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Obra Completa

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O governo auctorizou por uma Nesta carta geographica, de um<br />

portaria a fundação no Porto d'uma genero excepcional, vê-se uma enor-<br />

succursaldoCréditfranco-portugais, me cidade de Jerusalem, com as<br />

o que o governo transado, contra a ruas bem marcadas, um mar Morlo<br />

lei, nunca concedeu.<br />

abundante de paixes alguns táin<br />

grandes que excedem em largura o<br />

Jordão, etc. O Hebron não figura<br />

no mosaico.<br />

Consorciáram-se hontem, na egreja<br />

de Santa Cruz, o sr. Patrício Xavier<br />

d'Almeida Brito, 1 0 tenente de artilheria<br />

2, com a sr. a D. Maria da Piedade<br />

Soares Cortez Cabral.<br />

Foram padrinhos da noiva a sr. a D.<br />

Marianna Xavier Cerveira Cabral das<br />

Neves e o sr. dr. José Xavier Cerveira<br />

e Sousa; e do noivo os paes da noiva,<br />

a sr. a D. Carlota dos Prazeres Soares<br />

Costa Cabral e o sr. Emygdio Augusto<br />

Costa Cabral, coronel de infanteria 14.<br />

Um telepramma do Cabo communíca<br />

que o célebre dr. Kock descobriu a<br />

vacciaa contra a febre bovina.<br />

Falleceu em Limego o dr. Miguel<br />

Moreira da Fonseca, chefe do partido<br />

regenerador naquella cidade.<br />

Ó g<br />

Os estudantes do lycéo vam repre*<br />

sentar ao governo pedindo para serem<br />

restabelecidos os exames em outubro.<br />

Para que o seu pedido tenha maior<br />

força andam promovendo a adhesão<br />

dos estudantes dos outros iycéos do<br />

país.<br />

«O G-aiato»<br />

Recebemos o primeiro número<br />

d'este jornal que se publica nesta<br />

cidade tres vezes por mês.<br />

A sua redacção é composta de<br />

estudantes que, pel'O Gaiato, se<br />

querem instruir e desinvolver.<br />

Estimarêmos que o consigam e<br />

que o novo collega tenha longa vida.<br />

Mosaico curioso<br />

Escrevem da Syria ao Daily Graphic,<br />

dizendo que se descobriu numa<br />

aldeia situada na margem direita do<br />

rio Jordão, entre Said e Kerak, um<br />

pavimento de mosaico, medindo 10<br />

metros de comprido por 5 de largo,<br />

e que fez provavelmente parte de<br />

uma capella do século V.<br />

O desenho formado pelo mosaico<br />

é uma representação da Palestina<br />

e em geral de todo o país entre o<br />

Egypto e o Libano.<br />

21 Folhetim da RESISTENCIA<br />

ALÉXIS BOUVIER<br />

0 casamento d'um forçado<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Os cânticos do Sena<br />

VII<br />

A casa Grosbouleau, Lalongueur<br />

& C. a<br />

Muito bem, diz Lanout, abrindo o<br />

seu livro — no qual estavam já escripturadas<br />

as rrier-adorias recebidas durante<br />

a noite, succedeis a Lormond...<br />

—Isso não...<br />

—Nunca! diz Lalongueur.<br />

—Nós fundamos uma casa, somos<br />

os antigos empregados da casa Lormond.<br />

..<br />

—E roubais-lhe a clientella, diz,<br />

sorrindo, o velho encubridor.<br />

—A sua clientella, é Isso é!... ahi<br />

ahi e Grosbouleau riu.<br />

Lalongueur imita-o, provocando-lhe<br />

0 riso taes movimentos que despeda<br />

çoil a cadeira em que estava sentado.<br />

A um signal do seu associado calou-se.<br />

— Sr. Lanout, diz entám Grosbouleau,<br />

trate-nos bem e nós farêmos<br />

comsigo muitos negócios e bons...<br />

Nós somos três associados.<br />

—Três! AhI sim... Companhia.<br />

RESISTÊNCIA — Quinta feira, 18 de fevereiro de 1897<br />

casa de Bérard, rua de Enghiep?<br />

—Hein! Exclamaram ao mesmo tempo<br />

os dois gatunos.<br />

— Elle vae a casa de Bérard? perguntou<br />

Grosbouleau inquieto.<br />

—Hoje, creio eu,<br />

Câmara Municipal de Coimbra<br />

Resumo das deliberações tomádas na<br />

sessão ordinária de 4 de fevereiro<br />

de 1897.<br />

pesames a SS. MM. pelo fallecimeoto<br />

da Duqueza de Montpensier.<br />

Resolveu annunciar a empreitada da<br />

reparação do pavimento de parte da<br />

estrada municipal de Coimbra ao Pisão<br />

entre as serventias para a Pedrulha e<br />

Ponte dos Asnos, dividida em duas tarefas,<br />

na extensão de 825, m 0 cada<br />

uma.<br />

Auctorizou diversos pagamentos:—<br />

material para o serviço dos incêndios,<br />

carvão para as machinas das aguas,<br />

serviços de limpêsa, conservação d'arvores,<br />

reparação de calçadas, reparação<br />

da fonte da Palheira, canalizações<br />

No dia 21 avançará para o 0. e NE.<br />

da Europa outra depressão, cujos effeitos<br />

se farám sentir no dia seguinte<br />

na nossa península, produzindo ventos<br />

d'entre SO. e NO. e alguma chuva,<br />

fraca, em Portugal e Galliza.<br />

Uma nova depressão apparecerá no<br />

dia 23, entre as paragens dos Açores<br />

e Ilha da Madeira, achando-se no dia<br />

seguinte o centro das baixas pressões<br />

ao SO. da nossa península, reinando<br />

ventos d'entre SO. e NO. com algumas<br />

chuvas que se propagarám desde Portugal<br />

ate ao centro da Hespanha.<br />

d'agua, asylo de cegos, fonte de S. No dia 25 encontrar-se-ha o centro<br />

João do Campo, cobrança do rendimen- da depressão do dia anterior ao NO.<br />

to das aguas, illuminação de Santo An- de Hespanha, formando-se ao mesmo<br />

tonio dos Olivaes, canalização d'agua tempo um núcleo de baixas pressões<br />

para o novo matadouro, limpêsa e con- no Mediterrâneo superior. 0 tempo conservação<br />

do edifício do governo civil. tinuará ventoso d'entre 0. a N., na<br />

Despachou requerimentos: — aucto-<br />

nossa península, com alguns aguaceirizando<br />

exhumaçoes d'ossadas no ceros<br />

nas regiões septentrionaes, pyremiterio<br />

da Conchada e trasladações<br />

naica e na Catalunha.<br />

para jazigos particulares; o pagamen 0 mês findará como começou: áspe-<br />

to de impostos por avença, com abaro, ventoso e chuvoso. Será no dia 28<br />

timento, por se ter fechado o estabele- que uma depressão, vinda do Atlânticimento<br />

avençado; a reparação da laco, estará mais perto da Europa, aldeira<br />

do Ingote, com o auxilio offerecançando a nossa península, onde procido<br />

por um proprieiario; collocação duzirá ventos d'entre SO. e NO. com<br />

de signàes funerários no cemiterio; algumas chuvas, especialmente nas re-<br />

substituição de cantarias arruinadas de giões NO. e septentrional.<br />

prédios particulares; a construcção de<br />

dois prédios no logar d'Andorinha, a<br />

confinar com a rua publica, determinando<br />

o alinhamento, sem occupação KALENDARIO DE FEVEREIRO, 1897<br />

de terreno do concelho.<br />

Indeferiu, em vista d'informações<br />

7. 14 21 28<br />

havidas, um requerimento d'um pro-<br />

1 8 15 22<br />

prietário de Brasfemes, para a compra<br />

d'uma porção de terreno publico no<br />

mesmo logar.<br />

Previsão do tempo<br />

Segundo o boletim metereologico de<br />

Noherlesoom, a segunda quinzena do<br />

mês corrente deve rivalizar na nossa<br />

península com a primeira, porquanto<br />

os elementos perturbadores da atmosphera<br />

serám pouco insistentes e duradouros,<br />

perdendo alguns a sua força<br />

devido á sua excessiva extensão. Da<br />

tendência geral para o bom tempo serám,<br />

porém, excepção os dias 16, 18<br />

e 21.<br />

Na uossa peninsula adquirirá uma<br />

fórma irregular, occupando a região<br />

septentrional e as regiões do Douro e<br />

do Ebro, produzindo tempo ventoso<br />

d'entre 0. e N , acompanhado de algu<br />

mas chuvas.<br />

A 17 a mesma depressão estenderse-ha<br />

pelo centro e N. da Europa,<br />

actuando fracamente na uossa península.<br />

No dia 18 é que se deve receiar<br />

que o mau tempo, originado pelas cor<br />

rentes aéreas procedentes do Mediterrâneo,<br />

se estenda ao centro da Hespanha,<br />

produzindo ventos d'entre NE. e<br />

SE., que farám baixar a temperatura<br />

com algumas chuvas.<br />

—<br />

*2 9 16 23 —<br />

3 10 17 24 — .<br />

4 11 18 25 —<br />

5 12 19 26 —<br />

Presidência do dr. Luiz Pereira da<br />

Costa.<br />

Vereadores presentes:—effectivos:<br />

arcediago José Simões Dias, bacharel<br />

Desordem, lacadas c prisão José Augusto Gaspar de Mattos, José<br />

Antonio Lucas, Antonio José de Moura<br />

Na noite de 14 para 15 do corrente Bastos, José Marques Pinto e Albano<br />

foram gravemente feridos com facadas, Gomes Paes.<br />

em S. Fructuoso, Francisco José, casado Presente o administrador do conce-<br />

e José Maria Carvalheiro, solteiro, do lho.<br />

mesmo logar, por Abel Simões Miza-<br />

Abertas duas propostas para a emrella<br />

e irmão Alexandre Simões Mizapreitada<br />

de duas tarefas de reparação<br />

rella, do logar das Torres.<br />

do pavimento de parte da estrada mu-<br />

Os aggressores entraram no referido nicipal de Coimbra a Montemór-o-Velho,<br />

logar de S. Fructuoso, no dia 14, entre o Almegue e a Bemcanta, na ex-<br />

armados de espingardas, as quaes tensão, cada uma de 150,<br />

guardaram em casa de Manoel Vieira,<br />

indo em seguida com alguns rapazes<br />

parauma casa divertir-se, aonde appareceu<br />

Francisco José, em quem deu<br />

um pontapé, mas que o Francisco José<br />

desculpou, lomando-o como brincadeira<br />

Mais tarde saíram todos da casa, de<br />

brincadeira, apparecendo alli José Maria<br />

Carvalheiro, que offereceu a sua<br />

casa e cama aos dois Mizarellas e Abel<br />

acceitou, e quando acabava d'entrar<br />

em casa do Carvalheiro, ouviu o irmão<br />

Alexandre chamá-lo, e vindo a sair,<br />

entrava Francisco José, com o qual<br />

principiaram altercando e a quem se<br />

agarrou o Abel, luctando e caindo<br />

ambos, ficando o Francisco José do<br />

lado superior, e foi entám que o Alexandre<br />

lhe deu uma facada nos rins,<br />

deixando-o prostrado. Nesta occasião<br />

6 13 20 27 —<br />

o dono'da casa José Maria Carvalheiro<br />

deu voz de preso ao Alexandre, agarrando-o,<br />

entám Abel deu uma facada<br />

Lua nova em 1, ás 7,37 m. da m.<br />

no captor de Alexandre, o qual vendo-se<br />

Quarto crescente em 9, ás 6,49 m.<br />

ferido, teve que o largar, sendo os 2<br />

da m.<br />

aggressores auxiliados na fuga por<br />

alguns rapazes amigos, que alli se<br />

Lua cheia em 17, ás 9,34 m. da n-<br />

achavam, fugindo para as Torres, e<br />

Quarto minguante em 24, ás 3,7 m.<br />

na fuga caíram por uma rebanceira,<br />

da n.<br />

aonde deixaram cair o chapéu da<br />

Os dias augmentam durante o mês<br />

cabeça, sendo seguidos, e em acto<br />

uma hora approximadamente.<br />

contínuo foi dado conhecimento ao sr.<br />

commissàrio de policia, que immediatamente<br />

fez seguir para as Torres um<br />

cabo e quatro guardas, os quaes recapturaram<br />

os dois criminosos, e foram<br />

F. Fernandes Costa<br />

enviados para juizo, juntamente com o<br />

E<br />

chapéu e as 2 armas carregadas pertencentes<br />

aos presos e que foram<br />

ANTONIO THOMÉ<br />

apprehendidas pela policia.<br />

ADVOGADOS<br />

Consta-nos que um dos feridos está<br />

em perigo de vida.<br />

Rua do Yisconde da Luz, 80<br />

O sr. Gaivão, chefe da polícia<br />

repressiva da emigração, que se encontrava<br />

em Viseu, passou para<br />

CosinihLelra<br />

esta cidade.<br />

m 0, foi acceite<br />

a de preço mais favoravel — réis<br />

1270500—l. a tarefa, 630500; 2. a tarefa,<br />

64^000 réis.<br />

Mandou annunciar nova praça para<br />

o arrendamento do terreno ao porto<br />

dos Lazaros, pertencente ao município.<br />

Mandou expedir avisos para o pagamento<br />

dos vencimentos das amas dos<br />

expostos e das mães, subsidiadas, relativo<br />

ao trimestre de outubro a dezembro<br />

de 1896.<br />

Tomou conhecimento da approvação<br />

dada superiormente á deliberação tomala<br />

para o provimento, por meio de<br />

concurso, de dois logares vagos de<br />

< ontoneiros das estradas municipaes.<br />

Concordou com um plano de melhoramentos<br />

a fazer no Paço das eschólas<br />

da Universidade, sobre que foi ouvida<br />

pelo reitor da mesma Universidade.<br />

Enviou ao yereador competente, para<br />

informar, um officio do provedor da<br />

Misericórdia ácêrca do fornecimento<br />

d'agua, por avença, para o collégio dos<br />

orphãos.<br />

Attestpu ácêrca d'algumas petições<br />

para subsídios de lactação a menores.<br />

Mandou passar duas licenças para<br />

apascentamento de cabras, segundo a<br />

postura respectiva.<br />

Auctorisou a compra de papel para<br />

o livro do recenseamento militar do<br />

corrente anno.<br />

Mandou registrar uma nota das canalizações<br />

d'agua, executada desde o<br />

dia 29 de janeiro.<br />

Enviou á repartição competente quatro<br />

requerimentos, pediodo canalizações<br />

d'agua para prédios particulares.<br />

Auctorizou a reparação do caminho<br />

entre a estrada real do Porto, aos Fornos,<br />

e o logar de Villela, approvado o<br />

orçamento respectivo, na somma de<br />

310000 réis.<br />

Auctorizou o concerto de cadeiras<br />

dos Paços municipaes.<br />

Mandou annunciar nova praça paia<br />

o arrendamento de duas barracas do<br />

mercado.<br />

Resolveu dirigir um telegramma de<br />

o sabeis, e nâo duvidais de que, sabendo<br />

o que hoje fizemos, elle se<br />

queira vingar. Os passeios que deu<br />

ante hontem asseguram»me de que elle<br />

pretende comprometter-nos.<br />

Tenho e6sa desconfiança, Se não é<br />

Offerece-se uma habilitadíssima. Para<br />

fallar na rua dos Estudos, n.° 11.<br />

—É Petite, um anjo de que só vos — Ah! Os dois rapazes entre-olha-<br />

direi que, quando escolhe alguma ram-se... O sr. Lanout não fatiará<br />

coisa, é porque é boa. Lalongueur era dos negócios que fizermos ao barão.<br />

ebanista; conhece os moveis de fan- —O meu negócio nada tem com<br />

caria e os de encommenda, nós não elle... uma vez fóra de minha casa.<br />

escolhemos senão... quero dizer, nós não vos conheço.<br />

não compramos senão estes últimos... E pagou.<br />

Eu fui cinzelador de bronze; não ha —Até á vista, sr. Lanout, disse a<br />

a possibilidade de enganarem sobre o casa Lalongueur á C.<br />

verdadeiro bronze ou o camalote...<br />

— Vós podeis effectivamente fazer<br />

muito bom negócio... assim. Apresentar-vos-hei<br />

agora a minha proposta<br />

ácêrca d'este...<br />

—Vejamos!<br />

Os dois gatunos approXimaram-se.<br />

— Quinhentos francos...<br />

—Quinhentos!! exclamaram ao mes<br />

mojtempo Grosbouleau e Lalongueur.<br />

—Não vos convém?...<br />

—Convém! Convém!<br />

Emquanto Lanout escrevia, dizia<br />

Grosbouleau em segredo a Lalongueur.<br />

— Vês, se nós tivessemos ficado com<br />

aquelle ladrão do barão, ter-nos-hia<br />

dado a cada um quarenta francos...<br />

—Ê um ladrão... Aquella gente<br />

devia ser punida. Eis um caso em que<br />

a policia devia cumprir o seu dever,<br />

respondeu Lalongueur.<br />

— 0 pae Lanout contou o dinheiro<br />

e disse:<br />

— Sabeis o que o barão vae fazer a<br />

a para se vingar de nós, é seguramente — Oh ! agora comprehendi!<br />

para fazer coisas que nos interessam, — Que homem!, exclamou Lalon-<br />

pois que vae a casa de Bérard, em que gueur, é um génio!<br />

nós hontem trabalhamos... Sabeis que — Quando devo ir?, disse Petite.<br />

elle não é muito cathólico, o barão. — Já, em seguida ao almoço. Quan-<br />

— Sei, afllrmou Lalongueur.<br />

to mais depressa melhor... Esta tarde<br />

— Diz-se que elle foi espião... Ces- encontrar-nos-hemos na barreira de<br />

teiro que faz um cesto, faz um cento. Clichez... Vamos passar o dia com<br />

, retirando-se. Eu receio alguma coisa. Em todo oca- Lalongueur a procurar um aposento em<br />

Logo que chegáram à rua, os dois so é preciso que nós saibamos o que Paris, ao acaso.<br />

homens olharam de novo um para o elle vae fazer a casa de Bérard.<br />

— Isso, é uma boa idêa.<br />

outro; Grosbouleau disse:<br />

—Tens razão.<br />

O almoço continuou; logo que aca-<br />

— Positivamente, o barão é um ca- — Que é preciso fazer para isso ?, bou, a casa Grosbouleau, Lalongueur<br />

nalha.<br />

perguntou Petite.<br />

& C.<br />

—Oh! sim, um canalha! Quer tra- — É preciso que lu trabalhes.<br />

hir-nos, mas não lhe daremos tempo — Como?<br />

para isso.<br />

Lalongueur estendeu o pescoço para<br />

—Vamos almoçar, diz Lalongueur, melhor ouvir o que havia decidido o<br />

Petite espera nos na Courbevoie. seu associado.<br />

—Pobre anjo! sim, vamos para — Pegas na tua caderneta de crea-<br />

junto d'ella depressa; ella é de bom da, vaes percorrer as lojas de fructa<br />

conselho...<br />

da rua Eughien, entrarás em casa de<br />

E os dois associados entraram no Bérard, onde é preciso que tu sejas<br />

caminho de ferro da circumvallação. creada de quarto, de cozinha ou aju-<br />

Uma hora depois estavam em Courdante de cozinha durante alguns dias.<br />

bevoie. |<br />

— Comprehendeste ?<br />

Petite esperava os seus dois associa- — Nem por isso.<br />

dos; fôram almoçar numa taberna que — E tu ?, perguntou Lalongueur.<br />

ficava á margem do rio. Depois de — Eu! comprehendí e não compre-<br />

engulir os primeiros bocados, diz Groshendi... comprehendo o que tu dizes,<br />

bouleau :<br />

mas não sei o porquê.<br />

Meus filhos, escutai-me:<br />

— E todavia é simples. È necessá-<br />

0 barão nâo é um imbecil, vós bem rio que Petite nos diga o que o barão<br />

vae fazer a essa casa. Se se tratar de<br />

uma vingança, retiramo-nos por dois<br />

ou três mêses para a província. Se é<br />

uma pequena emprèsa, que uão conhecemos,<br />

apressar-nos-hemos em tomar<br />

parte nos benefícios, comprehendeste ?<br />

a pôs em execução o seu plano.<br />

No dia seguinte de manhã Petite entrava<br />

como creada em casa de Bérard.<br />

Na tarde d'esse dia, o barão estava<br />

junto d'uma mêsa em presença de Linotte<br />

num gabinete de Brêbank, davalhe<br />

uma nota de quinhentos francos e<br />

dizia:<br />

— Ahi tens para comprar as coisas<br />

mais necessárias, está prompta dentro<br />

de dois dias e immediatamente começarêmos.<br />

Antes d'um mês, Linotte, serêmos<br />

millionários.<br />

— É isso o que me parece difficil!...<br />

— Esta tarde, Linotte, que está bom<br />

tempo, tomarêmos uma carruagem depois<br />

de jantar e irêmos dar um passeio.<br />

— Para onde?<br />

— Para a ponte da Estacada.<br />

— Porque, disse Linotte tornando-se<br />

pállida, me queres levar para ahi?<br />

— Para te dar coragem !<br />

FIM DA 1.* PARTI;

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