1 MÚSICAS E LETRAS BARROCAS NA ... - Monografias.com
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noite, no conhecido bairro latino parisiense e em programas de rádio e televisão. Oferecem recitais na<br />
UNESCO, Teatro das Nações Unidas; realizam uma série de concertos em Genebra, paralelamente expõe<br />
as suas obras plásticas. Em 1964, é a vez de expor as arpilleras e os óleos, no Pavilhão de Marsan,<br />
conseguindo, assim, ser a primeira artista latino-americana a fazê-lo individualmente. Em 1965 viaja até à<br />
Suíça; por essa altura é filmado, naquele país, um documentário que a exibe em toda a sua grande<br />
magnitude de criadora, artista, investigadora e mulher calma e boa mãe dos seus filhos. Uma criadora!<br />
Retorna ao Chile, canta <strong>com</strong> os seus filhos na Peña de Los Parras, en la calle Carmen 340, em Santiago;<br />
inaugura o Centro de Arte numa carpa; grava discos de música instrumental. A flor das flores…! Uma<br />
barroca andina para admirar. Viaja para a Bolívia em 1966; oferece concertos em regiões do Sul do Chile;<br />
grava novos discos a<strong>com</strong>panhada dos seus filhos. Volta a Santiago para continuar <strong>com</strong> o seu trabalho na<br />
Carpa, sítio no qual escreve as suas derradeiras canções.<br />
A obra plástica de Violeta é, sobretudo, formada por Arpilleras e Óleos sobre tela, madeira, e cartão. A<br />
narrativa pictórica passa por cenas do quotidiano: família, lembranças da infância, passagens da história.<br />
Estas criações, datadas do período de 1954 a 1965, «nasceram» em Santiago, Buenos Aires, Paris, e<br />
Genebra. A sua obra tem sido exibida em imensos museus do<br />
mundo.<br />
Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção <strong>com</strong>prometida <strong>com</strong> a luta dos oprimidos e<br />
explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, <strong>com</strong>o a canção Volver a los 17, que mereceu uma<br />
antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa. Outra das suas <strong>com</strong>posições, La Carta,<br />
cantada em momentos de enorme <strong>com</strong>oção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações tem entre os<br />
seus versos um que diz: Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia. No entanto, as suas canções<br />
não são apenas marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social, o lirismo dos versos de<br />
canções <strong>com</strong>o Gracias a la vida (gravada por Elis Regina) http://www.youtube.<strong>com</strong>/watch?v=-<br />
Cq1ngtncsw e Claudia Lopez Bascuñan, e a (sem título) interpretada pela própria, a que pode aceder em<br />
http://botecodascobras.blogspot.<strong>com</strong>/2009/07/violeta-parra.html (contém, ainda, uma entrevista sua,<br />
gravada, em Paris, nos anos 50, do século XX), é outra das suas vertentes.<br />
Embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos, em momentos em que a vida era<br />
questionada nos seus limites mais básicos, <strong>com</strong>o a letra <strong>com</strong>ovedora de Rin de Angelito sobre a morte de<br />
um bebé pobre: No seu bercinho de terra um sino vai-te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha<br />
na manhã. Pode ser vista e ouvida em: http://www.youtube.<strong>com</strong>/watch?v=vhHXsOPW_1A.<br />
Iniciava-se o ano de 1967 e Violeta instalou uma grande tenda na <strong>com</strong>una de La Piroka, <strong>com</strong> o objectivo<br />
de convertê-la num centro de referência para a cultura folclórica do Chile, juntamente <strong>com</strong> os filhos<br />
Ángel e Isabel e os folcloristas Patricio Manns, Rolando Alarcón e Víctor Jara, entre outros, a iniciativa<br />
não obteve sucesso. Emocionalmente abatida pelo fracasso do empreendimento e pelo dramático final de<br />
um relacionamento amoroso, suicida-se a 5 de Fevereiro, na tenda de La Reina.<br />
Uma Barroca Andina de gente fina.<br />
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