Páginas - ed. 118 - Novembro 06.p65 - Arquidiocese de Florianópolis
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IMPRESSO<br />
Um missionário na África<br />
Pe. Lúcio Espíndola dos Santos, padre da <strong>Arquidiocese</strong> em<br />
missão na Guiné Bissau, manda notícias dos seus primeiros<br />
meses no continente africano. Ele está trabalhando na<br />
Diocese <strong>de</strong> Bafatá, que tem como bispo um brasileiro. 12<br />
10 10 anos<br />
anos<br />
O Jornal da <strong>Arquidiocese</strong><br />
celebra 10 anos e<br />
os leitores ganham prêmios.<br />
16<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -<br />
Iniciam preparativos para celebração<br />
do centenário <strong>de</strong> criação da diocese<br />
Azambuja prepara<br />
Encontrão para<br />
futuras vocacões. 03<br />
Brusque lembra os<br />
100 anos da visita<br />
<strong>de</strong> Padre Dehon. 07<br />
Cat<strong>ed</strong>ral será<br />
reaberta em<br />
<strong>de</strong>zembro. 09<br />
Amazônia é o tema<br />
da CF-2007.<br />
Seminário refletiu<br />
sobre o tema. 11<br />
Dom Cláudio Hummes<br />
assume a Congregação<br />
para o Clero. 15<br />
PARÓQUIA DA PRAINHA<br />
Uma comunida<strong>de</strong> com 90% da população pobre e que precisa <strong>de</strong> auxílio, e em que o<br />
tráfico e a violência ditam regras. É assim a Paróquia Santa Teresinha do Menino<br />
Jesus. Apesar disso, a comunida<strong>de</strong> não se abate e procura ir ao encontro e acolher os<br />
mais necessitados. A construção do novo templo mostra a esperança no futuro. 08<br />
ITESC abre curso <strong>de</strong><br />
Pós-Graduação em<br />
Direito Canônico. 03<br />
Pastoral da Aids lança curso<br />
<strong>de</strong> formação para agentes. 03<br />
www.arquifloripa.org.br<br />
FLORIANÓPOLIS - SC<br />
Nº <strong>118</strong> - ANO X Comunicação a Serviço da Vida e da Esperança<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
Em 2008 estaremos celebrando<br />
100 anos da criação da diocese <strong>de</strong><br />
<strong>Florianópolis</strong>. A equipe responsável<br />
pela organização já <strong>de</strong>u os primeiros<br />
passos e <strong>de</strong>finiu pontos importantes<br />
para a celebração do centenário.<br />
O evento será celebrado entre 19<br />
<strong>de</strong> março e 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008.<br />
Também já estão <strong>de</strong>finidos tema,<br />
lema, oração e hino do centenário.<br />
Pe. Sérgio Maykot, coor<strong>de</strong>nador da<br />
equipe <strong>de</strong> preparação do centenário,<br />
em entrevista, fala do que já está <strong>de</strong>finido<br />
e da diferença entre organizar o<br />
Centenário e o 15º CEN. 5<br />
COMUNICAÇÃO<br />
DA VERDADE<br />
Nos tempos atuais, há muita gente que<br />
não consegue equilibrar misericórdia com<br />
verda<strong>de</strong>, amor com justiça. Ao insistir na importância<br />
da misericórdia e do amor, <strong>de</strong>ixase<br />
<strong>de</strong> lado, ou escon<strong>de</strong>-se, ou mascara-se a<br />
verda<strong>de</strong> e a justiça. Muita gente acha que,<br />
para a Igreja ser mais bondosa e acolh<strong>ed</strong>ora,<br />
ou até para ser mais simpática, <strong>de</strong>veria<br />
escon<strong>de</strong>r a verda<strong>de</strong>. Questões morais, como<br />
aborto, eutanásia, relações pré-matrimoniais,<br />
homossexualismo e masturbação, etc., <strong>de</strong>veriam<br />
ser <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado, para que a Igreja<br />
pu<strong>de</strong>sse conquistar mais pessoas. Questões<br />
sacramentais ou canônicas, como o divórcio,<br />
a comunhão eucarística para casais<br />
em segunda união, casamento dos padres,<br />
etc. <strong>de</strong>veriam ser facilitadas, para que a Igreja<br />
tivesse um rosto mais atraente. O fato é<br />
que a verda<strong>de</strong> dói. Por isso muita gente prefere<br />
<strong>de</strong>ixá-la <strong>de</strong> lado. 04
2-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
EDITORIAL<br />
Nossos Mortos, uma presença<br />
Numa sexta, à noitinha, o pai foi surpreendido pela mais<br />
triste das notícias: seu filho <strong>de</strong> 18 anos acabara <strong>de</strong> falecer,<br />
vítima <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte automobilístico. Além da dor, a<br />
revolta contra Deus: o filho viajava para auxiliar seu grupo<br />
jovem num retiro espiritual. É assim que Deus acompanha<br />
os que por ele trabalham?<br />
Passado o primeiro luto, a angústia das primeiras dores,<br />
sobrava o sentimento da solidão: Filipe era filho único, e os<br />
espaços que ocupava na vida familiar, na casa, estavam vazios.<br />
Uma nuvem obscura substituía sua presença luminosa<br />
<strong>de</strong> jovem, <strong>de</strong> jovem bom.<br />
O pai buscou socorro e o encontrou on<strong>de</strong> menos aceitaria<br />
naquelas horas: na vida <strong>de</strong> fé. Durante a celebração da<br />
Missa ele escutou o padre rezar “Lembrai-vos dos nossos<br />
irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição<br />
e <strong>de</strong> todos os que partiram <strong>de</strong>sta vida: acolhei-os junto as<br />
vós na luz <strong>de</strong> vossa face”. Surgia um ponto luminoso no coração<br />
<strong>de</strong> pai mergulhado na penumbra: seu filho acr<strong>ed</strong>itava em<br />
Deus, esperava na ressurreição, então foi acolhido na luz da<br />
face divina. Refletiu um pouco mais: “Meu filho está diante da<br />
face <strong>de</strong> Deus; na celebração da Eucaristia estamos todos<br />
mergulhados na glória da Trinda<strong>de</strong> divina; junto <strong>de</strong> Deus estão<br />
todos os que são <strong>de</strong>le; meu filho está junto <strong>de</strong> Deus”.<br />
E fez-se a luz: “Meu filho está aqui, como em cada celebração<br />
eucarística, pois nela se reúne toda a família divina.<br />
Aqui sempre posso me encontrar com Filipe”.<br />
Daquele dia em diante, mudou a vida do pai: participava<br />
da Missa todos os dias e todos os dias se encontrava com<br />
seu filho. Um encontro profundo, <strong>de</strong>licado, na glória do amor<br />
<strong>de</strong> Deus. A presença <strong>de</strong> Filipe era tão clara como a presença<br />
<strong>de</strong> Cristo: o encontro era mais profundo do que o encontro<br />
físico, porque na realida<strong>de</strong> da comunhão dos santos.<br />
On<strong>de</strong> Deus está, também estão todos os que são <strong>de</strong> Deus.<br />
Não é possível a solidão, porque não é real a separação:<br />
misteriosamente Deus nos<br />
une com os nossos, com<br />
todos os nossos. Santa<br />
Mônica, mãe do gran<strong>de</strong><br />
Santo Agostinho, enten<strong>de</strong>u<br />
o valor da Missa quando<br />
p<strong>ed</strong>iu, ao morrer: ‘Pon<strong>de</strong><br />
este corpo em qualquer lugar.<br />
Não vos preocupeis<br />
com ele. Só vos peço que<br />
www.arquifloripa.org.br/jornal<br />
e-mail: jornal@arquifloripa.org.br<br />
“Não é possível a<br />
solidão, porque não é<br />
real a separação: misteriosamente<br />
Deus nos une<br />
com os nossos, com<br />
todos os nossos”.<br />
vos lembreis <strong>de</strong> mim no altar <strong>de</strong> Deus, on<strong>de</strong> quer que<br />
estiver<strong>de</strong>s’”(Confissões, L. 9, 11).<br />
Pelo mesmo motivo, a Missa é sempre uma celebração <strong>de</strong><br />
cura e libertação, tanto nossa como dos nossos. Nela, a comunida<strong>de</strong><br />
cura as feridas dos que morreram e foram esquecidos.<br />
E como são numerosos, hoje, os esquecidos: os enterrados<br />
como indigentes, os <strong>de</strong>stroçados pela guerra, pela violência,<br />
os aniquilados pelas drogas. Tantos que morrem chagados,<br />
doentes, sem ter quem lhes trate as feridas. E nós po<strong>de</strong>mos<br />
tratá-las durante a celebração da Missa. Po<strong>de</strong>mos curar as<br />
chagas <strong>de</strong> nossos relacionamentos mal suc<strong>ed</strong>idos com aqueles<br />
que morreram enquanto não os amávamos, talvez nossos<br />
pais, cônjuges, irmãos, parentes, porque presentes, e essas<br />
mágoas têm cura na Eucaristia. Os mortos pelo aborto, cujos<br />
anjos contemplam a face do Pai que está nos céus, querem<br />
curar a dor e o remorso dos que o praticaram: a Missa cura e<br />
liberta, porque nos encontramos todos e po<strong>de</strong>mos estabelecer<br />
um ininterrupto diálogo <strong>de</strong> reconciliação.<br />
Às vezes sofremos dores que médico nenhum diagnostica:<br />
são dores dos pecados, dores <strong>de</strong> pessoas que morreram e<br />
<strong>de</strong>las nos esquecemos. As presenças, <strong>de</strong>les e nossas, na Eucaristia,<br />
po<strong>de</strong>m curar esses sofrimentos que nos tiram a paz.<br />
A Missa é a gran<strong>de</strong> m<strong>ed</strong>icina dos filhos <strong>de</strong> Deus. A Igreja<br />
põe diante <strong>de</strong> nós esse gran<strong>de</strong> tesouro da oração pelos mortos,<br />
da reconciliação com os mortos, do reencontro feliz com<br />
nossos amigos. É para nós ocasião <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> graças e,<br />
para os mortos, força no caminho da ressurreição.<br />
Pe. José Artulino Besen - jabesen@terra.com.br<br />
Periodicida<strong>de</strong> mensal - 22.000 exemplares<br />
Rua Esteves Júnior, 447<br />
88015-130 - <strong>Florianópolis</strong> - SC<br />
Fone/Fax: (48) 3224-4799<br />
OPINIÃO<br />
PALAVRA DO BISPO<br />
Diretor e Revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José<br />
Negri, Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi,<br />
Luciano Leite da Silva Filho, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável:<br />
Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>: Pe. Francisco Rohling - Editoração<br />
e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul<br />
Descansai um pouco!<br />
Tendo retornado <strong>de</strong> uma<br />
missão – Jesus havia<br />
chamado os Doze e os<br />
enviara dois a dois -, os apóstolos<br />
reuniram-se com o Mestre<br />
e contaram-lhe o que tinham<br />
feito e ensinado. Então, Jesus<br />
disse-lhes: “Vin<strong>de</strong>, a sós, para<br />
um lugar <strong>de</strong>serto, e <strong>de</strong>scansai<br />
um pouco!” O evangelista Marcos<br />
apressou-se em dar as razões<br />
<strong>de</strong>sse convite: “Havia, <strong>de</strong> fato, tanta gente chegando<br />
e saindo, que não tinham nem tempo para<br />
comer”. Então, entraram todos num barco e foram<br />
para um lugar <strong>de</strong>serto (Mc 6,30-32).<br />
Muitas paróquias <strong>de</strong> nossa<br />
<strong>Arquidiocese</strong> ficam no litoral. Outras<br />
estão perto <strong>de</strong>le. Não seria<br />
difícil, pois, ir mar a<strong>de</strong>ntro, em<br />
busca <strong>de</strong> um lugar distante. O<br />
problema seria o tamanho do navio<br />
em condições <strong>de</strong> colocar todos<br />
os nossos lí<strong>de</strong>res – padres,<br />
diáconos, religiosos e religiosas,<br />
leigos e leigas - que, ao final <strong>de</strong><br />
mais um ano, <strong>de</strong>monstram um<br />
certo cansaço. E não é sem razão: fizéssemos um<br />
levantamento das ativida<strong>de</strong>s, reuniões e encontros<br />
que cada qual foi chamado a participar, ficaríamos<br />
surpresos. Para os padres, além das ativida<strong>de</strong>s rotineiras<br />
– atendimento no exp<strong>ed</strong>iente paroquial,<br />
celebrações, confissões, visitas a doentes etc. –<br />
há os apelos vindos das pastorais, das associações<br />
e movimentos. Todos os querem, reclamam<br />
sua presença e cobram suas ausências.<br />
Enfrentamos um <strong>de</strong>safio que muitos não conhecem:<br />
segundo os dados do IBGE, nos últimos <strong>de</strong>z<br />
PALAVRA DO PAPA<br />
“Se um lí<strong>de</strong>r religioso não<br />
<strong>de</strong>scansa, fica doente; se<br />
não lê e estuda, fica<br />
repetitivo; se não reza,<br />
vira um “faz<strong>ed</strong>or <strong>de</strong> coisas”<br />
sem entusiasmo”<br />
Matrimônio e família: dons <strong>de</strong> Deus<br />
Quando perguntaram a Jesus se era lícito ao<br />
marido repudiar a própria esposa, como previa<br />
um preceito da lei mosaica (cf. Dt 24, 1),<br />
ele respon<strong>de</strong>u que se tratava <strong>de</strong> uma concessão<br />
feita por Moisés <strong>de</strong>vido à “dureza do coração”, uma<br />
vez que a verda<strong>de</strong> sobre o matrimônio<br />
remontava “ao início da cri-<br />
ação”, quando “Deus, como está<br />
escrito no Livro do Gênesis, os<br />
criou homem e mulher. Por isso,<br />
o homem <strong>de</strong>ixará seu pai e sua<br />
mãe para se unir à sua mulher, e<br />
serão os dois uma só carne (Mc<br />
10, 6-7; cf. Gn 1, 27; 2, 24). E<br />
Jesus acrescentou: “Portanto, já<br />
não são dois, mas uma só carne.<br />
O que Deus uniu, o homem não o separe” (Mc<br />
10, 8-9). É este o projeto originário <strong>de</strong> Deus (...).<br />
Meu pensamento dirige-se a todos os casais<br />
cristãos: agra<strong>de</strong>ço com eles ao Senhor pelo dom<br />
do sacramento do matrimônio, e exorto-os a manterem-se<br />
fiéis à sua vocação em cada época da<br />
vida, “na alegria e na tristeza, na saú<strong>de</strong> e na doença”,<br />
como prometeram no rito sacramental. Conscientes<br />
da graça recebida, possam os cônjuges<br />
cristãos construir uma família aberta à vida e capaz<br />
“Exorto-os a manterem-se<br />
fiéis à sua vocação em<br />
cada época da vida, ‘na<br />
alegria e na tristeza, na<br />
saú<strong>de</strong> e na doença’.”<br />
anos nossa <strong>Arquidiocese</strong> cresceu 400 mil habitantes.<br />
Cresceu, pois, uma diocese <strong>de</strong>ntro da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>. (Para efeitos <strong>de</strong> comparação: <strong>de</strong>ntre<br />
as <strong>de</strong>z dioceses catarinenses, cinco têm uma população<br />
inferior ao que foi o crescimento da nossa<br />
em <strong>de</strong>z anos). Como, pois, aten<strong>de</strong>r a todos? Como<br />
não se cansar?<br />
Se um lí<strong>de</strong>r religioso não <strong>de</strong>scansa, fica doente;<br />
se não lê e estuda, fica repetitivo; se não reza,<br />
vira um “faz<strong>ed</strong>or <strong>de</strong> coisas” sem entusiasmo. É<br />
hora, pois, <strong>de</strong> rever nossa caminhada, à luz <strong>de</strong><br />
algumas perguntas: 1°) O que estou fazendo que<br />
não precisaria ser feito? (“Marta, Marta! Tu te preocupas<br />
e andas agitada com muitas coisas...” –<br />
Lc 10,41). 2°) O que estou fazendo que po<strong>de</strong>ria<br />
ser feito por outra pessoa? (“Dai-<br />
lhes vós mesmos <strong>de</strong> comer!” –<br />
Lc 9,13). 3°) O que estou fazendo<br />
que só eu posso fazer? (“Então<br />
os Doze apóstolos... disseram:<br />
“Deste modo, nós po<strong>de</strong>remos<br />
d<strong>ed</strong>icar-nos inteiramente à<br />
oração e ao serviço da Palavra”<br />
– At 6,4). 4°) O que eu <strong>de</strong>veria<br />
fazer que não estou fazendo?<br />
(Marta, Marta, “uma só coisa é<br />
necessária” – Lc 10,42).<br />
Sem uma séria revisão <strong>de</strong> vida, corremos o risco<br />
<strong>de</strong> ir para um lugar <strong>de</strong>serto, <strong>de</strong>scansar e, ao<br />
retornar, voltar aos nossos velhos hábitos. Ora, às<br />
vésperas da celebração do centenário <strong>de</strong> nossa<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, a or<strong>de</strong>m do Senhor é noutra linha:<br />
“I<strong>de</strong> para águas mais profundas, e ali lançai vossas<br />
r<strong>ed</strong>es para a pesca” (Lc 5,4).<br />
Dom Murilo S.R. Krieger, scj<br />
Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />
<strong>de</strong> enfrentar unida os numerosos e complexos <strong>de</strong>safios<br />
<strong>de</strong>ste nosso tempo. Hoje, há particularmente<br />
necessida<strong>de</strong> do seu testemunho. Há necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> famílias que não se <strong>de</strong>ixem arrastar pelas<br />
mo<strong>de</strong>rnas correntes culturais inspiradas no<br />
h<strong>ed</strong>onismo e no relativismo, e<br />
estejam prontas a realizar com<br />
generosa d<strong>ed</strong>icação sua missão<br />
na Igreja e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>. (...)<br />
João Paulo II escreveu que “o<br />
sacramento do matrimônio constitui<br />
os cônjuges e os pais cristãos<br />
testemunhas <strong>de</strong> Cristo “até<br />
aos confins do mundo”, verda<strong>de</strong>iros<br />
“missionários” do amor e da<br />
vida” (FC, 54). Essa missão é direta,<br />
quer no interior da família, especialmente no<br />
serviço recíproco e na <strong>ed</strong>ucação dos filhos, quer no<br />
exterior: <strong>de</strong> fato, a comunida<strong>de</strong> doméstica está<br />
chamada a ser sinal do amor <strong>de</strong> Deus para com<br />
todos. Trata-se <strong>de</strong> uma missão que a família cristã<br />
só po<strong>de</strong> realizar se estiver amparada pela graça divina.<br />
Por isto, é necessário rezar incessantemente<br />
e perseverar no esforço quotidiano para manter os<br />
compromissos assumidos no dia do matrimônio.<br />
(08.10.06)
Movimento da Mãe Peregrina celebra 92 anos<br />
O<br />
Movimento Apostólico <strong>de</strong><br />
Schoenstatt, que venera<br />
Maria sob o título <strong>de</strong> “Mãe,<br />
Rainha e Venc<strong>ed</strong>ora Três Vezes<br />
Admirável” <strong>de</strong> Schoenstatt, celebrou<br />
no dia 18 <strong>de</strong> outubro seus<br />
92 anos <strong>de</strong> existência. A celebração<br />
do Movimento, mais conhecido<br />
como Movimento da<br />
Mãe Peregrina, aconteceu na<br />
Paróquia São Francisco Xavier,<br />
em <strong>Florianópolis</strong>, com missa<br />
presidida pelo nosso arcebispo<br />
Dom Murilo Krieger.<br />
A igreja estava lotada com<br />
mais <strong>de</strong> 800 fiéis que veneram e<br />
participam das novenas da Mãe<br />
Peregrina. A celebração foi animada<br />
pelo Coral Raízes, do<br />
município <strong>de</strong> Imaruim. Durante<br />
o evento, também foi celebrado<br />
o 80º aniversário da fundação<br />
do instituto das Irmãs <strong>de</strong> Maria<br />
<strong>de</strong> Schoenstatt, formada por leigas<br />
consagradas que têm como<br />
missão promover, assessorar e<br />
dar formação para os missionários<br />
da Mãe Peregrina.<br />
Construção do Santuário<br />
A celebração faz parte do<br />
novênio, que iniciou em 2004, em<br />
preparação ao centenário <strong>de</strong> fundação<br />
do movimento, que será em<br />
2014. Uma das metas das celebrações<br />
na Arquidio-cese é a bus-<br />
Durante a celebração, li<strong>de</strong>ranças do Movimento caminharam com as capelinhas<br />
pela paróquia. Coor<strong>de</strong>nação preten<strong>de</strong> contruir um Santuário na <strong>Arquidiocese</strong><br />
ca <strong>de</strong> um local a<strong>de</strong>quado on<strong>de</strong><br />
se possa construir um Santuário<br />
da Mãe Peregrina. “No Brasil são<br />
21 santuários, no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Sul há seis e no Paraná, cinco,<br />
em Santa Catarina não há nenhum”,<br />
disse Irmã Miriam Rosana<br />
Fuck, assessora estadual do<br />
Movimento.<br />
Na <strong>Arquidiocese</strong> há aproximadamente<br />
1.200 capelinhas da<br />
Mãe Peregrina, cada uma acompanhando<br />
30 famílias. O respon-<br />
14º Encontro Regional da Pastoral Carcerária<br />
Este Encontro anual, que<br />
costuma realizar-se por rodízio<br />
numa das 10 dioceses do Estado,<br />
<strong>de</strong>sta vez realizou-se aqui em<br />
<strong>Florianópolis</strong>, nas <strong>de</strong>pendências<br />
do ITESC, nos dias 6, 7 e 8 <strong>de</strong><br />
outubro. Os participantes vieram<br />
das várias dioceses do Regional,<br />
mas constatou-se, e lamentouse,<br />
a ausência das dioceses <strong>de</strong><br />
Lages, Rio do Sul, Caçador, e<br />
Chapecó. A população prisional<br />
do Estado continua crescendo:<br />
a estatística <strong>de</strong> setembro apontava<br />
cerca <strong>de</strong> 11.000 presos, dos<br />
quais, 800 mulheres, nas Penitenciárias,<br />
Presídios e Ca<strong>de</strong>ias<br />
do Estado. E o número dos voluntários<br />
da Pastoral Carcerária<br />
não tem crescido na proporção<br />
<strong>de</strong>sejada e necessária.<br />
O Encontro contou com a<br />
assessoria profética do Pe.<br />
Gunther Zgubic, austríaco que<br />
está há quase 20 anos no Brasil,<br />
em São Paulo, e que começou<br />
seu trabalho primeiro com<br />
os moradores <strong>de</strong> rua. Logo recebeu<br />
o chamado para a Pastoral<br />
Carcerária, da qual é hoje o<br />
Coor<strong>de</strong>nador Nacional. Ele já<br />
assessorou o Encontro Regional<br />
realizado em Tubarão, em 2003,<br />
e na oportunida<strong>de</strong> conc<strong>ed</strong>eu entrevista<br />
ao nosso Jornal. Ele tem<br />
incansavelmente insistido na<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir que<br />
a Pastoral Carcerária integre efetivamente<br />
a Pastoral <strong>de</strong> conjunto<br />
<strong>de</strong> nossas dioceses. E diante<br />
do fato <strong>de</strong> que a superlotação<br />
do Sistema vai se tornando cada<br />
vez mais insustentável, ele propõe,<br />
entre outras m<strong>ed</strong>idas: a criação<br />
<strong>de</strong> fóruns pela paz, a criação<br />
da polícia comunitária, a<br />
aplicação <strong>de</strong> penas alternativas,<br />
o trabalho e a justiça restaurativa<br />
que vise não apenas o castigo<br />
mas a recuperação do preso.<br />
Nosso Bispo-Auxiliar, Dom<br />
José Negri, nas suas palavras<br />
<strong>de</strong> abertura do Encontro, sugeriu<br />
que se partisse das propostas<br />
da “Carta Eucarística”, do recente<br />
15º Congresso Eucarístico<br />
Nacional, aqui realizado. A Eucaristia,<br />
e a certeza <strong>de</strong> que Ele<br />
está no meio <strong>de</strong> nós, também<br />
no cárcere, <strong>de</strong>ve promover a<br />
vida, a liberda<strong>de</strong> e a dignida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cada pessoa humana, inclu-<br />
Foto JA<br />
sável pela imagem chama-se<br />
Missionário e o objetivo <strong>de</strong>sta<br />
pastoral é cooperar para o cultivo<br />
da verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>voção a Maria,<br />
o incentivo à oração do terço,<br />
a união das famílias e a volta<br />
aos sacramentos.<br />
Os interessados em obter<br />
mais informações sobre a Mãe<br />
Peregrina, po<strong>de</strong>m entrar em contato<br />
pelo fone (48) 3348-9900,<br />
com irmã Miriam, ou pelo site<br />
www.maeperegrina.com.br.<br />
sive do preso.<br />
Durante o Encontro fez-se<br />
exposição e venda das camisetas<br />
promocionais produzidas<br />
pela Oficina <strong>de</strong> Serigrafia “Estampa<br />
Livre”, no Presídio Masculino<br />
<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, sob a coor<strong>de</strong>nação<br />
do voluntário da Pastoral,<br />
Luiz Carlos Senna. Na<br />
Capela São Dimas, junto ao Presídio<br />
Masculino, on<strong>de</strong> está também<br />
o escritório da Pastoral,<br />
está sendo celebrada, agora<br />
mensalmente, nas primeiras<br />
quartas-feiras do mês, às 16h,<br />
uma Missa aberta aos presos do<br />
regime semi-aberto, aos voluntários<br />
da Pastoral, e aos funcionários<br />
do Sistema.<br />
No primeiro semestre <strong>de</strong> 2007,<br />
em parceria com a EMAR, a Pastoral<br />
Carcerária vai realizar um<br />
curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>stinado<br />
não só aos seus agentes, mas a<br />
todos os interessados na melhoria<br />
do nosso sistema prisional.<br />
Qualquer informação, ou encomenda<br />
das camisetas, com o<br />
telefone (48) 2107.2323 ou pelo<br />
email: estampalivre@yahoo.<br />
com.br.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -3<br />
ITESC abre curso <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />
em Direito Matrimonial Canônico<br />
O Instituto Teológico <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
(ITESC) está abrindo inscrições para os<br />
interessados em participar da segunda<br />
turma do curso <strong>de</strong> especialização Lato<br />
Sensu em Direito Matrimonial Canônico.<br />
As inscrições já estão abertas e vão até o<br />
dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. Há 60 vagas. O curso<br />
é dividido em três etapas, a primeira<br />
sendo realizada em fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />
O Curso nasceu do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> o<br />
ITESC oferecer aos graduados em Teologia,<br />
Ciências da Religião ou Direito Civil<br />
(ou em alguma área das Ciências Humanas),<br />
uma formação interdisciplinar especializada<br />
sobre o Matrimônio e a Família,<br />
proporcionando as condições necessárias<br />
para uma atuação concreta na<br />
ativida<strong>de</strong> Pastoral da Igreja, seja capacitando<br />
li<strong>de</strong>ranças para atuarem nos diversos<br />
âmbitos da Pastoral Familiar, seja<br />
oferecendo a qualificação básica para a<br />
O Seminário <strong>de</strong> Azambuja, em<br />
Brusque, promoven<strong>de</strong> no dia 15 <strong>de</strong> novembro<br />
o “Encontrão Vocacional”. O<br />
evento, <strong>de</strong>stinado a jovens que são<br />
acompanhados pela Pastoral Vocacional<br />
<strong>de</strong> todas as paróquias da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
é uma oportunida<strong>de</strong> para que os<br />
vocacionados conheçam a vida no Seminário,<br />
os padres, os seminaristas e<br />
tenham um entendimento maior sobre a<br />
vocação do padre diocesano.<br />
Durante o dia, das 8h às 17h, eles<br />
participarão <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> oração,<br />
<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> padres e seminaristas<br />
falando da vocação sacerdotal, encenações<br />
teatrais preparadas pelos seminaristas,<br />
gincana vocacional, recreação<br />
atuação em nossas Câmaras ou Tribunais<br />
Eclesiásticos.<br />
Esta será a segunda <strong>ed</strong>ição do curso.<br />
Da primeira, realizada em 2005 e<br />
2006, formaram-se aproximadamente<br />
40 pessoas <strong>de</strong> todo o Brasil. Eles contaram<br />
com 360 horas/aula, ministradas<br />
por professores do ITESC e convidados.<br />
“Neste segundo curso, fizemos uma<br />
reestruturação curricular, revendo algumas<br />
disciplinas e aumentando a carga<br />
horária para 450 horas/aula”, disse Pe.<br />
Tarcísio P<strong>ed</strong>ro Vieira, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Tribunal Eclesiástico <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
e coor<strong>de</strong>nador do curso.<br />
As inscrições estão abertas e vão<br />
até o dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, para o processo<br />
seletivo. A confirmação se dará por<br />
telefone ou e-mail. Mais informações,<br />
pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo email<br />
secretaria@itesc.org.br.<br />
Azambuja prepara Encontrão<br />
para jovens vocacionados<br />
No dia 18 <strong>de</strong> novembro, a partir<br />
das 9h, a Pastoral DST/AIDS promoverá<br />
o curso <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> agentes.<br />
O evento será realizado na Paróquia<br />
da Santíssima Trinda<strong>de</strong>, em<br />
<strong>Florianópolis</strong>. A assessoria ficará por<br />
conta <strong>de</strong> Frei José Bernar<strong>de</strong>s, Secretário<br />
Nacional da Pastoral. Ele apresentará<br />
o trabalho realizado pela Pastoral,<br />
com o objetivo da lançá-la na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
São convidadas todas as pessoas<br />
interessadas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> religião.<br />
“A Pastoral é ecumênica e procura<br />
reunir todos aqueles que preten<strong>de</strong>m<br />
realizar este trabalho”, disse Almir José<br />
Ramos, um dos organizadores.<br />
A Pastoral da DST/AIDS está presente<br />
nas principais dioceses do Brasil.<br />
Ela trabalha com prevenção aos não<br />
infectados, e acompanhamento e acolhida<br />
às pessoas infectadas e suas famílias.<br />
No ano passado foram notificados<br />
16.482 casos <strong>de</strong> pessoas com Aids no<br />
com esportes e celebração <strong>de</strong> encerramento<br />
com os Padres do Seminário e<br />
seus acompanhantes. Os jovens <strong>de</strong>vem<br />
levar material apropriados para a prática<br />
<strong>de</strong>sportiva.<br />
Atualmente a <strong>Arquidiocese</strong> tem 25<br />
seminaristas em Azam-buja: 10 na Filosofia,<br />
11 no Menor e 4 no Prop<strong>ed</strong>êutico.<br />
As pastorais vocacionais paroquiais<br />
acompanham mais <strong>de</strong> 100 jovens que<br />
manifestam o interesse em seguir a vida<br />
presbiteral. “Esse trabalho é muito importante.<br />
Quanto melhor for a preparação<br />
do jovem antes, melhor será o acompanhamento<br />
no Seminário”, disse Pe.<br />
Siro Manoel <strong>de</strong> Oliveira, reitor do<br />
Seminário <strong>de</strong> Azambuja.<br />
Pastoral da Aids lança curso <strong>de</strong><br />
formação para agentes<br />
Estado. Na região que compreen<strong>de</strong> a<br />
<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> estão a<br />
meta<strong>de</strong> dos casos. <strong>Florianópolis</strong> li<strong>de</strong>ra<br />
as incidências, com 2.988 casos <strong>de</strong> pessoas<br />
adultas. Estima-se que para cada<br />
novo caso notificado, mais duas pessoas<br />
estejam infectadas.<br />
Conscientização: No dia primeiro<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro é celebrado o Dia Mundial<br />
<strong>de</strong> Luta contra a Aids. Nesse dia, a<br />
equipe <strong>de</strong> formação da Pastoral estará<br />
realizando um trabalho <strong>de</strong> conscientização<br />
e prevenção com entrega <strong>de</strong><br />
panfletos em <strong>Florianópolis</strong>. No mesmo<br />
dia, às 19h30min, será celebrada uma<br />
missa na Paróquia da Trinda<strong>de</strong> com a<br />
presença <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s que realizam trabalhos<br />
<strong>de</strong> prevenção.<br />
Mais informações pelo e-mail<br />
pastoraldstaids@gmail.com ou pelo<br />
fone (48) 3025-6772 ou 3241-0498, ou<br />
pelo site www.pastoralaids.org.br.
4-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
As últimas eleições, tanto no primeiro<br />
como no segundo turno,<br />
puseram <strong>de</strong> realce a questão<br />
da verda<strong>de</strong>. Os candidatos foram<br />
acusados <strong>de</strong> mentira; a imprensa<br />
selecionou, na ótica <strong>de</strong> seus interesses<br />
e i<strong>de</strong>ologias, o que queria publicar;<br />
os partidos escon<strong>de</strong>ram suas<br />
mazelas passadas, seus atos <strong>de</strong><br />
corrupção. Todo mundo quis posar<br />
<strong>de</strong> ético, verda<strong>de</strong>iro e justo. Uma<br />
análise mais aguçada do fenômeno<br />
nos ajuda a perceber como é difícil<br />
para o ser humano ver os seus erros,<br />
reconhecer os seus pecados,<br />
admitir a sua culpa.<br />
No capítulo 3 do livro do Gênesis<br />
é relatada, em forma <strong>de</strong> poesia e<br />
mito, essa dificulda<strong>de</strong>. Quando Deus<br />
pergunta a Adão porque ele se envergonhava<br />
<strong>de</strong> sua nu<strong>de</strong>z e se ele<br />
havia comido do fruto proibido, este<br />
se <strong>de</strong>sculpa, culpando sua companheira<br />
Eva. Perguntada sobre sua<br />
falta, Eva por sua vez também se<br />
<strong>de</strong>sculpa, culpando a serpente (Gn<br />
3,8-13). Com isso, a Palavra <strong>de</strong> Deus<br />
nos ensina que, infelizmente, por<br />
causa do vírus do pecado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />
origens temos dificulda<strong>de</strong> em assumir<br />
os próprios erros e facilitar o<br />
acesso à verda<strong>de</strong>.<br />
O EVANGELHO DA VERDADE<br />
A palavra verda<strong>de</strong> aparece 220<br />
vezes na Bíblia. Mais da meta<strong>de</strong>, ou<br />
seja, 135 vezes, no Novo Testamento.<br />
Ela aparece 43 vezes nos evangelhos,<br />
quase sempre na boca <strong>de</strong><br />
Jesus. Dessas 43 vezes, 33 estão<br />
no Evangelho segundo João, on<strong>de</strong><br />
Jesus se <strong>de</strong>clara como Caminho,<br />
Verda<strong>de</strong> e Vida (Jo 14,6). Em seu<br />
ministério público, Jesus <strong>de</strong> Nazaré<br />
nos ensinou muitas coisas sobre a<br />
verda<strong>de</strong>: não <strong>de</strong>vemos temer a verda<strong>de</strong>,<br />
pois ela nos libertará (Jo 8,32);<br />
quem age conforme à verda<strong>de</strong>, se<br />
aproxima da luz (Jo 3,21); aquele<br />
que está com a verda<strong>de</strong>, ouve a voz<br />
<strong>de</strong> Deus (Jo 18,37). Jesus põe a<br />
verda<strong>de</strong> no centro <strong>de</strong> sua missão:<br />
ele <strong>de</strong>u testemunho da verda<strong>de</strong> (Jo<br />
5,33); veio dizer a verda<strong>de</strong> que ouviu<br />
junto <strong>de</strong> Deus (Jo 8,40); veio ao<br />
mundo para dar testemunho da verda<strong>de</strong><br />
(Jo 18,37).<br />
Nos tempos atuais, há muita gente<br />
que não consegue equilibrar misericórdia<br />
com verda<strong>de</strong>, amor com justiça.<br />
Ao insistir na importância da misericórdia<br />
e do amor, <strong>de</strong>ixa-se <strong>de</strong> lado,<br />
ou escon<strong>de</strong>-se, ou mascara-se a verda<strong>de</strong><br />
e a justiça. Muita gente acha que,<br />
para a Igreja ser mais bondosa e acolh<strong>ed</strong>ora,<br />
ou até para ser mais simpática,<br />
<strong>de</strong>veria escon<strong>de</strong>r a verda<strong>de</strong>.<br />
Questões morais, como aborto, eutanásia,<br />
relações pré-matrimoniais,<br />
TEMA DO MÊS<br />
COMUNICAÇÃO<br />
DA VERDADE<br />
A comunicação da verda<strong>de</strong><br />
é uma forma <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />
homossexualismo e masturbação,<br />
etc., <strong>de</strong>veriam ser <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado,<br />
para que a Igreja pu<strong>de</strong>sse conquistar<br />
mais pessoas. Questões sacramentais<br />
ou canô-nicas, como o divórcio,<br />
a comunhão eucarística para casais<br />
em segunda união, casamento dos<br />
padres, etc. <strong>de</strong>veriam ser facilitadas,<br />
para que a Igreja tivesse um rosto<br />
mais atraente.<br />
O fato é que a verda<strong>de</strong> dói. Por<br />
isso muita gente prefere <strong>de</strong>ixá-la <strong>de</strong><br />
lado. Na pretensão <strong>de</strong> ser caridoso,<br />
joga-se <strong>de</strong> lado a verda<strong>de</strong>, a profecia,<br />
a ética. No entanto, para sermos<br />
fiéis ao Evangelho <strong>de</strong> Cristo, é preciso<br />
ter em conta que a verda<strong>de</strong> é<br />
uma forma <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />
O ANÚNCIO DA VERDADE<br />
Por ocasião das celebrações do<br />
novo milênio, o papa João Paulo II<br />
quis p<strong>ed</strong>ir perdão pelos pecados passados<br />
da Igreja. Muita gente, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
e <strong>de</strong> fora da Igreja, elogiou este<br />
gesto evangélico. Houve também<br />
aqueles que o contestaram, com receio<br />
<strong>de</strong> a Igreja ser mal interpretada,<br />
como se estivesse oferecendo mu-<br />
nição aos seus opositores. Houve<br />
também aqueles que o exageraram,<br />
no sentido <strong>de</strong> ver somente o pecado<br />
em todo o passado da Igreja.<br />
A reflexão feita pelo então car<strong>de</strong>al<br />
Joseph Ratzinger, hoje papa Bento<br />
XVI, chamou a atenção para a verda<strong>de</strong>:<br />
não po<strong>de</strong>mos nos arvorar em<br />
juízes das gerações passadas; não<br />
po<strong>de</strong>mos nos eximir <strong>de</strong> reconhecer<br />
os pecados atuais; não <strong>de</strong>vemos ver<br />
pecado em tudo; e, sobretudo, a confissão<br />
dos pecados nos <strong>de</strong>ve levar à<br />
confissão das graças e bens que<br />
Deus realizou no passado da Igreja,<br />
através <strong>de</strong> muitos fiéis que foram realmente<br />
santos. Em síntese, a verda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ve ser exposta na sua totalida<strong>de</strong>:<br />
no reconhecimento dos erros<br />
e na exaltação das virtu<strong>de</strong>s. A verda<strong>de</strong><br />
não <strong>de</strong>ve ser temida. Ao contrário,<br />
<strong>de</strong>ve ser permanentemente buscada.<br />
Porque nela se encontra a salvação.<br />
Quem não reconhece seu<br />
erro e não admite sua culpa, não<br />
abre o coração e o caminho para a<br />
conversão e a cura. Por outro lado,<br />
quem reconhece que todas as obras<br />
boas têm seu fundamento em Deus,<br />
Divulgação/JA<br />
abre-se para a ação transformadora<br />
do Espírito divino.<br />
UM JORNAL DE VERDADE<br />
A comemoração do décimo aniversário<br />
do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong> é uma<br />
oportunida<strong>de</strong> para confessarmos<br />
nossas falhas. A primeira <strong>de</strong>las é que<br />
a <strong>Arquidiocese</strong> investe mensalmente<br />
uma quantia consi<strong>de</strong>rável para a <strong>ed</strong>ição<br />
do seu jornal, enquanto muitas<br />
paróquias e comunida<strong>de</strong>s não se preocupam<br />
em divulgá-lo, em entregálo<br />
aos fiéis no final das missas. Pilhas<br />
<strong>de</strong> jornal são simplesmente largadas<br />
no lixo. Há também muitos fiéis<br />
que não se encorajam <strong>de</strong> levar<br />
mais exemplares e entregá-los a<br />
seus parentes e vizinhos. É <strong>de</strong> se<br />
perguntar quantos exemplares <strong>de</strong><br />
nosso jornal são realmente lidos. Parece<br />
que se trata <strong>de</strong> esforço e gasto,<br />
em muitos casos, <strong>de</strong>sperdiçados!<br />
Outra sombra que pesa sobre nós<br />
é a dificulda<strong>de</strong> que temos para reconhecer<br />
nossos limites na área propriamente<br />
jornalística. Ainda não apren<strong>de</strong>mos<br />
a nos comunicar <strong>de</strong> modo mo<strong>de</strong>rno.<br />
Não conseguimos inovar. Não investimos<br />
maciçamente na formação <strong>de</strong><br />
comunicadores. Nem para a área da<br />
imprensa escrita, muitos menos para<br />
o rádio e a televisão. Parece que temos<br />
m<strong>ed</strong>o dos meios <strong>de</strong> comunicação!<br />
Deve-se, porém, exaltar nossas<br />
qualida<strong>de</strong>s. A primeira <strong>de</strong>las é a nossa<br />
persistência: nesses <strong>de</strong>z anos, o<br />
jornal foi entregue fielmente às paróquias<br />
no início <strong>de</strong> cada mês. Fomos<br />
fiéis à verda<strong>de</strong>. Foram mostradas<br />
muitas faces obscuras <strong>de</strong> nossa Igreja:<br />
crises, sobressaltos, amarguras,<br />
retrocessos, inseguranças. Mas também<br />
foram comunicadas muitas luzes:<br />
gran<strong>de</strong>s eventos, comemorações e<br />
celebrações; projetos <strong>de</strong> evangelização;<br />
or<strong>de</strong>nações episcopais, presbiterais<br />
e diaconais; profissões religiosas;<br />
criação <strong>de</strong> paróquias; dados históricos<br />
e pastorais <strong>de</strong> paróquias, etc.<br />
Uma importante virtu<strong>de</strong> a ser exaltada<br />
é, ainda, a que fazem algumas<br />
paróquias: logo que recebem o jornal,<br />
começam a distribuí-lo entre os dizimistas<br />
da paróquia, anexando alguma<br />
mensagem ou comunicação paroquial.<br />
Há também grupos <strong>de</strong> jovens que<br />
têm como missão mensal distribuir o<br />
jornal nas casas da comunida<strong>de</strong>. Há<br />
fiéis que levam alguns exemplares a<br />
mais para distribuí-los entre vizinhos,<br />
nos seus grupos bíblicos <strong>de</strong> reflexão,<br />
nas reuniões <strong>de</strong> seus movimentos.<br />
Que os próximos <strong>de</strong>z anos sejam<br />
frutuosos!<br />
Pe. Vitor Galdino Feller<br />
Professor <strong>de</strong> Teologia<br />
e Diretor do ITESC
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -5<br />
Comissão organiza centenário <strong>de</strong> criação da diocese<br />
A Comissão<br />
ampliada que<br />
prepara a celebração do<br />
centenário da diocese <strong>de</strong><br />
<strong>Florianópolis</strong> realizou sua primeira<br />
reunião no dia 26 <strong>de</strong> outubro.<br />
Durante o encontro, foram<br />
aprovados o tema e lema<br />
do centenário, o hino, a oração<br />
e a formação <strong>de</strong> quatro comissões<br />
pastorais. A próxima reunião<br />
será no dia 30 <strong>de</strong> novembro,<br />
às 19h30min, no auditório<br />
da Cúria Metropolitana, em<br />
<strong>Florianópolis</strong>.<br />
Durante o encontro foi <strong>de</strong>finido<br />
que a celebração do centenário<br />
terá início no dia 19 <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 2008, na celebração<br />
da Missa do Crisma, em Itajaí,<br />
na noite da quarta-feira santa.<br />
O encerramento será em <strong>Florianópolis</strong><br />
no dia 23 <strong>de</strong> novembro,<br />
Festa <strong>de</strong> Cristo Rei e última<br />
semana do ano litúrgico, na<br />
gran<strong>de</strong> Concentração Arquidiocesana.<br />
A arrancada inicial para a<br />
celebração do centenário foi dada<br />
no dia 17 <strong>de</strong> maio, na abertura<br />
do Lucernário do 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional. Até agora<br />
foram realizadas cinco reuniões:<br />
quatro reuniões da equipe central;<br />
e uma da equipe ampliada.<br />
A equipe central foi escolhida<br />
através na Reunião Geral do<br />
Clero, que apontou nomes. Dentre<br />
esses, o Secretariado Arquidiocesano<br />
<strong>de</strong> Pastoral <strong>de</strong>finiu as<br />
quatro pessoas que a compõem;<br />
outras quatro foram convidadas<br />
posteriormente.<br />
Para a equipe ampliada, foram<br />
convocadas algumas pessoas<br />
apontadas na Reunião<br />
Geral do Clero, representantes<br />
comarcais escolhidos nas reuniões<br />
das comarcas, além <strong>de</strong><br />
especialistas em várias áreas,<br />
formando uma equipe <strong>de</strong> 27 pessoas.<br />
“Procuramos formar uma<br />
equipe mais ampla possível para<br />
favorecer uma maior participação<br />
<strong>de</strong> toda a igreja arquidiocesana”,<br />
disse Pe. Sérgio Maykot, coor<strong>de</strong>nador<br />
da equipe <strong>de</strong> preparação<br />
do centenário.<br />
PONTOS JÁ DEFINIDOS<br />
O Centenário terá como<br />
“Serão realizados eventos para favorecer a<br />
participação dos movimentos e Pastorais”<br />
Em entrevista ao Jornal da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, Pe. Sérgio Maykot,<br />
coor<strong>de</strong>nador da equipe <strong>de</strong> preparação<br />
do centenário <strong>de</strong> criação<br />
da <strong>Arquidiocese</strong>, fala da do<br />
que haverá durante o ano do centenário,<br />
as diferenças entre a organização<br />
do centenário e do<br />
CEN-2006, e que a sua organização<br />
não envolverá gran<strong>de</strong>s<br />
custos para a comunida<strong>de</strong>.<br />
JA – A celebração do centenário<br />
inicia em março e vai até<br />
novembro. O que haverá nesse<br />
período?<br />
Pe. Sérgio – A celebração<br />
do centenário terá início no dia<br />
19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008, em Itajaí,<br />
em local a ser <strong>de</strong>finido, e vai até<br />
o dia 23 <strong>de</strong> novembro, em uma<br />
gran<strong>de</strong> concentração arquidiocesana,<br />
em <strong>Florianópolis</strong>. Entre<br />
uma e outra data, haverá uma<br />
série <strong>de</strong> eventos a serem programados.<br />
A idéia é que sejam realizados<br />
eventos a nível diocesano,<br />
comarcal, paroquial, e <strong>de</strong><br />
movimentos e pastorais. Nosso<br />
objetivo é que, a partir do textobase,<br />
os movimentos e pastorais<br />
tenham conteúdo para refletir<br />
sobre o centenário durante<br />
todo o ano.<br />
JA - O senhor participou da<br />
organização do 15º CEN. Qual<br />
a diferença entre organizar o<br />
CEN e o Centenário?<br />
Pe. Sérgio – São muitas as<br />
diferenças. Em primeiro lugar o<br />
15º CEN se concentrava em alguns<br />
dias e em alguns locais<br />
específicos, enquanto o centenário<br />
será praticamente durante<br />
todo o ano <strong>de</strong> 2008 e envolverá<br />
todas as paróquias e comunida<strong>de</strong>s<br />
da <strong>Arquidiocese</strong> durante<br />
todo o período da sua realização.<br />
O CEN era um acontecimento<br />
nacional, enquanto o centenário<br />
envolve a <strong>Arquidiocese</strong> e,<br />
em conseqüência, todo o Estado.<br />
É uma organização um pouco<br />
mais complexa por ser todo<br />
o ano, mas mais simples porque<br />
não necessita <strong>de</strong> uma estrutura<br />
tão gran<strong>de</strong>, e economicamente<br />
não vai requerer tantos<br />
gastos.<br />
JA – Então o centenário não<br />
envolverá gran<strong>de</strong>s gastos?<br />
Pe. Sérgio – Não. O centenário,<br />
apesar <strong>de</strong> ser o ano<br />
inteiro, será bem mais barato<br />
porque sairá <strong>de</strong> iniciativas das<br />
comunida<strong>de</strong>s. Certamente envolverá<br />
algum custo para material<br />
e divulgação, mas uma<br />
<strong>de</strong>spesa mínima em relação<br />
ao 15º CEN.<br />
Reunião da Comissão Ampliada, no auditório da Cúria, <strong>de</strong>finiu pontos importantes<br />
para a celebração do centenário <strong>de</strong> criação da diocese <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, em 2008<br />
tema “Discípulos e Missionários<br />
<strong>de</strong> Jesus Cristo”, e lema “De graça<br />
recebestes, <strong>de</strong> graça dai!”.<br />
O tema é o mesmo adotado para<br />
a V Conferência Geral Episcopal<br />
Latino-Americano e Caribenho<br />
(CELAM), que será realizado<br />
em maio <strong>de</strong> 2007, em Apa-<br />
recida-SP, com a presença do<br />
Papa Bento XVI.<br />
A oração do Centenário foi<br />
r<strong>ed</strong>igida pelo nosso arcebispo,<br />
Dom Murilo, e o hino composto<br />
pelo Pe. Ney Brasil Pereira. “Definimos<br />
o hino e a oração oficiais<br />
do centenário, mas nada<br />
Foto JA<br />
imp<strong>ed</strong>e que as comunida<strong>de</strong>s criem<br />
outros hinos e orações.<br />
Elas também po<strong>de</strong>rão ser acolhidas<br />
pela comissão”, disse<br />
Pe. Sérgio.<br />
Durante o encontro, foi aprovada<br />
a criação <strong>de</strong> quatro comissões<br />
pastorais e alguns nomes<br />
que farão parte <strong>de</strong>las: Comissão<br />
Histórica e Cultural; Comissão<br />
Pastoral; Comissão Litúrgica; e<br />
Comissão Bíblico-Teológica.<br />
Com o andamento dos trabalhos,<br />
outras comissões po<strong>de</strong>rão ser<br />
criadas.<br />
Os participantes da equipe<br />
ampliada, ouviram a leitura da<br />
proposta <strong>de</strong> “Justificativa Teológica”,<br />
para a celebração do<br />
centenário. O texto, r<strong>ed</strong>igido por<br />
pelo Pe. Vitor Feller, contempla<br />
o que havia sido discutido na Comissão<br />
Central e fala do que queremos<br />
para o centenário. Ele foi<br />
dividido em três pontos: memória<br />
do passado, consciência do<br />
presente e esperança no futuro.<br />
O documento será o ponto <strong>de</strong><br />
partida para a criação do textobase<br />
do centenário.<br />
CENTENÁRIO DA CRIAÇÃO DA DIOCESE DE FLORIANÓPOLIS,<br />
1908-2008<br />
HINO DO CENTENÁRIO<br />
letra e música: Pe. Ney Brasil<br />
Refrão: De graça recebestes, <strong>de</strong> graça dai! De graça recebestes, <strong>de</strong> graça dai! (Mt 10,8)<br />
1. Discípulos e missionários / <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />
4. O bem que nós realizamos / foi pura graça:<br />
fiéis ao Evangelho, seguindo sua Cruz!<br />
são obras que o Senhor preparou para nós! (cf Ef 2,8-10)<br />
Cem anos já foram passados / que a diocese<br />
Queremos acolher a todos / em torno à Mesa,<br />
criada por Pio Décimo, foi dom <strong>de</strong> Deus!<br />
e continuar clamando: Ele está entre nós!<br />
2. Em Santa Catarina a Igreja / cresceu, <strong>de</strong>u frutos: 5. Maria, Mãe <strong>de</strong> Deus e nossa, / Mãe do Desterro,<br />
<strong>de</strong> uma só diocese, agora são <strong>de</strong>z!<br />
conosco ela caminhe e nos mostre Jesus!<br />
Com júbilo nós celebramos / o centenário<br />
E Catarina, a Padroeira, / Virgem e Mártir,<br />
regado pelo suor, pela fé, pelo amor!<br />
alcance-nos coragem, firmeza na fé!<br />
3. Aos bispos que aqui trabalharam / padres, diáconos, 6. Queremos, Pai, ser vosso povo, / Igreja santa,<br />
a eles nosso preito <strong>de</strong> amor, gratidão.<br />
Sinal do vosso amor, comunhão e missão!<br />
Aos religiosos, religiosas, / leigos e leigas,<br />
O nosso ouvido está atento / à voz do Espírito.<br />
a todos a memória do imenso labor!<br />
O Espírito que fala às Igrejas, nos diz: (cf Ap 2,7)<br />
Bendito sejais,<br />
Pai <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo,<br />
porque em vossa infinita bonda<strong>de</strong><br />
nos dais a graça <strong>de</strong> celebrar<br />
o centenário <strong>de</strong> criação da nossa diocese.<br />
Somos agra<strong>de</strong>cidos<br />
pela fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos que nos antec<strong>ed</strong>eram,<br />
pelos bispos que aqui trabalharam,<br />
pelos padres e diáconos que vos serviram,<br />
pelos leigos e leigas que aqui viveram sua fé<br />
pelos religiosos e religiosas<br />
que testemunharam o Reino futuro.<br />
Os dons recebidos nos fazem lembrar<br />
a advertência <strong>de</strong> vosso Filho:<br />
“De graça recebestes, <strong>de</strong> graça dai!” (Mt 10,8).<br />
ORAÇÃO DO CENTENÁRIO<br />
Dom Murilo S.R. Krieger<br />
Como discípulos e missionários <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />
<strong>de</strong>sejamos reconhecer sua presença<br />
na Palavra e na Fração do Pão<br />
e, com alegria, continuar proclamando:<br />
Ele está no meio <strong>de</strong> nós!<br />
Queremos, Pai, fazer vossa vonta<strong>de</strong>,<br />
sendo Povo Santo, Igreja diocesana,<br />
sinal do vosso amor<br />
na comunhão e na missão.<br />
Na caminhada para vós,<br />
anima-nos a intercessão da Mãe <strong>de</strong> vosso Filho,<br />
Nossa Senhora do Desterro.<br />
A vós, Pai, com o Filho e o Espírito Santo,<br />
honra e glória, louvor e gratidão,<br />
pelos séculos sem fim. Amém!
6<br />
- <strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
Conhecendo as cartas <strong>de</strong> São Paulo (32)<br />
Aos Hebreus (11-13): A Certeza da Fé<br />
A<br />
parte final da carta aos hebreus começa<br />
com uma surpreen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>finição<br />
da fé: É a certeza daquilo<br />
que se espera, a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s<br />
que não se vêem (11,1). E a surpresa<br />
está em que a fé não é aí apresentada<br />
como um ato intelectual, uma aceitação<br />
interior <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s que nos ultrapassam,<br />
mas como “certeza” e “<strong>de</strong>monstração”,<br />
ou, segundo outras traduções,<br />
como “garantia” e “prova” daquilo que se<br />
espera. Ora, é a fé, sem a qual é impossível<br />
agradar a Deus (11,6), é ela que<br />
garante a aprovação divina, como a longa<br />
lista <strong>de</strong> exemplos da história bíblica<br />
vai <strong>de</strong>monstrar. É a fé que nos dá a disposição<br />
<strong>de</strong> caminhar para além do que<br />
se vê, e que nos impulsiona em direção<br />
ao novo, ao que humanamente parece<br />
impossível, mas que Deus po<strong>de</strong> fazer.<br />
Pela fé<br />
Segue a impressionante lista dos que<br />
pela fé caminharam, e pela fé nos <strong>de</strong>ixaram<br />
seu testemunho. Cerca <strong>de</strong> 20 vezes<br />
o autor vai começar suas frases com esta<br />
expressão – pela fé – a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar clara,<br />
aos seus <strong>de</strong>stinatários, a importância<br />
essencial <strong>de</strong>sta virtu<strong>de</strong>. Ele começa pelo<br />
livro do Gênesis, e alerta que é pela fé<br />
que compreen<strong>de</strong>mos que o universo não<br />
é um caos em <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, mas um cosmo<br />
harmonioso, planejado e criado por Deus<br />
(11,3). Segue a menção <strong>de</strong> Abel, justificado<br />
por sua fé, e cujo sangue ainda clama<br />
(11,4). Depois <strong>de</strong> Henoc, o autor recorda<br />
a fé <strong>de</strong> Noé, que acr<strong>ed</strong>itou na advertência<br />
divina e, mesmo ridicularizado ao construir<br />
a arca, nela salvou-se, no dilúvio (11,5-<br />
7). Mas o exemplo <strong>de</strong> fé por excelência é<br />
o <strong>de</strong> Abraão, que partiu rumo à terra da<br />
promessa, ob<strong>ed</strong>ecendo à palavra do Senhor,<br />
sem saber para on<strong>de</strong> ia (11,8), e que,<br />
<strong>de</strong> Sara estéril, gerou uma <strong>de</strong>scendência<br />
comparável às estrelas do céu e inumerável<br />
como a areia das praias do mar (11,11-<br />
12, citando Gn 15,5-6). Ainda Abraão, posto<br />
à prova, não hesitou em sacrificar seu filho<br />
único, Isaac, tendo a certeza da fé <strong>de</strong><br />
que Deus é aquele que po<strong>de</strong> até ressuscitar<br />
os mortos (11,19). Depois, numa visão<br />
<strong>de</strong> conjunto dos patriarcas, o autor<br />
observa que eles não chegaram a <strong>de</strong>sfrutar<br />
a realização da promessa, mas viveram<br />
como estrangeiros e peregrinos, aspirando<br />
a uma pátria melhor, símbolo daquela<br />
a que nós, cristãos, aspiramos (cf<br />
11,13-16).<br />
De Moisés até nós<br />
Depois <strong>de</strong> Abraão, a gran<strong>de</strong> figura da<br />
fé é Moisés. Já seus pais, movidos pela<br />
fé, <strong>de</strong>safiam o <strong>de</strong>creto do Faraó , escon<strong>de</strong>ndo<br />
o menino (11,23). Adulto, Moisés<br />
renuncia à vida no palácio e, pela fé, partilha<br />
os sofrimentos do seu povo e o liberta,<br />
celebrando a primeira Páscoa e atravessando<br />
o mar Vermelho a pé enxuto<br />
(11,24-29). É também pela fé que <strong>de</strong>smoronam<br />
os muros <strong>de</strong> Jericó e se salva Raab,<br />
a prostituta (11,30-31). O restante da história,<br />
o autor o resume em poucas palavras:<br />
<strong>de</strong> G<strong>ed</strong>eão, Sansão, Jefté, Davi,<br />
Samuel, e os profetas, ele cita rapidamente<br />
alguns fatos mais conhecidos (11,32-<br />
35). Recorda também os mártires, especialmente<br />
os do tempo dos Macabeus,<br />
mas sem nomeá-los, os quais recusaram<br />
ser resgatados, porque esperavam uma<br />
ressurreição melhor (11,35). E o autor conclui:<br />
No entanto, embora pela fé tenham<br />
recebido bom testemunho, eles não alcançaram<br />
a realização plena da promes-<br />
BÍBLIA<br />
sa (11,39). Por quê? É porque, não que o<br />
merecêssemos, Deus reservara essa plena<br />
realização para nós (11,40).<br />
Nuvem <strong>de</strong> testemunhas<br />
Aplicando agora a lição da história, o<br />
autor retoma todos os heróis e santos<br />
antes mencionados e os compara, no seu<br />
conjunto, a uma nuvem <strong>de</strong> testemunhas<br />
(12,1) que ali estão, como num estádio,<br />
a apreciarem a nossa luta, ou seja, a<br />
competição na qual estamos envolvidos.<br />
E nos exorta a nos empenharmos com<br />
garra na disputa, tendo os olhos fixos em<br />
Jesus, o iniciador e consumador da nossa<br />
fé (12,2). A nossa fé em Jesus se inspira,<br />
portanto, na fé <strong>de</strong> Jesus, que, em<br />
vista da alegria que o esperava, suportou<br />
a cruz, não levando em conta a infâmia a<br />
que foi submetido, e assim assentou-se<br />
à direita <strong>de</strong> Deus (12,2). Tal é o exemplo<br />
que o cristão, na sua vida no mundo, <strong>de</strong>ve<br />
ter ante os olhos.<br />
Resistência e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />
Depois <strong>de</strong> tantos exemplos impactantes,<br />
o autor mostra que a comunida<strong>de</strong><br />
ainda não resistiu até o sangue, na luta<br />
contra o pecado (12,4). E que, no caso<br />
dos sofrimentos e provações, ninguém<br />
po<strong>de</strong> esquecer a sua dimensão <strong>ed</strong>ucativa.<br />
Nesse sentido ele cita Prov. 3,12: O Senhor<br />
corrige a quem ele ama, e castiga a<br />
quem aceita como filho (12,6). Lembra<br />
também que, na hora em que é feita, nenhuma<br />
correção agrada, mas <strong>de</strong>pois se<br />
reconhecem seus frutos (12,11). A seguir,<br />
exortando à fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, recomenda que nenhuma<br />
raiz venenosa cresça no meio dos<br />
irmãos, tumultuando e contaminando<br />
(12,15). E que ninguém seja como Esaú,<br />
que por um prato <strong>de</strong> comida per<strong>de</strong>u, irrem<strong>ed</strong>iavelmente,<br />
seus direitos <strong>de</strong> promogênito<br />
(12,16-17).<br />
A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cristã<br />
Mostrando o contraste entre a assembléia<br />
do Sinai, na qual Deus se revelou ao<br />
seu povo com sinais aterrorizantes (12,18-<br />
21), o autor afirma que a comunida<strong>de</strong> cristã,<br />
ao contrário, no seu culto, se aproxima<br />
da Jerusalém celeste, da reunião festiva <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> anjos, da assembléia dos eleitos<br />
no céu, do próprio Deus, Juiz <strong>de</strong> todos<br />
e, especialmente, <strong>de</strong> Jesus, o m<strong>ed</strong>iador<br />
da nova aliança com seu sangue (12,22-<br />
24; cf 4,16). Entretanto, é preciso ter cuidado!<br />
Assim como foram punidos os que,<br />
no <strong>de</strong>serto, se rebelaram, menos ainda<br />
escaparemos nós do castigo, se voltarmos<br />
as costas a quem nos fala do alto do céu<br />
(12,25). E o autor conclui esta passagem,<br />
recomendando: Já que entramos na posse<br />
<strong>de</strong> um reino inabalável, sejamos gratos.<br />
E mostremos essa gratidão servindo<br />
a Deus com pi<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> e temor (12,28). “Temor”,<br />
naturalmente não o temor servil, mas<br />
o temor amoroso <strong>de</strong> quem reconhece que<br />
nosso Deus, que é Pai, é também fogo<br />
<strong>de</strong>vorador (12,29: cf Dt 4,24).<br />
Conselhos práticos<br />
Recomendando a perseverança no<br />
amor fraterno (13,1), o autor ressalta a prática<br />
da hospitalida<strong>de</strong>, a acolhida aos missionários<br />
itinerantes e outros migrantes. E<br />
argumenta com o que aconteceu a Abraão,<br />
junto ao carvalho <strong>de</strong> Mambré (cf Gn 18,1-<br />
8): sem o perceber, ele hosp<strong>ed</strong>ou anjos<br />
(13,2). P<strong>ed</strong>e também que os presos não<br />
sejam esquecidos, como se estivésseis<br />
presos com eles. Nem se esqueçam os<br />
maltratados : pois também vós ten<strong>de</strong>s um<br />
corpo (13,2). Recomenda ainda que o matrimônio<br />
seja honrado por todos (13,4) e<br />
que, na sua conduta, os fiéis não se <strong>de</strong>ixem<br />
levar pelo amor ao dinheiro (13,5).<br />
Quanto aos que anunciaram a fé à comunida<strong>de</strong>,<br />
o autor exorta a que sua memória<br />
seja preservada, e seu exemplo, imitado<br />
(13,7). Assim fazendo, e perseverando na<br />
fé em Jesus, o Cristo, que é o mesmo,<br />
ontem, hoje e sempre (13,8), os fiéis não<br />
se <strong>de</strong>ixarão extraviar por qualquer doutrina<br />
estranha, nem por regras alimentares – dos<br />
judaizantes – que não trazem proveito algum<br />
para os que as observam (13,9).<br />
O nosso altar<br />
Tendo falado das regras alimentares,<br />
o autor alu<strong>de</strong> ao “altar cristão”, provavelmente<br />
a Eucaristia, afirmando que <strong>de</strong>le<br />
não se po<strong>de</strong>m alimentar os que servem<br />
à Tenda (13,10), isto é, no Templo. E,<br />
recordando que os animais sacrificados<br />
são queimados fora do acampamento,<br />
observa que Jesus foi sacrificado do lado<br />
<strong>de</strong> fora da porta (13,12). Por isso, diz ele,<br />
saiamos ao seu encontro, fora do acampamento<br />
– isto é, fora do recinto sagrado<br />
– carregando a sua humilhação (13,13).<br />
Por quê? Porque não temos aqui cida<strong>de</strong><br />
permanente, isto é, mesmo morando e<br />
atuando na cida<strong>de</strong> terrena, a nossa cidadania,<br />
como o lembra também a carta<br />
aos filipenses (Fl 3,20), está no céu.<br />
Os nossos sacrifícios<br />
Retomando o tema dos sacrifícios, tão<br />
importantes na prática judaica e tão comentados<br />
nos capítulos centrais da carta,<br />
o autor conclui lembrando que é por<br />
meio <strong>de</strong> Jesus, o nosso Sumo Sacerdote,<br />
que oferecemos a Deus o perene sacrifício<br />
<strong>de</strong> louvor das nossas vidas (13,15).<br />
E retomando a insistência dos profetas na<br />
dimensão ética da religião (cf Os 6,6), insiste<br />
em que os sacrifícios que verda<strong>de</strong>iramente<br />
agradam a Deus são a prática do<br />
bem e a partilha (13,16).<br />
1) O que é a fé, para o autor <strong>de</strong> Hebreus?<br />
O que nos dá a fé? 2) Por que esse autor,<br />
cerca <strong>de</strong> 20 vezes, no capítulo 11, começa suas<br />
afirmações com a expressão “pela fé”? 3) Que<br />
Para refletir:<br />
Divulgação/JA<br />
Recomendações e conclusão<br />
Concluindo a carta, o autor exorta a<br />
comunida<strong>de</strong> a facilitar o trabalho das li<strong>de</strong>ranças:<br />
Ob<strong>ed</strong>ecei aos vossos dirigentes<br />
e segui suas orientações (13,17). P<strong>ed</strong>e<br />
também que orem por ele mesmo, para<br />
que possa retornar logo ao seu convívio<br />
(13,19). A doxologia final celebra a ressurreição<br />
e exaltação do Senhor Jesus<br />
que, pelo sangue <strong>de</strong> uma aliança eterna,<br />
se tornou o gran<strong>de</strong> pastor das ovelhas<br />
(13,20). E p<strong>ed</strong>e ainda: o mesmo Deus<br />
que exaltou Jesus torne os fiéis aptos<br />
para todo o bem e realize em nós tudo o<br />
que lhe é agradável, pelo mesmo Jesus<br />
Cristo, a quem seja dada a glória para<br />
sempre (13,21). Esta doxologia final une,<br />
na mesma visão, o Cristo ressuscitado,<br />
sumo sacerdote que nos aproxima do Pai,<br />
e nós que, lutando ainda aqui na terra,<br />
fazemos a sua vonta<strong>de</strong>.<br />
Bilhete <strong>de</strong> envio<br />
Após o v. 21, que com o seu “Amém”<br />
indica o final da mensagem do autor original,<br />
vemos um “pós-escrito”, recomendando<br />
aos <strong>de</strong>stinatários que acolham <strong>de</strong> boa<br />
vonta<strong>de</strong> esse discurso <strong>de</strong> exortação, expresso<br />
com poucas palavras – embora <strong>de</strong><br />
fato não tenham sido tão “poucas” assim!<br />
Quem é que faz a recomendação? Seria o<br />
próprio Paulo, ainda mais que, logo a seguir,<br />
se refere à libertação <strong>de</strong> Timóteo<br />
(13,23) e envia saudações dos irmãos da<br />
Itália (13,24), isto é, provavelmente <strong>de</strong><br />
Roma? Infelizmente, não temos certeza.<br />
O último versículo expressa com brevida<strong>de</strong><br />
o voto que, com palavras semelhantes,<br />
conclui outras cartas: A graça esteja com<br />
todos vós (13,25). E esteja também<br />
conosco, que temos o privilégio <strong>de</strong>, através<br />
<strong>de</strong>sta carta, reconhecer no Senhor Jesus<br />
o nosso Sumo Sacerdote, iniciador e<br />
consumador da nossa fé (12,2).<br />
Pe. Ney Brasil Pereira<br />
Professor <strong>de</strong> Exegese Bíblica no ITESC<br />
quer dizer a expressão “nuvem <strong>de</strong> testemunhas”,<br />
em 12,1? 4) Que significa “servir a Deus<br />
com pi<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> e temor” (12,28)? 5) Quais são<br />
os sacrifícios que Deus espera <strong>de</strong> nós?<br />
Faça como Clésio <strong>de</strong> Luca, <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, escreva para o Jornal da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, responda as questões <strong>de</strong>sta página e participe do sorteio <strong>de</strong> uma<br />
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(48-9983-4592). Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>: rua Esteves Júnior, 447 - Centro -<br />
<strong>Florianópolis</strong>-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br
CRISMAS - NOVEMBRO / 2006<br />
Data Hora LOCAL Celebrante<br />
03 19h30 Procasa (crisma adultos) Dom Vito<br />
04 19h Cor<strong>de</strong>iros - Itajaí Dom Murilo<br />
04 19h30 Itaipava - Itajaí Dom José<br />
04 16h Capela - Colônia Sant'Ana Dom Vito<br />
04 18h Matriz - Colônia Sant'Ana Dom Vito<br />
05 8h Cor<strong>de</strong>iros - Itajaí Dom Murilo<br />
05 19h Roçado Dom Murilo<br />
05 9h Camboriú Dom José<br />
05 19h Matriz - Capoeiras Dom José<br />
05 9h Matriz -Tijucas Dom Vito<br />
05 19h Pagará - Sto Amaro Imperatriz Dom Vito<br />
05 20h Capelania Militar Cristo Rei Mons. Agostinho<br />
11 18h São Luiz Gonzaga - Brusque Dom Murilo<br />
11 19h30 Fazenda - Itajaí Dom José<br />
11 19h São Virgílio - Nova Trento Dom Vito<br />
12 9h São Luiz Gonzaga - Brusque Dom Murilo<br />
12 18h30 Santo Antônio - Fpolis Dom Murilo<br />
12 9h Camboriú - Com. Monte Alegre Dom José<br />
12 15h São Judas Ta<strong>de</strong>u - Brusque Dom José<br />
12 19h São Judas Ta<strong>de</strong>u - Brusque Dom José<br />
12 9h30 Cat<strong>ed</strong>ral Dom Vito<br />
12 19h São Sebastião - Balneário Camboriú Dom Vito<br />
17 20h São João Batista - Itajaí Dom José<br />
18 19h Sant'Ana - Canelinha Dom Murilo<br />
18 19h Santuário <strong>de</strong> Azambuja - Brusque Dom José<br />
18 19h30 Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus - Ingleses Dom Vito<br />
19 9h30 Com. Santo Antônio - Fazenda do Max Dom Murilo<br />
19 19h São Judas Ta<strong>de</strong>u - Barreiros Dom Murilo<br />
19 8h30 Matriz - Ponte do Imaruim Dom José<br />
19 20h Matriz - São José Dom José<br />
19 9h Matriz - Saco dos Limões Dom Vito<br />
19 19h Jardim Eldorado - Palhoça Dom Vito<br />
24 19h Sertão - Sto Amaro Imperatriz Dom José<br />
25 19h Agronômica Dom José<br />
25 19h Santíssima Trinda<strong>de</strong> Dom Vito<br />
25 19h São Miguel e Sta Rita - Sta Cruz Padre Milani<br />
26 09h30 Garopaba Dom José<br />
26 19h30 Balneário <strong>de</strong> Canasvieiras Dom José<br />
26 09h Santíssima Trinda<strong>de</strong> Dom Vito<br />
26 17h Vargem Gran<strong>de</strong> - Sto Amaro Dom Vito<br />
Jovens participam da Noite da misericórdia<br />
A paróquia <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong><br />
Lour<strong>de</strong>s e S. Luis Gonzaga da Agronômica,<br />
viu na noite do dia 25/10, cento e vinte<br />
crianças da primeira eucaristia se aproximarem<br />
pela primeira vez do sacramento<br />
da reconciliação. Em um ambiente acolh<strong>ed</strong>or<br />
e significativamente preparado, Pe.<br />
Marcio Alexandre Vignoli, nosso pároco,<br />
conduziu a celebração penitencial preparando<br />
as crianças para a confissão.<br />
Dez crianças apresentaram os <strong>de</strong>z<br />
mandamentos incisos em p<strong>ed</strong>ras e proclamado-os<br />
em voz alta. A figura do Pai<br />
misericordioso, da parábola <strong>de</strong> S.Lucas,<br />
criou, nos corações dos nossos pequenos<br />
as disposições necessárias para se<br />
aproximarem <strong>de</strong>ste sacramento visto<br />
sempre com muito tremor. Um clima sereno<br />
e familiar fez com que todos pu<strong>de</strong>ssem<br />
se sentir à vonta<strong>de</strong>.<br />
Ao terminar a confissão, cada um,<br />
escrevia e colocava, em um pote <strong>de</strong> vidro<br />
diante do sacrário, o seu propósito<br />
<strong>de</strong> vida, como compromisso. No final, as<br />
nossas meninas, nas notas da Ave Maria,<br />
entronizaram Nossa Senhora á qual<br />
consagramos os nossos corações e a<br />
nossa vida, afim <strong>de</strong> que sejamos sempre<br />
mais conformes à <strong>de</strong> Jesus. “Queremos<br />
agra<strong>de</strong>cer aos padres, catequistas, coor<strong>de</strong>nadores<br />
e pais, que conosco participaram<br />
<strong>de</strong>ste momento <strong>de</strong> festa”, disse<br />
Irmã Marisa Zanutto f.a., Coor<strong>de</strong>nadora<br />
geral da Catequese paroquial.<br />
Impulsionados pelo tema “Direitos<br />
da Juventu<strong>de</strong>” e pelo<br />
lema “Construindo um projeto<br />
popular para o Brasil”, mais <strong>de</strong><br />
700 jovens da <strong>Arquidiocese</strong> participaram,<br />
no dia 22 <strong>de</strong> outubro,<br />
da celebração pelo Dia Nacional<br />
da Juventu<strong>de</strong>. Realizada na Paróquia<br />
Santo Antônio, em Itapema,<br />
o evento reuniu jovens <strong>de</strong> 25<br />
paróquias da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
O evento teve início às 8h,<br />
com acolhida dos participantes.<br />
Às 8h30 foi apresentado o resgate<br />
histórico dos 21 anos <strong>de</strong> DNJ<br />
realizados na <strong>Arquidiocese</strong>. O exsecretário<br />
liberado da PJ, entre<br />
1996 e 1999, Ricardo Steffens,<br />
falou <strong>de</strong> como era o trabalho em<br />
sua época e disse que o DNJ<br />
acontece a partir do jovem.<br />
Às 9h30min, os jovens participaram<br />
da celebração eucarística<br />
realizada na Igreja Matriz. Presidida<br />
pelo pároco, Pe. Lauro Roque<br />
Mittelmann, com a presença<br />
<strong>de</strong> padres e diáconos, a celebração<br />
foi organizada pelos jovens.<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -7<br />
DNJ reflete sobre os Direitos da Juventu<strong>de</strong><br />
Dom Murilo disse que os jovens <strong>de</strong>vem<br />
ser “missionários e procurar a santida<strong>de</strong>”.<br />
Entre os dias 10 a 20 <strong>de</strong> novembro,<br />
Brusque estará celebrando<br />
o centenário da visita do fundador<br />
da Congregação do Sagrado<br />
Coração <strong>de</strong> Jesus, Pe. Leão<br />
Dehon, à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brusque. A<br />
data será marcada pelas celebrações<br />
da Paróquia São Luiz<br />
Gonzaga.<br />
Em 1906, Pe. Dehon realizou<br />
visitas apostólicas pelas comunida<strong>de</strong>s<br />
brasileiras em que a<br />
Foto JA<br />
Foto Marcelo Zapelini<br />
Celebração em Itapema reuniu mais <strong>de</strong> 700 jovens <strong>de</strong> 24 paróquias, que refletiram<br />
sobre a participação dos jovens na construção <strong>de</strong> um projeto popular para o Brasil<br />
Eles foram divididos em <strong>de</strong>z grupos,<br />
e cada um <strong>de</strong>les respon<strong>de</strong>u<br />
por uma parte da celebração.<br />
Após a celebração, os jovens<br />
participaram <strong>de</strong> apresentações<br />
musicais. Após, houve o “Hei,<br />
juventu<strong>de</strong>!”, com apresentações<br />
musicais, <strong>de</strong> dança, teatro e recital<br />
<strong>de</strong> poesias, todos relacionados<br />
ao lema do DNJ.<br />
A tar<strong>de</strong>, o DNJ contou com a<br />
presença do nosso arcebispo Dom<br />
Murilo, que em suas breves palavras,<br />
disse que tendo Jesus como<br />
meta, a Pastoral da Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />
criar oportunida<strong>de</strong>s para a participação<br />
dos jovens nas paróquias e<br />
buscar acolhê-los. “Os jovens <strong>de</strong>vem<br />
ser discípulos <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />
missionários e procurar a santida<strong>de</strong>”,<br />
disse Dom Murilo.<br />
Todo o evento foi realizado<br />
seguindo a temática adotada<br />
para este ano. “Buscamos tra-<br />
balhar no sentido do jovem tomar<br />
a iniciativa <strong>de</strong> contribuir para<br />
a construção <strong>de</strong> um projeto que<br />
seja popular e que reúna as minorias”,<br />
informou Hélio.<br />
Segundo ele, o foco maior do<br />
DNJ foi a consciência e participação<br />
política. Esse i<strong>de</strong>al, esteve<br />
representado na celebração<br />
e nas apresentações realizadas<br />
no evento.<br />
EXPOSIÇÃO<br />
Durante o DNJ, movimentos e<br />
pastorais que realizam trabalhos<br />
voltados à juventu<strong>de</strong>, pu<strong>de</strong>ram expor<br />
seus produtos em 11 tendas.<br />
Montadas no salão paroquial, as<br />
tendas tiveram o objetivo <strong>de</strong> construir<br />
parcerias com os jovens e os<br />
grupos <strong>de</strong> que fazem parte. Através<br />
dos trabalhos expostos, os<br />
jovens pu<strong>de</strong>ram conhecer trabalhos<br />
missionários.<br />
100 anos da visita <strong>de</strong> Padre Dehon a Brusque<br />
Congregação estava presente.<br />
Em Brusque, esteve no convento<br />
do Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus<br />
e em Azambuja. Na oportunida<strong>de</strong>,<br />
teria dito que “Brusque<br />
é a casa mãe da Congregação<br />
no Brasil”.<br />
O Jornal da <strong>Arquidiocese</strong> chegou<br />
a noticiar a beatificação <strong>de</strong> Pe.<br />
Dehon na <strong>ed</strong>ição <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2005,<br />
mas tal não aconteceu pelo falecimento<br />
do Papa João Paulo II.<br />
Os padres <strong>de</strong>honianos, somando<br />
20 sacerdotes, estão<br />
presentes em quatro paróquias<br />
da <strong>Arquidiocese</strong>: Guabiruba;<br />
Botuverá; Brusque (São Luiz<br />
Gonzaga); e <strong>Florianópolis</strong> (Nossa<br />
Senhora <strong>de</strong> Guadalupe –<br />
Canasvieiras). Além disso, contam<br />
com seminário filosófico,<br />
faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filosofia e o colégio<br />
São Luiz, que celebra seu<br />
centenário em 2009.
8-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
Paróquia da Prainha: violência combatida com fé e trabalho<br />
A comunida<strong>de</strong> da Prainha, no<br />
centro <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, é um<br />
ponto privilegiado para se ver o<br />
cartão postal da capital: a Ponte<br />
Hercílio Luz, vista e admirada<br />
por todos. Mas a própria comunida<strong>de</strong><br />
é um dos bairros que<br />
muitos procuram escon<strong>de</strong>r.<br />
Ela faz parte do Maciço do<br />
Morro da Cruz, complexo <strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong>s que ocupam as<br />
encostas do morro que abrange<br />
a região central da cida<strong>de</strong>. Como<br />
boa parte <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s,<br />
ela tem no tráfico <strong>de</strong> drogas, violência<br />
e pobreza, os seus maiores<br />
<strong>de</strong>safios.<br />
Em meio a isso, está a Paróquia<br />
Santa Teresinha do Menino<br />
Jesus, que envolve três comunida<strong>de</strong>s<br />
e abrange cerca <strong>de</strong> 10 mil<br />
pessoas, cerca <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong>las<br />
empobrecidas. À frente da paróquia<br />
está Pe. Valmir Lau<strong>de</strong>lino<br />
PARÓQUIA<br />
Silvano, que conhece como poucos<br />
essa realida<strong>de</strong>.<br />
Foi nela em que nasceu e<br />
teve o seu <strong>de</strong>spertar para vida<br />
presbiteral. Há quatro anos, Pe.<br />
Valmir administra a paróquia e<br />
busca dar mais dignida<strong>de</strong> aos<br />
seus habitantes. Os <strong>de</strong>safios<br />
são encarados com o apoio das<br />
muitas li<strong>de</strong>ranças que atuam<br />
nas mais <strong>de</strong> 20 pastorais, organismos<br />
e serviços.<br />
Cadastro da Ação Social é a base para o atendimento<br />
Todas as manhãs <strong>de</strong> terça,<br />
quarta e quinta-feira, das 9h às<br />
12h, uma equipe <strong>de</strong> voluntárias<br />
da Ação Social realiza o cadastro<br />
das pessoas da comunida<strong>de</strong>.<br />
É através <strong>de</strong>le que os carentes<br />
são visitados pelo Grupo <strong>de</strong><br />
Oração, recebem alimentos, tratamento<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> gratuito e os<br />
jovens são encaminhados para<br />
o mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />
Durante o cadastramento, as<br />
pessoas passam todas as informações<br />
familiares, falam <strong>de</strong> suas<br />
dificulda<strong>de</strong>s e carências. De acordo<br />
com a necessida<strong>de</strong>, elas recebem<br />
uma cesta-básica mensal.<br />
Para isso, precisam participar<br />
<strong>de</strong> uma palestra <strong>de</strong> formação,<br />
ministrada pelo pároco ou por algum<br />
membro da ação social.<br />
Numa parceria entre a Pastoral<br />
Social e a ong Novo Horizonte,<br />
jovens da comunida<strong>de</strong><br />
A comunida<strong>de</strong> paroquial está<br />
empenhada na construção da<br />
nova Igreja Matriz. As obras tiveram<br />
início em julho <strong>de</strong>ste ano,<br />
com a <strong>de</strong>molição da antiga igreja,<br />
e a nova <strong>de</strong>ve estar concluída<br />
em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009. Atualmente<br />
as celebrações são realizadas<br />
no salão paroquial.<br />
A construção terá no total três<br />
mil metros quadrados, distribuída<br />
realizam o curso preparatório, <strong>de</strong><br />
três semanas, e são encaminhados<br />
ao mercado <strong>de</strong> trabalho. Os<br />
jovens são i<strong>de</strong>ntificados através<br />
do cadastro e a Ação Social é<br />
que faz o contato. De acordo<br />
com as necessida<strong>de</strong>s mais apresentadas<br />
em <strong>de</strong>terminado período,<br />
são realizadas campanhas<br />
específicas <strong>de</strong> doação <strong>de</strong> cobertores,<br />
roupas ou alimentos.<br />
SOS Vida – Percebendo a<br />
carência que a comunida<strong>de</strong> tinha<br />
<strong>de</strong> atendimentos médicos,<br />
sociais e jurídicos, a Paróquia<br />
criou o SOS Vida. Trata-se <strong>de</strong><br />
uma campanha em que médicos,<br />
<strong>de</strong>ntistas, psicólogos, assistentes<br />
sociais e advogados,<br />
doam duas horas por semana do<br />
seu tempo para aten<strong>de</strong>r as pessoas<br />
necessitadas. Elas são encaminhadas<br />
pela Ação Social<br />
Paróquia ganhará nova Igreja Matriz<br />
em três andares. Ela contará com<br />
estacionamento para até 100 veículos,<br />
quatro salas <strong>de</strong> encontro e<br />
uma igreja para acolher mil (1.000)<br />
pessoas sentadas. “Mesmo com<br />
a <strong>de</strong>molição da antiga igreja e as<br />
celebrações no salão, a participação<br />
dos fiéis se manteve a mesma”,<br />
comemora Pe. Valmir.<br />
Os recursos estão vindo através<br />
<strong>de</strong> várias iniciativas que en-<br />
Futura Igreja Matriz impressa no material <strong>de</strong> divugação da construção<br />
Foto JA<br />
através do cadastro. “Já conseguimos<br />
inteiramente grátis uma<br />
cirurgia no ouvido para uma criança<br />
com problemas <strong>de</strong> sur<strong>de</strong>z.<br />
Agora ela já está boa”, informa<br />
Pe. Valmir.<br />
Natal Solidário – Como forma<br />
<strong>de</strong> motivar a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, foi<br />
criado há três anos o “Desperta<br />
Floripa – Natal Solidário”. Durante<br />
o mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, a comunida<strong>de</strong><br />
é motivada a doar alimentos<br />
e brinqu<strong>ed</strong>os que são repassados<br />
a crianças empobrecidas.<br />
Este é o terceiro ano do evento.<br />
Ele é sempre realizado na<br />
Passarela do Samba e reúne mais<br />
<strong>de</strong> 1.500 pessoas. É realizada<br />
uma celebração, para serem<br />
evangelizados, e <strong>de</strong>pois as crianças<br />
recebem brinqu<strong>ed</strong>os e cestas-básicas<br />
para aten<strong>de</strong>r suas<br />
necessida<strong>de</strong>s mais básicas.<br />
volvem os paroquianos. Uma<br />
<strong>de</strong>las, é a campanha do metro<br />
quadrado: 320 famílias fazem a<br />
doação mensal <strong>de</strong> R$ 30,00 e,<br />
até o final da obra, cada uma<br />
<strong>de</strong>las terá pago um metro quadrado<br />
da construção.<br />
Outra forma <strong>de</strong> arrecadar fundos<br />
é através do Empresário<br />
Amigo da Comunida<strong>de</strong>. Eles<br />
anunciam nas par<strong>ed</strong>es da construção<br />
e pagam um valor mensal.<br />
Também às quinta-feiras,<br />
quando acontecem as celebrações<br />
carismáticas, é realizada<br />
a “Cantina da Pequena Via”,<br />
on<strong>de</strong> os participantes po<strong>de</strong>m fazer<br />
um lanche rápido antes da<br />
missa, a preços acessíveis.<br />
As crianças também dão a<br />
sua contribuição. Aquelas que<br />
estão na catequese recebem uma<br />
capelinha/cofrinho para que contribuam<br />
com suas economias.<br />
“São várias pequenas iniciativas,<br />
somando valores que estão possibilitando<br />
a construção da obra<br />
sem precisar <strong>de</strong> que alguém<br />
<strong>de</strong>sembolse gran<strong>de</strong>s volumes ou<br />
sejam realizadas <strong>de</strong>spesas maiores”,<br />
disse Pe. Valmir.<br />
Foto JA<br />
Celebração, realizada no dia 26/10, marcou o encerramento da novena <strong>de</strong> preparação<br />
para a festa <strong>de</strong> Santa Teresinha do Menino Jesus. Nas quintas-feiras, quase mil<br />
pessoas participam da celebração e recebem rosas, símbolo da Padroeira.<br />
Grupo concilia Oração e Missão<br />
O Grupo <strong>de</strong> Oração Santa<br />
Teresinha há um ano e meio <strong>de</strong>cidiu<br />
transformar as noites <strong>de</strong><br />
terça-feira, dia <strong>de</strong> suas reuniões<br />
na Matriz, em um trabalho missionário.<br />
Eles passaram a realizar<br />
visitações às casas da comunida<strong>de</strong>.<br />
Um trabalho que proporcionou<br />
o crescimento do grupo<br />
e aumentou a participação<br />
dos fiéis nas celebrações.<br />
Todas as terças-feiras, a partir<br />
das 20h, os membros são divididos<br />
e realizam a visitação <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>z casas por dia. As famílias é<br />
que solicitaram a visitação. Durante<br />
a visita, há a oração, momento<br />
<strong>de</strong> adoração, distribuída<br />
a eucaristia, é realizada a bênção<br />
das casas e dos seus moradores.<br />
A maioria das famílias não<br />
recebeu todos os sacramentos,<br />
e precisam ser evangelizadas<br />
para que possam recebê-los. “A<br />
maior parte é formada por pes-<br />
HISTÓRIA: A Paróquia <strong>de</strong><br />
Santa Teresinha do Menino Jesus<br />
está situada perto do centro<br />
da Cida<strong>de</strong>, “aos pés da Igreja<br />
do Menino Deus do Hospital <strong>de</strong><br />
Carida<strong>de</strong>”. Teve sua primeira<br />
Capela construída em 1947,<br />
numa iniciativa do Pe. Itamar<br />
Luís da Costa, então Cura da<br />
Cat<strong>ed</strong>ral. Uma pequena construção<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, tendo como<br />
padroeira Nossa Senhora <strong>de</strong><br />
Fátima.<br />
Crescendo a comunida<strong>de</strong>,<br />
em 1965 foi inaugurada uma<br />
nova Capela, espaçosa e dotada<br />
<strong>de</strong> salão paroquial. Nesse<br />
momento a padroeira passa a<br />
soas que não participam da Igreja.<br />
O nosso trabalho preten<strong>de</strong><br />
fazer isso, proporcionar que voltem<br />
ao convívio da Igreja”, disse<br />
Marlise Alves Teixeira, coor<strong>de</strong>nadora<br />
do Grupo <strong>de</strong> Oração.<br />
A comunida<strong>de</strong> é marcada<br />
pelo tráfico <strong>de</strong> drogas e pela violência,<br />
mas isso não é empecilho<br />
para os voluntários. Durante<br />
as visitas, eles são i<strong>de</strong>ntificados<br />
com a camiseta vermelha do<br />
Grupo <strong>de</strong> Oração e respeitados<br />
por on<strong>de</strong> passam. Em 2005, foi<br />
realizada uma missa campal no<br />
alto do morro, em comemoração<br />
ao encerramento das missões.<br />
Este ano, a celebração será repetida,<br />
também em <strong>de</strong>zembro.<br />
Uma procissão, realizada no dia<br />
24 <strong>de</strong> outubro, levou centenas <strong>de</strong><br />
pessoas da paróquia até o centro<br />
da comunida<strong>de</strong>. “Isto tem provocado<br />
uma aproximação cada<br />
vez maior entre a Igreja e a comunida<strong>de</strong>”,<br />
disse Pe. Valmir.<br />
ser Santa Teresinha do Menino<br />
Jesus. Mudança sugerida<br />
pelo Pe. João Cardoso, que<br />
atendia a comunida<strong>de</strong> e era<br />
pároco <strong>de</strong> Nossa Senhora da<br />
Boa Viagem, no Saco dos Limões.<br />
Durante muitos anos, a<br />
Capela foi atendida pelo Pe.<br />
P<strong>ed</strong>ro Martendal, vigário paroquial<br />
da Cat<strong>ed</strong>ral.<br />
Em 1996, a comunida<strong>de</strong> foi<br />
elevada à condição <strong>de</strong> paróquia<br />
e passou a ser confiada à Congregação<br />
dos Padres Carlistas,<br />
cujo carisma é o atendimento<br />
às migrações. Isso até julho <strong>de</strong><br />
2002, quando Pe. Valmir assumiu<br />
os trabalhos pastorais.
Cat<strong>ed</strong>ral será reaberta em <strong>de</strong>zembro<br />
Após ficar fechada por 20 meses para<br />
reformas, a Cat<strong>ed</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />
já tem data para a sua reabertura.<br />
Será no dia 08 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. O anúncio<br />
foi feito na manhã do dia 24 <strong>de</strong> outubro,<br />
em cerimônia que contou com a presença<br />
<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s municipais, estaduais,<br />
do clero arquidiocesano e da comissão<br />
<strong>de</strong> restauração da Cat<strong>ed</strong>ral.<br />
Na oportunida<strong>de</strong>, foi feita a prestação<br />
<strong>de</strong> contas da primeira fase das obras <strong>de</strong><br />
restauração. Foram investidos 2,3 milhões,<br />
entre recursos estaduais, municipais<br />
e <strong>de</strong> campanhas organizadas na própria<br />
Cat<strong>ed</strong>ral.<br />
Durante a solenida<strong>de</strong>, Pe. Francisco<br />
<strong>de</strong> Assis Wloch, pároco da Cat<strong>ed</strong>ral, justificou<br />
a escolha do dia 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
para a reabertura por ser o dia da<br />
Imaculada Conceição. Também porque<br />
nesse dia a Cat<strong>ed</strong>ral celebrar o jubileu <strong>de</strong><br />
50 anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação presbiteral do Pe.<br />
Luiz João Bertotti, vigário paroquial.<br />
Pe. Chico lembrou que teve que assinar<br />
um termo <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> caso<br />
algum aci<strong>de</strong>nte aconteça. “Como estava,<br />
a igreja colocava em risco a vida dos fiéis”,<br />
disse. Segundo o nosso arcebispo<br />
Dom Murilo Krieger, “foi a m<strong>ed</strong>ida mais<br />
acertada”. Ele acompanhou o processo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início e participou da solenida<strong>de</strong>.<br />
A Cat<strong>ed</strong>ral foi fechada em 25 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> 2005 após uma empresa contratada,<br />
através <strong>de</strong> laudo técnico, constatar<br />
que a estrutura estava abalada, colocando<br />
em risco os fiéis. Em agosto <strong>de</strong> 2005,<br />
a empresa Concrejato Serviços Técnicos<br />
<strong>de</strong> Engenharia SA, especializada em restauração<br />
<strong>de</strong> templos, iniciou os trabalhos<br />
<strong>de</strong> restauração.<br />
Apesar da reabertura anunciada para<br />
o da 08 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, as obras ainda não<br />
estarão concluídas até lá. Ainda faltarão<br />
a recuperação dos altares e <strong>de</strong> pintura<br />
interna. As obras continuarão sem interrupção.<br />
Um sistema <strong>de</strong> proteção especial<br />
foi colocado nas partes que estarão<br />
sendo restauradas.<br />
As obras que faltam até a reabertura<br />
<strong>de</strong>vem custar ainda cerca <strong>de</strong> R$ 560 mil.<br />
Os recurso virão <strong>de</strong> um convênio firmado<br />
com o Governo do Estado, que fará o repasse<br />
em etapas. A primeira, <strong>de</strong> R$ 200<br />
mil, será repassada na primeira quinzena<br />
<strong>de</strong> novembro. As outras, conforme as<br />
obras forem seguindo.<br />
Estrutura comprometida<br />
Durante a solenida<strong>de</strong>, ficaram expostos<br />
alguns materiais que faziam parte da<br />
estrutura e foram substituídos. Ma<strong>de</strong>ira<br />
comida pelo cupim, parafusos e pregos<br />
enferrujados, por exemplo.<br />
Segundo Wilson Braga, engenheiro<br />
responsável pela obra, havia ma<strong>de</strong>ira do<br />
estuque com 20x20 cm que estava com<br />
mais da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu tamanho comido<br />
pelo cupim e pela umida<strong>de</strong> ao longo dos<br />
anos. “Se não fizéssemos a substituição,<br />
por certo mais c<strong>ed</strong>o ou mais tar<strong>de</strong> o teto<br />
iria ruir”, disse.<br />
Pe. Chico (esq.) mostra ao governador do Estado, Pinho Moreira, e a Dom Murilo,<br />
peças comprometidas que estavam na construção e foram substituídas.<br />
Coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> Catequese refletem sobre a Bíblia<br />
A Coor<strong>de</strong>nação Nacional da Pastoral<br />
Catequética realizou, nos dias 19 a 22<br />
<strong>de</strong> outubro, na Casa <strong>de</strong> Encontros Sagrada<br />
Família, em São Paulo, o IV Seminário<br />
Nacional <strong>de</strong> Animação Bíblica. Destinado<br />
aos coor<strong>de</strong>nadores diocesanos <strong>de</strong><br />
Catequese <strong>de</strong> todos os regionais da<br />
CNBB, o evento teve como tema “Educação<br />
Bíblica na Tradição Judaica e Cristã”<br />
e contou com vários assessores <strong>de</strong> Bíblia<br />
e Catequese, na maioria professores<br />
das áreas.<br />
Nos últimos anos, a Igreja tem dado<br />
gran<strong>de</strong> importância para a Bíblia na<br />
Catequese. O próprio Diretório Nacional<br />
<strong>de</strong> Catequese dá suma importância à<br />
Palavra <strong>de</strong> Deus, e a coloca como fundamento<br />
da Catequese, dizendo que a Bíblia<br />
é o “livro por excelência”.<br />
“No Seminário se <strong>de</strong>u muita importância<br />
à tradição judaica como raiz da tradição<br />
cristã”, disse Irmã Marlene Bertoldi,<br />
coor<strong>de</strong>nadora Arquidiocesana <strong>de</strong> Catequese<br />
e nossa representante no evento.<br />
Foto JA<br />
ESPIRITUALIDADE<br />
O mês <strong>de</strong> novembro é inaugurado com a<br />
Festa <strong>de</strong> todos os Santos (dia 1º ), e no dia<br />
seguinte celebra-se a Comemoração dos Fiéis<br />
Defuntos, o Finados. O gênio litúrgico latino antepôs<br />
o dia <strong>de</strong> todos os Santos ao dia dos mortos:<br />
a santida<strong>de</strong> estimula a vida humana a caminhar<br />
para Deus. Nossa opção por Deus é prec<strong>ed</strong>ida<br />
da contemplação estimulante dos que já<br />
se encontram com ele na eternida<strong>de</strong>.<br />
Nós cremos na oração em favor dos vivos e<br />
dos mortos, porque Cristo, o único m<strong>ed</strong>iador,<br />
está no meio <strong>de</strong> todos e leva ao Pai nossas<br />
preces. O amor <strong>de</strong> Deus não permanece insensível<br />
às súplicas <strong>de</strong> seus filhos, e também se<br />
sensibiliza se algum <strong>de</strong> seus filhos opta pelo caminho<br />
da perdição.<br />
Martin Hei<strong>de</strong>gger, filósofo alemão, afirmou<br />
que “a morte é a plenitu<strong>de</strong> da vida”: como cristãos,<br />
po<strong>de</strong>mos d<strong>ed</strong>uzir que é o momento em que<br />
abrimos nossas mãos diante <strong>de</strong> Deus e lhe apresentamos<br />
tudo o que fizemos com o dom <strong>de</strong> nossa<br />
vida. Quem sabe, naquele momento, muito<br />
pouco <strong>de</strong> bom teremos a mostrar mas, esse é o<br />
milagre, po<strong>de</strong>mos mostrar ao Senhor as orações<br />
que se fizeram ou farão por nós. E o coração<br />
divino se enternecerá diante <strong>de</strong> tantos que<br />
por nós rezam ou rezarão: Ele, eterno presente,<br />
tudo conhece.<br />
É da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um coração cristão<br />
rezar pelos que morrem e pelos quais ninguém<br />
chora, reza, pelos que são sepultados como “indigentes”,<br />
como necessitados, dos quais ninguém<br />
tem necessida<strong>de</strong>. Rezar por aqueles aos quais<br />
tantos “mandam” para o inferno! ”Saber amar<br />
aqueles que se per<strong>de</strong>ram e amá-los mesmo na<br />
sua perdição”, ensinava o humil<strong>de</strong> mendigo romano,<br />
São Bento Labre. Também os que<br />
porventura estão no inferno são amados por<br />
Deus e <strong>de</strong>vem ser amados por nós. Até po<strong>de</strong>mos<br />
crer que antes do Juízo final eles serão<br />
tocados pelo amor e reavaliarão sua opção <strong>de</strong><br />
uma eternida<strong>de</strong> sem Deus. O amor tudo quer e<br />
tudo po<strong>de</strong>!<br />
Se estamos sofrendo, ofertemos as dores:<br />
todas as dores que não libertam são dores perdidas.<br />
Por que <strong>de</strong>sperdiçá-las? Cada vez que<br />
resgatamos um pecado, tornamos o mundo melhor.<br />
Esse resgate é a retribuição que po<strong>de</strong>mos<br />
apresentar aos milhões <strong>de</strong> inocentes sofr<strong>ed</strong>ores<br />
que remendam continuamente o tecido do mundo<br />
rasgado pelo pecado. O sofrimento do inocente<br />
clama ao céu por justiça e pela r<strong>ed</strong>enção<br />
dos injustos.<br />
O inferno – anjos e<br />
homens sem rosto<br />
O inferno é a consciência trágica da nãocomunhão,<br />
a consciência <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> do<br />
próprio eu. É fruto <strong>de</strong> uma escolha, na vida<br />
terrena, <strong>de</strong> viver sem comunhão. O homem foi<br />
feito para a comunhão com Deus, com os outros<br />
e, ao mesmo tempo, sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar curvado<br />
sobre si mesmo priva-o <strong>de</strong>ssa comunhão.<br />
É, para o con<strong>de</strong>nado, <strong>de</strong>sespero em estado puro<br />
saber que continua sendo uma pessoa e escolhendo<br />
um modo <strong>de</strong> vida radicalmente contrário.<br />
São Macário (século IV) afirma que um con-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -9<br />
Creio na Comunhão dos Santos<br />
<strong>de</strong>nado lhe contou que seu suplício no inferno<br />
era não po<strong>de</strong>r ver a face do outro; eles estão ali,<br />
lado a lado, até <strong>de</strong> mãos dadas, mas não se<br />
po<strong>de</strong>m ver. De tempo em tempo, graças às orações<br />
dos cristãos, um po<strong>de</strong> ligeiramente ver a<br />
face do outro e o sofrimento é diminuído. Estamos<br />
doentes quando uma agressão nos suprimiu a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos comunicar, a comunhão. O<br />
pecado é a tentativa <strong>de</strong> preencher essa solidão<br />
existencial.<br />
É o rosto que caracteriza os seres que só<br />
po<strong>de</strong>m viver se em comunhão: Deus, os anjos,<br />
os seres humanos. O <strong>de</strong>mônio não tem mais<br />
rosto e, por isso, procura suprimir o rosto dos<br />
outros (Bertrand Vergely, filósofo e teólogo ortodoxo<br />
francês, nascido em 1953). Cair em tentação<br />
é c<strong>ed</strong>er o próprio rosto ao <strong>de</strong>mônio e entrar<br />
em <strong>de</strong>sespero, tentando roubar o rosto do próximo,<br />
provocando violência avassaladora. O pecador<br />
vive essa realida<strong>de</strong> infernal, mas <strong>de</strong>la po<strong>de</strong><br />
se libertar tanto por abertura à graça quanto<br />
pela prece dos fiéis.<br />
O céu – Deus, anjos e<br />
homens em comunhão<br />
“A fé cristã não é um sistema <strong>de</strong> doutrinas,<br />
mas o modo <strong>de</strong> reabilitar o homem <strong>de</strong>caído, em<br />
virtu<strong>de</strong> da crucifixão do Homem-Deus e com a<br />
graça do Espírito Santo” (Teófano o Recluso,<br />
Cartas I, 135). A fé cristã nos tira da solidão em<br />
que o pecado nos mergulha e, através do Filho<br />
que assumiu a natureza humana, recupera a<br />
felicida<strong>de</strong> da comunhão e, nela, a verda<strong>de</strong>ira<br />
oração leva a uma intensificação do amor pelo<br />
próximo. E o amor pelo próximo leva a uma<br />
intensificação da oração.<br />
“A maior graça que temos é saber que os<br />
outros existem!” (Simone Weil, 1909-1943). Não<br />
há maior felicida<strong>de</strong> para um ser r<strong>ed</strong>imido do que<br />
saber que há outras pessoas diante <strong>de</strong>le, pois<br />
“o maior dom que po<strong>de</strong>mos receber é o outro”.<br />
A jovem convertida francesa, mística cristã sem<br />
nunca p<strong>ed</strong>ir o batismo, conclui que é o outro que<br />
nos possibilita dar sentido à vida através da ação<br />
e da contemplação: agir pelo Outro/outro, contemplar<br />
o Outro/outro, isto é, Deus e o homem.<br />
Se no pecado c<strong>ed</strong>emos nosso rosto para o<br />
<strong>de</strong>mônio e o roubamos do outro, na vida celeste<br />
da graça o rosto é transfigurado e procurado,<br />
porque refletido sempre na Luz do rosto divino.<br />
O céu é a comunhão com Deus. À imagem<br />
da Trinda<strong>de</strong>, um Deus em três Pessoas, somos/<br />
seremos um com Deus, <strong>de</strong>le inseparáveis na<br />
comunhão eterna: nossa existência individual<br />
não subsistirá e sim, nossa pessoa, que é sempre<br />
comunhão. A melhor imagem do Céu é a<br />
Liturgia: a comunhão <strong>de</strong> todos na Trinda<strong>de</strong> ao<br />
r<strong>ed</strong>or da mesa que se faz altar. Felizes nós, os<br />
convidados para a Ceia do Senhor!: naquele<br />
dia, que será dia para sempre, não seremos<br />
mais convidados, mas comensais. E queremos,<br />
<strong>de</strong> coração, que toda a família humana esteja<br />
reunida na comunhão eterna.<br />
Pe. José Artulino Besen<br />
Professor no ITESC e pároco em Itajaí<br />
www.ecclesia.com.br/padrebesen/main.htm
10-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
Relatos dos Encontros Paroquiais e Comarcais<br />
Comarca <strong>de</strong> Santo Amaro<br />
Em 14 <strong>de</strong> outubro, durante a<br />
manhã <strong>de</strong> domingo, a comarca<br />
<strong>de</strong> Santo Amaro realizou o Encontro<br />
Comarcal com os animadores/as<br />
dos GBFs, na paróquia<br />
<strong>de</strong> Angelina. O encontro foi conduzido<br />
pelo Frei Nolvi Dalla Costa,<br />
com a participação <strong>de</strong> 130<br />
animadores/as. Irmã Luzia Pereira<br />
trabalhou a fundamentação<br />
bíblica e a fundamentação<br />
trinitária. Iniciou dizendo que os<br />
GBFs são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> motivação<br />
para a Igreja e que são fundamentados<br />
na Bíblia. O livro “Igreja<br />
nas casas” é um bom subsidio<br />
para os animadores/as.<br />
Unidos ao gran<strong>de</strong> amor <strong>de</strong> Jesus,<br />
somos instrumentos <strong>de</strong> Deus<br />
na vida da Igreja, na vida da comunida<strong>de</strong>.<br />
Assim se afirma a pratica<br />
dos GBFs, que não vem <strong>de</strong><br />
hoje e sim <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da Igreja.<br />
Também refletiu-se passo a<br />
passo nos “10 mandamentos da<br />
espiritualida<strong>de</strong> do animador. Frei<br />
Nolvi Dalla Costa finalizou com<br />
a celebração <strong>de</strong> envio. Todos retornaram<br />
a suas casas alegres, animados<br />
e encorajados para incentivar,<br />
consolidar os GBFs como<br />
Priorida<strong>de</strong> da Ação Evangelizadora<br />
na sua comunida<strong>de</strong>.<br />
Comarca da Ilha<br />
No dia 22 <strong>de</strong> outubro, na<br />
Comarca da Ilha, o Encontro<br />
Comarcal teve lugar na Paróquia<br />
Nossa Senhora da Imaculada<br />
Conceição da Lagoa. Roberto<br />
Iunskovski, convidado pela equipe<br />
comarcal, assessorou os trabalhos<br />
no sentido <strong>de</strong> justificar os<br />
GBFs em nossas comunida<strong>de</strong>s.<br />
Na exposição do tema, Roberto<br />
frisou que a verda<strong>de</strong>ira e autêntica<br />
Igreja se concretiza nos pequenos<br />
grupos que se reúnem<br />
nas casas, tendo como objetivo<br />
ler e partilhar os textos sagrados<br />
para po<strong>de</strong>r vivenciá-los, em comum-unida<strong>de</strong>.<br />
Os cristãos seguem<br />
o mandato do Senhor,<br />
quando ensinou que não po<strong>de</strong>mos<br />
amar só o nosso amigo, mas<br />
também o nosso inimigo. Além<br />
dos momentos <strong>de</strong> oração, o grupo<br />
parte <strong>de</strong>pois para uma ação<br />
social, resultado e fruto da carida<strong>de</strong><br />
para com o próximo. Tal<br />
gesto concreto <strong>de</strong>ve ser uma<br />
atitu<strong>de</strong> libertadora, à semelhança<br />
das ações <strong>de</strong> Jesus. Os<br />
GBFs se reúnem <strong>de</strong>pois na gran<strong>de</strong><br />
assembléia do povo <strong>de</strong> Deus,<br />
para celebrar a vida, a r<strong>ed</strong>enção<br />
e a espera da vinda gloriosa do<br />
Senhor. Diác. P<strong>ed</strong>ro Carbonera<br />
Paróquia <strong>de</strong> Santo Antônio<br />
Realizado dia 30 <strong>de</strong> setembro,<br />
das 14h às 17h, no Salão<br />
Paroquial, tendo como objeti-<br />
Participantes da Comarca da Ilha reunidos na Paróquia da Lagoa<br />
vos: conscientizar os Agentes<br />
<strong>de</strong> Pastorais da Paróquia Santo<br />
Antônio, que os Grupos Bíblicos<br />
em Família são priorida<strong>de</strong> da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> e portanto também<br />
em nossa paróquia; <strong>de</strong>safiar os<br />
agentes a serem animadores <strong>de</strong><br />
novos Grupos. Participaram 22<br />
agentes das diversas pastorais<br />
da paróquia. Inicialmente a Ministra<br />
da Palavra, Edithe Perin,<br />
fez uma explanação partilhada<br />
da apostila “Grupos Bíblicos em<br />
Família – Priorida<strong>de</strong> da Ação<br />
Evangelizadora da <strong>Arquidiocese</strong>”<br />
e das “Orientações Básicas para<br />
Animadores dos Grupos” e a utilização<br />
da simbologia nos Encontros.<br />
Na seqüência, os<br />
cincos sub-grupos <strong>de</strong>senvolveram<br />
o Encontro 16º do livreto do<br />
Tempo Comum, que tem como<br />
tema - Discípulos e missionários<br />
<strong>de</strong> Jesus Cristo. Lemos e<br />
refletimos passo a passo, levantando<br />
os compromissos e dificulda<strong>de</strong>s<br />
encontradas, apresentados<br />
<strong>de</strong>pois em plenária. Conclusões:<br />
1) Formar novos grupos<br />
– cada agente sendo um<br />
animador <strong>de</strong> grupo, dando um<br />
impulso maior com as novenas<br />
<strong>de</strong> Natal; 2) Aprofundar nosso<br />
conhecimento bíblico para dar<br />
mais segurança ao agente; 3)<br />
Envolver e preparar outros agentes<br />
<strong>de</strong> pastorais; 4) Divulgar os<br />
grupos, as datas e locais on<strong>de</strong><br />
se encontram.<br />
Paróquia São João<br />
Evangelista – Biguaçu<br />
O Encontro Paroquial para<br />
Animadores/as dos GBFs aconteceu<br />
no dia 24 <strong>de</strong> setembro. Foi<br />
muito feliz a assessoria <strong>de</strong> Moacir<br />
Albuquerque, que trabalhou o<br />
tema: Relações familiares e a<br />
família inserida no Projeto <strong>de</strong><br />
Deus. Buscando em textos bíblicos,<br />
relatos da trajetória da família<br />
na história, fez enten<strong>de</strong>r que<br />
esta sofreu modificações e adaptações<br />
até chegar ao novo contexto<br />
<strong>de</strong> vida atual. Destacou também<br />
o papel da mulher, que hoje<br />
tem uma vida ativa, participando<br />
em todos os setores da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />
assumindo cargos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
e serviços diversos, que antes<br />
só competiam aos homens.<br />
O encontro transcorreu com a<br />
participação e atenção <strong>de</strong> todo o<br />
grupo, voltado ao palestrante que,<br />
com linguagem acessível, e dinâmica,<br />
proporcionou um encontro<br />
agradável. No período da tar<strong>de</strong>,<br />
houve trabalho <strong>de</strong> grupo, a partir<br />
dos textos bíblicos: Ex 20, 1-21 e<br />
Lc 15, 11-32. Os Grupos apontam<br />
caminhos para reconstruir a<br />
boa relação em nossas famílias,<br />
comunida<strong>de</strong>s e soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, contribuindo<br />
para o projeto do Reino<br />
<strong>de</strong> Deus que <strong>de</strong>ve acontecer aqui<br />
e agora. À luz da Palavra <strong>de</strong> Deus,<br />
essas constatações e conclusões<br />
<strong>de</strong>vem ser revistas e aplicadas no<br />
dia-a-dia do animador/a, da família<br />
e da comunida<strong>de</strong>, para uma<br />
soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> transformada segundo<br />
o projeto <strong>de</strong> Deus.<br />
Lenice S. <strong>de</strong> Souza do Nascimento,<br />
Animadora <strong>de</strong> Grupo<br />
Grupos Bíblicos em Família –<br />
um jeito <strong>de</strong> “Ser Igreja”<br />
Cresce, nos Grupos Bíblicos<br />
em Família, uma prática,<br />
um jeito <strong>de</strong> ser Igreja comprometida<br />
com a vida dos irmãos<br />
e irmãs a exemplo <strong>de</strong> Jesus<br />
Cristo. Esta prática eclesial<br />
dá-se no modo <strong>de</strong> evangelizar<br />
nos Grupos Bíblicos em Família.<br />
O fato <strong>de</strong> várias famílias<br />
reunirem-se, quase que<br />
semanalmente, nas casas,<br />
faz com que as pessoas tenham<br />
alguns sentimentos comuns,<br />
que po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar<br />
como passos <strong>de</strong> uma<br />
metodologia.<br />
Destacamos três: um primeiro<br />
aspecto é o encontro.<br />
O fato <strong>de</strong> as pessoas se reunirem<br />
com freqüência, num<br />
clima fraterno, <strong>de</strong> acolhimento,<br />
valorizando todas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e profissão,<br />
grau <strong>de</strong> estudo, <strong>de</strong>sperta o<br />
cuidado com a vida em comum.<br />
No entanto, há uma especial<br />
atenção com os mais<br />
pobres, que vivem nas proximida<strong>de</strong>s<br />
do grupo.<br />
Um segundo aspecto é a<br />
palavra. O grupo é um espaço<br />
em que toda pessoa tem vez<br />
e voz. Po<strong>de</strong> falar e é ouvida.<br />
Esta palavra é iluminada pela<br />
Palavra <strong>de</strong> Deus. Sempre é<br />
feita a leitura <strong>de</strong> um texto bíblico.<br />
Em conjunto, as pessoas<br />
procuram enten<strong>de</strong>r o sentido e<br />
<strong>de</strong>le tirar ensina-mentos, para<br />
si e para a comunida<strong>de</strong>. Fazse<br />
uma ligação entre a palavra<br />
<strong>de</strong> vida do grupo e a da Bíblia.<br />
Desta relação brotam ensinamentos<br />
e práticas.<br />
O terceiro aspecto é a vida<br />
dos irmãos e irmãs. O clima<br />
Agentes dos GBFs da Paróquia Santo Antônio discutiram formação <strong>de</strong> novos grupos<br />
<strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>, a iluminação<br />
da Palavra <strong>de</strong> Deus, o próprio<br />
falar das pessoas, gera um<br />
compromisso: “O que fazer<br />
com aquela família que precisa<br />
<strong>de</strong> ajuda?” Quando alguém<br />
do grupo apresenta esta situação,<br />
vêm as propostas concretas<br />
<strong>de</strong> transformar a fé em<br />
obras.<br />
Quando as pessoas dos<br />
grupos não têm condições próprias<br />
<strong>de</strong> resolver a situação<br />
apresentada, se organizam,<br />
fazem uma lista das necessida<strong>de</strong>s<br />
e mobilizam as pessoas<br />
da comunida<strong>de</strong>, numa ação<br />
conjunta em forma <strong>de</strong> mutirão,<br />
em favor da família ou da pessoa<br />
necessitada. “Tudo o que<br />
fizer<strong>de</strong>s ao menor nos meus<br />
irmãos é a mim que o fareis”<br />
(Mt 25,40). É este espírito, <strong>de</strong>spertado<br />
e cultivado nos GBF,<br />
que faz as pessoas rezarem <strong>de</strong><br />
um jeito diferente, com os irmãos<br />
e irmãs que mais precisam<br />
<strong>de</strong> um gesto <strong>de</strong> amor.<br />
As pessoas que vivem esta<br />
prática são sinais <strong>de</strong> Deus na<br />
comunida<strong>de</strong> e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />
assumindo o projeto <strong>de</strong> Jesus<br />
– “Eu vim para que todos tenham<br />
vida e a tenham em<br />
abundância” (Jo 10,10) – como<br />
seu plano <strong>de</strong> vida na construção<br />
do Reino. Assim, os GBF<br />
unem fé e vida e se colocam<br />
a serviço, fortalecendo as comunida<strong>de</strong>s<br />
e as paróquias,<br />
consi<strong>de</strong>rando a pessoa, a imagem<br />
<strong>de</strong> Deus. Assim, aos poucos,<br />
vai revivendo a chama<br />
acesa das primeiras comunida<strong>de</strong>s<br />
cristãs: “Todos que<br />
abraçaram a fé eram unidos e<br />
colocavam tudo em comum”<br />
(Atos 2, 42).<br />
Este jeito <strong>de</strong> rezar e agir<br />
caracteriza os GBF e dá nova<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> aos cristãos e cristãs<br />
que participam, rezam, refletem<br />
e põem em prática os<br />
ensinamentos <strong>de</strong> Jesus. Esta<br />
é uma prática que está presente,<br />
<strong>de</strong> diversas maneiras, nos<br />
2500 Grupos Bíblicos em Família<br />
que há em nossa <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
É a ação do Espírito<br />
<strong>de</strong> Deus agindo em cada pessoa<br />
que participa dos pequenos<br />
grupos, constituindo a<br />
Igreja Povo <strong>de</strong> Deus, formando<br />
comunida<strong>de</strong>s eclesiais, seguidoras<br />
<strong>de</strong> Jesus.
CF-2007<br />
Seminário Regional reflete sobre a CF-2007<br />
e Amazônia”,<br />
é o tema da CNBB para a<br />
“Fraternida<strong>de</strong><br />
Campanha da Fraternida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 2007, que tem como<br />
lema “Vida e missão neste chão”.<br />
Para aprofundar esta iniciativa da<br />
Igreja no Brasil, cerca <strong>de</strong> 70 li<strong>de</strong>ranças,<br />
representando nove das<br />
<strong>de</strong>z dioceses do Estado, estiveram<br />
reunidas nos dias 13, 14 e<br />
15 <strong>de</strong> outubro no Centro <strong>de</strong> Formação<br />
Católica, em Lages, para<br />
participar do Seminário Regional<br />
<strong>de</strong> Preparação para a CF-2007.<br />
A <strong>Arquidiocese</strong> esteve representada<br />
por 17 li<strong>de</strong>ranças.<br />
O encontro teve a assessoria<br />
<strong>de</strong> Ivo Poletto, assessor nacional<br />
da Campanha da Fraternida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 2007, que há 30 anos<br />
estuda a Amazônia e que foi um<br />
dos responsáveis pela elaboração<br />
do Texto-Base, principal referência<br />
para trabalhar o tema nas comunida<strong>de</strong>s.<br />
“Uma das metas da<br />
CF-2007 é fazer com que a Amazônia<br />
seja conhecida a partir <strong>de</strong><br />
seus povos”, disse Ivo.<br />
Segundo ele, hoje há 208 mil<br />
indígenas na floresta e cerca <strong>de</strong><br />
61 mil nas cida<strong>de</strong>s. Há 500<br />
anos, porém, eram mais <strong>de</strong> três<br />
milhões. Durante o Seminário, Ivo<br />
explicou que o Brasil possui seis<br />
biomas: Floresta Amazônica;<br />
Caatinga; Serrado; Pantanal;<br />
Mata Atlântica; Campos (ou<br />
Pampas). Desses, a floresta<br />
amazônica é o maior, ocupando<br />
Para <strong>de</strong>finir os próximos passos<br />
da <strong>Arquidiocese</strong> em relação<br />
à CF-2007, alguns dos que participaram<br />
do Seminário Regional<br />
em Lages, estiveram reunidos na<br />
manhã do dia 28 <strong>de</strong> outubro, no<br />
58% do território nacional. Apesar<br />
<strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>smatamentos,<br />
é ainda o que menos sofreu a<br />
influência do homem.<br />
Discussão em grupos<br />
No Seminário, os participantes<br />
foram divididos em grupos. Em<br />
um dos momentos, respon<strong>de</strong>ram<br />
a três perguntas: 1) Esta reflexão<br />
ilumina e ajuda a ter uma visão<br />
crítica da realida<strong>de</strong> da Amazônia?<br />
2) Que apro-fundamento o grupo<br />
propõe? 3) Que critérios para o<br />
agir da CF esta reflexão sugere?<br />
Em outro momento, os participantes<br />
se reuniram para propor formas<br />
<strong>de</strong> trabalhar com o tema da<br />
Campanha da Fraternida<strong>de</strong> no Regional<br />
e nas dioceses. Eles também<br />
sugeriram alternativas para<br />
utilizar o Fundo Diocesano <strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />
Ao final do encontro, ficou<br />
<strong>de</strong>finido que será criado um subsídio<br />
sobre o bioma Mata Atlântica,<br />
o bioma <strong>de</strong> Santa Catarina.<br />
Também ficou <strong>de</strong>finida a criação<br />
do Fundo Diocesano <strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
nas dioceses em que não<br />
existe e fortalecer on<strong>de</strong> já existe.<br />
Os participantes sugeriram,<br />
como encaminhamento, que haja<br />
reuniões nas dioceses para avaliação<br />
final e discussão sobre o<br />
que se fará em cada uma <strong>de</strong>las.<br />
<strong>Arquidiocese</strong> terá seminários para as li<strong>de</strong>ranças<br />
auditório da Cúria Metropolitana.<br />
Durante o encontro ficou <strong>de</strong>finido<br />
que a <strong>Arquidiocese</strong> fará prélançamentos<br />
da Campanha em<br />
alguns locais estratégicos.<br />
Haverá um pré-lançamento em<br />
Participantes do Seminário <strong>de</strong> Lages <strong>de</strong>finiram caminhos da CF na <strong>Arquidiocese</strong><br />
Participantes, representando todas as dioceses do Estado, reunidos em Lages<br />
Foto JA<br />
<strong>Florianópolis</strong>, na paróquia Santo<br />
Antônio; em Palhoça, na paróquia<br />
Senhor Bom Jesus <strong>de</strong> Nazaré; em<br />
Balneário Camboriú, na Paróquia<br />
São Sebastião; e em Rancho<br />
Queimado, na Igreja do Imaculado<br />
Coração <strong>de</strong> Maria. Ainda haverá<br />
um Seminário em Leoberto Leal.<br />
“O nosso objetivo é realizar<br />
Seminários em pontos que possam<br />
reunir o maior número <strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong>s para favorecer a<br />
participação <strong>de</strong> mais li<strong>de</strong>ranças”,<br />
disse A<strong>de</strong>lir da Silva Raupp, coor<strong>de</strong>nadora<br />
da CF-2007 na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Nos outros anos, os<br />
seminários aconteciam em apenas<br />
duas regiões. Os participantes<br />
do encontro <strong>de</strong> Lages foram<br />
distribuídos em equipes para ministrar<br />
os seminários na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
As datas ainda não foram<br />
<strong>de</strong>finidas. Mas <strong>de</strong>vem acontecer<br />
entre fevereiro e março, no<br />
sábado e domingo.<br />
Foto JA<br />
Em entrevista ao Jornal da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, Ivo Poletto, assessor<br />
do Seminário <strong>de</strong> Preparação da CF-<br />
2007, fala dos objetivos da Campanha,<br />
como po<strong>de</strong>remos nos engajar,<br />
como acontecerá nas comunida<strong>de</strong>s,<br />
e a proposta <strong>de</strong> gesto concreto.<br />
JA - Quais os objetivos da CNBB<br />
ao adotar a Amazônica como tema da<br />
CF-2007?<br />
Ivo Poletto - Po<strong>de</strong>mos resumir,<br />
creio, em dois: criar oportunida<strong>de</strong><br />
para que todo o Brasil – e especialmente<br />
os membros das comunida<strong>de</strong>s<br />
da Igreja Católica – conheçam a<br />
realida<strong>de</strong>, os clamores, os valores e<br />
as propostas dos povos da Amazônia,<br />
<strong>de</strong>senvolvendo ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
em seu favor; em segundo<br />
lugar, <strong>de</strong>spertar as pessoas a acolherem<br />
a Amazônia como uma profecia,<br />
que <strong>de</strong>nuncia a <strong>de</strong>struição do meio<br />
ambiente da vida em favor <strong>de</strong> um progresso<br />
que enriquece a poucos e<br />
empobrece a muitos, e anuncia a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uma convivência a<strong>de</strong>quada<br />
e diferente com a floresta e<br />
<strong>de</strong>mais fatores favoráveis à vida no<br />
bioma Amazônia. Por isso, a fraternida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve expressar-se<br />
também em ações a serem <strong>de</strong>senvolvidas<br />
em cada bioma em que as pessoas<br />
e comunida<strong>de</strong>s vivem.<br />
JA - A Amazônia é ainda uma realida<strong>de</strong><br />
distante da maioria dos brasileiros.<br />
Como po<strong>de</strong>remos nos engajar<br />
nesta Campanha da Fraternida<strong>de</strong>?<br />
Ivo - Em primeiro lugar, criando<br />
espaços <strong>de</strong> estudo e <strong>de</strong> reflexão sobre<br />
o tema. É fundamental que a Amazônia<br />
seja reconhecida e amada como<br />
um bioma, um berço <strong>de</strong> vida único,<br />
com potencialida<strong>de</strong>s e limites para se<br />
viver nele. Dando este passo, que se<br />
alimente a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> às propostas<br />
dos povos indígenas, dos povos das<br />
florestas, dos ribeirinhos, das mulheres,<br />
dos pobres das cida<strong>de</strong>s, das<br />
CEBs, que <strong>de</strong>sejam uma Nova Amazônia,<br />
planejada a partir <strong>de</strong> lá, com<br />
participação <strong>de</strong>les, e voltada para a<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> todos os seres<br />
vivos do bioma. Em segundo lugar,<br />
será importante tomar conhecimento<br />
da situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio em que<br />
se encontra a vida nos outros cinco<br />
biomas brasileiros: Pantanal, Cerrado,<br />
Caatinga (Semi-árido), Mata Atlântica<br />
e Pampa, no extremo Sul do país.<br />
JA - Como a CNBB preten<strong>de</strong> que<br />
a CF seja <strong>de</strong>senvolvida nas comunida<strong>de</strong>s?<br />
Ivo - Ela <strong>de</strong>seja e espera que<br />
sejam organizadas equipes em cada<br />
comunida<strong>de</strong> para animar a CF. E que<br />
essas equipes seja criativas para provocar<br />
iniciativas nas comunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -11<br />
“A Amazônia <strong>de</strong>ve ser<br />
acolhida como uma profecia”<br />
eclesiais, mas também em outros espaços<br />
da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, nas Escolas e<br />
Universida<strong>de</strong>s, por exemplo, em que<br />
a Amazônia po<strong>de</strong> ser eixo transversal<br />
no processo p<strong>ed</strong>agógico e on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<br />
ser organizados seminários sobre<br />
a temática. Será muito importante<br />
acionar todos os meios <strong>de</strong> comunicação<br />
existentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os boletins pastorais,<br />
paroquiais, diocesanos, <strong>de</strong> pastorais<br />
sociais, atingindo também as emissoras<br />
<strong>de</strong> rádio e tv...<br />
JA – Comenta-se que países propõem<br />
a internacionalização da Amazônia.<br />
O que há <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> nisso?<br />
Ivo - Existe a proposta, sim, e <strong>de</strong><br />
longa data. Recentemente, um ministro<br />
do governo inglês retomou a questão,<br />
instigando as empresas a investirem<br />
para controlar a Amazônia. Dois<br />
são os objetivos <strong>de</strong>ssas propostas: alguns,<br />
<strong>de</strong> boa fé, <strong>de</strong>sejam a preservação<br />
para evitar o <strong>de</strong>sastre final do Planeta,<br />
e acham que o Brasil não estaria<br />
apto a assumir a tarefa; a maioria dos<br />
governantes e empresários, contudo,<br />
<strong>de</strong>sejam mais a reserva das riquezas<br />
da região para futuros negócios do que<br />
a recuperação do equilíbrio do Planeta.<br />
De fato, a Amazônia é área <strong>de</strong> cobiça<br />
para os que só pensam em negócios,<br />
já que ela preserva riquezas <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> interesse estratégico, como a<br />
água, a biodiversida<strong>de</strong>, os minérios...<br />
JA - Na maioria das CFs, é realizada<br />
alguma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinada a ser<br />
um gesto concreto da Campanha. Foi<br />
pensado em algo para esta CF?<br />
Ivo - Além das iniciativas em favor<br />
dos povos da Amazônia e das que<br />
objetivam enfrentar os <strong>de</strong>sequilíbrios<br />
dos <strong>de</strong>mais biomas, sugere-se a gran<strong>de</strong><br />
mobilização <strong>de</strong> forças sociais em<br />
favor da proposta das organizações<br />
dos povos amazônicos por uma “Nova<br />
Amazônia”. Além disso, sugere-se<br />
mobilização nacional exigindo que o<br />
Judiciário só execute or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />
em áreas <strong>de</strong> conflito <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> apreciado o mérito e <strong>de</strong>finido o<br />
direito real à terra.<br />
Foto JA<br />
Ivo Poletto assessorou o Seminário<br />
da CF-2007, realizado em Lages
12<br />
- <strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
Pe. Lúcio fala <strong>de</strong> sua Missão em Guiné-Bissau<br />
Durante o 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional, Pe. Lúcio<br />
Espíndola dos Santos, <strong>de</strong> nossa<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, recebeu a Bênção<br />
do Missionário para representar<br />
o Brasil na Diocese <strong>de</strong> Bafatá,<br />
na Guiné-Bissau, África. O envio<br />
foi realizado durante a celebração<br />
do dia 20 <strong>de</strong> maio, no Estádio<br />
Orlando Scarpelli, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />
e foi proferido pelo nosso<br />
arcebispo Dom Murilo Krieger.<br />
Estando há cinco meses na<br />
diocese africana, que tem como<br />
bispo o brasileiro Dom P<strong>ed</strong>ro<br />
Zilli, Pe. Lúcio passa suas primeiras<br />
impressões e experiências<br />
<strong>de</strong> como encontrou a comunida<strong>de</strong><br />
missionária. “Pretendo<br />
manter a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Florianópolis</strong> sempre atualizada<br />
sobre esta missão, que é <strong>de</strong><br />
toda a <strong>Arquidiocese</strong>”, disse.<br />
Um aprendizado<br />
Estou aqui em Guiné Bissau<br />
como enviado da Igreja <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />
Associei-me ao Pontifício<br />
Instituto das Missões Exteriores<br />
– PIME, que me está introduzindo<br />
no trabalho. Tem sido um gran<strong>de</strong><br />
presente a acolhida que o<br />
PIME nos tem dado, com sua<br />
experiência e estrutura.<br />
Neste primeiro momento, estou<br />
tomando conhecimento da<br />
realida<strong>de</strong> em que me encontro.<br />
Tenho contacto com os vários<br />
missionários e missionárias aqui<br />
em Guine Bissau. Aos poucos vou<br />
<strong>de</strong>scobrindo a forma <strong>de</strong> ser missionário<br />
em uma nova realida<strong>de</strong>.<br />
Também, estando distante da terra<br />
natal, e em uma soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
minoria cristã, tenho feito uma<br />
experiência muito bonita <strong>de</strong> Deus.<br />
Temos aqui um bom número<br />
<strong>de</strong> missionárias religiosas brasileiras.<br />
Elas fazem um trabalho<br />
muito significativo <strong>de</strong> testemunho<br />
cristão, catequese e serviço<br />
social, sobretudo na saú<strong>de</strong> e<br />
na <strong>ed</strong>ucação. Em Bafatá chegou,<br />
para trabalhar dois anos,<br />
uma missionária leiga, provinda<br />
<strong>de</strong> Maringá, PR. Antes <strong>de</strong>la estivera<br />
uma outra missionária, e<br />
para o próximo ano já está prevista<br />
a vinda <strong>de</strong> mais uma<br />
missionária leiga.<br />
Já existe um clero nativo<br />
Na Guiné Bissau já existe um<br />
bom número <strong>de</strong> Padres guineenses,<br />
surgidos todos nestes últimos<br />
anos. Impressiona observar<br />
que a maioria <strong>de</strong>stes Padres<br />
provêem <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> religião<br />
tradicional africana, portanto não<br />
cristãs. Muitos <strong>de</strong>les entraram<br />
em contato com os padres por<br />
razão <strong>de</strong> serviço e só então é que<br />
conheceram o cristianismo, foram<br />
batizados, e foram <strong>de</strong>spertados<br />
na vocação sacerdotal.<br />
Dentre estes padres nativos,<br />
o primeiro foi or<strong>de</strong>nado em 1982,<br />
e hoje é o bispo <strong>de</strong> Bissau, Dom<br />
José Câmnate. Sua família permanece<br />
<strong>de</strong> religião tradicional<br />
africana. É bom <strong>de</strong>stacar que a<br />
primeira diocese do país foi criada<br />
em 1977, não havendo, então,<br />
nenhum Padre nativo. Bafatá foi<br />
a segunda e última diocese, fundada<br />
em 2001, on<strong>de</strong> estou.<br />
A pastoral e os batizados<br />
É muito importante a visita às<br />
famílias, mesmo não cristãs. Dáse<br />
muito valor à pastoral da saú<strong>de</strong>,<br />
da criança e à criação <strong>de</strong> escolas.<br />
A catequese se faz com<br />
pessoas <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s, em<br />
especial com adultos. A catequese<br />
<strong>de</strong> um adulto, para o batismo,<br />
leva pelo menos cinco anos. Uma<br />
realida<strong>de</strong> muito particular da<br />
Guiné Bissau é que a maioria dos<br />
cristãos é formada por jovens.<br />
O país <strong>de</strong> Guiné-bissau<br />
Natureza: Guiné Bissau, região<br />
<strong>de</strong> floresta úmida, limita com<br />
Crismandos, ao fundo, sendo conduzidos à celebração através <strong>de</strong> um ritual local<br />
Divulgação/JA<br />
o oceano Atlântico e está próxima<br />
do <strong>de</strong>serto do Saara. Tem<br />
muito ver<strong>de</strong> e muita água. Favorável<br />
à agricultura e à fruticultura,<br />
com um mar apropriado à pesca.<br />
A sua fauna é rica. Na ca<strong>de</strong>ia biológica,<br />
o animal <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />
mais conhecido é o hipopótamo,<br />
que vive na costa do mar, tendose<br />
adaptado à água salgada. Mas<br />
o ser mais temido é o pernilongo,<br />
<strong>de</strong>vido à malária e ao incômodo<br />
<strong>de</strong> sua insistente presença.<br />
Economia: O país não tem<br />
uma r<strong>ed</strong>e permanente <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />
On<strong>de</strong> existe a luz elétrica,<br />
ela serve mais para iluminação.<br />
É comum ver pequenos geradores<br />
elétricos trabalhando em<br />
frente às casas <strong>de</strong> comércio. A<br />
exportação do país <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />
90%, da exportação da castanha<br />
do caju, que, neste ano, quase<br />
não houve. Já foi exportadora <strong>de</strong><br />
arroz, mas agora o está importando.<br />
Afinal, vive na <strong>de</strong>pendência<br />
da ajuda internacional.<br />
A sua posição no índice <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento humano ocupa<br />
o lugar dos países mais pobres<br />
do mundo: é a <strong>de</strong> 172° lugar, sobre<br />
177 países. A causa mais próxima<br />
<strong>de</strong>sta situação <strong>de</strong>soladora<br />
é a <strong>de</strong>struição causada pela guerra<br />
<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Portugal,<br />
concluída em 1974, os golpes<br />
militares, a guerra <strong>de</strong> 1995 e a<br />
falta <strong>de</strong> organização do governo.<br />
Educação: Além da escola<br />
pública e das escolas privadas, há<br />
as escolas <strong>de</strong> auto-gestão em que<br />
participam a comunida<strong>de</strong>, a Igreja<br />
e o governo. O índice <strong>de</strong> analfabetismo<br />
é muito gran<strong>de</strong>. O Ministério<br />
da Educação, no ano passado,<br />
reconhecia que 63,4 % da<br />
população era analfabeta. Os salários<br />
são baixos. No dia 15 <strong>de</strong><br />
agosto passado, um grupo gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> professores contratados fez<br />
uma manifestação por estar sem<br />
pagamento há 9 e 14 meses. A<br />
Igreja tem uma gran<strong>de</strong> presença<br />
na criação <strong>de</strong> escolas. Atualmente,<br />
com 79 escolas, aten<strong>de</strong> 16 mil<br />
alunos, somando as escolas da<br />
Igreja e as escolas mistas.<br />
Um trabalho missionário muito<br />
freqüente, quando se chega a<br />
uma nova comunida<strong>de</strong> do interior,<br />
é o início <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong><br />
auto-gestão, em que a comunida<strong>de</strong><br />
constrói um prédio simples,<br />
a Igreja administra, e o governo<br />
assume o professor que a comunida<strong>de</strong><br />
lhe apresenta, o qual é ,<br />
tradicionalmente, um homem. É<br />
raro ver uma mulher professora.<br />
Saú<strong>de</strong>: O sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
não é melhor do que o escolar.<br />
Poucos hospitais, poucos médicos,<br />
baixos salários, falta <strong>de</strong> m<strong>ed</strong>icamento,<br />
hospitais sem equipa-<br />
Pe. Lúcio interage com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bafatá buscando conhecer<br />
mais <strong>de</strong>sse povo sofrido com uma história semelhante a nossa<br />
mento. Um médico do governo<br />
recebe o equivalente a pouco mais<br />
do que um salário mínimo do Brasil.<br />
O índice <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil<br />
é <strong>de</strong> 107 por mil. A Igreja promove<br />
a pastoral da criança e a<br />
pastoral da saú<strong>de</strong>. Há várias iniciativas<br />
na área das clínicas e hospitais<br />
por parte das Missões. O<br />
hospital <strong>de</strong> referência nacional no<br />
tratamento da Hanseníase e do<br />
HIV é da missão franciscana <strong>de</strong><br />
Cumura, que é mantido por benfeitores<br />
italianos.<br />
O povo <strong>de</strong> Guiné Bissau: O<br />
povo é acolh<strong>ed</strong>or e <strong>de</strong> convivência<br />
pacífica. É formado por trinta<br />
e seis etnias, cada uma com sua<br />
língua própria. As religiões convivem<br />
pacificamente, sendo a maioria<br />
muçulmana e <strong>de</strong> religião tradicional<br />
africana (animista). Em<br />
todo o país fala-se em 10 ou 13%<br />
<strong>de</strong> cristãos, sendo que na diocese<br />
<strong>de</strong> Bafatá os cristãos somam 7%.<br />
A média <strong>de</strong> vida é <strong>de</strong> 47 anos.<br />
A comida básica é o arroz. Diante<br />
<strong>de</strong> toda a insegurança e o so-<br />
Dom P<strong>ed</strong>ro Carlos Zilli, bispo<br />
da Diocese <strong>de</strong> Bafatá, em<br />
Guiné Bissau, na África, encaminhou<br />
correspondência a Dom<br />
Murilo Krieger agra<strong>de</strong>cendo os<br />
recursos do 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional encaminhados<br />
àquela diocese. Parte<br />
das coletas das três celebrações<br />
realizadas no Estádio Orlando<br />
Scarpelli, em <strong>Florianópolis</strong>, foram<br />
<strong>de</strong>stinadas à Guiné Bissau. A<br />
diocese recebeu, no total US$<br />
10 mil (<strong>de</strong>z mil dólares).<br />
Na carta, Dom Zilli diz que o<br />
dinheiro “vai permitir que se concretize,<br />
aqui na África, a fé e a carida<strong>de</strong><br />
dos congressistas e, mui<br />
especialmente, da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />
Divulgação/JA<br />
frimento em que o povo vive, chama<br />
a atenção o índice <strong>de</strong> suicídio:<br />
índice zero. Isso nos faz perceber<br />
a força interior e espiritual<br />
do povo <strong>de</strong> Guiné-Bissau.<br />
Afinal<br />
A presença da arquidiocese <strong>de</strong><br />
<strong>Florianópolis</strong> na África está sendo<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> também po<strong>de</strong>rmos<br />
ver além-oceano, e amar<br />
concretamente um povo que nos<br />
é familiar por motivos históricos.<br />
Acr<strong>ed</strong>ito que este gesto missionário<br />
da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />
fará com que nos <strong>de</strong>scubramos ainda<br />
mais. Com ele, po<strong>de</strong>remos perceber<br />
outras forças que temos em<br />
nossas comunida<strong>de</strong>s e que, para<br />
<strong>de</strong>sabrocharem, necessitam <strong>de</strong>stes<br />
<strong>de</strong>safios que o novo nos traz.<br />
A vida é assim.<br />
DIOCESE DE BAFATÁ: Caixa<br />
Postal 385 - Bissau, Guiné<br />
Bissau. Fone: 00 245 411507;<br />
00245 661 2742 E-mail: domzilli<br />
@yahoo.com.br<br />
Bispo <strong>de</strong> Guiné Bissau<br />
agra<strong>de</strong>ce recursos do 15º CEN<br />
<strong>Florianópolis</strong>, que tão bem celebrou<br />
o 15º Congresso Eucarístico<br />
Nacional e que já se faz presente<br />
entre nós através do Pe. Lúcio<br />
Espíndola Santos e da Irmã Elisabete<br />
Ana Rodrigues, <strong>de</strong> Palhoça,<br />
Missionária da Imaculada (PIME).”<br />
Segundo o bispo, o dinheiro<br />
da coleta do 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional do Brasil<br />
será usado na promoção social,<br />
na formação e no seminário.<br />
“A fim <strong>de</strong> que nossos benfeitores<br />
possam celebrar conosco<br />
os frutos <strong>de</strong>sta partilha, enviaremos<br />
dados mais concretos<br />
logo que tivermos aplicado esta<br />
expressiva partilha”, acrescentou<br />
Dom Zilli.
MISSÃO<br />
Jovens <strong>de</strong> Madri evangelizando Jovens<br />
Como já aconteceu em Roma,<br />
na diocese do Papa, agora<br />
são os jovens <strong>de</strong> Madri-<br />
Espanha, que, aten<strong>de</strong>ndo ao seu<br />
Car<strong>de</strong>al, se lançam à Missão.<br />
Objetivo da Missão: “Anunciar<br />
e propor Jesus Cristo a todos<br />
os jovens em Madri, especialmente<br />
aos mais afastados da<br />
fé e da comunida<strong>de</strong> eclesial,<br />
para que se encontrem com Ele,<br />
dando uma resposta <strong>de</strong> fé, livre<br />
e responsável”.<br />
O Coor<strong>de</strong>nador da Juventu<strong>de</strong><br />
da <strong>Arquidiocese</strong> afirmou: “Cada<br />
dia é mais urgente que a Igreja<br />
saia ao encontro dos jovens em<br />
suas diversas situações, tanto<br />
<strong>de</strong> integração social como <strong>de</strong> exclusão.<br />
Por isso, temos certeza<br />
<strong>de</strong> que a Missão jovem para<br />
Madri será uma rica vivência para<br />
os jovens católicos, pois, embora<br />
encontrando dificulda<strong>de</strong>s no<br />
anúncio do Evangelho a seus<br />
conterrâneos, eles ficarão enriquecidos<br />
sentindo-se testemunhas<br />
e apóstolos <strong>de</strong> Jesus”.<br />
Seis <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z jovens <strong>de</strong><br />
Madri afirmam crerem em Deus,<br />
Jovens <strong>de</strong> Madri, na Espanha, motivados para o trabalho missionário<br />
embora só dois se consi<strong>de</strong>rem<br />
católicos praticantes. Constatouse<br />
também que a cada <strong>de</strong>z jovens,<br />
ao menos um jamais ouviu<br />
falar <strong>de</strong> Deus, nem em família<br />
nem entre seus amigos, colegas<br />
<strong>de</strong> estudo ou <strong>de</strong> trabalho. Num<br />
mundo cada vez mais quebrado<br />
e egoísta – afirma a coor<strong>de</strong>na-<br />
ção da Missão – é preciso que<br />
os jovens transbor<strong>de</strong>m em “fantasia<br />
e criativida<strong>de</strong>” pastoral, saindo<br />
da rotina e do cansaço para<br />
o mundo, como sal e luz, dando<br />
provas convincentes <strong>de</strong> sua fé no<br />
“Deus Amor” e acr<strong>ed</strong>itando que<br />
ele é verda<strong>de</strong>iramente “o Caminho,<br />
a Verda<strong>de</strong> e a Vida”.<br />
Diálogo: a melhor atitu<strong>de</strong> contra o fundamentalismo<br />
Numa entrevista, Souad Sbai,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Conf<strong>ed</strong>eração das<br />
Comunida<strong>de</strong>s Marroquinas na Itália<br />
e diretora da revista «Al<br />
Maghrebiya», afirmou que a <strong>ed</strong>ucação,<br />
a difusão da liberda<strong>de</strong>, da<br />
razão e, sobretudo, o acesso das<br />
mulheres à escola, serão a arma<br />
melhor para lidar com os fundamenta-listas.<br />
Falando do encontro<br />
que Bento XVI teve com representações<br />
muçulmanas, Sbai<br />
Coral Santa Cecília da Cat<strong>ed</strong>ral: 56 anos<br />
No dia 22-11, quarta-feira, às<br />
20.30h, no Centro Cultural da Cat<strong>ed</strong>ral<br />
(antigo Cine Ritz), o Coral Santa<br />
Cecília realizará o Concerto do seu<br />
56º aniversário. Como <strong>de</strong> costume,<br />
o Concerto se <strong>de</strong>senvolverá em<br />
duas partes: a primeira, a capela, e a<br />
segunda, com acompanhamento <strong>de</strong><br />
Orquestra. A segunda parte será um<br />
tributo ao compositor musical mais querido<br />
da história, Mozart, neste ano em<br />
que o mundo inteiro comemora o 250º<br />
aniversário <strong>de</strong> seu nascimento. Do<br />
programa consta, além da “Missa dos<br />
pardais” e do “Te Deum em Dó Maior”,<br />
que fazem parte do repertório do<br />
Coral, também, a “Ladainha <strong>de</strong> Nossa<br />
Senhora em Si bemol”. Esta, em<br />
primeira audição aqui em <strong>Florianópolis</strong>.<br />
No fim da primeira parte será<br />
lançado o “Hino do Centenário <strong>de</strong> criação<br />
da diocese <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>”, <strong>de</strong><br />
autoria do regente, Pe. Ney. Com a<br />
“Oração do Centenário”, <strong>de</strong> Dom<br />
Murilo, o Hino quer contribuir para a<br />
mentalização do sentido das comemorações<br />
que se esten<strong>de</strong>rão ao longo<br />
do ano <strong>de</strong> 2008.<br />
consi<strong>de</strong>rou que o discurso do<br />
Papa, voltando a propor o caminho<br />
do diálogo inter-religioso, recordando<br />
o direito à reciprocida<strong>de</strong>,<br />
«respon<strong>de</strong>u às polêmicas”.<br />
«Foi um encontro histórico, <strong>de</strong>clarou<br />
Sbai. Por outro lado, nunca<br />
duvidamos <strong>de</strong> suas palavras. Os<br />
<strong>de</strong>sgostos ou reações violentas<br />
foram suscitados por um mal-entendido,<br />
mas também pelos extremistas<br />
que esperavam a oportunida<strong>de</strong><br />
para atacar o Papa e criar<br />
mal-estar entre a comunida<strong>de</strong><br />
islâmica mo<strong>de</strong>rada.» «Não temos<br />
<strong>de</strong> cair no erro dos extremistas<br />
que não querem o diálogo, acrescenta.<br />
O diálogo entre islã, judaísmo<br />
e cristianismo é antigo, existe<br />
há séculos e <strong>de</strong>ve continuar. É<br />
preciso isolar os extremistas e,<br />
com calma, surgirão personagens<br />
que po<strong>de</strong>m consolidar um islã<br />
mo<strong>de</strong>rado e positivo.»<br />
Divulgação/JA<br />
NOTÍCIAS DO COMIDI<br />
Se a missão é a razão <strong>de</strong> ser<br />
da Igreja, o Outubro Missionário<br />
não po<strong>de</strong> se r<strong>ed</strong>uzir a uma coleta<br />
no dia das Missões. Graças<br />
a Deus, um bom número <strong>de</strong> paróquias<br />
<strong>de</strong> nossa <strong>Arquidiocese</strong><br />
vem aproveitando mais do mês<br />
das Missões para uma maior<br />
cons-cientização missionária <strong>de</strong><br />
seus fiéis, promovendo encontros<br />
sobre o tema da Campanha<br />
Missionária, vigílias missionárias,<br />
terços missionários e<br />
fundando grupos <strong>de</strong> Infância e<br />
adolescentes missionários.<br />
Particularmente interessantes<br />
são as semanas missionárias<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -13<br />
O COMIDI agra<strong>de</strong>ce e parabeniza<br />
U C<br />
A<br />
F<br />
que estão sendo realizadas, <strong>de</strong><br />
forma criativa, em algumas <strong>de</strong><br />
nossas paróquias. Citamos, entre<br />
elas, as paróquias do Espírito<br />
Santo – Camboriú; Nossa Senhora<br />
<strong>de</strong> Fátima – Estreito; São<br />
Francisco <strong>de</strong> Assis – Aririú; São<br />
Vicente – Itajaí, etc.<br />
Louvor todo especial merece a<br />
Paróquia <strong>de</strong> Itapema que, anualmente,<br />
no mês Missionário, vem<br />
realizando as Missões Populares<br />
numa <strong>de</strong> suas comunida<strong>de</strong>s. Este<br />
ano aconteceu na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São João Batista, no Sertão do<br />
Trombudo. Foi algo maravilhoso:<br />
um exemplo a ser imitado.<br />
Telefones dos responsáveis do COMIDI<br />
Coor<strong>de</strong>nador: Seminarista Sílvio (48)3234-4443<br />
Secretaria: Olindamir (48)3324-0970<br />
Infância Missionária – Miriângela (48) 3222-9572<br />
Adolescentes Missionários: Tina (47)3241-2230 (tar<strong>de</strong>)<br />
Missões Populares: Darcy (47) 3368-4844 – 9977-3820<br />
Missão na Bahia: Domingos (48) 3246-2298<br />
Vocação Missionária: Pe. Vicente (48) 3222-9572<br />
Pe. Paulo <strong>de</strong> Coppi, diretor do Jornal Missão Jovem<br />
www.missaojovem.com.br - (48) 3222-9572<br />
Salesianos celebram 50 anos<br />
da sua presença em Itajaí<br />
Nos dias 13 e 14 <strong>de</strong> outubro<br />
<strong>de</strong> 2006 celebraram-se os<br />
50 anos da presença dos<br />
Salesianos em Itajaí. A data foi<br />
comemorada através <strong>de</strong> um<br />
Simpósio <strong>de</strong> Educação Salesiana,<br />
que reuniu <strong>ed</strong>ucadores<br />
dos colégios e obras sociais<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina, Rio Gran<strong>de</strong><br />
do Sul e Paraná.<br />
Realizado no Colégio Salesiano,<br />
em Itajaí, o evento contou<br />
com a participação <strong>de</strong> 370<br />
<strong>ed</strong>ucadores das obras salesianas<br />
da Região Sul. Durante os<br />
dois dias, eles participaram <strong>de</strong><br />
palestras, celebrações e apresentações<br />
artísticas e culturais.<br />
As palestras abordaram temas<br />
relacionados à <strong>ed</strong>ucação,<br />
expostos pela antropóloga e psicóloga<br />
doutora Elvira Souza<br />
Lima e pela doutora Kátia Smole,<br />
coor<strong>de</strong>nadora p<strong>ed</strong>agógica da<br />
R<strong>ed</strong>e Salesiana <strong>de</strong> Escolas.<br />
O encerramento das come-<br />
morações foi realizado no sábado,<br />
às 17h45min, com a celebração<br />
eucarística alusiva aos<br />
50 anos presidida pelo nosso<br />
Arcebispo Dom Murilo Krieger.<br />
Em seguida, houve o lançamento<br />
do livro com a história dos<br />
Salesianos em Itajaí e um Jantar<br />
Comemorativo, on<strong>de</strong> foram<br />
homenageadas pessoas e entida<strong>de</strong>s<br />
que contribuíram para a<br />
história do Colégio e do Parque.<br />
Os salesianos estão presentes<br />
em Itajaí <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1956, quando<br />
fundaram o Colégio Salesiano.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, em 1961, foi<br />
criado o Parque Dom Bosco, instituição<br />
que aten<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 400<br />
crianças e adolescentes <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />
empobrecidas <strong>de</strong><br />
Itajaí, as quais recebem reforço<br />
escolar, cursos profissionalizantes<br />
e oficinas. Em 1968, a comunida<strong>de</strong><br />
virou a paróquia São João<br />
Dom Bosco e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então é administrada<br />
pela congregação.<br />
M OLÉGIO<br />
100 NOS<br />
NA RENTE
14-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
RETALHOS DO COTIDIANO<br />
ROSAS<br />
Na esplanada, em Lour<strong>de</strong>s,<br />
a linda estátua <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />
coroada. A seus pés,<br />
centenas <strong>de</strong> belas rosas brancas<br />
plantadas. Junto <strong>de</strong>las,<br />
muitas rosas vermelhas, brancas<br />
e amarelas, oferecidas<br />
pelos filhos e filhas que vão<br />
àquele santuário. São flores e<br />
mais flores pra a Mãe que carregou<br />
em seu ventre a Flor do<br />
mundo!<br />
ÁGUA<br />
A terra suja escavada por<br />
Berna<strong>de</strong>tte, aten<strong>de</strong>ndo ao p<strong>ed</strong>ido<br />
da Mãe, tornou-se fonte<br />
<strong>de</strong> água puríssima que, 150<br />
anos <strong>de</strong>pois, continua a correr<br />
alegremente na gruta <strong>de</strong> Massabielle.<br />
Que a ob<strong>ed</strong>iência ao Senhor<br />
e à Mãe – ‘Fazei tudo o que Ele vos<br />
disser’ – nos aju<strong>de</strong> a encontrá-los<br />
sempre mais para nos acariciarmos<br />
na única Fonte que nunca seca.<br />
PINHEIRO<br />
Eu já o tinha visto no rigor do inverno,<br />
em meio aos montes gelados.<br />
Enquanto as <strong>de</strong>mais árvores se trajavam<br />
<strong>de</strong> outras cores ou perdiam as<br />
folhas, ele se mantinha impecavelmente<br />
ver<strong>de</strong> e exuberante. O pinheiro<br />
daquelas montanhas que refletem um<br />
pouco da grandiosida<strong>de</strong> do Criador<br />
qu<strong>ed</strong>a-se silencioso e humil<strong>de</strong> entre<br />
suas companheiras, suportando com<br />
tranqüilida<strong>de</strong> as duras provações da<br />
estação fria. Parece sinalizar que,<br />
mesmo em meio aos apertos das situações<br />
difíceis, mesmo quando a<br />
maioria segue por outras ver<strong>ed</strong>as, o<br />
cristão saberá envolver-se no manto<br />
da fé e da esperança, mantendo<br />
inalterado o rumo <strong>de</strong> sua vida que,<br />
como o pinheiro, apontará para o alto<br />
e se esten<strong>de</strong>rá para os lados, a fim <strong>de</strong><br />
acolher quer o vento, quer a neve ou o<br />
sol ou a chuva e abraçar os irmãos,<br />
todos eles amados pelo Pai.<br />
BEIJO<br />
Foi uma <strong>de</strong>finição e tanto a daquele<br />
bispo italiano, no Encontro Internacional<br />
das Equipes <strong>de</strong> Nossa Senhora: “O<br />
casal é o beijo <strong>de</strong> Deus na história”!<br />
Deus não se contenta em dizer que é<br />
amor; Ele o manifesta. E se entrega<br />
aos dois numa intimida<strong>de</strong> amorosa tão<br />
intensa e profunda que os três passam<br />
a ser um. “Gran<strong>de</strong> mistério”, repetimos<br />
como Paulo Apóstolo.<br />
FLOR<br />
Nos Alpes há uma flor que só consegue<br />
<strong>de</strong>sabrochar acima dos 1.500<br />
metros <strong>de</strong> altura. Assim são os homens<br />
e as mulheres que, quando<br />
atingem as alturas da oração, florescem<br />
e vestem o mundo <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>,<br />
irradiando o amor como luz a indicar<br />
o caminho para muitos.<br />
UM PEDIDO<br />
Talvez em nossa casa não faltem<br />
arroz, feijão, carne, peixe, pão, nem frutas<br />
e verduras. Mas po<strong>de</strong> ser que, <strong>de</strong>baixo<br />
do teto em que vivemos, algum<br />
familiar esteja faminto, morrendo <strong>de</strong><br />
fome <strong>de</strong> compreensão, <strong>de</strong> carinho, <strong>de</strong><br />
atenção, <strong>de</strong> uma palavra <strong>de</strong> encorajamento.<br />
E nós não o alimentamos,<br />
porque somo os que têm olhos e não<br />
vêem! Quem sabe possa partir <strong>de</strong><br />
nosso coração um p<strong>ed</strong>ido, uma súplica<br />
ao Senhor: “Meu Deus, abre meus<br />
olhos para as necessida<strong>de</strong>s do próximo,<br />
especialmente daqueles que vivem<br />
comigo. Que eu faça água <strong>de</strong> ternura<br />
on<strong>de</strong> houver rancor que seca o<br />
coração; que, como Maria, eu vá às<br />
pressas dar um abraço <strong>de</strong> solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
a quem está triste e <strong>de</strong>sanimado<br />
à minha volta; que eu dê o fermento do<br />
amor para fazer o pão da alegria que<br />
vem <strong>de</strong> ti e não queira ser, ao mesmo<br />
tempo, trigo, e sal, e água, e mãos que<br />
amassam, e fogo que coze: dá-me,<br />
Senhor, ser só o que Tu queres que<br />
eu seja; que eu não sufoque os outros<br />
querendo ser tudo, quando nada sou.<br />
Ajuda-me, Senhor, a compreen<strong>de</strong>r o<br />
outro. Vem, Senhor, toma em tuas<br />
mãos esta minha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser melhor,<br />
<strong>de</strong> ser mais parecido contigo”!<br />
Carlos Martendal<br />
Divulgação/JA<br />
ECUMENISMO<br />
Ecumenismo – Arte do Encontro<br />
Encontrar-se é como uma obra <strong>de</strong><br />
arte, pensada com o afeto e sentida com<br />
a razão. Trabalhada lentamente, no movimento<br />
da vida que mo<strong>de</strong>la sua beleza,<br />
extrai a forma da existência, figura a esperança.<br />
E, no final, acontece a transformação<br />
dos que se encontram -povos,<br />
culturas e cr<strong>ed</strong>os - na arte da comunhão.<br />
O encontro provoca, questiona, impõe<br />
novida<strong>de</strong>s. São novida<strong>de</strong>s que alimentam<br />
o <strong>de</strong>sejo da unida<strong>de</strong>. E possibilitam<br />
o enriquecimento mútuo dos que<br />
se unem, configurando i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s que<br />
se assemelham e comungam.<br />
Por isso, quando vamos ao encontro<br />
<strong>de</strong> alguém, levemos apenas o essencial<br />
- o que somos. E faremos do<br />
encontro uma festa, celebração; ou<br />
penitência, purificação. Com risos e<br />
cantos, com silêncio e contemplação.<br />
E na mudança <strong>de</strong> um e <strong>de</strong> outro, vivese<br />
a reconciliação das oposições e a<br />
comunhão das diferenças.<br />
O verda<strong>de</strong>iro encontro provoca mudanças,<br />
no modo <strong>de</strong> pensar, nos sentimentos,<br />
nas atitu<strong>de</strong>s. Mudamos em razão do<br />
mistério que se manifesta no encontro.<br />
Mistério da outra pessoa, outra realida<strong>de</strong>.<br />
Mistério da diferença, questionando pontos<br />
<strong>de</strong> vista e certezas. Exige firmeza e<br />
mudança ao mesmo tempo. Não nego o<br />
que sou, mas não me afirmo sozinho. No<br />
encontro, minha verda<strong>de</strong> é relação, minha<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é comunhão. O Eu e o Tu só<br />
tem sentido na formação do Nós.<br />
Estar disposto a encontrar-se é estar<br />
disposto a mudar. Mas há também<br />
encontros que nada mudam? Sinceramente,<br />
tenho dúvidas. Se houver, são<br />
como elos perdidos na superficialida<strong>de</strong><br />
das relações. Não são encontros verda<strong>de</strong>iros.<br />
Significam perdas <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
para ser mais e melhor. Só os<br />
encontros vividos na profundida<strong>de</strong> do ser<br />
provocam mudanças.<br />
O movimento do encontro é uma<br />
realida<strong>de</strong> geográfica e espiritual. É um<br />
movimento em duas direções: externa<br />
– mudar <strong>de</strong> lugar geográfico, ir on<strong>de</strong><br />
está o outro. Interna, viver o mundo do<br />
outro, falar a sua linguagem, partilhar<br />
os seus projetos. E o que acolho no<br />
outro passa a ser parte <strong>de</strong> mim.<br />
Somente assim po<strong>de</strong>-se falar <strong>de</strong> encontros<br />
que geram unida<strong>de</strong>, comunhão,<br />
solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, compromisso. Só assim<br />
apostamos em encontros que entrelaçam<br />
sonhos, afetos, dores e alegrias.<br />
Só assim cremos em encontros que irmanam<br />
vidas, projetos e cr<strong>ed</strong>os. Não<br />
são encontros mesquinhos, egoístas.<br />
São encontros vividos na gratuida<strong>de</strong>. Não<br />
são encontros narcisistas, entre iguais.<br />
São encontros abertos às diferenças.<br />
Não são encontros <strong>de</strong> auto-suficientes,<br />
exclu<strong>de</strong>ntes. São encontros <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong> necessitados, dispostos a<br />
crescerem juntos.<br />
Assim imagino o encontro entre cr<strong>ed</strong>os,<br />
igrejas e religiões. Encontro que<br />
sustenta a esperança da fé dos crentes.<br />
Encontro que abre os templos para<br />
a celebração da vida comum. Encontro<br />
<strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>, que supera toda carência,<br />
todo pecado, toda <strong>de</strong>s-graça. Encontro<br />
<strong>de</strong> mitos e ritos, <strong>de</strong> teologias e<br />
liturgias, sem temer a mudança, para<br />
que a verda<strong>de</strong> possa ser reconhecida,<br />
partilhada, comungada. Encontro <strong>de</strong><br />
comunhão.<br />
Ecumenismo é assim, coragem <strong>de</strong><br />
encontrar-se. Expansão do ser e da fé<br />
na busca <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>. É envolvimento<br />
num processo <strong>de</strong> mudança, na graça<br />
que aproxima as distâncias e comunga<br />
as diferenças. Ecumenismo, arte do<br />
encontro.<br />
Elias Wolff<br />
Leia mais sobre ecumenismo: www.itesc.ecumenismo.com<br />
Dizimo: pagar ou ofertar, receber ou cobrar?<br />
Muitas vezes, a pessoa faz a opção<br />
pelo dízimo levada pela emoção do momento.<br />
Passada a emoção, não se sente<br />
mais motivada a contribuir. Por isso é<br />
importante uma conscientização que<br />
atinja o coração e a razão do dizimista.<br />
Uma pessoa conscientizada, dificilmente<br />
<strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> contribuir.Ao contrário, procurará<br />
aumentar sua oferta.<br />
A evangelização <strong>de</strong>ve levar o dizimista<br />
a uma <strong>de</strong>cisão pessoal espontânea, brotada<br />
do coração, a partir <strong>de</strong> uma experiência<br />
<strong>de</strong> fé na divina Providência. O<br />
dízimo expressa a gratidão a Deus e a<br />
responsabilida<strong>de</strong> e solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> com os<br />
irmãos.<br />
Cobrança do dizimista? Ora, dízimo<br />
não se paga, se oferta, portanto não se<br />
cobra. No entanto, convém estimular o<br />
dizimista a contribuir periodicamente,<br />
através <strong>de</strong> incentivos que o lembrem <strong>de</strong><br />
sua responsabilida<strong>de</strong> com a comunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fé qual participa.<br />
Em vez <strong>de</strong> “cobrar”, cabe à equipe do<br />
dízimo atuar em uma conscientização<br />
constante, inclusive individual, com os<br />
dizimistas já participantes, para que se<br />
sintam estimulados a continuar em sua<br />
caminhada <strong>de</strong> fé e solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />
O gesto fiel <strong>de</strong> ofertar o dizimo é a<br />
prova concreta da participação na comunida<strong>de</strong>.<br />
Dessa forma, o dízimo se torna<br />
uma bênção, não um peso. A oferta do<br />
dízimo nos leva a experienciar, na missa<br />
<strong>de</strong> todos, a força <strong>de</strong> Deus e a união<br />
dos irmãos.<br />
Equipe arquidiocesana <strong>de</strong> dizimo
CNBB lança o Diretório<br />
Nacional <strong>de</strong> Catequese<br />
A Conferência Nacional dos Bispos do<br />
Brasil (CNBB) lançou, no dia 25/10, o<br />
Diretório Nacional <strong>de</strong> Catequese. O evento<br />
contou com a presença do presi<strong>de</strong>nte<br />
da Comissão Episcopal Pastoral para a<br />
Animação Bíblico-Catequética, dom Eugênio<br />
Rixen, e do bispo responsável pela<br />
Comissão <strong>de</strong> R<strong>ed</strong>ação, dom Albano<br />
Cavallin. O Diretório Nacional <strong>de</strong> Catequese<br />
da Igreja no Brasil foi aprovado na<br />
Assembléia Geral da CNBB no dia 15 <strong>de</strong><br />
agosto <strong>de</strong> 2005. Ele se divi<strong>de</strong> em duas<br />
partes. A primeira tem caráter mais <strong>de</strong><br />
iluminação, e aborda os fundamentos teológico-pastorais<br />
da catequese, a partir<br />
da renovação pós-conciliar. A segunda<br />
parte, <strong>de</strong> caráter mais prático, se compõe<br />
<strong>de</strong> quatro capítulos: Catequese como<br />
<strong>ed</strong>ucação da fé; Destinatários como<br />
interlocutores no processo catequético;<br />
O ministério catequético e seus protagonistas;<br />
Lugares da catequese e sua organização<br />
na Igreja particular.<br />
Papa <strong>de</strong>staca importância<br />
da unida<strong>de</strong> entre os cristãos<br />
Os cristãos estão “tragicamente divididos”,<br />
mas não se <strong>de</strong>ve per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o<br />
objetivo final, a “plena e visível comunhão<br />
em Cristo e na Igreja”, disse o papa Bento<br />
XVI. Segundo o pontífice, o mundo tem<br />
hoje “necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova evangelização,<br />
um renovado anúncio, por parte<br />
dos cristãos, da esperança que há neles”.<br />
Bento XVI se pronunciou em uma audiência<br />
que conc<strong>ed</strong>eu aos membros do organismo<br />
ecu-mênico Christian World<br />
Communions, ativo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1957, e cuja<br />
reunião <strong>de</strong> secretários foi realizada neste<br />
ano em Roma. “Cada passo para a unida<strong>de</strong><br />
dos cristãos serve para proclamar o<br />
Evangelho”, disse o Papa. O pontífice <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />
ainda que o diálogo teológico entre<br />
as confissões cristãs esteja empenhado<br />
em superar os fatores que as divi<strong>de</strong>m,<br />
para encontrar a unida<strong>de</strong> em Cristo.<br />
Mensagem da Santa Sé para os<br />
islâmicos no final do Ramadã<br />
‘’Apesar do caminho para o diálogo<br />
autêntico parecer difícil, é agora mais<br />
necessário que nunca’’. Esta foi a mensagem<br />
do Presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
Pontifício para o Diálogo inter-religioso,<br />
dirigida à comunida<strong>de</strong> islâmica no final<br />
do Ramadã, em 20/10. Sob o nome ‘’Cristãos<br />
e Muçulmanos: num diálogo confiante<br />
para enfrentar juntos os <strong>de</strong>safios do<br />
mundo’’, a mensagem foi também disponibilizada<br />
em árabe na página do Vaticano.<br />
Desejando ‘’paz, tranquilida<strong>de</strong> e alegria no<br />
coração e em todas as casas’’, a mensagem<br />
afirma que é impossível os crentes<br />
não se confrontarem com os problemas<br />
do nosso tempo ‘’injustiça, pobreza, tensões<br />
e conflitos’’. ‘O mundo, ‘’ao qual pertencemos,<br />
precisa <strong>de</strong> cristãos e <strong>de</strong> muçulmanos,<br />
que se respeitem e que mostrem<br />
evidências <strong>de</strong>sse respeito e trabalho<br />
conjunto’’, conclui a mensagem.<br />
IGREJA NO BRASIL E NO MUNDO<br />
Card. Hummes nomeado prefeito<br />
da Congregação para o Clero<br />
O arcebispo<br />
<strong>de</strong> São Paulo foi es<br />
colhido, no dia 31 <strong>de</strong> outubro, pelo<br />
Papa Bento XVI, para assumir o<br />
cargo <strong>de</strong> Prefeito da Congregação para<br />
o Clero. Ele assume no lugar do Car<strong>de</strong>al<br />
Dario Castrillon Hoyos<br />
No Vaticano, para on<strong>de</strong> se muda<br />
ainda este ano, ele vai executar os projetos<br />
e as diretrizes do papa para os<br />
cerca <strong>de</strong> 400 mil padres e diáco-nos<br />
que a Igreja tem no mundo. Dom Cláudio<br />
terá <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo, posto mais importante da<br />
Igreja no Brasil, sob o aspecto <strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> fiéis, para assumir o seu novo<br />
cargo ainda este ano.<br />
Para Dom Cláudio, o fato <strong>de</strong> o papa<br />
ter escolhido um representante da América<br />
Latina mostra a importância que a<br />
Igreja dá para a região. Ele consi<strong>de</strong>ra<br />
que a experiência da realida<strong>de</strong> brasileira<br />
será importante na nova função. “Sempre<br />
é importante que a Cúria seja internacionalizada,<br />
o que vem ocorrendo com<br />
os últimos papas. Antes ela era mais<br />
italiana”, disse.<br />
Dom Cláudio substituiu Dom Paulo<br />
Evaristo Arns na <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo e se notabilizou com um dos nomes<br />
mais fortes da Igreja brasileira, tendo<br />
sido, inclusive, citado na substituição<br />
<strong>de</strong> João Paulo II.<br />
Natural <strong>de</strong> Montenegro (RS), on<strong>de</strong><br />
nasceu a 08 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1934, or<strong>de</strong>-<br />
Dom Cláudio Hummes foi nomeado para um dos<br />
cargos mais importantes do Vaticano e <strong>de</strong>ixa vaga a<br />
<strong>Arquidiocese</strong> São Paulo<br />
nou-se padre em Divinópolis (MG), em<br />
1958, pertencendo à Or<strong>de</strong>m Franciscana<br />
dos Fra<strong>de</strong>s Menores. Foi or<strong>de</strong>nado bispo<br />
em Porto Alegre (RS), em 1975. Tomou<br />
posse como arcebispo <strong>de</strong> São Paulo<br />
em 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1998. Foi criado<br />
Car<strong>de</strong>al no dia 21 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2001,<br />
pelo Papa João Paulo II.<br />
Arcebispo <strong>de</strong> Québec fala do 49º<br />
Congresso Eucarístico Internacional<br />
No mesmo dia da abertura da Assembléia<br />
Plenária da Conferência Episcopal<br />
do Canadá (CCCB), o car<strong>de</strong>al Marc<br />
Ouellet, arcebispo <strong>de</strong> Québec, <strong>de</strong>u <strong>de</strong>talhes<br />
sobre o 49º Congresso Eucarístico<br />
Internacional, que sua diocese acolherá<br />
em menos <strong>de</strong> dois anos. O Congresso terá<br />
três temas principais que permitirão apreciar<br />
mais profundamente a Eucaristia na<br />
vida cristã - anunciou o Car<strong>de</strong>al: «A Sagrada<br />
Eucaristia, dom <strong>de</strong> Deus», «A Eucaristia,<br />
a Nova Aliança» e «Para a Vida<br />
do Mundo». A organização espera 15 mil<br />
participantes - 10 mil <strong>de</strong>les cana<strong>de</strong>nses -<br />
no encontro que acontecerá <strong>de</strong> 15 a 22 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 2008 em Québec, coincidindo<br />
com o IV centenário da fundação a cida-<br />
O Papa Bento XVI recebeu, no dia 16/<br />
10, a visita da presidência da CNBB (Conferência<br />
Nacional dos Bispos do Brasil), que<br />
informou sobre os preparativos para a viagem<br />
pontifícia a Aparecida, no interior <strong>de</strong><br />
São Paulo, para a V Conferência Geral do<br />
CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano),<br />
no ano que vem. O Car<strong>de</strong>al Geraldo<br />
Majella Agnelo, presi<strong>de</strong>nte da CNBB,<br />
comentou que o Santo Padre esteve ale-<br />
<strong>de</strong>. De forma similar à Jornada Mundial da<br />
Juventu<strong>de</strong> que Toronto acolheu em 2002,<br />
evento que incluiu a peregrinação com a<br />
cruz através do Canadá, o comitê<br />
organizador está promovendo o Congresso<br />
Eucarístico Internacional com a «Arca<br />
da Nova Aliança», que Bento XVI abençoou<br />
em maio passado. O tema-eixo do<br />
Congresso será «A Eucaristia, dom <strong>de</strong><br />
Deus para a vida do mundo». Um dos<br />
momentos memoráveis será certamente<br />
a cerimônia <strong>de</strong> encerramento no domingo,<br />
22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2008, que po<strong>de</strong>rá chegar<br />
a reunir mais <strong>de</strong> 250 mil pessoas, se<br />
for confirmada a presença do Papa. Site<br />
oficial do 49º Congresso Eucarístico Internacional:<br />
www.cei2008.ca.<br />
Papa Bento XVI recebe em audiência presidência da CNBB<br />
gre e muito acolh<strong>ed</strong>or, e foi informado sobre<br />
os preparativos da 44ª Assembléia Geral<br />
dos bispos brasileiros, assim como sobre<br />
a evangelização da juventu<strong>de</strong>, pela qual<br />
Bento XVI manifestou especial interesse.<br />
Bento XVI perguntou e <strong>de</strong>monstrou-se<br />
muito bem informado sobre os fatos que<br />
acontecem no Brasil. No final da visita, o<br />
Santo Padre conc<strong>ed</strong>eu a benção para toda<br />
a Igreja no Brasil e o povo brasileiro.<br />
Divulgação/JA<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -15<br />
Vaticano propõe que as<br />
religiões superem o ódio<br />
A Santa Sé propôs aos crentes das<br />
diferentes religiões, em particular aos<br />
hindus, vencer o ódio terrorista com o<br />
amor. ‘’Vencer o ódio com o amor’’ é precisamente<br />
o tema da mensagem publicada<br />
pelo car<strong>de</strong>al Paul Poupard, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho Pontifício para o Diálogo<br />
Inter-religioso, por ocasião da festa<br />
<strong>de</strong> Diwali, que para os hindus representa<br />
a vitória da verda<strong>de</strong> sobre a mentira, da<br />
luz sobre as trevas, da vida sobre a morte,<br />
do bem sobre o mal. ‘’A verda<strong>de</strong>, a<br />
luz, a bonda<strong>de</strong> e a vida estão intimamente<br />
ligadas à realida<strong>de</strong> do amor’’, afirma o<br />
purpurado francês, assegurando que ‘’os<br />
crentes das diferentes religiões estão<br />
chamados a superar o ódio e a indiferença,<br />
difundidos na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> atual.’’ ‘’A<br />
pobreza moral e espiritual, que é causada<br />
pela incitação ao ódio no próprio coração,<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sarraigar-se dos crentes que<br />
estão cheios <strong>de</strong> amor e compaixão —<br />
assegura o Car<strong>de</strong>al. O amor gera confiança<br />
e esta, por sua vez, promove sinceras<br />
relações entre os crentes das diferentes<br />
religiões.’’ ‘’O amor é uma luz —<br />
no fundo, a única — que ilumina constantemente<br />
um mundo escuro e nos dá a<br />
força para viver e atuar’’, afirma por último,<br />
citando a conclusão da encíclica<br />
‘’Deus caritas est’’ <strong>de</strong> Bento XVI.<br />
RCC preten<strong>de</strong> levantar um<br />
milhão <strong>de</strong> assinaturas em<br />
<strong>de</strong>fesa da vida<br />
A Renovação Carismática Católica<br />
(RCC), quer colher, no Brasil, um milhão<br />
<strong>de</strong> assinaturas contra a <strong>de</strong>scriminalização<br />
do aborto. O objetivo é entregar o<br />
abaixo assinado em favor da vida ao Congresso<br />
Nacional. De acordo com Marizete<br />
Martins Nunes do Nascimento, Coor<strong>de</strong>nadora<br />
Nacional do Ministério <strong>de</strong> Fé e<br />
Política da RCC, o dia “D” da colheita <strong>de</strong><br />
assinaturas será a data <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> novembro.<br />
“O abaixo assinado <strong>de</strong>ve chegar em<br />
todas as dioceses, cida<strong>de</strong>s e grupos <strong>de</strong><br />
oração do Brasil com um trabalho <strong>de</strong> corpo<br />
a corpo para a coleta <strong>de</strong> assinaturas,<br />
nas paróquias, nas comunida<strong>de</strong>s, nas<br />
famílias, nos locais <strong>de</strong> trabalho, nas associações<br />
etc”, <strong>de</strong>stacou a coor<strong>de</strong>nadora.<br />
Segundo ela, após esta data as assinaturas<br />
<strong>de</strong>vem ser enviadas, pelos Correios,<br />
diretamente ao Escritório Administrativo<br />
da RCC do Brasil (Rua Dr. Arthur<br />
Martins, 137, CEP 18035-250 – Sorocaba,SP).<br />
É neste escritório que será<br />
preparado um Ofício para envio das assinaturas<br />
aos parlamentares, pelo Presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho Nacional, Sr. Marcos<br />
Volcan. Marizete Martins explica que,<br />
para evitar <strong>de</strong>longas, cada cida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />
enviar diretamente para o Escritório Nacional,<br />
sem retornar ao Coor<strong>de</strong>nador Estadual.<br />
“Os Ministérios <strong>de</strong> Fé e Política e<br />
Universida<strong>de</strong>s Renovadas estarão à disposição<br />
para quaisquer esclarecimentos”,<br />
acrescenta a coor<strong>de</strong>nadora. Para<br />
download do abaixo-assinado acesse o<br />
link: http://www.rccbrasil.org.br/
16-<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />
A partir <strong>de</strong> novembro, a Rádio<br />
Cultura AM 1110 passará a<br />
retransmitir a Rádio Vaticano. A<br />
parceria foi firmada em junho <strong>de</strong>ste<br />
ano em visita realizada pelo<br />
Diretor Presi<strong>de</strong>nte, Padre Marcio<br />
Vignoli, e o Diretor Executivo<br />
Erichson Stueber, que estiveram<br />
na s<strong>ed</strong>e da rádio em Roma.<br />
De segunda a sábado, às<br />
12h05min, os ouvintes po<strong>de</strong>rão<br />
acompanhar o Jornal Vaticano<br />
EDITAL DE CONVOCAÇÃO<br />
Para: Entida<strong>de</strong>s Membros da<br />
Ação Social Arquidiocesana<br />
A Ação Social Arquidiocesana vem, através do presente Edital<br />
<strong>de</strong> Convocação, convocar as Entida<strong>de</strong>s Membros, para participarem<br />
da 36ª Assembléia Geral Ordinária da Ação Social<br />
Arquidiocesana, que será realizada no dia 02 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
2006, com início às 8 h e término previsto para as 16 horas. A<br />
referida Assembléia Geral terá como objetivos: a) Avaliar a caminhada<br />
<strong>de</strong> 2006; b) Aprovar os indicativos <strong>de</strong> atuação para<br />
2007; c) Homologar o ingresso <strong>de</strong> novas Entida<strong>de</strong>s Membros.<br />
A Assembléia instalar-se-á em primeira convocação com a<br />
presença da maioria absoluta dos associados presentes e, em<br />
segunda convocação, meia hora <strong>de</strong>pois, com qualquer número<br />
<strong>de</strong> associados presentes, e suas <strong>de</strong>liberações serão votadas<br />
quando aprovadas pela maioria simples dos associados presentes,<br />
(cf. art. 9º do Estatuto, parágrafo 1º). O local <strong>de</strong> realização<br />
da Assembléia será a Paróquia São Judas Ta<strong>de</strong>u, sita à<br />
Rua Capitão P<strong>ed</strong>ro Leite, 406 – Barreiros – São José.<br />
<strong>Florianópolis</strong>, 1º <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006<br />
D. MURILO S.R. KRIEGER<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Ação Social Arquidiocesana<br />
Rádio Cultura retransmitirá a Rádio<br />
Vaticano a partir <strong>de</strong> novembro<br />
em língua portuguesa. Às quintas-feiras,<br />
no mesmo horário, a<br />
transmissão será do programa<br />
“Em Romaria”, ao vivo, <strong>de</strong> Roma.<br />
“Estamos felizes em po<strong>de</strong>r<br />
inserir em nossa programação o<br />
sinal da Rádio Vaticano em comunhão<br />
com a Igreja <strong>de</strong> todo o<br />
mundo. Este já era um p<strong>ed</strong>ido<br />
<strong>de</strong> D. Murilo. Isso dá também<br />
cr<strong>ed</strong>ibilida<strong>de</strong> à nossa emissora”,<br />
disse Padre Marcio.<br />
Pe. Márcio (esq.), presi<strong>de</strong>nte da Rádio Cultura, com o Pe Lombardi e Silvonei<br />
José na assinatura do contrato <strong>de</strong> retransmissão da Rádio Vaticano.<br />
Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>: há <strong>de</strong>z anos<br />
comunicando a vida e a esperança<br />
“Este Jornal é apenas uma<br />
semente que vai germinar e transformar-se<br />
em uma árvore que nos<br />
dará muitos frutos”. Assim dizia o<br />
texto publicado na capa da primeira<br />
<strong>ed</strong>ição do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
em outubro <strong>de</strong> 1996. O<br />
profético texto da primeira <strong>ed</strong>ição<br />
se concretizou, e agora já faz <strong>de</strong>z<br />
anos que estamos “comunicando<br />
a vida e a esperança”.<br />
Criado como continuação da<br />
Revista “Pastoral <strong>de</strong> Conjunto”,<br />
que por 32 anos espelhou a nossa<br />
realida<strong>de</strong> eclesial, o Jornal da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> conseguiu atingir o<br />
seu objetivo. Com uma tiragem<br />
mensal <strong>de</strong> 20 mil exemplares, ele<br />
hoje circula nas 64 paróquias da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, procurando sempre<br />
oferecer o melhor para a formação<br />
e informação dos seus milhares<br />
<strong>de</strong> leitores.<br />
Nestes 10 anos, comunicou<br />
a vida da Igreja na <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
no Brasil e no mundo: a vida dos<br />
seminários, as or<strong>de</strong>nações diaconais<br />
e presbiterais, nomeações<br />
episcopais, o trabalho e a<br />
formação dos leigos em suas várias<br />
ativida<strong>de</strong>s; a canonização <strong>de</strong><br />
Santa Paulina e a construção do<br />
Santuário; o falecimento <strong>de</strong> João<br />
Paulo II e a posse no novo Papa;<br />
a cobertura do 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional. E, agora,<br />
a preparação do centenário <strong>de</strong><br />
criaçoa da diocese. Tudo com a<br />
riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes e a seri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
dispensada a um veículo <strong>de</strong><br />
comunicação próprio <strong>de</strong> uma<br />
<strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Este trabalho é concebido graças<br />
à equipe <strong>ed</strong>itorial, que gesta<br />
O aniversário <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos do<br />
Jornal da <strong>Arquidiocese</strong> será celebrado<br />
através <strong>de</strong> um Fórum. O<br />
evento, que também celebra os<br />
20 anos do Jornal Missão Jovem,<br />
comemorado em agosto,<br />
será realizado no dia 18 <strong>de</strong> novembro,<br />
no Santuário <strong>de</strong> Fátima.<br />
Representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />
que trabalham com a juventu<strong>de</strong> e<br />
jornalistas estão sendo convidados<br />
para discutir o tema “Comu-<br />
Primeira <strong>ed</strong>ição do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>, em 1996, e a <strong>ed</strong>ição <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2006:<br />
<strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> melhorias e aperfeiçoamentos para dar melhor jornal aos nossos leitores<br />
Para celebrar os 10 anos do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
estamos confeccionando 50 camisetas, que serão sorteadas<br />
entre os nossos leitores. Para participar do sorteio, responda<br />
a pergunta:<br />
- Que contribuições o Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
em seus 10 anos, trouxe para a sua vivência<br />
na fé e participação na comunida<strong>de</strong>?<br />
As respostas po<strong>de</strong>m ser encaminhadas por e-mail, para o en<strong>de</strong>reço:<br />
jornal@arquifloripa.org.br, ou pelo correio para rua Esteves<br />
Júnior, 447, CEP 88015-530, Centro – <strong>Florianópolis</strong> – SC.<br />
cada <strong>ed</strong>ição mensal, procurando<br />
levar a melhor e mais verda<strong>de</strong>ira<br />
informação aos nossos leitores.<br />
Ela, que ao longo <strong>de</strong>sses 10 anos<br />
foi bastante modificada, é a responsável<br />
por melhorar, ampliar e<br />
enriquecer o Jornal que você re-<br />
cebe mensalmente.<br />
Sabemos que temos falhas,<br />
mas, com as sugestões que recebemos<br />
e que procuramos pôr<br />
em prática, não per<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> vista<br />
o objetivo <strong>de</strong> levar a melhor informação<br />
ao nosso público.<br />
Fórum <strong>de</strong> comunicação celebra os <strong>de</strong>z anos<br />
nicação e Juventu<strong>de</strong>”, e lema<br />
“Uma juventu<strong>de</strong> para o hoje e o<br />
amanhã”. O objetivo é refletir sobre<br />
duas questões: - os meios <strong>de</strong><br />
comunicação <strong>de</strong>stinam espaços<br />
para os jovens?; - esses espaços<br />
refletem os anseios, dificulda<strong>de</strong>s<br />
e perspectivas da juventu<strong>de</strong>?<br />
Durante o encontro, os participantes<br />
ajudarão na elaboração<br />
<strong>de</strong> propostas para que os meios<br />
<strong>de</strong> comunicação revejam seus<br />
conceitos e programação e publiquem<br />
reportagens voltadas aos<br />
jovens. Essas propostas farão<br />
parte <strong>de</strong> um documento que será<br />
encaminhado aos Meios <strong>de</strong> Comunicação.<br />
Para m<strong>ed</strong>iar as discussões,<br />
virá Rui Antônio <strong>de</strong> Souza,<br />
r<strong>ed</strong>ator do Jornal Mundo Jovem.<br />
Ele é especialista em juventu<strong>de</strong>.<br />
Mais informações po<strong>de</strong>m<br />
ser obtidas pelo fone (48) 8405-<br />
6578 ou pelo e-mail<br />
comunicacaoejuventu<strong>de</strong>@gmail.com.