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licao 5 - Assembleia de Deus do Cruzeiro

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QD 07 - Área Especial 01 <strong>Cruzeiro</strong> Velho<br />

(61) 3964-8624 / 3233-2527<br />

www.adcruz.org/ebd<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Pastor João Adair Ferreira<br />

Dirigente e Consultor Doutrinário: Pastor Argileu Martins da Silva<br />

Superinten<strong>de</strong>nte: Presbítero Jorge Luiz Rodrigues Barbosa<br />

Lição 05<br />

30 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2011<br />

Texto Áureo<br />

A grave mentira <strong>de</strong> Ananias e Safira<br />

"Não erreis: <strong>Deus</strong> não se <strong>de</strong>ixa escarnecer; porque tu<strong>do</strong> o que o homem semear, isso<br />

também ceifará". Gl 6.7<br />

Verda<strong>de</strong> Aplicada<br />

Mentir na presença <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> faz o homem cair negativamente em Suas mãos e horrenda<br />

coisa é ser puni<strong>do</strong> por <strong>Deus</strong>.<br />

Objetivos da Lição<br />

► Mostrar que <strong>de</strong>vemos ter cuida<strong>do</strong> com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecimento público;<br />

► Compreen<strong>de</strong>r que jamais po<strong>de</strong>mos ignorar a onisciência e presença <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>;<br />

► Advertir quanto a ser honesto nas coisas <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, pois to<strong>do</strong> peca<strong>do</strong> tem a sua<br />

justa retribuição.<br />

Textos <strong>de</strong> Referência<br />

At 5.1 Mas um certo varão chama<strong>do</strong> Ananias, com Safira, sua mulher, ven<strong>de</strong>u uma<br />

proprieda<strong>de</strong><br />

At 5.2 e reteve parte <strong>do</strong> preço, saben<strong>do</strong>-o também sua mulher; e, levan<strong>do</strong> uma<br />

parte, a <strong>de</strong>positou aos pés <strong>do</strong>s apóstolos.<br />

At 5.3 Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para<br />

que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte <strong>do</strong> preço da herda<strong>de</strong>?<br />

At 5.4 Guardan<strong>do</strong>-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu po<strong>de</strong>r? Por<br />

que formaste este <strong>de</strong>sígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a <strong>Deus</strong>.<br />

O Peca<strong>do</strong> da Hipocrisia At 4.32-5.11


Os crentes, movi<strong>do</strong>s por amor cristão, vendiam seus imóveis espontaneamente. Faziam<br />

isto para distribuírem a importância apurada conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um.<br />

Provavelmente, o dinheiro era trazi<strong>do</strong> aos apóstolos num culto especial como ato <strong>de</strong><br />

consagração. Barnabé, que era <strong>de</strong>certo um homem <strong>de</strong> bens e <strong>de</strong> influência, ven<strong>de</strong>u um<br />

campo e publicamente <strong>de</strong>positou seu valor em dinheiro aos pés <strong>do</strong>s apóstolos. Este ato<br />

<strong>de</strong> consagração <strong>de</strong>spertou a admiração <strong>do</strong>s crentes. Talvez tenha havi<strong>do</strong> durante aquele<br />

culto um <strong>de</strong>rramamento po<strong>de</strong>roso <strong>do</strong> Espírito Santo. No meio daquele entusiasmo,<br />

Ananias e Safira ven<strong>de</strong>ram uma proprieda<strong>de</strong>. Ananias entrou em acor<strong>do</strong> com sua<br />

mulher e reteve parte <strong>do</strong> preço, <strong>de</strong>positan<strong>do</strong> o restante aos pés <strong>do</strong>s apóstolos.<br />

Até ali, tu<strong>do</strong> havia si<strong>do</strong> glorioso na vida da igreja. Suas características típicas eram o<br />

amor fraternal, a bonda<strong>de</strong> altruísta, a coragem heroica e a real <strong>de</strong>voção a Cristo. Não<br />

era, no entanto, nenhum Milênio espiritual. Satanás, longe <strong>de</strong> estar amarra<strong>do</strong>,<br />

trabalhava com vigor! Não conseguiu <strong>de</strong>struir a Igreja através das perseguições vindas<br />

<strong>de</strong> fora. Procurou, então, estragá-la por <strong>de</strong>ntro, seduzin<strong>do</strong> alguns <strong>do</strong>s seus membros.<br />

Não conseguin<strong>do</strong> <strong>de</strong>struir o trigo, semeou seu joio (Mt 13.24-30). Suas primeiras<br />

vítimas, aliás in<strong>de</strong>sculpáveis, foram Ananias e Safira. Daquele tempo para cá, a<br />

hipocrisia sempre tem segui<strong>do</strong> a realida<strong>de</strong> da religião como uma sombra negra.<br />

I - Manifestada a Hipocrisia<br />

Provavelmente os elementos principais <strong>do</strong> peca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ananias e Safira eram:<br />

1. Cobiça. Como no caso <strong>de</strong> Judas, o amor ao dinheiro foi a raiz <strong>do</strong> seu peca<strong>do</strong>, "porque<br />

o amor <strong>do</strong> dinheiro é a raiz <strong>de</strong> toda a espécie <strong>de</strong> males" (1 Tm 6.10). Cobiçavam honra e<br />

glória na igreja e ao mesmo tempo o dinheiro. Planejavam um meio termo: dariam parte<br />

<strong>do</strong> dinheiro para obter a glória <strong>de</strong> terem da<strong>do</strong> tu<strong>do</strong>, e ao mesmo tempo, guardariam<br />

parte para <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong>la em particular.<br />

2. Falta <strong>de</strong> fé. A falta <strong>de</strong> fé está por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> quase to<strong>do</strong>s os peca<strong>do</strong>s <strong>do</strong> crente.<br />

Ananias pensava, <strong>de</strong>certo, que valia a pena fazer uma boa contribuição para o glorioso<br />

reavivamento espiritual, uma obra contínua e sólida. Mas, o que aconteceria se o<br />

movimento chegasse ao fim? Já não haveria "fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> garantia". Precisava evitar o<br />

fanatismo e garantir o dia <strong>de</strong> amanhã.<br />

3. Desejo <strong>de</strong> honra. O casal admirava o caráter generoso <strong>de</strong> Barnabé. Mas passaram a<br />

cobiçar o alto conceito e louvor recebi<strong>do</strong>s por ele, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> seu ato <strong>de</strong> abnegação. Os <strong>do</strong>is<br />

queriam receber o louvor que se dá aos heróis da fé, porém, sem esforços nem<br />

sacrifícios.<br />

4. A hipocrisia. O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> parecer virtuoso sem pagar o preço <strong>de</strong> ser - esta é a<br />

essência da hipocrisia. Literalmente, a palavra "hipócrita" originalmente queria dizer<br />

"ator". O hipócrita está sempre representan<strong>do</strong> um papel que nada tem a ver com sua<br />

verda<strong>de</strong>ira personalida<strong>de</strong>. Quan<strong>do</strong> Ananias trouxe o dinheiro, estava encenan<strong>do</strong> uma<br />

mentira. Fingia estar contribuin<strong>do</strong> com a renda total da sua venda.<br />

II - Detectada a Hipocrisia<br />

1. Desmascara<strong>do</strong> o peca<strong>do</strong>. O Espírito Santo, habitan<strong>do</strong> no meio da Igreja, <strong>de</strong>tecta<br />

to<strong>do</strong> o peca<strong>do</strong>. Ananias escolheu um lugar muito perigoso e uma época <strong>de</strong>sfavorável à<br />

pratica da hipocrisia. O divino Espírito <strong>de</strong> pureza, sincerida<strong>de</strong> e verda<strong>de</strong> tinha si<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>rrama<strong>do</strong> em abundância. Portanto, era imediatamente reconheci<strong>do</strong> o espírito da<br />

falsida<strong>de</strong> e hipocrisia que, em tais circunstâncias, era ainda mais imper<strong>do</strong>ável. Num<br />

ambiente <strong>de</strong> tanta espiritualida<strong>de</strong>, havia pessoas dispostas à hipocrisia. O que<br />

aconteceria, então, em tempos mais difíceis se não con<strong>de</strong>nassem este peca<strong>do</strong>? Pedro,


mediante o <strong>do</strong>m <strong>do</strong> discernimento <strong>de</strong> espíritos, viu o que havia em Ananias. Ele não<br />

pertencia àquele ambiente espiritual. Pela inspiração divina, Pedro disse: "Ananias, por<br />

que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses<br />

parte <strong>do</strong> preço da herda<strong>de</strong>? Guardan<strong>do</strong>-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em<br />

teu po<strong>de</strong>r? Por que formaste este <strong>de</strong>sígnio em teu coração? Não mentiste aos homens,<br />

mas a <strong>Deus</strong>". Notamos aqui o seguinte:<br />

2. A origem <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>. "Por que encheu Satanás o teu coração?" Como na situação <strong>do</strong><br />

cobiçoso Judas, Satanás <strong>de</strong>rramava suas pecaminosas sugestões no coração <strong>de</strong> Ananias<br />

(cf. Jo 13.2). O diabo, no entanto, não po<strong>de</strong> entrar em nossa vida a não ser mediante<br />

permissão nossa. Por isso Pedro indagou: "Por quê?" - "Resisti ao diabo, e ele fugirá <strong>de</strong><br />

vós" (Tg 4.7). Por isso, a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem permanece: "Por que formaste este<br />

<strong>de</strong>sígnio em teu coração?"<br />

3. A falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas para o peca<strong>do</strong>. Não havia a obrigação <strong>de</strong> os crentes ven<strong>de</strong>rem<br />

suas proprieda<strong>de</strong>s e trazerem aos apóstolos os montantes apura<strong>do</strong>s. Não fora aboli<strong>do</strong> o<br />

direito da posse individual <strong>de</strong> bens. Ananias não teria viola<strong>do</strong> nenhum preceito se<br />

tivesse conserva<strong>do</strong> sua proprieda<strong>de</strong>. O ato <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r era da exclusiva responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>no, bem como o ato <strong>de</strong> entregar aos apóstolos o dinheiro recebi<strong>do</strong>. Os apóstolos<br />

não possuíam autorida<strong>de</strong> sobre o dinheiro, a não ser quan<strong>do</strong> o recebiam para o fun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

assistência. "Guardan<strong>do</strong>-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu po<strong>de</strong>r? Por<br />

que formaste este <strong>de</strong>sígnio em teu coração?" Ananias não podia alegar a existência <strong>de</strong><br />

alguma necessida<strong>de</strong> urgente, forçan<strong>do</strong>-o a enganar, reten<strong>do</strong> parte da soma <strong>de</strong>dicada à<br />

igreja.<br />

4. A natureza <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>. "Não mentiste aos homens, mas a <strong>Deus</strong>." Provavelmente,<br />

imaginava que estivesse logran<strong>do</strong> a Pedro, lí<strong>de</strong>r da igreja. Não entendia que o verda<strong>de</strong>iro<br />

lí<strong>de</strong>r da igreja é o Espírito Santo, onisciente, que a tu<strong>do</strong> perscruta. A Igreja Primitiva se<br />

constituía <strong>de</strong> um grupo sob a li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong> Espírito Santo (cf. At 8.29,39; 10.19; 13.2;<br />

16.6,7).<br />

III - Castigada a Hipocrisia<br />

"E Ananias, ouvin<strong>do</strong> estas palavras, caiu e expirou, e um gran<strong>de</strong> temor veio sobre to<strong>do</strong>s<br />

os que isto ouviram".<br />

1. O autor <strong>do</strong> julgamento. Pedro, como porta-voz <strong>do</strong> Espírito Santo, <strong>de</strong>nunciou o<br />

peca<strong>do</strong> que lhe fora revela<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> sobrenatural. O Espírito Santo, <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r da vida,<br />

confirman<strong>do</strong> as palavras <strong>de</strong> Pedro, retirou seu apoio <strong>do</strong> corpo <strong>de</strong> Ananias, que expirou.<br />

2. A natureza <strong>do</strong> julgamento. Pela narrativa, o castigo parece ter si<strong>do</strong> apenas a morte<br />

física. O que se po<strong>de</strong> dizer, no entanto, <strong>do</strong> <strong>de</strong>stino eterno <strong>de</strong> Ananias e Safira? A Palavra<br />

não o <strong>de</strong>clara aqui, mas, outros trechos po<strong>de</strong>m lançar luz sobre o assunto: 1 Co 11.30-<br />

32; 5.4,5; 3.15; 1 Jo 5.16,17.<br />

3. A severida<strong>de</strong> <strong>do</strong> julgamento. Era severo. No entanto, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar que o<br />

peca<strong>do</strong> foi cometi<strong>do</strong> no meio <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> luz espiritual. Os <strong>do</strong>is tinham entra<strong>do</strong> em<br />

contato com as mais extraordinárias manifestações <strong>do</strong> Espírito Santo. Estavam<br />

conscientes da presença <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r sobrenatural no seu meio. Embora <strong>Deus</strong><br />

nem sempre castigue este peca<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma forma tão imediata, severa e pública, fez <strong>de</strong>ste<br />

casal um exemplo. Demonstrava que não seria tolerável a repetição da hipocrisia <strong>do</strong>s<br />

fariseus no meio <strong>do</strong>s cristãos. O registro <strong>de</strong>ste inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>veria ser suficiente para<br />

to<strong>do</strong>s os séculos da história da Igreja.


4. O propósito <strong>do</strong> julgamento. "E houve um gran<strong>de</strong> temor em toda a igreja e em to<strong>do</strong>s<br />

os que ouviram estas Coisas". Na tenra infância <strong>do</strong> Cristianismo, era necessário que<br />

toda a corrupção fosse afastada <strong>do</strong> seu meio. O terrível castigo sobre Ananias e Safira<br />

ensinou a to<strong>do</strong>s ser a Igreja uma instituição sagrada. Não seria tolerada a <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong><br />

em seu meio. Muitos <strong>do</strong>s que souberam <strong>do</strong> acontecimento tinham admiração pelo<br />

Cristianismo sem ousar se filiar a ele (v. 13). Ninguém, a não ser mediante conversão e<br />

transformação, iria se ajuntar a uma organização em que os hipócritas caíam mortos.<br />

IV - Ensinamentos Práticos<br />

1. Mentiras encenadas. "Por que é que entre vós vos Concertastes...?" (v. 9) sugere que<br />

o peca<strong>do</strong> não era fruto <strong>de</strong> algum súbito impulso. Fora premedita<strong>do</strong>. Pior ainda, o peca<strong>do</strong><br />

fora "encena<strong>do</strong> em palco", como uma peça teatral. Fizeram <strong>de</strong> conta que estavam dan<strong>do</strong><br />

tu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong>, na realida<strong>de</strong>, entregavam apenas uma parte. Planejar e <strong>de</strong>liberadamente<br />

dar uma falsa impressão, por atos ou gestos, representa um mal maior <strong>do</strong> que a mentira<br />

falada.<br />

2. Evite que o peca<strong>do</strong> germine. Tomás Kempis escreveu: "Em primeiro lugar, chega à<br />

mente um simples pensamento sobre o mal, então chega à mente uma forte impressão<br />

<strong>do</strong> mesmo, e, <strong>de</strong>pois, o <strong>de</strong>leite no mal com o impulso <strong>de</strong> praticá-lo, e finalmente, o<br />

consentimento". Estas palavras <strong>de</strong>screvem o caráter gradual <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>. Talvez um<br />

impulso generoso tenha leva<strong>do</strong> Ananias e Safira a ven<strong>de</strong>r a proprieda<strong>de</strong>. Ao verem o<br />

dinheiro em mãos, porém, é que o tenta<strong>do</strong>r conseguiu fazer seus corações encherem-se<br />

<strong>de</strong> ganância. Fazen<strong>do</strong>-a <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>minar seus pensamentos e atos. Ananias e Safira se<br />

<strong>de</strong>ixaram encantar por Satanás. Deixaram seu amor a <strong>Deus</strong> ce<strong>de</strong>r lugar à concupiscência<br />

pelo ouro.<br />

Houve, no entanto, um tempo em que tinham a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistir à tentação. E a<br />

lição que tiramos é: evite que o peca<strong>do</strong> germine. O peca<strong>do</strong> começa com um pensamento.<br />

É nesta altura que se trava a batalha <strong>de</strong>cisiva contra o peca<strong>do</strong>. Devemos nos apegar<br />

firmemente à <strong>do</strong>utrina bíblica <strong>de</strong> que o diabo po<strong>de</strong> ser resisti<strong>do</strong> (Tg 4.7).<br />

3. "Filho da exortação" (ou "da consolação" - a palavra grega tem estes <strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s<br />

também no nome <strong>do</strong> Consola<strong>do</strong>r). Em alto mar empregam-se <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> faróis: um<br />

para advertir <strong>do</strong>s perigos e outro para mostrar o caminho certo. Ananias é farol <strong>de</strong><br />

advertência; Barnabé, farol <strong>de</strong> orientação. Contrastam-se os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> "plenitu<strong>de</strong>" em<br />

Atos 5.3 e 11.24.<br />

Barnabé, após sua conversão, recebeu o nome <strong>de</strong> "filho da consolação". Seu novo nome<br />

evi<strong>de</strong>nciava seu apoio generoso aos que estavam em dificulda<strong>de</strong>s. Como ficou ilustra<strong>do</strong><br />

nos casos <strong>de</strong> Saulo (At 9.26, 27) e <strong>de</strong> Marcos (At 15.39). Ao entregar seu dinheiro aos<br />

apóstolos, dava mais uma prova da sua disposição em dar seu tempo e talentos para<br />

ajudar aos irmãos. Utilizan<strong>do</strong> seu <strong>do</strong>m <strong>de</strong> pregação, soube expressar em palavras a<br />

generosida<strong>de</strong> <strong>do</strong> seu coração para exortar e consolar os crentes. Chegan<strong>do</strong> em<br />

Antioquia, após o início <strong>do</strong> <strong>de</strong>spertamento ali, "exortou a to<strong>do</strong>s a que permanecessem no<br />

Senhor com propósito <strong>do</strong> coração. Porque era homem <strong>de</strong> bem, e cheio <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

e <strong>de</strong> fé" (At 11.23,24).<br />

Barnabé <strong>de</strong>ve servir <strong>de</strong> exemplo para to<strong>do</strong>s nós. Muitas coisas acontecem para levar os<br />

outros à <strong>de</strong>rrota e ao <strong>de</strong>sânimo. Precisamos agir e falar em tais circunstâncias para<br />

sermos uma consolação e exortação ao nosso próximo.<br />

4. Trigo e palha. Sempre sobra alguma palha no meio <strong>do</strong> trigo. Mesmo após a <strong>de</strong>bulha<br />

mais severa. Mesmo nas melhores igrejas ainda haverá crentes hipócritas e sem<br />

consagração. No Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Oklahoma, EUA, criaram uma socieda<strong>de</strong> secreta a fim <strong>de</strong>


combater os ladrões <strong>de</strong> cavalos. Queriam proteger os cavalos e levar os ladrões à justiça<br />

mediante um esforço conjunto. Fracassou. Em pouco tempo to<strong>do</strong> ladrão <strong>de</strong> cavalos<br />

daquela região se filiou à socieda<strong>de</strong>!<br />

Não se justifica a <strong>de</strong>sculpa <strong>do</strong>s que não querem ir à igreja dizen<strong>do</strong>: "Há muitos<br />

hipócritas na igreja". A fé cristã con<strong>de</strong>na a hipocrisia. Todavia, a presença <strong>de</strong> crentes<br />

espúrios não é motivo para se rejeitar a fé cristã. Como a existência <strong>de</strong> uma nota<br />

falsificada não é motivo para alguém jogar no lixo to<strong>do</strong> o dinheiro que recebe.<br />

5. A vida cristã tem suas próprias riquezas. Ananias e Safira eram seres humanos<br />

comuns, como to<strong>do</strong>s nós. E eram crentes em Jesus Cristo. Enten<strong>de</strong>mos seu peca<strong>do</strong><br />

pois, num perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fervor espiritual, é possível alguém comover-se<br />

profundamente sem, contu<strong>do</strong>, progredir no caminho <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, retidão, justiça e<br />

pureza. Po<strong>de</strong> ter certeza quanto àquilo que crê, <strong>de</strong>monstrar zelo em propagar a fé e<br />

ainda fracassar quanto à distinção entre o certo e o erra<strong>do</strong> (cf. Hb 5.11-14; 1 Co 3.1-3).<br />

Esta falha, nesse tipo <strong>de</strong> crente, torna-se uma pedra <strong>de</strong> tropeço para os <strong>de</strong> fora. A tentação<br />

que surge em muitos converti<strong>do</strong>s é permitir que as bênçãos transcen<strong>de</strong>ntes e<br />

gloriosas sejam procuradas mais <strong>do</strong> que o viver à altura da Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Desta<br />

maneira sentir-se bem fica sen<strong>do</strong> sinônimo <strong>de</strong> praticar o bem.<br />

Um membro contava ao seu pastor sobre a viagem marcada para a Terra Santa. Dizia<br />

entusiasticamente que, chegan<strong>do</strong> ali, leria os Dez Mandamentos em voz alta, em pé no<br />

monte Sinai. "Não, irmão", disse o prega<strong>do</strong>r com sincerida<strong>de</strong>. "Aceite meu conselho. Não<br />

precisa lê-los em voz alta. Fique em casa e guar<strong>de</strong>-os". O prega<strong>do</strong>r tinha razão. O<br />

sentimentalismo não é substituto da justiça. A vida abençoada e santificada formam<br />

uma só vida cristã, com gran<strong>de</strong>s riquezas espirituais, "porque esta é a carida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

que guar<strong>de</strong>mos os seus mandamentos..." (1 Jo 5.3).<br />

6. O peca<strong>do</strong> estraga os melhores sistemas. Na Igreja Primitiva, havia uma esplêndida<br />

vida em conjunto. A comunhão <strong>de</strong> bens era a expressão <strong>de</strong> corações inflama<strong>do</strong>s pela<br />

comunhão com <strong>Deus</strong>. Era a <strong>de</strong>monstração <strong>do</strong> amor divino que nutriam uns pelos<br />

outros. Hoje, o "comunismo", nome da<strong>do</strong> à falsificação feita pelo diabo, finge ter algo a<br />

ver com esta vida em comum. Mas é inspira<strong>do</strong> pelo ódio e não pelo amor. E este ódio é<br />

expressa<strong>do</strong> em toda a sua fúria contra tu<strong>do</strong> quanto é <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

A gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> é a transformação <strong>do</strong>s corações humanos. Porque é <strong>do</strong> coração<br />

que proce<strong>de</strong>m as coisas que arruínam qualquer sistema <strong>de</strong> economia. A história bíblica<br />

mostra que Israel, pela dureza <strong>de</strong> coração, não conseguia fazer as leis <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> atingirem<br />

seu alvo.<br />

7. A honestida<strong>de</strong> é a melhor política. O peca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ananias e Safira não é rarida<strong>de</strong>.<br />

Dr. W. B. Riley escreveu: "Ouço mais mentiras com respeito às contribuições que as<br />

pessoas dão à igreja <strong>do</strong> que com respeito a qualquer outro assunto <strong>de</strong> conversação<br />

cristã. Comete-se mais frau<strong>de</strong> com respeito à proporção da renda que está sen<strong>do</strong><br />

colocada no altar <strong>do</strong> Senhor <strong>do</strong> que em qualquer outro assunto na vida da igreja".<br />

Pessoas que vivem com duplicida<strong>de</strong> e falsida<strong>de</strong> por fim chegam a uma situação<br />

impossível. Seria muito mais fácil serem sinceras. Se empreen<strong>de</strong>ssem tanto esforço na<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a <strong>Deus</strong> quanto <strong>de</strong>dicam a tramar falsida<strong>de</strong>s, seriam exemplos <strong>de</strong> santida<strong>de</strong>! A<br />

honestida<strong>de</strong> é a melhor política em to<strong>do</strong> o nosso relacionamento com <strong>Deus</strong> e com os<br />

homens.<br />

Bibliografia M. Pearlman


O PERIGO DA MENTIRA Ananias e Safira<br />

"Melhor é que não votes <strong>do</strong> que votes e não pagues" (Ec 5.5).<br />

A generosida<strong>de</strong> é uma virtu<strong>de</strong> valiosa, mas somente se for acompanhada da sincerida<strong>de</strong>.<br />

O que os discípulos fizeram, <strong>do</strong>an<strong>do</strong> seus bens, ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s e trazen<strong>do</strong><br />

o dinheiro para os apóstolos administrarem, era um sacrifício agradável ao Senhor. Era<br />

tu<strong>do</strong> que eles possuíam na vida, mas não hesitaram em <strong>do</strong>ar o que tinham para a obra<br />

<strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Ananias e Safira também <strong>de</strong>sejaram compartilhar <strong>de</strong>ssa generosida<strong>de</strong>, mas<br />

eram hipócritas e pagaram com as próprias vidas.<br />

PROPÓSITO DE ANANIAS E SAFIRA<br />

1. A Bíblia <strong>de</strong>screve a verda<strong>de</strong>.<br />

Uma das gran<strong>de</strong>zas da Bíblia é que ela registra até mesmo as fraquezas <strong>de</strong> seus heróis.<br />

Documenta atos que são contra a mensagem que ela propaga. Isso acontece, porque ela<br />

é a infalível Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Portanto, fala a verda<strong>de</strong>. Além disso, revela a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

gênero humano, mostran<strong>do</strong> que nenhum homem é perfeito.<br />

2. Uma iniciativa voluntária.<br />

Em At 2.47 e 4.34, ficamos saben<strong>do</strong> que "to<strong>do</strong>s os que possuíam herda<strong>de</strong>s ou casas,<br />

ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-as, traziam o preço <strong>do</strong> que fora vendi<strong>do</strong>, e o <strong>de</strong>positavam aos pés <strong>do</strong>s<br />

apóstolos". Dentre eles, <strong>de</strong>stacou-se Barnabé, o único cita<strong>do</strong> nominalmente, exceto<br />

Ananias e Safira, por causa <strong>de</strong> sua hipocrisia. O casal fez um voto, não o cumpriu, mas<br />

queria que a Igreja pensasse que o mesmo fora concretiza<strong>do</strong>. Isso se chama hipocrisia.<br />

3. Generosida<strong>de</strong> sincera.<br />

O ato generoso <strong>de</strong> Barnabé repercutiu entre os irmãos. Ninguém era obriga<strong>do</strong> a ven<strong>de</strong>r<br />

suas proprieda<strong>de</strong>s. A mãe <strong>de</strong> João Marcos, o sobrinho <strong>de</strong> Barnabé (Cl 4.16), possuía<br />

uma casa em Jerusalém (At 12.12) que servia como lugar <strong>de</strong> culto e reunião <strong>de</strong> oração.<br />

O texto sagra<strong>do</strong> afirma que eles ven<strong>de</strong>ram "uma proprieda<strong>de</strong>" (v. 1). Não diz qual o seu<br />

tipo e nem o seu valor. Também não <strong>de</strong>ixa explícita a atitu<strong>de</strong> estranha <strong>de</strong>sse casal. Os<br />

expositores da Bíblia, quase que em voz uníssona, admitem que Ananias e Safira<br />

queriam crédito e prestígio <strong>de</strong> algo que não praticaram. Desejavam ser honra<strong>do</strong>s como<br />

Barnabé.<br />

A OFERTA RECUSADA<br />

1. Ofertas são sacrifícios.<br />

Caim e Abel eram filhos <strong>de</strong> um mesmo casal, receberam a mesma instrução religiosa e<br />

foram cria<strong>do</strong>s no mesmo ambiente (Gn 4.1,2). Todavia, um era crente e o outro<br />

incrédulo. Ambos fizeram uma oferta a <strong>Deus</strong> (Gn 4.3-3). Por que o Senhor recusou a <strong>de</strong><br />

Caim? Por se constituir <strong>de</strong> cereais? Certamente que não. Essas dádivas, foram<br />

posteriormente prescritas na lei <strong>de</strong> Moisés (Nm 15.4-9).<br />

2. Ananias e Safira: um casal reprova<strong>do</strong>.<br />

A aparente generosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ananias não foi um ato <strong>de</strong> fé. Além disso, parece que ele não<br />

fez negócio ilícito, pelo que se conclui <strong>do</strong> verbo grego nosphizomai (traduzi<strong>do</strong> por reter),


nos versículos 2 e 3, o qual, no Novo Testamento, só aparece aqui e em Tito 2.10<br />

(traduzi<strong>do</strong> por <strong>de</strong>fraudar). "Reter" é no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> "subtrair". O mesmo verbo aparece em<br />

Josué 7.1, na Septuaginta, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>clara que Acã "tomou <strong>do</strong> anátema".<br />

O JUÍZO FULMINANTE<br />

1. Um juízo implacável.<br />

Muitos leitores da Bíblia ficam perplexos com esse juízo tão duro, vin<strong>do</strong> da parte <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong> sobre Ananias e Safira. Alguns expositores bíblicos têm procura<strong>do</strong> atenuar a<br />

narrativa com interpretações inconsistentes, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> este registro um exagero por<br />

parte <strong>de</strong> Lucas. Mas tais argumentações não resistem à exegese sagrada. O fato<br />

aconteceu como está escrito.<br />

2. O sepultamento <strong>de</strong> Ananias.<br />

A sentença foi instantânea: "E Ananias, ouvin<strong>do</strong> estas palavras, caiu e expirou" (v. 5).<br />

Imediatamente, foi provi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> o sepultamento: "E, levantan<strong>do</strong>-se os jovens, cobriram<br />

o morto e, transportan<strong>do</strong>-o para fora, o sepultaram" (v. 6). Esses rapazes não são os<br />

fossarii (coveiros que surgiram posteriormente para o sepultamento <strong>do</strong>s cristãos), mas<br />

eram moços crentes que estavam presentes.<br />

3. Três horas <strong>de</strong>pois.<br />

"E, passan<strong>do</strong> um espaço quase <strong>de</strong> três horas, entrou também sua mulher, não saben<strong>do</strong><br />

o que havia aconteci<strong>do</strong>" (v. 7). Três horas <strong>de</strong>pois, aparece Safira, sem saber <strong>de</strong> nada. Seu<br />

mari<strong>do</strong> já havia si<strong>do</strong> sepulta<strong>do</strong>. Talvez os jovens nem tivessem volta<strong>do</strong>. Com certeza, ela<br />

estava in<strong>do</strong> para a oração.<br />

Se as orações públicas eram às nove da manhã, ao meio dia e às três da tar<strong>de</strong>, como se<br />

conclui <strong>de</strong> Sl 55.17, Dn 6.10 e At 3.1, três horas <strong>de</strong>pois, a "pie<strong>do</strong>sa" e "<strong>de</strong>vota" senhora<br />

vinha oferecer seu "sacrifício", esperan<strong>do</strong> ser honrada como uma irmã generosa, que <strong>de</strong>u<br />

espontaneamente tu<strong>do</strong> o que tinha para a obra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. É um cenário <strong>de</strong> causar<br />

espanto. Isso mostra quão seriamente <strong>de</strong>vemos levar a obra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

4. A surpresa no Tribunal <strong>de</strong> Cristo.<br />

No Tribunal <strong>de</strong> Cristo muitos esperarão ser galar<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s. No entanto, quan<strong>do</strong> suas obras<br />

passarem pela prova <strong>do</strong> fogo, sofrerão <strong>de</strong>trimento, porque serão ma<strong>de</strong>ira, feno e palha (1<br />

Co 3.12-15). Aí está o valor da sincerida<strong>de</strong> e a preciosida<strong>de</strong> da honestida<strong>de</strong>. Devemos<br />

saber que, on<strong>de</strong> estivermos, <strong>Deus</strong> nos estará ven<strong>do</strong>.<br />

5. Não vale a pena ser infiel.<br />

Custava para Safira falar a verda<strong>de</strong>? Mas o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser importante, o amor ao<br />

dinheiro, a obstinação pelo status cegaram completamente, tanto a Safira como a seu<br />

mari<strong>do</strong> Ananias: "Porque tu<strong>do</strong> o que há no mun<strong>do</strong>, a concupiscência da carne, a<br />

concupiscência <strong>do</strong>s olhos e a soberba da vida, não é <strong>do</strong> Pai, mas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>" (1 Jo 2.6).<br />

Eles foram contamina<strong>do</strong>s por esse vírus.<br />

O TEMOR SOBRE A IGREJA<br />

1. A Igreja.


É a primeira vez que a palavra "igreja" aparece no livro <strong>de</strong> Atos. "E houve um gran<strong>de</strong><br />

temor em toda a igreja e em to<strong>do</strong>s os que ouviram estas coisas".<br />

O vocábulo "igreja" é originário da palavra grega ekklesia. Vem <strong>de</strong> ek, uma preposição<br />

que significa "<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>", e klesia, <strong>de</strong> kalesis, que significa "chamada, convocação".<br />

2. O impacto <strong>do</strong> juízo divino.<br />

O Cristianismo estava começan<strong>do</strong>, e a hipocrisia <strong>do</strong>s fariseus precisava ser erradicada,<br />

pois a Igreja é um grupo escolhi<strong>do</strong> pelo Espírito Santo: "Um povo seu especial, zeloso <strong>de</strong><br />

boas obras" (Tt 2.14). É a Noiva <strong>de</strong> Cristo (2 Co 11.2). Ele <strong>de</strong>u a vida por ela (Ef 5.25). É<br />

o que Jesus tem <strong>de</strong> precioso.<br />

3. Per<strong>de</strong>ram a vida física.<br />

Situação similar encontramos no Antigo Testamento, com o sacer<strong>do</strong>te Eli. <strong>Deus</strong> disse a<br />

Samuel que haveria <strong>de</strong> trazer um juízo inexorável sobre Israel e sobre a casa <strong>de</strong>ste<br />

sacer<strong>do</strong>te: "Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Israel, a qual to<strong>do</strong> o que a ouvir lhe<br />

tinirão ambas as orelhas" (1 Sm 3.11).<br />

4. A lição que <strong>de</strong>vemos apren<strong>de</strong>r.<br />

O juízo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> nem sempre se manifesta <strong>de</strong>ssa maneira. Por isso, há os que não levam<br />

a sério a obra <strong>do</strong> Senhor.<br />

Existem os que praticam algo muito mais grave que o referi<strong>do</strong> casal e, no entanto, <strong>Deus</strong><br />

ainda está dan<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong> para a reconciliação. Entretanto, se os que estão nessa<br />

situação continuarem trilhan<strong>do</strong> a senda da malícia, da hipocrisia, da fraudulência,<br />

amanhã po<strong>de</strong>rá ser muito tar<strong>de</strong>. A Bíblia diz: "Maldito aquele que fizer a obra <strong>do</strong> Senhor<br />

fraudulentamente" (Jr 48.10).<br />

CONCLUINDO<br />

A morte fulminante <strong>de</strong>sse casal <strong>de</strong>ve levar cada crente a refletir seriamente sobre a<br />

Igreja <strong>de</strong> Cristo. Os que trilham pelo mesmo caminho, e a justiça divina ainda não veio<br />

sobre ele, é porque <strong>Deus</strong> está dan<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong> para o arrependimento. A porta<br />

ainda está aberta. Que o Senhor possa livrar o seu povo <strong>de</strong>ssa hipocrisia!<br />

1. De nada adianta tentarmos enganar a li<strong>de</strong>rança da Igreja, pois ela é conduzida pelo<br />

Espírito Santo, o qual, através <strong>de</strong> sua Onisciência, contempla todas as coisas. Se não<br />

somos castiga<strong>do</strong>s, imediatamente, pelos graves erros que cometemos, é porque Ele<br />

espera o nosso arrependimento.<br />

2. Muitos acham que, através <strong>de</strong> um bom presente, concedi<strong>do</strong> a uma pessoa influente<br />

na Igreja, po<strong>de</strong>rio galgar uma posição melhor no ministério. No entanto, esta prática é<br />

con<strong>de</strong>nada pelo Senhor, que não <strong>de</strong>ixará impune esta atitu<strong>de</strong> mesquinha. No tempo<br />

certo, Ele agirá com justiça.<br />

3. E melhor agradarmos a <strong>Deus</strong>, com as nossas atitu<strong>de</strong>s sinceras, <strong>do</strong> que aos homens,<br />

por intermédio das muitas falcatruas existentes. Ananias e Safira não teriam perdi<strong>do</strong> a<br />

vida, se soubessem que estavam mentin<strong>do</strong> ao Espírito Santo, que não se <strong>de</strong>ixa enganar,<br />

e não aos homens.<br />

Bibliografia E. Soares


A SANTIDADE CONVÉM A IGREJA<br />

"Segui a paz com to<strong>do</strong>s, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor". Hb 12.14<br />

A essência <strong>do</strong> ensino e pregação na igreja apostólica sempre foi voltada à santida<strong>de</strong>.<br />

Para que haja santida<strong>de</strong> é preciso primeiro que haja arrependimento e conversão (At<br />

3.19), daí vêm mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> pensar, <strong>de</strong> agir, <strong>de</strong> sentir, geran<strong>do</strong> uma vida<br />

diferente, que busca diariamente a santificação. É a Palavra que é Santa (Jo 17.17),<br />

po<strong>de</strong>rosa para santificar, purificar e levar a igreja a tornar-se sem mácula, sem ruga,<br />

santa e irrepreensível (Ef 5.26,27).<br />

Até o capítulo cinco <strong>de</strong> Atos <strong>do</strong>s Apóstolos, está registra<strong>do</strong> que a Igreja gozava da ação<br />

gloriosa <strong>do</strong> Espírito Santo, <strong>de</strong> um profun<strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong> amor, <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

união e, principalmente, <strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> entre seus membros, até que o casal Ananias e<br />

Safira tentaram macular a vida <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> e lealda<strong>de</strong> da igreja e, por essa razão,<br />

foram castiga<strong>do</strong>s.<br />

1. O PRINCIPIO DE SANTIDADE<br />

<strong>Deus</strong> é santo. Santida<strong>de</strong> é, pois, um <strong>do</strong>s atributos <strong>do</strong> To<strong>do</strong>-Po<strong>de</strong>roso. <strong>Deus</strong> criou o<br />

homem à Sua imagem e semelhança, para que fosse santo como Ele é.<br />

Justamente o que separa o homem <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é o esta<strong>do</strong> pecaminoso, isto é, a falta <strong>de</strong><br />

santida<strong>de</strong>. O Senhor ama o peca<strong>do</strong>r, mas não tolera o peca<strong>do</strong> (Rm 3.23). Ele exige que<br />

Seu povo seja santo, assim como Ele é (Lv 11.44; 19.2; 20.7,26).<br />

1.1O que se enten<strong>de</strong> por santida<strong>de</strong><br />

Ser santo significa ser separa<strong>do</strong>, ser irrepreensível (l Ts 3.13); viver segun<strong>do</strong> a vonta<strong>de</strong><br />

divina, não se contaminar com o peca<strong>do</strong> (Ef 1.4); não se conformar com o mun<strong>do</strong> (Rm<br />

12.2); isto é, não tomar a forma <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> porque não pratica as obras da carne, mas<br />

produz o fruto <strong>do</strong> Espírito (Gl 5.22).<br />

1.2 O padrão <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> <strong>do</strong> crente<br />

O Espírito Santo trabalha na vida <strong>do</strong> crente para o santificar, tornan<strong>do</strong>-o puro para<br />

<strong>Deus</strong>. É Ele quem dá as condições para se ter uma vida espiritual equilibrada. Sem<br />

fanatismo, porque esse leva à prática <strong>de</strong> <strong>do</strong>utrinas heréticas, e sem mo<strong>de</strong>rnismo, porque<br />

esse dá lugar aos exageros e à carnalida<strong>de</strong>.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cristão é o próprio Jesus, como o apóstolo Pedro escreveu (1<br />

Pe 1.15); e também o apóstolo repetiu aquilo que o próprio <strong>Deus</strong> já havia <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos antigos: "Se<strong>de</strong> santos porque eu sou santo" (Lv 11.44).<br />

1.2.1. A santificação pela Palavra<br />

A Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> é santifica<strong>do</strong>ra porque é verda<strong>de</strong>ira. Na oração feita por Jesus ao Pai,<br />

Ele interce<strong>de</strong>u pela santificação <strong>do</strong>s discípulos (Jo 17.17). Com certeza, a Sua Igreja<br />

também já estava incluída naquela oração. A Palavra limpa, purifica e guarda (Jo 15.3;<br />

Sl 119.11).<br />

1.2.2. Santificação na pessoa <strong>de</strong> Jesus


Quem <strong>de</strong>ixou o mun<strong>do</strong> e passou a pertencer a Jesus já é santifica<strong>do</strong> por Ele. O apóstolo<br />

Paulo escreveu que "as más conversações corrompem os bons costumes " (1 Co 15.33b).<br />

Certamente, acontece bem ao contrário com aquele que escolheu o próprio Jesus para<br />

ser seu amigo, seu constante companheiro, seu Senhor e Mestre (I Co 1.30).<br />

1.2.3. Santificação pelo sangue re<strong>de</strong>ntor<br />

Foi lá no Calvário que Jesus <strong>de</strong>u o passo <strong>de</strong>cisivo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção da humanida<strong>de</strong>.<br />

Derramou o Seu precioso sangue para remir o peca<strong>do</strong>r. Resgatou o homem das trevas<br />

para a luz, da mentira para a verda<strong>de</strong>, da impureza para a santificação (Hb 13.12).<br />

2. A BUSCA CONSTANTE DA SANTIDADE<br />

Santida<strong>de</strong> é um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida que se adquire gradativa e continuamente. É preciso a<br />

busca constante <strong>de</strong>ssa qualida<strong>de</strong>, com a ajuda <strong>do</strong> Espírito Santo. É necessário<br />

constância da perfeita santida<strong>de</strong> (Ef 4.12,13).<br />

O primeiro passo da<strong>do</strong> em direção a uma vida pura é a conversão (2 Co 5.17).<br />

Depois, o crescer na graça e no conhecimento <strong>de</strong> Jesus (2 Pe 3.18) vai dan<strong>do</strong> ao crente a<br />

condição <strong>de</strong> ir se purifican<strong>do</strong> em todas as dimensões (1 Jo 3.3) em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s:<br />

• No olhar (Mt 6.22; 18.9);<br />

• No falar (Mt 5.37; Ef 4.25);<br />

• No andar (Gl 5.16);<br />

• No portar-se diante <strong>do</strong>s <strong>de</strong>screntes (Rm 14.16);<br />

• Em to<strong>do</strong> o viver (Fp 1.21; Gl 2.20).<br />

A recomendação <strong>de</strong> Jesus é para que o crente seja santo em toda a sua totalida<strong>de</strong>:<br />

Espírito, alma e corpo (l Ts 5.23).<br />

2.1. Quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>ve exercitar a santida<strong>de</strong><br />

É verda<strong>de</strong> que, enquanto o crente estiver aqui neste mun<strong>do</strong> em sua peregrinação, ele<br />

não será perfeito em santida<strong>de</strong>. A perfeição, porém, é o alvo maior a que se propõe (Ef<br />

4.13).<br />

Mas a santida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser buscada e exercitada em todas as situações <strong>de</strong> vida. Para<br />

alguns, a santida<strong>de</strong> só <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada em casos especiais. Pequenos <strong>de</strong>slizes não<br />

<strong>de</strong>vem ser leva<strong>do</strong>s em consi<strong>de</strong>ração.<br />

Porém, as gran<strong>de</strong>s coisas iniciam como pequenas coisas. Se o crente se acostumar a não<br />

dar importância a elas, a sua mente ficará cauterizada e a expressão "não tem nada a<br />

ver" passará a ter lugar no seu vocabulário. Certamente, os resulta<strong>do</strong>s serão <strong>de</strong>sagradáveis,<br />

porque sem santida<strong>de</strong> ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).<br />

2.2. Recomendações aos participantes da Ceia <strong>do</strong> Senhor<br />

O apóstolo Paulo escreven<strong>do</strong> aos corintos, em sua primeira carta, capítulo onze,<br />

versículos vinte e sete ao trinta, recomen<strong>do</strong>u quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um preparo especial<br />

para aqueles que preten<strong>de</strong>m participar da Ceia <strong>do</strong> Senhor. Ele advertiu que quem<br />

participa indignamente <strong>do</strong> ato torna-se culpa<strong>do</strong>, isto é, está pecan<strong>do</strong> (1 Co 11.27,28).


Em seguida, diz que na igreja existem muitos fracos, <strong>do</strong>entes e ate mortos espirituais<br />

porque não se preparam, isto é, não se purificam <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, que agra<strong>de</strong> ao<br />

Senhor.<br />

A maior bem-aventurança <strong>do</strong>s santos, para os limpos <strong>de</strong> coração, foi dita pelo próprio<br />

Jesus: "eles verão a <strong>Deus</strong>" (Mt 5.8b).<br />

3. O PRINCIPIO DA VIDA DA IGREJA<br />

No livro <strong>de</strong> Atos <strong>do</strong>s Apóstolos, está registra<strong>do</strong> o princípio da Igreja <strong>de</strong> Jesus aqui na<br />

terra. Sua inauguração e os primeiros anos da Igreja são <strong>de</strong>scritos como uma série <strong>de</strong><br />

abençoa<strong>do</strong>s acontecimentos.<br />

To<strong>do</strong>s os que aceitavam a fé participavam unânimes, com o mesmo espírito <strong>de</strong><br />

colaboração. Era comum alguém ven<strong>de</strong>r sua proprieda<strong>de</strong> ou parte <strong>de</strong>la para ajudar os<br />

mais necessita<strong>do</strong>s (At 2.44-46).<br />

Aconteceu, porém, um caso inédito que causou espanto e temor a toda comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

crentes em Jerusalém.<br />

3.1. Colaboração <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os crentes<br />

Barnabé, um <strong>do</strong>s apóstolos, como muitos outros crentes, teve a atitu<strong>de</strong> louvável <strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>r uma proprieda<strong>de</strong> e reverter to<strong>do</strong> o seu valor para um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> ajuda aos mais<br />

necessita<strong>do</strong>s da igreja (At 4.34-37). Ananias e Safira também, como os <strong>de</strong>mais,<br />

ven<strong>de</strong>ram uma proprieda<strong>de</strong>, porém retiveram parte <strong>do</strong> valor. Mas <strong>Deus</strong> conhece o<br />

profun<strong>do</strong> <strong>do</strong> coração <strong>do</strong> homem (At 5.1-4). Precisamos estar em alerta às ações que<br />

parecem corretas, cuja motivação é profundamente errada. Ananias e Safira foram<br />

mentirosos e hipócritas.<br />

O apóstolo Pedro, por revelação <strong>do</strong> Espírito Santo, <strong>de</strong>tectou on<strong>de</strong> se originou to<strong>do</strong> o mal<br />

que pretendia atingir a igreja: o coração daquele casal. O que chama atenção no texto<br />

sagra<strong>do</strong> é a expressão: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração?" (At 5.3).<br />

Ananias <strong>de</strong>ixou que seu coração fosse o centro da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Satanás e por ele fosse<br />

controla<strong>do</strong>. Ananias agiu segun<strong>do</strong> projetou o seu coração. As Escrituras nos alertam<br />

para guardar nosso coração (Pv 4.23).<br />

3.1.1. A impureza prejudica até a família<br />

É triste, mas o mal cresceu rapidamente, atingin<strong>do</strong> não só o coração <strong>de</strong> Ananias, como<br />

também <strong>de</strong> Safira, sua esposa. Ananias e Safira planejaram tu<strong>do</strong> em oculto e, talvez,<br />

para alguns, o ato <strong>de</strong> trazer aos pés <strong>do</strong>s apóstolos a importância cujo valor real era<br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s, fosse motivo até <strong>de</strong> elogios. Mas, quan<strong>do</strong> os crentes estão<br />

uni<strong>do</strong>s em um só Espírito e em santida<strong>de</strong>, to<strong>do</strong> o peca<strong>do</strong> é <strong>de</strong>scoberto. "Santifica-os na<br />

verda<strong>de</strong>: a tua palavra é a verda<strong>de</strong>" Jo 17.17<br />

3.1.2. A impureza mancha a igreja<br />

O alvo <strong>do</strong> adversário foi <strong>de</strong> macular a veste da noiva <strong>do</strong> Cor<strong>de</strong>iro, porém <strong>Deus</strong> não<br />

permitiu que uma situação <strong>de</strong> mentira ficasse encoberta na Sua casa. Ananias e Safira<br />

também tentaram a <strong>Deus</strong> permitin<strong>do</strong> a ação <strong>de</strong> Satanás em suas vidas, mas <strong>Deus</strong><br />

conhece o mais oculto <strong>do</strong>s sentimentos <strong>do</strong> homem e é capaz <strong>de</strong>, na hora certa, revelálos.<br />

Precisamos vigiar com as nossas atitu<strong>de</strong>s ao entrar na Casa <strong>do</strong> Senhor.


3.1.3. A ação <strong>do</strong> Espírito Santo inibe a ação <strong>do</strong> peca<strong>do</strong><br />

O diabo, nessa passagem em apreço, agiu sutilmente para tentar manchar a igreja, mas<br />

a ação po<strong>de</strong>rosa e revela<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Espírito Santo o impediu. O apóstolo Pedro enfatizou o<br />

nome <strong>de</strong>sta gloriosa pessoa que é o Espírito Santo, cuja ativida<strong>de</strong> na igreja é santificá-la.<br />

Para termos uma igreja santa, o Espírito Santo <strong>de</strong>ve ter liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação.<br />

Pedro é um gran<strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r sensível ao Espírito Santo. Em meio a toda aquela<br />

farsa, mentira e engano, foi revela<strong>do</strong> o que se passava no coração <strong>do</strong> casal.<br />

Não se <strong>de</strong>ixou levar pelos valores ali <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s pelo casal. Essa <strong>de</strong>ve ser a atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

homens <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> que são responsáveis pela pureza e integrida<strong>de</strong> da igreja.<br />

3.2. Resulta<strong>do</strong> da disciplina<br />

Para muitos, parece que a disciplina foi dura, pois o casal pagou com suas vidas. Não é<br />

da<strong>do</strong> a nenhum homem o direito <strong>de</strong> questionar os atos <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Ele sabe porquê usa<br />

esse ou aquele meio para disciplinar os erra<strong>do</strong>s. "Porque tu<strong>do</strong> o que o homem semear, isso<br />

também ceifará". Gl 6.7b<br />

To<strong>do</strong>s os que estavam naquela reunião se encheram <strong>de</strong> temor pela ação divina (At<br />

5.5,11). O mesmo temor <strong>de</strong>ve continuar existin<strong>do</strong> nos nossos cultos. Precisamos<br />

compreen<strong>de</strong>r que cultuamos a <strong>Deus</strong> em um lugar que é santo e também é nosso <strong>de</strong>ver<br />

servi-lo em santida<strong>de</strong>. <strong>Deus</strong> não espera que Seus filhos O sirvam com me<strong>do</strong>, mas que O<br />

respeitem e O reverenciem, pois Ele é digno.<br />

Muitos, até hoje, ouvem e leem sobre o que ocorreu com o casal e enten<strong>de</strong>m que essa<br />

obra não é <strong>de</strong> homem, mas <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Para <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>rramar <strong>do</strong> Seu óleo na Igreja,<br />

primeiro, Ele a purifica <strong>de</strong> toda imundícia.<br />

Muitos que moravam em outras cida<strong>de</strong>s foram para Jerusalém, capital <strong>do</strong> avivamento<br />

(At 5.16). Após o episódio com o casal Ananias e Safira, a igreja continuou a crescer, não<br />

<strong>de</strong> expecta<strong>do</strong>res, mas <strong>de</strong> crentes converti<strong>do</strong>s, que temiam ao Senhor.<br />

O mun<strong>do</strong> tem que ser atraí<strong>do</strong> pelas maravilhas que <strong>Deus</strong> faz: salva, liberta, cura, batiza<br />

com o Espírito Santo e dá vida eterna. A igreja não vive <strong>de</strong> movimentos passageiros que<br />

envolvem o emocional e não mudam o coração.<br />

Muitos liberais acham que falar sobre santida<strong>de</strong> vai afastar o povo da igreja. Não é<br />

verda<strong>de</strong>. O mun<strong>do</strong> nos observa. É preciso fazer a diferença nessa terra corrompida pelo<br />

peca<strong>do</strong>. A igreja é um lugar diferente, on<strong>de</strong> <strong>Deus</strong> se revela e se relaciona com o homem.<br />

Quan<strong>do</strong> a igreja faz a diferença, alguma coisa acontece: "E a multidão <strong>do</strong>s que criam no<br />

Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais" (At 5.14).<br />

<strong>Deus</strong> tem disponibiliza<strong>do</strong> meios para que a Sua Igreja alcance esse objetivo: o sangue <strong>de</strong><br />

Jesus (Hb 13.12; 1 Jo 1.7; Ap 7.14), a Sua Palavra (Jo 15.3; 17.17; Sl 119.9), a ação <strong>do</strong><br />

Espírito Santo (Rm 8.2; Gl 5.16). A igreja <strong>de</strong>ve ser santa porque serve a um <strong>Deus</strong> santo,<br />

logo <strong>de</strong>ve buscar a santida<strong>de</strong> como condição indispensável para a<strong>do</strong>rá-lo e, no futuro,<br />

morar com Ele no céu (Sl 15). Porque <strong>Deus</strong> é a essência da santida<strong>de</strong>!<br />

Bibliografia G. B. Brandão


A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA At 5.1-11<br />

"Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo <strong>de</strong> alegria, mas <strong>de</strong> tristeza; ao <strong>de</strong>pois,<br />

entretanto, produz fruto pacífico aos que tem si<strong>do</strong> por ela exercita<strong>do</strong>s, fruto <strong>de</strong> justiça" (Hb 12.11).<br />

Na lição <strong>de</strong>sse <strong>do</strong>mingo estudaremos a respeito da importância da disciplina na igreja. A<br />

disciplina é necessária para que haja or<strong>de</strong>m no Corpo <strong>de</strong> Cristo. Ela po<strong>de</strong> ser coerciva<br />

como também educativa. Tanto no Antigo como em o Novo Testamento, o Cria<strong>do</strong>r<br />

sempre disciplinou os seus servos, para que esses vivam em plena comunhão com Ele.<br />

O objetivo da disciplina cristã é proporcionar ao crente uma intimida<strong>de</strong> profunda com o<br />

seu Cria<strong>do</strong>r. Além disso, a expressão "disciplina cristã" é utilizada em <strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s:<br />

práticas espirituais, <strong>de</strong>vocionais, sociais e correção terapêutica. Algumas das primeiras<br />

são: a a<strong>do</strong>ração a <strong>Deus</strong>, leitura diária e sistemática da Bíblia, oração, serviço, mor<strong>do</strong>mia<br />

<strong>do</strong> corpo e <strong>do</strong>s bens. Quanto à segunda, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>vidamente administrada, possui um<br />

efeito salutar e restaura<strong>do</strong>r. Ela não <strong>de</strong>ve servir para envergonhar, mas para edificar a fé<br />

<strong>do</strong> fraco e daquele que vacilou na caminhada.<br />

Numa igreja <strong>de</strong>scompromissada com a sã <strong>do</strong>utrina, crentes como Ananias e Safira<br />

seriam até homenagea<strong>do</strong>s por sua "liberalida<strong>de</strong> e altruísmo". Mas numa igreja que prima<br />

pelo ensino, não subsistiriam. Haveriam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>smascara<strong>do</strong>s, repreendi<strong>do</strong>s e<br />

fulmina<strong>do</strong>s pelo próprio <strong>Deus</strong>, pois Ele sonda-nos a mente e o coração. A falta <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>utrina, pois, acaba por induzir toda uma congregação à hipocrisia e à mentira.<br />

No episódio <strong>de</strong> Ananias e Safira, Lucas <strong>de</strong>staca o valor da disciplina na Igreja <strong>de</strong> Cristo.<br />

Por conseguinte, vejamos porque o ensino é imprescindível ao povo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>.<br />

I. A DISCIPLINA E SUA NECESSIDADE<br />

1. Definin<strong>do</strong> a disciplina. O que é disciplina senão ensino? Mas possui ela também o<br />

seu la<strong>do</strong> grave: a correção (Pv 15.10). Seu objetivo é conscientizar-nos quanto às<br />

consequências <strong>de</strong> nossas atitu<strong>de</strong>s (Cl 6.7). A falta <strong>de</strong> disciplina po<strong>de</strong> conduzir à morte.<br />

Foi o que aconteceu a Ananias e a Safira.<br />

2. A disciplina no Antigo Testamento. Por intermédio <strong>de</strong> seus profetas, <strong>Deus</strong> mostra<br />

ao seu povo o valor e a imprescindibilida<strong>de</strong> da disciplina (Jó 5.17). Ele requer que to<strong>do</strong>s<br />

os seus filhos sejam ensina<strong>do</strong>s na Lei e nos Profetas (Sl 25.8). A disciplina é tão preciosa<br />

quanto à própria vida (Pv 6.23). Eis o que diz Salomão: "O que ama a correção ama o<br />

conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é um bruto" (Pv 12.1).<br />

Nestes tempos tão difíceis e trabalhosos, nós pais somos coagi<strong>do</strong>s a não aplicar a<br />

disciplina aos nossos próprios filhos. É claro que também somos contra os maus tratos<br />

impingi<strong>do</strong>s às crianças. Mas que estas têm <strong>de</strong> ser disciplinadas, não o po<strong>de</strong>mos negar. A<br />

recomendação é <strong>do</strong> próprio <strong>Deus</strong>: "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o<br />

ama, ce<strong>do</strong>, o disciplina" (Pv 13.24). Por que os educa<strong>do</strong>res contrários à educação cristã,<br />

ao invés <strong>de</strong> nos constrangerem com as suas improprieda<strong>de</strong>s, não saem em <strong>de</strong>fesa das<br />

crianças aban<strong>do</strong>nadas e prostituídas que fervilham nossas cida<strong>de</strong>s? É necessário e<br />

urgente resgatar a infância aban<strong>do</strong>nada e proporcionar-lhe uma vida digna e segura.<br />

3. A disciplina em o Novo Testamento.<br />

SÍMBOLOS DA DISCIPLINA DA VIDA CRISTÃ


Solda<strong>do</strong> Atleta Agricultor<br />

Como solda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Cristo<br />

ajamos <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> disciplina<strong>do</strong><br />

e perseverante, a fim<br />

<strong>de</strong> agradar ao que nos<br />

arregimentou para a guerra<br />

(2 Tm 2.3-5).<br />

No tempo antigo, eram os<br />

atletas mais <strong>do</strong> que disciplina<strong>do</strong>s.<br />

Na conquista <strong>de</strong> uma<br />

coroa <strong>de</strong> louro, empenhavam-se<br />

além <strong>de</strong> suas forças<br />

(1 Co 9.25).<br />

O agricultor é paciente e<br />

disciplina<strong>do</strong>, pois o cultivo é<br />

árduo e estressante. O<br />

agricultor prepara a terra,<br />

lança a semente, rega,<br />

afugenta os preda<strong>do</strong>res e<br />

<strong>de</strong>pois colhe os frutos (Jo<br />

4.36).<br />

Embora vivamos sob os termos da Nova Aliança, <strong>Deus</strong> em nada mu<strong>do</strong>u quanto ao<br />

padrão disciplinar <strong>de</strong> seu povo. Haja vista o Sermão <strong>do</strong> Monte. Agora, além <strong>de</strong> o Senhor<br />

ratificar o sétimo mandamento, por exemplo, requer tenhamos nós um coração puro (Mt<br />

5.27,28). Por conseguinte, viver sob a lei <strong>do</strong> Espírito requer uma disciplina ainda maior.<br />

Por quebrarem a disciplina, Ananias e Safira foram severamente puni<strong>do</strong>s pelo Senhor.<br />

Tanto no Antigo como em o Novo Testamento a disciplina orienta e evita que o erro<br />

torne-se repetitivo.<br />

II. A OFERTA DE ANANIAS E SAFIRA<br />

Disposto a <strong>de</strong>dicar-se integralmente ao cumprimento da Gran<strong>de</strong> Comissão, Barnabé<br />

ven<strong>de</strong> a sua proprieda<strong>de</strong> e entrega to<strong>do</strong> o dinheiro aos apóstolos. Lucas, ao registrar o<br />

fato, realça o <strong>de</strong>sprendimento daquele levita natural da ilha <strong>de</strong> Chipre, que haveria <strong>de</strong><br />

prestar relevantes serviços ao Reino <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> (At 4.36,37).<br />

Ananias e Safira, imitan<strong>do</strong> a Barnabé, também ven<strong>de</strong>m a sua proprieda<strong>de</strong>. Ao contrário<br />

<strong>de</strong>ste, o casal retém parte <strong>do</strong> dinheiro, e repassa o restante aos apóstolos, como se<br />

aquele <strong>de</strong>pósito representasse o valor total da proprieda<strong>de</strong>. Eles, porém, seriam<br />

<strong>de</strong>smascara<strong>do</strong>s, repreendi<strong>do</strong>s e mortalmente puni<strong>do</strong>s. Não se po<strong>de</strong> mentir a <strong>Deus</strong>.<br />

1. O peca<strong>do</strong> contra o Espírito Santo e a Igreja. O peca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ananias e Safira não foi<br />

um requinte social como eles supunham; constituiu-se numa ofensa contra o Espírito<br />

Santo (At 5.9). Ajamos, pois, com muito cuida<strong>do</strong>, porque o Senhor chamar-nos-á a<br />

prestar contas <strong>de</strong> todas as palavras frívolas que proferirmos (Mt 12.36).<br />

Se formos disciplina<strong>do</strong>s na Palavra <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, jamais cairemos no erro <strong>de</strong> Ananias e<br />

Safira: mentira, hipocrisia e roubo. Como vem você agin<strong>do</strong>? Tem se da<strong>do</strong> à mentira?<br />

Cuida<strong>do</strong>. Os mentirosos não terão guarida no Reino <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> (Ap 22.15).<br />

3. Uma oferta como a <strong>de</strong> Caim. Nossa atitu<strong>de</strong> diante <strong>do</strong> Senhor é sempre mais<br />

importante <strong>do</strong> que a nossa oferta. Vejamos a história <strong>de</strong> Abel e Caim. Ambos trouxeram<br />

o fruto <strong>do</strong> seu trabalho a <strong>Deus</strong>. O primeiro teve a sua oferenda aceita, pois justo era o<br />

seu coração. Quanto ao segun<strong>do</strong>, por ser iníquo, foi rejeita<strong>do</strong> (Gn 4.6,7). Antes <strong>de</strong><br />

atentar para a oferta, o Senhor contempla o ofertante.<br />

Ananias e Safira po<strong>de</strong>riam ter vendi<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong> pelo valor que bem enten<strong>de</strong>sse e<br />

haver da<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o montante, ou parte <strong>de</strong>ste, à Igreja. Pedro <strong>de</strong>ixou-lhes isso bem<br />

patente (At 5.4). Mas como o casal, buscan<strong>do</strong> a própria honra, não mentiram somente a<br />

Pedro, mentiram também ao próprio <strong>Deus</strong> (At 5.3). “disciplina divina tem um propósito<br />

positivo. Eia nos é administrada para que participemos da santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>." <strong>Deus</strong><br />

observa o coração <strong>do</strong> ofertante, isto é, a sua verda<strong>de</strong>ira intenção e não o valor da oferta.<br />

III. O EXTREMO DA DISCIPLINA


Ananias e Safira conheciam muito bem a <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong>s apóstolos e não ignoravam o<br />

Antigo Testamento. Nas sinagogas, ouviam sába<strong>do</strong> após sába<strong>do</strong>, a leitura da Lei, <strong>do</strong>s<br />

Escritos e <strong>do</strong>s Profetas. Chegaram eles a conhecer a Jesus? É bem provável. Por<br />

conseguinte, não foram eles puni<strong>do</strong>s inocentemente. Ao mentirem a Pedro, sabiam<br />

estarem ofen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o Espírito Santo. Eles sabiam que esse peca<strong>do</strong> era gravíssimo (Mt<br />

12.32).<br />

1. A sentença <strong>de</strong> morte. Confronta<strong>do</strong> pelo apóstolo Pedro, Ananias viu-se<br />

<strong>de</strong>smascara<strong>do</strong>. Naquele momento, aliás, vê-se ele diante <strong>do</strong> tribunal divino e <strong>do</strong> Senhor<br />

recebe a sentença pela boca <strong>do</strong> apóstolo: "Ananias, por que encheu Satanás o teu<br />

coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte <strong>do</strong> preço da herda<strong>de</strong>?<br />

Guardan<strong>do</strong>-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu po<strong>de</strong>r? Por que formaste<br />

este <strong>de</strong>sígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a <strong>Deus</strong>" (At 5.3,4).<br />

Informa Lucas que, ouvin<strong>do</strong> a reprimenda <strong>de</strong> Pedro, Ananias caiu por terra fulmina<strong>do</strong>. O<br />

mesmo aconteceria à sua esposa três horas <strong>de</strong>pois (At 5.10). O casal que contra o<br />

Senhor peca uni<strong>do</strong>, uni<strong>do</strong> também perecerá. Não po<strong>de</strong>riam eles andar no temor e na<br />

disciplina divina?<br />

2. A maldição é retirada <strong>do</strong> arraial <strong>do</strong>s santos. Se Ananias e Safira não houvessem<br />

si<strong>do</strong> confronta<strong>do</strong>s e puni<strong>do</strong>s, a Igreja <strong>de</strong> Cristo, como um to<strong>do</strong>, sofreria por causa <strong>do</strong><br />

anátema. Lembra-se <strong>do</strong> caso <strong>de</strong> Acã?<br />

"Certamente Acã <strong>de</strong>scobriu que o peca<strong>do</strong> é uma emoção passageira. Houve a emoção <strong>de</strong> obter alguma<br />

coisa secretamente. Ele teve a emoção <strong>de</strong> conhecer uma coisa que os outros não conheciam. Ele teve a<br />

emoção <strong>de</strong> ser procura<strong>do</strong>. Finalmente, chegou a emoção <strong>de</strong> ser o centro das atenções, <strong>de</strong> ser 'a manchete<br />

<strong>do</strong> dia'. Há pessoas dispostas a trocar suas vidas por essas compensações.<br />

Mas a emoção teve vida curta. O que ele fizera foi logo <strong>de</strong>scoberto por to<strong>do</strong>s. O que ele havia escondi<strong>do</strong> foi<br />

rapidamente manifesto a toda a sua nação. Aquilo que ele consi<strong>de</strong>rou valioso mostrou-se impotente para<br />

ministrar-lhe. Aquilo que ele teve orgulho tornou-se sua vergonha. Sua alegria transformou-se em tristeza.<br />

Sua emoção momentânea terminou numa morte violenta. Com ele pereceu tanto aquilo que ele havia<br />

rouba<strong>do</strong> quanto o que era legitimamente seu. Ele recebeu o salário <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>. Ele foi 'sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> si<br />

sauda<strong>de</strong>s' (2 Cr 21.20).<br />

Este evento evi<strong>de</strong>ncia o princípio <strong>de</strong> que somente aqueles que vivem vidas submissas diante <strong>de</strong> <strong>Deus</strong><br />

recebem ajuda <strong>do</strong> Senhor. Acã recusou-se a se submeter ao plano <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Ele carecia da santida<strong>de</strong> que<br />

daria permanência ao seu programa <strong>de</strong> vida.<br />

O fato <strong>de</strong> que 'nenhum <strong>de</strong> vós vive para si e nenhum morre para si' (Rm 14.7) é ilustra<strong>do</strong> pela vida <strong>de</strong> Acã.<br />

Um homem po<strong>de</strong> contaminar uma comunida<strong>de</strong> tanto para o bem como para o mal. Paulo dá a essa i<strong>de</strong>ia<br />

um cuida<strong>do</strong>so <strong>de</strong>senvolvimento em sua carta aos coríntios. Ele conclui: 'De maneira que, se um membro<br />

pa<strong>de</strong>ce, to<strong>do</strong>s os membros pa<strong>de</strong>cem com ele; e, se um membro é honra<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os membros se regozijam<br />

com ele' (1 Co 1 2.26).<br />

A vida <strong>de</strong> Acã também nos ensina que o peca<strong>do</strong> nunca está oculto aos olhos <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. O Senhor sabe o<br />

que os olhos veem, o que o coração <strong>de</strong>seja e o que os <strong>de</strong><strong>do</strong>s manipulam. Ele também sabe <strong>do</strong>s inúteis<br />

esforços <strong>do</strong> homem <strong>de</strong> tentar enganá-lo. Mais ce<strong>do</strong> ou mais tar<strong>de</strong>, um ser humano <strong>de</strong>verá encarar seus<br />

atos e prestar contas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s eles.


Outra verda<strong>de</strong> importante é encontrada no fato <strong>de</strong> que, assim que o peca<strong>do</strong> foi expia<strong>do</strong>, a porta da<br />

esperança se abriu. O povo sentiu mais uma vez a segurança <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>ria avançar. Esta verda<strong>de</strong><br />

continua em ação. Aquele que aceita o sacrifício <strong>de</strong> Cristo pelo peca<strong>do</strong> imediatamente olha para a vida<br />

com esperança e segurança" Comentário Bíblico Beacon.<br />

Quan<strong>do</strong> o peca<strong>do</strong> é revela<strong>do</strong> e a li<strong>de</strong>rança não faz uso da disciplina, segun<strong>do</strong> os padrões<br />

bíblicos, toda a igreja sofre <strong>de</strong>baixo da maldição <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>. Leia com atenção e temor o<br />

capítulo sete <strong>de</strong> Josué. Tomemos cuida<strong>do</strong>, pois <strong>Deus</strong> não mu<strong>do</strong>u. Ele continua o<br />

mesmo. Aliás, vejamos esta advertência <strong>de</strong> Pedro: "Porque já é tempo que comece o<br />

julgamento pela casa <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles<br />

que são <strong>de</strong>sobedientes ao evangelho <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>?" (1 Pe 4.1 7). <strong>Deus</strong> julga e con<strong>de</strong>na o peca<strong>do</strong><br />

e o remove <strong>do</strong> meio <strong>do</strong>s santos.<br />

CONCLUSÃO<br />

"O tolo <strong>de</strong>spreza a correção <strong>de</strong> seu pai, mas o que observa a repreensão pru<strong>de</strong>ntemente<br />

se haverá" (Pv 15.5). A disciplina é uma prova <strong>de</strong> amor. <strong>Deus</strong> requer que seus filhos<br />

an<strong>de</strong>m <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com a sua Palavra. Se errarmos, Ele certamente disciplinarnos-á.<br />

No entanto, cuida<strong>do</strong>: <strong>Deus</strong> não se <strong>de</strong>ixa escarnecer.<br />

Ananias e Safira, simulan<strong>do</strong> uma justiça que não possuíam, mentiram para o próprio<br />

<strong>Deus</strong>. Por isso foram mortalmente puni<strong>do</strong>s. An<strong>de</strong>mos, pois, no temor <strong>do</strong> Senhor.<br />

"O <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> Ananias não foi reter parte <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> terreno; po<strong>de</strong>ria ter fica<strong>do</strong> com tu<strong>do</strong><br />

se quisesse; seu <strong>de</strong>lito foi tentar impor-se sobre os apóstolos com uma mentira<br />

espantosa unida à cobiça, com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser visto. Se pensarmos que po<strong>de</strong>mos<br />

enganar a <strong>Deus</strong>, fatalmente enganaremos a nossa própria alma. Como é triste ver as<br />

relações que <strong>de</strong>veriam estimular-se mutuamente às boas obras, endurecerem-se<br />

mutuamente no que é mau! Este castigo, na realida<strong>de</strong> foi uma misericórdia para muitas<br />

pessoas. Ele faria as pessoas examinarem a si mesmas rigorosamente, com oração e<br />

terror da hipocrisia, cobiça e vanglória, e a continuarem agin<strong>do</strong> assim. Impediria o<br />

aumento <strong>do</strong>s falsos crentes. Aprendamos com isto quão odiosa a falsida<strong>de</strong> é para o <strong>Deus</strong><br />

da verda<strong>de</strong>, e não somente evitar a mentira direta, mas todas as vantagens obtidas com<br />

o uso <strong>de</strong> expressões duvi<strong>do</strong>sas e <strong>de</strong> significa<strong>do</strong> duplo em nosso falar".<br />

Bibliografia Claudionor <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Capitulo 11<br />

Ananias e Safira (Atos 5:1 -11)<br />

Como se fosse preciso restringir o retrato quase perfeito da igreja que se vê em 4:32-37, logo a igreja iria<br />

<strong>de</strong>scobrir <strong>do</strong>lorosamente que o peca<strong>do</strong> po<strong>de</strong>ria penetrar naquela comunida<strong>de</strong>. Visto que a história enquadrava-se bem<br />

em seu tema, constituin<strong>do</strong> assunto <strong>de</strong> seu interesse pessoal, Lucas <strong>de</strong>cidiu mencionar algo que po<strong>de</strong>ria ter si<strong>do</strong>, talvez,<br />

exemplo bem notório e primitivo <strong>de</strong> peca<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> ao fun<strong>do</strong> monetário comum. Ehrhardt vê essa história <strong>de</strong><br />

Ananias e Safira como um caso <strong>de</strong> teste para a questão <strong>de</strong> se um rico po<strong>de</strong>ria salvar-se — assunto importante para a<br />

igreja <strong>do</strong>s dias <strong>de</strong> Lucas — e a resposta <strong>de</strong> Lucas a essa questão (v. 4), que as riquezas em si mesmas não são más,<br />

mas constituem <strong>do</strong>lorosa tentação para o crente (p. 22). Assim é que esta história ilustra o "perigo mortal sempre<br />

presente no amor <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, que se cria mediante a posse <strong>de</strong> riquezas" (S. Brown, p. 107).


5:1-2 / Dois membros da comunida<strong>de</strong>, certo homem chama<strong>do</strong> Ananias, com Safira, sua mulher (v. 1),<br />

conspiraram para enganar seus irmãos e companheiros. À semelhança <strong>de</strong> Barnabé (4:36s.), ven<strong>de</strong>ram um terreno,<br />

mas diferentemente <strong>de</strong>ste, retiveram parte <strong>do</strong>s proventos antes <strong>de</strong> entregá-los aos apóstolos (veja as notas sobre<br />

4:35). O verbo "reteve" (gr. nosphizein, que ocorre aqui e no v. 3, e novamente no Novo Testamento somente em Tito<br />

2:10), é emprega<strong>do</strong> na LXX, na história <strong>de</strong> Acã, que "reteve" uma parte <strong>do</strong> saque <strong>de</strong> Jericó, que havia si<strong>do</strong> ofereci<strong>do</strong> a<br />

<strong>Deus</strong> (Josué 7:1). A rarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> emprego <strong>de</strong>ssa palavra no Novo Testamento sugere que Lucas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong>libera<strong>do</strong><br />

escolheu-a a partir <strong>de</strong>ssa passagem <strong>do</strong> Antigo Testamento, a fim <strong>de</strong> salientar a comparação a seus leitores.<br />

5:3-4 / Não somos informa<strong>do</strong>s sobre a maneira pela qual Pedro tomou conhecimento <strong>do</strong> que fez aquele casal.<br />

Po<strong>de</strong> ter havi<strong>do</strong> um informante, ou Pedro teria recebi<strong>do</strong> o <strong>do</strong>m <strong>do</strong> agu<strong>do</strong> discernimento. Fosse como fosse, Pedro<br />

confrontou Ananias com a mentira. A pergunta: por que encheu Satanás, no grego, (v. 3) implica em que o fato não<br />

precisava ter aconteci<strong>do</strong> — que Ananias tinha a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha, que po<strong>de</strong>ria evitar o peca<strong>do</strong>. A redação encerra<br />

uma expressão no v. 4 (lit, "formaste este <strong>de</strong>sígnio em teu coração, uma frase tipicamente hebraica) <strong>de</strong>monstra que o<br />

peca<strong>do</strong> surgiu após longa e cuida<strong>do</strong>sa <strong>de</strong>liberação. Na verda<strong>de</strong>, a referência ao fato <strong>de</strong> Satanás haver entra<strong>do</strong> no<br />

controle <strong>de</strong> seu coração (lit., Satanás havia "enchi<strong>do</strong> seu coração") po<strong>de</strong> até sugerir que aquela mentira se tornara<br />

uma espécie <strong>de</strong> obsessão para Ananias. A semelhança <strong>de</strong> qualquer peca<strong>do</strong>, esse <strong>de</strong> Ananias e Safira sensibilizou a <strong>Deus</strong><br />

mais <strong>do</strong> que a qualquer outra pessoa: haviam menti<strong>do</strong> essencialmente ao Espírito Santo (v. 3), isto é, ao próprio<br />

<strong>Deus</strong> (v. 4). A negativa <strong>do</strong> v. 4 não significa que o casal não havia menti<strong>do</strong> às pessoas, mas intenciona enfatizar o<br />

aspecto mais sério <strong>do</strong> que os <strong>do</strong>is fizeram.<br />

Parte da tragédia <strong>de</strong> seu peca<strong>do</strong> estava na tolice. Guardan<strong>do</strong>-a não ficava para ti? Pergunta-lhe Pedro. E,<br />

vendida, não estava em teu po<strong>de</strong>r? (v. 4). O casal não fora constrangi<strong>do</strong> a ven<strong>de</strong>r a proprieda<strong>de</strong>. Ninguém era<br />

obriga<strong>do</strong> a contribuir para o fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> socorro, menos ainda dar tu<strong>do</strong> quanto possuísse. Não importava o que era da<strong>do</strong>,<br />

nem quanto era da<strong>do</strong>, mas o espírito em que a dádiva era feita, e foi nisto que Ananias e Safira erraram. Desejavam<br />

parecer mais generosos <strong>do</strong> que na verda<strong>de</strong> eram, e ao mesmo tempo ficar numa situação melhor <strong>do</strong> que aparentemente<br />

estavam (será que planejavam agora recorrer ao fun<strong>do</strong>, como necessita<strong>do</strong>s? ), e talvez não houvessem reti<strong>do</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> fatia, visto que a disparida<strong>de</strong> entre o que estavam oferecen<strong>do</strong> e a importância (conhecida? ) pela qual<br />

haviam vendi<strong>do</strong> o terreno tornar-se-ia aparente <strong>de</strong>mais. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se bem os fatos, o casal pagou um preço<br />

<strong>de</strong>masia<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> pela ninharia que esperavam reter e lucrar.<br />

5:5 / Diante da exposição <strong>de</strong> sua culpa pelo apóstolo Pedro, Ananias caiu e expirou. Sem dúvida alguma, Lucas<br />

viu aqui um milagre. Entretanto, é como milagre que o fato apresenta a maior dificulda<strong>de</strong> para o espírito mo<strong>de</strong>rno. É<br />

que fica implícita aqui a manipulação <strong>do</strong> Espírito <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> pelo apóstolo. É evi<strong>de</strong>nte que esse inci<strong>de</strong>nte pertence a uma<br />

era que não se tinha nenhum conhecimento <strong>de</strong> causas secundárias, on<strong>de</strong> se procura explicações sobrenaturais para<br />

quaisquer eventos que aturdissem a compreensão lógica. Com base nisto, tem si<strong>do</strong> dito que a morte <strong>de</strong> Ananias foi<br />

ocorrência normal, obra <strong>do</strong> acaso, e que esta história não passa <strong>de</strong> lenda que se criou na tentativa <strong>de</strong> explicar a morte<br />

<strong>do</strong> homem. A sugestão <strong>de</strong> que Ananias teria morri<strong>do</strong> <strong>de</strong> choque causa<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> sua mentira talvez esteja<br />

mais perto da verda<strong>de</strong>. Levan<strong>do</strong>-se ainda em conta que aquela era uma socieda<strong>de</strong> em que se cria conscientemente<br />

que "horrenda coisa é cair nas mãos <strong>do</strong> <strong>Deus</strong> vivo" (Hebreus 10:31), e que, até o momento em que Pedro lhe falou, talvez<br />

Ananias não houvesse percebi<strong>do</strong> a hedion<strong>de</strong>z total <strong>do</strong> que havia feito. Todavia, a narrativa assim como a temos<br />

contém todas as marcas <strong>de</strong> uma tradição primitiva, <strong>de</strong> uma história relatada com simplicida<strong>de</strong>, uma crônica <strong>de</strong> fatos<br />

crus, sem a inclusão das razões motiva<strong>do</strong>ras — nada explica a morte <strong>de</strong> Safira, que Pedro anuncia <strong>de</strong> antemão. Além <strong>do</strong><br />

mais, embora possam ter si<strong>do</strong> os primeiros peca<strong>do</strong>res, dificilmente teriam si<strong>do</strong> os únicos a serem leva<strong>do</strong>s perante o<br />

público; no entanto, o que lhes aconteceu aparentemente foi algo excepcional. É possível, então, que Lucas estivesse<br />

certo (como supomos que realmente estava) em ver o sobrenatural nesses eventos — ali estava um milagre <strong>de</strong><br />

julgamento divino que, não sen<strong>do</strong> inferior aos milagres <strong>de</strong> cura, constituiu um sinal <strong>de</strong> que o reino <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> havia<br />

chega<strong>do</strong> (veja a disc. sobre 4:22; cp. 13:11; Mateus 16:16-19; 18:18; João 20:23). Éque o <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>sse reino <strong>de</strong>cidiu<br />

julgar o peca<strong>do</strong>. E <strong>Deus</strong> o fez na cruz; ele o fará no último dia; e ele o faz agora, entre seu próprio povo. Gran<strong>de</strong> temor<br />

caiu sobre to<strong>do</strong>s os que isto ouviram (veja a disc. sobre 2:43). O texto grego seria mais bem traduzi<strong>do</strong> assim: "to<strong>do</strong>s<br />

os que estavam ouvin<strong>do</strong> estas coisas", visto que a referência aqui parece dirigir-se às pessoas presentes, como sen<strong>do</strong><br />

diferentes das <strong>do</strong> v. 11.0 ambiente po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> um "culto" na igreja.


5:6 / Tão logo havia Ananias morri<strong>do</strong>, levantaram-se os jovens, cobriram o corpo, e, transportan<strong>do</strong>-o<br />

para fora, o sepultaram. Não<br />

somos informa<strong>do</strong>s se houve alguma tentativa <strong>de</strong> entrar em contato com Safira. E possível que a casa <strong>de</strong>les<br />

ficasse na zona rural, <strong>de</strong> difícil acesso; seria impossível chegar lá <strong>de</strong>pressa. Ainda assim, parece-nos que houve<br />

precipitação no enterro <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>, sem que a esposa soubesse <strong>de</strong> sua morte. O costume era enterrar os mortos<br />

<strong>de</strong>pressa — mas, não tão <strong>de</strong>pressa assim e, em geral, só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>corri<strong>do</strong> algum tempo suficiente para se ter<br />

certeza <strong>de</strong> que a morte ocorrera mesmo (cp. 9:37). Entretanto, havia exceções à regra segun<strong>do</strong> a qual se permitia<br />

que os cadáveres fossem manti<strong>do</strong>s insepultos durante algum tempo; no caso presente, se a igreja cresse que a morte<br />

fora causada por um ato <strong>de</strong> julgamento divino, os crentes teriam acha<strong>do</strong> que as formalida<strong>de</strong>s costumeiras po<strong>de</strong>riam<br />

ser dispensadas. Outra explicação seria que naquela época, em Jerusalém, havia uma lei segun<strong>do</strong> a qual um cadáver não<br />

podia ser sepulta<strong>do</strong> no dia seguinte ao da morte. Isto po<strong>de</strong>ria explicar a <strong>de</strong>claração: e, transportan<strong>do</strong>-o para<br />

fora. Se o corpo precisasse ser removi<strong>do</strong>, um túmulo seria um bom lugar on<strong>de</strong> colocá-lo, tão bom como outro qualquer.<br />

Ananias não teria si<strong>do</strong> sepulta<strong>do</strong> (e o sepultaram), segun<strong>do</strong> se proce<strong>de</strong> num sepultamento hoje, a terra cobrin<strong>do</strong> o<br />

caixão on<strong>de</strong> jaz o cadáver, mas este era coloca<strong>do</strong> numa sepultura cavada numa pedra, muitas das quais <strong>de</strong>ste<br />

perío<strong>do</strong>, têm si<strong>do</strong> encontradas fora das muralhas <strong>de</strong> Jerusalém (não, porém, no la<strong>do</strong> oeste, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> sopravam os<br />

constantes ventos!). Poucos preparativos se exigiam para um enterro <strong>de</strong>ssa natureza, presumin<strong>do</strong>-se que havia um<br />

túmulo disponível. Uma pedra fechava o túmulo. Não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretarmos a expressão os jovens como<br />

uma or<strong>de</strong>m oficial da igreja, embora a distinção natural entre eles e os anciãos po<strong>de</strong> ter forma<strong>do</strong> a base para outros<br />

ministérios (cp. 1 Timóteo 5:1; Tito 2:1-6; 1 Pedro 5:5; 1 Clemente 1:3; 3:3; 21:6; Policarpo, Filipenses 5.3). Eram apenas<br />

"os jovens". A palavra traduzida por cobriram não é a usual para preparar um cadáver, vestin<strong>do</strong>-o com roupas<br />

apropriadas, talvez porque tais roupas não estivessem disponíveis e não havia tempo para obtê-las. Há outra<br />

alternativa: esse verbo po<strong>de</strong>ria ter si<strong>do</strong> traduzi<strong>do</strong> por "ajuntaram", ou seja, ajeitaram-lhe braços e pernas para que o<br />

cadáver fosse carrega<strong>do</strong> com maior facilida<strong>de</strong> até a sepultura.<br />

5:7-10 / Cerca <strong>de</strong> três horas mais tar<strong>de</strong> — não ficou claro se este cálculo foi feito a partir da morte ou <strong>do</strong><br />

enterro, mas po<strong>de</strong> indicar a aproximação da hora <strong>de</strong> oração (veja a disc. sobre 3:1 e a nota sobre 10:9) — entrou também<br />

sua mulher, Safira (v. 7). Não se esclarece on<strong>de</strong> isto aconteceu. Ficou bem entendi<strong>do</strong> que o horror <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>, sublinha<strong>do</strong><br />

pelo que havia aconteci<strong>do</strong>, tomara a mente <strong>de</strong> Pedro. Portanto, não com falta <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, mas cheio <strong>do</strong> espírito da<br />

serieda<strong>de</strong> da questão, o apóstolo foi direto ao assunto, sem mencionar <strong>de</strong> imediato a morte <strong>de</strong> Ananias. Pedro <strong>de</strong>u a<br />

Safira a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retraçar seu caminho mentiroso; todavia quan<strong>do</strong> ela persistiu na mentira (ou teria o apóstolo<br />

menciona<strong>do</strong> o valor real da venda, e isto foi a confissão <strong>de</strong> culpa <strong>de</strong> Safira? ), Pedro <strong>de</strong>clarou que o casal havia peca<strong>do</strong><br />

contra o Espírito <strong>do</strong> Senhor, ao procurar testar se Pedro <strong>de</strong> fato sabia <strong>de</strong> todas as coisas (cp. 1:24; 15:10; Êxo<strong>do</strong> 17:2, 7;<br />

Deuteronômio 6:16; Salmo 78:41, 56; etc.) — a pergunta retórica equivale a uma afirmação. Ambos foram con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s,<br />

e Pedro anuncia o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> Safira. Agora Pedro sabe o que acontecerá a ela. Na verda<strong>de</strong>, esta foi uma sentença <strong>de</strong><br />

morte que ela ouviu e, <strong>de</strong> pronto, caiu aos seus pés, e expirou (v. 10). Novamente po<strong>de</strong>mos procurar uma causa<br />

secundária, como o choque <strong>de</strong> ver-se <strong>de</strong>scoberta e sob uma maldição. Entretanto, não se po<strong>de</strong> excluir a mão <strong>de</strong><br />

<strong>Deus</strong> na direção <strong>de</strong>stes fatos. O Senhor havia interferi<strong>do</strong> a fim <strong>de</strong> esconjurar um perigo que ameaçava a igreja. O<br />

cadáver <strong>de</strong> Safira foi carrega<strong>do</strong> pelos mesmos jovens que haviam sepulta<strong>do</strong> seu mari<strong>do</strong>, ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> quem foi<br />

coloca<strong>do</strong>. O nome Safira, em grego e em aramaico, foi encontra<strong>do</strong> num ossuário em Jerusalém, em 1923. E evi<strong>de</strong>nte<br />

que não existem provas <strong>de</strong> que se trata <strong>do</strong>s restos mortais <strong>de</strong>ssa mulher.<br />

Persiste a pergunta: Por que esse casal? Por que esses <strong>do</strong>is em particular <strong>de</strong>veriam sofrer a penalida<strong>de</strong><br />

máxima? Po<strong>de</strong> ser útil traçar uma analogia entre o que aconteceu a eles, e a penalida<strong>de</strong> infligida a Nadabe e Abiú, nos<br />

primeiros dias <strong>do</strong> sacerdócio israelita. Aqueles <strong>do</strong>is haviam-se aproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> com o espírito erra<strong>do</strong> e por esta<br />

razão morreram, pois o Senhor adverte aos que o servem que precisam atentar para a santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> (Levítico<br />

10:3). Da mesma maneira, Ananias e Safira sofreram as conseqüências <strong>de</strong> tratar a santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Deus</strong> com pouco caso (cp.<br />

Judas 11). Observe que na história <strong>de</strong> Nadabe e Abiú, Arão e sua família foram proibi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> chorar a morte daqueles<br />

a quem <strong>Deus</strong> havia puni<strong>do</strong>. É possível que este acontecimento tenha algum relacionamento com a passagem que<br />

temos à nossa frente. Nos primeiros dias da igreja, era preciso que se apren<strong>de</strong>sse a lição <strong>de</strong> que o peca<strong>do</strong> entre os<br />

santos não é uma questão à toa, <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> importância. Aqui estava um peca<strong>do</strong> que Jesus havia con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> com


freqüência, pois aquela hipocrisia era da pior espécie. Haviam procura<strong>do</strong> ganhar excelente reputação <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong> e<br />

boas obras mediante frau<strong>de</strong>. A partir <strong>do</strong> momento em que esse espírito maléfico estabelece raízes numa<br />

comunida<strong>de</strong>, chega ao fim a verda<strong>de</strong>ira fraternida<strong>de</strong>. Então, como é que os homens po<strong>de</strong>m falar a verda<strong>de</strong> uns com<br />

os outros, a menos que haja sincerida<strong>de</strong> no amor (Romanos 12:9)?<br />

5:11 / A morte <strong>de</strong> Ananias e Safira produziu profunda impressão tanto na igreja quanto na comunida<strong>de</strong> ao<br />

re<strong>do</strong>r. Precisamos dar às palavras gran<strong>de</strong> temor toda a força que possuem, não importan<strong>do</strong> que a referência a temor<br />

fosse uma característica própria das histórias <strong>de</strong> milagres (cp. v. 5; veja a disc. sobre 2:43). Ao encerrar a história, Lucas<br />

usa a palavra igreja pela primeira vez em Atos. Quer os próprios cristãos estivessem usan<strong>do</strong> essa palavra nessa época,<br />

quer não, Lucas po<strong>de</strong>ria ter objetiva<strong>do</strong> que nós compreendêssemos, mediante tal palavra, que havia uma crescente<br />

consciência entre os crentes quanto ao papel que <strong>de</strong>veriam <strong>de</strong>sempenhar como povo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Ekklesia, "igreja", é uma<br />

<strong>de</strong> duas palavras empregadas na LXX para <strong>de</strong>signar a congregação <strong>de</strong> Israel. Des<strong>de</strong> que a outra palavra, synagoge,<br />

viera a ser empregada mais e mais pelos ju<strong>de</strong>us, tanto para <strong>de</strong>signar suas reuniões como o lugar em que se<br />

encontravam, os crentes <strong>de</strong>cidiram <strong>de</strong>screver-se a si próprios como a ekklesia.<br />

Notas Adicionais #11<br />

5:1 / Certo homem chama<strong>do</strong> Ananias, com Safira, sua mulher: Seriam eles cristãos? Não se po<strong>de</strong> dar uma<br />

resposta certa, mas os seguintes pontos <strong>de</strong>vem ser observa<strong>do</strong>s: primeiro, Atos 4:32 indica que to<strong>do</strong>s os que estavam<br />

engaja<strong>do</strong>s na comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s bens eram crentes; segun<strong>do</strong>, a maior parte das referências neotestamentárias às<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Satanás relacionava-se <strong>de</strong> preferência aos crentes, em vez <strong>de</strong> aos incrédulos (p.e., Mateus 16:21-23; Lucas<br />

22:3; João 13:2, 27; 1 Coríntios 7:5; Efésios 4:27; 1 Pedro 5:8s.; também 1 Crônicas 21:1); e terceiro, os crentes são<br />

susceptíveis <strong>de</strong> mentir (Colossenses 3:9), <strong>de</strong> entristecer "o Espírito Santo <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>", e <strong>de</strong> extinguir "o Espírito" em suas<br />

vidas (Efésios 4:30; 1 Tessalonicenses 5:19; veja a nota sobre 2:4). Se Ananias e Safira estavam entre os crentes, o que<br />

lhes aconteceu po<strong>de</strong> comparar-se ao que ocorreu em 1 Coríntios 5:5 e 11:30. Teriam esses crentes si<strong>do</strong> disciplina<strong>do</strong>s<br />

sem sofrer a perdição eterna? Paulo <strong>de</strong>screve em 1 Coríntios 3:12-15 os crentes cujas obras não conseguirão passar<br />

incólumes pelo tribunal celeste, embora sejam eles salvos "todavia como pelo fogo". Talvez essa <strong>de</strong>claração fosse<br />

comprovada <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> bastante apropria<strong>do</strong> por aqueles <strong>do</strong>is casos, e pelo <strong>de</strong> Ananias e Safira em particular.<br />

5:3/A natureza premeditada da frau<strong>de</strong> perpetrada por Ananias e Safira, numa situação em que ambos <strong>de</strong>viam<br />

ter muita consciência <strong>do</strong> que faziam (cp. Romanos 2:17ss.), po<strong>de</strong> explicar <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> suficiente o tratamento bem<br />

diferente que lhes foi infligi<strong>do</strong>, em comparação com o tratamento dispensa<strong>do</strong> a Simão o mago, em 8:20-23. A Simão<br />

foi dada a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrependimento, e <strong>de</strong> oração pedin<strong>do</strong> perdão.<br />

5:6 / Quanto à remoção <strong>de</strong> cadáveres em Jerusalém, veja A. Guttmann, Hebrew Union College Annual, 1969-<br />

70, pp. 251-75.<br />

Fonte: http://www.ebdareiabranca.com/2011/1trimestre/sumario.htm

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