1 FORMULÁRIO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETO ... - UERN

vestibular, visto que as IES públicas não dispõem de vagas suficientes para atender essas demandas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, Lei no. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, afirma no artigo 44 que os cursos de
graduação estão “[...] abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior” e
destina-se a “[...] candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo
seletivo”. (SAVIANI, 1997, p. 176)
Entretanto, passados pouco mais de dez anos o vestibular, como um dos mecanismos de acesso que data de 1911, tem sofrido
várias críticas e alterações, sobretudo, em função da emergência da democratização de acesso como uma das condições de
legitimidade das Universidades públicas no século XXI.
Sabe-se das tentativas de melhorias das condições de acesso ao ensino superior para a juventude, assim têm-se as seguintes
propostas em universidades públicas: o Programa de Avaliação Seriada (PAS) criado em 1995 nas Universidade de Brasília e na
Universidade Federal de Santa Maria no Rio Grande do Sul e em 1998, no Governo Fernando Henrique, o Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) como um dos critérios de acesso ao ensino superior, entretanto, poucas universidades adotaram.
Em 2009 o Ministério da Educação propõe para as Universidades Federais a implantação de um novo ENEM, agora denominado
Sistema de Seleção Unificado, como mecanismo de acesso cuja “intenção é que a prova ajude a reorganizar o currículo do ensino
médio e permita maior mobilidade dos estudantes pelas universidades em todo o território nacional, por causa do modelo
unificado de avaliação. (http://portal.mec.gov.br/index.php em 24/05/2009)
Ao lado das tentativas de democratização do acesso percebe-se a necessidade de se investigar quem são aqueles jovens que
buscam e lutam pelo acesso ao ensino superior público e se de fato têm oportunidades considerando as suas trajetórias de
formação ao saírem do ensino médio se habilitam a se inscrevem no sistema de seleção para concorrer a uma vaga nos
diferentes cursos e áreas na universidade pública. Para Chaui (2003, p.10) “há formação quando há obra de pensamento e que há
obra de pensamento quando o presente é aprendido como aquilo que exige de nós o trabalho de interrogação, da reflexão e da
crítica [...]”
Desse modo, procura-se investigar quem são os alunos que se inscreveram no Projeto Pré-vestibular em Campo Grande em 2009,
procurando identificar a trajetória de formação e as expectativas da juventude em torno do acesso a Universidade.
Para tal, elege-se como público-alvo alunos oriundos do ensino médio de Campo Grande/RN, ressaltando-se que até ano de 2007
apenas 03 (três) jovens conseguiram obter uma vaga na UERN e, em 2008, com o projeto de extensão de preparação para o
acesso, aumentou em 300% o número de inscritos no Processo Seletivo Vocacionado (PSV) da UERN, bem como o número de
aprovados elevou-se para 15 (quinze).
Uma investigação desta natureza, que procura identificar os caminhos percorridos pela juventude em municípios do Semi-árido
Potiguar, torna-se relevante no contexto em que o governo federal, no início do século XXI, tem implementado diversos
programas de ampliação da escolaridade dos jovens em situação de exclusão e defendido proposta de sua inclusão no mundo do
trabalho, a exemplo: Juventude Cidadã (2006) e o Projovem (2009), ambos assumidos pela UERN/PROEX. Tais propostas são
incentivadas através de parcerias entre Estado e sociedade civil com a necessidade de acompanhamento e responsabilidades
das instituições de formação envolvidas.
* Em caso de renovação de projeto, o coordenador deverá explicitar as razões para tal, justificando com os dados preliminares.
3. OBJETIVOS (até 2200 caracteres com espaço)
3.1 Analisar quais as trajetórias de formação dos alunos do município de Campo Grande/RN que se encontram no cenário de
preparação para o acesso a Universidade pública no Projeto de Extensão Pré-Vestibular: integra-ação extensão, pesquisa e
ensino;
3.2 Identificar quais as expectativas dessa juventude em torno do sonho de acesso à Universidade;
3.3 Levantar o perfil sócio-cultural dos jovens inscritos no projeto de extensão;
3.4 Identificar que contribuições o curso de preparação para o acesso à universidade tem trazido para os jovens que dele
participam.
4. METODOLOGIA (até 4000 caracteres com espaço)
Como procedimento metodológico para a investigação sobre a juventude no percurso de sua formação elegeu-se trabalhar com
história de vida por compreender que as possibilidades de acessso a Universidade pública apresentam-se delineadas ao longo
da vida, quando os sujeitos empreendem ações na diversidade individual e coletiva de sua vida cotidiana. Para Goldenberg (2004,
p. 37) “[...] reconstituir suas Histórias de Vida é o melhor caminho para conhecer estes indivíduos que tomam decisões
estatégicas, suas origens, seus instrumentos para controlar e manter o poder, seus valores e interesses.”
Por sua vez, Santos (2004) ao defender uma perspectiva emergente na construção do conhecimento no mundo contemporâneo
advoga que o “caráter auto-biográtifico e auto-referenciável de ciência é plenamente assumido”. Postula-se tal dimensão neste
estudo a ser realizado sobre a formação de jovens inseridos em processos de exclusão e desigualdades sociais marcantes no
semi-árido do nordeste brasileiro, no município de Campo Grande no Rio Grande do Norte, por apostar numa forma de
construção do conhecimento que poderá adentrar nos aspectos compreensivo e íntimo destes jovens não permitindo a
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