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Setembro 2007 - Confraria da Chanfana

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Nº 1 - <strong>Setembro</strong> <strong>2007</strong>


Ficha Técnica<br />

Proprie<strong>da</strong>de e Edição:<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong><br />

Edifício do Mercado<br />

3350 Vila Nova de Poiares<br />

Telefone: 239 429 000<br />

Fax: 239 429 009<br />

E-mail: mail@confraria<strong>da</strong>chanfana.pt<br />

Site: www.confraria<strong>da</strong>chanfana.pt<br />

Directora: Ma<strong>da</strong>lena Carrito<br />

Impressão:<br />

Tiragem XXXX exemplares<br />

Depósito Legal XXXXXX/07<br />

Distribuição Gratuita<br />

Sumário<br />

Editorial - 2<br />

Opinião de um Confrade - 4<br />

Qualificação dos Produtos Tradicionais <strong>da</strong><br />

Gastronomia Portuguesa - 6<br />

<strong>Chanfana</strong> de Baco - 8<br />

A <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong> - 9<br />

Quem Somos - 10<br />

O Poiarito - 12<br />

O Confrade - 12<br />

A <strong>Confraria</strong> diz Presente - 13<br />

A <strong>Chanfana</strong> à Mesa com as nossas Crianças - 16<br />

A <strong>Chanfana</strong> na Assembleia <strong>da</strong> República - 16<br />

A <strong>Chanfana</strong> no Casino <strong>da</strong> Figueira <strong>da</strong> Foz - 16<br />

1<br />

LUGRADE


Ja i m e S o a r e s<br />

Ju i z d a C o n f r a r i a d a C h a n f a n a<br />

A <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong><br />

alcança hoje mais um dos seus<br />

objectivos ao abrir à opinião<br />

pública mais um espaço de<br />

infor mação, reflexão e<br />

conhecimento. O leque de<br />

confrades que desde 2002 vêm<br />

integrando esta família,<br />

constituem por si só uma fonte<br />

inesgotável de debate em torno<br />

<strong>da</strong>s questões do movimento<br />

confrádico, <strong>da</strong> gastronomia, do<br />

r e c e i t u á r i o t r a d i c i o n a l<br />

português, <strong>da</strong> promoção e<br />

preservação dos nossos<br />

territórios e <strong>da</strong> nossa cultura.<br />

Esta confraria tem, mantido ao<br />

longo <strong>da</strong> sua existência uma<br />

dinâmica crescente, um<br />

A Moendinha<br />

Telefone: 239 421 858<br />

Moendinha 3350 Vila Nova de Poiares<br />

inconformismo salutar, uma<br />

exigência constante. Por isso,<br />

impomos a nós próprios receber<br />

os amigos com o que temos de<br />

melhor, seja em ter mos<br />

gastronómicos, seja na arte de<br />

bem receber, seja ain<strong>da</strong> na<br />

divulgação dos nossos saberes e<br />

<strong>da</strong> nossa cultura.<br />

Estamos a celebrar o VIº Grande<br />

Capítulo <strong>da</strong> <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Chanfana</strong> e ao olharmos para<br />

aquilo que tem sido a nossa<br />

activi<strong>da</strong>de, sentimo-nos orgulhosos<br />

mas, igualmente responsáveis por<br />

fazer mais e melhor, encarando este<br />

desafio como uma oportuni<strong>da</strong>de<br />

mas também como uma obrigação.<br />

A <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong> assume<br />

actualmente a presidência <strong>da</strong><br />

Federação Portuguesa <strong>da</strong>s<br />

<strong>Confraria</strong>s Gastronómicas resultado,<br />

cremos, de uma envolvência<br />

constante junto de to<strong>da</strong>s as<br />

confrarias, de uma interiorização<br />

dos nossos deveres perante os outros,<br />

mas também de uma tenaci<strong>da</strong>de e<br />

de um querer de que todos nos<br />

orgulhamos. Assumimos contudo,<br />

que temos mais obrigações do que<br />

direitos, acima de tudo queremos<br />

continuar a cultivar dentro <strong>da</strong> nossa<br />

organização, um espírito de uni<strong>da</strong>de<br />

Café - Restaurante<br />

Petiscos - Almoços - Jantares<br />

2<br />

Editorial<br />

e de interiorização <strong>da</strong> missão a<br />

que nos propusémos, quando<br />

decidimos envolver-nos neste<br />

movimento.<br />

A gastronomia de Vila Nova de<br />

Poiares, mas também de to<strong>da</strong> a<br />

região Centro, merece um<br />

particular destaque pois será<br />

sempre um elemento agregador e<br />

potenciador de riqueza e de<br />

crescimento económico, enquanto<br />

produto turístico de excelência.<br />

Este espaço de diálogo que<br />

hoje lançamos está aberto<br />

para a divulgação e promoção<br />

dos nossos saberes e dos nossos<br />

sabores. Queremos que a<br />

nossa gastronomia seja um<br />

produto transversal a todos os<br />

sectores com potenciali<strong>da</strong>des de<br />

crescimento. Queremos que a<br />

gastronomia desta região se<br />

consolide no mercado externo e<br />

possibilite a captação de outros<br />

públicos. Queremos acima de tudo<br />

que a <strong>Chanfana</strong>, a gastronomia <strong>da</strong><br />

região e o receituário tradicional<br />

português assumam o lugar que<br />

lhes é devido no Panorama Cultural<br />

Português.<br />

Salão para Banquetes - Casamentos - Baptizados


Uma Experiência<br />

Universal<br />

Reservas pelo telefone:<br />

239 421 253<br />

Estra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Beira Km 28<br />

Me<strong>da</strong>s, Vila Nova de Poiares<br />

Encerra às 4ª feiras<br />

Salas com capaci<strong>da</strong>de para 300<br />

pessoas<br />

Higiene e Quali<strong>da</strong>de alimentar<br />

Restaurante recomen<strong>da</strong>do pela<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong><br />

3


Na quali<strong>da</strong>de de beirão, criado<br />

com chanfana, tive o privilégio de<br />

assistir a todo o cerimonial, com<br />

que a minha mãe, e to<strong>da</strong>s as<br />

vizinhas <strong>da</strong> aldeia, punham na<br />

p r e p a r a ç ã o d e s t e n o s s o<br />

património.<br />

Por isso, não resisto, à laia de<br />

conselho, em <strong>da</strong>r uma opinião,<br />

que pode ser polémica, e mesmo<br />

questiona<strong>da</strong> pelas nossas<br />

autori<strong>da</strong>des sanitárias, mas é uma<br />

opinião, e porque a democracia<br />

nos trouxe este direito, não abdico<br />

dele.<br />

Isto a propósito <strong>da</strong><br />

n e c e s s i d a d e ,<br />

imperiosa e urgente,<br />

de preservar este<br />

riquíssimo acervo <strong>da</strong><br />

nossa Gastronomia<br />

Património Cultural<br />

<strong>da</strong> Região do Centro e Beira Serra,<br />

e de Portugal.<br />

Sem produto de origem, com<br />

quali<strong>da</strong>de, não há ver<strong>da</strong>deira<br />

gastronomia tradicional.<br />

Ora o produto essencial, <strong>da</strong> nossa<br />

chanfana, é o gado caprino, mas<br />

criado em grandes rebanhos, nas<br />

Serras <strong>da</strong>s Beiras.<br />

Os grandes rebanhos estão em<br />

extinção, sobretudo porque<br />

Bruxelas decidiu que, a bem <strong>da</strong><br />

saúde pública, o abate feito por<br />

particulares, é clandestino!<br />

Não tenho conhecimento de<br />

qualquer atentado à saúde<br />

pública, cometido pelas nossas<br />

gentes, antes de Bruxelas fazer<br />

mais esta descoberta.<br />

Por exemplo eu, criado com<br />

chanfana, de gado abatido por<br />

particulares, ando cá, há várias<br />

déca<strong>da</strong>s, e dizem-me os ilustres<br />

médicos que estou de boa saúde,<br />

graças a Deus.<br />

Paralelamente, na déca<strong>da</strong> de 1950,<br />

os serviços florestais começaram<br />

a ocupar partes significativas <strong>da</strong>s<br />

z o n a s d e p a s t o r í c i a .<br />

Tudo isto em conjunto, levou os<br />

habitantes, <strong>da</strong>s nossas aldeias<br />

“...a gastronomia<br />

nacional integra pois o<br />

património intangível<br />

q u e c u m p r e<br />

s a l v a g u a r d a r e<br />

promover.”<br />

serranas, a acabarem com os<br />

r e b a n h o s d e g a d o ,<br />

nomea<strong>da</strong>mente o caprino, e<br />

iniciarem o processo de<br />

imigração, e desertificação.<br />

Mas isto, são outras histórias,<br />

para outras opiniões...<br />

Para terminar, não resisto, como<br />

celebração deste VI Capítulo, em<br />

transcrever partes do conteúdo<br />

<strong>da</strong> Resolução do Conselho de<br />

Ministros nº. 96/2000, de 26 de<br />

Julho, que dizem:<br />

“ É h o j e<br />

inquestionável que<br />

a i d e n t i d a d e<br />

cultural dos povos,<br />

a par de bens<br />

cor póreos que<br />

testemunham o<br />

respectivo percurso<br />

civilizacional, integra ain<strong>da</strong> um<br />

vasto património intangível que,<br />

ao longo do tempo, vai revelando<br />

a sua particular visão <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de.<br />

Entre estes modos de expressão<br />

cultural, muitas vezes sem<br />

suporte físico e mais vulneráveis<br />

do ponto de vista <strong>da</strong> respectiva<br />

preservação, mas contudo<br />

relevantes pelo contributo para<br />

a caracterização de certos<br />

aspectos de uma nação ou <strong>da</strong>s<br />

partes que a compõem, figuram,<br />

entre outras, as artes culinárias.<br />

Entendi<strong>da</strong> como o fruto de<br />

saberes tradicionais que atestam<br />

a própria evolução histórica e<br />

social do povo português, a<br />

gastronomia nacional integra<br />

pois o património intangível que<br />

c u m p r e s a l va g u a r d a r e<br />

promover.”<br />

“ Neste sentido, tem vindo a ser<br />

desenvolvido há já alguns anos<br />

um conjunto de acções visando<br />

inventariar, valorizar, promover<br />

e salvaguar<strong>da</strong>r o receituário<br />

português, com o objectivo<br />

primeiro de garantir o seu<br />

carácter genuíno e, bem assim,<br />

de promover o seu conhecimento<br />

e fruição, por forma, ain<strong>da</strong>, a que<br />

54<br />

Opinião de um Confrade<br />

se transmita às gerações<br />

vindouras.”<br />

“Nas acções assim leva<strong>da</strong>s a cabo<br />

no plano institucional, divulgando<br />

os valores tradicionais do<br />

receituário português, bem como<br />

os produtos agrícolas que nele se<br />

incorporam, tem sido privilegia<strong>da</strong><br />

a diversi<strong>da</strong>de regional enquanto<br />

factor decisivo de enriquecimento<br />

<strong>da</strong> gastronomia.”<br />

“Assim:<br />

Nos termos <strong>da</strong> alínea g) do artigo<br />

199º. <strong>da</strong> Constituição, o Conselho<br />

de Ministros resolve:<br />

1 – Intensificar as medi<strong>da</strong>s de<br />

preservação, valorização e<br />

divulgação <strong>da</strong> gastronomia<br />

nacional enquanto valor<br />

integrante do património cultural<br />

português.<br />

2 – Para efeitos do número<br />

anterior, entende-se por<br />

g a s t r o n o m i a n a c i o n a l o<br />

receituário tradicional português,<br />

assente, designa<strong>da</strong>mente, em<br />

matérias-primas de fauna e flora<br />

utiliza<strong>da</strong>s ao nível nacional,<br />

regional ou local, bem como em<br />

produtos agro-alimentares<br />

produzidos em Portugal, e que,<br />

pelas suas características próprias,<br />

revele interesse do ponto de vista,<br />

histórico, etnográfico, social ou<br />

técnico, evidenciando valores de<br />

m e m ó r i a , a n t i g u i d a d e ,<br />

autentici<strong>da</strong>de, singulari<strong>da</strong>de ou<br />

exemplari<strong>da</strong>de.”<br />

Que a nossa <strong>Chanfana</strong> nos faça<br />

bom proveito!<br />

Mário Pereira Gonçalves<br />

Beirão<br />

Confrade de Honra nº 34/06


Pastelaria - Pa<strong>da</strong>ria - Cafetaria -<br />

Snack-Bar - Primavera<br />

De Marnel - Pa<strong>da</strong>ria e Pastelaria, L<strong>da</strong><br />

Fabrico de Pão Diário - Pastelaria Fresca<br />

Bolos de Casamento, Baptizado e Aniversário<br />

Fabrico próprio de Poiaritos<br />

Encomen<strong>da</strong>s por:<br />

Telefone e Fax: 239 423 143<br />

Largo Dr.º Daniel Matos<br />

3350 - 153 Vila Nova de Poiares<br />

5


Qualificação dos Produtos Tradicionais <strong>da</strong> Gastronomia Portuguesa<br />

Dos ingredientes aos pratos cozinhados / Do passado ao futuro<br />

Convém começar por fazer uma<br />

p e q u e n a “ d e c l a r a ç ã o d e<br />

interesses”: é meu entendimento<br />

que podem coexistir todo o tipo<br />

de restaurantes, todo o tipo de<br />

estabelecimentos, todo o tipo de<br />

gastronomias – tradicionais,<br />

étnicas, de fusão, medievais,<br />

m o d e r n a s ,<br />

futuristas, etc.<br />

Re s p e i t a d o s o s<br />

princípios legais, só<br />

ganhamos com a<br />

diversificação e a<br />

multiplici<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

oferta!<br />

abertura de ideias,<br />

cessa quando me apresentam um<br />

restaurante ou um prato,<br />

rotulados como de “gastronomia<br />

t r a d i c i o n a l p o r t u g u e s a !<br />

E isto porque “…entendi<strong>da</strong> como<br />

o fruto de saberes tradicionais que<br />

atestam a própria evolução<br />

histórica e social do povo<br />

português, a gastronomia<br />

nacional integra pois o património<br />

i n t a n g í ve l q u e c u m p r e<br />

salvaguar<strong>da</strong>r e promover...”.<br />

Há que promover<br />

o conhecimento,<br />

o uso e o respeito<br />

pelos produtos<br />

t r a d i c i o n a i s<br />

portugueses<br />

E também cessa quando um<br />

cardápio integra expressões como<br />

“à Portuguesa”, “à Bulhão Pato”,<br />

“à alentejana, “à transmontana”,<br />

“à Gomes de Sá, ou tantos outros<br />

que nos evocam ou uma região de<br />

origem ou uma receita bem<br />

conheci<strong>da</strong> e bem estabeleci<strong>da</strong> em<br />

ingredientes locais ou tradicionais,<br />

m a s s e m p r e c o m<br />

características<br />

qualitativas<br />

apreciáveis<br />

e, afinal,<br />

n o s<br />

s e r v e m<br />

enchidos de gama<br />

baixa, borregos,<br />

peixes e mariscos<br />

d e o r i g e n s<br />

l o n g í n q u a s ,<br />

animais de criação<br />

à manjedoura,<br />

bacalhaus que não<br />

o s ã o ,<br />

hortícolas<br />

d e<br />

duvidosa<br />

frescura,<br />

ingredientes que nunca<br />

fizeram parte <strong>da</strong> receita<br />

original e tantas mais<br />

tropelias e atropelos!<br />

As “parafernálias” de cardápios<br />

pseudo-regionais, fundindo<br />

sabores genuínos com sabores<br />

espúrios, mantendo os nomes dos<br />

pratos tradicionais mas alterando<br />

matérias-primas e modos de<br />

preparação proliferam, como<br />

ervas <strong>da</strong>ninhas. Estas pseudo<br />

especiali<strong>da</strong>des locais fazem jus ao<br />

provérbio português “com papas<br />

e bolos se enganam os tolos”. A<br />

cultura e a identi<strong>da</strong>de nacional<br />

estão em ver<strong>da</strong>deiro perigo!<br />

E o turismo de quali<strong>da</strong>de, assente<br />

na busca de paisagens, activi<strong>da</strong>des<br />

e gastronomia diferencia<strong>da</strong>s,<br />

também pode sofrer importantes<br />

revezes, sobretudo quando se<br />

verifica que noutros países<br />

europeus se está exactamente a<br />

trabalhar na preservação<br />

d o p a t r i m ó n i o<br />

p a i s a g í s t i c o e<br />

g a s t r o n ó m i c o<br />

diferenciado.<br />

6<br />

Para inverter esta tendência de<br />

decréscimo abissal de activi<strong>da</strong>des<br />

e produções tradicionais e<br />

genuínas, as Autarquias têm um<br />

papel decisivo, sobretudo se<br />

aliarem esforços entre si e com os<br />

produtores interessados, fazendo,<br />

como sempre, o papel de motor<br />

de desenvolvimento e de agente<br />

cultural de mu<strong>da</strong>nça.<br />

Há pois que encontrar forma de<br />

assinalar os produtos e serviços<br />

que atinjam parâmetros<br />

previamente fixados em matéria<br />

de genuini<strong>da</strong>de, tradicionali<strong>da</strong>de,<br />

características qualitativas<br />

diferencia<strong>da</strong>s, origens e modos de<br />

produção particulares.! Há que<br />

promover o conhecimento, o uso<br />

e o respeito pelos produtos<br />

tradicionais por tugueses,<br />

valorizando a sua função<br />

económica e a sua dimensão social<br />

e cultural e satisfazendo as<br />

expectativas dos consumidores,<br />

sem prejuízo <strong>da</strong> inovação,<br />

designa<strong>da</strong>mente em matéria de<br />

formas de apresentação comercial<br />

e uso dos mesmos produtos.<br />

Há pois que instituir um<br />

mecanismo ágil e credível, que<br />

permita QUALIFICAR não só o<br />

receituário, mas também os<br />

restaurantes que os servem, de<br />

forma sistemática e tendo em<br />

conta algo <strong>da</strong> maior importância:<br />

a época própria de produção,<br />

tendo em conta os ciclos <strong>da</strong><br />

natureza e as estações do ano.<br />

Ana Soeiro<br />

Confreira de Honra nº16/04


BOWLING


Não se veja neste texto um<br />

simples pormenor pitoresco de um<br />

desconhecido a comentar e divagar<br />

sobre um prato secular, que uns<br />

gostam outros odeiam.<br />

S e m p r e m e d i ve r t i r a m<br />

secretamente os ingénuos que<br />

pensam que, à semelhança <strong>da</strong><br />

cozinha vulgar, a escrita depende<br />

<strong>da</strong> receita e <strong>da</strong> habili<strong>da</strong>de, e ain<strong>da</strong><br />

os literatos de puro espírito que se<br />

vangloriam do desprezo pelos<br />

prazeres <strong>da</strong> mesa. Gula e apetite,<br />

fome de fantasia, sobrevivência<br />

humana, sede de novi<strong>da</strong>de.<br />

Paixões idênticas movem os que<br />

escrevem e os que cozinham.<br />

Apenas os métodos e os<br />

instrumentos diferem. Mas<br />

podemos com to<strong>da</strong> a legitimi<strong>da</strong>de<br />

agrupar os escritores entre os<br />

gastrónomos, porque tal como os<br />

mestres em cozinha, espera-se que<br />

nos ofereçam um dos alimentos<br />

terrestres que se contam no número<br />

dos mais apetecíveis e uma boa<br />

obra devora-se com a mesma avidez<br />

que um bom prato.<br />

E a chanfana,<br />

É preciso primeiro aprender a<br />

separar, a ver<strong>da</strong>deira chanfana de<br />

algumas outras iguarias que<br />

confeccionados de maneira<br />

diferente lhes é atribuído o mesmo<br />

nome com significado diferente (no<br />

prato do comensal). Há vigílias em<br />

que a iguaria se converte no herói<br />

<strong>da</strong> narrativa, com aquele doce cuja<br />

receita singular e simples permitiu<br />

que uns sobrevivessem outros se<br />

encontrassem para conversar e<br />

namorar tão delicioso prato.<br />

Aprendi a adorá-lo desde tenra<br />

i<strong>da</strong>de, com a avó Josefina que na<br />

altura do festim anual reunia os<br />

seus filhos e netos. A sua volta<br />

aprendi o carinho que era posto<br />

desde o corte uniforme dos pe<strong>da</strong>ços<br />

em todos os caçoilos de barro<br />

preto, com tiras de toucinho de<br />

porco caseiro conservado em<br />

salgadeira e banha do mesmo, feita<br />

após os rojões, rega<strong>da</strong> com azeite<br />

de boa quali<strong>da</strong>de e quanti<strong>da</strong>de<br />

suficiente, o colorau, o louro seco<br />

do quintal e o vinho (não gostava<br />

do cheiro) sempre escolhido e<br />

guar<strong>da</strong>do para o efeito (. Todos<br />

estes sabores e cheiros me<br />

acompanharam ao longo deste<br />

meio século.<br />

O aroma deste manjar é em si<br />

m e s m o u m a e x p e c t ativa<br />

semelhante às fragrâncias do<br />

campo onde cresci. É à descoberta<br />

desta complexa e deliciosa iguaria<br />

que parti à procura dum parceiro<br />

ideal para o repasto. Ah! Para<br />

refrescar a boca sequiosa falta o<br />

Vinho, sim, porque necessitamos<br />

dum parceiro ideal, para satisfazer<br />

a nossa curiosi<strong>da</strong>de e mesmo<br />

experiência única no momento.<br />

Pela minha identi<strong>da</strong>de com as<br />

regiões que vou referir, são eleitos<br />

os vinhos por mera opinião pessoal<br />

e que me agra<strong>da</strong>ram em ca<strong>da</strong><br />

momento. A Bairra<strong>da</strong> e o Dão, são<br />

parceiros únicos protegidos pelas<br />

serras do Buçaco, <strong>da</strong> Estrela e <strong>da</strong><br />

Lousã com influência marítima<br />

onde são produzidos vinhos únicos,<br />

mas com estrutura própria capaz<br />

de segurar os 120 minutos numa<br />

temperatura abrasadora de 180<br />

8<br />

<strong>Chanfana</strong> de Baco<br />

graus na cozedura para volatilizar<br />

os aromas de Baco.<br />

As soluções fazem parte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Nós oferecemos o melhor para si.<br />

A celebração <strong>da</strong> chanfana<br />

Em todos os caçoilos carne<br />

vermelha e disposta com ordem,<br />

vai bem com o aroma balsâmico<br />

dominado por madeira, um toque<br />

de baunilha mas com taninos<br />

firmes a marcar presença e um<br />

final de boca longo e seco<br />

( Q U I N TA D O C A B R I Z<br />

RESERVA)<br />

O casamento do alho adoçado pela<br />

cozedura, com as folhas de louro<br />

é um bom momento para<br />

consumir, fruta quase perdi<strong>da</strong>,<br />

mas bastante redondo na boca.<br />

(CASA DE SANTAR)<br />

Ah !!! o azeite, precioso liquido<br />

mediterrânico, <strong>da</strong>ndo um toque<br />

avelu<strong>da</strong>do à confecção, que<br />

procura na boca um vinho com<br />

corpo e grande presença, taninos<br />

fortes e com notas de madeira<br />

usa<strong>da</strong> experimentem o CASA DE<br />

SAIMA.<br />

A outra experiência interessante<br />

na prova de vinhos, encontrei um<br />

concentrado fruto com toques<br />

florais e minerais, bem intenso.<br />

Na boca força, polimento, final<br />

harmonioso e muito longo um<br />

vinho com classe (LOPO DE<br />

FREITAS, <strong>da</strong>s Caves S. Domingos),<br />

tive que o acompanhar com<br />

CHANFANA.<br />

H á m u i t o s m a i s q u e<br />

experimentei que ligaram muito<br />

bem, mas estes ficaram na<br />

memória. Assim, os repastos<br />

foram-se sucedendo, sem<br />

sobressaltos, perdendo-se na<br />

eterni<strong>da</strong>de. Os gastrónomos e<br />

apreciadores deste manjar único<br />

(CHANFANA) terão muito mais<br />

para escrever ao longo <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong><br />

e história.<br />

Luís Pinto<br />

Confrade Efectivo n.º 49/05<br />

Galerias JCL<br />

3350-153 V.N. Poiares<br />

Tel:239 421 622<br />

CCAM Beira Centro Balcão V.N. Poaires


A <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong><br />

No concelho de Vila Nova de Poiares o património é uma <strong>da</strong>s maiores riquezas.<br />

As paisagens deslumbrantes e a grande tradição gastronómica fizeram nascer<br />

neste concelho, a <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong> para preservar e promover os produtos<br />

genuínos concelhios e regionais <strong>da</strong>s Beiras.<br />

Aprova<strong>da</strong> em 1999, foi efectuado o seu registo em 2001 e desde esse ano tem<br />

projectado o concelho que a viu, nascer de forma vinca<strong>da</strong> e galvanizando um<br />

conjunto de outras estruturas.<br />

Traje, o Me<strong>da</strong>lhão e os Bastões do Juiz e Mordomo-Mor.<br />

O Traje <strong>da</strong> <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong> consiste num manto preto com sobrecapa grená,<br />

conforme a simbologia que estas cores representam nos utensílios e ingredientes <strong>da</strong><br />

confecção <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong>.<br />

O grená, assume a cor <strong>da</strong>s labare<strong>da</strong>s que crepitam nos fornos de lenha e do vinho<br />

carrascão utilizado nos temperos.<br />

O preto, assume a cor dos caçoilos e <strong>da</strong> fuligem onde é confecciona<strong>da</strong> a <strong>Chanfana</strong>.<br />

O chapéu com os mesmos tons é semelhante aos utilizados pelas gentes simples do<br />

campo. O Me<strong>da</strong>lhão possui a forma do Forno tradicional onde é assa<strong>da</strong> a <strong>Chanfana</strong>,<br />

os caçoilos de barro preto “ex-libris” do artesanato concelhio e a cabra adulta, símbolo<br />

<strong>da</strong> pastorícia, que outrora marcava uma presença dominante. A gastronomia do<br />

concelho de Vila Nova de Poiares é no entanto muito rica e varia<strong>da</strong>. A <strong>Chanfana</strong>,<br />

rainha dos pratos gastronómicos, partilha com o Arroz de Bucho e os Negalhos, um sucesso secular. Na<br />

doçaria destaca-se a Tigela<strong>da</strong>, o Folar de Páscoa e o Poiarito.<br />

A receita <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong>: Coloca-se a carne de cabra num caçoilo de barro preto e tempera-se com todos<br />

os ingredientes, regando com vinho tinto de boa quali<strong>da</strong>de. Coloca-se no forno de lenha cerca de 3 a 4<br />

horas e apura-se muito bem.<br />

Ingredientes: carne de cabra, vinho tinto, colorau, louro, cabeças de alho, azeite (ou banha de porco),<br />

sal e piri-piri.<br />

A Festa <strong>da</strong> <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong> é por excelência o seu Grande Capítulo. Realizado no 2º fim de semana<br />

de <strong>Setembro</strong>.<br />

Pedro Santos<br />

Confrade Fun<strong>da</strong>dor n.º 10<br />

9


Órgãos Sociais<br />

Triénio 2005/2008<br />

Assembleia Geral<br />

Presidente: Jaime Soares<br />

Vice-Presidente: António Tabor<strong>da</strong><br />

Secretário: Junta de Freguesia de São<br />

Miguel<br />

Direcção<br />

Presidente: Maria Ma<strong>da</strong>lena Carrito<br />

Vice-Presidente: APPACDM<br />

Tesoureiro: Rosa Pedroso<br />

Vogais: Pedro Santos<br />

Carlos Henriques<br />

Conselho Fiscal:<br />

Presidente: Rogério Carvalho<br />

Vogais: Arnaldo Batista<br />

Carlos Lucas<br />

2002<br />

Horácio Antunes<br />

José Dias Coimbra<br />

Fernando Antunes<br />

Fernando Caldeira Marques<br />

2003<br />

Barbosa Melo<br />

Carlos Can<strong>da</strong>l<br />

Eduardo Marçal Grilo<br />

Paulo Pereira Coelho<br />

Hélio Loureiro<br />

Amílcar Malhó<br />

2004<br />

Daniel Viegas Sanches<br />

Álvaro Laborinho Lúcio<br />

Rui Nogueira Alarcão e Silva<br />

oaquim Couto Rodrigues <strong>da</strong> Silva<br />

Francisco Ramos Silva Gomes<br />

Ana Soeiro<br />

Eusébio <strong>da</strong> Silva Ferreira<br />

Luís Lavrador<br />

José Luís Alé<br />

Confrades Fun<strong>da</strong>dores<br />

Jaime Carlos Marta Soares<br />

Câmara Municipal de V. N.<br />

Poares<br />

ADIP - Ass. Desen. Integrado<br />

de Poiares<br />

APPACDM<br />

Junta de Freguesia de Poiares<br />

Santo André<br />

Junta de Freguesia de Arrifana/<br />

Santa Maria<br />

Junta de Freguesia de São<br />

Miguel<br />

Junta de Freguesia <strong>da</strong>s<br />

Lavega<strong>da</strong>s<br />

Rádio Santo André<br />

Pedro Miguel Carvalho dos Santos<br />

Ercília Soares<br />

Juramento<br />

Juro em consciência e honra defender pública e solenemente em<br />

qualquer momento ou lugar, a <strong>Chanfana</strong>, defender as suas<br />

virtudes, salientar a sua nobreza e promovê-la enquanto símbolo<br />

ancestral e tradicional <strong>da</strong>s nossas gentes;<br />

Juro ain<strong>da</strong>, exigir a sua confecção com carne de cabra, vinho<br />

tinto de quali<strong>da</strong>de em caçoilos de barro preto, fornos tradicionais<br />

e elevá-lo ao mais alto grau que o seu delicioso e inesquecível<br />

sabor lhe confere;<br />

Juro, por último, manter uma relação de fraterni<strong>da</strong>de, amizade<br />

e respeito entre todos os confrades desta ordem, com vista à<br />

defesa <strong>da</strong>s tradições, costumes e produtos <strong>da</strong> nossa terra, de<br />

Vila Nova de Poiares.<br />

Confrades de Honra<br />

2005<br />

André Sardet<br />

Diana Pereira<br />

José Mendes Barros<br />

Luíz Felipe Scolari<br />

Luís Miguel <strong>da</strong> Cunha<br />

Luísa Fortes <strong>da</strong> Cunha<br />

Manuel de Jesus Antunes<br />

Vítor Melícias<br />

Vítor Manuel Silva Ribeiro<br />

2006<br />

Agostinho Almei<strong>da</strong> Santos<br />

Atílio Forte<br />

Fernando Henriques Pereira<br />

Joaquim Alberto Coimbra<br />

Manuel António Leitão <strong>da</strong> Silva<br />

Mário Pereira Gonçalves<br />

Narciso Lopes<br />

Rodrigo Manuel Leitão <strong>da</strong> Silva Santiago<br />

Solange Massenavette<br />

Pedro Machado<br />

10<br />

Quem Somos<br />

Confrades Efectivos<br />

2002<br />

Guilherme Franqueira Dias<br />

Luís Manuel Carvalho<br />

Pedroso Lima<br />

Artur Herculano Carvalho<br />

Coimbra<br />

Vitor Mee Pereira <strong>da</strong> Silva<br />

2003<br />

Maria Ma<strong>da</strong>lena Ribeiro<br />

Carrito<br />

Álvaro Ventura Catorze<br />

Alfredo Lucas<br />

António José Geraldo Tabor<strong>da</strong><br />

António Vieira Lopes<br />

Arnaldo Baptista<br />

Carlos Manuel Soares Henriques<br />

Cassiano Alves Bandeira<br />

Gabriel Oliveira Coimbra de Matos<br />

Horácio Augusto Pina Prata<br />

Lino Vinhal<br />

Rogério Serra Ferreira de Carvalho<br />

Rogério Rodrigues <strong>da</strong> Silva<br />

Carlos Alberto Lucas <strong>da</strong> Graça<br />

2004<br />

Dimas Manuel Marques Teixeira<br />

Leonel Vieira Amorim<br />

Manuel João Andrade Castilho<br />

Maria Lurdes Ferreira Silva Fonseca<br />

Rosa Maria Carvalho Pedroso<br />

Restaurante "A Churrasqueira"<br />

Restaurante "A Grelha"<br />

Restaurante "D. Elvira"<br />

Restaurante "A Mó"<br />

Restaurante "A Moendinha"<br />

Restaurante "São Pedro"<br />

2005<br />

António <strong>da</strong> Silva Carvalho<br />

Arnaldo José Gouveia Quaresma<br />

Augusto Lima Fernandes<br />

Carlos Godinho<br />

Eduardo Manuel Lima Fernandes<br />

Jorge Paulo Martins Pereira dos Penedos<br />

José Henrique <strong>da</strong> Costa Jones<br />

Luís Eduardo Sereno Pinto<br />

Nuno João Cruz Campos<br />

Sérgio Alexandre Simões Nunes <strong>da</strong> Costa<br />

2006<br />

Alfredo Ribeiro<br />

António Gomes Abrantes<br />

Aprígio de Jesus Ferreira dos Santos<br />

Carlos Nelson Ribeiro Gonçalves Teixeira<br />

Eduardo Lomba Vicente<br />

Elsa Cristina Lopes Serra de Carvalho<br />

Joaquim Rui Coelho<br />

João Peres<br />

José Fernandes Fraqueiro<br />

José Manuel Ferreira Santos<br />

Maria Elisabete Carvalho<br />

Maria Odete Dias Grade Alves Lucas<br />

Nelson Pedro Santos Coelho<br />

Pedro José Santos Barreirinhas Moreira<br />

Restaurante "As Me<strong>da</strong>s"<br />

Sónia Sofia Ferreira


D. ELVIRA<br />

Tel. 239 421 480 ou 239 423 495<br />

Fax: Fax: 239 423 286<br />

Entroncamento, Vila Nova de Poaires<br />

Email: donaelvira@sapo.pt<br />

<br />

Almoços<br />

Jantares<br />

Dormi<strong>da</strong>s<br />

<br />

Também fazemos o seu<br />

Evento, Casamento ou Baptizado<br />

<strong>Chanfana</strong> mais vendi<strong>da</strong> de Poiares<br />

Gerência de António Reinaldo Ferreira<br />

11<br />

São Pedro Dias<br />

3350-057 Lavega<strong>da</strong>s - Vila Nova de Poiares<br />

Telefone/Fax: 239 421 200<br />

Telemóvel: 919 868 620<br />

Email: alto<strong>da</strong>serra@mail.pt<br />

Nota: Encerrado temporariamente para reconstrução


Desde tempos imemoriais que<br />

na região onde se situa o<br />

concelho de Vila Nova de Poiares<br />

se confeccionaram inúmeros<br />

p r a t o s g a s t r o n ó m i c o s ,<br />

salientando-se os de doçaria.<br />

Nesta região, a doçaria teve<br />

quase sempre por base, tanto o<br />

saber popular, como a mestria<br />

<strong>da</strong>s mais nobres elites do reino,<br />

com incidência nas casas<br />

religiosas e conventos.<br />

Produtos ligados ao pão, mel,<br />

ovos e vinhos, assim como os<br />

seus derivados, aguardentes e<br />

em especial os licores, deram cor<br />

e sabores aos doces por aqui<br />

confeccionados.<br />

A base desta cultura alimentar,<br />

sempre muito rica e varia<strong>da</strong> deu<br />

origem a que a região obtivesse<br />

a denominação de Origem<br />

Boa Cama, Boa Mesa de <strong>2007</strong> é<br />

um guia editado pelo “Expresso”<br />

que segundo a própria descrição<br />

“reúne o que de melhor existe em<br />

Portugal nos sectores <strong>da</strong> hotelaria<br />

e <strong>da</strong> restauração. É um manancial<br />

de informação em 400 páginas que<br />

irá ajudá-lo a seleccionar os sítios<br />

que mais o estimulam, seja para<br />

pernoitar seja para degustar as<br />

Protegi<strong>da</strong> no caso do Mel do<br />

Urze. O próprio nome de Poiares<br />

terá tido origem nos fornos <strong>da</strong><br />

Poia, onde se coziam os grandes<br />

pães de cabeça e chanfana. Assim<br />

temos Poia, Poiares e Poiarito.<br />

Também os vinhos, uma<br />

constante no ag ricultor<br />

Poiarense, se obtinha de doces<br />

uvas, que se transformavam em<br />

aguardentes e licores, secando-se<br />

iguarias que o prendem à mesa.”<br />

Convi<strong>da</strong>mo-lo pois a consultar o<br />

C a p í t u l o d e d i c a d o a o s<br />

Restaurantes do distrito de<br />

Coimbra onde o Confrade surge<br />

na página 86, com um destaque<br />

que nos enche de orgulho e de<br />

ânimo mas também nos obriga a<br />

procurar fazer mais e melhor.<br />

Ain<strong>da</strong> este ano, contamos levar<br />

12<br />

O Poiarito<br />

ain<strong>da</strong> alguns cachos para mais<br />

tarde saborear passas e sultanas.<br />

Na mais plena tradição <strong>da</strong> região,<br />

o “ Po i a r i t o ” apela a o s<br />

ingredientes característicos do<br />

país e <strong>da</strong> zona Beirã. Açúcar, pão,<br />

água, canela, mel, sultanas,<br />

gemas e licor, fazem também<br />

deste doce um ex-libris do<br />

concelho de Vila Nova de Poiares.<br />

O Confrade<br />

por diante alguns cursos para os<br />

nossos confrades e para os<br />

amantes <strong>da</strong> Boa Mesa sobre<br />

vinhos e queijos.<br />

Ficamos a aguar<strong>da</strong>r os vossos<br />

contributos, certos de que o<br />

Confrade se manterá fiel aos seus<br />

objectivos, de defesa <strong>da</strong><br />

gastronomia tradicional desta<br />

Região, contribuindo para<br />

afirmação do Centro de Portugal.


A <strong>Confraria</strong> diz Presente<br />

A vi<strong>da</strong> de uma <strong>Confraria</strong> exige que ca<strong>da</strong> um dos seus membros assuma efectivamente os propósitos<br />

<strong>da</strong> sua admissão. Uma <strong>Confraria</strong> tem rituais, constrói-se num espírito de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e também exige<br />

a co-responsabilização num projecto partilhado por todos. Só assim, é possível participarmos nas<br />

activi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s nossas congéneres e são muitas as solicitações… Aqui deixamos o nosso Roteiro <strong>2007</strong>:<br />

Janeiro<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Fogaça <strong>da</strong> Feira – Sta. Maria <strong>da</strong> Feira<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica de S. Gonçalo – Aveiro<br />

Cofradia Amigos de los Nabos – Astúrias<br />

<strong>Confraria</strong> dos Gastrónomos do Algarve – Tavira<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica do Bacalhau – Ílhavo<br />

<strong>Confraria</strong> do Vinho de Lamas – Miran<strong>da</strong> do Corvo<br />

Fevereiro<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica <strong>da</strong> Carne Barrosã – Boticas<br />

<strong>Confraria</strong> do Salpicão de S. Brás – Paços de Ferreira<br />

Confrérie de St. Romain en Bordelais et Pays<br />

Libournais – St. Romain / Bordéus<br />

Festival <strong>da</strong> Lampreia <strong>da</strong> Ria – Murtosa<br />

Cofradia Jamon Guijuelo<br />

Poiarstand<br />

<strong>Confraria</strong> Queijo São Jorge<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Alcatra <strong>da</strong> Ilha Terceira<br />

Entroncamento de Poiares<br />

3350- 087 V. V. N. Poiares 13<br />

Poiares<br />

Março<br />

Encontro de <strong>Confraria</strong>s Gastronómicas <strong>2007</strong> –<br />

Ourense<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Lampreia – Penacova<br />

<strong>Confraria</strong> do Queijo Serra <strong>da</strong> Estrela – Oliveira do<br />

Hospital<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica <strong>da</strong> Alcatra – Ilha Terceira<br />

Mostra Gastronómica de Mangualde<br />

III Feira dos Grelos <strong>da</strong> Região <strong>da</strong> Gân<strong>da</strong>ra – Mira<br />

<strong>Confraria</strong> do Bolo de Ançã – Ançã<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica <strong>da</strong> Gân<strong>da</strong>ra “Aromas e<br />

Sabores Gan<strong>da</strong>rezes” – Cantanhede<br />

<strong>Confraria</strong> dos Amigos <strong>da</strong> Geropiga de Moinhos e<br />

Arredores – Miran<strong>da</strong> do Corvo<br />

Orden del Sabadie go<br />

Abril<br />

1ªFeira Nacional do Azeite – <strong>Confraria</strong> do Azeite<br />

<strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira – Fundão<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica <strong>da</strong>s Tripas à Mo<strong>da</strong> do Porto<br />

– Porto<br />

Real <strong>Confraria</strong> do Maranho – Pampilhosa <strong>da</strong> Serra<br />

Cofradia Queso de Cantabria – Santander<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong>s Almas Santas <strong>da</strong> Areosa e do Leitão<br />

– Agua<strong>da</strong> de Cima<br />

<strong>Confraria</strong> do Chá de Porto Formoso – S. Miguel –<br />

Açores<br />

Orden del Sabadiego – Noreña<br />

<strong>Confraria</strong> do Queijo de S. Jorge – Açores<br />

Academia Madeirense <strong>da</strong>s Carnes / <strong>Confraria</strong><br />

Gastronómica <strong>da</strong> Madeira – Funchal<br />

Real <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Cabra Velha – Miran<strong>da</strong> do Corvo<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica do Sável e <strong>da</strong> Lampreia –<br />

Porto<br />

Telefone/Fax: 239 423 974<br />

Telemóvel: 917 253 092<br />

Email: info@poiarstand.com<br />

www.poiarstand.com


Maio<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Terra – Pateira de Fermentelos<br />

<strong>Confraria</strong> do Toiro Bravo – Coruche<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica de Almeirim –<br />

Almeirim<br />

<strong>Confraria</strong> de São Gonçalo – Aveiro<br />

<strong>Confraria</strong> do Queijo do Rabaçal - Penela<br />

Junho<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica “O Rabelo” – São Xisto<br />

<strong>Confraria</strong> do Azeite <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira – Vila<br />

Velha de Rodão<br />

<strong>Confraria</strong> Camoniana – Ílhavo<br />

III Jorna<strong>da</strong> Cultural <strong>da</strong> Freguesia de Alvares<br />

– Chã de Alvares<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Broa Trambela – Vildemoinhos<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica O Moliceiro – Murtosa<br />

<strong>Confraria</strong> do Queijo do Rabaçal - Penela<br />

<strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> Broa de Avintes - Vila Nova de<br />

Gaia<br />

<strong>Confraria</strong> Gastronómica de Palmela<br />

Feira <strong>da</strong>s Meren<strong>da</strong>s/Nossa Senhora do Pilar -<br />

Paços de Ferreira<br />

<strong>Confraria</strong> do Bucho de Arganil<br />

<strong>Confraria</strong> Cultural Sto. Isidoro - Eixo<br />

A sua empresa <strong>da</strong><br />

Cartonagem Alimentar<br />

14<br />

Academia Madeirense <strong>da</strong>s Carnes - <strong>Confraria</strong><br />

Gastronómica <strong>da</strong> Madeira<br />

Julho<br />

<strong>Confraria</strong> do Anho Assado com Arroz de Forno -<br />

Marco de Canaveses<br />

<strong>Confraria</strong> O Velhote - Vala<strong>da</strong>res<br />

<strong>Confraria</strong> do Bodo - Pombal<br />

<strong>Confraria</strong> do Bodo - Pombal<br />

C o n f r a r i a d e S a b o r e s e S a b e r e s d a B e i r a<br />

G r ã o Va s c o - C a s i n o<br />

Astropor - Activi<strong>da</strong>des Comerciais,<br />

Representações, L<strong>da</strong><br />

Zona Insdutrial de S. Miguel<br />

3350 V.N. Poiares - Portugal<br />

Telf: 239 422 789 Fax: 239 422 934<br />

E-mail:astropor@clix.pt


A Freguesia de São Miguel de Poiares, situa-se na parte sudoeste do município de Vila Nova de Poiares,<br />

tem a sua sede na aldeia do mesmo nome, que se estende ao longo <strong>da</strong> Estra<strong>da</strong> Nacional n.º 17 (Estra<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> Beira).<br />

A aérea abrangi<strong>da</strong> pela freguesia, é naturalmente a sua sede e os terrenos circun<strong>da</strong>ntes, que constituem<br />

as povoações de Moinhos, Ven<strong>da</strong> Nova, Alveite Grande, Olho Marinho, Alveite Pequeno, Vale do Gueiro,<br />

Casal do Gago, Fonte Longa, Boiça, Lomba<strong>da</strong>, Cabeço de Celas e Malparti<strong>da</strong> e ain<strong>da</strong> pequenos casais.<br />

Inaugurou o brasão <strong>da</strong> freguesia, no dia 08 de Junho de 1997.<br />

Os Símbolos:<br />

São vários os símbolos do brasão de armas, sendo o fundo de prata. Ao centro do escudo, há duas faixetas<br />

ondea<strong>da</strong>s de azul, que representa a água doce, ou seja, as muitas fontes e ribeiras espalha<strong>da</strong>s por to<strong>da</strong><br />

a freguesia e especialmente a puríssima água <strong>da</strong> Fraga. Azul pela abundância <strong>da</strong> água, em cima há uma<br />

balança de dois pratos de azul, carrega<strong>da</strong> de uma espa<strong>da</strong> de São Miguel, de ouro debrua<strong>da</strong> de vermelho,<br />

simbolizam o orago <strong>da</strong> freguesia, o Arcangelo São Miguel; e uma ponta de um ramo de oliveira de verde,<br />

entre duas mós de moinho de vermelho, que simbolizam respectivamente o olival, que foi em tempos<br />

muito abun<strong>da</strong>nte, e os lagares de azeite e azenhas espalhados por to<strong>da</strong> a freguesia e existentes desde o<br />

tempo dos romanos e que ain<strong>da</strong> hoje alguns laboram, e também prestam homenagem aos homens e<br />

mulheres <strong>da</strong> freguesia, especialmente <strong>da</strong>s povoações de Olho Marinho e Alveite Pequeno, que se dedicaram<br />

até a um passado recente à feitura manual <strong>da</strong>s mós, tendo sido neste domínio o Olho Marinho um dos<br />

centros importantes do país.<br />

A coroa mural de prata de três torres que encima o escudo é a que a lei prevê, em face do estatuto de<br />

freguesia.<br />

O listel de cor branca, sobre a escudo contém a legen<strong>da</strong> a negro SÃO MIGUEL DE POIARES.<br />

A bandeira e estan<strong>da</strong>rte são de cor verde, naturalmente verde, por ser a cor adopta<strong>da</strong> pelo concelho, e<br />

representa a esperança viva <strong>da</strong>s suas gentes e a riqueza florestal <strong>da</strong> freguesia.<br />

O brasão é <strong>da</strong> autoria <strong>da</strong> Junta de Freguesia e Assembleia de Freguesia, com o contributo anónimo de<br />

muitas pessoas <strong>da</strong> freguesia.<br />

A Freguesia apoia a <strong>Confraria</strong> <strong>da</strong> <strong>Chanfana</strong>.<br />

15


A <strong>Chanfana</strong> à Mesa com as nossas Crianças<br />

Broa Doce<br />

A <strong>Chanfana</strong> na Assembleia <strong>da</strong> República<br />

A <strong>Chanfana</strong> no Casino <strong>da</strong> Figueira <strong>da</strong> Foz<br />

Pa<strong>da</strong>ria e Pastelaria<br />

de: Ivone Sofia Pereira Ferreira<br />

Entroncamento de Poiares<br />

16<br />

Telefone: 239 421 401<br />

Fax: 239 423 771<br />

Fabrico Próprio


A GRELHA<br />

Estra<strong>da</strong> Nacional nº 17<br />

Vila Nova de Poiares<br />

Tel: 239 421 328<br />

Carlos & Páscoa, L<strong>da</strong>.<br />

Entroncamento de Poiares<br />

3350-087 V. N. Poiares<br />

Tel/Fax. 239 421 640 Telm. 917 323 796<br />

E-Mail: carlosepascoa@iol.pt<br />

Especiali<strong>da</strong>des:<br />

*<strong>Chanfana</strong><br />

*Negalhos<br />

*Batata a murro com Bacalhau<br />

*Polvo à Lagareiro<br />

*Bacalhau com Broa<br />

*Cabidela de Cabrito<br />

Muito mais!!<br />

Comércio de Automóveis<br />

17

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