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Obra Completa

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N.° 195<br />

A RUÍNA<br />

Os dois mais calamitósos obstáculos<br />

que se têem opposto ao nosso<br />

aperfeiçoamento social e desinvolvimento<br />

económico têem sido innegavelmente—a<br />

falta de instrucçâo<br />

no trabalho e a de capitaes e portanto,<br />

de" iniciativa, para ? empresas<br />

industriaes e de commércio.<br />

Durante longos annos os nossos<br />

compatriótas do Brasil com o producto<br />

da sua tenacidade suppriram<br />

todas as penúrias e prepararam essa<br />

prosperidade fictícia que, sob o fal<br />

so brilho de riquêza, nos fez impre<br />

videntes, nos desmoralizou e en<br />

fraqueceu.<br />

E o governo caído nas mãos de<br />

exploradores ambiciósos, dando largas<br />

á demência da voracidade, foi<br />

absorvendo em títulos de dívida pública<br />

insolúvel todos os cabedaes<br />

do país com a promessa de lucros<br />

garantidos.<br />

sos recrudesceram em cada dia mais<br />

audaciósos em delapidações e ilegalidades.<br />

direitos da nação, conquistados e<br />

inauferíveis, e na corruptela ultrajante<br />

de maiores torpêzas pretende<br />

nada menos que implantar os velhos<br />

e ignóbeis privilégios detheocracias<br />

condemnadas sobre os escombros<br />

da miséria pública!<br />

COIMBRA—Domingo,


RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

A aberto do -Solar-<br />

Doação de uma illia<br />

rei o não chamasse, e metleu-se em região, fazem sorrir toda a gente,<br />

casa á espera que um acontecimento não só em Berlim e em Paris,<br />

mas também em Pretória e em<br />

imprevisto, dificuldades d'ordem<br />

Bloemfontein. Todavia, o ponto<br />

interna ou externa que esmaguem fraco do Sul africano é Lourenço<br />

o governo, obriguem o rei a escre- Marques. Os transvaalinos estam<br />

ver uma carta ao seu honrado chefe absolutamente satisfeitos por vê-<br />

pedindo a sua comparência. Pratica rem alli fluctuar a bandeira por-<br />

o governo as maiores prepotências; tuguêsa, mas no dia em que as<br />

grandes potências declararem que<br />

calca impudentemente as Íeis, com-<br />

tomam a bahia de Lourenço Marmette<br />

as mais revoltantes immoraques sob a sua protecção e que<br />

lidades, exgota em favor dos seus, não permiltirám que qualquer<br />

afilhados os últimos recursos do d'ellas se apodere d'essa bahia,<br />

thesouro, faz ao país soffrer as desapparecerá uma origem cons-<br />

maiores hupiilhações perante o estante<br />

de inquietações e de intrigas.»trangeiro<br />

e o partido progressista,<br />

sempre em casa, limita-se a dizer Sabe-se quam cubiçada é a bahia<br />

que está á espera de ser chamado de Lourenço Marques e também se<br />

para salvar o país e desilludir o rei. conhece a tino o patriotismo do<br />

Nesta singular situação se mantém,<br />

nosso governo. O que nos valerá<br />

será não chegarem as grandes po-<br />

ha longos mêses já, um partido<br />

tências a accôrdo amigavel sobre o<br />

onde ha homens de incontestável modo porque ha de fazer-se a par-<br />

valor 1 Cortou as relações officiaes tilha dos territórios que ambiciónam.<br />

com o chefe do Estado, mas declara<br />

que está disposto a reatá-las logo<br />

que este se resolva a confiar-lhe o O sr. D. Luiz da Camara Leme<br />

poder I<br />

vae publicar um folheto intitulado<br />

— Lourenço Marques. Memória syn-<br />

Indubitavelmente o rei ha de thética sob o aspecto histórico, político<br />

chamar ao paço os progressistas; é e moral.<br />

questãode mais ou de menos tempo. E' mais um depoimento sobre o<br />

As dificuldades por tal forma se estado miserável a que a política<br />

vam amontoando, condensam-se monárchica arrastou o país.<br />

nuvens tam negras nos horisontes.<br />

da monarchia que o rei, para se<br />

Falleceu na sua residência de S.<br />

salvar a si e ao princípio que re-<br />

Pedro de Maximinos, o rev.<br />

presenta, vêr-se-ha forçado a confiar<br />

o poder a um partido que odeia<br />

mas que representa ainda um poderôso<br />

elemento de força, de que<br />

pôde soccõrrer-se em casos extremos.<br />

Das conveniências da monarchia<br />

está pois exclusivamente dependente<br />

a ida dos progressistas ao<br />

paço.<br />

Para nós seria esse facto completamente<br />

indifferente, se d'elle<br />

não podesse derivar o adiamento<br />

d'uma solução, que se impõe como<br />

o único meio de levantar o país do<br />

immundo tremedal em que a monarchia<br />

o precipitou: a substituição<br />

do actual regimen político.<br />

Pondo-se o partido progressista<br />

ás ordens da monarchia para acceitar<br />

o poder quando a esta aprouver<br />

confiar-lh'o, o rei sabê-lo-ha<br />

aproveitar para combater os inimigos<br />

das instituições em momento<br />

opportuno. Ê essa a única funcção<br />

que o partido progressista terá a<br />

desempenhar: salvar a corôa d'um<br />

perigo imminente.<br />

Na gestão dos negócios públicos<br />

a sua influência será quasi nulla.<br />

Passado o momento do perigo, o<br />

rei obrigará os progressistas a sair<br />

do paço e fará entrar nelle os regeneradores.<br />

A este partido pertencem<br />

os amigos predilectos, os seus favoritos.<br />

Para elles o poder, quando<br />

nada haja a recear.<br />

Os progressistas servirám para<br />

os grandes apuros.<br />

O Valkestun, orgão do partido<br />

nacional transvalino, diz ácêrca da<br />

situação política d'aquella republica<br />

determinada pelo porto de Lourenço<br />

Marques:<br />

«A África do Sul saiu já da<br />

sua infância, e as pretensões da<br />

Inglaterra á suzerania, á qualidade<br />

de poder predominante nesta<br />

d0 mário das peças que devem ser<br />

representadas no Solar dos Barrigas:<br />

O senador do reino da Itália<br />

«A mais das providências que na marquês de Gratina, doou á Uni-<br />

Deu-se o primeiro especláculo anterior sessão legislativas Gearam penversidade de Catánea a ilha de Cy-<br />

no Solar dos Barrigas sendo, como dentes do vosso exame, outras conta clopes.<br />

laviamos previsto, insignificante a o meu governo apresentar-vos, a que<br />

confio prestareis cuidadósa attenção. Esta ilha, situada na costa da<br />

concorrência. Embora revista gran-<br />

Taes sam, designadamente, as que se Sicilia, nas cercanias de Acicestello,<br />

de apparatoa peça num enfadonho referem; a preceitos complementares não méde mais de um kilometro de<br />

monólogo, não offerece novidade da reforma da instrucçâo secundária e circumferéncia. A sua conformação,<br />

alguma e para que se visse que não do serviço de repressão da emigração<br />

porém, é singular, pois que no seu<br />

tinha merecimento algum bastava clandestina; à organização da magistratura<br />

judiciária e ao processo das fal- ponto mais elevado attinge cêrca de<br />

saber que o auctor d'ella era o sr. lências; ao serviço das forças do exér- 100 melros acima do nivel do mar.<br />

Hinlze Ribeiro.<br />

cito no ultramar, bem como aos de Além d'isso, sob o ponto de vista<br />

Duas palavras sobre êsse monó- saúde; á classificação das praças de scienlífico, apresenta considerável<br />

logo, em que o ridículo corre pare- guerra, deixando de ser assim consideradas<br />

de desnecessárias para a de- interesse, por estar recoberta de<br />

lhas com a desfaçatez na mentira.<br />

fêsa do pais; á fixação das regras de uma camada de calcáreo assombro-<br />

Diz-se nelle que o rei de Itália admissão e permanência dos officiaes samente rica de fósseis.<br />

convidára o sr. D. Carlos e sua das diversas armas no serviço do A Universidade de Catanea ha<br />

família para assistirem ao casamento estado maior; ao regimen bancario<br />

muito que a cobiçava. Agora ten-<br />

de seu filho e qualifica-se êsse nas nossas colónias; ao dos privilégios<br />

e exclusivos que a ellas tenham appliciona construir alli laboratórios e<br />

convite de penhorante. Ora convém cação, e ao das concessões que para estabelecer uma estação de pisci-<br />

recordar que estavam entám inter- a sua exploração e desinvolvimeuto cultura.rompidas<br />

as relações entre Portugal se haja'de fazer; ao estabelecimento<br />

ea Itália, que só se reataram depois de mercados nacionaes ultramarinos;<br />

que a mãe do sr. D. Carlos entrou á navegação para as nossas possessões;<br />

á construcção do caminho de ferro do Vieram passar as férias do Natal<br />

no território italiano e a pedido *uo, de Benguella, e na ilha de S. em companhia de seus extremósos<br />

d'ella. Pelo que se vê, a família Thomê, e ao prolongamento da linha paes, o sr. dr. Abilio Aranha Fur-<br />

real preza muito a dignidade do de Loanda a Ambaca até Malange; á<br />

país.<br />

revisão das pautas de Angola, de modo tado e sua ex*.<br />

a, sem prejuízo da protecção realmente<br />

Sobre o incidente da Allemanha<br />

necessária ás indústrias, se alcançar a<br />

diz-se que «terminou por fórma a melhoria das receitas d'aquella colónia;<br />

satisfazer os melindres d'aquella á declaração commercial que se acha<br />

nação, sem offensa do nosso próprio assignada entre o meu governo e o da<br />

decôro». Ha poucos dias publicou )inamarca; á cultura de vastos tractos<br />

de terreno que no país se acham<br />

a Gazeta da Allemanha do Norte o<br />

improductivos e que muito importa<br />

texto officiôso da nota do governo valorizar; ao melhoramento das condi-<br />

allemão em que se reconhece que ções de exportação dos nossos vinhos<br />

os factos das aucloridades portu- communs; ao regimen de constituição<br />

guêsas são da exclusiva responsa- e funccionamento das sociedades commerciaes,<br />

especialmente das socieda-<br />

dr. bilidade dos funccionários locaes de des anónymas».<br />

Manuel José d'01iveira Guimarães, Lourenço Marques, e, segundo os<br />

abbade d'aquella freguezia e depu- princípios de direito internacional, a<br />

tado.<br />

humilhante saudação ás bandeiras<br />

Tal é o programma dos espectáculos<br />

que o Solar dos Barrigas re-<br />

O finado, que pertencêra ao par- só se dá nos conflitos internaciotido<br />

constituinte, filiára-se no parnaes de governo para governo.<br />

presentará, se fôr ajudado pela Divina<br />

Providência, como no monólotido<br />

regenerador quando o sr. Dias Mas ha mais: Nessa mesma nota go<br />

Ferreira saiu do poder.<br />

O honlem recitado se disse.<br />

declara-se que o negócio se arranjou<br />

sem demora nem dificuldades<br />

«porque o governo portupês se mos-<br />

Crime de traição trou immedial ímente prompto a dar as Diz o Popular que el-rei inter-<br />

mais completas satisfações.»<br />

rogara o sr. João Franco por causa<br />

Realizou-se em Moçambique o<br />

das accusações feitas ao ministro<br />

E accrescenta:<br />

julgamento dos indivíduos que fo-<br />

das públicas,, que elle lhe disse que<br />

ram accusados de cumplicidade na «Logo que os incidentes de 8 os crimes praticados pelo sr. Cam-<br />

revolta dos namarraes, sendo absol- de dezembro fôram conhecidos, OS pos Henriques fôram necessários<br />

vido Costa Soares e condemnados a jornaes mais considerados de Lisboa para tapar rombos feitos pelo Carlos<br />

degredo para Timor, Costa Dias e declararam que Portugal devia", por Valbom, que era o amigo predilecto<br />

os outros réus. Communicam alguns interesse da sua própria honra e da do mesmo sr. João Franco.<br />

telegrammas que se receberam em sua própria dignidade, dâr uma satis-<br />

Lisboa que o julgamento foi tumulfação á Allemanha, ainda que esta po-<br />

No dia do Anno Bom tomaram posse<br />

tuário e irregular.<br />

tência a não pedisse».<br />

ns novos corpos gerentes do Monte-Pio<br />

O Jornal do Commércio publica o<br />

Conimbricense Martins de Carvalho e<br />

seguinte:<br />

Todavia o rei declára que o con-<br />

Associação dos Artistas; e hontpm peílicto<br />

coíh a Allemanha terminou las 6 horas da tarde, foi também dada<br />

«Moçambique, 31 á 1 e 30 t.— sein offensa do nósso próprio decôro. a posse aos da Associação para o sexo<br />

Jornal do Comercio—Lisboa:<br />

Está bem.<br />

feminino Olympio Nicolau Ruy Fernan-<br />

O conselho de guerra, reunido Como de costume declára-se no des.<br />

em Mossuril, na madrugada de 29 tal monólogo que a melhoria na si-<br />

de dezembro, condemnou a degredo, tuação económica e financeira se O poder temporal<br />

por intriga política, o advogado Sou- accenluou e até se dá como prova<br />

sa Paixão Dias e outros, negando o d'isso a aclual situação cambial. O discurso que o Papa pronun-<br />

presidente o direito de recurso, de- Sam escusados commentários. Saciou ao receber os antigos officiaes<br />

clarando submetter o processo ao be-se em que condições se fez o em- do exército pontifical, causou gran-<br />

commissário régio, os requerimenpréstimo dos 3:000 contos e as de sensação na Itália.<br />

toa de excepções da defêsa não fô- peripécias que entám se déram; Fallando da situação do papado,<br />

ram admittidos, nem transcriptos sabe-se que a dívida fluctuante aug-<br />

disse Leão XIII que não compre-<br />

na acta; muitas nullidades; testemumentou extraordináriamente; que a<br />

hendia como o governo italiano ponhas<br />

essenciaes da defêsa não inti- circulação financeira attingiu uma<br />

dia acreditar na manutenção de semadas,<br />

foram ameaçadas sob cus- cifra enorme, que se estám calomelhante<br />

estado de coisas, que contódia<br />

até ao julgamento.<br />

teando os fornecedôres e empreistitue<br />

uma verdadeira perseguição<br />

feita á Egreja e accrescentou que<br />

Uma testemunha de accusação teiros d'obras públicas, que a de-<br />

muito se felicitava em receber do<br />

declarou ao tribunal ter sido obripressão dos câmbios chegou a causar<br />

antigo corpo de zuavos pontificios<br />

gada, por pancadas, a depôr falso verdadeiro pânico. Mas o rei declára<br />

a deliberação de que estava prom-<br />

no corpo de delicto.<br />

que a situação económica e finanpto<br />

a correr de novo em sua de-<br />

Os condemnados foram mettidos ceira melhorou. Deve ser assim.<br />

fesa.<br />

numa énxovia immunda. O praso Para que citar mais mentiras?<br />

do recurso acaba hoje. Pedimos a Para que dizer que se dá como<br />

sua protecção. Telegraphámos hon- restabelecida a ordem e assegutem<br />

ao ministro.»<br />

rada a administração em Moçambi- O grande escriptor russo Conde<br />

que, quando asaldêas estám sendo de Tolstoí, muito conhecido entre<br />

saqueadas por numerósos bandos nós, vae ser excommungado sole-<br />

Foi de 1:495 o Dtimero de passapor- de rebeldes? E' suficiente o que mnemente pelo santo synodo ortes<br />

concedidos no anno de 1896 nes- ahi fica para que se julgue da sin- Ihodoxo russo, por haver escriplo<br />

te districto, o que accuga um decrésceridade com que o governo, pela artigos contrários á religião d'aquelcimo<br />

na emigração, pois que no aono bocca do rei, falia ao país.<br />

le país.<br />

de 1895 foi de 2:293.<br />

Ahi vae, como remate, o sum- Ha muito idióta neste mundo.<br />

ma esposa a sr. a D. Ludovina<br />

de Meirelles.<br />

E' positivo que o sr. Mariano de<br />

Carvalho não tomará parte no espectáculo<br />

que vae dar o Solar dos<br />

Barrigas e parece que o sr. João<br />

Arroyo também não cumprirá a<br />

escriptura que assignou ao acceitar<br />

a nomeação de deputado. O procedimento<br />

dos srs. Mariano e Arroyo<br />

explica-se. A companhia é tam<br />

ordinária e a emprêsa acha-se já<br />

tam compromeltida, que não deve<br />

lardar muito que lhe seja aberta a<br />

faliéneia.<br />

No Rio de Janeiro celebrou-se<br />

um comício para reconhecer a belligeráncia<br />

dos cubanos, fallando<br />

nelle José do Patrocínio, Medeiros<br />

Albuquerque e Arthur Azevedo. O<br />

comício enviou uma moção ao governo<br />

para que reconheça o direito<br />

de belligeráncia aos cubanos, sendo<br />

essa moção assignada por alguns<br />

deputados e senadores.<br />

O vice-presidente recebeu uma<br />

commissão de cubanos a quem declarou<br />

que tomaria em consideração<br />

a manifestação popular e que, como<br />

americano e presidente de um povo<br />

livre, aspirava á liberdade das nações<br />

americanas! Sobre este assumpto<br />

leve o ministro de Hespanha<br />

no Brasil uma conferência com o<br />

ministro das relações externas.<br />

Falleceu uma filhinha do sr. dr.<br />

Alberto Leite Ribeiro e neta do sr.<br />

dr. Arthur Manso Preto, a quem<br />

apresentamos as nossas condolências.<br />

Em Madrid foram apprehendidos<br />

alguns jornaes em consequência de<br />

revelações sobce immoraíidades praticadas<br />

pela administração de Cuba.<br />

A's 3 horas da madrugadà do dia 1<br />

foram presos pelo julgado militar<br />

Reparaz, auctor do artigo publicado<br />

no Heraldo e Gasset, do Imparcial.<br />

O Exercito Hespanhol, o Commodore,<br />

o Século Futuro e o Correio Hespanhol<br />

foram denunciádòs.<br />

Estas medidas de força do governo<br />

bem claramente patentêam a<br />

falia de força da monarchia.<br />

Eslá perigósamente doente em<br />

Lisboa o sr. Fernando Palha.


Chjíba,<br />

A imprensa de Madrid declara<br />

que está quasi exgolado o emprés-<br />

1 mo interno e que os soldados,<br />

j pesar do Estado satisfazer todas<br />

«is despêsas da guerra, carecem de<br />

j cursos para as mais inadiaveis<br />

) ecessidades, por causa das immojalidades<br />

que se lêin dado na administração<br />

de Cuba.<br />

A falta de recursos está preoccupando<br />

sériamenle o governo, que-<br />

}>cnsa num accordo com os Estados<br />

l)nidos. Difficil lhe será porém<br />

conseguí-lo, attento o estado da opinião<br />

pública neste país. A commisf-ão<br />

senatorial da grande republica<br />

ínrie-americana só será obrigada a<br />

guardar silêncio até ao dia 5 d'este<br />

D ês. Veremos o que ella diz e como<br />

procede Cleveland.<br />

Quanto a Weyler já sabemos o<br />

(;ne fará. Em Pinar dei Rio, onda<br />

l a actualmente 40:000 soldados<br />

lespanhoes, não tem sido possível<br />

descobrir insurrectos, que talvez<br />

íigam as instrucções de Máximo<br />

Comez, recusando-se a entrar em<br />

combate. O que parece certo é que<br />

c!les não se submetterám.<br />

As esperanças que se fundavam<br />

ria morte de Antonio Macéo, que<br />

parece haver sido víctima d'uma<br />

cobarde e miseraval cilada, desvanccêram-se<br />

completamente. Parece<br />

alé que êsse facto contribuiu poder<br />

sãmente para tornar mais sólida<br />

íi unidade moral entre os que tam<br />

)s roicamente estám pugnando pela<br />

1. herdade de Cuba.<br />

O próprio Sagasta, chefe do par-<br />

1 Mo liberal, mostra-se pessimista<br />

fobre os resultados da guerra de<br />

Cuba. Relativamente a Pinar dei<br />

J'


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos capítulos^<br />

A minha entrada — A vida na cadeia —História do limoeiro—O<br />

Limoeiro Iioje—O regulamento - - Os prélios—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fngas célebres<br />

— Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—Bio<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minha<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERJtEIRA BORGES —130<br />

2 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

3 1 rmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

® junto e a retalho, Grande depósito de pannos crtis.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continila a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

• ; s . I ; m ; k. ;<br />

50, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco (TAlmedina)<br />

COIMBRA<br />

Cal Hvdraulica • Grande depósito da companhia Cabo Mon-<br />

,, J L ' dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

ElfiCtriflidadft P ÁntÍM A S éncia da c * 3a Ramos & Silva de<br />

UlCWiMUdUt; ts upued Lisboa) constructores de pára-raios,<br />

campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

Tintas Dara Dintnras * Abades, óleos, agaa-r«z,crés,gesso<br />

^uiu yimuiuo. vernizes, e muitas outras tintas e<br />

artigos para pintores.<br />

Cimentos' lDglês e Gab0 Monde S°» as melhores qualidades<br />

que se empregam em construcções hydraulicas.<br />

Diversos 1 Bande -i as > Oleados, papel para forrar casas, moi-<br />

' nhos e torradores para café, máchinas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />

zinco e chumbo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

Ferragens para construccões: Grande sortido °nal e extrangeira, era cutjlaria dos Rodger8i melhores au-<br />

Faòneiros' Gr y st ? fle > metal branco, cabo d'ébano e marOm,<br />

. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />

de Guimaraes.<br />

B<br />

Louças inglêsas, de ferro: f smaltada e . estanhada, ferro<br />

7 . • 1Vilw * Agate, serviço completo para<br />

mesa, lavatorio e cozinha,<br />

RESISTENCIA—Domingo 3 de janeiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

•ft^M 3 6 5 para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e GES phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

- varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illusírada com desenhes de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço,<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Lareo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />

L). Augusto.<br />

Augusto Martins-Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges<br />

Franoisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha<br />

José Maria de Figueiredo-Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />

José Mesquita-Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO AUER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ 1ÂRQDES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

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13 ende-se de carro e sella<br />

dando-se a contento.<br />

Na Casa Havaneza se diz.<br />

"RESISTENCIA,,<br />

PCBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

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Redacção e Administração<br />

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Tjp. F. Fruta Anad*—CQIXBR4


Uma prova de loucura<br />

reflectiu em mènor cobrança de re- Subsídio aos barrigas<br />

ceitas aduaneiras.»<br />

B a g r a t e l l a s lemnes, espicha a convexidade do<br />

Informam alguns jornaes que<br />

ventre e só se vê a si mesmo l...<br />

Temos, pois, facilitadas as nego- vae ser votado pelo Solar um pro-<br />

E, depois d'uma transcripção des-<br />

Está sendo duramente criticado ciações e aggravados os encargos jecto em que se restabelece o sub- Visto qup tenho de encher dois<br />

cabida, attribue-me resajvos des-<br />

pela imprensa o monólogo escripto da praça; desin.volvidas as indussídio aos deputados, que foi sup- quartos de papel, vamos lá com es-<br />

pelo sr. Hintze Ribeiro e recitado<br />

primido no consulado do sr. Dias<br />

prezíveis de—vaidade irritada, que<br />

trias e o commércio e retraindo o<br />

ta bugiganga a contas.<br />

Ferreira.<br />

para elle nem chega a ser irritante!<br />

no Solar dos Barrigas pelo rei. Tan-<br />

Exposição dos factos:<br />

commércio de importação; melho- Em princípio applaudimos essa<br />

to as folhas democráticas como as<br />

A Commissão dos monumentos<br />

Um gongorismo chilro de semradas<br />

as condições económicas, di- medida, porque todas as funcções<br />

saboria!<br />

conservadôras põem em relevo as minuída a exportação do ouro e en- públicas devem ser retribuídas. As-<br />

nacionaes encarregou os srs. J. de<br />

falsidades, mentiras e disparates<br />

sim o exigem as modernas tendên- Vasconcellos e Ramalho Ortigão de<br />

Vaidade irritada!... Para que<br />

carecido o prémio do ouro; o thecias<br />

democráticas. No caso sujeito, estudarem in loco, e consagrarem a<br />

diabo me serviriam as opiniões e con-<br />

em que aqaella peça abunda, chesouro satisfazendo os seus compro- porém, o restabelecimento do sub- attenção de peritos ao exame d'um<br />

cordâncias do Tribuno Popular?!...<br />

gando algumas a affirmar que ella missos pelos recursos próprios, a sídio aos deputados não tem expli- problema grave, que as successivas<br />

O que me aborrece e revolta é<br />

attesta tal idiotismo ou loucura, que diminuição nas receitas aduaneiras cação possivel; chega a ser um ver-<br />

reformas na Sé Velha, sob uma ap-<br />

vêr as fraldiquices dos alcaiótes,<br />

o seu auctor já deveria ter dado en- e o augmento da dívida fluctuante<br />

dadeiro escândalo.<br />

paréncia comesinha, tornavam inac-<br />

estimulados por birras pessoaes,<br />

trada em Rilhafolles ou no hospital<br />

Os indivíduos que se reúnem na<br />

no extrangeiro.<br />

sala da bibliothéca da Academia cessivel ao entendimento superficial<br />

perturbárem o andamento de ques-<br />

do Conde de Ferreira. Também as-<br />

Que também isto se affirma no Real das Sciéncias não sam repre- de curiosos, pascóvios e ousados.<br />

tões melindrosas, — que só pódem<br />

sim pensamos.<br />

discurso da corôa. «É d'isto (a tal sentantes do povo ; a nação nunca Um dos projectos apresentados<br />

ser resolvidas pelo mais reflectido<br />

Dissémosjá que escusado era cri-<br />

os considerou nem considera como<br />

melhoria alcançada no regimen eco-<br />

era effectivamente d'um tal sr. A.;<br />

e delicado descernimento, fortale-<br />

seus delegados. O sr. João Franco<br />

ticar os trechos do discurso da conómico e financeiro) prova incon-<br />

o outro figurava sob o nome do sr.<br />

cido de aptidões e faculdades de<br />

é que os nomeou d'entre as forças<br />

rôa respeitantes ás condições econótestável o facto de ter o thesouro, vivas do país, no dizer da imprensa<br />

director da repartição das obras pú-<br />

intelligéncia e educação especial de<br />

micas e financeiras do país, tam nestes últimos annos, podido obtem-<br />

governamental, e elles nada mais blicas.<br />

arte,—atropelando a bôa fé e malsinando<br />

os desinterésses da dedi-<br />

têem feito do que acatar servil mente Os delegados da Commissão dos<br />

evidentes sam as falsidades e menperar a todos os seus compromissos as ordens que recebem do governo.<br />

cação!!...<br />

monumentos não deram em sententiras<br />

que nelles se contêem. Como com os próprios recursos da nação, O país não espera d'elles serviço ça a resolução definitiva e última;<br />

Patifes!..,<br />

revelação do estado mental do go- sem empréstimos externos, sem aug- algum, que não seja o de desacre- nem o podiam fazer, porque eram<br />

verno sam elles, porém, de tal vamento avultado da dívida fluctuante ditárem mais, se tanto é possivel,<br />

«Os trabalhos não estam<br />

apenas cornmissionados oficialmenlor,<br />

que não podemos furtar-nos á<br />

as actuaes instituições.<br />

suspensos, nem ha motivo<br />

no extrangeiro.» Do augmento da<br />

Com que direito vam elles porte,<br />

para, em vista das complexas<br />

para o serem, porque pódem<br />

sua analyse.<br />

dívida fluctuante interna, dos calotanto votar-se um subsidio, que tem condições históricas e esthéticas da<br />

continuar nos pontos em que<br />

Note-se que é o ministro da fa tes pregados aos fornecedores e de ser pago pelo Estado? O país questão, emittirem e justificarem o<br />

zenda quem tem a palavra e sobre empreiteiros, dos milhares de con- não está em Condições de pagar<br />

se não levantáram dúvidas. E<br />

seu voto.<br />

uma questão que, no seu dizer, «é<br />

espectáculos como os que se repre-<br />

é isto o que é razoavel».<br />

tos que se devem ás câmaras mu<br />

Mas durante uma sessão, de duas<br />

sentam no Solar do» Barrigas. Se<br />

hoje como sempre vital no país», nicipaes, d'isso não falia o discurso os representantes das forças vivas horas e meia, em exuberantes pon- Sim! os trabalhos continuam!<br />

sobrelevando a todas as outras. da corôa para provar que o Estado da nação não pódem sustentar-se derações, raciocínios e deduções, de Com um pedaço de exemção digna<br />

Sobre ella deveria, pois, fazer, tem satisfeito honradamente os seus em Lisboa á sua custa, vam para crítica lúcida e proficiente, não per- e honesta; com um pouco de brio<br />

quem estivesse no plene goso das<br />

suas casas, d'onde nunca deviam<br />

compromissos com os recursos prócebe<br />

o cabeçudo Tribuno Popular altivo e de pundonor vibratil, depois<br />

ter saído.<br />

suas faculdades, um estudo sério,<br />

como elles podessem manifestar a<br />

prios. Não falia, nem isso era pre-<br />

dos episódios conhecidos e desco-<br />

expondo com precisão e^clarêza a si-<br />

sua adhesão a unidos planos?!<br />

ciso. Subentende-se. Sobre o que<br />

nhecidos, a obra talvez não conti-<br />

Pois foi isso!.. .<br />

tuação em que se encontra o país e podia haver dúvidas era quanto ao Em Benavente tem havido granuasse<br />

!.. .<br />

indicando as propostas ou projectos augmento da dívida fluctuante no ves tumultos, concentrando-se alli<br />

Houve tempo pora tudo. E para Assim continúa, porque ha ho-<br />

tendentes a melhorá-la.<br />

uma importante força armada. o sr. engenheiro Frazão evidénciar mens, que sob o aspecto emoliente<br />

extrangeiro, attento o crédito de.que<br />

Diz-se que esses tumultos foram mais uma vez os fulgurantes recur- da alimentação de linhaça, parécem<br />

Sobre esta parte, porém, nada se gosa o governo. Mas este não teve motivados pela suspensão d'um adsos do seu engenho, a dialéctica in- feitos de cauthchout.<br />

diz; quanto á primeira, só dislates. dúvida em affirmar que houvera ministrador que era muito estimado quebrantável dos seus argumentos<br />

Um breve exame.<br />

augmento dessa dívida, no mesmo naquelle concelho. Outros attri-<br />

Digo-lh'o eu!<br />

e os estudos profundos de erudição<br />

Diz-se, por um lado, no tal disbuem-noá<br />

guerra de extermínio que<br />

Mas o Tribuno acha bem!...<br />

jeríodo em que affirma que o the<br />

e de sciéncia, a cuja luz se fortificou<br />

se declarou aos cães,<br />

Elle não conhece os factos; não<br />

curso da corôa:— «o thesouro tem souro satisfez todos os seus com- Parece-nos pouco, para tanta bal-<br />

o seu espírito, para a concepção da tem imparcialidade, nem compe-<br />

podido obtemperar a todos os seus >romissos com os recursos próprios. búrdia.<br />

sua proposta!<br />

tência, nem escrúpulo, nem desejo<br />

compromissos com os próprios re- Ora pois.<br />

Alguns jornaes noticiáram a pre- de acertar; não tem alma, nem calor,<br />

cursos da nação»; «mantem-se a me- Haverá quem possa duvidar, peferência.<br />

O mesmo Tribuno espa- nem convicção; mas entrou e metlhoria<br />

alcançada nas condições do<br />

Não se reuniu no dia 4 o Solar<br />

rante taes dislates, tam extraordilhou-a<br />

á publicidade; e vae agora, teu-se a taralhão, pelo simples mo-<br />

do Barrigas e, para que a junta<br />

nosso regimen económico e finannárias contradicções, que o gover-<br />

por um méro impulso de bajulação,<br />

preparatória começasse a funccionar<br />

tivo de que encontrou a porta<br />

ceiro»; «têem-sedesinvolvidoas inno está doido varrido? Deverám at- no dia 5, foi necessário que a<br />

dá-lhe na tinêta para contradizer a aberta!<br />

dústrias e as transacções do commértribuir-se a outra causa, que não emprêsa escrevesse cartas, dirigisse notícia, ampliando-a de informações E honrôso e grato ao Tribuno<br />

ameaças e fizesse promessas aos e applausos de sua recreação.<br />

cio»; «sam mais fáceis as liquida- seja uma completa inconsciência,<br />

constitui r-se acolyto do Instituto;<br />

actores. Estes sabem a figura que E atrevidamente:<br />

ções»; «a taxa geral do desconto<br />

distribuindo sorrisos e graças de<br />

taes disparates?<br />

vam fazer e por isso se retrahem — " E isto o que é razoavell consolação!...<br />

tem baixado»; «é considerável a di- Quem em tal obra quiser vêr ou- tanto.<br />

Ora as sympathias do Tribuno<br />

minuição na exportação do ouro.» tra coisa, deverá entám, não cha-<br />

No dia 5, em que entraram no<br />

Effectivamente a massa éa mesma.<br />

não me despertam inveja.<br />

espectáculo só 54 figuras contando<br />

Óptima para matar carochas!!<br />

Por outro lado lê-se: «não tem mar ao governo mentirôso, fraudu- o sr. conselheiro Dias Ferreira, foi Vi na rectificação uma vindicta Pêlo fim:<br />

sido avultado o augmento da dívida lento, que é pouco, mas incitar o eleita a mêsa que ficou assim com- saloia; reles na essência e nos in- Decláro que não apeteço as pre-<br />

fluctuante no extrangeiro»; «a bai- país a que se revolte e dê cabo de posta: dr. Costa Santos, presidente, tuitos; extemporânea e ruim pela dilecções d'este raio de Tribuno.<br />

xa da cotação no câmbio do Brasil, a<br />

Armando da Motta Veiga e Espirito<br />

quem o está disfructando por tal<br />

inopportunidade.<br />

Santo Lima, secretários.<br />

Conheço-lhe bem a vida desven-<br />

alta de desconto em Londres e Ber- fórma.<br />

Objectei. E o Tribuno desdenhôso<br />

Os barrigas que devem figurar<br />

turada! Tem passado por muitas<br />

lim, a escassez das colheitas, a ca- Que isto é de mais.<br />

toma vulto; cerra os olhos de myo-<br />

como opposição do governo já rece-<br />

mãos de lettrados e subalternos:<br />

restia dos trigos nos mercados da<br />

beram os papeis.<br />

pia pedante e apenas lobriga a dis- nunca valeu mais do que isto!<br />

tância: um sr. A, que surgiu da Re-<br />

América, a restricção no valor dos Consta que o sr. D. Affonso vae Segundo nos informam, o ensaia-<br />

Agora saiba-se que este mise-<br />

productos exportados de Angola, desposar a duquêza de Richelieu, dor d'estes é o sr. Fratel. sistência, o qual A lhe affirmam ser rando, quando em outros tempos<br />

o auctor d'um dos projectos í...<br />

encarecendo o prémio do ouro, ag- filha da princêza de Mónaco.<br />

vivia da sôpa económica da benefigravaram<br />

os encargos da praça e Não bastavam as viajatas reaes;<br />

Realmente eu sou um A, como cénciajdeveujfavoresdesagradecidos<br />

temos agora o casamento do irmão Reune-se hoje em Montemór-o- elle pode ser um b!...<br />

produziram um relrahimento no<br />

de collaboração á minha caridade!<br />

do sr. D. Carlos, que também ha de Velho a assemblêa geral do syndi- O collosso de Rhodes, majestá- Não admira por isso que o reles,<br />

commércio de importação, que se ficar por bom dinheiro ao país, cato agrícola d'aquelle concelho, tico e pejado de importâncias so- para captar benevolénciaa dos ami-


galhótes da última hora, me vire o<br />

dente!<br />

O cão!...<br />

A.<br />

Falleceu em Lisboa este distinclo<br />

titular, que occupara um logar<br />

proeminente na nossa advocacia e<br />

nà republica das lettras.<br />

Como advogado, o visconde de<br />

Ouguella luctou sempre com a maior<br />

tenacidade contra a pena da morte,<br />

lornando-se notável o discurso que<br />

pronunciou em defêsa de Addré<br />

Turnes.<br />

Como litterato o visconde de<br />

Ouguella distinguiu-se especialmen-<br />

te péla Lucta social, publicada ha<br />

poucos annos. E uma bella obra de<br />

propaganda em favor da democracia<br />

e do socialismo, em que elle revela<br />

largos conhecimentos sobre a questão<br />

social.<br />

Na mesma ordem de idêas publicou<br />

O proletariado europeu e es<br />

tava concluindo um livro intitulado<br />

O último cartucho, a propósito do<br />

congresso de Londres.<br />

O Visconde de Ouguella foi de<br />

putado por Sintra em 1859, tornando-se<br />

notável pelos seus discursos.<br />

Abandonou, porém, a breve<br />

trecho a carreira política.<br />

Exerceu até ha pouco tempo o<br />

posto de grão-mestre da maçonaria<br />

portuguesa, em que foi substituído<br />

pelo sr. conselheiro Bernardino Machado.<br />

O Visconde de Ouguella tinha<br />

uma grande fortuna, que deixou a<br />

sua espôsa.<br />

Passam incommodados de saúde,<br />

OjSr. José Pinto de Mattos, industrial<br />

muito considerado, e o sr. Joaquim<br />

Gomes da Fonseca, hábil typographo<br />

da Imprensa da Universidade<br />

e digno presidente da direcção<br />

da Associação de Soccorros Mútuos<br />

da mesma imprensa.<br />

O nevoeiro em Londres<br />

0 tradicionel nevoeiro de Londres<br />

foi, sábbado último, de ta<br />

densidade que se tornou necessário<br />

accender durante o dia os candiei<br />

ros da illuminação publica, sem que<br />

is4o evitasse grande numero de accidentes.<br />

Alguns comboyos tiveram atrasos<br />

consideráveis; na estação de Wandaworth<br />

houve um choqne entre<br />

dous comboyos de passageiros, apesar<br />

de serem precedidos por locomotivas-pilotos.<br />

Houve bastantes<br />

ferimentos, mas não de muita gra<br />

vidade.<br />

Nas ruas de Londres occorreram<br />

numerosos choques de vehículos,<br />

tornando-se quasi impossível a cir<br />

culação. O movimento commercial<br />

teve de ser interrompido durante<br />

todo o dia, pois a illuminação não<br />

era suficiente para dissipar as trévas<br />

produzidas pelo denso nevoeiro.<br />

Falleceu em Madrid o antigo ministro<br />

Venâncio Gonzales.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

Dm círculo vicioso<br />

O correspondente político do nosso<br />

collega O Commércio do Porto,<br />

A situação cambial aggravou-se depois de se haver occupado na sua<br />

nos últimos dias. Effeitos do discurso<br />

da corôa, que deu a situação última Revista do inacreditável es-<br />

económica e financeira em accenjectáculo da abertura solemned'um<br />

tuada melhoria.<br />

)arlamento que caiu no mais com-<br />

)lelo ridículo, diz sobre as respon-<br />

"Visconde de Ouguella sabilidades da irrisória situação em<br />

que se encontra a nossa política:<br />

«E, francamente, não nos indigna<br />

muito o governo, que a isto nos tem<br />

conduzido!<br />

Já o outro dia lhe retiravamos, em<br />

matéria da mais grave importância,<br />

uma parte capital da sua responsabilidade.<br />

É que esta pertence, cada vez mais,<br />

â nação, cada vez mais a todos nós.<br />

Em vez de sermos, como nos cumpria<br />

ser, os actores cheios de interésse<br />

do nosso theatro político, somos<br />

apenas os espectadores desinteressados<br />

do mystério, que diante de nós,<br />

uma fracção pequeníssima do pôvo vae<br />

demoradamente representando.<br />

Agora, governa-nos este governo;<br />

ámanhã ha de governar-nos aqueloutro,<br />

oue já d'alli se apresenta asso<br />

mando. Depois, ha de voltar a gover<br />

nar-nos este; até que seja tempo de<br />

passar a governar-nos o outro, e assim<br />

snccessivamente.<br />

Mas esses homens sam sempre os<br />

mesmos, usando sempre os mesmos<br />

processos, commettendo sempre os<br />

mesmos érros, fazendo sempre resvalar<br />

o país aos mesmos precipícios e<br />

atirando sempre com elle aos mesmos<br />

atoleiros 1<br />

Porque não procura o país, em si<br />

mesmo, outros homens inspirados nóu<br />

tras ideias, possuidores de outros meios,<br />

capazes de o erguerem ás alturas a<br />

que aspira, e de o estabelecerem no<br />

alto nivel que deseja?<br />

Não pôde ser; o país, como deve saber<br />

quem taes perguntas nos faz, é<br />

constituído por governados; aqueiles é<br />

que sam os governantes. Não sam nossos;<br />

nós é que somos d'elles. E não<br />

pôde haver confusão possivel entre o<br />

governado e o que governa.<br />

A mentalidade nacional está neste<br />

período de depressão irremovível. Com<br />

gente d'esta, com cabeças assim constituídas,<br />

e que assim raciocinam, o<br />

que se ha de fazer?<br />

Todos os dias, os homens que de<br />

mais perto roçam pelas coisas publicas,<br />

os que conversam nos círculos,<br />

os que escrevem nas redacções, affir<br />

mam princípios empíricos, da mais<br />

incrível superficialidade' Ê assim. As<br />

coisas sam de tal modo, porque o sam.<br />

Razões, que nunca o foram, occupam<br />

o logar da razão.<br />

Acceita-se, de ânimo leve, tudo quan<br />

to lisonjeia a preguiça inteilectual. Para<br />

a maior parte da gente não ha esforço<br />

mais violento, nem mais fatigante, que<br />

o esforço de pensar.<br />

A nação descança, ha mais de trin<br />

ta annos, nesta cómmoda noção ern<br />

pírica, enquanto a ideaes políticos, e<br />

a ideias de governo: Quem tem direito<br />

a governá-la sam, alternativamente, os<br />

grupos politicantes, que se distinguem<br />

pro fórma, pelos nomes de progres<br />

slstas e de regeneradores.<br />

Sabe outra coisa ainda que lhe met<br />

teram na cab ça, e que lhe substitue<br />

ás mil maravilhas, a canceira de mui<br />

tas reflexões: sabe que as situações se<br />

gastam passado algum tempo, e que<br />

devem ser substituídas.<br />

E não precisa de mais nada, para<br />

saber tudo quanto lhe pôde interessar<br />

em politica, e para ter a explicação de<br />

todas as coisas.<br />

Em um governo começando a encher<br />

a medida dos seus desacertos, aggravando<br />

cora elles o estado do pais e irri<br />

tando a opinião, êsse governo principia<br />

a estar gasto. E' um euphemismo<br />

bonito e cómmodo, que dispensa outra<br />

ordem de critica e de considerações.<br />

Assim o governo actual, o que está<br />

é gasto pelo tempo; dura ha muito. Tudo<br />

quanto excede dois annos é ja favor.<br />

Para que é preciso estar agora a<br />

indagar e a recordar como tem vivido<br />

e o que tem feito ? Gastou-se, coitado.<br />

E' a ordem natural das coisas.<br />

0 outro, governo progressista, que<br />

também ha seis aunos acabâra por se<br />

apresentar gasto de todo, agora já está<br />

reconstituído, já parece novo.<br />

Venha elle, e vá êste para casa, rejuvenescer,<br />

restaurar-se. E d'aqui a<br />

dois annos, o mais tardar, pôde começar<br />

a apparecer, pois entam ha de ter<br />

já, de certo, quem o relembre com saudade.<br />

Os regeneradores, no entender do<br />

mesmo empirismo público, estam governando<br />

vae para quatro annos, pois<br />

para esse empirismo, isto sam os regeneradores.<br />

E' tempo agora, diz, de<br />

virem os progressistas, que já não go-<br />

vernam ha muito. Agora é a vez d'eles.<br />

Pois quem havia de ser?<br />

E vamos a vêr o que elles fazem,<br />

vamos a vêr se isto se endireita, se<br />

toma caminho!<br />

Pronunciadas taes sentenças, recaído<br />

em tal conformidade, o país fica satisfeito<br />

consigo mesmo, á espera dos<br />

acontecimentos, á espera do que os<br />

governantes farám d'elle, e trata de<br />

pensar noutra coisa.<br />

O futuro está assegurado. Qnando a<br />

situação progressista estiver gasta, tam-<br />

pem, Deus, que vela sobre nós, favorecer-nos-ha<br />

com uma situação regeneradora.<br />

Porque o pais está convencido que<br />

isto foi assim desde o principio do<br />

mando, e que assim ha de ser sempre»<br />

Não pôde contestar-se a verdade<br />

d'estas afirmações, que traduzem<br />

rigorosamente o estado em que se<br />

encontra a política monárchica no<br />

nosso país.<br />

O auctor da Revista não se limita<br />

porém ao papel de crítico.<br />

De ha muito vem elle apostolando<br />

a formação d'um partido nacional,<br />

para evitar assim a rotação do<br />

poder entre os dois partidos que<br />

estám completamente gastos e desacreditados.<br />

Ainda quando fosse possivel a<br />

organização d'esse partido, o que<br />

não cremos, nenhum benefício derivaria<br />

d'elle para o país dentro, das<br />

actuaes instituições. Não sam os<br />

partidos, é a monarchia que está<br />

completamente gasta e desacreditada.<br />

E a suppressão d'esta que se<br />

torna absolutamente indispensável<br />

para a regeneração do país.<br />

Os governos nephelibatas, dos<br />

taes grupos extra-parlidários, dos<br />

taes homens de valor, deixáram de<br />

si recordações que não mais esquecerám.<br />

O Movimento Catolico de Madric<br />

noticia que se prepara uma concor<br />

data entre Portugal e a Santa Sé<br />

ácèrca da organização da bierarchia<br />

ecclesiastica nas províncias de Angóla<br />

e Moçambique, sendo os encarregados<br />

d'essas negociações e núncio,<br />

monsenhor Ajuti, e os srs<br />

Soveral e Sousa Monteiro.<br />

A caixa filial do Banco de Portugal<br />

nesta cidade obteve lucros na<br />

importância de 25 contos approximadamente.<br />

O senado francês<br />

Ê conhecido já o resultado das<br />

eleições que se realizaram em Fran<br />

ça no último sábbado para a esco<br />

lha de 97 senadores em trinta departamentos.<br />

A derrota dos monárchicos foi<br />

monumental, perdendo nada menos<br />

de oito logares. Os radicaes e socialistas<br />

ganharam nove, derrotando<br />

Constares, o enérgico ministro<br />

do interior que feriu mortalmente o<br />

Boulangismo e que tam antipálhiéo<br />

se tornou pela sua demasiada severidade,<br />

e Hebrard, director do<br />

Morreu na ilha de Mau o sr. JosêMylchreest,<br />

que descobrira e explorára<br />

grande nUmero de minas de diamantes<br />

na Austrália, na América e em África,<br />

tendo estas últimas sido vendidas ao<br />

syndicato formado pelo sr. Cecil Rhodes.<br />

Conhecido pelo nome suggestivo<br />

de Rei dos diamantes, era o maior proprietário<br />

individual de minas de diamantes<br />

que tem existido, e as duas<br />

jóias que têem o seu nome passam por<br />

ser das mais bellas do mundo. Estavam<br />

ainda em seu poder no momento em<br />

que morreu o Rei dos diamantes.<br />

O sr. Mylchreest fôra o modelo do<br />

heroe do livro do seu amigo Hall Caine,<br />

intitulado The Manseman.<br />

Gelebrou-se hoje o casamento do<br />

illustre africanista sr. Victor Cordon,<br />

com a sr. a D. Maria Elmira<br />

Correia d'Almeida, filha do sr. José<br />

Correia d'Almeida, d'esta cidade.<br />

A Áfriea do Sul<br />

O célebre Cecil Rhodes, que pla-<br />

Temps. A derrota d'estes dois canneou<br />

e dirigiu a cobárde incursão<br />

didatos tem sido objecto de vivos<br />

commentários. *<br />

do dr. Jamson no Transwaal com<br />

Dos senadores eleitos 64 sam forças da South África, soffrendo<br />

governamentaes, 16 radicaes, 12 uma derrota vergonhosíssima, não<br />

monárchicos, e 5 socialistas. se considéra perdido para a reali-<br />

Este resultado é a condemnação zação do sonho dourado da Ingla-<br />

do imposto sobre o rendimento e<br />

terra: a unificação da África do<br />

da revisão constitucional, que não<br />

)oderám implantar-se em França<br />

Sul. Ha pouco, respondendo a uma<br />

sem um conílicto gravíssimo com o manifestação que lhe foi feita em<br />

senado.<br />

Rondebusch, afirmou de novo o<br />

O socialismo, porém, não aban- propósito de executar êsse plano,<br />

donará o campo da lucta e a vi- dizendo que não considéra perdida a<br />

clória sem dúvida lhe pertencerá sua carreira, sendo agóra que ella<br />

num futuro mais ou menos próxi-<br />

verdadeiramente começa.<br />

mo.<br />

Este discurso causou impressão<br />

vivíssima no Transwaal, onde rea-<br />

0 arrendamento das linhas férreas<br />

brasileiras<br />

lizando-se uma contra-manifestação<br />

em Pretória, fazendo o juiz Jorrissem,<br />

Ao que parece e pelo que diz<br />

que ía á frente d'ella, um discurso<br />

uma folha estrangeira, são quatro na presença do presidente Kruger<br />

os syndicatos que se propõem ar- em que, referindo-se á glorificação<br />

rendar as linhas férreas do Estado que se estava fazendo a Cecil Rho-<br />

brasileiro, que téem uma extensão des na colónia do Cabo, quando<br />

de 2:950 kilómetros, e que costa-<br />

elle está em vésperas de ser julgado<br />

ram ao Brasil 288:118 contos,<br />

moeda brasileira.<br />

pela justiça dos seus compatriotas,<br />

Os quatro syndicatos sam: um disse que era muito de temer que<br />

allemão, do qual faz parte Krupp, grandes máles resultassem d'esta<br />

outro inglês, outro belga e outro situação.<br />

franco-brasileiro, tendo á sua frente O presidente Kruger não respon-<br />

o conde de Fi gueiredo, fundador<br />

do Banco Nacional Brazileiro, do<br />

deu, mas sem dúvida concordou e<br />

Rio.<br />

prepára-se para a lucta.<br />

Certo é que os effeitos desta se<br />

ham de sentir nas nossas possessões<br />

Dizem alguns jornaes governa- africanas, sendo nós víctimas tammentaes<br />

que o partido progressista, bém da cobiça da Inglaterra. Mas<br />

havendo cortado as relações offi o governo de sua majestade não<br />

ciaes com o rei, devia conquistar o<br />

pensa nisso, não adopta providên-<br />

poder por meio d'uma revolução.<br />

cias algumas, o que seria perigôso<br />

Estamos d'accôrdo. E ainda é<br />

tempo de os progressistas pensarem<br />

porque poderia melindrar a nossa<br />

nisso.<br />

fiel alliada.<br />

As nossas colónias são objecto<br />

de tam diligente sollicitude porparte<br />

Vae reger a cadeira de práctica do governo, tem elle pensádo tam<br />

do processo no 5.° anno jurídico o sériamente, já não dizemos em<br />

sr. dr. Avelino Callisto, no impedi-<br />

promover o seu melhoramento mas<br />

mento do cathedrálico sr. dr. Manuel<br />

Dias da Silva, que, segundo<br />

em garantir a sua manutenção, que,<br />

nos consta, só no próximo mês de como nota O Commércio do Porto:<br />

fevereiro reassumirá o exercício das<br />

suas funcções.<br />

«Tudo quanto o governo<br />

pensa sobre administração e<br />

política colonial está bem claramente<br />

exprésso no discurso<br />

da corôa. Não se diz ali uma<br />

palavra a<br />

peito !...»<br />

semelhante res-<br />

Durante o anno de 1896 houve<br />

nesta cidade o seguinte consumo<br />

de carnes verdes: — Bois abatidos,<br />

1:562, com 302:463 kilg.; vaccas,<br />

2, kilg. 394; vitellas 396, kilg.<br />

17:716,5; carneiros 27:994, kilg.<br />

174:544; cabras 1:206, kilg. 1:206,<br />

kilg. 11:335; porcos 1933, kilg.<br />

155:796,5,<br />

E o que havia de dizer o governo,<br />

se nada sabe, nem tem tempo<br />

para estudar, nem capacidade para<br />

aprender!<br />

Communicam-nos que é desesperádo<br />

o estado do sr. dr. Francisco<br />

Antonio Rodrigues d'Azevedo, lente<br />

de prima jubilado da faculdade de<br />

theologia e presidente do cabido<br />

da Sé de Coimbra.<br />

O illustre enfermo conta 86 annos<br />

d'edade.<br />

Tem passado muito incommodada<br />

de saúde a bondósa espôsa do<br />

sr. dr. Lopes Praça, sábio cathedratico<br />

da faculdade de Direito.<br />

Desejamos ardentemente as me-<br />

Ihóras de s. ex.\<br />

Deixou de funccionar em 31 do<br />

mês findo o Club Conimbricense, o<br />

mais antigo que havia em Coimbra,<br />

Ghamavam-lhe o club dos lentes,


O u C b a<br />

Notícias recebidas em Madrid<br />

dizem que o generalíssimo Máximo<br />

Gomez, passára a trocha de Jucaro<br />

cm direcção a Las Yillas, á frente<br />

d'um numerôso exército. Estas notícias<br />

causáram a mais viva inquietação,<br />

sendo convocada immediátamente<br />

uma conferência entre o general<br />

Azcárraga, ministro da guerra,<br />

Gánovas dei Castilho, presidente<br />

do conselho e Primo de Rivéra,<br />

capitão general de Madrid, a que se<br />

liga grande importancia, havendo<br />

quem affirme que se resolvera exonerar<br />

o general Weyler, que seria<br />

chamado a Madrid, indo substituí-lo<br />

Azcárraga, cuja popularidade tem<br />

augmentado muito.<br />

O general Weyler continua todavia<br />

a affirmar que já está pacificada<br />

a província de Pinar dei Rio e que<br />

dentro de vinte dias pacificará completamente<br />

as províncias de Matanzas<br />

e Navarra.<br />

Sabe-se já que crédito deve ligar-se<br />

a estes telegrammas.<br />

*<br />

A situação económica de Cuba<br />

encontra-se num estado verdadeira<br />

mente deplorável. O correspondente<br />

do jornal inglês The Times diz que<br />

a próxima colheita do assucar não<br />

será superior a 150:000 toneladas,<br />

tendo havido 1.100:000 em 1895<br />

e que a colheita do tabaco ficará<br />

reduzida & pouca mais de 15 por<br />

100 da obtida no anno anterior.<br />

0 dr. Baccelli, um amador dedicado<br />

tia archeologia romana, que foi dire-<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

ctor do ministério de instrucçâo e bellas-artes,<br />

occupou-se em tempo do projecto<br />

de retirar do fundo do lago Némi,<br />

perto de Roma, os navios romanos, que<br />

ahi foram descobertos ha cêrca de um<br />

anno. O engenheiro naval Malfatti foi<br />

encarregado de estudar o processo de<br />

salvar os navios, que estavam enterrados<br />

no lôdo, e no relatório apresentado'<br />

diz que o meio mais práctico a<br />

adoptar não seria, como se peDsou a<br />

principio, pôr a nado com o auxilio<br />

de poderósos apparelhos os dois navios,<br />

mas sim deixá-los em sêeco, baixando<br />

o nivel do lago cêrca de 22 ou<br />

23 metros. Biisando 13 metros já ficaria<br />

a descoberto um dos navios, mas<br />

Quando, pois, se verifiquem as<br />

previsões de Weyler, no que não<br />

acreditamos, a Hespanha terá de<br />

suspender sommas enormes para a<br />

restauração económica de Cuba, o<br />

que virá aggravar mais a sua precária<br />

situação financeira. As consequências<br />

que d'aqui deriváram sam Falleceu hontem, na edade de<br />

fáceis de prever.<br />

78 annos, o sr. dr. Agostinho Thomaz<br />

dos Santos Viegas, de Ceia,<br />

sôgro do abastado capitalista d'esta<br />

Navios romanos cidade sr. Francisco Rodrigues da<br />

Cunha Lucas, a quem damos sentidos<br />

pesames. -<br />

Remissões<br />

No districto de recrutamento e<br />

reserva de Penafiel dizem que renderam<br />

as remissões durante o mês<br />

de dezembro cêrca de 30 contos<br />

de réis.<br />

mente occorrido, foi encarregada a<br />

presidência de fazer as necessárias<br />

averiguações.<br />

Auctorizou trabalhos de canalização<br />

de aguas em vista de pedidos feitfls<br />

por via de requerimento.<br />

Mandou registrar a nota das canalizações<br />

d'agua executadas desde o dia<br />

10.<br />

Enviou á repartição competente para<br />

informar, diversos requerimentos, pedindo<br />

canalizações d'agua.<br />

Miranda.<br />

KALENDARI0 DE JANEIRO,


Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia —História do limoeiro—O<br />

Limoeiro hoje—O regulamento — Os presos—Cm<br />

canicida—Condemnado ámórte-Fugas célebres—acenas<br />

de sangue - As pri*ões e o absolutismo—<br />

Hío tempo dos Cabraes—Q trabalho—A minha<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres, por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

I)epósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />

2 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

3 â rmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

4 lllrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leilão;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão ;<br />

De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />

Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />

económicas . 20000<br />

Agência era quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês 10000<br />

Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />

feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

e o constituinte tem sómente a pagar a agência.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />

e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte 10000<br />

Todos os serviços sam feitos com promptidão e quasi de<br />

graça.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

Previlegiado em Portugal pelo atoa 1:127<br />

50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a JOSE MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

ISABEL DE ARAGAO (RAINHA SANTA)<br />

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A' venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

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3 horas da tarde.<br />

" fippartunameate se<br />

" marcará dia e hora da<br />

praça na própria casa, rua do<br />

Corpo de Deus n. 08 92-94-96.<br />

" Maria da Encarnação Fer-<br />

«Ireira de Carvalho, Parteira<br />

approvada pela Eschóla Médico-cirurgicade<br />

Lisboa, offerece<br />

os seus serviço nesta cidade.<br />

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n.° 113<br />

^Vendem-se 27 pinheiros<br />

" mansos, um cedro e muitos<br />

pinheiros bravos, na Quinta<br />

do Cedro, no Tovim. Recebemse<br />

propostas na Quinta dos Plalanos,<br />

á Bemcanta.<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2)51700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anuo 2^400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

ANNUNCTOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repeti'<br />

pões, 20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />

desconto de 50 p. c.


N.° 107 COIMBRA-Domingo, 10 de janeiro de 1897 2.° ANNO<br />

AOS INDIFFERENTES<br />

De todos esses discursos da corôa,<br />

nenhum outro existe como o<br />

último que acaba de ser lido, mais<br />

cheio de cynismo, mais crivado de<br />

mentiras repugnantíssimas! E claro<br />

que apenas me refiro á questão<br />

económica e financeira, tratada naquelle<br />

documento, com uma tal incúria<br />

ou inépcia, com uma tal desvergonha<br />

ou ausência de senso-commum,<br />

e até de respeito para o chefe,<br />

do Estado, irresponsável segundo<br />

a constituição do reino, que ou<br />

os ministros da corôa estám positivamente<br />

doidos, ou sam consciéntemente<br />

uns traidôres á pátria I<br />

Alguns períodos do relatório do<br />

actual ministro da fazenda, apresentado<br />

a 6 de março de 1896, e<br />

que já analysei, demonstrando que<br />

estavam em diametral opposição<br />

com a núa e crúa verdade dos factos,<br />

foram agora transportados para<br />

o discurso da corôa, e no dia 1 de<br />

janeiro de 1897 ainda se atreve o<br />

mesmo ministro, e por duas vezes,<br />

a dizer pela bécca do-eliefe-do Estado<br />

: que o país continua melhorou<br />

do económica e financeiramente!<br />

O que vexa, o que contrista, i<br />

levar-se o chefe do Estado a proferir<br />

tam monstruosa calúmnia, os<br />

navios de guerra a embandeirarem<br />

cm arco, a i. a progressivo descenso dos câmbios, dições económicas do pais > -— tal foi<br />

alimentando-se menos, ou peor, ou o cumprimento de bôas-féstas, di-<br />

IE3©a, joloTra,! CRISE CAMBIAL<br />

mais caro?<br />

rigido cá para fóra, no discurso da<br />

Parece ser caso deliberado que<br />

O próprio ministro da fazenda corôa, á desditosa nação portu-<br />

as obras do paço episcopal vam ser N'O Commércio do Porto vem<br />

não luctou para satisfazer os enguesa. subordinadas á direcção d'um ar- publicada, em artigo de fundo, uma<br />

cargos da dívida externa, as factu- Foi insultár o país; foi ridiculachiteclo, cuja competência e talen- interview entre o correspondente de<br />

ras dos seus fornecimentos, os sarizá-lo na sua miséria e nobres astos sirvam de sólida garantia ás Lisboa d'aquella folha, sr. Rangel<br />

ques sobre saques dos commissápirações por melhores dias. enormes responsabilidades d'essa de Lima, "e o sr. Conselheiro Julio<br />

rios régios, os ordenados dos diplo- Bruck escreveu que os indivíduos grave emprêsa e de reparação ar- de Vilhena sobre a crise cambial e<br />

mátas e d'essa multidão de officiaes pódem esquecer ou perdoar algutística aos êrros commettidos. a questão económica.<br />

de marinha, que, a peso d'ouro, anmas vezes um insulto e alé mesmo A necessidade urgentíssima de As declarações do sr. Julio de<br />

dam pelo extrangeiro, uns a fisca- um dito, uma palavra que os ridi- uma tal solução era reconhecida Vilhena sobre a nossa situação ecoizar,<br />

outros a fingir que fiscalizam, cularize; mas que as nações, quando<br />

3or Ioda a gente, como a única a nómica estám em perfeita contra-<br />

oppôr á insânia que se apossou dos dicção com os piramidaes dispará-<br />

e ainda outros a passear as fiscali- insultadas ou expostas ao ridículo,<br />

mestres improvisados, ferozes e ás tes do governo no discurso da cozações<br />

?<br />

nunca esquecem e nunca perdôam.<br />

soltas!<br />

rôa, o que não obstará a que o sr.<br />

Pois a commandita de bacharéis Já que chegámos ao pensamento<br />

Urge que a intervenção d'um ar- Julio de Vilhena dê todo o apoio ao<br />

vedantes guindados a secretários d'um philósopho moderno, termitista<br />

subjugue a ineptidão e ponha governo na câmara dos pares e a<br />

d'Estado, e o mais graduado de tonámos serenamente citando também côbro ás arremettidas deploráveis que vote á resposta ao tal discurso.<br />

dos elles a ministro da fazenda, um philósopho antigo.<br />

dos archilectos por geração espontâ- Mas prosigamos.<br />

mandam dizer pelo reinante, que Escreveu Plutarco que os habinea, impávidos e incorrigíveis, ape- Segundo o sr. Julio de Vilhe-<br />

aliás não tem culpa d'isso, porque tantes da Ásia Menor, depois de sar dos clamôres e do protesto gena, as principaes causas da de-<br />

é irresponsável segundo a lei, que explorados pelos governantes, fôram ral! '<br />

pressão cambial sam o desequi-<br />

durante o anno de 1896 imanteve reduzidos á escravidão extrangeira, E, como consequência, a Sé Velíbrio da nossa balança commercial,<br />

se, sem dúvida, a melhoria alcança por nunca lerem lido a coragem de lha está naturalmente exigindo que o quasi exgotamento do nosso stock<br />

da nas coudições do nosso regimen se unirem e levantarem como um sobre ella se exerça a mesma su- metállico e a offerta insignificante<br />

económico e financeiro.»<br />

só homem, dizendo — Basta. perintendência e auctoridade. do papel cambial, em consequência<br />

Sem dúvida t Para admirar é que Lisbôa, 7 de janeiro de 1897.<br />

Os disparates grosseiros alli pra-<br />

da situação do Brasil. Para o goticados<br />

pela filáucia indomável do<br />

vernador do Banco de Portugal tudò<br />

não tivesse escripto— em regra, já<br />

Eduardo Abreu.<br />

sr. Frazão, ou da sua gente, é pre-<br />

o mais sam coisas secundárias, sem<br />

que da outra vez passou incólume,<br />

ciso que sejam corrigidos quanto<br />

grande influência sobre o assumpto.<br />

tam incólume que não ha memória,<br />

Em voz alta no' Solar, fallando antes e assegurada a discrição e o<br />

Assim deve portanto considerar-se<br />

mesmo no áureo período das cha- mais para as galerias do que para acêrto no proseguimento das obras.<br />

o desequilíbrio financeiro.<br />

madas— vaccas gordas—, de an- os barrigas, disse o sr. João Franco<br />

Porquê?<br />

A heterogeneidade inconciliável<br />

darem pelo extrangeiro tantas e que já estava ha quatro annos no<br />

da commissão de restauração da Sé Dí-lo o sr. Julio de Vilhena ao<br />

tam numerósás missões e commis-<br />

poder e que ainda se conservaria lá<br />

outros quatro.<br />

Velha está mais que provada: por- analysar os meios por que pôde<br />

sões de officiaes de marinha, com E não nos parece muito para leque o sr. Frazão é... phenome- obter-se a nossa restaúração econó-<br />

um excesso de abono, absolutamenvar a cabo o seu grandiôso projecto nal!mica.<br />

Para isso, declarou élle, ha<br />

divisão militar a for te illegal e até ultrajante em face de engrandecimento do poder real Toda a tentativa de concordân- dois procéssos: o financeiro e o<br />

mar em parada I<br />

.da pobreza do país, das misérrimas<br />

cia é e será impossível, com um tal económico.<br />

Trôea artilheria, sôem os clarins, condições do thesouro e da lei, que<br />

homem, — que não vê, não sabe, O primeiro consistiria na èxtmc-<br />

0 dinheiro dos contribuintes<br />

rufem os tambores, toquem as mú córta 30 °/o nos juros da dívida pú-<br />

não quer!. ..<br />

ção do deficit orçamental. Mas esse<br />

sicas, e... apresentar armas — blica.<br />

Do nosso prezado collega O Paiz: Ora a continuação d'êste estado processo é inefficaz, porque todos<br />

de coisas seria um vexame e uma os meios experimentaes de fazer<br />

que o pais continua melhorando finan- «, Continuam melhorando as condi- «O sr. Cypriano Jardim, goceira<br />

e economicamente.<br />

ções económicas do país»—ateima o vernador da província de S. Tho- defraudação para o país. Um vexa- subir as receitas do Estado, como o<br />

mé, encommendou para Lisboa me, porque representaria aos olhos augmento de impóstos, a reducção<br />

A 31 de dezembro de 1895, o relator do discurso da corôa.<br />

250 toneladas de rails especiaes, do visitante extrangeiro um atrazo nos preços da dívida pública, a dimi-<br />

cambio sobre Londres estava a 49 Ao começar o anno em que tal para assentar numa estrada. e uma inferioridade na educação nuição no rendimento dos funcio-<br />

3/4. Foi baixando lenta, irregular heresia foi proferida, continuava em A encommenda foi satisfeita, geral; uma defraudação, porque não nários, quando a economia do país<br />

mas progressivamente, fechando em larga escala pelas grandes artérias custando 28 contos de réis, quan-<br />

se tolera, que á custa dos dinhei- está affectada de uma doença orgâdo<br />

devia custar 12 ou 14, sem<br />

31 de dezembro de 1896 a 38 V». fluviaes, Tejo e Douro, a importação<br />

auctorização superior, e o transros<br />

públicos se estejam commettennica, sam inteiramente contraprodu-<br />

O que significa isto para o mais de cereaes absolutamente necessáporte importou em 2:400$000 do disparates, por cálculo, por malcentes: apresentar4e-hia um orça-<br />

obscuro cobrador d'um banco ou rios para a alimentação quotidiana réis.<br />

dade, ou por perrice, no meio da mento sem deficit, enfraquecendo-se<br />

d'um banqueiro, senão que duran das duas grandes capitaes, e por Chegaram os rails a S. Thomé, reprovação e dos protestos unâni- as fôrças productivas, aggravando-<br />

mas o sr. Jardim recusou-os.<br />

te o último anno foi successivamen- toda a fronteira terréstre eram<br />

mes 1...<br />

se o mál estár individual e aug-<br />

Encontram-se por isso os rails<br />

mentando portanto os deficits indite<br />

augmentarfdo o prémio do ouro poucos todos os meios de conduc- na praia, destinados a não serviduaes.<br />

e, portanto, encarecendo todos os ção para o transporte de pão hesvir, ao completo abandono, mas Partido republicano<br />

generos, todos os artigos de companhól. E, todavia, tal é a penúria os 28:000|000, segundo parece,<br />

O sr. Julio de Vilhenaesqueceumércio—e,<br />

portanto, também difi- geral, que nem os cereaes e fari-<br />

já estão pagos.<br />

Em Sever do Vouga está-se orse, vá lá este termo que talvez péque<br />

E' assim que se gasta o diganisando<br />

a commissão municipal por demasiádo brando, de que o<br />

cultando os pagamentos externos nhas que entram constantemente nheiro dos contribuintes—esse<br />

republicana.<br />

desequilíbrio financeiro tem sido<br />

incluindo os do próprio Estado? pela fronteira marítima, nem o pão dinheiro tam avaramente arran<br />

originado em escandalosos favori-<br />

Pois não é evidente que o com- já fabricado, que é diariamente in- cado pelo fisco a todos os que Sagasta declarou que era muito tismos, inqualificáveis esbanjamenmércio<br />

e a indústria teriam juntado troduzido pela fronteira terréstre,<br />

trabalhamos 1<br />

grave a situação política 'de Hespatos,<br />

torpes negociatas, syndicatos<br />

E' d'esta fórma que os minisnha e que se tornava necessário fir-<br />

immensamente durante o anno que podéram ainda chegar ao centro do<br />

tros do rei administram as arruimar a paz com Cuba, custasse o<br />

em que setêem adquirido enórmes<br />

findou para poderem satisfazer in país, para ahi egualmente abastenadas finanças do thesouro, quan- que custasse, contanto que se man- fortunas á custa do Estado e não na<br />

tegralmente os seus compromissos cerem as populações ruraes. 0 que do a legião dos esfomeados cresce tenha a integridade do reino e o retribuição aos funccionários públi-<br />

no extrangeiro ?<br />

ha no Alemtejo, em muitas regiões espantosamente!»<br />

decôro da nação.<br />

cos que sempre tem sido mesquinha,<br />

Se o governo hespanhol pensar<br />

E não foi sobre o consumidor, a da Extremadura e Beira Baixa —<br />

nem por falta de pagamento de im-<br />

como o português ácêrca da dignipóstos, excessivamente pesados, que<br />

que aliás também pertencem todos é fóme, a verdadeira fóme, negra e D'esta vez parece que sempre sáe dade nacional, não é por êste lado<br />

o país tem satisfeito |com paciên-<br />

os commerciantes e industriaes, que crueh<br />

a fornada dos pares, que será de que deixará de fazer-se a paz com<br />

cia mais que evangélica.<br />

pesaram todas as consequências do Apesar d'isto, melhàram as con- 14 segundo a última versão. Cuba.


Esqueceu tudo isso e que fôram<br />

esses esbanjamentos, favoritismos,<br />

syndicátos e negociatas que leváram<br />

o país á bancarrôta, sendo reduzi<br />

dos os juros das inscripções e cer<br />

ceádos os vencimentos dos funccio<br />

nários públicos e*que a sua conti<br />

nuação, nò meio da geral indiffe<br />

rença do país, nos arrastará fatal<br />

mente e em curto práso a uma ca<br />

tástrophe ainda mais tremenda, e<br />

por isso declára que o equilíbrio<br />

financeiro não attenuará a crise<br />

económica.<br />

Como se as fôrças productivas do<br />

país não soffressem com os despe<br />

dícios criminosos dos governos, que<br />

dam aos seus afilhados > com que<br />

construírem ricos chalets, plantarem<br />

riquíssimas vinhas, montarem earruágens,<br />

fazerem viajátas pelo extrangeiro<br />

e vivêrem num luxo asiático.<br />

Como se não tivessem de ser<br />

pagos no extrangeiro, em bom oiro<br />

os juros d'uma fabulosa dívida que<br />

em grande parte é devida a esses<br />

esbanjamentos!<br />

D'isto se esqueceu o sr. Julio de<br />

Vilhena e portanto de dizer que era<br />

possível realizar grandes economias<br />

nas despêsas do Estado, melhorando<br />

até os serviços públicos e animando<br />

as fôrças productivas, e que d'essas<br />

economias derivaria para a nossa<br />

situação económica uma importante<br />

melhoria.<br />

Onde está, para o sr. Julio de<br />

Vilhena, o meio de obter a nossa<br />

restauração económica? Ouçam, que<br />

o caso é sério.<br />

Adquira o governo por contractos<br />

livres ou por expropriação os<br />

terrenos necessários e faça-se cultivador,<br />

lavrador. O Banco de Portu<br />

gal adiantar-lhe-ha no praso de cinco<br />

annos, em séries annuaes de<br />

2:000 contos, a quantia de 10:000<br />

contos destinados á cultura de ce<br />

reaes nos terrenos escolhidos, mediante<br />

o juro de 2 p. c., que será<br />

pago pelo rendimento dos mesmos<br />

terrenos. Como garantia para o banco,<br />

esses mesmos terrenos.<br />

Para o sr. Julio de Vilhena será<br />

êsse o começo da nossa restauração<br />

económica.<br />

Vamos pensar sobre o caso que,<br />

repetimos, é sério.<br />

O afan da perseguição á imprensa<br />

alástra-se pela província,<br />

assoprado pela fúria impotente<br />

d'um ministro rancorôso.<br />

Acábam de ser querellados cinco<br />

números do Benaveíense.<br />

Que susto I<br />

Só porque o nosso prestante correligionário<br />

dr. Eduardo d'Abreu<br />

publicou um manifesto e Salmeron<br />

fez num comício referências amaveis<br />

a Portugal, uma folha do governo,<br />

escusado é dizer qual, aconselha<br />

o governo a que tome medidas<br />

preventivas.<br />

Não passaria isto d'um caso ridículo,<br />

a juntar aos que todos os<br />

dias se estám dando na política monárchica,<br />

em que unicamente se de-<br />

via vêr uma inexprimível manifesta<br />

ção do mêdo de que se acham pos<br />

suidos os políticos que têm trafica<br />

do com o dinheiro e a honra do<br />

país, se êsse jornal não fallasse na<br />

possibilidade d'uma pavorosa. As<br />

sim e sabendo-se que o governo de<br />

seja a todo o custo, seja porque<br />

meios fôr, prestar mais um serviço<br />

á monarchia consolidando-se no po<br />

der, bom será que os nossos corre<br />

ligionários adoptem também provi<br />

déncias.<br />

Que este governo é capaz de<br />

tudo.<br />

Foi aberto, segundo affirma um<br />

jornal de Lisboa, mais um crédito<br />

especial de 75:000^000 réis para<br />

pagamento de excéssos á companhia<br />

das aguas. Como commentário ao<br />

discurso da corôa. é de primeira<br />

ordem.<br />

Diz-se que o governo, para obter<br />

a cotação das obrigações dos Caminhos<br />

de ferro de norte e leste<br />

concedêra á companhia a proragação,<br />

por i2 annos, do praso para<br />

a remissão das linhas e o direito de<br />

opção sobre a venda, arrendamento<br />

ou exploração das linhas férreas do<br />

Minho e Douro e sul e sueste.<br />

Não duvidámos de que assim<br />

seja, estamos atédispóstos a crê-lo;<br />

mas como não tardará muito que<br />

tudo isso se saiba positivamente<br />

abster-nos-hemos por'ora de qualquer<br />

crítica.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

Aos indifferentes<br />

Ao mesmo tempo que as gazelas<br />

fazem reportagem sobre a ostentação<br />

com que a sr. a D. MariaPiaoccupao<br />

primeiro andar do mais faustoso<br />

hotel de Paris, uma folha de Villa<br />

Beal descreve com as mais sombrias<br />

côres a fome e a miséria que invade<br />

as populações de Traz-os-Montes<br />

E notícias de Campo Maior registam<br />

a continuação dos assaltos<br />

bolota, pelos esfaimados, que<br />

resistem aos guardas das herdades,<br />

e fazem necessária a intervenção das<br />

praças da guarda fiscal.<br />

Toda a imprensa republicana<br />

frisa o desprendimento e o luxo com<br />

que á família real apraz escarnecer<br />

dos infortúnios do povo.<br />

O inventor da dynamite<br />

Nos dois últimos mêses em que, por<br />

instrucções do governo, foi convenientemente<br />

estabelecido o serviço de extermínio<br />

de cães, foram mortoí nos<br />

quinze concelhos d'este districto, i;700<br />

d'esses animaes,<br />

0 diabo feito ermitão<br />

publicano poderia ser querellado —<br />

Publicámos uma parte do mani-<br />

No regimen do impudôr—, o sr.<br />

fésto que o nosso prezado amigo e<br />

Dias Ferreira caracterisa, a certa<br />

dedicado correligionáriodr. Eduardo<br />

Com ares de patriota enfurecido altura, tudo isto numa conceiluósa<br />

d'Abreu acaba de distribuir pro surge-nos alli do lado o patrióta exclamação:<br />

fusamente pelo país e em que cri- Dias Ferreira, que todos nós conhetica<br />

com mão de mestre e verdades cemos pelo que é, e, muilo melhor,<br />

irrecusáveis as aífirmações do dis<br />

«Que grande farçada!»<br />

pelas manhas politicas que tem. Da<br />

curso da corôa relativas á nossa<br />

sua janella abaixo—o Tempo—de<br />

situação económica e financeira.<br />

Que grande farçada tudo isto é!<br />

Sentimos não podêr publicá-lo<br />

sata o patriota a proclamar ás tur<br />

estâmos nós fártos de repelir.<br />

na íntegra.<br />

bas o que as multidões estám fartas<br />

Que grande farçante nos saiu o<br />

de saber, como estám fartas de sa-<br />

sr. Dias Ferreira, não nos cançarê-<br />

E' esperado em Coimbra o sr,<br />

ber quaes os marmanjões políticos<br />

mos de proclamar!<br />

Vianna Terra, architécto erudito que levaram o país á situação a que<br />

cujo talento e reputação lhe dam chegou.<br />

um dos mais distinctos logares E o Tempo, empunhando o azor- Ficaram na quinta feira approvadOs<br />

entre os artistas portugúêses. rague das indignações do seu pa- na prova oral da parte geral dos concursos<br />

para o magistério secundário os<br />

triotismo, chicoteia d'este modo, e srs. Alberto Vidal e Antonio Maria do<br />

com justiça, a cohorte que pr'ahi Soveral; na sexta feira os srs. Carlos<br />

de Mesquita e Rduardo Silva; e hon-<br />

governa:<br />

tem os srs. Moura Tavares e Rodriguez<br />

Davim.<br />

«Raro é o dia em que não<br />

tenhamos que registar alguma<br />

torpeza ou ultrage, lançado sobre<br />

o país por este bando de incon-<br />

scientes que, para desgraça da<br />

nação, persiste á frente dos negócios<br />

públicos. E, a despeito da<br />

indignação geral, continuará esta<br />

odienta praga de vampiros na<br />

sua infrene devastação, perfilhando<br />

por coheréncia os ignominiósos<br />

processos de corrupção e<br />

desalmada padrinhagem, de que<br />

sempre usaram, zombando descaradamente<br />

dos justos clamôres<br />

ejprotestos que de toda a parte se<br />

levantam contra tam perniciosa<br />

gerência. As baixezas e vexames<br />

com que este governo não cessa<br />

de aviltar a nação, as burlas e<br />

mentirolas com que pretende<br />

mascarar os seus abusos, os oppróbrios<br />

que nos acarreta o impudôr<br />

dos seus actos,' a desfaçatez<br />

com que occulta a verdade da<br />

situação do país, são provas irre<br />

futaveis da ausência do brio e da<br />

falta de dignidade que presidem<br />

a todos os actos da gerência<br />

d'este bando de abutres, que tam<br />

escandalosamente assaltáram as<br />

Recrutamento<br />

Em circular urgente ás 4 divisões<br />

militares do continente e aos commandos<br />

militares dos Açores e Madeira foi<br />

communicado que só devem ser levantados<br />

autos de corpo de delicto como<br />

desertores, a que se refere o artigo<br />

107.° do regulamento do recrutamento<br />

de 6 de acosto do anno findo, aos<br />

recrutas destinados ao activo do exercito<br />

ou armada nos termos do artigo<br />

23.° da carta de lei de 13 de maio último.<br />

Egualmente todos os recrutas dos<br />

contingentes anteriores a 1896, quer<br />

sejam destinados ao activo quer à 2. 1<br />

reserva, que não se apresentem findo<br />

o praso da instrucçâo a que se refere<br />

o artigo 3.° do decreto de 15 de outubro<br />

último, não seram autuados como<br />

desertores, mas sim como refractários<br />

no termos do artigo 4.° do mesmo<br />

decreto.<br />

A doença do papa<br />

Não é exacta a notícia dada por<br />

alguns jornaes extrangeiros e transmiltida<br />

pelas agências de informação<br />

de que Alfredo Nobel, o inventor<br />

da dynamite, tenha legado cin-<br />

Estam alarmando, o mundo cacoenla<br />

milhões de francos á univertholico<br />

as notícias que circulam<br />

ácerca da saúde do papa. No Vasidade<br />

de Stockbolmo ou a qualquer<br />

ticano dizem que a indisposição de outra instituição scientifica d'aquel-<br />

Leal XIII não passa d'um ataque capital.<br />

ligeiro de influenza. Contudo, O célebre engenheiro deixou, ef-<br />

impressão geral é que a vida de ectivamente, um legado d'essa im-<br />

Leão XIII é uma luz prestes a apagar-se.<br />

)ortáncia, mas tem um destino mais<br />

útil e mais pratico. O legado de Alredo<br />

Nobel é destinado á fundação<br />

Aos nossos estimáveis collegas de uma caixa para auxiliar e ani-<br />

Gazeta da Figueira, Commércio de maras experiências scienlíficas.<br />

Coimbra e Correspondência de Coim- O sr. Nobel foi o primeiro probra<br />

damos as nossas sincéras feliector da expedição polar do sr. Ancitações<br />

pelo seu novo anniversário.<br />

drée em 1896, e é principalmente<br />

á sua generosidade que se deverá a<br />

Uma morte pela electricidade expedição que se prepara no presene<br />

anno.<br />

Dizem de Braga, que na quarta<br />

eira última pelas 6 horas da manhã, Vem a prepósito dizer que o sr.<br />

quando o cantoneiro municipal Ma- Andrée foi ha dias proposto pelo sr.<br />

nuel Maria vinha para esta cidade, Jergenelo, presidente da commissão<br />

acompanhado de algumas mulheres, scientifica internacional de aerosta-<br />

enredaram-se estas no fio de ferro ção, .para representar a Suécia nes-<br />

com espinhos, que a sociedade de<br />

sa organização permanente creada<br />

electricidade tem resguardando os<br />

cabos conductores, a fim de evitar jela conferência meteorológica em<br />

as descargas eléctricas. O cantonei- setembro último, na sua reunião de<br />

ro, querendo prestar auxilio ás po- arís.<br />

)res mulheres, foi tentar desenredaas,<br />

mas, puxando pelo arame, que<br />

foi tocar os cabos de alta tensão, Continuam a baixar os câmbios<br />

morreu instantaneamente.<br />

ífeitos ainda do discurso da co-<br />

Quando o encarregado de rondar rôa. Sobre Londres está a 37<br />

as linhas acudiu, passado já algum<br />

tempo, ainda o fio despedia chispas.<br />

As mulheres fugiram espavoridas<br />

e aterradas, deixando parte das sáias<br />

presas aos espinhos do fio.<br />

Sam esperados por estes dias em<br />

Lisboa quasi todos os bispos do<br />

continente do reino. Que não se esqueçam<br />

d'ir á câmara dos pares dar<br />

o seu apoio ao governo.<br />

7 Falleceu em Leça de Palmeira,<br />

em edade muito avançada, o estremecido<br />

pae do talentôso professor<br />

da faculdade de Theologià sr. dr.<br />

Alves da Hora, a quem damos os<br />

mais sentidos pêsames.<br />

Foi preso pela policia de repressão<br />

da emigração clandestina, o<br />

cadeiras do poder».<br />

caixeiro Antonio Lopes, cúmplice<br />

de tentativa de saída por Vigo d'um<br />

mancebo preso na linha do Minho<br />

Etc., etc., por ahi adeante, caindo e Douro. Foi remeltido para o<br />

d'este módo a fundo sobre a malta Porto.<br />

governamental, atirando-lhes á cára Já alli se acha o emigrante jun-<br />

com verdades como punhos, dizentamente com um oleiro d'esta cidado-lhas<br />

certas e justas, como se no de, Fortunato Santos. Os engajado-<br />

undo da sua alma de português res receberam 90$000 réis.<br />

velho o velho José Dias Ferreira<br />

sentisse, a estuar, a mais nóbre<br />

indignação patriótica.<br />

'Deixou de reunir-se outra vez na<br />

Mas nós todos, que o conhece- sexta feira, por falta de número, o<br />

mos, não podemos vêr nas suas Solar dos Barrigas.<br />

palavras a uncção de sinceridade<br />

O sr. João Franco, segundo consta,<br />

vae recorrer a medidas violen-<br />

de que elle pretendeu revesti-las; tas para os obrigar a cornparecer.<br />

vemos nellas sómente o trovão de<br />

lala com que elle, o matreiro, pretende<br />

fazer de papão.<br />

Associação Monte-Pio Conimbricense<br />

Se fôsse verdadeira e sincéra a<br />

D'esla Associação de soccorros<br />

indignação apparentada pelo sr. mútuos recebemos um exemplar<br />

/s; Dias Ferreira, como se poderia ex- dos seus estatutos, approvados em<br />

sobre Paris a 753 e sobre Hamburplicar a collaboração que este ava- 19 de novembro passado.<br />

go a 310,5.<br />

riado estadista está prestando á Agradecêmos o exemplar rece-<br />

A melhoria na nossa situação<br />

económica continúa assim a accen- farçada parlamentar? Como é que bido.tuar-se.<br />

o sr. Dias Ferreira se presta ao<br />

papel ingrato e deprimente a que<br />

Os distribuidores do correio di-<br />

nem o Mariano se presta, talvez rigiram uma representação ao go-<br />

por ter vergonha?<br />

verno pedindo augmento de orde-<br />

No célebre artigo do Tempo a nados.<br />

que nos estâmos referindo, e que Que sejam felizes na sua justa<br />

tem um título porque um jornal re- pretensão,


C-cCba,<br />

Eis algumas notícias que os jornaes<br />

extrangeiros chegados ultima<br />

mente nos dam ácerca das maniíes<br />

tações de sympathia feitas a Cuba:<br />

Quesada, o secretário da junta revo<br />

lucionária cubana em New-York, insiste<br />

em que os seus patrícios pedem<br />

a independência e não desejam que se<br />

lhes conceda a autonomia. Isso mesmo<br />

exprimiu elle segunda feira numa as<br />

sembléa convocada para affirmar as<br />

sympathias da concorrência á causa<br />

cubana. Quesada combateu a intenção<br />

de contrair qualquer compromisso com<br />

o governo hespanhol.<br />

X<br />

O senador sr. Hale conferenciou na<br />

terça feira com o secretário de estado<br />

sr. Olney a fim de obter dados em<br />

apoio do discurso que proferiu para<br />

combater a proposta do sr. Cameron.<br />

O senado recomeçou naquelle dia as<br />

suas sessões sem incidente. Apesar de<br />

se julgar que se trataria da questão<br />

de Cuba, foi diminuta a concorrência<br />

nas tribunas. O sr. Hale apresentou a<br />

nota preparada no ministério dos extrangeiros,<br />

que tende a demonstrar<br />

_o fundamento das affirmações do sr.<br />

Olney sustentando que o direito de reconhecer<br />

a independência de qualquer<br />

governo é uma funcção exclusiva do<br />

poder executivo. A nota cita muitos<br />

precedentes.<br />

O senador da Flórida sr. Cali apre<br />

sentou duas propostas: uma couvidando<br />

o presidente da Republica a enviar<br />

á assembléa a correspondência e as<br />

informações do cônsul geral da Habana,<br />

sr. Lee, relativas ao caso do co-<br />

nhecido agitador Julio Sanguily; outra<br />

pedindo que o gabinete de Washington<br />

reclame a liberdade immediata do flibusteiro.<br />

X<br />

Por proposta do deputado Saguiera<br />

câmara de La Plata votou uma moção<br />

de pêsar pela morte de Antonio Maceo,<br />

levantando-se todos os deputados presentes,<br />

em homenagem ao revolucionário<br />

cubano.<br />

El Diário, periodico argentino que<br />

se publica na capital, encetou uma<br />

campanha em favor da liberdade de<br />

Cuba.<br />

Este movimento encontrou écbo em<br />

Buenos-Ayres, onde o sr. dr. Julio Roca<br />

presidiu a uma grande reunião em<br />

que ficou resolvido dirigir-se um telegramma<br />

ao presidente do comité cubano<br />

em New-York manifestando a<br />

adhesão do povo argentino á causa da<br />

liberdade de Cuba e dando pesames<br />

pela morte do chefe Antonio Maceo.<br />

Foi também approvado um manifésto<br />

ii Folhetim da RESISTEKCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

O casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

Um pôr de sol<br />

— És um anjo!, exclamou Eugène,<br />

e os seus grossos lábios estallaram um<br />

beijo sonóro nas faces pâllidas de Petite.<br />

A êsse tempo já a canôa em que ia<br />

o barão abordára a Asnières; saltando<br />

PÓ caes do Caminho de ferro, o barão<br />

deu dois luizes aos seus homens e disse-lhes:<br />

— Eu parto immediatamente para<br />

Paris, ahi estam ésses vinte francos,<br />

jantae e esta noite encontrar-nos-hemos<br />

ainda, onde sabeis.<br />

Os homens fizeram as suas despedidas,<br />

e o barão apressou o passo para<br />

chegar a tempo ao primeiro combnyo;<br />

vendo as horas no relogio da estação,<br />

disse:<br />

— Dez horas I Talvez ainda possa<br />

Vê la esta noite.<br />

Subiu para o comboyo.<br />

dirigido aos argentinos pedindo o seu<br />

apoio moral e material em favor dos<br />

revolucionários.<br />

Também em Montevideu se accentúa<br />

o movimeuto cubano. Á data das últimas<br />

notícias, 17 de dezembro, prepa<br />

raram ali os estudantes um grande<br />

meeting a favor da independência de<br />

Cuba, sendo aberta uma subscripção<br />

para soccorrer os insurrectos feridos<br />

X<br />

No theatro das Variedades do Rio de<br />

Janeiro reuniram os estudantes das<br />

escholas que, resolveram o seguinte:<br />

1.° « Adherir incondicionalmente ao<br />

comité cubano Ultimamente organizado<br />

na nossa capital;<br />

2.° Solicitar dos seus collegas brasileiros<br />

e sul-americanos a formação de<br />

comités que trabalhem activamente<br />

junto ao governo pela sua intervenção<br />

immediata em prol dos cubanos;<br />

3.° Interceder junto ás suas famílias<br />

pelas decisões tomadas pelo comité<br />

central e que com estas tenham relação;<br />

4.° Organizar e promover, por todos<br />

os meios ao seu alcance, festivaes que<br />

dêem em resultado lucros pecuniários<br />

que se enviáram aos gloriósos americanos;<br />

5.° Finalmente, manifestar seus sentimentos<br />

de indignação pelo covarde e<br />

barbaro assassinato do glorioso general<br />

Antonio Maceo.»<br />

X<br />

No Rio de Janeiro o comité Pro-Cuba<br />

foi levar ao sr. vice-presidente da<br />

Republica a moção pedindo o reconhecimento<br />

da belligerancía. A este proposito<br />

fez-se uma ruidósa manifestação<br />

a favor da independência da grande<br />

Antilha. O sr. dr. Manuel Victorino respondeu<br />

o seguinte:<br />

« Informado pela imprensa da capital,<br />

soube da moção que o vosso Comité<br />

devia trazer-me em face do direito<br />

garantido pela Constituição, neste<br />

país novo, livre, independente e de<br />

idéas modernas.<br />

Recebo, pois, esta moção, em favor<br />

de Cuba, que acabaes de entregar-me .»<br />

«Melindres internacionaes, estudos<br />

de direito obrigaram a demora da resposta,<br />

pela serenidade de uma deliberação<br />

que deve ser ponderada».<br />

« Como americano, desejo a liberdade<br />

e a independência de todas as nacionalidades<br />

americanas».<br />

O povo acolheu com enthusiasmo estas<br />

últimas declarações.<br />

Um periódico fluminense diz a propósito<br />

o seguinte:<br />

«Consta, e damos a notícia com a<br />

maior reserva, que o sr. vice-presiden-<br />

te da Republica communicou em tempo<br />

an sr. Thompsou que o Brazil acompanharia<br />

immediatamente os Estados-<br />

Unidos da America do Norte no reconhecimento<br />

da belligérancia de Cuba.<br />

RESISTÊNCIA —Domino^, 10 de janeiro de 1897<br />

_ Parece também que egual declaração<br />

foi feita, em outra epocha, pelo exministro<br />

do exterior sr. dr. Carlos de<br />

Carvalho.<br />

E' tambfim sabido que com essas<br />

idéas concorda o actual ministro do<br />

exterior, sr. general Dionysio Cerque<br />

ra ».<br />

Dizem de Nova Goa que embarcou<br />

com destino ao reino o sr. tenente-coronel<br />

Francisco Martins de Carvalho,<br />

filho do sr. Joaquim Martins de Carvalho,<br />

illustre decano dos jornalistas portnguêses,<br />

e proprietário e redactor do<br />

nosso prezado collega O Conimbri<br />

cense.<br />

Desejamos-lhe uma feliz viagem<br />

Foram já assignados os decretos<br />

promovendo a lente de prima da<br />

Faculdade de Medicina o sr. Saccadura<br />

Botte e a lente calhedrático<br />

o sr. dr. Francisco José da Silva<br />

Basto.<br />

O nosso collega d 'O Defensor do Po<br />

vo, ptíblicou na quinta feira, na primeira<br />

pagina, o retrato do sr. dr. Manuel<br />

Emygdio Garcia, acompanhado de al<br />

guns artigos consagrativos, commemorando<br />

assim o 59 ° anniversário<br />

d'esse illustre cathedratico de Direito.<br />

O Correio da Noite diz que Mousinho<br />

trata assim os ministros:<br />

«Sirva V. Ex. a de nomear fulano<br />

para tal cargo». Achamos bem. Para<br />

o que o governo merece ainda é<br />

pouco.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomddas na<br />

sessão ordindi ia de 24 de dezembro<br />

de 1896.<br />

Presidência do presidente da Câmara<br />

dr. Ltyz Pereira da Costa.<br />

Vereadôres presentes:—efíeclivos:<br />

bacharél José Augusto Gaspar de Mattos,<br />

Jnsê Antonio Lucas, José Antonio<br />

dos Santos, Antonio José de Moura<br />

Jaslos, José Marques Pinto e Albano<br />

Gomes Paes.<br />

Presente também o administrador do<br />

concelho, bacharél José Miranda.<br />

Approvou a acta da sessão anterior,<br />

arrematando em praça para o futuro<br />

anno differentes lojas do mercado.<br />

Não havendo licitantes para a arre-<br />

matação de géneros para o Asyio de<br />

cégos em Cellas, resolveu annunciar<br />

nóva praça.<br />

Adjudicou ao proprietário da Im-<br />

prensa Académica, o fornecimento de<br />

impressos para os serviços das repar<br />

tições municipaes, em vista de propósta<br />

apresentada, (única), nas condi<br />

ções do contracto para o corrente<br />

anno.<br />

Enviou ao vereador Lucas, para informar,<br />

duas propóstas para o forne<br />

cimento de differentes artigos para a<br />

abegoaría municipal e para a casa das<br />

máchinas das aguas.<br />

Tomou conhecimento da resolução<br />

do Governo àcêrca da fixação do número<br />

de guardas campéstres para este<br />

concelho e com relação dos quadros<br />

dos demáis empregados.<br />

Enviou á repartição d'obras, para<br />

informár, uma queixa ácêrca da ruína<br />

que está ameaçando uma cása, situada<br />

no logar do Casál da Mizarella.<br />

Resolveu pedir auctorizaçâo superior<br />

para provêr quatro logáres vágos de<br />

vigias dos impóstos.<br />

Auctorizou o fornecimento de diffe<br />

rentes péças de roupa para os asyládos<br />

do Asylo de cégos; e a compra de<br />

mátto para os serviços de limpeza do<br />

mesmo asylo.<br />

Auctorizou a execução de trabalhos<br />

de canalização d'aguas para differentes<br />

prédios, em vista de pedidos de proprietários<br />

feitos por via de requerimentos.<br />

Resolveu pedir approvação superior<br />

do orçamento e planta para a canalização<br />

de aguas para o novo edificio do<br />

matadouro.<br />

Auctorizou ^ presidência a pedir<br />

perante a 2. a circumscripção hydráulica<br />

a cedência de algumas árvores para<br />

plantar em difFerentes pontos da cidade.<br />

Auctorizou o fornecimento de divér-<br />

sos artigos para a secretaria.<br />

Altestou ácêrca de duas petições<br />

para subsídios de lactação a menores<br />

Auctorizou divérsos pagamentos de<br />

serviços de limpeza em differentes re<br />

partições do município; e da renda da<br />

cása de habitação do porteiro do cemitério.<br />

Mandou annunciar que vam começar<br />

a fazer-se enterramentos de adultos no<br />

leirão n.° 1 do cemitério da Conchada<br />

Foi apresentado e ficou sôbre a mêsa<br />

para ser examinádo um plano de melhoramentos<br />

da cidade, comprehendendo<br />

a construcçào de um nôvo<br />

mercádo nos lárgos da Sótta e Romal.<br />

Despachou requerimentos, auctorizando<br />

o levantamento de um depósito<br />

de garantia a uma obra em S. João do<br />

Campo, que o proprietário resolveu não<br />

levár a effeito; canalizações de exgôto<br />

d'aguas de differentes prédios; a aber-<br />

túra de uma serventia para uma propriedáde<br />

no logar das Céstas; e a<br />

prorogação do prazo concedido para a<br />

abertúra de uma serventia provisória<br />

no muro de um quintal na rua da<br />

Magdaléna, para conducção de materiaes<br />

de obras.<br />

Auctorizou por último divérsas avenças<br />

para o consumo d'agua.<br />

Associação de Classe dos Officiaes<br />

de Alfaiate de Coimbra<br />

AVISO<br />

Sam convidados todos os sócios de<br />

esta associação a reunir em assembléa<br />

geral para eleições dos córpos gerentes<br />

no anno económico de 1897, pelas<br />

3 hóras da tarde, na séde dos Manipuladores<br />

de Calçado.<br />

O secretário,<br />

Antonio de Oliveira.<br />

Encommendas postaes<br />

para a Africa Occidental<br />

Pelos paquetes portuguêses que partem<br />

de Lisboa para a África Occidental,<br />

nos dias 6 e 23 de cada mês, pódem<br />

expedir-se encommendas postaes para<br />

S. Vicente e S. Tbiago de Cabo Verde,<br />

Bolama, S. Thomé, Cabinda, Ambriz,<br />

Loanda, Benguella, e Mossamedes.<br />

Cada volume de encommendas não<br />

pôde exceder o peso de 5 kilogrammas,<br />

a capacidade de 20 decimetros cúbicos<br />

e a dímensam de 60 centímetros em<br />

qualquer das suas faces, salvo quando<br />

a encommenda se apresente em fórma<br />

de rolo e seja de fácil accommodação.<br />

Os portes em sellos, a que as referidas<br />

encommendas estam sujeitas,<br />

sam de 500 réis por cada encommenda<br />

destinada a Cabo Verde, e Guiné, e<br />

de 700 réis por cada encommenda destinada<br />

a S. Thomé e Angola.<br />

Todas as estações postaes e telegrapho-postaes<br />

que permutam encommendas<br />

com o interior do pais estam auctorizadas<br />

a receber encommendas para<br />

a África Occidental.<br />

Direcção dos serviços telegraphopostaes,<br />

24 de dezembro de 1896.<br />

PEDRO FERNANDES TÍIOMAZ<br />

Sanções populares daBeira<br />

Acompanhadas de 52 melodias,<br />

recolhidas directamente da tradição oral,<br />

e arranjadas para piano<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO<br />

POR<br />

J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />

volume de 263 p 800 réis<br />

Pelo correio 850 »<br />

Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />

Augusto Veiga<br />

DR. A. A. DA COSTA SIMÕES<br />

minha administração<br />

dos Hospitaes da Universidada<br />

1 volume—Preço 1&000 réis<br />

Chegado a Paris, entrou numa car- vestido finíssimo salpicado de pequelia habita aqui, muito desejava vê-la, po... mas ella fez como as outras<br />

ruagem e disse ao cocheiro:<br />

nas flores... As mãos finas e muito e espero que terá a bondade de me pintou-os de louro... E muito elegan-<br />

— Ru a dos Martyres, 54.<br />

pequenas calçavam luvas de camurça, dizer se estou ou não enganado. te como disse já, mas a mão e o pé<br />

o pé, bem arqueado, era ekantadorj<br />

II<br />

-Senhor, disse requebrando-se toda sam grosseiros.<br />

dentro dos seus escarpins, cujos ata- a que fôra a bella Ida, conheço que é<br />

Dois velhos amigos cadores se perdiam, cruzando-se sobre<br />

— Os olhos sám negros?<br />

um cavalheiro e por isso devo respon-<br />

as meias de sêda côr da carne.<br />

— Sim, muito negros.<br />

der-lhe francamente; ha uma certa so-<br />

A casa da rua dos Martyres em que Feliz, emballada por este sonho,<br />

— E tem um signal no rosto ?<br />

ciedade em que todos nos comprehen-<br />

o barão entrou, afóra as lojas e o pri- murmurava:<br />

— Um signal? espere um pouco...<br />

demos.<br />

— Um signal do lado esquerdo?<br />

meiro andar, todo o resto era dividido — Era assim a bella Ida.<br />

Era uma fórma de dizer de Belida, — Sim, tem razão... chama-lhe até<br />

em quartos que se alugavam mobilados. Quando o barão bateu á porta foi que se julgava sempre da mesma es- uma bellêza.<br />

A sobre-lqja — havitava-a a porteira abrir e perguntou lhe:<br />

tirpe das pessoas com quem convivia. — E ella... E que vida é a sua?<br />

que era também dona do prédio: Cha- — Que deseja ?<br />

0 barão não fizera o menor movimen- — Senhor!, disse Bellida com um ar<br />

mavam-lhe a Belida, corrupção de bel- — Senhora, rogo lhe o favor de me to... Não se incommodou com as pre- agastado, as minhas iRformações não<br />

la Ida. Quem a visse difficilmente ex- attender por alguns minutos.<br />

tenções da velha.<br />

vam alé á indiscripção. Eu alugo, ella<br />

plicava ou antes não atinava com a Depois d'uma minuciósa inspecção, -Madame de Sillac, proseguiu, ha- paga-me, não vou perguntar-lhe se está<br />

razão do adjectivo que precedia o seu durante a qual os olhos de Belida perbita ha pouco tempo nesta casa. En- ou não inscripta no Grande Livro.<br />

nome.<br />

correram o barão de alto a baixo por tretanto ireis conhecê-la já bem. — Queira perdoar-me... mas se,<br />

A pelle semelhava casca de carva- duas vezes, disse-lhe affectando o mais — Oh! perdão, eu desejava apenas assim como creio agora, essa senhora<br />

ho, os olhos cavados, os lábios sêc- gracioso sorriso:<br />

que me pintasse o seu pbysico. é a pessoa que eu procuro, tinha todo<br />

cos, a cabeça coberta de cabellos gri- — Fdça o favor de entrar.<br />

— Perfeitamente. Ê uma mulher de o interesse em saber a sua verdadeira<br />

salhos, o pescoço magro, parecia ter Offerecendo-lhe uma cadeira, sen- vinte oito a trinta annos... para os situação.<br />

sessenta annos. Os dentes brancos,— tou-se noutra em frente d'elle, levan- rapazes... Para mim está nos trinta — Isso já é differente... Se o se-<br />

ainda os tinha todos — e o brilho dos tou o abat-jour do candieiro de ma- e cinco ou trinta e seis... Ella diz nhor é da família... nada devo oc-<br />

seus olhos negros era a Única coisa neira que a luz fosse bater èm cheio que tem apenas vinte e cinco! Está cultar-lhe. Creio... ou antes tenho a<br />

que protestava contra essa idade. no rosto do barão, ficando o seu na bem parecida... mesmo muito bem certeza, de que vive na maior miséria.<br />

Bella Ida: representava o passado. sombra.<br />

conservada... E'graciósa, amavel... Ainda não me pagou a primeira quin-<br />

Quando á noite aninháda no seu fau- Esta manobra provocou um sorriso Ah ! quanto a maneiras dístinctas, sazena... a segunda já vae correndo. É<br />

teuil, os olhos semi-cerrados por cau- da parte do barão, que, fazendo-se beis também como eu, que isso não é a um cavalheiro que faço esta confissa<br />

das nuvens de fumo que-saiam do desentendido, se sentou dando come- necessário a uma mulher para subir... são: ha dois dias ameacei-a de a pôr<br />

fogareiro.... Julgava-se sentada na ço ao seu interrogatório:<br />

muito ao contrário... de distincção na rua.<br />

carruagem que a conduzira outr'ora ao — É aqui, senhora, que mora ma- nada... mas é ainda uma formósa<br />

0 barão sabia tudo o que desejava:<br />

Tivoli de estio ou a casa de M. Mudame Sillac ?<br />

mulher; e até me admira que ella es<br />

não conhecendo se a pessoa com quem<br />

sard.... A sêda das mangas do seu — Sim, senhor,... uma encantado- teja na precária situação em que se<br />

faliava era simples porteira ou a locatá-<br />

vestido, em gommos, o lenço que lhe ra mulher.<br />

encontra... Tem olhos vivos, dentes<br />

ria, calculando porém pelo aspecto do<br />

cingia o pescoço faziam sobresair o — Bom Deus, eu conheci, ba quin- brancos e cabellos abundantes...<br />

que a cercava, tirou do bolso dez frau»<br />

seu rosto formoso... O talhe esbelto ze annos, uma família com ésse nome; — Escuros,?, perguntou o barão. cos e collocou-os a um canto da mesa.<br />

do seu corpo desenhava-se atravéz do sabendo que uma pessoa d'essa famí- — Escuros, foram-no em outro tera-<br />

(Contínua.)


TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cndeia —História do limoeiro—O<br />

Iiimoe ro Hoje—O regulamento — O» presos—Cm<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />

-r Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—<br />

No tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camata.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

** venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOiO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 Irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

Ok junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

ESCRIPTORIO — Rua da Sopbia, n.° 54, 2.°<br />

COIMBRA<br />

3 Htrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão;<br />

De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />

Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Tabella dos preços dos principaes serviços<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sara sempre<br />

económicas 20000<br />

Agência era quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês. 10000<br />

Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />

feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

e o constituinte tem sómente a pagar a agência.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />

e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte.<br />

10000<br />

Todos os serviços sam feitos com promptidlo e quasi de<br />

grafiá.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— várias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, f^O réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Gasa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO AUER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Gorôas e Flôres<br />

F. DELP0RT<br />

247, Rua de Sã da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

SflASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

w Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE CIMA-20<br />

Coimbra<br />

MICHELET<br />

0 Padre, a Mulher e a Família<br />

UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />

400 RÉIS<br />

A' venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

Progresso, Elvas.<br />

GAZETA DAS ALDEIAS<br />

Semanario illustrado de propaganda agrícola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis<br />

Collaborado por grande número de escriptores de reconheeid<br />

competência: Lentes da Universidade, Academia Polytéchnica<br />

do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa; directores e professores<br />

de escúlas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />

engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />

viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />

A S S I G N A T U R A P A R A 1 8 9 7<br />

Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />

a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos iavradores<br />

portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />

Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />

variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou 1)5000<br />

réis por semestre.<br />

A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />

maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />

na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />

trata de medicina práctica, economia "doméstica, educação, industrias<br />

diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />

em folhetim um bom romance.<br />

0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o no-,<br />

me, morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />

Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />

Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />

E NA<br />

AGENCIA CENTRAL •Livraria Nacional e Estrangeira<br />

Porto<br />

Rua dos Clérigos, 8 e 10<br />

Caixeiro para mercearia<br />

6 precisa-se d'um com bas-<br />

I tante práctica, nesta cidade,<br />

não se faz questão deordenado;<br />

para tratar na mercearia<br />

Avenida, Largo do Príncipe<br />

D. Carlos.— Coimbra.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro estrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao pilblico em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

afiançados.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinismo.<br />

"ÉDITOS DE 30 DIAS<br />

(l. a publicação)<br />

8 Delo juizo de Direito de<br />

í Coimbra e cartório a<br />

cárgo do escrivão do 5.° offleio;<br />

córrem éditos de 30 dias, a<br />

contar da segunda e Ultima<br />

ptíblicação d'este annúncio, citando<br />

Manuel Joaquim, solteiro,<br />

ausente em parte incérta, para,<br />

na qualidade de herdeiro, assistir<br />

aos termos do inventário de<br />

menóres a que váe proceder-se<br />

por óbito de seu pae Manuel<br />

dos Santos Martinho, morador<br />

que foi no Outeiro, freguezia do<br />

Botão d'esta comarca.<br />

Verifiquei.<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

9 Apportuiiamente se<br />

V marcará dia e hora da<br />

praça na própria casa, rua do<br />

Corpo de Deus n. 0! 92-94-96.<br />

lOWende-se a casa n.® 5,<br />

* na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

mínimo de 4000000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

Empregado<br />

11 Admitte-se um com prábL<br />

ctica de papelaria e tabácos.<br />

Coimlira-Rua de Ferreira Borges,<br />

207 a 211.<br />

12 TTeudein-se 27 pinheiros<br />

I mansos, um cedro e muitos<br />

pinheiros bravos, na Quinta<br />

do Cedro, no Tovira. Recebemse<br />

propostas na Quinta dos Plalanos,<br />

à Bemcanta.<br />

"RESISTENCIA,,<br />

P0BLICA-SE AOS DOMINGO»<br />

B QUINTA8-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2(?700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre ... .. 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 204 00<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

LIVROS<br />

Annunciam-se gratuitainent 6<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

ANNTJISrCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Typ. F. fnm Aa*d«—GQUIgiU


N.° 198<br />

0 ESTADO LAVRADOR<br />

COIMBRA—Quinta feira, 14 de janeiro de 1897 2.° ANNO<br />

sadissimo encargo para o país, um O «Solar dos Barrigas» prepararam a prisão do régulo, co-<br />

I B a g r a t e l l a s<br />

passo mais na sua ruína financeira<br />

lhendo apenas Mousinho os resul-<br />

Excede os limites do ridículo o<br />

e portanto um aggravamento da sua<br />

tados da façanha.<br />

Pensando sobre o plano de res-<br />

que se está passando no Solar dos E provável que este assumpto Por qualquer lado que se encare<br />

precária situação económica. Barrigas; é verdadeiramente indetauração<br />

económica delineado pelo<br />

motive uma discussão, que alimen- a actividade espiritual da sociedade<br />

Os governos tratariam immediacente. Às sessões são abertas sem te a> curiosidade indígena durante<br />

sr. conselheiro Julio de Vilhena, re-<br />

portuguesa, nota-se sempre a detamente<br />

de nomear para a dire- estar presente número legal de de- alguns dias.<br />

pressão inilludivel d'um pôvo traíconhecemos<br />

que elle não deve discção<br />

d'esses serviços os seus amiputados e as eleições das commisdo<br />

e esgotado pela astúcia e pela<br />

cutir-se em face de princípios ecogos<br />

e afilhados, não tendo em consões têem sido uma perfeita burla.<br />

incapacidade dos dirigentes!...<br />

nómicos ou políticos mas no campo<br />

Reservas<br />

sideração alguma a sua competên- A este respeito informa o Jornal<br />

Neste momento cáe-me debaixo<br />

restricto da possibilidade e efficácia<br />

cia e honestidade nem as exigên- do Commércio:<br />

Foi ha dias expedida ordem ás quatro<br />

divisões territoriaes, aos comman- dos olhos a resenha dos trabalhos<br />

da sua applicação, mediante uma<br />

cias do serviço, mas tam somente<br />

dos militares das ilhas adjacentes, aos<br />

«Convém que o leitor não<br />

e das descobertas d'uma associação,<br />

paciente e rigorosa analyse do meio<br />

commandos geraes de eugenheria, ar-<br />

as conveniências pessbaes ou polí- ignore que todas estas commis-<br />

de pura iniciativa particular, fundatilheria,<br />

cavallaria e infanteria e á di-<br />

para que se propõe. Ora se, theoticas.<br />

Antes d'isso, na adquisição sões sam eleitas de chapa, isto é, recção da administração militar manda em Inglaterra no século passado,<br />

ricamenle considerado, o plano apre-<br />

que é o governo que arranja as dando passar â primeira reserva, no<br />

dos terrenos, desinvolver-se-hiam<br />

mas que revive em 1863, com o<br />

sentado pelo sr. Julio de Vilhena é<br />

listas, que as manda imprimir ou dia 1 de fevereiro próximo futuro, to-<br />

as tradicionaes manobras para o<br />

das as praças do exercito que, tendo fim de animar os estudos e investi-<br />

lithographar, e vam em pacotes<br />

susceptível de vigorosa impugnação,<br />

cumprido o tempo legal de serviço, gações sobre a arte grega.<br />

Estado obter por cem o que a um para a mêsa da presidência, e ainda estám no effectivo dos corpos<br />

não tem defesa possivel a sua ap-<br />

particular ficaria por dez. O resul- que estes illustres deputados de- por effeito do decreto de 14 de novem- Esta sociedade pela energia da<br />

plicação entre nós no momento<br />

sempenham nestas eleições o bro de 1896, devendo êste licencea- sua acção obteve recursos abundantado<br />

fatal seria que a exploração<br />

actual.<br />

mesmo papel do ignorante eleitor mento fazer-se conforme o determinates. E com o apoio internacional<br />

agrícola realizada pelo Estado dado<br />

no regulamento de recrutamento<br />

das aldêas, que vae á egreja<br />

Do aproveitamento dos terrenos<br />

de 6 de agosto do mesmo anno. do governo, procedeu a excavações,<br />

ria um deficit enorme, que as forças deitar na urna a lista que lhe<br />

longas, pacientes e dispendiosas, e<br />

incultos e da introducção de melho-<br />

productivas do país teriam de sup- metteram na mão, sem elle saber<br />

ramentos progressivos na indústria<br />

que nomes lá se acham inscri-<br />

conseguiu pôr a descobérto as ruíportar.<br />

agrária resultariam para o país inptos.<br />

Corre que vam ser alargados os nas d'alguns dos mais afamados mo-<br />

Não pôde, pois, pensar-se em Quanto a número légal para<br />

quadros da armada. Ê d'isso realnumentos da Asia Menor: de Baccontestáveis<br />

vantagens, um augmen-<br />

obter a restauração económica do proceder a taes eleições não hamente<br />

que o país necessita. cho em Theos; de Apollo em Troato<br />

de riqueza que poderia ser o fe-<br />

país pglo meio proposto pelo sr. Juvia. Ás 4 horas e um quarto<br />

da; de Minerva em Priene, etc.<br />

cundo início da sua restauração eco-<br />

démo-nos ao trabalho de contar<br />

lio de Vilhena, porque, se o agri-<br />

E não é só na Asia que numerónómica,<br />

quando se désse um des-<br />

o número de Barrigas que se A VENDA DE LOURENÇO MARQUES<br />

cultor português é máu, rotineiro, achavam na sala. Estavam apesas<br />

corporações sábias da Graninvolvimento<br />

paralello nas outras<br />

o Estado é ainda muito peior do nas 21. E as eleições de com-<br />

Por denúncia d'um jornal mo- Bretanha se dedicam a exhumar a<br />

indústrias, e na administração pú-<br />

que elle.<br />

missões estavam em meio. nárchico transpirou para o público arte histórica d'entre os escombros<br />

blica se implantasse um regimen de<br />

Na constituição de syndicatos que<br />

21 deputadosl E era com tal a notícia alarmante, se bem que de de vastos cemitérios; nem sam stíjr<br />

moralidade que, em vez de influir<br />

número que se procedia á eleição ha muito esperada, de se andar tra- mente os archeólogos ingleses que<br />

tivessem por fim o aproveitamento<br />

deleteriamente sobre a economia na-<br />

de commissões parlamentares. mando na sombra a venda de Lou- arrancam ao seio da terra as relí-<br />

dos terrenos incultos ou de pode- Decedidamente isto já não é corenço Márquez. Conta o referido<br />

cional, secundasse a iniciativa e desquias<br />

e os testemunhos da intellirósas<br />

emprêsas agrícolas para exmédia,— isto é farça! Qualquer jornal que um tal senhor Ochs,<br />

dobramento das suas forças produ-<br />

votação num club recreativo de<br />

géncia e do génio das gerações ha<br />

plorar terrenos cultivados já mas<br />

ctivas. Como aproveitar porém os<br />

Xabregas ou Alcantara tem mais<br />

muito proximamente aparentadocom muito extinctas.<br />

numa extensão tal que permittisse solemnidade e sobretudo mais os bandoleiros da South Africa, está Na actualidade os estudos das<br />

terrenos incultos e inaugurar uma<br />

a applicação de novos e custósos sinceridadei.<br />

em Lisboa celebrando repetidas e civilizações passadas, sobre os docu-<br />

épocha de aperfeiçoamento nos pro-<br />

instrumentos e processos que não<br />

prolongadas conferências como amicessos<br />

agrícolas pela introducção de<br />

Todos os outros jornaes indepenmentos<br />

materiaes da arte,-rr costu-<br />

pôde dar-se no systema de propriego<br />

Soveral,— amigo d'elle, do prín-<br />

novos inventos?<br />

dentes de Lisboa nos dam idênticas<br />

mes, castas, religiões, etc., está sencipe<br />

de Galles e da South Africa—,<br />

dade subsistente entre nós, verifi-<br />

Descrê-se, para isso, da iniciati-<br />

informações.<br />

do objecto d'um culto que, receiam<br />

e com os administradores da Comcar-se-hiam<br />

em parte os mesmos<br />

os prudentes, degenére em mania.<br />

E ainda não se levantou um prova<br />

individual. É conhecido o espí-<br />

^knhia de Moçambique e presiden-<br />

inconvenientes, mas parecia-nos em testo enérgico contra a farça ignó-<br />

A generalização d'estes estudos<br />

rito de rotina do nosso lavrador.<br />

te do conselho, lord Hintze, e mi-<br />

todo o caso preferível este meio ao bil que está dando no pseudo-par-<br />

derrama-se numa propaganda bi-<br />

Mas será o Estado competente para,<br />

nistro da marinha.<br />

da exploração directa pelo Estado. lamento 1 O país ainda não se conbliográphica<br />

persistente e multifór-<br />

substituindo-se ao agricultor, reali-<br />

Segundo o mesmo jornal monár-<br />

O que, porém, se torna inadiavenceu de que aquillo não é só um<br />

me, para todas as classes illustrazar<br />

tam salutar emprehendimento?<br />

chico trata-se simplesmente do sedas<br />

e accessivel á massa geral das<br />

vel é, por um lado, desinvolver a golpe mortal no regimen parla-<br />

Que provas tem elle dado da sua<br />

guinte:— de aproveitar a situação populações. Pelo livro, pelo fascí-<br />

instrucção porque com ella virá a mentar, que é a deshonra, o oppró-<br />

do thesouro por occasião da sentença<br />

capacidade ?<br />

culo, pela gravura, em todos èsses<br />

iniciativa individual e, por outro,<br />

brio d'uma nação!<br />

do tribunal arbitral de Berne, para, innumeraveis processos de repro-<br />

Percorra-se uma a uma as indús-<br />

Que não é só o Solar dos Barri-<br />

promover uma radical transforma-<br />

em troca da Companhia se responsaducção, pelo natural e impressivo<br />

trias que o Estado português tem<br />

gas que está dando um espectáculo<br />

ção nas nossas instituições políticas<br />

bilizar pelo pagamento da indemni- incitamento das collecções e dos<br />

explorado, estude-se consciénciósa-<br />

ignóbil.<br />

que assegure, na coordenação dos<br />

zação devida, adquirir não sò o ca- museus públicos, etc., à arte adquimente<br />

a organização e funcciona-<br />

diversos elementos nacionaes, a orminho<br />

de fêrro, mas também a exriu no sentimento público, mediamento<br />

dos serviços a seu cargo, e<br />

tensão de todos os privilégios e direidem<br />

e moralidade necessárias para Está na ordem do dia o escannamente<br />

educado, uma sympalhia e<br />

chegar-se-ha a esta inilludivel con-<br />

que estes se desinvolvam devidadalo do monopólio do álcool em tos sobre os seus territórios, á zona um interésse, que positivamente declusão:<br />

o Estado tem sempre patenmente.<br />

Eis as reformas que se im-<br />

Loanda, dizendo-se que alguns mi- do districto de Lourenço Márquez. termina uma das feições mais noteado,<br />

como industrial e como adnistros<br />

ha interessados no assumpõem<br />

como o início d'uma restau-<br />

Só isto t Já se esperava e ha de bres e salientes da civilização moministrador,<br />

a mais absoluta incapto.<br />

ir por diante!<br />

derna. 0{ . : ;! ;/<br />

ração da economia nacional.<br />

Graves dificuldades surgem, que<br />

pacidade. Uma industria explorada<br />

Sem isso nada se conseguirá. talvez obriguem o governo a engulir<br />

Assim o quer a Inglaterra e o<br />

pelo Estado é sempre ruinósa para<br />

o tal monopólio.<br />

príncipe de Galles 1...<br />

-A *<br />

o país; em qualquer serviço a car-<br />

Entretanto, nesta Falperra, congo<br />


aspirações superiores da alma moderna.<br />

Os desmandos e as deméncias do<br />

poder, exercido por capacidades<br />

subalternas e desnorteadas, conseguiram<br />

entibiar todas as energias. E<br />

a iniciativa particular, despertando<br />

de longe em longe: em Guimarães,<br />

em Santarém, em Évora, Faro, Beja,<br />

Figueira, etc., fraco apoio encontrarám<br />

na política do Estado. Se lhe<br />

não erguer entraves a inutilizarlhes<br />

os movimentos!<br />

Isto não é mordacidade gratuita.<br />

Comprova-se com factos, desde a<br />

inutilização dos serviços de Fradesso<br />

da Silveira até á destruição do<br />

museu de antiguidades do Algarve<br />

1... E d'ahi por diante.<br />

É dogma constitmcional, nunca<br />

bafejar a corrente das aspirações<br />

benéficas para o crédito, a instrucçâo<br />

e a prosperidade nacional. Pelo<br />

contrário, torcê-las e reduzi-las!.<br />

E assim, que a dois passos de<br />

Coimbra, jazem as ruínas do castro<br />

romano de Condeixa-a-Velha,<br />

jazigo precioso de antiqualhas, a<br />

avaliar pela abundância de curiosidades<br />

e fragmentos que por acaso a<br />

enchada ou o arado do lavrador en<br />

contra e levanta.<br />

Os homens do dinheiro não têem<br />

a generosidade exercitada, pelo<br />

exemplo e pela prática, ao serviço<br />

dos superiores intuitos da arte e<br />

da sciéncia!...<br />

Portanto os projectos reiterados<br />

de exploração systemática e sen<br />

sata em Condeixa não admira que<br />

abortem, sem o apoio dos governos,<br />

que não têem para êste caso uma<br />

única lei escripta!!...<br />

Estes estadistas, que nos últimos<br />

annos têem fabricado milhares de<br />

decretos, portarias e interpretações<br />

cerebrinas, com a arrogancia gróssa<br />

e farfante de dictadores e de tyrannos!.,.<br />

Ou seja com a sancção parlamentar<br />

da troupe dos Barrigasl.. .<br />

A.<br />

fcol)I> ! - ( r í ')!'». : . /<br />

Luctuósa<br />

Está de luto,pelo fallecimento de<br />

sua irmã, a sr. a D. Adelaide Martins<br />

Ribeiro, o nosso dedicado amigo e<br />

valiôso correligionário sr. Cassiano<br />

Augusto Martins Ribeiro.<br />

No dolorôso transe por que o<br />

nosso amigo acaba de passar, acompanbâmo-lo<br />

com o nosso pesar mais<br />

sincéro e mais sentido. Abraçâmo-lo<br />

pois, na sua dôr, e a sua ex. ma família<br />

enviamos o nosso pêsame.<br />

O Popular affirma que o rei sente<br />

o mais vehemente desejo de se<br />

desfazer do actual gabinete e que<br />

não se poupa em lh'o manifestar,<br />

ora sustentando Mousinho de Albuquerque<br />

contra vontade dos ministros,<br />

oranegando-lhes certos actos do<br />

poder moderador, ora hesitando<br />

em concedê-los.<br />

E accrescenta o orgão do sr.<br />

Márianno de Carvalho:<br />

iD'estas manifestações fingem<br />

os conselheiros da corôa não entender<br />

nada, e por outro lado<br />

el-jrei não se decide a dar-lhes<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

A situação económica do país<br />

mais frizantes demonstrações da<br />

sua vontade. Porque procede s.<br />

m. assim? Houve quem se lembrasse<br />

de suppôr que seria por<br />

mêdo do sr. ministro do reino,<br />

que tem na mão a polícia e a<br />

guarda municipal. Mas essa hypothese<br />

é falsa, por quanto o sr.<br />

D. Carlos não ignora que, despedido<br />

hoje o sr. João Franco,<br />

não haveria ámanhã polícia que<br />

lhe obedecesse, ou que o commandante<br />

geral das guardas municipaes<br />

é dos mais fieis e dedicados<br />

amigos d'el-rei. Além d'isso<br />

poderá o sr. D. Carlos ter defeitos,<br />

mas pusilânime não é.<br />

Entám como se explica a indecisão<br />

de s. m.? A nosso vêr é<br />

por um certo desprendimento dos<br />

negócios públicos, que melhor<br />

fóra não existir, ou por nímia<br />

cortezia que o impede de praticar<br />

actos desagradaveis á qualquer<br />

pessoa.»<br />

A tal cortezia é uma variante do<br />

molte — O rei está illudido, que já<br />

estava muito estafado.<br />

Diz-se que vae ser nomeado director<br />

geral da instrucçâo pública o<br />

sr. dr. Correia Barata, lente de Philosophia;<br />

sendo dada outra commis<br />

são de serviço ao sr. José d'Azevedo<br />

Castello Branco.<br />

Foi dada ordem para marcharem no<br />

dia 1 de fevereiro para a Figueira da<br />

Foz duas baterias do regimento de artilheria<br />

3 Levam os artigos de mobília<br />

e utensílios de que carecem e o re<br />

gimento lhe poder fornecer, tendo <<br />

commando geral de engenheria recebido<br />

ordem para satisfazer as requisições<br />

de artigos que, porventura, o regimento<br />

não possa dar.<br />

Para êste dia preparam-se grandes<br />

festejos.<br />

Dr. Rodrigues d'Azevedo<br />

Falleceu ante-hontem, na avançada<br />

edade de 86 annos, o sr. conselheiro<br />

Francisco Antonio Rodrigues<br />

d'Azevedo, lente de prima<br />

jubilado da faculdade de Theologia,<br />

cónego capitular e presidente do<br />

cabido da Sé Cathedral de Coimbra.<br />

Foi, no seu tempo, considerada<br />

como um dos professores mais talentosos<br />

da Faculdade de que foi<br />

distincto ornamento, tornando-se<br />

sobretudo notável na presidência<br />

dos actos grandes em que sempre<br />

revelou, a par de vastíssima erudição,<br />

penetração não vulgar e uma<br />

dicção fácil e correcta.<br />

Como orador sagrado foi também<br />

muito considerado, correndo impressos<br />

alguns dos seus sermões.<br />

Em política militou sempre no<br />

partido miguelista, havendo sido<br />

eleito deputado em algumas legislaturas<br />

e, ha ainda poucos annos,<br />

par do reino pelo collégio scientifico.<br />

Nas luctas que houve entre o sr.<br />

Bispo Conde e a faculdade de Theologia,<br />

collocou-se ao lado d'esta<br />

mantendo-se numa posição sempre<br />

digna e muito para admirar em<br />

tam avançada edade.<br />

Os funeraes realizaram-se hontem,<br />

sendo muito concoridos.<br />

A sua ex. ma Como commentário ainda ao discurso<br />

da corôa na parte em que se<br />

refere ás condições económicas e financeiras<br />

do país, vamos transcrever<br />

o que se lê na «Revista financeira<br />

e commercial» do nosso prezado<br />

collega O Commércio do Porto.<br />

Eis o quadro, na verdade muito<br />

animador, que ahi se apresenta:<br />

A liquidação do anno de 1896<br />

não deixou ao commércio, nem á<br />

indústria, nem á agricultura, elementos<br />

de prosperidade, por onde<br />

se podésse affirmar que tivessem<br />

melhorado as condições económicas<br />

do país. No commércio, as falléncias,<br />

as concordatas e as moratórias designaram<br />

o estado precário dos ne<br />

gocios; nas indústrias, a accumulação<br />

de fazendas manufacturadas<br />

está frisantemente indicando a gravidade<br />

da crise, pelo excesso de<br />

producção; na agricultura, as es<br />

cassas colheitas de cereaes, com a<br />

difficuldade na venda do vinho, aggravam<br />

a vida do lavrador. Quando<br />

estes factos se verificam, sem contestação<br />

possível, parece incrivel<br />

que haja quem affirme que a situação<br />

geral do país melhorou, neste<br />

anno.<br />

Quando, após cinco annos de<br />

lucta, o país resignadamente soffre a<br />

reducção de 30 p. c. nos juros dos<br />

fundos do Estado, os crédores externos<br />

vêem a sua renda cerceada<br />

em 66<br />

Familia os nossos<br />

sentidos pêsames.<br />

Estiveram em Coimbra, de visita<br />

á agencia do Banco de Portugal, os<br />

srs. conselheiro Matheus dos santos,<br />

Gomes Netto, Gomes Ferreira e A,<br />

Pequito,<br />

2 te, que em 30 de junho de 1893 vre especial de vulgarização desti-<br />

era de 18:944 contos. Em março nado ao pôvo.<br />

do anno passado, essa dívida as-<br />

Esta propósta foi acolhida com<br />

muita desconfiança pelas folhas concendia<br />

a 29:418 contos; o augmento<br />

servadôras, que vêem nella um pre-<br />

da conta corrente no Banco de Portexto para alguns professores fazetugal<br />

em 9 mêses, foi de 2:300 rem propaganda das idêas socialis-<br />

contos de réis, o que prefaz a quantas e crê-se que não será approvatia<br />

de 31:718 contos. Accrescenda pelo corpo docente.<br />

tando a esta quantia o valor das<br />

letras do thesouro sobre a Agencia<br />

Realizam-se no dia 1 de feverei-<br />

Financial em Londres, e que não<br />

ro as provas práticas para os con-<br />

consta da nota da divida fluctuante<br />

cursos de escrivães de fazenda.<br />

senão numa pequena parte, aquella<br />

divida ascenderá a 38:000 contos<br />

de réis.<br />

«Diffamação»<br />

A dívida fluctuante attinge esta<br />

Sob este titulo acaba de ser pu-<br />

somma, depois de se haver effectuablicada<br />

a minuta de aggravo que se<br />

do a venda de todos os títulos em<br />

interpôs para a Relação do Porto<br />

posse da fazenda, e de se haver<br />

no processo que foi instaurado con-<br />

exhaurido o país com os mais antra<br />

o director d 'A Folha, de Viseu,<br />

niquilladôres impostos.<br />

sr. Cesar Augusto d'Almeida, por<br />

Em egual épocha do anno pas-<br />

pretendidas offensas ao governador<br />

sado, o ágio do ouro era de 28 p.<br />

civil d'aquelle districto.<br />

c., e presentemente já excede 41<br />

Essa minuta, de que é auctor o<br />

p. c.!<br />

nosso amigo e distincto professor<br />

O aggravamento dos câmbios é<br />

da faculdade de Direito, sr. dr.<br />

constante, porque a situação finan-<br />

Teixeira d'Abreu, é um trabalho de<br />

ceira annulla todos os elementos da<br />

merecimento em que amplamente<br />

balança commercial. Quando tats<br />

se demonstra a arbitrariedade de<br />

phenómenos se apresentam, impõe-<br />

que tem sido víctima o sr. Cesar<br />

se como necessidade impreterível<br />

Augusto ,i d<br />

azer o balanço de administração<br />

do país, para se saber qual é o débito<br />

do thesouro, não só por dívida<br />

fluctuante, como por operações de<br />

thesouraria, exercícios findos, contas<br />

correntes aqui e nos Bancos extrangeiros.<br />

Não sabemos para que<br />

tantas reservas.»<br />

/3 p. c., o imposto do ren-<br />

Ora ahi está como se tem accen<br />

dimento com pesadas taxas sobre<br />

tuado a melhoria nas nossas condi-<br />

todos os valores, a contribuição industrial<br />

exaggerada a ponto de an<br />

ções económicas e financeiras. A<br />

niquillar a matéria collectavel, os restauração das finanças, a cargo<br />

empregados públicos sacrificados do sr. Hintze Ribeiro, corre pare-<br />

com pesadissimas reducções — é lhas com o engrandecimento do po-<br />

triste observar que todas estas reder real, promovido pelo sr. João<br />

ducções e augmentos de impostos Franco.<br />

não serviram para coisa, alguma, Vae tudo ao fundo.<br />

porque as despêsas públicas já excedem<br />

em muito as que se liquidaram<br />

nos annos anteriores á crise.<br />

O deficit da gerencia do último<br />

anno económico excede a 5:000<br />

contos, unicamente na parte escripturada<br />

definitivamente, porque, se<br />

fôsse feita a liquidação, como se<br />

pratica numa casa commercial, attingiria<br />

a uma somma bem maior.<br />

A despêsa para este exercício foi<br />

orçada em 49:375 contos de réis,<br />

e no relatorio de fazenda, apresentado<br />

na sessão de 16 de março do<br />

anno passado, affirma-se que as<br />

contas fecharam com um saldo positivo<br />

de 324 contos. Em vez de<br />

excedente, ha um deficit, porque as<br />

despêsas subiram a 55:387 contos<br />

de réis; perante esta desoladora situação,<br />

ainda não se vacilla em assegurar<br />

que a situação financeira<br />

da administração pública tem melhorado<br />

!<br />

A contra-prova do crescimento<br />

do deficit vae encontrar-se no augmento<br />

da divida fluctuante; é por<br />

isso que ha todo o cuidado em não<br />

publicar a respectiva nota, e de só<br />

ahi incluir as operações definitivas.<br />

Á falta dos respectivos dados, pro*<br />

cederemos por tentativas, para achar<br />

approximadamente a dívida fluctuan-<br />

5 Almeida. Juntamente<br />

com a minuta, fôram publicados diversos<br />

documentos que a acompanhavam,<br />

attestados de governadores<br />

civis e do juizes que exerceram as<br />

suas funcções em Viseu e tiveram<br />

como empregado o sr. Cesar d'Almeida<br />

e que tecem os mais rasgados<br />

elogios á sua intelligéncia, honestidade,<br />

assiduidade e zêlo no exercício<br />

das suas funcções.<br />

O actual governador civil, o vingativo<br />

perseguidor do sr. Cesar<br />

d'Almeida, fica numa situação lastimosa.<br />

Agradecemos o exemplar da minuta<br />

que nos foi offerecido.<br />

O correspondente d 'O Commércio<br />

do Porto diz que se pensa em<br />

José Caldas<br />

fundar nesta cidade um centro político<br />

que terá como presidente ho-<br />

Este eminente jornalista vae colnorário<br />

o sr. João Franco.<br />

laborar no nosso prezado collega O O patrôno é bom.<br />

Paiz.<br />

Vinhos portuguêses no Brasil<br />

O sr. Bispo-Conde acaba de pu-<br />

Segundo participação d'uma: imporblicar<br />

sob o titulo — Execução das tante casa commercial do Rio de Ja-<br />

leis de fazenda. Extincção dos Conneiro, regulavam os nossos vinhos em<br />

ventos. Queixa a sua majestade do 21 de dezembro último pelos seguin-<br />

que se fez na extincção do de Lunda, tes preços:<br />

um livro em que deelara os esforços Moscatel, caixa, 20 a 400000 ; Madeira^<br />

18 a 250000; Porto, 12 a 400;<br />

que empregou para salvar da rapi- Collares, 14 a 200000; Velhos do Pornagem<br />

e da deterioração as alfaias to, em barris, 500 a 8000000; Virgens<br />

e objectos d'arte dos conventos do Douro, 350 a 4000000; tintos da<br />

supprimidos na sua deocese, que Figueira, 360 a 4000000; brancos da<br />

comprova com valiosos documentos. Figueira, 360 a 4200000; tintos de Lisboa,<br />

350 a 4000000 ; brancos de Lis-<br />

Agradecemos o exemplar que se boa, 360 a 4000000; Collares, nomi-<br />

dignou offerecer-nos.<br />

nal; verdes, 370 a 4000000 réis.<br />

Foram mandadas executar umas re- A receita municipal proveniente<br />

parações urgentes no quartel de infan-<br />

de impostos indirectos foi durante<br />

teria 23, na importância de 2700000<br />

réis.<br />

o anno de 1896 de 30:790$292<br />

réis.<br />

Um grupo de professores da Universidade<br />

de Berlim, entre os quaes A peste na índia<br />

se destaca o célebre Adolpho Vaquer,<br />

chefe dos socialistas cathe- Communicam de Bombaim ao<br />

dráticos e o notável historiador Times que a população d'aquella<br />

Hans Delbriich, propôs ao conselho cidade está reduzida a metade e<br />

docente d'aquelle estabelecimento que a mortalidade agora é de 20<br />

soientifico a abertura d'um curso li- por cento dos achacados,


Novo empréstimo hespanhol rei não concederá a dissolução nem<br />

o adiamento, caso o governo o peça.<br />

Diz a Correspondência de Espana<br />

que lhe consta que, em resultado Somos doutro parecer.<br />

de uma conferência do sr. Canovas No regimen parlamentar, que já<br />

dei Castillo com o ministro da fa- estava tam desacreditado, vibrou o<br />

zenda, ha idèa de se contrair um<br />

empréstimo externo; e accrescenta<br />

Solar dos Barrigas o golpe de mi-<br />

que o ministro da fazenda vae essericórdia. O que é portanto provátudar<br />

quanto antes as bases d'esta vel é que o absolutismo se desmas-<br />

operação.<br />

care, prescindindo o rei de fórmuas<br />

que mais exauctoram as insti-<br />

Acha-se em estado desesperado<br />

tuições que elle representa.<br />

a mulher do pintor que lugiu com Dentro da monarchia ninguém<br />

a filha de D. Carlos de Bourbon. tomará mais a sério o systema representativo.<br />

Com pouca sorte a opposição no<br />

Solar dos Barrigas.<br />

Tendo o biólogo Fratel, seu prestigiôso<br />

director, annunciado uma<br />

interpellação ao ministro da marinha<br />

e declarando-se este habilitado<br />

para responder na sessão immediata,<br />

o feroz Barriga, depois de<br />

buscar e rebuscar num bolso um<br />

papel durante 5 minutos, resolveu<br />

não fallar.<br />

Assim conta o cómico caso o<br />

Primeiro de Janeiro:<br />

«O sr. ministro da marinha<br />

declarou-se hoje na câmara dos<br />

deputados habilitado a responder<br />

á interpelação do sr. Fratel. Este<br />

ouviu a declaração e calou-se. A<br />

câmara esperou que elle fallasse,<br />

e, decorrendo alguns minutos, o<br />

presidente passou á ordem do<br />

dia».<br />

Dizem outros jornaes que esta<br />

interessante scena provocára no<br />

Solar uma estridente gargalhada.<br />

Não admira. Sam de tal ordem<br />

os Barrigas que se riem uns dos<br />

outros, julgando cada um d'elles<br />

que está fazendo uma bella figura.<br />

Foi transferido para infanteria<br />

23 o i.° sargento do regimento de<br />

infanteria 5 Manuel de Oliveira.<br />

Diz-se que é impossível a permanência<br />

do governo no poder com<br />

o Solar dos Barrigas aberto e que o<br />

Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento (Tiim forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

II<br />

Dois velhos amigos<br />

A velha que lhe seguia os movimentos,<br />

observou-lhe sorridente:<br />

— Peço perdão, mas a quinzena é de<br />

vinte francos.<br />

O barão ficou por momentos perplexo,<br />

mas tirando outra nota do deftfrancos<br />

entregou-lh'a.<br />

— Quer ter a bondade de me acompanhar<br />

aos aposentos d'ella ?<br />

— Oh ! senhor, immediatamente.<br />

E pegando no candieiro, a velha<br />

acompanhou o barão ao quarto andar,<br />

onde bateu a uma porta annunciando:<br />

— Jeanne, está aqui um cavalheiro<br />

que a procura.<br />

A porta abríu-se.<br />

• —Madame de Sillac?, perguntou o<br />

barão.<br />

— Sou eu, disse a pessoa que veiu<br />

«brir.<br />

g concentrou todo o seu olhar a fim<br />

RESISTÊNCIA —Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

Inspira sérios cuidados a sua extremósa<br />

familia, o estado grave do sr.<br />

Antonio de Paula e Silva, proprietário<br />

da Agência de negócios universitários.<br />

de reconhecer aquelle que a procurava<br />

e lhe sabia o nome.<br />

— Venho pedir-lhe o favor de me<br />

escutar por alguns minutos. Quer darme<br />

essa honra ?<br />

— Entre, cavalheiro.<br />

A rapariga precedéra o visitante e,<br />

offerecendo-lhe uma cadeira, sentárase<br />

noutra em frente d'elle.<br />

Jeanne de Sillac, estava, sem dúvida,<br />

preparada para sair, assim o indicava<br />

a sua toilette, um vestido de sêda que<br />

muito bem ajustava ao seu corpo esbelto,<br />

e na cabeça um gracioso chapéu<br />

alto d'onde pendia um véu preto<br />

que ella levantára para escutar o barão.<br />

Este fitou-a por alguns instantes,<br />

cheio de espanto, sem poder reconstituir,<br />

em face do que via, a história de<br />

um passado não muito longínquo; na<br />

verdade Bellida fôra muito amavel para<br />

a locatária... que confiando pouco nos<br />

encantos da sua formosura, se pintava.<br />

O rosto d'um branco mate muitopronunciado,<br />

mais fazia sobresaír a pintura<br />

rosada das faces, os lábios d'um<br />

vermelho vivo eram gróssos, sem vigôr<br />

e enrugados aos cantos; t)s olhos<br />

muito negros, moviam-se dentro das<br />

órbitas, sem brilho; as palpebras pe-<br />

sadas, tinham os bordos negros como<br />

as cartas de enterro, as sobrancelhas<br />

e pestanas pintadas a crayon, os cabellos<br />

que Bellida tanto gabára, pare»<br />

ciam postiços.<br />

Os dedos alvos, Compridos, estavam<br />

queimados pelo tabaco.<br />

daciósos, como vae vêr-se, assaltaramlhe<br />

a casa, prepararam e comeram um<br />

opíparo jantar, não se contentando com<br />

a comida que encontraram prompta,<br />

mas fazendo tudo de fresco, acuradamente.<br />

Mataram gallinhas, assaram carne,<br />

etc., e, para completarem o festim,<br />

como gente que se préza, também prepararam<br />

café. Finda a refeição, quando<br />

só faltava aquelle excitante precioso,<br />

ao temperarem o saborôso líquido,<br />

encontraram no iundo do assucareíro<br />

60 dollars que Freitas alli depositára<br />

por causa dos ladrões.<br />

Foi o que se chama cair a sôpa no<br />

mel I O resto adivinha-se.<br />

Quando Freitas regressou com a família<br />

encontrou a casa, especialmente<br />

a cosinha, em desarranjo, e a um canto<br />

da mésa onde os dois haviam feito<br />

o repasto achou um bilhete contendo<br />

o seguinte:<br />

«Thanks for the dinner and the sixty»<br />

— cuja traducção é:<br />

Agradecimentos pelo jantar e pelos<br />

sessenta.<br />

Debaixo d'esta impostura de alvaiade<br />

e crayon, o barão procurava a mulher<br />

que conhecêra outr'ora.<br />

Embaraçada com este exame e silêncio<br />

tam prolongado, Jeanne disse:<br />

— Aguardo saber o fim da sua visita,<br />

senhor.<br />

Entám o barão, lançando um olhar<br />

em torno do aposento, vendo que estava<br />

só com a sua antiga amiga, pegou<br />

no candieiro de sobre , a mesa e<br />

collocando-o à altura do rosto disse<br />

para a rapariga, espantada de tam singulares<br />

maneiras:<br />

— Reconheces-me, Linotte?<br />

Ella fitando o seu olhar naquelle que<br />

lhe fallava, ficou silénciósa por alguns<br />

segundos, depois batendo as palmas<br />

exclamou:<br />

— O Inglês!<br />

— Sim, sou o Inglês.<br />

— Quer dizer, o Inglês de Paris...<br />

0 meu processo revelou me quem tu<br />

eras.<br />

— Bem sei... Revelou-te que eu a<br />

principio fui um perverso... Vejo que<br />

me conheces, mas eu também te conheço<br />

e melhor do que os que te julgaram<br />

e condemnáram... Por isso podemos<br />

fallar francamente.<br />

— Francamente, sim, mas baixo,<br />

porque as paredes sam pouco espes-<br />

1 sas e pôde ouvir-se nos outros com-<br />

partimentos.<br />

— Sabes, não te acho differença...<br />

és sempre formósa.<br />

«-Oh! não faliemos nisso.. • nâo<br />

desejo ouvir mentiras, Os dezeseis<br />

da direcção; nomear commissão<br />

para exame de contas e proceder-se<br />

á eleição dos seus corpos gerentes.<br />

Coimbra, 10 de janeiro de 1897.<br />

• O secretário,<br />

Cassiano Augusto Martins Ribeiro.<br />

KALENDARI0 DE JANEIRO,1897<br />

3 10 17 24<br />

Segunda feira .... 4 11 18 25<br />

5 12 19 26<br />

*6 13 20 27<br />

7 14 21 28<br />

8 15 22 29<br />

2 9 16 23 30<br />

Lua nova em 3, às 5,27 m. da m.<br />

Quarto crescente em 10, às 9.9 m.<br />

da m.<br />

Lua cheia em 18, ás 7,40 m. da t.<br />

Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />

m. da t.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

annos decorridos até hoje, deixou-Os a<br />

miséria bem gravados no meu rosto.<br />

Supponho, no entretanto, que não foi<br />

para me dizeres amabilidades que vieste<br />

procurar-me?<br />

— Não, mas antes de fallar em negócios<br />

queria recordar-te o passado.<br />

— Bagatellas! não fallêmos mais<br />

d'elle, disse Linotte empallidecendo...<br />

É ainda mais horrível o presente.<br />

— Tens soffrido muito?<br />

— Oh ! sim, muito !<br />

— E a causa ?<br />

Com uma voz que tocava o coração,<br />

a desgraçada respondeu:<br />

— A miséria, a fome, o frio, os máus<br />

tratos ! desprêzo... remorsos... tudo<br />

emBm...<br />

— Pobre rapariga I nunca pensaste<br />

em vingar-te ?<br />

— Vingar-me de quem? de quê?<br />

Podem porventura vingar-se ás mulheres<br />

que chegaram aonde eu cheguei ?<br />

Quando apenas procuram defender-se,<br />

nuaca têem razão... Sam sempre condemnadas.<br />

— Eu não quero fallar da vingança<br />

brutal que faz pôr em movimento a<br />

policia sempre indiscreta; fallo-te da<br />

vingança hábil, mysteriôsa I<br />

— Como soubeste a minha morada?<br />

— Ouvi pronunciar o teu nome ha<br />

quinze dias, numa casa de modas, a<br />

Chaineau.<br />

^-Chaineau, uma refinadíssima ladra...<br />

que tanto mal me tem feito!<br />

—-Descança que ella não te inquietará<br />

mais se nos entendermos,...<br />

PEDRO FERNANDES TH0MAZ<br />

Canções populares da Beira<br />

Acompanhadas de 52 melodias,<br />

recolhidas directamente da tradição oral,<br />

e arranjadas para piano<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO<br />

POR<br />

J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />

1 volume de 263 p 800 réis<br />

Pelo correio 850 »<br />

Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />

Augusto Veiga<br />

FIGUEIRA<br />

Formulário do registo predial<br />

Foi approvado o auto de recepção<br />

definitiva do fornecimento e assentamento<br />

de três vigas de ferro e mais<br />

peças necessárias para a ponte sobre<br />

Collecção de fórmulas dos diversos<br />

actos dè registo predial, averbamentos,<br />

cancellamentos, certificados e notas de<br />

registos, de petições para a feitura desses<br />

actos, e de modelos para os termos<br />

de abertura e encerramento nos<br />

diversos livros das conservatórias, seguida<br />

de vários apontamentos úteis,<br />

por Henrique Garcia Pereira Martins,<br />

ajudante do conservador privativo da<br />

o rio Foja, na estrada real n.° 49, dis- Foi demittido de distribuidor supratricto<br />

de Coimbra, adjudicado á Emnumerário do correio d'esta cidade Anprêsa<br />

Industrial Portuguêsa.<br />

tonio Conceição Barros.<br />

Encommendas postaes<br />

para a Africa Occidental<br />

Pelos paquetes portuguêses que par-<br />

comarca de Villa Nova de Famalicão,<br />

com uma carta-prefacio do dr. Eduardo<br />

José da Silva Carvalho, juiz de Direito<br />

de l.<br />

tem de Lisboa para a África Occidental,<br />

nos dias 6 e 23 de cada mês, pódem<br />

Nos mêses de novembro e dezem-<br />

Para o regimento de infanteria 2<br />

expedir-se encommendas postaes para<br />

bro foram mortos neste concelho 1:700 S. Vicente e S. Tbiago de Cabo Verde,<br />

foram mandadas transferir imme- cães vadios.<br />

Bolama, S. Thomé, Cabinda, Ambriz,<br />

diatamente, e por conveniência de Discrirninam-se assim: Arganil, no Loanda, Benguella, e Mossamedes.<br />

vembro, 61; dezembro, 41; ao todo Cada volume de encommendas não<br />

serviço, 42 praças d'infanteria 9 e 102.<br />

pôde exceder o peso de 5 kilogrammas,<br />

67 d'infanteria 17, e para infante- Cantanhede, respectivamente: 51, a capacidade de 20 decimetros cúbicos<br />

34, 85. Coimbra, 177, 186, 363. Con- e a dimensam de 60 centímetros em<br />

ria 5, analogamente, 18 praças de deixa, 57, 101, 158. Figueira da Foz, qualquer das suas faces, salvo quando<br />

cada um dos regimentos d'infanle- 120, 71, 191. Goes, 22, 22, 44. Lou- a encommenda se apresente em fórma<br />

zã, 21, 71, 92. Miranda do Corvo, 43, de rolo e seja de fácil accommodação,<br />

ria 12, 14 e 23, e 52 de caçado- 41. 84. Montemór-o-Velho, 26, 37,63. Os portes em sellos, a que as reres<br />

3. Sam, .pois, 215 praças que Oliveira do Hospital, 42, 18, 60. Pamferidas encommendas estam sujeitas,<br />

pilhósa da Serra, 13, 15, 28. Penaco- sam de 500 réis por cada encommen<br />

vam engrossar a guarnição de Lisva, 36, 39, 75. Penella, 39, 19, 58, da destinada a Cabo Verde, e Guiné, e<br />

boa.<br />

Soure, 153, 69, 222. Taboa, 55, 20. de 700 réis por cada encommenda des-<br />

75.<br />

tinada a S. Thomé e Angola.<br />

Todas as estações postaes e telegrapho-postaes<br />

que permutam encommen-<br />

Falleceu nesta cidade o sr. Manue<br />

das com o interior do país estam au-<br />

Illydio dos Santos, antigo typographo ASSOCIAÇÃO COMMERCIAL DE COIMBRA ctorizadas a receber encommendas pa-<br />

e que ha annos se dedicava ao comra<br />

a África Occidental.<br />

Por ordem do sr. presidente é<br />

mércio de cereaes.<br />

Direcção dos serviços telegrapho-<br />

convocada a Assemblêa Geral da postaes, 24 de dezembro de 1896.<br />

Associação Commercial de Coimbra,<br />

conforme determina o artigo<br />

Roubo audacioso e engraçado 19, | 1.° dos seus estatutos, para F. Fernandes Costa<br />

Dizem de S. Francisco da Califórnia 15 do corrente, pelas 7 e meia ho-<br />

que, emquanto Antonio Freitas, porturas da noite.<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

guês, residente entre Decoto e Niles.<br />

assistia á missa com sua familia, no<br />

dia 20 de dezembro, dois gatunos au-<br />

Ordem dos trabalhos<br />

Apresentar o relatório e contas<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

a instância.<br />

Livro útil aos conservadores ajudantes<br />

e amanuenses de conservatória, aos<br />

candidatos aos logares de conservadores<br />

e aos advogados, escrivães e procuradores.<br />

Todos os pedidos devem ser feitos<br />

ao depósito geral, livraria Lello & Irmão,<br />

antiga casa Chardron, calçada dos<br />

Clérigos—Porto, ou ao auctor, em Villa<br />

Nova de Famalicão.<br />

CODIGO ADMINISTRATIVO<br />

Approvado por carta de lei de 4 de<br />

maio de 1896 (actualmente em vigor)<br />

seguido de «Repertorio alphabetico e<br />

da Tabella de emolumentos dos secretarias<br />

das corporações, auctoridade e<br />

tribunaes administrativos.»—Preço 240<br />

réis.<br />

E' a última publicação da «Bibliotheca<br />

Popular de Legislação», com séde<br />

em Lisboa, rua da Atalaya. 183 1.°,<br />

para onde devem ser dirigidos os pedidos,<br />

acompanhados da respectiva importância.<br />

Esta edição é conforme com a ofEcial<br />

e a única que tem Repertorio, importante<br />

auxiliar para a fácil consulta<br />

da obra, assim como também é a única<br />

acompanhada da tabella dos emolumentos<br />

administrativos, o que sobremaneira<br />

a torna recommendavel.<br />

Desejo, por isso, que antes de mais<br />

uada, Linotte, respondas ás perguntas<br />

que vou fazer te.<br />

— Conforme ellas fôrem...<br />

— Sara para teu interésse...<br />

— Entám pódes fallar.<br />

— Estás pobre?<br />

— Oh sim !, e Linotte abanava a cabeça<br />

conQrmando: muito pobre... pobríssima.<br />

— A verdade, e que eu ha pouco não<br />

queria revelar-te, é que tu estás effectivamente<br />

muito mudada...<br />

— Que dizias tu se me ouvisses tossir<br />

de manhã ?<br />

— Vivendo como vives não pódes<br />

durar muito tempo...<br />

— Isso é verdade I, disse com ar<br />

cynico a rapariga, ha mistéres que se<br />

vâm tornando cada vez mais lucrativos.<br />

.. o nosso é ao contrário...<br />

— Por êsse motivo é que eu venho<br />

propôr-le um negócio.<br />

— Se involve o risco de ir parar<br />

com os óssos á cadeia... nada feito I<br />

— Não I... é um negócio que tu só<br />

pódes resolver.<br />

— Honesto ?<br />

— Honesto, é conforme.<br />

— Porventura ha duas honestidades?<br />

— Sim, ha! a que consistir em nâo<br />

ultrapassar os limites do código, e a<br />

bem mais restricta que é limitada pela<br />

consciência.<br />

— Não é d'esta última que queres<br />

fallar-me?<br />

(Continua.)


TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia — História do limoeiro—O<br />

Limoeiro hoje—O regulamento — Os presos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />

— «cenas de sangue — Am prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />

1 M r ESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÀO RODRIGUES 6RÀ6À<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

*» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de corôas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

ESCRIPTORIO — Rua da Sopliia, n.° 54, 2.°<br />

C O I M B R A<br />

3 lllrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão;<br />

De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />

Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Tabella dos preços dos principaes serviços<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />

económicas . . . . . . . . . . . 20000<br />

Agência èm quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês 1(5000<br />

Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />

feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

e o constituinte tem sómente a pagar a agência.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para emprès-<br />

... timos e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte. 10000<br />

Todos os serviços sam feitos com promptidão e quasi de<br />

graçá.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

-notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; — e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ISO réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

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Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />

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Semanario illustrado de propaganda agrícola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis<br />

Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />

competência: Lentes da Universidade, Academia Polytéchnica<br />

do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa-, directores e professores<br />

de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados„ chimicos,<br />

engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />

viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />

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Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />

a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />

portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />

Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />

variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou lj?000<br />

réis por semestre.<br />

A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />

maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />

na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />

trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />

diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />

em folhetim um bom romance.<br />

0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />

morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />

Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />

Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />

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AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />

Rua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />

ÉDITOS DE 30 DIAS<br />

(2. a publicação)<br />

8 pelo juízo de Direito de<br />

I Coimbra e cartório a<br />

cargo do escrivão do 5.° cilicio,<br />

córrem éditos de 30 dias, a<br />

contar da segunda e última<br />

públicação d'este annúncio, citando<br />

Manuel Joaquim, solteiro,<br />

ausente em parte incérta, para,<br />

na qualidade de herdeiro, assistir<br />

aos termos do inventário de<br />

menóres a que vàe proceder-se<br />

por óbito de seu pae Manuel<br />

dos Santos Martinho, morador<br />

que foi no Outeiro, freguezia do<br />

Botão d'esla comárca.<br />

Verifiquei.<br />

O juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

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bocca e operações de<br />

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PUBLICA-SE AOS DOMINGO»<br />

B QUINTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 20700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 20400<br />

Semestre... 10200<br />

Trimestre 600<br />

LITROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

A.NNUNCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repeti"<br />

ções, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Typ. F. França Amad»—COIMBRA


I<br />

N.° 199 COIMBRA—Domingo, 17 de janeiro de 1897 2." ANNO<br />

Dr. José Falcão<br />

Vam decorridos quatro annos so<br />

bre a morte,do nosso estremecido<br />

amigo e inolvidável chefe do partido<br />

republicano dr. José Falcão, e<br />

á medida que essa triste data se<br />

vae distanciando, cada vez mais<br />

sentimos a falta d'êsse vulto glorio<br />

so, cuja acção na política portuguêsa<br />

tam eminente foi.<br />

Ao commemorar essa data, dizíamos<br />

nós ha um anno:<br />

«Vam passados três annos... E<br />

o destino é o mesmo, a despeito<br />

dos clarões d"esperança que os heroismos<br />

do nosso exército fazem<br />

despontar ao longe, e que podem<br />

tornar-se mais brilhantes se elle<br />

comprehender os rigorosos deveres<br />

que a situação do país lhe impõe.<br />

Vam agora passados quatro an<br />

nos... E o destino é o mesmo,<br />

achando-se já em grande parte extinetos<br />

os clarões d!esperança que<br />

o nosso exército fez despontar ao<br />

longe. Não conseguiram êsses clarões<br />

desfazer as nuvens carregadas<br />

de tristíssimos vaticínios que se encastellam<br />

nos horisontes da pátria.<br />

As próprias colónias, onde êsses<br />

clarões irradiaram, submergiram-se<br />

de novo em densas trévas.<br />

Ficamos só sabendo que o nosso<br />

exército e a nossa armada sam ca-<br />

pazes de verdadeiros actos de heroísmo<br />

e que nada resiste á influên-<br />

cia deletéria, corrosiva, do regimen<br />

que nos domina. Nem as glórias do<br />

nosso exército ficaram incólumes;<br />

foram salpicadas de lama.<br />

Chegámos a um momento em que<br />

hão se assiste só á agonia extrema<br />

das instituições em imrnundo tremedal<br />

; vê-se de dia para dia declinar<br />

uma nacionalidade gloriosa,<br />

prevê-se a sua morte.<br />

Previa-a já o dr. José Falcão e<br />

era a idêa fixa de salvar a sua querida<br />

pátria que lhe dava alentos<br />

para a lacta pertinaz, heróica, contra<br />

a monarchia, quando a doença<br />

havia minado já profundamente o<br />

seu corpo.<br />

«Os annos apodreceram-me o<br />

corpo; a minha alma está, porém,<br />

cada vez mais pura e a minha fé<br />

mais viva.»<br />

«Tenho aqui uma terrível dictadura<br />

moral, que não sollicitei, que<br />

nie esmaga, e não posso sacudir de<br />

j;ima dos meus fracos hombros,sem<br />

faltar ao que devo á minha Pátria,<br />

Digo isto, porque não encontro nin- na sua inquebrantável crença; pormasse um rei português,fôssemsobre<br />

guém que queira, substituir-me. que a memória de José Falcão ha a sua sepultura bradar-lhe bem alto Morreu! Um túmulo abriu-se.<br />

«Quando podér passar a outras de representar sempre para os re- esta notícia, para que os seus ossos Mas êste túmulo, abrindo-se, fez o<br />

mãos êste pesado cálix, creia que publicanos portuguêses o typo idea- podéssem estremecer de júbilo. E mesmo vácuo que faria uma grana-<br />

não hesito um momento; mas, polisado pela nossa imaginação. em 1640, sua mulher, D. Joanda, em estilhaços, cortando as fileibre<br />

de mim, não sei se os meus Do triumpho do forte sobre o na de Mello, cumpriu a promesras d'um exército.<br />

olhos chegaram a vêr essa hora J» fraco, do império da vontade sobre sa, na piedosa fidelidade do ju- Ha homens, assim, para cuja per-<br />

Não chegaram. O dr. José Falcão a lei, do domínio das oligarchias ramento prestado.<br />

da não ha lágrimas que cheguem,<br />

não foi substituído durante os pou<br />

sobre o pôvo, da subordinação do Para as cinzas do dr. Falcão, um nem desolações que bastem,—me-<br />

direito ao capricho e da justiça ao<br />

cos mêses de vida que leve depois<br />

dia virá também, quando raiar a auteoros que se afundam no mar do<br />

favor, nasceu no espírito dos póvos rora luminosa d'um nôvo futuro, em<br />

que escreveu aquellas tristes phra<br />

nosso chôro, na mágua dos nossos<br />

uma aspiração redemptora — a re- que ao túmulo abençoado doesse<br />

ses em cartas ao sr. Fuschini, e o<br />

corações.<br />

publicana. Encarnou em José Fal- grande patriota sejam levados na<br />

seulogar ainda não foi preenchido.<br />

Uma calamidade, uma fome, pocão<br />

esse ideal—verbum caro factum onda estrondosa do enthusiásmo dem arroxear a alma d'um pôvo.<br />

Talvez que, se a morte o não ar- est. .. mas não morreu com elle a público as hossanas do reconheci- Um homem, porém, da estatura<br />

rebatára iim cêdo, os seus sacrifí- nossa respiração—vive lá, na vida mento nacional e a consagração so- moral de José Falcão desapparecencios<br />

tivessem conquistado pará eterna da sua memória, a encher lémne dos seus serviços!<br />

do nas arestas d'uma sepultura, no<br />

pátria que tanto amou o início de da mesma luz as nossas almas, a E o seu busto insinuante e altivo momento em que todos anceiam por<br />

uma phase redemptora e que não vivificar do mesmo alento as nossas terá um logar distincto na galeria elle, faz mais do que isso, desnor-<br />

veriamos mais sacrificadas que no crenças, a robustecer da mesma dos beneméritos da pátria 1 teia todas as esperanças, confunde<br />

seu tempo as liberdades públicas, energia a nossa fé...<br />

A. todas as aspirações.<br />

mais arrastada pela lama a digni- Que o nome grandiôso de José<br />

E assim foi. O trabalho do grandade<br />

nacional e em perigo immi Falcão não representa hoje só uma<br />

- ^ t é l á , - . . de propagandista, a organização<br />

nente a nossa independência. Tal- individualidade, por incommemo-<br />

audaciosa mas segura com que elle<br />

vez.ravel<br />

que ella seja: — José Falcão Foi ha quatro annos e, não obs- cercava a monarchia, rompeu-se,<br />

é um lêmma — é a generalização<br />

A recordação do seu nome,<br />

tante, parece estarmos ainda na desabou.<br />

suprema das aspirações d'um pôvo<br />

lembrança dos seus sacrifícios ainda<br />

presença d'aquella dolorosa romaria É que a labarêda quente do seu<br />

inteiro.<br />

inspiram tantos alentos no meio<br />

fúnebre que, a acompanhar o seu cérebro de patrióta e de revoltado,<br />

Fernão Silvestre.<br />

da desorganização e da fraquêza<br />

cadáver, nos levou a Santo Antonio já não aquecia as fileiras dos cora-<br />

dos Olivaes.<br />

ções unidos em linha de batalha.<br />

em que se debatem os elementos do<br />

depauperado organismo nacional! ANNIVERSÁR10<br />

Do vácuo immenso que a sua E que um grito tinha voado e<br />

estatura moral deixou no espírito paralysado tudo, com a trágico elo-<br />

<strong>Completa</strong>ram-se ante-hontem d'uma pátria abatida pelos baldões quência d'uma perda irreparavel:<br />

quatro annos. E no cemitério de da vilania, uma única esperança nos<br />

Tzlstla, Trerba Santo Antonio dos Olivaes já ficou restou como último reducto na lucta<br />

— José Falcão é morto!<br />

encerrádo o cadáver do dr. José a que a fatalidade nos roubava a<br />

Passaram quatro annos—qua Falcão, acompanhado pela tristêza força enórme do seu prestígio.<br />

Iro immensidades de luclo na a|ma de todos os espíritos que ainda ali- Era que, á beira da sua sepul-<br />

Grande Alma! Grande Cidadão!<br />

republicana — desde a catástrophe mentam a fé no triumpho da Justura, todos os que o tinham tido<br />

Que a tua memória seja para nós<br />

pavorosa da morte de José Falcão, tiça e na rehabilitação da nacionali- por mestre e por chefe e por guia<br />

um EvangelhOj e a tua vida de<br />

o prestigioso, o immaculado... dade portuguêsa!<br />

mostraram comprehender que, se-<br />

crente, de sincéro e audaz, um<br />

Agora, que os annos volveram A mórte surprehendeu-o antes guir no caminho que José Falcão<br />

grande Exemplo para seguirmos.<br />

rápidos sobre a anniquillação d'a que visse realizada a obra prodi- lhes deixava traçado, era a única<br />

quelle superior espírito, daquella giosa, que encetou com a crença in- consagração devida.<br />

Evaristo de Carvalho.<br />

grande alma, seria já occasião de quebrantável d'um apóstolo e com Essa consagração havemos tam-<br />

se verificar o vácuo enorme que no a corágem tenaz e inflexivel da fibém nós de prestar-lh'a quando ali,<br />

)artido republicano deixou o nosso gura lendaria doSpadius, de Flau- na rua, soar o grito nervôso da re-<br />

chefe insubstituido; mas, neste mobert. E o mesmo gólpe que lhe corvolta.mento de concentração dolorosa so tou a vida afrouxou o ardôr das Será ámanhã?... depois?...<br />

Diz-se que o governo vae definir<br />

)re aquelle vulto gigantêsco que hastes democráticas, cujo movimen-<br />

as altribuições dos commissários<br />

d'aqui a dias. .. mêses?<br />

régios em Moçambique. Ha quem<br />

uma tristíssima saudade involve, o to a sua intelligéncia impulsionava Seja quando fôr.<br />

pense que o melhor seria acabar<br />

nosso espírito não quer perder-se selo nórte do país.<br />

Até lá honrêmos as suas extraor- com tal raça, que só serve para o<br />

nem nessa investigação amarga. E afrouxou, porque elle era o dinárias virtudes e guardêmos bem thesouro público dispender mais<br />

E fazêmo-lo reviver, o Morto que- íomem excepcional, destinado pela no peito a sagrada memória do seu alguns contos de réis.<br />

rido, o Mestre amado 1... E vé- randêza da sua abnegação, pela nome.<br />

Em quanto não havia a possibimo-lo,<br />

triste e austéro, sevéro e bom,<br />

lidade de communicações rápidas<br />

superioridade genial das suas fa-<br />

Ricardo Gomes.<br />

com as províncias ultramarinas, tí-<br />

de côrpo frágil e cérebro poderôso, culdades e pela confiança que insnhamos<br />

só governadores. Agora ba<br />

illuminando com o irradiar deslumpirava a rectidão da sua probidade<br />

commissários régios e não sabemos<br />

jrante do seu espírito feito de luz a<br />

José Falcão<br />

immaculada, a lançar o pregão da<br />

se, ao definir as suas attribuições,<br />

alma de nós todos. , . E evocámos guerra santa e a erguer o ânimo'<br />

o governo pensará em crear outra<br />

Um nome que pesa na História,<br />

a sua estatura grandiosa, a austéra abatido dos tíbios e dos descrentes.<br />

entidade, para os casos graves,<br />

e um homem que pesa num sepul- com ordenado maior do que os<br />

rigidêz do seu caracter, a immacu- Á sua voz agrupávam-se todos chro.<br />

commissários régios têem actuallada<br />

brancura da sua alma, para os honéstos; e a sua palavra a um Deixou, porém, isto que poucos mente.<br />

banharmos de luz puríssima a nos- tempo ardente e serena, nítida e deixam: adoração, respeito, amôr; Que já não é pequeno. Mas as<br />

sa fé... Que elle é ainda hoje o irme, toda de pensamentos largos, uma nacionalidade inteira coberta<br />

liquidações são sempre um negócio<br />

padrão immarcessivel da nossa cren- inflammava os desalentados, de con-<br />

enfadonho. E' conveniente que isto<br />

de crepes, e todo um partido choça,<br />

a synthese luminósa do nosso vicção e de valor.<br />

vá depressa.<br />

rando de magua.<br />

ideal 1<br />

Conla-se que o jurisconsulto do E que dir-se-hia a voz d'um gran-<br />

Evocar a memória de José Fal- Porto dr. Ignacio Ferreira, fallecido de Pôvo a voz da sua falia, e o co- Associação de classe dos alfaiates<br />

cão é retemperar a nossa alma na em 1623, recommendou na hora ração d'uma grande Pátria o seu<br />

sua Alma, a nossa energia naquella extrema, que, quando a nação sa-<br />

Devem realizar-se hoje as eleições<br />

grande coração.<br />

energia indomável, a nossa crença<br />

dos corpos gerentes da Associação<br />

cudisse o jugo de Castella e accla-<br />

de classe dos alfaiates,


RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

Z B a g r a t e l l s u s cham-nas nas sargêlas e nas mon- O monopólio do álcool<br />

tureiras da politiquice!<br />

O governo resolveu suspender o<br />

Podia citar exemplos no género, decreto do commissário régio em<br />

Agora mesmo ouvi em particu- de que me occupo, por onde se vê Loanda por que se estabelecia o<br />

lar palestra um estimado amigo, na França como o governo apro- monopólio do álcool, pretendendo<br />

todo ordem e liberal constituição, que veita os estímulos das corporações assim mostrar que era desconhe-<br />

me favoreceu com a leitura da mi- locaes, para a instrucção do trabacida<br />

d'elle essa negociata e que só<br />

d'ella tivera notícia pelos artigos<br />

nha algaravia anterior.<br />

lho, por exemplo, na creação de es-<br />

publicarados nos jornaes da opposi-<br />

Não pode comprehender como os cholas, e na instituição de museus ção.<br />

governos sejam responsáveis pelo para a illustração do gosto público. Ora sabe-se que, segundo affir-<br />

entorpecimento da iniciativa parti- Aqui os governos ou pela acção, mam jornaes bem informados de<br />

cular. E deplóra o extranho facto ou pela indiíferença, sam os inimi- Lisboa, o projecto do tal decreto<br />

de neste país todos esperarem tudo gos natos de qualquer esforço de<br />

foi elaborado na deliciosa matta do<br />

3ussaco, que foi levado para Loanda<br />

da tutella providéncial dos gover- utilidade pública, que não seja obra pelo commissário sr. Gomes Coelho<br />

nos, desde a reforma do campaná- do seu arbítrio.<br />

que é a firma Bensaude, Lima<br />

rio da egreja, até ás excavações para O município de outros tempos, Mayer & C.<br />

descobertas archeológicas em Con- )em como a parochia estám redudeixa.zidos<br />

a grupos de manequins illa-<br />

Nota com espanto que sejam os queados pelo poder, adstrictos ao<br />

próprios republicanos a exigir éssa )apel de méros serviçaes gratuitos!...<br />

tutella. E d'ahi por diante, cada Que admira, pois, que seja o go-<br />

Vez mais ordem e carta, conclue que verno, tam ávido de auctoridade e<br />

os elementos da política avançada sôfrego de mando, que devesse for-<br />

estam sendo um estorvo, pelo abunecer os meios pecuniários para exso<br />

declamatório de reclamações plorações archeológicas em Condei-<br />

absurdas, promovendo o descontenxa-a-Velha 1<br />

tamento do pôvo e o desprestígio Não sáem dos cofres públicos<br />

pessoal dos governos.<br />

sommas enormes a pretexto de es-<br />

E assim, dois caminhos únicos tudos de varia naturêza, para in-<br />

descobre para o exercício dos ho strucção e recreio de trunfos pro-<br />

mens do poder: ou sujeitarem-se tegidos, propensos ao regabofe de<br />

ás consequências fataes da desmo- viagens á custa alheia?...<br />

ralização, contemporisando com as Não dispende o thesouro som-<br />

ignomínias de todas as traficáncias, mas avultadas em reformar edifí-<br />

ou afastarem e reprimirem com mão cios para delegações e recolhimen-<br />

enérgica esta conspiração perma tos jesuíticos com o ignóbil desplan<br />

nente, que explora a ignorância do te e escarneo da opinião e das<br />

pôvo, espalha o descontentamento leis?...<br />

e desacata a auctoridade constituída. A miséria é geral, mas o thesou-<br />

Etc., etc.<br />

ro é de todas as explorações.<br />

Esta contestação, que está no menos as archeológicas, exactamen-<br />

ânimo de tantos pacatos, presta-se te porque éssas sempre dariam al-<br />

a commentários fáceis. Aqui a réguma honra e proveito ao p&ís.<br />

plica será curta: não ha tempo, nem<br />

A.<br />

papel para mais extensa disputa.<br />

• Attenda o contradictor:<br />

Sempre se realizou a interpella-<br />

A ignorância popular tem sido o ção do sr. Fratel ao ministro da ma<br />

preceito fundamental do regimen, rinha. O illustre barriga encheu-se<br />

em que vivemos.<br />

de coragem, e, zás, caiu em cima da<br />

E, admillindo momentaneamente Companhia de Moçambique com tal<br />

a hypothese d'essa ignorância ser<br />

violência que quasi a ía matando.<br />

A avaliar pelo que dizem os jor-<br />

explorada pelos republicanos connaes,<br />

o ministro da marinha contra<br />

os interésses dos que cuidadocordou com as observações do<br />

samente a têem fomentado, isso só lustre interpellante. A companhia<br />

serviria a demonstrar, que o anal- não morreu ainda mas pouca vida<br />

phabetisnro das massas tem dois lhe resta.<br />

gumes e é duplamente perigôso O que ha de ella fazer contra<br />

tam poderosos inimigos ?<br />

contra aquelles que julgam que as,<br />

populações incultas mais facilmente<br />

submettem á virga férrea do despo- A mãe de Adelino Veiga<br />

tismo.<br />

Enterrou-se hontem uma vélhi-<br />

È certo que a iniciativa portunha, Maria das Dôres Veiga, que<br />

guêsa em todos os factos da vida deu vida a um bello espírito, per-<br />

social, é uma coisa extincta; ruas<br />

dido na miséria intellectual dos artistas<br />

de Coimbra — Adelino Vei-<br />

justamente, porque os governos têem ga, o amigo generôso e bom de to-<br />

violentamente imposto a sua ingedos os operários da sua terra.<br />

rência além de todos os limites. Pois morreu na miséria a pobre<br />

Haja vista a recente legislação velhinha—a mãe de Adelino Veiga<br />

sobre associações, um dos mais que tem no cemitério um monumen-<br />

odiosos escândalos dos abusos do<br />

to e que morreu, como a mãe, quasi<br />

á fome!<br />

poder, nos últimos tempos 1,..<br />

Em compensação, o seu enterro<br />

Elles consideram o país em me- foi luzido. Sam assim as multidões...<br />

noridade, ou como uma vasta tribu<br />

de mentecáptos e pretendem conduzí-lo<br />

aos empurrões com as ba- O marquês de Cabrinana, que<br />

sofiantes ameáças da força armada levantou uma campanha de mora-<br />

E, longe de regular sensatamente a lidade contra o ayuntamento de<br />

descentralização, reservando-se as<br />

Madrid, foi condemnado a dois<br />

mêses de prisão. Esta sentença<br />

mais altas questões da civilização e<br />

causou viva impressão em Madrid,<br />

da prosperidade nacional, infiltram- e ha a idêa de se fazer uma grande<br />

se nos detalhes locaes e inutilizam manifestação, fechando os estabe-<br />

todas as vontades úteis, ou debolecimentos. a Se tal se deu, hemos de concor-<br />

G u D o a.<br />

dar que os srs. camaristas, ao tornarem<br />

público o seu projecto, com- Como estava annunciado mr.<br />

prehenderam bem o meio.<br />

Mills fallou segunda feira no senado<br />

Podiam, porém, reservar essa Norte-Americano, defendendo a pro-<br />

jartida para o entrudo. Entam é posta que anteriormente apresentára<br />

que ella tinha verdadeira graça. a favôr do reconhecimento da independência<br />

de Cuba e a approvação<br />

de um crédito de 10:000 pêsos<br />

Uma Campanha para honorários do futúro ministro<br />

em Cuba. Na câmara havia pequena<br />

O nosso prezado collega A Mar- concorrência, tanto de senadôres<br />

selheza promette revelações esma- como de curiosos. O orador combagadoras<br />

para o regimen que tam teu violentamente a altitude de mr.<br />

vilmente tem explorado o país sobre Cleveland na mensagem presiden-<br />

a venda de empregos públicos, nos cial ultimamente enviada ao Con-<br />

seguintes termos:<br />

gresso, declarando que a faculdade<br />

, que mantém as mais «Propômo-nos demonstrar que<br />

de reconhecer um nôvo Estado é<br />

íntimas relações com o presidente em Portugal se vendem empregos<br />

própria ao Congresso e não do pre-<br />

do conselho de ministros, quem públicos, não a trôco de influênsidente<br />

da Republica. Mr. Mills remais<br />

interésse tinha na questão cia, não a trôco de suborno, mas<br />

)elliu horrorisado e indignado a de-<br />

Vias o governo finge que tudo igno- a trôco de dinheiro, como num<br />

claração de mr. Cleveland annunrava.<br />

Depois que reconheceu a im- mercádo se vende peixe ou fruciando<br />

que os Estados-Unidos conpossibilidade<br />

de realizar o seu te cta; que ha quem publicamente<br />

templam com admiração os esforços<br />

nebrôso plano, adoptou a solução os offereça, que ha quem os po-<br />

que faz a Hespanha para reprimir<br />

que mais lhe convinha para se nha á venda, e que ha quem os<br />

a resurreição separatista de Cuba.<br />

manter no poder.<br />

compre».<br />

«Se estivesse na minha mão,—proseguiu<br />

elle furiôso — prestaria as<br />

É esta a única idêa que o do- Que em Portugal se vendem em- esquadras e os exércitos norte-amemina.<br />

Tudo subordina a ella. pregos públicos de ha muito se ricanos aos insurréctos para impe-<br />

O que fará, porém, o commissá- sabe. Prestará todavia um ralevandir a carnificina e as devastações<br />

rio régio em Loanda ? Acceitará tadissimo serviço ao país quem o de que faliam os correspondentes e<br />

responsabilidade exclusiva do de- provar por documentos ou teste- os cidadãos norle-americanos que<br />

creto do monopólio que o governo munhos inilludiveis.<br />

estiveram ultimamente na ilha.»<br />

pretende lançar sôbre elle, ou pedirá Estamos convictos de que A<br />

sua demissão?<br />

x<br />

Marselheza, ao fazer tam grave affir<br />

É esta a única solução que elle mação, os tem, e não duvidámos Em Buenos Ayres tem havido des-<br />

dignamente pôde adoptar, mas não por um momento sequér de que não ordens mais ou menos gráves por<br />

nos admiraremos de que continue lhe falta energia para dizer tudo o causa dos acontecimentos de Cuba.<br />

no seu logar. O exercício dos cargos que sabo.<br />

O correio recebido hontem traz-nos<br />

públicos parece que oblitera com-<br />

a notícia de que no dia 23 de depletamente<br />

o senso moral. Alguns<br />

zembro fôram distribuídos larga-<br />

casos conhecemos nós que, por<br />

muito habituados que estejamos ás<br />

Dizem de Santo Thyrso, que no<br />

mente na cidade, incluindo nos<br />

trislres scenas de degradação mora"<br />

logar de Palmeira um rapaz foi<br />

quartéis, uns manifestos contra a<br />

em que este regimen se afunda, nos<br />

mordido num dedo da mão esquer-<br />

Hespanha e a favôr de Cuba. O go-<br />

causam sempre pasmo ao pensar<br />

da por um cão hydróphobo. O ra<br />

verno mandou rasgar quantos exem-<br />

nellas.<br />

paz segurou-o valentemente, en<br />

plares apparecêram. Pelas ruas tem<br />

quanto um seu irmão esmigalhava<br />

apparecido differentes grupos mani-<br />

O sr. Brito Capello, permane ás pancadas a cabeça do animal,<br />

festando-se ruidósamente contra a<br />

cendo no seu logar depois da exau- que já tinha mordido três crianças<br />

Hespanha, e d'aqui tem nascido<br />

ctoração do governo por um acto noutras freguezias.<br />

desordens com os hespanhoes. Pre-<br />

em que a este pertence maior res<br />

para va-se uma grande manifestação<br />

ponsabilidade, não se enodoará tanto Também em Vianna do Castello em homenágem á memória de An-<br />

como outros funccionários públicos um gato hydróphobo mordeu uma tonio Maceo, mas foi prohibida pelo<br />

que teimam em persistir no seu criança de anno e meio.<br />

governo, que deu ordem de prisão<br />

logar, até depois do governo não<br />

para toda a pessôa que gritar a<br />

fazer caso algum dos pedidos ou<br />

favôr de Cuba livre. A imprensa<br />

representações que fazem, nem se- Paula e Silva<br />

pedia serenidade e prudência, mas<br />

quér para dizer um simples — não<br />

os ânimos estavam excitadíssimos<br />

pôde ser.<br />

Succumbiu á violência de uma á data das últimas notícias, 25 de<br />

doença que brutalmente o victímou,<br />

dezembro.<br />

roubando-o ao carinho dos seus e ao<br />

convívio dos amigos, o sr. Antonio de<br />

x<br />

Morreu o rei do Congo D. Alvaro Paula e Silva, que em tempo exerceu Dizem de Montevideu que o pre-<br />

a arte typográphica, succedendo a seu<br />

da Agua Rosada, que ha dois annos honrado pae na direcção da antiga sidente do Club Rivera propôs que<br />

esteve em Lisboa para tratar da Impreusa Lilteraria, cargo que desem- se reunissem todos os delegados<br />

sua saúde.<br />

penhou com muito critério e superior dos comités cubanos na América<br />

intelligéncia.<br />

Deixou como successor uma<br />

Hespanhola e telegraphassem ao sr.<br />

Ha annos estabeleceu a Agencia<br />

creança de 8 annos, sendo eleito<br />

Canovas dei Castillo, presidente do<br />

de Negócios Universitários, e a honra<br />

pelo povo para exercer as funcções<br />

gabinete hespanhól pedindo-lhe que<br />

dez e seriedade com que se desempe<br />

de régulo, emquanto o successor de nhava dos serviços que lhe incumbiam, conceda a independência de Cuba.<br />

D. Alvaro Rosada não pôde exercê fez-lhe conquistar a sympathia e con-<br />

x<br />

las, um respeitabilíssimo indígena sideração da academia.<br />

Ao seu funeral, que se realizou hon<br />

que exercia o mister de carregador<br />

No dia 27 chegou a Lima o sr.<br />

tem, concorreram muitos estudantes<br />

Aguero, delegado do comité cubano<br />

que deposeram sôbre o feretro uma<br />

linda corôa de lyrios roxos, chagas de New-York, tendo enthusiástica<br />

Foi nomeado deão da Sé de malvas, levando em duas largas fltas recepção, em que tomáram parte<br />

a dedicatória—A A. de Paula e Silva, quatro mil pessoas.<br />

Coimbra o sr. cónego José Ferreira — os estudantes seus amigos. Muitas Pronunciaram-se enthusiásticos<br />

Fresco.<br />

outras coroas e bouquets da familia<br />

amigos fôram também depóstas sôbre discursos e déram-se muitos vivas<br />

o feretro.<br />

a Cuba livre.<br />

O cadáver foi conduzido no esquife<br />

X<br />

Diz-se que a câmara municipa pela irmandade da Misericórdia de<br />

não insiste na realização do proje<br />

Um telegramma de La Plata em<br />

que o finado era mesàrio, e no. sai<br />

cto do mercado e levantamento da mento fúnebre encorporáram-se muitos data de 24 annunciava para breve<br />

negociantes, industriaes, Associaçâodos<br />

parte baixa da cidade, em virtude<br />

grandes manifestações públicas em<br />

Artistas, Bombeiros Voluntários e Ceu<br />

da opposição que se levantou con<br />

honra de Antonio Maceo e como<br />

tro Recreativo Conimbricense.<br />

tra elle.<br />

prova de sympathia a revolução<br />

Á familia dorida os nossos sentidos<br />

Realmente crêmos que houve<br />

cubana.<br />

pêsamos.<br />

quem tomasse o tal projecto a sé<br />

Eram innumeras as adhesões que<br />

encontrou a idêa de taes manifes-<br />

rio, quem visse ameaçados os edi<br />

tações. ij<br />

fícios da baixa, quem sonhasse com Diz-se que o sr. Bispo-Conde vae<br />

x<br />

a immediata construcção do merca<br />

reclamar no parlamento contra as<br />

do e tivesse o pesadêllo do augmen<br />

0 senado americano está discu<br />

to d'esses tantos por cento nas con disposições da lei do sêllo referen- tindo a moção do sr. Mills iendentt<br />

tribuições para fazer face a tudo tes a registos parochiaes e em di- a reconhecer a independência de"<br />

isso.<br />

plomas ecclesiásticos.<br />

Cuba,


x<br />

Segundo affirma um telegramma<br />

de Washington para o «World»,<br />

o accôrdo actualmente celebrado<br />

entre os Estados-Unidos e a Hespanha<br />

relativamente ás condições<br />

que se tem de conceder aos cubanos<br />

será apresentado ao congresso<br />

dentro do praso de 10 dias.<br />

O sr. Francisco Ferreira Gomes, que<br />

ainda ha pouco soffreu o doloròso<br />

gólpe da perda de uma sympáthica filhinha,<br />

acaba de passar por um nôvo<br />

desgôsto, sofrendo a perda de outra<br />

filha que apenas cantava 6 mêses.<br />

Comprehendendo a dôr que alllige<br />

tam desolado pae acompanhâmo-lo no<br />

seu pesar.<br />

Exportação de vinhos<br />

No mês de dezembro findo fôram<br />

exportados pela barra do Porto<br />

3.946:311 litros de vinho, no valor<br />

de 634:4661000 réis, importando<br />

os direitos em 12:333^419 réis.<br />

Os países para onde foi a maior<br />

exportação fôram:Brasil, 1.756:231<br />

litros;Inglaterra,1.694:923;Suecia-<br />

Noruega, 151:674; Dinamarca,<br />

86:915; Allemanha, 78:845, etc.<br />

Em dezembro de 1895 exportámos:<br />

3.568:929 litros, no valor de<br />

666:228^000 réis, importando os<br />

direitos em 10:310$662 réis. Differenças:<br />

para mais, em dezembro<br />

último, 377:382 litros; para menos,<br />

31:762^000 réis no valor; para<br />

mais, 2:922$757 réis dos direitos<br />

As differenças principaes déramse<br />

para estes países: Brasil, em<br />

1895, exportados 1.984:374 litros;<br />

differença para menos em dezembro<br />

último, 228:143 litros; Inglaterra,<br />

idem, 1.290:072; differença para<br />

mais em dezembro último, 404:850<br />

litros.<br />

Na estação dos caminhos de fer<br />

ro da Pampilhosa furtaram a um<br />

passageiro que seguia na quinta<br />

feira para Lisboa, na intenção de<br />

embarcar para o Brasil uma carteira<br />

contendo cento e tantos mil réis,<br />

umas lettras de câmbio, um passa<br />

pórte e outros papeis importantes<br />

As auctoridades tomaram conta<br />

do caso, mas não apanharam o larapio.<br />

13 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento (Tiim forçado<br />

PR1MEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

II<br />

Dois velhos amigos<br />

— Certamente que não, é da primeira,<br />

e creio bem que te não chegaram<br />

á última hora os escrúpulos.<br />

— Eu tenho o maior respeito pela<br />

lei... Vejamos entretanto do que se<br />

trata.<br />

— Como estás impaciente?<br />

— Sim! tenho fome... admiras-le...<br />

sim, fome... não comi nem hontem<br />

nem hoje, por não ter dinheiro... nâo<br />

devo occultar-te nada vejo-me na<br />

necessidade de percorrer os cafés e<br />

restaurantes a vêr se encontro quem<br />

me offereça de comer...<br />

— Fazes-me calafrios.<br />

— Já assim conheci outra...<br />

— Eu tenho commigo algum dinhei<br />

ro, se acceitas ?...<br />

— Se acceito !... dá-me vinte fran-<br />

cos e deraora-te o tempo que quizeres,<br />

não sairei esta noite.<br />

que já<br />

Correspondências<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 24 de janeiro de 1897<br />

um paraiso ideal de venturas e felicidades,<br />

enquanto viveu o seu adorado<br />

esposo, cuja perda pranteou sempre<br />

com alanciada saudade; modêlo como<br />

mãe, ministrando com rara intélligéncia<br />

uma educação salutar e austéra<br />

a seus estremecidos filbos; muito esmolér<br />

e caritativa; de conselho são e<br />

justo para quem d'elle carecia, indi<br />

cando sempre o áspero caminho do<br />

dever, da honra e da virtude; espar<br />

gindo palavras de conforto e alento<br />

aos que succumbiam aos revézes no<br />

rude labor da vida; exemplo commovente<br />

de resignação, contendo as tor<br />

turas do seu doloroso soffrimento sem<br />

soltar um gemido, um ai, um queixume<br />

para não amargurar a existência dos<br />

seus dilectos filhos, esta senhora com<br />

estas qualidades e dótes d'espirito<br />

impunha-se á nóssa estima, á nossa<br />

veneração e ao nósso respeito. Morreu<br />

com uma coragem e serenidade d'uma<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Poiares, 5 de janeiro de 1897.<br />

Víctima d'uma lesão cardíaca e após<br />

longos soffrimentos, supportados com<br />

uma coragem estóica falleceu no dia 3<br />

do corrente pelas 7 de madrugada a<br />

ex. ma sr. a sancta, que entrevê na vida d'além<br />

tumulo a recompensa de tanto soffrer<br />

e de tantas virtudes. Na sua face<br />

cadavérica, sem uma ruga de dôr,<br />

sem uma contorsão, havia o que fosse<br />

de celestial de divino que encantava<br />

e que prendia.<br />

Assim morrem os justos cuja consciência<br />

sempre límpida como o crystal, dr. Luiz Pereira da Costa,<br />

branca como o arminho, nunca sentiu Vereadôres presentes:—effectivos:<br />

D. Comba Amália Corrêa da o aguilhoar do remorso, nem o remor- arcediago José Simões Dias, bacharél<br />

Costa. A morte sem respeitar exaltadas dimento d'uma falta. José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />

virtudes e méritos inexcediveis na sua Deixou da sua vida um rasto lumi- Antonio Lucas, José Antonio dos Santos,<br />

infatigavel sêde de destruição e na sua nôso, que nunca se apagará da nossa Antonio José de Moura Bastos, José<br />

ferocíssima indifferença pela dôr alheia retina, e que nunca deixaremos de marques Pinto e Albano Gomes Paes.<br />

roubou-nos para sempre aquella pre- fitar para sermos fórtes justos e bons^ Approvada a ácta da sessão anterior,<br />

ciósa existência, deixando-rfos a im- Sirva ao menos de con orto e «Jivio J JJ Qa adraioistra:<br />

pressão amaríssima d'uma infinda sau- seus queridos filhos alanceados por<br />

dade e d'um gélido desconforto. tam terrível golpe a conv.cçao de que anno ' ^ no J<br />

Todos os que a conheciam prantea- ha muita gente que partilha da sua d d DPrtPnrente ao mnnicioio<br />

ram a sua mórte; porque no inventário riAi. a , rri/Sri* Ho torom nnconidn uma<br />

da sua vida inteira só existia a virtude,<br />

abnegação e práctica do bem e a<br />

resignação evangélica pósta a próva<br />

por àeres revezes e por contínuos<br />

soffrimentos.<br />

Todos sentiram a sua mórte e prestaram<br />

o tributo sincéro e espontâneo<br />

de carinhósa veneração e de fundo<br />

pesar que se rende sempre a quem<br />

soube deixar de rir um nome immaculado<br />

e uma reputação sem mancha<br />

iste preito que todos renderam ao<br />

invólucro material d'esta illustre senhora,<br />

fazendo brotar de todos os peitos<br />

sincera dôr e acrisolada saiilade,<br />

veio pôr em fóco a sua personalidade,<br />

realçando os primores do seu espírito<br />

recto e do seu coração bem formado,<br />

como senhora, como esposa e como<br />

mãe. E' que só depois da sua mórte<br />

se avalia nas suas justas proporções<br />

e envergadura moral pela falta sensível<br />

que ella produziu no nósso convívio,<br />

assim como se avaliam as dimensões<br />

d'uma ave quando câe ao sólo ferida<br />

depois de ter vagueado pelo espaço.<br />

D'uma educação esmeradíssima e primorósa,<br />

d'um tracto lhano, amavel e<br />

captivante, inspirando immediata sympathia<br />

e profundo espirito; modelo<br />

como esposa, fazendo do lar conjugal<br />

a a Resumo das deliberações tomadas na<br />

sessão ordinária de 31 de dezembro<br />

de 1896.<br />

Presidência do presidente da Câmara<br />

dôr, e a glória de terem possuido uma fauaaae, pertencente ao município.<br />

Mandou reparàr em vista de com-<br />

mãe, que deixou de si uma memória<br />

municação do delegádo do procurador<br />

tam immaculada e tam pura.<br />

Ouem<br />

n<br />

escreve<br />

„ 1<br />

estas linhas,<br />

i;' h„„<br />

venéra<br />

régio, um cano de exgôtos na rua de<br />

e ' . ,.„<br />

a vossa mãe e era a ella oue se diri- MoDt a vossa mae e eia a ena que se um Arroyo, radpia que rlp Santa passa junto r w do edifi-<br />

gia, quando precisava d'uma esperança C1 ° da cadeia de baBla Uuz -<br />

ou d'um conforto, e sempre partia do Mandou intimár um proprietário para<br />

seu lado com um conselho justo e são I reparar uma cása em ruina no Casál<br />

e avigorado para a lucta contra as da Mizarella.<br />

agruras e desenganos da vida com as Mandou registrár uma nóta das ca<br />

suas palavras de alento e de coragem, nalizações d'âgua executádas desde o<br />

Quando gosava da sua convivência Mia 24 de dezembro.<br />

recordava-me sempre da minha mãe. Resolveu fazer annunciar o arrendaque<br />

também era assim: muito bondósa mento em praça, pelo anno de 1897,<br />

e uma santa! que falta me fez.! LÁ de um lóte^de terreno para cultivo na<br />

está no mesmo recinto, onde jaz um quinta de Santa Cruz.<br />

grande pedaço da minha alma com Auctorizou trabálhos de canalizações<br />

uma parte da minha antiga alegria e de a ? uas requeridas por alguns prodo<br />

meu rir. Lá a encontraram hontem, prietarios.<br />

e elle que está agora debaixo da sua Auctorizou o pagamento de vencicarinhósa<br />

vigilância e dos seus dis- mentos de um fallecido cantoneiro, em<br />

vellos paga-lhe com carícias d'anjo os vista de requerimento da viuva,<br />

beijos que ella a santa lhe dá! Com- Mandou annunciar de nôvo que se<br />

prehende-me? Paz a tua alma, santa arremata em práça o fornecimento de<br />

petróleo, azeite e álcool para os serviços<br />

da abegoaría e cása das máchinas<br />

das águas.<br />

Resolveu auctorizar a remossão da<br />

canalização d'águas para uma cása da<br />

foram pedidas informações pela di-| Ladeira do Seminário,<br />

recção de instrucçâo pública, ao sr. Attestou acêrcade três petições para<br />

reitor da Universidade ácêrca do esta- subsídios de lactaçao<br />

do em que se encontra o archivo "d'es- Resolveu requerer em JUÍZO a acçao<br />

te estabelecimento, com o intuito de competente para o pagamento de uma<br />

se tomarem as providências necessá- dlvlda da de um<br />

proveniente<br />

rias para a boa conservação dos do- k asal CDed ° da S ' D ° anD0<br />

cumentos existentes. de 18J6.<br />

Mandou annunciar o arrendamento<br />

das barrácas de n. 08 zando: canalizações d'águas de exgôto<br />

em prédios particuláres; levantamento<br />

de depósitos de garantia a óbras concluídas<br />

; o alinhamento para a construcção<br />

de uma cása na freguezía de<br />

Sernáche, sem occupação de terreno<br />

público; a reconstrucção de outras<br />

cásas em Almelaguez e Taveiro, ambas<br />

pelos alicérces primitivos, e a renovação<br />

de covátos no cemitério da Concháda<br />

em conformidáde com o regulamento<br />

respectivo.<br />

Em Ovar foi ha dias ferido com dois<br />

tiros de espingarda o padre José Maria<br />

da Maia Rezende.<br />

Uma das balas acertou-lhe no braço<br />

esquerdo e outra nas costas, fracturando-lhe<br />

duas costellas. 0 seu estado<br />

é gravíssimo.<br />

Igoóra-se quem seja' o auctor do attentado,<br />

mas desconfia-se que fosse<br />

um seu irmão por ter desapparecido.<br />

O padre era alli muito estimado e diz<br />

que perdoa ao auctor ou auctores do<br />

crime.<br />

KALENDARIO DE JANEIRO, 1897<br />

Domingo....<br />

24 31<br />

Segunda feira<br />

25<br />

Terça<br />

26<br />

Quarta<br />

27<br />

Quinta<br />

28<br />

Sexta<br />

29<br />

Sàbbado<br />

30<br />

Lua nova em 3, às 5,27 m. da m.<br />

Quarto crescente em 10, às 9,9 m.<br />

da m.<br />

e illustre senhora.<br />

Lua cheia em 18, ás 7,40 m. da t.<br />

S.<br />

Quarto minguante era 25, ás 7,32<br />

m. da t.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

2 5 a 31, no<br />

mercádo de D. Pedro V.<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Agradecemos o exemplar do Annua-1 Auctorizou pagamentos divérsos:<br />

rio da Universidade que nos foi oífe-1 ordenados d'empregádos; salários de<br />

recido.<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

0 barão deu-lhe dez francos apenas:<br />

immediatamente, Linotte, levantou-se<br />

e chamou Bellida, a quem encarregou<br />

do jantar. Tornando a tomar o seu logar<br />

diante do barão, tirou o chapéu e<br />

disse-lhe:<br />

— Agora estou as tuas ordens<br />

tenho o coração mais alliviado, pela<br />

certéza de jantar esta noite.<br />

— Em duas palavras vou expôr4e o<br />

negócio: nós ambos sabemos um segredo<br />

terrível.<br />

— Eu?<br />

— Sim! d'este segredo depende o<br />

presente, o futuro, a familia, a fortuna<br />

d'um homem... Esse homem é rico,<br />

muito rico.... Ora nós podemos andando<br />

com firmêza, e conseguir, pelo<br />

menoS, metade da sua fortuna.<br />

— De que maneira ?<br />

— Queres partilhá-la commigo, Linotte?...<br />

eu dirigirei o negócio.<br />

— Não ha motivo para cadeia?<br />

— Eu tenho tanto ou mais interésse<br />

de que lá não vás parar... é um ne<br />

gócio honesto.<br />

— Honesto á face do código.<br />

— Sim, tens esciúpulos?<br />

— Não acceito.<br />

— Ainda bem, ora repara.<br />

E o barão tirando da sua carteira o<br />

retrato que tinha roubado no chalet da<br />

ilha da Grand Jatte apresentou-o a Li<br />

notte.<br />

— Oh I, disse ella ao vêr o retrato.<br />

— Não estou enganado, nâo é assim..<br />

. é elle!<br />

— É elle... vive.<br />

operários, etc<br />

Enviou á repartição competente, para<br />

informár, três requerimentos pedindo<br />

n - , , II | canalizações d'água para prédios par-<br />

Foi apresentado ao conselho su- tj C U| a r e s ><br />

perior de instrucçâo pública um re- Enviou para o mesmo fim, á repar<br />

querimento documentado, em que «Pão téchnica três outros requerimen-<br />

^ n • j tos ace rca d óbras particulares<br />

o sr. Manuel Augusto branjo pede Enviou ao vereador competente dois<br />

auctorização para estabelecer nesta requerimentos ácêrca da occupação e<br />

• j , .. i j arrendamento de uma barràca do mer<br />

cidade um curso particular das lin- càdo<br />

goas português e allemã. | Despachou requerimentos auctori-<br />

— Vive, rico e respeitado : possue<br />

uma casa de campo... nunca mais se<br />

lembra de ti... e tu sabes todo o seu<br />

passado.<br />

— E que tem isso ?, perguntou Linotte.<br />

— Que tem ! se quizer gozar o que<br />

possue é necessário que pague o nosso<br />

silêncio. Comprehendes ?<br />

A desgraçada meditou alguns segundos<br />

e depois como que manifestando<br />

um grande pezar, disse em voz baixa:<br />

— Não! não! contra elle nunca.<br />

— Não, repetiu o barão, Qtando-a<br />

E Ievantando-se deu uma volta em<br />

torno da mêsa e velu apoiar-se nas<br />

costas do seu fauteuil, e com o mesmo<br />

tom de voz em que ella lhe tinha<br />

respondido:<br />

— Linotte... perdeste por acaso o<br />

juizon.. Para que sam esses escrúpulos<br />

tolos... elle se precisasse de ti<br />

para levar a cabo qualquer acto criminoso<br />

não tinhas esses escrúpulos comtigo...<br />

Não foi elle o causador da miséria<br />

em que hoje te encontras ?...<br />

quando se.rehabilitou Iembrou-se porventura<br />

de ti?.... Tu rebentas com<br />

fome... elle é feliz... Pôde esmagarte<br />

o desprêzo que elle sobre ti acarretou<br />

! elle, o verdadeiro culpado, é<br />

feliz, respeitado... E tu que tudo lhe<br />

sacrificaste ainda o amas...<br />

— Oh! sim! amo, repetiu Linolte<br />

mais por vaidade do que para avivar<br />

a recordação do que linha sido...<br />

— Emquanto que para elle a felici-<br />

dade se conta pelos dias de vida, tu,<br />

apesar de teres sido absolvida, estás<br />

condemnada a uma prisão mais terrí<br />

vel do que foi a sua, precizas, para<br />

viver, entregares-te ao primeiro que<br />

appareça.... Foi elle que te perdeu<br />

foi elle o condemnado, que te condemnou.<br />

Caíste por sua causa, não pódes<br />

mais rehabilitar-te.<br />

— É verdade!, disse ella, fazendo<br />

um esforço para acreditar aquillo que<br />

ella sabia serem só mentiras.<br />

— Se quizeres, ámanhã pôdes ser<br />

rica: pódes abandonar essa vida de<br />

vergonhas... teres todas as noites um<br />

leito em que durmas... e isso custar<br />

lhe-ha, a elle apenas um aposento de<br />

menos para receber um amigo na sua<br />

casa de campo... Deixarás de passar<br />

as noites nos cafés, esperando, com o<br />

estômago vasío, a hora em que a au<br />

rora rompa, e se abram as portas,<br />

fim de entrares em casa sem desper<br />

tares a porteira, por causa de quem<br />

não dorme ha quinze dias.<br />

— Mas que dirá elle, ao tornar<br />

vêr-me ?<br />

— Terá mêdo! Pois ha ainda outro<br />

segredo no modo rápido como elle ar<br />

ranjou fortuna, e êsse hei de sabê-lo<br />

ámanhã... Ficamos entendidos, Linotte?<br />

A rapariga não respondeu ; agachada<br />

no seu fauteuil, com os cotovellos<br />

pousados sobre os joelhos, a face encostada<br />

ás mãos, e o olhar fixo, pensava.<br />

0 barão filou-a por alguns momentos,<br />

depois, sorrindo-se, pegou no<br />

chapéu e disse-lhe:<br />

Lições de hygiene publica<br />

PELO<br />

DR. A. X. LOPES VIEIRA<br />

PREÇO, Í0OOO RÉIS<br />

Á venda na Imprensa da Universidade.<br />

— Linotte, tens esta noite e o dia<br />

de ámanhã para te decidires. Ámanhã<br />

á noite virei buscar-te e jantaremos<br />

juntos; até ámanhã.<br />

Jeanne ouviu, mas não respondeu.<br />

O barão retirou-se; ao descer a escada<br />

encontrou Bellida que levava o jantar<br />

da sua locatária.<br />

— Senhora, a quantia que lhe dei<br />

ha pouco não foi para pagara quinzena<br />

de Jeanne, pôde pedir-lh'a... seria<br />

bom pedir-lh'a já hoje para que a<br />

pagasse o mais tardar até ámanhã.<br />

— Ah! volta ámanhã, disse a velha,<br />

com um ar malicioso, fique descançado,<br />

vou já ameaçá la de a pôr na rua<br />

se me não pagar até ámanhã á noite...<br />

o mais tardar.<br />

— Ê isso mesmo o que queria pedir-lhe.<br />

— Quando se viveu como eu numa<br />

certa sociedade, meia palavra basta<br />

para nos comprehendermos.<br />

Apenas chegou à rua, o barão teve<br />

êste pensamento:<br />

— Que dirá ella a tudo isto? tem<br />

escrúpulos... Preciso agora indagar<br />

d'onde lhe veio tàm grande fortuna.<br />

Posso sabê-lo talvez por intermédio de<br />

Lanout, logo que conclua o negócio de<br />

Asnières.<br />

Chamando um carro mandou rodar<br />

para Montparnasse.<br />

— Está bem, assentiu Lalou


POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encon|ra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos :<br />

X minha entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

Limoeiro lioje—O regulamento -- Os prêsos—Um<br />

canicida—Condèmnado sí morte -Fugas célebres—<br />

Scenact de sangue — As prisões e o absolutismo—Itfo<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segre<br />

dos, casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Olhelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, proGs<br />

soes, crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />

1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

ESCRIPTORIO — Rua da Sopliia, n.° 54, 2.°<br />

COIMBRA<br />

3 ITIrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

• De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão;<br />

De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />

Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Tabella dos preços dos principaes serviços<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />

económicas 2$000<br />

Agéneia em quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês 10000<br />

Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />

feitos eai audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

e o constituinte tem somente a pagar a agéneia.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />

e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte 1)51000<br />

Todos QS serviços sam feitos com. promptidão e quasi de<br />

graça i. I<br />

1<br />

RESISTENCIA-Domingo, 17 de janeiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendsrio, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e urna rapida<br />

Noticia de Coimbra iliustrada com desenhes de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, § 3 0 réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Hívaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja daChina, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante. Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO AUER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MÂBQUES LADEIEA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A.' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELP0RT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

3 flASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />

v f Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE OIMA—âO<br />

Coimbra<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana d'amiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra-r-Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />

GAZETADAS ALDEIAS<br />

Semanario illustrado de propaganda agricola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis<br />

Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />

competência: Lentes da Universidade, Academia Polytéchnica<br />

do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa-, directores e professores<br />

de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />

engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />

viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />

ASSIGNATURA PARA 1897<br />

Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />

a Gazela das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />

portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />

Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />

variada leitura, e custa apenas 2$000 réis por anno ou 1)51000<br />

réis por semestre.<br />

A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />

maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />

na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />

trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />

diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente.<br />

em folhetim um bom romance.<br />

0 meio mais simples de,fazer a assignatura é mandar o nome,<br />

morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />

Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />

Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />

E NA<br />

AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />

Rua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />

CÂVALL0S<br />

8 uares, etc.; esquinéneias,<br />

sobrecannas, ovas, separavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc., curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em lodos os casos,<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depósitos<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Dro<br />

garia Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Depósito ge'<br />

ral: Pharmacia Costa — So<br />

bral de Mont'Agraço.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Heroulano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA.<br />

9 flonsu&tas todos os dias<br />

V das nove da manhã às<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao público em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

afiançados.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinismo.<br />

Empregado<br />

11 âdinitte-$e um com práctica<br />

de papelaria e tabâcos.<br />

Coimbra-Rua de Ferreira Borges,<br />

207 a 211.<br />

12 Wende-se a casa n.° 5,<br />

w na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

AGUIA COURO<br />

FRANCISCO P. MARQUES<br />

l3noupas completas para ho-<br />

M mem, de 5$000 réis<br />

para cima!<br />

Alta novidade I<br />

COIMBRA<br />

"BESISTEHCIA„<br />

PEfBI.ICA.-SE AOS DOMINGOS<br />

B QUINTA3-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2)51700<br />

Semestre I(j350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno<br />

Semestre<br />

rimestre<br />

2,51400<br />

10200<br />

600<br />

LIVROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

ANNUNCIOS .<br />

Cada linha, 30 réis—Repeti'<br />

pões, 20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Tjp. r. França &«ada — C0IMP4


IMPUDOR<br />

Troçando sempre<br />

tos pelos escaninhos da administração<br />

do Estado,—e já agora um outro<br />

surge, mais deprimente, mais<br />

vergonhoso e mais symptomático—<br />

A vida política da sociedade por- se é possivel —do que todos os outuguêsa,<br />

neste degradante regimen tros pelo que revela de fundamen-<br />

monárchico que nos arruinou e talmen,t.e_ç.orrupto. na nossa socie-<br />

avilta, é uma permanente continuadade inteira —o da venda dos emção<br />

de escândalos, porque neste pregos do Estado, de ha muito co-<br />

país só de escândalos se vive. nhecido d'alguns e suspeitado da<br />

Desde as tripotages inconcebíveis maior parle, mas que agora pôs a<br />

de bandidos sem fé nem lei, que toda a luz o jornal republicano—A<br />

puseram a saque a economia e a fa- Marselheza.<br />

zenda nacional, até aos syndicatos As revelações pasmósas que o<br />

gananciosos da judiaria endinhei- honesto jornal de João Chagas vem<br />

rada que fez de Portugal um feudo; fazendo ha dias, assombram pelo<br />

desde as investidas imperlérritas dos que ha de enormemente audacioso<br />

grands-bonnets da nossa política mie<br />

cynico e impudente e miserável<br />

serável ao thesouro público, e, o nesse tráfico vil e indecorôso dos<br />

que é mais, á consciência cívica do cargos da nação. Montam-se agên-<br />

nosso pôvo, até ás cotteries depracias de venda de empregos públivadas<br />

que levaram de assalto as recos e annuncia-se a offerta e a progiões<br />

do mando, onde impéram imcura, com o mesmo desassombro<br />

pudentes e descaradas; desde a tur- com que se anuuncia a offerta e a<br />

ba-mulla crapulosa e imbecil dos procura de creadas de servir e a<br />

serventuários da realêza até aos úl- venda de animaes.<br />

timos beleguins do fisco descarado Que ha muito se vendiam os car-<br />

e dócil, que arranca ao miserável o gos públicos, que a negociata não<br />

catre em que dormia e deixa ao é de agora mas de ha muitos annos,<br />

opulento o luxo em que retouça; em todos o sabiam já; mas que estava<br />

toda a complicada engrenagem que assim montada a tabolagem, com<br />

dá movimento a essa máchina de testas de ferro e procuradores, com<br />

prevaricações e depredações assom- seguranças e garantias, sabiam-no<br />

brosas, de subornos e mercancias poucos. Denunciou-o a Marselheza;<br />

hediondas, que se chama a admi- e se o país não lhe devesse já tannistração<br />

pública em Portugal, se tos serviços relevantes pela obra po-<br />

aninha a cada canto um escândalo derosa de demolição que êste jornal<br />

desconhecido, prestes a cada mo- está fazendo, bastaria êste para lhe<br />

mento a ser publicado, em conti- dar direito á consagração e respeito<br />

nuação da série incommensuravel de todos. Porque denunciar o crime<br />

dos escândalos políticos portuguê- é indicar o criminôso. E neste caso,<br />

ses.<br />

que tanto excita a opinião e a indi-<br />

Ainda hontem,—-ha tam pouco gnação pública, o criminôso está<br />

tempo foi ainda... —foi violenta- averiguado qual é; apontá-lo é marmente<br />

sacudida a opinião pública car a ferro as instituições venaes<br />

com o escândalo d'aquella célebre dentro das quaes vive o ignominiô-<br />

tneíade do Mariano; com o das obras so tráfico. Não temos que nos im-<br />

do porto de Lisboa, em que vimos o portar se o traficante é o ministro<br />

Navarro enlodaçar-se nas lamas do A. se o conselheiro B.; o traficante<br />

Tejo; o do pagamento dos títulos de é êste regimen de impudôr, venali-<br />

D. Miguel, êsse pagamento famigedade e corrupção que nos degrada.<br />

rado com que se foram abotoando<br />

os encarregados de o fazer, e que<br />

Folhas monárchicas noticiam as es-<br />

agora é novamente reclamado; o do molas que a sr.<br />

prédio que o governo comprou para<br />

servir amigos, sabendo que sobre<br />

elle pesava e pesa o ónus dotal; o<br />

dos pagamentos illegaes feitos por<br />

um ministro de estado, publicamente<br />

accusado de ladrão e de falsário,<br />

sem chamar aos tribunaes o calumniador,<br />

se o foi,— nem se defender<br />

da accusação tremenda, como o<br />

faria qualquer homem de mediano<br />

estímulo de brio e d'honra. «viestes<br />

os que ultimamente vieram á<br />

superfície, porque innúmeros sam<br />

ps que vam vivendo subtis e quie-<br />

a de, o sr. Antonio da Costa Cabral,<br />

vae ser agora nomeado 2.° secretá-<br />

E a g r a t e l l a s<br />

rio da nossa legação em Paris.<br />

Em resposta a um discurso que Informa um jornal que ha con- O escândalo alarmante do dia é<br />

o illustre barriga sr. conselheiro<br />

correntes que tiveram classificação a venda de empregos públicos, rea-<br />

superior e ficam preteridos nos seus<br />

Dias Ferreira fez no Solar, espraiou<br />

lizada em Lisboa por intermédio de<br />

direitos pelo filho daquelle titular. uma agência com tabolêla nos jor-<br />

se o sr. Hintze Ribeiro em longas Mas esses concorrentes não tinham<br />

naes.<br />

considerações ácêrca da nossa si parentes que fossem prestar ao go-<br />

tuação económica e financeira, fal<br />

verno o relevante serviço de lhe fa- A Marselheza descobriu pormezerem<br />

opposição no parlamento. nores; a polícia judiciária finge-se<br />

tando ainda mais descaradamente Justo é portanto que o filho do surprehendida e pressurósa; e os<br />

á verdade do que ao elaborar o sr. conde de Thomar seja preferido. jornaes reclamam a instauração de<br />

discurso da corôa. Para esse fúne- Para isso nem preciso era que processos criminaes!.. .<br />

bre estadista, entrou o nosso país<br />

elle offerecesse um jantar ao sir Soveral.<br />

Sim, o facto é dos mais vis, e,<br />

numa accentuada phase de restaura-<br />

como symptoma de degradação, dos<br />

ção económica e financeira.<br />

mais expressivos.<br />

Para corroborar as suas affirma- Affirmam alguns jornaes de Lis- O espírito público ouve sem esboa<br />

que em outubro já na capital<br />

ções apresentou elle a seguinte nota<br />

panto a revelação d'ésta e d'outras<br />

estavam contratados dois emprega-<br />

da dívida fluctuante que acaba de<br />

infâmias semelhantes, como quem<br />

dos para servirem na companhia<br />

ser publicada no Diário do Go- do álcool de Angola. Mas o governo desde muito prevê a existência das<br />

verno :<br />

insiste na mentira de que desco- burlas mais phantásticas na escala<br />

nhecia completamente o decreto que da abjecção. A insensibilidade, não<br />

Em 31 dejulho de 1896.. 29:617 contos creou esse monopólio.<br />

indifferença, da opinião será a mes-<br />

Em 31 de agosto 30:955 » Se elle não tem vergonha nema se lhe dissérem que o territó-<br />

Em 30 de setembro 31:521 » nhuma !<br />

rio, a honra e a independência da<br />

Em 31 de outubro 32:213 »<br />

Em 30 de novembro... 32:659 »<br />

nação, tudo se acha hypothecado ou<br />

Missões cathólicas vendido a bem de qualquer quadri-<br />

Desde 31 de julho até 30 de<br />

O commissàrio régio em Moçamlha dominante!<br />

novembro, isto é, no decurso de<br />

bique advoga, no officio que acom Mas... sejâmos lógicos, e me-<br />

quatro mêses, augmentou a dívida panha a sua proposta de orçamenditêmos. fluctuante 3:042 contos de réis e to para aquella província, o desin-<br />

Eu não acho differença entre a<br />

desde 3i do dezembro


RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

Litteratura e Arte<br />

Partido republieano<br />

olhos, a incompetência, a mediocri- Cadeiras de desenho<br />

dade no desempenho de cargos im- Pelo conselho superior de instruportantes,<br />

a tufar e a medrar, de cção pública foi determinado que<br />

nariz postiço, mystificando o país e sejam as seguintes as provas dos<br />

abusando da tolerancia e da con- candidatos as cadeiras de desenho,<br />

venção que os considera?<br />

vagas nos differentes lyceos:<br />

Provas práticas — Execução de<br />

Não vimos nós tantos nullos fu-<br />

um traçado de geometria tirado á<br />

ra-vidas, untando-se com óleo, não sorte de entre os pontos destin&dos<br />

como os antigos romanos, para a pelo respectivo jury do concurso,<br />

lucta; mas para mais facilmente, nos lermos do artigo 22.° do regu-<br />

subreptícios e manhosos, escorrelamento; desenho d'uma figura do<br />

garem alé ás prebendas mais ren- reino animal ou vegetal; desenho á<br />

dosas?<br />

simples visla de um modelo de ornamentação<br />

em'gêsso no eslylo que<br />

Onde se encontra exemplo mais fôr indicado pelo jury.<br />

tôrpe, lição mais demoralizadôra, Provas oraes — Explanação, du-<br />

do que no espectáculo da incomperante uma hora, d'um ponto de geo<br />

tência guindada, a ignorância pre- metria, comprehendido no program<br />

miada, a falsificação consagrada pe- ma da 2.<br />

las recompensas dos cofres públicos?<br />

Apontam-se a dedo, ahi, enfileirados<br />

!...<br />

Isto não é caso de polícias: mas<br />

de chuva de enxôfre!...<br />

Não é a acção penal sobre um ou<br />

outro incidente isolado que pôde<br />

attenuar sequér a intensidade d'es_<br />

te apodrecimento moral, em que a<br />

nacionalidade se desfaz, a cair aos<br />

pedaços 1...<br />

Todavia a polícia atarefada, que<br />

siga 1<br />

Quando mais não seja, como um<br />

simulacro de satisfação á consciência<br />

dos honestos 1...<br />

A.<br />

Tem experimentado algumas melhoras<br />

o sr. Delphim Gomes, correspondente<br />

do Primeiro de Janeiro<br />

e do Século, que foi accom-<br />

A commissão permanente das<br />

pautas ultramarinas examinou já o<br />

decreto que creava e monopólio do<br />

álcool em Angola, manifestando-se<br />

contrária a elle e declarando que<br />

não linha competência para estudar<br />

qualquer remodelação financeira.<br />

O ministro da marinha havia declarado<br />

préviamente que não appro<br />

vava o decreto do monopólio do álcool<br />

e que, ainda quando a commissão<br />

e a junta consultiva lhe fossem<br />

favoraveis, elle não levaria o<br />

assumpto á approvação do parlamento.<br />

Mas para que se resolveu enlam<br />

em conselho de ministros que a<br />

commissão das pautas e a junta<br />

consultiva fossem ouvidas sobre o<br />

decreto, se o ministro da marinha<br />

tam tenazmente se oppõe a que seja<br />

approvado,não apresentando sequér<br />

a proposta no parlamento ?<br />

• O beatífico ministro da marinha<br />

está fazendo uma figura interessantíssima.<br />

Em energia e coheréncia só<br />

é excedido pelo sr. João Franco,<br />

O marquês de Saljsbury declarou na<br />

câmara dos lords que dos docurentos<br />

diplomáticos sobre o accôrdo das po<br />

téncias resultava a possibilidade de se<br />

recorrer a meios coercivos como umestio<br />

para salvar a Turquia.<br />

a e 3. a classes do curso de<br />

desenho; interrogatório pelo jury,<br />

durante uma hora, em continuação<br />

de cada uma das provas práticas;<br />

interrogatório pelo jury, durante<br />

meia hora. sobre méthodo do ensino<br />

das diversas especies de desenho<br />

nos lyceos.<br />

A receita bruta das linhas férreas<br />

da Companhia Real Portuguê<br />

sa, na primeira semana do corren<br />

te anno, isto é, desde 1 até 7, foi<br />

de 57:7121000 réis.<br />

A Companhia real dos caminhos<br />

de ferro portugueses vae construir<br />

uma estação de 2. a CANÇÕES POPULARES DA BEIRA<br />

(Livro de Pedro Fernandes Thomaz)<br />

classe na Pam<br />

pilhosa.'<br />

O nosso collega O Tribuno Popular<br />

diz que foi instaurado um<br />

procésso disciplinar académico contra<br />

o director do dispensatório pharmaceutico<br />

em virtude de desacatos<br />

feitos, e palavras inconvenientes e<br />

desabridas que dirigiu, a um pro-<br />


Incêndio<br />

Na terça feira pelas 12 horas e 3 A.<br />

manifestou-se iucéndio na fuligem de<br />

uma chaminé na quinta de Santa Cruz.<br />

Compareceu todo o material de incêndios,<br />

chegando em primeiro logar<br />

os bombeiros voluntários.<br />

Diz-se que vae ser promovido a<br />

lente cathedrático da Faculdade de<br />

Philosophia o lente substituto sr.<br />

dr. Bernardo Ayres.<br />

Recebemos e agradecemos um<br />

exemplar do discurso que o sr.<br />

Bispo-Conde proferiu na câmara<br />

dos pares, commemorando o fallecimento<br />

do sr. conde de Casal Ribeiro.<br />

Banditismo em Cuba<br />

Diz um telegramma de thvana que<br />

um comboio que, partira na segunda<br />

feira, de Regia para Guanabacoa foi<br />

atacado perto da capital por um magote<br />

de bandidos, que roubaram todos<br />

os viajantes e levaram consigo 10 officiaes<br />

militares que voltavam d'um passeio.<br />

Estes foram mais tarde postos em<br />

liberdade, excepto um que os bandidos<br />

mataram. A guarda civil vae em<br />

perseguição da quadrilha.<br />

Diz-se que vae ser declarado em<br />

ordem do exército que os sargentos<br />

transferidos dos dilferentes corpos,<br />

por effeito de troca, não devem ser<br />

considerados supranumerários, passando<br />

desde logo a occupar vacaturas<br />

occorridas em consequência<br />

da mesma troca, ainda quando no<br />

corpo haja supranumerários.<br />

A José da Costa, .3.° distribuidor do<br />

concelho de Coimbra, foi concedida licença<br />

illimitada, devendo, quando se<br />

apresentar, esperar pela vacatura.<br />

A Gazeta de Madrid, folha official,<br />

publicou uma ordem régia mandando<br />

adoptar em Hespanha medidas idênticas<br />

ás de Portugal para se evitar que<br />

os mancebos sujeitos ao serviço mili<br />

tar se subtraiam a presta lo; não se<br />

concederá, pois, licença para embarque<br />

a ninguém sem um certificado de<br />

qualquer agente consular declarando<br />

que essa pessoa não tem impedimento<br />

para sair do reino; as auctoridades<br />

governativas deterám e entregaràm<br />

na fronteira os prófugos de amb >s os<br />

paises.<br />

14 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento chim forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Seua<br />

111<br />

Um retrato e um quadro<br />

de género<br />

Emquanto o barão se dirige a Mont<br />

parnasse em direcção ao restaurante<br />

Pean de Lapin, vamos nós apresentá-lo<br />

a traços rápidos aos nossos leitores.<br />

O barão Larmond com quem já tra<br />

vamos conhecimento no prólogo d'este<br />

livro, continuava vivendo á somb r a do<br />

s«u nome. De Lorémont fizera Lord Eymond,<br />

mais tarde, posto á frente d'uma<br />

sociedade financeira, obteve o título de<br />

birão; os seus antigos amigos, porém,<br />

continuaram a chamar-lhe Lord Eymond,<br />

Òs novos pelo titulo... e á força de<br />

lh'o chamarem ficou sendo: barão de<br />

Lormond...<br />

Os que o conheciam de velha data<br />

Dão lhe estendiam a mão e, admirados<br />

de o verem sair sempre bem de<br />

negócios escuros em que os seus cúm<br />

plices iam todos parar á cadeia, accresceotaram<br />

ao seu nome um novo<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

Cuba e Filippinas<br />

Diz um telegramma de New-York.<br />

publicado pelo New-York Herald<br />

que o cabecilha cubano Máximo<br />

Gomez decidiu luctara lodo o transe,<br />

não acceitando nenhuma concessão<br />

da Hespanha.<br />

x<br />

O sr. Spencer apresentou á câmara<br />

dos representantes um projecto<br />

de lei pedindo um crédito de<br />

200 milhões de dollars para a compra<br />

da ilha de Cuba pelos Eslados-<br />

Unidos.<br />

x<br />

O jornal Dispatch publica uma<br />

conversação do sr. Sherman, na<br />

qual este parece ter exprimido a<br />

opinião de que os Eslados-Unidos<br />

não deviam intromelter-se na guerra<br />

de Cuba, porque as reformas do<br />

sr. Canovas dam aos cubanos a autonomia<br />

práctica, e isto, espera o sr.<br />

Sherman, deve compôr a questão<br />

de Cuba.<br />

x<br />

Diz um despacho official de Cuba<br />

que os insurrectos foram repellidos<br />

da villa de Mala, mas um official<br />

dos voluntários e 5 soldados<br />

que estavam encarregados de defender<br />

o fortim entregaram-se ao inimigo;<br />

na província de Villas houve<br />

uiu recontro em que os rebeldes<br />

deixaram 6 mortos e 1 ferido, na<br />

de Matanzas 33 mortos e 1 prisioneiro,<br />

na da Havana 10 mortos e<br />

na de Pinar dei Rio 5 mortos; as<br />

perdas dos hespanhóes têem sido<br />

insignificantes.<br />

X<br />

Foi novamente prêso em New-<br />

York o agitador cubano Rolof, porque<br />

andava preparando uma expedição<br />

de flibusteiros.<br />

Os insurrectos de Cayo Hueso<br />

affirmam que Rios de Rivera atacou<br />

por Arlenisa a trocha de Mariel,<br />

matando 300 soldados hespanhóes e<br />

ferindo muitos. Por fim retiraram<br />

diante dos reforços das tropas. Suppõe-se<br />

também que Calixto Garcia<br />

derrotou perto de Manzanillo, na<br />

terça-feira última, a columna de Se-<br />

titulo: o bufo. Mas só lhe chamavam<br />

assim não estando elle presente, porque<br />

tinha fama de máu. A sua força e<br />

destreza impunha-se á consideração de<br />

quem tivesse de fallar d'elle em voz<br />

alta.<br />

Andava sempre vestido, senão com<br />

elegancia, pelo menos com um certo<br />

cuidado; era de baixa estatura, não<br />

tinha ar marcial mas um olhar insolente;<br />

na sua testa curta via-se uma enorme<br />

cicatriz. Endireitava-se o mais que podia<br />

para parecer alto. A sua boutonière<br />

era marcada por uma roseta vermelha.<br />

Os seus antigos amigos contavam assim<br />

a maneira como elle tinha obtido<br />

essa distineção.<br />

No dia 3 de novembro de 1851, á<br />

noite, Lormont dirigiu-se á Prefeitura<br />

da Policia.<br />

— Senhor, disse elle dirigindo-se ao<br />

sub-secretário, chamo-me Lorémont...<br />

tenho um longo cadastro de crimes<br />

coroo a policia sabe. .. dizem-me, po<br />

rém, que servindo-a alliviaria a minha<br />

situação. Venho, por isso, declarar que<br />

o commandante da barricada da rua<br />

Aumaire, um Vermelho, um socialista,<br />

está escondido em minha casa; chama-se<br />

Brucker, e fez parte da socie<br />

dade secreta : Os Soldados do Desespero.<br />

Ê o primeiro que venho entregar,<br />

se me protegerem entregarei os<br />

outros.<br />

0 secretário soltou um grito de chacal,<br />

e disse cheio de alegria:<br />

— Bom, bom, pódes contar com a<br />

nossa protecção.<br />

gura, matando-lhe 300 homens, 20 nêses para transporte de munições<br />

officiaes e ferindo 400 soldados. e viveres. Os barcos de guerra tomaram<br />

parte no ataque impedindo<br />

X<br />

a fuga dos rebeldes. O marquês de<br />

Diz um telegramma da Havana<br />

olmillas oífereceu ao capitão gene-<br />

que os insurrectos fizeram ir pelos<br />

ral dois rebocadores, que, armados<br />

ares a canhoneira hespanhóla Re-<br />

em guerra, podem vigiar as costas<br />

lâmpago por meio d'um torpêdo no<br />

de Cavite e Bulacan, e várias bar-<br />

rio Cauto, e das duas margens discaças<br />

blindadas, que viram a ser<br />

pararam tiros de fusilaria contra os<br />

como fortalêzas flucluantes e que se<br />

sobreviventes que fugiam a nado,<br />

collocaram nas rias de Bulacan e<br />

os quaes foram salvos por uma lan-<br />

ampanga. O marquês está promcha<br />

da canhoneira Centinela; moreto<br />

a facilitar mais barcaças e oureram<br />

6 hespanhóes e ficou ferida<br />

ros elementos semelhantes. O ge-<br />

quasi toda a gente de bordo, incluneral<br />

Polavieja acceitou o offerecisos<br />

os dois commandanles das camento.nhoneiras,<br />

srs. Martinez e Puerta.<br />

x<br />

x<br />

Mais informações sobre o caso<br />

de canhoneira Relampago.<br />

No dia 16 sairam de Manzanillo<br />

pelo rio Canto, levando provisões<br />

para o forte Guamo, as canhoneiras<br />

Centinela e Relampago, ambas<br />

de 22 toneladas e com 16 tripulantes<br />

cada uma.<br />

Ao chegarem no dia immediato,<br />

17, ao sítio chamado Mango, reben-<br />

tou um torpêdo debaixo da Relampago.<br />

O barco metteu immediatamente<br />

tam grande quantidade de<br />

agua, que foi ao fundo em pouco<br />

tempo. Morreram seis dos tripulantes,<br />

incluindo o official que commandava<br />

a canhoneira.<br />

x<br />

Dizem que o ministro do reino<br />

pedio hontem em conselho de ministros<br />

a demissão do general Weyler,<br />

por isso que o considera um<br />

obstáculo ás negociações diplomáticas<br />

para a pacificação de Cuba.<br />

Um telegramma de Manila com<br />

a data de 13 do corrente annuncia<br />

que o general Polavieja trabalha<br />

com grande actividade na prepara-<br />

ção do alaque a Cavite e Noveletá.<br />

Para que não aconteça o mesmo<br />

que quando o general Blanco ten<br />

tou o ataque, reúne em logares convenientes<br />

os meios de aprovisiona<br />

mento. Em Calamba foram construi<br />

dos fornos para 10:000 rações dia<br />

ias. Foram contratados 1:090 chi-<br />

Desde que começou a insurreição<br />

os hespanhóes lêem tido 180 mortos<br />

e 450 feridos. Os rebeldes tiveram<br />

7:100 mortos, 170:400 deportados<br />

e 2:000 prêsos.<br />

x<br />

O bando do general Polavieja<br />

concedendo indulto aos rebeldes<br />

ue se apresentem produziu o effeique<br />

se esperava. Entre as pro-<br />

víncias de Bulacan e Manila apre-<br />

sentaram-se ao .indulto 2:000 resides.<br />

Chegaram no domingo a esta cidade,<br />

vindos do Porlo, Alquerubim,<br />

Albergaria e Estarreja, os srs. Bar-<br />

O commandante da Centinela esros Lima, inspector da polícia de<br />

ta também gravemente ferido, assim emigração, e Vieira Ramos, ama<br />

como os tripulantes.<br />

nuense.<br />

Previsão do tempo<br />

No último boletim meteorológico diz<br />

Noberlesoom não haver a esperada mehoría<br />

duradoura do tempo na segunda<br />

quinzena d'este mês, antes será<br />

)orrascoso em gera), com novos e fortes<br />

temporaes nos mares.<br />

Dividem-se em três períodos a quinzena:<br />

um, de 16 a 26, que constituirá<br />

um persistente temporal, corn chuvas,<br />

neves e for te vento do sueste e noroes<br />

te; outro de 27 a 28, que serám os<br />

dias mais tranquillos da península; outro<br />

de 29 a 30, em que voltará a re<br />

produzisse o regimen chuvoso das<br />

nossas regiões.<br />

Em 17 haverá grande temporal no<br />

mar, com vento sudoeste e norcste,<br />

amainando um pouco para se dirigir<br />

ao archipelago ioglês; em 19 retrocederá<br />

para os Açores e para o continente,<br />

recrudescendo o máu tempo<br />

na peninsula, havendo nesse mesmo<br />

dia intensas chuvas geraes, temporal<br />

nos mares e áspero vento, entre sudoeste<br />

e noroeste; o dia 20 será menos<br />

chuvoso, mas nos dias 21 e 22 o<br />

temporal readquirirá maior energia,<br />

sendo bastante geraes e intensas as<br />

chuvas com vento impetuoso; em 23<br />

partirá da Terra Nova uma importante<br />

borrasca na direcção do noroeste<br />

dos Açores, d'onde seguirá para o nordeste<br />

e oeste da Europa, occasionando<br />

na peninsula, especialmente ao noroeste<br />

e ao sul, chuva e neve, fazendo<br />

baixar consideravelmente a temperatura.<br />

Este tempo prolonhar-se-ha até 26,<br />

com pequenas modificações; em 27 o<br />

temporal afastar-se-ha para as ilhas<br />

britannicas, mas voltará à peninsula<br />

em 29, fazendo-se sentir também na<br />

Madeira. No dia 30 as chuvas seram<br />

bastantes geraes na peninsula.<br />

KALENOARIO DE JINE1R0,1897<br />

3 10 17 24 31<br />

Segunda feira .... 4 11 18 25 —<br />

5 12 19 26 —<br />

*6 Í3 20 27 —<br />

7 14 21 28 —<br />

*1 8 15 22 29 —<br />

2 9 16 23 30 —<br />

Lua nova em 3, às 5,27 m. da ra.<br />

Quarto crescente em 10, às 9,9 m.<br />

da m.<br />

Lua cheia em 18, às 7,40 m. da t.<br />

Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />

m. da t.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

Typógrapho<br />

Na typographia do jornal A Montanha,<br />

que abre ao público no próximo<br />

mês de fevereiro, precisa-se d'um typógrapho<br />

competentemente habilitado.<br />

Quem estiver nestas condições dirijase<br />

ao director do jornal Faria Bravo—<br />

Trancôso.<br />

Piano<br />

Vende-se um quasi novo e de bom<br />

auctor. Nesta redacção se diz.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

No dia seguinte às duas horas da mos crimes... Porque occupava este ao ponto de entrar na taberna, a es-<br />

manhã, Bucker era preso. Á noite fu homem um logar na policia do impétancia de madeira onde se escondiam<br />

zilaram-no...<br />

rio? É o que nos revelará o drama que as pessoas timidas e quem essas visi-<br />

Dois dias depois, a mulher de Bu encetamos. O esboço do seu retrato é tas incommodavam. Outra vantagem<br />

cker vivia em companhia de Lorémont simples, deixamos ao nosso persona- era, depois de concluído com felicida-<br />

e era ella quem lhe fornecia os elemen gem o cuidado de lhe carregar mais de um negócio, e quando as libações<br />

tos necessários para se realizar a ca vigorósamente as tintas.<br />

faziam tombar para debaixo da mêsa<br />

ptura dos amigos de seu marido! Davam onze horas quando o barão os imprudentes que se nâo acautela-<br />

Alguns dias mais tarde, uma mulher entrou na taberna de Peau de Lepin vam com a aguardente de três seis,<br />

que passava próximo do mercado de Era uma casa solitária, situada no ex- desembaraçava-se d'elles facilmente o<br />

Saint-Martin, às dez horas da noite, por tremo de Montparnasse, onde começam dono do estabelecimento, deitando-os,<br />

um nevoeiro intenso, gritou :<br />

os campos.<br />

no verão sobre o tapête odorífero das<br />

— Soccorro!<br />

Esboçado o retrato vamos debuxar rimas de estrume, no inverno e nos<br />

Tinha tropeçado e caído sobre um o quadro.<br />

dias de chuva, na cavallariça sobre a<br />

corpo humano prostrado na rua; os ha Chamamos lhe taberna porque não palha quente. Que bellos sonhos tinham<br />

bitantes do quarteirão levantaram ousamos dizer o seu verdadeiro nome, alli os patifes, deliciados com o cheiro<br />

corpo d'um individuo que sem dúvida tal é o seu aspecto immundo. Numa agradavel da palha fresca; chegavam<br />

haviam querido assassinar. Depois de rua traçada atravez dos campos e na até a julgarem-se honestos I<br />

limparem o sangue que lhe sala d'uma imaginação dos edis da communa. ... O telheiro... a taberna era con-<br />

grande ferida da testa, approximaram rua lamacenta e porca, abria se a por struída com os restos das casas expro-<br />

a luz do rosto a fim de reconhecerem ta enorme d'um páteo sem ladrilho; o priadas; a frente tinha o aspecto do<br />

vlctima. Alguns dos salvadoras afasta lado direito era occupado por cavalla- panno que se vestem os arlequins,.ha-<br />

ram-se apenas o viram, dizendo: riças que tinham por tapete estrume; viam substituído por papeis de varia-<br />

— Bem feito ! ê Lorémont, o deuun e o fundo por uma estancia de madei das côres os vidros partidos com os<br />

ciante.<br />

ras. Á esquerda via-se um telheiro en- bordos dos frequentadores assíduos.<br />

Outros mais compassivos, vendo que vidraçado, desalinhado, mal construido Madeira e vidros dizia uma coisa com<br />

o desgraçado ainda respirava, trans- sem simplices, sem soalho, parecendo a outra; as portas, janellas e vidraças<br />

portaram no a casa. Os cuidados da de dia uma fábrica pobre e tendo à confundiam-se; as aranhas e bichos de<br />

mulher de Bucker salvaram o miserá- porta o aspecto d'um enorme lampeão... conta, juntamente com o pó e humivel.<br />

Este telheiro era a taberna do Peau de dade, tapavam as frestas das taboas<br />

Quinze dias depois de curado, pedia Lepin...<br />

mal juntas. As vidraças não tinham<br />

a commenda, que hoje ostenta, e que Os frequentadores do Peau de Lepin cortinas, no entanto não deixavam pas-<br />

the foi concedida acompanhada d'esta gostavam d'elle por a sua situação em sar de dia os raios do sol, e, de noite,<br />

menção:<br />

primeiro logar, e depois pelos petiscos preservavam as casas dos olhares in-<br />

«Ferimento recebido combatendo que lá se faziam.<br />

discretos de fóra, tal era a camada de<br />

pela causa da ordem »<br />

A primeiía vantagem, a da sua si- fumo depositada nellas, que parecia te-<br />

Loiémont, ladrão, escroc, era o detuação, resultava de terem, quando a rem sido atacadas por algum acido.<br />

nunciante dos que viviam d'estes mes- policia levava a sua indiscripção até<br />

[Continúa.)


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

Iiimoe ro Iioje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte —Fugas célebres—<br />

Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsns, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 — RUA FERREIRA EORGES — 130<br />

1 M ESTE depósito, regularmente montado, se acham, á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

11, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

ESCRIPTORIO — Rua da Sophia, n.° 54, 2.°<br />

C O I M B R A<br />

3 fflrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

1 De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leião;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão ;<br />

De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />

Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Tabella dos preços dos principaes serviços<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />

económicas 2$000<br />

Agéneia em quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês. 10000<br />

Nestes processos nâo se leva coisa alguma dos requerimentos<br />

feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

e o constituinte tem sómente a pagar a agéneia.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />

e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte<br />

Todos os serviços sam feitos com promptidlo e quasi de<br />

gfapâ.<br />

RESISTENCIA — Qiunta feira 21 de janeiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 410 paginas. Preço, ISO réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO ALIER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A/ venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

241, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

*flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE CIMA—20<br />

Coimbra<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana d'amiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito ím Coimbra—D rogaria Rodrigues da Silva & C.<br />

(<br />

xÀZETÀ I) •AS ALDEIAS<br />

Semanario illustrado de propaganda agrícola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis<br />

Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />

competência: Lentes da Universidade, Academia Polytêchnim<br />

do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa; directores e professores<br />

de escólas agrícolas do país; médicos, advogados, chimicos,<br />

engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />

viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />

ASSIGNATURA PARA 1897<br />

Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />

a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />

portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />

Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />

variada leitura, e custa apenas 2$000 réis por anno ou 1$000<br />

réis por semestre.<br />

A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />

maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />

na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />

trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />

diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />

em folhetim um bom romance.<br />

0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />

morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />

Director da Gazeta das Aldeias—Poito. Masassigna-se também naa<br />

Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />

E NA<br />

AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />

Rua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />

CAVALLOS<br />

uares, etc.; esquiriéneias,<br />

sobrecannas, ovas, separavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc , curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fògo e<br />

untura forte em todos os casos,<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depósitos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira á Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Depósito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA.<br />

9 flon&llltas todos os dias<br />

w das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao pdblico em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

aliançados.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinismo.<br />

Empregado<br />

li Adinitte-se um com práctica<br />

de papelaria e tabacos.<br />

Coimhra-Rua de Ferreira Borges,<br />

207 a 211.<br />

TTeude-se a casa n.° 5,<br />

* na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minímo de 400)51000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Farigas, n.° 76.<br />

AGUIA 00UR0<br />

FRANCISCO P. MARQUES<br />

43Donpas completas para ho-<br />

« mem, de 5$000 réis<br />

para cima!<br />

Alta novidade!<br />

COIMBRA<br />

" RESISTENCIA „<br />

PUBL1CA-8E AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2$7P0<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 20400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

LITROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

AISHIVXJIVCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assignmtes,<br />

desconto de 50 p. c,<br />

Tjp. F. Friaça 4ffl»4» — COIMBRA


No regimen da mentira<br />

A tal grau chegou o estado de<br />

descrença pública nas promessas e<br />

previsões dos governos, que já o<br />

não commove nem de leve affecla<br />

a publicação dos documentos por<br />

que em épochas ainda não remotas<br />

se julgava do estado da fazenda pública<br />

e da economia do país. Dis-<br />

cursos da corôa, relatórios dà fazenda,<br />

orçamentos, as próprias contas<br />

db Estado, a tudo isso se mostra<br />

indifferente o país, como que involto<br />

numa espessa camada de gêlo<br />

que as alegrias officiaes não derretem<br />

nem os phantasiósos cálculos<br />

rompem.<br />

Tantas vezes foi jilludida a opinião<br />

pública, é tam longa a série<br />

de decepções que tem soffrido nas<br />

suas expectativas, que não é possível<br />

já a qualquer governo fazer-se<br />

acreditar. Tempo houve em que á<br />

publíéação do orçamento ou de um<br />

relatório de fazenda correspondia<br />

um angmento na colação das inscripções,<br />

mais firmêza no seu crédito.<br />

Hoje publicam-se relatórios em que<br />

se apresenta a fazenda pública como<br />

numa phase de accentuada prosperidade,<br />

organizam-se orçamentos<br />

geraes do Estado em que se dá a<br />

receita como superior á despêsa, e<br />

as cotações dos fundos públicos<br />

mostram-se insensíveis, o crédito<br />

do Estado não soffre o mais ligeiro<br />

abalo.<br />

Ninguém acredita nas affirmações<br />

officiaes, que os fàclos des<br />

menlirám a breve trecho. E muitas<br />

vezes succede que nem o desmentido<br />

d'estes é necessário aguardar ;<br />

nos próprios documentos em que se<br />

fazem os mais seduclores cálculos,<br />

as toais risonhas promessas, não raro<br />

ha confissões que évidencêam a sua<br />

falsidade.<br />

O actual ministro da fazenda<br />

neste ponto inexcedivel. O discurso<br />

da corôa, por elle redigido, contém,<br />

no que respeita á situação da fa-<br />

zenda pública e da economia nacional,<br />

taes contradicções, qUe só<br />

pela inconsciência do auctor pódem<br />

explicar-se. No orçamento geral do<br />

Estado, que ha pouco apresentou<br />

no Solar dos Barrigas, repetem-se<br />

essas contradicções.<br />

Segundo êsse orçamento, no próximo<br />

anno económico haverá um<br />

excesso da receita sobre a despêsa<br />

de 110:876^535, que não é devido<br />

a reducções na despêsa, em que se<br />

dá até um augmento relativamente<br />

importante, mas a augmento da receita<br />

em impósloa ou rendimentos<br />

já subsistentes. A fazenda apresentasse<br />

portanto numa situação desafogada.<br />

Ha recursos para pagar<br />

todas asdespêsas, fazer face a todos<br />

os serviços, e ainda deve ficar saldo.<br />

Pois bem. O próprio governo que<br />

apresentou aquelle orçamento'declara<br />

na proposta de lei que o precede<br />

que «dirá ern outro documento o<br />

que pensa sôbre a situação financeira<br />

do país e quaes as providências<br />

com que julga fazei; face a<br />

todos os encargos».<br />

Criticando esta parte da proposta<br />

de lei, diz o nosso prezado collega<br />

O Qommercio do Porto:<br />

«Promette, pois, o governo<br />

dÍ2rer duas coisas:<br />

1. a , o que pensa das finanças.<br />

Deve pensar bem; que mais quér?<br />

. Sobeja receita.<br />

2. a didas tendentes a fazer face a encargos<br />

para que existe receita de<br />

Z B a , g r a , t e l l a , s Este facto é positivamente au<br />

thentico 1!<br />

sóbra1<br />

E diz-se que é a imprensa republicana<br />

que desacredita o país!<br />

Provas á vista!...<br />

Eu sei quanto deve ser fastidiosa<br />

e soporífera ao leitor esta secção<br />

E, como êste* tafltdS e tantos ou-<br />

descosida, na qual tanjo sem gosto tros!<br />

o mesmo estribilho, em empuchões A invasão francêsa e a fugida de<br />

de linguagem, semelhante a um ve- D. João VI; — a segunda descober-<br />

"Nõtieíam alguns jornaes que os<br />

elementos permanentes do governo<br />

lho realejo, de cujo cylindro caíram ta do Brasil, còmo agora lhe cha-<br />

querem forçar o sr. Jacintho Can- as pinnulas, e apenas dá farrapos mam os graciósos!<br />

dido a sair.<br />

desafinados de peças incomprehen-<br />

Não acreditámos. E difficil ensiveis.contrar quem o substitúa, com van- Será irritante pela obstinação;<br />

tagem para o governo e para os<br />

mas, como o título prevalece, elle<br />

commissários régios.<br />

servirá de prevenção ao desdem<br />

justiceiro dos cautos 1<br />

No jornal inglês Harper s Magazine<br />

foi publicado um artigo, que o Fr. Luiz de Sousa relata, que na<br />

Public Opinion reproduziu, em que confraria dos Reis Magos, erecta no<br />

se fazem as mais extraordinárias convento de S. Domingos, de Lis-<br />

accusações á administração portuboa, existia um quadro do século<br />

guêsa na África do Sul e designa-<br />

XIV, representando a Epiphania, e<br />

damente em Lourenço Marques.<br />

Diz-se nesse artigo que, para<br />

no qual a Virgem retratava a Rai-<br />

, Como se propõe a fazer<br />

obter dos nossos funccionários que nha Santa Isabel e o menino, o en-<br />

administram o caminho de ferro de tám infante D. Alfonso IV.<br />

face aos encargos. Neste ponto Lourenço Marques certas concessões Pela inducção prudente de con-<br />

é que estamos completamente ás é necessário gcalificá-los com presiderações várias, pareceria pouco<br />

escuras. Se o orçamento tem sentes, que elles se mostram sem-<br />

crivei uma tal affirmação, se Inno-<br />

meios para pagar tudo, e deixa<br />

pre desejosos de receber; que as<br />

mercadorais estacionam nas ruas céncio da Silva não corroborasse<br />

ainda uma margem de 110 con- das cidades durante seis mêses e peremptoriamente, — que êsse quatos<br />

para o que dér e vier, que mais e que a grande deficiência de dro ainda em 1846 se achava na<br />

propostas ha a^ fazer, a fim de material circulante na linha férrea galeria dos Marquêses de Borba.<br />

determina um longo estacionamento<br />

conseguir o que o orçamento<br />

E o impetuôso investigador es-<br />

das mercadorias para que se pede<br />

consegue? Só se fôrem no sendespacho<br />

de expedição.<br />

tygmatisa a cumplicidade da admitido<br />

de alliviar o imposto de rennistração<br />

pública que consentiu que<br />

Termina esse artigo por pedir ao<br />

dimento, que foi votado como sr. D. Carlos que se informe com uma tal preciosidade fosse roubada<br />

medida transitória, que deixaria meia dúzia de considerados com- ao país.<br />

merciantes de Lourenço Marques e Não lhe falta razão 1<br />

de ser adoptada logo que as cir-<br />

de Jobannesburg e que obterá pro- Sómente é de saber que a rapacunstâncias<br />

a dispensassem. Às vas sufficientes para mandar metter cidade official de tal fórma se acha<br />

circunstâncias parece que a dis- na cadeia pelo menos 75 p. c. dos<br />

inveterada na depravação portuguêpensam,<br />

visto haver saldo; logo, actuaes funccionários públicos de<br />

Moçambique.<br />

sa, que nos últimos sessenta annos<br />

o governo vae de certo honrar a<br />

Custa-nos vêr assim arrastado<br />

tem sido pelo roubo, ou pela frau-<br />

promessa de quem a fez.<br />

pela lama o crédito dos nossos funcde, que a nação tem sido despoja-<br />

Mas a isso, que é a realização cionários públicos. Mas o que se ha da dos apreciaveis restos da heran-<br />

de uma promessa solemne, não de pensar dos delegados do nosso ça prodigiosa das riquezas da índia<br />

se pôde chamar meio de «fazer governo,se ha até ministros que sam e das minas do Brasil.<br />

accusados públicamente, em repe-<br />

face aos encargos». Fazer face<br />

Porque é certo que proporcionaltidos<br />

artigos, de falsários e de la-<br />

aos encargos é crear ou desendrões, e não se instaura processo<br />

mente mais, do que as vicissitudes<br />

volver a receita; e reduzir um algum contra o accusador, nem se de tresentos annos, de absorpção<br />

impôsto, da natureza d'este, é defende o accusado, nem se sequér hespanhola, de guerras de liberta-<br />

se recorre a outros meios por que<br />

diminuí-la. Não se comprehende,<br />

ção, de cataclysmos naturaes, foi<br />

se liquidam também questões de neste século que se exerceu mais dis-<br />

e comtudo, talvez seja bem fácil honra I<br />

sipadôra destruição, acobertada pe-<br />

de comprehender. Quando vier O que se ha de pensar?... las luctas civis, pela falléncia das<br />

esse documento, ficaremos sa-<br />

antigas familias heraldicas e ainda<br />

bendo tudo».<br />

pelas delapidações da infidelidade<br />

No orçamento geral do Estado<br />

Não se nós afigura o assumpto<br />

de funccionários, sob todos os as-<br />

para 1897-1898 applíca-se em ver-<br />

de difficil comprehensão.<br />

pectos e disfarces.<br />

ba de 732 contos para a instrucçâo,<br />

O governo, ao elaborar a pro-<br />

Ninguém ignora que ainda ulti-<br />

assim divididos:<br />

posta de lei, esqueceu-se completamamente<br />

a exposição d'arte orna<br />

mente dos cálculos que o sr. Carri- Io8trucça.o primária .. 218:9710777 mental, em 1882, foi fértil em epi-<br />

» secundária. 186:7550255 sódios escandalósos!...<br />

lho havia feito e que davam um<br />

» superior... 326:7360510 Um marquês illustre, director da<br />

saldo positivo.<br />

academia de bellas-artes, ornamen-<br />

D ahi a promessa de providên- Emquanto se dispende esta somto<br />

consagrado de todas as commiscias<br />

para fazer face aos encargos do ma com a instrucçâo, para defêsa da sões, o Messias official da arte em<br />

país e de dizer o que pensa sobre a monarchia só com a guarda muni- Portugal, em 1885, abusando das<br />

sua situação financeira, em que recipal ê a polícia gastam-se 860 suas relações pessoaes e illudindo<br />

vela do modo mais inilludivel a con- contos.<br />

a boa fé do cabido da Sé de Coimfiança<br />

que esses cálculos lhe mere- E ainda ha quem confie na posbra, com 30 libras na mão levantou<br />

cem. E tanta, que até se compromette<br />

a tomar a iniciativa de mesibilidade<br />

de se regenerar o país raridades, que valiam 30 contos de<br />

com as actuaes instituições! réis i<br />

: —foi uma catástrophe<br />

medonha.<br />

A rapacidade da côrle fòi tal como<br />

a descreve Oliveira Martins!<br />

Para pagamento da contribuição<br />

de 18 mil contos, que Napoleão<br />

lançou sobre Portugal, o imbecil e<br />

odioso Junot, á falta de numerário,<br />

ordenou que fosse paga, com preciosidades<br />

artísticas de ouro tí prata,<br />

a pêso!<br />

Pela convenção de Cintra, celebrada<br />

entre Júnot e Os generáês inglêses,<br />

foi concedida ao exército<br />

francês a livre saída das riquêzas<br />

incalculáveis, que' essas hordas desmoralizadas<br />

tinham roubado em<br />

Portugal!<br />

A infâmia británnica assim sellava<br />

a negrenta vilania com que nos<br />

tratou durante essa desastrada campanha<br />

!<br />

O pôvo abysmado, hostilisado pelos<br />

próprios alliados, via d'um ládo<br />

o adiposo poltrão D. João VI, a recommendar-lhe<br />

prudência; e do outro<br />

os bispos, hypnotisando-o com<br />

pastoraes d'um servilismo ignóbil,<br />

a rastejarem perante o iòvasôP.<br />

O bispo do Porto exhortava as<br />

suas ovelhas com esta degradante<br />

linguagem:<br />

«Estas trópas, (os francêses!)<br />

— que aqui vêdes entrar, sam<br />

nossas alliadas e pacíficas, e<br />

quem as manda entrar tem sido<br />

prevenido e armado por Deus de<br />

poder e sabedoria pára as fazer<br />

entrar, e para as saber dirigití a<br />

fim da nossa felicidade, e devemos<br />

seguramente confiar nb mesmo<br />

Senhor que não seja outro<br />

o seu destino.»<br />

E por êste theor, em reles português<br />

de cuspinheira, o covarde<br />

abjecto dava os parabéns á nação,<br />

porque se devia julgar honrada com<br />

tam gloriósos hóspedes!!.<br />

Tudo roubou, qual mais podia:<br />

o rei, a nobrêza, os inglêses, os<br />

francêses... Foi um saque de bárbaros.<br />

A fóra a infinidade de coisas destruídas<br />

!<br />

Tal era a opulência do país, que<br />

tem sido precisa toda essa série<br />

interminável de desastres e latrocínios<br />

para se encontrar finalmente<br />

esvasiado!<br />

E, ainda assim, um pouco menos<br />

do que parece!<br />

IH I -<br />

À.


"A Marselheza"<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

Extraordinário<br />

Sob este titulo informa o nosso<br />

prezado collega O Paiz:<br />

Este nosso collega publicou no<br />

«Tem-se fallado ultimamente dia 22 um supplemento em que<br />

num caso que noticiámos com declara que, tendo-se despedido o<br />

toda a reserva, tàm extraordiná- seu editor, suspendia a sua publirio<br />

elle é. Conta-se que um incação até nova habilitação. O edidivíduo,<br />

que pretendia ser protor despediu-se depois d'uma conmovido<br />

a um posto immediato, ferência com o corregedor, que du-<br />

procurou outro que poderia darrou três horas, sendo êste facto objelhe<br />

a vaga e fez-lhe a seguinte cto de vivos commentários em Lis-<br />

proposta: Arranjava-se vaga para boa.<br />

esse individue. Mal fôsse pro- No número chegado hoje A Marmovido,<br />

reformava-se e, assim, telheza, habilitada já com outro edi-<br />

aquelle que desejava a promoção sor, trata desinvolvidamente do inau-<br />

occuparia o seu logar!<br />

dito facto praticado pelo seu ex-edi-<br />

Esta proposta escandalosa foi tor, terminando assim o artigo sobre<br />

feita com o mais completo des- esse assumpto:<br />

plante, chegando o escândalo oa<br />

«Entre tanto o nosso dever é as-<br />

ponto de o individuo que a fazia,<br />

signalai sem demora queaconnivén-<br />

levar já comsigo o requerimento<br />

cia dos poderes públicos no caso es-<br />

em que o outro pediria a recandaloso<br />

de corrupção de que nos<br />

forma, tendo este requerimento,<br />

vimos occupando, é mais do que pa-<br />

está claro, a data em branco.<br />

tente— é impudica.<br />

Assignado elle, accrescentava o<br />

proponente, podia garantir-lhe<br />

O editor Gaspar já nos tinha com-<br />

que se daria o que propunha,<br />

municado que o juiz d'instrucção<br />

porquanto podia garaníí-ío com<br />

lhe dera alguns conselhos, isto é, nós<br />

a palavra do ministro.<br />

já sabíamos que o juiz de instrucção,<br />

agente do poder, premeditava qual-<br />

Nós não commentamos. Simquer<br />

coisa contra nós. O que não<br />

plesmente perguntamos o que<br />

suppusemos é que elle fosse tam de-<br />

dizer e fazer quando a falta de<br />

sastrado que o levasse a cabo num<br />

vergonha vae até este ponto».<br />

momento d'estes.<br />

—Tivemos a ingenuidade de<br />

Delphim Gomes imaginar que o governo nos pouparia,<br />

pelo menos agora em seu pró-<br />

Víctima d'uma pneumonia dupla prio interésse. Vêmos que não é as-<br />

falleceu na quinta feira última o sr. sim, isto é, vêmos que a cumplici-<br />

Delphim Gomes, lypógrapho do quadade official toma um caracter offidro<br />

na Imprensa da Universidade. cial.<br />

O finado havia-se dedicado a es- Posta a questão nestes termos,<br />

tudos litterários, havendo publicado creia, porém, o governo, que nos<br />

alguns trabalhos que bem revelam a encontramos muito mais á vontade.<br />

sua intelligéncia. O que porém o A situação define-se:<br />

tornou mais conhecido foram as suas Quem está no banco dos réus<br />

correspondências para os jornaes O não é a sr.<br />

Primeiro de Janeiro e Século, em<br />

que se affirmou çomo um repórter<br />

intelligente e infatigavel, deixando<br />

vago um logar que difficil será<br />

prèencher. )••••••'<br />

:0 enterro do desventurado artista<br />

foi muito concorrido, sendo o<br />

cadáver conduzido á mão para o cemitério,<br />

onde lhe disséram o último<br />

adeus o sr: Vilella Passos, alumno<br />

da Universidade, e o sr. Larcher,<br />

typógrapho da Imprensa da Universidade.<br />

O finado deixa viuva e dois filhos<br />

menores, nas mais precárias condições.<br />

,<br />

Na congregação da Faculdade<br />

de Direito realizada hontem foi<br />

apresentado o requerimento em que<br />

o sr. Abel d'Andrade pede para ser<br />

admittido ao exame de licenciatura.<br />

No concurso litteráriô aberto pela<br />

émprêsa do Diário de Notícias para<br />

commemorar o centenário da índia,<br />

que Deus haja, foi adjudicado o 1.°<br />

prémio ao sr. Candido de Figueiredo<br />

e o 2.° prémio (egualdade de<br />

mérito) aos srs. Arthur Lobato de<br />

Avila e Lourenço Caiola.<br />

Este trabalho constituirá o brindê<br />

do Diário de Noticias. O do sr.<br />

Candido de Figueiredo será publicado<br />

em 1898.<br />

a Os namarraes Litteratura e Árte gura», o que é perfeitamente verdade.<br />

O posto fortificado de Natuli, o<br />

Fiquei pasmado, tinha-me habi-<br />

mais avançado contra os namarraes, A IMMAC ULAVEL<br />

tuado já áquelle triumpho^rto Prin-<br />

de que é commandante o tenente<br />

sr. D. Miguel de Alarcão, foi, pela<br />

Meu caro Marcellino de Mesquita<br />

cipe-Real.<br />

1 hora da noite do dia 13 de de- Vê lá se me pódes explicar esta<br />

zembro findo', assaltado pelo gen-<br />

Leio agora as Novidades e vejo<br />

embrulhada 1<br />

tio, durando o tiroteio alé ás 4 ho-<br />

com espanto:<br />

Recebi hoje de Lisboa uma caria<br />

ras da madrugada.<br />

«A peça não deixou bõas impres-<br />

com esta nova estranha.<br />

sões. D'um trecho, publicado hoje<br />

O sr. D. Miguel de Alarcão acor-<br />

no Correio da Manhã, destacamos<br />

dou com o alarma, levantou-se im- «Um grande triúmpho para o este fragmento de dialogo:<br />

mediatamente e com os seus 70 sol- Príncipe Real o drama de Abel<br />

:<br />

dados respondeu aos assaltantes, Rotelho. Foi noite de festa.<br />

8| . . , ,,ERNESTO fj,.} £ .<br />

que de rastos pretendiam entrar no Abel Botelho fez para aquella «Tomara eul... A excepção é<br />

forte.<br />

platéa popular um drama modérno, a gloria! Christo, Dante, Pasteur)<br />

Trabalhou a metralhadôra de 8 recheado de ditos d'espirito muito Napoleão, Mousinho, sam excep-<br />

centímetros.<br />

graciosos, servindo-se de moldes ções ...»<br />

Os nossos soldados portaram-se empregados actualmente.<br />

Destes, só Mousinho é vivo; mas<br />

com valentia, sangue-frio e firmê- A acção theatral é muito definida cremos...»<br />

za. O tiroteio foi muito renhido. O e por isso tem pouca importancia.<br />

, l •>! H ; tii !:iiíi.-i ys \ Bàiid<br />

estampido ouviu-se a distância de O conde de Pedralva (Mesquita),<br />

Isto revoltou-me. As Novidades<br />

12 kilómetros. Nos nossos, nenhu- homem rico e pervertido',vê Suzanna<br />

fingem ignorar que se trata de<br />

mas baixas. O inimigo, cujo núme- (Adelina Ruas) no atelier de Mau-<br />

Mousinho da Silveira que morreu<br />

ro não se pôde avaliar, devia ter ricio (Pato Moniz), um pintor de<br />

ás mãos dos inglêses. Habitps. de<br />

lido muitos mortos e feridos, pois mérito. Abel Rotelho copiou evi-<br />

diplomata.<br />

foram encontradas muitas poças de dentemente a figura sympáthica é<br />

Modos d'ev'itar complicações com<br />

sangue.<br />

amoravel do pintor Antonio Rama-<br />

a Inglaterra.. .<br />

No dia 7 do mesmo mês, na ida lho, que agora anda ao sol em Algés<br />

do sr. major Mousinho de Albuquer- e... á cerveja no Jansen.<br />

! Escreve-me e vê se me explicas<br />

que á Lungo Moraves, atacaram a Suzana (Adelina Ruas) apesar<br />

o caso.<br />

força que protegia o embarque para de ostentar a sua nudez no mister<br />

Ha tanta falta d'assumptõ na<br />

a canhoneira Liberal, tendo os nos- de modêlo, tam difficil quando se<br />

província...<br />

sos soldados três feridos.<br />

não é da municipal, seja actriz em<br />

j-i^vp oíwi í»up ^vit. -^&fco*<br />

theátros particulares, empregada<br />

nos armazéns Grandella, e venda —í ^ 1<br />

O rendimento total do Caminho de bouquets, pelas ruãs, cosa também<br />

Ferro de Guimarães no exercício findo<br />

Partido republicano<br />

de 1896 foi de 75:09550037 réis, ou em casa d'uma modista, trabalhe<br />

mais 5:5370998 do que no anno ante- para uma sapataria, resiste á irmã<br />

rior, produzindo uma média annual<br />

Monumento aos revoltosos de Janeiro.<br />

que quer empurra-la para a devas-<br />

kilométrica de 2:2330971 réis, ou um<br />

Cercmrínia da inauguração<br />

augmento de 1620882 réis por kilósidão e trabalha para sustentar o<br />

CONVITE<br />

metro.<br />

pae paralytico e sete (7!!...) ir- T •' > • ' • •<br />

O número de passageiros foi de mãos tuberculosos.<br />

200:782, ou mais 1 1:338. e o seu<br />

pjoducto de 44:1000050 réis, ou Mesquita convida as duas irmãs,<br />

mais 3:2240515 réis do que anno an- com um falso pretexto, para sua casa<br />

terior. Em mercadorias de grande e<br />

pequena velocidade a tonelagem foi e enquanto manda Esther (Elisa<br />

de 33:823, mostrando o augmento em Aragonez) comprar cigarros tenta<br />

Maria Amélia Martins pêso de 4:135 toneladas e no seu<br />

— é o governo. Quem vendia em- producto total de 31:8540987 réis o<br />

roubar a Suzana toda a sua fortuna<br />

accréscimo de 2:3130483 réis. — a sua honra.<br />

pregos não era ella — era elle».<br />

As despêsas geraes da exploração Aqui é que eu queria que tu<br />

durante o mesmo anno sommam réis<br />

Pelo que se vê o governo nada<br />

visses o Pato Moniz entrando pela<br />

24:2750086, ou menos 6040029 réis<br />

lucrou com a esperteza do correge- que as do anno anterior.<br />

janella num pulo de chacal, como a<br />

dor. Esse procedimento é até con-<br />

Weber na Jacobittes, e em accentos<br />

traproducente, dando margem a<br />

da cólera mais louvável esprobar o<br />

que no público se avolumem as<br />

Vae uma grande celeuma nos procedimento do Mesquita;(conde<br />

círculos e circos governamentaes<br />

suspeitas ácêrca das responsabili-<br />

de Pedralva).<br />

por causa dos commissários régios.<br />

dades de altas personagens e qufm Alguns barrigas temem até que elles Não conseguindo d'esta vez o<br />

sabe até se do governo na meada deitem a terra o governo, se este seu intento, o conde, auxiliado por<br />

da escândalos que vae desfiando A não se dér pressa em extinguir tal Procopio(Mello), attrahe Suzana a<br />

Marselheza. ,<br />

raça.<br />

um casarão dependente d'um con-<br />

Alguns jornaes monárchicos já Tal receio não tem, porém, o vento abandonado que o governo<br />

notaram, entre outros O Popular e<br />

mínimo fundamento, pela razão havia cedido para depósito de sce-<br />

simplicíssima de que só com um<br />

O Correio da Noite que o acto<br />

nário á emprêsa do D. Amélia.<br />

governo como o actual sam possí-<br />

praticado pelo editor da Marselheza veis taes commissários. Nunca elles Mas Ernesto (Pato Moniz) precede<br />

compromette mais o governo. procurarám portantocrear embara- o conde (Mesquita) e encôntraiido<br />

O Popular, referindo-se á camços ao governo, defendê-lo-ham até, Sdsana (Adelina Ruas) confèssapanha<br />

d 'A Marselheza, diz: porque assim o pede a inexorável lhe o seu amôr, que é partilhado<br />

lei da lucta pela existência.<br />

pela joven actriz. O conde vê-se<br />

«Pelasinformações a que pro- E, afinal, entre commissários ré- burlado nas suas pretensões.<br />

cedemos podemos também dizer gios e ministros não ha conflictos<br />

que neste caso figura uma se- possíveis.<br />

Além d'estes personagens ha,<br />

nhora que tem intimas ligações Chegam sempre a accôrdo, até<br />

outros episódicos, como as levianas e<br />

com um cavalheiro, que occupa<br />

quando este seja verdadeiramente fáceis mundanas Julieta (Maria das<br />

vexatório para qualquer das partes. Dôres) e Emilia (Antónia de Sousa),<br />

uma posição official importante e<br />

Haja vista o procedimento do que sam bem postas em scena.»<br />

que esta senhora era, segundo<br />

commissário régio de Loanda, que<br />

parece, quem dirigia o trabalho enguliu com a maior facilidade o<br />

dos intermediários e agentes».<br />

Até aqui a carta. O Século che-<br />

decréto que havia sido mandado<br />

de Lisboa para elle publicar.<br />

gado hoje affirma que o drama se<br />

Não obstante ésta gravíssima af-<br />

O governo quer-se manter; os<br />

levou em D. Maria e que a BrésMind<br />

firmação, feita ha três dias, o editor<br />

commissários régios têem amôr aos «denotou habilidade em representar<br />

do Popular ainda não foi chamado logares; o país vae supportando e deve ser mais aproveitada em<br />

a depôr.<br />

tudo.<br />

coquettes de comédia, para o que<br />

Sam escusados os commentários, 0 resto sam bagatellas, tem vivacidade, gentileza e bôa fi-<br />

1 ^^tjTTÍK * li {i. > Í ' ',í*í 1 n.í<br />

Tendo de inaugurar-se no próximo<br />

dia 31 de janeiro o monumento levantado<br />

no Prado de Repouso do Porto aos<br />

martyres da primeira revólta republicana,<br />

e desejando as commissões encarregadas<br />

dos trabalhos que tal ceremonia<br />

tenha a importância digna de<br />

quem se bateu em jornada tam gloriósa,<br />

tem a honra de convidar respeitósarnente,<br />

e por este único meio, o Directório<br />

do Partido Republicano, Grupo<br />

de Estudos Sociaes, câmaras municipaes<br />

ou minorias republicanas, commissões<br />

municipaes e parochiaes, imprensa,<br />

aggremiações de csractér democrático<br />

e todos os cidadãos republicanos<br />

a comparecer ou fazer representar-se<br />

em tam solémne manifestação,<br />

como testemunho de solidariedade republicana.<br />

Comò, por determinação da auctori<br />

dade, não haja discursos, as commissões<br />

rogam ás entidades que se representem,<br />

a fineza de depôrerti flôres,<br />

em tôrno do monumento, no acto da<br />

inauguração e benção, que terá logar<br />

apoz a missa que, ás 10 horas da manhã,<br />

precisas, será rezada na capella<br />

do mesmo cemitério.<br />

As commissões rogam a toda a imprensa<br />

a fineza de transcrever êste<br />

convite até ao próximo dia 31, e ás<br />

entidades que desejem representár-se<br />

o obsequio de o participar á redacção<br />

da Vos Publica ou ao secretário. F.<br />

Gouveia da Silva, rua do Lindb Valle,<br />

15.3—Porto.<br />

Quando, ha dias, saia do portq de<br />

Acapulco, Perú, o vapôr francês «Magdeleine»<br />

arvorou signal pedindo soceorrò.<br />

A bôrdo passava-se isto:<br />

Houve uma discussão vivíssima entre<br />

o immediato de bôrdo e o machifiistachefe<br />

e os dois resolveram bater-se<br />

immediatamentente em duéllo. Cada<br />

um dos adversários armou-se d'uma<br />

pistóla, e colloçou-se um em frente do<br />

outro, no tombadilho, desfechando ao<br />

mesmo tempo. O immediato ficou logo<br />

morlQt|(i1n • '•! v>nb9T •<br />

Esta viágem do «Magdeleine» fôra<br />

desastrada: alguns dias antes do drama<br />

que referimos, havia occorrido a bôrdo<br />

uma explosão da caldeira, morrendo<br />

sete homens da tripulação,


A mãe de Carnot<br />

Os jornaes francêses noticiam a<br />

morte de M. me Hippolyte Carnot,<br />

mãe do finado presidente da republica<br />

francêsa, Carnot,. em consequência<br />

de uma queda que deu no<br />

dia de Anno Novo.<br />

A finada senhora nascêra em<br />

1816 e era filha do general Dupont,<br />

que fôra ajudante de campo<br />

do célebre Lazaro Carnot, quando<br />

êste era ministro da guerra em<br />

1800. Em 1836 casou com o filho<br />

de Lazaro Carnot, de quem teve<br />

dois filhos, Sadi, que foi presidertte<br />

da republica, e Adolpho, que é<br />

actualmente inspector geral das minas<br />

e membro da Academia das<br />

Sciéncias.<br />

Pelo conselho superior de instrucçâo<br />

pública foi distribuido o parecer sfibre<br />

o requerimento do sr. Manuel Augusto<br />

Granjo, em que ao supplicante basta a<br />

auctorização legal exigida pelo artico<br />

148.° do regulamento de ensino primário.<br />

Feira dos 23<br />

Realisou-se hontem esta importante<br />

feira mensal, sendo muito<br />

concorrida, effectuáram-se muitas<br />

transacções.<br />

Gymnásio de Coimbra<br />

Foram eleitos para os corpos gerentes<br />

d'esta sympálhica instituição<br />

os seguintes cavalheiros:<br />

ASSEMBLEIA GERAL<br />

Presidente, Victor José de Deus.<br />

1secretário, Manuel Emygdio Furtado<br />

Garcia.<br />

' 2.° secretário, Manuel Telles Feio.<br />

DIRECÇÃO<br />

Presidente, Arthur Caldeira Scevola<br />

Secretários, Francisco da Fonseca, e<br />

Joaquim Monteiro de Carvalho.<br />

Thesoureiro, Annibal d'Abreu Pinto.<br />

Yogaes, Joaquim Jysé d'Abíeu, Francisco<br />

de Carvalho, Antonio Alexandre<br />

de Mattos, e Jacintho Manuel d'Olivei-<br />

Ca.<br />

Substitutos, Antonio Telles Mendes<br />

de Abreu, João d'Azevedo, Emygdio<br />

Navarro, e Antonio Lueas Fazenda Viegas.<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Effectivos, Carlos Clemente Pinto,<br />

15 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS B0DV1ER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

III<br />

TJm retrato e um quadro<br />

de género<br />

É ás onze horas da noite, que nós<br />

vamos lá conduzir o leitor... A porta<br />

abrindo-se deixava projectar os raios<br />

luminósos e o cheiro nauseabundo sobre<br />

o atoleiro a que os frequentadores<br />

assíduos chamavam o jardim. 0 balcão<br />

ficava á direita e disposto de maneira<br />

que para lá se chegar era preciso saltar<br />

o buraco negro por onde se descia<br />

para a frasçueira. Á noite um alçapão<br />

fechava êsse antro, que de dia ficava<br />

escancarado, protegendo d'esse modo,<br />

a locandeira, das caricias dos taes senhores,<br />

e o balcão, dos curiósos que<br />

quizessem metter as mãos na gavêta.<br />

Em frente do mostrador, isto é, entrando<br />

á esquerda, havia seis mêsas, três<br />

encostadas ao tabique e as outras á<br />

parede; eram d'uma simplicidade primitiva,<br />

servia de supporte um toro de<br />

jpdeira enterrado no chio; em volta<br />

Virgilio Marão Pessoa, e Antonio Lopes<br />

de Moraes.<br />

Substitutos, Abel Thomaz d'01iveira<br />

e Sousa, Victor da Costa Condeixa, e<br />

Jacintho Manuel de Oiiveira.<br />

Na estação do caminho de ferro<br />

de Pedrouços um wagon de manobras<br />

esmagou o trabalhador Eugénio<br />

da Rocha, que morreu instantaneamente.<br />

Um furacão. — Grandes prejuízos<br />

Dizem-nos de Proença-a-Nova, com<br />

data de 16, o seguinte:<br />

Na villa de Sobreira Formosa, distante<br />

9 kilómetros de Proença-a-Nova,<br />

um grande' furacão assolou algumas<br />

das melhores propriedades do sitio,<br />

arrancando oliveiras, sobreiros,: e azinheiras,<br />

causando dó a todos vêr os<br />

grandes e avultados prejuízos que resultaram<br />

do furioso vendaval, que não<br />

poupou sequer as árvores de maior tamanho<br />

e grossura.<br />

As árvores foram arrastadas para<br />

grande distância dos sitios onde se<br />

achavam e de algumas não se sabe<br />

onde foram parar.<br />

O furacão foi tam violento que chegou<br />

a arrancar pedras e telhados. Tudo<br />

era arrastado na sua frente com diabólico<br />

furor.<br />

Não causou, felizmente, desastres<br />

pessoaes, devido talvez à villa estar<br />

bastante distante do sitio onde a fúria<br />

do vento mais se fez sentir.<br />

Um pobre homem do logar do Espinho<br />

é que flcou muito contundido e<br />

molestado, por ter sido levantado ao<br />

ar por três vezes e arremessado violentamente<br />

ao sólo. O pobre homem<br />

não sabia dizer como e a que distância<br />

foi arremessado.<br />

Entre os proprietários que maior e<br />

mais prejuizo soffreram com êste furacão<br />

coutam-se os srs. P. Luiz dos Conqueiros,<br />

Bernardino Laia e Manuel Ribeiro<br />

da Cruz, sendo todos os prejuízos<br />

calculados em alguns contos de rs.<br />

Não ha memória de tantos prejuízos<br />

causados alli pelo vento, pois que só<br />

á vista se poderia conhecer os destróços<br />

e o tamanho do arvoredo arrancado,<br />

e qual a distância a que foi parar.<br />

Outro homem, mais afortunado do<br />

que aquelle a que acima referimos,<br />

teve a feliz lembrança de se apear de<br />

uma azinheira, onde estava derramando<br />

frança para dar a., comer ao gado<br />

que guardava. Poude assim a tempo<br />

evitar a morte, deitando-se no chão e<br />

procurando agarrar-se com força.<br />

Ainda assim rebolou, sendo arrastado<br />

a alguns metros. Passados momentos,<br />

olhando para o sitio onde estava<br />

a árvore não viu já o menor vestígio<br />

d'ella.<br />

Mais cinco homens que estavam den-<br />

havia bancos. Os freguezes para se<br />

distrahirem haviam desenhado nas paredes<br />

húmidas mil obscenidades.<br />

As garrafas dos licôres — licôres infernaes<br />

!—e ás dos vinhos generósos,<br />

estavam collocadas por traz do balcão<br />

em fórma de pyramide.... e nem uma<br />

só ao alcance das mãos dos honestos<br />

freguèzes do Pean de Lapin.<br />

O creado era um typo suigeneris:<br />

devia ter trinta annos; sem ser obeso,<br />

era todavia bastante cheio de carnes e<br />

usava barba rapada como os^padres;<br />

vistido çom as côres dá Caía, isto é,<br />

de porcaria sobre um fundo de andrajos;<br />

a sua cabeça destacava-se, luzidia,<br />

por effeito das pomadas, da; sua camisa<br />

côr duvidósa, como se fosse de cêra.<br />

Era d'e)le que um espirituoso do<br />

Lapin dizia:<br />

— «Usa a camisa suja só para ter o<br />

prazer de a mudar todos os dias.»<br />

O seu rosto redondo tinha um certo<br />

ar de candura; as maçãs côr de rosa<br />

do seu rosto sobresafam sobre as faces<br />

brancas; as pestanas e sobrancelhas<br />

muito carregadas tornavam-lhe os olhos<br />

mais vivos, mas as palpebras cerran*<br />

do-se muitas vezes velavam-lhe discre-<br />

tamente o fogo do seu olharmos lábios<br />

pareciam inchados por effeito da pomada<br />

carminada que os cobria; as orelhas<br />

não escaparam á porcaria, nem á<br />

pintura; era ascoroso; cobria-lhe a ca*<br />

beça uma cabelleira d'um loiro avermelhado,<br />

cujas mechas engorduradas<br />

vinham termiuar em bandós nas faces.<br />

A voz era dôce, o andar tímido, as<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 24 de janeiro de 1897<br />

tro de um lagar, ouvindo grande vento<br />

e transformar-se de súbito o dia em<br />

noite, fugiram espavoridos. Nada soffreram.<br />

porém, por estarem a distância<br />

do local onde o furação actuou com<br />

mais violência.<br />

Antes de começar o furacão houve<br />

um grande remoinho. Foram levantadas<br />

ao ar pedras, árvores e colmeias,<br />

seguindo tudo por um vallado abaixo<br />

e indo parar a grande distância. N<<br />

C3mpo ficou aberta uma estrada da<br />

largura de 50 metros. O furação levou<br />

tarnbem muros e rochedos, Gnalmente<br />

tudo quanto encontrou na sua marcha.<br />

Em Buda Pesth, os operários mineiros<br />

do caminho de ferro do Estado,<br />

que se tinham declarado em grève,<br />

cercaram na quinta feira a direcção,<br />

destruindo o escriptório. Acudiu a gendarmeria,<br />

que effectuou algumas prisões,<br />

mas no conflicto flcou ferido o<br />

tenente de gendarmeria, e foram mortos<br />

oito mineiros.<br />

Herança de um mendigo<br />

Falleceu na quarta-feira no hospital<br />

de Cintra Francisco Marcellino, mendigo<br />

alli muito conhecido pela alcunha<br />

de Peitos abértos.<br />

Era solteiro, natural da freguezia<br />

de Alcabideche, concelho de Cascaes,<br />

filho de Marcellino de Jesus e de Julia<br />

Rosa, e contava 76 annos de edade.<br />

Na casa onde residia este falso<br />

mendigo foi encontrada pela auctoridade<br />

grande quantidade de dinheiro, na<br />

importância approximada de 700$000<br />

réis, sendo 235)5170 réis em moeda<br />

de cobre corrente; 66 kilos em moeda<br />

de cobre antiga; 275^000 réis era<br />

moeda de prata corrente; 12$000 réis<br />

em moeda de prata antiga; 12 moedas<br />

de ouro, libras e meias libras, e<br />

muitos outros objectos, como louça,<br />

mantas, cobertores, etc., etc.<br />

0 Peitos abértos tinha sido roubado<br />

por varias vezes, e ainda ha bem<br />

pouco tempo se queixou de lhe terem<br />

tirado 350(5000 réis.<br />

Se não fossem os successivos roubos<br />

que tem soffrido, este homem, que<br />

durante muitos annos conseguiu illudir<br />

bastante gente, que lhe dava esmóla<br />

pelo estado miserável em que o viam,<br />

deixaria um razoável pecúlio.<br />

Segundo se diz, o fallecido deixa um<br />

irmão como único herdeiro.<br />

Dizem do Brasil que as melhoras do<br />

sr. dr. Prudente de Moraes, illustre<br />

presidente da Republica B asileira, continuavam<br />

a accentuar-se.<br />

No dia de Anno Bom foram-Ihe dirigidas<br />

muitas felicitações pelas suas melhoras<br />

e votos de prosperidades e completo<br />

restabelecimento.<br />

Uma commissão japonésa<br />

No intuito de se eximirem a entregar<br />

o seu dinheiro aos países europeus<br />

que lhes construem os seus navios de<br />

guerra e lhes fornecem o armamento,<br />

os japoneses proseguem com enthusiástico<br />

ardor no propósito de desinvolverem<br />

a sua própria actividade.<br />

Em obediência a essa idóa, enviaram<br />

á Europa uma commissão official que<br />

tem por fim visitar e estudar os arsenaes,<br />

fundições e fábricas de material<br />

de guerra. Essa commissão já terminou<br />

a sua tarefa na Inglaterra e agora<br />

dispõe-se a cóntinuá-ia na França,<br />

Bélgica e Allemanha.<br />

Logo que termine os seus estudos,<br />

dirigir-se-ha a Simonosaki para alli<br />

implantar os processos europeus no<br />

grande estabelecimento metallurgico<br />

pertencente ao Estado.<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomádas na<br />

*<br />

sessão ordinária de 7 de janeiro<br />

de 1897.<br />

Presidência do vereador mais velho,<br />

arcediago José Simões Dias.<br />

Vereadores presentes:—effectivos:<br />

bacharel José Augusto Gaspar de Mattos,<br />

José Antonio Lucas, Antonio José<br />

de Moura Bastos, José Marques Pinto<br />

e Albano Gomes Paes.<br />

Dando-se cumprimento ás disposições<br />

do art.° 45 do cod. adm., procedeu á<br />

nomeação de presidente e vice-presidente,<br />

sendo depois do escrutínio,<br />

proclamado presidente o dr. Luiz Pereira<br />

da Costa e vice-presidente o ar<br />

cediago José Simões Dias.<br />

Arrematou em praça pelo corrente<br />

anno os impóstos indirectos das freguezias<br />

de Botão, S. Martinho do Bispo<br />

e Castello Viegas, sobre vinho, vinagre,<br />

etc.; e sobre carnes, da freguezia<br />

de S. João do Campo.<br />

Mandou annunciar nóva praça para<br />

os impóstos d'outras freguezias e para<br />

o arrendamento de bárcas de passágem,<br />

que não tivéram lanço favoravel.<br />

Enviou ao vereador competente para<br />

informár, uma propósta, única, apresentada<br />

para o fornecimento de géneros<br />

para o Asylo de cégos.<br />

Tomou conhecimento de um oflicio<br />

do Ministério do Reino ácêrca da venda<br />

de terrenos da quinta de Santa Cruz,<br />

e de outro da Commissão Districtal,<br />

approvando pagamentos feitos ás amas<br />

dos expóstos e. mães subsidiadas.<br />

Attestou ácêrca de uma petição para<br />

subsídio de lactação.<br />

Mandou registrar uma nóta de canalizações<br />

d'agua executadas desde 3 i<br />

de dezembro.<br />

Auctorizou trabalhos de canalização<br />

de aguas, limpeza e decóte d'árvores;<br />

e o pagamento de despezas com a<br />

limpeza e conservação do edifício do<br />

Governo Civil.<br />

Auctorizou o vereador competente a<br />

mandar proceder a uma verificação rigorósa<br />

nos contadores destinados a<br />

marcar o consumo particular d'agua,<br />

e a fazer interromper o curso d'ella a<br />

lodos os consumidores que se encontrem<br />

comprehendidos na disposição do<br />

art.° 14 do Regulamento respectivo.<br />

Despachou requerimentos, auctorizando<br />

a construcção de um muro de<br />

vedação a um prédio no sítio das<br />

Vendas da Pouzada; a abertura de<br />

uma porta em um muro aa rua da<br />

Ilha; a reconstrtfcção de uma cása «m<br />

Santa Clara, tudo sob condições da repartição<br />

têchnica; a occupação de uma<br />

barraca do mercádo até o último de<br />

fevereiro, segundo o preço da renda<br />

do anno findo; o arredamento MB<br />

praça de duas outras barracas do<br />

mercádo, e cedendo licença, sem v$ncimento,<br />

por três mêses a um bombeiro<br />

municipal.<br />

KALENDARI0 DE JANEIRO, 4897<br />

3 10 17 24 31<br />

Segunda feira .... 4 11 18 25 —<br />

5 12 19 26 —<br />

*6 13 20 27 —<br />

T 14 21 28 —<br />

*t 8 15 22 29 —<br />

2 9 16 23 30 —<br />

Lua nova em 3, ás 5,27 m. da ra.<br />

Quarto crescente em 10, ás 9,9 m.<br />

da m.<br />

Lua cheia em 18, às 7,40 m. da t.<br />

Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />

m. da t.<br />

Os dias augmentam durante o més<br />

uma hora approximadamente.<br />

Con^rite<br />

A associação de classe dos fabricantes<br />

de calçado convida todos os<br />

operários sapateiros a assistirem á<br />

l. a sessão de propaganda contra a<br />

introducção do fabrico mechánico<br />

de calçado, no nosso país, que deve<br />

ter logar hoje pelas 3 V» horas da<br />

tarde, na séde das associações de<br />

classe, no edifício do Carmo.<br />

Coimbra, 22 de janeiro de 1897.<br />

Piano<br />

A Direcção.<br />

Vende-se um quasi novo e de bom<br />

auctor. Nesta redacção se diz.<br />

suas mãos- gordas estavam inchadas dos o comprimentaram, mas nenhum Enchendo os copos dos companhei-<br />

das frieiras. Charaava-se Gustavo. ousou ir sentar-se ao seu lado, tal era ros fez-lhes uma saúde, e bebeu.<br />

Quando alguém lh'as pedia, dava in- o respeito que lhe votavam.<br />

formações sobre as prisões de Poisys, O barão estava cercado por sete fre-<br />

IV<br />

onde estivera cinco annos... ignorava-se,<br />

porém, a causa; desejava pasguèzes<br />

que bebiam de pé.<br />

Na taberna havia um barulho de en- A. taberna do «Pean de Lapin»<br />

sar por honesto; a proprietária do surdecer.<br />

Pean de Lapin, para a qual elle nunca O barão apenas entrou foi immedia- 0 barão sentado deante do velho<br />

levantava os olhos, depositava nelle a tamente sentar-se deante do velho so- consumidor dizia-lhe:<br />

maior confiança,<br />

litário, que lhe estendeu a mão dizen- — Tio Lanout, tenho hoje nujitás<br />

A que tinha a seu cargo o estabeledo: coisas; mercadorias ricas, tapeçarias,<br />

cimento, nada apresentava de notável. — Bons dias!... Que ha de novo ? bronzes; necessito, porém, fazê-las<br />

Sentada, os freguezes já avinhados to- — Boas noites! Tenho um bom ne- transportar antes de amanhecer.<br />

mavam-na por um homem : só por o gócio a propôr-vos.<br />

— Estám longe?<br />

fato se reconhecia o seu sexo.<br />

— Um negócio...<br />

— Em Asnières, no sitio que sabeis.<br />

De resto, para se distinguir qualquer E elevando a voz de maneira a ser — Sim, é longe.<br />

coisa dentro da bodèga, era preciso ouvido, accrescentou: Fallêmos entam —E outra porção está em Sures-<br />

ter o habito de ahi passar a maior par- sobre elle.<br />

nes. iiíi 'í!í'í;0j"f1 ''if1(>t 92<br />

te do tempo, tam densa era a atmos- Ao ouvir-se esta palavra, estabelepbera,<br />

que lá se respirava, por causa ceu-se immediatamente o silêncio na<br />

do fumo dos candieiros e dos cachim- bodéga, silêncio relativo, queremos dibos;<br />

parecia uma nuvem...<br />

zer, porque continuaram a fallar em<br />

Foi só ás onze horas da noile, dis- voz mais baixa.<br />

sémos já, que o barão entrou a porta Lalougueur inclinando se disse ao<br />

do Pean de Lapin.<br />

ouvido de Petite:<br />

Áqueila hora as seis mêsas estavam — E o uosso negócio?<br />

occupadas, uma, a do fundo, por Gros- Esta voltando-se por sua vez para<br />

bouleau, Petite, Lalougueur, Nitard e Grosbouleau e repetiu em voz baixa:<br />

Lichet.<br />

— E o nosso negócio?<br />

Lichet e Grosbouleau jogavam as — Depois, depois.»., respondeu elle<br />

•cartas; Petite, amorósaraente reclinada no mesmo tom... deixámos o barão<br />

sobre êste, observava o seu jogo; Ni- tratar com o velho.<br />

tard e Lalougueur faziam de mirones. Petite inclinando-se disse ao ouvido<br />

Outra mêsa, a primeira dn lado da de Lalougueur:<br />

parêde estava occupada por um velho — Eugène, diz que depois... é ne-<br />

que fumava, com os cotovellos encos cessário deixar o barão concluir o con-<br />

tâdos sobre ella. tendo diante de si um trato.<br />

copo de vinho. Quaodo elle entrou, to — Está bem, assentiu Lalougueur.<br />

A íjSi!jiá<br />

— Sam dois negócios, entám?<br />

— Não é, que não pôde ser transportado<br />

tudo para o mesmo sitio...<br />

— Está bem, vae-se lá.<br />

0 homemsinho disse estas palavras<br />

com o mesmo sentido com que dizia :<br />

Essa outra porção é a minha commissão.<br />

0 tio Lanout era um receptador, más<br />

conservava para com os seus clientes<br />

os vocábulos usados nas relações óommerciaes<br />

ordinárias. Fingia ignorar a<br />

origem dos objectos que comprava.<br />

Tratava com o barão como se éste tivesse<br />

comprado fóra da cidade as mercadorias<br />

que lhe vendia. Os dois conheciam-se<br />

a fundo e sabiam, por isso,<br />

que nem um nem outro se deixariam<br />

comer por tolos, 1<br />

(Continua.)


POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Eucontra-se na redacção àa^Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos c«\pí|ulos:<br />

A minba entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

Limoe ro lioje—O regulamento - - Os presos—Um<br />

canicidu—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />

— Scenas de Sjangu,e — As prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater doâ ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte,. carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplicios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etp,, etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />

1 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

11, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Compieto sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

ESCRIPTORIO — Rua da Sopliia, n.° 54, 2.°<br />

C O I M B R A<br />

3 lllrata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

1 De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leilão;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

De recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão ;<br />

De liquidações ,dé heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaes e repartições públicas.<br />

Pela soa longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Tabella dos preços dos principaes serviços<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />

económicas 20000<br />

Agência em quaesquer processps judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês 10000<br />

Nestes processos não se leva coisa alguma dos requerimentos<br />

feitos e.D audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

e o constituinte tem sómente a pagar a agéneia.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />

e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte 10000<br />

Todos os serviços sam feitos com promptidlo e quasi de<br />

graça.<br />

RESISTENCIA-Domingo, 24 de janeiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

.365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; — e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ISO réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Yianna—OfDciaa de Encadernarão, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de íferreira<br />

Borges.<br />

BICO ALIER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °(0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ IÂHQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO ~<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A.' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELP0BT<br />

241, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />

COIMBRA<br />

spASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v ^Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE CIMA—80<br />

Coimbra<br />

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Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues ida Silva & C.a<br />

GAZETA DAS ALDEIAS<br />

Semanario illustrado de propaganda agricola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis<br />

Collaborado por grande número de escriptores cie reconhecida<br />

competência: Lentes da Universidade, Academia PolytêchniCa<br />

do Porto; Instituto de Agronomia de Lisboa; directores e professores<br />

de escólas agrícolas do pais; médicos, advogados, chimicos,<br />

engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />

viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />

A S S I G N A T U R A P A R A 1 8 9 7<br />

Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />

a Gazeta das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />

portuguêses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />

Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />

variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou 1)51000<br />

réis por semestre.<br />

A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa-periódica os<br />

maiores louvores e é considerada como um guia indispensável<br />

na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />

trata de medicina práctica, economia doméstica, educação, industrias<br />

diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />

em folhetim um bonji romance.<br />

0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />

morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />

Director da Gazeta das Aldeias—Poito. Masassigna-se também naa<br />

Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />

E NA<br />

AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional e Estrangeira<br />

Bua dos Clérigos, 8 e 10—Porto<br />

CAVALLOS<br />

8 Muares, etc.; esquinéneias,<br />

A» sobrécannas, ovas, separavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc., curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos,<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depósitos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Depósito geral:<br />

Pharmacia Costa —Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

C O I M B R A<br />

9 flonsliltas todos os dias<br />

v das nove da manhã às<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao público em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salta e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

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Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinisroo.<br />

Empregado<br />

11 Adinitte-se um cora prâctica<br />

de papelaria e tabácos.<br />

Coimbra-Rua de Ferreira Borges,<br />

207 a 211.<br />

12 I7eJíde-se a casa n.° 5,<br />

w na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 4000000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

TGUIA D'0UR0<br />

FRANCISCO P, MARQUES<br />

l3|loiipas completas para ho-<br />

II mem, de 50000 réis<br />

para cima!<br />

Alta novidade!<br />

COIMBRA<br />

"RESISTENCIA,,<br />

PCBLICÀ-SE AOS DOMINGOS<br />

S Q0INTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA);<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2&700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 20400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

LIVROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

ste jornal fâr honrado.<br />

ANNUNCIO»<br />

Cada linha, 30 réis—Repeti*<br />

pões, 20 réis.—Para OS srs. dssignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Tyf. F. Frasca An»d«—CQMp|


N.° 202 COIMBRA—Quinta feira, 28 de janeiro de 1897 2.° ANNO<br />

AO EXÉRCITO<br />

Vós jurastes, srs. militares, manter<br />

a ordem e tendes deixado lavrar<br />

tam fundo a desordem, que toda a<br />

Perante os factos que dia a dia administração pública é um bahos,<br />

estám afundando num mar de lama todos os poderes se exercem na<br />

esta pobre nação portuguesa, eu maior confusão e âté em completa<br />

pergunto ao exército que figura elle inversão das suas correspondentes<br />

suppõe fazer, neste vergonhosíssimo attribuições.<br />

desmoronamento? Sim: eu pergunto Jurastes manter a lei fundamen-<br />

aos srs. generaes, aos srs. coronéis, tal do Estado, e tendes não só con-<br />

aos srs. subalternos, a lodo o homem sentido, como sido cúmplices de<br />

que tem á cinta uma espada e até uma constante dictadura, que é a<br />

aos que lêem ao hombro uma es- negação de toda a lei estabelecida,<br />

pingarda, qiiè figura elles crêem que é um atropello, só em casos<br />

estar fazendo perante a nação e pe- raríssimos permittido, da própria<br />

rante o mundo ?<br />

constituição orgânica da monarchia.<br />

Nós, os paisanos, lemos gasto Mais ainda, srs. militares: quan-<br />

todos os meios de lucta, tèmo-nos to mais cynicos, mais devassos,<br />

sacrificado, têmo-nos comprometti- mais despóticos, o que tanto vale<br />

do, têmos prejudicado as nossas fa- como dizer anárchicos, têem sido<br />

mílias, têmos cortado relações pesi os governos d'este país, tanto maior<br />

soaes, têmos sido alvo de calúmnias, tem sido o número das promoções,<br />

de perseguições, de verdadeiras ex- das commissões largamente gratifitorsões,<br />

que já a muitos lêem indicadas, tanto maior tem sido o augvidado<br />

e até reduzido á miséria. mento do vossos soldos e mais ri-<br />

Luctamos na imprensa, luctamos gorósas as disposições dos vossos<br />

nas associações, luctamos nos co- regulamentos disciplinares.<br />

mícios e junto da Orna. Sempre que O que quer isto dizer?<br />

o nosso patriotismo, a nossa dedi- Não vos incito á revolta, srs.<br />

cação, o nosso desinteressé têem mantenedores'da or'dem. Façó-vos<br />

sido postos á prova, nós têmos man- simplesmente estas perguntas, no<br />

tido o nosso posto, não têmos re- pleno uso do meu direito de cidacuado<br />

nem um passo, e ainda hoje, dão de um país que tem uma con-<br />

neste momento, milhares e milhastituição monárchico- representatires<br />

dos nossos estám promptospara va.<br />

lodos os sacrifícios, sem exigir ga- Digo-vos mais: Se não fôsseis<br />

rantias, sem cuidarmos do nosso vós, nós já de ha muito teriamos<br />

futuro nem do futuro dos que nos feito justiça inteira e posto tudo no<br />

sam mais caros.<br />

são. Ha nesta Lisboa muitos mi-<br />

Mas vós, srs. militares do exércilhares de homens que pensam como<br />

to è da armada, o que tendes feito nós. Ha aqui seis mil eleitores,.que<br />

contra esta destruição persistente, desde annos vêem protestando pú-<br />

systemática, sempre crescente, de blicamente contra ésta immunda<br />

todos os recursos da pátria, de to- orgia, de que vós sois o mais forte<br />

dos os elementos da vida e do fu- sustentáculo. Esses seis mil homens<br />

turo da nação?<br />

lêem resistido a todas as tentativas<br />

O que tendes feito para nos aju- de corrupção, a todas as pressões,<br />

dar, srs. militares?<br />

a todas as violências e até a todas<br />

Jurastes defender o rei e tendes as artimanhas e fraudes dos gover-<br />

desde longos annos, consentido que nos e dos seus misérrimos agentes.<br />

elle seja o joguête das mais vis pai- Atraz d<br />

xões, o instrumento dos mais réles<br />

especuladores, o alvo das mais sangrentas<br />

injúrias.<br />

Jurastes defender a integridade<br />

do território nacional, e tendes, de<br />

braços cruzados, consentido que elle<br />

seja repartido por quantos ambiciósos<br />

o têem cubiçado.<br />

Jurastes defender o brio e a honra<br />

da nação, mas, longe de cumprir<br />

êsse dever, sobre todos sagrado,.vós<br />

tendes deixado insultar, infamar<br />

e arrastar pela lama êsse brio<br />

e essa honra, que deviam estar personificados<br />

no Estado e nos homens<br />

que o representam.<br />

J grande vergonha nacional, que perante<br />

o mundo nos degrada até á<br />

condição de míseros selvagens e<br />

torna plausível a expropriação d'este<br />

pôvo — por utilidade pública.<br />

Sois vós sobretudo, srs. militares,<br />

os culpados dê todas as nossas<br />

desgraças, de todas as nossas vergonhas,<br />

da negação do nosso direito<br />

a vivermos livres e independentes.<br />

Não sabeis manter os governos<br />

na ordem não podeis sustentar a integridade<br />

do nosso território, não<br />

tendes força para fazer cumprir a<br />

constituição fundamental do Estado,<br />

não nos poupaes á vergonhas<br />

nem a insultos do extrangeiro; deixaes-nos<br />

roubar, espoliar, reduzir á<br />

extrema miséria... Para que servis<br />

entám ?<br />

Tendes patriotismo, tendes valor,<br />

tendes abnegação, porque sois<br />

portuguêses, e bem o provastes, não<br />

ha muito ainda, em África.<br />

Tendes amor á liberdade, porque<br />

sois illustrados e sois descendentes<br />

de duas gerações que pela<br />

liberdade soffreram os últimos horrores<br />

e muitas vezes arriscaram é<br />

até perderam a vida. Entám como<br />

se harmonizam êsses sentimentos<br />

heroicos com a cumplicidade de<br />

tám aviltantes baixêzas?!<br />

Não vos incito á revolta, meus<br />

antigos camaradas! Chamo-vos, não<br />

em nome da minha pessoal auctoridade,<br />

que é nulla, mas em nome<br />

dos mais caros interésses da nossa<br />

pátria, ao cumprimento dos vossos<br />

deveres, do vosso solemne juramento.<br />

Sêde monárchicos, embora, mas<br />

ponde de uma vez ponto nesta série<br />

de escândalos, que nos deshonram<br />

aos olhos do mundo e que fazem<br />

de nós o mais desprezível pôvo<br />

da Europa 1 Não vos indico o processo;<br />

não tenho competência para<br />

isso. Appéllo para vós, porque sois<br />

força pública, isto é, a nação em<br />

esses seis mil votantes, ha armas, que ella sustenta para a de-<br />

muitos milhares de cidadãos que fender de todos —absolutamente<br />

pensam como elles e que, se se não de lodos — os seus inimigos, inter-<br />

manifestam, é porque têem razões nos e externos.<br />

superiores ás suas forças para o Nós, os paisanos, não podemos<br />

não fazerem.<br />

fazer mais. Chegámos aonde podía-<br />

Fóra de Lisboa, em todas;as cimos e, se tivessemos armas, faríadades,'<br />

em todas as villas, em todas mos o resto. Não podemos, nem já<br />

as aldeias aonde chega um jornal é êsse o nosso dever. De tudo o que<br />

republicano, ha também milhares a nação está sofrendo, não sômos<br />

de cidadãos que estám comnosco e nós já os responsáveis: sois vós,<br />

que abençoariam a hora em que a<br />

HORÁCIO FERRARI.<br />

nação recuperasse o exercício da Sua<br />

soberania.<br />

Partiu para a Covilhã com sua<br />

ex.<br />

Vós principalmente, Srs. militares,<br />

sois a muralha da China, sois<br />

o barranco enórme que mantêm essa<br />

to4 Ao exército<br />

• 9<br />

Transcrevemos do nosso prezado<br />

collega O Paiz o nosso artigo edictorial,<br />

devido á penna eloquente<br />

do nosso eminente correligionário<br />

sr. Horácio Ferrari.<br />

Já poi vezes nos temos referido<br />

Espôsa, de visita a uma sua<br />

filha que está grávemente doente, o<br />

sr. dr. Nunes Giraldes, decano da<br />

'faculdade de Direito.<br />

1<br />

cias. E estas ham de vir, máís cèdò<br />

do que muitos imaginam.<br />

Rodrigo da Fonseca Magalhães e<br />

Fontes Pereira de Mello estabeleceram<br />

na política porluguêsa o systema<br />

da corrupção. O sr. João Franco<br />

vae mais longe: allía com êsse o<br />

das perseguições, e, nesta parle,<br />

á attitude do nosso exército em face<br />

desceu até onde ainda não cos-<br />

dos factos praticados pelos poderes<br />

tumavam ir ministros portuguê-<br />

constituídos.<br />

ses nos últimos tempos; abusa do<br />

Agora limitar-nos-hemos a dizer<br />

seu poder como ministro para exer-<br />

que concordámos plenamente com<br />

cer mesquinhas vinganças pessoaes.<br />

as considerações feitas pelo sr. Ho-<br />

O systema inaugurado pelo burlesrácio<br />

Ferrari e as reputamos tam<br />

co dictador já tem imitadores.<br />

importantes que entendêmos ser um<br />

Haja vista o que agora fez o sr.<br />

dever da imprensa republicana dar-<br />

juiz Veiga com o redactor d'O Polhes<br />

publicidade. É necessário dizerpular.<br />

Está no caminho do seu pase<br />

toda a verdade ao país, dóa a<br />

trão e é capaz de se tornar tam exí-<br />

quem doer, custe a quem custar.<br />

mio na arte como elle.<br />

O sr. João Franco declarou na Aiili uo, 4>b OÍJI,í>


0 nosso crédito no extrangeiro<br />

Os jornaes têem-se referido a um<br />

facto que, a ter-se dado, é um verdadeiro<br />

desastre para o nosso crédito<br />

e mostra que isto está próximo<br />

do fim: o haver suspendido um<br />

banco inglês o crédito que nelle<br />

tinha o Banco de Portugal.<br />

Um jornal governamental, alludindo<br />

a êste facto, não o nega, limitando<br />

se a dizer que não sabe<br />

como o deixaram transpirar para o<br />

público.<br />

O partido progressista de Braga,<br />

estrebuchando por chegar ao fim da<br />

longa abstinência do poder, reunido<br />

em assembleia geral, estende os braços<br />

do alto do Bom Jesus ao sr<br />

Joçé Luciano, pedindo-lhe que os<br />

não deixe definhar de debilidade<br />

amor pátrio!<br />

A parte principal da moção<br />

concebida neste grosso farelório<br />

grammatical:<br />

... . reconhecendo que os grandes<br />

males que affligem a nação<br />

impõem a todos os cidadãos força<br />

e vontade para a salvar, o<br />

partido progressista de Braga<br />

invoca o civismo comprovado, a<br />

dedicação partidária e nunca desmentida,<br />

o patriotismo acrisola<br />

do e incontestado do seu illustra<br />

do e digno chefe, para, se lhe<br />

fór dada opportunidade de acceitar<br />

a alta missão que lhe está reservada<br />

como chefe do governo,<br />

na manutenção da lei, da ordem,<br />

do crédito e do futuro da nação.<br />

O bem da pátria assim o está reclamando<br />

e assim o exige.»<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

tante do governo francês reclamou.<br />

Mas de nada isso serviu porque intendente<br />

Veiga e juizes, sem quererem<br />

saber da defesa do réu, que<br />

negava a pés juntos, queriam, fôsse<br />

como fôsse, vingar o altar e o<br />

thrôno ultrajado.<br />

E assim foi, — com açoutes e<br />

degredo.<br />

O resultado foi o almirante Roussin<br />

forçar a entrada do Tejo, aprehender<br />

as nossas embarcações, exigir<br />

a annullação da sentença, a demissão<br />

do feroz Veiga e de todos os<br />

juizes que assignáram a sentença,<br />

pesada indemnização pecuniária<br />

a vergonhosa publicação de tudo<br />

isto na fôlha official 1<br />

Taes sam os Veigas!<br />

A Faculdade de Theologia incumbiu<br />

na última congregação o sr.<br />

dr. Luiz Maria da Silva Ramos de<br />

escrever o elogio histórico do conselheiro<br />

Francisco Antonio Rodri<br />

gues d'Azevedo, ultimamente fallecido.<br />

Têm causado sensação uns arti<br />

gos publicados ri O Popular sob i<br />

título A El-Rei, em que aquelle<br />

jornal declara que abandonará a<br />

monarchia, se o rei não tomar as<br />

providências necessárias para que<br />

sejam respeitadas as garantias indivíduaes.<br />

O artigo d'hontem termina assim<br />

:<br />

tes, bibliographia, cancioneiros nacionaes,<br />

cidades e villas do reino,<br />

commércio e economia nacional,<br />

costumes e tradições, indústrias,<br />

lendas nacionaes, superstições, numismática.<br />

epigraphia, história da<br />

língua, história política, legislação,<br />

navegações portuguêsas, sciéncias,<br />

etc.<br />

Publicar-se-ha quinzenalmente<br />

em fascículos de 32 paginas, fólio<br />

grande. Cada fascículo custará 100<br />

réis, afóra o sello quando seja expedido<br />

pelo correio. A quem pagar<br />

adiantadamente séries c|e 10 a 20<br />

fascículos far-se-ha abatimento.<br />

Toda a correspondência deve ser<br />

dirigida ao Diccionario critico da<br />

Consta-nos que o sr. dr. Vicente<br />

Rocha, que ha quatro annos foi demittido<br />

do logar de médico da Misericórdia<br />

por gravíssimos factos<br />

que commelteu no exercício das<br />

suas funcções, requereu agora o<br />

andamento do processo que pro-<br />

moveu contra a deliberação da Mêsa<br />

e que ba perto de quatro annos estava<br />

parado por falta de intervenção<br />

do interessado.<br />

Não sabemos a que attribuirêste<br />

facto, parecendo-nos todavia que<br />

elle se vae filiar nos trabalhos de<br />

reorganização partidária em que<br />

andam empenhados os regeneradores<br />

d'esta cidade.<br />

E por hoje nada mais.<br />

Ao sr. commandante do batalhão<br />

n.° 2 da guarda íiscal<br />

Dizem-nos da Figueira da Foz<br />

que no dia 30 de dezembro próximo<br />

findo fóra insultado, por palavras<br />

pelo escrivão de fazenda d'aquelle<br />

concelho, dentro da própria repartição<br />

e na presença de várias pes<br />

sôas que alli estavam, o 2.° sar-<br />

gento da guarda fiscal — Bernardo<br />

Martins Ferreira, encarregado da<br />

fiscalização do real d'agua.<br />

Dizem-nos também que êste empregado<br />

tem procedido no desempenho<br />

do seu serviço sem favori-<br />

história de Portugal, rua dos Caltismos nem vinganças, o que parece»<br />

deireiros, 43. — Porto.<br />

ter dado motivo ao conílicto a que<br />

nos referimos, e que consta não ser<br />

o primeiro.<br />

Crêmos que o digno commandante<br />

do batalhão n.° 2 da guarda<br />

fiscal não deixará de averiguar<br />

causa d'este escândalo.<br />

Mariano, piscando o olho, todo<br />

inflammado em justiça e no santo<br />

zêlo pelas liberdades públicas, declara<br />

em epistola ao rei, por inter-<br />

médio do Popular, que, em vista de<br />

tantas prepotências, elle Mariano<br />

passa o pé ao throno e real familia<br />

e se esgueira para a Republica.<br />

Mal no partido republicano se<br />

ouviu a laracha do gajo, largou tu<br />

do em busca de vassouras e mar<br />

Partido republieano<br />

monumento aos revoltosos de Janeiro.<br />

Ceremdnia da inauguração<br />

CONVITE<br />

Tendo de inaugurar-se no próximo<br />

diá 31 de janeiro o monumento levantado<br />

no Prado de Repouso do Porto aos<br />

marlyres da primeira revólta republicana,<br />

e desejando as commissões encarregadas<br />

dos trabalhos que tal cerernonia<br />

tenha a importância digna de<br />

quem se bateu era jornada tam gloriósa,<br />

tem a honra de convidar respeitosamente,<br />

e por este único meio, o Directório<br />

do Partido Republicano, Grupo<br />

de Estudos Sociaes, câmaras municipaes<br />

ou minorias republicanas, commissões<br />

municipses e parochiaes, imprensa,<br />

aggrerai.ções de caracter democrático<br />

e todos os cidadãos republicanos<br />

a comparecer ou fazer representasse<br />

era tam solémnç manifestação,<br />

como testemunho de solidariedade republicana.<br />

Como, por determinação da auctori<br />

dade, não haja discursos, as commissões<br />

rogara ás entidades que se representem,<br />

a fineza de deporem flores,<br />

em torno do monumento, no acto da<br />

inauguração e benção, que terá logar<br />

apoz a missa que, ás 10 horas da manhã,<br />

precisas, será rezada na capella<br />

do mesmo cemitério.<br />

As commissões rogam a toda a imprensa<br />

a fineza de transcrever êste<br />

convite até ao próximo dia 3t, e ás<br />

entidades que desejem representar-se<br />

o obsequio de o participar à redacção<br />

da Voz Publica ou ao spcretàrio. F.<br />

Gouveia da Silva, rua do Lindo Valle,<br />

153—Porto.<br />

Figueira da Fóz<br />

Preparam-se grandes festejos na<br />

melleiros ferrados!<br />

Figueira da Fóz para receber no<br />

«El-rei parte para o Alemte- O sr. Luiz Antunes Barreira abriu<br />

E agora que venha!...<br />

dia 1 de fevereiro o grupo de bajo,<br />

isolando-se das influências dois talhos no mercado de D. Pe Está tudo a postos e um candieiterias do regimento de artilheria<br />

Está averiguado que os progres- perniciosas de Lisboa, e estamos dío V e que está vendendo a carne ro ás ordens!<br />

n.° 3, que, sob o cominando do sr.<br />

sistas do norte, bem como os do certos de que principalmente o de vacca a 200 e 220 réis.<br />

major José Maria da Silva Basto,<br />

sul, se não conseguem acevadeira fez para mais tranquillo dispór<br />

váè constituir a guarnição militar<br />

do mando, rebentam de mágua e de tempo e pensar na grave Em nome do princípio da auctoridade Theatro Príncipe Real<br />

com o bem da pátria atravessado questão pendente, que não é de<br />

d'aquella cidade.<br />

nas guellas 1<br />

um homem, mas de princípios. Querem saber, por que o sr. juiz<br />

Os espectáculos da companhia A câmara municipal, a associa-<br />

de Lucinda Simões, que estavam<br />

Queremos acreditar, em que Veiga fica no seu logar apesar das<br />

ção commercial e outras associa-<br />

annunciados para os dias 30 e 31<br />

não tardará de manifestar-se a<br />

Regressou a esta cidade o aba-<br />

prepotências que, arrastado pelo d'este mês e 1 de fevereiro, foram ções vam esperar as baterias á es-<br />

sua resolução definitiva.»<br />

lizado professor da faculdade de<br />

desejo de mesquinhas vinganças transferidos para os dias 13, 14 e tação do caminho de ferro.<br />

Theologia sr. dr. Alves da Hora. Hêmos de concordar em que êste exerceu contra o sr. Cesar d'Almeida, 15 de fevereiro.<br />

Haverá récitas de gala no thea-<br />

Popular é impagavel. Na ironia é redactor d 'O Popular? Ahi vae, em No próximo sabbado realiza-se tro-circo e no Gymnásio-Club Fi-<br />

difficil egualá-lo; impossível exce-<br />

A direcção geral de instrucção<br />

resumo, o que a êste respeito diz neste theatro um espectáculo variagueirense, illuminações e outras<br />

dê-lo.<br />

pública officiou ante-hontem á dire-<br />

um jornal do governo em artigo de díssimo, em que toma parte Cyni- manifestações de regosijo público.<br />

cção geral dos Próprios Nacionaes,<br />

fundo:<br />

ra Polónio, e será exhibido o Animatógrapho,<br />

que em Lisboa produ-<br />

Pediu a demissão de commissá-<br />

a fim de ser annullada a importânrio<br />

régio em Loanda o sr. Guilherme<br />

«O sr. Veiga commelteu uma ziu tam grande sensação.<br />

Âs partidas de camboyos da Companhia Real<br />

cia de 346$290 réis, com que foi<br />

gravíssima falta, um inqualificá<br />

Capello, ficando a desempenhar in-<br />

onerado o legado de vinte obriga-<br />

vel altentado, abusando das suas<br />

Desde 1 de fevereiro próximo em<br />

terinamente as funcções do seu<br />

ções da Junta de Crédito Público<br />

funcções para exercer uma vin- Está vaga nesta diocese a egre diante, nas estações de passagem<br />

cargo o secretário geral.<br />

de "$0$000 réis cada uma, que o<br />

gança pessoal. Nisto concordou o ja de S. Pedro de Rego da Murta, de toda a rede da Companhia Real<br />

fallecido médico Alvarenga testou<br />

0 sr. Capello vae ser fartamente próprio governo.<br />

que tem 339 fogos e 1:320 almas. dos Caminhos de Ferro Porluguêses,<br />

á Universidade de Coimbra, para<br />

compensado da perda do seu logar Mas houve um jornaTque teve<br />

serám supprimidos o primeiro e o<br />

constituir com os seus juros um pré-<br />

por haver publicado um decreto que<br />

o arrojo de querer melter o rei,<br />

segundo signal de prevenção, antes<br />

que é irresponsável, no assumpto,<br />

mio a um estudante distincto.<br />

foi elaborado em Lisboa, na rua dos<br />

Assuada a um bispo da partida dos comboyos, conti-<br />

e outros atacaram o sr. Veiga<br />

nuando a ser feito o signal de par-<br />

Capellistas, segundo declarou o sr. com inaudita violência.<br />

O bispo de Porto Alegre, D. Cláutida, por meio de 3 toques de<br />

Luciano Monteiro no Solar dos Bar- O dever do governo, que acha dio, que anda em viagem pastoral, campainha seguidos, na conformi-<br />

Toda a vez que em Lisboa ha<br />

rigas. A demora que houve no pe- censurável o procedimento do fazendo prédicas na egreja de Sandade do respectivo regulamento.<br />

escândalo de maior, fica o symbólico<br />

dido da demissão foi sem dúvida corregedor, é, desde que se apta Maria, daquella cidade,proferiu Sam exceptuadas desta disposi-<br />

juiz Veiga em discussão 1<br />

motivada pelas explicações que se pe|la para o rei e se ataca por palavras que não agradaram á poção as estações, em que ha bufete,<br />

Agora até as Novidades lhe ati-<br />

tal fórma o sr. Veiga, mantê-lo pulação. Condemnou em absoluto as da fronteira e as de bifurcação<br />

trocáram a esse respeito.<br />

ra 1<br />

no seu logar, não lhe acceitando o casamento civil e disse que quem [menos as de bifurcação das linhas<br />

Havendo chegado a accôrdo, o até a demissão, no caso que elle não receber o casamento de Egreja suburbanas de Lisboa), a saber:<br />

O zêlo excessivo d'este servidor,<br />

sr. ministro da marinha fica no seu a pedisse. Assim é necessário, não está casado, e que deviam ser inhas de Leste e Norte: Santarém<br />

para bem merecer dos patrões a<br />

logar.<br />

para salvar o princípio da aucto- enforcados os paes e maridos que Entroncamento, Abrantes, T. das<br />

grossa fatia que desfructa, traz á<br />

Esperemos agora pelas contas, ridade, manter intacto o prestígio não deixam suas filhas e espôsasir Vargens, Elvas, Marvão, Alfarellos,<br />

lembrança aquelle outro Veiga in-<br />

do magistrado».<br />

ao confessionário. O pôvo formou ~oimbra (B)e Pampilhósa;—Linha<br />

que o país ha de pagar.<br />

alas á porta da egreja, levando o<br />

tendente geral da polícia, que tam<br />

de Oeste: Cacem, Torres Vedras,<br />

Ficámos entendidos. A conser- bispo, debaixo de estrepitosa assua-<br />

desastrado serviço prestou ao go-<br />

aldas, Leiria, e Amieira;—Beira<br />

verno de D. Miguel, no caso Bo- Diccionario crítico da história vação do sr. Veiga no logar de da, até á casa onde hospedara. 3aixa: Castello Branco e Covilhã,<br />

de Portugal<br />

nhome.<br />

corregedor, de que devia ser de-<br />

nas quaes continuam a ser dados o<br />

0 francês Bonhome, estudante de Com êste título vae ser publicamittido,<br />

é o meio de punir os jor-<br />

)rimeiro e segundo signal de pre-<br />

Direito, foi accusado de juntamente da uma obra importantíssima, que, naes que tam justamente o atacaram.<br />

Na última assignatura recebeu venção respectivamente por meio de<br />

com outros ter praticado desacatos<br />

a julgar pelo prospecto que têmos Muito bem.<br />

carta régia de apresentação em um e dois toques de campainha.<br />

presente, nos fornecerá os mais va-<br />

benefício ecclesiástico o presbytero<br />

Egualmente continuam a ser da-<br />

numa das capellas da Sé Nova de<br />

dos os três signaes nas estações exliósos<br />

elementos para o estudo das<br />

Diogo Pereira Baeta de Vascontremas:<br />

Lisboa, Santa Apolónia e<br />

Coimbra.<br />

instituições sociaes do nosso país, Está a concurso a egreja de S, cellos para a egreja de Figueiró Rocio, Coimbra e Porto; Cintra,<br />

Levado para Lisboa, o represen- 0 Diccionario critico tratará das ar- Miguel de Travassô, d'esla diocese» dos Vinhos, d'esta diocese. Gaes do Sodré e Cascaes,


Cuba e Filippinas<br />

A brigada de Tovar, repellindo<br />

os inimigos na margem esquerda<br />

do rio Canto, chegou até Guamo<br />

Na povoação estava destruído o<br />

forte, sitiado desde o dia 6 por<br />

Rabi e Callixlo Garcia, estando al i<br />

12 enfermos e 8 feridos, além de<br />

3 mortos. Salvou-o a resistencia do<br />

tenente Rico.<br />

A brigada 'de Molina atacou em<br />

Zarabando, Matanzas, varias partidas,<br />

pondo-as em fuga e causando<br />

lhes numerosas baixas. 15 rebeldes<br />

fôram arrastados pelo rio Hanabana,<br />

ficando 24 sepultados no lôdo.<br />

Os soldados tiveram 2 mortos e 7<br />

feridos.<br />

x<br />

Dizem de Palma ao New-York<br />

Herald que o chefe da Junta cubana<br />

declara que o cabecilha Gomez não<br />

acceitará nenhum compromisso, pois<br />

que não quer senão a independência<br />

de Cuba.<br />

x<br />

Diz um telegramma de Manila Sam concorrentes á egreja de S.<br />

que as tropas hespanholas bateram Silvestre, d'esta diocese: José Mar-<br />

nas florestas da província de Matins Duarte Júnior, Manuel dos Sannila<br />

os insurretos, malando-lhes tos Torquato e Morpes da Costa<br />

36 homens, ferindo muitos outros Silva Nora.<br />

e fazendo grande número de prisioneiros.<br />

Dos hespanhóes ficáram<br />

feridos 4.<br />

Mercado do Brasil<br />

x<br />

O general Weyler, com 14 ba-<br />

talhões e 2 regimentos de artilheria<br />

e cavallaria, seguiu para a província<br />

de Viltas, onde agora estám<br />

concentradas as principaes fôrças<br />

da insurreição, e parece que, para<br />

se perseguir as partidas rebeldes e<br />

extinguir a revolta, será nomeado<br />

Marin, governador geral, ficando<br />

aquella tarefa a cargo de Weyler,<br />

como commandante em chefe do<br />

exército das operações.<br />

O ministro americano Taylor,<br />

num almoço com Casteliar, disselhe<br />

que Cleveland deseja terminar<br />

a questão de Cuba antes de abandonar<br />

o podêr.<br />

x<br />

Um despacho official da Havana<br />

considera pacificadas províncias da<br />

Havana, de Matanzas e de Pinar<br />

dei Rio, onde restam apenas pequenas<br />

guerrilhas desorganizadas<br />

13 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

IV<br />

A taberna do «Pean de Lapin»<br />

Tinham, porém, a delicadèsa de se<br />

deixarem enganar um pelo outro para<br />

assim evitarem questões irritantes.<br />

Fez-se um curto silêncio durante o<br />

qual o barão puxou por um charuto<br />

accendendo-o e depois encostando o<br />

cotovello á inêsa, perguntou:<br />

— Tio Lanout quer tomar alguma<br />

coisa commigo ?<br />

— Oh ! nâo, é já tarde, vou partir.<br />

— É cedo, tenho que lhe dizer ainda...<br />

Gustavo!<br />

0 criado veio logo, requebrando o<br />

rorpo e bamboleando a cabeça, perguntar<br />

o que desejavam.<br />

— 0 sr. barão chamou í<br />

— Chamei... Traze uma bordelera<br />

— Bem, bem, eu sei, do mesmo.<br />

Gustavo foi fallar á patron. Esta des-<br />

ôppareceu por momentos, tornando a<br />

apparecer uma garrafa coberta de pó<br />

tjue lhe entregou.<br />

RESISTÊNCIA —Quinta feira, 28 de janeiro de 1897<br />

e que é fácil dispresar; o general<br />

Weyler dirige-se para a província<br />

de Santa Clara.<br />

Em Potrero Volcan, a três léguas<br />

da Havana, uma columna de 300<br />

homens e uma guerrilha repelliram<br />

na sexta-feira uma partida que<br />

tentara surprehendê-los. Os rebeldes<br />

deixáram 32 mortos, tendo a<br />

columna 1 soldado morto, feridos 1<br />

capitão, 2 tenentes e 6 soldados e<br />

contuso um tenente-coronel.<br />

Tem sido muito commcntado este<br />

encontro, por ter o general Weyler<br />

declarado que a província da Ha-<br />

vana estava quasi pacificada.<br />

Continuam os recontros em Pinar<br />

dei Rio.<br />

x<br />

Diz um despacho official da Ha-<br />

vana que em vários recontros os<br />

rebeldes tiveram mais 32 mortos e<br />

numerosos feridos, e as tropas 4<br />

mórtos e 34 feridos.<br />

E Lalongueur voltou se para Petite:<br />

— E a nós que nos comam os lo<br />

bos! repara velhos de Bordeaux. Quem<br />

paga tudo aquillo somos nós! é o nosso<br />

rico dinhelriuho a girar.<br />

Petite repetiu no mesmo metal de<br />

voz a Grosbouleau as palavras do seu<br />

companheiro:<br />

— Chut! é do seu a contar d'esta<br />

noite.<br />

Petite voltando-se para Lalongueur:<br />

— Eugène diz que é do d'elle, a<br />

contar d'esta noite, que gasta.<br />

Lalongueur rangeu os dentes e ca<br />

lou-se.<br />

Gustnvo depois de abrir a garrafa e<br />

receber a importância retirou-se na altura<br />

em que o barão enchendo os co-<br />

pos dizia para Lanout:<br />

— Tio Lanout, conheces os estabelecimentos<br />

de Paris?<br />

— Por Deus!.. .• sam tantos... Mas<br />

dizendo-me o artigo.<br />

— Diabo 1 isso é que eu nâo sei...<br />

— Bom, vamos la a saber, o que é<br />

que desejas ?<br />

-Oh ! um simples esclarecimento...<br />

a respeito d'tima casa com que quero<br />

entrar em transacções... Desejava saber<br />

se dispõe de capitaes bastantes.<br />

— Essa casa é?<br />

— A casa Bêrard á C*.<br />

— Na rua d'Enghiu 1<br />

— Rua d'Enghieu... ê essa mesma!<br />

0 tio Lanout fitando o barão, disselhe<br />

com o espanto d'um homem que<br />

via fazer-se luz numa noite escura!<br />

Aveiro, 40 litros, 10900 a 20000; sál<br />

de Lisboa, 10800 a 10900; Cabo Verde,<br />

1#700 a 10800; aguardente moscatel,<br />

40 a 450000; cognac moscatel,<br />

40 a 450000.<br />

Especialmente sôbre vinhos, as co-<br />

tações fôram as seguintes:<br />

Moscatel, caixa, 20 a 400000; Madeira,<br />

caixa, 18 a 250000; Porto, caixa,<br />

13 a 400000; Collares. ciixa, 14 a<br />

200000; Velhos do Porto, barris,<br />

500 a 8000000; Virgem do Douro, 350<br />

a 3900000; tintos da Figueira. 360<br />

a 3900000; brancos, idem, 360 a<br />

4200000 ; tintos de Lisboa, 350 a<br />

3800000; brancos, idem, 3 60 a<br />

4000000; verdes, 330 a 4000000 réis.<br />

Os vinhos hespanhóes, tintos, cotaram-se<br />

de 340 a 3600000 os brancos,<br />

de 360 a 4000000; os italianos, por<br />

caixa, de 30 a 310OOO.<br />

Communicam-nos que em breve<br />

será eleita a commissão municipal<br />

republicana em Lamego.<br />

Pela direcção da 2. a circumscripção<br />

hydraulica requereram os srs. Dias<br />

Pereira, Marques Pinto e & C a , com<br />

fábrica de massas, para captarem agua<br />

na margem do Mondego, no sítio denominado<br />

Porto dos Bentos.<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

— Queres entrar em negócios com a<br />

casa Bêrard... tu ?<br />

— Sim, disse com firmêza o barão,<br />

como desafiando quem quer que posesse<br />

isso em duvida.<br />

— E qual o genero de transacções...<br />

é a casa de maior crédito pela sua<br />

honradez, disse o velho receptador.<br />

— E d'ahi?, interrogou insolentemente<br />

o barão:<br />

Oh! eu não digo isto com a intenção.<br />

É o que corre.<br />

O barão enchendo novamente o copo,<br />

bebeu e continuou:<br />

— De «erto ?, tio Lanout... é justa<br />

mente o facto que apontaes que me<br />

causa o maior espanto.<br />

— Como assim í<br />

— Não comprehendo a facilidade<br />

com que se confere um diploma de<br />

honestidade a uma casa du fuudação<br />

tam recente.<br />

— Como de fundação recente, exclamou<br />

o velho, a casa Nither & C. a<br />

tem mais de trinta annos de existência;<br />

Nither retirou se ha quatro annos<br />

passando o estabelecimento ao seu<br />

primeiro empregado Bérard... Bérard<br />

saldou contas em três annos e hoje é<br />

o Único proprietário da primeira casa<br />

de Paris, porque a Companhia é representada<br />

pela esposa.<br />

— Mas quaes os meios porque Bêrard<br />

chegou a essas alturas ?<br />

— Com o seu trabalho, respondeu<br />

seccamente o velho.<br />

0 tio Lanout era um grande patife,<br />

mas repugnava-lhe vèr Lorémont<br />

lisações d'agua executadas desde o dia<br />

7.<br />

Auctorizou trabalhos de camlização<br />

das aguas, a pedido d'algun-! consumidores.<br />

Mandou concertar a bomba n.° 3 do<br />

serviço dos incêndios.<br />

Mandou reparar as grádes de férro<br />

da rua do Cego, damnificadas, ha<br />

pouco, por um carro de bois, tendo-se<br />

averiguado não ter havido culpabilidade<br />

da parte do carreiro.<br />

Attestou ácêrca de uma petição para<br />

um subsidio de lactação a menór<br />

Resolveu pedir para'ser inspeccio<br />

nada a cása indicada para a eschóla<br />

da freguezia de Trouxemil.<br />

Mandou reparár um banco do cáes<br />

da cidade, partido por um carreiro,<br />

que depositou a importância dos prejuízos.<br />

Mandou fazer a baliságem necessária<br />

para a canalização das aguas para<br />

o nôvo matadouro.<br />

Auctorizou a compra de bonéts para<br />

distinctivo dos empregâdos da repartição<br />

das aguas.<br />

Approvou as condições para a arrematação<br />

de duas taréfas de reparação<br />

do pavimento da estrada municipal de<br />

Coimbra a Montemór-o-Velho. entre a<br />

serventia do Almegue e o logar da<br />

Bemcanta.<br />

Mandou enviar á approvação superior<br />

o projecto e orçamento para a reparação<br />

da estrada municipal de Coimbra<br />

ao Pizão, na parte comprehendida<br />

entre a serventia para a Pedrulha e o<br />

caminho para a ponte dos Asnos.<br />

KALENDARIO DG JANEIRO, 1897<br />

3 10 17 24<br />

Segunda feira 4 11 18 25<br />

5 12 19 26<br />

*6 13 20 27<br />

7 14 21 28<br />

*1 8 15 22 2!»<br />

2 9 16 23 30<br />

Lua nova em 3, ás 5,27 m. da ia.<br />

Quarto crescente em 10, ás 9,9 n.<br />

da m.<br />

Lua cheia em 18, ás 7,40 in. da t.<br />

Quarto minguante em 25, ás 7,32<br />

m. da t.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

Piano<br />

Vende-se um quasi novo e de bom<br />

auctor. Nesta redacção se diz.<br />

PEDRO FERNANDES TH0MAZ<br />

Canções populares da Beira<br />

Acompanhadas de 52 melodias,<br />

recolhidas directamente da tradição oral,<br />

e arranjadas para piano<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO<br />

| Resumo das deliberações tomadas na<br />

Mandou passar licenças para apas-<br />

sessão ordinária de 14 de janeiro<br />

centamerito de cabras na conformidade J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />

As notas do movimento e. situação de 1897.<br />

da postura respectiva.<br />

1 volume de 263 p 800 réis<br />

da praça do Rio de Janeiro, recebidas<br />

Auctorizou diversos fornecimentos: Pelo correio 850 »<br />

ha dias pelo vapôr Brésil, indicam a Presidência do dr. Luiz Pereira da» impréssos, papel, tinta, etc. para di-<br />

seguinte cotacão para os géneros que Costa.<br />

vérsas repartições a cárgo do muniçi- Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />

de Portugal mais se expórtam para Vereadores presentes:—effectivos:<br />

pio.<br />

Augusto Veiga<br />

alli:<br />

arcediago José Simões Dias, bacharel Auctorizou cento e quatro avenças<br />

FIGUEIRA<br />

José Augusto Gaspar de Mattos, José para o pagamento de impóstos indiré<br />

Azeite, latas de 16 litros, 22 a Antonio dos Santos, José Antonio Lucas, ctos pelos géneros a consumir em di<br />

260500; azeite, de 1 a 2 litros, 10700 Antonio José de Moura Bastos, José vérsos estabelecimentos durante o pri-<br />

a 20000; alhos, 25 a 280000; arroz Marques Pinto e Albano Gomes Paes. meiro triméslre d'este anno.<br />

da índia, 200500 a 220000; azeitonas,<br />

F. Fernandes Costa<br />

Fôram enviadas ao vereador do pe- Despachou requerimentos auclori-<br />

latas de 5 kilogrammas, 20600 a louro respectivo três propóstas para o zando: sob condições, a abertiira da<br />

E<br />

30000; azeitonas, latas de 1 kilog., fornecimento de géneros para o asylo agua para um estabelecimento particu-<br />

600 a 640 ; batatas de Lisboa, faltam de Ce^os, para informar o que se lhe lar, ha pouco, cortàda por se verificar ANTONIO THOMÉ<br />

no mercádo; as batatas francêsas, pa- offerece.<br />

ter havido fráude para uso d'ella e<br />

gam-se de 11 a 120500; banha, kilog., Tomou conhecimento da auctorização impondo a multa respectiva na confor ADVOGADOS<br />

10000 a 10100; banha americana, dada pelo governo para se proceder midade do regulamento; o arrenda<br />

cilog , 600 a 640; linguiça gróssa, nos termos legaes ao provimento de mento dos impóstos indiréctos da fre-<br />

libra, 10850 a 10950; linguiça fina, quatro logares de vigias municipaes. guezia da Ribeira de Frades; a substi<br />

tilog., 10800 a 10900; salpicões, Tomou egual conhecimento da ap- tuição de duas pórlas por duas janel- Rua do Visconde da Luz, SO<br />

30900 a 40100; lombo de porco por provação dàda superiormente ao prolas em uma cása no bairro de Fóra de<br />

ata; sem cotação; fructas em conserva, jectu e orçamento da canalização de Pórtas; a reconstrucção de uma cása<br />

0100 a 10200; marmelada 10000 a exgôtos da nôvo matadouro.<br />

em Taveiro pelos alicérces primitivos;<br />

0100 réis; cebolas de Lisboa, sem Mandou cencertar a pórta da barraca e o depósito de aterros em um deter<br />

cotação; figos em latas, caixa, 17 a<br />

Typógrapho<br />

do vigia á ponte de Santa Clara. minado ponto da quinta de Santa<br />

80000; feijão branco, 62 kilog., 24<br />

Acceitou uma proposta da empreza Cruz.<br />

Na lypographia do jornal A Monta-<br />

a 280000; feijão de côr, 62 kilog., 20<br />

exploradôra das minas do Cabo do<br />

a 280000; feijão frade, 62 kilog., 30<br />

Deixou sôbre a mêsa para o estudo nha, que abre ao público no próximo<br />

Mondego para o fornecimento de car-<br />

a 320000; passas, 1 kilog., 14 a<br />

necessário uma proposta apresentada<br />

mês de fevereiro, precisa-se d'um tyvão<br />

para as máchinas das aguas.<br />

150000; sardinhas, 280 a 320; sál de<br />

para o estabelecimento em Coimbra de<br />

pógrapho competentemente habilitado.<br />

Mandou registar uma nóta das cana- um systema de saneamento da cidade<br />

Quem estiver nestas condições dirijase<br />

ao director do jornal Faria Bravo—<br />

Trancôso.<br />

— mais patife do que elle —menos<br />

saber uma reputação adquirida por o<br />

único meio que elle até hoje não tinha<br />

tido a coragem de pôr em prática...<br />

o trabalho,<br />

0 silêncio que se fez por alguns minutos<br />

foi interrompido pelo barão que<br />

perguntou ?<br />

— E é muito rico?<br />

— Sim, riquíssimo<br />

— Ah!, disse Lorémont.<br />

Bem contra sua vontade, os lábios<br />

tremeram-lhe e os olhos flammeiaramlhe...<br />

— O que eu nâo posso explicar, é<br />

a rapidez com que foi feita essa fortuna.<br />

Quem era ha dez annos ainda êste<br />

Berard? Ninguém.<br />

— Era um rapaz de província; che<br />

gou a Paris ha apenas sete annos, para<br />

onde veio rrcommendado a um pintor<br />

que o apresentou em casa de Nither...<br />

Vinha de...<br />

— Eu sei de parle, disse o barão<br />

por entre dentes.<br />

— Não o sei eu... A sua assiduidade<br />

ao trabalho, o seu ar grave na<br />

presença de toda a gente, a aversão<br />

que votava a toda a especie de distracções,<br />

que não fosse trabalhar grangeavam-lhe<br />

a amizade de Nither, um<br />

velho original... a que em 49 se chamaria<br />

uto communista,.. que lhe tres-<br />

passou a sua casa, ha, creio eu, quatro<br />

annos e meio.<br />

— Fez algum casamento vantajoso?<br />

— Nada... pelo contrário... desposou,<br />

haverá seis annos, a filha da<br />

POR<br />

dois pobres diabos, fabricantes de caixas<br />

de papelão, que moravam na mesma<br />

casa, na rua da Acácia, em Montmarte...<br />

casou por paixão.<br />

— E os paes da mulher eram pobres<br />

?, perguntou o barão estupefacto.<br />

— Como a miséria... mas agora<br />

vivem bem, creio que elle lhes dá<br />

uma pensão... mas não os visita.. .<br />

em tempos trouxera para sua casa um<br />

cunhado, mas viu-se obrigado ao fim<br />

de dois mêses de o pôr na rua... é o<br />

pequeno Mousson... que vera aqui algumas<br />

vezes.<br />

— O pequeno Mousson, o carroceiro?<br />

— Sim... ê seu cunhado... roubou-o<br />

cento e dezenove vezes.<br />

- E agora de todos . esses desfalques,<br />

fez fortuna em tam pouco tempo!<br />

— Eu ainda não disse que elle linha<br />

fortuna, está em vias de a arranjar;<br />

pagou todos os capitaes que lhe emprestaram...<br />

é portanto d'elle agora<br />

a casa.<br />

-Mas em quatro annos é impossível<br />

ganhar-se tanto.<br />

— Perdão, elle fez duas operações<br />

de Bolsa em 1866 durante a guerra,<br />

que o collocaram em boa posição d'um<br />

dia para o outro.<br />

-Tudo tem explicação... o facto<br />

ê que está rico !<br />

Fez-se novamente silêncio, ao fim<br />

do qual Lanont ouvindo as onze horas<br />

se levantou.<br />

(ContinúaJ<br />

_<br />

.<br />

_


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Yictória.<br />

Eis os títulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia —História do Limoeiro—O<br />

Limoeiro Hoje—9 regulamento — O» pregou—Cm<br />

canicida—Condemnado á mórtc -Fugas célebres<br />

— «cenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatística<br />

PREÇO, 5 0 0 R É I S<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, iodos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÀO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20— (Detrai de S. Bartholomeu)<br />

2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

A junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos é crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeráes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

JOAQUIM ALBINO GABRIEL E MELLO<br />

ANTIGO SOLICITADOR ENCARTADO<br />

ESCRIPTORIO — Rua da Sophia, n.° 54, 2.°<br />

C O I M B R A<br />

3 Ifh-ata nesta cidade e em todas as terras do reino:<br />

I De quaesquer processos eiveis, commerciaes, crimes,<br />

orphanológicos e administrativos;<br />

De obter documentos, promover arrestos, cumprimento de<br />

deprecadas, compra e venda de bens em particular ou em leilão;<br />

De administrações, liquidações e arrematações;<br />

ffggDe recebimento de dividas em particular ou judicialmente,<br />

sem os credores adiantarem quantia alguma, ou por conta dos<br />

constituintes ou mediante commissão;<br />

De liquidações de heranças, e em geral de tudo que diga<br />

respeito aos tribunaeè e repartições públicas.<br />

Pela sua longa práctica, competência e bem conhecida probidade,<br />

se torna recommendavel.<br />

Tabella dos preços dos principaes serviços<br />

Cumprimento de quaesquer serviços, fóra da comarca,<br />

por dia, e além das despêzas (que sam sempre<br />

económicas 20000<br />

Agéocia em quaesquer processos judiciaes, e sem mais<br />

retribuição, por mês. . 10000<br />

Nestes processos não se leva coisa alguma dos requeri"<br />

mentos feitos em audiência ou por fóra, nem tam pouco de todos<br />

os actos a que seja preciso assistir, pois que tudo é grátis<br />

é o constituinte tem sómente a pagar a agéneia.<br />

Serviços dentro da comarca e a mais de 3 kilometros<br />

fóra da séde (avaliações, informações para empréstimos<br />

e outras), por dia, e além das despêzas simplesmente<br />

de transporte. 10000<br />

Todos os serviços sam feitos com promptidâo e quasi de<br />

graça,<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 14 de janeiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabeliãs e indicações úteis; — e uma rapida<br />

1 Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gopçalves.<br />

1 Um Volume brochado, com 416 paginas. Preço, loSO réis<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços, Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, coziohas, salas, segre- Alberto Yianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

dos, casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o Velha.<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, al-<br />

Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Gamara. <br />

co da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado —Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.'<br />

BICO AUEK<br />

Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ 1ÀBQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A.' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELP0RT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

SpASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE CIMA—80<br />

Coimbra<br />

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Esterilização absoluta da agua.<br />

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Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.a<br />

GAZETA DAS ALDEIAS<br />

Semanario illustrado de propaganda agricola e vulgarização<br />

de conhecimentos úteis<br />

Collaborado por grande número de escriptores de reconhecida<br />

competência: Lentes da Universidade, Academia Polytèchnica<br />

do Porto, Instituto de Agronomia de Lisboa-, directores e piofessores<br />

de escólas agrícolas do país; médicos, advogados, chimicos,<br />

engenheiros, agrónomos, médicos veterinários, botânicos, agricultores,<br />

viticultores, apicultores, publicistas, etc.<br />

ASSIGNATURA PARA 1897<br />

Em 3 de janeiro próximo entrará no 2.° anno de publicação<br />

a Gazela das Aldeias, que é o amigo e defensor dos lavradores<br />

portugueses e a folha agrícola e instructiva mais barata do país.<br />

Publica-se aos domingos, com 12 paginas da mais proveitósa e<br />

variada leitura, e custa apenas 20000 réis por anno ou 10000<br />

réis por semestre.<br />

A Gazeta das Aldeias tem merecido da imprensa periódica os<br />

maiores louvores e é considerada como Um guia indispensável<br />

na casa de todos os agricultores. Além dos assumptos agrícolas,<br />

trata de medicina prácíica, economia doméstica, educação, industrias<br />

diversas, descobertas e invenções, e publica regularmente<br />

em folhetim um bom romance.<br />

0 meio mais simples de fazer a assignatura é mandar o nome,<br />

morada e direcção do correio em bilhete postal dirigido ao<br />

Director da Gazeta das Aldeias—Porto. Masassigna-se também naa<br />

Séde da empresa—Rua do Costa Cabral, 1216—Porto<br />

E NA<br />

AGENCIA CENTRAL—Livraria Nacional c Estrangeira<br />

Rua dos Clerigóíi, 8 c 10—Porto<br />

CAVALL0S<br />

fuares, etc.; esquinéneias,<br />

sobrecannas, ovas, separavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc., curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos,<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depósitos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Depósito geral<br />

s Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'A£raço.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

8 flonsuitas todos os dias<br />

v das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao público em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

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Também installa e concerta<br />

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aliançados.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machiuismo.<br />

Empregado<br />


N.° 2 0 3 COIMBRA—Domingo, 31 de janeiro de 1897 2.° A N N O<br />

11 DE JANEIRO<br />

Morreram bem...<br />

Elles iam a gritar em pleno<br />

triumpho numa manhã de sol muito<br />

alegre.<br />

Aquellas lindas mulheres que ha<br />

no Porto sorriam mais uma vez a<br />

um triumpho novo; das janellas<br />

caíam as flôres e os sorrisos, e alvejavam<br />

os lenços nas mãos brancas<br />

d'aquellas lindas mulheres que ha<br />

no Porto.<br />

Iam muito alegres, a gritar, em<br />

pleno triumpho, por uma manhã<br />

de sol...<br />

D'um muro cinzento de granito<br />

choveram as balas, e elles caíram,<br />

como se lhe faltasse alguma coisa...<br />

O que, não o souberam.<br />

Faltara-lhe a força, como se lhe<br />

fora a voz, cançados de gritar...<br />

E caíram no chão, muito alegres,<br />

a bocca aberta num último grito<br />

do ti iulljpliu, uo Jcuico «<br />

rir...<br />

Alguém, que ainda ouviu as descargas<br />

julgou que passavam irmãos<br />

d'armas, quiz-se levantar para gritar,<br />

e caiu alegre, sonhando um<br />

triumpho novo.<br />

Morreram contentes, sem saber<br />

que morriam, os queridos mortos...<br />

Eram muito novos, e as mães,<br />

quando os souberam mortos, vieram<br />

a dar-lhes sepultura.<br />

E ao ellas passarem, todos se<br />

descobriram, e os proprios inimigos<br />

baixaram os olhos pr'as não ver...<br />

E deixáram-nos enterrar!.. .<br />

Eu queria que os seus corpos ficassem<br />

insepultos, como os dos<br />

m^jtyres, enlre«os gritos e as execrações<br />

dos inimigos. ..<br />

' Eu queria vê-los crucificados em<br />

loureiros.<br />

Do alto desceriam as aguias a<br />

despedaçar os seus corpos ainda<br />

quentes, sumir-se-íam com elles<br />

no ceu azul, e a gente pensaria<br />

nelles, quando visse, lá em cima,<br />

pairar socegadamente suas irmãs as<br />

aguias...<br />

Para que sepultar os seus corpos<br />

na terra.<br />

Julgaes que d'elles vam nascer<br />

flôres, esperaes ver romper os cravos?.<br />

..<br />

Julgaes que sôbre a terra árida<br />

0 31 DE IANEIB0<br />

vae nascer a ceára, e que, mais rosos das mulheres, foi enxuto pelos<br />

piedade, da clemência ou da prote-<br />

tarde, haveis de ver voar sôbre a cabellos de sêda das judias, ungido<br />

cção dos outros. Que vivesse só por<br />

ceára madura numa papoula ver- dos perfumes mais raros, envolto<br />

si, e, se não podesse, que seccasse.<br />

melha alguma gôtta do sangue que em linhos novos, corados do sol, Formamos, em Coimbra, um gru- Deixá-lo. Feita pó, ainda voaria peio<br />

nos roubáram ?...<br />

po revolucionário, autónomo e de ar, — última aza de sonho, viagem<br />

brancos, como a neve mais pura<br />

vida bastante isolada, no meio do de átomos, restos últimos da gran-<br />

das serras altas por onde nunca partido mas não constituímos, prode chiméra..,<br />

A terra não quer os corpos dos andaram homens...<br />

priamente, uma eschola política. Ti-<br />

heroes.<br />

Sua mãe deitou-o no sepulchro vemos característicos os processos<br />

de organização e de propaganda, Queríamos a republica simples,<br />

Pois não sabeis que ainda hoje devagarinho, como cuidado com que<br />

foi bem nosso o cunho de discipli- mas pura; singela, mas nobre. O<br />

na Grécia, a terra dos antigos he- as mães deitam no berço os filhos... na bárbara que mantivemos, mas mais, tudo era secundário. Eschoroes,<br />

ao revolver a terra, se encon- Ao sellarem sobre a campa a pouco mais. Não defendemos idéas las, systemas políticos, nuances gotram<br />

os guerreiros, como se fôssem pedra, a mãe, olhando ainda, disse<br />

novas, ou titubiantes ainda. Pro vernativas— coisas boas para se<br />

clamamos a velha idéa bem dese- discutirem depois.<br />

sepultados d'hontem, muito hirtos que voltaria a vê-lo...<br />

nhada e definida, que se chama Re- Naquelle primeiro ímpeto, que<br />

nas suas armaduras, a mão na espublica.<br />

nos trouxe para a rua, por occasião<br />

pada, o braço descançando sôbre o E não o encontrou quando vol- A pequena hoste; que o desalen- do ultimalum, não havia reflexão<br />

to jámais fundiu, parecia uma has- para meditar critérios muito pro-<br />

escudo d'oiro fino em que um artou...te cortada da Távola-Redonda e fundos.tista<br />

escreveu a história das suas<br />

plantada no terreno árido d'um sé- Mais tarde, quando veiu uma<br />

guerras, o nome das batalhas que Não podia ficar o Christo na culo egoista. Haste um pouco mir- curta hora de calma, o espírito de<br />

ganharam?...<br />

rada, porque o solo era bárbaro, muitos de nós vagueou pela aspi-<br />

terra em que apodrecem os la-<br />

mas desabrochada candidamente ração revolucionária, buscando o<br />

drões !...<br />

num lyrio rubro.<br />

brilho de mais estrellas e profun-<br />

Em sitios em que se não encon-<br />

T. C. Românticos e mysticos, parecia dando a dúvida d'outros problemas.<br />

tra nem signal das grandes cida-<br />

que vinham d'uma noite de pesa- Nem só a Republica, figura astral,<br />

dello, á procura d'um céu risonho brilhante, mas incompleta. Uns fides<br />

que lá houve...<br />

COMMEMORAÇÃO MORTUÁRIA de chimera. Dir-se-ía que éramos zeram-se socialistas, outros busca-<br />

fieis do templo de Galaaz, perdidos ram a luz sonhada na chiméra do<br />

Á terral...<br />

no meio da astúcia d'um século in- anarchismo.<br />

Eis o progr&mma da imponente certo,— sem a longa espada bru- Mas isso era o vôo individual,<br />

Pois não vos ensináram vóssas<br />

manifestação que hoje se faz no nida, sem a armadura reluzente, por um céu particularista. Unidos,<br />

mães que a terra poupa os santos; Porto ás heróicas vítimas de 31 de mas no cérebro o mesmo retalho de todos comprehenderam sempre que<br />

flllfi snh a ena. oonnlt'*— ~ — -<br />

q jít• «..ta - do<br />

As li) horas da nyanhã começa-<br />

—<br />

cem os lyrios e as rosas?.. .<br />

rá o acto de ináuguração, sendo ce- Sim! êsse mesmo fogo que tem throno; e, no campo da rovolta po-<br />

Quando morre um santo, a terra lebrada na capella do cemitério uma alastrado na História, ás vezes dessitiva e de facto, todos os pulsos se<br />

envolve-o todo, afasta para longe as missa, a que assistirám representannorteado pelo vento, a que o desti- juntavam para incendiar com o mes-<br />

flôres e pucha sôbre a sua sepultes das commissões parochiáes e no das coisas tem ás vezes mudado mo facho.<br />

tura o manto azul do ceu.<br />

municipaes, Associação de Benefi- a côr, como se fosse uma pyroté- Essa Távola-Redonda, sem rei<br />

cência 31 de Janeiro, commissão chnía de mágica num arraial trági- Arthur, tinha tantos sonhos como<br />

E aquella terra em que se não da subscripção, soldados, sargentos, co,— mas sempre a mesma cham- os cérebros; mas a alma era só uma<br />

criam flôres, cheira como um can- officiaes revoltósos, e demais corpoma divina que deu alma ás velhas — a alma errante da revolta nateiro<br />

em plena primavéra, quando o raçõesqueadheriram. Seguidamente trovas, que deu fé, em Aljubarrota, cional.<br />

X<br />

será feita uma distribuição de dona- á bandeira dos namorados, que pôs<br />

sol vae alto!<br />

tivos, do cófre da Associação de Be- as estrophes d'um canto novo nos O constitucionalismo caduco<br />

Se se abre a terra, os santos lá neficência, aos mutilados, viuvas e lábios generosos dos visionários de agarra-se á terra por uma raiz mir-<br />

estám inteiros, muito pállidos, pos- orphãos de revoltósos necessitados. 20, que teve um lampejo, — lamrada, mas que o tempo petrificou.<br />

tas em oração as mãos, brancas de<br />

Finda que seja a distribuição, diripêjo derradeiro? — na espada do Esperar que ella se desfaça pela<br />

gir-se-hám todos os presentes, bem alferes Malheiro.<br />

acção do tempo é ingénuo e moro-<br />

jasmins, como quando foram enter- como os ecclesiásticos que devem Idealistas, com aspirações de also. A necessidade de a cortar a marados,<br />

só mais velhinhos... proceder á benção do monumento, mas communs, unidos na mesma chado é inevitável.<br />

para o depósito, onde se conservam espira nevrótica de sonho fugidio e É bem triste empoçar sangue hu-<br />

as urnas com as ossadas, sendo en- lucilante, pôde dizer-se que a vida mano nas valiêtas das ruas; mas é<br />

A terra guardou sempre, sem lhes tám estas collocadas na carreta, de revolta vívida na promiscuidade do destino inexorável que cada edi-<br />

tocar, os corpos dos que no mundo ornamentada a panno negro e ouro, dos mesmos ímpetos decidiu em fício que a humanidade constróe<br />

morreram por uma ideia santa ... em que, acto contínuo, serám con- nós muito temperamento titubiante para se acoitar tenha os alicerces<br />

duzidas ao monumento. Chegando e formou muito caracter em todas regados a sangue e as paredes bor-<br />

ahi, dar-se-ha principio á ceremó- as suas peças.<br />

rifadas a lágrimas.<br />

Para que,marcar a sepultura?... nia da benção, sendo, após o lança- D'ahi veiu a tenacidade de reso- Soffre-se mnito pelo mundo; vae<br />

Para que ensinar-lhes, a elles,<br />

mento d'esta, encerradas ás ossadas lução que, em todos os actos da vida, uma agonia estranha pela terra; e,<br />

na câmara interior, para esse fim muitos ficáram manifestando, quer<br />

aos outros, o sitio em que estám os<br />

na amplidão chimérica do sonho<br />

construída. Concluída a ceremónia, pela indisciplina bárbara, quer pela revolucionário, ha traços de sangue<br />

mortos queridos ?...<br />

será entám rasgado o panno que lealdade romântica de cavalleiros ingénuo que fazem calafrios e bor-<br />

cobre o grupo esculptórico, collo- altivos...<br />

botões de lágrimas piedósas que en-<br />

Pois não sabeis que nunca rescando-se também as corôas, bouquets Nunca o braço se erguia para dar regelam o coração.<br />

e flôres, conduzidas por os cidadãos<br />

peitaram a sepultura dos Heróes as<br />

um golpe, sem a outra mão des- Ê verdade, é.<br />

presentes e commissões representaabotoar a camisa, desnudando o<br />

hyenas e os cães ?...<br />

Mas, se é preciso ir buscar êsse<br />

das.<br />

peito ao ferro do inimigo (1). E a sangue, ainda que tenha de se ar-<br />

O acto fechará com a leitura da independência de caracter foi semrancar ás lançadas de peitos famin-<br />

Á terra...<br />

acta da inauguração, que será feita pre tam grande que nalguns paretos, e essas lágrimas, ainda que te-<br />

Pois não sabeis que o Christo?... na sacristia da capella, sendo uma cia a rubrica mórbida de organisnham se esmagar olhos macerados<br />

cópia do mesmo documento encermos degenerados. A bella flôr ideal, e soffredores, que não trepide a<br />

Quando o Cbristo morreu, abrirada em caixão de zinco, conjuncta- que dentro de nós medrava, que- mão revolucionária, porque ella,<br />

mente com as urnas das ossadas, ria-se autónoma, sem o orvalho da parecendo bárbara, é humana.<br />

ram-lhe a sepultura numa rocha.<br />

sendo entám collocada definitiva-<br />

Se é doloroso abrir a ferro uma<br />

Por alli nunca passára senão agua mente a placa de mármore que fe-<br />

veia, é consolador saber-se que o<br />

crystallina, que deixára nos muscha o monumento.<br />

(1) Cbegavamos a proclamar princí- sangue que vae cair animará muito<br />

pios de lealdade mórbida e doentia.<br />

gos verdes que a cobriam as impu-<br />

coração exânime. E, se treme de<br />

Barbosa d'Aodrade, que é um rapaz horror a mão que vae flagellar uma<br />

rezas da terra...<br />

de espirito, disse um dia: Nós ainda<br />

Está doente o sr. Manuel Teixeira passamos â história com este título ho- alma para arrancar uma lágrima,<br />

O seu corpo foi lavado em lágri- de Carvalho, professor do lyceo d'esnorífico : tripulantes do brigue LEAL- tranquilliza-se o cérebro ao saber<br />

mas que choravam os olhos amota cidade.<br />

DADE.<br />

que essa lágrima vae dar a Tida a,


RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

muito peito queimado pela sêde que é provido na vaga que lhe dei- I B a ^ s i t e l l a s a prégar de cima da tipóia de praça Concursos nos Lyceos<br />

amarga de justiça.<br />

xou o sr. dr. Corrêa Barata, ulti-<br />

o elixir do arroteamento do Alem-<br />

O Diário do Governo publicou<br />

E triste, é.<br />

mamente aposentado.<br />

Na câmara alta um digno par do tejo á custa, dos cófres públicos!!<br />

Mas a vida é isto: uma fornalha Segundo consta, o sr. dr. Cor-<br />

hontemoavisodesignando, conforme<br />

doida, em que as grandes labarerêa Barata vae ser nomeado para o<br />

reino acaba de apresentar um pro- Sam eslólidamenle incorrigíveis dissemos, o modo como devem presdas<br />

históricas só se produzem á logar de director da secretaria da jecto de lei, para que sejam collo- os trapaceiros!...<br />

tar as suas provas práticas e oraes<br />

custa da nossa carne e dos nossos câmara dos pares.<br />

cados sob a vigilância e protecção A proposta pois do digno par os concorrentes aos logares de pro-<br />

óssos. Apagá-la seria destruir o Se se cumprisse a lei, o sr. dr. do Estado os monumentos que per- ácêrca dos monumentos, é um brado<br />

fessores de desenho nos lyceos.<br />

mundo, e dar-lhe outra lenha, fazer Corrêa Barata já ha bastantes annos tençam á história ou á arte nacio- impotente e illusório.<br />

O jury, em cada circumscripção,<br />

cinzas sem braza.<br />

deveria ter saído do quadro dos<br />

l.<br />

nal.<br />

Fraccionar em parcellas um con-<br />

Entám, já que as revoluções sam professores da Faculdade 3e Philo-<br />

falaes, que se façam, apesar de sesophia, visto'que estava desempe- Desconheço os termos do projejuncto extenso de serviços naturalrem<br />

ferozes. Sómente áquelles que nhando no Tribunal de Contas uma cto; mas, a avaliar pela notícia das mente concatenados e dependentes<br />

ateiam o incêndio cumpre regular a commissão incompatível com o exer- gazetas, temos um nôvo episódio da entre si, é fazer obra inglória e<br />

chamma, não vá ella carbonizar de cício do magistério. Mas a lei em eterna comédia, para recreio e edi- frágil, que nem ao seu próprio<br />

mais, — o que seria impiedade. Portugal é matéria d'adorno, nada ficação das almas crédulas. pêso resistirá.<br />

mais.<br />

ANTONIO JOSÉ D'ALMEIDA<br />

Que se entende por protecção aos Na mesma ramificação da gerên-<br />

monumentos ?...<br />

cia pública sam correlacionáveis<br />

Passa incommodado de saúde o<br />

É pôr-lbe a etiqueta, para que pela mesma orientação em todos os<br />

Yictimas do 31 de janeiro sr. cónego Ferreira Fresco, gover- sómente ao Estado cáiba o privilé- países: as escholas superiores da<br />

A commissão municipal republinador do bispado e deão da Sé. gio de os estragar (Alcobaça, Bata- arte; o ensino de desenho e do tracana<br />

d'esta cidade resolveu fazer-se<br />

lha, Coimbra, etc.)?<br />

balho; o inventário das riquezas<br />

representar na commemoração que<br />

Como se comprehende num país, artísticas; dos monumentos histó-<br />

no Porto se presta hoje ás víctimas O nosso prezado collega A Marse- onde a educação artística é deploraricos, segundo a sua índole ; thea-<br />

do 31 de Janeiro, 'pelo nosso pre lheza publicou no número de sexta<br />

zadissimo amigo, dr. José Nunes da féira última um violento artigo contra velmente descurada; onde a organitros; edifícios públicos e particula-<br />

Ponte, presidente da commissão o grande corregedor de Lisboa, conzação dos serviços d'arte é errónea res; museus, exposições, propagan-<br />

executiva do partido republicano do tra quem formula gravíssimas accusa- ou nulla onde se acha tudo por da; estímulos, incitamentos aos proções<br />

depois de o haver mandado sen-<br />

Porto.<br />

fazer, ou o pouco que existe pre- gréssos da arte e da indústria! Etc.<br />

tar no banco dos réus. Temos motivos<br />

para suppôr que o sr. juiz Veiga cisa de ser reformado, d'alto a bai- etc. etc.<br />

está numa situação verdadeiramente xo; como se comprehende que se Em toda uma extensíssima es-<br />

Por notícias recebidas de Moçam- insustentável, tendo de abandonar um peça por si só, desacompanhada de cala de serviços nacionaes, deparbique<br />

sábe-se que o major Mousi- logar a que tam aferrado está por<br />

outras providências uma lei de protamentaes e locaes; em secções, dinbo<br />

de Albuquerque pediu a de causa dos emolumentos.<br />

missão do cargo que exerce, logo<br />

tecção aos monumentos?!<br />

vididas e subdivididas, numa orga-<br />

que lhe foram communicadas as sa-<br />

Em toda a parte os serviços dos nização admiravel de esfôrço e de<br />

tisfações que deviam ser prestadas Gymnásio Martins monumentos é um capítulo d'uma acção !<br />

á Allemanha em Lourenço Marques<br />

vasta organização de educação pú-<br />

dizendo-se que fôra o próprio rei Acha-se já trabalhando regular-<br />

Entám nós não estamos fartos de<br />

que lhe pedira para que cumprisse mente este gymnásio collocado sob<br />

blica e do ensino da arte.<br />

saber o que é e o que vale a pro-<br />

as ordens do governo e se manti a inspecção médica do dr. Freitas Assim uma tal lei avulsarr.ente, tecção do Estado; e o que é e o que<br />

v.esse no seu logar. Em algumas Costa. Neste instituto para a edu- no estado actual das coisas, não vale o- préstimo real das commis-<br />

cartas diz-se que o major Mousinho cação physica das creanças, corri- tem nem pôde ter garantias de exesões, que o próprio EvStado nomeia<br />

e outro funccionários superiores<br />

gem-se também pela gymnástica as cução, com auctoridade e proficiên-<br />

choraram quando se viram força-<br />

conformações mais viciosas,e fazem-<br />

para sôbre ellas delegar attribuicia.<br />

Quem ha de impô-la; quem ha<br />

se todas as mais ap_pjjcações da„gyções,<br />

que nenhuma efficácia têem?<br />

. «... — :—. - —. • a - - ' M qUICC<br />

dia em que foi saudada pela nossa ças.<br />

U por esle prurido oe legislar ás<br />

artilheria a bandeira allemã.<br />

Para as creanças do sexo mas-<br />

infinita complexidade de hypóthe-<br />

gôttas e a retalho, que nos últimos<br />

Passou-se isto em Lourenço Marculino os cursos abrem todas as<br />

ses?<br />

quatro annos têem sido promulga<br />

ques. Em Lisboa o governo mostra- segundas, quartas e sabbados; para Provavelmente os administrado-<br />

das centenas de leis, urgentemente<br />

va-se repleto de júbilo por ter con- as do sexo feminino abrem ás terças res do concelho e os directores das<br />

reclamadas e indispensáveis, que se<br />

seguido chegar com a Allemanha a quintas e domingos.<br />

obras públicas, por intermédio dos<br />

um accôrdo que, embora fosse hu- Os preços do gymnásio sam de<br />

acham caducadas e irritas, por in<br />

seus capatazes e subalternos de<br />

milhante para o país, lhe permittia 1:500 réis por mês ou 12 licções,<br />

teiramente inexequíveis na prática<br />

toda a casta!<br />

manter-se no poder.<br />

fazendo-se abatimento, quando hou- Burlêsca irrisão ?...<br />

Acabêmos com êste somnambu<br />

Que podridão!<br />

ver matriculados dois ou mais ir-<br />

O argumento que impõe a um lismo e gisem-se, se ainda é tempo<br />

mãos. E um preço módico, altendendo<br />

aos cuidados e vigilância que pôvo o respeito e a conservação d planos, de salvação, sensátos e lar<br />

requer o ensino da gymnástica para todos os documentos da sua arte gos! Ou entam resignêmo-nose, de<br />

Fornada<br />

se não converter de uma coisa útil não é só um simples desvanecimento mãos na cabeça, deixêmo-nos ir ao<br />

A Commissão dos Monumentos num perigo para a saúde das crean- sentimental de patriotismo, mais ou fundo na corrente veloz desta cata-<br />

Nacionaes foi reforçada com um poças. menos árido<br />

dupa de leviandades e asneiras!<br />

deroso contingente de prestantes O sr. Martins, querendo pôr o<br />

membros.<br />

Não. É em nome da fecundação<br />

seu estabelecimento ao dispôr de<br />

Alguns de acertada escôlha, co- todos os collégios, fez para elles<br />

productiva e"da educação do traba<br />

nhecidos pelos seus trabalhos e pe- contractos especiaes, bem como lho nos móldes das suas tradições<br />

los seus serviços. Outros simples )ara os doentes que queiram tra- esthéticas; em nome dos interesses<br />

adventícios e assignalados desconhear-se pela gymnástica.<br />

materiaes do commércio e da eco<br />

cidos, néophitos esperançósos que O Gymnásio Martins é uma ins nomia nacional.<br />

pela primeira vez vam ser iniciados ituição útil e reúne todas as con<br />

nos tenebrósos mystérios da archeo-<br />

Porque a indústria fabril e artís-<br />

dições para merecer o favor e <<br />

logia augusta e artes correlativas! confiança do público. Tem os appatica<br />

é o perenne e mais cupiôso ma-<br />

Aquella Commissão, por este relhos necessários, é dirigido pelo nancial da riqueza dos póvos labo-<br />

andar, estará dentro em pouco tem- sr. Augusto Martins que é um proriosos da Europa.<br />

po, como o Instituto de Coimbra, fissional no ensino de gymnástica e Porque os governos em Portugal,<br />

convertida em hospício humanitário está sob a inspecção d'um médico. não obstante possuidor de colónias<br />

de toda a gente!<br />

das vastas relações commerciaes<br />

do Brasil, nunca souberam organi-<br />

Tem estado nesta cidade o sr.<br />

O sr. dr. Teixeira de Carvalho dr. Francisco Fernandes, licenciado<br />

zar as condições do aperfeiçoamento<br />

depositou no, museu do Instituto na faculdade de Direito e que se eda expansão do trabalho, é que o<br />

alguns exemplares muito curiósos anda preparando para o seu acto de país se encontra desmoralizado, des-<br />

de pregaria antiga de bronze, pu- conclusões mágnas.<br />

mantelado e miserável. Sem recurxadôres<br />

de férro batido e um fersos,<br />

sem remédio e sem esperanrôlbo<br />

de pórta (século XVII).<br />

ças!<br />

Para a collecção de cerâmica man- Em Goes, celebrou-se ha dias o badou<br />

alguns exemplares de faiança de ptismo de uma interessante filhinha do Enlevados na cantata do que isto<br />

nosso prezado amigo sr. dr. Antonio<br />

Coimbra (Briôso, século XVIII).<br />

devia ser, por favor da providência,<br />

de Sousa Saraiva, illustre e estimado<br />

clínico naquella villa.<br />

um país essencialmente agrícola, dé-<br />

A êste acto assistiu também o sr. ram com a caranguejola em pan-<br />

Vae ser promovido a lente ca- dr. Jeronymo Silva, amigo dedicado e tâna.<br />

antigo condiscípulo do sr. dr. Saraiva.<br />

thedrático da Faculdade de Philo- A neóphita recebeu o nome de Zul- E ainda agora lá está o sr. Julio<br />

sophia o sr, dr, Bernardo Ayres, mira,<br />

a e 2. a , reunirá no dia 8 de fevereiro<br />

próximo, designando os dias<br />

em que devem realizar-se as provas.<br />

O jury é assim constituido: i. a<br />

circumscripção, Alfredo Augusto<br />

Schiappa Monteiro de Carvalho,<br />

lente da Eschola Polytéchnica, presidente;<br />

Carlos Adolpho Marques<br />

Leitão, professor do Real Collégio<br />

Militar; Porphyrio Henriques da<br />

Fonseca, professor do lyceo de Lisboa.<br />

2. a dr. Julio Augusto Henriques,<br />

lente da Universidade, presidente;<br />

Antonio José Lourinho, professor<br />

do lyceo de Portalegre; Angelo<br />

Coelho de Magalhães Vidal,<br />

professor do lyceo do Porto.<br />

Afim de poderem ser examinadas<br />

pelas interessadas, têem estado patentes<br />

as contas e parecer do conselho<br />

fiscal da Associação para o<br />

sexo feminino, referentes ao 2.° seméstre<br />

do anno findo.<br />

Vae proceder-se aos reparos no telhado<br />

da egreja de Santa Clara de<br />

Coimbra, que ficou damnificado pelo<br />

temporal de 17 de dezembro último.<br />

«O Eclético»<br />

Acabamos de receber o 1número<br />

d'este semanário que se publica em<br />

Amarante e de que é director o sr. J,<br />

Não obstante o título, o novo jornal<br />

apresenta-se como um denodado<br />

combatente nas phalanges liberaes.<br />

Longa vida.<br />

A associação de classe dos manipuladores<br />

de calçado realiza na terça feira<br />

uma conferência, ás 3 horas da tarde;<br />

e á noite, sessão solemne e sarau<br />

musical, solemnizando d'este modo o<br />

1.° anniversário da fundação da mesma<br />

associação.<br />

Contribuições<br />

Pelas informações que acabam<br />

de nos ser communicadas está<br />

A. muito atrazado o pagamento das<br />

contribuições geraes do Estado, que<br />

devia effeituar-se no mês que hoje<br />

O Diário do Governo publicou expira. Só nestes últimos três dias<br />

uma portaria louvando o sr. dr. que houve grande concorrên-<br />

Bernardo de Madureira, lente da cia de contribuintes, sendo im-<br />

Faculdade de Theologia, pela pupossível aos empregados da receblicação<br />

do seu livro lnstitutiones iedoria attendê-los a todos.<br />

Theologia? dogmatico-polemicce, que<br />

A necessidade de prorogar o<br />

foi adoptado como compêndio na<br />

práso, prorogação que tem sido<br />

mesma Faculdade.<br />

concedida nestes últimos annos,<br />

mais se faz sentir agóra, em que a<br />

maior parte dos contribuintes não<br />

Curiosa estatistica têem entrado com as respectivas<br />

quotas tributárias no cófre ha mais<br />

Uma folha estrangeira publica limpo, por não terem a possibili-<br />

uma especie de recenseamento de dade de o fazerem.<br />

macróbios existentes em diversas A não prorogação do praso re-<br />

nações. Segundo este recenseamenpresentará para estes contribuintes<br />

o, a Allemanha só conta 78 habi- um nôvo ónus, quando elles já supantes<br />

com mais de 100 annos; a<br />

portam com grave sacrifício, sujeilando-se<br />

a privações, os que sôbre<br />

França tem 213 e a Hespanha, ape-<br />

elles pésam.<br />

sar de ter uma população de 18<br />

milhões de habitantes, metade da<br />

de França, conta 401 centenários. Na sua casa de Poiares tem estado<br />

Quanto a outros países, a Ingla- incommodada de saúde a ex.<br />

de Vilhena, impenitente e rotineiro IBélgica, 6; a Suécia, e Noruega, 41.<br />

ma sr. a D.<br />

, T , , „irt Belmira e Silva, esposa do nosso preerra,<br />

tem 14b; a Irlanda, 578; jzado amigo e prestante correligionário<br />

Escóssia, 46; a Dinamárca, 2; a<br />

'sr. dr. Jeronymo Silva.<br />

Desejamos as melhoras da bondós*<br />

senhora.


Associação Commercial<br />

Reune-se hoje a assembléa geral<br />

d'esta sympáthica Associação para<br />

eleger o presidente da Direcção que<br />

ha de funccionar no corrente anno,<br />

por haver declinado êsse cargo o<br />

nosso prezado amigo e honrado negociante<br />

d'està praça sr. Antonio<br />

Francisco do Valle, cujo estado de<br />

saúde lhe não permitle augmentar<br />

agora a já longa lista de serviços<br />

que a Associação Commercial lhe<br />

deve.<br />

Para o substituir é indigitado o<br />

nosso amigo "Sr. Francisco Vieira de<br />

Carvalho, cujo nome é bem recebido<br />

por todo o commércio d'esta<br />

cidade e de quem muito ha a esperar<br />

no exercício d'aquelle cargo.<br />

A direcção da Sociedade Philantrôpico-académica<br />

lançou na acta d'uma<br />

sessão um voto de sentimento pelo<br />

fallecimento do infeliz Antonio de Paula<br />

e Silva, que havia prestado relevantes<br />

serviços áquella benemérita instituição.<br />

No Supremo Tribunal administrativo<br />

acaba de ser concedido provimento<br />

a um recurso que o nosso amigo<br />

sr. José Monteiro Júnior, digno vicepresidente<br />

da Câmara municipal de<br />

Penacova interpôs contra o administrador<br />

d'aquelle concelho.<br />

(OICIRSO<br />

Por espaço de 30 dias está aberto<br />

concurso para o provimento de<br />

quatro vagas no corpo de vigias municipaes.<br />

Os indivíduos que desejem con<br />

correr, devem entregar na secretaria<br />

da Câmara até ao dia 25 de fevereiro<br />

próximo os seguintes documentos<br />

:<br />

Requerimento escripto e assignado<br />

pelo próprio requerente;<br />

Certidão do registro criminal;<br />

Attestado de médico, provando<br />

que não padece moléstia contagiosa<br />

ou defeito que o inhabilite para o<br />

serviço a que se destina;<br />

Certidão de edade que prove não<br />

ter mais de 40 annos, nem menos<br />

de 21.<br />

No dia que a Câmara designar<br />

deverám os requerentes satisfazer a<br />

uma próva prática que versará so-<br />

16 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

IV<br />

A taberna do «Pean de Lapin»<br />

— Até ámanhã... até á volta. Noémie<br />

deve estar inquieta... Pódes ir<br />

ás nove horas a minha casa que tudo<br />

estará prompto.<br />

— Dá-me no entanto alguns luizes<br />

por conta esta noite.<br />

— Aqui tens, disse o tio Lanout passando-lhe<br />

para a mão dez luizes... Até<br />

à vista.<br />

— Até ámanhã.<br />

Apenas o tio Lanout saiu, o birão<br />

dirigiu-se á mêsa dos seus associados<br />

e debruçando-se sobre ella, disse:<br />

— Estám aqui vinte francos para<br />

cada um; ámanhã á mesma hora d'hoje<br />

apresentar-lhes-hei as contas... Só<br />

se liquidam ámanhã... Em que sitio<br />

ficaram os autros objectos em Suresnes<br />

? Grosbouleau respondeu :<br />

— Nós os transportarêmos esta noite<br />

para os armaiens de Asnières,<br />

bre o serviço de impostos indirectos<br />

municípaes, escripta, leitura e as<br />

quatro operações aritliméticas.<br />

Serám preferidos os concorrentes<br />

que lenham servido na guarda fiscal<br />

ou no exército, que provem ter<br />

bom serviço e ter tido bom comportamento<br />

naquellas corporações.<br />

As remissões dos mancebos sujeitos<br />

ao serviço militar, pertencentes ao<br />

districto de reserva n.° 14, com séde<br />

na Figueira da Fóz, renderam a importante<br />

somma de 46:0500000 réis.<br />

Audiências geraes<br />

Neste primeiro triméstre ha.apenas<br />

uma, no dia 3 de fevereiro, para<br />

julgamento d'um fraticida. E' seu de-<br />

fensor o illustre causidico sr. dr. Callisto.<br />

O sr. Ferreira d'Almeida foi para<br />

o Solar dos Barrigas esperando que<br />

lá apparecesse o beato ministro da<br />

marinha, a quem prometteu uma<br />

sóva monumental por causa do decreto<br />

do álcool. O ministro, porém,<br />

para se esquivar a ella, deixou-se<br />

ficar em casa, dando, como pretexto<br />

tabez, o achar-se doente.<br />

Este expediente pôde dar ao governo<br />

mais algum tempo de vida.<br />

Que elle já não sabe por onde se<br />

ha de agarrar ás cadeiras do poder.<br />

O correspondente telegráphico de<br />

Lisboa para o Primeiro de Janeiro,<br />

diz que foi despachada na alfandega<br />

uma bycicleta para a sr. a D. Maria<br />

Pia, no valor declarado de réis<br />

350$000.<br />

Cautella com os trambolhões, que<br />

na sua edade sam muito perigosos<br />

Explosão d'uma locomotiva<br />

Notícias cbegádas hontem do Rio de<br />

Janeiro dam conta de uma terrível explosão<br />

da locnmotiva que tirava um<br />

comboyo da linha férrea central, ao<br />

entrar nas agulhas da estação de Ypiranga.<br />

O lamentavel facto occorreu ás 11<br />

horas e 40 minutos da manhã, hora a<br />

que se ouviu enorme estampido, que<br />

apavorou toda a gente, estremecendo<br />

os arredóres da estação. Immediatamente<br />

o pessoal da linha teve a impressão<br />

do desástre enorme, e houve<br />

— Muito bem... Até á vista, até<br />

ámanhã á noite.<br />

0 barão saiu.<br />

Lalongueur tocou com o seu pé no<br />

de Petitte que por seu turno bateu no<br />

de Eugène e repetiu-lhe o que o outro<br />

lhe tinha dito:<br />

— Que prazer de o vêr pelas costas!<br />

— Meus amigos, disse Grosbouleau,<br />

aqui tem cada um os seus vinte francos...,<br />

eu, e mais Lalongueur e Petite<br />

vamo-nos por que têmos esta noite<br />

de assistir a uma festa de familia...<br />

Esperam-nos... visto que ganhei paga<br />

tu as despêzas. Até outra vez!<br />

Apertaram-se as mãos. Os três inseparáveis<br />

saíram.<br />

Apenas chegaram fóra, Lalongueur<br />

disse :<br />

— É preciso fallarmos a êsse velho<br />

malandro do Lanout.<br />

— Cortando nós aqui pelos terrenos<br />

incultos Irérnos com certêza apanhá-lo<br />

a entrar em casa, disse Grosbouleau.<br />

— Entám a caminho e depressa.<br />

Petite e os dois homens deixaram a<br />

estrada e começaram a correr por entre<br />

as estâncias de madeira. Quando<br />

desembocavam no fim da rua das Damas,<br />

o tio Lanout parou.<br />

Vendo três vultos correrem em direcção<br />

a êlle deu um salto para traz e<br />

meti,eu a mão ao bolso, sentiu se o<br />

estalido d'uma arma quando se aperra.<br />

Lalongueur tinha bom ouvido; dete-<br />

ve os seus companheiros e gritou logo:<br />

— É gente de paz, tio Lanout, nada<br />

de brincadeiras... É Lalongueur e<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

quem, olhando para o comboyo que<br />

se approximava, visse que inotímeros<br />

córpos eram atirados pelo ar: córpos<br />

humanos e peças metállicas. A máchina<br />

fizera-se em estilhaços, o machinísta<br />

Francisco Gama, o fogueiro<br />

Lucjo Aarão e o guarda-freio Alexandre<br />

Olympio fôram víctimas' do horroroso<br />

desástre. Gaina e Olympio, atirados<br />

violen lamente contra a cêrca de aramed'ahi<br />

recochetáram Indo parar, seminus,<br />

debaixo dos carros do próprio comboyo.<br />

O fogueiro Lucio foi arremessado<br />

a grande altura, descrevendo uma<br />

trajectória por cima da casa do nego<br />

ciante Reis, que tem 17 metros de<br />

altura, indo cair a uma distância de<br />

100 metros!<br />

Duas casas próximas á estação fôram<br />

subitamente prêsas das chammas e,<br />

quando já não se sabia a que pontos<br />

acudir, ainda fôram encontradas por<br />

terra, aos gritos, duas crianças que<br />

passavam á beira da estrada no mo-<br />

mento do sinistro terrível.<br />

Por toda a parte se encontravam<br />

fragmentos da máchina. Os poucos<br />

passageiros que o comboyo levava<br />

soffreram apenas um grande choque e<br />

um tremendo susto. Os passageiros do<br />

comboyo que cruzou com aquelle escapáram<br />

milagrósamente.<br />

As causas da explosão fôram a excessiva<br />

pressão das caldeiras e a falta<br />

de agua, o que ficou provado pela incandescência<br />

dos fragmentos da máchina,<br />

encontrados.<br />

A máchina separou-se do tender e<br />

dos carros violentamente, indo explodir<br />

em cima da gdre da estação, a 50<br />

metros de distância do comboyo.<br />

IFálorica Confiança<br />

Qs srs. Antonio Duarte Areosa e<br />

João Gomes d'Oliveira Mendonça Cortez,<br />

por escriptura pública lavrada em 24<br />

do corrente, dissolveram a sociedade<br />

que tinham com o sr. José Maria Coudel<br />

comprando todo o activo que êste<br />

nella tinha, incluindo a terça parte do<br />

edifício e machinismos da mesma fábrica<br />

de moágem e massas.<br />

Ficam fazendo parte da sociedade<br />

os srs. Areosa e Cortez girando a firma<br />

sob o nome Areosa & C. a .<br />

O sr. José dos Santos Lameiras, distribuidor<br />

rural do concelho de Coimbra,<br />

foi provido no logar de 3.° distribuidor<br />

do mesmo concelho, vago pela licença<br />

illimitada concedida ao empregado d'es<br />

ta categória sr. José da Costa.<br />

Na revista americana Scientific<br />

American analysa-se a vida de um<br />

homem de 50 annos e dessa anályse<br />

chega-se ao resultado seguin<br />

te : 6:500 dias de trabalho, 6:000<br />

Grosbouleau que deseja*m fallar-lhe so<br />

bre um negócio.<br />

— Fallae d'ahi, entám, ou ide ámanhã<br />

a minha casa, de dia.<br />

— Mas, senhor Lanout, disse Gros<br />

bouleau adiantando a cabeça sem mefcher<br />

a sua gorda pessoa; é isso justa-<br />

mente o que queríamos: Nós trabalhamos<br />

agora por nossa conta.<br />

— Casa Grosbouleau, Lalongueur á<br />

C. a , disse soltando uma gargalhada o<br />

velho Lanout, ao recordar-se da sua<br />

conversa com o barão.<br />

— Justamente... témos um saldo<br />

de fazendas de primeira ordem, bronzes<br />

e tpcidos, para vender.<br />

— Está bem. Entám até ámanhã.<br />

—Antes de partir desejava poder<br />

dizer-lhe uma palavra, insistiu Grosjouleau.<br />

— Entám anda depressa, mas vem<br />

tu só.<br />

Pronunciando estas palavras, o veho<br />

receptador tirára a mão do bolso,<br />

onde tinha o rewolver. Esta confiança<br />

imitada não intimidou Grosbouleau,<br />

que, se approximou dizendo-lhe a meia<br />

voz:<br />

— DeiXae a porta do pateo aberta<br />

esta noite, pira lá mettermos as fazendas<br />

quando chegarmos de madrugada.<br />

— Bom, fico inteirado.<br />

— Boas noites, senhor Lanout.<br />

— Boas noites, senhor Lanout, repe-<br />

tiram Lalongueur e Petite.<br />

— Boas noites, meus filhos, respon-<br />

deu o velho tio Lanout, que nâo perdera<br />

o tempo com a demora.<br />

de somno ou descanço, 4:000 de<br />

distracções, 500 de doença, além<br />

de 2:000 kilómetros de caminho<br />

andado.<br />

Mais ainda: 36:000 refeições,<br />

durante as quaes consumiu 6:000<br />

kilogrammas de carne e 4:000 de<br />

peixe, ovos e legumes, e bebeu<br />

32:000 litros de vários líquidos.<br />

Republica francesa<br />

Passou hontem o anniversário da<br />

florescente Republica Francesa.<br />

Foi concedida licença régia para re<br />

ceber ordens sacras ao ordinando Antonio<br />

Simões Carvalheira, da diocesse<br />

de Coimbra.<br />

Centro Recreativo Conimbricense<br />

Passa ámanhã o primeiro anniversário<br />

d'esta sociedade recreativa.<br />

Para commemorar esta data, haverá<br />

por iniciativa do sócio fundador sr.<br />

José Coimbra, um banquete às 6 horas<br />

da tarde que será servido na séde da<br />

sociedade.<br />

Em circular ás 4 divisões territoriaes<br />

e aos commandos militares das ilhas<br />

adja centes foi determinado que de futuro<br />

às praças a quem não possa descontar-se<br />

a importância necessária para<br />

completara terça parte do vencimento,<br />

nos termos do artigo 48.° e seus §§<br />

do regulamento disciplinar, se abone<br />

unicamente 10 réis diários, como se<br />

determina no artigo 347.° do regulalamento<br />

da fazenda militar, constituindo<br />

o résto do prét líquido o des-<br />

conto relativo â detenção.<br />

Esquadra italiana<br />

O governo italiano tem presentemente<br />

em construcção os seguintes<br />

navios de guerra:<br />

No arsenal de Venêsa, o couraçado<br />

Ammiraglio di Saint-Bon, de<br />

105 metros de comprimento, máchina<br />

de 13:000 cavallos e artilhe<br />

ria de grande calibre.<br />

Nos estaleiros de Castellamare o<br />

couraçado Emanuele-Filiberto, aná-<br />

logo ao precedente.<br />

Nos estaleiros de Sestri Possenti,<br />

o Giuseppe Garibaldi, navio de com<br />

bale de segunda classe.<br />

Na casa Orlando, de Liverpool,<br />

o Varese, também navio de combate<br />

de segunda classe.<br />

Noutros estaleiros, os navios Victor<br />

Pisani, Agordat e Coati e vários<br />

torpedeiros.<br />

Custam êstes navios á Itália a<br />

somma de 14:400 contos de réis<br />

em ouro.<br />

KALENDARI0 DE JANEIRO,


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e era todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos capítulos:<br />

A mi •• li a entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

lrfmoe'ro lioje—O regulamento - - ©» presos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte —Fugas célebres<br />

— Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalho—A minba<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Aodeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsns, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Gamara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 — RUA FERREIRA BORGES —130<br />

1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES 6RÂGÀ<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

» DK<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

SO, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco (TAImedina)<br />

COIMBRA<br />

ffll Hvdraillira' Grande depósito da Companhia Cabo Mon<br />

uai fljUiauiRia. ^ego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

fllPPtriíMdíirip o ôntica Agência da casa Ramos & Silva de<br />

ulCUIMUdUc e upuid Lisboa) constructores de pára-raio»,<br />

campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

Tintíie nara ninfnrae • Alvaiades, óleos, agua-raz,crés,gesso<br />

lilliaa paia ^miutaa. vernizes, e muitas outras tintas e<br />

artigos para pintores. •<br />

PilTlPlltflQ' to^ 3 e Cabo Mondego, as melhores qualidades<br />

vUuwUlUb.» que 8e empregam em construcçôes hydraulicas.<br />

DiVPriíW Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moii/iiCI<br />

oUoi nii0S e torradores para café, máchinas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />

zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades. ,<br />

Ferragens para construcçôes: p a J ^ ? t r . r t<br />

Lisboa e Porto.<br />

De ferro e arame primeira qualidade com grandes<br />

descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />

obras.<br />

Ciitilaria:<br />

Cutilaria nacional e extrangeira dos melhores audores.<br />

Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />

FamiPllW Crystofle, metal branco, cabo d'ébano e marfim,<br />

1 a^uciiuo • completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />

de Guimarães.<br />

Louças Uglêsas, de ferro:<br />

mesa, lavatorio e cozinha.<br />

jUffldG de fntfA. Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, remiuao<br />

uo wgu, yolvers, espingardas para caça, os melhores<br />

systemas.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabeliãs e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO ALIER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A/ venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

~A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />

COIMBRA<br />

8 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

U Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE CIMA—80<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

f<br />

C O I M B R A<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Fiítrolalé<br />

de porcellana d'amianthô<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. 1<br />

CÂVALLOS<br />

8 Muares, etc.; esquinéneias,<br />

«1 sobrecannas, ovas, separavões,<br />

manqueiras, fraquezas<br />

de pernas, etc.. curam-se<br />

com o LINIMENTO VISICANTE<br />

COSTA, e preferível ao fogo e<br />

untura forte em todos os casos,<br />

Frasco 900 réis. Á venda nas<br />

principaes terras.— Depósitos:<br />

Lisboa: Quintans, rua da Prata,<br />

194; Ferreira & Ferreira, rua<br />

da Junqueira, 332. Porto: Drogaria<br />

Moura, largo de S. Domingos,<br />

99.—Coimbra: Rodrigues<br />

da Silva, rua Ferreira<br />

Borges, 128.—Depósito geral:<br />

Pharmacia Costa — Sobral<br />

de Mont'Agraço.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

9 flonsliltas todos os dias<br />

v das nove da manhã às<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro exlràngeiro<br />

ROA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao público em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

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afiançados.<br />

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de pequeno machinisrao.<br />

Empregado<br />

11 Adinitte-se um com práctica<br />

de papelaria e tabácos.<br />

Coimhra-Rua de Ferreira Borges,<br />

207 a 211.<br />

12 Weude-se a casa n.° 12,<br />

» na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 4000000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedrancha<br />

l3MUdou-se para a rua do<br />

1" Loureiro.<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—19° Cart.—360.<br />

14* Ma rua da Mathematica n.°<br />

il 6, vendem-se todos os<br />

dias de manhã ou á noite dois<br />

a três litros de leite de vacca<br />

de superior qualidade, a preço<br />

de 100 réis cada litro.<br />

"RESISTENCIA,,<br />

PtJBLICA-SB AOS DOMINGOS<br />

K QUINTÁS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 20700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 20400<br />

Semestre... 1020o<br />

Trimestre 60o<br />

ANNUN CIO S<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assignamtes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Tjp. F. Frangi Anad*—COIMBRA


Grupo Republicano<br />

de Estudos Sociaes<br />

SESSÃO PLEMÃRIA<br />

Resoluções importantes<br />

Reuniu no domingo último, em Lisboa,<br />

o Grupo Republicano de Estudos<br />

Sociaes. Como da primeira vez, compareceram<br />

membros de diversos pontos<br />

do país, justificando a sua falta os<br />

que não poderam comparecer. Alguns<br />

mandaram adhesão incondicional ás<br />

deliberações que fôssem tomadas. Em<br />

harmonia com o disposto na lei orgânica<br />

do Grupo, occupou a presidência<br />

o sr. dr. Ramiro Guedes, médico em<br />

Abrantes.<br />

A revolução de 31 de Janeiro<br />

Como se désse a coincidência de<br />

reunir o Grupo no dia 31 de janeiro,<br />

s. ex. a historiou a largos traços aquella<br />

mallograda revolução, frizaudo que<br />

ella foi o primeiro protesto que a consciência<br />

republicana fez ouvir nas ruas.<br />

por entre tiros, contra as instituições<br />

que nos arruinam e nos vexam.<br />

Sente-se solidário com os homens<br />

que na madrugada célebre d'aquelle<br />

dia fizeram ás suas idéas o sacrifício<br />

das suas vidas, sem cálculos de egoísmo<br />

e sem hesitações de mêdo.<br />

O sr. dr. Duarte Leite, lente da Academia<br />

Polytéchnica do Porto, discorrendo<br />

sobre o mesmo assumpto, disse<br />

que o 31 de Janeiro é, sem dúvida,<br />

uma data que convém não esquecer,<br />

mas é, principalmente, um exemplo<br />

que é indispensável seguir. As causas<br />

que determinaram aquelle movimento<br />

subsistem ainda, aggravadas com mais<br />

seis largos annos de crimes e de inépcia<br />

dirigente. Quer isto dizer que os<br />

1<br />

republicanos d'hoje não pódem decli<br />

nar o imperioso dever de, na primeira<br />

opportunidade, sem precipitações,<br />

mas também sem desânimos, renovar<br />

aquella generósa tentativa. Mandou depois<br />

para a mêsa a seguinte moção:<br />

«0 Grupo Republicano de Estudos<br />

Sociaes saúda a memória das victimas<br />

e os sobreviventes do mallogrado movimento<br />

de 31 de Janeiro e faz votos<br />

para que a revolução, cada vez mais<br />

opportuna, se renove com mais vigor<br />

e melhor êxito.»<br />

Foi approvada por acclamação.<br />

O sr dr. Alfonso de Lemos, associando-se<br />

ás palavras do sr. dr. Duarte<br />

Leite, disse que a commemoração<br />

de 31 de Janeiro precisa ser feita nas<br />

ruas e não em assemblêas políticas ou<br />

sciéntificas, discutindo leis ou votando<br />

moções.<br />

O sr. Basilio Telles, um dos homens<br />

do 31 de Janeiro, agradeceu as manifestações<br />

da assembleia e accrescentou<br />

que aquelia data não deve ficar só nos<br />

cérebros como uma recordação piedósa;<br />

deve estar gravada nos corações<br />

como um incitamento á lucta.<br />

Tenente Coelho<br />

Sob proposta do sr. dr. Duarte Leitdo, é mesmo tempo.<br />

Entrando-se na ordem do dia, o sr.<br />

a consagração, aliás desnecessária, da Simplesmente o sr. Salmeron, chefe Bazilio Telles apresentou, para ser dis-<br />

integridade do seu carácter e firmêza do partido republicano centralista, tem cutido, um projecto de lei eleitoral.<br />

das suas convicções republicanas.» um ideal supremo — a reconstituição Usaram largamente da palavra, so-<br />

Foi approvado por acclamação. da velha Hespanha pela reintegração bre este assumpto, os srs. drs. Guilher-<br />

0 sr. dr Guilherme Moreira agrade- de todas as províncias, sem exclusão me Moreira e Alfonso e Costa, lentes<br />

ceu a manifestação da assembléa, af- da província portuguêsa Esta aspira- da Universidade; Os srs. drs. José Befirmando<br />

parecer lhe que a perseguição de Salmeron implica, um errV) hisnevides, Brito Camacho, José Tavares,<br />

ção que lhe faz o ministro do reino é tórico—o de considerar Portugal como Duarte Leite e Celestino d'Almeida.<br />

mais pessoal do que politica. Tem so- província hespanhola, quando é certo<br />

bejos motivos para assiin o affirmar, que nós nos constituímos em corpo de<br />

Crédito Predial<br />

mas êsses motivos não os pôde refe- nação quando ainda a Hespanha era<br />

rir, por agora.<br />

um cahos, mantendo heroicamente a CKsr. dr. Duarte Leite, que se havia<br />

nossa independência numa lucta de inscripto na secção de refórmas eco-<br />

Portugal e Hespanha<br />

toda a hora até ao momento em que nómicas e financeiras, disse ter prom<br />

um conflicto de interessses dynásticos ptos trabalhos sobre refórmas de cré-<br />

0 sr. dr. João de Menezes mandou nos sujeitou a Castella.<br />

dito predial e remodelação das instituições<br />

respectivas. Na impossibilidade<br />

para a mêsa a seguinte moção, que 0 território da Península é bastante<br />

de discutir, sem a devida preparação,<br />

sustentou:<br />

largo para que nelle caibam á vontade,<br />

assumptos de tamanha complexidade,<br />

«0 Grupo Republicano de Estudos sem se hostilizarem e sem se cons-<br />

foi resolvido que todos os projectos<br />

Sociaes: considerando que cão podem trangerem, as republicas hespanhôla e<br />

apresentados sejam impressos e dis-<br />

subsistir antigas dissenções que, em portuguêsa.<br />

tribuídos pelos membros do Grupo,<br />

determinadas circunstancias, a monar- Somos os maiores amigos da Hes para serem discutidos na próxima reu<br />

chia fomentou entre Portugal e Hespa- panha, e somos bastante intelligentes nião.<br />

nha; mas considerando também que e sincéros para não querermos ser os<br />

sam de lodo o ponto anti-patrióticas seus tutores e suficientemente altivos Projectos diversos<br />

as tentativas ibéricas, egualmente em para não sermos os seus pupillos. Nem<br />

certas circunstancias premeditadas pela protegidos da Inglaterra nem cauda<br />

Foram ainda apresentados trabalhos<br />

monarchia, affirma que não pôde ac-<br />

sobre tratados de commércio pelo sr.<br />

tarios da Hespanha.<br />

ceitar qualquer pacto onde não este-<br />

dr. Celestino d'Almeida, e sobre ins-<br />

E pois que se trata da Hespanha,<br />

jam claramente consignadas a absolutrucção<br />

primária e defêsa nacional pe-<br />

dirá uma vez mais que a Republica<br />

ta integridade e independência da fulo<br />

sr. dr. Brito Camacho.<br />

Portuguêsa pôde e deve fazer-se sem<br />

tura Republica Portuguêsa.»<br />

Vam também a imprimir os traba-<br />

dependência dos políticos da nação vi-<br />

Sustentando esta moção, o sr. dr.<br />

lhos do sr.'dr. José Benevides, sobre<br />

sinha.<br />

Menezes disse que ella lhe fôra sugge-<br />

direito privado social, e as refórmas<br />

No Partido Republicano ha quem<br />

rida por umas palavras de Salmeron<br />

a applicar sob o ponto de vista moral<br />

entenda que a Republica Portuguêsa<br />

em um comício d'Alicante. Tem o maior<br />

e económico.<br />

só é viável quando já a Hespanha fôr<br />

respeito e a mais subida consideração<br />

Encerrou-se a sessão ás 5 horas da<br />

republicana. Isto é um erro e um erro<br />

pelo eminente vulto do partido repu-<br />

tarde.<br />

oue convém repudiar com energia.<br />

blicano hespanhol, uma das mais altas A revolução em Portugal deve fa-<br />

capacidades philósophicas e políticas<br />

REUNIÃO DA NOITE<br />

zer-se... quando poder fazer-se. A<br />

da Península; mas esse respeito e es- necessidade da Republica è de todos Reuniram novamente, pelas 8 horas<br />

sa consideração não o ínhibem de pro- os instantes; a opportunidade de a da noite os sócios do Grupo de Reputestar,<br />

como republicano e como patrio- proclamar é a primeira occasião que blicanos dos Estudos sociaes. Tomou-se<br />

ta, contra a affirmação de iberismo á democracia portuguêsa se ofereça. conhecimento da demissão do sr. Tei-<br />

contida nas suas palavras. 0 federalis- 0 sr. Brito Camacho frisou umas paxeira Bastos, redactor do Século.<br />

mo é, sem dúvida, uma doutrina scienlavras do discurso do sr. Salmeron,<br />

tifica; mas a Ibéria do sr. Salmeron chamando para ellas a atlenção do<br />

Novos sócios<br />

não é bem a federação dos estados li- Grupo. 0 austero republicano hespanhol<br />

vrei- da Península: antes significa a<br />

Em harmonia com as disposições do<br />

dissera que iriam republicanos portu-<br />

integração da nacionalidade portuguêsa<br />

artigo 3.° das bases da constituição,<br />

guêses a Madrid, tomar parte nas fes-<br />

na Republica Hespanhola, unilária e<br />

foram votados diversos sócios.<br />

tas de 11 de fevereiro. Quem fizera essa<br />

centralista.<br />

Sam elles os sr. dr. José Jacintho<br />

promessa ? Convinha averiguar este<br />

Ê pela Hespanha contra a Inglaterra,<br />

Nunes, advogado em Grandola; dr.<br />

ponto, para justa liquidação de res-<br />

a nossa pérfida alliada de ha tresentos<br />

Antonio Vieira, médico em Louzã; dr.<br />

ponsabilidades.<br />

annos; mas é contra a Hespanha e<br />

Guilherme Godinho, médico em Almei-<br />

0 partido republicano não tem, no<br />

contra a Inglaterra quando se trata da<br />

rim ; dr. Moraes Sarmento, médico em<br />

momento actual, uma direcção superior,<br />

autonomia da patria portuguêsa. A<br />

Benavente; dr. Cupertino Ribeiro, mé-<br />

oficialmente reconhecida e por isso<br />

fronteira luso-hespanhola não é, nem<br />

dico em Lisboa; dr. João Chaves, mé-<br />

mesmo auctorizada; d'aqui, a neces-<br />

pôde ser, para nós, republicanos pordico<br />

em Lisboa; dr. Damião Antonio<br />

sidade que tem o Grupo de protestar<br />

tuguéses, um muro d'ódios e vingan-<br />

Felix, médico em Arrayollos ; dr. Al-<br />

contra as palvras do sr. Salmeron, no<br />

ças; mas subsiste ainda, e ha de subfredo<br />

Trony, advogodo em Loanda.<br />

que ellas encerram deoffensivo para a<br />

sistir sempre, como uma afirmação de<br />

Ficaram pendentes várias outras<br />

nossa altivez de palriótas. Não ba dú-<br />

independência, de vida livre.<br />

propostas relativas à admissão de nóvidas<br />

que o sr. Salmeron, um politico<br />

Nada de illusões. A Republica Porvos<br />

sócios.<br />

philósopho, tem sempre acalentado o<br />

tuguêsa será a mais sincera alliada da<br />

Passando a disculir-se outros assum-<br />

sonho d'uma Ibé> ia banhada ao sul pe-<br />

Republica Hespanhola, mas simplesptos,<br />

sobre os quaes se resolveu manlo<br />

Mediterrâneo e abrigada ao norte<br />

mente a sua alliada. Unicamente isso.<br />

ter completa reserva, foi votada por<br />

pelos Pyrineus. Se haexaggêro nas pre-<br />

Usaram da palavra, sobre a moção<br />

unanimidade a seguinte<br />

tensões do sr. Pi y Margall, querendo<br />

do sr. dr. Menezes, os srs. drs. José<br />

reconstituir todas, absolutamente todas<br />

Benevides, Bazilio Telles e Brito Ca-<br />

Declaração<br />

as províncias hespanholas da edademacho.média,<br />

não é menor o exaggêro de Sal- 0 Grupo Republicano de Estudos So-<br />

0 sr. dr. Benevides approvou a momeron<br />

afirmando que as velhas prociffes, agradecendo as moções que a<br />

ção apresentada pelo sr. dr. Menezes<br />

víncias da Hespanha perderam de ha seu respeito foram votadas, em as-<br />

e assignada também pelos srs. Brito<br />

muito as características—raça, leis, resembléa geral do Partido Republicano<br />

Camacho e Joaquim Madureira. Teve<br />

ligião e costumes— eram mais accen- de Lisboa, assim como por várias com-<br />

occasião de conhecer perfeitamente o<br />

tuadas.Oque se pôde chamar exaggêmissõps municlpaes das províncias, e<br />

sr. Salmeron, quando foi da sua última<br />

ro, considerando só a Hespanha, tem as referências a elle feitas egualmente<br />

visita a Portugal, ha dois annos Nunca<br />

de se chamar um crime desde que pela imprensa democrática, e registan-<br />

lhe ouviu uma palavra que denunciasse<br />

da con-<br />

comprehenda Portugal.<br />

do o applauso por estas entidades con-<br />

o propósito de confundir a Republica<br />

stituição do Grupo, para ser eleito, por<br />

Portuguêsa ou Republica Hespanhola, Acha, pois, opportuna a moção qua ferido às suas resoluções, declara que<br />

acclamação, o tenente Coelho.<br />

formando um todo homogéneo. 0 sr. se está discutindo e espera que ella procurará corresponder aos incitamen-<br />

Voto de sentimento<br />

Salmeron é um grande amigo de Por- seja approvada por todos, apesar do tos que entám e depois lhe têem sido<br />

tugal, muito intelligente para não com- muito respeito que a todos merecem dirigidos, cumprindo desinteressada-<br />

0 sr. Brito Camacho propôs um voto prehender o absurdo d'uma absorpção os talentos do sr. Salmeron e da muimente o dever imposto no actual mo-<br />

dê sentimento pela morte do sr. José da Republica Portuguêsa pela Reputa estima que professam todos pela namento a todos os republicanos portu-<br />

Maria Marreiros, presidente da comblica Hespanhôla, e ao mesmo tempo ção hespanhola.<br />

guêses.missão<br />

republicana de Castro Verde. muito altruísta para querer o sacrificio Sobre o mesmo assumpto, fallou A seesao encorrou se às 12 horas<br />

Foi approvado por acclamação. d'uma nacionalidade com todos os ele- ainda o sr. dr. Estevam de Vasconcel- da noite, ficando dependente da im*<br />

mentos de vida própria.<br />

los, pronunciando-se pela necessidade pressão de vários trabalhos, salvo cir-<br />

A perseguição ao sr. dr. Guilherme 0 sr. Bazilio Telles fez o elogio de de votar a moção apresentada, tanto cunstancias urgentes, a convocação<br />

Alves Moreira<br />

Salmeron, que teve occasião de conhe- mais que elle, orador, em conversas da terceira reunião plenária.<br />

cer pessoalmente em Madrid, dnrante repetidas com o sr. Salmeron, por oc-<br />

Seguidamente, o sr. dr. Brito Cama- o seu exílio. Considera-o a maior cacasião da centenário Colombino, lhe<br />

cho mandou para a mêsa o seguinte pacidade politica da Hespanha actual. ouvira muitas vezes claras afirmações Entrou no 42.° anno da sua pu-<br />

protesto:<br />

Ê um espirito philosóphico, na mais de iberismo.<br />

blicação o nosso prezado collega O<br />

«0 Grupo Republicano de Estudos larga acepção da palavra, e sobre a A moção do sr. dr. Menezes foi ap- Tribuno Popular,<br />

§wiaçs protesta contra a perseguição austeridade do seu caracter nâo ha provada por acclamação,<br />

Sinceramente o felicitámos.<br />

B a g r a t e l l a s<br />

Mais duas palavras a propósito<br />

do projecto de lei em favor dos monumentos<br />

nacionaes, apresentado na<br />

câmara dos pares pelo sr. Fernando<br />

Larcher.<br />

Portugal, isto não é novidade, é<br />

talvez a única nação do mundo civilizado,<br />

onde não existem serviços<br />

organizados de museus públicos,<br />

dotação para acquisições d'arte e<br />

leis protectoras dos monumentos,<br />

etc.<br />

Em qualquer publicação da especialidade<br />

se pode vêr como as<br />

iniciativas officiaes nos outros países<br />

se agitam num esforço constante, e<br />

como as energias locaes, estimuladas<br />

pelo incitamento e pelo auxílio<br />

superior, coopéram para o derramamento<br />

progressivo d'esses centros<br />

de educação.<br />

Porque é nos museus públicos,<br />

nos monumentos, em lodos os documentos<br />

da actividade e do génio<br />

artístico, da alma do passado, que<br />

a illustração do trabalho encontrará<br />

os germens da renovação esthética<br />

que se prepara. E sam as nações<br />

mais poderosas e preponderantes<br />

pela sua actividade artística e industrial,<br />

que mais avultadas verbas<br />

inscrevem nos seus orçamentos para<br />

a ampliação illimitada do ensino artístico<br />

e das grandes collecções públicas.<br />

Aqui nem mesmo é possivel es-<br />

tabelecer um parallelo.<br />

0 museu nacional de Lisboa, o<br />

primeiro e o único, de programma<br />

um pouco confuso, é sob todos os<br />

pontos de vista uma instituição modestíssima,<br />

se se pretende a comparação<br />

com qualquer dos que enriquecem<br />

as grandes capitaes.<br />

As modernas tendências da arte,<br />

exhaurida toda a substância de vitalidade<br />

que continham as fórmulas<br />

resuscitadas da architectura grecoromana,<br />

depois de gastas em ten-<br />

tativas creadoras todas as energias<br />

de quatro séculos de talento e de<br />

actividade prodigiosa, buscam novos<br />

rumos na herança do passado, na<br />

índole e nas puras tradições do<br />

génio nacional.<br />

Só em Portugal, onde a educação<br />

dos artistas não encontra temperatura<br />

adequada á expansão da<br />

sua liberdade e á florescência do<br />

seu engenho, é possivel que occorram<br />

anedoctas como esta. No Grémio<br />

Artístico propôs-se ha annos em<br />

assembléa geral, que alii de sucia,<br />

entre joviaes amigos, se lançassem<br />

as báses a um novo estylo português<br />

II...<br />

E atrozmente significativo e pavorôso!<br />

Mas legitima consequência<br />

da fatalidade das condições!...<br />

Basta dizer: em Portugal, onle<br />

abundam relíquias da antiga gran-<br />

deza, não ha uma publicação permanente<br />

de arte, subsidiada pelo<br />

Estado; não tem havido de facto<br />

uma commissão de vigilância com<br />

auctoridade e competência efficaz,<br />

para obstar aos desvarios praticados<br />

nos monumentos á custa do thesouro<br />

público. Não se adquire no<br />

ensino superior, nem no secandáriQ,<br />

uma noção de arte,


RESISTÊNCIA — Quinta feira, 4 de fevereiro de 1897<br />

Sarau do Instituto<br />

Á escacêz das dotações até<br />

agora votadas para os monumentos,<br />

que o Estado tem protegido, se deve<br />

a felicidade relativa de alguma coisa Cheias de luz as salas muito<br />

ainda restar, porque está provado brancas, em que riam apenas so-<br />

que, com meios abundantes, os bre as portas e janellas sêdas ver-<br />

desastres seriam ainda maiores, sob melhas artisticamente collocadas.<br />

a inspiração dos funccionários da<br />

obra pública, engenheiros, con- O programma breve: apenas dois<br />

ductores e capatazes. A junta con- discursos dos srs. drs. Bernardino<br />

sultiva tudo approva, por incapa- Machado e Lopes Vieira, e alguns<br />

cidade, por favor e por capricho! números de música da J^na Aca-<br />

E nesta pesada athmosphera, de démica, d'uma execução muito cor-<br />

longe a longe, uma ou outra interrecta e que affirma mais uma vez<br />

pellação, um ou outro projecto de o saber e actividade de Simões Bar-<br />

lei se destaca inutilmente na mebas.lanchólica rotação dos episódios O sr. dr. Lopes Vieira discursou<br />

parlamentares! I<br />

sobre A glorificação do trabalho pela<br />

Isto não obstante as invectivas, hygiene.<br />

os movimentos da opinião, os es- Foi um sermãosinho, a que nem<br />

forços reiterados e corajósos, pela o latim faltou, tentando justificar<br />

penna, pela palavra e pela acção, Nosso Senhor de ter imposto ao ho-<br />

de indivíduos de reputação e aumem o trabalho como castigo. ..<br />

ctoridade, desde longos annos em- Citações eruditas, e Deus por<br />

penhados na reconstituição artís- aqui, e Deus por alli, e sempre Deus<br />

tica da vida nacional.<br />

em todos os períodos desde o pri-<br />

Hoje estes assumptos já se não meiro até ao último.<br />

discutem, impõem-se!<br />

Foi uma ladainha galante que<br />

E quando os povos pela inércia, deve ter agradado immenso ás Se-<br />

pela ignorância, ou pelo espirito de nhoras.<br />

reacção dos seus governantes não<br />

sabem acompanhar a marcha triumphal<br />

da civilização, esses povos fi- Eu bem sei que não!<br />

cam expostos ás contingências pe- Desculpem vv. ex.<br />

rigósas e ás ameaças demolidôras<br />

d'um futuro desconhecido 1<br />

Esta sentença é um logar commum<br />

e parece extraída d'um discurso<br />

do Conselheiro Accacio; mas<br />

é profundamente sensata e rigorosamente<br />

verdadeira 1<br />

A.<br />

Estudantes republicanos<br />

de Lisboa<br />

Accentua-se o movimento. Em<br />

Lisboa, na redacção do Paiz, reuniram-se,<br />

ante-hontem, os estudantes<br />

republicanos de Lisboa para<br />

tratarem da fundação d'um grémio<br />

académico democrático. O antigo<br />

Grémio Académico de Estudos Sociaes<br />

foi dissolvido, e, em vez d'elle,<br />

vae formar-se na capital uma larga<br />

e enthusiástica aggremiação de estudantes<br />

republicanos, disposta á<br />

contribuir, quanto em suas forças<br />

caiba, para a próxima proclamação<br />

da Republica.<br />

E, pítra que se veja como a acção<br />

do Grupo Republicano de Estudos Sociaes<br />

encontrou echo no coração d'aquella<br />

sympáthica mocidade, transcrevemos<br />

em seguida a moção que,<br />

no meio de palmas e vivas, os estudantes<br />

votaram antes de haverem<br />

iniciado quaesquer outros trabalhos<br />

:<br />

«Os estudantes republicanos de Lisboa,<br />

convencidos de que a propaganda<br />

republicana se deve alliar a mais<br />

escrupulósa moralidade e. que a implantação<br />

da Republica se torna cada<br />

vez mais urgente, applaudem entusiasticamente<br />

a conducta do Grupo Republicano<br />

de Estudos Sociaes, e fazem<br />

votos para que continue no caminho<br />

que traçou.»<br />

Muito bem. Que a mocidade proceda<br />

assim, em Lisboa como aqui,<br />

aqui como no Porto ou nos outros<br />

centros do país, e a Republica será<br />

um facto e uma redempção dentro<br />

de pouco tempo.<br />

Os corações juvenis sabem dar<br />

effectividade ás mais transcendentes<br />

doutrinas scientíficas.<br />

Contribuições<br />

Fòi prorogado até ao dia 28 do<br />

corrente mês o praso para o pagamento<br />

voluntário dás contribuições<br />

geraes do Estado.<br />

a Talhando-se um papel de reformador,<br />

o sr. dr. Bernardino Macha-:<br />

do córta por tudo e deixa-se só, sem '<br />

mais ninguém:<br />

«Na selva escura das disciplinas escholares,<br />

o espirito do educando extravia-se<br />

e perde se.<br />

Sam tudo abstracções, que elle ignora<br />

d'onde vêem, e ao que Vêm; é<br />

tudo para elle, émflm, uma especie de<br />

jogo de azar mental Nada o firma na<br />

vida! Ás sciencias, artes e industria<br />

que aprende, falta o amoràvel vinculo,<br />

que lli'as deveria atar ao coração. Estuda-se<br />

entre nós, como se para nós<br />

não houvesse uma pátria, como se cada<br />

objecto do nosso estudo não fôsse<br />

um elemento integrante d'essa pátria;<br />

quando nada da nossa terra nos devia<br />

ser indifferente, quando nem uma pedra<br />

d'ella é uma pedra qualquer, mas<br />

tem um cunho nacional, local, familiar,<br />

è a pedra doméstica do nosso lar, é a<br />

pedra do baptistério, do moinho e da<br />

fonte da nossa povoação natal, e é a<br />

pedra lascada que recórda as nossas<br />

orígeBS ou a pedra dos monumentos,<br />

emblema da nossa glória, que celébra<br />

os feitos dos nossos antepassados. Cada<br />

objecto tem umi história, que o<br />

educando precisa de conhecer e de<br />

amar; uma história e um destino! »<br />

Para o sr. dr. Bernardino Machado<br />

nada existe. Os trabalhos modernos,<br />

tentando ligar o artista ao<br />

solo português, inspirando-lhe o<br />

'; mas é para amor da sua terra e o culto da sua<br />

o não desgostar de todo.. . arte, finge ignorá-los s. ex.<br />

Terminou em Verso solto :<br />

o trabalho<br />

é a vida<br />

é a saúde<br />

é a abundância<br />

é a condição da humanidade<br />

é a distracção do espírito<br />

é allívio pura os pesares<br />

é esteio para a moralidade<br />

é garantia da sociedade<br />

é alavanca do progresso<br />

é o immortaiisador do homem<br />

é a alegria da familia<br />

é o recurso de todo o desgraçado<br />

é ai que mal sôa<br />

sorriso que desfallece.<br />

Ah! Perdão 1 Isto é d'outro fado!...<br />

O discurso do sr. dr. Bernardino<br />

Machado é mais grave.<br />

Para acudir ao operariado o sr.<br />

dr. B. Machado formúla esta theoría:<br />

«Não me lífriito a formular o problema,<br />

aventarei também a sua solução.<br />

E' que a ninguém seja lícito seguir<br />

um curso de instrucçâo secundária,<br />

sem que esteja ao mesmo tempo fazendo<br />

o seu tirocínio offlcinal, nem se permitia<br />

o accesso a uma faculdade ou<br />

eschóla superior a quem não seja ainda<br />

mestre em alguma profissão; e, reciprocamente,<br />

que a todo aprendiz que<br />

se prepara para operário, se franqueie<br />

o ensino médio burguês como a todo<br />

operário que se prepára para mestre,<br />

se abram as últimas portas dos<br />

lyceos, de tal modo que, depois de<br />

haver passado de operário a me^Jre,<br />

o mesmo individuo vingue ainda hábil<br />

itar-se a assumir um dos primeiros<br />

cargos sociaes».<br />

VV. ex." comprehenderam? Sabem<br />

a única justificação d'esles períodos<br />

cheios de coisas irrealizáveis?<br />

A justificação é o período que<br />

se lhes segue:<br />

«Numa palavra, que todos os soldados<br />

possam aspirar ao generalato, e<br />

não haja offlcial superior que não tenha<br />

passado pelas fileiras!».<br />

Fez a theoria para collocar uma<br />

figura de rhelórica.<br />

Uma theoria nova para justificação<br />

d'uma figura velhal...<br />

O general, os soldados, as fileiras...<br />

uma figura do primeiro império<br />

!...<br />

0 sr. dr. Bernardino Machado<br />

anda com o figurino 1...<br />

a Jardim Botânico possue da nossa<br />

| flora, creando sociedades para es-<br />

. tímulo dos estudos de botânica na-<br />

Icional e promovendo, sem incitamento<br />

e sem glorificação, sem música<br />

e sem rhelórica, a cultura de<br />

plantas que poderám ser uma fonte<br />

de riquêza nacional ?. ..<br />

Não se procura crear o amor ao<br />

solo, á arte portuguêsal...<br />

Entám o sr. dr. Bernardino Machado<br />

que sabe lêr, e que diz que<br />

lê, não conhece as luctas que se tem<br />

travado aqui, em Coimbra, para<br />

livrar essas queridas pedras porluguêsas<br />

da destruição com que as<br />

ameaçava gente de-fóra?<br />

Pois não sabe o sr. dr. Bernardino<br />

Machado que os artistas de<br />

Coimbra têm, ha muito tempo, quem<br />

lhes ensine o amôr do seu país e os<br />

ajude a estudar e a respeitar o trabalho<br />

nacional nas grandes obras<br />

darte, como nos pequenos objectos<br />

da indústria nacional?<br />

Pois não sabe o sr. presidente do<br />

Instituto, que discursa no andar<br />

nobre, o trabalho dos sem-fortuna<br />

que no Museu vam modestamente,<br />

no rez do chão, accumulando collecções<br />

d'arte nacional, e andam<br />

correndo officinas, chamando os ar-<br />

.. . tistas ao culto do passado, e guian-<br />

A educação do operário é o curdo-os, quando elles vêm, cheios de<br />

so do Instituto, o educador é Elle!... inlerésse e de vontade de saber, vi-<br />

Todo o trabalho de Olympio Nisitar aquelles objectos colleccionaculau<br />

Ruy Fernandes (um nome que dos tam devagar, á custa de tanto<br />

devia lembrar-lhel), todos os esfor- sacrifício, e abandonados tam franços<br />

de Antonio Augusto Gonçalves, camente e com tanta alegria ao es-<br />

tudo, tudo isso nada vale.<br />

tudo de todos?...<br />

Se o sr. dr. Bernardino parece Não sabe ?...<br />

ignorar alé o movimenlo da sua Faculdade<br />

!...<br />

Não sabe o sr. Bernardino Ma- Que oS. •. A. • . doU. •. o ilchado<br />

que, ha muito, o ensino lumine!...<br />

da Physica deixou de ser em Coim-<br />

T. C.<br />

bra uma abstracção com a regência<br />

e orientação do sr. dr. Santos Viegas<br />

um sábio, a trabalhar modestamen- No centro regenerador franquiste<br />

sem pensar se a sua fama iria, ta que acaba de organizar-se ha<br />

ou não, longe da terra em que ensi- nada menos nada mais, segundo<br />

nava ?!. . .<br />

informa o Tribuno Popular,(te uma<br />

Ignora o sr. dr. Bernardino Ma- commissão directora, outra central,<br />

chado a orientação dada ao estudo uma l.<br />

da Chimica pelo seu collega dr.<br />

Corrêa Barata é a fórma como elle<br />

hoje é dirigido ?. ..<br />

Ninguém procura prender o alumno<br />

ao seu país ?!.. .<br />

Entám o sr. dr. B. Machado nunca<br />

entrou no gabinete de geologia e<br />

mineralogia; nunca viu o cuidado<br />

que merece ao sr. dr. Guimarães o<br />

estudo da nossa terra, o amor com<br />

que as collecções nacionaes sam estudadas,<br />

e como se procura o seu<br />

augmento, dirigindo excursões pelo<br />

país e incitando os alumnos ao estudo<br />

do solo nacional?. ..<br />

Entám o sr. dr. Bernardino Machado<br />

ignora o trabalho tam antigo<br />

do sr. dr. Paulino d'01iveira, publicando<br />

instrucções práticas que<br />

permitiam a todos os portuguêses<br />

collaborar no augmento das collecções<br />

do museu?. ..<br />

Pois não ha no museu de Zoologia<br />

um grande salão, o melhor salão,<br />

todo destinado á nossa fauna;<br />

não se procura, ha tanto tempo, dotar<br />

o ensino com uma collecção<br />

completa dos animaes que habitam<br />

o solo português ?...<br />

Entám o sr. dr. Bernardino Machado,<br />

d'ha muito habituado a fazer<br />

justiça, finge ignorar o trabalho persistente<br />

do sr. dr. Julio Henriques,<br />

promovendo excursões pelo país,<br />

publicando jornaes de botânica em<br />

que sam tratados os assumptos nacionaes,<br />

augmentando e organizando<br />

as riquíssimas collecções que o<br />

A secção de assembleia geral,<br />

uma 2. a eleitoral, uma 3. a de propaganda,<br />

uma 4. a Grupo franquista<br />

No dia 31 de janeiro reuniramse<br />

nas tristes salas do atiligo Club<br />

Conimbricense os actuaes representantes<br />

do antigo partido dos jaquetas,<br />

que hoje, mercê de três lentes<br />

da Universidade nelle filiados e<br />

mais do sr. Ayres de Campos, se<br />

poderá chamar de meia borla, a fim<br />

de se constituírem em centro franquista.<br />

Não houve discussão, os papeis<br />

tinham sido distribuídos e estavam<br />

devidamente ensaiados.<br />

O sr. Visconde do Banho, contraregra,<br />

conseguiu que não se repercutissem<br />

no pálco as luctas que<br />

houve nos bastidores. A apolheóse<br />

do seu parente sr. João Franco foi<br />

fèita pelo sr. Ayres de Campos com<br />

arrebatadora eloquência. Causou<br />

extraordinária impressão. Os outros<br />

oradores seguiram na mesma ordem<br />

d'idêas, e com não menor brilhantismo;<br />

sustentando que «o sr. João<br />

Franco é o único político consumado,<br />

o único caracter immaculado que ha<br />

no partido regenerador». (Appoiados).<br />

Era da peça. O sr. Visconde do<br />

Banho só queria elogios para o seu<br />

parente.<br />

E certo é que a obra ficou perfeita<br />

e produziu resultados immediatos.<br />

Ein virtude da manifestação<br />

que acaba de receber, o sr. João<br />

Franco subiu uns poucos de pontos<br />

na sua cotação política. A crise em<br />

que se estava debatendo o governo,<br />

foi immediatamente debellada. O<br />

câmbio subiu. Os fundos, idem. A<br />

situação económica e financeira entrou<br />

nujn accentuado período de<br />

rejuvenes&imento. As instituições<br />

vigoriza m-se.<br />

Já ha muitos annos que não se<br />

havia realizado um acto político de<br />

tam assombrósos resultados. Nós,<br />

que bem rudemente os sentimos,<br />

sincéramente o declaramos.<br />

Com o sr. João Franco a dirigir<br />

um partido político em Coimbra<br />

morte macaca espera a outros partidos.<br />

E o célebre diclador do Alcaide<br />

é o presidente do nôvo centro<br />

que se formou!<br />

Lá partiu para Lisboa uma com-<br />

consultiva.<br />

missão a entregar-llie o respectivo<br />

Não sabemos como distribuirám diploma. Um dos membros d'ella,<br />

entre si as altas funcções que têem a professor da Universidade, pedirá<br />

desempenhar a commissão directora ao sr. João Franco, como especial<br />

e a commissão central. Que também obséquio, que continue a guardar<br />

não sabemos como possa haver uma silêncio sobre as successivas repre-<br />

commissão central que não seja disentações que a Universidade tem<br />

rectora e uma directora que não seja feito ácêrca de momentosos e ina-<br />

central, a não ser que a direcção diáveis assumptos relativos ao en-<br />

ande fóra do centro.<br />

sino.<br />

A influência do sr. João Franco Espera-se que será altendido.<br />

já se faz sentir. Ou entám a do sr.<br />

visconde do Banho, que é a mesma<br />

coisa.<br />

31 de Janeiro<br />

E a propósito:<br />

Foi muito importante, como con-<br />

Porque não publicará a Corresfessam<br />

todos os jornaes conservadopondência<br />

de Coimbra, orgão do nores<br />

do Porto, a manifestação celebravo<br />

centro, os nomes dos presidentes<br />

e více-presidentes de todas essas<br />

da pelo partido republicano em ho-<br />

commissões e secções?<br />

menagem ás víctimas da revolução<br />

de 31 de janeiro de 1891.<br />

De todo o país nos chegam notícias<br />

sobre a salutar impressão cau-<br />

Grupo Republicano de Estudos Sociaes sada por essa commemoração pie-<br />

Damos o logar d'honra á nota dosa, em que a saudade pelos ven-<br />

official das deliberações d'este Grucidos se alliou ao profundo ódio pepo,<br />

communicada a toda a imprensa los vencedores.<br />

republicana.<br />

Mais uma vez, o Porto, para hon-<br />

Não nos é possível hoje, por ra nossa, revelou os seus sentimen-<br />

absoluta falta de espaço, fazermos tos ; e quem sabe vêr os factos so-<br />

sobre o assumpto as considerações ciaes sem pessimismos mas também<br />

que merece. Cumpriremos esse grato sem deslumbramentos, deve ter<br />

dever no próximo número.<br />

comprehendido, á vista de tantas<br />

Em todo o caso declaramos já manifestações de força do partido,<br />

que applaudimos incondicional- republicano que a agonia do regimente<br />

todas as deliberações tomamen se approxima, e que é tempo<br />

das pelo Grupo Republicano de Es- de liquidar as suas tremendas restudos<br />

Sociaes.<br />

ponsabilidades.


Por iniciativa do sr. dr. Bernardino<br />

Machado foram creados no Instituto<br />

cursos nocturnos para operários.<br />

As matérias cursadas sam a arithmética,<br />

história, geographia, português<br />

e francês.<br />

A idêa é sympathica e revelia um<br />

intento, generôso. Não nos parece,<br />

porém, que no espírito e lettra dos<br />

estatutos se encontre artigo que tal<br />

permitta.<br />

Muito outro é o fim do Instituto,<br />

e bem mais difficil de conseguir.<br />

Em Coimbra ha uma eschóla industrial,<br />

superiormente dirigida,<br />

com um material, em parte deficiente<br />

ainda, apesar das despêzas feitas,<br />

e o sr. dr. Bernardino Machado<br />

teve melhor occasião de beneficiar<br />

as classes operárias, promovendo<br />

o augmento da Eschola Industrial<br />

Brotero, sempre tam concorrida<br />

dos operários de Coimbra.<br />

Teve essa occasião quando foi<br />

ministro.<br />

Teve-a e perdeu-a 1...<br />

Agora, parece-me que o Instituto<br />

17 . Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento (Tiim forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

V<br />

Em casa d'uma mundana<br />

em 1869<br />

E o punho do barão exprimiu o meio<br />

extremo que empregaria para obrigar<br />

a sua cúmplice a obedecer-lhe.<br />

— Linotte é ainda formosa... tendo-a<br />

na minha companhia, seguro está<br />

o homem, ella é a prova viva do seu<br />

passado 1 Ah ! e está agora na edade<br />

em que os olhos se enganam... oafastamento,<br />

a província, a fortuna!... que<br />

espero vêr sobre o passado 1... com<br />

ella tè-lo-hei sempre seguro, toda a<br />

sua vida.<br />

' O barão calou se, mas o seu pensamento<br />

continuou :<br />

— No dia em que ella fôr demais,<br />

ceifarei de todo êsse passado, as pessoas<br />

e as coisas. Eu devia ter ido mais<br />

cêdo a casa de Esquermoise, já tinha<br />

fallado com o Petite-Mousson; quero<br />

que me diga quanto vale a fortuna de<br />

RESISTÊNCIA— Quinta feira, 4 de fevereiro de 1897<br />

Barrigadas<br />

se melteu em emprêsa difficil e que<br />

não pôde deixar de ter um desfecho<br />

Um barriga, deputado por êste<br />

para lastimar.<br />

districto, eslá mui descontente com<br />

Bem dizia o sr. dr. Manuel Gayo:<br />

o sr. João Franco, que já lhe pare-<br />

— O MVNDO BIBE D'ILLVce<br />

estúpido, e com o governo, que<br />

SÃO! ..<br />

vê em vésperas de trambulhão<br />

monumental.<br />

Realmente, a situação d'um bar- Dr. Lucio Roclia<br />

riga é, hoje, miserável. Nos progres-<br />

Alguns jornaes de Coimbra mensistas<br />

só pôde encontrar chufas; e,<br />

cionam, entre os dirigentes do novo<br />

nos republicanos, ponta-pés. grupo regenérador d'esta cidade, o<br />

Em si mesmo, sobretudo agora, illustre professor de Medicina, sr.<br />

com a quéda do governo, só pôde dr. Lucio Martins da Rocha.<br />

vêr um... baixo-ventre.<br />

Não podemos suppôr verdadeira<br />

a informação. Ou os nossos collegas<br />

Dr. Dias da Silva não reproduzem fielmente o que se<br />

passou no velho casaram da rua dos<br />

Este nosso prezado amigo e dis-<br />

Coutinhos, ou os cavalheiros alli<br />

tincto professor da Faculdade de<br />

reunidos se illudiram relativamente<br />

Direito já regressou a esta cidade.<br />

ás convicções do sr. dr. Lucio Rocha,<br />

que está ausente d'esta cidade.<br />

S. ex. a nando Martins de Carvalho e Sousa tin teve alli um pequeno recontro,<br />

Fernandes.<br />

nas cercanias de Remates.<br />

O Globo filiar-se-h& no partido<br />

republicano, sendo um jornal mais<br />

A columna dispersou os rebeldes,<br />

doutrinário que de combáte. que na fuga abandonáram 8 cadaveres.<br />

A força leal teve 3 mortos e 8<br />

Associaçãs de Classe dos Fabricantes feridos.<br />

de Calçado<br />

—Na cidade de Matanzas en-<br />

Realizou-se na terça feira, pelas<br />

KALENDARIO DE FEVEREIRO, 1897<br />

tregáram-se 16 rebeldes armados,<br />

4 horas da tarde, na sala da Asso-<br />

x<br />

ciação de Classe dos Fabricantes de<br />

Calçado, uma conferência, feita pelo A Correspondência publica uma<br />

*2 9 16 23<br />

3<br />

sr. Vilella Passos, quartanista de carta de Cuba, attribuida a um alto<br />

10 17 24<br />

4 11 18 25<br />

Direito. Tratou o assumpto sobre funccionário politico, e na qual se<br />

5 12 19 26<br />

que fallou com proficiência, sendo encontra o seguinte periodo :<br />

6 13 20 27 —<br />

muito applaudido.<br />

«Não é possivel negar que toda<br />

Á noite, para commemorar o 1.° a gente está hoje esperançada num<br />

annjversário da mesma associação, êxito e numa solução trazida pelas<br />

houve um saráu iitterário-musical- annunciadas reformas politicas».<br />

dramático, que correu muito ani- Toda a questão cubana se limita<br />

mado e deixou os assistentes muito<br />

agora ao interesse que disperta a<br />

bem impressionados.<br />

applicação das reformas.<br />

Diversos sócios pronunciaram dis-<br />

não é um político combacursos e poesias allusivas ao acto,<br />

x<br />

tente; as suas idéias sam única e sendo calorosamente applaudidos. Um telegramma particular de Key F. Fernandes Costa<br />

simplesmente republicanas. E tê- A sala achava-se bellamente ador- West faz suppôr que continuam as<br />

E<br />

mo-lo por homem de caracter.<br />

Associação Commercial<br />

Os nóvos corpos gerentes da Associação<br />

Commercial tomaram pósse<br />

no dia 2 d'este mês.<br />

nada de verdura e flôres e nas pa- negociações entre o governador geredes<br />

viam-se as ferramentas dos ral de Cuba e o governo rebelde<br />

diversos officios dispostas com mui- para se chegar á pacificação da ilha.<br />

to gosto. Foi uma festa muito sym- O telegramma accrescenta que perto<br />

páthica.<br />

deGuanabacoa foi arremessado para<br />

A concorrência foi numerósa, fóra dos carris um comboyo por<br />

tanto de sócios como das suas fa-<br />

meio de dynamite, ficando mortos<br />

mílias.<br />

0 machinista e o fogueiro, e feridos<br />

1 cirurgião e 15 soldados; nos úl-<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

PEDRO FERNANDES THOMAZ<br />

Catálogo<br />

timos combates travados na pro-<br />

A Associação central promotôra<br />

víncia da Havana tomáram<br />

do commércio de vinhos e azeites 1:500 rebeldes.<br />

parte<br />

O jury que tem a examinar os<br />

concorrentes á cadeira de desenho<br />

na 2. a circumscripção é composto<br />

dos srs. drs. Julio Henriques, lente<br />

de philosophia, Antonio José Lourinho,<br />

professor do lyceo de Portalegre<br />

e Angelo Coelho de Magalhães<br />

Vidal, professor do lyceo central do<br />

Porto.<br />

• O Globo»<br />

Deve apparecer no próximo mês<br />

de março um jornal assim intitulado<br />

de que será redactor principal o sr.<br />

dr. Magalhães Lima, entrando na<br />

redacção elfectiva os srs. Gomes da<br />

Silva, Teixeira de Queiroz, Fer-<br />

seu cunhado... Alli está a fortuna;<br />

saccar um quantia! bello negócio! Preciso<br />

associar-me â casa... É uma mina.<br />

0 barão, sorrindo-se, disse a meia<br />

voz:<br />

— A consideração... a entrada na<br />

sociedade... tornar-me-hei um homem<br />

sério, sim ! um bom burguês... Também<br />

é esta a primeira vez que aquella<br />

gente tem alguém intelligente na<br />

quadrilha... Se me sair bem, denuncio<br />

á polícia todos os que conheço. É<br />

um meio facíl de me livrar de ineómmodos<br />

futuros!... Ella tem obrigação<br />

de proteger me por isso que a sirvo<br />

deligenteménte contando lhe o que dizem<br />

as pessoas que-andam mettidas<br />

na política, que se reúnem em sociedades<br />

secretas, e que occultam no forro<br />

dos chapéus a sua divisa — Ordem<br />

pública — ou cantam a Parisienne de<br />

Casimir Delavigne.<br />

Apenas a carruagem parou o cocheiro<br />

veiu abrir a portinhola dizendo:<br />

— Chegamos, bom burguês.<br />

0 barão fltou-o com um olhar feroz;<br />

julgando por momentos que o cocheiro<br />

tinha ouvido os seus pensamentos.<br />

Desfeita, porém, logo esta dúvida, pagou<br />

o preço do carro e subiu os dois<br />

lanços da escada que levavam aos apo-<br />

sentos de Lilia de Esquermoise. Bateu.<br />

Veiu abrir-lhe a porta uma mulher que<br />

teria os seus quarenta annos.<br />

— Ah !, disse ella com a familiaridade<br />

das pessoas habituadas a servir<br />

certa sociedade, fez bem era vir, ha<br />

acába de publicar o Catálogo dos<br />

vinhos enviados á exposição móvel na<br />

Africa do Sul.<br />

Agradecemos o exemplar que<br />

nos foi remettido.<br />

Cuba e Filippinas<br />

As últimas notícias recebidas de<br />

Cuba dizem que continuam os recontros<br />

na província de Pinar dei<br />

Rio.<br />

A columna do coronel San Mar-<br />

duas horas que não fazem outra coisa<br />

senão perguntar por si... a ceia está<br />

no fim.<br />

— Houve ceia esta noite ?, perguntou<br />

o barão, entregando o seu chapéu<br />

e pardessus.<br />

— Sim, têmos novos...<br />

— Novos ?<br />

— Oh 1 sim... vae vê-los... estám<br />

num estado...<br />

— Já?<br />

— Verá, cheios como ôdres.<br />

— Quem está ahi, Baptistine?, ex<br />

clamou uma voz avinhada.<br />

— M. de Lormond, respondeu ésta.<br />

— É o barão!<br />

E immediatamente se organizou um<br />

côro infernal em sua honra.<br />

Este seguiu atraz de Baptistine. Depois<br />

de atravessar a ante-cámara e o<br />

fumoir entrou na sala de jantar uma<br />

sala de jantar á parisiense, isto é,<br />

baixa, pórtas e janéllas estreitas, não<br />

comportando mais de cinco pessôas.<br />

Quando o barão transpôs a pórta,<br />

doze indivíduos, de-ambos os sexos,<br />

cercavam a mêsa, e dos quaes, dez,<br />

mal se podiam já sustentar em pé.<br />

Lélia d^Esquermoire que se acháva<br />

pérto da pórta, cumprimentou o barão<br />

e disse-lhe a meia voz:<br />

— Desesperava já de te vêr, temos<br />

hoje cá muita gente... Vou apresentarte...<br />

Silêncio, tagarellas! Meus senhores<br />

apresento-lhes...<br />

Ouviu-se entám uma gritaria infernal.<br />

Previsão do tempo<br />

Diz Noherlesoom que a primeira<br />

quinzena de fevereiro será rasoavel—<br />

metade boa metade má.<br />

Os dias 9, 13 e 14 seram os peores.<br />

A 9, chegará a depressão do golpho<br />

de Casconha, produzindo chuvas nas<br />

regiões septentrionaes.<br />

A 13 e 14, a chuva, a néve e o<br />

vento produzir-se-ham nas mesmas regiões,<br />

com abaixamento de temperatura.<br />

Em 2, haverá começo de chuvas e<br />

venlo norte, que augmentará até ao<br />

dia 4. Depois manter se-ha regular o<br />

tempo até 9, que é quando se sentirá<br />

—Basta! basta! já o conhecemos!<br />

-—Eu vi-o na exposição...<br />

—Já foi deputado...<br />

— O seu retrato está em Fontainebleau...<br />

segunda série...<br />

— Senhores péço silêncio...<br />

— Como queres que te attendam, se<br />

não ha vinho!...<br />

— Baptistine, champagne...<br />

—Muito champagne! um punch...<br />

— Senhores... eu...<br />

— Não te zangues Lélia, é a alegria,<br />

é preciso desculpa la, exclamou um<br />

peralvilho de dezenóve annos a quem<br />

chamavam o Pequeno Visconde, queres<br />

apresentar-nos Lormond... pódes fazê-lo<br />

e se isso te dá gôsto apresentanos<br />

até a guarnição de Paris...<br />

, —Não é por vossa causa, mas o<br />

conde...<br />

— Este, disse o visconde, designando<br />

um côrpo inérte, deitado, meio corpo<br />

no sofá e meio no chão, e a cabeça<br />

ornada com uma casca de lagosta!. ..<br />

Pertence-me, é um objecto meu, «prohibo<br />

que lhe mexam e que o apresentem<br />

sem minha auctorizaçãos, veio<br />

na minha companhia; ninguém tem o<br />

direito de dispor dos amigos dos outros.<br />

.. E este é meu amigo !...<br />

Pódes agora fazer a apresentação<br />

vá, eu represento-o.<br />

Lêlia obedecendo, adiantou-se conduzindo<br />

o barão pela mão.<br />

— Senhor conde, permitta que lhe<br />

apresente o barão Lormond, um dos<br />

meus melhores amigos.<br />

— Caro barão, como elle está mais<br />

o resultado da depressão formada ao<br />

oorte dos Açores.<br />

No dia 13, estará o centro da borrasca<br />

situado perto dos Alpes, estendendo<br />

a sua acção ao mediterrâneo e<br />

a península ibérica—o que occasionarâ<br />

chuvas, néves e temporal.<br />

Em 14 do corrente ainda durará o<br />

mau tempo.<br />

7 14 21 28<br />

1 8 15 22<br />

Lua nova em 1, às 7,37 m. da m.<br />

Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />

da m. ^<br />

Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n.<br />

Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />

da n.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

Canções populares da Beira<br />

Acompanhadas de 52 melodias,<br />

recolhidas directamente da tradição oral,<br />

e arranjadas para piano<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO<br />

POR<br />

J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />

1 volume de 263 p 800 réis<br />

Pelo correio 850 »<br />

Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />

Augusto Veiga<br />

FIGUEIRA<br />

Piano<br />

Vende-se um quasi novo e de bom<br />

auctor. Nesta redacção se diz.<br />

•<br />

babado do que eu,—abarrotado de vinho,<br />

como tam eloquentemente diz<br />

Baptistine,—dispenso-me de o acordar.<br />

Aqui tem o meu nóbre amigo esta coisa<br />

ébria, rôsto descórado, fáces caídas,<br />

fronte enverdeada, olhos circulados de<br />

negro, cujas pálpebras escondem neste<br />

momento o seu olhar termo, lábios a<br />

babarem-se, bigode ruivo que parece<br />

escuro por estár molhado... Esta coisa<br />

é meu amigo... descendente dos senhores<br />

de Chalus, de Verlaine; um seu<br />

ante-passado esteve ao lado de Philippe<br />

VI na batalha de Cassei, oude recebeu<br />

uma espadeirada na testa, que ía dirigida<br />

ao rei... uma testa dúra era<br />

que a espado flammejante se quebrou;<br />

foi depois d'este successo que Philippe,<br />

como recordação d'este dia, lbe ordenou<br />

que usàsse a divisa seguinte:<br />

«Coração termo, corpo dúro...» Os<br />

seus ante-passados usavam no elmo<br />

uma christa de gallo; os reis chamávam-lhes<br />

grandes senhores... Barão o<br />

homem de pequena estalúra que te<br />

apresento é o último e único rebente<br />

que résta d'esta familia de gigantes;<br />

seu pae não feito senador por ter casádo<br />

com a governanta, de cujo enlace<br />

é fructo o meu amigo conde de Mont-<br />

Perret... Está feita a apresentação...<br />

Tenho sêde... não ha necessidade de<br />

te pôres<br />

bebamos.<br />

naquelle estado, senta-te e<br />

— O punch, gritou um dos convivas.<br />

(Continm.)<br />

.


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encoiitra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as li<br />

vrarias. O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

Limoc ro hoje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte — Fugas célebres—<br />

«cenas de sangue — As prixões e o absolutismo—Mo<br />

tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica. «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />

1 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOiO RODRIGUES BRÂ6À<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 I rmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

** junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

BE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

30, Bua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco (TAImedina)<br />

COIMBRA<br />

Cal Hidráulica 1 ® rande depósito da Companhia Cabo Mon<br />

' dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

Electricidade e óptica S f c — S ^ í<br />

campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

Tintas para pinturas: ^ Í S K T S K f e<br />

artigos para pintores.<br />

AjmonfQQ* Inglês e Cabo Mondego, as melhores qualidades<br />

- que se empregam em construcçôes hydraulicas.<br />

Diversos • ^ ande j a!S > Oleados, papel para forrar casas, moinhos<br />

e torradores para café, máchiaas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas.— Redes de arame,<br />

zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

Ferragens para construcçôes:<br />

Grande sortido que vende<br />

O r vvuunuvywvo. preços eguaes aos de<br />

Lisboa e Porto.<br />

De ferro e arame primeira qualidade com grandes<br />

obras.<br />

Cutilaria:<br />

descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />

Cutilaria nacional e extrangeira dos melhores auctores.<br />

Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />

FaflnftirOV Cr y 8tofle > raetal tranco, cabo d'ébano e marQm,<br />

H ' completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />

de Guimarães.<br />

Louças inglêsas, de ferro:<br />

mesa, lavatorio e cozinha.<br />

Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, revolvers,<br />

espingardas para caça, os melhores<br />

sistemas.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 4 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—OfEcina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO AUER<br />

PreYilegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

ã JOSÉ MARQUES LÂDEIBÂ<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Ifeito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Gorôas e Flôres<br />

F. DELP0RT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />

COIMBRA<br />

8 MSA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

w Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE 0IMA-80<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Só Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mesa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Filtro-Mal<br />

de porcellana damiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />

ÉDITOS DE 30 DIAS<br />

(l. a publicação)<br />

8 H « Juizo de Direito da coll<br />

marca de Coimbra e cartório<br />

do escrivão do 4.° offleio<br />

José Lourenço da Costa, corre<br />

seus termos um inventário orphanológico<br />

por fallecimento de<br />

Joaquim d'01iveira Cabaça, morador<br />

que foi no logar do Loureiro,<br />

freguezia de Sernarhe dos<br />

Alhos, em que é inventariante<br />

Rosa Maria, viuva do fallecido,<br />

e pelo mesmo inventário correm<br />

éditos de trinta dias a contar<br />

da segunda piíblicação d'este<br />

annúncio no Diário do Governo,<br />

citando a interessada Maria da<br />

Conceição, solteira, de 27 annos,<br />

filha do fallecido, e ausente em<br />

parte incerta, para assistir,<br />

querendo, a todos os termos do<br />

mesmo inventário até final.<br />

Verifiquei a exactidão.<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

LEITE ~<br />

NaruadaMathemática<br />

n.° 6, vendem-se<br />

todos os dias de manhã<br />

ou á noite dois a<br />

três litros de leite de<br />

vaccadesuperiorqualidade,<br />

a preço de ÍOO<br />

réis cada litro.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao publico em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

afiançados.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinísmo.<br />

Sobreiros<br />

U fTesídem-se uma porção,<br />

» de bons paus de sobreiro,<br />

que estám na quinta das Barreiras<br />

do Tovim, e a tractar<br />

com Joaquim Augusto Preces ,<br />

Dinis, na rua do Visconde da<br />

Luz, n.° 72.<br />

Sfende-se a casa n.° 12,<br />

* na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

VENDA DE CASA<br />

praça pelas 11 horas da<br />

* manhã, dia 16 de fevereiro,<br />

rua Corpo de Deus, n. 08<br />

92. 94, 96.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedranoha<br />

ftffudou-se para a rua do<br />

Loureiro.<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—19° Cart.—360.<br />

" BESISTEROA „<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGO»<br />

E QUINTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno..... 2(5700<br />

Semestre 141350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha'.<br />

Anno 2#40q<br />

Semestre l#20o<br />

Trimestre 60o<br />

AisrNtnvcios<br />

Cada linha, 30 réis—-Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Typ. f. Fria?» àHí


jífll NGIA<br />

N.° 205 COIMBRA—Domingo,. 7 de fevereiro de 1897 2.° ANNO<br />

Grupo Republicano<br />

de Estudos Sociaes<br />

missões e até do directório do par- o meio mais efficaz para dar cohe- Hespanha, rendendo culto aos mor-<br />

Z B a ^ s i t e l l a s<br />

tido. Recrutados em lodos os pontos são ao partido republicano. tos illustres, fortifica o Portugal<br />

do país, superiores por isso mesmo As saudações que a imprensa<br />

republicano a sua fé na democracia,<br />

depura de impurezas a realidade e Haverá seis mêses, uma habitação<br />

ás questões que se agitem num de- democrática, sem descrepancia al- dispõe-se a reivindicar a immarces- das mais apreciaveis pela inteirêza<br />

terminado centro, conhecedores das guma, lhe dirige, claramente o pasivel gloria do povo de Vasco da do eslylo e pelo caracter pittoresco<br />

Sam unanimes os applausos da aspirações do partido, os sócios do tentéam; os nomes que no Grupo Gama e do cantor dos Lusíadas*. do conjuncto, caindo na pósse de<br />

imprensa republicana a êste Grupo Grupo pódem e devem unificar a figuram dam-nos as mais fundadas As boas e generosas palavras de quem não podia estimar-lhe a im-<br />

pela grandiosa obra que eneetou e acção dos poderosíssimos elementos esperanças de que a sua benéfica La Justicia mostram como a fraterportância e a raridade, era pelo<br />

os incitamentos para que prosiga de que o partido republicano dis- influência na organização do partido nidade republicana, inspirada no proprietário entregue ás rçãos de<br />

desassombradamente na sua reali-<br />

mesmo ideal de jusliça se une e se<br />

põe, desfazendo atlrictos que sur- se fará cada vez sentir com mais<br />

pedreiros inconscientes, para ser<br />

zação, o que evidencia a grande<br />

estima atravez das fronteiras, na<br />

jam num ou noutro ponto e traçan- força.<br />

modernizada de ridículas barragens<br />

superior orientação dos sentimentos<br />

auctoridade moral d'essa agremiado d'um modo geral o caminho a<br />

mais nobres.<br />

de cal com pretensões a effeitos de<br />

m<br />

ção no partido republicano, que<br />

scenário.<br />

seguir.<br />

nella deposita hoje as suas melho-<br />

Dr. Cerqueira Coimbra<br />

O facto levantou celeuma em im-<br />

Ainda nesta parte pôde o Grupo<br />

O nôvo governo<br />

res esperanças. Alguns orgãos da<br />

precações de protesto. Mas a conhe-<br />

prestar relevantíssimos serviços ao Não esquecemos.<br />

própria imprensa monárchica, que<br />

Foi chamado ao paço no sábbado cida vivenda do licenciado João Vaz,<br />

partido, desde que saiba inspirar-se Foi por decreto de 7 de feverei- o sr. José Luciano de Castro e in-<br />

ha mêses pretendiam ridicularizá-lo,<br />

ro de 1895 que o sr. João Franco<br />

o Paço da rua de Sub-Ripas, (por-<br />

nos verdadeiros interésses do país,<br />

cumbido de organizar gabinete, que<br />

já apontam o Grupo Republicano de<br />

praticou a infâmia de demittir de<br />

que durante muito tempo vogou a<br />

desprendendo-se completamente de<br />

se julga será assim constituido:<br />

secretário da Universidade êste nos-<br />

tradicção de ter alli occorrido a tra-<br />

Estudos Sociaes Como um inimigo<br />

questões irritantes, a que deve mosso querido amigo, por haver tido a Presidência e reino — José Lugédia de Maria Telles) lá ficou cons-<br />

contra o qual é necessário assestar<br />

trar-se sempre superior.<br />

hombridade de affirmar publicamenciano.purcado de vil reboco, a attestar a<br />

as baterias monárchicas. Vae adquite<br />

as suas convicções republicanas. Justiça—Francisco Beirão.<br />

O partido republicano deve com-<br />

inépcia vandálica, toda ancha na<br />

rindo força, vota moções políticas,<br />

Este facto, sendo a mais subida Fazenda—Pereira de Miranda.<br />

pletar o trabalho de organização consagração do caracter immacula-<br />

ignorância do attentado que prati-<br />

Guerra — Francisco Maria da<br />

dizem, como para provar a neces-<br />

partidaria, com tanto êxito iniciado, do do dr. Cerqueira Coimbra, é sufi- Cunha.<br />

cára.sidade<br />

de medidas violentas por<br />

ciente de per si para revelar a mes-<br />

pela eleição da commissão munici-<br />

Extrangeiros—Barros Gomes. A condemnação do malefício fpi<br />

parte do governo que ponham terquinhez<br />

d'espírito do seu auctor. Marinha—Ressano Garcia. acremente glosada em todos os tons;<br />

pal republicana de Lisboa e d'um<br />

mo á sua acção.<br />

<strong>Obra</strong>s Públicas — Augusto José e nem uma única opinião discrepou<br />

directório. Realizadas essas eleições,<br />

da Cunha.<br />

Bem sabem elles que não é des-<br />

no alarme da reprovação. Os fleu-<br />

terá o partido republicano obtido a La Justicia, um dos jornaes mais A entrada do sr. Pereira de Misas<br />

moções que deriva o prestígio<br />

cohesão que tam necessária se torna importantes e dignos da vizinha randa é duvidosa ainda, o que pôde<br />

gmalicos chacoteavam da sandice;<br />

do Grupo, que êste não se propõe<br />

Hespanha, no seu número de quarta molivar alteração na distribuição os nervosos iravam-se!<br />

para que se realizem com êxito as<br />

entrar na política activa como em<br />

feira dirige aos republicanos porlu- das outras pástas.<br />

Todavia o facto era consumado.<br />

suas aspirações de arrancar o país guêses phrases de caloroso applauso<br />

esphéra d'acção própria, mas con-<br />

x<br />

E a asnidade tinha adquirido fóros<br />

do precipício em que a monarchia e generosa apreciação.<br />

vcm-lhes apresentá-lo como o cen-<br />

Não é necessário definir a nossa de lídima, para ser annexada á sé-<br />

o lançou.<br />

Referindo-se ao modo como os attitude em face do actual governo. rie dos despautérios anedócticos e<br />

tro d'acção das forças revolucioná-<br />

republicanos em Portugal celebram<br />

rias para justificar qualquer prepo-<br />

As instituições est,ám-se desfa-<br />

Basta o elle ser monárchico, para clássicos, que nos últimos tempos<br />

a memória dos seus mortos illustres, que lhe declaremos guerra sem<br />

tência exercida contra elle. É como<br />

zendo aos pedaços, havendo per- este nosso collega de Madrid diz o<br />

vem enxovalhando os créditos da<br />

transigências.<br />

que uma elucidação de futuros acondido<br />

completamente a confiança do seguinte:<br />

Não condemnaremos, porém, sys-<br />

educação portuguêsa aos olhos dos<br />

tecimentos. Esperêmos por elles.<br />

país, que aguarda anciôso a sua<br />

temálicamente todos os seus actos; extranhos.<br />

«O quarto anniversário da e, se reconhecemos que lhe é im- Mormente em Coimbra, terra das<br />

No entretanto prosiga o Grupo<br />

substituição. Para»' que ésta se dê, morte do inolvidável José Falcão possível, no meio em que tem de lettras e onde seria de presumir<br />

não é necessário grande esforço. Não deu logar a um formoso número<br />

Republicano de Estudos Sociaes no<br />

desinvolver a sua acção, libertar o<br />

caminho encetado, dedicando-se ao<br />

ha bayonetas que sejam capazes de<br />

que um querido collega de Coim-<br />

maior somma de illustração e de<br />

país do immundo tremedal em que<br />

bra, Resistencia, consagra á me-<br />

gosto 1...<br />

estudo das reformas que a sciência<br />

sustentar a monarchia.<br />

a monarchia, que elle vae servir, o<br />

mória daquella grande alma, ci- precipitou, se temos alé a convicção Em summa, as censuras dirigi-<br />

indique e as condições do país exi- Mas a missão que o partido redadão esclarecido, cuja memória de que durante a sua gerência, que das contra a restauração do palacio<br />

jam, de fórma a elaborar um verdapublicano tem a cumprir não é só a de é, para os republicanos portu- prevemos de curta duração, a si- manoelino de Sub-Ripas tam alto<br />

gueses, um evangelho, e cuja<br />

deiro programma de reorganização substituir a fórma de governo; deve<br />

tuação económica e financeira se<br />

vida de crente sincero e audaz<br />

e abertamente tinham soado, que<br />

nacional que caracteres austeros, organizar-se de modo a offerecer as<br />

ha de aggravar, aguardamos toda-<br />

lhes offerece um grande exemplo<br />

era de crêr servissem de barbilho a<br />

via os seus actos para os criticarmos.<br />

elevados ao poder após uma revo- mais sérias garantias de que, após a imitar.<br />

arremettidas futuras de temeridades<br />

E a propósito delles, invocarelução<br />

purificadora, saibam cumprir a queda da monarchia, o país en- «Gloria ao nome immorlal do<br />

néscias 1<br />

mos as afirmações que na opposi-<br />

sem transigências nem hesitações. trará numa phase de verdadeira re- auctor de — A Cartilha do Povo<br />

ção fez o partido a que o actual Porém,—quanto sam falliveis as<br />

—que tivemos a honra de publi-<br />

Foi essa a idêa que presidiu á sua generação.<br />

governo perlence.<br />

presumpções humanas 1 — precisacar<br />

nas nossas columnas! Esse<br />

Temos muito que recordar!<br />

instituição, e, do modo por que a Para isso de pouco tempo se ne- nome é um lêma, é a generalizamente<br />

no momento em que estas<br />

realizar, depende a sua força. cessita. Com os elementos de que<br />

ção suprema das aspirações re-<br />

mal alinhavadas regras estam sendo<br />

demptoras d'um povo inteiro».<br />

A que já tem, filía-se por um lado o partido republicano dispõe e des-<br />

Forçôso é que confessêmos o<br />

garatujadas, um outro proprietário<br />

nosso erro. O centro franquista não não menos feliz que o primeiro, nem<br />

nessa idêa e, por outro, na convide que todos se compenetrem da Depois de assim ler celebrado,<br />

deu vida ao governo; parece até menos desalumiado e audaz, lá anda<br />

cção que anima o partido republi- necessidade de só attenderem aos nestas phrases nobilíssimas e sin-<br />

que concorreu para a sua morte.<br />

ceras, o vulto immorredouro e gran-<br />

a rebocar no mesmo estylo e com<br />

cano de que o Grupo ha de cumprir interésses superiores do partido,<br />

Pelo menos deu-se a coincidêndioso<br />

do dr. José Falcão, associan-<br />

a mesmíssima cal a casa contigua,<br />

honradamente a sua promessa. E pôde completar-se dentro de curtos<br />

cia d'esla se verificar no mesmo<br />

do-se deste modo ao côro unisono<br />

— um outro typo de construcção<br />

conveniente que não haja equívo- dias a sua organização, de fórma a<br />

dia.<br />

da homenagem saudosa dos repu-<br />

E agora lá está o seu presidente,<br />

•de épocha um pouco posterior, mas<br />

cos.<br />

assegurar a unidade da sua acção blicanos portuguêses ao seu Mestre<br />

o odiado dictador do Alcaide, o in- egualmente valioso e impressivo.<br />

Sendo, porém, essa a missão que pela mais rigorosa disciplina. Ani-<br />

amado, La Justicia lembra a comtriguista<br />

eminente com larga biogra- A norma, a que obedece esta<br />

memoração de João de Deus,—«o<br />

o Grupo tem a desempenhar, não ma-nos esta convicção e a de que<br />

phia nas Liquidações Politicas, na<br />

poeta da liberdade e da Republica,<br />

linda abervação do senso commum<br />

pôde elle mostrar-se indifferente, não tem ainda tido plena realização<br />

opposição, que para elle ha de ser<br />

notável pedagogo e inimitável can-<br />

é exactamente a mesma : o direito<br />

tanto mais cruel quanto ê certo que<br />

completamente alheio, ás questões êsse desideratum por não haver no tor do amor»,, e relata a «festa<br />

de propriedade armado de camar-<br />

até entre os próprios correligionários<br />

d'organização partidária e até á partido um centro que ápproxi-<br />

cívica commemorativa d^aquelles he-<br />

tem numerósos inimigos. Que o<br />

tello, ás soltas e sem polícia I<br />

roes innominados que em Janeiro<br />

orientação que esta deva seguir. masse os seus mais distinctos e va-<br />

centro de Coimbra lhe valha 1 Os senhores donos dos supracita-<br />

de 91 souberam, no Porto, dar a<br />

dos prédios, como lhe chamava o ou-<br />

Do Grupo fazem parte membros de liosos representantes.<br />

sua vida pela Republica, e offerecer<br />

muitas commissões republicanas; Essa falta preencheu-se pela con-<br />

o seu sangue de mártyres em holo- Diz-se que o governo vae fazer<br />

tro, entendem usar d'um direito bescausto<br />

e como propaganda das suas eleições geraes de deputados em untando as paredes de cal, de pi-<br />

não tardará muito que para elles stituição do Grupo Republicano dè idêas».<br />

abril, pondo para êsse effeito em che, ou de qualquer outra coisa 1<br />

entram outros membros d'essas com- Estudos Sociaes, que representa hoje «Assim, diz o nosso amigo de vigor a lei eleitoral de 1884.<br />

Neste país, onde um homem nlo


pôde meller a mão no bolso, sem o<br />

perigo de incorrer na alçada de<br />

qualquer dos dez milhões de artigos<br />

de leis penaes, com que se acha<br />

ao presente chanateada a sociedade<br />

portuguêsa, um delicto d'estes, que<br />

constitue uma offensa ao gosto público,<br />

é tolerado e protegido pelos<br />

poderes do estado 1...<br />

As cantarias roçadas pela carie,<br />

e as paredes manchadas pela patina<br />

dos séculos despertam na abastan-<br />

ça abrasileirada de ss. ex. as a '.Ilu-<br />

são melanchólica do desconforto, e<br />

vestem-lhes camisas de cal riscada<br />

em esquadria, a fingir a rica pedra!<br />

Um ovo por um real!<br />

Quanto pode a dissolução do<br />

gosto e a opulência saloia do pechisbeque!<br />

E como a materialidade do mundo,<br />

com todas as suas impurêzas,<br />

deve ser pavorosa de sensaboria,<br />

para as naturezas refractárias ás<br />

delicadas emoções da arte!...<br />

Mas emfim, se estám no seu direito,<br />

só nos resta dar graças ao<br />

Altíssimo! E fazer vótos por que<br />

uma mais circunspecta meditação<br />

inspire aos dois proprietários dos<br />

sobredictos prédios, já agora irmanados<br />

para a glória das restaurações,<br />

em vez da escaióla com tiras<br />

horisontaes e a prumo, se deliberem<br />

a forrar as frontarias a papel de<br />

côres vivas, com passarinhos e ramagens<br />

!!...<br />

O sr. João Franco havia demittido,<br />

sem explicação alguma, abruptamente,<br />

o sr. Sebastião de Moraes<br />

de administrador do concelho de<br />

Gouvêa. O mesmo sr. João Franco<br />

nomêa-o agora nó testamento secretário<br />

geral do governo civil de<br />

Bragança. E ha quem chame áquelle<br />

doido um estadista de força!<br />

0 ENTERRO DO GOVERNO<br />

Ênterrou-se na sexta feira á noite<br />

o gabinete Hintze Ribeiro que, segundo<br />

dizem políticos bem imformados,<br />

havia morrido no domingo<br />

anterior em virtude de o sr. Conde<br />

de Burnay lhe ter recusado desapiedadamente<br />

um balão d'oxgénio<br />

que lhe permitlisse prolongar a<br />

existência por meio d'uma respiração<br />

artificial. Entre a morte e o enterro<br />

houve, pois, um largo lapso<br />

de tempo em que se déram as scenas<br />

mais ridículas que em casos<br />

taes regista a história parlamentar.<br />

Já depois de morto, o governo fez<br />

um extraordinário testamento, em<br />

que contemplou um grande número<br />

de amigos e afilhados, chegando a<br />

crear alguns logares para os que<br />

não cabiam nas vagas existentes. Já<br />

depois de morto, sabendo-se que<br />

era chamado hontem ao paço o sr.<br />

José Luciano, o governo resolveu<br />

pedir ao rei uma fornada de pares,<br />

e, não obstante essa resolução ser<br />

publicada n'0 Século, não teve pejo<br />

algum em a levar á prática, sendo<br />

esse o motivo que ostensivamente<br />

dá da sua mórte, quando toda a<br />

gente sabe que elle já tinha morrido<br />

quanda o sr. D. Carlos lhe recusou<br />

a fornada. Nunca se viu tanta inépcia<br />

alliada a tanto descaramento.<br />

.Morreu como viveu. Redículo em<br />

tudo.<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 7 de fevereiro de 1897<br />

O rei capitulou!<br />

Um- jornal que esteve sempre ao lado<br />

do sr. João Franco no seu projecto<br />

de engrandecimento do poder real,<br />

zangado pelo rei haver chamado os<br />

progressistas ao poder, escreve em<br />

artigo edictorial.<br />

«Defendemos com calor a supremacia<br />

das prerogativas régias, que<br />

do seu alvedrio agora se abateram;<br />

defendemos a efficacia de princípios<br />

e de doutrinas, que foram sacrificados<br />

aos pés dos seus impugnadores,<br />

vencidos! O desengano é<br />

cruel, e a lição não pôde ser mais<br />

dissolvente. Quem ha de amanhã<br />

devotar-se de novo e arriscar-se a<br />

essa defesa? O poder real, abandonando-se<br />

a si próprio, abandonou,<br />

abateu e desprestigiou os que o defenderam<br />

e apoiaram. A decepção<br />

de agora é aviso para o futuro. EU<br />

rei fará bem em velar para que não<br />

entre no exército o germen de todas<br />

as dissoluções, que o futuro<br />

ministério leva comsigo; porque,<br />

na falta de servidores enthusiastas,<br />

que ficam arrefecidos porque foram<br />

renegados, é de boa prudência firmar<br />

apoio na disciplina das espadas»<br />

.<br />

E ainda mais:<br />

«Todos esses homens, todos esses<br />

elementos, todas essas forças vam<br />

ser sacrificadas, não numa simples<br />

alternativa de rotação de poder, que<br />

é da essencia do regimen e por<br />

isso a ninguém offende; mas nos<br />

princípios, para cuja defesa as reuniram<br />

; nas convicções que affir-<br />

maram, nos pactos de solidariedade<br />

que com ellas estabeleceram.<br />

Quem é que ámanhã se ha de levantar<br />

a um novo appêllo de defesa,<br />

se defesa fôr precisa ?!<br />

Vam ser sacrificados pelo livre<br />

alvedrio d'aquelle por quem se sacrificaram<br />

!»<br />

Quasi que estivemos para lamentar<br />

o sr. João Franco, victíma do livre<br />

alvedrio do sr. D. Carlos, que tam<br />

cruélmente acaba de destruir o grandioso<br />

edifício por elle construído á<br />

custa de tantos sacrifícios, de tam pertinaz<br />

dedicação. Mas ainda é cedo.<br />

Esperemos mais alguns dias. O sr.<br />

João Franco tem muito que expiar.<br />

Começa já a apresentar-se como<br />

víctima do poder real!<br />

Centro progressista<br />

No dia 4 reuniu êste Centro, convocado<br />

pelo sr. dr. Pedro Monteiro<br />

Castello Branco, honrado e venerando<br />

chefe do partido progressista<br />

nesta cidade.<br />

Accorreram á convocação os mais<br />

grados d'este partido em Coimbra,<br />

que se entretiveram fazendo rhetórica<br />

para passar o tempo, dando-se<br />

o caso algo gracioso de fallarem<br />

sele lentes da Universidade sobre<br />

um assumpto desde logo reconhecido<br />

por lodos como inopporluno.<br />

Convocado o Centro com o intuito<br />

grave e solemne de se chamar<br />

a sua atlenção, acurada e conspícua,<br />

para as « angustiosas circunstâncias<br />

políticas, económicas e financeiras<br />

do país, e para se tomarem<br />

as deliberações que a êste centro<br />

parecessem adequadas a tal conjunctnra»;—pois<br />

é bein de vêr que<br />

as resoluções do Centro neste sentido<br />

haviam de exercer uma influência<br />

radicalmente salutar nessas angustiosas<br />

circunstâncias,— pareceu<br />

aô illustre presidente do Centro não<br />

serem já opportunas as judiciosas<br />

resoluções que haviam de resultar<br />

da grave ponderação de tam momentosos<br />

assumptos, nem a transmissão<br />

de taes deliberações ao chefe<br />

supremo do partido, «em virtude<br />

das últimas notícias e recentes acontecimentos<br />

políticos, hoje de todos<br />

conhecidos.»<br />

Isto é, como o sr. Luciano de<br />

Castro ía ser chamado pelo rei a<br />

formar gabinete, como se estava em<br />

vésperas de subir ao poder o partido<br />

progressista, entenderam os illustres<br />

próceres progressistas de Coimbra,<br />

que era agora dispensável fazer ao<br />

— chefe supremo —salutares recommendações.<br />

A lodos parecerá<br />

que seria esta a melhor occasião<br />

para o Centro progressista de Coimbra—<br />

«entristecido e apavorado,<br />

como todos os bons portugueses,<br />

perante tam doloroso abatimento da<br />

pálria e tam profundo escalabro da<br />

nossa nacionalidade», —dirigir ao<br />

chefe supremo do seu partido instantes<br />

recommendações de bem<br />

— Vae subir ao poder o sr. José<br />

Luciano. Não lhe digamos nada. O<br />

Centro de Coimbra não tem deliberações<br />

a lomar sobre angusliósas<br />

circunstâncias do país!<br />

«E assim terminou esta sessão<br />

memorável, que affirmon de um<br />

modo bem solemne a independência<br />

e a intemerata lealdade do Centro<br />

Progressista de Coimbra.<br />

Viva o Partido Progressista!»<br />

Ora... boas noites, meus senhores<br />

!<br />

Para o engrandecimento do poder real<br />

Os orgãos do sr. João Franco<br />

começam já a atacar o rei por que<br />

elle não soube piezar a sua dignidade,<br />

manter o seu prestígio, chamando<br />

os progressistas ao poder.<br />

Se estes até não fôram á estação do<br />

caminho de férro cumprimentar a<br />

sr. a D. Amélia no seu regresso de<br />

Sevilha!<br />

Vae ser decretado em dictadura<br />

um novo código administrativo, que<br />

nos dizem ter sido elaborado pelo<br />

sr. dr. Bernardo d'Albuqucrque.<br />

cuja competência sobre o assumplo<br />

ninguém pôde contestar.<br />

Atheneu Commercial<br />

Esta sympática associação, que<br />

alguns rapazes , do commércio, dignos<br />

do maior elogio, fundaram ha<br />

pouco tempo impulsionados por um<br />

bello movimento de dedicação e<br />

interesse pela cullura inlellectual<br />

do commércio de Coimbra, está-se<br />

tornando crédora, pelos exforços<br />

que naquelle sentido vae empregando,<br />

da maior consideração e<br />

auxílio.<br />

Fundado o Atheneu com o fim<br />

principal de promover a instrucção<br />

commercial, não perderam os seus<br />

directores a idêa da sua fundação,<br />

e já abriram dois cursos de incontestável<br />

utilidade para o ensino das<br />

Notícias diversas<br />

Como dissémos em o último número,<br />

foi prorogado até ao fim de<br />

este mês o praso para o pagamento<br />

das contribuições do Estado. Egual<br />

dilação foi concedida aos seguintes<br />

concelhos d'este districto: Arganil,<br />

Figueira, Condeixa, Goes, Penella,<br />

Louzã e Soure.<br />

As lampreias estám-se vendendo<br />

em Valença a 1$200 e l$500 réis.<br />

O movimento da população nas<br />

quatro freguezias da cidade durante<br />

o anno de 1896, foi:<br />

Sé Nova — Nascimentos, 54 do<br />

sexo masculino; e do feminino, 46.<br />

Óbitos: 55 do masc. e do fem. 46.<br />

Casamentos: 23.<br />

S. Chrislovão—Nascimentos, 25<br />

do masc. e 21 do fem. Óbitos: 17<br />

do masc. e 23 do fem. Casamentos:<br />

19.<br />

S. Bartholomeu — Nascimentos:<br />

51 do masc. e 36 do fem. Óbitos:<br />

do masc. 31 e do fem. 36. Casamentos,<br />

24.<br />

Santa Cruz — Nascimentos: 58<br />

do masc. e 74 do fem. Óbitos : do<br />

masc. 63 e do fem, 46. Casamentos,<br />

32.<br />

A totalidade dos nascimentos foi<br />

de 365 e a dos obitos 317, o que<br />

representa um augmento de população<br />

de 48 indivíduos.<br />

Falleceu no Porto o sr. José Maria<br />

de Lima Nunes, irmão do -sr.<br />

Joaquim Maria Nunes, antigo mestre<br />

d'obras da Universidade e do<br />

médico da Figueira da Foz o sr. dr.<br />

Francisco Maria de Lima Nunes.<br />

«Na Garupa»<br />

Com este título vae publicar-se<br />

em Condeixa um folheio de crítica<br />

semanal.<br />

E' seu relaclor o sr. José Rrandão.<br />

O movimento de doentes nos hospitaes<br />

da Universidade, no mês de<br />

linguas francêsa e inglêsa, as lín- janeiro findo, foi o seguinte :<br />

guas commerciaes de todo o mundo. Existiam 317<br />

O governo não se apresenta no<br />

As aulas destes cursos realizam- Entraram 156<br />

Solar dos Barrigas. O dilemma prose<br />

alternadamente das 9 ás 10 ho-<br />

Total... 473<br />

pôsto por um jornal do governo que<br />

ras da noite, e para a sua frequên-<br />

o diabo haja, foi assim resolvido, e servir a pátria vilipendiada e aba-<br />

Sahiram 133<br />

cia está aberta a matrícula, gratuita<br />

não podemos deixar de confessar<br />

Falleceram 11<br />

tida, visto que seria no poder e para os sócios e pela diminuta quan-<br />

que não o podia ser d'oulro modo. não fóra d'el!e que o partido protia de 800 réis mensaes para os<br />

Total.. 144<br />

Veremos agora se o governo, gressista melhor poderia servir o extranhos á associação.<br />

que se recusou a reconhecer o Solar<br />

Ficaram existindo.... 329<br />

país.<br />

dos Barrigas, acceita o que elle fez.<br />

Como se vê, a seriedade de<br />

Veremos também o que dizem os Deu-lhes, porém, rebate a con- intuitos do Atheneu é manifesta e<br />

Diz-se que será nomeado gover-<br />

jornaes regeneradores do rei, que sciência; lá lhes pareceu que uma evidente a boa vontade e zelo da nador civil de Coimbra o sr. dr.<br />

assim deixa desacatar a obra do tal mensagem só deveria servir para sua direcção; por isso lodo o auxílio João d'Alarcão, ajudante do procu-<br />

ministro que mais trabalhou para o effeito rhetórico de opposição, e que o commércio de Coimbra lhe rador geral da corôa e fazenda.<br />

seu engrandecimento.<br />

que no governo não é das taes cir- dispensar só pôde reverter em uti- O indigitado tem muitos amigos<br />

Isto promette.<br />

cunstâncias angustiosas que os prolidade dos seus próprios interesses, nesta cidade.<br />

gressistas lêem a tratar.<br />

Pela nossa parte não regateamos<br />

Sobre a inopportunidade da pa-<br />

Três vezes arribado<br />

louvores e incitamentos á benemé-<br />

Diz-se que o magnífico palacio<br />

triótica mensagem fallaram todos<br />

de San Télmo, em Sevilha, onde<br />

rita instituição que, enquanto con-<br />

Pela terceira vez arribou na<br />

acaba de fallecer a duqueza de Mont-<br />

na mesma ordem de idêas, seis lentinuar orientada pelo mesmo crité-<br />

quarta feira a Vigo o hiate portupensier,<br />

será comvertido em um<br />

tes além do Presidente do Centro, rio, nos poderá contar sempre a seu seminário.<br />

guês Joven Maria, que se dirigia<br />

e a assembléa, depois de assim so-<br />

para Huelva com carregamento de<br />

lado.<br />

travessas de pinho. O temporal lebejamente<br />

elucidada, votou no sen-<br />

Na Figueira da Foz tem-se dado<br />

vou-lhe todo^o velame, bem como o tido indicado.<br />

constantes casos de diphteria, sen-<br />

gurupés. O mestre do hiate, ferido Como se vê, é d'este modo que Está encarregado de pintar o sedo alguns falaes.<br />

num braço, e receando maiores pe- os progressistas de Coimbra entennário para a récita do 5.° anno jurigos<br />

durante tão horrível noite, dem dever encarar «as angustiósas<br />

rídico, o nosso amigo A. Gonçalves.<br />

mandou abrir as escotilhas e alijar<br />

Os pannos a pintar representa- Diz um jornal da capital que qi^em<br />

circunstâncias políticas, económicas<br />

parte da carga.<br />

rám: a paisagem do Penedo da Sau- j succederá no Grão Mestrado da Maço-<br />

e financeiras do país», é certo o cuinaria,<br />

ao sr. dr. Bernardino Machado,<br />

Nas duas arribadas anteriores, o<br />

dade, em noiledeLuar; O Inferno; será o sr. Augusto Fuscbini, e que<br />

dado que lhes merecem os estudos<br />

hiate também soffreu grandes ava-<br />

A Feira dos Estudantes, A Pórta nesse sentido ba já alguns trabalhos<br />

rias.<br />

da reorganização nacional.<br />

Férrea, etc. V<br />

feitos.


Falleceu em Timor o bispo de<br />

Macau, D. Antonio Joaquim de Me-<br />

deiros. Para o substituir já foi nomeado<br />

o sr. José Manuel de Carvalho,<br />

professor do seminário e do lyceo<br />

de Vizeu, e irmão do sr. dr. Maximino<br />

de Mattos Carvalho, da (honraria.<br />

Já está publicado o regulamento e<br />

programma da exposição de crisanthemos,<br />

que se ha de realizar no Porto<br />

em uovembro d'este anno.<br />

A professora d'instrucção primária<br />

da freguezia de Santa Cruz, a<br />

sr. a D. Maria Libania dos Santos<br />

Pessoa foi transferida para Cintra.<br />

Foram apresentados : Tito Cardoso<br />

da Silva, na egreja de Monte Real; José<br />

Pedro de Mello Coutinho, na egreja de<br />

Cadima, ambas d'esta diocese de Coimbra.<br />

Foi transferido Pompeu Faria de Castro,<br />

professor em Corticeiro de Cima,<br />

para a da Lamarosa, d'este concelho.<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 7 de fevereiro de 1897<br />

Ahi eslá um caso divertido que<br />

pôde dar assumpto para cavaco<br />

algo<br />

dias.<br />

escandalôso durante alguns<br />

Na casa de pasto de Manuel<br />

Jorge, ás Ameias, o Rabo de Porco, O câmbio sobre Paris já está a<br />

cocheiro, e um tal Eugénio, de Co- 774,<br />

selhas, carreiro, desavieram-se no Onde irá parâr?<br />

jogo do chinquilho, o que deu em<br />

resultado o atirar o Rabo de Porco<br />

com a malha á cabeça do Eugénio, Bibliographia<br />

que ficou em mau estado.<br />

Consequências:—cadeia com o<br />

Rabo de Porco e hospital com o<br />

Eugénio.<br />

Foi promovido a 2.° official da<br />

tliesouraria do ministério da fazenda,<br />

o nosso patrício sr. João de Sousa<br />

Araujo.<br />

Foi aberto o testamento da duqueza<br />

de Montpensier: declara seus uníversaes<br />

herdeiros a condessa de Paris e<br />

o infante D. Antonio, e deixa importantes<br />

legados aos seus servidores, a<br />

estabelecimentos de beneficência e a<br />

communidades religiósas.<br />

E' de 40:000 contos a sua fortuna.<br />

Diz-se que alguns indivíduos que<br />

o grupo franquista considerou como<br />

adherentes, protestaram contra tal<br />

facto, affirmando ler escripto cartas<br />

em que affirmavam o propósito de<br />

não entrar para elle.<br />

18 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento (Tom forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

Em casa d'uma mundana<br />

em 1869<br />

— Apaguem as luzes, disse o peque-<br />

BO viscoude, agarrando na colher para<br />

mexer o puncb que duas criadas acabavam<br />

de collocar sobre a mêsa.<br />

As mulheres apagaram as luzes, e a<br />

sala ficou apenas illuminada pelos clarões<br />

verdes do álcool em chamma.<br />

Rompeu novamente o côro.<br />

0 barão dirigindo-se a Lelia, perguntou-lhe<br />

em voz baixa :<br />

— Que gente è esta ?<br />

— Não os conheces ?<br />

— Conheço apenas três... e as mulheres<br />

?<br />

— Eu vou apresentar-te.... no entanto<br />

vae pensando nn meio de tirares<br />

partido d'elles esta noite...<br />

— Sou todo olvidos.<br />

Lelia principiou:<br />

pr-Q imbecil que v$s alli, o conde<br />

Dizem de Molêdo que a Companhia<br />

dos Vinhos do Alto Douro fixou os preços<br />

dos vinhos em 31, 28 e 25$000<br />

réis a pipa. Os lavradores estám descontentes<br />

por serem diminuídos ésses<br />

preços, attendendo á boa qualidade da<br />

última colheita.<br />

O nosso collega O Tribuno Popular<br />

censura a concessão di; aposentadoria<br />

no edifício da Universidade<br />

ao secretário sr. José Joaquim<br />

da Resurreição. Considerámos de<br />

todo o ponto justas as considerações,<br />

que faz a êsse respeito.<br />

Falla-se com insistência na demissão<br />

dosr. reitor da Universidade.<br />

'Foi transferido o juiz de direito de<br />

S. Thiago de Cacem, o sr. dr, Antonio<br />

d'Oliveira Guimarães, para a comarca<br />

de Penella.<br />

Jornal fie Viagens e aventuras de<br />

terra e mar. — Recebemos o n.° 44 d 'este interessante<br />

jornal que se publica no Porto, sob<br />

a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

O número que acabamos de receber contém<br />

os seguintes arligos:<br />

Texto—N ) Tonkin.— Atravez da Syria :<br />

Uma cidade do desérto.^A guerra da Abyssinia<br />

: A generosidade de Menelik. — Os bohémios<br />

do már: Os Biadjaeks.—Caçadas ao leão.<br />

— Phenóinenos antropológicos : Dois anões<br />

hirroans.—As grafides aventuras: Sem-Cinco-<br />

Réis —A britannização da África: A Chartered<br />

Cóiiipany.—As grandes descobertas: O descobrimento<br />

e occupação do Rio da Praia.— No<br />

coração da África : No país aos elephantes.<br />

Gravuras—Bandos de aldeões, trazendo os<br />

seus géneros ao mercádo. — Mas venha para<br />

minha cása, senhor csvalleiro.—Não témem ir<br />

d'encontro aos recifes de corál...—Dois anões<br />

birmans.—Caiu de joelhos... e, bruscamente,<br />

rompeu em soluços aíllictivos.<br />

Preço da assignatura : trimestre, 780 réis<br />

províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />

Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />

Deolindo de Castro, rua da Fabrica n.° 80,<br />

ou á lypographia Occidental, Porto.<br />

A Crítica—Revista Th entrai, Bibliographica,<br />

Artística e Lilteraria. Acabamos de receber<br />

o n.° 10 da 2." série d'estabem redigida<br />

revista que se publica em Lisboa.<br />

de Mont-Perret, foi o pequeno d'Aumard<br />

que o convidou a vir aqui esta<br />

noite. É uma mina; acaba de emancipar-se<br />

recebendo uma grande herança.<br />

É dominado por Adéle Gallois; o<br />

outro é um Corso chamado Biscaro, filho<br />

d'um homem muito rico que é qualquer<br />

coisa nas Tulherias; é tam bruto<br />

como os seus pés, durante mais d'uma<br />

hora não fez outra coisa senão dar-nos<br />

a cheirar um lenço da imperatriz que<br />

achou sobre um fauteuil, em Saint<br />

Cloud...<br />

— É lá que elle aprende a servir-se<br />

d'elle !...<br />

— Os outros^conheces-los tu... Não<br />

sei a que alturas estamos do mês, mas<br />

toda éssa gente é endinheirada... Se<br />

quizeres dá te a êsse trabalho, pódes<br />

arranjar gróssa maquia esta noite.<br />

— Ao Currier de Lyon ?...<br />

— Sim... esta noite apenas viram<br />

mais três ou quatro pessoas: as do<br />

costume...<br />

— 0 Petit Mousson virá?<br />

— Anna não falta e sabes perfeitamente<br />

que eila não vem sem o seu<br />

Adolpho, o jornalista.<br />

— Mais alto! rnais altoí, gritou o<br />

visconde d'Aumard, não se ouve uma<br />

palavra do que vocês dizem.<br />

— Ê isso mesmo o que nós queremos.<br />

— Mas não pôde ser... as conversas<br />

particulares estám prohibidas....<br />

Se não sam capazes de dizer duas palavras<br />

em termos, calem-se e escuteml<br />

Calendário para 18»» —Brinde<br />

da Revista Jurídica.<br />

Agradecemos o exemplar que teve a amabilidade<br />

de nos offerecer.<br />

Educação Nacional—Hebdomadario<br />

de instrucçâo primária e secundária que se<br />

publíea no Porto e de que é director o sr. Antonio<br />

Figueirinhas.<br />

0 n.° 18 que temos presente trata dos assumptos<br />

seguintes:<br />

Associações escolares, Arthur de Seabra.—<br />

Estatistica das eschólas, J. Simões Dias.—Pedagógica,<br />

Leonardo.—A refórrna de instrucçâo<br />

primaria.—A refórma d'instrucção, J. F. Novaes.—Indifferença,<br />

Isac.—Associação do professorado<br />

primário official, J. F. Notas.—A escbóla,<br />

A. J. da Silva júnior.—Pensamentos e<br />

maximas.— Vulgarisação scientifica, Carvalho<br />

Saa\edra.—Exereicios de analyse, A. Gomes<br />

da Siva.— Consultas.— Expediente.<br />

Camara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomddas na<br />

*<br />

sessão ordinária de 21 de janeiro<br />

àe 1897.<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vereadores presentes:—effectivos:<br />

arcediago José Simões Dias. bacharel<br />

José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />

Antonio dos Santos, José Antonio Lucas,<br />

Antonio José de Moura Bastos, José<br />

Marques Pinto e Albano Gomes Paes.<br />

se têm espirito fallem alto, de maneira<br />

que todos oiçam.<br />

—"Sira, que a tua conversa é muito<br />

divertida!, disse Lêlia.<br />

— Tenho os meus dias felizes...<br />

— Entám escreve-nos a avisar de<br />

quando chega algum d'elles.<br />

— No principio da noite bebeu-se<br />

muito o meu amigo Mont-Perret é<br />

a prova d'isso. . . Peço ar; os perfumes<br />

das damas fazem-ine dores de cabeça...<br />

Quero tomar uma mistura de<br />

oxygenio e azote sem perfumes!....<br />

Tenho a bôcca muito dôce do punch...<br />

peço licença para pétuner!.... Ficaes<br />

de bico aberto como as Carpas, porque<br />

ignoraes a significação da palavra<br />

pétuner. Oh! gentís-homens, meus ir-<br />

mãos, se habitaes lá dentro dos deuses<br />

deveis saber que o grande Cardeal<br />

receando que os marinheiros abusando<br />

do pètun — em latim petunum, em<br />

francês, tabac — publicou um édito, ha<br />

mais de dois séculos, que rezava assim<br />

: «Ninguém poderá fumar depois<br />

do sol posto, sob pena de ser mettido<br />

no porão e levar varadas de toda a<br />

equipagem.» Uf! Como (a dizendo, peço<br />

licença para pétuner; sinto crispações<br />

nos dedos, tenho necessidade de<br />

os mergulhar em ouro, de jogar as<br />

cartas... um lansquenet, meus senhores.<br />

— Oh! já!..., disse Adéle Gallois,<br />

aborrece-te a nossa companhia?<br />

"«"Aborrecer... nãoí... mas, com<br />

franquêza, também não nos faz rebentar<br />

de alegria!<br />

tura do Diário do Governo e contribuição<br />

predial.<br />

Nomeou o vogal effectivo para a<br />

Commissão do recrutamento eleitoral e<br />

respectivo substituto.<br />

Auctorizou diversos fornecimentos<br />

para as repartições da limpeza, dos<br />

incêndios e do cemitério.<br />

Auctorizou avenças para o pagamento<br />

de impóstos indirectos de janeiro<br />

a março do corrente anno.<br />

Approvou o orçamento apresentado<br />

para a reparação do caminho de Ceira<br />

aos Anagueis, entre o porto das Vendas<br />

e o logar do Sobral.<br />

Approvou uma planta para a ronstrucçào<br />

de um pequeno jardim nos<br />

terrenos da quinta de Santa Cruz, entre<br />

a rua Garrett e o escadório que leva<br />

á fonte da Sereia, auctorizando os trabalhos<br />

pela dotação consignada no orçamento<br />

ordinário do município.<br />

Resolveu pedir auctorização superior<br />

para o provimento, p0r meio de con-<br />

curso, de dois togares vagos de cantoneiros<br />

das estradas municipaes, com<br />

o vencimento de 180 réis diários.<br />

Resolveu abrir concurso para o provimento<br />

de quatro logáres de vigias<br />

dos impóstos.<br />

Resolveu pedir auctorização superior<br />

para a creação de um logar de ajudante<br />

do fiscal do mercado de D.<br />

Pedro V, justificando-se esta medida<br />

pelo desinvolvimento dos serviços do<br />

mercado.<br />

Resolveu tambpm pedir superiormente<br />

a prorogação do prazo para o<br />

pagamento voluntário das contribuições<br />

do Estado.<br />

Acceitou uma proposta para o for-<br />

Enviou á repartição competente, para<br />

necimento de carnes de vacca e de car-<br />

informar, três requerimentos, pedindo<br />

neiro para o Asylo de Cellas.<br />

canalizações d'agua para diversos pré-<br />

Mandou annunciar nóva praça, por dios.<br />

meio de licitação verbal, para o forne-<br />

Despachou requerimentos, auctoricimento<br />

de outros géneros para o<br />

zando a collocsção de tabolelas em<br />

mesmo Asylo.<br />

estabelecimentos particulares; a veda-<br />

Acceitou uma propósta para o forção de urh prédio no sitio do Gorgonecimento<br />

de azeite e petróleo para a lão; a canalização d'aguas da cosinha<br />

cása das mácliinas das aguas, abegoa de uma casa na rua de Quebra-Costas,<br />

ria e illuminação do logar de Santo e de outra no largo de S. João; a aber-<br />

Anlonio dos Olivaes, bem como outra tura de um portal em uma casa no lo-<br />

para o fornecimento de álcool para a gar das Parreiras de Monte-São; a col-<br />

repartição das aguas.<br />

locação do tubo de um fogão em uma<br />

Tomou conhecimento da approvação, casa em Mont'Arroio e a modificação<br />

com modificações, do orçamento ordi- da fachada de uma casa no bêcco de<br />

nário do município para o corrente Mont'Arroio, ficando os proprietários<br />

anno, e do orçamento e planta para a sujeitos a observar condições impostas<br />

canalização de aguas para o nôvo ma- e indicações da repartição téchnica.<br />

tadouro.<br />

Tomou conhecimento de duas participações<br />

de incêndios.<br />

KALENDARI» DE FEVEREIRO, 1897<br />

Attestou ácêrca de algumas petições<br />

para subsídio de lactação a menores. Domingo<br />

Auctorizou trabalhos de canalização Segunda feira<br />

de aguas.<br />

Terça<br />

Quarta<br />

Mandou passar licenças para apas-<br />

Quinta<br />

centamento de cabras.<br />

Sexta<br />

Mandou registrar a nóta das canali-<br />

Sábbado<br />

zações de aguas executadas desde o<br />

28<br />

dia 15.<br />

Auctorizou pagamentos diversos com Lua nova em 1, às 7,37 m. da m.<br />

referência á primeira quinzena de ja- Quarto crescente em 9, ás 6,49 m<br />

neiro: salários a operários, assigna- da m.<br />

— És pouco delicado... estám aqui<br />

senhoras.<br />

— Senhoras... não as vejo!<br />

— Dizes só inconveniências... para<br />

fazer espirito.<br />

— Espírito... conhece-se aqui isso!...<br />

Quem o vende? Eu pago-o por<br />

bom preço.<br />

— Será também a primeira vez que<br />

pagues alguma coisa.<br />

— Conde de Mont-Perret, disse o<br />

visconde, não vês como ella nos trata.<br />

0 bêbado não respoudeu; o visconde<br />

bateu-lhe com os dedos no rosto.<br />

— Dar-se-ha caso que alli não esteja<br />

ninguém ? Já saíram todos; vamos,<br />

meu velho, queres amoníaco? Vam jo-<br />

gar. .. jogar!<br />

Ao som d'esta palavra mágica que<br />

lhe gritaram aos ouvidos, a sua cara<br />

lívida deu signaes de vida; os olhos<br />

brilnaram-lhe por segundos, depois<br />

balbuciou:<br />

— Jogo vinte e cinco luizes...<br />

— Elie quer jogar! Baptistine, chá<br />

para sua alteza: «Traz o frasco do licor<br />

mágico.»<br />

Baptistine trouxe um copo de agua<br />

em que lançara algumas gôttas de<br />

amoníaco.<br />

Enquanto faziam ingerir esta beberagem<br />

ao Ultimo descendente dos bailios<br />

de espada do conde Varlaine, organizára-se<br />

de novo um côro infernal,<br />

em que entravam vozes de todos os<br />

allimaes da criação.<br />

— Basta! basta!, bradava Lélia...<br />

escutem.<br />

Á ÚLTIMA HOBA<br />

O ministério ficou assim constituído<br />

:<br />

Presidência e reino—José<br />

Luciano.<br />

Justiça— Francisco Beirão.<br />

Fazenda—Ressano Garcia.<br />

<strong>Obra</strong>s públicas—Augusto<br />

José da Cunha.<br />

Guerra — Francisco Ma-<br />

ria da Cunha.<br />

Marinha — Barros Gomes.<br />

Extrangeiros — Mathias<br />

de Carvalho; ficando também,<br />

interinamente, com<br />

esta pasta, o sr. Barros<br />

Gomes.<br />

Bevue des lournauz<br />

et des Livres<br />

12.° anno<br />

Becommendando aos nossos leitores esta<br />

excellente revista hebdomadaria, prestamos-<br />

Ihe com certeza uma indicação importantíssima,<br />

porque esta publicação é a mais curiosa e<br />

amais interessante da nossa epocha. Reproduz,<br />

em cada domingo o que de mais notável aparece<br />

duarnte a semana em jornaes e livros:—<br />

Artigos de sensação, Noticias, Contos, Chronicas,<br />

Actualidades, Curiosidades scientificas, Conhecimentos<br />

úteis, Romances, etc., etc., bem como<br />

numerosas gravuras da actualidade: retratos,<br />

acontecimentos do dia etc.<br />

.Ern folhetos publica a Revista dois romances<br />

de um alto interesse emocionante,<br />

como todos os que tem publicado a Revista<br />

e que têm sido acolhidos pato publico com o<br />

maior favor.<br />

A collecção dos 10 primeiros annos da<br />

Revue de» Jonrnax contém mais de<br />

4:000 novellas litterarias e contos diversos,<br />

assignados pelos mais illustres e escriptores,<br />

romances completos de Alphonse Daudet, Henri<br />

Rochefort, Octave Feuillet, Ludovic Halévy,<br />

Hector Mallot, Guy de Maupasant, Paul Bourget<br />

Emile Zola, etc., etc. A collecção composta<br />

de 10 magníficos volumes de 825 pag., contendo<br />

matéria de mais de 100 volumes, solidamente<br />

encadernados, vende-se a 14 francos<br />

o volume.<br />

Assignatura t — Seis mezes, 8 fr., um<br />

anno, 14 fr. Assigna-se:— 1.° em todas as estações<br />

de correio das colonias francezas, da<br />

Bélgica, Dinamarea, Italia, Suissa, Paizes Baixos,<br />

Suécia, Noruega e Portugal; 2.° nas livrarias<br />

que têm correspondente em Paris; 3.° por<br />

meio de saque sobre uma casa de Paris.<br />

Brindes : — Um retrato a oleo do assignante,<br />

e um outro em carta-album. Um livro<br />

de 3 fr., á escolha; um de 2 fr. e 50., e um<br />

de 2 fr., para os assignantes de 1 anno, 8 mezes<br />

e 3 mezes respectivamente.<br />

Os de» primeiros annOs custam<br />

1OO fr., accrescendo O porte.<br />

Dirigir cartas e ordens a M. G. Nobelt,<br />

administrador, 13, rue Cujas, Paris.<br />

Todos se callaram.<br />

— Meus senhores e minhas senhoras,<br />

esperam-nos na sala.<br />

Mulheres e homens dirigiram-se em<br />

tropél para lá. 0 pequeno d'Aumand<br />

quiz arrastar o seu amigo. Baptistine,<br />

porém, disse-lhe que o deixasse na sua<br />

companhia, que, antes de minutos, sa<br />

eompromettia a pô-lo de pé, elle consentiu,<br />

indo juntar-se aos seus amigos.<br />

VI<br />

O jogo<br />

Curiósa sala.<br />

As paredes estavam forradas por um<br />

velho papel verde avelludado, cheio<br />

de manchas da humidade e descollado<br />

em partes; as baguettes todas lascadas<br />

deixavam vêr a droga vermelha que<br />

precedeu a douradura; os cortinados<br />

das janellas tinham a côr amarellada<br />

que lhe dá o tempo; os resposteiros<br />

de repes verde, coçados, descozidos,<br />

cheios de nódoas, serviam para limpar<br />

o pó e a humidade dos alizares<br />

das portas; o tapete já ninguém podia<br />

saber a sua côr primitiva, tal era a<br />

camada de nódoas que o cobria; os<br />

moveis desconjunctados, velhos, coçados<br />

pelo uso, eram dignos de tal sala...<br />

No meio d'ella, porém, via-se ura movei<br />

novo; uma mêsa de nogueira coberta<br />

com ura panno verde.<br />

(Continúa,)


TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minlia entrada — A vida na cndeia — História do Limoeiro—O<br />

Limoeiro lioje—O regulamento - - O» prêsos—Um<br />

canicida— Condemnado á mórte —Fugas célebres—<br />

Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—<br />

No tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Parisl<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa ê artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128— RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÀO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

11, Adro de Cima, 20— (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Epas douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

COFRES A PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

—João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: Be Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

Aramoc 71n^ádno' ^ ara ram ádas e enxertias e dito de espi-<br />

AldUltJb LllMUUb . nhos para vedações.<br />

Motol hfQnPA • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

llHJldl UldllbU . fo]ha de flandres.<br />

.ferro: E a C° de todas as qualidades, carvão de fórja.<br />

1UIÁ7 nnra foiuwrn' Malhos, tornos, máchinas de furar, folies,<br />

JIlUí jJala ICliCilV. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />

C O I M B R A<br />

MICHELET<br />

0 Padre, a Mulher e a Familia<br />

UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />

4 0 0 R É I S<br />

A' venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

Progresso, Elvas.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases ccnceituosas de auctores célevarias<br />

tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

"Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 415 paginas. Preço, réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja daChina, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado-r-Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO AUER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °[o Í)E ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a I0SÉ MARQUES LADEIBÂ<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELPOST<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 261-<br />

COIMBRA<br />

-Porto<br />

6 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE OIMA-20<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

C O I M B R A<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricada com<br />

puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mesa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Filtrolalé §g;<br />

de porcellana d'amiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. 1<br />

ÉDITOS DE 60 DIAS<br />

(1 . a publicação)<br />

00pelo JUÍZO de Direito da<br />

I comarca de Coimbra, e<br />

cartório do escrivão do 4 ° ofllcio,<br />

José Lourenço da Costa,<br />

correm éditos, citando Maria<br />

Adelaide, residente no Brasil,<br />

mas em parte incerta, para na<br />

2. a audiência do mesmo Juízo,<br />

a contar passados 60 dias depois<br />

da 2. a Sobreiros<br />

12 endem-se uma porção,<br />

V de bons paus de sobreiro,<br />

que estám na quinta das Barreiras<br />

do Tovim, e a tractar<br />

com Joaquim Augusto Preces<br />

Dinis, na rua do Visconde da<br />

Luz, n.° 72.<br />

13 Wende-se a casa n.° 12,<br />

w na rua de Joaquim An-<br />

publicação, do restonio d'Aguiar, composta de lopectivo<br />

anndnciò no Diário do ja e três andares, pelo preço<br />

Governo, vir vér accusar a ci- mínimo de 400)51000 réis.<br />

tação e alli ser-lhe assiguado o Quem pretender falle na rua<br />

práso de 3 audiências, para das Fangas, n.° 76.<br />

contestar, querendo, a acção de<br />

separação de pessoa e bens, VENDA DE CASA<br />

que contra ella propôs, seu<br />

marido Manuel Francisco, tra-<br />

Draça pelas 1 i horas da<br />

balhador, residente em Coim-<br />

í manhã, dia 16 de fevebra,<br />

sob pena de revelia.<br />

reiro, rua Corpo de Deus, n.<br />

As audiências, no Juizo de Direito<br />

da comarca de Coimbra,<br />

fazem-se todas as segundas e<br />

quintas feiras de rada semana,<br />

não sendo dias feriados on sanctificados,<br />

porque sendo-o se<br />

fazem nos dias, immediatos, se<br />

o não fôssem também e sempre<br />

pelas 10 horas da manhã, no<br />

Tribunal de Justiça, sito na<br />

Praça 8 de Maio.<br />

03<br />

92. 94, 96.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedrancha<br />

15 M m l o u - s e para a rua do<br />

Loureiro.<br />

Vinho tinto — litro 80 réis.<br />

Aguardente—i9°Cart.—360.<br />

"RESISTENCIA,,<br />

VeriGquei a exactidão.<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

LEITE<br />

Narua da Mathemática<br />

n.° 6, vendem-se<br />

todos os dias de manhã<br />

ou á noite dois a<br />

três litros de leite de<br />

vacca de superior qualidade,<br />

a preço de ÍOO<br />

réis cada litro.<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Heroulano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

0 flonstlltas todos os dias<br />

v das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QtJINTAS-tEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />


N.° 206 COIMBRA—Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897 2.° ANNO<br />

0 programma do governo<br />

de 1885, entrando assim no regimen<br />

da legalidade. Fazendo isso,<br />

não proponha modificação alguma<br />

na constituição. Que o direito á re-<br />

A AMNISTIA-<br />

E os progressistas sam d'estes...<br />

Por isso havemos de guerrear<br />

ninguém o poderia accusar de usurvolta contra os poderes constituídos<br />

sempre os progressistas.<br />

No relatório que precede o de-<br />

A propósito d'este acto do actual<br />

par funcções pertencentes ao poder ninguém o pôde contestar; é escu-<br />

E o governo, se quiser, que ras-<br />

governo, a que não podia fugir pelas<br />

creto de dissolução do Solar dos<br />

gue o ctecreto da amnistia e metta<br />

legislativo, porque nadá mais fazia sado consigná-lo na lei fundamen- promessas solemnes feilas quando na cadeia os jornalistas republica-<br />

Barrigas, traçou o presidente do do que restabelecer o império da tal.<br />

opposição, pretendem os jornaes nos...<br />

conselho de ministros o programma lei, que tam desacatado foi pelo go-<br />

governamenlaes fazer ver aos ingé-<br />

Mas certo é que o governo nada<br />

Á vontade I<br />

do actual governo. Sabe-se, pelas<br />

nuos que a providência dos proverno<br />

que o precedeu. Não quiz,<br />

d'isso fará, porque elle defende a gressistas é um acto de extrema<br />

tradições do regimen monárcliico, porém, ou não poude fazê-lo, e o<br />

monarchia e esta só se apoia nas tolerância e generosidade, que de-<br />

o que valem as promessas consi- resultado será que o novo parla-<br />

bayonelas. Ora enquanto as bayoveria<br />

obrigar á gratidão e ao maior Em que ficámos?<br />

gnadas nesse documento. Não se mento ha de cair no mesmo ridículo<br />

respeilo os jornalistas republicanos. Diz A Provinda:<br />

netas estiverem ao lado do rei con-<br />

lhes liga importância alguma, por- que caiu o pseudo-parlamento que<br />

E porque esles continuam, no<br />

tra o povo, enquanto este, num cumprimento do seu dever patriótico, «Vae acabar o regabófe dos comque<br />

ninguém confia nellas. Sobre o agora foi dissolvido. Aos futuros demissários<br />

régios. O único que será<br />

movimento heróico, não passar por a sua campanha con Ira as insti-<br />

conservado é o valente major Mou-<br />

assumpto não ha, entre os que desputados já se dá a alcunha dè bar-<br />

cima d'ellas para affirmar a sua tuições sem respeitarem o consusinho d'Albuquerque, que Acará nesta<br />

apaixonadamente dedicam alguma riguínhas. E característica e ha de<br />

lado progressista em princípio, vá situação por causa da guerra contra<br />

vontade, a monarchia ha de fazer o<br />

altenção á política, a mínima diver- fica r.<br />

de insinuar que no espírito da im- os namarraes. Os outros, que, como<br />

que lhe aprouver, calcando direitos prensa republicana não ha senti- o da índia, se arrogavam poderes<br />

gência, e nós abster-nos-hiamos até<br />

discricionários, talhando para si gros-<br />

Ao futuro parlamento proporá o e supprimindo liberdades. A constimentos nobres, e que nella viceja a<br />

sa fatia, serám exonerados e man-<br />

de criticar o programma do actual governo immediatamenle a revoga tuição continuará a ser letra morta negra ingratidão!. . .<br />

dados recolher ao reino.<br />

governo, se não houvesse nelle al ção dos diplomas actualmente em e a promessa do actual governo<br />

Na campanha republicana está Era tempo de acabar com esses<br />

gumas affirmações que merecem es-<br />

occupando um logar que deslaca, potentados».<br />

vigor que prejudicaram a inviolabi- uma banalidade, como também o pela violência do ataque e sinceripecial<br />

registro.<br />

lidade dos direitos civis e políticos sam as que faz ácêrca da reorganidade das apreciações, João Chagas,<br />

Dizem os telegrammas do Pri-<br />

Principia o governo por declarar<br />

meiro de Janeiro:<br />

dos cidadãos e, designadamente, os zação económica e financeira. que pelo último decreto de amnis-<br />

que não quer fazer dictadura. Não<br />

tia saiu ante-hontem do Limoeiro. «O sr. Neves Ferreira pediu hoje<br />

que restringiram a segurança indi- A parte tio programma respei-<br />

tratarêmos de averiguar se deveria<br />

Claro é que João Chagas, aprovei- a sua exoneração de commissàrio<br />

vidual, a liberdade de imprensa ea tante a este assumpto não contém tando o beneficio da amnistia, que régio da índia.<br />

em vez do não quer dizer que não de reunião. Não antecipémos críti- uma única afirmação que revele os não pediu nem podia recusar, en- Ámanhã ha conselho de ministros<br />

em casa do sr. José Luciano, que<br />

pôde, suppondo, como é provável, cas a estas fórmulas vagas e indetende<br />

e muilo bem, e com elle os<br />

inluilos-do governo sobre os meios<br />

resolverá quem deve ser nomeado<br />

que no assumpto houvesse a inter-<br />

republicanos lodos, que de modo para o cargo. Provavelmente será<br />

terminadas, repelidas por todos os de melhorar a quasi desesperada nenhum pôde significar tal facto a o sr. Augusto de Castilho».<br />

venção do rei. Também não discre- governos que se têem succedido no situação em que o país se encontra. sombra d'uma transigência.<br />

tearemos sobre a possibilidade do poder, e que se vam sempre con-<br />

Então continúa o regabófe, ou<br />

Diz-se que se apresentarám pro- E dahi o continuar a campanha<br />

governo cumprir a sua promessa,<br />

não?<br />

cretizando em medidas ultra despópostas destinadas a restabelecer<br />

em toda a imprensa republicana,<br />

no meio dos gravíssimos embaraços ticas. Terêtnos muito tempo para<br />

com a mesma violência, o mesmo<br />

quanto possível o equilíbrio orna-<br />

que á sua acção ham de oppôr as<br />

denodo, a mesma coragem.. .<br />

fallar, sem que nos possam accusar mental e a desafogar a situação fi- Mas o Tribuno Popular, a des- O sr. ministro das obras públi-<br />

engrenagens da administração e as de apaixonados.<br />

nanceira, que se farám na despêsa propósito da amnistia, e da allitule cas ordenou que não se désse pos-<br />

tristíssimas condições económicas<br />

Ao futuro parlamento lambem o<br />

de João Chagas, escreve:<br />

so a quaesquer empregados que ti-<br />

as economias compatíveis com os<br />

vessem sido nomeados além do qua-<br />

e financeiras em que o país se en-<br />

governo proporá que se reconheça serviços públicos indispensáveis, «É claro que o jornal do sr. Chadro. A medida é boa, merecendo os<br />

contra, até ao dia 10 do próximo<br />

gas, A Marselheza, é um dos que<br />

a necessidade das reformas da con- que se tornará effecliva e sob se-<br />

nossos applausos. O que resta sa-<br />

mês de junho em que o parlamento<br />

mais atacam o ministério que assuber, é se o ministro terá a força<br />

stituição, «com o principal intuito vera responsabilidade a fiscalização miu a responsabilidade da amnistia.<br />

começará a funccionar. O certo é<br />

Era de esperar».<br />

sufficiente para a fazer cumprir.<br />

de evitar que o poder executivo a do emprego dos dinheiros públicos,<br />

que o governo promette não fazer<br />

possa suspender, investindo para que se fomentará o desinvolvimento Pois o que esperavam? Que os<br />

dictadura, deixando de pé, para ser<br />

isso as côrtes, o poder judicial e os da producção nacional.<br />

jornalistas republicanos quebrassem Mais fuzilamentos<br />

modificada em côrtes constituintes<br />

as suas pennas ou as convertessem<br />

próprios cidadãos com meios ade- Como?<br />

eleitas segundo os trâmites legaes,<br />

em thuiíbulos dos progressistas? Noticia o Século:<br />

quados a poderem inutilizar de fu-<br />

a obra anárchica do governo que o<br />

A êste respeito guarda o governo Foi, porventura, no interesse ex-<br />

«i última hora.—Foram fuzilados<br />

precedeu.<br />

turo qualquer tentativa nesse sen- a mais prudente reserva. Faz proclusivo da imprensa republicana em Pondá, pelo administrador d'a-<br />

que tal decreto se publicou? Não, quelle concelho, mais três ranes.<br />

tido, cuja repetição tem sido uma<br />

Da declaração feita pelo governo<br />

messas, mas não se quer compro- porque do beneficio da amnistia Um d'elles converteu-se ao catholi-<br />

a primeira illação a tirar é que elle<br />

das causas do abatimento do poder melter, mostrando que pouco ou aproveitaram jornaes progressistas, cismo â hora da morte. Ministrou-lhe<br />

reconhece, contra as mais categó-<br />

egislalivo e da depressão do sysle- nada sabe<br />

e enlre elles o do sr. José Luciano, o sacramento de baptismo o prior<br />

o Correio da Noite. Houve, portanto,<br />

da freguezia».<br />

ricas affirmações que fez na oppoma<br />

representativo.»<br />

Vae estudar, até que se abra o muito de egoismo, senão exclusiva- Continúa, pois, a inaudita brusição,<br />

a dictadura anti-constitucio- Seacreditassemos na sinceridade parlamento.<br />

mente de egoismo, na publicação talidade dos fuzilamentos na índia,<br />

nal do gabinete presidido pelo sr. do governo, veríamos neste período No entretanto o câmbio continua- do decrelo da amnislia.<br />

commellidos summariamente no re-<br />

Hintze Ribeiro, acatando a própria a promessa de que o governo ía prorá a descer.<br />

Mas que não fôsse assim. . . gimen oppressor e odiôso d'um<br />

Quem lhes pediu o favor, se commissàrio régio feroz 1<br />

lei eleitoral votada pelo Solar dos por ao parlamento a suppressão da<br />

d'este modo o consideram?<br />

Parece que Pondá está sob o<br />

Barrigas, que não quiz reconhecer monarchia, único meio por que en-<br />

Tinham em vista congraçar em domínio d'um povo bárbaro e cruel,<br />

Partido republicano<br />

e ao qual até se recusou a fazer as tre nós se poderá conseguir o res-<br />

auxílio da política' progressista a que é uma dependência de cáfres e<br />

suas apresentações. Esta incoherénpeito pela lei fundamental do país. O directório do partido republi-<br />

independência e altivez da opinião não região da índia Portuguêsa,<br />

cia sem dúvida alguma enfraquece Enquanto subsistir a actual fórma cano, reunido sob a presidência do<br />

republicana? Se assim foi, bem sob o domínio d'um país onde a<br />

sr. Gomes da Silva no dia 8 do cor-<br />

vêem que fôram illudidos na sua abolição da pena de morte é um<br />

o governo, que assim afasia do cam- de governo, enquanto o sr. D. Carrente,<br />

dirigiu a seguinte communi-<br />

expeclactiva ingénua.<br />

facto.<br />

po da lucta eleitoral todos os libelos exercer as funcções de poder cação á imprensa republicana:<br />

Dos republicanos não podem os E ninguém toma contas ao san-<br />

progressistas esperar, nem elles nem<br />

raes que se compromelteram a não moderador, a constituição ha de<br />

guinário Neves Ferreira dos assas-<br />

«O directório do partido repu- nenhum outro partido ou còterie sinatos da índia...<br />

reconhecer, com o partido progres- ser calcada aos pés como o tem sido blicano resolveu aconselhar a con- monárchica, outra coisa que não<br />

sista, as reformas de carácter con- até agora. Nem as côrtes, nem o tinuação da abstenção eleitoral até seja a guerra mais intransigente e<br />

stitucional do actual governo. O di- poder judicial, nem os cidadãos o que uma lei, regularmente votada mais aberta.<br />

Os regeneradores andam por ahi<br />

em côrtes, dê, pelo menos, as garectório<br />

do nosso partido já tomou poderám evitar. Não dizemos bem.<br />

Combatemos as instituições mo- a apregoar que os progressistas pourantias<br />

já conquistadas na lei de nárchicas, que nos degradam e nos cos mêses estarám no poder e que<br />

essa resolução, que merece o nosso Ainda ha um meio.<br />

1884.<br />

arrastaram á ínfima miséria em que o sr. João Franco será o futuro pre-<br />

incondicional applauso.<br />

Dissolva o governo as guardas Esta resolução justifica-a a cohe- nos debatemos. De envolta com as sidente do conselho de ministros.<br />

O sr. José Luciano, para ser co- muninipaes, dê uma nova organiréncia<br />

do partido republicano, que instituições guerrearemos com todas Vejam se querem para isso o nos-<br />

sempre julgou itlegaesas resoluções<br />

herente, deveria pôr em vigor a lei<br />

as nossas forças os homens que as<br />

zação ao exército seguindo como<br />

so auxílio, que da melhor vontade<br />

voladas pela câmara agora dissol- servem, que as adulam e ludibriam lh'o dispensaremos. O sr. João Fran-<br />

1884 e a reforma constitucional modelo a da Suissa. Faça isso, e vida.»<br />

o país,<br />

co é o homem que nos convém,


0 anniv ersário da proclamação<br />

da Republica em Hespanha<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

0 sr. Bispo-Conde e a reacção<br />

Cursos populares no Instituto<br />

gumas reuniões quando, se tratava<br />

da eleição camarária. Agora sabese<br />

qual o motivo por que elle fez<br />

tam triste figura atacando os republicanos<br />

e os progressistas: o ho-<br />

Devem ser imponentes as manimem<br />

queria arranjar-se.<br />

festações que o partido republicano<br />

E ahi está como um telegramma<br />

faz hoje em Hespanha, commemo-<br />

define um homem e um homem um<br />

rando a proclamação da Republica,<br />

regimen.<br />

que foi tam vilmente trahida pela<br />

restauração.<br />

A Junta Central da União Repu-<br />

«Mala da Europa»<br />

blicana dirigiu o seguinte manifesto<br />

aos republicanos hespanhoes: O último número d'este jornal ofe-<br />

«Reuní-vos no dia 11 de feverece uma folha em honra do carnaval<br />

reiro nas capitaes como nas aldêas, no Brasil, com allusões a factos e<br />

indivíduos, que decerto alli encontrará<br />

todos juntos, sem distincção de cô-<br />

um acolhimento jovial.<br />

res, em um só acto, para demon- Uma engraçada composição polycrostrar<br />

a communidade de espírito mica, devida ao lápis de Raphael<br />

que nos anima e a communidade Jordallo Pinheiro, occupa as duas pá-<br />

que existe entre as nossas instituiginas internas.<br />

ções e a regeneração de Hespanha D'uma garrafa de Champagne, que<br />

estoura, saltam allegorias, episodios,<br />

A commemoração d'aquella data costumes e caricaturas de escriptores<br />

deve ler hoje excepcional importân- e jornalistas dos dois países. E' uma<br />

cia. Não é só a recordação da pro- visão de alegria, um pele-mêle fantásclamação<br />

da Republica hespanhola tico, uma folia satanica!<br />

por uma Assembléa Nacional < O desenho é de bello effeito, muito<br />

vivo e muito fresco, de grande exhube-<br />

tributo de honra e gratidão devidos ráncia de imaginação e de graça<br />

aos insignes cidadãos que prepará- como tantas outras invenções da veia<br />

ram aquelle acto; offerece além inextinguível do poderoso caricaturista<br />

d'isso ensejo para pôr em relêvo<br />

extraordinária força moral que anima<br />

a perseverança com que por Na reunião da maioria (I) rege<br />

espaço de vinte e quatro annos têem neradora, em que appareceu tam<br />

mantido os ideaes democráticos em bem a minoria (!) cujos membros<br />

toda a sua pureza os republicanos teceram os mais rasgados elogios<br />

hespanhoes, pródigos em sacrifícios, ao governo do sr. Hintze, notou-se<br />

até no inapreciável da vida, despre- a ausência dos srs. Serpa, Julio de<br />

zando as apostasías e os pactos ver Vilhena, Moraes Carvalho, Pedro<br />

gonhósos e mantendo-se superiores Victor, Francisco Costa, Luiz Bi-<br />

á desconsoladora indifferença que var, Cau da Costa, e outros rege<br />

nas veias do país têem infiltrado neradores dos mais graduados do<br />

corrupção systemática, as indizíveis partido.<br />

torpêzas e os evidentes fracassos<br />

dos partidos monárchicos, que agora<br />

mesmo, depois de haverem ensanguentado<br />

e arruinado a pátria<br />

F O G U E T E S<br />

põem um pleito a honra da nação Sobemos que um professor illus-<br />

hespanhola.<br />

tre da Uni versidade,—propagandis-<br />

Importa sobretudo aproveitar êste ta acérrimo d'um centro que, em<br />

anniversário para que os correligio- vez de unir e solidificar o governo,<br />

nários inspirem direcção á União só serviu para o arremessar ao lôdo,<br />

Republicana. Tem esta bases polí- — se esquentou doidamente com os<br />

ticas que julgámos insubstituíveis fogueies que, á porta d'um chefe<br />

para que garantam o estabelecimen- progressista seu vizinho, arremesto<br />

e consolidação da Republica. Para saram aos ares, com vozearia e pal-<br />

implantá-la empregarêmos todos os mas, certos correligionários aqueci-<br />

meiosqueascircunstânciase o nosdos com a subida do novo governo<br />

so próprio esforço nos deparem, com Queixa-se s. ex.<br />

a única condição de que sejam opportunos<br />

e honrados.<br />

Mas é necessário que digaes se<br />

êsse movimento de opinião que se<br />

nota nas hostes republicanas, favoravel<br />

á maior unidade na organiza<br />

ção e direcção de todas as forças republicanas,<br />

corresponde a universaes<br />

e bem sentidas aspirações.<br />

A Junta quer conhecer o espírito<br />

dos republicanos e consulta-os, não<br />

para provocar votações que sam im<br />

possíveis nas grandes assemblêas<br />

como estas para que os convidámos<br />

mas para colher as impressões do<br />

minantes e inspirar-se nellas.<br />

Apressae-vos, pois, correligionários,<br />

a cumprir estes deveres.<br />

Depois cumprirá os seus a Junta<br />

Central de União Republicana.<br />

O nosso prezado collega A Marselhêza<br />

publica o seguinte despacho<br />

telegráphico:<br />

«Conselheiro Neves Carneiro<br />

— Supremo Tribunal de Justi<br />

ça. — Consta vagar logar delega<br />

do Porto. Poderá arranjar-se? No<br />

testamento nada poderei obter?—<br />

Albertino.»<br />

Este Albertino é o sr. Albertino<br />

Preto Pacheco, membro da maioria<br />

regeneradora da Câmara Municipal<br />

do Porto, que se tornou notável pelos<br />

disparates cjue alli disse em al-<br />

a de que o país<br />

está pobre, muito pobre, e diz que<br />

causa dôr vêr alegrias o dispêndios<br />

em momento de tanta tristêza.<br />

Achamos bem. Simplesmente<br />

d'essa fórma, o maguado professorpropagandista<br />

desmente as affirma<br />

ções do seu presidente João Franco,<br />

que deixou o thesouro abonado<br />

as finanças melhoradas, a riquêza pu<br />

blica em progresso.<br />

Por causa d'uns tristes foguetes<br />

de nove respostas, parece-nos con<br />

demnavèl tam prematura dissidén<br />

cia.<br />

De resto, quem diz a s. ex. a que<br />

os foguetes não fossem deixados<br />

pelo João Franco aos progressistas<br />

no celebérrimo testamento de 475<br />

comedorias, de que s. cx. a Decididamente, o sr. Bispo de<br />

Coimbra está sendo o centro commum<br />

de toda a reacção neste país.<br />

Não ha muito tempo, a sr.<br />

, apesar<br />

da miséria pública, não se queixa<br />

nem quer queixar?<br />

O Século está outra vez republi<br />

cano e o público bem conhece os<br />

motivos que o leváram a afastar-se<br />

da monarchia: quer continuar a ser<br />

o jornal de maior circulação no país<br />

Foram nomeados substitutos do<br />

juiz de Direito neste concelho os<br />

srs Francisco Eduardo de Almeida<br />

Leitão e Cunha, Accacio Hypólito<br />

Gomes da Fonseca, Danton de Carvalho<br />

e Joaquim Maria Ferreira.<br />

a D.<br />

Amélia d'Orleans escreveu-lhe uma<br />

encyclica convidando-o a assumir<br />

êsse cargo eminente, mas perigoso<br />

para a nação e. .. para s. ex.\<br />

Agora os velhos moços cathólicos<br />

de Lisboa, que dam pelos nomes<br />

de Lindoso, Saldanha & C. a ,<br />

)edem-lhe providências para o facto<br />

de se estarem alistando na maçonaria<br />

portuguêsa muitos estudantes<br />

da Universidade.<br />

Coincide esta denúncia ridícula,<br />

mas symptomática, com a publicação<br />

d'um livro do sr. Bispo sobre a<br />

extincção do convento de Semide,<br />

livro em que o alto prelado se colloca,<br />

abertamente, ao lado do restabelecimento<br />

dos frades, e se mostra<br />

incendido em sacro amôr pelo<br />

fóco reaccionário de Santa Therêsa,<br />

em que ha beatério e padres associados<br />

para diversos fins, e pelas<br />

freirinhas de Santa Clara, em que<br />

ha 150 pequenitas recebendo os<br />

primeiros princípios d'uma educação<br />

perigosa para o lar familiar e para<br />

a elevação e cultura das camadas<br />

populares. ,<br />

É tempo de lembrar ao sr. Bispo<br />

Conde que a propagação d'estas<br />

doutrinas pôde causar-lhe alguns<br />

desgostos, e que nós, pelo menos,<br />

não eslâmos dispostos a sanccionar,<br />

com o nosso silêncio, os manejos<br />

de que s. ex. a Casa da Misericórdia, e o Asylo<br />

dlnfáncia Desvalida, mas é certo<br />

que estes estabelecimentos de caridade<br />

que tam bons serviços pres- Como estava annunciado, abriram<br />

tam, não satisfazem pela sua índole na segunda feira última os cursos<br />

e organização ao fim dos Albergues jopulares que o Instituto organizou<br />

das crianças abandonadas. Estes )ara a população operária de Coimbra.<br />

sam principalmente destinados para<br />

A affluéncia de alúmnos é extraor-<br />

dar um asylo immediato, prompto,<br />

dinária, e veiu provar que a iniciativa<br />

sem processos prévios, nem empe-<br />

da direcção do Instituto, sempre opnhos,<br />

ás crianças que se encontram<br />

ao desamparo e para as quaes não<br />

ortuna, o era agora mais que nunca.<br />

ha actualmente outro recurso senão Assim, nas aulas de Leitura e escri-<br />

os calabouços das esquadras da popta e Instrucção primária, que só<br />

lícia. Recolhê-las, limpá-las, saciar- abrem na semana próxima, estám já<br />

lhes a fóme, investigar as causas matriculados, respectivamente, 50 e<br />

do seu abandono, procurando en- 160 alumnos. Em Geographia e histotregá-las<br />

a quem tenha obrigação ria, regida pelo sr. dr. Bernardino<br />

de olhar por ellas, e, na sua falta, Machado, estiveram na lição d'aber-<br />

promovendo o internato nos asylos, tura, mais de 50 alumnos. Em Edu-<br />

taes sam os fins de tam humanitácacão cívica, regida pelos srs. drs.<br />

rias instituições.<br />

Frederico Laranjo e Alfonso Costa,<br />

Que Coimbra não fique na re- acham-se inscriptos 60 alumnos. Em<br />

claguarda de tam generosa inicia- Porlugtiês, regido pelo sr. dr. Silva<br />

tiva é o que muito desejamos. Gayo, estám matriculados approximadamente<br />

80 alumnos. Em Francês,<br />

regido pelo sr. Eugénio de Castro,<br />

Vae para Londres o sr. Luiz So- encontram-se 114 alúmnos. A sala<br />

veral como ministro plenipotenciá- grande do Instituto estava hontem<br />

rio. O sr. corregedor Veiga conti- litteralmente cheia com este curso<br />

núa no seu logar em Lisboa. enorme. E ainda, depois da aula, as<br />

O Correio da Noite nada tem dilo, matrículas continuaram, alargando-se<br />

mas não tardará muito que faça os os números indicados, que provavel-<br />

mais rasgados elogios a esses funcmente augmentarám bastante até docionários.flfc<br />

mingo, dia em que todas as matrículas<br />

se encerram.<br />

Partiu para Lisboa, onde se de-<br />

Além das aulas a que nos temos<br />

morará alguns dias, o sr. dr. Ber- referido, abriu já também a de Callinardo<br />

d'Albuquerque.<br />

grapliia, dirigida pelo sr. Olympio<br />

Lopes da Cruz, que talvez se veja<br />

obrigado a dividir o curso, pois que<br />

IPinto Saraiva<br />

já conta mais de 160 alumnos.<br />

Este nosso distincto collega do Abriram ainda esta semana as aulas<br />

Expresso, orgão dos empregados de Hygiene das profissões, Mechanica e<br />

nos Caminhos de ferro portuguêses, physica experimental, e Geometria indus-<br />

se faz ardente pro-<br />

onde tem sustentado, com a mais trial, respectivamente dirigidas pelos<br />

motor.<br />

levantada dedicação pelos interes- srs. drs. Lopes Vieira, Teixeira Bastos<br />

ses dos operários e pela propaganda e Augusto Barbosa; e não abriu hon-<br />

republicana, uma situação violenta<br />

tem, como estava, annunciado, a de<br />

Desastre na Grvtiné de opposição e de crítica aos actos<br />

Geometria intuitiva, por estar doente<br />

immoraes e nefastos da adminis-<br />

Da Guiné foi expedido para Listração<br />

da Companhia Real dos o seu professor, sr. dr. Bernardo Ayres.<br />

boa o seguinte telegramma:<br />

Caminhos de Ferro, acaba de ser Nestes diversos cursos acham-se<br />

— «Desastre rio Mansoa; tenente demittido do logar que nesta Com- matriculados muitos indivíduos, de<br />

Falcão, balantas.»<br />

panhia desempenhava.<br />

todas as profissões e mistéres, desde<br />

O sr. ministro da marinha tele- E foi-o unicamente por ousar o empregado público até ao commergraphou<br />

immediatamente para censurar o procedimento d'um franciante, desde o marceneiro até ao<br />

Guiné pedindo esclarecimentos, recês, um sr. Boyer, um dos directo- simples aprendiz de caiador. Na quasi<br />

cebendo hontem o seguinte teleres da Companhia, que no fim do totalidade, os alumnos sam adultos ou<br />

gramma do governador:<br />

último anno talhou para si, dos rapazes de 15, 18 e 20 annos. Apenas<br />

rendimentos da Companhia, uma nas aulas de Leitura e escripta e Ins-<br />

«Notícias vagas, vindas por Man- gratificação de 2:000$000 réis, para trucção primária ha muitas creanças.<br />

sôa, referem que Falcão soífreu accumular ao seu farto ordenado Tendo assistido ás 5 aulas que se<br />

revés, parece que em Maros. Hontem de 6 contos!<br />

inauguraram até hontem devemos di-<br />

constou estarem Beribau para obter O procedimento honesto do nosso zer que nos surprehendeu o enthu-<br />

reforços. Na conhoneira Flecha s& collega sr. Pinto Saraiva, que se<br />

siasmo, a sollicitude e a attenção com<br />

guiu para Farin o commandante insurgiu contra o abuso daquellas<br />

que professores e alumnos collaboram<br />

Cunha.<br />

largas gratificações enquanto o pes-<br />

Ha adhesões de auxiliares imporsoal operário e inferior da Compa- nesta obra meritória. Pelos seus inícios<br />

tantes de confiança.<br />

nhia continúa na mesma pobre ella promette ser profícua; e do cora-<br />

Caso o boato seja verdadeiro, situação em que se encontra, proção desejamos que o nosso pessimismo<br />

sigo a castigar os mangasas piratas vocou do tal Boyer, que blasona ácêrca de emprehendimentos d'esta<br />

de democrata e socialista, a baixa natureza, sempre tam louváveis e<br />

e mesquinha vingança da demissão grandiosos, possa, d'este modo, ser<br />

Albergue das creanças abandonadas Este facto, em si vil e miserável corrigido pelos factos. Muitos profes-<br />

torna-se ainda mais digno de reparo sores da nossa Universidade e diver-<br />

Com êste título acaba de se con e condemnação como symptoma: sos sócios do Instituto têm assistido e<br />

stiluir em Lisboa uma associação de mostra a acção directa que nas honrado, com a sua presença, estes<br />

caridade, destinada a dar guarida coisas portuguesas está exercendo<br />

cursos; e até ante-hontem um inglês<br />

ás crianças que, por circunstâncias o extrangeiro. Com uma sobranceira<br />

esteve presente a uma das sessões»<br />

eventuaes, se encontram ao desam- e desprêzo humilhantes, vam os<br />

paro.<br />

extrangeiros impondo em Portuga fazendo merecidos cumprimentos ao<br />

Em Coimbra sente-se bem a falta o seu querêr, até para satisfação sr. dr. Bernardino Machado e aos<br />

d'uma instituição d'esta natureza. das suas vaidades oífendidas e dos seus cooperadores pela iniciativa que<br />

Todas as noites se encontram es- seus ódios pessoaes...<br />

tomaram.<br />

molando pelas ruas da baixa crian- E d'isto uma prova a perseças<br />

que a miséria atira para a vaguição movida por um extrangeiro<br />

diagem da via pública e que ali vêm contra o nosso amigo sr. Pinto Na Rússia publicou-se uma lei<br />

fazer o seu tirocínio para a prosti- Saraiva, perseguição que encontrou pela qual todo o soldado que tertuição<br />

e para o crime.<br />

apoio nos membros portuguêses da minar o tempo de serviço sem uma<br />

Temos já, é verdade, duas casas Direcção da Companhia Real. nota recebe como recompensa uma<br />

destinadas á protecção das crianças; Deplorável symptoma êste da porção de terreno cultivável, que<br />

o Collegio dos Orphãos da Santa decadência a que nós chegámosl lhe fica pertencendo,


Notícias diversas<br />

Diz-se que será nomeado gover-<br />

nador civil de Portalegre o sr. dr.<br />

Frederico Laranjo, talentôso professor<br />

da Faculdade de Direito. Não<br />

querendo de modo algum pôr em<br />

Enterrou-se no dia 9 o cadavér de<br />

João Dias Anastacio, estudante de pre<br />

paratórios no Lyceo de Coimbra.<br />

Era um rapaz muito novo, cheio<br />

de intelligéncia, e que tinha as sympathias<br />

de todos os que o conheciam.<br />

Morreu em convalescença da influenza<br />

com uma congestão pulmonar<br />

fulminante.<br />

Longe da família elle teve a rara<br />

felicidade de ser tratado com os cuidados<br />

que só as mães sabem ter pela<br />

ex."" 1 sr. a D. Maria Emilia Vahia<br />

Neves e pela dedicação da ex. ma sr<br />

D. Ludovina Neves, que o estimava<br />

como se fora filho.<br />

Foi muito concorrido o saimento<br />

da casa para a egreja onde foi veládo<br />

pela familia e da egreja para o cemi-<br />

tério.<br />

No Lycéo houve feriádo por motivo<br />

da mórte do estimado mancebo.<br />

Receba s. ex. ma família os nossos<br />

pêsames.<br />

José dos Santos Lameira foi exonerado,<br />

como requereu, do logar de<br />

3.° distribuidor supranumerário do<br />

correio d esta cidade.<br />

Esteve de passagem em Coimbra<br />

o sr. Augusto Fuschini.<br />

Foi publicada uma portaria pelo<br />

ministério das obras públicas em que<br />

se determina que se acabe com a prática<br />

de se abonarem fundos, destinados<br />

ás despêsas das escholas indus<br />

triaes, aos inspectores das mesmas,<br />

devendo de futuro as requisições ser<br />

feitas pelos respectivos directores e<br />

directamente enviadas á repartição<br />

de indústria. A mesma portaria ordena<br />

também: l.°que a repartição<br />

da indústria organize desde já a<br />

distribuição, dentro da vérba orça-<br />

19 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'nm forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Nena<br />

VI<br />

O jogo<br />

Sobre ella entre dois candelabros de<br />

zinco dourado, via-se um masso de baralhos<br />

de cartas, das verdadeiras, em<br />

que se pôde ler conOança, pois tinham<br />

coitado o sello da régie.<br />

Ao lado dos espelhos havia serpentinas<br />

de chumbo cheias de pontos brancos<br />

causados pela humidade-<br />

Entrando na sala — sóosbebedos—<br />

é que nâo tremiam de frio.<br />

Apenas os convidados cercaram a<br />

mesa, o pequeno visconde, baralhou as<br />

cartas, e principiou o Lansquenet.<br />

— Não jogas ?, perguntou Lélia em<br />

voz baixa ao barão.<br />

— Quando o outro se levantou, respondeu<br />

elle no mesmo metal de voz,<br />

trocas os baralhos que estám na mêsa<br />

pelos outros... os do masso que ha<br />

pouco entreguei a Baptistine.<br />

F- Está bera, vou preveni-la.<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

mental, da importância a abonar a<br />

cada eschola; 2." que os inspectores<br />

fiscalizem a devida applicação dos<br />

fundos destinados ás escholas da<br />

respectiva circunscripção.<br />

Foi convidado para governador<br />

civil de Coimbra o sr. dr. Pereira<br />

dúvida os bons serviços que no Dias. Diz-se, porém, que não accei-<br />

exercício desse cargo poderá prestou, e que será nomeado o sr. dr.<br />

tar, afigura-se-nos que seria mais Amaral, advogado no Funchal.<br />

útil ao país a sua continuação na<br />

regência da cadeira de Direito Pú<br />

blico, que tam distincta tem sido. Foi concedida a amnistia a todos<br />

os delidos de liberdade de imprensa,<br />

cumprindo assim o governo uma<br />

das suas promessas. A amnistia reveste<br />

sempre as apparéncias d'um<br />

favor, não sendo assim reparação<br />

condigna para as víctirnas das prepotências<br />

exercidas em nome d'uma<br />

lei verdadeiramente iníqua, cujas<br />

disposições liberticidas é necessário<br />

supprimir.<br />

O governo não deve, pois, limilar-se<br />

á amnistia; deve propôr, logo<br />

que se reúna o parlamento, uma<br />

reforma profunda na lei da imprensa.<br />

Parece-nos, porém, que não terêmos<br />

de o applaudir por êsse acto.<br />

Em Chaves um cão damnado mordeu<br />

quatro mulheres e dois homens,<br />

e apesar de perseguido não consta que<br />

fosse morto.<br />

E os sentimentalistas a gritarem contra<br />

a San llarthelemy dos cães I<br />

. A situação cambial melhorou um<br />

pouco. As libras baixaram para 1)5960.<br />

Diz-se que o governo vap tomar algumas<br />

providências para reprimir a es<br />

peculação com o ouro.<br />

No domingo passado foi a inaugura<br />

ção sulemne dos trabalhos do Asylo de<br />

Infancia, que por subscripção pública<br />

se vae construir na Figueira da Fóz,<br />

commemorando a ida das baterias de<br />

artilheria para aquella cidade.<br />

Os 500 empregados da casa Grandella,<br />

tencionam fazer uma excursão<br />

a Coimbra e ao Bussaco, no próximo<br />

mês d'abril. A inauguração d'estas excursões<br />

teve logar o anno passado com<br />

uma visita ao magestôso templo da<br />

Batalha.<br />

\ /<br />

As três récitas annunciadas da companhia<br />

Lucinda Simões terám logar<br />

nos dias 6, 7 e 8 de março.<br />

As peças que vam á scena sam:<br />

— Logo que Petit Mousson chegue<br />

quero fallar-lhe... Só jogo depois d'isso...<br />

— Bem...<br />

Lélia foi prevenir Baptistine que naquelle<br />

momento acompanhava o conde<br />

Áont-Perral á sala.. .<br />

Anna d'Avennes e seu cavalleiro, o<br />

joven Adolphe Fontaine, mais conhecido<br />

pelo Petit Mousson, entraram quasi<br />

logo.<br />

Anna d'Avennes dizia-se viuva d'um<br />

official belga, era loura, bôcca muito<br />

pequena, os lábios gróssos cobrindo<br />

uns dentes amarellos e grandes; o nariz<br />

fino com as narinas muito dilatadas,<br />

as sobrancelhas e pestanas muito<br />

carregadas e espessas; a pelle d'um<br />

jranco mate oxigenado e sem transparência...<br />

Os olhos formosíssimos, de<br />

um azul muito vivo, muito ardente, tinham<br />

lampejos de histérica.<br />

De estatura mediana, muito franzina<br />

e elegante... vestia admiravelmente;<br />

ninguém que a visse a dez passos de<br />

distância lhe dava mais de vinte annos...<br />

perto, porém, representava<br />

)em os seus trinta e oito a quarenta<br />

annos... Adorava o seu Adolphe; êste<br />

não tinha ainda completado os dezenove;<br />

pequeno, magro, vestia como um<br />

figurino. O nariz era fino e comprido,<br />

a bôcca grande, e onde se via já a<br />

falta de dentes, o lábio superior cojria-o<br />

um bigode, visível só por meio<br />

d'uma lente, e que os seus dedos fingiam<br />

torcer. 0 olho negro, o olhar vivo<br />

e indolente — faltava-lhe o do lado<br />

Francillon, Mancha que limpa, e Frei<br />

Luiz de Sousa.<br />

O theatro está sendo illuminado a<br />

Bico Auer.<br />

Está em Coimbra, o nosso amigo sr.<br />

Luiz de Brito e Sousa, muito estimado<br />

pharmaceutico em Avô.<br />

Sepultou-se hoje uma interessante<br />

criança, filha do vereador municipal,<br />

sr, Moura Bastos. Os nossos sentimentos.<br />

Sam boje assignados os decretos<br />

nomeando o.sr. D. João d'Alarcão, governador<br />

civil de Lisboa, e do Porto o<br />

sr. dr. Oliveira Monteiro. Para Coimbra<br />

ainda nada ha resolvido.<br />

Está vaga a egreja de S. Sebastião<br />

de Means, nesta diocese.<br />

Falleceu a sr a D. Maria da Luz Sobral,<br />

mãe do contador da Imprensa da<br />

Universidade, a quem damnos os nossos<br />

pêsames.<br />

Vam ser substituídas as cédulas de<br />

100 réis, por outras de novo desenho.<br />

Bem preciso é, que as que por ahi andam<br />

mettem nôjo!<br />

O POLO NORTE<br />

O distincto engenheiro suéco Andrée<br />

está organizando uma nova expedição<br />

ao polo norte, que será feita em balão.<br />

Um jornal suéco annuncia que o rei<br />

da Suécia acolheu favoravelmente o<br />

pedido que o expedicionário lhe fez<br />

para pôr á sua disposição uma canhoneira,<br />

que transportará a expedição<br />

até Spitzberg.<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomddas na<br />

sessão ordinária de 28 de janeiro<br />

de 1897.<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vereadores presentes: —effectivos<br />

arcediago José Simões Dias. bacharel<br />

José Augusto Gaspar de Mal los. José<br />

Antonio dos Santos, José Antonio Lucas,<br />

Antonio José de Moura Bastos, José<br />

Marques Pinto e Albano Gomes Paes.<br />

Presente o administrador do concelho.<br />

Mandou retirar da praça, aberta em<br />

acto de vereação, as barracas n. 01 19<br />

e 21 do mercado por não convirem os<br />

lanços offerecidos.<br />

direito... e o outro tinha uma névoa<br />

que elle dissimulava trazendo constantemente<br />

um monóculo... com que até<br />

dormia.<br />

Depois de ter experimentado todos<br />

os modos de vida sem assentar em al-<br />

gum... entrára para casa de seu cunhado.<br />

Este viu-se obrigado a pô lo<br />

fóra ao Dm de dois mêses, por motivos<br />

que elle nunca foi capaz de dizer.<br />

E quando lhe perguntavam de que vivia,<br />

respondia invariavelmente :<br />

— Sou jornalista nâo assigno os<br />

meus artigos por causa da familia...<br />

sou repórter...<br />

Adolpho apenas entrou acompanhou<br />

Anna â mêsa de jogo, e trocando com<br />

ella um olhar significativo... dirigiuse<br />

para junto do barão que lhe disse:<br />

— Fontaine, pódes dispensar-me dois<br />

minutos de atlenção?<br />

— Ora éssa, meu caro! vinte se assim<br />

o desejares... Estou ás tuas ordens.<br />

.. dá-me apenas licença de apertar<br />

as mãos aos amigos.<br />

Era esta uma das manias de Adolphe,<br />

tratar a todos por tu e apertar a<br />

mão a toda a gente... o que, valha a<br />

verdade, não era muito honroso para<br />

a maior parte.<br />

— Agora sou todo teu, disse elle ao<br />

fim de alguns minutos.<br />

0 barão levou-o para o fundo da<br />

sala, sentando-se ambos num canapé.<br />

— Meu caro adolphe, uma casa muito<br />

importante da Hollanda, com a qual<br />

tenho relações commerciaes e de amizade,<br />

deseja realizar ura negócio im-<br />

Arrematov em praça, de arrendamento<br />

até ao fim do corrente anno, ns<br />

impóstos municipaes indiréclos sobre<br />

o vinho, vinagre licôres, etc , a consumir<br />

na freguezia d« Lamarósa, e as<br />

barcas de passagem dos portos de<br />

Monte-São, Pé de Cão, Casaes e Ribeira,<br />

no rio Mondego, bem como a do<br />

rio Eça, em Ceira.<br />

Tomou conhecimento da approvação<br />

superior do orçamento para a reparação<br />

de parle da estrada municipal de<br />

Coimbra ao Pisão.<br />

Tomou conhecimento de se acharem<br />

depositadas no cofre do município duas<br />

ações da Companhia geral de agricultura<br />

das vinhas do Alto Douro, que o<br />

cidadão José Maria Rosa, de Cellas,<br />

deixou em testamento ao Asylo de cê<br />

gos e que foram enviadas pelo testa<br />

menteiro, ficando a presidência auctorizada<br />

a providenciar para o devido<br />

averbamento.<br />

Mandou passar licenças para apas<br />

centamento de cabras.<br />

Attestou ácêrca de diversas pelições<br />

para subsídios de lactação a menores.<br />

Resolveu pedir approvaçãe superior<br />

ao orçamento e projecto apresentado<br />

para ia reparação de parle da estrada<br />

municipal de Sernache á Cegonheira.<br />

Mandou registrar uma nota das canalizações<br />

de agua executadas desde<br />

o dia 21.<br />

Auctorizou trabalhos de canalizações<br />

de aguas em vista de requerimentos<br />

de proprietários.<br />

Auctorizou o.pagamento de impôs<br />

tos indirectos por meio de avenças,<br />

requeridas por alguns commerciantes,<br />

até o fim do próximo mês de março.<br />

Mandou enviar vários requerimentos<br />

â repartição d'obras, para informar<br />

Auctorizou o pagamento dos vencimentos<br />

de janeiro aos empregados da<br />

secretaria e demais repartições da sua<br />

dependência.<br />

Mandou effectuar diversos pagamen<br />

tos competentemente auctorizados.<br />

Auctorizou o fornecimento de diversos<br />

artigos para a secretaria e para a<br />

repartição dos impóstos.<br />

Resolveu solicitar do commissàrio<br />

de polícia a execução da postura relativa<br />

á limpeza e lavagem de trens nas<br />

ruas da cidade.<br />

Resolveu pedir perante as estações<br />

competentes que se auctorize na con<br />

strucção do cano geral de esgôtos, por<br />

conta do Estado, na rua de Ferreira<br />

Borges, a ligação das aguas de exgôto<br />

da parte alta da cidade.<br />

Resolveu substituir algumas árvore<br />

da Praça do Commércio.<br />

Despachou requermentos, auctorizando<br />

a cedência de 16, m 70 de terreno<br />

inculto no logar de S. Martinho do<br />

Bispo, para o alinhamento de uma casa<br />

a reconstruir no sitio das Alminhas; a<br />

collocação de alguns dizeres na parede<br />

d'um estabelecimento commercial na<br />

Praça 8 de Maio; a collocação de grades<br />

ao vão de duas janellas rasgadas<br />

de uma casa na Sophia; a extracção<br />

portante com uma casa de Paris que<br />

tu conheces muito bem... preciso de<br />

informações... mas informações sérias,<br />

e é o que desejo pedir-te fiado<br />

na tua ami...<br />

— Oh! sabes quanto sou teu ami<br />

go!... e apertando a mão do barão,<br />

pódes contar commigo.<br />

— Fallo da casa Bérard & C.\<br />

—É meu cunhado!, exclamou o dandy.<br />

— Bem sei.<br />

— Oh ! Fallêmos em outra coisa...<br />

um miserável, um selvagem.... um<br />

parvenu<br />

— Sei tudo isso, não te peço que<br />

m'o apresentes... apenas quero que<br />

me informes sobre o seu estado.<br />

—Ê verdade... Queres que te diga<br />

se è bem, se tem dinheiro?...<br />

Sim, é excellente..., paga tudo o<br />

que está escripto, assignado... por<br />

generosidade, nem cinco réis: é incapaz<br />

de me emprestar cinco francos.<br />

— Isso revela intelligéncia, diz o<br />

barão, pensativo.<br />

— Ê perverso o que tu dizes.<br />

— Diz-me com que capital se pôde<br />

pôr a descoberto essa casa ?<br />

— Um capital formidável.<br />

— Qual, approximadamente?<br />

— A casa tem em gyro mais de dois<br />

milhões...<br />

— Dois milhões! Dois milhões! exclamou<br />

o barão, cujo olhar flammejou.<br />

— Elle tem um commanditario; mas<br />

pertence-lhe quasi todo o capital.<br />

— Mas ha apenas cinco annos que<br />

elle se estabeleceu.<br />

de cópia de uma pequena parte da<br />

planta da cidade, a requerimento de<br />

um proprietário.<br />

Indeferiu dois requerimentos de proprietários,<br />

um para a construcção de<br />

degráus em uma casa em Taveiro, outro<br />

para a construcção de um muro<br />

de vedação na freguezia de Vil de<br />

Mattos.<br />

KALENDARH) DE FEVEREIRO, 1897<br />

Domingo ....<br />

Segunda feira<br />

Terça.<br />

Quarta<br />

Quinta<br />

Sexta<br />

Sábbado<br />

7 14 21<br />

1 8 15 22<br />

*2 9 16 23<br />

3 10 17 24<br />

4 11 18 25<br />

5 12 19 26<br />

6 13 20 27<br />

28<br />

Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />

Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />

da m.<br />

Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n.<br />

Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />

da n.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

Banco Commercial de Coimbra<br />

Sociedade anonyma<br />

de responsabilidade limitada<br />

Convido os srs. accionistas que fazem<br />

parte da assembléa geral do<br />

Banco Commercial de Coimbra, a reúnirem-se<br />

nesta cidade na rua do Visconde<br />

da Luz, n.° 15, 1.° andar, no<br />

dia 22 do corrente pelas 7 horas da<br />

noite afim de dar cumprimento ao disposto<br />

no artigo 14.° dos estatutos.<br />

Coimbra, 4 de fevereiro de 1897.<br />

O Presidente da assembléa geral,<br />

Antonio Rodrigues Pinto.<br />

C o s i n l ^ e i r a .<br />

Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />

: allar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />

Agradecimento<br />

Maria Augusta da Conceição Dias<br />

Anastácio, Manuel Dias Anastácio (ausentes),<br />

Adelaide Augusta Dias, Guilhemina<br />

Augusta Dias, Deolinda Augusta<br />

)ias e Ludovina do Carmo Pereira<br />

Neves, na impossibilidade de agradecerem<br />

individualmente a todos os distinctos<br />

académicos que se dignáram<br />

tomar parle no funeral de João Dias<br />

Anastacio, seu saudoso filho, irmão e<br />

protegido, o fazem por êste meio,<br />

protestando a todos a sua mais proúnda<br />

gratidão.<br />

— Sim! num caso! sim... apenas<br />

como eu: queres saber por que meios<br />

obteve essa fortuna ? ha cinco annos<br />

nâo tinha elle um real... Não é a<br />

pessoas como nós que se faz crer na<br />

possibilidade de se conquistar tal situação<br />

em tam pouco tempo por meios<br />

regulares...<br />

— E com encargos..., accrescentou<br />

o barão, fallando comsigo mesmo.<br />

—Encargos! ah! sim! encargos!...<br />

elle confessa-o por toda a parte...<br />

por algumas dividas pagas..., despêsas<br />

de sustento para mim... bello<br />

negócio...<br />

-Era por ventura forçado a isso?...<br />

Se o fez, foi porque quiz.<br />

— Evidentemente!<br />

— E estás tu certo do capital?<br />

—Se estou! assisti ao inventário.<br />

— É um cálculo feito por ti, dos<br />

seus bens, das suas mercadorias...<br />

—Não, caro amigo. Tudo existe em<br />

dinheiro e em valores... e sempre<br />

em valores ao portador.<br />

—É necessário que o veja... A que<br />

hora está em casa ?<br />

— Queres vê-lo? Nâo troques com<br />

elle nem uma só palavra a meu respeito...<br />

tu não me conheces.<br />

—Está dicto.<br />

— Elle está em casa todas as manhãs—<br />

de tarde só de dois ern dois<br />

dias, nos dias em que minha irmã vae<br />

a casa do pae.<br />

— Nesses dias está só?<br />

{Continúa),


TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encootra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos capítulos:<br />

A minlia entrada — A vicia na cadeia—História do Iiimoeiro—O<br />

Limo«'ro lioje—O regulamento - - Os prêsos—Cm<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fugas célefores—Scenas<br />

de sangue — As priooes e o absolutismo—<br />

No tempo dos Caftraes—O trabalho—A minha<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satdnaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteíios, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 — RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

1 MESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

^ venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

*» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos', armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

COFRES A PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

—João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

Aramo® 71nnádno • Para ra mádas e enxertias e dito de espi-<br />

Aldllltib ZilIMUUb. nhos para vedações.<br />

Matai híianím • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

ICldl UldlM . f0jha de flandres.<br />

Ferro*. E " a C° de todas-as qualidades, carvão de fórja.<br />

( \n nora forrolrn • Malhos > tornos, máchinas de furar, folies,<br />

1L yala ÍCIIGIIU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e laloeiros.<br />

Ferragens: para construcções dobras,.preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. 08 171 a 173.<br />

C O I M B R A<br />

MICHELET<br />

0 Padre, a Mulher e a Familia<br />

UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />

AOO R É I S<br />

A* venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

Progresso, Elvas.<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores céle-<br />

Varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

| Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

jj Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, §011 réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Yianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins —Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Franoisoo Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel dAlmeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO A IKK<br />

Previlegiado em Portugal pelo aliará 1:127<br />

50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ 1ÂBQDES LADEIBA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flores<br />

F. DELPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

6 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE OIMA— fcO<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mesa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Filtro-Ma!<br />

de porcellana d'amianttio<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C. a<br />

ÉDITOS DE 60 DIAS<br />

(2. a publicação)<br />

00 pelo Juízo de Direito da<br />

• comarca de Coimbra, e<br />

cartório do escrivão do 4 ° oíB<br />

cio, José Lourenço da Costa,<br />

correm éditos, citando Maria<br />

Adelaide, residente no Brasil,<br />

mas em parte incerta, para na<br />

2. a audiência do mesmo Juizo,<br />

a contar passados 60 dias depois<br />

da 2. a publicação, do respectivo<br />

anniincio no Diário do<br />

Governo, vir vêr accu^ar a citação<br />

e alli ser-lhe assignado o<br />

práso de 3 audiências, para<br />

contestar, querendo, a acção de<br />

separação de pessoa e bens,<br />

que contra ella propôs, seu<br />

marido Manuel Francisco, trabalhador,<br />

residente em Coimbra,<br />

sob pena de revelia.<br />

As audiências no Juizo de Direito<br />

da comarca de Coimbra,<br />

fazem-se todas as segundas e<br />

quintas feiras de rada semana,<br />

não sendo dias feriados on sanctificados,<br />

porque sendo-o se<br />

fazem nos dias, immediatos, se<br />

o não fossem também e sempre<br />

pelas 10 horas da manhã, no<br />

Tribunal de Justiça, sito na<br />

Praça 8 de Maio.<br />

Verifiquei a exactidão.<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Gymnásio Martins<br />

OOVustituto para educação<br />

I physica de creanças sob<br />

a inspecção médica do dr.<br />

Freitas Costa.<br />

Horário<br />

Das 6 âs 9 da noite.<br />

Creanças do sexo masculino<br />

—segundas, quartasesabbados.<br />

Creanças do sexo feminino—<br />

terças, sextas e domingos.<br />

Sobreiros<br />

13 Y7endPem-se uma porção,<br />

w de bons páus de sobreiro,<br />

que estám na quinta das Barreiras<br />

do Tovim, e a tractar<br />

com Joaquim Augusto Preces<br />

Dinis, na rua do Visconde da<br />

Luz, n.° 72.<br />

13 TTende-se a casa n.° 12,<br />

f na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

rniriimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

VENDA DE CASÀ<br />

14 praça pelas 11 horas da<br />

• manhã, dia 16 de fevereiro,<br />

rua Corpo de Deus, n. os<br />

92. 94, 96.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedranoha<br />

j||iidou-se para a rua do<br />

«» Loureiro.<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—19° Cart.—360.<br />

" EESISTEKOIA „<br />

POBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno.. 2)51700<br />

Semesj,re 1#350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 2)^400<br />

Semestre 10200<br />

Preços —Por mês ou 12 Trimestre 600<br />

licções, cada alumno 1$500 réis<br />

(para irmão tem abatimento).<br />

Collegios ou para tratamento<br />

por meio de gymnástica, contracto<br />

especial.<br />

0 director,<br />

ANNUNCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições<br />

20 réis.—Para os srs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Augusto Martins, Typ. F. França Amada — CQMBR4


N.° 207 COIMBRA Domingo, 14 de fevereiro de 189' J<br />

Massacre de christãos<br />

Os acontecimentos pavorosos que<br />

ultimamente têem tido por thealro<br />

a formosa ilha de Greta, estám im-<br />

pressionando dolorosamente o espirito<br />

de todos os povos.<br />

Ódios seculares de raça e de religião,<br />

fermentando na alma fanática<br />

d'um povo semi-bárbaro e cruel,<br />

incendiaram a lucta de horrores<br />

travada na Turquia entre mahometanos<br />

e christãos. Não vam decoíridos<br />

muitos mêses desde que a Europa,<br />

borrorisada, assistiu á barbarie<br />

dos morticínios da América, sem<br />

que as potências europêas, encerradas<br />

na couraça egoista dos seus<br />

interesses políticos, se concertassem<br />

para dar ao Turco feroz o castigo<br />

urgente.<br />

Clamava a opinião, que não tinha<br />

assistido nunca a espectáculo<br />

assim tam formidavelmente bárbaro,<br />

que era indispensável comprimir,<br />

inutilizar, a ferocidade turca. E,<br />

no entanto, as potências, eriçadas<br />

de canhões, coalhadas de bayonetas,<br />

promptas a lançar-se umas sobre<br />

as outras ao primeiro signal, limitaram-se<br />

a advertências banaes, a diligências<br />

improfícuas junto da Porta.<br />

Não tardaram os resultados da<br />

complacência odiosa. Aos morticínios<br />

da América, ás luctas sanguinolentas<br />

travadas corpo a corpo nas<br />

ruas de Constantinopla, onde correu,<br />

a jorros, o sangue christão,<br />

sem que as auctoridades turcas, o<br />

governo, o Sultão, a Turquia in-<br />

teira, soffressem uma lição cruel,<br />

justa, severa, de terem fomentado<br />

e favorecido taes hôrrôres,— seguiram-se,<br />

bem pouco tempo depois,<br />

os massacres horrorosos de Creta.<br />

As primeiras notícias que chegaram<br />

dos acontecimentos de Creta<br />

apavoraram o mundo civilizado.<br />

A população christã da ilha foi<br />

assaltada de repente pela populaça<br />

turca, armada, que trucidou os christãos<br />

ás centenas. A fôrça pública,<br />

invocada, fez causa commum com<br />

a multidão assassina, e fôram longos<br />

dias de hôrrôres aquelles dias de<br />

massacre, sem haver auctoridade<br />

nessa força militar que se opposesse<br />

á ferocidade dos assassinos...<br />

O êxodo foi enorme; saíram mui'<br />

tos milhares de christãos a buscar<br />

refúgio nas costas gregas. Entretanto,<br />

continuava em toda a ilha o<br />

pavoroso espectáculo: — os chris<br />

tãos eram assassinados em cada<br />

canto e as suas casas incendiadas;<br />

na cidade, em pouco tempo, havia<br />

pm eoorme e extenso montão de<br />

QUE VALENTES!<br />

2." ANNO<br />

Dr. Guilherme Moreira<br />

ruínas fumegantes—era o bairro<br />

mesmo estylo com que tam violen-<br />

christão!<br />

tamente aggredia o feroz e vingativo<br />

corregedor.<br />

Sabido em Constantinopla o que<br />

O Correio da Noite diz que o go- E ainda pretende o Correio da<br />

em Creta se passava, aprestou-se verno não tem mêdo nenhum dos Noite que a imprensa republicana Acaba de ser promovido a ca-<br />

immediatamente uma leva de sol- republicanos, «sendo-lhe absoluta- não hostilise o governo, como se thedrático êste nosso collega e prodados<br />

para o restabelecimento da<br />

mente indilferentes os seus ataques, taes incoheréncias, tam flagrantes fessor da Faculdade de Direito. Ha<br />

de qualquer ordem que elles sejam: contradicções, podessem passar im-<br />

ordem na Ilha... Para restabele-<br />

dezenove mêses approximadamente<br />

— na imprensa, na tribuna, na punes.cerem<br />

a ordem os"soldados turcos,<br />

que a promoção se devia ter rea-<br />

rua ou nos conciliábulos secrétos,<br />

que egualavarií a populaça na fero- sócinhos ou com os regeneradores,<br />

lisádo', recusando-se pertinazmente<br />

cidade do massacrei<br />

no jogo d'esles ou fóra d'elles». Rectificando mente o sr. João Franco a praticar<br />

Um jornal que defendeu com o<br />

êsse acto de justiça.<br />

E a Europa na expectativa.<br />

Referindo-se ao caso da promo-<br />

maior enthusiasmo o governo tran-<br />

Juntaram-se os christãos para a<br />

ção a cathedrático do nosso collega Durante todo êsse tempo mantesacto<br />

e que agora já vae apoiando<br />

dr, Guilherme Moreira, diz A Marve-se em silêncio o nosso collega,<br />

defêsa, na proporção, quando muito, os actos do actual, nota que os proselheza<br />

:<br />

conslando-nos que o quebrará ago-<br />

de dez contra cem; e enquanto a<br />

gressistas ainda ha poucos dias<br />

caíam de lazeira, que os republi- «O facto é este: Na Faculdade de ra. Este propósito havia elle forma-<br />

Europa combina, consulta, faz cálcanos fizeram d'elles gato sapato na Direito ha uma vaga de lente cathedo de ha muito.<br />

culos, èlles lá que se defendam e<br />

drático que pertence ao lente sub-<br />

bambochata da colligação, sujei-<br />

Em 10 de janeiro passado, ainstituto<br />

mais antigo, que é o nosso<br />

morram de balas ou de fome. .. tando-os ás mais affrontosas humi- confrade Alves Moreira, mas no mida o governo do sr. Hintze promet-<br />

Mas antecipa-se a Grécia na<br />

lhações, e vendo-se elles, progresnistério do reino já está ha muito o tia alguns mêses de vida, escrevia<br />

sistas, obrigados a confessar que o requerimento para a jubilação do dr.<br />

protecção aos abandonados de Cre- espírito republicano dominava em Chaves e Chaves e Castro, redactor elle a seguinte carta ao sr. conde<br />

da Revista de Legislação e de Jurista.<br />

Perante a passividade criminosa todo o país e ameaçava explodir<br />

de Lagoaça:<br />

prudência e trunfo progressista —<br />

das potências, resolveu-se um pe- sobvertendo as instituiçõss. Agora, que abrirá u i a nóva vaga que, por<br />

Meu caro Lagoaça:<br />

que estám no poder, enchem-se de seu turno, pertencerá ao dr. Monqueno<br />

povo a màndar para as águas<br />

farronca e desafiam o partido reputenegro, deputado progressista... Li nos jornaes d'hontem que te re-<br />

de Creta os seus navios, dispostos blicano a que venha para a rua só, Sem a promoção do dr. Alves Moferiste de novo á questão da minha<br />

a não consentir no desembarque de ou com os regeneradores.<br />

reira não poderia gosar o ripanço não promoção a cathedrático na câma-<br />

da jubilação o dr. Chaves e Castro, ra dos dignos pares do reino, de que<br />

mais carrascos turcos. E fôram.. . O que motivou tam extraordiná- nem enfeitar-se com as honras e és membro distincto.<br />

Eis logo perturbada a tranquilria<br />

mudança?<br />

proventos de lente cathedrático o dr. Quero vêr na tua insistência mais<br />

Di-lo ainda esse jornal. O go- Montenegro».<br />

uma recordação amiga dos tempos acalidade<br />

das potências. Desconfiadas verno tem o corregedor Veiga na<br />

démicos do que o desejo de pugnar<br />

Em homenagem á verdade, que pela execução das leis defendendo os<br />

umas das outras, sem um sentimen- barriga, aquelle mesmo corregedor prezámos acima de tudo, não po- direitos d'um professor, tanto mais que,<br />

to commum de generosidade a coor- de quem o Correio da Noite dizia, demos deixar de declarar que sam havendo no parlamento alguns memdenar<br />

a sua acção, ei-las de olho<br />

ha ainda poucos dias:<br />

completamente infundadas estas bros do professorado e até do corpo<br />

universitário, nenhum d'elles ligou a<br />

álerta, não vá a cubiçada herança «Muitas vezes aqui castigámos,<br />

affirmações.<br />

mluima importância a tal assumpto. Só<br />

do império musulmano cair inteira com toda a energia da nossa penna, Em virtude do pedido feito pelo neste presupposto, vendo nas tuas pa-<br />

o grotesco, corregedor que dá pelo actual curso do 4.° anno jurídico, lavras ácêrca da minha não promoção<br />

nas mãos de qualquer d'ellas, não<br />

nome de juiz Veiga, ora açoutan- a que já em tempo nos referimos, uma obrigante prova de amizade, te<br />

agradeço, porque nunca acceitei de<br />

vá na partilha anciada accender-se do-o no pelourinho da praça públi- o sr. dr. Chaves e Castro resolvou<br />

bom grado testemunhos de reconheci-<br />

o facho da guerra. . . E começa a ca, ora fazendo-o passear pelas ruas, não promover o andamento do seu mento por haver cumprido um dever.<br />

defêsa egoista dos interesses parti- na ridícula farrapagem com que se processo de aposentação para acom- A um professor que tratasse do as-<br />

mascara de justiceiro um magistrapanhar esse curso até o fim do corsumpto, a um digno par ou deputado<br />

culares a debater-se em notas dido<br />

com a alma suja das rameiras rente anno lectivo.<br />

que no simples exercício da sua funcplomáticas.<br />

que por vezes trata nas suas inves- A vaga para a promoção a cação de superintendência nos actos do<br />

poder executivo interrogasse o gover-<br />

Eis a situação. No fim do século tigações policiaes, e com os baixos thedrático do distincto professor da no a êsse respeito, não manifestaria a<br />

dezanove consente-se que nas águas<br />

espíritos de um histrião assoldada- Faculdade de Direito e nosso pre- minha gratidão. Faço-o a um antigo<br />

do. Hoje, mais uma vez, topámo-lo zado amigo sr. dr. Montenegro só condiscípulo, a quem dei e de quem<br />

do Mediterrâneo, debaixo dos olhos de frente, no caminho da loucura e poderádar-se, quando motivada pela recebi sempre provas de sympathia e<br />

e da acção da Europa inteira, civi- da prepotencia, hoje temos novas aposentação do sr. dr. Chaves, no amizade.<br />

lizada como nunca o esteve, se ceve proezas suas: cravaremos no lombo mês de agosto ou de setembro, não E já agora que tive de referir-me a<br />

um assumpto ácêrca do qual, não ob-<br />

o fanatismo cruel dos mussulmanos<br />

d'este cêrdo da Parreirinha os bicos se tornando por isso urgente a prostante a vivíssima impressão que me<br />

da nossa penna, afim de o castigar moção do nosso collega dr. Alves tem causado, tenho systemàticamente<br />

no sangue de milhares de chris- mos e vermos grunhir nas dôres Moreira para ser promovido a ca- guardado o mais absoluto silêncio,<br />

tãos!<br />

da punição.. .<br />

thedrático o sr. dr. Montenegro. dir-te hei o que penso.<br />

Estes sam os factos.<br />

Trata-se evidentemente d'uma ques-<br />

O governo é o patrão do magistão<br />

pessoa! entre mim e o ministro do<br />

trado, que enrodilha a sua toga á<br />

reino, que não conheço pessoalmente,<br />

Pediu a sua exoneração de mi- moda de esfregão com que lustra as<br />

como a nenhum dos actuaes ministros<br />

A questão de Creta da corôa.<br />

nistro português no Rio de Janeiro botas do amo que lhe paga. Tal<br />

Admitte-se que o governo, em de-<br />

o sr. Antonio Ennes. Sam desco- patrão, tal lacaio! As más entra- Sobre este gravíssimo assumpto,<br />

fêsa das instituições e orientado por<br />

nhecidos ainda os motivos por que nhas que fermentam no peito do de que tratámos em artigo edito- u.m critério que me abstenho de cri-<br />

pediu a demissão e insistiu nella, governo sam a mesma apostema de rial, foi expedido um telegramma ticar aqui porque não interéssa ao<br />

apesar do governo lhe significar o odios que apodrecem a dentro do de Paris, com data de hontem, em caso em questão, demittisse todos os<br />

seu desejo de que continuasse no seu delegado. Que resta, pois, se a que se diz que a França propôs ao empregados públicos cujas idêas sam<br />

contrárias ao actual regimen politico,<br />

logar.<br />

corôa não nos ouve e o governo é concerto das potencias uma reso- embora no exercício das suas funcções<br />

O boato que correu de que o sr. cúmplice? Sarjar-lhe, ao quadrilução collectiva, para impedir o o soubessem respeitar, sem que se<br />

dr. Assis Brasil telegraphára ao seu lheiro, nos jornaes, as empolas da desembarque das tropas turcas em visse nessa medida uma vingança pesgoverno<br />

pedindo que o mudasse de vaidade, applicar ventosas ao coiro Creta e lambem a acção militar da<br />

embaixada, parece que não tem do malsim... e esperar um dial esquadra grega.-Esta proposla tem<br />

fundamento.<br />

Nesse dia, entam, os jornalistas que a adhesão da Inglaterra e parece<br />

hajam sido aggravados e a quem a que da Rússia. Conta-se como se-<br />

policia, pela força, não tenha deigura a adhesão da Allemanha, da<br />

xado cuspir um escarro no rosto do Áustria e da Italia.<br />

Partido republicano prepotente juiz, têem o dever de Vê-se por esse telegramma que,<br />

lhe rasgar ás vergastadas a face embora um pouco tardiamente, as<br />

Reúnem na próxima quarta feira onde hoje não pôde alcançar a pita potencias europêas se resolvem a<br />

as commissões parocbiaes de Lisboa do chicote!»<br />

proteger a causa dos insurgentes<br />

para a eleição da commissão muni-<br />

de Creta e a união hellenica. Impe-<br />

Dizia isto o Correio da Noite em didos os turcos de enviar tropas,<br />

cipal. Realizada essa eleição, será<br />

25 do mês passado. Agora, fórte tendo os insurrectos toda a liber-<br />

convocado um congresso para a com o juiz Veiga, ameaça os repudade de receber reforços, estes sem<br />

eleição do directório,<br />

blicanos com a mesma penna e no duvida venceram.<br />

Tambem poderia dar-se na demissão<br />

d'um só, com processo ou setti elle,<br />

uma prepotência em que não entrassem<br />

como causa determinante considerações<br />

de carácter pessoal. Como<br />

processo de intimidação, como meio de<br />

enfraquecer o prestígio politico d'um<br />

indivíduo ou por outras razões análogas<br />

era possível, sem o justificar, explicar-se<br />

êsse acto.<br />

0 que, porém, não sé pôde admittjr,<br />

sem que nisso se veja uma vingança pessoal,<br />

é deixar-se um empregado público<br />

no exercício das suas funcções, no goso<br />

de todos os seus direitos, recusandolhe<br />

só o da promoção, a Qm de lhe<br />

tirar todos os mêses 250000 réis.


É muito mesquinho tal acto para reverter<br />

em benefício das instituições ou<br />

fazer acreditar como homem de força<br />

o ministro que o pratica. Para êste patentear<br />

o seu desejo de vingança e provocar<br />

o da desaffronta, é sufflciente.<br />

E nestes termos está posta, para mim,<br />

a questão. Não érazoavel dar armas ao<br />

ministro para ir mais longe, e por isso,<br />

mantendo-me sempre no logar em que<br />

me encontrava ao tempo em que elle<br />

manifestou a vontade de me aggredir,<br />

não irei agora ao seu encontro. Venha<br />

elle, que me encontrará firme no meu<br />

posto. Eu procurâ-lo-hei mais tarde.<br />

Com a demora nada se perde.<br />

De parte a questão pessoal, que só<br />

a mim cumpre liquidar, ha um precedente<br />

que interéssa ao professorado e<br />

contra o qual eu, como particularmente<br />

interessado no assumpto, não posso<br />

protestar. Passou em julgado, sem a<br />

menor reacção, a estranha doutrina de<br />

que não ha lei que obrigue o ministro<br />

a fazer as promoções no professorado<br />

dentro d'um certo praso, ficando isso<br />

completamente dependente do seu arbítrio.<br />

Não pretendo refutar aqui essa peregrina<br />

opinião que põe a organização<br />

do serviço público relativo ao ensino<br />

à mercê d'um ministro, mas não posso<br />

deixar de notar que os professores<br />

devem d'ora ávante considerar como<br />

um favor, um obsequio, a sua promoção,<br />

mettendo empenhos ao ministro<br />

para que não use do seu direito de os<br />

deixar perpétuamente na classe de substitutos.<br />

Ora eu nunca pedi coisa alguma,<br />

como favor, em qualquer repartição<br />

pública, nem tenciono pedir.<br />

Serei lente da Universidade enquanto<br />

possa exercer êsse logar dignamente,<br />

não vendo nelle uma graça mas<br />

um direito adquirido pelo roeu trabalho<br />

e garantido, na épocha em que se<br />

realizou o concurso, pelas leis.<br />

Hoje, que não ha para os funccionários<br />

civis o direito de recurso contra<br />

os actos de qualquer ministro para o<br />

tribunal, essas garantias desappareceram,<br />

mas eu contimio a considerar o<br />

logar que estou exercendo como legitimamente<br />

adquirido, sem que deva<br />

favor algum ao jury que me approvou<br />

e ao ministro que referendou o decreto<br />

da nomeação. Tirem-m'o embora.<br />

As minhas convicções hei de manifestá-las<br />

sempre com desassombro,<br />

sem me curvar perante imposições.<br />

0 professor deve ensinar pela palavra<br />

e pelo exemplo.<br />

Abrapa-te o<br />

Teu muito dedicado,<br />

Coimbra, 10 de janeiro de 1897.<br />

Guilherme Moreira.<br />

Posta a questão no campo pessoal,<br />

não nos involverêmos nella.<br />

Em todo o caso cumpre-nos affirmar<br />

que o dr. Guilherme Moreira,<br />

convicto de que a promoção representava<br />

para o governo um dever e<br />

para elle um direito, nem directa<br />

nem indirectamente pediu ao sr. João<br />

Franco que o promovesse, mantendo-se<br />

sempre inquebrantável no propósito<br />

de não praticar nem auctorizar<br />

qualquer acto que podésse considerar-se<br />

tendente a demover o rancoroso<br />

ministro do reino da vingança<br />

que estava exercendo contra elle.<br />

Para com o sr. conselheiro José<br />

Luciano, actual ministro do reino,<br />

seguiu exactamente a mesma linha<br />

de conducta.<br />

Nem directa nem indirectamente<br />

lhe pediu que o promovesse,<br />

sendo todavia certo que ninguém<br />

suppunha o sr. José Luciano capaz<br />

de exercer tam mesquinha prepotência<br />

contra qualquer professor.<br />

O sr. José Luciano, porém, praticando<br />

um acto de justiça na promoção<br />

do nosso collega, quis imprimir-lhe<br />

o carácter d'uma reparação<br />

pela rapidez com que mandou<br />

lavrar o despacho.<br />

Ê um dever da nossa parte recor<br />

Jlbecê-k<br />

RESISTÊNCIA— [Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

Ignóbil<br />

Noticia a Defeza, de Pombal:<br />

«O nosso saudoso e infeliz<br />

amigo dr. Alexandrino Fragôso,<br />

juiz d'Ancião, falleceu no<br />

dia 5, ás 11 horas e 1 quarto<br />

da manhã; pois no Diário do<br />

Governo, do dia 6 vem, c o m<br />

data do dia 4, o despacho<br />

que transfere para aquella comarca<br />

o sr. dr. Francisco Zuzarte<br />

Gil!<br />

Fez-se o despacho em 4 contando<br />

com a morte já certa do<br />

pobre dr. Alexandrino! I<br />

Fez-se politica com a morte<br />

d'um homem, quando esse homem<br />

ainda estava vivo!!»<br />

Isto é simplesmente infame!!<br />

Affirmam alguns jornaes que no<br />

caso interveiu o sr. conego Silva,<br />

yice-reitor do Seminário de Coim-<br />

bra e o poder occulto do centro<br />

franquista da rua dos Coutinhos.<br />

Que bellos sentimentos revela<br />

aquelle exemplar sacerdote!<br />

líTa, r e d a c ç a o<br />

— Entám hoje, artigo?<br />

— E quasi feito...<br />

— Bravo e expositores... Pó-<br />

de-se vêr?<br />

— Veja.<br />

— índice alphabetico dos estudan-<br />

tes da Universidade. ..<br />

— Tal qual! Uma estatística indicando<br />

quantos Abeis, Abilios,<br />

Manueis... andam matriculados.<br />

— Tem graça! Vontade de perder<br />

tempo!...<br />

— Perder tempo! Você anda<br />

longe das preoccupações mòdernas,<br />

ignora como se faz a história com<br />

os annúncios do Diário de Noticias,<br />

muito mais interessantes e verda-<br />

Governo.<br />

Esla lista simples d'alumnos é o<br />

nosso viver, a riossa arte, a nossa<br />

religião. ..<br />

— Endoideceu!...<br />

— Endoideci?! Veja! Ha 146<br />

—Pois eram! Quero dizer: meu<br />

avô também fez no quintal uns<br />

jardins suspensos de conchas e<br />

cortiça. Tinha muita habilidade.<br />

Foi lá toda a gente vêr. ..<br />

A lista prova que o povo não<br />

pensa no dominio extrangeiro...<br />

—Como?...<br />

— Não ha Viriato nenhum!. ...<br />

—Ah!<br />

—Vou conferir. Trabalha!<br />

—Em que?<br />

—Lê!<br />

—O quê?<br />

Informa um telegramma de Pretória<br />

que o presidente Kruger, numa<br />

—A Resistencia! O que havia de interview ácêrca do discurso do sr.<br />

ser nesla redacção?!...<br />

Chamberlain, protestou energica-<br />

— «Cursos populares no Institumente contra o facto d'esle haver<br />

approximado a questão da incursão<br />

to»... E' leu?<br />

da Chartered, que nenhuma causa<br />

—Deixa-me! 2, 3. ..<br />

local justifica e que não tem des-<br />

— Não é! Toma lá!... que a<br />

deiros que os artigos do Diário do<br />

iniciativa da direcção do Instituto,<br />

sempre opportuna, o era agora mais<br />

que nunca.<br />

—Accacio...<br />

—O'quê?...<br />

— Accacios 4... Larga-me ! Já<br />

agradar. Ouves? Finges que não<br />

ouves. Pois ahi vae: Pelos seus inícios<br />

ella prometle ser profícua; e do<br />

coração desejámos que o nosso pessi-<br />

mismo. . .<br />

—Gregórios 2...<br />

—Ahn?...<br />

—Dois Gregorios matriculados...<br />

T. C.<br />

0 Transwaal e a Inglaterra<br />

culpa, com as pretendidas razões<br />

de queixa dos witlanders.<br />

— Empenhei sempre toda a minha<br />

influência, disse o sr. Kruger,<br />

para diminuir os odios de raças<br />

sul-africanas; mas a linguagem do<br />

sr. Chamberlain parece de molde<br />

para lhes ateiar a chamma.<br />

li isso ha muito.<br />

Foram approvados os estatutos Antonios matriculados. Nenhum ou- —E' que é verdade! Geographia<br />

das Associações Commercial, Industro nome subiu tam alto. Ora é San- e história regida pelo sr. dr. Bertrial<br />

e dos Logistas de Lisboa, que to Antonio o santo mais popular nardino Machado. .. Ahn?!...,<br />

ha três annos haviam sido dissol- em Portugal...<br />

— Depois de peccarem muito,<br />

vidas e cujos novos estatutos o go- — ES. Francisco?<br />

mettiam-se as peccadoras num converno<br />

transacto, com uma teimosia — Esse parece ser de pouca devento. Era de santas o viver, e mui-<br />

imbecil, se recusou a approvar. voção. Apenas 54.<br />

tas vezes depois da expiação, saíam<br />

Por êsse motivo houve hontem Isto indica...<br />

cobertas de flores de larangeira pr<br />

e ante-hontem manifestações festi- — Que os nossos costumes...<br />

vas em Lisboa.<br />

— Máo! Cá está outro, logo<br />

abaixo de Antonio. José 137.<br />

—Por isso bem avisados andaram<br />

Crise operária<br />

os poderes públicos quando man-<br />

Augmenta em Lisboa a legião dos daram que se guardasse dia.. .<br />

sem trabalho, e o governo vendo-se —Tal qual! Você não é tam bur-<br />

embaraçado para os collocar, resolro<br />

como parece, vae entrando nesveu<br />

fazer conduzir para as terras<br />

da sua naturalidade todos os que tes processos subtis d'investiga-<br />

não tivessem pelo menos 6 mêses ção...<br />

de residencia na capital.<br />

—Acha-me entám moderno?!...<br />

Esta resolução ha de aggravar — Não, mas vae a caminho! Se<br />

ainda mais a situação do operariado o fosse, teria logo visto o outro<br />

conimbricense,., que ha uns poucos<br />

lado da questão que lhe enunciei.<br />

de mêses vêm atravessando uma<br />

crise difficil pela falta ie trabalho, Esta lista indica o nosso viver, as<br />

quer público quer particular. As preoccupações da sociedade portu-<br />

classes em que principalmente se gueza, aquilata... Veja! Aquilata,<br />

faz sentir este mal estar sam as de um verbo que nem parece meu....<br />

carpinteiro e pedreiro.<br />

tam rico e tam clássico... aquilata<br />

A Câmara Municipal que de vez o valor da nossa litteratura. Sabe?<br />

em quando nos diverte com girándolas<br />

de 200 contos para mercados — Não! Diga lá .. .<br />

e avenidas, não tem tempo para — O' espirito transviado, ó cé-<br />

prestar attenção a assumpto de tam rebro deformado por uma educação<br />

comesinha importância.<br />

viciosa, não vês que ninguém se<br />

Se tivesse, muito poderia fazer, furta á influencia suggestiva da obra<br />

até sem comprometter os seus darte, do romance da occasião.<br />

rendimentos tam cuidadosamente<br />

guardados para os nichos políticos.<br />

No anno em que se publicou o<br />

Está ali ao meio do Caes um Eurico baptisaram-se na minha ter-<br />

pardieiro a desabar que faria verra 5 creanças que tiveram este nogonha<br />

á mais humilde aldeia; na me, e houve para mais de 7 Hermen-<br />

rua Fernandes Thomaz ha uma ou gardas. ..<br />

duas moradas de casas já condem-<br />

— Mas, espera! Isso não é tam<br />

nadas por ameaçarem a segurança<br />

pública; acolá, ao pé do Theatro falso como você julga...<br />

Circo, está uma casa escorada ha — Como eu julgo? Pois minha<br />

perlo de dois annos; mais adiante, tia Semiramis...<br />

muitos terrenos vendidos pela Câ- — O' filho da Babylonia!...<br />

mara com a condição expressa de<br />

— Não! Meu avô foi a Lisboa<br />

de se utilizarem para construcções<br />

de prédios mas nos quaes só se cul-<br />

quando se levou a primeira vez a<br />

tivam balatas; por toda a parte casas ópera Semiramis. Voltou a Lamego;<br />

e muros que não fôram caiados ha trouxe a opera. Minha avó tocava<br />

muitos annos; emfim muitas coisas cravo, meu avô cantava. Assim se<br />

em que se podiam empregar dezenas passou o inverno e a primavera:<br />

de operários, se a Câmara quizesse<br />

assim nasceu minha tia Semira-<br />

fazer cumprir as suas posturas e os<br />

seus contractos.<br />

mis...<br />

Mas não quer... e depois as Qual Babylonia!<br />

eleições estám á porta e é preciso —-Eu julguei que seriam em La-<br />

não desgostar os amigos! mego os jardins suspensos.<br />

J Gymnásio de Coimbra<br />

Esla florescente associação reorganiza<br />

em breve as suas classes<br />

elementares de gymnástica para<br />

creanças, debaixo d'uma vigilância<br />

médica escrupulosa, e sob a direcção<br />

do prestantissimo sócio o tenente<br />

a<br />

José Augusto Ferreira Lopes.<br />

casar...<br />

A mesma associação pôde obter<br />

— Queres tu dizer?...<br />

os meios necessários para adquirir<br />

—Esse já lá não volta!. .. quarenta espingardas e armamento<br />

— Educação 'civica regida pelos correspondente, e espera em curto<br />

srs. drs. Frederico Laranjo e Affonso<br />

espaço de tempo organizar um batalhão<br />

infantil.<br />

Costa. ..<br />

É para louvar o zêlo e dedicação<br />

—Era o ídolo de ouro, mas tinha com que aquella prestante sociedade<br />

os pés de barro, e rolou sobre o procura completar a educação das<br />

chão. ..<br />

creanças, fornecendo-lhes elementos<br />

—Tu hoje estás...<br />

até ha pouco tempo desconhecidos<br />

em Coimbra, e luctando d'um modo<br />

—Apocalyptico. ..<br />

enérgico e perseverante contra a má<br />

—... Hygiene, ouves? Bygiene vontade constante que a população<br />

das profissões pelo dr. Lopes Vieid'esta<br />

cidade parece nulrir por insra...tituições<br />

d'esta ordem.<br />

•— Callixto 1...<br />

A educação physica, quando proficientemente<br />

dirigida, deve fazer „<br />

—O quê?...<br />

parte integrante d'um completa edu-<br />

— Ha só um Callixlo matricucação<br />

geral, e torna-se tam indislado.<br />

O romantismo foi-se. Ouve! pensável como qualquer hábito es-<br />

Eurico, 1, Fausto, 3. ..<br />

sencial para a vida.<br />

—Pobre Herculano. Adeus Gou- Infelizmente no nosso país ainda<br />

nod!<br />

se não comprehendeu isto, e a gy-<br />

— Não te rias da voz da histómnástica continua a ser o eterno<br />

ria!...<br />

accessório do clown e do artista; de<br />

feira, sem que a maior parte dos<br />

—Ouve o final do artigo, «e alé paes de familia se convençam que<br />

ante-hontem um inglês esteve pre- quasi praticam um crime, procusente<br />

a uma das sessões, fazendo rando desenvolver simplesmente o<br />

merecidos cumprimentos ao sr. dr. intelleclo dos seus pequenos filhos,<br />

Bernardino Machado e»... sem proporcionalmente lhes desenvolverem<br />

o seu organismo débil, e<br />

—Torna a ler.<br />

em pleno período de crescimento e<br />

— «E até ante-hontem um inglês vigor.<br />

esteve^presente a uma das sessões,<br />

Continue, porém, o gymnásio<br />

fazendo merecidos cumprimentos nessa verdadeira cruzada, porque<br />

ao sr. dr. Bernardino Machado não terá de que se arrepender, e<br />

e»...<br />

alguém de bom senso a applau-<br />

—Torna a lêr...<br />

dirá.<br />

—Ora...<br />

—Lê, eu não entendo...<br />

Vaeá próxima assignatura um de-<br />

— «E até ante-honlem um inglês<br />

creto fixando o prazo dentro do qual<br />

esteve presente a uma das sessões, os concelhos supprimidos que dese-<br />

fazendo merecidos cumprimentos jem readquirir a sua autonomia de-<br />

ao sr. dr. Bernardino Machado vem representar nesse sentido, e no-<br />

e»...<br />

meando uma commissão para tratar<br />

—Que dizes?...<br />

do assumpto.<br />

— Se contam com a Inglaterra,<br />

está tudo salvo!...<br />

O centro franquista trabalha já<br />

Deixa-me trabalhar!<br />

activamente para a futura eleição<br />

•«-Oral Este bocadinho deve-te de deputados. Hade »er felis,


Notícias diversas<br />

A câmara municipal, em sessão<br />

de quinta feira passada, resolveu<br />

mandar tapar a azinhaga que communica<br />

o Adro de Santa Justa com<br />

a Conchada, a pretexto de por ali<br />

se faz contrabando (!), mas, ao que<br />

se diz, unicamente para beneficiar<br />

um trunfo político,—que assim consegue<br />

ligar duas propriedades. Esta<br />

illegal resolução foi logo posta em<br />

prática na sexta feira, mas sam taes<br />

os protestos que se levantam, que<br />

estamos certos a camara se verá<br />

obrigada a reabrir ao público a antiga<br />

serventia.<br />

Está gravemente doente a sr. a<br />

D. Maria de Jesus Gosta e Almeida,<br />

irmã do sr. dr. Luiz da Costa e<br />

Almeida.<br />

Fazemos votos pelas melhoras<br />

da virtuosa senhora.<br />

Fez hontem acto de licenciatura na<br />

Faculdade de Medicina o sr. João Serras<br />

e Silva, ficando plenamente approvado.<br />

Os pontos que teve de defender foram:<br />

Dissertação—«0 alcoolismo, suas<br />

manifestações diversas e seu grau de<br />

influência sobre a responsabilidade moral<br />

dos alcoolicos delinquentes.»<br />

Arguente, dr. Lopes Vieira.<br />

1 . a lição. — Ponto : «Morphologia da<br />

céllula nervósa.»<br />

Arguente, dr. Philomeno Cabral.<br />

Ponto: «Pneumonia lobar e lobular».<br />

Arguente, dr. Raymundo da Motta.<br />

2. a lição — Ponto: «Antisepsia pulmonar.»<br />

Arguente, dr. Silva Corrêa.<br />

Ponto: «Septicémia puerperal.»<br />

Arguente, dr. Daniel de Mattos.<br />

Ponto: «Deveres do médico-perito.»<br />

Arguente, dr. Augusto Rocha.<br />

Communicam-nos que não é exacta<br />

a informação dada por alguns<br />

jornaes de que o sr. dr. Frederico<br />

Laranjo vae como governador civil<br />

para Portalegre.<br />

O sr. Joaquim Domingos Ferreira<br />

Cardoso requereu licença para estabelecer<br />

na margem esquerda do Mondego<br />

uma offlcina para lavagem de minério<br />

extraído da mina de Barbade-<br />

Ihos, freguezia de Santo Antonio dos<br />

Olivaes.<br />

Será bom que as auctoridades com-<br />

20 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

O casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do ieoa<br />

VI<br />

O jogo<br />

—Sim, ás terças, quintas e sàbba<br />

dos.<br />

— Num d'esses dias passarei por<br />

lá... não ha motivo para persas, o<br />

que desejo é um bom resultado.<br />

— Sobretudo, nem uma só palavra<br />

a meu respeito.<br />

— Pódes ter a certeza d'isso, disse<br />

0 Barão acceudendo um cigarro.<br />

—Diz-me: quem é essa gente? Fazem<br />

esta noite um jogo infernal.<br />

—-É boa gente, que o joven d'Aumare<br />

apresentou.<br />

—Neste momento exclamava o Visconde<br />

que tinha a mão: quinhentos e<br />

doze luizes.<br />

—Topo! respondeu o conde de Mont-<br />

Perret, que do seu estado anterior<br />

apenas conservava um vago estonteainento<br />

e uma terrível dôr de cabeça,<br />

r» Quinhentos I com es domoniosl<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

;petentes tenham em vista o não ser casião em que o roubado se acha- 1.° A's vendedeiras de leite que<br />

prejudicada a captação da agua para va no Porto em casa de pessoa de é prohibido servir.leite para beber<br />

consumo da cidade, pela inquinação<br />

que as aguas possam receber com os família, introduziu-se alli arrom- pelas medidas por que elle é vendi-<br />

1<br />

produetos d'aquellas lavagens. bando a porta do 1.° andar, e em do, e sob pena de procedimento.<br />

seguida a gaveta d'uma cómmoda, 2.° Aos donos dos talhos que<br />

e de dentro d'uma pequena caixa está dada ordem á polícia para obri-<br />

Ainda não foi nomeado governa- tirou os seguintes objectos: 14 moegar ao repêzo no caso de reclamador<br />

civil para Coimbra, nem se das de 5$000 réis em ouro, 1 de ção immediata ao faclo da compra.<br />

sabe quem virá exercer esse cargo. 8|000, 1 de 2^000, 1$000 em A reclamação deve ser feita nas<br />

Para Leiria será nomeado o sr. ba- prata, 14 francos, 1 nota de 10$000 duas esquadras de polícia, ou ao<br />

rão do Salgueiro.<br />

réis e uma cadeia d ouro ás esca- pessoal presente.<br />

mas, do valor de 13$500 réis.<br />

A polícia procede a averiguações.<br />

Pedro Ferrão,<br />

0 commissàrio de polícia queixou-se<br />

ao commandante militar, por alguns<br />

soldados transgredirem as posturas<br />

municipaes e ainda por cima responderem<br />

menos convenientemente aos<br />

polícias que os advertem.<br />

Tudo indisciplinado!<br />

Por proposta do sr. Ramalho Orti-<br />

gão foi nomeado vogal correspondente<br />

da commissão dos monumentos nacionaes,<br />

o sr. Teixeira Fafe, illustrado<br />

conego da Sé de Lamego.<br />

Tem estado doente o sr. dr. Accacio<br />

Hypólito da Fonseca, digno<br />

lhesoureiro da Santa Casa da Misericórdia.<br />

Desejamos o seu prompto restabelecimento.<br />

0 vapor Portugal, da Empresa<br />

Nacional de Navegação, que tinha<br />

saído em 4 do corrente de S. Thiago<br />

de Gabo Verde para S. Vicente<br />

naufragou na ilha do Sal, ficando<br />

encalhado e perdendo-se uma parte<br />

do carregamento. Os passageiros<br />

e a tripulação conseguiram . salvar-se.<br />

Um tal Manuel do Muro, do logar do<br />

Sobral, espancou uma sua vizinha a<br />

sr. a Lniza de Jesus, fazendo-Ihe várias<br />

contusões. Foi autoado e remettido<br />

para juizo.<br />

Durante o mês de janeiro findo<br />

foram mortos no districto de Coimbra<br />

657 cães vadios. A êsse número<br />

pertencem 3 hydrophobos, e<br />

9 suspeitos.<br />

Foi assaltada a casa de habitação<br />

do sr. José d'Almeida Pinto, em<br />

Cellas e perpetrado um roubo importante.<br />

0 gatuno aproveilando-se da oc-<br />

Joga-se a valer esta noite, disse o<br />

joven Mousson.<br />

— Sim, vou vêr.<br />

— Olha meu velho, empresta-mecinco<br />

luises até ámanhã. Dei o qne tinha á<br />

Anna... e quero jogar.<br />

0 barão, fazendo uma careta, deu<br />

os cinco luises.<br />

— Depois, erguendo-se, dirigiu-se<br />

para a mêsa do jogo. O visconde tinha<br />

ganho e gritava alegremente: Basta,<br />

por esta noite. Cedo a banca.<br />

0 conde de Mont-Perret nâo pestanejava;<br />

sereno, luctando com o somno<br />

e a enxaqueca, remexia na carteira...<br />

Os olhos das mulheres flammejaram,<br />

vendo um masso de nótas do qual tirou<br />

uma de dois mil francos.<br />

Lélia olhou para o barão, e indicou-lhe<br />

o conde.<br />

— Estas cartas estám horrivelmente<br />

sujas... Dá um jogo de baralhos<br />

Baptistine, gritou o barão.<br />

— Baptistine trouxe o jogo de baralhos,<br />

pegou nos dois debaixo, bara-<br />

Ihou-os e deu-os a Lélia para partir.<br />

—-Jogo cinco luises, diz elle, partindo.<br />

0 conde de Mont-Perret atirou um<br />

masso de nótas sobre a mêsa... 0<br />

barão passou sete vezes.<br />

Foi o joven Adolpho que retomou a<br />

mão, exclamando:<br />

—Jogo cem soldos.<br />

A parada causou frieza.<br />

Neste comênos o barão saia, entre-<br />

gando a Lélia dois mil e oito centos<br />

francos.<br />

Em Inglaterra a Câmara dos<br />

Gommuns approvou em segunda<br />

leitura, na sessão de 3 de fevereiro,<br />

por 228 votos contra 157, um bill,<br />

que concede ás mulheres o direito<br />

de voto nas eleições legislativas.<br />

Bibliographia<br />

Perfis Contcmporane«N — Acaba<br />

de puhlicar-se o n.° 28 d'esta curiosa revista<br />

quinzenal, de Lisboa.<br />

Traz o retrato de D. Claudia Campos, acompanhado<br />

d'um artigo crítico do sr. Candido de<br />

Figueiredo.<br />

*<br />

AIIIIIIII de Contemporâneos il-<br />

Instres— O último fascículo d'esta publicação<br />

é dedicado ao nosso palricio o sr. tenen-<br />

te-coronel Francisco Augusto Martins de Car-<br />

valho.<br />

É uma resumida monographia onde se apontam<br />

os muitos serviços que êste brioso militar<br />

tem prestado á pátria, concorrendo principalmente<br />

para a instrucçâo do exército com a<br />

publicação de diversos trabalhos sobre a arte<br />

da guerra.<br />

Também põe em evidência os importantes<br />

serviços prestados em Moçambique e principalmente<br />

na índia pelo Jsr. Martins de Carvalho,<br />

no desempenho das diffíceis commissões<br />

que ultimamente teve de desempenhar naquellas<br />

nossas possessões.<br />

A emprêsa do Álbum de Contemporâneos il-<br />

Ivstres honrou a sua já numerósa collecção,<br />

inserindo a biographia de tam modesto como<br />

ilistineto militar.<br />

*<br />

Gazeta das Aldêas — Recebemos o<br />

n.° 58 d'este importante semanário de propaganda<br />

agrícola e vulgarização de conliecímentos.úteis<br />

que se publica no Porto.<br />

É sen redactor principal o sr. dr. Antonio<br />

de Magalhães, distincto chimico analvsta do<br />

Laboratório Chimico-Agrícola do Porfo.<br />

*<br />

Bducação Nacional—Saiu o n.° 19<br />

d'este hebdomadario de instrurção primária e<br />

secundária que se publica no Porto e de que<br />

é director o sr. Antonio Figueirinhas.<br />

AVISO<br />

Ordeno aos chefes de esquadra<br />

que façam saber:<br />

— Bello negócio esta tarde, diz ella.<br />

— Para o fim os bons!<br />

— Que queres tu dizer ?<br />

— Nada!<br />

D?escendo a escada, dizia elle:<br />

— Acabei o meu dia, já posso dor<br />

mir... é de bom agouro o ter ganho!<br />

Amanha-•. um milhão! ámanhã, se<br />

fosse a fortuna!<br />

Vil<br />

A. oasa Grosbouleau, Lalongueur<br />

& C. a<br />

No dia seguinte, ás nove da manhã,<br />

Grosbouleau e Lalongueur chegavam<br />

a Montparnasse, a casa do pae Lanout.<br />

Esperava-os êste num pequeno escriptório,<br />

que ficava pelo lado de traz do<br />

estabelecimento—uma loja de negociante<br />

de bric-à brac impossível de inventariar,<br />

tal era a confusão de objectos,<br />

os mais disparatados.<br />

Em presença do pae Lanout os dois<br />

gatunos descobriram-se, de pé, os barrêtes<br />

na mão, mostravam se timidos,<br />

embaraçados 0 velho encobridor disse-lhes<br />

— Estava á vossa espera ; recebi a<br />

communicação do vosso negócio. Que<br />

quereis fazer com isso?<br />

— Como, o que nôs querêmos...,<br />

disse Grosbouleau que olhou para o velho<br />

e depois para Lalongueur. O que<br />

nós querêmos ? Vós bem o sabeis, nós<br />

querêmos vendê-lo.<br />

Commissàrio de polícia civil.<br />

KALENDARI0 UE FEVEREIRO, 1897<br />

7 14 21 28<br />

1 8 15 22 —<br />

*2 9 16 23 —<br />

3 10 17 24 —<br />

4 11 18 25 —<br />

Sexta 5 12 19 26<br />

— -<br />

6 13 20 27 — -<br />

Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />

Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />

da m.<br />

Lua cheia em 17, às 9,34 m. da n.<br />

Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />

da n.<br />

Os dias augmentam durante o mês 1 volume de 263 p 800 réis<br />

uma hora approximadamente.<br />

Pelo correio 850 »<br />

Assoeiaeões<br />

Associação Conimbricense de Soccorros<br />

Mutnos para o Sexo Feminino<br />

—Olympio Nicolau Huy Fernandes<br />

AVISO<br />

Por ordem da ex. raa presidente, sam<br />

avisadas as senhoras associadas a reunir<br />

em sessão de assembléa geral na<br />

sala da Associação dos Artistas, no próximo<br />

dia 21 do corrente, pelas 3 ho-<br />

ras da tarde.<br />

Ordem do dia—Apresentação do relatório<br />

e contas da gerência finda e<br />

respectivos pareceres do conselho fiscal,<br />

e uma proposta da direcção para<br />

a reforma.dos estatutos.<br />

Coimbra, 13 de fevereiro de 1897.<br />

A secretária,<br />

Maria da Conceição Teixeira.<br />

Associação de classe dos Fabricantes<br />

de calçado<br />

Para conhecimento dos interessados<br />

se declara que as contas de receita e<br />

despêsa d'esta associação, relativas ao<br />

anno de 1896, e respectivos documentos<br />

estam patentes na sala das<br />

— Querêmos vendé-lo, secundou Lalongueur.<br />

— Quereis vender-me, mas porven-<br />

tura vos pertence elle ? como o adquiristes?<br />

— Hein!<br />

Os dois gatunos entreolharam-se,<br />

parecendo interrogar-se sobre se estava<br />

em seu juizo o homem que lhes<br />

fallou.. . Grosbouleau respondeu :<br />

— Sim, senhor, é nosso, não é do<br />

barão, elle tem a sua parte Comprar-lhe-heis<br />

a sua, nós vendêmos a<br />

nossa.<br />

— Eu compro ao barão, porque o<br />

conheço. Vende-me as mercadorias que<br />

compra ou troca na província, como<br />

consta dos meus livros.<br />

D'esta vez ainda Grosbouleau olhou<br />

para Lalongueur e Lalongueur para<br />

Grosbouleau. Os seus olhos pareciam<br />

dizer:<br />

— Ê um louco! ou entám está mofando<br />

de nós Elle bem sabe que o barão<br />

era o chefe da nossa quadrilha...,<br />

ou entám o outro zombou d'elle.<br />

Grosbouleau teve primeiro um momento<br />

de surprêsa, depois de inquietação<br />

e, por último, vontade de rir...<br />

e riu ... Lalongueur, que seguia<br />

todas as alterações da sua physionomta<br />

e que as reflectia sobre a sua, começou<br />

a rir ao mesmo tempo que elle,<br />

e, perante o pacato Lanout, os dois<br />

gatunos fartaram-se de rir.<br />

—Ah! ah! ah! esta é bôa, ah! ah!<br />

—Em duas palavras, diz o pae<br />

Lanout quando elles socegarara,<br />

sessões das associações de classe, no<br />

edifício do Carmo, durante o prazo de<br />

8 dias a contar de 9 do mês corrente,<br />

das 8 ás 10 horas da noite.<br />

Coimbra, 8 de fevereiro de 1897.<br />

O vice-presidente,<br />

Luiz Baptista Duarte.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Visconde da Luz, 50<br />

PEDRO FERNANDES TH0MAZ<br />

Canções populares da Beira<br />

Acompanhadas de 52 melodias,<br />

recolhidas directamente da tradição oral,<br />

* 7<br />

e arranjadas para piano<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO<br />

POR<br />

J. LEITE DE VASCONCELLOS<br />

Pedidos â IMPRENSA LUSITANA de<br />

Augusto Veiga<br />

FIGUEIRA<br />

Piano<br />

Vende-se um quasi novo e de bom<br />

auctor. Nesta redacção se diz.<br />

C o s i r ^ - l x e l r a ,<br />

OfFerece-se uma habilitadíssima. Para<br />

fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />

Regulamento Geral da Admístração<br />

da Fazenda Publica<br />

A Bibliotheca Popular de Legislação,<br />

com séde na rua da Atalaya, 183,' 1.®<br />

—Lisboa, acaba de editar este regulamento,<br />

approvado por decreto de 4<br />

de janeiro de 1870, cuja edição estava<br />

ha annos exgotada. O conhecimento das<br />

suas disposições interessa aos escrivães<br />

de fazpnda, recebedores de concelho<br />

e seus propostos, thesoureiros<br />

pagadores dos districtos, thesoureiros<br />

das alfandegas, administradores de<br />

concelho, agentes do ministério público,<br />

etc.— Preço 300 réis, franco de pórte.<br />

a questão: Eu não posso comprar senão<br />

a uma casa regular, tendo uma firma<br />

social, uma morada fixa... Compre-<br />

hendeis-me?<br />

Grosbouleau pensou durante alguns<br />

segundos; Lalongueur esfregava a testa,<br />

como se quisesse assim dar salda á<br />

idêa que procurava.<br />

Grosbouleau, batendo na testa de<br />

repente, exclamou do mesmo modo que<br />

Archimedes: Eureka!<br />

—Comprehendi! Ah! Vós sois um<br />

maligno, vós... A policia pôde vir<br />

aqui... babau! não encontra nada...<br />

Tenho o meu livro... Comprehendo!<br />

O pae Lanout não respondeu; não<br />

disse que sim, nem que não.<br />

Grosbouleau approximou duas cadeiras,<br />

fez signai a Lalongueur para se<br />

sentar e sentou-se elle também; engrossando<br />

entám a sua voz, diz:<br />

—Sr. Lanout, eu e o meu sócio, representantes<br />

os dois da casa Grosbouleau,<br />

Lalongueur á C. a , residentes na<br />

rua Pellet, em Paris, offerecem-vos<br />

mercadorias, adquiridas na excursão<br />

que fazem todas as semanas em volta<br />

de Paris...<br />

Lalongueur estava mudo de espanto<br />

e admiração, de bôcca aberta, o seu<br />

olhar fixava-se ora em Lanout ora no<br />

seu sócio, procurando comprehender<br />

o que aquillo significava.<br />

(Continúa),


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca.<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Viòtória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia — História do liimoeiro—O<br />

Iiimoefro lioje—O regulamento -Os presos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />

— Scçnas de sangue — As prisões e o absolutismo—IKo<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatística<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />

1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

** venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOIO RODRIGUES BRAGA<br />

S U C C E S S O R<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 ârmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

« junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

5(h Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />

COIMBRA<br />

ft9l thrdrínilifa' Grande Odl njuiauiiui,<br />

depósito da Companhia Cabo Mon<br />

dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

Agéncia da casa Ramos á Silvade<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segre- Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

dos, casa fórte, carrascos, juizes, escivães, moxingueiros, o Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Latgo da Sé<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Bar- Velha.<br />

bas, o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui- Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marcídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alco da Feira.<br />

çadas, forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris, íorges.<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profis- Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

sões, crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

A capa ê artisticamente desenhada a côres por Leal da Ca- ). Augusto.<br />

mara.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

PREÇO, 5QQ R É I S<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante I) Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Jorges.<br />

Flpptririrtarip P nntira<br />

CilOWlIWUaue C UptlUl ygboa, constructores de para-raios»<br />

campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhós concernentes.<br />

TintflC nflTfl nintnrae• Alvaiades, óleos,agua-raz,crés,gesso<br />

Illiltta paid illUlUIdb. vernizes, e muitas outras tintas<br />

artigos para pintores.<br />

PimontnQ 1 In S lês e Cabo Monde g°' as melhores qualidades<br />

uiuieuwa. que se empregam em construcções hydraulicas<br />

nitforeno' Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />

UncibUD. nbos e torradores para café, máchinas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame<br />

zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

Ferragens para construcções:<br />

Lisboa e Porto.<br />

Grande sortido que vende<br />

por preços eguaes aos de<br />

PregâgenS' De ferr0 6 arame P rlmeira q ualidade com grandes<br />

descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />

obras.<br />

Pntilarifl • Atilaria na cional e extrangeira dos melhores au<br />

v/ulllttlidi dores. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />

FflmiPÍTnr Cr y stofle > metal branco, cabo d'ébano e marfim<br />

fa^UCllub. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />

de Guimarães.<br />

Louças inglêsas, de ferro: 5S<br />

mesa, lavatorio e cozinha.<br />

iTfflSÇ dp ínUA' Garabinas de repetição de 12 e 15 tiros, re-<br />

Aliliaa UB íugu. voivers, espingardas para caça,os melhores<br />

systemaã.<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrasés concéituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma lapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 415 paginas. Preço, i«$0 réis<br />

BICO Ali ER<br />

Previlegiado em Portugal pelo aliará 1:127<br />

50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVISSTMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />

F. DGLPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />

COIMBRA<br />

4 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA-SO<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

C O I M B R A<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschóla Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mesa das proce-<br />

dências seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Gymnásio Martins<br />

6 Tustituto para educação<br />

I physica de creanças sob<br />

10 praça pelas 11 horas da<br />

I manha, dia 16 de fevereiro,<br />

rua Corpo de Deus, n. OÍ<br />

92, 94, 96.<br />

Arrematação<br />

(1 . a publicação)<br />

a inspecção médica do dr. H Kfo dia 7 do próximo mês<br />

Freitas Costa.<br />

Horário<br />

de março, por 11 horas<br />

da manhã, á porta do tribunal<br />

judicial, sito na Praça 8 de Maio,<br />

Das 6 ás 9 da noite.<br />

pelo inventário de menores, a<br />

Creanças do sexo masculino<br />

que se procede por obito de<br />

—segundas, quartas esabbados.<br />

José Domingos Patrício, morador<br />

que foi no logar de Valle<br />

Creança-s do sexo feminino—<br />

de Cabras, freguezia de Aima-<br />

terças, sextas e domingos.<br />

laguez, e que corre seus ter-<br />

Preços — Por mês ou 12<br />

mos pelo cartório do 4.° oíll-<br />

licções, cada alumno 1(51500 réis<br />

cio, se ha de proceder á venda<br />

(para irmão tem abatimento).<br />

e arrematação em hasta públi-<br />

Collegios ou para tratamento<br />

ca dos prédios abaixo descri-<br />

por meio de gymnástica, conptos<br />

pertencentes ao mesmo<br />

tracto especial.<br />

casal inventariado, os quaes se-<br />

0 director, rám entregues a quem maior<br />

Augusto Martins. lanço offerecer sobre a sua avaliação,<br />

com a condição de que<br />

será paga pelos arrematantes<br />

Tratamento de moléstias da toda a contribuição de registo,<br />

bocca e operações de cujos prédios sam os seguintes<br />

:<br />

cirurgia dentária<br />

1.° Uma terra de semeadura<br />

com árvores de fructo, testada<br />

Caldeira da Silva<br />

de matto e pinheiros no sitio<br />

Cirurgião dentista do Valle da Lapa, freguezia de<br />

Almalaguez, que se acha ava-<br />

Herculano Carvalho<br />

liada na quantia de cento e oi-<br />

Medico tenta mil réis.<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

2.° Uma terra de semeadura<br />

no sitio da Mal Lavada, dita<br />

COIMBRA.<br />

freguezia, avaliada na quantia<br />

de vinte mil réis.<br />

7 flonsultas todos os dias<br />

3." Uma terra de semeadu-<br />

w das nove da manhã ás ra, com árvores de fructo e tes-<br />

3 horas da tarde.<br />

tada de pinhal no sitio do Jar-<br />

Manoel Sanehez<br />

dim, freguezia de Castello Viegas,<br />

que se acha avaliada na<br />

quantia de quarenta mil réis.<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

4.° Uma terra com larangeiras<br />

e testada de pinhal no sitio<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

do Jardim, dita freguezia, avaliada<br />

na quantia de trinta mil<br />

réis.<br />

Faz saber ao público em ge- 5.° Uma terra e vinha no siral<br />

que concerta toda a qualitio<br />

do Carapito, dita freguezia,<br />

dade de relógios de algibeira,<br />

avaliada na quantia de quaren-<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

ta e cinco mil réis.<br />

modernos, garantindo o bom<br />

6.° Uma terra de semeadura<br />

regulamento.<br />

no sitio do Carvalhal, dita fre-<br />

Também installa e concerta<br />

guezia, avaliada na quantia de<br />

telephónes e campainhas elé-<br />

quarenta e cinco mil réis.<br />

ctricas.<br />

7.° Um bocado de terra no<br />

Preços convidativos. Concer-<br />

logar de Valle de Cabras, íreguezia<br />

de Almalaguez, avaliado<br />

tos afiançados.<br />

na quantia de quatorzemil réis.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinismo.<br />

E sam citados quaesquer credores<br />

incertos.<br />

9 17ende-se a casa n.® 12,<br />

f na rua de Joaquim An-<br />

Verifiquei a exactidão.<br />

0 juiz de Direito,<br />

tonio d'Aguiar, composta de lo- Neves e Castro.<br />

ja e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falie na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

VENDA DÊ~CÃSÀ<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedranoha<br />

1-Mudou-se para a rua do<br />

«I Loureiro.<br />

Vinbo tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—19° Cart.—360.<br />

fyp. F. Fr*nç« COIMRA


N.° 2 0 8 COIMBRA—Quinta feira, 18 de fevereiro de 1897 2.° A N N O<br />

Palavras de guerra<br />

Outra vez provado á evidência,<br />

e, já agora, sem a admissão plausí-<br />

vel d'uma réplica, o que sam<br />

os homens da monarchia — lacaios<br />

do paço e vendilhões da Pátria —<br />

frizada, cada vez mais, fica a linha<br />

do nosso procedimento.<br />

Desejavam, sem dúvida, palavras<br />

leves e expectativas benévolas, êsses<br />

senhores que vêm d'uma gritaria<br />

incoherente e d'uma posição<br />

falsíssima para as responsabilidades<br />

tremendas que se agitam em<br />

volta d'um regimen em falso e de<br />

uma instituição toda ella ineoherén<br />

cia. Desejavam-no, é certo. Dizem<br />

no a censura encapotada dos seus<br />

jornaes, e a palavra meliflua dos<br />

seus estadistas.<br />

Acima, porém, de jornaes e es<br />

tadistas — uns que vêm sempre<br />

mentindo, e outros, ha muito, fallidos<br />

— uma grande Visão nos toma,<br />

e uma grande Crença nos guia. Disse-o,<br />

bem energicamente, ha seis<br />

annos, o Porto, quando, da bôcca<br />

das espingardas saiu um ancioso<br />

grito de guerra, abrindo a única série<br />

de protestos que patriotas po<br />

derám subscrever.<br />

dos para nos apparecerem, intervindo<br />

nella, apenas, os dois repre<br />

senlanles de interésses antagónicos<br />

— o rei e o pôvo.<br />

Palavras de guerra serám, pois,<br />

as nossas para todas as soluções in<br />

termediárias e com palliativos. A<br />

questão debate-se, apenas, entre o<br />

paço e a praça pública.<br />

E assim, nós que somos pelo Direito<br />

e pela Razão contra o preconceito<br />

e o despotismo, quasi não distinguimos<br />

entre Hintze Ribeiro ou J.<br />

Luciano, emquanto êstes senhores<br />

se pretendem differenciar como pontos<br />

concêntricos de medidas governativas<br />

divergentes.<br />

Enquanto se confundem, porém,<br />

no mesmo epítheto — monárchicos<br />

— sempre nos encontrarám na brecha.<br />

DR. GUILHERME MOREIRA<br />

Vem no Diário do Governo d'hontem<br />

o despacho que promove a<br />

lente cathedrático da Faculdade de<br />

Direito este nosso amigo e collega.<br />

As nossas cordeaes felicitações por,<br />

embora tardiamente, se lhe ter feito<br />

justiça.<br />

x<br />

Agradecimento<br />

obras públicas em 31 de dezembro<br />

se verificou existirem 1:053 contos<br />

de calotes a empreiteiros e fornecedores,<br />

o que incontestavelmente<br />

representa despêsas feitas, embora<br />

não estejam pagas. Têmos, pois, já<br />

O sr. ministro da mariniia ordenou<br />

que-regressassem ao reino os<br />

officiaes que estám no estrangeiro<br />

desempenhando commissões que o<br />

conselho do almirantado entender<br />

que não eram necessários.<br />

Divisão administrativa e judicial<br />

Foi publicado no Diário do Go-<br />

verno de 15 do corrente o decreto,<br />

a que já alludimos no último nú-.<br />

e, até, de bem entendida prudência.<br />

Certo é que ellas se repetirám<br />

agora e, se não prevêmos que o governo<br />

tenha a recear graves confli-<br />

ctos em que se affirmem energias<br />

5:896 contos de deficit apurado em mero, por que se permilte ás câma- locaes, que factos passados bem re-<br />

relação ao anno civil de 1896, afora<br />

a que vier a descobrir-se. E nem<br />

ras municipaes e juntas de paróvelam que não existem, têmos a<br />

pode apresentar-se a desculpa coschia, ou, colleclivamente, aos cida- convicção de que as conveniências<br />

tumada de mêses de boas e mêses dãos recenseados para os cargos partidárias ham de obstar a que o<br />

de más receitas, porque o período administrativos nas circunscripções governo e o parlamento façam uma<br />

considerado comprehende um anno administrativas e judiciaes que fo remodelação na nossa divisão admi-<br />

inteiro e, portanto, os mêses de vac-<br />

ram altpradas pela lei de 21 de nistrativa e financeira em que só<br />

cas gordas e os mêses de vaccas<br />

magras.<br />

maio de 1896 e decreto de 26 de attendam aos legítimos interésses<br />

«Se a estes tristes resultados jun-<br />

junho do mesmo anno, reclamar das localidades devidamente comtarmos<br />

o que ainda houver de des- contra a divisão administrativa e jubinados com as exigências da utilicobrir-se<br />

nos diversos ministérios, dicial estabelecida por estes diplo dade pública.<br />

poderá calcular-se a immensa pro- mas. As reclamações devem ser res- O futuro o dirá.<br />

fundidade da voragem que a situatrictas ás circunscripções dos corção<br />

Hintze-Franco escancarou pepos<br />

administrativos reclamantes ou<br />

rante o país, tendo ainda o desplante<br />

na última e única reunião das<br />

em que mostrarem achar-se recen Dr. Affonso Costa<br />

suas maiorias, de proclamar os mi- seados os cidadãos, e deverám ser Deste nosso prezado amigo e<br />

raculosos resultados, que alcançara entregues nos respectivos governos<br />

collega acabamos de receber a se-<br />

na administração financeira. Além civis que as enviarám sem demora,<br />

de tudo mais, além da enorme queguinte<br />

carta:<br />

com informação motivada, á secreda<br />

dos câmbios, é a dívida fluctuantaria<br />

de estado dos negócios do rei «... Director da Resistencia. — Peço<br />

te elevada ao limite superior nunca<br />

visto de 34:261 contos de réis!» no. Por esta secretaria serám essas a v. o favor de mandar declarar no<br />

próximo núm°ro da Resistencia que<br />

reclamações enviadas a uma com- desde agora deixo de ser redactor ou<br />

Tudo denuncia que isto está no<br />

missão nomeada pelo governo para<br />

fim. A derrocada promette ser me-<br />

as examinar, apreciar e emittir so<br />

donha.<br />

bre ellas o seu parecer, indicando<br />

ao governo as bases de quaesquer<br />

providências que, em seu entender,<br />

devam ser propostas ao poder legislativo.<br />

collaborador do referido jornal.<br />

Como v. sabe, esta resolução não é<br />

determinada por motivos de ordem<br />

politica; e porisso me apraz affirmar a<br />

v. e a todos os nossos correligionários<br />

que continuarei, como republicano, no<br />

logar em que sempre tenho estado.<br />

Aproveito a opportunidade para testemunhar<br />

a v. os protestos da minha<br />

elevada consideração.<br />

Disse-o, ha seis annos, o Porto;<br />

e, hoje, em todos os peitos republicanos,<br />

vive ainda o fogo d'essa voz,<br />

e a energia suprema d J Guilherme Alves Moreira agra-<br />

Nos considerandos que precedem<br />

De v., etc.,<br />

dece por êste meio, profundamente<br />

o decreto encarece-se a boa divisão Coimbra, 15 de fevereiro de 1897.<br />

reconhecido, a lodos os seus colle-<br />

do território como elemento de im-<br />

Affnnso Costa.<br />

gas da imprensa que ultimamente o A questão de Creta portância capital para regular a ef<br />

essa hora... felicitaram pela sua promoção a ca-<br />

ficaz execução dos serviços adminis-<br />

Sentindo que o sr. dr. Affonso<br />

thedrático e aos que tam energica- Temos a guerra, não sendo posmente<br />

protestaram contra a persesível prever com segurança as contrativos e judiciaes; jeclara-se que Costa não continue a collaborar na<br />

X<br />

guição que lhe moveu o sr. consesequências que delia derivaram. as reclamações dos póvos sobre es- Resistencia, registamos a declaração<br />

Palavras de guerra dissémo-las, lheiro João Franco, ex-ministro do As potências decidiram occupar tes assumptos sam attendiveis desr de que não nos recusa a sua coope-<br />

reino.<br />

as cidades de Canéa, Candia, e de que as condições topográphicas, ração por motivos d'ordem política e<br />

hontem, e dizêmo-las, hoje, porque,<br />

Coimbra, 18de fevereiro de 1897. Rethyno, na ilha deGreta, tendo-se de população, de recursos, as affi accentuarêmos que a direcção poli-<br />

hoje, como hontem, sentimos bem<br />

effeituado já a occupação d'eslas<br />

nidades das povoações e a utilida<br />

viva, bem intensa a ancia d;uma<br />

três cidades por destacamentos comtica<br />

d'este jornal nunca se oppôs a<br />

Faz parte da redacção do nosso<br />

nova phase histórica.<br />

postos de russos, francêses, ingleses,<br />

de pública se não opponham a el- que os seus redactores ou collabo-<br />

:>rezado collega A Voz Publica, italianos e austríacos.<br />

las, e que as providências sobre radores effectivos, em artigos de<br />

Sob os nossos olhos passam desde o dia 15 do corrente, o nosso Apesar d'esta manifestação das êsse assumpto devem ser precedi-<br />

portanto, quasi desapercebidos os 3rezado amigo e collega dr. João de<br />

que assumissem a responsabilidade<br />

potências europêas o jornal official das de reflectido exame e imparcial<br />

partidos, as coíeries, os ministérios.<br />

Menezes, cujos merecimentos como<br />

pela indicação do seu auctor, tratas-<br />

da Grécia publicou no dia 16 uma apreciação.<br />

ornalista sam bem conhecidos dos<br />

Hintze Ribeiro ou José Luciano atra-<br />

ordem do coronel Smoienitz, misem<br />

livremente de quaesquer assumnossos<br />

assignantes.<br />

nistro da guerra, mandando o coro- Merece os nossos applausos esta )tos, em que ella entendia que não<br />

vessam o mesmo prisma, e convernel<br />

Vassos occupar Creta em nome doutrina e, portanto, as disposições<br />

devia involver a sua responsabiligem<br />

no mesmo ponto, differença A situação financeira do rei Jorge e, sob a responsabili- do decreto. E necessário, porém,<br />

apenas de libré: mais comprida<br />

dade do governo hellénico, expulsar<br />

dade nem a da Resistencia.<br />

aue o governo se apresente com<br />

uma, menos comprida outra, uma<br />

Acaba de ser publicada no Diá- os turcos das fortalêzas da ilha e muita energia na sua execução, mos-<br />

A lodos se reconheceu êsse di-<br />

mais desbotada, a outra, com o azul<br />

rio do Governo a nota da dívida fluproclamar<br />

a occupação. Esta ordem<br />

trando-se sempre superior ás rivareito.<br />

era precedida de uma declaração<br />

e o branco mais intensos...<br />

ctuante em 31 de dezembro findo,<br />

do governo, dizendo qua é impossílidades locaes e aos interésses par-<br />

em que atlingiu a enorme somma<br />

Em separado e patrimonial entre<br />

vel aos gregos permanecerem indiftidários, para que derive algum pro-<br />

No museu de antiguidades do In-<br />

de 34.261:471^060 réis, a mais farentes deante das atrocidades comveito para o país da providência que<br />

os partidos monárchicos, apenas isstituto<br />

vae em breve inaugurar-se a<br />

elevada que tem havido em Portumettidos contra os seus irmãos de acaba de adoptar.<br />

sua secção de pre-história, reuninto:<br />

a libré dos chefes; em com-<br />

Creta.<br />

gal. Nesta desafogada situação nos<br />

E os precedentes tornam-nos pesdo-se para isso vários objectos á<br />

mum, partilham, porém, todas as<br />

A Grécia eccupou Creta, exce-<br />

deixou o governo Hintze Ribeiro.<br />

simistas a êste respeito. Ainda por magnífica collecção offerecida ao In-<br />

mentiras constitucionaes, e todas as<br />

ptuando as cidades, que estám oc-<br />

Em 31 de dezembro de 1895 a<br />

Iraficáncias políticas; amordaçam a<br />

cupadas pelas grandes potências.<br />

occasião das últimas alterações instituto<br />

pelo sr. Santos Rocha o infatigável<br />

e intelligente collecciona-<br />

dívida fluctuante era da quantia de Justifica-se a occupação.<br />

troduzidas na divisão administratidor da Figueira.<br />

liberdade e esvasiam os cofres pú-<br />

29.418:314^813 réis, augmentan- O que é difficil é justificar a va e judicial assistimos a scenas as Para tal fim foi construída uma<br />

blicos ...<br />

grande demora que houve na in- mais deploráveis, em que o egoismo<br />

do assim, só num anno, 4:843 con-<br />

vitrine de um desenho original e de<br />

tervenção. Por causa das grandes se ostentou em gritos de alegria ou<br />

X<br />

uma ornamentação inspirada nas<br />

tos de réis.<br />

potências europêas nos annos de em queixumes conforme eram favo- obras darte pre-históricas.<br />

Palavras de guerra, pois, e só E diz o Popular:<br />

1894-1896 houve em Creta o morrecidos<br />

ou lesados os interesses d es- Annuncia-se lambem para breve<br />

de guerra, serám as nossas. A questicínio<br />

de 300:000 christãos.<br />

«Mas infelizmente nem foi só ista<br />

ou daquella localidade, não ha- a acquisição de esculpturas dos sé-<br />

E tem se consentido tam intão<br />

é uma e única, postas de parte so. Além do que ainda falta desco- crível barbaridade, para vergonha vendo nessas manifestações a míniculos<br />

xiv e xvi exemplares i<br />

importantes para o estudo d?<br />

as hostilidades políticas dos parti- )rirnos diversos ministérios, no das d'este fim de século 1<br />

ma revelação d'uma idêa superior<br />

em Portugal, . ^


Associação Commercial<br />

A digna direcção da Associação<br />

Commercial d'esta cidade acaba de<br />

dirigir o seguinte offício ao presidente<br />

da commissão installadora da<br />

Associação Commercial de Lisboa:<br />

I]l. mo e Ex. m0 Sr.<br />

Quando era momento crítico, com a<br />

promulgação de novas medidas tributarias,<br />

se procurou aggravar, por parte<br />

dos poderes públicos, as condições<br />

economicas das classes commercial e<br />

industrial do país, indubitavelmente<br />

as que mais pagam e trabalham, cum<br />

priu esta Associação Commercial o seu<br />

dever na lucta em que porGadamente<br />

se empenharam as beneméritas Associações<br />

Commercial, Industrial e dos<br />

Logistas de Lisboa, pela attitude prudente,<br />

mas energica que nessa occasião<br />

ella soube tomar, como solidária,<br />

accedendo promptamente ao appello<br />

que entám vinha de lhe ser feito por<br />

essa illustre Associação Commercial.<br />

Ao seu lado, como ao das Associações<br />

colligadas, se collocou e matfteve esta<br />

aggremiação, assegurando-lhes o seu<br />

incondicional apoio e affirmando a sua<br />

inteira adhesão a todos os seus actos<br />

de reclamação e protesto contra a<br />

execução de uma lei excessivamente<br />

gravosa para as classes laboriosas,<br />

representadas por tara prestimosas<br />

Associações.<br />

A condemnavel dissolução d'essas<br />

respeitáveis Associações foi um acto<br />

de violência, que veiu ferir fundamente<br />

todas as aggremiações congéneres do<br />

país: tam duro golpe, cruelmente<br />

vibrado, para nenhuma outra seria<br />

mais doloroso do que o foi para a<br />

Associação Commercial de Coimbra.<br />

Hoje, porérâ que esta collectividade,<br />

rememorando êsses factos, tem a satis<br />

fação de vêr coroados de bom êxito<br />

os louváveis esforços, sáhiamente empregados<br />

pelas dignas commissões installadoras<br />

das três Associações dissol<br />

vidas, e que revelam, a par de grande<br />

altivèz, muita tenacidade e rara energia,<br />

vem ella jubílósamente, e por um<br />

dever de confraternidade, significar ás<br />

beneméritas Associações Commercial,<br />

Industrial Portuguêsa e dos Logistas<br />

de Lisboa os seus vivos sentimentos<br />

de congratulação pelo desaggravo feito<br />

e triurapbo obtido com a reivindicação<br />

dos seus legítimos direitos, agora affirmados<br />

pela sua reconstituição official.<br />

Deus Guarde a v. ex. a . Coimbra, e<br />

sala das sessões da direcção da Associação<br />

Commercial, em 15 de fevereiro<br />

de 1897.<br />

Íll. m0 e ex. m0 sr. D. A. J. Simões<br />

d'Almeida, dig. m ° presidente da Commissão<br />

Installadora da Associação Commercial<br />

de Lisboa.<br />

O Presidente,<br />

(a). Francisco Vieira de Carvalho.<br />

Foi nomeado governador civil<br />

d'este districto o sr. dr. Pereira<br />

Dias, que acaba de prestar juramento<br />

em Lisboa. Crêmos que tomará<br />

posse ámanhã.<br />

J Á ?<br />

O nosso prezado e valente collega<br />

A Vanguarda afíirmou que o sr.<br />

João Franco, por intermédio d'um<br />

barriga muito grande e d'um conde<br />

por demais conhecido, proposera<br />

um accordo eleitoral aos republicais<br />

de Lisboa para a próxima eleição<br />

k» deputados. Essa notícia causou<br />

grame sensação em Lisboa. 0<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

sr. João Franco ainda ha dois dias<br />

saiu do poder e sam conhecidas as<br />

prepotências d'esse dictador contra<br />

os republicanos.<br />

D'ahi o chamarem alguns jornaes<br />

monárchicos a attenção para ella e<br />

o seguinte desmentido da Tarde:<br />

«Aproveitaremos, porém, a occasião<br />

para declarar que o partido<br />

regenerador e o sr. João<br />

Franco não propõe, nem proporá,<br />

não acceita, nem acceitará qualquer<br />

accôrdo, ligação, alliança ou<br />

intelligéncia com o partido republicano,<br />

nem sobre matéria eleitoral,<br />

nem sobre nenhum assumpto<br />

politico».<br />

Ao que retorquiu a Vanguarda:<br />

«Como é costume, para confirmar<br />

o que dissemos, veiu a<br />

Tarde desmentir a notícia de que<br />

os regeneradores mandaram propôr<br />

aos republicanos um accôrdo<br />

eleitoral, por dois dos seus mais<br />

emeritos galopins.<br />

Ora a verdade é que o accôrdo<br />

foi proposto.<br />

Insistimos neste ponto, que é<br />

verdadeiro.<br />

Promptificavam-se os amigos<br />

do ex-governo a fazer com que<br />

saíssem eleitos 4 ou 5 deputados<br />

republicanos por Lisboa, para<br />

pôr em cheque os progressistas<br />

perante o paço.<br />

Mas como nós não serviteios<br />

para ser atirados á cara de ninguém,<br />

o directorio do nosso partido<br />

resolveu, e muito bem, a<br />

abstenção, pondo ponto por uma<br />

vez a todas e quesquer combinações<br />

».<br />

Sempre entendemos que o sr<br />

João Franco, logo que saiu do po<br />

der, viria propôr accôrdoseleitoraes<br />

e coisas talvez ainda mais graves ao<br />

partido republicano. Era necessário<br />

não conhecer os processos de go<br />

verno e d'opposição d'esse dictador<br />

que o sr. Augusto Fuschini pôs<br />

tanto em evidência, para ter qualquer<br />

dúvida a esse respeito.<br />

Cremos, porém, que o sr. João<br />

Franco jámais conseguiráobterqualquer<br />

accôrdo com o partido republicano,<br />

e, se o conseguisse com<br />

alguns elementos do nosso partido<br />

seria tal a opposição que contra elles<br />

se levantaria que necessariamente<br />

ficariam esmagados. E ficamo-nos<br />

por aqui.<br />

Foi exonerado do logar de commissário<br />

régio da índia o sr. Brissac<br />

das Neves Ferreira, que tám ferozmente<br />

revelou os seus instinctos<br />

sanguinários no governo d'aquella<br />

possessão.<br />

Diz-se que o governo vae con<br />

trair um emprestimo de seis mi<br />

contos, havendo já encetado para<br />

isso negociações com o sr. conde<br />

de Burnay.<br />

E' assim que se revela a melhoria<br />

da nossa situação financeira,<br />

que tam preconizada foi pelo governo<br />

do sr. Hintze Ribeiro.<br />

Yam-se creando novos encargos<br />

para o país, e, peior do que isso,<br />

exgolando os seus últimos recursos.<br />

Agora é o resto das obrigações dos<br />

tabacos que vae ser alienado.<br />

E' muito risonho o futuro que<br />

nos aguarda!<br />

Cuba Cursos operários no Instituto<br />

O Herald informa que o novo<br />

presidente da republica norte ame-<br />

Na Praça Velha arrancaram as<br />

árvores grandes que lá havia e andaram<br />

plantando umas outras pequeninas,<br />

que é de esperar venham<br />

a crescer.<br />

É um plano de aformoseamento<br />

de câmara, que parece não ter em<br />

que gastar dinheiro<br />

E' mais um desperdício. Infor<br />

Continuam confirmando-se as<br />

Notícias diversas<br />

ricana, Mac-Kinley está resolvido,^ O sr. commissário de policie<br />

affi ões sobre os cursos<br />

a reconhecer a independencia de<br />

prohibiu a venda de bombas e fógos<br />

Cuba se ao findar o inverno não se populares do Instituto,<br />

d'artificio que é uso queimarem-se<br />

achar pacificada aquella ilha. Organ.zado um grandioso pro- em Coimbra pelo Carnaval, e que<br />

Esta notícia causou um grande gramma de extensão educativa, ve-<br />

por mais d'uma vez tem dado orialarma<br />

em Hespanha.<br />

rificou-se que é necessário começar<br />

gem a desastres pessoaes. E medida<br />

para louvar.<br />

de mais perto, e que em Portugal a<br />

primeira necessidade no ensino é<br />

ensinar a lêr.<br />

Diz-se que o centro franquista<br />

propõe deputado por este circulo<br />

o sr. João Maria Corrêa Ayres de<br />

Julgavamos que toda a gente o Campos. Ainda não se sabe quem<br />

sabia!. ..<br />

será o candidato do governo.<br />

mam-nos que ha intenção de construir<br />

um coreto para onde pos»a ir ^ ^ _ „<br />

tocar a música. Em toda a parte as muil0 p0uca qUe p0SSa ensinar! ..<br />

músicas tocam nos jardins públicos 1<br />

O sr. dr. Bernardino Machado,<br />

emendando a mão, esforça-se por<br />

organizar cursos de instrucção primária,<br />

e verifica que, se ha muita<br />

gente que não sabe lêr, ha também<br />

Outra difficuldade que s. ex. a Continuam com grande actividade<br />

os ensaios da récita do quinto<br />

anno jurídico. Simões Barbas vae<br />

ensaiando com a paciência costumada<br />

as vozes que êste anno (como<br />

lodos os annos!) sam melhores que<br />

as do costume. Antonio Augusto<br />

jonçalves faz o panorama de Coimonde<br />

se pôde andar e respirar á<br />

vontade. ,<br />

de-<br />

O coreto na Praça Velha é de|via ter previsto!...<br />

mais, as árvores fazem falta.<br />

)ra: a Feira, o Penedo da Saudade,<br />

e... o Inferno.<br />

A récita deve dar-se ainda antes<br />

de férias da Paschoa.<br />

Melhorar a Praça Velha seria Longe de seguir as indicações<br />

attender á irregularidade dos edi- Lue jhe devja ter dado o conheci-<br />

Icios, remover a egreja de S. Bar- mento do estado da educação naholomeu,<br />

reparar a de Santhiago. c",onal e o das exigências locaes, o<br />

Forçar Coimbra a ir ouvir músi- sr (jr> Bernardino Machado, que foi<br />

ca á Praça Velha, irregular, feia, ministro da Instrucção, talha um<br />

acanhada, só pode ser agradavelaos L r 0 g r a m m a majs largo e trata de<br />

habitantes da praça, que poderám organizar, dizem-nos, um orpheon<br />

de suas casas, commodamente, ^rL a r a 0 que convidou o sr. Macedo Ainda não se sabe quem será<br />

nomeado administrador do concelho<br />

quem passa. cujas aptidões musicaes sam bem<br />

de Coimbra.<br />

As multidões devem-se chamar conhecida»,<br />

jara o sol, para a luz, para o ar, com 0 augmento das cadeiras,<br />

devem-se attraír aos passeios e não k a fo vjr necessariamente a dimi O sr. visconde de Taveiro vae<br />

faltam passeios em Coimbra. nuição dos dias d'aula em cada uma. publicar, reunidos num volume, os<br />

Um coreto na praça do Commer- L assjm acontecerá que d'aqui a 10 sermões do fallecido conselheiro<br />

cio virá pejar a praça, torná-la ain-|annos devem os operários começar<br />

Rodrigues d'Azevedo e os artigos<br />

commemorativos do seu fallecida<br />

mais acanhada do que é. a traduzir regularmente o francês mento. Essa publicação será prece-<br />

Fazer da praça do Commércio um<br />

dida da biographia d'esse emérito<br />

passeio, um jardim (?) concorrido,<br />

A nós o que nos pésa é não vi<br />

professor da Faculdade de Theo-<br />

é um erro reprovado pela hygiene.<br />

logia.<br />

vermos quando em Coimbra se tocar<br />

o fado por música, lá para o<br />

anno de 1930<br />

Diz-se que a inspecção do sello é<br />

reduzida de repartição a secção,<br />

Içando apenas o pessoal indispensável<br />

e, quanto possivel, escolhido<br />

entre os addidos.<br />

Viajante excentrica<br />

Morreu recentemente em Anamo<br />

sa (Yowa), uma senhora americana, Assim ha de continuar o sr. con-<br />

chamada Elijah Carson, que foi sem selheiro Bernardino Machado, transdúvida<br />

a viajante que mais vezes formando a educação do operário<br />

atravessou o Atlântico. lam difficil e que tanta dedicação<br />

Desde 1864 até á sua-morte, ^ exj Ruma ^ de<br />

fez ne e nada menos de 250 traves-<br />

6<br />

sias. Casada com um habitante dè gde espectáculo com mus.ca e<br />

Belforte, herdou por morte do esposo córos<br />

uma filha e quinhentos contos de O sr. conselheiro Bernardino Maréis<br />

que lhe permittiram satisfazer chado não fará nada util, conseguia<br />

sua paixão pelas viagens, especial- Lá apenas 0 deslumbramento do<br />

mente desde 1861, anno em que L0menlo, a apotheóse de mágica.<br />

fi ha casou, ficando ella a viver ' K a .<br />

só O sol que s. ex. a ve a girar<br />

Chegou a ser uma figura familiar sol que o illumina, é de fogo d'artipara<br />

os officiaes dos portos nos dois fício, a luz que o deslumbra é de<br />

continentes e para as tri pulações dos magnésio.<br />

vapores da Companhia Cunard, que | A ap0theóse é falsa, é apotheóse<br />

de mágica.<br />

Ha de vê-lo s. ex. 4 Estám sendo muito procurados<br />

ós pratos da fábrica que Antonio A.<br />

Gonçalves teve no local onde se eslabelecêra<br />

a de Vandelli. E' curioso<br />

verificar que o emprehendimento,<br />

que importou ao sr. Gonçalves uma<br />

perda considerável, começa agora a<br />

ter a consagração dos colleceiònadores.<br />

*' < X<br />

Os estudantes da academia polytéchnica<br />

e escóla medica do Porto vam<br />

reunir, afim de pedirem ao governo o<br />

uso obrigatorio da capa e batina.<br />

Falleceu um interessante filhinho<br />

do sr. dr. Alfredo Vaz e neto do sr.<br />

Joaquim Augusto dos Santos Carvalho,<br />

digno director da Agencia<br />

escolhia sempre para as suas via<br />

do Banco de Portugal nesta cidade,<br />

gens.<br />

a quem apresentamos as nossas<br />

no final da<br />

Diz-se que deixou no seu testa-,<br />

sinceras condolências.<br />

mento 50:0001000 ao capitão Ma- peça, quando se apagar o ultimo<br />

ckay, do paquete Lucania vapor em fogo de Bengala...<br />

que ella não perdeu uma única via-<br />

T. C. Esteve em Coimbra o sr. dr. Augusto<br />

gem, e outras quantias não menos<br />

importantes aos demais officiaes de<br />

Fernandes Corrêa, advogadoem Gouvêa.<br />

bordo, como prova do apreço que a<br />

todos dispensava.<br />

Diz-se que o governo vae revêr<br />

o testamento do seu antecessor para Entrou em convalescença o douto<br />

professor da faculdade de theologia o<br />

annullar todas as nomeações feitas sr dr. bernardo Augusto Madureira.<br />

No Instituto fundou-se uma aula I illegalmente. Se o fizesse, cumpride<br />

leitura pelo méthodo de João de ria o seu dever.<br />

Deus, vindo para esse effeito de Mas a solidariedade que pren Deu entrada no ministério dos negócios<br />

extrangeiros a sentença arbitral<br />

Ljâboa o sr. Trigueiros de Sampaio, de entre si os governos da monar sobre a delimitação de Manica, pro-<br />

das Escholas Móveis, N | chia ha de obstar a isso.<br />

nunciada pelo senador italiano Yigliani,


O governo auctorizou por uma Nesta carta geographica, de um<br />

portaria a fundação no Porto d'uma genero excepcional, vê-se uma enor-<br />

succursaldoCréditfranco-portugais, me cidade de Jerusalem, com as<br />

o que o governo transado, contra a ruas bem marcadas, um mar Morlo<br />

lei, nunca concedeu.<br />

abundante de paixes alguns táin<br />

grandes que excedem em largura o<br />

Jordão, etc. O Hebron não figura<br />

no mosaico.<br />

Consorciáram-se hontem, na egreja<br />

de Santa Cruz, o sr. Patrício Xavier<br />

d'Almeida Brito, 1 0 tenente de artilheria<br />

2, com a sr. a D. Maria da Piedade<br />

Soares Cortez Cabral.<br />

Foram padrinhos da noiva a sr. a D.<br />

Marianna Xavier Cerveira Cabral das<br />

Neves e o sr. dr. José Xavier Cerveira<br />

e Sousa; e do noivo os paes da noiva,<br />

a sr. a D. Carlota dos Prazeres Soares<br />

Costa Cabral e o sr. Emygdio Augusto<br />

Costa Cabral, coronel de infanteria 14.<br />

Um telepramma do Cabo communíca<br />

que o célebre dr. Kock descobriu a<br />

vacciaa contra a febre bovina.<br />

Falleceu em Limego o dr. Miguel<br />

Moreira da Fonseca, chefe do partido<br />

regenerador naquella cidade.<br />

Ó g<br />

Os estudantes do lycéo vam repre*<br />

sentar ao governo pedindo para serem<br />

restabelecidos os exames em outubro.<br />

Para que o seu pedido tenha maior<br />

força andam promovendo a adhesão<br />

dos estudantes dos outros iycéos do<br />

país.<br />

«O G-aiato»<br />

Recebemos o primeiro número<br />

d'este jornal que se publica nesta<br />

cidade tres vezes por mês.<br />

A sua redacção é composta de<br />

estudantes que, pel'O Gaiato, se<br />

querem instruir e desinvolver.<br />

Estimarêmos que o consigam e<br />

que o novo collega tenha longa vida.<br />

Mosaico curioso<br />

Escrevem da Syria ao Daily Graphic,<br />

dizendo que se descobriu numa<br />

aldeia situada na margem direita do<br />

rio Jordão, entre Said e Kerak, um<br />

pavimento de mosaico, medindo 10<br />

metros de comprido por 5 de largo,<br />

e que fez provavelmente parte de<br />

uma capella do século V.<br />

O desenho formado pelo mosaico<br />

é uma representação da Palestina<br />

e em geral de todo o país entre o<br />

Egypto e o Libano.<br />

21 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

VII<br />

A casa Grosbouleau, Lalongueur<br />

& C. a<br />

Muito bem, diz Lanout, abrindo o<br />

seu livro — no qual estavam já escripturadas<br />

as rrier-adorias recebidas durante<br />

a noite, succedeis a Lormond...<br />

—Isso não...<br />

—Nunca! diz Lalongueur.<br />

—Nós fundamos uma casa, somos<br />

os antigos empregados da casa Lormond.<br />

..<br />

—E roubais-lhe a clientella, diz,<br />

sorrindo, o velho encubridor.<br />

—A sua clientella, é Isso é!... ahi<br />

ahi e Grosbouleau riu.<br />

Lalongueur imita-o, provocando-lhe<br />

0 riso taes movimentos que despeda<br />

çoil a cadeira em que estava sentado.<br />

A um signal do seu associado calou-se.<br />

— Sr. Lanout, diz entám Grosbouleau,<br />

trate-nos bem e nós farêmos<br />

comsigo muitos negócios e bons...<br />

Nós somos três associados.<br />

—Três! AhI sim... Companhia.<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 18 de fevereiro de 1897<br />

casa de Bérard, rua de Enghiep?<br />

—Hein! Exclamaram ao mesmo tempo<br />

os dois gatunos.<br />

— Elle vae a casa de Bérard? perguntou<br />

Grosbouleau inquieto.<br />

—Hoje, creio eu,<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomádas na<br />

sessão ordinária de 4 de fevereiro<br />

de 1897.<br />

pesames a SS. MM. pelo fallecimeoto<br />

da Duqueza de Montpensier.<br />

Resolveu annunciar a empreitada da<br />

reparação do pavimento de parte da<br />

estrada municipal de Coimbra ao Pisão<br />

entre as serventias para a Pedrulha e<br />

Ponte dos Asnos, dividida em duas tarefas,<br />

na extensão de 825, m 0 cada<br />

uma.<br />

Auctorizou diversos pagamentos:—<br />

material para o serviço dos incêndios,<br />

carvão para as machinas das aguas,<br />

serviços de limpêsa, conservação d'arvores,<br />

reparação de calçadas, reparação<br />

da fonte da Palheira, canalizações<br />

No dia 21 avançará para o 0. e NE.<br />

da Europa outra depressão, cujos effeitos<br />

se farám sentir no dia seguinte<br />

na nossa península, produzindo ventos<br />

d'entre SO. e NO. e alguma chuva,<br />

fraca, em Portugal e Galliza.<br />

Uma nova depressão apparecerá no<br />

dia 23, entre as paragens dos Açores<br />

e Ilha da Madeira, achando-se no dia<br />

seguinte o centro das baixas pressões<br />

ao SO. da nossa península, reinando<br />

ventos d'entre SO. e NO. com algumas<br />

chuvas que se propagarám desde Portugal<br />

ate ao centro da Hespanha.<br />

d'agua, asylo de cegos, fonte de S. No dia 25 encontrar-se-ha o centro<br />

João do Campo, cobrança do rendimen- da depressão do dia anterior ao NO.<br />

to das aguas, illuminação de Santo An- de Hespanha, formando-se ao mesmo<br />

tonio dos Olivaes, canalização d'agua tempo um núcleo de baixas pressões<br />

para o novo matadouro, limpêsa e con- no Mediterrâneo superior. 0 tempo conservação<br />

do edifício do governo civil. tinuará ventoso d'entre 0. a N., na<br />

Despachou requerimentos: — aucto-<br />

nossa península, com alguns aguaceirizando<br />

exhumaçoes d'ossadas no ceros<br />

nas regiões septentrionaes, pyremiterio<br />

da Conchada e trasladações<br />

naica e na Catalunha.<br />

para jazigos particulares; o pagamen 0 mês findará como começou: áspe-<br />

to de impostos por avença, com abaro, ventoso e chuvoso. Será no dia 28<br />

timento, por se ter fechado o estabele- que uma depressão, vinda do Atlânticimento<br />

avençado; a reparação da laco, estará mais perto da Europa, aldeira<br />

do Ingote, com o auxilio offerecançando a nossa península, onde procido<br />

por um proprieiario; collocação duzirá ventos d'entre SO. e NO. com<br />

de signàes funerários no cemiterio; algumas chuvas, especialmente nas re-<br />

substituição de cantarias arruinadas de giões NO. e septentrional.<br />

prédios particulares; a construcção de<br />

dois prédios no logar d'Andorinha, a<br />

confinar com a rua publica, determinando<br />

o alinhamento, sem occupação KALENDARIO DE FEVEREIRO, 1897<br />

de terreno do concelho.<br />

Indeferiu, em vista d'informações<br />

7. 14 21 28<br />

havidas, um requerimento d'um pro-<br />

1 8 15 22<br />

prietário de Brasfemes, para a compra<br />

d'uma porção de terreno publico no<br />

mesmo logar.<br />

Previsão do tempo<br />

Segundo o boletim metereologico de<br />

Noherlesoom, a segunda quinzena do<br />

mês corrente deve rivalizar na nossa<br />

península com a primeira, porquanto<br />

os elementos perturbadores da atmosphera<br />

serám pouco insistentes e duradouros,<br />

perdendo alguns a sua força<br />

devido á sua excessiva extensão. Da<br />

tendência geral para o bom tempo serám,<br />

porém, excepção os dias 16, 18<br />

e 21.<br />

Na uossa peninsula adquirirá uma<br />

fórma irregular, occupando a região<br />

septentrional e as regiões do Douro e<br />

do Ebro, produzindo tempo ventoso<br />

d'entre 0. e N , acompanhado de algu<br />

mas chuvas.<br />

A 17 a mesma depressão estenderse-ha<br />

pelo centro e N. da Europa,<br />

actuando fracamente na uossa península.<br />

No dia 18 é que se deve receiar<br />

que o mau tempo, originado pelas cor<br />

rentes aéreas procedentes do Mediterrâneo,<br />

se estenda ao centro da Hespanha,<br />

produzindo ventos d'entre NE. e<br />

SE., que farám baixar a temperatura<br />

com algumas chuvas.<br />

—<br />

*2 9 16 23 —<br />

3 10 17 24 — .<br />

4 11 18 25 —<br />

5 12 19 26 —<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vereadores presentes:—effectivos:<br />

arcediago José Simões Dias, bacharel<br />

Desordem, lacadas c prisão José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />

Antonio Lucas, Antonio José de Moura<br />

Na noite de 14 para 15 do corrente Bastos, José Marques Pinto e Albano<br />

foram gravemente feridos com facadas, Gomes Paes.<br />

em S. Fructuoso, Francisco José, casado Presente o administrador do conce-<br />

e José Maria Carvalheiro, solteiro, do lho.<br />

mesmo logar, por Abel Simões Miza-<br />

Abertas duas propostas para a emrella<br />

e irmão Alexandre Simões Mizapreitada<br />

de duas tarefas de reparação<br />

rella, do logar das Torres.<br />

do pavimento de parte da estrada mu-<br />

Os aggressores entraram no referido nicipal de Coimbra a Montemór-o-Velho,<br />

logar de S. Fructuoso, no dia 14, entre o Almegue e a Bemcanta, na ex-<br />

armados de espingardas, as quaes tensão, cada uma de 150,<br />

guardaram em casa de Manoel Vieira,<br />

indo em seguida com alguns rapazes<br />

parauma casa divertir-se, aonde appareceu<br />

Francisco José, em quem deu<br />

um pontapé, mas que o Francisco José<br />

desculpou, lomando-o como brincadeira<br />

Mais tarde saíram todos da casa, de<br />

brincadeira, apparecendo alli José Maria<br />

Carvalheiro, que offereceu a sua<br />

casa e cama aos dois Mizarellas e Abel<br />

acceitou, e quando acabava d'entrar<br />

em casa do Carvalheiro, ouviu o irmão<br />

Alexandre chamá-lo, e vindo a sair,<br />

entrava Francisco José, com o qual<br />

principiaram altercando e a quem se<br />

agarrou o Abel, luctando e caindo<br />

ambos, ficando o Francisco José do<br />

lado superior, e foi entám que o Alexandre<br />

lhe deu uma facada nos rins,<br />

deixando-o prostrado. Nesta occasião<br />

6 13 20 27 —<br />

o dono'da casa José Maria Carvalheiro<br />

deu voz de preso ao Alexandre, agarrando-o,<br />

entám Abel deu uma facada<br />

Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />

no captor de Alexandre, o qual vendo-se<br />

Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />

ferido, teve que o largar, sendo os 2<br />

da m.<br />

aggressores auxiliados na fuga por<br />

alguns rapazes amigos, que alli se<br />

Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n-<br />

achavam, fugindo para as Torres, e<br />

Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />

na fuga caíram por uma rebanceira,<br />

da n.<br />

aonde deixaram cair o chapéu da<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

cabeça, sendo seguidos, e em acto<br />

uma hora approximadamente.<br />

contínuo foi dado conhecimento ao sr.<br />

commissàrio de policia, que immediatamente<br />

fez seguir para as Torres um<br />

cabo e quatro guardas, os quaes recapturaram<br />

os dois criminosos, e foram<br />

F. Fernandes Costa<br />

enviados para juizo, juntamente com o<br />

E<br />

chapéu e as 2 armas carregadas pertencentes<br />

aos presos e que foram<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

apprehendidas pela policia.<br />

ADVOGADOS<br />

Consta-nos que um dos feridos está<br />

em perigo de vida.<br />

Rua do Yisconde da Luz, 80<br />

O sr. Gaivão, chefe da polícia<br />

repressiva da emigração, que se encontrava<br />

em Viseu, passou para<br />

CosinihLelra<br />

esta cidade.<br />

m 0, foi acceite<br />

a de preço mais favoravel — réis<br />

1270500—l. a tarefa, 630500; 2. a tarefa,<br />

64^000 réis.<br />

Mandou annunciar nova praça para<br />

o arrendamento do terreno ao porto<br />

dos Lazaros, pertencente ao município.<br />

Mandou expedir avisos para o pagamento<br />

dos vencimentos das amas dos<br />

expostos e das mães, subsidiadas, relativo<br />

ao trimestre de outubro a dezembro<br />

de 1896.<br />

Tomou conhecimento da approvação<br />

dada superiormente á deliberação tomala<br />

para o provimento, por meio de<br />

concurso, de dois logares vagos de<br />

< ontoneiros das estradas municipaes.<br />

Concordou com um plano de melhoramentos<br />

a fazer no Paço das eschólas<br />

da Universidade, sobre que foi ouvida<br />

pelo reitor da mesma Universidade.<br />

Enviou ao yereador competente, para<br />

informar, um officio do provedor da<br />

Misericórdia ácêrca do fornecimento<br />

d'agua, por avença, para o collégio dos<br />

orphãos.<br />

Attestpu ácêrca d'algumas petições<br />

para subsídios de lactação a menores.<br />

Mandou passar duas licenças para<br />

apascentamento de cabras, segundo a<br />

postura respectiva.<br />

Auctorisou a compra de papel para<br />

o livro do recenseamento militar do<br />

corrente anno.<br />

Mandou registrar uma nota das canalizações<br />

d'agua, executada desde o<br />

dia 29 de janeiro.<br />

Enviou á repartição competente quatro<br />

requerimentos, pediodo canalizações<br />

d'agua para prédios particulares.<br />

Auctorizou a reparação do caminho<br />

entre a estrada real do Porto, aos Fornos,<br />

e o logar de Villela, approvado o<br />

orçamento respectivo, na somma de<br />

310000 réis.<br />

Auctorizou o concerto de cadeiras<br />

dos Paços municipaes.<br />

Mandou annunciar nova praça paia<br />

o arrendamento de duas barracas do<br />

mercado.<br />

Resolveu dirigir um telegramma de<br />

o sabeis, e nâo duvidais de que, sabendo<br />

o que hoje fizemos, elle se<br />

queira vingar. Os passeios que deu<br />

ante hontem asseguram»me de que elle<br />

pretende comprometter-nos.<br />

Tenho e6sa desconfiança, Se não é<br />

Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />

fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />

—É Petite, um anjo de que só vos — Ah! Os dois rapazes entre-olha-<br />

direi que, quando escolhe alguma ram-se... O sr. Lanout não fatiará<br />

coisa, é porque é boa. Lalongueur era dos negócios que fizermos ao barão.<br />

ebanista; conhece os moveis de fan- —O meu negócio nada tem com<br />

caria e os de encommenda, nós não elle... uma vez fóra de minha casa.<br />

escolhemos senão... quero dizer, nós não vos conheço.<br />

não compramos senão estes últimos... E pagou.<br />

Eu fui cinzelador de bronze; não ha —Até á vista, sr. Lanout, disse a<br />

a possibilidade de enganarem sobre o casa Lalongueur á C.<br />

verdadeiro bronze ou o camalote...<br />

— Vós podeis effectivamente fazer<br />

muito bom negócio... assim. Apresentar-vos-hei<br />

agora a minha proposta<br />

ácêrca d'este...<br />

—Vejamos!<br />

Os dois gatunos approXimaram-se.<br />

— Quinhentos francos...<br />

—Quinhentos!! exclamaram ao mes<br />

mojtempo Grosbouleau e Lalongueur.<br />

—Não vos convém?...<br />

—Convém! Convém!<br />

Emquanto Lanout escrevia, dizia<br />

Grosbouleau em segredo a Lalongueur.<br />

— Vês, se nós tivessemos ficado com<br />

aquelle ladrão do barão, ter-nos-hia<br />

dado a cada um quarenta francos...<br />

—Ê um ladrão... Aquella gente<br />

devia ser punida. Eis um caso em que<br />

a policia devia cumprir o seu dever,<br />

respondeu Lalongueur.<br />

— 0 pae Lanout contou o dinheiro<br />

e disse:<br />

— Sabeis o que o barão vae fazer a<br />

a para se vingar de nós, é seguramente — Oh ! agora comprehendi!<br />

para fazer coisas que nos interessam, — Que homem!, exclamou Lalon-<br />

pois que vae a casa de Bérard, em que gueur, é um génio!<br />

nós hontem trabalhamos... Sabeis que — Quando devo ir?, disse Petite.<br />

elle não é muito cathólico, o barão. — Já, em seguida ao almoço. Quan-<br />

— Sei, afllrmou Lalongueur.<br />

to mais depressa melhor... Esta tarde<br />

— Diz-se que elle foi espião... Ces- encontrar-nos-hemos na barreira de<br />

teiro que faz um cesto, faz um cento. Clichez... Vamos passar o dia com<br />

, retirando-se. Eu receio alguma coisa. Em todo oca- Lalongueur a procurar um aposento em<br />

Logo que chegáram à rua, os dois so é preciso que nós saibamos o que Paris, ao acaso.<br />

homens olharam de novo um para o elle vae fazer a casa de Bérard.<br />

— Isso, é uma boa idêa.<br />

outro; Grosbouleau disse:<br />

—Tens razão.<br />

O almoço continuou; logo que aca-<br />

— Positivamente, o barão é um ca- — Que é preciso fazer para isso ?, bou, a casa Grosbouleau, Lalongueur<br />

nalha.<br />

perguntou Petite.<br />

& C.<br />

—Oh! sim, um canalha! Quer tra- — É preciso que lu trabalhes.<br />

hir-nos, mas não lhe daremos tempo — Como?<br />

para isso.<br />

Lalongueur estendeu o pescoço para<br />

—Vamos almoçar, diz Lalongueur, melhor ouvir o que havia decidido o<br />

Petite espera nos na Courbevoie. seu associado.<br />

—Pobre anjo! sim, vamos para — Pegas na tua caderneta de crea-<br />

junto d'ella depressa; ella é de bom da, vaes percorrer as lojas de fructa<br />

conselho...<br />

da rua Eughien, entrarás em casa de<br />

E os dois associados entraram no Bérard, onde é preciso que tu sejas<br />

caminho de ferro da circumvallação. creada de quarto, de cozinha ou aju-<br />

Uma hora depois estavam em Courdante de cozinha durante alguns dias.<br />

bevoie. |<br />

— Comprehendeste ?<br />

Petite esperava os seus dois associa- — Nem por isso.<br />

dos; fôram almoçar numa taberna que — E tu ?, perguntou Lalongueur.<br />

ficava á margem do rio. Depois de — Eu! comprehendí e não compre-<br />

engulir os primeiros bocados, diz Groshendi... comprehendo o que tu dizes,<br />

bouleau :<br />

mas não sei o porquê.<br />

Meus filhos, escutai-me:<br />

— E todavia é simples. È necessá-<br />

0 barão nâo é um imbecil, vós bem rio que Petite nos diga o que o barão<br />

vae fazer a essa casa. Se se tratar de<br />

uma vingança, retiramo-nos por dois<br />

ou três mêses para a província. Se é<br />

uma pequena emprèsa, que uão conhecemos,<br />

apressar-nos-hemos em tomar<br />

parte nos benefícios, comprehendeste ?<br />

a pôs em execução o seu plano.<br />

No dia seguinte de manhã Petite entrava<br />

como creada em casa de Bérard.<br />

Na tarde d'esse dia, o barão estava<br />

junto d'uma mêsa em presença de Linotte<br />

num gabinete de Brêbank, davalhe<br />

uma nota de quinhentos francos e<br />

dizia:<br />

— Ahi tens para comprar as coisas<br />

mais necessárias, está prompta dentro<br />

de dois dias e immediatamente começarêmos.<br />

Antes d'um mês, Linotte, serêmos<br />

millionários.<br />

— É isso o que me parece difficil!...<br />

— Esta tarde, Linotte, que está bom<br />

tempo, tomarêmos uma carruagem depois<br />

de jantar e irêmos dar um passeio.<br />

— Para onde?<br />

— Para a ponte da Estacada.<br />

— Porque, disse Linotte tornando-se<br />

pállida, me queres levar para ahi?<br />

— Para te dar coragem !<br />

FIM DA 1.* PARTI;


TRÊS MESES SO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na cadeia —História do Iiimoeiro—O<br />

Limoe ro Iioje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />

— Scenas de sangue - As pri-ões e o absolutismo—<br />

No tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

p risão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Aodeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteíios, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de. prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Gamara.<br />

PREÇO, 5QQ RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 — RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

1 M ESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

" venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

H junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

CÔFRES A PROYA DE FÕGÕ<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

—João Thoinaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

AramPd 7inrádnQ' Para ramàdas e enxertias e dit0 de es P'"<br />

HldlllOb ZilutauUb. nhos para vedações.<br />

Mo+qI huan • E amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

illCldl UlcUllU > f0jha de flandres.<br />

Ferro! E a C° de todas as qualidades, carvão de fórja.<br />

Unn nana fowoirn 1 Malhos, tornos, máchinas de furar, folies,<br />

JIluZ pclld. ltillCIiU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: Para construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />

. COIMBRA<br />

MICHELET<br />

0 Padre, a Mulher e a Familia<br />

UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />

400 RÉIS<br />

A' venda em todas as li<br />

ararias, e na Typographia<br />

Progresso, Elvas.<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sê<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins —Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Iufante D Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO AUER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:12?<br />

50 °[0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito polo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

~A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELP0RT<br />

247, Bua de Sá da Bandeira,$61—Porto<br />

COIMBRA<br />

6/tASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />

v ^Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

1?—ADRO DE OIMA—20<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Só Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglesas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mesa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Ama<br />

rante e branco da Bairrada.<br />

Gynmásio Martins<br />

8 VusíStuto para educação<br />

I physica de creanças sob<br />

11 yende-se a casa n.° 12,<br />

* na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 céis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

VENDA DE CASA<br />

Qraça pelas 11 horas da<br />

I manhã, dia 16 de fevereiro,<br />

rua Corpo de Deus, n. os<br />

92, 94, 96.<br />

Arrematação<br />

(2. a publicação)<br />

a inspecção médica do dr. 13 i|« dia 7 do próximo mês<br />

Freitas Costa.<br />

li de março, por 11 horas<br />

da manhã, á porta do tribunal<br />

Horário<br />

judicial, sito na Praça 8 de Maio,<br />

pelo inventário de menores, a<br />

Das 6 ás 9 da noite.<br />

que se procede por obito de<br />

Creanças do sexo masculino<br />

José Demingos Patrício, mora-<br />

—segundas, quartasesabbados.<br />

dor que foi no logar de Valle<br />

Creanças do sexo feminino—<br />

de Cabras, freguezia de Alma-<br />

terças, sextas e domingos.<br />

laguez. e que corre seus ter-<br />

Preços —Por mês ou 12<br />

mos pelo cartório do 4.° offi-<br />

licções, cada alumno 1)51500 réis<br />

cio, se ha de proceder à venda<br />

(para irmão tem abatimento).<br />

e arrematação em ha


Dr. Guilherme Moreira<br />

O NOSSO 3.° ANNO<br />

EM DESFORÇO<br />

Moreira, ao dr. Cerqueira Coimbra.<br />

..<br />

Uma como que corrente mysteriosa<br />

communicava entre si todos<br />

Escrevemos dominados ainda pela<br />

os espíritos, fazia pulsar unísonos<br />

Dmmoção vivíssima, que produziu<br />

todos os corações. . .<br />

11 nós a grandiosa e vibrante ma-<br />

Em seguida o? académicos, ^em<br />

ifestação de sexta feira em lonra<br />

massa compacta, dirigiram-se a<br />

o dr. Guilherme Moreira.<br />

casa do nosso valioso correligioná-<br />

Na occasião em que o nosé ilrio,<br />

e debaixo das suas janellas fiustre<br />

collega ía tomar posse delenzeram-lhe<br />

novamente uma ovação<br />

e calhedrático, logar conquislalo á<br />

delirante, que durou muito tempo,<br />

iusla do seu exforçoe valor fitel-<br />

ouvindo-se claros, sonoros, vibraníectual,<br />

de que linha sido vilnentes,<br />

vivas repetidos ao Dr. Guilherme<br />

,e esbulhado durante perto dedois<br />

Moreira, á Liberdade da Cálhedra,<br />

innos, na sala dos Gapêllos ròeri-<br />

aos lentes democratas, ao Dr. Aftou<br />

unisona, vibrante, enthusasta<br />

fonso Costa, aoDr. Cerqueira Coim-<br />

uma grande salva de palmas, que<br />

bra e ao ideal do novo cathedrà-<br />

ao nosso respeitável correligioiárfo<br />

tico<br />

dirigia a Academia inteira, apnha-<br />

Nesta occasião a Commissão muda<br />

na vasta sala, a regorgiUr. A<br />

nicipal republicana, representada<br />

essa seguiu-se outra, e outra É con-<br />

por alguns dos seus membros,<br />

stantemente, soltando-se de


de certo prazo, tornando assim dependente<br />

do arbítrio do poder executivo,<br />

em última anályse, a organização do<br />

serviço público relativo ao ensino.<br />

Seria obrigado a fazer de v. ex. a<br />

ainda mais triste juizo do que fórrno<br />

se o supposesse convicto d'essas ídéas<br />

que os dignos pares tiveram a extraordinária<br />

e característica complacência<br />

de ouvir sem,um protesto. Foi um expediente,<br />

aliás pouco híbil, que ado<br />

ptou, para não dizer cruamente que<br />

não dava explicações. É nao as deu<br />

porque não podia revelar o motivo que<br />

o levava a não me promoVer.<br />

Vou eu revelá-lo.<br />

Teve v. ex. a um dia a ridícula idêa<br />

de advertir os professores de ensino<br />

superior de que lhes não era lícito manifestarem-se<br />

contra as instituições vigentes.<br />

fim officio, e como lembrança,<br />

me foi feita essa advertência. Na primeira<br />

congregação da Faculdade, pre<br />

ÍBagratelleLS<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

sidida pelo sr. reitor, que se realizou<br />

depois de me haver sido entregue o<br />

officio, li-o, declarando que «só lhe ligava<br />

a consideração de o ler naquelle<br />

logar, por se me afigurar que o assumpto<br />

interessava a todos os professores,<br />

e que continuaria a proceder como até<br />

alli havia procedido, exercendo livremente<br />

os meus direitos de cidadão».<br />

Sabe v, ex. a perfeitamente que cum<br />

pri a minha declaração, continuando a<br />

manifestar publicamente as minhas<br />

idéas políticas e aguardando serenamente<br />

o momento em que v. ex. a , num<br />

arrebatamento de fúria nevrálgica, me<br />

suspendesse ou demittjsse. Não teve a<br />

energia sufficiente para isso, mas, vin<br />

gativo como é, formou o propósito de<br />

me ferir, não como republicano, mas<br />

como um insubmisso que não acatava<br />

illegaes advertências d'um dictador<br />

feroz.<br />

A vaga de cathedrático, em que eu<br />

devia ser provido, deu ensejo a que v.<br />

ex. a o manifestasse, armando-me uma<br />

cilada. Depôs a sua farda de ministro,<br />

jogou-me cobardemente uma pedrada,<br />

e, tornando a envergar a .farda, aguardava<br />

o momento eta que procurasse desaffrontar-me<br />

para despedir contra mirn<br />

o golpe mortal. Illudiu-se, porque,<br />

percebendo o jogo, não lhe fiz a vontade.<br />

Continuei no meu caminho, não<br />

fazendo caso da garotice.<br />

k bre v64r£che, o conselho da Faculdade<br />

de Direito protesta contra a minha<br />

não promoção; um lente aposentado,<br />

respeitável pelo caracter e pelo saber,<br />

accusa-o de denegação de justiça; a<br />

imprensa independente começa a es<br />

picaçá-lo, considerando refinada canalhice,<br />

uma audaciósa torpêza, o procedimento<br />

de v. ex. a para consigo.<br />

O ataque é rude, v. ex. a vê-se„ só,<br />

ninguém o defende; mas não se move,<br />

mostra-se insensível a tudo.<br />

Obceca-o a idêa de se mostrar estadista<br />

de força, e, fazendo consistir<br />

esta na teimosia, vae mais longe que<br />

os modèlos no género. Já nos seus<br />

tempos de académico estróina e bu-<br />

Ihento assim era. Recordar-lhe-hei o<br />

facto, succedido em Santo Antonio dos<br />

Olivaes, de metter a cabeça debaixo<br />

d'uma móca, só porque queria atravessar<br />

um caminho. Partiram-lh'a, mas v.<br />

ex. a drómina a mover-se lentamente; e<br />

a seiva do país e todos os bens á<br />

penhora entrarem pelas fauces do<br />

PeJo que se vê, o governo pro- thesouro e derramarem-se em ca<br />

E' assombrosa a profundêza do<br />

gressista àchou luminosa a idéa<br />

abysmo a que nos arrastou a mo-<br />

nalizações para as algibeiras dos<br />

obsoleta, preconisada pelo sr. Julio<br />

narchia!<br />

quadrilheiros, com vinte empregos Vejam:<br />

Vilhena, que se propõe redimir a de prebenda, afora os benesses de A dívida pública portuguêsa já<br />

penúria do país pelo amanho das gorgêta!<br />

attinge a somma enorme de<br />

charnecas do Alemtejo á custa do<br />

E nestes abalos de próximo des<br />

thesouro público!<br />

660.750:000^000 réis!<br />

abamento ha ainda quem pretenda<br />

Leio numa folha que foram cha- fazer fortuna pelos velhos processos Revela-o ao mundo, que nos<br />

mados a capítulo vários agronomos. e aggravar com ficções o desnor<br />

despreza, nos avilta e nos humilha,<br />

O fallecido José Julio Rodrigues<br />

um importante jornal inglês, o Fi-<br />

teamento social, embasbacando as nancial News.<br />

tomou a peilo acabar com a lenda turbas com elixires e pantomimas<br />

dó país agricôla; mas de longe a de charlatães!<br />

Seiscentos e sessenta mil<br />

longe revive o embuste, que tem<br />

Toda a sociedade portuguêsa se setecentos e cincoenta con-<br />

reputação feita entre os ingénuos e<br />

tos de reis — é a somma pavo-<br />

desfructa mutuamente na conyenção<br />

calla fundo no animo dos sebastfa<br />

rosa da nossa dívida, para a qual,<br />

fallaz de que isto é uma crise ephé havemos de pagar, só de juros<br />

nistas.<br />

mera; e os imprudentes pretendem e amortisação, no anno econó-<br />

Agora com a bancarrota á porta aparar raios com um guarda-chuva mico de 97-98,<br />

vae o estado a metter-se a agricul- aberto!<br />

tor, arrebanhando colonos, com al<br />

dezasete mil seiscentos e<br />

O momento é sério de mais para oitenta e nove contos e<br />

guns mil contos de emprestimo e<br />

simulácros e patranhas! E ninguém quinhentos mil réis, ou seja<br />

um exército de empregados públi-<br />

de boa fé ignora, que o esmagador<br />

cos, a fiscalizar e a dirigir a em-<br />

a terça parte das receitas pú-<br />

problema da educacão operária só<br />

presaiblicas<br />

!...<br />

pÓde ser resolvido pela elevação da<br />

Agora, que todos os recursos<br />

sua capacidade téchnica e valori- Para amortisação d'aquella enor-<br />

estám exgotados, é que se lembram<br />

zação mercantil.<br />

míssima quantia — destinam-se —<br />

de imprevisões, á última hora,<br />

3.150:0001000 réis; o que mostra<br />

O resto sam lérias!. ..<br />

fingir que inventam novos elemen-<br />

que só OS juros montam a<br />

Nunca, como hoje, foi tam urtos<br />

de producção e de trabalho!<br />

gente acudir á situação ruinosa do 13.338:000#000 réis!<br />

Durante dezenas de annos, o<br />

operariado.<br />

estado, o grande vampiro, absorveu<br />

Foi para chegar a este resultado,<br />

Mas de certo, que não é com que apavora quem pensa e se inte-<br />

todos os capitaes portuguêses, a 6<br />

foguetes, que pôde ser restabeleressa pelo seu país, que temos<br />

por cento; e d'esta forma, oppoz-se<br />

cida a iniciativa da officina, o mé- sustentado a orgia fabulosa de ses-<br />

a todos os emprehendimentos, sufsenta<br />

e tantos annos de monarchia<br />

rito das profissões, o prestígio, a<br />

focou todas as iniciativas indus-<br />

constitucional, que tem vivido sem-<br />

honra e a remuneração do trabalho<br />

triaes, que não podiam manter-se<br />

pre na mais tranquilla paz.<br />

manual!...<br />

com encargos por tal preço.<br />

Não ha, pois, a explicar a medo-<br />

A. nha situação da nossa dívida ne-<br />

Esta é a origem funesta do estionhum<br />

d'esses acontecimentos que<br />

lamento e da desgraça pública,<br />

enluctam um povo* e o obrigam aos<br />

numa sociedade de exploradores e Congrat-ULlação maiores sacrifícios, nem essas som-j<br />

de ociosos!<br />

Em conselho da Faculdade de<br />

Têem deixado correr o trabalho Direito propôs o sr. dr. Guimarães<br />

revelia. Todos os institutos de Pedrosa, que na acta se consignas-<br />

educação operária convertidos em<br />

se: — que aquella Faculdade viu<br />

com satisfação o reconhecimento dos<br />

albergues burocráticos sem estimulo<br />

direitos do professorado na prom-<br />

para os funccionários zelosos, com plidão com que o actual ministro<br />

o exemplo desmoralizador dos in- do Reino reparou a injustiça feita<br />

úteis a medrarem, e a protecção do ao sr. dr. Guilherme Moreira, e que<br />

alto a guindar os nullos e os sevan- com este se congratulasse o condijas.selho.<br />

As escholas de ensino industrial<br />

Apraz-nos esta resolução da Faculdade<br />

de Direito, que a enno-<br />

e agrícola acham-se organizadas brece pela justiça que faz ao nosso<br />

sem tino e sem a comprehensão da amigo sr. dr. Guilherme Alves Mo-<br />

sua immediata fecundidade prátireira.ca, funccionando authomáticamente,<br />

levou por diante o seu propósito com registos falsos e trucs illusorios.<br />

Portou-se até como um valente, recebendo<br />

a mocada sem offerecer resis- Hoje, que a sciéncia centuplica a fiOYERNADOR CIVIL DG FARO<br />

tência alguma.<br />

producção do solo, as operações Foi nomeado governador civil de<br />

Mercê de contingências sociaes, que agrícolas do nosso camponês sam Faro o sr. José Vaz de Seabra Lacerda.<br />

em phrase vulgar se chamam acasos,<br />

Ha dias as Novidades fallavam no<br />

o académico turbulento apparece mais primitivas: a charrúa é tal como a<br />

sr. João José da Silva, desembargador<br />

tarde na câmara dos deputados partin- descreve Virgilio!<br />

da Relação de Lisboa, para governador<br />

do carteiras, em nome da liberdade, e<br />

As pequenas indústrias popula- civil d'aquelle districto.<br />

surge-nos, ha poucos annos, nos con-<br />

Houve effectivamente quem se lemselhos<br />

da corôa, calcando aos pés a res, batidas pelo fabrico em grande brasse d'aquelle illustre magistrado<br />

constituição, exercendo as mais ignó- escala, foram aniquiladas e extinctas, para exercer êsse cargo. Porém uma<br />

beis propoténcia? e tecendo as mais<br />

tal ideia foi logo por elle repellida. É<br />

vis intrigas, em nome da ordem. Sem- sem encontrarem compensação e<br />

que o sr. João José da Silva, cuja inpre<br />

o mesmo.<br />

correctivo a esse desfalque econótegridade de caracter é assás conheci-<br />

Foi este homem qne, para saciar as mico.da,<br />

não quer ligar o seu nome tam<br />

-suas tendências de irreprimível vingança,<br />

me quis perseguir, abusando para Todos os recursos da indústria respeitado na magistratura portuguêsa<br />

a um partido que tem como defenso-<br />

Isso de seu logar de ministro. do povo em poucos annos se fôram res o Silva Graça, o Mariano, o Navar-<br />

Um miserável !<br />

desfazendo debaixo dos olhos dos ro e o Burnay. È que o sr. João José da<br />

Coimbra. 16 de fevereiro de .1987.<br />

Silva foi sempre um verdadeiro demo-<br />

governantes, que exultavam com a<br />

Guilherme Alves Moreira.<br />

crata, um intransigente com tudo que<br />

riqueza fictícia do país feita com as não seja honesto, digno e justo. É que,<br />

etras de câmbio do Brasil, á custa emfim, o sr. João José da Silva não<br />

podia, sem quebra da sua dignidade,<br />

Ácêrca da Resistencia dá o nosso do trabalho e dos sacrifícios dos ir, por nomeação régia e como delega-<br />

collega — Tribuno Popular — algumilhares<br />

de conterrâneos moirejando do sr. José Luciano, governar um<br />

districto onde ha poucos annos foi<br />

mas informações. Estám certas. do por essas paragens.<br />

apresentada com seu assentimento a<br />

Uma rectificação somente:<br />

Todo o mechanismo montado a sua candidatura a deputado republi-<br />

—0 sr. dr. José Tavares, do 5.°<br />

cano.<br />

preceito!<br />

anno de Direito, que, aliás, muito<br />

prezamos, nunca foi redactor da E com a simples manivella, to-<br />

Resistencia. Com pesar nosso, concada pelos embusteiros de todos os<br />

fessámo-lo.<br />

partidos reaes, tem-se visto a en-<br />

mos Nova, jardim da Manga, jardim Botânico,<br />

Largo da Feira, Sé Velha, S. Bartholomeu<br />

—, a analyse das aguas da<br />

Fonte dos Amores, do Castanheiro,<br />

Cheira ou Calhabé, Cidral, e a dos póços<br />

— Nazareth; rua Direita, rua do Carmo<br />

e Largo das Ameias.<br />

O relatório abrange apenas a anályse<br />

chímica, reservando-se os seus auctores<br />

para tratarem em outro trabalho<br />

da anályse bactereológica.<br />

Da anályse conclue-se que devem<br />

ser condemnadas todas as fontes públicas<br />

de Coimbra, que de todas as<br />

águas observadas a melhor é a da canalização,<br />

seguindo-se-lhe depois a captada<br />

directamente do rio e a da Fonte<br />

dos Amores.<br />

A água da Fonte do Castanheiro, que<br />

de tanta fama gosa em Coimbra, é das<br />

peiores para a saúde, é carregada de<br />

nitratos.<br />

A água da Fonte Nova e a do Jardim<br />

da Manga sam na cidade as peiores,<br />

devendo todavia ser condemnadas<br />

todas as fontes.<br />

A anályse bactereológica impõe também<br />

a condemnação de algumas fontes<br />

(Feira, Sé Velha, S. Bartholomeu)<br />

por se encontrar nellas o B. Coli.<br />

Sam estas as conclusões do importante<br />

relatório que muito honra os srs.<br />

Charles Lepierre e Vicente Seiça pelo<br />

sabêr e consciência com que está elaborado,<br />

e pelo civismo que revela<br />

nos illustres analystas que prestaram<br />

á cidade um serviço necessário e tanto<br />

para louvar pela iniciativa e pelo desinteresse.'<br />

A commissão dos monumentos<br />

nacionaes, em sessão de 19, continou<br />

em cavacos muito interessantes<br />

e curiosos.<br />

Para evitar a destruição dos monumentos<br />

nacionaes resolveu—que<br />

fosse collocada uma placa recommendahdo-os<br />

aos respeitosos cuidados do<br />

público como padrões gloriosos da Patria.<br />

Gomo se vê, é simples e fácil.<br />

E a etiqueta que nós annunciá-<br />

' .<br />

mas quantiosas, que o regimen de Resolveu mais communicar leal e<br />

bambochata tem absorvido, concor- cortesmente á Companhia do gaz<br />

reram em nada para o desenvolvi- que ia pedir a remoção do gazómento<br />

da riquêza pública<br />

metro para longe da Torre de Belem.<br />

Sob este ponto de vista, chegá- A Companhia deve ficar commovimos<br />

á maior miséria.<br />

dissima!<br />

Qual tem sido, pois, o caminho O êxito é certo!<br />

que tem levado a somma esmaga- E resolveu mais uma vez que<br />

dôra que synthetisa a nossa ruína? viesse o sr. Ventura Terra estudar<br />

Diga-o a monarchia. ..<br />

o projecto da restauração do Paço<br />

Pergunte-lh'o o país, ámanhã, episcopal.<br />

um dia, na primeira occasião, por<br />

que a somma formidável dos seis- O sr. Franco Frazão deve ficar<br />

centos e sessenta mil sete- commovidíssimo!...<br />

centos e cincoenta contos Como a Companhia do Gaz...<br />

de réis, não representa sómente<br />

algumas dezenas de kilos doiro;<br />

representa muitíssimo mais: — a Commemoração<br />

vitalidade, a energia, o trabalho<br />

d'um povo inteiro consumido du-<br />

Em honra do vulto grandioso da<br />

Revolução de 1820, Manuel Fernandes<br />

rante annos tenazmente, persisten- Thomaz, foi hontem collocada uma látemente,<br />

por um regimen intolepido de mármore branco de Itália em<br />

rável, que nos tem absorvido o um ângulo da rua Fernandes Thomáz,<br />

exforço do nosso trabalho e arras- na Figueira.<br />

tado pela lama o nosso nome. Na lápide abre-se, sobre uma almofada,<br />

um livro, em que se lê — numa<br />

página—Rua de Manuel Fernandes Thomaz—t<br />

na outra—Patriarcha da Revolução<br />

de 1820.<br />

As águas potáveis de Coimbra Esta homenagem prestada agora à<br />

memória do honrado e venerando no-<br />

Os srs. Charles Lepierre, professor<br />

me d'uma das figuras mais aureoladas<br />

da Eschola Brotero, e Vicente Seiça, da Revolução de 1820, tem o grande<br />

director do Dispensatório pharmaceuti- valor de continuar a alimentar na conco<br />

da Universidade, entregaram á câsciêncii pública a veneração e o resmara<br />

municipal na sua sessão de quinpeito pelos grandes caracteres de 1820,<br />

ta feira passada o relatório das anály- essas nobres figuras venerandas que<br />

ses das águas potáveis de Coimbra e sam o contraste dos tempo d'hoje.<br />

seus arredores, trabalho muito importante<br />

e de primeiro interesse para a<br />

saúde pública, feito espontânea e desinteressadamente<br />

pelos dois distioctos O sr. dr. José Mourão, novo ad-<br />

chímicos.<br />

ministrador de Villa Real, mandou<br />

A câmara municipal deliberou mandar<br />

imprimir o relatório e lançar na<br />

entregar ao sr* dr. Azevedo Antas,<br />

acta um voto de agradecimento aos il- presidente da commissão municipal<br />

ustres analystas, voto a que do cora- republicana, os exemplares da Carrão<br />

nos associámos.<br />

tilha dó Povo, edição da academia<br />

O trabalho é longo; porque abrange republicana de Coimbra, que fôra<br />

a anályse da agua do rio (em épochas<br />

aprehendida em tempo do sr. João<br />

de cheia, e noutras de corrente normal),<br />

a da agua da canalização, a das Franco e se achava depositada no<br />

ontes da cidade: Sereia ~~deia, Fonte commissariado daquella villa,<br />

Reorganizou*se em Lisboa o Centro<br />

republicano denominado Centro Fraternidade<br />

republiçana(


Notícias diversas<br />

A iniciativa da secção de Archeologia<br />

do Instituto, augmentando e desinvolvendo<br />

o museu d'antiguidades, tem<br />

sido comprehendida e ajudada por os<br />

habitantes, principalmente os operários<br />

que têm depositado alguns objectos<br />

d'arte industrial muito curiósos.<br />

Entre elles um castiçal de cobre prateado<br />

(estylo Luiz XVI), e dois espelhos<br />

de fechadura, interessante obra<br />

em ferro batido.<br />

O sr. dr. Teixeira de Carvalho depositou<br />

um prato de olaria popular,<br />

faiança patriótica feita em Coimbra durante<br />

as luctas liberaes.<br />

O motivo da decoração central é um<br />

altar em que se acha a inscripção —<br />

Lysia e a liberdade a dextra unirão.<br />

Sobre o altar um génio encostado ás<br />

a mas portuguêsas estende a mão a<br />

outro què tem ligada aos pés quebradas<br />

as cadeias da escravidão. Ao lado da<br />

última figura um dragão verde de cuja<br />

bôcca sáe uma faixa amarella com a<br />

inscripção—Duro freio pord em toda<br />

a terra quem cuidar de mover-lhe injusta<br />

guerra.<br />

Na margem do prato corre uma cercadura<br />

de folhas e flôres, decoração<br />

vulgar em obras d'esta épocha.<br />

É uma obra curiosa e rara feita pelos<br />

successores da fábrica Vandelli. Do<br />

mesmo período ba na collecção do sr.<br />

dr. Teixeira de Carvalho um prato cuja<br />

decoração representa um miliciano, e<br />

na do sr. Antonio Augusto Gonçalves<br />

uma jarra com um hymno patriotico.<br />

Sam os únicos exemplares que conhecemos<br />

de louça patriótica d'esta épocha<br />

agitada. .<br />

•<br />

Os povos dos extinctos conselhos<br />

de Mira e Poiares vam representar<br />

ao governo, pedindo o restabelecimento<br />

dos mencionados conselhos.<br />

•<br />

Ficou transferido o espectáculo<br />

que devia realizar-se hontem no<br />

Theatro Circo e que era promovido<br />

pela Tuna Académica.<br />

•<br />

0 illustre auditor administrativo<br />

d'este districto, o sr. dr. Pereira Machado,<br />

deu hontem a sua sentença no<br />

processo de reclamação peudente da<br />

auditoria, em que era reclamante o<br />

sr. dr. Maximino de Mattos Carvalho,<br />

da Conraria, e reclamada a Câmara<br />

Municipal de Coimbra, por causa do<br />

provimento no partido médico de Assafnrge,<br />

a que este distincto clinico tinha<br />

direito.<br />

A sentença do integérrimo magistrada<br />

foi a favor do nosso amigo o sr.<br />

dr. Maximino, como era de inteira<br />

justiça.<br />

Felicitâmo-lo por ter tido pendente<br />

22 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento (Tam forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard «& C. a<br />

I<br />

Devemos principiar a nossa história<br />

pela apresentação d'um mundo singular;<br />

os nossos leitores poderiam julgar<br />

que iamos conduzi-los pelos antros da<br />

miséria, pelos ergástulos, até chegarmos<br />

ao tribunal...<br />

Nada! Esta narração é a história<br />

verdadeira d'um homem; é a reivindicação<br />

d'um direito social que em<br />

breve surgirá. Se, de propósito, temos,<br />

em phrase rude, que expôr verdades<br />

cruéis, é que não conhecemos outro<br />

meio de punir o mal se não o de patentear<br />

a sua hediondez; e, também<br />

porque pensamos com A. Barbieri<br />

Mais rude e grosseiro verso é no<br />

fundo um homem honesto.<br />

Dito isto, para prevenir aquelles que<br />

tis notas mais accentuadas podessem<br />

ferir, continuamos.<br />

Cioco ou seis dias depois dos acoo*<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

aquella questão das mãos d'um magistrado<br />

honesto e illustrado, que não<br />

consentiu que se mantivesse a postergação<br />

de direitos de que o sr. dr.<br />

Maximino foi víctima.<br />

Nos termos da lei, porque da douta<br />

sentença do illustre magislrado não<br />

ha recurso com effeito suspensivo, o<br />

sr. dr. Maximino deve ser immediatamente<br />

collocado no partido médico, de<br />

que nunca deveria ter sido esbulhado.<br />

• X<br />

Hontem appareceú nas ruas de<br />

Coimbra a primeira carruagem aulomovel,<br />

despertmdo muito interesse<br />

entre a polulação que correu a ver<br />

a novidade.<br />

•<br />

Propõem-se a candidatos governamentaes:<br />

pelo circulo de Anganil o sr.<br />

Oliveira Mattos; Penacova, o sr. Lima<br />

Duque; Coimbra, o sr. Castro Mattoso.<br />

•<br />

Esteve hontem em Coimbra, retirando<br />

no mesmo dia para a Figueira,<br />

o nosso amigo e presado correligionário<br />

sr. Manuel Gaspar de Lemos, importante<br />

e honesto commerciante naquella<br />

cidade.<br />

Celebrou-se hontem na Sé Cathedral<br />

um Te-Deum para commomerar a elevação<br />

de Leão XIII ao sólio pontifício.<br />

Notou-se a ausência do elemento official,<br />

que nosinnos anteriores concorria<br />

a este acto.<br />

O sr. Bispo Conde este anno não offereceu<br />

o jantar episcopal, que neste<br />

dia costumava a offerecer.<br />

Para a esclóla de instrucção primária<br />

da fregueila de Santa Cruz foi transferida,<br />

da de Tondella, a sr. a D. Ge-<br />

noveva Oiivia da Piedade Alves Fontes.<br />

0 sr. dr. Alves Mendes, tam notável<br />

como orador sagrado, incumblu-se de<br />

prégar na egreja da Graça, no dia da<br />

procissão dos Passos.<br />

•<br />

Diz-se que vae ser elevado a 3.®<br />

classe o concelho de Nellas.<br />

Tomou ante-hontem posse do logar<br />

de governador civil do districto o sr.<br />

dr. Pereira Dias. Para substituto fallase<br />

no sr. dr. Costa Lobo, que já anteriormente<br />

exerceu este cargo.<br />

•<br />

Nos dias 28 e 30 haverá bailes de<br />

mascaras, no Gymnásio e no Centro<br />

commércio e indústria.<br />

Consta-nes que vae grande enthu-<br />

tecimentos que decorreram, dois homens<br />

estavam sentados numa das<br />

margens da ilha da Grande-Jatte, exactamente<br />

no mesmo logar em que<br />

acostou o barco do barão, na tarde do<br />

negócio de Asnières, um apparentava<br />

sessenta annos; o outro teria quarenta.<br />

— EmGrn, diz o mais velho, fui<br />

completamente roubado por minha<br />

culpa.<br />

— Por tua culpa?<br />

—Sim, fui eu que quasi te obriguei<br />

a comprar esta casa na ilha.<br />

—Felizmente, tudo isso é de pouca<br />

importância.<br />

— Falias a teu bel prazer, Bérard.<br />

—Só tenho um pesar, o de minha<br />

mulher não querer habitar aqui; já<br />

seus paes a atormentavam por esse<br />

motivo. Ê o que me levava a não voltar<br />

e, todavia, era o único logar onde<br />

vivia cora prazer.<br />

— Com prazerl<br />

— Emfim, chegaste ao ponto! Eu<br />

nunca expliquei esta oppressão...<br />

—E, todavia, é bem simples. Estes<br />

logares tomam-me mais novo trinta<br />

annos.<br />

-Sério...<br />

— Não fui sempre, como hoje, o<br />

negociante severo, tempo houve em<br />

que fui estróina, como tu costumas<br />

dizer.,.., antes de ser negociante<br />

era artista e, sobretudo, remador.<br />

—Ahi está uma coisa que me custa<br />

a comprehender.<br />

siasmo entre os associados para dar a<br />

estas festas todo o brilhantismo, e que<br />

já se preparam costumes que serám<br />

perfeitas surprêsas.<br />

Lembram-se de Zertucha, o médico<br />

que Maceo recolheu como amigo e que<br />

o atraiçoou entregando-o ao inimigo, os<br />

os hespanhoes?<br />

Pois dizem os jornaes extrangeiros<br />

que o Judas de Maceo foi assassinado<br />

agora.<br />

Foi a Lisboa uma commissão -"de^estudantes<br />

do Porto e de Coimbra para<br />

pedirem ao ministro do Reino dispensa<br />

do exame de allemão para o curso de<br />

medicina.<br />

As cotações do «Grédit Franco- Portugais»<br />

foram: Londres. 36 13/16 e<br />

36 7/8; Paris, 776 e 773; Allemanha,<br />

319 e 318.<br />

As libras ficaram a 6$5000 e 6#470<br />

reis, e as notas do banco de Ingleterra<br />

a 6$515 e 60505 réis.<br />

Publicámos hoje um communicado<br />

em que vem incertas duas cartas<br />

ao sr. Amorim de Carvalho,<br />

sobre um preparado d'este distincto<br />

pharmaceutico — Tópico contra a<br />

coqueluche—, que dizem ser excellente<br />

parao tratamento d'esta doença.<br />

«A Gargalhada»<br />

Annuncia-se para breve o apparecimento<br />

d'um semanário humorístico<br />

assim intitulado.<br />

Vem a propósito. ..<br />

Que a política portuguêsa só a<br />

rir pôde ser levada. E nestes tempos<br />

de tragédia sombria, não irám<br />

mal os esgares da força.<br />

Revistas e jornaes<br />

Educação Nacional—Saiu o n.° 20,<br />

d'este hebdomadario de instrucção primária e<br />

secundária que se publica no Porto e de que<br />

é directôr o sr. António Figueirinhas, cujo<br />

summário é o seguinle:<br />

Simões Dias (retrato e perfil biográphico),<br />

António Figueirinhas.—Vida Nova—A fundação<br />

da escóla, J. Simões Dias.—A nossa<br />

esperança, A. Figueirinhas.—Escólas do Porto.<br />

—Notas.—Relação dos problemas apresentados<br />

no n.° 19.—Consultas.—Secção official:<br />

nomeações, exonerações, provimentos, licenças<br />

e transferências.—Bibliographia.—Expediente<br />

•<br />

A Ciletoa—Recebemos o 1." número d'este<br />

jornal de Celorico da Beira.<br />

Damos-lhe as boas vindas.<br />

—Sim! disse o velho com um sorriso<br />

irónico. Vós, os jovens, vendo<br />

uma face macillenta, não quereis acreditar<br />

que tempo houve em que foi<br />

como a vossa.<br />

Ohl protestou Bérard.<br />

—Estamos bem aqui. Obrigados a<br />

esperar o barco que nos ba de condu-<br />

zir a Asnières onde jantaremos e encontraremos<br />

a tua familia—pois que<br />

o roubo commettido na casa nos obriga<br />

a jantar na estalagem —, emquanto<br />

esperamos e no logar onde o facto se<br />

deu, vou contar-vos esta história:<br />

—Sou todo ouvidos.<br />

0 velho começou:<br />

—Eu dava um passeio fluvial quasi<br />

todas as tardes.. .* D'Asnières dirigiame<br />

num pequeno barco até Nenily,<br />

seguindo por este lago e ao longo<br />

d'esta ilha que entám se chamava a<br />

ilha do Rei. Tinha abandonado Paris<br />

em seguida a uma aventura amorosa<br />

que teve infeliz desenlace, e havia<br />

pouco tempo que tinha voltado para<br />

iá. Descia para regressar a Asnières,<br />

erm nove horas da tarde e não havia<br />

luar, quando da ilha me chamaram.<br />

Fui vér; um homem e uma mulher,<br />

joven ainda, pediram-me que os transportasse<br />

para a outra margem...<br />

Disse-lhes que os deixaria em Asnières,<br />

se quizessemj acceitaram. Reconheci<br />

o homem, que tinha visto no bairro<br />

Latino. Mostrou-se admirado de me<br />

encontrar ali e perguntou os motivos<br />

por que havia desapparecido,<br />

•<br />

O Povo de Guimarães—Reapparece<br />

no dia 28 do corrente este nosso collega,<br />

que por motivos de força maior havia suspendido<br />

a sua publicação. Conta com a collaboração<br />

de muitos republicanos, já bem conhecidos<br />

nas lides jornalísticas.<br />

A Critica—Revista Theatral, Bibliográphica,<br />

Artística e Lideraria. Acabámos de receber<br />

o n.° 11 da 2. a série d'estabem redigida<br />

revista que se publica em Lisboa.<br />

Insere este número uma interessante chrónica<br />

theatral de Paris, e continua publicando<br />

a obra prima de Garrett—o Frei Luiz de Sousa.<br />

•<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

terra e mar. — Recebemos o n.° 46 d'este interessante<br />

jornal que se publica no Porto, sob<br />

a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

O número que acabámos de receber contém<br />

o seguinte summario:<br />

Texto—Crenças e superstições: As serpentes<br />

no Paraguay.—Infanticídio... por tradição.—<br />

No coração da Africa: No país dos elephantes.<br />

—Ainda o conflicto de Lourenço Marques.—<br />

Pela Terra Santa: A aldêa de Brummana.—Os<br />

exércitos europeus.—Assumptos brazileiros:<br />

Convénio dos Estados-Unidos com o Brazil.—<br />

As grandes calamidades: A peste bubónica.—<br />

Pelos mares longiquos: A ilha de Robison<br />

Crusoè'. —Dramas do mar: O navio mysterioso.<br />

—Curiosidades históricas: O throno de D. João<br />

III, da Bússia.—Caçadas ao leão.—Assumptos<br />

lusó brazileiros: Livros portuguêses e brazileiros.—Misérias<br />

sociaes: Recursos de infelizes.<br />

—As grandes descobertas: O descobrimento e<br />

occupação do Rio da Prata.—O futuro da<br />

nossa África: Missões cathólicas ria província<br />

de Angóla.<br />

Gravuras—O poletiqueiro chega a fazer-se<br />

obedecêr pelas suas eseravas dóceis.—O cro-<br />

codilo estrebuchou...—A aldeia de Brummana,—Era<br />

d'es te ponto elevado que Selkirk<br />

observava o alto mar.<br />

•<br />

Revista republicana—Dentro em<br />

pouco tempo deverá começar a sua publicação<br />

esta revista quinzenal no género de outra A<br />

galeria republicana, que ha annos alcançou um<br />

verdadeiro successo entre nós.<br />

A revista republicana, publicará retràtôs em<br />

photogravura dos principaes homens da democracia<br />

de Portugal e do extrangeiro e será col-<br />

laborado por escriptores e jornalistas que ha<br />

largos annos defendem a causa da Republica.<br />

O primeiro número será illustrado com o<br />

retrato do eminente e honrado chefe republicano,<br />

sr. dr. Manuel dArriaga, acompanhado<br />

de um cuidado estudo biográphico,<br />

Seguidamente serám publicados retratos de<br />

Thióphilo Braga, Basílio Telles, Brito Camacho,<br />

João de Menezes, Duarte Leite, José Caldas,<br />

Alves Corrêa, Azevedo e Silva, José Sampaio<br />

(Bruno), tenente Coelho, João Chagas,<br />

Salmeron, Py y Margall, Prudente de Moraes,<br />

Manuel Victorino Pereira, Bochefort, Felix<br />

Faure, etc., etc.<br />

A revista republicana acompanhará em uma<br />

secção cuidadosamente tratada, o movimento<br />

republicano em Portugal e no extrangeiro e<br />

consequentemente dará notícia de lodos os registos<br />

civis e trabalhos de propaganda que se<br />

fizerem no país em favor da lei do registo civil.<br />

A Revista terá 8 páginas de composição em<br />

corpo 8, edição esmerada em bon: papel, muito<br />

nitida e será publicada nos dias 1 eló de cada<br />

mês.<br />

O preço em Lisboa será de 20 réis, pagos<br />

no acto da entrega.<br />

Nas províncias, cada série de 10 números,<br />

250 réis, pagos adeantadamente.<br />

A correspondência e pedidos de assignaturas<br />

devem ser dirigidos provisoriamente ao gerente<br />

Augusto Rato, Terras do Monte. V. F. R.<br />

2.°, Lisboa.<br />

«—Eu vos conto... Terei ensejo<br />

para dizer mal das mulheres... Mas,<br />

antes d'iss'o, mettam-se no barco.<br />

«0 homem convidou a sua companheira<br />

a entrar no barco; a joven approximou-se<br />

e o seu andar demorado<br />

e gracioso feriu-me o coração. Como<br />

uma vaga recordação, passou deante<br />

de mim e foi sentar-se. Não podia vér<br />

o seu rosto, coberto por um véu de<br />

Chantilly.<br />

«Notava, surprehendido, queos seus<br />

olhos não me abandonavam.<br />

Havia dez mêses que tinha regressado<br />

a Paris, que três annos antes havia<br />

abandonado. Tinha partido com<br />

Communicados<br />

Lisboa, 22—6—96.<br />

Sr. Amorim de Carvalho:<br />

0 seu Topico contra a coqueluche<br />

é de excellente resultado e fácil<br />

applicação, òspecialmente em creanças<br />

de tenra edade, as quaes se recusam<br />

a tomar qualquer medicamento<br />

interno, sendo pois na sua applicação<br />

externa, que está a grande vantagem<br />

d'este preparado médico sobre qualquer<br />

outro.<br />

De v.<br />

Augusto Corrêa de Mello.<br />

Janellos Verdes, 5<br />

Porto, 1 de Maio de 1893.<br />

Sr.<br />

Apraz-me communicar a v. o resultado<br />

por mim colhido do uso que fiz do<br />

seu Topico, applicado á tosse cooueluche<br />

Quando ultimamente meus queridos<br />

filhinhos soffreram os horrores d'esta<br />

enfermidade, fallecendo-me uma menina<br />

de oito mêses, ignorava eu a existência<br />

de tal preparado, tendo d'elie só<br />

conhecimento quando, ao cabo de sete<br />

mezes, a tosse se achava no periodo<br />

de declinação. Ainda assim experimentei<br />

e não foram necessráios mais de<br />

oito dias para que a enfermidade desapparecesse<br />

completamente!<br />

Não attribui positivamente ao Topico<br />

o desapparecimento da tosse;<br />

todavia não deixei de o considerar um<br />

grande auxiliar e logo me lembrei de fazer<br />

a seguinte experiencia:<br />

Offereci a uma pobre mulher minha<br />

vizinha, mãe de duas creanças, quesoffriam<br />

horrorosamente de tal doença, o<br />

restante do medicamento que possuia e,<br />

ensinando-lhe como fazer uso d'elle,<br />

esperei o resultado. Fazem hoje precisamente<br />

21 dias que isto se passou, e<br />

pela mãe das referidas creanças acabo<br />

de saber que estas se acham completamente<br />

curadas, começando a sentir<br />

sensíveis melhoras passados os primeiros<br />

oito dias. Soffreram apenas mês e<br />

meio, sendo certo que meus filhos e<br />

outras creanças atacadas da terrível<br />

enfermidade soffreram seis e oito mêses.<br />

Apraz-me, repito, enviar a V. esta<br />

mal alinhavada carta e aproveito a occasião<br />

para me subscrever.<br />

De v.<br />

Frederico Bramáo.<br />

C o s i a n J h L e i r a<br />

Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />

fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />

Ella não me via: a imaginação rapidamente<br />

fez prodígios. Sonhei um<br />

mundo novo com ella e, pouco depois,<br />

promette fazer do sonho uma realidade.<br />

Omitto pormenores. Era ainda menor,<br />

não podia casar; mas essa dificuldade<br />

foi superada pela resolução inabalavel<br />

que tomamos de nos unirmos. Ella não<br />

podia ser minha esposa: foi minha<br />

amante... Passou-seassim um anno...<br />

e que feliz anno!, no decurso do qual<br />

ella teve um filho; mas Deus não quiz<br />

conservar na terra o fructo d'um amôr<br />

não sanctificado... morreu!...<br />

«Suspendia a minha narração depois<br />

de avivar esta triste recordação, e<br />

uma cara imberbe e voltava com uma notei que a joven chorava. 0 meu<br />

barba anacreontica, que tornava im amôr próprio de narrador ficou satis-<br />

possivel reconhecerem-me.<br />

feito com este enternecimento.<br />

Sacudi os nossos parteiros, e come- Como desciamos o Sena, levantei<br />

cei entám: ,<br />

os remos e continuei:<br />

t—Perguntais o motivo do meu «A morte do nosso filho foi o início<br />

desapparecimento? Eis aqui a história: da nosoa desgraça. Não tinha trabalho<br />

Ha quatro annos frequentava a aula e, desde que conhecia aquella mulher,<br />

d'um professor de desenho, que adqui- minha familia desprezava-me. Sem reriu<br />

um nome invejado na arte. Um dia cursos, veio logo a miséria visitar-me<br />

que, pouco disposto para o trabalho, com o seu triste cortejo de soffrimentos.<br />

me tinha encostado sobre um sophá Minha única consolação era o amôr<br />

para fumar, depois de haver, com o d'aquella que, sem o saber, tâm infe-<br />

tabaco sempre accèso, lido duas ou liz me tornava. Uma tarde, até elle<br />

três vezes o Petit Journal reclinava me faltou.<br />

preguiçosamente a cabeça quando vi,<br />

numa janella vizinha, a loura cabeça<br />

d'uma menina, colo d'alabastro, lábios<br />

[Continua)*<br />

de... não, nâo eram de murango; o<br />

typo realista de Eva combinado com o<br />

idealista de Vénus,


TRÊS MESES RO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A -vida na cadeia — História do Iãmoeiro—O<br />

Limoe : ro Hoje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte —Fugas célebres—<br />

Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minha<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 — RUA FERREIRA BORGES —130<br />

1 ITESTfi depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os produçtos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGÀ<br />

SUCCESSOR<br />

11, Adro de Cima, 20— (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 jlrmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

•» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de corôas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

COFRES A PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

—João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de Mdeirâ! De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

e dit0 de espi "<br />

Arames Zincádos: n Pa h r 0 a s<br />

Matai hronfln • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

fllCldi WIMIU . foiha de flandreS.<br />

F e r i o E a P° de toclas as qualidades, carvão de fórja.<br />

MA7 nniin forroirn • Malhos, tornos, mácbinas de furar, folies,<br />

1UUÍ paia iCUCiiU, picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: P ara construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. 08 171 a 173.<br />

COIMBRA<br />

MICHELET<br />

0 Padre5 a Mulher e a Familia<br />

UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />

4 0 0 R É I S<br />

A' venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

Progresso, Elvas.<br />

RESISTENCIA — Domingo, 21 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

385 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rápida<br />

Noticia de Coimbra illusírada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um voltime brochado, com 416 paginas. Preço,<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Yianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos 1 — Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

n H c o m r<br />

PreYilegiado em Portugal pelo aliará 1:127<br />

50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

241, Rua de Sá da Bandeira, 251- -Porto<br />

COIMBRA<br />

5 ri ASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

^ Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA—20<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

Di<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referida<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Gpnásio Martins<br />

8 lustituto para educação<br />

I pkysica de creanças sob<br />

a inspecção médica do dr.<br />

Freitas Costa.<br />

Horário<br />

D.|s 6 às 9 da noite.<br />

Creanças do sexo masculino<br />

—segundas, quartas esabbados.<br />

Creanças do sexo feminino—<br />

terças, sextas e domingos.<br />

Pncos— Por mês ou 12<br />

licções, rada alumno 1 «9500 réis<br />

(para irmão tem abatimento).<br />

Collegios ou para tratalmento<br />

por meie de gymnástica, contracto<br />

especial.<br />

O director,<br />

Augusto Martins.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocci e operações de<br />

ciruigia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA.<br />

9 ponsiiltas todos os dias<br />

v das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanchez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao público em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos, garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

afiançados.<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinismo.<br />

Ifénde-sc a casa n.° 12,<br />

w na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400^000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedrancha<br />

12 Mtidou-se para a rua do<br />

«1 Loureiro.<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—19° Cart,—360.<br />

Topico contra a coqueluche<br />

Medicamento eflicaz<br />

Preparado por o pharmaceutico<br />

A. Amorim de Carvalho<br />

Á venda«as principaes pharmacias.<br />

Depósito em Coimbra: M.<br />

Nazareth 6c Irmão. — Rua de<br />

Ferreira Borges.<br />

Depósito geral: Rua do Bom-<br />

jardim, 438 —Porto.<br />

Preço do frasco, 400 réis.—<br />

Pelo correio, 500 réis.<br />

Nogueira, Cedro e<br />

Lamigueiro<br />

14 I|a uma porção de pranchas<br />

n d'estas madeiras, cortadas<br />

ha mais de 15 annos, que<br />

se vendem por preços commodos.<br />

Para tratar, com Antonio<br />

Pedro, rua Sá da Bandeira.<br />

Venda de propriedades<br />

TTendem-se três moradas<br />

» de casas terreiras, com<br />

seus logradouros, no sitio da<br />

Guarda Inglêsa, á borda da estrada<br />

que vae para a Eschóla<br />

Central.<br />

Trata-se com seu dono, Fortunato<br />

Secco, morador no mesmo<br />

sitio.<br />

AGUIA COURO<br />

FRANCISCO P. MARQUES<br />

lõDoiipas completas para ho-<br />

« mem, de 50000 réis<br />

para cima!<br />

Alta novidade I<br />

" RESISTENCIA^<br />

PUBLICA-8E AOS DOMINGOS<br />

S QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

EDITOR = Joaquim Teixeira de Sá<br />

3=3<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha;<br />

Anno 2^700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 20400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

ANNTJ1VCIOS<br />

Cada linha, 30 réisções,<br />

"20 réis.—Para os trs. assignantes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Tjp. I. Franja Aa»d»-COIMBRA


•i<br />

OFUTURO PARLAMENTO<br />

Explicações calnmniosas<br />

uma nova companhia d'»pera-có- scisões dentro de cada um. Quando As economias do governo<br />

|<br />

mica. O empresário actual é o sr. se trata de questões de interesse<br />

O Correio da Noite, o Popular e o<br />

José Luciano. Apparecerán no pal- público, quando se praticam ou Primeiro de Janeiro vêm dizendo,<br />

Começaram já as manobras eleico novos actores, mas nãc haverá a discutem actos que despertam a que o governo prepara para breve<br />

toraes; lá para o dia dois de maio mínima alteração nas comédias. Se- attenção do país, unçm-se. largas medidas de economia e mo-<br />

dar-se-ha a batalha; no dia 10 de<br />

ralidade.rá<br />

um novo Solar dos Barrigas. E' o instincto da própria conser-<br />

junho reunir-se-ha o parlamento.<br />

Annuncíam-se reducções nas des-<br />

No pseudo-parlamento que vae vação que os impelle a pôr de lado pezas públicas, annulação de no-<br />

Neste haverá pares e depulados eleger-se não haverá um represen- divergências pessoaes ou d'interesmeações illegaes.. . e outras pro-<br />

progressistas, regeneradores e constante sequér do partido republicases para se apresentarem unidos vidências que elles calam.<br />

tituintes— todos elles pertencentes<br />

Veremos onde chega este governo<br />

no que hoje synthetiza as aspira- perante o país quando é dos inte-<br />

de moralidade...<br />

á familia monárchica, todos repreções do país, sendo o único partiresses d'este que se trata.<br />

sentantes das classes conservadoras, do em que elle deposita confiança, Já não presentem só, vêem na<br />

do elemento burguês.<br />

o único que, pela sua imprensa, in- nação um inimigo, que aguarda o Anda o Tribuno Popular em maré<br />

O partido republicano e o sociaforma a opinião pública; não have- momento opportuno de os suppri-<br />

de rectificações. Ahi vae uma das<br />

lista abslêem-se de entrar na lucta,<br />

minhas. ..<br />

rá também representante algum do mir com a monarchia a quem ser-<br />

offerecida em condições que excluem partido socialista que já conta tam vem. A divisão seria a morte, a<br />

Amigo e collega.<br />

absolutamente para qualquer d'el- numerosos sequazes nos principaes revelação dos escandalos que dia a O sr. dr. Affonso Costa não saiu<br />

les a possibilidade da victória. A centros de população e com tanta dia se dam nas espheras da gover- da redacção da Resistencia por causa<br />

organização do eleitorado, o sys- energia está pugnando por uma pronação pública, acceleraria a quéda dos artigos sobre o Instituto.<br />

tema de suffiágio, a fixação dos cír-<br />

O sr. dr. Affonso Costa saiu por<br />

funda transformação nas instituições inevitável das instituições.<br />

causa do meu artigo—Na redacção.<br />

culos eleitoraes, tudo isso se dispôs económicas. Nem republicanos nem E a presença de depulados repu- O plural é de mais.<br />

de fórma que a funcção legislativa socialistas no futuro parlamento, o blicanos e socialistas no parlamento Os artigos anteriores sobre os<br />

e de superintendência nos actos do que equivale a dizer que o país não viria destruir o accordo entre os cursos populares, o artigo sobre o<br />

poder executivo pertencesse exclu-<br />

sarau e os discursos dos srs. con-<br />

terá por elle a mínima considera- monárchicos; haveria quem podesse<br />

sivamente aos partidos manárchicos.<br />

selheiros Lopes & Bernardino foram<br />

ção, não lhe ligará importância al- penetrar nas secretarias de Estado por mim lidos a s. ex.<br />

A monarchia entendeu que, como guma.<br />

e dizer ao país toda a verdade.<br />

meio de defêsa e para viver com- Um parlamento vale pelas aspi- Pensou a monarchia que isso não<br />

modamente, devia evitar que esses rações que representa, pelas cor- lhe convinha promulgou-se uma lei<br />

partidos se fizessem ouvir no..parlarentes de opinião pública que tra- que torna completamente impossímento,<br />

traduzindo as suas aspiraduz. Ora o futuro parlamento não vel a esses partidos a lucta perante<br />

ções em projectos de refórmas, cri representa nenhuma aspiração na- a urna, para só haver no parla-<br />

ticando com desassombro os crimes cional, nem é o resultado de qualmento representantes dos partidos<br />

e desvarios dos governos, e, para quer manifestação da opinião pú- monárchicos.<br />

isso, não teve pejo de rasgar a consblica. Plano errado. Num parlamento<br />

tituição, transformando radicalmente Alguns deputados do partido re- é assim que as instituições mais se<br />

e em dictadura a organização do popublicano e socialista insuflar-lhe- oxidam.<br />

der legislativo.<br />

hiam alguma vida, imprimir-lhe-<br />

Houve um partido monárchicoque hiam uma certa nota de seriedade.<br />

protestou contra essa dictadura e Sem elles toda a gente sabe o que A divida pública<br />

solejmnemente affirmou que nunca a no futuro parlamento se vae passar. Dizem jornaes monárchicos que<br />

acataria. Foi o partido progressista. Nos bastidores ensaiar-se-liam as a dívida pública, durante a gerência<br />

Para este partido, o parlamento peças que ham de ser representadas do governo Hinlze-Franco augmen-<br />

que se constituiu em virtude da perante o público.<br />

tou<br />

anárchica transformação que se Maiorias e minorias, mediante 26.204:500^000 réis<br />

havia operado no poder legislativo, prévio accordo, fingirám batalhas<br />

nunca foi uma instituição que re- para illudir incautos.<br />

estando hoje, com este augmento,<br />

presentasse o país, nnnca viu nelle Trabalho baldado. O país conhe-<br />

em<br />

um corpo legislativo, usando a sua<br />

753.661:600^000 réis!<br />

ce-os.<br />

imprensa, sempre que a elle tinha Poderá haver entre os membros Depois da notícia que ultima-<br />

de referir-se, da burlêsca designa- do futuro parlamento inimizades mente dêmos sobre este assumpto<br />

ção do Solar dos Barrigas.» pessoaes, divirgéneias d'inleresses appareceu mais a quantia que acima<br />

Chamado ao poder por exclusivo e aggravos a liquidar. E' provável referimos a augmentar, como se vê,<br />

alvedrio da corôa, o partido pro- até que assim succeda. Por esses<br />

a somma verdadeiramente monsgressista<br />

renega immediatamente as<br />

truosa da dívida pública portu-<br />

motivos já ahi apparecem regenera-<br />

solemnes affirmações que na oppoguêsa.<br />

. .<br />

dores contra regeneradores ao lado<br />

sição havia feito, déteVminando, no<br />

E o que vae apparecendo...<br />

dos progressistas, progressistas con-<br />

Mas ha de ser pavoroso o que o<br />

mesmo decreto em que dissolve a tra progressistas ao lado dos rege-<br />

tempo revelará.<br />

câmara dos pseudo-deputados que neradores, allianças hybridas que Entretanto o governo tem pre-<br />

nunca havia reconhecido e á qual bem evidenciam que entre os dois parado um novo empréstimo.<br />

o, próprio gabinete que o represen- partidos monárchicos não ha,* emj Já partiu para Paris o conde de<br />

tava no poder recusára apresentar- matérias d'interesse público, pontos Burnay...<br />

se, fazer as eleições pela lei votada de vista diversos que mantenham Quando será o dia, tam próximo<br />

por ella. E ahi vam os progressistas cada um d'elles no seu respectivo já, da debâcle tremenda 1<br />

lançar o seu voto na mesma urna campo d'acçâo,<br />

d'onde rião podiam de modo algum, E' o interesse particular que os<br />

AfB,rma-se com insistência que o sr.<br />

no dizer d'elles, sair os legítimos domina, só elle determina a persis- dr. Costa Simões deixará o logar de<br />

representantes do país.<br />

tência dos dois partidos monárchi- Reitor da Universidade, sendo nomeado<br />

para o substituir o sr. dr. Fernan-<br />

Jnicía-se assim a organização de cos, as hostilidades entre elles e as des Vaz.<br />

a , e s. ex. a<br />

até riu...<br />

Saiu por causa do último artigo,<br />

e saiu bem. Eu teria feito o mesmo.<br />

No artigo —Na redacção eu quiz<br />

belliscar o sr. dr. Affonso Costa.<br />

S. ex. a doeu-se e saiu.<br />

Isto envaidece-me...<br />

Com a saida do sr. Affonso Costa,<br />

o Tribuno que linha applaudido o<br />

artigo do sr. Affonso Costa de que<br />

eu me ri, começou a gritar que eu<br />

poséra fóra o sr. Affonso Costa. ..<br />

E eu envaidecido...<br />

E que o sabia, dizia, e que o tinha<br />

ouvido á servente d'um lente, e que<br />

corria na praça que o sr. dr. Affonso<br />

Costa. .. Emfim processos de politico<br />

d'aldeia em confraria sertaneja,<br />

mexericos de creada de servir...<br />

Mas por aqui me fico, não vá<br />

perder eu a amizade e os reclamos<br />

do Tribuno que tanto me envaidecem<br />

...<br />

T. C.<br />

- — y<br />

Perfil republicano<br />

O Tribuno Popular tomou os republicanos<br />

á sua conta.<br />

Agora transcreveu uma léria que<br />

um jornal monárchico fez com pretensões<br />

a perfil do nosso illustre e<br />

honrado correligionário dr. Eduardo<br />

d'Abreu, que vale muito mais do<br />

que elles todos.<br />

Em talento e em caracter.<br />

O Iribuno achou o perfil exacllssimo!<br />

Ainda aqui havemos de publicar<br />

um outro, que o sr. dr. Eduardo<br />

d'Abreu fez, nos seus tempos de<br />

luctas académicas, com menos palavras<br />

e muito mais exacto.<br />

E' só querer.<br />

A Associação Commercial de Coimbra<br />

recebeu da de Lisboa um lisongeiro<br />

oSlcio de agradecimento pelas felicitações<br />

que o Commércio de Coimbra lhe<br />

dirigiu a propósito do restabelecimento<br />

d^quella 1 Subordinadas a esta epígraphé,<br />

incorrectíssima e imprópria, vém o<br />

Tribuno Popular fazer umas afirmações<br />

menos verdadeiras sobrè<br />

factos que dizem respeito á vida íntima<br />

da Resistencia, e que chegàratn<br />

ao seu conhecimento deturpados por<br />

quem o informou, que não queremos<br />

saber quem fôsse.<br />

Não contesta o Tribuno a rectificação<br />

que lhe fizémos, de não ter<br />

sido nunca redactor do nosso jorr<br />

nal o sr. dr. Joaquim Tavares; mas<br />

permitte-se affirmar, agora sem nenhuma<br />

reserva, que o sr. dr. Tavares<br />

devia entrar no quadro dos redactores<br />

da Resistencia desde o dia<br />

21.<br />

Falhou mais uma vez a sua informação,<br />

que prima por descortês<br />

e falsa. — O cavalheiro a quem O<br />

Tribuno se refere, e que prezámos,<br />

repetimo-lo, pelo seu caracter, que<br />

nos merece toda a consideração,<br />

quando foi convidado para redactor<br />

do nosso jornal escusou-se allegartdo<br />

os seus trabalhos académicos,<br />

que não lhe permittiam afastar-se<br />

das suas locubrações de estudante<br />

premiado.<br />

Não foi, pois, por motivos particulares,<br />

ralacionados com os que<br />

determinaram a saída do sr. dr. Affonso<br />

Costa, que o sr. dr. Tavares<br />

resolveu acompanhar êste nosso correligionário<br />

na deliberação que tomou.<br />

Pela simples razão de que não<br />

podia sair d'um jornal onde nunca<br />

tinha entrado.<br />

Á affirmação do Tribuno conlrapômos<br />

estas nossas. Podêmos garantir-lh'as<br />

bem melhor do qu,e o<br />

Tribuno pôde garantir as suas, porque<br />

sam factos passados comnosco,<br />

e què se relacionam com ostros que<br />

não esquecerêmos. Ficam de reserva<br />

para outra occasião, se porventura<br />

fôr necessário trazê-los a público.<br />

Ficámos esperando.<br />

Noutro ponto das mesmas explicações<br />

calumniosas, a propósito da<br />

calumnia ignóbil levantada por um<br />

jornal chanteur contra o nosso prèsado<br />

amigo e collega dr. Guilherme<br />

Moreira, diz o Tribuno, referindo-se<br />

ao sr. dr. Affonso Costa, visado<br />

também por aquelle jornal nas suas<br />

insidiosas informações, o seguinte:<br />

— «Dirêmos unicamente no interesse<br />

da verdade:—«2.°... quê ninguém<br />

ignora em Coimbra que a saída do sr.<br />

dr. Affonso Costa da Resistencia foi<br />

unicamente determinada pelos af~<br />

tigos que no mesmo jornal se escreveram<br />

ácêrca do Instituto, a cuja<br />

direcção pertence como secretário o<br />

mesmo illustre professor; e por mero<br />

acaso podemos até ihformar—que<br />

a incompatibilidade do sr. dí.<br />

Affonso Costa com a Resistencia é<br />

tam accenluada, que o illustre professor<br />

não só abandonou a redacção,<br />

mas alé prohibiu que o jornal entrasse<br />

em sua casa sob qualquer<br />

pretexto.»—Em seguida a estas af-<br />

? associações violentamente firmações, indignas d'um collega de<br />

dissolvidas pelo ministério João Fran- ligeiros sentimentos de lealdade e<br />

co.<br />

cortesia, accrescenta, Tartufo emé«


ilo, a tôrpe explicação que para<br />

vergonha sua reproduzimos:<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

Dr. Guilherme Moreira<br />

No Oriente<br />

proclanam bem alto que — se a Europa<br />

les quizer vedar a passagem<br />

para ireta, abri-la-ham pela força,<br />

ou caíám luctando como outrora.<br />

PONTOS NOS II<br />

—«Indicámos esta última circun- A calúmnia propalada por um<br />

stância para mostrar bem quanto é jornal de chantage de Lisboa cont<br />

calumniosa a informação em que se o nosso collega nesta redacção dr<br />

baseia a notícia das Novidades/»<br />

Guilherme Moreira, tem soffrido<br />

Como se vê neste final a insídia condemnação formal de toda a im<br />

reles e vil! E o dêdo a mostrar o prensa republicana e parte da im<br />

gigante... Como se houvesse al- prensa monárçhica, a que repugna<br />

guma relação entre uma coi^a e ou- a cavilosa insídia.<br />

tra. . . .<br />

O nome e o caracter do nosso<br />

Ora, não podêmos acreditar que<br />

amigo e illustre professor estám<br />

o Tribuno avente de ânimo leve taes<br />

acima das investidas de qualquer<br />

denúncias ao público.<br />

fundibulário da monarchia.<br />

O dr. Guilherme Moreira conti<br />

Não podêmos affirmar que sejam<br />

núa, como no nosso último número<br />

falsas as informações que dá ácêrca<br />

dissémos, a fazer parte effectiva da<br />

da attitude que diz ter tomado pe<br />

redacção do nosso jornal.<br />

rante a Resistencia o sr. dr. Affonso<br />

A propósito d'esta. infâmia d'a-<br />

Costa.<br />

quelle jornal, o sr. dr. Bernardo de<br />

Será verdadeira? Não o sabe- Albuquerque, cujo caracter se não<br />

mos nem o acreditámos.<br />

prestaria nunca a um acto menos<br />

Mas, no que não ha dúvida ne- correcto, publicou no jornal caiu<br />

nhuma é em que o Tribuno, promo- mniador a carta que em seguida<br />

vendo uma intriga reles, não poupa transcrevemos:<br />

caracteres que nós considerámos<br />

acima de toda a suspeita.<br />

Sr. Redactor: — Em o número 3954<br />

das Novidades lê-se o seguinte:<br />

Calumnía. Bem fez em dar ás<br />

«Os srs. drs. Guilherme Moreira<br />

suas palavras o título de— expli- Affonso Costa, lentes de direito—o pricações<br />

calumniosas.<br />

meiro, que o sr. João Franco não quiz<br />

promover a cathedrático, e o segundo<br />

oue elle nomeou para substituto—despediram-se<br />

da redacção da Resistencia,<br />

O sr. Bisno-Conde entregou na periódico de Coimbra.<br />

Bibliothéca da Universidade a re- Diz-se que esta despedida entrou corno<br />

base de accordo para a promoção<br />

producção em fac-similed'um códice do sr. dr. Guilherme Moreira, tendo si-<br />

peruano anterior á épocha da corir do negociador um progressista da ve<br />

quista hespanhola e conservado lha guarda, respeitável lente jubilado<br />

desde o século X,YI na Bibliothéca da faculdade de direito.<br />

do Vaticano.<br />

«Se realmente o sr. ministro do reino<br />

alcançou aquella despedida, como<br />

Sam raríssimos os códices perua- condição imposta ou mesmo como connos<br />

anteriores á conquista; porque cessão gratuita, fez um bom serviço,<br />

os missionários, no seu ardor de que não pedernos deixar de registar».<br />

destruir ídolos e de implantar o Apesar de não merecer a qualifica<br />

ção de lente respeitável, creio ser eu<br />

christianismo, queimaram quantas intermediário a quem v. se refere,<br />

poderam ter ás mãos, innutilizando attento o interesse que publicamente<br />

assim materiaes preciosos para a demonstrei pela promoção do sr. dr.<br />

história da religião e costumes dos Guilherme Alves Moreira.<br />

americanos.<br />

Cabe-me por isso a obrigação de declarár:<br />

A edição feita com todo o cuidado, 1.° que não fui intermediário de ne-<br />

emmendou os erros de outra mannhum accordo entre o sr. ministro do<br />

dada fazer por Kings-boroug. reino e o sr. dr. Moreira;<br />

2.° que, pelo conhecimento que te-<br />

Vem acompanhada d'uma memónho dus factos que se passaram, o sr.<br />

ria de F. dei Caso y Troncoso sobre ministro do reino promoveu a lente<br />

a maneira de lêr os manuscriptos cathedrático o sr. dr. Moreira, unica-<br />

peruanos e em particular este códice mente por obediência á lei e satisfação<br />

da justiça;<br />

ritual, e d'um prefácio que trata da<br />

3<br />

história do manuscripto e da épocha<br />

provável da sua entrada para as<br />

collecções do Vaticano.<br />

Os três volumes vêem encerrados<br />

num estojo de madeira em fórma de<br />

livro com a lombada de carneira,<br />

tendo no verso da tampa a didicatória—Hommage<br />

du Duc de Loubat.<br />

Reproduzimos o final do Prefazione<br />

que indica o auctor generôso<br />

da reproducção tám necessaria para<br />

os que estudam a história do México,<br />

cujos códices se acham espalhados<br />

por bibliolhécas muito distantes.<br />

«E perció una nuova prova dell'illuminato<br />

a more di Sua Santità<br />

papa Leone XIII verso ogni ramo<br />

di scienza ed ogni progresso inlellectuale<br />

il falto, che appesse venne<br />

informato dei desiderio di Sua Eccelenza<br />

il duca di Loubat, generoso<br />

mecenate degli studi sulle antichità<br />

delia sua patria, di far riprodurre<br />

il códice Messicano Vaticano<br />

3773, si dignó non solament di accordare<br />

1'implorato permesso, ma<br />

diè ordine che il lavoro venisse in<br />

ogni modo facilitalo ed eseguito a<br />

cura degli amministratori delia sua<br />

biblioteca.»<br />

Foi concedido feriado geral na sexta<br />

feira e sábbado pn&imo na Universidade<br />

e no lyceo.<br />

0 sr. governador civil pediu aos lentes<br />

de sciénciaa naturaes para não<br />

chamarem boje.<br />

0 A QUESTÃO DE CRETA<br />

t propósito da nomeação do sr.<br />

x<br />

dr. Gaspar de Mattos para admi-<br />

Continúa trazendo aos espíritos<br />

nistador do concelho de Coimbra,<br />

A dplomacia lá vae na sua ta-<br />

gravíssimas apprehensões essa lu<br />

noueação que tem merecido a exrefa,<br />

a> mesmo tempo que as po-<br />

cta que uma carnificina selvagem<br />

tralieza geral e os reparos de toda<br />

tências vam acompanhando a sua<br />

inspirada por um fanatismo intole<br />

a grite pela situação ridícula em<br />

acção, mviando pira Creta podero-<br />

rante e intolerável, vem ateando<br />

que fica a facção progressista de<br />

sas forçis, sem que, por enquanto,<br />

entre turcos e cretenses, ou melhor<br />

Coinbra, vem o Tribuno bordando<br />

se poss. indicar esta ou aquella so-<br />

entre musulmanos e chrislãos.<br />

ums lamúrias para dourar a pílula<br />

lução d çonflicto.<br />

queobrigaram a engulir ao sr. dr.<br />

Para Creta se volvem aclualmen<br />

E asím continuará Creta sob o Leito e Cunha, que agora foi bru-<br />

te todas as attenções.<br />

domínioda Turquia?<br />

lalrrente posto de lado.<br />

De Creta parece partirem já den-<br />

Será econhecidt a sua annexação<br />

sas nuvens de fumo, laivadas de<br />

Foconbece-se a competência do<br />

á Grécia<br />

sangue, a empanarem o horisoníe<br />

norreado, e nós do mesmo modo.<br />

apparentemenle tranquillo, da paz<br />

Ficará aquella ilha sob a acção Masa verdade é que o sr. dr. Gas-<br />

europêa<br />

immediak das grandes potências, par de Mattos tem sido sempre<br />

mantende estas alli forças que ga-<br />

Eis a razão suprema invocada<br />

regenerador, do grupo do sr. dr.<br />

rantam o; christãos contra as hosti-<br />

pelas potências para enviarem ago-<br />

Soulo Bodrigues, e nem agora, ao<br />

lidades dts musnlmanos?<br />

ra os seus canhões a abafar no pei-<br />

que dizem influentes d'este grupo,<br />

Será dida a autonomia a Creta<br />

to d'um pôvo pequeno, mas gran-<br />

s. ei.<br />

demente nobre, o mais generôso<br />

sob a suerama ia Turquia ou<br />

sentimento d'humanidade, o mais<br />

da Grécia'<br />

elevado de lodos os protestos.<br />

Não se sabe.<br />

Todas ejlas soluções se lêem apre<br />

Perante a Turquia que, numa<br />

sentado, noas de nenhuma se pôde<br />

inacção condemnavel, ou numa cumplicidade<br />

criminosa, vinha dando ao<br />

affirmar qne seja a leguida.<br />

mundo, á civilização, o mais degra-<br />

Contudo os cretmses lá vam já<br />

dante espectáculo de consentir, por-<br />

sendo bombardeada pelos navios<br />

ventura incitar, o massacre bárba-<br />

extrangeiros pelo fa.to — quiçá de<br />

ro, por estúpido, de christãos, a Eu-<br />

legítimo desforço—de estarem liropa<br />

limilou-se á simples acção de roteando os turcos ms seus entrin-<br />

uma diplomacia sórna que ao su cheiramentos, quanro é certo que<br />

tão não foi difficil illudir, deixando a estes, de 1894 a 1896, nada os<br />

que súbditos selvagens continuas- impediu de massacrarem 300:000<br />

sem satisfazendo instinctos ferozes chrislãos, o que pance vir dar al-<br />

e sanguinários, pela simples razão guns fundamentos á rersão que ul-<br />

de que as suas víctimas não tinham timamente mais tem iorrido na im-<br />

nem queriam ler as suas crenças. prensa europêa. de jue a Grécia<br />

E agora que a Grécia, levada por<br />

será. obrigada a maniar retirar de<br />

alfini Jades de raça e de religião, Ireta as suas tropas,continuando,<br />

mpulsionada por um sentimento de )ortanto, o mesma-estido de coisas,<br />

x<br />

lumanidade e convencida da inutiidade<br />

da acção das potências pari Isso que ahi deixânos contrasta,<br />

3Ôr côbro a um tal estado de coi- )orém, bastante com ÍS manifestasas,<br />

pretende chamar a si, para os ções da opinião, que, p5de dizer-se,<br />

iroleger, para os libertar, aquelles é de evidente sympatliii pela Grécia.<br />

que a Europa nãl quis, não soube Na Inglaterra, na França, na<br />

ou não ponde defender, essa mes- talia, etc. tem-se feito nanifestações<br />

ma Europa ousa fazer ameaças ropulares em favor tbs gregos, e<br />

gravíssimas aos gregos, porque ês- eslâmos cerlos d que f


Graves acontecimentos no Porto<br />

Sam d'uma gravidade excepcional<br />

os factos que no Porto se deram<br />

hontem entre a academia e a policia<br />

A falta de espaço e o adeaulado<br />

da hora, não nos permittednrá narração<br />

dos acontecimentos todo o<br />

desenvolvimento que ella merece.<br />

Basta registrar sómente:—que<br />

Vae installar-se em Lisboa o<br />

Centro republicano occidental.<br />

Na reunião de republicanos que<br />

ha dias se realizou por convites particulares<br />

foi eleita a commissão directôra,<br />

que se compõe dos cidadãos:<br />

dr. Theophilo Braga, presidente;<br />

José Maria de Sousa, vicepresidente;<br />

A. Rocha, secretário;<br />

Alves Borba, thesoureiro; Evaristo<br />

Madeira, Francisco Neves, Carlos<br />

Cruz e J. Santos e Ajuda, vogaes.<br />

Foram approvados para sócios<br />

honorários do centro os srs. dr. Manuel<br />

d'Arriaga, dr. Eduardo de<br />

Abreu, dr. Theophilo Braga, Brito<br />

23 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS B0DV1ER<br />

0 casamento d'om forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard *fc C. a<br />

RESISTÊNCIA —Quinta feira, 25 de fevereiro de 1897<br />

stallados em Lisboa mais os seguintes<br />

:—Centro Republicano Occidental,<br />

Club Vieira da Silva, Centro<br />

Republicano Federal, e Club Razão<br />

e Justiça.<br />

No Porto vae installar-se o —<br />

Centro Republicano Bazilio Telles.<br />

Neves Ferreira<br />

te. . .<br />

E ahi está explicada a razão por<br />

que os progressistas mandaram para<br />

Londres o galantuomo.. . que vende<br />

aos ingleses os direitos de Portugal<br />

na África.<br />

Os maiores impérios... •<br />

Figueiredo.<br />

Vam no Centro monárchico-académico<br />

da rua do Norte sérias apprehensões.<br />

Parece que vae liquidar<br />

em breve, e liquidaria já, se<br />

um grupo não tivesse o capricho de<br />

pagar até ao fim do anno.<br />

Além d'este centro vam ser in- Se não apparecem salvadores,<br />

I<br />

«Entrei em casa e encootreia-a vazia;<br />

não me alarmei por isso, esperei; passou-se<br />

uma hora... e ninguém apparecia...<br />

meia noite, ninguém! Adormeci<br />

e, quauiio accordei, de manhã,<br />

ninguém ainda.<br />

«Saí entám, percorri tudo, e não<br />

obtive noticias algumas. Allucinado, en-<br />

trei em casa e vi uma carta que não<br />

havia encontrado na véspera. Abri-a e<br />

li:<br />

«Joaquim, desde que estamos juntos,<br />

soffres muito; por minha causa<br />

perdeste o teu bem estar; por minha<br />

Causa pesa sobre ti a maldição de lua<br />

familia; sam muito grandes êsses sacrifícios<br />

para que eu os acceite por<br />

mais tempo.<br />

Afasto-n e de ti para sempre. Longe<br />

de mim, serás feliz, longe de ti<br />

o mundo não me perseguirá. Não me<br />

accuses, nem duvides do meu amor,<br />

porque a maior prova (Taraor que vos<br />

tenho dado é o acto que hoje pratico.<br />

Adeus!»<br />

«Quando acabei de lêr a caria, estava<br />

anniqpilado. Por aquella mulher<br />

tudo havia sacrificado. O seu reconhecimento<br />

patenteou-m'o,... casando seis<br />

mêses depois.<br />

«Neste ponto da minha narração pareceu-me<br />

que a joven se afogava em<br />

soluços.<br />

«Continuei a narração, com um prazer<br />

de que não sabia o motivo.<br />

«Sim, a ingrata, a maldita, a quem<br />

ludo havia dado, por quem havia sacrificado<br />

tudo, casava se... Acabava<br />

assim de rasgar o coração que havia<br />

martyrizado... Dizem me que esqueça<br />

Nunca! o esquecimento é o perdão e<br />

eu nunca perdoarei.<br />

«Era uma noite como esta, o mes<br />

mo socego...<br />

De repente o b^rco Oscillou; uma<br />

voz exclama:<br />

«—Meu Deus! Perdoa-lhe!<br />

«E nós ouvimos a queda d^m cor<br />

po na água. Levantei a cabi«ça, a joven<br />

havia desapparecido!<br />

Despl-me, mergulhei três veies, e<br />

três vezes reappareci só .. Emfim, um<br />

último esforço me fez reconduzir a<br />

desgraçada á praia.<br />

«0 mancebo procurava em balde<br />

reanimá la. %<br />

«Veiu o luar allumiar o tristè qua-<br />

dro; os meus olhos fixaram-se na joven.<br />

«—Adêle, exclamei eu, mas é ella,<br />

senhor, é ella.<br />

«Quiz apertá-la em meus braços.<br />

vae-se de vez o capricho monárchico<br />

da Academia.<br />

Bem dizem os Logares Selectos:<br />

« Os maiorés impérios no auge da<br />

opulência cáem d'um para outro momento.<br />

..<br />

Mousinho d'Albuquerque<br />

Tendo feito entrega do governo<br />

Na próxima segunda feira parte da provincia ao secretário geral sr.<br />

a policia accommetleu, com uma o carrasco da índia de Nova-Gôa Balthazar Cabral, parliu Mousinho<br />

brutalidade e selvageria, de que só para Bombaim, d'onde seguirá para d'Albuquerque para a fronteira, onde<br />

é capaz a policia estúpida e selva- Lisboa.<br />

vae assumir o commando das forças<br />

gem de Portugal, — os estudantes<br />

do Porto dentro do próprio edifício<br />

E caso para felicitar os povos da que organizou contra os namarraes.<br />

da Academia, mercê da imbecilidade<br />

índia e para perguntar ao governo Que da expedição de Mousinho<br />

e covardia criminosas do director,<br />

se o não espera cá um conselho de resulte mais uma victória, para<br />

dr. Gomes Teixeira. Disparou a po-<br />

guerra a sério onde o sanguinário e honra sua e glória das armas porlicia<br />

tiros de rewolver, despediu<br />

brutal NevesFerreira responda pelas luguêsas.<br />

cutiladas ás centenas, num furor<br />

selvagerías que mandou praticar na<br />

sanguinário inconcebível em casos<br />

índia.<br />

Ao Asylo de Mendicidade offereceram<br />

d'estes.<br />

Ficámos á espera. ..<br />

alguns bemfeitores generósos diversos<br />

donativos, durante o anno de 1896,<br />

Para se avaliar da violência da<br />

que abaixo indi âmos:<br />

arremettida, nole-se que ha bengalas<br />

com dez e doze golpes, um es- Partiu de Lisboa precipitadamen- Donativos em roupas, comestíveis, dinheiro<br />

e outros objectos, feilos ao Asylo de Mendicitudante<br />

com vinte e quatro cutilate para Londres, por causa da quesdade por alguns beneméritos bemfeitores, para<br />

das por lodo o corpo, cabeças partão do Oriente, o nosso ministro em snlemnizar alguns dias do anno, desde dezembro<br />

de 1895 a dezembro de 1896.<br />

tidas a gólpes de sabre, pulsos ras- Inglaterra, sr. Luis Soveral.<br />

No dia 12 de dezembro de 1895, por um<br />

gados, e todo o cortejo de conse- Assim o communica um jornal anónymo, 60 pares de ineias de lã, no valor<br />

de 9^900 réis.<br />

quências da ferocidade policial de- progressista do Porto, em corres- No dia 31, oulro anónymo, 15 dúzias de<br />

senfreada.pondência<br />

de Lisboa.<br />

differentes peças de louças branca para uso, no<br />

valor de l£800 réis.<br />

Os estudantes resolveram poruna- E estamos nós d'aqui a vêr aquel- No dia 1.° de janeiro de 1896, oulro anónimidade<br />

exauctorar o Director da la poderosa cabeça do Soveral, a nymo, 17 kilos de vacca e 5 de macarrão, no<br />

valor de 5J5360 réis.<br />

Academia, dr. Gomes Teixeira, e abarrotar de idêas, agitando proje- No mesmo dia, o sr. José Pinto Angelo, 8<br />

abandonar as aulas enquanto não ctos monumenlaes a propósito da kilos de arrufadas, no valor de 15440 reis.<br />

ND dia 16 de fevereiro, um anónymo, 18<br />

lhes fôr dada uma reparação á al- questão do Oriente, Que tremam as kilos de vacca, 5 de macarrão, uma ceira de<br />

tura da selvageria de que fôram vi- chancellarias da Europa, e a Gré- figos, 2 kilos de bolacha, meio kilo de café, 2<br />

de assucar. no valor de 7$540 réis.<br />

ctimas.cia<br />

que mande offerecer ao Metter- No dia 18, outro anónymo, 7 kilos de vacca,<br />

nich português umas mãos-cheias 1 de vitella, 11 de lombo de porco, 5 de macarrão,<br />

meio kilo de cevadinba. 2 de bolacha,<br />

de libras... se quizer que para ella 2 de assucar, meio kilo de café, no valor de<br />

se volte o favor das potências. 7$ 150 réis.<br />

Partido republicano<br />

No dia 10 de maio, outro anónymo, 8 kilos<br />

E assim que faz a South-Africa de carneiro e 7 de arrufadas, no valor de<br />

nas questões com Portugal.<br />

2$380 réis.<br />

No mesmo dia, o sr. Joaquim Pinto, 800<br />

Segundo disse o Correio da Noi-<br />

réis.<br />

No dia 14, o sr. Manuel Augusto Rodrigues<br />

da Silva, uma funda de que necessitava um<br />

asylado.<br />

No dia 6 de setembro, em anónymo. 20 kilos<br />

de vacca, 2 de toucinho, 7 de macarrão, 19 de<br />

uvas, 25 litros de vinho, no valor de 9$480<br />

réis.<br />

No dia 21 de novembro, outro anónymo, 9<br />

kilos de vacca, 10 de carneiro, 6 de macarrão,<br />

meio kilo de toucinho, 17 litros de vinho, e<br />

cento e meio de maçãs, no valor de 51870<br />

réis.<br />

No dia 25 de dezembro, oulro anónymo, 10<br />

kilos de vacca e cento e meio de maçãs, no<br />

valor de 2|400 réis.<br />

No dia 31, outro anónymo, 7 dúzias de<br />

peças de louça branca para uso.<br />

0 nosso prezado amigo sr. dr. Arthur<br />

Lekão esteve honlem nesta cidade, donde<br />

retirou hoje para a sua casa de Valle<br />

de Remigio, Mortágua.<br />

«—Senhor, disse severamente o<br />

mancebo repellindo-me, é minha mulher.<br />

«—É é a mãe de meu filho.<br />

«0 esforço era demasiado, cai desmaiado...<br />

«Quando voltei a mim, estava alli,<br />

aquelle logar em que estavamos... Eslava<br />

só...»<br />

0 velho calou-se.<br />

— Que singular história me contas,<br />

perguntou o que elle havia chamado<br />

Bérard.<br />

0 velho tomou nas d'elle as mãos do<br />

joven e disse-lhe:<br />

— Eu acabo, Jacques, de te contar<br />

a morte de tua mãe.<br />

— Que me dizes ?<br />

—A verdade.<br />

Neste momento um barco chegou<br />

junto dos dois homens, e o marinheiro<br />

disse:<br />

— Senhores, estâmos â vossa es<br />

pera.<br />

— Vamos, meu amigo, disse o velho.<br />

E levou para o barco o mancebo,<br />

aturdido com o que acabava de ouvir.<br />

II<br />

TJm ralo<br />

Houve silêncio durante alguns minutos;<br />

o barqueiro remava lentamente;<br />

Bérard e seu velho companheiro esta<br />

vam sentados á ré.<br />

Notícias diversas<br />

Tomou hontem posse do logar de<br />

administrador do concelho de Coimbra,<br />

o sr. dr. Joaquim Gaspar de Mattos.<br />

Assistiram á posse os srs. drs. Souto<br />

Rodrigues Refoios o sr. Adelino Pereira<br />

de Carvalho, e outros corypheus<br />

regeneradores.<br />

Este facto é considerado como uma<br />

alliança muito intima entre o grupo<br />

dos regeneradores da velha guarda e<br />

a facção progresista de Coimbra ..<br />

que precisa, se quer vencer as eleições,<br />

de se alliár com este grupo.<br />

E ha muito quem prognostique, que<br />

nem assim o conseguirá.<br />

Um rapazote que se apresentava<br />

gastando diuheho a larga, em passeatas<br />

de carro e franquêzas a conhecidos<br />

e desconhecidos, tornou-se suspeito da<br />

polícia, que o prendeu no dia 13 no<br />

Theatro Circo.<br />

Averiguado o caso, soub-se ser do<br />

concelho d'Arganil, e ler roubado 15<br />

libras a um lio.<br />

Foi requisitado pela auctojidade administrativa<br />

d'Arganil, e para ali foi<br />

remettido.<br />

Em Vizeu, no tecto d'um convento<br />

d'aquella cidade, na parte que se anda<br />

a demolir, foi encontrado um bahú de<br />

couro com 2:000 peças d'ouro do tempo<br />

de D. Sebastião.<br />

Em magna reunião dos progre c sislas<br />

da Guarda foi acclamada a direcção<br />

do Centro, que flcou assim composta :<br />

Dr. Francisco dos Prazeres, presidente;<br />

Manuel d'Almeida Carvalho, vice-presidente;<br />

Antonio Pires Patrício,<br />

1 0 secretário; Casimiro Dias d'Almeida,<br />

2." dito; João Antonio do Paraíso,<br />

Alexandre d'Andrade Pissarra Sénior e<br />

padre Joaquim Antonio de Pina, vogaes.<br />

liem diz lá o sr. Alpoim—nunca se<br />

viram tantos progressistas!<br />

0 sr. conselheiro José d'Azevedo<br />

Castello Branco, director geral d'lnstrucção<br />

pública, esteve em Coimbra<br />

hontem e hoje, em visila ao lyceo d'esta<br />

cidade, partindo d'aqui para o Porto em<br />

serviço da mesma natureza.<br />

O sr. José d'Azevedo assistiu aos<br />

trabalhos das classes, com o interes<br />

se qne lhe estám merecendo as queslões<br />

momentosas da instrucçâo secundária,<br />

e consla-nos que da bôa ordem<br />

e organização dos serviços no lyceo de<br />

Coimbra leva as melhores impressões.<br />

Tem estado em Coimbra, donde retira<br />

para Penella no sàbbado próximo,<br />

— Mas porque só hoje me conta esta<br />

história, sr. Nither?<br />

— Vim a Courbevoie para este fim,<br />

Neste mês ficarás tinico proprietário<br />

da casa Bérard & C. a , e era necessá-<br />

rio que soubesse o molivo porque<br />

tam ficilmente e tam rapidamente adquirias<br />

semelhante situação.<br />

— Os motivos, attribuia-os com justo<br />

motivo â vossa bondade.<br />

— Ouve-me, meu caro Bérard. Vou<br />

deixar Paris, e quero, devo dizer-te<br />

tudo... A morte de Adêle teve para ti<br />

terríveis consequências, de que só<br />

mais tarde tive conhecimento. Tinhas<br />

apenas dois annos. A revelação que<br />

resultou do meu indigno procedimento<br />

fez com que teu pae duvidasse da<br />

sua paternidade e te abandonasse. Desapparpeeu,<br />

sem que se tornasse a saber<br />

o que era feito d'elle. Como os fi<br />

lhos dos proletários, aos dez annos<br />

abandonavas a eschola para entrares<br />

na offleina, entregue a li mesmo, vivendo,<br />

não com os bons rapazes da<br />

offleina que têem família e amigos mas<br />

com os vadios, mantendo as mais des<br />

graçadas relações. A vossa existência<br />

foi infeliz por causa d'esla desgraça.<br />

Bérard, sombrio, occullou a cabeça<br />

entre as mãos.<br />

— Um dia, não sei quando, soube<br />

que Adéle tinha deixado um filho, e que<br />

êste se portava mal... 0 que entám se<br />

passou em mim, não sei exprimi-lo...<br />

Atlribui a mim tudo o que se havia<br />

dado... Era eu que tinha feito d'Adéle<br />

o que ella tinba sido... Era eu que ti-<br />

o sr. dr. Antonio d'01iveira Guimarães,<br />

illustre juiz de direito naquella comarca<br />

e um dos nome? mais considerados da<br />

magistratura portuguêsa.<br />

Terminam no sábbado próximo as<br />

próvas de concurso do 1.® grupo (português<br />

e latim) que se estám realizando<br />

no lyceo d'esta cidade. Com a<br />

próva que se realizará neste dia conclue<br />

o serviço dos concursos ao magistério<br />

secundário nesta circunscripção.<br />

Partiu para Viseu a passar as<br />

férias do Entrudo o nosso amigo Ricardo<br />

Gomes Paes.<br />

Boa viagem e um Entrudo alegre!...<br />

•<br />

No dia 21 á noite dois operários,<br />

encontrando perto do Arnado uma<br />

rapariga de 15 annos acompanhada<br />

por um rapaz que ella namorava,<br />

acommetteram êste, maltratando-o,<br />

e levaram a rapariga para uma casa,<br />

com o pretexto de a pôrem sob a<br />

guarda da irmã d'um d'elles, ameaçando-a<br />

de a entregarem á polícia,<br />

se ella lhes não obedecesse.<br />

Depois de abusarem infamemente<br />

delia, deixaram-a fechada, dizendolheque,se<br />

saísse, a polícia a prenderia<br />

e a levaria ao Governo Civil;<br />

ella, porém, apenas os viu longe<br />

gritou pela vizinhança que lhe accudisse,<br />

saindo por uma janellacom<br />

o auxílio d'uma escada que um vir<br />

zinho foi buscar, entregando-se á<br />

polícia que tomou conhecimento do<br />

acto.<br />

O sr. commissàrio enviou a parle<br />

para juizo, lendo já sido feito o respectivo<br />

exame médico-legal.<br />

Revistas e jornaes<br />

Casr.eta «las Aldéa* — Recebemos o<br />

n.° 60 d'este importante semanário de propaganda<br />

agrícola e vulgarização de conhecimentos<br />

úteis '[ue se publica no Porto.<br />

Este número traz o seguinte summário:<br />

O novo congresso, Antonio M. Borges de<br />

Araujo.—Viticultura: Da enxertia em videiras<br />

americanas e de algumas condições da enxertia<br />

em geral (com gravuras, M. Rodrigues d '<br />

Moraes.—Medicina pratica: O frio e as hemorrhagias<br />

cerebraes (com gravura) Dr. Magalhães<br />

Lemos.—Conselhos de veterinária, Osvaldo<br />

Eletti.—Folhetim: A Reparação. Carlos Deslys,<br />

traducção de Adolpho Portella.—Secções<br />

e artigos diverssos:—A vida agrícola. Sociedades<br />

de soccorros mutuos contra a mortalidade<br />

do gado (III), Zootechnia. Revista Universal.<br />

Animaes úteis. O lár domestico. Chronica<br />

dos acontecimentos.<br />

nha revelado ao marido o passado<br />

d'ella... Tinha sido eu a causa da sua<br />

morte... Fôra eu emfim que privàra o<br />

filho do pae e da mãe... Era eu, pois,<br />

quem impellia a desgraçada creança<br />

para a senda do vicio... Era eu que o<br />

havia perdido... Esta idêa atormentava-me<br />

continuadamente, minha casa<br />

augmentava de dia para dia, todos tinham<br />

inveja de mim, parecia o mais<br />

feliz dos homens... e todavia era constantemente<br />

torturado por esta lembrança<br />

.. por êste remorso...<br />

— Pobre Nither!<br />

— Não tens que lastimar-me... pelo<br />

contrário... prestes a relirar-me completamente<br />

do negócio, quero, depois<br />

de haver dito tudo, pedir-te perdão.<br />

— Perdão I<br />

Nither continuou:<br />

— Desde êste dia procurava seu descaoço<br />

obtê lo, e a tua conducta facilitou<br />

o meu empenho...<br />

Entam, não querendo dizer-te ainda<br />

coisa alguma, fiz com que um amigo<br />

te apresentasse... Sabes o resto.<br />

— Sois tam bondoso, Nither, disse<br />

Bérard cheio de reconhecimento; que<br />

homem haveria resgatado assim uma<br />

falta imaginária? Fostes vós que fizestes<br />

de mim um cidadão... Salvastes-me<br />

do precipício em que me havia lançado..<br />

— Fui eu que te perdi!<br />

— Ainda uma vez, obrigado!<br />

(Continua),


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A iiii 11 lia entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

Limoeiro hoje—O regulamento - - Os prêsos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fagas célebres<br />

— Scenas tle sangue — Ás pri' ões e o absolutismo—Mo<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro celiular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DG<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

1 ATESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

SO, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'AImedina)<br />

COIMBRA<br />

f íll Hvdranlira • ® rande depósito da Companhia Cabo Monvai<br />

fljuiauilia. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

Jflpptriwdfldo o ftntina Agência da casa Ramos & Silva de<br />

QltyilllUUdUG B upuw Lisboa; constructores de pára-raioà,<br />

campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

TintflQ narn nintnrflO 1 Alvaiades, óleos,agua-raz,crés,gesso<br />

limas para pinturas, vernizes, e muitas outras tintas e<br />

artigos para pintores.<br />

riltlPTltOS 1 Inglês e Gabo Mondego? as melhores qualidades<br />

V1WG1HVD. que 8e empregam em construcçôes hydraulicas.<br />

nj v f i T W Bandejas, oleados, papel para forrar casas, moi-<br />

1/11131 aua. njjos e torradores para café, máchinas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame,<br />

zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

Ferragens para construcçôes:<br />

Lisboa e Porto.<br />

Grande sortido vende<br />

RESISTENCIA -(Quinta feira, 11 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Yianna—Offleina de Encadernação, Largo da Sé<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Bar- Velha.<br />

bas, o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui- Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marcídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alco da Feira.<br />

çadas, forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris, Borges.<br />

de Madrid, de Turim, dé Gand, etc., número de prêsns, profis- Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

sões, crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Ca- D. Augusto.<br />

mara.<br />

Augusto Martins-Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante 0 Augusto.<br />

José Mesquita-Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

por preços eguaes aos de<br />

PTftÍRáenS" De ferr0 e arame primeira qualidade com grandes<br />

• iwQuguiio • descontos.—Aviso aos proprietários e mestres de<br />

obras.<br />

filltílaria • Gutilaria nacional e extrangeira dos melhores auvuuiuuu.<br />

ctores. Especialidade em cutilaria Rodgers.<br />

Fanipiror Cr y 9tofle ' raetal branco, cabo d'ébano e marfim,<br />

ÍU^UUUV^. completo sortido em faqueiros e outros artigos<br />

de Guimarães.<br />

Lonças inglêsas, de ferro: Ç 3m , altada e . sonhada, ferro<br />

V o UU.U, uv iviiv. Agate, serviço completo para<br />

mesa, lavatorio e cozinha,<br />

ímmao An fnrfn» Carabinas de repetição de 12 e 15 tiros, revolvers,<br />

espingardas para caça,os melhores<br />

systemas<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana taiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C, 1<br />

BICO AlIEH<br />

Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />

50 °[o DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MASQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A.' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 261—Porto<br />

COIMBRA<br />

6 pASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

V Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA—20<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agência da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das prqcedéneias<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Éditos de 30 dias<br />

8<br />

(l. a publicação)<br />

O Juizo de Direito de Coim-<br />

N bra e cartório do escrivão<br />

Verifiquei.<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

K. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

9 fio n sul (as todos os dias<br />

V das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

Relojoeiro exlrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz saber ao pilbliqo em geral<br />

que coucerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

salla e torre, tanto antigos como<br />

modernos,'garantindo o bom<br />

regulamento.<br />

Também installa e concerta<br />

telephónes e campainhas eléctricas.<br />

Preços convidativos. Concertos<br />

afiançados,<br />

Especialidade em concertos<br />

de pequeno machinismo.<br />

Topico contra a coqueluche<br />

Medicamento cllicaz<br />

Preparado por o pharmaceutico<br />

A. Amorim de Carvalho<br />

do 5.° officio, correm éditos de<br />

30 dias, a contar da segunda e Á venda nas principaes phar-<br />

última publicação do annúacio, macias.<br />

citando Francisco Martbo e mu- Depósito em Coimbra: M,<br />

lher, cujo nome se ignora e José Nazareth á Irmão. — Rua de<br />

Martbo, solteiro, ausentes em Ferreira Borges.<br />

parte incerta, para na qualidade Depósito geral: Rua do Bom-<br />

de herdeiros de seu fallecidq jardim, 438 — Porto.<br />

pae Antonio Simões Grácio, mo- Preço do frasco, 400 réis.—<br />

rador que foi no logar e fre- Pelo correio, 500 réis.<br />

guezia do Ameal, assistirem a<br />

todos os termos do iuventário<br />

de meuóres a que neste Juizo Nogueira, Cedro e<br />

se procede por obito d'eilè".<br />

11 Wende-se a casa n.° 12,<br />

* na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedranoha<br />

12 Miidoti-se P arí > a rua do<br />

«• Loureiro.<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—i 9 o Cart,—360.<br />

14 Da uma porção de pranchas<br />

d'estas madeiras, cortadas<br />

ha mais de 15 annos, que<br />

se vendem por preços commodos.<br />

Para tratar, com Antonio<br />

Pedro, rua Sà da Bandeira.<br />

Yenda de propriedades<br />

15 JJendem-se três moradas<br />

" de casas terreiras, com<br />

seus logradouros, no sitio da<br />

Guarda Inglêsa, á borda da estrada<br />

que vae para a Eschóla<br />

Central.<br />

Trata-se com seu dono, Fortunato<br />

Secco, morador no mesmo<br />

sitio.<br />

AGUIA COURO<br />

FRANCISCO P. MARQUES<br />

aoupas completas para homem.<br />

mem, de 5


m<br />

N.° 211 COIMBRA—Domingo, 28 de fevereiro de 1897 3.° ANNO<br />

ETERNA MASCARADA<br />

Partido republicano<br />

>or aviltante e cómico; reapparece- Economias<br />

ram os reis refilões e picadores, á Para a semana próxima saírám Para eleger a commissão municipal<br />

Alfonso VI eá D. Miguel; a pena de publicados no Diário do Governo republicana, reuniram na quinta feira<br />

morte nos códigos das leis, a tor- uns decretos de salvação, dando lassada as commissões parochiaes das<br />

— O que é o Entrudo?<br />

ura, o sequestro dos indivíduos<br />

córte profundo nas despêsas públi- reguezias de Lisboa. Presidiu o sr. dr.<br />

duardo Abreu, secretariádos pelos<br />

— O Entrudo, em these, vem a<br />

cas.<br />

summariamente,-sem fórma de pro-<br />

srs. José Mário Aires- Torgo e Antonio<br />

ser a sustentação d'um paradoxo na<br />

Dizem os jornaes do governo. Maria Pinheiro. Na urna entraram 108<br />

cesso, os corregedores, os alguazís, Aviso aos funccionários de dez<br />

dialéctica da vida.<br />

istas, sendo eleitos! por grande maio-<br />

os dictadores e as perseguições po- tostões para baixo. .. que os goria, os seguintes cavalheiros:<br />

Ora o paradoxo é a gymnástica íticasL ..<br />

vernadores da índia, Moçambique Effectivos:—Alfredo Mella, pbarma-<br />

necessária ao espírito, como a cor-<br />

Nesta hypocrisía de respeitos mú- e Angola ficarám ganhando nove ceutico; Antonio Carlos Teixeira de<br />

rida aos pulmões, para arejar os<br />

uos, de convenção e pura comédia,<br />

contos por anno.<br />

Magalhães, funccionário municipal;<br />

brónchios numa elasticidade sadia 1<br />

25f>000 réis por dia, ó fa- Antonio Máximo Verol Júnior, com-<br />

cada cidadão traz na algibeira a rô-<br />

Pois bem, sendo assim, acha-se<br />

mintos do país inteiro.<br />

merciante; Augusto Ribeiro dos Sanha,<br />

o alvaiade, o vermelhão, o chi-<br />

que êsse Entrudo que por ahi es-<br />

Mas haja esperança, que o gotos Viegas, proprietário; Domingos<br />

no e crepe para a conveniente ca-<br />

juiz Coelho da Silva, negociante; João<br />

verno está fazendo economias.<br />

couceia e se espoja, não tem razão<br />

Chagas, jornalista; João Rodrigues dos<br />

racterização do seu papel,<br />

de existência, devendo ser suppri-<br />

Santos, médico; João Viegas Paula No-<br />

x<br />

gueira, lente; Joaquim Ignacio Ribeiro,<br />

mido, por desmoralizador e falsá-<br />

Na representação social o traje, Vae ser reformada a fiscalização ente; Joaquim Theophilo Braga, lente;<br />

rio.<br />

do sello, extincta a inspecção e reor- osé Maria Pereira, proprietário; José<br />

as maneiras, as opiniões, a verbo-<br />

Com effeito, nestes tempos de<br />

ganizado este serviço com uma im- \omão de Mattos, negociante; José<br />

sidade e os gestos, tudo é compos-<br />

demolição irreverente, em que as<br />

)ortante economia.<br />

Victorino d'Andrade Neves, conductor<br />

to e graduado segundo a norma da Mas o innúmero e odioso pes de minas; Pedro Antonio Bettencourt<br />

affirmações da razão e as aspira<br />

abella na cathegoria a que cada soai d'essa odiosar[fiscalização do \apozo, lente.<br />

ções de nivelamento social dominam<br />

um simula pertencer.<br />

sello, ficará todo. E o que se diz e Supplenles:— Agostinho Manuel de<br />

lodos os espíritos; em que os ho-<br />

A espontaneidade pessoal, a fir-<br />

o que se prevê.<br />

Sousa, commerciante; Antonio Cardozo<br />

d'01iveira, commerciante. Antonio<br />

mens predestinados eas instituições<br />

Economias. .. poeira...<br />

meza de caracter, essa grande vir-<br />

Maria de Brito, industrial; Antonio da<br />

oppressoras deixaram de ter o culude<br />

dos tempos menos civilizados,<br />

Silva, proprietário; Carlos-Costa, into<br />

fetichista de outrora, quando<br />

dustrial; Elyseu Pompeu Matheus, coml-<br />

desappareceram por completo.<br />

SÉ YELHA<br />

mercrante;.EIysio Augusto dos Santos,<br />

fundados no abuso da força, nas<br />

O modo de vêr, segundo o tem-<br />

tradições dos tempos, na mystifi-<br />

O nosso amigo Antonio Gonçal- commerciante; Francisco Bernardo Pinperamento<br />

e a naturêza dos factos,<br />

to Saraiva, proprietário; Heliodoro<br />

çação da ignorância e na superstives<br />

expôs ao sr. Bispo-Conde as<br />

Salgado, jornalista; Jacintho Nunes<br />

na digna e chã sinceridade de crí- razões pelas quáes considera inútil<br />

ção das massas; — os indivíduos só<br />

Soares, typógrapho; João Gonçalves<br />

tica e de franquêza, é considerada sua permanência na commissão commerciante: Joaquim Ferreira Pa-<br />

podem valer pelo saber e pela vir-<br />

pela gente grada, como incorrecções das obras de restauração da Sé Ve checo, industrial; Joaquim . Sabino<br />

tude; as instituições sópodem mán-<br />

ha, ficando por isso a sua saída<br />

de cortesia e delidos graves da ci<br />

d'01iveira, proprietário; Jorge Reis<br />

ter-se pelo respeito e pela adhesão<br />

dependente de immediata opportu Boaventura, relojoeiro; José Maria<br />

vilidade e do tom 1<br />

que inspiram ao assentimento ge-<br />

nidade.<br />

Sousa, industrial.<br />

Assim, se a hypocrisia, a menti-<br />

Antes da sessão, o presidente declaral.ra,<br />

a ficção, a troça e a pulha avasrou<br />

que o directorio se abstinha de<br />

As castas, porém, não acabaram<br />

sallam os costumes e as crenças— ^Ãu r e c e b e i o r d e n s apresentar lista, pedindo aos membros<br />

com a proclamação dos direitos do<br />

das commissões parochiaes que esco-<br />

na política, na religião, na instruc-<br />

homem; somente as arislocraci<br />

Já regressaram de Lisboa os srs lhessem para a commissão municipal<br />

ção, na arte, na actividade e nos dr. Luís Pereira da Costa, Ayres quem julgasse mais conveniente, com<br />

do nascimento foram substituídas<br />

préstimos de todos e de cada um de Campos, José Miranda e José exclusão dos actuaes membros dos cor-<br />

pela aristocracia mais odiosa dos<br />

de nós, d'allo a baixo, na vida par- Gaspar de Mattos, que tinham parpos dirigentes eleitos pelo último con-<br />

plebeus fura-vidas, que começaram<br />

ticular e pública, em todos os dias,<br />

tido d'aqui a-receber ordens do sr. gresso.<br />

de trepar ao mastro da Cocanha e<br />

João Franco, o sacerdos magnus da<br />

a todas as horas, segue-se que em<br />

de empolgar os cargos mais eleva-<br />

sua igrejinha.<br />

pleno e permanente carnaval vive- Dizem' os bem informados, que<br />

dos.mos<br />

nós!<br />

esta illustre commissão do Centro<br />

No momento em que viram os Nesta incongruente comédia hu- regenerador da rua dos Coutinhos<br />

poleiros do Estado a abarrotar mana a mascarada existe endémica alarmada com o receio de o sr. João<br />

de gallináceos sôstras, oriundos das<br />

Franco, por ser amigo pessoal do<br />

e permanente na sociedade e na fa<br />

capoeiras do quarto estado, foram<br />

sr. Castro Mattoso, não lhes per-<br />

mília e, por consequência, em nós mittir que combatessem a candida<br />

elles mesmos que, vexados de si pró mesmos, no fôro íntimo de nós mes tura por Coimbra do famoso progres-<br />

prios, julgaram preciso realçar-se mos!<br />

sista furta-côres, incendida como<br />

introduzindo uma pragmática de Pois, se o carnaval é a antíthese anda em árduo furôr béllico contra<br />

convenção, para que os parvenus em<br />

os progressistas da terra e os rege<br />

da normalidade, relativamente<br />

posição eminente se destacassem<br />

neradores dissidentes da grey fran-<br />

verdadeiro carnaval seria um pequista, foram propositadamente pe-<br />

do vulgo 1<br />

ríodo destinado ao recto e leal exer dir instrucções e auctorização para<br />

E foi assim, por exemplo, que cicio da honestidade e do dever, á a estúrdia eleitoral.<br />

conselheiro da corôa, o par do rei abdicação dos títulos ardilosamente E vieram satisfeitos, ao que pa<br />

no, o deputado, o general, o minis adquiridos, das prosápias arroga rece. Carta branca, e salta a com<br />

tro e o secretário de estado, o vis das com altestados falsos, a gan<br />

prar votos. Os galopins fervilham, e<br />

o sr. Ayres de Campos diz-se que<br />

conde, o barão, o commendador de cho, com gazúas e manhas illícitas já tem, dispostos para o sacrifício<br />

sèccos e molhados, sentiram neces Não seriam dias de prazer, mas cinco contos de réis da farta burra<br />

sidade de espichar o ventre, com vexame ao amor próprio dos me Mas para que sacrifício estarám<br />

chumaços de estôpa, para arredon díocres e dos salafrários, dos safar elles dispostos?...<br />

dar o espheroide das philaucias. danas astuciosos e venaes de todas<br />

No regimen particular dos in- as classes; uma espécie de quares<br />

divíduos, como no culto público dos ma penitencial I<br />

5:000 CONTOS<br />

altos poderes. Readoptaram-sè fór- Como as coisas estám, o Entru Só para créditos extraordinários,<br />

mulas archaicas e desprezadas, tam do é mais que um pleonasmo: ê um destinados, dizem elles, a pagar<br />

ceram ao Correio da Noite.<br />

ridículas perante o gosto, como ab- contrasenso,— uma paródia de en despêsas já feitas, dívidas liquidadas<br />

e occorrer ás despêsas do Essurdas<br />

perante a razão e a dignida? trudol<br />

tado alé ao fim do actual anno eco- Os jornaes francèses jà elogiara o go<br />

de.<br />

E uma dupla mentira, asquero<br />

verno.<br />

nómico, pediu o governo 5:000<br />

Ê verdade que também elogiavam<br />

Resuscitaram os bispos e o bea- sa, reincidente e vil, como uma cer contos!<br />

do sr. João Franco...<br />

terio na côrte; o beija-mão banido tidão falsa de bons costumes! Tremei, ó povos..,<br />

A quanto a linha?<br />

Dm jornal extrangeiro aventou a<br />

denúncia de que o governo português<br />

tem entaboladas negociações<br />

com a Gran-Bretanha para a venda<br />

da ilha da Madeira.<br />

Estes boatos de alienação territorial<br />

apparecem com frequência nos<br />

últimos tempos, e devem sobresaltar<br />

o espírito da nação, porque os<br />

governos monárchicos, exgotados todos<br />

os recursos, ham de forçosamente<br />

lançar mão de todas as ca<br />

balas.<br />

Ha muita gente apprehensiva sobre<br />

a fórma como os governantes<br />

encaram as difficuldades do thesouro.<br />

Assim o governo agora tem arranjado<br />

os recursos dos encargos<br />

no extrangeiro até outubro. Algumas<br />

folhas pedem que seja esclarecido<br />

o país, que quer saber por que<br />

cabalísticas fórmulas e em que mysteriosas<br />

retortas se fabrica êsse<br />

ouro.<br />

Resta vêr se os progressislas se<br />

remettem ao silêncio com que se<br />

acobertavam os seus antecessores e<br />

que tam violentas apóstrophes mere<br />

Liberdade d'imprensa<br />

Querem os oficiosos defensores<br />

do governo vêr uma excepcional<br />

importância no offício do sr. Beirão,<br />

ministro da Justiça do Procurador<br />

Geral da Corôa, a respeito dos<br />

chamados crimes de liberdade d'imprensa.<br />

O sr. ministro, fazendo considerações<br />

vagas e abstractas sobre a<br />

lei de liberdade da imprensa, diri-<br />

ge-se aos delegados do Procurador<br />

régio, por intermédio do Procurador<br />

"eral da Corôa, nos seguintes lermos:<br />

«E como a actual legislação<br />

reguladora da imprensa, além de<br />

menos consentânea com o espírito<br />

liberal que a deve inspirar,<br />

se acha redigida, sobretudo;no<br />

tocante á incriminação, por fórma<br />

tam vaga que não é fácil precisar<br />

onde acaba a crítica e começa a<br />

offensa, deverá v. ex. a dar Instrucções<br />

aos seus subordinados<br />

para que, quando lhes pareça<br />

não haver em quaesquer apreciações,<br />

embora apaixonadas, intuito<br />

criminoso, possam dirigir<br />

oficiosamente um aviso prévio,<br />

aos que assim procederem, isto<br />

sem prejuízo da competente acção<br />

criminal quando a persistência<br />

no desregramento demonstre a<br />

vontade de commetter um acto<br />

declarado punível pela lei».<br />

E sobre liberdade de imprensa,<br />

eis tudo o que o governo liberal e<br />

de moralidade austera, como costumava<br />

dizer o Popular, teve para<br />

providenciar.<br />

Aos agentes do Ministério Público<br />

incumbe avisar os jornalistas!<br />

Mas quem é que acceita taes avisos?...<br />

Esperam os ingénuos que em<br />

côrtes, porque não fazem dictadura,<br />

nem mesmo moralisadôra, os governantes<br />

liberalões, se formule uma<br />

lei amplamente liberal e respeitadora<br />

da liberdade de pensamento e<br />

do direito de crítica que pertence a<br />

todos.<br />

Vê-la-bemos, a tal lei. Entretanto,<br />

o sr. ministro vae recommendando<br />

no mesmo documento:<br />

«Sirva-se, pois, v. ex. a , sr.<br />

procurador geral da corôa e fazenda,<br />

dar as suas instrucções<br />

para que, nos termos do meu<br />

precedente offício, que por este<br />

confirmo mais uma vez, os representantes<br />

do ministério público,<br />

ao passo que promovam a<br />

applicação da última amnistia<br />

para os passados crimes de abuso<br />

da liberdade de imprensa,<br />

promovam com a devida cautella<br />

e prudência, que a repressão siga<br />

immediatamente qualquer d'esses<br />

delidos que venha a perpetrar-se.»<br />

O itálico è nosso.<br />

Para accentuar idêas e registrar<br />

o aviso.<br />

Podemos estar prevenidos. Que<br />

em matéria de liberdade de imprensa,<br />

o regimen ha de sersem<br />

pre pelo padrão do Lopo Vaz.<br />

E não n


— Companheiros e amigos, a cidade<br />

elegeu-nos para grandes commettimentos.<br />

Façâmos, pois, um<br />

commettimento grande!.. .<br />

Os vereadores entreolharam-se;<br />

o sr. Santos sorriu malicioso.<br />

— Attentêmos no Caes. Ahi es<br />

cutarêmos as vozes interiores que<br />

impelliram Joanna d'Arc!. ..<br />

Por alli começarêmos o padrão<br />

da nossa gloria!<br />

— Sim, sim!, gritaram todos.<br />

Vamos ao Caes!<br />

E foram! Traçaram duas faixas<br />

no terreno. Não faixas infantis, mas<br />

grandes.<br />

E agora o verás 1.,.<br />

Vende-se terreno ao metro e á<br />

peça, como o panno crú por atacado<br />

e a retalho.<br />

Sómente, como nos cartazes: a<br />

praça será opportunamente annunciada<br />

i<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 28 de fevereiro de 1897<br />

CONFLICTO ACADÉMICO<br />

de, dizem as gazelas, actividade de<br />

nomear membros correspondentes<br />

nas províncias.<br />

A lista dos monumentos nacionaes<br />

elaborada por esta commissão<br />

é coisa que levou tempo e faz rir<br />

como partida d'entrudo. Em Coimbra<br />

três (!!...) monumentos nacionaes.<br />

SS. ex. as sabem pouco,<br />

ao que se vê.<br />

A lista, tam curiosa (dizem ss.<br />

ex. as ) dos monumentos nacionaes<br />

agora publicada explica o motivo<br />

por que até agora elles têem sido deturpados<br />

e destruídos sem protesto.<br />

A commissão dos monumentos nacionaes<br />

não conhecia os monumentos<br />

nacionaes.<br />

Agora é que se viu! SS. ex."<br />

não eram descuidados, ss. ex. a ' não<br />

sabiam.<br />

Na lista de membros corresponden-<br />

são de todos os republicanos hespanhóes<br />

em um só partido, e pediu-se a<br />

reunião immediata de uma assembléa<br />

nacional, que dê fórma a esla aspiração<br />

e resolva o programma do governo<br />

provisório, assim como a escôlha<br />

dos meios conducentes á implantação<br />

do regimen republicano.<br />

Que haja um só partido republicano<br />

em Hespanha foi o que se resolveu<br />

nessa magna assembléa.<br />

É esta a aspiração de todos os republicanos<br />

hespanhóes.<br />

Brevemente vae ser convocada a assembléa<br />

nacional, onde se farám representar<br />

todos os agrupamentos republicanos,<br />

a íim de ser declarada a fusão<br />

de todos os partidos republicanos<br />

hespanhóes.<br />

0 conde de Burnay, que tinha ido<br />

para o extrangeiro por causa do em-<br />

préstimo do governo d'um milhão de<br />

libras (não esqueçâmos...) adoeceu<br />

gravemente em Bruxellas.<br />

Já para lá partiram algumas pessoas<br />

de sua familia.<br />

der do novo presidente Mac-Kinley.<br />

Até lá, o mesmo ram-ram, a successão<br />

de victórias e derrotas, em<br />

pequenas escaramuças, ora de cubanos<br />

ora de hespanhóes, sem resultado<br />

seguro, sem uma próxima<br />

decisão, de fácil presumpção.<br />

No Congresso americano dos Estados-Unidos,<br />

debate-se de novo a<br />

questão da independência de Cuba,<br />

C I ^ E T A<br />

tando como o Alpoim do Janeiro,<br />

aconselha o governo; — «inflexível<br />

dureza na repressão, quando fôr preciso<br />

usar d'ella.»<br />

Os liberalões de pacotilha!...<br />

Commissão republicana<br />

Vae ser eleita em Ermezinde<br />

mais uma commissão municipal republicana.<br />

Organizêmos as nossas forças,<br />

unámo-las, que a victória será nossa.<br />

O Jornal suggeriu a idéa de honrar<br />

o sábio publicista Theophilo<br />

Braga com uma consagração semelhante<br />

áquella que foi prestada a<br />

João de Deus.<br />

A Marselheza, commentóndo o<br />

alvitre discorre sensatamente por<br />

esta fórma:<br />

«A idéa é intelligente, mas<br />

não será posta em práctica. E o<br />

motivo é simples: João de Deus<br />

foi um poeta lyrico, com simples<br />

idéas d'arte, enquanto que Theo<br />

philo Braga é um prosador militante<br />

com ideaes políticos; e os<br />

jubileus portuguêses da actualidade<br />

não sanccionam, por via de<br />

regra, senão os mortos, que já<br />

não fazem mal, ou os vivos inofensivos.<br />

»<br />

Cada vez mais se accentuam os<br />

boatos de scisão no partido regenerador,<br />

que vê os seus mais convictos<br />

sustentáculos e exploradores a<br />

debandarem para o filão progres<br />

sista.<br />

Segundo a mania ultimamente<br />

manifestada, de carimbar todos os<br />

episódios políticos com um alcunha<br />

burlêsca, os espirituosos já começam<br />

a marcar esta aventura, que<br />

vae ter logar na quaresma, com a<br />

laracha de—pacto do bacalhau!<br />

A insânia da troça a achincalhar<br />

os acontecimentos, que a covardia<br />

não sabe cohibir!<br />

Melhoramentos locaes<br />

Durante o carnaval vam proseguir<br />

no seio da vereação municipal,<br />

com uma actividade de melter mêdo,<br />

os projectos de transformação da<br />

cidade.<br />

Aquella emprêsa de aformosea<br />

mento do Gaes agora vae!<br />

Mas é no CaeS, onde cáem as<br />

preferências da vereação.<br />

Gomo brotou esta tinêta no cérebro<br />

de ss. ex. as tes, além de pouca gente conhecida<br />

pelo seu amor á arte nacional, outras<br />

pessoas de veleidadeà artísticas,<br />

A turbulência carnavalesca dos sem competência reconhecida.<br />

alumnos da "Eschola Polyléchnica e A exceptuar, a altitude do sr<br />

do lyceo do Porto deu logar, como Leite de Vasconcellos, chamando a<br />

já dissémos, ás brutalidades e sel- attenção de assembléa para o esta<br />

vagerias da polícia, que acutilou e belecimento de leis sobre a proprie<br />

feriu rapazes inérmes, chegando a dade dos objectos d'arte, único mo<br />

disparar tiros de rewolver!<br />

do de garantir o nosso pequeno pa<br />

Em que mãos está a auctoridade trimónio.<br />

policial, que deixa chegar a taes E<br />

excessos pequenas rapaziadas, com<br />

tanta facilidade evitáveis!<br />

Os estudantes vendo-se perse<br />

guidos pela invasão da polícia em<br />

fúria no próprio edifício, entrincheiraram-se;<br />

e das janellas arremessaram<br />

sobre os sitiantes tudo o que<br />

encontraram, que pudesse servir de<br />

projecteis: cadeiras, mobília, livros,<br />

etc.<br />

Foi um desespero de defêsa heróica<br />

contra o furôr canibalêsco dos<br />

assaltantes, que cobre de ridículo<br />

e animadversão asauctoridades que<br />

se expõem e provocam estes espectáculos<br />

vergonhosos.<br />

Sam os exemplos de cirna!<br />

Nesta sociedade de poltrões to<br />

dos aquelles, em cujas mãos o aca<br />

so depõe dez réis de auctoridade,<br />

sentem-se com força e bravura para<br />

prepotências de toda a ordem<br />

alardes de fanfarronada!<br />

Os imbecis da polícia, êsses em<br />

toda a parte parecem convencidos<br />

de que sobre a sua tropa e o seu<br />

bengalão se firmam os destinos da<br />

sociedade e o equilíbrio da Europa!<br />

Os estudantes, tam violenta como<br />

selvaticamente aífrontados, persis<br />

tem na resolução tomada de manter<br />

uma grève geral enquanto não fôr<br />

demittido o Director inepto que não<br />

soube evitar um tal conflicto e um<br />

tam grande aggravo. Por seu lado o<br />

governador civil mandou proceder<br />

a inquérito sobre as responsabilidades<br />

da polícia.<br />

Um inquérito!<br />

Todos nós sabêmos o que vale<br />

em Portugal um inquérito. . .<br />

Ficará a polícia brutal immaculada<br />

como um arminho, e a Academia<br />

do Porto pintada como uma<br />

quadrilha de salteadores e faccinoras.<br />

Em liquidação<br />

Foi resolvido na última assembléa<br />

geral do Banco Commercial de Coimbra,<br />

que se procedesse á liquidação d'esta<br />

sociedade. A commissão encarregada<br />

d'este serviço foi a Direcção, e diz-se<br />

?<br />

que o motivo d'esta deliberação foi um<br />

Conta-se assim o estranho caso protesto apresentado naquella Assem-<br />

Chamada a corporação a capitulo bléa geral pelo sr. Miguel Braga.<br />

e tendo ss. ex." occupado os respectivos<br />

escabellos, começou d'esta<br />

arte a presidência:<br />

A commissão dos monumentos nacionaes<br />

continua em plena activida-<br />

J E fiquemos nisto<br />

Em poucas' palavras, que a in-<br />

Duvidosas ainda as negociações<br />

entre as potências ácêrca da questenção<br />

do Tribuno Popular é evidente;—quer<br />

inlrigar. Continúa<br />

tão que se debate no Oriente, e que<br />

dentro dos seus processos.. .<br />

de ha tempos vem assumindo um<br />

Por hoje basta só que lhe aífir-<br />

Caracter de extrema gravidade. •<br />

mêmos o seguinte:<br />

Nos gabinetes diplomáticos tra-<br />

A sua informação não é verdabalha-se<br />

agora activamente na se-<br />

de suppôr que a sua voz, co<br />

deira. Quando o sr. dr. Affonso<br />

paração de Creta do domínio da<br />

mo a nossa, se perca no meio do<br />

Costa convidou o sr. dr. Tavares<br />

Turquia, concedendo-lhe completa<br />

côro ou dos applausos ás árias de<br />

para redactor da Resistencia, este<br />

autonomia. Os cretenses, porém, ar-<br />

Luciano Cordeiro e mais cantores e<br />

não acceitou o encargo. Foi o pró<br />

rastados pelas sympathias que o<br />

archeólogos de fama na península<br />

prio sr. dr. Affonso Costa quem as<br />

procedimento altivo da Grécia lhes<br />

sim o communicou. E, depois d'isto<br />

despertou, preferem a annexação ao<br />

nenhuma outra pessoa se dirigiu ao<br />

reino hellénico.<br />

sr. dr. Tavares para tal fim.<br />

É neste pé que se encontra a<br />

As reconstrucções dos Jcronymos E fique-se nesta o Iribuno, que<br />

questão.<br />

O Jornal do Commércio protesta a verdade não é outra.<br />

Quaes os resultados?<br />

conlra os manejos que intensamen As nossas affirmações sam tam<br />

Impossível prevêrem-se.<br />

te revivem para a adjudicação das dogmáticas como as do Tribuno;<br />

E tal o estado de tranquillidade<br />

obras dos Jeronymos a um grupo com a differença de serem verda<br />

da Europa quê de tudo, embora o<br />

de gananciosos fura-vidas, que pre deiras e as do Tribuno não.<br />

caso mais insignificante, nascem receios<br />

de perturbação, mãe de todas<br />

tende governar-se pela intriga<br />

pela padrinhagem.<br />

X<br />

as conflagração possíveis.<br />

E' por isso que, em toda a parte<br />

Sabe-se o que foi êsse indecoro-<br />

Quanto á attitude do sr. dr. Af- onde procuram sentar-se os chefes<br />

so escândalo do último concurso, em<br />

fonso Costa relativamente ao nosso dos gabinetes europeus, encontram<br />

que alguns aguerridos generaes e<br />

jornal, continuamos a não acreditar sempre brazas incandescentes a<br />

engenheiros, arvorados em peritos<br />

que seja verdadeira.<br />

atear incêndios.<br />

de archeologia e archilectura, des-<br />

O Tribuno está calumniando o As últimas notícias dam a Búsempenharam<br />

um papel deprimente<br />

caracter do nosso illustre correli sia como disposta a proceder com a<br />

pela incompetência e parcialidade<br />

gionário, cuja correcção não querê- maior energia contra a Grécia, che-<br />

Agora parece que se agitam inmos pôr em dúvida.<br />

gando a ser de parecer que se lhe<br />

fluências em favor de dois preten-<br />

O sr. dr. Affonso Costa era in imponha ò ultimatum de três dias<br />

dentes felizes, ficando um com o<br />

capaz de fazer taes declarações; e para tomar uma decisão, sob pena<br />

edifício annexo e o outro com a<br />

se as fizesse era desconhecer que a de um bloqueio pelas esquadras das<br />

igreja I<br />

Resistencia não se melte á cara de potências.<br />

Tantas sam as vergonhosas pe ninguém. As qualidades d'um jorna Como receberá êsse ultimatum a<br />

ripécias de fraudes, de roubos e as- sam as dos seus redactores; e os da altivês da pequena mas atrevida naneiras,<br />

que alli se acham incrusta Resistencia, sabe-o bem o sr. dr. ção ?<br />

das, que o monumento dos Jerony Affonso Costa, a ninguém se sub- Diz-se que o rei da Grécia de-<br />

mos, no futuro, ha de representar meltem.clarou<br />

preferir abdicar a receber<br />

duas épochas notáveis na vida da<br />

Por isso, o illustre professor e imposições humilhantes. E que,<br />

sociedade portuguesa: o esplendôr<br />

talentoso republicano não podia di- por isso, as potências recuarão.<br />

do seu engrandecimento no século<br />

zer tal coisa.<br />

Será verdade que a Inglaterra, a<br />

XVI, e o aviltamento da sua deca<br />

Foi invenção do Tribuno. Rússia, a A+tanantia; a França,<br />

déncia nos tempos que vamos atra<br />

recuem perante a resolução do rei<br />

vessando.<br />

x<br />

Jorge ?<br />

Aquelle sorvedoiro de centenares<br />

de contos de réis synthetiza a ín- E ponto final. Conhecêmos bem<br />

Vê-lo-hêmos; oxalá, porém, que<br />

dole da administração pública e a o jôgo do Tribuno Popular. Não lh'o<br />

não tenha de sacrificar-se a integri-<br />

devassidão mora] dos ambiciosos farêmos.<br />

dade de um país generôso e forte<br />

aos interesses das potências euro-<br />

que nada respeitam!<br />

pêas.<br />

E tudo assim! E em toda a parte<br />

Divergem ainda sobre tal e tam<br />

A obstinação renitente das res- O venerando jornalista conimbri- momentoso assumpto as opiniões<br />

taurações em monumentos de Coimcense sr. Martins de Carvalho, a dos differentes gabinetes.<br />

bra, que parecia inexplicável, vae quem as idêas liberaes devem uma A Inglaterra pede a autonomia<br />

se descobrindo pouco a pouco que defêsa tenaz durante toda a sua para Creta, sob a simples protecção<br />

abrigava cálculos e esperanças de vida pública, foi nomeado sócio ho- da Sublime Porta. A Áustria, a Al-<br />

conveniências futuras!<br />

norário e de mérito do Grémio Delemanha, e porventura a França e<br />

Ora ahi está como tudo camimocrático Occidental, associação re- a Bússia, pedem um simples simunha!.<br />

..<br />

publicana de Lisboa.<br />

lacro d'essa autonomia, por isso que<br />

não querem lesar a integridade da<br />

suzerania turca, sobre Creta.<br />

0 partido republicano hcspanhol<br />

Cuba<br />

E' possivel, porém, que venham<br />

a harmonizar-se essas divergências<br />

Em Rens celebrou-se no dia 20 do Para que se dê mudança sensí-<br />

corrente uma importante reunião dos<br />

e que breve seja proposta uma acção<br />

vel no estado da guerra debatida<br />

representantes de quasi todos os repu<br />

decisiva commum.<br />

nos plainos da Grande Antilha, crê<br />

blicanos da Catalunha.<br />

Ahi fui declarada a urgência da fu- mos ser sufficiente a subida ao po- Esperêmos e veremos depois o<br />

que sáe de tam ingente montanha.<br />

. 0 .<br />

EM HESPANHA<br />

A nova attitude tomada pelos<br />

republicanos hespanhóes, e a que<br />

em outro logar nos referimos, está<br />

produzindo na familia republicana<br />

íespanhola um vivo enthusiasmo.<br />

recomeçando as ameaças á integri- A' iniciativa tomada pela Catadade<br />

da soberania da Hespanha unha, a região das grandes dedi-<br />

naquella ilha, chegando a apresencações patrióticas, onde tem florestar-se<br />

uma proposta de declaração cido sempre o mais ele\ado civismo,<br />

de guerra á nação vizinha e ás suas seguiu-se em toda a Hespanha um<br />

colónias.<br />

intenso movimento de sympathia<br />

Os resultados, porém, de todas iela união de todos os grupos re-<br />

estas danças e contradanças na comblicanos num grande partido naumna<br />

lhermométrica das paixões, cional, que leve o país, pela integra-<br />

tia muito que estám previstos. rão das orientações parciaes numa<br />

Comprehende-se muito bem que fórmula única do critério republi-<br />

os póvos opprimidos attinjam a cano, á realização das suas aspira-<br />

edade da sua emancipação. Cuba é ções generosas.<br />

um d'elles.<br />

Como que uma vida nova anima


e impulsiona os republicanos da<br />

Hespanha Ioda, e senle-se a palpi-<br />

tar, através das notícias que nos<br />

dam os jornaes hespanhoes, a esperança<br />

a reviver e a radicar-se a<br />

confiança numa victória próxima.<br />

La Justicia synthetiza o estado<br />

actual do republicanismo em Hespanha,<br />

do seguinte modo:<br />

«A hoste republicana tem-se<br />

mostrado mais fórte, mais vigorosa,<br />

do que nunca. D'antes adorava-se<br />

a Republica nos altares<br />

de cada igreja, e officiava de<br />

pontífice máximo um homem illustre<br />

em cada parochia. Hoje,<br />

tudo está mudado. As nossas<br />

personalidades mais distinctas<br />

acudiram á praça pública, todas<br />

reunidas, confessando nobre e<br />

valorosamente as suas divergências,<br />

mas obrigando-se todos a<br />

acatar a decisiva deliberação do<br />

pôvo soberano.»<br />

Porque é ao pôvo, á opinião pública<br />

unânime, que se deve a integração<br />

das diversas facções republicanas<br />

de Hespanha num partido<br />

único.<br />

E conclue o mesmo orgão republicano<br />

:<br />

«Não durmâmos; trabalhemos<br />

incessantemente com ordem e discrição.<br />

A victória será nossa, decisiva,<br />

e não tardará muito a alcançar-se.»<br />

Republicanos portuguêses:—Não<br />

durmâmos; trabalhemos, que a victória<br />

será nossa.. .<br />

E, como lá, não tardará muito a<br />

alcançar-se.<br />

. 0 .<br />

Notícias diversas<br />

As obras da restauração no claustro<br />

da Sé Velha puseram a descoberto um<br />

edículo fechado d'alvenaria e encimando<br />

provavelmente uma sepultura, e um<br />

pequeno nicho de lavor românico com<br />

dintel cuja decoração se encontra bastante<br />

deteriorada. Encontraram-se além<br />

d'isso enbebidas na parede inscripções<br />

tumulares dos séculos XIII e XIV, exemplares<br />

curiosos de epigraphia nacional.<br />

Uma das inscripções acha-se já mutilada.<br />

O nosso collega A Voz de Chaves interrompeu<br />

desde o dia 7 a sua publi-<br />

24 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'am forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos capítulos:<br />

A miIIlia entrada — A vida na cadeia — História do limoeiro—©<br />

timoe ro lioje—O regulamento - - O» presos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fugas célebres<br />

— «cenas de sangue — As prisões e o absolutismo—Mo<br />

tempo dos Cabraes—O trabalho—A minha<br />

prisão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5 0 0 RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RDA FERREIRA BORGES —130<br />

1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

1 50, Rua Ferreira Borges, S2 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />

C O I M B R A<br />

fal HvifaflnllM • 6rande depósito da Companhia Cabo Monlidl<br />

njfuIaUlitd.<br />

d'obras.<br />

dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

Silva de<br />

Flprtririrtarip p Ántira Agéncia da casa Ram f á .<br />

uluulllulUaUu C upuua Lisboa, constructores de para-raio&,<br />

campainhas eléctricas, oculos e lunetas e todos os mais<br />

apparelhos concernentes.<br />

Tintac nnra nintnrflc Alvaiades, óleos, agua-raz,crés, gesso<br />

lluiaa pttia pilliuiao. vernizes, e muitas outras tintas e<br />

artigos para pintores.<br />

fimontne' In S lês e Gabo Mondego, as melhores qualidades<br />

vllllCIllUS. qU0 se empregam èm construcçôes hydraulicas.<br />

nivorcnc Bande J as ) oleados, papel para forrar casas, moi-<br />

UIíOlSUS. nhos e torradores para café, máchinas para moer<br />

carne, balanças de todos os systemas. — Redes de arame<br />

zinco e chubo em folha, ferro zincado, arame de todas<br />

as qualidades.<br />

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Lisboa e Porto.<br />

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Faqueiros:<br />

Cutilaria nacional e extraageira dos melhores au<br />

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de Guimarães.<br />

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mesa, lavatorio e cozinha.<br />

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Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & G. 1<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

f/01 indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ® 0 réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Jorges.<br />

Antonio da Cruz Machado —Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

). Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja daChina, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />

José Mesquita —Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira,<br />

Jorges.<br />

BICO AIER<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °lo DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V I S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a I0SÉ MARQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

6 flASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v ^Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA—80<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéncia da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

Éditos de 30 dias<br />

(2. a publicação)<br />

8 Mo Juizo de Direito de Coimil<br />

hrae cartório do escrivão<br />

do 5.° officio, correm éditos de<br />

30 dias, a contar da segunda e<br />

última publicação do annúncio,<br />

citando Fraucisco Martbo e mulher,<br />

cujo nome se ignora e José<br />

Martho, solteiro, ausentes em<br />

parte incerta, para na qualidade<br />

de herdeiros de seu fallecido<br />

pae Antonio Simões Grácio, morador<br />

que foi no logar e freguezia<br />

do Ameal, assistirem a<br />

todos os termos do inventário<br />

de menóres a que neste Juizo<br />

se procede por obito d'elle.<br />

Verifiquei.<br />

0 juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

COIMBRA<br />

9 ffonsiiltas todos os dias<br />

V das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanchez<br />

Relojoeiro extrangeiro<br />

RUA DO CORPO DE DEUS, 140<br />

COIMBRA<br />

Faz sabei- ao ptlblico em geral<br />

que concerta toda a qualidade<br />

de relógios de algibeira,<br />

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modernos, garantindo o bom<br />

regulamento. '<br />

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de pequeno machinismo.<br />

11 VTende-se a casa n.° 12,<br />

w na rua de Joaquim Antonio<br />

d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedrancha<br />

12 Mtidoti-se para a rua do<br />

«1 Loureiro.<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Aguardente—19° Cart.—3QQ.<br />

Topico contra a coqueluche<br />

Medicamento efficaz<br />

Preparado por o pharmaceutico<br />

A. Amorim de Carvalho<br />

Á venda nas principaes pharmacias.<br />

Depósito em Coimbra: M.<br />

Nazareth


N." 212 COIMBRA—Quinta feira, 4 de março de 1897 3.° ANNO<br />

Os embustes da situação<br />

Sam horas<br />

YERDÃDES<br />

narchia tenha servidôres dedicados,<br />

que falia, atirando, em cada rythmo,<br />

se supprimirem os altos preços por<br />

um grito de ódio, e, desenrolando,<br />

que lhes é paga, á custa do país, a Regimen de escravos. O cacête em cada aspiração, um sonho ar-<br />

especulação das opiniões!. .. miguelista fundiu-se no sabre da dente de Justiça.<br />

A Província, jornal governamen-<br />

A todos se afigura distinctamente j<br />

Dois princípios únicos pódem<br />

polícia. A carta constitucional nem — Sam horas, sam horas! tal, aprecia, em carta de Lisboa, os<br />

a approximação lúgubre do derra-!<br />

mesmo chega a ser uma carta d'al- Todos o sentem, todos o dizem... últimos decretos dos ministros do<br />

levar á defesa pertinaz d'uma causa:<br />

deiro termo da tragicomédia consforiía!<br />

Que todos o cumpram: sam horas! reino e obras públicas, e do revolu-<br />

a convicção, para os puros; e o intitucional.<br />

Regimen de escravos. Desfazemcionário<br />

d'ha dois annos, hoje miteresse,<br />

para os venaes!<br />

se, nesta atmosphera azul que a<br />

nistro da justiça.<br />

Condemnada a uma irremediável<br />

Quem é que hoje neste país, de- Liberdade chegou a atravessar numa O estado da política em Coim- Sabe-sejá o que sam êsses dois<br />

ruína, a insensibilidade da nação,<br />

pois de tam dilatada experiência auréola gritante de triumpho, os bra lembra o fervet opus de Virgilio. decretos. IJm, diz respeito á ques-<br />

desalentada e supersticiosa, vê des-<br />

sonhos de 20, as chimeras doura- Franquistas d'um lado e governo tam operária; outro, aos abusos de<br />

monárchico-conslilucinal; de tantos<br />

lisar os acontecimentos, sem querer<br />

das dos revolucionários.<br />

do outro, não perdem um minuto liberdade d'imprensa.<br />

annos dedesmoralização, de traições,<br />

pensar no dia de ámanliã.<br />

É que, imbecis e maus, esses que no desenvolvimento da mais exlra- Pois, a respeito d'aquelle, no seu<br />

de perjúrios, de humilhações, de nos apontam ao peito as armas da nha actividade.. . que bom seria se exórdio preliminar, diz o nosso<br />

Parece que todas as energias se<br />

sacrifícios e de ruína, crê piamente municipal, e nos vibram á cabeça a fôsse aproveitável em coisa de valor. collega:<br />

embotaram na alma da nação; e<br />

que este regimen possa dar outros cutilada traiçoeira dos sabres, não Mas, afinal, tudo isto para quê?<br />

que confiadamente espera que por<br />

fructos, que não sejam estes? vêem que acordam em todos os co- Para ser eleito o sr. Maltoso Côrte «Sabe toda a gente que o governo<br />

regenerador, pela sua incúria e pelo<br />

uma encarnação sobrenatural, o lenrações<br />

as energias de Sparlaco, e Real ou o sr. Ayres de Campos, ou seu desleixo, deixara agglomerar na<br />

Quem acredita que os acontecidário<br />

D. Sebastião, o mystico En-<br />

fundem o nosso sangue em labare- qualquer outro, que tanto vale... . capital mais de 6:000 homens, a<br />

mentos possam mudar de rumo, sob<br />

coberto, seja o salvador da pátria<br />

das quentes de Revolta.. .<br />

Um tanto desalentados uns, cheios pretexto de procura de trabalho.»<br />

este regimen de podridão, que cor-<br />

arruinada e o restaurador das li-<br />

Maus, sem dúvida; mas imbecis, de enthusiasmo outros, mas anima-<br />

f<br />

rompeu e falsificou os caracteres, também... dos da melhor boa vontade todos, E verdade que se sabe tudo isso.<br />

#<br />

berdades affrontadas!<br />

ei-los por ahi em correrias desen- Mas também não é menos verdade<br />

para poder dominar ás cegas, na<br />

Nem o povo, nem o exército,<br />

freadas de galopinagem eleitoral, os que toda a gente sabe que o minis-<br />

criminosa imprevidência do futuro?<br />

x<br />

nem a armada!...<br />

franquistas contra os regeneradores tério progressista, ao subir ao podêr,<br />

Depois de todas as mentiras,<br />

Que vam publicar o balanço<br />

da velha guarda de braço dado com longe de estudar convenientemente<br />

De braços cruzados, offegantes e<br />

vêm todas as violências. Após a<br />

exacto do país!. .. Impostôres!<br />

os progressistas.<br />

essa questão, foi differindo para oc-<br />

lastimosos, todos temem o último<br />

nomeação de pmbaixador em Lon-<br />

Veremos se nesse relatório vêm<br />

baque d'esta náu desarvorada nos<br />

dres do Soveral que os progressis-<br />

E é de vêr uns e outros, em que casião opportuna a solução d'um<br />

mencionados os milhares de contos tas alcunharam de traidor e vendi-<br />

se irmanam os chefes com os galo- problema em que se debatem êsses<br />

cachopos que a cércam; e nesse<br />

das viajatas régias; dos presentes do, vem a pranchada dos janízaros<br />

pins que para mais nada servem. desgraçados, sem pão para comer e<br />

baque o casco aberto e desconjun-<br />

nupciaes e do luxo oriental, que<br />

depois d'essa torrente caudalosa de O sr. dr. Luís Pereira da Costa sem energia para se impôr.<br />

clado lançará na miséria irremediá-<br />

figuras de rhetórica, onde sobre- por um lado, o sr. dr. Pereira Dias Obrigou-o a danças e contra-<br />

deslumbrou as côrtes extrangeivel<br />

e na voragem de perigos desnadava<br />

um grilo mentido e atrai- — (o próprio sr. dr. Pereira Dias, danças de Heródes para Pilatos, de<br />

ras !!. . .<br />

conhecidos a nação, que não soube<br />

çoado— Liberdade — e, onde to- que já foi visto a galopinar!) pelo José Luciano para o governo civil,<br />

protestar, nem resistir!<br />

E em summa, qualquer que seja das as aspirações, parecendo unir- outro, e com estes todos os corypheus d'este para áquelle, durante dias<br />

a ostentação das refórmas de morase numa bailada guerreira pela Pá- de cada grupo, não perdem um mo- consecutivos, alé que, cançados de<br />

Após as violências burlescas e as<br />

lidade e economia, com que se pretria,<br />

iam apenas convergir neste mento.<br />

soffrer tantos vexames, os pobres<br />

fúrias imbecis e lôrpes d'uns dicta-<br />

único ponto escuro — a infâmia do Bem hajam. Que no meio d'esla<br />

operários se viram na dura necestenda<br />

illudir a opinião, tudo isso<br />

dores ridículos, entram em scena os<br />

poder, com a quebra de todos os lucta, só tem a lucrar a cidade de<br />

sidade de reclamar, em bando, a<br />

será fantasmagoria pura e inútil.<br />

progressistas, burlões de sempre,<br />

compromissos.<br />

Coimbra. . .<br />

protecção moral de todo o público<br />

Escusa de se cançar a deslealdade<br />

Dizem elles. O que não dizem<br />

honesto.<br />

sem plano e sem princípios, ambi-<br />

E como isto não é um facto iso-<br />

progressista!<br />

é onde está o lucro.<br />

E entam, vendo-se denunciado, o<br />

lado, porque é de todos os goverciosos<br />

desprestigiados, sem cohe-<br />

governo mandou acutilar as víctimas<br />

Nenhum partido monárchico, nem nos durante o período, já longo,<br />

da sua imaginação galhofeira.<br />

réncia e sem escrupúlos.<br />

os hermapliroditas exlraparlidários, do constitucionalismo português, Vam tirando carta de seguro os E ha quem diga que êsse encon-<br />

Fóra do poder, tam illógicos e<br />

têem auctoridade moral, nem força<br />

esla a razão por que, vendo os ho- progressistas. A derrota, vêem-na tro de famintos e assalariados não<br />

grosseiros no desacato ao thrôno,<br />

mens da monarchia através o pris-<br />

para conter dignamente e a sério a<br />

imminente.<br />

teve importância!...<br />

como subservientes e ascosos, com<br />

ma infamante das suas villanías, a A culpa — os recenseamentos. Se a brutalidade dos janízaros<br />

voracidade dos ambiciosos, dos eter- nossa alma arrefece, enjoada, an-<br />

as pastas sobraçadas, na baixeza<br />

O Tribuno Popular prometle a da polícia a não allestasse, affirmanos<br />

exploradores, parasitas insagustiada. perante o rei.<br />

êste respeito — amplo desenvolvila-hiam bem alio as razões porque<br />

ciáveis do thesouro público!<br />

Por isso, antes mesmo de uma mento.<br />

tal conflicto rebentou.<br />

As fardas ministeriaes parecem<br />

E por essa razão que a sua pró- questão de princípios, apparece- E' pena que elle não possa oc- Viu-se mais uma vez á evidência<br />

fardas de lacaios!...<br />

pria obra os ha de fatalmente annos,<br />

no reverso, a necessidade da cupar-se desde já d'êste assumpto que a Fome, quando escarnecida,<br />

O partido progressista, ao as-<br />

proclamação da República, como<br />

niquillar. Como a túnica de NessoL.<br />

com a larguêza que elle pede.... não treme ante os revólveres da<br />

sumir o mando, começou por capi-<br />

uma questão de moralidade. ao Tribuno. Ficámos esperando. polícia e os gumes das espadas.<br />

Vam cair os pequenos e despro- Convençâmo-nos d'isto, e de que<br />

tular perante o poder pessoal. tegidos debaixo do culéllo das eco- a urgência é imperiosa...<br />

A adversidade não os corrigiu e nomias! Os grandes que mais ab- Talvez seja até de momento... Bem o suppunhamos nós ao es- A propósito do outro, do decreto<br />

recomeçáram já os processos de sorvem, esses ficarám indemnes! De momento, sim, porque, hoje, crever hontem o nosso artigo prin- do sr. Beirão, afina o seu realejo o<br />

trapaça!<br />

E isto que prevêmos e que re-<br />

que todas as esperanças nos lacaios cipal; razão tivemos em mostrar a mesmo correspondente, pela se-<br />

Os altivos de hontem recebem<br />

do rei, fugiram, já, em debandada, nossa desconfiança sobre o alcance<br />

pugna !<br />

guinte forma:<br />

todos os olhares angustiosos que do apregoado decreto de reorgani-<br />

hoje de joelhos as ordens do rei, E isto que revolta!<br />

se atirem ao futuro serám um sazação financeira do país. Esperavam «O illustre ministro acabou assim<br />

que tantas vezes têem aggredido<br />

crilégio, quando os braços se não os ingénuos da política revelações com a censura prévia e d'óra avante<br />

terá o jornalista, em vez de per-<br />

com motejos e ameaças!...<br />

preparem, e os corações se não in- terminantes, com que o apregoado seguição accintosa, quando, em ar-<br />

Aos nossos collegas cendeiem.<br />

relatório elucidasse tantos pontos tigo apaixonado, excede os limites<br />

Pela gentilêza que tiveram de<br />

Não sam já, apenas, os princí- escuros da tenebrosa situação finan- reguladores da lei da liberdade de<br />

Dizem que vam salvar as finan- cumprimentar o nosso jornal pelo<br />

pios a impulsionarem-nos, sam os ceira do país; esperava-se que elle imprensa, um aviso do representanças<br />

e depurar os orçamentos! E<br />

seu 3." anniversário, os nossos agra-<br />

factos que, na brutalidade da sua viesse desvendar escândalos que se te do ministério público. E' inútil<br />

encarecer a alta significação do pedecimentos<br />

a todos os collegas da<br />

evidência, reclamam todos os nos- aninham nos esconços da adminisríodo que deixámos transcripto».<br />

com a mesma faca que d'uma vez imprensa.<br />

sos esforços, chamam toda a nossa tração pública.<br />

serviu á salvação pública para re-<br />

energia.<br />

Nada d'islo succedeu. Affirma-se E ambigua esta apreciação.<br />

Aos que tiveram para com a Repugnantes<br />

e gratuitas iniquidades, sistencia palavras de affeclo o nos-<br />

Ao facto, pois. Á realidade com o que de ha muito todos sabem já, Quer-nos parecer que o auctor<br />

irám ser agóra condemnados á miso reconhecimento mais sincero.<br />

todos os seus perigos, mas com uma e de mais para desgraça nossa. Que não a faz a sério, e esmaga o tal<br />

grande glória, também—a salva- a situação financeira e económica do decreto com o puncção d'uma ironia<br />

séria os pequenos empregados de<br />

ção da Pátria.<br />

país é tenebrosamente angustiosa. verdadeiramente cruel.<br />

dezoito vinténs diários, denegados Corre á última hora que o sr. Sam horas: mostrou-o o Hintze Sobre providências economicas, Ou entam, quem escreveu aquel-<br />

os seus serviços e direitos, para os João Franco se propõe candidato Ribeiro.<br />

disposições destinadas, como as prelas linhas não é um jornalista e<br />

grandes comedôres, — salva a mas- pelo círculo de Coimbra.<br />

Sam horas: mostra-o, ainda, José cedentes, a terem vida no papel só- não pôde comprehender a offensa<br />

carada do momento, — continuarem<br />

E porquê?<br />

Luciano.<br />

mente.<br />

que taes disposições envolvem á<br />

Indignação da maior parte... Sam horas, sam horas!<br />

Esta a impressão d'uma leitura rá- dignidade profissional.<br />

na lauta orgia dos dinheiros pú-<br />

Que menos vale êste do que os Não é um sonho que nos toma, pida. Veremos, contudo, mais deti- Esta é que é a verdade.<br />

blicos.<br />

outros ? E que menos valem os ou- nem uma alvorada que nos cega. E damente, o que de tam famigeradas Taes coisas nunca se dizem a<br />

Quem é que hoje crê que a motros do que êste?<br />

o grande coração da nossa Pátria providências temos a esperar. sério e muito menos se escrevem; por


isso, o sr. Beirão foi simplesmente<br />

ingénuo.<br />

Imagine-se um jornalista avisado<br />

por um funccionário público, da seguinte<br />

fórma: «Se tornar a fazer<br />

outra, metto-o na cadêa». Como<br />

qualquer papá: «Se tornar a dizer<br />

isso, leva com a palmatória»; e o<br />

menino, com muito mêdo: «Perdoerme<br />

por esta vez...».<br />

E vergonhosamente ridículo o<br />

decreto que tal estabelece.<br />

Bem nos queria parecer que alguma<br />

coisa de genial e de inspirado<br />

havia de sair do bestunto d'um bacharel,<br />

que tem dois pontos de con<br />

tacto com o corregedor: o Francisco<br />

e o Veiga.<br />

Falta-lhes só o Maria e o Beirão<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

0 centro franquista<br />

' Noticiámos no último número a<br />

ida a Lisboa d'uma commissão de<br />

legada do centro franquista; lêmos<br />

agora no orgão d'esse centro<br />

mensagem que a commissão entregou<br />

ao sr. João Franco.<br />

Transcrevemos alguns períodos:<br />

«Já v. ex. a saberá que um grupo<br />

importante e numerosíssimo de partidários<br />

da política regeneradora,<br />

no concelho de Coimbra, resolveu<br />

dar unidade e cohesão aos seus esforços,<br />

preparar a realisação das<br />

suas legítimas aspirações, cooperar<br />

numa palavra para a manutenção<br />

da preponderância do seu partido;<br />

e para este fim se constituiu em aggremiação<br />

pública e solidáriamente<br />

organizada, escolhendo como centro<br />

natural do seu grémio, como força<br />

inspiradora das suas deliberações<br />

Mas não é só o sr. Ayres de<br />

Campos, entre os signatários da<br />

mensagem, que tem dado eloquentes<br />

provas da coheréncia e lealdade<br />

partidária! E' bem conhecida a história<br />

política d'outro que andou a<br />

flanar pela esquerda dynástica e<br />

passou para o sr. João Franco,<br />

quando elle estava no poder, cedendo<br />

também ao impulso exclusivo de adorar<br />

o sol que nasce.<br />

Estes factos põem em evidência<br />

a importância, a alta significação<br />

do acto que acabam de praticar<br />

alguns regeneradores, indo entregar<br />

ao sr. João Franco uma mensagem,<br />

quando elle está na opposição, mas<br />

em que se lhe communica a sua<br />

escolha para presidente d'um centro<br />

que se constituiu quando olle estava<br />

no poder.<br />

Deixêmos decorrer mais alguns<br />

mêses, e veremos o culto que prestaram<br />

ao sr. João Franco os que hoje<br />

CIESIEIT-^<br />

Caminha, emfim, para uma so<br />

lução, a questão do Oriente.<br />

Essa solução, porém, está muito<br />

longe do que poderia prevêr-se no<br />

comêço da pendência, e mais longe<br />

ainda do que deveria esperar-se da<br />

intervenção das potências europêas<br />

que blasonam de civilizadas, quan-<br />

do os seus actos estám fóra da órbita<br />

de tam decantada civilização.<br />

A consummar-se a brutalidade<br />

É possivel, porém, que nenhum<br />

d'estes pedidos seja escutado, e que<br />

os canhões das esquadras alliadas<br />

sejam a única resposta ás indignações<br />

d'um povo tam pequeno quam<br />

enérgico e destemido.<br />

x<br />

Eis o que nos dizem os últimos<br />

telegrammas:<br />

AíSieasas, 2, t. — Segundo noti-<br />

cias officiaes, Candano caiu hoje nas<br />

mãos dos christãos. Em Ganêa a tomada<br />

de Candano sobreexcitou os musulmanos,<br />

os quaes, apesar da opposição do<br />

kaid, pediram ao vice-consul da Grécia<br />

para intervir a favor dos sitiados de<br />

Candano. O vice-consul acceitou sob a<br />

condição de que os almirantes lhe<br />

forneçam os meios de ir a Sulino. No<br />

fim da reunião dos cônsules o viceconsul<br />

grego foi auctorizado a partir<br />

pura Candano a bordo d'um navio de<br />

guerra extrangeiro.<br />

Camara dos deputados. — O sr. Deiyaimis,<br />

presidente do conselho, condemnou<br />

severamente o cariliouêo de<br />

domingo passado, sendo muito applaudido<br />

por toda a câmara; accrescentou<br />

que protestara logo junto das potências<br />

contra êsse facto; censurou o bloquêo<br />

de Ciéta, e pôz a questão de confiança,<br />

moção que foi approvada por 125<br />

votos contra 24. Abstiveram-se de<br />

votar 2 membros da maioria.<br />

Cauê», 8, u. —Os almirantes<br />

decidiram collocar Selino e Candano<br />

sob a protecção das potências.<br />

_ Os gendarmes turcos, a quem não<br />

fô"a pago o pret, revoltaram-se contra<br />

os seus officiaes que tinham recebido<br />

os soldos, e mataram o coronel. Acudiram<br />

os destacamentos italiano e<br />

allemão, que fizeram fogo, até que os<br />

gendarmes capitularam.<br />

Londres, m. — 0 márquez de<br />

Salisbury disse na sessão da câmara<br />

dos lords que a política geral relativamente<br />

à questão de Creta é conforme<br />

aos intuitos das potências, salvo o que<br />

respeita á retirada das tropas gregas<br />

d'aquella ilha; o dever das potências<br />

é manterem o estado de coisas actual<br />

em Creta alé que se ache uma solução<br />

pacifica; e accrescentou que a autonomia<br />

de Creta é coisa decidida.<br />

O sr. Curzou fez na câmara dos communs<br />

declaração idêntica.<br />

Casica, 2, t. — Os cônsules, os<br />

almirantes, o governador e vários beys<br />

pstam em conferência a bordo do<br />

Stromboli, sôbre a sorte da guarnição<br />

de Candano.<br />

Paris, 8, M. —Diz uma nôta da<br />

Agência Havas que as duas nótas colectivas<br />

dos embaixadores, relativas ao<br />

novo regimen de Creta e â retirada<br />

das tropas gregas, notas cujo texto ó<br />

idêntico, fôram já entregues em Constantinopla<br />

e Athenas.<br />

CECÍLIO DE SOUSA<br />

— uma gloriosa personificação do<br />

Surprehendeu-nos dolorosamente partido regenerador, um nome res-<br />

a notícia da morte do enérgico e peitado e sem mácula, como é hoje<br />

consciencioso jornalista Cecílio de e ha de ser sempre o do ex.<br />

Sousa, director político do nosso<br />

collega Folha do Povo, de Lisboa.<br />

Desde muito novo que militava<br />

entre as fdeiras do partido republicano,<br />

de que elle era um dos elementos<br />

mais sinceros e dedicados,<br />

tendo sabido manter-se, sempre,<br />

inalteravelmente, numa linha de<br />

conducta verdadeiramente intransigente.<br />

Declarado francamente republicano<br />

numa épocha em que êsse<br />

facto equivalia a um repto lançado<br />

ás faces d'uma sociedade em via<br />

de dissolução, viu-se salteado por<br />

todos os revezes da sorte; dedicouse<br />

então á arte typográphica, para<br />

delia auferir os proventos indispensáveis<br />

a uma existencia de<br />

lucta e dissabores.<br />

Foi entam que fundou o seu<br />

primeiro jornal o Trinta Diabos, de<br />

parceria com outros seus companheiros<br />

de trabalho, incitados á<br />

lucta pelo exemplo de tenacidade e<br />

perseverança de Cecílio de Sousa.<br />

Desde essa épocha, começou trabalhando<br />

sem descanço, fazendo da<br />

sua penna um azorrague cortante<br />

que ia ferir bem fundo as carnes<br />

putrefactas dos fustigados.<br />

Fraco e doente, jámais a sua<br />

energia se abateu ante a imminéncia<br />

do perigo que a Morte já de ha<br />

muito lhe vinha annunciando.<br />

Por tudo isto, a sua morte torna-se<br />

deveras sentida para todos<br />

nós que julgávamos poder contar<br />

com os seus mais dedicados esforços<br />

para o bom êxito da causa que<br />

defendemos.<br />

E é por tudo isto que nós vimos<br />

depôr sobre a campa do illustre<br />

extinclo, as nossas mais sinceras<br />

homenagens, lamentando, do fundo<br />

d'alma, a pêrda de mais este companheiro<br />

de lucta.<br />

Noherlesoom diz no seu último boletim<br />

metereologico que nos primeiros<br />

dias d'êste mês a depressão no<br />

golpho da Gasconha produzirá chuvas<br />

nas regiões de NO. e N.<br />

No dia 2 haverá mais chuvas, chegando<br />

até ao centro de Hespanha, com<br />

vento SO. e NO.<br />

No dia 3 a tempestade passará do<br />

golpho da Gasconha ao Mediterrâneo,<br />

e no dia 7 haverá vento e chuva desde<br />

Portugal ao centro da Hespanha.<br />

No dia 8, depressão ao norte de<br />

Portugal para o golpho de Gasconha,<br />

e nos dias 9 e 10, tempestade no Mediterrâneo.<br />

O período mais importante para a<br />

nossa península será de 11 a 15, com<br />

temporaes do sul e norte; frio, vento<br />

e chuva,<br />

mo conselheiro<br />

João Franco.<br />

A importância, a alta significação<br />

d'este facto não passará desapercebida<br />

no nosso pequeno meio social<br />

. e decadente, em que tantos interesses<br />

feridos, tantas ambições illegítimas,<br />

convergem hoje no empenho<br />

exclusivo de adorar o sol que nasce,<br />

reservando a aggressão cobarde para<br />

ferir os que deixaram as cadeiras<br />

do poder.<br />

E' na presente situação politica,<br />

num período de aberta e leal opposição,<br />

que os regeneradores de<br />

Coimbra nos enviam perante v. ex. a<br />

do ultimatum á única nação que,<br />

por fraca e impotente, melhor soube<br />

comprehender a verdadeira delicadêsa<br />

dos sentimentos d'um pôvo<br />

opprimido, não faltarám motivos<br />

para invectivar os gabinetes das<br />

nações do velho mundo, que-tam<br />

covardemente se precipitaram no<br />

campo da violência, sem atlenderem<br />

ao verdadeiro papel, que de-<br />

vêem nelle uma gloriosa personificaveriam<br />

desempenhar, intervindo nos<br />

ção do partido regenerador, um nome destinos d'uma nação bárbara e fa-<br />

respeitado e sem mácula, se, como zendo-a recuar os seus limites para<br />

tudo leva a crer, elle deixar de ter além das fronteiras da Europa.<br />

no partido a injustificável importân- Verdadeiramente ridículas as precia<br />

que lhe foi dada emquanto tensões das cinco grandes polén<br />

esteve no poder.<br />

cias medianeiras, e profundamente<br />

Voltar-lhe-ham immediatamente lamentaveis as resoluções diplomá<br />

as costas, para adorarem o sol que liças, que vieram encher de assom-<br />

nasce.<br />

bro todos OÃ que esperavam algu<br />

Sam assim os servos da monar- ma coisa de sympáthico e nobre de<br />

chia.<br />

toda essa contradança de esquadras<br />

e soldados!<br />

Mais uma vez surgiu, como terrífico<br />

espectro, o espantalho do<br />

O célebre Cecil Rhodes, que está mêdo.<br />

sendo julgado por uma commissão E é tal a confiança que se per-<br />

da câmara dos communs, deu a enmutam as nações europêas, que<br />

para lhe assegurar a sua inquebrantender aos seus amigos e defensotável<br />

fé, a sua incondicional adhe-<br />

qualquer inoffensiva bichinha de<br />

res que havia uma tríplice alliança<br />

são a tudo quanto se tentou fazer<br />

rabiar vae pôr em sobresalto os<br />

concluída entre a Allemanha, Por-<br />

em beneficio real do país».<br />

grandes estadistas, e relembrar hytugal<br />

e o Transwaal ácêrca da Afripótheses fatídicas que Deus permit-<br />

Estava o sr. João Franco no poder ca austral.<br />

ta se não realizem.<br />

quando se organizou o centro fran- Duvidamos de que assim succe- D'ahi, o simulacro de concórdia<br />

quista, sendo para muitos que o da. A Inglaterra não levaria isso a de que o exemplo dagora é panno<br />

escolheram como centro natural do bem e ninguém desconhece as ín- d'amostra.<br />

seu grémio, como força inspiradora timas relações que ha entre o sr.<br />

das suas deliberações, uma verdadeira D. Carlos e a rainha de Inglaterra.<br />

x<br />

surprêsa a queda do ministério em Junte-se ainda, se preciso fôr, que A opinião pública, em Paris, rnos-<br />

que o sr. João Franco deu as mais o ministro de Portugal em Londres tra-se preoccupãda com o coriflicto<br />

evidentes provasd'uma imbecilidade é o sr. Soveral, que, segundo as de- suscitado entre a Grécia e a Tur-<br />

extraordinária ao serviço d'uma amclarações feitas em tempo pela imquia por causa de Creta.<br />

bição desmedida e sem os mínimos prensa republicana e progressista, Beceia-se que surjam graves in-<br />

vislumbres de puJôr político. Uma está implicado nos negócios da South cidentes na fronteira turco-grêga, e<br />

verdadeira surprêsa, que abalou a Africa.<br />

que, nesse caso, seja impossível á<br />

sua fé inquebrantável, a sua incon-<br />

Europa pôr-se de accôrdo ácêrca<br />

dicional adhesão, a ponto de alguns<br />

dos meios para sanar um conflicto<br />

não occullarem a mágua profunda Os estudantes da Academia Polyié- que poderia extender-se a lodos os<br />

chnica do Porto, como se sabe, em vir-<br />

que lhes ia na alma por se haverem<br />

tude dos lamentáveis conflitos suscita- países gregos submeltidosáTurquia.<br />

fdiado no centro franquista. E se dos entre elles a policia ás ordens do No caso de impossibilidade de<br />

a commissão que foi a Lisboa en-<br />

O Carnaval passou insipidíssimo<br />

director, haviam resolvido não voltar tal accôrdo, a guerra europêa paretregar<br />

ao sr. João Franco o diploma<br />

e muilo semsaborão.<br />

às aulas emquanto não lhes fossem dace inevitável.<br />

de sócio honorário quizesse dizer das as devidas satisfações; acabam ago<br />

Como a prosa do Tribuno Popu-<br />

toda a verdade, communicar-lhe hia ra de concordar na terminação da pa-<br />

X<br />

lar, que assim o disse e não menrede,<br />

visto terem sido attendidas as<br />

que no curto período de opposição<br />

iu. .. d'esta vez.<br />

suas justas reclamações.<br />

Parece que o accôrdo das potên-<br />

decorrido já alguns regeneradores<br />

cias, na actual conjunctura, assen-<br />

que haviam adherido ao grupo teta<br />

nas seguintes bases: — 1.° mariam<br />

cedido ao empenho exclusivo de<br />

C U B A<br />

Continúa o nosso vigoroso collega nutenção da integridade do império<br />

adorar o sol que nasce, imitando as- de Lisboa A Marselheza, desvendan- otlomano, ficando, portanto, a ilha Parece que começa emfim a assim<br />

o honróso procedimento do prido<br />

os mystérios da escandalosa de Creta, fazendo parle d'esse imsumir uma certa importância a lumeiro<br />

signatário da mensagem, o<br />

venda de empregos públicos, e fapério j^—2.° autonomia de Creta, cta em que ha alguns annos se<br />

sr. João Maria Corrêa Ayres de<br />

zendo, a tal respeito, revelações sob o governo de uma auctoridade vêem debatendo, em Cuba, os inte-<br />

Campos, que tam dedicado se mos-<br />

esmagadoras.<br />

nomeada pelo sultão, de accôrdo resses d'uma dynastía e as aspiratrou<br />

ao sr. conselheiro Dias Fer-<br />

Apezar de a justiça de bastidores com as cinco grandes potências; ções de liberdade d'um pôvo opprieira,<br />

que o havia feito eleger de-<br />

ter affirmado que os indigitados — 3.° retirada das forças grêgas mido.putado<br />

e presidente da câmara municipal,<br />

pondo-se ao serviço de quem<br />

cúmplices do Estado em taes es- que estám na ilha.<br />

E êsle novo interesse que começa<br />

por vis intrigas o expulsou do poder.<br />

cândalos nada tinham com elle, as Como se vê, um estendal de mi- a despertar nos círculos diplomáti-<br />

provas que começam de ser bem sérias.cos<br />

é consequência fatal da proxi-<br />

E é o sr. Ayres de Campos que claramente adduzidas provam examidade<br />

da ascensão de Mac-Kinley<br />

X<br />

no nosso pequeno meio social e decactamente o contrário aos mais es-<br />

á presidência da Bepública nortedente<br />

pretende dar uma prova de crupulosos.<br />

Segundo notícias de Paris, a americana.<br />

lealdade partidária, elle a quem Posta betr. em relêvo a persona- Grécia, comprehendendo a necessi- Becomeça o ruído dos debates<br />

uma fortuna herdada garantiu a lidade da principal cúmplice do dade de submissão deante da fôrça parlamentares, embora êsse pro-<br />

mais inquebrantável independência Estado, Maria Sande, nenhuma dú- brutal da França, Inglaterra, Allecesso de ataque seja considerado<br />

e que uma vaidade ridícula tem torvida pode restar no espirito dos manha, Áustria, e Bússia, pede que, pelo sr. Olney e seus amigos como<br />

nado um catavento! E o sr. Ayres mais incrédulos sobre a infâmia em ao menos, lhe seja assegurada a prejudicial á causa da insurreição<br />

de Campos que nos vpm dizer que que uma e outra se tornaram soli- posse futura da ilha, e lhe seja per- que a todo o transe querem defen-<br />

ha quem reserve a aggressão cobarde dários.mitlida<br />

a intervenção no estabelecider, com justíssimas razões.<br />

para ferir os que deixáram as ca- E, d'hoje em diante, avisa o mento do novo regimen em Creta, Segundo Olney, sam, por certo,<br />

deiras do poder, elle que tam co- nosso presado collega que as scenas e bem assim na resolução das ques- mais viáveis as negociações diplobardemente<br />

abandonou quem o ha- passam a desenrolar-se a dentro tões que de futuro possam sobremáticas, menos tumultuosas e de<br />

via elevado 1<br />

dos ministérios.<br />

vir.<br />

mais seguros resultados,


Haja visla o indulto de Sanguilly<br />

e a próxima restituição á liberdade<br />

dos cidadãos norte-americanos que<br />

se encontram prêsos, factos êstes<br />

que têm causado o mais vivo regosijo<br />

entre os membros da junta<br />

insurgente.<br />

Apezar, porém, dos conselhos<br />

de Olney, continuam no senado<br />

os debates sobre os assumptos de<br />

Cuba, proseguindo Cali e Morgan<br />

nas suas costumadas invectivas,<br />

accusando de vendidos os que recommendam<br />

prudência.<br />

Este último, num dos seus mais<br />

violentos discursos das últimas sessões,<br />

reclamou a liberdade de Aguirres,^<br />

a indemnisação pelos damnos<br />

e perdas que lhe foram causados<br />

pela sua prisão.<br />

E' possível que todas estas discussões<br />

venham a influir no ânimo<br />

de Sherman, o indigitado ministro<br />

dos negócios extrangeiros, na futura<br />

situação, collocando-o em franca<br />

hostilidade contra as pretensões da<br />

Hespanha.<br />

x<br />

As notícias que lêem chegado do<br />

theatro da guerra carecem de importância.<br />

Apezar de insignificantes,<br />

continuam provando bem á evidência<br />

quam fictícias eram as affirmalivas<br />

de Weyler ácêrca da pacificação<br />

da Grande Antilha.<br />

Deprehende-se mui facilmente<br />

d'essas notícias o facto de os insurrectos<br />

se conservarem na espectativa<br />

das providências que venha a<br />

adoptar o futuro presidente,<br />

x<br />

Com o fim de difficultar a emissão<br />

do novo empréstimo hespanhol, tem<br />

chegado a insinuar-se ao banco de<br />

Paris a conveniência das relações<br />

com o governo da nação visinha.<br />

Tem, mesmo, baixado sensivelmente,<br />

na bolsa d'aquella cidade,<br />

os fundos hespanhóes.<br />

Veremos, talvez bem breve, o<br />

resultado de todas estas complicações,<br />

e o êxito, feliz ou infeliz, dos<br />

esforços sobrehumanos, feitos pela<br />

Hespanha durante a guerra, esforços<br />

que attingem as proporções do sacrifício.<br />

«Districto da Guarda»<br />

Entrou no 21.° anno da sua publicação<br />

êste nosso prezado collega<br />

dn Guarda.<br />

As nossas felicitações.<br />

23 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard «& C.<br />

II<br />

Um raio<br />

Não poderei dormir de noite, os pesadellos<br />

perseguir-me-ham e receio<br />

que meus lábios fallem... Oh! os desgraçados!<br />

se elles sabiam... minha<br />

mulher! meus filhos! Oh! suicidar<br />

me-hia!<br />

E Bérard dava grandes passos, olfegante,<br />

sacudindo a cabeça, como se<br />

quisesse expulsar do seu cérebro aquel<br />

la idêa tenaz.<br />

Afigurou-se-lhe de repente que ouvia<br />

passos, calou-se e escutou:<br />

— Que é isto ?, disse elle.<br />

E pegando na luz dirigiu se para<br />

uma pequena escada que ligava os ar<br />

mazens ao seu escriptório particular.<br />

Abre vivamente a porta e vê uma mulher<br />

meio vestida.<br />

—-Que fazes ahi?, perguntou.<br />

w-Senhor, disse Petite,—pois era ella<br />

Os manejos ingleses<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 4 de março de 1897<br />

O Temps acaba de fazer, em carta<br />

de Londres, curiosíssimas revelações<br />

ácêrca dos manejos da companhia<br />

South-Africa por occasião da campanha<br />

contra o famigerado régulo<br />

Gungunhana.<br />

Para não tirarmos, a essa revelação,<br />

o sabôr da originalidade, transcrevemos,<br />

na integra, os trechos<br />

illucidativos da carta inserta no<br />

lemps de 24 do findo mês de fevereiro:<br />

«Principiou hoje a julgar-se<br />

um curioso processo perante o<br />

juiz Cave, e em jury especial, no<br />

tribunal do Banco da Rainha.<br />

Trata-se de uma acção por perdas<br />

e damnos, intentada, por<br />

quebra de contracto, pelo capitão<br />

George Albert Chaddock contra<br />

a Companhia inglêsa da Africa<br />

do Sul. Esta acção offerece um<br />

interesse político considerável,<br />

porque levanta a questão das intrigas<br />

tramadas pela Companhia<br />

inglêsa contra a Africa portuguêsa.<br />

Quando o chefe cafre Gungunhana<br />

foi capturado pelos portuguêses,<br />

os jornaes de Lisboa<br />

noticiaram que na posse d'aquelle<br />

régulo tinham sido encontradas<br />

armas e munições provenientes<br />

da Companhia inglêsa. Este facto<br />

é absolutamente confirmado pelo<br />

capitão Chaddock, pois affirma<br />

que a Companhia o encarregara<br />

Neste comênos, a Companhia<br />

inglêsa enviava uma embarcação<br />

carregada de armas e munições,<br />

bem como 1:000 libras sterlinas,<br />

ao Gungunhana. As auctoridades<br />

portuguesas apprehenderam a<br />

embarcação na volta. Resultou,<br />

pois, que Chaddock não poude<br />

tirar lucros das suas explorações<br />

anteriores.<br />

Agora, Chaddock demanda a<br />

South-Africa por perdas e damnos,<br />

porque a expedição flibusteira<br />

da Companhia o collocou<br />

na impossibilidade de ajustar<br />

contas com ella a respeito de<br />

outras expedições lealmente commerciaes.<br />

Nas audiências, Chaddock tenciona<br />

estabelecer que a Companhia<br />

lhe promettêra certas explorações<br />

pelo fornecimento de ar-<br />

Era d'esta fórma que os interesses<br />

portuguêses estavam salvaguardados<br />

em Africa pelas armas dos<br />

nossos mais fieis alliados.<br />

Era assim que lord Soveral se<br />

desempenhava, em Londres, da sua<br />

missão diplomática, arrastando a<br />

dignidade do seu país pelos tapêtes<br />

dos gabinetes da poderosa companhia<br />

sul-africana.<br />

E ahi está o que nós devemos e<br />

continuarêmos devendo á monarchia,<br />

alliada com a Inglaterra, e com<br />

de transportar cartuchos e es- ella responsável por todas estas<br />

pingardas para o Gungunhana, "nfámias.<br />

de modo que o governo português Sim, porque tudo isto se sabia<br />

nada soubesse.<br />

nas altas regiões do poder; porque<br />

O capitão Chaddock, que fóra tudo isto era feito de commum<br />

anteriormente bem acolhido pelas accôrdo entre a pirataria inglêsa e<br />

auctoridades portuguesas, des- o nosso ministro em Londres.<br />

cobrira uma via fluvial que ia<br />

ter ao território do Gungunhana,<br />

e observou ao representante da Centro Commércio e Industria<br />

Companhia inglêsa que seria melhor<br />

transportar as armas e as<br />

munições de modo que o governo<br />

português não podesse fazer objecções,<br />

ou entám obter o consentimento<br />

do governo inglês.<br />

O dr. Harris, agente de Cecil<br />

Rhodes, que lhe apresentára<br />

Chaddock, não accedeu áquellas<br />

condições, e, de commum accôrdo,<br />

resolveu-se obter da Inglaterra a<br />

sua não intervenção.<br />

sem se desconcertar, ouvi passos no<br />

armazém e vim vêr o que era... Se<br />

o senhor ainda não tivesse vindo, grilaria<br />

por soccorro.<br />

Bérard, olhando-a fixamente, perguntou<br />

:<br />

— Ha quanto tempo estás ahi?<br />

— Desci neste momento.<br />

— Mas eu não te conheço... És<br />

porventura alguma creada nova ?<br />

— Sim, senhor, e tenho de deitar<br />

as creanças á noite... Não estando<br />

ainda habituada, não sabendo que o<br />

senhor trabalha de noite... desci.<br />

— Fizeste bem... Sóbe...<br />

Petite obedeceu. Quando subia, pen<br />

sava ella:<br />

— Foi máu que elle me presentis<br />

se... Afinal não pude ouvir nada, mas<br />

é exquisito que um hometn se levante<br />

de noite para fallar só. ..<br />

Bérard dizia:<br />

— A creada não me ouviu !... Vou<br />

para o meu escriptório algum tempo<br />

e a luz vista de fóra fará snppór que<br />

trabalho.<br />

— Collocava o candieiro sobre a escrevaninha<br />

quando viu um cartão sobre<br />

ella; pegou nelle e leu:<br />

«Jeanne de Sillac.»<br />

— Que è isto?, disse elle.<br />

E revolvia-o nos dedos, quando viu<br />

uma linha escripta a lápis.<br />

Approximou-se da luz e leu, tornando-se<br />

pâllido. O cartão càe-lhe dos dedos<br />

trémulos e elle, anniquilado, caiu<br />

na cadeira.<br />

Correram com extraordinária animação<br />

os bailes dados por esta sociedade<br />

no domingo e terça feira de Entrudo.<br />

O salão decorado coin muito gôsto<br />

sob a direcção do sr. Gaiozo, era d'um<br />

aspecto encantador.<br />

As senhoras, cuja bellêza realçava<br />

ainda mais com a variedade e côres<br />

scintillantes dos costumes, sustentaram<br />

um tiroteio de papellinbos e pós dou-<br />

rados que até fez render o sr. Pedro<br />

Ferrão.<br />

Em ambas as noites dançou-se sem<br />

interrupção até á madrugada, com uma<br />

alegria e contentamento familiar que<br />

sam a nota mais altraliente das festas<br />

d'esta sociedade.<br />

•••<br />

Notícias diversas<br />

O erudito archeólogo Leite de<br />

Vasconcellos tem estado nesta cidade<br />

em excursão scientifica.<br />

S. ex. a visitou os museus d'antiguidades<br />

do Instituto e fez uma exploração<br />

em Condeixa d'onde trouxe<br />

uma collecção curiosa de pesos<br />

romanos, alguns marcados e raros,<br />

uma espora de ferro e fragmentos<br />

deescalpturas e inscripções, e moedas<br />

romanas.<br />

mas e munições aos inimigos de Consta que o sr. governador civil<br />

Portugal. Parece que a South-representou<br />

ao governo no sentido de<br />

Africa dava a este contrabando elevar a cem o número de guardas po-<br />

de guerra o nome de expedições liciaes pretextando a insufficiéncia dos<br />

de vinhos dôces<br />

que se acham actualmente fazendo serviço,<br />

e cujo número não é superior a<br />

oitenta.<br />

Ill<br />

Terror e esperança<br />

As palavras terríveis que Bérard havia<br />

lido eram estas :<br />

«/I Linotte vird dmanhã, ás duas<br />

horas. ..»<br />

Era verdade d'esta vez, o passado<br />

erguia-se deante d'elle, a sociedade ia<br />

pedir-lhe contas da sua felicidade. Elie,<br />

o condemnado, o réprobo, havia<br />

conquistado uma posição à custa de<br />

trabalho!... Com que direito?<br />

Durante alguns minutos Bérard con-<br />

servou a cabeça entre as mãos, o seu<br />

cérebro ardia, parecia que o cràneo<br />

iá despedaçar-se. A Linotte vivia<br />

e havia-o descoberto. Nunca mais havia<br />

pensado nella.<br />

Pegou outra vez no cartão e perguntou<br />

o aue significava este nome<br />

impresso: Jeanne de Sillac.<br />

A Linotte teria obtido uma posição<br />

feliz! Se assim era, nada tinha que te<br />

mer. Pelo contrário, seria ella que viria<br />

pedir-lhe discrição.<br />

Teve entám um instante de socego.<br />

Debruçando-se sobre â secretária, o<br />

pensamento levou-o ao ponto mais<br />

afastado da sua vida, à hora terrível!<br />

Teve um arrepio, como se sentisse a<br />

mão que se lhe collocou sobre os hombros,<br />

no Dm da ponte da Estacada...<br />

havia já dezeseis annos!<br />

Tornou a vêr o grande comparti<br />

mento do depósito da Prefeitura, o interrogatório,<br />

a obstinação com que se<br />

Realizou-se, no último sabbado, na<br />

egreja de Santa Cruz, d'esta cidade,<br />

o consórcio do sr. dr. Manuel Ferreira<br />

da Costa Amador Valente com a ex. ma<br />

sr. a D. Idalina Tavares Seabra, filha<br />

do capitalista d'esta cidade sr. José<br />

Tavares da Costa.<br />

Aos sympáthicos nubentes desejamos<br />

uma perpétua lua de mel.<br />

A commissão fomentadora da exportação<br />

de vinhos tem recebHo notícias<br />

do Rio de Janeiro em que se lhe communica<br />

que os nossos vinhos melhoram<br />

de acceitação e de preço no Brasil.<br />

Esteve em Coimbra, com sua esposa,<br />

o nosso amigo e correligionário<br />

sr. Joaquim Antunes d'01iveira Coimbra,<br />

de Grada.<br />

Com demora de poucos dias, tem<br />

estado nesta cidade o sr. dr. Augusto<br />

d'01iveira Coimbra, intelligente e digníssimo<br />

advogado em Arganil, para<br />

onde ámanhã retira.<br />

pretendia vêr no crime um móvel diverso<br />

do que elle revelava. Recusavase<br />

admittir que semelhante crime tivesse<br />

como causa determinante aquella<br />

mulher—Linotte.<br />

O seu pensamento voltou ao mesmo<br />

ponto.<br />

Estava de novo junto do cadaverj<br />

perante o juiz de instrucçâo mostrava<br />

Nos três dias de carnaval houve no<br />

Gymnásio bailes organizados por ura<br />

grupo de creanças e que foram d'uma<br />

animação sempre crescente.<br />

O grande salão do baile, alegre, de<br />

uma decoração de carnaval feita de<br />

sedas cláras e flôres, encheu-se de<br />

senhoras de toilettes elegantes e de<br />

creanças em travestis de entrudo de<br />

muito gôsto e muita riquêza.<br />

As creanças virara e dançaram com<br />

a alegria que só ellas têem, e os<br />

grandes acompanharam as creanças<br />

em danças e em brinquédos de carnaval,<br />

e conseguiu rir ainda uma vez<br />

como as creanças.<br />

A Direcção do Gymnásio esmerou-se,<br />

como de costume, em attenções e gentilêzas<br />

com os seus convidados, alcançando<br />

assim o successo sempre<br />

crescente dos seus bailes.<br />

Revistas e jornaes<br />

Educação Nacional—Saiu o n.° 22<br />

cfeste hebdomadário de instrucçâo primária e<br />

secundária que se publiea no Porto e de que<br />

directôr o sr. António Figueirinhas, cujo<br />

summário é o seguinte:<br />

A funcção da eschóla, J. Simões Dias.—QUPStam<br />

suprema, Hildebrando.—A educai;So physica,<br />

Arthur de Seabra.—Notícias scientíficas.<br />

Pelo extrangeiro.—Sol-posto, Carlos de Lemos.—Notas.—Ministério<br />

de instrucçâo pública.—Exercícios<br />

de anályse.—Consultas.—Secção<br />

official: Provimentos, licençase transferências.—Pequena<br />

correspondência.— Bibliographía.—Expediente.<br />

Como se vê, de muita utilidade.<br />

Recebemos o n.° 5 da Gôndola, revista litlerária<br />

que se publica nesta cidade.<br />

Acaba de vêr a luz da publicidade o Boletim<br />

do Syndicalo agrícola de Montemór-o- Velho, que<br />

diz respeito ao próximo passado mês de fevereiro.<br />

Agradecemos.<br />

KALENIURIO DE MARCO, 1897<br />

7 14 21 28<br />

1 8 15 22 29<br />

2 9 16 23 30<br />

3 10 17 24 31<br />

4 11 18 25 —<br />

5 12 19 26 —<br />

6 13 20 27 —<br />

Lua nova em 3, às 11,20 m. da m.<br />

Quarto crescente em li, às 2,52 ra.<br />

da t.<br />

Lua cheia em 18, às 8,51 m. da<br />

Quarto minguante em 25, às 11,23<br />

De passagem, acha-se em Coimbra o m. da m.<br />

sr. Manuel Gaspar de Lemos com s. Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

o seu arrependimento, supplicava que<br />

he perdoassem.<br />

Tornava a vêr o quarto estreito e<br />

sombrio onde o conduziram para o in-<br />

terrogar, as suas declarações, o seu<br />

Elle próprio, neste momento, não o remorso, o espanto dos magistrados ao<br />

jodia ci êr; Linotte era agora para elle verem que elle se apresentava cheio<br />

uma mulher que o amava e que elle de vergonha, de remorsos, de arre-<br />

nunca amou.<br />

pendimento: a sy rpathia do advogado<br />

Naquella noite não estava ébrio... que officiosamente se offereceu para o<br />

estava louco.<br />

defender.<br />

Recordava-se da estreita cella de Recordava-se das noites em que, al-<br />

Mazas, da vigilância incessante que lucinado, via a sua victima agarrà-lo<br />

havia sobre elle... lembrava-se da para o conduzir ao cadafalso, do temor<br />

manhã lúgubre em que o haviam obri- d'uma mórte infamante, das idêas de<br />

gado a entrar numa carruagem de que suicídio antes do julgamento, das es-<br />

saiu deante da Morgue...<br />

peranças que tinha sempre que fallava<br />

Pensando nisso, o suór inundava-lhe com o advogado.<br />

o rosto; via numa peça húmida, es Emflm tornava a vêr a grande sala<br />

tendido sobre uma mêsa de mármore, do tribunal, os juizes de togas encar-<br />

horrivel, desfigurado, o cadáver da sua nadas, os gendarmes, o público que<br />

victima.<br />

olhava para elle, e o rubôr que lhe<br />

Querendo repellir este pensamento, subia ás faces. Lembrava-se do aspecto<br />

afastar para longe este quadro que o da sala, mal allumiada, via-se de pé,<br />

atormentava, levantou-se, passeou du anciôso.<br />

rante alguns minutos e foi beber um Abria-se o código,... lia-se e elle<br />

copo d'agua; depois, mais tranquillo, ouvia:<br />

tornou a assentar-se.<br />

— Dez annos de trabalhos forçados!<br />

Tornando a vêr sobre a secretária o 0 seu advogado vinha apertar lhe a<br />

cartão:<br />

mão, dizendo:<br />

— Estás salvo!<br />

Jeanne de Sillac<br />

E elle nada respondia; a sua alma di-<br />

A Linotte virá amanhã ás duas horas zia:<br />

— Estás perdido!<br />

(Continua).


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A ininlia entrada — A vida na CRdeia — História do Limoeiro—O<br />

Limoeiro lioje—O regulamento - - OH prêsos—Um<br />

canicida—Condemnado á mórte -Fogasi célebres<br />

— ScenaM de sangue — As pri ões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalho—A minlia<br />

li risão—Estatistica<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

A capa é artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES —130<br />

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venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

COFRES Â PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mogno e outros.<br />

Arames Zincados: n Pa h r 0 a sdaye n s x . erlias e d U ° d e espi ~<br />

Matai hran/in • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

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Ferragens: P ara construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />

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Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />

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JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

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Contimia a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade corno fóra.<br />

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400 RÉIS<br />

A' venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

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RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

385 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 3.65 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra iilustrada com desenhos de A. Goncalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, s£DU réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—OíDcina de Encadernarão, LarjíO da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Aususto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, ru i do Infante IJ Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

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garantidos pela economia obtida no<br />

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a JOSÉ láBQUES LADEIHÂ<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

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DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

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A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

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247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

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JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE CIMA—20<br />

Coimbra<br />

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A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra*<br />

se á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschola Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

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Agéncia da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mesa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

COLLÉGIO ACADÉMICO<br />

MÉTII0D0 DE JOÃO DR DEUS<br />

sr. José Trigueiros Sampaio,<br />

um dos mais devotados<br />

apóstolos da Cartilha<br />

Maternal, achando-se em Coimbra<br />

a reger os cursos nocturnos<br />

de leitura no Instituto, vae também<br />

ensinar pelo méthodo de<br />

•foão de Deus a l. a classe<br />

de ensino primário do Collégio<br />

Académico.<br />

Está aberta a mntricula e o<br />

novo «urso abre no dia 8 de<br />

março.<br />

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Herculano Carvalho<br />

Medico<br />

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V das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

Manoel Sanehez<br />

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que concerta toda a qualidade<br />

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d'Aguiar, composta de loja<br />

e três andares, pelo preço<br />

minimo de 400$000 réis.<br />

Quem pretender falle na rua<br />

das Fangas, n.° 76.<br />

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Quinta da Pedrancha<br />

12 Hndoíi-se para a rua do<br />

«4 Loureiro.<br />

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Ferreira Borges.<br />

Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />

438 — Porto.<br />

Preço do frasco, 400 réis.—<br />

Pelo correio, 500 réis.<br />

MEIO CAIXEIRO<br />

14 Afferece-se um com basv<br />

tante prática de mercearia.<br />

Começou a ganhar este<br />

anno, e por isso não exige<br />

grande ordenado.<br />

Ainda está empregado, e dá<br />

boas informações do patrão onde<br />

está.<br />

Nesta redacção se diz.<br />

Yenda de propriedades<br />

i5yendem-se três moradas<br />

w de casas terceiras, com<br />

seus logradouros, no sitio da<br />

Guarda Inglêsa, á borda da estrada<br />

que vae para a Eschóla<br />

Central.<br />

Trata-se com seu dono, Fortunato<br />

Secco, morador no mesmo<br />

sitio.<br />

AGUIA 0'QUB<br />

FRANCISCO P. MARQUES<br />

i6|)oiipas com P letas P^ra ho-<br />

M mem, de 5)51000 réis<br />

para cimal<br />

Alta novidade I<br />

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PCBI.ICA-SK AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

II<br />

EDITOR = Joaquim Teixeira de Sá<br />

=<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 2)5(700<br />

Semestre 1)5350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 2f5í4úO<br />

Semestre 1)51200<br />

Trimestre 600<br />

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Cada linha, 30 réis—Repeti'<br />

pões, 20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

Tjp. h França Am*


N.° 213 COIMBRA—Domingo, 7 de março de 1897<br />

O GOVERNO E O PAÍS<br />

de boa fé, ter um vislumbre de esperança<br />

na moralidade dos governos<br />

da monarchia?<br />

E se alguém houve dotado de<br />

tam grande ingenuidade, que visse<br />

nas palavras dos jornaes ofíiciosos<br />

do governo, na solemnidade das<br />

suas promessas, a garantia de que<br />

luz seria feita sobre o cahos assom<br />

broso da administração das receitas<br />

públicas, por bem cruelmente des<br />

illudido se deve dar a esta hora.<br />

O tal relatório nada disse que se<br />

não soubesse já. Sobre o verdadei<br />

ro estado das finanças nacionaes<br />

nada continua a conhecer-se depo<br />

sitivo. É calamitoso; é o que se sa<br />

bia já. — Que o governo Hintze<br />

Franco gastou quatro annos a completar<br />

a ruína da nossa administra-<br />

fazer á nação um relatório minucioso<br />

do seu estado?<br />

Basta que nos lembrêmos de que<br />

êsse ministério, que agora continúa,<br />

para desgraça nossa, á frente do<br />

país, foi o mesmo que de 86 a 90<br />

augmentou em 11:132 contos<br />

de réis as despêsas públicas, e<br />

que deu ao rei D. Luís 2:000 contos,<br />

para as festas do casamento de D.<br />

Carlos.<br />

Pelos precedentes, o governo progressista<br />

começou logo por ser um<br />

governo completamente despresli-<br />

Pelo relalório que apresentou, e<br />

um governo fementido.<br />

Que havia a esperar dos homens<br />

que estám no poder?<br />

O boato de que o sr. Ayres de<br />

Campos desistiu de apresentar pelo<br />

círculo de Coimbra a sua candidatura<br />

e de que esta será substituída<br />

pelas do sr. João Franco ou Visconde<br />

d'Alverca, continúa a correr.<br />

E é discutido o facto, e commentado,<br />

pelos alviçareiros da política<br />

que dam uma importância desmedida<br />

a eslas minúsculas coisas.<br />

Mas que importância terá isto, já<br />

não diremos para os interesses ge<br />

raes mas, ao menos, para os de<br />

Coimbra?<br />

Que vale a candidatura d'êsses<br />

ou outros, regeneradores ou progres<br />

sistas? Que tem Coimbra a lucrar<br />

com o candidato regenerador, seja<br />

elle quem fôr, ou com o candidato<br />

progressista?<br />

E' como andarem por ahi a apregoar<br />

os agentes do sr. Mattoso Côrte-<br />

Beal, que Coimbra em peso deve<br />

votar neste político duvidoso e avariado,<br />

por que elle tem feito a Coimbra<br />

grandes serviços...<br />

Quaes? têmos-lhes nós perguntado.—Ainda<br />

não obtivemos resposta.<br />

Quaes? — conlinuarêmos a perguntar-lhes.<br />

— Não responderám,<br />

porque serviços não se inventam.<br />

Tomar a sério êsses parvenus?<br />

Para quê?...<br />

O Iribuno com os engulhos litterários<br />

que o acomeltem, como orgão<br />

da situação, escurripichou do bestunlo-—<br />

que o entrudo este anno<br />

corrêra insipidíssimo e muito semsaborão!<br />

Nós de cá celebrámos-lhe a piada.<br />

E vai o maráu agora, finge-se<br />

pascóvio e bola laracha, attribuindo<br />

a pouchade á nossa lavra.<br />

Não, varão ousado, a expressão<br />

é sua e muito sua! Até pelo cheiro<br />

3.° ANNO<br />

CEETA<br />

ção, em que os progressistas ante- E depois das incoheréncias e de-<br />

É troça ?<br />

riormente já tanto tinham cavado, bilidades que tem mostrado já o mi-<br />

No dizer da Correspondência de<br />

— toda a gente o sabia; que êsse nistério do sr. Luciano de Castro, Coimbra, tem ido um movimento de É verdadeiramente extraordinário<br />

bando de aventureiros, qualificado que se pôde esperar ainda?<br />

Depois de tam apregoados recla-<br />

inscripções no centro regenerador da o exemplo que a Grécia está dando<br />

justissimamente de governo de ban- Absolutamente nada.<br />

rua dos Coutinhos, que é de pasmar. a todas as nações, pela bôcca dos<br />

mos, que lograram excitar a já emdidos,<br />

tripudiou incessantemente Traz comsigo o vício d'origem. E baslou, para isto, que o sr. João seus valentes e destemidos defenbotada<br />

opinião, tam affecta a espe-<br />

sobre o que ainda haveria de res- um governo monárchico.<br />

franco acceitasse a presidência sores.ctaculosas<br />

afirmações e programpeitável<br />

e de digno no nosso país,<br />

lonorária d'aquella côterie franquis- Ameaçada a sua integridade pelas<br />

mas pomposos, appareceu finalmenta!<br />

chancellarias das grandes potências,<br />

extorquindo receitas ao contribuinte<br />

o esperado relatório sobre a si-<br />

Para não tirar á ingénua atoarda posta a sua autonomia em perigo<br />

te exhausto e dando-lhes applicatuação<br />

financeira do país.<br />

Um diplomata á altura o seu pittorêsco sabôr, transcrevê- imminente pelos canhões das esções<br />

illegaes e abusivas para fins<br />

mos as próprias palavras do nosso quadras alliadas, a pequena nação<br />

Esperava-se ingenuamente que<br />

nconfessaveis, — não é mystério A Gazeta de Noticias, do Brasil, collega venerando... pela edade. do Oriente, embalada nos braços de<br />

da crapulosa administração do go-<br />

)ara ninguém; que êsse período ne- publica um desenvolvido artigo, em Transcrevêmos-lhe as palavras e Leónidas, Themístocles, Aristides e<br />

verno transacto e das causas que<br />

ãsto foi uma larga épocha de es- que se expõem os motivos da insis- respeitamos-lhe a grammática: outros tantos heroes de antiguidade,<br />

levaram o país á mísera e lúgubre<br />

tência do sr. António Ennes no seu<br />

responde ao perigo com a serenidade<br />

janjamentos e alropêllos da lei na<br />

derrocada em que vae precipitado,<br />

pedido de demissão de ministro ple- « Quando constou, pela commissão dos justos e recebe a ameaça com<br />

administração dos rédditos públicos,<br />

o governo agora faria um público<br />

nipoténciário naquella Bepública. que foi a Lisboa, que o sr. conse- a impassibilidade dos valentes.<br />

lheiro João Franco acceitara a pre-<br />

conhecem-no todos; que se dispen- Por elle se deprehende que taes<br />

E o grande povo oriental, cônscio<br />

estendal para edificação e illustrasidência<br />

honorária do centro regenederam<br />

milhares de contos sem au- motivos sam simplesmente de cararador d'esta cidade, alguns cavalhei- dos seus direitoà, offerece-se nobreçào<br />

de todos, o que serviria para<br />

ctorização, pelas portas falsas dos cter pessoal, e não implicam de ros por sympathia âquelle notável mente em holocausto a uma causa<br />

demarcar um ponto definido de no-<br />

ministérios, fóra das verbas orça- fórma alguma o resenlimento d'a- estadista tem-se inscripto no referi- santa, preferindo a morte a uma<br />

do centro, e esperam-se mais adheva<br />

orientação administrativa e ao<br />

quelle diplomáta contra qualquer<br />

vida inglória.<br />

mentaes, é um facto conhecido; que<br />

sões».<br />

mesmo tempo de delimitação de<br />

acto do governo brasileiro ou da<br />

Que grande exemplo em tam pe-<br />

essa administração regeneradora foi<br />

responsabilidades. Suppunha-se que<br />

colónia portuguêsa alli.<br />

queno côrpo! Que grande nação em<br />

Sympathia pelo notável estadista<br />

uma éra de crápula e de veniagas,<br />

o governo progressista, pelas suas<br />

O articulista da Gazeta friza bem<br />

tam exíguo território! Que grande<br />

João Franco! Ha cavalheiros que<br />

é a verdade reconhecida.<br />

a existência de antagonismos insu-<br />

alma em tam reduzido arcaboiço!<br />

aífirmações da opposição, altisonan-<br />

por este facto lêem ido inscrevêr-se<br />

tes e desusadas, pela guerra con- E que mais adiantou o relatório? peráveis entre o sr. Antonio Ennes no centro da rua dos Coutinhos!...<br />

Para quem acompanhou, desde<br />

e o partido progressista, causados<br />

o começo d'esta última phase, a<br />

stante que não deixou de fazer á Absolutamente nada.<br />

A Correspondência está positiva-<br />

pela guerra intransigente que lhe<br />

questão que ora se debate em Creta,<br />

ominosa gerência do governo que o Trouxe a público, porventura, os<br />

mente a mangar...<br />

foi movida pelos jornaes d'êsse par-<br />

não reslam, não pódem restar dú-<br />

precedeu, agora viria, como lhe im- resultados da syndicáncia minucio-<br />

Pois ha alguém que tome a sério<br />

tido, quer como ministro da corôa<br />

vidas sobre a alta significação do pa-<br />

o sr. João Franco ou qualquer cenpunha<br />

a situação que se creou. ex sa, a que, disseram elles, manda- quando convidado pelos regenerapel<br />

que nella tem desempenhado<br />

tro franquista?<br />

pôr desassombradamente ao país ram proceder por cada ministério? dores, quer como commissário ré<br />

a Grécia, o mais digno, o mais<br />

Não nos faça rir.<br />

inteiro qual a verdade do problema Nem uma palavra a tal respeito. gio em Moçambique, com o orde-<br />

altivo em tam malfadadas complinado<br />

de 50$000 réis diários.<br />

cações.<br />

tremendo da economia portuguêsa D'onde saíram as centenas de<br />

Tenha ou não tenha razões con-<br />

E em frente do egoismo atroz<br />

— êsse problema assustador da nos- contos que haviam de custar as viatra os progressistas, que com isso<br />

tam infamemente posto em prática<br />

sa miséria, da nossa ruína, e, porgens régias, as festas do paço, os nada têmos, nem querêmos ler, re-<br />

O Correio da Noite, orgão oficiopor<br />

cinco grandes potências, ligaventura,<br />

da nossa vida como nacio- presentes régios, as faustosas resigistamos simplesmente o facto de<br />

so do governo, declara que na fis das entre si por um concubinato esnalidade<br />

autónoma, que todos susdências em Paris, as viagens de re- um ministro português levantar na<br />

calização do sêllo havia empregacandaloso, resalta em magesloso repeitamos<br />

pela cruel realidade dos creio de embaixadores fictícios, os imprensa exlrangeira uma questão<br />

dos superiores tam aclivos e tam lêvo a figura varonil da Grécia in-<br />

factos, mas que o país ainda não ordenados fabulosos dos commissá-<br />

doesta ordem.<br />

diligentes que faziam serões todas tercedendo em favor dos mártyres<br />

as noites, não guardando sequér os<br />

É, pelo menos, significativo da<br />

da selvageria turca.<br />

conhece bem.<br />

rios régios, as gratificações enormes<br />

dias santificados. E' assim que num<br />

lealdade do sr. António Ennes.<br />

extraordinárias a propósito de<br />

mês de 30 dias foi apresentada uma<br />

• x<br />

Foi esta a promessa do governo,<br />

Essa tam conhecida lealdade.<br />

tudo dadas... não o ficámos sa<br />

conta de 30 serões para o paga-<br />

Os almirantes dos navios que<br />

que elle próprio, passados poucos<br />

mento da respectiva gratificação.<br />

bendo, embora o supponhâmos to-<br />

bloqueiam Creta enviaram uma in-<br />

dias, se encarregou de plenamente<br />

Se em todas as repartições do<br />

dos.timação<br />

ao almirante grêgo Beineck,<br />

desmentir.<br />

Eleições<br />

Estado se trabalhasse tanto, o país<br />

que se encontra a bordo do Hydra,<br />

Ficámos, em resumo, sobre a<br />

estava salvo dentro de pouco tem-<br />

Sob o ponto de vista dos escla-<br />

para que no praso de 48 horas a<br />

verdadeira situação do país no mespo.<br />

E ninguém poderá com razão<br />

esquadra grêga abandone as aguas<br />

recimentos que ao público tem obri<br />

dizer que as gratificações fossem<br />

mo conhecimento; sem saber qual<br />

cretenses. O almirante respondeu<br />

gação de dar, faltou o governo por<br />

exaggeradas, porque a verdade é<br />

o verdadeiro estado do seu desequi-<br />

que só obedeceria ás ordens do seu<br />

completo ás imposições do seu de-<br />

que ellas mal correspondiam ás enerlíbrio<br />

financeiro.<br />

governo, e que, se êste não acceder<br />

gias dispendidas por funccionários<br />

ver. Mas, afinal, não era de espe-<br />

E podia êsse governo, acorrenta-<br />

tam dedicados.<br />

aos desejos dos almirantes, elle, alrar<br />

outra coisa.<br />

mirante, saudará as esquadras, atado<br />

como está ás desgraças do país,<br />

Por êsses 30 serões pagou o Es-<br />

Pois quem pôde ainda hoje concando-as.<br />

prêso pelas mesmas responsabilitado<br />

a bagatella de 200$000 réis.<br />

É verdadeiramente assombrosa<br />

fiar na sinceridade de intuitos d'um<br />

Ora ficar um indivíduo durante 30<br />

dades a todos os que com elle nos<br />

esta simples resposta! Simples mas<br />

governo monárchico? Quem pôde<br />

dias consecutivos sem um momento<br />

têem precipitado nesta miséria, vir<br />

eloquente.<br />

de descanço, trabalhar ininterrompidamente,não<br />

só de dia mas até de<br />

noite, para receber no fim do mês Beuniram-se, em Athenas, os re-<br />

pelo serviço nocturno só essa quanpresentantes das grandes potências,<br />

tia, não vale a pena, chega a ser afim de entregarem ao ministro dos<br />

uma miséria.<br />

negócios extrangeiros a nota collectiva<br />

na qual se pede a retirada das<br />

tropas grêgas da ilha de Creta.<br />

Essa nota collectiva fixa á Grécia<br />

o praso de seis dias para o cumprimento<br />

d'este pedido.<br />

A annunciada nota collectiva foi<br />

entregue no dia 2 do corrente pelos<br />

embaixadores das potências ao ministro<br />

dos negócios extrangeiros da<br />

Turquia. Nessa nota faz-se constar<br />

que as potências accordaram em<br />

conceder a Creta a autonomia administrativa,<br />

ficando, corntudo, a<br />

se conhece, como se diz no Aniceto ilha sujeita á soberania do Sultão.<br />

Furão!<br />

Nesse mesmo documento notificou-


se lambem que as mesmas potências<br />

signatárias pediram ao governo da<br />

Grécia que, no praso de seis dias,<br />

as trópas hellénicas evacuem o território<br />

de Creta, sendo conjunctamente<br />

mandados retirar os navios<br />

de guerra grêgos que se encontrem<br />

nas águas da ilha.<br />

x<br />

Se o governo da Grécia se negar<br />

a acceder ao pedido das cinco grandes<br />

nações, será entám entregue<br />

uma outra nota, concebida em termos<br />

enérgicos, ameaçando com a<br />

immediata adopção de medidas coercitivas,<br />

tendentes ao exacto cumprimento<br />

do que foi resolvido pelos<br />

gabinetes alliados.<br />

x<br />

Os jornaes athenienses sam unânimes<br />

em aconselhar a resistência.<br />

De todos os recantos da Grécia<br />

surgem brados de revolta contra<br />

tamanhas prepotências.<br />

Um pôvo inteiro, digno das suas<br />

gloriosas tradições, que se ergue<br />

err. ímpetos de rebellião contra a<br />

força bruta dos países que a si próprios<br />

tam pomposamente se cognominam<br />

de civilizados.<br />

x<br />

Seguem os últimos telegrammas:<br />

Londres, 5, n. — Câmara dos<br />

communs:—O sr. Balfour, secretário<br />

do thesouro, participa que foi hontem<br />

entregue ao sultão em Constantinopla<br />

uma nota collectiva das potências, supplementar,<br />

referente á retirada das<br />

trópas turcas da ilha de Creta, cuja<br />

autonomia está resolvida.<br />

Aihenas, 5. — Os cônsules da<br />

Áustria, Rússia e Servia, reunidos em<br />

Uskub telegrapharam aos embaixadores<br />

em Constantinopla que é necessário<br />

tomar providências para manter a segurança<br />

pública, visto as trópas turcas<br />

irem-se tonaando ameaçadoras.<br />

Reina actividade febril em toda a<br />

Grécia. Sam incessantes as remessas de<br />

material de guerra para a Thessalia.<br />

As trópas sam concentradas na fronteira<br />

a toda a pressa. O sentimento<br />

público está sobre,excitado. No caso de<br />

medidas çoercivas tomadas pelas potências<br />

esperam-se acontecimentos<br />

mais graves na fronteira. A armada<br />

hellenica foi dividas em 4 esquadras.<br />

ADELINO VEIGA<br />

Passa ámanhã o anniversário do<br />

fallecimento de Adelino Veiga, um<br />

rapaz cheio d'aptidões e d'intelligéneia,<br />

cultivando a arte dramática<br />

e a poesia nas horas vagas do<br />

offício, espirito d'eleição compassivo<br />

com as desgraças dos outros que<br />

lhe não deixavam ver a tristeza da<br />

sua negra vida.<br />

Em todos os benefícios de caridade<br />

a favor d'um desgraçado apparecia<br />

Adelino Veiga, fazendo rir<br />

com uma cançoneta, ou apavorando<br />

com uma creação trágica.<br />

Lembra-nos vê-lo num papel de<br />

louco, a carne magra e pallida<br />

coberta de farrapos, a bocca triste<br />

a uivar de dôr, o corpo a tremer.<br />

Dahi a instantes, num intervallo,<br />

vinha gracejar em verso para fazer<br />

rir o publico.<br />

As suas poesias, o poema de<br />

sua vida, sam repassadas de tristeza,<br />

e todavia eram bem alegres os<br />

versos que elle fazia para serem<br />

acariciados pelos lábios alegres das<br />

tricanas nos cantares do S. João.<br />

Á coca dos despeitados<br />

No Primeiro de Janeiro de hontem<br />

appareceu uma correspondência particular<br />

de Coimbra, que tem produzido<br />

uma desopilante impressão.<br />

Nada menos do que os progressistas<br />

da terra a chamar com caridosas<br />

blandícias, a que não faltam<br />

ameaças á mistura, o sr. Manuel Miranda<br />

a votar com elles nas próximas<br />

eleições.<br />

Porque a verdade é esta; a victória<br />

eleitoral dos progressistas depende,<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

Campanha contra os namarraes<br />

Foram ante-hontem recebidas,<br />

em Lisboa, circunstanciadas notícias<br />

da campanha que em Africa<br />

vimos de ha muito sustentando, em<br />

peleja legitima pela integridade da<br />

nossa soberania naquelle continente.<br />

O ministro da marinha recebeu<br />

ante-hontem o seguinte telegramma:<br />

«Moçambique, 4. — Ministro da<br />

marinha—Lisboa — Bi vaque Naguema,<br />

3 de março, ás 4 m. — No<br />

dia 26 saiu de Natule a columna do<br />

meu commando, composta de 145<br />

marinheiros, 61 artilheiros, 66 cavalleiros,<br />

182 infantes, 423 euro-<br />

peus, 156 indígenas, 113 indígenas<br />

da l. a companhia da guarnição,<br />

488 cypaes e auxiliares.<br />

Nos dias 27 e 28 estivemos demorados<br />

em Mancaza, por dificuldades<br />

da estrada, que é preciso<br />

abrir pelo matto cerradissimo. O<br />

nimigo fez vários tiros isolados, fe-<br />

rindo dois auxiliares. No dia 1 foi<br />

occupado Naguema, sem resistencia.<br />

Hontem reuniu-se-nos o comboyo<br />

que ficara em Mancaza por<br />

dificuldades de caminho. Durante<br />

a noite e dias 1 e 2 houve tiros iso-<br />

lados.<br />

Hoje, ás 10 horas da manhã, o<br />

inimigo atacou os postos avançados.<br />

Mandei sair um pelotão de marinha<br />

e um pelotão de infanteria 4, sob o<br />

commando do capitão Passos, que<br />

repelliu o ataque depois de 90 minutos<br />

de fogo. Ás 2 horas e meia as<br />

vedetas noticiaram a presença do<br />

inimigo, que foi repellido pelo 5.°<br />

pelotão de marinha, 2.° pelotão<br />

de infanteria 4, sob o commando<br />

João Franco por Coimbra. Porque,<br />

affirmámos e affirmarêmos sempre,<br />

—dos candidatos por Coimbra tanto<br />

vale o sr. João Franco como qualquer<br />

outro.<br />

Da comparação com os regene-<br />

radores não se imporia o Tribuno,<br />

sabêmo-lo; maguou-o o suppôrmos<br />

egual ao illustre candidato progressista<br />

o doido mau do Alcaide, que<br />

tem a alma formada de tanlas<br />

abjecções.<br />

Pois, embora lhe pese, julgámolos<br />

perfeitamente eguaes. Tanto vale<br />

um como o outro — em processos<br />

políticos e em lealdade partidária.<br />

Os dois irmãos siameses. ..<br />

E é que não ha duas opiniões<br />

diversas a êste respeito. Bem sabe<br />

o nosso collega do Tribuno que<br />

neste mesmo conceito é tido o seu<br />

candidato pelos seus próprios correligionários.<br />

Quanto a ser de suppôr que nós,<br />

os republicanos de Coimbra, coad-<br />

juvámos a candidatura João Franco,<br />

é isso uma das maliciosas invenções<br />

do Tribuno, tam ardiloso é aquelle<br />

espírito que Deus lhe deu...<br />

Agradecimento<br />

Operada da laparotomia no hospital<br />

de Coimbra pelo illustre professor da<br />

faculdade de Medicina, o ex. m0 sr. dr.<br />

Sousa Refoios, que mais uma vez<br />

mostrou quanto é merecida e justa a<br />

reputação que anda por toda a parte<br />

do seu grande talento e rara habilidade<br />

operatória, faltaria a um dever de<br />

gratidão se, publicamente, não agradecesse<br />

tantas finezas e cuidados que<br />

s. ex. a me dispensou antes e depois<br />

de operada. Muito e muito obrigada;<br />

sempre muito e muito reconhecida.<br />

Obrigada ainda a êsses bellos rapazes<br />

alumnos do 5.° anno de Medicina,<br />

que tanto se empenharam no feliz<br />

successo da minha operação, tratandome<br />

com a maior deferência e consideração.<br />

A todos, muito obrigada.<br />

Coimbra, 5 de março de 1897.<br />

de Coutinho, com uma hora de fogo.<br />

ao que se diz, da resolução do sr. Todos os officiaes e praças presta-<br />

Miranda, que tem estado, impenetráram muito bom serviço. Houve um<br />

vel, a vêr para onde ha de inclinar morto, o 150 da 2.<br />

o pêso da balança.<br />

Na duvidosa anciedade com que<br />

lhe prescrutam as intenções salvadôras,<br />

resolveram, pelo que se vê,<br />

dirigir-lhe epístola amorosa a aconselhar-lhe<br />

o ânimo hesitante.<br />

E ahi têmos nós o sr. Miranda,<br />

ainda o outro dia atacado cruelmente<br />

pelos que agora o acariciam, solici-<br />

X<br />

tado pelas gentilêsas compromettedoras<br />

dos enamorados dos seus vo-<br />

Eis, resumidamente, o texto da los.<br />

nota collectiva a que acima nos re- Como se ha de sorrir, lá por denferimos,<br />

entregue pelos representro^ sr. Miranda, a comprenhendêtantes<br />

das potências ao governo los e a disfructá-los...<br />

d'Athenas:<br />

Que elle, está bem de vêr, seguin-<br />

«Considerando que a situação actual do a sua conhecida e velha orienta-<br />

do Oriente não pôde prolongar-se, por ção, ha de resolver-se por onde lhe<br />

que está ameaçada a paz da Europa; convier mais.<br />

cbegàram as potências a' accordo sobre Animem-no, com tempo e pro-<br />

os seguintes pontos:<br />

messas e têem homem. ..<br />

1.°—Creta, na actual conjunctura,<br />

em caso nenhum poderá ser annexada Como elles todos sam ridículos...<br />

à Grécia 2."—Como a Turquia não -<br />

—<br />

tenha até agora tomado a iniciativa de<br />

entregar a Creta as necessárias reformas,<br />

resolvem as potências, sem pre- Os pontos, semanário illustrado<br />

judicar a integridade do império otto- que se publica no Porto, trazem<br />

mono, dotar aquella ilha d'um regimen hoje na sua primeira página um<br />

autónomo, sob a soberania do sultão. retrato do nosso amigo e collega<br />

Para realizar este accordo, esperam<br />

dr. Guilherme Alves Moreira.<br />

as potências que a Grécia nâo se recusará<br />

a mandar sair de Creta as suas<br />

tropas e navios, ficando o governo<br />

atheniense prevenido de que, recusan- «.A. IFraça Fiá/blica»<br />

do-se o governo de Athenas a annuir<br />

a este convite dentro do praso de seis Deverá sair brevemente á luz da<br />

dias, as potências não recuarão perante<br />

nenhum meio de fazer cumpri-lo». publicidade o 1.° número d'um pamphleto<br />

revolucionário, redigido pelo<br />

.#1<br />

distincto estudante de medicina o<br />

nosso valente correligionário sr.<br />

Foi hontem entregue ao sr. Abel Arthur Leitão, e collaborado por<br />

d'Andrade o seguinte ponto para a , alguns dos mais distinctos escri-<br />

dissertação do acto de licenciatura plores do nosso partido.<br />

— Da negligência punível; Synthese Será denominado A Praça Pú-<br />

crítica do código penal português. Ar- i blica e occupará mais um logar nas<br />

gumenlará na dissertação o talen- I fdeiras dos intransigentes.<br />

toso professor da Faculdade de Di- Boas vindas e um manancial de<br />

reito sr, dr, Henriques da Silva, I felicidades.<br />

a da marinha,<br />

um ferido levemente e um contuso.<br />

O estado sanitário é bom e o estado<br />

moral das trópas é magnifico.<br />

Ámanhã continúo avançando. Por<br />

causa do matto ser muito cerrado, Pelo último relatório da fazenda<br />

é impossível calcular as perdas do vê-se que desde o 1.° de julho do<br />

inimigo».<br />

corrente anno económico até ao 1.°<br />

de fevereiro findo foram abertos<br />

0 1.° tenente Azevedo Coutinho, créditos especiaes, para despêsas<br />

mandou também o seguinte tele- que não podiam ser satisfeitas pegramma<br />

ao conselho do almiranlas auctorizações orçamentaes, na<br />

tado:<br />

importância de 2:294 contos, sendo,<br />

logo no primeiro mês do anno<br />

«Moçambique, 4, ás 9, m. — Na- económico decretados alguns desguema,<br />

3. — Hoje, acção contra os ses créditos a favor dos ministérios<br />

namarraes. Morto grumete Vicente do reino, da fazenda, da justiça e<br />

Godinho. Ferido Alberto Luiz. Força das obras públicas.<br />

marinha louvada por ordem de Mou- A êsses 2;294 contos accrescem<br />

sinho. Officiaes e praças portaram- agora 4:420 contos que foram tamse<br />

valentemente.— Coutinho.* bém decretados extra-orçamentalmente<br />

para supprir as deficiências<br />

Comquanto incompletas ainda, as das verbas votadas pelo parlamen-<br />

noticias que acabámos de receber to. Ás verbas de despêsa previstas<br />

enchem-nos o peito do mais intenso no orçamento têmos pois que addic-<br />

júbilo e infiltram em nossa alma cionar já no corrente anno econó-<br />

um fúlgido raio da mais immorremico nada menos de 6:714 contos.<br />

doira gratidão para com esses valentes<br />

que nos sertões africanos se<br />

No anno findo os créditos espe-<br />

arremessam impávidos ás balas iniciaes<br />

importaram em 3:721 contos,<br />

migas, em defeza encarniçada da<br />

havendo portanto quasi que a du-<br />

integridade da nossa soberania.<br />

plicação d'elles no corrente anno.<br />

Como se vê, a situação financeira<br />

vae melhorando.<br />

Assim o disse o sr. D. Carlos no<br />

Ao olho de lynce que no Tribuno discurso que recitou perante o So-<br />

Popular está álerta sobre os mais lar dos Barrigas; assim o affirmou o<br />

insignificantes pontos da política Br. João Franco quando deixou o<br />

portuguêsa, custou a perceber o poder; assim o repetirám ámanhã os<br />

sentido d'um suelto nosso, por cau- progressistas, quando tenham de<br />

sa da simples deslocação d'uma referir-se á sua administração.<br />

pergunta.<br />

Mas, afinal, parece que percebeu...<br />

O correspondente do nosso colle-<br />

Em todo o caso, expliquêmosga o Commércio do Porto dá como<br />

lhe:<br />

certa a nomeação para pares do rei-<br />

O que nós perguntávamos era no do sr. conselheiro Pedro Mon-<br />

— qual a razão de se indignar a teiro Castello Branco e do sr. dr.<br />

maior parte pela candidadura do sr, Bernardo d'Albuquerque e Amaral,<br />

Arte da eseripta<br />

Delicidamente oífertada pela ex. ma<br />

viuva e filhos do immortal poeta e<br />

nosso pranteado Mestre João de Deus,<br />

acabamos de receber a collecção da<br />

Arte da eseripta, até hoje inédita pelos<br />

motivos expendidos no prólogo que<br />

passamos a transcrever:<br />

«Todos quantos conhecem o mêthodo<br />

de João de Deus sabem que<br />

se compõe da Arte da leitura (Cartilha<br />

Maternal) e Arte da eseripta. Vae<br />

para vinte annos, e em consecutivas<br />

edições, que a Cartilha Maternal tem<br />

levado a luz aos mais rudes cérebros.<br />

Porque demorou o immortal poeta a<br />

publicação da Arte da eseripta?<br />

É fácil a explicação: instado por<br />

mais de dez annos pelo thesoureiro<br />

das Escholas Moveis para que com-<br />

pletasse a sua incomparável obra<br />

pedagógica, confessou-lhe um dia,<br />

com simplicidade: «que as maiores<br />

injúrias que em sua vida recebêra,<br />

por parte do professorado official, fôram<br />

motivadas pela Cartilha Maternal;<br />

se publicasse a Arte da eseripta, envolvia-seem<br />

nova lucta com os calllgra-<br />

phos, achando-se cada vez com menos<br />

forças».<br />

Tanto das últimas poesias de João<br />

de Deus, como das suas conversações<br />

últimas, deprehende-se que presentia<br />

que a vida lhe fugiria breve; e neste<br />

convencimento, apezar dos estragos da<br />

doença, entregava se a fatigantes trabalhos<br />

até ao penúltimo dia em que<br />

falleceu. Na última quinzena de 1895,<br />

poucas semanas antes do seu fallecimento,<br />

completou o grande educador<br />

nacional a Arte da eseripta, que durante<br />

tantos annos explicàra nos seus<br />

cursos conjunctamente com a Arte da<br />

leitura Já estava em negociação com<br />

ura livreiro editor para a puMicação<br />

do seu manuscripto, quando o surprehendeu<br />

a morte. Ficára completo o<br />

seu trabalho; porém, nas explicações<br />

precisas (não concluídas) não chegou<br />

a consignar os motivos que o levaram<br />

a afastar-se dos processos seguidos nas<br />

outras artes calligráphicas nacionaes<br />

e extrangeiras.<br />

Não é isto embaraço para que a<br />

obra se apresente â publicidáde; é da<br />

Maria Lucinda da Fonseca Magalhães. primeira intuição que a eseripta dos<br />

algarismos, de applicação prática immediata<br />

e independente, deve preceder<br />

a eseripta das lettras. Se os aggravos<br />

de João de Deus pelos diífamadores<br />

da sua obra de educação foram<br />

a causa de não estar publicada a Arte<br />

da eseripta, o seu méthodo grâphico<br />

existe haquatorze annos adoptado pela<br />

Associação das eschólas moveis pelo méthodo<br />

de João de Deus. Quem quizer<br />

examinar qual é a sua efficácia no ensino<br />

elementar, pôde verificá-lo nas<br />

escriptas de 68 missões realizadas por<br />

aquella associação com séde no largo<br />

do Terreiro do Trigo n.° 20, l.° Ha<br />

ainda numerosos professores da capital<br />

e fóra de Lisboa, que, conjunctamente<br />

com a Cartilha Maternal, adoptam o<br />

méthodo de eseripta de João de Deus.<br />

Em Lisboa, álém de outros estabelecimentos<br />

dê ensino, a direcção da<br />

Eschola académica poderá testemunhar<br />

quaes os brilhantes resultados que obtém<br />

na adopção do systema de leitura<br />

e de Eseripta pelo méthodo de João de<br />

Deus. Estas provas práticas sam o argumento<br />

decisivo a quaesquer capciosos<br />

reparos.<br />

Com a Cartilha Maternal e a Arte<br />

da Eseripta, fica completo o systema<br />

de ensino primário creado por João de<br />

Deus para a infância e para o pôvo.<br />

Entregar ao público esta parte inédita<br />

é a maior homenagem prestada ao<br />

morto querido, porque êste raio de luz<br />

do seu espirito irá influir vantajosamente<br />

nas escholas primárias de Por-<br />

tugal e Brasil.»<br />

Agradecemos penhoradissimos a extrema<br />

delicadeza da offerta, e curvamonos<br />

reverentes ante o complemento da<br />

obra magistral do insigne pedagogo<br />

que a M,orte tam cêdo nos roubou.<br />

0 Diário de Noticias, no seu número<br />

de 4 de março, publicou 847 annúncios,<br />

sendo metade de pedidos e offerecimentos<br />

de serviçaes, o que denota<br />

que os divertimentos carnavalêscos esfriam<br />

consideravelmente as relações<br />

entre amos e creados.


Leopoldo Baptistini<br />

0 professor da escola Brotero,<br />

o sr. Leopoldo Baptistini, já expediu<br />

com destino á exposição internacional<br />

de Veneza o seu último quadro,<br />

que intitula—Sagramor.<br />

E uma tela bem reflectida e pensada,<br />

na qual este artista de novo<br />

põe em evidência o poder dos seus<br />

vastos recursos e a personalidade<br />

do seu talento.<br />

E, além de todos os seus méritos<br />

vale ainda pelo caracter e pela in<br />

novação do seu estylo; porque o sr<br />

Baptistini propoz-se congraçar numa<br />

obra de conciliação, aliás difficil, o<br />

princípio de rebellião e emancipa<br />

ção da arte moderna com a these<br />

nostálgica e triste que busca na<br />

alma do passado a luz supplementar<br />

que lhe mostre o novo rumo<br />

do seu destino, e a que, não sabe<br />

mos porque motivo, deram o nome<br />

de preraphaelismo.<br />

Nesta agitação de theorias, de<br />

predilecções e de alarmes todas as<br />

affirmações sam permittidas, se as<br />

fortalece e bafeja a centelha do<br />

génio.<br />

O quadro do sr. Baptistini é uma<br />

bella obra, exhuberanle e solemne,<br />

doce e ineffavel como um idíllyo<br />

numa atmosphera calma e serena<br />

de poesia mysteriosa, profundamente<br />

sentida.<br />

Pela concepção, por todas as poderosas<br />

qualidades do desenho, côr<br />

factura sólida e leve, e acima de<br />

tudo pela intensidade da intelligéu<br />

cia e sentimento que irradia d'essa<br />

26 Folhetim da RESISTENCIA<br />

o seu artigo edictorial pelas seguintes<br />

palavras :<br />

«Temos a consciência de haver<br />

cumprido o nosso dever, diligen-<br />

ciando satisfazer ao fim para que a<br />

Commissão municipal republicana<br />

creou êste jornal, e assim continuarêmos<br />

nesta lucta de todos os dias,<br />

em que andamos empenhados, para<br />

propaganda das ideias democráticas<br />

e proclamação da República».<br />

Daqui enviamos ao nosso dedicado<br />

companheiro a expressão sincera<br />

das nossas mais etfusivas saudações.<br />

A peste bovina, que continúa fazendo<br />

grandes estragos na África<br />

do Sul, tende a alastrar-se agora<br />

para o norte, achando-se ameaçado<br />

o districto de Mossámedes cuja principal<br />

riquêsa é em gado.<br />

Os proprietários pensaram em<br />

estabelecer um cordão sanitário, o<br />

que é impossível pela grande extensão<br />

do território e falta de soldados.<br />

C-cLloa,<br />

A investidura de Mac-Kinley nos<br />

supremos poderes da República<br />

norte-americana veio dar alguns<br />

dias de tréguas á história da insurreição<br />

cubana.<br />

Todos os espíritos se voltam para<br />

o sol que acaba de nascer, e a su-<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 14 de março de 1897<br />

das que derivariam da suspensão<br />

dos trabalhos da indústria, do commércio<br />

e da agricultura e os subsí-<br />

dios que deveriam ser pagos aos<br />

feridos e ás famílias dos militares<br />

Notícias diversas<br />

O sr. António Arroyo, inspector das<br />

escholas industriaes do norte, fez no<br />

Instituto portuense de estudos e conferências<br />

uma larga conferência sobre a<br />

mQsica em Portugal.<br />

O illustre conferente precedeu o seu<br />

estudo de palavras sobre a história geral<br />

da arte em Portugal, accentuando<br />

que nas artes decorativas se encontram<br />

sempre as influências flamenga, hespanhola<br />

e principalmente a oriental.<br />

Na arcbitectura notou a influência<br />

francêsa no nosso românico (Sé-Velha),<br />

a francêsa e a inglêsa no gothico<br />

(Batalha); da arte hespanhola (mudejar,<br />

plateresco). oriental e decoração vegetal<br />

no estylo manoelino que traduz<br />

quasi sempre o conflicto entre a es-<br />

truc.tura e a decoração.<br />

No rococó assignalou a influência<br />

italiana; e finalmente a francêsa no<br />

reinado de D. Maria l. a<br />

Na pintura, filiou os quadros Portuguêses<br />

do século XVI na influência<br />

flamenga.<br />

Na esculptura citou Barbosa Machado.<br />

Na música finalmente reconheceu<br />

lambem a influência de arte extrangeira;<br />

mas concluiu pela possibilidade de<br />

uma música nacional inspirada na lyrica<br />

e no cancioneiro popular.<br />

sentando o norte de Portugal, alguns<br />

pittorêscos arredores do Porto,<br />

e as margens do Douro.<br />

Os assumptos sam : a vindima; a<br />

pesca da sardinha; um grupo de<br />

raparigas tirando o peixe da rêde;<br />

um retrato: «Uma mulher do Porto»;<br />

paisagens, marinhas, etc.<br />

Os quadros têm sido muito admirados<br />

por innúmeros visitantes, e<br />

muito elogiados, juntamente com a<br />

sua auctora, pela imprensa londrina.<br />

Partiu para Villa Real o sr. Domingos<br />

de Freitas a occupar o seu pôsto<br />

de capitão no regimento onde foi collocado.<br />

O sr. Wenceslau Martins de Carvalho<br />

ofTereceu ao museu d'antiguidades do<br />

Instituto o pé d'uma estátua romana,<br />

achado em Condeixa-a-Velha.<br />

Na Suissa acaba de ser rejeitado pelo<br />

referendum um projecto de lei que estabelecia<br />

um banco de Estado. Foi de<br />

440:834 o número dos votantes, sendo<br />

248:194 contra o projecto e 192:640 a<br />

favor.<br />

Partiu para Lisboa, depois d'uma segunda<br />

exploração em Condeixa-a-Velha,<br />

o illustre archeologo sr. Leite de Vasconcellos.<br />

.<br />

A récita de despedida do quinto anno<br />

jurídico re3lizar-se-ha na ultima semana<br />

antes das férias da Páschoa.<br />

prema inquietação reflecle-se em todos<br />

os rostos.<br />

O Banco de Portugal tinha em<br />

caixa na semana finda a quantia de<br />

Em Hespanha, principalmente, é 13.337:145^571 réis em metálli-<br />

pintura, folgarêmos que ao sr enorme a anciedade, aguardando-se co,e em circulação57.7l4:252$250<br />

Baptistini esteja reservado o aco-<br />

Chamámos a attenção dos nossos<br />

cada momento alguma coisa de réis em notas.<br />

lhimento honroso, a que tem incon-<br />

leitores para o annúncio Tópico con-<br />

fatal ao domínio hespanhol no mar<br />

testável direito.<br />

tra a Coqueluche, cujo effeito bené-<br />

das Antilhas.<br />

fico tem sido confirmado por espe-<br />

O caminho, porém, está traçado O candidato progressista pelo circucialidades médicas o innúmeras pes-<br />

de ha muito. E não ha sacrifícios lo de Cantanhede, sr. dr. Horácio Poiasoas. 'O Povo da Figueira» que possam voltar a face do Desres, teve de retirar á última hora a sua<br />

candidatura, não se sabendo ainda qual Segundo opiniões auctorizadas,<br />

tino, por mais extraordinários que o candidato governamental por este não existe melhor preservativo con-<br />

Encetou o 3.° anno da sua pu elles sejam.<br />

circulo.<br />

tra o terrível mal de que as crean-<br />

blicação o nosso prezadíssimo col^ E quando obstinadamente postos<br />

ças tanto enfermam.<br />

lega O Povo da Figueira.<br />

em prática, o único resultado que<br />

Militando, como nós, nas hostes<br />

surgem é o exgotamento da vitali- Está a concurso a egreja de S. Se-<br />

dos revoltados contra os desmandos<br />

dade d'um povo, e nunca o seu bastião de Means, da diocese de Coim-<br />

do poder, é-nos immensamente gra-<br />

triumpho.<br />

bra.<br />

Revistas e jornaes<br />

to registar estas datas que marcam<br />

o começo de mais um anno de lu- Por um cálculo ultimamente aprecta<br />

em pról do ideal por que nos sentado, uma guerra europêa cus-<br />

encontramos cada vez mais dispostava a cada uma das grandes potén<br />

tos a todos os sacrifícios.<br />

cias quarenta e seis milhões de fran-<br />

O nosso presado collega termina cos por dia. Isto sem contar as per-<br />

Uma distincta pintora aguarelista<br />

inglêsa, lady Roop Dockery, expõe<br />

na galeria Rembrandt, de Londres,<br />

uma série de quadros — cincoenta<br />

e tantos números — repre-<br />

Gazeta «las Aldêas — Recebemos o<br />

n.° 61 d'este importante semanário de propaganda<br />

agrícola e vulgarização de conhecimentos.úteis<br />

que se publica no Porto.<br />

E seu redactor principal o sr. dr. António<br />

de Magalhães, distincto chimico analvsta do<br />

Laboratório Chímico-Agrícola do Porto.<br />

Este número traz o seguinte summário:<br />

3 'O Margarodes, Conde de Samodáes.—Diminuição<br />

da producção vitícola em Itália, Duarte<br />

d'OIiveira.—A piscicultura em Portugal,Rocha<br />

Peixoto.—Economia doméstica, Marietta.—<br />

Folhetim: A reparação, Carlos Deslys, traducção<br />

de Adolpho Portella.—Secções e artigos<br />

diversos:—A vida agrícola.—Máehinas agrícolas<br />

(com gravura).—Máehinas enxertadeiras,<br />

(com gravura).—Zootechnia: Governo e cuidado<br />

dos animaes de trabalho, Avicultura: Creação<br />

de gallinhas.—Variedades. A mascara. O<br />

carnaval de outr'ora. O cortejo do «boi gordo».<br />

A festa da agricultura na China. Uma mascarada<br />

célebre no Porto.—Resposta a consultas.<br />

—Chrónica dos acontecimentos.<br />

C. Silva. — Lourenco Marques.—<br />

Escandalos da Administração municipal.—Recebêmos<br />

um folheto assim intitulado, que agradecemos.<br />

Vamos lêr.<br />

Missa ao Senhor Jesus na egreja<br />

de S. Pedro<br />

Devido aos esforços e devoção do digno<br />

sachristão d'esta egreja o sr. Manuel,<br />

realizar-se-ham em todos os domingos<br />

de quaresma, pelas 5 '/s horas<br />

da manhã, missas ao Senhor Jesus.<br />

Para abrilhantar êstes actos religio-<br />

sos cantar-se-ha o primoroso Miserere<br />

de José Mauricio.<br />

A egreja de S. Pedro acha-se tratada<br />

com muita decência e aceio, no que<br />

muito é para louvar aquelle cavalheiro.<br />

E' de esperar grande concorrência<br />

de fieis.<br />

# *<br />

Communicados<br />

Sr. António Amorim de Carvalho:<br />

Não posso deixar de lhe manifestar<br />

o meu eterno reconhecimento, pelos<br />

resultados benéficos que meus queri-<br />

dos Glhinhos obtiveram com o uso do<br />

Tópico contra a coqueluche,<br />

de seu invento, que eu considero um<br />

remédio iriiagroso e efficaz na cura de<br />

tam terrível doença. Depois de muitos<br />

tratamentos, a tosse só cedeu ao seu<br />

Tópico, que eu recommendo aos<br />

paes extremosos.<br />

Lamego, 14 — 6.° — 95.<br />

De v., etc.,<br />

José dos Santos Leitão Júnior.<br />

Declaro que empregando o Topico<br />

contra a coqueluche, preparado<br />

pelo pharmacéutico Amorim de<br />

Carvalho, em meus dois filhinhos, que<br />

estavam bastante atacados da coqueluche,<br />

em oito dias ficaram êstes completamente<br />

restabelecidos.<br />

Porto e rua da Boa-Vista, 148 — 29<br />

de outubro de 1896.<br />

Joaquim Ramalho Ferreira.<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard «& C. a<br />

Ao cabo de alguns minutos, levanágua enche-lhe o cérebro com o odôr — É-me impossível recebê-la; tenho<br />

tou-se, compretiendendo que era ata- acre dos limos.<br />

—Estou a cair com somno... Bôa<br />

onde estar a essa hora.<br />

cado, que devia arrostar com o peri-<br />

noite... '<br />

As árvores sacodem-se, pouco a pou- — Que deverei dizer-lhe?<br />

go, mas respirava mal em sua própria<br />

— Bom dia! Disse a mulher, a rir-se.<br />

co, da neblina, esboçando as silhouet- — Dirás... dirás que me escreva.<br />

casa. Saiu e caminhou durante uma tes esguias no pardo e no auróreal. A<br />

Bérard foi para o seu quarto, mono-<br />

— Bem, senhor.<br />

hora. Breve se encontrou nas margens<br />

logando :<br />

planlck, ,apparece lentamente com a Bérard percorreu os armazéns, viu<br />

dó Sena, em S. Diniz..., alli, ao ar sua floresta de espigas e o seu mundo<br />

—Oh! Não, é impossível! Ella não<br />

que tudo estava nos seus Iogares, e<br />

ivre, respirou mais à vontade. d'insectos... Céu, terra, árvores, e<br />

pôde ter sonhado a verdade.<br />

subiu para casa... passou pelo quar-<br />

Torneando a aldêa, passa através rio se desenrolam ternos e brumosos... to de sua mulher. Junto do leito esta-<br />

dos campos, seguindo os atalhos que fendendo o horisonte, espelhando-se va um berço em que dormiam dois fi-<br />

IV<br />

cortam o prado.<br />

na limpidês das águas, scintillando lhinhos; â morna claridade da lampa-<br />

Fatigado por esta longa caminhada, através das folhas, abrazando a planírina, elle poude contemplar o grupo<br />

Os empregados da casa Bérard<br />

as pernas lassas mas o cérebro mais cie, surge finalmente o dial... encantador de todos o que amava.<br />

calmo desde que pôs pé na ilha, de-<br />

Pelas duas horas da tarde, parava<br />

Bérard levantou-se mais tranquillo; Duas lágrimas lhe deslizaram pelas<br />

III<br />

bruçou-se na relva, e apoiado nos co-<br />

um elegante coupé deante da porta da<br />

a madrugada expuisára as idêas som- faces...<br />

tovêllos, queixo entre as mãos, procu-<br />

casa Bérard. na rua d'Enghien.<br />

brias da noite. Lembrou-se da visita — Pobres almas, pensou elle, se<br />

Terror é esperança rou recordar-se.<br />

Uma mulher, jóven ainda, arreba-<br />

annunciada para êsse dia, e decidiu-se soubessem. Oh! Nunca! nunca!<br />

Foi debalde; surprehendido por um<br />

tadôra sob o véu que lhe encobria o<br />

a oppôr momentáneamente ao ataque, Enxugou as pálpebras, abraçou os<br />

Tomava a vérobaque, os seus com- panorama que se desenrolava ante a<br />

rôsto, vestida no rigor da moda, des-<br />

a força inêrte.<br />

filhos, debruçou-se sobre a mulher; ia<br />

panheiros, a rudeza com que era a sua vista, elle esquecia.<br />

ceu.<br />

princípio tratado; depois tudo mudava Forçoso é dizer-se que era um lindo Entrou em casa, e foi para o seu<br />

abraçá-la, ella abriu os olhos.<br />

Entrou no armazém, e perguntou:<br />

em volta d'elle, era empregado nas quadro éste despontar do dia: gabinete: quando chegaram os rapa- — Sóbes agora ?<br />

— 0 sr. Bérard?<br />

officinas.... Vê que desde aquelle dia A neblina embaciando tudo!... Cada<br />

zes do armazém, julgaram que o pa- — Sim!<br />

—Nâo está, minha senhora, respon-<br />

a protecção discreta de Nither havia vez mais vento a rumorejar por entre<br />

trão tivesse passado a noite trabalhan- — Trabalhaste durante toda a noite? deu um caixeiro que se inclinou gen-<br />

ido em seu auxílio. Lembra-se do dia os choupos invisiveis; a terra a merdo.<br />

Não lhes causou admiração o facto. — Não, adormeci...<br />

tilmente deante da jóvem. Se v. ex.*<br />

feliz em que foi chamado pelo director gulhar na limpidês das águas os seus<br />

No momento de abandonar o gabinete — Oh! Tu mentes... Jacques, nâo quer ter a bondade de entrar no ga-<br />

e em que êste lhe disse:<br />

para ir repousar, chamou um d'elles, quero que te mates assim... Se cat-<br />

cabellos verdes, sem a sulcar; tudo<br />

binete, eu vou mandar perguntar se o<br />

— Fôste indultado; ámanhã serás<br />

e perguntou-lhe d'um modo indiferes doente...<br />

immerso em profundo silêncio, apenas<br />

senhor está em caía...<br />

livre. Mostra-te digno da graça que<br />

rente :<br />

— Ês louca... Dorme... Já me<br />

jerturbado pelo repouso longlquo das<br />

A dama seguiu o caixeiro, e penetrou<br />

arrependi de te ter acordado.<br />

acabas de receber.<br />

águas do canal... Os campos dormem. — Que quer dizer esta carta?<br />

no gabinete.<br />

—Não, fizeste bem. Estava sonhando<br />

Lembra-se da sua partida, d'um des- Já uma faxa d'azul illumina o hori- — Fui eu que a recebi hontem.<br />

—Quer ter o incómmodo de dizer-<br />

coisas horríveis!...<br />

conhecido que o conduz a algumas sonte!<br />

— Quem t'a entregou ?<br />

me o seu nome, minha senhora?<br />

—Coisas horríveis!<br />

léguas de Paris, que o põe ao facto de A vida regressa, despertam as aves, — Uma senhora, patrão.<br />

— A dama que aqui veio hontem...<br />

— Sim, a teu respeito.<br />

tudo, que o leva um dia para a mesma os gallos cantam, chiam os carros pe- — Ah ! Que me queria ?<br />

e que elle espera.<br />

—A meu respeito?... disseJacques,<br />

casa onde agora está.<br />

las estradas, o silvar da locomotiva —Disse que era um negócio particu-<br />

— Eu volto já, disse o caixeiro sur-<br />

Opprimido, fatigado pela longa via- estridula ares em fóra, guizalham as lar.<br />

empallidecendo.<br />

prehendido, com um sorriso singular.<br />

Não ousou perguntar a sua mulher<br />

gem que o seu pensamento havia feito, campainhas ao peito dos cavallos, es- — Essa senhora Ocou de voltar hoje? o que tinha sonhado; abrapou-a e dis-<br />

fíórard caiu desfallecido sobre o sophá, talam os chicotes dos carreteiros, e a — Sim, senhor, pela uma hora. se-lhe i<br />

(iContinua,) Serafim Ant


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A min lia entrada — A vida na cadeia — História do Limoeiro—O<br />

Iiimoeiro lioje—O regulamento — Os presos—Dm<br />

canicida—Condemnado ámorte— Fugas célebres—<br />

Scenas de sangue — As prisões e o absolutismo—TVo<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, esdivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, suicídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhetas, trabalho na prisão, prisões de Paris,<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa ê artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128—RUA FERREIRA BORGES —130<br />

1 MOESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

" venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

COFRES Á PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

Aramoc 7inppdno • ^ >ara ram ádas e enxertias e dito de espi-<br />

AldlIltJb ZiilMUUb. nhos para vedações.<br />

Mofai hí>anr>n • E amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

iniciai UlallbU . folha de flandres.<br />

FeriO: E a C° de todas as qualidades, carvão de fórja.<br />

narn fprrpirn • Malhos ' t0rQ0S > máchinas de furar, folies,<br />

pdld lClIclIU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira


O GOVERNO EM TALAS<br />

Comprometleu-se o governo a<br />

annullar uns 400 despachos íIlegal<br />

mente feitos pelo governo transacto,<br />

demittindo os empregados públicos<br />

que por elles tomaram assento<br />

á mêsa do orçamento. Conhecida<br />

a declaração do governo, logo a imprensa<br />

lança mão do assumpto, á que<br />

liga a maior importância. Pede-se<br />

d'iim lado o rigorôso cumprimento<br />

da lei sem contemplações d'ordem<br />

alguma e, portanto, a annullação dos<br />

despachos illegaes; pondera-se doutro<br />

que tal medida deixará sem pão<br />

dezenas de famílias e irá motivar<br />

sérios embaraços, introduzir grave<br />

desordem nos serviços da pública<br />

administração. Reflectindo nas considerações<br />

expostas por um e oulro<br />

lado, sentenceiam alguns conselheiros<br />

que todos têem razão e que<br />

o governo não se esquivará a duras<br />

críticas seja qual fôr a solução que<br />

adopte. Ao mesmo tempo que assim<br />

é discutido na imprensa o assumpto,<br />

fervilham os empenhos para<br />

que a supposta intransigência do<br />

governo não vá ferir êste ou aquelle<br />

empregado. Tudo isto vae levando<br />

a indecisão ao ânimo dos<br />

ministros que as últimas notícias<br />

nos apresentam já hesitantes, não<br />

sendo possivel prevêr se satisfará, e<br />

como o compromisso que tomou.<br />

E todavia é certo que não pode haver<br />

no caso sujeito duas opiniões.<br />

Reconhecido que houve nomeações<br />

de empregados públicos illegalmenle<br />

feitas e que estám portanto<br />

saindo dos cofres do Estado, illegalmente<br />

também, importantes<br />

sommas, impende sobre o governo<br />

o indeclinável dever de restabelecer<br />

immediatamente o império da lei e<br />

de fazer cair toda a responsabilidade<br />

legal sobre quem criminosamente<br />

a desacatou. Provável é que esta<br />

medida vá lançar na miséria algumas<br />

famílias, mas, se tal perspectiva<br />

nos contrista, nunca considerações<br />

d'esta ordem nos entibiarám<br />

no cumprimento do dever. Não é o<br />

Estado albergue de inválidos, não<br />

podem nem devem os ministros sustentar<br />

á custa dos cofres públicos<br />

os seus amigos e afilhados, nunca<br />

a caridade pública se deve exercer<br />

nomeando funccionários. Nos<br />

serviços do Estado devem ser pro<br />

vidos aquelles indivíduos que tenham<br />

as melhores, habilitações para os<br />

exercer. É esta a única doutrina<br />

admissível, o único systema defen<br />

sável.<br />

Mas não pôde a monarchia applicá-lo.<br />

Enquanto ella subsistir, os<br />

serviços do Estado serám exclusivo<br />

apanágio dos amigos e afilhados dos<br />

governos que se succedam no po<br />

der, representando, não partidos disciplinados<br />

e orientados por princípios<br />

d'interesse público, mas grupos<br />

de pedintes e de ambiciosos movidos<br />

só»,pelo interesse ou pela vaidade.<br />

Os empregos públicos não<br />

raro se criam só para anichar um<br />

determinado influente, collocar um<br />

certo apaniguado; os ordenados e as<br />

gratificações arbitram-se, medem-se<br />

attendendo ao funccionário e não ao<br />

serviço que presta. Dam-se escandalosas<br />

e illegaes accumulações. Ha,<br />

citando um exemplo, professores da<br />

Universidade que vencem o seu ordenado<br />

de categoria e estam exercendo<br />

outros empregos em Lisboa<br />

por que recebem ordenados ainda<br />

mais elevados. Haja vista o que se<br />

está dando com o sr. dr. João Arroyo<br />

que recebe do Estado 800$000<br />

réis como cathedrático da Faculdade<br />

de Direito e 2:400$000 réis como<br />

administrador da Companhia real<br />

dos Caminhos de Ferro. Outro caso<br />

deante de nós, referido por um<br />

jornal insuspeito onde se lê que um<br />

empregado da extincta repartição<br />

do sêllo recebeu de julho de 1895<br />

a julho de 1896:<br />

governos e os ministros da corôa<br />

se mantêem. Não conseguiria o governo<br />

Hintze Ribeiro conservar-se<br />

tanto tempo no poder se não soubesse<br />

vencerosattrictosqueo poder<br />

judicial, cuja independência constitue<br />

o único palládio das garantias<br />

individuaes, lhe levantaria creando<br />

emolumentos que augmenlaram<br />

os vencimentos de alguns magistrados<br />

em quantia superiora 400$000<br />

réis. Manteve-se por esses processos<br />

o governo Hintze Ribeiro e o<br />

actual cairá logo que pretenda afastar-se<br />

d'elles, não compromettendo<br />

só a sua existência mas a da monarchia<br />

a quem serve.<br />

Em tal regimen, a notícia de que<br />

vam ser demiltidos 400 empregados<br />

nomeados illegalmente provoca<br />

os mais oppostos commentários e,<br />

seja qual fôr a solução que o gover-<br />

As conveniências da Câmara<br />

Temos ouvido constantemente dizer<br />

que a Câmara municipal de Coimbra<br />

não tem dinheiro, quando se pergunta<br />

pelos serviços que devia fazer ao município<br />

e que não tem feito.<br />

E' o supremo e irrespondivel argumenta<br />

com que os zelosos administradores<br />

da fazenda municipal respondem<br />

ás censuras justíssimas que lhes fazem.<br />

O 3 V L d d r I o<br />

Já aqui registrámos, para lição<br />

de todos nós, qual a somma espantosa<br />

da nossa dívida pública —<br />

mais de 700:000:000|000 ;réis. pela<br />

qual pagamos annualmenté, só<br />

Mas ss. ex.<br />

no adopte, ficará sempre em má situação.<br />

Concordamos com os conselheiros<br />

que assim opinam, e por<br />

esla simples razão: a demissão dos<br />

400 empregados tornar-se-ha injustificável<br />

se o governo não f(5r<br />

muito mais longe, e para isso falta-lhe<br />

força; a conservação d'esses<br />

Categoria 800$000 empregados torná-lo-ha conivente<br />

Compensação 100$000 na illegalidade que o governo trans-<br />

Gratificação 300$000<br />

acto commelleu, e que elle veiu de-<br />

Ajudas de custo 537$000<br />

Serões 409$956 nunciar.<br />

Transportes 802,5500 O governo está, pois, como em<br />

Subsídios 33$705<br />

phrase vulgar se diz, mettido numa<br />

Diversos abonos . .. 142$700<br />

camisa de onze varas; vê-se séria-<br />

Ao todo 3:125$861 réis, mais<br />

mente entalado.<br />

que o ordenado fixado na lei para<br />

um ministro de Estado!<br />

Tem um regimen político em que O recenseamento<br />

taes abusos se repetem dia a dia, A respeito do recenseamento elei-<br />

em que não ha só illegalidades mas toral o Tribuno Popular não adian-<br />

verdadeiras immoralidades, os mais ta nada, depois de ter ameaçado a<br />

revoltantes escândalos, auctoridade Terra, o Céo, o Mar e o Mundo.<br />

para demittir 400 empregados, que Annunciou as suas iras no dia 3<br />

percebem na sua grande maioria<br />

de março; publicou uma relação de<br />

doze nomes excluídos do recensea-<br />

insignificantes ordenados? Pôde um mento, no dia 6, declarando não lhe<br />

governo monárchico exercer rigorosa ter sido possivel fazer um exame<br />

economia na administração pública, minucioso do recenseamento eleito-<br />

pondo termo ás sinecuras que nella ral; no dia 10 vem dizer ainda que<br />

existem e remodelando os serviços não pôde tratar do assumpto com o<br />

do Estado em harmonia com as<br />

desenvol vimento'que o caso pede...<br />

e mais nada.<br />

suas necessidades?<br />

E vem dizer que nós não dissé-<br />

Não tem o regimen político, que mos nada no nosso número último.<br />

nos está aviltando depois de nos Mas que querêmos nós ter com o<br />

haver empobrecido, nem prestígio recenseamento eleitoral?<br />

nem força para assim proceder. Arranje-se o Tribuno mais a Correspondência<br />

. ..<br />

Qualquer governo que pretendesse<br />

E ficaremos assistindo ao com-<br />

encetar êsse caminho devia começar bate dos luctadores.<br />

por cima, cortar sério pelos abusos Mas, onde é que Júpiter arreca-<br />

que se estám dando com os altos daria os raios?...<br />

funccionários do Estado, oppôr-se<br />

pertinazmente a viajatas e diversões<br />

O sr. Manuel Miranda filiou-se<br />

régias que tam caras ficam ao the-<br />

no partido progressista—diz a Corsouro.<br />

Bastaria, porém, que um mirespondência de Coimbra.<br />

nistro da corôa manifestasse tal E' falso—diz o Tribuno Popular.<br />

propósito, para que se visse imme- Donde se vê que o sr. Miranda,<br />

diatamente obrigado a abandonar o se não é de Pilatos também não é<br />

seu logar; as influências palacianas de Herodes.<br />

E ambos o querem.<br />

e partidárias conjugar-se-hiam im-<br />

E' como o morcêgo da fábula —<br />

mediatamente todas contra elle. ave e mamífero. Conforme lhe con-<br />

É por meio da corrupção que os vém.<br />

as têem fallado sem razão.<br />

A Câmara tem muito dinheiro; as<br />

finanças municipaes nadam em maré<br />

de rosas.<br />

Pois se não fôra assim explicava-se<br />

a nomeação que a Câmara acaba de<br />

fazer de mais um dispensabilissimo<br />

empregado?<br />

Pois a Câmara nomeou-o.<br />

Para quê? Que outro nicho foi<br />

creado? E para quem?. ..<br />

—Ajudante do fiscal do mercado!<br />

—Para um parente d'um vereador!<br />

Como se o movimento do mercado<br />

se tivesse desenvolvido de modo que<br />

explique um empregado a mais.. .<br />

O movimento não é maior do que<br />

era; a necessidade do empregado, não<br />

é nenhuma; mas a necessidade de<br />

fazer o favor, á custa dos munícipes,<br />

é que era grande.<br />

E ahi temos nós mais um fiscal no<br />

mercado. .. para que se não venda o<br />

peixe avariado nem as batatas greladas.<br />

Entretanto, as ruas da cidade estám<br />

uma vergonha; quando chove, em volta<br />

da cidade ha lamaçaes sómente.<br />

Emfim, tudo isto é pregar no deserto<br />

; mas vamos sempre fallando.<br />

A ver se elles têem pudor...<br />

Assis Brasil<br />

Esteve de passagem em Coimbra,<br />

hontem, vindo do Bussaco, para<br />

onde tinha partido de Lisboa, de<br />

velocípede, em companhia de vários<br />

amigos, o illustre representante<br />

do Brasil em Portugal.<br />

S. ex. a andou visitando os principaes<br />

estabelecimentos da cidade.<br />

Disseram ao sr. governador civil<br />

que o sr. Ayres de Campos ía abrir<br />

a burra e espalhar oiro ás mãos<br />

cheias nas próximas eleições.<br />

Reposta de s. ex. a de juros e amortização, um terço<br />

das receitas públicas — mais de<br />

17.000:000^000 réis.<br />

Já o dissemos, mas é bom repeti-lo;<br />

e tanlas vezes, que no cérebro<br />

do povo inteiro se imprimam, bem<br />

fundo, estes algarismos, que a memória<br />

do país tenha sempre bem<br />

presente esta luminosa synthese da<br />

nossa ruína.<br />

E vejamos agora, restringindo<br />

mais, examinando uma minúcia do<br />

quadro vastíssimo que representa o<br />

o nosso descalabro económico e financeiro,<br />

um trecho da administração<br />

portuguêsa dos últimos annos.<br />

Em 92, quando o país, num arranco<br />

de anciedade de salvação, levou<br />

ao governo, como um messias,<br />

o sr. Dias Ferreira, o ministro da<br />

fazenda de entám leu no parlamento<br />

um relatório que dava conhecimento<br />

official á nação das ruinosas circunstâncias<br />

da fazenda pública. Mostrou<br />

o quadro sombrio da nossa situação<br />

financeira, mostrou o depauperamento<br />

das nossas forças económicas,<br />

pintou fielmente os horrores<br />

da situação, mostrou com clareza<br />

a suspeitada ruína.<br />

Revelou-se a verdade que se escondia<br />

nos myslérios dos orçamentos<br />

; — bancarota aberta.<br />

E entám o sr. Dias Ferreira chamou<br />

o país ao sacrifício salvador;<br />

e o povo sem um murmúrio, sem<br />

um pretexto, offereceu-se, cheio de<br />

esperança, ao sacrifício... Impenderam<br />

entám, sobre todos, as leis<br />

de salvação. As despêzas públicas<br />

soffreram um côrte fundo, bem ou<br />

mal orientado, com bom ou mau<br />

critério, mas para a crise que nos<br />

afogava o remédio não era outro.<br />

Por muito amargo, por muito<br />

cruel, tomou-se. E, mercê do golpe<br />

vibrado contra os juristas da dívida<br />

portuguêsa e contra os funccioná-<br />

: —Elle joga<br />

rios do Estado, as despêsas ficaram<br />

oiros; e eu de cá jogo-lhe paus e<br />

diminuídas d'uns poucos de milha-<br />

espadas... E hei de ganhar!<br />

res de contos.<br />

É o que se diz, e pôde muito bem<br />

ter sido verdade.<br />

E o povo, que eslava pobre, fi-<br />

Pois elles sam capazes de tudo...<br />

cou exhausto. Era já desesperadora<br />

a situação.<br />

Sóbe o ministério João Franco<br />

& Hintze, — as despêsas subiram<br />

Mais um<br />

mais de 9:000 contos; as receitas<br />

O infante D. Affonso, que só se foram elevadas a mais 10:000 con-<br />

tem notabilizado pelas doidas cortos.rerias em que anda quasi sempre Mais dez mil contos de réis extor-<br />

pelas ruas de Lisboa, a estafar caguidos, roubados á miséria do país;<br />

vallos e a alropellar os transeuntes, foi Portugal posto violentamente a<br />

ainda na segunda feira alropellou saque; e organizou-se entám a qua-<br />

um velho de 85 annos.<br />

drilha da fiscalização do sello—<br />

O caso não é ainda tam censu- lesses salteadores.<br />

rável como é repellente o seu pos- E como este, outros meios e<br />

terior procedimento. O sr. D. Af- outros, cada quaes mais vexatórios<br />

fonso continuou seguindo no seu e mais oppressivos...<br />

trem, sem para nada se importar E o país conseguiu ainda distil-<br />

com o pobre velho, que a sua estúlar do séu sangue dez mil contos<br />

pida incúria e criminosa negligên- de réis por anno. E a voragem do<br />

cia prostrou no meio da rua. thesouro sempre de fauces hiantes,<br />

O velhinho foi levado em mau insaciaveis. .<br />

estado para o hospital, e o sr. D. Apesar de tudo isto, porém, esse<br />

Affonso não foi preso.<br />

calamitoso ministério de bandidos


contraiu, em quatro annos, 26:500<br />

contos de dívidas.<br />

Um assombro I<br />

Além d'isto, absorveu até fevereiro<br />

as dotações dos serviços públicos<br />

destinadas ás despêsas correntes<br />

até findar o actual anno económico—<br />

o que levou o governo<br />

actual, para occorrer a esses encargos<br />

indispensáveis para a vida<br />

do Estado—a pedir um crédito extraordinário<br />

de $:500 contos, o que<br />

revela que os criminosos esbanjamentos<br />

d'esse ministério se elevaram<br />

a 30:000 contos.<br />

E eis-nos agora muito peior do<br />

que, d'antes...<br />

E d'este modo immoral e criminoso<br />

que se está realizando a liquidação<br />

da monarchia em Portugal.<br />

Ha centenas d'annos nesta exploração<br />

constante das energias do<br />

país inteiro, baurindo-lhe a vitalidade,<br />

sugando-lhe a seiva— parasita<br />

insanciavel de ventre monstruoso,—tem<br />

ella vindo através do<br />

tempo alienando-nos o património<br />

e corrompendo-nos o caracter, até<br />

nos reduzir,—povo de párias, povo<br />

de miseráveis,—a esta inacção vergonhosa,<br />

a esla passividade absurda.<br />

E lemos assistido, impassíveis,<br />

petrificados, sem um impulso de<br />

indignação fremente, sem um movimento<br />

de cólera indómita e justiceira,<br />

ao cruel desenrolar d'uma<br />

enorme cadêa de torpêzas.<br />

E ha séculos que a monarchia<br />

nos vem preparando o dia d'hoje...<br />

E nem agora enfeixamos num<br />

azorrague vingador as nossas dôres,<br />

as nossas misérias, a nossa<br />

cólera...<br />

Authentico.<br />

Conta o Jornal do Commércio que<br />

na segunda feira, pelas 1 i '/a horas<br />

da manhã, se deu no edifício da<br />

caixa geral dos Depósitos uma<br />

scena curiosa.<br />

O sr. ministro da fazenda, dirigindo-seaoprimeirocontinuoqueencontra,<br />

pergunta-lhe simplesmente:<br />

— Quem está por cá?<br />

O contínuo, que não reconheceu<br />

o sr. conselheiro Ressano Garcia,<br />

responde-lhe com um significativo<br />

sorriso de malícia:<br />

— A esta hora, senhor ?! Para<br />

mais tarde, lá para a i.<br />

Entám não está ninguém?—tornou<br />

o sr. ministro da fazenda num<br />

tom de visivel surpreza, por muito<br />

que prevenido estivesse da. .. demora<br />

de nossos funccionários em<br />

entrar na repartição.<br />

—Ah! está o sr. Berquó.<br />

—Faz-me favor, chama-me então<br />

o sr. Berquó ?!<br />

Mas, mal o sr. conselheiro Ressano<br />

Garcia tinha pronunciado este<br />

nome, abria-se uma porta e apparecia<br />

o seu portador: o sr. Berquó.<br />

Este, algo estupefacto, vae de encontro<br />

ao visitante e inclina-se respeitoso<br />

:<br />

— Oh! sr. conselheiro...<br />

O continuo, percebendo que tinha<br />

deante de si o sr. ministro da<br />

fazenda, apruma-se muito confuso<br />

e atrapalhado.<br />

E, acompanhado pelo sr. Berquó,<br />

percorreu o sr. conselheiro Ressano<br />

Garcia todas as dependências do<br />

edifício, saindo sem ter tido o prazer<br />

de ver mais nenhum outro empregado.<br />

Tirem todos a moralidade do facto.<br />

Que já é bem conhecido para<br />

que servem os milhares de empregados<br />

que sugam o país pelas repartições<br />

do Estado...<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

CEETA<br />

de taes successos não pode caber<br />

senão ás potências.<br />

souraria, respondendo a sir Williem<br />

Vernon Harcourt, deputado liberal, dis-<br />

se que a Constituição impede-o de to-<br />

a campanha em um só combate.—<br />

Mousinho».<br />

Ellas, invocando a razão da paz |<br />

Continúa preoccupando por com- geral ameaçada, apenas queriam<br />

pleto os espíritos a situação no<br />

Orienttf.<br />

A Grécia, intimada pelas seis grandes<br />

potências europêas, para no prazo<br />

de seis dias, fazer retirar de Creta<br />

a sua esquadra e as suas tropas,<br />

respondeu altivamente recusando,<br />

pela razão de que o facto dessa retirada<br />

acarretaria novos morticínios,<br />

incêndios e saques, talvez uma lucta<br />

tanto mais d'extermínio entre<br />

musulmanos e christãos, quanto os<br />

ódios agora mais devem estar aggravados.<br />

Esta resposta é ao mesmo tempo<br />

acompanhada d'extraordinários preparativos<br />

para a guerra. Na fronteira<br />

grega está já concentrado o<br />

grosso do exército hellénico, e as<br />

forças que sob o commando do coronel<br />

Vassos occupam Creta sam<br />

constantemente engrossadas por numerosos<br />

bandos de cretenses.<br />

Cruzam-se em todas as direcções<br />

vastas munições de guerra e accorrem<br />

á Grécia de todas as nações da<br />

Europa verdadeiras legiões de voluntários<br />

a tomar um logar nas fileiras<br />

do exército grego. Os estudantes<br />

francêses e dinamarquêses foram<br />

os primeiros a dar o seu contingente.<br />

Na Grécia a opinião está<br />

exaltadíssima. Os governantes declaram-se<br />

perfeitamente identificados<br />

com a opinião nacional e esta<br />

manifesta-se bem claramente, gritando<br />

por toda a parte, nos comícios,<br />

nas reuniões, na rua —viva a<br />

guerra!<br />

A esta hora as potências concertam-se,<br />

decerto, se êsse concerto<br />

não estava d'antemão feito, ácêrca<br />

da sua maneira de proceder, perante<br />

a épica altivêz dos gregos.<br />

O bloqueio das costas gregas pelos<br />

extrangeiros em virtude da altitude<br />

da Grécia, será o signal dado<br />

para que esta rompa, na fronteira,<br />

as hostilidades contra a Turquia.<br />

Estes os factos, consumados uns,<br />

imminentes outros.<br />

D'isto tudo uma única consequência<br />

a que não será possivel fugir já<br />

— a guerra.<br />

Eis ao que uma diplomacia hypócrita,<br />

por egoista, arrastou duas<br />

nações, porventura a Europa inteira.<br />

x<br />

E bem sombrio, portanto, o horisonle<br />

que, á nossa vista, se nos<br />

alarga.<br />

E assim, no estado de tensão a<br />

que esla queslão chegou, uma de<br />

duas: — ou a Europa se impõe á<br />

Grécia e esta só cede depois de esmagada,<br />

embora tenha de desapparecer<br />

como nação, como ha dias declarou<br />

o chefe do gabinete d'Athenas;<br />

ou a Europa, reconhecendo a<br />

injustiça do seu proceder, recúa e<br />

sancciona a annexação de Creta á<br />

Grécia e, neste caso, completa o immenso<br />

fiasco que tem vindo dando.<br />

Mas a aggravar ainda esta situação<br />

ha de vir, com cerlêza, como<br />

poderoso elemento perturbador, a<br />

intriga internacional pelo conflicto<br />

de interesses que nunca poderam<br />

accordar-se e que, por isso mesmo,<br />

tem dado ao mundo e á civilização<br />

o triste exemplo de tolerar essa selvageria<br />

turca a saciar-se no sangue<br />

que torpemente tem feito derramar.<br />

Não será, pois, arriscado affirmar<br />

que uma conflagração europêa,<br />

tam temida e tam invocada pela Europa<br />

para justificar o seu procedimento<br />

perante a Grécia, está agora<br />

mais imminente e mais ameaçadôra<br />

que nunca.<br />

E a responsabilidade tremenda<br />

! i mar o compromisso de que as tropas Assegura-se qae as povoação con-<br />

inglêsas não serám empregadas contra quistadas representam já vantagens<br />

cobrir os seus interesses na Tur- a Grécia sem o assentimento do parla- enormes para o resultado da expediquia,<br />

e esperando que a Grécia se mento; crê porém que não será necesção.<br />

intimidasse pela força, não se imsário recorrer á força.<br />

Oxalá que entre as difficuldades<br />

Athenas, 9, a.—Os jornaes<br />

portavam com o que a humanidade alhenienses approvam a resposta da<br />

pavorosas em que se debate o nosso<br />

lhes impunha.<br />

Grécia á nota collectiva das potências país sejam consoladoras as notícias<br />

Enganaram-se, felizmente.<br />

A esquadra bellénica bloqueia vários das nossas empresas militares em<br />

A Grécia responde-lhes nobre- navios turcos no golfo de Arta. África. Que esses dedicados e nobres<br />

mente embora isso seja para si uma Canea, IO.—Os musulmanos que peoneiros da nossa honra, que por lá<br />

estavam bloqueados em Candéa che- arrastam a morte esquecidos das tra-<br />

questão de morte, produzindo a sua garam hoje a esta enseada a bordo de ficáncias da metrópole, cubram de<br />

attitude frémitos d'enlhusiasmo em um navio de guerra italiano. Os trans- glória o seu nome e o nome de Por-<br />

toda a parte.<br />

portes de guerra italianos e inglêses<br />

tugal.<br />

Os póvos enviaram-lhe já men- estám desde hontem na enseada carregados<br />

de tropas.<br />

sagens; os parlamentos começam de<br />

saudá-la e a opinião pública é-lhe<br />

Pavoroso<br />

em toda a parte favoravel, a ponto<br />

de os governos que lhe tem sido<br />

O Tribuno Popular notou no ren-<br />

Fernando Palha<br />

hostis estarem ameaçados de cair<br />

dimento dos impostos indirectos da<br />

como succede com o ministério fran- Morreu hontem em Lisboa o sr. Câmara Municipal de Coimbra, ducês.<br />

Fernando Palha, que se tornou disrante o mês de fevereiro último,<br />

tincto mais como homem de socie- comparado com o mês de fevereiro<br />

x<br />

dade, illustrado e intelligente, do do anno passado, um decrescimen-<br />

Tínhamos escripto isso que ahi que como homeir. público, mas que to de 1$976 réis.<br />

deixámos pelas impressões recebi- tem a honrar o seu nome um traço Para onde irám, neste decrescendas<br />

na leitura dos últimos telegram- característico da elevação dos seus do assustador, as finanças da Câmas<br />

que ainda só davam como sentimentos patrioticos. Assignalou mara . . .<br />

certo a recusa da Grécia, sem com- a sua rápida passagem pela vida Aqui está o Tribuno a fazer uma<br />

tudo ser conhecida officialmenle a pública fazendo votar pela Câmara guerra formidável á actual adminis-<br />

sua resposta á nota das potências. municipal de Lisboa, sendo seu pretração municipal.<br />

Essa resposta é, porém, já cosidente, a quantia de 100:000^000 Lá se avenham com elle.<br />

nhecida e, comquanto ella seja um réis para a Subscripção Nacional.<br />

pouco differente na fórma d'aquillo O sr. Fernando Palha foi notado<br />

que os primeiros telegrammas affir- sempre, na sua vida particular, pela<br />

C-CLtoa,<br />

mavam, não o é contudo na essên- nobrêza do seu caracter e primôr<br />

cia, subsistindo portanto tudo o que de educação.<br />

deixámos affirmado.<br />

Arredada um pouco das attenções<br />

Os dois telegrammas que seguem<br />

essa lucta que d<br />

dam-nos a sumula d'essa resposta: Está confirmada oficialmente a<br />

candidatura por Coimbra do sr. Ay-<br />

Aíhcnas, 8. — Coníirma-se que a<br />

resposta da Grécia á nota collectiva das res de Campos pela opposição,<br />

potências, recusa o assentimento ás como já o estava a do sr. Mattoso<br />

propostas d'estas; diz que a autonomia pelo governo.<br />

de Creta não constitue uma solução, Ou o contrário... não sabêmos<br />

pois que os cretenses a repellem.<br />

bem.<br />

A Grécia acceita sómente a vontade<br />

dos cretenses.<br />

Se elles sam todos a mesma coi-<br />

Atlienas, 8, a.—Eis em resusa...mo o texto official da nota grega:<br />

A Grécia na sua resposta às potências<br />

pede que lhe seja annexada a ilha Contra os namarraes<br />

de Creta em nome dos direitos histó<br />

ricos e em nome da communidade de Parece que vae progredindo com<br />

religião e de raça; declara-se todavia felicidade a campanha emprehendida<br />

disposta a retirar das aguas de Creta<br />

por Mousinho d'Albuquerque para su-<br />

a sua esquadra, caso as potências enjeitar<br />

os namarraes.<br />

treguem ao exército grego a obra da<br />

pacificação, depois de cujo cumprimen- Assim o dam a entender os últimos<br />

to os cretenses exprimiriam livremente telegrammas:<br />

a sua opinião.<br />

«MOÇAMBIQUE, 8.—Bivaque em<br />

Vê-se, pois, qne a Grécia não ac- Ibrahimo 7 março. Foi hontem occuceita<br />

a solução dada á questão pepada â viva força a povoação de Ibrahimo,<br />

principiando o fogo ás 9 horas<br />

las potências e propõe outra que é<br />

do manhã e continuando com inter-<br />

mais digna e mais justa, que esmitténcias até ás 5 horas da tarde.<br />

tas não deveriam hesitar em accei- Três soldados de infanteria e um<br />

tar immediatamente o que aliás não soldado indígena ficaram feridos. Um<br />

farám porque isso as feriria no seu marinheiro ficou contuso.<br />

egoismo e na sua ambição.<br />

Extraviado o segundo sargento da<br />

Se o fizessem lucraria a humani- armado Thimotheo Silva, que suppodade<br />

e a civilização e acabariam asnho morto.<br />

sim dessidéncias que tam graves ap- Hoje vam para Natule os feridos e<br />

prehensões produziram.<br />

apenas 3 doentes, o que prova o ex-<br />

Eis os últimos telegrammas: cellente estado sanitario.<br />

Espero o regresso do comboyo para<br />

Berlim, O.—-Os governos da Áus- proseguir a marcha.—(a) Mousinho».<br />

tria, Allemanha e Rússia, estám perfei- «MOÇAMBIQUE—Abrahimo, 8.—<br />

tamente dispostos a adoptar contra a<br />

Hontem Mucutu-muuu, principal po-<br />

Giécia, quaesquer medidas repressivas,<br />

voação dos namarraes, foi tomada á<br />

por mais enérgicas, que estas sejam.<br />

Diz-se mesmo que está resolvido pelos<br />

viva força e incediada pelo segundo<br />

almirantes d'essas três potências, blo- pelotão de marinheiros e auxiliares,<br />

quear e Pireu o rodear Greta em toda sob o commando de Azevedo Couti-<br />

a extensão das suas costas pelas esnho. Depois houve alli novo combate<br />

quadras colligadas.<br />

com o segundo pelotão de infanteria<br />

Alguns officiaes extrangeiros offere- 4 e secção de montanha, sob o comceram-se<br />

ao governo hellénico para famando do capitão Guimarães, sendo o<br />

zerem serviço no exército grego Foi- inimigo repellido e fugindo para o<br />

lhes porém, respondido que êsses ser- matto cerrado. Feridos, sem gravidade,<br />

viços não podiam ser acceitos em con-<br />

alferes Costa e Silva, sargento de masequência<br />

de as leis do pais não o perrinha<br />

Bodrigues, 5 marinheiros, 2<br />

mittirem.<br />

Canea, O, n.—Os cretenses foram<br />

soldados de infanteria, 1 artilheiro e<br />

repellidos de Hierapetra, mas occupa- 4 auxiliares. Continúa abertura da esram<br />

pontos estratégicos. No combate trada para avançar até Pão. Estado<br />

de hontem em Herakleion ficaram mor- sanitario muito bom.— (a) Mousinho».<br />

tos 5 musulmanos e feridos 25. Não se «MOÇAMBIQUE, 10.—Agradeço o<br />

sabe quaes as perdas dos christãos. A telegramma de v. ex.\ O matto cer-<br />

esquadrilha grega dos torpedeiros vae<br />

rado não permitte movimentos rápi-<br />

reunir-se á respectiva esquadra a leste.<br />

Londres O,n.--Câmara dos comdos.<br />

O inimigo, não empenhando todas<br />

muns.—0 sr. Balfour, 1.° lord da the- as suas forças, não proporciona seguir<br />

J ha muito se vem<br />

travando na Grande Antilha, ella<br />

volta de novo a impôr-se-lhes.<br />

Por um lado um certo retrahimenlo<br />

dos insurrectos em se envolverem<br />

em ataques em épocha que<br />

lhe não seja favoravel — e a que<br />

lh'o é mais é a das chuvas, que já<br />

se approxima—, por outro, a falta<br />

de pormenores devida á censura telegráphica<br />

rigorosamente exercida<br />

pelas auctoridades hespanholas em<br />

Cuba, bem como a adulteração dos<br />

factos cuja notícia dimana das regiões<br />

officiaes; lendas que se têem<br />

inventado ácêrca da attitude dos<br />

chefes insurrectos, etc., tudo isso<br />

tem concorrido para que tenha decrescido<br />

o interesse que a guerra<br />

de Cuba vinha despertando.<br />

A cabala da pacificação das províncias<br />

onde a insurreição dominava<br />

vae, porém, caindo por terra, e<br />

aquelle interesse, por algum tempo<br />

amortecido, revive de novo, ao sôpro<br />

de notícias que vem confirmar novos<br />

desastres soffridos pelos nossos<br />

visinhos hespanhoes e que haviam<br />

sido communicados pouco antes<br />

como novas e completas derrotas<br />

inflingidas nas hostes, já desmanteladas,<br />

dos insurrectos cubanos.<br />

E o caso que ha dias a imprensa<br />

hespanhola, sem o permenorisar nos<br />

detalhes indispensáveis, affirmava<br />

que, no combate travado no dia 28<br />

de fevereiro, em Manzanillo, província<br />

de Santiago de Cuba, entre<br />

forças do general hespanhol Vara<br />

dei Rey e guerrilhas commandadas<br />

por Callisto Garcia, estas, apesar<br />

de bem inlrincheiralas, haviam soffrido<br />

uma completa derrota quando<br />

pretenderam oppôr-se á marcha<br />

d'um comboyo para Bayamo.<br />

A destruir porém, esta affirmação,<br />

o correspondente do Imparcial de<br />

Madrid em New-York communica-<br />

Ihe que:<br />

«0 correspondente em Manzanillo<br />

do jornal norte-americano The Sun<br />

diz que no dia 28 de fevereiro os<br />

insurrectos sob o commando de Callisto<br />

Garcia bateram as trópas hespanholas<br />

que sob as ordens do general<br />

Vara dei Rey conduziam um<br />

comboyo para Bayamo.<br />

Os insurgentes apoder&ram-se doa


viveres, de 800 fusis Mauser e de<br />

500:000 cartuchos.<br />

A lucta foi tremenda e os hespanhóes<br />

ficaram completamente derrotados,<br />

deixando no campo de batalha<br />

mais de 1:000 mortos».<br />

Isto, porém, não é ainda tudo.<br />

Jornaes de Madrid publicam também<br />

o seguinte telegramma do Cayo-<br />

Hueso que envolve bastante gravidade,<br />

porque mostra que os insurrectos<br />

se vam aproximando com<br />

grande vantagem, da capital de<br />

Cuba.<br />

Eis êsse telegramma:<br />

«Causaram extraordinária impressão<br />

em Havana as primeiras noticias<br />

alli recebidas do ataque e entrada<br />

dos insurrectos na povoação<br />

de Giunes.<br />

Trata-se d'uma das povoações que<br />

mais fácil communicação têem com o<br />

capital — Havana — e que desde a<br />

princípio da insurreição está bem<br />

fortificada e guarnecida. Isto torna<br />

mais inexplicável o caso.<br />

Os rebeldes ficaram senhores da<br />

povoação. Saquearam várias tendas,<br />

queimaram algumas casas e mataram<br />

dois pacíficos »<br />

Também no combate travado nas<br />

lomas de Rubi, em Pinar dei Rio,<br />

província que os hespanhóes davam<br />

como pacificada, estes tiveram 20<br />

mortos e perto de 80 feridos.<br />

E' pois gravíssima ainda a situação<br />

da nossa vizinha Hespanha naquella<br />

sua colónia, não obstante as<br />

reformas ha pouco publicadas e que<br />

apenas serviram para mostrar-lhe<br />

que os seus dirigentes sam os únicos<br />

responsáveis pelas consequências<br />

da guerra que, ã custa de tantos<br />

sacrifícios, estam sustentando<br />

tam heroicamente.<br />

— •©•<br />

Affirma o Tribuno Popular que o<br />

sr. João Franco não foi egual para<br />

todos os republicanos.<br />

E diz a verdade. Não os victimou<br />

a todos.<br />

Mas não foi por o Tribuno lhe não<br />

procurar os meios. Foi vingativo,—<br />

o que é odioso; foi denunciante,—<br />

o que é reles.<br />

«Voz do Porvir»<br />

Começou a publicar-se em Coimbra<br />

um novo hebdomadario — Voz do Porvir,<br />

que se apresenta franca e abertamente<br />

republicano.<br />

27 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'nm forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard «& C. a<br />

IV<br />

Os empregados da casa Bérard<br />

Saiu do gabinete; ia a subir ao primeiro<br />

andar, quando o rapaz do armazém<br />

a quem Bérard tinha fallado de<br />

manhã, o deteve e lhe disse:<br />

— Esqueci-me de lhe dizer que o sr.<br />

Bérard não estará hoje em casa.<br />

— Está alli uma senhora a quem,<br />

segundo parece, elle concedeu audiência.<br />

— Ah! A dama que veiu hontem !<br />

— Siml<br />

— Elle disse-me que, se ella voltasse,<br />

se lhe dissesse que, na impossibilidade<br />

de se encontrar hoje em casa,<br />

lhe rogava a exposição, por escripto,<br />

do motivo da sua visita.<br />

— Muito bem I<br />

0 caixeiro voltou logo para junto da<br />

Visitante.<br />

Agradecemos as palavras de tanta<br />

justiça que dirige ao nosso amigo e<br />

collega dr. Alves Moreira.<br />

E consolador vêr apparecer sempre<br />

combatentes novos cheios da força e<br />

do enthusiasmo da mocidade, a gritarem<br />

o seu desprêzo por um regimen<br />

que se esphacella, a sua crença num<br />

futuro de redempção e honestidade.<br />

Longa vida !<br />

. « o<br />

THEATR0-CIRC0<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

Com boas casas e muita animação<br />

correram os três espectáculos<br />

que a companhia Lucinda Simões<br />

deu nesta cidade nos dias de sábbado,<br />

domingo e segunda feira, com<br />

a Francillon, Mancha que limpa e<br />

Senhor Director.<br />

Na apreciação de conjuncto que<br />

sobre a representação d'estas peças<br />

nos cumpre fazer, devemos notar<br />

pela harmonia da interpretação o<br />

Senhor Director, e no drama Mancha<br />

que limpa a soberba creação de<br />

Lucinda Simões, que imprime ao<br />

difficil papel de Malhilde um relevo<br />

superior, com uma grande intensidade<br />

dramática no 3.° e 4.°<br />

actos, em que vôa pela tragédia.<br />

Na Francillon o papel principal<br />

pertence á sr. a Lucília Simões, que<br />

o desempenhou com notável correcção,<br />

em que se revela o esmero<br />

com que é orientada a sua educação<br />

artística.<br />

Já nos não deixou a mesma impressão<br />

na Henriqueta do drama<br />

Mancha que limpa, em que não conseguiu<br />

traduzir o caracter antipáthico<br />

da sobrinha da D. Conceição.<br />

Mas no Senhor Director, como já<br />

dissémos, foi onde a interpretação<br />

se notou como mais egual e homogenea.<br />

Foi também a peça que, em<br />

geral, mais agradou.<br />

Hontem repetiu-se o drama Mancha<br />

que limpa, sendo a sr. a Lucinda<br />

Simões victoriada justamente pelo<br />

seu verdadeiro triumpho.<br />

•<br />

No próximo sabbado terêmos<br />

a estreia da afamada companhia<br />

equestre, acrobática e cómica de<br />

D. Henrique Diaz.<br />

Os prospectos agora destribuidos<br />

promeltem grandes novidades.<br />

Esta interrogou-o anciosa; a voz tremeu-lhe<br />

ao dizer:<br />

— Entám, senhor?!<br />

— Não está em casa, minha senhora.<br />

Joanna de Sillac soltou um profundo<br />

suspiro de satisfação; o caixeiro continuou<br />

:<br />

—O sr. Bérard tinha tomado um<br />

compromisso, antes de receber a carta<br />

de v. ex. a , e pede, por isso a fineza<br />

de desculpá-lo...<br />

—Quando poderei fallar-lhe?<br />

—Elle pede a v. ex. a para lhe participar,<br />

por escripto, o motivo da sua<br />

visita.<br />

— O motivo da minha visitai<br />

— Sim, minha senhora.<br />

—Mas entám extraviou-se a minha<br />

carta; disseram-lhe sómente que tinha<br />

aqui vindo uma mulher.<br />

—Não minha senhora, pelo menos,<br />

não me parece que isso succedesse...<br />

—E impossível.<br />

—Como não fui eu que tive a honra<br />

de receber hontem a visita de v.<br />

ex. a , permitta-me que interrogue, na<br />

sua presença, a pessoa que entregou<br />

a sua carta ao sr. Bérard.<br />

—Pois sim, disse Joanna de Sillac,<br />

levantando-se.<br />

0 caixeiro mandou chamar o rap^z<br />

do armazém, e perguntou lhe:<br />

—Entregaste a carta d'esta senhora<br />

ao sr. Bérard?<br />

—Não, senhor.<br />

—Não?<br />

—Não; o senhor tinha ido hontem<br />

a Neuilly; como costumo fazer habi-<br />

Notícias diversas<br />

O sr. Antonio Augusto Gonçálves depositou<br />

no museu do instituto duas misulas<br />

de pedra das que se encontram<br />

nas fachadas das construcçôes antigas<br />

para collocar os vasos com flôres.<br />

Os dois exemplares d'estylo renascença,<br />

bem cortados, e bem modelados,<br />

d'uma linha muito graciosa, sam os primeiros<br />

objectos d'esta espécie que entram<br />

no museu d'antiguidades, apesar<br />

de serem vulgares ainda em Coimbra,<br />

e de se inutilizarem frequentemente em<br />

demolições.<br />

X*<br />

O sr. Servola Maria Brandão offereceu<br />

ao mesmo museu um pequeno candelabro<br />

de cobre prateado (estylo Luiz<br />

XVI), e o sr. Antonio de Carvalho Gouvêa,<br />

além de dois espelhos de fechadura<br />

de ferro batido, cujo offerecimeoto<br />

já noticiamos, enviou mais duas grandes<br />

argolas pertencentes ao mesmo arcaz<br />

de que eram os espelhos.<br />

*<br />

O sr. dr. Joaquim Méndes dos Remédios<br />

offereceu dois machados de pedra<br />

recolhidos em Niza.<br />

A Companhia do gaz d'esta cidade já<br />

mandou vir d'Inglaterra uns curiosos<br />

aparelhos para a distribuição automática<br />

do gaz.<br />

Adapta-se êste apparelho á canaliza-<br />

ção e mediante uma moeda de 20 réis<br />

que nelle se introduz obtem-se gaz<br />

durante um certo número de horas.<br />

Em Inglaterra este systema de distribuição<br />

do gaz tem tido um successo<br />

enorme.<br />

•<br />

O sr. dr. Pedro Monteiro Castello<br />

Branco, respeitável chefe do partido<br />

progressista de Coimbra, tem passado<br />

de cama os Últimos dias.<br />

Dizem os seus amigos que não inspira<br />

cuidados.<br />

Desejamos o restabelecimento de s.<br />

ex. a<br />

Está officialmente declarada em estado<br />

de quebra a Companhia dos Caminhos<br />

de ferro do Mondego, constructora<br />

do caminho de ferro de Coimbra a Arganil.<br />

A sentença declaratória da quebra<br />

foi já publicada no Diário do Governo.<br />

Pôde ser que agora nova empresa<br />

se constitua ou que a Companhia Beal,<br />

a quem a projectada linha convém,<br />

adquira os trabalhos feitos e a conclua.<br />

Com o que só teria a lucrar.<br />

•<br />

O sr. Vicente José d'01iveira, que ha<br />

annos exercia o cargo de chefe da Estação<br />

A d'esta cidade, foi promovido a<br />

tualmente, puz a carta sobre a sua<br />

pasta. Como o patrão trabalhou toda a<br />

noite, esta manhã ao chegar, encontrei-o<br />

no escriptório; perguntou-me<br />

quem tinha trazido esta carta.<br />

— E?...<br />

— Eu disse-lhe.<br />

— Entám?...<br />

— Disse que não sabia o que isto<br />

queria dizer.<br />

— Não sabia o que esta carta que-<br />

ria dizer? , perguntou vivamente<br />

Linotte.<br />

—Não, senhora.<br />

—Elle não conhecia êste nome?<br />

—Não, minha senhora.<br />

A Linotte Geou alterada.<br />

Tê-la-hia Lorémont envolvido numa<br />

loucura? Enganado pela similhança dos<br />

nomes, por uma coincidência singular,<br />

tê la-hia enviado a casa d'um simples<br />

burguês? Linotte teve mêdo. Entretanto<br />

quis inteirar-se de tudo<br />

— Leu a minha carta, a linha escripta<br />

por baixo do meu nome?<br />

— Eu ignoro se v. ex. a tinha escripto<br />

sobre a carta.... entreguei a ao<br />

patrão conforme ella me foi entregue.<br />

Linotte comprehendeu que acabava<br />

de dizer uma tolice.<br />

—Não se lembrou do meu nome 1<br />

—Não sei, minha senhora.<br />

—EmGm, que lhe disse elle?...<br />

—Dize a essa senhora o que disse<br />

o sr. Bérard, insistiu o caixeiro.<br />

(iContinua).<br />

chefe de l. a classe e transferido para<br />

a estação do Entroncamento.<br />

O sr. Oliveira, enquanto exerceu<br />

nesta cidade aquelle cargo, adquiriu,<br />

pela sua affabilidade e delicadêza muitas<br />

sympathias. pelo que é sentida a<br />

sua reti-ada da estação de Coimbra A.<br />

Estám já affixadas nas portas das<br />

igrejas parochiaes as listas dos mancebos<br />

recenseados no corrente anno<br />

para o serviço militar.<br />

Aviso aos interessados.<br />

O sr. Antonio dos Santos Lucas, distincto<br />

official de engenheria, tomará o<br />

grau de doutor em Mathemática no<br />

próximo dia 28, sendo padrinho o sr.<br />

coronel Camillo Augusto Rebocho, commandante<br />

d'infanteria 23.<br />

A Tuna Académica de Coimbra prepara<br />

uma excursão a Vigo nas próximas<br />

férias de Paschoa.<br />

Actualmente na Penitenciária de Lisboa<br />

não ha cellas disponíveis. Por êste<br />

motivo foram 12 réus cumprir em<br />

África a pena que, em alternativa, lhes<br />

tinha sido imposta.<br />

Está doente o nosso prezado collega<br />

Lindorphe Ferreira de Macedo Pinto.<br />

Desejamos-lhe um prompto restabelecimento.<br />

Commissão districtal de Coimbra<br />

Acta da sessão de 25 de fevereiro<br />

de 1897<br />

concelho de Coimbra, a fim de receber<br />

o subsídio de lactação que lhe fora<br />

concedido por despacho de 5 de junho<br />

de 1896.<br />

Julgou as contas da Confraria do<br />

Santíssimo Sacramento da freguezia e<br />

concelho da Louzã, dos annos de 1893<br />

a 1894 e 1894 a 1895; Junta de paróchia<br />

de Condeixa-a-Nova, do anno<br />

de 1894; Junta de paróchia de Buar-<br />

cos, concelho de Figueira da Fóz, do<br />

anno de 1892; Junta de paróchia da<br />

freguezia de Liceia, concelho de Montemór-o-Velho<br />

do anno de 1891 ; Junta<br />

de paróchia da freguezia de Botão,<br />

concelho de Coimbra do anno de 1894;<br />

Confraria do Santíssimo Sacramento da<br />

freguezia do Bolho, concelho de Cantanhede,<br />

dos annos de 1894 a 1895 e<br />

1895 a 1896, não votando nestas últimas<br />

de 1895 a 1896 o vogal d'esta Commissão<br />

Antonio José da Silva Poiares.<br />

Communicados<br />

Ás consciências justas e honestas<br />

O meu inquebrantável silêncio de<br />

ha 4 annos, pôde ter dado azo, creio<br />

que o tem dado, a falsas e injustas intrepretações<br />

ácêrca da minha triste situação,<br />

e da nórma do meu proceder<br />

em face d'ella. Estava, porém, convencido<br />

que me não incorria o dever de<br />

dar satisfações a quem quer que fôsse<br />

pelas minhas resoluções no tocante á<br />

vida intima, reconheço, porém, o contrário<br />

vendo-me coagido a quebrar o<br />

meu silêncio.<br />

Resumidamente explico:<br />

Petição de José Alves Miranda:<br />

«Attesto que o supplicante é um inválido<br />

e como tal, incapaz de procurar<br />

pelo trabalho meios de subsistência.<br />

Coimbra, 16-10-96.—Sousa Refoios».<br />

Presentes o ex. mo governador civil,<br />

dr. Manuel Pereira Dias, presidente, e<br />

vogaes, auditor administrativo bacharel<br />

Manuel Pereira Machado, bacharel<br />

Hermano José Ferreira de Carvalho,<br />

Antonio José da Silva Poiares, o substituto<br />

Joaquim Gualberto Soares, e o<br />

agente do Ministério Publico, bacharel<br />

Manuel Joaquim Massa, secretário geral<br />

do Governo Civil e sendo 1 hora da<br />

tarde o ex. mo «Attesto ser verdade o allegado pelo<br />

supplicante que impossibilitado de trabalhar<br />

vive nas mais penósas e precárias<br />

circunstâncias.<br />

Coimbra, 16 d'outubro de 1896.—<br />

O reitor da Sé Cathedral. —- Francisco<br />

Rodrigues de Santos Nazareth.»<br />

Estam competentemente reconhecidos<br />

pelo tabellião Joaquim Alves de<br />

Faria.<br />

Vamos ao último caso que me de-<br />

Presidente declarou aberta termina a romper o silêncio:<br />

a sessão.<br />

A menina de 5 annos incompletos,<br />

Foi lida e approvada a acta da ses- filha de Virgínia da Conceição Menezes,<br />

são anterior.<br />

deixada para ahi ao abandôno, foi-me<br />

Concedeu subsídios de lactação por apresentada em minha casa por uma<br />

«loze mêses a Clemência da Conceição, rapariga qualquer que nâo conheço, no<br />

solteira, residente no logar de Fundo dia 20 do próximo passado mês, para<br />

de Villa, freguezia e concelho de Táboa; eu tomar conta d'ella ou dar quaesquer<br />

por seis mêses a Maria Emilia, sol- providências.<br />

teira, residente na rua de Joaquim An- Não tinha dúvida, não hesitaria um<br />

tonio d'Aguiar, freguezia de S. Chris- momento em tomar tal encargo, satistovão,<br />

d'esta cidade, e a Virgínia da fazendo assim os meus bons desejos,<br />

Conceição, solteira, residente no logar mas encontrando-me já sobrecarregado<br />

do Loreto, freguezia d'Eiras, do con- com outro irmão da infeliz, que não pocelho<br />

de Coimbra.<br />

derei manter por muito tempo por falta<br />

Com relação aos requerimentos de<br />

absoluta de todos os recursos; apre-<br />

Maria Bartholomeu, casada, Emilia Pesentei-me<br />

no commissariado da policia<br />

reira, viuva, ambas da freguezia de S.<br />

com a desventurada innocente, ea mu-<br />

Bartholomeu, Isabel Jorge da Silva,<br />

lher que a acompanhava. Ouvida esta,<br />

Adelaide Marques, ambas da Figueira<br />

o sr. commissàrio, ordenou que se<br />

da Fóz e Maria Rosa da Conceição, da<br />

procurasse a mãe, e conhecida a sua<br />

rua da Louça, freguezia de Santa Cruz<br />

morada em Lisboa, para onde se dizia<br />

d'esta cidade e Iria Marques, solteira,<br />

linha ido, lhe fosse immediatamente<br />

da freguezia da Gesteira, concelho de<br />

entregue a filha. Em o dia 24 em te-<br />

Soure, a que faltavam alguns docutegramma<br />

da policia de Lisboa foi dementos,<br />

foi resolvido que juntos estes<br />

nunciada a morada, e a menina se-<br />

pelas interessadas fossem novamente<br />

guiu para alli em o dia seguinte<br />

apresentados em sessão.<br />

acompanhada pelo sr. chefe da i.<br />

Mandou a informar ao Director do<br />

Hospício os requerimentos a pedir subsídios<br />

de Leopoldina da Conceição Pocinha,<br />

Emilia de Jesus e Maria da Conceição<br />

Quaresma, solteiras, todas da<br />

freguezia e concelho de Condeixa-a-<br />

Nova.<br />

Resolveu que se officiasse á Câmara<br />

Municipal de Cantanhede, para que<br />

désse cumprimento às disposições do<br />

art.° 49 e §§ e art.° 56 e § 1.° do último<br />

Código Administrativo enviando a<br />

esta Commissão as cópias das actas<br />

desde 11 de julho de 1896.<br />

Resolveu também mandar admittir<br />

definitivamente no Hospício, em virtude<br />

do respectivo processo administrativo<br />

os desválidos Adelino, nascido<br />

em 17 de maio de 1893 e Jesovina<br />

nascida em 3 de junho de 1895, filhos<br />

naturaes de Maria José, solteira, fallecida<br />

em 25 de janeiro último.<br />

Resolveu ainda mandar incluir novamente<br />

em folha, attendendo a informação<br />

do sr. Director do Hospício, a<br />

Josepha da Piedade, solteira, da Cruz<br />

dos Morouços, freguezia de Santa Clara,<br />

a esquadra<br />

e por elle lhe foi entregue em<br />

Lisboa.<br />

Não auero nem devo aqui apreciar a<br />

resolução do ex. mo dr. commissàrio. O<br />

que deixo exposto é o que se passou<br />

com inteira verdade.<br />

Agora, aquellas almas... beneméritas...<br />

generósas à custa da bolsa<br />

alheia, que me ferram os seus dentinhos<br />

damnados, se quizerem outras explicações<br />

mais circunstanciadas, dignemse<br />

apparecer de cara descoberta, serão<br />

satisfeitos plenamente, largamente. Até<br />

lá, a lua está lá muito alta, pódem<br />

continuar a ladrar-lhe.<br />

José Alves Miranda.<br />

F. Fernandes Costa<br />

E<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

ADVOGADOS<br />

Rua do Visconde da Luz3 50


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e era todas as livrarias.<br />

0 depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os titulos dos capítulos:<br />

A mintaa entrada — A -vida na cadeia — História do Iiimoeiro—O<br />

Limoe ro Iioje—O regulamento - - Os presos—Cm<br />

canicida— Condemnado si mórte —Fugas célebres—<br />

«cenas de sangue — As pri ões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O tr&balbo—A minlia<br />

prisão—Estatística<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segredos,<br />

casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Barbas,<br />

o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui<br />

cidios, Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiros, alçadas,<br />

forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris(<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, profissões,<br />

crimes, instrucção, filiação, etc., etc.<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Camara.<br />

PREÇO, 5QO RÉIS<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FEANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES—130<br />

1 WESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

COFRES Á PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de Mdeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

Arames Zincados: n Pa h r 0 a s%tdaX erlias e dit0 de espi "<br />

Mnfnl hranpft • ® amarello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

lUCldl UlalltU . folha de flandres.<br />

FerrO: E a C° de locias as qualidades, carvão de fórja.<br />

MÁ7 nnríl ffWPirvr Malhos, tornos, máchinas de furar, folies,<br />

1I1M pata iCIIOlIU, picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />

COIMBRA<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

2 ármazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

® junto e a retalho, Grande depósito de pannos crils.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala.<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras.<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

MICHELET "<br />

0 Padre5 a Mulher e a Familia<br />

UM VOLUME DE 280 PAGINAS<br />

4 0 0 R É I S<br />

A' venda em todas as livrarias,<br />

e na Typographia<br />

Progresso, Elvas.<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabelIas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço,<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Laigo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos—Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do lufante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borg-es— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D Augusto.<br />

José Mesquita—Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ láBQUES LADEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASC0NCELL0S<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

F. DELPOBT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

3 /IASA filial em Lisboa—Rua do Principe e Praça dos<br />

^, Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE OIMA—20<br />

Coimbra<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Só Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglêsas da Eschóla Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéneia da Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

COLLÉGIO ACADÉMICO<br />

MÉTHODO DE JOÃO DG DEUS<br />

sr. José Trigueiros Sampaio,<br />

um dos mais devotados<br />

apóstolos da Cartilha<br />

Maternal, achando-se em Coimbra<br />

a reger os cursos nocturnos<br />

de leitura no Instituto, vae também<br />

ensinar pelo méthodo de<br />

João


N.° 215 COIMBRA—Domingo, 14 de março de 1897 3.° ANNO<br />

Carta de Lisboa<br />

Malversação<br />

sabe-se já que não o serám nunca cipe Real glorificára o famoso he-<br />

Namarraes<br />

muilos d'elles e que vam ser abertos roe de Cuba.<br />

E o seguinte o último telegram-<br />

créditos extraordinários para o Es- Foram os progressistas que bioma de Mousinho:<br />

Noticiam as gazêtas que a sanha<br />

13 de fevereiro<br />

tado lhes pagar o que não lhes deve. grapharam Soveral como digno da<br />

das economias progressistas ía<br />

Sei bem quanto sam detestáveis Bramou o Correio da Noite que Penitenciária e de mais alguma coi- Moçambique, 12, ás 11 horas e 5 actuar sobre as escholas industriaes,<br />

para quem lê as symphoniás d'aber- era uma pouca vergonha sem nosa. Foi o aclual inspirador d'elles,<br />

m. da m.— Estabelecido posto for- expulsando grande número de protificado<br />

em Ibrahimo, no centro dos fessores auxiliares, que a padrinhatura<br />

jornalísticas, que nas mais das me gastarem-se por mês., contos o sr. Marianno de Carvalho, que namarraes. Hontem, foi alli içada a gem regeneradora tinha asylado nes-<br />

vezes não passam de expressões dê de réis com officiaes "de marinha contou o célebre caso do cheque. bandeira nacional, e saudada com tes pios albergues.<br />

pedantismo disfarçado.<br />

que eslavam a gosar no extrangei- Pois a um jantar dado em honra 21 tiros de artilheria.<br />

Diz-se até que principiavam pe-<br />

Ao iniciar-me na honra de collaro, a título de vêr navios.<br />

d'êsse Soveral assistiram dois dos Mudo a base de operações para las escholas de Faro e Ponta Delborar<br />

na Resistencia, eu não posso Subiram os progressistas ao po- acluaes ministros e o seu honrado Matibane, para seguir á Mesa, subada. todavia deixar de affirmar que o der e fazem isto : — Chamam dois inspirador.<br />

metter Alua e namarraes de Mati- Claro que ninguém acredita na<br />

bane.<br />

sinceridade, nem na coragem d'es-<br />

faço em circunstâncias que me em- dos mesmos officiaes, ect^omisan-<br />

x<br />

Feridos vam melhorando.—Mousa hecatombe.<br />

baraçam.do<br />

408$000 réis, e deixam ficar os Nenhuma anormalidade, annunsinho. Mas o que êstes propósitos mais<br />

Foi êste posto occupado por um restantes que fazem uma despêsa ciei.<br />

uma vez evidenciam é a absoluta<br />

Africanistas conhecedores da to-<br />

dos mais brilhantes jornalistas re- mensal de.. . 9:214$800 réis.<br />

incomprehensão do papel dominan-<br />

Nenhuma anormalidade, realpographia daquella região dizem que<br />

publicanos— o dr. João de Mene- Concessões em Africa.. . —que<br />

te do ensino industrial e téchnico,<br />

mente.<br />

o objectivo tomado por Mousinho é ue nas circunstâncias de depaupezes,<br />

cujo talento, tam notavelmente era espantôso o que os regenerado- Os factos que ficam registrados o mais proprio para o bom êxito da ração do país seria o mais podero-<br />

affirmado ainda na sua vida de esres faziam no assumpto.<br />

sam de dias, mas sam velhos pela campanha emprehendida.<br />

so e fecundante exforço para o seu<br />

tudante, posteriormente se tem re- E era.<br />

significação.<br />

ortalecimento económico.<br />

velado com tanta robustêz e origi- Mas eis os progressistas no po- Traduzem apenas o que têem tra-<br />

Crearam as escholas. Bem ou<br />

nalidade.<br />

A gente do Nyassa acaba de comder<br />

e logo consummam uma nego-<br />

mal a semente foi lançada á terra e<br />

duzido todos os factos que desde municar ao governo que se congra-<br />

A substituição devia parecer uma<br />

os resultados deveriam apparecer a<br />

ciata com a Companhia dos cami- annos se lêem dado no nosso meio çou, cessando as divergências que seu tempo.<br />

pretensão, se eu não declarasse que nhos de ferro atravez d'Africa, fa- político: — a incommensuravel po- havia entre os dois grupos, e pede- Mas, para resultados compensa-<br />

só posso pensar em egualá-lo em zendo-lhe, sem concurso, concesdridão da monarchia portuguêsa e Ihe que nomeie um commissàrio rédores dos sacrifícios do thesouro,<br />

sinceridade e que, para desempesões que só o parlamento podia fa- dos seus partidos.<br />

gio e três vogaes do conselho de era preciso que uma profunda sennhar<br />

o papel honrosíssimo que me zer.<br />

F. B.<br />

administração nos termos da lei orsatêz práctica presidisse á organi-<br />

confiam, lenho que abstrair da cirgânica<br />

d'essa companhia. Diz-se zação do ensino, cercando-o de ga-<br />

Mostrando a preoccupação de ser<br />

que tal accôrdo fôra feilo sob prescunstância<br />

de elle ter sido desemrantias<br />

subsidiárias, e animando,<br />

útil e allruisla, publicou o governo<br />

são do governo para que, regulari- com legislação previdente, ao mespenhado<br />

tam superiormente. um decreto mandando fazer obras Os carlistas em Hespanha zando-se a situação da companhia, mo tempo a cultura do trabalho e<br />

Cabia-me, pois, fazer essa decla- de absoluta necessidade para dar Segundo os últimos telegrammas, entrasse numa phase normal a acção o seu desenvolvimento mercantil.<br />

ração e ahi a deixo, sem mais pa que fazer aos sem trabalho. tem augmenlado a agitação dos car- do EsTado na importantíssima re- Nada d'isso se fez. Tudo isso<br />

lavras.<br />

Começou a cumprir-se o decrelislas em várias regiões da Hespagião da província de Moçambique )ara ahi germinou á lei da nature-<br />

X<br />

to, ordenando-se obras nos seguinnha<br />

onde dominam. A declaração, cedido á companhia.<br />

za, em experiências infelizes, refor-<br />

que alguns chefes lêem feito ao go- Ora não seria mais correcto, lemas precipitadas e extravagâncias<br />

Nenhuma anormalidade. Apenas tes edifícios: palacio da Pena, em<br />

verno, de que lhes não cabe respongal e digno o procedimento do go- de exploração.<br />

em cada dia que passa se descobre Cintra, mosteiro de Santos-o-Novo, sabilidade alguma nesse facto, pavesno promovendo perante os tri- Assim corrêram.<br />

a verdade que de annos se vem os- palacio de Belem, mosteiro da En rece mais ler em visla evitar qualbunaes competentes o apuramento Depois a política, que tudo intentando<br />

Iam eloquentemente:—que carnação, Hospício do clero, igreja quer procedimento do governo con- das gravíssimas irregularidades que vade, assaltou, tumultuariamente, as<br />

progressistas sam o mesmo que re- de S. Vicente, palacio de Queluz, tra elles do que condemnar d'um se têem dado na administração da escholas, minou-as e aluiu-as.<br />

generadores, que sam os mesmos os igreja da Pena, convento das Fran-<br />

modo formal e categórico a attitude Companhia do Nyassa e que as di- Foi o maior desastre que podia<br />

dos seus correligionários. Dizem elvergências entre os dois grupos vie- cair sobre essas instituições!...<br />

seus processos, que eguaes sam os cezinhas.les<br />

que têem pedido, aconselhado ram patentear? Estará o governo Convertidas em creches burocrá-<br />

(ffeitos da sua administração. Eslá-se vendo a necessidade - que se não faça a revolução enquan- resolvido, agora que conseguiu har ticas, movendo-se aulhomaticamen-<br />

Ambos se dizem inspirados por da gente das Necessidades e da de to a Hespanha não suffocar a insur- monizar êsses dois grupos, a dei' te, sem rumo, sem energia e sem<br />

grandes princípios de moralidade. S. Vicente.<br />

reição em Cuba e nas Filippinas, xar em socego, completamente im- dedicação, ahi estám por êsse país<br />

Ambos a prostituem em infamíssi- Que os regeneradores faziam in-<br />

mas não declaram sc já deram alpunes. os auclores d'essas irregula- adiante offerecendo a demonstração<br />

guma ordem nesse sentido. Ora saridades, que lanlo prejudicáram o deplorável de que num tal meio e<br />

mas orgias.<br />

famíssimas perseguições.<br />

be-se que é da organização militar nosso crédito perante o exlrangei com um tal systema de vida tudo<br />

Ambos promettem grandes eco- Faziam, sem dúvida.<br />

do partido carlista, da forle disci- ro?<br />

está irremediavelmente eivado e<br />

nomias. Ambos faltam impudica- Mas, no poder os progressistas plina que nelle existe, que derivam Talvez. A justiça em Portugal não )erdido. Nem a honra se salva, como<br />

mente ás suas promessas.<br />

apparece deMirandella um escrivão os mais sérios receios de que possa existe para os grandes criminosos. em Pavia 1<br />

provocar uma grave alteração da<br />

Ambos affirmam querer servir o da administração a dizer que o novo<br />

Só faltava, para exuberância de<br />

ordem pública em Hespanha, sus-<br />

pôvo. Ambos mostram uma exclu- administrador, dois dias depois de<br />

jrova, que a demência governativa<br />

tentar até durante algum tempo a O Tribuno Popular diz que o go- se lembrasse d'essa basofiante exsiva<br />

preoccupação:— bajular o rei. lomar posse, pôs na rua todos os guerra civil, e num partido assim<br />

verno ordenou uma convocação de )ulsão em massa, sem escolha, sem<br />

Assim o demonstraram eloquen empregados sem mais formas de constituído a voz imperativa dos<br />

lemente regeneradores.<br />

processo, como cães. E o sr. José chefes necessáriamenle seria aca- câmaras legalmente eleitas, embora<br />

critério e sem escrúpulo, ás cegas,<br />

a título de economia, a pretexto de<br />

Assim o eslám affirmando com Luciano, por meio do Correio da tada.<br />

com uma base inteiramente VI-<br />

egalidadel<br />

evidência progressistas.<br />

Noite, diz que foi verdade — mas Motivos ha, pois, para duvidar<br />

ciada.<br />

A genuína, a legítima economia<br />

Vejâmos.<br />

que os regeneradores fizeram o mes- de que os chefes do parlido carlis- Já se sabia, mas folgámos muito do ensino industrial seria descrimita<br />

desapprovem o movimento ini- com a confissão do nosso collega nar a inaptidão e a incapacidade,<br />

x<br />

mo aos empregados progressistas.<br />

ciado pelos seus correligionários e progressista, que se deixou descair onde ella existisse; incitar os ele-<br />

Uma das grandes bombas d'effei- Que o João Franco tinha por que esiá causando as mais graves para o lado da sinceridade.<br />

mentos úteis; remodelar, melhorar,<br />

to que o governo aclual atirou ao agente de confiança um quadrilheiro apprehensões, fallando-se até em<br />

refundir em bases efficazes e segu-<br />

Mas não é o caso de se dizer<br />

ar, quando iniciou a sua vida, foi o<br />

reles, digno de receber escarros na crise ministerial, que possivel é se<br />

ras a educação téchnica, profissional<br />

decreto acabando com todas as des-<br />

cara.<br />

resolva no próximo conselho de mi que muito pôde a força do habito. e moral das officinas com a sollici-<br />

nislros.<br />

tude e perseverança que se agitam<br />

pêsas illegaes e expulsando impli D'accôrdo.<br />

por toda a parte.<br />

citamenle da chamada mêsa do or- Mas o sr. José Luciano, uma vez<br />

í^ilippinas<br />

Foi licenciado o administrador do Está tudo por fazer 1 E assim fiçamento<br />

aquelles que estavam a co- no poder, manlem êsse quadrilhei<br />

concelho de Miranda do Corvo, e cará 1<br />

mer d'ella, sem que lá tivessem de- ro e, se não o arvorou ainda em O general Polavieja, que a Hes- para o logar d'elle foi nomeado, em Estes primeiros ímpetos da adsignado<br />

lugar.<br />

censor de jornaes republicanos, panha mandou para as Filippinas commissão, o administrador do con ministração progressista fazem lem-<br />

Eslám passados quinze dias so- mandou já todavia exercer censura<br />

para suffocar a revolta, pediu agora celho da Louzã, sr. dr. José Liber brar os planos económicos do Bispo<br />

a demissão, por o governo se recu- tador Ferraz d'Azevedo.<br />

de Viseu, que não hesitou em febre<br />

a publicação do decreto e não prévia no thealro, a propósito d'uma<br />

sar a enviar-Ilie mais uma expedi- Paraadminislradordo daLouzã foi char o Conservalorio de música,<br />

saiu ainda da tal mêsa nenhum dos peça que se occupava de Macéo, ção de 25:000 homens.<br />

nomeado interinamente o sr. dr para não ler de auctorizar a com-<br />

que nella não têem logar. Ainda não não viesse a Hespanha impôr um E os hespanhóes a dizerem que Arthur Ubaldo Corrêa Leilão. pra d'um piano!...<br />

ge sabe quando o serám alguns, mas ultimatum porque a plalêa do Prín- a revolução estava suffocada, •, Manobras politicas.<br />

i Sam d'este estôfo j


Dr. Nunes da Ponte<br />

A Mêsa da Santa Gasa da Misericórdia<br />

do Porto acaba de dar a<br />

êste nosso eminente correligionário<br />

e presadíssimo amigo uma eloquente<br />

prova de consideração e alto<br />

apreço em que tem os serviços relevantíssimos<br />

por elle prestados á<br />

benemérita instituição que administra,<br />

durante o tempo em que foi mesário.<br />

E com o maior prazer que transcrevêmos<br />

o que a êste respeito diz<br />

o nosso prezado collega A Voz Publica:<br />

pedestal simples cortado á frente<br />

por um ramo de louro, dividindo a<br />

inseripção Ao doutor Senna os seus<br />

amigos e admiradores; sobre o pedestal<br />

o busto do illustre professor,<br />

revestido*das insígnias doutoraes.<br />

O monumento foi delineado e<br />

executado por Thomaz Costa.<br />

A subscripção promovida em Lisboa<br />

por Sousa Martins, em Coim-<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

Litteratura e Arte<br />

EM LAMEGO<br />

—Vamos ver?...<br />

— E se ralham?. . .<br />

— Está lá o Xico 1<br />

— Entám vamos. . .<br />

Eu entrei lambem.<br />

Iam vestir o Senhor dos Passos.<br />

Na egreja, escura de metter medo,<br />

—Tal e qual! Ora conte lá pelos<br />

dedos. Dois...<br />

— Como lodos!.. .<br />

— E você a dar-lhe! E um mais,<br />

para quando vae a pintar o que se<br />

beija habitualmente, três...<br />

— É boa, Irês, e o outro?...<br />

Carta cie Lisboa<br />

Um dos escriptores mais brilhantes<br />

do jornalismo republicano, o sr.<br />

França Borges, começa hoje a honrar-nos<br />

com a sua collaboração na<br />

Resistencia. Em cartas de Lisboa<br />

bra por Daniel de Mattos e no<br />

Porto por José Augusto de Lemos sentia-se o perfume das flores, forte,<br />

Peixoto foi além do custo do mo- como uma essência d'alcova.<br />

numento, creando-se com as sobras<br />

da subscripção um prémio denomi-<br />

Deviam ser acácias a desfazer-se<br />

nado — do dr. Senna, destinado a<br />

em pó dourado, como as asas das<br />

um dos empregados menores do<br />

borboletas que começavam a andar<br />

«Este nosso respeitável amigo e cor-<br />

serviço clínico que mais se distinga<br />

nos campos, e jacintos também...<br />

religionário acaba de receber uma al- em cada anno por actos de valor e<br />

Já havia tantos. . .<br />

ta e significativa demonstração de de- humanidade em benefício dos doen- O Visconde saltou do andôr, e, á<br />

ferência e sympathia da parte da Mêsa tes recolhidos no hospital do Conde chamma da vela a oscilar, pareceu-<br />

da Misericórdia d'esta cidade, defe- de Ferreira.<br />

nos vêr uma apparição branca que<br />

rência que traduz um pleníssimo acto<br />

correu para a parede e se sumiu na<br />

de justiça.<br />

abóbada com o echo dos passos<br />

Sabe-se a parte importante que<br />

d'elle. secco como um gemido.<br />

aquelle nosso respeitável e considera-<br />

C u b a<br />

íamos a fugir todos, quando o<br />

dissimo amigo teve no accôrdo reali-<br />

Xico deu comnosco, olhou para o<br />

zado entre a Escola Mèdico-Cirúrgica<br />

Visconde que ia para a sacristia,<br />

e a Santa Casa, pondo em execução Permanece a mesma, á data das deixou cair muito depressa os alfi-<br />

um novo regulamento de serviços té- últimas notícias, a situação em netes no chão, pegou nos braços do<br />

chnicos, em que se attendem e satis- Cuba. — Depois dos recentes de- Senhor dos Passos e pôs-lhe as<br />

fazem importantes necessidades do sastres soffridos pelos hespanhes, e<br />

ensino médico da Eschola, com recí-<br />

mãos abertas adeante do narís.<br />

pela approximação da estação das<br />

proca vantagem para os dois estabe-<br />

Fugiu-nos o medo e ficámos a<br />

chuvas, prevêem-se para a Hespalecimentos.<br />

rir baixinho; não nos fôssem sen-<br />

Esses serviços, de primeira ordem, nha as consequências mais pessitir. ..<br />

foram louvados em portaria do minismistas. O Senhor dos Passos eslava em<br />

tério do reino, de 5 de fevereiro últi- Cuba, que á nação vizinha tem camisa, uma camisa muito branca,<br />

mo; mas o respectivo ministro, num custado já tantas milhares de vida comprida como as das mulheres, os<br />

ódio de mesquinha vingança política, e caudaes de dinheiro, parece que cabellos em anneis longos e perfu-<br />

eliminou, propositalmente, o nome do será, se a situação se não definir mados, as mãos no gesto gaiato, os<br />

sr. dr. Nunes da Ponte.<br />

em breve, a causa da completa ruína<br />

O provedor da Misericórdia, sr. dr.<br />

olhos húmidos a chorar, a face cheia<br />

do povo hespanhol. Bastará que a<br />

Paulo Marcellino Dias de Freitas,<br />

de sangue, a bôcca descida damar-<br />

guerra se polongue por outro tanto<br />

numa das últimas sessões da Mesa a<br />

gura...<br />

tempo, para a Hespanha não poder<br />

que preside, levantou nobremente o<br />

resistir ás perdas collossaes que tem Ouvia-se, rindo, uma voz alegre<br />

injusto silêncio a que fóra officialmente<br />

votado o nome do nosso illus- soffrido e soffrerá em homens e di- a dizer polidamente:<br />

tre correligionário, enaltecendo-lhe a nheiro.<br />

— Quando fôr do agrado de vv.<br />

ex.<br />

iniciativa, o trabalho e as qualidades Mas, afinal, se o heroico exforço<br />

que o exornam.<br />

hespanhol é digno das sympathias<br />

A Mesa applaudiu as palavras do de todos, pela energia e dedicação<br />

digno provedor e noutra sessão o patriótica de que tem dado um tam<br />

nosso amigo e correligionário sr. dr levantado exemplo, os applausos e<br />

Maximiano de Lemos, depois de pa- os incitamentos sam dirigidos por<br />

lavras de verdadeira justiça em honra<br />

todos os homens de coração aos<br />

do sr. dr. Nunes da Ponte, propôs<br />

defensores da independência de<br />

que se désse conhecimento a este<br />

cavalheiro de quanto disséra e resol Cuba, os guerrilheiros heroicos que<br />

vera em Mesa.<br />

pelas quebradas das serras da grande<br />

Em resposta ao officio que lhe foi Antilha vam cimentando com o pró-<br />

endereçado, acompanhando os extra prio sangue a liberdade da sua<br />

ctos das sessões, o sr. dr. Nunes da pátria.<br />

Ponte agradeceu, em termos penhorantes,<br />

com os protestos da sua sym-<br />

•O*<br />

pathia e reconhecimento perduráveis.<br />

Os extractos das actas eram escri- lima decepção de Rubinstein<br />

ptos em pergaminho, em caracteres<br />

de phantasia.<br />

Numa revista allemã vêm pu-<br />

Congratulamo-nos vivamente com a blicadas umas memórias ou recor-<br />

expontanea homenagem prestada ao dações pósthumas de Rubinstein,<br />

caracter e bons serviços do nosso em que se relatam algumas dece-<br />

respeitável amigo e correligionário sr. pções que o insigne pianista soffreu<br />

dr. Nunes da Ponte».<br />

durante a sua triumphante carreira<br />

musical. D'uma d'ellas foram incon-<br />

Accrescentaremos só que o sr.<br />

sciente causa as formosas damas da<br />

João Franco, ao ordenar que da<br />

vizinha Hespanha.<br />

portaria do louvor fôsse eliminado<br />

o nome do sr. dr. Nunes da Ponte<br />

Eis como Rubinstein a conta:<br />

que figurava, segundo nos informam,<br />

«Foi numa cidade de Hespanha<br />

na communicação que a esse respeito<br />

que obtive um dos meus maiores<br />

lhe fóra feita pelo sr. dr. Wenceslau<br />

triumphos. O concerto terminára<br />

de Lima, sabia que ao nosso correligionário<br />

havia sido dado um voto<br />

com uma ovação e o que mais me<br />

de louvor, pelos serviços que pres-<br />

lisongeara fôra o enthusiasmo da<br />

tara á Santa Casa da Misericóidia,<br />

parte feminina do meu auditório.<br />

em assembléa geral da Irmandade,<br />

Alguns dias depois assisti a uma<br />

sendo elle o único membro da mêsa<br />

corrida de touros, e tive de reco-<br />

que recebeu essa prova de considenhecer<br />

que fôra pállido aquelle enração.thusiasmo<br />

ante o que foi manifestado<br />

aos toureiros, parecendo ser<br />

Como se revela em tudo o espi-<br />

mais agradavel para a mulher a<br />

rito mesquinho do ridículo ex-di-<br />

força e a agilidade physica que uma<br />

ctador!<br />

audição artística».<br />

Se Rubinstein quizesse dizer toda<br />

Foi publicado o relatório do mo- a verdade, não faltaria só na força<br />

numento ao dr. Antonio Maria de e na agilidade physica. Se os lou-<br />

Senna, primeiro director do Hospireiros fôssem tam feios como elle<br />

tal do Conde de Ferreira.<br />

talvez o enthusiasmo femiminico não<br />

0 monumento compõe-se d'um fôsse tam longe.<br />

as ... Eu já fiz a minha obrigação...<br />

A obrigação era a camisa. Era o<br />

Visconde que a vestia sempre 1<br />

As senhoras não assistiam a esla<br />

parle da toilette do Senhor dos Passos;<br />

ficavam na sachrislia a conversar.<br />

Só entravam depois do Senhor<br />

dos Passos estar em camisa.<br />

Isto tinha uma razão em Lamego.<br />

Era por. .. Não me lembra bem<br />

porque era, mas tinha uma razão.<br />

Eu era tam pequeno...<br />

As senhoras entravam na igreja<br />

a rir, o Xico baixou as mãos ao<br />

Senhor, e elle ficou a chorar lágrimas<br />

de sangue, de joelhos, os braços<br />

caídos, em camisa. ..<br />

Pela igreja voava o aroma da água<br />

de colónia com que as senhoras lavavam<br />

os pés do Senhor dos Passos,<br />

em ferida, a escorrer sangue. ..<br />

O Visconde, com a túnica de sêda<br />

vermelha,bordada a oiro fino e novo,<br />

nos braços, faltava baixo, muito curvado,<br />

para a Condessa.<br />

Os seus olhos brilhavam á luz de<br />

vela, húmidos, como os de um sátyro,<br />

ella olhava-o e sorria, e no<br />

meio a cabeça do Senhor dos Passos,<br />

cheia de lágrimas de sangue, chorava.<br />

..<br />

Quando o visconde ria mais alto, o<br />

resplendor de prata agitava-se melanchólicamente<br />

sobre a cabeça do<br />

Senhor. . .<br />

O Xico...<br />

—Isso só em Lamego.<br />

— Olél você estava a lêr?<br />

— Ê phantástico...<br />

— E entám cá? E em Lisboa?<br />

Sabe você quantos pés tem o Senhor<br />

dos Passos em Lisboa?. ..<br />

— Dois, naturalmente. ..<br />

— Pois não foste! Quatro, ouviu<br />

v. s. a — O outro é o que serve ao rei<br />

e á rainha, o pé da Côrte.. .<br />

— Ridículos de beatas...<br />

—De beatas!... O pedreiro livre!<br />

E entám o que chama você ao caso<br />

do Senhor dos Passos da Estrella,<br />

aqui em Coimbra?!...<br />

— Que caso?...<br />

— Coitado! Este homem nasceu<br />

hontem, ignora tudo!... Entám<br />

você não sabe que um anno começou<br />

a haver na Estrella também<br />

exposição do Senhor dos Passos como<br />

na Graça, e começou toda a gente a<br />

deixar a Graça e a correr para a<br />

Estrella? O Senhor dos Passos era<br />

novo, foi moda...<br />

— Do que você se lembra. ..<br />

— Talvez v. s.<br />

? Quatro. ..<br />

—Quatro?!...<br />

a não tivesse nascido<br />

ainda? Malhusalem!. . .<br />

— Já faltava a edade! O Rodrigues<br />

da Silva, ponha as barbas de<br />

môlho.. .<br />

—Deixe-o fallar, senhor doutor,<br />

e trabalhe que falta original...<br />

— Eu pouco mais faço. Agora<br />

conto o caso da Estrella. Digo que<br />

o Senhor dos Passos não tinha pés...<br />

— Outra!. .. Esse agora não tem<br />

pés!...<br />

— Pois não tiniia! E tiveram de<br />

pedir uns ao S. Francisco que vae<br />

no andôr, quarta feira de Cinza.,<br />

Muito tempo ninguém deu por ella;<br />

mas um dia, um devoto. ..<br />

— Conheceu? Porquê?...<br />

— Eu sei lá. O que sei é que<br />

conheceu, e veiu contar a toda a<br />

gente. .. Foi um escândalo.<br />

Beijar os pés a S. Francisco...<br />

— Porque não? E as mãos...<br />

—Você não tem graça nenhuma!<br />

—Trabalhe, senhor doutor, olhe<br />

que falta original. ..<br />

—Está (juasi prompto! Já lenho<br />

um linguado. Acabo de contar o<br />

caso de Lamego, depois arranjo a<br />

tallar dos de Lisboa e Coimbra, e<br />

faço uma coisa.. .<br />

— De muita graça.. .<br />

— V. ex. a dará o illustre escriptor, semanalmente,<br />

conta dos acontecimenlos<br />

políticos mais interessantes, com o<br />

brilho de linguagem e correcção de<br />

fórma que sam próprios do distincto<br />

jornalista.<br />

A cooperação do sr. França Borges<br />

na vida da Resistencia é para<br />

nós honrosíssima, como honrosa é<br />

a camaradagem do nosso amigo,<br />

tam respeitável pelo espírito como<br />

pelo caracter.<br />

Começa hoje a publicar-se em<br />

Lisboa um jornal intitulado A Resistencia,<br />

orgão da associação dos<br />

agricultores e horticultores.<br />

Abre com um escândalo entre as<br />

collarejas da Praça da Figueira, ao<br />

que consta.<br />

Parece começar mal o nosso homónymo<br />

das nabiças. Melhor seria<br />

que se intitulasse a Abobora ou o<br />

Rabanete.<br />

É o título que lhe ficaria melhor<br />

pela nalurêsa dos interesses que se<br />

propõe defender.<br />

O Tribuno Popular foi denunciante.<br />

Não é figura de rhetórica.<br />

Prova-se.<br />

Agora, pelo que respeita ás insinuações<br />

em que persiste, e que,<br />

pela insistência, revelam infamiasinha<br />

a despontar, pedimos ao nosso<br />

luminoso collega que ponha tudo em<br />

pratos limpos.<br />

E' já conhecida a nota da Grécia<br />

em resposta á nota, com caracter<br />

de ultimatum, que as potências lhe<br />

dirigiram para a evacuação de Creia.<br />

A impressão que deixou é a de ser<br />

uma resposta habilmente diplomá-<br />

o diz...<br />

tica, que deixa entrever a sua firme<br />

resolução de não abandonar á de-<br />

T. C. cisão das potências a solução de<br />

iam grave problema, de consequên-<br />

•••<br />

cias de tal modo importantes para<br />

Portugal artístico e monumental a vida nacional hellénica. Pelo seu<br />

lado as potências parecem não es-<br />

Continúi saindo com regularidade tarem já de accordo sobre a acção<br />

a publicação photográphica de monu-<br />

collectiva com que tinham ameaçamentos<br />

e objectos da antiga arte portuguêsa,<br />

que o sr. Sartoris emprehendo a Grécia, tendo declarado a<br />

deu com uma dedicação digna dos maio Allemanha que não pôde tomar em<br />

res elogios.<br />

consideração a resposta dos gregos,<br />

Os números do mês de fevereiro com quem não quer continuar ne-<br />

contém : a egreja de N. S. das Neves, gociações.<br />

em Flôr da Rosa; deposição no túmulo,<br />

esculptura em pedra, de bella renas- Se as potências não accordarem<br />

cença, pertencente a Santa Cruz; frag- na acção collectiva projectada, é de<br />

mento da guirlanda que encima os ca- prever que a annexação de Créta<br />

deiraes do côro d'esta mesma igreja; seja um facto.<br />

e ura formosíssimo capitel da Sé Velha.<br />

Sobre a attitude da França nada<br />

Esta collecção, que já encerra grande<br />

variedade de documestos da maior ha de positivo por enquanto. Se o<br />

importância, constituirá no futuro um governo se tem mostrado inclinado<br />

repositório valioso e um expositorio in- a auxiliar os inimigos da Grécia,<br />

substituível para os archeólogos e os pelo seu lado a opinião impõe-seartistas.<br />

Ihe e o parlamento não o consentirá.<br />

A solicitude do sr. Sartoris e o au E seria de notar que a França,<br />

xílio que com esta publicação presta<br />

ao estudo da arte sam de applaudir e<br />

generosa e humanitária, se collo-<br />

agradecer, principalmente por aquelles casse agora, indo de encontro á<br />

que conhecem quantos sacrifícios é pre- opinião, do lado. mais odioso e anticiso<br />

vencer na inanidade da indifferenpáthico.pa geral, para que possam vingar pu- Damos em seguida os últimos<br />

blicações d'esta ordem.<br />

telegrammas:<br />

0 trabalho photográphico é executado<br />

com nitidez; e a escolha dos moti- Berlim, 12.—Um jornal d'esta<br />

vos é prudente, sensata e variada. capital, cujas boas relações com o ga-<br />

E d'esta fórma o sr. Sartoris presta binete imperial sam notórias, affirma<br />

á arte e á nação um assignalado ser- que, se não fôrem adoptadas medidas<br />

viço.<br />

enérgicas contra a Grécia, a Allemanha,


deixará de interessar-se pela questão<br />

do Oriente e o governo imperial recusar-se-ha<br />

de futuro a tomar parte em<br />

qualquer negociação relativa á redacção<br />

de nova nota diplomática ao governo<br />

hellénico.<br />

A imprensa inglêsa publica também<br />

duas notas, que se aflirma terem caracter<br />

ofBcioso, e que não sam também<br />

muito favoraveis â Grécia. Dizem summariamente<br />

o seguinte: — Que a resposta<br />

da Grécia não é considerada sa-<br />

tisfactoria, nem propícia a melhorar as<br />

relações tensas da Europa com o gabinete<br />

atheniense; «que a renovação<br />

de hostilidades entre os musulmanos<br />

e os christãos de Creta imporá ás potências<br />

a obrigação de tomar medidas<br />

immediatas de expulsar os gregos e<br />

desembarcar tropas para manter a ordem<br />

»<br />

Madrid, 12.—Dizem de Athenas<br />

que o governo grego ordenou ao commandante<br />

da esquadra grega em Creta<br />

que não tenha em nenhuma conta as<br />

imposições dos almirantes das esquadras,<br />

ainda mesmo que elles recorram<br />

á ameaça das violências.<br />

Ao coronel Vassos ter-se-lam dado<br />

ordens de retirar com as suas tropas<br />

para o interior da ilha, evitando qualquer<br />

collisão com os destacamentos<br />

mixtos das potências.<br />

Uma esquadra grega entrou no golpho<br />

de Ambracia (Arta) e bloqueou<br />

vários navios turcos. Um bando de<br />

gregos, interessando-se pela Macedónia,<br />

fez saltar os carris do caminho de<br />

ferro entre Monastir e Salocina.<br />

No Pireo sam esperados 300 monjes<br />

do monte Alhos, que se offereceram<br />

para combater contra os turcos.<br />

Paris, 13.—O conselho munici-<br />

pal de Paris approvou hoje por 48 votos,<br />

não obstante as observações do<br />

prefeito do Sena, uma calorosa mensagem<br />

de animação á Giécia.<br />

«o*<br />

Notícias diversas<br />

O sr. Charles Lepierre, professor de<br />

Chimica na Eschóla Industrial Brotero,<br />

e preparador de microbiologia na Faculdade<br />

de Medicina, acaba de abrir um<br />

curso de chimica biológica para os estudantes<br />

da mesma faculdade.<br />

Já de ha muito tempo os seus cursos<br />

na Eschóla Brotero^ram frequentados<br />

por estudantes de Medicina que<br />

encontraram sempre no sr. Charles Le-<br />

pierre um mestre cheio de bôa voutade,<br />

d'intelligéncia e de saber. 0 novo<br />

curso vem prencher uma lacuna no<br />

ensino da Medicina em Portugal, e<br />

muito honra o sr. Charles Lepierre, que,<br />

por este e outros serviços prestados<br />

à causa da instrucção, pelo seu saber,<br />

pela sua intelligéncia e pelo seu trabalho<br />

consciencioso e persistente, é jus-<br />

27 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'am forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard ác C. a<br />

IV<br />

Os empregados da casa Bérard<br />

— 0 patrão perguntou-me quem tinha<br />

trazido esla carta, respondi-lhe<br />

que tinha sido uma senhora que parecia<br />

desejar vê-lo pessoalmente. Elle<br />

entám disse-me: com bastante pena<br />

ruinha não posso encontrar-me aqui,<br />

por ter uma recepção marcada para<br />

esta hora. Pede a essa senhora que<br />

me exponha por escripto o motivo da<br />

sua visita.<br />

—É tudo?<br />

—Sim, minha senhora.<br />

Linotte baixou a cabeça e reflectiu.<br />

0 caixeiro trocou um sorriso com o rapaz<br />

do escriplório e disse:<br />

—Se v. ex. a quizer vêr a senhora,<br />

eu vou mandá la prevenir.<br />

—Não! Nãol, disse depressa a Linotte;<br />

eu voltarei ámanhã...<br />

— V. ex. a nâo tem nada a deixar<br />

dito para o patrão?, insistiu o cai-<br />

AeirQ.<br />

tamente admirado e respeitado por todos<br />

os que se interessam pelo aperfeiçoamento<br />

e progresso dos estudos<br />

em Portugal.<br />

Saiu para o Porto o sr. Albino Caetano<br />

da Silva, proprietário da Typograpliia<br />

Auxiliar d' Esuriptório.<br />

—Nada! se não isto que lhe acabo<br />

de dizer: voltarei ámanhã.<br />

—Bem, minha senhora!<br />

Linotte saiu e o obsequioso caixeiro<br />

acompanhou-a até á carruagem... Ao<br />

vollar. disse para os seus collegas do<br />

escriptório:<br />

—Oh! rapazes, é bem bôa! o austero,<br />

o puro senhor Bérard tem uma...<br />

—Uma?... interrogaram os empregados.<br />

—Uma cocotte!<br />

— Não é possivel.<br />

— Acabo de a acompanhar à carruagem.<br />

.. Provavelmente o patrão tinha-<br />

Ihe dado uma direcção errada... ella<br />

espreitou-o até aqui, e elle desconfiado<br />

retirou-se prudentemente...<br />

— Tu suppões isso?<br />

—Eu!... vós ides vêr... Ó João!<br />

chamou o caixeiro.<br />

0 rapaz do armazém approximou-se<br />

logo.<br />

— Vós ides vêr! João, o que é que<br />

tu julgas que seja para o patrão esta<br />

mulher?<br />

—Eu! isso não me diz respeito por<br />

isso nada quero dizer.<br />

—Adiante; ninguém lh'o irá contar...<br />

é só cá entre nós.<br />

—Eu, sou mudo, cego e surdo...<br />

sei guardar as conveniências!...<br />

— Não é dizer mal!<br />

— Vejâmos, vejâmos, João, gritaram<br />

os caixeiros.<br />

— Pois bem, eu creio que é sim*<br />

plesmenle uma cocotte...<br />

— Ah! Ah!...<br />

Todos os caixeiros se agruparam &<br />

roda de João.<br />

RESISTÊNCIA —Domingo, 14 de março de 1897<br />

Fôram approvados superiormente<br />

os orçamentos seguintes :<br />

Da junta de paróchia da freguezia<br />

de Cadima, Cantanhede.<br />

De Sant'Anna — e de S. Miguel<br />

de Lagos da Beira, concelho d'01iveira<br />

do Hospital.<br />

Do Santíssimo e Immaculada<br />

Conceição, de Táboa.<br />

Do Senhor dos Passos, de Tentúgal,<br />

concelho de Montemor.<br />

(Supplementar) da Misericórdia<br />

da Louzã.<br />

Da Ordem 3. a da Figueira da<br />

Foz, e o da Misericórdia de Canta-<br />

—João, dizia um, conta-nos tudo<br />

—Sim, dize tudo.<br />

—- Oh! não é difficil... hontem, veiu<br />

cá esta senhora... Quando o patrão o<br />

soube affectou modos de a não conhecer.<br />

—Nós bem conhecêmos êsses ares.<br />

—Mas, continuou João, eu creio que<br />

o patrão não sabia o seu nome, porque<br />

ella tinha escripto por baixo: (a Linotte<br />

virá ámanhã).<br />

Ninguém respondeu. Um caixeiro<br />

disse:<br />

—Linotte! é um bello nome!<br />

— Não é o d'ella; no seu cartão tinha<br />

Joanna de Sillac.<br />

—Ah! Ah! Ah! fizeram duas ou três<br />

vozes.<br />

—Joanna de Sillac, disse um caixeiro,<br />

é aquella que vae todas as noites<br />

ao Casino. Oh! mas ella teve desgraças.<br />

..<br />

— Pois bem rapazes, replicou aquelle<br />

que tinha recebido a Linotte, fiai-vos<br />

ainda nos ares innocentinhos do patrão:<br />

(a familia, tudo pela familia! ..)<br />

— Sim! pela familia de Joanna.<br />

Um caixeiro que estava sentado à<br />

porta da escada que subia para a casa<br />

d'habitação assobiou a batteria no campo...<br />

logo todos os empregados, caixeiros<br />

e marçanos que estavam á volta<br />

de João correram a occupar os seus<br />

logares.<br />

O assobio annunciava a entrada do<br />

patrão...<br />

Na verdade, Bérard entrou e foi directamente<br />

para a fUa secretária...<br />

— Vocês bem vêem, disse o caixei-<br />

para o arrendamento da casa para a<br />

eschóla de Trouxemil.<br />

Mandou intimar um proprietário para<br />

reduzir ao estado primitivo uma porção<br />

de terreno público que vedou, junto<br />

ao logar da Carapinheira, freguezia<br />

de S. Paulo de Frades.<br />

Tomando em consideração uma representação<br />

feita por diversos moradores<br />

da Praça do Commércio, pedindo<br />

para ser ajardinada a mesma praça,<br />

ro para os que estavam próximos, elle<br />

não tinha saído...<br />

Bérard gritou:<br />

— João ?...<br />

Todos cs caixeiros olharam uns para<br />

os outros e sorriram-se.<br />

João dirigiu-se ao patrão...<br />

— Essa mulher veio ?...<br />

— M. elle Jeanne de Sillac?<br />

— Sim.<br />

— Sira, senhor, acaba de saird'aqui.<br />

— Custa-me nâo ter voltado... mais<br />

cêdo..., disse Bérard, ajuntando de-<br />

pois num tom indifferente... Que disse<br />

ella ?<br />

— Disse que voltava ámanhã.<br />

Bérard empallideceu. Quando voltou<br />

ao seu natural perguntou :<br />

— Não disse o motivo da sua visita?<br />

— Não senhor..., Perguntando-lhe<br />

eu se ella desejava fallar á senhora,<br />

disse hypocritamente João, recusou...<br />

Um calafrio correu todo o corpo de<br />

Bérard.<br />

— Ella disse que só queria fallar ao<br />

senhor.<br />

— Está bem!<br />

A força de vontade que Bérard gastou<br />

neste minuto foi enorme. Essa creatura<br />

deante de sua mulher! Por um<br />

momento teve a idêa de estrangular<br />

João... Viu que nâo podia soffrer o<br />

exame dos seus empregados, tirou um<br />

papel da pasta e subiu para os seus<br />

aposentos...<br />

No quarto, depois de fechar a porta,<br />

arranc u os cabellos, e cbeio de raiva,<br />

quasi suffocado, gritou entre soluços:<br />

(iContinua,)<br />

blico e pequenas obras de reparação<br />

de prédios em differentes freguezias<br />

do concelho.<br />

Sessão extraordinário de 27 de fevereiro<br />

de 1897<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vereadores presentes: arcediago José<br />

Simões Dias, José Antonio de Moura<br />

O sr. Bispo-Conde visitou hoje o<br />

resolveu tomar em occasião opportuna Basto, José Antonio dos Santos, José<br />

museu d'antigui(iades do Instituto, sendo<br />

a deliberação conveniente.<br />

Marques Pinto, Albano Gomes Paes.<br />

recebido pela Direcção da secção de<br />

Attestou favoravelmente ácêrca de Lida e approvada a acta da sessão<br />

Archeologia.<br />

três petições para subsídios de lacta- anterior foi apresentada pelo presiden-<br />

Já se acha collocada ao meio da prição.te<br />

a conta da receita e despêsa do anmeira<br />

sala a vitrine com os objectos<br />

Mandou passar licenças para apasno civil de 1896, que foi approvada,<br />

prehistóricos, a maior parte dos quaes<br />

centamento de cabras.<br />

tendo-se retirado, segundo a lei, o<br />

foi oíferecida pelo sr. Santos Rocha, o<br />

Resolveu pedir ao commissário de mesmo presidente e tomando a presi-<br />

infatigavel archeólogo, organizador e<br />

polícia para dispensar um guarda para dência o vice-presidente, José Simões<br />

conservador do museu da Figueira da nhede.<br />

a Praça do Commércio, com o fim de Dias, que fez ler o parecer apresenta-<br />

Fóz. A collocação dos objectos é por<br />

•<br />

evitar que se damnifiquem as árvores do pela commissão anteriormente no-<br />

enquanto provisória, porque a vitrine<br />

alli postas ha pouco.<br />

meada para o exame da mesma conta.<br />

ainda não está pintada.<br />

Fôram abatidos em todo o dis- Encarregou o vereador Moura Bastos Auctorizou em seguida o pagamento<br />

O sr. dr. Teixeira de Carvalho depotricto, no mês de fevereiro, 374 de mandar proceder aos reparos neces- dos vencimentos dos empregados resitou<br />

um fragmento de grade de ferro cães.<br />

sários no mercado de D. Pedro V. lativos ao mês de fevereiro, por não<br />

batido (século XVI), pregos de bronze<br />

•<br />

Nomeou uma commissão de três ve- haver mais que tratar, além dos as-<br />

dourado (século XVI), uma terrina de<br />

readores para o exame da conta do sumptos para que fora convocada.<br />

louça vidrada attribuida a Brioso, oleiro Recebemos da Tinturaria Cam- anno findo, dando sobre ella o seu pa-<br />

em Coimbra no século XVIII, brincos bournac, de que é agente em Coimrecer. e anneis d'ouro romanos e um magnibra,<br />

o sr. Moura Bastos, um ele- Auctorizou o fornecimento de vários<br />

fico torques d'oiro pre-romano.<br />

gante calendário para este auno, impressos para os trabalhos da secre- Revistas e jornaes<br />

taria.<br />

que agradecemos.<br />

Resolveu representar ao governo pe-<br />

Revista Republicana.—Recebemos<br />

dindo a creação d'uma eschóla d'ensi-<br />

Realizou-se hontem a procissão de<br />

já o número programma desta promettedora<br />

no elementar, para o sexo feminino na revista, que em poucas palavras expõe a sua<br />

Passos da Graça para a Sé Nova.<br />

freguezia d'Almalaguez.<br />

orientação:<br />

Antigamente era esta procissão o<br />

motivo de ruidosas brincadeiras aca- Câmara Municipal de Coimbra Nomeou informadores para o servi- «A nova publicação, como o seu titulo, de<br />

certo modo, indica, nâo é um periodico de ludémicas<br />

que déram, por mais d'uma<br />

ço das côngruas dos parochos. cta encarniçada, uma folha de profiado comba-<br />

vez, origem a conflictos sérios entre<br />

Auctorizou trabalhos de canalização te.<br />

Resumo das deliberações tomddas na<br />

os académicos e as trópas da guarni-<br />

d'águas.<br />

A Revista Republicana será antes, um registo,<br />

sessão ordinária de 18 de fevereiro<br />

ção. Agora corre tudo em tranquilla e<br />

Mandou registar uma nota das cana- uma publicação doutrinaria onde, ao mesmo<br />

de 1897.<br />

tempo, iremos evangelisando, serenamente, al-<br />

santa paz.<br />

lizações d'àgua executadas desde o dia tivamente, o credo democrático, e inscreven-<br />

Dos costumes antigos conservam-se Presidência do Vice-presidente arce- 1 1 .<br />

do os nomes e as acções d'aquelles que pela<br />

sua honra, pela sua dedicação, pelo seu eleva-<br />

apenas as guerras entre os rapazes da diago José Simões Dias.<br />

Auctorizou diversos pagamentos—<br />

do civismo, bem merecerem da Patria e da Re-<br />

alta e da baixa, os salatinas como el- Vogaes eífectivos—bacharel José Au- pessoal d'obras, material para a limpublica.les bárbara e injuriosamente se alcugusto Gaspar de Mattos, José Antonio pêsa da cidade, para o serviço dos in- Neste proposito a Revista publicará em tonham<br />

uns aos outros.<br />

dos Santos, José Marques Pinto, Antonio cêndios e das águas, trabalhos de cados os números magníficas pnotogravuras dos<br />

Hoje se o tempo o permittir, a José de Moura Bastos e Albano Gomes nalização d'água para o novo mata- principaes homens do nosso partido, acompanhadas<br />

de artigos biográphicos».<br />

imagem do Senhor dos Passos será Paes.<br />

douro e para particulares, serviços de Propondo-se tratar das questões mais eleva-<br />

levada em solemne procissão á sua Lida e approvada a acta da sessão reparação de calçadas, conservação das que se agitam na sociedade portuguêsa,<br />

igreja da Graça, onde discursará o sr. anterior na presença do dr. Luiz Perei- d'ârvores, trabalhos no jardim da quinta apresenta em elenco de collaboradores, que, só<br />

cónego Alves Mendes.<br />

ra da Costa, representando o adminis- de Santa Cruz, na fonte da Palheira e pelo seu nome, sam uma garantia, pois vêemse<br />

entre elles os dos homens mais pretigiosos<br />

trador do concelho, foi apresentado pela no caminho para Villela, encadernação do partido republicano português.<br />

presidência um relatório sobre anâlyse de livros, pagamento de tecido de lã Annuncia para o dia 15 d'abril próximo o seu<br />

das águas potáveis d'esta cidade, ela- para bandeiras destinadas á ornamen- primeiro número.<br />

Annuncia-se para breve o appareciborado pelo professor de chimica na tação dos paços do concelho.<br />

mento d'um novo jornal de índole so- Eschóla industrial Brotero, Charles Le- Resolveu sobreestar, até ulteriores<br />

cialista com o titulo—O Caminho.<br />

Jornal de Viagens e aventuras de<br />

pierre, e pplo director do dispensatório providências, ácêrca da deliberação terra e mar. — Recebemos o n.° 48 d'este in-<br />

pharrnacéulico dos Hospitaes da Univer- tomada anteriormente, para a vedação teressante jornal que se publica no Porto, sob<br />

sidade Vicente José de Seiça, trabalho da azinhaga de Santa Justa.<br />

a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />

O sr. cónego Prudencio Garcia tem offerecido gratuitamente à cidade de Despachou requerimentos — auctori- Este número que acabámos de receber contém<br />

o seguinte summario:<br />

no prélo um livro de alto interesse Coimbra, que a Camara resolveu agrasando serviços no cemiterio da Con- Texto—Lendas e religiões: A lenda de S. Ger-<br />

para o estudo de atcheologia artística decer, lançando-se na acta um voto de chada, anffullações de collectas da mano.—No coração da Africa: No país dos eie-<br />

em Coimbra.<br />

profundo reconhecimento<br />

contribuição lançada sobre ordenados phantes.—A vida do emigrante: Um visinho<br />

É uma collecção curiosa de docu- Tomou conhecimento da approvação d'empregados públicos, lettreiros em incómmodo. — Continente negro: Coíonisação<br />

portuguêsa.—As grandes aventuras: Sem-Cinmentos,<br />

na sua maior parte inéditos, dada superiormente á deliberação to- estabelecimentos particulares, arrendaco-Reis.—Os povos que desapparecem: Os Ín-<br />

sobre João de Ruão, o célebre imagimada em 28 de janeiro para a cedênmento em praça d'uma pedreira na dios no norte da America do sul.—As coloninário<br />

que tanto louvam as chrónicas do cia do terreno para alinhamento d'uma quinta de Santa Cruz e forno da cal aes e a opinião geral.—Uma morte no conti-<br />

renascimento. Os materiaesd'esta inte- casa em S. Martinho do Bispo.<br />

conlíguo, o alinhamento para a reconsnente.—Viagéns e aventuras da Menina Friressante<br />

publicação fôram colhidos nos Resolveu informar o chefe do distrurção d'uma casa nas Lapas de Lor-<br />

archivos da Sé e do Governo Civil. tricto de que se deram providências demão, sem occupação de terreno pú-<br />

quette.<br />

Gravuras—Foi elle que caminhou para elles<br />

e se deu a conhecer.—Fineando-nos fortemente<br />

nas pernas...—Cada índio entra por sua<br />

vez na cabana onde está o feiticeiro.—A's portas<br />

as matronas contavam o acontecimento.<br />

Communicados<br />

Lamego, 6 de julho de 1995.<br />

Sr.<br />

Julgo prestar a humanidade que soffre,<br />

ura grande benefício, tornando públicos<br />

os effeitos maravilhosos que se<br />

obtêem fazendo uso do seu Tópico<br />

contra a coqueluche.<br />

Tenho um filhinho, que desesperava<br />

de salvar, visto que a tosse era rebelde<br />

a todo o tratamento, a ponto de já<br />

nada lhe applicar, indo a creança definhando<br />

a pouco e pouco. Por acaso,<br />

um amigo meu indicou-me o seu Topico<br />

e apenas com o uso de dois frascos<br />

a tosse cedeu em pouco tempo e<br />

hoje meu filho está completamente livre<br />

de perigo.<br />

Peço-lhe faça pública esta minha declaração.<br />

De v. etc.<br />

Tito Corrêa de Oliveira.<br />

Declaro que, acbando-se meu filho<br />

atacado de tosse coqueluche, usei o<br />

Tópico preparado por o sr. Amorim<br />

de Carvalho, gastando unicamente meio<br />

frasco para a cura completa. Declaração<br />

esta que a consciência me obriga a<br />

fazer.<br />

Porto, 26 de junho de 1895.<br />

Travessa de Alvaro Castellões, 16.<br />

Serafim Antonio de JPaíwt,


TRÊS MESES NO LIMOEIRO<br />

POR<br />

Faustino da Fonseca<br />

Encontra-se na redacção da Vanguarda, e em todas as livrarias.<br />

O depósito da edição é na livraria Bordalo, travessa da<br />

Victória.<br />

Eis os títulos dos capítulos:<br />

A minha entrada — A vida na ©B «leia —História do limoeiro—O<br />

Limoe ro I»oje—O regulamento - - Os prêsos—I7m<br />

canicida—Condemnado a mórte -Fugas célebres<br />

— «cenas de sangue — As prisões e o absolutismo—No<br />

tempo dos Cabraes—O trabalbo—A minba<br />

prisão—Estatistica<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

0 livro refere-se também ao cadastro, craveira, calaboiços,<br />

grades, bater dos ferros, sinetas, banhos, carro cellular, morte Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

do conde Andeiro, enxovias, bailiques, cozinhas, salas, segre- Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

dos, casa fórte, carrascos, juizes, escrivães, moxingueiros, o Alberto Vianna—Offleina de Encadernação, Largo da Sé<br />

oratório, o padre Sales, Mattos Lobo, Pera de Satanaz, o Bar- Velha.<br />

bas, o Prelada, sentinella assassinada, director esfaqueado, sui- Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marcídios,<br />

Othelo de Melenas, martyres da liberdade, caceteiíos, alco da Feira<br />

çadas, forcas, supplícios, perseguições, evasão em massa, caça Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

aos prêsos, os grilhêtas, trabalho na prisão, prisões de Paris, Borges.<br />

de Madrid, de Turim, de Gand, etc., número de prêsos, proGs- Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

sões, crimes, instrucçâo, filiação, etc., etc.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

A capa è artisticamente desenhada a côres por Leal da Ca-<br />

). Augusto.<br />

mara.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

PREÇO, 500 RÉIS<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, ru


N.° 216 COIMBRA—Quinta feira, 18 de março de 1897 3.° ANNO<br />

I P ÂNIMO<br />

Nada—no jornalismo político<br />

lisbonense — deve ter, ultimamente,<br />

emocionado com maior júbilo o<br />

velho partido republicano do que a<br />

leitura do manifesto publicado ha<br />

dias pelos estudantes da capital.<br />

Aquelle documento, que é ao mesmo<br />

tempo condemnatório libello da<br />

monarchia e profissão de fé republicana,<br />

dá-nos direito a pensar em<br />

como tem sido entre nós bem encaminhada<br />

a propaganda Democrática<br />

para chegarmos ao ponto de vêr<br />

a última geração intellectual da nos<br />

sa Patria renegar, por consciência<br />

e estudo, o atrazado regimen da mo<br />

narchia e vir, expontânea e resolutamente,<br />

alistar-se nas fileiras de<br />

um partido que só pôde representar<br />

a aspiração desinteressada de<br />

um porvir nacional reorganizador<br />

e glorioso. Porque a verdade é que,<br />

se em lodos os tempos a juventude<br />

académica se tem manifestado ge<br />

nerosa e patriótica, as suas mani<br />

festações têem sempre assumido um<br />

cunho de irregular orientação e in<br />

disciplinado enlhusiasmõ.<br />

Agora, porém, apresenta-se sisu<br />

da e grave a academia de Lisboa,<br />

como quem sabe o que quere para<br />

onde caminha. É uma hoste luzida<br />

de cidadãos representando genuinamente<br />

o caracter e ideal da nossa<br />

épocha, as aspirações da nossa ra<br />

ça, a acção decisiva da sociedade<br />

moderna portuguêsa; espíritos no<br />

vos insuflando aos velhos a coragem<br />

para a realização da idéa.<br />

Applicando á nossa limitada es<br />

phera d'acção política a regra uni<br />

versai de que a humanidade tem,<br />

em cada épocha, os seus representantes,<br />

é natural concluir-se que a<br />

mocidade académica representa em<br />

nossa Pátria a personificação de um<br />

ideal que, pela acção benéfica e resoluta,<br />

pela iniciativa e estudo das<br />

grandes questões e pela rasoavel<br />

escolha dos meios de propaganda e<br />

de movimento revolucionário, ha de<br />

fatalmente e em pouco tempo trium<br />

phar.<br />

Em política, como em litteratu<br />

ra, em arle, em religião, em philosophia,<br />

é o espírito novo que precisa<br />

impôr-se a todo o transe.<br />

E onde havêmos de ir encontrar<br />

êsse espírito, senão na mocidade<br />

sensata e illustrada, leal e nobilíssima<br />

por instinclo, viril em toda a<br />

plenitude de suas manifestações,<br />

pensando pelo estudo e sentindo<br />

pelo coração juvenil?<br />

Será ella que, com a intuição de<br />

um porvir grandiôso para a Pátria<br />

e com a fé inquebrantável da sua<br />

Vontade enérgica, ha de breve rea<br />

lizar êste santo ideal por que almejamos<br />

todos, homens de boa fé patriótica.<br />

x<br />

O grande mal social de nossos<br />

últimos tempos tem sido—mais<br />

ainda talvez do que os erros e crimes<br />

da mòníarchia — aindifferença<br />

e o scepticismo político dos cidadãos.<br />

O país, embalado no falso<br />

grau das liberdades constilucionaes,<br />

habiluou-se a não discernir por que<br />

preço lh'as outorgava a monarchia.<br />

Chega a tempo — felizmente — em<br />

que o país acorda para perceber á<br />

evidência que êsse preço era o da<br />

deshonra com a ruína da nação em<br />

favor de um ihrono.<br />

É a êsse throno que a guerra<br />

está declarada: — a êsse throno, que<br />

outra coisa não representa entre nós<br />

senão o privilegio absurdo de uma<br />

família, a constante ameaça á autonomia<br />

e independência de um povo,<br />

a desmoralização da lei, a dissolução<br />

dos caracteres pelo exemplo da<br />

ambição pessoal e pelo jogo dos<br />

mesquinhos interesses egoislas.<br />

Guerrear o throno, as instituições,<br />

levantando por sobre toda a aspiração<br />

interesseira a bandeira da pátria,<br />

é o dever e o propósito da juventude<br />

académica ao vir formar ao<br />

Querella<br />

«Post Scriplum,—Ha dias, pouco<br />

depois da ascensão ao Terreiro do Pa<br />

ço dos míseros arlequins do Campo<br />

^equeno, compulsando o illustre patarata<br />

do Reino, na presença d'um seu<br />

ámulo, o relatório dos bufos da polícia,<br />

a que a dictadura do João Franco<br />

entregou a defesa das instituições<br />

combalidas, por mercê graciosa do<br />

magistrado a que o Correio da Noite<br />

cobriu de escarros, deparou-se aos<br />

olhos estarrecidos de José Luciano o<br />

meu nome obscuro, a minha filiação,<br />

naturalidade e a resenha da minha<br />

vida e dos meus actos.<br />

Sua excelléncia, ávido de conhecer<br />

os inimigos do throno que no tempo<br />

do ostracismo não tinham sido amigos<br />

do seu chá, interrogou o seu fâmulo.<br />

— que apesar de termos as relações<br />

absolutamente cortadas — devidamen<br />

te o informou.<br />

Fero e iracundo, sua excelléncia<br />

deixou cair dos lábios êste poema de<br />

velhaca imbecilidade:—Pois que se<br />

acautelle, que lhe entro pela bolsa.<br />

a do almejado e novo empréstimo<br />

ao honrado Portugal, como elles<br />

A Social, revista de estudos sociaes<br />

que se publica em Coimbra<br />

insere no seu úllimo número dois<br />

excellentes artigos dedicados ao<br />

nosso illustre amigo dr. Guilherme<br />

Moreira, a propósito ainda da consagração<br />

que recebeu da cidade de<br />

Coimbra e especialmente da mocidade<br />

académica, por occasião da<br />

sua posse de lente cathedrático.<br />

PELâ ACADEMIA<br />

Contra o que os progressistas lhe chamavam entám.<br />

disseram na opposição, e de en- Pois este banquête, esla festa, Por intermédio do reitor foi diricontro<br />

ainda á famigerada circular com os seus brindes e as suas regido, pela Universidade d'Athenas,<br />

do sr. ministro da justiça, publiferências ao empréstimo, é o as- e a propósito da questão de Creta,<br />

cada ultimamente sobre Liberdade sumpto das conversações e das aos lentes e estudantes da nossa<br />

de imprensa, o governo mandou pro- censuras onde se falia e se pensa. Universidade o seguinte appêllo:<br />

cessar o nosso col!pg > de Lisboa— Parece, na verdade, reparavel um<br />

o Paiz — por um artigo do sr. dr. tal banquêle, em que se gastou o<br />

«Senhor:<br />

oaquim Madureira, o bello rapaz, melhor de i0:000$000 réis, ao que<br />

de tám bizarro talento, que os lei- dizem os jornaes parisienses, dado<br />

tores à^Resistencia bem conhecem. por quem o foi a um ministro d'um<br />

E còmo áquelle artigo outro se governo que pretende contrair um<br />

succedeu já e outros se succederám empréstimo para um país sem cré-<br />

do mesmo vigor e colorido, é de dito.<br />

crêr que as querellas sobre aquelle Leva a pensar na intenção com<br />

nosso amigo se succedam.<br />

qne lhe foi dado tal banquête. De<br />

E verêmos entám mais uma vez quanto seriam as luvas dos inter-<br />

de que servem as liberaes afirmamediários?ções dos filhos de Passos.<br />

De quanto seriam os juros do<br />

Á promoção da querella respon empréstimo?...<br />

eu o moço escriptor republicano<br />

com o seguinte — port-scriptum a<br />

um artigo como o querellado: Dr. Guilherme Moreira<br />

O Senado Académico da Universidade<br />

d'Athenas acaba de votar a resolução<br />

seguinte, que eu vos rogo o favor<br />

de communicar aos Senhores Professores<br />

e aos Senhores Estudantes da<br />

vossa Universidade:<br />

« A Universidade nacional da Grécia,<br />

profundamente commovida pelos testemunhos<br />

de sympathia, que de toda a<br />

parte lhe acodem, por motivo da lucta<br />

sanguinolenta, que se trava em Creta,<br />

roga-vos que sejaes seu interprete junto<br />

d'esses nobres corações que, comnosco<br />

e com os nossos irmãos partilham<br />

os nossos soffrimentos.<br />

«Comprehendendo a enorme influência,<br />

que sobre a opinião pública exercem<br />

os meios académicos, a Universi-<br />

dade d'Alhenas alimenta a firme espe-<br />

rança de que as Universidades de todo<br />

o mundo não deixarám de continuar a<br />

prestar o seu valioso auxílio moral em<br />

favor da Causa hellénica, que é a do<br />

fraco e opprimido que para si reclama<br />

Justiça e Liberdade.<br />

«Que a Mocidade europeia juncte a<br />

sua voz aos gritos de dôr e de indignação<br />

d'este punhado de homens,<br />

que, depois de haverem soffrido durante<br />

séculos a oppressão dos bárbaros,<br />

se vêem bombardeados pelas nações<br />

christãs, quando elles combatem<br />

pela sua fé e pela sua independência.<br />

« Esta união da Cruz com o Crescente,<br />

junctando-se para metralhar Chrislãos,<br />

será o oppróbrio do século XIX.<br />

«Quanto a nós, a nossa divisa ficará<br />

sendo—Post tenebras lux.<br />

«Athenas, 10-22 Fevereiro 1897.<br />

Ainda ha poucos dias que o imperador<br />

da Allemanha declarou que<br />

lado dos batalhões antigos da repú<br />

era necessário exterminar o partido<br />

blica. Por isso nos alegramos tanto,<br />

socialista e já em jornaes bem in-<br />

nós, os velhos batalhadores republiformado<br />

se affirma que êsse partido<br />

canos, ao encarar convosco, ó jo-<br />

obterá nas próximas eleições polítivens<br />

companheiros, neste campo de<br />

cas mais alguns logares no parla-<br />

O Reitor,<br />

mento.<br />

Dr. A. C. Christomanus»<br />

lucta que nos Iraz armados desde<br />

È assim que a Allemanha res-<br />

tantos annos!<br />

Convocada, por deliberação toponde<br />

ás arremetlidas do célebre<br />

mada em assembléa geral da Asso-<br />

Nesle instante supremo, em que<br />

imperador que, havendo soffrido<br />

ciação Académica, a quem aquelle<br />

milhares de males affligem a socie<br />

uma cruel desillusão ao pôr em prá-<br />

documento foi remellido pelo sr.<br />

Agora, avisam-mede que estou que tica o seu plano de captar as boas<br />

dade portuguêsa, neste instante su-<br />

rellado pelo artigo Dois reis. graças dos socialistas por meio de<br />

reitor, reuniu-se ante-hontem a aspremo<br />

em que um monlão de de& Uma vez na vida, José Luciano ha- apparenles concessões, pensa agora<br />

sembléa geral da Academia para<br />

graças se avoluma sobre as nossas via de cumprir a sua palavra: Entra- em os esmagar pela violência.<br />

d'elle tomar conhecimento.<br />

cabeças, prestes a desencadeiaremme pela bolsa.<br />

Ao abrir-se a sessão foi apresen-<br />

Nada conseguiu pelo primeiro<br />

tada e votada por unanimidade esta<br />

se como furação horrendo sobre os<br />

/. A/.» processo, nada conseguirá agora<br />

moção:<br />

restos da patria, necessário nos é o<br />

por êste.<br />

A theoría do direito divino fez o «A Academia de Coimbra, ao en-<br />

vosso auxílio para que a patria não Nos centros polílicos de Lisboa<br />

seu tempo e o imperador da Allecetar os trabalhos da assembléa ge-<br />

morra.<br />

constitue assumpto obrigado e quamanha, que pretende vigorizá-la, ral em que está reunida para tomar<br />

Communicae-nos, ó juventudes<br />

si exclusivo de todas as conversa- virá a cair, apezar do seu incontes- conhecimento da mensagem que lhe<br />

ções quantos deputados levarám ao<br />

o segredo do vosso ardente enlhutável<br />

merecimento, no ridículo. foi dirigida pela Universidade de<br />

parlamento o sr. Hinlze Ribeiro, o<br />

Athenas, envia ao nobre pôvo gresiasmo,<br />

êsse fogo sagrado que vos sr. Dias Ferreira e o sr. João Frango<br />

as suas mais enlhusiastas sau-<br />

dá a paixão indomável com que co e qual d'elles conseguirá o apoio<br />

Vae adquirindo as proporções de dações pela épica attitude mantida<br />

sabeis combater por tudo quanto é do governo. Nisto se entretêem os<br />

um escândalo a discussão na impren- no conflicto de Creta;<br />

grande e nobre e santo 1<br />

nossos políticos eé, afinal, o assumsa<br />

monárchica a propósito da apre- Outrosim perfilha o telegramma<br />

pto mais inolfensivo a que podem<br />

Caminharêmos juntos para a basentação<br />

do nome do sr. bispo de Hy- de saudação aos estudantes gregos,<br />

dedicar as suas atlenções.<br />

talha formal —última e decisiva<br />

méria para deputado pelo círculo ha dias enviado por um grupo d'es-<br />

Se se lembram de pensar em ex- de Barcellos. As folhas regeneradotudantes da nossa Universidade em<br />

batalha—de que sairá a pálria repedientes, estamos perdidos. ras accusam êste prelado por se in- nome da mesma Academia;<br />

dimida, vicloriosa e triumphante a<br />

volver numa lucla política, chegan- jFinalmente, saúda também os<br />

República 1<br />

Mandou o governo para o exdo até a insultá-lo; os jornaes pro- seus companheiros das Academias<br />

trangeiro e a sollicitar algum digressistas procuram defendê-lo, in- extrangeiras que neste conflicto tem<br />

— • • •<br />

nheiro emprestado, o agente finansultando os regeneradores.<br />

dado ao pôvo hellénico o seu mais<br />

O Século diz constar-lhe que o ceiro de todos os governos portu- E ahi está como os regenerado- decidido apoio, não só moral, mas<br />

governo vae nomear directores da guêses, o Conde de Burnay. Em res, que hontem andavam de mãos até mesmo material, accorrendo<br />

Companhia do Nyassa os srs. Eduar- Paris, á passagem do aclual minis- dadas com os padres, se voltam hoje muitos dos seus membros a encordo<br />

Villaça e dr. Frederico Lai-anjo. tro dos negócios extrangeiros o sr. contra elles por contrariarem as<br />

porar-se nas fileiras do exército<br />

Duvidamos de que êste último Mathias de CarualhoJ, o ínclito suas conveniências partidárias, e<br />

grego, promptos a combater pela<br />

acceite tal logar, depois do que con- conde offereceu-lhe um banquête; como os progressistas, que alcunha-<br />

causa da Liberdade e da Humanistou<br />

ácêrca das irregularidades que e com o conde estava Ioda a judiávam o governo regenerador de reacdade—que<br />

nem é outra a a que se<br />

na Companhia do Nyassa se deram. ria da finança.<br />

cionário, protegem as candidaturas<br />

reduz a questão de Creta — e con-<br />

Em todo o caso aguardamos os A nota predominante na festa ao do partido cathólico.<br />

tra o oppróbrio lançado á civilização<br />

e d'ha muito tolerado no Oriente,<br />

acontecimentos.<br />

ministro d'um povo arruinado, foi Uma pandega.


certos de que os mesmos sentimentos<br />

que a elles os inspiram a animam<br />

também, e passa á ordem do<br />

dia».<br />

Em seguida foi nomeada uma<br />

commissão encarregada de redigir<br />

uma mensagem em resposta á que<br />

d'Athenas foi recebida.<br />

0 director do Argus sr. Corrêa<br />

Telles, estudante do 3.° anno de<br />

Direito, convidou os estudantes a<br />

collaborar nuir. número especia<br />

da sua revista, que será dedicado á<br />

Grécia e em que collaborarám também<br />

muitos dos nossos principaes<br />

escriptores.<br />

C K E T A<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

Depois da resposta da Grécia ás<br />

intimações das potências, estas, que<br />

pareciam resolvidas a proceder immediatamente<br />

e sem consideração,<br />

têem reconsiderado, ao que parece,<br />

e não se tinham resolvido ainda, á<br />

mens, inclusos 2 officiaes, e feridos<br />

mais 20, alguns d'elles mortalmente.<br />

Alhcaas, 15, meia noite.<br />

—Partiu esta noite para a fronteira,<br />

no meio de enthusiasticas acclamações<br />

do pouo, urna força de infanteria composta<br />

de 5:000 homens.<br />

H-oadrcs, 16, IH.—A Press Associalion<br />

affirma que não se fixou ain<br />

da nenhuma data para o bloqueio dos<br />

portos da Grécia e de Creta.<br />

Cauea, 16, madrugada.—A ex-<br />

1<br />

Por Hespanha<br />

E devéras complicada a situação<br />

actual dos nossos vizinhos hespanhóes.<br />

Por um lado as duas guerras que<br />

d'ha muito vem sustentando com<br />

grande sacrifício de vidas e enormes<br />

despêsas; por outro a agitação<br />

carlista que no próprio seio da mãe<br />

pátria mais e mais se accentua.<br />

Em Cuba, a despeito de tudo, os<br />

insurrectos mostram-se cada vez<br />

mais encarniçados na lucla, afirmando<br />

nunca transigirem enquanto<br />

não tiverem alcançado a independência<br />

por que unicamente combatem.<br />

A carta que segue, dirigida ao<br />

que de Veneza trazem e fazem communicações<br />

aos seus correligionários.<br />

Um lai movimento, desusado desde<br />

a última guerra civil, tem seguramente<br />

alguma significação.<br />

O governo hespanhol, com a sua<br />

attitude, pretende talvez dissimular<br />

novas dificuldades que, se por um<br />

lado dam novo alenlo aos insurrectos<br />

de Cuba e Filippinas, por outro<br />

não garantiriam muito, apesar<br />

de tudo, a estabilidade da monarchia<br />

em Hespanha.<br />

data das últimas notícias, a uma<br />

acção decisiva violenta. Tudo leva plosão a bordo do couraçado russo oc-<br />

a crer, porém, pelas informações correu ás 2 horas da tarde entre Re-<br />

dos jornaes officiosos dos diversos thymo e a bahia de Suda. la disparar<br />

se o ultimo tiro de artilheria quando a<br />

países e pelas declarações formaes cobertura da tourélle foi arremessada<br />

dalgumas chancellarias, que para ao ar; metade d'ella caiu sobre o con-<br />

breve se prepara uma acção collevés esmagando i5 homens; na tourélctiva<br />

formal e perempótria perante le foram gravemente feridos outros 15<br />

a altitude da Grécia, que não pa- peia culatra da peça; os officiaes mor-<br />

X<br />

tos sam 9. O almirante Gharner enviou<br />

rece, ainda assim, disposta a ren- immediatamente soccorros. Os cadáve<br />

Foi por fim communicado á as der-se pelo mêdo.<br />

res das victimas do desastre foram re-<br />

semblêa um voto d'agradecimento A Inglaterra, a França, a Allecolhidos aos pedaços, sendo impossível<br />

da Academia do Porto por uma manha, a Áustria a Itália, e a Rús- identificá-los. O enterro deve realizarse<br />

ámanha em Suda.<br />

mensagem que um grupo destudansia, estám dispostas a sem mais<br />

Larissa, 16. m.—Na patastrotes<br />

llie dirigiu, em nome da Acade- fórma de discussão impôr á Grécia pheoccnrrida a bordo do couraçado Rusmia<br />

de Coimbra, declarando-se soli- a sua vontade, usando de meios so, ficaram mortos 1 official e 13 maridária<br />

com ella no recente conflicto coercitivos que a obriguem. A altinheiros, e feridos outro official e 16<br />

com a polícia d'aque!la cidade. tude do governo inglês, que ainda marinheiros.<br />

A assembléa approvou por ac<br />

ha poucos dias não estava bom de- Paris, 16.—Senado: o sr. Hano-<br />

clamação uma proposta em que,<br />

finida, revelou-se agora. O íoreingtaux,<br />

ministro dos negocios extrarigeiros,<br />

repeliu as declarações que fizera<br />

adoptando a mensagem, louvou a<br />

office communicou ás agências uma na câmara dos deputados. Depois da<br />

iniciativa d'aquelle grupo de com-<br />

informação orientada no sentido do intervenção do sr. Freycinet, que fatpanheiros,<br />

terminando por affirmar<br />

emprego de meios enérgicos. Pela iou a favor da liberdade de Greta e da<br />

a mais inequívoca união académica<br />

sua parle a Ifália, que a princípio sua aonexação á Grécia, o senado approvou<br />

por 240 votos contra 32, uma<br />

se apresentava ao lado da Grécia,<br />

moção de confiança no governo.<br />

fez communicar agora que, embora Londres, 16.— O marquês de<br />

a Inglaterra se afastasse do con Salishury, presidente do conselho, de-<br />

Braz da Serra curso das potências, ella se mante clarou na sessão da câmara dos lords,<br />

ria nelle. A França, onde se suppu que os srs. Meline e Hanotaux, presi-<br />

E'o peseudónymo conhecido dum nlia que o governo se veria obrigado dente de conselho e ministro dos negocios<br />

extrangeiros da França, expose-<br />

talentoso escriplor, que ha muitos a ceder perante a força da opinião, ram admiravelmente nas suas decla-<br />

annos vem combatendo pela causa e que estava a ponto de soffrer da rações parlamentares a politica das po-<br />

republicana com uma elevação de câmara um cheque queo derrubasse, tências.<br />

fórma e de pensamento, que o têem obteve no parlamento uma maioria AKalía, 16.—Partiram hoje d'esta<br />

tornado um jornalista distincto e considerável, depois de lhe ter de- ilha para Creta 600 soldados ingléses.<br />

apreciado.<br />

clarado — que as potências estám Atthcuas, 16.—O coronel grego<br />

Vassos, tranferiu o seu acampameuto<br />

O nosso artigo editorial d'êste de accôrdo em exigir a retirada para Sphakia na parte mais montanho-<br />

número é de Braz da Serra, que de Creta das tropas gregas, de sa da ilha.<br />

começa hoje a honrar-nos com uma larte das trópas turcas, e enviar Esta transferência indica que a Gré-<br />

camaradagem, que nos orgulha. cada uma 600 homens para Creta; cia está resolvida a manter as suas tró-<br />

3 que, se a Grécia resistir, será pas em Creta.<br />

Londres, l<br />

'eito um severo bloqueio a Creta e,<br />

Ha trinta annos que na América no caso de ser necessário tanto, a<br />

se descobriram minas de brilhantes alguns pontos da Grécia. A attitude<br />

que deram origem pela exploração da Allemanha, da Áustria e da<br />

á nova cidade de Kimberley. lússia é demasiadamente conhecida.<br />

A falta d'água fez com que a exploração<br />

fosse mal dirigida, e com De ludo isto resulta a convicção,<br />

que se perdessem nos detriclos das que todos lêem de que não resta á<br />

minas numerosos brilhantes. Um Grécia esperança nenhuma de apoio<br />

syndicato, formado quinze annos de- em nenhum governo da Europa,<br />

pois, comprou as minas cuja pro- "'em, é verdade, o apoio incondicioducção<br />

era tam abundante que final de todos os povos, que a herói<br />

zera baixar consideravelmente o pre- cidade do pequeno povo da nobiço<br />

dos brilhantes.<br />

'issima Hellade tem feito vibrar de<br />

Foram entám licenciados mui los<br />

enthusiasmo. Continuam de todos<br />

operários que, vendo-se sem traba-<br />

os países a affluir á Grécia, numa<br />

lho, pediram ao município lhes dei-<br />

corrente febricitante de applausos<br />

xasse explorar a pedra das calça-<br />

.e incitamentos, as mensagens e as<br />

das em que se haviam utilizado os<br />

saudações, as levas de voluntários<br />

detrictos das minas.<br />

e as offerendas de dinheiro.<br />

E vê-se que a Grécia não des-<br />

A água era entám abundantíssiãllece.<br />

Prepara-se para a guerra<br />

ma em Kimberley, para onde fôra<br />

nobre e corajosamente, e ás ameaças<br />

trazida por duas companhias diffe-<br />

da Europa colligada respondeu<br />

rentes, o que facilitava extraordi-<br />

ainda agora enviando para a fronnáriamente<br />

a busca dos brilhantes.<br />

teira turca mais um corpo do exer-<br />

Cada anno o município tem deicito de 5:000 homens.<br />

xado á exploração uma parte das Poderá succumbir o nobre povo<br />

calçadas. No último anno produziu generoso no combale desegualissimo<br />

approximadamente duzentos contos que travou com a Europa, de mãos<br />

de réis; enconlraram-se brilhantes dadas com a Turquia; poderá ser<br />

magníficos e pedaços de calçada afogada em ondas de sangue a ten-<br />

riquíssimos. Um espaço de 13 metativa audaz d'esse povo deheroes;<br />

tros quadrados deu diamantes no mas, o aniquillamenlo da pequena<br />

valor de dez contos de réis. Grécia tam grande pelas suas tradições,<br />

realizado pelos christãos<br />

por causa dos turcos, será uma<br />

\ Récita dos quintanistas perpétua vergonha para a Europa<br />

inteira.<br />

Realiza-se no dia 31 do corrente<br />

Seguem os telegrammas:<br />

mês a récita de despedida dos cursos<br />

do l.°anno jurídico e theologico,<br />

a que ha tempos nos referimos.<br />

Não ha a possibilidade de obter<br />

camarotes nem logares de plateia<br />

para a primeira representação.<br />

1 Lemos em alguus jornaes que o<br />

governo propõe por Lisboa candidatos<br />

a deputados que representem<br />

lntransigeant de Paris pelo caudilho<br />

o professorado, a advocacia, o exér-<br />

insurrecto general Lacret dá bem<br />

cito, a indústria, o commércio e os<br />

capitalistas.<br />

d'isso idéa.<br />

Ei-la:<br />

Pretende-se obter assim uma representação<br />

de classes, em que es-<br />

« Eis-me perfeitamente bem, luctantas estejam organicamente constituído<br />

e combatendo contra os hespanhóes; das para ferirluctaseleiloraes,sendo<br />

mas sempre satisfeito por cumprir com portanto a escôlha dos candidatos<br />

o meu dever.<br />

feita pelo governo. Que nehuma clas-<br />

Tenho o commando militar d'esta província,<br />

telvêz a mais difficil e a mais se poderia assegurar a victória para<br />

perigosa.<br />

o seu candidato, tendo de votar to-<br />

De todos os combates que temos susdas as classes nos nomes que cada<br />

tentado o principal foi o de Jicarata, uma d'ellas proposer. O eleitorado<br />

que durou 14 horas.<br />

limitar-se-ha pois a volar nos no-<br />

As columnas hespanholas não poderam<br />

apoderar-se do nosso acampamenmes propostos pelo governo e só a<br />

to, sendo por nós perseguidas até en- êste representarám os deputados<br />

trarem nas povoações.<br />

eleitos porque só a elle devem a<br />

Vimos no campo de batalha, muitos eleição.<br />

fossos onde os inimigos enterravam os<br />

seus mortos.<br />

Uma farçada.<br />

Soube que se annunciou esta derrota<br />

como uma victória Assim luctamos nós<br />

pela uossa independência: sempre prom- O governo, vendo-se sériamente<br />

ptos a morrer, mas sem desânimo.<br />

embaraçado com a situação finan-<br />

A indiíTerença dos outros não nos<br />

admira. Aquelle que entre nós duvidasceira, tem tratado d'ella em repetise<br />

do resultado favorável da nossa caudos conselhos. Diz-se que já se ocsa,<br />

seria considerado como criminoso. cupára da revisão do orçamento e<br />

A despeito de tudo havemos de vencer, das propostas de fazenda que devem<br />

ainda que os progressos da civilização ser apresentadas ao futuro parla-<br />

—-linhas electricas, caminhos de ferro,<br />

vapores, armas de precisão, etc.—se mento e que, embora sejam reduzi-<br />

?.— Os almirantes voltem contra nós.<br />

das as despêsas, o orçamento apre-<br />

das potências, reunidos em Créta, de- Mas não é sómente com a fé dos sentará um deficit de 4:000 contos<br />

cidiram que o bloqueio eventual da primeiros christãos, impondo-se pelos approximadamente. O rei, no dis-<br />

Grécia affectará o Pireo e Valo. seus soffrimentos,queluctamos; écom as curso da corôa, referir-se-ha a êsse<br />

armas na mão e corn o enthusiasmo de<br />

patriotas que alcançaremos a nova li- facto e baixar-se-ha nelle para inberdade<br />

e a alegria de proclamarmos dicar a gravidade da situação fazen-<br />

Confirma-se a notícia, em que ha Cuba e Porto Rico livres e iudepehdendária e a necessidade de augmen-<br />

muito já se falia va, de ir representes».lar os impostos, lendo declarado<br />

tar em Madrid o nosso país o sr<br />

mêses antes, lambem num discurso<br />

x<br />

Marianno de Carvalho.<br />

da corôa, que a situação económica<br />

Já se vê, pois, quanto custou a Nas Filippinas, a guerra vae tam- e financeira havia melhorado consi-<br />

guerra do Popular ao governo João bém preoccupando bastante, ao conderavelmente e o seu governo apre-<br />

"ranço e o que é que queria o ho trário do que a princípio succedeu, sentado um orçamento em que ap-<br />

mem dos Planos financeiros, tam co os espíritos em Hespanha.<br />

parecia um saldo positivo de cento<br />

nhecido do país inteiro.<br />

Vam ser enviados mais 10:000<br />

e tantos contos.<br />

Que quererá o Marianno? per- homens para, assim reforçado com<br />

imia vam todos.<br />

êste valioso contingente, o exército<br />

A resposta vae dá-la o governo que lá está combatendo, tentar um Diz-se que na Caixa Geral dos<br />

brevemente.<br />

ataque a Cavite, ponto inteiramen- Depósitos se descobriu que havia<br />

te em poder dos insurrectos e onde empregados que recebiam grandes<br />

os hespanhóes ainda não consegui- vencimentos sem prestarem serviço<br />

Movimento republicano ram pôr pé, apesar de tentativas algum, e entre elles cita-se o nome<br />

repetidas sem resultado.<br />

do sr. conde de Restello que estava<br />

Em Loures vae publicar-se um<br />

recebendo um conto de réis, como<br />

novo semanário republicano, que se<br />

x<br />

membro da commissão administra-<br />

intitulará A Defêsa do Povo.<br />

tiva.<br />

Pelo que respeita aos carlistas, E continuará a receber, porque<br />

não obstante a pouca importância as conveniências monárchicas assim<br />

Desafiámos o Tribuno Popular a que o governo hespanhol parece li- o exigem e só a ellas se attende.<br />

que pusesse a claro umas insinua gar aos seus trabalhos d'organiza-<br />

ções que vem dirigindo, ao que pação e agitação, e a despeito das derece,<br />

alguns republicanos.<br />

clarações dos chefes, talvez menti-<br />

Não o fez; passou de largo. Ha rosas por contradictorias entre si e THEATRO-CIRCO<br />

de ser sempre o mesmo, com os com os factos, é certo que estám<br />

mesmos processos de discussão, jroduzindo grande alarme.<br />

Tem continuado os seus espectá-<br />

desleaes e traiçoeiros. Não ataca, A organização militar dos particulos a companhia Diaz.<br />

insinua; não se defende, calumnia. dários de D. Carlos é bem accen- Traz artistas de valor, salientan-<br />

Alacam-no, furta o corpo e foge. uada.do-se<br />

os trabalhos na escada, o ara-<br />

Sam assim os da sua têmpera. Em banquetes, em conciliábulos me, o trapesio e os cavallos em li-<br />

Quizemos, por momento, levá-lo que se repetem constantemente, berdade.<br />

a sério; fugiu. Daqui em deante como que se passam em revista as A direcção é, como foi sempre a<br />

seguiremos outro caminho.<br />

iróprias forças, incitando-as á união, de Diaz, correctíssima.<br />

Canéa, IS, n« — A bordo do Não o levarêmos a balas, nem á disciplina, ao sacrifício em favor<br />

couraçado russo Senoivekki deu-se hoje<br />

Para hoje annunciam-se traba-<br />

lhe atirarêmos bolas, como elle diz;<br />

uma formidável explosão, devida a ter<br />

dos pretendentes.<br />

lhos novos — o cavallo aereo, o ho-<br />

estalado a culatra dum canhão, quando levá-lo-hêmos a piparotes.<br />

Recrulam-se homens, formam-se mem cautchu, o trapesio oscillante.<br />

se procedia a exercícios de tiro fóra da Pois por que não havêmos de guerrilhas e repelem-se os regres- Ámanhã uma matinèe ás 2 horas<br />

bahia de Suda. Ficaram mortos 17 ho- rir?». i<br />

sos a Hespanha de chefes carlistas da tarde para creanças,


Notícias diversas<br />

Corre que se propõe candidato go<br />

vernamental por Monte Mór o sr. dr<br />

Simões dos Reis. 0 candidato da oppo<br />

sipão é o sr. Manuel Ramalho.<br />

0 sr. Bispo-Conde na visita que, como<br />

noticiámos, fez no domingo passado ao<br />

Instituto, depois de se demorar vendo<br />

com interesse os objectos ultimamente<br />

colleccionados, convidou a direcção da<br />

secção de Archeologia para dirigir as<br />

investigações num antigo castro situa<br />

do perto da sua residência da Garre<br />

gosa, e offereceu, mais uma vez, os<br />

seus serviços para o augmento do mn<br />

seu d'antiguidades em que s. ex. a tem<br />

também já depositados dois fragmen<br />

tos de tectos mudgares, vários qua<br />

dros com padrões de azulejos cotn as<br />

armas de D. Jorge d'Almeida, o magnifico<br />

bispo que povoou Coimbra de<br />

tantas maravilhas d'esculptura do renascimento.<br />

0 sr. Bispo-Conde pôs á disposição<br />

do Instituto os doiè coches de gala<br />

(século XVIII) de D Francisco de Le<br />

mos o reformador da Universidade, que<br />

suppômos haverem sido feitos, quando<br />

o Marquês Je Pombal veiu visitar Coím<br />

bra para vér de perto a refórma que<br />

intentára.<br />

Adquiriram-se ultimamente mais de<br />

cem pergaminhos dos séculos XIII. XIV<br />

XV e XVI em bom estado de conservação,<br />

com sellos pendentes de cêra e<br />

chumbo, para os quaes se vae cons<br />

truir uma vitrine especial que permitta<br />

o seu exame e estudo pelos curiosos<br />

da nossa história.<br />

Entre os pergaminhos ha dois foraes<br />

do tempo de D. Manuel.<br />

Em breve vam começar os trabalhos<br />

de installação, d'uma nova sala; porque<br />

começa a notar-se já accumulação<br />

nos objectos expostos e não tem sido<br />

possivel cotlocarem-se muitos ultima<br />

mente adquiridos.<br />

Esteve nesta cidade o sr. Francisco<br />

de Menezes, illustre major do nosso exercito,<br />

e um poeta muito distincto e<br />

conhecido sobre tudo pelas suas sály<br />

ras e pela sua crítica mordente e fina.<br />

Continúa doente o sr. dr. Arzilla da<br />

Fonseca, professor da Faculdade de Mathemática.<br />

Desejamos-lhe um prompto restabelecimento.<br />

No domingo uma mulher do campo<br />

teve uma creança no largo de Sansão.<br />

Reuniu se muita gente a vêr o caso<br />

extraordinário e afinal lá a levaram para<br />

o hospital.<br />

29 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard «& C. a<br />

IV<br />

Os empregados da casa Bérard<br />

— Oh! Sempre elles I... Ham de<br />

matar-me com o meu passado.<br />

Uma oarta<br />

Quando se sentou na carruagem, a<br />

Linotte desceu os stores e encolhendose<br />

a um canto, com o olhar fixo, posse<br />

a pensar,<br />

— E' impossível, dizia ella a si<br />

mesma, que o homem que eu conheci<br />

operário, a ganhar cem sous<br />

por dia, sem educação, sem saber de<br />

negócios, seja o dono da casa que eu<br />

acabo de vêr... Decididamente Lorémont<br />

enganou-se, e como no fim de<br />

contas, elle não corre risco nenhum,<br />

laofou-rae a mim adiante... Serei eu<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

Correu hontem em Coimbra que o SupremoTribunal<br />

Administrativo déra pro<br />

vimento ao recurso interposto pela Cá<br />

mara Municipal contra a sentença da<br />

auditoria d'este districto ácêrca do provimento<br />

do partido médico de Assafarge.<br />

A notícia foi dada por um telegram<br />

ma de Lisboa, redigido de modo a fa<br />

zê-la suppôr verdadeira, mas é falsa<br />

Foi concedido unicamente o effeito suspensivo<br />

que os recorrentes requereram.<br />

A decisão do recurso ainda não está<br />

pira breve.<br />

Não se realizou no domingo pas<br />

sado, por causa do mau tempo, a procissão<br />

do Senhor dos Passos que ficou<br />

transferida para o próximo domingo.<br />

Na sexta feira cantar-se-ha na Sé<br />

Cathedral a grande instrumental o<br />

miserere.<br />

Um jornal aventava que, sendo o<br />

próximo domingo dia de gala, a procissão<br />

se deveria fazer na sexta feira...<br />

Não admiramos. No nosso país a<br />

salva ao rei tem mais tiros que a<br />

salva a Deus!. . .<br />

E ha muita gente que não sabe<br />

porque.. .<br />

Enterrou-se no dia 16 a ex ma sr. a D<br />

Maria de Jesus da Costa e Almeida irmã<br />

dos srs. dr. Luiz da Costa e Almei<br />

da, e Eduardo da Costa e Almeida.<br />

Sentidos pezam^s.<br />

Vae a época para accôrdos.<br />

Agora os marchantes congraçaram-se<br />

e fizeram um accôrdo.<br />

Este já nós sabêmos por quanto nos<br />

fica: o preço da carne subiu de 240 a<br />

280 réis.<br />

Quinto nos custará o outro accôr<br />

do?...<br />

Diga, Tribuno Popular e amigo..,<br />

0 sr. José da Fonseca, da Rebordosa,<br />

concelho de Penacóva, requereu<br />

para canalizar água sob a estrada real<br />

n.° 48, ao kilometro 14 900, para uma<br />

casa que possue naquelle ponto.<br />

Acham-se de luto pelo fallecimento<br />

de sua mãe os nossos amigos dr<br />

Eduardo Barbosa e Francisco Barbosa<br />

A sr. a D. Rosa Barbosa morreu d'uma<br />

avançada edade e depois d'um sofTrer<br />

continuado que durou mais de trinta<br />

annos Era uma senhora muito virtuosa<br />

que viveu sempre com o respeito de<br />

todos os que a conheciam de perto<br />

e podiam avaliar da sua bondade e do<br />

seu amôr e dedicação por os filhos que<br />

lhe pagavam com egual affecto,rodean<br />

que serei agarrada? Vejamos... Jacques<br />

ha dezaseis annos tiuha vinte e dois<br />

annos, hoje deve ter entám trinta e oi<br />

to... condemnado a dez annos saiu<br />

das gallés ha cinco annos! sem nada<br />

naturalmente... Muitas vezes me disse<br />

que nunca conbecêra pae nem mãe...<br />

é absolutamente impossível que elle<br />

tenha podido arranjar depois o dinheiro<br />

necessário para comprar uma casa<br />

d'esta importância ... Lorémont está<br />

doido ! Eu devia logo ter pensado nisto<br />

quando elle me fallou de milhões! Não<br />

se ganham milhões em cinco annos!<br />

Hste Jacques Bérard é um homónymo<br />

do outro que eu conheci.<br />

A Linotte, algum tempo depois da<br />

sua salda da prisão, tivera mêdo de<br />

encontrar o homem cuja parte no crime<br />

da Estacada tanto carregára, e fóra<br />

consultar a êste propó.-ito o seu advogado.<br />

Este socegára-a, fallando-lhe do artigo<br />

47 qne punha para sempre sob<br />

a vigilância da polícia o homem que<br />

ora condemnado a trabalhos forçados.<br />

",embrando-se d'esta conversa com o<br />

advogado, exclamou:<br />

— É verdade! 0 código prohibe-lhe<br />

que se estabeleça em Paris, elle está<br />

sob a vigilância da polícia, não pôde<br />

occupar uma posição similhante<br />

Decididamente, Lorémont eslá doido.<br />

5 fácil de verificar que o eslá; porque<br />

êste Bérard ao lêr o meu nome disse!<br />

«Não conheço esta senhora, diga-lhe<br />

que me escreva...» Escrever-lhe! Era<br />

o que elle devia temer mais.... Era<br />

do-a de cuidados nunca interrompidos<br />

até aos últimos momentos.<br />

O seu en'erro foi muito concorrido,<br />

sendo o corpo conduzido a pé desde<br />

casa até á igreja de S. Thiago, onde se<br />

caulou o Libera-me.seguindo depois em<br />

coches até ao cemitério do Pio.<br />

Pegaram ás borlas do caixão de casa<br />

até á igreja os ex. mos srs. dr. Delegado<br />

do procurador régio, Luciano Pereira<br />

da Silva, lente de Mathemática, director<br />

das obras poiblicas, Valentim José Rodrigues<br />

e Francisco Maria de Sousa<br />

Nazareth, e do coche até â sepultura<br />

o srs. dr. Henrique de Figueiredo,<br />

Annibal da Costa Maia, Antonio Fran<br />

cisco do Valle, Joaquim Gaspar de<br />

Mattos, Bazilio Augusto Xavier Andrade<br />

e Antonio José Dantas Guimarães.<br />

Levava a chave do caixão, o sr. Ma<br />

nuel José Vieira Braga.<br />

Os nossos pezames a toda a familia<br />

enluctada.<br />

Foi transferido do Entroncamento<br />

para a estação de Coimbra A o sr. J.<br />

Mello e Murta.<br />

Tem continuado o tempo de chuva<br />

impertinente e fina. As ruas principaes<br />

da cidade, mal construídas, e mal re<br />

paradas, estám quasi intransitáveis.<br />

No entanto diz-se que pebs aldeias<br />

vae uma febre de melhoramentos.,<br />

em fontes e estradas.<br />

Felizes os que tem um voto e... consciência<br />

larga para o vender.<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomddas na<br />

sessão ordinária de 4 de marco de<br />

1897.<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vogaes effectivos—Arcediago José<br />

Simões Dias, bacharel José Augusto Gas-<br />

par de Mattos, José Anlónio dos Santos,<br />

José António Lucas, António José<br />

de Moura Bastos, José Marques Pinto,<br />

e Albano Gomes Paes.<br />

Lida e approvada a seta da sessão<br />

extraordinária de 27 de fevereiro, registrou-se<br />

que não houve sessão ordi<br />

nária no dia 25 por falta de número<br />

legal de vereadores para funccionar.<br />

Tomou conhecimento da approvação<br />

dada superiormente ao projecto do orçamento<br />

para a reparação do pavimento<br />

da estrada municipal de Coimbra &<br />

Santo Antonio dos Olivaes, entre Coimara<br />

e Sant'Aona.<br />

Resolveu pedir informações á repar<br />

tição de obras ácêrca de um requerimento,<br />

enviado pelo chefe do districto<br />

para se informar ácêrca de uma usurpação<br />

de terreno público no sitio das<br />

Lombas, freguezia de Ceira.<br />

um sonho, disse a Linotte, um bello<br />

sonho...<br />

Sorria sobre os cochins do seu carro.<br />

Com os olhos meio fechados<br />

parecia-lhe, que ao fallar no seu sonho,<br />

ella via cair deante d'ella essa<br />

chuva d'oiro com que Júpiter teve uma<br />

vez espírito.<br />

— Mas o retrato!, disse ella de repente...<br />

é extranho êsse retrato<br />

parece-se com elle. Melhor! Muito melhor<br />

que elle, mas parece-se... Agora<br />

me lembra... Jacques fôra abandonado<br />

pelos seus. Todavia elle tinha o seu<br />

nome. Talvez nascesse um outro filho<br />

e o sacrificassem a elle... D'ahi a similhança...<br />

Aposto que é assim....<br />

Se êste homem fosse o irmão de Jacques?<br />

sempre haveria alguma coisa a<br />

conseguir d'elle. Hei de fallar nisto a<br />

jorémont. Venha o que vier, disse a<br />

'jnotle, olhando envaidecida a sua toi-<br />

lette Irreprehensivel, sempre tenho o<br />

que desejei ter...<br />

O coupé parou. A Linotte desceu,<br />

estava á porta do restaurante Brébant,<br />

onde Lorémont lhe marcara uma entrevista.<br />

0 barão, com um charuto na bôcca,<br />

esperava ancioso, á janella d'um gabinete<br />

do primeiro andar. Correu ao<br />

encontro da sua associada, e logo que<br />

ella entrou fechou a porta e perguntou<br />

;<br />

— Entám?...<br />

— Eotám, disse a Linotte descalçando<br />

as luvas e e senlandc-se sobre o<br />

divan, entám julgo que te engaQaste,,.<br />

Enviou á repartição d'obras, para in<br />

formar, um offício do commandante do<br />

regimento d'iofanteria n.° 23, pedinrlolhe<br />

para ligar com o collector geral dos<br />

exgôtos na rua da Sophia, um cano par<br />

ciai de exgôlos do quartel militar.<br />

Resolveu installar em uma casa do<br />

bairro de Fóra de Portas uma estação<br />

do serviço dos incêndios, aproveitando<br />

os desejos manifestados por um grupo<br />

de bombeiros municipaes neste sentido.<br />

Enviou á repartição competente para<br />

informar, um requerimento para a canalização<br />

de águas para consumo particular.<br />

Auctorizou a presidência a providen-<br />

ciar ácêrca da construcção de um muro<br />

de vedação a um prédio junto de<br />

uma estrada municipal.<br />

Resolveu requerer perante o Supremo<br />

Tribuna! Administrativo a suspensão<br />

da sentença dada pela auditoria<br />

d'este districto, como provimento em<br />

uma reclamação contra a nomeação do<br />

facultativo de um partido municipal,<br />

auctorizaodo a presidência a passar as<br />

precisas procurações para è-le Dm, auctorizando<br />

também o pagamento de vinte<br />

mil réis ao procurador, como adiantamento<br />

para despêsas judiciaes e o<br />

pagamento de custas perante a auditoria<br />

no processo resoectivo na importância<br />

de 54$760 réis.<br />

Auctorizou diversos fornecimentos<br />

para a secretaria e repartição dos impostos,<br />

obras e de limpêsa.<br />

Approvou orçamentos para pequenas<br />

reparações, a saber:—estrada municipal<br />

dos Fornos a Souzellas, na importância<br />

de 24$860 r£is;—ponte do Mer-<br />

gulhão no caminho entre Villela e Souzellas,<br />

10,5780 réis;—estrada municipal<br />

de Coimbra a Montemór-o-Velho, entre<br />

Villa Pouca e o Ameal, 47$900 réis.<br />

Approvou as condições para a arrematação<br />

da pedreira da quinta de Santa<br />

Cruz até dezembro de 1897.<br />

Mandou registrar a nota apresentada<br />

das canalizações d'água executadas de<br />

18 de fevereiro a 4 de março corrente.<br />

Auctorizou uma avença requerida pa-<br />

ra pagamento de impostos.<br />

Auctorizou trabalhos de canalização<br />

d'águas requeridos por diversos pro<br />

prietarios.<br />

Attestou ácêrca de 6 petições para<br />

subsídios de lactação a menores.<br />

Auciorizou 140 avenças para consu<br />

mo d'água.<br />

Auctorizou pagamentos diversos; —<br />

salários ao serveute da estação dos in<br />

cêndios;—illuminação de Santo Antonio<br />

dos Olivaes;—limpêsa do edeficio do<br />

Governo Civil;— possoal e material do<br />

serviço dos incêndios;—transporte de<br />

carvão para as machinas das águas;—<br />

execução de canalizações de água e costeamento<br />

da respectiva offleina; —reparos<br />

de calçadas das ruas da cidade;—<br />

limpêsa d'arvores; —reparos na fonte<br />

de Rio de Galliuhas; —construcção de<br />

um pequeno jardim na quinta de Santa<br />

C r uz.<br />

Enviou ao commissário de policia<br />

para providenciar, requerimento de<br />

queixa contra abusos praticados na fonte<br />

das Lagoas.<br />

Despachou requerimentos, auctorisando<br />

a collocação de um candieiro de<br />

illuminação pública em frente da rua<br />

do telegrapho em Santo Antonio dos<br />

Olivaes, acceitando a offerta do candieiro<br />

feita por um proprietário;—a collocação<br />

de taboletas e letreiros em diversos<br />

estabelecimentos particulares;<br />

—a vedação de prédios no Tovim, Povoa<br />

de S. Martinho do Bispo, Vendas<br />

da Pousada e S. João do Campo; — a<br />

construcção de uma casa em Santa Cla-<br />

ra, junto á estrada de Lisboa, approvando<br />

o respectivo alçado; outras em<br />

Taveiro no sitio das Lages e em Almalaguez,<br />

determinando os respectivos<br />

alinhamentos sem occupação de terreno<br />

público; o levantamento de um<br />

depósito de garantia a uma obra e attestando<br />

ácêrca do comportamento de<br />

um bacharel formado ern Medicina.<br />

•••<br />

KALENDARIO DE MARÇO, 1897<br />

7 14 21 28<br />

1 8 15 22 29<br />

2 9 16 23 30<br />

3 10 17 24 31<br />

4 li 18 *25<br />

5 12 *i9 26<br />

6 13 20 27<br />

Lua nova em 3, ás 11,20 m. da m.<br />

Quarto crescente em 11, ás 2,52 m.<br />

da t.<br />

Lua cheia em 18, às 8,51 m. da t.<br />

Quarto minguante em 25, às i 1,23.<br />

m. da m.<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

uma hora approximadamente.<br />

PEDR0 FERNANDES THOMAZ<br />

Canções populares da Beira<br />

Acompanhadas de 52 melodias,<br />

recolhidas directamente da tradição oral,<br />

e arranjadas para piano<br />

COM UMA INTRODUCÇÃO<br />

POR<br />

J. LEITE DE VASCONGELLOS<br />

1 volume de 263 p 800 réis<br />

Pelo correio 850 »<br />

Pedidos á IMPRENSA LUSITANA de<br />

Augusto Veiga<br />

FIGUUIRA<br />

— Ahn ? 0 que ?, disse o barão pas- dia para lhe escrever o motivo da misando<br />

a mão pelo roslo, como para nha visita ou para voltar outro dia.<br />

dissipar a nuvem que toldou um in- — Não é possivel...<br />

stante o seu pensamento.<br />

—Tanto é possivel que eu, torno a<br />

A Linotte senlou-se á mês^; Loré- dizer-te, fui muito bem recebida, e<br />

mont tomou logar... 0 creado entrou que me deixaram mesmo escolher, ou<br />

e elles calaram-se.<br />

esperar, ou voltar... ou fallar a M.<br />

— Sirva, disse o barão.<br />

Quando a sôpa, o hors d'cBuvre e a<br />

entrada estavam na mêsa o barão correu<br />

o ferrolho da porta do gabinete e<br />

indo sentar-se sobre o divan ao lado<br />

de Jeanne, disse-lhe:<br />

— Falia agora. 0 que houve ? Tuviste-lo<br />

?<br />

—Não.<br />

—Não o viste!... quem te recebeu<br />

?<br />

—Um caixeiro que me disse, que elle,<br />

lendo hontem o meu bilhete, nâo tinha<br />

manifestado outra especie du surprêsa<br />

que não fosse a que queria dizer: não<br />

conheço essa senhora.<br />

— Tu tinhas assignado bem claramente—<br />

Linotte ?...<br />

—Já te disse que sim!<br />

—E elle leu o teu bilhete?<br />

—Leu e parece que não percebeu.<br />

—Tu espantas-me.... Todavia eu<br />

recebi alguma coisa que me indica...<br />

E o barão CaIou-s6.<br />

— O que foi?, perguntou Joanna<br />

cheia de interesse.<br />

— Eu logo te conto... Dá-me primeiro<br />

conta da tua visita.<br />

— Já disse tudo! Respondeu que,<br />

veodo-se obrigado a sair hoje, me pe-<br />

me<br />

Bérard.<br />

—A madame Bérard ?<br />

—Elle não tinha feito recommendação<br />

nenhuma a êste respeito... e a<br />

minha recusa um pouco... precipitada<br />

fez mesmo sorrir o caixeiro. Comprometti<br />

êsse homem com os seus empregados.<br />

.. tomaram-me por uma cocotte.<br />

— Mas êste retrato?...<br />

E o barão tirou do bolso a photographia...<br />

«= Esse retrato parece-se um pouco<br />

com elle, favorecido!.... Ouve, Lorémont,<br />

lembrou-me uma coisa que tu<br />

talvez não saibas.<br />

— Qual?...<br />

— Jacques dizia-me muita vez que<br />

era filho legitimo; usava o nome do<br />

pae, a mãe morrera quando elle não<br />

tinha ainda dois annos... Tinha sido<br />

abandonado, perdido mesmo. Mas podia<br />

dar-se o caso do pae ter outro filho,<br />

que naturalmente havia de ter os<br />

mesmos appellidos... e se parecesse<br />

com Jacques, o que não era para admirar.<br />

.. talvez nós tratémos com um<br />

irmão mais novo... Repara em todo<br />

o caso que elle deve ter o mesmo in*<br />

teresse em comprar o nosso silêncio.<br />

(Continua.)<br />

— _


PROBIDADE<br />

Companhia geral de seguros<br />

Sociedade anonyma<br />

de responsabilidade limitada<br />

CAPITAL 2.000:000)§!000<br />

Rua Nova d'El-Rei, n.° 99, 1.°<br />

L i s b o a<br />

Effectua seguros contra incêndios.<br />

Correspondente em Coimbra,<br />

Cassiano A. Martins Ribeiro.—<br />

Rua Ferreira Borges, 161, 1.°.<br />

"Arrematação<br />

(2. a publicação)<br />

2 nela execução hypothecá-<br />

» ria de Joaquim dos Santos<br />

Pereira Jardim, contra João<br />

Lopes Júnior e mulher Rachel<br />

dè Jesus Lopes, todos d'esta<br />

cidade, que corre çeus termos<br />

no juizo de direito d'esta comarca<br />

de Coimbra, cartório do<br />

escrivão do 3.° officio, Nunes,<br />

ham de vender-se em praça, no<br />

dia 28 do corrente mês de março,<br />

por 11 horas, á porta do<br />

tribunal, os bens penhorados<br />

na mesma execução, a saber:<br />

Uma morada de casas, na rua<br />

de Monfarroio para onde tem<br />

os n. os de polícia 95 e 97, com<br />

frente para a rua Occidental,<br />

para onde tem o n.° 2 de policia.<br />

É situada na freguezia de<br />

Santa Cruz e está avaliada em<br />

1:200)5000 réis.<br />

Uma morada de casas com<br />

lojas, dois andares e águas-furtadas,<br />

pateo e uma casa contigua<br />

e um bocado d'olival, situada<br />

na rua de Sá da Bandeira,<br />

freguezia da Sé Cathedral<br />

d'esta cidade; avaliada em<br />

4:400)$I000 réis.<br />

Uma terra de semeadura com<br />

oliveiras e vinha e com agua<br />

nativa, casa d'habitação e uma<br />

eira, no sitio do Cabeço do Cardai,<br />

limite da Pedrulha, ou<br />

Ademia, avaliada em 240$000<br />

réis.<br />

Pelo presente sam citados<br />

quaesquer credores incertos ou<br />

interessados para assistirem á<br />

praça e deduzirem o seu direito.<br />

Verifiquei a exactidão.<br />

O juiz de Direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Topico contra a coqueluche<br />

Medicamento eflicaz<br />

Preparado por o pharmaceutico<br />

A. Amorim de Carvalho<br />

Á venda nas principaes pharmacias.<br />

Depósito em Coimbra: M.<br />

Nazareth & Irmão. — Rua de<br />

Ferreira Borges.<br />

Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />

438 —Porto.<br />

Preço do frasco, 400 réis.—<br />

Pelo correio, 500 réis.<br />

COLLÉGIO ACADÉMICO<br />

MÉTHODO DE JOÃO DE DEUS<br />

4 A sr. José Trigueiros Sam-<br />

V paio, um dos mais devotados<br />

apóstolos da Cartilha<br />

Maternal, achando-se em Coimbra<br />

a reger os cursos nocturnos<br />

de leitura no Instituto, vae também<br />

ensinar pelo méthodo de<br />

João de Deus a l. a classe<br />

de ensino primário do Collégio<br />

Académico.<br />

Está aberta a matricula e o<br />

novo curso abre no dia 8 de<br />

março.<br />

Rua dos Coutinhos, 27<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Heroulano Carvalho<br />

Medico<br />

R.dê Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

o flonstilfas todos os dias<br />

v das nove da manhã ás<br />

3 horas da tarde.<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 18 de março de 1897<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana d'amiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ M A C H A D O<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéncia da .Companhia Alliança Fabril.<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das procedências<br />

seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

17, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

8 irmazem de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

» junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de corôas e bouquets, fúnebres e de gala<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra.<br />

COFRES Á PROVA DÊFÕGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

lUomne 7inpáHnG • ^ ara ram ádas e enxertias e dito de espi<br />

AldUlOb /JIIMIIUO . nhos para vedações.<br />

Motal ht>anM • ® am arello, cobre, chumbo, zinco, estanho e<br />

leidl UldlltU . f0||)a de flandres.<br />

FerrO! E a C° de t0l ^ as as qualidades, carvão de fórja.<br />

M/W nara faiwirn 1 Malhos, tornos, máehinas de furar, folies,<br />

lUUZi yata ÍCIICUU. picaretas e toda a qualidade de ferramenta<br />

para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: P ara construcçôes dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. 0! 171 a 173.<br />

C O I M B R A<br />

hepósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DE<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES<br />

C O I >113 JEt A.<br />

10 M f ESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

** venda por junto e a retalho, todos os productos d'a*<br />

quella fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

130<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A' venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosas de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Offleina de Encadernação, Laigo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Maohado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

). Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita-Livraria, rua das Covas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO ALEM<br />

Previlegiado em Portugal pelo atoará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

mensaes<br />

Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

LUZ ALVÍSSIMA<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MÂRQDES USEIRA<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Corôas e Flôres<br />

F. DELP0RT<br />

247, Rua de Sá da Bandeira, 251—Porto<br />

COIMBRA<br />

12/USA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

v Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17—ADRO DE CIMA—20<br />

Coimbra<br />

Arrematação<br />

(l. a publicação)<br />

I3M0 dia quatro do próximo<br />

li mês de abril por 11 horas<br />

da manhã á porta do tribunal<br />

de justiça d'esla comarca<br />

vam á praça e serám entregues<br />

a quem maior lanço offerecer,<br />

além das quantias em<br />

que foram avaliados os prédios<br />

seguintes:<br />

Freguezia de S. Silvestre<br />

Uma leira de terra uo sitio<br />

dos Seixaes, avaliada na quantia<br />

de 40$000 réis.<br />

Uma terra de semeadura no<br />

sitio dos Seixaes, avaliada na<br />

quantia de 80$000 réis.<br />

Urna tersa de semeadura denominada<br />

o Covão, limite de<br />

Químbres, avaliada em 30$000<br />

réis.<br />

1:620 metros quadrados de<br />

superfície de terra ou 3 aguilhadas,<br />

no sitio da Estacada,<br />

avaliados em 72$000 réis.<br />

Uma sorte de pinhal no sitio<br />

de Valle de Abelhas, avaliada<br />

na quantia de 28)5800 réis.<br />

Uma sorte de pinhal uo sitio<br />

do Carabai, limite de Valle de<br />

Rosas, avaliada em 80$000 rs.<br />

O domínio útil d'uma terra<br />

de semeadura, vinha e oliveiras<br />

no sitio das Chans. Paga o<br />

fôro annual de 266',36 de milho<br />

e duas gallinhas, a Antonio<br />

dos Santos Pereira, de Cantanhede,<br />

avaliado abatido o fôro,<br />

na quantia de 30$000 réis.<br />

Estes prédios sam vendidos<br />

pelo inventário orphanológico<br />

a que neste juizo e cartório do<br />

escrivão José Lourenco da Costa,<br />

se procede por fallecimento<br />

de Maria Pimenta, moradora que<br />

foi em Quimbres, freguezia de<br />

S. Silvestre, em virtude da deliberação<br />

tomada por conselho<br />

de família e para pagamento<br />

do passivo descripto e approvado<br />

no mesmo inventário.<br />

Pelo presente sam citados<br />

quaesquer credores incertos.<br />

Verifiquei a exactidão.<br />

0 juiz de direito,<br />

Neves e Castro.<br />

AMÊNDOAS<br />

Casa Innocência<br />

91 — Rna Ferreira Borges —97<br />

COIMBBA<br />

A mais antiga e a primeira neste<br />

género, premiada em diversas<br />

exposições.<br />

Grande sortimento de amêndoas<br />

e outros dôces, fabrico esmerado<br />

e preços resumidos com<br />

grandes descontos para os srs.<br />

revendedores<br />

Completo sortimento de todos<br />

os artigos de mercearia.<br />

Mmdam-se tabellas de preços<br />

a quem as pedir.<br />

Manuel Antonio da Costa.<br />

COMPANHIA DE SEGUROS<br />

FIDELIDADE<br />

Capital 1.344:0001000 réis<br />

Fundo de reserva 241:0001000<br />

Séde em. Lisboa<br />

p$ta Companhia a mais po-<br />

U de ósa de Portugal, por<br />

intervenção do seu correspondente<br />

em Coimbra, toma seguros<br />

contra fogo ou raio, sobre<br />

piédios, mobílias e estabelecimentos.<br />

Correspondente Basilio Augusto<br />

Xavier d'Andrade, rua<br />

Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

Vinho e aguardente puros<br />

DA<br />

Quinta da Pedranoha<br />

Rua do Loureiro<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Dez litros —700 réis.<br />

VINHO BRANCO<br />

Chablis de 1895 —litro 160<br />

réis.<br />

. Dito, garrafa — 120 réis.<br />

Aguardente de vinho, de 20 a<br />

Cart.— litro 320 réis.<br />

Tyj». F. França Amadt—COUSftl


Os immaculados<br />

a um facto que talvez só cm Portugal<br />

se dê—verificámos o aprumo e<br />

inconsciência com que cada um<br />

As economias<br />

Almoeda<br />

Carta de Lisboa<br />

Prepara-se, ao que nos consta,<br />

nos recônditos do gabinete do sr. mi-<br />

acceita cargos para que não tem Desde que o governo progressisnistro do reino uma nomeação que,<br />

competência de nenhuma ordem, ta se arvorou em facalhão de econo- a dar-se, ha de ser uma vergonha<br />

Se não vale como demonstração<br />

ainda mesmo aquelles que sempre<br />

mias, tem-se verificado que os golpes enorme de que o sr. Luciano de<br />

cabal e plena, vale ao menos como<br />

têem sido dirigidos únicamente so- lastro se arrependerá.<br />

se lêem jactado de conscienciosos e<br />

symptoma evidente e claro, manibre<br />

os pequenos empregados, os de O caso é o seguinte: na circun-<br />

superiores ás sollicilações sórdidas<br />

festo e público, do profundo grau<br />

5 a 6 tostões diários, que era, afiscripção do Porto foram approvados<br />

do interesse e do dinheiro, para nal, o que se previa.<br />

uns cinco candidatos ao 4.° grupo<br />

de depressão moral a que tudo isto<br />

não irem macular a sua consciência O ministro das obras públicas, dos lyceus, geographia e história,<br />

chegou, o facto recente do complot<br />

em arranjos pouco luminosos ou sr. Auguslo José da Cunha, deu que concorreram a três vagas na-<br />

tramado entre o governo e os syn-<br />

que, pelo menos, sejam tidos pelo agora ordem para se não pagar a quella circunscripção. Deverám ser<br />

dicateirosda Gompatdiia do Nyassa.<br />

uma classe de empregados do seu nomeados para as três cadeiras<br />

)úblico como traficáncias deshones-<br />

Esta companhia, ou antes, esta<br />

ministério que vencem como escri- vagas os três candidatos mais bem<br />

tas.<br />

quadrilha, manteve-se dividida em<br />

pturários e serventes, sem verba classificados, é claro. Pois diz-se<br />

Pois acceilaram, alé êstes. jrópria no orçamento, e que lêem que vae ser nomeado em primeiro<br />

facções mutuamente odiadas, en-<br />

Que, afinal, a consciência é elás- recebido pela verba dos jornaleiros. ogar o candidato classificado em<br />

quanto ao poder não subiram os<br />

tica em todos elles...<br />

Ora sabe-se bem que, se por lo- quarto logar, para satisfazer inle-<br />

progressistas; chegaram estes, o<br />

dosos ministériosenxameiam empreesses políticos, o que dá em resul-<br />

manto da paz extendeu-se sollícito<br />

gados dispensáveis, o ministério das tado ficar sem collocação um dos 3<br />

a acobertá-los a todos, e eis<br />

obras públicas é uma verdadeira col- primeiro classificados!<br />

abraçarem-sé, amigos, os adversámeia.<br />

Mas é crudelíssimo vêr que Isto que, a realizar-se, é de<br />

O s T T i r t U L O S O S<br />

se não tem feito economias nos or- bradar aos ceus e gritar Aqui d'Elrios<br />

irreconciliáveis da vcspera; eis,<br />

denados fabulosos de entidades bu- •ei contra a expoliação ignóbil d'um<br />

solemne, na presidência, o que ain<br />

Pelo que dizem as folhas, o gorocráticas perfeitamente nullas, e direito sagrado, não admirará por-<br />

da hontem foi apodado de falsário verno impa de escrúpulos na puri que se começa pela reducção á maior que o próprio sr. Luciano de Caátro<br />

e de ladrão, reconhecido agora, ou, ficação dos costumes!<br />

miséria dealguns desgraçados que já já tem na sua vida, pelo menos,<br />

pelo menos, considerado como ho- Para accudir á crise do trabalho íaviam de luclar com a fome. um caso de patronato d'esta ordem,<br />

mem honesto por aquelles que o condição que os operários se Faça o governo economias; é a que lhe custou horas bem amargas,<br />

lapidaram ha pouco.<br />

apresentem fornecidos com attes- sua obrigação, e está iodo o país Mas na subserviência do governo<br />

tados de bom comportamento. com direito de lh'o exigir; mas fa- aos interesses inconfessáveis do seu<br />

Nada teria a opinião com estas<br />

negociatas escuras, tricas e cavilla-<br />

Da mesma forma para a escolha<br />

ça-as começando por cima, não corrilho político, não será de exlra-<br />

dos colonos com destino ás nossas<br />

sendo lodo blandícias para os grannliar que s. ex.<br />

ções mysteriosas que se passam no<br />

possessões ultramarinas o mesmo<br />

des e verdugo para os pequenos.<br />

seio de companhias particulares, se altestado de bom comporlamento é<br />

Depois da comédia da fiscalização<br />

d'ellas não dependesse, como da imprescindível.<br />

do sello, não sirvam ao país a tragédia<br />

dos miseráveis a morrer de<br />

do Nyassa, tam directamente o in Em vez da antiga antinomia de fome.<br />

teresse público, pois ella representa christãos novos e chrislãos velhos,<br />

direitos importantíssimos que per- o país dentro em pouco ficará divi-<br />

O estado não é albergue, ou<br />

tencem ao país.<br />

dido em bem comportados e mal<br />

antes, não o deve ser, sabem-no<br />

comportados, segundo a moral pro-<br />

todos; mas tem sido até hoje creche<br />

E embora nada tivessemos com gressista. Aquelles á direita do sr<br />

de lodos os inúteis.<br />

as questiúnculas e vergonhas inter- José Luciano, extendendo-se pelas É urgente que deixe de se seguir<br />

nas da Companhia, temos tudo paradisíacas e luminosas vinhas da essa criminosa orientação, que fez<br />

pelo menos, com a representação Bairrada; os outros serám os répro- do nosso país um povo de burocra-<br />

que nella tem o governo por inter<br />

bos votados á maldição do Estado, tas, a almejar por um emprego do<br />

errantes como almas penadas! Estado; mas em tudo se quer alma<br />

médio dos seus funccionários — <<br />

e coração. Só depois de o governo<br />

commissário régio e Ires adminis-<br />

Somente ninguém sabe o que ter sido enérgico e forle para cortar<br />

será, pela exegese ministerial, um<br />

tradores.<br />

os abusos enormes e escandalosos<br />

cidadão bem comportado.<br />

que se dam na administração da fa-<br />

E foi, afinal, por causa d'esles, Qual o conjunclo de predicados zenda pública, é que pôde ter au-<br />

pelos seus interesses particulares sobre os quaes de preferência inctoridade para vir cercear e reduzir<br />

que o governo tam desembaraçadacide a investigação prescrutadora os vencimentos dos pequenos emmente<br />

soube impôr a paz entre os para o varejo da virtude e inteireza pregados.<br />

bandos que se degladiavam. Sob a moral d'um homem.<br />

Que, afinal, não é com estes que<br />

ameaça aterradora de fazer prose Que santos doutores, moralistas o país se lem arruinado.<br />

guir o processo criminal instaurado<br />

e calechistas sam consultados para Os outros, os outros. ..<br />

essa adjudicação do palmito virgi-<br />

e sob a promessa cariciosa de<br />

É para estes que o governo teria<br />

nal!<br />

obrigação de olhar, embora anteci-<br />

fazer trancar estabelecida que fosse<br />

Será a pontualidade da desobriga padamente saibamos que os não<br />

a paz, conseguiu logo o governo o fiel comprimento dos preceitos verá.<br />

congraçar os ânimos para poder quaresmaes?...<br />

Que não ha olhos que menos ve-<br />

fazer as nomeações dos amigos. Comedido e ordeiro, eleitor subjam do que os que não querem<br />

E fê-las immediatamente. misso, com o voto adstriclo aos ga- vêr...<br />

Nâo admirámos nem o impudor lopins monárchicos?.. .<br />

da negociação nem o suggeslivo Sim, porque os operários que<br />

mostrem tendências de independén<br />

das combinações; mas apontámos<br />

cia, opiniões políticas e sociaes, as<br />

para reparo dos outros, que a nós aspirações do proletário, êsses de-<br />

nada nos espanta, o tacto de as no certo não têem jus ao altestado do<br />

meações lerem recaído em pessoas regedor, á confirmação do adminis'<br />

que, sem título especial que as re- trador e á chapa do favor official.<br />

commendasse, fôram collocadas á Esta pretensão do governo de<br />

frente d'uma companhia, para a ge- dar trabalho como quem confere o<br />

rência de negócios e questões de prémio Monlhyon, é d'uma hypó<br />

que não percebem nada.<br />

crita chatêza, profundamente pro<br />

gressista!<br />

O único critério a orientar o go-<br />

Os bons costumes sam os d'elles<br />

verno que os despachou, foi a remu- elásticos, domesticados e aptos para<br />

neração de serviços políticos pres- todo o serviço de opposição com<br />

tados, E assistimos mais uma vez fúria e de servilismo com abjecção'<br />

a continue a envolver<br />

na mesquinha política do seu partido<br />

assumptos que da política deveriam<br />

estar sempre afastados, e<br />

que faça mais transacções vergonhosas<br />

sobre direitos conquistados<br />

num concurso, que não é nenhuma<br />

phastasmagoria.<br />

Veremos se se realiza e confirma<br />

o annunciado escândalo em preparação.<br />

O sr. governador civil dirigiu ao<br />

nosso prezado collega do Conimbricense<br />

uma epístola prometledora<br />

de grandes exforços da parte de s.<br />

ex. a IO cie março<br />

Continuamos num período não<br />

de surprêsas, mas de confirmações,<br />

que não direi supérfluas.<br />

O pôvo português é essencialmente<br />

desmemoriado: — esquece tam<br />

depressa o mal como o bem. Uma<br />

queslão que o preoccupou exclusivamente<br />

hontem passa-lhe despercebida<br />

hoje. Um caracter que lhe<br />

deu as mais eloquentes manifestações<br />

de depravação, revollando-o e<br />

enojando-o, pôde depois com facilidade<br />

impôr-se-lhe.<br />

Por êste facto estava talvez em -<br />

parte esquecido o que vinha a ser<br />

uma administração de progressistas.<br />

Havia porventura por elles uma<br />

repugnância que não egualava a<br />

vonlade aos regeneradores.<br />

Para que não haja injustiças, a<br />

verdade aclara-se, a luz faz-se.<br />

Para que o pôvo veja bem, os<br />

factos abrem-lhe os olhos.<br />

x<br />

Quem lêsseas manifestações que<br />

a imprensa progressista ía fazendo,<br />

quando opposição, de cada vez que<br />

a famosa lei de Lopo — o dos 200<br />

contos — era aproveitada em toda<br />

a sua infáme cobardia, capacitavase,<br />

se não fôsse um experiénte, de<br />

que o partido da rua dos Navegantes,<br />

quando governo, não seria capaz<br />

de servir-se d'essa arma indigna,<br />

embora commettesse actos da<br />

natureza dos que enriqueceram o<br />

citado Lopo e carecesse vingar-se<br />

dos que os accusassem.<br />

Chegara a ser eloquente essa imprensa<br />

a tratar do assumpto, e por<br />

Os catões<br />

vezes na sua rhelórica romântica<br />

denunciavam-se laivos de sinceri-<br />

Para registrar.<br />

dade e princípios de justiça.<br />

O governo progressista mandou Em 14 de março de 1895, por<br />

que as duas quadrilhas do Nyassa exemplo, o marechal d'essa impren-<br />

fizessem as pazes. Fizeram-nas. Hasa — o Correio da Noite — fallava<br />

via-se instaurado um processo crimi- nestes termos:<br />

nal contra os bandoleiros do Nyassa,<br />

que uns aos outros se chamavam<br />

ladrões e muito mais. O governo<br />

progressista mandou archivaro moralizador<br />

processo.<br />

Ainda não tinham sido nomeados<br />

por nenhum governo os três administradores<br />

que ao governo compelia<br />

nomear. O governo progressista<br />

anichou logo nesses cómmodos nichos<br />

três amigos:—o sr. Villaça, o<br />

independente sr. Alpoim, furibundo<br />

contra as immoralidades.. . dos<br />

outros, e o não menos catão sr.<br />

Frederico Laranjo.<br />

E lá estám, na plena paz da<br />

vinha do Senhor.<br />

E nós o outro dia a pôr em<br />

duvida que algum d'estes conspícuos<br />

cavalheiros acceilasse.. .<br />

a favor das obras do Caes. A nossa ingenuidade! Pois se<br />

A carta do sr. governador civil elles acceilam tudo...<br />

veiu a propósito nesta maré de eleições,<br />

para dizer que é aos progressistas<br />

que Coimbra deve tudo. No próximo dia 25 sairàm para o<br />

Assim será. Mas o que seria con- Porto, a fazer parte do jury que ha de<br />

veniente era que as promessas do examiuar o sr. dr. Pires de Lima no<br />

sr. governador civil tivessem reali-<br />

concurso a uma cadeira da Eschóla<br />

Polyiéchnica, os srs. drs. Fernandes<br />

zação prática anles das eleições. Vaz, Laranjo, Guimarães Pedrosa e<br />

Porque, depois.. . será melhor Affonso Gosta, illustres professores da<br />

não contar com ellas.<br />

Universidade,<br />

Para completar o que elles julgam<br />

ser uma marcha triumphal, mas que<br />

é apenas a marcha fúnebre da monarchia,<br />

convinha-lhes amordaçar a<br />

imprensa liberal, deixando apenas em<br />

voga os seus jornaes subsidiados, e<br />

os seus jornalistas comprados pela<br />

amizade ou pelo interesse.<br />

Não conseguem, nem ham de conseguir<br />

o seu intento.<br />

Pódem esbravejar á vontade, ordenar<br />

as mais ridículas violências,<br />

porque a imprensa ha de cumprir o<br />

seu dever.<br />

Ha de dizer ao pais que caminhamos<br />

para uma situação desgraçadíssima,<br />

que estamos completamente perdidos<br />

e desacreditados, e que só um<br />

movimento de reacção salutar poderá<br />

salvar-nos, se ainda fôr tempo, e<br />

se não houver-contemplações, seja<br />

com quem fôr.<br />

Antes de tudo e acima de tudo,<br />

lemos obrigação de salvar o nome<br />

da pátria e a sua integridade. O resto<br />

é perfeitamente secundário.<br />

Quando se chega a uma situação<br />

desesperada, não pôde haver hesitações.<br />

Toda a gente conhece esta verdade.<br />

Todos, menos o governo que continúa<br />

a illudir a corôa e a escarnecer<br />

o pais. Gusta-lhe, porém, é verdade,<br />

nlo poder apparentar a força


RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

Por Hespanha<br />

CEETA<br />

necessária para evitar os protestos,<br />

os avisos que de toda a parte se levantam,<br />

e para evitar também a narração<br />

fidelíssima dos tristes resultados<br />

que as instituições estám soffrendo,<br />

desde que consentiram numa administração<br />

tam extravagante, que<br />

por toda a parte vae levantando os<br />

mais justos protestos.<br />

Estas e outras palavras davam<br />

direito a suppôr que elles não usariam<br />

da navalha inventada por Lopo,<br />

sobretudo aquelles que ainda<br />

não soubessem bem que fazer opposição<br />

equivale para os partidos<br />

monárchicos a fazer comédia.<br />

Mas, um mês passado sobre a ascenção<br />

ao poder dos ex-revolucionários<br />

da rua dos Navegantes ao<br />

poder, porque um jornalista de talento<br />

— Joaquim Madureira — citou<br />

no Paiz factos que sam factos,<br />

a navalha deparou-se-lhe, não manejada<br />

pelos discípulos de Lopo,<br />

mas pelos filhos dos Passos.<br />

Joaquim Madureira não calumniou,<br />

como não podia calumniar<br />

um caracter da sua têmpera.—Relatou<br />

e fez crítica. Lembrou o que<br />

fez D. Carlos de Bragança, quando<br />

foi do ultirnatum, frisou como pro<br />

cedia o rei da Grécia e comparou.<br />

Usou emfim meramente do in<br />

discutível direito de crítica.<br />

Porque a discussão era impossível,<br />

porque contra os factos citados<br />

e comparados não havia argumentos,<br />

os ministros do rei não se saíram<br />

a justificar o caso.<br />

Atacaram o auctor do artigo, á<br />

traição.<br />

Feriram-no com a navalha do Lopo,<br />

que, se permilte a reincidência,<br />

não permitte a defêsa.<br />

Averiguou-se assim que essa navalha<br />

não constituía exclusivo da<br />

monarchia.<br />

É arma de todos os partidos monárchicos.<br />

Como Navarro fizesse circular a<br />

lenda de que a querella contra Joaquim<br />

Madureira representava apenas<br />

um desforço pessoal do reverendíssimo<br />

prior da Lapa, forçoso<br />

foi dar uma prova ao rei de que<br />

não era essa a sua significação, porque<br />

progressistas sabiam, como regeneradores,<br />

engrandecer o poder<br />

real — á navalhada.<br />

E assim foi mandado querellar<br />

outro jornal republicano, a Integridade,<br />

de Leiria, pela publicação de<br />

um artigo epigraphado A tropa, em<br />

que se deslindavam as responsabilidades<br />

do exército no estado de<br />

decadência e de descrédito a que<br />

chegou a nação portuguêsa.<br />

Ao mesmo tempo que demonstraram<br />

assim os seus processos para a<br />

imprensa, os progressistas proclamaram<br />

também a sua attitude perante<br />

certa gente.<br />

Não a entregam á justiça. Servem-se<br />

d'ella, exploram-na, lornamse<br />

seus cúmplices.<br />

E o caso do Nyassa.<br />

Havia crimes confessados e de<br />

sobra provados. O governo abafou-os,<br />

transaccionou com os apontados<br />

como criminosos, para servir<br />

amigos.<br />

Porque era preciso anichar quatro<br />

correligionários, fez, informamme,<br />

um verdadeiro ultirnatum:—ou<br />

as dissidências terminavam já ou a<br />

acção civil e criminal entravam no<br />

seu desfecho.<br />

Centeno & C. a Harmonizaram-se e logo o gover-<br />

artigo dirigido ao exército—A tropa.<br />

no esqueceu crimes e criminosos<br />

Eis a duplicidade progressista a<br />

para só lembrar amigos e anichá-los.<br />

accentuar-se, a manifestar-se clara-<br />

E lá ficaram, com 200 libras em Dissémos no último número que mente.<br />

Entrou numa phase mais positiva<br />

oiro cada anno, commissário régio a situação da nossa vizinha mais e O ludíbrio da célebre circular da<br />


de vela grego, que tentava desembarcar<br />

víveres e munições.<br />

Entretanto a Grécia está resolvida,<br />

pelo que tem feito communicar,<br />

a romper as hostilidades com<br />

Turquia, desde que as potência<br />

exerçnm pressão sobre ella, e neste<br />

intuito se tem preparado na Mace<br />

dónia. Na fronteira greco-lurca con<br />

centrou já a Turquia 75:000 ho<br />

mens.<br />

Eis os últimos telegrammas:<br />

convidando-as a resolver sobre ta<br />

assumpto e a nomearem commissões<br />

que assignem aquella mensagem.<br />

x<br />

Dizem-nos que terminara hon<br />

tem a discussão do projecto de es<br />

tatntos da nova Associação Acadé<br />

mica que conta já para cima de 30<br />

sócios.<br />

Dentro em breve, pois, vae<br />

Academia possuir um poderoso ele<br />

mento de força e de prestígio, cuja<br />

falta se vinha sentindo já de ha<br />

muito.<br />

RESISTÊNCIA- Domingo, 21 de março de 1897<br />

monumentos ao abrigo dos ultrages da<br />

própria Commissão dos Monumentos Nacionaes<br />

que tem sanccionado com o seu<br />

silêncio e por vezes até com o elogio<br />

official, os vandalismos que se tem<br />

praticado por esse país fora.<br />

Para guardar os monumentos nao<br />

basta o rótulo, como a chapa do se<br />

guro não livra do incêndio.<br />

O que é necessário é lavrar a lista<br />

dos Monumemlos Nacionaes, e promo<br />

ver a sua conservação, evitar que<br />

cáiam em ruímas, fazer leis que casti<br />

guem quem, como proprietário, pre<br />

tender restaurar e embellezar sem vi<br />

giláncia, e sem approvação de proje<br />

ctos.<br />

A placa de seguros de ferro fundido<br />

o aviso arrastado e rhetórico ao res<br />

peitavel público nada protegerá.<br />

Dizem mais as gazetas bem informa<br />

bom será que os proprietários atten<br />

dem ao pedido que se lhes faz e de<br />

que não lhes poderá resultar prejuízo<br />

nenhum.<br />

Falleceu nesta cidade o sr. José An<br />

tonio de Figueiredo, que deixou uma<br />

fortuna relativamente considerável.<br />

Simões Dias, bacharel José Augusto Gaspar<br />

de Mattos, José António dos Santos,<br />

José António Lucas, António José<br />

de Moura Bastos, José Marques Pinto,<br />

e Albano Gomes Paes.<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão<br />

anterior.<br />

Berlim, 1», o.—A imprensa<br />

lemã dá a entender que o governo de<br />

Berlim está disposto a ajudar o bio<br />

queio, mas o que não pensa é enviar<br />

tropas ao interior de Creta.<br />

Assegura-se que as tropas gregas re<br />

tiradas no interior da ilha receberam<br />

munições para poder resistir ao bio<br />

queio durante alguns mêses.<br />

Proseguem com actividade os traba<br />

lhos para a fortificação no Bosphoro<br />

no estreito de Dardaneilos.<br />

€ auca, 1®. tarde.—-A esquadra<br />

grega partiu hoje d'este porto para Ce<br />

rigo.<br />

Afhcnas, 19, noite.—Os turcos<br />

receando um desembarque dos gregos<br />

estám dispondo torpedos ao longo das<br />

costas da Macedónia.<br />

('anca, IO, noite.—Continúa as<br />

hostilidades nos arredores de Rethymo<br />

e em Candia sam saqueados os esta<br />

belecimentos commeniaes dos chris<br />

tãos.<br />

Athenas, 19, noite.— 0 regi<br />

mento do príncipe real Constantino par<br />

tiu hoje para a fronteira no meio de<br />

enthusiásticas acclamações populares<br />

Londres, 19, noite.—-0 marquês<br />

de Salisbury, primeiro ministro do<br />

actual gabinete conservador lançou hoje<br />

em rosto ao conde de Kimberley<br />

que foi secretário d'Estado dos negócios<br />

extrangeiros no último gabinete<br />

liberal, o rejeitar agora a integridade<br />

do império ottomano, a qual elle acon<br />

telhava sendo ministro; e disse que é<br />

necessário que a federação das potências<br />

combata o desafio da Grécia,<br />

qual. lhes deve a existência<br />

Paris, SSO, manhã.—A folha official<br />

publica hoje a notificação do bloqueio<br />

de Creta a contar d'ámanhã.<br />

PELA ACADEMIA<br />

Consta-nos que a commissão nomeada<br />

em assembléa geral para<br />

redigir a mensagem de resposta á<br />

recebida da Universidade d'Alhe<br />

nas, entendendo que o appello que<br />

ronlinha era dirigido não só á Academia<br />

de Coimbra, mas também,<br />

por intermédio d'esla, a toda a Academia<br />

portuguêsa, enviou já circu<br />

lares a todas as Academias do país,<br />

30<br />

Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard t& C. a<br />

Commissão districtal de Coimbra<br />

Acta da sessão de 11 de marco<br />

de 1897<br />

Presentes o ex.<br />

O Tribuno Popular, exhaltando o<br />

candidato progressista pelo círculo das:<br />

de Coimbra, levanta aos pináculos Um dos primeiros edifícios a etique<br />

da lua o sr. Mattoso Corte-Real tar será a casa dos bicos.<br />

chamando-lhe digníssimo, estimado<br />

querido e respeitado de todos, di Porquê? O que determinaria esta<br />

zendo que o círculo o conhece muito decisão?...<br />

Alguém se lembra que talvez a pro<br />

bem. . .<br />

ximidade do Centenário da índia.<br />

Pois êste illustre prócere pro- Entám a collocação da placa de ferro<br />

gressista, deante do qual o Tribuno fundido (que diabo d'idêal ferro fun<br />

exlende os finos tapeies da sua dido!) seria occasião de mais uma<br />

prosa encomiástica, é aquelle que pequena festa. A essa é do século<br />

XVI,... talvez nella tivesse vivido<br />

na opposição abandonou o sou par- Vasco da Gama... e teve um brilhante<br />

tido e manteve com o governo do em cada bico (dizem os da Commis<br />

dictador odiado pelos confrades as são!...)<br />

mais estreitas affinidades; é aquelle E é para o que serve esta Commis<br />

que só voltou ao aprisco quando viu são dos Monumentos Nacionaes, para<br />

festas e para elogio miituo de varões<br />

em terra o sr. João Franco, e que e donnas...<br />

agora está alimentando, vestal im<br />

maculada, o fogo sagrado do templo<br />

progressista. ..<br />

A Agéncia do Banco de Portugal em<br />

O círculo conhece-o bem. Coimbra, de que sam agentes incan<br />

Se conhece.. .<br />

çaveig e intelligentes, os srs. Joaquim<br />

Augusto de Carvalho Santos e Ricardo<br />

Loureiro, rendeu para o Banco, livre<br />

de despêsas, no anno findo, a quantia<br />

de 17:908^095 réis.<br />

Notícias diversas Este resultado, mostrando que na<br />

Agénria de Coimbra é das poucas que<br />

dam lucros ao Banco, revela também<br />

o zelo, actividade e prudência dos seus<br />

A Commissão dos Monumentos Na-<br />

directores.<br />

cionaes officiou (que actividade I..<br />

ao ministério das obras públicas, propondo<br />

que se mande collocar nos monumentos<br />

nacionaes uma placa de. Na fábrica do gaz começou hontem<br />

ferro fundido (tal e qual fun-di-do...) montagem do novo gazóinetro, ten-<br />

medindo 30X30 centímetros, tendo do chegado já seis wagons de mate<br />

as armas reaes (muito original!) e ial da casa Parry & Sons, de Lisboa<br />

inseri pção:<br />

O novo gazómetro deve começar :<br />

unccionar no dia 1.° de junho.<br />

Monumento Nacional—Recommendase<br />

ao respeito e amor do pôvo este<br />

edifício, que ê um sagrado documento<br />

da tradicção gloriosa da nossa pátria. Reúnem hoje os officiaes de barbeiro<br />

para accordarem no melhor meio de<br />

Nada mais prático, mais original e conseguir que as barbearias se fechem<br />

mais efficaz.<br />

aos domingos de tarde.<br />

Nem que o público saiba lêr... A pretenção d'esta classe é justissi<br />

0 que é necessário é leis para os ma, como a de todas as que trabalham<br />

que sabem lêr, leis que ponham os pelo descanço ao domingo, e, por isso.<br />

O barão tirou uma carta da carteira do o viu, estava sósinho. Teve. tempo<br />

e mostrando-a á Linotte, disse-lhe: de aparar o golpe que recebia Man<br />

— Se não é elle, o que quer dizer dou logo a tua casa; provavelmente<br />

esta carta?<br />

contaram-lbe as minhas visitas... Bé-<br />

— Uma carta!...<br />

lida não pede senão occasiôes para<br />

— Lê!<br />

contar tudo, sobre tudo depois da mu-<br />

E o barão deu a carta á Linotte. dança que se deu na tua situação Elle<br />

Ella foi para a janella porque já ha- viu o que nós procurávamos, e para<br />

via pouca luz na sala, e leu :<br />

me metter mêdo, escrevpu essa carta...<br />

«Sr. Hipolito Lorémont, lord Eymond. — Elle, tu estás doido!<br />

barão de Lormond. — Tome cautella — Não, não estou doido.<br />

com o que vae fazer, pare, nós vigia- — Se elle te tivesse mêdo, se elle<br />

mo-lo. 0 sr. vae commetter uma acção esconfiasse do que tu fazes, iria ter<br />

má, mas a perda d'uns ha de arrastar com o commissàrio de policia...<br />

dos outros. Esteja certo d'isso. Olho — Com o commissàrio, elle?...<br />

por olho, dente por dente... Hi de — Elle, ou um criado. E tu ámanhã<br />

Uma carta<br />

saber-se quem o senhor é... nós have- serias prêso.<br />

mos de provar que foi o senhor quem A resposta da Lino te era feroz. Ella<br />

Lorémont. procurava na carteira de dirigiu o crime Bérard. na ilha de dera-a socegadamente, entre dois sor-<br />

onde tinha tirado o retrato. Não res- Grand-Jatte... Cale-se Trate da sua risos, a comer camarões...<br />

pondeu; e a Linotte continuou: vida... Mas nem uma palavra! senão O barão fizera-se verde, os dentes<br />

— 0 que eu digo é tanto m is pro- para si... Se quer tomar um bom con- rangeram... Mas voltando a si pervável,<br />

que ninguém podia arranjar uma selho, esqueça a casa Bérard... guntou :<br />

posição semelhante em cinco annos... aVigiamo-lo, â primeira palavra di- — Porque me falias tu assim?<br />

porque elle foi condemnado ha dez... remos tudo.»<br />

A Linotte debruçada sobre o divan,<br />

— Só lá esteve sete, disse Lorémont — Quem foi que te escreveu isto? graciosa, respondeu-lhe com a sua voz<br />

impacientado Foi perdoado.<br />

— Isso! Faz-me perder a cabeça, mais doce:<br />

— Ah I Não sabia... Mas fica sem- vae o que me lembra.<br />

— Porque estou convencida que tu<br />

pre sujeito ao artigo do código que o — Dize, perguntou a Linotte, inquie- te enganaste, que esta carta não é<br />

priva dos seus direitos, e o celloca ta e attenta.<br />

'elle, e falia d'outro negócio muito<br />

para sempre sob a vigilância... Já — Eu penso que no dia em que Ja- differente... porque eu te conheço fe-<br />

vês que não pôde ser...<br />

cques tomou conta da casa, no dia em lizmente bastante para saber que é ao<br />

— Pois é êsse artigo que faz a nos- que elle foi alguma coisa, tratou de commissàrio de polícia que tu não quesa<br />

força, exclamou o barão.<br />

ndagar quem seriam as pessoas que rerias nunca vêr... que eu te conheço<br />

— Entám não sei responder-te. Dis- conhecessem detalhadamente o seu infelizmente bastante para saber que fase-te<br />

como as coisas se passaram. Ago- passado. Soube que tu vivias, e fez-te lhando a emprésa tu lias de querer que<br />

ra tu avalia! Eu nao acredito que seja espiar. Quando tu deixaste o teu bi- eu te torne a dar os objectos compra-<br />

jeques,<br />

lhete, elle não estava em casa. Quandos... (Continúa j,<br />

mo governador civil<br />

dr. Manuel Pereira Dias, presidente,<br />

vogaes, auditor administrativo bacha<br />

rei Manuel Pereira Machado, bacharel<br />

Hermano José Ferreira de Carvalho<br />

Antonio José da Sil va Poiares, e Ru<br />

ben Augusto d'Almeida Araujo Pinto<br />

bem como o official da secretaria do<br />

Governo Civil, commendador Arthur<br />

Ednardo Manso Preto, servindo de agente<br />

do Ministério Publico.<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão<br />

anterior.<br />

Concedeu snbsidios de lactação por<br />

12 mêses a Emilia de Jesus, solteira<br />

Maria d t Conceição Quaresma, solteira<br />

Leopoldina da Conceição Pocinha, solteira,<br />

todas três da freguezia e c<<br />

lho de Condeixa a Nova, Izabel Jorge<br />

da Silva, solteira, e Adelaide Marques,<br />

solteira, ambas da freguezia de S.Julião<br />

concelho de Figueira da Fóz.<br />

Mandou a iuformar ao sr. director<br />

do Hospício os requerimentos a pedir<br />

subsídios de lactação de Maria Diolinda,<br />

solteira, e Ritla de Jesus, casada,<br />

ambas da freguezia de Santa Cruz,<br />

Thereza de Jesus e Maria José da<br />

Conceição, solteiras, da freguezia de<br />

S. Bartholomeu e Maria da Piedade,<br />

solteira, da freguezia de Almalaguez,<br />

todas do concelho de Coimbra; Joaquina<br />

da Cunha e Virgínia das Neves,<br />

viuvas, da Figueira da Fóz.<br />

Foi approv«do o pagamento do ven<br />

cimento na importância de 1:400 réis<br />

à ama que no mês de fevereiro findo<br />

levou do Hospício d'esta cidade um<br />

abandonado para crear.<br />

Resolveu denegar approvação sob<br />

condição suspensiva á deliberação da<br />

câmara municipal de Penacova de 16<br />

de fevereiro findo visto que o artigo<br />

438 § 1.° do codigo administrativo vigente<br />

se oppõe á nomeação de Z j Auctorizou :<br />

A vedação do transito por três dias<br />

na rua da Magdalena, por effeito de<br />

obras de canalização de gaz por parte<br />

da Companhia respectiva.<br />

A collocação de taboletas nas estações<br />

de material de incêndios dos bombeiros<br />

voluntários, ha pouco installadas<br />

em Santa Clara e junto a Santa Justa,<br />

na rua da Sophia.<br />

A acquisição d'alguns impressos para<br />

os serviços da secretaria.<br />

A execução de trabalhos de canalização<br />

de águas para prédios particulares.<br />

A remessa ao chefe do districto, da<br />

informação, agora colhida, relativamente<br />

a uma vedação de terrenos no sitio<br />

das Lombas, freguezia de Ceira, bem<br />

como outra em que se baseou o despacho<br />

dado ao requerimento do proprietária<br />

para aquella obra, sobre a<br />

qual se exigem informações.<br />

A remessa para juizo d'uma participação<br />

contra um proprietário do Dianteiro,<br />

pela destruição de trabalhos por<br />

conta do município para a regularização<br />

d'um caminho público obstruído<br />

pelo referido proprietário.<br />

A passagem á classe de effectivos de<br />

três bombeiros municipaes, supra numerários.<br />

A entrega ao procurador agente do<br />

município de duas acções legadas ao<br />

Asylo de Cegos, para se realizar o respectivo<br />

averbamento.<br />

0 contracto de arrendamento, por<br />

meio de termo lavrado na secretaria, de<br />

uma casa no largo dos Casaes para a<br />

eschóla elementar da freguezia de S.<br />

Martinho do Bispo e habitação do professor,<br />

nos termos da deliberação de<br />

26 de novembro de 1896.<br />

Mandou ouvir a repartição competente<br />

ácêrca do pedido feito por um proprietário,<br />

por via de requerimento, para<br />

a canalização d'águas para uma casa<br />

na rua da Sophia.<br />

Approvou as condições para arrematação<br />

dos trabalhos e construcçôes<br />

d'um cano de exgoto para o edifício<br />

Jado do novo matadouro.<br />

res em quanto não estixer fixado o seu Mandou registar uma nota das cana-<br />

quadro pelo ministério do reino. lizações d'água executadas de 4 a 11<br />

Resolveu também declarar á mesma d'este més.<br />

câmara que o thezoureiro privativo d'es- Resolveu, em vista de informações<br />

ta, nos lermos do artigo 96 do mesmo da repartição competente, não acceitar<br />

código, não pôde receber a precenta- proposta feita por parte da Santa Cagem<br />

de 2 % da receita proveniente de sa da Mizericordia para abastecimento<br />

subsídios, empreslimos e rendimentos d'àguas, por avença, do collégio dos<br />

cobrados pelos exactores de fazenda orphãos, por não convirem as condi-<br />

publica.<br />

ções era que é feita a mesma propos-<br />

Resolveu mais que lendo a câmara ta.<br />

municipal de Penella elevado a toxa Attestou àcerca de duas petições pa-<br />

que. incide sobre os cães de 200 réis ra subsídios de lactação a menores.<br />

a 500 réis imposta isto a alteração da Mandou pagar despêzas feitas em fe-<br />

resaecliva postura e por tanto que é vereiro último com a limpêza da the-<br />

necessário que seja a mesma alterrção souraria e das repartições dos impos-<br />

redigida essa fórma de postura e en tos e d'obras.<br />

viada em duplicado com cópia da acta<br />

Approvou provisóriamente o projecto<br />

da sessão camarária que a appaovou,<br />

o primeiro orçamento supplementar<br />

a esta commissão districtal.<br />

p?ra o corrente anno, na importância<br />

Resolveu finalmente nâo approvar a de i: 155(5470 réis.<br />

noneação de Zelador provisório para a<br />

Despachou requerimentos, auctori-<br />

freguezia d'Alvares, concelho de Góes,<br />

zando a pintura da frontaria d'uma ca-<br />

por ainda não eslar fixado o respectivo<br />

sa na rua do Visconde da Luz e a col-<br />

quadro e nâo aproveitar ao interssado<br />

ocação de ura panai para o sol á por-<br />

disposição de 32 do artigo 127.° do<br />

ta da mesma casa; a edificação d'uraa<br />

codigo administrativo.<br />

casa na rua do Tenente Valadim se-<br />

Julgou as contas da junta de parogundo<br />

o alçado apresentado, e a colchias<br />

das Means, concHho de Montemórocação<br />

d'um signal funerário em uma<br />

o-Velho do anno de 1895, confraria do<br />

sepultura no cemitério da Conchada.<br />

Santíssimo de S. André de Poiares,<br />

concelho de Louzà dos annos de 1891<br />

1892 e 1892 a 1893, junta de parochia<br />

de S. André de Poiares, concelho KALENDARH) DE MARÇO.^897<br />

de Louzâ dos annos de 1893, 1894 e<br />

895; junta de paróchia d'Alvares, concelho<br />

de Góes dos annos de 1894 e<br />

7 14 21 28<br />

1895, e reclamação contra o accôrdão<br />

1 8 15 22 29<br />

que julgou as cartas da junta de paró- Terça 2 9 16 23 30<br />

chia de Rio de Vide, concelho de Mi-<br />

3 10 17 24 3i<br />

randa do Corvo, relativas ao anno de<br />

4 11 18 *25<br />

894.<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

i esumo das deliberações tomddas na<br />

sessão ordinária de 4 de marco de<br />

1897.<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vogaes effectivos Arcediago José<br />

—<br />

5 12 *19 26 —<br />

6 13 20 27 —<br />

Lua nova em 3, às 11,20 m. da m.<br />

Quarto crescente em li, ás 2,52 m.<br />

da t.<br />

Lua cheia em 18, às 8,51 m. da t.<br />

Quarto minguante em 25, às 11,23.<br />

m. da m.<br />

Os dias augmentam durante o mêa<br />

uma hora approximadamente.


PROBIDADE<br />

Companhia geral de seguros<br />

Sociedade anonyma<br />

de responsabilidade limitada<br />

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Lisboa<br />

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Cassiano A. Martins Ribeiro.—<br />

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os artigos de mercearia.<br />

Mandam-se tabellas de prepos<br />

a quem as pedir.<br />

Manuel Antonio da Costa.<br />

Vinho branco<br />

3 A puro vinho branco<br />

V vende-se na rua da Trindade,<br />

27 e 29.<br />

Gasa para arrendar<br />

4 Ha rua das Sóllas n.° 13 e<br />

Il 15, lója e dois andares,<br />

tratar desde já com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

n.° 6.<br />

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Á venda nas principaes pharmacias.<br />

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Nazareth & Irmão. — Rua de<br />

Ferreira Borges.<br />

Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />

438 —Porto.<br />

Preço do frasco, 400 réis.—<br />

Pelo correio, 500 réis.<br />

COLLÉGIO ACADÉMICO<br />

MÉTHODO DE JOÃO DE DEUS<br />

6 A sr. José Trigueiros Sam-<br />

V paio, um dos mais devotados<br />

apóstolos da Cartilha<br />

Maternal, achando-se em Coimbra<br />

a reger os cursos nocturnos<br />

de leitura no Instituto, vae também<br />

ensinar pelo méthodo de<br />

João de Deus a l. a classe<br />

de ensino primário do Collégio<br />

Académico.<br />

Está aberta a matricula e o<br />

novo curso abre no dia 8 de<br />

março.<br />

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Caldeira da Silva<br />

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HerouJp.no Carvalho Medico<br />

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3 horas da tarde.<br />

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Quinta da Pedrancha<br />

Rua do Loureiro<br />

Vinho tinto—litro 80 réis.<br />

Dez litros—700 réis.<br />

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Chablis de 1895 —litro 160<br />

réis.<br />

Dito, garrafa — 120 réis.<br />

Aguardente de vinho, de 20°<br />

Cart,—litro 320 réis,<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

Filtro-Mallié<br />

de porcellana (Tamiantho<br />

Esterilização absoluta da agua.<br />

Filtros de pressão e sem pressão.<br />

Filtros de mêsa e de viagem.<br />

Depósito em Coimbra—Drogaria Rodrigues da Silva & C.'<br />

MERCEARIA<br />

DE<br />

A. CRUZ MACHADO<br />

Largo da Sé Velha<br />

COIMBRA<br />

Neste acreditado estabelecimento, encontra-se<br />

á venda um completo e variado sortido<br />

de géneros de mercearia escrupulosamente<br />

escolhidos.<br />

Depósito de manteiga fabricáda com<br />

puro leite de váccas inglesas da Eschóla Agrícola<br />

da Louzada, em queijinhos de 250<br />

grammas.<br />

Agéneia da Companhia Alliança Fabril<br />

No seu armazém de vinhos junto ao referido<br />

estabelecimento de mercearia se encontram<br />

magníficos vinhos de mêsa das proce<br />

déneias seguintes:<br />

Beira, Bairrada, Santar, Monsão, Amarante<br />

e branco da Bairrada.<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA<br />

SUCCESSOR<br />

11, Adro de Cima, 20 — (Detraz de S. Bartholomeu)<br />

li Armazém de fazendas de algodão, lã e seda. Vendas por<br />

A junto e a retalho, Grande depósito de pannos crús.—Faz-se<br />

desconto nas compras para revender.<br />

Completo sortido de coroas e bouquets, fúnebres e de gala<br />

Fitas de faille, moiré glacé e setim, em todas as côres e larguras<br />

Eças douradas para adultos e crianças.<br />

Continúa a encarregar-se de funeraes completos, armações<br />

fúnebres e trasladações, tanto nesta cidade como fóra<br />

COFRES Á PROYA DE FOGO<br />

Depósito do melhor fabricante portuense<br />

— João Thomaz Cardôso. — Preços da fábrica<br />

Depósito de madeira: De Flandres, Riga, Mógno e outros.<br />

lUamno 7innádno 1 ^ ara rara ádas e enxertias e dito de espi<br />

AldlllCb ZillltdUUb . nhos para vedações.<br />

Mntal Vkranpn • ® arnarello, cobre, chumbo, zinco, eslanho e<br />

ICldl UldllbU . f0|ha de flandres.<br />

FerrOI ^ de l0(las as qualidades, carvão de fórja.<br />

Mn? nara ffWPÍrn' Malhos ' tornos > màchinas de furar, folies<br />

tUUZi pata ÍCUCIIU. picaretas e toda a qualidade de ferra<br />

menta para ferreiros, serralheiros e latoeiros.<br />

Ferragens: Para construcções dobras, preços baratíssimos.<br />

Moreira & Simões<br />

Rua de Ferreira Borges, n. os 171 a 173.<br />

COIMBRA<br />

Depósito da fábrica «A NACIONAL»<br />

DG<br />

BOLACHAS E BISCOITOS<br />

DE<br />

JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, TELLES<br />

128 —RUA FERREIRA BORGES — 130<br />

COIMB JEtA<br />

tfjjfESTE depósito, regularmente montado, se acham á<br />

" venda por junto e a retalho, todos os productos d'aquella<br />

fábrica, a mais antiga de Coimbra, onde se recebem<br />

quaesquer encommendas pelos preços e condições eguaes<br />

aos da fábrica.<br />

EVOLUÇÃO DO CULTO<br />

DE<br />

D. ISABEL DE ARAGÃO (RAINHA SANTA)<br />

ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA<br />

Feito pelo<br />

DR. ANTONIO GARCIA RIBEIRO DE YASCONCELLOS<br />

Dois volumes com XX estampas,<br />

3$500 réis.<br />

A venda na Imprensa da<br />

Universidade.<br />

O ALMANACH AUXILIAR tem<br />

3S5 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do c.alendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 36S phrases conceituosas de auctores céle-<br />

bres; varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, ISO réis<br />

Vende-se nos estabelecimenlos dos srs :<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna—Officina de Encadernação, Largo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nòva Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisco Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

José Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha.<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do Infante D. Augusto.<br />

José Mesquita-Livraria, rua das Cuvas.<br />

Manoel d'Almeida Cabral—Livraria, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

BICO ALE<br />

Previlegiado em Portugal pelo alvará 1:127<br />

50 °|0 DE ECONOMIA NO CONSUMO DO GAZ<br />

A prestações de 500 réis<br />

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Menos de VINTE RÉIS POR DIA, largamente<br />

garantidos pela economia obtida no<br />

consumo do gaz.<br />

L U Z A L V Í S S I M A<br />

Encommendas:<br />

a JOSÉ MASQUES LADEIBÂ<br />

99—Rua do Visconde da Luz—103<br />

Coimbra<br />

A' LA VILLE DE PARIS<br />

Grande Fábrica de Coroas e Flôres<br />

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241, Rua de Sá da Bandeira, 201—Porto<br />

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13 pASA filial em Lisboa—Rua do Príncipe e Praça dos<br />

«, Restauradores (Avenida).<br />

Único representante em Coimbra<br />

JOÃO RODRIGUES BRAGA, Successor<br />

17-ADRO DE OIMA—20<br />

Coimbra<br />

Arrematação<br />

(2. a publicação)<br />

I6M« dia quatro do próximo<br />

li mês de abril por 11 horas<br />

da manhã â porta do tribunal<br />

de justiça d'esta comarca<br />

vam á praça e serám entregues<br />

a quem maior lanço ofiferecer,<br />

além das quantias em<br />

que foram avaliados os prédios<br />

seguintes:<br />

Freguezia de S. Silvestre<br />

Uma leira de terra no sitio<br />

dos Seixaes, avaliada na quantia<br />

de 400000 réis.<br />

Uma terra de semeadura no<br />

sitio dos Seixaes, avaliada na<br />

quantia de 800000 réis.<br />

Uma tersa de semeadura denominada<br />

o Covão, limite de<br />

Quimbres, avaliada em 300000<br />

réis.<br />

1:620 metros quadrados de<br />

superfície de terra ou 3 aguilbadas,<br />

no sitio da Estacada,<br />

avaliados em 720000 réis.<br />

Uma sorte de pinhal no sitio<br />

de Valle de Abelhas, avaliada<br />

na quantia de 280800 réis.<br />

Uma sorte de pinhal no sitio<br />

do Carabai, limite de Valle de<br />

Rosas, avaliada em 800000 rs.<br />

O domínio útil d'uma terra<br />

de semeadura, vinha e oliveiras<br />

no sitio das Chans. Paga o<br />

fôro annual de 266\36 de milho<br />

e duas gallinhas, a Antonio<br />

dos Santos Pereira, de Cantanhede,<br />

avaliado abatido o fôro,<br />

na quantia de 300000 réis.<br />

Estes prédios sam vendidos<br />

pelo inventário orpbanológico<br />

a que neste juizo e cartório do<br />

escrivão José Lourenço da Costa,<br />

se procede por fallecimento<br />

de Maria Pimenta, moradora que<br />

foi em Quimbres, freguezia de<br />

S. Silvestre, em virtude da deliberação<br />

tomada por conselho<br />

de familia e para pagamento<br />

do passivo descripto e approvado<br />

no mesmo inventário.<br />

Pelo presente sam citados<br />

quaesquer credores incertos.<br />

Verifiquei a exactidão.<br />

O juiz de direito,<br />

Neves e Castro.<br />

Gymnásio Martins<br />

17 Instituto para educação<br />

I physica de creanças sob<br />

a inspecção médica do dr.<br />

Freitas Costa.<br />

Horário<br />

Das 6 às 9 da noite.<br />

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—segundas, quartasesabbados.<br />

Creanças do sexo feminino—<br />

terças, sextas e domingos.<br />

Preços — Por mês ou 12<br />

licções, cada alumno 10500 réis<br />

(para irmão t. m abatimento).<br />

Collegios ou para tratamento<br />

por meio de gymnástica, contracto<br />

especial.<br />

0 director,<br />

Augusto Martins.<br />

"BESISTEHQA,,<br />

PCBLICA-SE AOS DOMINGOS<br />

E QUINTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

EDITOR = Joaquim Teixeira de Sá<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 20700<br />

Semestre 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha:<br />

Anno 20400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

A.NISTUNCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assigncmtes,<br />

desoonto de 50 p. c.<br />

LIVROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

0ite jornal fôr honrado.<br />

Tft. I. França A»«4i—CQIMBfii


N.° 218 COIMBRA—Quinta feira, 25 de março de 1897 3.° ANNO<br />

Á inacção do governo<br />

De braços cruzados, inerte, sem<br />

idêas e sem acção, vae já arrastando<br />

a sua vida ministerial um governo<br />

que tem dois mêses sómente. Depois<br />

de sete annos de opposição, sete<br />

annos de descanço que deveriam fazer<br />

suppôr nos homens de Estado de 90<br />

uma nova reconstituição de forças,<br />

uma expansão de energias e tonificação<br />

orgânica que se manifestasse, á<br />

sua chegada ao poder, por actos de<br />

administração reveladores de idêas<br />

novas e de novos planos, é o contrário<br />

de tudo isto o que se verifica.<br />

Nem idêas nem planos.<br />

E assistimos, assim, ao arrastar da<br />

vida d'um governo ainda hontem nascido<br />

e já cançado hoje, num exgotamento<br />

de cérebro que lhe não permitte<br />

traçar um plano, d'uma debilidade<br />

orgânica que lhe não permitte<br />

dar á execução uma idêa.<br />

Isoladamente, sem nexo coordenador,<br />

vae cada um dos ministros accomodando-se<br />

no seu ministério, como<br />

n3 sua concha o molusco, desajudados<br />

de tudo e a sós com a sua fadiga,<br />

trabalhando ás intermitténcias, hesitantes<br />

e a mêdo... nos dois ministérios<br />

em que alguma coisa se pretendeu<br />

fazer, que dos outros tentamen nenhum<br />

se conhece, a que valha a pena<br />

referir-nos.<br />

Que estám estudando, dirám elles;<br />

que do chãos em que deixou a administração<br />

pública a última gerência<br />

regeneradora só poderá saír-se depois<br />

de larga e maduramente estudada a<br />

nossa tenebrosa situação económica e<br />

financeira, e que é a êsse trabalho<br />

extenuante e absorvente que elles<br />

estám entregues com afinco, dirá o<br />

governo e dirám com elle os partidários,<br />

que só sabem elogiá-lo; e<br />

que os governantes actuaes sam velhos<br />

e experimentados homens públicos,<br />

conscientes das responsabilidades<br />

enormes que sobre si pesam, e os<br />

únicos capazes, pelo seu talento e<br />

pelo seu trabalho, de estudar o problema<br />

e resolvê-lo. Dirám também<br />

isto, porque o disseram já.<br />

Mas, sendo assim, se é certo que<br />

todos os ministros, que agóra têem<br />

nas suas mãos o poder, sam homens<br />

experientes e de intelligéncia clara, de<br />

poderosas faculdades de trabalho e de<br />

iniciativa larga, de que lhes serviu o<br />

longo período de opposição forçada<br />

que os manteve affastados das responsabilidades<br />

do governo?<br />

É bem conhecida, ha muitas dezenas<br />

de annos, a situação económica<br />

do nosso país e a sua ruína financeira;<br />

mas foi principalmente de 90 para cá<br />

—precisamente desde 90, a data funesta<br />

que abriu o cyclo da nossa miséria,—<br />

que as causas da ruína do país<br />

se amontoaram, se encastellaram tremendas<br />

para precipitarem a catástrophe<br />

irresistível.<br />

E entám, durante estes longos sete<br />

annos, em que ameaças formidáveis<br />

de desgraça, de abatimento, de humi<br />

lhação e de miséria têem impçndido<br />

sôbre nós, aos homens eminentes do<br />

partido progressista, que no dia seguinte<br />

podiam ser governo, visto que<br />

o pediam, o sollicitavam, o exigiam,<br />

não occorreu como inadiavel a necessidade<br />

de estudar minuciosa e profundamente<br />

as causas que têem estado<br />

actuando e precipitando a nossa queda ?<br />

Não se junctaram, não congregaram<br />

num mesmo exforço a dedicação de<br />

cada um, não deram unidade aos projectos<br />

parciaes, aos estudos particulares<br />

que cada qual deveria ter feito, no<br />

sentido de conjurar a catástroplie imminente<br />

que ameaça subverter a própria<br />

nacionalidade?<br />

Evidentemente, não. Não estudaram;<br />

não os preoccupou a tristissima<br />

e misérrima situação a que elles e os<br />

outros levaram o país inteiro, que se<br />

debate, exânime, sem alento e sem<br />

energia, no círculo de ferro que o esmaga,<br />

na gargalheira que o estrangula,<br />

e que elles, os progressistas,<br />

fôram dos últimos a enrolar-lhe ao<br />

pescoço.<br />

Gritaram sempre, nos comícios e<br />

nos jornaes contra os desmandos e<br />

torpezas dos regeneradores; descreveram<br />

com as côres mais verdadeiras<br />

o quadro sombrio da nossa ruína nacional;<br />

ameaçaram e imposeram-se ao<br />

rei, para lhes dar o governo. . .<br />

Mas com que intuito? O de governar<br />

sómente a favor dos seus interesses,<br />

ludibriando a nação.<br />

E' o que se está vendo. Subiram<br />

ao poder sem um plano, sem uma<br />

idêa. E agora, ei-los a arrastar indignamente<br />

a sua vida ministerial, que,<br />

devendo ser votada a cuidar da administração<br />

do país, da sua reconstituição<br />

económica e da sua reorganização<br />

financeira, se gasta únicamente com<br />

as mesquinhas e vis machinações das<br />

trapaças eieitoraes.<br />

Os progressistas.. . Os Tartufos.<br />

Dr. Guilherme Moreira<br />

A Commissão Municipal Republicana<br />

de Cantanhede delegou nos<br />

seus membros, os srs. António Francisco<br />

Paes, Luís António Gomes de<br />

Oliveira e Carvalho e José Gaspar<br />

d'Oliveira, o encargo de virem a<br />

Coimbra cumprimentar o nosso presado<br />

collega e illustre correligionário<br />

dr. Guilherme Moreira, pela sua<br />

promoção a lente cathedrático da<br />

Universidade.<br />

Aquelles nossos dedicados correligionários<br />

cumpriram ante-hontem<br />

a sua missão.<br />

Virám brevemente a Portugal, de<br />

visita, os duques d'Orleans.<br />

Assim o communicam de Lisboa<br />

e assim o participámos nós, para<br />

que se não surprehenda ninguém<br />

das festas que vae haver.<br />

Estando no poder o governo que<br />

deu 1:000 contos ao rei D. Luís<br />

para o casamento do rei actual, não<br />

será de admirar que o mesmo governo<br />

dê agora 500 contos, ou<br />

mais se lh'o exigirem, para as festas<br />

da recepção dos cunhados do<br />

rei. Preparêmo-nos, pois,<br />

Partido republicano<br />

Sob a presidência do sr. Gomes<br />

da Silva, illustre membro do directório<br />

do partido republicano, installon-se<br />

no dia 23 a commissão<br />

municipal republicana de Lisboa,<br />

elegendo para a commissão executiva<br />

os srs.: dr. Joaquim Tlieóphilo<br />

Braga, presidente; João Viegas Paula<br />

Nogueira, vice-presidente; António<br />

Carlos Teixeira de Magalhães e<br />

José Victorino de Andrade Neves,<br />

secretários; Domingos Coelho da<br />

Silva, vogal.<br />

Proclamados os eleitos, o sr. Gomes<br />

da Silva proferiu um discurso<br />

em que expôs o procedimento do<br />

directório referindo-se designadamente<br />

á colligação liberal que disse<br />

não haver sido um expediente e<br />

muito menos um plano, mas uma<br />

necessidade occasional, imperiosa,<br />

uma arremeltida, sem bandeiras<br />

partidárias, contra os inimigos das<br />

liberdades públicas, de* que o partido<br />

republicano saíra intacto, não<br />

perdendo um só Jiomem, nem sacrificando<br />

um único princípio. Condemnou<br />

a política de aventuras, de<br />

reclamo, de fanática intransigência,<br />

snstentou a necessidade de manter<br />

a unidade e a disciplina no partido<br />

republicano, evitando que entre os<br />

seus membros surjam conflictos de<br />

que derivará o seu enfraquecimento<br />

e affirmou que o directório de<br />

que era membro estava disposto a<br />

cooperar com a commissão republicana<br />

de Lisboa para a eleição d'um<br />

novo directório se ella reconhecesse<br />

que a conducta por elle seguida<br />

merecia a sua confiança.<br />

Alguns membros da commissão<br />

municipal insistiram na necessidade<br />

de se unirem num esforço commum<br />

todos os elementos do partido<br />

republicano, sendo approvada por<br />

acclamação a seguinte moção:<br />

«A Commissão Municipal Republicana<br />

de Lisboa, ouvida a larga exposição<br />

feita pelo illustrado membro do Directório,<br />

o sr. Gomes da da Silva, ácêrca<br />

de negócios da vida interna do partido,<br />

principalmente sôbre a approxinfação<br />

do Directófio e do partido progressista,<br />

de que resultou a passageira<br />

colligação liberal contra desmandos do<br />

poder executivo e até contra a desnorteação<br />

do poder moderador:<br />

Lamenta que alguns factos hajam<br />

sido controvertidos, e faz votos para<br />

que seja feita justiça a quem d'ella é<br />

digno e merecedor.<br />

Considerando, além d'isto, que da<br />

cohesão das nossas unidades partidárias<br />

depende o bom resultado das<br />

nossas operações políticas;<br />

Attendendo a que a divisão de forças,<br />

ou divergências de acções, favorece<br />

as probabilidades de êxito dos<br />

partidos monárchicos;<br />

Reconhecendo que os agrupamentos<br />

democráticos, sob as suas ditferentes<br />

formas de expansão, não obedecem<br />

actualmente, no nosso país, a rigorosa<br />

uniformidade de acções e procedimentos,<br />

notando-se sensível desvio nos<br />

agrupamentos que sô no regimen republicano<br />

podem ter a segurança da<br />

realização prática dos seus princípios<br />

de liberdade e aspirações económicas;<br />

Considerando que todos êstes factos<br />

aconselham uma reorganização intelligente<br />

e sólida dos nossos elementos<br />

partidários, ha muito recommendada,<br />

a qual se deve fundar num bem estudado<br />

systema de descentralização politica,<br />

e no robusto agrupamento de<br />

forças intellectuaes, que garantam direcção<br />

segura e firme e irradiem o resultado<br />

das suas observações e estudos;<br />

Regista os seus ardentes votos pela<br />

unificação do partido republicano, certa<br />

de que êste poderá assim satisfazer<br />

a todas as justas reivindicações democráticas,<br />

tanto no campo político como<br />

no campo económico, o que bem se<br />

aflirmarà no congresso que tanto o Directório<br />

como a" Commissão Municipal<br />

desejam se realize urgentemente;<br />

Confia em que o Directório continuará<br />

honrando as tradições do partido<br />

que representa e a manter-se firmemente<br />

na direcção superior da nossa<br />

política, inspirado nos altos interesses<br />

da República e no inolvidável dever<br />

de unificação partidáiia;<br />

Louva aquelles que, com nobilíssima<br />

dedicação, se conservaram nos postos<br />

que lhes confiou o suflragio dos nossos<br />

correligionários, através de muitas<br />

contrariedades e num período longo<br />

de perseguições políticas;<br />

Agradece ao sr. Gomes da Silva as<br />

explicações que acaba de dar por parte<br />

do Directório, assegurando-lhe a sua<br />

confiança política, e acata, com summo<br />

prazer, o seu procedimento nas<br />

diferentes missões, de que se desempenhou<br />

em nome do partido.<br />

Finalmente, a commissão republicana<br />

do município de Lisboa, ao constituir-se,<br />

e no intuito de se inspiramos<br />

bons conselhos e muita illustração do<br />

Directório, o qual deseja ouvir em todos<br />

os trabalhos, resolve dirigir-lhe<br />

um convite para assistir às suas sessões.»<br />

Tendo sempre pugnado pela unificação<br />

dos poderosíssimos elementos<br />

de que o partido republicano<br />

dispõe e vendo no coroamento, pela<br />

eleição d'um novo directório, da organização<br />

que ha tanto tempo e tam<br />

auspiciosamente foi iniciado nonor^<br />

te, o meio mais efficaz para essa<br />

unificação, felicitamo-nos pela constituição<br />

da commissão municipal<br />

republicana de Lisboa, cuja falta<br />

tem sido um dos mais graves embaraços<br />

para a realização d'êsse<br />

A CORRUPÇÃO OFFICIAL<br />

Não constitue figura de rhelórica<br />

o título d'este artigo. A corrupção<br />

official dá-se em o nosso país<br />

como uma evidência e descaramento<br />

que não permittem dúvidas.<br />

Corrupção de cima para baixo—•<br />

-em ordem descendente — desde o<br />

mais alio funccionário do Estado até<br />

ao serviçal humilde das repartições<br />

públicas.<br />

Se o próprio regimen da monarchia<br />

é essencialmente corruptôr!<br />

Como regimen tolerado simplesmente<br />

— regimen transitório— enquanto<br />

não vem melhor ou enquanto<br />

se não decide o pôvo a governar<br />

o que é seu, o regimen monárchico<br />

tem os defeitos todos de uma instituição<br />

deslocada em pleno século<br />

dezanove e num país como o nosso,<br />

que não pode com o luxo, e mais<br />

ainda os defeitos provenientes da<br />

teimosia que manifesta em sustentar-se<br />

à outrance. Nessa lucta pela<br />

vida, a monarchia tem de ser cor-<br />

' r<br />

ruplôra. E como as mulheres de má<br />

nota, a viverem do vício.<br />

Se ella é tolerada—a monarchia!<br />

Para arranjar cortezãos tem de<br />

ser corruptóra.<br />

Analysêmos a cadeia de vícios<br />

com que se agarra ao país a monarchia.<br />

Já Voltaire faliava das camarilhas<br />

do Paço, onde ha personagens, diz<br />

elle, que lá em cima se chamam favoritos,<br />

mas que a plebe distingue<br />

com o piltoresco nome de maqaereaux.<br />

Sam os que arranjam «vidinha»<br />

para os patrões; e assim se<br />

vam elles próprios governando. Têem<br />

as chaves das alcóvas e o encargo<br />

das apresentações: é portanto claro<br />

desideratum. E que todos saibam<br />

que só entra em palácio quem<br />

inspirar-se nos interesses superio-<br />

muilo bem quizerem.<br />

res do partido, que sam os do país, Sabido que os ministros são cria-<br />

pondo completamente de lado didos do Paço, por quem ham de ser<br />

vergências que não se filiam na di- eleitos e apresentados? Pela camaversa<br />

comprehensão d'esses interilha. Por isso têem de ser naturalresses<br />

e acceitando sempre as demente á feição d'ella.<br />

liberações do partido.<br />

Uma vez apresentados os ministros,<br />

e entregue cada urn do seu<br />

x<br />

serviço, a corrupção continúa; por-<br />

A Commissão Municipal Repuque ministros sem o apoio de cima<br />

blicana do concelho de Cantanhede não se sustentam; e como cada mi-<br />

resolveu seguir a altitude do direnistro representa por si só a côterie<br />

ctório do mesmo partido, abstendo- dos seus, d'ahi vem fatalmente que<br />

se de concorrer ás próximas eleições, ha de olhar para baixo e contentá-<br />

e aconselhando a mesma attitude los a todos.<br />

aos votantes seus amigos e correli- Depois, a missão do ministro é<br />

gionários.<br />

tam complexa, que não só ha de<br />

x<br />

attender a exigências d'amigos e<br />

O Partido Republicano de Vianna compadres como a ameaças d'ex-<br />

do Castello resolveu também abstranhos que não encobrem o jogo<br />

ter-se de comparsarías perante a sem levarem rasca.<br />

urna, recommendando esta mesma Aliás compromettem-nos, como<br />

conducta a todos os seus confrades. se tem visto já.<br />

•••<br />

Vejâmos como vem seguindo a<br />

corrupção politica nesta linha des-<br />

Dr. António José (TAImeida cendente desde o Paço á rua.<br />

Por cartas d'este nosso prezadís Eu conheci, não ha muito, um<br />

simo amigo e valioso correligioná- «reles guita de Lisboa»—como<br />

rio, recebidas nesta cidade, vê-se lhe chamava a amázia repudiada—<br />

que sam destituídas de fundamento heroe d'esta façanha, entre outras<br />

as notícias que por ahi correram várias:—desancara um velhoe um<br />

ácêrca do seu presumido mau estado pastorzito imbelle que lhe metteram<br />

de saúde.<br />

as cabras no quintalejo do pae. Es-<br />

Ao contrário; o nosso amigo contava o patife de licença lá na aldeia<br />

tinúa gozando de inalteravel saúde quando o caso se deu, aqui ha<br />

pelo que muito cordialmente o fe- tempos.<br />

licitámos,<br />

0 velho foi para casa num feixe


e só durou oito dias; o rapazinho<br />

eurou-se e vae crescendo, diz elle,<br />

para ajustar umas contas.<br />

Mas querem vossemecês saber o<br />

que succedeu ao patife ? E elle afilhado<br />

de um padre, que lá se ceva<br />

na aldeia como um javardo e traz<br />

á ordem a freguezia inteira em eleições<br />

p'rás côrtes. Metteu-se por<br />

empenho o padre ao deputado, o<br />

deputado ao juizda comarca, quando<br />

a queixa fôsse por aquelle lado, e<br />

um trumfo gordo de Lisboa ao commandante<br />

da guarda, se a coisa lá<br />

subisse. Nem juiz nem general acceitaram<br />

de bôa mente o pedido. O<br />

padre repontou, e o ministro soube-o.<br />

«Não vamos nós perder aquelles<br />

votos», disse ao deputado. E<br />

moveu os pausinhos para a immunidade<br />

do guita.<br />

Isto é um exemplo ad hoc, e<br />

comesinho, da corrupção official,<br />

mas que explica bem a engrenagem<br />

das dependências do vício. Passemos,<br />

porém, ao campo vasto da immoralidade<br />

e da relaxação official.<br />

Porque eslá o país estragado,<br />

moral e economicamente, senão pelo<br />

abandalhamenlo do funccionalismo<br />

alto e pela avaria de caracteres<br />

entre os funccionários públicos de<br />

todos os serviços?<br />

E-se empregado público neste<br />

país, não para desempenhar a rigor<br />

uma funcção económica, administrativa,<br />

ou qualquer outra, mas<br />

para receber dinheiro aos mêses e<br />

viver.<br />

O párocho, que devêra ser na<br />

freguezia um pastor d'almas, conselheiro<br />

e amigo dos seus freguezes,<br />

velador da paz e mantenedor da<br />

harmonia entre todos, tornou-se galopim<br />

eleitoral ao serviço da política<br />

reles e ei-lo corrompendo e<br />

desmoralizando a seu turno aquelles<br />

mesmos que lhe competia guiar<br />

para o bem, para a virtude!<br />

O professôr, que na sua modesta<br />

mas nobilíssima profissão deveria<br />

só grangear respeitos com a gratidão<br />

d'ãquelles a quem ensina e com<br />

a estima de todos que o vissem<br />

cumprir santamente, desinteressadamente,<br />

a sua missão d'apóstolo,<br />

ou foi inscrever o seu nome no partido<br />

de retrocesso e de conspiração<br />

liberticida ou se entrega, como o<br />

o mau padre, a galopinar pela infâmia<br />

1<br />

x<br />

0 agrónomo cultiva a política em<br />

vez de promover a cultura das geiras<br />

do seu districto 1<br />

O engenheiro anda ao serviço<br />

dos mandões em logar de pugnar<br />

pela obra de reconstituição do país!<br />

O representante da lei serve b<br />

empenho, maculando a justiça!<br />

O militar serve a monarchia desservindo<br />

a Pátria!<br />

E a todos lhes serve o soldo e os<br />

honorários que deshonestamenle recebem.!<br />

Excepções ha muitas, bem o sabêmos;<br />

mas também ha muitas fraquêzas,<br />

muita falta de coragem para<br />

a rebeldia, quando é só pela rebeldia<br />

á corrupção que o país pôde e<br />

deve endireitar-sé.<br />

1 # 4<br />

Já foram tomadas providências contra<br />

os transgressôres das posturas<br />

municipaes, principalmente na parte<br />

que diz respeito á limpêza das ruas.<br />

Estám, pois, satisfeitas as exigências<br />

que por mais d'uma vez aqui formulámos,<br />

pelo que não regatearêmos os<br />

nossos applausos ao sr. commissário<br />

dé policia, desejando que as providências<br />

agora ordenadas não sejam de<br />

curta duração.<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

Litteratura e Arte<br />

Dia triste de primavera, a chuva<br />

cáe em nevoeiro branco e leve muito<br />

devagarinho para não magoar as<br />

flores que agora começam a vêr-se<br />

nos quintaes.<br />

— Matar-te?<br />

— Ganhei a vida a amar e a ganhar<br />

a vida perdi a minha vida.<br />

Não posso amar, eu que conheço<br />

o amôr...<br />

Um dia quis amar, fugiu-me o<br />

amôr.<br />

Friamente eu repelia todas as carícias<br />

d'amôr, a mão sobre o coração<br />

d'elles.<br />

Nunca, nunca mais ouvi palpitar<br />

como o que me acorda de noite,<br />

como um remorso, o bater do coração<br />

d'aquelle homem que me amou<br />

e que eu nunca amei...<br />

Responde o ministro:<br />

«Pelo mesmo motivo por que<br />

o exército allemão occupou Schleswig-Holstein<br />

sem auctorização<br />

da Grécia».<br />

Leiam bem. Ponham no logar do<br />

embaixador allemão o nosso amigo<br />

Salisbury; no do ministro grêgo o<br />

sr, Barros Gomes. Para comparar.<br />

0 « L ^ J b J f J i<br />

Estám, emfim, perdidas todas as<br />

illusões que restavam ácêrca do procedimento<br />

das potências europêas<br />

na célebre questão do Oriente.<br />

Consummado o attentado, resta<br />

De toda a parte acorrem felicitações<br />

e manifestações de sympathia<br />

ao povo grego que ora se manifestou<br />

d'um modo tam brioso que assombrou<br />

o mundo civilizado.<br />

A academia d'esta cidade, em<br />

resposta á mensagem que lhe foi<br />

dirigida pela Universidade de Athenas,<br />

resolveu, em assembléa geral,<br />

patrocinar o telegramma que um<br />

grupo de académicos ha tempos enviara<br />

para alli, e bem assim appro-<br />

var uma mensagem de congratulação,<br />

assignada por todas as academias<br />

do país, que será remettida<br />

por intermédio do cônsul grego em<br />

Lisboa.<br />

x<br />

O sr. Gladstone acaba de publi-<br />

esperar pelas consequências; e escar um folhêto em que desenvolvisas<br />

serám, fatal e lógicamente, a damente aprecia a attitude das po-<br />

— A tua taça voou e o champa- Fingia amar, a vêr se encontrava affirmação mais allisonante da cotências nesta malfadada questão, e<br />

gne desfez-se, como uma renda bran- ainda o coração que me amara. bardia dos governos, alliados para em que proclama verdades bem<br />

ca, sobre o rosto do mais alegre. A mão no coração do amado, eu uma obra de retrocesso qual a de duras de roêr para todos os gabi-<br />

Cheguei-me para ti, não fossem escutava a vêr se ouvia aquelle fal- proteger os assassinos turcos connetes alliados.<br />

fazer-le mal; mas não pude suster lar d'amòr que não mentia... tra o indiscutível direito de revolta Nesse folhêto friza bem o sr.<br />

a tua mão pállida em que tremiam<br />

das suas víctimas.<br />

Gladstone a falta de experiência<br />

e choravam as pedras preciosas,cris- Palavras damôr, sempre menti- Porque a revolta dos opprimidos política do tzar da Rússia e classipada<br />

sobre a toalha.<br />

ras...<br />

é sempre um direito; e êsse direito fica de obtuso em questões interna-<br />

Gritaram os crystaes a parlir-se E eu quizera ás vezes romper- constitue, por si só, a única garancionaes o imperador da Allemanha.<br />

no chão, cheio de flôres mortas. lhes com as mãos o peilo e esmatia que lhes assiste a cobri-los con- E conclue pelas seguintes justíssi-<br />

Era tam grande o silêncio que se gar-lhes o coração frio sem amôr... tra os desmandos dos oppressôres. mas palavras:<br />

ouvia o ferver do champagne sobre<br />

Mas a Grécia praticou a ousadia<br />

o tapete.<br />

de saber mostrar-se digna e heróica • Todo o mundo deseja saber<br />

Não se abriram os teus dentes A ti amo-te... Não, não sei... ante o attentado de que o mundo a razão que ha para que o gabi-<br />

quando me gritaste —vem!<br />

Mas enlám o que é?... inteiro se constituía em muda tesnêle siga os passos d'esses so-<br />

Todos me olhavam cheios d'ódio. Quem és tu para eu te conlar o temunha. E essa ousadia vae paberanos abandonando a causa<br />

Apertaste-me as mãos... que não diria ao homem que eu gá-la bem caro, porque não podem dos christãos opprimidos e perse-<br />

Leva-me!, gritaste tu, e eu le- amasse ?<br />

as grandes nações soffrer que uma guidos pelos turcos».<br />

vantei-te e levei-te nos meus braços<br />

pequena nacionalidade saiba com-<br />

x<br />

ao carro que mandaste abrir.<br />

prehender os seus direitos e d'elles<br />

E assim viémos.<br />

— O Perdão. Não te quiz o Es- se servir.<br />

Quanto ao resultado de todas as<br />

Chovia, fazia frio, e tu cantavas, quecimento. Serei o teu último Tudo se olvidou. As tradições se- machinações, nada pôde prever-se<br />

tu que passáras toda aquella noite amante, tu serás o meu último pultaram-se no abysmo dos interes- por enquanto.<br />

alegre sem um sorriso...<br />

amôr...<br />

ses. E as potências europêas fazem Seguem os últimos telegrammas:<br />

Foi assim...<br />

desfilar os seus exércitos triumpban-<br />

Beijou-lheos cabellos que a chutes ante os póvos altónilos perante<br />

va cobria de um veu de nevoeiro tanta desvergonha e tanta insensa-<br />

— Começo a recordar-me... fino e branco, como uma renda de tês.<br />

Quero-te, não sei porquê. Eu nun- lágrimas, lentamente. ..<br />

A Allemanha e a Áustria, fieis ás<br />

ca amei...<br />

Era um dia triste de primavera, a suas tradições, abrem a marcha igno-<br />

Uma vez encontrei um homem chuva caía num nevoeiro fino e branminiosa, seguidas logo após pela<br />

que me amou, e me cobria de caríco, muito devagar para não magoar Itália e pela Inglaterra.<br />

cias que eu não conhecia, eu que<br />

as flôres...<br />

E a França, que, sempre digna,<br />

julgava ter sido tam amada, eu que<br />

T. C. sempre heróica, sempre destemida<br />

julgava conhecer todas as carícias.<br />

na defesa dos fracos contra os for-<br />

Estudei muito aquelle amôr, a<br />

tes, vem de ha séculos illuminando<br />

provocar aquellas carícias para as<br />

com reverbéros de verdade o cami-<br />

decorar...<br />

Um jornal da actual situação ponho<br />

do Dever, proclamando a inlítica<br />

apregoa urbi et erbi, que o sr.<br />

Morreu, dizem que de amôr.<br />

surreição como um direito, lá vae,<br />

E eu vivo sem amar.<br />

ministro das obras públicas apre-<br />

acorrentada ao aulócrala das Rús-<br />

Era da minha terra, d'alli...<br />

sentará na próxima sessão parlasias,<br />

renegar todo o seu passado de<br />

Nasci naquella serra alta que vês<br />

mentar um projecto de lei — ten-<br />

louros, para cingir á fronte a co-<br />

além a furar as nuvens e tam azul,<br />

dente á valorização dos terrenos ocrôa<br />

dos cobardes. Vae abjurar dos<br />

nem que fôsse já céu.<br />

cultos do Alemlejo eá intensificação<br />

princípios que têem irradiado do<br />

cerealífera naquella província.<br />

Menina, nunca tive carícias; só me<br />

seu cérebro fecundo, desde 1789 alé<br />

beijavam as nuvens que vinham pou-<br />

Todos os exforços do sr. ministro<br />

hoje, de braço dado com o Tzar da<br />

x<br />

sar na serra para malar a sêde ás<br />

neste sentido sam louváveis. Mas<br />

Rússia, digno descendente da abo-<br />

rochas áridas, e enchê-las de água<br />

permilta-se-nos que achamos extraminável<br />

Catharina, ingrato ao maior<br />

muito clara...<br />

nhavel que o sr. ministro só agora<br />

benefício de que a família reinante Emygdio Navarro offereceu um<br />

se lembre de começar a preparar-<br />

da Grécia lhe é credora: — a salva- almôço, em sua casa, ao sr. Luís<br />

se com os necessários elementos<br />

ção da sua vida.<br />

do Soveral, ha pouco reintegrado<br />

Que nas serras a água é pura e para confeccionar obra exequível,<br />

crystallina.<br />

prática e viável, quando é certo E é nisto que vêem a dar todos os na seu cargo de embaixador em<br />

Se desce ao valle suja-se de terra. que, durante os longos annos de heroes!<br />

Londres por decreto do govêrno<br />

Nunca viste um rio d'inverno? A opposição seria mais natural e lou- A Grécia ha de submetter-se por- progressista que, em tempo, entre<br />

água vae á força, sempre a voltar-se vável que os homens de Estado que outro remédio não tem. Mas na outras amabilidades o alcunhou de<br />

para traz na saudade da serra que fôssem pensando e estudando os grande alma de todos êsses valentes traidor.<br />

deixou, sempre a redemoinhar; mas problemas da administração pú- que não recuam ante o aniquilla- O sr. D. Carlos fez-se representar<br />

o rio prende-a, pu.cha-a, para o funblica, tanto mais nas circunstâncias mento da sua própria vida, ofereci- nesta festa pelo sr. Conde de Arnoso,<br />

do e quando ella apparece mais "ruinosas do nosso país.<br />

da em holocausto a uma causa jus- e o sr. José Luciano por seu irmão<br />

adeante ao cimo, vem carregada de<br />

ta, ha de ficar bem fundo gravada o sr. Francisco de Castro Mattoso,<br />

Não é — e oxalá que nos enga-<br />

lôdo novo...<br />

a dura lição que acaba de ser offe- o candidato progressista por Coimnêmos<br />

— em 3 ou 4 mêses, que se<br />

recida como exemplo a todos os pobra, que continua mantendo as<br />

E assim vae, coitada, á força, pôde resolver um problema de tam<br />

vos pequenos e dignos.<br />

mais compromettedoras affinidades.<br />

com saudade da serra em que nas- grave importância como o da ferti-<br />

Que nos conste, o tribuno José<br />

ceu, sempre a redemoinhar, sempre lização dos vastos terrenos incultos<br />

x<br />

d'Alpoim não compareceu.<br />

a cobrir-se de lôdo novo, até se per- do Alemtejo. Mas se se conseguisse,<br />

dêr no mar salgado. ..<br />

grande serviço seria êsse prestado Pelas notícias recebidas vê-se que Talvez por se vêr assoberbado<br />

— Eu não sou d'aqui, nasci além á economia nacional.<br />

já se acha estabelecido o bloqueio com a tarefa da administração do<br />

naquellas serras feitas de céu azul...<br />

de Creta. Assegura-se que as po- Nyassa... ou,—quem sabe? —<br />

tências alliadas continuarám adop- com o emprego que ha de dar ás<br />

Pergunta o embaixador da Alletando medidas coercitivas contra a 200 libras em oiro.<br />

Quando desci á cidade... manha em Athenas ao ministro dos Grécia, começando pelo bloqueio dos<br />

Porque te ris ? Julgas que te que- extrangeiros da Grécia:<br />

portos do Pireo e ie Volo.<br />

ro enganar?<br />

«Cartillia d o P o v o »<br />

«Porque desembarcou em Cre-<br />

Braz da Serra. Passo dias e dias a olhar os rios,<br />

x<br />

ta o exército grêgo sem auctori-<br />

mas não posso matar-me...<br />

zação da Allemanha?»<br />

Athenas, 22, l. — O governo<br />

hellénico mandou inscrever todos os<br />

cidadãos que tenham 32 annos de<br />

edade e d'ahi para cima, com o fim de<br />

formar a milicia que ha de ser encarregada<br />

de guardar as povoações do<br />

reino.<br />

Um despacho de Larissi annuncla<br />

que em Elassona rebentou um canhão<br />

turco, matando 1 official e 8 soldados.<br />

• Londres, 33, m. — Diz um telegramma<br />

de Athenas para o Times<br />

que a Grécia, desejosa d'uma solução<br />

pacífica se contentaria com a retirada<br />

completa das tropas turcas de Crêta.<br />

Canêa, 22, n. —Houve hoje um<br />

combate em Malano, ficando mortos 10<br />

turcos e feridos muitos outros.<br />

Canêa, 33, ni. — Desembarcou<br />

aqui esta madrugada o primeiro destacamento<br />

de soldados franrêses. O último<br />

destacamento, chegado hoje de<br />

madrugada a bordo do transporte Auvergne<br />

desembarcará esta tarde.<br />

Acha se já totalmente feita a distribuição<br />

gratuita d'esta grande obra de<br />

propaganda revolucionária do dr. José<br />

Falcão, ha pouco reeditada, a expensas<br />

de subscripção pública, pelo grupo<br />

académico republicano d'esta cidade.<br />

A Commissão encarregada de todos<br />

os trabalhos, agora concluídos, reuniu<br />

ha poucos dias, resolvendo publicar<br />

um extenso e minucioso relatório, e<br />

bem assim entregar o remanescente<br />

da subscripção á Commissão do monu-<br />

mento erecto no Porto em honra das<br />

victimas da gloriosa jornada de 31 dç<br />

Janeiro de 1891,


Notícias diversas<br />

— .N "<br />

Reuniu hontem, no salão da Trindade,<br />

em assembléa geral, a academia<br />

d'esta cidade para tomar conhecimento<br />

do officio da academia de Lisboa<br />

annunciando a sua visita para os<br />

fins do corrente mês.<br />

Foi resolvido i.fficiar a esta última,<br />

manifestando-lhe os inconvenientes de<br />

essa visita por occasião da récita dos<br />

quintanistas, patenteando nesse mesmo<br />

officio os bons desejos de que todos se<br />

acham animados para com os seus collegas<br />

da capital.<br />

Resolveu se mais nomear uma commissão<br />

central, composta de quintanistas<br />

das differentes Faculdades e<br />

outras sub-commissões a ella aggregadas<br />

para, com o seu auxílio, poderem<br />

acolher condignamente a visita annunciada.<br />

Para governador civil substituto do<br />

districto de Coimbra, vae ser nomeado<br />

o sr. dr. Luís da Costa e Almeida,<br />

decano da faculdade de Mathemática.<br />

Realizou-se no domingo a procissão<br />

dos Passos. A mesma solemnidade dos<br />

.-•nnos anteriores, cortada unicamente<br />

êste anno por uma scena edificante de<br />

devotos caprichosos.<br />

Ao chegar a procissão ao largo do<br />

Pocinho, o guião tomou impávida e re-<br />

solutamente pela rua dn Corvo, a rua<br />

do antigo trajecto, e não pela rua da<br />

Louça, como projectado estava. Grande<br />

indignação dos devotos da rua da<br />

Louça. A procissão dividiu-se e vae<br />

por esta rua o andôr sem o guião e<br />

pela do Corvo o guião sem o andôr.<br />

Que o conductor do guião foi subornado<br />

pelos da rua Corvo, affirmavam<br />

uns; que não ha tal e que foi uma ordem<br />

mal comprebendida, diz o do<br />

guião.<br />

S eis como uma questão de rivalidades<br />

devotas esteve a produzir um<br />

chimfrim diabólico.<br />

No largo de Sansão restabeleceu se<br />

a ordem, e lá vam de fingida harmonia<br />

alé à Graça, onde prégou o sr. Alves<br />

Mendes.<br />

De visita ao sr. Adelino Pereira de<br />

Carvalho, honrado escrivão de direito<br />

nesta comarca, estám em Coimbra suas<br />

sobrinhas, meninas de rara gentilêsa<br />

e distincçào, Glh?s do sr. dr. Abilio da<br />

Costa Torres, médico muito distincto<br />

nas Caldas de Vizella.<br />

No domingo liltimo realizou-se na<br />

parada do quartel de infanteria 23 o<br />

acto do juramento de bandeiras, tendo<br />

prestado êste juramento uns 30 recrutas.<br />

30 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'iim forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Bérard «& C. a<br />

Uma carta<br />

Enganaste-rnel Dito isto para saberbermos<br />

com o que havemos de contar<br />

um e o outro... sentemo-nos à mesa<br />

e comamos...<br />

Lorémont ficou um momento aturdido<br />

com o que acabava de ouvir... os<br />

dentes cerrados, a bocca crispada, contendo<br />

a rusto a cólera; sentou-se.<br />

Depois de ter comido durante alguns<br />

minutos continuou num tom diferente,<br />

um tom quasi submisso:<br />

— Entám tu, Linotte, não és de opinião<br />

que se deva continuar?<br />

— Estou prompta a fazer o que fôr<br />

preciso, não quero faltar á minha pa-<br />

lavra, mas penso que andamos a perder<br />

tempo.<br />

— Apesar de tudo isso, escuta-me,<br />

fanotte, eu não trabalho como uma<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 11 de março de 1897<br />

Sam do sr. dr. Teixeira de Carvalho<br />

os desenhos do programma e cartazes<br />

di récita do 5 ° anno jurídico.<br />

O programma, que é aguarellado,<br />

tem em cima a silhouette do bairro alto,<br />

o nosso bairro latino, recortando-se<br />

sobre um céu de madrugada, côr de<br />

rosa e verde. Á frente, apaga-se ocan<br />

dieiro d'estudo, e a última chamma<br />

tran?forma-se numa visão de mulher<br />

que touca de saudades em flôr o brazão<br />

de Coimbra de que vôa um bando<br />

de andorinhas.<br />

O cartaz, êsse está ainda a esta hora<br />

por fazer...<br />

•<br />

Estám nesta cidade, de passagem, os<br />

nossos amigos Joaquim Fernandes Corrêa,<br />

de Gouvêa, António Jorge, do<br />

Porto, e Pedro de Mello Alhayde, de<br />

Lisboa Cumprimentamo-los.<br />

A sogra do sr José da Cunha, negociante<br />

nesta cidade, foi hontem atropellada,<br />

à Quinta da Bica, por um cavalleiro<br />

que nessa occasião por alli passava,<br />

a todo o galópe do seu cavallo,<br />

ficando com um braço fracturado e<br />

apresentando escoriações pela cabeça.<br />

O cavalleiro não foi conhecido.<br />

Na segunda feira realizou-se em<br />

Condeixa o funeral da sr. a D. Amélia<br />

Santiago, viuva do sr. Lemos Ramalho<br />

e sogra do sr. dr. Souto-Maior, illustre<br />

delegado do procurador régio nesta<br />

comarca.<br />

O funeral foi larga e selectamente<br />

concorrido de amigos da illustre familia<br />

da finada e de amigos pessoaes e<br />

admiradores do sr. dr. Souto-Maior, a<br />

quem manifestamos o nosso pêsame.<br />

A Faculdade de Direito resolveu, na<br />

sua última congregação, fixar os dias<br />

14 e 15 do proximo mês de maio<br />

para a defêsa das theses do candidato<br />

sr. dr. Francisco Joaquim Fernandes.<br />

Achum-se rxpostos na Casa Havaneza<br />

o alçado e o côrte d'um projecto<br />

para a construcção d'uma praça de<br />

touros feito pelo sr. Monteiro, conductor<br />

das obras municipaes, e aguarellado<br />

pelo sr. Cardoso, conductor de<br />

obras publicas, que ha tempo se acha<br />

nesta cidade dirigindo os trabalhos do<br />

matadouro.<br />

Os auctores do projecto publicaram<br />

um folheto expondo ao público as<br />

criança; antes de me metter numa emprêsa,<br />

que devia dar-nos resultados<br />

tam consideráveis, informei-me, andei<br />

por toda a parte, até pela família. ..<br />

— A família ?..., perguntou Jeanne,<br />

— Sim! 0 pequeno Mouson. .<br />

— 0 pequeno Mouson, Adolpho Fontaine<br />

?<br />

— Sim 1 É cunhado d'elle...<br />

— Ah ! Ah I... e a Linotte riu. Essa<br />

é boa...<br />

— Porque te ris tu ?<br />

— Por nada!<br />

Lorémont não insistiu e continuou :<br />

— Confessa que seria extraordinária<br />

a coincidência; o mesmo nome...<br />

— Eu penso que encontrei a explicação.<br />

— 0 mesmo nome não seria nada.<br />

Mas a mesma casa...<br />

— Oh I A mesma casa. Oh t Oh ! Tu<br />

vaes um pouco longe demais.<br />

A Linotte conhecia um meio para<br />

fallar com coragem, e empregava-o<br />

E-íse meio consistia em excitar o cérebro<br />

com um vinho generoso, por is-<br />

so disse, já alegre:<br />

— Sabes que é bonito o rapaz de<br />

que me mostraste o retrato. Parece-se<br />

um pouco com elle, é verdade. Mas se<br />

fosse elle seria mais perigoso que útil<br />

mandar-me a casa d'elle...<br />

— Porquê?<br />

— Porque... porque se gosta sem-<br />

pre de ver um homem que fez o<br />

que elle fez por mim... e que tendo*<br />

se tornado bonito...<br />

— Tii estás doida, elle é casado 1<br />

vantagens que para a cidade adviriam<br />

da construcção da praça, e indicam<br />

como local apropriado para essa construcção<br />

o planalto da quinta de Santa<br />

Cruz, em Montes Claros, ao poente do<br />

matadouro.<br />

Segundo êste projecto a construcção<br />

não custará mais de 15:000)5(000 réis,<br />

e a lotação da praça será de 12:000<br />

pessoas.<br />

Está em Coimbra, de inspecção ao<br />

regimento de infanteria 23, o general<br />

de divisão, sr. Sepúlveda.<br />

Ante-hontem desbocou se o cavallo<br />

em que montava o capitão da guarda<br />

fiscal, sr. Salema, do que resultou<br />

cair o cavallo com o cavalleiro no<br />

largo de Sansão. O sr. Salema ficou<br />

ligeiramente contuso.<br />

Encontra-se doente o sogro do con<br />

ceituado commerciante d'esta cidade<br />

e rosso amigo sr. Francisco Maria<br />

de Sousa Nazareth.<br />

Falleceu nesta cidade, na última<br />

terça feira, o sr. Antonio Maria d'Almada,<br />

major reformado, residente nesta<br />

cidade.<br />

Realizou-se hontem o seu enterro,<br />

Realizaram-se hontem no gymnásio sendo portador da chave do caixão o<br />

e no Centro Commércio e Industria coronel commandante do regimento da<br />

bailes de costumes, comrneniorativos guarnição, sendo as honras fúnebres<br />

da mi carême.<br />

prestadas por uma força de capitão<br />

Foram muito concorridos, dançando- que deu as descargas do estylo.<br />

se animadamente. Agradecemos o convite.<br />

Falleceu também o pae do nosso<br />

amigo sr. José Falcão Ribeiro, director<br />

do Collégio Académico.<br />

Os nossos pêsames.<br />

Appareceu hontem morta no Choupal,<br />

junto a uma valia, uma rapariga<br />

de 16 annos, Maria d'Almeida, d'Aveiro,<br />

que vivia em companhia d'um tio,<br />

Agostinho d'Almeida, na rua do Carmo.<br />

Não se sabe que motivos occasionaram<br />

a morte; sabe-se apenas que ha<br />

alguns dias, tendo ella perdido um<br />

brinco, foi em casa ameaçada pela tia<br />

com o procedimento que para com a<br />

rapariga teria o tio. Pouco depois, sendo<br />

incumbida d'um recado saiu de<br />

casa sem tornar a voltar, sabendo-se<br />

d'ella sómente quando a encontraram<br />

morta.<br />

Resultaria a morte d'um suicídio,<br />

d'um desastre ?...<br />

A policia está averiguando<br />

Foi para Lisboa o sr. governador<br />

civil, a tratar de assumptos de interesse<br />

para Coimbra, diz o Tribuno<br />

Popular.<br />

A tratar de interesses da máchina<br />

eleitoral, dizem todos os outros.<br />

— Ê verdade! mas...<br />

— Tem filhos!<br />

— Isso já é outra coisa!... 9 eu<br />

gosto mais que não seja elle!...<br />

— Tu inquietas-me, Linotte, e eu<br />

começo a duvidar...<br />

— Vamos lá!... dá-me êsse retrato<br />

para eu vêr ainda.<br />

Lorémont tirou o retrato da carteira<br />

e deu-o a Jeanne: esta olhou-o a<br />

principio sorrindo, depois approximando-se<br />

da luz para vêr melhor, indireitou-se<br />

de repente e disse:<br />

— Oh! É elle!...<br />

Ouvindo esta exclamação, o barão<br />

levantou-se e debruçando-se sobre o<br />

hombro da sua cúmplice procurando o<br />

signal particular que tinha de repente<br />

transformado as dúvidas da Linote em<br />

certêsa.<br />

— Afinal reconhéces-lo.<br />

— Sim! Sim, disse a Linotte.<br />

— É com certêsa elle?<br />

— Com certêsa 1<br />

— Porque o reconheces?<br />

— Alli!...<br />

E o dedo da rapariga tremia indicando<br />

a testa do retrato.<br />

— Que tem isso ?<br />

— Tu não vês esla cicatris... na<br />

testa!<br />

— Vejo. E depois?...<br />

(Continúa.)<br />

Revistas e jornaes<br />

Recebemos de Vizeu uni fascículo com os<br />

n" 1 e 2 do Boletim Diocesano, de que é director<br />

o sr. dr. José Marques Rito e Cunha,<br />

professor do Seminário d'aquella diocese.<br />

Agradecemos.<br />

Gaxeta das Aldeãs — Continúa justificando<br />

os seus fóros de muito útil publicação<br />

a Gazeta das Aldeias, cujo último número<br />

têmos presente.<br />

A regularidade da sua publicação e o'interesse<br />

que a todos os agricultores devem despertar<br />

as doutrinas e os conselhos alli expendidos<br />

sam um penhôr seguro da sua crescente<br />

prosperidade.<br />

Educação Nacional — Recebemos o<br />

n.° 25 d'este utilíssimo semanário de instrucçâo,<br />

cujo summário é o seguinte:<br />

A funcção da eschóla, J. Simões Dias.—<br />

Exames de saída, Arthur de Seabra. — Questão<br />

suprêma, Hildebrando.—Instrucçâo secundária,<br />

A. C.—A remodelação das leis d'instrucçâo<br />

primária. — O concurso dos compêndios,<br />

M. Cassiz.—Um século em reformas, J. Pereira<br />

Dias.— Professores de ensino livre.— Professores<br />

complementares. — Uma pergunta. —<br />

Notas. — Consultas. — Secção official : provimentos<br />

temporários, transferências, licenças,<br />

nomeações. — Bibliographia.— Expediente.—<br />

Correspondentes.<br />

O Jornal dos Romances — Recebemos<br />

o Número Programma d'este novo hebdomadário<br />

illustrado, que se publica 110 Porto.<br />

O summário do presente primeiro número é<br />

o seguinte :<br />

Texto —Joanninha, a costureira.—A cidade<br />

aérea.— O Jornal dos Romances.—Constâncio<br />

Enguiço.—Contos para creanças.—Conselhos e<br />

receitas.— Curiosidades.— Sciéncia prática.—<br />

Os cavalleiros da Rosa Vermelha. — Licção<br />

recreativa. — Divertimentos scientíficos.<br />

Gravuras— Joanninha, a costureira... Agarrou<br />

a creança toda embrulhada na coberta de<br />

sáda... — A cidade aérea... Olhavam pasmando<br />

e manifestando a sua surprêsa...— Os<br />

ovos giradores.<br />

Agradecemos a remessa e juntamente desejamos<br />

a esta publicação uma longa vida e<br />

muitas prosperidades.<br />

O Caminho — E êste o título de um<br />

novo jornal cujo primeiro núnero temos presente,<br />

e que nesta cidade vê a luz da publicidade.<br />

Pelo que deduzimos da sua leitura é mais<br />

um combatente que vem infileirar-se nos arraiaes<br />

socialistas, pugnando pelo advento d'um<br />

regimen de Egualdade e pela emancipação dos<br />

opprimidos.<br />

Muitas felicidades é o que do coração desejamos<br />

ao novo collega.<br />

A «Pieuvr


AMÊNDOAS<br />

Casa Innocencia<br />

91 —Rna Ferreira Borges —97<br />

C O I M B 1ÍA<br />

A mais antiga e a primeira neste<br />

género, premiada em diversas<br />

exposições.<br />

Grande sortimento de amêndoas<br />

e outros dôces, fabrico esmerado<br />

e preços resumidos com<br />

grandes descontos para os srs.<br />

revendedores<br />

Completo sortimento de todos<br />

os artigos de mercearia.<br />

Mandam-se tabellas de preços<br />

a quem as pedir.<br />

Manuel Antonio da Costa.<br />

2 A puro vinho branco<br />

w vende-se na rua da Trindade,<br />

27 e 29.<br />

Gasa para arrendar<br />

3 Ha rua das Sóllas n.° 13 e<br />

il 15, lója e dois andares,<br />

tratar desde já com Alberto Carlos<br />

de Moura, rua Ferreira Borges,<br />

n.° 6.<br />

Topico contra a coqueluche<br />

Medicamento ellicaz<br />

Preparado por o pharmaceutico<br />

A. Amorim de Carvalho<br />

Á venda nas principaes pharmacias.<br />

Depósito em Coimbra: M.<br />

Nazareth & Irmão. — Rua<br />

Ferreira Borges.<br />

de<br />

Depósito geral: Rua do Bomjardim,<br />

438—Porto.<br />

Preço do frasco, 400 réis.—<br />

Delo correio, 500 réis.<br />

ESTABELECIMENTO<br />

RESISTENCIA — Quinta feira, 52 de março de 1897<br />

0 Remedio de AYER contra sezões—Febres<br />

intermitentes e bliosas<br />

Peitoral de Cereja de Ayer. 0 remédio mais<br />

seguro que ha para curar a Tosse Bronchite, Aslhcma<br />

e Tubérculos pulmonares.<br />

Frasco, 10000 réis meio frasco, 600 réis.<br />

Todos os remédios que ficam indicados sam altamente<br />

concentrados de maneira que sabem baratos, porque<br />

um vidro dura muito tempo.<br />

Pilnlas Cathartieas de Ayer.— O melhor<br />

purgativo, suave, inteiramente vegetal.<br />

0<br />

Frasco, l^OOO réis<br />

Vigor do Cabello<br />

DO DR. AYER,<br />

DE<br />

FERRAGENS, TINTAS E ARMAS DE FOGO<br />

DE<br />

João Gomes Moreira<br />

50, Rua Ferreira Borges, 52 (Em frente ao Arco d'Almedina)<br />

COIMBRA<br />

Tal HvdranliM • Grande depósito da Companhia Cabo Mon<br />

Vidl njUidlllllid. dego.—Aviso aos proprietários e mestres<br />

d'obras.<br />

Flprtriridarip p nntira Agéncia da casa R a m f<br />

Para a cura efficaz e prompta dàs<br />

Moléstias provenientes da im<br />

pureza do Sangue.<br />

TOINTICO Ol-^XEliSrT.A.TL<br />

>I:ii'


NO HORISONTE<br />

purêza e de energia indómita que caracterizam<br />

o pôvo boer. *<br />

x<br />

cimento que se prepara, preoccupese<br />

a opinião illustrada e séria para<br />

lhe tomar contas da sua negligência<br />

criminosa.<br />

Moralidade e economia<br />

Foi hoje que o Diário trouxe emfim,<br />

assignado pelo rei e pelos seus<br />

sete ministros, o decreto que nomeia<br />

uma commissão para proceder<br />

ao arrolamento de todos os empre-<br />

Carta de Lisboa<br />

Mas a lucta vae estalar; tudo o<br />

Do assumpto banal e indecorôso faz prever: —a guerra surda que<br />

da lucta eleitoral que se vem fe- nas trevas se têem movido, e os<br />

A índia pacificada gados que existam além dos dos<br />

rindo, tam repelidas vezes tratado preparativos béllicos que uns e ou-<br />

quadros. Segundo o relatório, o fim<br />

com as censuras acerbas d'aquelles tros estám fazendo.<br />

Da índia mandaram êste tele- do decreto é «adoptar^providências<br />

qne a lama política não salpica, e Nos últimos tempos têem entragramma: que ao mesmo tempo satisfaçam as<br />

coin os incentivos egoístas e intedo, ás tonelladas, no Transwaal as «Goa, 34, ás 5 e 3© t.— impreteriveis necessidades dos ser-<br />

Bandidos roubaram igreja Rarodá, maviços e conciliem a máxima parciresseiros<br />

dos que pretendem arran- munições, as armas, os equipamentaram mutilando homens e mulheres mónia nas despêsas com a justiça e<br />

jar a sua vida, passámos a chamar tos, todo o material, emfim, para Collena, e incendiaram o posto fiscal equidade que áquelles funccionários<br />

hoje a opinião para um aconteci- uma guerra próxima e decisiva. Os de Zuna.— (a) Presidente conselho go-<br />

possam assistir».<br />

vernativo».mento<br />

que se accentua no horisonte, inglêses têem concentrado na coló-<br />

Para affirmar que êsse decreto<br />

Este telegramma, completando<br />

de importância capital para a nossa nia do Gabo grandes provisões de<br />

representa'uma mystificação, basta<br />

as notícias recebidas anteriormente,<br />

vida política, para os interesses su- material de guerra, e em grande<br />

lembrar o que os progressistas fi-<br />

não mostra só o estado desgraçado<br />

periores do nosso país e, sem dú- uantidade continuam a ser expezeram<br />

com o sello e com o decreto<br />

em que se encontra a província ul-<br />

sôbre contabilidade, cuja execução<br />

vida, para o futuro da nossa naciodidas remessas novas. Forças militramarina, que ainda assim se es-<br />

dispensava êste.<br />

nalidade. E dizemos que é de capiares, lêem em mobilização já muicolhe para pretexto de festanças na-<br />

Mas ha ainda mais factos que<br />

tal importância êsse acontecimento, os milhares d'homens, dos regimencionaes e internacionaes.<br />

demonstram a moralidade da gente<br />

porque d'elle dependerá, talvez, o os d'infanteria, hussards, cavalla-<br />

Prova o qae tem sido a adminis-<br />

do sr. Luciano, em assumpto de<br />

ação da monarchia e o que ella é,<br />

podermos continuar a viver a vida ria, artilheria, duas companhias de<br />

empregados do Estado.<br />

com relação ao ultramar.<br />

social dos povos autónomos. sapadores e basto pessoal da admi-<br />

Merece ser registado um recen-<br />

Apparecida a revolta na índia,<br />

Referimo-nos á collisão que se nistração militar de saúde.<br />

temente conhecido nos seus porme-<br />

'oi mandado para lá o sr. Raphâel<br />

nores. *<br />

vem preparando, lenta mas segura- Tudo isto faz vêr que para breve d'Andrade. E apregooú-se que êsse^<br />

O art.° 102.° da lei orgânica do<br />

mente, entre a florescente e prós- se prepara uma lucta tremenda en-<br />

official, queimando povoações intá-<br />

ministério dos negócios exlrangeiras<br />

e convertendo soldados portupera<br />

república do Transwaal e a re a Inglaterra e o Transwaal, que<br />

ros declara que os officiaes do exérguêses<br />

em salteadores, tinha conse-<br />

poderosa e rapace Inglaterra. em por seu lado, a apoiá-lo, a Alcito<br />

e da armada não pódem ser<br />

guido a pacificação.<br />

nomeados cônsules, sem ter renun-<br />

A animosidade, ou, mais ainda, emanha.<br />

Averiguou-se que era mentira e<br />

ciado aos seus postos.<br />

o ódio inveterado que ao povo boer A situação^dfii.Portugal* perante oi subslituí-lo o sr. D. Affonso<br />

O art.° 136.° dá a preferência<br />

vota o inglês avaro e absorvente, esla lucta é das mais delicadas e Wolfando.<br />

para os consulados de 2.<br />

que sonha e prepara na África do melindrosas. Lourenço Marques está<br />

Logo houve quem jurasse que o<br />

irmão do rei encontraia o verda-<br />

Sul o seu mais vasto império, de ás portas da república transwaliadeiro<br />

systêma de pacificação:—por<br />

mais largo e promettedor futuro, é na, é, pôde dizer-se, a chave dos meio de bailes, de theatradas, de<br />

facto conhecido de lodos aquelles acontecimentos que se encastellam correrias de sporíman e de toda a<br />

que alguma attenção ligam ás ques- e nos ameaçam.<br />

qualidade de pândegas.<br />

tões coloniaes, e que vêem a lucta Qual deverá ser a nossa attitude Canonizou-se o heroe pela desco-<br />

tenacíssima que a Inglaterra sus- em presença do confliclo que se<br />

berta, mas esta não deu resultado.<br />

Com os podêres mais amplos,<br />

tenta no sentido do seu domínio )repara?<br />

assumiu entám o governo da pro-<br />

cada vez mais extenso e radicado Problema é êste tam grave e tam víncia o sr. Neves Ferreira, que se<br />

nas riquíssimas regiões da África complexo, que pode comprometter disse ter um infallivel elixir: — per-<br />

. austral. Captiva também as atlen- tam gravemente a nossa dignidade versidade para matar, a tôrto e a<br />

ções de todos o exforço prodigioso, como o nosso futuro, que se deverá direito, revoltosos e não revoltosos.<br />

soberbo de audácia, de energia e de impôr com um caracter de instante<br />

Fizeram-se, durante mêses, cen-<br />

tenacidade, que levou os boers á<br />

tenas de mortes, as mais bárbaras.<br />

urgente solução aos que têem<br />

A pacificação alli está: igrejas<br />

constituição da república transwa. obrigação de velar pelos nossos in- roubadas, postos fiscaes incendia-<br />

liara, que nasceu e se tem robusteresses, pelos nossos direitos e pela dos, mulheres e homens mutilados.<br />

tecido á custa unicamente da pru- nossa honra.<br />

dência e faculdades extranhas de Está de tal modo tensa a situa- D. Carlos de Bragança anda a<br />

• trabalho que constituem o fundo ção, que temos de esperar d'um gosar a primavera.<br />

ethnico do nobre pôvo dos Afri- momento para o outro o rompimen Chegou de Santa Suzanna e parcanders.<br />

to das hostilidades, a deflagração tiu para Vendas Novas, talvez para<br />

A ambição dominante dos i e- ios ódios represados e amontoados<br />

fugir á catecbese do presidente do<br />

seu conselho de ministros. Trajava<br />

ses nas sua lucubrações de política como explosivos devastadores. jaquêta, calça apertada—justa ao<br />

colonial, tem sido, incessantemen- E urgente, por isso, que a enca- feitio da perna, — chapéu molle, e<br />

te, a de esmagar, aniquillar aquelle rêmos com a frieza e serenidade sapatos de salto de prateleira.<br />

núcleo de resistência forte e pode- dos grandes lances, mas também Foi em comboio especial.<br />

rosa, que se vem oppondo ás suas com a decisão, a energia e a intre- Como se sabe, apesar do tam<br />

tentativas constantes de predomínio pidêz de quem, tendo de ser neu célebre aviso prévio com que o sr.<br />

e de expansão.<br />

trai, não está disposto a ser joguê- Beirão quis mimosear a imprensa<br />

Têem-se succedido as arremellite de qualquer das partes belige- republicana, fôram querellados dois<br />

das, pela corrupção, pela astúcia e rantes.<br />

jornaes d'êste partido.<br />

pela violência. A todas tem sabido<br />

Foi restabelecida a concórdia en-<br />

oppôr-se e resistir a inflexível ener Eis um assumpto bem digno de<br />

tre as rãs que chafurdavam no charco<br />

do Nyassa, e nomeados quatro<br />

gia d'aquelle pôvo forte, juvenil e absorver as attenções do governo,<br />

novos administradores progressis-<br />

audaz.<br />

e bem mais á altura da sua funcção tas, um dos quaes foi o iniciador da<br />

E o Transwaal tem florescido do que cuidar de saber qual será o campanha de moralidade contra a<br />

prodigiosamente na ubérrima ferti deputado que ha de fazer eleger companhia do dito charco.<br />

lidade do seu solo, na riquêza in por Paio Pires ou Pico de Regala- Vergonha, dignidade do po»<br />

exhaurivel das suas minas d'ouro dos.<br />

dêr, desappareceu. Acabou tudo.<br />

Ninguém sabe onde isto irá<br />

e, principalmente, nas qualidades Mas se o governo se não preoc- parar, (Correio da Noite, de 29 de<br />

priaiaciaes de caracter, de brio, de cupar com o alarmante do aconte- outubro de 1895.)<br />

a classe<br />

aos cônsules de l. a que os queiram.<br />

O art.° 101.° diz que d'entre os<br />

candidatos legalmente habilitados<br />

serám nomeados primeiro os mais<br />

bem classificados por concurso.<br />

O decreto de 12 de novembro de<br />

1891 supprimiu o consulado no<br />

Japão, que era de 2. a classe.<br />

Pois o sr. Batalha de Freitas,<br />

official da armada, ex-secretário do<br />

sr. Hintze, foi nomeado cônsul do<br />

Japão, sem ter renunciado ao seu<br />

posto na armada, havendo um regimento<br />

de cônsules de l. a que acceitariam<br />

êsse consulado com a melhor<br />

vontade e havendo emfim candidatos<br />

a consulados de 2. a J30 d.e março<br />

Expira a semana, sem nada de<br />

extranho nem de interessante.<br />

Nenhuma alteração d'habitos e a<br />

mesma mesquinhêz dentro da política.<br />

Mulheres esfaqueadas como aquella<br />

que o amante prostrou na travessa<br />

do Pastelleiro; o thesouro, apesar<br />

d'exhausto, saqueado como o<br />

tem sido sempre, e a liberdade aos<br />

pontapés dos monárchicos como a<br />

honra na consciência dos salteadores.<br />

O habitual relaxamento e a velha<br />

semsaboria.<br />

x<br />

A preoccupação do ministério não<br />

mostra ser, como por seu interesse<br />

era natural que fôsse, a questão<br />

económica, que, affectando a nação,<br />

affecta também muito primordialmente<br />

a monarchia, como parasita<br />

do dinheiro de todos nós.<br />

Não se aventa um único projecto<br />

que vise sériamente a melhorar as<br />

circunstâncias financeiras.<br />

Não se descobre sequer a tentaiva<br />

d'um plano que possa evitar<br />

afílicções imminentes.<br />

A comédia eleitoral absorve em<br />

absoluto, neste momento, as attenções<br />

da governança.<br />

Os mmistros, em vez de estudar<br />

os meios de evitar d'alguma forma<br />

os perigos próximos, conferenciam<br />

com os governadores civis, com<br />

commissões d'influentes locaes, por<br />

último com galopins, e exgotam-se<br />

a meditar sobre a forma de valer a<br />

oda essa gente.<br />

Assim succede que o noticiário<br />

dos jornaes officiosos, em vez de<br />

nos dar conta de medidas que venham,<br />

sem injustiças nem vexames,<br />

augmentar as receitas, ou d'outras<br />

que traduzam um cerceamento de<br />

despêsas supérfluas, diz-nos meramente<br />

que se projectam estradas,<br />

classe que fulanos e beltranos foram no-<br />

com a melhor classificação. meados para êste ou aquelle lugar,<br />

A nomeação foi feita pelos rege- e que em determinados tempos vam<br />

neradores, na agonia.<br />

emprehender-se certos melhoramen-<br />

Mas os progressistas, que, pelas tos á custa do thesouro.<br />

disposições de lei citadas e ainda Por isso acontece ainda que a<br />

pelo decreto de contabilidade, po leitura dos mesmos jornaes nos diz<br />

diam e deviam annullá-la, não o fi- que por êsse país fóra se desenrozeram<br />

nem farám.<br />

lam scenas mansas de facadas entre<br />

Perfeitíssima moralidade! progressistas e regeneradores—úni-<br />

Tal e qual como a que existia cos concorrentes, felizmente, á far-<br />

d'antes no Pinhal d'Azambuja. çada em projecto.<br />

Espectadores que sômos, assistamos,<br />

registrêmos e cuspamos so-<br />

Diz o Diário Popular que as<br />

bre essas manifestações de sordidêz<br />

exigências dos póvos, quando se<br />

monárchica.<br />

approximam épochas de eleições,<br />

X<br />

sam enormes; e que se fôssem satisfeitas<br />

todas as exigências eleito- Entretanto os perigos e as verraes,<br />

seria sem nunca acabar. Para gonhas amontoam-se e accumuexemplificar,<br />

diz que Taboaço pre 1am-se.<br />

tende uma ponte sôbre o Douro que Surge-nos, por exemplo, quasi<br />

custa 100 contos e uma estrada despercebida a notícia de que um<br />

que custara 75.<br />

sr. Chapuy, íntimo de Rotschild,<br />

Se é a única occasião que os póvos vem inspeccionar as linhas férreas<br />

lêem de arrancar aos governos con- do Estado — Minho e Douro e Sul<br />

cessões e garantias, não pôde levar- e Sueste —, porque um grupo de<br />

se-lhes a mal que as aproveitem. syndicateiros francêses, Rotschild á<br />

Partiu de cima o exemplo das frente, deseja fazer uma transacção<br />

traficáncias políticas; não nos ad- sobre essas linhas.<br />

mirêmos se o civismo dos póvos é O rendimento d'ellas constitue,<br />

mercadoria com (jue se trafique, como é sabido, o nosso único ren-


Mentiras progressistas<br />

RESISTENCIA —Domingo, 14 de fevereiro de 1897<br />

Litteratura e Arte<br />

dimento livre. O resto, se não está<br />

bypothecado, está vendido.<br />

Razões de sobra havia para que<br />

a notícia relevasse,, a fazer vibrar<br />

sentimentos d'honra e instinctos de O partido progressista está bur-<br />

conservação.<br />

lando os seus partidários, os seus<br />

Mas passa despercebida como to- amigos e todos os que tiveram a indas<br />

as outras do mesmo género. genuidade de crêr nas suas promessas,<br />

por occasião do movimento de<br />

x<br />

revolta que em 1895 começou de<br />

Despercebida passa esl'outra. E esbracejai por êsse país fóra.<br />

em outro país faria barulho :—que O partido progressista está faltan-<br />

os fornecedores da câmara de Lisdo a todos os compromissos tomaboa<br />

pediram as suas dívidas por dos quando o ostracismo a que o seu<br />

fornecimentos dos annos de 1893, rei<br />

1894, 1895 e 1896, e estám dispostos<br />

a executá-la.<br />

O ouro é sobremodo eloquente.<br />

A primeira câmara do país — a<br />

da capital —, apesar de tutellada<br />

como uma demente, dada por interdictâ<br />

e como tal administrada<br />

pelo governo, vê-se em perigo de<br />

ser executada, porque não paga aos<br />

seus credôres1<br />

Gomo symptoma de relaxamento<br />

e de podridão, não pode exigir-se<br />

melhor nem mais eloquente.<br />

Sabido que êsse agrupamento<br />

representa um dos sustentáculos da<br />

corôa, que, segundo corre, se impõe<br />

contra a sua dissolução, o valor<br />

do facto é tanto maior, porque<br />

pode -dizer-se que vae começar a<br />

execução da monarchia.<br />

x<br />

Ham de lembrar-se que, obtida<br />

a cotação das obrigações da Companhia<br />

real nas condições que entám<br />

se revelaram — encargos de<br />

momento e encargos permanentes,<br />

— se propalou logo que taes papeis<br />

não se demorariam muito em poder<br />

do governo.<br />

Os progressistas commentaram a<br />

notícia com a rhetórica do estvloeschóla<br />

romântica avariada.<br />

Agora noticia a imprensa extrangeira<br />

que no Crédit Lyonnais, em<br />

Paris, se encontram algumas d'essas<br />

obrigações.<br />

Prova-se, pois, d'esta vez a<br />

causa do desespero dos progressistas<br />

na opposição.<br />

.... Queriam que as obrigações<br />

fôssem vendidas, mas não pelos regeneradores.<br />

.... Queriam vendê-las, elles,<br />

para valer ás respectivas barrigas<br />

esvasiadas, com sete annos deposição.<br />

F. B.<br />

—<br />

Deve sair brevemente no Diário<br />

do Governo o decreto que fixa o dia<br />

2 de maio para as pseudo-èleições<br />

de deputados.<br />

Apesar do tempo relativamente<br />

longo que ainda medeia, trabalhase<br />

activamente em todo o país para<br />

a lucta que vae ferir-se nos arraiaes<br />

monárchicos.<br />

Após os doestos e os insultos<br />

com que os progressistas mimosearam<br />

a lei eleitoral e os seus auctores,<br />

vem a consumação da mais<br />

flagrante das incoheréncias que podiam<br />

germinar no bestunto dos actuaes<br />

governantes.<br />

Tudo para glória e lustre dos<br />

vassallos do sr. D. Carlos de Bragança,<br />

que continuam assistindo a<br />

todo este desfazer de feira, sem um<br />

protesto suficientemente digno em<br />

nome dos brios e da dignidade de<br />

utr.a nação offendida.<br />

E o pôvo continúa esbogalhando<br />

os olhos á espera das cebôlas do<br />

Egypto...<br />

Cumprimentámos o nosso collega<br />

Jornal de Anadia pela entrada no<br />

seu oitavo anno de publicação»<br />

: iníqua álei d'imprensa; increpou de<br />

infame a lei eleitoral; accusou de<br />

tôrpe e indigna a reforma da polícia;<br />

alcunhou de traidor o sr. de Soveral;<br />

escarneceu c ameaçou o rei;<br />

atora outros muitos nomes feios<br />

com que chrismou toda a obra dos<br />

gabinetes que precederam o seu.<br />

Mal se viu guindado ás alturas a<br />

que tam instantemente pedia a Deus<br />

e ao Diabo o ajudassem a subir,<br />

nada fez que fôsse coherente com<br />

todas as suas palavras. Dissolveu as<br />

côrtes; fez sua a lei d'imprensa; per-<br />

—e nosso, infelizmente—o vofilhou a lei eleitoral; acatou a refortara<br />

o estava ameaçando de nunca ma da polícia; reintegrou no seu lo-<br />

mais conseguir metter a faca no gar o sr. de Soveral; e renegou to-<br />

queijo do podêr.<br />

dos os nomes feios com que alcu-<br />

O partido progressista está canhara a obra dos seus antecessores,<br />

çoando com todos os princípios que, engulindo tudo quanto dissera e fi-<br />

por ordem do chefe, os si ns tribunos zera, caçoando ainda por cima com<br />

andaram apregoando em dezenas a ingenuidade dos que o acredita-<br />

de comícios' realizados pelas terras ram.<br />

mais importantes do país,<br />

As promessas de s. ex.<br />

Desde 1890 até meados de fevereiro<br />

de 1897 que o partido progressista<br />

andou promeltendo mundos<br />

e fundos a todo o país, dado o<br />

caso que a inconsciência d'um pôvo<br />

explorado permiltissaque, mais uma<br />

voz, a sua gente penetrasse os humbraes<br />

do ambicionado podêr.<br />

Desde 1890 até meados de fevereiro<br />

de 1897 que o partido progressista,<br />

ainda não contente com o<br />

idtimatum que a sua gerência governativa<br />

permiltiu que a Inglaterra<br />

"nos atirasse á cara, andou apregoando<br />

a sua penitência dos males<br />

que lhe imputavam, atlrftuindo-se<br />

o propósito de caminhar por novoá<br />

e seguros atalhos governativos, uma<br />

vez que o ânimo assustadiço do rei<br />

temendo as suas invectivas e os<br />

seus incitamentos á Revolução dentro<br />

da ordem, o investisse nas<br />

funcções de que se achava incum<br />

bido o sr. Hintze Ribeiro e os seus<br />

homens.<br />

Talvez que as suas promessas<br />

conseguissem calar no ânimo de alguns<br />

d'entre os que escutaram tudo<br />

isso que os lábios dós seus tribunos<br />

nunca duvidaram expôr mas de<br />

que nunca a sua alma se achou<br />

suficientemente possuída. Creiam<br />

que não fômos d'êsses.<br />

E não fômos, não só porque soubéssemos<br />

o quanto sam falliveis as<br />

promessas dos desherdados da Fortuna<br />

quando tentam escalar de novo<br />

os seus favores, mas, e principalmente,<br />

porque nada se nos dava<br />

com as violações da tal Carta Constitucional<br />

que nenhuma garantia<br />

pôde offerecer a um pôvo contra a<br />

loucura ou a insensatêz de qualquer<br />

adventício que a inconveniência do<br />

Destino houver por bem collocarlhe<br />

á frente.<br />

Além d'isso, o partido progressista,<br />

entám em guerra franca e declarada<br />

contra o gabinete Hinlze-<br />

Franco, nenhuma prova de confiança<br />

poderia offerecer ao cidadão mais<br />

fácil de contentar, por isso que tinha<br />

e tem em aberto contas tam<br />

pouco abonatórias do seu procedimento<br />

futuro como qualquer dos<br />

ministros d'êsse tempo. Ha até quem<br />

diga que sarn peiores. ..<br />

Hintze tem a cobrí-lo o tratado<br />

de 20 de Agosto; mas José Luciano<br />

tem também, como padrão da sua<br />

glória e attestado de. bom comportamento,<br />

a submissão covarde ao<br />

ultirnatum de 1890.<br />

Estám, pois, em paridade de circunstâncias.<br />

Cumprimentem-se a sério<br />

porque nem um nem outro se<br />

pode rir...<br />

O sr. José Luciano, pela bôcca dos<br />

seus delegados, vociferou contra a<br />

dissolução das côrtes em que a sua<br />

minoria quasi se ía constituindo em<br />

assembléa do jogo da pèlla; chamou<br />

a EM LEILÃO<br />

• •<br />

Eslá a liquidar isto tudo.<br />

A PRONÚNCIA DO LATIM<br />

Depois de tèrêm alienado ecom-<br />

i<br />

promeltido Jodõs os recursos do<br />

A propósito d'uma das modifica- país, restava-nos ainda um pouco—<br />

ções, não a única, nem por certo a as linlras férreas do Estado.—De-<br />

principal, no modo de estudar e nunciado, porém, & última hora,<br />

ensinar o latim, levantou-se uma apesar dós desmentidos das folhas<br />

celeuma que, pelo modo como se officiaes, que o governo pensa em<br />

tem manifestado, bem revela a des- hypothecar a um grupo financeiro<br />

orientação e .atraso em que se en- de Paris o rendimento das suas licontram<br />

mesmo aquelles a quem nhas férreas.<br />

as suets obrigações profissionaes im- Chegou a Lisboa, e foi logo conpunham<br />

o dever de acompanhar a ferenciar com o ministro da fazenda,<br />

sciéncia no seu constante caminhar. um engenheiro francês encarregado,<br />

Tratando-se de um assumpto scien- ao que dizem, de inspeccionar o<br />

tífico, parece que só no campo da material fixo e circulante das linhas<br />

argumentação serena devia ser tra- do Estado e de avaliar quaes as<br />

tado. Mas aconteceu precisamente suas condições de prosperidade para<br />

o contrário: a questão foi deslocada garantia d'um novo empréstimo.<br />

para o campo faceio, galhofeiro, Desmentem as folhas do governo<br />

como se fosse êste o processo de estas notícias"alarmanles; mas tanto<br />

discutir malérias scienlíficas." Po- é o crédito dos governos português es j<br />

estám de dem os adeptos da leitura normal que quanto mais desmentem mais<br />

pé, bem presentes ao espírito de do latim não ler razão; podem confirmam, na opinião de todos.<br />

quem as leu nos seus jornaes, e de ter-se deixado arrastar por doutri- Eslâmos, pois, em vésperas de,<br />

quem as ouviu nos seus comícios. nas inacceitaveis, posto que sejam para continuação da orgia monár-<br />

Promessas de melhor vida e afirma- defendidas por escriptores de gran- chica e satisfazer aos inconfessáveis<br />

tivas revolucionárias estám ainda pa- 'de nome; — mas neste caso venha a interesses dos bandos políticos, fitentes<br />

na memória de todos. crítica serena demonstrar o erro carmos sem o pouco que nos restava<br />

O sr. José Luciano eslá no podêr; em que laboram.<br />

desonerado e livre.<br />

e até hoje, que me conste, ainda O assumpto presta-se a discussão De maneira que, esse governo de<br />

aquellas se não cumpriram. e lá fóra tem elle sido largamente moralidade e economia continúa,<br />

Resta, conseguintemente, ao país, debatido. Pois bem, porque se não como era de esperar, os mesmos<br />

converter estas últimas em factos. ha de discutir entre nós?<br />

processos de administração que têem<br />

O que de modo algum pôde arruinado o país—comprometter o<br />

admillir-se é que indivíduos com- futuro por mais uns dias de bam-<br />

BRITO CAMACHO pletamente alheios a tudo o que bochata garantida.<br />

sobre esta especialidade ha escripto,<br />

Vem a Coimbra na próxima quar-<br />

Ham de ser sempre os mesmos,<br />

venham com o atrevimento peculiar<br />

ta feira, a assistir á récita de des-<br />

os homens da monarchia, enquanto<br />

da ignorância, armando á risada<br />

pedida do curso do 5.° anno, a con-<br />

o país se não resolver a limpar-se<br />

alvar dos inconscientes, chasquear<br />

vite do nosso amigo sr. Paes Go-<br />

do parasitismo monárchico.<br />

sobre assumptos sérios que exigem<br />

• • •<br />

mes, o talentoso e vibrante jorna-<br />

competência e estudo. Sim, porque<br />

lista republicano, e nosso querido<br />

elles, não sabem; sam elles que<br />

amigo dr. Brito Camacho, que lodo<br />

implicitamente o confessam pelo C E E T A<br />

o país conhece tanlo pela nobrêza<br />

assombro e extranheza que lhes<br />

e integridade do seu caracter, como<br />

causou a nova pronúncia do latim. Proclamado e estabelecido o blo-<br />

pelo relevo sçintillante do seu espírito.<br />

Apezar de tudo a questão foi<br />

queio na ilha de Creta, resta espe-<br />

collocada no terreno da galhofa.<br />

rar os resultados que possam surgir<br />

da queslão em que a Europa se<br />

Cabe á Correspondência de Coim-<br />

acha empenhada.<br />

Ha bem poucos dias o Tribuno bra, tam douta e tam conspícua, a<br />

Popular disse do sr. Castro Maltoso glória de ter dado, primeiro, a nota<br />

Por enquanto, nada de anormal<br />

Côrte-Real coisas extraordinárias— jocosa, fazendo-se echo das pales-<br />

se tem produzido que possa deixar- ><br />

que elle é estimado, querido e restras animadas e mordentes em que<br />

nos entrevêr taes consequências.<br />

peitado de todos, e que o círculo andavam a par, a Facécia e a<br />

A attilude enérgica e altiva da<br />

por onde o magnate, agora progres- Ignorância. Não encontrou quem a<br />

Grécia continúa despertando as. mais<br />

sista, vae ser eleito o conhece bem secundasse e a crítica continúa cir-<br />

vivas sympathias em todo o públi-<br />

e aos seus serviços.<br />

cunscripla aos centros de cavaco<br />

co europeu, que d'alma e coração<br />

Pois para que se avalie melhor irresponsáveis e anónymos.<br />

tem acompanhado as diversas phases<br />

que o espírito d'aquelle peque-<br />

ainda do quanto ha de levantado Decorre um anno e surge a<br />

no pôvo tem atravessado desde o<br />

e nobre e brioso naquelle caracter, questão nas Novidades, mas no mes-<br />

início da questão até hoje.<br />

além do que se sabe, saiba-se mais mo tom, e é tal a falta de pudor<br />

o seguinte:<br />

scienlífico que nem os alegres gaze-<br />

Em Portugal, mormente na clas-<br />

Consta que o lealíssimo prócere tilheiros dalguns jornaes se pouse<br />

académica, tem também encon-<br />

progressista, que na opposição abanparam ao prazer de cantar em<br />

trado echo a manifestação de viridonou<br />

o seu chefe, seu irmão, para versos brejeiros taes doutrinas.<br />

lidade d'essa nação que não duvidou<br />

assumir, por si só, as respon-<br />

se bandear com o adversário odiado,<br />

sabilidades d'uma resistência con-<br />

— sr. João Franco, e que agora se<br />

tra a tyrannia oppressôra das po-<br />

apresenta candidato governamental<br />

tências europêas.<br />

por Coimbra, em outros círculos<br />

Coimbra, Lisboa e Porto bem<br />

anda auxiliando a. opposição, fa-<br />

claramente se têem manifestado,chezendo<br />

o jôgo do sr. João Franco.<br />

gando eslas últimas a irradiar para<br />

Consta, relativamente a alguns<br />

a praça pública todo o calôr do seu<br />

círculos, mas sabemos positivamente<br />

enlhusiasmo.<br />

que assim acontece no círculo da<br />

Segundo as opiniões da maior<br />

Feira.<br />

parte dos estadistas europeus na<br />

Vá mais esta nota para a bio-<br />

disponibilidade do podêr nenhuma<br />

graphia luminosa do leal progres-<br />

das grandes nações que intervieram<br />

sista, estimado, querido e respeitado<br />

em tal assumpto tem procedido de<br />

de todos.<br />

ânimo sereno e seguro aviso. Ê Bis-<br />

O círculo conhece-o. Se comarck<br />

quem agora acaba de maninhece.<br />

.»<br />

feslar-se em tal sentido, reprovando<br />

a conducta seguida pela Alle-<br />

Na segunda feira da última semana<br />

manha.<br />

o sr. tenente-coronei Francisco Augus<br />

A Inglaterra, pelo seu lado, tal-<br />

to Martins de Carvalho, filho do nosso<br />

vez influenciada pelas opiniões de<br />

venerando correligionário sr. Joaquim<br />

Gladstone expendidas no folhêto de<br />

Martins de Carvalho, foi vlctima d'um<br />

desástre, na cidade de Tavira onde<br />

que ha dias falíamos, parece não<br />

actualmente se encontra de guarnição.<br />

querer annuir ao projecto de.blo-<br />

Devido á falta de illuminação, aquelqueio<br />

dos portos grêgos, contentanle<br />

senhor tombou dentro d'um fôsso<br />

do-se com a interferência nos acon-<br />

que se achava aberto, sem vedação de<br />

tecimentos da ilha de Creta, e pon-<br />

espécie alguma, e ficou bastante magoado<br />

no peito e na rótula do joelbo<br />

do assim de parte os interesse?<br />

direito.<br />

turco-grêgos,<br />

Assim collocada a questão era<br />

impossível entrar nella.<br />

Mas no meio de todos os descabidos<br />

gracejos com que a crítica<br />

anónyma alvejava os propugnadores<br />

da leitura normal do latim,<br />

publicou o sr. A. Coelho uma carta<br />

em que põe a questão nos devidos<br />

termos, tornando possivel a discussão,<br />

que está aberla nas Novidades<br />

e no Primeiro de Janeiro:<br />

A competência dos homens de<br />

estudo e de trabalho que nessa discussão<br />

estám empenhados, garante<br />

que sobre lai assumpto se fará toda<br />

a luz.. . com o que só terám a<br />

lucrar, sem esforço e sem fadiga,<br />

aquelles que entre jocosidades e<br />

zombarias se permitlem alardear<br />

de pimpões, revelando simplesmente<br />

a sua inconsciência.<br />

E se estes virem que alguma razão<br />

lêem as suas aggressões. é tempo<br />

agora de serenamente discutir.<br />

Nós acompanharêmos a discussão<br />

e iremos pondo o nosso público ao<br />

corrente das phases por que esta<br />

questão for passando.<br />

Ti


Será isto o começo da victória do<br />

brioso pôvo hellénico ?<br />

Talvez.<br />

•Os acontecimentos, porém, ham<br />

de encarrffgar-se da*solução do conílicto,<br />

talvez do modo mais pacífico,<br />

repellindo ,a tyrannia turca, e auxiliando<br />

quanto possivel o extremo<br />

Oriente na libertação do jugo selvagem<br />

que sobre elle tem pesado.<br />

3i Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento ta forçado<br />

SEGUNDA PARTE<br />

A casa Itcrard «& C'. a<br />

Uma carta<br />

— Uma hora antes do assassinato...<br />

Em frente da casa do baile... quando<br />

o Carpinteiro o deitou ao chão, contou<br />

a Linotte depressa e como que hallu-<br />

cinada... deitou-o a terra... a cabeça<br />

do meu pobre Jacques batteu na<br />

aresta do passeio... Encheu-se de<br />

sangue... vejo-o ainda hoje como<br />

quando nos encontrou á esquina da<br />

ponte—a Ggura estava coberta d'uma<br />

máscara de sangue. Foi a tempestade<br />

e a chuva que me fizeram reconhecer...<br />

Na audiência a ferida fechada ainda ha<br />

pouco tempo era vermelha... Vês tu<br />

a cicatriz que se estende desde o olho<br />

até aos cabrllos?<br />

— Esta cicatriz? e o barão indicou<br />

com a unha a lioha que atravessava a<br />

testa do retrato.<br />

do thealro saberá tormá-las na devida<br />

conta e desaggravar airosamente<br />

o nosso collega ofendido na sua dignidade<br />

profissional.<br />

RESISTÊNCIA- Domingo, 28 de março de 1897<br />

Os mesmos processos postos em<br />

prática pelo gabinêtedosr. Cánovas<br />

e o mesmo resultado que o até<br />

aqui obtido na revolta do Occi-<br />

Cuba e Filippinas<br />

dente.<br />

Hoje, os telegrammas officiaes<br />

dão como suffocada a insurreição.<br />

A'manhã, os insurrectos, apezar de<br />

dizimados e derrotados hoje, offe-<br />

Apesar dos trezentos mil homens<br />

recem um combate em que abando-<br />

que a Hespanha tem amontoados<br />

x<br />

naram o campo juncado de dezenas<br />

nos matadouros de Cuba, a face<br />

de cadáveres. Depois, novas derro-<br />

Seguem os últimos tolegrammas:<br />

dos acontecimentos ainda não se<br />

tas, novos planos executados pelos<br />

mostrou favoravel para a nação<br />

seus generaes.<br />

Athenas, 36, o.— O príncipe visinha.<br />

Constantino, duque de Esparta, her-<br />

E no fim de toda esla dança<br />

Annunciam-se officialmente derdeiro<br />

do thróuo da Grécia, deteve-se<br />

e contradança de victória e desasrotas<br />

sobre derrotas infligidas aos<br />

na sua viagem á Thessâlia. Não chetres,<br />

de triumphos e de humilhações,<br />

gará provavelmente alli antes de 4 insurgentes pelas tropas hespanho-<br />

vem o eterno estribilho: «E' neces-<br />

ou 5 dias.<br />

las, e, mau grado todas essas<br />

sário mais um contingente de tro-<br />

Athenas, 26, n.—0 governo communicações, Cuba continúa lu-<br />

hellénico entregou hoje aos represenpas»;<br />

e lá vão mais cinco, dez,<br />

ctando pela sua independência com<br />

tantes das potências um protesto con-<br />

quinze ou vinte mil homens a auxi-<br />

a consciência e a tranquillidade<br />

tra o bloqueio de Creta.<br />

liar dezenas de milhares que já lá<br />

Canéa, 3©, n. — Os inglezes que usa dar a posse do direito.<br />

eslám entoando diariamente os hy-<br />

desembarcaram em Herakleion. Tam- . Se essas informações, denomimnos<br />

do triumpho.<br />

bém desembarcaram em Rethymo 400 nadas officiaes, sam verdadeiras,<br />

soldados russos.<br />

como o devem ser todas aquellas<br />

Infelizmente, a verdade é esta.<br />

O almirante Sami-pachá desembar- que os govprnos de qualquer nação<br />

E a orgulhosa Hespanha verga-se<br />

cou aqui com munições.<br />

Em roda de Tchicalária e Nerokouro sam obrigados a fornecer á opinião<br />

humilhada a todos estes caprichos<br />

recomeçou esta manhã o combate, du pública, mui fraco juizo se poderá<br />

dos seus governantes, sem um acto<br />

rantii todo o dia.<br />

formar da perícia dos delegados<br />

de energia que pônha côbro ao<br />

Os gregos que occupam o blockhaus do governo hespanhol.<br />

tripudiar infame dos ministros da<br />

de Malaxa, fizeram fogo sobre a esqua-<br />

monarchia 1...<br />

dra turca fnndeada na bahia de Suda. Se o não sam, para quê emballar<br />

o espirito nacional n'um berço de<br />

Theatro Príncipe Real<br />

fagueiras illusões que a dura realidade<br />

lançará ámanhã por terra,<br />

incitando um povo inteiro, illudido Noticias diversas<br />

traiçoeiramente durante annos, a<br />

Appella o nosso collega Com-<br />

uma revolta legítima de dôr e de- Partiu para Paris e Londres, a conmércio<br />

de Coimbra, no seu úllimo<br />

cepção?-cluir<br />

umas negociações relativas á sua<br />

número, para a solidariedade da<br />

companhia do Nyassa, o sr. António<br />

imprensa d'esta cidade, contra a<br />

E' que os governos monárchicos,<br />

Centeno.<br />

imposição feita áquella redacção<br />

pesando bem as incertezas do fu- Preparem se os accionistas, que o<br />

pelo actual emprezário do thealro<br />

turo, só pensam na sua conservação, golpe deve estar immineute.<br />

Príncipe Real, na parte que diz<br />

e na do ihrono que representam,<br />

respeito ás críticas lheatraes.<br />

durante os dias que vão decorrendo,<br />

embora essa conservação seja levada Continúa doente o sr. Pedro Monteiro<br />

O facto é o seguinte:<br />

a effeito á custa das maiores villa- Caslello-Branco, venerando chefe do<br />

Aquelle nosso collega entendeu<br />

nias e dos mais traiçoeiros embus- partido progressista de Coimbra.<br />

em sua consciência que a compa-<br />

Desejamos as melhoras de s. ex.<br />

tes.nhia<br />

acrobática que ha pouco ahi<br />

Por isso o governo hespanhol<br />

esteve não apresentava trabalho al-<br />

está illudindo a opinião pública do<br />

gum que merecesse os seus elogios.<br />

seu país, velando pela manutenção<br />

Nesle sentido bordou algumas con-<br />

epIMmera do ihrôno de Affonso XIII.<br />

siderações que desagradaram ao<br />

E essa illusão, a mentira com que<br />

senhor emprezário, e êste, conside-<br />

êsse governo eslá alimentando a<br />

rando a cessão do bilhete como<br />

opinião, é traição que ha de cuslarfavor<br />

que lhe daria jus aos maiores<br />

Ihe bem caro e que lia de lançar<br />

encómios, houve por bem recusar-<br />

por terra todas as considerações<br />

lh'o d'entám em diante, ofendendo<br />

que possam ter mergulhado no pân-<br />

assim a dignidade do nosso collega.<br />

tano da covardia o espírito do or-<br />

Gomo julgamos de todo o ponlo gulhoso povo da nação vizinha.<br />

justíssimas as reclamações que êste<br />

formula perante o público e a im-<br />

x<br />

prensa local, não duvidamos apoiá- Cuba foi um exemplo<br />

las, certos deque o actual emprezário Filippinas.<br />

para as<br />

a .<br />

Por notícias recebidas de Lisboa,<br />

consta-nos que a tuna académica d'alli<br />

tenciona partir para esta cidade no<br />

próximo sábbado 3 d'abril, acompanhada<br />

por grande número de estudantes.<br />

Os académicos d'aqui preparam lhe<br />

uma festiva e enthusiástica recepção.<br />

Ém uma casa da rua do Arco do Ivo,<br />

pertencente ao sr. Luís Ruivo, caiu,<br />

hontem, d'um andaime em que andava<br />

trabalhando, o pedreiro conhecido<br />

pela alcunha de 0 Paisano, fracturando<br />

um braço e uma perna. "<br />

Foi transportado em maca ao hospital,<br />

onde ficou em tratamentn.<br />

Aproveitamos a occasião p ra lem<br />

brar, mais uma vez ao sr. director das<br />

obras públicas d'este districto o cumprimento<br />

dos seus deveres officiaes.<br />

Apesar das repetidas instâncias que<br />

a ésse funccionário têem sido feitas<br />

por mais d'uma vez peios mestres de<br />

obras, devidamente habilitados, ainda<br />

até hoje os factos não vieram mostrarnos<br />

o cumprimento da lei estabelecida<br />

para garantia dos operários. É portanto<br />

ao sr. director das obras públicas<br />

d'este districto quo devem cabêr todas<br />

as responsabilidades de desastres d'esta<br />

ordem, a que s. ex. a , numa indiferença<br />

criminosa, não tenta sequér pôr<br />

côbro.<br />

Está nesta cidade o sr. dr. Julio<br />

Cesar Lucas, distincto clinico em Constância.<br />

S. ex. a veio assistir ao doutoramento<br />

de seu presado irmão o sr. dr. António<br />

dos Santos Lucas, que se realizou hoje.<br />

Encontra-se doente, na Figueira da<br />

Fóz, o commissàrio de policia d'esta<br />

cidade, sr. dr. Peilro Ferrão.<br />

Foi aberto"o testamento,da sr. a D.<br />

Amália Santiago, ha poucu fallecida em<br />

Condeixa, como já noticiámos.<br />

Nêsse testamento, feito em Lisboa<br />

poucos dias antes da sua retirada d'aquella<br />

cidade, lega a finada a terça<br />

parte das suas jóias a seu filho sr. Manuel<br />

Ramalho, sendo distribuídas por<br />

todos os outros filhos as pratas, moveis,<br />

roupas e outros valôres. "<br />

0 novo matadouro deverá ser inaugurado<br />

no domingo de Páschoa. -<br />

No Theatro anatómico só hontem foi<br />

autópsiado o cadaver da rapariga Maria<br />

da Piedade, que, como dissémos,<br />

foi encontrada morta no Choupal, na<br />

última quarta feira.<br />

Foi feita pelos srs. drs. Teixeira de<br />

Carvalho e Basilio Freire que nada mais<br />

poderam contestar além de morte por<br />

submersão, em vista do adiantado estado<br />

de decomposição do cadaver.<br />

0 .general commandante da segunda<br />

divisão, sr. Gama Sepúlveda, que,<br />

como dissémos, se encontra nesta cidade,<br />

em inspecção ao regimento d'irifanteria<br />

23, passou na última sexta<br />

feira, no largo de D. Luiz, uma revista<br />

em ordem de marcha aquelle regimento.<br />

S. eX a mostrou-se deveras meticuloso<br />

no exame que passou ás tropas,<br />

parecendo encontrar-se bastante satisfeito<br />

pelo estado de aceio em que as<br />

encontrou.<br />

Consta-nos que ámanhã, pelas 4 ho-<br />

Commissão districtal de Coimbra<br />

Acta da sessão de 26 de marco<br />

de 1897<br />

Presentes o ex. mo governador civil,<br />

dr. "Manuel Pereira Dias, presidente, e<br />

vogaes, auditor administrativo bacharel<br />

Manuel Pereira Machado, bacharel<br />

Hermano José Ferreira de Carvalho,<br />

Antonio José da Silva Poiares, e Ruben<br />

Augusto d'Almeida Araujo Pinto,<br />

bem como o official da secretaria do<br />

Governo Civil, commendador Aitbur<br />

Eduardo Manso Preto, servindo de agente<br />

do Ministério Público.»<br />

Foi lida e approvada a acta da sessão<br />

anterior.<br />

Concedeu subsídios de lactação por<br />

12 mêses a Emilia de Jesus, solteira,<br />

Maria da Conceição Quaresma, solteira,<br />

Leopoldina da Conceição Pocinha, solteira,<br />

todas três da freguezia de Condeixa<br />

a Nova; Izabel Jorge da Silva,<br />

solteira e Adelaide Marques, solteira,<br />

ambas da freguezia de S. Julião, concelho<br />

de Figueira da Foz.<br />

Mandou informar ao sr. director do<br />

Hospício os requerimentos a pedir subsídios<br />

de lactação de Maria Deolinda,<br />

solteira, e" Rita de Jesus, casada, ambas<br />

da freguezia de Santa Cruz; Thereza<br />

de Jesus e Maria José Conceição,<br />

solteiras, da freguezia de S. Bartholomeu<br />

e Maria da Piedade, solteira, todas<br />

do concelho de Coimbra; Joaquina<br />

da Cunha e Virgínia das Neves, viuvas,<br />

da Figueira da Foz.<br />

Foi approvado o pagamento do vencimento<br />

na importância de 1:400 réis<br />

á ama que no mês de fevereiro findo<br />

levou do Hospício d'esta cidade um<br />

abandonado para crear.<br />

Resolveu denegar approvação, sob<br />

condição suspensiva, á deliberação da<br />

câmara municipal de Penacova de 16<br />

de fevereiro findo, visto que o artigo<br />

438 § 1.° do código administrativo vigeute<br />

se oppõe á nomeação de zeladores<br />

em quanto não estiver fixado o seu<br />

quadro pelo ministério do reino.<br />

Resolveu também declarar á mesma<br />

câmara que o thezoureiro privativo<br />

d'esta, nos termos do artigo 96 do mesmo<br />

código, não pôde receber a percentagem<br />

de 2 % da receita'proveniente<br />

de subsídios, empréstimos e rendimentos<br />

cobrados pelos exactores de fazenda<br />

pública.<br />

Resolveu mais que, tendo a câmara<br />

municipal de Penella elevado a taxa<br />

que incide sobre os cães, de 200 réis<br />

a 500 réis, importa isto a alteração da<br />

respectiva postura, e por tanto que é<br />

necessário que seja a mesma alteração<br />

reduzida a essa fórma de postura e enviada<br />

em duplicado com copia da acta<br />

da sessão camarária que a approvou,<br />

a esla commissão districtal.<br />

Resolveu finalmente não approvar a<br />

nomeação de zelador provisório para<br />

a freguezia d'Alvares, concelho de Góes<br />

por ainda nâo estar fixado o respectivo<br />

quadro e não aproveitar ao inte-<br />

ressado a disposição de 32 do artigo<br />

127.° do código administrativo.<br />

Julgou as contas da Junta de paró-<br />

— Sim I<br />

didos a tudo, ha de fazer tudo o que<br />

chia das Means, concelho de Montemór-<br />

O barão tomou outra vez o seu logar nós quizermos.<br />

ras da manhã, haverá exercício de fogo, o-Velho do anno de 1895, confraria do<br />

para observar melhor a sua associada. — Torná-lo a ver! continuava a re- na Pedrulha.<br />

Santíssimo de S. André de Poiares<br />

A Linotte tinha deixado cair o retrato petir a Linotte olhando o retrato, e<br />

concelho de Louzã dos annos de 1891<br />

sôbre a mêsa; encostada, os olhos fi- parecendo não ouvir senão o final das<br />

a 1892 e 1892 a 1893,Junta de paróxos<br />

na photographia olhava silenciosa- phráses de Lorémont; ha de encon-<br />

Esteve nesta cidade, de passagem, chia de S. André de Poiares, concelho<br />

mente.trar-me<br />

bem mudada...<br />

o nosso amigo e dedicado correligio- de Louzã dos annos de 1893, 1894 e<br />

— Agora estás bem convencida que — Que dizes tu, perguntou o barão.<br />

nário da capital sr. João de Moraes 1895; Junta de paróchia d'Alvares,<br />

é elle? perguntou Lorémont.<br />

Sem ter consciência do que dizia,<br />

Caravella.<br />

concelho de Góes dos annos de 1894<br />

Abanando devagar a cabeça ella respondendo ao que pensava, ella disse:<br />

e 1895, e reclamação contra o accór-<br />

afíirmou quasi em voz baixa:<br />

— Parece-me que sou quinze annos<br />

dam que julgou as cartas da Junta de<br />

— Oh! Sim, é elle...<br />

mais nova... parece me que o deixei<br />

Temos presente uma circular em paróchia de Rio de Vide, concelho de<br />

Lorémont olhou attentamente a sua hontem e que vou tornal-o a vê-lo.<br />

que os srs. Cuimarães & Cruz, da ci-<br />

Miranda do Corvo, relativas ao anno de<br />

cúmplice procurando lêr nas rugas da Oh! É extravagante ter amado e<br />

dade do Porto, nos annunciam ter<br />

1894.<br />

sua fronte cheia de cuidados, esta tornar a encontrar um dia a saúdade<br />

tomado posse do estabelecimento do<br />

com os olhos fitos na photographia, d'esse amôr...<br />

sr. Lopes Cardozo, á praça dos Volun-<br />

tornava-se sombria, sorria, depois agi- — Ora essa! Não te comprebendo,<br />

tários da Rainha, da mesma cidade,<br />

tava os lábios como se estivesse fal- disse o barão inquieto, vendo que a<br />

associando á sua casa commercial o Revistas e jornaes<br />

lando.<br />

desgraçada se ta tornar a alliada do<br />

sr. José Dias Pinto.<br />

Depois de ter esperado dez longos homem que devia ser a sua victima.<br />

A nova firma ficará d'hoje em diante<br />

minutos, Lorémont disse!<br />

Ê que é verdade que eu o amo!<br />

girando sob a razão social de Guima- f*al staff — fíebisla critica e litterária.<br />

— Estás certa que nos nao engana- disse a Linotte levantando a cabeça.<br />

Recebemos o n.° 3 d'esta publicação hebdo*<br />

rães, Cruz & Dias.<br />

remos, Linotte,... estás ainda deci- —Como tu amá-lo? Tu abandonas...<br />

madária que sáe á iiiÊ em Lisboa.<br />

Recebemos e agradecemos.<br />

dida?<br />

— Não hei de ir vê lo. Quero-o!...<br />

— Estou! Estou decidida a vè-io! E...<br />

— Decidida a continuar a nossa em- —Et...<br />

A commissão da Subscripção Nacio*<br />

preza ?<br />

—E se tornar a encontrar o homem nal fará entrega ao governo, em maio A Critica — Revista thêatral, bibliôgrá-<br />

— Estou decidida a vê-lo<br />

que eu conheci,... hei de amá-lo... próximo, do cruzador Adamastor que phica, artística e litterária.<br />

Recebemos o n.° 13 d'esta importante re-<br />

— Ê preciso que tu te encontres — Mas elle é casado, é pae... e tu tem estado em construcção nos esta vista.<br />

cára a cara com elle.<br />

perde-lo-ías com mais certeza se... leiros de Leorne.<br />

Insere um bello retrato da distincta aclriz-<br />

— Quero vê-lo!<br />

— Tu nâo entendes o que eu quero<br />

cantôra Hariclée Darclée, acompanhado de<br />

uma apreciação crítica de Abel Botelho, afóra<br />

— É preciso que tu digas ao cai- dizer quando afflrmo que o amo.<br />

outras secções de theatro e arte.<br />

xeiro d'elle, o que me disseste a mim, 0 barão encolheu os hombros e 0 partido socialista da Itália de-<br />

quero vè-lo.<br />

disse comsigo i<br />

monstrou nas últimas eleições um gran-<br />

— Quero! E hei de vê-lo!...<br />

de augmento de energia, pela conquista<br />

— Desde que tu consigas fallar-lhe<br />

e que elle veja que nós estamos deci-<br />

(Continua.) de maior número de cadeiras no parlamento<br />

italiano.<br />

Gondola — Revista litterária.<br />

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a sua vitalidade e formosura.<br />

Perfeito desinfectante e purificante de Jeyes para desinfectar casas e latrinas,<br />

também é excellente para tirar gordura ou nodos de roupa, limpar metaes, e curar feridas. —<br />

PFGCO 240 réis<br />

'Depósito — James Casseis & C.°, rua do Mousinho da Silveira, n.° 85, l.°. —Porto.<br />

SEMANA SANTA-BRINDES DE PASCH0A<br />

Amêndoas. — No estabelecimento de José Tavares<br />

da Costa, Successor, — Mercearia especial—encontra-se uma<br />

grande variedade d'amendoas finíssimas de Lisboa, fabricadas<br />

especialmeute, só d'assucar, para êste estabelecimento.<br />

Cartonagens. — Collecção completa no que ha de<br />

mais elegante e attrahente, recebida directamente das principaes<br />

fábricas parisienses: é uma variedade lindíssima para differentes<br />

preços, digna de visitar-se.<br />

Chocolates. — Novidades em modelos primorósos,<br />

com bonitos chrómos próprios para crianças e para brindes.<br />

Vinhos finos, champagnes e licôres.<br />

— Tudo o que ha de melhor nestas bebidas encontra-se também<br />

neste estabelecimento: as extrangeiras sam recebidas directamente,<br />

e as nacionaes sam compradas aos proprietários e em<br />

frasqueiras particulares. — Garante-se, portanto, a sua purêza e<br />

velhice, principalmente em vinhos finos engarrafados.<br />

Também ha vinhos da Companhia.<br />

Assucar, chá, café e bolachas.—Não ha<br />

quem forneça em melhores condições êstes artigos e outros que<br />

dizem respeito a mercearia.<br />

Mercearia Especial de José Tavares da Costa, (Successor)<br />

476, Rua de Ferreira Borges, 176<br />

2 a 8, Largo do Príncipe I). Carlos, 2 a 8<br />

COIMBRA<br />

O ALMANÀCH AUXILIAR tem<br />

365 paginas para apontamentos diários, com as<br />

indicações do calendario, 365 artigos referindo factos<br />

notáveis e 365 phrases conceituosa3 de auctores célebres;<br />

— varias tabellas e indicações úteis; - e uma rapida<br />

Noticia de Coimbra illustrada com desenhos de A. Gonçalves.<br />

Um volume brochado, com 416 paginas. Preço, 1SH réis<br />

Vende-se nos estabelecimentos dos srs.:<br />

Adriano Marques—Casa Havaneza, rua de Ferreira Borges.<br />

Alberto Vianna— Officina de Encadernação, Laigo da Sé<br />

Velha.<br />

Albino Godinho de Mattos— Papelaria Académica, Marco<br />

da Feira.<br />

Alvaro Castanheira—Nova Havaneza, rua de Ferreira<br />

Borges.<br />

Antonio da Cruz Machado—Mercearia, Largo da Sé Velha.<br />

Antonio de Paula e Silva—Papelaria, rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

Augusto Martins—Loja da China, rua de Ferreira Borges.<br />

França Amado—Livraria, rua de Ferreira Borges.<br />

Francisoo Borges— Papelaria, rua do Visconde da Luz.<br />

JTosê Guilherme—Restaurante, Largo da Sé Velha,<br />

José Maria de Figueiredo—Bilhar, rua do infante D. Augusto.<br />

José Mesquita-Livraria, rua das Covasj<br />

A contrafacção do Bico Auer<br />

PRIVILEGIADO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS<br />

O tribunal correccional de la Seine, na França, eu audiência<br />

pública de 7 de janeiro do anno corrente, condemnou no<br />

pagamento de multa, custas e as perdas e damnos que se liquidarem,<br />

os seguintes réus, con Ira factores ou imitadores da manga<br />

A u e r , uo vendedores de contrafacções d'ella, alguns dos<br />

quaes enviaram em tempo a Portugal os produclos da sua criminosa<br />

indústria, para serem aqui vendidos por Ínfimo preço<br />

aos incautos. Eis o rol:<br />

O sr. Binau, multa, 300 francos.<br />

O sr. Gloton, multa, 300 fr.<br />

0 sr. Camus, multa, 300 fr.<br />

O sr. Julien, multa, 300 fr.<br />

O sr. Piot, multa, 300 fr.<br />

O sr. Hamel, multa, 300 fr.<br />

0 sr. Michel, multa, 300 fr.<br />

O sr. Thomas, multa, 1:000 fr.<br />

O sr. Otto Scheurmann, multa, 1:000 fr.<br />

O sr. Jules Scheurmann, multa, 1:000 fr.<br />

O sr. Barrière, multa, 1:000 fr.<br />

O sr. Sommer, multa, 1:000 fr.<br />

O sr. Duchange, multa, 2:000 fr.<br />

0 sr. Boissellot, multa, 2:000 fr.<br />

O sr. Monniot, multa, 2:000 fr.<br />

0 sr. Deselle, multa, 2:000 fr.<br />

Nestas condemnações Acaram envolvidas a Sociedade do<br />

Bico Deselle Gillet, em liquidação, e a successôra d'ella, a Sociedade<br />

do Bico Popular. Egual sorte coube à Sociedade do Bico<br />

Meteoro, de Berlim, que em Padua, na Itália, foi condemnada<br />

na pessoa do seu agente, em 26 de setembro do anno passado,<br />

a pagar 150 francos de multa e 1:340 francos por conta de perdas<br />

e damnos a liquidar.<br />

Na Bélgica, a mesma Sociedade foi condemnada a pagar<br />

perto de 6:000 francos.<br />

Assim è que na França, na Itália e na Bélgica se castiga<br />

aos que fraudulentamente se apossam da propriedade industrial<br />

que a lei garantiu.<br />

Arrematação<br />

DA<br />

Quinta da Pedranoha<br />

Rua do Loureiro<br />

Vinho tinto—litro 80.réis.<br />

Dez litros—700 réis.<br />

VINHO BRANCO<br />

Chablis de 1895 —litro 160<br />

réis.<br />

Dito, garrafa — 120 réis.<br />

Aguardente de vinho, de 20°<br />

Cart.—litro 320 réis.<br />

Tratamento de moléstias da<br />

bocca e operações de<br />

cirurgia dentária<br />

Caldeira da Silva<br />

Cirurgião dentista<br />

Heroulano Carvalho<br />

Medico<br />

R. de Ferreira Borges (Calçada), 174<br />

Coimbra<br />

13 flonsnltas todos os dias<br />

v das nove da manhã às<br />

3 horas da tarde.<br />

COMPANHIA DE SEGUROS<br />

FIDELIDADE<br />

Capital 1.344:0001000 réis<br />

Fundo de reserva 241:0001000<br />

Sede em Lisboa<br />

E<br />

14 sta Companhia a mais poderósa<br />

de Portugal, por<br />

intervenção do seu correspondente<br />

em Coimbra, toma seguros<br />

contra fogo ou raio, sobre<br />

prédios, mobilias e estabelecimentos.<br />

Correspondente Basilio Augusto<br />

Xavier d'Andrade, rua<br />

Martins de Carvalho, n.° 4.<br />

Vende-se<br />

D<br />

15 ina bomba de grande pres-<br />

10 A Companhia do mata- são, com os tubos de co-<br />

«douro municipal de Coimbre, própria para tirar agua, e<br />

bra faz público que dá de arre- vendem-se também dois pares<br />

matação todo os estrumes pro- de rodas para caro alemtejano<br />

venientes do matadouro; para ou de bois.<br />

o que recebe propostas em car- Trata-se oom Francisco Nota<br />

fechada até ás 2 horas da gueira Secco Terreiro da Ervatarde<br />

do dia 31 do corrente. Coimbra.<br />

As condições e mais esclarecimentos<br />

estam potentes na secretaria<br />

do Matadouro novo das PROBIDADE<br />

11 horas do manhã até ás 2 da Companhia geral de seguros<br />

tarde dos dias antes.<br />

Sociedade anonyma<br />

de responsabilidade limitada<br />

CAPITAL 2.000:0000000<br />

11 Aám-se a juros sôbre hypo- Rua Nova d'El-Rei, n.° 99, 1.°<br />

11 théca.<br />

Lislboa<br />

Nesta redacção se dis.<br />

Effectua seguros contra incêndios.<br />

Vinho e aguardente puros Correspondente em Coimbra,<br />

Cassiano A. Martins Ribeiro.—<br />

Rua Ferreira Borges, 165, 1.°.<br />

MEIO CAIXEIRO<br />

17 Afferece-se um com bas-<br />

V tante prática de mercearia.<br />

Começou a ganhar este<br />

anno, e por isso não exige<br />

graude ordenado.<br />

Ainda está empregado, e dá<br />

bôas informações do patrão onde<br />

está.<br />

Nesta redacção se diz.<br />

"BESISTENCIA,,<br />

POBLICA-SE AOS DOMINGO»<br />

B QUINTAS-FEIRA8<br />

Redacção e Administração<br />

ARCO D'ALMEDINA, 6<br />

EDITOR s= Joaquim Teixeira de Sá<br />

Condições de assignatura<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha:<br />

Anno 20700<br />

Semestre.... 10350<br />

Trimestre 680<br />

Sem estampilha :<br />

Anno 20400<br />

Semestre 10200<br />

Trimestre 600<br />

AJVNTJNCIOS<br />

Cada linha, 30 réis—Repetições,<br />

20 réis.—Para os srs. assignmtes,<br />

desconto de 50 p. c.<br />

LIVROS<br />

Annunciam-se gratuitamente<br />

todos aquelles com cuja remessa<br />

este jornal fôr honrado.<br />

Tyy. V. FrinÇ» imit—QOlMMU

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