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Estudo de Caso - Condomínio Irmãos Pizzolatto - Iapar

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<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>Caso</strong> na Agricultura Familiar<br />

EC 1<br />

CONDOMÍNIO<br />

IRMÃOS PIZZOLATTO


2<br />

1 Introdução<br />

É quase consenso entre todos os que atuam no meio rural o benefício que a organização associativa<br />

representa para os agricultores, especialmente os <strong>de</strong> pequena escala. Os agricultores organizados po<strong>de</strong>m<br />

fazer frente aos <strong>de</strong>safios impostos pela conjuntura cada vez mais complexa da ca<strong>de</strong>ia do agronegócio.<br />

Mesmo aqueles que têm relação menos intensa com o mercado obteriam ganhos na atuação associativa<br />

pelo somatório <strong>de</strong> esforços e aproveitamento <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong>s. Mais do que uma iniciativa<br />

vantajosa, é consi<strong>de</strong>rada por muitos uma necessida<strong>de</strong> imperiosa para viabilização da agricultura familiar.<br />

No entanto, uma alternativa que aparentemente só traz vantagens nem sempre tem sucesso. É comum<br />

agentes da assistência técnica e outros ligados ao <strong>de</strong>senvolvimento rural recomendarem enfaticamente a<br />

reunião em associações para os agricultores, quando eles mesmos, em seus meios, muitas vezes não<br />

participam <strong>de</strong> grupos organizados (sindicatos, associações <strong>de</strong> classe, clubes...).<br />

As vantagens potenciais que o trabalho conjunto po<strong>de</strong> oferecer são evi<strong>de</strong>ntes. Juntas, pessoas po<strong>de</strong>m<br />

reunir capital para implantar empreendimentos que isoladamente não teriam. Pequenas sobras individuais<br />

reunidas po<strong>de</strong>m permitir maiores investimentos. Também em conjunto há melhores possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se<br />

obter financiamento pela maior garantia apresentada. Por outro lado, o trabalho po<strong>de</strong> aumentar em<br />

conseqüência da especialização que se espera entre os membros <strong>de</strong> um empreendimento cooperativo.<br />

Trabalhando só, o agricultor tem <strong>de</strong> fazer tudo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o relacionamento com o mercado na compra <strong>de</strong><br />

insumos e venda <strong>de</strong> produtos até as diversas etapas dos processos produtivos das ativida<strong>de</strong>s que<br />

<strong>de</strong>senvolve na proprieda<strong>de</strong>. Em associação, cada componente po<strong>de</strong> tratar daquilo para o qual tem melhor<br />

motivação, adaptação ou preparo numa divisão <strong>de</strong> tarefas que se traduz em maior eficiência para o<br />

empreendimento conjunto. A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior extensão <strong>de</strong> área permite também melhor uso do<br />

solo, respeitando a vocação <strong>de</strong> cada parcela e melhor aproveitamento das potencialida<strong>de</strong>s naturais. A<br />

maior racionalida<strong>de</strong> conseqüente <strong>de</strong> tudo isto conduz a um aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

implantação <strong>de</strong> outras iniciativas agrícolas ou não, capazes <strong>de</strong> dar maior estabilida<strong>de</strong> ao empreendimento.<br />

A ação conjunta também po<strong>de</strong> proporcionar melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para as famílias, conseqüência <strong>de</strong><br />

maiores investimentos nesta área e como resultado do esforço comunitário. Melhores moradias, convívio<br />

social mais intenso, mais tempo para o lazer, facilida<strong>de</strong>s para o estudo das crianças e adultos estão entre os<br />

benefícios possíveis. Na sucessão hereditária no meio rural, uma dificulda<strong>de</strong> para aqueles jovens que<br />

preten<strong>de</strong>m continuar na ativida<strong>de</strong> agropecuária é a falta <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>corrente do fracionamento entre<br />

her<strong>de</strong>iros. A associação po<strong>de</strong> viabilizar áreas que isoladas seriam insuficientes para uma ativida<strong>de</strong><br />

sustentável.<br />

O uso mais racional dos recursos naturais que um plano <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> uma área maior po<strong>de</strong> proporcionar,<br />

resulta em ganhos ambientais que extrapolam os limites da unida<strong>de</strong> associativa.<br />

A ausência <strong>de</strong> objetivos claros assumidos como importantes por todos os integrantes <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

cooperação po<strong>de</strong> levar ao seu fracasso. Aqueles formados por influências <strong>de</strong> outros ou com finalida<strong>de</strong>s<br />

pontuais, limitadas, como por exemplo ter acesso a algum recurso específico, têm gran<strong>de</strong> chance <strong>de</strong><br />

fracassar. Nesses casos, várias causas po<strong>de</strong>m levar ao fracasso, tais como o conflito <strong>de</strong> idéias e interesses,<br />

a participação <strong>de</strong>sequilibrada nas <strong>de</strong>cisões, falta <strong>de</strong> espaço para as mulheres e/ou jovens, ausência ou<br />

exagero <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> pessoas e órgãos <strong>de</strong> fora, falta <strong>de</strong> regras claras, falta <strong>de</strong> capital<br />

inicial, baixos rendimentos no início, falta <strong>de</strong> conhecimento e assistência técnica, falhas na gestão e<br />

contabilida<strong>de</strong>, dificulda<strong>de</strong>s econômicas conjunturais, entre outras.<br />

Este estudo objetiva contribuir para análise <strong>de</strong>ste tema, trazendo informações e indicadores <strong>de</strong> um caso<br />

bem sucedido <strong>de</strong> associação no condomínio dos irmãos <strong>Pizzolatto</strong>, instalado no município <strong>de</strong> Sauda<strong>de</strong> do<br />

Iguaçu, no Sudoeste do Paraná. Seguindo o propósito das Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Referências para a Agricultura Familiar,<br />

a idéia é mostrar os requerimentos exigidos e os resultados que po<strong>de</strong>m ser esperados <strong>de</strong>sse modo <strong>de</strong><br />

exploração associativo, <strong>de</strong> forma que sirva <strong>de</strong> referência para a agricultura familiar do Sudoeste<br />

paranaense.


2 Histórico do condomínio<br />

A história das famílias que compõem o condomínio <strong>Pizzolatto</strong> teve início com a vinda do Sr. José Antônio<br />

<strong>Pizzolatto</strong> e da Sra. Adélia Milane <strong>Pizzolatto</strong>, naturais <strong>de</strong> Xaxim – SC, para Sauda<strong>de</strong> do Iguaçu no ano <strong>de</strong><br />

1964, quando esta cida<strong>de</strong> ainda pertencia ao município <strong>de</strong> Chopinzinho. Ambos agricultores e filhos <strong>de</strong><br />

agricultores, tiveram 10 filhos: Inês, Eugênio, A<strong>de</strong>mir, Roberto, Nei<strong>de</strong>, Gélci, Emília, Carmem, Nilo e<br />

Jefferson, dos quais hoje quatro (Inês, Eugênio, A<strong>de</strong>mir e Roberto) fazem parte do condomínio <strong>Pizzolatto</strong>.<br />

No início da década <strong>de</strong> 60, possuíam uma área <strong>de</strong> 31,5 ha, on<strong>de</strong> por muitos anos o trabalho era realizado<br />

exclusivamente pela família, utilizando-se força <strong>de</strong> trabalho manual e tração animal. As ativida<strong>de</strong>s<br />

exploradas eram o feijão, o milho e a soja. O feijão era comercializado, enquanto o milho e a soja eram<br />

utilizados na produção <strong>de</strong> suínos, sendo comercializado apenas o exce<strong>de</strong>nte nos anos em que a safra era<br />

boa. Na suinocultura realizavam o ciclo completo. Possuíam ainda uma pequena área <strong>de</strong> pastagem para as<br />

vacas e animais <strong>de</strong> tração. A produção <strong>de</strong> leite era <strong>de</strong>stinada ao consumo da família e o exce<strong>de</strong>nte<br />

transformado em queijo, que era comercializado na região.<br />

Com o tempo, os filhos se casaram e <strong>de</strong>ixaram a proprieda<strong>de</strong>. A área, então, ficou sob responsabilida<strong>de</strong> dos<br />

irmãos Roberto e A<strong>de</strong>mir. O Sr. José e a Sra. Adélia mudaram-se para Chopinzinho, on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m<br />

atualmente, passando a viver do valor que recebem da aposentadoria.<br />

Alci<strong>de</strong>s e Inês<br />

No ano <strong>de</strong> 1981, a filha Inês conheceu Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Almeida, com quem se casou em 1987. Ele, natural <strong>de</strong><br />

Bom Jesus – SC, filho <strong>de</strong> agricultores que exploravam milho, feijão, fumo e suínos até 1973 e que<br />

posteriormente ven<strong>de</strong>ram a proprieda<strong>de</strong> comprando, em 1978, outra área <strong>de</strong> 24,2 ha em Chopinzinho. Na<br />

nova área exploravam milho, feijão e suínos utilizando tecnologia relativamente <strong>de</strong>senvolvida para os<br />

padrões da época. A comercialização dos exce<strong>de</strong>ntes era feita em estabelecimentos comercias regionais.<br />

Com o resultado <strong>de</strong> boas safras, seus pais adquiriram mais 62,9 ha, totalizando 87,1 ha. Em 1986, os pais<br />

<strong>de</strong> Alci<strong>de</strong>s ven<strong>de</strong>ram a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chopinzinho e voltaram para Santa Catarina, no município <strong>de</strong><br />

Campo Erê. Com a venda da proprieda<strong>de</strong>, Alci<strong>de</strong>s recebeu <strong>de</strong> seu pai 21,8 ha <strong>de</strong> área.<br />

Em 1987, Alci<strong>de</strong>s e Inês foram morar em Santa Catarina, on<strong>de</strong> permaneceram por dois anos. Receberam<br />

então um convite <strong>de</strong> um empresário <strong>de</strong> Sauda<strong>de</strong> do Iguaçu para trabalhar em sua proprieda<strong>de</strong> no Mato<br />

Grosso. O casal aceitou e permaneceu neste trabalho por dois anos. Em 1991, já conhecendo o clima e o<br />

solo do Mato Grosso, Alci<strong>de</strong>s ven<strong>de</strong>u a sua proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 21,8 ha no Paraná e comprou outra <strong>de</strong> 152,5 ha<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarantã, no Mato Grosso. Passaram então a explorar a área sendo que as ativida<strong>de</strong>s eram:<br />

arroz e gado misto com objetivo comercial; feijão, mandioca e milho para o consumo na proprieda<strong>de</strong>.<br />

O casal possui três filhos: Romário, Rael e Rosana, sendo que no ano <strong>de</strong> 1997, Inês teve problemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e os gastos passaram a ser maiores que a receita. Assim, em 1998, <strong>de</strong>cidiram retornar à Sauda<strong>de</strong> do<br />

Iguaçu ven<strong>de</strong>ndo a proprieda<strong>de</strong> no Mato Grosso e comprando uma área do assentamento, on<strong>de</strong> hoje<br />

resi<strong>de</strong>m.<br />

Eugênio e Clau<strong>de</strong>te, Roberto e Maribel<br />

Eugênio e Roberto <strong>Pizzolatto</strong> são casados com as irmãs Clau<strong>de</strong>te e Maribel respectivamente, filhas <strong>de</strong><br />

agricultores, sendo o pai natural <strong>de</strong> Erechim - RS e a mãe <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>ira - SC. O casal veio para Sauda<strong>de</strong> do<br />

Iguaçu quando este ainda pertencia ao município <strong>de</strong> Chopinzinho, on<strong>de</strong> adquiriram uma área <strong>de</strong> 12,1 ha.<br />

Produziam milho, feijão e suínos em pequena escala, com o emprego da força manual e tração animal,<br />

alcançando renda suficiente apenas para dar conta das principais <strong>de</strong>spesas. Clau<strong>de</strong>te e Maribel tiveram<br />

que sair à busca <strong>de</strong> outras fontes <strong>de</strong> renda. Clau<strong>de</strong>te foi para Chopinzinho on<strong>de</strong> conseguiu emprego como<br />

costureira numa empresa têxtil. Trabalhou por cinco anos até que a fábrica fechou. Pela experiência<br />

adquirida, logo passou a trabalhar em outra empresa do ramo. <strong>Caso</strong>u-se no início dos anos 90. Eugênio,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito novo, também foi buscar uma alternativa para garantir seu sustento, sendo seu primeiro<br />

emprego numa empresa <strong>de</strong> perfilados <strong>de</strong> aço, on<strong>de</strong> trabalhou um ano e oito meses. Após isso, foi trabalhar<br />

na construção civil como auxiliar <strong>de</strong> pedreiro, on<strong>de</strong> permaneceu por quatro meses. Com o conhecimento<br />

que adquiriu, passou a trabalhar como autônomo em pequenas obras.<br />

3


4<br />

Em 2001, já cansado da construção civil, Eugênio juntamente com sua esposa Clau<strong>de</strong>te, <strong>de</strong>cidiram utilizar<br />

a renda obtida para adquirir uma área <strong>de</strong> terra. Foi nessa época que os irmãos o convidaram para fazer<br />

parte do condomínio, pois as três famílias dispunham <strong>de</strong> área, mas não tinham recursos financeiros para<br />

realizar a produção. Eles aceitaram o convite e passaram a aplicar seus recursos nas ativida<strong>de</strong>s. Seus<br />

conhecimentos na construção civil também foram importantes para que pu<strong>de</strong>ssem fazer construções com<br />

qualida<strong>de</strong>, especialmente na ativida<strong>de</strong> leiteira. Eugênio e Clau<strong>de</strong>te possuem um casal <strong>de</strong> filhos: Vitor<br />

Augusto e Sabrina.<br />

Maribel, quando tinha <strong>de</strong> 12 para 13 anos, foi morar com Clau<strong>de</strong>te em Chopinzinho, on<strong>de</strong> trabalhou por um<br />

ano como doméstica. Passado esse ano, Maribel voltou para a casa <strong>de</strong> seus pais on<strong>de</strong> permaneceu até<br />

casar-se com Roberto, quando tinha 17 anos. Após casarem, Roberto e Maribel moraram por um ano com<br />

os pais <strong>de</strong> Roberto. Em seguida, foram para Chopinzinho, on<strong>de</strong> permaneceram por um ano, sendo que<br />

nessa época Maribel voltou a trabalhar como doméstica. Depois, regressaram para o sítio em Sauda<strong>de</strong> do<br />

Iguaçu on<strong>de</strong> estão até hoje. Eles têm três filhos: Débora, Daiane e Roberto Junior. Já Roberto, que possui<br />

uma área <strong>de</strong> 14,4 ha, ficou responsável pela área que pertencia a seus pais e trabalhou junto com A<strong>de</strong>mir,<br />

que tem uma área <strong>de</strong> 14,1 ha. Ambas pertencem ao <strong>Condomínio</strong>.<br />

A<strong>de</strong>mir e Rosane<br />

A<strong>de</strong>mir é casado com Rosane, filha e neta <strong>de</strong> agricultores nascidos em Passo Fundo – RS. Quando seus pais<br />

se casaram, os avós <strong>de</strong> Rosane ven<strong>de</strong>ram sua pequena proprieda<strong>de</strong> no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e compraram<br />

outra em São Jorge do Oeste - PR, na qual viveram todos juntos por três anos. Após esse tempo, foram<br />

trabalhar em Sauda<strong>de</strong> do Iguaçu, quando ainda pertencia ao município <strong>de</strong> Chopinzinho, porque a<br />

proprieda<strong>de</strong> possuía pouca área disponível e a família começava a aumentar com o nascimento <strong>de</strong> Rosane.<br />

O pai <strong>de</strong> Rosane trabalhou com serraria e pecuária <strong>de</strong> corte entre outras ativida<strong>de</strong>s. Com o dinheiro que<br />

juntou, adquiriu uma chácara em Sauda<strong>de</strong> do Iguaçu. Como a família era composta <strong>de</strong> cinco filhos e a área<br />

era insuficiente para o sustento <strong>de</strong> todos, a chácara foi vendida e eles passaram a fazer parte das famílias<br />

assentadas na Fazenda Itaúna, no Município <strong>de</strong> Manoel Ribas. A<strong>de</strong>mir conheceu Rosane quando<br />

<strong>de</strong>sempenhava a função <strong>de</strong> ministro da igreja na Linha Biguá, em Sauda<strong>de</strong> do Iguaçu. Hoje, têm três<br />

filhos: Van<strong>de</strong>rson, Vanessa Regina e Vagner Luiz.<br />

2.1 O surgimento do condomínio<br />

Reunião das famílias que compõem o condomínio<br />

A idéia <strong>de</strong> constituir o condomínio foi resultado <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> motivações:<br />

a escassez <strong>de</strong> capital;<br />

a necessida<strong>de</strong> que sentiam <strong>de</strong> evoluir, principalmente na área tecnológica;<br />

o incentivo do projeto REDES;<br />

a participação em excursões ao estado <strong>de</strong> Santa Catarina, on<strong>de</strong> conheceram experiências positivas;


• a palestra <strong>de</strong> motivação da coor<strong>de</strong>nação estadual das REDES, que <strong>de</strong>ntre outras coisas <strong>de</strong>monstrou<br />

que empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte estavam se somando para alcançar melhores resultados, enquanto os<br />

agricultores, <strong>de</strong> forma geral, continuavam agindo individualmente, <strong>de</strong>sorganizados, realizando negócios<br />

com pouco po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha;<br />

• consultoria prestada pela Emater Regional <strong>de</strong> Pato Branco sobre diferentes tipos <strong>de</strong> grupos<br />

associativos.<br />

Baseadas nessa proposta é que as famílias viram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tornar possível a realização <strong>de</strong> projetos<br />

que permitiriam a realização <strong>de</strong> sonhos dificilmente alcançáveis isoladamente. Com a soma dos recursos<br />

disponíveis e animais <strong>de</strong> cada proprieda<strong>de</strong> somados à economia <strong>de</strong> instalações, novos investimentos<br />

po<strong>de</strong>riam ser feitos. Juntos po<strong>de</strong>riam obter as vantagens da produção em escala, principalmente <strong>de</strong> leite,<br />

como se dá nas médias e gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s. Vislumbravam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar melhor<br />

qualida<strong>de</strong>, maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenagem e otimização <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, permitindo que obtivessem<br />

melhores resultados econômicos e sociais.<br />

Participação em excursões Reunião <strong>de</strong> planejamento das ativida<strong>de</strong>s do sistema<br />

2.2 Objetivos comuns e papéis das ativida<strong>de</strong>s<br />

O condomínio foi então constituído em 20 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001. A meta inicial era o recebimento <strong>de</strong> ½ salário<br />

mínimo/mês para cada família e a produção <strong>de</strong> 1.000 litros <strong>de</strong> leite/mês. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

inicialmente foram: milho, feijão, soja, suínos e leite. O leite foi ganhando espaço principal com a<br />

aquisição <strong>de</strong> uma área pelo grupo e em 2003 a produção da proprieda<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 1000 litros/família/mês,<br />

alcançando assim a meta inicial. Atualmente o leite é a principal ativida<strong>de</strong> do condomínio, apresentando<br />

uma renda que garante o pagamento <strong>de</strong> alguns financiamentos, como o da or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira, e um saldo<br />

mensal por família no valor <strong>de</strong> 1.500 litros <strong>de</strong> leite/mês, ultrapassando assim a meta inicial <strong>de</strong><br />

recebimento <strong>de</strong> ½ salário mínimo/mês para cada família.<br />

Com relação às outras ativida<strong>de</strong>s, a renda obtida com a soja é utilizada para o pagamento das terras. O<br />

milho tem 70% <strong>de</strong> sua produção <strong>de</strong>stinada à silagem e os 30% restantes comercializados para pagar os<br />

financiamentos das benfeitorias e sua manutenção. A proporção <strong>de</strong> exploração entre as duas culturas é<br />

<strong>de</strong> 2/3 <strong>de</strong> soja e 1/3 <strong>de</strong> milho, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas eficiente.<br />

A suinocultura foi encerrada principalmente pela freqüente queda nos preços pagos e pela <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

mão-<strong>de</strong>-obra que a ativida<strong>de</strong> exige.<br />

Hoje, com as metas iniciais atingidas no que diz respeito à renda mensal das famílias, o próximo objetivo<br />

a ser alcançado em três anos é a produção diária <strong>de</strong> 1.500 a 2.000 litros <strong>de</strong> leite.<br />

Melhorias ambientais estão sendo implantadas também, tais como a proteção <strong>de</strong> nascentes e a<br />

manutenção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente. A implantação do sistema silvipastoril e o<br />

a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> “canela <strong>de</strong> veado” em pastagens <strong>de</strong> “brizantão” que estão sendo realizados combinam<br />

vantagens na produção animal, pelo maior conforto térmico que produzem aos animais, melhorias<br />

ambientais e novas alternativas <strong>de</strong> renda com a produção florestal.<br />

Seguindo na busca <strong>de</strong> mais opções <strong>de</strong> renda, está sendo implantado o reflorestamento <strong>de</strong> pinus e<br />

eucalipto para produção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na área do condomínio.<br />

5


6<br />

3 Infra-estrutura da proprieda<strong>de</strong><br />

3.1 As benfeitorias<br />

Investimentos na construção <strong>de</strong> instalações<br />

O quadro abaixo apresenta um comparativo das benfeitorias produtivas existentes em 1998, antes da<br />

constituição do condomínio, e em 2005, após sua criação. O quadro e as fotos mostram uma ampliação<br />

significativa na estrutura <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma racionalização dos investimentos.<br />

Benfeitorias produtivas antes (1998/99) e <strong>de</strong>pois da constituição do condomínio (2004/05).<br />

DESCRIÇÃO DAS BENFEITORIAS<br />

Sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha ou estábulo¹<br />

Sala <strong>de</strong> alimentação¹<br />

Silo¹<br />

Galpão para <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> insumos¹<br />

Galpão para húmus¹<br />

Galpão para feno¹<br />

Aviário para frango <strong>de</strong> corte¹<br />

Pocilga¹<br />

Paiol¹<br />

Mangueiras²<br />

Cercas²<br />

Cercas²<br />

Manga para abastecer os bebedouros²<br />

Cercas elétricas com isoladores²<br />

¹em metros quadrados; ²em metros.<br />

Sala <strong>de</strong><br />

alimentação<br />

ANO<br />

1998 / 1999 2004 / 2005<br />

un. m / m² un. m / m²<br />

2 36 / 12 1<br />

72<br />

0<br />

0 1<br />

228<br />

0<br />

0 1 247,50<br />

1<br />

42 1<br />

42<br />

0<br />

0 1<br />

120<br />

0<br />

0 1<br />

240<br />

1<br />

140 0<br />

0<br />

1<br />

140 0<br />

0<br />

1<br />

20 0<br />

0<br />

0<br />

0 1<br />

300<br />

0<br />

0 1<br />

2500<br />

1<br />

1000 1<br />

1000<br />

0<br />

0 1<br />

2000<br />

0<br />

0 1<br />

4000<br />

Sala <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>nha e leite


3.2 As máquinas e os equipamentos<br />

O quadro 2 apresenta o somatório <strong>de</strong> máquinas e equipamentos pertencentes a cada um dos agricultores<br />

em 1998 e os que foram adquiridos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que constituíram o condomínio até 2005. Fica evi<strong>de</strong>nte a<br />

ampliação <strong>de</strong> investimentos que eles conseguiram em conjunto, pela reunião <strong>de</strong> recursos individuais e pela<br />

melhor condição para assumir financiamentos bancários.<br />

Máquinas e equipamentos antes (1998/99) e <strong>de</strong>pois da constituição do condomínio (2004/05).<br />

1998 / 1999<br />

Carreta - 2 rodas /2 ton<br />

Arado<br />

Trator <strong>de</strong> pneu pequeno (61 CV)<br />

Pulverizador barras 600 L<br />

Bate<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> cereais<br />

Gra<strong>de</strong> niveladora<br />

Motor elétrico monofásico 7,5 HP - 2 pólos<br />

Triturador<br />

Distribuidor <strong>de</strong> calcário (em socieda<strong>de</strong>)<br />

¹4 unida<strong>de</strong>s; ²2 unida<strong>de</strong>s.<br />

Botijão <strong>de</strong> sêmen<br />

Pistola <strong>de</strong> vacina<br />

2004 / 2005<br />

Or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira c/ 6 conjuntos completos<br />

Bomba lava jato<br />

Pulverizador costal manual<br />

Eletrificador¹<br />

Roça<strong>de</strong>ira<br />

Sega<strong>de</strong>ira<br />

Triturador <strong>de</strong> grão úmido<br />

Carrinho <strong>de</strong> mão²<br />

Resfriador <strong>de</strong> leite a granel² - 1070 L<br />

Sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha Trator do condomínio<br />

Técnico da Emater-PR e dois dos sócios do condomínio na sala do leite<br />

7


8<br />

3.3 Animais<br />

As criações existentes nas proprieda<strong>de</strong>s individuais em 1998 eram <strong>de</strong> bovinos <strong>de</strong> leite e <strong>de</strong> suínos<br />

<strong>de</strong>stinados ao consumo próprio e comercialização no primeiro caso e exclusivamente para comercialização<br />

no segundo. Como já mencionado, a suinocultura foi encerrada. O quadro abaixo apresenta a evolução no<br />

número <strong>de</strong> animais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> antes da criação do condomínio, em 1998, até 2005.<br />

Tamanho do rebanho antes (1998) e <strong>de</strong>pois da constituição do condomínio (2005).<br />

Descrição do plantel<br />

Vaca com aptidão leiteira<br />

Novilha com aptidão leiteira<br />

Novilha para corte<br />

Bezerra até 1 ano<br />

Bezerro até 1 ano<br />

Suíno – matriz<br />

Suíno - reprodutor<br />

Total do Plantel<br />

Número <strong>de</strong> cabeças<br />

em 1998<br />

Plantel em área <strong>de</strong> pastagem perene Bezerras <strong>de</strong>smamadas<br />

3.4 Caracterização da proprieda<strong>de</strong><br />

A área atual do condomínio é composta <strong>de</strong> 153 ha e uma<br />

Superfície Agrícola Útil (SAU) <strong>de</strong> 126 ha. Desse total,<br />

Roberto possui 28 ha, A<strong>de</strong>mir 28 ha, Eugênio 19 ha e Alci<strong>de</strong>s<br />

36 ha, contudo estas áreas são utilizadas em comum nas<br />

ativida<strong>de</strong>s do condomínio. O condomínio possui ainda uma<br />

área arrendada <strong>de</strong> 42 ha o que totaliza os 153 ha - ver item<br />

3.5 Área. Entretanto a área que aparece na cor branca não<br />

pertence ao condomínio. A área atual está sendo utilizada da<br />

seguinte forma:<br />

15<br />

4<br />

6<br />

0<br />

5<br />

8<br />

1<br />

39<br />

GRÃOS<br />

Número <strong>de</strong> cabeças<br />

em 2005<br />

60<br />

30<br />

0<br />

25<br />

25<br />

0<br />

0<br />

140<br />

PASTAGEM ANUAL INVERNO<br />

PASTAGEM PERENE VERÃO<br />

CONSTRUÇÕES/ESTRADAS<br />

INTERNAS<br />

RESERVA LEGAL/APP<br />

35 ha<br />

35 ha<br />

91 ha<br />

3 ha<br />

24 ha


3.5 Área<br />

<strong>Condomínio</strong> <strong>Pizzolatto</strong><br />

Composição das famílias e o uso da mão-<strong>de</strong>-obra antes (1998) e <strong>de</strong>pois da constituição do condomínio<br />

(2005).<br />

Resi<strong>de</strong> com as famílias<br />

Ocupação agrícola<br />

Ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />

Crianças/Estudantes<br />

Empregado fixo<br />

Município: Sauda<strong>de</strong> do Iguaçu - PR<br />

3.6 Composição da mão-<strong>de</strong>-obra<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra do condomínio disponível nos anos <strong>de</strong> 1998 e 2005<br />

O quadro abaixo apresenta a composição das famílias e o uso da mão-<strong>de</strong>-obra nas proprieda<strong>de</strong>s<br />

individuais em 1998 e no condomínio em 2005.<br />

Equivalente-homem<br />

DESCRIÇÃO<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra familiar (D/H/ano)<br />

NÚMERO DE PESSOAS<br />

1998 2005<br />

14<br />

5<br />

3<br />

6<br />

0<br />

4<br />

1380<br />

Estrada vicinal<br />

Benfeitorias<br />

Nascentes<br />

Sangas<br />

APP<br />

Açu<strong>de</strong><br />

Exploradas<br />

Reflorestamento<br />

Reserva legal<br />

18<br />

4<br />

4<br />

10<br />

0<br />

4,58<br />

1500<br />

9


10<br />

A melhor distribuição das tarefas segundo as afinida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um propiciou um trabalho mais qualificado<br />

e produtivo, permitindo a redução do número <strong>de</strong> pessoas envolvidas com ocupações agrícolas <strong>de</strong> cinco<br />

para quatro, pela liberação das mulheres. Na divisão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s, Eugênio e A<strong>de</strong>mir conduzem as<br />

lavouras, além disso, Eugênio é responsável pela administração financeira, já Roberto e Alci<strong>de</strong>s são<br />

responsáveis pela bovinocultura leiteira. Com esta racionalização, as mulheres passaram a se <strong>de</strong>dicar<br />

quase que exclusivamente aos afazeres domésticos e as crianças aos estudos. Abre-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

instalação <strong>de</strong> outros empreendimentos não agrícolas para os quais as mulheres têm motivação e tempo.<br />

O acréscimo no número <strong>de</strong> Eq. Homem <strong>de</strong> 4,00 para 4,58 se <strong>de</strong>u pelo fato dos filhos ajudarem os pais em<br />

ativida<strong>de</strong>s leves, nas horas vagas.<br />

No ano <strong>de</strong> 2005, apenas uma pessoa por família ficou responsável pela mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>stinada à ocupação<br />

agrícola. Em ambos os anos não foi constatada a venda da mão-<strong>de</strong>-obra familiar na prestação <strong>de</strong> serviços<br />

agrícolas para terceiros.<br />

Uso <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra antes da constituição do condomínio no ano <strong>de</strong> 1998.<br />

D as-homem<br />

Uso <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>pois da constituição do condomínio no ano <strong>de</strong> 2005.<br />

D as-homem<br />

140,00<br />

120,00<br />

100,00<br />

80,00<br />

60,00<br />

40,00<br />

20,00<br />

Mês<br />

Mês<br />

Familiar<br />

Total<br />

Disponível<br />

Familiar<br />

Total<br />

Disponível<br />

Tanto no ano <strong>de</strong> 1998 como em 2005 não foi constatada a contratação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra temporária e<br />

permanente, pois como se po<strong>de</strong> observar nos gráficos a mão-<strong>de</strong>-obra disponível foi sempre superior à<br />

<strong>de</strong>mandada pelas ativida<strong>de</strong>s.


3.7 Capital<br />

Um dos gran<strong>de</strong>s problemas enfrentados pelas famílias antes da criação do condomínio no ano <strong>de</strong> 1998 era<br />

a escassez <strong>de</strong> capital. No quadro abaixo po<strong>de</strong>mos notar, com o passar dos anos, um acréscimo no capital<br />

em benfeitorias, animais, máquinas e equipamentos, ressaltando a importância do condomínio para o<br />

fortalecimento financeiro do empreendimento conjunto.<br />

Capital disponível antes (1998/99) e <strong>de</strong>pois da constituição do condomínio (2004/05).<br />

Capital (R$)<br />

<strong>Condomínio</strong><br />

Benfeitorias produtivas Animais Máquinas/equipamentos<br />

1998 / 1999<br />

2004 / 2005<br />

3.8 Ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />

Utilização da área atual<br />

13.383,98<br />

47.856,84<br />

11.993,01<br />

144.750,00<br />

4.150,93<br />

54.185,29<br />

A área atual é composta <strong>de</strong> 153 ha e uma Superfície Agrícola Útil (SAU) <strong>de</strong> 126 ha, on<strong>de</strong> são exploradas as<br />

seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

• Grãos – Soja (24 ha), milho grão (4 ha) e milho silagem (7 ha) no período quente e aveia (35 ha) no<br />

período frio – totalizando 35 ha;<br />

• Pastagem perene – Hemarthria sp. (39 ha), Brizantão (40 ha), Pioneiro (6 ha) Coast-cross 1 (1 ha),<br />

Tifton (4 ha) e Sempre ver<strong>de</strong> (1 ha) – totalizando 91 ha;<br />

• Reserva florestal – 24 ha;<br />

• Benfeitorias – 3 ha.<br />

Essa utilização po<strong>de</strong> ser observada na figura abaixo.<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

Hectare 180<br />

60<br />

40<br />

20<br />

Superfície agrícola<br />

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ<br />

Mês<br />

Agrosilvipastoril Grevilhas<br />

Ociosa<br />

Milho silagem<br />

Milho<br />

Soja<br />

Aveia pastejo<br />

Se<strong>de</strong><br />

Reflorestamento<br />

Pastagem<br />

11


12<br />

3.9 A tecnologia das principais ativida<strong>de</strong>s<br />

A tecnologia <strong>de</strong> produção sofre variações a cada ano, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos<br />

financeiros e da conjuntura <strong>de</strong> mercado. A <strong>de</strong>scrição abaixo mostra as características gerais para cada<br />

ativida<strong>de</strong>.<br />

Soja<br />

plantio direto, a colheita e o transporte são terceirizados;<br />

seguem as recomendações <strong>de</strong> adubação baseadas nas análises <strong>de</strong> solo;<br />

utilizam adubo químico formulado;<br />

compram sementes tratadas com fungicidas;<br />

controle das ervas daninhas é feito com herbicidas (<strong>de</strong>ssecantes e pós-emergentes);<br />

utilizam inseticidas e fungicidas biológicos ou químicos para o controle <strong>de</strong> lagartas, percevejos e<br />

doenças, quando necessário.<br />

Milho grão e silagem<br />

terceirização dos mesmos serviços já mencionados para a soja;<br />

utilizam adubo químico formulado;<br />

usam sementes tratadas;<br />

alternam os híbridos <strong>de</strong> milho a cada safra, conforme disponibilida<strong>de</strong> e o preço no mercado;<br />

fazem adubação nitrogenada;<br />

os controles das ervas daninhas e das pragas são feitos com produtos químicos.<br />

Pastagem perene<br />

em algumas partes da pastagem realizam mensalmente roçada da sobra do material pastejado e nas<br />

<strong>de</strong>mais a roçada é efetuada uma vez ao ano, para que haja renovação da mesma;<br />

a adubação é realizada 4 vezes ao ano no período quente;<br />

área <strong>de</strong> pastagem dividida em piquetes;<br />

manejam criteriosamente a pastagem a fim <strong>de</strong> se elevar a qualida<strong>de</strong> da mesma, atingindo assim<br />

melhores índices <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>;<br />

para dar conforto aos animais, continuar proce<strong>de</strong>ndo à implantação do sistema agrosilvipastoril e à<br />

instalação dos bebedouros nos novos piquetes.<br />

Leite<br />

or<strong>de</strong>nham os animais duas vezes ao dia com auxílio <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira e transferidor;<br />

possuem resfriadores;<br />

a alimentação durante o período <strong>de</strong> lactação é baseada na utilização <strong>de</strong> forrageiras, suplementação<br />

mineral e silagem, sendo que os animais que apresentam maiores produtivida<strong>de</strong>s segundo controle<br />

leiteiro recebem complementação <strong>de</strong> alimento concentrado;<br />

utilizam sêmen sexado na inseminação artificial.


4 Resultados Econômicos - safra 2004/2005<br />

RENDA BRUTA<br />

R$ 112.338,40<br />

• GRÃOS R$ 25.650,00 (22,83%)<br />

• LEITE R$ 86.688,40 (77,17%)<br />

DEPRECIAÇÕES<br />

JUROS CAPITAL PRÓPRIO<br />

R$ 24.295,85<br />

R$ 11.359,44<br />

REMUNERAÇÃO MÃO-DE-OBRA<br />

FAMILIAR - (EQ. H/MÊS)<br />

R$ 319,12<br />

CUSTOS VARIÁVEIS<br />

R$ 59.144,04<br />

• GRÃOS R$ 23.125,91 (39,10%)<br />

• LEITE R$ 36.018,13 (60,90%)<br />

MARGEM BRUTA<br />

R$ 53.194,36<br />

• GRÃOS R$ 2.765,38 (5,20%)<br />

• LEITE R$ 50.428,98 (94,80%)<br />

DESPESAS OPERACIONAIS TOTAIS<br />

R$ 83.439,89<br />

RENDA DA OPERAÇÃO AGRÍCOLA<br />

R$ 28.898,52<br />

A produção <strong>de</strong> leite na safra 04/05 contribuiu com 77,17% da renda bruta da produção, constituindo-se,<br />

portanto, na principal ativida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong>sse sistema. No entanto, é válido ressaltar que a produção <strong>de</strong><br />

grãos sofreu frustração, <strong>de</strong>vido à estiagem enfrentada nesse período.<br />

5 Plano <strong>de</strong> melhoria do condomínio<br />

As análises do diagnóstico das proprieda<strong>de</strong>s que compõem o condomínio, elaborado pelas Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Referências, com informações obtidas durante quatro anos <strong>de</strong> acompanhamento, indicaram que alguns<br />

pontos po<strong>de</strong>riam ser melhorados. Os principais pontos foram:<br />

Pastagens<br />

Devido ao menor custo, a utilização do pasto <strong>de</strong>verá ser maximizada no planejamento forrageiro. Além <strong>de</strong><br />

continuar utilizando silagem <strong>de</strong> milho planta inteira, <strong>de</strong>ve-se realizar maior exploração dos seguintes<br />

talhões <strong>de</strong> pastagens:<br />

• Pastagem Perene <strong>de</strong> Verão (PPV) – constituída preferencialmente <strong>de</strong> Coast – Cross 1, Tifton 68/85, e<br />

Capim Elefante Pioneiro em áreas menos <strong>de</strong>clivosas, também <strong>de</strong>verá ser intensificada a correção e<br />

adubação <strong>de</strong> implantação e mantença, divisão em piquetes, instalação <strong>de</strong> bebedouros, sombreamento<br />

para o bem-estar dos animais e sobressemeadura com azevém. Durante a estação quente, o pastoreio<br />

noturno <strong>de</strong>sta área é prática fundamental;<br />

13


14<br />

Pastagem Anual <strong>de</strong> Inverno (PAI) – recomenda-se semeadura com as aveias (IAPAR 61 e IPR 126),<br />

integradas às lavouras <strong>de</strong> verão. Entretanto, é necessária a melhoria da fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas áreas.<br />

Fundamental o manejo criterioso da PAI, para que sobre no mínimo 2.000 kg <strong>de</strong> MS/ha, com a adoção do<br />

pastejo contínuo e alto (14 cm);<br />

Com relação à fertilida<strong>de</strong> do solo e adubações, as forrageiras perenes <strong>de</strong>mandam gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> nutrientes, logo para se obter e manter elevada produtivida<strong>de</strong> das mesmas po<strong>de</strong>rá haver a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acréscimo <strong>de</strong> Zn, B e Mo nas adubações. As adubações <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>finidas pela<br />

análise <strong>de</strong> solo, diversificando-se os adubos;<br />

Nas áreas <strong>de</strong> silagem <strong>de</strong> milho <strong>de</strong> planta inteira observar a rotação <strong>de</strong> culturas e reposição <strong>de</strong> K.<br />

Manejo do rebanho<br />

Para o fornecimento <strong>de</strong> concentrados os animais <strong>de</strong>vem ser divididos em quatro grupos, conforme<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta:<br />

GRUPO I – vacas e novilhas prenhas nas últimas três semanas;<br />

GRUPO II – vacas do parto até a 12ª semana após o parto;<br />

GRUPO III – vacas entre a 13ª e 24ª semana após o parto;<br />

GRUPO IV – vacas da 25ª semana após o parto ao final da lactação.<br />

Aprimorar o controle leiteiro, sanitário e reprodutivo;<br />

Deve-se estudar formas <strong>de</strong> criar as bezerras, uma vez que sua venda po<strong>de</strong> representar acréscimo na<br />

receita;<br />

Continuar inseminando as vacas do plantel com sêmen sexado, visando a lactações superiores a 5 mil L<br />

leite/lactação e uma produção <strong>de</strong> 7 mil L leite/ha/ano;<br />

Prosseguir com o fornecimento <strong>de</strong> ração às bezerras entre o <strong>de</strong>smame até os quatro meses;<br />

Peso 1ª cobertura: Holandês 350 kg, até 18 meses; Jersey 250 kg, até 16 meses;<br />

Taxa <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> 20%.<br />

Lavouras<br />

As adubações <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>finidas mediante análise <strong>de</strong> solo;<br />

Observar a rotação <strong>de</strong> culturas, para a manutenção <strong>de</strong> uma boa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica,<br />

evitando a erosão no Sistema <strong>de</strong> Plantio Direto;<br />

Utilizar cultivar recomendada para a região, bem como adotar a tecnologia proposta para a mesma;<br />

Recomenda-se, ainda, o controle integrado <strong>de</strong> pragas e doenças. Além <strong>de</strong> manejar a<strong>de</strong>quadamente o<br />

uso <strong>de</strong> herbicidas para o controle <strong>de</strong> ervas daninhas.<br />

Gestão dos recursos humanos<br />

Os participantes do condomínio <strong>de</strong>vem continuar se atualizando e se aperfeiçoando através <strong>de</strong> cursos,<br />

eventos, palestras e excursões, conforme a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um na divisão do trabalho;<br />

A <strong>de</strong>cisão das possíveis ativida<strong>de</strong>s a serem <strong>de</strong>senvolvidas no sistema <strong>de</strong>ve ser mantida através da<br />

discussão entre os componentes do grupo;<br />

Manter a distribuição <strong>de</strong> tarefas <strong>de</strong> forma a permitir folga semanal e dias <strong>de</strong> férias anuais aos<br />

componentes do condomínio.<br />

Produção <strong>de</strong> leite<br />

Em 2011 é previsto alcançar uma produção <strong>de</strong> aproximadamente 1.500 L leite/dia e 8.100 L<br />

leite/ha/ano, com um plantel <strong>de</strong> 257 cabeças ou 205,7 unida<strong>de</strong>s animais (UA). Para tanto, partindo do<br />

plantel atual, terão que ser alcançados os seguintes índices:<br />

% <strong>de</strong> vacas em lactação – 80%;<br />

taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> em bezerras <strong>de</strong> 0 a 1 ano < 10%;<br />

taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> das vacas e novilhas com mais <strong>de</strong> um ano – 3%;<br />

<strong>de</strong>scarte – 20% ao ano;<br />

% <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fêmeas – 80% com a utilização como proposto <strong>de</strong> sêmen sexado.<br />

Para se atingir tal produção serão necessários<br />

36 ha <strong>de</strong> pastagem perene <strong>de</strong> verão;<br />

57 ha <strong>de</strong> pastagem anual <strong>de</strong> inverno (aveia);<br />

12 ha para produção <strong>de</strong> 234 t <strong>de</strong> silagem.


• Já a produção <strong>de</strong> aproximadamente 2.000 L <strong>de</strong> leite/dia e 8.560 L <strong>de</strong> leite/ha/ano, também seguindo o<br />

raciocínio anterior, só será alcançado em 2013, sendo que neste caso o plantel estará estabilizado em<br />

366 cabeças ou 293 UA. A área necessária para se atingir tal produção será <strong>de</strong>:<br />

• 52 ha <strong>de</strong> pastagem perene <strong>de</strong> verão;<br />

• 30 ha <strong>de</strong> pastagem anual <strong>de</strong> inverno (aveia);<br />

• 28 ha para produção <strong>de</strong> 554 t <strong>de</strong> silagem;<br />

• 870 kg <strong>de</strong> ração dia (conforme consta no manejo do rebanho).<br />

• A partir <strong>de</strong> 2013 quando ocorrerá a estabilização do rebanho, a renda será totalizada pela venda do leite<br />

e o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> aproximadamente 40 vacas e 35 novilhas cobertas, conforme consta no fluxograma<br />

abaixo.<br />

O REBANHO E SUA DINÂMICA<br />

6 Resultados Econômicos - safra 2012/2013<br />

RENDA BRUTA<br />

R$ 534.323,57<br />

• GRÃOS R$ 13.054,32 (2,44%)<br />

• LEITE R$ 521.269,25 (97,56%)<br />

CUSTOS VARIÁVEIS - R$ 236.837,86<br />

• GRÃOS R$ 8.042,16 (3,40%)<br />

• LEITE R$ 228.795,70 (96,60%)<br />

MARGEM BRUTA - R$ 297.485,71<br />

• GRÃOS R$ 5.037,31 (1,70%)<br />

• LEITE R$ 292.448,40 (98,3%)<br />

DEPRECIAÇÕES<br />

JUROS CAPITAL PRÓPRIO<br />

R$ 46.755,85<br />

R$ 27.025,07<br />

REMUNERAÇÃO MÃO-DE-OBRA<br />

FAMILIAR - (EQ. H/MÊS)<br />

R$ 4.070,32<br />

DESPESAS OPERACIONAIS TOTAIS<br />

R$ 283.593,71<br />

RENDA DA OPERAÇÃO AGRÍCOLA<br />

R$ 250.729,86<br />

Esta diferença na remuneração da mão-<strong>de</strong>-obra em relação à situação atual se justifica porque mesmo<br />

aumentando o plantel ocorrerá maior racionalização no uso dos equipamentos, das instalações e das<br />

forrageiras. Devido a essa racionalização ocorre uma redução nos valores da <strong>de</strong>preciação, nos juros sobre<br />

capital e conservação e reparos.<br />

7 Perspectivas<br />

98 Bezerras<br />

0 a 1 ano<br />

79 Novilhas<br />

1 a 2 anos<br />

35 Novilhas<br />

18 a 20 meses<br />

199 Vacas Leiteiras<br />

42<br />

Novilhas<br />

56 Machos<br />

0 a 5 dias<br />

Venda/Descarte<br />

40 Vacas<br />

Entrada <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong><br />

venda <strong>de</strong> animais<br />

• Manter as ativida<strong>de</strong>s agropecuárias adotando medidas <strong>de</strong> melhoria para o sistema como um todo;<br />

• As famílias <strong>de</strong>sejam que seus filhos estu<strong>de</strong>m, para que a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> permanecer na proprieda<strong>de</strong> ou sair<br />

<strong>de</strong>la seja feita em condições melhores do que foram as dos seus pais;<br />

• As mulheres não <strong>de</strong>senvolvem nenhum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> do sistema que gere receitas. Todas <strong>de</strong>sejam<br />

ter uma alternativa <strong>de</strong> renda, contribuindo com o conjunto das famílias. Buscam uma opção não<br />

agrícola, procurando aproveitar o tempo disponível. Vêem nesta iniciativa uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong> empregos para as filhas no futuro.<br />

15


16<br />

8 Dificulda<strong>de</strong>s<br />

A sucessão no condomínio po<strong>de</strong>rá gerar conflitos entre as famílias uma vez que este é informal,<br />

possuindo apenas atas <strong>de</strong> reuniões;<br />

As diferentes opiniões que po<strong>de</strong>rão existir no <strong>de</strong>correr do processo bem como a possibilida<strong>de</strong> dos filhos<br />

não permanecerem na proprieda<strong>de</strong>;<br />

9 Conclusões<br />

Efetivamente, a organização dos irmãos <strong>Pizzolatto</strong> num condomínio propiciou vantagens econômicas e <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que isoladamente as famílias dificilmente alcançariam. Os resultados econômicos, se ainda não<br />

são satisfatórios, somados à segurança que sentem pelo trabalho e convivência mútuos, dão a todos a garantia <strong>de</strong><br />

manter uma vida estável e saudável. A boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida ficou evi<strong>de</strong>nciada pelas condições <strong>de</strong> moradia e<br />

acesso ao <strong>de</strong>scanso e lazer em padrões superiores ao dominante no meio rural do Sudoeste paranaense, neste<br />

estrato <strong>de</strong> famílias.<br />

Porém, mais importante do que o ganho real já obtido é o forte potencial a ser explorado, tanto pelo exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

mão-<strong>de</strong>-obra quanto pelo <strong>de</strong> área. A produção <strong>de</strong> leite po<strong>de</strong>ria ser intensificada ou outra alternativa buscada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que compatível com a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capital, para obtenção <strong>de</strong> maior segurança <strong>de</strong>corrente da diversificação. A<br />

simulação feita, consi<strong>de</strong>rando a alternativa <strong>de</strong> intensificação do leite, mostrou o aumento expressivo, quase 40<br />

vezes, que é possível na remuneração da mão-<strong>de</strong>-obra familiar com sua implantação. A perspectiva da introdução<br />

da ativida<strong>de</strong> não-agrícola <strong>de</strong>sejada pelas mulheres, po<strong>de</strong>rá aumentar ainda mais a renda das famílias.<br />

A divisão das tarefas entre os integrantes do condomínio confirmou suas vantagens, proporcionando melhor<br />

eficiência no trabalho e satisfação para os agricultores.<br />

Famílias que já tinham saído do meio rural e outras que tinham dificulda<strong>de</strong> em se manter viáveis, pela excessiva<br />

divisão das terras herdadas dos pais, pu<strong>de</strong>ram prosseguir na profissão que mais os motivava e para a qual se<br />

sentiam mais bem preparados, graças à formação do condomínio. Ao invés <strong>de</strong> dividir as terras, produzir em<br />

conjunto foi a alternativa que propiciou a permanência no campo.<br />

Fator fundamental para o sucesso alcançado e que é <strong>de</strong> se esperar que vá atingir ainda, é o bom relacionamento e a<br />

harmonia que existe entre as famílias componentes do condomínio. O fato <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> um grupo pequeno,<br />

coeso, com laços familiares fortes, bom entendimento, diálogo fácil e percepção do conjunto, além do particular, na<br />

busca <strong>de</strong> resultados, tem contribuído para o sucesso alcançado.<br />

Este bom entrosamento faz com que o condomínio seja totalmente informal. Não há documentos oficiais que<br />

atestem a socieda<strong>de</strong>. Os membros estão sentindo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a esta formalização para fazer frente a<br />

eventuais questões legais, explorar possíveis vantagens e garantir a manutenção do grupo quando seus sucessores<br />

estiverem no comando.<br />

Também é essencial a afinida<strong>de</strong> que as famílias têm quanto aos objetivos no trabalho cooperativo. Embora muitos<br />

fatores externos tenham <strong>de</strong>spertado a motivação para a constituição do condomínio, o empreendimento foi<br />

concretizado e está vivo porque seus integrantes estão comprometidos e têm objetivos claros com a proposta.<br />

Os resultados alcançados pelos <strong>Pizzolatto</strong> permitem sugerir que a estratégia do trabalho conjunto é alternativa<br />

viável para a agricultura familiar no Sudoeste do Paraná, naquele estrato em que há insuficiência <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong><br />

terra, financeiros e/ou <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra para a consolidação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> produção sustentáveis. No entanto, é<br />

fundamental que haja afinida<strong>de</strong> quanto aos objetivos perseguidos, na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e condução das<br />

ativida<strong>de</strong>s pelos integrantes. Esta harmonia é obtida a partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> regras claras e do respeito aos direitos<br />

<strong>de</strong> todos, o que <strong>de</strong>ve ser garantido pelo bom entendimento e pela elaboração <strong>de</strong> documentos formais que dêem<br />

conta das questões legais e confiram maior segurança quanto ao futuro do condomínio.<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

À família <strong>de</strong> Roberto <strong>Pizzolatto</strong>, sua esposa Maribel e as filhas Débora, Daiane e Roberto Junior; À família <strong>de</strong> A<strong>de</strong>mir <strong>Pizzolatto</strong>,<br />

sua esposa Rosane e os filhos Van<strong>de</strong>rson, Vanessa Regina e Vagner Luiz; À família <strong>de</strong> Eugênio <strong>Pizzolatto</strong>, sua esposa Clau<strong>de</strong>te<br />

e os filhos Vitor Augusto e Sabrina; e à família <strong>de</strong> Alci<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Almeida, sua esposa Inês e os filhos Romário, Rael e Rosana.<br />

<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>Caso</strong> na Agricultura Familiar: <strong>Condomínio</strong> <strong>Irmãos</strong> Pizzolato. Beatriz Meneguce, José Antonio Nunes Vieira,<br />

Luiz Francisco Lovato, Lúcia <strong>de</strong> Franceschi. Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Instituto Paranaense <strong>de</strong> Assistência<br />

Técnica e Extensão Rural (EMATER). Pato Branco, 2008. 16 p.<br />

Mais informações<br />

Emater UR Pato Branco Tel. (46) 3224.3988<br />

IAPAR Pato Branco Tel. (46) 3213-1140<br />

josenunesvieira@emater.pr.gov.br, luizlovato@emater.pr.gov.br<br />

Comitê Editorial<br />

Séphora Cloé Rezen<strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>iro<br />

Sueli Souza Martinez - Editora Executiva<br />

Telma Passini<br />

Editor Revisor<br />

Álisson Néri<br />

Apoio<br />

FAPE GRO<br />

SETEMBRO/08 - Tiragem: 1.000 exemplares

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