Experimentando as Profundezas de Jesus Cristo ... - Ibpan.com.br
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24. A Realização Final do Cristão<<strong>br</strong> />
É impossível atingir a União Divina somente pela meditação, através<<strong>br</strong> />
dos sentimentos ou por qualquer <strong>de</strong>voção, não importa o quanto seja<<strong>br</strong> />
iluminada. Há muit<strong>as</strong> razões para isso, a principal é a que se segue:<<strong>br</strong> />
Segundo <strong>as</strong> Escritur<strong>as</strong>, "não po<strong>de</strong>rás ver a minha face, porque o<<strong>br</strong> />
homem não po<strong>de</strong> ver-me e continuar vivendo" (Ex. 33,20). Ora, todo<<strong>br</strong> />
exercício <strong>de</strong> orações discursiv<strong>as</strong> e mesmo <strong>de</strong> contemplação ativa,<<strong>br</strong> />
consi<strong>de</strong>rada <strong>com</strong>o um fim e não <strong>com</strong>o uma simples preparação para a<<strong>br</strong> />
contemplação p<strong>as</strong>siva, ainda são exercícios vivos, que não nos levam a ver<<strong>br</strong> />
a Deus, ou seja, estar unido a Ele. Tudo o que é do homem e do seu fazer,<<strong>br</strong> />
por mais no<strong>br</strong>e e exaltado que seja, <strong>de</strong>ve ser primeiramente <strong>de</strong>struído.<<strong>br</strong> />
São João relata que havia silêncio no céu. (Ap. 8,1). O céu representa<<strong>br</strong> />
a região e o centro da alma, on<strong>de</strong> tudo <strong>de</strong>ve ser reduzido ao silêncio<<strong>br</strong> />
quando a majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus aparece. Todos os esforços e a própria<<strong>br</strong> />
existência do eu <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>struídos; pois, nada é oposto a Deus, senão o<<strong>br</strong> />
EU; toda malda<strong>de</strong> do homem encontra-se na apropriação do EU <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
fonte <strong>de</strong> sua natureza má; a pureza da alma cresce na proporção em que<<strong>br</strong> />
per<strong>de</strong> a posse do EU; e aquilo que era uma falta enquanto a alma vivia na<<strong>br</strong> />
possessão do EU, não é mais falta, após ter adquirido pureza e inocência,<<strong>br</strong> />
abandonando o apego ao EU, o que causou a diferença entre ela e Deus.<<strong>br</strong> />
Para unir du<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> tão opost<strong>as</strong> <strong>com</strong>o a pureza <strong>de</strong> Deus e a<<strong>br</strong> />
impureza da criatura, a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e a multiplicida<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />
homem, é preciso muito mais do que os esforços da criatura. Nada menos<<strong>br</strong> />
do que uma operação eficaz do Altíssimo po<strong>de</strong> realizá-la; pois est<strong>as</strong> du<strong>as</strong><<strong>br</strong> />
cois<strong>as</strong> <strong>de</strong>vem ter alguma relação ou similarida<strong>de</strong> antes <strong>de</strong> se tornarem um,<<strong>br</strong> />
já que a impureza do metal não po<strong>de</strong> se unir à pureza do ouro.<<strong>br</strong> />
O que Deus faz então? Ele envia sua própria Sabedoria antes Dele,<<strong>br</strong> />
<strong>as</strong>sim <strong>com</strong>o o fogo será enviado so<strong>br</strong>e a terra para <strong>de</strong>struir tudo o que é<<strong>br</strong> />
impuro, através <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong>; nada po<strong>de</strong> resistir ao po<strong>de</strong>r daquele<<strong>br</strong> />
fogo; ele tudo consome; da mesma forma, a Sabedoria <strong>de</strong>strói tod<strong>as</strong> <strong>as</strong><<strong>br</strong> />
impurez<strong>as</strong> da criatura, a fim <strong>de</strong> prepará-la para a união divina.<<strong>br</strong> />
A impureza, tão fatal para a união, consiste na auto-apropriação e<<strong>br</strong> />
ativida<strong>de</strong>. Auto-apropriação, porque é a fonte e origem <strong>de</strong> todo <strong>de</strong>svio