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Sem título-1 - Fmu

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ANO I - Nº 6 - JUNHO DE 2004 - TIRAGEM: 40 MIL EXEMPLARES - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA<br />

Parceria arceria entre entre universidade universidade e<br />

e<br />

São São Carlos Carlos traz traz bons bons resultados<br />

resultados<br />

Em cerminônia, UniFMU entrega <strong>título</strong> de Professor Honoris Causa a Newton Lima Neto, ex-reitor da UFSCar e<br />

atual prefeito de São Carlos, onde desenvolveu projetos a partir de parcerias com a Universidade de São Paulo<br />

Szajman defende<br />

pequenas empresas A ministra da Secretária<br />

Especial das Políticas de<br />

O presidente da Federação do<br />

Comércio do Estado de São<br />

Paulo, Abram Szajman, recebeu,<br />

no dia 13 de maio, o <strong>título</strong><br />

de professor Honoris Causa<br />

do UniFMU. A cerimônia<br />

aconteceu no Campus Itaim e<br />

em seu discurso, Szajman ressaltou<br />

que a saída para o desemprego<br />

e a melhoria dos índices<br />

econômicos brasileiros<br />

passa pelo apoio à micro e<br />

pequena empresa. Segundo<br />

Szajman, o empresariado deve<br />

agregar, às decisões de mercado,<br />

um desejo de transformação<br />

da sociedade. Estiveram<br />

presentes a direção do<br />

UniFMU, autoridades e personalidades,<br />

como a apresentadora<br />

Hebe Camargo e o sindicalista<br />

da Força Sindical,<br />

Paulo Pereira da Silva.<br />

pág. 8<br />

Aluno leva pesquisa<br />

científica a Atenas<br />

O aluno de Educação Física<br />

do UniFMU, Felipe Romeiro<br />

Anversa, vai a Atenas, em<br />

Congresso Científico que antecede<br />

as Olimpiadas, apresentar<br />

os resultados de sua<br />

pesquisa sobre Transtorno do<br />

Déficit de Atenção com<br />

Hiperatividade<br />

No dia 5 de maio, a direção<br />

do UniFMU e o aluno<br />

encontraram-se com o governador<br />

Geraldo Alckmin, que<br />

elogiou a pesquisa de iniciação<br />

científica. “É muito<br />

satisfatório ver o trabalho de<br />

um aluno paulista participar<br />

LEIA MAIS<br />

de um congresso nas Olimpíadas<br />

de Atenas”, ressaltou<br />

Alckmin.<br />

O TDAH é um problema<br />

bastante comum e se caracteriza<br />

por dificuldade em manter<br />

a atenção, inquietude<br />

acentuada (hiperatividade) e<br />

impulsividade. Pode ser chamado<br />

de DDA (Distúrbio do<br />

Déficit de Atenção) e em muitos<br />

casos o transtorno acompanha<br />

o indivíduo na vida<br />

adulta, embora os sintomas<br />

sejam mais brandos quando<br />

comparados aos de crianças.<br />

pág. 10<br />

DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

Promoção de Igualdade<br />

Racial do governo Lula,<br />

Matilde Ribeiro, esteve presente<br />

na abertura do VII<br />

<strong>Sem</strong>inário da Faculdade de<br />

Serviço Social do UniFMU,<br />

quando falou sobre a formação<br />

da sociedade brasileira e<br />

a exclusão de setores sociais.<br />

Para Matilde, que já foi<br />

professora do curso de Serviço<br />

Social do UniFMU, “democracia<br />

só existe quando não há<br />

preconceito”. Alinhada com as<br />

políticas públicas de inclusão<br />

social do governo federal,<br />

Homenageado pelo<br />

UniFMU no dia 20 de maio,<br />

Newton Lima Neto proferiu palestra<br />

sobre o tema “Educação,<br />

Ciência e Tecnologia: evolução<br />

e perspectivas para o Brasil”,<br />

ressaltando que a universidade<br />

deve estar a serviço dos diferentes<br />

segmentos da sociedade, o<br />

que geraria justiça social no<br />

país. “Educação superior, que<br />

é direito dos cidadãos, deveria<br />

sair do prisma de gasto público<br />

e entrar no de investimento”, entende<br />

Lima Neto.<br />

Além de ex-reitor da<br />

UFSCar, Lima Neto é também<br />

prefeito da cidade de São<br />

Matilde entende que as cotas<br />

para negros, indígenas e<br />

economicamente<br />

desfavorecidos são uma saída<br />

para o atual quadro de exclusão.<br />

Neste ano, o tema do seminário<br />

foi “São Paulo – 450 anos: uma<br />

reflexão sobre os excluídos da<br />

cidade”. Segundo a coordenadora<br />

da Faculdade de Serviço<br />

Social, Maria Elisa dos Santos, é<br />

papel dos profissionais da área<br />

“resgatar o ocultamento a que<br />

alguns grupos sociais estão<br />

submetidos”. Foi convidado<br />

também a falar no evento<br />

Olívio Jekupé, índio da aldeia<br />

II Feira de Saúde<br />

promove prevenção<br />

Carlos, onde colocou em prática,<br />

já no primeiro dia de seu<br />

mandato, um acordo de cooperação<br />

entre a Universidade<br />

de São Paulo e a prefeitura<br />

municipal. Esse acordo propiciou,<br />

entre outras coisas, a elevação<br />

da qualidade do saneamento<br />

básico. Com investimento<br />

do governo federal, a<br />

prefeitura de São Carlos deve<br />

construir uma Estação de Tratamento<br />

de Água e Esgoto projetada<br />

pelos professores do<br />

Departamento de Hidráulica e<br />

Esgoto da Universidade de São<br />

Paulo.<br />

pág. 6 e 7<br />

<strong>Sem</strong>inário traz ministra e discute exclusão<br />

Cerca de mil pessoas foram<br />

atendidas pela II Feira de Saúde,<br />

promovida pelo UniFMU,<br />

no vão livre do MASP, na Avenida<br />

Paulista. Os pedestres puderam<br />

verificar os níveis de<br />

pressão arterial, de diabetes,<br />

colesterol, além de fazer exames<br />

de composição corporal,<br />

prevenção de câncer bucal, de<br />

mama, de colo de útero e outros.<br />

O presidente do IMAE,<br />

Aristodemo Pinotti, ressaltou<br />

que essa é “uma tentativa de<br />

cumprir com o papel da universidade”.<br />

No ano passado, 10% dos<br />

atendidos tinham diabetes e<br />

15%, hipertensão arterial.<br />

pág. 4<br />

Krukutu – do ramo Guarani –<br />

que fica entre a cidade de São<br />

Paulo e a baixada santista.<br />

Segundo Jekupé, a sociedade<br />

urbana, além de excluir os<br />

indígenas, não se esforça para<br />

conhecer a realidade dos<br />

primeiros habitantes do Brasil.<br />

Sobre os recentes conflitos<br />

ocorridos no Pará, entre<br />

garimpeiros e índios cintaslargas,<br />

Jekupé foi incisivo: “o<br />

índio não quer ouro, ele quer<br />

a natureza”. O evento ocorreu<br />

entre os dias 7 e 11 de maio,<br />

no Campus Liberdade do<br />

UniFMU.<br />

pág. 9<br />

MARCOS AURÉLIO<br />

Picasso<br />

para todos<br />

Os matriculados no curso de<br />

Educação e Alfabetização de<br />

Jovens e Adultos, promovido<br />

pelo curso de Pedagogia do<br />

UniFMU, foram visitar a exposição<br />

do pintor espanhol Pablo<br />

Picasso, na Oca. Para muitos<br />

deles, era a primeira vez que<br />

iam a uma mostra de arte.<br />

pág. 11<br />

• Editorial pág. 2 • 450 anos pág. 3 • Saúde pág. 4 • Direito pág. 5 • Política pág. 6 e 7<br />

• Economia pág. 8 • Ação Social pág. 9 •Esportes pág. 10 • Arte pág. 11


2<br />

::. ::.EDITORIAL<br />

::. EDITORIAL<br />

EDITORIAL.::<br />

EDITORIAL .::<br />

RECONHECIMENT<br />

RECONHECIMENTO RECONHECIMENT O DO DO MÉRIT MÉRITO MÉRIT<br />

A comunidade universitária metropolitana, constituída pelas Instituições<br />

UniFMU, UniFIAM-FAAM e FISP, continua desenvolvendo<br />

intensamente as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão<br />

programadas para o corrente ano letivo. O presente número de<br />

“O Metropolitano” registra algumas dessas ações, que revelam a<br />

preocupação dessas instituições com o cumprimento de suas finalidades<br />

precípuas e com o reconhecimento do mérito de pes-<br />

soas que prestaram — e continuam prestando — relevantes<br />

serviços à sociedade brasileira.<br />

Entre estas últimas, devo ressaltar as sessões solenes de outorga<br />

de <strong>título</strong> de Professor Honoris Causa a duas ilustres personalidades brasileiras.<br />

Por deliberação unânime do Conselho Diretor de Ensino e Pesquisa e<br />

Extensão – CDEPE do UniFMU foram outorgados os referidos <strong>título</strong>s ao Senhor<br />

Abram Szajman e ao Professor Newton Lima Neto. Ao primeiro, pelo reconhecimento<br />

dos méritos do eminente empreendedor, líder<br />

empresarial do Comércio e insigne benfeitor das causas<br />

sociais; ao segundo, pelos excelsos serviços prestados<br />

à educação brasileira, como professor, pesquisador,<br />

administrador universitário, dirigente de associações<br />

docentes e emérito administrador público.<br />

Em razão da relevância dos pronunciamentos,<br />

não posso deixar de fazer referência a passagens<br />

dos discursos feitos pelos homenageados nas referidas<br />

sessões solenes. Abram Szajman, ao tratar do<br />

tema A responsabilidade social do empresário, em<br />

determinado instante, disse: “Considero a empresa<br />

como geradora de riquezas e empregos, e identifico<br />

responsabilidade social com o necessário compromisso<br />

das empresas em relação a questões que a circundam, como a<br />

utilização responsável e auto-sustentável de recursos naturais, o respeito ao<br />

meio ambiente, incluindo, nesse caso, não apenas a natureza, mas o próprio<br />

meio social que se relaciona diretamente à empresa. Responsabilidade<br />

social da empresa também tem a ver com qualidade de serviços e produtos<br />

oferecidos e seu compromisso com a satisfação, segurança e o bem-estar<br />

Pós-Graduação, um<br />

investimento pessoal<br />

Labibi Elias Alves da Silva<br />

Reitora do UniFMU<br />

::.EXPEDIENTE.::<br />

::.EXPEDIENTE.::<br />

Faculdades Metropolitanas Unidas - AE e Associação de Cultura<br />

e Ensino<br />

Presidente: Prof. Edevaldo Alves da Silva<br />

FMU Centro Universitário<br />

Reitora: Dra. Labibi Elias Alves da Silva; Pró-reitor de Ensino e<br />

Graduação: Dr. Eduardo Elias Alves da Silva; Pró-reitor de Extensão,<br />

Integração Comunitária e Cursos Seqüenciais: Dr.<br />

Edson Elias Alves da Silva; Pró-reitora de Pós-graduação: Dra.<br />

Ana Cláudia Fioravante Bonaparte; Secretário Geral: Prof. Celso<br />

Hamilton de Camargo<br />

FIAMFAAM Centro Universitário<br />

Reitor: Prof. Edson Antonio Miranda;<br />

Vice-reitor: Prof. Dr. Marco Antonio Barbosa<br />

Prof. Edevaldo Alves da Silva<br />

Presidente<br />

Na II Feira da Saúde,<br />

realizada no vão do MASP,<br />

em São Paulo, foram<br />

atendidas centenas de<br />

pessoas, num trabalho<br />

conjunto de professores,<br />

pesquisadores, técnicos e<br />

alunos, dos 10 cursos da<br />

Área da Saúde do UniFMU.<br />

É comum ouvir de profissionais, que há anos atuam no mercado, que<br />

estão sendo substituídos por jovens e que a experiência de trabalho não<br />

conta na hora da promoção. Uma reclamação que coloca em evidência as<br />

próprias deficiências desses profissionais, muito envolvidos com as questões<br />

cotidianas, práticas. Eles não encontram tempo disponível para si<br />

mesmo, para as reflexões, as leituras, os novos cursos e, portando, novas<br />

idéias e propostas para melhorar o fluxo de informações, as relações<br />

internas e externas, formas para agilizar o procedimento administrativo de<br />

sua empresa.<br />

Os jovens geralmente substituem os mais experientes porque estão<br />

germinando idéias em suas áreas de atuações. Querem mudar, inovar e<br />

renovar para que a empresa seja modernizada e possa competir com os<br />

novos empreendimentos. Eles têm a visão global do processo, mesmo que<br />

apenas na teoria, e estão ávidos para colocar mostrarem todo o conhecimento<br />

adquirido nos cursos de graduação, enquanto que os mais experientes<br />

temem as mudanças, resistem porque se sentem fragilizados diante do<br />

novo, que pode gerar instabilidade profissional.<br />

Este é um cenário comum e acredito que muitos conhecem histórias<br />

parecidas como estas e poucos sabem as respostas. A saída para esses<br />

profissionais experientes é voltar para a sala de aula. Não uma sala de<br />

aula qualquer, mas as dos cursos de Pós-Graduação, onde encontrarão<br />

pessoas com as mesmas necessidades e professores capacitados a ajudálos<br />

a encontrar caminhos que os recoloquem no mercado de trabalho, com<br />

especializações em suas áreas e portando com novas propostas. As iniciativas<br />

de se envolverem em cursos lato sensu, irão garantir o peso necessário<br />

para tratar os assuntos dominados pelos jovens, como a linguagem<br />

tecnológica, a globalização, a cultura, a educação, a comunicação.<br />

Na realidade, os cursos de Pós-Graduação darão o diferencial nas<br />

carreiras destes profissionais, porque eles têm algo precioso em suas mãos<br />

que é a experiência, o conhecimento prático, material enriquecedor e<br />

individual, algo não aprendido em sala de aula e perseguido pelos jovens à<br />

procura de um espaço para colocar suas idéias em prática.<br />

Assim, o único caminho para enfrentar a concorrência<br />

profissional é investir na própria carreira, encontrar<br />

o tempo para refletir, para novas leituras, novas idéias e<br />

novos cursos. <strong>Sem</strong>pre.<br />

FISP<br />

Diretora Geral: Dra. Labibi Elias Alves da Silva; Vice-diretor Geral:<br />

Dr. Eduardo Elias Alves da Silva; Coordenador de Áreas: Prof.<br />

Edson Antonio Miranda<br />

O METROPOLITANO<br />

Produção do curso de Comunicação Social do UniFIAMFAAM<br />

Habilitação Jornalismo<br />

Conselho Editorial: Prof. Edson Antonio Miranda; Prof. Raul Fonseca<br />

Silva e Profa. Rosemary Bars Mendez<br />

Editores: Profa. Luiza Lusvarghi (MTb17.567) e Prof. Rodrigo<br />

Manzano<br />

Núcleo de Redação: Profa. Linair J. Martins Giacheti e alunos de<br />

do consumidor.”<br />

Esta é, sem dúvida, a manifestação de um empresário responsável,<br />

comprometido com a geração de riquezas, criação de empregos<br />

e identificado com as necessidades sociais, em todas as suas<br />

dimensões.<br />

De sua parte, o Professor Newton Lima Neto, ao ponderar sobre<br />

Os desafios da educação superior no Brasil, foi enfático ao<br />

destacar os papéis do setor público e da iniciativa privada: “A<br />

educação superior não deve ser privilégio de uma pequena<br />

minoria. Daí o papel fundamental do Estado de assegurar a<br />

ampliação de acesso à educação superior. O desafio maior talvez esteja em<br />

considerar desenvolvimento nacional e justiça social como duas faces de<br />

uma mesma e indissociável realidade. O acesso à universidade dos estudantes<br />

provenientes da classe trabalhadora é um tema cada vez mais candente e<br />

que exige uma solução imediata. Ampliar as vagas nos<br />

cursos noturnos das Universidades Públicas é solução<br />

inadiável mas insuficiente. Está claro para todos que é<br />

inviável, na conjuntura atual, de ajuste, resolver o problema<br />

da demanda pela via exclusiva da oferta pública.<br />

Por essa razão, o Estado e a iniciativa privada têm<br />

papéis complementares nesse campo, cabendo ao Estado<br />

zelar para que toda oferta seja de qualidade”.<br />

Essa passagem revela o educador crítico, dotado<br />

de uma visão abrangente da realidade brasileira, a<br />

exprimir o inconformismo com a situação presente e<br />

que vê com clareza a complementaridade das ações<br />

públicas e privadas no campo da educação superior.<br />

Ademais, dentre outras informações de elevada significação<br />

insertas neste número, cabe destacar a II Feira da Saúde, realizada no<br />

vão do MASP, em São Paulo. Nela, foram atendidas centenas de pessoas, num<br />

trabalho conjunto de professores, pesquisadores, técnicos e alunos, dos 10<br />

cursos da Área da Saúde do UniFMU, a revelar um trabalho de extensão e a<br />

denotar toda a preocupação do UniFMU com a qualidade de vida da população<br />

e com a formação dos seus alunos para o pleno exercício da cidadania.<br />

A importância do sistema<br />

de avaliação<br />

Esta é uma boa oportunidade para tratar de um tema atualíssimo para os alunos e<br />

professores: avaliação. Por que temos que fazer avaliações? Esta é a pergunta que<br />

com certeza já assaltou a mente de cada um de nós, quando éramos alunos.<br />

Pedimos licença para responder a essa pergunta tão comum.<br />

Para elaborar uma avaliação, o professor considera vários fatores. Em primeiro<br />

lugar, define o que será abordado na avaliação, tendo por base o conteúdo<br />

programático desenvolvido em suas aulas. Em segundo lugar, o professor determina a<br />

forma como irá apurar o nível de aprendizado, por exemplo: prova escrita com questões,<br />

dissertação, questões de múltipla escolha, prova oral, seminários etc. Em terceiro<br />

lugar, o professor estabelece o nível de dificuldade da avaliação, sem exigir demais e<br />

sem exigir de menos.<br />

A aplicação de uma avaliação criteriosamente elaborada permite ao professor<br />

verificar o resultado da relação ensino-aprendizagem realizada e a nota conferida ao<br />

aluno estabelece o nível desse resultado. Se a nota foi elevada, o aluno desenvolveu<br />

uma boa aprendizagem, se a nota foi baixa, o aluno não conseguiu absorver bem os<br />

conhecimentos que lhe foram ministrados pelo professor.<br />

A nota não é só um elemento importante ao professor, é também importante ao<br />

aluno, pois permite verificar o seu limite de conhecimento naquela matéria.<br />

Isto pode parecer um pouco estranho, mas a avaliação demonstra ao aluno qual o<br />

nível de conhecimento que ele absorveu nas aulas e estabelece um limite até em que<br />

ponto ele consegue lidar com aquele conteúdo.<br />

Com avaliações rigorosas o limite do aluno é ampliado de propósito, obrigando-o a<br />

superar barreiras e obstáculos. Ao superar essas barreiras, o aluno percebe que tem<br />

capacidade de lidar com aquele conhecimento com mais facilidade, do que podia<br />

imaginar.<br />

Por outro lado, se as avaliações são brandas e exigem pouco do aluno, ele não fica<br />

sabendo seu real limite para lidar com o conhecimento e, se obtiver notas elevadas,<br />

ficará imaginando ser o ¨especialista¨ na matéria. Isto cria uma falsa expectativa no<br />

aluno que sofre o primeiro impacto quando o mercado de trabalho exige-lhe o conhecimento<br />

aprendido e ele percebe que seu limite é muito aquém do que é necessário.<br />

Esta é mais uma importante contribuição da avaliação para o aluno: saber o seu<br />

real limite para lidar com um determinado conhecimento.<br />

Essas observações parecem-nos muito adequadas para exigir de professores e<br />

alunos uma reflexão acerca das avaliações e sua contribuição<br />

como importante ferramenta pedagógica para o desenvolvimento<br />

do ensino.<br />

Edson Antonio Miranda<br />

Reitor do UniFIAMFAAM<br />

Jornalismo (Malu Guimarães, Marcelo Pardini, Marcos Rocha<br />

Alvarenga, Mariana Costa e Tatiane Carolina de Jesus)<br />

Projeto gráfico, editoração e edição final:<br />

Geraldo Junior<br />

Colaboração: Departamento de Artes do UniFMU<br />

Contato: ometropolitano.fmu@fiamfaam.br e<br />

jornalismo@fiamfaam.br. Fone: 3814-0544 (ramal 114)<br />

As opiniões e conceitos emitidos em artigos assinados não<br />

refletem, necessariamente, a orientação editorial desta publicação<br />

e de seu quadro de colaboradores.


::. ::.ÀS ::. ÀS POR PORTAS POR<br />

DO DO TEMPO TEMPO.:: TEMPO .::<br />

Nossos<br />

Nossos<br />

demônios<br />

demônios<br />

Vi o presidente João Goulart pela terceira e última<br />

vez ao me despedir dele, em Montevidéu. Logo,<br />

eu iria atravessar clandestinamente a fronteira com<br />

o Brasil, em Rivera e Santana do Livramento, orientado<br />

pelo ex-deputado Demistócledes Batista. O<br />

ex-deputado e eu fomos encontrar o presidente<br />

numa praça central da capital uruguaia, onde o<br />

abracei. Ele me desejou sorte. “Estaremos esperando<br />

a sua volta”, eu disse sem muita convicção.<br />

Estivera com ele meses antes, em Brasília. Éramos<br />

três dirigentes sindicais – Fernando Autran, Cid<br />

Salgado e eu – que o procurávamos em nome de<br />

todos os sindicatos de petroleiros do país. Lembrome<br />

de que o presidente entrou na sala furioso,<br />

mancando e esbravejando: “vocês só vêm aqui para<br />

me ameaçar. Isso é intolerável. Sou o presidente<br />

dos trabalhadores, sempre dei força aos sindicatos,<br />

mas vocês estão me pressionando, isso eu não<br />

admito mais”.<br />

“Presidente”, respondeu Autran, “não viemos<br />

aqui para pressioná-lo, nem para polemizar”. Na<br />

verdade, os sindicatos queriam negociar com ele a<br />

substituição do presidente da Petrobrás, Francisco<br />

Mangabeira. “Entendemos perfeitamente”, prosseguiu<br />

Autran, “que o senhor queira colocar alguém<br />

da sua confiança na presidência da empresa...”.<br />

Jango se acalmou. Sorriu. “Vamos nos sentar aqui”.<br />

Sentamo-nos num sofá de couro, ele se acomodou<br />

numa poltrona, uma perna esticada. “Manda vir<br />

um café”, gritou para o assessor parado junto à<br />

porta. Autran retomou a palavra: “Mas gostaríamos<br />

que os diretores fossem quadros de comprovada<br />

capacitação técnica, saídos das fileiras da Petrobrás<br />

– e indicados pelos sindicatos”. O presidente puxou<br />

um bloco de papel que estava sobre a pesada<br />

mesa de centro, tirou uma caneta do bolso e perguntou:<br />

“quais são os nomes?”.<br />

Naquele momento, nascia um sistema de cogestão<br />

na maior empresa da América Latina – uma<br />

experiência de vida curta. E eu tinha meu primeiro<br />

encontro com o presidente João Belchior Marques<br />

Goulart, o Jango, então com 46 anos, herdeiro<br />

político de Getúlio Vargas.<br />

Estive com ele uma segunda vez, depois do golpe<br />

militar que o destituiu, numa reunião de exilados,<br />

em Montevidéu. Era um derradeiro esforço que<br />

empreendíamos – os dirigentes bancários Osmildo<br />

Stafford e Humberto Pinheiro, e eu – para tentar<br />

unir os brasileiros que ali viviam. Participaram do<br />

encontro: o presidente Jango, o ex-governador Leonel<br />

Brizola, Darci Ribeiro, Waldir Pires, Demistóclides<br />

Batista, Moniz Bandeira, Stafford, Humberto e outros<br />

políticos, cujos nomes agora me fogem. Nossa<br />

iniciativa resultou num fiasco total. As posições<br />

moderadas de Jango, um homem habitualmente<br />

conciliador, esbarravam nas propostas radicais de<br />

Brizola, que pretendia provocar um levante da Guarda<br />

Militar Gaúcha, para retomar o Rio Grande do<br />

Sul e enfrentar Brasília. A divisão entre os exilados<br />

se manteve. Pior: afundou-se.<br />

Jango nunca retornou. Morreu no exílio, em<br />

1976. Filho de fazendeiro, formado em Direito,<br />

herdeiro de Getúlio, fez carreira política no Partido<br />

Trabalhista Brasileiro (PTB). Era um homem profundamente<br />

dividido entre sua condição de grande<br />

proprietário de terras e sua posição como líder do<br />

populismo reformista de Getúlio, entre a permanência<br />

e a mudança, entre o conservadorismo e a<br />

modernização.<br />

O presidente tinha um sorriso de menino e dormia<br />

de luz acesa. Depois de sua morte, fiquei sabendo<br />

que ele não gostava de ficar no escuro, à<br />

noite. Já separado da mulher, Maria Tereza, dormia<br />

sozinho. Mas freqüentemente chamava o amigo<br />

Raul Ryff, para que ele se sentasse numa poltrona<br />

junto à cama. Os dois conversavam, Ryff lia até<br />

tarde – e só ia embora quando Jango estivesse<br />

finalmente adormecido.<br />

Ao conhecer esse detalhe significativo da intimidade<br />

presidencial, tentei imaginar as angústias que<br />

o acossavam, os fantasmas que povoavam as noites<br />

de João Goulart. Nem no palácio ele conseguia<br />

escapar de seus pesadelos.<br />

E você? O que você vê, quando está no escuro<br />

e os demônios chegam?<br />

Rodolfo Konder<br />

Jornalista, escritor, Diretor Cultural do<br />

UniFMU, diretor do MASP, conselheiro<br />

da UBE e cronista da Rádio Cultura FM<br />

“ Jango era um homem profundamente<br />

dividido entre sua condição de grande<br />

proprietário de terras e sua posição<br />

como líder do populismo reformista de<br />

Getúlio.<br />

Professor de arquitetura propõe<br />

novo modelo de transporte<br />

“<br />

Dissertação de mestrado de professor do UniFIAMFAAM integra miniônibus<br />

à estrutura de coletivos da cidade, em solução sem agressão ambiental<br />

E<br />

mpenhado<br />

em procurar<br />

uma solução<br />

mais eficiente<br />

e adequada<br />

para o sistema de transporte<br />

coletivo em São Paulo, Artur<br />

Grisanti Mausbach, professor<br />

do curso de arquitetura e urbanismo<br />

do UniFIAMFAAM<br />

desenvolveu um projeto valorizando<br />

a qualidade de vida<br />

na cidade. O miniônibus que<br />

propõe não é apenas um veículo,<br />

é um conceito arrojado<br />

de transporte coletivo que<br />

traria à população uma nova<br />

postura em relação ao<br />

consumismo e responsabilidade<br />

no uso do sistema. O<br />

projeto foi apresentado para<br />

o secretário municipal de<br />

transportes, Gilmar Tatto,<br />

que já se manifestou interessado<br />

pela construção de um<br />

protótipo.<br />

O projeto “Miniônibus” é<br />

resultado de uma pesquisa<br />

de dissertação de mestrado<br />

realizada pelo professor na<br />

Faculdade de Arquitetura e<br />

Urbanismo (FAU) da Universidade<br />

de São Paulo. Ele prevê<br />

um sistema de transporte<br />

integrado entre dois grandes<br />

grupos: sistema estrutural<br />

(ônibus, trens e metrô) e<br />

vascular (peruas e<br />

microônibus) para a cidade<br />

de São Paulo. Isso significa<br />

que não é apenas a construção<br />

de um novo modelo<br />

de ônibus, mas uma proposta<br />

para a integração entre<br />

os transportes sobre<br />

pneus e trilhos. O arquiteto<br />

explica que idealizou uma<br />

proposta alternativa de organização<br />

do sistema incorporando<br />

um novo tipo de veículo,<br />

que busca subtrair os<br />

erros do sistema de transporte<br />

atual e preencher uma faixa<br />

de demanda pouco desenvolvida,<br />

que é o transporte<br />

coletivo para poucos passageiros<br />

em linhas locais.<br />

Por meio de um estudo<br />

meticuloso, Mausbach identificou<br />

que a estrutura urbana<br />

de São Paulo se formou<br />

historicamente em conseqüência<br />

de três fatores: as<br />

estradas e caminhos para o<br />

litoral em função do comér-<br />

cio; por ser um centro baseado<br />

numa vila colonial<br />

onde as vilas principais se<br />

cruzam; e pelo crescimento<br />

rápido e desorganizado por<br />

interesses especulativos.<br />

Dessa forma, a estrutura urbana<br />

de São Paulo cresceu<br />

de forma inadequada e o<br />

esquema de transporte teve<br />

que se adequar às necessidades<br />

existentes. O primeiro<br />

sistema de bondes implantado<br />

na cidade, os chamados<br />

Tilburys, era movido<br />

por tração animal. Os<br />

Ônibus convencionais não atendem a demanda criada pelo crescimento urbano<br />

Tilburys foram substituídos<br />

pelos bondes elétricos no<br />

século XX, que em 1934<br />

chegaram a atender quase<br />

260 quilômetros de linhas.<br />

Na década de 60 o<br />

transporte público já se baseava<br />

essencialmente nos<br />

ônibus e no meio da década<br />

de 70 foi inaugurada a<br />

primeira linha de metrô que<br />

hoje conta com quatro linhas<br />

e percorre cerca de 50<br />

quilômetros atendendo<br />

aproximadamente 2,3 mi-<br />

lhões de passageiros. No entanto,<br />

a partir de 1995 houve<br />

uma queda no número de<br />

passageiros de ônibus em<br />

função de sua ineficiência em<br />

ruas congestionadas, o que<br />

acabou abrindo espaço para<br />

uma outra modalidade de<br />

transporte, a lotação. A competição<br />

acirrada por passageiros<br />

gerou um clima<br />

desconfortável e até hostil<br />

entre os dois grupos que disputam<br />

os mesmos percursos.<br />

Observando que a lotação<br />

como proposta alterna-<br />

tiva agradou aos usuários<br />

pela sua melhor condição de<br />

conforto, segurança e deslocamento,<br />

Mausbach desenvolveu<br />

um projeto que integra<br />

todos esses meios de<br />

forma inteligente, econômica<br />

e ecológica trazendo<br />

como diferencial um projeto<br />

de miniônibus para linhas<br />

locais. A proposta leva em<br />

consideração o ponto de vista<br />

do usuário, que de acordo<br />

com o professor tem ficado<br />

sempre em segundo<br />

Problemas de sobrecarga no trânsito têm origem histórica na formação viária<br />

plano. De acordo com pesquisas,<br />

os usuários querem<br />

um sistema integrado sem<br />

barreiras, com informação<br />

exata sobre as conexões.<br />

Assim precisa ser bem determinado<br />

quais os pontos dos<br />

percursos dos veículos que<br />

atendem o sistema estrutural<br />

e quais as conexões que<br />

fazem o percurso final. O<br />

padrão de conforto não foi<br />

esquecido e o espaço, a estética,<br />

junto com a segurança<br />

foram mencionados. Já<br />

pelo ponto de vista do moto-<br />

::. ::.450 ::. 450 ANOS ANOS.:: ANOS .::<br />

FOTOS: MARCOS AURÉLIO<br />

rista é necessário ter suas<br />

tarefas simplificadas com a<br />

eliminação da atividade de<br />

procura de passageiros, e<br />

ainda com a inclusão de sistemas<br />

mecânicos e eletrônicos<br />

que facilitem o trabalho,<br />

como câmbios automáticos<br />

e direções hidráulicas.<br />

Para atender ao padrão<br />

solicitado pela população e<br />

contribuir para a qualidade<br />

de vida ambiental,<br />

Mausbach procurou desenvolver<br />

o miniônibus com dimensões<br />

menores que o<br />

microônibus e maiores que<br />

as vans. Comportam de 12<br />

a 16 passageiros sentados,<br />

incluindo um ou dois lugares<br />

para cadeiras de rodas.<br />

O design é clássico, de forma<br />

a não agredir o ambiente<br />

visual e é pensado<br />

como formador da paisagem<br />

urbana. Não haverá<br />

cobrador e a aposta fica na<br />

conscientização do usuário,<br />

que se não estiver munido<br />

do bilhete e for questionado<br />

será punido com multa pesada.<br />

O mesmo conceito<br />

aplicado em países como<br />

Canadá e Itália, por exemplo.<br />

O veículo funcionará a<br />

bateria ou hidrogênio,<br />

minimizando os efeitos da<br />

poluição por gás carbônico.<br />

Para Mausbach, com a<br />

implantação do Sistema<br />

Vascular de Miniônibus, a<br />

qualidade de vida terá um<br />

acréscimo desejável, devido<br />

às características do projeto:<br />

a adaptação ao homem<br />

e às suas necessidades<br />

ergonômicas, a preservação<br />

do meio ambiente, não<br />

emissão de gases poluentes,<br />

baixo nível de ruído e acessibilidade<br />

universal com todos<br />

os veículos preparados<br />

para receber pessoas em<br />

cadeiras de rodas.<br />

3


::. ::.SAÚDE<br />

::. AÚDE AÚDE.:: AÚDE .::<br />

II II Feira Feira de de Saúde Saúde atende atende mais mais de de mil mil pessoas<br />

pessoas<br />

4<br />

Programa do UniFMU detecta doenças e estimula medicina preventiva, principalmente<br />

para os pacientes do sexo feminino, muitas vezes excluídos dos processos de conscientização<br />

E O<br />

m sintonia<br />

com o programa“Educação<br />

para a<br />

Solidariedade”<br />

do UniFMU, foi realizada<br />

no último dia 21 a II Feira<br />

de Saúde, com objetivo<br />

de contribuir para a<br />

melhoria da qualidade de<br />

vida da população através<br />

da prevenção. Além da avaliação<br />

física, as mulheres<br />

que procuraram o atendimento<br />

tiveram explicação<br />

sobre os motivos que as levaram<br />

a desenvolver o mal<br />

detectado e orientação de<br />

como evitá-lo através de<br />

mudanças de hábitos. Na<br />

ocasião foram realizados<br />

exames para identificação<br />

de dez grupos de doenças<br />

como pressão arterial,<br />

glicose para detecção de<br />

diabetes, colesterol e composição<br />

corporal, prevenção<br />

de câncer bucal, câncer<br />

de mama, câncer de<br />

colo de útero, aids e outros.<br />

O professor e presidente do<br />

Instituto Metropolitano de<br />

Altos Estudos para o Desenvolvimento<br />

de Pesquisas<br />

(IMAE) do UniFMU, José<br />

Aristodemo Pinotti, disse estar<br />

satisfeito com os resultados<br />

obtidos durante a II<br />

Feira que atendeu, gratuitamente,<br />

mais de mil pessoas,<br />

que transitaram das 9 às 17<br />

horas perto do Masp em<br />

São Paulo no último dia 21.<br />

“É uma tentativa de cumprir<br />

o papel da universidade demonstrando<br />

a importância<br />

para o usuário do sistema<br />

de saúde, da prevenção e<br />

educação sobre a saúde”,<br />

frisou o presidente do IMAE.<br />

Pinotti fez questão de<br />

acrescentar ainda que o programa<br />

é uma maneira<br />

desburocratizada e simples<br />

de realizar quase todos os<br />

exames que um cidadão precisa<br />

com custo praticamente<br />

zero e sem perda de tempo.<br />

De acordo com Pinotti,<br />

alguns resultados constatados<br />

na I Feira, realizada no<br />

ano passado, deram conta<br />

que, em cada mil mulheres<br />

examinadas, três foram<br />

diagnosticadas com câncer<br />

de mama e 10 com câncer<br />

de colo de útero. Além disso,<br />

10% das pacientes atendidos<br />

tinham diabetes e 15<br />

por cento eram hipertensas.<br />

“Tudo isso foi detectado<br />

numa ação simples demonstrando<br />

que é uma ação possível<br />

e viável de promover”,<br />

frisou ele. Pinotti ressaltou<br />

ainda que as mulheres, de<br />

maneira geral, não fazem<br />

prevenção por pura injustiça,<br />

já que, para ele, os programas<br />

de saúde municipal e<br />

estadual não funcionam por<br />

falta de médicos, remédios e<br />

programas adequados.<br />

Pinotti disse que esse serviço<br />

já foi oferecido com sucesso<br />

no Hospital Pérola<br />

Byington na sua gestão<br />

como diretor, onde eram<br />

atendidas cerca de três mil<br />

mulheres por dia, gratuita-<br />

mente. “Trata-se de um trabalho<br />

simples que evita a instalação<br />

de doenças e mortes<br />

sem necessidade”, afirmou<br />

completando que hoje<br />

a saúde da mulher no País<br />

não vai bem, já que morrem,<br />

todos os anos no Brasil, 4 mil<br />

mulheres de câncer de colo<br />

de útero, uma doença sexualmente<br />

transmissível que<br />

pode ser evitada com a utilização<br />

de camisinha ou preventivamente<br />

tratando da eliminação<br />

do vírus e feridas<br />

depois que a mulher contrai<br />

a infecção.<br />

Pinotti enfatizou que é<br />

necessário desenvolver um<br />

programa nos postos de<br />

saúde específico para mu-<br />

lheres em diferentes faixas<br />

etárias. “Os problemas aparecem<br />

dependendo da idade<br />

em que a mulher se encontra.<br />

Nas adolescentes é<br />

necessário se preocupar com<br />

a gravidez precoce e<br />

indesejada que gera abortos<br />

provocados, filhos abandonados<br />

e acaba por destruir<br />

a vida da menina. É necessário<br />

se preocupar ainda<br />

com doenças sexualmente<br />

transmissíveis e acidentes em<br />

geral. Mulheres em fase de<br />

menopausa apresentam<br />

problemas diferentes. Nesta<br />

fase é necessário se preocupar<br />

com a osteoporose, hi-<br />

pertensão, diabetes, câncer<br />

de mama e ovário, e<br />

endometriose. Por isso é necessário<br />

elaborar um programa<br />

que divida as mulheres<br />

em três grupos: as adolescentes,<br />

as em idade<br />

reprodutiva e as de terceira<br />

idade”, explicou Pinotti.<br />

Pouca gente sabe, mas<br />

os homens que ingerem<br />

hormônios femininos – usualmente<br />

se encontram nessa<br />

categoria os transsexuais<br />

- também podem desenvolver<br />

câncer de mama e outras<br />

doenças tipicamente<br />

femininas. (colaborou<br />

Marcos Alvarenga)<br />

Música e saúde: encontro expõe talentos<br />

Os alunos do curso de<br />

Musicoterapia receberam<br />

uma missão inédita deles no<br />

começo deste semestre:<br />

compor e executar publicamente<br />

uma música original,<br />

como prática de um exercício<br />

fundamental de conhecimento<br />

musical para os<br />

futuros musicoterapeutas.<br />

O resultado foi apresentado<br />

nos três dias em que se<br />

realizou o II Encontro de<br />

Música na Saúde, promovido<br />

pelo curso de<br />

Musicoterapia do UniFMU,<br />

entre os dias 5 a 7 de maio.<br />

A coordenadora do curso,<br />

Maristela Cruz, conta que,<br />

no início, muitos dos estudantes<br />

ficaram inibidos<br />

com a prática e se diziam<br />

envergonhados em fazer a<br />

apresentação para a platéia<br />

do Auditório Professor<br />

Euclydes Zerbini, no<br />

Campus Ibirapuera, mas<br />

que, com o passar do tempo<br />

e ao ver a apresentação<br />

de seus colegas, perderam<br />

a timidez. O princípio para<br />

a proposta era muito claro,<br />

segundo Maristela: “Não é<br />

possível um musicoterapeuta<br />

que não admita<br />

ser tocado fisicamente e<br />

musicoterapeutas que não<br />

se soltam na música”, explica<br />

a coordenadora.<br />

Além de permitir que os<br />

alunos de Musicoterapia<br />

pudessem se expressar musicalmente,<br />

o encontro também<br />

teve por objetivo possibilitar<br />

a integração entre<br />

os alunos do curso com<br />

alunos e professores de<br />

outros cursos afins aliada à<br />

prática da psicologia, pedagogia,<br />

música e fisioterapia.<br />

A participação estendeu-se<br />

também aos pais e<br />

familiares dos alunos, que<br />

compareceram ao evento e<br />

que puderam entender um<br />

pouco mais da atuação<br />

profissional do musicoterapeuta<br />

e visualizar o espectro<br />

de possibilidades<br />

que o ofício abre no mercado<br />

de trabalho.<br />

O encontro teve resultados<br />

imediatos. Enquanto alguns<br />

grupos – formados<br />

pelos alunos das disciplinas<br />

de Expressão Vocal II, Instrumento<br />

III e Instrumento<br />

I – se apresentavam, era<br />

possível ver novos contatos<br />

para futuras parcerias, seja<br />

na área da composição<br />

musical como também na<br />

formação de grupos de execução.<br />

Cenários – Apesar de<br />

ter chegado ao Brasil há<br />

cerca de 30 anos, a<br />

Musicoterapia ainda é uma<br />

área pouco conhecida pela<br />

sociedade e pela própria<br />

comunidade dos profissionais<br />

de saúde e psicologia.<br />

Segundo Maristela Cruz,<br />

um dos principais pontos<br />

defendidos pela Musicoterapia<br />

é que “a música é<br />

capaz de influenciar o cérebro<br />

humano e trabalhar<br />

o potencial criativo que todos<br />

têm”. A idéia simples<br />

de articulação entre as funções<br />

cerebrais e físicas,<br />

muitas vezes acaba sendo<br />

mal interpretada, o que<br />

acarreta o uso inadequado<br />

da música por outros<br />

profissionais. “Há uma diferença<br />

muito grande de<br />

música na terapia e música<br />

como terapia”, alerta<br />

Maristela. <strong>Sem</strong> discurso<br />

dissidente ou corporativista,<br />

Maristela afirma que<br />

é preciso identificar as várias<br />

formas de uso da música<br />

nas mais diversas te-<br />

rapias, mas que somente o<br />

Musicoterapeuta reúne as<br />

habilidades para que essa<br />

utilização seja feita de forma<br />

científica e eficiente.<br />

As áreas em que a<br />

Musicoterapia tem recebido<br />

maior atenção no País são<br />

a médica – no tratamento<br />

FOTOS: MARCOS ROCHA ALVARENGA<br />

Cerca de mil pessoas passaram pela II Feira de Saúde, no vão livre do MASP<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

Encontro permitiu que alunos mostrassem talento musical<br />

de doenças físicas, por<br />

exemplo, a psicodinâmica –<br />

em associação com outras<br />

terapias, como análise ou<br />

terapia psicológica e a<br />

fenomenológica – cuja maior<br />

aplicação tem sido na<br />

redução dos níveis de<br />

estresse.<br />

Para Pinotti, ações como essa são fundamentais na<br />

medicina preventiva e no acesso ao sistema de saúde<br />

Maristela Cruz – que<br />

além de musicoterapeuta e<br />

coordenadora do curso no<br />

UniFMU é presidente da<br />

Ubam (União Brasileira das<br />

Associações de Musicoterapia)<br />

– ressalta que neste<br />

momento a classe profissional<br />

luta pela regulamentação<br />

profissional do<br />

musicoterapeuta e que esse<br />

é um passo necessário para<br />

a definição dos espaços de<br />

atuação dos profissionais da<br />

área, para que as habilidades<br />

das profissões afins –<br />

como a de educadores musicais<br />

e psicólogos, por<br />

exemplo – não sejam confundidas<br />

e para que as terapias<br />

sejam fornecidas<br />

multidisciplinar-mente. “O<br />

psicólogo deve usar música,<br />

assim com o professor. O<br />

administrador da área de<br />

Recursos Humanos também.<br />

Qualquer profissional<br />

pode utilizar a música no<br />

seu trabalho, mas é preciso<br />

ressaltar que eles estão<br />

usando apenas como um<br />

recurso, em terapia, em educação<br />

ou recreação. Já<br />

para nós, os musicoterapeutas,<br />

a música é o elemento<br />

central de trabalho”,<br />

aponta Maristela.<br />

Trajetória – A prática e<br />

estudo da musicoterapia chegou<br />

no Brasil em 1971, vindos<br />

das experiências que já<br />

vinham sendo executadas na<br />

Argentina. Já em 1832, os<br />

norte-americanos falavam<br />

nos efeitos que a musica causava,<br />

sem sistematizar pesquisas<br />

efetivas. Os estudos<br />

na área foram iniciados nos<br />

Estados Unidos no começo<br />

da década de 40, na II<br />

Guerra Mundial. No Brasil,<br />

o centro pio-neiro foi o Conservatório<br />

Brasileiro de Música,<br />

em parceria com a Universidade<br />

Federal do Rio de<br />

Janeiro, onde estudou<br />

Maristela Cruz. Ao todo, no<br />

País, há apenas oito cursos<br />

de nível superior na área,<br />

dentre eles o do UniFMU.<br />

VACINAÇÃO NA LIBERDADE - O curso de Enfermagem do<br />

UniFMU promoveu, no dia 17 de abril, uma Campanha de<br />

Vacinação contra Gripe, nas dependências de sua Clínica de<br />

Enfermagem. A Campanha foi resultado de uma parceria<br />

entre a Faculdade de Enfermagem e a Secretaria Municipal<br />

de Cultura.<br />

Além da vacinação, foi realizada a verificação da pressão<br />

arterial, testes para detecção de diabetes e ações<br />

educativas, com o objetivo de conscientizar quanto à<br />

necessidade de prevenção e controle dessas doenças.<br />

Estas ações de saúde contaram com a participação<br />

expressiva de alunos, orientados diretamente pelas<br />

professoras da disciplina de Saúde Coletiva Maria Luiza<br />

Ribeiro Ratto, Rita Márcia Meggiolaro e Noemi Matsuda. O<br />

evento foi organizado e coordenado pela coordenadora da<br />

Faculdade de Enfermagen, Terezinha Dalossi Gennari e pela<br />

Gerente da Clínica, Valéria Bertonha Machado.<br />

A Clínica de Enfermagem do UniFMU promove ações de<br />

saúde, continuamente, à comunidade e, no dia 19 de junho<br />

das 8h às 17h, estará aberta à vacinação contra a<br />

Poliomielite.


::. ::.DIREITO<br />

::. DIREITO DIREITO.::<br />

DIREITO .::<br />

Direito implanta sistema on-line para atividades práticas<br />

A nova metodologia elimina o volume de papéis que se acumulavam nos arquivos,<br />

proporciona sistema seguro de trabalho e reduz o número de trabalhos copiados entre os alunos<br />

Ocurso de Direito<br />

do UniFMU<br />

trouxe uma<br />

novidade interessante<br />

e produtiva<br />

em relação à<br />

metodologia de ensino neste<br />

semestre. O diretor do<br />

Núcleo de Ciências Jurídicas<br />

e Sociais e coordenador do<br />

Curso de Direito, Marco Antonio<br />

de Barros, juntamente<br />

com o presidente da instituição,<br />

Edevaldo Alves da Silva,<br />

implantaram um sistema<br />

inédito entre as faculdades<br />

de Direito: o Centro de Inteligência<br />

do Núcleo de Prática<br />

Jurídica. A novidade conta<br />

com uma moderna<br />

tecnologia na área de<br />

informática e é mantida pela<br />

faculdade 365 dias ao ano<br />

com o objetivo de fortalecimento<br />

da integração professor-aluno<br />

no conhecimento<br />

e aprendizado de práticas<br />

profissionais.<br />

O Centro de Inteligência<br />

do Núcleo de Prática Jurídica<br />

vem proporcionar uma<br />

nova dinâmica à realização<br />

dos trabalhos estudantis. Até<br />

o ano passado, tudo era feito<br />

manuscrito, o que gerava<br />

uma série de problemas,<br />

dentre eles o acúmulo de<br />

papéis e a prática freqüente<br />

de cópia de peças e relatórios<br />

por alunos que deveriam<br />

exercitar o raciocínio jurídico<br />

nos trabalhos escolares.<br />

Com a nova<br />

metodologia, o aluno assiste<br />

à aula de Prática Jurídica,<br />

que é ministrada nos horários<br />

das 11h30 às 12h30 e<br />

das 18h15 às 19h05, e depois<br />

entra no sistema eletrônico<br />

(NJP on-line) que lhe<br />

sorteará um caso fictício que<br />

deverá ser resolvido como<br />

atividade prática. O interessante<br />

é que o aluno deverá<br />

resolver o problema que o sis-<br />

::. ::.NOT ::. NOT NOTAS.::<br />

NOT .::<br />

Deputados norteamericanos<br />

falam<br />

no UniFMU<br />

O deputado republicado<br />

pelo Estado de<br />

Minnesota, Erik Paulsen,<br />

e a deputada democrata<br />

de Illinois Susana<br />

Mendonza fazem palestra<br />

sobre as eleições<br />

presidenciais nos EUA no<br />

dia 21 deste mês, no<br />

Campus Liberdade do<br />

UniFMU. Promovido pelo<br />

curso de Direito, o debate<br />

“O processo eleitoral nos<br />

EUA e os reflexos de<br />

questões mundiais no<br />

atual momento político” é<br />

resultado de uma parceria<br />

entre a instituição e o<br />

Consulado Geral dos<br />

Estados Unidos em São<br />

Paulo.<br />

Historicamente polarizada<br />

entre republicanos e<br />

democratas, as eleições<br />

deste ano nos Estados<br />

Unidos devem acender a<br />

discussão sobre o papel<br />

da nação norte-americana<br />

na mediação dos conflitos<br />

internacionais, devido,<br />

principalmente, à atuação<br />

do presidente do Partido<br />

Republicano, George W.<br />

Bush e a oposição feita<br />

por John Kerry, do Partido<br />

Democrata, que foca,<br />

principalmente, a invasão<br />

norte-americana no Iraque<br />

e as denúncias de tortura<br />

contra os iraquianos que<br />

recaem sobre o Exército<br />

dos EUA.<br />

tema impôs e não poderá escolher<br />

um tópico mais fácil<br />

ou de maior interesse. Uma<br />

vez acessado o sistema, a<br />

peça é cadastrada automaticamente<br />

com o RA do estudante.<br />

O sistema do Centro de<br />

Inteligência poderá ser<br />

acessado pelos alunos de<br />

qualquer computador<br />

(conectado à Internet) em<br />

casa, no trabalho e na faculdade<br />

pelo endereço<br />

www.fmu.br O acesso será<br />

feito pelo ícone NPJ on-line,<br />

que disponibilizará uma tela<br />

de login onde o aluno deverá<br />

preencher o número do<br />

seu RA e senha para o sorteio<br />

da peça que deverá trabalhar.<br />

De posse do caso,<br />

deverá resolver o trabalho no<br />

Word e encaminhá-lo para<br />

que o professor responsável<br />

o corrija via Internet.<br />

O novo sistema atende<br />

alunos dos 7º, 8º, 9º e 10º<br />

períodos no módulo de Prática<br />

Jurídica que possui três<br />

ciclos: civil, penal e trabalhista,<br />

além de oferecer ainda<br />

atendimento à comunidade<br />

em forma de estágio.<br />

Todos os alunos deverão<br />

passar por essa etapa, caso<br />

contrário ficarão em dependência.<br />

O Centro de Inteligência<br />

possui 35 computadores<br />

de última geração interligados<br />

a sites jurídicos<br />

para prática das atividades<br />

e pesquisa. No espaço haverá<br />

dois profissionais: um<br />

da área de informática e<br />

outro profissional jurídico<br />

que estarão orientando os<br />

alunos das 8h30 às 22 horas.<br />

Os alunos também<br />

contam com um manual<br />

que traz as novas regras<br />

para a utilização do Centro<br />

de Inteligência.<br />

A nova metodologia foi<br />

aprovada por professores e<br />

Núcleo de Prática Jurídica, no UniFMU, agora com sistema on-line permite exercícios e simulações aos alunos<br />

alunos que ficaram satisfeitos<br />

com a dinâmica pioneira.<br />

O professor de Prática<br />

Jurídica, Edson Luz Knippel,<br />

muito entusiasmado, disse<br />

que o Centro de Inteligência<br />

provocou a eliminação<br />

do sistema anterior em que<br />

o docente apenas imprimia<br />

O Centro de Inteligência<br />

possui 35 computadores<br />

de última geração<br />

interligados a sites<br />

jurídicos para prática das<br />

atividades e pesquisa.<br />

um visto numa montanha<br />

de peças manuscritas pelos<br />

alunos. Com a nova sistemática,<br />

as salas estão cheias<br />

de alunos interessados<br />

Ex-alunos classificam-se<br />

para Prêmio Visa<br />

João Luiz e Douglas Lora<br />

foram classificados como<br />

finalistas do 7º Prêmio Visa<br />

de Música Brasileira, um<br />

dos mais importantes<br />

prêmios na área da MPB no<br />

País. O duo foi formando<br />

quando os dois ainda<br />

estudavam a gradução de<br />

Música no UniFIAMFAAM e,<br />

além de ter gravado um CD,<br />

apresentam-se<br />

constantemente em São<br />

Paulo e são aclamados<br />

como uma das grandes<br />

revelações do violão nos<br />

últimos anos. A próxima<br />

apresentação do duo no<br />

Prêmio Visa – que tem<br />

caráter eliminatório - será no<br />

dia 16 de junho, quando se<br />

apresentam também o Trio<br />

Setó (de São Paulo), Henry<br />

Lentino (de Porto Alegre) e o<br />

Jornal da USP fecha<br />

no UniFIAMFAAM<br />

carioca Pablo Lapidusas.<br />

O vencedor recebe R$ 110<br />

mil e a gravação de um CD,<br />

o segundo colocado ganha<br />

R$ 55 mil e o terceiro, R$ 35<br />

mil. A organização do<br />

prêmio recebeu 514<br />

inscrições de músicos de 21<br />

Estados brasileiros e dos<br />

Estados Unidos.<br />

Os shows serão abertos ao<br />

público e as entradas serão<br />

gratuitas. O Espaço Promon<br />

fica na avenida Juscelino<br />

Kubitschek, 1830. O show<br />

começa às 21h. Os convites<br />

devem ser retirados no dia<br />

de cada apresentação, a<br />

partir das 14h.<br />

A lista completa dos<br />

finalistas e a agenda de<br />

programação pode ser<br />

encontrada no site<br />

www.visa.com.br<br />

O jornal da Universidade de São Paulo (USP), vinculado à<br />

coodenadoria de Comunicação Social, um periódico<br />

semanal de 20 mil exemplares, está sendo fechado por<br />

ora na Agência Experimental de Jornalismo do<br />

UniFIAMFAAM. O motivo é a greve dos funcionários da USP<br />

que, na quinta-feira, dia 27 de maio, cercou o prédio da<br />

reitoria onde se localizava a redação. O editor Roberto<br />

Castro está coordenando a redação que reúne 18 jornalistas.<br />

A escolha do laboratório se deu pelas excelentes<br />

instalações da nossa Agência. Excepcionalmente, o<br />

próximo número do jornal, o nº 690, sairá com apenas 10<br />

mil exemplares.<br />

nas “dicas” dos professores<br />

para a resolução dos problemas.<br />

Maria Vitória<br />

Queija Alvar, professora da<br />

mesma disciplina, disse estar<br />

contente com o funcionamento<br />

da nova<br />

metodologia do programa<br />

que segundo ela é uma<br />

“plataforma perfeita”. “Agora<br />

podemos apurar se o aluno<br />

efetivamente está se preparando<br />

tecnicamente para<br />

a futura profissão. Além do<br />

que contribui para a quebra<br />

do ciclo vicioso utilizado por<br />

alguns alunos que simplesmente<br />

copiavam peças e<br />

relatórios armazenados em<br />

copiadoras da redondeza”,<br />

concluiu Maria Vitória.<br />

Mas não são só os professores<br />

que comemoram a<br />

implantação do Ambiente<br />

Gerenciador de Aprendizado<br />

que se chama Tutorweb<br />

no Centro de Inteligência.<br />

Os alunos esforçados e que<br />

entendem a necessidade de<br />

um aprendizado sério e de<br />

qualidade também se manifestaram<br />

satisfeitos com o<br />

novo sistema. Joel de<br />

Andrade Junior, do período<br />

diurno, e Priscilla Caldeira<br />

Carbone, do período noturno,<br />

afirmaram que o sentimento<br />

geral dos alunos é de<br />

aprovação. “Temos agora<br />

que resolver casos práticos<br />

Curso de Direito debate<br />

controle externo<br />

Duas semanas após a<br />

posse do novo presidente<br />

do Supremo Tribunal<br />

Federal, Nelson Jobim, que,<br />

em seu discurso inicial,<br />

ressaltou a importância da<br />

Reforma do Judiciário e<br />

explicitou seu apoio ao<br />

controle externo da Justiça,<br />

o curso de Direito do<br />

UniFMU promove debate<br />

com o também ministro do<br />

Supremo, Sidney Sanches,<br />

no dia 16 de junho, no<br />

Auditório Nelson Carneiro.<br />

Sanches fez o curso de<br />

Ciências Jurídicas e Sociais<br />

na Faculdade de Direito da<br />

Universidade de São Paulo,<br />

entre os anos de 1954 e<br />

1958. No ano seguinte à<br />

conclusão do seu<br />

bacharelado, começou a<br />

exercer a advocacia civil,<br />

criminal e trabalhista em<br />

São Paulo. É especializado<br />

em Teoria Geral do<br />

Processo, também pela<br />

USP, além das<br />

especializações em Direito<br />

Processual Civil. É mestre<br />

e doutor em Direito<br />

Processual Civil pela USP.<br />

Ingressou na Magistratura<br />

ainda muito jovem, quando<br />

foi aprovado no 1º lugar em<br />

concurso no Estado de São<br />

Paulo, em 1962, servindo<br />

como Juiz Substituto nas<br />

comarcas de Santo André,<br />

São Bernardo do Campo,<br />

São Caetano do Sul e<br />

Guarulhos. Depois de longa<br />

carreira na Justiça e de ter<br />

alcançado o posto de<br />

Ministro do Supremo,<br />

Sidney Sanches aposentouse<br />

no ano passado.<br />

CECÍLIA BASTOS<br />

DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

e não apenas elaborar uma<br />

petição sobre qualquer objeto,<br />

e, se de um lado obriga<br />

o aluno a preparar individualmente<br />

a peça<br />

sorteada, de outro obriga a<br />

correção atenta do professor,<br />

melhorando o aprendizado”,<br />

enfatizaram.<br />

Para Marco Antonio de<br />

Barros, a implantação do<br />

novo sistema foi um ato de<br />

coragem decidido entre a<br />

presidência da Instituição e<br />

a coordenação do curso de<br />

Direito e explicou que “ou<br />

você se adapta a nova era<br />

ou não faz mais parte da<br />

sociedade de informação,<br />

ou se integra à nova<br />

metodologia ou você é superado<br />

por ela”. De acordo<br />

com Barros esta nova<br />

metodologia de ensino<br />

semipresencial é o que irá<br />

prevalecer no futuro.<br />

Guia do<br />

Estudante<br />

destaca Direito<br />

do UniFMU<br />

O curso de Direito do<br />

UniFMU está entre as<br />

quatro instituições<br />

paulistanas escolhidas pelo<br />

“Guia do Estudante –<br />

Vestibular 2005”, publicado<br />

pela Editora Abril, e uma<br />

das mais importantes<br />

referências dos alunos de<br />

Ensino Médio em todo o<br />

País. Na cidade de São<br />

Paulo, além do UniFMU,<br />

foram escolhidos os cursos<br />

da Universidade de São<br />

Paulo, da Pontifícia<br />

Universidade Católida e da<br />

Universidade Mackenzie.<br />

Na avaliação do Guia, o<br />

curso de Direito do UniFMU<br />

recebeu 3 estrelas, ou o<br />

equivalente a “Bom”. O<br />

primeiro passo dessa<br />

avaliação é o envio de um<br />

questionário aos<br />

coordenadores dos cursos,<br />

que respondem às perguntas<br />

sobre infra-estrutura,<br />

qualificação docente e<br />

produção científica de cada<br />

uma das escolas. A etapa<br />

seguinte executada pela<br />

redação do Guia é<br />

entrevistar professores e<br />

profissionais, especialistas<br />

em educação e cientistas<br />

sobre a qualidade dos<br />

alunos formados pelos<br />

cursos. Também são<br />

consideradas as notas<br />

obtidas no Provão – feito<br />

pelo Ministério da Educação.<br />

5


::. ::.POLÍTIC<br />

::. POLÍTIC POLÍTICA.::<br />

POLÍTIC .::<br />

UniFMU presta homenagem a Newton Lima Neto<br />

6<br />

A entrega do <strong>título</strong> de honoris causa para o ex-reitor da UFSCAR e prefeito de São Carlos, representa o<br />

reconhecimento à trajetória acadêmica do professor e à continuidade de seu trabalho na vida pública<br />

P<br />

ara o professor<br />

José<br />

Aristodemo<br />

Pinotti, a homenagem<br />

prestada pelo UniFMU no<br />

último dia 20 de maio ao<br />

professor Newton Lima Neto,<br />

ex-reitor da Universidade Federal<br />

de São Carlos<br />

(UFSCar) e atual prefeito de<br />

São Carlos, no interior de São<br />

Paulo, significa uma vitória<br />

da parceria entre universidade<br />

e administração pública.<br />

Pinotti, na ocasião, representou<br />

o presidente do UniFMU,<br />

Edevaldo Alves da Silva, ocorrido<br />

no auditório “Senador<br />

Nelson Carneiro”, no<br />

campus Liberdade. Na ocasião,<br />

Lima Neto proferiu palestra<br />

sobre o tema Educação,<br />

Ciência e Tecnologia:<br />

evolução e perspectivas<br />

para o Brasil.<br />

Durante seu pronunciamento,<br />

Pinotti reiterou a importância<br />

da reforma universitária<br />

proposta pelo atual<br />

governo e assinalou o processo<br />

de decadência do concurso<br />

vestibular como processo<br />

de seleção para a universidade<br />

e dos cursinhos,<br />

que apenas reproduzem os<br />

mecanismos de exclusão social.<br />

“Os alunos de maior<br />

poder aquisitivo obtêm vagas<br />

na universidade pública, e os<br />

demais somente nas universidades<br />

particulares”, afirmou<br />

Pinotti.<br />

Sua posição foi referendada<br />

pelo homenageado, que<br />

assegurou em sua palestra a<br />

necessidade de colocar a<br />

universidade a serviço dos<br />

diferentes segmentos da sociedade,<br />

qualificada por ele<br />

como “uma obsessão”. A<br />

convicção de que esse avanço<br />

é imprescindível para o<br />

desenvolvimento e a justiça<br />

social em nosso país e o<br />

compromisso com sua<br />

efetivação, segundo Lima<br />

Neto, é fundamentada em<br />

sua vasta experiência pedagógica<br />

como profissional da<br />

educação superior, e atualmente<br />

como administrador<br />

municipal.<br />

Estiveram presentes à<br />

mesa, ainda pelo UniFMU,<br />

os professores Marco Antonio<br />

de Barros, Rodolfo<br />

Konder, Roberto Moreira, a<br />

assistente da presidência<br />

Rosina Spósito Roxo, que representou<br />

o presidente da<br />

mantenedora no ato da entrega,<br />

e Edson Antonio<br />

Miranda, reitor do<br />

UniFIAMFAAM. Fizeram parte<br />

da mesa, a convite do homenageado,<br />

a vice-prefeita<br />

de São Carlos, Rosilene Mendes<br />

dos Santos e a diretora<br />

de Ensino Médio do Ministério<br />

da Educação, Lúcia Helena<br />

Lodi.<br />

Em seu discurso, Lima<br />

Neto destacou três aspectos<br />

da formação universitária<br />

propostas pelo professor<br />

Pierre Calame, em A Universidade<br />

Cidadã: responsável<br />

e solidária (Conferência na<br />

Unesco, em 2003), por reunirem<br />

as idéias que lhe parecem<br />

mais importantes<br />

para a atualidade: a dimensão<br />

ética, a do conhecimento<br />

e a da união que, em vez<br />

de formar os estudantes<br />

para o individualismo, os<br />

prepare para unirem-se aos<br />

outros, num mundo que<br />

deve ser cada vez mais solidário.<br />

A atitude de buscar parcerias<br />

com as instituições de<br />

ensino e pesquisa da cidade<br />

de São Carlos foi, desde o<br />

início da gestão de Lima<br />

Neto, uma das principais características<br />

de sua administração.<br />

“Meu primeiro ato,<br />

na primeira hora do meu<br />

mandato, foi assinar protocolos<br />

de cooperação entre o<br />

município e a USP, a UFSCar<br />

e as EMBRAPAs, o que nos<br />

proporcionou, em três anos<br />

e meio, mais de 50 ações de<br />

parceria”, lembrou.<br />

Reforma universitária -<br />

Entre os temas de maior relevância<br />

na revisão que se pretende<br />

da universidade brasileira<br />

está o da autonomia.<br />

Lima Neto destacou a necessidade<br />

de atender a uma reclamação<br />

histórica que consiste<br />

na definição da autonomia<br />

universitária como direito<br />

e poder de definir suas normas<br />

de formação dos profissionais,<br />

de docência e de pesquisa.<br />

A autonomia deve ser<br />

entendida em seus três principais<br />

sentidos: institucional<br />

ou de políticas acadêmicas;<br />

intelectual e de gestão financeira.<br />

Outra importante questão<br />

considerada em seus discurso<br />

foi a respeito da revisão<br />

geral da legislação referente<br />

à educação superior<br />

que encontra-se fragmentada<br />

e incompleta. Embora a<br />

Lei de Diretrizes e Bases da<br />

Educação Nacional tenha<br />

conferido grande espaço à<br />

educação superior, ainda<br />

não foi capaz de atender a<br />

todos os itens. Lima Neto<br />

considerou oportuno retomar<br />

a questão da educação<br />

superior da LDB e a legislação<br />

posterior a 1996, visando<br />

a elaboração de uma Lei<br />

Orgânica do Ensino Superior,<br />

conforme a sugestão do<br />

Ministro da Educação, Tarso<br />

Genro.<br />

“A educação superior é<br />

um direito dos cidadãos, devendo,<br />

por isso, sair do prisma<br />

de gasto público e entrar<br />

no de investimento, entendido<br />

como fator que amplia e<br />

reforça as bases do desenvolvimento<br />

humano, social,<br />

político, econômico e cultural<br />

e contribui efetivamente<br />

com o projeto de País. Se não<br />

formos capazes de concluir<br />

esta década aplicando no<br />

mínimo 7% do PIB em recursos<br />

federativos na educação,<br />

superando os ínfimos 4,5%<br />

de hoje, não lograremos êxito<br />

nas metas estabelecidos<br />

pelo Plano Nacional de Educação”,<br />

afirmou.<br />

“A educação superior<br />

não deve ser privilégio de<br />

uma pequena minoria”, continuou<br />

o homenageado, “daí<br />

o papel fundamental do Estado<br />

de assegurar a ampliação<br />

do acesso à educação<br />

superior. O desafio maior<br />

talvez esteja em considerar<br />

desenvolvimento nacional e<br />

justiça social como duas faces<br />

de uma mesma e<br />

indissociável realidade. O<br />

“A educação superior é<br />

um direito dos cidadãos,<br />

devendo sair do prisma de<br />

gasto público e entrar no<br />

de investimento”, afirmou<br />

Lima Neto.<br />

acesso à universidade dos<br />

estudantes provenientes da<br />

classe trabalhadora é um<br />

tema cada vez mais candente<br />

e que exige uma solução<br />

imediata. Ampliar as vagas<br />

nos cursos noturnos das Universidades<br />

Públicas é solução<br />

inadiável, porém insuficiente”,<br />

completou. Desse<br />

modo, o Estado e a iniciativa<br />

privada têm papéis complementares<br />

nesse campo,<br />

cabendo ao Estado zelar<br />

para que toda oferta seja de<br />

qualidade.<br />

Nesse mesmo conjunto<br />

de revisões da atuação da<br />

universidade, Lima Neto incluiu<br />

a questão da formação<br />

dos professores e as condições<br />

objetivas de trabalho<br />

docente na educação infantil,<br />

no ensino fundamental e<br />

no ensino médio. “<strong>Sem</strong> uma<br />

adequada solução para os<br />

problemas que afetam os<br />

professores da educação<br />

básica, sobretudo no estabelecimento<br />

de um piso salarial<br />

que dignifique esta nobre<br />

e estratégica profissão,<br />

qualquer propósito de<br />

melhoria de qualidade estará<br />

fadada ao insucesso”,<br />

advertiu Lima Neto, reafirmando<br />

seu compromisso<br />

político com o governo de<br />

Luiz Inácio Lula da Silva, empenhado<br />

em promover uma<br />

ampla reflexão sobre a universidade<br />

brasileira. Fazem<br />

parte do elenco de renovação<br />

da universidade a Lei de<br />

Inovação, o Programa Universidade<br />

para todos, a criação<br />

do Fundo de Financiamento<br />

das Universidades Federais<br />

e a Lei Orgânica das<br />

Universidades.<br />

Parceria entre universidade e<br />

prefeitura gera projeto inovador<br />

Melhor e mais oportuno<br />

exemplo da importância da<br />

interação Universidade - Sociedade<br />

seria impossível. O<br />

anúncio, em Brasília, feito<br />

por Lula, da relação dos Estados<br />

e Municípios que serão<br />

contemplados com recursos<br />

do Ministério das Cidades<br />

para obras de Saneamento,<br />

dentre os quais se<br />

encontra São Carlos, deu<br />

novo alento à parceria universidade<br />

e prefeitura na<br />

gestão de Lima Filho. Com<br />

o aporte de 19 milhões de<br />

reais será possível construir<br />

a tão sonhada Estação de<br />

Tratamento de Esgoto, colocando<br />

um termo a 147<br />

anos de descaso com os<br />

córregos locais e com o<br />

meio ambiente. A Estação,<br />

que pretende servir de modelo<br />

tecnológico para todo<br />

o país, foi projetada à pedido<br />

pelos professores do Departamento<br />

de Hidráulica e<br />

Saneamento da EESC da<br />

USP, um dos principais centros<br />

latino-americanos de<br />

excelência nesta área.<br />

As melhorias com relação<br />

a saneamento básico<br />

não se limitam à Estação. O<br />

SAAE (Serviço Autônomo de<br />

Água e Esgoto) deve concluir<br />

até o final deste ano um<br />

aumento de 20% na produção<br />

de água em São Carlos,<br />

além de duplicar a capacidade<br />

de manutenção em reservatórios.<br />

Uma série de intervenções<br />

está possibilitando<br />

essa melhoria, necessária<br />

para acompanhar o aumento<br />

da demanda da população.<br />

A coleta de esgoto<br />

deve chegar próxima a<br />

100% do total produzido até<br />

Rosina Spósito lê os termos do <strong>título</strong> de professor Honoris Causa entregue a Lima Neto<br />

o final deste ano.<br />

Com a implementação<br />

de novas adutoras, o SAAE<br />

vem interligando os reservatórios<br />

de água de São<br />

Carlos, para evitar<br />

desabastecimento dos bairros.<br />

Cerca de 70% da rede<br />

de reservatórios já foi inter-<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Acordo de cooperação entre USP e prefeitura alavancou<br />

serviços de saneamento básico em São Carlos<br />

ligada. Para isso, foi necessária<br />

a construção de 30<br />

km de redes de água e outros<br />

30 km de redes de esgoto.<br />

Também foram<br />

construídos novos reservatórios,<br />

como nos bairros<br />

Santa Felícia, Parque Indus-<br />

DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

trial e Nova Estância. No<br />

bairro Cidade Aracy, o SAAE<br />

está construindo uma unidade<br />

com capacidade para<br />

1 milhão de litros, que irá<br />

servir também ao bairro<br />

Antenor Garcia.<br />

Transparência - Baseado<br />

em decisões tomadas<br />

junto com a população, o<br />

Governo Participativo representa<br />

um avanço importante<br />

na democratização da<br />

administração e garantia de<br />

que o dinheiro público está<br />

sendo empregado de maneira<br />

correta, honesta e absolutamente<br />

transparente.<br />

A Prefeitura de São<br />

Carlos tem feito importantes<br />

mudanças ao longo dos<br />

últimos três anos, em todas<br />

as áreas da administração.<br />

Passada a marca dos mil<br />

dias do Governo<br />

Participativo, o município<br />

sente importantes diferenças.<br />

A entrega de obras fundamentais,<br />

projetos que<br />

atendem a todos os segmentos<br />

da população, decisões<br />

sempre tomadas em<br />

sintonia com os anseios dos<br />

cidadãos e iniciativas com<br />

base em reuniões do Orçamento<br />

Participativo são a<br />

prova de que se pode fazer<br />

política com honestidade e<br />

eficiência.<br />

Nas reuniões nos bairros,<br />

os moradores escolhem<br />

também as obras<br />

mais importantes e também<br />

elegem delegados e conselheiros<br />

do Orçamento<br />

Participativo, que têm o papel<br />

de representar a população<br />

nas discussões do<br />

orçamento e fiscalizar as<br />

obras realizadas.<br />

U


U<br />

ma inédita<br />

parceria entre<br />

a Prefeitura<br />

Municipal e<br />

empresários<br />

de São Carlos ligados à<br />

CIESP (Confederação das<br />

Indústrias do Estado de São<br />

Paulo) está recuperando o<br />

Distrito Industrial “Miguel<br />

Abdelnur” e o Centro Empresarial<br />

de Alta Tecnologia<br />

(CEAT) “Dr. Emílio Fehr”. No<br />

distrito “Miguel Abdelnur”, a<br />

pavimentação e as galerias<br />

pluviais chegam 28 anos depois<br />

de sua criação. O distrito,<br />

abandonado há 28 anos,<br />

recebe agora melhorias que<br />

permitirão aos empresários<br />

ampliar seus investimentos e<br />

criar novos negócios.<br />

As obras, iniciadas em<br />

fevereiro, depois de um<br />

acordo entre o CIESP, a Prefeitura<br />

Municipal e o SAAE<br />

(Serviço Autônomo de Água<br />

e Esgoto) devem estar prontas<br />

em meados deste mês.<br />

O CEAT já recebeu benefícios<br />

como distribuição de<br />

água, coleta de esgoto e<br />

amplificação da rede elétrica.<br />

Com os dois projetos,<br />

São Carlos, um pólo de alta<br />

tecnologia alimentado por<br />

duas grandes universidades<br />

e importantes centros de<br />

pesquisa, passa a oferecer<br />

melhores condições às in-<br />

Ginásio coloca São Carlos na rota do esporte<br />

O Governo Participativo<br />

de São Carlos colocou fim<br />

a uma espera que já durava<br />

17 anos e inaugurou<br />

no início de maio o Ginásio<br />

de Esportes “Milton<br />

Olaio Filho”, o maior do interior<br />

do Estado, com capacidade<br />

para 8,3 mil espectadores.<br />

O Miltão, batizado<br />

em homenagem ao<br />

jogador são-carlense que<br />

integrou a seleção brasileira<br />

de basquete, transforma<br />

São Carlos em grande<br />

alternativa para receber<br />

eventos esportivos de destaque<br />

no cenário nacional.<br />

Desde já, o ginásio é<br />

ponto de referência para o<br />

morador da cidade. Recebe<br />

não só eventos esportivos,<br />

como também já foi<br />

palco dos shows da cantora<br />

Maria Rita e do grupo<br />

Negritude Júnior.<br />

dústrias já instaladas e se<br />

torna um atrativo para novos<br />

empreendimentos.<br />

Verba do BID – A recuperação<br />

do distrito industrial é<br />

só o começo. Depois de retirar<br />

o nome do Cadin (Cadastro<br />

de Inadimplentes), a Prefeitura<br />

de São Carlos conseguiu<br />

ainda R$ 7 milhões do<br />

BID (Banco Interamericano de<br />

Desenvolvimento), dinheiro<br />

que já está sendo empregado<br />

para melhorar a vida de<br />

moradores de dois bairros<br />

carentes, o Jardim Gonzaga<br />

e o Monte Carlo.<br />

Graças a um projeto<br />

tecnicamente bem elaborado,<br />

São Carlos é a quinta<br />

cidade do país e a única<br />

do Estado de São Paulo<br />

a receber esse valor do Programa<br />

Habitar Brasil, do<br />

BID e do Governo Federal,<br />

a fundo perdido, ou seja,<br />

a cidade não terá que devolver<br />

esse dinheiro.<br />

A Prefeitura considerou a<br />

histórica falta de infra-estrutura,<br />

como redes de água e<br />

esgoto, para optar pelos<br />

dois bairros. Serão feitas<br />

complementações nas redes<br />

de água, esgoto, energia<br />

elétrica e iluminação pública.<br />

Isso é apenas parte do<br />

projeto, que prevê também a<br />

criação de uma Estação<br />

Comunitária (Eco), conjunto<br />

Na inauguração do<br />

Miltão, estavam presentes<br />

o ministro dos Esportes<br />

Agnelo Queiroz, e também<br />

os jogadores de vôlei<br />

medalhistas de ouro olímpicos<br />

Carlão, Paulão e<br />

Pampa. O trio de atletas,<br />

embaixadores do Programa<br />

Fome Zero, elogiou o<br />

espaço. De acordo com<br />

Carlão, com o novo ginásio<br />

agora São Carlos pode<br />

receber partidas de destaque<br />

internacional na modalidade.<br />

Não só de vôlei vive o<br />

Miltão. Com equipamentos<br />

poliesportivos, o ginásio<br />

tem estrutura para<br />

sediar competições de<br />

futsal, basquete e ginástica<br />

olímpica, entre outras<br />

modalidades. Já recebeu<br />

uma etapa do campeonato<br />

paulista de karatê.<br />

::. ::.POLÍTIC<br />

::. POLÍTIC POLÍTICA.::<br />

POLÍTIC .::<br />

Parceria com Ciesp e verbas do BID<br />

garantem recuperação de áreas carentes<br />

O distrito industrial e os bairros do<br />

Jardim Gonzaga e Monte Carlo<br />

vão receber investimentos e ser<br />

beneficiados com melhorias<br />

de equipamentos públicos,<br />

com centro comunitário, unidade<br />

de saúde com o Programa<br />

de Saúde da Família,<br />

quadra poliesportiva e campo<br />

de futebol.<br />

Os dois bairros também<br />

vão receber 52 novas unidades<br />

habitacionais, para a<br />

remoção de famílias instaladas<br />

em áreas de risco e de<br />

proteção ambiental, galerias<br />

de águas pluviais e alargamento<br />

de ruas.<br />

Por ter herdado uma dívida<br />

que resulta no comprometimento<br />

de R$ 13 milhões<br />

por ano, o Governo<br />

Participativo de São Carlos<br />

foi atrás de financiamento<br />

externo e conseguiu as verbas<br />

para uma série de importantes<br />

obras.<br />

Município Município finalmente<br />

finalmente<br />

tem tem seu seu plano plano diretor<br />

diretor<br />

O Governo Participativo<br />

de São Carlos elaborou<br />

no último ano um<br />

importante instrumento de<br />

administração pública,<br />

inédito na cidade, o Plano<br />

Diretor. Discutido por meio<br />

de uma Comissão Executiva<br />

composta por sete secretarias<br />

municipais, o Plano<br />

Diretor começou a ser<br />

delineado em outubro de<br />

2001.<br />

Entre setembro de 2002<br />

e julho do ano passado,<br />

aconteceram onze reuniões<br />

temáticas, das quais participaram<br />

200 entidades de<br />

bairro, sindicatos, ONGs<br />

(Organizações Não-Governamentais)<br />

e outras organizações.<br />

O Plano Diretor, cujo<br />

projeto já está em discussão<br />

na Câmara de Vereadores,<br />

é um instrumento<br />

fundamental para evitar<br />

que a cidade continue<br />

crescendo de forma desorganizada,<br />

prejudicando a<br />

população e agredindo o<br />

meio ambiente.<br />

Usuário ganha novo sistema de transporte<br />

O Sitrans (Sistema Integrado<br />

de Transportes), em<br />

fase de implantação pela<br />

Prefeitura de São Carlos, já<br />

começa a facilitar a vida do<br />

usuário de ônibus do município.<br />

O sistema ganhou 20<br />

microônibus, com capacidade<br />

para 40 passageiros,<br />

com duas portas e catracas<br />

eletrônicas, garantindo maior<br />

segurança e comodidade.<br />

A principal evolução será o<br />

sistema de cartões eletrônicos<br />

recarregáveis, mais práticos<br />

e eficientes, o mesmo<br />

modelo adotado a partir de<br />

maio deste ano na capital.<br />

A empresa vencedora da<br />

licitação firmou compromisso<br />

com a Prefeitura e não<br />

haverá demissões de funcionários.<br />

Até junho, passará a<br />

operar o sistema de bilhete<br />

integrado. O usuário que<br />

precisa tomar dois ônibus<br />

para realizar seu trajeto, pagará<br />

uma única passagem.<br />

São Carlos foi a única cidade do Estado a receber investimento do BID para aplicação em projetos urbanos<br />

A partir das reformulações, usuário paga apenas um bilhete ao usar dois ônibus<br />

Ainda este ano será<br />

construída, junto à rodoviária,<br />

a primeira estação de<br />

integração, que terá um custo<br />

de R$ 600 mil. A cidade<br />

ganha outras três estações<br />

de integração: Leopoldo Prado,<br />

Bruno Ruggiero e Balão<br />

do Bonde.<br />

A empresa pagou à Pre-<br />

feitura um valor de R$ 2,5<br />

milhões, que serão utilizados<br />

na construção das estações,<br />

na implantação de novos<br />

abrigos de ônibus e na<br />

melhoria da sinalização e<br />

infra-estrutura do transporte<br />

coletivo.<br />

Até que o Sitrans esteja<br />

operando a pleno vapor, os<br />

passes de ônibus continuam<br />

valendo. Quanto aos ônibus,<br />

os veículos comuns continuam<br />

operando nas linhas<br />

principais, enquanto que os<br />

microônibus servirão de<br />

alimentadores entre essas linhas.<br />

Além disso, dois novos<br />

veículos adaptados para o<br />

transporte de portadores de<br />

necessidades especiais já estão<br />

em operação.<br />

Maior ginásio do interior de São Paulo, o Miltão, tem estrutura poliesportiva<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />

Entre as principais diretrizes<br />

do Plano Diretor estão<br />

a definição do nosso<br />

zoneamento urbano e rural,<br />

a definição das áreas<br />

de interesse ambiental e<br />

de patrimônio histórico,<br />

além da regulamentação<br />

do uso do solo urbano.<br />

Outra importante finalidade<br />

é permitir o planejamento<br />

das redes de serviços<br />

municipais e de infraestrutura,<br />

que devem<br />

atender a todos os cidadãos.<br />

Hospital<br />

vai suprir<br />

déficit<br />

A Prefeitura de São<br />

Carlos recebeu do Governo<br />

Federal R$ 3 milhões<br />

para a primeira etapa das<br />

obras do Hospital-Escola,<br />

importante unidade de<br />

saúde que, quando concluída,<br />

ampliará em 220<br />

leitos a oferta do município.<br />

Com o novo hospital,<br />

São Carlos passará de<br />

376 para 596 leitos.<br />

A unidade será erguida<br />

na área do antigo frigorífico,<br />

próxima à saída para<br />

Ribeirão Preto, em um terreno<br />

de 78,6 mil m². O<br />

hospital deve atender a população<br />

já no ano que vem.<br />

O Hospital-Escola vai<br />

gerar novos empregos,<br />

com a contratação de médicos,<br />

enfermeiros e outros<br />

profissionais da saúde.<br />

O projeto, do arquiteto<br />

João Filgueiras Lima, o Lelé,<br />

foi concebido para servir<br />

também aos cursos de saúde<br />

da Universidade Federal<br />

de São Carlos (UFSCar),<br />

com um centro de estudos<br />

para apoio dos estudantes<br />

de psicologia, fisioterapia,<br />

terapia ocupacional e enfermagem.<br />

Também dará suporte<br />

ao sonhado objetivo da<br />

criação do curso de medicina<br />

da UFSCar, que<br />

tem apoio dos Ministérios<br />

da Saúde e da Educação.<br />

O primeiro módulo do<br />

Hospital, a ser entregue<br />

no ano que vem, terá setores<br />

de pronto-atendimento<br />

e diagnóstico. Na<br />

segunda etapa, a ser iniciada<br />

logo em seguida,<br />

estarão disponíveis os<br />

módulos de internação.<br />

7


::. ::.ECONOMIA<br />

::. ECONOMIA<br />

ECONOMIA.::<br />

ECONOMIA .::<br />

Szajman defende fortalecimento das<br />

pequenas empresas como saída para crise<br />

Em cerimônia realizada no auditório Senador Roberto Campos, no campus Itaim do UniFMU, o presidente da FCESP<br />

recebeu o <strong>título</strong> de Professor Honoris Causa e reiterou a importância da responsabilidade social do empresário<br />

P<br />

ara Abram<br />

Szajman, presidente<br />

da Federação<br />

de<br />

Comércio do<br />

Estado de São Paulo<br />

(FCESP), a saída para o<br />

desemprego e para a economia<br />

nacional passa pelo<br />

apoio à micro e pequena<br />

empresa. “As grandes<br />

corporações não têm essa<br />

preocupação, são lentas<br />

para tomar decisões”, ressaltou.<br />

Preocupado com o<br />

aumento da violência e da<br />

falta de oportunidades e ciente<br />

do papel social do empresário<br />

diante da crise<br />

alavancada em parte pelo<br />

processo de globalização,<br />

ele foi enfático em seu discurso<br />

durante a cerimônia<br />

de entrega do <strong>título</strong> de professor<br />

honoris causa pelo<br />

UniFMU, no último dia 13<br />

de maio, ao falar sobre a<br />

importância do empreendorismo.<br />

As políticas<br />

desenvolvimentistas empreendidas<br />

a partir do governo<br />

Juscelino Kubitscheck nos<br />

anos 50, e em especial durante<br />

a ditadura militar, fizeram<br />

o país prosperar, mas<br />

“a um custo social altíssimo,<br />

um erro que não pode se repetir”,<br />

segundo ele.<br />

O país, atualmente, se<br />

encontra dividido em duas<br />

nações – uma rica e promissora,<br />

com cerca de 30 milhões<br />

de habitantes, e de<br />

outro um país miserável com<br />

mais de 140 milhões de habitantes.<br />

A violência que<br />

atinge o país é uma das mais<br />

graves conseqüências dessa<br />

situação, atingindo em<br />

especial a juventude brasileira.<br />

Dados recentes mostram<br />

que dos 70% do conjunto de<br />

mortes violentas entre 15 e<br />

24 anos, 39,2% são de homicídios.<br />

Ficamos apenas<br />

atrás da Colômbia em taxa<br />

geral de homicídios, com<br />

26,3 mil assassinatos para<br />

cada 100 mil habitantes, e<br />

em terceiro lugar em taxa de<br />

homicídios entre os jovens de<br />

15 e 24 anos, com 48,5<br />

mortes para cada 100 mil<br />

jovens, atrás da Colômiba e<br />

de Porto Rico.<br />

Ser empresário nesse<br />

contexto, diz Szajman, significa<br />

necessariamente<br />

“extrapolar as questões<br />

mercadológicas e agregar o<br />

desejo de transformação social”.<br />

Nosso Estado foi<br />

construído sob a ótica do<br />

autoritarismo, ele não tute-<br />

8<br />

la, mas pune. “O que é grave,<br />

considerando que o Estado<br />

brasileiro não representa<br />

a totalidade dos segmentos<br />

sociais”, afirma.<br />

Desemprego – Está<br />

provado que a inadimplência,<br />

inclusive no comércio,<br />

é causada em sua<br />

grande maioria pelo desemprego<br />

crescente que atinge<br />

a sociedade brasileira. Por<br />

outro lado, as pequenas empresas,<br />

que poderiam ser<br />

um sustentáculo da economia<br />

e fonte geradora de rendas<br />

e empregos em meio ao<br />

domínio crescente das<br />

corporações transnacionais,<br />

se vêem sufocadas por<br />

uma carga tributária excessiva<br />

e pela dificuldade de<br />

créditos bancários. Para ele,<br />

Homenagem<br />

emociona platéia<br />

O auditório Senador<br />

Roberto Campos, do<br />

UniFMU, lotou para assistir<br />

à cerimônia de entrega do<br />

<strong>título</strong> de professor Honoris<br />

Causa a Abram Szajman.<br />

Presentes, desde amigos e<br />

familiares, o diretor da TV<br />

SESC Senac, Robson<br />

Moreira, até personalidades<br />

como Hebe Camargo e o<br />

diretor da Força Sindical,<br />

Paulo Pereira da Silva.<br />

A mesa foi composta pelo<br />

presidente do UniFMU,<br />

Edevaldo Alves da Silva, pela<br />

reitora Labibi Elias Alves da<br />

Silva, pelo diretor cultural<br />

Rodolfo Konder, pelo diretor<br />

pedagógico Roberto<br />

Moreira, pelo reitor do<br />

Szajman ressaltou que o desenvolvimento da economia passou por significativas mudanças nas últimas décadas, com elevados custos sociais<br />

a reforma tributária é imperativa<br />

diante desse quadro,<br />

pois as pequenas empresas<br />

não têm condições de sobreviver<br />

a esse custo – a<br />

maioria, segundo dados do<br />

SEBRAE, não ultrapassa os<br />

cinco anos de vida.<br />

Por outro lado, a indústria<br />

da construção civil, tida<br />

como uma grande geradora<br />

de empregos e com rápida<br />

capacidade de absorção<br />

de mão-de-obra, está mudando.<br />

A automação do setor<br />

vem eliminando vários<br />

postos de trabalho. Segundo<br />

dados de um artigo de<br />

Alberto Mawakdiye pela Revista<br />

Pensamentos Brasileiros,<br />

editada pela Federação<br />

do Comércio de São Paulo,<br />

Sesc e Senac, a partir de uma<br />

estimativa do Instituto de Pesquisas<br />

Tecnológicas da USP<br />

(IPT), na região sudeste, hoje,<br />

a cada 20 edifícios em construção,<br />

sete utilizam alguma<br />

forma de industrialização –<br />

redes elétricas e hidráulicas,<br />

esquadrias, cozinhas e banheiros<br />

chegam prontos e<br />

são apenas encaixados na<br />

edificação.<br />

Turismo canibal – No<br />

caso do turismo, Szajman<br />

citou o exemplo pouco conhecido<br />

de Porto Seguro,<br />

um dos maiores pólos turísticos<br />

do país, ao sul da Bahia,<br />

e criador de um dos maiores<br />

bolsões de miséria, o que<br />

leva a um paralelo com o<br />

começo da industrialização<br />

no país. A riqueza e o sucesso<br />

de empreendimentos na-<br />

quela região acabaram atraindo<br />

uma migração que não<br />

tem como ser absorvida. A<br />

cidade alta, em Porto Seguro,<br />

longe das vistas dos turistas,<br />

apresenta hoje problemas<br />

semelhantes aos de<br />

grandes metrópoles.<br />

O turismo é, apesar de<br />

tudo, um dos campos mais<br />

promissores para o desenvolvimento<br />

de empreendimentos.<br />

Segundo dados divulgados<br />

pela Fundação Instituto<br />

de Pesquisas Econômicas<br />

(Fipe) em 2002, o turismo<br />

contribuiu com aproximadamente<br />

2,5 % do PIB<br />

brasileiro.<br />

Em outros países, essa<br />

participação é muito maior:<br />

11,8% na França, 11,6%<br />

nos Estados Unidos, 11,1%<br />

na Austrália, 8,4% na<br />

Espanha, 7,2% na Itália e<br />

6,5% no Canadá. Szajman<br />

aposta num modelo que<br />

desenvolva o turismo sem<br />

gerar concentração de renda<br />

e desequilíbrio social.<br />

Além da reforma fiscal e<br />

da desburocratização da liberação<br />

dos créditos, a educação,<br />

para o empresário,<br />

é outro fator fundamental<br />

para a retomada do crescimento.<br />

A FCESP já realiza<br />

por seu turno alguns cursos<br />

voltados para a questão de<br />

aperfeiçoamento do empreendorismo<br />

e da criação<br />

de pequenos negócios. Essa<br />

atuação poderia ser mais<br />

forte, entretanto, e segundo<br />

Szajman, com suporte financeiro<br />

do governo.<br />

Szajman, agora professor Honoris Causa do UniFMU, recebe os cumprimentos de Edevaldo Alves da Silva e Labibi Elias Alves da Silva<br />

UniFIAMFAAM Edson<br />

Miranda, pela representante<br />

da OAB Tallulah Carvalho,<br />

pelo presidente da Fundação<br />

da Escola de Comércio Álvares<br />

Penteado (FAAP),<br />

Horácio Berlinck Neto, e pelo<br />

membro da Academia Brasileira<br />

de Letras e membro do<br />

Instituto Metropolitano de Altos<br />

Estudos, Arnaldo Niskier.<br />

Ao final da cerimônia, o<br />

coral do UniFMU foi chamado<br />

a se apresentar e entoou<br />

à capela as belíssimas Sossego,<br />

de Tim Maia, e Freedom<br />

is coming, música que se tornou<br />

um hino de liberdade<br />

durante a revolução da África<br />

do Sul que conduziu Nelson<br />

Mandela ao poder.<br />

Paulinho, da Força Sindical, concorda com incentivo às<br />

pequenas empresas como saída econômica no país<br />

Força Força Sindical<br />

Sindical<br />

apóia apóia Federação<br />

Federação<br />

O diretor da Força Sindical,<br />

Paulo Pereira da Silva,<br />

o Paulinho, acredita que<br />

a luta de Szajman é também<br />

a luta da entidade diante<br />

de um período de caos<br />

social e desesperança.<br />

As altas taxas de desemprego<br />

já foram atribuídas<br />

por ele, em nota divulgada<br />

à imprensa no final de<br />

2003, como resultado de<br />

uma política recessiva baseada<br />

no tripé: juros altos,<br />

contingenciamento estrondoso<br />

das verbas públicas e<br />

falta de uma política com<br />

foco no fomento da produção<br />

e emprego. “Temos um<br />

programa de reabilitação<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

do desempregado que ajuda<br />

a recolocar no mercado<br />

de trabalho, a educação<br />

pode ser importante nesse<br />

sentido”, lembra.<br />

Paulinho também acredita<br />

que incentivar o<br />

empreendorismo e a pequena<br />

empresa pode ser<br />

uma das soluções para diminuir<br />

a crise e uma chance<br />

de se retomar o crescimento.<br />

Confessa, entretanto,<br />

que o fato de muitos desempregados<br />

estarem se tornando<br />

pequenos empresários<br />

e abrindo seus próprios<br />

negócios é uma realidade<br />

que escapa à atuação<br />

da Força.<br />

O


OVII <strong>Sem</strong>inário<br />

da Faculdade<br />

de Serviço<br />

Social,<br />

que aconteceu<br />

entre os dias 7 e 11<br />

de maio, discutiu o tema<br />

São Paulo – 450 anos:<br />

uma reflexão sobre os excluídos<br />

da cidade e foi<br />

aberto com a presença da<br />

ministra da Secretaria Especial<br />

das Políticas de Promoção<br />

da Igualdade Racial<br />

do Governo Federal,<br />

Matilde Ribeiro. A primeira<br />

palestra, no auditório<br />

“Ulysses Guimarães” no<br />

Campus Liberdade, tratou<br />

da discriminação racial no<br />

Brasil, em especial na cidade<br />

de São Paulo, o maior<br />

pólo do País de<br />

migrantes, etnias e grupos<br />

sociais distintos.<br />

Matilde Ribeiro, que já<br />

foi professora do UniFMU<br />

é historicamente ligada<br />

aos movimentos sociais<br />

que combatem o preconceito,<br />

principalmente a discriminação<br />

dos negros e<br />

das mulheres. Por esse<br />

motivo, foi convidada a<br />

compor o quadro dos Ministérios<br />

do Governo Federal<br />

depois da posse de<br />

Lula. “O susto foi grande<br />

quando vi que a proposta<br />

estava sendo desenvolvida<br />

e eu seria ministra”, confessa.<br />

Matilde Ribeiro começou<br />

a militância em<br />

1988 – já filiada ao Partido<br />

dos Trabalhadores –<br />

quando se comemorava os<br />

100 anos da abolição do<br />

regime escravo no Brasil.<br />

Depois da experiência de<br />

militância pela consciência<br />

negra naquele ano, o tema<br />

sempre foi recorrente nas<br />

suas preocupações sociais<br />

e acadêmicas.<br />

Segundo Matilde, diante<br />

da múltipla composição<br />

social do País para que<br />

haja a mudança estrutural<br />

que todos esperam é<br />

preciso que exista a troca<br />

de experiência e a capacidade<br />

de ouvir críticas e<br />

incorporá-las como orientação.<br />

“Cada vez que<br />

ouço o Hino Nacional de<br />

uma nova forma, penso no<br />

país também de uma nova<br />

forma”, exemplifica a ministra.<br />

Mas a<br />

multiplicidade racial, segundo<br />

Matilde, não representa<br />

um cenário democrático.<br />

Diante do mito da<br />

democracia racial brasileira,<br />

Matilde lembra que<br />

“democracia só existe<br />

quando não há preconceito”.<br />

Além disso, é preciso<br />

lutar por justiça e igualdade<br />

no País.<br />

Inclusão – Uma das<br />

portas para a inclusão social<br />

dos negros e seus descendentes<br />

na sociedade<br />

brasileira é a educação.<br />

No entanto, Matilde Ribeiro<br />

lembra de dados alarmantes<br />

sobre o acesso<br />

dos negros à educação<br />

básica: menos de 3% das<br />

crianças e jovens que concluem<br />

o Ensino Fundamental<br />

são negros e mais<br />

da metade da população<br />

brasileira sofre, cotidianamente,<br />

de discriminação<br />

racial. “Este é um proble-<br />

ma central que historicamente<br />

não foi tratado<br />

como deveria”, lamenta<br />

Matilde, lembrando-se<br />

que não são só os negros<br />

que sofrem. “Temos dívidas,<br />

ainda, com a civilização<br />

indígena”, afirma.<br />

A solução dos problemas<br />

de preconceito e inclusão<br />

racial, segundo<br />

Matilde, devem fazer parte<br />

de projetos a longo prazo.<br />

Após a abolição da escravidão,<br />

os negros não tiveram<br />

acesso à cidadania.<br />

Por isso, não é tão simples<br />

que apenas um governo<br />

de quatro anos mude<br />

o cenário crônico da desigualdade<br />

e do racismo.<br />

“Não há governo que consiga<br />

caminhar sozinho”,<br />

entende Matilde, ressaltando<br />

o papel de toda a<br />

sociedade civil na extinção<br />

dos preconceitos de qualquer<br />

natureza, seja de cor,<br />

raça, religião ou gênero.<br />

Um exemplo dado pela<br />

ministra, e que afeta a sociedade,<br />

é a restrição de<br />

acesso ao mercado de trabalho<br />

pelos negros, ainda<br />

que eles tenham as mesmas<br />

condições de seus<br />

concorrentes. Muitas vezes,<br />

na procura por um<br />

emprego, os negros são<br />

preteridos e um branco<br />

ocupa o posto de trabalho.<br />

Vale lembrar que a própria<br />

população negra –<br />

historicamente excluída<br />

dos processos sociais –<br />

não conseguiu construir<br />

uma noção de identidade<br />

e muitas vezes nega sua<br />

condição racial. “Perguntar<br />

a cor não ofende”, afirma<br />

Matilde Ribeiro, ao dizer<br />

ser necessário encorajar<br />

os negros a abandonar<br />

a prática de declarar ao<br />

Censo que são “pardas”,<br />

por vergonha, principalmente.<br />

Os dados oficiais<br />

do IBGE apontam que os<br />

negros e descendentes representam<br />

quase metade<br />

da população brasileira,<br />

mas engrossam os números<br />

dos mais pobres,<br />

constituindo cerca de um<br />

terço da população menos<br />

favorecida economicamente.<br />

A ministra Matilde Ribeiro<br />

é a favor das cotas<br />

para negros e índios e<br />

para aqueles que estão<br />

excluídos da educação<br />

superior gratuita e de boa<br />

qualidade. “Cada um tem<br />

uma parcela de responsabilidade<br />

para a mudança<br />

rumo a um novo mundo”,<br />

diz, otimista, a ministra.<br />

O encerramento da noite<br />

de abertura do VII <strong>Sem</strong>inário<br />

da Faculdade de Serviço<br />

Social contou com a<br />

participação de um aluno<br />

do curso do UniFMU. Com<br />

voz de protesto, o estudante<br />

Walan Marques dos Santos<br />

– do terceiro semestre<br />

de Serviço Social – cantou<br />

um rap que escreveu para<br />

um trabalho sobre adoção.<br />

A letra de Santos protesta<br />

contra a preferência<br />

por crianças brancas no<br />

lugar das negras, por parte<br />

dos pais que procuram<br />

um filho adotivo.<br />

Presenças – Participaram<br />

também do <strong>Sem</strong>inário<br />

a professora do curso de<br />

Serviço Social, Tânia Maria<br />

de Godoy Diniz, presidente<br />

do Conselho Regional de<br />

Serviço Social, e a professora<br />

Elza Kaumrouyan, a<br />

coordenadora do curso de<br />

Serviço Social Maria Elisa<br />

dos Santos Braga, que, na<br />

oportunidade, lembrou a<br />

participação efetiva dos<br />

alunos do curso do<br />

UniFMU na escolha dos temas<br />

a serem discutidos no<br />

evento. Estiveram presentes<br />

ainda o professor Roberto<br />

Moreira, representando a<br />

reitora do UniFMU, Labibi<br />

Elias Alves da Silva, e o presidente<br />

da mantenedora,<br />

Edevaldo Alves da Silva.<br />

(Malu Guimarães)<br />

::. ::.AÇÃO ::. AÇÃO SOCIAL SOCIAL.::<br />

SOCIAL .::<br />

Não há democracia com<br />

preconceito, afirma ministra<br />

Abertura do VII <strong>Sem</strong>inário da Faculdade de Serviço<br />

Social contou com a presença da ministra da<br />

Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial<br />

Evento mapeou exclusão na cidade<br />

A escolha da cidade de<br />

São Paulo como objeto de<br />

análise e reflexão desta edição<br />

do <strong>Sem</strong>inário da Faculdade<br />

de Serviço Social do<br />

UniFMU partiu de um<br />

colegiado formado por professores<br />

e alunos da instituição.<br />

No começo do semestre,<br />

os alunos escolhem os<br />

representantes de sua turma<br />

para compor o<br />

colegiado do curso e cabe<br />

a esse grupo discutir os temas<br />

que gostariam de ver<br />

presentes no evento que reúne<br />

profissionais, pesquisadores,<br />

professores e alunos<br />

do curso de Serviço Social.<br />

A escolha, neste ano, se deu<br />

por conta das comemorações<br />

dos 450 anos da capital<br />

paulista que, em muitas<br />

ocasiões, ignoraram a<br />

presença de grupos étnicos<br />

na cidade e os afastaram<br />

das discussões.<br />

Segundo a coordenadora<br />

do curso de Serviço Social,<br />

Maria Elisa dos Santos<br />

Braga, a participação dos<br />

alunos na escolha do tema<br />

neste ano foi muito<br />

emblemática, até porque<br />

grande parte dos alunos<br />

que compõem as turmas de<br />

Serviço Social do UniFMU<br />

Arranha-céus, poluição e<br />

pessoas estressadas. Um<br />

lugar como esse não combina<br />

com um o estilo de vida<br />

indígena, mas saber conviver<br />

com diferentes culturas<br />

foi a saída que Olívio Jekupé<br />

encontrou. Ele vive na aldeia<br />

Krukutu, entre São Paulo e<br />

Santos, e se locomove para<br />

a cidade de São Paulo de<br />

moto. Pela manhã, para distrair<br />

os cinco filhos, Jekupé<br />

liga o televisor.<br />

Convidado para falar<br />

sobre sua experiência de<br />

organização social e sobre<br />

a vida indígena na cidade,<br />

Olívio Jekupé foi enfático:<br />

“O Brasil não tem noção<br />

do que é índio”. Vestindo<br />

uma roupa básica, jeans,<br />

moletom e tênis, Jekupé<br />

prendeu a atenção dos<br />

participantes do <strong>Sem</strong>inário<br />

Ministra Matilde Ribeiro entende que processo de inclusão social depende, também,<br />

de acesso às políticas educacionais e defende, portanto, as cotas universitárias<br />

têm ligações muito estreitas<br />

com os grupos historicamente<br />

excluídos do acesso<br />

a cidadania na cidade, em<br />

especial dos migrantes do<br />

norte e nordeste do país e<br />

de negros e classes populares.<br />

“Os alunos se identificam<br />

com os excluídos”, afirma<br />

Maria Elisa.<br />

Baseada em pesquisas<br />

desenvolvidas por Aldaíza<br />

Sposati – que resultaram no<br />

livro “Cidade em Pedaços”,<br />

publicado pela editora<br />

Brasiliense no ano passado<br />

e apresentado na edição<br />

durante toda a sua fala.<br />

Olívio Jekupé tem 39<br />

anos, três filhos e pelo menos<br />

seis livros publicados.<br />

Começou a estudar filosofia<br />

na PUC no Paraná,<br />

onde morava, e depois na<br />

Universidade de São Paulo,<br />

mas foi obrigado a<br />

abandonar os estudos<br />

para reestruturar a aldeida<br />

de que faz parte, em São<br />

Paulo, e criar a Associação<br />

Guarani Nhe’em Porá.<br />

Jekupé não entende a<br />

razão da discriminação<br />

contra os indígenas. “Todos<br />

carregam o sangue de<br />

índio e negro”, afirma. Até<br />

hoje o preconceito ainda<br />

representa obstáculos de<br />

inclusão social. “Temos dificuldades<br />

para tirar documentos”,<br />

conta Jekupé.<br />

Com a atuação organi-<br />

anterior do <strong>Sem</strong>inário da<br />

Faculdade de Serviço Social<br />

pela autora – Maria Elisa<br />

entende que a exclusão na<br />

cidade ganha contornos<br />

geográficos, na medida em<br />

que as grandes concentrações<br />

de pobreza se localizam<br />

na Zona Sul e Zona Leste<br />

paulistana, especialmente.<br />

“Mas há bolsões de pobreza<br />

em todas as regiões”,<br />

alerta Maria Elisa, ressaltando<br />

que esses cenários de<br />

exclusão social são formados<br />

por negros e mulheres<br />

e “na maioria dos casos<br />

“O Brasil não nos conhece”<br />

zada, os índios do tronco<br />

Guarani – que compõe a<br />

aldeia de onde Jekupé faz<br />

parte – aprenderam seus<br />

direitos e de que forma devem<br />

lidar com os brancos<br />

fora das aldeias. Não utilizar<br />

a violência e entendem<br />

que a aculturação indígena<br />

aconteceu como uma<br />

forma de sobrevivência.<br />

Vendem produtos feitos<br />

com materiais extraídos da<br />

natureza, e no caso de<br />

Olívio, através de palestras<br />

e vendas de livros que escreve<br />

desde os 15 anos.<br />

O filme Manoa, feito na<br />

tribo Krukutu, foi assistido<br />

pelo público que pode<br />

aprender alguns rituais feitos<br />

na aldeia. As crianças<br />

descalças brincam no<br />

chão de terra batida e escutam<br />

as histórias conta-<br />

mulheres negras”.<br />

A coordenadora<br />

do curso afirma<br />

que as conclusões<br />

do <strong>Sem</strong>inário<br />

apontam para<br />

uma necessidade<br />

de implementação<br />

de políticas<br />

públicas específicas<br />

para cada um<br />

dos grupos de excluídos.<br />

“É preciso<br />

resgatar o<br />

ocultamento a<br />

que esses grupos<br />

estão submetidos”,<br />

afirma Maria<br />

Elisa, “e acabar<br />

com o mito de que<br />

somos uma democracia racial.<br />

Se assim fôssemos, os<br />

negros estariam nos altos<br />

escalões da sociedade e não<br />

seriam os mais pobres dos<br />

mais pobres”, afirma. Tanto<br />

os negros quanto os índios<br />

compõem, segundo<br />

Maria Elisa, o “tronco da<br />

constituição do povo brasileiro”,<br />

mas há outros grupos<br />

como os migrantes de<br />

outras regiões do País que,<br />

enfrentando a exclusão no<br />

seu local de origem, formam<br />

bolsões igualmente<br />

miseráveis na cidade. (ML)<br />

MARCOS AURÉLIO<br />

Concentração de pobreza, como a de regiões da zona Sul, não<br />

impede formação de bolsões por toda a cidade de São Paulo<br />

DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

das pelo pajé. Na casa de<br />

reza, chamada “Opy”,<br />

acontece a “Mbya”, batismos<br />

de bebês com música<br />

e com agradecimentos às<br />

divindades. No momento<br />

em que os conflitos entre<br />

os cintas-largas do Pará e<br />

garimpeiros de diamantes<br />

ganharam espaço de discussão<br />

nacional, Olívio<br />

Jekupé lembra que “o índio<br />

não quer o ouro, ele<br />

quer a natureza”.<br />

O acesso aos bens fundamentais<br />

de cidadania estão,<br />

muitas vezes, dificultados,<br />

segundo Jekupé. Estudar<br />

fora da aldeia não é fácil<br />

por causa do preconceito<br />

e da complicação no entendimento.<br />

Além disso, o índio<br />

não é visto como um cidadão<br />

por não possuir documentação.<br />

(ML)<br />

9


::. ::.ESPOR<br />

::. ESPOR ESPORTES<br />

ESPOR TES TES.:: TES .::<br />

Governador elogia pesquisa do UniFMU<br />

Estudantes vencem torneio<br />

mundial de aeróbica no Japão<br />

Com o grande espaço<br />

que a ginástica olímpica<br />

ocupa no mercado esportivo,<br />

a ginástica aeróbica<br />

sempre encontrou dificuldades<br />

para se ampliar. Até os<br />

anos 90, a modalidade ainda<br />

não era tão divulgada e<br />

os atletas tinham muita dificuldade<br />

de encontrar um<br />

patrocínio.<br />

As estudantes de Educação<br />

Física Cibele Rosito<br />

Oliane e as irmãs Marcela<br />

Matos Lopez e Marina Matos<br />

Lopez, venceram o Campeonato<br />

Mundial de Ginástica<br />

Aeróbica – Suzuki World<br />

Cup 2004, realizado em<br />

Tóquio, no Japão e trouxeram<br />

importantes medalhas<br />

para o Brasil. “A aeróbica<br />

significa conseguir juntar<br />

determinação, regras e prazer<br />

ao mesmo tempo”, declara<br />

Marina Matos Lopez,<br />

22 anos, estudante do 3º<br />

ano de Educação Física da<br />

UniFMU. Sua irmã, Marcela<br />

Matos, ganhou a medalha<br />

de ouro em Tóquio e no<br />

mês seguinte foi destaque<br />

também na Copa do Mundo<br />

de ginástica aeróbica,<br />

em Montluçon, na França.<br />

Além de estudante,<br />

Marina é professora-estagiária<br />

de ginástica olímpica<br />

e ginástica aeróbica do Colégio<br />

Albert Sabin, em São<br />

Paulo. Escorpiana nata, não<br />

deixa dúvidas de sua forte<br />

personalidade. “Com essa<br />

vivência, adquiri mais experiência<br />

podendo utilizar<br />

como base para minha evolução<br />

desportiva e como<br />

utensílio para aplicar o<br />

ensinamento aos meus alunos”,<br />

orgulha-se. E sobre as<br />

olimpíadas no Japão ela<br />

confessa que foi uma satisfação<br />

imensa por tudo: pelo<br />

seu esforço e pelas dificuldades<br />

que passou. “Foi o<br />

resultado de um grande trabalho”,<br />

desabafa.<br />

Desafios – Para<br />

Marcela, 21 anos, também<br />

professora-estagiária de ginástica,<br />

a modalidade significa<br />

a descoberta de um<br />

esporte que consegue englobar<br />

tudo o que sempre<br />

10<br />

Em audiência com representantes da instituição,<br />

Alckmin parabenizou o trabalho sobre TDAH<br />

desenvolvido por estudante de Educação Física<br />

Opresidente do<br />

IMAE (InstitutoMetropolitano<br />

de Altos<br />

Estudos),<br />

Edevaldo Alves da Silva, encontrou-se<br />

com o governador<br />

do Estado de São Paulo, Geraldo<br />

Alckmin, no Palácio dos<br />

Bandeirantes no dia 5 de<br />

maio. O tema central do encontro<br />

foi o estudo feito pelo<br />

aluno de Educação Física do<br />

UniFMU, Felipe Romeiro<br />

Anversa, sobre o TDAH<br />

(Transtorno do Déficit de<br />

Atenção com Hiperatividade)<br />

entre crianças de 06 e 07<br />

anos de idade. Anversa desenvolveu,<br />

durante a sua Iniciação<br />

Científica, estudos sobre<br />

a prevenção e o diagnóstico<br />

precoce da doença.<br />

“É muito importante e<br />

satisfatório ver o trabalho de<br />

um aluno paulista, do<br />

UniFMU, participar deste<br />

congresso científico nas<br />

Olimpíadas de Atenas.<br />

Felipe fez um belíssimo estudo<br />

de diagnóstico precoce<br />

de TDAH. É um trabalho<br />

importante na disciplina de<br />

Educação Física, pois visa a<br />

prevenção da doença, algo<br />

que só tem a beneficiar a<br />

saúde das pessoas” afirmou<br />

Alckmin. E continuou: “É<br />

uma grande alegria ver professores<br />

aqui, de São Paulo,<br />

estarem em Atenas, sendo<br />

que uma das professoras do<br />

UniFMU, Yumi Yamamoto,<br />

participará como árbitra da<br />

Ginástica no solo”. O governador<br />

finalizou dizendo<br />

que ficou muito feliz em receber<br />

o professor Edevaldo,<br />

os demais profissionais do<br />

UniFMU e o aluno Felipe.<br />

Felipe Romeiro, jovem de<br />

23 anos, disse que esse reconhecimento<br />

é importante<br />

tanto para ele como para a<br />

área de Educação Física,<br />

pois o estudo se propôs a<br />

desmistificar a condição do<br />

professor da área de um<br />

simples “rola-bola”, ou seja,<br />

passa a valorizar o senso<br />

crítico e o embasamento científico<br />

desse profissional,<br />

consciente e preparado<br />

para seu trabalho. Ele ainda<br />

falou dos preparativos e<br />

da ansiedade com a via-<br />

gostou como: dança, ritmo,<br />

força, agilidade, criatividade<br />

e o carisma, que para ela é<br />

a característica principal da<br />

ginástica aeróbica. “Os <strong>título</strong>s<br />

do Japão tiveram significados<br />

diferentes, no individual<br />

feminino, categoria na<br />

qual fui tri-campeã. Considerei<br />

como uma barreira<br />

ultrapassada, pois o mais<br />

difícil não é ganhar e sim<br />

manter o <strong>título</strong>”, admite.<br />

“Creio que esses <strong>título</strong>s fizeram<br />

com que não só as pessoas<br />

do mundo da<br />

aeróbica, mas de todas as<br />

ginásticas e todos que estão<br />

envolvidos com os esportes,<br />

entendessem um pouco<br />

mais sobre essa linda modalidade.<br />

Em minha vida<br />

pessoal, achei que não teria<br />

mais metas a traçar, mas<br />

pelo contrário, todos os<br />

meus sonhos e campeonatos<br />

realizados são metas<br />

cumpridas, independente<br />

dos resultados”, afirma.<br />

Neste mês, o desafio de<br />

Marcela é o Campeonato<br />

Mundial de ginástica<br />

aeróbica, que acontecerá de<br />

1º a 7 de junho em Sofia,<br />

na Bulgária.<br />

Outra vencedora de ginástica<br />

aeróbica, Cibeli<br />

Rosito Oliane, 24 anos, define<br />

que praticar um espor-<br />

gem: “Estou trabalhando<br />

junto à minha orientadora,<br />

professora Andréa Ramirez,<br />

e meu co-orientador, professor<br />

Gilberto Pantiga Jr., e<br />

estamos chegando na fase<br />

final da pesquisa, em que<br />

iremos discutir os resultados,<br />

e depois apenas esquematizaremos<br />

a apresentação<br />

no congresso científico”.<br />

Romeiro cursa o 7º semestre<br />

da Faculdade de Educação<br />

Física e atualmente ministra<br />

aulas de natação para<br />

crianças de dois a cinco<br />

anos de idade num colégio<br />

bilíngüe da capital. Ele já<br />

apresentou o trabalho no 3º<br />

Congresso Nacional de Iniciação<br />

Científica e 1º Congresso<br />

Internacional de Iniciação<br />

Científica, realizados<br />

nos dias 07 e 08 de Novembro<br />

de 2003, em São Paulo.<br />

Presenças – Formando<br />

a equipe do UniFMU que<br />

participou da audiência com<br />

o governador, estiveram<br />

Edson Elias Alves da Silva,<br />

Pró Reitor de Extensão e<br />

Integração Comunitária e<br />

de Cursos Seqüenciais;<br />

Alunas vencedoras no Japão apresentaram-se no campus Liberdade<br />

te é essencial para uma vida<br />

saudável, sem deixar de lado<br />

a garra e a determinação<br />

para vencer todos os obstáculos<br />

que qualquer modalidade<br />

esportiva apresenta.<br />

Cibeli é técnica de ginástica<br />

olímpica e ginástica<br />

aeróbica. Em relação ao <strong>título</strong><br />

nas olimpíadas ela diz<br />

que para a carreira esportiva,<br />

saber que está no caminho<br />

certo e que todo o esforço<br />

e dedicação diários<br />

estão valendo a pena é o<br />

mais importante”, comenta<br />

a ex-aluna do UniFMU.<br />

Flávio Delmanto, professor<br />

e coordenador da Faculdade<br />

de Educação Física do<br />

UniFMU, considera o incentivo<br />

aos atletas essencial<br />

para os treinos das próximas<br />

olimpíadas. “O aluno<br />

tem a possibilidade de crescer<br />

profissionalmente e levar<br />

adiante projetos importantes<br />

que trazem bons resultados”,<br />

diz. “O aluno<br />

interage com o mercado e<br />

se sente mais seguro”, completa.<br />

As alunas vão participar<br />

das olimpíadas de Atenas e<br />

contam com a orientação<br />

da professora Andréa<br />

Ramirez, o patrocínio do<br />

UniFMU, e Gilberto Pantega<br />

Júnior, aluno de Educação<br />

Aluno e direção em encontro com governador, no Palácio dos Bandeirantes<br />

Rosina Spósito Roxo, assistente<br />

da Presidência, além<br />

dos professores Roberto<br />

Moreira, diretor pedagógico;<br />

Flávio Delmanto, diretor<br />

do Núcleo das Ciências Biológicas<br />

e da Saúde e coordenador<br />

do Curso de Educação<br />

Física; César Oliveira,<br />

assistente da Direção do<br />

Núcleo da Saúde; Gilberto<br />

DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

Física, na condição de Juiz<br />

de Ginástica Olímpica. As<br />

alunas fizeram uma apresentação<br />

especial no dia 18<br />

de maio, como parte do projeto<br />

Intervalo Cultural, na<br />

Praça Acadêmica do<br />

Campus Liberdade.<br />

O campeonato no<br />

Japão – A World Cup<br />

2004 é um dos torneios<br />

mais importantes da categoria<br />

no mundo e foi conduzido,<br />

sob a supervisão da<br />

Japan Aerobic Federation<br />

(JAP), com o apoio do Ministério<br />

da Educação, Cultura<br />

e Esportes, Ciência e<br />

Tecnologia do Japão e da<br />

Suzuki Motor Corporation.<br />

O evento aconteceu no Estádio<br />

Tokyo, na região de<br />

Sendagaya, na capital japonesa<br />

nos dias 17 e 18 de<br />

abril. Ao todo, participaram<br />

atletas de elite de 18 países<br />

– entre eles Argentina, Austrália,<br />

Bulgária, Colômbia,<br />

França, Hungria, Indonésia,<br />

Itália, Coréia do Sul, Nova<br />

Zelândia, Peru, Singapura,<br />

África do Sul, Espanha, Estados<br />

Unidos, o anfitrião<br />

Japão e Brasil – nas categorias<br />

Masculino Individual,<br />

Feminino Individual, Duplas<br />

Mistas, Trios e em outras<br />

categorias de juniores.<br />

(Mariana Lello)<br />

Pantiga Jr., professor de Ginástica<br />

Olímpica; Yumi<br />

Yamamoto Sawasato, professora<br />

de Ginástica Olímpica,<br />

e árbitra oficial; e<br />

Andréa Ramirez – que está<br />

no UniFMU desde 2001.<br />

O que é - O TDAH é<br />

um problema bastante comum<br />

e se caracteriza por dificuldade<br />

em manter a aten-<br />

Aluno do UniFMU<br />

leva <strong>título</strong> no boxe<br />

Karim Aun, de 21, está<br />

no primeiro semestre de<br />

Educação Física, e há dois<br />

anos treina boxe para competição<br />

amadora. Além de<br />

treinar boxe, é um defensor<br />

apaixonado da modalidade<br />

e não poupa elogios para<br />

destacar as vantagens do<br />

esporte e difundi-lo cada vez<br />

mais. Campeão da Forja<br />

dos Campeões 2004 em<br />

São Paulo, o lutador passou<br />

por quatro lutas eliminatórias<br />

até chegar à vitória. Permaneceu<br />

invicto nas primeiras<br />

lutas até chegar à quinta<br />

com um adversário mais<br />

experiente, que quebrou seu<br />

nariz no primeiro round.<br />

Mesmo assim, o boxeador<br />

da categoria meio-médio –<br />

referente aos lutadores de<br />

até 69 quilos – conseguiu<br />

vencer e ganhou o cinturão<br />

da Forja dos Campeões.<br />

Manter os 69 quilos não<br />

é tarefa muito difícil,. Apesar<br />

do seu peso normal ser<br />

73 quilos, Karim não faz nenhum<br />

tipo de dieta, e afirma<br />

comer muito bem. O<br />

gosto pelo boxe vem desde<br />

criança, seu pai Ernesto de<br />

Vasconcelos Aun foi boxeador<br />

amador por vinte anos<br />

e sempre levou o filho nos<br />

treinos e lutas.<br />

Para o estudante, esse<br />

esporte aparentemente<br />

agressivo traz realização<br />

pessoal, principalmente nas<br />

vitórias: “Não é como jogar<br />

num time de futebol, onde<br />

a equipe inteira ganha ou<br />

perde; o boxe te realiza se<br />

você for bom, é um conquista<br />

só sua, individual”.<br />

O boxe que conhecemos<br />

hoje existe desde o ano<br />

1000 d.C e é de origem inglesa<br />

- antigamente o esporte<br />

não tinha limite de<br />

round. Os lutadores chegavam<br />

a lutar até 70 round´s,<br />

e o juiz não interrompia a<br />

luta antes que um dos competidores<br />

caísse no chão.<br />

Com o passar dos tempos<br />

o boxe foi ganhando regras<br />

novas e se espalhando por<br />

outros países.<br />

O esporte fascina todas<br />

as classes sociais e na opi-<br />

MARCELO PARDINI<br />

ção, inquietude acentuada<br />

(hiperatividade) e impulsividade.<br />

Pode ser chamado<br />

de DDA (Distúrbio do Déficit<br />

de Atenção) e em muitos<br />

casos o transtorno acompanha<br />

o indivíduo na vida adulta,<br />

embora os sintomas sejam<br />

mais brandos quando<br />

comparados aos de crianças.<br />

(Marcelo Pardini)<br />

nião de Karim, felizmente o<br />

boxe amador tem ganhado<br />

muito espaço e vem sendo<br />

valorizado por parte de academias,<br />

empresas e instituições<br />

interessadas em patrocinar<br />

os atletas e equipes.<br />

Karim treina na academia<br />

Única, em Moema, de<br />

tarde e à noite, cerca de<br />

quatro horas a cada período.<br />

Toda essa força de vontade<br />

e empenho de Karim é<br />

apoiada pelo seu treinador<br />

Juan Dias, lutador argentino<br />

muito respeitado em vários<br />

países por sua história<br />

no mundo do boxe.<br />

Um dos principais sonhos<br />

de Karim é concretizar<br />

sua carreira de lutador<br />

amador, ganhar prêmios e<br />

dinheiro. Ser profissional<br />

não é seu objetivo. “Hoje<br />

não tenho nenhuma vontade<br />

de ser profissional. Teria<br />

que deixar de estudar, largar<br />

a faculdade”. Afirma<br />

Karim. O estudante explica<br />

que para ganhar dinheiro<br />

com o boxe tem que se destacar<br />

na modalidade e para<br />

isso não tem necessariamente<br />

que ser profissional.<br />

O lutador amador tem a liberdade<br />

de receber patrocínio<br />

de uma academia,<br />

empresa e instituição, ou<br />

de todos ao mesmo tempo,<br />

sem a necessidade de assinar<br />

um contrato de exclusividade.<br />

Um outro sonho de<br />

Karim é poder incluir o boxe<br />

como esporte fundamental<br />

na grade de atividades do<br />

curso de Educação Física,<br />

como já acontece em algumas<br />

instituições. Para ele o<br />

boxe no Brasil tem ótimos<br />

atletas, ótimas academias<br />

especializadas, e uma divulgação<br />

muito boa.<br />

Karim quer concluir a faculdade<br />

de Educação Física,<br />

investir na carreira de<br />

lutador de boxe amador até<br />

os trinta anos e ganhar <strong>título</strong>s<br />

nessa categoria. Depois<br />

pretende montar uma academia<br />

de boxe e dar aulas<br />

para outras pessoas interessadas<br />

no esporte. (Tatiane<br />

Carolina de Jesus)<br />

Q


::. ::.AR ::. AR ARTE AR TE TE.:: TE .::<br />

Enfim, Elmo encontra Picasso<br />

Alunos do programa de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do UniFMU visitaram a exposição<br />

“Picasso na Oca – uma retrospectiva” e muitos tiveram a primeira oportunidade de ver obras de arte<br />

Quando chegou<br />

diante da<br />

obra “O Beijo”,<br />

de<br />

Picasso, Elmo<br />

Pereira da Silva parou. Parou<br />

e contemplou como se estivesse<br />

há tempos esperando<br />

pela oportunidade para ver<br />

esta e outras obras do pintor<br />

espanhol Pablo Picasso.<br />

Ao contrário dos críticos de<br />

arte da época – que acharam<br />

a pintura obscena porque<br />

não era de bom tom que<br />

um velho se interessasse por<br />

assuntos como a sexualidade<br />

– Elmo gostou. E sussurrou.<br />

“É tão bonita... e romântica,<br />

porque é um casal”, disse<br />

enquanto andava em<br />

frente ao quadro para enxergar<br />

todos os pontos.<br />

Elmo e seus colegas fazem<br />

parte do projeto de Alfabetização<br />

e Educação de<br />

Jovens e Adultos, promovido<br />

pelo curso de Pedagogia<br />

do UniFMU. A maioria deles,<br />

nunca tinha visitado<br />

uma exposição de arte e sequer<br />

imaginavam que um<br />

dia poderiam estar frente-afrente<br />

com uma obra de<br />

Picasso. No dia 5 de maio<br />

– dentro do Programa Educação<br />

para Solidariedade –<br />

visitaram a mostra “Picasso<br />

na Oca – Uma retrospectiva”,<br />

que permanece no Parque<br />

do Ibirapuera até o dia<br />

13 de junho.<br />

A monitora Iara Ribeira,<br />

23 anos, universitária do<br />

curso de História, reconhece<br />

que a experiência de ajudar<br />

no projeto e acompanhar<br />

os estudantes do programa<br />

de inclusão social do<br />

UniFMU é enriquecedora.<br />

Segundo Iara, a melhoria<br />

acontece para os dois lados.<br />

“Eu melhorei como pessoa e<br />

os alunos também. É uma<br />

troca de aprendizagem”.<br />

Mesmo quando não é possível<br />

levar as turmas aos<br />

eventos culturais, os professores<br />

transmitem as informações<br />

para eles visitarem o<br />

local, se tiverem interesse e<br />

disponibilidade. A aluna de<br />

pedagogia, Ana Lúcia<br />

Sanches, 32 anos, entrou<br />

nesse projeto porque simpatizou<br />

com a grade curricular<br />

e com a proposta do curso.<br />

“É uma oportunidade de trazer<br />

tudo o que aprendemos<br />

na sala de aula para a questão<br />

prática”. Ajudar as pessoas<br />

a se sentirem importantes<br />

também é um presente.<br />

A experiência didática experimentada<br />

pelos monitores é<br />

elogiada pelos professores<br />

do curso de Pedagogia:<br />

“qualquer atividade prática é<br />

de uma validade incrível”,<br />

comenta a professora de Pedagogia<br />

do UniFMU, Ana<br />

Paula Tortorelli.<br />

Elmo – o aluno do curso<br />

que se encantou com “O<br />

Beijo” de Picasso” – cursa o<br />

Ensino Médio e sente uma<br />

forte ligação com a arte desde<br />

criança. “Sou da cidade<br />

de Salvador, onde tem muita<br />

cultura”, lembra-se da infância.<br />

Adorava desenhar, mas<br />

como veio morar em São<br />

Paulo e teve que trabalhar<br />

desde os 13 anos, foi obrigado<br />

a abandonar os papéis<br />

e os lápis. Curioso, Elmo entende<br />

que a falta de oportunidades<br />

também está ligada<br />

com as raízes culturais dos<br />

brasileiros. Passou a pensar<br />

assim depois que estudou<br />

sobre o povo negro, principalmente<br />

quando começou<br />

a estabelecer laços com amigos<br />

na tradicional escola de<br />

samba paulistana Vai-Vai.<br />

“Eu aprendi a lidar com racismo<br />

que é fluente no Brasil”,<br />

resigna-se. Os conflitos<br />

na cidade do Rio de Janeiro,<br />

para o estudante, são reflexo<br />

do preconceito racial.<br />

“Mesmo com o fim da escravidão,<br />

os negros continuam<br />

sendo escravos. Como o<br />

acesso ao trabalho e estudo<br />

é difícil, eles são obrigados a<br />

entrar no crime”.<br />

Sobre o curso que faz no<br />

UniFMU, Elmo sabe que é<br />

primordial para recuperar o<br />

tempo perdido – em que<br />

não pôde estudar – e tem<br />

esperança que projetos<br />

como esses aconteçam por<br />

todo o País. “Todos terão os<br />

mesmo conhecimentos e<br />

saberão que embaixo dos<br />

nossos pés estão as riquezas.<br />

Não precisamos sair<br />

daqui. O que precisamos é<br />

aprender a nos socializar”,<br />

filosofa enquanto observa o<br />

legado do pintor espanhol.<br />

Ao filho, de 17 anos,<br />

Elmo sempre lembra da importância<br />

de ser honesto e<br />

de estudar. Espera que o garoto<br />

entre numa faculdade<br />

para ter uma boa formação<br />

acadêmica. Apesar de estar<br />

desempregado, Elmo sabe<br />

que tudo que está aprendendo<br />

atualmente lhe abre<br />

oportunidades que deverão<br />

ser aproveitadas no futuro.<br />

Apesar do espanto tão vi-<br />

UniFMU relembra peça<br />

dos anos de chumbo<br />

Quando o jornalista<br />

Vladimir Herzog foi assassinado<br />

em São Paulo – e seu<br />

suposto suicídio forjado – o<br />

ator e dramaturgo<br />

Gianfrancesco Guarnieri<br />

enfrentou um dilema: apresentar-se<br />

ou não naquela<br />

noite, com o espetáculo Me<br />

dá o mote, em parceria com<br />

Edu Lobo. Sabia que a melhor<br />

forma de homenagear<br />

o amigo e jornalista Vlado<br />

seria não se apresentar,<br />

como protesto. Mas também<br />

era evidente, para Guarnieri,<br />

que silenciar a classe artística<br />

de oposição era o que<br />

queriam os militares, no poder<br />

desde o golpe de 1964<br />

e no ápice da repressão que<br />

se iniciou mais precisamente<br />

com o AI-5, em 1969.<br />

Naquela noite, Guarnieri<br />

resolveu se apresentar. E um<br />

ano depois nascia Ponto de<br />

Partida, sua peça de teatro<br />

nítida e confessadamente<br />

baseada no assassinato de<br />

Vlado, em forma de uma<br />

alegoria medieval em que<br />

se retrata uma aldeia onde<br />

um poeta aparece enforcado,<br />

por motivos desconhecidos.<br />

Na noite do dia 11<br />

de maio, Ponto de Partida<br />

foi apresentada por um grupo<br />

de atores, em leitura dramática,<br />

no Auditório Senador<br />

Nelson Carneiro, no<br />

Campus Liberdade do<br />

UniFMU a mesma peça que<br />

em 1976 foi dirigida por<br />

Fernando Peixoto e ganhou<br />

o Prêmio APCA, da Associação<br />

Paulista dos Críticos<br />

de Arte, além de ter sido<br />

destaque no 2º Festival Internacional<br />

de Teatro, organizado<br />

por Ruth Escobar<br />

entre os meses de maio e<br />

junho daquele ano.<br />

O autor – Gianfrancesco<br />

Guarnieri nasceu em<br />

Milão, na Itália, em 1934.<br />

Participou da criação do Teatro<br />

de Arena – uma das<br />

experiências emblemáticas<br />

da dramaturgia paulistana<br />

– e sua peça “Eles não<br />

usam black-tie” representou<br />

uma ruptura com o passado<br />

e um novo modelo de<br />

teatro com enfoque social<br />

na realidade do país. Foi<br />

parceiro de Augusto Boal –<br />

na montagem de Arena<br />

contra Zumbi – e é também<br />

autor de Um grito parado no<br />

ar. Ficou conhecido do grande<br />

público pelas participações<br />

em novelas da Rede<br />

Globo e pela atuação em<br />

cinema.<br />

O teatro engajado – que<br />

nasceu sob a repressão militar<br />

dos anos de chumbo –<br />

foi um movimento que se<br />

posicionou de forma contrária<br />

ao regime militar de<br />

1964. Seus textos deixavam<br />

sível, não era a primeira vez<br />

que Elmo via as obras de<br />

Pablo Picasso. “Eu já vi algumas<br />

no MASP [O Museu de<br />

Arte de São Paulo, na Avenida<br />

Paulista]”. Quando se viu<br />

de frente ao quadro “A mu-<br />

lher que chora”, lembrou-se<br />

de já tê-lo encontrado em<br />

outras paragens. “É bonito<br />

e expressivo”, arrisca uma<br />

opinião. Já a aluna Judite de<br />

Araújo, 35 anos, está terminando<br />

o Ensino Médio e fi-<br />

Alunos e monitores se encontraram na Liberdade, de<br />

onde partiram, de ônibus, para a Oca<br />

Atores fizeram leitura dramática de “Ponto de Partida”<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO UNIFMU<br />

cou com o rosto iluminado<br />

quando o ônibus parou em<br />

frente a Oca. “Eu estava louca<br />

para chegar. É emocionante”.<br />

Quase duas horas<br />

depois – apesar das idas e<br />

vindas na Oca e do programa<br />

que tende a ser cansativo<br />

para muitos – ela, andando<br />

pelo labirinto repleto de<br />

espelhos, falou espantada:<br />

“É uma viagem”. Era como<br />

se tivesse sido absorvida pelo<br />

Labirinto de Minotauro montado<br />

no subsolo da exposição.<br />

E estava. O labirinto<br />

trouxe à tona o lado mais<br />

criança de todos. Os estudantes<br />

olhavam os espelhos<br />

com interesse para descobrirem<br />

qual a diferença entre o<br />

reflexo e seus corpos.<br />

“Olha!”, espantavam-se<br />

com o que viam. Diante da<br />

obra “Os três nus”, um grupo<br />

de estudantes parou e ficou<br />

tentando achar as figuras,<br />

com muita concentração.<br />

Outros, achando graça,<br />

detiveram-se na pintura,<br />

“Garoto com Lagosta”. O<br />

Cubismo os fez rir.<br />

Certa vez, Pablo Picasso<br />

teria dito: “A obra de um artista<br />

é uma espécie de diário”.<br />

O registro – escrito nas paredes<br />

brancas da Oca – chamou<br />

a atenção de um grupo<br />

de alunos que tratou de<br />

anotá-la no verso dos papéis<br />

em que constava a biografia<br />

do pintor, oferecidas ao grupo<br />

pelos monitores, no ônibus.<br />

Elmo e seus colegas sabiam<br />

que aquele dia não passaria<br />

em branco em seus diários.<br />

Enfim, encontraram-se<br />

com Picasso. (Malu Guimarães)<br />

evidente a insatisfação e<br />

contestação à censura, ao<br />

arrocho salarial, ‘a supressão<br />

da liberdade. Seu início<br />

data de 1964 – com o<br />

show Opinião –, mas atinge<br />

o ápice produtivo após<br />

o AI-5 – que restringiu as<br />

liberdades individuais e dissolveu<br />

as estruturas políticas<br />

democráticas no País.<br />

Em depoimento dado à<br />

Fundação Perseu Abramo,<br />

Gianfrancesco Guarnieri<br />

escreveu: “Sob o impacto<br />

da morte de Vlado escrevi<br />

Ponto de Partida”. Intuía<br />

ser aquele momento decisivo<br />

para a derrocada do<br />

regime militar. Motivado<br />

não só pela dor e indignação<br />

mas, particularmente,<br />

pela urgência de alardear<br />

o que se passava conosco,<br />

com nosso país e com os<br />

melhores de nossa sofrida<br />

gente. Amordaçados pela<br />

censura, éramos obrigados<br />

a descobrir caminhos que<br />

nos permitissem a expressão<br />

sem colocar em perigo<br />

a obra e a nós mesmos”.<br />

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