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Discurso de Tomada de Posse F - Confraria da Chanfana

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Exmos Senhores:<br />

<strong>Discurso</strong> <strong>de</strong> <strong>Toma<strong>da</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Posse</strong> F.N.C.G.P.<br />

6 <strong>de</strong> Janeiro – Santarém<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara Municipal <strong>de</strong> Santarém<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Assembleia Geral cessante<br />

Caros Confra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as <strong>Confraria</strong>s aqui presentes<br />

Colegas dos Órgãos Sociais recém-empossados<br />

Minhas Senhoras e Meus Senhores<br />

Comunicação Social<br />

As minhas primeiras palavras são <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento à Câmara Municipal <strong>de</strong><br />

Santarém que, ao abrir-nos as portas <strong>de</strong>sta casa para a cerimónia <strong>de</strong> toma<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> posse, nos permitiu conferir a este acto, a digni<strong>da</strong><strong>de</strong> mereci<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ndo<br />

também um sinal <strong>da</strong> relação franca e amiga que <strong>de</strong>ve nortear a nossa<br />

actuação.<br />

Creia, Sr. Presi<strong>de</strong>nte que aqui viremos em breve, para apresentar os nossos<br />

cumprimentos formais e apresentar igualmente um conjunto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que<br />

<strong>de</strong>certo V. Ex.ª não <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> acolher.<br />

Os meus agra<strong>de</strong>cimentos vão <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, para todos aqueles que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

primeiro minuto me apoiaram, que, sem recuos, nem hesitações, incentivaram<br />

a <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong> a li<strong>de</strong>rar um processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça e <strong>de</strong> credibilização<br />

do movimento que a todos nos une. É com particular emoção e carinho que me<br />

dirijo a vós: Aos confra<strong>de</strong>s <strong>da</strong> minha confraria pelo incentivo e pela confiança,<br />

mas também a ca<strong>da</strong> um dos amigos <strong>de</strong> tantas confrarias que estão nesta sala e<br />

que, com uma palavra <strong>de</strong> estímulo, uma sugestão pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, um telefonema<br />

certeiro, uma crítica construtiva conseguiram tornar esta equipa coesa, solidária<br />

e <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>. Por isso estamos hoje aqui e sinto-me muito orgulhosa pela<br />

confiança que em mim <strong>de</strong>positaram.<br />

1


A minha sau<strong>da</strong>ção também, para to<strong>da</strong>s as <strong>Confraria</strong>s que agora terminam o seu<br />

man<strong>da</strong>to e para as que integraram a lista venci<strong>da</strong>. Aos primeiros, porque sendo<br />

os pioneiros <strong>de</strong>ste movimento, tiveram <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbravar caminhos, consoli<strong>da</strong>r<br />

posições e afirmar intenções, na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> gastronomia portuguesa. Todos<br />

temos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r com o vosso exemplo.<br />

Aos segundos, porque a vi<strong>da</strong> é feita <strong>de</strong> vitórias e <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrotas. To<strong>da</strong>s são<br />

nobres, se assumi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> cabeça ergui<strong>da</strong> e sem <strong>de</strong>speito. Claro, que é um<br />

exercício difícil, que não está ao alcance <strong>de</strong> todos e que <strong>de</strong>fine a postura dos<br />

homens e <strong>da</strong>s mulheres em to<strong>da</strong>s as nossas vivências.<br />

Feita esta introdução necessária e justa é o momento <strong>de</strong> recor<strong>da</strong>r alguns<br />

acontecimentos que marcaram estes últimos anos e que to<strong>da</strong>s as nossas<br />

<strong>Confraria</strong>s foram registando:<br />

- No Congresso <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira anunciou-se a realização <strong>de</strong> eleições para a<br />

F.N.C.G.P., até final do ano. Estávamos em Setembro <strong>de</strong> 2004. Estamos a<br />

tomar posse 16 meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sse anúncio! Esta situação, originou o <strong>de</strong>sgaste<br />

<strong>de</strong> todo um processo, a <strong>de</strong>silusão com pessoas que oscilam ao sabor <strong>da</strong> maré,<br />

a dúvi<strong>da</strong> sobre os interesses nunca <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>dos e, com tudo isto, per<strong>de</strong>mos<br />

tempo porque, há <strong>de</strong>cisões que não po<strong>de</strong>m ser permanentemente adia<strong>da</strong>s, há<br />

projectos que corremos o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r, há o mundo a mu<strong>da</strong>r, a evoluir, a<br />

<strong>de</strong>svirtuar-se também, e nós a assistir …<br />

- Lembro-me <strong>de</strong> ouvir alguns confra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> muitas confrarias aqui presentes,<br />

mais experientes, mais velhos nestas an<strong>da</strong>nças, chamarem a atenção em 2002,<br />

para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproveitar o Euro e promover a gastronomia tradicional<br />

portuguesa. Ecos que não passaram disso mesmo … ;<br />

2


- Lembro-me <strong>de</strong> algumas recomen<strong>da</strong>ções que muitas confrarias fizeram a<br />

propósito <strong>da</strong> realização dos Congressos e <strong>de</strong> um documento <strong>da</strong> pp. <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Chanfana</strong>, pondo o <strong>de</strong>do nas feri<strong>da</strong>s em muitas <strong>de</strong>ssas questões. Ficámo-nos<br />

mesmo só pelas recomen<strong>da</strong>ções e nunca tivemos espaço para o <strong>de</strong>bate… ;<br />

- Lembro-me <strong>de</strong> reunirmos em Poiares para apresentar propostas nunca<br />

aceites, <strong>de</strong> reunirmos no Porto há cerca <strong>de</strong> um ano, para propôr uma lista <strong>de</strong><br />

consenso, que foi recusa<strong>da</strong> na Pampilhosa <strong>da</strong> Serra, e voltarmos a tentar em<br />

Santarém, já em Outubro, mas em vão… ;<br />

- Lembro-me <strong>de</strong> muitas coisas boas que to<strong>da</strong>s as confrarias <strong>de</strong> “per si” têm<br />

feito e, essa riqueza, esse fulgor, esse património, não po<strong>de</strong> ser reduzido, nem<br />

<strong>de</strong>sbaratado.<br />

E por isso queremos muito! Estamos conscientes do risco que assumimos ao<br />

apresentar um programa <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tura tão ambicioso. Nós somos ambiciosos<br />

na <strong>de</strong>fesa e na afirmação <strong>de</strong>sta Fe<strong>de</strong>ração! Temos um rumo e serão to<strong>da</strong>s as<br />

confrarias a <strong>de</strong>cidir em conjunto, as várias etapas que nos propomos.<br />

Desenganem-se os que pensam que se introduzirem ruído na comunicação,<br />

mais facilmente serão ouvidos. Não nos interessam comentários avulsos, lí<strong>de</strong>res<br />

<strong>de</strong> banca<strong>da</strong> ou profissionais <strong>da</strong> má-língua. Sabemos o que queremos.<br />

Somos também gente <strong>de</strong> palavra, <strong>de</strong> princípios e <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por isso,<br />

respeitamos os compromissos assumidos por aqueles que nos antece<strong>de</strong>ram.<br />

Em Junho, teremos um Congresso <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração em São João <strong>da</strong> Pesqueira. Um<br />

congresso <strong>da</strong>s confrarias e para as confrarias, on<strong>de</strong> serão discutidos e votados<br />

os documentos que até lá for possível concluir. Um congresso <strong>de</strong> afirmação, <strong>de</strong><br />

visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> credibilização e <strong>de</strong> engran<strong>de</strong>cimento do nosso nome, do nosso<br />

emblema, <strong>da</strong> Gastronomia Portuguesa, <strong>da</strong> Cultura Nacional e <strong>da</strong> Promoção<br />

Turística em Portugal e no Estrangeiro.<br />

3


E por falar em estrangeiro, <strong>de</strong>certo que nos importa estreitar os laços <strong>de</strong><br />

entendimento com as nossas congéneres, com as organizações internacionais<br />

mas, num processo transparente on<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as confrarias terão as mesmas<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e os mesmos direitos. É comum dizer-se que hoje em dia, quem<br />

<strong>de</strong>tém a informação, <strong>de</strong>tém o po<strong>de</strong>r e por isso, para nós, informar as nossas<br />

associa<strong>da</strong>s é a priori<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Esta Direcção não abdicará do seu papel <strong>de</strong> representação <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração ao<br />

mais alto nível, em to<strong>da</strong>s as estruturas e fá-lo-emos com a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

nossa eleição e tendo como horizonte os <strong>de</strong>safios e as exigências <strong>da</strong><br />

Gastronomia Portuguesa, enquanto Património Cultural.<br />

A constituição <strong>de</strong> Grupos <strong>de</strong> Trabalho, <strong>de</strong> Comissões, dos Conselhos Técnico e<br />

Científico-Pe<strong>da</strong>gógico é fun<strong>da</strong>mental e urgente no nosso Plano <strong>de</strong> Acção.<br />

O potencial humano <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as confrarias garante-nos que se encontrarão os<br />

elementos para, em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s matérias, constituir a melhor equipa. Para<br />

este trabalho imenso, queremos contar com todos, numa conjugação <strong>de</strong><br />

sinergias que será utiliza<strong>da</strong> em benefício do movimento confrádico.<br />

Uma palavra também sobre as parcerias, sobre as relações <strong>de</strong> cooperação,<br />

sobre o reconhecimento efectivo do Estatuto <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração.<br />

Reafirmamos aqui a nossa convicção <strong>de</strong> que a F.N.C.G.P. tem condições para<br />

assumir um papel institucional <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância junto <strong>de</strong> diferentes<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> tutela – Turismo, Cultura, Desenvolvimento Regional, Autarquias<br />

Locais;<br />

Junto <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> educativa e científica;<br />

Em articulação estreita com a Hotelaria e a Restauração;<br />

Ao nível técnico e ao nível consultivo. Este reconhecimento será possível se<br />

formos coerentes, perseverantes e intransigentes na <strong>de</strong>fesa dos nossos valores.<br />

Não po<strong>de</strong>mos ain<strong>da</strong> ignorar o aparecimento crescente <strong>de</strong> confrarias no<br />

panorama nacional.<br />

4


A Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>ve trabalhar por antecipação junto dos organismos<br />

potencialmente apoiantes <strong>de</strong>ste movimento: autarquias locais, regiões <strong>de</strong><br />

turismo, associações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local, associações <strong>de</strong> produtores,<br />

associações cívicas, restauração, comunicação social, no sentido <strong>de</strong> clarificar o<br />

conceito <strong>de</strong> <strong>Confraria</strong> Gastronómica, <strong>de</strong> apoiar na sua constituição, <strong>de</strong> sugerir<br />

referenciais éticos e códigos <strong>de</strong> conduta, <strong>de</strong> propôr a reflexão sobre a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o prestígio e o protocolo.<br />

Temos, no conjunto <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as confrarias, um leque admirável <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos e<br />

<strong>de</strong> profissionais que com o saber e a experiência <strong>da</strong>s suas vi<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>rão<br />

assumir essa responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, conferindo às <strong>Confraria</strong>s <strong>da</strong> Gastronomia<br />

Portuguesa, o respeito que merecem.<br />

Gostaria <strong>de</strong> terminar com um sinal <strong>de</strong> esperança para o futuro, com a<br />

afirmação inequívoca <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça que assumimos ao nível <strong>da</strong>s práticas, e com<br />

a consciência <strong>de</strong> que a <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> Gastronomia Tradicional Portuguesa, não é<br />

incompatível com a evolução e a inovação que <strong>de</strong>terminam as organizações<br />

mo<strong>de</strong>rnas.<br />

Permitam-me um agra<strong>de</strong>cimento particular que neste momento <strong>de</strong>vo a duas<br />

pessoas:<br />

Ao Prof. José Dias Coimbra, man<strong>da</strong>tário <strong>da</strong> nossa lista e um amigo <strong>de</strong> muitos<br />

anos, dos bons e dos maus momentos.<br />

Ao Presi<strong>de</strong>nte Jaime Soares, Juiz <strong>da</strong> <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong>. Tem sido o meu<br />

apoiante incondicional, o conselheiro, o amigo cujo exemplo me obriga e exige<br />

que ca<strong>da</strong> dia procure fazer mais e melhor.<br />

Muito obrigado<br />

Viva a FEDERAÇÃO!<br />

5

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