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4 – Quarta-feira, <strong>25</strong> de julho de 2012 POLÍTICA<br />

www.omossoroense.com.br<br />

INVESTIGAÇÃO<br />

Agente federal diz em depoimento que Carlinhos<br />

Cachoeira contava com proteção da polícia goiana<br />

A ajuda protegia negócios do “bicheiro” em municípios de Águas Lindas e Valparaíso no Estado de Goiás<br />

Luiz Carlos Pimentel,agente<br />

da Polícia Federal que trabalha<br />

no setor de Inteligência<br />

no Distrito Federal, segundo<br />

depoente da audiência que ouve<br />

14 testemunhas da operação<br />

Monte Carlo na Justiça Federal<br />

em Goiânia, afirmou, logo<br />

no começo do depoimento,<br />

por volta das 15h30 de ontem,<br />

que a quadrilha chefiada pelo<br />

contraventor Carlinhos Cachoeira<br />

agia sob proteção da<br />

polícia de Goiás.<br />

A operação Monte Carlo,<br />

da PF, prendeu Cachoeira no<br />

final de fevereiro deste ano,<br />

expondo a existência de um<br />

FOGO-AMIGO<br />

Para as bandas do governismo<br />

não falta fogo-amigo na chapa<br />

proporcional.O foco é deixar sem<br />

mandato os vereadores Daniel<br />

Gomes (PMDB), Zé Peixeiro (P-<br />

MDB) e Ricardo de Dodoca<br />

(PDT).O trio não é perdoado por<br />

ter batido de frente com o governismo<br />

em 2010 no famoso episódio<br />

do Orçamento que foi votado<br />

duas vezes.<br />

ARLENE<br />

Quem também perdeu força no<br />

governismo foi a ex-vereadora Arlene<br />

Sousa (DEM). Ela seria um<br />

dos nomes preferenciais do governismo,<br />

mas se deu mal com a exclusão<br />

de Alex Moacir (PMDB)<br />

da chapa proporcional. O peemedebista<br />

avançou nas bases dela dentro<br />

da estrutura municipal.<br />

MICARLA<br />

A prefeita de Natal, Micarla de<br />

Sousa (PV), não gostou nem um<br />

pouquinho da notícia de que ela<br />

abriria uma igreja evangélica quando<br />

voltar a ser uma pessoa comum.<br />

Ela afirmou que jamais fará isso.<br />

Então fica apenas a expectativa de<br />

que ela volte à TV.<br />

esquema ligado a jogos ilegais<br />

e que teria influência sobre governos,agentes<br />

públicos e privados.<br />

"Não observamos nenhum<br />

outro grupo que tenha<br />

tentado abrir jogos nesta região<br />

(do entorno do Distrito<br />

Federal).Muitos policiais militares<br />

faziam trabalho passando<br />

pela região", disse o<br />

agente. Com isso, segundo<br />

ele, a Polícia Federal tentava<br />

não se aproximar para evitar<br />

eventuais conflitos.<br />

Pimentel afirmou também<br />

que o delegado de Polícia Federal<br />

Fernando Bayron recebia<br />

valores de Carlinhos Cachoeira.<br />

"Depois de encontros com<br />

Cachoeira ou com seu irmão,<br />

o senhor Bayron efetuava o pagamento<br />

das prestações de seu<br />

apartamento." As conclusões<br />

do agente decorrem de gravações<br />

telefônicas e vídeos que<br />

mostram a entrega de pacotes,<br />

supostamente de dinheiro,aos<br />

envolvidos.<br />

A defesa tentou desqualificar<br />

a testemunha,alegando que<br />

ela teria interesse na acusação.<br />

Pimentel respondeu que "por<br />

ser o servidor mais antigo do<br />

setor, tinha a função de análise<br />

e coordenação dos trabalhos<br />

Bruno Barreto<br />

brunobarreto@omossoroense.com.br<br />

BARÕES DO SERVIÇO PÚBLICO<br />

Ainda é muito forte o ranço monárquico em nossa sociedade. No antigo regime existia a classe<br />

dos nobres, uma turma que estava acima de qualquer lei e sugava o dinheiro público como se<br />

deles fosse. Acreditava que isso não existia em nosso Estado. Mas por aqui a monarquia ainda<br />

existe. Temos uma classe de barões do serviço público que abocanha todos os meses, ao arrepio<br />

da lei, uma grana acima do teto salarial de R$ 26 mil. No passado, Collor “caçou” marajás em Alagoas.Era<br />

a uma turma com essas práticas monárquicas.Aqui a governadora Rosalba Ciarlini (DEM)<br />

ameaçou atacar os barões do serviço público. Ficou no pantim. Pareceu querer intimidar servidores<br />

públicos que estavam em greve. Aí veio a Lei de Acesso à Informação. O Governo teve que<br />

revelar ao mundo os nossos barões do século XXI. O leitor pode até argumetar que os servidores<br />

em questão têm uma grande responsabilidade. Concordo, mas médicos e professores são tão<br />

importantes ou até mais do que servidores da Procuradoria e Defensoria Pública. Mas médicos<br />

e professores vivem fazendo greves por ganharem salários vergonhosos. Esses profissionais não<br />

têm o direito de ter o privilégio de receber um salário acima do teto de R$ 26 mil.<br />

GOVERNO ENROLADO<br />

O Governo do Estado esteve, para variar, enrolado nos últimos dias. Veja o caso da convocação<br />

extraordinária da Assembleia Legislativa. Semana passada anunciaram-a para o dia 20 deste<br />

mês. Depois foi dito que não haveria convocação alguma porque havia uma margem que garantiria<br />

o reajuste dos servidores da Uern. Agora mudou tudo de novo. O Governo do Estado convocou<br />

a Assembleia Legislativa, mas sem um pacote de projetos como divulgado na primeira informação.<br />

Na pauta, reajuste e parcelamento de dívidas da União. Sinceramente com atitudes como<br />

essas o governo só ganha uma coisa: desconfiança e por consequência desgaste. Ô governinho<br />

enrolado esse da “Rosa de Mossoró”.<br />

do grupo".A defesa contradisse<br />

a testemunha por acreditar<br />

que ela seja muito próxima da<br />

acusação. Pimentel afirmou<br />

que não tem interesse na operação."Sou<br />

policial federal e só<br />

tenho compromisso com a verdade."<br />

Como chefe-substituto do<br />

serviço de inteligência da Polícia<br />

Federal, o depoente coordenava<br />

os trabalhos e fazia análise<br />

de alguns dos alvos da operação.Pimentel<br />

disse que o grupo<br />

criminoso controlava a atividade<br />

de jogos ilegais, principalmente<br />

nas cidades de Águas<br />

Lindas e Valparaíso de Goiás. Cachoeira contava com proteção policial<br />

Defensores de réus tiram dúvida sobre motivos da “Operação Monte Carlo”<br />

Uma das dúvidas dos defensores<br />

dos réus da operação<br />

Monte Carlo foi esclarecida pela<br />

testemunha logo no começo<br />

do depoimento. Segundo<br />

ele, as investigações começaram<br />

por requerimento do Ministério<br />

Público de Valparaíso<br />

(GO), depois de observarem<br />

a expansão nas atividades de casas<br />

de jogos ilegais na cidade e<br />

na região.<br />

Assim como a primeira testemunha<br />

de ontem, Fábio Al-<br />

varez,Pimentel afirmou que no<br />

início das investigações os alvos<br />

das interceptações eram<br />

três pessoas. Raimundo Washington,<br />

Major Silva e José<br />

Olímpio.<br />

No decorrer de todas as diligências,<br />

os policiais federais<br />

perceberam que uma pessoa<br />

chamada de "Baixinho" sempre<br />

era mencionada nas conversas.Esse<br />

apelido seria de Lenine<br />

Araújo.<br />

Com a interceptação do rá-<br />

dio de Lenine, conseguiram<br />

observar que o aparelho era registrado<br />

em outro país."As pessoas<br />

começam as conversas se<br />

identificando, por isso foi fácil<br />

perceber quem era quem nas<br />

ligações."<br />

Segundo o agente da Polícia<br />

Federal, Lenine intermediava<br />

as ações de Cachoeira na região<br />

do entorno do Distrito Federal.<br />

"Lenine sempre se reportava<br />

a Cachoeira sobre as ações,<br />

contratações e pagamentos,in-<br />

clusive na influência que o grupo<br />

tinha na segurança pública<br />

goiana", disse Pimentel.<br />

Geovani Pereira,que é apontado<br />

com o contador do grupo,<br />

prestava contas diretamente a<br />

Carlinhos Cachoeira, afirmou<br />

o depoente. "Ele só fazia aquilo<br />

que Carlinhos Cachoeira pedia<br />

e,posteriormente,a ele prestava<br />

conta de tudo."<br />

O CASO<br />

Carlinhos Cachoeira é acu-<br />

sado de chefiar uma quadrilha<br />

que comandava jogos ilegais,<br />

principalmente em Goiás,e de<br />

usar de influência com parlamentares,como<br />

o ex-senador<br />

Demóstenes Torres,para manipular<br />

licitações e facilitar a<br />

entrada de empresas supostamente<br />

ligadas a ele e outros<br />

aliados nos governos do Distrito<br />

Federal, Rio de Janeiro e<br />

Goiás.<br />

Pelas suspeitas de envolvimento<br />

com Cachoeira, De-<br />

AMÉRICA<br />

Confesso que pensava que essa<br />

história de estádio do América era<br />

para pressionar o governo a lhe ceder<br />

a Arena das Dunas em condições<br />

favoráveis. No entanto, os dirigentes<br />

alvirrubros estão levando a sério<br />

a ideia. Já fizeram uma permuta<br />

para trocar a bela sede social por uma<br />

Arena e já vendem cadeiras cativas.<br />

O Governo do Estado ficará com<br />

um belo abacaxi: um estádio espetacular,<br />

mas sem time para jogar.<br />

OLIMPÍADAS<br />

Hoje começa na prática as Olimpíadas<br />

de Londres. A seleção feminina<br />

de futebol, sempre abandonada,<br />

estreia contra as camaronesas.<br />

A ausência da Globo nas transmissões<br />

está fazendo os jogos olímpicos<br />

menos badalados que o habitual.<br />

DESCONTOS<br />

O secretário chefe do Gabinete<br />

Civil, Anselmo de Carvalho, explicou<br />

à coluna porque a governadora<br />

Rosalba Ciarlini só tem descontados<br />

R$ 384 de previdência. É que o salário<br />

dela é dividido em duas partes:<br />

o subsídio (R$ 3.498) e representação<br />

(R$ 8.162). O desconto é feito<br />

só na primeira parte.<br />

móstenes teve o mandato cassado<br />

no último dia 11. Os governadores<br />

Agnelo Queiroz<br />

(PT-DF), Sérgio Cabral (P-<br />

MDB-RJ) e Marconi Perillo<br />

(PSDB-GO) foram citados em<br />

escutas telefônicas feitas pela<br />

Polícia Federal durante as operações<br />

Vegas e Monte Carlo.<br />

Os envolvidos assumem ter<br />

falado com Cachoeira em algumas<br />

situações e motivos diversos,<br />

mas negam envolvimento<br />

nas ações do bicheiro.<br />

A<br />

EFICIÊNCIA<br />

A coluna repete a foto de<br />

ontem para registrar que espera<br />

da polícia a mesma eficiência<br />

usada para desbaratar<br />

a quadrilha de sequestradores<br />

de Popó Porcino no desfecho<br />

do mistério que envolve<br />

o sumiço de Cíntia Lívia<br />

de Araújo, que desapareceu<br />

no último sábado,em Tibau,<br />

quando saiu de casa às 7h para<br />

comprar chicletes em uma<br />

mercearia. Mais uma vez reforçamos<br />

que se o leitor tiver<br />

visto a garota (que está<br />

na foto acima) entre em contato<br />

pelos telefones 8857-<br />

1159 e 9471-3100. Tomara<br />

que tenhamos mais um final<br />

feliz.

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