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03 O Trombeta
POLÍTICA
Capanema, 25 de junho de 2011
Nepotismo
Paraná cria duas supersecretarias para
irmão e mulher do governador Beto Richa
Curitiba - A Assembleia
Legislativa do Paraná aprovou,
na terça-feira (21), projeto de
reforma administrativa do governador
Beto Richa (PSDB)
que criou as secretarias de Infraestrutura
e Logística e de Família
e Desenvolvimento Social.
As novas pastas terão no
comando, respectivamente, o
irmão, José “Pepe” Richa Filho,
e a mulher do governador,
Fernanda Richa. Ambos controlarão
de seus gabinetes as
transferências federais do PAC
e do programa Bolsa Família.
A reforma aprovada pelos deputados
também criou 295
novos cargos comissionados
que custarão, em salários, R$
8,6 milhões por ano aos contribuintes
paranaenses.
Cada novo cargo terá um
custo médio de R$ 2.429. A
reforma contraria o discurso de
campanha do então candidato
Beto Richa em 2010, que criticou
o nepotismo no governo do
ex-governador Roberto Requião
(PMDB) e o abuso dos cargos
em comissão.
A Secretaria de Infraestrutura
e Logística assume as
funções de duas secretarias
extintas, a de Transportes e a
de Obras. A pasta da Família e
Desenvolvimento Social passa a
acumular funções que eram de
três secretarias, as da Criança
e Juventude, do Trabalho e da
Justiça.
Com a reforma, a Secretaria
da Família terá 127 cargos em
comissão. A pasta ainda terá
mais 32 cargos em comissão
vindos da Secretaria do Trabalho,
em função da transferência
do setor de promoção social
Supersecretarias
Beto Richa não aceita rótulo de
supersecretaria: “É balela da oposição”
Curitiba - O governador
Beto Richa (PSDB) comentou,
na quarta-feira, durante o lançamento
do “Programa Qualifica
Paraná”, a aprovação, por
parte da Assembleia Legislativa,
da criação das supersecretarias
de Infraestrutura e Logística e
de Família e Desenvolvimento
Social, comandadas por seu
irmão, José Richa Filho, e sua
mulher Fernanda Richa, respectivamente.
Beto, que não aceita o rótulo
de supersecretaria, disse que
as incorporações de funções de
outras pastas nas duas servirão
para enxugar a máquina e agilizar
os serviços prestados pelo
Estado. “Não sei o que querem
dizer com supersecretaria. Nós
apenas incorporamos a secretaria
de obras dentro dessa
estrutura, porque estava ociosa.
Até para podermos enxugar um
para a secretaria de Fernanda
Richa.
Com os cargos que já estavam
à disposição da renomeada
Secretaria da Criança, a
primeira-dama controlará 212
servidores em comissão. A aprovação
dos projetos também cria
outros 118 cargos comissionados
para a Procuradoria Geral
do Estado; 28 para a Secretaria
da Justiça e 22 para a Secretaria
do Trabalho.
Oposição
O projeto foi aprovado pela
maioria dos deputados estaduais,
com apenas seis votos contrários.
A maioria da bancada
do PMDB, partido do ex-governador
Requião que em tese seria
de oposição, também votou pela
aprovação dos projetos.
A bancada de oposição criticou
as mudanças, alegando concentração
excessiva de poderes
em duas pastas. Para ela, as
supersecretarias vão concentrar
80% da capacidade de investimento
do Estado. Segundo
o líder da oposição, deputado
Enio Verri (PT), a reforma é um
retrocesso. “Não estamos discutindo
o modelo de gestão, o que
foi aprovado é um retrocesso
político”, disse.
Para o deputado Tadeu Veneri
(PT), a nova estrutura
concentra excessivos poderes
em membros da família Richa.
“Uma única secretaria vai
receber todos os recursos do
PAC e a outra todos os recursos
dos programas sociais. E esses
dois secretários são o irmão e
a mulher do governador”, disse
Veneri.
pouco mais a máquina”, disse.
O governador negou que
esteja concentrando poderes
com seus familiares. “Qual é o
problema se é minha esposa ou
meu irmão? Tenho uma relação
de confiança com todos os
meus secretários. Tenho, por
ser governador, ascendência
sobre todos. Não teria nenhuma
razão criar uma superestrutura
só porque são meus familiares”,
comentou.
“É balela da oposição, é politicagem,
tanto que passou com
tranqulidade pela assembleia
porque os deputados entenderam
a importância dessas
transformações para essas áreas
tão importantes do estado, com
infraestrutura e a área social,
que deve ser a prioridade de
qualquer governo”, prosseguiu.
O governador também não
aceitou a comparação do nepo-
Beto Richa, governador do Paraná,
e a mulher, Fernanda Richa,
durante campanha ao governo do
Paraná em 2010, quando criticou
nepotismo do governo anterior.
Segundo eles, a nova Secretaria
de Infraestrutura terá 1,52%
da receita de investimentos do
Estado, o equivalente a R$ 358
milhões em 2011. A Secretaria
da Família terá R$ 204 milhões
em investimentos, 0,87% da
receita de investimentos.
Governistas
“O deputado Verri foi secretário
do Planejamento e é economista,
mas sua matemática está
equivocada. É uma informação
distorcida”, disse o líder do governo,
Ademar Traiano (PSDB).
Quanto ao nepotismo, Traiano
comparou a participação
familiar no governo Richa com
a que ocorreu na gestão do ex-
-governador Roberto Requião
(PMDB). “Nunca critiquei a ex-
-primeira dama ou o secretário
Maurício Requião. Diferente do
Eduardo Requião (ex-administrador
do Porto de Paranaguá),
que envergonhava o Estado”,
disse.
(Fonte: Uol Notícias)
tismo em seu governo com o do
governo anterior, de Roberto
Requião (PMDB). “Nepotismo
para mim é arrumar um emprego
público para garantir
remuneração a um parente seu,
para que ele possa sobreviver. E
não é o caso da minha mulher.
Todos sabem que ela tem posses
tem um bom patrimônio e
que cuida da área social porque
gosta”.
(Paraná Online)
CONTRA A REELEIÇÃO
Em sessão realizada na manhã
de quarta-feira (22) na Comissão
de Constituição e Justiça, o líder
do PSDB, Alvaro Dias, defendeu
o fim da reeleição para cargos do
Poder Executivo, e se posicionou
contra o projeto que estabelece a
coincidência de mandatos eletivos,
além de fixar eleições gerais
para o ano de 2018.
SUSPEITA DE PRIVATIZAÇÃO
O governador Beto Richa enviou
à A. Legislativa projeto de
lei propondo mudanças na lei das
Agências Reguladoras, de 2002
(governo Jaime Lerner) incluindo
a obrigação de regulamentar
as áreas de energia, saneamento
e tecnologia da informação no
Paraná.
As agências reguladoras existem
para regular serviços antes
públicos, delegados por contrato à
iniciativa privada. Já que é desnecessária
uma agência reguladora
para regular serviços executados
pelo próprio Estado, fica evidente
a volta da privatização da Copel,
Sanepar e Celepar ao Paraná como
estratégia do governo do estado.
Isto mesmo depois da catastrófica
privatização da Eletropaulo
dos paulistas, cujos vexaminosos
black-outs duram até dois dias, e
causam prejuízos enormes e instalam
o caos. (Blog Margarita
Sem Censura)
BRIZOLISTA
O deputado Nelson Luersen
(PDT) usou a tribuna da Assembleia
Legislativa para prestar uma
homenagem pelos sete anos do
falecimento de Leonel de Moura
Brizola, criador e líder do PDT
- Brizola faleceu no dia 21 de
junho de 2004. “Um dos grandes
brasileiros, homem nacionalista
que deixou para nós pedetistas
um grande legado”, lembrou
Luersen.
DEFENSOR DA EDUCAÇÃO
Luersen destacou que o líder
trabalhista foi um defensor da
educação em tempo integral, com
o objetivo de preparar as novas
gerações. “Quando governador
do Rio Grande do Sul construiu
mais de 5 mil brizoletas (escolas),
deu oportunidade na educação
de aprender e conhecer, levando
a população do Rio Grande do
Sul ao empreendedorismo”. “O
Rio Grande do Sul desbravou o
Oeste de Santa Catarina, o Oeste
e Sudoeste do Paraná, subindo
para o Mato Grosso, para Rondônia,
para o Pará, entre outros.
Sei que o gaúcho deve muito para
o Brizola, como nós paranaenses
também devemos”, acrescentou.
Nelson Luersen reforçou a sua
satisfação de prestar essa homenagem,
por crer que foi muito
bem merecida por um símbolo
do Brasil, “que com o espírito
visionário e patriota foi também
um defensor das estatais e das
empresas do País”.
“EL RATÓN”
A homenagem de Luersen
pode até ser justa, mas Brizola
também teve seus lados negativos.
Um desses episódios ficou
conhecido como, “El Ratón”.
Algum tempo após Brizola ser
obrigado a ir para o exílio, surgiu
um boato a respeito de um
acontecimento que teria gerado
uma discórdia entre o presidente
de Cuba Fidel Castro e Brizola.
Pelo boato, Brizola teria tido um
encontro em Cuba com Fidel
para tentar conseguir deste apoio
financeiro para a organização
de um movimento armado contra
o regime militar brasileiro.
Fidel então teria dado a Brizola
cerca de 1 milhão de dólares
para financiar a denominada
Revolução Socialista no Brasil.
O que teria acontecido após esse
encontro, segundo este boato, é
que Brizola teria dado uma ínfima
parte do dinheiro para pouquíssimos
aliados revolucionários e
teria embolsado a maior parte
do dinheiro que recebera, utilizando
o dinheiro para comprar
fazendas no Uruguai e na Austrália,
o que explicaria o grande
patrimônio acumulado por Brizola
durante os anos de exílio.
Pelo boato, após tomar conhecimento
do ocorrido, Fidel Castro
teria ficado muito aborrecido
com Brizola e passado a
se referir a este como “El Ratón”
(o Rato, em espanhol).
FINALIZANDO...
Quando governador do Rio de
Janeiro, Brizola foi acusado de ter
ligações com os contraventores
do jogo do bicho e de ser omisso
no combate ao tráfico de drogas.
Segundo seus críticos, o governo
do pedetista teria sido fundamental
para a consolidação do crime
organizado no Rio de Janeiro.