Abr - 2010 / Edição 36 - Correio do Vale
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Fotos: Souza Lima<br />
Jenilson Carrasco: Líder<br />
popular - Página 6<br />
Serviço meia-boca<br />
Servi<strong>do</strong>res municipais consertaram o muro da escola Edmir Viana de Moura,<br />
Jardim Shangri-lá, (foto1) denuncia<strong>do</strong> pelo <strong>Correio</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> por estar prestes a<br />
desabar (foto3). <strong>Vale</strong>u a boa vontade. Porém, a Secretaria de Obras mostrou que<br />
não tem planos de serviços e reformas. O conserto foi meia-boca: não fizeram colunas<br />
com ferros para sustentação <strong>do</strong>s blocos e algumas rachaduras permanecem<br />
(foto2). A falta de planejamento e estu<strong>do</strong> de um simples reparo evidencia como a<br />
administração Vilela joga dinheiro público pelo ralo e confirma sua incompetência.<br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, 23 de abril de <strong>2010</strong> - Nº <strong>36</strong> - R$ 1,00<br />
Fechamento<br />
de rua<br />
para festa<br />
de bar<br />
causa polêmica<br />
Página 7<br />
Série ex-prefeitos de Caçapava<br />
Adilson Natali:<br />
Visão futurista<br />
Cidade sem lei<br />
Há três meses, um caminhão areeiro transita<br />
e estaciona na rua José Benedito de Alcântara<br />
Filho, Vila Independência, desrepeitan<strong>do</strong><br />
a legislação de Caçapava. Os mora<strong>do</strong>res<br />
afirmam que reclamaram pessoalmente ao<br />
secretário de Segurança e Trânsito, Fernan<strong>do</strong><br />
Diniz Borges, mas nada foi resolvi<strong>do</strong>. O<br />
peso da carreta estourou uma adutora da<br />
Sabesp. A Guarda Municipal foi chamada,<br />
mas não compareceu. O motorista <strong>do</strong> caminhão<br />
deixa, também, seu carro sobre a<br />
calçada. O <strong>do</strong>no da carreta esteve no local<br />
e disse que estava tranquilo porque tinha<br />
amizades na prefeitura. “Isso nao dá em<br />
nada”, teria dito. A bravata foi testemunhada<br />
por várias pessoas.<br />
Até no mês de seu aniversário, Caçapava convive no aban<strong>do</strong>no e envergonhada com<br />
promessas não cumpridas por Vilela e seus amigos. Dois exemplos ocorreram nesta semana:<br />
1) Um caixote com entulhos foi deixa<strong>do</strong> no meio da avenida Coronel Alcântara<br />
desde 14 de abril. Os transeuntes tiraram o objeto para a calçada, mas, apesar das reclamações,<br />
não houve providências da prefeitura. 2) A Rádio Capital prometeu transmitir<br />
o jogo da seleção de Caçapava contra São José <strong>do</strong>s Campos, no dia 21 de abril. O anúncio<br />
foi feito na rádio e em carros de som, com a voz <strong>do</strong> noticiarista e verea<strong>do</strong>r Arnal<strong>do</strong> Neto<br />
(PSC). Sebastião Nascimento, diretor da emissora, disse no Estádio que não havia si<strong>do</strong><br />
avisa<strong>do</strong> sobre a partida. Ninguém soube explicar como ele foi assistir a um jogo que<br />
desconhecia. Marcos Valério, Duda Vilela e Jorge Luiz eram os responsáveis pela transmissão,<br />
que não aconteceu. Outro vexame <strong>do</strong> PSC e da “rádia”. Dá-lhe promessinha.<br />
Quem apenas olha o passa<strong>do</strong> e o presente perde o futuro.<br />
Evilásio: Campeão e treina<strong>do</strong>r<br />
de vôlei – Página 8<br />
Francisco Adilson Natali<br />
governou Caçapava por 14<br />
anos,foi o único prefeito a ser<br />
eleito para um mandato de seis<br />
anos. Sua visão futurística e o<br />
amor pela cidade em que nasceu<br />
fizeram dele um administra<strong>do</strong>r<br />
arroja<strong>do</strong>, com muitas<br />
realizações e <strong>do</strong>is grandes<br />
projetos aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s por seus<br />
sucessores: o Paço Municipal e<br />
o Anel Viário. O túnel sob a Via<br />
Dutra é apenas pequena parte<br />
<strong>do</strong> projeto original de Natali,<br />
que Vilela está construin<strong>do</strong> ao<br />
preço de toda obra anteriormente<br />
projetada. Páginas 4 e 5<br />
Caçapava envergonhada<br />
(J. F. Kennedy)
2 - O P I N I Õ E S<br />
Expediente<br />
Sonia Regina de Souza Lima Publicidades ME<br />
CNPJ 08.645.754/0001-00<br />
Inscrição Municipal 20567<br />
Editor: Eduar<strong>do</strong> Paiva de Souza Lima<br />
Jurídico: Wilson Roberto Paulista<br />
Sheila Tatiana de Souza Lima Alvarenga<br />
Colabora<strong>do</strong>res: José Ramos, B.Veloso, Rafael Citro,<br />
Vanessa Cunha, Vanessa Resende, Pedro Siqueira<br />
e Chiquinho<br />
Jornalista Responsável: Adilércio José Honório<br />
MTB 15943<br />
Administração e Redação: R. Sete de Setembro, 105<br />
Caçapava – São Paulo<br />
CEP: 12.281-620<br />
Telefone: (12) <strong>36</strong>55-2323 -<br />
e-mail: correio<strong>do</strong>valejornal@ig.com.br -<br />
Site : www.correio<strong>do</strong>vale.com<br />
Benedito Veloso<br />
bvelosoimprensa@gmail.com<br />
RETRATO FEIO<br />
A descortesia praticada pela Câmara de Caçapava, ao deixar<br />
fora da mesa o emérito bispo de Taubaté, Dom Affonso de Miranda,<br />
na cerimônia comemorativa ao aniversário da cidade, seria<br />
menos preocupante se refl etisse apenas uma gafe como tantas outras<br />
que se pratica em eventos desse tipo.<br />
Pior é que ela traduz um retrato de nosso tempo, em que boa<br />
parte <strong>do</strong>s ocupantes <strong>do</strong> poder está nem aí com quem quer que<br />
seja. Dedicam as 24 horas <strong>do</strong> dia a práticas que os façam sobreviver<br />
no cargo que ocupam e tirar deste o máximo proveito próprio<br />
possível. O restante que se dane.<br />
Há povos que respeitam cegamente a hierarquia leiga ou ofi cial,<br />
e para eles não importa quem ocupa determina<strong>do</strong> cargo; os japoneses,<br />
por exemplo. Está no cargo merece respeito, e ponto fi nal.<br />
Outros muitos respeitam os cargos, desde que entendam que o<br />
ocupante se faz merece<strong>do</strong>r dele. Estão nesse grupo os franceses,<br />
na Europa e os argentinos na América Latina, dentre outros.<br />
No Brasil a coisa vai além. Não se respeita hierarquia de mo<strong>do</strong><br />
nenhum. O então governa<strong>do</strong>r Mário Covas levou mão no peito,<br />
cadeirada e pedrada de professor em praça pública (Temporada<br />
grevista de 2000), sob aplausos <strong>do</strong> então deputa<strong>do</strong> José Dirceu.<br />
Em nosso país – Caçapava não fi caria de fora – quem é politicamente<br />
adversário fi ca fora da mesa. E, por felicidade, Dom Affonso,<br />
que nem é político, não levou pedrada.<br />
Mas, tiraram-lhe o microfone, caçaram-lhe a palavra e não lhe<br />
deixaram nem agradecer humildemente o convite recebi<strong>do</strong> para<br />
participar da cerimônia, como ele desejava. E olhe que era dia<br />
<strong>do</strong> seu aniversário; 89 anos! Talvez os organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> evento<br />
entendam que “emérito” signifi ca “aquele que fi ca fora da mesa”,<br />
e não o jubila<strong>do</strong>, o insigne, o sábio, aquele muito versa<strong>do</strong> na carreira<br />
que escolheu, como entende e explica o “Aurélio”.<br />
Como dizia, o desrespeito à hierarquia revela-nos o lamentável<br />
retrato de um país de governantes que roubam dinheiro que salvariam<br />
vidas de <strong>do</strong>entes, que educariam crianças com qualidade, e<br />
também de uma faixa de cidadãos que não respeita i<strong>do</strong>so, de motoristas<br />
sadios que ocupam vagas de defi cientes físicos na maior<br />
cara de pau, de fi lhos que nem querem saber de cuidar de pais<br />
incapazes, de milhares de pessoas que matam outras no trânsito,<br />
em que crianças comem no lixão à vista de indiferentes passantes,<br />
de gente que taca fogo em índio e mendigos.<br />
Fosse só uma falha de cerimonial deixar o bispo fora da mesa,<br />
vá lá; mas, para desgraça de to<strong>do</strong>s revela um retrato feio; o buraco<br />
é mais embaixo; muito mais embaixo.<br />
Em uma de suas músicas mais<br />
emblemáticas (Almanaque), o<br />
compositor Chico Buarque levanta<br />
uma questão perturba<strong>do</strong>ra:<br />
“Quem estava no volante<br />
<strong>do</strong> planeta que o meu continente<br />
capotou?”. Municipalizan<strong>do</strong><br />
os versos, poderíamos questionar:<br />
quem é o responsável pelos<br />
destinos da Caçapava que corre<br />
o risco da cidade capotar?<br />
Há tempos é senti<strong>do</strong> que o<br />
município se parece com um<br />
carro desgoverna<strong>do</strong>. Nos últimos<br />
dias, porém, alguns acontecimentos<br />
mostraram que a situação<br />
pode ser pior <strong>do</strong> que se<br />
imagina. As normas de ordem<br />
pública e interesse social para o<br />
bem coletivo passaram a ser solenemente<br />
ignoradas, causan<strong>do</strong><br />
a impressão de que a conduta<br />
correta foi para o espaço, com a<br />
benevolência <strong>do</strong> poder público.<br />
Dois casos, entre outros, chamam<br />
a atenção para o perigo da<br />
queda no precipício: o repasse<br />
irregular de recursos à Liga Caçapavense<br />
de Futebol e uma autorização<br />
fantasma para um estabelecimento<br />
fechar uma das<br />
principais ruas da cidade.<br />
Num desrespeito à legislação,<br />
a Liga vinha receben<strong>do</strong> recursos<br />
fi nanceiros públicos de<br />
forma suspeita. Qualquer organização,<br />
governamental ou<br />
não, só pode receber subvenção<br />
para custear suas ações depois<br />
de observadas algumas normas<br />
legais, entre elas: a) Autorização<br />
<strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res por meio<br />
de aprovação de lei. b) A instituição<br />
contemplada não pode<br />
ter dívidas com o município.<br />
c) Prestação de contas da aplicação<br />
<strong>do</strong>s recursos. Nenhum<br />
desses preceitos legais foi observa<strong>do</strong><br />
no repasse <strong>do</strong> dinheiro<br />
público para o pagamento de<br />
árbitros contrata<strong>do</strong>s pela Liga.<br />
Os questionamentos levanta<strong>do</strong>s<br />
pelo <strong>Correio</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> acenderam<br />
a luz vermelha dentro <strong>do</strong><br />
governo. Flagra<strong>do</strong> em um processo<br />
com claros indícios de irregularidades,<br />
o prefeito Carlos<br />
Antônio Vilela (DEM) resolveu<br />
suspender os repasses. É bom<br />
E a lei?<br />
deixar claro que em nenhum<br />
momento o <strong>Correio</strong> se mostrou<br />
contrário às subvenções a<br />
quem quer que seja. Mas é obrigação<br />
cobrar a transparência<br />
nas transferências <strong>do</strong> dinheiro<br />
pago pelo cidadão às entidades,<br />
para que os repasses estejam no<br />
rigor da lei. E o corte da verba<br />
mostra que alguma coisa estava<br />
fora da legislação.<br />
Já o caso <strong>do</strong> fechamento da<br />
rua é resulta<strong>do</strong> de interferência<br />
indevida em procedimentos<br />
exclusivos da administração<br />
municipal. O <strong>do</strong>no <strong>do</strong> estabelecimento,<br />
localiza<strong>do</strong> no cruzamento<br />
das avenidas da Saudade<br />
com a Cidade de São Paulo,<br />
afi rma, categoricamente, que<br />
solicitou autorização à prefeitura.<br />
No entanto, a solicitação<br />
teria si<strong>do</strong> interceptada por Duda<br />
Vilela, fi lho <strong>do</strong> prefeito, que<br />
resolveu fazer a coisa a seu mo<strong>do</strong>.<br />
O alvará nunca existiu e o<br />
proprietário <strong>do</strong> bar, imaginan<strong>do</strong><br />
estar tu<strong>do</strong> em ordem, fechou<br />
a rua, promoveu a festa e tornou-se<br />
o “bandi<strong>do</strong>” da história,<br />
sofren<strong>do</strong> críticas de mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, 23 de abril de <strong>2010</strong><br />
e motoristas. O que começou<br />
erra<strong>do</strong>, é óbvio, não vai poder<br />
terminar certo. É de responsabilidade<br />
de to<strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res<br />
encontrar os responsáveis por<br />
uma situação que já começa a<br />
criar raízes: a intromissão de<br />
interesses particulares nas causas<br />
públicas. O episódio também<br />
levanta outras dúvidas.<br />
Quem pagou pelos banheiros<br />
químicos usa<strong>do</strong>s no dia? Por<br />
que a Guarda Municipal não<br />
tomou as providências necessárias<br />
no caso?<br />
Qual o critério segui<strong>do</strong> pela<br />
prefeitura na fi scalização <strong>do</strong>s<br />
estabelecimentos comerciais<br />
(já que bares foram fecha<strong>do</strong>s;<br />
restaurantes e choperias sofrem<br />
duras visitas <strong>do</strong>s fi scais municipais,<br />
mesmo com a <strong>do</strong>cumentação<br />
em dia)?<br />
Dúvidas que deverão ser esclarecidas<br />
pela Câmara, já os<br />
verea<strong>do</strong>res têm obrigação de<br />
fi scalizar os atos <strong>do</strong> executivo e<br />
precisam dar uma resposta convincente<br />
aos eleitores, que no<br />
fi nal das contas pagam, e caro,<br />
pelos desman<strong>do</strong>s.<br />
Advocacia Souza Lima<br />
Eduar<strong>do</strong> Paiva de Souza Lima<br />
OAB-SP 74.908<br />
André Luiz de Lima Citro<br />
OAB - SP 174.648<br />
Sheila Tatiana de Souza Lima Alvarenga<br />
OAB - SP 189.149<br />
Rua Sete de Setembro, 105<br />
CEP: 12.281-620<br />
Telefone: (12)<strong>36</strong>55-2323<br />
Caçapava - São Paulo
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, 23 de abril de <strong>2010</strong> R E G I Ã O - 3<br />
FUNCIONALISMO<br />
Servi<strong>do</strong>res derrubam ditadura e derrotam Vilela<br />
Chapa de situação teve apoio <strong>do</strong> prefeito; depois de 13 anos, Dercílio deixa direção <strong>do</strong> Sindicato <strong>do</strong>s Servi<strong>do</strong>res Municipais<br />
Da redação<br />
Os servi<strong>do</strong>res públicos municipais<br />
demonstraram seu<br />
descontentamento com o governo<br />
<strong>do</strong> prefeito Carlos Antônio<br />
Vilela (DEM) na eleição<br />
para a diretoria <strong>do</strong> sindicato<br />
<strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res de Caçapava.<br />
A chapa 2, de oposição ao atual<br />
presidente Dercílio Victor<br />
Cordeiro Filho, o Bigode, teve<br />
uma vitória acachapante: <strong>do</strong>s<br />
337 eleitores, os oposicionistas<br />
conseguiram 334 votos, contra<br />
2 obti<strong>do</strong>s por Dercílio (com<br />
um voto nulo).<br />
A eleição aconteceu nos dias<br />
15 e 16 de abril e foi determinada<br />
pela Justiça <strong>do</strong> Trabalho.<br />
A entidade será dirigida<br />
pela assistente social Maria<br />
Teresa Moreira Marcondes<br />
nos próximos quatro anos.<br />
Dercílio estava há 13 anos<br />
à frente <strong>do</strong> sindicato e, segun<strong>do</strong><br />
os servi<strong>do</strong>res, “conduzia o<br />
sindicato com práticas antissindicais<br />
e antidemocráticas”.<br />
Em setembro <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>,<br />
ele tentou obter mais quatro<br />
anos no cargo. À época,<br />
servi<strong>do</strong>res o acusaram<br />
de impedir fi liações de novos<br />
sócios e fazer uma “eleição<br />
golpista para que ninguém<br />
pudesse concorrer e ele<br />
se perpetuar na presidência”.<br />
Diante das irregularidades,<br />
a Justiça <strong>do</strong> Trabalho anulou<br />
o processo eleitoral, previsto<br />
para os dias 29 e 30. A decisão<br />
judicial aconteceu durante<br />
o segun<strong>do</strong> dia <strong>do</strong> pleito. Para o<br />
juiz Orlan<strong>do</strong> Amancio Tavei-<br />
PONTO FORA<br />
Reunião com a Guarda Municipal<br />
O secretário de segurança, Fernan<strong>do</strong> Diniz Borges, em reunião com seus<br />
subordina<strong>do</strong>s disse que o editor <strong>do</strong> <strong>Correio</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> é bandi<strong>do</strong> e quem anda<br />
com ele também é. As providências judiciais já foram tomadas contra o secretário,<br />
já que alguns assinaram declarações testemunhan<strong>do</strong> o fato. Numa<br />
coisa concordamos, quem anda, defende e encobre falcatruas, desman<strong>do</strong>s<br />
e desvio de dinheiro público também é da mesma laia de quem pratica as<br />
irregularidades. Afi nal: “Diga-me com quem andas, que direi quem és”.<br />
Pão com Barata<br />
O governo municipal de Caçapava está preterin<strong>do</strong> o comércio local e, não<br />
se sabe por que, compran<strong>do</strong> pão em Quiririm para o café da manhã <strong>do</strong>s<br />
servi<strong>do</strong>res. O benefício foi da<strong>do</strong> aos funcionários através de lei municipal,<br />
oriunda <strong>do</strong> projeto de autoria <strong>do</strong> ex-verea<strong>do</strong>r Orlan<strong>do</strong> Baptista, em 1990<br />
(quan<strong>do</strong> tinha Câmara em Caçapava). Hoje o pão foi entregue na Garagem,<br />
mistura<strong>do</strong> com baratas vivas.<br />
Outra Irregularidade na Secretaria de Saúde<br />
Um comissiona<strong>do</strong> denunciou que a secretária Maria Angélica Giovaneli<br />
recebeu <strong>do</strong> convênio CAPS – Saúde Mental R$ 30 mil, enquanto esperava<br />
apenas R$ 21 mil. Ela já está arranjan<strong>do</strong> um jeito de fi car com a diferença<br />
preenchen<strong>do</strong> os cargos com funcionários fantasmas.<br />
Se meu Fusca Falasse<br />
Na edição passada denunciamos um fusca velho, de propriedade de uma<br />
verea<strong>do</strong>ra, que estava há mais de um ano ocupan<strong>do</strong> vaga na garagem pública<br />
da Câmara. Ela mu<strong>do</strong>u o carro para outra vaga escondida, depois descobriu<br />
que fotografamos e tirou o fusca de vez. Parabéns. Agora está correta,<br />
falta apenas pagar o tempo que usou a vaga.<br />
Absur<strong>do</strong> na Aldeia da Serra<br />
Um munícipe denunciou que, próximo ao plantão de vendas <strong>do</strong> loteamento<br />
Aldeia da Serra, a prefeitura passou a máquina na rua, mas não espalhou a<br />
terra. Os mora<strong>do</strong>res é que fi zeram mais ou menos, o serviço. Quan<strong>do</strong> chove,<br />
as crianças têm que enrolar plásticos nos pés para passar no local em<br />
direção à escola.<br />
A Liga <strong>do</strong> Tôta<br />
Um outro puxa-saco ouviu a conversa entre Vilela e o Tôta (da Liga): o<br />
prefeito estava esbravejan<strong>do</strong> porque o “cabeçu<strong>do</strong>” alterou os estatutos da<br />
entidade sem fazer assembleia. O prefeito perguntou: - Como que você faz<br />
outra ata? Tôta respondeu: - Aquela outra não era minha porque não assinei<br />
nada. O prefeito, irrita<strong>do</strong>, gritou: - Então eu sou palhaço, porque estava<br />
te dan<strong>do</strong> dinheiro. Que confusão! E tem gente que pede para dar dinheiro<br />
público para essa pilantragem.<br />
Miltinho pisa na bola outra vez<br />
Durante o Jornal Capital de quinta, 22, quan<strong>do</strong> o apadrinha<strong>do</strong> Miltinho falava<br />
com o noticiarista Arnal<strong>do</strong> Neto por telefone, a emissora saiu <strong>do</strong> ar e o<br />
“anão gor<strong>do</strong>”, sem saber que já havia volta<strong>do</strong> para o ar, estava comentan<strong>do</strong><br />
com o Carlão, motorista <strong>do</strong> Fabrício, que iria matar e enterrar em pé, num<br />
caixão de pinho para apodrecer logo, o seu desafeto também gor<strong>do</strong> ou bola,<br />
de um jornal da cidade. O caso demonstrou a bagunça que reina na Secretaria<br />
de Cultura e a desorganização da “rádia”.<br />
ra, fi cou evidente “o descrédito<br />
<strong>do</strong> sindicato, em face de sua<br />
inércia e distanciamento” da<br />
categoria que a “instituição representa<br />
e deve defender”. Taveira<br />
também apontou a falta de<br />
transparência no processo eleitoral.<br />
A liminar atendeu pedi<strong>do</strong><br />
formula<strong>do</strong> pela nova presidente<br />
<strong>do</strong> sindicato, Maria Tereza.<br />
Posse – Logo depois da apuração<br />
<strong>do</strong>s votos e a proclamação<br />
<strong>do</strong>s eleitos, o coordena<strong>do</strong>r<br />
da comissão eleitoral, o auditor<br />
fi scal <strong>do</strong> Trabalho, Jaime<br />
Antonio Dornelas Ferreira,<br />
empossou a diretoria. Ferreira<br />
afi rmou que durante as apurações<br />
“não houve nenhum<br />
protesto ou reclamação por<br />
parte de eleitor ou associa<strong>do</strong>.<br />
Maria Tereza disse que “to<strong>do</strong>s<br />
os trâmites legais foram respeita<strong>do</strong>s”<br />
e que foi providencia<strong>do</strong><br />
o registro da ata de apuração<br />
e proclamação <strong>do</strong>s eleitos no<br />
Cartório. Na terça-feira, 20,<br />
ela solicitou a prestação de<br />
conta ao ex-presidente. “Depois<br />
de saber a real situação,<br />
vamos começar a trabalhar”.<br />
A presidente afi rmou que<br />
to<strong>do</strong> trabalho será discuti<strong>do</strong><br />
com a categoria. “Vamos ser<br />
transparentes, convocan<strong>do</strong> assembleia<br />
e deixan<strong>do</strong> os servi<strong>do</strong>res<br />
a par de nossas ações”.<br />
Reação – O secretário de<br />
Justiça e Direitos Humanos<br />
de Caçapava, Matheus Gobbi<br />
Sanches Silva, chamou os novos<br />
membros <strong>do</strong> sindica<strong>do</strong> de<br />
“baderneiros”. Um assessor <strong>do</strong><br />
alto escalão <strong>do</strong> governo Vilela<br />
confi denciou ao <strong>Correio</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Vale</strong> que Gobbi e Dercílio chegaram<br />
a elaborar uma estratégia<br />
para impedir a vitória da<br />
oposição e processar o <strong>Correio</strong>,<br />
que publicou as irregularidades.<br />
Dercílio não foi localiza<strong>do</strong><br />
para comentar a eleição.<br />
O governo municipal se recusa<br />
a dar explicações aos leitores<br />
<strong>do</strong> <strong>Correio</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong>.<br />
Cunha<br />
Integrantes da Chapa 2, de oposição, acompanharam a apuração na Câmara <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res<br />
VOLTA POR CIMA<br />
Hiena em vias de virar<br />
minissérie da Globo<br />
Edberto Bernar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos,<br />
o Hiena, que fi cou célebre<br />
no movimento sindical de 1984<br />
quan<strong>do</strong> aconteceu a ocupação<br />
da fábrica da General Motors de<br />
São José <strong>do</strong>s Campos, em meio<br />
a euforia pelo sucesso <strong>do</strong> livro<br />
que conta sua história (“Hiena<br />
- Minha revolta não se vende”,<br />
de Moacyr Pinto) comentava em<br />
Jacareí que há gente da Globo<br />
interessada em transformar o<br />
livro em minissérie.<br />
O anúncio aconteceu no intervalo<br />
da sessão de câmara, na<br />
noite da última terça-feira, dia<br />
20., quan<strong>do</strong> Hiena vendia o livro<br />
aos verea<strong>do</strong>res e funcionários -<br />
“são os últimos exemplares”,<br />
garantia.<br />
Segun<strong>do</strong> ele, os mil exemplares<br />
tira<strong>do</strong>s pela Editora Mogiana,<br />
de São José <strong>do</strong>s Campos,<br />
“estão praticamente esgota<strong>do</strong>s”.<br />
O lançamento ofi cial foi no<br />
dia 10 deste mês, no auditório <strong>do</strong><br />
SESC, de São José <strong>do</strong>s Campos,<br />
e contou com a participação de<br />
alguns <strong>do</strong>s operários que participaram<br />
daquela famosa ocupação<br />
de 84.<br />
Hiena: Livro é sucesso
Página 4<br />
EX-PREFEITOS DE CAÇAPAVA<br />
Adilson<br />
Natali<br />
Visão futurística,<br />
muito amor à cidade natal<br />
e ao PMDB<br />
Em 1980, a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
professor José Alves,<br />
da Unitau (Universidade<br />
de Taubaté), junto com<br />
Brasilino Alves de Oliveira<br />
Neto (que na época<br />
era comerciante, ainda<br />
não tinha se forma<strong>do</strong><br />
advoga<strong>do</strong>), Adilson Natali<br />
fun<strong>do</strong>u em Caçapava<br />
o PP (Parti<strong>do</strong> Popular),<br />
que tinha como<br />
grande líder nacional o<br />
sau<strong>do</strong>so Tancre<strong>do</strong> de<br />
Almeida Neves. Depois,<br />
vieram se fi liar ao parti<strong>do</strong><br />
outras lideranças<br />
como José Olímpio <strong>do</strong>s<br />
Santos Mattos (o Zezé).<br />
Ninguém imaginava que<br />
Francisco Adilson Natali<br />
iria governar Caçapava<br />
durante 14 anos<br />
(1983/1988 - 1993/1996 -<br />
2001/2004) e ser o único<br />
prefeito eleito para seis<br />
Com o slogan “Governo<br />
Nova Geração”, Natali tinha<br />
ideias futurísticas para a expansão<br />
da cidade, com projetos<br />
de alargamento das ruas e<br />
avenidas, visan<strong>do</strong> abertura de<br />
saídas no trânsito.<br />
“Eu tinha boas intenções,<br />
aproveitei muitos assessores<br />
<strong>do</strong> Zito Miranda, como o Ítalo<br />
Ferri nas fi nanças, o Arthur<br />
Pacheco nas obras e o Agosti-<br />
anos, já que Miranda<br />
Campos teve só a prorrogação<br />
<strong>do</strong> mandato.<br />
Com a extinção <strong>do</strong> PP,<br />
fi cou a dúvida se juntavam<br />
com o recém cria<strong>do</strong><br />
PT (Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res)<br />
ou com o MDB<br />
(Movimento Democrático<br />
Brasileiro). Optaram<br />
pelo MDB nascen<strong>do</strong> assim<br />
o PMDB (Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Movimento Democrático<br />
Brasileiro). Na ocasião<br />
vigorava o sistema de<br />
sublegendas.<br />
O grupo de Natali estava<br />
se preparan<strong>do</strong> para a<br />
eleição de 1980, quan<strong>do</strong><br />
a justiça eleitoral prorrogou<br />
o mandato de Zito<br />
Miranda e de to<strong>do</strong>s os<br />
prefeitos <strong>do</strong> Brasil por<br />
mais <strong>do</strong>is anos. Para a<br />
eleição de 1982, o antigo<br />
PP fi cou com a suble-<br />
Fotos <strong>do</strong> arquivo pessoal<br />
“Governo Nova Geração”<br />
Memória<br />
genda número 56 para a<br />
candidatura de Adilson<br />
Natali e o MDB com as<br />
de números 55 para Orlan<strong>do</strong><br />
Baptista e 57 para<br />
Edmir Viana (Negrinho).<br />
Os adversários eram <strong>do</strong><br />
PDS (Parti<strong>do</strong> Democrático<br />
Social), Laurentino<br />
Marcondes, José Maria<br />
Lanfredi e Professor<br />
Pauli, e <strong>do</strong> PT (Parti<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res), Vlademir<br />
Cavalcanti.<br />
Lacava, Natali, Chopin Tavares Lima (secretário <strong>do</strong> Interior <strong>do</strong> governo Montoro) e assessor<br />
nho Gomes no merca<strong>do</strong>”, desabafou<br />
Natali. Para analisar<br />
as necessidades e sugerir os<br />
projetos a serem desenvolvi<strong>do</strong>s,<br />
o novo prefeito contratou<br />
uma equipe da Unitau, que<br />
era chefi ada pelo engenheiro<br />
Luis Eduar<strong>do</strong> da Silva Lacava,<br />
assessor de planejamento.<br />
Com os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s,<br />
foram asfaltadas as ruas <strong>do</strong><br />
centro da cidade, com apro-<br />
Prefeito Adilson Natali no segun<strong>do</strong> mandato<br />
veitamento <strong>do</strong>s paralelepípe<strong>do</strong>s<br />
para uso em Caçapava<br />
Velha e Piedade. “Como amigo,<br />
Adilson sempre foi nota<br />
Dez. Fez muita coisa. A avenida<br />
da Associação aberta naquela<br />
época, fazia parte <strong>do</strong><br />
projeto <strong>do</strong> anel viário. Como<br />
prefeito foi ótimo no primeiro<br />
mandato, regular no segun<strong>do</strong><br />
e ruim no último”, disse o engenheiro<br />
Lacava.<br />
Primeiro<br />
mandato:<br />
1983 a 1988<br />
Adilson Natali não era o favorito<br />
para o pleito de 82, mas devi<strong>do</strong><br />
ao desgaste <strong>do</strong>s antigos, a<br />
boa campanha realizada, de ser<br />
a novidade e o vasto conhecimento<br />
com a população (graças<br />
à sua atividade de comerciante)<br />
venceu com facilidade soman<strong>do</strong><br />
8.371 votos. Na época se contava<br />
os votos de to<strong>do</strong>s os candidatos<br />
de cada legenda para saber<br />
qual parti<strong>do</strong> faria o prefeito. O<br />
mais vota<strong>do</strong> na sublegenda era o<br />
eleito. Adilson venceu com Zezé<br />
de vice. Aliás, o PMDB massacrou<br />
nas urnas em to<strong>do</strong> o país.<br />
“Eu era muito popular, conhecia<br />
to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> na cidade, naquela<br />
época minha família tinha duas<br />
lojas em São José, uma em Taubaté<br />
e outra em Caçapava. O comércio<br />
era diferente de hoje. Por<br />
exemplo se você vendesse um<br />
liquidifi ca<strong>do</strong>r, tinha de fazer a<br />
entrega, a montagem, ensinar o<br />
cliente a usar e depois fazer assistência<br />
técnica. A gente fi cava<br />
muito intimo <strong>do</strong>s clientes”, declarou<br />
Natali.<br />
Ulysses Guimarães e Adilson Natali (primeiro mandato)<br />
Pepinos e abacaxis<br />
Segun<strong>do</strong> Natali, esgoto e água<br />
só tinham no centro. Nova Caçapava<br />
era um barril de pólvora<br />
nas reclamações. O El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong><br />
pedia tu<strong>do</strong>. Não tinha velório e<br />
o cemitério estava satura<strong>do</strong>. O<br />
jardim Maria Elmira, que estava<br />
com o cronograma atrasa<strong>do</strong>, foi<br />
encampa<strong>do</strong> pela prefeitura em<br />
troca de 130 lotes. “O Zé Maria<br />
Lanfredi an<strong>do</strong>u falan<strong>do</strong> por<br />
aí que tomei os lotes da família<br />
dele. Na verdade, os lotes fo-<br />
ram para a prefeitura e hoje estão<br />
construí<strong>do</strong>s neles a creche, o<br />
Sesi, as casas populares, Estádio<br />
Beira Rio e a avenida marginal”,<br />
comentou Natali. Para piorar,<br />
em 22 de agosto de 1983, o prefeito<br />
recebeu um ofício de Raul<br />
Augusto Ferreira, presidente <strong>do</strong><br />
Hospital Nossa Senhora da Ajuda,<br />
comunican<strong>do</strong> que a partir <strong>do</strong><br />
mês seguinte o nosocômio estaria<br />
fecha<strong>do</strong> por falta de recursos<br />
fi nanceiros.<br />
Quércia e Zezé com Natali e o sena<strong>do</strong>r Severo Gomes<br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, 23 de abril de <strong>2010</strong><br />
Souza Lima<br />
SOUZA LIMA<br />
Criação da Fusam Encontro com<br />
o ministro<br />
Apavora<strong>do</strong> com a ideia de não<br />
ter onde atender a saúde <strong>do</strong> povo, o<br />
prefeito comprou duas ambulâncias<br />
direto na General Motors para se<br />
prevenir. “Fui a São José falar com<br />
a direção da Policlin e acertei para<br />
levar nossos <strong>do</strong>entes, provisoriamente,<br />
para lá até resolver o caso <strong>do</strong><br />
hospital”, declarou Natali.<br />
O prefeito começou a descascar<br />
o abacaxi mandan<strong>do</strong> para a Câmara<br />
projeto de lei pedin<strong>do</strong> autorização<br />
para encampar o hospital, com<br />
o patrimônio e as dívidas que eram<br />
muitas. Nascia a Fusam (Fundação<br />
de Saúde e Assistência <strong>do</strong> Municípo<br />
de Caçapava). “Até o José Ramos,<br />
que era petista de oposição, votou<br />
a favor <strong>do</strong> projeto, porque achou a<br />
ideia boa e necessária para resolver<br />
o problema da saúde”, afi rmou<br />
Natali. Hoje, a Fusam recebe R$ 21<br />
milhões <strong>do</strong> município para ser inoperante<br />
e não passar de cabide de<br />
emprego.<br />
Convênio - Faltava emprego<br />
em Caçapava e em to<strong>do</strong> o Brasil.<br />
As fi rmas não queriam se instalar<br />
aqui por falta de recursos básicos.<br />
Foi feito um convênio com o go-<br />
Segun<strong>do</strong><br />
mandato:<br />
1993 a 1996<br />
Numa campanha tumultuada (que teve<br />
impugnação da sua candidatura por<br />
discussão política de contas), no dia 30<br />
de setembro, 72 horas antes da eleição<br />
de 3 de outubro, o processo ainda estava<br />
no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)<br />
e Natali não era candidato. Na época,<br />
mais de 700 processos semelhantes ao<br />
seu estavam no Tribunal e não havia<br />
tempo para julgar to<strong>do</strong>s. O ministro<br />
Paulo Brosard, presidente <strong>do</strong> TSE, baixou<br />
uma súmula autorizan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
impugna<strong>do</strong>s a disputar as eleições para<br />
depois julgar. Natali, imediatamente,<br />
voltou para Caçapava. Foi na Rádio Universal,<br />
e disse que havia ganho na Justiça.<br />
Virou vítima e venceu as eleições<br />
contra José Ramos (PTB), que tinha co-<br />
Terceiro<br />
mandato:<br />
2001 a 2004<br />
Nas eleições de 2003, Natali venceu<br />
Carlos Vilela (DEM), Paulo Roitberg<br />
(PT) e Ademir Móises (PDT). Tinha como<br />
vice Orlan<strong>do</strong> de Assis Baptista (PS-<br />
DB). A diferença para o segun<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong><br />
(Vilela) foi de pouco mais de mil<br />
votos. Nessa fase, foram desapropriadas e<br />
pagas diversas áreas, construí<strong>do</strong> o centro<br />
de saúde (Postão), posto de saúde da Vera<br />
Cruz, Caçapava Velha, Piedade e a alça<br />
<strong>do</strong> viaduto torto. Para José Reinal<strong>do</strong> da<br />
Silva, o Nanau, engenheiro civil que trabalhou<br />
como assessor técnico <strong>do</strong> governo,<br />
“Adilson foi melhor prefeito que Zito<br />
e Roitberg porque era arroja<strong>do</strong>, tinha coragem<br />
e tomava decisões sem titubear”.<br />
Orlan<strong>do</strong> de Assis Baptista (hoje com<br />
quase 81 anos), nasceu em 13/06/29, no<br />
Engenho Novo, Rio de Janeiro, como vice<br />
prefeito afi rmou que “Natali fez um<br />
ótimo governo em Caçapava, ouvia realmente<br />
o povo todas as quartas-feiras no<br />
beija a mão. Quan<strong>do</strong> não podia ir a um<br />
compromisso, me mandava como vice.<br />
Fui prefeito por dez dias quan<strong>do</strong> Adilson<br />
teve um problema de saúde. Dona Eleni-<br />
verna<strong>do</strong>r André<br />
Franco Montoro<br />
para construção<br />
da ponte da Vila<br />
Menino Jesus.<br />
Informa Natali<br />
que na época<br />
foram projeta<strong>do</strong>s<br />
e construí<strong>do</strong>s os<br />
esgotos e as galerias<br />
de águas<br />
pluviais da Vila<br />
Bandeirantes I e<br />
II, Vila Nossa Senhora<br />
das Graças,<br />
Caçapava Velha e<br />
Piedade. Feita a<br />
avenida da Nestlé<br />
e o inicio da Obra<br />
<strong>do</strong> Século com as<br />
galerias da avenida<br />
Coronel Alcântara,<br />
sem contar que teve que pagar<br />
três anos <strong>do</strong> fi nanciamento da<br />
obra da avenida Fundeval deixada<br />
pelo governo anterior. Para Natali,<br />
o primeiro projeto de ciclovia foi<br />
trazi<strong>do</strong> da Europa para Caçapava.<br />
Visan<strong>do</strong> minimizar o desemprego,<br />
inventou a pintura das guias e <strong>do</strong>s<br />
mo vice Judite <strong>do</strong> Carmo (PTB), Orlan<strong>do</strong><br />
Baptista (PSDB), com a vice Viviane<br />
Dantas (PT), e Ademir Moises (PDT),<br />
com o vice Reinal<strong>do</strong> Borges (PDT). Natali<br />
tinha como vice Péricles Lameira<br />
<strong>do</strong>s Anjos, o Perinho. Naquele mandato<br />
foi trocada toda iluminação da cida-<br />
ce, a primeira-dama,<br />
sempre foi braço direito,<br />
trabalhava, opinava,<br />
dava sugestões sem ganhar<br />
nada. Adilson foi<br />
muito melhor prefeito<br />
que Zito”. Orlan<strong>do</strong> tem<br />
o título de cidadão Caçapavense<br />
concedi<strong>do</strong><br />
pela Câmara através de<br />
um projeto <strong>do</strong> faleci<strong>do</strong><br />
verea<strong>do</strong>r Lúcio Lara<br />
(PSDB). Orlan<strong>do</strong>, verea<strong>do</strong>r<br />
de 89 a 93 (presidente<br />
da Câmara em 91),<br />
era opositor a Natali, chegan<strong>do</strong> a votar<br />
pela rejeição de suas contas.<br />
João Carlos de Siqueira Marcondes foi<br />
servi<strong>do</strong>r público no governo Zito, Natali<br />
e Roitberg, como professor de educação<br />
física e chefe da Divisão de Esportes. “O<br />
Adilson era educa<strong>do</strong> e cortês com os funcionários,<br />
to<strong>do</strong>s gostavam dele. Ele cumprimentava<br />
e pegava na mão até <strong>do</strong>s mais<br />
simples. Acho que seu único erro era ser<br />
um pouco centraliza<strong>do</strong>r”, disse Siqueira.<br />
Para Brasilino Alves de Oliveira Neto,<br />
hoje um <strong>do</strong>s mais famosos advoga<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> PP junto<br />
com Natali, “Adilson é um excelente amigo,<br />
é até meu padrinho, fez um ótimo governo<br />
no seu primeiro mandato, porém no<br />
último deixou a desejar, porque se ateve<br />
Ofi cío comunica o fechamento <strong>do</strong> hospital<br />
postes, o que foi copia<strong>do</strong> por outras<br />
cidades. “Isso me rendeu o apeli<strong>do</strong><br />
de prefeito pintor de guias”, brinca<br />
Natali. Também foram construí<strong>do</strong>s<br />
o bicicross, o campo de gatebol, os<br />
campos de futebol da Vila Menino<br />
Jesus, Nova Caçapava, Germana,<br />
Vera Cruz e a iluminação <strong>do</strong> estádio.<br />
Mário Covas, Natali e Alckmin entregam obra em Caçapava<br />
de, ilumina<strong>do</strong>s os templos religiosos e<br />
as praças, projeta<strong>do</strong> o aterro sanitário,<br />
construí<strong>do</strong> o velório municipal, instituí<strong>do</strong><br />
o uniforme e a cesta básica para os<br />
servi<strong>do</strong>res, criada a <strong>do</strong>ação de material<br />
escolar e foram construí<strong>do</strong>s os calçadões<br />
da João Ramos e 7 de Setembro.<br />
Montoro, Natali, Zezé e Quércia no palanque<br />
muito a questões administrativas”. Zezé<br />
afi rma que Natali não gostava de gastar,<br />
suas qualidades foram coragem no primeiro<br />
governo, ponderação no segun<strong>do</strong>,<br />
mas no terceiro fi cou conserva<strong>do</strong>r.<br />
“O grande erro foi o conserva<strong>do</strong>rismo<br />
<strong>do</strong> terceiro governo. Se ele fosse arroja<strong>do</strong><br />
como nos outros e tivesse respondi<strong>do</strong><br />
aos insultos e calúnias da Rádio Capital,<br />
como autorizava a lei, talvez até ganhasse<br />
a re-eleição. O Sebastião da Rádio não<br />
respeita ninguém, presta um desserviço<br />
para Caçapava. Adilson respeitava muito<br />
o legislativo, não manipulava e nem<br />
comprava verea<strong>do</strong>res. Uma vez man<strong>do</strong>u<br />
um projeto para a Câmara sem me avisar,<br />
eu era seu líder, votei contra, não houve<br />
qualquer represália”, disse Zezé.<br />
O ministro <strong>do</strong>s Transportes Reinal<strong>do</strong> Tavares<br />
veio visitar São José <strong>do</strong>s Campos. Natali foi até lá<br />
tentar obter ajuda federal para realizar obras sob<br />
a Rede Ferroviária Federal. Ao chegar a São José, não havia ninguém receben<strong>do</strong><br />
o Ministro. Natali pensou rápi<strong>do</strong> e aproveitou a negligência <strong>do</strong>s políticos<br />
de lá, e usan<strong>do</strong> a semelhança física dele com um seu antigo colega de<br />
escola disse: - Ministro se lembra de mim? Estudamos juntos e agora sou<br />
o prefeito de Caçapava. O ministro, sem saber o que falar, caiu no conto e<br />
perguntou: - Como vai você? Inician<strong>do</strong> aí uma amizade. Como não havia<br />
políticos de São José, Natali arrastou Tavares para uma obra na Via Dutra.<br />
Subiram nas máquinas, que espirravam piche, conversaram bastante, até<br />
que o ministro disse ao prefeito: - Você quer me pedir alguma coisa, não é?<br />
Natali, astutamente, respondeu: - Quero sim, mas não vai ser aqui. Vou até<br />
Brasília falar com o senhor. A visita terminou, e dias depois o prefeito foi a<br />
Brasília, conseguin<strong>do</strong> autorização para a construção <strong>do</strong> Túnel <strong>do</strong> Perinho e<br />
para as passagens das galerias de água da Fundeval e outras por baixo da linha<br />
férrea. Segun<strong>do</strong> José Olimpio <strong>do</strong>s Santos Mattos, o Zezé, vice-prefeito<br />
de Natali no primeiro mandato e verea<strong>do</strong>r no terceiro mandato (2001-2004),<br />
“o Adilson é um baita amigo e como prefeito mu<strong>do</strong>u o mo<strong>do</strong> de governar.<br />
Quebrou o tradicionalismo com nova dinâmica, fez reforma administrativa,<br />
criou a Fusam, modernizou a frota de veículos, construiu escolas e creches.<br />
Enfi m, fez muitas coisas e até a obra <strong>do</strong> século”.<br />
Projetos visionários<br />
Em 1985, Natali encomen<strong>do</strong>u<br />
<strong>do</strong>s arquitetos Carlos Brake e<br />
Renato Bianconi o desenvolvimento<br />
de um projeto que reuniria,<br />
no mesmo local, a sede da<br />
prefeitura (secretarias e gabinetes),<br />
a Câmara (plenário e auditório)<br />
e estacionamentos. Sua<br />
meta era criar um pólo de atração<br />
em região nova da cidade,<br />
àquele tempo pouco urbanizada.<br />
Carlos Brake em entrevista à Revista<br />
Construção (outubro/2000)<br />
disse que “analisan<strong>do</strong> o projeto,<br />
acredito que caso ele tivesse si<strong>do</strong><br />
construí<strong>do</strong>, Caçapava contaria<br />
com um objeto arquitetônico<br />
de personalidade marcante, para<br />
enfrentar outras cidades <strong>do</strong> interior<br />
que não têm características<br />
próprias, são medíocres e só repetem<br />
em escala menor o que é<br />
feito na capital”.<br />
Em 2004, Adilson contratou a Canhe<strong>do</strong><br />
Beppu Engenheiros Associa<strong>do</strong>s<br />
para projetar a “Remodelação da<br />
Interligação da Dutra com as Marginais”,<br />
com rotatórias, viadutos e túneis.<br />
A ideia era sugerir um novo desenho<br />
para o município, dividi<strong>do</strong> pela<br />
Projeto de Natali para o<br />
novo Paço Municipal<br />
Anel viário e túneis<br />
Projeto <strong>do</strong> anel viário aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> por Vilela<br />
Dutra em duas regiões estanques, que<br />
futuramente seriam integradas pelo<br />
eixo defi ni<strong>do</strong> pela avenida Brasil. A<br />
obra iria custar em torno de R$ 6 milhões,<br />
o mesmo valor que Vilela está<br />
pagan<strong>do</strong> por apenas um túnel <strong>do</strong> projeto<br />
<strong>do</strong> Natali, aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> na gaveta.<br />
Francisco Adilson Natali nasceu em Caçapava no dia 15 de fevereiro de 1939.<br />
Tem hoje 71 anos de idade, 45 deles casa<strong>do</strong> com Elenice Pacheco Natali, também<br />
caçapavense. O casal tem três fi lhos: José Francisco Natali Neto, Adilene Pacheco<br />
Natali Pelegrini e Francisco Adilson Natali Junior. Tem cinco netos: Fabio,<br />
Renato, Luiza, Paula e Adriano. Natali está aposenta<strong>do</strong>. Por ora não pensa em<br />
voltar para a política. Segun<strong>do</strong> ele, “o futuro só Deus sabe. Falam até que tenho<br />
uma fazenda em Caçapava <strong>do</strong> Sul, quem dera”, conclui.
6 - G E R A L<br />
Jenilson Euzébio Neves Carrasco<br />
divide seu tempo basicamente<br />
em duas atividades: o de profi ssional<br />
pintor de autos e o de líder comunitário<br />
<strong>do</strong> Jardim Maria Elmira,<br />
em Caçapava. Há vinte anos, ele é<br />
sócio <strong>do</strong> irmão Antônio Pedro Neves<br />
Carrasco, o Tonico, na ofi cina de<br />
restauração de autos Irmãos Carrasco,<br />
localizada à rua Targino Moreira<br />
de Mattos. Jenilson começou trabalhan<strong>do</strong><br />
na ofi cina <strong>do</strong> Santinho, na<br />
rua 14 de <strong>Abr</strong>il, próxima à padaria<br />
<strong>do</strong> seu pai, Antônio Carrasco Solsona.<br />
Com o fechamento <strong>do</strong> comércio,<br />
Jenilson começou na profi ssão em<br />
que atua até hoje.<br />
Tonico já era funileiro. Seis meses<br />
depois de aprendi<strong>do</strong> o ofício, Jenilson<br />
e ele abriram a ofi cina no Jardim<br />
Maria Elmira.<br />
Preocupa<strong>do</strong> com o bem-estar <strong>do</strong>s<br />
mora<strong>do</strong>res, Jenilson passou a fazer<br />
parte da SAB (Sociedade Amigos de<br />
Bairro) <strong>do</strong> Maria Elmira, em 1991.<br />
Depois de passar por vários cargos,<br />
chegou à presidência em 1998, cargo<br />
que exerce até hoje. “A SAB foi fundada<br />
pelo sau<strong>do</strong>so Guaraci Nogueira<br />
e, apesar <strong>do</strong> número reduzi<strong>do</strong> de<br />
integrantes, conseguimos vários benefícios.<br />
O Sebastião Pires, também<br />
já faleci<strong>do</strong>, aju<strong>do</strong>u muito.”<br />
Entre as principais conquistas estão<br />
a Creche <strong>do</strong> Maria Elmira e o<br />
posto <strong>do</strong> PSF (Programa Saúde da<br />
Família). “A creche a gente conseguiu<br />
durante o governo <strong>do</strong> prefeito<br />
Paulo Roitberg (PT) no Orçamento<br />
Participativo (espaço aberto para os<br />
mora<strong>do</strong>res decidirem as prioridades<br />
<strong>do</strong> município). Já o PSF, na última<br />
gestão <strong>do</strong> prefeito Adilson Natali<br />
(PMDB)”.<br />
Para Jenilson, o governo de Roitberg<br />
(1997 a 2000) foi o mais democrático.<br />
“O dr. Paulo conversava<br />
Gente que constrói a cidade<br />
Jenilson:<br />
Liderança<br />
Popular<br />
com as lideranças da comunidade”.<br />
No governo Natali (2001 a 2004) a<br />
participação era menor. “O prefeito<br />
atendia somente às quartas-feiras.<br />
Muitas vezes a gente não conseguia<br />
falar com ele, mas chupava umas<br />
balinhas no gabinete”.<br />
No primeiro mandato <strong>do</strong> prefeito<br />
Carlos Antônio Vilela (DEM), a<br />
SAB conseguiu poucas melhorias,<br />
como as escadas de acesso ao bairro,<br />
mas por intermédio <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res.<br />
“Vilela não conversa com as<br />
lideranças. Eu nem fui convida<strong>do</strong><br />
para a entrega das escrituras das<br />
casas populares”. As casas foram<br />
construídas pelo prefeito José Miranda<br />
Campos (PTB) em 1990 e fi -<br />
nanciadas por vinte anos. As escrituras<br />
foram entregues agora porque<br />
os mora<strong>do</strong>res quitaram o fi nanciamento.<br />
Jenilson criticou o esvaziamento<br />
e enfraquecimento <strong>do</strong>s movimentos<br />
populares promovi<strong>do</strong>s por Vilela.<br />
“O prefeito empregou presidentes<br />
de SABs. Como eles vão poder ter<br />
a liberdade de pressionar o próprio<br />
prefeito?”, questiona. “Eu acho erra<strong>do</strong><br />
eles trabalharem na prefeitura<br />
em cargos de indicação política”.<br />
Outra preocupação de Jenilson<br />
é o fechamento da CVL. “A empresa<br />
sempre priorizou mora<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> bairro para trabalharem<br />
nela e também ajudava a SAB a<br />
fazer a festa de fi nal de ano. Vamos<br />
perder empregos e um trabalho<br />
de ação social”, lamenta.<br />
Nasci<strong>do</strong> em 1973, fi lho <strong>do</strong> casal<br />
Antônio Carrasco Solsona e Diva<br />
Neves Carrasco, Jenilson tem<br />
quatro irmãos: Tonico, Rosemeire,<br />
Viviane e Ana Maria. Solteiro, em<br />
suas horas de folga gosta de jogar<br />
bilhar e acompanhar os jogos <strong>do</strong><br />
campeonato ama<strong>do</strong>r de Caçapava.<br />
2º TABELIÃO DE NOTAS E PROTESTOS DE CAÇAPAVA<br />
Wanderley Germano e Silva - Tabelião<br />
Rua Cel. José Guimarães, 140,<br />
Fone/Fax (12) <strong>36</strong>53-3444<br />
Protestos: (12) <strong>36</strong>55-6407<br />
Ao comprar ou vender, consulte um tabelião<br />
Souza Lima<br />
Leitura<br />
DESC<br />
da ata<br />
Lasse<strong>do</strong> Mazzão<br />
DESCOBRIU<br />
Dia desses, usan<strong>do</strong> o microfone ofi -<br />
cial da prefeitura de Caçapava, o<br />
prefeito Vilela, pródigo em pérolas,<br />
disse, com alusão ao grande número<br />
de buracos nas ruas, que “o asfalto<br />
não se dá bem com a água, por isso,<br />
quan<strong>do</strong> chove aparecem muitos buracos.”<br />
Numa das tocas de análise<br />
política, ou “bocas malditas”, rolou<br />
o papo. Enquanto um dizia que um<br />
engenheiro tão experiente em obras<br />
públicas não poderia dar declaração<br />
tão óbvia e ridícula, um outro<br />
analisou com mais leveza, de uma<br />
forma jocosa: “esse nosso prefeito<br />
vive descobrin<strong>do</strong> que a m.... fede.”<br />
DOMINÓ<br />
Um amigo de muito tempo, daqueles<br />
com índice de lucidez acima da<br />
média, disse, em tom de analista<br />
gênio: “Gente é igual <strong>do</strong>minó,<br />
terno com terno, quadra com quadra,<br />
duque com duque, e assim por<br />
diante.” O tempo passou e cheguei<br />
à conclusão que meu amigo está<br />
certo. Raramente vi, durante minha<br />
vida, mulher feia acompanhada de<br />
mulher bonita, homem rico mistura<strong>do</strong><br />
ao pobre, intelectual com ta-<br />
VOCÊ É ESPELHO<br />
PARA SEU FILHO?<br />
MOMENTO 1<br />
Muitos anos atrás, Al Capone <strong>do</strong>minava<br />
Chicago. Ele não era famoso<br />
por nenhum ato heróico, mas notório<br />
por fazer de Chicago a cidade <strong>do</strong> crime<br />
e <strong>do</strong> terror: contraban<strong>do</strong>, bebida,<br />
prostituição e assassinatos.<br />
Al Capone tinha um advoga<strong>do</strong><br />
apelida<strong>do</strong> ‘Easy Eddie’. Era um profi<br />
ssional brilhante e, com sua habilidade<br />
nas manobras das brechas da<br />
legislação, manteve Al Capone fora<br />
da prisão por muito tempo. Para<br />
mostrar seu apreço, o gângster lhe<br />
pagava muito bem. Não só o dinheiro<br />
era muito, como Eddie também tinha<br />
vantagens especiais. Por exemplo: ele<br />
e a família moravam em uma mansão<br />
protegida, com todas as conveniências<br />
possíveis. A propriedade ocupava<br />
um quarteirão inteiro de Chicago.<br />
Eddie vivia a vida da alta sociedade,<br />
mostran<strong>do</strong> pouca preocupação com as<br />
atrocidades que ocorriam à sua volta.<br />
No entanto, Easy Eddie tinha um<br />
ponto fraco. Ele tinha um fi lho a<br />
quem muito amava e cuidava para<br />
que o jovem tivesse o melhor de tu<strong>do</strong>:<br />
roupas, carros e uma excelente educação.<br />
Nada era poupa<strong>do</strong>. Preço não<br />
era objeção. E, apesar <strong>do</strong> seu envolvimento<br />
com o crime organiza<strong>do</strong>,<br />
Eddie tentou lhe ensinar o que era<br />
certo e o que era erra<strong>do</strong>. Ele queria<br />
que seu fi lho se tornasse um homem<br />
melhor que ele.<br />
Mesmo assim, com toda a sua riqueza<br />
e infl uência, havia duas coisas que<br />
ele não podia dar ao fi lho: transmitirlhe<br />
um nome bom e um bom exemplo.<br />
Um dia, Easy Eddie chegou a uma<br />
decisão difícil e tentou corrigir as<br />
injustiças de que tinha participa<strong>do</strong>.<br />
Decidiu que iria às autoridades e contaria<br />
a verdade sobre Al Capone, limpan<strong>do</strong><br />
o seu nome mancha<strong>do</strong> e oferecen<strong>do</strong><br />
ao fi lho algum momento de<br />
integridade. Para fazer isto, ele teria<br />
que testemunhar contra a quadrilha,<br />
e sabia que o preço seria muito alto.<br />
Ainda assim, testemunhou. Em um<br />
ano, a vida de Easy Eddie terminou<br />
em um tiroteio de uma rua de Chica-<br />
pa<strong>do</strong>s, desafi na<strong>do</strong>s cantan<strong>do</strong> com<br />
bons músicos, ou trafi cantes e outros<br />
bandi<strong>do</strong>s com prega<strong>do</strong>res religiosos.<br />
Assim, depois de ler a matéria<br />
feita pelo <strong>Correio</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> sobre<br />
a vida pública <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong> José<br />
Miranda Campos, o Zito, “desconfi<br />
ei” rapidinho os motivos que levaram<br />
o Vilela a se afastar <strong>do</strong> triprefeito.<br />
FISCAIS DORMINDO<br />
Os fi scais <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> estão <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong><br />
no ponto, fazen<strong>do</strong> nana. A rigorosa<br />
lei antifumo está sen<strong>do</strong> abertamente<br />
desrespeitada em Caçapava,<br />
e justamente por culpa da prefeitura,<br />
que não está fi scalizan<strong>do</strong> com o<br />
rigor necessário. Se você, meu queri<strong>do</strong><br />
leitor, duvida da veracidade da<br />
minha informação, procure passar<br />
ali pelas proximidades <strong>do</strong> coreto na<br />
Praça da Bandeira, à noite. Como<br />
to<strong>do</strong>s sabemos sobejamente, é proibi<strong>do</strong><br />
fumar em lugares cobertos,<br />
mas naquela parte coberta <strong>do</strong> coreto,<br />
como diz o Cleber Macha<strong>do</strong>,<br />
o que estão fuman<strong>do</strong> de maconha é<br />
uma grandeza! Pior, senhoras e mocinhas<br />
que passam por ali são incomodadas<br />
e até assaltadas.<br />
COMANDANTE<br />
O secretário da nossa segurança<br />
municipal, só pra contrariar o<br />
CORREIO DO VALE, provavelmente<br />
vai levar um exemplar aos<br />
porta<strong>do</strong>res de “fi ninhos” e dizer<br />
Falan<strong>do</strong> Sério<br />
Wilson Paulista<br />
go. Mas aos olhos dele, ele tinha da<strong>do</strong><br />
ao fi lho o maior presente que poderia<br />
oferecer, o maior preço que poderia<br />
pagar.<br />
A polícia recolheu em seus bolsos<br />
um rosário, um crucifi xo, uma medalha<br />
religiosa (sinais de sua conversão)<br />
e um poema recorta<strong>do</strong> de uma<br />
revista. O poema: ‘O relógio da vida<br />
recebe corda apenas uma vez. E nenhum<br />
homem tem o poder de decidir<br />
quan<strong>do</strong> os ponteiros pararão, se mais<br />
ce<strong>do</strong> ou mais tarde. Agora é o único<br />
tempo que você possui. Viva, ame<br />
e trabalhe com vontade. Não ponha<br />
nenhuma esperança no tempo, pois<br />
o relógio pode parar a qualquer momento.’<br />
MOMENTO 2<br />
A Segunda Guerra Mundial produziu<br />
muitos heróis. Um deles foi o<br />
comandante Butch O’Hare, um piloto<br />
de caça, operan<strong>do</strong> no porta-aviões<br />
Lexington, no Pacífi co Sul. Um dia,<br />
o seu esquadrão foi envia<strong>do</strong> em uma<br />
missão. Quan<strong>do</strong> já estavam voan<strong>do</strong>,<br />
ele notou pelo medi<strong>do</strong>r de combustível<br />
que alguém tinha se esqueci<strong>do</strong> de<br />
encher os tanques. Ele não teria combustível<br />
sufi ciente para completar a<br />
missão e retornar ao navio.<br />
O líder <strong>do</strong> vôo o instruiu a voltar ao<br />
porta-aviões. Relutantemente, ele saiu<br />
da formação e iniciou a volta à frota.<br />
Quan<strong>do</strong> estava voltan<strong>do</strong> ao navio-mãe<br />
viu algo que fez seu sangue gelar: um<br />
esquadrão de aviões japoneses voava<br />
na direção da frota americana. Com<br />
os caças americanos afasta<strong>do</strong>s da<br />
frota, ela fi caria indefesa ao ataque.<br />
Ele não podia alcançar seu esquadrão<br />
nem avisar a frota da aproximação <strong>do</strong><br />
perigo. Havia apenas uma coisa a fazer.<br />
Ele teria que desviá-los da frota<br />
de alguma maneira.<br />
Afastan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os pensamentos<br />
sobre a sua segurança pessoal,<br />
ele mergulhou sobre a formação de<br />
aviões japoneses. Seus canhões de<br />
calibre 50, monta<strong>do</strong>s nas asas, disparavam<br />
enquanto ele atacava um<br />
surpreso avião inimigo e em seguida<br />
outro. Butch costurou dentro e fora da<br />
formação, agora rompida e incendiou<br />
tantos aviões quanto possível, até que<br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, 23 de abril de <strong>2010</strong><br />
que “segun<strong>do</strong> o jornal, vocês têm<br />
que puxar o basea<strong>do</strong> aqui a céu<br />
aberto.” Vai com calma comandante,<br />
aquele cigarro que está na lei<br />
é outro: o “capim mardito” não é<br />
permiti<strong>do</strong> em lugar algum, com ou<br />
sem a cobertura que a lei diz, afi nal<br />
somos caipiras, mas aqui não tem<br />
“Rocinha”.<br />
MAIS PRAÇA<br />
Pedi e o editor permitiu: então vou<br />
dar uma mãozinha ao Fernan<strong>do</strong> Diniz,<br />
que chefi a nossa Guarda Municipal<br />
de Caçapava. Em todas as<br />
vias públicas há um grande desrespeito<br />
de ciclistas quanto à obediência<br />
da lei que os obriga a transitar<br />
no senti<strong>do</strong> previsto. Mas na Praça<br />
da Bandeira, senhor chefe, o número<br />
de ciclistas aumenta, e junto<br />
com esse número aumentam os<br />
riscos que correm os pedestres. Sei<br />
que é demais querer saber se vocês<br />
têm alguma estatística, se nem condição<br />
de fi scalizar têm, mas eu tenho.<br />
Se quiser o número de ciclistas<br />
circenses que freqüentam, 24 horas<br />
por dia, a praça, liguem pra mim.<br />
DO MEU ENVELOPE PARDO<br />
Os cabelos da Professora Ruth<br />
Sá, às vezes roxos, outras vezes<br />
verdes, eram apenas uma<br />
das evidências de que ela não<br />
era deste tempo. Sua visão e sua<br />
cultura, também.<br />
Economista e advoga<strong>do</strong><br />
e-mail: wilson.paulista@uol.com.br<br />
sua munição fi nalmente acabou. Ainda<br />
assim, ele continuou a agressão.<br />
Mergulhava na direção <strong>do</strong>s aviões,<br />
tentan<strong>do</strong> destruir e danifi car tantos<br />
aviões inimigos quanto possível,<br />
tornan<strong>do</strong>-os impróprios para voar.<br />
Finalmente, o exaspera<strong>do</strong> esquadrão<br />
japonês partiu em outra direção.<br />
Profundamente alivia<strong>do</strong>, Butch<br />
O’Hare e o seu avião danifi ca<strong>do</strong> se<br />
dirigiram para o porta-aviões. Logo<br />
à sua chegada ele informou seus superiores<br />
sobre o aconteci<strong>do</strong>. O fi lme<br />
da máquina fotográfi ca montada no<br />
avião contou a história com detalhes.<br />
Isto ocorreu no dia 20 de fevereiro<br />
de 1942 e, pela ação Butch, se tornou<br />
o primeiro Ás da Marinha na 2ª Guerra<br />
Mundial, e o primeiro Avia<strong>do</strong>r Naval<br />
a receber a Medalha Congressional<br />
de Honra. No ano seguinte`, Butch<br />
morreu em combate aéreo com 29<br />
anos de idade. Sua cidade natal não<br />
permitiria que a memória deste herói<br />
da 2ª Guerra desaparecesse, e hoje,<br />
o Aeroporto O’Hare, o principal de<br />
Chicago, tem esse nome em tributo à<br />
coragem deste grande homem.<br />
O que têm estas duas histórias de<br />
comum entre elas? Butch O’Hare<br />
era o fi lho de Easy Eddie.<br />
A conclusão desta história real, que<br />
recebi de amigos e pais exemplares é<br />
que somos espelhos para nossos fi -<br />
lhos. Nós os faremos heróis ou bandi<strong>do</strong>s<br />
de acor<strong>do</strong> com nossas opções e<br />
escolhas assumidas em nossas vidas.<br />
Qual seu exemplo de vida? De<br />
trabalho, de honestidade, de retidão,<br />
de caráter, de hombridade, de<br />
abnegação, de lealdade, de fraternidade.<br />
Ou fez opção pela corrupção,<br />
pelo crime, pela formação de<br />
quadrilha, pelo dinheiro fácil; pelas<br />
obras superfaturadas, pelo esbulho<br />
<strong>do</strong> dinheiro público, pela proteção<br />
de bandi<strong>do</strong>s, pela união com eles.<br />
Qualquer que seja sua resposta tenha<br />
apenas uma certeza: a semente já<br />
foi plantada e você colherá os frutos<br />
daqui a pouco. Parabéns.<br />
Há, porém, tempo de mudança, o<br />
relógio da vida ainda não parou.
Souza Lima<br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, 23 de abril de <strong>2010</strong><br />
CAOS ADMINISTRATIVO<br />
Fechamento de rua revela<br />
desman<strong>do</strong> na prefeitura<br />
Autorização foi dada por Duda Vilela, fi lho <strong>do</strong> prefeito,<br />
que usurpou função de servi<strong>do</strong>res públicos<br />
Proprietário <strong>do</strong> bar afi rma que fechou a rua pensan<strong>do</strong> que tinha consegui<strong>do</strong> o alvará da prefeitura<br />
O fechamento <strong>do</strong> início<br />
da avenida Cidade de São<br />
Paulo, no <strong>do</strong>mingo, 18, para<br />
comemorar o terceiro aniversário<br />
<strong>do</strong> bar Mundaka,<br />
de propriedade de Rodrigo<br />
Pazzini, gerou reclamações<br />
e polêmicas sobre as autorizações<br />
de responsabilidade<br />
da Prefeitura de Caçapava.<br />
Motorista e mora<strong>do</strong>res reclamaram<br />
sobre o fechamento e<br />
acionaram representantes da<br />
prefeitura para solucionar o<br />
caso. Teve início a confusão.<br />
Pazzini disse que fechou a<br />
rua imaginan<strong>do</strong> ter autorização<br />
da prefeitura. Ele afi rmou<br />
que quan<strong>do</strong> foi entregar<br />
o ofício solicitan<strong>do</strong> o alvará<br />
ao secretário de Planejamento,<br />
Carlos Henrique de Oliveira<br />
Silva, o Carlinhos, foi<br />
aborda<strong>do</strong> por Duda Vilela,<br />
fi lho <strong>do</strong> prefeito Carlos Antônio<br />
Vilela (DEM), e informa<strong>do</strong><br />
de que tu<strong>do</strong> seria providencia<strong>do</strong><br />
por ele.<br />
“Três semanas antes <strong>do</strong><br />
evento, eu fui entregar o ofício<br />
ao Carlinhos, e o Duda<br />
pegou o <strong>do</strong>cumento e me disse<br />
que a autorização estava<br />
confi rmada”, disse Pazzani.<br />
A certeza de que tu<strong>do</strong> estava<br />
em ordem foi reforçada<br />
quan<strong>do</strong> Duda providenciou<br />
<strong>do</strong>is banheiros químicos<br />
para serem usa<strong>do</strong>s na festa.<br />
“Ele chegou e trouxe os <strong>do</strong>is<br />
banheiros. Claro que pensei<br />
que tu<strong>do</strong> estivesse resolvi<strong>do</strong><br />
sobre o alvará”.<br />
Para surpresa de to<strong>do</strong>s, o<br />
pedi<strong>do</strong> de autorização não<br />
chegou ao responsável pela<br />
liberação. Segun<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s<br />
comissiona<strong>do</strong>s da Secretaria<br />
de Meio Ambiente, Duda<br />
teria “se esqueci<strong>do</strong>” de encaminhar<br />
o <strong>do</strong>cumento ao<br />
departamento competente,<br />
e que o fechamento da rua<br />
estava irregular por não ter<br />
si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> pela administração.<br />
O mesmo comissiona<strong>do</strong><br />
disse que o secretário<br />
confi rmou a irregularidade<br />
na tramitação <strong>do</strong> ofício por<br />
não terem si<strong>do</strong> seguidas as<br />
normas administrativas.<br />
Bronca - Uma das pessoas<br />
ouvidas pelo <strong>Correio</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Vale</strong> contou que o chefe de<br />
Gabinete, Chico Vilela (irmão<br />
<strong>do</strong> prefeito) foi ao local<br />
da festa para verifi car o que<br />
estava acontecen<strong>do</strong>. Ao pedir<br />
a Pazzini a autorização<br />
para fechar a rua, o comerciante<br />
disse que a prefeitura<br />
tinha libera<strong>do</strong>. Visivelmente<br />
nervoso, o chefe de gabinete<br />
chamou Pazzini de “mentiroso”.<br />
O comerciante rebateu<br />
e explicou que a autorização<br />
teria parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio<br />
Duda, seu sobrinho.<br />
“Até a Secretaria de Segurança<br />
e Trânsito sabia <strong>do</strong><br />
fechamento, tanto é que os<br />
guardas municipais passaram<br />
várias vezes por aqui e aca-<br />
bei a festa às 22h, conforme<br />
combina<strong>do</strong> com eles”. Um <strong>do</strong><br />
guardas municipais, que por<br />
razões óbvias pediu para não<br />
ser identifi ca<strong>do</strong>, deu razão ao<br />
comerciante e afi rmou que a<br />
corporação tinha conhecimento<br />
<strong>do</strong> fechamento da via.<br />
Explicações - Pazzani não<br />
sabe quem pagou pelos banheiros<br />
químicos leva<strong>do</strong>s<br />
por Duda. Um <strong>do</strong>s presentes<br />
disse que ouviu que os<br />
banheiros seriam os mesmo<br />
a serem usa<strong>do</strong>s na Festa <strong>do</strong><br />
Peão <strong>do</strong> Boiadeiro, que começou<br />
na quinta-feira, dia<br />
22. Durante o rodeio, o locutor<br />
ofi cial enfatizou que<br />
o “presidente” da festa era<br />
Duda Vilela.<br />
Outro la<strong>do</strong> - O comandante<br />
da PM de Caçapava, capitão<br />
Júlio César Acioly, disse que<br />
não foi feito “o registro formal<br />
da atuação da PM”. Segun<strong>do</strong><br />
Acioly, “às 19h <strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo<br />
foi aciona<strong>do</strong> o pessoal<br />
da prefeitura para resolver<br />
problemas administrativos,<br />
a administração não pediu<br />
apoio policial”. O capitão informou<br />
que na festa <strong>do</strong> ano<br />
passa<strong>do</strong> ocorreram problemas<br />
e a PM foi acionada. A<br />
prefeitura de Caçapava não<br />
responde às questões levantadas<br />
pelos leitores <strong>do</strong> <strong>Correio</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Vale</strong>.<br />
Prisões - De <strong>do</strong>mingo para<br />
segunda (18 e 19), a PM deu<br />
continuidade à operação de<br />
reordenamento urbano e foi<br />
cumprir 50 manda<strong>do</strong>s de<br />
prisão. Segun<strong>do</strong> o capitão<br />
Acioly, 15 <strong>do</strong>s procura<strong>do</strong>s<br />
pela justiça foram presos.<br />
Futebol<br />
G E R A L - 7<br />
Equipes<br />
denunciam<br />
Liga<br />
Represália<br />
Verea<strong>do</strong>res governistas se unem contra Rinco<br />
Sob a batuta de Vilela, verea<strong>do</strong>res situacionistas não deixam passar nada que seja de iniciativa <strong>do</strong> democrata<br />
Henrique Rinco persegui<strong>do</strong> pelo próprio parti<strong>do</strong><br />
A bancada governista na Câmara<br />
de Caçapava passou a rejeitar,<br />
em bloco, os requerimentos<br />
<strong>do</strong> verea<strong>do</strong>r Henrique<br />
Rinco (DEM). A atitude, segun<strong>do</strong><br />
um <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res governistas,<br />
atende “determinação” <strong>do</strong><br />
prefeito Carlos Antônio Vilela<br />
(DEM).<br />
Nas duas últimas sessões fo-<br />
Divulgação<br />
ram rejeitadas solicitações de<br />
cópias <strong>do</strong> contrato de serviço de<br />
transporte escolar <strong>do</strong>s alunos da<br />
rede pública, celebra<strong>do</strong> entre o<br />
município e Denis Alberto Munhoz,<br />
e das atas das reuniões <strong>do</strong><br />
conselho administrativo da Fusam<br />
(Fundação) para investigar<br />
os aumentos salariais concedi<strong>do</strong>s<br />
à atual diretora superinten-<br />
dente Daniella Trinkel e as cópias<br />
<strong>do</strong>s boletins de ocorrências<br />
sobre aban<strong>do</strong>nos de plantão <strong>do</strong>s<br />
médicos, suas demissões e quitações.<br />
Para Henrique Rinco, o bloco<br />
governista está impedin<strong>do</strong> que<br />
o legislativo fi scalize os atos <strong>do</strong><br />
executivo. “Mesmo sen<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> prefeito, fui eleito para<br />
exercer minhas funções. Com<br />
esse posicionamento, os verea<strong>do</strong>res<br />
prejudicam a cidade”, disse<br />
o verea<strong>do</strong>r.<br />
Salários - Na sessão <strong>do</strong> dia<br />
20 de abril, os governistas barraram<br />
solicitação de Rinco para<br />
que o prefeito elaborasse proje-<br />
O MP (Ministério<br />
Público) vai apurar<br />
fraude em realização<br />
da assembleia para<br />
atualização <strong>do</strong>s estatutos<br />
da Liga Caçapavense<br />
de Futebol.<br />
As mudanças foram<br />
feitas de forma irregular<br />
pelo presidente Severino<br />
Cassemiro da<br />
Siva, o Tôta. O <strong>Correio</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Vale</strong>, na edição<br />
17 (de 27 de novembro),<br />
com o título<br />
Paraíso <strong>do</strong>s Laranjas,<br />
já apontava as irregularidades<br />
agora constatadas.<br />
O verea<strong>do</strong>r Henrique<br />
Rinco (DEM) cobrou<br />
publicamente explicações<br />
<strong>do</strong> Tôta. O<br />
presidente disse que o<br />
verea<strong>do</strong>r estava falan<strong>do</strong><br />
“besteiras”. Contu<strong>do</strong>,<br />
Rinco mostrou<br />
<strong>do</strong>cumentos que comprovam<br />
as fraudes, entre<br />
elas, a falsa afi rmação<br />
<strong>do</strong> uso da Câmara<br />
Municipal para a assembleia.<br />
to de lei ceden<strong>do</strong> gratifi cação de<br />
R$ 200 aos agentes de combate<br />
à dengue. A gratifi cação havia<br />
si<strong>do</strong> solicitada pelos servi<strong>do</strong>res.<br />
Rinco explicou que “os agentes<br />
reclamam a falta da gratifi cação<br />
e insalubridade no grau máximo,<br />
já que existe verba federal<br />
destinada ao programa. Outros<br />
municípios já pagam essa gratifi<br />
cação”, disse o verea<strong>do</strong>r.<br />
Os verea<strong>do</strong>res que votaram<br />
sistematicamente contra os requerimentos<br />
são: Neide Palmeira<br />
(DEM), Arnal<strong>do</strong> Neto (PSC),<br />
Daniel Lazarini (PSC), Paulo<br />
Eugênio (DEM), Reinalma<br />
Montalvão (DEM) e José Bergue<br />
(PDT).<br />
Leia, assine, divulgue, colabore.<br />
Ajude Caçapava a ter a imprensa<br />
que honre seu passa<strong>do</strong>, lute pelo<br />
presente e trabalhe pelo futuro
Foto: Tião Martins (A.I.S.J.E.C)<br />
8 - E S P O R T E S<br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, Paraíba, 26 25 de março de <strong>2010</strong><br />
Evilásio Portes da Silva<br />
faz parte da história <strong>do</strong> esporte<br />
caçapavense. Jogou<br />
futebol, basquete e principalmente<br />
voleibol.<br />
Em 1952, ao la<strong>do</strong> de cerca<br />
de vinte amigos, montou um<br />
time de futebol, o Bacural,<br />
nome em homenagem ao<br />
trem que passava pela Central<br />
<strong>do</strong> Brasil. Em seguida,<br />
os garotos também começaram<br />
a jogar basquete.<br />
Em 1955, ano <strong>do</strong> centenário<br />
de Caçapava, a cidade<br />
foi sede <strong>do</strong>s Jogos <strong>do</strong> <strong>Vale</strong><br />
<strong>do</strong> Paraíba. Evilásio e os<br />
amigos como Valter, Galvão,<br />
Edney, Jorge e Paulo<br />
Soberman disputaram a<br />
competição pela equipe de<br />
basquete, terminan<strong>do</strong> na terceira<br />
colocação.<br />
Nessa mesma época, chegou<br />
a cidade Airton Pinheiro<br />
de Castro, treina<strong>do</strong>r de<br />
Série A2: Guará joga pelo acesso,<br />
São José pela sobrevivência<br />
O empate pelo placar de 1x1<br />
na última rodada no clássico<br />
entre São José e Guaratinguetá<br />
no Martins Pereira teve<br />
gostos diferentes para as equipes<br />
<strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba: de vitória<br />
para o Guará e derrota<br />
para a Águia.<br />
Faltan<strong>do</strong> duas rodadas para<br />
o término da fase final, o<br />
Guaratinguetá pode garantir<br />
o acesso já neste final de semana.<br />
Basta uma vitória diante<br />
<strong>do</strong> União São João, lanterna<br />
<strong>do</strong> grupo, no Ninho da Garça,<br />
para a equipe garantir o retorno<br />
à elite <strong>do</strong> futebol paulista<br />
um ano após a queda para a<br />
A2. O jogo começa às 15h <strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>mingo, 25.<br />
Já o São José precisa vencer<br />
o Noroeste no Martins Pereira<br />
para chegar na última roda-<br />
Evilásio: Esportista de<br />
Caçapava<br />
Esportes<br />
vôlei. O técnico ordenou<br />
que os jovens decidissem se<br />
queriam jogar basquete ou<br />
vôlei. Eles optaram pelo voleibol,<br />
nascen<strong>do</strong> assim à força<br />
<strong>do</strong> esporte na cidade.<br />
A equipe de Caçapava foi<br />
por seis vezes consecutivas<br />
campeã <strong>do</strong>s Jogos <strong>do</strong> <strong>Vale</strong><br />
<strong>do</strong> Paraíba e duas vezes vice<br />
<strong>do</strong>s Jogos Abertos <strong>do</strong> Interior.<br />
Em 1959 conquistou<br />
o título <strong>do</strong>s Jogos <strong>do</strong> Inte-<br />
Evilásio dirigiu a equipe feminina de Sorocaba em 1965<br />
Para o São José de Rodrigo Pardal (foto), só a vitória interessa<br />
da com chances de conseguir<br />
o acesso. A partida começa às<br />
19h <strong>do</strong> sába<strong>do</strong>, 24.<br />
O líder <strong>do</strong> grupo é o Noro-<br />
Torce<strong>do</strong>ra ganha camisa oficial da Águia<br />
O presidente Hélio Fontes e a torce<strong>do</strong>ra Jennifer, que ganhou a camisa<br />
rior de São Paulo, disputa<strong>do</strong><br />
em Jundiaí.<br />
A fase final <strong>do</strong> torneio<br />
foi disputada por Caçapava,<br />
Jundiaí, Santos e Santo<br />
André. Na final, Caçapava<br />
derrotou o time da casa pelo<br />
placar de 2 sets a 1.<br />
Evilásio lembra que a cidade<br />
de Caçapava não tinha<br />
sequer uma quadra coberta<br />
para a equipe jogar, e que<br />
para secar o piso, os joga-<br />
este com nove pontos. O Guará<br />
é o segun<strong>do</strong> com sete, com<br />
o São José em terceiro com<br />
quatro.<br />
A universitária Jennifer Zacarelli<br />
Rodrigues, que acompanha a Águia<br />
desde 2007, foi a vence<strong>do</strong>ra da promoção<br />
da partida entre o São José<br />
Esporte Clube e o Guará, realizada<br />
no sába<strong>do</strong>, 17. A entrega da camisa<br />
foi feita na quarta-feira, 21, pela diretoria<br />
<strong>do</strong> São José.<br />
Coordenada pelo departamento<br />
de marketing, a promoção premiou<br />
a melhor divulgação feita entre os<br />
torce<strong>do</strong>res para a partida, com divulgação<br />
na internet e nos sites de relacionamentos.<br />
Jennifer criou o slogan<br />
“Vá ao jogo e ganhe um beijo”.<br />
Segun<strong>do</strong> Jennifer, “quem é joseense<br />
está sempre com o time, tanto nas<br />
incríveis vitórias, quanto nas derrotas”.<br />
Crédito: Arquivo Pessoal<br />
Foto: Tião Martins (A.I.S.J.E.C)<br />
Rafael Citro<br />
<strong>do</strong>res faziam uma vaquinha<br />
para comprar querosene<br />
para passar na<br />
quadra.<br />
Três atletas <strong>do</strong> time<br />
de Caçapava (Tinho<br />
Galvão, Antonio<br />
Carlos e Serginho)<br />
foram convoca<strong>do</strong>s<br />
para a Seleção<br />
Paulista de<br />
Voleibol.<br />
Além de jogar<br />
pela equipe<br />
de Caçapava,<br />
Evilásio jogou<br />
voleibol em<br />
Sorocaba, onde<br />
também foi treina<strong>do</strong>r<br />
da equipe<br />
feminina.<br />
Em Catanduva, jogou<br />
basquete pela equipe <strong>do</strong><br />
Cruzeiro.<br />
“Para mim, quem inventou<br />
o Saque Viagem foi<br />
Campeonato Ama<strong>do</strong>r<br />
Foto: Rafael Citro<br />
Além de jogar vôlei, Evilásio foi<br />
joga<strong>do</strong>r de basquete<br />
Confira os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s jogos da segunda rodada <strong>do</strong> Campeonato<br />
Ama<strong>do</strong>r de Caçapava:<br />
Alto Vebel 3x4 São Benedito<br />
Alvorada 2x0 Nativos<br />
AAC 0x3 União Caçapava Velha<br />
Vila Menino Jesus 3x1 Nova Caçapava<br />
Uni<strong>do</strong>s 3x3 Mamonas<br />
Piratininga 2x2 Vera Cruz<br />
No <strong>do</strong>mingo, 25, será realizada a terceira rodada. O Vera Cruz é<br />
a equipe que folga na rodada. Veja os jogos:<br />
Nativos x Vila Menino Jesus – Nova Caçapava (9h)<br />
União Caçapava Velha x Uni<strong>do</strong>s – Nova Caçapava (11h)<br />
Nova Caçapava x Mamonas – Vila Menino Jesus (9h)<br />
Jardim São José x Alto Vebel – Piedade (9h)<br />
Piratininga x Alvorada – Beira Rio (9h)<br />
São Benedito x AAC – Beira Rio (11h)<br />
Confira a classificação:<br />
União Caçapava Velha (6)<br />
Vila Menino Jesus (6)<br />
São Benedito (6)<br />
Mamonas (4)<br />
Vera Cruz (4)<br />
Alvorada (4)<br />
Piratininga (1)<br />
Uni<strong>do</strong>s (1)<br />
Nova Caçapava (1)<br />
Jardim São José (0)<br />
Alto Vebel (0)<br />
Nativos (0)<br />
AAC (0)<br />
o Tinho Galvão. Naquela<br />
época ele já jogava a bola<br />
para o alto e sacava”, afirma.<br />
Campeonato de Veteranos 50 anos chega a Final<br />
No sába<strong>do</strong>, 24, será disputada a grande final <strong>do</strong> Campeonato<br />
de Veteranos de 50 anos. Ipiranga (Jacareí) e Maria Elmira<br />
brigam pelo título a partir das 15h30 no Beira Rio.<br />
Na última rodada da fase de classificação, na semana<br />
passada, o Maria Elmira venceu o Clube <strong>do</strong>s 40 pelo placar<br />
de 1x0. Já o Ipiranga empatou com o Alvorada por 2x2.