carreira<br />
musical. D'uma d'ellas foram incon-<br />
Accrescentaremos só que o sr.<br />
sciente causa as formosas damas da<br />
João Franco, ao ordenar que da<br />
vizinha Hespanha.<br />
portaria do louvor fôsse eliminado<br />
o nome do sr. dr. Nunes da Ponte<br />
Eis como Rubinstein a conta:<br />
que figurava, segundo nos informam,<br />
«Foi numa cidade de Hespanha<br />
na communicação que a esse respeito<br />
que obtive um dos meus maiores<br />
lhe fóra feita pelo sr. dr. Wenceslau<br />
triumphos. O concerto terminára<br />
de Lima, sabia que ao nosso correligionário<br />
havia sido dado um voto<br />
com uma ovação e o que mais me<br />
de louvor, pelos serviços que pres-<br />
lisongeara fôra o enthusiasmo da<br />
tara á Santa Casa da Misericóidia,<br />
parte feminina do meu auditório.<br />
em assembléa geral da Irmandade,<br />
Alguns dias depois assisti a uma<br />
sendo elle o único membro da mêsa<br />
corrida de touros, e tive de reco-<br />
que recebeu essa prova de considenhecer<br />
que fôra pállido aquelle enração.thusiasmo<br />
ante o que foi manifestado<br />
aos toureiros, parecendo ser<br />
Como se revela em tudo o espi-<br />
mais agradavel para a mulher a<br />
rito mesquinho do ridículo ex-di-<br />
força e a agilidade physica que uma<br />
ctador!<br />
audição artística».<br />
Se Rubinstein quizesse dizer toda<br />
Foi publicado o relatório do mo- a verdade, não faltaria só na força<br />
numento ao dr. Antonio Maria de e na agilidade physica. Se os lou-<br />
Senna, primeiro director do Hospireiros fôssem tam feios como elle<br />
tal do Conde de Ferreira.<br />
talvez o enthusiasmo femiminico não<br />
0 monumento compõe-se d'um fôsse tam longe.<br />
as ... Eu já fiz a minha obrigação...<br />
A obrigação era a camisa. Era o<br />
Visconde que a vestia sempre 1<br />
As senhoras não assistiam a esla<br />
parle da toilette do Senhor dos Passos;<br />
ficavam na sachrislia a conversar.<br />
Só entravam depois do Senhor<br />
dos Passos estar em camisa.<br />
Isto tinha uma razão em Lamego.<br />
Era por. .. Não me lembra bem<br />
porque era, mas tinha uma razão.<br />
Eu era tam pequeno...<br />
As senhoras entravam na igreja<br />
a rir, o Xico baixou as mãos ao<br />
Senhor, e elle ficou a chorar lágrimas<br />
de sangue, de joelhos, os braços<br />
caídos, em camisa. ..<br />
Pela igreja voava o aroma da água<br />
de colónia com que as senhoras lavavam<br />
os pés do Senhor dos Passos,<br />
em ferida, a escorrer sangue. ..<br />
O Visconde, com a túnica de sêda<br />
vermelha,bordada a oiro fino e novo,<br />
nos braços, faltava baixo, muito curvado,<br />
para a Condessa.<br />
Os seus olhos brilhavam á luz de<br />
vela, húmidos, como os de um sátyro,<br />
ella olhava-o e sorria, e no<br />
meio a cabeça do Senhor dos Passos,<br />
cheia de lágrimas de sangue, chorava.<br />
..<br />
Quando o visconde ria mais alto, o<br />
resplendor de prata agitava-se melanchólicamente<br />
sobre a cabeça do<br />
Senhor. . .<br />
O Xico...<br />
—Isso só em Lamego.<br />
— Olél você estava a lêr?<br />
— Ê phantástico...<br />
— E entám cá? E em Lisboa?<br />
Sabe você quantos pés tem o Senhor<br />
dos Passos em Lisboa?. ..<br />
— Dois, naturalmente. ..<br />
— Pois não foste! Quatro, ouviu<br />
v. s. a — O outro é o que serve ao rei<br />
e á rainha, o pé da Côrte.. .<br />
— Ridículos de beatas...<br />
—De beatas!... O pedreiro livre!<br />
E entám o que chama você ao caso<br />
do Senhor dos Passos da Estrella,<br />
aqui em Coimbra?!...<br />
— Que caso?...<br />
— Coitado! Este homem nasceu<br />
hontem, ignora tudo!... Entám<br />
você não sabe que um anno começou<br />
a haver na Estrella também<br />
exposição do Senhor dos Passos como<br />
na Graça, e começou toda a gente a<br />
deixar a Graça e a correr para a<br />
Estrella? O Senhor dos Passos era<br />
novo, foi moda...<br />
— Do que você se lembra. ..<br />
— Talvez v. s.<br />
? Quatro. ..<br />
—Quatro?!...<br />
a não tivesse nascido<br />
ainda? Malhusalem!. . .<br />
— Já faltava a edade! O Rodrigues<br />
da Silva, ponha as barbas de<br />
môlho.. .<br />
—Deixe-o fallar, senhor doutor,<br />
e trabalhe que falta original...<br />
— Eu pouco mais faço. Agora<br />
conto o caso da Estrella. Digo que<br />
o Senhor dos Passos não tinha pés...<br />
— Outra!. .. Esse agora não tem<br />
pés!...<br />
— Pois não tiniia! E tiveram de<br />
pedir uns ao S. Francisco que vae<br />
no andôr, quarta feira de Cinza.,<br />
Muito tempo ninguém deu por ella;<br />
mas um dia, um devoto. ..<br />
— Conheceu? Porquê?...<br />
— Eu sei lá. O que sei é que<br />
conheceu, e veiu contar a toda a<br />
gente. .. Foi um escândalo.<br />
Beijar os pés a S. Francisco...<br />
— Porque não? E as mãos...<br />
—Você não tem graça nenhuma!<br />
—Trabalhe, senhor doutor, olhe<br />
que falta original. ..<br />
—Está (juasi prompto! Já lenho<br />
um linguado. Acabo de contar o<br />
caso de Lamego, depois arranjo a<br />
tallar dos de Lisboa e Coimbra, e<br />
faço uma coisa.. .<br />
— De muita graça.. .<br />
— V. ex. a dará o illustre escriptor, semanalmente,<br />
conta dos acontecimenlos<br />
políticos mais interessantes, com o<br />
brilho de linguagem e correcção de<br />
fórma que sam próprios do distincto<br />
jornalista.<br />
A cooperação do sr. França Borges<br />
na vida da Resistencia é para<br />
nós honrosíssima, como honrosa é<br />
a camaradagem do nosso amigo,<br />
tam respeitável pelo espírito como<br />
pelo caracter.<br />
Começa hoje a publicar-se em<br />
Lisboa um jornal intitulado A Resistencia,<br />
orgão da associação dos<br />
agricultores e horticultores.<br />
Abre com um escândalo entre as<br />
collarejas da Praça da Figueira, ao<br />
que consta.<br />
Parece começar mal o nosso homónymo<br />
das nabiças. Melhor seria<br />
que se intitulasse a Abobora ou o<br />
Rabanete.<br />
É o título que lhe ficaria melhor<br />
pela nalurêsa dos interesses que se<br />
propõe defender.<br />
O Tribuno Popular foi denunciante.<br />
Não é figura de rhetórica.<br />
Prova-se.<br />
Agora, pelo que respeita ás insinuações<br />
em que persiste, e que,<br />
pela insistência, revelam infamiasinha<br />
a despontar, pedimos ao nosso<br />
luminoso collega que ponha tudo em<br />
pratos limpos.<br />
E' já conhecida a nota da Grécia<br />
em resposta á nota, com caracter<br />
de ultimatum, que as potências lhe<br />
dirigiram para a evacuação de Creia.<br />
A impressão que deixou é a de ser<br />
uma resposta habilmente diplomá-<br />
o diz...<br />
tica, que deixa entrever a sua firme<br />
resolução de não abandonar á de-<br />
T. C. cisão das potências a solução de<br />
iam grave problema, de consequên-<br />
•••<br />
cias de tal modo importantes para<br />
Portugal artístico e monumental a vida nacional hellénica. Pelo seu<br />
lado as potências parecem não es-<br />
Continúi saindo com regularidade tarem já de accordo sobre a acção<br />
a publicação photográphica de monu-<br />
collectiva com que tinham ameaçamentos<br />
e objectos da antiga arte portuguêsa,<br />
que o sr. Sartoris emprehendo a Grécia, tendo declarado a<br />
deu com uma dedicação digna dos maio Allemanha que não pôde tomar em<br />
res elogios.<br />
consideração a resposta dos gregos,<br />
Os números do mês de fevereiro com quem não quer continuar ne-<br />
contém : a egreja de N. S. das Neves, gociações.<br />
em Flôr da Rosa; deposição no túmulo,<br />
esculptura em pedra, de bella renas- Se as potências não accordarem<br />
cença, pertencente a Santa Cruz; frag- na acção collectiva projectada, é de<br />
mento da guirlanda que encima os ca- prever que a annexação de Créta<br />
deiraes do côro d'esta mesma igreja; seja um facto.<br />
e ura formosíssimo capitel da Sé Velha.<br />
Sobre a attitude da França nada<br />
Esta collecção, que já encerra grande<br />
variedade de documestos da maior ha de positivo por enquanto. Se o<br />
importância, constituirá no futuro um governo se tem mostrado inclinado<br />
repositório valioso e um expositorio in- a auxiliar os inimigos da Grécia,<br />
substituível para os archeólogos e os pelo seu lado a opinião impõe-seartistas.<br />
Ihe e o parlamento não o consentirá.<br />
A solicitude do sr. Sartoris e o au E seria de notar que a França,<br />
xílio que com esta publicação presta<br />
ao estudo da arte sam de applaudir e<br />
generosa e humanitária, se collo-<br />
agradecer, principalmente por aquelles casse agora, indo de encontro á<br />
que conhecem quantos sacrifícios é pre- opinião, do lado. mais odioso e anticiso<br />
vencer na inanidade da indifferenpáthico.pa geral, para que possam vingar pu- Damos em seguida os últimos<br />
blicações d'esta ordem.<br />
telegrammas:<br />
0 trabalho photográphico é executado<br />
com nitidez; e a escolha dos moti- Berlim, 12.—Um jornal d'esta<br />
vos é prudente, sensata e variada. capital, cujas boas relações com o ga-<br />
E d'esta fórma o sr. Sartoris presta binete imperial sam notórias, affirma<br />
á arte e á nação um assignalado ser- que, se não fôrem adoptadas medidas<br />
viço.<br />
enérgicas contra a Grécia, a Allemanha,
deixará de interessar-se pela questão<br />
do Oriente e o governo imperial recusar-se-ha<br />
de futuro a tomar parte em<br />
qualquer negociação relativa á redacção<br />
de nova nota diplomática ao governo<br />
hellénico.<br />
A imprensa inglêsa publica também<br />
duas notas, que se aflirma terem caracter<br />
ofBcioso, e que não sam também<br />
muito favoraveis â Grécia. Dizem summariamente<br />
o seguinte: — Que a resposta<br />
da Grécia não é considerada sa-<br />
tisfactoria, nem propícia a melhorar as<br />
relações tensas da Europa com o gabinete<br />
atheniense; «que a renovação<br />
de hostilidades entre os musulmanos<br />
e os christãos de Creta imporá ás potências<br />
a obrigação de tomar medidas<br />
immediatas de expulsar os gregos e<br />
desembarcar tropas para manter a ordem<br />
»<br />
Madrid, 12.—Dizem de Athenas<br />
que o governo grego ordenou ao commandante<br />
da esquadra grega em Creta<br />
que não tenha em nenhuma conta as<br />
imposições dos almirantes das esquadras,<br />
ainda mesmo que elles recorram<br />
á ameaça das violências.<br />
Ao coronel Vassos ter-se-lam dado<br />
ordens de retirar com as suas tropas<br />
para o interior da ilha, evitando qualquer<br />
collisão com os destacamentos<br />
mixtos das potências.<br />
Uma esquadra grega entrou no golpho<br />
de Ambracia (Arta) e bloqueou<br />
vários navios turcos. Um bando de<br />
gregos, interessando-se pela Macedónia,<br />
fez saltar os carris do caminho de<br />
ferro entre Monastir e Salocina.<br />
No Pireo sam esperados 300 monjes<br />
do monte Alhos, que se offereceram<br />
para combater contra os turcos.<br />
Paris, 13.—O conselho munici-<br />
pal de Paris approvou hoje por 48 votos,<br />
não obstante as observações do<br />
prefeito do Sena, uma calorosa mensagem<br />
de animação á Giécia.<br />
«o*<br />
Notícias diversas<br />
O sr. Charles Lepierre, professor de<br />
Chimica na Eschóla Industrial Brotero,<br />
e preparador de microbiologia na Faculdade<br />
de Medicina, acaba de abrir um<br />
curso de chimica biológica para os estudantes<br />
da mesma faculdade.<br />
Já de ha muito tempo os seus cursos<br />
na Eschóla Brotero^ram frequentados<br />
por estudantes de Medicina que<br />
encontraram sempre no sr. Charles Le-<br />
pierre um mestre cheio de bôa voutade,<br />
d'intelligéncia e de saber. 0 novo<br />
curso vem prencher uma lacuna no<br />
ensino da Medicina em Portugal, e<br />
muito honra o sr. Charles Lepierre, que,<br />
por este e outros serviços prestados<br />
à causa da instrucção, pelo seu saber,<br />
pela sua intelligéncia e pelo seu trabalho<br />
consciencioso e persistente, é jus-<br />
27 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'am forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard ác C. a<br />
IV<br />
Os empregados da casa Bérard<br />
— 0 patrão perguntou-me quem tinha<br />
trazido esla carta, respondi-lhe<br />
que tinha sido uma senhora que parecia<br />
desejar vê-lo pessoalmente. Elle<br />
entám disse-me: com bastante pena<br />
ruinha não posso encontrar-me aqui,<br />
por ter uma recepção marcada para<br />
esta hora. Pede a essa senhora que<br />
me exponha por escripto o motivo da<br />
sua visita.<br />
—É tudo?<br />
—Sim, minha senhora.<br />
Linotte baixou a cabeça e reflectiu.<br />
0 caixeiro trocou um sorriso com o rapaz<br />
do escriplório e disse:<br />
—Se v. ex. a quizer vêr a senhora,<br />
eu vou mandá la prevenir.<br />
—Não! Nãol, disse depressa a Linotte;<br />
eu voltarei ámanhã...<br />
— V. ex. a nâo tem nada a deixar<br />
dito para o patrão?, insistiu o cai-<br />
AeirQ.<br />
tamente admirado e respeitado por todos<br />
os que se interessam pelo aperfeiçoamento<br />
e progresso dos estudos<br />
em Portugal.<br />
Saiu para o Porto o sr. Albino Caetano<br />
da Silva, proprietário da Typograpliia<br />
Auxiliar d' Esuriptório.<br />
—Nada! se não isto que lhe acabo<br />
de dizer: voltarei ámanhã.<br />
—Bem, minha senhora!<br />
Linotte saiu e o obsequioso caixeiro<br />
acompanhou-a até á carruagem... Ao<br />
vollar. disse para os seus collegas do<br />
escriptório:<br />
—Oh! rapazes, é bem bôa! o austero,<br />
o puro senhor Bérard tem uma...<br />
—Uma?... interrogaram os empregados.<br />
—Uma cocotte!<br />
— Não é possivel.<br />
— Acabo de a acompanhar à carruagem.<br />
.. Provavelmente o patrão tinha-<br />
Ihe dado uma direcção errada... ella<br />
espreitou-o até aqui, e elle desconfiado<br />
retirou-se prudentemente...<br />
— Tu suppões isso?<br />
—Eu!... vós ides vêr... Ó João!<br />
chamou o caixeiro.<br />
0 rapaz do armazém approximou-se<br />
logo.<br />
— Vós ides vêr! João, o que é que<br />
tu julgas que seja para o patrão esta<br />
mulher?<br />
—Eu! isso não me diz respeito por<br />
isso nada quero dizer.<br />
—Adiante; ninguém lh'o irá contar...<br />
é só cá entre nós.<br />
—Eu, sou mudo, cego e surdo...<br />
sei guardar as conveniências!...<br />
— Não é dizer mal!<br />
— Vejâmos, vejâmos, João, gritaram<br />
os caixeiros.<br />
— Pois bem, eu creio que é sim*<br />
plesmenle uma cocotte...<br />
— Ah! Ah!...<br />
Todos os caixeiros se agruparam &<br />
roda de João.<br />
RESISTÊNCIA —Domingo, 14 de março de 1897<br />
Fôram approvados superiormente<br />
os orçamentos seguintes :<br />
Da junta de paróchia da freguezia<br />
de Cadima, Cantanhede.<br />
De Sant'Anna — e de S. Miguel<br />
de Lagos da Beira, concelho d'01iveira<br />
do Hospital.<br />
Do Santíssimo e Immaculada<br />
Conceição, de Táboa.<br />
Do Senhor dos Passos, de Tentúgal,<br />
concelho de Montemor.<br />
(Supplementar) da Misericórdia<br />
da Louzã.<br />
Da Ordem 3. a da Figueira da<br />
Foz, e o da Misericórdia de Canta-<br />
—João, dizia um, conta-nos tudo<br />
—Sim, dize tudo.<br />
—- Oh! não é difficil... hontem, veiu<br />
cá esta senhora... Quando o patrão o<br />
soube affectou modos de a não conhecer.<br />
—Nós bem conhecêmos êsses ares.<br />
—Mas, continuou João, eu creio que<br />
o patrão não sabia o seu nome, porque<br />
ella tinha escripto por baixo: (a Linotte<br />
virá ámanhã).<br />
Ninguém respondeu. Um caixeiro<br />
disse:<br />
—Linotte! é um bello nome!<br />
— Não é o d'ella; no seu cartão tinha<br />
Joanna de Sillac.<br />
—Ah! Ah! Ah! fizeram duas ou três<br />
vozes.<br />
—Joanna de Sillac, disse um caixeiro,<br />
é aquella que vae todas as noites<br />
ao Casino. Oh! mas ella teve desgraças.<br />
..<br />
— Pois bem rapazes, replicou aquelle<br />
que tinha recebido a Linotte, fiai-vos<br />
ainda nos ares innocentinhos do patrão:<br />
(a familia, tudo pela familia! ..)<br />
— Sim! pela familia de Joanna.<br />
Um caixeiro que estava sentado à<br />
porta da escada que subia para a casa<br />
d'habitação assobiou a batteria no campo...<br />
logo todos os empregados, caixeiros<br />
e marçanos que estavam á volta<br />
de João correram a occupar os seus<br />
logares.<br />
O assobio annunciava a entrada do<br />
patrão...<br />
Na verdade, Bérard entrou e foi directamente<br />
para a fUa secretária...<br />
— Vocês bem vêem, disse o caixei-<br />
para o arrendamento da casa para a<br />
eschóla de Trouxemil.<br />
Mandou intimar um proprietário para<br />
reduzir ao estado primitivo uma porção<br />
de terreno público que vedou, junto<br />
ao logar da Carapinheira, freguezia<br />
de S. Paulo de Frades.<br />
Tomando em consideração uma representação<br />
feita por diversos moradores<br />
da Praça do Commércio, pedindo<br />
para ser ajardinada a mesma praça,<br />
ro para os que estavam próximos, elle<br />
não tinha saído...<br />
Bérard gritou:<br />
— João ?...<br />
Todos cs caixeiros olharam uns para<br />
os outros e sorriram-se.<br />
João dirigiu-se ao patrão...<br />
— Essa mulher veio ?...<br />
— M. elle Jeanne de Sillac?<br />
— Sim.<br />
— Sira, senhor, acaba de saird'aqui.<br />
— Custa-me nâo ter voltado... mais<br />
cêdo..., disse Bérard, ajuntando de-<br />
pois num tom indifferente... Que disse<br />
ella ?<br />
— Disse que voltava ámanhã.<br />
Bérard empallideceu. Quando voltou<br />
ao seu natural perguntou :<br />
— Não disse o motivo da sua visita?<br />
— Não senhor..., Perguntando-lhe<br />
eu se ella desejava fallar á senhora,<br />
disse hypocritamente João, recusou...<br />
Um calafrio correu todo o corpo de<br />
Bérard.<br />
— Ella disse que só queria fallar ao<br />
senhor.<br />
— Está bem!<br />
A força de vontade que Bérard gastou<br />
neste minuto foi enorme. Essa creatura<br />
deante de sua mulher! Por um<br />
momento teve a idêa de estrangular<br />
João... Viu que nâo podia soffrer o<br />
exame dos seus empregados, tirou um<br />
papel da pasta e subiu para os seus<br />
aposentos...<br />
No quarto, depois de fechar a porta,<br />
arranc u os cabellos, e cbeio de raiva,<br />
quasi suffocado, gritou entre soluços:<br />
(iContinua,)<br />
blico e pequenas obras de reparação<br />
de prédios em differentes freguezias<br />
do concelho.<br />
Sessão extraordinário de 27 de fevereiro<br />
de 1897<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Vereadores presentes: arcediago José<br />
Simões Dias, José Antonio de Moura<br />
O sr. Bispo-Conde visitou hoje o<br />
resolveu tomar em occasião opportuna Basto, José Antonio dos Santos, José<br />
museu d'antigui(iades do Instituto, sendo<br />
a deliberação conveniente.<br />
Marques Pinto, Albano Gomes Paes.<br />
recebido pela Direcção da secção de<br />
Attestou favoravelmente ácêrca de Lida e approvada a acta da sessão<br />
Archeologia.<br />
três petições para subsídios de lacta- anterior foi apresentada pelo presiden-<br />
Já se acha collocada ao meio da prição.te<br />
a conta da receita e despêsa do anmeira<br />
sala a vitrine com os objectos<br />
Mandou passar licenças para apasno civil de 1896, que foi approvada,<br />
prehistóricos, a maior parte dos quaes<br />
centamento de cabras.<br />
tendo-se retirado, segundo a lei, o<br />
foi oíferecida pelo sr. Santos Rocha, o<br />
Resolveu pedir ao commissário de mesmo presidente e tomando a presi-<br />
infatigavel archeólogo, organizador e<br />
polícia para dispensar um guarda para dência o vice-presidente, José Simões<br />
conservador do museu da Figueira da nhede.<br />
a Praça do Commércio, com o fim de Dias, que fez ler o parecer apresenta-<br />
Fóz. A collocação dos objectos é por<br />
•<br />
evitar que se damnifiquem as árvores do pela commissão anteriormente no-<br />
enquanto provisória, porque a vitrine<br />
alli postas ha pouco.<br />
meada para o exame da mesma conta.<br />
ainda não está pintada.<br />
Fôram abatidos em todo o dis- Encarregou o vereador Moura Bastos Auctorizou em seguida o pagamento<br />
O sr. dr. Teixeira de Carvalho depotricto, no mês de fevereiro, 374 de mandar proceder aos reparos neces- dos vencimentos dos empregados resitou<br />
um fragmento de grade de ferro cães.<br />
sários no mercado de D. Pedro V. lativos ao mês de fevereiro, por não<br />
batido (século XVI), pregos de bronze<br />
•<br />
Nomeou uma commissão de três ve- haver mais que tratar, além dos as-<br />
dourado (século XVI), uma terrina de<br />
readores para o exame da conta do sumptos para que fora convocada.<br />
louça vidrada attribuida a Brioso, oleiro Recebemos da Tinturaria Cam- anno findo, dando sobre ella o seu pa-<br />
em Coimbra no século XVIII, brincos bournac, de que é agente em Coimrecer. e anneis d'ouro romanos e um magnibra,<br />
o sr. Moura Bastos, um ele- Auctorizou o fornecimento de vários<br />
fico torques d'oiro pre-romano.<br />
gante calendário para este auno, impressos para os trabalhos da secre- Revistas e jornaes<br />
taria.<br />
que agradecemos.<br />
Resolveu representar ao governo pe-<br />
Revista Republicana.—Recebemos<br />
dindo a creação d'uma eschóla d'ensi-<br />
Realizou-se hontem a procissão de<br />
já o número programma desta promettedora<br />
no elementar, para o sexo feminino na revista, que em poucas palavras expõe a sua<br />
Passos da Graça para a Sé Nova.<br />
freguezia d'Almalaguez.<br />
orientação:<br />
Antigamente era esta procissão o<br />
motivo de ruidosas brincadeiras aca- Câmara Municipal de Coimbra Nomeou informadores para o servi- «A nova publicação, como o seu titulo, de<br />
certo modo, indica, nâo é um periodico de ludémicas<br />
que déram, por mais d'uma<br />
ço das côngruas dos parochos. cta encarniçada, uma folha de profiado comba-<br />
vez, origem a conflictos sérios entre<br />
Auctorizou trabalhos de canalização te.<br />
Resumo das deliberações tomddas na<br />
os académicos e as trópas da guarni-<br />
d'águas.<br />
A Revista Republicana será antes, um registo,<br />
sessão ordinária de 18 de fevereiro<br />
ção. Agora corre tudo em tranquilla e<br />
Mandou registar uma nota das cana- uma publicação doutrinaria onde, ao mesmo<br />
de 1897.<br />
tempo, iremos evangelisando, serenamente, al-<br />
santa paz.<br />
lizações d'àgua executadas desde o dia tivamente, o credo democrático, e inscreven-<br />
Dos costumes antigos conservam-se Presidência do Vice-presidente arce- 1 1 .<br />
do os nomes e as acções d'aquelles que pela<br />
sua honra, pela sua dedicação, pelo seu eleva-<br />
apenas as guerras entre os rapazes da diago José Simões Dias.<br />
Auctorizou diversos pagamentos—<br />
do civismo, bem merecerem da Patria e da Re-<br />
alta e da baixa, os salatinas como el- Vogaes eífectivos—bacharel José Au- pessoal d'obras, material para a limpublica.les bárbara e injuriosamente se alcugusto Gaspar de Mattos, José Antonio pêsa da cidade, para o serviço dos in- Neste proposito a Revista publicará em tonham<br />
uns aos outros.<br />
dos Santos, José Marques Pinto, Antonio cêndios e das águas, trabalhos de cados os números magníficas pnotogravuras dos<br />
Hoje se o tempo o permittir, a José de Moura Bastos e Albano Gomes nalização d'água para o novo mata- principaes homens do nosso partido, acompanhadas<br />
de artigos biográphicos».<br />
imagem do Senhor dos Passos será Paes.<br />
douro e para particulares, serviços de Propondo-se tratar das questões mais eleva-<br />
levada em solemne procissão á sua Lida e approvada a acta da sessão reparação de calçadas, conservação das que se agitam na sociedade portuguêsa,<br />
igreja da Graça, onde discursará o sr. anterior na presença do dr. Luiz Perei- d'ârvores, trabalhos no jardim da quinta apresenta em elenco de collaboradores, que, só<br />
cónego Alves Mendes.<br />
ra da Costa, representando o adminis- de Santa Cruz, na fonte da Palheira e pelo seu nome, sam uma garantia, pois vêemse<br />
entre elles os dos homens mais pretigiosos<br />
trador do concelho, foi apresentado pela no caminho para Villela, encadernação do partido republicano português.<br />
presidência um relatório sobre anâlyse de livros, pagamento de tecido de lã Annuncia para o dia 15 d'abril próximo o seu<br />
das águas potáveis d'esta cidade, ela- para bandeiras destinadas á ornamen- primeiro número.<br />
Annuncia-se para breve o appareciborado pelo professor de chimica na tação dos paços do concelho.<br />
mento d'um novo jornal de índole so- Eschóla industrial Brotero, Charles Le- Resolveu sobreestar, até ulteriores<br />
cialista com o titulo—O Caminho.<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
pierre, e pplo director do dispensatório providências, ácêrca da deliberação terra e mar. — Recebemos o n.° 48 d'este in-<br />
pharrnacéulico dos Hospitaes da Univer- tomada anteriormente, para a vedação teressante jornal que se publica no Porto, sob<br />
sidade Vicente José de Seiça, trabalho da azinhaga de Santa Justa.<br />
a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
O sr. cónego Prudencio Garcia tem offerecido gratuitamente à cidade de Despachou requerimentos — auctori- Este número que acabámos de receber contém<br />
o seguinte summario:<br />
no prélo um livro de alto interesse Coimbra, que a Camara resolveu agrasando serviços no cemiterio da Con- Texto—Lendas e religiões: A lenda de S. Ger-<br />
para o estudo de atcheologia artística decer, lançando-se na acta um voto de chada, anffullações de collectas da mano.—No coração da Africa: No país dos eie-<br />
em Coimbra.<br />
profundo reconhecimento<br />
contribuição lançada sobre ordenados phantes.—A vida do emigrante: Um visinho<br />
É uma collecção curiosa de docu- Tomou conhecimento da approvação d'empregados públicos, lettreiros em incómmodo. — Continente negro: Coíonisação<br />
portuguêsa.—As grandes aventuras: Sem-Cinmentos,<br />
na sua maior parte inéditos, dada superiormente á deliberação to- estabelecimentos particulares, arrendaco-Reis.—Os povos que desapparecem: Os Ín-<br />
sobre João de Ruão, o célebre imagimada em 28 de janeiro para a cedênmento em praça d'uma pedreira na dios no norte da America do sul.—As coloninário<br />
que tanto louvam as chrónicas do cia do terreno para alinhamento d'uma quinta de Santa Cruz e forno da cal aes e a opinião geral.—Uma morte no conti-<br />
renascimento. Os materiaesd'esta inte- casa em S. Martinho do Bispo.<br />
conlíguo, o alinhamento para a reconsnente.—Viagéns e aventuras da Menina Friressante<br />
publicação fôram colhidos nos Resolveu informar o chefe do distrurção d'uma casa nas Lapas de Lor-<br />
archivos da Sé e do Governo Civil. tricto de que se deram providências demão, sem occupação de terreno pú-<br />
quette.<br />
Gravuras—Foi elle que caminhou para elles<br />
e se deu a conhecer.—Fineando-nos fortemente<br />
nas pernas...—Cada índio entra por sua<br />
vez na cabana onde está o feiticeiro.—A's portas<br />
as matronas contavam o acontecimento.<br />
Communicados<br />
Lamego, 6 de julho de 1995.<br />
Sr.<br />
Julgo prestar a humanidade que soffre,<br />
ura grande benefício, tornando públicos<br />
os effeitos maravilhosos que se<br />
obtêem fazendo uso do seu Tópico<br />
contra a coqueluche.<br />
Tenho um filhinho, que desesperava<br />
de salvar, visto que a tosse era rebelde<br />
a todo o tratamento, a ponto de já<br />
nada lhe applicar, indo a creança definhando<br />
a pouco e pouco. Por acaso,<br />
um amigo meu indicou-me o seu Topico<br />
e apenas com o uso de dois frascos<br />
a tosse cedeu em pouco tempo e<br />
hoje meu filho está completamente livre<br />
de perigo.<br />
Peço-lhe faça pública esta minha declaração.<br />
De v. etc.<br />
Tito Corrêa de Oliveira.<br />
Declaro que, acbando-se meu filho<br />
atacado de tosse coqueluche, usei o<br />
Tópico preparado por o sr. Amorim<br />
de Carvalho, gastando unicamente meio<br />
frasco para a cura completa. Declaração<br />
esta que a consciência me obriga a<br />
fazer.<br />
Porto, 26 de junho de 1895.<br />
Travessa de Alvaro Castellões, 16.<br />
Serafim Antonio de JPaíwt,
TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />
POR<br />
Faustino da Fonseca<br />
Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />
O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />
Victória.<br />
Eis os títulos dos capítulos:<br />
A minha entrada — A vida na ©B «leia —História do limoeiro—O<br />
Limoe ro I»oje—O regulamento - - Os prêsos—I7m<br />
canicida—Condemnado a mórte -Fugas célebres<br />
— «cenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />
tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />
prisão—Estatistica<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />
grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segre- Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
dos, casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o Alberto Vianna—Offleina de Encadernação, Largo da Sé<br />
oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Bar- Velha.<br />
bas, o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui- Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marcídios,<br />
Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiíos, alco da Feira<br />
çadas, forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris, Borges.<br />
de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, proGs- Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
sões, crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Ca-<br />
). Augusto.<br />
mara.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
PREÇO, 500 RÉIS<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, ru
N.° 216 COIMBRA—Quinta feira, 18 de março de 1897 3.° ANNO<br />
I P ÂNIMO<br />
Nada—no jornalismo político<br />
lisbonense — deve ter, ultimamente,<br />
emocionado com maior júbilo o<br />
velho partido republicano do que a<br />
leitura do manifesto publicado ha<br />
dias pelos estudantes da capital.<br />
Aquelle documento, que é ao mesmo<br />
tempo condemnatório libello da<br />
monarchia e profissão de fé republicana,<br />
dá-nos direito a pensar em<br />
como tem sido entre nós bem encaminhada<br />
a propaganda Democrática<br />
para chegarmos ao ponto de vêr<br />
a última geração intellectual da nos<br />
sa Patria renegar, por consciência<br />
e estudo, o atrazado regimen da mo<br />
narchia e vir, expontânea e resolutamente,<br />
alistar-se nas fileiras de<br />
um partido que só pôde representar<br />
a aspiração desinteressada de<br />
um porvir nacional reorganizador<br />
e glorioso. Porque a verdade é que,<br />
se em lodos os tempos a juventude<br />
académica se tem manifestado ge<br />
nerosa e patriótica, as suas mani<br />
festações têem sempre assumido um<br />
cunho de irregular orientação e in<br />
disciplinado enlhusiasmõ.<br />
Agora, porém, apresenta-se sisu<br />
da e grave a academia de Lisboa,<br />
como quem sabe o que quere para<br />
onde caminha. É uma hoste luzida<br />
de cidadãos representando genuinamente<br />
o caracter e ideal da nossa<br />
épocha, as aspirações da nossa ra<br />
ça, a acção decisiva da sociedade<br />
moderna portuguêsa; espíritos no<br />
vos insuflando aos velhos a coragem<br />
para a realização da idéa.<br />
Applicando á nossa limitada es<br />
phera d'acção política a regra uni<br />
versai de que a humanidade tem,<br />
em cada épocha, os seus representantes,<br />
é natural concluir-se que a<br />
mocidade académica representa em<br />
nossa Pátria a personificação de um<br />
ideal que, pela acção benéfica e resoluta,<br />
pela iniciativa e estudo das<br />
grandes questões e pela rasoavel<br />
escolha dos meios de propaganda e<br />
de movimento revolucionário, ha de<br />
fatalmente e em pouco tempo trium<br />
phar.<br />
Em política, como em litteratu<br />
ra, em arle, em religião, em philosophia,<br />
é o espírito novo que precisa<br />
impôr-se a todo o transe.<br />
E onde havêmos de ir encontrar<br />
êsse espírito, senão na mocidade<br />
sensata e illustrada, leal e nobilíssima<br />
por instinclo, viril em toda a<br />
plenitude de suas manifestações,<br />
pensando pelo estudo e sentindo<br />
pelo coração juvenil?<br />
Será ella que, com a intuição de<br />
um porvir grandiôso para a Pátria<br />
e com a fé inquebrantável da sua<br />
Vontade enérgica, ha de breve rea<br />
lizar êste santo ideal por que almejamos<br />
todos, homens de boa fé patriótica.<br />
x<br />
O grande mal social de nossos<br />
últimos tempos tem sido—mais<br />
ainda talvez do que os erros e crimes<br />
da mòníarchia — aindifferença<br />
e o scepticismo político dos cidadãos.<br />
O país, embalado no falso<br />
grau das liberdades constilucionaes,<br />
habiluou-se a não discernir por que<br />
preço lh'as outorgava a monarchia.<br />
Chega a tempo — felizmente — em<br />
que o país acorda para perceber á<br />
evidência que êsse preço era o da<br />
deshonra com a ruína da nação em<br />
favor de um ihrono.<br />
É a êsse throno que a guerra<br />
está declarada: — a êsse throno, que<br />
outra coisa não representa entre nós<br />
senão o privilegio absurdo de uma<br />
família, a constante ameaça á autonomia<br />
e independência de um povo,<br />
a desmoralização da lei, a dissolução<br />
dos caracteres pelo exemplo da<br />
ambição pessoal e pelo jogo dos<br />
mesquinhos interesses egoislas.<br />
Guerrear o throno, as instituições,<br />
levantando por sobre toda a aspiração<br />
interesseira a bandeira da pátria,<br />
é o dever e o propósito da juventude<br />
académica ao vir formar ao<br />
Querella<br />
«Post Scriplum,—Ha dias, pouco<br />
depois da ascensão ao Terreiro do Pa<br />
ço dos míseros arlequins do Campo<br />
^equeno, compulsando o illustre patarata<br />
do Reino, na presença d'um seu<br />
ámulo, o relatório dos bufos da polícia,<br />
a que a dictadura do João Franco<br />
entregou a defesa das instituições<br />
combalidas, por mercê graciosa do<br />
magistrado a que o Correio da Noite<br />
cobriu de escarros, deparou-se aos<br />
olhos estarrecidos de José Luciano o<br />
meu nome obscuro, a minha filiação,<br />
naturalidade e a resenha da minha<br />
vida e dos meus actos.<br />
Sua excelléncia, ávido de conhecer<br />
os inimigos do throno que no tempo<br />
do ostracismo não tinham sido amigos<br />
do seu chá, interrogou o seu fâmulo.<br />
— que apesar de termos as relações<br />
absolutamente cortadas — devidamen<br />
te o informou.<br />
Fero e iracundo, sua excelléncia<br />
deixou cair dos lábios êste poema de<br />
velhaca imbecilidade:—Pois que se<br />
acautelle, que lhe entro pela bolsa.<br />
a do almejado e novo empréstimo<br />
ao honrado Portugal, como elles<br />
A Social, revista de estudos sociaes<br />
que se publica em Coimbra<br />
insere no seu úllimo número dois<br />
excellentes artigos dedicados ao<br />
nosso illustre amigo dr. Guilherme<br />
Moreira, a propósito ainda da consagração<br />
que recebeu da cidade de<br />
Coimbra e especialmente da mocidade<br />
académica, por occasião da<br />
sua posse de lente cathedrático.<br />
PELâ ACADEMIA<br />
Contra o que os progressistas lhe chamavam entám.<br />
disseram na opposição, e de en- Pois este banquête, esla festa, Por intermédio do reitor foi diricontro<br />
ainda á famigerada circular com os seus brindes e as suas regido, pela Universidade d'Athenas,<br />
do sr. ministro da justiça, publiferências ao empréstimo, é o as- e a propósito da questão de Creta,<br />
cada ultimamente sobre Liberdade sumpto das conversações e das aos lentes e estudantes da nossa<br />
de imprensa, o governo mandou pro- censuras onde se falia e se pensa. Universidade o seguinte appêllo:<br />
cessar o nosso col!pg > de Lisboa— Parece, na verdade, reparavel um<br />
o Paiz — por um artigo do sr. dr. tal banquêle, em que se gastou o<br />
«Senhor:<br />
oaquim Madureira, o bello rapaz, melhor de i0:000$000 réis, ao que<br />
de tám bizarro talento, que os lei- dizem os jornaes parisienses, dado<br />
tores à^Resistencia bem conhecem. por quem o foi a um ministro d'um<br />
E còmo áquelle artigo outro se governo que pretende contrair um<br />
succedeu já e outros se succederám empréstimo para um país sem cré-<br />
do mesmo vigor e colorido, é de dito.<br />
crêr que as querellas sobre aquelle Leva a pensar na intenção com<br />
nosso amigo se succedam.<br />
qne lhe foi dado tal banquête. De<br />
E verêmos entám mais uma vez quanto seriam as luvas dos inter-<br />
de que servem as liberaes afirmamediários?ções dos filhos de Passos.<br />
De quanto seriam os juros do<br />
Á promoção da querella respon empréstimo?...<br />
eu o moço escriptor republicano<br />
com o seguinte — port-scriptum a<br />
um artigo como o querellado: Dr. Guilherme Moreira<br />
O Senado Académico da Universidade<br />
d'Athenas acaba de votar a resolução<br />
seguinte, que eu vos rogo o favor<br />
de communicar aos Senhores Professores<br />
e aos Senhores Estudantes da<br />
vossa Universidade:<br />
« A Universidade nacional da Grécia,<br />
profundamente commovida pelos testemunhos<br />
de sympathia, que de toda a<br />
parte lhe acodem, por motivo da lucta<br />
sanguinolenta, que se trava em Creta,<br />
roga-vos que sejaes seu interprete junto<br />
d'esses nobres corações que, comnosco<br />
e com os nossos irmãos partilham<br />
os nossos soffrimentos.<br />
«Comprehendendo a enorme influência,<br />
que sobre a opinião pública exercem<br />
os meios académicos, a Universi-<br />
dade d'Alhenas alimenta a firme espe-<br />
rança de que as Universidades de todo<br />
o mundo não deixarám de continuar a<br />
prestar o seu valioso auxílio moral em<br />
favor da Causa hellénica, que é a do<br />
fraco e opprimido que para si reclama<br />
Justiça e Liberdade.<br />
«Que a Mocidade europeia juncte a<br />
sua voz aos gritos de dôr e de indignação<br />
d'este punhado de homens,<br />
que, depois de haverem soffrido durante<br />
séculos a oppressão dos bárbaros,<br />
se vêem bombardeados pelas nações<br />
christãs, quando elles combatem<br />
pela sua fé e pela sua independência.<br />
« Esta união da Cruz com o Crescente,<br />
junctando-se para metralhar Chrislãos,<br />
será o oppróbrio do século XIX.<br />
«Quanto a nós, a nossa divisa ficará<br />
sendo—Post tenebras lux.<br />
«Athenas, 10-22 Fevereiro 1897.<br />
Ainda ha poucos dias que o imperador<br />
da Allemanha declarou que<br />
lado dos batalhões antigos da repú<br />
era necessário exterminar o partido<br />
blica. Por isso nos alegramos tanto,<br />
socialista e já em jornaes bem in-<br />
nós, os velhos batalhadores republiformado<br />
se affirma que êsse partido<br />
canos, ao encarar convosco, ó jo-<br />
obterá nas próximas eleições polítivens<br />
companheiros, neste campo de<br />
cas mais alguns logares no parla-<br />
O Reitor,<br />
mento.<br />
Dr. A. C. Christomanus»<br />
lucta que nos Iraz armados desde<br />
È assim que a Allemanha res-<br />
tantos annos!<br />
Convocada, por deliberação toponde<br />
ás arremetlidas do célebre<br />
mada em assembléa geral da Asso-<br />
Nesle instante supremo, em que<br />
imperador que, havendo soffrido<br />
ciação Académica, a quem aquelle<br />
milhares de males affligem a socie<br />
uma cruel desillusão ao pôr em prá-<br />
documento foi remellido pelo sr.<br />
Agora, avisam-mede que estou que tica o seu plano de captar as boas<br />
dade portuguêsa, neste instante su-<br />
rellado pelo artigo Dois reis. graças dos socialistas por meio de<br />
reitor, reuniu-se ante-hontem a aspremo<br />
em que um monlão de de& Uma vez na vida, José Luciano ha- apparenles concessões, pensa agora<br />
sembléa geral da Academia para<br />
graças se avoluma sobre as nossas via de cumprir a sua palavra: Entra- em os esmagar pela violência.<br />
d'elle tomar conhecimento.<br />
cabeças, prestes a desencadeiaremme pela bolsa.<br />
Ao abrir-se a sessão foi apresen-<br />
Nada conseguiu pelo primeiro<br />
tada e votada por unanimidade esta<br />
se como furação horrendo sobre os<br />
/. A/.» processo, nada conseguirá agora<br />
moção:<br />
restos da patria, necessário nos é o<br />
por êste.<br />
A theoría do direito divino fez o «A Academia de Coimbra, ao en-<br />
vosso auxílio para que a patria não Nos centros polílicos de Lisboa<br />
seu tempo e o imperador da Allecetar os trabalhos da assembléa ge-<br />
morra.<br />
constitue assumpto obrigado e quamanha, que pretende vigorizá-la, ral em que está reunida para tomar<br />
Communicae-nos, ó juventudes<br />
si exclusivo de todas as conversa- virá a cair, apezar do seu incontes- conhecimento da mensagem que lhe<br />
ções quantos deputados levarám ao<br />
o segredo do vosso ardente enlhutável<br />
merecimento, no ridículo. foi dirigida pela Universidade de<br />
parlamento o sr. Hinlze Ribeiro, o<br />
Athenas, envia ao nobre pôvo gresiasmo,<br />
êsse fogo sagrado que vos sr. Dias Ferreira e o sr. João Frango<br />
as suas mais enlhusiastas sau-<br />
dá a paixão indomável com que co e qual d'elles conseguirá o apoio<br />
Vae adquirindo as proporções de dações pela épica attitude mantida<br />
sabeis combater por tudo quanto é do governo. Nisto se entretêem os<br />
um escândalo a discussão na impren- no conflicto de Creta;<br />
grande e nobre e santo 1<br />
nossos políticos eé, afinal, o assumsa<br />
monárchica a propósito da apre- Outrosim perfilha o telegramma<br />
pto mais inolfensivo a que podem<br />
Caminharêmos juntos para a basentação<br />
do nome do sr. bispo de Hy- de saudação aos estudantes gregos,<br />
dedicar as suas atlenções.<br />
talha formal —última e decisiva<br />
méria para deputado pelo círculo ha dias enviado por um grupo d'es-<br />
Se se lembram de pensar em ex- de Barcellos. As folhas regeneradotudantes da nossa Universidade em<br />
batalha—de que sairá a pálria repedientes, estamos perdidos. ras accusam êste prelado por se in- nome da mesma Academia;<br />
dimida, vicloriosa e triumphante a<br />
volver numa lucla política, chegan- jFinalmente, saúda também os<br />
República 1<br />
Mandou o governo para o exdo até a insultá-lo; os jornaes pro- seus companheiros das Academias<br />
trangeiro e a sollicitar algum digressistas procuram defendê-lo, in- extrangeiras que neste conflicto tem<br />
— • • •<br />
nheiro emprestado, o agente finansultando os regeneradores.<br />
dado ao pôvo hellénico o seu mais<br />
O Século diz constar-lhe que o ceiro de todos os governos portu- E ahi está como os regenerado- decidido apoio, não só moral, mas<br />
governo vae nomear directores da guêses, o Conde de Burnay. Em res, que hontem andavam de mãos até mesmo material, accorrendo<br />
Companhia do Nyassa os srs. Eduar- Paris, á passagem do aclual minis- dadas com os padres, se voltam hoje muitos dos seus membros a encordo<br />
Villaça e dr. Frederico Lai-anjo. tro dos negócios extrangeiros o sr. contra elles por contrariarem as<br />
porar-se nas fileiras do exército<br />
Duvidamos de que êste último Mathias de CarualhoJ, o ínclito suas conveniências partidárias, e<br />
grego, promptos a combater pela<br />
acceite tal logar, depois do que con- conde offereceu-lhe um banquête; como os progressistas, que alcunha-<br />
causa da Liberdade e da Humanistou<br />
ácêrca das irregularidades que e com o conde estava Ioda a judiávam o governo regenerador de reacdade—que<br />
nem é outra a a que se<br />
na Companhia do Nyassa se deram. ria da finança.<br />
cionário, protegem as candidaturas<br />
reduz a questão de Creta — e con-<br />
Em todo o caso aguardamos os A nota predominante na festa ao do partido cathólico.<br />
tra o oppróbrio lançado á civilização<br />
e d'ha muito tolerado no Oriente,<br />
acontecimentos.<br />
ministro d'um povo arruinado, foi Uma pandega.
certos de que os mesmos sentimentos<br />
que a elles os inspiram a animam<br />
também, e passa á ordem do<br />
dia».<br />
Em seguida foi nomeada uma<br />
commissão encarregada de redigir<br />
uma mensagem em resposta á que<br />
d'Athenas foi recebida.<br />
0 director do Argus sr. Corrêa<br />
Telles, estudante do 3.° anno de<br />
Direito, convidou os estudantes a<br />
collaborar nuir. número especia<br />
da sua revista, que será dedicado á<br />
Grécia e em que collaborarám também<br />
muitos dos nossos principaes<br />
escriptores.<br />
C K E T A<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
Depois da resposta da Grécia ás<br />
intimações das potências, estas, que<br />
pareciam resolvidas a proceder immediatamente<br />
e sem consideração,<br />
têem reconsiderado, ao que parece,<br />
e não se tinham resolvido ainda, á<br />
mens, inclusos 2 officiaes, e feridos<br />
mais 20, alguns d'elles mortalmente.<br />
Alhcaas, 15, meia noite.<br />
—Partiu esta noite para a fronteira,<br />
no meio de enthusiasticas acclamações<br />
do pouo, urna força de infanteria composta<br />
de 5:000 homens.<br />
H-oadrcs, 16, IH.—A Press Associalion<br />
affirma que não se fixou ain<br />
da nenhuma data para o bloqueio dos<br />
portos da Grécia e de Creta.<br />
Cauea, 16, madrugada.—A ex-<br />
1<br />
Por Hespanha<br />
E devéras complicada a situação<br />
actual dos nossos vizinhos hespanhóes.<br />
Por um lado as duas guerras que<br />
d'ha muito vem sustentando com<br />
grande sacrifício de vidas e enormes<br />
despêsas; por outro a agitação<br />
carlista que no próprio seio da mãe<br />
pátria mais e mais se accentua.<br />
Em Cuba, a despeito de tudo, os<br />
insurrectos mostram-se cada vez<br />
mais encarniçados na lucla, afirmando<br />
nunca transigirem enquanto<br />
não tiverem alcançado a independência<br />
por que unicamente combatem.<br />
A carta que segue, dirigida ao<br />
que de Veneza trazem e fazem communicações<br />
aos seus correligionários.<br />
Um lai movimento, desusado desde<br />
a última guerra civil, tem seguramente<br />
alguma significação.<br />
O governo hespanhol, com a sua<br />
attitude, pretende talvez dissimular<br />
novas dificuldades que, se por um<br />
lado dam novo alenlo aos insurrectos<br />
de Cuba e Filippinas, por outro<br />
não garantiriam muito, apesar<br />
de tudo, a estabilidade da monarchia<br />
em Hespanha.<br />
data das últimas notícias, a uma<br />
acção decisiva violenta. Tudo leva plosão a bordo do couraçado russo oc-<br />
a crer, porém, pelas informações correu ás 2 horas da tarde entre Re-<br />
dos jornaes officiosos dos diversos thymo e a bahia de Suda. la disparar<br />
se o ultimo tiro de artilheria quando a<br />
países e pelas declarações formaes cobertura da tourélle foi arremessada<br />
dalgumas chancellarias, que para ao ar; metade d'ella caiu sobre o con-<br />
breve se prepara uma acção collevés esmagando i5 homens; na tourélctiva<br />
formal e perempótria perante le foram gravemente feridos outros 15<br />
a altitude da Grécia, que não pa- peia culatra da peça; os officiaes mor-<br />
X<br />
tos sam 9. O almirante Gharner enviou<br />
rece, ainda assim, disposta a ren- immediatamente soccorros. Os cadáve<br />
Foi por fim communicado á as der-se pelo mêdo.<br />
res das victimas do desastre foram re-<br />
semblêa um voto d'agradecimento A Inglaterra, a França, a Allecolhidos aos pedaços, sendo impossível<br />
da Academia do Porto por uma manha, a Áustria a Itália, e a Rús- identificá-los. O enterro deve realizarse<br />
ámanha em Suda.<br />
mensagem que um grupo destudansia, estám dispostas a sem mais<br />
Larissa, 16. m.—Na patastrotes<br />
llie dirigiu, em nome da Acade- fórma de discussão impôr á Grécia pheoccnrrida a bordo do couraçado Rusmia<br />
de Coimbra, declarando-se soli- a sua vontade, usando de meios so, ficaram mortos 1 official e 13 maridária<br />
com ella no recente conflicto coercitivos que a obriguem. A altinheiros, e feridos outro official e 16<br />
com a polícia d'aque!la cidade. tude do governo inglês, que ainda marinheiros.<br />
A assembléa approvou por ac<br />
ha poucos dias não estava bom de- Paris, 16.—Senado: o sr. Hano-<br />
clamação uma proposta em que,<br />
finida, revelou-se agora. O íoreingtaux,<br />
ministro dos negocios extrarigeiros,<br />
repeliu as declarações que fizera<br />
adoptando a mensagem, louvou a<br />
office communicou ás agências uma na câmara dos deputados. Depois da<br />
iniciativa d'aquelle grupo de com-<br />
informação orientada no sentido do intervenção do sr. Freycinet, que fatpanheiros,<br />
terminando por affirmar<br />
emprego de meios enérgicos. Pela iou a favor da liberdade de Greta e da<br />
a mais inequívoca união académica<br />
sua parle a Ifália, que a princípio sua aonexação á Grécia, o senado approvou<br />
por 240 votos contra 32, uma<br />
se apresentava ao lado da Grécia,<br />
moção de confiança no governo.<br />
fez communicar agora que, embora Londres, 16.— O marquês de<br />
a Inglaterra se afastasse do con Salishury, presidente do conselho, de-<br />
Braz da Serra curso das potências, ella se mante clarou na sessão da câmara dos lords,<br />
ria nelle. A França, onde se suppu que os srs. Meline e Hanotaux, presi-<br />
E'o peseudónymo conhecido dum nlia que o governo se veria obrigado dente de conselho e ministro dos negocios<br />
extrangeiros da França, expose-<br />
talentoso escriplor, que ha muitos a ceder perante a força da opinião, ram admiravelmente nas suas decla-<br />
annos vem combatendo pela causa e que estava a ponto de soffrer da rações parlamentares a politica das po-<br />
republicana com uma elevação de câmara um cheque queo derrubasse, tências.<br />
fórma e de pensamento, que o têem obteve no parlamento uma maioria AKalía, 16.—Partiram hoje d'esta<br />
tornado um jornalista distincto e considerável, depois de lhe ter de- ilha para Creta 600 soldados ingléses.<br />
apreciado.<br />
clarado — que as potências estám Atthcuas, 16.—O coronel grego<br />
Vassos, tranferiu o seu acampameuto<br />
O nosso artigo editorial d'êste de accôrdo em exigir a retirada para Sphakia na parte mais montanho-<br />
número é de Braz da Serra, que de Creta das tropas gregas, de sa da ilha.<br />
começa hoje a honrar-nos com uma larte das trópas turcas, e enviar Esta transferência indica que a Gré-<br />
camaradagem, que nos orgulha. cada uma 600 homens para Creta; cia está resolvida a manter as suas tró-<br />
3 que, se a Grécia resistir, será pas em Creta.<br />
Londres, l<br />
'eito um severo bloqueio a Creta e,<br />
Ha trinta annos que na América no caso de ser necessário tanto, a<br />
se descobriram minas de brilhantes alguns pontos da Grécia. A attitude<br />
que deram origem pela exploração da Allemanha, da Áustria e da<br />
á nova cidade de Kimberley. lússia é demasiadamente conhecida.<br />
A falta d'água fez com que a exploração<br />
fosse mal dirigida, e com De ludo isto resulta a convicção,<br />
que se perdessem nos detriclos das que todos lêem de que não resta á<br />
minas numerosos brilhantes. Um Grécia esperança nenhuma de apoio<br />
syndicato, formado quinze annos de- em nenhum governo da Europa,<br />
pois, comprou as minas cuja pro- "'em, é verdade, o apoio incondicioducção<br />
era tam abundante que final de todos os povos, que a herói<br />
zera baixar consideravelmente o pre- cidade do pequeno povo da nobiço<br />
dos brilhantes.<br />
'issima Hellade tem feito vibrar de<br />
Foram entám licenciados mui los<br />
enthusiasmo. Continuam de todos<br />
operários que, vendo-se sem traba-<br />
os países a affluir á Grécia, numa<br />
lho, pediram ao município lhes dei-<br />
corrente febricitante de applausos<br />
xasse explorar a pedra das calça-<br />
.e incitamentos, as mensagens e as<br />
das em que se haviam utilizado os<br />
saudações, as levas de voluntários<br />
detrictos das minas.<br />
e as offerendas de dinheiro.<br />
E vê-se que a Grécia não des-<br />
A água era entám abundantíssiãllece.<br />
Prepara-se para a guerra<br />
ma em Kimberley, para onde fôra<br />
nobre e corajosamente, e ás ameaças<br />
trazida por duas companhias diffe-<br />
da Europa colligada respondeu<br />
rentes, o que facilitava extraordi-<br />
ainda agora enviando para a fronnáriamente<br />
a busca dos brilhantes.<br />
teira turca mais um corpo do exer-<br />
Cada anno o município tem deicito de 5:000 homens.<br />
xado á exploração uma parte das Poderá succumbir o nobre povo<br />
calçadas. No último anno produziu generoso no combale desegualissimo<br />
approximadamente duzentos contos que travou com a Europa, de mãos<br />
de réis; enconlraram-se brilhantes dadas com a Turquia; poderá ser<br />
magníficos e pedaços de calçada afogada em ondas de sangue a ten-<br />
riquíssimos. Um espaço de 13 metativa audaz d'esse povo deheroes;<br />
tros quadrados deu diamantes no mas, o aniquillamenlo da pequena<br />
valor de dez contos de réis. Grécia tam grande pelas suas tradições,<br />
realizado pelos christãos<br />
por causa dos turcos, será uma<br />
\ Récita dos quintanistas perpétua vergonha para a Europa<br />
inteira.<br />
Realiza-se no dia 31 do corrente<br />
Seguem os telegrammas:<br />
mês a récita de despedida dos cursos<br />
do l.°anno jurídico e theologico,<br />
a que ha tempos nos referimos.<br />
Não ha a possibilidade de obter<br />
camarotes nem logares de plateia<br />
para a primeira representação.<br />
1 Lemos em alguus jornaes que o<br />
governo propõe por Lisboa candidatos<br />
a deputados que representem<br />
lntransigeant de Paris pelo caudilho<br />
o professorado, a advocacia, o exér-<br />
insurrecto general Lacret dá bem<br />
cito, a indústria, o commércio e os<br />
capitalistas.<br />
d'isso idéa.<br />
Ei-la:<br />
Pretende-se obter assim uma representação<br />
de classes, em que es-<br />
« Eis-me perfeitamente bem, luctantas estejam organicamente constituído<br />
e combatendo contra os hespanhóes; das para ferirluctaseleiloraes,sendo<br />
mas sempre satisfeito por cumprir com portanto a escôlha dos candidatos<br />
o meu dever.<br />
feita pelo governo. Que nehuma clas-<br />
Tenho o commando militar d'esta província,<br />
telvêz a mais difficil e a mais se poderia assegurar a victória para<br />
perigosa.<br />
o seu candidato, tendo de votar to-<br />
De todos os combates que temos susdas as classes nos nomes que cada<br />
tentado o principal foi o de Jicarata, uma d'ellas proposer. O eleitorado<br />
que durou 14 horas.<br />
limitar-se-ha pois a volar nos no-<br />
As columnas hespanholas não poderam<br />
apoderar-se do nosso acampamenmes propostos pelo governo e só a<br />
to, sendo por nós perseguidas até en- êste representarám os deputados<br />
trarem nas povoações.<br />
eleitos porque só a elle devem a<br />
Vimos no campo de batalha, muitos eleição.<br />
fossos onde os inimigos enterravam os<br />
seus mortos.<br />
Uma farçada.<br />
Soube que se annunciou esta derrota<br />
como uma victória Assim luctamos nós<br />
pela uossa independência: sempre prom- O governo, vendo-se sériamente<br />
ptos a morrer, mas sem desânimo.<br />
embaraçado com a situação finan-<br />
A indiíTerença dos outros não nos<br />
admira. Aquelle que entre nós duvidasceira, tem tratado d'ella em repetise<br />
do resultado favorável da nossa caudos conselhos. Diz-se que já se ocsa,<br />
seria considerado como criminoso. cupára da revisão do orçamento e<br />
A despeito de tudo havemos de vencer, das propostas de fazenda que devem<br />
ainda que os progressos da civilização ser apresentadas ao futuro parla-<br />
—-linhas electricas, caminhos de ferro,<br />
vapores, armas de precisão, etc.—se mento e que, embora sejam reduzi-<br />
?.— Os almirantes voltem contra nós.<br />
das as despêsas, o orçamento apre-<br />
das potências, reunidos em Créta, de- Mas não é sómente com a fé dos sentará um deficit de 4:000 contos<br />
cidiram que o bloqueio eventual da primeiros christãos, impondo-se pelos approximadamente. O rei, no dis-<br />
Grécia affectará o Pireo e Valo. seus soffrimentos,queluctamos; écom as curso da corôa, referir-se-ha a êsse<br />
armas na mão e corn o enthusiasmo de<br />
patriotas que alcançaremos a nova li- facto e baixar-se-ha nelle para inberdade<br />
e a alegria de proclamarmos dicar a gravidade da situação fazen-<br />
Confirma-se a notícia, em que ha Cuba e Porto Rico livres e iudepehdendária e a necessidade de augmen-<br />
muito já se falia va, de ir representes».lar os impostos, lendo declarado<br />
tar em Madrid o nosso país o sr<br />
mêses antes, lambem num discurso<br />
x<br />
Marianno de Carvalho.<br />
da corôa, que a situação económica<br />
Já se vê, pois, quanto custou a Nas Filippinas, a guerra vae tam- e financeira havia melhorado consi-<br />
guerra do Popular ao governo João bém preoccupando bastante, ao conderavelmente e o seu governo apre-<br />
"ranço e o que é que queria o ho trário do que a princípio succedeu, sentado um orçamento em que ap-<br />
mem dos Planos financeiros, tam co os espíritos em Hespanha.<br />
parecia um saldo positivo de cento<br />
nhecido do país inteiro.<br />
Vam ser enviados mais 10:000<br />
e tantos contos.<br />
Que quererá o Marianno? per- homens para, assim reforçado com<br />
imia vam todos.<br />
êste valioso contingente, o exército<br />
A resposta vae dá-la o governo que lá está combatendo, tentar um Diz-se que na Caixa Geral dos<br />
brevemente.<br />
ataque a Cavite, ponto inteiramen- Depósitos se descobriu que havia<br />
te em poder dos insurrectos e onde empregados que recebiam grandes<br />
os hespanhóes ainda não consegui- vencimentos sem prestarem serviço<br />
Movimento republicano ram pôr pé, apesar de tentativas algum, e entre elles cita-se o nome<br />
repetidas sem resultado.<br />
do sr. conde de Restello que estava<br />
Em Loures vae publicar-se um<br />
recebendo um conto de réis, como<br />
novo semanário republicano, que se<br />
x<br />
membro da commissão administra-<br />
intitulará A Defêsa do Povo.<br />
tiva.<br />
Pelo que respeita aos carlistas, E continuará a receber, porque<br />
não obstante a pouca importância as conveniências monárchicas assim<br />
Desafiámos o Tribuno Popular a que o governo hespanhol parece li- o exigem e só a ellas se attende.<br />
que pusesse a claro umas insinua gar aos seus trabalhos d'organiza-<br />
ções que vem dirigindo, ao que pação e agitação, e a despeito das derece,<br />
alguns republicanos.<br />
clarações dos chefes, talvez menti-<br />
Não o fez; passou de largo. Ha rosas por contradictorias entre si e THEATRO-CIRCO<br />
de ser sempre o mesmo, com os com os factos, é certo que estám<br />
mesmos processos de discussão, jroduzindo grande alarme.<br />
Tem continuado os seus espectá-<br />
desleaes e traiçoeiros. Não ataca, A organização militar dos particulos a companhia Diaz.<br />
insinua; não se defende, calumnia. dários de D. Carlos é bem accen- Traz artistas de valor, salientan-<br />
Alacam-no, furta o corpo e foge. uada.do-se<br />
os trabalhos na escada, o ara-<br />
Sam assim os da sua têmpera. Em banquetes, em conciliábulos me, o trapesio e os cavallos em li-<br />
Quizemos, por momento, levá-lo que se repetem constantemente, berdade.<br />
a sério; fugiu. Daqui em deante como que se passam em revista as A direcção é, como foi sempre a<br />
seguiremos outro caminho.<br />
iróprias forças, incitando-as á união, de Diaz, correctíssima.<br />
Canéa, IS, n« — A bordo do Não o levarêmos a balas, nem á disciplina, ao sacrifício em favor<br />
couraçado russo Senoivekki deu-se hoje<br />
Para hoje annunciam-se traba-<br />
lhe atirarêmos bolas, como elle diz;<br />
uma formidável explosão, devida a ter<br />
dos pretendentes.<br />
lhos novos — o cavallo aereo, o ho-<br />
estalado a culatra dum canhão, quando levá-lo-hêmos a piparotes.<br />
Recrulam-se homens, formam-se mem cautchu, o trapesio oscillante.<br />
se procedia a exercícios de tiro fóra da Pois por que não havêmos de guerrilhas e repelem-se os regres- Ámanhã uma matinèe ás 2 horas<br />
bahia de Suda. Ficaram mortos 17 ho- rir?». i<br />
sos a Hespanha de chefes carlistas da tarde para creanças,
Notícias diversas<br />
Corre que se propõe candidato go<br />
vernamental por Monte Mór o sr. dr<br />
Simões dos Reis. 0 candidato da oppo<br />
sipão é o sr. Manuel Ramalho.<br />
0 sr. Bispo-Conde na visita que, como<br />
noticiámos, fez no domingo passado ao<br />
Instituto, depois de se demorar vendo<br />
com interesse os objectos ultimamente<br />
colleccionados, convidou a direcção da<br />
secção de Archeologia para dirigir as<br />
investigações num antigo castro situa<br />
do perto da sua residência da Garre<br />
gosa, e offereceu, mais uma vez, os<br />
seus serviços para o augmento do mn<br />
seu d'antiguidades em que s. ex. a tem<br />
também já depositados dois fragmen<br />
tos de tectos mudgares, vários qua<br />
dros com padrões de azulejos cotn as<br />
armas de D. Jorge d'Almeida, o magnifico<br />
bispo que povoou Coimbra de<br />
tantas maravilhas d'esculptura do renascimento.<br />
0 sr. Bispo-Conde pôs á disposição<br />
do Instituto os doiè coches de gala<br />
(século XVIII) de D Francisco de Le<br />
mos o reformador da Universidade, que<br />
suppômos haverem sido feitos, quando<br />
o Marquês Je Pombal veiu visitar Coím<br />
bra para vér de perto a refórma que<br />
intentára.<br />
Adquiriram-se ultimamente mais de<br />
cem pergaminhos dos séculos XIII. XIV<br />
XV e XVI em bom estado de conservação,<br />
com sellos pendentes de cêra e<br />
chumbo, para os quaes se vae cons<br />
truir uma vitrine especial que permitta<br />
o seu exame e estudo pelos curiosos<br />
da nossa história.<br />
Entre os pergaminhos ha dois foraes<br />
do tempo de D. Manuel.<br />
Em breve vam começar os trabalhos<br />
de installação, d'uma nova sala; porque<br />
começa a notar-se já accumulação<br />
nos objectos expostos e não tem sido<br />
possivel cotlocarem-se muitos ultima<br />
mente adquiridos.<br />
Esteve nesta cidade o sr. Francisco<br />
de Menezes, illustre major do nosso exercito,<br />
e um poeta muito distincto e<br />
conhecido sobre tudo pelas suas sály<br />
ras e pela sua crítica mordente e fina.<br />
Continúa doente o sr. dr. Arzilla da<br />
Fonseca, professor da Faculdade de Mathemática.<br />
Desejamos-lhe um prompto restabelecimento.<br />
No domingo uma mulher do campo<br />
teve uma creança no largo de Sansão.<br />
Reuniu se muita gente a vêr o caso<br />
extraordinário e afinal lá a levaram para<br />
o hospital.<br />
29 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «& C. a<br />
IV<br />
Os empregados da casa Bérard<br />
— Oh! Sempre elles I... Ham de<br />
matar-me com o meu passado.<br />
Uma oarta<br />
Quando se sentou na carruagem, a<br />
Linotte desceu os stores e encolhendose<br />
a um canto, com o olhar fixo, posse<br />
a pensar,<br />
— E' impossível, dizia ella a si<br />
mesma, que o homem que eu conheci<br />
operário, a ganhar cem sous<br />
por dia, sem educação, sem saber de<br />
negócios, seja o dono da casa que eu<br />
acabo de vêr... Decididamente Lorémont<br />
enganou-se, e como no fim de<br />
contas, elle não corre risco nenhum,<br />
laofou-rae a mim adiante... Serei eu<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
Correu hontem em Coimbra que o SupremoTribunal<br />
Administrativo déra pro<br />
vimento ao recurso interposto pela Cá<br />
mara Municipal contra a sentença da<br />
auditoria d'este districto ácêrca do provimento<br />
do partido médico de Assafarge.<br />
A notícia foi dada por um telegram<br />
ma de Lisboa, redigido de modo a fa<br />
zê-la suppôr verdadeira, mas é falsa<br />
Foi concedido unicamente o effeito suspensivo<br />
que os recorrentes requereram.<br />
A decisão do recurso ainda não está<br />
pira breve.<br />
Não se realizou no domingo pas<br />
sado, por causa do mau tempo, a procissão<br />
do Senhor dos Passos que ficou<br />
transferida para o próximo domingo.<br />
Na sexta feira cantar-se-ha na Sé<br />
Cathedral a grande instrumental o<br />
miserere.<br />
Um jornal aventava que, sendo o<br />
próximo domingo dia de gala, a procissão<br />
se deveria fazer na sexta feira...<br />
Não admiramos. No nosso país a<br />
salva ao rei tem mais tiros que a<br />
salva a Deus!. . .<br />
E ha muita gente que não sabe<br />
porque.. .<br />
Enterrou-se no dia 16 a ex ma sr. a D<br />
Maria de Jesus da Costa e Almeida irmã<br />
dos srs. dr. Luiz da Costa e Almei<br />
da, e Eduardo da Costa e Almeida.<br />
Sentidos pezam^s.<br />
Vae a época para accôrdos.<br />
Agora os marchantes congraçaram-se<br />
e fizeram um accôrdo.<br />
Este já nós sabêmos por quanto nos<br />
fica: o preço da carne subiu de 240 a<br />
280 réis.<br />
Quinto nos custará o outro accôr<br />
do?...<br />
Diga, Tribuno Popular e amigo..,<br />
0 sr. José da Fonseca, da Rebordosa,<br />
concelho de Penacóva, requereu<br />
para canalizar água sob a estrada real<br />
n.° 48, ao kilometro 14 900, para uma<br />
casa que possue naquelle ponto.<br />
Acham-se de luto pelo fallecimento<br />
de sua mãe os nossos amigos dr<br />
Eduardo Barbosa e Francisco Barbosa<br />
A sr. a D. Rosa Barbosa morreu d'uma<br />
avançada edade e depois d'um sofTrer<br />
continuado que durou mais de trinta<br />
annos Era uma senhora muito virtuosa<br />
que viveu sempre com o respeito de<br />
todos os que a conheciam de perto<br />
e podiam avaliar da sua bondade e do<br />
seu amôr e dedicação por os filhos que<br />
lhe pagavam com egual affecto,rodean<br />
que serei agarrada? Vejamos... Jacques<br />
ha dezaseis annos tiuha vinte e dois<br />
annos, hoje deve ter entám trinta e oi<br />
to... condemnado a dez annos saiu<br />
das gallés ha cinco annos! sem nada<br />
naturalmente... Muitas vezes me disse<br />
que nunca conbecêra pae nem mãe...<br />
é absolutamente impossível que elle<br />
tenha podido arranjar depois o dinheiro<br />
necessário para comprar uma casa<br />
d'esta importância ... Lorémont está<br />
doido ! Eu devia logo ter pensado nisto<br />
quando elle me fallou de milhões! Não<br />
se ganham milhões em cinco annos!<br />
Hste Jacques Bérard é um homónymo<br />
do outro que eu conheci.<br />
A Linotte, algum tempo depois da<br />
sua salda da prisão, tivera mêdo de<br />
encontrar o homem cuja parte no crime<br />
da Estacada tanto carregára, e fóra<br />
consultar a êste propó.-ito o seu advogado.<br />
Este socegára-a, fallando-lhe do artigo<br />
47 qne punha para sempre sob<br />
a vigilância da polícia o homem que<br />
ora condemnado a trabalhos forçados.<br />
",embrando-se d'esta conversa com o<br />
advogado, exclamou:<br />
— É verdade! 0 código prohibe-lhe<br />
que se estabeleça em Paris, elle está<br />
sob a vigilância da polícia, não pôde<br />
occupar uma posição similhante<br />
Decididamente, Lorémont eslá doido.<br />
5 fácil de verificar que o eslá; porque<br />
êste Bérard ao lêr o meu nome disse!<br />
«Não conheço esta senhora, diga-lhe<br />
que me escreva...» Escrever-lhe! Era<br />
o que elle devia temer mais.... Era<br />
do-a de cuidados nunca interrompidos<br />
até aos últimos momentos.<br />
O seu en'erro foi muito concorrido,<br />
sendo o corpo conduzido a pé desde<br />
casa até á igreja de S. Thiago, onde se<br />
caulou o Libera-me.seguindo depois em<br />
coches até ao cemitério do Pio.<br />
Pegaram ás borlas do caixão de casa<br />
até á igreja os ex. mos srs. dr. Delegado<br />
do procurador régio, Luciano Pereira<br />
da Silva, lente de Mathemática, director<br />
das obras poiblicas, Valentim José Rodrigues<br />
e Francisco Maria de Sousa<br />
Nazareth, e do coche até â sepultura<br />
o srs. dr. Henrique de Figueiredo,<br />
Annibal da Costa Maia, Antonio Fran<br />
cisco do Valle, Joaquim Gaspar de<br />
Mattos, Bazilio Augusto Xavier Andrade<br />
e Antonio José Dantas Guimarães.<br />
Levava a chave do caixão, o sr. Ma<br />
nuel José Vieira Braga.<br />
Os nossos pezames a toda a familia<br />
enluctada.<br />
Foi transferido do Entroncamento<br />
para a estação de Coimbra A o sr. J.<br />
Mello e Murta.<br />
Tem continuado o tempo de chuva<br />
impertinente e fina. As ruas principaes<br />
da cidade, mal construídas, e mal re<br />
paradas, estám quasi intransitáveis.<br />
No entanto diz-se que pebs aldeias<br />
vae uma febre de melhoramentos.,<br />
em fontes e estradas.<br />
Felizes os que tem um voto e... consciência<br />
larga para o vender.<br />
Câmara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomddas na<br />
sessão ordinária de 4 de marco de<br />
1897.<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Vogaes effectivos—Arcediago José<br />
Simões Dias, bacharel José Augusto Gas-<br />
par de Mattos, José Anlónio dos Santos,<br />
José António Lucas, António José<br />
de Moura Bastos, José Marques Pinto,<br />
e Albano Gomes Paes.<br />
Lida e approvada a seta da sessão<br />
extraordinária de 27 de fevereiro, registrou-se<br />
que não houve sessão ordi<br />
nária no dia 25 por falta de número<br />
legal de vereadores para funccionar.<br />
Tomou conhecimento da approvação<br />
dada superiormente ao projecto do orçamento<br />
para a reparação do pavimento<br />
da estrada municipal de Coimbra &<br />
Santo Antonio dos Olivaes, entre Coimara<br />
e Sant'Aona.<br />
Resolveu pedir informações á repar<br />
tição de obras ácêrca de um requerimento,<br />
enviado pelo chefe do districto<br />
para se informar ácêrca de uma usurpação<br />
de terreno público no sitio das<br />
Lombas, freguezia de Ceira.<br />
um sonho, disse a Linotte, um bello<br />
sonho...<br />
Sorria sobre os cochins do seu carro.<br />
Com os olhos meio fechados<br />
parecia-lhe, que ao fallar no seu sonho,<br />
ella via cair deante d'ella essa<br />
chuva d'oiro com que Júpiter teve uma<br />
vez espírito.<br />
— Mas o retrato!, disse ella de repente...<br />
é extranho êsse retrato<br />
parece-se com elle. Melhor! Muito melhor<br />
que elle, mas parece-se... Agora<br />
me lembra... Jacques fôra abandonado<br />
pelos seus. Todavia elle tinha o seu<br />
nome. Talvez nascesse um outro filho<br />
e o sacrificassem a elle... D'ahi a similhança...<br />
Aposto que é assim....<br />
Se êste homem fosse o irmão de Jacques?<br />
sempre haveria alguma coisa a<br />
conseguir d'elle. Hei de fallar nisto a<br />
jorémont. Venha o que vier, disse a<br />
'jnotle, olhando envaidecida a sua toi-<br />
lette Irreprehensivel, sempre tenho o<br />
que desejei ter...<br />
O coupé parou. A Linotte desceu,<br />
estava á porta do restaurante Brébant,<br />
onde Lorémont lhe marcara uma entrevista.<br />
0 barão, com um charuto na bôcca,<br />
esperava ancioso, á janella d'um gabinete<br />
do primeiro andar. Correu ao<br />
encontro da sua associada, e logo que<br />
ella entrou fechou a porta e perguntou<br />
;<br />
— Entám?...<br />
— Eotám, disse a Linotte descalçando<br />
as luvas e e senlandc-se sobre o<br />
divan, entám julgo que te engaQaste,,.<br />
Enviou á repartição d'obras, para in<br />
formar, um offício do commandante do<br />
regimento d'iofanteria n.° 23, pedinrlolhe<br />
para ligar com o collector geral dos<br />
exgôtos na rua da Sophia, um cano par<br />
ciai de exgôlos do quartel militar.<br />
Resolveu installar em uma casa do<br />
bairro de Fóra de Portas uma estação<br />
do serviço dos incêndios, aproveitando<br />
os desejos manifestados por um grupo<br />
de bombeiros municipaes neste sentido.<br />
Enviou á repartição competente para<br />
informar, um requerimento para a canalização<br />
de águas para consumo particular.<br />
Auctorizou a presidência a providen-<br />
ciar ácêrca da construcção de um muro<br />
de vedação a um prédio junto de<br />
uma estrada municipal.<br />
Resolveu requerer perante o Supremo<br />
Tribuna! Administrativo a suspensão<br />
da sentença dada pela auditoria<br />
d'este districto, como provimento em<br />
uma reclamação contra a nomeação do<br />
facultativo de um partido municipal,<br />
auctorizaodo a presidência a passar as<br />
precisas procurações para è-le Dm, auctorizando<br />
também o pagamento de vinte<br />
mil réis ao procurador, como adiantamento<br />
para despêsas judiciaes e o<br />
pagamento de custas perante a auditoria<br />
no processo resoectivo na importância<br />
de 54$760 réis.<br />
Auctorizou diversos fornecimentos<br />
para a secretaria e repartição dos impostos,<br />
obras e de limpêsa.<br />
Approvou orçamentos para pequenas<br />
reparações, a saber:—estrada municipal<br />
dos Fornos a Souzellas, na importância<br />
de 24$860 r£is;—ponte do Mer-<br />
gulhão no caminho entre Villela e Souzellas,<br />
10,5780 réis;—estrada municipal<br />
de Coimbra a Montemór-o-Velho, entre<br />
Villa Pouca e o Ameal, 47$900 réis.<br />
Approvou as condições para a arrematação<br />
da pedreira da quinta de Santa<br />
Cruz até dezembro de 1897.<br />
Mandou registrar a nota apresentada<br />
das canalizações d'água executadas de<br />
18 de fevereiro a 4 de março corrente.<br />
Auctorizou uma avença requerida pa-<br />
ra pagamento de impostos.<br />
Auctorizou trabalhos de canalização<br />
d'águas requeridos por diversos pro<br />
prietarios.<br />
Attestou ácêrca de 6 petições para<br />
subsídios de lactação a menores.<br />
Auciorizou 140 avenças para consu<br />
mo d'água.<br />
Auctorizou pagamentos diversos; —<br />
salários ao serveute da estação dos in<br />
cêndios;—illuminação de Santo Antonio<br />
dos Olivaes;—limpêsa do edeficio do<br />
Governo Civil;— possoal e material do<br />
serviço dos incêndios;—transporte de<br />
carvão para as machinas das águas;—<br />
execução de canalizações de água e costeamento<br />
da respectiva offleina; —reparos<br />
de calçadas das ruas da cidade;—<br />
limpêsa d'arvores; —reparos na fonte<br />
de Rio de Galliuhas; —construcção de<br />
um pequeno jardim na quinta de Santa<br />
C r uz.<br />
Enviou ao commissário de policia<br />
para providenciar, requerimento de<br />
queixa contra abusos praticados na fonte<br />
das Lagoas.<br />
Despachou requerimentos, auctorisando<br />
a collocação de um candieiro de<br />
illuminação pública em frente da rua<br />
do telegrapho em Santo Antonio dos<br />
Olivaes, acceitando a offerta do candieiro<br />
feita por um proprietário;—a collocação<br />
de taboletas e letreiros em diversos<br />
estabelecimentos particulares;<br />
—a vedação de prédios no Tovim, Povoa<br />
de S. Martinho do Bispo, Vendas<br />
da Pousada e S. João do Campo; — a<br />
construcção de uma casa em Santa Cla-<br />
ra, junto á estrada de Lisboa, approvando<br />
o respectivo alçado; outras em<br />
Taveiro no sitio das Lages e em Almalaguez,<br />
determinando os respectivos<br />
alinhamentos sem occupação de terreno<br />
público; o levantamento de um<br />
depósito de garantia a uma obra e attestando<br />
ácêrca do comportamento de<br />
um bacharel formado ern Medicina.<br />
•••<br />
KALENDARIO DE MARÇO, 1897<br />
7 14 21 28<br />
1 8 15 22 29<br />
2 9 16 23 30<br />
3 10 17 24 31<br />
4 li 18 *25<br />
5 12 *i9 26<br />
6 13 20 27<br />
Lua nova em 3, ás 11,20 m. da m.<br />
Quarto crescente em 11, ás 2,52 m.<br />
da t.<br />
Lua cheia em 18, às 8,51 m. da t.<br />
Quarto minguante em 25, às i 1,23.<br />
m. da m.<br />
Os dias augmentam durante o mês<br />
uma hora approximadamente.<br />
PEDR0 FERNANDES THOMAZ<br />
Canções populares da Beira<br />
Acompanhadas de 52 melodias,<br />
recolhidas directamente da tradição oral,<br />
e arranjadas para piano<br />
COM UMA INTRODUCÇÃO<br />
POR<br />
J. LEITE DE VASCONGELLOS<br />
1 volume de 263 p 800 réis<br />
Pelo correio 850 »<br />
Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />
Augusto Veiga<br />
FIGUUIRA<br />
— Ahn ? 0 que ?, disse o barão pas- dia para lhe escrever o motivo da misando<br />
a mão pelo roslo, como para nha visita ou para voltar outro dia.<br />
dissipar a nuvem que toldou um in- — Não é possivel...<br />
stante o seu pensamento.<br />
—Tanto é possivel que eu, torno a<br />
A Linotte senlou-se á mês^; Loré- dizer-te, fui muito bem recebida, e<br />
mont tomou logar... 0 creado entrou que me deixaram mesmo escolher, ou<br />
e elles calaram-se.<br />
esperar, ou voltar... ou fallar a M.<br />
— Sirva, disse o barão.<br />
Quando a sôpa, o hors d'cBuvre e a<br />
entrada estavam na mêsa o barão correu<br />
o ferrolho da porta do gabinete e<br />
indo sentar-se sobre o divan ao lado<br />
de Jeanne, disse-lhe:<br />
— Falia agora. 0 que houve ? Tuviste-lo<br />
?<br />
—Não.<br />
—Não o viste!... quem te recebeu<br />
?<br />
—Um caixeiro que me disse, que elle,<br />
lendo hontem o meu bilhete, nâo tinha<br />
manifestado outra especie du surprêsa<br />
que não fosse a que queria dizer: não<br />
conheço essa senhora.<br />
— Tu tinhas assignado bem claramente—<br />
Linotte ?...<br />
—Já te disse que sim!<br />
—E elle leu o teu bilhete?<br />
—Leu e parece que não percebeu.<br />
—Tu espantas-me.... Todavia eu<br />
recebi alguma coisa que me indica...<br />
E o barão CaIou-s6.<br />
— O que foi?, perguntou Joanna<br />
cheia de interesse.<br />
— Eu logo te conto... Dá-me primeiro<br />
conta da tua visita.<br />
— Já disse tudo! Respondeu que,<br />
veodo-se obrigado a sair hoje, me pe-<br />
me<br />
Bérard.<br />
—A madame Bérard ?<br />
—Elle não tinha feito recommendação<br />
nenhuma a êste respeito... e a<br />
minha recusa um pouco... precipitada<br />
fez mesmo sorrir o caixeiro. Comprometti<br />
êsse homem com os seus empregados.<br />
.. tomaram-me por uma cocotte.<br />
— Mas êste retrato?...<br />
E o barão tirou do bolso a photographia...<br />
«= Esse retrato parece-se um pouco<br />
com elle, favorecido!.... Ouve, Lorémont,<br />
lembrou-me uma coisa que tu<br />
talvez não saibas.<br />
— Qual?...<br />
— Jacques dizia-me muita vez que<br />
era filho legitimo; usava o nome do<br />
pae, a mãe morrera quando elle não<br />
tinha ainda dois annos... Tinha sido<br />
abandonado, perdido mesmo. Mas podia<br />
dar-se o caso do pae ter outro filho,<br />
que naturalmente havia de ter os<br />
mesmos appellidos... e se parecesse<br />
com Jacques, o que não era para admirar.<br />
.. talvez nós tratémos com um<br />
irmão mais novo... Repara em todo<br />
o caso que elle deve ter o mesmo in*<br />
teresse em comprar o nosso silêncio.<br />
(Continua.)<br />
— _
PROBIDADE<br />
Companhia geral de seguros<br />
Sociedade anonyma<br />
de responsabilidade limitada<br />
CAPITAL 2.000:000)§!000<br />
Rua Nova d'El-Rei, n.° 99, 1.°<br />
L i s b o a<br />
Effectua seguros contra incêndios.<br />
Correspondente em Coimbra,<br />
Cassiano A. Martins Ribeiro.—<br />
Rua Ferreira Borges, 161, 1.°.<br />
"Arrematação<br />
(2. a publicação)<br />
2 nela execução hypothecá-<br />
» ria de Joaquim dos Santos<br />
Pereira Jardim, contra João<br />
Lopes Júnior e mulher Rachel<br />
dè Jesus Lopes, todos d'esta<br />
cidade, que corre çeus termos<br />
no juizo de direito d'esta comarca<br />
de Coimbra, cartório do<br />
escrivão do 3.° officio, Nunes,<br />
ham de vender-se em praça, no<br />
dia 28 do corrente mês de março,<br />
por 11 horas, á porta do<br />
tribunal, os bens penhorados<br />
na mesma execução, a saber:<br />
Uma morada de casas, na rua<br />
de Monfarroio para onde tem<br />
os n. os de polícia 95 e 97, com<br />
frente para a rua Occidental,<br />
para onde tem o n.° 2 de policia.<br />
É situada na freguezia de<br />
Santa Cruz e está avaliada em<br />
1:200)5000 réis.<br />
Uma morada de casas com<br />
lojas, dois andares e águas-furtadas,<br />
pateo e uma casa contigua<br />
e um bocado d'olival, situada<br />
na rua de Sá da Bandeira,<br />
freguezia da Sé Cathedral<br />
d'esta cidade; avaliada em<br />
4:400)$I000 réis.<br />
Uma terra de semeadura com<br />
oliveiras e vinha e com agua<br />
nativa, casa d'habitação e uma<br />
eira, no sitio do Cabeço do Cardai,<br />
limite da Pedrulha, ou<br />
Ademia, avaliada em 240$000<br />
réis.<br />
Pelo presente sam citados<br />
quaesquer credores incertos ou<br />
interessados para assistirem á<br />
praça e deduzirem o seu direito.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
O juiz de Direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Topico contra a coqueluche<br />
Medicamento eflicaz<br />
Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
Á venda nas principaes pharmacias.<br />
Depósito em Coimbra: M.<br />
Nazareth & Irmão. — Rua de<br />
Ferreira Borges.<br />
Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />
438 —Porto.<br />
Preço do frasco, 400 réis.—<br />
Pelo correio, 500 réis.<br />
COLLÉGIO ACADÉMICO<br />
MÉTHODO DE JOÃO DE DEUS<br />
4 A sr. José Trigueiros Sam-<br />
V paio, um dos mais devotados<br />
apóstolos da Cartilha<br />
Maternal, achando-se em Coimbra<br />
a reger os cursos nocturnos<br />
de leitura no Instituto, vae também<br />
ensinar pelo méthodo de<br />
João de Deus a l. a classe<br />
de ensino primário do Collégio<br />
Académico.<br />
Está aberta a matricula e o<br />
novo curso abre no dia 8 de<br />
março.<br />
Rua dos Coutinhos, 27<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Heroulano Carvalho<br />
Medico<br />
R.dê Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
o flonstilfas todos os dias<br />
v das nove da manhã ás<br />
3 horas da tarde.<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 18 de março de 1897<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana d'amiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ M A C H A D O<br />
Largo da Sé Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéncia da .Companhia Alliança Fabril.<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />
seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
8 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de corôas e bouquets, fúnebres e de gala<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />
COFRES Á PROVA DÊFÕGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de madeira: Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
lUomne 7inpáHnG • ^ ara ram ádas e enxertias e dito de espi<br />
AldUlOb /JIIMIIUO . nhos para vedações.<br />
Motal ht>anM • ® am arello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />
leidl UldlltU . f0||)a de flandres.<br />
FerrO! E a C° de t0l ^ as as qualidades, carvão de fórja.<br />
M/W nara faiwirn 1 Malhos, tornos, máehinas de furar, folies,<br />
lUUZi yata ÍCIICUU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />
para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: P ara construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira & Simões<br />
Rua de Ferreira Borges, n. 0! 171 a 173.<br />
C O I M B R A<br />
hepósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DE<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES<br />
C O I >113 JEt A.<br />
10 M f ESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
** venda por junto e a retalho, todos os productos d'a*<br />
quella fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
130<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
DE<br />
D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />
ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />
Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
Dois volumes com XX estampas,<br />
3$500 réis.<br />
A' venda na Imprensa da<br />
Universidade.<br />
O ALMANACH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Offleina de Encadernação, Laigo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Maohado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
). Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita-Livraria, rua das Covas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO ALEM<br />
Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />
50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />
A prestações de 500 réis<br />
mensaes<br />
Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />
garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
LUZ ALVÍSSIMA<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MÂRQDES USEIRA<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />
F. DELP0RT<br />
247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />
COIMBRA<br />
12/USA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />
v Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17—ADRO DE CIMA—20<br />
Coimbra<br />
Arrematação<br />
(l. a publicação)<br />
I3M0 dia quatro do próximo<br />
li mês de abril por 11 horas<br />
da manhã á porta do tribunal<br />
de justiça d'esla comarca<br />
vam á praça e serám entregues<br />
a quem maior lanço offerecer,<br />
além das quantias em<br />
que foram avaliados os prédios<br />
seguintes:<br />
Freguezia de S. Silvestre<br />
Uma leira de terra uo sitio<br />
dos Seixaes, avaliada na quantia<br />
de 40$000 réis.<br />
Uma terra de semeadura no<br />
sitio dos Seixaes, avaliada na<br />
quantia de 80$000 réis.<br />
Urna tersa de semeadura denominada<br />
o Covão, limite de<br />
Químbres, avaliada em 30$000<br />
réis.<br />
1:620 metros quadrados de<br />
superfície de terra ou 3 aguilhadas,<br />
no sitio da Estacada,<br />
avaliados em 72$000 réis.<br />
Uma sorte de pinhal no sitio<br />
de Valle de Abelhas, avaliada<br />
na quantia de 28)5800 réis.<br />
Uma sorte de pinhal uo sitio<br />
do Carabai, limite de Valle de<br />
Rosas, avaliada em 80$000 rs.<br />
O domínio útil d'uma terra<br />
de semeadura, vinha e oliveiras<br />
no sitio das Chans. Paga o<br />
fôro annual de 266',36 de milho<br />
e duas gallinhas, a Antonio<br />
dos Santos Pereira, de Cantanhede,<br />
avaliado abatido o fôro,<br />
na quantia de 30$000 réis.<br />
Estes prédios sam vendidos<br />
pelo inventário orphanológico<br />
a que neste juizo e cartório do<br />
escrivão José Lourenco da Costa,<br />
se procede por fallecimento<br />
de Maria Pimenta, moradora que<br />
foi em Quimbres, freguezia de<br />
S. Silvestre, em virtude da deliberação<br />
tomada por conselho<br />
de família e para pagamento<br />
do passivo descripto e approvado<br />
no mesmo inventário.<br />
Pelo presente sam citados<br />
quaesquer credores incertos.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
0 juiz de direito,<br />
Neves e Castro.<br />
AMÊNDOAS<br />
Casa Innocência<br />
91 — Rna Ferreira Borges —97<br />
COIMBBA<br />
A mais antiga e a primeira neste<br />
género, premiada em diversas<br />
exposições.<br />
Grande sortimento de amêndoas<br />
e outros dôces, fabrico esmerado<br />
e preços resumidos com<br />
grandes descontos para os srs.<br />
revendedores<br />
Completo sortimento de todos<br />
os artigos de mercearia.<br />
Mmdam-se tabellas de preços<br />
a quem as pedir.<br />
Manuel Antonio da Costa.<br />
COMPANHIA DE SEGUROS<br />
FIDELIDADE<br />
Capital 1.344:0001000 réis<br />
Fundo de reserva 241:0001000<br />
Séde em. Lisboa<br />
p$ta Companhia a mais po-<br />
U de ósa de Portugal, por<br />
intervenção do seu correspondente<br />
em Coimbra, toma seguros<br />
contra fogo ou raio, sobre<br />
piédios, mobílias e estabelecimentos.<br />
Correspondente Basilio Augusto<br />
Xavier d'Andrade, rua<br />
Martins de Carvalho, n.° 4.<br />
Vinho e aguardente puros<br />
DA<br />
Quinta da Pedranoha<br />
Rua do Loureiro<br />
Vinho tinto—litro 80 réis.<br />
Dez litros —700 réis.<br />
VINHO BRANCO<br />
Chablis de 1895 —litro 160<br />
réis.<br />
. Dito, garrafa — 120 réis.<br />
Aguardente de vinho, de 20 a<br />
Cart.— litro 320 réis.<br />
Tyj». F. França Amadt—COUSftl
Os immaculados<br />
a um facto que talvez só cm Portugal<br />
se dê—verificámos o aprumo e<br />
inconsciência com que cada um<br />
As economias<br />
Almoeda<br />
Carta de Lisboa<br />
Prepara-se, ao que nos consta,<br />
nos recônditos do gabinete do sr. mi-<br />
acceita cargos para que não tem Desde que o governo progressisnistro do reino uma nomeação que,<br />
competência de nenhuma ordem, ta se arvorou em facalhão de econo- a dar-se, ha de ser uma vergonha<br />
Se não vale como demonstração<br />
ainda mesmo aquelles que sempre<br />
mias, tem-se verificado que os golpes enorme de que o sr. Luciano de<br />
cabal e plena, vale ao menos como<br />
têem sido dirigidos únicamente so- lastro se arrependerá.<br />
se lêem jactado de conscienciosos e<br />
symptoma evidente e claro, manibre<br />
os pequenos empregados, os de O caso é o seguinte: na circun-<br />
superiores ás sollicilações sórdidas<br />
festo e público, do profundo grau<br />
5 a 6 tostões diários, que era, afiscripção do Porto foram approvados<br />
do interesse e do dinheiro, para nal, o que se previa.<br />
uns cinco candidatos ao 4.° grupo<br />
de depressão moral a que tudo isto<br />
não irem macular a sua consciência O ministro das obras públicas, dos lyceus, geographia e história,<br />
chegou, o facto recente do complot<br />
em arranjos pouco luminosos ou sr. Auguslo José da Cunha, deu que concorreram a três vagas na-<br />
tramado entre o governo e os syn-<br />
que, pelo menos, sejam tidos pelo agora ordem para se não pagar a quella circunscripção. Deverám ser<br />
dicateirosda Gompatdiia do Nyassa.<br />
uma classe de empregados do seu nomeados para as três cadeiras<br />
)úblico como traficáncias deshones-<br />
Esta companhia, ou antes, esta<br />
ministério que vencem como escri- vagas os três candidatos mais bem<br />
tas.<br />
quadrilha, manteve-se dividida em<br />
pturários e serventes, sem verba classificados, é claro. Pois diz-se<br />
Pois acceilaram, alé êstes. jrópria no orçamento, e que lêem que vae ser nomeado em primeiro<br />
facções mutuamente odiadas, en-<br />
Que, afinal, a consciência é elás- recebido pela verba dos jornaleiros. ogar o candidato classificado em<br />
quanto ao poder não subiram os<br />
tica em todos elles...<br />
Ora sabe-se bem que, se por lo- quarto logar, para satisfazer inle-<br />
progressistas; chegaram estes, o<br />
dosos ministériosenxameiam empreesses políticos, o que dá em resul-<br />
manto da paz extendeu-se sollícito<br />
gados dispensáveis, o ministério das tado ficar sem collocação um dos 3<br />
a acobertá-los a todos, e eis<br />
obras públicas é uma verdadeira col- primeiro classificados!<br />
abraçarem-sé, amigos, os adversámeia.<br />
Mas é crudelíssimo vêr que Isto que, a realizar-se, é de<br />
O s T T i r t U L O S O S<br />
se não tem feito economias nos or- bradar aos ceus e gritar Aqui d'Elrios<br />
irreconciliáveis da vcspera; eis,<br />
denados fabulosos de entidades bu- •ei contra a expoliação ignóbil d'um<br />
solemne, na presidência, o que ain<br />
Pelo que dizem as folhas, o gorocráticas perfeitamente nullas, e direito sagrado, não admirará por-<br />
da hontem foi apodado de falsário verno impa de escrúpulos na puri que se começa pela reducção á maior que o próprio sr. Luciano de Caátro<br />
e de ladrão, reconhecido agora, ou, ficação dos costumes!<br />
miséria dealguns desgraçados que já já tem na sua vida, pelo menos,<br />
pelo menos, considerado como ho- Para accudir á crise do trabalho íaviam de luclar com a fome. um caso de patronato d'esta ordem,<br />
mem honesto por aquelles que o condição que os operários se Faça o governo economias; é a que lhe custou horas bem amargas,<br />
lapidaram ha pouco.<br />
apresentem fornecidos com attes- sua obrigação, e está iodo o país Mas na subserviência do governo<br />
tados de bom comportamento. com direito de lh'o exigir; mas fa- aos interesses inconfessáveis do seu<br />
Nada teria a opinião com estas<br />
negociatas escuras, tricas e cavilla-<br />
Da mesma forma para a escolha<br />
ça-as começando por cima, não corrilho político, não será de exlra-<br />
dos colonos com destino ás nossas<br />
sendo lodo blandícias para os grannliar que s. ex.<br />
ções mysteriosas que se passam no<br />
possessões ultramarinas o mesmo<br />
des e verdugo para os pequenos.<br />
seio de companhias particulares, se altestado de bom comporlamento é<br />
Depois da comédia da fiscalização<br />
d'ellas não dependesse, como da imprescindível.<br />
do sello, não sirvam ao país a tragédia<br />
dos miseráveis a morrer de<br />
do Nyassa, tam directamente o in Em vez da antiga antinomia de fome.<br />
teresse público, pois ella representa christãos novos e chrislãos velhos,<br />
direitos importantíssimos que per- o país dentro em pouco ficará divi-<br />
O estado não é albergue, ou<br />
tencem ao país.<br />
dido em bem comportados e mal<br />
antes, não o deve ser, sabem-no<br />
comportados, segundo a moral pro-<br />
todos; mas tem sido até hoje creche<br />
E embora nada tivessemos com gressista. Aquelles á direita do sr<br />
de lodos os inúteis.<br />
as questiúnculas e vergonhas inter- José Luciano, extendendo-se pelas É urgente que deixe de se seguir<br />
nas da Companhia, temos tudo paradisíacas e luminosas vinhas da essa criminosa orientação, que fez<br />
pelo menos, com a representação Bairrada; os outros serám os répro- do nosso país um povo de burocra-<br />
que nella tem o governo por inter<br />
bos votados á maldição do Estado, tas, a almejar por um emprego do<br />
errantes como almas penadas! Estado; mas em tudo se quer alma<br />
médio dos seus funccionários — <<br />
e coração. Só depois de o governo<br />
commissário régio e Ires adminis-<br />
Somente ninguém sabe o que ter sido enérgico e forle para cortar<br />
será, pela exegese ministerial, um<br />
tradores.<br />
os abusos enormes e escandalosos<br />
cidadão bem comportado.<br />
que se dam na administração da fa-<br />
E foi, afinal, por causa d'esles, Qual o conjunclo de predicados zenda pública, é que pôde ter au-<br />
pelos seus interesses particulares sobre os quaes de preferência inctoridade para vir cercear e reduzir<br />
que o governo tam desembaraçadacide a investigação prescrutadora os vencimentos dos pequenos emmente<br />
soube impôr a paz entre os para o varejo da virtude e inteireza pregados.<br />
bandos que se degladiavam. Sob a moral d'um homem.<br />
Que, afinal, não é com estes que<br />
ameaça aterradora de fazer prose Que santos doutores, moralistas o país se lem arruinado.<br />
guir o processo criminal instaurado<br />
e calechistas sam consultados para Os outros, os outros. ..<br />
essa adjudicação do palmito virgi-<br />
e sob a promessa cariciosa de<br />
É para estes que o governo teria<br />
nal!<br />
obrigação de olhar, embora anteci-<br />
fazer trancar estabelecida que fosse<br />
Será a pontualidade da desobriga padamente saibamos que os não<br />
a paz, conseguiu logo o governo o fiel comprimento dos preceitos verá.<br />
congraçar os ânimos para poder quaresmaes?...<br />
Que não ha olhos que menos ve-<br />
fazer as nomeações dos amigos. Comedido e ordeiro, eleitor subjam do que os que não querem<br />
E fê-las immediatamente. misso, com o voto adstriclo aos ga- vêr...<br />
Nâo admirámos nem o impudor lopins monárchicos?.. .<br />
da negociação nem o suggeslivo Sim, porque os operários que<br />
mostrem tendências de independén<br />
das combinações; mas apontámos<br />
cia, opiniões políticas e sociaes, as<br />
para reparo dos outros, que a nós aspirações do proletário, êsses de-<br />
nada nos espanta, o tacto de as no certo não têem jus ao altestado do<br />
meações lerem recaído em pessoas regedor, á confirmação do adminis'<br />
que, sem título especial que as re- trador e á chapa do favor official.<br />
commendasse, fôram collocadas á Esta pretensão do governo de<br />
frente d'uma companhia, para a ge- dar trabalho como quem confere o<br />
rência de negócios e questões de prémio Monlhyon, é d'uma hypó<br />
que não percebem nada.<br />
crita chatêza, profundamente pro<br />
gressista!<br />
O único critério a orientar o go-<br />
Os bons costumes sam os d'elles<br />
verno que os despachou, foi a remu- elásticos, domesticados e aptos para<br />
neração de serviços políticos pres- todo o serviço de opposição com<br />
tados, E assistimos mais uma vez fúria e de servilismo com abjecção'<br />
a continue a envolver<br />
na mesquinha política do seu partido<br />
assumptos que da política deveriam<br />
estar sempre afastados, e<br />
que faça mais transacções vergonhosas<br />
sobre direitos conquistados<br />
num concurso, que não é nenhuma<br />
phastasmagoria.<br />
Veremos se se realiza e confirma<br />
o annunciado escândalo em preparação.<br />
O sr. governador civil dirigiu ao<br />
nosso prezado collega do Conimbricense<br />
uma epístola prometledora<br />
de grandes exforços da parte de s.<br />
ex. a IO cie março<br />
Continuamos num período não<br />
de surprêsas, mas de confirmações,<br />
que não direi supérfluas.<br />
O pôvo português é essencialmente<br />
desmemoriado: — esquece tam<br />
depressa o mal como o bem. Uma<br />
queslão que o preoccupou exclusivamente<br />
hontem passa-lhe despercebida<br />
hoje. Um caracter que lhe<br />
deu as mais eloquentes manifestações<br />
de depravação, revollando-o e<br />
enojando-o, pôde depois com facilidade<br />
impôr-se-lhe.<br />
Por êste facto estava talvez em -<br />
parte esquecido o que vinha a ser<br />
uma administração de progressistas.<br />
Havia porventura por elles uma<br />
repugnância que não egualava a<br />
vonlade aos regeneradores.<br />
Para que não haja injustiças, a<br />
verdade aclara-se, a luz faz-se.<br />
Para que o pôvo veja bem, os<br />
factos abrem-lhe os olhos.<br />
x<br />
Quem lêsseas manifestações que<br />
a imprensa progressista ía fazendo,<br />
quando opposição, de cada vez que<br />
a famosa lei de Lopo — o dos 200<br />
contos — era aproveitada em toda<br />
a sua infáme cobardia, capacitavase,<br />
se não fôsse um experiénte, de<br />
que o partido da rua dos Navegantes,<br />
quando governo, não seria capaz<br />
de servir-se d'essa arma indigna,<br />
embora commettesse actos da<br />
natureza dos que enriqueceram o<br />
citado Lopo e carecesse vingar-se<br />
dos que os accusassem.<br />
Chegara a ser eloquente essa imprensa<br />
a tratar do assumpto, e por<br />
Os catões<br />
vezes na sua rhelórica romântica<br />
denunciavam-se laivos de sinceri-<br />
Para registrar.<br />
dade e princípios de justiça.<br />
O governo progressista mandou Em 14 de março de 1895, por<br />
que as duas quadrilhas do Nyassa exemplo, o marechal d'essa impren-<br />
fizessem as pazes. Fizeram-nas. Hasa — o Correio da Noite — fallava<br />
via-se instaurado um processo crimi- nestes termos:<br />
nal contra os bandoleiros do Nyassa,<br />
que uns aos outros se chamavam<br />
ladrões e muito mais. O governo<br />
progressista mandou archivaro moralizador<br />
processo.<br />
Ainda não tinham sido nomeados<br />
por nenhum governo os três administradores<br />
que ao governo compelia<br />
nomear. O governo progressista<br />
anichou logo nesses cómmodos nichos<br />
três amigos:—o sr. Villaça, o<br />
independente sr. Alpoim, furibundo<br />
contra as immoralidades.. . dos<br />
outros, e o não menos catão sr.<br />
Frederico Laranjo.<br />
E lá estám, na plena paz da<br />
vinha do Senhor.<br />
E nós o outro dia a pôr em<br />
duvida que algum d'estes conspícuos<br />
cavalheiros acceilasse.. .<br />
a favor das obras do Caes. A nossa ingenuidade! Pois se<br />
A carta do sr. governador civil elles acceilam tudo...<br />
veiu a propósito nesta maré de eleições,<br />
para dizer que é aos progressistas<br />
que Coimbra deve tudo. No próximo dia 25 sairàm para o<br />
Assim será. Mas o que seria con- Porto, a fazer parte do jury que ha de<br />
veniente era que as promessas do examiuar o sr. dr. Pires de Lima no<br />
sr. governador civil tivessem reali-<br />
concurso a uma cadeira da Eschóla<br />
Polyiéchnica, os srs. drs. Fernandes<br />
zação prática anles das eleições. Vaz, Laranjo, Guimarães Pedrosa e<br />
Porque, depois.. . será melhor Affonso Gosta, illustres professores da<br />
não contar com ellas.<br />
Universidade,<br />
Para completar o que elles julgam<br />
ser uma marcha triumphal, mas que<br />
é apenas a marcha fúnebre da monarchia,<br />
convinha-lhes amordaçar a<br />
imprensa liberal, deixando apenas em<br />
voga os seus jornaes subsidiados, e<br />
os seus jornalistas comprados pela<br />
amizade ou pelo interesse.<br />
Não conseguem, nem ham de conseguir<br />
o seu intento.<br />
Pódem esbravejar á vontade, ordenar<br />
as mais ridículas violências,<br />
porque a imprensa ha de cumprir o<br />
seu dever.<br />
Ha de dizer ao pais que caminhamos<br />
para uma situação desgraçadíssima,<br />
que estamos completamente perdidos<br />
e desacreditados, e que só um<br />
movimento de reacção salutar poderá<br />
salvar-nos, se ainda fôr tempo, e<br />
se não houver-contemplações, seja<br />
com quem fôr.<br />
Antes de tudo e acima de tudo,<br />
lemos obrigação de salvar o nome<br />
da pátria e a sua integridade. O resto<br />
é perfeitamente secundário.<br />
Quando se chega a uma situação<br />
desesperada, não pôde haver hesitações.<br />
Toda a gente conhece esta verdade.<br />
Todos, menos o governo que continúa<br />
a illudir a corôa e a escarnecer<br />
o pais. Gusta-lhe, porém, é verdade,<br />
nlo poder apparentar a força
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
Por Hespanha<br />
CEETA<br />
necessária para evitar os protestos,<br />
os avisos que de toda a parte se levantam,<br />
e para evitar também a narração<br />
fidelíssima dos tristes resultados<br />
que as instituições estám soffrendo,<br />
desde que consentiram numa administração<br />
tam extravagante, que<br />
por toda a parte vae levantando os<br />
mais justos protestos.<br />
Estas e outras palavras davam<br />
direito a suppôr que elles não usariam<br />
da navalha inventada por Lopo,<br />
sobretudo aquelles que ainda<br />
não soubessem bem que fazer opposição<br />
equivale para os partidos<br />
monárchicos a fazer comédia.<br />
Mas, um mês passado sobre a ascenção<br />
ao poder dos ex-revolucionários<br />
da rua dos Navegantes ao<br />
poder, porque um jornalista de talento<br />
— Joaquim Madureira — citou<br />
no Paiz factos que sam factos,<br />
a navalha deparou-se-lhe, não manejada<br />
pelos discípulos de Lopo,<br />
mas pelos filhos dos Passos.<br />
Joaquim Madureira não calumniou,<br />
como não podia calumniar<br />
um caracter da sua têmpera.—Relatou<br />
e fez crítica. Lembrou o que<br />
fez D. Carlos de Bragança, quando<br />
foi do ultirnatum, frisou como pro<br />
cedia o rei da Grécia e comparou.<br />
Usou emfim meramente do in<br />
discutível direito de crítica.<br />
Porque a discussão era impossível,<br />
porque contra os factos citados<br />
e comparados não havia argumentos,<br />
os ministros do rei não se saíram<br />
a justificar o caso.<br />
Atacaram o auctor do artigo, á<br />
traição.<br />
Feriram-no com a navalha do Lopo,<br />
que, se permilte a reincidência,<br />
não permitte a defêsa.<br />
Averiguou-se assim que essa navalha<br />
não constituía exclusivo da<br />
monarchia.<br />
É arma de todos os partidos monárchicos.<br />
Como Navarro fizesse circular a<br />
lenda de que a querella contra Joaquim<br />
Madureira representava apenas<br />
um desforço pessoal do reverendíssimo<br />
prior da Lapa, forçoso<br />
foi dar uma prova ao rei de que<br />
não era essa a sua significação, porque<br />
progressistas sabiam, como regeneradores,<br />
engrandecer o poder<br />
real — á navalhada.<br />
E assim foi mandado querellar<br />
outro jornal republicano, a Integridade,<br />
de Leiria, pela publicação de<br />
um artigo epigraphado A tropa, em<br />
que se deslindavam as responsabilidades<br />
do exército no estado de<br />
decadência e de descrédito a que<br />
chegou a nação portuguêsa.<br />
Ao mesmo tempo que demonstraram<br />
assim os seus processos para a<br />
imprensa, os progressistas proclamaram<br />
também a sua attitude perante<br />
certa gente.<br />
Não a entregam á justiça. Servem-se<br />
d'ella, exploram-na, lornamse<br />
seus cúmplices.<br />
E o caso do Nyassa.<br />
Havia crimes confessados e de<br />
sobra provados. O governo abafou-os,<br />
transaccionou com os apontados<br />
como criminosos, para servir<br />
amigos.<br />
Porque era preciso anichar quatro<br />
correligionários, fez, informamme,<br />
um verdadeiro ultirnatum:—ou<br />
as dissidências terminavam já ou a<br />
acção civil e criminal entravam no<br />
seu desfecho.<br />
Centeno & C. a Harmonizaram-se e logo o gover-<br />
artigo dirigido ao exército—A tropa.<br />
no esqueceu crimes e criminosos<br />
Eis a duplicidade progressista a<br />
para só lembrar amigos e anichá-los.<br />
accentuar-se, a manifestar-se clara-<br />
E lá ficaram, com 200 libras em Dissémos no último número que mente.<br />
Entrou numa phase mais positiva<br />
oiro cada anno, commissário régio a situação da nossa vizinha mais e O ludíbrio da célebre circular da<br />
de vela grego, que tentava desembarcar<br />
víveres e munições.<br />
Entretanto a Grécia está resolvida,<br />
pelo que tem feito communicar,<br />
a romper as hostilidades com<br />
Turquia, desde que as potência<br />
exerçnm pressão sobre ella, e neste<br />
intuito se tem preparado na Mace<br />
dónia. Na fronteira greco-lurca con<br />
centrou já a Turquia 75:000 ho<br />
mens.<br />
Eis os últimos telegrammas:<br />
convidando-as a resolver sobre ta<br />
assumpto e a nomearem commissões<br />
que assignem aquella mensagem.<br />
x<br />
Dizem-nos que terminara hon<br />
tem a discussão do projecto de es<br />
tatntos da nova Associação Acadé<br />
mica que conta já para cima de 30<br />
sócios.<br />
Dentro em breve, pois, vae<br />
Academia possuir um poderoso ele<br />
mento de força e de prestígio, cuja<br />
falta se vinha sentindo já de ha<br />
muito.<br />
RESISTÊNCIA- Domingo, 21 de março de 1897<br />
monumentos ao abrigo dos ultrages da<br />
própria Commissão dos Monumentos Nacionaes<br />
que tem sanccionado com o seu<br />
silêncio e por vezes até com o elogio<br />
official, os vandalismos que se tem<br />
praticado por esse país fora.<br />
Para guardar os monumentos nao<br />
basta o rótulo, como a chapa do se<br />
guro não livra do incêndio.<br />
O que é necessário é lavrar a lista<br />
dos Monumemlos Nacionaes, e promo<br />
ver a sua conservação, evitar que<br />
cáiam em ruímas, fazer leis que casti<br />
guem quem, como proprietário, pre<br />
tender restaurar e embellezar sem vi<br />
giláncia, e sem approvação de proje<br />
ctos.<br />
A placa de seguros de ferro fundido<br />
o aviso arrastado e rhetórico ao res<br />
peitavel público nada protegerá.<br />
Dizem mais as gazetas bem informa<br />
bom será que os proprietários atten<br />
dem ao pedido que se lhes faz e de<br />
que não lhes poderá resultar prejuízo<br />
nenhum.<br />
Falleceu nesta cidade o sr. José An<br />
tonio de Figueiredo, que deixou uma<br />
fortuna relativamente considerável.<br />
Simões Dias, bacharel José Augusto Gaspar<br />
de Mattos, José António dos Santos,<br />
José António Lucas, António José<br />
de Moura Bastos, José Marques Pinto,<br />
e Albano Gomes Paes.<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão<br />
anterior.<br />
Berlim, 1», o.—A imprensa<br />
lemã dá a entender que o governo de<br />
Berlim está disposto a ajudar o bio<br />
queio, mas o que não pensa é enviar<br />
tropas ao interior de Creta.<br />
Assegura-se que as tropas gregas re<br />
tiradas no interior da ilha receberam<br />
munições para poder resistir ao bio<br />
queio durante alguns mêses.<br />
Proseguem com actividade os traba<br />
lhos para a fortificação no Bosphoro<br />
no estreito de Dardaneilos.<br />
€ auca, 1®. tarde.—-A esquadra<br />
grega partiu hoje d'este porto para Ce<br />
rigo.<br />
Afhcnas, 19, noite.—Os turcos<br />
receando um desembarque dos gregos<br />
estám dispondo torpedos ao longo das<br />
costas da Macedónia.<br />
('anca, IO, noite.—Continúa as<br />
hostilidades nos arredores de Rethymo<br />
e em Candia sam saqueados os esta<br />
belecimentos commeniaes dos chris<br />
tãos.<br />
Athenas, 19, noite.— 0 regi<br />
mento do príncipe real Constantino par<br />
tiu hoje para a fronteira no meio de<br />
enthusiásticas acclamações populares<br />
Londres, 19, noite.—-0 marquês<br />
de Salisbury, primeiro ministro do<br />
actual gabinete conservador lançou hoje<br />
em rosto ao conde de Kimberley<br />
que foi secretário d'Estado dos negócios<br />
extrangeiros no último gabinete<br />
liberal, o rejeitar agora a integridade<br />
do império ottomano, a qual elle acon<br />
telhava sendo ministro; e disse que é<br />
necessário que a federação das potências<br />
combata o desafio da Grécia,<br />
qual. lhes deve a existência<br />
Paris, SSO, manhã.—A folha official<br />
publica hoje a notificação do bloqueio<br />
de Creta a contar d'ámanhã.<br />
PELA ACADEMIA<br />
Consta-nos que a commissão nomeada<br />
em assembléa geral para<br />
redigir a mensagem de resposta á<br />
recebida da Universidade d'Alhe<br />
nas, entendendo que o appello que<br />
ronlinha era dirigido não só á Academia<br />
de Coimbra, mas também,<br />
por intermédio d'esla, a toda a Academia<br />
portuguêsa, enviou já circu<br />
lares a todas as Academias do país,<br />
30<br />
Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'um forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard t& C. a<br />
Commissão districtal de Coimbra<br />
Acta da sessão de 11 de marco<br />
de 1897<br />
Presentes o ex.<br />
O Tribuno Popular, exhaltando o<br />
candidato progressista pelo círculo das:<br />
de Coimbra, levanta aos pináculos Um dos primeiros edifícios a etique<br />
da lua o sr. Mattoso Corte-Real tar será a casa dos bicos.<br />
chamando-lhe digníssimo, estimado<br />
querido e respeitado de todos, di Porquê? O que determinaria esta<br />
zendo que o círculo o conhece muito decisão?...<br />
Alguém se lembra que talvez a pro<br />
bem. . .<br />
ximidade do Centenário da índia.<br />
Pois êste illustre prócere pro- Entám a collocação da placa de ferro<br />
gressista, deante do qual o Tribuno fundido (que diabo d'idêal ferro fun<br />
exlende os finos tapeies da sua dido!) seria occasião de mais uma<br />
prosa encomiástica, é aquelle que pequena festa. A essa é do século<br />
XVI,... talvez nella tivesse vivido<br />
na opposição abandonou o sou par- Vasco da Gama... e teve um brilhante<br />
tido e manteve com o governo do em cada bico (dizem os da Commis<br />
dictador odiado pelos confrades as são!...)<br />
mais estreitas affinidades; é aquelle E é para o que serve esta Commis<br />
que só voltou ao aprisco quando viu são dos Monumentos Nacionaes, para<br />
festas e para elogio miituo de varões<br />
em terra o sr. João Franco, e que e donnas...<br />
agora está alimentando, vestal im<br />
maculada, o fogo sagrado do templo<br />
progressista. ..<br />
A Agéncia do Banco de Portugal em<br />
O círculo conhece-o bem. Coimbra, de que sam agentes incan<br />
Se conhece.. .<br />
çaveig e intelligentes, os srs. Joaquim<br />
Augusto de Carvalho Santos e Ricardo<br />
Loureiro, rendeu para o Banco, livre<br />
de despêsas, no anno findo, a quantia<br />
de 17:908^095 réis.<br />
Notícias diversas Este resultado, mostrando que na<br />
Agénria de Coimbra é das poucas que<br />
dam lucros ao Banco, revela também<br />
o zelo, actividade e prudência dos seus<br />
A Commissão dos Monumentos Na-<br />
directores.<br />
cionaes officiou (que actividade I..<br />
ao ministério das obras públicas, propondo<br />
que se mande collocar nos monumentos<br />
nacionaes uma placa de. Na fábrica do gaz começou hontem<br />
ferro fundido (tal e qual fun-di-do...) montagem do novo gazóinetro, ten-<br />
medindo 30X30 centímetros, tendo do chegado já seis wagons de mate<br />
as armas reaes (muito original!) e ial da casa Parry & Sons, de Lisboa<br />
inseri pção:<br />
O novo gazómetro deve começar :<br />
unccionar no dia 1.° de junho.<br />
Monumento Nacional—Recommendase<br />
ao respeito e amor do pôvo este<br />
edifício, que ê um sagrado documento<br />
da tradicção gloriosa da nossa pátria. Reúnem hoje os officiaes de barbeiro<br />
para accordarem no melhor meio de<br />
Nada mais prático, mais original e conseguir que as barbearias se fechem<br />
mais efficaz.<br />
aos domingos de tarde.<br />
Nem que o público saiba lêr... A pretenção d'esta classe é justissi<br />
0 que é necessário é leis para os ma, como a de todas as que trabalham<br />
que sabem lêr, leis que ponham os pelo descanço ao domingo, e, por isso.<br />
O barão tirou uma carta da carteira do o viu, estava sósinho. Teve. tempo<br />
e mostrando-a á Linotte, disse-lhe: de aparar o golpe que recebia Man<br />
— Se não é elle, o que quer dizer dou logo a tua casa; provavelmente<br />
esta carta?<br />
contaram-lbe as minhas visitas... Bé-<br />
— Uma carta!...<br />
lida não pede senão occasiôes para<br />
— Lê!<br />
contar tudo, sobre tudo depois da mu-<br />
E o barão deu a carta á Linotte. dança que se deu na tua situação Elle<br />
Ella foi para a janella porque já ha- viu o que nós procurávamos, e para<br />
via pouca luz na sala, e leu :<br />
me metter mêdo, escrevpu essa carta...<br />
«Sr. Hipolito Lorémont, lord Eymond. — Elle, tu estás doido!<br />
barão de Lormond. — Tome cautella — Não, não estou doido.<br />
com o que vae fazer, pare, nós vigia- — Se elle te tivesse mêdo, se elle<br />
mo-lo. 0 sr. vae commetter uma acção esconfiasse do que tu fazes, iria ter<br />
má, mas a perda d'uns ha de arrastar com o commissàrio de policia...<br />
dos outros. Esteja certo d'isso. Olho — Com o commissàrio, elle?...<br />
por olho, dente por dente... Hi de — Elle, ou um criado. E tu ámanhã<br />
Uma carta<br />
saber-se quem o senhor é... nós have- serias prêso.<br />
mos de provar que foi o senhor quem A resposta da Lino te era feroz. Ella<br />
Lorémont. procurava na carteira de dirigiu o crime Bérard. na ilha de dera-a socegadamente, entre dois sor-<br />
onde tinha tirado o retrato. Não res- Grand-Jatte... Cale-se Trate da sua risos, a comer camarões...<br />
pondeu; e a Linotte continuou: vida... Mas nem uma palavra! senão O barão fizera-se verde, os dentes<br />
— 0 que eu digo é tanto m is pro- para si... Se quer tomar um bom con- rangeram... Mas voltando a si pervável,<br />
que ninguém podia arranjar uma selho, esqueça a casa Bérard... guntou :<br />
posição semelhante em cinco annos... aVigiamo-lo, â primeira palavra di- — Porque me falias tu assim?<br />
porque elle foi condemnado ha dez... remos tudo.»<br />
A Linotte debruçada sobre o divan,<br />
— Só lá esteve sete, disse Lorémont — Quem foi que te escreveu isto? graciosa, respondeu-lhe com a sua voz<br />
impacientado Foi perdoado.<br />
— Isso! Faz-me perder a cabeça, mais doce:<br />
— Ah I Não sabia... Mas fica sem- vae o que me lembra.<br />
— Porque estou convencida que tu<br />
pre sujeito ao artigo do código que o — Dize, perguntou a Linotte, inquie- te enganaste, que esta carta não é<br />
priva dos seus direitos, e o celloca ta e attenta.<br />
'elle, e falia d'outro negócio muito<br />
para sempre sob a vigilância... Já — Eu penso que no dia em que Ja- differente... porque eu te conheço fe-<br />
vês que não pôde ser...<br />
cques tomou conta da casa, no dia em lizmente bastante para saber que é ao<br />
— Pois é êsse artigo que faz a nos- que elle foi alguma coisa, tratou de commissàrio de polícia que tu não quesa<br />
força, exclamou o barão.<br />
ndagar quem seriam as pessoas que rerias nunca vêr... que eu te conheço<br />
— Entám não sei responder-te. Dis- conhecessem detalhadamente o seu infelizmente bastante para saber que fase-te<br />
como as coisas se passaram. Ago- passado. Soube que tu vivias, e fez-te lhando a emprésa tu lias de querer que<br />
ra tu avalia! Eu nao acredito que seja espiar. Quando tu deixaste o teu bi- eu te torne a dar os objectos compra-<br />
jeques,<br />
lhete, elle não estava em casa. Quandos... (Continúa j,<br />
mo governador civil<br />
dr. Manuel Pereira Dias, presidente,<br />
vogaes, auditor administrativo bacha<br />
rei Manuel Pereira Machado, bacharel<br />
Hermano José Ferreira de Carvalho<br />
Antonio José da Sil va Poiares, e Ru<br />
ben Augusto d'Almeida Araujo Pinto<br />
bem como o official da secretaria do<br />
Governo Civil, commendador Arthur<br />
Ednardo Manso Preto, servindo de agente<br />
do Ministério Publico.<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão<br />
anterior.<br />
Concedeu snbsidios de lactação por<br />
12 mêses a Emilia de Jesus, solteira<br />
Maria d t Conceição Quaresma, solteira<br />
Leopoldina da Conceição Pocinha, solteira,<br />
todas três da freguezia e c<<br />
lho de Condeixa a Nova, Izabel Jorge<br />
da Silva, solteira, e Adelaide Marques,<br />
solteira, ambas da freguezia de S.Julião<br />
concelho de Figueira da Fóz.<br />
Mandou a iuformar ao sr. director<br />
do Hospício os requerimentos a pedir<br />
subsídios de lactação de Maria Diolinda,<br />
solteira, e Ritla de Jesus, casada,<br />
ambas da freguezia de Santa Cruz,<br />
Thereza de Jesus e Maria José da<br />
Conceição, solteiras, da freguezia de<br />
S. Bartholomeu e Maria da Piedade,<br />
solteira, da freguezia de Almalaguez,<br />
todas do concelho de Coimbra; Joaquina<br />
da Cunha e Virgínia das Neves,<br />
viuvas, da Figueira da Fóz.<br />
Foi approv«do o pagamento do ven<br />
cimento na importância de 1:400 réis<br />
à ama que no mês de fevereiro findo<br />
levou do Hospício d'esta cidade um<br />
abandonado para crear.<br />
Resolveu denegar approvação sob<br />
condição suspensiva á deliberação da<br />
câmara municipal de Penacova de 16<br />
de fevereiro findo visto que o artigo<br />
438 § 1.° do codigo administrativo vigente<br />
se oppõe á nomeação de Z j Auctorizou :<br />
A vedação do transito por três dias<br />
na rua da Magdalena, por effeito de<br />
obras de canalização de gaz por parte<br />
da Companhia respectiva.<br />
A collocação de taboletas nas estações<br />
de material de incêndios dos bombeiros<br />
voluntários, ha pouco installadas<br />
em Santa Clara e junto a Santa Justa,<br />
na rua da Sophia.<br />
A acquisição d'alguns impressos para<br />
os serviços da secretaria.<br />
A execução de trabalhos de canalização<br />
de águas para prédios particulares.<br />
A remessa ao chefe do districto, da<br />
informação, agora colhida, relativamente<br />
a uma vedação de terrenos no sitio<br />
das Lombas, freguezia de Ceira, bem<br />
como outra em que se baseou o despacho<br />
dado ao requerimento do proprietária<br />
para aquella obra, sobre a<br />
qual se exigem informações.<br />
A remessa para juizo d'uma participação<br />
contra um proprietário do Dianteiro,<br />
pela destruição de trabalhos por<br />
conta do município para a regularização<br />
d'um caminho público obstruído<br />
pelo referido proprietário.<br />
A passagem á classe de effectivos de<br />
três bombeiros municipaes, supra numerários.<br />
A entrega ao procurador agente do<br />
município de duas acções legadas ao<br />
Asylo de Cegos, para se realizar o respectivo<br />
averbamento.<br />
0 contracto de arrendamento, por<br />
meio de termo lavrado na secretaria, de<br />
uma casa no largo dos Casaes para a<br />
eschóla elementar da freguezia de S.<br />
Martinho do Bispo e habitação do professor,<br />
nos termos da deliberação de<br />
26 de novembro de 1896.<br />
Mandou ouvir a repartição competente<br />
ácêrca do pedido feito por um proprietário,<br />
por via de requerimento, para<br />
a canalização d'águas para uma casa<br />
na rua da Sophia.<br />
Approvou as condições para arrematação<br />
dos trabalhos e construcçôes<br />
d'um cano de exgoto para o edifício<br />
Jado do novo matadouro.<br />
res em quanto não estixer fixado o seu Mandou registar uma nota das cana-<br />
quadro pelo ministério do reino. lizações d'água executadas de 4 a 11<br />
Resolveu também declarar á mesma d'este més.<br />
câmara que o thezoureiro privativo d'es- Resolveu, em vista de informações<br />
ta, nos lermos do artigo 96 do mesmo da repartição competente, não acceitar<br />
código, não pôde receber a precenta- proposta feita por parte da Santa Cagem<br />
de 2 % da receita proveniente de sa da Mizericordia para abastecimento<br />
subsídios, empreslimos e rendimentos d'àguas, por avença, do collégio dos<br />
cobrados pelos exactores de fazenda orphãos, por não convirem as condi-<br />
publica.<br />
ções era que é feita a mesma propos-<br />
Resolveu mais que lendo a câmara ta.<br />
municipal de Penella elevado a toxa Attestou àcerca de duas petições pa-<br />
que. incide sobre os cães de 200 réis ra subsídios de lactação a menores.<br />
a 500 réis imposta isto a alteração da Mandou pagar despêzas feitas em fe-<br />
resaecliva postura e por tanto que é vereiro último com a limpêza da the-<br />
necessário que seja a mesma alterrção souraria e das repartições dos impos-<br />
redigida essa fórma de postura e en tos e d'obras.<br />
viada em duplicado com cópia da acta<br />
Approvou provisóriamente o projecto<br />
da sessão camarária que a appaovou,<br />
o primeiro orçamento supplementar<br />
a esta commissão districtal.<br />
p?ra o corrente anno, na importância<br />
Resolveu finalmente nâo approvar a de i: 155(5470 réis.<br />
noneação de Zelador provisório para a<br />
Despachou requerimentos, auctori-<br />
freguezia d'Alvares, concelho de Góes,<br />
zando a pintura da frontaria d'uma ca-<br />
por ainda não eslar fixado o respectivo<br />
sa na rua do Visconde da Luz e a col-<br />
quadro e nâo aproveitar ao interssado<br />
ocação de ura panai para o sol á por-<br />
disposição de 32 do artigo 127.° do<br />
ta da mesma casa; a edificação d'uraa<br />
codigo administrativo.<br />
casa na rua do Tenente Valadim se-<br />
Julgou as contas da junta de parogundo<br />
o alçado apresentado, e a colchias<br />
das Means, concHho de Montemórocação<br />
d'um signal funerário em uma<br />
o-Velho do anno de 1895, confraria do<br />
sepultura no cemitério da Conchada.<br />
Santíssimo de S. André de Poiares,<br />
concelho de Louzà dos annos de 1891<br />
1892 e 1892 a 1893, junta de parochia<br />
de S. André de Poiares, concelho KALENDARH) DE MARÇO.^897<br />
de Louzâ dos annos de 1893, 1894 e<br />
895; junta de paróchia d'Alvares, concelho<br />
de Góes dos annos de 1894 e<br />
7 14 21 28<br />
1895, e reclamação contra o accôrdão<br />
1 8 15 22 29<br />
que julgou as cartas da junta de paró- Terça 2 9 16 23 30<br />
chia de Rio de Vide, concelho de Mi-<br />
3 10 17 24 3i<br />
randa do Corvo, relativas ao anno de<br />
4 11 18 *25<br />
894.<br />
Câmara Municipal de Coimbra<br />
i esumo das deliberações tomddas na<br />
sessão ordinária de 4 de marco de<br />
1897.<br />
Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />
Costa.<br />
Vogaes effectivos Arcediago José<br />
—<br />
5 12 *19 26 —<br />
6 13 20 27 —<br />
Lua nova em 3, às 11,20 m. da m.<br />
Quarto crescente em li, ás 2,52 m.<br />
da t.<br />
Lua cheia em 18, às 8,51 m. da t.<br />
Quarto minguante em 25, às 11,23.<br />
m. da m.<br />
Os dias augmentam durante o mêa<br />
uma hora approximadamente.
PROBIDADE<br />
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Sociedade anonyma<br />
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Mandam-se tabellas de prepos<br />
a quem as pedir.<br />
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V vende-se na rua da Trindade,<br />
27 e 29.<br />
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Il 15, lója e dois andares,<br />
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de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
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Nazareth & Irmão. — Rua de<br />
Ferreira Borges.<br />
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438 —Porto.<br />
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Pelo correio, 500 réis.<br />
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ensinar pelo méthodo de<br />
João de Deus a l. a classe<br />
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novo curso abre no dia 8 de<br />
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Dez litros—700 réis.<br />
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Chablis de 1895 —litro 160<br />
réis.<br />
Dito, garrafa — 120 réis.<br />
Aguardente de vinho, de 20°<br />
Cart,—litro 320 réis,<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
Filtro-Mallié<br />
de porcellana (Tamiantho<br />
Esterilização absoluta da agua.<br />
Filtros de pressão e sem pressão.<br />
Filtros de mêsa e de viagem.<br />
Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.'<br />
MERCEARIA<br />
DE<br />
A. CRUZ MACHADO<br />
Largo da Sé Velha<br />
COIMBRA<br />
Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />
á venda um completo e variado sortido<br />
de géneros de mercearia escrupulosamente<br />
escolhidos.<br />
Depósito de manteiga fabricáda com<br />
puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />
da Louzada, em queijinhos de 250<br />
grammas.<br />
Agéneia da Companhia Alliança Fabril<br />
No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />
estabelecimento de mercearia se encontram<br />
magníficos vinhos de mêsa das proce<br />
déneias seguintes:<br />
Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />
e branco da Bairrada.<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />
SUCCESSOR<br />
11, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />
li Armazém de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />
A junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />
desconto nas compras para revender.<br />
Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala<br />
Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras<br />
Eças douradas para adultos e crianças.<br />
Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />
fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra<br />
COFRES Á PROYA DE FOGO<br />
Depósito do melhor fabricante portuense<br />
— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />
Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />
lUamno 7innádno 1 ^ ara rara ádas e enxertias e dito de espi<br />
AldlllCb ZillltdUUb . nhos para vedações.<br />
Mntal Vkranpn • ® arnarello, cobre, chumbo, zinco, eslanho e<br />
ICldl UldllbU . f0|ha de flandres.<br />
FerrOI ^ de l0(las as qualidades, carvão de fórja.<br />
Mn? nara ffWPÍrn' Malhos ' tornos > màchinas de furar, folies<br />
tUUZi pata ÍCUCIIU. picaretas e toda a qualidade de ferra<br />
menta para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />
Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />
Moreira & Simões<br />
Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />
COIMBRA<br />
Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />
DG<br />
BOLACHAS E BISCOITOS<br />
DE<br />
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />
128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />
COIMB JEtA<br />
tfjjfESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />
" venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />
fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />
quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />
aos da fábrica.<br />
EVOLUÇÃO DO CULTO<br />
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Feito pelo<br />
DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />
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indicações do c.alendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 36S phrases conceituosas de auctores céle-<br />
bres; varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ISO réis<br />
Vende-se nos estabelecimenlos dos srs :<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nòva Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />
José Mesquita-Livraria, rua das Cuvas.<br />
Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
BICO ALE<br />
Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />
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garantidos pela economia obtida no<br />
consumo do gaz.<br />
L U Z A L V Í S S I M A<br />
Encommendas:<br />
a JOSÉ MASQUES LADEIBÂ<br />
99—Rua do Visconde da Luz—103<br />
Coimbra<br />
A' LA VILLE DE PARIS<br />
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«, Restauradores (Avenida).<br />
Único representante em Coimbra<br />
JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />
17-ADRO DE OIMA—20<br />
Coimbra<br />
Arrematação<br />
(2. a publicação)<br />
I6M« dia quatro do próximo<br />
li mês de abril por 11 horas<br />
da manhã â porta do tribunal<br />
de justiça d'esta comarca<br />
vam á praça e serám entregues<br />
a quem maior lanço ofiferecer,<br />
além das quantias em<br />
que foram avaliados os prédios<br />
seguintes:<br />
Freguezia de S. Silvestre<br />
Uma leira de terra no sitio<br />
dos Seixaes, avaliada na quantia<br />
de 400000 réis.<br />
Uma terra de semeadura no<br />
sitio dos Seixaes, avaliada na<br />
quantia de 800000 réis.<br />
Uma tersa de semeadura denominada<br />
o Covão, limite de<br />
Quimbres, avaliada em 300000<br />
réis.<br />
1:620 metros quadrados de<br />
superfície de terra ou 3 aguilbadas,<br />
no sitio da Estacada,<br />
avaliados em 720000 réis.<br />
Uma sorte de pinhal no sitio<br />
de Valle de Abelhas, avaliada<br />
na quantia de 280800 réis.<br />
Uma sorte de pinhal no sitio<br />
do Carabai, limite de Valle de<br />
Rosas, avaliada em 800000 rs.<br />
O domínio útil d'uma terra<br />
de semeadura, vinha e oliveiras<br />
no sitio das Chans. Paga o<br />
fôro annual de 266\36 de milho<br />
e duas gallinhas, a Antonio<br />
dos Santos Pereira, de Cantanhede,<br />
avaliado abatido o fôro,<br />
na quantia de 300000 réis.<br />
Estes prédios sam vendidos<br />
pelo inventário orpbanológico<br />
a que neste juizo e cartório do<br />
escrivão José Lourenço da Costa,<br />
se procede por fallecimento<br />
de Maria Pimenta, moradora que<br />
foi em Quimbres, freguezia de<br />
S. Silvestre, em virtude da deliberação<br />
tomada por conselho<br />
de familia e para pagamento<br />
do passivo descripto e approvado<br />
no mesmo inventário.<br />
Pelo presente sam citados<br />
quaesquer credores incertos.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
O juiz de direito,<br />
Neves e Castro.<br />
Gymnásio Martins<br />
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I physica de creanças sob<br />
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terças, sextas e domingos.<br />
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ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
EDITOR = Joaquim Teixeira de Sá<br />
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(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre 10350<br />
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desoonto de 50 p. c.<br />
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Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
0ite jornal fôr honrado.<br />
Tft. I. França A»«4i—CQIMBfii
N.° 218 COIMBRA—Quinta feira, 25 de março de 1897 3.° ANNO<br />
Á inacção do governo<br />
De braços cruzados, inerte, sem<br />
idêas e sem acção, vae já arrastando<br />
a sua vida ministerial um governo<br />
que tem dois mêses sómente. Depois<br />
de sete annos de opposição, sete<br />
annos de descanço que deveriam fazer<br />
suppôr nos homens de Estado de 90<br />
uma nova reconstituição de forças,<br />
uma expansão de energias e tonificação<br />
orgânica que se manifestasse, á<br />
sua chegada ao poder, por actos de<br />
administração reveladores de idêas<br />
novas e de novos planos, é o contrário<br />
de tudo isto o que se verifica.<br />
Nem idêas nem planos.<br />
E assistimos, assim, ao arrastar da<br />
vida d'um governo ainda hontem nascido<br />
e já cançado hoje, num exgotamento<br />
de cérebro que lhe não permitte<br />
traçar um plano, d'uma debilidade<br />
orgânica que lhe não permitte<br />
dar á execução uma idêa.<br />
Isoladamente, sem nexo coordenador,<br />
vae cada um dos ministros accomodando-se<br />
no seu ministério, como<br />
n3 sua concha o molusco, desajudados<br />
de tudo e a sós com a sua fadiga,<br />
trabalhando ás intermitténcias, hesitantes<br />
e a mêdo... nos dois ministérios<br />
em que alguma coisa se pretendeu<br />
fazer, que dos outros tentamen nenhum<br />
se conhece, a que valha a pena<br />
referir-nos.<br />
Que estám estudando, dirám elles;<br />
que do chãos em que deixou a administração<br />
pública a última gerência<br />
regeneradora só poderá saír-se depois<br />
de larga e maduramente estudada a<br />
nossa tenebrosa situação económica e<br />
financeira, e que é a êsse trabalho<br />
extenuante e absorvente que elles<br />
estám entregues com afinco, dirá o<br />
governo e dirám com elle os partidários,<br />
que só sabem elogiá-lo; e<br />
que os governantes actuaes sam velhos<br />
e experimentados homens públicos,<br />
conscientes das responsabilidades<br />
enormes que sobre si pesam, e os<br />
únicos capazes, pelo seu talento e<br />
pelo seu trabalho, de estudar o problema<br />
e resolvê-lo. Dirám também<br />
isto, porque o disseram já.<br />
Mas, sendo assim, se é certo que<br />
todos os ministros, que agóra têem<br />
nas suas mãos o poder, sam homens<br />
experientes e de intelligéncia clara, de<br />
poderosas faculdades de trabalho e de<br />
iniciativa larga, de que lhes serviu o<br />
longo período de opposição forçada<br />
que os manteve affastados das responsabilidades<br />
do governo?<br />
É bem conhecida, ha muitas dezenas<br />
de annos, a situação económica<br />
do nosso país e a sua ruína financeira;<br />
mas foi principalmente de 90 para cá<br />
—precisamente desde 90, a data funesta<br />
que abriu o cyclo da nossa miséria,—<br />
que as causas da ruína do país<br />
se amontoaram, se encastellaram tremendas<br />
para precipitarem a catástrophe<br />
irresistível.<br />
E entám, durante estes longos sete<br />
annos, em que ameaças formidáveis<br />
de desgraça, de abatimento, de humi<br />
lhação e de miséria têem impçndido<br />
sôbre nós, aos homens eminentes do<br />
partido progressista, que no dia seguinte<br />
podiam ser governo, visto que<br />
o pediam, o sollicitavam, o exigiam,<br />
não occorreu como inadiavel a necessidade<br />
de estudar minuciosa e profundamente<br />
as causas que têem estado<br />
actuando e precipitando a nossa queda ?<br />
Não se junctaram, não congregaram<br />
num mesmo exforço a dedicação de<br />
cada um, não deram unidade aos projectos<br />
parciaes, aos estudos particulares<br />
que cada qual deveria ter feito, no<br />
sentido de conjurar a catástroplie imminente<br />
que ameaça subverter a própria<br />
nacionalidade?<br />
Evidentemente, não. Não estudaram;<br />
não os preoccupou a tristissima<br />
e misérrima situação a que elles e os<br />
outros levaram o país inteiro, que se<br />
debate, exânime, sem alento e sem<br />
energia, no círculo de ferro que o esmaga,<br />
na gargalheira que o estrangula,<br />
e que elles, os progressistas,<br />
fôram dos últimos a enrolar-lhe ao<br />
pescoço.<br />
Gritaram sempre, nos comícios e<br />
nos jornaes contra os desmandos e<br />
torpezas dos regeneradores; descreveram<br />
com as côres mais verdadeiras<br />
o quadro sombrio da nossa ruína nacional;<br />
ameaçaram e imposeram-se ao<br />
rei, para lhes dar o governo. . .<br />
Mas com que intuito? O de governar<br />
sómente a favor dos seus interesses,<br />
ludibriando a nação.<br />
E' o que se está vendo. Subiram<br />
ao poder sem um plano, sem uma<br />
idêa. E agora, ei-los a arrastar indignamente<br />
a sua vida ministerial, que,<br />
devendo ser votada a cuidar da administração<br />
do país, da sua reconstituição<br />
económica e da sua reorganização<br />
financeira, se gasta únicamente com<br />
as mesquinhas e vis machinações das<br />
trapaças eieitoraes.<br />
Os progressistas.. . Os Tartufos.<br />
Dr. Guilherme Moreira<br />
A Commissão Municipal Republicana<br />
de Cantanhede delegou nos<br />
seus membros, os srs. António Francisco<br />
Paes, Luís António Gomes de<br />
Oliveira e Carvalho e José Gaspar<br />
d'Oliveira, o encargo de virem a<br />
Coimbra cumprimentar o nosso presado<br />
collega e illustre correligionário<br />
dr. Guilherme Moreira, pela sua<br />
promoção a lente cathedrático da<br />
Universidade.<br />
Aquelles nossos dedicados correligionários<br />
cumpriram ante-hontem<br />
a sua missão.<br />
Virám brevemente a Portugal, de<br />
visita, os duques d'Orleans.<br />
Assim o communicam de Lisboa<br />
e assim o participámos nós, para<br />
que se não surprehenda ninguém<br />
das festas que vae haver.<br />
Estando no poder o governo que<br />
deu 1:000 contos ao rei D. Luís<br />
para o casamento do rei actual, não<br />
será de admirar que o mesmo governo<br />
dê agora 500 contos, ou<br />
mais se lh'o exigirem, para as festas<br />
da recepção dos cunhados do<br />
rei. Preparêmo-nos, pois,<br />
Partido republicano<br />
Sob a presidência do sr. Gomes<br />
da Silva, illustre membro do directório<br />
do partido republicano, installon-se<br />
no dia 23 a commissão<br />
municipal republicana de Lisboa,<br />
elegendo para a commissão executiva<br />
os srs.: dr. Joaquim Tlieóphilo<br />
Braga, presidente; João Viegas Paula<br />
Nogueira, vice-presidente; António<br />
Carlos Teixeira de Magalhães e<br />
José Victorino de Andrade Neves,<br />
secretários; Domingos Coelho da<br />
Silva, vogal.<br />
Proclamados os eleitos, o sr. Gomes<br />
da Silva proferiu um discurso<br />
em que expôs o procedimento do<br />
directório referindo-se designadamente<br />
á colligação liberal que disse<br />
não haver sido um expediente e<br />
muito menos um plano, mas uma<br />
necessidade occasional, imperiosa,<br />
uma arremeltida, sem bandeiras<br />
partidárias, contra os inimigos das<br />
liberdades públicas, de* que o partido<br />
republicano saíra intacto, não<br />
perdendo um só Jiomem, nem sacrificando<br />
um único princípio. Condemnou<br />
a política de aventuras, de<br />
reclamo, de fanática intransigência,<br />
snstentou a necessidade de manter<br />
a unidade e a disciplina no partido<br />
republicano, evitando que entre os<br />
seus membros surjam conflictos de<br />
que derivará o seu enfraquecimento<br />
e affirmou que o directório de<br />
que era membro estava disposto a<br />
cooperar com a commissão republicana<br />
de Lisboa para a eleição d'um<br />
novo directório se ella reconhecesse<br />
que a conducta por elle seguida<br />
merecia a sua confiança.<br />
Alguns membros da commissão<br />
municipal insistiram na necessidade<br />
de se unirem num esforço commum<br />
todos os elementos do partido<br />
republicano, sendo approvada por<br />
acclamação a seguinte moção:<br />
«A Commissão Municipal Republicana<br />
de Lisboa, ouvida a larga exposição<br />
feita pelo illustrado membro do Directório,<br />
o sr. Gomes da da Silva, ácêrca<br />
de negócios da vida interna do partido,<br />
principalmente sôbre a approxinfação<br />
do Directófio e do partido progressista,<br />
de que resultou a passageira<br />
colligação liberal contra desmandos do<br />
poder executivo e até contra a desnorteação<br />
do poder moderador:<br />
Lamenta que alguns factos hajam<br />
sido controvertidos, e faz votos para<br />
que seja feita justiça a quem d'ella é<br />
digno e merecedor.<br />
Considerando, além d'isto, que da<br />
cohesão das nossas unidades partidárias<br />
depende o bom resultado das<br />
nossas operações políticas;<br />
Attendendo a que a divisão de forças,<br />
ou divergências de acções, favorece<br />
as probabilidades de êxito dos<br />
partidos monárchicos;<br />
Reconhecendo que os agrupamentos<br />
democráticos, sob as suas ditferentes<br />
formas de expansão, não obedecem<br />
actualmente, no nosso país, a rigorosa<br />
uniformidade de acções e procedimentos,<br />
notando-se sensível desvio nos<br />
agrupamentos que sô no regimen republicano<br />
podem ter a segurança da<br />
realização prática dos seus princípios<br />
de liberdade e aspirações económicas;<br />
Considerando que todos êstes factos<br />
aconselham uma reorganização intelligente<br />
e sólida dos nossos elementos<br />
partidários, ha muito recommendada,<br />
a qual se deve fundar num bem estudado<br />
systema de descentralização politica,<br />
e no robusto agrupamento de<br />
forças intellectuaes, que garantam direcção<br />
segura e firme e irradiem o resultado<br />
das suas observações e estudos;<br />
Regista os seus ardentes votos pela<br />
unificação do partido republicano, certa<br />
de que êste poderá assim satisfazer<br />
a todas as justas reivindicações democráticas,<br />
tanto no campo político como<br />
no campo económico, o que bem se<br />
aflirmarà no congresso que tanto o Directório<br />
como a" Commissão Municipal<br />
desejam se realize urgentemente;<br />
Confia em que o Directório continuará<br />
honrando as tradições do partido<br />
que representa e a manter-se firmemente<br />
na direcção superior da nossa<br />
política, inspirado nos altos interesses<br />
da República e no inolvidável dever<br />
de unificação partidáiia;<br />
Louva aquelles que, com nobilíssima<br />
dedicação, se conservaram nos postos<br />
que lhes confiou o suflragio dos nossos<br />
correligionários, através de muitas<br />
contrariedades e num período longo<br />
de perseguições políticas;<br />
Agradece ao sr. Gomes da Silva as<br />
explicações que acaba de dar por parte<br />
do Directório, assegurando-lhe a sua<br />
confiança política, e acata, com summo<br />
prazer, o seu procedimento nas<br />
diferentes missões, de que se desempenhou<br />
em nome do partido.<br />
Finalmente, a commissão republicana<br />
do município de Lisboa, ao constituir-se,<br />
e no intuito de se inspiramos<br />
bons conselhos e muita illustração do<br />
Directório, o qual deseja ouvir em todos<br />
os trabalhos, resolve dirigir-lhe<br />
um convite para assistir às suas sessões.»<br />
Tendo sempre pugnado pela unificação<br />
dos poderosíssimos elementos<br />
de que o partido republicano<br />
dispõe e vendo no coroamento, pela<br />
eleição d'um novo directório, da organização<br />
que ha tanto tempo e tam<br />
auspiciosamente foi iniciado nonor^<br />
te, o meio mais efficaz para essa<br />
unificação, felicitamo-nos pela constituição<br />
da commissão municipal<br />
republicana de Lisboa, cuja falta<br />
tem sido um dos mais graves embaraços<br />
para a realização d'êsse<br />
A CORRUPÇÃO OFFICIAL<br />
Não constitue figura de rhelórica<br />
o título d'este artigo. A corrupção<br />
official dá-se em o nosso país<br />
como uma evidência e descaramento<br />
que não permittem dúvidas.<br />
Corrupção de cima para baixo—•<br />
-em ordem descendente — desde o<br />
mais alio funccionário do Estado até<br />
ao serviçal humilde das repartições<br />
públicas.<br />
Se o próprio regimen da monarchia<br />
é essencialmente corruptôr!<br />
Como regimen tolerado simplesmente<br />
— regimen transitório— enquanto<br />
não vem melhor ou enquanto<br />
se não decide o pôvo a governar<br />
o que é seu, o regimen monárchico<br />
tem os defeitos todos de uma instituição<br />
deslocada em pleno século<br />
dezanove e num país como o nosso,<br />
que não pode com o luxo, e mais<br />
ainda os defeitos provenientes da<br />
teimosia que manifesta em sustentar-se<br />
à outrance. Nessa lucta pela<br />
vida, a monarchia tem de ser cor-<br />
' r<br />
ruplôra. E como as mulheres de má<br />
nota, a viverem do vício.<br />
Se ella é tolerada—a monarchia!<br />
Para arranjar cortezãos tem de<br />
ser corruptóra.<br />
Analysêmos a cadeia de vícios<br />
com que se agarra ao país a monarchia.<br />
Já Voltaire faliava das camarilhas<br />
do Paço, onde ha personagens, diz<br />
elle, que lá em cima se chamam favoritos,<br />
mas que a plebe distingue<br />
com o piltoresco nome de maqaereaux.<br />
Sam os que arranjam «vidinha»<br />
para os patrões; e assim se<br />
vam elles próprios governando. Têem<br />
as chaves das alcóvas e o encargo<br />
das apresentações: é portanto claro<br />
desideratum. E que todos saibam<br />
que só entra em palácio quem<br />
inspirar-se nos interesses superio-<br />
muilo bem quizerem.<br />
res do partido, que sam os do país, Sabido que os ministros são cria-<br />
pondo completamente de lado didos do Paço, por quem ham de ser<br />
vergências que não se filiam na di- eleitos e apresentados? Pela camaversa<br />
comprehensão d'esses interilha. Por isso têem de ser naturalresses<br />
e acceitando sempre as demente á feição d'ella.<br />
liberações do partido.<br />
Uma vez apresentados os ministros,<br />
e entregue cada urn do seu<br />
x<br />
serviço, a corrupção continúa; por-<br />
A Commissão Municipal Repuque ministros sem o apoio de cima<br />
blicana do concelho de Cantanhede não se sustentam; e como cada mi-<br />
resolveu seguir a altitude do direnistro representa por si só a côterie<br />
ctório do mesmo partido, abstendo- dos seus, d'ahi vem fatalmente que<br />
se de concorrer ás próximas eleições, ha de olhar para baixo e contentá-<br />
e aconselhando a mesma attitude los a todos.<br />
aos votantes seus amigos e correli- Depois, a missão do ministro é<br />
gionários.<br />
tam complexa, que não só ha de<br />
x<br />
attender a exigências d'amigos e<br />
O Partido Republicano de Vianna compadres como a ameaças d'ex-<br />
do Castello resolveu também abstranhos que não encobrem o jogo<br />
ter-se de comparsarías perante a sem levarem rasca.<br />
urna, recommendando esta mesma Aliás compromettem-nos, como<br />
conducta a todos os seus confrades. se tem visto já.<br />
•••<br />
Vejâmos como vem seguindo a<br />
corrupção politica nesta linha des-<br />
Dr. António José (TAImeida cendente desde o Paço á rua.<br />
Por cartas d'este nosso prezadís Eu conheci, não ha muito, um<br />
simo amigo e valioso correligioná- «reles guita de Lisboa»—como<br />
rio, recebidas nesta cidade, vê-se lhe chamava a amázia repudiada—<br />
que sam destituídas de fundamento heroe d'esta façanha, entre outras<br />
as notícias que por ahi correram várias:—desancara um velhoe um<br />
ácêrca do seu presumido mau estado pastorzito imbelle que lhe metteram<br />
de saúde.<br />
as cabras no quintalejo do pae. Es-<br />
Ao contrário; o nosso amigo contava o patife de licença lá na aldeia<br />
tinúa gozando de inalteravel saúde quando o caso se deu, aqui ha<br />
pelo que muito cordialmente o fe- tempos.<br />
licitámos,<br />
0 velho foi para casa num feixe
e só durou oito dias; o rapazinho<br />
eurou-se e vae crescendo, diz elle,<br />
para ajustar umas contas.<br />
Mas querem vossemecês saber o<br />
que succedeu ao patife ? E elle afilhado<br />
de um padre, que lá se ceva<br />
na aldeia como um javardo e traz<br />
á ordem a freguezia inteira em eleições<br />
p'rás côrtes. Metteu-se por<br />
empenho o padre ao deputado, o<br />
deputado ao juizda comarca, quando<br />
a queixa fôsse por aquelle lado, e<br />
um trumfo gordo de Lisboa ao commandante<br />
da guarda, se a coisa lá<br />
subisse. Nem juiz nem general acceitaram<br />
de bôa mente o pedido. O<br />
padre repontou, e o ministro soube-o.<br />
«Não vamos nós perder aquelles<br />
votos», disse ao deputado. E<br />
moveu os pausinhos para a immunidade<br />
do guita.<br />
Isto é um exemplo ad hoc, e<br />
comesinho, da corrupção official,<br />
mas que explica bem a engrenagem<br />
das dependências do vício. Passemos,<br />
porém, ao campo vasto da immoralidade<br />
e da relaxação official.<br />
Porque eslá o país estragado,<br />
moral e economicamente, senão pelo<br />
abandalhamenlo do funccionalismo<br />
alto e pela avaria de caracteres<br />
entre os funccionários públicos de<br />
todos os serviços?<br />
E-se empregado público neste<br />
país, não para desempenhar a rigor<br />
uma funcção económica, administrativa,<br />
ou qualquer outra, mas<br />
para receber dinheiro aos mêses e<br />
viver.<br />
O párocho, que devêra ser na<br />
freguezia um pastor d'almas, conselheiro<br />
e amigo dos seus freguezes,<br />
velador da paz e mantenedor da<br />
harmonia entre todos, tornou-se galopim<br />
eleitoral ao serviço da política<br />
reles e ei-lo corrompendo e<br />
desmoralizando a seu turno aquelles<br />
mesmos que lhe competia guiar<br />
para o bem, para a virtude!<br />
O professôr, que na sua modesta<br />
mas nobilíssima profissão deveria<br />
só grangear respeitos com a gratidão<br />
d'ãquelles a quem ensina e com<br />
a estima de todos que o vissem<br />
cumprir santamente, desinteressadamente,<br />
a sua missão d'apóstolo,<br />
ou foi inscrever o seu nome no partido<br />
de retrocesso e de conspiração<br />
liberticida ou se entrega, como o<br />
o mau padre, a galopinar pela infâmia<br />
1<br />
x<br />
0 agrónomo cultiva a política em<br />
vez de promover a cultura das geiras<br />
do seu districto 1<br />
O engenheiro anda ao serviço<br />
dos mandões em logar de pugnar<br />
pela obra de reconstituição do país!<br />
O representante da lei serve b<br />
empenho, maculando a justiça!<br />
O militar serve a monarchia desservindo<br />
a Pátria!<br />
E a todos lhes serve o soldo e os<br />
honorários que deshonestamenle recebem.!<br />
Excepções ha muitas, bem o sabêmos;<br />
mas também ha muitas fraquêzas,<br />
muita falta de coragem para<br />
a rebeldia, quando é só pela rebeldia<br />
á corrupção que o país pôde e<br />
deve endireitar-sé.<br />
1 # 4<br />
Já foram tomadas providências contra<br />
os transgressôres das posturas<br />
municipaes, principalmente na parte<br />
que diz respeito á limpêza das ruas.<br />
Estám, pois, satisfeitas as exigências<br />
que por mais d'uma vez aqui formulámos,<br />
pelo que não regatearêmos os<br />
nossos applausos ao sr. commissário<br />
dé policia, desejando que as providências<br />
agora ordenadas não sejam de<br />
curta duração.<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
Litteratura e Arte<br />
Dia triste de primavera, a chuva<br />
cáe em nevoeiro branco e leve muito<br />
devagarinho para não magoar as<br />
flores que agora começam a vêr-se<br />
nos quintaes.<br />
— Matar-te?<br />
— Ganhei a vida a amar e a ganhar<br />
a vida perdi a minha vida.<br />
Não posso amar, eu que conheço<br />
o amôr...<br />
Um dia quis amar, fugiu-me o<br />
amôr.<br />
Friamente eu repelia todas as carícias<br />
d'amôr, a mão sobre o coração<br />
d'elles.<br />
Nunca, nunca mais ouvi palpitar<br />
como o que me acorda de noite,<br />
como um remorso, o bater do coração<br />
d'aquelle homem que me amou<br />
e que eu nunca amei...<br />
Responde o ministro:<br />
«Pelo mesmo motivo por que<br />
o exército allemão occupou Schleswig-Holstein<br />
sem auctorização<br />
da Grécia».<br />
Leiam bem. Ponham no logar do<br />
embaixador allemão o nosso amigo<br />
Salisbury; no do ministro grêgo o<br />
sr, Barros Gomes. Para comparar.<br />
0 « L ^ J b J f J i<br />
Estám, emfim, perdidas todas as<br />
illusões que restavam ácêrca do procedimento<br />
das potências europêas<br />
na célebre questão do Oriente.<br />
Consummado o attentado, resta<br />
De toda a parte acorrem felicitações<br />
e manifestações de sympathia<br />
ao povo grego que ora se manifestou<br />
d'um modo tam brioso que assombrou<br />
o mundo civilizado.<br />
A academia d'esta cidade, em<br />
resposta á mensagem que lhe foi<br />
dirigida pela Universidade de Athenas,<br />
resolveu, em assembléa geral,<br />
patrocinar o telegramma que um<br />
grupo de académicos ha tempos enviara<br />
para alli, e bem assim appro-<br />
var uma mensagem de congratulação,<br />
assignada por todas as academias<br />
do país, que será remettida<br />
por intermédio do cônsul grego em<br />
Lisboa.<br />
x<br />
O sr. Gladstone acaba de publi-<br />
esperar pelas consequências; e escar um folhêto em que desenvolvisas<br />
serám, fatal e lógicamente, a damente aprecia a attitude das po-<br />
— A tua taça voou e o champa- Fingia amar, a vêr se encontrava affirmação mais allisonante da cotências nesta malfadada questão, e<br />
gne desfez-se, como uma renda bran- ainda o coração que me amara. bardia dos governos, alliados para em que proclama verdades bem<br />
ca, sobre o rosto do mais alegre. A mão no coração do amado, eu uma obra de retrocesso qual a de duras de roêr para todos os gabi-<br />
Cheguei-me para ti, não fossem escutava a vêr se ouvia aquelle fal- proteger os assassinos turcos connetes alliados.<br />
fazer-le mal; mas não pude suster lar d'amòr que não mentia... tra o indiscutível direito de revolta Nesse folhêto friza bem o sr.<br />
a tua mão pállida em que tremiam<br />
das suas víctimas.<br />
Gladstone a falta de experiência<br />
e choravam as pedras preciosas,cris- Palavras damôr, sempre menti- Porque a revolta dos opprimidos política do tzar da Rússia e classipada<br />
sobre a toalha.<br />
ras...<br />
é sempre um direito; e êsse direito fica de obtuso em questões interna-<br />
Gritaram os crystaes a parlir-se E eu quizera ás vezes romper- constitue, por si só, a única garancionaes o imperador da Allemanha.<br />
no chão, cheio de flôres mortas. lhes com as mãos o peilo e esmatia que lhes assiste a cobri-los con- E conclue pelas seguintes justíssi-<br />
Era tam grande o silêncio que se gar-lhes o coração frio sem amôr... tra os desmandos dos oppressôres. mas palavras:<br />
ouvia o ferver do champagne sobre<br />
Mas a Grécia praticou a ousadia<br />
o tapete.<br />
de saber mostrar-se digna e heróica • Todo o mundo deseja saber<br />
Não se abriram os teus dentes A ti amo-te... Não, não sei... ante o attentado de que o mundo a razão que ha para que o gabi-<br />
quando me gritaste —vem!<br />
Mas enlám o que é?... inteiro se constituía em muda tesnêle siga os passos d'esses so-<br />
Todos me olhavam cheios d'ódio. Quem és tu para eu te conlar o temunha. E essa ousadia vae paberanos abandonando a causa<br />
Apertaste-me as mãos... que não diria ao homem que eu gá-la bem caro, porque não podem dos christãos opprimidos e perse-<br />
Leva-me!, gritaste tu, e eu le- amasse ?<br />
as grandes nações soffrer que uma guidos pelos turcos».<br />
vantei-te e levei-te nos meus braços<br />
pequena nacionalidade saiba com-<br />
x<br />
ao carro que mandaste abrir.<br />
prehender os seus direitos e d'elles<br />
E assim viémos.<br />
— O Perdão. Não te quiz o Es- se servir.<br />
Quanto ao resultado de todas as<br />
Chovia, fazia frio, e tu cantavas, quecimento. Serei o teu último Tudo se olvidou. As tradições se- machinações, nada pôde prever-se<br />
tu que passáras toda aquella noite amante, tu serás o meu último pultaram-se no abysmo dos interes- por enquanto.<br />
alegre sem um sorriso...<br />
amôr...<br />
ses. E as potências europêas fazem Seguem os últimos telegrammas:<br />
Foi assim...<br />
desfilar os seus exércitos triumpban-<br />
Beijou-lheos cabellos que a chutes ante os póvos altónilos perante<br />
va cobria de um veu de nevoeiro tanta desvergonha e tanta insensa-<br />
— Começo a recordar-me... fino e branco, como uma renda de tês.<br />
Quero-te, não sei porquê. Eu nun- lágrimas, lentamente. ..<br />
A Allemanha e a Áustria, fieis ás<br />
ca amei...<br />
Era um dia triste de primavera, a suas tradições, abrem a marcha igno-<br />
Uma vez encontrei um homem chuva caía num nevoeiro fino e branminiosa, seguidas logo após pela<br />
que me amou, e me cobria de caríco, muito devagar para não magoar Itália e pela Inglaterra.<br />
cias que eu não conhecia, eu que<br />
as flôres...<br />
E a França, que, sempre digna,<br />
julgava ter sido tam amada, eu que<br />
T. C. sempre heróica, sempre destemida<br />
julgava conhecer todas as carícias.<br />
na defesa dos fracos contra os for-<br />
Estudei muito aquelle amôr, a<br />
tes, vem de ha séculos illuminando<br />
provocar aquellas carícias para as<br />
com reverbéros de verdade o cami-<br />
decorar...<br />
Um jornal da actual situação ponho<br />
do Dever, proclamando a inlítica<br />
apregoa urbi et erbi, que o sr.<br />
Morreu, dizem que de amôr.<br />
surreição como um direito, lá vae,<br />
E eu vivo sem amar.<br />
ministro das obras públicas apre-<br />
acorrentada ao aulócrala das Rús-<br />
Era da minha terra, d'alli...<br />
sentará na próxima sessão parlasias,<br />
renegar todo o seu passado de<br />
Nasci naquella serra alta que vês<br />
mentar um projecto de lei — ten-<br />
louros, para cingir á fronte a co-<br />
além a furar as nuvens e tam azul,<br />
dente á valorização dos terrenos ocrôa<br />
dos cobardes. Vae abjurar dos<br />
nem que fôsse já céu.<br />
cultos do Alemlejo eá intensificação<br />
princípios que têem irradiado do<br />
cerealífera naquella província.<br />
Menina, nunca tive carícias; só me<br />
seu cérebro fecundo, desde 1789 alé<br />
beijavam as nuvens que vinham pou-<br />
Todos os exforços do sr. ministro<br />
hoje, de braço dado com o Tzar da<br />
x<br />
sar na serra para malar a sêde ás<br />
neste sentido sam louváveis. Mas<br />
Rússia, digno descendente da abo-<br />
rochas áridas, e enchê-las de água<br />
permilta-se-nos que achamos extraminável<br />
Catharina, ingrato ao maior<br />
muito clara...<br />
nhavel que o sr. ministro só agora<br />
benefício de que a família reinante Emygdio Navarro offereceu um<br />
se lembre de começar a preparar-<br />
da Grécia lhe é credora: — a salva- almôço, em sua casa, ao sr. Luís<br />
se com os necessários elementos<br />
ção da sua vida.<br />
do Soveral, ha pouco reintegrado<br />
Que nas serras a água é pura e para confeccionar obra exequível,<br />
crystallina.<br />
prática e viável, quando é certo E é nisto que vêem a dar todos os na seu cargo de embaixador em<br />
Se desce ao valle suja-se de terra. que, durante os longos annos de heroes!<br />
Londres por decreto do govêrno<br />
Nunca viste um rio d'inverno? A opposição seria mais natural e lou- A Grécia ha de submetter-se por- progressista que, em tempo, entre<br />
água vae á força, sempre a voltar-se vável que os homens de Estado que outro remédio não tem. Mas na outras amabilidades o alcunhou de<br />
para traz na saudade da serra que fôssem pensando e estudando os grande alma de todos êsses valentes traidor.<br />
deixou, sempre a redemoinhar; mas problemas da administração pú- que não recuam ante o aniquilla- O sr. D. Carlos fez-se representar<br />
o rio prende-a, pu.cha-a, para o funblica, tanto mais nas circunstâncias mento da sua própria vida, ofereci- nesta festa pelo sr. Conde de Arnoso,<br />
do e quando ella apparece mais "ruinosas do nosso país.<br />
da em holocausto a uma causa jus- e o sr. José Luciano por seu irmão<br />
adeante ao cimo, vem carregada de<br />
ta, ha de ficar bem fundo gravada o sr. Francisco de Castro Mattoso,<br />
Não é — e oxalá que nos enga-<br />
lôdo novo...<br />
a dura lição que acaba de ser offe- o candidato progressista por Coimnêmos<br />
— em 3 ou 4 mêses, que se<br />
recida como exemplo a todos os pobra, que continua mantendo as<br />
E assim vae, coitada, á força, pôde resolver um problema de tam<br />
vos pequenos e dignos.<br />
mais compromettedoras affinidades.<br />
com saudade da serra em que nas- grave importância como o da ferti-<br />
Que nos conste, o tribuno José<br />
ceu, sempre a redemoinhar, sempre lização dos vastos terrenos incultos<br />
x<br />
d'Alpoim não compareceu.<br />
a cobrir-se de lôdo novo, até se per- do Alemtejo. Mas se se conseguisse,<br />
dêr no mar salgado. ..<br />
grande serviço seria êsse prestado Pelas notícias recebidas vê-se que Talvez por se vêr assoberbado<br />
— Eu não sou d'aqui, nasci além á economia nacional.<br />
já se acha estabelecido o bloqueio com a tarefa da administração do<br />
naquellas serras feitas de céu azul...<br />
de Creta. Assegura-se que as po- Nyassa... ou,—quem sabe? —<br />
tências alliadas continuarám adop- com o emprego que ha de dar ás<br />
Pergunta o embaixador da Alletando medidas coercitivas contra a 200 libras em oiro.<br />
Quando desci á cidade... manha em Athenas ao ministro dos Grécia, começando pelo bloqueio dos<br />
Porque te ris ? Julgas que te que- extrangeiros da Grécia:<br />
portos do Pireo e ie Volo.<br />
ro enganar?<br />
«Cartillia d o P o v o »<br />
«Porque desembarcou em Cre-<br />
Braz da Serra. Passo dias e dias a olhar os rios,<br />
x<br />
ta o exército grêgo sem auctori-<br />
mas não posso matar-me...<br />
zação da Allemanha?»<br />
Athenas, 22, l. — O governo<br />
hellénico mandou inscrever todos os<br />
cidadãos que tenham 32 annos de<br />
edade e d'ahi para cima, com o fim de<br />
formar a milicia que ha de ser encarregada<br />
de guardar as povoações do<br />
reino.<br />
Um despacho de Larissi annuncla<br />
que em Elassona rebentou um canhão<br />
turco, matando 1 official e 8 soldados.<br />
• Londres, 33, m. — Diz um telegramma<br />
de Athenas para o Times<br />
que a Grécia, desejosa d'uma solução<br />
pacífica se contentaria com a retirada<br />
completa das tropas turcas de Crêta.<br />
Canêa, 22, n. —Houve hoje um<br />
combate em Malano, ficando mortos 10<br />
turcos e feridos muitos outros.<br />
Canêa, 33, ni. — Desembarcou<br />
aqui esta madrugada o primeiro destacamento<br />
de soldados franrêses. O último<br />
destacamento, chegado hoje de<br />
madrugada a bordo do transporte Auvergne<br />
desembarcará esta tarde.<br />
Acha se já totalmente feita a distribuição<br />
gratuita d'esta grande obra de<br />
propaganda revolucionária do dr. José<br />
Falcão, ha pouco reeditada, a expensas<br />
de subscripção pública, pelo grupo<br />
académico republicano d'esta cidade.<br />
A Commissão encarregada de todos<br />
os trabalhos, agora concluídos, reuniu<br />
ha poucos dias, resolvendo publicar<br />
um extenso e minucioso relatório, e<br />
bem assim entregar o remanescente<br />
da subscripção á Commissão do monu-<br />
mento erecto no Porto em honra das<br />
victimas da gloriosa jornada de 31 dç<br />
Janeiro de 1891,
Notícias diversas<br />
— .N "<br />
Reuniu hontem, no salão da Trindade,<br />
em assembléa geral, a academia<br />
d'esta cidade para tomar conhecimento<br />
do officio da academia de Lisboa<br />
annunciando a sua visita para os<br />
fins do corrente mês.<br />
Foi resolvido i.fficiar a esta última,<br />
manifestando-lhe os inconvenientes de<br />
essa visita por occasião da récita dos<br />
quintanistas, patenteando nesse mesmo<br />
officio os bons desejos de que todos se<br />
acham animados para com os seus collegas<br />
da capital.<br />
Resolveu se mais nomear uma commissão<br />
central, composta de quintanistas<br />
das differentes Faculdades e<br />
outras sub-commissões a ella aggregadas<br />
para, com o seu auxílio, poderem<br />
acolher condignamente a visita annunciada.<br />
Para governador civil substituto do<br />
districto de Coimbra, vae ser nomeado<br />
o sr. dr. Luís da Costa e Almeida,<br />
decano da faculdade de Mathemática.<br />
Realizou-se no domingo a procissão<br />
dos Passos. A mesma solemnidade dos<br />
.-•nnos anteriores, cortada unicamente<br />
êste anno por uma scena edificante de<br />
devotos caprichosos.<br />
Ao chegar a procissão ao largo do<br />
Pocinho, o guião tomou impávida e re-<br />
solutamente pela rua dn Corvo, a rua<br />
do antigo trajecto, e não pela rua da<br />
Louça, como projectado estava. Grande<br />
indignação dos devotos da rua da<br />
Louça. A procissão dividiu-se e vae<br />
por esta rua o andôr sem o guião e<br />
pela do Corvo o guião sem o andôr.<br />
Que o conductor do guião foi subornado<br />
pelos da rua Corvo, affirmavam<br />
uns; que não ha tal e que foi uma ordem<br />
mal comprebendida, diz o do<br />
guião.<br />
S eis como uma questão de rivalidades<br />
devotas esteve a produzir um<br />
chimfrim diabólico.<br />
No largo de Sansão restabeleceu se<br />
a ordem, e lá vam de fingida harmonia<br />
alé à Graça, onde prégou o sr. Alves<br />
Mendes.<br />
De visita ao sr. Adelino Pereira de<br />
Carvalho, honrado escrivão de direito<br />
nesta comarca, estám em Coimbra suas<br />
sobrinhas, meninas de rara gentilêsa<br />
e distincçào, Glh?s do sr. dr. Abilio da<br />
Costa Torres, médico muito distincto<br />
nas Caldas de Vizella.<br />
No domingo liltimo realizou-se na<br />
parada do quartel de infanteria 23 o<br />
acto do juramento de bandeiras, tendo<br />
prestado êste juramento uns 30 recrutas.<br />
30 Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento d'iim forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Bérard «& C. a<br />
Uma carta<br />
Enganaste-rnel Dito isto para saberbermos<br />
com o que havemos de contar<br />
um e o outro... sentemo-nos à mesa<br />
e comamos...<br />
Lorémont ficou um momento aturdido<br />
com o que acabava de ouvir... os<br />
dentes cerrados, a bocca crispada, contendo<br />
a rusto a cólera; sentou-se.<br />
Depois de ter comido durante alguns<br />
minutos continuou num tom diferente,<br />
um tom quasi submisso:<br />
— Entám tu, Linotte, não és de opinião<br />
que se deva continuar?<br />
— Estou prompta a fazer o que fôr<br />
preciso, não quero faltar á minha pa-<br />
lavra, mas penso que andamos a perder<br />
tempo.<br />
— Apesar de tudo isso, escuta-me,<br />
fanotte, eu não trabalho como uma<br />
RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />
Sam do sr. dr. Teixeira de Carvalho<br />
os desenhos do programma e cartazes<br />
di récita do 5 ° anno jurídico.<br />
O programma, que é aguarellado,<br />
tem em cima a silhouette do bairro alto,<br />
o nosso bairro latino, recortando-se<br />
sobre um céu de madrugada, côr de<br />
rosa e verde. Á frente, apaga-se ocan<br />
dieiro d'estudo, e a última chamma<br />
tran?forma-se numa visão de mulher<br />
que touca de saudades em flôr o brazão<br />
de Coimbra de que vôa um bando<br />
de andorinhas.<br />
O cartaz, êsse está ainda a esta hora<br />
por fazer...<br />
•<br />
Estám nesta cidade, de passagem, os<br />
nossos amigos Joaquim Fernandes Corrêa,<br />
de Gouvêa, António Jorge, do<br />
Porto, e Pedro de Mello Alhayde, de<br />
Lisboa Cumprimentamo-los.<br />
A sogra do sr José da Cunha, negociante<br />
nesta cidade, foi hontem atropellada,<br />
à Quinta da Bica, por um cavalleiro<br />
que nessa occasião por alli passava,<br />
a todo o galópe do seu cavallo,<br />
ficando com um braço fracturado e<br />
apresentando escoriações pela cabeça.<br />
O cavalleiro não foi conhecido.<br />
Na segunda feira realizou-se em<br />
Condeixa o funeral da sr. a D. Amélia<br />
Santiago, viuva do sr. Lemos Ramalho<br />
e sogra do sr. dr. Souto-Maior, illustre<br />
delegado do procurador régio nesta<br />
comarca.<br />
O funeral foi larga e selectamente<br />
concorrido de amigos da illustre familia<br />
da finada e de amigos pessoaes e<br />
admiradores do sr. dr. Souto-Maior, a<br />
quem manifestamos o nosso pêsame.<br />
A Faculdade de Direito resolveu, na<br />
sua última congregação, fixar os dias<br />
14 e 15 do proximo mês de maio<br />
para a defêsa das theses do candidato<br />
sr. dr. Francisco Joaquim Fernandes.<br />
Achum-se rxpostos na Casa Havaneza<br />
o alçado e o côrte d'um projecto<br />
para a construcção d'uma praça de<br />
touros feito pelo sr. Monteiro, conductor<br />
das obras municipaes, e aguarellado<br />
pelo sr. Cardoso, conductor de<br />
obras publicas, que ha tempo se acha<br />
nesta cidade dirigindo os trabalhos do<br />
matadouro.<br />
Os auctores do projecto publicaram<br />
um folheto expondo ao público as<br />
criança; antes de me metter numa emprêsa,<br />
que devia dar-nos resultados<br />
tam consideráveis, informei-me, andei<br />
por toda a parte, até pela família. ..<br />
— A família ?..., perguntou Jeanne,<br />
— Sim! 0 pequeno Mouson. .<br />
— 0 pequeno Mouson, Adolpho Fontaine<br />
?<br />
— Sim 1 É cunhado d'elle...<br />
— Ah ! Ah I... e a Linotte riu. Essa<br />
é boa...<br />
— Porque te ris tu ?<br />
— Por nada!<br />
Lorémont não insistiu e continuou :<br />
— Confessa que seria extraordinária<br />
a coincidência; o mesmo nome...<br />
— Eu penso que encontrei a explicação.<br />
— 0 mesmo nome não seria nada.<br />
Mas a mesma casa...<br />
— Oh I A mesma casa. Oh t Oh ! Tu<br />
vaes um pouco longe demais.<br />
A Linotte conhecia um meio para<br />
fallar com coragem, e empregava-o<br />
E-íse meio consistia em excitar o cérebro<br />
com um vinho generoso, por is-<br />
so disse, já alegre:<br />
— Sabes que é bonito o rapaz de<br />
que me mostraste o retrato. Parece-se<br />
um pouco com elle, é verdade. Mas se<br />
fosse elle seria mais perigoso que útil<br />
mandar-me a casa d'elle...<br />
— Porquê?<br />
— Porque... porque se gosta sem-<br />
pre de ver um homem que fez o<br />
que elle fez por mim... e que tendo*<br />
se tornado bonito...<br />
— Tii estás doida, elle é casado 1<br />
vantagens que para a cidade adviriam<br />
da construcção da praça, e indicam<br />
como local apropriado para essa construcção<br />
o planalto da quinta de Santa<br />
Cruz, em Montes Claros, ao poente do<br />
matadouro.<br />
Segundo êste projecto a construcção<br />
não custará mais de 15:000)5(000 réis,<br />
e a lotação da praça será de 12:000<br />
pessoas.<br />
Está em Coimbra, de inspecção ao<br />
regimento de infanteria 23, o general<br />
de divisão, sr. Sepúlveda.<br />
Ante-hontem desbocou se o cavallo<br />
em que montava o capitão da guarda<br />
fiscal, sr. Salema, do que resultou<br />
cair o cavallo com o cavalleiro no<br />
largo de Sansão. O sr. Salema ficou<br />
ligeiramente contuso.<br />
Encontra-se doente o sogro do con<br />
ceituado commerciante d'esta cidade<br />
e rosso amigo sr. Francisco Maria<br />
de Sousa Nazareth.<br />
Falleceu nesta cidade, na última<br />
terça feira, o sr. Antonio Maria d'Almada,<br />
major reformado, residente nesta<br />
cidade.<br />
Realizou-se hontem o seu enterro,<br />
Realizaram-se hontem no gymnásio sendo portador da chave do caixão o<br />
e no Centro Commércio e Industria coronel commandante do regimento da<br />
bailes de costumes, comrneniorativos guarnição, sendo as honras fúnebres<br />
da mi carême.<br />
prestadas por uma força de capitão<br />
Foram muito concorridos, dançando- que deu as descargas do estylo.<br />
se animadamente. Agradecemos o convite.<br />
Falleceu também o pae do nosso<br />
amigo sr. José Falcão Ribeiro, director<br />
do Collégio Académico.<br />
Os nossos pêsames.<br />
Appareceu hontem morta no Choupal,<br />
junto a uma valia, uma rapariga<br />
de 16 annos, Maria d'Almeida, d'Aveiro,<br />
que vivia em companhia d'um tio,<br />
Agostinho d'Almeida, na rua do Carmo.<br />
Não se sabe que motivos occasionaram<br />
a morte; sabe-se apenas que ha<br />
alguns dias, tendo ella perdido um<br />
brinco, foi em casa ameaçada pela tia<br />
com o procedimento que para com a<br />
rapariga teria o tio. Pouco depois, sendo<br />
incumbida d'um recado saiu de<br />
casa sem tornar a voltar, sabendo-se<br />
d'ella sómente quando a encontraram<br />
morta.<br />
Resultaria a morte d'um suicídio,<br />
d'um desastre ?...<br />
A policia está averiguando<br />
Foi para Lisboa o sr. governador<br />
civil, a tratar de assumptos de interesse<br />
para Coimbra, diz o Tribuno<br />
Popular.<br />
A tratar de interesses da máchina<br />
eleitoral, dizem todos os outros.<br />
— Ê verdade! mas...<br />
— Tem filhos!<br />
— Isso já é outra coisa!... 9 eu<br />
gosto mais que não seja elle!...<br />
— Tu inquietas-me, Linotte, e eu<br />
começo a duvidar...<br />
— Vamos lá!... dá-me êsse retrato<br />
para eu vêr ainda.<br />
Lorémont tirou o retrato da carteira<br />
e deu-o a Jeanne: esta olhou-o a<br />
principio sorrindo, depois approximando-se<br />
da luz para vêr melhor, indireitou-se<br />
de repente e disse:<br />
— Oh! É elle!...<br />
Ouvindo esta exclamação, o barão<br />
levantou-se e debruçando-se sobre o<br />
hombro da sua cúmplice procurando o<br />
signal particular que tinha de repente<br />
transformado as dúvidas da Linote em<br />
certêsa.<br />
— Afinal reconhéces-lo.<br />
— Sim! Sim, disse a Linotte.<br />
— É com certêsa elle?<br />
— Com certêsa 1<br />
— Porque o reconheces?<br />
— Alli!...<br />
E o dedo da rapariga tremia indicando<br />
a testa do retrato.<br />
— Que tem isso ?<br />
— Tu não vês esla cicatris... na<br />
testa!<br />
— Vejo. E depois?...<br />
(Continúa.)<br />
Revistas e jornaes<br />
Recebemos de Vizeu uni fascículo com os<br />
n" 1 e 2 do Boletim Diocesano, de que é director<br />
o sr. dr. José Marques Rito e Cunha,<br />
professor do Seminário d'aquella diocese.<br />
Agradecemos.<br />
Gaxeta das Aldeãs — Continúa justificando<br />
os seus fóros de muito útil publicação<br />
a Gazeta das Aldeias, cujo último número<br />
têmos presente.<br />
A regularidade da sua publicação e o'interesse<br />
que a todos os agricultores devem despertar<br />
as doutrinas e os conselhos alli expendidos<br />
sam um penhôr seguro da sua crescente<br />
prosperidade.<br />
Educação Nacional — Recebemos o<br />
n.° 25 d'este utilíssimo semanário de instrucçâo,<br />
cujo summário é o seguinte:<br />
A funcção da eschóla, J. Simões Dias.—<br />
Exames de saída, Arthur de Seabra. — Questão<br />
suprêma, Hildebrando.—Instrucçâo secundária,<br />
A. C.—A remodelação das leis d'instrucçâo<br />
primária. — O concurso dos compêndios,<br />
M. Cassiz.—Um século em reformas, J. Pereira<br />
Dias.— Professores de ensino livre.— Professores<br />
complementares. — Uma pergunta. —<br />
Notas. — Consultas. — Secção official : provimentos<br />
temporários, transferências, licenças,<br />
nomeações. — Bibliographia.— Expediente.—<br />
Correspondentes.<br />
O Jornal dos Romances — Recebemos<br />
o Número Programma d'este novo hebdomadário<br />
illustrado, que se publica 110 Porto.<br />
O summário do presente primeiro número é<br />
o seguinte :<br />
Texto —Joanninha, a costureira.—A cidade<br />
aérea.— O Jornal dos Romances.—Constâncio<br />
Enguiço.—Contos para creanças.—Conselhos e<br />
receitas.— Curiosidades.— Sciéncia prática.—<br />
Os cavalleiros da Rosa Vermelha. — Licção<br />
recreativa. — Divertimentos scientíficos.<br />
Gravuras— Joanninha, a costureira... Agarrou<br />
a creança toda embrulhada na coberta de<br />
sáda... — A cidade aérea... Olhavam pasmando<br />
e manifestando a sua surprêsa...— Os<br />
ovos giradores.<br />
Agradecemos a remessa e juntamente desejamos<br />
a esta publicação uma longa vida e<br />
muitas prosperidades.<br />
O Caminho — E êste o título de um<br />
novo jornal cujo primeiro núnero temos presente,<br />
e que nesta cidade vê a luz da publicidade.<br />
Pelo que deduzimos da sua leitura é mais<br />
um combatente que vem infileirar-se nos arraiaes<br />
socialistas, pugnando pelo advento d'um<br />
regimen de Egualdade e pela emancipação dos<br />
opprimidos.<br />
Muitas felicidades é o que do coração desejamos<br />
ao novo collega.<br />
A «Pieuvr
AMÊNDOAS<br />
Casa Innocencia<br />
91 —Rna Ferreira Borges —97<br />
C O I M B 1ÍA<br />
A mais antiga e a primeira neste<br />
género, premiada em diversas<br />
exposições.<br />
Grande sortimento de amêndoas<br />
e outros dôces, fabrico esmerado<br />
e preços resumidos com<br />
grandes descontos para os srs.<br />
revendedores<br />
Completo sortimento de todos<br />
os artigos de mercearia.<br />
Mandam-se tabellas de preços<br />
a quem as pedir.<br />
Manuel Antonio da Costa.<br />
2 A puro vinho branco<br />
w vende-se na rua da Trindade,<br />
27 e 29.<br />
Gasa para arrendar<br />
3 Ha rua das Sóllas n.° 13 e<br />
il 15, lója e dois andares,<br />
tratar desde já com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
n.° 6.<br />
Topico contra a coqueluche<br />
Medicamento ellicaz<br />
Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
Á venda nas principaes pharmacias.<br />
Depósito em Coimbra: M.<br />
Nazareth & Irmão. — Rua<br />
Ferreira Borges.<br />
de<br />
Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />
438—Porto.<br />
Preço do frasco, 400 réis.—<br />
Delo correio, 500 réis.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
RESISTENCIA — Quinta feira, 52 de março de 1897<br />
0 Remedio de AYER contra sezões—Febres<br />
intermitentes e bliosas<br />
Peitoral de Cereja de Ayer. 0 remédio mais<br />
seguro que ha para curar a Tosse Bronchite, Aslhcma<br />
e Tubérculos pulmonares.<br />
Frasco, 10000 réis meio frasco, 600 réis.<br />
Todos os remédios que ficam indicados sam altamente<br />
concentrados de maneira que sabem baratos, porque<br />
um vidro dura muito tempo.<br />
Pilnlas Cathartieas de Ayer.— O melhor<br />
purgativo, suave, inteiramente vegetal.<br />
0<br />
Frasco, l^OOO réis<br />
Vigor do Cabello<br />
DO DR. AYER,<br />
DE<br />
FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
DE<br />
João Gomes Moreira<br />
50, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
COIMBRA<br />
Tal HvdranliM • Grande depósito da Companhia Cabo Mon<br />
Vidl njUidlllllid. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras.<br />
Flprtriridarip p nntira Agéncia da casa R a m f<br />
Para a cura efficaz e prompta dàs<br />
Moléstias provenientes da im<br />
pureza do Sangue.<br />
TOINTICO Ol-^XEliSrT.A.TL<br />
>I:ii'
NO HORISONTE<br />
purêza e de energia indómita que caracterizam<br />
o pôvo boer. *<br />
x<br />
cimento que se prepara, preoccupese<br />
a opinião illustrada e séria para<br />
lhe tomar contas da sua negligência<br />
criminosa.<br />
Moralidade e economia<br />
Foi hoje que o Diário trouxe emfim,<br />
assignado pelo rei e pelos seus<br />
sete ministros, o decreto que nomeia<br />
uma commissão para proceder<br />
ao arrolamento de todos os empre-<br />
Carta de Lisboa<br />
Mas a lucta vae estalar; tudo o<br />
Do assumpto banal e indecorôso faz prever: —a guerra surda que<br />
da lucta eleitoral que se vem fe- nas trevas se têem movido, e os<br />
A índia pacificada gados que existam além dos dos<br />
rindo, tam repelidas vezes tratado preparativos béllicos que uns e ou-<br />
quadros. Segundo o relatório, o fim<br />
com as censuras acerbas d'aquelles tros estám fazendo.<br />
Da índia mandaram êste tele- do decreto é «adoptar^providências<br />
qne a lama política não salpica, e Nos últimos tempos têem entragramma: que ao mesmo tempo satisfaçam as<br />
coin os incentivos egoístas e intedo, ás tonelladas, no Transwaal as «Goa, 34, ás 5 e 3© t.— impreteriveis necessidades dos ser-<br />
Bandidos roubaram igreja Rarodá, maviços e conciliem a máxima parciresseiros<br />
dos que pretendem arran- munições, as armas, os equipamentaram mutilando homens e mulheres mónia nas despêsas com a justiça e<br />
jar a sua vida, passámos a chamar tos, todo o material, emfim, para Collena, e incendiaram o posto fiscal equidade que áquelles funccionários<br />
hoje a opinião para um aconteci- uma guerra próxima e decisiva. Os de Zuna.— (a) Presidente conselho go-<br />
possam assistir».<br />
vernativo».mento<br />
que se accentua no horisonte, inglêses têem concentrado na coló-<br />
Para affirmar que êsse decreto<br />
Este telegramma, completando<br />
de importância capital para a nossa nia do Gabo grandes provisões de<br />
representa'uma mystificação, basta<br />
as notícias recebidas anteriormente,<br />
vida política, para os interesses su- material de guerra, e em grande<br />
lembrar o que os progressistas fi-<br />
não mostra só o estado desgraçado<br />
periores do nosso país e, sem dú- uantidade continuam a ser expezeram<br />
com o sello e com o decreto<br />
em que se encontra a província ul-<br />
sôbre contabilidade, cuja execução<br />
vida, para o futuro da nossa naciodidas remessas novas. Forças militramarina, que ainda assim se es-<br />
dispensava êste.<br />
nalidade. E dizemos que é de capiares, lêem em mobilização já muicolhe para pretexto de festanças na-<br />
Mas ha ainda mais factos que<br />
tal importância êsse acontecimento, os milhares d'homens, dos regimencionaes e internacionaes.<br />
demonstram a moralidade da gente<br />
porque d'elle dependerá, talvez, o os d'infanteria, hussards, cavalla-<br />
Prova o qae tem sido a adminis-<br />
do sr. Luciano, em assumpto de<br />
ação da monarchia e o que ella é,<br />
podermos continuar a viver a vida ria, artilheria, duas companhias de<br />
empregados do Estado.<br />
com relação ao ultramar.<br />
social dos povos autónomos. sapadores e basto pessoal da admi-<br />
Merece ser registado um recen-<br />
Apparecida a revolta na índia,<br />
Referimo-nos á collisão que se nistração militar de saúde.<br />
temente conhecido nos seus porme-<br />
'oi mandado para lá o sr. Raphâel<br />
nores. *<br />
vem preparando, lenta mas segura- Tudo isto faz vêr que para breve d'Andrade. E apregooú-se que êsse^<br />
O art.° 102.° da lei orgânica do<br />
mente, entre a florescente e prós- se prepara uma lucta tremenda en-<br />
official, queimando povoações intá-<br />
ministério dos negócios exlrangeiras<br />
e convertendo soldados portupera<br />
república do Transwaal e a re a Inglaterra e o Transwaal, que<br />
ros declara que os officiaes do exérguêses<br />
em salteadores, tinha conse-<br />
poderosa e rapace Inglaterra. em por seu lado, a apoiá-lo, a Alcito<br />
e da armada não pódem ser<br />
guido a pacificação.<br />
nomeados cônsules, sem ter renun-<br />
A animosidade, ou, mais ainda, emanha.<br />
Averiguou-se que era mentira e<br />
ciado aos seus postos.<br />
o ódio inveterado que ao povo boer A situação^dfii.Portugal* perante oi subslituí-lo o sr. D. Affonso<br />
O art.° 136.° dá a preferência<br />
vota o inglês avaro e absorvente, esla lucta é das mais delicadas e Wolfando.<br />
para os consulados de 2.<br />
que sonha e prepara na África do melindrosas. Lourenço Marques está<br />
Logo houve quem jurasse que o<br />
irmão do rei encontraia o verda-<br />
Sul o seu mais vasto império, de ás portas da república transwaliadeiro<br />
systêma de pacificação:—por<br />
mais largo e promettedor futuro, é na, é, pôde dizer-se, a chave dos meio de bailes, de theatradas, de<br />
facto conhecido de lodos aquelles acontecimentos que se encastellam correrias de sporíman e de toda a<br />
que alguma attenção ligam ás ques- e nos ameaçam.<br />
qualidade de pândegas.<br />
tões coloniaes, e que vêem a lucta Qual deverá ser a nossa attitude Canonizou-se o heroe pela desco-<br />
tenacíssima que a Inglaterra sus- em presença do confliclo que se<br />
berta, mas esta não deu resultado.<br />
Com os podêres mais amplos,<br />
tenta no sentido do seu domínio )repara?<br />
assumiu entám o governo da pro-<br />
cada vez mais extenso e radicado Problema é êste tam grave e tam víncia o sr. Neves Ferreira, que se<br />
nas riquíssimas regiões da África complexo, que pode comprometter disse ter um infallivel elixir: — per-<br />
. austral. Captiva também as atlen- tam gravemente a nossa dignidade versidade para matar, a tôrto e a<br />
ções de todos o exforço prodigioso, como o nosso futuro, que se deverá direito, revoltosos e não revoltosos.<br />
soberbo de audácia, de energia e de impôr com um caracter de instante<br />
Fizeram-se, durante mêses, cen-<br />
tenacidade, que levou os boers á<br />
tenas de mortes, as mais bárbaras.<br />
urgente solução aos que têem<br />
A pacificação alli está: igrejas<br />
constituição da república transwa. obrigação de velar pelos nossos in- roubadas, postos fiscaes incendia-<br />
liara, que nasceu e se tem robusteresses, pelos nossos direitos e pela dos, mulheres e homens mutilados.<br />
tecido á custa unicamente da pru- nossa honra.<br />
dência e faculdades extranhas de Está de tal modo tensa a situa- D. Carlos de Bragança anda a<br />
• trabalho que constituem o fundo ção, que temos de esperar d'um gosar a primavera.<br />
ethnico do nobre pôvo dos Afri- momento para o outro o rompimen Chegou de Santa Suzanna e parcanders.<br />
to das hostilidades, a deflagração tiu para Vendas Novas, talvez para<br />
A ambição dominante dos i e- ios ódios represados e amontoados<br />
fugir á catecbese do presidente do<br />
seu conselho de ministros. Trajava<br />
ses nas sua lucubrações de política como explosivos devastadores. jaquêta, calça apertada—justa ao<br />
colonial, tem sido, incessantemen- E urgente, por isso, que a enca- feitio da perna, — chapéu molle, e<br />
te, a de esmagar, aniquillar aquelle rêmos com a frieza e serenidade sapatos de salto de prateleira.<br />
núcleo de resistência forte e pode- dos grandes lances, mas também Foi em comboio especial.<br />
rosa, que se vem oppondo ás suas com a decisão, a energia e a intre- Como se sabe, apesar do tam<br />
tentativas constantes de predomínio pidêz de quem, tendo de ser neu célebre aviso prévio com que o sr.<br />
e de expansão.<br />
trai, não está disposto a ser joguê- Beirão quis mimosear a imprensa<br />
Têem-se succedido as arremellite de qualquer das partes belige- republicana, fôram querellados dois<br />
das, pela corrupção, pela astúcia e rantes.<br />
jornaes d'êste partido.<br />
pela violência. A todas tem sabido<br />
Foi restabelecida a concórdia en-<br />
oppôr-se e resistir a inflexível ener Eis um assumpto bem digno de<br />
tre as rãs que chafurdavam no charco<br />
do Nyassa, e nomeados quatro<br />
gia d'aquelle pôvo forte, juvenil e absorver as attenções do governo,<br />
novos administradores progressis-<br />
audaz.<br />
e bem mais á altura da sua funcção tas, um dos quaes foi o iniciador da<br />
E o Transwaal tem florescido do que cuidar de saber qual será o campanha de moralidade contra a<br />
prodigiosamente na ubérrima ferti deputado que ha de fazer eleger companhia do dito charco.<br />
lidade do seu solo, na riquêza in por Paio Pires ou Pico de Regala- Vergonha, dignidade do po»<br />
exhaurivel das suas minas d'ouro dos.<br />
dêr, desappareceu. Acabou tudo.<br />
Ninguém sabe onde isto irá<br />
e, principalmente, nas qualidades Mas se o governo se não preoc- parar, (Correio da Noite, de 29 de<br />
priaiaciaes de caracter, de brio, de cupar com o alarmante do aconte- outubro de 1895.)<br />
a classe<br />
aos cônsules de l. a que os queiram.<br />
O art.° 101.° diz que d'entre os<br />
candidatos legalmente habilitados<br />
serám nomeados primeiro os mais<br />
bem classificados por concurso.<br />
O decreto de 12 de novembro de<br />
1891 supprimiu o consulado no<br />
Japão, que era de 2. a classe.<br />
Pois o sr. Batalha de Freitas,<br />
official da armada, ex-secretário do<br />
sr. Hintze, foi nomeado cônsul do<br />
Japão, sem ter renunciado ao seu<br />
posto na armada, havendo um regimento<br />
de cônsules de l. a que acceitariam<br />
êsse consulado com a melhor<br />
vontade e havendo emfim candidatos<br />
a consulados de 2. a J30 d.e março<br />
Expira a semana, sem nada de<br />
extranho nem de interessante.<br />
Nenhuma alteração d'habitos e a<br />
mesma mesquinhêz dentro da política.<br />
Mulheres esfaqueadas como aquella<br />
que o amante prostrou na travessa<br />
do Pastelleiro; o thesouro, apesar<br />
d'exhausto, saqueado como o<br />
tem sido sempre, e a liberdade aos<br />
pontapés dos monárchicos como a<br />
honra na consciência dos salteadores.<br />
O habitual relaxamento e a velha<br />
semsaboria.<br />
x<br />
A preoccupação do ministério não<br />
mostra ser, como por seu interesse<br />
era natural que fôsse, a questão<br />
económica, que, affectando a nação,<br />
affecta também muito primordialmente<br />
a monarchia, como parasita<br />
do dinheiro de todos nós.<br />
Não se aventa um único projecto<br />
que vise sériamente a melhorar as<br />
circunstâncias financeiras.<br />
Não se descobre sequer a tentaiva<br />
d'um plano que possa evitar<br />
afílicções imminentes.<br />
A comédia eleitoral absorve em<br />
absoluto, neste momento, as attenções<br />
da governança.<br />
Os mmistros, em vez de estudar<br />
os meios de evitar d'alguma forma<br />
os perigos próximos, conferenciam<br />
com os governadores civis, com<br />
commissões d'influentes locaes, por<br />
último com galopins, e exgotam-se<br />
a meditar sobre a forma de valer a<br />
oda essa gente.<br />
Assim succede que o noticiário<br />
dos jornaes officiosos, em vez de<br />
nos dar conta de medidas que venham,<br />
sem injustiças nem vexames,<br />
augmentar as receitas, ou d'outras<br />
que traduzam um cerceamento de<br />
despêsas supérfluas, diz-nos meramente<br />
que se projectam estradas,<br />
classe que fulanos e beltranos foram no-<br />
com a melhor classificação. meados para êste ou aquelle lugar,<br />
A nomeação foi feita pelos rege- e que em determinados tempos vam<br />
neradores, na agonia.<br />
emprehender-se certos melhoramen-<br />
Mas os progressistas, que, pelas tos á custa do thesouro.<br />
disposições de lei citadas e ainda Por isso acontece ainda que a<br />
pelo decreto de contabilidade, po leitura dos mesmos jornaes nos diz<br />
diam e deviam annullá-la, não o fi- que por êsse país fóra se desenrozeram<br />
nem farám.<br />
lam scenas mansas de facadas entre<br />
Perfeitíssima moralidade! progressistas e regeneradores—úni-<br />
Tal e qual como a que existia cos concorrentes, felizmente, á far-<br />
d'antes no Pinhal d'Azambuja. çada em projecto.<br />
Espectadores que sômos, assistamos,<br />
registrêmos e cuspamos so-<br />
Diz o Diário Popular que as<br />
bre essas manifestações de sordidêz<br />
exigências dos póvos, quando se<br />
monárchica.<br />
approximam épochas de eleições,<br />
X<br />
sam enormes; e que se fôssem satisfeitas<br />
todas as exigências eleito- Entretanto os perigos e as verraes,<br />
seria sem nunca acabar. Para gonhas amontoam-se e accumuexemplificar,<br />
diz que Taboaço pre 1am-se.<br />
tende uma ponte sôbre o Douro que Surge-nos, por exemplo, quasi<br />
custa 100 contos e uma estrada despercebida a notícia de que um<br />
que custara 75.<br />
sr. Chapuy, íntimo de Rotschild,<br />
Se é a única occasião que os póvos vem inspeccionar as linhas férreas<br />
lêem de arrancar aos governos con- do Estado — Minho e Douro e Sul<br />
cessões e garantias, não pôde levar- e Sueste —, porque um grupo de<br />
se-lhes a mal que as aproveitem. syndicateiros francêses, Rotschild á<br />
Partiu de cima o exemplo das frente, deseja fazer uma transacção<br />
traficáncias políticas; não nos ad- sobre essas linhas.<br />
mirêmos se o civismo dos póvos é O rendimento d'ellas constitue,<br />
mercadoria com (jue se trafique, como é sabido, o nosso único ren-
Mentiras progressistas<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
Litteratura e Arte<br />
dimento livre. O resto, se não está<br />
bypothecado, está vendido.<br />
Razões de sobra havia para que<br />
a notícia relevasse,, a fazer vibrar<br />
sentimentos d'honra e instinctos de O partido progressista está bur-<br />
conservação.<br />
lando os seus partidários, os seus<br />
Mas passa despercebida como to- amigos e todos os que tiveram a indas<br />
as outras do mesmo género. genuidade de crêr nas suas promessas,<br />
por occasião do movimento de<br />
x<br />
revolta que em 1895 começou de<br />
Despercebida passa esl'outra. E esbracejai por êsse país fóra.<br />
em outro país faria barulho :—que O partido progressista está faltan-<br />
os fornecedores da câmara de Lisdo a todos os compromissos tomaboa<br />
pediram as suas dívidas por dos quando o ostracismo a que o seu<br />
fornecimentos dos annos de 1893, rei<br />
1894, 1895 e 1896, e estám dispostos<br />
a executá-la.<br />
O ouro é sobremodo eloquente.<br />
A primeira câmara do país — a<br />
da capital —, apesar de tutellada<br />
como uma demente, dada por interdictâ<br />
e como tal administrada<br />
pelo governo, vê-se em perigo de<br />
ser executada, porque não paga aos<br />
seus credôres1<br />
Gomo symptoma de relaxamento<br />
e de podridão, não pode exigir-se<br />
melhor nem mais eloquente.<br />
Sabido que êsse agrupamento<br />
representa um dos sustentáculos da<br />
corôa, que, segundo corre, se impõe<br />
contra a sua dissolução, o valor<br />
do facto é tanto maior, porque<br />
pode -dizer-se que vae começar a<br />
execução da monarchia.<br />
x<br />
Ham de lembrar-se que, obtida<br />
a cotação das obrigações da Companhia<br />
real nas condições que entám<br />
se revelaram — encargos de<br />
momento e encargos permanentes,<br />
— se propalou logo que taes papeis<br />
não se demorariam muito em poder<br />
do governo.<br />
Os progressistas commentaram a<br />
notícia com a rhetórica do estvloeschóla<br />
romântica avariada.<br />
Agora noticia a imprensa extrangeira<br />
que no Crédit Lyonnais, em<br />
Paris, se encontram algumas d'essas<br />
obrigações.<br />
Prova-se, pois, d'esta vez a<br />
causa do desespero dos progressistas<br />
na opposição.<br />
.... Queriam que as obrigações<br />
fôssem vendidas, mas não pelos regeneradores.<br />
.... Queriam vendê-las, elles,<br />
para valer ás respectivas barrigas<br />
esvasiadas, com sete annos deposição.<br />
F. B.<br />
—<br />
Deve sair brevemente no Diário<br />
do Governo o decreto que fixa o dia<br />
2 de maio para as pseudo-èleições<br />
de deputados.<br />
Apesar do tempo relativamente<br />
longo que ainda medeia, trabalhase<br />
activamente em todo o país para<br />
a lucta que vae ferir-se nos arraiaes<br />
monárchicos.<br />
Após os doestos e os insultos<br />
com que os progressistas mimosearam<br />
a lei eleitoral e os seus auctores,<br />
vem a consumação da mais<br />
flagrante das incoheréncias que podiam<br />
germinar no bestunto dos actuaes<br />
governantes.<br />
Tudo para glória e lustre dos<br />
vassallos do sr. D. Carlos de Bragança,<br />
que continuam assistindo a<br />
todo este desfazer de feira, sem um<br />
protesto suficientemente digno em<br />
nome dos brios e da dignidade de<br />
utr.a nação offendida.<br />
E o pôvo continúa esbogalhando<br />
os olhos á espera das cebôlas do<br />
Egypto...<br />
Cumprimentámos o nosso collega<br />
Jornal de Anadia pela entrada no<br />
seu oitavo anno de publicação»<br />
: iníqua álei d'imprensa; increpou de<br />
infame a lei eleitoral; accusou de<br />
tôrpe e indigna a reforma da polícia;<br />
alcunhou de traidor o sr. de Soveral;<br />
escarneceu c ameaçou o rei;<br />
atora outros muitos nomes feios<br />
com que chrismou toda a obra dos<br />
gabinetes que precederam o seu.<br />
Mal se viu guindado ás alturas a<br />
que tam instantemente pedia a Deus<br />
e ao Diabo o ajudassem a subir,<br />
nada fez que fôsse coherente com<br />
todas as suas palavras. Dissolveu as<br />
côrtes; fez sua a lei d'imprensa; per-<br />
—e nosso, infelizmente—o vofilhou a lei eleitoral; acatou a refortara<br />
o estava ameaçando de nunca ma da polícia; reintegrou no seu lo-<br />
mais conseguir metter a faca no gar o sr. de Soveral; e renegou to-<br />
queijo do podêr.<br />
dos os nomes feios com que alcu-<br />
O partido progressista está canhara a obra dos seus antecessores,<br />
çoando com todos os princípios que, engulindo tudo quanto dissera e fi-<br />
por ordem do chefe, os si ns tribunos zera, caçoando ainda por cima com<br />
andaram apregoando em dezenas a ingenuidade dos que o acredita-<br />
de comícios' realizados pelas terras ram.<br />
mais importantes do país,<br />
As promessas de s. ex.<br />
Desde 1890 até meados de fevereiro<br />
de 1897 que o partido progressista<br />
andou promeltendo mundos<br />
e fundos a todo o país, dado o<br />
caso que a inconsciência d'um pôvo<br />
explorado permiltissaque, mais uma<br />
voz, a sua gente penetrasse os humbraes<br />
do ambicionado podêr.<br />
Desde 1890 até meados de fevereiro<br />
de 1897 que o partido progressista,<br />
ainda não contente com o<br />
idtimatum que a sua gerência governativa<br />
permiltiu que a Inglaterra<br />
"nos atirasse á cara, andou apregoando<br />
a sua penitência dos males<br />
que lhe imputavam, atlrftuindo-se<br />
o propósito de caminhar por novoá<br />
e seguros atalhos governativos, uma<br />
vez que o ânimo assustadiço do rei<br />
temendo as suas invectivas e os<br />
seus incitamentos á Revolução dentro<br />
da ordem, o investisse nas<br />
funcções de que se achava incum<br />
bido o sr. Hintze Ribeiro e os seus<br />
homens.<br />
Talvez que as suas promessas<br />
conseguissem calar no ânimo de alguns<br />
d'entre os que escutaram tudo<br />
isso que os lábios dós seus tribunos<br />
nunca duvidaram expôr mas de<br />
que nunca a sua alma se achou<br />
suficientemente possuída. Creiam<br />
que não fômos d'êsses.<br />
E não fômos, não só porque soubéssemos<br />
o quanto sam falliveis as<br />
promessas dos desherdados da Fortuna<br />
quando tentam escalar de novo<br />
os seus favores, mas, e principalmente,<br />
porque nada se nos dava<br />
com as violações da tal Carta Constitucional<br />
que nenhuma garantia<br />
pôde offerecer a um pôvo contra a<br />
loucura ou a insensatêz de qualquer<br />
adventício que a inconveniência do<br />
Destino houver por bem collocarlhe<br />
á frente.<br />
Além d'isso, o partido progressista,<br />
entám em guerra franca e declarada<br />
contra o gabinete Hinlze-<br />
Franco, nenhuma prova de confiança<br />
poderia offerecer ao cidadão mais<br />
fácil de contentar, por isso que tinha<br />
e tem em aberto contas tam<br />
pouco abonatórias do seu procedimento<br />
futuro como qualquer dos<br />
ministros d'êsse tempo. Ha até quem<br />
diga que sarn peiores. ..<br />
Hintze tem a cobrí-lo o tratado<br />
de 20 de Agosto; mas José Luciano<br />
tem também, como padrão da sua<br />
glória e attestado de. bom comportamento,<br />
a submissão covarde ao<br />
ultirnatum de 1890.<br />
Estám, pois, em paridade de circunstâncias.<br />
Cumprimentem-se a sério<br />
porque nem um nem outro se<br />
pode rir...<br />
O sr. José Luciano, pela bôcca dos<br />
seus delegados, vociferou contra a<br />
dissolução das côrtes em que a sua<br />
minoria quasi se ía constituindo em<br />
assembléa do jogo da pèlla; chamou<br />
a EM LEILÃO<br />
• •<br />
Eslá a liquidar isto tudo.<br />
A PRONÚNCIA DO LATIM<br />
Depois de tèrêm alienado ecom-<br />
i<br />
promeltido Jodõs os recursos do<br />
A propósito d'uma das modifica- país, restava-nos ainda um pouco—<br />
ções, não a única, nem por certo a as linlras férreas do Estado.—De-<br />
principal, no modo de estudar e nunciado, porém, & última hora,<br />
ensinar o latim, levantou-se uma apesar dós desmentidos das folhas<br />
celeuma que, pelo modo como se officiaes, que o governo pensa em<br />
tem manifestado, bem revela a des- hypothecar a um grupo financeiro<br />
orientação e .atraso em que se en- de Paris o rendimento das suas licontram<br />
mesmo aquelles a quem nhas férreas.<br />
as suets obrigações profissionaes im- Chegou a Lisboa, e foi logo conpunham<br />
o dever de acompanhar a ferenciar com o ministro da fazenda,<br />
sciéncia no seu constante caminhar. um engenheiro francês encarregado,<br />
Tratando-se de um assumpto scien- ao que dizem, de inspeccionar o<br />
tífico, parece que só no campo da material fixo e circulante das linhas<br />
argumentação serena devia ser tra- do Estado e de avaliar quaes as<br />
tado. Mas aconteceu precisamente suas condições de prosperidade para<br />
o contrário: a questão foi deslocada garantia d'um novo empréstimo.<br />
para o campo faceio, galhofeiro, Desmentem as folhas do governo<br />
como se fosse êste o processo de estas notícias"alarmanles; mas tanto<br />
discutir malérias scienlíficas." Po- é o crédito dos governos português es j<br />
estám de dem os adeptos da leitura normal que quanto mais desmentem mais<br />
pé, bem presentes ao espírito de do latim não ler razão; podem confirmam, na opinião de todos.<br />
quem as leu nos seus jornaes, e de ter-se deixado arrastar por doutri- Eslâmos, pois, em vésperas de,<br />
quem as ouviu nos seus comícios. nas inacceitaveis, posto que sejam para continuação da orgia monár-<br />
Promessas de melhor vida e afirma- defendidas por escriptores de gran- chica e satisfazer aos inconfessáveis<br />
tivas revolucionárias estám ainda pa- 'de nome; — mas neste caso venha a interesses dos bandos políticos, fitentes<br />
na memória de todos. crítica serena demonstrar o erro carmos sem o pouco que nos restava<br />
O sr. José Luciano eslá no podêr; em que laboram.<br />
desonerado e livre.<br />
e até hoje, que me conste, ainda O assumpto presta-se a discussão De maneira que, esse governo de<br />
aquellas se não cumpriram. e lá fóra tem elle sido largamente moralidade e economia continúa,<br />
Resta, conseguintemente, ao país, debatido. Pois bem, porque se não como era de esperar, os mesmos<br />
converter estas últimas em factos. ha de discutir entre nós?<br />
processos de administração que têem<br />
O que de modo algum pôde arruinado o país—comprometter o<br />
admillir-se é que indivíduos com- futuro por mais uns dias de bam-<br />
BRITO CAMACHO pletamente alheios a tudo o que bochata garantida.<br />
sobre esta especialidade ha escripto,<br />
Vem a Coimbra na próxima quar-<br />
Ham de ser sempre os mesmos,<br />
venham com o atrevimento peculiar<br />
ta feira, a assistir á récita de des-<br />
os homens da monarchia, enquanto<br />
da ignorância, armando á risada<br />
pedida do curso do 5.° anno, a con-<br />
o país se não resolver a limpar-se<br />
alvar dos inconscientes, chasquear<br />
vite do nosso amigo sr. Paes Go-<br />
do parasitismo monárchico.<br />
sobre assumptos sérios que exigem<br />
• • •<br />
mes, o talentoso e vibrante jorna-<br />
competência e estudo. Sim, porque<br />
lista republicano, e nosso querido<br />
elles, não sabem; sam elles que<br />
amigo dr. Brito Camacho, que lodo<br />
implicitamente o confessam pelo C E E T A<br />
o país conhece tanlo pela nobrêza<br />
assombro e extranheza que lhes<br />
e integridade do seu caracter, como<br />
causou a nova pronúncia do latim. Proclamado e estabelecido o blo-<br />
pelo relevo sçintillante do seu espírito.<br />
Apezar de tudo a questão foi<br />
queio na ilha de Creta, resta espe-<br />
collocada no terreno da galhofa.<br />
rar os resultados que possam surgir<br />
da queslão em que a Europa se<br />
Cabe á Correspondência de Coim-<br />
acha empenhada.<br />
Ha bem poucos dias o Tribuno bra, tam douta e tam conspícua, a<br />
Popular disse do sr. Castro Maltoso glória de ter dado, primeiro, a nota<br />
Por enquanto, nada de anormal<br />
Côrte-Real coisas extraordinárias— jocosa, fazendo-se echo das pales-<br />
se tem produzido que possa deixar- ><br />
que elle é estimado, querido e restras animadas e mordentes em que<br />
nos entrevêr taes consequências.<br />
peitado de todos, e que o círculo andavam a par, a Facécia e a<br />
A attilude enérgica e altiva da<br />
por onde o magnate, agora progres- Ignorância. Não encontrou quem a<br />
Grécia continúa despertando as. mais<br />
sista, vae ser eleito o conhece bem secundasse e a crítica continúa cir-<br />
vivas sympathias em todo o públi-<br />
e aos seus serviços.<br />
cunscripla aos centros de cavaco<br />
co europeu, que d'alma e coração<br />
Pois para que se avalie melhor irresponsáveis e anónymos.<br />
tem acompanhado as diversas phases<br />
que o espírito d'aquelle peque-<br />
ainda do quanto ha de levantado Decorre um anno e surge a<br />
no pôvo tem atravessado desde o<br />
e nobre e brioso naquelle caracter, questão nas Novidades, mas no mes-<br />
início da questão até hoje.<br />
além do que se sabe, saiba-se mais mo tom, e é tal a falta de pudor<br />
o seguinte:<br />
scienlífico que nem os alegres gaze-<br />
Em Portugal, mormente na clas-<br />
Consta que o lealíssimo prócere tilheiros dalguns jornaes se pouse<br />
académica, tem também encon-<br />
progressista, que na opposição abanparam ao prazer de cantar em<br />
trado echo a manifestação de viridonou<br />
o seu chefe, seu irmão, para versos brejeiros taes doutrinas.<br />
lidade d'essa nação que não duvidou<br />
assumir, por si só, as respon-<br />
se bandear com o adversário odiado,<br />
sabilidades d'uma resistência con-<br />
— sr. João Franco, e que agora se<br />
tra a tyrannia oppressôra das po-<br />
apresenta candidato governamental<br />
tências europêas.<br />
por Coimbra, em outros círculos<br />
Coimbra, Lisboa e Porto bem<br />
anda auxiliando a. opposição, fa-<br />
claramente se têem manifestado,chezendo<br />
o jôgo do sr. João Franco.<br />
gando eslas últimas a irradiar para<br />
Consta, relativamente a alguns<br />
a praça pública todo o calôr do seu<br />
círculos, mas sabemos positivamente<br />
enlhusiasmo.<br />
que assim acontece no círculo da<br />
Segundo as opiniões da maior<br />
Feira.<br />
parte dos estadistas europeus na<br />
Vá mais esta nota para a bio-<br />
disponibilidade do podêr nenhuma<br />
graphia luminosa do leal progres-<br />
das grandes nações que intervieram<br />
sista, estimado, querido e respeitado<br />
em tal assumpto tem procedido de<br />
de todos.<br />
ânimo sereno e seguro aviso. Ê Bis-<br />
O círculo conhece-o. Se comarck<br />
quem agora acaba de maninhece.<br />
.»<br />
feslar-se em tal sentido, reprovando<br />
a conducta seguida pela Alle-<br />
Na segunda feira da última semana<br />
manha.<br />
o sr. tenente-coronei Francisco Augus<br />
A Inglaterra, pelo seu lado, tal-<br />
to Martins de Carvalho, filho do nosso<br />
vez influenciada pelas opiniões de<br />
venerando correligionário sr. Joaquim<br />
Gladstone expendidas no folhêto de<br />
Martins de Carvalho, foi vlctima d'um<br />
desástre, na cidade de Tavira onde<br />
que ha dias falíamos, parece não<br />
actualmente se encontra de guarnição.<br />
querer annuir ao projecto de.blo-<br />
Devido á falta de illuminação, aquelqueio<br />
dos portos grêgos, contentanle<br />
senhor tombou dentro d'um fôsso<br />
do-se com a interferência nos acon-<br />
que se achava aberto, sem vedação de<br />
tecimentos da ilha de Creta, e pon-<br />
espécie alguma, e ficou bastante magoado<br />
no peito e na rótula do joelbo<br />
do assim de parte os interesse?<br />
direito.<br />
turco-grêgos,<br />
Assim collocada a questão era<br />
impossível entrar nella.<br />
Mas no meio de todos os descabidos<br />
gracejos com que a crítica<br />
anónyma alvejava os propugnadores<br />
da leitura normal do latim,<br />
publicou o sr. A. Coelho uma carta<br />
em que põe a questão nos devidos<br />
termos, tornando possivel a discussão,<br />
que está aberla nas Novidades<br />
e no Primeiro de Janeiro:<br />
A competência dos homens de<br />
estudo e de trabalho que nessa discussão<br />
estám empenhados, garante<br />
que sobre lai assumpto se fará toda<br />
a luz.. . com o que só terám a<br />
lucrar, sem esforço e sem fadiga,<br />
aquelles que entre jocosidades e<br />
zombarias se permitlem alardear<br />
de pimpões, revelando simplesmente<br />
a sua inconsciência.<br />
E se estes virem que alguma razão<br />
lêem as suas aggressões. é tempo<br />
agora de serenamente discutir.<br />
Nós acompanharêmos a discussão<br />
e iremos pondo o nosso público ao<br />
corrente das phases por que esta<br />
questão for passando.<br />
Ti
Será isto o começo da victória do<br />
brioso pôvo hellénico ?<br />
Talvez.<br />
•Os acontecimentos, porém, ham<br />
de encarrffgar-se da*solução do conílicto,<br />
talvez do modo mais pacífico,<br />
repellindo ,a tyrannia turca, e auxiliando<br />
quanto possivel o extremo<br />
Oriente na libertação do jugo selvagem<br />
que sobre elle tem pesado.<br />
3i Folhetim da RESISTENCIA<br />
ALÉXIS BOUVIER<br />
0 casamento ta forçado<br />
SEGUNDA PARTE<br />
A casa Itcrard «& C'. a<br />
Uma carta<br />
— Uma hora antes do assassinato...<br />
Em frente da casa do baile... quando<br />
o Carpinteiro o deitou ao chão, contou<br />
a Linotte depressa e como que hallu-<br />
cinada... deitou-o a terra... a cabeça<br />
do meu pobre Jacques batteu na<br />
aresta do passeio... Encheu-se de<br />
sangue... vejo-o ainda hoje como<br />
quando nos encontrou á esquina da<br />
ponte—a Ggura estava coberta d'uma<br />
máscara de sangue. Foi a tempestade<br />
e a chuva que me fizeram reconhecer...<br />
Na audiência a ferida fechada ainda ha<br />
pouco tempo era vermelha... Vês tu<br />
a cicatriz que se estende desde o olho<br />
até aos cabrllos?<br />
— Esta cicatriz? e o barão indicou<br />
com a unha a lioha que atravessava a<br />
testa do retrato.<br />
do thealro saberá tormá-las na devida<br />
conta e desaggravar airosamente<br />
o nosso collega ofendido na sua dignidade<br />
profissional.<br />
RESISTÊNCIA- Domingo, 28 de março de 1897<br />
Os mesmos processos postos em<br />
prática pelo gabinêtedosr. Cánovas<br />
e o mesmo resultado que o até<br />
aqui obtido na revolta do Occi-<br />
Cuba e Filippinas<br />
dente.<br />
Hoje, os telegrammas officiaes<br />
dão como suffocada a insurreição.<br />
A'manhã, os insurrectos, apezar de<br />
dizimados e derrotados hoje, offe-<br />
Apesar dos trezentos mil homens<br />
recem um combate em que abando-<br />
que a Hespanha tem amontoados<br />
x<br />
naram o campo juncado de dezenas<br />
nos matadouros de Cuba, a face<br />
de cadáveres. Depois, novas derro-<br />
Seguem os últimos tolegrammas:<br />
dos acontecimentos ainda não se<br />
tas, novos planos executados pelos<br />
mostrou favoravel para a nação<br />
seus generaes.<br />
Athenas, 36, o.— O príncipe visinha.<br />
Constantino, duque de Esparta, her-<br />
E no fim de toda esla dança<br />
Annunciam-se officialmente derdeiro<br />
do thróuo da Grécia, deteve-se<br />
e contradança de victória e desasrotas<br />
sobre derrotas infligidas aos<br />
na sua viagem á Thessâlia. Não chetres,<br />
de triumphos e de humilhações,<br />
gará provavelmente alli antes de 4 insurgentes pelas tropas hespanho-<br />
vem o eterno estribilho: «E' neces-<br />
ou 5 dias.<br />
las, e, mau grado todas essas<br />
sário mais um contingente de tro-<br />
Athenas, 26, n.—0 governo communicações, Cuba continúa lu-<br />
hellénico entregou hoje aos represenpas»;<br />
e lá vão mais cinco, dez,<br />
ctando pela sua independência com<br />
tantes das potências um protesto con-<br />
quinze ou vinte mil homens a auxi-<br />
a consciência e a tranquillidade<br />
tra o bloqueio de Creta.<br />
liar dezenas de milhares que já lá<br />
Canéa, 3©, n. — Os inglezes que usa dar a posse do direito.<br />
eslám entoando diariamente os hy-<br />
desembarcaram em Herakleion. Tam- . Se essas informações, denomimnos<br />
do triumpho.<br />
bém desembarcaram em Rethymo 400 nadas officiaes, sam verdadeiras,<br />
soldados russos.<br />
como o devem ser todas aquellas<br />
Infelizmente, a verdade é esta.<br />
O almirante Sami-pachá desembar- que os govprnos de qualquer nação<br />
E a orgulhosa Hespanha verga-se<br />
cou aqui com munições.<br />
Em roda de Tchicalária e Nerokouro sam obrigados a fornecer á opinião<br />
humilhada a todos estes caprichos<br />
recomeçou esta manhã o combate, du pública, mui fraco juizo se poderá<br />
dos seus governantes, sem um acto<br />
rantii todo o dia.<br />
formar da perícia dos delegados<br />
de energia que pônha côbro ao<br />
Os gregos que occupam o blockhaus do governo hespanhol.<br />
tripudiar infame dos ministros da<br />
de Malaxa, fizeram fogo sobre a esqua-<br />
monarchia 1...<br />
dra turca fnndeada na bahia de Suda. Se o não sam, para quê emballar<br />
o espirito nacional n'um berço de<br />
Theatro Príncipe Real<br />
fagueiras illusões que a dura realidade<br />
lançará ámanhã por terra,<br />
incitando um povo inteiro, illudido Noticias diversas<br />
traiçoeiramente durante annos, a<br />
Appella o nosso collega Com-<br />
uma revolta legítima de dôr e de- Partiu para Paris e Londres, a conmércio<br />
de Coimbra, no seu úllimo<br />
cepção?-cluir<br />
umas negociações relativas á sua<br />
número, para a solidariedade da<br />
companhia do Nyassa, o sr. António<br />
imprensa d'esta cidade, contra a<br />
E' que os governos monárchicos,<br />
Centeno.<br />
imposição feita áquella redacção<br />
pesando bem as incertezas do fu- Preparem se os accionistas, que o<br />
pelo actual emprezário do thealro<br />
turo, só pensam na sua conservação, golpe deve estar immineute.<br />
Príncipe Real, na parte que diz<br />
e na do ihrono que representam,<br />
respeito ás críticas lheatraes.<br />
durante os dias que vão decorrendo,<br />
embora essa conservação seja levada Continúa doente o sr. Pedro Monteiro<br />
O facto é o seguinte:<br />
a effeito á custa das maiores villa- Caslello-Branco, venerando chefe do<br />
Aquelle nosso collega entendeu<br />
nias e dos mais traiçoeiros embus- partido progressista de Coimbra.<br />
em sua consciência que a compa-<br />
Desejamos as melhoras de s. ex.<br />
tes.nhia<br />
acrobática que ha pouco ahi<br />
Por isso o governo hespanhol<br />
esteve não apresentava trabalho al-<br />
está illudindo a opinião pública do<br />
gum que merecesse os seus elogios.<br />
seu país, velando pela manutenção<br />
Nesle sentido bordou algumas con-<br />
epIMmera do ihrôno de Affonso XIII.<br />
siderações que desagradaram ao<br />
E essa illusão, a mentira com que<br />
senhor emprezário, e êste, conside-<br />
êsse governo eslá alimentando a<br />
rando a cessão do bilhete como<br />
opinião, é traição que ha de cuslarfavor<br />
que lhe daria jus aos maiores<br />
Ihe bem caro e que lia de lançar<br />
encómios, houve por bem recusar-<br />
por terra todas as considerações<br />
lh'o d'entám em diante, ofendendo<br />
que possam ter mergulhado no pân-<br />
assim a dignidade do nosso collega.<br />
tano da covardia o espírito do or-<br />
Gomo julgamos de todo o ponlo gulhoso povo da nação vizinha.<br />
justíssimas as reclamações que êste<br />
formula perante o público e a im-<br />
x<br />
prensa local, não duvidamos apoiá- Cuba foi um exemplo<br />
las, certos deque o actual emprezário Filippinas.<br />
para as<br />
a .<br />
Por notícias recebidas de Lisboa,<br />
consta-nos que a tuna académica d'alli<br />
tenciona partir para esta cidade no<br />
próximo sábbado 3 d'abril, acompanhada<br />
por grande número de estudantes.<br />
Os académicos d'aqui preparam lhe<br />
uma festiva e enthusiástica recepção.<br />
Ém uma casa da rua do Arco do Ivo,<br />
pertencente ao sr. Luís Ruivo, caiu,<br />
hontem, d'um andaime em que andava<br />
trabalhando, o pedreiro conhecido<br />
pela alcunha de 0 Paisano, fracturando<br />
um braço e uma perna. "<br />
Foi transportado em maca ao hospital,<br />
onde ficou em tratamentn.<br />
Aproveitamos a occasião p ra lem<br />
brar, mais uma vez ao sr. director das<br />
obras públicas d'este districto o cumprimento<br />
dos seus deveres officiaes.<br />
Apesar das repetidas instâncias que<br />
a ésse funccionário têem sido feitas<br />
por mais d'uma vez peios mestres de<br />
obras, devidamente habilitados, ainda<br />
até hoje os factos não vieram mostrarnos<br />
o cumprimento da lei estabelecida<br />
para garantia dos operários. É portanto<br />
ao sr. director das obras públicas<br />
d'este districto quo devem cabêr todas<br />
as responsabilidades de desastres d'esta<br />
ordem, a que s. ex. a , numa indiferença<br />
criminosa, não tenta sequér pôr<br />
côbro.<br />
Está nesta cidade o sr. dr. Julio<br />
Cesar Lucas, distincto clinico em Constância.<br />
S. ex. a veio assistir ao doutoramento<br />
de seu presado irmão o sr. dr. António<br />
dos Santos Lucas, que se realizou hoje.<br />
Encontra-se doente, na Figueira da<br />
Fóz, o commissàrio de policia d'esta<br />
cidade, sr. dr. Peilro Ferrão.<br />
Foi aberto"o testamento,da sr. a D.<br />
Amália Santiago, ha poucu fallecida em<br />
Condeixa, como já noticiámos.<br />
Nêsse testamento, feito em Lisboa<br />
poucos dias antes da sua retirada d'aquella<br />
cidade, lega a finada a terça<br />
parte das suas jóias a seu filho sr. Manuel<br />
Ramalho, sendo distribuídas por<br />
todos os outros filhos as pratas, moveis,<br />
roupas e outros valôres. "<br />
0 novo matadouro deverá ser inaugurado<br />
no domingo de Páschoa. -<br />
No Theatro anatómico só hontem foi<br />
autópsiado o cadaver da rapariga Maria<br />
da Piedade, que, como dissémos,<br />
foi encontrada morta no Choupal, na<br />
última quarta feira.<br />
Foi feita pelos srs. drs. Teixeira de<br />
Carvalho e Basilio Freire que nada mais<br />
poderam contestar além de morte por<br />
submersão, em vista do adiantado estado<br />
de decomposição do cadaver.<br />
0 .general commandante da segunda<br />
divisão, sr. Gama Sepúlveda, que,<br />
como dissémos, se encontra nesta cidade,<br />
em inspecção ao regimento d'irifanteria<br />
23, passou na última sexta<br />
feira, no largo de D. Luiz, uma revista<br />
em ordem de marcha aquelle regimento.<br />
S. eX a mostrou-se deveras meticuloso<br />
no exame que passou ás tropas,<br />
parecendo encontrar-se bastante satisfeito<br />
pelo estado de aceio em que as<br />
encontrou.<br />
Consta-nos que ámanhã, pelas 4 ho-<br />
Commissão districtal de Coimbra<br />
Acta da sessão de 26 de marco<br />
de 1897<br />
Presentes o ex. mo governador civil,<br />
dr. "Manuel Pereira Dias, presidente, e<br />
vogaes, auditor administrativo bacharel<br />
Manuel Pereira Machado, bacharel<br />
Hermano José Ferreira de Carvalho,<br />
Antonio José da Silva Poiares, e Ruben<br />
Augusto d'Almeida Araujo Pinto,<br />
bem como o official da secretaria do<br />
Governo Civil, commendador Aitbur<br />
Eduardo Manso Preto, servindo de agente<br />
do Ministério Público.»<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão<br />
anterior.<br />
Concedeu subsídios de lactação por<br />
12 mêses a Emilia de Jesus, solteira,<br />
Maria da Conceição Quaresma, solteira,<br />
Leopoldina da Conceição Pocinha, solteira,<br />
todas três da freguezia de Condeixa<br />
a Nova; Izabel Jorge da Silva,<br />
solteira e Adelaide Marques, solteira,<br />
ambas da freguezia de S. Julião, concelho<br />
de Figueira da Foz.<br />
Mandou informar ao sr. director do<br />
Hospício os requerimentos a pedir subsídios<br />
de lactação de Maria Deolinda,<br />
solteira, e" Rita de Jesus, casada, ambas<br />
da freguezia de Santa Cruz; Thereza<br />
de Jesus e Maria José Conceição,<br />
solteiras, da freguezia de S. Bartholomeu<br />
e Maria da Piedade, solteira, todas<br />
do concelho de Coimbra; Joaquina<br />
da Cunha e Virgínia das Neves, viuvas,<br />
da Figueira da Foz.<br />
Foi approvado o pagamento do vencimento<br />
na importância de 1:400 réis<br />
á ama que no mês de fevereiro findo<br />
levou do Hospício d'esta cidade um<br />
abandonado para crear.<br />
Resolveu denegar approvação, sob<br />
condição suspensiva, á deliberação da<br />
câmara municipal de Penacova de 16<br />
de fevereiro findo, visto que o artigo<br />
438 § 1.° do código administrativo vigeute<br />
se oppõe á nomeação de zeladores<br />
em quanto não estiver fixado o seu<br />
quadro pelo ministério do reino.<br />
Resolveu também declarar á mesma<br />
câmara que o thezoureiro privativo<br />
d'esta, nos termos do artigo 96 do mesmo<br />
código, não pôde receber a percentagem<br />
de 2 % da receita'proveniente<br />
de subsídios, empréstimos e rendimentos<br />
cobrados pelos exactores de fazenda<br />
pública.<br />
Resolveu mais que, tendo a câmara<br />
municipal de Penella elevado a taxa<br />
que incide sobre os cães, de 200 réis<br />
a 500 réis, importa isto a alteração da<br />
respectiva postura, e por tanto que é<br />
necessário que seja a mesma alteração<br />
reduzida a essa fórma de postura e enviada<br />
em duplicado com copia da acta<br />
da sessão camarária que a approvou,<br />
a esla commissão districtal.<br />
Resolveu finalmente não approvar a<br />
nomeação de zelador provisório para<br />
a freguezia d'Alvares, concelho de Góes<br />
por ainda nâo estar fixado o respectivo<br />
quadro e não aproveitar ao inte-<br />
ressado a disposição de 32 do artigo<br />
127.° do código administrativo.<br />
Julgou as contas da Junta de paró-<br />
— Sim I<br />
didos a tudo, ha de fazer tudo o que<br />
chia das Means, concelho de Montemór-<br />
O barão tomou outra vez o seu logar nós quizermos.<br />
ras da manhã, haverá exercício de fogo, o-Velho do anno de 1895, confraria do<br />
para observar melhor a sua associada. — Torná-lo a ver! continuava a re- na Pedrulha.<br />
Santíssimo de S. André de Poiares<br />
A Linotte tinha deixado cair o retrato petir a Linotte olhando o retrato, e<br />
concelho de Louzã dos annos de 1891<br />
sôbre a mêsa; encostada, os olhos fi- parecendo não ouvir senão o final das<br />
a 1892 e 1892 a 1893,Junta de paróxos<br />
na photographia olhava silenciosa- phráses de Lorémont; ha de encon-<br />
Esteve nesta cidade, de passagem, chia de S. André de Poiares, concelho<br />
mente.trar-me<br />
bem mudada...<br />
o nosso amigo e dedicado correligio- de Louzã dos annos de 1893, 1894 e<br />
— Agora estás bem convencida que — Que dizes tu, perguntou o barão.<br />
nário da capital sr. João de Moraes 1895; Junta de paróchia d'Alvares,<br />
é elle? perguntou Lorémont.<br />
Sem ter consciência do que dizia,<br />
Caravella.<br />
concelho de Góes dos annos de 1894<br />
Abanando devagar a cabeça ella respondendo ao que pensava, ella disse:<br />
e 1895, e reclamação contra o accór-<br />
afíirmou quasi em voz baixa:<br />
— Parece-me que sou quinze annos<br />
dam que julgou as cartas da Junta de<br />
— Oh! Sim, é elle...<br />
mais nova... parece me que o deixei<br />
Temos presente uma circular em paróchia de Rio de Vide, concelho de<br />
Lorémont olhou attentamente a sua hontem e que vou tornal-o a vê-lo.<br />
que os srs. Cuimarães & Cruz, da ci-<br />
Miranda do Corvo, relativas ao anno de<br />
cúmplice procurando lêr nas rugas da Oh! É extravagante ter amado e<br />
dade do Porto, nos annunciam ter<br />
1894.<br />
sua fronte cheia de cuidados, esta tornar a encontrar um dia a saúdade<br />
tomado posse do estabelecimento do<br />
com os olhos fitos na photographia, d'esse amôr...<br />
sr. Lopes Cardozo, á praça dos Volun-<br />
tornava-se sombria, sorria, depois agi- — Ora essa! Não te comprebendo,<br />
tários da Rainha, da mesma cidade,<br />
tava os lábios como se estivesse fal- disse o barão inquieto, vendo que a<br />
associando á sua casa commercial o Revistas e jornaes<br />
lando.<br />
desgraçada se ta tornar a alliada do<br />
sr. José Dias Pinto.<br />
Depois de ter esperado dez longos homem que devia ser a sua victima.<br />
A nova firma ficará d'hoje em diante<br />
minutos, Lorémont disse!<br />
Ê que é verdade que eu o amo!<br />
girando sob a razão social de Guima- f*al staff — fíebisla critica e litterária.<br />
— Estás certa que nos nao engana- disse a Linotte levantando a cabeça.<br />
Recebemos o n.° 3 d'esta publicação hebdo*<br />
rães, Cruz & Dias.<br />
remos, Linotte,... estás ainda deci- —Como tu amá-lo? Tu abandonas...<br />
madária que sáe á iiiÊ em Lisboa.<br />
Recebemos e agradecemos.<br />
dida?<br />
— Não hei de ir vê lo. Quero-o!...<br />
— Estou! Estou decidida a vè-io! E...<br />
— Decidida a continuar a nossa em- —Et...<br />
A commissão da Subscripção Nacio*<br />
preza ?<br />
—E se tornar a encontrar o homem nal fará entrega ao governo, em maio A Critica — Revista thêatral, bibliôgrá-<br />
— Estou decidida a vê-lo<br />
que eu conheci,... hei de amá-lo... próximo, do cruzador Adamastor que phica, artística e litterária.<br />
Recebemos o n.° 13 d'esta importante re-<br />
— Ê preciso que tu te encontres — Mas elle é casado, é pae... e tu tem estado em construcção nos esta vista.<br />
cára a cara com elle.<br />
perde-lo-ías com mais certeza se... leiros de Leorne.<br />
Insere um bello retrato da distincta aclriz-<br />
— Quero vê-lo!<br />
— Tu nâo entendes o que eu quero<br />
cantôra Hariclée Darclée, acompanhado de<br />
uma apreciação crítica de Abel Botelho, afóra<br />
— É preciso que tu digas ao cai- dizer quando afflrmo que o amo.<br />
outras secções de theatro e arte.<br />
xeiro d'elle, o que me disseste a mim, 0 barão encolheu os hombros e 0 partido socialista da Itália de-<br />
quero vè-lo.<br />
disse comsigo i<br />
monstrou nas últimas eleições um gran-<br />
— Quero! E hei de vê-lo!...<br />
de augmento de energia, pela conquista<br />
— Desde que tu consigas fallar-lhe<br />
e que elle veja que nós estamos deci-<br />
(Continua.) de maior número de cadeiras no parlamento<br />
italiano.<br />
Gondola — Revista litterária.<br />
Acba-se publicado o n.° 6 d'esta revista,<br />
editada pela Galeria Bijou, do Porto.
AMÊNDOAS<br />
Casa Innocência<br />
91 —Rna Ferreira Borges —97<br />
COIMB B A<br />
A mais antiga e a primeira neste<br />
género, premiada em diversas<br />
exposições.<br />
Grande sortimento de amêndoas<br />
e outros dôces, fabrico esmerado<br />
e preços resumidos com<br />
grandes descontos para os srs.<br />
revendedores<br />
Completo sortimento de todos<br />
os artigos de mercearia. .<br />
Mandam-se tabellas de preços<br />
a quem as pedir.<br />
Manuel Antonio da Costa.<br />
2 A puro vinho branco<br />
U vende-se na rua da Trindade,<br />
27 e 29.<br />
Casa para arrendar<br />
3 Ua rua das Sóllas n.° 13 e<br />
W 15, lója e dois andares,<br />
tratar desde já com Alberto Carlos<br />
de Moura, rua Ferreira Borges,<br />
n.° 6.<br />
Topico contra a coqueluche<br />
Medicamento eíBcaz<br />
Preparado por o pharmaceutico<br />
A. Amorim de Carvalho<br />
Á venda nas principaes pharmacias.<br />
Depósito em Coimbra: M.<br />
Nazareth á Irmão. —Rua de<br />
Ferreira Borges.<br />
Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />
438—Porto.<br />
Preço do frasco, 400 réis.—<br />
pelo correio, 500 réis.<br />
ESTABELECIMENTO<br />
RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />
I E S E U Í V Ê E S D X O S I JHE.<br />
0 Remedio de AYER contra sezões.—Febres<br />
intermitentes ebliosas<br />
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Frasco, 10000 réis meio frasco, 600 réis.<br />
Todos os remédios que ficam indicados sam altamente<br />
concentrados de maneira que sabem baratos, porque<br />
um vidro dura muito tempo.<br />
Pihiias Catharticas de Ayes*. — O melhor<br />
purgativo, suave, inteiramente vegetal.<br />
Frasco, l^OOO réis<br />
0 Vigor do Cabello<br />
DO DR. AYER,<br />
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FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />
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João Gomes Moreira<br />
50, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />
COIMBRA<br />
n-1 TTW(i«nnlínn. Grande depósito da Companhia Cabo Monual<br />
nyuidllllld. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />
d'obras. „<br />
PIAA+YIÍAÍ^O/IÍI a Án+i/ia Agéncia da casa Ramos & Silva de<br />
KieCiriCluaUB .6 upiita Lisboa, constructores de pára-raio&,<br />
campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />
apparelhos concernentes.<br />
flWnn naro nintnrao • Alvaiades, óleos,agua-raz,crés,gesso<br />
llfllaS pdld pilllUidb. vernizes, e muitas outras tintas e<br />
artigos para pintores,<br />
x Inglês e Cabo Mondego, as melhores qualidades<br />
limeniUS. que se empregam em construcçôes hydraulicas.<br />
ru Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />
Uiversos. nhos e torradores para café, máehinas para moer<br />
carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />
zinco e chubo em folha, ferro zincado, aram e de toda<br />
as qualidades.<br />
Ferragens pari constrncções:<br />
Lisboa e Porto.<br />
PrPdíNJPM' De ferr0 e ararae Primeira qualidade com grandes<br />
nfigdgtillo. descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />
obras.<br />
fntilflTÍfl • C ut 'l aria nacional e extrangeira dos melhores au-<br />
Vmllldlld. ctores. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />
PflíinpirftQ' Cr y stofle > metal branco, cabo d'ébano e marfim,<br />
rd^UcliUb. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />
de Guimarães. ^<br />
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mesa, lavatorio e cozinha.<br />
i r m„„ fnín* Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, re-<br />
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qualquer pessoa a quem o remédio não faça o eflfeito<br />
quando o doente tenha lombrigas e seguir exactai!<br />
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impede que o oaToello se torne branco e restaura ao oatoello grisalho<br />
a sua vitalidade e formosura.<br />
Perfeito desinfectante e purificante de Jeyes para desinfectar casas e latrinas,<br />
também é excellente para tirar gordura ou nodos de roupa, limpar metaes, e curar feridas. —<br />
PFGCO 240 réis<br />
'Depósito — James Casseis & C.°, rua do Mousinho da Silveira, n.° 85, l.°. —Porto.<br />
SEMANA SANTA-BRINDES DE PASCH0A<br />
Amêndoas. — No estabelecimento de José Tavares<br />
da Costa, Successor, — Mercearia especial—encontra-se uma<br />
grande variedade d'amendoas finíssimas de Lisboa, fabricadas<br />
especialmeute, só d'assucar, para êste estabelecimento.<br />
Cartonagens. — Collecção completa no que ha de<br />
mais elegante e attrahente, recebida directamente das principaes<br />
fábricas parisienses: é uma variedade lindíssima para differentes<br />
preços, digna de visitar-se.<br />
Chocolates. — Novidades em modelos primorósos,<br />
com bonitos chrómos próprios para crianças e para brindes.<br />
Vinhos finos, champagnes e licôres.<br />
— Tudo o que ha de melhor nestas bebidas encontra-se também<br />
neste estabelecimento: as extrangeiras sam recebidas directamente,<br />
e as nacionaes sam compradas aos proprietários e em<br />
frasqueiras particulares. — Garante-se, portanto, a sua purêza e<br />
velhice, principalmente em vinhos finos engarrafados.<br />
Também ha vinhos da Companhia.<br />
Assucar, chá, café e bolachas.—Não ha<br />
quem forneça em melhores condições êstes artigos e outros que<br />
dizem respeito a mercearia.<br />
Mercearia Especial de José Tavares da Costa, (Successor)<br />
476, Rua de Ferreira Borges, 176<br />
2 a 8, Largo do Príncipe I). Carlos, 2 a 8<br />
COIMBRA<br />
O ALMANÀCH AUXILIAR tem<br />
365 paginas para apontamentos diários, com as<br />
indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />
notáveis e 365 phrases conceituosa3 de auctores célebres;<br />
— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />
Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />
Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, 1SH réis<br />
Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />
Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />
Alberto Vianna— Officina de Encadernação, Laigo da Sé<br />
Velha.<br />
Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />
da Feira.<br />
Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />
Borges.<br />
Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />
Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />
França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />
Francisoo Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />
JTosê Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha,<br />
José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do infante D. Augusto.<br />
José Mesquita-Livraria, rua das Covasj<br />
A contrafacção do Bico Auer<br />
PRIVILEGIADO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS<br />
O tribunal correccional de la Seine, na França, eu audiência<br />
pública de 7 de janeiro do anno corrente, condemnou no<br />
pagamento de multa, custas e as perdas e damnos que se liquidarem,<br />
os seguintes réus, con Ira factores ou imitadores da manga<br />
A u e r , uo vendedores de contrafacções d'ella, alguns dos<br />
quaes enviaram em tempo a Portugal os produclos da sua criminosa<br />
indústria, para serem aqui vendidos por Ínfimo preço<br />
aos incautos. Eis o rol:<br />
O sr. Binau, multa, 300 francos.<br />
O sr. Gloton, multa, 300 fr.<br />
0 sr. Camus, multa, 300 fr.<br />
O sr. Julien, multa, 300 fr.<br />
O sr. Piot, multa, 300 fr.<br />
O sr. Hamel, multa, 300 fr.<br />
0 sr. Michel, multa, 300 fr.<br />
O sr. Thomas, multa, 1:000 fr.<br />
O sr. Otto Scheurmann, multa, 1:000 fr.<br />
O sr. Jules Scheurmann, multa, 1:000 fr.<br />
O sr. Barrière, multa, 1:000 fr.<br />
O sr. Sommer, multa, 1:000 fr.<br />
O sr. Duchange, multa, 2:000 fr.<br />
0 sr. Boissellot, multa, 2:000 fr.<br />
O sr. Monniot, multa, 2:000 fr.<br />
0 sr. Deselle, multa, 2:000 fr.<br />
Nestas condemnações Acaram envolvidas a Sociedade do<br />
Bico Deselle Gillet, em liquidação, e a successôra d'ella, a Sociedade<br />
do Bico Popular. Egual sorte coube à Sociedade do Bico<br />
Meteoro, de Berlim, que em Padua, na Itália, foi condemnada<br />
na pessoa do seu agente, em 26 de setembro do anno passado,<br />
a pagar 150 francos de multa e 1:340 francos por conta de perdas<br />
e damnos a liquidar.<br />
Na Bélgica, a mesma Sociedade foi condemnada a pagar<br />
perto de 6:000 francos.<br />
Assim è que na França, na Itália e na Bélgica se castiga<br />
aos que fraudulentamente se apossam da propriedade industrial<br />
que a lei garantiu.<br />
Arrematação<br />
DA<br />
Quinta da Pedranoha<br />
Rua do Loureiro<br />
Vinho tinto—litro 80.réis.<br />
Dez litros—700 réis.<br />
VINHO BRANCO<br />
Chablis de 1895 —litro 160<br />
réis.<br />
Dito, garrafa — 120 réis.<br />
Aguardente de vinho, de 20°<br />
Cart.—litro 320 réis.<br />
Tratamento de moléstias da<br />
bocca e operações de<br />
cirurgia dentária<br />
Caldeira da Silva<br />
Cirurgião dentista<br />
Heroulano Carvalho<br />
Medico<br />
R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />
Coimbra<br />
13 flonsnltas todos os dias<br />
v das nove da manhã às<br />
3 horas da tarde.<br />
COMPANHIA DE SEGUROS<br />
FIDELIDADE<br />
Capital 1.344:0001000 réis<br />
Fundo de reserva 241:0001000<br />
Sede em Lisboa<br />
E<br />
14 sta Companhia a mais poderósa<br />
de Portugal, por<br />
intervenção do seu correspondente<br />
em Coimbra, toma seguros<br />
contra fogo ou raio, sobre<br />
prédios, mobilias e estabelecimentos.<br />
Correspondente Basilio Augusto<br />
Xavier d'Andrade, rua<br />
Martins de Carvalho, n.° 4.<br />
Vende-se<br />
D<br />
15 ina bomba de grande pres-<br />
10 A Companhia do mata- são, com os tubos de co-<br />
«douro municipal de Coimbre, própria para tirar agua, e<br />
bra faz público que dá de arre- vendem-se também dois pares<br />
matação todo os estrumes pro- de rodas para caro alemtejano<br />
venientes do matadouro; para ou de bois.<br />
o que recebe propostas em car- Trata-se oom Francisco Nota<br />
fechada até ás 2 horas da gueira Secco Terreiro da Ervatarde<br />
do dia 31 do corrente. Coimbra.<br />
As condições e mais esclarecimentos<br />
estam potentes na secretaria<br />
do Matadouro novo das PROBIDADE<br />
11 horas do manhã até ás 2 da Companhia geral de seguros<br />
tarde dos dias antes.<br />
Sociedade anonyma<br />
de responsabilidade limitada<br />
CAPITAL 2.000:0000000<br />
11 Aám-se a juros sôbre hypo- Rua Nova d'El-Rei, n.° 99, 1.°<br />
11 théca.<br />
Lislboa<br />
Nesta redacção se dis.<br />
Effectua seguros contra incêndios.<br />
Vinho e aguardente puros Correspondente em Coimbra,<br />
Cassiano A. Martins Ribeiro.—<br />
Rua Ferreira Borges, 165, 1.°.<br />
MEIO CAIXEIRO<br />
17 Afferece-se um com bas-<br />
V tante prática de mercearia.<br />
Começou a ganhar este<br />
anno, e por isso não exige<br />
graude ordenado.<br />
Ainda está empregado, e dá<br />
bôas informações do patrão onde<br />
está.<br />
Nesta redacção se diz.<br />
"BESISTENCIA,,<br />
POBLICA-SE AOS DOMINGO»<br />
B QUINTAS-FEIRA8<br />
Redacção e Administração<br />
ARCO D'ALMEDINA, 6<br />
EDITOR s= Joaquim Teixeira de Sá<br />
Condições de assignatura<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha:<br />
Anno 20700<br />
Semestre.... 10350<br />
Trimestre 680<br />
Sem estampilha :<br />
Anno 20400<br />
Semestre 10200<br />
Trimestre 600<br />
AJVNTJNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />
20 réis.—Para os srs. assignmtes,<br />
desconto de 50 p. c.<br />
LIVROS<br />
Annunciam-se gratuitamente<br />
todos aquelles com cuja remessa<br />
este jornal fôr honrado.<br />
Tyy. V. FrinÇ» imit—QOlMMU