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2 JORNAL CONSELHO<br />

cremec@cremec.com.br<br />

FISCALIZAÇÃO É O QUE INTERESSA<br />

A resolução do Conselho Federal de<br />

Medicina número 1.613/01, determinou<br />

aos Conselhos Regionais de Medicina a<br />

criação de Departamentos de Fiscalização<br />

da profissão de médico e de serviço médico-<br />

-assistencial. Determinou ainda, em seu<br />

artigo segundo, que os Conselhos Regionais<br />

de Medicina, investidos da prerrogativa<br />

de fiscalização do exercício profissional<br />

médico, realizem um trabalho permanen-<br />

FISCALIZAÇÃO NO INTERIOR DO<br />

ESTADO DO CEARÁ<br />

Pergunta: qual o papel dos Conselhos<br />

após a resolução do CFM que criou o<br />

departamento de Fiscalização?<br />

Resposta: Em 2001 foi criado pelo CFM<br />

um serviço de Fiscalização composto por<br />

conselheiros e desde esse tempo vem sendo<br />

desenvolvida uma planilha programática<br />

de fiscalização rotineira, com demanda de<br />

solicitações do próprio Conselho, na fi gura<br />

do seu presidente, do setor jurídico do<br />

Conselho e principalmente da Promotoria de<br />

Defesa da Saúde. De lá pra cá, o Conselho já<br />

fi scalizou todas as cidades do Ceará, Algumas<br />

parcialmente, como por exemplo, Fortaleza, mas<br />

no interior, como já disse, todos os municípios<br />

do interior do Ceará já foram fiscalizados<br />

alguns inclusive, mais de uma vez. Depois<br />

que o município é fi scalizado, o resultado<br />

desse trabalho é mandado para a Promotoria<br />

de Defesa da Saúde e para as Promotorias<br />

de Defesa das cidades que acompanham o<br />

que foi solicitado pela fi scalização naquelas<br />

inconformidades encontradas, para que o<br />

Conselho reveja posteriormente e verifi que se<br />

foram cumpridas. E quando não é cumprida<br />

nós retornamos à Promotoria e essa tenta tomar<br />

providências. Por exemplo, no interior, posso<br />

dizer que mais de oitenta e cinco por cento<br />

das solicitações foram cumpridas; já na capital,<br />

Fortaleza, está mais difícil; nós temos tido<br />

com frequência chamamento da Promotoria<br />

para aqueles locais que foram fiscalizados,<br />

mas que não foram cumpridas as solicitações<br />

da fi scalização do Conselho; e por causa disso<br />

são frequentes as reuniões com a Promotoria<br />

e os gestores da cidade de Fortaleza.<br />

P.: Quais os erros mais frequentes<br />

encontrados pela Fiscalização do <strong>CREMEC</strong>?<br />

R.: A resposta pode ser dada em dois<br />

tempos distintos. Quando começamos a<br />

fi scalizar há dez anos, as estruturas encontradas<br />

eram indignas para o exercício médico<br />

te, efetivo e direto junto às instituições de<br />

serviços médicos, públicas ou privadas. Determinou<br />

também, em seu artigo terceiro,<br />

aos Conselhos Regionais de Medicina que,<br />

para o perfeito exercício da ação fiscalizadora,<br />

tomem medidas, quando necessárias,<br />

em conjunto com as autoridades sanitárias<br />

locais, Ministério Público, Judiciário, Conselhos<br />

de Saúde e conselhos de profissão<br />

regulamentada. Baseados e/ou balizados nas<br />

Entrevista com o conselheiro Lino Antonio Cavalcanti Holanda<br />

profi ssional e para atendimento do usuário.<br />

Para se ter uma ideia, era comum encontrarmos<br />

postos de saúde sem pia, sem banheiro, o que é<br />

inaceitável. Também nesses postos de saúde era<br />

comum não encontrarmos matérias simples para<br />

uso no dia a dia, como otoscópio, estetoscópio,<br />

tensiômetro infantil. Esse material faltava<br />

em quase todos os locais fi scalizados. Além<br />

disso, encontramos problemas relacionados<br />

aos médicos: falsos médicos ou estudantes<br />

de medicina fazendo o trabalho de médicos;<br />

isso tudo, quando começamos a fi scalização<br />

rotineira. Já na segunda etapa, essa em que nós<br />

estamos revendo todas as cidades, difi cilmente<br />

encontramos falsos médicos, como era comum<br />

na primeira fase, médicos de outros estados<br />

trabalhando no Ceará sem devido registro<br />

no <strong>CREMEC</strong>, problema esse encontrado<br />

com frequência na primeira fase de nosso<br />

trabalho. Também na primeira fase era comum<br />

encontrarmos um médico do PSF fazendo<br />

a cobertura de três mil famílias, quando<br />

Ministério a Saúde diz que um médico pode<br />

fazer no máximo a cobertura de mil famílias;<br />

depois da nossa primeira fi scalização isso tem<br />

diminuído. É importante citar a importância<br />

da fi scalização do <strong>CREMEC</strong> para que o Estado<br />

tomasse a iniciativa de realizar concursos<br />

públicos para médicos do PSF e essa atitude<br />

está promovendo mudanças na atenção básica<br />

da saúde no interior do nosso Estado.<br />

P.: O CFM está realizando estudos para<br />

mudanças na estrutura de fi scalização dos<br />

Regionais. Como ocorrerá?<br />

R.: Isso tem sido um estudo prolongado<br />

onde nós estamos fazendo um manual de<br />

procedimentos para todos os serviços de saúde.<br />

Inicialmente nós defi nimos cada tipo de serviço<br />

de saúde, por exemplo, o que é um hospital,<br />

o que é uma policlínica, o que é uma clínica,<br />

o que é uma unidade básica de saúde, o que<br />

é um consultório médico... E mais ainda, nós<br />

vamos defi nir aquilo que é mínimo possível<br />

para que um consultório funcione e aí, nos<br />

consultórios dividiremos todos os consultórios<br />

premissas da resolução 1.613\01 do CFM,<br />

os Conselheiros José Málbio Oliveira Rolim,<br />

Lino Antonio Cavalcanti Holanda e<br />

Maria Neodan Tavares Rodrigues fiscalizam<br />

há mais de uma década instituições públicas<br />

ou privadas de serviços médicos em todo<br />

o estado do Ceará e em Fortaleza. É sobre<br />

esse trabalho e seus desdobramentos que o<br />

Jornal Conselho publica matéria.<br />

Lino Antonio Cavalcanti Holanda, paraibano,<br />

da cidade de São José de Piranhas, Cirurgião Geral .<br />

por especialidade; por exemplo, consultório<br />

de cirurgia geral, o médico que tiver esse<br />

consultório deve ter no mínimo aquilo que vai<br />

ser recomendado pelo manual de fi scalização<br />

do CFM. Tudo será defi nido e especifi cado<br />

nesse árduo trabalho desenvolvido pelos<br />

gestores do CFM e nós dos Regionais.<br />

P.: Que análise pode ser feita pelo Senhor,<br />

em mais de uma década de fi scalização?<br />

R.: Eu sempre digo aos secretários<br />

de saúde das cidades fiscalizadas que nós<br />

estamos ali também como uma maneira de<br />

tentar ajudá-los não só na orientação, mas<br />

principalmente porque nessas fiscalizações<br />

a gente verifi ca também a participação do<br />

médico, os prontuários médicos e se estão sendo<br />

preenchidos corretamente e chamamos essa<br />

fi scalização de fi scalização pedagógica, pois está<br />

sempre ligada intrinsicamente ao ensinamento.<br />

Quero deixar claro que mesmo diante dessa<br />

pedagogia não abrimos mão do cumprimento<br />

de ações que detectamos com falha e/ou erros.<br />

Gostaria fi nalmente de ressaltar a participação<br />

e a chancela da Promotoria de Defesa da Saúde<br />

nos trabalhos desenvolvidos pelo <strong>CREMEC</strong> no<br />

quesito Fiscalização.

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