Jornal - Junta de Freguesia de Marvila

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Ao longo destes anos, o Centro foi verificando quais eram as maiores necessidades da comunidade para conseguir dar-lhe a melhor resposta. As características da população vãose alterando, e com elas também as suas necessidades, o que obriga a instituição a adaptar-se continuamente às novas realidades que vão surgindo. Actualmente, o Centro dispõe, para a população mais idosa, de um centro de dia e outro de convívio, e presta-lhe ainda apoio domiciliário. Temos igualmente as áreas infanto-juvenil, onde apoiamos 37 crianças em creche, 60 em jardim de infância e 35 em ATL, e ainda 35 jovens no Centro de Informação Juvenil. Que actividades organizam para as camadas mais jovens? As actividades são feitas de acordo com uma programação própria, delineada no início de cada ano lectivo. Como beneficiamos de diferentes valências, tentamos que ao longo do ano haja partilhas entre todos. Na área infantil, há coisas muito concretas; é um bocadinho o ex-líbris da instituição. Fazemos sempre uma festa de Natal em conjunto com as famílias das crianças, uma festa de Carnaval, que consiste num desfile intergeracional organizado em conjunto com a população mais idosa e com outras instituições, e os Jogos da Primavera, por altura da Páscoa. A encerrar estas actividades, organizamos uma Feira de Rua onde são expostos os trabalhos das crianças, para que a comunidade possa perceber como é que as crianças se vão desenvolvendo e a partir do quê ao longo do ano lectivo. E quanto à população mais idosa, que acções específicas são desenvolvidas? Os idosos têm actividades mais de acordo com a sua idade. Para além de jogos de mesa e visitas a museus, trabalham outras temáticas como, no caso do ano passado, recordar os reis e rainhas do nosso país. Este tema permitiu realizar outras actividades paralelas junto dos mais novos, nomeadamente, recordar histórias antigas da sua infância ou recuperar jogos antigos e tradicionais. Foi muito interessante ver a dinâmica criada entre pessoas de diferentes idades a conviverem no mesmo espaço. Para lá destas datas festivas, há no dia a dia uma relação mais íntima entre os mais jovens e os mais idosos? Ao longo do ano há o cuidado de fazer actividades onde estes grupos possam interagir. Uma das coisas que também acaba por ser uma referência desta instituição é uma colónia de férias que consiste em praia/campo, para que nem os idosos achem que as crianças são cansativas e barulhentas, nem que os mais jovens achem o idoso um “cota” muito chato. Julgo que ao longo dos anos se tem vindo a alterar a pouco e pouco a ideia de o idoso se ter tornado um estorvo. Penso que nesta comunidade, pelo menos, isso já não acontece com tanta intensidade. Vai acontecendo, mas compete-nos a nós, profissionais, diluir essa ideia. E as instituições, principalmente as de solidariedade social, que na grande maioria Ano IV - n.º 45 — Agosto de 2009 Centro Social e Paroquial de São Maximiliano Kolbe à beira dos 25 anos Adaptação contínua às novas realidades ENTREVISTA O Centro Social e Paroquial de São Maximiliano Kolbe tem prestado um valioso apoio à comunidade marvilense nas situações mais complexas do dia a dia, para o qual também conta com o apoio da Junta de Freguesia. Elsa Vicente, directora da instituição, explica as intervenções realizadas nos últimos 25 anos e as medidas que considera mais urgentes para a freguesia A Junta de Freguesia e o Centro Paroquial assinaram um protocolo anual ao abrigo do estatuto de responsabilidade social, refere Elsa Vicente, a directora da instituição das vezes tem as respostas para estes grupos de pessoas, trabalham cada vez mais no sentido de ajudar a saber trabalhar em conjunto. Que apoio presta a Junta de Freguesia às vossas intervenções? A Junta de Freguesia e o Centro Paroquial assinaram há cerca de quatro anos um protocolo anual ao abrigo do estatuto de responsabilidade social. Esse acordo prevê o apoio financeiro a algumas actividades de cariz social organizadas por nós, suportadas por relatórios regulares sobre situações específicas. Outro dos apoios prestados pela Junta está na cedência do transporte para a deslocação ao exterior de pessoas que a nossa instituição apoia. Em outras actividades organizadas por nós, existem apoios pontuais por parte da Junta, para além de outras instituições de cariz social. Neste caso específico, o Comité Português da UNICEF é o nosso principal suporte. Tendo em linha de conta a crise económica que o nosso país tem atravessado nos últimos anos, quais as carências que o Centro tem detectado nesta comunidade? O desemprego é a situação mais flagrante, e isso nota-se mais junto dos pais das crianças que frequentam a instituição. Casais na faixa dos 30/40 anos, muitas vezes a trabalharem no mesmo emprego, e com as suas vidas perfeitamente organizadas, viram-se de um momento para o outro sem o seu posto de trabalho e sem qualquer rendimento. São os chamados novos pobres envergonhados, porque estas pessoas nem sequer pedem auxílio, a não ser que de repente se vejam mesmo numa situação de carência alimentar. Acabamos por nos aperceber quando deixam de pagar a mensalidade do infantário dos seus filhos, e os chamamos para saber o que está a passar-se. É aí que confirmamos a nossa percepção, ao sabermos que a pessoa está desempregada há quase um ano sem dizer nada ao Centro. Continua a manter o seu esquema de vida, a trazer a criança ao Centro de manhã e a vir buscá-la ao final da tarde, até quase a dizer que vem do trabalho, quando na verdade essa situação é irreal. Que suporte tem permitido a que essas pessoas tenham uma qualidade mínima de vida? As carências nesta comunidade são muitas, numa freguesia que também já é muito carenciada e onde existem várias famílias desestruturadas. No entanto, também há famílias bem organizadas ou que vivem em casa dos pais, que de alguma forma estavam a conseguir criar as condições para viverem de forma autónoma, e que de repente se viram impossibilitadas de o fazer. São estes jovens, na ordem dos 30/ 35 anos, que ainda estão a ser ajudados pelos pais, que têm reformas na ordem dos 300 euros, não mais do que isso. Se calhar, num núcleo de 50 pessoas, temos duas ou três que se destacam pela positiva mas cuja reforma não vai além dos 500 a 550 euros. Felizmente, esta população tem alguma rede de vizinhança por viverem aqui pessoas há mais de 30 ou 40 anos. Claro que esta situação tem impedido ultrapassar o estigma de criminalidade e de desumanização que muitos ainda persistem em colar a esta freguesia… A comunidade acaba por entreajudar-se graças a essas relações de vizinhança. Não significa que isso aconteça na sua totalidade, já que existem sempre as excepções, mas também não é aquela desumanização que às vezes se pretende passar para fora. Acho que se criou quase que um cliché de que aqui é tudo muito mau. Faz-se também muito de bom. Há pessoas que aqui vivem com imenso potencial e existem inúmeras instituições a intervir de forma muito positiva. Era importante que alguém se voltasse para esta comunidade e visse o que é feito de bom aqui. A médio prazo , quais são as áreas que o Centro pretende reforçar com o seu apoio à comunidade? Para já, queremos manter a qualidade que já atingimos, e fazer com que ela seja cada vez melhor na resposta aos utentes do Centro. Há mais de dez anos que está projectado a construção de um centro comunitário que pudesse dar resposta, não só aos jovens mas também aos mais idosos, em moldes diferentes do que actualmente existe.
Ano IV - n.º 45 — Agosto de 2009 Alunos de Inglês visitam Peniche Os alunos do curso de Inglês do Centro de Alfabetização de Marvila encerraram o ano lectivo de 2008/2009 com uma visita ao Forte de Peniche. Conhecer o papel que aquele monumento militar teve na defesa da costa portuguesa e a sua importância na História nacional no passado mais recente, serviu de mote para um divertido dia de convívio entre todos os jovens. A visita contou também com um almoço naquela típica vila piscatória e uma passagem rápida por Óbidos para os alunos saborearem, servida em copo de chocolate, a típica ginjinha da região. Sempre a aprender Aprofundar os rudimentos da língua e responder às necessidades actuais que o mundo profissional exige estão na base desta iniciativa desde a sua criação no ano escolar de 2007/2008. Leccionado pelo professor Fernando Costa, o curso de Inglês conta actualmente com três turmas. As aulas realizam-se três vezes por semana (segundas, terças e quintas-feiras, das 18h30 às 20h30) no Centro de Alfabetização da Junta de Freguesia de Marvila. Terças e Quintas Activas A Junta de Freguesia de Marvila em parceria com o Centro Social e Paroquial de São Maximiliano Kobe desenvolveu, na primeira quinzena do mês de Agosto, actividades que permitiram aos idosos da freguesia saírem da sua rotina diária. As quartas e quintas-feiras activas envolveram 50 idosos, que viram os seus dias tornaremse diferentes, entre praia e campo. Na praia o sol, a areia e uns bons banhos a que ninguém resistiu. No campo, o ar puro acompanhado por uma boa conversa e claro o pezinho de dança, perfaziam o ambiente ideal a que ninguém resistiu, pois a boa disposição estava sempre presente. Desde Palmela, Sintra e Palácio Nacional da Ajuda, estes 50 “velhos jovens” nunca pararam. O último dia foi inesquecível, sendo o destino a Vila de Constança. Assim, com a temática do piquenique tradicional, todos se encontraram vestidos a rigor e acompanhados do seu belo “farnel”. Na praia fluvial de Constância estes idosos tiveram de tudo, desde banhos no rio ao qual poucos ficaram indiferentes até ao almoço partilhado, não podendo esquecer o desfile a que todos participaram. Acção Praia-Campo de Infância Em Agosto deu-se continuidade a Acção Praia-Campo de Infância, que há semelhança dos turnos anteriores, decorreu com muita emoção, animação e contou com a importante participação dos encarregados de educação na festa de encerramento. Neste último turno mais 100 crianças puderam usufruir de duas semanas muito dinâmicas, onde a brincar e a conversar debateram assuntos de muita importância, nomeadamente sobre segurança, incêndios, flora e fauna, meio ambiente, entre outros. O Praia-Campo de Infância é sem dúvida uma actividade imprescindível, não só porque permite a ocupação dos tempos livres de forma saudável e pedagógica, como também permite a criação e o desenvolvimento de fortes laços de amizade e solidariedade. Belarmino Ferreira Silva belarmino@jf-marvila.pt Marvila tem futuro A assinatura no dia 10 de Setembro do Protocolo entre o Governo e a CML para a abertura, na nossa Freguesia, da primeira Loja do cidadão de 2ª Geração em Lisboa, é mais uma demonstração efectiva de que nos últimos anos Marvila passou a ter um lugar central no desenvolvimento da cidade, lançando as bases para construir um futuro de esperança, modernidade e melhor qualidade de vida para os seus habitantes. Nos próximos dias assistiremos ainda à inauguração, no Bairro do Armador, da primeira Escola de Ensino Básico e pré-escolar construída em Marvila em 15 anos, e ao início do derrube das mal afamadas bandas do Bairro do Condado que durante anos foram o principal foco de insegurança e marginalidade do bairro. O início da construção do novo edifício da Junta será também, brevemente, uma realidade, dando à nossa Freguesia uma Sede com a dignidade que ela merece. Relembro igualmente a esperança concretizada pelo lançamento do programa VIVER MARVILA que irá reabilitar e desenvolver os Bairros dos Lóios, Condado, Amendoeiras, Flamenga e Armador, num total de cerca de 53 milhões de euros de investimento directo na Freguesia, e as oportunidades de desenvolvimento urbanístico e económico que representam a construção dos dois novos grandes Hospitais de Lisboa, bem como as futuras acessibilidades à terceira travessia do Tejo. Mas, estes sinais de esperança não são motivo para que diminuemos os nossos esforços para exigir para Marvila mais e melhor qualidade de vida para os seus cidadãos. Continuaremos activos, reivindicando para a Freguesia, investimentos que embora de menor dimensão são igualmente essenciais para todos, como são o reforço e a recuperação dos equipamentos sociais destinados a serem utilizados nos tempos livres e no bem-estar das nossas crianças, dos nossos jovens e dos nossos idosos. Com todos, Marvila tem futuro. ACULMA inaugura nova sede a 4 de Outubro Com a inauguração da sede agendada para o próximo dia 4 de Outubro, Nelson Oliveira Pinto analisa, em entrevista que publicaremos no próximo Jornal MARVILA, as principais etapas nos 16 anos de vida da prestigiada associação cultural. 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 Freguesia em destaque 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 3 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567
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